12.2 A história da Reforma Protestante e a Contra

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12.2 A história da Reforma Protestante e a Contra
12.2 A história da Reforma Protestante e a Contra-Reforma Católica
[O que segue abaixo foi retirado do livro didático Caminhos das Civilizações – Da PréHistória aos dias atuais de José Geraldo Vinci de Moraes. O autor escreve a história
desprezando o lado espiritual da Reforma Protestante no qual foi à razão fundamental.
Embora a reforma envolvesse mudanças sociais e políticas, sabemos que essência dela
foi Espiritual. O retorno as Escrituras. Sola Scriptura – Somente as Escrituras, Solus
Christus – Somente Cristo, Sola Gratia – Somente a Graça, Sola Fide – Somente pela Fé,
Soli Deo Gloria – Somente glória a Deus.]
Introdução
Já sabemos que a Igreja foi uma poderosa instituição medieval. Mas entre os séculos XI e
XIII, ela passou por diversas crises e mudanças, surgindo daí inúmeros movimentos que
criticavam seus valores e posturas:
•
As heresias, que contestavam certos dogmas da Igreja Católica e por isso foram
duramente perseguidas;
•
As ordens mendicantes, correntes internas que questionavam a preocupação da
Igreja com as questões materiais;
•
As reações da própria Igreja para combater esses movimentos, principalmente a
reforma gregoriana (do papa Gregório VII, na primeira metade do século XI) e a
instituição da Santa Inquisição, no século XIII.[1}
A partir do século XV as críticas à Igreja Católica retornaram, ganhando muitas forças no
século XVI. Os conflitos e as diferenças dentro da Igreja tornaram-se tão séria neste
século, que acabaram gerando uma cisão na cristandade por meio da Reforma
Protestante.
Alguns fatores gerais
No século XV, com as profundas transformações que ocorriam na Europa (a expansão
marítima, o renascimento urbano e comercial e o humanismo/Renascimento), os
movimentos que questionavam o excessivo comprometimento da Igreja Católica com os
problemas mundanos e materiais ganharam mais espaço e força para se desenvolverem.
Dois fatos colaboraram muito para agravar ainda mais a situação da Igreja ao longo dos
séculos XV e XVI:
•
A crescente onda de corrupção com a venda de indulgência, relíquias religiosas e
cargos eclesiásticos importantes, bem como a concubinagem do clero.
•
E, ao mesmo tempo que o papa (autoridade máxima da Igreja) perdia poder para
monarquias nacionais, enfraquecendo-se, cometia abusos políticos, envolvendo-se
em acordos e golpes políticos com o objetivo de universalizar sua influência na
Europa católica.
A Igreja tornava-se cada vez mais vulnerável tanto no aspecto moral quando no religioso.
As insatisfações generalizavam-se por toda a Europa.
A burguesia estava insatisfeita porque seus interesses chocavam-se com as posturas da
Igrejas, como, por exemplo, a condenação da usura (lucro proveniente de juros
exagerados) e da cobiça (desejo de possuir bens materiais e poder). Os Estados
nacionais (ou o rei) queriam limitar os poderes temporais da Igreja nas suas fronteiras. O
fiel de origem humilde via a Igreja defendo a exploração feudal e não encontrava nela o
apoio espiritual de que tanto precisava naquela época de crise.
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No aspecto teórico, o Renascimento foi muito importante, uma vez que, de acordo com sua
postura antropocêntrica valorizava o homem e sua individualidade e ainda o espírito critico
do intelectual e cientista. Isto contribuiu muito para uma aproximação entre fé e razão e
para a revisão de atitudes religiosas, como a idéia de que a interlocução com Deus poderia
ser individual, sem a mediação do clero; ou ainda que a interpretação da Bíblia deveria ser
livre e pessoal.
Gradativamente, forma sendo criadas na Europa condições para o surgimento de religiões
mais adaptadas ao espírito capitalista.
Nesse quadro de insatisfações surgiram os primeiros reformistas [também chamados de
pré-reformadores]: o inglês John Wycliffe, professor da Universidade de Oxford, já defendia
(entre o final do século XIV e o início do XVI) a livre interpretação da Bíblia, o fim dos
impostos clericais e questionava a existência da hierarquia eclesiástica.
O tcheco John Huss, professor da Universidade de Praga, foi um seguidor das idéias
de John Wycliffe. Ele defendia, nessa mesma época, a utilização das línguas nacionais nos
cultos religiosos, em vez do latim; chegou até a traduzir a Bíblia para seu idioma, o que era
um sacrilégio. Foi condenado pela Igreja em 1417 e morto na fogueira.
Essas primeiras iniciativas não tiveram muita repercussão, ficando restrita às igrejas de
seus países, o que não ocorreu com os reformadores seguintes.
A Reforma Protestante na Alemanha
No século XVI a Alemanha não existia como a conhecemos hoje; ela fazia parte de um
império mais extenso, o Sacro Império Romano-Germânico. O Império estava divido em
diversas regiões independentes, os principados. Logo, o poder estava descentralizado nas
mãos dos príncipes (a centralização do Estado alemão só viria a ocorrer no século XIX),
que comandavam todas as ações na sua região.
O Sacro Império e a Igreja Católica disputavam o poder na região, produzindo alguns
conflitos. Grande proprietária de terras, a Igreja alemã continuava vinculada ao mundo
feudal, explorando os camponeses e impedindo o desenvolvimento do comércio e,
conseqüentemente, da burguesia. Além disso, em razão da sua grande força nas questões
temporais, a corrupção e a decadência moral da Igreja assumiam grandes proporções na
Alemanha. A sociedade, de maneira geral, a via de forma muito negativa.
Por isso, em outro de 1517, o monge agostiniano (portanto, membro da Igreja Católica) e
professor universitário Martinho Lutero (1483 – 1546) afixou na porta da catedral de
Wittenberg 95 teses e que denunciava e protestava contra a venda de indulgências.
O papa, na época Leão X, exigiu sua retratação, o que não ocorreu, prolongando o conflito
por cerca de três anos. Finalmente, em 1520, Lutero foi excomungado pelo papa. Para
demonstrar sua insatisfação, ele queimou em público a bula papal que o condenava. Em
virtude de sua radicalidade, Lutero foi proscrito do Império. No entanto, o príncipe
Frederico da Saxônia o acolheu em seu castelo.Protegido no castelo, Martinho
Lutero traduziu a Bíblia do latim para o alemão (o que era proibido na Época [pela Igreja
Católica]).
Teologia de Lutero
Melachton, discípulo de Lutero, escreve a teologia de Martinho Lutero na Confissão de
Augsburgo. Leia aqui esta confissão.
Veja também excelente artigo do Rev. Ewerton B. Tokashiki sobre a
2
Igreja Luterana é teologicamente luterana?
A difusão da Reforma e as lutas religiosas
As idéias da Reforma Luterana espalharam-se pelo Sacro império Romano-Germânico e
provocaram diversos conflitos sociais, políticos e religiosos.
Alguns nobres, por exemplo, apropriaram-se de terras da Igreja, pela conversão ao
luteranismo. De outro lado, de forma violenta, vários nobres decadentes atacaram, em
1522 e 1523, principados católicos (a Revolta dos Cavaleiros) par se apoderarem de suas
riquezas. Houve reação dos católicos, que impediram e esmagaram a revolta.
Esses conflitos armados motivaram a organização de camponeses e trabalhadores
urbanos envolvidos na Revolta dos Cavaleiros. Liberados pelo sacerdote luterano Thomas
Munzer, esse movimento foi profundamente influenciado pelo anabatismo.
O anabatismo era um corrente reformista mais radical; rejeitava qualquer sacerdócio, já
que Deus se comunicava diretamente com os eleitos, combatia a riqueza, a miséria e a
propriedade privada e pregava a igualdade social. Por causa desses princípios, o
anabatismo era muito divulgado entre a população mais pobre e deu um tom revolucionário
às revoltas.
Temendo p desenvolvimento das revoltas populares, nobres e burgueses, católicos e
luteranos (com a concordância de Lutero) uniram-se pra combater o inimigo comum. Em
1525 um grande exército marchou contra os revoltosos, eliminando cerca de cem mil
pessoas e decapitando o líder Thomas Munzer.
Após o fim das revoltas populares, as nobrezas católicas e luterana voltaram a se
enfrentar, lutando por terras e poder. O imperador Carlos V, fiel à Igreja, procurou pôr fim
às agitações convocando, em 1530, a Dieta de Augsburgo (uma espécie de assembléia de
nobres) para discutir os conflitos. Ele tentava conciliar as posições de reformistas e
católicos. Mas os luteranos, através de Melachton, discípulo de Lutero, reafirmaram suas
posições na Confissão de Augsburgo , e as lutas reiniciaram.
A nobreza luterana organizou uma Liga militar (Liga de Esmalcalda), para combater os
exércitos imperiais. As lutas estenderam-se até 1555, quando foi assinada, pelo novo
imperador Fernando I, a paz em Augsburgo. Este tratado de paz reconheceu a divisão
religiosa da Alemanha e determinou que o povo da cada principado deveria seguir a
religião de seu príncipe.
Com o fortalecimento de luteranismo na Alemanha, ele começou a influenciar os paises
escandinavos (Suécia, Dinamarca e Noruega). Todos os reis dessa região se converteram
à Reforma Protestante, determinando o fim da influencia católica nesses paises.
A Reforma Protestante na Europa
O Calvinismo
Na França, antes da forte influência luterana, alguns humanistas haviam tentado realizar
uma reforma religiosa mais pacífica, mas não alcançaram nenhum sucesso. O catolicismo
na França era bastante forte e tinha o apoio da monarquia.
As idéias de Lutero continuavam se espalhando pela Europa. Na França, um estudioso das
artes liberais e de Direito chamado João Calvino (1509 – 1564) aderiu à reforma pregada
por Lutero. O reformismo Luterano ganhou certa radicalidade nas concepções da Calvino:
•
O homem, um pecador, só podia ser salvar pela fé (Ef 2.1, 8). [Depravação total 3
Todos os homens nascem totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de
escolher o bem em questões espirituais.]
•
Deus é transcendente (superior, acima do mundo real) e incompreensível; Ele só
revelou aquilo que quis revelar através das Escrituras. [Soberania de Deus Spurgeon (1834-1892) enfatiza corretamente: “Deus é independente de tudo e de
todos. Ele age de acordo com Sua própria vontade. Quando Ele diz: ‘eu farei’, o que
quer que diga será feito. Deus é soberano, e Sua vontade, não a vontade do
homem, será feita”. Deus se apresenta nas escrituras como todo-poderoso
(onipotente), com capacidade para fazer todas as coisas conforme sua vontade (SI
115:3; 135:6; Is 46:10; Dn 4:35; Ef 1:11) [a]]
•
A predestinação divina absoluta já destinava o futuro do homem à salvação ou à
condenação. [A doutrina da Predestinação - Deus escolheu dentre todos os seres
humanos decaídos um grande número de pecadores por graça pura, sem levar em
conta qualquer mérito.]
Veja a seção dos cincos pontos do Calvinismo e também a João Calvino.
Perseguido, Calvino refugiou-se na cidade suíça de Genebra, 1536 [b]. A Suíça era um
país onde as idéias reformistas luteranas já tinham alguma força devido à pregação
de Úlrico Zwinglio (1484-1531).
Apoiado pela burguesia local. Calvino desenvolveu suas idéias e deu um novo vigor
militante ao reformismo. Ele pregava a valorização do trabalho (veja artigo de Hermisten M.
P. Costa sobre A Reforma e o Trabalho); não condenava o empréstimo de
dinheiros
a juros, como a Igreja Católica fazia.
Por isso, Calvino acumulou força política e assumiu o governo da cidade. Governando
como [autoridade], sua administração impôs rígidos costumes morais: proibindo o jogo de
cartas, a dança e o teatro.
Como suas idéias iam diretamente ao encontro das necessidades burguesas de acúmulo
de capital (veja artigo Calvinismo e Capitalismo: Qual é Mesmo a Sua Relação? [d]) e de
valorização do trabalho, o calvinismo se espalhou rapidamente pela Europa. Na Escócia
foi organizada a Igreja Presbiteriana (leia sobre John Knox e também John Knox: O
Reformador da Escócia ); no norte dos Paises Baixos (Holanda), originou-se o movimento
dos puritanos, que se difundiu para a Inglaterra e para a França. (na França os Calvinistas
eram chamados de huguenotes, na Inglaterra de puritanos). [O presbiterianismo (igreja
Calvinistas) foi levado da Escócia para a Inglaterra; de lá, para os Estados Unidos da
América. Em 1726 teve início um grande despertamento espiritual nos Estados Unidos.
Este despertamento levou os presbiterianos a se interessarem por missões estrangeiras.
Missionários foram enviados para vários países, inclusive o Brasil. No dia 12 de agosto de
1859 chegou ao nosso país o primeiro missionário presbiteriano: Ashbel Green Simonton.
Este foi fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil www.ipb.org.br.] Leia a História do
Presbiterianismo e sua confissão de Fé - Westminster.
Sobre Calvino
João Calvino era Assim
Calvino: Líder da Reforma em Genebra
João Calvino: Sua Influência na Vida Urbana de Genebra
A Consciência Missionária de João Calvino
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João Calvino e Missões: Um Estudo Histórico
A “Filosofia Educacional” de Calvino e a Fundação da Academia de Genebra
João Calvino, o Evangelista em Genebra
O Ensino de Calvino sobre a Responsabilidade da Igreja
João Calvino: O Humanista Subordinado ao Deus da Palavra (PDF)
Ele viveu cinqüenta e quatro anos, dez meses, e dezessete dias, e dedicou metade de
sua vida ao sagrado ministério. Ele tinha estatura mediana; a aparência sombria e
pálida; os olhos eram brilhante até mesmo na morte, expressando a agudez da sua
compreensão. Theodore Beza
Eu poderia feliz e proveitosamente assentar-me e passar o resto de minha vida somente
com Calvino.
Carta de Karl Barth ao amigo Eduard Thurneysen, escrita em 8 de junho de 1922.
Calvino, falando das diversas calúnias que levantavam contra ele, partindo, inclusive, de
falsos irmãos, diz: Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e governado
pela secreta providência de Deus, uma multidão de homens presunçosos se ergue
contra mim alegando que apresento Deus como sendo o autor do pecado. [...] Outros
tudo fazem para destruir o eterno propósito divino da predestinação, pelo qual Deus
distingue entre os réprobos e os eleitos.
O que nos chama a atenção na aproximação bíblica de Calvino é, primeiramente, o seu
amplo e em geral preciso conhecimento dos clássicos da exegese bíblica, os quais cita
com abundância, especialmente Crisóstomo, Agostinho e Bernardo de Claraval. Outro
aspecto é o domínio de algumas das principais obras dos teólogos protestantes
contemporâneos, tais como Melanchton – a quem considerava um homem de
“incomparável conhecimento nos mais elevados ramos da literatura, profunda piedade e
outros dons [e que por isso] merece ser recordado por todas as épocas" –, Bucer e
Bullinger. Contudo, o mais fascinante é o fato de que ele, mesmo se valendo dos
clássicos – o que, aliás, nunca escondeu –, conseguiu seguir um caminho por vezes
diferente, buscando na própria Escritura o sentido específico do texto: a Escritura
interpretando-se a si mesma. [c]
Acesse seção João Calvino do site www.teologiacalvinista.com
O anglicanismo
A Reforma na Inglaterra tomou um caráter bem original.
A igreja católica, ao mesmo tempo que era muito rica em terras, dependia da proteção do
Estado. Henrique VIII, rei da Inglaterra, condenou, a principio, o ideário luterano e
perseguiu seus seguidores, sendo condenando pela igreja como “Defensor da Fé”.
Por outro lado, o rei pretendia assumir as terras e as riquezas da igreja católica e, ao
mesmo tempo, enfraquecer sua influência.
A justificativa para concretizar o cisma foi a recusa do papa em dissolver o casamento de
Henrique VIII com Catarina de Aragão, que não podia lhe dar um filho herdeiro (o que
criaria problemas políticos de hereditariedade do Reino). O rei não recuou diante da recusa
da Igreja e casou-se novamente com Ana Bolena, sendo excomungado. Henrique VIII
repetiria o ato, de acordo com seus interesses políticos, casando-se seis vezes.
O rompimento oficial deu-se em 1534, quando o Parlamento inglês aprovou o Ato de
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Supremacia, que colocava a Igreja sob a autoridade do rei. As propriedades da Igreja
Católica passaram às mãos do rei e da nobreza. Todos os dogmas da Igreja Católica
forma mantidos, exceto a autoridade papal, que devia se submeter à do rei. Nasci, assim, a
Igreja Anglicana, gerando insatisfação entre católicos e protestantes. Portanto, as razões
da separação entre o Estado e a Igreja não eram religiosos, mas políticos e econômicas.
Após a morte de Henrique VIII, assumiu o trono seu filho Eduardo VI, assumiu o trono seu
filho Eduardo VI, que morreu logo em seguida, ainda criança. Ele foi sucedido por Maria
Tudor, filha da Catarina de Aragão; católica, perseguiu os protestantes durante todo seu
reinado (1547 – 1558), gerando inúmeros conflitos político-religiosos.
Nesse clima tenso assumiu o trono Elizabeth I, filha de Henrique VIII com Ana Bolena.
Nesse período (1558-1603), a Inglaterra alcançou a paz religiosa, e o anglicanismo ganhou
uma face mais definida, misturando elementos do ritual católico com os princípios da fé
calvinista.
Trinta e nove artigos da Igreja da Inglaterra (1563)
Em 1552, o arcebispo de Cantebury, Thomas Cranmer, elaborou com outros clérigos
Quarenta e Dois Artigos da Religião; após minuciosa revisão, foram publicados em 1553
sob a autoridade do rei da Inglaterra, Eduardo VI. Mais tarde, esses Artigos foram
revistos e reduzidos a 39 pelo arcebispo de Cantebury, Matthew Parker (1504-1575), e
outros bispos. Esse trabalho de revisão e redução foi ratificado pelas duas Casas de
Convocação, sendo os Trinta e nove artigos publicados por autoridade do rei em 1563.
Em 1571, tornou-se obrigatória a subscrição desses Artigos por todos os ministros
ingleses. Os Trinta e nove artigos e o Livro de oração comum (1549) são os símbolos
de fé da Igreja da Inglaterra e, com algumas alterações, das demais igrejas da
Comunhão Anglicana. Leia a Confissão de Fé da Igreja da Inglaterra
A Contra-Reforma Católica
A Reforma Protestante implicou mudanças sócias e políticas em toda a Europa. Com a
crise da Igreja Católica romana, a maioria das populações do centro e do norte da Europa
convertia-se ao protestantismo, principalmente porque ele se ajustava melhor ao universo
do capitalismo em evolução[e]. Isso causou imediatamente sérios problemas políticos,
levando ao conflito violento os adeptos das duas religiões e ao confronto os Estados
católicos e protestantes.
A Igreja católica romana cada vez mais perdia espaços no quadro geopolítico europeu,
além de sofrer pesadas perdas de fiéis. Procurando impedir o avanço da Reforma
Protestante, ela realizou sua própria reforma nos padrões mais tradicionais do catolicismo,
também conhecida como a Contra-Reforma.
A Igreja católica tentaria combater o protestantismo e restaurar a hegemonia do
catolicismo por meio de doutrina e força. Para alcançar tal objetivo a Igreja precisou tomar
algumas atitudes:
•
A reativação da Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício. A Inquisição foi criada no
século XIII para julgar e punir os hereges. Ela reassumiu esse papel, no século XVI,
e obteve muita força nas monarquias católicas de Portugal e Espanha, que usaram
a Inquisição para perseguir principalmente os judeus; estes transferiram-se em
grande número para os Paises Baixos ou se converteram (os cristãos novos).
•
A criação da Companhia de Jesus, em 1534, por Inácio de Loyola, com o objetivo
de divulgar o catolicismo, principalmente por meio da educação. Organizados em
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moldes quase militantes, os jesuítas foram muito importantes para a defesa do
catolicismo e sua propagação na América e na África. Nesses dois continentes
recém-colonizados eles conseguiram um grande espaço para o catolicismo pela
educação e catequização dos indígenas (é o caso de lembrar aqui dois
destacados jesuítas na catequização dos índios brasileiros, José de Anchieta e
Manoel da Nóbrega).
No campo doutrinário, o papa Paulo III organizou o Concílio de Trento (1545 – 1563) para
definir quais as novas posturas católicas. De forma geral, todos os dogmas e sacramentos
condenados pelos protestantes foram reafirmados nesse Concílio.
•
Foi criado o Índice de Livros Proibidos (Index Librorum Prohibitorum), em 1564.
Tratava-se de uma lista de livros proibidos elaborada pelo Tribunal do Santo Ofício.
Toda obra impressa deveria passar pela análise do Tribunal, que o “recomendava”
ou não aos católicos. Na realidade a Igreja estava censurando obras artísticas,
cientificas, Filosóficas e teologias. Um cientista que teve suas obras reprovadas foi
Galileu Galilei.
•
Foi reafirmada a infalibilidade do papa, defendendo sua autoridade sobre todos os
católicos.
•
As obras e sacramentos foram mantidos com fundamentais para a salvação da
alma.
•
Foram criados seminários para formação intelectual e religioso dos padres.
•
Foi proibida a venda de indulgência e relíquias eclesiásticas.
•
Foi mantido o celibato clerical (proibição do casamento de padres e freiras).
Como se vê, a Contra-Reforma mantinha-se dentro da tradição. Tal postura acabou
produzindo intolerância religiosa de ambos os lados, acirrando os conflitos entre católicos e
protestantes por toda a Europa.
Nota:
[1] colar aqui parte do cap 14, und 3
Nota do editor do site:
[a] Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa, Fundamentos da Teologia Reformada, Editora
Mundo Cristão.
[b] Em 1536 João Calvino escreve a obra prima da Reforma protestante
chamado Institutio christianae religionis (Instituição da Religião Cristã) onde ele faz uma
suma da fé reformada calvinista. Leia esta obra na seção Institutas.
[c] Hermisten Maia Pereira da Costa, Coleção Pensadores cristãos - Calvino de A a Z,
Editora Vida,
[d] Leia também o seguinte artigo A “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” de
Franklin Ferreira
[e] Contrário à descrição do autor, neste todos se tornavam reformados por esta razão,
mas muitos se converterão por obra do Espírito Santo. Por primeiramente a Reforma era
espiritual. O retorno as Escrituras. Leia excelente estudo: As doutrinas dos cinco solas da
Reforma: Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, Sola Fide e Soli Deo Gloria
Autor: José Geraldo Vinci de Moraes
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Fonte: Caminhos das Civilizações – Da Pré-História aos dias atuais / José Geraldo Vinci de
Moraes. – São Paulo : Atual, 1993. pg. 173-180.
Adaptado por Nilson Mascolli Filho com textos entre chaves e tabela acrescentados e
links..
Mais estudos no site
http://sites.google.com/site/estudosbiblicossolascriptura/
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