DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL ARGILA PLÁSTICA DO
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DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL ARGILA PLÁSTICA DO
i MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA - MME Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral – SGM MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO - MCTI Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – SETEC Centro de Tecnologia Mineral – CETEM ASSOCIAÇÃO DOS CERAMISTAS DO NORTE GOIANO – ASCENO PROCESSO PROSPECTIVO DO ARRANJO PRODUTIVO CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO Objetivo: “Ser competitivo e sustentável (econômico, social, legal e ambiental), trazendo benefícios para a sociedade” Horizonte: 2034 CENÁRIO GLOBAL ARGILA PLÁSTICA DO ARRANJO PRODUTIVO DE CERÂMICA DO NORTE GOIANO Compromissos / Ações Estratégicas Elaboração: Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS, especiliasta em Processo Prospectivo Revisores: Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME Uruaçu - GO 2014 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME ii APRESENTAÇÃO O Processo Prospectivo Territorial é a antecipação para orientar a ação, com apropriação dos participantes, que significa a participação de representantes da sociedade para adquirir conhecimento, tanto da metodologia quanto da situação atual do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, e, em conjunto, propor seu futuro para 2034. O objetivo geral é promover a avaliação, a prospecção e construção de cenários futuros e elaborlçao de planejamento estratégioc para o desenvolvimento sustentável do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, utilizando a metodologia do processo prospectivo. Os objetivos específicos são: • Inovação de produtos com agregação de valor visando à qualificação da produção de cerâmica vermelha da região do norte goiano. • Estabelecer um modelo de aplicação do Processo Prospectivo Regional para o setor de cerâmica vermelha replicável para os APLs de base mineral; • Replicar a metodologia desenvolvida no Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano em outros APLs do setor mineral; • Identificar demandas estruturantes e tecnológicas para o melhoramento da produtividade do APL; • Avaliar os resultados alcançados em médio prazo após a realização da oficina. Instituições Organizadoras e Realizadoras: • Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia – SGMMME • Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – SETEC-MCTI • Centro de Tecnologia Mineral do MCTI – CETEM-MCTI • Associação dos Ceramistas do Norte Goiano – ASCENO Instituições de Apoio • • • • • • • • • • • • • • • Grupo de Trabalho Permanente para APLs – CGAPLs - SDP - MDIC Instituto Brasileiro de Informações Científicas e Tecnológicas do MCTI – IBICT Intstituto para o Desenvolvimento Sustentável – IDS SEBRAE (Nacional, Porangatu, Uruaçu, Goianésia e Minaçu) SENAI (Minaçu e Niquelaândia) SENAC - Porangatu Rede Goiana de APL - SECTEC – GO Gerênica do Gabinete de Mineração – SIC – GO Agência Goiás Fomento – GO SEMARH – GO DNPM Sede CPRM – Superintendência GO IFG – Campus Uruaçu Prefeituras do Norte Goiano (a definir) Outras Instituições a serem definidas pela ASCENO Patrocínio • SGM-MME • CPRM – Superintendência Goiânia GO DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME iii • • • • • • SETEC-MCTI CETEM-MCTI IFG – Campus Uruaçu ASCENO Gerênica do Gabinete de Mineração – SIC – GO Rede Goiana de APL - SECTEC – GO A figura 1 mostra com base nos autores BERGER (1998), GIGET (1998), GODET (2001), JOUVENEL (2008), e AULICINO (2006), e a experiência prática de elaborar o processo prospectivo de Antônio Luís Aulicino. Figura 1: Esquema das Etapas de Execução do Processo Prospectivo utilizada pelo IDS A figura 1 mostra, inicialmente, a definição da prospectiva: a Antecipação para orientar a Ação com a Apropriação, conforme GODET (2001). Nesse conceito, a Antecipação, para nós, é a soma das Perspectivas e das Possibilidades. Enquanto a Ação proporciona o Reposicionamento da Organização e/ou da Região. Nessa abordagem, durante todo o processo deve proporcionar a apropriação das pessoas. A outra etapa é a avaliação constante do processo prospectivo, desde o seu início, durante a elaboração e após seu término, no que se refere a curto, médio e longo prazo, com o intuito de verificar os impactos e resultados desse processo. Segue a descrição das seis etapas de maneira resumida para executar o processo prospectivo, considerando que a Governança já foi explicada e como uma etapa que antecede a todas as que serão descritas, nos capítulos seguintes essas etapas serão aprofundadas: V ETAPA final: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD - IDS iv A identificação das Perspectivas possui 3 etapas, sendo estas: I. Análise Conjuntural é um retrato dinâmico de uma realidade presente e não uma simples descrição de fatos ocorridos em um determinado local e período, conforme ALVES (2011). Nessa análise, considera as informações obtidas na retrospectiva, e a identificação das variáveis- chave e dos atores-chave nas diversas oficinas realizadas. Antes de iniciar esta etapa a Governança deve ser definida como a escolha das pessoas que integrarão os Comitês de Direção e Técnico Prospectivo; II. Análise Estrutural consiste em analisar de maneira profunda as variáveis-chave e os atores-chave do ambiente externo identificadas, por sua ação direta e também por intermédio de combinações de influências indiretas sobre o ambiente próximo da Organização e/ ou da Região, e identificar as inter-relações e a relevância dessas variáveis para explicar o sistema, conforme GODET (2001). Além disso, é nessa etapa que serão identificadas as variáveis-chave motrizes e as variáveis-chave de inovação, alta motricidade e alta dependência; e III. Árvores de Competência de Marc GIGET (1998) elaboram as dinâmicas passadas, presentes e futuras da região de sua árvore de habilidades, que começa pela vocação, competências e seus conhecimentos (as raízes), mas também seus processos, sua execução e sua organização (o tronco), até as linhas de produtos e/ou serviços (os frutos), levando em conta as mudanças do ambiente e identificando as forças e fraquezas do presente em relação ao passado. Depois imaginar um futuro desejável diante das ameaças e oportunidades do ambiente e construir uma árvore de competência do futuro, sabendo que o processo prospectivo permite isso ao considerar que o futuro possui incertezas e está aberto para muitos futuros possíveis e realizáveis. A identificação das Possibilidades, isto é, construir cenários que mostre as diversas possibilidades futuras para serem construídas. Esta possui uma etapa: IV. Análise Morfológica é a combinação das diversas hipóteses identificadas no aprofundamento das variáveis-chave e dos atores-chave motrizes, conforme GODET (2001. O Reposicionamento possui uma etapa: V. Construção de Cenários ou Maquetes, nesta etapa, escolhe-se os cenários e os descrevem-se, tanto parciais quanto os globais, conforme JOUVENEL (2009). Após a escolha do cenário, que deverá ser possível, realizável e próximo do desejável, define as ações estratégicas, e no caso de regiões, além das ações as políticas públicas. Esta etapa de definição das ações e/ou políticas utilizase o roadmapping. A última etapa é a: VI. Avaliação do Processo Prospectivo por meio dos Resultados e Impactos verifica se houve resultados e impactos e se eles contribuíram ou não tanto para melhoria do processo prospectivo quanto para atingir os objetivos definidos, sendo efetuada durante todo o processo, e depois de seu término, conforme AULICINO (2006). O detalhamentode cada uma destas etapas, relatórios e apresentações, que serviu de base para construção do cenário Argila Plástica do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano se encontra no link: http://www.idsust.com.br/cases1.php V ETAPA final: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD - IDS v SUMÁRIO PROCESSO PRODUTIVO DO ARRANJO PRODUTIVO DE CERÂMICA DO NORTE GOIANO NO ANO DE 2034 – ARRANJO PRODUTIVO DE CERÂMICA DO NORTE GOIANO (Cenário Argila Plástica)........................................................................................................................ Nossas Responsabilidades – Comitê Getor de Mudança – Compromissos / Ações Estratégicas........... 3 ANEXO I................................................................................................................................................. 19 Situação Atual das Variáveis-chave Motrizes que deram suporte para a construção do Cenário Argila Plásticas................................................................................................................................................... I - Introdução – de acordo com o Relatório do Plano de Desenvolvimento............................................ 20 1 20 II - BASE OU SITUAÇÃO ATUAL -Variáveis Motrizes - CENÁRIO GLOBAL ARGILA PLÁSTICA........................................................................................................................................ Tema 1: Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação para a Sustentabilidade......................... 25 1. Melhorar a Qualidade (QDE).............................................................................................................. 26 2. Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (IPDTI)............................... 30 6. Desenvolvimento de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PDI) no APL (DPDIAPL).......................................................................................................................................... 9. Falta de conhecimento da matéria prima: caracterização tecnológica e planejamento da produção (MATPRIMA)..................................................................................................................................... 12. Divulgar Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos Produtos (DACVP)................................................ 42 21. Falta de Infraestrutura Laboratorial (FIL)......................................................................................... 60 Tema 2: Desenvolvimento de Pessoas..................................................................................................... 66 3. Investir em formação e capacitação (IFC)........................................................................................... 67 5. Falta de Gestão Profissional: Administração capacitada (ADMINISTRA)........................................ 75 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC)...................................................................... 83 13. Melhoria do grau de escolaridade (MGE)......................................................................................... 86 16. Mão de obra desqualificada (MOD)................................................................................................ 93 Tema 3: Agregação e Adensamento de Valor à Cadeia Produtiva.......................................................... 101 4. Agregar valor ao produto (VA).......................................................................................................... 102 11. Falta de financiamento (FALTAFIN)................................................................................................ 109 17. Levantamento /mapeamento das reservas de matéria prima para a indústria cerâmica (LMGRAVS).................................................................................................................................... 18. Infraestrutura precária máquinas e equipamentos (IPME)................................................................ 112 117 20. Desconhecimento / Descumprimento das NRs (DNRs).................................................................... 120 22. Divulgar a Marca (MA).................................................................................................................... 125 Tema 4: Formalização e Representação.................................................................................................. 131 7. Legalização da atividade ceramista (LEGALCER)............................................................................ 132 25 46 55 V ETAPA final: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD - IDS vi 8. Fortalecimento da ASCENO (FA)...................................................................................................... 144 14. Dinamização do setor público (DSP)............................................................................................... 148 15. Buscar Legalização da Jazida (LEGALJAZ).................................................................................... 156 19. Produtos substitutos - Novos Materiais (PSNM)............................................................................. 179 III - Variáveis-chave, não motrizes, que mostram a situação atual do APL........................................... 200 Ministério Público (MPEMPTMPF)....................................................................................................... 200 Infraestrutura Precária Logística (IPL).................................................................................................... 205 Áreas Concedidas às (registradas pelas) Grandes Mineradoras (ACGM).............................................. 209 Estimular o Artesanato com Argila (ARTECV)...................................................................................... 216 Flexibilização do Código de Mineração (FCM)....................................................................................................... 218 Variável-chave, não motrizes, que não foi descrita por falta de tempo...................................................... 220 Referência Bibliográfica.......................................................................................................................... 221 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Esquema das Etapas de Execução do Processo Prospectivo utilizada pelo IDS.............. iii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Relação dos Compromissos / Ações Estratégicas, início e término e responsáveis....... 9 V ETAPA final: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD - IDS 1 ARRANJO PRODUTIVO DE CERÂMICA DO NORTE GOIANO NO ANO DE 2034 ARRANJO PRODUTIVO DE CERÂMICA DO NORTE GOIANO (Cenário Argila Plástica) 2034 Nós, do Comitê Gestor de Mudanças do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano, confirmamos a nossa perspectiva comum de um futuro com competitividade e sustentável (econômico, social, legal e ambiental), proporcionando benefícios para a sociedade. Nossa perspectiva para o ano de 2034 A nossa perspectiva para o ano de 2034 é encontrarmos o Arranjo Produtivo de Cerâmica do norte goiano gerando gerando produtos com valor agregado, com um rigor de qualidade e com maior desempenho, atendendo às demandas de normas para o setor de cerâmica. Novos mecanismos e instrumentos de fomento e financiamento estão instituidos e implantados para o APL. Estes mecanismos são utilizados pela totalidade das empresas e instituições de ensino, pesquisa, inovação e serviços tecnológicos do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano, bem como foram ampliados os investimentos públicos e privados para PD&I de forma regular, continuada e crescente. As ações e atividades voltadas ao desenvolvimento de PD&I do setor de cerâmica estão sendo realizadas e constituem a base fundamental para o desenvolvimento sustentável, competitivo e de alta produtividade do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano. O Centro Tecnológico de Cerâmica criado e implantado no norte goiano, gera conhecimento e caracterização de matéria prima e insumos para indústria de cerâmica do APL, inovação e desenvolvimento tecnológico de processos e produtos, difusão do conhecimento, capacitação, treinamento e certificação profissionais de pessoas, fundamentais para o desenvolvimento sustentável do APL. Adquirido o conhecimento prévio da qualidade dos depósitos de argila de várzea e de sequeiro, os ceramistas melhoram a qualidade de seus produtos, além de diversificar suas atividades para novos produtos e novos mercados. A Ferramenta de Análise de Ciclo de Vida (ACV) do produto sendo utilizada e possibilitando ofertar produtos sustentáveis. A implantação do laboratório cerâmico regional implantado, devidamente equipado, possibilitando o controle de qualidade dos produtos e sua certificação. Pessoas sendo treinadas e capacitadas, propiciam ganho na qualidade dos produtos, / do volume de produção, e do mercado, promovendo o desenvolvimento local e do APL. A gestão profissional implantada nas empresas do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano, tornam estas empresas produtivas e rentáveis. O associativismo e cooperativismo aplicado, sendo um instrumento de gestão sustentável que proporciona o desenvolvimento do setor. O ensino fundamental e médio no norte goiano universalizado. A qualificação dos indivíduos dos municípios do Norte Goiano possibilita melhorias da produtividade e comercialização dos produtos gerados com sustentabilidade. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 2 O valor agregado dos produtos Cerâmicos do Norte Goiano tem grande incentivo, principalmente, com a caracterização das argilas existentes e de laboratório de ensaios cerâmicos implantado. As empresas estão profissionalizadas e preparadas para buscar e obter financiamentos com recursos públicos, contribuindo para o desenvolvimento da região. Os investimentos em pessoal técnico realizados propiciam descobertas de novos depósitos, preparo de laboratoristas e melhora nos processos, levando a indústria a atingir sustentabilidade. O setor cerâmico gere suas empresas com responsabilidade e auto nível de profissionalismo, buscando otimizar os cuidados com as máquinas e equipamentos e investem cada vez mais em saúde e segurança no trabalho. O investimento em inovação de processos e produtos, proporcionou ampliar a escala de produção e alcançou novos mercados. A marca “Cerâmica do Norte Goiano” foi divulgada por todo o Brasil e no Exterior, em razão de sua qualidade e durabilidade. A sensibilização dos atores responsáveis e o conhecimento das dificuldades locais levado aos pelos licenciamentos e fiscalizações houve o reconhecimento das potencialidades e limitações das pequenas empresas em relação aos procedimentos legais. A consciência de associativismo/cooperativismo existe e foram estruturadas as ações que suprem as necessidades das empresas coletivamente, fortalecendo a Asceno. Os investimentos nas políticas para o desenvolvimento dos arranjos produtivos foram priorizados e o setor cerâmico do norte Norte de Goiás foi fortalecido. A atividade cerâmica está totalmente formalizada, com acesso a todos aos meios de incentivo ao crescimento do negócio, criando competitividade e gerando produtividade e oportunidade de desenvolvimento. Há o investimento em novas tecnologias de produção e em produtos de valor agregado, visando atender outros mercados, com melhores resultados e fortalecimento da indústria ceramista do norte goiano. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 3 Nossas Responsabilidades – Comitê Getor de Mudança – Compromissos / Ações Estratégicas Nós, do Comitê Gestor de Mudança, temos um papel em assegurar que o objetido defnido: “nossa perspectiva comum de um futuro com competitividade e sustentável (econômico, social, legal e ambiental), proporcionando benefícios para a sociedade”, seja atingido, por meio da execução das Ações Estratégicas definidas, tendo consciência que respondemos os desafios em cooperação com os diversos níveis de governo. Este papel exige que seja adotada uma aboradegem mais efetiva e integrada, nas políticas locais, municipais, estaduais e federais, compatibilizando com o desenvolvimento sustentável definido no objetivo. Simultaneamente, devemos garantir que os nossos esforços para melhorar a qualidade de vida do território do APL não ponham em risco a qualidade de vida de pessoas noutras partes do mundo ou das gerações futuras. Os compromissos: O desenvolvimento sustentável do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano dependerá, como foi visto durante a elaboração do processo prospectivo, da “Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação para a Sustentabilidade”, que dependerá do “Desenvolvimento de Pessoas“, e, com isso propiciará “Agregação e Adensamento de Valor à Cadeia Produtiva”, propiciando a base de “Formalização e Representação” do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano nos diversos Órgãos e Entidades que poderão contribuir para o seu desenvolvimento. Os compromissos abaixo relacionados por responsabilidade necessitam ser planejados, por esta razão foi definida a AÇÃO: “Competência de pessoal em elaboração e gestão de projetos de P,D&I em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP”, que significa preparar para todos os compromissos / AÇÕES a elaboração de PROJETOS, devendo conter: Definição de como o compromisso / AÇÃO será executada e como ocorrerá sua administração de execução; Definição do tempo de execução do compromisso / AÇÃO; Definição dos processos da administração de o compromisso / AÇÃO, isto é, o processo de planejar, organizar, executar e controlar as atividades que comporão a execução do compromisso / AÇÃO, que consiste de decisões que serão tomadas ao longo de todo o tempo de execução do compromisso / AÇÃO; Planejamento das Atividades de execução do compromisso / AÇÃO; Produto esperado depois do compromisso / AÇÃO executada; Elaboração do orçamentação de todas atividades que comporão o compromisso / AÇÃO; Cronogramas físico e financeiro da execução e implantação do compromisso / AÇÃO; Definir exatamente as especificações dos resultados esperados do compromisso / AÇÃO; Definição das Pessoas que comporão o projeto de execução e implantação do compromisso / AÇÃO. Desenvolver um sistema de informações de cada execução e implantação do compromisso / AÇÃO; Analisar os riscos e consequências adversas de cada decisão para execução e implantação do compromisso / AÇÃO; Planejar em tempo hábil quando será necessário o fornecimento e a respectiva compra para que a execução e implantação do compromisso / AÇÃO não sofrer atrasos. A ASCENO – Associação do Ceramista do Norte Goiano é resposável pelos seguintes COMPROMISSOS / AÇÕES: Contratar consultoria para sensibilizar e convencer os ceramistas sobre a importância de participar do Plano e regularizar as áreas de extração de argila, bem como sobre as consequências da não regularização – ASCENO. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 4 Apresentar ao DNPM as áreas de argila oneradas e de interesse a serem legalizadas. Celebrar convênio entre a ASCENO e a Anicer ou o Sebrae para implantação do Programa Setorial de Qualidade (PSQ). Formalizar as Atividades de Extração de Argilas pelos Ceramistas. Elaborar, sistematizar e divulgar o banco de dados do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano – MME. Apresentar ao Ministério Público necessidade de regularização das áreas, caso não tenha êxito nas ações anteriores. Cumprir normas implementadas pelo PSQ pela Indústria Ceramista. Agregar valor aos produtos. Estar legalizado e ter pessoal capacitado para elaborar e implementar projetos de P,D&I para aproveitar os recursos disponíveis. Elaborar o PD&I para o desenvolvimento de novas fontes de energia sustentáveis. Desenvolver inovação tecnológica de produtos e processos. Criar o Centro Tecnológico de Cerâmica do Norte de Goiás. – ASCENO. Elaborar convênio e implementar a caracterização tecnológica da matéria prima – ASCENO. Identificar, quantificar e caracterizar tecnologicamente as matérias primas da indústria cerâmica: argila, caulim e feldspato – ASCENO. Divulgar o ACV, elaborado pela Anicer, e o Programa Nacional de ACV. Treinar a indústria cerâmica para a utilização da feramenta de ACV. Implantar o ACV. Construir o Laboratório de Cerâmica do Norte Goiano – ASCENO. Desenvolver a Competência de pessoal em elaboração e gestão de projetos de PD&I em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP. Buscar parceria da ASCENO com as instituições de ensino, SENAI, SESI, SENAT, SESTE, SENAC, SESC, SESCOOP, para formação e capacitação de pessoal para o setor. Buscar parceria da ASCENO com o SEBRAE para treinamento em gestão Buscar parceria da ASCENO com a ANICER para treinamento técnico do setor. Identificar lideranças microrregionais no Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano para dinamizar o associativismo. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 5 Organizar e realizar reuniões microrregionais para divulgar cartilha do Plano, os trabalhos do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano e sensibilizar os ceramistas quanto à participação. Efetivar a Participação em feiras e eventos técnicos do setor. Criar central de compras e vendas do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano. Criar centrais microrregionais de massa. Criar cooperativa dos produtos de cerâmica do norte goiano. Criar feira de cerâmica do norte goiano. Criar consórcio de exportação. Contatar as prefeituras para que seja melhorado o nível fundamental e com as secretarias de estaduais de educação para o nível médio, a ASCENO, por meio das lideranças microrregionais identificadas. Exigir bom rendimento escolar do trabalhador, que deve ser acompanhado pelo ceramista até a conclusão do nível médio, aqueles trabalhadores que estão Acima da idade legal para empregar. Estímular o estudo por meio do de concessão de bolsa. Capacitar o pessoal em elaboração e gestão de projetos em GERAL em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP Buscar parceria com a ANICER e SENAI pela ASCENO. Exigir bom rendimento escolar do trabalhador, que deve ser acompanhado pelo ceramista até a conclusão do nível médio, aqueles trabalhadores que estão Acima da idade legal para empregar. Estímular ao estudo por meio do de concessão de bolsa. Realizar Projeto cooperativos de PD&I entre ceramistas e instituições de pesquisa para desenvolvimento de novos produtos e diversificação da produção. Identificar e divulgar as fontes de financiamento e as finalidades dos financiamentos. Efetuar Apresentação e gestão de projetos. Institucionalizar os programas públicos para potenciais de materiais para cerâmica iniciando-se pela argila de sequeiro - ASCENO solicita ao Executivo Fazer o levantamento/avaliação dos potenciais materiais para cerâmica pelos Ceramistas. Fazer, com a ANICER, um levantamento das condições atuais do nível tecnológico das indústrias e propor projetos de modernização. Fazer um levantamento das condições atuais do nível tecnológico das indústrias e propor projeto de modernização com a ANICER. Elaboraro e implantar projetos de modernização. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 6 Implantar o PSQ com ANICER. Criar e divulgar a logomarca do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano. Elaboração e implantação de um plano de marketing institucional. Sensibilizar os órgãos responsáveis para simplificação do licenciamento ambiental - ação da ASCENO nos órgãos ambientais. Levar ao conhecimento e sensibilizar os ceramistas com relação à obrigatoriedade de atendimento da legislação (fiscal e trabalhista) - ASCENO e ceramistas. Implementar as ações de fortalecimento do associativismo e cooperativismo. Reestruturaçãor organizacional e ampliação do quadro técnico da ASCENO Elaborar um plano institucional de comunicação incluindo projetos a serem apresentados aos órgãos públicos e instituições de fomento- ASCENO em parceria com instituições de ensino. Elencar os problemas burocráticos do setor público que afetem o setor de cerâmica Contatar o Ministério Público Federal e Estadual de posse do Relatório Institucional. Formalizar a Atividade de Extração de Argilas pelos Ceramistas. Monitorar o mercado e avaliar os produtos concorrentes. Criar, em parceria com a ANICER, um observatório para monitorar o mercado concorrente. Lançar produtos com valor agregado para alcançar novos mercados. O Executivo, que poderá ser Estadual ou Federal, deverá executar os Compromissos / Ações conforme as especificações a seguir: Contratar consultoria para sensibilizar e convencer os ceramistas sobre a importância de participar do Plano e sobre as consequências da não regularização das r áreas de extração de argila - GGM/SIC-GO. Elaborar, sistematizar e divulgar o banco de dados do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano – MME. Certificar produtos - GGM/SIC-GO Criar o Centro Telecnológico de Cerâmica do Norte de Goiás - SECTEC-GO e SIC-GO Elaborar convênio e implementar a caracterização tecnológica da matéria prima - GGM/SIC-GO. Identificar e caracterizar tecnológicamente a matéria-prima: argila - GGM/SIC-GO. Identificar, quantificar e caracterizar tecnologicamente as matérias primas da insdústria cerâmica: argila, caulim e feldspato - GGM/SIC-GO. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 7 Identificar, quantificar e caracterizar tecnologicamente as matérias primas da indústria cerâmica: argila, caulim e feldspato - SECTEC-GO. Apoiar a Construção e equipar o Laboratório de Cerâmica do Norte Goiano - SECTEC/GO. Efetuar a acreditação do Laboratório de Cerâmica da SIC/GGM/GO para realização de ensaios de produtos certificados pela GGM/SIC-GO. Capacitar o pessoal do laboratório de cerâmica do norte goiano pela equipe do Laboratório de Ensaios Cerâmicos da GGM/SIC-GO. Preparar uma cartilha em linguagem acessível dos resultados do Processo Prospectivo - GGM/SIC-GO. Realizar a Contratação de extensionista técnico para os ceramistas. Institucionalizar os programas públicos para potenciais de materiais para cerâmica iniciando-se pela argila de sequeiro - ASCENO solicita ao Executivo. Mapear o potencial de argila de sequeiro no âmbito do APL - GGM/SIC-GO. Sensibilizar os órgãos responsáveis para simplificação do licenciamento ambiental - ação da ASCENO nos órgãos ambientais. Elaborar as políticas públicas necessárias ao atendimento das demandas levantadas/planejadas Otimizar e aperfeiçoar a burocracia pública para o setor de cerâmica. A Instituição de Ensino deverá contribuir com a execução dos Compromissos / Ações definidas, conforme as especificações, mediante contato e parceria da ASCENO: Desenvolver a Competência de pessoal em elaboração e gestão de projetos de PD&I em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP. Buscar parceria da ASCENO com as instituições de ensino, SENAI, SESI, SENAT, SEST, SENAC, SESC e SESCOOP, para formação e capacitação de pessoal para o setor. Capacitar o pessoal em elaboração e gestão de projetos em GERAL em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP. Buscar parceria da ASCENO com o SEBRAE para treinamento em gestão. Buscar parceria com a ANICER e SENAI pela ASCENO. Elaborar um plano institucional de comunicação incluindo projetos a serem apresentados aos órgãos públicos e instituições de fomento- ASCENO em parceria com instituições de ensino. O Ministério Público deverá executar o Compromisso / Ação se for sensiblizado pela ASCENO: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 8 Apresentar ao Ministério Público necessidade de regularização das áreas, caso não tenha êxito nas ações anteriores. Compromissos Comuns Os participantes do Comitê Gestor de Mudanças devem se comprometer em se reunir de três em três meses para verificar os resultados face aos compromissos / ações assumidas e tornar público para os participantes da Cadeia Produtiva do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano. A seguir a tabela 1 contendo os compromissos / ações estratégicas, com os respectivos inícios e términos e os responsáveis. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 9 Tabela 1: Relação dos Compromissos / Ações Estratégicas, início e término e responsáveis AÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL ARGILA PLÁSTICA AÇÔES ESTRATÉGICAS INICIO TÉRMINO RESPONSÁVEL Variáveis-chave Motrizes Status 1ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Contratar consultoria para sensibilizar ceramistas sobre a importância de participar do Plano e regularizar áreas de extração de argila - ASCENO 2014,7 2015,1 ASCENO Unplanned 2ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Contratar consultoria para sensibilizar ceramistas sobre a importância de participar do Plano e regularizar áreas de extração de argila GGM/SIC-GO 2015,1 2016,1 Executivo Unplanned 3ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Apresentar ao DNPM as áreas de argila oneradas e de interesse a serem legalizadas 2015,1 2016,1 ASCENO Unplanned 4ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Celebrar convênio entre a ASCENO e a Anicer ou o Sebrae para implantação do Programa Setorial de Qualidade (PSQ) 2016,1 2017,1 ASCENO Unplanned 5ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Formalização da Atividade de Extração de Argilas pelos Ceramistas 2017,1 2018,1 ASCENO Unplanned 6ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Elaborar, sistematizar e divulgar o banco de dados do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano - MME 2018,1 2019,1 ASCENO Unplanned 7ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Elaborar, sistematizar e divulgar o banco de dados do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano - MME 2018,1 2019,1 Executivo Unplanned DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME Hipóteses das Variáveis motrizes para o Cenário Argila Plástica 1.2. Diante da necessidade de preservação / conservação ambiental, há uma tendência de agregação do valor do produto, aumentando as novas demandas de normas que exigirão maior desempenho dos produtos 10 8ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Caso não tenha êxito nas ações anteriores apresentar ao Ministério Público necessidade de regularização das áreas 2018,1 2019,1 ASCENO Unplanned 9ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Caso não tenha êxito nas ações anteriores apresentar ao Ministério Público necessidade de regularização das áreas 2018,1 2019,1 MinPublic Unplanned 10ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Indústria Ceramista cumprir normas implementadas pelo PSQ 2017,1 2018,1 ASCENO Unplanned 11ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Certificação de produtos - GGM/SIC-GO 2019,1 2020,1 Executivo Unplanned 12ª. 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Agregar valor aos produtos 2020,1 2021,1 ASCENO Unplanned 13ª. 2. Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (IPDTI) 6. Desenvolvimento PDI no APL (DPDIAPL) 6. Desenvolvimento PDI no APL 15ª. (DPDIAPL) 6. Desenvolvimento PDI no APL 16ª. (DPDIAPL) 6. Desenvolvimento PDI no APL 17ª. (DPDIAPL) 14ª. Estar legalizado e ter pessoal capacitado para elaborar e implementar projetos de P,D&I para aproveitar os recursos disponíveis 2017,1 Vision P,D&I para o desenvolvimento de novas fontes de energia sustentáveis ASCENO Unplanned 2018,1 2019,1 ASCENO Unplanned Inovação tecnológica de produtos 2021,1 2022,1 ASCENO Unplanned Criação do Centro Tecnológico de Cerâmica do Norte de Goiás 2024,1 2025,1 ASCENO Unplanned Criação do Centro Tecnológico de Cerâmica do Norte de Goiás - SECTEC-GO e SIC-GO 2024,1 2025,1 Executivo Unplanned DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 2.1. Instituir e implantar novos mecanismos e instrumentos de fomento e financiamento para APLs, implementar o uso destes mescanismos pelas totalidades das empresas e instituições de ensino, pesquisa, inovação e bem como ampliar os investimentos públicos 6.3. A criação e implantação de Centro Tecnológico de Cerâmica Vermelha no norte goiano gerará o conhecimento e caracterização de matéria prima e insumos para indústria de cerâmica do APL, inovação e desenvolvimento tecnológico de processo e produtos, difusão do conhecimento, capacitação, treinamento, treinamento e certificação profissionais de pessoas fundamentais para o desenvolvimento sustentável do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano 11 9. Falta de conhecimento da matéria prima:caracterização Elaborar convênio e implementar a caracterização 18ª. tecnológica da matéria prima - ASCENO tecnológica e Planejamento da produção (MATPRIMA) 2014,1 2014,9 ASCENO Unplanned 9. Falta de conhecimento da matéria prima:caracterização Elaborar convênio e implementar a caracterização 19ª. tecnológica e tecnológica da matéria prima - GGM/SIC-GO Planejamento da produção (MATPRIMA) 2014,1 2014,9 Executivo Unplanned 9. Falta de conhecimento da matéria prima:caracterização Identificação e caracterização tecnológica da 20ª. tecnológica e matéria-prima: argila - GGM/SIC-GO Planejamento da produção (MATPRIMA) 9. Falta de conhecimento da matéria prima:caracterização 21ª. tecnológica e Planejamento da produção (MATPRIMA) 9. Falta de conhecimento da matéria prima:caracterização 22ª. tecnológica e Planejamento da produção (MATPRIMA) 2015,1 2015,9 Executivo Unplanned Identificar, quantificar e caracterizar tecnologicamente as matérias primas da insdústria cerâmica: argila, caulim e feldspato - GGM/SICGO 2015,1 2015,9 Executivo Unplanned Identificar, quantificar e caracterizar tecnologicamente as matérias primas da indústria cerâmica: argila, caulim e feldspato - SECTECGO 2019,1 2019,9 Executivo Unplanned DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 9.3. Com o conhecimento prévio da qualidade dos depósitos de argila de várzea e de sequeiro, os ceramistas poderão melhorar a qualidade de seus produtos, além de diversificar suas atividades para novos produtos e novos mercados. 12 9. Falta de conhecimento da matéria Identificar, quantificar e caracterizar prima:caracterização tecnologicamente as matérias primas da indústria 23ª. tecnológica e cerâmica: argila, caulim e feldspato Planejamento da produção (MATPRIMA) 2019,1 2019,9 ASCENO Unplanned 24ª. 12. Divulgar ACV dos Produtos (DACVP) Divulgar o ACV, elaborado pela Anicer, e o Programa Nacional de ACV. 2019,1 2019,9 ASCENO Unplanned 25ª. 12. Divulgar ACV dos Produtos (DACVP) Treinar a indústria cerâmica para a utilização da ferramenta de ACV 2022,1 2022,9 ASCENO Unplanned 26ª. 12. Divulgar ACV dos Produtos (DACVP) Implantar o ACV 2025,1 2025,9 ASCENO Unplanned 27ª. 21. Falta de Infraesrutura Laboratorial (FIL) Construção do Laboratório de Cerâmica do Norte Goiano - ASCENO 2015,1 2016,5 ASCENO Planned 28ª. 29ª. 30ª. 31ª. 32ª. 33ª. 21. Falta de Infraesrutura Laboratorial (FIL) 21. Falta de Infraesrutura Laboratorial (FIL) Apoiar a Construção e equipar o Laboratório de Cerâmica do Norte Goiano - SECTEC/GO 2015,1 2016,5 Executivo Planned Acreditação do Laboratório de Cerâmica da SIC/GGM/GO para realização de ensaios de produtos certificados pela GGM/SIC-GO 2017,1 2017,9 Executivo Unplanned 3. Investir em formação e capacitação (IFC) Competência de pessoal em elaboração e gestão de projetos de P,D&I em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP 2015,1 Vision ASCENO Unplanned 3. Investir em formação e capacitação (IFC) 3. Investir em formação e capacitação (IFC) Competência de pessoal em elaboração e gestão de projetos de P,D&I em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP Capacitação do pessoal do laboratório de cerâmica do norte goiano pela equipe do LEC da GGM/SIC-GO 2015,1 Vision InstEnsino Unplanned 2016,1 Vision Executivo Unplanned 3. Investir em formação e capacitação (IFC) Buscar parceria da ASCENO com as instituições de ensino, SENAI, SESI, SENAT, SENAC para formação e capacitação de pessoal para o setor 2016,1 Vision ASCENO Unplanned DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 12.4. Usar a Ferramenta de ACV para possibilitar oferta de produtos sustentáveis 21.5. A implantação regional de laboratório cerâmico, devidamente, equipado possibilitará o controle de qualidade dos produtos e facilitará sua certificação 3.3. Se houver treinamento e capacitação haverá ganho na qualidade dos produtos / do volume de produção e do mercadopromovendo o desenvolvimento local e do APL 13 34ª. 35ª. 3. Investir em formação e capacitação (IFC) 5. Falta de Gestão Profissional: Administração capacitada (ADMINISTRA) Buscar parceria da ASCENO com as instituições de ensino, SENAI, SESI, SENAT, SENAC para formação e capacitação de pessoal para o setor 2016,1 Vision InstEnsino Unplanned Buscar parceria da ASCENO com o SEBRAE para treinamento em gestão 2015,1 Vision ASCENO Unplanned 36ª. 5. Falta de Gestão Profissional: Administração capacitada (ADMINISTRA) Buscar parceria da ASCENO com o SEBRAE para treinamento em gestão 2015,1 Vision InstEnsino Unplanned 37ª. 5. Falta de Gestão Profissional: Administração capacitada (ADMINISTRA) Buscar parceria da ASCENO com a ANICER para treinamento técnico do setor 2015,1 Vision ASCENO Unplanned 38ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Identificar lideranças microrregionais no Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano para dinamizar o associativismo. 2014,5 Vision ASCENO Unplanned 39ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Organizar e realizar reuniões microrregionais para divulgar cartilha do Plano, os trabalhos do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano e sensibilizar os ceramistas quanto à participação 2015,1 Vision ASCENO Unplanned 40ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Preparar uma cartilha em linguagem acessível dos resultados do Processo Prospectivo - GGM/SICGO 2015,1 2015,9 Executivo Unplanned 41ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Contratação de extensionista técnico para os ceramistas 2016,1 2016,9 Executivo Unplanned DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 5.1. Implantar a gestão profissional nas empresas do APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano tornará estas empresas produtivas e rentáveis. 10.1. Aplicar a metodologia do associativismo e cooperativismo como instrumento de gestão sustentável proporcionará o desenvolvimento do setor. 14 42ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Participação em feiras e eventos técnicos do setor 2017,1 Vision 43ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Criar central de compras e vendas do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano 44ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) ASCENO Unplanned 2020,1 2020,9 ASCENO Unplanned Criar centrais microrregionais de massa 2022,1 2022,9 ASCENO Unplanned 45ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Criar cooperativa dos produtos de cerâmica do norte goiano 2024,1 2024,9 ASCENO Unplanned 46ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Criar feira de cerâmica do norte goiano 2025,1 2025,9 ASCENO Unplanned 47ª. 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Criar consórcio de exportação 2033,1 2033,9 ASCENO Unplanned ASCENO, por meio das lideranças 13, Melhoria do microrregionais identificadas, contatar as 48ª. grau de escolaridade prefeituras para que seja melhorado o nível fundamental e com as secretarias de estaduais de (MGE) educação para o nível médio Acima da idade legal para empregar, exigir bom 13, Melhoria do rendimento escolar do trabalhador, que deve ser 49ª. grau de escolaridade acompanhado pelo ceramista até a conclusão do (MGE) nível médio 13, Melhoria do Estímulo ao estudo por meio do de concessão de 50ª. grau de escolaridade bolsa (MGE) 2015,1 Vision ASCENO Unplanned 2016,1 Vision ASCENO Unplanned 2017,1 Vision ASCENO Unplanned DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 13.3. A universalização de ensino fundamental e médio no norte goiano 15 51ª. 52ª. 16. Mãos de obra desqualificada (MOD) Capacitação de pessoal em elaboração e gestão de projetos em GERAL em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP 2016,1 Vision ASCENO Unplanned 16. Mãos de obra desqualificada (MOD) 16. Mãos de obra desqualificada (MOD) 16. Mãos de obra desqualificada (MOD) Capacitação de pessoal em elaboração e gestão de projetos em GERAL em parceria com IFG, UFG, UEG, SEBRAE, SENAI com profissionais PMP 2016,1 Vision InstEnsino Unplanned ASCENO, buscar parceria com a ANICER e SENAI 2015,1 2015,9 ASCENO Unplanned ASCENO, buscar parceria com a ANICER e SENAI 2015,1 2015,9 InstEnsino Unplanned 55ª. 16. Mãos de obra desqualificada (MOD) Acima da idade legal para empregar, exigir bom rendimento escolar do trabalhador, que deve ser acompanhado pelo ceramista até a conclusão do nível médio 2015,1 Vision ASCENO Unplanned 56ª. 16. Mãos de obra desqualificada (MOD) Estímulo ao estudo por meio do de concessão de bolsa 2017,1 Vision ASCENO Unplanned 53ª. 54ª. 57ª. 58ª. 59ª. 60ª. Projeto cooperativos de P,D&I entre ceramistas e 4. Agregar valor ao instituições de pesquisa para desenvolvimento de produto (VA) novos produtos e diversificação da produção 11. Falta de financiamento (FALTAFIN) 11. Falta de financiamento (FALTAFIN) 17. Levantamento /mapeamento das reservas de matéria prima para a indústria cerâmica (LMGRAVS) 2017 Vision ASCENO Unplanned Identificar e divulgar as fontes de financiamento e as finalidades dos financiamentos 2015 Vision ASCENO Unplanned Apresentação e gestão de projetos 2016 Vision ASCENO Unplanned Institucionalização de programas públicos para potenciais de materiais para cerâmica iniciando-se pela argila de sequeiro - ASCENO solicita ao Executivo 2015 Vision ASCENO DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME Unplanned 16.2. Se houver a melhoria da qualificação dos indivíduos nos municípios do Norte Goiano, haverá, na região, possibilidade de melhorias da produtividade e comercialização dos produtos gerados com sustentabilidade. 4.3. O valor agregado dos produtos Cerâmicos do Norte Goiano terá grande incentivo principalmente com a caracterização das argilas existentes e implantação de laboratório de ensaios cerâmicos 11.1. As empresas se profissionalizarão e estarão preparadas para buscar e obter financiamentos com recursos públicos, contribuindo assim para o desenvolvimento da região 17.3. A realização de investimentos em pessoal técnico para a descoberta de novos depósitos, de laboratoristas e de processos levará a auto sustentabilidade da indústria. 16 61ª. 62ª. 63ª. 64ª. 65ª. 66ª. 67ª. 68ª. 69ª. 17. Levantamento /mapeamento das reservas de matéria prima para a indústria cerâmica (LMGRAVS) 17. Levantamento /mapeamento das reservas de matéria prima para a indústria cerâmica (LMGRAVS) 17. Levantamento /mapeamento das reservas de matéria prima para a indústria cerâmica (LMGRAVS) 18. Infraestrutura precária máquinas e equipamentos (IPME) 18. Infraestrutura precária máquinas e equipamentos (IPME) 18. Infraestrutura precária máquinas e equipamentos (IPME) 20. Desconhecimento / Descumprimento das NRs (DNRs) 22. Divulgar a Marca (MA) 22. Divulgar a Marca (MA) Institucionalização de programas públicos para potenciais de materiais para cerâmica iniciando-se pela argila de sequeiro - ASCENO solicita ao Executivo 2015 Vision Executivo Unplanned Mapear o potencial de argila de sequeiro no âmbito do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano - GGM/SIC-GO 2016,1 Vision Executivo Unplanned Ceramistas fazem levantamento/avaliação dos potenciais materiais para cerâmica 2017,1 Vision ASCENO Unplanned Fazer, com a ANICER, um levantamento das condições atuais do nível tecnológico das indústrias e propor projetos de modernização 2016 Vision ASCENO Unplanned Fazer um levantamento das condições atuais do nível tecnológico das indústrias e propor projeto de modernização com a ANICER 2016 Vision ASCENO Unplanned Elaboração e implantação de projetos de modernização 2017 Vision ASCENO Unplanned Implantar o PSQ com ANICER 2018,1 2018,9 ASCENO Unplanned Criar e divulgar a logomarca do Arranjo Produtivo de Cerâmica do Norte Goiano 2019 Vision ASCENO Unplanned Elaboração e implantação de um plano de marketing institucional 2020 Vision ASCENO Unplanned DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 18.3. O setor cerâmico passa a gerir sua empresa com responsabilidade e auto nível de profissionalismo, buscando otimizar os cuidados com as maquinas e equipamentos e investir cada vez mais em segurança no trabalho. 20.3. Investir em inovação de processos e produtos, ampliando escala de produção e alcançando novos mercados 22.4. A marca no ano de Vision da “Cerâmica Vermelha do Norte Goiano” foi divulgada por todo o Brasil e no Exterior, em razão de sua qualidade e durabilidade 17 7. Legalização da 70ª. atividade ceramista (LEGALCER) Sensibilização dos órgãos responsáveis para simplificação do licenciamento ambiental - ação da ASCENO junto aos órgãos ambientais 2016,1 2016,9 ASCENO Unplanned 7. Legalização da 71ª. atividade ceramista (LEGALCER) Sensibilização dos órgãos responsáveis para simplificação do licenciamento ambiental - ação da ASCENO junto aos órgãos ambientais 2016,1 2016,9 Executivo Unplanned 7. Legalização da 72ª. atividade ceramista (LEGALCER) Sensibilização dos ceramistas com relação ao atendimento da legislação (fiscal e trabalhista) ASCENO e ceramistas 2017,1 2017,9 ASCENO Unplanned 73ª. 8. Fortalecimento da Implementar as ações de fortalecimento do ASCENO (FA) associativismos e cooperativismo 2014,7 Vision 74ª. 8. Fortalecimento da Reestruturação organizacional e ampliação do ASCENO (FA) qudro técnico da ASCENO 75ª. 14. Dinamização do setor público (DSP) 76ª. 14. Dinamização do setor público (DSP) 14. Dinamização do setor público (DSP) 14. Dinamização do 78ª. setor público (DSP) 14. Dinamização do 79ª. setor público (DSP) 14. Dinamização do 80ª. setor público (DSP) 77ª. 81ª. 15. Buscar Legalização da Jazida (LEGALJAZ) Elaboração de um plano institucional de comunicação incluindo projetos a serem apresentados aos órgãos públicos e instituições de fomento- ASCENO em parceria com instituições de ensino Elaboração de um plano institucional de comunicação incluindo projetos a serem apresentados aos órgãos públicos e instituições de fomento- ASCENO em parceria com instituições de ensino Elencar os problemas burocráticos do setor público que afetem o setor de cerâmica Elaboração de políticas públicas necessárias ao atendimento das demandas levantadas/planejadas Contato com o Ministério Público Federal e Estadual de posse do Relatório Institucional Otimizar e aperfeiçoar a burocracia pública para o setor de cerâmica Formalização da Atividade de Extração de Argilas pelos Ceramistas ASCENO Unplanned 2016,1 2016,9 ASCENO Unplanned 2015,1 2015,9 ASCENO Unplanned 2015,1 2015,9 InstEnsino Unplanned 2016,1 2016,9 ASCENO Unplanned 2016,1 Vision Executivo Unplanned 2016,1 2016,9 ASCENO Unplanned 2016,1 2016,9 Executivo Unplanned 2017,1 2017,9 ASCENO DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME Unplanned 7.3. Adotar uma política de sensibilização dos atores responsáveis pelos licenciamentos e fiscalizações levará ao reconhecimento das potencialidades e limitações das pequenas empresas em relação aos procedimentos legais. 8.2. Reforçar a consciência de associativismo/cooperativismo e estruturar ações que supram as necessidades das empresas coletivamente trará o fortalecimento da ASCENO. 14.1. Se houver prioridade nos investimentos das políticas para o desenvolvimento dos arranjos produtivos, o setor cerâmico do norte de Goiás poderá se fortalecer. 15.3. Manter a atividade totalmente formalizada com acesso a todos os meios de incentivo ao crescimento do negócio, criando competitividade e oportunidade e desenvolvimento 18 19. Produtos 82ª. Substitutos - Novos Materiais (PSNM) 19. Produtos 83ª. Substitutos - Novos Materiais (PSNM) 19. Produtos 84ª. Substitutos - Novos Materiais (PSNM) Monitorar o mercado e avaliar os produtos concorrentes Criar, em parceria com a ANICER, um observatório para monitorar o mercado concorrente Lançar produtos com valor agregado para alcançar novos mercados 2017 Vision 2017,1 ASCENO Unplanned 2017,9 ASCENO Unplanned 2023 Vision ASCENO DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME Unplanned 19.2. Investir em novas tecnologias de produção e em produtos de valor agregado visando atender outros mercados trará melhores resultados em médio e longo prazo fortalecendo a indústria ceramista do norte goiano. 19 ANEXO I DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 20 Situação Atual das Variáveis-chave Motrizes que deram suporte para a construção do CENÁRIO ARGILA PLÁSTICA I - Introdução De acordo o Relatório do Plano de Desenvolvimento1, o nascimento da Indústria Cerâmica do Norte de Goiás se dá com o avanço do ciclo do ouro em Goiás, a partir da 3ª década do século XVII com a exploração das minas de Pilar de Goiás, Niquelândia, e Amaro Leite (atualmente Mara Rosa). A exploração das minas fixou muitos bandeirantes e nativos, surgindo assim vilas e povoados, onde vários passaram a ser centros comerciais de relevância da região, criando necessidades de moradias, as quais foram construídas inicialmente com adobe (blocos de argila sem queima) e posteriormente com o tijolo maciço (blocos de argila queimados) e telhas cerâmicas tipo comum, contornadas em moldes de madeira (queimadas em caieiras, em barrancos). Todo o processo era feito com pipas de tração animal e este quadro perdurou até a 2ª Guerra Mundial, quando deu início na região às instalações das primeiras pipas mecanizadas (misturador e extrusor de argila com técnicas rudimentares), dando assim o desenvolvimento do parque industrial cerâmico, propriamente dito, na região norte de Goiás. A região é rica em depósito de argila, principalmente às margens do Rio Crixás, Rio das Almas, Rio dos Bois, Rio Maranhão, Rio do Ouro, Rio Cana Brava e em todos os seus afluentes, justamente na área em que configura a abrangência do APL, a qual está situada nos arredores da Rod. BR-153, (trecho Belém-Brasília) o que facilitou a implantação de olarias e posteriormente as indústrias cerâmicas com maquinários de extrusão a vácuo e prensagem. O seu desenvolvimento se deu a partir de 1980 com o reflexo da pavimentação asfáltica da BR-153, de Ceres até Belém (PA) na década de 70. A partir de 1999 quando foi criada a Associação dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiás – ASCENO iniciou-se uma nova atitude nas empresas, onde passaram a buscar conexão com as novas tecnologias do Sudeste e Sul do País, através da participação em Congressos e Feiras de Níveis Estadual e Nacional, quando surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados, principalmente no Vale do São Patrício (Goiás), Estado do Tocantins, Sul do Pará, Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso. Com a criação do APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás e a iminente implantação da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de Aceleração do Crescimento - PAC o cenário para alavancar o setor não poderia ser mais oportuno, os ceramistas estão confiantes nessa nova oportunidade de levar a Cerâmica do Norte de Goiás aos rincões do Brasil e porque não, além das fronteiras, com produtos de alto valor agregado, cujo foco está objetivado. A consolidação do Arranjo Produtivo Local da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, em bases competitivas e sustentáveis, contempla duas etapas básicas: (1) a preparação e articulação inicial; (2) o desenvolvimento e implementação. Na etapa (1), já foram realizados até o presente momento estudos prospectivos, reuniões de sensibilização e mobilização local, estruturação da governança e a realização do Planejamento Estratégico. Em continuidade, deverão ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captação de recursos. Na etapa (2), deverão ser implementados os projetos de P&D, infra-estrutura, capacitação e mercadologia, de modo a adequar as empresas para obtenção de certificação de produção e de qualidade em produtos e processos. A Região Norte do Estado de Goiás apresenta desta forma, uma grande vocação para a cadeia produtiva de produtos cerâmicos como insumos para a construção civil, seja pela disponibilidade de matéria-prima, sejam pela prática tradicional. A indústria de Cerâmica Vermelha está presente em vinte e dois municípios da mesorregião Norte do Estado, subdivididos para efeitos do Projeto APL, em sete microrregiões, sendo eles: Rialma, Carmo do Rio Verde, Rubiataba, Ipiranga, Itapaci, Santa Terezinha de Goiás, Crixás, Campos Verdes, Nova Iguaçu, Alto Horizonte, Campinorte, Uruaçu, Niquelândia, Barro Alto, Goianésia, Mara Rosa, Estrela do Norte, Multunópolis, Trombas, Minaçu, São Miguel do Araguaia e Porangatu, perfazendo 36 empresas. 1 Plano de Desenvolvimento do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1248268566.pdf. Acesso em 10/12/2013. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 21 Figura 2: Municípios que participam do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano Situação atual do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano2: 2 Retrospectiva do Planejamento do Desenvolvimento do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Disponível em: http://www.idsust.com.br/disserta/Retrospectiva_Plan_APL_Cer_Verm_N_GO.pdf. Acesso em 23/01/2014. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 22 Situação de 2007 a 2013: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 23 Desafios Alcançados: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 24 Análise dos Resultados Alcançados: Situação da Qualidade e Produtividade 2007 a 2013: Situação de Tecnologia e Inovação 2007 a 2013: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 25 II – BASE OU SITUAÇÃO ATUAL -Variáveis Motrizes - CENÁRIO GLOBAL ARGILA PLÁSTICA A BASE ou SITUAÇÃO ATUAL: corresponde a representação da situação atual apreendida ao longo do tempo, no caso do Cenário Global ARGILA PLÁSTICA. Neste caso, serão relacionadas as descrições das Variáveis-chave Motrizes por tema, na ordem hierárquica de motricidade. A descrição de cada variável-chave é de responsabilidade exclusiva dos respectivos participantes, relacionados em cada uma das descrições, seja na estrutura, nas fontes, citações ou não, e bibliografia consultada. Tema 1: Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação para a Sustentabilidade 1. Melhorar a Qualidade (QDE) 2. Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (IPDTI) 6. Desenvolvimento PDI no APL (DPDIAPL) 9. Falta de conhecimento da matéria prima: caracterização tecnológica e Planejamento da produção (MATPRIMA) 12. Divulgar ACV dos Produtos (DACVP) 21. Falta de Infraestrutura Laboratorial (FIL) DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 26 1. Melhorar a Qualidade (QDE) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante – Cerâmica Estrela Jhonny Afonso Cunha – SEBRAE Edgard Más – Cerâmica Santo Antônio Conceito: Qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado diretamente às percepções de cada indivíduo. Diversos fatores como cultura, modelos mentais, tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam diretamente nesta definição. Definição: O termo qualidade vem do latim qualitate, e é utilizado em situações bem distintas. Por exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas de um país ou região, quando se fala da qualidade da água que se bebe ou do ar que se respira, quando se fala da qualidade do serviço prestado por uma determinada empresa, ou ainda quando se fala da qualidade de um produto no geral. Como o termo tem diversas utilizações, o seu significado nem sempre é de definição clara e objetiva. Pode-se também seguir como exemplo a qualidade desta enciclopédia. Basta escolher um tema qualquer e escrever absurdos. O tempo para a correção ser feita está inversamente ligada à qualidade do site. Quanto melhor a qualidade, menor será esse tempo. No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há várias definições para qualidade: "conformidade com as exigências dos clientes", "relação custo/benefício", "adequação ao uso", "valor agregado, que produtos similares não possuem"; "fazer certo à primeira vez"; "produtos e/ou serviços com efetividade". Enfim, o termo é geralmente empregado para significar "excelência" de um produto ou serviço. A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada aopreço. Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer dizer, os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas uma das suas características, mas várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design, funções que desempenha, etc. Assim, a qualidade é um conceito multidimensional. A qualidade tem muitas dimensões e é por isso mais difícil de definir. De tal forma, que pode ser difícil até para o cliente exprimir o que considera um produto de qualidade. O cliente não avalia se um produto e ou serviço possuem qualidade apenas pelo preço, ou por determinada característica, pelo contrário, a qualidade é determinada quando o produto e ou serviço atingem a expectativa do cliente. A definição de qualidade deve sempre estar relacionada com a satisfação do cliente. Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer produtos e serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado ao acaso. Tem de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a empresa deve apurar quais são as necessidades dos clientes e, em função destas, definir os requisitos de qualidade do produto. Os requisitos são definidos em termos de variáveis como: comprimento, largura, altura, peso, cor, resistência, durabilidade, funções desempenhadas, tempo de entrega, simpatia de quem atende ao cliente, rapidez do atendimento, eficácia do serviço, etc. Cada requisito é em seguida quantificado, a fim de que a qualidade possa ser interpretada por todos (empresa, trabalhadores, gestores e clientes) exatamente da mesma maneira. Os produtos devem exibir esses requisitos, a publicidade se faz em torno desses requisitos (e não de outros), o controle de qualidade visa assegurar que esses requisitos estão presentes no produto, a medição da satisfação se faz para apurar em que medida esses requisitos estão presentes e em que medida vão realmente ao encontro das necessidades. Todo o funcionamento da "empresa de qualidade" gira em torno da oferta do conceito de qualidade que foi definido. Controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da qualidade são conceitos relacionados com o de qualidade na indústria e serviços. Os conceitos são usados em várias áreas, inclusivequalidade de software. Gestão da qualidade é o processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa, quer sejam processos de gestão, de produção, de marketing, de gestão de pessoal, de faturação, de cobrança ou outros. A gestão da qualidade envolve a concepção dos processos e dos produtos/serviços, envolve a melhoria dos processos e o controle de qualidade. Garantia da qualidade são as ações tomadas para redução de defeitos. Controle da qualidade são as ações relacionadas com a medição da qualidade, para diagnosticar se os requisitos estão a ser respeitados e se os objetivos da empresa estão a ser atingidos. Mensuração da Qualidade: Para conhecer o andamento empresarial, é necessário estabelecer parâmetros de medidas, não somente subjetivos, mas que esses facilitem o gestor na tomada de decisão. A mensuração da qualidade dos produtos e serviços da organização vem suprir essa necessidade através do uso de indicadores. Com relação à qualidade de serviços, dadas as características peculiares aos serviços, não se pode medir a qualidade desses da mesma forma feita para produtos. Então, para fazer isso, uma das propostas existentes na literatura, é o método SERVQUAL. Tradicionalmente as organizações dispõem de conjuntos ou sistemas de medidas de desempenho, direcionadas à avaliação do desempenho financeiro, e às vezes de produtividade. Mas o que se propõe é que os indicadores de desempenho da qualidade apontem se a organização está sendo competitiva em relação ao que os clientes desejam. Portanto, a nova proposta de utilização de indicadores é de que eles sejam reflexos da organização como um todo, apontando onde está a direção estratégica que a organização deve seguir. Indicadores são modos de representação - tanto quantitativa quanto qualitativa - de características e propriedades de uma dada realidade. Em outras palavras é “uma característica específica que reflete um aspecto da realidade observada”. Quando se trata a respeito de indicadores qualitativos têm se como exemplos a elaboração de questionários ou de perguntas a serem respondidas pelos clientes. Já em dados quantitativos os exemplos mais comuns são os de tempos, quantidade de produtos/serviços, número de informações, etc. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 27 Com o uso de indicadores, um conceito nada novo, mas que ainda revoluciona as empresas, foram criadas algumas organizações que propõem estudos e cerificações, com o uso de indicadores. Também há vários estudiosos que formularam teorias e soluções práticas sobre este assunto. Segundo Mari (1997), que foi um destes estudiosos, “todas as coisas que podem ser acessadas por intermédio de nosso conhecimento possuem um número; pois sem os números não podemos compreender nem conhecer”. Portanto, assim como os indicadores qualitativos, os quantitativos são essenciais para o progresso organizacional. Indicadores Estratégicos: Com utilização de indicadores, principalmente os voltados para definição de estratégias, as empresas desfrutam de um conhecimento profundo do negócio. Possibilita conhecer o foco de sua atuação. Identificando com clareza qual é a sua fortaleza, exploram mais os quadros de oportunidades empresariais, e de outra forma conhecem suas fraquezas, além de prepara-se contra as ameaças encontradas. Sabendo o foco de atuação, a tomada de decisão quanto a ações estratégicas, táticas e operacionais são mais assertivas, o que dará a empresa uma melhor competitividade e fará com que ela atenda às necessidades e expectativas de seus clientes. Para o acompanhamento dessas ações determinadas, os indicadores são excelentes ferramentas, pois refletem a realidade empresarial. Dessa forma, caso ocorra alguma dificuldade durante a realização das ações, o gestor poderá visualizar as conseqüências, e com isso estabelecer mudanças. As empresas que produzem telhas (20%) têm uma consciência e prática de controle de processo mais rigoroso, uma vez que a produção desse produto exige uma qualidade mínima para seu uso, porém o uso sistemático do controle do processo produtivo passou a ser usado nessas empresas a partir de 2007, com a institucionalização do APL, quando se deu também o inicio do controle do processo prosutivo nas empresas que produzem bloco, mas ainda é incipiente esse controle, que tem impedido a melhoria sistemática da qualidade, ou seja, a melhoria contínua. Evolução da Qualidade “Se alguma coisa puder correr mal, ela correrá mal” Lei de Murphy. Major Edward A. Murphy Jr (1918 - 1990), Engenheiro aeroespacial de sistemas críticos. É certo que o Homem sempre se preocupou com a qualidade, ou seja, com a conformidade do que produzia. Prova de tal é o fato de mesmo nos registros das civilizações antigas se encontrarem referencias á qualidade. Por exemplo o código de Amurabi cita que “Se uma casa mal-construída causa a morte de um filho do dono da casa, então o filho do construtor será condenado à morte” (Seção 230), revelando a preocupação com a qualidade das construções. A conceito da qualidade tem evoluído, com especial transformações em marcos fundamentais para a historia moderna, sendo o Séc. XX a idade da Qualidade. Nos tempos antigos, comum era o processo produtivo e de controlo da qualidade estar centrado num só individuo, o artesão. Este rejeitava os produtos que não cumprissem com os seus requisitos de qualidade, em especial porque o pagamento era baseado na qualidade da peça. A industrialização vem trazer muitas alterações, ao massificar a produção, o que obriga a que sejam introduzidas novas formas de controlo, obrigatórias pois o artesão dá origem ao operador (muitas vezes sem instrução, não treina para as atividades fabris), que coadjuvava a máquina na produção. A qualidade é assegurada pela perícia do operário, e pelas inspeções. O sistema Tayloriano, implementado nos EUA, no fim do século XIX, provocou um grande aumento na produtividade, mas provocou também elevadas perdas por questões de qualidade, fazendo nascer assim os primeiros departamentos de inspeção. Nasce o controlo da qualidade formal, que se caracteriza pela verificação de materiais, peças, componentes, ferramentas e outros estão de acordo com os padrões estabelecidos. Era um processo baseado nas inspeções, o que resultava muitas vezes na rejeição ou retrabalho de lotes inteiros ou então na expedição de lotes fora da conformidade. Os custos associados á qualidade eram substanciais. Com o inicio do séc. XX, surgem os conceitos de Shewhart (1981 – 1967) genericamente conhecidos por controlo estatístico. A este estatístico se deve também o desenvolvimento da base da carta de controlo. A primeira grande guerra mundial acaba por demonstrar na prática o risco do trabalho mal executado, em que a falha do material militar foi atribuída á produção de itens fora das especificações. Antes da década de 30, a qualidade passava pelas técnicas de inspeção. Por volta dos anos 30, começa-se a concluir que situar a Qualidade em torno da inspeção do produto acabado se estava a tornar manifestamente insuficiente. Inicia-se assim uma segunda fase de evolução da Qualidade, em que a inspeção é complementada por uma atitude de natureza mais preventiva, baseada em metodologias de controlo estatístico. A garantia da qualidade consiste em todas as atividades planejadas e sistemáticas que são implementadas dentro do sistema de qualidade buscando assegurar que o projeto irá satisfazer os padrões relevantes de qualidade. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 28 Com a Segunda guerra mundial (1941-1945) surge a necessidade da produção massiva de armamento, alem de todo o resto do material necessário. Os contratos eram muitas vezes ganhos pelos fabricantes com o menor preço, mas a qualidade e viabilidade do armamento era crucial, o que levava a que as forças armadas verificassem todo o material, surge então a famosa MIL- STD- 105, que é uma norma de amostragem aplicada aos contratos militares. No final da guerra o Japão encontra-se devastado, e dedica-se á reconstrução, virando a sua industria para a produção de bens de consumo.O Papel de Deming e Juran é fundamental na evolução da qualidade, e na evolução da industria japonesa. Surge a nova abordagem da Qualidade Total, em que os esforços se centram na melhoria dos processos organizacionais, com o envolvimento de todos os envolvidos nos processos e a massificação dos novos conceitos nas hierarquias. Na década de 60, os circuitos de controlo da qualidade da autoria de Ishikawa. Surgiram também as sete ferramentas básicas da qualidade na utilização da produção: Fluxograma, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Diagrama de Dispersão e Carta de Controle O desenvolvimento da industria asiática e o desfasamento qualitativo entre os seus produtos e os dos países ocidentais, força a industria América, na década de 70, a aderir e a liderar o movimento para a qualidade, surgindo então a gestão pela qualidade total (TQM), que enfatiza as técnicas estatísticas e as estratégias para o envolvimento da organização como um todo. O passo seguinte é a publicação das normas de gestão da qualidade. Em 1987, a sério ISO 9000, publicadas pela ISO (Organização Internacional para Normalização), uma organização não- governamental que elabora normas de aplicação internacional, fundada em 1947 com sede em Genebra (Suíça). A Sua missão consiste na promoção do desenvolvimento da normalização e, atividades relacionadas, em todo o mundo, como elemento facilitador das trocas comerciais de bens e serviços, dentro dos princípios da Organização Mundial do Comércio. Tem-se então assistido ao amadurecimento da gestão da qualidade, tendo o termo TQM caído em desuso, assiste-se ao aparecimento do 6-sigma, da função da qualidade, desenvolvimento de normas especificas para diversos sectores (automóvel, aeroespacial), aparece a norma de gestão ambiental (ISO 14001), a norma de gestão da segurança dos alimentos (ISO 22001), de segurança de informação (ISO 27001). A qualidade sistemática do processo produtivo cerâmico já é uma realidade nas empresas que produzem telhas, inclusive algumas já tem certificação do selo INMETRO e PSQ, porém as empresas produtoras de bloco resistem à sistematização do controle produtivo. Situação atual das variáveis provocadoras da evolução A industrialização vem trazer muitas alterações, ao massificar a produção, o que obriga a que sejam introduzidas novas formas de controlo, obrigatórias pois o artesão dá origem ao operador (muitas vezes sem instrução, não treina para as atividades fabris), que coadjuvava a máquina na produção. A qualidade é assegurada pela perícia do operário, e pelas inspeções. O sistema Tayloriano,implementado nos EUA, no fim do século XIX, provocou um grande aumento na produtividade, mas provocou também elevadas perdas por questões de qualidade, fazendo nascer assim os primeiros departamentos de inspeção. Nasce o controlo da qualidade formal, que se caracteriza pela verificação de materiais, peças, componentes, ferramentas e outros estão de acordo com os padrões estabelecidos. Era um processo baseado nas inspeções, o que resultava muitas vezes na rejeição ou retrabalho de lotes inteiros ou então na expedição de lotes fora da conformidade. Os custos associados á qualidade eram substanciais. A primeira grande guerra mundial acaba por demonstrar na prática o risco do trabalho mal executado, em que a falha do material militar foi atribuída à produção de itens fora das especificações. Antes da década de 30, a qualidade passava pelas técnicas de inspeção. Por volta dos anos 30, começa-se a concluir que situar a Qualidade em torno da inspeção do produto acabado se estava a tornar manifestamente insuficiente. Inicia-se assim uma segunda fase de evolução da Qualidade, em que a inspeção é complementada por uma atitude de natureza mais preventiva, baseada em metodologias de controlo estatístico. Atualmente a qualidade passou a ser indispensável em qualquer processo produtivo, uma vez que a inúmeras alternativas de suprimento das necessidades, gerando acirrada competitividade. O mercado é cada vez mais exigente em relação aos preços e desempenho dos produtos. Qualquer processo produtivo necessário se faz um planejamento rigoroso do método produtivo, visando ofertar um produto que satisfaça as exigências do consumidor dentro de valores acessíveis. Portanto a base principal para fabricação de qualquer produto é o conhecimento das reais necessidades dos usuários bem como sua capacidade de pagamento pelo bem. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 29 Podemos considerar que a qualidade sistemática foi implantada a partir de 2007 com a criação do APL, o que foi uma ruptura de conceito de produção. A empresa tem se distinguido entre dois grupos: as que produzem telhas possui grande consciência de controle rigoroso do processo, e as que produzem blocos com consciência desleixada da qualidade. Tendências futuras das variáveis provocadoras A tendência futura é o desperdício zero, isto é, aproveitamento máximo de todos os insumos do processo produtivo e minimização dos impactos ambientais, sociais e culturais. Para se produzir é necessário a implantação de um processo autossustentável, economicamente, socialmente e ambientalmente. Aumento da concorrência gerando uma seleção das instituições produtoras. Com o auto nível de concorrência e banalização dos produtos fica bem definido que algumas empresas não conseguirão sobrevierem, e as que resistirem terão que reforçar investimento em implantação de novos processos tecnológicos e inovação de produtos. Hipóteses 1. Diante da necessidade de se produzir cada vez mais com menos, e da acirrada competitividade é tendência que todos os processos produtivos venham ser automatizados, trazendo grande mudança social, já que o processo dispensará o uso de mão de obra, migrando para o setor de serviço. 2. Diante da necessidade de preservação/conservação ambiental, há uma tendência de agregação do valor do produto, aumentando sobre maneira o rigor com a qualidade, visando atendimento a novas demandas de normas que exigirão maior desempenho dos produtos. 3. O processo produtivo exigirá ações profissionais, restringindo, portanto, a produção a poucas unidades de produção. 4. Os processos continuarão na situação atual sem melhorias, podendo ser o Fim das indústrias e do APL. . Vemos duas situações distintas: uma com desaparecimento da maioria das empresas de sintonizadas com a nova realidade e outras em expansão ocupando espaço no mercado. Os produtos com menor valor agregado somente sobreviverão ainda no mercado local. A conquista de novos mercados exige produtos bem elaborados e com alto desempenho. Referências Bibliográficas BROCKA, Bruce M.; BROCKA, Suzanne. Gerenciamento da qualidade. São Paulo: Makron Books, 1994. FAZANO, Carlos Alberto. Qualidade: a evolução de um conceito. São Paulo: Banas Qualidade, set. 2006, n. 172. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Disponível em: <http://www.fnq.org.br/>. Acesso: em 21 dez. 2007. IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística JARDIM, Márcio. Aleijadinho: uma síntese histórica. Belo Horizonte: Stellarum, 1995. 225p. MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais. Salvador: UFBA, 1976. 210p. MOURÃO, Paulo Kruger Correa. As igrejas setecentistas de Minas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986. 180p. MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. 2. ed. rev., aum. e atual. São Paulo: Saraiva, 2006. PALADINI; Edson Pacheco et al. Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. SINK, D. Scoot. Productivity management: planning, evaluation, control and improvement. New York: John Wiley and Sons, 1985. SINK, D. Scoot, TUTTLE, Thomas C. Planejamento e medição para a performance. Trad. Elenice Mazzili e Lúcia Faria Silva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1993. STEINER, Claude M. O outro lado do poder. 2ª Ed. São Paulo: Nobel, 1986. 197p. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 30 2. Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (IPDTI) Participantes: Glady Duarte Correia Elzivir Azevêdo Guerra Edgard Mas Tassia de Melo Arraes Descrição: Os investimentos em PD&I podem ser realizados pelos setores público e privado. Os investimentos públicos podem ser reembolsáveis e não reembolsáveis. Além destes, há também os incentivos fiscais para dispêndios efetuados pelas empresas com PD&I – Lei do Bem. Os investimentos não reembolsáveis envolvem o repasse de recursos públicos para instituições sem fins lucrativos de ensino, pesquisa cientifica e tecnológica, e inovação, e a subvenção econômica para empresas desenvolverem desenvolvimento tecnológico e inovação, sem que haja necessidade de serem devolvidos para as instituições repassadoras. Estes recursos são repassados, principalmente, por meio de encomendas, chamadas públicas e editais de instituições de fomento de CT&I dos governos federais (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (www.cnpq.br), Empresa Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP (www.finep.gov.br), Banco Nacional de Desenvolvimento Tecnológico – BNDES (www.bndes.gov.br), Banco do Nordeste do Brasil – BNB (https://www.bnb.gov.br), Banco da Amazônia – BASA (www.bancoamazonia.com.br), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI (www.mcti.gov.br), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior – CAPES (www.capes.gov.br), Ministério da Educação – MEC (www.mec.gov.br), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI (www.abdi.com.br), Fundos Constitucionais de Financiamentos (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO) (http://www.sudeco.gov.br/fco)); Sistema S Nacional – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBBRAE (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI (http://www.senai.br), Instituto Euvaldo Loti – IEL (http://www.iel.org.br), Serviço Social da Indústria – SESI (http://www.sesi.org.br), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC (http://www.senac.br), Serviço Social do Comércio – SESC (http://www.sesc.com.br), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR (http://www.senar.org.br), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP (http://www.ocb.org.br), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT (http://www.sestsenat.org.br), Serviço Social de Transporte – SEST (http://www.sestsenat.org.br)); e estaduais (Fundação de Amparo à Pesquisa – FAPs, Secretárias de CT&I, Fundos e Bancos de Desenvolvimentos Estaduais, sistema S estaduais). No caso de Goiás há as seguintes instituições voltadas aos investimentos não reembolsáveis para PD&I:: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Goiás – SECTEC (http://www.sectec.go.gov.br/), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG (www.fapeg.go.gov.br), Fundo de Fomento Mineral do Estado de GO – FUNMINERAL (http://www.fomento.goias.gov.br/linhas-de-credito/credito/funmineral/). Os investimentos reembolsáveis são disponibilizados pelas instituições financeiras públicas por meio de crédito às empresas, principalmente, pela FINEP, BNDES, BNB, BASA, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Companhias e Bancos de desenvolvimento Estaduais, como a Agência Goiana de Desenvolvimento Regional AGDR, (www.agdr.goias.gov.br/), Fundos Constitucionais de Financiamentos (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO) (http://www.sudeco.gov.br/fco) e Fundos Estadual de Fomento (Fundo de Fomento Mineral do Estado de GO – FUNMINERAL (http://www.fomento.goias.gov.br/linhas-de-credito/credito/funmineral/), etc.), bem como pelas instituições financeiras privadas: Bradesco, Itau, Santander, etc. Os investimentos privados são realizados pelas empresas em desenvolvimento tecnológico e inovação de produtos e processos, capacitação laboratorial, pessoal e estrutura organizacional dedicada à PD&I. No que diz respeito aos APLs de base mineral, para que os planos, programas, as ações e atividades voltadas ao desenvolvimento de PD&I para APLs, especificamente o de Base Mineral e de cerâmica vermelha do norte goiano, possam acontecer, há necessidade de instituição de novos mecanismos e instrumentos de fomento e financiamento, intensificação de uso destes mecanismos pelas empresas e instituições de ensino, pesquisa, inovação e serviços tecnológicos, bem como da regularidade, continuidade e ampliação de investimentos públicos e privados para PD&I. No governo federal a maioria dos recursos é proveniente do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT, que foi instituído em 1969, para o financiamento do setor brasileiro de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. De 1998 a 2002 foram criados vinculados ao FNDCT os Fundos Setoriais que solucionou a questões de recursos para PD&I pois tornou a fonte de captação regular, continua e crescente destes recursos. Há também recursos adicionais para PD&I nos orçamentos de alguns Ministérios (MCTI, MEC, MS, MDIC, etc.) e por meio dos incentivos e desonerações fiscais através de renúncia fiscal do governo (MCTI, MS (www.saude.gov.br), MDIC (www.mdic.gov.br), MME (www.gov.br), etc.). DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 31 O Fundo Setorial Mineral (CT-Mineral), um dos 15 fundos setoriais do FNDCT, (http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/1415.html e http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=fundos_ctmineral), é que tem como finalidade financiar PD&I para o setor mineral. Os recursos deste Fundo são provenientes de 2 % da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). O CT-Mineral tem sido a fonte de financiamento de ações de apoio a PD&I para o desenvolvimento sustentável e competitivo dos Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral em 11 segmentos do setor mineral. Estes financiamentos são operacionalizados por meio de encomendas e editais realizados pela FINEP e CNPq. Há também investimentos em PD&I do setor mineral, principalmente para APLs de base mineral, em menor quantidade, provenientes de recursos de ações orçamentárias do Plano Plurianual do Governo Federal sob a responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – SETEC do MCTI e da Secretaria de Geologia Mineração e Transformação Mineral – SGM do MME. Estes recursos são disponibilizados via Convênios para instituições sem fins lucrativos ou por Termos de Execução de Descentralização de Crédito para instituição da administração direta federal. Na esfera estadual as principais fontes de recursos para financiamentos vêm das Fundações de Apoio e Amparo à Pesquisa (FAPs), cujas fontes variam de estado para estado. Em Goiás pode ser contada a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG (www.fapeg.go.gov.br). Há nos governos federal e estadual mecanismos de fomento e financiamentos de PD&I que podem ser utilizados pelo setor de cerâmica vermelha do norte goiano, entre os quais se citam como exemplos: a) encomendas (Termo de Execução de Descentralização de Crédito) e editais de apoio aos APLs de base mineral e aos APLs (Ministérios e CNPq); b) editais de subvenção econômica para micro e pequenas empresas – TECNOVA (FINEP-MCTI-SETECGO); c) editais de Pesquisador na Empresas – RHAE (CNPq); d) editais de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia – INCTs (CNPq) e) editais do Ciência sem fronteiras – CsF (CNPq e CAPES); f) editais de financiamentos não reembolsáveis de Instituições Científicas e Tecnológicas – PROINFRA (FINEP); g) editais de apoio a Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas – PNI (FINEP); h) editais de apoio de Núcleos de Inovação Tecnológica– NITs nos Institutos Científicos e Tecnológicos ICTs e Núcleos de Apoio à Gestão da Inovação – NAGI empresas (FINEP); i) Sibratec - Rede de Extensão Tecnológica, Serviços Tecnológicos e Centros de Inovação (FINEP); j) Crédito reembolsável – INOVACRED – Crédito em 30 dias (FINEP) k) Investimentos (FINEP e BNDES) l) Cartão BNDES Inovação (BNDES) m) Programas INOVA – Inova Empresa, Inova Auto, Inova Petro n) Criação e implantação de Campi dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e Universidades Federais (MEC); o) Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec (MEC e Sistema S) p) Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – EMBRAPII (http://www.embrapii.org.br/) (MCTI e FINEP) Evoluções Passadas: Para que haja o desenvolvimento de PD&I voltados para o desenvolvimento sustentável e competitivo do arranjo produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano há necessidade de envolver aspectos referentes aos mecanismos de gestão, temas estruturantes e estratégicos e atores. Os mecanismos de gestão tratam dos aspectos que devem ser levados em consideração de modo a aumentar capacidade de investimento, otimização de recursos, estabelecimento de parcerias e outros itens para subsidiar o processo decisório voltados as ações de PD&I para o setor de cerâmica vermelha do norte goiano e Goiás. Os temas estruturantes se constituem dos dois pilares fundamentais para viabilizar o desenvolvimento tecnológico e a inovação, que são: a formação e capacitação de recursos humanos e a infraestrutura laboratorial. Os temas estratégicos identificam áreas e subáreas do conhecimento onde os investimentos de PD&I deverão ser priorizados de modo a superar os desafios do setor cerâmica vermelha do norte goiano, em sincronismo com as políticas, programas e planos nacionais, estaduais e municipais ligados a esse setor. Os principais atores se referem à articulação na execução de ações visando valorizar a integração de entidades setoriais públicas e privadas, em sintonia com as necessidades da indústria de cerâmica do norte goiano. Um ponto fundamental para entender como ocorre o financiamento e fomento de PD&I no Brasil e nos APLs de Base Mineral, é conhecer a formação, evolução e constituição do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação compreende os órgãos nacionais vinculados à política e DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 32 gestão de CT&I e órgãos de fomento e execução CT&I dos Governos Federal, Estadual e Municipal e arcabouço legal e fiscal referente à CT&I, bem como instituições privadas que financiam, realizam e desenvolvem atividade de CT&I. No âmbito Federal este Sistema é constituído pelo: a. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com suas agências de fomento a Empresa de Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a Fundação Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (CNPq), Agência Espacial Brasileira (AEB), Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) – possui duas empresas as Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) e Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) e 5 institutos e centros (CDTN, IEN, IPEN, IRD, CRCN); e as empresas Alcântara Cyclone Space (ACS); e o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC); 18 Unidades de Pesquisas (CETEM, etc.); 5 Organizações Sociais; e Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia - CCT; b. Ministério da Educação, com sua agência de fomento a Coordenação Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, as suas Universidades Federais e a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica constituída pelos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia – Ifs, Universidade Tecnológica, CEFETs e Escolas Técnicas vinculadas às Universidades. c. Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com o agente financeiro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, a Agencia Brasileira de Desenvolvimento da Indústria – ABDI, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO; d. Ministério da Fazenda (MF), com os agentes financeiros Banco da Amazônia S.A. e o Banco do Nordeste do Brasil. No âmbito Estadual e Municipal o Sistema de CT&I é constituído por: a) 27 Secretarias vinculadas à área de CT&I; b) 25 Fundações de Apoio e Amparo à Pesquisa – FAPs; c) 157 Entes municipais de Município; d) Institutos e Centros Estaduais de CT&I – ITEP-PE, IPT-SP, CIENTEC-RS, NUTEC-CE, CETEC/SENAI-MG; e) Universidades e escolas técnicas estaduais e municipais. A seguir descreve-se resumidamente a história de como transcorreu a constituição e implantação do Sistema Nacional de CT&I no Brasil. Em 1950 o Brasil na área de ciência e tecnologia se caracterizava por existência de pouquíssimos cientistas e pesquisadores; não ter ambiente de pesquisa nas universidades; não ter engenheiros ou especialistas em setores básicos da indústria; parque industrial incipiente; e, ausência de cultura de inovação nas empresas. A partir de 1951 iniciou-se no Brasil a instituição do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia com a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e da Coordenação do Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (CAPES). CNPq e CAPES. A partir deste ano estas instituições iniciam o apoio aos estudantes e pesquisadores individuais (bolsas e auxílios à pesquisa), promovendo a criação dos primeiros grupos de pesquisa no Brasil. Na década de sessenta houve fatos importantes que deram continuidade a implantação do sistema nacional de C&T como a criação do Fundo Tecnológico - FUNTEC no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, em 1963; criação da Empresa Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, em 1967; e instituição e implantação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT, em 1969, ficando delegada para a FINEP a secretaria executiva deste Fundo. Como resultado o BNDES e FINEP financiaram a institucionalização da pós-graduação, viabilizando a formação de pesquisadores e a expansão da pesquisa científica no País. Além disso, a reforma universitária, realizada em 1968, instituiu o tempo integral o que possibilitou o trabalho de pesquisa dos professores nas universidades. Outro marco importante para o desenvolvimento da C&T no Brasil foi a criação do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT e incorporação da FINEP e do CNPq (e seus institutos) como entidades vinculadas ou subordinadas, em 1985. Entre 1985 e 1995 o MCT implanta Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – PADCT- com recursos do BIRD e contrapartida do Tesouro Nacional, cujo formato e sistemática de financiamento e fomento baseiam-se em editais para seleção de projetos em áreas estratégicas, tendo como executores a FINEP, CNPq e CAPES. Ainda em 1986 o MCT cria Programa de Formação de Recursos em Áreas Estratégicas- RHAE que envolve novas modalidades de bolsas para pessoal sem vínculo empregatício em universidades, entidades de pesquisa e em empresas e executado pelo CNPq. Entre 1991 a 2002 podem-se destacar como principais aspectos para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia do Brasil: a) Criação de novos formatos de financiamento (editais universais, redes de pesquisa, Institutos do Milênio) pelo CNPq; b) Criação dos Fundos Setoriais de C&T e início da recuperação do FNDCT pelo governo brasileiro com a parceria do MCT e FINEP. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 33 c) Realização da 2ª. Conferência de C,T&I, que teve como principais constatações e resultados: enormes avanços no sistema de C&T; papel estratégico do conhecimento; Necessidade da inovação nas empresas; importância dos Fundos Setoriais; e propostas para Política de C,T&I. d) Mesmo com as dificuldades históricas, o Brasil construiu um sistema de C&T com mais de 60.000 pesquisadores. É a maior e mais qualificada comunidade de C&T da América Latina. e) O País tem resultados importantes de desenvolvimento tecnológico em alguns setores da economia: Petróleo; agronegócio; aeronáutico. f) As consequências econômicas de CT&I são ainda muito limitadas: apesar do grande avanço das últimas décadas no ambiente de C&T do País, suas consequências econômicas são ainda muito limitadas. Os principais avanços na área de CT&I entre 2003 e 2013 foram: a) Considerar CT&I como política Estado cujos resultados envolveu a realização da articulação com estados, municípios, fóruns, sociedades científicas e entidades empresariais; revitalização e ampliação do Conselho de Ciência e Tecnologia - CCT; criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - CDES, do Conselho Nacional do Desenvolvimento da Indústria - CNDI e da Agência Brasileira para o Desenvolvimento da Indústria – ABDI; e a manutenção e aperfeiçoamento de todos programas e C,T&I existentes e criação de novos programas e instrumentos. b) Desenvolvimento da Política Nacional de CT&I convergente e aderente à Política de Desenvolvimento Industrial, no sentido dar passos mais concretos para vencer o desafio de fazer com que o sistema de CT&I contribua decisivamente para o desenvolvimento econômico e social do País por meio: i. Do Planejamento Estratégico em Ciência, Tecnologia e Inovação (2004 – 2007) com focos nos seguintes eixos estratégicos: • Expansão e Consolidação do Sistema Nacional de C,T&I (Ampliação dos programas de formação e fixação de pesquisadores - Primeiros Projetos, Programa de Núcleos de Excelência, Programa Institutos do Milênio; criação das ações transversais do Fundo Setorial; maior apoio a projetos de instituições, grupos e redes temáticas de pesquisa - Infraestrutura de pesquisa e custeio de projetos de ICTs: universidades, centros de pesquisa, institutos tecnológicos e redes institucionais: PROINFRA e PROPESQ; Nova RNP - Rede Nacional de Pesquisa de Alta Velocidade; e, Programa Nacional de Nanotecnologia); • Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Incentivos à inovação em empresas – Crédito: PROINOVAÇÃO e JURO ZERO; Capital de Risco: Inovar; Subvenção: Edital, PAPPE, Pesquisador na Empresa; Programa Nacional de Parques e Incubadoras – PNI; e, Apoio à Cooperação entre Instituições Científicas e Tecnológicas e Empresas – COOPERA, Rede Brasil de Tecnologia - RBT, PPI-APL, ASSISTEC). • Objetivos Estratégicos Nacionais (Programa de Energias do Futuro - Biocombustíveis, Hidrogênio, Outras; Programa Nuclear; Revisão do Programa Brasileiro e Domínio do Ciclo Completo do Urânio; Programa Espacial: Construção e Lançamento do CBERS 2B e Missão Centenário; e, Amazônia, Semiárido, Cerrado e Pantanal); e • C&T para a Inclusão Social (Semana Nacional de CT&I, Olimpíada Brasileira de Matemática Para Escolas Públicas – OBMEP: Arranjos Produtivos Locais - APLs, Centros Vocacionais Tecnológicos - CVTs, Extensionismo Tecnológico, PROSOCIAL, PROSAB, HABITARE, PRONINC); ii. Do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação – PACTI 2007 – 2010 • Expansão e consolidação do Sistema Nacional CTI (Intensificar a interação com os estados e cooperação internacional; Bolsas do CNPq e CAPES; Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia –INCTs, Programa de Núcleos de Excelência – PRONEX; Programa de apoio a Infraestrutura – PROINFRA; Rede Nacional de Pesquisa - RNP) • Promoção da inovação tecnológica nas empresas (Leis estaduais de inovação, Incentivos fiscais (Lei de Inovação e Lei do Bem); Lei de Inovação Federal; Pesquisadores em Empresas; Operações de Crédito da Finep; Venture Capital; Sistema Brasileiro de Tecnologia – Sibratec) • PD&I em áreas estratégicas (Biotecnologia e nanotecnologia; Tecnologias da Informação e Comunicação; Insumos para a Saúde; Biocombustíveis; Energia Elétrica, Hidrogênio e Energias renováveis; Agronegócios; Petróleo, Gás Natural e Carvão Mineral; Biodiversidade e Recursos Naturais (Mineral); Amazônia e Semiárido; Meteorologia e Mudanças Climáticas; Programa Espacial; Programa Nuclear; e, Defesa Nacional e Segurança Pública). • C&T para o desenvolvimento social (Semana Nacional de CT&I, Olimpíada Brasileira de Matemática Para Escolas Públicas – OBMEP: Arranjos Produtivos Locais - APLs, Centros Vocacionais Tecnológicos – CVTs) iii. Da Estratégia Nacional em Ciência, Tecnologia e Inovação 2012 – 2015 - ENCTI 2012 -2015 O principal desafio em PD&I é transformar CT & I como eixo estruturante do desenvolvimento do Brasil. Outros desafios importantes: • Redução da defasagem científica e tecnológica que ainda separa o Brasil das nações mais desenvolvidas; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 34 • Expansão e consolidação da liderança brasileira na economia do conhecimento da Natureza; • Ampliação das bases para a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono; • Consolidação do novo padrão de inserção internacional do Brasil; e, • Superação da pobreza e redução das desigualdades sociais e regionais. Eixos de Sustentação da ENCTI: • Promoção da Inovação nas Empresas – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – EMBRAPII; • Novo padrão de financiamento do desenvolvimento científico e tecnológico - Transformação da FINEP em banco público de inovação, Novos Fundos Setoriais (Setor financeiro, Indústria da Construção Civil, Indústria Automotiva e Indústria da Mineração), aumento da contribuição de intervenção no domínio econômico – CIDE Tecnológica, Política de Royalties do pré-sal; • Fortalecimento da capacidade nacional de inovação tecnológica e da infraestrutura científica e tecnológica – atração de centros de P&D, fortalecer parceria com laboratórios internacionais, fomento e agilização do processo de registro de patentes, fortalecimento do sistema de inovação e do financiamento da inovação no âmbito das empresas, aprimoramento dos incentivos fiscais, agilização para importação de insumos e equipamentos para pesquisa e divulgação dos instrumentos da inovação, fortalecimento da Mobilização Empresarial para Inovação - MEI; e, • Formação e capacitação de recursos humanos – Ciência Sem Fronteira) • Programas Prioritários para setores portadores de Futuro (Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs; Fármacos e Complexo Industrial da Saúde; Petróleo e Gás Natural; Aeroespacial; Nuclear; Complexo Industrial da Defesa – Estratégia Nacional de Defesa; Fronteiras para Inovação - Biotecnologia; Nanotecnologia; Fomento da Economia Verde – Energia Renovável; Biodiversidade; Mudanças Climáticas – Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres e Oceanos e Zonas Costeiras); • CT&I para o Desenvolvimento Social (Comunicação e Popularização da CT&I e, melhoria do ensino de ciências - Olimpíadas de Matemática, Ciências e TI; Inclusão produtiva e tecnologia social – CVTs para Inclusão Digital e Ensino Profissionalizante e Cidade Digital; Programa de Inovação em Tecnologia Assistiva; e Tecnologias para Cidades Sustentáveis). • Programas complementares (Indústria química, Bens de capital, Energia elétrica; Carvão mineral; Minerais estratégicos; Produção agrícola sustentável; Recursos hídricos; Amazônia e Semiárido; Pantanal e Cerrado). c) Desenvolvimento de Política de Desenvolvimento Industrial convergente e aderente à política de CT&I por meio: i. Da Política Industrial, Tecnológica e Comércio Exterior – PITCE 2003 – 2007. • Opções estratégias (Semicondutores; Software; Fármacos e Medicamentos; e, Bens de Capital). • Opções de futuro (Biotecnologia; Software; Eletrônica e optoeletrônica; Novos materiais; Nanotecnologias; Energia renovável; Biocombustíveis (álcool, biodiesel); Atividades derivadas do Protocolo de Kyoto). ii. Da Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP 2008 – 2010 • Programas Mobilizadores Em Áreas Estratégicas (Complexo Industrial da Saúde; Tecnologias de Informação e Comunicação; Energia Nuclear; Complexo Industrial de Defesa; Nanotecnologia; e, Biotecnologia) • Programas Para Consolidar E Expandir A Liderança (Complexo Aeronáutico; Petróleo, Gás Natural e Petroquímica; Bioetanol; Mineração; Siderurgia, Celulose e Papel; e Carnes) • Programas Para Fortalecer A Competitividade (Complexo Automotivo; Bens de Capital; Têxtil e Confecções; Madeiras e Móveis; Higiene, Perfumaria e Cosméticos; Construção Civil; Complexos de Serviços, Indústria Naval e Cabotagem; Couro, Calçados e Artefatos; Agroindústrias; Biodiesel; Plásticos e Outros) iii. Do Plano Brasil Maior – PBM 2011 – 2014 – Inovar para competir. Competir para crescer. Foco Inovação Tecnológica e Adensamento Produtivo Prioridades • Criar e fortalecer competências críticas da economia nacional • Aumentar o adensamento produtivo e tecnológico das cadeias de valor • Ampliar mercados interno e externo das empresas brasileiras • Garantir um crescimento socialmente inclusivo e ambientalmente sustentável Dimensão Estruturante - Diretrizes para Programas Setoriais • Fortalecimento de cadeias produtivas • Ampliação e criação de novas competências tecnológicas e de negócios • Desenvolvimento de cadeias de suprimento em energias • Diversificação das exportações (mercados e produtos) e internacionalização corporativa DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 35 • Consolidação de competências na economia do conhecimento natural Dimensão Sistêmica - Temas prioritários para medidas transversais • Comércio Exterior • Incentivo ao Investimento • Incentivo à Inovação • Formação e Qualificação Profissional • Produção Sustentável • Competitividade de Pequenos Negócios • Ações Especiais em Desenvolvimento Regional • Bem-estar do Consumidor Comitê Executivo e Conselho de Competitividade da Indústria da Mineração • Medidas de Estímulos ao Investimento e à Inovação o Desonerações Tributárias o Financiamento ao Investimento e à Inovação o Marco Legal da Inovação • Medida de Comércio Exterior • Desonerações das Exportações • Defesa Comercial • Financiamento e Garantias para Exportações • Promoção Comercial d) Realização da 3ª. Conferência Nacional de CT&I, novembro 2005, que fundamentou a elaboração do PACTI 2007 – 2010. e) Realização da 4ª. Conferência Nacional de CT&I, 26 a 28 de maio de 2010 em Brasília, que auxiliou a fundamentar a elaboração da ENCTI 2012 – 2015. f) Novos Marcos Regulatórios - Lei da Inovação - 2004 e Lei do Bem – 2005 g) Novos instrumentos e formatos de financiamento - aperfeiçoamento da gestão dos fundos setoriais h) Aumento dos recursos federais para CT&I: em 2001 os recursos investidos do FNDCT foram de R$ 200 milhões; em 2006, os recursos foram R$ 1,360 bilhão; em 2012, os recursos disponíveis foram R$ 3,76 bilhões. O orçamento do MCTI em valores correntes passou de R$ 1,96 bilhão em 2001 para R$ 8,84 bilhões, em 2012; i) O maior desafio da Política de CT&I é torná-la uma Política de Estado e transformar CT&I como eixo estruturante do desenvolvimento do país. Para entender especificamente os investimentos do setor público federal em APLs de base mineral, descrevem-se inicialmente as causas e justificativas para o apoio a estes APLs. As principais causas da necessidade de atuação do Governo Federal aos APLs de Base Mineral foi o diagnóstico sobre a mineração em pequena e média escala no país, que no geral mostrou que esta atividade é na sua grande maioria exercida de maneira informal, com baixa capacidade produtiva, baixa remuneração, tecnologias inadequadas, geração de rejeitos sem tratamentos adequados, danos ao meio ambiente etc. Para contribuir na solução destes problemas das micro, pequenas e médias empresas de mineração, o governo federal optou pela atuação por meio da metodologia do arranjo produtivo local, devido às políticas de fomento tornarem-se mais efetivas quando direcionadas a grupo de empresas e não a empresas individualizadas e ocorrer uma valorização da cooperação, o aprendizado coletivo, o conhecimento tácito e a capacidade inovativa das empresas e instituições locais o que permite encontrar de forma mais eficiente e rápida soluções de problemas coletivos e de competitividade das empresas de uma cadeia produtiva e de desenvolvimento de forma sustentada. O tamanho da empresa passa a ser secundário, pois o potencial competitivo dessas firmas advém não de ganhos de escala individuais, mas sim de ganhos decorrentes de uma maior cooperação entre essas firmas. Com base nesta justificativa, no período de 2001 a 2013, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria principalmente com o Ministério de Minas e Energia (MME), Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica (IBICT), Sebrae Nacional e Núcleos de Apoio aos APLs de Governos Estaduais, investiram no fomento à pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a sua inserção e transferência, bem como a capacitação de recursos humanos para micro, pequenas e médias empresas de mineração organizadas em arranjos produtivos locais (APL) em segmentos minerais priorizados (agregados para construção civil, agrominerais, água mineral, calcário e cal, cerâmica vermelha, cerâmica de revestimento, gemas, joias e afins, gesso, rochas e minerais em pegmatitos, rochas ornamentais e sal marinho) visando a aumentar a sua competitividade, a melhoria das suas condições ambientais e de saúde e segurança do trabalho. Adicionalmente, as políticas nacionais de mineração, desenvolvimento regional, de desenvolvimento Industrial e Tecnológico – Plano Brasil Maior 2011 - 2014 e de CT&I por meio da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2012 – 2015 (ENCTI 2012 -2015) têm destacado a importância de apoio ao fortalecimento das micro e pequenas empresas, principalmente através da promoção de APLs, o que deve propiciar sobremaneira o desenvolvimento dos segmentos minerais priorizados, já que estes segmentos são constituídos principalmente por empresas desse DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 36 porte. Além disso, observa‐se a necessidade de adoção e promoção de Políticas públicas bem definidas de desenvolvimento específicas para impulsionar o setor, promovendo geração, aquisição e difusão do conhecimento, dando mais visibilidade e diminuindo as distorções, seja com relação à legislação mineral, ambiental, fiscal, segurança ocupacional e trabalhista. Os investimentos públicos federais de apoio aos APL de base mineral, principalmente pelo MCTI, por meio do Fundo Setorial Mineral, no período de 2001 a 2013 tiveram duas abordagens distintas: a) A primeira ocorreu no período de 2001 a 2007 o apoio aos APL de base mineral foi realizado por meio de encomendas de projetos cooperativos ICTs/Empresas para APL de base mineral priorizados envolvendo ações vinculadas aos diversos elos da cadeira produtiva e de estruturação e gestão do APL. b) A segunda, atualmente vigente, ocorreu a partir de 2008 com a implantação da mudança na maneira de implementação do apoio aos APL de base mineral que passou a ser realizado por meio de lançamento de editais anuais focados em linhas temáticas de PD &I importantes e estratégicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva dos segmentos e APLs de base mineral priorizados – CNPq 56/2008, CNPq 12/2009 e CNPq.44/2010 (www.cnpq.br) ‐ e em respostas as ações demandas dos PDPs ‐ GTP APL. Os investimentos realizados pelo MCTI, MME, GTP APL/MDIC e outros parceiros no apoio aos APL de base mineral tem sido realizado por meio de ações de fomento às seguintes áreas temáticas: elaboração de estudos prospectivos de tecnologias e inovação para o setor, à pesquisa aplicada, ao desenvolvimento tecnológico e à inovação, à capacitação de RH, a eventos de divulgação e intercâmbio técnico‐científico e o acesso à informação e conhecimento. Estes investimentos realizados foram baseados nas diretrizes e metas descritas no item anterior. A tabela I apresenta a distribuição dos recursos investidos pelo MCTI por áreas temáticas realizados no período de 2001 a 2013. O montante aplicado, neste período foi de R$ 33,3 milhões e apresenta uma média anual de R$ 2,8 milhões, na forma de encomendas, editais, convênios e temos de cooperação. Como a média anual dos recursos executados pelo CT-Mineral, no mesmo período foi de aproximadamente R$ 6,4 milhões, observa‐se que os valores investidos em APL de base mineral equivale à 43,8 % dos valores do CTMineral, mostrando o apoio prioritário dado aos APL de base mineral pelo Fundo Setorial Mineral, ressalvandose, no entanto, que os investimentos em APL de base mineral não são provenientes unicamente do CT-Mineral. A tabela I também mostra que a maioria dos investimentos realizados foram na área temática de desenvolvimento tecnológico, inovação e inserção, disseminação e transferência de tecnologia e capacitação de Recursos humanos nos APL de base mineral, para qual foi alocado o valor de R$ 23,9 milhões, que equivale a 71,8 % do total. Tabela I - Investimentos realizados pelo Governo Federal nos APL de base mineral no período de 2001 a 2013 distribuídos por áreas temáticas apoiadas. Os principais instrumentos e Fontes de Recursos para investimentos públicos e parceiros privado no apoio aos APLs de Base Mineral são enumerados a seguir: • FNDCT – Fundos Setoriais CT Mineral (Pro-Mineral – PACTI 2007 – 2010 e ENCTI 2012 - 2015) e Fundo Verde e Amarelo e Ações transversais: SEBRAE/ FINEP e SECIS/CNPq • Orçamento do MCTI – SETEC e SECIS: Centros Vocacionais tecnológicos (CVTs) e Eventos Emendas Parlamentares • MME/SGM, DNPM e CPRM - Programa Nacional de Formalização e Extensionismo Mineral 2005 – 2010 – Orçamento do MME e DNPM - Desenvolvimento Sustentável da Pequena Mineração Capacitação e Extensionismo Mineral - PPA – Plano Mais Brasil – 2012 – 2015 - Inventário Socioambiental e Econômico da Mineração de Pequeno Porte • MI/SPR – Promeso e Conviver – PNDRs – Capacitação da produção • MDIC/SDP/GTP APL – Estudos e eventos • SEBRAE/IBGM/ANICER - Gemas e Joias, Rochas Ornamentais, Cerâmica Vermelha, Pegmatitos, Gesso e Eventos • CNI/SENAI/IEL - Cerâmica vermelha, Calcário e Cal, Gemas e Joias e Eventos • FIEPE, FIEG, FIEP/PR, FIEP/PB, FIEB, FINDES e Secretarias Estaduais vinculadas aos APLs Base Mineral – Eventos • Instituições Financeiras – BNDES/Estados – APLs de inclusão Produtiva, Editais BNB e Encomenda Funmineral. Destes investimentos destacam-se os que foram alocados para atividade de PD&I no Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 37 a) Em 2006, foi financiado pelo MCTI, com recursos do CT-Mineral, em parceria com o Funmineral/SGM – SIC-GO, o Projeto Cooperativo ICTs/Empresas de apoio ao APL de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, com prazo de execução de 2 anos, com valor de R$ 360.000,00 repassados pela FINEP, no ano de 2007, tendo como destaque o extensionismo mineral realizado pelo Edgard Mas. b) Em 2010, MCTI, MME, SIC-GO/SGM, Sebrae e Bradesco, patrocinaram o Evento Conjunto VII Seminário Nacional de APLs de Base Mineral e V Encontro da RedeAPLmineral, realizado em Goiânia/GO. Os ministérios viabilizaram o repasse via Termo de Cooperação. c) Em 09 de junho de 2008, foi criado o Campus Uruaçu do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, que tem como um dos seus cursos o de Técnico em Cerâmica e Laboratório de ensino, pesquisa e ensaios para os produtos da cerâmica vermelha. d) Em 2013, por meio de encomenda ao CETEM, a SGM está financiando em parceria com a ASCENO, MCTI, CPRM/Goiânia e GGM – SIC GO, o projeto de avaliação, construção de cenários futuros, e planejamento para o desenvolvimento sustentável e competitivo do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano Financiamento pelo processo prospectivo, num horizonte de 2034. e) Edital FINEP – MCTI – FAPEG, de 2012, de subvencão econômica para promoção de inovação em micro e pequenas empresas financiaram dois projetos de: i) desenvolvimento de novos produtos para Cerâmica Estrela (Estrela do Norte) e ii) desenvolvimento tecnológico de processos para Cerâmica Santo Antônio (Mara Rosa – GO). Além disso, destacam-se os investimentos públicos do Estado de Goiás em PD&I feitos no Laboratório de Ensaios Cerâmicos de Porangatu/GO, pela SECTEC/GO em parceria com a ASCENO. Os principais entraves e dificuldades aos investimentos públicos e privados em PD&I para ao APLs de base mineral e especificamente para o Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano são: a) lentidão nas ações e falta de sintonia entre os órgãos executores. b) falta de continuidade e oscilações dos valores investidos. c) inexistência de fonte de recursos orçamentários dedicada especificamente ao apoio do desenvolvimento sustentável e competitivo dos APLs de base mineral. d) Falta de integração das ações desenvolvidas pelos órgãos federais, estaduais e instituições parceiras, envolvidas nos projetos, isto é, articulação competente. e) Falta de liderança proativa das governanças de APLs. f) Burocracia excessiva por parte dos órgãos públicos. g) Entraves nas liberações dos recursos públicos em desencontro com os cronogramas físicos - financeiros dos projetos h) Capacitação de equipe para elaboração de projetos e formulação de demandas qualificadas do setor empresarial aos órgãos públicos de gestão e fomento a PD&I. Não se tem dados estatísticos a respeito dos investimentos do setor empresarial em PD&I na indústria de cerâmica vermelha e nos APLs. Também não são conhecidos os investimentos feitos em PD&I pelo setor privado do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. No entanto, observa-se que têm sido, principalmente na caracterização tecnológica de matérias primas e insumo para indústria cerâmica, em capacitação de infraestrutura de laboratorial (fixo e móvel) e formação e qualificação de pessoas para todos os elos da cadeia produtiva de cerâmica vermelha. Outro ponto fundamental para entender os investimentos em PD&I no Brasil, nos APLs e Arranjo Propodutiv de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, é o conhecimento da evolução histórica do sistema de educação profissional no Brasil, descrito resumidamente, a seguir. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL Um dos fatores fundamentais para capacitação dos setores produtivos do Norte Goiano, principalmente, o setor mineral e de cerâmica vermelha, em desenvolver tecnologias de processos e produtos e seus usos e empregos de forma produtiva e com efetividade, é a formação escolar e técnica dos profissionais e sua disponibilidade de oferta, em número e com habilidade e qualidades adequadas para todos os elos da cadeia produtiva e áreas de conhecimento do setor mineral. Para tanto, é necessário à existência e disponibilidades de escolas de ensino fundamental e médio, bem como de escolas técnicas na região do norte goiano de Goiás, que possibilitem a formação e oferta de profissionais qualificados e necessários para o setor de cerâmica vermelha, tais como técnico em cerâmica, em mineração, em meio ambiente, mecânica, elétrica, administração, contabilidade, etc. Do ponto de vista da evolução histórica da formação escolar e técnica, observa-se que um fato importante ocorreu com a criação, em 14 de novembro de 1930, do Ministério da Educação e Saúde Pública que estruturou a Inspetoria do Ensino Profissional Técnico com a competência de supervisionar as Escolas de Aprendizes Artífices, antes ligadas ao Ministério da Agricultura. Essa Inspetoria foi transformada, em 1934, em Superintendência do Ensino Profissional. Foi um período de grande expansão do ensino industrial, impulsionada por uma política de criação de novas escolas industriais e introdução de novas especializações nas escolas existentes. A Constituição brasileira de 1937 foi a primeira a tratar especificamente de ensino técnico, profissional e industrial, estabelecendo no artigo 129. Assim, em 13 de janeiro de 1937, foi assinada a Lei 378 que transformava as Escolas de Aprendizes e Artífices em Liceus Profissionais, destinados ao ensino profissional, de todos os ramos e graus. O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) traz a marca do aprofundamento da relação entre Estado e economia. Neste período, a indústria automobilística surge como o DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 38 grande ícone da consolidação da indústria nacional. O Plano de Metas do Governo JK nesses cinco anos prevê investimentos maciços nas áreas de infraestrutura (à produção de energia e ao transporte são conferidos 73% do total dos investimentos). Pela primeira vez contempla-se o setor de educação com 3,4% do total de investimentos previstos. O objetivo era a formação de profissionais orientados para as metas de desenvolvimento do país. Em 1994 a Lei nº 8.948, de 8 de dezembro dispõe sobre a instituição do Sistema Nacional de Educação Tecnológica, transformando, gradativamente, as Escolas Técnicas Federais e as Escolas Agrotécnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica – CEFETs, mediante decreto específico para cada instituição e em função de critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação, levando em conta as instalações físicas, os laboratórios e equipamentos adequados, as condições técnico-pedagógicas e administrativas, e os recursos humanos e financeiros necessários ao funcionamento de cada centro. Em 20 de novembro de 1996 foi sancionada a Lei 9.394 considerada como a segunda LDB, que dispõe sobre a Educação Profissional num capítulo separado da Educação Básica, superando enfoques de assistencialismo e de preconceito social contido nas primeiras legislações de educação profissional do país, fazendo uma intervenção social crítica e qualificada para tornar-se um mecanismo para favorecer a inclusão social e democratização dos bens sociais de uma sociedade. Além disso, define o sistema de certificação profissional que permite o reconhecimento das competências adquiridas fora do sistema escolar. Em meio a essas complexas e polêmicas transformações da educação profissional de nosso país, retoma-se em 1999 o processo de transformação das Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica. A educação profissional e tecnológica assume valor estratégico para o desenvolvimento nacional resultante das transformações ao longo das últimas décadas na Rede Federal, cuja visibilidade social apenas recentemente começou a tomar forma com a criação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, com os esforços para a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, em andamento, e com a intensificação e diversificação das atividades de ensino visando a atender os mais diferenciados públicos nas modalidades: presencial, semipresencial e a distância. Desde 2003, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica está vivenciando a maior expansão de sua história. De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no país. Entre 2003 e 2010, o Ministério da Educação entregou à população as 214 previstas no plano de expansão da rede federal de educação profissional. Além disso, outras escolas foram federalizadas. Fazem parte da Rede Federal os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, as universidades Tecnológicas, os CEFETS e as Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades. Em Goiás, participam desta Rede o Instituo Federal Goiás, que possui 8 Campi: Goiânia, Jataí, Inhumas, Uruaçu, Intumbiara, Luziânia, Formosa e Anápolis; e o Instituto Federal Goiano que é constituído de 5 Campi: Ceres, Iporá, Rio Verde, Morrinhos e Urutaí. O MEC está investindo mais de R$ 1,1 bilhão na expansão da educação profissional. Atualmente, são 354 unidades e mais de 400 mil vagas em todo o país. Com outras 208 novas escolas previstas para serem entregues até o final de 2014 serão 562 unidades que, em pleno funcionamento, gerarão 600 mil vagas. Variáveis que provocaram as evoluções: Foco do Fundo Setorial Mineral (CT Mineral), a partir de 2001, no apoio as micro, pequenas e médias empresas de mineração de segmentos dos minerais não metálicos priorizados que se organizassem em arranjos produtivos locais de base mineral. Elaboração e formulação de políticas públicas federais, a partir de 2003, com a criação do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL) de fortalecimento das micro e pequenas empresas, principalmente através da promoção de APLs, o que propiciou sobremaneira o desenvolvimento dos segmentos minerais priorizados, já que estes segmentos são constituídos principalmente por empresas desse porte. Além disso, houve a adoção e promoção de Políticas públicas bem definidas de desenvolvimento específicas para impulsionar o setor mineral. Lançamentos de investimentos governamentais por meio de editais e encomendas de diversos ministérios e agências de fomento federais para apoio à projetos de PD&I nos APLs de base mineral. Fortalecer o Associativismo e o cooperativismo (Fortalecimento da ASCENO). Fortalecer a parceria entre os segmentos educacionais e os atores locais da cadeia produtiva de cerâmica vermelha. Investir em formação e capacitação dos atores locais com viés em tecnologia, inovação e sustentabilidade. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 39 Os principais entraves e dificuldades aos investimentos públicos e privados em PD&I para ao APLs de base mineral e especificamente para o Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano são: a) lentidão nas ações e falta de sintonia entre os órgãos executores. b) falta de continuidade e oscilações dos valores investidos. c) inexistência de fonte de recursos orçamentários dedicada especificamente ao apoio do desenvolvimento sustentável e competitivo dos APLs de base mineral. d) Falta de integração das ações desenvolvidas pelos órgãos federais, estaduais e instituições parceiras, envolvidas nos projetos, isto é, articulação competente. e) Falta de liderança proativa das governanças de APLs. f) Burocracia excessiva por parte dos órgãos públicos. g) Entraves nas liberações dos recursos públicos em desencontro com os cronogramas físicos - financeiros dos projetos h) Capacitação de equipe para elaboração de projetos e formulação de demandas qualificadas do setor empresarial aos órgãos públicos de gestão e fomento a PD&I. Na área de educação, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica está fundamentada numa história de construção de 100 anos, cujas atividades iniciais eram instrumento de uma política voltado para as “classes desprovidas” e hoje se configura como uma importante estrutura para que todas as pessoas tenham efetivo acesso às conquistas científicas e tecnológicas. Esse é o elemento diferencial que está na gênese da constituição de uma identidade social particular para os agentes e instituições envolvidos neste contexto, cujo fenômeno é decorrente da história, do papel e das relações que a Educação Profissional e Tecnológica estabelece com a ciência e a tecnologia, o desenvolvimento regional e local e com o mundo do trabalho e dos desejos de transformação dos atores nela envolvidos. Parte integrante de um projeto de desenvolvimento nacional que busca consolidar-se como soberano, sustentável e inclusivo, a Educação Profissional e Tecnológica está sendo convocada não só para atender às novas configurações do mundo do trabalho, mas, igualmente, a contribuir para a elevação da escolaridade dos trabalhadores. Nessa direção a atual conjuntura histórica é extremamente favorável à transformação da Educação Profissional e Tecnológica em importante ator da produção científica e tecnológica nacional, especialmente porque o espaço social das práticas de ensino, pesquisa e inovação desenvolvidas nessa área possui características diferenciadas daquelas desenvolvidas no espaço do mundo acadêmico. Atualmente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, tem em seu organograma um Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica que gerencia todo o processo de formação profissional do cidadão goiano, e a Rede Goiana de Arranjos Produtos acompanhará juntamente com a ASCENO os cursos que serão prioritário para o desenvolvimento da região norte do Estado. Tendências Futuras das variáveis provocadoras: O conhecimento, em geral, é tácito, presente apenas na mente do profissional. O grande desafio das organizações é transformar o conhecimento tácito em conhecimento explicito, em um patrimônio da organização. É fazê-lo fazer parte da estrutura da organização, estar disponível a todos, ser democratizado por toda a empresa. O saber fazer deve ser conhecido de todos, isso é vital para sobrevivência de uma organização. Habilidade é o saber fazer. O ideal seria a junção de conhecimento e habilidade, mas essa combinação nem sempre é possível. Muitas vezes quem tem o conhecimento não é quem executa. A habilidade, em regra, depende de prática, treino, erros e acertos. A prática leva a perfeição. Só que quanto mais se sobe na hierarquia, mais teórico e menos prático se fica. Em quase toda organização profissional quem planeja não executa e como "teoria na prática é outra" o serviço que é executado é muito diferente do que foi pensado. É necessária uma maior aproximação da equipe que planeja com a equipe que executa. Como fazer isso é a questão. Vejo isso como um problema grave organizacional e que muito pouco tem sido feito para ser corrigido ou pelo menos amenizado. Atitude está ligada a ação. Não adianta ter conhecimento e habilidade e não ter atitude. Atitude é querer fazer. Muitos profissionais estão poucos dispostos a ter atitudes de mudança. Sabem que se algumas coisas mudassem o resultado final seria melhor. Mas para que mudar o que de certa forma está dando certo? Essa atitude é necessária para ocorrer à mudança. Atitudes são necessárias para se mudar paradigmas. Atualmente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, publica no Diário Oficial do Estado - A Lei Complementar Nº 109, de 23 de abril de 2014, que cria o Instituto Tecnológico do Estado de Goiás – ITEGO e o Colégio Tecnológico – COTEC, onde são introduzidas alterações na Lei Complementar nº 26, de 28 de dezembro de 1998. A SECTEC tem em seu organograma um Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica que gerencia todo o processo de formação profissional do cidadão goiano, com viés nos conceitos a cima explicitado, e a Rede Goiana de Arranjos Produtos acompanhará juntamente com a ASCENO os cursos que serão prioritários para o desenvolvimento da região norte do Estado. Rupturas Futuras das variáveis provocadoras: Instituir e implantar novos mecanismos e instrumentos de fomento e financiamento para o APLs. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 40 Implementar o uso de mecanismos e instrumentos de fomento e financiamento pelas totalidades das empresas e instituições de ensino, pesquisa, inovação e serviços tecnológicos do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, bem como ampliar os investimentos públicos e privados para PD&I de forma regular, continuada e crescente para o Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Implantação de Laboratório Fixo no município de Porangatu para atender os atores locais da cadeia produtiva de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano; Promover a mobilização e conscientização dos atores locais da cadeia produtiva de cerâmica vermelha, para priorizar a regularidade, continuidade e crescimento dos investimentos privados e públicos na geração de conhecimento teórico/cientifico como instrumento de melhoria da qualidade e competitividade e diversidades dos produtos cerâmicos do APL de Cerâmica Vermelha. Aquisição do Laboratório Móvel que atenderá os atores locais dos 22 municípios que fazem parte da cadeia produtiva de cerâmica vermelha e que compõem a região norte Estado de Goiás. Investir na participação e envolvimento dos atores locais no desenvolvimento de capacitação e domínio de PD&I para o Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelho por meio implantação de infraestrutura laboratorial de ensino, pesquisa e inovação e formação e qualificação de pessoas instituição tais como Laboratório Fixo de Porangatu e Laboratório Móvel de Cerâmica Vermelha, IFG Campus Uruaçu – GO, Centro Tecnológico de Cerâmica Vermelha na região norte de Goiás. Produtos com certificação pelo IMETRO Inscrição dos atores locais da cadeia produtiva de cerâmica vermelha nos cursos oferecidos pelo Bolsa Futuro, Pronatec no CEPs de Porangatu e IFG Campus Uruaçu. Detalhamento das variáveis: Investir na realização das ações e atividades voltadas ao desenvolvimento de PD&I do setor de cerâmica vermelha do norte goiano que se constitui em base fundamental para o desenvolvimento sustentável e competitivo do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Implantação dos Laboratórios de Fixo e Móvel que irá atender os 22 municípios que fazem parte da região norte do estado de Goiás. Mobilizar os atores locais e ASCENO para conhecer os Laboratórios Fixo e Móvel e sensibilizá-los a participarem dos cursos que serão oferecidos pelo Bolsa Futuro, Pronatec e outras instituições parceiras da RGAPLs. Promover oficinas, seminários e encontros para os atores locais da cadeia produtiva de Cerâmica Vermelha da região norte. Definição de Hipóteses Hipótese 1 Instituir e implantar novos mecanismos e instrumentos de fomento e financiamento para o APLs, implementar o uso destes mecanismos pelas totalidades das empresas e instituições de ensino, pesquisa, inovação e serviços tecnológicos do APL de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, bem como ampliar os investimentos públicos e privados para PD&I de forma regular, continuada e crescente para o APL de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, conduzirá para realização das ações e atividades voltadas ao desenvolvimento de PD&I do setor de cerâmica vermelha do norte goiano que se constitui em base fundamental para o desenvolvimento sustentável e competitivo do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Hipótese 2 Se não houver mobilização e conscientização dos atores locais da cadeia produtiva de cerâmica vermelha, para priorizar a regularidade, continuidade e crescimento dos investimentos privados e públicos na geração de conhecimento teórico/cientifico como instrumento de melhoria da qualidade e competitividade e diversidades dos produtos cerâmicos do APL de Cerâmica Vermelha, não serão criadas as condições para o desenvolvimento sustentável do APL irá fortalecer sua economia local. Hipótese 3 Se não houver participação e envolvimento dos atores locais no desenvolvimento de capacitação e domínio de PD&I para o APL de Cerâmica Vermelho por meio implantação de infraestrutura laboratorial de ensino, pesquisa e inovação e formação e qualificação de pessoas instituição tais como Laboratório Fixo de Porangatu e Laboratório Móvel de Cerâmica Vermelha, IFG Campus Uruaçu – GO, Centro Tecnológico de Cerâmica Vermelha na região norte de Goiás, não haverá desenvolvimento sustentável de APL de Cerâmica Vermelha Norte. Hipótese 4 Em 2034 a região norte do Estado de Goiás que é privilegiada com a matéria prima – argila de várzea e sequeiro - terá criado mecanismos de financiamento e fomento que apresentam regularidade, continuidade e crescimento de investimentos em PD&I privados e públicos que tornará possível a capacitação de infraestrutura laboratorial (fixo e móvel), capacitação, formação, qualificação e certificação profissionais de pessoas para todos elos da cadeia produtiva de cerâmica vermelha do norte goiano. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 41 Referência Bibliográfica: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda - História da Educação e da Pedagogia - 3ª Ed, 2009 - Editora Moderna Ltda. - São Paulo - Pg. 222 ↑ Ir para:a b http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/5520/4015 Acessada em 18 de agosto de 2012 ↑ Ir para:a b c PALMA FILHO, João Cardoso - Política Educacional Brasileira - Cte Editora, 2005 - São Paulo ISBN 85-98383-03-1 Ir para cima↑ HENTSCHKE, Jens R. Reconstructing the Brazilian nation. Public schooling in the Vargas era. Baden-Baden : Nomos, 2007 pgs. 136-145. Ir para cima↑ Acessado em 18-08-12 Ir para cima↑ Acessado em 18-08-12 GARCIA, Sandra Regina de oliveira. “O fio da história: a gênese da formação profissional no Brasil”. In: Trabalho e Crítica. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2000. 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Desenvolvimento de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PDI) no APL (DPDIAPL) Participantes: Edgard Maas Elzivir Azevêdo Guerra Tássia de Melo Arraes Descrição A pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e a inovação (PD&I) são processos sistemáticos para a construção do conhecimento, gerando novos conhecimentos na área, podendo também desenvolver, algum conhecimento pré-existente, servindo basicamente para os indivíduos e empresas que compõem a cadeia produtiva de cerâmica vermelha. A pesquisa como atividade regular, também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejadas pela busca de um conhecimento técnico e priorizar a qualidade e valorizar os produtos cerâmicos com foco na sustentabilidade do setor cerâmico do norte goiano. A ciência pode ser compreendida como o resultado do encadeamento lógico das ideias e ações que auxiliam o homem na descoberta progressiva das estruturas dos sistemas existentes na natureza e de suas formas de funcionamento. Essas ideias e ações passam por fases de experimentação, de análise e de síntese para chegar a noções racionais, provisórias ou definitivas. Elas modificam constantemente os conceitos e comportamentos presentes na relação da homem face ao universo e face ao próprio homem. A tecnologia por sua vez, corresponde à elaboração e aperfeiçoamento dos métodos para assegurar o funcionamento dos mecanismos da produção e do consumo, assim como das atividades da pesquisa artística e científica. Compreende desde as ferramentas mais simples até os microprocessadores e, no plano econômico, visa tornar cada vez mais rentáveis os investimentos. De acordo com a definição da UNESCO, "a ciência é o conjunto de conhecimentos organizados sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observáveis, obtidos através do estudo objetivo dos fenômenos empíricos"; enquanto "a tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos diretamente aplicáveis à produção ou melhoria de bens ou serviços". Quanto à inovação, não há um conceito único que seja amplamente aceito. O que é consenso no que se refere à definição de inovação é que ela pressupõe mudanças e a ideia de novidade. Um conceito de inovação bastante conhecido é o do manual de Oslo, produzido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que diz que a inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. Outro conceito bastante difundido é o do Manual Frascati que considera as atividades de inovação tecnológica como o conjunto de diligências científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais, incluindo o investimento em novos conhecimentos, que realizam ou destinam-se a levar à realização de produtos e processos tecnologicamente novos e melhores. No entendimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a inovação pode ser tanto radical quanto incremental, desde que seja relevante para criar valor, aumentar a competitividade ou a sustentabilidade do crescimento das empresas e que envolva esforço adicional ao necessário para aumento de capacidade produtiva, expansão ou modernização. Trazendo esses conceitos para o ambiente empresarial, observa-se que o cenário atual reserva muitas oportunidades para os empresários no Brasil como o aumento de renda da população e a estabilidade e crescimento econômico, que geram condições favoráveis para o desenvolvimento das empresas. Ao lado das oportunidades residem também inúmeros desafios como, por exemplo, a alta carga tributária e a informalidade em vários setores. Nesse contexto, a cooperação entre as empresas tem se destacado como um meio capaz de torná-las mais competitivas. Fortalecer o poder de compras, compartilhar recursos, combinar competências, dividir o ônus de realizar pesquisas tecnológicas, partilhar riscos e custos do processo inovativo, oferecer produtos com qualidade superior e diversificada, são estratégias cooperativas que têm sido utilizadas com maior frequência, anunciando novas possibilidades de atuação no mercado (Castro, L.H., 2009). A pesquisa, desenvolvimento tecnológico e, principalmente, a inovação (tecnológica, organizacional...) é vista como um fator de sobrevivência e de competitividade dentro das empresas e outras organizações. A busca pela inovação e a capacidade de gerá-la e absorvê-la, requer um aprendizado constante e interativo. Por esse motivo, formatos organizacionais que estimulem e favoreçam a interação e ação conjunta de vários agentes, tais como redes, arranjos, sistemas produtivos e inovativos, vêm se consolidando de maneira a promover a difusão do conhecimento e inovações (Lastres & Cassiolato, 2003). Nesse contexto, o Arranjo Produtivo Local (APL) pode ser caracterizado pela existência da aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal. Para isso, é preciso considerar a dinâmica do território em que as mesmas estão inseridas, tendo em vista o número de postos de trabalho, faturamento, mercado, potencial de crescimento, diversificação, dentre outros aspectos. Assim, a noção de território é fundamental para a atuação em Arranjos Produtivos Locais. Porém, a ideia de território não se resume apenas à sua dimensão material, refere-se também à rede de relações sociais que se projetam em um determinado espaço. O APL destaca-se, principalmente pela possibilidade dos benefícios que seus integrantes podem usufruir pela proximidade e grau de relacionamento entre os agentes e/ou empresas que o compõem. Para que o objetivo de suprimento de demandas comuns dos envolvidos seja atendido, procura-se criar condições de relacionamento de tal forma que as interações possam contribuir para potencializar os resultados obtidos pelo conjunto de empresas que compõem o APL. Nesse sentido, destaca-se a busca de competitividade, tendo como referência o novo paradigma técnico-científico, onde a busca pela inovação, seja ela incremental ou radical, faz parte da rotina dos integrantes do APL. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 43 Os APLs apresentam-se, portanto, como locus privilegiado para que o processo de inovação ocorra, mas esse processo não necessariamente respeita a sequência de pesquisa básica, seguida pela aplicada, pelo desenvolvimento experimental e operação de novos processos ou produção de novos produtos, pois a inovação é um processo bastante complexo que depende do envolvimento de uma vasta gama de atores e desenvolvimento de diversas atividades, sendo necessária para a sua concretização a articulação e implementação de diversas ações. Evoluções Passadas De acordo com Ferreira (2013), até a década de 1970 as aglomerações de pequenas e médias empresas eram colocadas em segundo plano e somente a partir daí elas passaram a ser vistas em uma posição central no debate econômico. Foi com essas transformações que o apoio ao desenvolvimento de APLs no Brasil passou a ganhar espaço, tornando-se um tema importante na literatura econômica e, principalmente, nas diretrizes das políticas de desenvolvimento do mundo todo. Em função da bem-sucedida experiência dos Distritos Industriais da terceira Itália e Vale do Silício na Califórnia, observa-se um interesse crescente pelas aglomerações de pequenas e médias empresas, inclusive com tentativas de implementação destas experiências no nosso território nacional (Ferreira, 2013). Isso por que essas regiões cresceram a taxas muito elevadas nas duas últimas décadas, gerando enormes quantidades de empregos bem remunerados e estão entre as rendas per capita mais elevadas do primeiro mundo (Dalla Vecchia, 2006). No Brasil, o conceito de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais foi criado e desenvolvido pela RedeSist no final da década de 1990 e rapidamente disseminado nas esferas de ensino e pesquisa política (Lastres, 2007). São numerosos os estudos que têm demonstrado o importante papel das aglomerações de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) para o desenvolvimento regional e mobilização das economias locais. De fato, tem aumentado o reconhecimento das MPEs como importantes geradoras de empregos e renda e de mobilização da economia, contribuindo para a melhoria da distribuição de renda e compensando desequilíbrios regionais. Os estudos demonstram também a importância das relações mantidas entre as empresas e destas com as demais instituições dentro de um determinado espaço geográfico, destacando-se o fato de que a inovação e o conhecimento são os principais fatores que definem a competitividade e o desenvolvimento das regiões, setores e empresas (Dalla Vecchia, 2006). Os Arranjos produtivos locais, em sentido amplo, envolvem diversas atividades produtivas interagindo entre si em um processo de aprendizagem tecnológica contínua onde ocorrem inovações em produtos e processos. Esses arranjos enfatizam as relações econômicas e técnicas desenvolvidas entre os seus diversos atores, incorporando a questão espacial e institucional de modo que o objetivo principal é a busca de soluções para gargalos existentes entre os mesmos (Dalla Vecchia, 2006). Cabe destacar que a inovação não se restringe apenas a processos que envolvam mudanças radicais na fronteira tecnológica, realizados quase que exclusivamente por grandes empresas por meio dos esforços de seus centros de P&D. São importantes as consequências do reconhecimento de que “a inovação é o processo pelo qual as organizações incorporam conhecimentos na produção de bens e serviços que lhes são novos, independentemente de serem novos, ou não, para os seus competidores domésticos ou estrangeiros” (Lastres, 2007). Assim, o foco principal recai sobre as mudanças técnicas, consideradas fundamentais para o entendimento dos fatores que levam organizações, setores regiões e países a desenvolverem-se mais rápida e amplamente que outros. O entendimento do processo de inovação se estende, portanto, para além das atividades formais de P&D e inclui todas as novas maneiras de produzir bens e serviços por parte de uma determinada organização, mesmo que estas não sejam novas para outros (Lastres, 2007). Outro fator que merece destaque é o fato de a cultura da inovação ser muito pouco enraizada no empresariado, sendo que o grande desafio para as políticas de inovação no Brasil é articular a produção científica e tecnológica com o setor produtivo visando à produção de inovação que é fundamental para o desenvolvimento de um País (Azambuja et al., 2013). Variáveis que provocam as evoluções • • • Organizar e desenvolver oficinas de sensibilização dos empresários locais sobre a importância da P,D&I para o crescimento e fortalecimento do APL de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano; Estreitar as parcerias com as ICTs de modo a buscar o desenvolvimento de P,D&I para solução de gargalos tecnológicos; Criar um centro tecnológico que atenda as empresas cerâmicas do APL no desenvolvimento de novos produtos e processos, fortalecimento do controle do processo produtivo e qualificação de recursos humanos, visando à promoção da inovação tecnológica, difusão do conhecimento, capacitação e certificação de produtos. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções O setor de cerâmica vermelha no Brasil é composto por pequenos empreendimentos familiares artesanais (olarias, em grande parte não-incorporadas nas estatísticas oficiais), cerâmicas de pequeno e médio portes (com deficiências de mecanização e gestão) e empreendimentos de médio a grande porte de tecnologia mais avançada. A grande maioria das empresas desse setor tem sua competitividade baseada apenas em custos e ainda apresentam baixa capacidade para inovar e competir no mercado globalizado. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 44 Nesse sentido, é importante destacar que diversos estudos demonstram que a pesquisa, desenvolvimento tecnológico e, principalmente, a inovação são peças chaves na agregação de valor e aumento de competitividade das empresas. O que se observa muitas vezes é a ausência da cultura de inovação para propiciar um processo criativo e sustentável de geração de novos produtos e soluções, a um fluxo constante de inovações menores e incrementais. A inovação requer pessoas criativas, mas também significa à definição de objetivos claros para a inovação, fixando estratégias, estabelecendo quais são os recursos e os riscos, alocando responsabilidades e, de modo ainda mais relevante, delimitando de maneira clara e definindo os processos de inovação, com alguém encarregado em cada área respectiva (Bes & Kotler, 2011). Kim e Mauborgne (2005) colocam que através da incorporação de estratégias de inovação uma empresa pode, não só buscar espaço no mercado competitivo, como também buscar inovações que lhe permitam abrir um mercado livre de concorrência. No entanto, ainda falta informação sobre como materializar a inovação, sendo, segundo Bes e Kotler (2011), as principais barreiras: • Dúvida quanto ao significado - desestímulo pela crença de que inovações são apenas aquelas radicais geradas em grandes empresas e que ganham destaque na mídia; • Confundir inovação com criatividade – “Criatividade, ideias e novas tecnologias sozinhas não são inovação”, é necessário um gerenciamento de ideias. Quanto a estas barreiras, os autores acrescentam que, de fato, a inovação nem sempre acarreta grandes saltos adiante. A inovação gradual também é inovação e é tão necessária, ou até mais, que a radical. Isso é o que realmente torna um negócio sustentável. No âmbito do APL de cerâmica vermelha do norte goiano, já houve um pequeno avanço no número de empresas que buscam a inovação de processos e agregação de valor ao produto, o que demonstra a necessidade de implementação de iniciativas que leve ao conhecimento e conscientização dos empresários quanto à importância das ações de apoio à P,D&I no APL. Outra vertente que deve ser fortalecida é a busca de parceria das empresas situadas no APL com as instituições de C&T. Essas parcerias são essenciais por que reduzem os custos fixos de manutenção de equipes especializadas nas empresas de pequeno porte, permitindo melhoria do processo produtivo, agregação de valor ao produto e conquista de novos mercados. Dessa forma, as universidades e seus departamentos, institutos públicos e privados, banco de dados, empresas de consultoria e infraestrutura tecnológica são consideradas fontes de informação relevantes. Em geral, estes arranjos institucionais são criados e/ou mantidos através da provisão de recursos (financeiros) públicos que permitem que a oferta de serviços acima mencionada ocorra a um preço mais baixo do que o praticado no mercado (Godinho e Vedovello, 2003). Na região de abrangência do APL de cerâmica vermelha do norte goiano, são identificadas algumas instituições com potencial para estabelecimento de parceria para desenvolvimento de melhorias de processos, produtos, projetos de inovação e métodos de gestão. Dentre essas entidades, destaca-se o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e pequenas Empresas (SEBRAE), que com o Projeto ALI (Agentes Locais de Inovação) busca promover a inovação nas empresas de pequeno porte, por meio de assessoria dada por agentes com perfil multidisciplinar, que facilitem a busca de soluções e respostas às demandas de cada empresa atendida, no que diz respeito a seu desenvolvimento econômico-financeiro, estrutural, de serviços e de processos produtivos. Além dos SEBRAE, podem ser firmadas parcerias com outras instituições locais como os Institutos Federais de Goiás (IFGs), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade Federal de Goiás (UFG) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), além de instituições renomadas que atuam nesse segmento situadas em outros estados como, por exemplo, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) sediado em São Paulo, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), localizados no Rio de Janeiro, bem como outras Universidades e ICTs. Adicionalmente, a criação de um centro tecnológico que atenda as demandas das empresas do APL de cerâmica vermelha do norte goiano é uma demanda antiga do setor. O centro traria uma série de benefícios como, por exemplo, a realização de ensaios e análises de caracterização tecnológica de matérias-primas, detecção de deficiências em equipamentos, processos e ferramentas, com indicação das modificações necessárias para sanar os problemas e implementar as soluções possíveis. O centro contribuiria com o desenvolvimento de novos produtos e processos, fortalecimento do controle do processo produtivo e também para a qualificação de recursos humanos, visando à promoção da inovação tecnológica, difusão do conhecimento e melhoria dos produtos. Tendências Futuras das variáveis provocadoras A tendência é a de que as empresas do APL de cerâmica vermelha do norte goiano despertem para a necessidade de desenvolver P,D&I para se tornarem mais competitivas e melhorarem a qualidade de seus produtos. A maior interação com as instituições parceiras locais, regionais e nacionais, naturalmente resultará no fortalecimento e crescimento do APL. Rupturas futuras das variáveis provocadoras Implantação de um centro tecnológico de cerâmica vermelha visando à promoção da inovação tecnológica, difusão do conhecimento, capacitação e certificação de produtos no APL. Detalhamento das variáveis • Organizar por meio da ASCENO oficinas com palestras elucidativas e apresentação de melhores práticas para os 22 municípios integrantes do APL de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, mostrando a importância da P,D&I no APL. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 45 • • Identificar as principais demandas tecnológicas do APL e buscar parcerias com as ICTs de modo a solucionar estrangulamentos. Criar um projeto de um centro tecnológico que atenda as empresas cerâmicas dos 22 municípios que fazem parte do APL e buscar parceiros e recursos nas esferas municipal, estadual e federal, para construção, capacitação de infraestrutura e recursos humanos para o centro. Definição de Hipóteses Hipótese 1 O investimento em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação permitirá ao APL de cerâmica vermelha do norte goiano a diversificação de produtos, conquista de novos mercados e seu desenvolvimento sustentável. Hipótese 2 Se não houver inovação, não haverá agregação de valor e ganho de competitividade no APL de cerâmica vermelha do norte goiano. Hipótese 3 A criação e implantação de Centro Tecnológico de Cerâmica Vermelha no norte goiano gerará o conhecimento e caracterização de matéria prima e insumos para indústria de cerâmica do APL, inovação e desenvolvimento tecnológico de processo e produtos, difusão do conhecimento, capacitação, treinamento, treinamento e certificação profissionais de pessoas fundamentais para o desenvolvimento sustentável do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Referências Bibliográficas Azambuja, E.C.E.; Campagnolo, J.M., Teixeira, C.B. 2013. Apoio e capacitação à inovação nas empresas – caso brasileiro. Anais... XV Congresso de Gestão de Tecnologia Latino-Iberoamericano - ALTEC 2013. BES, Fernando Trías de; KOTLER, Philip. A Bíblia da Inovação – Princípios fundamentais para levar a cultura da inovação contínua às organizações. São Paulo, Leya, 2011. Castro, L.H. 2009. Arranjo Produtivo Local. Série Empreendimentos Coletivos – SEBRAE. 40p. Dalla Vecchia, R.V.R. 2006. Arranjos produtivos locais como estratégia de desenvolvimento regional e local. Revista Capital Científico, v.4, n.1, jan/dez, pgs. 31-50. Ferreira, J.A.A. 2013. Arranjos produtivos locais: uma abordagem sobre as relações de poder no APL de metais sanitários do Paraná. Revista Geonorte, Edição Especial 3, v.7, n.1, p. 1418-14-33. Godinho, M.; Vedovello, C. Business Incubators as a Technological infrastructure for supporting innovative Firms Activities. Internatioanal Journal of Entrepreneurship and Innovation Management, v. 3, n. ½, p. 4-21, 2003. KIM, W. Chan; MAUBORGNE, Renée. A Estratégia do Oceano Azul. Rio de Janeiro Ed. Campus, 2005. Lastres, H. M. M. Avaliação das políticas de promoção de arranjos produtivos locais no Brasil e proposição de ações. Brasília: CGEE, 2007. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 46 9. Falta de conhecimento da matéria prima: caracterização tecnológica e planejamento da produção (MATPRIMA) Participante: Edélcio Tavares de Araújo Esta variável é dependente da variável: Levantamento/Mapeamento Geológico das reservas de argilas de várzea. Pois no mapeamento geológico das reservas deve ser feita avaliação qualitativa e quantitativa das argilas em estudo. Evoluções Passadas: Fonte: ASCENO-Dados retirados do relatório do APL, Retrospectiva do Planejamento do Desenvolvimento do APL Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás. TECNOLOGIA USADA temos em destaque os itens: Prospecção e Caracterização da Jazida ------- 0% Processo de Produção: 1. Preparo de massa --------0% 2. Mistura de Argila no Pátio -------30% 3. Secagem Natural -------70% 4. Secagem Forçada Estática -------20% 5. Secagem Forçada Semi Contínua -------10% 6. Secagem Forçada Continua --------0% 7. Queima em Fornos Contínuos --------0% 8. Grau de Automatismo do Processo Produtivo-----0% 9. Enfardamento e Paletização ------0% DESAFIOS: Jazidas: Conhecimento das Qualidades e Quantidades da matéria prima (depósitos de argila) - Curto Prazo. Produção: -Otimização da matéria prima/insumos - curto/médio prazo. -Criar novos produtos e conquistar novos mercados. -Implantação do PSQ. Variáveis que provocaram as evoluções. 1. Buscar Legalização das Jazidas. 2. Legalização da Atividade Ceramista (DNPM, M.Amb, Fiscal, Trabalhista). 3. Levantamento/Mapeamento Geológico das Reservas de Argila de Várzea. 4. Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. 5. Administração Capacitada. 6. Fortalecimento da ASCENO. 7. Flexibilizar o Código de Mineração. Para o Desenvolvimento do Setor Minero Cerâmico é fundamental reduzir MINIMIZAR A DEFICIÊNCIA no Suprimento de matéria primas minerais, através da: 1. Regularização dos empreendimentos na obtenção dos títulos minerários e licenciamento ambiental. 2. Detalhamento das reservas minerais tanto qualitativa como quantitativamente. 3. Investimento na Mineração, em pesquisa mineral e tecnológica para a identificação e desenvolvimento de novos depósitos e novos produtos. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAÇÃO DE FONTES DE SUPRIMENTO DE MATÉRIASPRIMAS CERÂMICAS: ESTRUTURA E PROCEDIMENTOS. A metodologia para a avaliação sistemática das alternativas de suprimento mineral para a indústria de cerâmica vermelha está estruturada em etapas sucessivas de avaliação e triagem que possibilitam o afunilamento seletivo das oportunidades das fontes de abastecimento de argila. A Figura 2, do estudo de caso do polo cerâmico de Barra Bonita-SP apresenta, na forma de fluxograma, a estrutura da metodologia, organizada em etapas sucessivas e orientada através do detalhamento: Ver, figura 2. Fluxograma da metodologia Proposta. 1ªFase: Diagnóstico do Setor minero Cerâmico (Estudo de caso: Polo de Barra Bonita-SP) 2ªFase: Localização/prospecção de novos depósitos de argila DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 47 3ªFase: Identificação de potenciais fornecedores. 4ªFase: Consolidação dos resultados ARGILAS QUATERNÁRIAS/VÁRZEA As argilas quaternárias ou de várzea ocorrem associadas aos depósitos sedimentares de preenchimento de fundo de vales (planícies atuais e terraços aluvionares), formando jazidas lenticulares, com espessuras de porte métrico, que ocupam áreas de poucos hectares até alguns quilômetros quadrados. Esses sítios deposicionais constituem zonas saturadas em água, nos quais, juntamente com a sedimentação de argila, acumula-se matéria orgânica, o que interfere nas propriedades tecnológicas desses materiais. Dessas características geoambientais decorrem a sua elevada umidade e alta plasticidade, o que lhes propicia boa trabalhabilidade para os processos cerâmicos de conformação plástica, a exemplo dos produtos extrudados, tais como tijolos, blocos e telhas, até mesmo para a produção artesanal em olarias ou com equipamentos de pequeno porte. De forma geral, constituem-se de caulinitas detríticas; no entanto, em áreas mais restritas, sobretudo em regiões de clima mais seco, são encontradas também argilas detríticas mistas, compostas de caulinita e illita (eventualmente esmectita). Depósitos mais puros de argila de elevada plasticidade ("argilas gordas" no jargão dos ceramistas) constituem bolsões lenticulares dentro dos ambientes aluviais e da planície costeira. Freqüentemente, estão associados a argilas arenosas, menos plásticas ('argilas magras"). Sendo ambas misturadas para a manufatura dos diversos produtos de cerâmica vermelha. A fração silto-arenosa dessas argilas é composta por quartzo e pode conter outros minerais como feldspato e mica. Os depósitos de argilas aluvionares são de ocorrência relativamente abundantes, espalhando-se por todo o substrato geológico brasileiro, (Cabral Junior et al, 2012). Vemos no Quadro 1: Características dos depósitos de argila para cerâmica vermelha. Na área do APL-CV no Norte-Goiano, estão sendo minerados apenas depósitos de argilas quaternárias (argilas de várzea). DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 48 Obs. Caracteristicas das Argila tipo quaternário ou de várzea e do tipo formacional, de origem sedimentar ou de alteração intempérica. Detalhamento da variável: 1ª Fase: Diagnóstico do Setor Mínero-Cerâmico A fase inicial consta de um levantamento expedito, a ser realizado do setor mínero-cerâmico da localidade de interesse, no caso da área territorial do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Entre as informações importantes que devem ser buscadas, incluem-se: produção e - número de empresas cerâmicas, - tipos de produtos, - produção, - tipos de argilas empregadas e respectivas fontes geológicas, - consumo de matéria-prima, - atuais fornecedores, - distâncias de transporte e preços praticados, -deficiências do sistema de suprimento. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 49 Síntese Orientativa Esse conjunto mínimo de informações guia as etapas sucessivas de ambos os caminhos prospectivos, pois devem estabelecer parâmetros básicos de rastreamento, tais como: -quantidade de matéria-prima demandada, -reservas e porte dos depósitos requeridos, -tipos de matérias-primas a serem buscadas (em função dos produtos e argilas consumidas), -estabelecimento dos raios de distâncias limítrofes do rastreamento prospectivo (considerando o transporte de argila praticado e frete embutido). 2ª Fase: Prospecção Mineral de Novos Depósitos de Argila 1ª Etapa - Seleção de Alvos Prospectivos -Efetuada uma seleção de alvos para posterior checagem em campo: Que tem haver com, - Logística: em decorrência da localização das fontes tradicionais de matéria-prima e dos preços praticados, é definido o raio de maior interesse para a avaliação prospectiva, privilegiando-se áreas mais próximas e de mais fácil acesso. - Contexto geológico: o arcabouço geológico-geomorfológico constitui um condicionante inerente na geração e localização de um depósito mineral, pela delimitação dos terrenos geológicos e da análise de seu potencial mineral e elaboração do mapa de potencial geológico para a ocorrência de depósitos de argila. - Considerar os parâmetros, ambientais e legais, restritivos à disponibilidade ou ao acesso aos recursos minerais. Entraves ambientais ou relativos à ocupação do solo: eliminando-se alvos inseridos em unidades de conservação ambiental, com restrições severas à implantação da atividade de mineração, e em áreas afetadas por ocupação urbana e industrial. Impedimento de processos minerários: excluindo-se alvos já onerados por títulos minerários (áreas já requeridas) Individualizar áreas remanescentes, que correspondem às zonas com potencial geológico e livres desses fatores inibidores, e que podem ser denominadas de janelas prospectivas. 2ª Etapa - Levantamentos de Campo Os trabalhos de campo compreendem: - reconhecimento geológico da região de estudo, -potencialidade e o levantamento dos alvos selecionados, -apreciação preliminar quanti-qualitativa dos depósitos identificados. Metodologia -seções geológicas em situações de afloramentos, corte de estradas e ravinas em encostas, - nas zonas rebaixadas (várzeas e terraços aluvionares) por meio de perfurações. Nessas sondagens exploratórias são empregados trados manuais ou motorizados. - descrição litológica, com a distinção das variedades de minérios argilosos e sedimentos arenosos estéreis, -características como granulometria, textura, cor e plasticidade dos materiais. - amostragem dos horizontes argilosos obedece às variações texturais das camadas de minério. 3ª Etapa - Caracterização Cerâmica das Argilas Amostradas Nos estudos qualitativos dos depósitos, são adotadas duas rotinas laboratoriais: expedita e completa. Caracterização Expedita Utilizando-se de métodos ágeis, simplificados e pouco onerosos, este expediente laboratorial é empregado para a caracterização qualitativa preliminar dos depósitos, com análises realizadas em amostras de argila coletadas em afloramento e furos de sondagens. tipos de determinações: -(i) análise granulométrica - peneiramento a úmido segundo a série de peneiras de aberturas 0,84 mm; 0,074 mm; 0,044 mm e fundo; e -(ii) ensaio cerâmico expedito confecção manual de esferas de argila de aproximadamente 2 cm de diâmetro e queima a 1000 °C, com observação das propriedades - cor, brilho de superfície, sonoridade das esferas, aspereza da superfície e absorção de água. Caracterização Completa DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 50 São submetidos ao procedimento de caracterização completa materiais representativos dos depósitos para uma aferição mais detalhada de suas qualificações técnicas como matérias-primas para cerâmica vermelha e de suas propriedades mineralógicas e químicas (Quadro 2). 4ª Etapa - Qualificação dos Depósitos Análise integrada das informações de campo e laboratoriais. • estimativa de reservas: O cálculo de reservas efetuado com base nas sondagens e seções levantadas em campo, e amostragens das frentes de lavra. • depósitos aluvionares, a análise de imagens de fotos aéreas e sensores remotos permitem delimitar a área da bacia argilosa. • logística de acesso e distância do centro consumidor, • especificações quanto ao desempenho tecnológico das argilas. 3ª Fase: Identificação de Potenciais Fornecedores 1ª Etapa - Catalogação dos Processos de Direitos Minerários • Informações sobre os processos de Direitos Minerários, e que são passíveis de serem acessadas eletronicamente em dois bancos de dados do DNPM (www.dnpm.gov.br), para identificação de potenciais fornecedores: a identificação do titular, fase de tramitação do processo, substância mineral objeto de interesse, e localização precisa da área do processo, integrando duas bases de dados: o Cadastro Mineiro e o Sistema de Informação Geográfica da Mineração - SIGMine. • O cadastramento de títulos minerários tem como referência as distâncias de transporte praticadas no centro consumidor do parque cerâmico. • As informações dos títulos minerários selecionados são georreferenciadas e integradas em um mapa contendo as principais vias de circulação, hidrografia, geologia e principais unidades de conservação ambiental, o qual permite uma visualização espacial do cenário de potenciais produtores de argilas na região e serve de orientação para o setor cerâmico na busca de novos ofertantes de matérias-primas. 2ª Etapa - Aferição dos dados Cadastrais • Feitas reuniões com representantes empresariais do pólo cerâmico e visitas in loco a minerações para definir, quais processos podem ser relacionados a potenciais fornecedores. • Avaliar o grau de interesse do setor produtivo às alternativas de suprimento de matéria prima preliminarmente identificadas. • Como resultado dessa 2ª etapa é definida os potenciais fornecedores, que podem ser hierarquizados em função de características como: estágio do processo minerário, qualidade da matéria-prima, condições de frete (distância da jazida) e outros fatores comerciais. 4ª Fase: Consolidação dos Resultados Fase de integração dos resultados das duas fases de investigação: prospecção mineral e os potenciais fornecedores com base na catalogação e triagens sucessivas dos títulos minerários, obtendo-se um panorama das possíveis fontes de abastecimento - minas em operação, jazidas em fase de regularização e novos depósitos. PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 51 Na fase de produção o ceramista deve responder: -O que produzir ? Quanto produzir ? Quando e com que recursos produzir.? O processo produtivo é formado basicamente pelas seguintes etapas: ‐ Extração da argila; ‐ Preparação da massa cerâmica; ‐ Conformação; ‐ Tratamento térmico; ‐ Acabamento; ‐ Inspeção; ‐ Estocagem e expedição. Fluxograma do Processo Produtivo Extração A extração da argila é realizada a céu aberto, podendo ser manual por meio de pás ou mecanizada com o auxílio de retroescavadeiras, pá carregadeiras, trator de esteira com lâmina, pá escavadeiras. PREPARAÇÃO DA MASSA CERÂMICA A finalidade da preparação da massa cerâmica é a obtenção de homogeneidade granulométrica e composição mineralógica. Observadas as características da argila e do produto a serem fabricados, é necessário ter uma preparação adequada da massa para evitar a ocorrência de trincas, deformações, variações no processo de extrusão, amperagem, corte, regulagem de boquilha, quantidade produzida, entre outros. Sazonamento O sazonamento é a fase de descanso ou maturação da matéria-prima. Ele consiste em estocar a argila a céu aberto quando ocorre o processo de aeração e cura do material. A exposição ao tempo ajuda na lixiviação de sais solúveis e auxilia na homogeneização e distribuição da umidade na massa argilosa. O sazonamento deve variar de seis meses a dois anos. As argilas são depositadas em camadas nos pátios das empresas, onde a espessura e alternância das camadas dependem dos tipos de argilas e das propriedades desejadas da mistura final. Devido a esse processo, facilita-se a moldagem por extrusão, evitando o inchamento dos materiais após a moldagem; o que causaria deformações, trincas e ruptura nas peças durante o processo de secagem, assim como o desenvolvimento de gases durante DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 52 a queima. A ausência de sazonamento adequado explica grande parte dos defeitos encontrados nos produtos de cerâmica vermelha, que se propagam ao longo das etapas do processo produtivo. Mistura e Homogeneização A massa consumida na cerâmica vermelha pode ser uma mistura de argilas plásticas com argilas não-plásticas. A mistura de argilas de diferentes características físico-químicas atende às diferentes especificações do produto e também uma melhor qualidade. Na primeira etapa de preparação da massa, a argila é descarregada em um silo ou caixão alimentador e por meio de correia transportadora é direcionada para um desintegrador, que desmancha os torrões. Logo após, é realizada uma moagem e mistura das argilas, eliminando em muitos casos os problemas causados por raízes. Nesta etapa, o misturador promove simultaneamente o amassamento, umidificação e homogeneização da matéria-prima. Na saída do misturador, o material deve ter cor uniforme. Caso contrário o produto apresentará retrações e absorções diferentes. A terceira etapa consiste em destorroar e laminar. Os laminadores são máquinas semelhantes a um moinho de rolos destinados a desagregar os grãos maiores e os torrões e impurezas presentes na matéria-prima, misturando-os à massa cerâmica, complementando assim o trabalho do misturador. Eles também são destinados à melhoria na distribuição da água e ao aperfeiçoamento da homogeneização da massa cerâmica, deixando-a em condições adequadas para a conformação. Conformação A conformação envolve três processos: -extrusão, prensagem e torneamento, O processo de extrusão dá forma ao produto cerâmico por meio da passagem da massa plástica, ou semi-firme, pela abertura na seção transversal do objeto extrusado. Logo após a extrusão, cortadores manuais ou automáticos são utilizados para dar a dimensão desejada às massas. As peças cortadas podem ser retiradas manualmente ou automaticamente em prateleiras. Depois de cortadas, as peças que se apresentam aparentemente perfeitas são submetidas à secagem artificial (forçada) ou natural. TRATAMENTO TÉRMICO O tratamento térmico envolve dois processos: secagem e queima. Secagem A secagem é realizada após o processo de conformação/moldagem do material, tendo como objetivo reduzir o máximo possível de umidade antes de se proceder à queima. Em geral, as peças ao saírem da etapa de moldagem, contêm cerca de 30% de umidade, dependendo do tipo de sistema de moldagem (com ou sem vácuo). Ao final da secagem, a umidade deve estar em torno de 3%, sendo o ideal teor de umidade de 1% antes do início da queima. A secagem de uma massa cerâmica é influenciada por diversos fatores como: temperatura, umidade relativa do ar, velocidade e aplicação da direção do ar, densidade de carga, composição granulométrica da massa, forma, dimensão e método de conformação das peças. O processo de secagem pode ser realizado por meio de ar aquecido ou aeração natural. Queima A queima é a etapa mais delicada do processo cerâmico. Eventuais defeitos originados nas etapas anteriores revelam-se somente quando o material é queimado. É durante a fase da queima que os produtos cerâmicos, submetidos ao tratamento térmico, sofrem transformações físico-químicas, alterando-lhes as propriedades mecânicas e conferindo-lhes as características inerentes a todo produto cerâmico. As temperaturas máximas de queima para fabricação de cerâmica vermelha variam conforme tipo de forno, natureza da argila e produto cerâmico, oscilando entre 800ºC e 1000ºC. A queima é subdividida em cinco fases: -pré-aquecimento (esquente ou “fogo fraco”), -caldeamento ou “fogo forte, -manutenção de temperatura, -abafamento, -resfriamento. Durante a fase de “fogo fraco”, o aquecimento deve ser lento para se evitar que ocorram estouros e trincas nas peças cerâmicas. Na fase de “fogo quente” a taxa de aquecimento pode ser acelerada entre 30 e 40º C por hora. As peças cerâmicas nesta etapa adquirem a mínima resistência mecânica tolerável para serem utilizadas. A etapa de manutenção de temperatura consiste em manter as temperaturas as mais constantes possíveis. Durante esta fase ocorre à sinterização das peças cerâmicas o que eleva a resistência da cerâmica. Na fase de abafamento todos os registros devem ser fechados e também a fornalha e o cinzeiro. Isso é necessário para se manter o máximo de calor dentro do forno, completando a queima. O processo de resfriamento, por sua vez, deve ser lento, com tempo de permanência dos produtos no forno desligado por cerca de vinte e quatro horas. A temperatura e o tempo são os principais determinantes das condições e qualidade da queima das peças cerâmicas. Nesse processo, é de fundamental importância o rigor no controle do tempo de ciclo de aquecimento, queima e resfriamento. Um tempo de queima não controlado pode acarretar em deformações, fissuras e quebra de peças, além de peças cruas no caso em que as temperaturas sejam muito baixas. Para se ter um controle mais acurado da temperatura, usa-se termopares que são dispositivos elétricos de medição de temperaturas. Nos fornos contínuos, após a queima os produtos são retirados pelas esteiras ou carrinhos, não necessitando aguardar o resfriamento do forno. Nos fornos onde o manuseio é feito sem o auxílio de equipamentos é DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 53 necessário esperar o resfriamento do forno para que manualmente se possa remover os produtos. Em alguns casos, o resfriamento pode durar até três dias. Acabamento Essa etapa não é muito usual no setor de cerâmica vermelha. Em geral, é realizada nos empreendimentos produtores de telhas, que aplicam uma resina para embelezamento da peça. Inspeção A inspeção pode ser visual ou por meio de ensaios físicos: de resistência, de absorção de água, de granulometria, além de medição, para aferição das dimensões. Em geral fabricantes de telhas, possuem laboratório próprio para aplicação dos ensaios citados acima. Em blocos estrutural e de vedação são feitos ensaios laboratoriais de determinação das dimensões, desvio em relação ao esquadro e planeza das faces, massa, absorção de água e área líquida e resistência a compressão. Em telhas são realizados ensaios laboratoriais de determinação das dimensões, massa, absorção de água, permeabilidade, deflexão, torção e tensão de ruptura à flexão. Estocagem A estocagem dos produtos é realizada em área a céu aberto ou galpão, onde permanece até sua expedição. Expedição A expedição (transporte) é efetuada por meio de caminhões. As empresas cerâmicas utilizam veículo próprio ou terceirizado, sendo a última mais comum. Os caminhões utilizados na expedição trafegam, em média, com dez milheiros de tijolos. O mau condicionamento e mau empilhamento do produto cerâmico por ocasião do transporte, o manuseio no carregamento e no descarregamento causam defeitos (lascas e fraturas) nas peças cerâmica. Em geral, apenas as telhas são mais bem acondicionadas em lotes envoltos por cinta plástica, que evita o desgaste por atrito e por manuseio individual das peças. HIPÓTESES: Hipótese 1: Sem o adequado conhecimento do volume, bem como da caracterização tecnológica das reservas de argila de várzea e de sequeiro, o desenvolvimento do polo de cerâmica vermelha do Norte Goiano estará comprometido. Hipótese 2: Com reservas de argila de várzea e de sequeiro definidas e caracterizadas tecnologicamente, a produção sustentável do polo de cerâmica vermelha do Norte Goiano estará assegurada. Hipótese 3: Com o conhecimento prévio da qualidade dos depósitos de argila de várzea e de sequeiro, os ceramistas poderão melhorar a qualidade de seus produtos, além de diversificar suas atividades para novos produtos e novos mercados. Bibliografia Retrospectiva do Planejamento do Desenvolvimento do APL Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás. (1ª Etapa). “Avaliação do Potencial de Matéria Prima Cerâmica da Região do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano” CONTRATO AJUR NO 007/2012 SIC-FUNMINERAL / BVC Consultoria e Projetos Ltda. Diagnóstico da Industria de Cerâmica Vermelha do Rio Grande do Norte. Plano de Ação para Adequação Ambiental e Energética das Indústrias de Cerâmica Vermelha no Estado de Minas Gerais; FEAM DPED - GPROD - RT 01/2012. Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha Sergipana. 2008, 20p. Disponível em http://www.neapl.sedetec.se.gov.br. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FONTES DE SUPRIMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS MINERAIS: APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA DO MÉDIO RIO TIETÊ – SP.versão impressa ISSN 0101-9082 Geociênc. (São Paulo) vol.31 no.2 São Paulo 2012. http://jasper.rc.unesp.br/revistageociencias/ CABRAL JUNIOR, M.; MOTTA, J.F.M.; ALMEIDA, A. DOS S.; TANNO, L.C. Argilas para Cerâmica Vermelha. In: LUZ, A. B.; FREITAS; LINS, F.A.F. (Orgs.), Rochas & Minerais Industriais: usos e especificações. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, p. 747-770, 2009. (a) CABRAL JUNIOR, M.; CRUZ, T.T.; TANNO, L.C. Central de Massa: uma alternativa para o aprimoramento do suprimento de matéria-prima à indústria de cerâmica vermelha. Cerâmica Industrial, v. 14, n. 5/6, p. 11-19, 2009. (b) CABRAL JUNIOR, M.; TANNO, L.C.; SINTONI, A.; MOTTA, J.F.M.; COELHO, J.M. A Mineração de Argila para Cerâmica Vermelha no Brasil. Brasil Mineral, v. 294, p. 46-57, 2010. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 54 GONÇALVES, J.H.; ROSA, J.W.C.; ABRAM, M.B.; LEÃO NETO, R.; RAMOS, M.A.B.; JESUS, J.D.A.; MATOS, G.M.M.; BAARS, F.J. Estruturação de Bases de -MOTTA, J.F.M.; ZANARDO, A.; CABRAL JUNIOR, M.; TANNO, L.C.; CUCHIERATO, G. As matérias-primas plásticas para a cerâmica tradicional: argilas e caulins. Cerâmica Industrial, v. 9, n. 2, p. 33-46, 2004. SOUZA SANTOS, P. Tecnologia de argilas. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda. 2 v. 1975. TANNO, L.C.; MOTTA, J.F.M.; CABRAL JUNIOR, M. Pólos de cerâmica vermelha no Estado de São Paulo: aspectos geológicos e econômicos. In: CONGRESSO -BRASILEIRO DE CERÂMICA, 38, 1994, Blumenau. Anais... São Paulo: Associação Brasileira de Cerâmica, 1997, v. 1, p. 378-383. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 55 12. Divulgar Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos Produtos (DACVP) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante – Cerâmica Estrela Edgard Mas - Cerâmica Santo Antônio Jhony Afonso Cunha - ASCENO Para satisfazer uma necessidade da sociedade, nós desenvolvemos produtos e cadeias produtivas, ou seja, os processos, serviços e produtos existem e devem ser de responsabilidade de toda a sociedade, pois os benefícios são gerados para todos. Nessa linha de pensamento, uma mudança de paradigma está ocorrendo, a mudança do foco sobre processo, para o foco sobre produto. Essa nova mentalidade (foco sobre o produto) corresponde ao pensamento em ciclo de vida, uma visão holística da existência do produto. ACV usualmente no Brasil significa análise de ciclo de vida, mas a tradução do inglês life cycle assessment também admite avaliação de ciclo de vida. Em alguns países europeus usa-se o termo ecobalance. Wenzel; Hauschild; Alting (1997) argumentam que o termo análise indica muita objetividade, portanto não é apropriado para ACV, pois esta técnica requer considerações do executante do estudo. Basicamente a ACV faz uma análise ou compilação de dados de um sistema de produto e depois avalia o resultado da análise, portanto a ACV é uma análise (analysis) ao detalhar os fluxos de um sistema de produto e é uma avaliação (evaluation) ao interpretar os fluxos. Porém no Brasil o termo análise teve maior difusão entre os grupos de pesquisa e será então utilizado. Se fizermos uma interpretação literal do termo análise de ciclo de vida, levando-se em conta que ciclo de vida é sinônimo de visão sistêmica ou holística, seria uma técnica que abriria o ciclo de vida de um produto em pequenas partes para poder entendê-lo. Esta última afirmação opõe-se ao conceito fundamental do pensamento sistêmico para sistemas vivos, onde conforme Capra (2002), uma bactéria, uma família, uma empresa ou até o planeta como um todo, são sistemas vivos que não podem ser compreendidos através de suas partes ou por visão monocriteriosa (avaliação de apenas uma variável). O foco principal corresponde ao conjunto das interações entre as partes. Segundo Vigon et al. (1993) a ACV avalia o efeito ambiental associado com qualquer dada atividade, da obtenção das matériasprimas até o ponto no qual todos os rejeitos retornam à Terra. Este conceito conhecido como análise do berço ao túmulo não é novo. O autor afirma que pelo desenvolvimento e uso de informações relacionadas a efeitos ambientais que são upstream e downstream da atividade particular sob estudo, um novo paradigma é criado para dar suporte às decisões de gerenciamento de corporações e regulamentações políticas. Fava et al. (1991) definem o Inventário de Ciclo de Vida (ICV) como um processo objetivo de quantificação de energia e matériaprima requeridas, emissões, efluentes, resíduos e outros lançamentos ambientais de todo o ciclo de vida. Portanto o ICV é uma ACV sem a interpretação dos aspectos ambientais em termos de impacto ambiental, conforme visto na figura a seguir. Fig. 1: Inventário de Ciclo de Vida segundo Fava et al. (1991) As normas IS0 que estão relacionadas com a ACV são: o ABNT NBR ISO 14040: 2009 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura o ABNT NBR ISO 14044: 2009 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Requisitos e orientações As normas ABNT NBR ISO 14041:2004 / ABNT NBR ISO 14042:2004 / ABNT NBR ISO 14043:2005 estão canceladas. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 56 EVOLUÇÃO O termo ACV, ou em inglês, "Life Cycle Assessment" (LCA) foi utilizado primeiramente nos Estados Unidos da América (EUA) em 1990. A designação histórica para estes estudos de ciclo de vida ambiental, utilizados nos EUA desde 1970, era “Resourse and Environmental Profile Analysis”( REPA), (Hunt e Franklin, 1996). Um dos primeiros estudos quantificando as necessidades de recursos, emissões e resíduos originados por diferentes embalagens de bebidas foi conduzido pelo "Midwest Research Institute" (MRI) para a Companhia Coca Cola em 1969. Este estudo nunca foi publicado devido ao carácter confidencial do seu conteúdo, sendo no entanto utilizado pela companhia, no início dos anos setenta como um “input” nas suas decisões sobre embalagens. Um dos resultados interessantes do trabalho da Coca-Cola foi demonstrar que as garrafas de plástico não eram piores, do ponto de vista ambiental, do que as de vidro. Anteriormente, os plásticos tinham a reputação de um produto indesejável em termos ambientais, tendo o estudo REPA demonstrado, que esta reputação era baseada em más interpretações (Hunt e Franklin, 1996). No final de 1972 o mesmo instituto (MRI) iniciou um estudo nas embalagens de cervejas e sumos, encomendado pela "U.S. Environmental Protection Agency" (USEPA), o qual marcou o início do desenvolvimento da ACV como se conhece hoje (Guinée, 1995). A intenção da USEPA era examinar as implicações ambientais da utilização de embalagens de vidro reutilizáveis em vez de latas e garrafas não reutilizáveis, porque na altura as garrafas reutilizáveis estavam a ser rapidamente substituídas por embalagens não-reutilizáveis. Esta foi de longe a mais ambiciosa REPA até à altura, tendo envolvido a indústria do vidro, aço, alumínio, papel e plástico e todos os fornecedores daquelas indústrias, tendo-se caracterizado mais de 40 materiais. Após o conhecimento dos resultados deste estudo, toda a gente assumiu que uma garrafa reutilizável seria claramente superior (Hunt e Franklin, 1996). Após um longo período de baixo interesse público em ACV, em 1984 o Laboratório Federal Suiço para Teste e Investigação de Materiais (EMPA) publicou um importante relatório com base no estudo "Balanço Ecológico de Materiais de Embalagem" (OFEFP, 1984) iniciado pelo governo, que tinha como objectivo estabelecer uma base de dados para os materiais de embalagem mais importantes: alumínio, vidro, plásticos, papel e cartão, chapas de lata (Fink, 1997). O estudo também introduziu um método para normalizar e agregar emissões para o ar e para a água utilizando as normas (legislação) para aquelas emissões e agregando-as, respectivamente nos chamados "volume crítico de ar" e "volume crítico de água". De alguma forma, esta filosofia de avaliar os impactes ambientais foi mais tarde desenvolvida e refinada por Ahbe, Braunschweig e Müller-Wenk no relatório Metodologia dos Ecobalanços (Methodologie des Ecobilans sur la base de l'optimisation écologique), no qual é proposto o cálculo de ecopontos (Ahbe et al., 1991). Na Holanda a abordagem dos volumes críticos era simultânea e independentemente desenvolvida por Druijff (Guinée, 1995). A partir de 1990 houve um notável crescimento das atividades ACV na Europa e nos EUA, o qual é refletivo no número de "workshops" e outros "forums" que têm sido organizados principalmente pela "Society of Environmental Toxicology and Chemistry" (SETAC). Através dos seus ramos na Europa e EUA a SETAC desempenha um papel fundamental em reunir profissionais, utilizadores e investigadores para colaborarem no melhoramento contínuo da metodologia ACV. Os relatórios dos primeiros "workshops" SETAC ilustram os desenvolvimentos metodológicos e de terminologia que ocorreram no início dos anos noventa (SETAC, 1991; anônimo, 1992). Para responder a uma necessidade crescente na orientação de ACVs, particularmente na Europa onde a ACV era mais utilizada, as organizações Europeia e Norte Americana da SETAC planearam e conduziram em 1993 em Sesimbra-Portugal o "workshop - Code of Pratice" (SETAC, 1993b). Este documento pode ser visto como o "mais alto denominador comum" entre as posições Americana e Europeia na metodologia ACV (Gabathuler, 1997). Em 1992 foi formada a Sociedade para a Promoção do Desenvolvimento de Ciclo de Vida (SPOLD), com a missão de juntar recursos, para acelerar o desenvolvimento da metodologia ACV como uma abordagem de gestão aceite para ajudar na tomada de decisão (Hindle e Oude, 1996). Análise de Ciclo de Vida José Vicente R. Ferreira 8 A Organização Internacional para a Normalização (ISO) criou em 1992 um comité técnico (TC 207/SC 5) tendo em vista a normalização de um número de abordagens de gestão ambiental, incluindo ACV (Tibor e Feldman, 1996). Até ao momento foram publicadas as seguintes normas relacionadas com ACV: ISO 14040: 1997 Environmental management -- Life cycle assessment -- Principles and framework ISO 14041: 1998 Environmental management -- Life cycle assessment -- Goal and scope definition and inventory analysis ISO 14042: 2000 Environmental management -- Life cycle assessment -- Life cycle impact assessment ISO 14043: 2000 Environmental management – Life cycle assessment -- Life cycle interpretation ISO/TR 14049: 2000 Environmental management -- Life cycle assessment -- Examples of application of ISO 14041 to goal and scope definition and inventory analysis ISO/TS 14048: 2002 Environmental management -- Life cycle assessment -- Data documentation format ISO/TR 14047: 2003 Environmental management -- Life cycle impact assessment -- Examples of application of ISO 14042 O conceito de ciclo de vida tem-se estendido para além de um simples método para comparar produtos, sendo atualmente visto como uma parte essencial para conseguir objetivo mais abrangentes, tais como sustentabilidade (Curran, 1999). A interligação dos sistemas de produto, que não se limitam por fronteiras geográficas, requer que se continue a desenvolver a metodologia ACV a um nível internacional. Em Portugal, ao contrário da maioria dos países da UE, não existe uma entidade pública ou privada que tenha como objetivo principal desenvolver aspectos relacionados com a metodologia ACV. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 57 As fases que um produto atravessa ao longo da sua vida, são conhecidas pelo Ciclo de Vida do Produto: lançamento, crescimento, maturidade e declínio. A evolução ao longo do ciclo de vida está associada a diferentes contextos, pelo que a estratégia de marketing e o seu marketing-mix devem ser ajustados a cada fase. Apresentam-se em seguida algumas sugestões em termos de estratégias a adoptar. Fase de introdução ou lançamento Na fase de lançamento, a empresa inicia um processo de criação de notoriedade e desenvolvimento de um mercado para o produto. O impacto no marketing mix pode ser definido dentro dos seguintes parâmetros: Produto - Definição de identidade e valores da nova marca/produto; - Definição dos níveis de qualidade pretendidos; - Protecção e registo da marca, patentes e competências específicas adquiridas. Preço - Pode seguir-se um de dois caminhos: Definir um preço reduzido para obter um rápido crescimento da quota de mercado, ou; em alternativa, pode definir-se um posicionamento de preço elevado para amortizar mais rapidamente os custos de investigação e desenvolvimento. Distribuição - A distribuição é selectiva nos canais escolhidos, até existirem níveis satisfatórios de aceitação do produto por parte dos retalhistas e consumidores. Comunicação - O target prioritário é definido pelos «inovadores» e «early-adopters»; - Implementação de estratégias de comunicação que visem aumentar a notoriedade do produto; - Campanhas e acções que visam envolverem os potenciais consumidores em torno dos benefícios da marca/produto. Fase de crescimento Na fase de crescimento a empresa visa obter a preferência dos consumidores sobre a sua marca de forma a aumentar a quota de mercado. Aumentar e reforçar a notoriedade sobre a marca e o produto também continua a ser uma prioridade. Produto - Manutenção dos níveis de qualidade do produto/serviço; Preço - O preço é mantido uma vez que a empresa beneficia de uma fase em que a procura continua crescente devido aos reduzidos níveis de concorrência. Distribuição - Alargamento dos canais de distribuição em sintonia com o crescimento dos níveis de procura e aumento da aceitação do produto por parte dos consumidores. Comunicação - Alargamento do target de comunicação a audiências mais alargadas. Fase de maturidade Na fase de maturidade as vendas atingem o pico máximo e podem acusar algumas variações negativas. A concorrência também está mais apta a responder com produtos muito similares ou alternativos. O objectivo prioritário nesta fase passa por defender a quota de mercado e maximizar a rentabilidade do produto. Produto - Podem ser incluídos novos atributos/funcionalidades ao produto ou serviço de forma a obter alguma diferenciação face à concorrência. Preço - O posicionamento pode baixar, através de uma redução de preços, de forma a obter uma posição concorrencial mais forte. Distribuição - A distribuição deve ser mais intensiva. - Devem ser implementados programas de incentivos para aumentar o interesse dos canais de distribuição para o nosso produto em detrimento da concorrência. Comunicação - Enfatizar os pontos de diferenciação do produto/serviço Fase de declínio Em função do nível de declínio que as vendas atravessam, a empresa pode optar por diferentes abordagens. Resumem-se em seguida algumas dessas opções. Manter o produto: rejuvenescimento do produto e seu relançamento, através da introdução de novas funcionalidades e atributos. Abandonar o produto: Reduzir os custos e continuar a distribuí-lo possivelmente a nichos de mercado, abandonando os mercados de massa. Descontinuar o produto: Terminar a produção e liquidar stocks através de ofertas, promoções ou venda a outro agente interessado em manter o produto. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 58 Na fase de declínio, as estratégias a seguir variam em função do cenário adaptado. Por exemplo, se a opção passar pelo rejuvenescimento/lançamento do produto, será a variável produto a mais afetada. Porém se a opção for a descontinuidade do produto, a variável preço será provavelmente a mais afetada Variáveis que Influenciaram a Evolução O êxito no mercado depende não só da identificação e resposta adequada aos problemas dos clientes, mas também da capacidade da empresa para assegurar que a solução lhes apresentada seja por eles percebida como superior à da concorrência. O desenvolvimento das estratégias de MKT deve basear-se simultaneamente no processo contínuo de criação soluções otimizado e da sua diferenciação competitiva. O processo competitivo gira em torno da identificação de uma posição adequada ao mercado servido pela empresa. O que acabamos de dizer implica a necessidade de compreender, de forma completa e detalhada, o contexto competitivo e as características específicas dos concorrentes. Essas forças são essencialmente as seguintes: a competitividade do mercado; a ameaça da entrada de novos concorrentes; a vulnerabilidade a produtos substitutos; o poder negocial dos clientes; o poder negocial dos fornecedores; a informação competitiva. O esforço competitivo tem de se apoiar na capacidade da empresa para construir os seus próprios ativo de MKT. Os ativos de marketing podem ser encarados da seguinte forma: Nome da marca: qual é a força da imagem ou os valores que são criados no mercado através do nome da marca (e.g. Pepsi ou IBM)? Partilha de Mercado: existem fatias do mercado que possamos considerar nossas? (A lealdade dos consumidores e dos distribuidores constitui, a este nível, um fator importante). Rede de distribuição: estabelecemos canais de distribuição que permitam fazer chegar os nossos produtos e serviços ao mercado, a um custo aceitável? Quota de mercado: os “efeitos de experiência” e as “economias de escala” significam que para muitas empresas existem vantagens substanciais em serem grandes. Isso poderá refletir- nos custos mais baixos e numa maior visibilidade no mercado. Relações com clientes: “perto do consumidor” tornou-se o mote nos anos 90 e muitas organizações podem testemunhar da vantagem da criação de laços fortes entre a empresa e os seus clientes. Tecnologia de base: terá a empresa capacidades únicas, processos ou “know-how” que sejam capazes de constituir a base para a exploração efetiva da relação produto/mercado? O marketing baseado nos ativos acima referidos permite à empresa desenvolver estratégias bem sucedidas e não pode ser confundido com a orientação para a produção.A oferta é, essencialmente, uma promessa de benefícios. Muitas empresas ainda falham em reconhecer este fato básico e continuam a colocar a tônica sobre as características do produto em detrimento dos benefícios.Sendo assim, a oferta deve ser vista como um pacote de benefícios e/ou soluções e não meramente um conjunto de características do produto. Uma maneira elucidativa de expressar esta idéia é através de um círculo concêntrico ao núcleo do produto ou serviço. Como vemos na Figura 1, o círculo exterior reflete “o valor adicional” para o cliente e contém os elementos de diferenciação do produto ou serviço base (núcleo) em relação às ofertas competitivas. Repare que, quanto maior o diâmetro do círculo em relação ao núcleo, maiores são as probabilidades de fixar a diferenciação em relação à concorrência. Se, pelo contrário, na promoção só dermos ênfase ao produto-base estaremos a encorajar o consumidor a percebê-lo exclusivamente como um bem indiferenciado, uma mercadoria. Para mais, relativamente fácil à concorrência imitar o produto-base, mesmo estando este protegido através de uma patente. Depois de termos refletido, de forma muito breve, sobre a análise competitiva, estamos preparados para a análise das estratégias do MKT Variáveis que Causaram Evolução da ACV dos Produtos Cerâmicos - Alto nível de desperdício dos produtos cerâmicos, cedendo mercado para os produtos substitutos - Necessidade de demonstrar impacto ambiental do produto cerâmico em relação aos produtos substitutos - Aumento da concorrência dos produtos substitutos Variáveis que Causaram Rupturas - Necessidade de ofertar produtos sustentáveis. - Necessidade de medir impactos ambientais causados pelos produtos - Maior consciência da sociedade na preservação ambiental - Ferramenta de marketing HIPÓTESES Hipótese 1: Usar a ferramenta de ACV meramente como instrumento de controle de custo de produção Hipótese 2: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 59 Criar condições para desenvolvimento de política de proteção ambiental Hipótese 3: Ofertar somente produtos sustentáveis economicamente, socialmente e ambientalmente. . Hipótese 4: Usar a Ferramenta de ACV para possibilitar oferta de produtos sustentáveis. Hipótese 5: A não utilização de ACV comprometerá a qualidade dos produtos. Referências Bibliográficas AMBIENTE BRASIL. Análise do Ciclo de Vida (ACV) e Reciclagem. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br>. Acesso em: 20 abril 2007. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura. Rio de Janeiro,2001. BRANDALISE, L.T. Modelo de suporte à gestão organizacional com base no comportamento do consumidor considerando sua percepção da variável ambiental nas etapas da Análise do Ciclo de Vida do produto. 2006. 195 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006. CHEHEBE, J. R. Analise do Ciclo de Vida de Produtos: ferramenta gerencial da ISO 14000. Rio de Janeiro: Qualitymark.,CNI,1997. CALDEIRA-PIRES, A; SOUZA-PAULA, M.C. de & VILLAS BÔAS, R.C. 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Falta de Infraestrutura Laboratorial (FIL) Participantes: José Adalberto de Macêdo Sílvio Divino Carolina Jovair de Lima Fernandes Marcus Vinícius Azenha costa Márcio Fernandes Martins A implantação de um laboratório de ensaios cerâmicos na região do APL Cerâmica do Norte de Goiás, será uma ferramenta importante para o desenvolvimento e aprimoramento dos produtos da cerâmica vermelha, uma ação que certamente dará bons resultados. O período artesanal corresponde ao estágio pioneiro; inclui a cerâmica indígena, passando pelas manufaturas da época colonial e prolongando-se até o início do século XX. Neste período, a produção era manual, utilizando alguns equipamentos rudimentares movidos por tração animal ou energia hidráulica. O trabalho era voltado à produção de artefatos utilitários e de adorno, objetos funerários, tijolos, telhas e tubos que supriam, basicamente, as necessidades de propriedades rurais, pequenos lugarejos e comunidades indígenas. Não raramente, essas produções eram comandadas por religiosos que traziam as técnicas da Europa. O segundo período é o da industrialização. A evolução do setor cerâmico brasileiro, por meio da implantação de empreendimentos industriais no início do século, ocorreu devido à substituição da madeira por tijolos e telhas nas edificações, por razões sanitárias e de escassez dessa matéria-prima e, sobretudo, em decorrência das transformações socioeconômicas do País. O desenvolvimento industrial e a aceleração do crescimento urbano impulsionaram a demanda por produtos cerâmicos destinados à construção civil. Com a intensificação do consumo de peças cerâmicas as olarias que operavam de forma familiar tiveram que se adaptar, aproximando-se dos centros urbanos e sistematizando as técnicas produtivas, com a importação de equipamentos e processos europeus. Após a 2ª Guerra Mundial, ocorreu uma grande expansão do parque cerâmico nacional, com a instalação de inúmeras indústrias e de produção diversificada. Até então, a produção estava concentrada no ramo de produtos de queima vermelha para a construção civil. As novas unidades fabris, de porte variado, passaram a produzir materiais de revestimento (pisos, azulejos e pastilhas), cerâmica sanitária, isoladores elétricos de porcelana, louça e porcelana de mesa, de adorno e materiais abrasivos e refratários. O terceiro período é o da qualidade e produtividade que teve início na década de 1990 e compreende a fase de incorporação ao processo industrial dos conceitos de qualidade e produtividade. As indústrias, participando de um mercado globalizado e competitivo, investem em programas de qualidade, adaptando-se às exigências crescentes dos consumidores e às novas regulamentações comerciais, com esforços dirigidos também à ampliação de sua inserção no mercado internacional. Ao se focalizar a situação brasileira atual, relativa ao ramo da cerâmica vermelha, observa-se que ainda coexistem os três períodos evolutivos – artesanal, industrial e de qualidade e modernização – mesmo nas regiões mais desenvolvidas do País. Laboratório de Ensaios Cerâmicos em Goiás – “Uma ferramenta para o aprofundamento do conhecimento” Os primeiros trabalhos desenvolvidos pela AGIM (Agência Goiana de desenvolvimento Industrial e Mineral), sucessora da METAGO, direcionados à Indústria Cerâmica, foram iniciados em 2001, com o levantamento da cadeia produtiva da indústria cerâmica, tendo sido desenvolvido em parceria com o SEBRAE-GO. Esse trabalho apresentou a situação do setor e as principais demandas tecnológicas, apontando como um grande gargalo, o desconhecimento tecnológico da matéria-prima e das jazidas exploradas. Dando continuidade a essa proposta de trabalho, a AGIM, em convênio com o DNPM, iniciou em 2002, um projeto de prospecção regional de matéria-prima cerâmica. Em decorrência deste trabalho e pela conclusão apresentada se pensou, na época, na possibilidade de se estruturar um laboratório destinado exclusivamente à caracterização de argila de cerâmica vermelha, cujos resultados seriam, o melhor aproveitamento das matérias-primas disponíveis e, consequentemente, uma ferramenta importantíssima para o desenvolvimento e aprimoramento dos produtos cerâmicos com uma nova perspectiva de mercado. No ano de 2004, o governo do estado de Goiás, através da SIC/SGM, (Secretaria de indústria e Comércio/Superintendência de Geologia e Mineração) sucessora da AGIM, iniciou a implantação de um laboratório de ensaios cerâmicos, adquirindo os seguintes equipamentos: extrusora de laboratório, estufa elétrica, forno elétrico com possibilidade de queima até 1300ºC, Balanças e Peneiras. Nascia então o Laboratório de Ensaios Cerâmicos instalado nas dependências do Centro de Tecnologia Mineral, em Goiânia-GO. Os primeiros ensaios foram realizados em caráter experimental como treinamento de pessoal e curso ministrados pelo CCB (Centro de Cerâmica Brasileiro) e consultores da área de cerâmica. Formada a equipe e com aquisição de novos equipamentos o laboratório passou operar com capacidade para ensaios de argila e produtos como blocos e telhas. Com o advento do APL Cerâmica Vermelha da Norte de Goiás (2007), surgiu a necessidade desses ensaios serem certificados. Em 2008 o laboratório se credenciou com a ISO 9001, estando atualmente equipado com capacidade DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 61 para atender ao setor da cerâmica vermelha com competência e qualidade. Pleiteia a ISO 17025, em fase de implantação, junto aos órgãos reguladores. A variável “Falta Infraestrutura Laboratorial” quando analisada sob a ótica da distribuição geográfica dos municípios das cerâmicas participantes do APL Cerâmica do Norte de Goiás; que mesmo entre si não são tão próximos, e se Goiânia for considerada o centro do APL, para ensaios e treinamentos de pessoal, do ponto do vista logístico/operacional e pessoal, fica impraticável aos olhos dos ceramistas do norte de Goiás. O exemplo real é que com todo aparato tecnológico do LEC-GGM-SIC de Goiânia, (ver relação ao final), gratuidade dos ensaios, pessoal capacitado, poucos ceramistas se beneficiaram/utilizaram dele. Num universo de 34 a 37 cerâmicas participantes do APL, apenas 3 credenciaram pessoal para treinamento e estágio e outras poucas para ensaios de argila e produtos. Assim parece uma contradição a variável, pois o laboratório existe e com possibilidade de lhes atender as demandas e mesmo assim os ceramistas participantes do APL Cerâmica do norte Goiano reclamam da falta de uma infraestrutura laboratorial. Porém o reclamado é para que o laboratório seja regional, para ser prático. Obs.: Encontra-se em andamento na SECTEC um projeto de aquisição de um laboratório de cerâmica fixo e outro móvel para atender as necessidades dos ceramistas participantes do APL de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano para realização de ensaios físicos de matéria prima e produtos. A implantação e operacionalização serão coordenadas pela equipe técnica do LEC–GGM–SIC, que concomitantemente treinará laboratoristas da região para dar continuidade aos serviços laboratoriais ali implantados. “As portarias da Agência Ambiental de Goiás nº 1.325/2001-A, D.O.U. de 16/10/2000 e nº 1/2002, D.O.U. de 24/01/2002, que impedem a instalação de empreendimentos minerais a distâncias menores que 1000m para o Rio Meia Ponte e 200m para seus afluentes e de 200m para todos os mananciais em Goiás (2ª Portaria), considerando-se a cota máxima de inundação.” Surge então a necessidade de encontrar alternativas de jazidas em áreas de sequeiro e avaliar os parâmetros de impactos ambientais na exploração de argila de várzea. Os trabalhos geológicos de campo foram realizados em 4 áreas pré-selecionadas e na região do APL Cerâmica Vermelha do Norte, foram beneficiados os municípios de Barro Alto, Porangatu, Niquelândia e Mara Rosa. Região denominada Centro-Norte. A partir dos dados analisados, concluiu-se que o estado de Goiás apresenta apenas indícios de áreas promissoras de material de sequeiro para a indústria da cerâmica vermelha. Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente CONSTITUIÇÃO FEDERAL LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ‘Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.’ (LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - Prof.ª Glaucia Brenny) ‘Art. 225, §2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente na forma da lei.’ A redução do número das áreas exploráveis de argila de várzeas Por se tratar de recursos minerais não renováveis, a sua utilização implica a longo prazo em redução e/ou esgotamento. Ruptura Futura da variável- Minilaboratório para ensaios físicos Independente da disponibilidade de um laboratório regional, para as pequenas indústrias cerâmicas é essencial dispor, na própria fábrica, um minilaboratório, com custos mínimos de implantação, composto essencialmente de: • • • • • • • • 01 balança de capacidade de 5 Kg, com resolução de 0,01 g; 01 batedeira elétrica, liquidificador ou MIX, de uso doméstico para desagregação de argila (determinação de resíduos: % de areia, pedriscos, matéria orgânica, etc); 03 Peneiras de laboratório, diâmetro de 2 mm, 1 mm e 0,043 micras ou 320 #; 01 Forno elétrico doméstico, para secagem até 110ºC; 01 tanque pequeno de 20 litros, para ensaios de absorção de água; 02 paquímetros de 150 mm e 300 mm. 01 medidor de planeza de faces digital de 400 mm Obs: Para queima seria utilizado o forno convencional da própria cerâmica. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 62 Estes ensaios seriam exclusivamente para o controle da qualidade das argilas, e/ou produtos obtendo-se assim resultados mais imediatos e no próprio ambiente de trabalho, desenvolvendo condições de engajamento das partes envolvidas para a manutenção de produtos de qualidade confiável. Ruptura Futura da evolução da variável Encontra-se em andamento na SECTEC um projeto de aquisição de um laboratório de ensaios cerâmicos fixo e outro móvel para atender as necessidades dos ceramistas participantes do APL de Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. A implantação e operacionalização serão coordenadas pela equipe técnica do LEC–GGM–SIC, que concomitantemente treinará laboratoristas da região para dar continuidade aos serviços laboratoriais ali implantados. LABORATÓRIO DE ENSAIOS CERÂMICOS COMO REFERÊNCIA. Listagem dos equipamentos que compõem o Laboratório de Ensaios Cerâmicos de Goiás - LEC EQUIPAMENTO: Paquímetro digital de 8’ (200mm) (2) MODELO: Quadridimensional FABRICANTE: DIGIMESS Instrumento de Precisão Ltda EQUIPAMENTO: Paquímetro digital de 24’ (600mm) (2) MODELO: CD – 60C FABRICANTE: MITUTOYO CORP. EQUIPAMENTO: Forno Elétrico/ Mufla de 1300ºc 20x30x40cm MODELO: INDL FI-PQ 10P SÉRIE: 8807 FABRICANTE: EDG Equipamentos e Controles EQUIPAMENTO: Forno Elétrico/ Mufla de 1300ºc 40x40x40cm MODELO: INDL FI-1S 10P SÉRIE: 8808 FABRICANTE: EDG Equipamentos e Controles EQUIPAMENTO: Estufa de Esterilização e Secagem 60x60x60 cm MODELO: 400/5md 300º SÉRIE: 03108/04 FABRICANTE: Nova Ética EQUIPAMENTO: Estufa de Secagem e Esterilização Dimensões Interna 300x350x300 cm MODELO: MA033/1 SÉRIE: 112560145 FABRICANTE: Marconi Equipamentos para Laboratórios Ltda. EQUIPAMENTO: Estufa de Esterilização e Secagem 600L (maior) MODELO: 400/ND SÉRIE: 09093/06 FABRICANTE: Nova Ética Ind. Com. e Serviços Ltda. EQUIPAMENTO: Balança de Precisão (DIGIMED) MODELO: KN 500 SÉRIE: 03 10 1025 FABRICANTE: KNWAAGEM Bal. Equip. de Precisão Ltda. EQUIPAMENTO: Balança de Precisão (DIGIMED) MODELO: KN 8000 C SÉRIE: 03 10 1043 FABRICANTE: KNWAAGEM Bal. Equip. de Precisão Ltda. EQUIPAMENTO: Analisador de Umidade por Infra-Vermelho MODELO: IV 2002 SÉRIE: 03112406001004 FABRICANTE: GEAKA – Ind. e Com. Eletro-Eletrônica Geaka Ltda. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 63 EQUIPAMENTO: Balança Eletrônica de Precisão (65kg) MODELO: CKE – 65 K1 SÉRIE: W060884 FABRICANTE: KERN & Sohn Gmbh EQUIPAMENTO: Prensa Hidráulica com célula de carga de 25T MODELO: LPX 25000 Kgf SÉRIE: 4123049 FABRICANTE: SOLOTESTE – Aparelho para Mecânica do Solo Ltda. EQUIPAMENTO: Extrusora ou Maromba de Laboratório c/ Vacuômetro e Manômetro. MODELO: 051 SÉRIE: 037 FABRICANTE: VERDÉS S/A Máquinas e Instalações. EQUIPAMENTO: Flexímetro informatizado DL500 - Máquina de Ensaios MODELO: DL 500 SÉRIE: 359 FABRICANTE: EMIC – Equipamento e Sistemas de Ensaios Ltda EQUIPAMENTO: Aparelho de Fervura de Laboratório (Banho Maria) MODELO: TE -056 (Analógico) SÉRIE: 1124 FABRICANTE: TECNAL – Equipamentos para Laboratório Ltda. EQUIPAMENTO: Aparelho de Fervura Industrial (Banho Maria) MODELO: 150 I SÉRIE: 1124037 FABRICANTE: Castelo Rei dos Inox Ind. e Com. Ltda. EQUIPAMENTO: Agitador de Peneiras de 8’ MODELO: 2311 SÉRIE: 05-05 FABRICANTE: BETEL Ind. Metalúrgica Ltda. EQUIPAMENTO: Agitador de Peneiras de 50x50cm MODELO: EQUIPAMENTO: Agitador de Hélice Eletrônico (Macro) (2) MODELO: Q-250 CV2 SÉRIE: Maio-05 FABRICANTE: QUIMIS - Aparelhos Científicos Ltda. EQUIPAMENTO: Britador de Mandíbulas EQUIPAMENTO: Moinho de Disco (3) EQUIPAMENTO: Quarteador Tipo Colméia EQUIPAMENTO: Pesos Padrões: 100mg; 10g; 20g; 100g; (2): 500g e 1000g. EQUIPAMENTO: Termômetro Digital MODELO: DM 6801 A SÉRIE: VC 266935 FABRICANTE: INOMETER - Fornecedor Atual Produtos Hospitalar Ltda. EQUIPAMENTO: Aparelho Casa Grande Cinzel Curvo MODELO: I 1002 D SÉRIE: Abril-05 FABRICANTE: CONTENCO Ind. e Com. Ltda. EQUIPAMENTO: Micrômetro Digital MODELO: MDC 25SB DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 64 SÉRIE: 293-821 FABRICANTE: MITUTOYO PRODUCTS – Fornecedor atual Produtos Hospitalar Ltda. EQUIPAMENTO: Termo-Higrômetro Digital 7429 MODELO: 7429.02.0.00 FABRICANTE: SOLOTEST – Aparelhos para Mecânica do Solo Ltda. EQUIPAMENTO: Termômetro de Vidro TER - 01 MODELO: Vidro FABRICANTE: Fornecedor: Atual Produtos Hospitalar Ltda. EQUIPAMENTO: Sistema de Análise Térmicas – ATD-AD-ATG MODELO: RB – 3000-20 FABRICANTE: BP Engenharia Indústria e Comércio Ltda. EQUIPAMENTO: Moinho Excêntrico – “Tipo Periquito” MODELO: CT - 242 FABRICANTE: SERVITECH – Serviços Técnicos e Repres. Ltda. EQUIPAMENTO: Centrifuga Refrigerada MODELO: MA - 1810 SÉRIE: 114630024 FABRICANTE: Marconi Equipamentos para Laboratórios Ltda. EQUIPAMENTO: Agitador Magnético com Aquecimento MODELO: MA – 085/5L/CER SÉRIE: 110391453 FABRICANTE: Marconi Equipamentos para Laboratórios Ltda. EQUIPAMENTO: Chapa Aquecedora c/ Plataforma em Pirocerâmica 300x200mm. MODELO: MA – 239 SÉRIE: 112200310/11 FABRICANTE: Marconi Equipamentos para Laboratórios Ltda. EQUIPAMENTO: Chapa Aquecedora c/ Plataforma em Pirocerâmica 300x200mm. MODELO: MA – 239 SÉRIE: 112200310/11 FABRICANTE: Marconi Equipamentos para Laboratórios Ltda. O LEC dispõe ainda de um Difratômetro de raios-X e Prensa com capacidade para 100t, que em breve entraram em operação. Definição de Hipóteses da Variável Hipótese 1: Se o laboratório não for devidamente equipado com possibilidade dos ensaios serem realizados em sua totalidade, os produtos cerâmicos permanecerão sem evolução. Hipótese 2: Se o laboratório existir e os ceramistas não o utilizarem, os produtos cerâmicos permanecerão sem evolução. Hipótese 3: Se não houver investimento em pessoal técnico (laboratorista) comprometido com a qualidade, os produtos permanecerão sem evolução. Hipótese 4: O laboratório estará implantado em 2034 e em pleno funcionamento contribuindo no desenvolvimento das indústrias do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, sendo uma referência Nacional e Internacional Hipótese 5: A implantação regional de laboratório cerâmico, devidamente, equipado possibilitará o controle de qualidade dos produtos e facilitará sua certificação. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 65 BIBLIOGRAFIA: Plano de Desenvolvimento Preliminar: APL DE CERÂMICAVERMELHA DE ITU E REGIÃO – 2007 LEC- Relação dos Equipamentos Relatório: CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE NOVOS DEPÓSITOS DE ARGILA USANDO A REORENTAÇÃO DAS ORTOGAS PARA ÁREAS AMBIENTAIS SUSTENTÁVEIS- CONVÊNIO Nº 008/2001 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 66 Tema 2: Desenvolvimento de Pessoas 3. Investir em formação e capacitação (IFC) 5. Falta de Gestão Profissional: Administração capacitada (ADMINISTRA) 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) 13. Melhoria do grau de escolaridade (MGE) 16. Mão de obra desqualificada (MOD) DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 67 3. Investir em formação e capacitação (IFC) Participantes: Nathalia Cordeiro Laurias Atualmente a temática da Capacitação e Formação de Pessoas tem ocupado um lugar de destaque não só nas empresas, mas também, tem sido objeto de inúmeros estudos acadêmicos. Desde o surgimento da Administração, enquanto ciência, teóricos se debruçam sobre a identificação das melhores formas para se alcançar o aumento da produção, contudo, somente a partir do momento em que são realizados estudos sobre a Gestão de Pessoas é que busca-se atrelar a produtividade ao incentivo à qualificação profissional. É certo que o indivíduo motivado trabalha melhor, e quando o senso comum liga diretamente a satisfação profissional com remuneração, tem-se um grande equívoco, já que Maslow (1964) destaca que a pirâmide de necessidades é composta por diversos fatores, sendo a remuneração apenas um deles. Nota-se que as empresas que investem em capacitação e formação de pessoas mantém seus funcionários motivados, uma vez que, para a empresa é vantajoso não só o fato de que há uma otimização do trabalho, mas os funcionários passam a dispor de competências específicas. A ASCENO (2007) em outro momento diagnosticou como ponto fraco do APL a falta de qualificação dos trabalhadores, o que poderia ser minimizado se houvessem investimentos em capacitação e formação de pessoas. Porém cabem as seguintes indagações: As empresas têm oferecido capacitação e formação aos seus funcionários? Os ceramistas dispõem desta conscientização? Os municípios onde estão instaladas as cerâmicas e os limítrofes são capazes de oferecer este tipo de capacitação e formação específicas? Por meio do aprofundamento desta variável será possível analisar as evoluções passadas no que tange a oferta deste tipo de qualificação profissional, as variáveis que provocam evoluções, as tendênciase rupturas futuras, além de tentar responder aos questionamentos realizados. Evoluções Passadas: Ao tratarmos de Prospectiva Estratégica, não podemos perder de vista que, de acordo com Godet (2002, p.10) [...] “A prospectiva estratégica constitui uma antecipação (pré-ativa e pró-ativa) para esclarecer a ação presente à luz dos futuros possíveis e desejáveis. Neste sentido, inicio este texto a partir da necessidade de reflexão sobre o futuro, realizada a partir de evoluções passadas. Para Godet (2002) são exigidos no processo da prospectiva, a antecipação, ação e apropriação, acompanhados de participação e integração dos agentes sociais e transparência. Conforme considera Aulicino (2014), o aprofundamento das variáveis chave vai ao encontro da necessidade de análise documental e estatística, focadas nos setores de atividade, por microregião. Com vistas a refletir sobre a necessidade de capacitação e formação de pessoas, faz-se necessária uma análise sobre o perfil educacional da população onde se encontra o APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. No que tange ao grau de escolaridade, é possível identificar o aumento na taxa de alfabetização, ficando a cargo do município de Barro Alto a maior evolução, conforme mostra a tabela 1. TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (%) MUNICÍPIO 2000 2010 Alto Horizonte 86,1 88,6 Barro Alto 79,2 88,59 Campinorte 83,8 89,29 Campos Verdes 81,7 82,58 Carmo do Rio Verde 84,1 90 Crixás 84 89,16 Estrela do Norte 81,1 85,82 Ipiranga de Goiás - 88,57 Itapaci 85,4 88,33 Mara Rosa 82,3 85,79 Minaçu 86,9 87,76 Niquelândia 84,4 88,81 Nova Iguaçu de Goiás 84,3 90,46 Porangatu 87 90,43 Rialma 89,3 92,49 Rubiataba 86,7 90,96 Santa Terezinha de Goiás 83 86,94 São Miguel do Araguaia 83,1 88,87 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 68 Tabela 1: Taxa de alfabetização Trombas 83,2 84,04 Uruaçu 85,7 89,92 nos municipios do Norte Goiano (2000-2010) Fonte:IMB (2014) Outro dado importante vinculado ao grau de escolaridade nos municípios que fazem parte do Norte Goiano, trata-se da evolução no número de matrículas em se tratando do ensino médio. Através da tabela 2 é possível identificar o comportamento histórico e perceber que na maioria dos municípios houve queda nas matrículas em se tratando do ensino médio. Tal fato pode ser analisado através de diferentes perspectivas, uma delas, seria o êxodo rural constante, e a migração para fins de estudos nos grandes centros, o que demandaria estudos mais aprofundados para a confirmação ou não desta hipótese. MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO NORTE GOIANO- TOTAL (ALUNOS) MUNICÍPIO Alto Horizonte 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 106 124 119 82 89 103 139 152 174 219 219 231 227 257 Campinorte Campos Verdes 522 605 573 688 660 532 516 473 491 405 439 435 479 495 507 425 455 469 526 525 503 409 344 363 308 275 282 243 Crixás Estrela do Norte 887 1.052 835 728 718 662 679 715 702 734 765 727 743 760 193 167 155 150 159 201 177 167 152 134 136 154 144 166 Mara Rosa 668 745 672 596 490 444 519 505 501 544 529 525 463 403 Minaçu 2.072 2.584 2.645 2.434 2.123 2.000 1.901 1.858 1.675 1.752 1.578 1.479 1.405 1.364 Niquelândia 2.822 3.514 2.810 2.379 2.553 2.448 2.345 2.111 2.130 2.181 2.137 1.935 1.963 1.970 Nova Crixás Nova Iguaçu de Goiás 221 286 398 473 428 406 402 411 393 468 482 480 442 485 187 205 177 173 170 164 172 159 137 150 160 151 154 162 Porangatu Santa Terezinha de Goiás São Miguel do Araguaia 2.283 2.677 2.801 2.602 2.506 2.320 2.277 2.202 2.134 2.203 2.151 2.112 2.050 1.976 676 596 727 625 676 637 606 579 457 576 534 452 433 458 1.124 1.153 1.203 1.114 1.118 1.138 1.130 1.041 1.072 1.069 997 1.073 989 939 Trombas 195 231 244 235 238 218 227 205 199 170 176 195 184 149 Uruaçu 2.201 2.075 2.210 1.906 1.890 1.659 1.707 1.694 1.624 1.540 1.593 1.730 1.717 1.762 TOTAL: 16.919 18.759 18.512 17.186 16.934 16.027 15.980 15.249 14.778 15.022 14.850 14.582 14.071 13.848 Tabela 2: Matrículas no Ensino Médio nos municipios do Norte Goiano (2000-2013) Fonte: IMB (2014) Outra possibilidade seria a implantação da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) criada em 2000 através de Resolução do Ministério da Educação, sendo uma alternativa para os jovens e adultos concluírem o ensino fundamental e médio. Buscando confrontar esta hipótese com a série histórica, nota-se, a partir da tabela 3, as matrículas vinculadas a EJA nos municípios do Norte Goiano. Municípios que chamam atenção pela redução no número de matrículas na EJA tratam-se de Estrela do Norte e Mara Rosa, pois é possível verificar que em um período de 10 anos houve uma redução de cerca de 90% no número deste tipo específico de matrículas. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 69 MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - TOTAL (ALUNOS) MUNICÍPIO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Alto Horizonte 66 20 80 112 77 82 69 101 113 141 95 Campinorte Campos Verdes Crixás 171 314 879 192 246 733 224 323 795 172 238 708 168 163 447 115 54 410 130 47 373 178 42 427 174 64 353 159 28 297 147 32 322 Estrela do Norte 213 96 62 92 79 93 137 66 52 41 20 Mara Rosa 462 441 444 300 131 183 170 113 113 130 56 971 790 Minaçu 1.573 1.580 1.217 1.158 Niquelândia 2.118 2.188 1.970 1.548 1.182 1.140 886 970 682 643 589 850 937 757 691 702 Nova Crixás 418 391 222 226 125 38 132 132 105 82 85 Nova Iguaçu de Goiás 59 14 91 48 49 35 42 19 - - - Porangatu Santa Terezinha de Goiás 1.731 362 1.414 384 1.115 315 838 243 560 80 549 118 654 99 607 84 612 85 578 85 505 55 São Miguel do Araguaia 872 853 596 542 405 358 272 309 284 255 274 Trombas - 18 - - 20 20 - - - - - Uruaçu 1.207 1.280 1.356 856 735 601 562 TOTAL: 12.023 11.299 10.208 8.806 6.486 5.747 5.630 5.532 4.736 4.199 3.939 1.372 1.119 1.117 1.014 Tabela 3: Matrículas na Educação de Jovens e Adultos nos municipios do Norte Goiano (2000-2013) Fonte:IMB (2014) No sentido de elucidar, ainda mais, aspectos do panorama de evolução no número de matrículas no Norte Goiano, foi possível, através da Tabela 4, identificar a demanda expressiva por matrículas na educação profissional nestes municípios, ou seja, enquanto houve decréscimo nas outras modalidades de ensino, esta se mostrou diferente pelo comportamento em ascensão. MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - TOTAL (ALUNOS) MUNICÍPIO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 520 508 448 793 894 Minaçu 207 254 320 329 350 Niquelândia 430 404 539 548 620 781 465 396 757 619 Porangatu Santa Terezinha de Goiás 42 10 35 89 63 231 217 238 388 211 - - - - - - - - 96 29 São Miguel do Araguaia - - - - - - - - - 55 Uirapuru 41 72 125 - - - - - - - - 101 90 94 94 43 Uruaçu - - - - TOTAL: 720 740 1.019 966 1.033 1.633 1.280 1.176 2.128 1.851 Tabela 4: Matrículas na Educação Profissional nos municipios do Norte Goiano (2000-2013) Fonte:IMB (2014) Os municípios de Minaçu, Porangatu e Niquelândia tem se destacado pela procura por educação profissional. De acordo com dados do IMB (2014) no mesmo período analisado, houve a intensificação de políticas públicas de atração e retenção de indústrias para estes municípios, com destaque para a extração de minérios. Outro aspecto que não deve ser deixado de lado trata-se da educação superior, de acordo com o INEP (2014), Goiás vivenciou o aumento expressivo no número de matrículas no ensino superior na última década, praticamente duplicando o número em sete anos, conforme tabela 5. Evolução do Número de Matrículas no Primeiro Semestre Segundo a Região e a Unidade da Federação - Brasil - 2000 - 2007 UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 70 Tabela 5: no número matrículas Centro- Total Oeste MS MT GO DF 225.004 42.304 42.681 72.769 67.250 260.349 47.475 44.622 88.923 79.329 323.461 55.824 52.297 119.297 96.043 368.906 61.078 61.151 137.724 108.953 384.530 64.462 64.598 144.406 111.064 398.773 65.336 68.563 149.034 115.840 411.607 67.113 72.257 149.384 122.853 427.099 66.707 76.480 155.851 128.061 Evolução de em IES no 1º Semestre na Região Centro Oeste (2000-2013) Fonte: INEP (2014) Vale destacar que tais dados evidenciam aspectos da realidade educacional destes municípios, uma vez que, deixam claro as debilidades no que tange a mão de obra que pode ser absorvida pelo mercado de trabalo local. Deste modo, nota-se que em virtude do baixo grau de escolaridade nos municípios que compõem o APL da Cerâmica Vermelha, faz-se necessário o investimento maciço em capacitação e formação de pessoal. Variáveis que provocaram as evoluções: Melhoria no grau de escolaridade Mão de Obra desqualificada Administração Capacitada para reduzir a falta de Gestão Profissional Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Educação Desenvolvimento de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no APL Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções: Bassaler (2000) nos ajuda a compreender não só a ação pública em um contexto complexo, mas apresenta as contribuições da prospectiva. É necessário ver longe, com o intuito de pensar de forma sistemática, ao mesmo tempo em que, faz-se necessária a criação de uma linguagem comum, identificação de desafios, bem como, margens de manobra e alavancas. De modo a não só aprender a navegar nas incertezas, mas se preparar para diferentes futuros possíveis. Lembrando da importância da construção de cenários e as consequências das decisões no longo prazo. Neste sentido, a situação atual das variáveis provocadoras podem ser pensadas, por exemplo, em relação a oferta de cursos superiores nos municípios do Norte Goiano. De acordo com o quadro 1, municípios com potencialidades diversas, como Mara Rosa, Alto Horizonte e Barro Alto não dispõem de IES públicas ou privadas, no sentido de fomentar a formação e a capacitação de pessoas neste nível, sendo necessário, que estas pessoas busquem qualificação em municípios limítrofes ou nos grandes centros urbanos. Municípios do Norte Goiano que não dispõem de IES Mara Rosa Alto Horizonte Barro Alto Campinorte Campos Verdes Estrela do Norte Ipiranga Itapaci Carmo do Rio Verde Nova Iguaçu Rialma Santa Terezinha Trombas Quadro 1: Municípios do Norte Goiano que não dispõem de IES Fonte: EMEC (2014) Tendo em vista a potencialidade mineral dos municípios do Norte Goiano, nota-se a partir do quadro 2 que em Crixás-GO, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) se volta para a oferta dos cursos de pedagogia e rede de computadores.É certo que haveriam maiores chances do município explorar suas potencialidades se houvessem políticas públicas de capacitação em nível superior, para atender ao público local. Cursos Superiores Oferecidos em Crixás Instituição(IES) Nome do Curso UEG PEDAGOGIA Grau Licenciatura DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 71 REDES DE COMPUTADORES UEG Tecnológico Quadro 2: Cursos Superiores Oferecidos em Crixás-GO Fonte: EMEC (2014) O caso de Minaçu-GO se assemelha ao de Crixás-GO pelo fato do município oferecer curso de pedagogia, ao mesmo passo que o curso de geografia contribui para a qualificação da população local, conforme mostra o quadro 3. Porém, deve-se considerar que o município de Minaçu-GO é carente de cursos superiores voltados para a exploração de potencialidades relacionadas a Mineração. Cursos Superiores Oferecidos em Minaçu Instituição(IES) Nome do Curso Grau UEG GEOGRAFIA Licenciatura UEG PEDAGOGIA Licenciatura Quadro 3: Cursos Superiores Oferecidos em Minaçu-GO Fonte: EMEC (2014) Em Niquelândia, nota-se, a partir do quadro 4, que apesar da oferta de curso tecnológico na área de mineração,também é possível perceber a ausência de oferta de cursos superiores com foco na exploração das potencialidades do município. Cursos Superiores Oferecidos em Niquelândia Instituição(IES) Nome do Curso Grau UEG MINERAÇÃO Tecnológico UEG TURISMO Tecnológico Quadro 4: Cursos Superiores Oferecidos em Niquelândia-GO Fonte: EMEC (2014) O município de Porangatu, conforme quadro 5, dispõe de duas IES responsáveis pela oferta de cursos, assim como, é possível percebera variedade de cursos oferecidos, porém, nenhum destes cursos se destina exclusivamente a atender as demandas do setor mineral. Cursos Superiores Oferecidos em Porangatu Instituição(IES) Nome do Curso Grau FNG ADMINISTRAÇÃO Bacharelado UEG CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Licenciatura UEG EDUCAÇÃO FÍSICA Licenciatura FNG ENFERMAGEM Bacharelado UEG GEOGRAFIA Licenciatura UEG Licenciatura UEG HISTÓRIA LETRAS - PORTUGUÊS E INGLÊS UEG MATEMÁTICA Licenciatura UEG SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Bacharelado Licenciatura Quadro 5: Cursos Superiores Oferecidos em Porangatu-GO Fonte: EMEC (2014) De acordo com o quadro 6 é possível constatar que em Rubiataba-GO apenas uma IES oferece dois cursos, mas também, não se vincula diretamente ao setor mineral. Cursos Superiores Oferecidos em Rubiataba Instituição(IES) Nome do Curso Grau DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 72 FACER ADMINISTRAÇÃO Bacharelado FACER DIREITO Bacharelado Quadro 6: Cursos Superiores Oferecidos em Rubiataba-GO Fonte: EMEC (2014) Em São Miguel do Araguaia-GO, conforme quadro 7, a UEG oferta três cursos diferentes em especial, o tecnológico em aquicultura, na busca por valorizar a potencialidade local. Cursos Superiores Oferecidos em São Miguel do Araguaia Instituição(IES) Nome do Curso Grau UEG Tecnológico UEG AQÜICULTURA LETRAS - PORTUGUÊS E INGLÊS UEG PEDAGOGIA Licenciatura Licenciatura Quadro 7: Cursos Superiores Oferecidos em São Miguel do Araguaia-GO Fonte: EMEC (2014) Por fim, o município de Uruaçu-GO, conforme mostra o quadro 8, dispõe de três IES com diferentes cursos, nas mais diversas áreas. Porém, há a necessidade de explorar o potencial mineral do município, mesmo com a oferta do curso de Engenharia Civil pelo IFG. Vale destacar que o IFG de Uruaçu oferece curso técnico subsequente em cerâmica na modalidade à distância, buscando explorar a potencialidade local, no que tange ao APL da Cerâmica Vermelha. Instituição(IES) Cursos Superiores Oferecidos em Uruaçu Nome do Curso Grau FASEM ADMINISTRAÇÃO Bacharelado FASEM ALIMENTOS Tecnológico UEG CIÊNCIAS CONTÁBEIS Bacharelado FASEM ENFERMAGEM Bacharelado IFG ENGENHARIA CIVIL Bacharelado FASEM FARMÁCIA Bacharelado FASEM Licenciatura FASEM FILOSOFIA GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Tecnológico UEG HISTÓRIA Licenciatura FASEM MÚSICA Licenciatura UEG PEDAGOGIA Licenciatura IFG QUÍMICA Licenciatura Quadro 8: Cursos Superiores Oferecidos em Uruaçu-GO Fonte: EMEC (2014) Por meio da descrição da situação atual das variáveis relacionadas a educação superior, e portanto, escolaridade, formação e capacitação, foi possível perceber o nicho de mercado a ser explorado pelas IES no sentido de ofertar cursos que se vinculem a formação e capacitação na área de Cerâmica Vermelha no Norte Goiano. Uma vez que nota-se as debilidades das IES em oferecer cursos que vão ao encontro das demandas de capacitação e formação de trabalhadores ceramistas, faz-se necessário pensar a oferta de cursos por meio do Sitsema “S” ou até mesmo entidades como o Centro de Educação Profissional de Porangatu (CEPP). As sugestões de cursos por meio do CEPP são: a. Ajudante de Forneiro (240 horas) Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 73 Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental Completo Prepara máquinas, equipamentos e materiais, auxiliando na operação de alto-forno. b. Ceramista (160 horas) Eixo Tecnológico: Produção Industrial Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental II Incompleto Prepara massas, engobos e esmaltes, segundo suas tipologias, e realiza testes cerâmicos, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. c. Eletricista Industrial (200 horas) Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental I Incompleto Executa trabalhos de montagem e manutenção de instalações elétricas em baixa tensão, e de sistemas elétricos de máquinas e equipamentos, interpretando esquemas e diagramas, realizando levantamento de cargas, montagem de quadro de distribuição e de comando, instalação de dispositivos, componentes e materiais, e programando controladores lógicos, de acordo com normas técnicas, ambientais, de qualidade e de segurança e saúde no trabalho. d. Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão (200 horas) Eixo Tecnológico: Infraestrutura Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental I Incompleto Realiza instalação e manutenção elétrica predial de baixa tensão, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. e. Laboratorista de Materiais de Construção (270 horas) Eixo Tecnológico: Infraestrutura Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental Completo Executa ensaios mecânicos, físicos, químicos e metalográficos, realizar treinamentos práticos e mantém a operacionalidade dos equipamentos de ensaios, obedecendo normas, procedimentos técnicos e de segurança do trabalho pertinentes, e garantindo a confiabilidade dos resultados. f. Laboratorista de Solos (200 horas) Eixo Tecnológico: Infraestrutura Escolaridade Mínima: Ensino Médio Completo Executa ensaios de laboratórios e retira amostras em campo para caracterização de solos, agregados, argamassa e concreto para obras civis. Executa ensaios para determinar parâmetros de resistência e de permeabilidade, observando as normas técnicas de saúde, higiene, segurança e preservação ambiental. g. Oleiro (160 horas) Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental II Incompleto Fabrica, seca e queima tijolos e telhas utilizando cerâmica vermelha, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. h. Operador de Forno Cerâmico (180 horas) Eixo Tecnológico: Produção Industrial Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental II Incompleto Atua na queima de materiais cerâmicos. Opera fornos cerâmicos a partir do conhecimento de fundamentos dos fenômenos envolvidos na queima cerâmica e na reação entre combustível e comburente. i. Operador de Forno de Fundição (160 horas) Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental II Incompleto Opera forno de fundição, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade e segurança. j.Pedreiro de Alvenaria (200 horas) Eixo Tecnológico: Infraestrutura Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental I Incompleto Executa trabalhos de construção, reforma e manutenção de obras civis, no que se refere a alvenaria de tijolos, pedras de cantaria, blocos e concreto, contrapisos, revestimentos de pisos e paredes em geral, monta painéis de alvenaria pré-fabricados ou convencionais, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. k. Revitalizador de Pisos Cerâmicos (160 horas) Eixo Tecnológico: Infraestrutura Escolaridade Mínima: Ensino Fundamental Completo Recupera e recompõe pisos cerâmicos de alvenaria tradicional e moderna na conservação epreservação de ambientes. Atende às normas de segurança, qualidade, economia e respeito ao meio ambiente. Nota-se que a oferta de cursos como estes, por parte de IES, Sistema “S” ou empresas privadas poderiam contribuir significativamente para o aumento da produtividade das cerâmicas, além de que, os funcionários se sentiriam valorizados. A Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD, 2014) dispõe de diversos estudos e afirmam que “é muito mais vantajoso, capacitar um profissional que já é funcionário da empresa, do que ter que garimpar mão de obra qualificada fora dela”. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 74 Ao longo da descrição atual das variáveis provocadoras, ficou evidente a necessidade de disponibilização de cursos de capacitação e formação, além é claro, do comprometimento dos ceramistas com a disponibilização desses para seus funcionários. Tendências Futuras das variáveis provocadoras: Oferta de cursos de capacitação e formação de pessoas por meio do Sistema “S”, IES e empresas privadas; Aumento da capacitação e formação de pessoas; Aumento no grau de escolaridade; Investimento em Pesquisas voltadas para a gestão da qualidade e inovação para a Cerâmica Vermelha; Fortalecimento do APL através do incremento de Pesquisa e Desenvolvimento, atrelado à Inovação. Rupturas Futuras das variáveis provocadoras: Otimização de espaços educacionais tanto nas empresas quanto a utilização de espaços disponibilizados por instituições de ensino, visando a melhoria em todos os níveis de ensino, em especial o técnico, com vistas ao aumento da produtividade, maior identificação entre o funcionário e os propósitos da empresa, uma vez que, a oferta de cursos de capacitação e formação criam nos mesmos a sensação de pertencimento; Apoio dos governos municipais, estadual e federal para o aumento do acesso a educação de qualidade e quantidade suficiente de instituições e cursos; A capacitação de um número maior de pessoas também exige a maior absorção de indivíduos no mercado de trabalho; As pesquisas voltadas para a Cerâmica Vermelha devem não só ser efetuadas mas também compartilhadas com os ceramistas, no intuito de oferecer as mesmas uma utilidade prática. Fortalecimento do APL no longo prazo exige a adesão dos ceramistas e a visualização de resultados satisfatórios nos mais diversos aspectos. Detalhamento das variáveis: Através do aumento da oferta de cursos de capacitação e formação para os funcionários da cerâmica será possível aumentar a produtividade, bem com, o valor agregado dos produtos, além de melhorar os níveis de satisfação dos funcionários com a empresa, sendo possível a geração não só de crescimento mas de desenvolvimento econômico local. Definição de Hipóteses Hipótese 1 Se não houver treinamento e capacitação dos funcionários das indústrias vinculadas a ASCENO haverá perda de qualidade dos produtos, do volume de produção e consequentemente perda de mercado, colocando em risco o desenvolvimento territorial por falta de diversificação e qualidade dos produtos. Hipótese 2 O não estabelecimento de parceria com instituições de ensino para a formação de pessoal implicará na não disponibilidade de pessoal para suprir as demandas de mão de obra local podendo levar à paralização de algumas indústrias. Hipótese 3 Se houver treinamento e capacitação haverá ganho na qualidade dos produtos / do volume de produção e do mercadopromovendo o desenvolvimento local e do APL. Referência Bibliográfica: ASCENO. Associação dos Ceramistas do Norte Goiano. Disponível em: <www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1248268566.pd>. Acesso em: 01 de mai. 2014. AULICINO, Antônio Luís. Relatório das oficinas que proporcionaram o início do Processo Prospectivo do APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Disponível em: http://www.idsust.com.br/. Acesso em: 01 de ma1. 2014. BASSALER, Nathalie. Le maïs et ses avenirs. Cahier du Lipsor, nº 13, mai. 2000. CEPP. Centro de Educação Profissional de Porangatu. Disponível em: < http://site.sectec.go.gov.br/post/ver/153143/centro-deeducacao-profissional-de-porangatu--cepp>. Acesso em: 01 de ago. 2014. EMEC. Ministério da Educação. Disponível em: < http://emec.mec.gov.br>. Acesso em: 01 de mai. 2014. GODET, Michel. Prospectiva Estratégica: Problemas e métodos. Cadernos LIPSOR. 2002. IMB. Instituto Mauro Borges. Disponível em: < www.imb.go.gov.br/. Acesso em: 01 de mai. 2014. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 75 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 76 5. Falta de Gestão Profissional: Administração capacitada (ADMINISTRA) Participantes: Jhonny Afonso Cunha – Analista do SEBRAE Goiás – Mestre em Educação pela PUC – GO A palavra Administração é usada tão frequentemente no dia-a-dia, que parece não haver dúvidas com relação a seu significado. Esta palavra é muito utilizada para definir várias áreas como: Administração financeira, Administração escolar, Administração rural, Administração do agronegócio, Administração da produção e outras formas que podemos visualizar o uso desta, porém qual é o papel da Administração? Santos e Santana (2010, p. 06), o papel da Administração é “criar as condições que favoreçam o adequado direcionamento dos fatores produtivos para alcance dos seus objetivos”. Desta forma, o ato de administrar provém do processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os objetivos e recursos que se têm nas organizações. E ao passar dos anos a necessidade de se fazer um processo de tomada de decisões mais eficiente e eficaz, proporcionou um grande avanço no ensino de Administração. Segundo Maximiano (2005, p. 06), o “processo administrativo abrange cinco tipos principais de decisões, também chamadas processos ou funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle”. No Brasil, o ensino assumiu uma grande dimensão, abraçando as diversas áreas da Administração, buscando aprofundamento em cada uma de suas áreas recursos humanos, produção, finanças, marketing e administrativo (ANDRADE e AMBONI, 2004). O processo de formação em Administração, ou seja, o ensino escolar de Administração, de acordo com Bertero (2006, p. 01) é fenômeno recente no Brasil. “A escolarização da Administração, ou seja, o fato de se tomá-la como um conjunto de conhecimentos e habilidades que são ensinadas no sistema escolar e que podem ser ensinados e aprendidos é relativamente recente. Embora a Administração enquanto atividade humana se perca nas brumas dos séculos, há pouco tempo se cogitou que fosse objeto de escolarização e ainda mais no interior da universidade.” As primeiras atividades humanas relacionadas ao ato de administrar, no mundo, são verificadas a partir de 3.000 a.C. na Mesopotâmia, no qual a “civilização suméria, verificou a existência da escrituração de operações comerciais e dos primeiros dirigentes e funcionários administrativos profissionais” (MAXIMIANO, 2005, p.15). Com a revolução industrial se verifica o grande apogeu da Administração, com a grande empresa industrial passando a ser dominante no cenário das organizações e das idéias administrativas e com as teorias da Administração. Por sua vez, o ensino de Administração iniciou-se no século XIX, nos Estados Unidos e na França no qual foram pioneiros do Curso de Administração de Negócios. No entanto, foi nos EUA que a educação em Administração se instalou na universidade. Na Europa, a resistência à escola de Administração no interior da secular universidade só foi superada depois do final da 2ª Guerra Mundial. Desta forma, o curso de Administração, no Mundo, é muito recente, tendo surgido para atender a necessidade decorrente do crescimento dos sistemas econômicos e da complexidade da sociedade no sistema capitalista de produção. Neste contexto é requerida a formação do administrador como profissional moderno e de visão holística, para atuar em um mundo com grandes complexidades, administrar grandes obras, aeroportos, hospitais, órgãos públicos e grandes corporações privadas. O exercício dessa atividade requer o domínio dos conceitos básicos da Administração — planejar, organizar, dirigir e controlar. Cabe ao ensino de Administração promover o domínio desses conceitos básicos e o desenvolvimento de um modo de pensamento e ação próprios à atividade de administrar. Embora a Administração enquanto prática institucionalizada como campo de conhecimento e com exigência de formação específica seja recentes, os primeiros fatos históricos ligados à existência de indícios da Administração remonta às civilizações primitivas. Nas sociedades primitivas, as expedições para a caça de grandes animais eram empreendimentos coletivos precedidos de decisões de planejamento, divisão do trabalho e logística. Todavia, sua caracterização no capitalismo está associada à racionalidade e eficiência das ações humanas e da maximização do capital das classes dominantes em relação às classes dominadas. Sobre a origem da Administração, Santos e Santana (2010, p. 2) afirmam: É fruto do processo da Revolução Industrial, decorrente do crescimento acelerado, desorganizado, das empresas e da necessidade do aumento da eficiência produtiva. Pautada na crença de que homem é um ser predominantemente racional e busca a maximização dos resultados priorizando o lucro. Os conhecimentos, as técnicas e ideias para solução dos problemas das organizações foram buscadas e aprimoradas em função do enfrentamento das novas situações e contextos, sendo influenciadas historicamente ao longo do tempo em cada época. Assim, no mundo moderno, a Administração busca resolver problemáticas cada vez mais complexas, rápidas e competitivas nas organizações. Neste contexto, de acordo com Santos e Santana (2010, p.15), a Administração pode ser compreendida como “uma relação social política que impõe autoridade, poder, hierarquia, subordinação, cujas formas podem variar entre autocráticas, burocráticas ou democráticas”. O entendimento descrito por Santos e Santana permite compreender a Administração como atividade histórica cuja presença na sociedade está associada à necessidade de planejamento, organização, direcionamento e controle das ações humanas, estando DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 77 ligada a formas de poder e formas políticas para o comando das ações do homem sobre a sociedade, a religião, a economia, a político, e na familiar. Na história da humanidade, a Administração desenvolveu-se lentamente e “somente a partir do século XX é que ela apresentou um desenvolvimento de notável pujança e inovação” (CHIAVENATO, 2000, p. 25). Até porque somente neste período é que o sistema econômico e as complexidades da sociedade moderna suscitaram a necessidade deste conhecimento em uma forma mais sistemática para orientar a ação humana nas organizações. Assim, a Administração apresenta um desenvolvimento contextualizado nas circunstâncias históricas. Por exemplo, as modernas Teorias da Administração que hoje as organizações utilizam, se constituem como conceitos que continuamente evoluíram ao longo dos séculos, influenciados por circunstâncias históricas, pois, “apesar de os problemas de um momento serem semelhantes aos de outros, as soluções precisam ser diferentes, porque o contexto muda constantemente” (MAXIMIANO, 2005, p. 14). Chiavenato (2000, p. 21) comunga desta compreensão: Administração constitui o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de numerosos precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada qual em seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias. Todas as organizações apresentam objetivos que, independentemente do seu tipo e dos recursos, buscam atingi-los. A origem da administração retrata a história de cidades, governos, exércitos e organizações religiosas, em função da necessidade de atingir objetivos. A necessidade de planejar e organizar as ações humanas foram impulsionando o desenvolvimento da Administração. As contribuições acumuladas de numerosos interessados e/ou envolvidos com os problemas administrativos possibilitou que a Administração chegasse aos nossos dias como encontramos hoje. (...) ela é o resultado histórico da experiência, estudos e pesquisas realizadas por estudiosos diversos: na antiguidade encontramos a construção de magníficas obras, realizadas no Egito, na Mesopotâmia, na Ásia, comprovando a existência, já naquelas épocas, de elementos capazes de planejar e conduzir milhares de trabalhadores (FARIA, 1997, p. 1). O surgimento das práticas administrativas foi desta forma, marcando o desenvolvimento da própria humanidade e de sua capacidade em lidar com problemas de ordem administrativa, ou seja, ligado às organizações. De acordo com Faria (1997), a evolução da Administração apresenta duas fases: teocrática e empírico-prática. Fase teocrática: era o mando de origem divina. A acomodação do homem à vida em sociedade ocorreu pela força. Nenhum conhecimento concreto tem dos primeiros tempos da civilização, pois nada ficou escrito. Mas cerca de 2.400 anos a.C, um homem deixounos marcas imorredouras; este homem foi Hamurabi, rei dos Amoritas1, (...) que deu a seu povo um conjunto de leis, segundo as quais o império babilônico foi o mais bem administrado do mundo antigo. Fase empírico-prática: embora quase todos os administradores dessa fase tenham sido religiosos – ou rogassem a proteção divina para os seus atos – agiam eles de forma empírico-prática, isto é, experimentavam e repetiam o que dava certo, e eliminavam os insucessos. Como os principais vultos foram: Licurgo (séc. IX a.C), Sólon (séc. VI a.C), Alexandre, o Grande (séc. IV a.C) e César (séc. II e I a.C) (FARIA, 1997, p. 01). Alguns eventos que marcaram definitivamente a fase empírico-prática foram: a organização do estado inglês; a organização dos Estados Unidos e a Revolução Francesa. Mas, estudiosos como Faria (1997), Chiavenato (2000), Maximiano (2005) e Serva e Pinheiro (2009) convergem para a consideração de que o grande apogeu da Administração deu-se com a sociedade industrial, com o fato histórico da Revolução industrial. No contexto da Revolução Industrial a Administração avançou seu desenvolvimento ampliando sua penetração na sociedade. Se até então era vista somente nas igrejas, exércitos, governos de países e de cidades, neste período há um incremento do conhecimento administrativo que surge nas organizações industriais, estendendo-se também para fora delas. Este contexto propiciou o nascimento das organizações e empresas modernas, graças a alguns fatores, como: “a ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; o avanço tecnológico e a aplicação dos progressos científicos à produção, a descoberta de novas formas de energia e a enorme ampliação de mercados e a substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção” (CHIAVENATO, 2000, p.33). Com a Revolução Industrial teve início o pensamento administrativo, nesta época os gestores das organizações industriais desempenhavam as suas funções administrativas empiricamente e cuidavam de suprir as demandas de uma economia em rápida expansão. Mesmo que não se utilizassem de conhecimentos e métodos científicos e atuassem empiricamente em suas decisões estratégicas nas organizações fabris, surgiu o interesse de vários estudiosos como Adam Smith, Mill, Taylor e Fayol, dando origem às concepções teóricas constitutivas do campo científico da Administração, difundidas depois nas escolas e no ensino de Administração. O Campo Científico da Administração descrito por Faria (1997), Chiavenato (2000) e Maximiano (2005) descrevem que o campo de conhecimento da Administração sofreu influência dos filósofos, da Igreja Católica, da organização militar, da Revolução Industrial e dos economistas liberais. Os principais filósofos que influenciaram o campo de conhecimento da Administração foram Sócrates (470 – 399 a. C) que, em discussão com Nicomachides, esclarece que a Administração deve ser vista como habilidade pessoal, separada do conhecimento técnico e da experiência. Platão expõe o seu ponto de vista sobre a forma de governo e de Administração dos negócios públicos em 1 Tribo semita que dominou e formou o grande Império Babilônico, destruído pelos persas 17 séculos depois. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 78 sua obra A República. Aristóteles (384 – 322 a.C.)2, em seu livro Política, estuda a organização do Estado e aponta três formas de Administração pública: monarquia ou governo de um só; aristocracia ou governo de uma elite e democracia ou governo do povo. Já Francis Bacon (1561–1626)3, com a preocupação de se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental4, René Descartes (1596 – 1650)5 deixou-nos o livro O Discurso do Método, no qual descreve os principais preceitos do “método cartesiano” e, por fim, outros filósofos que por meio de suas teorias filosóficas contribuíram para o campo da Administração foram: Thomas Hobbes (1588 – 1679), Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778), Karl Marx (1818 – 1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820 – 1895). A Igreja Católica, como uma das principais organizações de todos os tempos, contribuiu muito para a Administração, pelo fato que as instituições dos Estados (Atenas e Roma), foram transferindo para a Igreja suas normas administrativas e princípios de organização. A própria Igreja Católica pode ser vista como uma grande organização, pois apresenta-se historicamente e de forma marcante em vários países do mundo, perdurando sua existência, com uma organização hierárquica, simples e eficiente, permitindo que opere satisfatoriamente sob comando executivo único: o Papa. A estrutura desta organização serviu de modelo para diversas outras organizações, que agruparam uma série de princípios e normas da Igreja Católica6. Já as organizações militares, ao longo do tempo têm influenciado o conhecimento de Administração como, por exemplo, a organização linear. A organização linear “é originária dos exércitos da Antiguidade e da época medieval, no qual se utilizavam alguns princípios como: unidade de comando7; escala hierárquica; autoridade delegada; planejamento e controle centralizados e operações descentralizados, disciplina” (FARIA, 1997, p.06). A Revolução Industrial, como já mencionado, constituiu-se o apogeu do campo de conhecimento da Administração, tal como descrevem Maximiano (2005) e Serva e Pinheiro (2009). Para Maximiano (2005, p. 14), isso se deve ao fato de a grande empresa industrial passar a ser “dominante no cenário das organizações e das ideias administrativas”. Verifica-se que este momento é um divisor de águas para a Administração, tal como analisa Faria (1997, p.08): Transformações e mudanças são profundas, aparecendo o controle capitalista sobre quase todas as atividades (...) como consequência para a Administração, a organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial, resultante de inúmeros fatores e problemas como: ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; o grau de avanço tecnológico, com as novas formas de energia e consequente ampliação dos mercados e a substituição do tipo artesanal pelo tipo industrial de produção. A par da descrição do aparecimento do campo de conhecimento da Administração, faz importante também caracterizar o que vem a ser este campo. Vejamos as caracterizações fornecidas por alguns autores. Sobral e Peci (2007, p. 23), relacionam a importância da Administração como campo de conhecimento teórico à relevância das organizações para as sociedades contemporâneas. Para estes autores, a sociedade atual está instituída por organizações no qual as pessoas estão trabalhando ou gerenciando as atividades das organizações, para as quais são necessários os conhecimentos administrativos para conduzi-las com eficiência e eficácia. Os estudos da Administração, de acordo com Sobral e Peci (2007), são valiosos para a “melhor compreensão dos processos administrativos e para o desenvolvimento das habilidades gerenciais” (SOBRAL e PECI 2007, p. 23). Para Santos e Santana (2010, p. 06) o campo de conhecimento de Administração “estuda a gestão da produção e da distribuição de bens, ao nível de cada unidade econômica organizada, bem como a circulação, no mercado, dos bens produzidos ou demandados em cada organização”. Os autores consideram que o campo do conhecimento da Administração tem como papel principal, não “apenas discutir as técnicas gerencias e teorias já existentes, mas, construir novos saberes para auxiliar a sociedade na resolução de seus problemas” (SANTOS e SANTANA, 2010, p.8). Este campo terá que debater questões como relações sociais, conflitos organizacionais, responsabilidade social e ambiental e contribuição desta para a sociedade, influenciada por suas ações estratégicas. Nota-se que não há divergências quanto à compreensão dos autores a respeito do campo de conhecimento da Administração e seu papel na sociedade, associado à existência e sobrevivência das organizações. No entanto, a análise das distintas perspectivas teóricas da Administração, e que se apresentam orientando a formação do administrador, permite identificar que sobre o entendimento comum do que vem a ser a Administração há distintas teorias, com variadas visões e princípios filosóficos. A Perspectiva teórico-metodológicas que orientam a formação do Administrador para este mundo contemporâneo passa por grandes transformações, em que as organizações não mais se encontram delimitado por fronteiras, tornando-se multinacionais, transnacionais ou simplesmente globais. Este contexto organizacional requer pessoas com formação no campo de conhecimento da Administração, sendo elas indispensáveis ao gerenciamento das empresas neste contexto histórico, devendo ser também capazes de administrar todas as informações, conflitos, diferenças culturais e sociais no interior das organizações. A formação de administradores para a sociedade em transformação merece, portanto, uma reflexão amparada nos conhecimentos deste campo. De acordo com Maximiano (2005, p. 11): 2 Também filosofo grego, discípulo de Platão, fundador da lógica formal. Filósofo inglês, fundador da lógica moderna. 4 Princípio conhecido em Administração como princípio da prevalência do principal sobre o acessório. 5 Filósofo francês, fundador da Filosofia Moderna. 6 Princípios como: hierarquia, Administração centralizada (Papa) e a burocracia. 7 A unidade de comando era considerada fundamental para a função de direção 3 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 79 Os conhecimentos administrativos são produzidos pela observação e análise crítica da experiência prática das organizações e de seus administradores. Há duas fontes principais desses conhecimentos: a própria experiência prática e os métodos científicos. O conhecimento sempre volta para o mundo que o produziu, num processo de constante elaboração. A experiência prática existe desde que as organizações e os administradores vêm criando um acervo de conhecimentos que aumentam e se refinam, de geração a geração. O administrador atual dispõe de um considerável acervo teórico, que faz parte da cultura coletiva e é produto da transmissão de conhecimentos empíricos desde que as primeiras organizações humanas foram criadas. Todavia, afirma Bertero (2006, p. 35) que a formação de administradores “depende, em grande medida, também de como se define o que seja administrador”. Portanto, ao se analisar esta formação deve-se questionar, qual é o contexto social e cultural deste indivíduo nas relações sociais e qual seria a carreira para a qual estaria sendo preparado. De acordo com Bertero (2006, p. 36): A grande maioria das pessoas, cursando um dos mais de 2 mil cursos autorizados de graduação, certamente não estará contemplando a carreira de administrador com objetivo de chegar a seu topo. Na realidade, a carreira como aqui esboçada não chega nem mesmo a ser de conhecimento da maior parte dos matriculados em cursos de graduação no país. A média e a moda dos alunos são pessoas que têm origem socioeconômica na classe média baixa e, atualmente, até mesmo na classe baixa, cujas aspirações estão bem abaixo das que levariam ao ápice da carreira. As relações sociais dos indivíduos são imprescindíveis na formação do administrador e na sua ascensão na carreira de administrador. Além da competência técnica, o avanço na carreira de administrador depende de um capital de relações sociais que se acumula, em grande medida, em função da origem socioeconômica das pessoas. A origem socioeconômica é determinante para se chegar ao topo da carreira de administrador e possibilitar uma carreira de nível estratégico dentro das organizações. A formação do profissional de Administração possibilita busca focalizar no administrar que aqui é uma atividade que deve impedir que o imprevisto ocorra e permitir o administrador a atuar em um meio de absoluta neutralidade, emocional e valorativa. Trata-se de uma formação acadêmica para o desenvolvimento de competências e habilidades que amparem as decisões do administrador como gestor e permitam atingir os objetivos e coordenar os recursos disponibilizados pelas organizações. De acordo com Guerra (2001, p. 05): É inegável que a trajetória da formação do Administrador está diretamente ligada aos interesses do capital. Os Administradores, muitas vezes, são gerentes da propriedade e dos interesses de outros e por isso e para isso, são contratados. Para o bom exercício de tal função, uma formação escolar adequada passou a ser fundamental. A formação do administrador está diretamente ligada ao crescimento e desenvolvimento econômico do cenário social, econômico e cultural, conforme as necessidades do modelo capitalista de produção e de sociedade. Para essas necessidades buscam-se desenvolver na formação destes profissionais as competências e habilidades imprescindíveis para atingir objetivos capitalistas das organizações. A esse respeito, Hey (2008, p. 31) faz a seguinte análise: No processo de construção da identidade dos cursos de Administração foram desenvolvidos técnicas e métodos que ordenam o pensamento humano para atender às necessidades do capital. O ensino da Administração passou a ter como principal objetivo trazer eficiência e racionalidade às organizações. Mas, no contexto atual, em virtude de demandas sociais postas às organizações empresariais, a formação do administrador está diante de demandas contraditórias: por um lado deve corresponder aos desejos do capital para o mercado de trabalho; por outro lado, deve corresponder à busca de soluções para problemas sociais e ambientais, principalmente aqueles originados do próprio processo de produtivo capitalista. Nesse contexto, aponta Guerra (2001, p.6), o profissional deve constituir-se como “um agente transformador, capaz de ajustar-se com rapidez aos avanços da ciência e da tecnologia no estabelecimento de uma nova ordem”. Autores como Araújo e Lacerda (2002), Silva (2006) e Hey (2008), dedicam-se à análise da formação profissional do administrador nas Instituições de Ensino Superior (IES), indicando quais devem ser os objetivos de formação. Eles concordam que a formação deve contribuir, por meio dos currículos, para que os futuros administradores sejam capazes de criar nas organizações formas de construção da qualidade e sustentabilidade social e ambiental. As mudanças constantes no ambiente organizacional impulsionam os profissionais da Administração “a buscarem meios para entender a realidade social e as interações desta realidade com os aspectos sociais das organizações” (HEY, 2008 p. 31). De acordo com Silva (2006, p. 33): A formação do administrador de empresas é um processo mediado por fatores políticoeconômicos advindos das transformações sociais mais amplas, assim como por fatores mais particulares ligados à Administração enquanto campo de conhecimento, além dos fatores socioculturais e institucionais que se manifestam no conjunto do curso, com seus sujeitos professores e alunos. Todos estes fatores estão refletidos também no projeto político pedagógico, na grade curricular, mas principalmente, nos conteúdos teóricos deste campo do conhecimento. A formação do administrador voltado à sociedade atual e aos complexos problemas das organizações deve expressar-se nos projetos pedagógicos, sobretudo pelas concepções orientadoras desta formação. Concepções de ensino, de aprendizagem e de DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 80 Administração contidos nos projetos pedagógicos dos cursos refletem o tipo de formação que se está buscando oferecer e podem fornecer indícios do modelo de formação oferecido. Uma preocupação que se expressa cada vez mais no discurso acerca da formação do administrador é que esta deve ir além da formação meramente técnica, focada no fazer, na execução prática de tarefas. Para isso, além das competências e habilidades requeridas ao exercício da profissão, as IES deverão mediar os aspectos socioculturais dos alunos, levando os a refletirem sobre a importância de conhecer o seu espaço organizacional, ter uma melhor compreensão do todo e ajudar a pensar soluções viáveis economicamente e socialmente, considerando também a cultura e o conhecimento social e individual. De acordo com Hey (2008, p. 32): A formação da estrutura mental do administrador depende de como são transmitidas as informações, das suas crenças e do nível de relação entre os indivíduos para a construção do conhecimento. As tomadas de decisões dentro das organizações são movidas por motivações que contribuem para aumentar a autoestima, gerar conhecimento coletivo e respeitar as individualidades de cada participante da organização. Araújo e Lacerda (2002, p. 5) contribuem para este debate ao afirmarem que “a elaboração do conhecimento, por conseguinte se dá não apenas por meio dos conteúdos ensinados em sala de aula, mas resulta principalmente de articulações que se processam entre o sentir/pensar/agir dos sujeitos ao longo da vida”. Todavia, mesmo reconhecendo-se a importância do valor agregado por qualquer processo de formação nos cursos superiores de Administração, autores como Lopes apontam a falha neste processo. De acordo com Lopes (2002, p. 1), “há evidências empíricas de que os administradores recém-formados enfrentam o mercado de trabalho com insegurança e, quase sempre, são incapazes de uma inserção competitiva nas funções típicas de administradores profissionais”. Para Hey (2008, p. 27): O papel dos cursos de Administração é contribuir na formação técnica e humana do aluno, propiciando a formação de profissionais aptos a resolverem os problemas complexos das organizações e, ao mesmo tempo, capazes de compreender as relações humanas e sociais para atuarem como incentivadores na organização e na sociedade. Assim, verifica-se a presença, entre os autores que têm analisado o ensino e a formação do administrador, da compreensão de que a formação do profissional de Administração deve proporcionar as competências e habilidade técnicas específicas do campo, ligadas ao aspecto nuclear da atividade administrativa no interior das organizações. O nuclear da formação do administrador está voltado ao processo administrativo, que envolve as funções básicas do administrador. De acordo com Kwasnicka (2006, p. 48), o processo administrativo que Fayol definiu como atos administrativos envolve: 1 – prever – definido como o ato de visualizar o futuro e traçar programas de ação, hoje é denominado planejamento; 2 – organizar – definido como ato de compor a estrutura funcional da empresa, hoje é denominada do mesmo modo; 3 – comandar – definido como o ato de orientar e dirigir o pessoal, hoje é denominado direção; 4 – coordenar – definido como ato de ligar, unir, harmonizar todos os esforços da empresa em torno de seu objetivo, é hoje denominado execução, e 5 – controlar – definido como o ato de verificar se as ações estão ocorrendo dentro das normas estabelecidas, é hoje denominado igualmente. (grifo nosso) Maximiano analisa que, para Fayol, a função administrativa era a mais importante de todas, porque à função administrativa, dentro das organizações, é necessário obter este conhecimento para melhor desempenhar as suas atividades gerenciais. De acordo com Maximiano (2005, p. 74): Planejamento (previsão): examinar o futuro e traçar um plano de ação a médio e longo prazo; organização: montar uma estrutura humana e material para realizar o empreendimento; comando: manter o pessoal em atividade em toda a empresa. Coordenação: reunir, unificar e harmonizar toda a atividade e esforço; e controle: cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos e as ordens. (grifo nosso) Já para Sobral e Peci as funções da Administração são: Planejamento: o planejamento consiste na especificação dos objetivos a serem atingidos, na definição das estratégias e ações que permitam alcançá-los, e no desenvolvimento de planos que integrem e coordenem as atividades da organização. (...) Organização: é a função da Administração que faz a distribuição das tarefas e dos recursos entre os membros da organização, define quem tem autoridade sobre quem e quando e no qual devem tomar decisões; Direção: está relacionada com os processos de gestão de pessoas na organização. Dirigir significa liderar, motivar e coordenar os trabalhadores no desenvolvimento de suas tarefas e atividade. Dirigir também significa selecionar o canal de comunicação mais adequado e resolver conflitos entre os subordinados. É uma função que exige mais ação que o planejamento ou a organização; e Controle: é a função da Administração que assegura que os objetivos estão sendo alcançados. Consiste na monitoração e na avaliação do desempenho da organização, na comparação deste com os objetivos planejados e na correção dos desvios que se verifiquem. (SOBRAL E PECI, 2007, p. 08-09). De acordo com a compreensão dos autores acima, planejar, organizar, dirigir e controlar, são funções básicas do administrador. Pode-se considerar, portanto, que esses elementos constituem o aspecto nuclear da Administração enquanto atividade profissional e cientifica. Consequentemente, também se torna aspecto central na formação do administrador, o processo administrativo, pelo qual o administrador deverá conduzir sua prática administrativa cotidiana, independente do nível hierárquico dentro das organizações. Esta representação mostra o processo administrativo em sua forma geral, que se inicia pelo planejamento, no qual se definem os objetivos organizacionais e se desenvolvem as estratégias e as ações para alcançá-los. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 81 A próxima etapa é a de organizar, determinando o que deve ser feito, como e por quem. Em seguida passa-se para a etapa de dirigir, na qual devem ser compostas equipes e desenvolvidos líderes, motivando-os. Por fim, a etapa do controle, que corresponde ao monitoramento do desempenho das ações da organização em relação aos objetivos, possibilitando a reorganização dos objetivos não atingidos e o retorno ao ciclo planejar, organizar, dirigir e controlar. Mas a formação já não deve estar presa somente a este aspecto nuclear, devendo também proporcionar competências e habilidades humanas e sociais, uma vez que estão sendo postas às organizações demandas neste sentido. •Variáveis que provocaram as evoluções As variáveis que provocaram a evolução na formação dos Administradores, são oriundas do movimento histórico e econômico do mundo dos negócios, sendo as principais variáveis de evolução: • Os exércitos que necessitavam de planejamento, organização, direção e controle de suas conquistas territoriais; • A igreja com o domínio e atual em vários locais, necessitavam de selecionar lideres e operários para levar as suas crenças e diretrizes a todos; • O surgimento das feiras, que os produtos negociavam as suas sobras de produção para trocar por produtos que não eram produzidos; • A criação da moeda, porque até então as trocas ou comercializações eram utilizando produtos e não a moeda; • A Revolução Industrial, com o invento da máquina a vapor e do acumulo de capital da burguesia provocaram o surgimento e o crescimento das fabricas, que induziram o aparecimento da produção em massa, escala de produção, necessidade de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos e os processos de fabricação; • A evolução e utilização maciça da tecnologia da informação, nas empresas e no uso das pessoas em seu cotidiano; • A maior necessidade de conhecimento técnico em relação às novas tecnologias utilizadas nas empresas, tanto no chão de fabrica como na gestão da empresa; • A necessidade de planejamento de longo prazo, visualizar o cenário futuro dos atuais negócios; • A globalização, promovendo um mundo plano sem fronteiras onde as pessoas e as empresas negociam com qualquer pessoa independente de onde estejam as pessoas e produtos, e • A grande concorrência entre as empresas de mesmo segmento provocam a necessidade de se planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades do cotidiano dos negócios. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções As situações atuais das variáveis provocadoras na evolução da formação dos administradores das empresas são: • Falta de gestão profissional nas empresas; • Necessidade de valorização da marca da empresa; • Otimização dos recursos; • Redução das margens de lucro; • Valorização do ser humano, os colaboradores; • Necessidade de inovar nos produtos, serviços e processos da empresa; • Cenário econômico instável; • Redução da capacidade das indústrias brasileiras, e • Cenário político instável. Tendências Futuras das variáveis provocadoras As tendências futuras das variáveis provocadoras são primordiais para o desenvolvimento deste trabalho, pois o cenário futuro mostra que as empresas do APL da Cerâmica Vermelha a necessidade de aprimorar em relação a administração profissional. Desta forma a busca pela profissionalização da gestão é um divisor de águas para o crescimento, expansão e consolidação dos empreendimentos industriais da cerâmica vermelha no norte goiano, destacam-se os seguintes itens: • Valorizar os profissionais de gestão; • Valorizar os colaboradores independentes do nível hierárquico; • Utilização da tecnologia da informação no planejamento, organização, direção e controle dos processos produtivos e administrativos das empresas; • Necessidade de escala de produção e comercialização dos produtos, pelo fato da redução das margens de lucro pelo avanço tecnológico e a concorrência da globalização; • Implantar a inovação nos produtos e serviços para diferenciar dos demais produtos substitutos e similares, e • Agregar valor nos produtos e serviços para aumento das margens de lucro e conquistas de mercado em relação aos produtos de commodities. Rupturas Futuras das variáveis provocadoras O APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano deverão colocar as seguintes rupturas para as futuras variáveis provocadoras de sua evolução: • Capacitar o nível estratégico e tático das empresas, em temáticas de empreendedorismo, liderança, finanças, produção, marketing e recursos humanos; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 82 • Introduzir programas de inovação na gestão de resíduos, energéticos, água, matéria prima, marca, produtos, layout das empresas e automação na produção; • Realizar programas de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos; _ Desenvolver sistemas de valorização dos • • • • profissionais da cerâmica vermelha do norte goiano; Investir em capacitação da mão de obra desqualificada; Melhorar o nível de escolaridade dos colaboradores e comunidade inserida no território do APL; Aprimorar as competências e habilidades dos gestores, induzindo os mesmos a serem lideres em seu contexto empresarial, e Buscar visão de futuro entre os lideres das empresas. Detalhamento das variáveis O detalhamento da variável de Falta de Gestão Profissional demonstra a necessidade da formação dos administradores dos empreendimentos do APL, deverão buscar parcerias com o SEBRAE, SENAC, SENAI, Faculdades e Universidades para possibilitar o aumento da oferta de programas de capacitação e formação de gestores nos níveis estratégicos, táticos e operacionais. O Sebrae Goiás na regional norte, possui em sua filosofia de trabalho o fortalecimento dos pequenos negócios do Norte Goiano, que abraçou este projeto do APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, apoiando o desenvolvimento dos empresários e da ASCENO. Conforme já apresentado possui um programa de capacitação para empresários e colaboradores destas empresas, de inovação, missões para busca de conhecimento do segmento, de pesquisa de novos produtos, serviços e processos. Definição de Hipóteses As hipóteses que podem ocorrer com está variável são: 1. Implantar a gestão profissional nas empresas do APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano tornará estas empresas produtivas e rentáveis. 2. Melhorar a pratica de planejar, organizar, dirigir e controlar as ações das empresas de cerâmica vermelha propiciará um ambiente de sobrevivência do negócio. 3. Permanecer com baixo índice de gestão profissional dos empreendedores do APL criará um ambiente de concorrência predatória e aumentará o risco de extinção do negócio. 4. As empresas que não formarem gestores e capacitá-los continuamente conduzirão a uma concorrência desleal e poderão encerrar suas atividades. Referência Bibliográfica BERTERO, Carlos Osmar. Ensino e Pesquisa em Administração. São Paulo: Thomson Learning, 2006. BETIOL, Maria I. Stocco e SILVA, Luis G. Galeão. Grupos no Ensino da Administração: O que aprendemos com eles. ENANPAD 2004. 2004, p. 16. CFA. Histórico da profissão. Disponível em: <http://www2.cfa.org.br/administrador/diversos/pagina-teste-1> Acesso em : 08/02/2012. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. 6º Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. COVRE, M. L. A formação e a ideologia do administrador de empresas. Petrópolis: Vozes, 1991. CUNHA, Jhonny Afonso. Concepções de ensino, aprendizagem e administração em projetos pedagógicos de cursos de Administração em Goiás. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Departamento de Educação. 86p. 2012. ESTRELA, George Q. Desafios e possibilidades na formação e no desenvolvimento profissional de administradores da UNIR. UNESP: Araraquara, 2011, p. 211. Disponível: http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bar/33004030079P2/2011/estrela_gq_dr_ar afcl.pdf. Acesso em: 12/07/2012. FARIA, José Carlos. Administração: introdução ao estudo. 3º Ed. São Paulo: Pioneira, 1997. GUERRA, Elaine Linhares de Assis. O Ensino Superior de Administração no Brasil: desafios do novo milênio. ANGRAD, 2001, p. 12. HEY, Lucinete Aparecida Nava. 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DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 83 NICOLINI, Alexandre. Qual será o futuro das fábricas de administradores? RAE, v. 43, nº 2, abr./mai./jun. de 2003, p. 44 – 54. RODRIGUES, Orlando Barbosa. Administrador: perfil e Formação – das diretrizes curriculares oficiais ao funcionamento real do currículo e da metodologia de ensino. Rio de Janeiro: Corifeu, 2006, p.120. SANTOS, Elinaldo Leal e SANTANA, Weslei G. Piau. Administração do Desenvolvimento: fundamentos epistemológico e praxiológico para a consolidação de uma necessária disciplina. XXXIV ENANPAD, 2010, Rio de Janeiro: 25 a 29 de setembro de 2010, p. 17. SEBRAE GO. Referencial de negócios em Goiás. Goiânia: Editora SEBRAE, 2009. SERVA, Maurício e PINHEIRO, Daniel Moraes. Epistemologia e Sociologia da Ciência da Administração: Uma Reflexão Inicial Sobre os Estudos do Campo no Brasil. XXXIII ENANPAD 2009, Rio de Janeiro: 19 a 23 de setembro de 2009, p. 16. SILVA, Simônia Peres. A formação do administrador e o modo de pensar administrativo. Dissertação de Mestrado em Educação. Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2006. SOBRAL, Filipe e PECI, ALKETA. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. TAYLOR, Frederick W. Princípios de Administração Científica. Tradução: Arlindo Vieira Ramos. 8º ed. São Paulo: Atlas 1990 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 84 10. Fortalecer o Associativismo e Cooperativismo (FAC) Participantes: M E M B R O S 1. Jony Lucio da Costa 2. Fabiany Maria Made e Vellasco 3. Enir Sebastião Mendes 4. Celio Bueno de Freitas 5. Walter Nunes de Sousa 6. Marco Tulio Alves de Paula 7. João Antônio de Oliveira 8. Plinio Costa Artiaga 9. Joveni Magalhães de Sá ASSOCIATIVISMO é toda ação ou iniciativa formal ou informal, onde pessoas, grupos ou entidades reúnem esforços, vontades e recursos, com o objetivo de superar dificuldades, resolver problemas, encontrar soluções e gerar benefícios comuns. COOPERATIVISMO é um sistema econômico e social utilizado no mundo inteiro, que tem na cooperação a base sobre a qual se constroem as atividades econômicas. Origens do associativismo e do cooperativismo I. Os homens primitivos viviam em grupos. Com a evolução, o homem agrupou-se em pequenas tribos. A convivência favorecia a aprendizagem coletiva na criação de armas de pedra para caça, no domínio do fogo, no cozinhar... O Associativismo acompanha a evolução da humanidade e, com o passar do tempo em função das novas necessidades que foram se estabelecendo, tornou-se fundamental o estabelecimento de normas e/ou regras para que as pessoas pudessem se sentir seguras por estarem participando de grupos e processos que respeitem a vontade e o desejo de todos. A sociedade democrática é fruto do aperfeiçoamento desse processo, pois a prosperidade de uma nação tem relação direta com o nível de esclarecimento de seu povo que, ao conhecer suas chances e oportunidades de participação, se organizam para viver numa sociedade que garanta a todos o direito a uma vida com dignidade. ASSOCIAÇÃO Constitui-se pela união de pessoas físicas e/ou jurídicas, Que se organizam para fins não econômicos, sejam eles Sociais, filantrópicos, científicos, culturais ou de trabalho. II. Com a crise e a ameaça da perda de trabalho na Revolução Industrial, os tecelões lutando contra a exploração na compra de alimentos e roupas do comercio local, reuniram-se dezembro de 1844 e decidiram fundar um armazém cooperativo, uma sociedade que atuaria no mercado tendo o homem como principal finalidade e não o lucro. Passaram a identificar a DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 85 necessidade mensal de alimentos do conjunto das 28 famílias e a realizar a compra dos mesmos de forma coletiva, reduzindo os preços pagos pelos alimentos. Portanto, as cooperativas caracterizam-se por dar suporte econômico e social a pessoas físicas e/ou jurídicas, que muitas vezes encontram-se isoladas ou excluídas dos meios de produção e renda, e que veem no cooperativismo um instrumento de justiça, lealdade e ética, trazendo aos seus cooperados resultados na qualidade de vida. COOPERATIVA Sociedade de pessoas físicas, que se unem voluntariamente, através da constituição de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida, sem fins lucrativos. O Cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário da Empresa Cooperativa. Em uma sociedade cooperativista, todos têm o direito de entrar e sair de forma voluntária e livre, sem discriminação de raça, sexo, bem como posição social, politica, financeira e religiosa. Para participar a pessoa deve conhecer e decidir se tem condições de cumprir os acordos estabelecidos pela maioria, cujas regras estão escritas no estatuto social e no regimento interno. Os cooperados, reunidos em assembleia, discutem e votam os objetivos e metas do trabalho conjunto, bem como elegem os representantes que irão administrar a sociedade. Cada cooperado representa um voto, não importando se alguns detenham mais quota capital do que outros e mesmo o cargo que ocupam na organização. Todos contribuem para a formação do capital da cooperativa, o qual é controlado democraticamente. Se a cooperativa é bem administrada e obtém uma receita maior que as despesas, esses rendimentos (sobras liquidas) serão divididos entre os cooperados, sempre de forma proporcional às operações por eles efetuadas via a empresa cooperativa. Parte ou toda sobra poderá ser destinada para investimentos na própria cooperativa ou para outras aplicações, sempre de acordo com a decisão tomada em assembleia. Para conceber e colocar em pratica esta ideia de cooperativismo, é necessário que o devido setor organizado (principalmente em associação), compartilhe as necessidades e objetivos comuns que dificilmente seriam alcançados individualmente e proponha ações conjuntas para realiza-los, através de uma interação consciente para o amadurecimento do espirito cooperativo nos participantes do processo. Fatores que influenciam no fortalecimento/ sucesso do associativismo: De acordo com o Código Civil, uma associação é uma sociedade de fins não econômicos, o que significa dizer que ela não pode realizar operações comerciais em seu nome, mas é um excelente instrumento de defesa dos interesses dos seus associados, auxiliando no acesso ao mercado, estimulando a melhoria técnica/tecnológica, profissional e social. Assim, estas organizações, quando bem gerenciadas, acabam produzindo resultados que promovem a qualidade de vida e o desenvolvimento integrado e sustentável das comunidades e regiões onde atuam. Vamos nos deter nas associações de estimulo aos interesses econômicos, ou seja, organizações de pessoas que se organizam para criar trabalho e gerar renda. As formas mais usuais de associações para a defesa de interesses econômicos são: 1. 2. 3. 4. Associações de Trabalho (produtores rurais/urbanos); Redes de Empresas – Centrais de Negócios*; Consórcios; Sociedade de Propósito Específico (SPE). Redes de Empresas – Centrais de Negócios* - é uma forma associativa que tem se propagado por todo o país. São grupos de empresas de um determinado segmento ou setor que enxergam nos seus concorrentes uma oportunidade de parceria e, com isso, se unem para a melhoria da competitividade. Se isso for economicamente viável, muitas vezes essas associações também constituem uma sociedade empresária, que funciona como uma Central de Negócios, para transações comerciais – compra e venda – em nome dos associados. Há a centralização da comercialização numa única estrutura. • • • ALGUMAS VANTAGENS NAS AÇÕES COLETIVAS Aumento do poder de barganha em compras; Acesso a novos mercados, tecnologia, fornecedores e mão-de-obra; Melhoria da produtividade, redução de custos e poupança de recursos; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 86 • • • • • • Menor custo de estocagem, frete e administração; Preços mais competitivos; Trocas de experiências e maior acesso à informação; Especialização nas atividades; Acesso a instituições e programas governamentais; Melhoria da reputação do setor e da região. A Associação dos Ceramistas do Norte de Goiás é uma forma associativa de Rede de Empresas do setor cerâmico que foi criada em 1999 e teve sua fundação oficial (Razão Social) em 05 de janeiro de 2001. Apesar das adversidades e dificuldades encontradas no meio do caminho associativista, obteve muitos avanços e progressos. Uma das grandes conquistas foi o desenvolvimento do projeto APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás, iniciado no ano de 2007, isto, devido à comprovação do alto grau de organização e capacidade de articulação dos dirigentes, bem como do engajamento e comprometimento dos ceramistas associados. PRINCIPAIS METAS DA ASCENO • • • • • • • • • • • Criar um ambiente representativo, onde as carências das empresas sejam supridas coletivamente. Minimizar os custos de regulamentação das jazidas de argila. Contratação de assessoria ambiental e jurídica. Treinamento de mão de obra. Serviços de laboratório para controle do produto e do processo produtivo. Consultorias técnicas de apoio à certificação. Central de compra de insumos. Central de venda em mercados mais amplos, viabilizando o escoamento da produção, com finalidade de equilibrar a oferta e procura de mercado de abrangência das empresas associadas. Acesso à combustível de biomassa reflorestada e picada. Racionalização dos custos de logística, manutenção e suprimento de insumos. Lograr reconhecimento em todos os meios das esferas governamentais federal e estadual, para obtenção de investimentos via APL e de políticas públicas de desenvolvimento para o setor. HIPÓTESES Hipótese 1: Aplicar a metodologia do associativismo e cooperativismo como instrumento de gestão sustentável proporcionará o desenvolvimento do setor. Hipótese 2: Institucionalizar a cooperação e associação poderá limitar o desenvolvimento do APL fortalecendo algumas empresas em detrimento de outras. Hipótese 3 A Cooperação e associação instituída de forma desorganizada impedirá o desenvolvimento setorial levando ao desaparecimento de algumas indústrias do setor. Bibliografia: SEBRAE – Programa Redes Associativas Despertando para o Associativismo. Asceno-GO – Informativo. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 87 13. Melhoria do grau de escolaridade (MGE) Participantes: Nathalia Cordeiro Laurias Nos últimos dez anos o Brasil tem vivenciado o aumento significativo nos índices relacionados ao grau de escolaridade da população nos mais diversos Estados do país. De acordo com o IBGE (2013) o analfabetismo diminuiu assim como aumentaram não só o número de concluintes do ensino médio, como aqueles que terminaram cursos superiores, mestrados e doutorados. São diversos os autores que vinculam a perspectiva do Desenvolvimento Econômico ao capital intelectual dos cidadãos, deste modo, a busca por melhorias relacionadas ao grau de escolaridade se mostram como objetivos recorrentes das políticas públicas na área de educação. Porém, uma grande contradição existente é de que estas políticas públicas fomentadoras da educação acabam dispondo de êxito nos grandes centros urbanos, enquanto os municípios mais distantes dos centros ainda carecem da efetivação destas políticas no que tange a resultados eficazes e satisfatórios. Voltando o olhar para o Norte do Estado de Goiás, nota-se que, apesar das melhorias relativas a escolaridade a desigualdade é muito grande, principalmente, quando são feitas comparações com os centros urbanos. Tais desigualdades se vinculam ao quantitativo de escolas públicas e privadas nos níveis: fundamental e médio. Além de que,no caso da educação superior, os grandes centros urbanos são capazes de oferecer um leque maior de cursos tanto no âmito público como privado. O aprofundamento desta variável irá favorecer a compreensão de aspectos inerentes à realidade de alguns municípios do Norte Goiano, no que tange a alfabetização, número de matrículas no Nível Médio, PROEJA e Educação Profissional, além, das evoluções inerentes ao ensino superior. Ao se pensar a consolidação do APL da cerâmica vermelha em Goiás, se torna imprescindível o aprofundamento de reflexões sobre a necessidade de melhorias relativas ao grau de escolaridade nos municípios que compõem. Deste modo, assim que melhorias significativas forem alcançadas, será possível pensar em Desenvolvimento Econômico com vistas a melhoria na qualidade de vida da população local. Evoluções Passadas: Ao tratarmos de Prospectiva Estratégica, não podemos perder de vista que, de acordo com Godet (2002, p.10) [...] “A prospectiva estratégica constitui uma antecipação (pré-ativa e pró-ativa) para esclarecer a ação presente à luz dos futuros possíveis e desejáveis. Neste sentido, inicio este texto a partir da necessidade de reflexão sobre o futuro, realizada a partir de evoluções passadas. Para Godet (2002) são exigidos no processo da prospectiva, a antecipação, ação e apropriação, acompanhados de participação e integração dos agentes sociais e transparência. Conforme considera Aulicino (2014), o aprofundamento das variáveis chave vai ao encontro da necessidade de análise documental e estatística, focadas nos setores de atividade, por microregião. No intuito de oferecer subsídios estatísticos vinculados ao grau de escolaridade em Goiás, é possível perceber a evolução, por exemplo, a taxa de alfabetização. De acordo com a tabela 1 identifica-se que em todos os municípios do norte goiano houveram aumentos nas taxas de alfabetização na última década. Tabela 1: Taxa de alfabetização nos municipios do Norte Goiano (2000-2010) TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (%) MUNICÍPIO 2000 2010 Alto Horizonte 86,1 88,6 Barro Alto 79,2 88,59 Campinorte 83,8 89,29 Campos Verdes 81,7 82,58 Carmo do Rio Verde 84,1 90 Crixás 84 89,16 Estrela do Norte 81,1 85,82 Ipiranga de Goiás - 88,57 Itapaci 85,4 88,33 Mara Rosa 82,3 85,79 Minaçu 86,9 87,76 Niquelândia 84,4 88,81 Nova Iguaçu de Goiás 84,3 90,46 Porangatu 87 90,43 Rialma 89,3 92,49 Rubiataba 86,7 90,96 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 88 Santa Terezinha de Goiás 83 86,94 São Miguel do Araguaia 83,1 88,87 Trombas 83,2 84,04 Uruaçu 85,7 Fonte:IMB (2014) 89,92 Por meio da Tabela 1 também é possível constatar que a maior evolução da taxa de alfabetização, no período considerado, ficou a cargo do município de Barro Alto, que de acordo com dados do IMB (2014) desde o ano de 2006 registra produção significativa de Nióbio, destinado não só a atender ao mercado nacional, assim como o internacional. Outro dado importante vinculado ao grau de escolaridade nos municípios que fazem parte do Norte Goiano,trata-se da evolução no número de matrículas em se tratando de matrículas no ensino médio. Através da tabela 2 é possível identificar o comportamento histórico destas matrículas e perceber que na maioria dos municípios houve queda neste número em se tratando do ensino médio. Tal fato pode ser analisado através de diferentes perspectivas, uma delas, seria o êxodo rural constante, e a migração para fins de estudos nos grandes centros, o que demandaria estudos mais aprofundados para a confirmação ou não desta hipótese. Tabela 2: Matrículas no Ensino Médio nos municipios do Norte Goiano (2000-2013) MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO NORTE GOIANO- TOTAL (ALUNOS) MUNICÍPIO Alto Horizonte 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 106 124 119 82 89 103 139 152 174 219 219 231 227 257 Campinorte Campos Verdes 522 605 573 688 660 532 516 473 491 405 439 435 479 495 507 425 455 469 526 525 503 409 344 363 308 275 282 243 887 1.052 835 728 718 662 679 715 702 734 765 727 743 760 Crixás Estrela do Norte 193 167 155 150 159 201 177 167 152 134 136 154 144 166 Mara Rosa 668 745 672 596 490 444 519 505 501 544 529 525 463 403 Minaçu 2.072 2.584 2.645 2.434 2.123 2.000 1.901 1.858 1.675 1.752 1.578 1.479 1.405 1.364 Niquelândia 2.822 3.514 2.810 2.379 2.553 2.448 2.345 2.111 2.130 2.181 2.137 1.935 1.963 1.970 Nova Crixás Nova Iguaçu de Goiás 221 286 398 473 428 406 402 411 393 468 482 480 442 485 187 205 177 173 170 164 172 159 137 150 160 151 154 162 Porangatu Santa Terezinha de Goiás São Miguel do Araguaia 2.283 2.677 2.801 2.602 2.506 2.320 2.277 2.202 2.134 2.203 2.151 2.112 2.050 1.976 676 596 727 625 676 637 606 579 457 576 534 452 433 458 1.124 1.153 1.203 1.114 1.118 1.138 1.130 1.041 1.072 1.069 997 1.073 989 939 Trombas 195 231 244 235 238 218 227 205 199 170 176 195 184 149 Uruaçu 2.201 2.075 2.210 1.906 1.890 1.659 1.707 1.694 1.624 1.540 1.593 1.730 1.717 1.762 TOTAL: 16.919 18.759 18.512 17.186 16.934 16.027 15.980 15.249 14.778 15.022 14.850 14.582 14.071 13.848 Fonte:IMB (2014) Outra possibilidade seria a implantação da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) criada em 2000 através de Resolução do Ministério da Educação, sendo uma alternativa para os jovens e adultos concluírem o ensino fundamental e médio. Buscando confrontar esta hipótese com a série histórica, nota-se, a partir da tabela 3, que as matrículas vinculadas a EJA nos municípios do Norte Goiano. Municípios que chamam atenção pela redução no número de matrículas na EJA é o de Estrela do Norte e Mara Rosa, pois é possível verificar que em um período de 10 anos houve uma redução de cerca de 90% no número deste tipo específico de matrículas. Tabela 3: Matrículas na Educação de Jovens e Adultos nos municipios do Norte Goiano (2000-2013) MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - TOTAL (ALUNOS) MUNICÍPIO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Alto Horizonte 66 20 80 112 77 82 69 101 113 141 95 Campinorte Campos Verdes 171 192 224 172 168 115 130 178 174 159 147 314 246 323 238 163 54 47 42 64 28 32 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 89 Crixás Estrela do Norte 879 733 795 708 447 410 373 427 353 297 322 213 96 62 92 79 93 137 66 52 41 20 Mara Rosa 462 441 444 300 131 183 170 113 113 130 56 Minaçu 1.573 1.580 1.217 1.158 971 790 886 970 682 643 589 Niquelândia 2.118 2.188 1.970 1.548 1.182 1.140 850 937 757 691 702 Nova Crixás Nova Iguaçu de Goiás 418 391 222 226 125 38 132 132 105 82 85 59 14 91 48 49 35 42 19 - - - Porangatu Santa Terezinha de Goiás São Miguel do Araguaia 1.731 1.414 1.115 838 560 549 654 607 612 578 505 362 384 315 243 80 118 99 84 85 85 55 872 853 596 542 405 358 272 309 284 255 274 Trombas - 18 - - 20 20 - - - - - Uruaçu 1.207 1.280 856 735 601 562 1.356 1.372 1.119 1.117 1.014 12.023 11.299 10.208 8.806 6.486 5.747 5.630 5.532 4.736 4.199 3.939 Fonte:IMB (2014) No sentido de elucidar ainda mais, aspectos do panorama de evolução no número de matrículas no Norte Goiano, foi possível, através da Tabela 4, identificar a demanda expressiva por matrículas na educação profissional nestes municípios, ou seja, enquanto houve decréscimo nas outras modalidades de ensino, esta se mostrou diferente pelo comportamento em ascensão. Tabela 4: Matrículas na Educação Profissional nos municipios do Norte Goiano (2000-2013) TOTAL: MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - TOTAL (ALUNOS) MUNICÍPIO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Minaçu 207 254 320 329 350 520 508 448 793 894 Niquelândia 430 404 539 548 620 781 465 396 757 619 Porangatu 42 10 35 89 63 231 217 238 388 211 Santa Terezinha de Goiás - - - - - - - - 96 29 São Miguel do Araguaia - - - - - - - - - 55 Uirapuru 41 72 125 - - - - - - - Uruaçu - - - - - 101 90 94 94 43 740 1.019 966 1.033 1.633 1.280 1.176 2.128 1.851 Fonte:IMB (2014) Os municípios de Minaçu, Porangatu e Niquelândia tem se destacado pela procura por educação profissional. De acordo com dados do IMB (2014) no mesmo período analisado, houve a intensificação de políticas públicas de atração e retenção de indústrias para estes municípios, com destaque para a extração de minérios. Outra forma de se pensar o grau de escolaridade se volta também para a educação superior, de acordo com o INEP (2014), Goiás vivenciou o aumento expressivo no número de matrículas no ensino superior na última década, praticamente duplicando o número em sete anos, conforme tabela 4. Tabela 4: Evolução no número de matrículas em IES no 1º Semestre na Região Centro Oeste (2000-2013) Evolução do Número de Matrículas no Primeiro Semestre Segundo a Região e a Unidade da Federação - Brasil 2000 - 2007 UF 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Centro-Oeste Total 225.004 260.349 323.461 368.906 384.530 398.773 411.607 427.099 MS 42.304 47.475 55.824 61.078 64.462 65.336 67.113 66.707 MT 42.681 44.622 52.297 61.151 64.598 68.563 72.257 76.480 GO 72.769 88.923 119.297 137.724 144.406 149.034 149.384 155.851 DF 67.250 79.329 96.043 108.953 111.064 115.840 122.853 128.061 TOTAL: 720 Fonte: INEP (2014) DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 90 Atrelada a evolução no número de matrículas está o aumento no número de cursos que foi expressivo principalmente se comparado a Região Centro-Oeste, conforme Tabela 5. Tabela 5: Evolução no número de cursos nas IES da Região Centro Oeste (2000-2013) Evolução do Número de Cursos segundo a Região e a Unidade da Federação - Brasil - 2000 - 2007 Centro-Oeste 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total 989 1.163 1.395 1.574 1.693 1.923 2.026 2.171 MS 246 274 297 326 334 360 383 387 MT 229 259 271 323 370 426 450 483 GO 296 384 533 613 646 712 754 811 DF 218 246 294 312 343 425 439 490 Fonte:INEP (2014) Vale destacar que um volume maior de dados relacionados a evolução no número de matrículas no ensino superior nos municípios do Norte Goiano, seria de suma importância para o aprofundamento deste estudo, mas infelizmente estes dados não se encontram disponibilizados pelas instituições oficiais. Variáveis que provocaram as evoluções: Investir em Formação e capacitação de pessoas Administração Capacitada para reduzir a falta de Gestão Profissional Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Educação Desenvolvimento de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no APL Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções: Bassaler (2000) nos ajuda a compreender não só a ação pública em um contexto complexo, mas apresenta as contribuições da prospectiva. É necessário ver longe, com o intuito de pensar de forma sistemática, ao mesmo tempo em que, faz-se necessária a criação de uma linguagem comum, identificação de desafios, bem como, margens de manobra e alavancas. De modo a não só aprender a navegar nas incertezas, mas se preparar para diferentes futuros possíveis. Lembrando da importância da construção de cenários e as consequências das decisões no longo prazo. Neste sentido, a situação atual das variáveis provocadoras podem ser pensadas, por exemplo, em relação a oferta de cursos superiores nos municípios do Norte Goiano. De acordo com o quadro 1, municípios com potencialidades diversas, como Mara Rosa, Alto Horizonte e Barro Alto não dispõem de IES públicas ou privadas, no sentido de fomentar a formação e a capacitação de pessoas neste nível, sendo necessário, que estas pessoas busquem qualificação em municípios limítrofes ou nos grandes centros urbanos. Quadro 1: Municípios do Norte Goiano que não dispõem de IES Municípios do Norte Goiano que não dispõem de IES Mara Rosa Alto Horizonte Barro Alto Campinorte Campos Verdes Estrela do Norte Ipiranga Itapaci Carmo do Rio Verde Nova Iguaçu DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 91 Rialma Santa Terezinha Trombas Fonte: EMEC (2014) Tendo em vista a potencialidade mineral dos municípios do Norte Goiano, nota-se a partir do quadro 2 que em Crixás-GO, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) se volta para a oferta dos cursos de pedagogia e rede de computadores. É certo que haveriam maiores chances do município explorar suas potencialidades se houvessem políticas públicas de capacitação em nível superior, para atender ao público local. Quadro 2: Cursos Superiores Oferecidos em Crixás-GO Cursos Superiores Oferecidos em Crixás Instituição(IES) Nome do Curso Grau UEG PEDAGOGIA Licenciatura REDES DE UEG COMPUTADORES Tecnológico Fonte: EMEC (2014) O caso de Minaçu-GO se assemelha ao de Crixás-GO pelo fato do município oferecer curso de pedagogia, ao mesmo passo que o curso de geografia contribui para a qualificação da população local, conforme mostra o quadro 3. Porém, deve-se considerar que o município de Minaçu-GO é carente de cursos superiores voltados para a exploração de potencialidades relacionadas a Mineração. Quadro 3: Cursos Superiores Oferecidos em Minaçu-GO Cursos Superiores Oferecidos em Minaçu Instituição(IES) Nome do Curso Grau UEG GEOGRAFIA Licenciatura UEG PEDAGOGIA Licenciatura Fonte: EMEC (2014) Em Niquelândia, nota-se, a partir do quadro 4, que apesar da oferta de curso tecnológico na área de mineração,também é possível perceber a ausência de oferta de cursos superiores com foco na exploração das potencialidades do município. Quadro 4: Cursos Superiores Oferecidos em Niquelândia-GO Cursos Superiores Oferecidos em Niquelândia Instituição(IES) Nome do Curso Grau UEG MINERAÇÃO Tecnológico UEG TURISMO Tecnológico Fonte: EMEC (2014) O município de Porangatu, conforme quadro 5, dispõe de duas IES responsáveis pela oferta de cursos, assim como, é possível percebera variedade de cursos oferecidos, porém, nenhum destes cursos se destina exclusivamente a atender as demandas do setor mineral. Quadro 5: Cursos Superiores Oferecidos em Porangatu-GO Cursos Superiores Oferecidos em Porangatu Instituição(IES) Nome do Curso Grau FNG ADMINISTRAÇÃO Bacharelado UEG CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Licenciatura UEG EDUCAÇÃO FÍSICA Licenciatura FNG ENFERMAGEM Bacharelado UEG GEOGRAFIA Licenciatura UEG Licenciatura UEG HISTÓRIA LETRAS - PORTUGUÊS E INGLÊS UEG MATEMÁTICA Licenciatura Licenciatura UEG SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Bacharelado Fonte: EMEC (2014) De acordo com o quadro 6 é possível constatar que em Rubiataba-GO apenas uma IES oferece dois cursos, mas também, não se vincula diretamente ao setor mineral. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 92 Quadro 6: Cursos Superiores Oferecidos em Rubiataba-GO Cursos Superiores Oferecidos em Rubiataba Instituição(IES) Nome do Curso Grau FACER ADMINISTRAÇÃO Bacharelado FACER DIREITO Bacharelado Fonte: EMEC (2014) Em São Miguel do Araguaia-GO, conforme quadro 7, a UEG oferta três cursos diferentes em especial, o tecnológico em aquicultura, na busca por valorizar a potencialidade local. Quadro 7: Cursos Superiores Oferecidos em São Miguel do Araguaia-GO Cursos Superiores Oferecidos em São Miguel do Araguaia Instituição(IES) Nome do Curso Grau UEG AQÜICULTURA LETRAS - PORTUGUÊS E INGLÊS Tecnológico UEG Licenciatura UEG PEDAGOGIA Licenciatura Fonte: EMEC (2014) Por fim, o município de Uruaçu-GO, conforme mostra o quadro 8, dispõe de três IES com diferentes cursos, nas mais diversas áreas. Porém, há a necessidade de explorar o potencial mineral do município, mesmo com a oferta do curso de Engenharia Civil pelo IFG. Vale destacar que o IFG de Uruaçu oferece curso técnico subsequente em cerâmica na modalidade à distância, buscando explorar a potencialidade local, no que tange ao APL da Cerãmica Vermelha. Quadro 8: Cursos Superiores Oferecidos em Uruaçu-GO Instituição(IES) FASEM Cursos Superiores Oferecidos em Uruaçu Nome do Curso Grau ADMINISTRAÇÃO Bacharelado FASEM ALIMENTOS Tecnológico UEG CIÊNCIAS CONTÁBEIS Bacharelado FASEM ENFERMAGEM Bacharelado IFG ENGENHARIA CIVIL Bacharelado FASEM FARMÁCIA Bacharelado FASEM Licenciatura FASEM FILOSOFIA GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Tecnológico UEG HISTÓRIA Licenciatura FASEM MÚSICA Licenciatura UEG PEDAGOGIA Licenciatura IFG QUÍMICA Licenciatura Fonte: EMEC (2014) Por meio da descrição da situação atual das variáveis relacionadas a educação superior, e portanto, escolaridade, formação e capacitação, foi possível perceber o nicho de mercado a ser explorado pelas IES no sentido de ofertar cursos que se vinculem a formação e capacitação na área de Cerâmica Vermelha no Norte Goiano. Tendências Futuras das variáveis provocadoras: Capacitação de um número maior de pessoas; Ampliação na oferta de cursos de gestão, em especial, para os ceramistas; Investimento em Pesquisas voltadas para a gestão da qualidade e inovação para a Cerâmica Vermelha; Fortalecimento do APL através do incremento de Pesquisa e Desenvolvimento, atrelado à Inovação. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 93 Rupturas Futuras das variáveis provocadoras: A capacitação de um número maior de pessoas também exige a maior absorção de indivíduos no mercado de trabalho. A ampliação na oferta de cursos de gestão se vincula a um nicho a ser explorado tanto por IES públicas e privadas. As pesquisas voltadas para a Cerâmica Vermelha devem não só ser efetuadas mas também compartilhadas com os ceramistas, no intuito de oferecer as mesmas uma utilidade prática. Fortalecimento do APL no longo prazo exige a adesão dos ceramistas e a visualização de resultados satisfatórios nos mais diversos aspectos. Detalhamento das variáveis: Através do aumento no grau de escolaridade da população dos municípios do Norte Goiano será possível não só fortalecer o APL da cerâmica vermelha, mas, principalmente, favorecer o aumento do valor agregado dos produtos, sendo possível não só o crescimento, mas o desenvolvimento econômico local. Definição de Hipóteses Hipótese 1 Se não houver a melhoria no grau de escolaridade dos indivíduos a competitividade e a sustentabilidade do APL de Cerâmica Vermelhado Norte Goiano ficarão comprometidas. Hipótese 2 Se houver a melhoria no grau de escolaridade dos indivíduos nos municípios do Norte Goiano, haverá possibilidade de melhoramento da produtividade e do alcance da sustentabilidade da região. Hipótese 3 A universalização de ensino fundamental e médio no norte goiano. Referência Bibliográfica: ASCENO. Associação dos Ceramistas do Norte Goiano. Disponível em: <www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1248268566.pd>. Acesso em: 01 de mai. 2014. AULICINO, Antônio Luís. Relatório das oficinas que proporcionaram o início do Processo Prospectivo do APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Disponível em: http://www.idsust.com.br/. Acesso em: 01 de ma1. 2014. BASSALER, Nathalie. Le maïs et ses avenirs. Cahier du Lipsor, nº 13, mai. 2000. EMEC. Ministério da Educação. Disponível em: < http://emec.mec.gov.br>. Acesso em: 01 de mai. 2014. GODET, Michel. Prospectiva Estratégica: Problemas e métodos. Cadernos LIPSOR. 2002. IMB. Instituto Mauro Borges. Disponível em: < www.imb.go.gov.br/. Acesso em: 01 de mai. 2014. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 94 16. Mão de obra desqualificada (MOD) Participantes: Nathalia Cordeiro Laurias Questões inerentes a qualificação de mão de obra tem sido cada vez mais objeto de estudos acadêmicos, bem como, alvo de inúmeras especulações a nível do senso comum. Desde o início da Revolução Industrial e da incorporação das máquinas ao processo produtivo, são inúmeras as preocupações que permeiam os saberes dos envolvidos no processo produtivo. Depois da indústria absorver os modos de produção fordista, taylorista e toyotista, é necessária uma análise sistemática sobre os reflexos do processo de acumulação flexível. A modernidade, a partir do advento da robótica, das mais diversas estratégias que estão fora do processo produtivo, da transnacionalização do capital, da utilização intensiva da automação e mecanização do processo produtivo, demanda cada dia mais, de indivíduos qualificados para compor o quadro de colaboradores. Nota-se, a partir do processo de transnacionalização do capital, que empresas de diversos segmentos se instalam em diferentes territórios com vistas a exploração das potencialidades locais. Neste sentido, há de se realizar o seguinte questionamento: A população local dispõe da qualificação necessária para a realização destas atividades? Voltando o olhar para o caso específico do APL da Cerâmica Vermelha no Norte Goiano, podemos fazer o seguinte questionamento: A população local dispõe de conhecimento técnico e qualificação para lidar com o processo produtivo da cerâmica, a partir do uso de tecnologias modestas ou que envolva intensa mecanização? Uma das críticas recorrentes dos empresários em Goiás, tem sido enfrentar uma população, que principalmente nos municípios mais distantes dos grandes centros, dispõe de mão de obra com baixa qualificação. A ASCENO (2007) ao formular um diagnóstico sobre o APL da cerâmica vermelha, apontou como ponto fraco do APL da cerâmica vermelha, a falta de qualificação dos trabalhadores. Por meio do aprofundamento desta variável será possível analisar a evolução passada, de aspectos relacionados ao perfil industrial do Estado, no que tange a Balança Comercial do Estado, a média de remuneração por setor, o número de matrículas na educação profissional, saldo entre admitidos e desligados no Norte Goiano. Além do panorama atual dos aspectos inerentes as Instituições de Ensino Superior (IES) desta região, os cursos oferecidos pelo PRONATEC, o atendimento educacional proporcionado pelo SESI/SENAI, além dos cursos oferecidos por instituições como a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e o Instituto Federal de Goiás (IFG). Deste modo, o aprofundamento da variável “mão de obra desqualificada” proporcionará reflexões sobre a temática, com vistas a atender o objetivo de consolidação do Estudo Prospectivo da Cerâmica Vermelha para 2034. Evoluções Passadas: Ao refletir sobre a Balança Comercial em Goiás, nota-se que os municípios do Norte Goiano que apresentaram crescimento significativo, denotando o volume de exportações que os mesmos tem vivenciado nos últimos anos, atrelado, principalmente, a exploração do setor mineral, em especial, em municípios como Alto Horizonte e Minaçu, conforme tabela 1. Tabela 1: Balança Comercial nos Municípios do Norte Goiano (2006-2011) BALANÇA COMERCIAL - EXPORTAÇÃO (US$ FOB) MUNICÍPIO 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Alto Horizonte - 428.847.469 476.546.255 331.628.913 504.658.668 691.510.374 Minaçu 45.647.370 62.786.996 78.352.193 78.188.063 77.901.023 79.788.875 Niquelândia 32.343.468 68.330.964 19.000.561 49.003.567 2.334.397 26.604.593 Uruaçu 1.075.585 1.207.930 879.527 Fonte: IMB (2014) 520.842 427.651 385.090 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 95 Outro aspecto que deve ser levado em consideração quando se trata de qualificação, trata-se da remuneração por setor em Goiás. Nota-se, a partir da tabela 2 que o setor extrativo mineral e a indústria de transformação apesar de registrarem um quantitativo significativo de indivíduos remunerados com salários superiores a 5 salários-mínimos, ainda é necessário refletir sobre o quantitativo daqueles que recebem até 1 salário mínimo. SETOR E REMUNERAÇÃO EM GOIÁS 2012 Até 1,00 SM De 1,01 a De 2,01 a 5,01 SM {ñ 2,00 SM 5,00 SM ou mais class} 255 1.525 4.547 2.686 211 IBGE Setor 1 - Extrativa Mineral 15.887 121.290 74.805 15.987 2 - Indústria de Transformação 3 - Servicos Industriais de 167 2.217 2.703 4.882 Utilidade Pública 4.380 40.404 33.120 7.179 4 - Construção Civil 35.936 164.780 60.827 21.456 5 – Comércio 39.688 216.602 98.058 36.735 6 – Serviços 18.973 95.407 96.157 89.689 7 - Administração Pública 8 - Agropecuária, Extração 12.822 41.590 26.040 3.576 Vegetal, Caça e Pesca 128.108 683.815 396.257 182.190 Total Tabela 2: Setor e remuneração em Goiás (2012) Fonte: IBGE (2014) Total 9.224 8.514 236.483 282 6.136 8.277 19.264 14.108 10.251 91.219 291.276 410.347 314.334 2.903 86.931 59.695 1.450.065 Um aspecto que também não pode ser deixado de lado, trata-se da evolução no número de matrículas (2000-2013) , conforme mostra a tabela 3. Nota-se uma demanda crescente na maioria dos municípios analisados. Ou seja,os indivíduos estão buscando qualificação por meio da inserção na educação profissional. Sendo que a busca crescente pela qualificação pode estar associada as exigências do mercado local, a partir das mudanças advindas do processo de acumulação flexível. MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - TOTAL (ALUNOS) MUNICÍPIO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Minaçu - - - - 207 254 320 329 350 520 508 448 793 894 Niquelândia - - - - 430 404 539 548 620 781 465 396 757 619 Porangatu Santa Terezinha de Goiás - - - - 42 10 35 89 63 231 217 238 388 211 - - - - - - - - - - - - 96 29 São Miguel do Araguaia - - - - - - - - - - - - - 55 Uirapuru - - - - 41 72 125 - - - - - - - Uruaçu - - - - - - - - - 101 90 94 94 43 TOTAL: 0 0 0 0 720 740 1.019 966 1.033 1.633 1.280 1.176 2.128 1.851 Tabela 3: Matrículas na Educação Profissional nos municíppios do Norte Goiano (2000-2013) Fonte: IMB (2014) Com vistas a analisar a questão do emprego, atrelada a qualificação, buscou-se uma análise da evolução do saldo entre admitidos e desligados, em municípios do Norte Goiano, conforme mostra a tabela 4. TOTAL - SALDO ENTRE ADMITIDOS E DESLIGADOS NOS MUNICÍPIOS DO NORTE GOIANO (2000-2012) DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 96 MUNICÍPIO Alto Horizonte Campinorte Campos Verdes Crixás Estrela do Norte Mara Rosa Minaçu Niquelândia Nova Iguaçu de Goiás Porangatu Santa Terezinha de Goiás São Miguel do Araguaia Trombas Uruaçu TOTAL: 2000 -1 33 31 23 16 47 -174 204 2001 32 12 45 16 428 64 2002 -4 55 17 10 28 47 -187 501 2003 11 74 10 95 2 10 -45 863 2004 -1 30 6 -11 21 56 111 498 2005 193 14 19 318 9 41 49 36 2006 201 47 -9 454 8 53 -25 108 2007 226 13 18 47 21 22 -28 395 2008 161 -19 -12 248 3 23 14 -437 2009 -147 127 -81 -3 22 -116 108 -1 2010 72 76 -17 282 602 1 119 -36 2011 93 -366 12 75 23 29 169 -112 2012 200 -36 -5 106 -68 146 94 23 1 108 5 93 1 155 2 188 -1 53 1 269 4 193 2 187 6 17 23 325 -4 405 -10 355 -10 180 19 20 11 29 39 7 13 16 10 48 80 24 -29 105 14 -987 -470 105 19 -315 503 149 -69 50 -86 -144 62 20 153 -69 91 76 -10 -8 9 2 8 -1 2 9 7 5 -1 190 123 181 110 265 329 274 184 47 882 1.047 1.429 1.152 968 1.648 1.680 1.734 2.121 1.468 -52 1.381 2.598 Tabela 4: Saldo entre admitidos e desligados nos municípios do Norte Goiano (2000-2012) Fonte: IMB (2014) Nota-se que em alguns municípios, com alta potencialidade para exploração da atividade produtiva da cerâmica vermelha e que compõem o APL, que certos números são ínfimos e chegam até mesmo a ser negativos (número de desligados é maior que o número de admitidos), como é o caso de Estrela do Norte no ano de 2012. A exploração de dados como estes e a reflexão a partir das vivências dos atores envolvidos no Processo Prospectivo serão de suma importância para pensarmos a sustentabilidade deste setor para 2034. Variáveis que provocaram as evoluções: Investir em Formação e capacitação de pessoas Administração Capacitada para reduzir a falta de Gestão Profissional Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Educação Desenvolvimento de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no APL Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções: Com o intuito de apresentar a situação atual das variáveis provocadoras de inovações e vinculadas a formação e capacitação de pessoas; gestão profissional; pesquisa e desenvolvimento e inovação no APL, faz-se necessária a apresentação de dados que podem nos dar um panorama geral. É necessário destacar que o quantitativo de municípios do Norte Goiano que não dispõe de IES é expressivo, conforme mostra o Quadro 2. Deve-se destacar que minicípios que dispõem de grande potencial econômico, tais como, Mara Rosa e Alto Horizonte, não dispõem de uma IES,, sendo necessário que a população local busque qualificação nos municípios vizinhos ou se desloque para os grandes centros, sendo estas duas alternativas, dispendiosas financeiramente. Municípios do Norte Goiano que não dispõem de IES Mara Rosa Alto Horizonte Barro Alto Campinorte DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 97 Campos Verdes Estrela do Norte Ipiranga Itapaci Carmo do Rio Verde Nova Iguaçu Rialma Santa Terezinha Trombas Quadro 2: Municípios do Norte Goiano que não dispõem de IES Fonte: EMEC (2014) No que tange as IES que oferecem cursos presenciais no Norte Goiano, estas foram identificadas no Quadro 3. Lembrando que a atuação da UEG nos municípios do Norte Goiano tem se mostrado expressiva, porém, seus cursos não se vinculam diretamente às demandas do APL da Cerãmica Vermelha. IES que atendem presencialmente os municípios do Norte Goiano Universidade Estadual de Goiás (UEG) Instituto Federal de Goiás (IFG) Faculdade Serra da Mesa (FASEM) Faculdade do Norte Goiano (FNG) Centro de Ensino Superior de Rubiataba (CESUR/FACER) Quadro 3: IES que oferecem cursos superiores em municípios do norte goiano Fonte: IMB (2014) Em se tratando especificamente dos cursos oferecidos pela UEG, nota-se que o Câmpus Uruaçu não oferece cursos que se vinculam diretamente á exploração das economias locais, conforme mostra o Quadro 4. CURSOS SUPERIORES OFERTADOS PELA UEG (URUAÇU) Ciências Contábeis História Pedagogia Quadro 3: Cursos superiores ofertados pela UEG em Uruaçu Fonte:UEG (2014) Já no IFG, a partir dos cursos superiores em Engenharia Civil e Química, assim como informa o quadro 4, é possível qualificar mão de obra a ser absorvida pelas cerâmicas da região, bem como, os futuros profissionais serão capazes de pensar estratégias para desenvolvimento de pesquisa e inovação para o APL. O curso técnico integrado em Edificações e Construção Civil, oferecidos pelo IFG, propiciam condições para que a população local se qualifique, com vistas a absorção por parte das cerâmicas locais. Além de que, o curso técnico subsequente em cerâmica, disponibilizado pelo IFG por meio da Educação à Distância, se volta diretamente para o atendimento as demandas dos ceramistas da região. CURSOS OFERTADOS PELO IFG (URUAÇU) SUPERIOR Engenharia Civil Licenciatura em Química Análise e Desenvolvimento de Sistemas TÉCNICO INTEGRADO Edificações DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 98 Informática Química TÉCNICO PROEJA Comércio Informática EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA Técnico Subsequênte em Cerâmica Quadro 4: Cursos ofertados pelo IFG em Uruaçu Fonte:IFG (2014) No que tange aos cursos oferecidos pela Faculdade Serra da Mesa, tanto os cursos de graduação e pós graduação, como mostra o quadro 5, não se voltam diretamente para o atendimento das necessidades dos ceramistas, mas por meio dos cursos de gestão, é possível, preparar, por exemplo, pessoas para trabalhar em áreas administrativas. CURSOS OFERTADOS PELA FACULDADE SERRA DA MESA SUPERIOR Administração Gestão da Tecnologia da Informação Filosofia Enfermagem Música Farmácia Tecnologia em alimentos PÓS GRADUAÇÃO Urgência e Emergência Gestão Empresarial Gestão Estratégica de Pessoas Gestão Ambiental Quadro 5: Cursos ofertados pelo FASEM Fonte:FASEM (2014) Os cursos oferecidos pela CESUR/FACER, assim como mostra o Quadro 6, mostram cenário semelhante a FASEM, ou seja, cursos em diversas áreas e que podem preparar indivíduos para trabalhar em áreas administrativas ou jurídicas. CURSOS OFERECIDOS PELO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE RUBIATABA (CESUR/FACER) SUPERIOR Administração Direito PÓS-GRADUAÇÃO Controladoria e Finanças Dificuldades na aprendizagem Direito Civil e Processo Civil Direito Penal e Processo Penal Docência Universitária Educação Inclusiva Gestão e Educação Ambiental DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 99 Gestão Estratégica de Recursos Humanos Psicopedagogia Clínica Quadro 6: Cursos ofertados pelo CESUR/FACER Fonte: CESUR/FACER (2014) Enquanto a educação superior deixa a desejar na oferta de cursos com vistas a qualificação da população local, em se tratando das demandas do APL de cerâmica, deve-se constatar que os cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) em 2013, no município de Uruaçu, buscou abranger as mais diversas áreas, conforme mostra o quadro 7, e que vão ao encontro das necessidades do empresariado local. Cursos ofertados e concluídos em 2013 pelo Pronatec Cadista da Construção Civil Desenhista de Topografia Auxiliar de Laboratório de Saneamento Operador de Computadores Montador e Reparador de Computadores Agente de Informações Turísticas Agente de Desenvolvimento Socioambiental Monitor de Recreação Introdução à Interpretação em Libras Inglês Básico Espanhol Básico Instalador e Reparador de Redes de Computadores Auxiliar de Cozinha - (Polo Remoto em Alto Horizonte) Instalador e Reparador de Redes de Computadores - (Polo Remoto em Alto Horizonte) Operador de Computadores - (Polo Remoto em Alto Horizonte) Agricultor Familiar (Polo Remoto em Niquelândia) Criador em Peixes em Tanque Rede (Polo Remoto em Niquelândia) Quadro 7: Cursos ofertados pelo PRONATEC Fonte: Prefeitura de Uruaçu (2014) Já o SESI/SENAI oferece diversas possibilidades de qualificação profissional nos municípios do Norte Goiano, porém, a maior parte deles, voltados para a conclusão do ensino fundamental e médio, conforme mostra o quadro 8. Município SESI/SENAI (Educação) Atendimento Educacional Especializado Ensino Médio Ressignificado 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental (Educação Inclusiva) Ensino Fundamental 6º ao 9º ano e Ensino Médio Ressignificado ETI – 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental/ 6º ao 9º ano e 3ª Etapa da EJA Uruaçu 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª Etapa da EJ 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental (Educação Inclusiva 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental/ 1ª a 3ª Etapa da EJA 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental/ 1ª e 2ª Etapas da EJA Extensão: EJA – 1ª e 2ª Etapas - Agência Prisional DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 100 Acompanhamento pedagógico, culinária, artesanato, informática e violão 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio Ressignificado Campinorte 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª Etapa da EJA 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental / Ensino Médio e 1ª e 2ª Etapas da EJA Hidrolina 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental / Ensino Médio Ressignificado e 2ª Etapa da EJA 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio Ressignificado Alto Horizonte Ensino Médio Ressignificado 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio Ressignificado Mara Rosa 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 2ª e 3ª Etapas da EJA ETI - 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e 1ª Etapa da EJA Amaralina 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio Ressignificado 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio Ressignificado 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio Ressignificado Niquelândia 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª Etapa da EJA 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental e 1ª a 3ª Etapas da EJA São Luiz do Norte 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, Ensino Médio Ressignificado e 2ª e 3ª Etapas da EJA Quadro 8: Cursos ofertados pelo SESI/SENAI Fonte: SESI/SENAI Uruaçu (2014) Em se tratando de cursos PRONATEC, oferecidos pelo SESI/SENAI, por meio da tabela 5 é possível identificar que vários destes cursos se voltam para o atendimento das demandas locais e auxiliam na melhoria da qualificação da mão de obra local. Município Niquelândia Uruaçu Barro Alto Itapaci SESI/SENAI (PRONATEC) – 2014 Vagas Técnico Químico 80 Técnico Eletrotécnico 80 Auxiliar de Transporte e Distribuição 20 Pedreiro de Alvenaria 20 Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão 30 Soldador de Processo de Eletrodo Revestido 16 Auxiliar Administrativo 16 Operador de Computador 20 Almoxarife 30 Vendedor 60 Auxiliar Administrativo 40 Recepcionista de Eventos 30 Auxiliar Administrativo 80 Costureiro 45 Montagem e Manutenção de Computadores 20 Auxiliar de Recursos Humanos 30 Operador de Micro 20 Auxiliar Administrativo 40 Operador de Computador 40 Auxiliar de Pessoal 40 Por meio desta breve apresentação foi possível estabelecer o panorama atual de questões inerentes a qualificação profissional nos municípios goianos. É possível perceber a ênfase nos programas que formentam a conclusão do ensino médio e fundamental, bem como os cursos PRONATEC, ficando perceptível a carência de oferta de cursos superiores no Norte Goiano. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 101 Tendências Futuras das variáveis provocadoras: Qualificação de um número maior de pessoas; Oferta de um leque maior de cursos a nível de graduação; Ampliação na oferta de cursos de gestão, em especial, para os ceramistas; Investimento em Pesquisas voltadas para a gestão da qualidade e inovação para a Cerâmica Vermelha; Fortalecimento do APL através do incremento de Pesquisa e Desenvolvimento, atrelado à Inovação. Rupturas Futuras das variáveis provocadoras: A qualificação de um número maior de pessoas também exige a maior absorção de indivíduos no mercado de trabalho. A oferta de um maior leque de cursos a nível de graduação deve estar associado às condições da população em serem beneficiados no sentido de que estes cursos sejam oferecidos por instituições públicas e que incentivos do governo federal contemplem aqueles indivíduos que estiverem matriculados nas IES privadas. A ampliação na oferta de cursos de gestão. As pesquisas voltadas para a Cerâmica Vermelha devem não só ser efetuadas mas também compartilhadas com os ceramistas, no intuito de oferecer as mesmas uma utilidade prática. Fortalecimento do APL no longo prazo exige a adesão dos ceramistas e a visualização de resultados satisfatórios nos mais diversos aspectos. Detalhamento das variáveis: Através do aumento no que tange a qualificação da população local dos municípios do Norte Goiano será possível não só fortalecer o APL da cerâmica vermelha, mas, principalmente, favorecer o aumento do valor agregado dos produtos, sendo possível não só o crescimento, mas o desenvolvimento econômico local. Definição de Hipóteses Hipótese 1 Sem melhorar a qualificação técnica e comercial dos indivíduos nos municípios do Norte Goiano, a produtividade e a sustentabilidade ficarão comprometidas. Hipótese 2 Se houver a melhoria da qualificação dos indivíduos nos municípios do Norte Goiano, haverá, na região, possibilidade de melhorias da produtividade e comercialização dos produtos gerados com sustentabilidade. 1. Referência Bibliográfica: ASCENO. Associação dos Ceramistas do Norte Goiano. Disponível em: <www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1248268566.pd>. Acesso em: 01 de mai. 2014. AULICINO, Antônio Luís. Relatório das oficinas que proporcionaram o início do Processo Prospectivo do APL da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. Disponível em: http://www.idsust.com.br/. Acesso em: 01 de ma1. 2014. BASSALER, Nathalie. Le maïs et ses avenirs. Cahier du Lipsor, nº 13, mai. 2000. EMEC. Ministério da Educação. Disponível em: < http://emec.mec.gov.br>. Acesso em: 01 de mai. 2014. GODET, Michel. Prospectiva Estratégica: Problemas e métodos. Cadernos LIPSOR. 2002. IMB. Instituto Mauro Borges. Disponível em: < www.imb.go.gov.br/. Acesso em: 01 de mai. 2014. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 102 Tema 3: Agregação e Adensamento de Valor à Cadeia Produtiva 4. Agregar valor ao produto (VA) 11. Falta de financiamento (FALTAFIN) 17. Levantamento /mapeamento das reservas de matéria prima para a indústria cerâmica (LMGRAVS) 18. Infraestrutura precária máquinas e equipamentos (IPME) 20. Desconhecimento / Descumprimento das NRs (DNRs) 22. Divulgar a Marca (MA) DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 103 4. Agregar valor ao produto (VA) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante – Cerâmica Estrela Jhonny Afonso Cunha – SEBRAE Edgard Más – Cerâmica Santo Antônio Conceito: O que significa "Agregar Valor ao Cliente" no seu negócio? O conceito de valor agregado não é novo mas sua utilidade é crescente, vital, para a organização das empresas e para a disputa competitiva. O conceito de valor agregado não é novo mas sua utilidade é crescente, vital, para a organização das empresas e para a disputa competitiva. A moderna abordagem de gestão baseia-se fortemente no conceito de Valor Agregado. Na prática ele é o motivo pelo qual seu cliente se dispõe a pagar para ter seu produto ou serviço. É o diferencial de Valor Agregado entre seu produto/serviço e o de seus concorrentes que explica porque seu cliente vai escolher o seu ou outro produto. Saber como focar a melhoria da qualidade dos produtos/serviços de sua empresa passa pela identificação correta e precisa dos desejos e anseios dos clientes/usuários dos serviços/produtos. Mas, por outro lado, a qualidade está diretamente vinculada à eficiência com que a organização utiliza seus recursos - ou ao Valor Agregado em cada um e no conjunto de processos realizado por sua empresa. Para se definir e avaliar o Valor Agregado é preciso, portanto, ter o foco do cliente: O que o cliente entende como valor? O que o cliente deseja no produto ou serviço que vai comprar. Sua empresa cria valor para seu cliente (e portanto uma diferenciação significativa) se reduz o custo para ele ou eleva o desempenho que o produto tem, de uma maneira que o cliente não pode encontrar nos seus competidores. Fluxo de valor é toda a ação (agregando valor ou não) necessária para conduzir um produto por seus fluxos essenciais, desde a matéria prima até o atendimento das necessidades do cliente. Valor agregado será o reconhecimento do benefício alcançado pelo cliente, em comparação com os recursos empregados para realizar uma atividade ou ainda o incremento de facilidade para atender uma necessidade ou resolver um problema. Ocorre que o entendimento do que é Valor Agregado tem mudado rapidamente, mais rapidamente do que muitas empresas conseguem acompanhar com uma abordagem meramente intuitiva. Além disso o próprio cliente já não é uma figura fácil de entender e descrever. Veja, por exemplo, a venda de automóveis. Há uma grande diferença entre o que as pessoas expressam como desejáveis num carro, e os fatores que elas realmente utilizam no momento de compra-los. Muitos dos carros são desenhados para atender as esposas, mesmo que vendidos para os maridos. Muitos carros se destacam por agregar um diferencial meramente de emoção que são, muitas vezes, mais importantes que a razão. Entre empresas as mudanças também têm sido rápidas e acentuadas. O valor atribuído ao produto em si é, também muitas vezes, menor que aquele atribuído aos serviços a ele associados, como uma boa entrega, adequada coordenação do trabalho do fornecedor com o processo de produção do cliente, etc. A percepção de Valor Agregado é assim mutável, e com grande velocidade. Vence quem consegue acompanhar mais rapidamente as alterações da percepção de valor de seus clientes. Ocorre que os clientes/consumidores hoje são muito volúveis. Eles também estão sob pressão para avaliarem diferentes produtos/serviços concorrentes. O que eles avaliam com importante hoje, já não é mais suficiente amanhã. Vejam o exemplo das churrascarias. Há poucos anos poucas tinham um balcão de saladas. Hoje este balcão não representa mais diferencial algum. As mais simples apresentam uma multiplicidade de pratos não esperados nem existiam em restaurantes sofisticados há poucos anos atrás. Se a churrascaria quer se diferenciar, ela deverá apresentar coisas novas, superando a expectativa dos seus clientes e mantendo-se à frente dos concorrentes. O Valor Agregado hoje é, portanto, um conceito muito dinâmico e rapidamente crescente nas exigências. Mas ele tem que ser quantificado para poder ser precificado e promovido. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 104 Sua empresa é uma "fábrica" de valor, ou uma "agregadora de valor" na forma como seus clientes entenderem o que seja Valor Agregado. Através desse prisma, todas as etapas de trabalho que não forem para gerar valor ao cliente são candidatas a serem eliminadas. É por isso que grandes empresas, como a Nike, não possuem fábricas. Ela entendeu que o Valor Agregado dela esta no desenvolvimento do produto e no marketing. O resto ela terceiriza e controla a qualidade. Conhecendo o valor agregado em sua empresa. Toda empresa deve elaborar um Mapa do Fluxo de Valor, visando identificar os processos "agregadores" ou "não agregadores" de valor ao cliente. O mapeamento começa com a criação de um mapa do estado atual, descreve o fluxo de material e de informações pelo sistema de produção. Por meio da análise do material e do fluxo de informações, é possível identificar as mudanças tecnológicas necessárias para otimizar o sistema de produção. A partir do conhecimento do estado atual da agregação de valor a empresa pode planejar como deve ser seu processo de forma otimizada e planejar as mudanças para adequar o mapa de agregação de valor. Ainda que sua empresa não seja "virtual", tudo o que não for absolutamente necessário pode ser visto como desperdício. E você tem que se concentrar onde sua empresa / você participa na agregação de valor. Em termos de sociedade (de um país), a adição de um valor aos produtos se dá quando há remuneração de fatores de produção. Dai chama-se de valor agregado o aumento de valor que acontece no sistema produtivo, dentro das unidades de produção (empresas). Esse aumento de valor representa o total do produto nacional que, por sua vez, é o total da renda nacional. De forma mais simplificada, poderíamos exemplificar: - O valor agregado de cada produto é igual a remuneração dos fatores de produção, utilizados para sua obtenção. - O valor agregado de uma unidade produtiva é igual às remunerações de todos os fatores de produção, pagos por essa empresa. - O valor agregado de um país é a soma de todas as remunerações dos fatores de produção, pagos às famílias por todas as empresas. - O produto nacional é a soma de todos os valores agregados de todas as unidades produtivas. - A renda nacional é composta pela soma de todas as remunerações dos fatores de produção, recebidas pelas famílias. Agregar valor, então, é um atributo que buscamos na percepção do cliente e o Capital Intelectual é o responsável por este atributo intangível sobre o “preço de prateleira”. O valor percebido ocorre no ato da aquisição do bem através da disponibilização segundo interesses do cliente, na forma de atendimento, nas facilidades ofertadas, no nível de relacionamento, nos serviços pós-venda (garantia, assistência...), enfim, um conjunto de atitudes e ações que somente o Capital Intelectual promove. O valor agregado é a percepção que o cliente (consumidor) tem de um bem (produto ou serviço) que atenda seu conjunto de necessidades considerando o benefício X preço em comparação com um bem disponível na concorrência, É atributo de qualidade (não tangível) somado, adicionado, enfim agregado a um bem (produto ou serviço), um diferencial que na percepção do cliente justifica sua escolha entre demais bens substitutos ofertados no mercado). O setor industrial de Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás, está estruturado em forma de arranjo produtivo local, distribuido em 22 municipios, com 43 empresas, sendo 80% das empresas produtoras de blocos de vedação, sem nenhum valor agregado no produto, e o restante produzem telhas, blocos e canaletas, dentre elas algumas já produzem telhas com valor agregado, isto é, telhas duplas com auto rendimento e qualidade. As canaletas possui valor agregado, porém ainda é produzida em quantidade pequena, por algumas empresas. A influência para a produção de telhas é uma característica das argilas plásticas existentes na região. Portanto a produção de telhas começou – se quase que naturalmente com o início da indústria nos anos 50, tendo de lá para cá incrementos tecnológicos que propiciaram a melhoria da qualidade e a expansão da produção. O nascimento da Indústria Cerâmica do Norte de Goiás se dá com o avanço do ciclo do ouro em Goiás, a partir da 3ª década do século XVII com a exploração das minas de Pilar de Goiás, Niquelândia, e Amaro Leite (atualmente Mara Rosa). A exploração das minas fixou muitos bandeirantes e nativos, surgindo assim vilas e povoados, onde vários passaram a ser centros comerciais de relevância da região, criando necessidades de moradias, as quais foram construídas inicialmente com adobe (blocos de argila sem queima) e posteriormente com o tijolo maciço (blocos de argila queimados) e telhas cerâmicas tipo comum, contornadas em moldes de madeira (queimadas em caieiras, em barrancos). Todo o processo era feito com pipas de tração animal e este quadro perdurou até a 2ª Guerra Mundial, quando deu início na região às instalações das primeiras pipas mecanizadas (misturador e extrusor de argila com técnicas rudimentares), dando assim o desenvolvimento do parque industrial cerâmico, propriamente dito, na região norte de Goiás. A região é rica em depósito de argila, principalmente às margens do Rio Crixás, DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 105 Rio das Almas, Rio dos Bois, Rio Maranhão, Rio do Ouro, Rio Cana Brava e em todos os seus afluentes, justamente na área em que configura a abrangência do APL, a qual está situada nos arredores da Rod. BR-153, (trecho Belém-Brasília) o que facilitou a implantação de olarias e posteriormente as indústrias cerâmicas com maquinários de extrusão a vácuo e prensagem. O seu desenvolvimento se deu a partir de 1980 com o reflexo da pavimentação asfáltica da BR-153, de Ceres até Belém (PA) na década de 70. A partir de 1999 quando foi criada a Associação dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiás – ASCENO iniciou-se uma nova atitude nas empresas, onde passaram a buscar conecção com as novas tecnologias do Sudeste e Sul do País, através da participação em Congressos e Feiras de Níveis Estadual e Nacional, quando surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados, principalmente no Vale do São Patrício (Goiás), Estado do Tocantins, Sul do Pará, Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso. Com a criação do APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás e a iminente implantação da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de Aceleração do Crescimento - PAC o cenário para alavancar o setor não poderia ser mais oportuno, os ceramistas estão confiantes nessa nova oportunidade de levar a Cerâmica do Norte de Goiás aos rincões do Brasil e porque não, além fronteiras, com produtos de alto valor agregado, cujo foco está objetivado. A consolidação do Arranjo Produtivo Local da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano, em bases competitivas e sustentáveis, contempla duas etapas básicas: (1) a preparação e articulação inicial; (2) o desenvolvimento e implementação. Na etapa (1), já foram realizados até o presente momento estudos prospectivos, reuniões de sensibilização e mobilização local, estruturação da governança e a realização do Planejamento Estratégico. Em continuidade, deverão ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captação de recursos. Na etapa (2), deverão ser implementados os projetos de P&D, infra-estrutura, capacitação e mercadologia, de modo a adequar as empresas para obtenção de certificação de produção e de qualidade em produtos e processos. A Região Norte do Estado de Goiás apresenta desta forma, uma grande vocação para a cadeia produtiva de produtos cerâmicos como insumos para a construção civil, seja pela disponibilidade de matéria-prima, sejam pela prática tradicional. A indústria de Cerâmica Vermelha está presente em vinte e dois municípios da mesorregião Norte do Estado, subdivididos para efeitos do Projeto APL, em sete microrregiões, sendo eles: Rialma, Carmo do Rio Verde, Rubiataba, Ipiranga, Itapaci, Santa Terezinha de Goiás, Crixás, Campos Verdes, Nova Iguaçu, Alto Horizonte, Campinorte, Uruaçu, Niquelândia, Barro Alto, Goianésia, Mara Rosa, Estrela do Norte, Multunópolis, Trombas, Minaçu, São Miguel do Araguaia e Porangatu, perfazendo 36 empresas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, coletados no ano de 2000, à população total destes municípios alcança 367.161 habitantes (o menor com 2.564 e o maior com 49.160 habitantes), apresentando uma expectativa média de vida de 68,5 anos e taxa média de alfabetização de adultos 82,7%. O referido senso ainda aponta a Região Norte Goiano com um Índice de Desenvolvimento Humano - IDH abaixo do nível médio do Estado. O Arranjo Produtivo Local da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano é servido pela BR-153, com uma localização estratégica, rodovias GO-239 e GO - 445 e por várias rodovias municipais. Além disso, o Arranjo será beneficiado com a implantação da Ferrovia Norte-Sul, prioritária no Plano de Aceleração do Crescimento, que, além de propiciar o desenvolvimento do mercado regional, viabilizará o acesso aos mercados do Norte e do Eixo Brasília/Goiânia (Figura a seguir). Gestão do Valor Agregado A gestão de valor agregado ou gerenciamento do valor agregado (GVA) é uma metodologia utilizada para integrar escopo, cronograma e recursos em gerência de projetos, que consiste em medir objetivamente o desempenho e o progresso do projeto comparando custos (real e planejado) e valor agregado. A técnica do valor agregado, comumente chamada TVA consiste na comparação de três curvas de desempenho: • Custo Orçado do Trabalho Agendado (Valor Planejado - VP) ou PV (Planned Value) • Custo Orçado do Trabalho Realizado (Valor Agregado - VA) ou EV (Earned Value) • Custo Real do Trabalho Realizado (Custo Real - CR) ou AC (Actual Cost) A TVA é utilizada para relatar o estado do projeto em termos de custo e tempo, o que permite uma visão holística do progresso do projeto. A representação gráfica do projeto ao longo do tempo é a chamada "Curva S", onde se compara o planejado com o realizado. O formato de "S" vem da integralização de uma curva resultante do histograma de uso de recursos em termos de custos. Introdução ao Valor Agregado Características essenciais de qualquer implementação de GVA inclui: 1. Um plano de projeto que identifica o trabalho a ser cumprido; 2. Uma avaliação do trabalho planejado, chamada Valor Planejado - VP (Planned Value PV) ou Custo Orçado do Trabalho Agendado - COTA (Budgeted Cost of Work Scheduled - BCWS); e 3. Regras de ganho pré-definidas (também chamadas métricas) para quantificar o trabalho executado, chamado Valor Agregado - VA (Earned Value - EV) ou Custo Orçado do Trabalho Executado - COTE (Budgeted Cost Of Work Performed - BCWP). Implementações de GVA para projetos grandes ou complexos incluem muito mais características, como indicadores e previsões do desempenho de custo (super orçado ou supra orçado) e desempenho de cronograma (à frente ou atrás do cronograma). Entretanto, o requisito mais básico de sistemas GVA é que quantifica o progresso usando VP ou VA. Acompanhamento de projetos sem GVA DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 106 É interessante ver um exemplo de acompanhamento de projetos que não incluem gerenciamento de desempenho de VA. Considere um projeto que foi planejado em detalhes, incluindo uma fase planejada para todos elementos do trabalho. Figura 1 mostra o orçamento cumulativo para este projeto como uma função do tempo (linha azul). Também mostra o custo atual cumulativo (linha rosa) até oitava semana. Entretanto, o que está sendo perdido este gráfico é qualquer entendimento de quanto trabalho foi executado durante o projeto. Se o projeto deste gráfico foi realmente completado na oitava semana, então o projeto na realidade estaria bem abaixo do orçamento e bem à frente do cronograma. Se, no entanto, o projeto está somente dez por cento completo na oitava semana, então o projeto está significativamente acima do orçamento e atrás do cronograma. Um método é necessário para medir objetivamente e qualitativamente desempenho técnico, e que é o que GVA faz. Definições e Fórmulas • Variação de Custo VC ou CV (Cost Variance) É uma medida do desempenho, em termos de custo, em um projeto. É a diferença algébrica entre o valor agregado (earned value) e o custo real (actual cost). Um valor positivo indica um bom desempenho. • Variação de Cronograma ou Prazos VPR3 ou SV (Schedule Variance) É uma medida do desempenho ao atender o cronograma de um projeto. É a diferença algébrica entre o valor agregado (earned value) e o valor planejado (planned value). Um valor positivo demonstra que a entrega do valor é antecipado. Vale observar que isto não significa necessariamente que haja antecipação do marco final do projeto, pois para que se possa afirmar uma antecipação efetiva, todas as variações observadas devem ser no caminho crítico do projeto. • Índice de Desempenho de Custo - IDC - ou CPI (Cost Performance Index) É uma medida da eficiência, em termos de custo, em um projeto. É a razão entre o valor agregado (earned value) e o custo real (actual cost). Índice de Desempenho de Custo maior ou igual a 1 indica que os recursos do projeto estão sendo utilizados de forma eficiente. • Índice de Desempenho de Prazos - IDP - ou SPI (Schedule Performance Index) É uma medida da eficiência ao atender o cronograma de um projeto. É a razão entre o valor agregado (earned value) e o valor planejado (planned value). Índice de Performance de Cronograma maior ou igual a 1 indica ritmo eficiente de avanço no cronograma. • Análise dos Casos dos Índices de Desempenho : CPI < 1 ⇒ Projeto está com custo maior que o previsto no orçamento. CPI > 1 ⇒ Projeto está com custo menor que o previsto no orçamento. CPI = 1 ⇒ Projeto está com os custos iguais aos previstos no orçamento. SPI < 1 ⇒ Projeto está com o cronograma atrasado em relação ao previsto. SPI > 1 ⇒ Projeto está com o cronograma adiantado em relação ao previsto. SPI = 1 ⇒ Projeto está com o cronograma em dia em relação ao previsto. Com a instituição do APL de Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás, a partir de 2007, foi implementado processo de gestão do valor agregado, buscando incentivar a produção de produtos de maior valor agregado como estratégia de competitividade, uma vez que o mercado do Norte não comporta expansão da produção de produtos comuns. A única maneria de se poder crescer é buscar novos mercados, o que exige produtos diferenciados para competir. Foi implantado um processo de consultoria em todas as empresas do setor, visando o controle do processo produtivo e qualificação de mão de obra, este trabalho teve o apoio direto do laboratório de ensaios cerâmicos do Governo do Estado de Goiás. Esta ação impulsionou algumas empresas a melhorarem e criarem novos produtos, o que levou o crescimento algumas delas, representando 20% das empresas. Situação atual das variáveis provocadoras da evolução As variáveis provocadoras do valor agregado consistem basicamente da evolução do conceito de qualidade. Portanto podemos considerar toda a evolução da qualidade como as variáveis provocadoras da evolução do valor agregado. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 107 É certo que o Homem sempre se preocupou com a qualidade, ou seja com a conformidade do que produzia. Prova de tal é o fato de mesmo nos registros das civilizações antigas se encontrarem referencias á qualidade. Por exemplo, o código de Amurabi cita que “Se uma casa mal-construída causa a morte de um filho do dono da casa, então o filho do construtor será condenado à morte” (Seção 230), revelando a preocupação com a qualidade das construções. O conceito da qualidade tem evoluído, com especiais transformações em marcos fundamentais para a historia moderna, sendo o Séc. XX a idade da Qualidade. Nos tempos antigos, comum era o processo produtivo e de controlo da qualidade estar centrado num só individuo, o artesão. Este rejeitava os produtos que não cumprissem com os seus requisitos de qualidade, em especial porque o pagamento era baseado na qualidade da peça. A industrialização vem trazer muitas alterações, ao massificar a produção, o que obriga a que sejam introduzidos novas formas de controlo, obrigatórias pois o artesão dá origem ao operador (muitas vezes sem instrução, não treina para as atividades fabris), que coadjuvava a máquina na produção. A qualidade é assegurada pela perícia do operário, e pelas inspeções. O sistema Tayloriano,implementado nos EUA, no fim do século XIX, provocou um grande aumento na produtividade, mas provocou também elevadas perdas por questões de qualidade, fazendo nascer assim os primeiros departamentos de inspeção. Nasce o controlo da qualidade formal, que se caracteriza pela verificação de materiais, peças, componentes, ferramentas e outros estão de acordo com os padrões estabelecidos. Era um processo baseado nas inspeções, o que resultava muitas vezes na rejeição ou retrabalho de lotes inteiros ou então na expedição de lotes fora da conformidade. Os custos associados á qualidade eram substanciais. Com o inicio do séc. XX, surgem os conceitos de Shewhart (1981 – 1967) genericamente conhecidos por controlo estatístico. A este estatístico se deve também o desenvolvimento da base da carta de controlo. A primeira grande guerra mundial acaba por demonstrar na prática o risco do trabalho mal executado, em que as falhas do material militar foi atribuído á produção de itens fora das especificações. Antes da década de 30, a qualidade passava pelas técnicas de inspeção. Por volta dos anos 30, começa-se a concluir que situar a Qualidade em torno da inspeção do produto acabado se estava a tornar manifestamente insuficiente. Inicia-se assim uma segunda fase de evolução da Qualidade, em que a inspeção é complementada por uma atitude de natureza mais preventiva, baseada em metodologias de controlo estatístico. A garantia da qualidade consiste em todas as atividades planejadas e sistemáticas que são implementadas dentro do sistema de qualidade buscando assegurar que o projeto irá satisfazer os padrões relevantes de qualidade. Com a Segunda guerra mundial (1941-1945) surge a necessidade da produção massiva de armamento, alem de todo o resto do material necessário. Os contratos eram muitas vezes ganhos pelos fabricantes com o menor preço, mas a qualidade e viabilidade do armamento era crucial, o que levava a que as forças armada verificassem todo o material, surge então a famosa MIL- STD- 105, que é uma norma de amostragem aplicada aos contratos militares. No final da guerra o Japão encontra-se devastado, e dedica-se á reconstrução, virando a sua industria para a produção de bens de consumo.O Papel de Deming e Juran é fundamental na evolução da qualidade, e na evolução da industria japonesa. Surge a nova abordagem da Qualidade Total, em que os esforços se centram na melhoria dos processos organizacionais, com o envolvimento de todos os envolvidos nos processos e a massificação dos novos conceitos nas hierarquias. Na década de 60, os circuitos de controlo da qualidade da autoria de Ishikawa. Surgiram também as sete ferramentas básicas da qualidade na utilização da produção: Fluxograma, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Diagrama de Dispersão e Carta de Controle O desenvolvimento da industria asiática e o desfazamento qualitativo entre os seus produtos e os dos paises ocidentais, força a industria América, na década de 70, a aderir e a liderar o movimento para a qualidade, surgindo então a gestão pela qualidade total (TQM), que enfatiza as técnicas estatísticas e as estratégias para o envolvimento da organização como um todo. O passo seguinte é a publicação da normas de gestão da qualidade. Em 1987, a sério ISO 9000, publicadas pela ISO (Organização Internacional para Normalização), uma organização não- governamental que elabora normas de aplicação internacional, fundada em 1947 com sede em Genebra (Suíça). A Sua missão consiste na promoção do desenvolvimento da normalização e, atividades relacionadas, em todo o mundo, como elemento facilitador das trocas comerciais de bens e serviços, dentro dos princípios da Organização Mundial do Comércio. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 108 Tem-se então assistido ao amadurecimento da gestão da qualidade, tendo o termo TQM caído em desuso, assiste-se ao aparecimento do 6-sigma, da função da qualidade, desenvolvimento de normas especificas para diversos sectores (automóvel, aeroespacial), aparece a norma de gestão ambiental (ISO 14001), a norma de gestão da segurança dos alimentos (ISO 22001), de segurança de informação (ISO 27001). Com a padronização da qualidade e a oferta de produtos em todos os mercados, criou – se um ambiente de auta competitividade levando as empresas a uma frenética política de inovação, gerando uma produção massiva e contínua de bens de consumo. As variáveis provocadoras da evolução do setor cerâmico do Norte de Goiás, em seu primeiro momento foi o desenvolvimento da região da implantação de Brasília, em 1960, e a existência de jazidas de argila de características plásticas abundantes nas margens dos rios do Ouro; Ribeirão Alagoa; Rio dos Bois e afluentes. A exploração de minerais metálicos na região Norte impulsionou o crescimento das cidades, que influenciou diretamente o setor industrial cerâmico. Tendências futuras das variáveis provocadoras Com uma indústria já estruturada para produção de telhas, devido a características das argilas existentes, podemos considerar que a tendência do setor no que concerne a produção de telhas é de avanço, isto é modernização dessas fábricas, já que atendem ao mercado de outras regiões. Outra característica de mudança é a formação de central de vendas coletivas para atingir ao mercado de Brasília e Goiânia. Com a necessidade de busca de mercados mais distantes é quase imprescindível a necessidade de investimento em produtos de auto valor agregado. Com auto índice de lançamento de produtos e aumento da competitividade das empresas e conseqüentemente com o esgotamento do suprimento de insumos e dos impactos negativos ao meio ambiente dado ao auto índice de resíduos, podemos considerar que a tendência futura das variáveis provocadoras do valor agregado irão se fortalecer, gerando produtos e processos produtivos autosustentáveis minimizando os impactos ambientais, o que de certo modo valorizará cada vez mais a agregação de valor ao produto e ao processo produtivo com resultados benéficos a toda sociedade. Hipóteses 1. O processo produtivo da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano não terá estudos para aumentar o valor agregado, havendo uma redução até ser eliminado do mercado. 2. O Valor Agregado dos Produtos Cerâmicos Vermelhos Norte Goiano continua no ritmo atual. 3. O valor agregado dos produtos Cerâmicos do Norte Goiano terá grande incentivo principalmente com a caracterização das argilas existentes e implantação de laboratório de ensaios cerâmicos. Referências Bibliográficas BROCKA, Bruce M.; BROCKA, Suzanne. Gerenciamento da qualidade. São Paulo: Makron Books, 1994. FAZANO, Carlos Alberto. Qualidade: a evolução de um conceito. São Paulo: Banas Qualidade, set. 2006, n. 172. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Disponível em: <http://www.fnq.org.br/>. Acesso: em 21 dez. 2007. IBGE :: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística JARDIM, Márcio. Aleijadinho: uma síntese histórica. Belo Horizonte: Stellarum, 1995. 225p. MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais. Salvador: UFBA, 1976. 210p. MOURÃO, Paulo Kruger Correa. As igrejas setecentistas de Minas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986. 180p. MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. 2. ed. rev., aum. e atual. São Paulo: Saraiva, 2006. PALADINI; Edson Pacheco et al. Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. SINK, D. Scoot. Productivity management: planning, evaluation, control and improvement. New York: John Wiley and Sons, 1985. SINK, D. Scoot, TUTTLE, Thomas C. Planejamento e medição para a performance. Trad. Elenice Mazzili e Lúcia Faria Silva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1993. STEINER, Claude M. O outro lado do poder. 2ª Ed. São Paulo: Nobel, 1986. 197p. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 109 11. Falta de financiamento (FALTAFIN) Participantes: Tasso Mendonça Júnior Sara do Socorro Silva André Luiz Pereira Conforme Oliveira (2010) primeiramente, deve-se compreender e entender o sentido e o significado de finanças que, corresponde ao conjunto de recursos disponíveis circulantes em espécie que serão usados em transações e negócios com transferência e circulação de dinheiro . Sendo que há necessidade de se analisar a fim de se ter exposto a real situação econômica dos fundos da empresa, com relação aos seus bens e direitos garantidos. E ainda Oliveira (2010) afirma que a administração financeira nas empresas é uma ferramenta eficaz para analisar os meios viáveis para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa, visando sempre o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios, observando os melhores “caminhos” para a condução financeira da empresa. Entende–se por financiamento o ato de prover recursos, dinheiro, linha de crédito, estrutura financeira ou física, para que um determinado objetivo seja alcançado, gerando assim de forma futura um reembolso dos valores ou dos bens, geralmente com juros que foram financiados, responsabilidade essa que é do Financiado. Conforme o dicionário Aurélio; Financiamento é o ato de financiar ou importância com que se financia alguma coisa. Normalmente confundimos financiamento com empréstimo bancário, que é um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual ele recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados, porém os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica, já o financiamento também é um contrato entre o cliente e a instituição financeira, mas com destinação específica, como, por exemplo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel, ou seja, os recursos do financiamento precisam necessariamente ser investidos do modo acordado em contrato. Evoluções Passadas A Constituição Federal de 1988, reza no art. 192 que: "O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram." A formação do sistema financeiro teve seu início com a vinda da Família Real portuguesa, em 1808, quando foi criado o Banco do Brasil. Com o tempo novas instituições foram surgindo, como a Inspetoria Geral dos Bancos (1920), a Câmara de Compensação do Rio de Janeiro (1921) e de São Paulo (1932), dentre outros bancos e instituições privadas e as Caixas Econômicas fortalecendo o Sistema. Após a Segunda Guerra Mundial, nascem novas instituições financeiras mundiais, como o FMI e o Banco Mundial. Em 1945 é criado no Brasil a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que futuramente em 1964, pela lei 4.595, daria lugar ao Banco Central do Brasil. Nas décadas de 50 e 60, com a criação do BNDES, do Sistema Financeiro da Habitação, do Banco Nacional da Habitação e do Conselho Monetário Nacional, o país passa por um novo ciclo econômico e o Sistema Financeiro Nacional passa a ser regulamentado através do CMN e do Banco Central (BC ou BCB), que tornam-se os principais órgãos do sistema. O surgimento de Bancos de investimentos e a facilitação dada pelo CMN às empresas para obtenção de recursos exteriores possibilitou um aumento no fluxo de capitais no país. Em 1976, é criada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que facilita a obtenção de recursos pelas empresas, e o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), criado em 1979, passou a realizar a custódia e liquidação com títulos públicos como as Letras do Tesouro Nacional e as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional. Em relação ao setor mineral, o Brasil conhece e explora uma parcela muito pequena de suas riquezas minerais, e a falta de investimentos em pesquisa para descoberta de novas áreas e de tecnologia própria para processar e beneficiar minérios é a responsável por esse cenário. “Inexiste financiamento para a descoberta de novas áreas no Brasil. As empresas que fazem isso são, na grande maioria, estrangeiras”, garante o diretor-executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb), Onildo João Marini. “Tirando a Vale do Rio Doce e a Votorantim, não há praticamente mais nada”, disse o representante da entidade, formada por empresas do segmento. Dados apresentados por Marini mostram que, do total de investimentos destinados à prospecção de minérios no mundo, apenas 3% são aplicados no Brasil. “O Canadá, que tem uma política de descontos no imposto de renda para investidores, aplica 7,2 vezes mais recursos do que nós; e a Austrália, 4,2 vezes mais”, disse Marini, acrescentando que o Brasil descobre poucos minérios por quilômetro quadrado. Segundo ele, isso se deve aos riscos da atividade e à falta de incentivos do governo. Conforme Cabral Júnior (2008), na mineração de argila, as minas carecem de investimentos em modernizações tecnológicas e gerenciais necessárias ao aprimoramento do sistema de produção envolvendo pesquisa mineral, lavra e beneficiamento. No âmbito estadual, existe financiamento especifico para os empreendimentos de mineração e aqueles que agreguem valor à matéria-prima mineral, o chamado Fundo de Fomento à Mineração – FUNMINERAL, fundo especial do estado de Goiás DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 110 destinado ao fomento das atividades de prospecção e pesquisa mineral; aproveitamento das jazidas minerais goianas; industrialização de bens minerais no território goiano; geração e difusão de tecnologias de prospecção, pesquisa, lavra, beneficiamento e industrialização de bens minerais; financiamentos de projetos e empreendimentos de prospecção, pesquisa, lavra e industrialização de bens minerais; participação societária em empresas objetivando a alavancagem de empreendimentos de mineração. Por sua especificidade, a indústria cerâmica pode ser compreendida tanto como empresa mineradora, aquelas que possuem o direito de extração da matéria-prima, bem como empresa que agrega valor, aquelas que adquirem a matéria-prima de terceiros e as beneficiam. O FUNMINERAL foi instituído em 2000 pela Lei 13.590, iniciando suas atividades em 2003, a partir do Decreto 5.760. No período de 2003 até o momento o FUNMINERAL financiou 26 indústrias cerâmicas, no valor total de R$ 14.391.808,05, dentre elas apenas 04 na região Norte do Estado, totalizando R$ 4.659.751,59. Nove empresas não conseguiram financiamento, no valor total de R$ 3.904.325,09, dentre elas 02 empresas, no valor total de R$ 235.914,40. Das empresas que não conseguiram financiamento, as duas referentes à região norte não conseguiram a liberação do financiamento devido à falta de documentação necessária à contratação do referido financiamento. O FUNMINERAL começou financiando a princípio as atividades de lavra, beneficiamento e atualização tecnológica no valor de R$ 200.000,00, apenas para as empresas mineradoras. Tal financiamento obteve evoluções ao longo do tempo tendo em vista a demanda de seu público alvo e hoje financia, além das atividades retro citadas, também a agregação de valor, passando a financiar também as empresas que agregam valor à matéria-prima mineral e não só as que extraem. O limite obteve aumentos subsequentes e hoje financia até R$ 2.000.000,00 para projetos de implantação de empresas mineradoras. A região norte do Estado está entre as regiões prioritárias do financiamento do FUNMINERAL, onde os projetos apresentados dessa região recebem a maior pontuação nesse quesito. Dentre as maiores dificuldades de acesso ao referido financiamento do FUNMINERAL pode-se apontar a dificuldade de se apresentar as garantias necessárias, bem como de apresentar certidões negativas e outras documentações referentes a organização e seus sócios. Atualmente, além das dificuldades acima citadas, ainda existem dificuldades na elaboração dos projetos a serem apresentados para a aprovação dos financiamentos. Além do FUNMINERAL, no âmbito estadual ainda existem as linhas de crédito da Agência de Fomento de Goiás – GOIÁSFOMENTO. No âmbito federal há outras linhas de crédito que atendem as indústrias cerâmicas, tais como as do Fundo Constitucional do Centro-Oeste – FCO, Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES, dentre outras. Os investimentos são um fator determinante para o crescimento do setor mineral, e apesar da grande necessidade de recursos, o financiamento não alcança a grande maioria das pequenas empresas por requerer garantias reais, além do processo do empréstimo ser considerado excessivamente burocrático. Destacando ainda que grande parte das empresas tem algum nível de informalidade e isso aliado a um perfil de empresas familiares, onde quase sempre o próprio empresário faz parte da operação da indústria, e prefere acumular o dinheiro à adquirir um empréstimo, o que resulta em um baixo nível de investimento. A maioria dos investimentos é feito com capital próprio dos pequenos empreendedores. Outro fator que desestimula as empresas a utilizar os financiamentos disponíveis no mercado é a obrigatoriedade de ter que seguir restrições que não se observam em outras atividades econômicas, pois a inversão de capitais deverá ser compatível com a vida provável da jazida e, também com a obrigação constitucional de recuperação ambiental da área minerada de modo a assegurar a remuneração e amortização nesse prazo; e esse aspecto raramente é levado em conta pelo pequeno minerador. Podemos ainda citar como inibidores fatores como o alto risco de investimento da atividade por conta da insegurança no caso da pesquisa mineral além da instabilidade da outorga mineral e da precariedade do titulo outorgado quando fundamentada em regime de licenciamento. Variáveis que Provocaram as Evoluções - Baixo desenvolvimento econômico da Região, em geral, e a consequente necessidade de fomento para realização de investimentos; Situação Atual das Variáveis que Provocaram as Evoluções A situação das variáveis persiste atualmente, vez que a região norte, excetuando-se alguns grandes investimentos esparsos, ainda necessita de investimentos que propiciem um maior desenvolvimento da região, demandando maiores incentivos por parte do setor público. O APL da Cerâmica do Norte constitui-se num grande avanço, vez que discutirá uma série de variáveis que emperram tal desenvolvimento, tal como, no caso específico dos financiamentos, um maior profissionalismo das empresas que garantirá o acesso a recursos públicos. Tendências Futuras das Variáveis Provocadoras A tendência é de que ainda haja grande demanda de fomento por parte dos órgãos públicos até que as empresas estejam preparadas para usufruir dos incentivos públicos disponíveis e possa manter o seu desenvolvimento autossustentável. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 111 Rupturas Futuras das Variáveis Provocadoras A Ruptura Futura será o desenvolvimento e sucesso do APL da Cerâmica Vermelha, o qual contribuirá para o desenvolvimento autossustentável da região; Detalhamento das Variáveis Provocadoras O desenvolvimento da região norte depende de uma série de variáveis as quais parte delas estão sendo discutidas no APL da Cerâmica Vermelha. A variável de ruptura interessante seria o desenvolvimento sustentável do APL da Cerâmica Vermelha do norte goiano, cujos detalhes estão sendo estudados pelo comitê técnico do processo prospectivo do desenvolvimento competitivo e sustentável do referido APL. Definição de Hipóteses Hipótese 1: As empresas se profissionalizarão e estarão preparadas para buscar e obter financiamentos com recursos públicos, contribuindo assim para o desenvolvimento da região; Hipótese 2: Algumas empresas em processo de profissionalização, e de preparação para buscar e obter novos financiamentos. Hipótese 3: As empresas não se profissionalizarão e continuarão sem acesso a financiamentos públicos, inibindo o desenvolvimento da região; Referências OLIVEIRA, LUCIANA SILVA DE. A impostância do administrador financeiro nas empresas, pós graduação lato sensu Instituto a Ves do mestre, Universidade Cãndido Mendes, Rio de Janeiro,2010 Disponível em:< http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/k212263.pdf > acesso em 27/03/2014. BRASIL. Constituição da República federativa do Brasil de 1988, Emendas Constitucionais e Emendas Constitucionais de Revisão. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acesso em 02/10/2012. UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU 2 Rio de Janeiro 2010 INSTITUTO A VES DO MESTRE http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/k212263.pdf Relatório Técnico 01 ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DE AGREGADOS MINERAIS PARA OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E DE INFRAESTRUTURA http://anepac.org.br/wp/wp-content/uploads/2011/05/ABDIAGREGADOS-MINERAIS-RELATORIO-01.pdf Cabral Junior, Marsis, C112c Caracterização dos arranjos produtivos locais (APLs) de base mineral no Estado de São Paulo : subsídios à mineração paulista / Marsis Cabral Junior -- Campinas, SP.: [s.n.], 2008. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 112 17. Levantamento /mapeamento das reservas de matéria prima para a indústria cerâmica (LMGRAVS) Participantes: Geol. Antonio Passos Rodrigues SIC/GGM Geol. Tasso Mendonça Junior SIC/GGM Geol. José Augusto Vieira Costa/MME Geol. Karine Gollmann/CPRM-GO Geol. Fernando D. L. M. Veloso- Vila Rica Consultoria Descrição da Variável O conhecimento das jazidas de argila de várzea e de sequeiro para uso na cerâmica vermelha é indispensável para o suprimento da indústria, bem como, para blendagem destas argilas aumentando a vida útil das jazidas e com desenvolvimento sustentável do ponto de vista econômico e ambiental. Evoluções Passadas Os primeiros trabalhos de cunho técnico direcionados à cadeia produtiva da indústria cerâmica do Estado de Goiás iniciaram em 2001, com o levantamento da “Cadeia Produtiva da Indústria Cerâmica”, desenvolvidos pela Agência Goiana de Desenvolvimento Industrial e Mineral - AGIM, em parceria com o SEBRAE- GO. Esse trabalho apresentou a situação atual do setor e as principais demandas tecnológicas, apontando como um grande gargalo, o desconhecimento tecnológico da matéria-prima e das jazidas explotadas. Em 2002, AGIM, em convênio com o MME/SMM/DNPM, foi iniciado o projeto “Caracterização Tecnológica de Novos Depósitos de Argila Usando a Reorientação das Outorgas Para Áreas Ambientalmente Sustentáveis” que visou à prospecção regional de argila de sequeiro como matéria prima cerâmica. Este trabalho enfocou diversas áreas no estado, bem como diferentes unidades geológicas. Na região norte não foi encontrado material que substituísse integralmente o uso da argila de várzea. Em outras áreas, foram localizados prospectos com possibilidade de uso exclusivo e/ou para blendagem com outras argilas para uso na cerâmica estrutural e para pisos e revestimentos. Em 2007 com a implantação do Arranjo Produtivo da Cerâmica do Norte-APL, foi escolhida uma área de várzea, com titulo outorgado pelo DNPM, onde foi realizada a prospecção e pesquisa e que teve como objetivo prioritário servir de modelo para que os ceramistas avançassem na qualidade da lavra de suas jazidas, no beneficiamento e, sobretudo, na blendagem com outras argilas de várzea (mais ou menos gordas). Em 2012, a SIC/FUNMINERAL/GGM conclui o trabalho” Avaliação do Potencial de Matéria Prima Cerâmica da Região do APL Cerâmica Vermelha do Norte Goiano” que enfocou a prospecção de argila de sequeiro para mistura com argilas de várzeas. Neste trabalho foram localizados alguns alvos que chamaram a atenção pela resposta dada nos testes de realizados laboratório de cerâmica em corpos de prova, de resíduos e de queima. Variáveis que provocaram as evoluções As portarias da Agência Ambiental de Goiás nº 1.325/2001-A, D.O.U. de 16/10/2000 e nº 1/2002, D.O.U. de 24/01/2002, que impedem a instalação de empreendimentos minerais a distâncias menores que 1000m para o Rio Meia Ponte e 200m para seus afluentes e de 200m para todos os mananciais em Goiás (2ª Portaria), considerando-se a cota máxima de inundação.” O franco esgotamento das jazidas de várzeas e a dificuldade de se encontrar novas áreas a serem explotadas, bem como também dificuldades de autorização do superficiário, tendo em vista o baixo valor agregado deste bem mineral. A Legislação Ambiental e o valor da terra (várzeas) oriundo de benfeitorias, o esgotamento de jazidas e a distancia entre a jazida e a indústria motivaram a necessidade de buscar novas fontes de matéria prima (argila de sequeiro) e ainda o surgimento de novos produtos. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções Atuação da Legislação Ambiental mais restritiva, o esgotamento de jazidas de várzeas induzirá a procura de depósitos de matéria prima que a substitua. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 113 Faltam dados a respeito dos empreendimentos cerâmicos, do volume, das características de suas jazidas, quantidade de produtos e o tipo colocado no mercado. Tendências Futuras das variáveis provocadoras A Legislação Ambiental cada vez realiza novas restrições que fatalmente inibirá a abertura de novas jazidas de várzea; alternativa de uso de outra matéria prima que substitua as argilas de várzeas; oneração pelo alto custo de transporte pela distância entre a indústria e o centro consumidor. Ausência de informações do atual estado da arte dos jazimentos, das indústrias, do mercado para a construção de cenários futuros. Rupturas Futuras das variáveis provocadoras A não realização de novos levantamentos geológicos de várzeas para o bloqueio de novas jazidas e o estudo das argilas de sequeiro para blendagem e ou para a diversificação das indústrias para cerâmica estrutural. A exaustão de jazidas de argilas de várzeas incentivará a implantação de outros empreendimentos industriais utilizando novas tecnologias, substituindo parcialmente ou até totalmente o bem mineral – argila de várzea. Ocorrerá a necessidade da implantação de laboratórios para ensaios tecnológicos para a matéria prima, para os artefatos cerâmicos estabelecendo padrões de qualidade aceitável ao mercado consumidor, do ponto de vista econômico, com sustentabilidade ambiental. A ASCENO deve ter um papel de relevância importância na divulgação de seus produtos, fazendo marketing, folders e etc. promovendo abertura de novos mercados e que estes exijam peças cerâmicas de alta qualidade, sendo um diferencial em relação a outros centros produtores. É de suma importância que os mineradores se adequem a legislação mineira do DNPM, obtendo Registro de Licença e Portaria de Lavra para ter uma segurança quanto a demanda de matéria prima pela a indústria. Detalhamento das Variáveis Conceitos Argilas de Várzea São provenientes de desagregação de materiais argilosos predominantemente de áreas elevadas adjacentes e que são carreadas pelas drenagens e se depositam das áreas de planície de inundação dos seus respectivos rios (várzeas). Exemplo da situação locacional de argila de várzea Argila de Sequeiro Compreende a disposição de um horizonte argiloso proveniente da decomposição das rochas subjacentes devido as DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 114 condições intempéricas, situadas em áreas relativamente elevadas sem influencia da planície de inundação. Em geral são chamadas de saprólitos/horizonte argiloso, regolito ou bed-rock. Exemplo da disposição espacial de argila de sequeiro. Situada normalmente em região de relevo colinoso com espesso manto de alteração. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 115 Mapa de situação do APL Cerâmica vermelha do Norte Goiano Necessidade de Levantamento / Mapeamento Geológico para Definição de Novas Jazidas de Argilas de Várzea e Sequeiro no Norte Goiano Resumo das Etapas: 1. Levantamento bibliográfico 2. Elaboração de mapas preliminares 3. Trabalhos de campo diferentes fases: • reconhecimento regional; • mapeamento de detalhe/elaboração de perfis geológicos/geomorfológicos; • levantamento topográfico das áreas alvos; • sondagens em suas diversas formas; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 116 • amostragem e descrição do material; 4. Análises Laboratoriais: Caracterização tecnológica; Caracterização Mineralógica 5. Elaboração dos Mapas finais de detalhe dos alvos 6. Relatório Final de Pesquisa Definição de Hipóteses 1. O estudo de novas jazidas de argilas de várzeas para suprir a demanda das indústrias instaladas é imprescindível para a continuidade operacional do parque industrial do setor. 2. Caso não ocorra a viabilização de jazidas de argila de sequeiro para mistura com as de várzea, fatalmente ocorrerá falta de matéria prima para a indústria tradicional. 3. A realização de investimentos em pessoal técnico para a descoberta de novos depósitos, de laboratoristas e de processos levará a auto sustentabilidade da indústria. 4. Estudos para a adaptação das indústrias atualmente instaladas para a elaboração de novos produtos. Referencia Bibliográfica BARROS, T. P. de (Coord.) Projeto APL cerâmica vermelha do norte goiano – Goiás. Relatório Técnico Final. Goiânia: MCT/FINEP – SIC/SGM/FUNMINERAL), 2011. (Convênio Ref. 3695/06) CABRAL, C. T. (Coord.) Caracterização tecnológica de novos depósitos de argila usando a reorientação das outorgas para áreas ambientalmente sustentáveis. Goiânia: SIC/AGIM, 2002. (Convênio nº 008/2001 – MME/SMM/DNPM/AGIM) CUBA, E. A.; BARROS, T. P. de . Avaliação do potencial de matéria prima cerâmica vermelha da região do APL cerâmica vermelha do norte goiano. Goiânia: SIC-FUNMINERAL/ BCV Consultoria e Projetos Ltda, 2012. (Contrato AJUR nº 007/2012. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 117 18. Infraestrutura precária máquinas e equipamentos (IPME) Participantes: Mário Vinícius Bueno – Cerâmica Betel - Uruaçu-Go Juarez Rodrigues dos Santos - GGM/SIC-GO Fábio Ribeiro Ferreira – Cerâmica Estrela José Adalberto Macedo - GGM/SIC-GO As indústrias cerâmicas possuem maquinas e equipamentos essenciais para a produção de seus produtos. Para a utilização desses equipamentos se tornou necessário a existência de uma norma que rege os tais. Essa norma regulamentadora conhecida como NR-12, é responsável por definir a forma como as indústrias devem agir junto a essas maquinas, garantindo a segurança das pessoas que operam esses maquinários. A real situação das indústrias que englobam o APL Cerâmica Vermelha do norte goiano retrata uma disparidade gigantesca entre algumas empresas. Enquanto existem algumas empresas que estão totalmente de acordo com as normas vigentes em todas as áreas da empresa, existem outras que não tem essa mesma preocupação com a segurança dos seus funcionários nem tão pouco tem conhecimento sobre o que pede a NR-12. É necessária uma maior conscientização das empresas para que esse quadro se reverta e todas as empresas do APL cerâmica Vermelha do norte Goiano se adéqüem a essa realidade, buscando cada vez mais dar segurança aos seus colaboradores, evitando consequentemente acidentes causados pela negligencia de seus gestores. Esse maquinário defasado, geralmente em sua maioria, tem baixa produção e alto custo de manutenção. Esse quadro eleva o custo operacional da empresa, causado pelas constantes quebras de equipamento e alto consumo de insumos como energia, argila e lenha entre outros. O cenário ideal seria que todas as empresas investissem em maquinários modernos que alavancassem a produção diminuindo o custo operacional e atrelando ainda a segurança das pessoas que operam esses equipamentos. Isso se torna difícil uma vez que os empresários não buscam conhecimento sobre linhas de crédito que possam suprir as necessidades financeiras das empresas e conseguir sanar as dificuldades vivenciadas no seu dia a dia. O APL cerâmica vermelha do norte Goiano pode ajudar as empresas a adquirir conhecimento sobre todas as áreas necessárias para melhor gestão de seu negócio. O que falta mesmo é a iniciativa do empresário em participar de tudo o que o APL tem disponibilizado, essa busca de informação é de extrema importância para a continuação de seu negócio, sem conhecimento não se chega a lugar algum. O que é a NR-12? A Norma Regulamentadora Nº 12 define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção visando garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Dentro dos métodos de controle adotados para garantir a segurança no trabalho estão a definição de protocolos e fluxos de trabalho em todas as fases de operação e manutenção de máquinas, treinamento documentado de todos os empregados envolvidos, e a projeção e instalação de sistemas de segurança, os quais compreendem proteções físicas fixas e móveis, dispositivos de monitoramento, circuitos de acionamento e dispositivos mecânicos, todos instalados de forma redundante e monitorados por interface de segurança certificada conforme a categoria de risco avaliada. Em quais setores a NR-12 se aplica? Conforme o primeiro item citado na NR-12, a mesma se aplica a todas as atividades econômicas, ou seja, toda e qualquer empresa que possua equipamentos ou fluxos de trabalhos que apresentem riscos ao empregado devem tomar as medidas cabíveis para garantir a saúde e a integridade do mesmo. Quais são as medidas necessárias para garantir a segurança do empregado? Conforme o item Nº 4 da NR-12, são consideradas medidas de proteção a ser adotadas na ordem de prioridade apresentada abaixo: • Medidas de proteção coletiva; • Medidas administrativas ou de organização de trabalho; • Medidas de proteção individual. Qual o princípio que a NR-12 utiliza para a definição de sistemas seguros e sistemas inseguros? Os dispositivos de segurança tratados pela NR-12 são concebidos pelo princípio da Falha Segura, ou seja, na ocorrência de uma falha técnica ou falha humana, relevante à segurança de um sistema e de pessoas, tal sistema deve entrar em um estado seguro através da atuação imediata de dispositivos de segurança específicos e projetados para tal finalidade, impedindo assim um descontrole do sistema e evitando possíveis danos pessoais e/ou materiais. Um sistema é considerado seguro quando o mesmo é projetado com a incorporação de dispositivos de segurança eficazes contra a ocorrência de falha DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 118 técnica ou falha humana, garantindo a parada segura e a estabilização imediata do mesmo. Um sistema é considerado inseguro quando o mesmo é projetado com a incorporação de medidas de segurança que dependem exclusivamente do comportamento do indivíduo. Quais as medidas de proteções coletivas a serem adotadas na segurança de máquinas? Conforme a NR-12, tais medidas envolvem a implementação de proteções físicas fixas nas áreas que oferecem risco ao operador (por exemplo, enclausuramento de sistemas de transmissão por correias e polias), proteções móveis monitoradas por sensores de segurança redundantes (por exemplo, porta de acesso à zona demoldagem de uma injetora), sistemas de monitoramento optoeletrônicos (por exemplo, cortina de luz na zona de acesso de um sistema robotizado), comandos de acionamento tipo bi manual (por exemplo, acionamento de prensa hidráulica), circuitos de parada de emergência (por exemplo, botões de emergência com acionamento por impacto e botões de emergência com acionamento tipo linha de vida), sinalização visual e sonora, distanciamento correto entre sistemas e definição de corredores de circulação corretamente sinalizados e dimensionados. Os critérios para definição dos dispositivos de segurança a serem adotados dependem de uma prévia análise realizada de forma minuciosa, considerando todas as zonas de risco apresentadas pelo sistema, o tempo de parada da máquina e o dimensionamento mecânico, hidráulico, pneumático e elétrico do conjunto. Todos os sistemas devem possuir em seu conjunto de acionamento um circuito redundante, garantindo a desernegização, despressurização e o travamento mecânico da máquina, de forma que em qualquer falha técnica, um dispositivo venha a suprir o outro. Quais as medidas administrativas a serem consideradas para atender a NR-12? Nenhum sistema, por mais que possua todos os dispositivos de segurança possíveis instalados, garantirá total segurança se não houver uma política interna na empresa que vise a segurança de seus empregados. Para tal, deve-se oferecer treinamento periódico documentado para os empregados, apresentando todos os procedimentos de trabalho interno, bem como os riscos envolvidos e as ações a serem tomadas em todas as situações. Também se deve adotar a política de manutenção preventiva e check-list diário, preservando assim a integridade de todos os sistemas e diminuindo a probabilidade de falhas técnicas. Não obstante, deve-se adotar fluxos de trabalho e protocolos para documentar os procedimentos realizados pelo operador e/ou pelo mantenedor, mantendo assim um histórico da utilização de todos os sistemas da empresa. Quais as medidas de proteção individual a serem adotadas para atender a NR-12? As medidas de proteção individual resumem-se praticamente em três itens: duração da jornada de trabalho, tempo de exposição a fatores de risco e utilização de equipamentos de proteção individual, os EPI’s. Tais itens devem ser definidos no PPRA e PCMSO da empresa (a definição destes documentos pode ser incluída como medida administrativa perante a NR-12). Funções que exigem exposição direta a agentes físicos, químicos e/ou biológicos, podendo acarretar danos à saúde, devem ter sua jornada de trabalho reduzida conforme definido no PPRA, e os profissionais que exercem estas funções devem realizar exames periódicos conforme definido no PCMSO. Além disso, nos setores onde existe este tipo de exposição, além de outros fatores de risco, é imprescindível autilização de EPI’s, conforme definido no PPRA. É importante que esta política seja adotada integralmente pela empresa, desde o mais alto cargo até visitantes, uma vez que mesmo existindo a documentação, não havendo evidências de sua prática, o Fiscal do Trabalho assumirá a inexistência do programa. OS PRINCIPIOS GERAIS DA NR 12. A Nr-12 trata da Proteção do Trabalhador no uso de maquinas e equipamentos e de varias características a eles associadas. O empregador deve garantir condições e mediadas seguras de trabalho, como: proteção coletiva e individual, administração e organização do trabalho. As maquinas devem atender aos princípios de falha de segurança, principalmente quando em fase de utilização. Atualmente não se tem uma estimativa dos níveis de acidentes nas empresas do APL cerâmica vermelha no norte goiano, mas acredita-se que embora exista um grande déficit de maquinas e equipamentos, o numero de acidentes é baixo em comparação com de outros setores, mas mesmo baixo o ideal é que não existam acidentes de nenhuma espécie, daí a necessidade de conscientização do setor. ARRANJOS FISICOS E INSTALAÇÕES. Nos locais de instalação de maquinas e equipamentos, as áreas devem ser demarcadas, devem ter no mínimo 1,20 metros de largura e devem estar desobstruídas. Estas áreas devem ter um bom espaço para circulação dos trabalhadores e serem adequados ao seu tipo de utilização e elas não podem ficar muito próximas. O piso deve: Estar limpo e livre, ser antiderrapante, nivelados e resistentes. Os materiais e ferramentas que estão sendo utilizados devem ser guardados em locais específicos e diferentes. Maquinas moveis devem ter travas e maquinas de Estacionamento devem ter uma boa fixação para não se deslocarem e sua instalação deve respeitar vários requisitos. Todos os locais devem ser posicionados fixamente. Obedecendo a essas especificações o ambiente de trabalho se tornará mais agradável e a empresa terá condição de desenvolver produtos com uma maior qualidade, evitando assim que eles saiam ao mercado com defeitos em conseqüência de DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 119 um manejo desordenado. Isso acabará com a principal reclamação dos clientes, a existência de materiais amassados ou fora de esquadro em virtude de um manejo desastroso. INSTALAÇÕES E DISPOSITIVOS ELÉTRICOS. As instalações devem prevenir falhas elétricas e demais ocorrências conforme a NR 10, deve ter aterramento e proteção contra contato direto ou indireto com água e deve ter dispositivo de proteção contra sobre tenção.Os serviços de substituição das baterias devem ser realizados conforme o manual de operação. As instalações que recebam energia elétrica de uma fonte externa devem ter proteção contra sobre corrente e quando houver possibilidades de inversão elétrica devem conter dispositivos de monitoramento. As baterias devem estar em local de bom acesso para a manutenção, ter boa fixação e proteção. As ligações e derivações dos condutores devem ser feitas conforme as normas técnicas, além disso, os condutores devem: ser resistentes, ter proteção, devem estar localizados de forma que não entre em contato com partes vivas ou moveis e não oferecer outros riscos, facilitar o transito e ser feitos de matérias não inflamáveis e que não exalem gases tóxicos. Os quadros de energia devem: ter porta de acesso sempre fechadas, ter sinalização, ser mantidas em bom estado de conservação, e atendam aos graus de proteção. Será proibido: Utilizar chave geral ou tipo faca, e haver partes elétricas expostas. Dispositivos de partida, acionamento e parada. Nas indústrias que compõem o APL cerâmica vermelha do norte goiano não é incomum encontrar instalações elétricas em péssima qualidade, com fios expostos e chaves que não tem condições de serem manuseadas por qualquer pessoa. Isso é um cenário extremamente perigoso e que pode causar danos irreversíveis a saúde de seus funcionários. Esse quadro deve ser revertido com extrema urgência. DISPOSITIVOS DE PARTIDA, ACIONAMENTO E PARADA. Os dispositivos devem: estar em áreas seguras e que possam ser utilizados em caso de emergência por qualquer pessoa, impedir uso acidental, não acarretar outros riscos ou serem burlados. Os comandos de partida ou de acionamento devem possuir dispositivos que não os permitam funcionar automaticamente. Sendo de comando bi manual, quando utilizados devem: Possuir atuação síncrona estiver sob monitoramento ter relação de sinais, o sinal de saída ser preciso, terem dispositivo de atuação intencional, ter uma boa distancia e proteção entre os dispositivos. Essa distancia deve levar em consideração, a forma, disposição, o tempo de uso, projeto de utilização dos dispositivos. E os dispositivos móveis devem: Manter-se estáveis e ter uma boa altura que seja compatível com o posto de trabalho. As maquinas com dois ou mais dispositivos de comando devem ser operados por apenas um. TENDÊNCIAS FUTURAS As empresas que não se organizarem e buscarem a reversão deste quadro de ilegalidade e informalidade vão fechas as portas e amargar um prejuízo financeiro em decorrência de uma gestão extremamente desastrosa. Não existe mais a possibilidade de um futuro sem organização e sem controle do negocio. Hipóteses 1. 2. 3. O setor cerâmico continua trabalhar sem controle de suas maquinas e equipamentos, com equipamentos que não atendem as condições mínimas de segurança, o que pode acarretar em acidentes de trabalho e prejuízo tanto financeiro quanto de pessoal. O APL cerâmica vermelha Norte Goiano demora em se adaptar na instalação de controles de suas máquinas e equipamentos, por desconhecer as normas vigentes e principalmente por buscar informações vitais para sair do marasmo vivido hoje e buscar uma otimização de seu ciclo produtivo. O setor cerâmico passa a gerir sua empresa com responsabilidade e auto nível de profissionalismo, buscando otimizar os cuidados com as maquinas e equipamentos e investir cada vez mais em segurança no trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: http://pt.scribd.com/doc/69436461/NR-12-Resumo-Pratico 08/05/14 http://www.sulfranautomacao.com.br/O-que-e-a-NR-12.pdf 08/05/14 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 120 20. Desconhecimento / Descumprimento das NRs (DNRs) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante – Cerâmica Estrela Andrea Cavalcante Pedro G. Correa Edgard Más Cleibe Belizário Fábio Ribeiro Ferreira Paulo César Felipe Níveis de Normalização Uma norma técnica é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Esta é a definição internacional de norma. Deve ser realçado o aspecto de que as normas técnicas são estabelecidas por consenso entre os interessados e aprovadas por um organismo reconhecido. Acrescente-se ainda que são desenvolvidas para o benefício e com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global ótima, levando-se em conta as condições funcionais e os requisitos de segurança. As normas técnicas são aplicáveis a produtos, serviços, processos, sistemas de gestão, pessoal, enfim, nos mais diversos campos. Usualmente é o cliente que estabelece a norma técnica que será seguida no fornecimento do bem ou serviço que pretende adquirir. Isto pode ser feito explicitamente, quando o cliente define claramente a norma aplicável, ou simplesmente espera que as normas em vigor no mercado onde atua sejam seguidas. Elas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança (seja no fornecimento de algo, no seu uso ou mesmo na sua destinação final), mas também podem estabelecer procedimentos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, definir a maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio. Se não existissem normas haveria... Freqüentemente uma norma se refere a outras normas que são necessárias para a sua aplicação. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 121 EVOLUÇÃO O TC-31 foi fundado em 1948 e, desde então, além das reuniões dos seus Workgroups e Maintenance Teams, promove também reuniões anuais para encontro destes grupos de trabalho e para a realização de reuniões plenárias gerais, onde são discutidos assuntos de interesse geral, bem como são definidos o andamento e o planejamento da evolução das normas internacionais da IEC sobre atmosferas explosivas. O Brasil vem participando regularmente desde 2004 das reuniões técnicas dos WGs, MTs, SCs e das reuniões plenárias do TC 31 da IEC, desde a reestruturação do SC-31 do Cobei em 2003 e atualização de seu escopo e missão, tendo como base a participação do Brasil na elaboração, atualização, comentários e aprovação das normas técnicas internacionais sobre o tema. Em 2004, as reuniões plenárias do TC-31 da IEC foram realizadas em Braunschweig, na Alemanha. Em 2005, as reuniões do TC 31 ocorreram em Capetown, na África do Sul,juntamente com a 69ª reunião geral da IEC. Em 2006, as reuniões do TC 31 foram realizadas no Rio de Janeiro, no Brasil. Estas reuniões foram as primeiras do TC 31 da IEC realizadas na América do Sul. Em 2007, as reuniões do TC 3 foram realizadas no Rio de Janeiro, no Brasil. Estas reuniões foram as primeiras do TC 31 da IEC realizadas na América do Sul. Em 2007, as reuniões do TC 31 foram realizadas em Kuala Lumpur, na Malásia. Em 2008, as reuniões do TC 31 foram novamente realizadas no Brasil, desta vez em São Paulo, juntamente com a 72ª reunião geral da IEC. Em 2009, as reuniões do TC 31 foram realizadas em Tel Aviv, em Israel, juntamente com as 73ª reuniões gerais da IEC. Em 2010, as reuniões do TC-31 foram realizadas na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, juntamente com a 74ª reunião geral da IEC. Estas reuniões de 2010 foram realizadas em paralelo com as reuniões gerais do IEC, onde foram realizadas reuniões de trabalho de diversos Workgroups do TC 31. As reuniões gerais da IEC, realizadas em Seattle em 2010, representaram a 74ª reunião anual da IEC. Estas reuniões gerais se constituíram na maior reunião da IEC realizada até hoje em toda a sua história desde 1906. Foram inscritos cerca de 3.000 profissionais, representantes de mais de 70 países, envolvidos no processo de elaboração, atualização e aplicação da normalização internacional sobre eletricidade, representantes dos diversos países que fazem parte da IEC. Nestas reuniões, deve ser ressaltada a grande participação de representantes dos Estados Unidos (482), Japão (403), China (258), Alemanha (285), Coreia (195), Reino Unido (130) e França (113). Também a participação do Brasil, com a inscrição de 43 delegados, pode ser considerada expressiva, representando a maior delegação brasileira envolvida em reuniões gerais da IEC até o presente momento. Nas reuniões do TC 31 da IEC, foram discutidas normas técnicas sobre atmosferas explosivas envolvendo, entre outros, os seguintes assuntos: motores elétricos “Ex”, equipamentos pressurizados, classificação de áreas de gases inflamáveis, classificação de áreas de poeiras combustíveis, requisitos de projeto, seleção e montagem de instalações “Ex”, requisitos de inspeção e manutenção de instalações “Ex”, tipos de proteção para equipamentos mecânicos “Ex” e integração entre ISO e IEC para elaboração de normas sobre atmosferas explosivas. Foram realizadas também reuniões plenárias do TC 31, envolvendo a participação de mais de 80 representantes dos seguintes 22 Comitês Nacionais de Normalização: Austrália, Alemanha, Brasil, Canadá, Croácia, Coreia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Índia, Itália, Inglaterra, Irlanda, Japão, Malásia, Noruega, Rússia, Suíça e Suécia. Em 2011, reuniões do TC 31 serão realizadas na cidade de Melbourne, na Austrália, juntamente com a 75ª reunião geral da IEC, e em 2012, essas reuniões acontecerão na cidade de Oslo, na Noruega, assim como as 76ª reunião geral da IEC. Benefícios da Normalização - Aumento da competitividade; - Compatibilidade e interoperabilidade; - Controlo sobre a variedade e a utilização eficiente dos materiais, energia e recursos humanos; - Economia de matérias-primas e dos tempos de produção, reduzindo os desperdícios; - Eliminação das barreiras ao comércio; - Facilidade de entrada em novos mercados; - Proteção dos consumidores e dos interesses da comunidade; - Redução do grau de incerteza do mercado; - Reflexo da investigação, desenvolvimento e inovação; - Segurança, saúde, proteção da vida e do ambiente; - Simplificação da grande variedade de produtos e procedimentos na vida quotidiana. Razões para o uso das Normas ‐ melhora os produtos e serviços A partilha de melhores práticas, provenientes do trabalho normativo, leva ao desenvolvimento de melhores produtos e serviços. As normas passaram, ainda, a considerar de forma efetiva e partilhada pela Sociedade, a resposta sustentada a um conjunto de preocupações nos domínios não apenas da qualidade, da segurança e da saúde, mas também do ambiente, da ética e da responsabilidade social e da inovação. ‐ atrai novos clientes As normas são um caminho consistente e sustentado para convencer potenciais clientes de que são amplamente respeitados níveis elevados de qualidade, segurança e fiabilidade resultando, certamente, no aumento de vendas. Os consumidores raramente são tentados a comprar produtos de qualidade questionável. Além disso, agregar qualidade a um produto ou serviço aumenta o nível de satisfação dos clientes e consumidores e é uma das melhores formas de mantê-los. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 122 ‐ aumenta a competitividade As normas conferem uma notória vantagem competitiva demonstrando, de forma relevante, que o fornecedor partilha os mesmos valores e exigências do cliente em áreas como o compromisso de trabalho sustentado, a prática de ética na organização, a qualidade e normas de produto. ‐ sugere mais confiança ao negócio A utilização de normas pressupõe a aplicação, com rigor, das práticas nelas estabelecidas, conferindo ao cliente confiança redobrada, pois saberá de antemão o que esperar, quer a nível do serviço prestado, quer a nível do produto fabricado. ‐ diminui os erros Seguir uma norma implica cumprir metodologias e requisitos que foram analisados e ensaiados por peritos e que sugerem uma produção com menos erros de processo e menor desperdício de tempo. ‐ reduz os custos A utilização de uma norma, ao diminuir erros de processo, já está intrinsecamente a reduzir custos. No entanto estes custos poderão ainda ser mais reduzidos pelo facto de se evitarem despesas com desenvolvimento e inovação, seguindo-se exemplos existentes, previamente testados. Além disso, a utilização de normas no âmbito de um sistema de gestão da qualidade permite o desenvolvimento e a dinamização da empresa, tornando-a mais eficiente e rentável. ‐ compatibilidade entre produtos A aplicação das normas pode assegurar a compatibilidade e a interoperabilidade dos seus produtos com outros componentes. ‐ facilita os atos contratuais A utilização de normas em processos de aquisição e contratos confere eficácia e torna mais clara a relação entre clientes e fornecedores, eliminando ambiguidades e incompatibilidades. ‐ facilita a entrada em novos mercados A garantia de que os produtos estão conformes com normas, facilita a entrada nos mercados nacionais e externos, uma vez que as normas são reconhecidas, compreendidas e respeitadas tanto nacional como internacionalmente também enquanto suporte das atividades da avaliação da conformidade. ‐ aumenta as hipóteses de sucesso Manter e motivar as pessoas essenciais ao sucesso do negócio é importante em qualquer empresa. As normas não são apenas importantes para evidenciar externamente a qualidade da empresa. Internamente, poderão constituir um importante fator de motivação, pelo compromisso existente com a qualidade e com as melhores práticas. Principal Variável do Avanço da Normalização É o benefício gerado na aplicação das normas técnicas: - Aumento da competitividade; - Compatibilidade e interoperabilidade; - Controlo sobre a variedade e a utilização eficiente dos materiais, energia e recursos humanos; - Economia de matérias-primas e dos tempos de produção, reduzindo os desperdícios; - Eliminação das barreiras ao comércio; - Facilidade de entrada em novos mercados; - Proteção dos consumidores e dos interesses da comunidade; - Redução do grau de incerteza do mercado; - Reflexo da investigação, desenvolvimento e inovação; - Segurança, saúde, proteção da vida e do ambiente; - Simplificação da grande variedade de produtos e procedimentos na vida quotidiana. Ruptura das Variáveis da Evolução Necessidades de melhorar produtos e serviços A partilha de melhores práticas, provenientes do trabalho normativo, leva ao desenvolvimento de melhores produtos e serviços. As normas passaram, ainda, a considerar de forma efetiva e partilhada pela Sociedade, a resposta sustentada a um conjunto de preocupações nos domínios não apenas da qualidade, da segurança e da saúde, mas também do ambiente, da ética e da responsabilidade social e da inovação. Necessidade de atrair novos clientes As normas são um caminho consistente e sustentado para convencer potenciais clientes de que são amplamente respeitados níveis elevados de qualidade, segurança e fiabilidade resultando, certamente, no aumento de vendas. Os consumidores raramente são tentados a comprar produtos de qualidade questionável. Além disso, agregar qualidade a um produto ou serviço aumenta o nível de satisfação dos clientes e consumidores e é uma das melhores formas de mantê-los. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 123 Aumentar a competitividade As normas conferem uma notória vantagem competitiva demonstrando, de forma relevante, que o fornecedor partilha os mesmos valores e exigências do cliente em áreas como o compromisso de trabalho sustentado, a prática de ética na organização, a qualidade e normas de produto. Aumento da confiança ao negócio A utilização de normas pressupõe a aplicação, com rigor, das práticas nelas estabelecidas, conferindo ao cliente confiança redobrada, pois saberá de antemão o que esperar, quer a nível do serviço prestado, quer a nível do produto fabricado. Diminuição dos erros Seguir uma norma implica cumprir metodologias e requisitos que foram analisados e ensaiados por peritos e que sugerem uma produção com menos erros de processo e menor desperdício de tempo. Redução dos custos A utilização de uma norma, ao diminuir erros de processo, já está intrinsecamente a reduzir custos. No entanto estes custos poderão ainda ser mais reduzidos pelo facto de se evitarem despesas com desenvolvimento e inovação, seguindo-se exemplos existentes, previamente testados. Além disso, a utilização de normas no âmbito de um sistema de gestão da qualidade permite o desenvolvimento e a dinamização da empresa, tornando-a mais eficiente e rentável. Maior compatibilidade entre produtos A aplicação das normas pode assegurar a compatibilidade e a interoperabilidade dos seus produtos com outros componentes. Facilitação dos atos contratuais A utilização de normas em processos de aquisição e contratos confere eficácia e torna mais clara a relação entre clientes e fornecedores, eliminando ambigüidades e incompatibilidades. Facilidade d a entrada em novos mercados A garantia de que os produtos estão conformes com normas, facilita a entrada nos mercados nacionais e externos, uma vez que as normas são reconhecidas, compreendidas e respeitadas tanto nacional como internacionalmente também enquanto suporte das atividades da avaliação da conformidade. Aumento das hipóteses de sucesso Manter e motivar as pessoas essenciais ao sucesso do negócio é importante em qualquer empresa. As normas não são apenas importantes para evidenciar externamente a qualidade da empresa. Internamente, poderão constituir um importante fator de motivação, pelo compromisso existente com a qualidade e com as melhores práticas. Aplicação das Normas no APL de Cerâmica Vermelha do Norte O processo de aplicação nas Normas Técnicas no APL de Cerâmica Vermelha do Norte se deu com o inicio da Associação dos Ceramistas (ASCENO-GO) criada em 1999. Com a discussão coletivamente do setor cerâmico, em virtude do novo cenário de mercado, onde prevalecia a banalização do produto causando concorrência predatória levando o empobrecimento do setor. Iniciou- se aí a conscientização da padronização da produção aplicando- se às normas técnicas do setor cerâmico. O exemplo mais emblemático do início desse processo foi com o envio de um funcionário para qualificação em Técnico em Cerâmica no SENAI Mário Amato – SP, pela empresa Cerâmica Santo Antônio, em 2003. A ação expressiva de aplicação da norma deu-se com a implantação do APL em 2007, quando foi contratada consultoria para adequação do produto às normas em todas as indústrias. Rupturas Causadas em Virtudes da Aplicação das Normas no APL da Cerâmica Vermelha do Norte A principal ruptura verificada foi a melhoria da qualidade dos produtos e a diversificação. Conscientização da necessidade de investimentos em processos produtivos e qualificação da mão de obra. Aumento da consciência de implantação de laboratório para ensaios de matéria prima e produtos na região Norte de Goiás. HIPOTESES 01 – Não cumprir às normas e criar um ambiente de auto destruição. 02 – Simplesmente cumprir a norma e manter o mercado com as atuais ofertas e produtos. 03 – Investir em inovação de processos e produtos, ampliando escala de produção e alcançando novos mercados. Referências Bibliográficas ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 124 http://www.abnt.org.br Cobei – Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Telecomunicações e Iluminação http://www.cobei.org.br Subcomitê SC-31 do COBEI – Atmosferas Explosivas http://cobei-sc-31-atmosferas-explosivas.blogspot.com/ IEC – International Electrotechnical Commission http://www.iec.ch ISO – International Standardization Organization http://www.iso.org iECEx – IEC System for Certification to Standards relating to Equipment for use in Explosive Atmospheres http://www.iecex.com IECEx System – Banco de dados “on-line” de certificados de equipamentos, oficinas de serviços de reparos e de competências pessoais em atmosferas explosivas http://iecex.iec.ch Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) sobre equipamentos para atmosferas explosivas de gases inflamáveis e poeiras combustíveis. Portaria Inmetro 179, de 18/05/2010.http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001559. pdf NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/ nr_10.pdf ABNT NBR ISO IEC 17024 – Avaliação da conformidade – Requisitos gerais para organismos que realizam certificação de pessoas ABNT NBR ISO/IEC 17040 – Avaliação da conformidade – Requisitos gerais para avaliação entre pares de organismos de avaliação de conformidade e organismos de acreditação IECEx 03 – IECEx Certified Service Facilities Program covering repair and overhaul of “Ex” equipment – Rules of Procedure IECEx OD 013 – IECEx Operations Manual – Assessment and Certification of Ex Repair and Overhaul Service Facilities – Assessment Procedures ABNT IECEx OD 014 – Atmosferas explosivas – Requisitos de sistema de gestão da qualidade e de avaliação de oficina de serviços envolvendo reparo, revisão e modificação de equipamentos “Ex” ABNT IECEx OD 015 – Atmosferas explosivas – Requisitos adicionais para oficinas de serviços envolvendo reparo, revisão e modificação de equipamentos “Ex” IECEx 05 – IECEx System for Certification of Personnel Competencies for Explosive Atmospheres – Rules of Procedure ABNT IECEx OD 504 – Atmosferas explosivas – Especificação para a avaliação dos resultados das unidades de competências. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 125 22. Divulgar a Marca (MA) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante – Cerâmica Estrela Jhonny Afonso Cunha – SEBRAE Edgard Más – Cerâmica Santo Antônio Conceito: Logomarca é a representação simbólica, gráfica ou tipográfica de uma marca. A marca em si é muito mais do que apenas o desenho (logomarca) que a representa. Qualquer empresa, entidade pública ou não governamental pode ser reconhecida através de sua logomarca. A logomarca é uma referência a uma determinada empresa, e o seu desenho pode nos lembrar dos valores dessa empresa ou organização. Uma logomarca também pode reprentar um ideal (Paz) ou até mesmo um super herói (como o Batman). Para facilitar o entendimento, vamos tratar nessa página apenas das marcas comerciais. O conceito de marca é bem mais abrangente que o desenho do logotipo que a representa. A marca pode ser lembrada não apenas pelo seu desenho (logomarca) mas por outros meios (mídias), além das características de diferenciação. Um exemplo de diferenciação de uma marca, que não depende da logomarca (que é apenas o desenho) é a marca de motos Harley Davidson. Só de pensarmos nesse nome, imaginamos a liberdade de poder viajar tranquilamente com uma moto possante, acompanhados por um grupos de motoqueiros que também buscam essa paz, liberdade e descontração. Além disso, uma das principais características na diferenciação da marca Harley Davidson é o barulho do seu motor. Na década de 1990, após um processo judicial por plágio, a Harley Davidson conquistou o direito de ser a única fabricante de motos do mundo que pode produzir motos que saem de fábrica com o seu barulho do escapamento característico. Isso ocorreu porque algumas fabricantes japonesas perceberam que iriam aumentar a venda de suas motos japonesas se copiassem o barulho da Harley Davidson (que é norte-americana). Dessa forma, a fabricante americana provou que o barulho da moto também é uma das características da marca Harley Davidson, e seu plágio foi proibido. A marca alimenta expectativas e comunica a "promessa" de um produto, apresenta seu diferencial frente aos concorrentes e torna uma empresa única. A marca não é só o desenho do logotipo. Voce já deve ter escutado uma propaganda na rádio e reconhecido a empresa quando o locutor falou o nome da marca. Nesse caso, voce não viu o desenho do logotipo (ou logomarca), apenas escutou falar da marca e já fez a conexão. Esse é apenas mais um exemplo de que o logotipo é apenas a representação gráfica da marca. O valor de uma marca é parcialmente abstrato, pois o mesmo perfil de consumidor pode atribuir valores diferentes para uma mesma marca. Na sua análise temos de usar as disciplinas que a utilizam e regulam mais diretamente, que são o direito comercial e a gestão de marketing. Marca no direito comercial: para o direito comercial, a marca é um sinal: no Brasil, as marcas são protegidas e registradas no INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. A American Marketing Association nos Estados Unidos acrescenta na definição jurídica: “A marca é um nome, um termo, um sinal, ou um desenho, ou uma combinação destes elementos, com vista a identificar os produtos e serviços de um vendedor, ou de um grupo de vendedores, e a diferenciá-los dos concorrentes”. Segundo o mestre dos estudos de Administração de Marketing Philip Kotler, “talvez a habilidade mais característica dos profissionais de marketing seja a capacidade de criar, manter, proteger e melhorar uma marca. Para os profissionais de marketing, o estabelecimento de uma marca é a arte e a essência do marketing” (Retirado da pagina 393 do livro "Administração de Marketing" de Philip Kotler, nona edição traduzida para o português). Expectativa da Marca A marca é uma promessa da empresa em fornecer uma série de atributos, benefícios e serviços uniformes aos compradores, a garantia de qualidade vem junto com as melhores marcas. Uma marca é um símbolo mais complexo, podendo trazer até seis níveis de significados: • Atributos: a marca tem o poder de trazer a mente certos atributos. • Benefícios: estes são traduzidos em benefícios funcionais e emocionais. • Valores: a marca também transmite os valores da empresa. • Cultura: a marca tem o poder de representar certa cultura. • Personalidade: a marca pode projetar certa personalidade. • Usuário: a marca sugere o tipo de consumidor que pode usar determinado produto A marca é um contrato, ela diminui o risco que o consumidor corre ao adquirir o produto. Garante um nível de performances, independentemente da forma de distribuição, pois ela identifica. Numa oferta com produtos de igual qualidade e função, a marca facilita o reconhecimento e favorece a fidelidade. Como exemplo temos as bebidas, os televisores, os celulares, veículos etc. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 126 Valor positivo e valor negativo da marca A marca valoriza ou desvaloriza aquele que a usa ou a consome, transmite a sua identidade às pessoas, vende status social. E se voce tivesse investido em uma dessas 3 marcas acima? Com certeza voce estaria com muita raiva, pois as 3 empresas acima eram fortes no mercado, mas faliram gerando prejuízo para milhões de famílias. • Em 1994 a Construtora Encol faliu e lesou mais de 50 mil compradores; • O banco Lehman Brothers (EUA) quebrou e causou a crise financeira de 2008; • A Enron maquiava resultados para parecer lucrativa, mas quebrou em 2001. Essas 3 marcas acima já foram marcas fortes e de grande participação no mercado, mas hoje só transmitem raiva, indignação e valores ruins. A marca é a cara da empresa, e assim como uma pessoa, uma marca tem uma identidade física ou formal, um carácter, uma personalidade ligada à sua história e aos seus valores fundamentais (identidade cultural da marca). O nome da marca É o mais importante elemento do dispositivo identificador de uma marca. Existem vários tipos de nomes: • Patronímico: marcas que têm por nome o do seu fundador • Sigla: nomes que resultam da transformação do nome de uma empresa numa sigla própria • Evocativo: o nome da marca lembra a categoria de produto • Marca de fantasia: nomes que podem ter um significado prévio • Marca de família: nome construído com um prefixo ou um sufixo tirado da marca institucional • somatório de nomes: nomes que evitam susceptibilidades quando resultam de reestruturações O nome deve: • Ser curto (não mais de três sílabas) e de fácil memorização (como em Nintendo); • Não deve ter conotações indesejáveis (trocadilhos que possam surgir relativamente ao nome das marcas); • O nome deve ser internacional, alguns nomes são difíceis de pronunciar nas línguas estrangeiras, relativamente ao país de origem; • O nome deve ser disponível e defensável juridicamente; • O nome não deve ser restritivo, deve permitir extensões de marca para outras gamas de produtos. Marca na política Em matéria publicada pelo jornalista Josias de Souza no UOL, a possível candidata a presidência da república nas eleições de 2014 Marina Silva utiliza os termos marca elogomarca para se referir aos resultados visíveis da administração da então presidente Dilma, segundo seu ponto de vista: "Alheia às indefinições [sobre a candidatura], Marina misturou as coisas definitivas que Dilma disse e tratou de definir as coisas. Fernando Henrique Cardoso a economia, ela disse. Lula vitaminou as políticas sociais, acrescentou, antes de grudar no anzol a próxima isca que Dilma vai mastigar: “retrocesso”. “A marca do governo Dilma tem sido a do retrocesso. Não gostaria que a presidente tivesse essa marca. Ela cumpriu o seu papel, mas o modelo se esgotou, não tem mais para onde ir”. Nada parece deixar Dilma mais aflita do que a ausência de uma logomarca capaz de resumir sua administração." Analisando mais profundamente o contexto do artigo e do discurso, podemos concluir que Marina Silva cometeu uma pequena confusão entre os termos marca e logomarca. Isso é comum, pois somente os publicitários e designers tem uma visão mais definida das diferenças entre os dois termos. Marca é a experiência vivenciada por um nome ou empresa, enquanto que logomarca (ou logotipo) é apenas a representação gráfica (ou desenho) de uma marca. Um equívoco perdoável para todos os mortais. Confira o artigo completo no link abaixo: Fonte: parágrafos 5 e 6 do Blog do Josias, 15/10/2013 (http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/category/geral/) Com o desenvolvimento da Indústria Cerâmica do Norte de Goiás nos anos 50, constatou –se que os produtos elaborados tinham uma qualidade diferenciada, isto é, auta resistência mecânica, som metálico nas peças queimadas e coloração bem avermelhada, o que atraía os consumidores. Foi quando deu –se início a produção de telha e eram levadas outras localidades, e tornou- se um produto reconhecido na região Norte. A telha produzida na região, principalmente as margens da estrada Belém/Brasília, às margens do Rio do Ouro ganhou fama e as empresas expandiram sua produção bem como modernizou o processo produtivo. A história da origem de algumas marcas famosas Starbucks A rede de cafeterias americana representada pela sereia de duas caudas teve seu nome inspirado em parte pelo personagem Starbuck, do livro Moby Dick. Segundo o fundador Gordon Bowker, em 1971, a rede passou perto de ser batizada de "Cargo House". Mas ele foi aconselhado por um amigo (publicitário) a investir em nomes iniciados com as letras "St", que formariam palavras poderosas. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 127 Smirnoff O nome da vodka é uma homenagem ao russo Piotr Arsenyevitch Smirnov, dono de uma destilaria em Moscou. Seu destilado era reconhecidamente o preferido do Czar. A família fugiu para Istambul com a eclosão da Revolução Russa de 1917, e a marca começou a internacionalizar-se. José Cuervo O nome da tequila mexicana homenageia dois José Cuervo: o fazendeiro José Antonio de Cuervo começou a cultivar o agave, planta matéria-prima da bebida, em1758. Mais tarde, em 1795, foi seu filho José Maria Guadalupe Cuervo quem iniciou a produção do destilado. No Brasil, a marca é importada e distribuída pela Aurora. Skype Os criadores, o dinamarquês Janus Friis e o sueco Niklas Zennström, deram originalmente o nome "Sky-Peer-to-Peer" ao serviço de comunicação em vídeo fundado em 2003. Mais tarde, a marca derivou para "Skyper" e finalmente para a sua forma atual "Skype". Jack Daniel's A embalagem também estampa o nome do seu criador, o americano Jasper Newton Daniel, apelidado Jack. Conhecido pelas garrafas quadrangulares de rótulo negro, a marca também é chamado de Old Nuymber Seven ("Velho número 7"). LEGO Criada pelo dinamarquês Ole Kirk Christiansen em 1934, o nome da empresa surgiu a partir das palavras dinamarquesas "Leg Godt", que significam "brincar bem". Em latim, a expressão pode ser traduzida também como "eu armo" ou "eu junto" ou ainda "eu monto", uma coincidência que o carpinteiro desconhecia. Reebok Fundada em 1895, o nome da marca esportiva foi inspirado na palavra “rhebok” – antílope, na língua africânes. Nos anos 2000 a Reebok vinha utilizando a abreviação "RBK" como novo símbolo da marca, mas desde o final de 2008 a empresa vem abandonando este símbolo e voltou-se a utilizar o nome Reebok por completo. Amazon O fundador Jeff Bezos queria um nome que começasse com a letra “A”, então apareceria primeiro na ordem alfabética. Examinando o dicionário, ele deparou-se com o nome do grande rio brasileiro. Bezzos gosta de dizer que a dimensão do curso d’água é inspiração para o tamanho que seu site quer atingir. Detalhe: o site quase se chamou "Cadabra", mas Bezzos desistiu do nome por sua semelhança, em algumas línguas, à palavra "cadáver". Johnnie Walker O primeiro nome da marca foi Walker’s Kilmarnock Whisky, uma homenagem à cidade de Kilmarnock, onde seu inventor, o escocês John Walker, morava. Como dá para perceber, o nome da bebida foi alterado para homenagear o seu criador. É a marca de uísque mais distribuída no mundo, vendida em quase todos os países. Nike Fundada em 1972 pelo treinador de atletismo universitário Bill Bowerman e seu sócio, Phil Knight, a Nike tem o nome inspirado na deusa da vitória, Nice (Niké). O logotipo da empresa tem uma história interessante: semelhante a uma asa em referência à deusa Nice, o símbolo foi criado pelo jovem estudante de design Carolyn Davidson em 1971, e vendido por apenas 35 dólares. BMW Abreviatura de Bayerische Motoren Werk (Fábrica de Motores da Bavária), a empresa foi fundada em 1916 pelos irmãos Karl Rapp e Gustav Otto como uma fábrica de motores de aviões em Munique. Após a I Guerra Mundial, a empresa foi proibida de desenvolver aeronaves. Mas a origem da marca, no entanto, é até hoje vista em seu logotipo: a teoria mais comentada é que ele representa uma hélice de avião, nas cores azul e branco. Antarctica O nome foi originado da Companhia Antarctica Paulista, que fabricava a cerveja. A indústria era uma fábrica de gelo, daí a referência ao continente e a presença dos pingüins no logotipo. Lá eram fabricadas as famosas Sodas Limonadas dos anos 90. Em 2000, a empresa de fundiu com a Brahma, fundando a Ambev. Google Uma das marcas mais famosas do mundo, Google seria originalmente chamada de Googol caso uma falha de comunicação não mudasse a história. O erro no preenchimento de um cheque que os fundadores Sergey Brin e Larry Page receberiam em 1996 aposentou a expressão Googol (nomenclatura matemática para designar o número representado por 1 seguido de 100 zeros) e elegeu no lugar a versão alterada da palavra. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 128 Chanel Nº5 Criada para a grife da francesa Coco Chanel, Chanel nº 5 foi assim chamado porque 5 era o número da sorte da estilista. A superstição fez parte ainda da apresentação do novo produto ao mundo: a criadora escolheu o dia 5 de maio de 1921 para lançar o perfume. Skol A Skol é uma marca de cerveja de propriedade da empresa dinamarquesa Carlsberg, com licença para ser fabricada no Brasil pela Ambev. O nome vem da palavra escandinava skål, que significa "à vossa saúde/à nossa saúde"; expressão comum que antecede brindes. Pepsi Criada em 1893 pelo americano Caleb Bradham, farmacêutico da Carolina do Norte, a Pepsi originalmente chamava-se Brad's Drink, em referência ao nome de seu criador. Foi só em 1898 que Bradham passou a comercializá-la com o nome de PepsiCola. O nome veio dos seus principais ingredientes, pepsina e nozes de cola. A marca, no entanto, só foi registrada em 1902. Campari O italiano Gaspare Campari trabalhava em bares criando receitas de coquetéis à base de vinho e ervas. A combinação que iria gerar o drinque avermelhado surgiu em 1867, e sua gradação alcoólica pode variar entre 20,5% a 28% dependendo do país onde é vendida. Yahoo! Ao contrário do que se imagina, o nome da empresa não veio da exclamação “Yahoo”, que em inglês pode significar comemoração ou alegria. Os fundadores Jerry Yang e David Filo escolheram a palavra por causa de uma influência literária: no livro de Jonathan Swift “As viagens de Gulliver”, os “Yahoos” aparecem como espécies de criaturas selvagens. Dreher O rótulo brasileiro surgiu do sobrenome de uma família alemã que plantava uvas na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grando do Sul, por volta de 1900. Com as uvas, eles faziam vinho branco, mas não demorou muito e o conhaque, obtido através da destilação do vinho branco, superou as vendas do produto original. Nintendo As três palavras "Nin" "ten" e "do" podem ser livremente traduzidas do japonês para "Deixe a sorte para o céu". A Nintendo foi criada por Fusajiro Yamauchi em 1889 e fabricava baralhos de cartas artesanais, parte deles com personagens de desenhos. Foi só após sua entrada no mercado de ações, em 1963, que a companhia passou a investir em jogos eletrônicos. Origem e Evolução das Marcas Desde a antiguidade, nos primeiros modelos de civilização, escultores e pintores tinham por hábito assinar seus trabalhos expressando características em suas obras para diferenciá- las dos demais artistas. Artesões, tecelões, entre outros produtores da época iniciaram o processo padronizado de identificação e promoção de suas mercadorias através de selos, siglas e símbolos, pois naquela época já era necessário identificar a origem do produto seja ele manufaturado ou agrícola com o objetivo de atestar a procedência e a qualidade dos produtos. No século XI as marcas individuais se tornaram obrigatórias no sentido comercial. A marca significava o vínculo entre o fabricante e o comprador podendo ele ser direto ou indireto, proporcionado a segurança em adquirir o produto de qualidade e possibilitando também a oportunidade do comprador reclamar a mercadoria se ela não estivesse de acordo com o prometido.No século XIX, a preocupação em relação às garantias e registros das marcas ocasionou a Lei de Marcas de Mercadoria na Inglaterra (1862), a Lei Federal da Marca de Comercio nos EUA (1870) e a Lei para a Proteção de Marcas na Alemanha.Com o crescimento do mercado, a grande variedade e a quantidade d e produtos, as marcas conquistaram o seu espaço e surgiram os primeiros cartazes publicitários e catálogos de compra. No século XX, com o sucesso das marcas as cooperativas, órgãos oficiais e grupos econômicos foram incentivados pelas industrias a criarem a sua própria marca e divulgá- las.Com a crise econômica de 1929 houve um deslocamento na publicidadedos produtos e as marcas colaboraram com a forte concorrência de preços e após a Segunda Guerra Mundial, asmarcas tornaram - se uma grande manifestação da economia,ou seja, um instrumento da comunicação mercadológica. Segundo Kotler (1999, p.233): Uma marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenci á-los dos concorrentes. Um nome de marca é aquela parte da marca que pode ser pronunciada ou pronunciável. O que exatamente constitui o conceito de uma grande marca é o emotional branding, ou seja, a marca deixa de ser apenas uma imagem que identifica uma empresa ou produto para estabelecer uma relação emocional com os clientes. A idéia principal é tirar a atenção das questões racionais e persuadir o consumidor a comprar o produto ou serviço através da percepção sensorial. O autor do livro Lovemark associa emoção e paixão à marca “As marcas foram desenvolvidas para criar diferenças entre os produtos que corriam o risco de não serem vistos, como certas pedras no meio do cascalho”. (ROBERTS, 2005, p.30). Conceito semelhante é exposto por Martins (2000; p.27) sobre o aspecto que todas as grandes marcas têm em sua imagem um espírito, uma emoção e uma personalidade bem definida. De acordo com Cobra(1992; p.323), "é a arte de configurar a imagem da empresa e o valor do produto em cada segmento de mercado, de forma que os clientes possam entender e apreciar o que a empresa proporciona em relação à concorrência". A marca no contexto mercadológico deve ir além de seus atributos, DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 129 benefícios e uso. Seu objetivo abrange a historia, a cultura, os fatos e as fantasias que acercam. O consumidor percebe o produto, consistindo uma definição de definir melhor a marca mantendo- a forte, presente e duradoura. O conceito de branding está relacionado a criação de novos mercados, e não à busca de mercados já existentes, pois é utilizado quando uma nova categoria é criada, e não a partir de uma categoria já existente, ou seja, uma nova marca é como uma nova espécie. Segundo Sampaio (2002, p.176), brandingé um conjunto das tarefas de marketing e de comunicação destinadas a otimizar a gestão das marcas”. Para criar uma nova marca não se deve pensar em atingir expectativas de um mercado, e sim criar outro mercado para sua nova criação. A nova marca deve ser uma divergência de marcas existentes. Segundo Ries et alRies(2006, p. 18), “o principal objetivo de um programa de brandingnunca é o mercado para o produto ou serviço, o objetivo é sempre a mente dos consumidores. A mente vem primeiro, o mercado segue a mente”. Baseado nesse princípio de conexão emocional da marca com o consumidor, surgiu o conceito Brand Equity ou também valor agregado a marca. Não se trata apenas de um valor monetário, mas sim em tudo que o ser humano valoriza e relaciona a uma marca, permitindo que ela seja parte da sua história e do seu comportamento de compra. O valor que a marca possui é a força que a empresa que projetou e converteu para sua marca, sendo percebido como o conjunto de atributos existentes oferecidos à sociedade. É importante lembrar que o complexo mecanismo de gestão das dimensões da marca e a abordagem de sua construção através do modelo de pilares ou de organização de seus espaços mercadológicos têm que ser levado a termo sem se perder de vista o fato de que tudo deve ser feito com um único sentido: aumentar o valor da marca. (SAMPAIO. 2002; p. 84) O mesmo autor diz que para construir o valor d e uma marca, é necessário gerar conhecimento mais amplo e mais preciso do público; propor um diferencial sobre as marcas concorrentes; transmitir confiança sólida na marca e estabelecer uma espécie de crença, fé e orgulho pela marca. Para o brandingser eficaz, o brand equity tem que estar em alta sintonizado com os resultados de comportamento para com a marca, venda, repercussão na mídia, entre outros. Apesar de os produtos da Cerâmica do Norte de Goiás terem reconhecimento pelos consumidores ainda é inexpressiva sua produção para outros mercados, principalmente pela ausência de investimento nas fábricas buscando novas tecnologias e expandindo a produção. Como não há produto a ofertar a divulgação e busca por novos mercados é quase inexistente. A comprovação mais evidente de que o produto cerâmico do Norte de Goiás tem reconhecimento é o fato de as empresas de Minas Gerais não venderem na região. Para que esse setor pudesse atender as demandad de todo o estado e outras regiões necessitaria de investimentos em fábricas mais modernas. Percebe – se que o fator mais inibidor do crescimento é a capacitação empresarial, na sua maioria de nível de baixa escolaridade. Situação atual das variáveis provocadoras da evolução O que antes era mera identificação do produtor, passa a representar status quo do consumidor uma vez que, o uso de determinadas marcas classifica o nível social do usuário. As marcas tem assumido cada vez mais uma postura de sentimento de ostentação. Criar e desenvolver uma marca é uma das principais estratégias de qualquer organização, já que estrapola o valor simplesmente do produto, e assume valores imensuráveis. Atualmente o investimento no reforço da marca é significativo em todas as organizações. O principal fator inibidor da evolução do setor cerâmico do Norte é o baixo nível de escolaridade de seus dirigentes e a ausência de apoio tecnológico através de laboratórios. Tendências futuras das variáveis provocadoras Com forte investimento e reforço das marcas a sua tendência é a personalização, identificando grupos ou indivíduos. Há uma necessidade de exposição da marca em todos os meios de comunicação e criando identidade com seu público alvo, quase que confundindo com seu estilo de vida. Em continuando o quadro atual das Indústrias Cerâmicas Do Norte Goiano, o que se percebe é o crescimento de algumas poucas indústrias isoladamente, o que retardaria o avanço da marca do Norte de Goiás. Para se reverter o quadro o necessário seria o agrupamento das empresas visando a melhoria de seus produtos, bem como criação de uma central de distribuição que desse suporte para o escoamento da produção para outras regiões. Hipóteses 1. Com o avanço do marketing e a sua segmentação as marcas investirão maciçamente no conhecimento dos hábitos de seus usuários para se fazerem presente quase que naturalmente no modo de vida dos usuários. O certo é que perderemos cada vez mais nossa privacidade. 2. Nada ocorrerá, será mantido o status quo da marca da Cerâmica Vermelha do Norte Goiano. 3. A marca “Cerâmica Vermelha do Norte Goiano” desaparecerá, porque nada foi efetuado. 4. A marca no ano de 2034 da “Cerâmica Vermelha do Norte Goiano” foi divulgada por todo o Brasil e no Exterior, em razão de sua qualidade e durabilidade. Referências Bibliográficas COBRA, Marcos. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1992. KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: Como Criar, Conquistar E Dominar Mercados. Tradução: Bazám Tecnologia e Lingüística: Cristina Bazám. 6º ed. São Paulo: Futura, 1999. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 130 MARTINS, José .A natureza emocional da marca –como escolher a imagem que fortalece sua marca. São Paulo: Negócio Editora, 2000 –5º edição. RIES, Al e Laura. A Origem das Marcas: Descubra As Leis Naturais Da Inovação E Da Sobrevivência De Produtos E Em presas. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2006. ROBERTS, Kevin. Lovemarks: o futuro além das marcas. São Paulo: M. Books, 2005. SAMPAIO, Rafael. Marcas e A a Z:Como Construir E Manter Marcas E Sucesso. Rio de Janeiro: Elsivier, 2002 – Reimpressão. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 131 Tema 4: Formalização e Representação 7. Legalização da atividade ceramista (LEGALCER) 8. Fortalecimento da ASCENO (FA) 14. Dinamização do setor público (DSP) 15. Buscar Legalização da Jazida (LEGALJAZ) 19. Produtos substitutos - Novos Materiais (PSNM) DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 132 7. Legalização da atividade ceramista (LEGALCER) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante Jony Lucio Costa Elio Jove Dalton Soares DESCRIÇÃO DA VARIÁVEL A atividade na indústria cerâmica compreende a utilização de mão de obra, processos produtivos, comercialização e consumo de combustível e consumo de argila, a viabilização do negócio exige o cumprimento de várias normas e leis. DESENVOLVIMENTO DA VARIÁVEL No âmbito da legalização ambiental e mineral segue- se as seguintes exigências: No âmbito da segurança do trabalho segue-se as seguintes exigências: Informe Técnico para aplicação da NR’s - Normas Regulamentadoras na indústria ceramista Toda empresa deve atentar para cumprimento das Normas Regulamentadoras. Entre as Normas Fluxograma para aplicação das NR’s na abertura de uma empresa ceramista (Conforme atividade envolvida, talvez haja necessidade da aplicação das demais NR’s): Observação: o cumprimento de uma determinada Norma Regulamentadora não isenta a empresa de e cumprir com as demais Normas Regulamentadoras do MTb, Leis do Trabalho – CLT, entre outras: Leis Ambientais, Leis Federais, Leis estaduais, leis municipais, etc. - informar sobre: NR1, NR3 e NR28 - Cumprir as exigências da: NR 24, Também NR33 e NR 35 quando houver atividades envolvidas. - verificação da obra no cumprimento da: NR8 e NR18 - verificação da obra no cumprimento da: NR 10 - observar se a edificação atenderá as: NR 11, NR12, NR14 e NR17 - cumprir as exigências da NR23 ( validada pelo Corpo de Bombeiro) Estruturação da empresa ceramista (em conformidade com as NR): - informar sobre: NR1, NR2, NR3, NR7, NR9 e a NR28 - Implementar: NR24, NR25, NR26 Também NR33 e NR 35 quando houver atividades envolvidas. - implementar a: NR1, NR2, NR4, NR5,NR6, NR7, NR9 e NR15 - implementar: NR 10, NR 11, NR12, NR14, NR17 e NR23 Também NR19, NR20, NR21 e NR22 quando houver atividades envolvidas. - a implementação das NR's deverá ser constante. - cumprir as exigências de todas NR que a empresa estiver endradada conforme atividade envolvida. Segue abaixo uma resumida explicação do que é tratado em cada Norma Regulamentadora respectivamente, porém a aplicação dela deverá ser conforme o que diz a Norma Regulamentadora em sua totalidade, incluindo anexos, etc. conforme MTb. (Na página 1 deste documento segue site para consulta). Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 133 Relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Cabe ao empregador: a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; c) informar aos trabalhadores: I. Os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II. Os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III. Os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; IV. Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho. Norma Regulamentadora Nº 02 - Inspeção Prévia Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do MTb. O órgão regional do MTb, após realizar a inspeção prévia, emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações - CAI, conforme modelo anexo. A empresa poderá encaminhar ao órgão regional do MTb uma declaração das instalações do estabelecimento novo, conforme modelo anexo, que poderá ser aceita pelo referido órgão, para fins de fiscalização, quando não for possível realizar a inspeção prévia antes de o estabelecimento iniciar suas atividades. A empresa deverá comunicar e solicitar a aprovação do órgão regional do MTb, quando ocorrer modificações substanciais nas instalações e/ou nos equipamentos de seu(s) estabelecimento(s). É facultado às empresas submeter à apreciação prévia do órgão regional do MTb os projetos de construção e respectivas instalações. A inspeção prévia e a declaração de instalações, referidas nos itens 2.1 e 2.3, constituem os elementos capazes de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou de doenças do trabalho, razão pela qual o estabelecimento que não atender ao disposto naqueles itens fica sujeito ao impedimento de seu funcionamento, conforme estabelece o art. 160 da CLT, até que seja cumprida a exigência deste artigo. Norma Regulamentadora Nº 03 - Embargo ou Interdição Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador. Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador. A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento. O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra. Considera-se obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma. Durante a vigência da interdição ou do embargo, podem ser desenvolvidas atividades necessárias à correção da situação de grave e iminente risco, desde que adotadas medidas de proteção adequadas dos trabalhadores envolvidos. Durante a paralisação decorrente da imposição de interdição ou embargo, os empregados devem receber os salários como se estivessem em efetivo exercício. Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vinculase à gradação do risco da atividade e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho de que trata esta NR deverão ser registrados no órgão regional do MTb. O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão regional do MTb e o requerimento deverá conter os seguintes dados: a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho; b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho do MTb; c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por estabelecimento; d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento; e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 134 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos. Nos QUADROS II e III desta NR as atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por - Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE. A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. A documentação também deve ser encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada. É uma das atribuições da CIPA identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver. Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao empregador selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários. Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Compete ao empregador: a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO; c) indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO; d) no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; e) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: a) admissional; b) periódico; c) de retorno ao trabalho; d) de mudança de função; e) demissional. ‐ Observação: o exame médico admissional, deverá ser realizada antes que o trabalhador assuma suas atividades. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 135 Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos. Além de ser uma exigência legal prevista no art. 168 da CLT, está respaldada na Convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho OIT, respeitando princípios éticos, morais e técnicos. Norma Regulamentadora Nº 08 - Edificações Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem. Os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as posturas municipais, atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade, estabelecidas na Portaria 3.214/78. Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle. Responsabilidades do empregador: I. Estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição. Medidas de controle: Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações: a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde; c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - erican Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos. Os dados deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 (vinte) anos. Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por profissional autorizado, conforme dispõe esta NR. É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe. Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR-26 - Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir: a) identificação de circuitos elétricos; b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos; c) restrições e impedimentos de acesso; d) delimitações de áreas; e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas; f) sinalização de impedimento de energização; g) identificação de equipamento ou circuito impedido. Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados por profissional que atenda ao que estabelece esta NR. Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por extra-baixa tensão. Ou seja ExtraBaixa Tensão (EBT): tensão não superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Norma Regulamentadora Nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 136 construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho. Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas. Em todo o equipamento será indicado, em lugar visível, a carga máxima de trabalho permitida. Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos. Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá receber treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função. Os operadores de equipamentos de transporte motorizado deverão ser habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de trabalho portarem um cartão de identificação, com o nome e fotografia, em lugar visível. O cartão terá a validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto, e, para a revalidação, o empregado deverá passar por exame de saúde completo, por conta do empregador. Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência sonora (buzina). Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR aprovadas pela Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis. Entende-se como fase de utilização a construção, transporte, montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina ou equipamento. As disposições desta Norma referem-se a máquinas e equipamentos novos e usados, exceto nos itens em que houver menção específica quanto à sua aplicabilidade. Esta norma trata itens tais com: ‐ As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança interligados, que garantam proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores. ‐ O empregador deve adotar medidas de proteção para o trabalho em máquinas e equipamentos, capazes de garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, e medidas apropriadas sempre que houver pessoas com deficiência envolvidas direta ou indiretamente no trabalho. ‐ Nos locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circulação devem ser devidamente demarcadas e em conformidade com as normas técnicas oficiais. ‐ As instalações elétricas das máquinas e equipamentos devem ser projetadas e mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico, incêndio, explosão e outros tipos de acidentes, conforme previsto na NR- 10. ‐ As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança interligados, que garantam proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores. ‐ Os movimentos perigosos dos transportadores contínuos de materiais devem ser protegidos, especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento formados pelas esteiras, correias, roletes, acoplamentos, freios, roldanas, amostradores, volantes, tambores, engrenagens, cremalheiras, correntes, guias, alinhadores, região do esticamento e contrapeso e outras partes móveis acessíveis durante a operação normal. ‐ O empregador deve manter inventário atualizado das máquinas e equipamentos com identificação por tipo, capacidade, sistemas de segurança e localização em planta baixa, elaborado por profissional qualificado ou legalmente habilitado. ‐ Devem ser elaborados procedimentos de trabalho e segurança específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, a partir da análise de risco. Entre outros. Norma Regulamentadora Nº 14 – Fornos Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos solidamente, revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora – NR 15. Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo; Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 137 ‐ LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho expedido por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho para a comprovação da exposição a agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à integridade física. O Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) consiste na aplicação de técnicas de amostragens para a realização de avaliações quantitativas de agentes físicos e químicos presentes no ambiente de trabalho através de medições das concentrações dos contaminantes (agentes químicos) ou das intensidades dos agentes físicos (ruído, vibrações, calor, etc.) e posterior comparação com os respectivos limites de tolerância (LT) da NR-15 ou ACGIH (American Conference of Governamental Industrial Hygienists). O resultado de uma avaliação ambiental deverá ser documentado em relatório técnico (LTCAT), identificando, dentre outras especificações, as condições ambientais de trabalho, o registro dos agentes nocivos e conclusão de que a exposição a estes é ou não prejudicial à saúde ou à integridade física. O Laudo Técnico poderá ser solicitado a qualquer momento para análise dos Auditores Fiscais da Previdência Social, Médicos e Peritos do INSS, devendo ser realizadas alterações, sempre que as condições ambientais sofrerem mudanças. ‐ PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) - constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades. Este documento será exigido para todos os segurados, independentemente do ramo de atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos, e deverá abranger também informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e mecânicos. O PPP substitui o formulário para comprovação da efetiva exposição dos segurados aos agentes nocivos para fins de requerimento da aposentadoria especial, a partir de 1º de janeiro de 2004, conforme determinado pelo parágrafo 2º do art. 68 do RPS, alterado pelo Decreto nº 4.032, de 2001. Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo. É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem que estejam assegurados pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a fase da obra. A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do cumprimento das disposições relativas às condições e meio ambiente de trabalho, determinadas na legislação federal, estadual e/ou municipal, e em outras estabelecidas em negociações coletivas de trabalho. São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos complementares de segurança. Norma Regulamentadora Nº 19 – Explosivos Para fins desta Norma, considera-se explosivo material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão. Norma Regulamentadora Nº 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. Estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalho a Céu Aberto Nos trabalhos realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. Serão exigidas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes. Aos trabalhadores que residirem no local do trabalho, deverão ser oferecidos alojamentos que apresentem adequadas condições sanitárias. Norma Regulamentadora Nº 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração Cabe à empresa, ao Permissionário de Lavra Garimpeira e ao responsável pela mina a obrigação de zelar pelo estrito cumprimento da presente Norma, prestando as informações que se fizerem necessárias aos órgãos fiscalizadores. Quando forem realizados trabalhos através de empresas contratadas pela empresa ou Permissionário de Lavra Garimpeira, deverá ser indicado o responsável pelo cumprimento da presente Norma Regulamentador. Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 138 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis. O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; c) dispositivos de alarme existentes. Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. Existem normas técnicas, instruções técnicas, legislações (decreto, decreto-lei, portaria etc.) relacionadas à segurança contra incêndios: ‐ A obediência a uma norma técnica, tal como norma ISO ou ABNT, quando não referendada por uma norma jurídica, não é obrigatória. Porém, as normas técnicas são elaboradas pelos Comitês Brasileiros da Associação Brasileira de Normas Técnicas, não tem força de lei, mas, torna-se lei quando for incluída numa legislação. Para validação das Instaladas as Medidas de Segurança Contra Incêndio (é um conjunto de medidas estruturais, técnicas e organizacionais integradas para garantir a edificação um nível ótimo de proteção no segmento de segurança contra incêndios e pânico) e obtenção do Certificado de Conformidade do Corpo de Bombeiros é necessário: 1. Elaborar o Projeto Técnico assinado por um engenheiro; 2. Protocolar o Projeto Técnico no Corpo de Bombeiros para a devida verificação (caso não atenda: deverão ser feitas as modificações e adequações requeridas); 3. As instalações das medidas de segurança contra incêndio, deve ser iniciadas somente após ser analisado e aprovado pelo Corpo de Bombeiros, conforme as Instruções Técnicas. 4. Após a ser feito as instalação das medidas de segurança contra incêndio que foi previamente aprovada pelo Corpo de Bombeiros conforme instrução 3, solicita-se a vistoria do Corpo de Bombeiros para obtenção do Certificado de Conformidade do Corpo de Bombeiros. Vale lembrar que é cobrada uma taxa para análise do projeto e outra para realização da vistoria, e estas taxas variam de acordo com o tamanho da área a ser utilizada. Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho As áreas destinadas aos sanitários deverão atender às dimensões mínimas essenciais. O órgão regional competente em Segurança e Medicina do Trabalho poderá, à vista de perícia local, exigir alterações de metragem que atendam ao mínimo de conforto exigível. É considerada satisfatória a metragem de 1 metro quadrado, para cada sanitário, por 20 operários em atividade. Norma Regulamentadora Nº 25 - Resíduos Industriais Entende-se como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos. A empresa deve buscar a redução da geração de resíduos por meio da adoção das melhores práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis. Os resíduos industriais devem ter destino adequado sendo proibido o lançamento ou a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores. Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. Norma Regulamentadora Nº 28 - Fiscalização e Penalidades A fiscalização do cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador será efetuada obedecendo ao disposto nos Decretos n.º 55.841, de 15/03/65, e n.º 97.995, de 26/07/89, no Título VII da CLT e no § 3º do art. 6º da Lei n.º 7.855, de 24/10/89 e nesta Norma Regulamentadora. Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. Responsabilidades do empregador: a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma; b) identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 139 c) identificar os riscos específicos de cada espaço confinado; d) implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho; e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados; f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II desta NR; g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores; h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar em conformidade com esta NR; i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos espaços confinados. Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura. Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda. Esta norma se complementa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais aplicáveis. Responsabilidades do empregador: a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma; b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a emissão da Permissão de Trabalho - PT; c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura; d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e das medidas complementares de segurança aplicáveis; e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas; f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle; g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de proteção definidas nesta Norma; h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível; i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em altura; j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade; k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta Norma. No âmbito de recursos humanos, comercialização e contabilidade, segue-se as seguintes exigências: Área utilizada do Imóvel m2 : Documentação necessária: 1 – SOCIOS: RG, CPF, ENDEREÇO, TITULO. 2 – IMOVEL: CONTRATO DE ALUGUEL, ENDEREÇO DO IMOVEL. Atividade: ( X ) Industria ( ) Comercio ( ) Prestação de Serviços Objetivo da Empresa: Industrialização de Produtos de argila para uso em alvenarias e cobertura. Mercadoria a ser comercializada: 6904.10.00 – Tijolos, 6902.90.00 – Blocos e 6905.10.00 – Telhas. Previsão de Funcionários nº ______. Previsão de Faturamento mensal R$ _____________________. Inicio de Atividades _____/_____/_______. Capital Social R$: ______________________. PLANEJAMENTO TRIBUTARIO INICIAL: Código CNAE’s: 2342-7/02 – Fabricação de artefatos cerâmica e barro cozido para uso na construção, exceto azulejos e pisos. Opção JUCEG: ( ) ME ( x ) EPP Opção Federa, Estadual e Municipal: ( x ) Simples Nac 4,5%, ( x ) Lucro Pres 12,93%, ( x ) Lucro Real 40,25%, ( ) ISS-ISQN ____%. Impostos: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 140 ( ( ( ( ( ( ( ) ICMS 1,25 %, ) PIS - %, ) COFINS - %, ) IRPJ - %, ) CSSL %, ) IPI 0,50%, ) CPP/INSS 2,75%, Social: ( x ) Certificado Digital, ( x ) ICMS 7 %, ( x ) PIS 0,65 %, ( x ) COFINS 3 %, ( x ) IRPJ 1,20 %, ( x ) CSSL 1,08 %, ( ) IPI ____%, ( x ) SPED’s, ( x ) INSS ( x ) ICMS 7 %, ( x ) PIS 1,65 %, ( x ) COFINS 7,60 %, ( x ) IRPJ 15 %, ( x ) CSSL 9 %, ( ) IPI ____% ( x ) SPED’s 8 % e 27 %, ( x ) FGTS 9 %, ( x ) Desoneração da Folha 1 %. Conclusão: Sem dúvidas que opção pelo simples é de fato vantajoso. Caso tenha interesse pelo Lucro real ou presumido o único incentivo fiscal entra-se no ICMS, pois há um benefício para venda interna de 17% cai para 7% e na venda interestadual de 12% cai pra 7%. Anexos: Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS / Pasep CPP ICMS Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% De 180.000,01 a 360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% De 360.000,01 a 540.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% De 540.000,01 a 720.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% De 720.000,01 a 900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% Planejamento Tributário Lucro Presumido/Real - Notas Fiscais: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 141 a) As Notas Fiscais de Entrada: 1. As notas fiscais de Lenha e Argila serão emitidas destacando o ICMS à 17%, sendo este na escrituração fiscal retornará como crédito de ICMS. 2. Nota Fiscal de energia (produção) será também aproveitada o ICMS como credito. 3. As notas fiscais de Imobilizado também aproveitam o crédito, porém na forma de 1/48 avos. Havendo o diferencial de alíquota dependendo do estado de origem da nota. 4. As notas fiscais de Uso e consumo NÃO aproveitam o crédito e podem ter também o diferencial de alíquota dependendo do estado de origem da nota. b) As Notas Fiscais de Saídas: 1. Vendas internas terão que ser destacada na nota o ICMS, que por sua vez terá uma redução de 17% para 7% na sua base de cálculo. Conforme Art. 8, Inciso 28 do Anexo IX do RCTE. “ ...XXVIII - de tal forma que resulte aplicação sobre o valor da operação do percentual equivalente a 7% (sete por cento), na saída interna de telha, tijolo, tijoleira e tapa-viga cerâmicos, não esmaltados nem vitrificados (Lei nº 13.194/97, art. 2º, I, "a", 6);... “ 2. Vendas interestaduais terão que ser destacada na nota o ICMS há 12%, porém será concedido o crédito ortogado de 5% na escrituração fiscal. Conforme Art. 11, Inciso 40 do Anexo IX do RCTE. “XL - para o estabelecimento remetente, na saída interestadual de telha, tijolo, tijoleira e tapa-viga cerâmicos, não esmaltados nem vitrificados, o equivalente à aplicação de 5% (cinco por cento) sobre o valor da respectiva base de cálculo, ficando limitado à 7% (sete por cento) o crédito relativo à aquisição interestadual de mercadoria, observado o seguinte (Lei nº 13.194/97, art. 2º, II, "b", 6):” - Exemplificando: Redução de 17% para 7%: Regra de três simples - 41,18 % 1. Nota Fiscal Lenha/Argila: Valor da Nota: 1.000,00 Base de cálculo: 1.000,00 x 41,18% = 411,80 ICMS: 411,80 x 17% = 70,00 Que por sua vês seria (para entendimento e conferência): 1.000,00 x 7% = 70,00. Deverá conter nas informações ao Fisco na Nota Fiscal: Redução da base de cálculo conforme Art. 8, Inciso 28 do Anexo IX do RCTE. Apuração dos Impostos 12/2013 Faturamento do mês: 230.695,05 - Estadual: 166.661,05 e Interestadual: 64.034,00 1. ICMS: Compras de Insumos: 12.974,00 x 17% = 2.205,58 Energia: 34.765,50 x 29% = 10.112,70 Credito de ICMS = 12.318,28 Vendas Estadual: 166.661,05 x 7% = 11.666,28 Vendas Interestadual: 64.034,00 x 12% = 7.684,08 Credito Ortogado 5%: (3.201,70) Débito de ICMS = 16.148,66 ICMS A RECOLHER = 3.830,38 - Vencimento dia 10 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 142 2. PIS: 230.695,05 x 0,65% = 1.499,52 – Vencimento dia 25 3. COFINS: 230.695,05 x 3% = 6.920,86 – Vencimento dia 25 4. IRPJ: Apuração Trimestral – Vencimento dia 30 ao mês seguinte ao trimestre: Abr, Julho, Out, Jan. 10/2013 – 276.752,81 11/2013 – 279.907,60 12/2013 – 230.695,05 Total = 787.355,46 x 1,20% = 9.448,27 5. CSLL: 10/2013 – 276.752,81 11/2013 – 279.907,60 12/2013 – 230.695,05 Total = 787.355,46 x 1,08% = 8.503,44 -----ICMS: 3.830,38 PIS: 1.499,52 COFINS: 6.920,86 IRPJ: 9.448,27 (Trimestral) CSLL: 8.503,44 (Trimestral) Total Geral: 30.202,47 Folha de Pagamento 11/2013 1. Simples Nacional: Remuneração Funcionários: 144.714,10 Retirada de Pró-labore: 1.356,00 Salário família: 31,15 INSS: 13.371,70 RCI: 149,16 GPS: 13.371,70 + 149,16 – 31,15 = 13.489,71 2. Lucro Presumido: Remuneração Funcionários: 144.714,10 Retirada de Pró-labore: 1.356,00 Salário família: 31,15 INSS: 13.371,70 RCI: 149,16 Empregados Avulsos: 28.942,82 – Desoneração da Folha – Incluída pela Lei 12.794/2013 Contribuinte Individual: 271,20 – Desoneração da Folha – Incluída pela Lei 12.794/2013 Rat 3% da Rem: 4.341,43 Outras Entidades 5,8% da Rem: 8.393,42 Total: 55.438,58 - Dedução/Compensação na Sefip (Desoneração da Folha): (29.214,02) GPS: 26.224,56 Base de Cálculo: Contribuição Substitutiva – Desoneração da Folha DARF código 2991/01 – mensal até o dia 20 Receita Bruta: 11/2013 – 279.907,60 x 1% = 2.799,08 – 1% até Dezembro de 2014 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 143 DARF = 2.799,08 Total Geral GPS + DARF = 26.224,56 + 2.799,08 = 29.023,64 INFORMAÇÕES E IMPLANTAÇÃO Implantações: 1. 2. 3. Sistema de controle geral apto a gerar nota fiscal eletrônica; Sistema apto a gerar o arquivo SPED (Fiscal, Contribuições); Certificado Digital CNPJ e CPF (para uso na contabilidade); Informações Geradas mensalmente: 1. 2. 3. 4. 5. Sped Fiscal; Sped Contribuições; Sped Contábil; Sped E-Social / Folha de Pagamento Dacon, DCTF, DIPJ (Futuramente serão extintas); HIPÓTESES • Se não houver a regularização das jazidas DNPM e não forem atendidas as exigências legais nos órgãos ambientais corre-se o risco de fechamento das minas. • Não havendo atendimento às exigências trabalhistas, a exemplo de legalidade dos profissionais, empresários e segurança e saúde no trabalho, o investimento da indústria pode ser paralisado. • Adotar uma política de sensibilização dos atores responsáveis pelos licenciamentos e fiscalizações levará ao reconhecimento das potencialidades e limitações das pequenas empresas em relação aos procedimentos legais. BIBLIOGRAFIA • • • • • • • • ABNT http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras Código Tributário Nacional Código Tributário Estadual Código Ambiental Nacional Código Ambiental Estadual Código Mineral Nacional Código das Leis Trabalhistas Código do Consumidor DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 144 8. Fortalecimento da ASCENO (FA) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante Jony Lúcio Costa Walter Nunes de Souza Mizael Montalvão Prateado Wagnei Silvestre Costa Fábio Calistrato Rezende Neivaldo de Souza Ribeiro O associativismo e o cooperativismo são conceitos que apresentam correlação às definições dos capitais: humano, social e empresarial – fatores estes fundamentais para a promoção do desenvolvimento territorial. O capital humano, na medida em que pressupõe o crescimento das habilidades, conhecimentos e competências das pessoas, pode se incorporar ao conceito do associativismo no que se refere à proposta de reunir um grupo de pessoas ou de entidades em busca de interesses comuns, sejam eles econômicos, sociais, filantrópicos, científicos, políticos ou culturais. Esse grupo de pessoas ou entidades, para alcançarem seus fins, necessita, também, de confiança, cooperação, ajuda mútua, o que nos remete ao conceito de capital social. Assim, as associações, e a forma como reúnem seus objetivos, mesmo que não sejam lucrativos, devem adotar métodos de trabalho que estimulem o fortalecimento do capital humano e social, favorecendo sua forma de organização e motivação das pessoas envolvidas. O cooperativismo, por sua vez, apresenta uma relação estreita com o conceito de capital empresarial ou cultura empreendedora. Em sua essência, o cooperativismo caracteriza-se por uma forma de produção e distribuição de riquezas baseada em princípios como a ajuda mútua, a igualdade, a democracia e a equidade. Desta forma, para que o cooperativismo seja eficiente no sistema econômico, é fundamental o crescimento da atitude pró-ativa dos agentes locais que se tornam sujeitos protagonistas do seu empreendimento, melhorando, assim, as condições de renda dos cooperados, bem como as condições de trabalho e a independência do trabalhador. Nota-se, aí, a importância de uma atitude empreendedora dos sujeitos, como preconiza o conceito de capital empresarial. EVOLUÇÃO A evolução do movimento associativo esta intimamente relacionado com a existência ou não de liberdade. Das primeiras medidas que por norma as ditaduras tomam é impor restrições à constituição de associações. Por oposição, na implantação das democracias, uma das decisões iniciais é desde logo a de consagrar a liberdade de associação. As suas origens vem do inicio dos tempos. Se formos buscar o exemplo do desporto dos nossos dias podemos recolher exemplos na Grécia Antiga, na Roma Antiga e na Idade Média. Recuando até à Pré-História, um exemplo de associativismo seria a caça coletiva, onde se assistia a uma cooperação entre os indivíduos, que tinham um objetivo comum, com formas de organização incipientes e compostos em exclusivo por homens. Na Grécia Antiga existiam já verdadeiros espaços associativos de que se destacam os Ginásios, associados à cultura física, e as Palestras ligadas á educação, como seja a música. Ambos eram símbolos da cidade, da Polis. Na Antiga Roma existiam os "Collegia", que eram organizações profissionais. Em paralelo existiam os chamados Clubes de Jovens e as Escolas de Gladiadores. Na Idade Média surgem as Irmandades ligadas à Igreja Católica e as Corporações. Estas que eram basicamente artesanais reuniam os produtores, os aprendizes, os jornalistas, os mestres e os artesãos de um determinado oficio. Mais tarde surgem as corporações superiores para os mestres e as corporações inferiores para os ajudantes. Também nesta altura surgiu outro tipo de Associação como as Ordens Militares. Este tipo de Associações vigoraram pela Europa até ao séc. XIX, sendo depois substituídas pelas associações profissionais de trabalhadores e dos patrões que viriam a dar origem aos actuais sindicatos e associações patronais. No séc.XX com o advento do tempo livre e do descanso, surgem as associações de cultura e recreio. O leque alargou-se em definitivo ao objeto social criando-se os clubes desportivos das várias modalidades e as coletividades de cultura e recreio. A sua importância alargou-se especialmente nos EUA e no Norte da Europa, chegando a substituir-se ao próprio Estado e atingindo grande peso a nível econômico. Por todo o mundo foram surgindo associações nos mais diversos sectores: ação social, tempos livres, saúde,... Muitas delas tornam-se autenticas multinacionais do movimento associativo (Cruz Vermelha, Ami, Green Peace,...), empregando milhares de trabalhadores e movimentando muito dinheiro. Variáveis que Influenciaram a Evolução No associativismo tradicional, com grande número de associados, há dificuldade em se estabelecerem objetivos comuns. Muitos participantes têm interesses diferentes e até contrários. Por isso, deve-se eleger uma diretoria que centralize as decisões, pensando no bem maior. Nesse caso, como há um baixo nível de comprometimento dos associados, a responsabilidade do sucesso é da diretoria, que precisa ter a visão de que é difícil realizar a maioria das ideias. As ações são implementadas lentamente. É comum DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 145 que aconteça a perpetuação de alguns líderes, que conseguem agrupar grande número de associados com interesses parecidos. Esse modelo aumenta a importância na formalização da associação, já que o grande número de associados e a tomada de decisões centralizada em uma diretoria prejudicam a relação de confiança e transparência. No associativismo em pequenos grupos, por causa do pequeno número de associados (geralmente de 5 a 25 pessoas), torna-se mais fácil estabelecer objetivos comuns. As decisões podem ser descentralizadas, tomadas pela decisão comum dos associados. Disso resulta uma rotatividade de lideranças. Como a responsabilidade pelo sucesso é de todos os associados, eleva-se o grau de comprometimento. Por isso, é preciso dar muita importância ao planejamento e às ações. A maioria das ideias é fácil de ser realizada. As ações são implementadas rapidamente. Os participantes têm praticamente os mesmo interesses. Existe uma relação de transparência. Variáveis que Causaram Rupturas A principal ruptura que o associativismo causou, foi a profissionalização dos seus membros, estabelecendo relações profissionais e ambiente de organização e crescimento. Principais objetivos do cooperativismo: - Criar melhores condições para os empreendimentos; - Melhorar a renda dos cooperados; - Melhorar as condições de trabalho; - Alcançar a independência do trabalhador; - Realizar justiça social, eliminando o lucro excessivo do atravessador. Os princípios do cooperativismo são baseados em adesão livre e voluntária; gestão democrática e livre; autonomia e independência; intercooperação; participação econômica dos membros; educação, formação e informação; e interesse pela comunidade. Estatuto Social e Organização da cooperativa O Estatuto é o conjunto de normas que regem as funções, os atos e os objetivos de uma cooperativa. Esse “documento de acordo” deve ser elaborado com a participação dos cooperados, para atender às necessidades da cooperativa e de todos os participantes. O conteúdo do Estatuto deve ser baseado na doutrina, na filosofia, nos princípios do cooperativismo e na legislação para cooperativas (Lei nº 5.764/1971). Direitos dos associados - Votar e ser votado em todos os assuntos da assembléia geral; - Participar de todas as operações e os serviços prestados pela cooperativa; - Solicitar esclarecimentos aos Conselhos quando houver dúvidas; - Receber os excedentes na proporção das operações realizadas durante o exercício; - Oferecer e discutir sugestões; - Participar dos comitês educativos ou de comissões; - Solicitar demissão do quadro social, quando for de sua vontade. Deveres dos associados - Portar-se de maneira adequada como associado; - Trabalhar e operar com a cooperativa; - Participar das assembléias, opinar e votar; - Integralizar as quotas-partes em dia; - Respeitar as decisões tomadas coletivamente, mesmo que não sejam as suas; - Conhecer e cumprir o estatuto, os regulamentos e as normas da cooperativa; - Saldar seus compromissos financeiros; - Zelar pelas atividades, pelos produtos e pelos serviços e pelo bom nome e patrimônio da cooperativa. Como fundar uma cooperativa A iniciativa pode ser tomada pelo próprio grupo ou motivada por agentes de desenvolvimento. De modo geral, os passos para fundar uma cooperativa são: - Iniciativa; - Troca de experiências; - Mobilização; - Primeiras reuniões (esclarecimentos e fundação); - Criação e aprovação do Estatuto Social em assembleia; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 146 - Eleição dos cargos em assembleia (a cooperativa é fundada a partir da data de aprovação do Estatuto Social e da eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal); Legalização Para a legalização, os dirigentes eleitos devem procurar o Cartório de Pessoas Jurídicas do município, com os seguintes documentos: - Ata de fundação em duas vias, digitadas e assinadas pela pessoa que a fez no dia da assembleia, com assinatura reconhecida; - Estatuto Social em duas vias, assinado pelo representante legal, com assinatura reconhecida, e rubricado por um advogado que contenha o carimbo com nome e número de registro na Ordem de Advogados do Brasil (OAB); - Xerox da lista de presença; - Requerimento solicitando registro, com assinatura do representante legal reconhecido; - Em seguida, para registrar o CNPJ, deve-se encaminhar junto à Receita Federal uma cópia autenticada do Estatuto Social, da ata de fundação, do RG e CPF do representante legal e, ainda, o DBE (Documento Básico de Entrada), assinado pelo representante legal, com assinatura reconhecida em cartório; - Para que a cooperativa não tenha que pagar impostos, a diretoria deve procurar um contador para fazer todo ano a Declaração Anual de Isento de Imposto de Renda, junto à Receita Federal; - A diretoria deve providenciar a declaração de Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), junto ao Ministério do Trabalho. Nesse documento, a cooperativa vai declarar se possui ou não funcionário de carteira assinada. Evolução da ASCENO-GO A ASCENO-GO foi criada em 1999 por um grupo de ceramistas, que vislumbraram necessidade de se unirem para manterem seus negócios viáveis. Naquele momento havia uma grande concorrência predatória em virtude da banalização do produto e da limitação do mercado. Diante daquela situação só existia uma alternativa, que era a aproximação dos ceramistas criando um ambiente de cooperação e viabilização das ações de melhorias nas indústrias. Tais como: Qualificação da mão de obra; Contratação de Consultoria para implantação e padronização de produtos, conquistas de novos mercados, inovação de produtos. Com a criação da ASCENO-GO tem crescido a consciência empresarial quanto ao combate da informalidade e a necessidade da melhoria da qualidade. Em 2007 foi alcançada grande conquista com o reconhecimento a nível Estadual e Federal do APL de Cerâmica Vermelha do Norte, e propiciou um desenvolvimento de várias ações que causaram avanço no setor. Atualmente o setor está diante do grande desafio de profissionalizar-se, o mercado está bastante competitivo e exigindo novos produtos. As mudanças só serão possíveis com maciços investimentos em novos processos produtivos e produtos diferenciados que possibilite a competitividade em outros mercados, já que o mercado do Norte de Goiás é pequeno e de baixo poder aquisitivo. Tem havido bastantes discussões entre os associados, da necessidade de mudança de estratégias empresariais, principalmente no sentido de padronizarem seus produtos a fim de viabilizar centros de comercializações em outros mercados. Outra necessidade diagnosticada é a redução do custo de produção com criação de centrais de compras de insumos e centrais de produção de massa. Variáveis que Causaram a Evolução da ASCENO-GO Porque começou a ter consciência de que unidos obteríamos mais vantagens, e ter no outro um parceiro e não um concorrente, conscientização do custo do produto, conscientização das responsabilidades com passivos trabalhistas; tributários; ambiental. Com a conscientização dos passivos contraídos, necessitava- se de uma porta voz diante das instituições públicas, com finalidade de criar expectativas de continuidade do negócio. Tomou-se consciência que os problemas necessitavam de uma instituição representativa, que extrapolava a capacidade da empresa resolve- los por si só: - Necessidade de investimento; - Necessidade de regularização ambiental (argila e combustível lenhoso); - Qualificação de mão de obra; - Melhoria da qualidade do produto (implantação de laboratório) Porque gera uma concorrência auto destrutiva, que impede a capacidade de investimento e sustentabilidade do negócio. Porque cria espaço para entrada de novos produtos e gera concorrência predatória eliminando as margens de lucro. O planejamento permite a visualização do ambiente a longo prazo e permite identificar os problemas bem como as soluções. Com o planejamento de 2007, na implantação do APL, criou-se um direcionamento para as empresas e possibilitou a resolução de problemas coletivos. - Sobrevivência do negócio - Representatividade diante das instituições públicas - Auto nível de informalidade nos negócios - Oferta de produtos banalizados - Falta de planejamento do negócio. Quanto às tendências futuras temos dois caminhos: - Primeiro: Continuar como está, ou seja, as ações sendo resolvidas por poucos, sem o engajamento de todos os empresários, o que dificultaria o crescimento do setor como um todo despontando algumas poucas indústrias. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 147 - Segundo: Consciência de todos os empresários do engajamento para fortalecimento da ASCENO-GO, estruturando o planejamento estratégico e implantando todas as ações necessárias para cumprimento do objetivo estabelecido. Ruptura das Variáveis da Evolução - Organização do setor em forma de APL. - Implantação de projeto de desenvolvimento do setor com ações em todas as vertentes do setor. - Experiência de plantio em regime de cooperação e reflorestamento em Eucalipto. HIPÓTESES 01 – Agir individualmente, ou seja, cada empresa buscando suas alternativas de crescimento enfraquece a Asceno. 02 – Reforçar a consciência de associativismo/cooperativismo e estruturar ações que supram as necessidades das empresas coletivamente trará o fortalecimento da Asceno. 03 – A Asceno sairá fortalecida com a ruptura do atual paradigma de individualismo e com ação coletiva contra a informalidade e pela melhoria da qualidade dos produtos por meio de: cumprimento das normas técnicas; criação da central de comercialização dos produtos em outras regiões; implantação de laboratório de ensaios de matérias primas de produtos na região; qualificação da mão de obra e dos empresários; e a criação de uma marca forte do produto cerâmico do Norte de Goiás, bem como um logo que identifique a ASCENO como um produtor de excelência no setor de cerâmica vermelha. Referências Bibliográficas Ajorpeme – O Portal do Associativismo Central do Associativismo IBRASS – Instituto Brasileiro do Associativismo Portal do Cooperativismo Popular OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras OCB/AL – SESCOOP/AL – A casa do cooperativismo Alagoano OCB/AM – Sindicato e Organização das Cooperativas do estado do Amazonas OCB/CE – SESCOOP/CE - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Ceará OCEB – SESCOOP/BA – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado da Bahia OCB/ES – SESCOOP/ES – OCB/MS - Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado da Bahia OCB/PA e SESCOOP/PA – Cooperativismo Organizado no Estado do Pará OCESP – SESCOOP/SP – Portal do Corporativismo OCB/GO e SESCOOP/GO – A casa do cooperativismo Goiano OCB/RJ – SESCOOP/RJ – Uma OCB para todos OCB/TO – SESCOOP/TO – Sindicato e Organização das Cooperativas no Estado do Tocantins Portal do Cooperativismo Popular EASYCOOP – Cooperativismo em Revista Webcoop – Portal do Cooperativismo Mineiro SESCOOP PE SESCOOP RN – Serviço Nacional de Aprendizado OCRGS Digital – O portal do Cooperativismo Gaúcho DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 148 14. Dinamização do setor público (DSP) Participantes: Jony Lucio da Costa Luiz Eduardo Guimarães Manoel Garcia Sobrinho Renata Pereira Rezende Vilmar Correa É fundamental a articulação e coordenação de atores e de interesses que garantam a implementação de políticas publicas. Para isso é possível a dinamização do próprio poder público para incentivar, fomentar, ou mesmo influenciar a realização de parcerias/interação entre os diversos atores que atuam no espaço público e no privado, para que se alcance resultados potencialmente mais elevados e complementares na busca do desenvolvimento socioeconômico sustentável. O APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás tem sido alvo de importantes apoios institucionais, isto devido à prioridade destacada no arranjo por parte das esferas dos governos federal e estadual. O alto nível de organização e articulação dos atores locais (ceramistas através da Asceno-GO), proporcionou a interação e de certa forma uma dinamização com os poderes públicos em todos os níveis (municipal, estadual e federal) favorecendo um ambiente de credibilidade recíproca e de resultados nas ações planejadas para o desenvolvimento do setor através do arranjo em pauta. Propõe-se na variável, submetê-la a uma análise e avaliação, bem como sugestões, para a viabilização da sistematização e adensamento das políticas públicas e privadas a serem implementadas em apoio ao APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás. Evoluções Passadas: As primeiras ações de apoio a APLs em Goiás ocorreram em 2000, a partir de uma parceria entre os governos estaduais da Região Centro-Oeste, com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e suas agências FINEP e CNPq, e o Ministério da Integração Nacional (MI). No planejamento dessas ações trabalhou-se com dois conceitos. O primeiro foi o de “Plataformas Tecnológicas”, uma metodologia de intervenção que já vinha sendo utilizada pelo CNPq na construção de projetos de pesquisa cooperativos, sobretudo na área de agronegócios. O segundo foi o de Arranjos Produtivos Locais, conceito que começava a tomar corpo no meio acadêmico brasileiro, especialmente a partir do esforço da então jovem RedeSist, e que encontrava eco dentro da FINEP. O projeto tomou a forma de Plataformas Tecnológicas em APLs selecionados na região, e veio a se tornar um importante programa nacional, conduzido por uma parceria entre o MCT/FINEP/CNPq e o Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Ciência e Tecnologia. No mesmo ano de 2000, o SEBRAE nacional começava um forte movimento de redirecionamento de sua estratégia de intervenção nas MPEs. A instituição avançava de uma experiência de suporte a empresas individuais, para formas de apoio coletivo com ênfase na dimensão territorial, o que veio a culminar na adoção do apoio a APLs com uma das prioridades da entidade, a partir de 2002. A partir de 2001, o número de arranjos apoiados em Goiás, assim como de órgãos públicos e outras instituições que passam a adotar o conceito na formulação de suas políticas, foi se ampliando paulatinamente. Em 2003, constitui-se um fórum informal de entidades, para estabelecer prioridades de apoio e integrar ações, constituído pela SIC, SECTEC, além das secretarias estaduais do Planejamento (SEPLAN) e de Agricultura (SEAGRO), Agência Estadual de Turismo (AGETUR), SEBRAE e Federação das Indústrias (FIEG) através do SENAI. O governo federal deu um forte impulso às políticas nesse campo ao incorporar o tema à PITCE e a seu PPA 2004-2007. Ao mesmo tempo procurou formalizar a estruturação de apoio aos arranjos criando o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL). Variáveis que Provocaram as Evoluções: O Governo Federal para dar uma maior organicidade à sua própria atuação cria o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL), e concomitantemente a Rede Brasileira de Informação de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral (RedeAPLmineral). Seguindo a linha do Governo Federal, o Estado de Goiás cria a Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG APL) e incluiu no seu PPA 2004-2007 a temática dos Arranjos Produtivos Locais, ainda que timidamente. Posteriormente, no PPA 2008-2011, verifica-se uma ampliação da utilização do conceito por parte do governo estadual, com a preocupação em apoiar a estruturação de APLs, passando a integrar as estratégias de desenvolvimento do Estado explicitadas no PPA, em consonância com o “Plano Estratégico de Desenvolvimento de Goiás”, PEDG (Seplan, 2008, p.15). As principais ações da RG-APL foram de articulação entre GTP-APL, juntamente com outras instituições federais de apoio aos arranjos, com os APLs do Estado, quase sempre provocados pelas demandas ou iniciativas dos primeiros. Nesse sentido estão ações como a seleção dos arranjos a serem priorizados pelo GTP, a orientação e acompanhamento dos atores locais na elaboração dos PDPs dos APLs priorizados, e a divulgação dos editais de fomento a arranjos das agências federais. Houve também um esforço de aproximação dos APLs locais com as instituições federais, seja mobilizando grandes caravanas estaduais para participarem dos eventos promovidos pelo GTP, seja trazendo as instituições ao estado para interagir com os atores locais. Duas iniciativas, realizadas pelo RG-APL em 2007, são exemplos desse esforço. O primeiro foi um Seminário de Inovação itinerante, onde uma caravana de instituições federais como o MDIC, o MI, a FINEP, o INMETRO, percorreu os municípios de Goiânia, São Luís de DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 149 Montes Belos, Pirenópolis e Goianira, participando de “rodadas de negociação” com representantes de diversos APLs do Estado. O segundo, um evento intitulado “O financiamento mais perto de você”, reuniu as principais instituições de financiamento federais e estaduais, com representantes dos arranjos locais. Devido à necessidade de articular as ações governamentais com vistas à adoção de apoio integrado a arranjos produtivos locais, foi instituído, em agosto de 2004, pela Portaria Interministerial nº 200, de 02/08/2004, o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais – GTP APL, envolvendo 23 instituições governamentais e não-governamentais. Em outubro de 2005, foram integradas mais 10 instituições (Portaria Interministerial nº 331, de 24/10/2005), totalizando as 33 que atualmente constituem o grupo. Posteriormente foram alterados alguns de seus representantes por meio de portarias do MDIC, são elas: nº 187, de 31/10/2006; nº 106, de 28/04/2008; e nº 133, de 16/06/2010. Em 2011, novos nomes foram inseridos, conforme PORTARIA MINISTERIAL Nº 167, DE 29 DE JUNHO DE 2011. A Rede A Rede Brasileira de Informação de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral (RedeAPLmineral) é uma rede de informação – sem fins lucrativos - responsável pela divulgação e disseminação da boa informação e das melhores práticas na cadeia produtiva do setor mineral, compreendendo o processo de: extração, beneficiamento, e transformação mineral organizado em Arranjo Produtivo Local (APL) de base mineral. Estrutura A Rede Brasileira de Informação de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral é uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia em parceria com a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia. A Estrutura Organizacional Básica da RedeAPLmineral apresenta a seguinte composição: I. II. Coordenação Geral Comitê Executivo III. 8 (oito) Grupos de Trabalho DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 150 A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais - RG-APL foi criada pelo Decreto 5.990 de agosto de 2004, sendo coordenada pela SECTEC. Sua estrutura, definida por seu regimento interno, é constituída da seguinte forma: • Conselho (com um Presidente) • Comissão Técnica: • I - Secretaria Executiva • II - Câmara Técnica de Planejamento e Projetos Estratégicos • III - Câmara Técnica de Estatística A RG-APL passou a atuar, realmente, no início de 2006, e foi bastante efetiva até o início de 2008. Os APLs selecionados pelo RG-APL objetos de apoio do governo estadual estão listados no quadro seguinte. Foram 49 no total, sendo que, entre eles, 12 foram priorizados pelo GTP-APL, dos quais 10 contam com Planos de Desenvolvimento Preliminares (PDPs), elaborados segundo modelo definido pelo referido Grupo, destacando-se o da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás. 1. Açafrão de Mara Rosa* 2. Fruticultura Luziânia 3. Algodão da Região de Santa Helena 4. Grãos na Estrada de Ferro 5. Apicultura de Serra Dourada 6. Grãos, Aves e Suínos da Região de Rio 7. Apicultura do Entorno Norte do DF Verde 9. Aquicultura da Grande Goiânia 8. Lácteo da Microrregião de Formosa 11. Aquicultura de São Simão 10. Lácteo da Região da Estrada de Ferro** 13. Aquicultura da Serra da Mesa 12. Lácteo da Região de Goiás 15. Aquicultura Rio Paranaíba 14. Lácteo da Região de São Luís de Montes 17. Artesanato Mineral de Cristalina Belos* 19. Audiovisual de Goiânia 16. Lácteo do Norte Goiano 21. Bananicultura Buriti Alegre 18. Mandioca da Microrregião de Iporá* 23. Cachaça da Estrada de Ferro 20. Mel da Microrregião de Porangatu 25. Cachaça do Vale do Paraná 22. Mineral/Quartzito de Pirenópolis*12 27. Calçados de Goiânia e Goianira* 24. Móveis da Região Metropolitana de 29. Carne da Microrregião de Jussara Goiânia* 26. Móveis de Valparaíso 31. Cerâmica Vermelha do Norte* 33. Confecções da Região de Jaraguá* 28. Móveis e Madeira do Vale do São 35. Confecções de Águas Lindas Patrício 37. Confecções de Moda Feminina de Goiânia e 30. Orgânicos da Grande Goiânia e Trindade* 32. Ovino caprinocultura no Nordeste 39. Confecções Rio Verde 34. Tecnologia da Informação de Goiânia e 41. Confecções Sanclerlândia Aparecida* 43. Farmacêutico de Goiânia e Anápolis* 36. Turismo da Chapada dos Veadeiros 45. Fécula de Mandioca de Bela Vista 38. Turismo da Cidade de Goiás 47. Frutas Nativas do Cerrado do Nordeste 40. Turismo de Caiapônia 49. Frutas Nativas do Vale do Paraná 42. Turismo de Caldas Novas e Rio Quente 44. Turismo de Piranhas 46. Turismo de Pirenópolis 48. Vitivinicultura de Santa Helena Fonte: Relatório RG-APL 2007 e Entrevista, 2009. * APLs priorizados pelo GTP-APL e que possuem PDPs1 ** APLs priorizados pelo GTP-APL e que não possuem PDPs DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 151 Situação Atual e Detalhamento das Variáveis Provocadoras das Evoluções O Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais - GTP APL: Sua coordenação é realizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio da Coordenação-Geral de Arranjos Produtivos Locais, órgão do Departamento de Competitividade Industrial deste Ministério. Esta se constitui, também, como Secretaria Técnica do GTP APL. Conforme publicado em portaria, O GTP APL possui a atribuição de elaborar e propor diretrizes gerais para a atuação coordenada do governo no apoio a arranjos produtivos locais em todo o território nacional. O qual tem dispensado toda a atenção ao selecionado e priorizado APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás. A Rede Brasileira de Informação de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral - RedeAPLmineral: A Coordenação Geral da RedeAPLmineral é exercida por representantes da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC) do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). O Comitê Executivo da RedeAPLmineral é composto pelos membros da Coordenação Geral e pelos Coordenadores dos Grupos de Trabalho Setoriais (GTS). Os Grupos de Trabalho Setoriais (GTs) são constituídos por um Coordenador (titular) e pelos seus suplentes, definidos pelas regras de funcionamento de cada grupo, além dos seus membros (colaboradores) previamente cadastrados nos respectivos GTs.Fazem parte da Rede APL mineral as seguintes Instituições: A Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais - RG APL: Seguindo as diretrizes de seu decreto de criação, a RG-APL estabelece, promove, organiza e consolida a política estadual de inovação tecnológica local, através da constituição e o fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais. Entre os setores produtivos e as regiões a serem apoiadas por recursos do Estado, na implementação de Arranjos Produtivos Locais a Rede selecionou o APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás. Dentro dos principais objetivos da RG-APL está o de propiciar a articulação entre as instituições atuantes em APLs no Estado, evitando a duplicação e a superposição de ações e esforços. Coordenada pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia – SECTEC, a RG APL é integrada pelas seguintes instituições: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 152 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia – SECTEC (Coordenadora); Secretaria de Estado de Indústria e Comércio – SIC; Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento – SEGPLAN; Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH; Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Irrigação – SEAGRO; Secretaria de Estado de Infraestrutura – SEINFRA; Agência Goiana de Desenvolvimento Regional – AGDR; Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária do Estado de Goiás – EMATER; Agência de Fomento de Goiás – Goiásfomento; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG; Federação das Indústrias do Estado de Goiás – FIEG; Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG; Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado de Goiás – FETAEG; Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás – SEBRAE; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA; Universidade Federal de Goiás – UFG; Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC-Goiás; Universidade Estadual de Goiás – UEG; Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Goiânia.* PROJETO DESENVOLVIDO NO APL DA CERÂMICA VERMELHA DO NORTE DE GOIÁS – Período de 28 de dezembro de 2006 a 12 de maio de 2014 Objetivo do Projeto: Fomentar o segmento da cerâmica vermelha da Região Norte do Estado de Goiás a partir do emprego da metodologia de Arranjo Produtivo Local (APL), como forma de promoção do protagonismo local, da competitividade, da qualidade, da inovação e da preservação ambiental. Metas: • • • • • • • • • • Capacitação e treinamento gerencial, profissional e tecnológico Certificação dos produtos cerâmicos Desenvolvimento de pesquisa e caracterização da matéria-prima Expansão e acesso a novos mercados Fomento a formalização (tributária, mineral, ambiental e trabalhista) da cadeia produtiva de cerâmica vermelha do norte goiano Fomento a integração com outros elos da cadeia produtiva, principalmente relacionadas ao artesanato e ao meio ambiente Fortalecimento da cultura cooperativista/associativista para melhoria do processo produtivo Implantação da estrutura de tecnologia de informação Implantação, desenvolvimento e operação da rede cooperativa de aprendizagem interativa e inovação Otimização e controle de processos Resultados Relevantes do Projeto: Aumento da produtividade e da competitividade de micro e pequenas empresas de mineração; Promover a formalização (tributária, trabalhista, mineral e ambiental) dos empreendimentos; Agregar valor a bens minerais e racionalizar seu uso; Promover o desenvolvimento socioeconômico regional sustentável com base na mineração; - Melhorar as condições ambientais e de trabalho nos empreendimentos mineiros de pequeno porte; Valorização do capital social através da geração de emprego e renda e capacitação dos recursos humanos; Fixar o trabalhador na região de origem; Contribuir para diminuição das desigualdades sociais; Contribuir para consolidação dos Sistemas Estaduais de ciência, tecnologia e inovação; Promover a inclusão social e Fortalecimento do setor de APL. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 153 Instituições pioneiras e mais ativas no apoio a Arranjos Produtivos Locais no Estado e ao APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás: O SEBRAE-Go foi um das instituições pioneiras e mais ativas no apoio a Arranjos Produtivos Locais no Estado, com ações desde 2000. Desde o final de 2005 o SEBRAE-Go adotou a Gestão Orientada por Resultados (GEOR) para a condução de seus projetos finalísticos, entre os quais se inclui o apoio a APLs. De acordo com a metodologia do GEOR, desenvolvida pelo SEBRAE-NA, cada projeto, focado em um público alvo específico, estrutura-se em torno de um pacto entre um conjunto de instituições parceiras, com metas e orçamento definido. Seu objetivo é possibilitar a integração de ações e concentração de esforços de todos os parceiros, bem como uma maior eficácia dos projetos, com mensuração de seus resultados por meio de um sistema transparente de controle e avaliação. O SENAI-Go é uma instituição integrante do sistema FIEG (Federação das Indústrias do Estado de Goiás), cuja missão é “promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria” (www.senaigo.com.br). O foco da atuação do SENAI em APLs é a capacitação profissional técnica e gerencial, incluindo ações de formação, organização dos atores dos arranjos, assessoria técnica e tecnológica, incentivo ao cooperativismo e associativismo, otimização do processo produtivo e fortalecimento da comercialização dos produtos. O SENAIGo atua em APLs, de maneira pontual, basicamente em atividades de capacitação, desde 2001. O IFG – Instituto Federal de Goiás – Campus Uruaçu, é uma instituição de parceria consolidada junto ao APL da Cerâmica Vermelha desde o inicio dos trabalhos do PDP. No Campus foi criado o Curso Técnico em Cerâmica com laboratório para ensaios cerâmicos atendendo demanda do PDI do APL. A SECTEC é a secretaria de governo responsável pela execução da política de C.T&I no Estado. Foi o primeiro órgão da administração estadual, juntamente com a SIC, a atuar com o conceito de APL. Através do Fórum Nacional dos Secretários de C&T, ela participou ativamente, junto com o MCT e a FINEP, das discussões que resultaram no programa nacional de plataformas tecnológicas em arranjos produtivos locais. Concretamente, sua atuação se concentrou em três eixos: na ampliação do nível de organização dos atores nos arranjos; na implantação de infraestrutura tecnológica e na formação de recursos humanos. Houve, ainda, algum esforço no sentido de estimular e apoiar projetos cooperativos de desenvolvimento e difusão tecnológica e de inovação nos APLs. No primeiro eixo, onde se concentrou o maior volume de ações e esforços da secretaria, estão, sobretudo, atividades de organização e/ou reorganização de comitês gestores; a elaboração de Termos de Referência dos arranjos (semelhantes aos pactos entre os atores realizados pelo SEBRAE) e a coordenação do processo de elaboração dos PDPs. No segundo eixo a SECTEC atuou na articulação ou suporte a projetos de implantação de infraestrutura tecnológica em vários arranjos, envolvendo a estruturação de centros tecnológicos, construção e/ou aparelhamento de laboratórios e apoio a formação de redes. No terceiro eixo, destaca-se a ação da SECTEC junto a Universidade Estadual de Goiás (UEG), no sentido de estimular a criação/adaptação de cursos às necessidades de formação de recursos humanos dos arranjos. A SECTEC também é responsável pelo Centro de Educação Profissional – CEP, onde na região norte está o CEPP – Centro de Educação Profissional de Porangatu, com parceria atualizada com o APL da Cerâmica Vermelha. A SIC é o órgão do governo estadual responsável pela formulação e execução de políticas públicas voltadas para a promoção do desenvolvimento industrial, e de geração de emprego e renda no Estado. Atua desde 2000 no apoio a APLs em Goiás. A SIC é responsável, no PPA 2008-2011, por uma ação focada em APLs, denominada “Desenvolvimento local e extensão industrial e empresarial”, no âmbito do “Programa de Modernização Industrial”. Dentro de sua estrutura organizacional, a política para APLs é desenvolvida em duas áreas: a Assessoria Técnica e de Investimentos; e Gabinete Geologia e Mineração, esta última responsável pela atuação nos arranjos de base mineral. APLs em que a SIC atua como instituição principal APLs Município Polo Estágio de Organização 1. Açafrão de Mara Rosa Mara Rosa Articulado 2. Artesanato Mineral de Cristalina Cristalina Articulado Orizona Em Articulação 4. Mineral/Quartzito de Pirenópolis Pirenópolis Articulado 5. Cerâmica Vermelha do Norte Mara Rosa Articulado Goiânia Articulado 3. Cachaça da Estrada de Ferro 6. Orgânicos da Grande Goiânia e Silvânia No caso dos APLs de base mineral, seu apoio constitui a principal estratégia de fomento à pequena e média produção mineral como indutora do desenvolvimento econômico e social sustentável, no âmbito da política mineral do Estado. Para apoiar as MPEs nesse segmento, a SIC, através de sua antiga Superintendência de Geologia e Mineração (SGM), hoje, Gabinete de Geologia e Mineração (GGM) instituiu o Fundo de Fomento à Atividade Mineral, FUNMINERAL, com o objetivo de estimular as atividades de: I - prospecção e pesquisa mineral; II - aproveitamento das jazidas minerais; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 154 III - industrialização de bens minerais; IV - geração e difusão de tecnologias de prospecção, pesquisa, lavra, beneficiamento e industrialização de bens minerais; V - financiamentos de projetos e empreendimentos de prospecção, pesquisa, lavra e industrialização de bens minerais; VI - participação societária em empresas, objetivando alavancar empreendimentos de pequena e média mineração. No APL de Cerâmica Vermelha do Norte, a ação de extensionismo mineral, com a presença continuada de um consultor e técnicos, e com o suporte do Laboratório de Ensaios Cerâmicos da instituição, aliada a ação proativa da associação dos produtores (ASCENO-GO), tem provocado um forte envolvimento das empresas locais em um esforço de melhoras nas técnicas de gestão, processo produtivo, controle de qualidade e busca de certificação, além de pesquisa por novas matérias primas, fontes alternativas de energia e desenvolvimento de produtos com maior valor agregado. Além da ação direta nos APLs onde tem papel destacado na coordenação, a SIC tem um papel importante na articulação e viabilização de vários convênios com instituições federais, captando recursos federais para atividades de apoio a diversos arranjos: • Cerâmica Vermelha do Norte Disponibilização de consultor e técnicos para apoio ao trabalho coletivo e a realização de extensionismo mineral com foco no desenvolvimento de técnicas de gestão, controle de processo e controle de qualidade das empresas, e suporte do Laboratório de Ensaios Cerâmicos do GGM/SIC, tendo em vista o atendimento aos requisitos do PSQ/PBPQH/Habitat e a busca de certificação do INMETRO. Realização de pesquisa e desenvolvimento apoiando as firmas na busca de novas matérias primas e desenvolvimento de produtos com maior valor agregado. Apoio à participação em feiras comerciais e congressos do setor e disponibilização de financiamentos através do FUNMINERAL. A SEPLAN é o órgão responsável pelo planejamento, coordenação e suporte das políticas públicas do governo estadual. O foco de sua atuação nos APLs é na ampliação de sua capacidade competitiva e, por conseguinte, incremento da competitividade dos territórios em que eles estão inseridos, como mecanismo de redução das desigualdades regionais. Seu apoio está voltado, principalmente, para ações de fortalecimento institucional do arranjo - na promoção da integração, participação e comprometimento efetivo dos atores envolvidos no processo – e para ações de elevação do capital social, de democratização do acesso ao crédito e bens sociais, de preservação ambiental e de conexão com mercados. A política de desenvolvimento regional de Goiás é conduzida pela AGDR que tem seu foco limitado às regiões tradicionalmente consideradas atrasadas no Estado (as regiões norte e nordeste), além das regiões afetadas pela rápida expansão populacional, com formação e bolsões de pobreza, como o Entorno do DF e a região metropolitana de Goiânia (RGM). Tendências Futuras das Variáveis Provocadoras: Diante do quadro de consolidação das políticas de apoio aos Arranjos Produtivos Locais, mediante a organização e estruturação dos poderes públicos para atenderem às demandas crescentes dos setores organizados em arranjos setoriais, a expectativa atual é de que haja a continuidade de aplicação dos investimentos nos planejamentos de desenvolvimentos, bem como acentuar mais investimentos priorizando novos projetos de APLs. Considerando-se a situação atual do APL da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás diante do setor publico é esperado um considerável crescimento e desenvolvimento da classe industrial a médio e longo prazo. Rupturas Futuras das Variáveis Provocadoras: O sistema político, surgido na modernidade, e que predomina nos governos contemporâneos, demonstra que o papel das organizações políticas, primordialmente o do Estado, tem sido reestruturado para atender ao movimento dinâmico da sociedade. Isto vem de encontro também, com as politicas desenvolvidas através da consolidação dos processos de organizações de núcleos de empreendedores articulados em arranjos. O sentimento de possibilidade de ruptura futura nos processos de apoio institucional ao Arranjo Produtivo Local da Cerâmica Vermelha do Norte de Goiás bem como aos demais APLs surge mediante ao ano eleitoral em que estamos vivenciando, com as eleições a nível federal e estadual. Pois num passado próximo, mudanças de governo implicava significativamente mudança também nas diretrizes das políticas públicas, trazendo prejuízos a projetos e programas em franco desenvolvimento. Diante desta realidade, cabe ao Estado (através da organicidade governamental das politicas de apoio aos APLs) e à sociedade (atores locais, regionais e terceiros parceiros) exercerem papéis cruciais na definição de estratégias políticas e de poder que DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 155 legitimam o processo pelo qual se desenvolve a política pública. Neste embate, que deverá ser necessário travar, os interesses e as contradições, inerentes à dinâmica das relações entre governantes e governados, constitui o fundamento da construção política. Trata-se, pois, a política pública, de uma estratégia de ação, pensada, planejada e avaliada, guiada por uma racionalidade coletiva na qual tanto o Estado como a sociedade desempenham papéis ativos e é aqui que se enquadram os Planos de Desenvolvimentos dos projetos dos APLs que devem ser defendidos diante de uma possível ruptura da aplicação dos investimentos para os arranjos. Isto significa que a organização da sociedade por meio de instituições representativas (como é o caso da estrutura atual do GPT APL, RG APL e toda a cadeia de atores e parceiros constituídos nos APLs), possibilita um maior poder de pressão perante o Estado para que ocorra o atendimento ou a ruptura de demandas construídas pela própria sociedade em conjunto com o Estado e que porventura perdessem a prioridade. Definição de Hipóteses: 1. Se houver prioridade nos investimentos das políticas para o desenvolvimento dos arranjos produtivos, o setor cerâmico do norte de Goiás poderá se fortalecer. 2. A retração das políticas públicas em prol dos APLs poderá prejudicar o desenvolvimento do setor cerâmico do Norte de Goiás. 3. A possível perda do foco, de desarticulação, desinteresse ou falta de compromisso dos atores locais (ceramistas da Asceno-GO) nos relacionamentos institucionais acarretará ao setor a falta de prioridades da parte dos órgãos governamentais. Referências Bibliográficas: “Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil”, encomendado pelo BNDES à Fundação de Estudos e Pesquisas Sócio Econômicos-FEPESE, do Centro Sócio Econômico-CSE da Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. (BNDES, 2008). Site do MDIC www.mdic.gov.br Site do MME www.mme.gov.br Rede Brasileira de Informação de APLs de Base Mineral Rev. katálysis vol.14 no.1 Florianópolis Jan./June 2011. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 156 15. Buscar Legalização da Jazida (LEGALJAZ) Participantes: Mathias Heider (DIPLAM/DNPM) José Adalberto de Macedo (GGM –SIC/GO) Antonio Passos Rodrigues (GGM –SIC/GO) Tércio de Pina Barros (GGM –SIC/GO) Enir Sebastião Mendes (DTTM/SGM/MME) Elzivir Azevêdo Guerra (DTTM/SGM/MME) INTRODUÇÃO – APROFUNDAMENTO DA VARIÁVEL O atual código de mineração exige a legalização da extração das argilas, por ser um bem da União, por meio de diferentes regimes de aproveitamento das substâncias minerais: autorização e concessão, manifesto de mina e licenciamento. Porém, os instrumentos atuais são complexos, onerosos e trabalhosos para a pequena mineração, o que tem sido um dos motivos para constatação da existência da lavra ilegal no setor de cerâmica do norte de Goiás e sua realização sem levar em conta os critérios de sustentabilidade. A indústria de cerâmica vermelha no Brasil caracteriza-se como um segmento econômico expressivo e com ampla distribuição territorial. Estima-se um universo de cerca de 7.500 indústrias dedicadas ao setor de cerâmica e um grande número de unidades produtivas de argilas comuns (Figura.01). As argilas possuem baixo valor unitário e baixa densidade tecnológica e envolvem grandes volumes de produção. Dessa forma, as cerâmicas são impactadas pelo custo do transporte da matéria prima, cada vez mais a grandes distâncias, condicionando sua instalação o mais próximo possível das jazidas. Outros problemas são a grande variabilidade na qualidade do recurso e a concorrência desleal da produção ilegal. Dados do anuário estatístico de produção de não metálicos do MME (Ministério das Minas e Energia) estimam, em 2013, uma produção de cerca de 190 bilhões de peças cerâmicas no Brasil, demandando cerca de 180 milhões de toneladas de argilas (Tab.01). São gerados em torno de 293 mil empregos diretos e um faturamento da ordem de US$ 10 bilhões anuais. Na Fig.01 é possível visualizar a cadeia produtiva da cerâmica, importante fornecedora da cadeia da construção civil. Fonte: Espaço Tecnológico Alesp (2005) Figura 01: Cadeia Produtiva da Cerâmica Vermelha DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 157 Tabela 01: Consumo regional de Cerâmica no Brasil Fonte: SGM/MME, 2013 O fluxo produtivo da cerâmica, conforme resumido abaixo, é relativamente simples, mas com a adoção de melhorias em cada etapa, os ganhos podem ser bastante expressivos, aumentado a competitividade do setor. O grande crescimento do mercado da construção civil beneficiou muito as empresas do setor, com uma ampla elevação da demanda por produtos cerâmicos. Criou-se, assim, para muitas empresas, um ambiente de “zona de conforto”, mas numa situação de maior oferta e menor procura, as empresas menos competitivas serão duramente impactadas. O processo produtivo da cerâmica pode ser caracterizado da seguinte forma: • • • • Processo da matéria prima: coleta (mineração), sazonamento, estoque e mistura; Processo de beneficiamento: misturador, laminador e misturador; Processo de fabricação: extrusão, corte e prensa; Processo de queima e inspeção. LEGISLAÇÃO CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 1988 A Constituição Brasileira de 1988, incluindo a Emenda Constitucional n° 6, de 15 de agosto de 1995, destaca os seguintes pontos importantes para a MINERAÇÃO: • Os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da União; • As jazidas, minas e demais recursos minerais constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração e aproveitamento; • A pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante autorização ou concessão do Governo Federal, por brasileiro ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra; • Constituem monopólio da União: a pesquisa e a lavra de jazidas de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados; • Ao proprietário do solo é assegurada a participação nos resultados da lavra; • Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão competente; • Compete ao Congresso Nacional autorizar, em terras indígenas, a pesquisa e a lavra de recursos minerais; Compete ao Governo Federal legislar sobre jazidas, minas, outros recursos CÓDIGO DE MINERAÇÃO • • Os regimes de exploração e aproveitamento dos recursos minerais no País estão definidos e normatizados no Código de Mineração de 1967 (Decreto-lei n0 227, de 28/2/67), seu Regulamento e Legislação Correlativa, em. Código de Mineração conceitua e classifica as jazidas e as minas, estabelece os requisitos e as condições para a obtenção de autorizações, concessões, licenças e permissões, explicita os direitos e deveres dos portadores de títulos minerários, determina os casos de anulação, caducidade e revogação dos direitos minerários e disciplina o funcionamento das empresas de mineração. Dispõe sobre a competência da autarquia do Ministério de Minas e Energia, o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, na administração dos recursos minerais e na fiscalização da atividade mineral no País. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 158 • • • • • • Regimes de exploração e aproveitamento dos recursos minerais: Regime de Autorização - regula a fase da pesquisa mineral e precede ao Regime de Concessão (fase de lavra). Regime de Concessão - é pertinente à fase de lavra ou do aproveitamento industrial de jazida considerada técnica e economicamente explotável. Regime de Permissão de Lavra Garimpeira - regula o aproveitamento imediato de minerais garimpáveis, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa, segundo critérios fixados pelo Governo Federal; Regime de Licenciamento - regula o aproveitamento das substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, na forma in natura, e outras especificadas na lei, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa. Regime de Monopólio: A pesquisa e a lavra de jazidas de substâncias minerais objeto de monopólio estatal são regidas por leis especiais. CONCESSÃO DE LAVRA Regime de concessão de lavra A lavra é entendida, para fins do Regime de Concessão, como o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver até o beneficiamento das mesmas. Considera-se como mina a jazida em lavra, ainda que com atividade suspensa. Pedido de Concessão de Lavra O pedido de concessão de lavra é formulado em requerimento, dirigido ao Ministro de Minas e Energia, pelo titular da autorização de pesquisa ou seu sucessor. Na sua formulação devem ser atendidos os seguintes requisitos e condições básicos: • A habilitação à concessão de lavra é facultada, única e exclusivamente, a firmas individuais ou a sociedades constituídas sob as leis brasileiras, que tenham sede e administração no País e estejam autorizadas a funcionar como empresa de mineração; • A área pretendida para a lavra deve estar adstrita aos limites da área de pesquisa; A jazida objeto da lavra pretendida deve estar pesquisada, isto é, ter seu respectivo relatório de pesquisa aprovado, ou estar em disponibilidade para lavra, conforme declaração do DNPM; • Apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico da jazida ou Plano de Lavra - de responsabilidade de engenheiro de minas legalmente habilitado -, do cronograma de implantação do projeto de mineração, de plantas da área, e dos demais elementos de informação e prova exigidos pelo Código de Mineração; • Obtenção do prévio Licenciamento Ambiental, emitido pelo órgão ambiental competente; • Comprovação da existência de recursos próprios ou de financiamento para os investimentos previstos na implantação e operação da mina. Portaria de Lavra Satisfeitas as exigências legais e regulamentares, a concessão de lavra é outorgada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, através de Portaria de Lavra, a qual confere à empresa detentora do título os seguintes direitos e obrigações básicos: Direitos do Concessionário • Lavrar a jazida até a sua completa exaustão, em conformidade com o plano aprovado pelo DNPM e o licenciamento ambiental concedido pelo órgão competente, dispondo, sem qualquer ônus especial, a não ser os tributos gerais, do produto da lavra; • Transferir o título - pessoal e dotado de valor patrimonial - a outra empresa de mineração, pelo valor de mercado, ou onerá-lo, necessitando, para tanto, apenas da prévia anuência do Governo Federal; • Ter a proteção da Administração Pública contra qualquer ato que resulte em interrupção dos trabalhos de lavra, a menos que infringida a lei, ou que interesse público superveniente supere o da utilidade da explotação mineral. Neste último caso, o titular da concessão de lavra deve ser indenizado pelo Governo, conforme parâmetros fixados em lei. Obrigações do Concessionário • Iniciar os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do prazo de 6 meses, contados a partir da publicação da Portaria no Diário Oficial da União, salvo motivo de força maior, a juízo do DNPM; • Não interromper o trabalhos de lavra, uma vez iniciada a operação, por mais de 6 meses consecutivos, salvo motivo comprovado de força maior; • Lavrar a jazida de acordo com o Plano de Lavra aprovado pelo DNPM, confiando a direção dos trabalhos a engenheiro de minas legalmente habilitado no País; • Desenvolver a atividade de mineração de acordo com as normas de proteção ambiental estabelecidas no Licenciamento Ambiental; Promover a segurança e a salubridade; Recuperar a área lavrada de acordo com o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) aprovado pelo órgão competente. • Não suspender os trabalhos de lavra, sem a prévia comunicação ao DNPM, e manter a mina em bom estado, de modo a permitir a retomada das operações; • Não realizar “lavra ambiciosa”, conduzida sem observância do plano preestabelecido, ou efetuada de modo a impossibilitar o ulterior aproveitamento econômico da jazida; DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 159 • • • • • Extrair apenas as substâncias minerais constantes da Portaria de Lavra e comunicar ao DNPM a descoberta de outro bem mineral não incluído no título de concessão, inclusive minerais nucleares, solicitando aditamento; evitar o extravio das águas e drenar as que ocasionem prejuízos aos vizinhos; Proteger e conservar as fonte, bem como utilizar as águas segundo os preceitos técnicos, quando se tratar de lavra de jazida de águas minerais; Responder pelos danos e prejuízos causados a terceiros, resultantes da lavra; Pagar a participação do proprietário do solo nos resultados da lavra; Caducidade e Revogação da Portaria de Lavra • Caracterização comprovada de abandono ou suspensão definitiva da lavra; • Quando a concessionária, apesar das sanções de advertência ou multa, prosseguir nos descumprimento dos prazos de início ou reinicio da lavra; • Quando a concessionária, após multada por mais de 2 vezes no intervalo de um ano, continuar a descumprir as determinações da fiscalização; e • Por lavra ambiciosa ou de extração de substância mineral não compreendida na Portaria de Lavra, independentemente de sanções anteriores. MINAS MANIFESTADAS • A Constituição promulgada em 1934 estatuiu o conceito básico de separação da propriedade do solo da do subsolo, para o aproveitamento mineral. REGIME DE LICENCIAMENTO O regime de licenciamento é restrito e aplicável exclusivamente ao aproveitamento econômico das jazidas de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, de argilas utilizadas no fabrico de cerâmica vermelha, de calcário dolomítico empregado como corretivo de solos agrícolas e outros bens minerais especificados em lei, e independe de trabalhos exploratórios autorizados previamente pelo DNPM. • O licenciamento é facultado exclusivamente ao proprietário do solo ou a quem dele tiver expressa autorização, ficando o autorizado obrigado a pagar ao detentor da propriedade renda por ocupação do terreno e indenização pelos danos ocasionados ao imóvel, em decorrência dos trabalhos de mineração; • O interessado no licenciamento pode ser pessoa física de nacionalidade brasileira ou jurídica constituída sob as leis brasileiras e com sede no País; • O licenciamento, que é adstrito à área máxima de 50 hectares, depende da obtenção de licença específica, expedida pela autoridade administrativa local, no município onde se situar a jazida; de prévio Licenciamento Ambiental do órgão de meio ambiente competente; e da efetivação do competente registro no Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM. • O título do licenciamento será o extrato do registro da licença efetivado pelo DNPM publicado no Diário Oficial da União, e sem ele o interessado não pode iniciar os trabalhos de lavra; • O licenciado é obrigado a comunicar imediatamente ao DNPM a ocorrência de outra substância mineral útil, não compreendida no licenciamento, bem como a apresentar relatório anual de produção e comercialização; • O titular do licenciamento responde pelos danos causados ao meio ambiente; • DNPM poderá exigir, se julgadas necessárias em razão do potencial econômico da área, a realização de trabalhos de pesquisa e a apresentação de plano de aproveitamento da jazida; O cancelamento do registro de licença, e conseqüente perda do título, dar-se-á nos seguintes casos: • insuficiente produção da jazida, considerada em relação ao mercado consumidor; • suspensão, sem motivo justificado, dos trabalhos de extração, por prazo superior a seis meses; • extração de substâncias minerais não abrangidas pelo licenciamento, após advertência formal. • Após a publicação do cancelamento da licença, qualquer interessado poderá habilitar-se ao aproveitamento da jazida, sob regime de licenciamento, independentemente de autorização do proprietário do solo. • Convém ressaltar que o titular do Regime de Licenciamento tem o direito de optar pelos regimes de autorização de pesquisa e concessão de lavra se for do seu interesse. GUIA ORIENTATIVO PARA REGULARIZAÇÃO DA LAVRA DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 160 Figura 02 O fundamento de uma legislação com sustentação e que reflita as demandas dos diversos segmentos, interesses, direitos e deveres devem ter sua origem a partir da sociedade, como ilustrado na figura 02. A outra possibilidade é a retirada da figura, pois não havia nenhuma citação no texto. INTRODUÇÂO A regularização da atividade de mineração (lavra) atualmente pode ser feitas pelo regime de concessão de lavar ou licenciamento. Os passos necessários para a obtenção da CONCESSÃO DE LAVRA são: • • • • Verificar no DNPM se a área está livre (esta consulta pode ser feita nos sistemas SIGMINE e/ou CADASTRO MINEIRO, disponível em www.dnpm.gov.br). Se a área não estiver onerada, o alvará de pesquisa poderá ser requerido. Se a área estiver onerada, existe a possibilidade de buscar uma solução negociada com o detentor do direito minerário, podendo haver apoio do DNPM; Obtido o alvará, iniciam-se os trabalhos de pesquisa mineral. Até o vencimento do alvará deve ser apresentado ao DNPM um Relatório Final de Pesquisa (RFP) que deve conter os trabalhos realizados e o respectivo resultado (positivo ou negativo), visando sua aprovação. É importante frisar que durante a etapa de pesquisa, há uma série de exigências e obrigações que o minerador deve atender. Uma vez aprovado o RFP positivo, o minerador terá um prazo de um ano para requerer a lavra com o respectivo Plano de Aproveitamento Econômico (PAE). É importante o minerador estar atento às licenças ambientais (LP, LI e LO), além das exigências legais em nível federal, estadual e municipal. Uma outra modalidade de extração de argilas é o regime de LICENCIAMENTO, mais simplificado e que não exige a etapa de pesquisa mineral. Nesse caso, é necessária a autorização municipal, licenciamento ambiental e permissão do proprietário da área onde está situado o depósito de argila. A situação existente de informalidade na produção de argilas e complexidade na sua regularização favorece a implantação de um modelo de produção cooperativada, associativa ou até uma política de aquisição de argilas de procedência garantida e legalizada (fornecimento por terceiros). Algumas soluções que dizem respeito à forma de organização da produção em conjunto com adequação ou modificação de procedimentos da legislação mineral ou ambiental podem promover a legalização do aproveitamento da argila, como pode ser exemplificado a seguir: • • O DNPM através da atuação de sua superintendência em Santa Catarina, na região de Morro da Fumaça (SC), apoiou a formalização da extração de argilas com a COOPEMI (Cooperativa de Exploração Mineral), viabilizando a cessão horizontal da área, que estava onerada para carvão. A extração de argila foi regularizada e permitida até uma determinada profundidade, sem impactar o corpo carbonífero existente no local. Além disso, o DNPM faz um acompanhamento periódico da lavra, visando apoiar a produção e evitar o surgimento de impactos negativos na área. A Deliberação Normativa n° 74, de 2004, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam/MG), simplificou o processo de regularização ambiental ao estabelecer que, em alguns casos, bastaria a obtenção de uma autorização ambiental de DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 161 funcionamento (AAF). A medida beneficia os oleiros do Centro Oeste e Sul de Minas Gerais, que produzem até 12 mil toneladas de cerâmica ao ano. Aqueles com produção inferior a 2.400 toneladas/ano estão dispensados até mesmo da AAF. O dispositivo legal também isenta o micro produtor de custos para obtenção da autorização. ASPECTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÂO MINERAL BRASILEIRA PARA O CASO ESPECÍFICO A Constituição Federal estabelece: Art. 20 – São bens da União: IX – Os recursos minerais, inclusive os do sub-solo. Art. 176 – As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem a União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. §1º- A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixas de fronteira ou terras indígenas. Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, Bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. §2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. O Código de Mineração, Decreto-Lei nº227 de 28 de fevereiro de 1967, estabelece: Art. 1º- Compete a União administrar os recursos minerais, a indústria de produção mineral e a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais. Art. 2º - Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste Código são: I – regime de concessão, quando depender de portaria de Concessão do Ministro de Estado de Minas e Energia; II – regime de autorização, quando depender de expedição de alvará de autorização do Diretor Geral do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM; III – regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em obediência a regulamentos administrativos locais e de registro da licença no Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM; A Lei nº 6567, de 24 de setembro de 1978 dispõe: Art. 1º- Poderão ser aproveitadas pelo regime de licenciamento, ou de autorização e concessão, na forma da lei: III – argilas usadas no fabrico de cerâmica vermelha; Finalmente, a Lei nº 9605/1998 estabelece como crimes ambientais: Art. 55 – Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida. Pena: detenção de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo Único – nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente. REGIME DE LICENCIAMENTO x CONCESSÃO DE LAVRA O regime de licenciamento propicia a obtenção do direito minerário de maneira simplificada, ágil e menos onerosa, porém depende de autorização do superficiário e de licença da prefeitura municipal. Permite, ainda, o início imediato da lavra, sem a exigência de realização de pesquisa mineral prévia. Este regime jurídico é exclusivo para o aproveitamento das substâncias minerais abaixo discriminadas, conforme estabelece o Artigo 1º da Lei nº 6567: 1 - Ardósia, Saibros, Areias, Cascalhos, Granitos, Gnaisses, Quartzitos, Basaltos quando utilizados “in natura” para o preparo de agregados, brita, pedra de talhe e argamassa, e não se destinem, como matéria-prima para a indústria de transformação. 2 - Argilas empregadas no fabrico de cerâmica vermelha, ou seja, para a fabricação de tijolos, lajotas, telhas e manilhas rústicas, etc. 3 - Calcário empregado como brita e como pó para calagem de solos na agricultura. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 162 É importante salientar que todas as substâncias passíveis de requerimento pelo regime de licenciamento podem também ser requeridas pelo regime de autorização, conforme preconiza a Lei n° 8.982, de 24 de janeiro de 1995, que dá nova redação ao Art. 1° da Lei n° 6.567, de 24 de setembro de 1978, alterado pela Lei n° 7.312 de 16 de maio de 1985, com tamanho da área restrito a 50 ha. O regime de autorização e concessão independe da boa vontade do superficiário, e da prefeitura, porém é mais moroso e oneroso, exigindo a realização de pesquisa prévia, de Relatório de Pesquisa a ser apresentado ao DNPM para aprovação ou não, e de uma série de obrigações a cumprir, até a obtenção de Portaria de Lavra do Ministro de Estado de Minas e Energia, a partir da qual o minerador estará apto a iniciar sua lavra. Para os ceramistas, de um modo geral pequeno minerador, o regime de licenciamento é o preferido, e a necessidade de realização da pesquisa mineral surge de sua consciência de aproveitar a jazida de forma racional e de dotar seus produtos da qualidade exigida pelas normas, pelos órgãos fiscalizadores e pelos clientes. REQUERIMENTO DO REGISTRO DE LICENÇA JUNTO AO DNPM Os procedimentos para requerimento do Registro de Licença estão na Portaria Nº 266, DE 10 DE JULHO DE 2008, PUBLICADA NO DOU DE 11.7.2008. Uma síntese dos principais aspectos é abordada neste guia. QUEM PODE PLEITEAR O REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL? O REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL é concedido exclusivamente para: • O proprietário do solo (superficiário). • A quem obtiver expressa autorização do (s) superficiário (s) do solo. Para a pessoa física é necessária a comprovação da nacionalidade brasileira. QUE SUBSTÂNCIAS PODERÃO SER REQUERIDAS E QUAL A ÁREA MÁXIMA PERMITIDA? Neste regime poderão ser requeridas as seguintes substâncias minerais, numa área máxima de 50 ha: 1 - Ardósia, Saibros, Areias, Cascalhos, Granitos, Gnaisses, Quartzitos, Basaltos quando utilizados “in natura” para o preparo de agregados, brita, pedra de talhe e argamassa, e que não se destinem, como matéria-prima para a indústria de transformação. 2 - Argilas empregadas no fabrico de cerâmica vermelha, ou seja, para a fabricação de tijolos, lajotas, telhas e manilhas rústicas, etc. 3 - Calcário empregado como brita e como pó para calagem de solos na agricultura. INICIANDO O PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO DA ÁREA Para iniciar um processo de licenciamento é necessária a contratação de profissional legalmente habilitado (Geólogo, Engenheiro de Minas ou Técnico em Mineração) como Responsável Técnico pelo Memorial Descritivo da área. Esse profissional deverá ir até o local pretendido ao licenciamento, fazer um breve reconhecimento, e tomar as coordenadas geográficas dos limites pretendidos para o requerimento. Com as coordenadas do local, o segundo passo é verificar junto ao DNPM-GO se a área está desonerada (livre) para requerimento, caso positivo, inicia-se o processo de requerimento. Ressalta-se que a situação da área pode ser alterada a qualquer momento até o efetivo protocolo do requerimento no DNPM. DOCUMENTOS ESSENCIAIS Após a avaliação da situação da área junto ao DNPM, o interessado deverá providenciar alguns documentos essenciais para a formalização do processo: 1. AUTORIZAÇÃO DO SUPERFICIÁRIO DO SOLO • Declaração do(s) superficiário (s) constando que o imóvel onde se pretende lavrar o bem mineral é de sua propriedade (Modelo 1); ou DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 163 • Instrumento de autorização do(s) proprietário(s) para lavrar a substância mineral especificada e sua localização dentro do perímetro da propriedade (Modelo 2). 2. LICENÇA DA PREFEITURA O REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL depende da obtenção pelo interessado de Licença Específica e numerada, com data de expedição e vigência, concedida pela Autoridade Administrativa local do(s) município(s) onde se localiza a jazida a ser explorada, devendo constar na licença, no mínimo, as seguintes informações (Modelo 3): • • • • • • Nome do licenciado; Localização, município e estado em que se situa a área; Substância mineral licenciada; Área licenciada em hectares; Memorial descritivo ou descrição da área licenciada que permita sua localização, desde que conste, no mínimo, um ponto de coordenadas geodésicas, datum SAD 69 da área licenciada; Data da sua expedição. Quando a área pleiteada ao REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL se situar em mais de um município, a LICENÇA MUNICIPAL deverá ser obrigatoriamente obtida em cada uma das Prefeituras. COMO PROCEDE AO REQUERIMENTO JUNTO AO DNPM O registro de licença deverá ser pleiteado mediante formulário padronizado de pré-requerimento eletrônico, disponível para preenchimento no sítio do DNPM na internet, após o que deverá ser impresso pelo interessado para protocolização, na forma e prazo fixados na Portaria DNPM nº 268, de 27 de setembro de 2005. O requerimento impresso deverá ser protocolizado em 02 vias, junto ao 6º Distrito do DNPM, localizado a Rua 84, nº 593, Setor Sul, Goiania-GO, instruído obrigatoriamente, pelos seguintes documentos: I - em se tratando de pessoa física, comprovação da nacionalidade brasileira, ou, tratando-se de pessoa jurídica, comprovação do número de registro da sociedade no Órgão de Registro do Comércio de sua sede e do CNPJ; II – licença específica expedida pela autoridade administrativa competente do(s) município(s) de situação da área requerida; III - declaração de ser o requerente proprietário de parte ou da totalidade do solo e/ou instrumento de autorização do(s) proprietário(s) para lavrar a substância mineral indicada no requerimento em sua propriedade ou assentimento da pessoa jurídica de direito público, quando a esta pertencer parte ou a totalidade dos imóveis, excetuando-se as áreas em leito de rio; IV - planta de situação da área objetivada na forma estabelecida na Portaria DNPM nº 263, de 10 de julho de 2008. Mapa em escala 1:50.000 ou 1:100.000, mostrando uma visão de conjunto, relacionando a área requerida, Ponto de Amarração da poligonal da área, com as principais vias de acesso, rios, limites dos municípios, aglomerados urbanos, etc., conforme (Modelo 6). V - memorial descritivo da área objetivada na forma estabelecida na Portaria DNPM nº 263, de 10 de julho de 2008; VI - anotação de responsabilidade técnica – ART original do profissional responsável pela elaboração do memorial descritivo e da planta de situação; VII – plano de aproveitamento econômico, assinado por profissional legalmente habilitado, acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica, quando o empreendimento envolver desmonte com uso de explosivos ou operação de unidade de beneficiamento mineral, inclusive instalações de cominuição, excetuando-se peneiramento na produção de agregados; IX - procuração pública ou particular com firma reconhecida, se o requerimento não for assinado pelo requerente (Modelo 4); X - prova de recolhimento dos emolumentos fixados em Portaria do DNPM. XI – O Requerente dispensado da apresentação de plano de aproveitamento econômico fica obrigado a apresentar memorial explicativo das atividades de produção mineral, assinado por profissional legalmente habilitado (engenheiro de minas ou técnico em mineração), acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica, contendo, no mínimo, o método de produção mineral a ser adotado, suas operações unitárias e auxiliares, tais como, decapeamento, desmonte, carregamento, transporte, manutenção de equipamentos, construção de áreas de depósito de estéril e barramentos, escala de produção, mão de obra contratada, medidas de segurança, de higiene do trabalho, de controle dos impactos ambientais e de recuperação da área minerada e impactada. Deverão ser anexados à primeira via do requerimento original ou cópia autenticada dos documentos necessários. A declaração ou autorização do superficiário e a procuração deverá ter firma reconhecida em cartório. IMPORTANTE DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 164 • • • • • • • O memorial explicativo das atividades de produção mineral ou o plano de aproveitamento econômico, conforme o caso, deverá ser apresentado ao DNPM em uma via. Uma cópia desse memorial deverá ser mantida nas instalações da mina, tanto para nortear as operações de lavra, quanto para fins de fiscalização do DNPM. Após a análise final do requerimento pelo DNPM será encaminhada ao interessado, pelo Chefe de Distrito, com aviso de recebimento, uma DECLARAÇÃO de que o requerente se encontra apto a receber o título. Essa declaração deverá instruir o processo de requerimento da licença ambiental da área. O requerente deverá apresentar ao DNPM, no prazo de até 60 (sessenta) dias contados da data constante do aviso de recebimento da DECLARAÇÃO ou, se for o caso, da data de ciência nos autos, a licença ambiental de instalação ou de funcionamento, ou comprovar, mediante cópia do protocolo do órgão ambiental competente, que ingressou com o requerimento de licenciamento ambiental, dispensada qualquer exigência por parte do DNPM, sob pena de indeferimento do requerimento de registro de licença. O prazo de validade do título de licenciamento será limitado ao menor prazo de validade dentre aqueles previstos na licença específica expedida pelo município, na autorização do proprietário do solo ou no assentimento da pessoa jurídica de direito público. Na ausência de prazo de validade específico no documento, o prazo será considerado como indeterminado. A extração efetiva da substância mineral ficará condicionada à emissão do Registro de Licença pelo DNPM e à vigência da licença ambiental de funcionamento. A lavra somente poderá ocorrer dentro dos limites (coordenadas) constantes na licença ambiental. O vencimento da Licença Ambiental de Funcionamento implica na suspensão imediata das atividades de lavra pelo titular, exceto se houver comprovação, através de protocolo no órgão ambiental, de que a renovação da licença foi requerida no prazo de até 120 (cento e vinte dias) dias antes do término da sua vigência, conforme determinado no § 4º do art. 18 da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997. O QUE FAZER QUANDO A ÁREA ESTÁ ONERADA JUNTO AO DNPM? Em algumas situações é possível entrar em acordo com o titular da área e proceder a uma cessão de direitos minerários junto ao DNPM. Há ainda a possibilidade de proceder o desmembramento vertical da área. Cada situação deve ser avaliada por um profissional habilitado, que orientará sobre alternativa possível para a regularização da área. Compensação Financeira Pela Exploração De Recursos Minerais - CFEM A CFEM, instituída pela Lei No 7.990, de 28 de dezembro de 1989, é devida pelos detentores de direito minerários, em decorrência da exploração dos recursos minerais para fins de aproveitamento econômico. É calculado sobre o valor de 2% do faturamento líquido, considerado como tal o valor de venda do produto mineral, deduzidas os impostos incidentes na comercialização, bem como as despesas com transporte e seguros. Quando não ocorre a venda, porque o produto mineral é consumido, transformado ou utilizado pelo próprio minerador, considera-se então como valor para efeito de cálculo da CFEM, a soma das despesas diretas e indiretas ocorridas até o momento da utilização do produto mineral. Os recursos da CFEM são distribuídos da seguinte forma: 12% para a União, 23% para o Estado e 65% para o município produtor. Considera-se como município produtor àquele no qual ocorre a extração da substância mineral. Caso a área licenciada abranja mais de um município, deverá ser preenchida uma guia de recolhimento para cada município, observada a proporcionalidade da produção efetivamente ocorrida em cada um deles. O pagamento da Compensação Financeira deverá ser efetuado mensalmente até o último dia útil do segundo mês subsequente ao fato gerador, nas agências do Banco do Brasil, por meio da guia de recolhimento específica. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Licença de Instalação: autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambientais e demais condicionantes. Licença de Funcionamento: autoriza o funcionamento da atividade ou empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para o funcionamento. COMO REQUERER A LICENÇA AMBIENTAL A Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Goiás – SEMARH-GO é o órgão responsável pelo licenciamento ambiental de empreendimentos minerários do Estado. Além da SEMARH algumas Prefeituras Municipais credenciadas junto a SEMARH, podem licenciar atividades minerárias, de acordo com legislação específica. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 165 Para pleitear o licenciamento ambiental para a atividade minerária junto a SEMARH, o requerimento específico ao tipo de licença, deverá ser instruído com os seguintes documentos, conforme detalhado na Portaria SEMARH 010/2010: Licença de Instalação • Se o empreendimento já possuir licença anterior, apresentar cópia da mesma; • Em se tratando de pessoa física, cópia da CI e CPF ou, tratando-se de pessoa jurídica, cópia do Contrato Social e do CNPJ; • Comprovante de quitação da taxa (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais - DARE); • Publicações (Originais), conforme Resolução CONAMA 006/86; • Certidão de Registro do Imóvel (inteiro teor) emitida em até 90 dias, referente a toda a área do empreendimento, com averbação da Reserva Legal. Caso a propriedade não possua Reserva Legal averbada ou necessite relocá-la, deverá ser apresentada declaração do empreendedor e/ou responsável técnico de que a área do empreendimento mineral não interfere em reserva local. Caso haja interferência, apresentar documento de comprovação de relocação da reserva legal, atendendo a legislação vigente; • Certidão de Uso do Solo ou Licença específica expedida pela autoridade administrativa competente do(s) município(s) onde se desenvolverá a atividade; • Certidão da Concessionária de Abastecimento Público do Município ou da Prefeitura Municipal, declarando se o manancial é ou não de abastecimento público, para atividades que envolvam diretamente o manancial. Para as demais, deverá ser apresentada a Declaração do tipo de abastecimento de água e coleta de esgoto do Empreendimento; • Procuração pública ou particular com firma reconhecida, se o requerimento não for assinado pelo Empreendedor; • Mapa de detalhe conforme Anexo II desta Portaria. • Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) referente aos Mapas e estudos ambientais (RCA/PCA). • Croqui de acesso ao local do empreendimento, quando situado em zona rural; • Protocolo do requerimento da Licença de Exploração Florestal, quando for o caso, acompanhado de mapa georreferenciado; • Declaração de Regularidade junto ao DNPM/MME. No caso do regime de Autorização de Pesquisa, o processo deverá estar na fase de requerimento de lavra ou com solicitação de Guia de Utilização, informação que deverá constar na Declaração; • Planta de situação conforme memorial descritivo aprovado pelo DNPM; • Para Empreendimentos minerários cujas atividades se desenvolverão dentro de reservatórios de usinas hidrelétricas ou de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH´s), já implantados, deverão apresentar a anuência da empresa concessionária, constando as coordenadas do local do empreendimento; • Para empreendimentos que contemplem mais de um processo junto ao DNPM, apresentar adicionalmente, planta de situação única, georreferenciada, na escala1:50.000, constando a delimitação de todas as poligonais aprovadas no DNPM, devidamente identificadas e delimitação da área a ser licenciada. • Plano de Controle Ambiental e Relatório de Controle Ambiental, elaborado por técnico habilitado segundo as diretrizes da Portaria SEMARH 010/2010; • A explotação de minerais de emprego direto na construção civil, por órgãos da administração direta e autárquica do Estado e dos Municípios, para uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, poderá ser objeto de Registro de Extração no DNPM, nos termos do Decreto 3.358/2000. Neste caso específico, é dispensada a apresentação dos documentos relativos ao DNPM no requerimento inicial das licenças ambientais de instalação e funcionamento, junto a essa Secretaria. A cópia do Registro de Extração deverá ser protocolada ao processo de licenciamento ambiental, no prazo máximo de 15 dias, contados da data de expedição pelo DNPM. Licença de Funcionamento: • Cópia da Licença de Instalação; • Comprovante de quitação da taxa (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais - DARE); • Publicações (Originais), conforme Resolução CONAMA 006/86; • Certidão de Registro do Imóvel (inteiro teor), referente a toda a área do Empreendimento, com averbação da Reserva Legal. Caso a propriedade não possua Reserva Legal averbada ou necessite relocá-la, deverá ser apresentada declaração do empreendedor e/ou responsável técnico de que área do empreendimento mineral não interfere em reserva local. Caso haja interferência, apresentar documento de comprovação de relocação da reserva legal conforme legislação vigente; • Cópia da Portaria de Lavra e/ou Registro de Licença (ou de sua publicação no Diário Oficial da União) e/ou Declaração do DNPM/MME constando a solicitação da Guia de Utilização, conforme o caso; • Relatório de Controle Ambiental – RCA detalhando a situação de implantação do empreendimento, com destaque para as medidas mitigadoras; • Empreendimentos que contemplem mais de um processo junto ao DNPM, apresentar adicionalmente, planta de situação única, georreferenciada, na escala 1:50.000, constando a delimitação de todas as poligonais aprovadas no DNPM, com a identificação e delimitação da área a ser licenciada. Deverá ainda ser informada a situação ambiental atual das áreas DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 166 relativas aos processos DNPM onde não haverá atividade no período de vigência da licença de funcionamento, incluindo relatório fotográfico. Renovação de Licença de Funcionamento: • Cópia da Licença de Funcionamento anterior; • Comprovante de quitação da taxa (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais - DARE); • Certidão de Uso do Solo ou Licença específica expedida pela autoridade administrativa competente do(s) município(s) atualizada onde se desenvolverá a atividade; • Certidão da Concessionária de Abastecimento Público do Município ou da Prefeitura Municipal, declarando se o manancial é ou não de abastecimento público, para atividades que envolvam diretamente o manancial. Para as demais, deverá ser apresentada a Declaração do tipo de abastecimento de água e coleta de esgoto do Empreendimento; • Publicações (Originais), conforme Resolução CONAMA 006/86; • RCA – Relatório de Controle Ambiental das medidas efetivamente implantadas e aquelas que deverão ser implantadas durante o período de vigência da licença com respectivo cronograma; • Procuração pública ou particular com firma reconhecida, se o requerimento não for assinado pelo Empreendedor; • Atualização do mapa de detalhe georreferenciado conforme o Anexo II desta Portaria; • Anotação de Responsabilidade Técnica - ART referente ao Mapa e RCA; • Demais documentos constantes nos Art. 2º desta Portaria cujo prazo de validade estejam vencidos ou que não tenham sido apresentados anteriormente; • Cópia do título minerário definitivo expedido pelo DNPM, de acordo com o regime de exploração (Registro de Licença ou Portaria de Lavra); • Declaração de Regularidade se houver alteração de processo junto ao DNPM; • Para processos sob Regime de Autorização de Pesquisa junto ao DNPM, na fase de pesquisa com guia de utilização, apresentar Declaração de Regularidade do DNPM constando a solicitação da renovação da Guia de Utilização e Cópia da Guia de Utilização anterior. IMPORTANTE A renovação da licença de funcionamento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva da SEMARH. A Licença de Exploração Florestal será exigida sempre que houver necessidade de desmatamento tanto para a instalação quanto para a ampliação do empreendimento. A instalação e o funcionamento de empreendimentos minerários com intervenção em APP devem atender a Resolução CONAMA 369/06 e dependem da aprovação do órgão licenciador. LICENCIAMENTO DA INDÚSTRIA CERÂMICA • • • • • • • • • • • • • • Requerimento Modelo da SEMARH; Taxas de Instalação e Funcionamento; Certidão de Uso do Solo, emitida pela Prefeitura Municipal; Procuração, se for o caso; Declaração da Prefeitura Municipal ou da Concessionária de Abastecimento Público do Município quanto ao abastecimento de água e coleta de esgoto na Indústria Cerâmica; Certidão de Registro de Imóvel, inteiro teor, constando a averbação da Reserva Legal da propriedade; Contrato de arrendamento, se for o caso; Mapa da propriedade onde insere-se o empreendimento, com a localização da indústria, delimitando a Reserva Legal e APPs; Publicações conforme Resolução CONAMA 006/86; Croqui de acesso detalhado; Certificado de Consumidor de lenha em vigor; Contrato social e CNPJ; CPF e Identidade do sócio que assina o requerimento ou do procurador; Memorial de Caracterização do Empreendimento, acompanhado da planta baixa e fotos. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 167 MODELO 1 DECLARAÇÃO DE PROPRIEDADE Eu, ---------------------------------------------------------------------------------, brasileiro, casado, agropecuarista, portador do CPF (MF) nº ------------------------------, estabelecido na Rua ------------------------------------------------------, nº --------- Setor-----------------------------, na cidade de --------------------------, no Estado de ------------------------------------, DECLARO para os devidos fins, que sou proprietário do imóvel rural denominado de Fazenda ----------------------------------------------, localizada na zona rural do município de -------------------------------------, no Estado de --------------------------------------. ---------------------------, ------ de --------------------------- de 20----. ------------------------------------------------------------Nome DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 168 MODELO 2 AUTORIZAÇÃO Eu, --------------------------------------------------------------------------, portador do CPF (MF) nº ---------------------------, residente e domiciliado na Rua -------------------------------------, nº -----------, Setor ------------------------------------, na cidade de -------------------------------, no Estado de -------------------------, por este instrumento, autorizo o Sr. (ou empresa) ------------------------ -----------------------------------------------, com CPF nº ------------------------ , a explorar a substância mineral -------------------------------, pelo prazo de ------------- anos, numa área de --------- ha, no lugar denominado Fazenda ----------------------------------------------------, de minha propriedade situada no município de ------------------------------------------------------ no Estado de Goiás. -------------------, ----- de -----------------------de 20- ------------------------------------------------------------Nome DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 169 MODELO 3 PREFEITURA MUNICIPAL DE ----------------------------------------------- LICENÇA Nº __________/20___ O prefeito Municipal de ---------------------------------------------- no Estado de Goiás, no uso da competência de que trata o art. 3º, da Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978, obedecidas às disposições constantes na Portaria N° 266, de 10/07/2008, publicada no DOU em 11/07/2008 e da Portaria Nº 564 de 19/12/2008 publicada no DOU em 23/12/2008, do Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral, do Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, resolve licenciar o Sr./Empresa -------------------------------------------------------------------------------------, brasileiro, casado, CPF/CNPJ nº -------------------------, residente/estabelecida na Rua ----------------------------------------, nº-----------, Setor --------------------------------------- em ---------------------------------------, no Estado de -----------------------------, para extrair a substância mineral ------------------, pelo prazo de ------------- anos, numa área de ------- ha, localizada na zona rural deste município, no lugar denominado Fazenda -------------------------------------------------------, cujo imóvel é de propriedade Sr. ------------------------------------------------------------------. conforme memorial descritivo a seguir, Datum SAD-69. COORDENADAS GEODÉSICAS DOS VÉRTICES VÉRTICE LATITUDE LONGITUDE 01 02 03 04 05 ---------------------, -------- de ---------------------------- de 20_ ________________________________ Prefeito Municipal / Secretário do Meio Ambiente DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 170 MODELO 4 INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROCURAÇÃO OUTORGANTE: _____________________________, EMPRESA PRIVADA/PESSOA FÍSICA, INSCRITA NO CNPJ/CPF Nº ___________, COM SEDE NO ENDEREÇO _______________________________________________________. OUTORGADOS: ---------------------------------------------------------------------------, brasileiro, casado, (PROFISSÃO), domiciliado à Rua ---------------------- nº-------, Setor ---------------------------, na cidade de ---------------------------------------, no Estado de --------------------. CEP: ----------------------, portador da carteira de identidade, nº----------------------------, CPF nº ----------------------. PODERES: ESPECIAIS PARA REPRESENTAR O OUTORGANTE PERANTE O DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL – DNPM, SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS – SEMARH-GO, QUALQUER ÓRGÃO AMBIENTAL DO ESTADO DE GOIÁS, CONFEA/CREA EM TODAS AS SUAS CIRCUNSCRIÇÕES, SANEAGO, IBAMA, PREFEITURAS MUNICIPAIS OU PERANTE OUTRAS REPARTIÇÕES COMPETENTES PARA ASSUNTOS RELACIONADOS COM ESSES ÓRGÃOS, PODENDO ASSINAR REQUERIMENTOS DE REGISTRO DE LICENÇA, REQUERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA, REQUERIMENTO DE REDUÇÃO DE ÁREA, CESSÃO TOTAL E PARCIAL DE DIREITOS MINERÁRIOS APENAS COMO CESSIONÁRIO, REQUERER CADASTRAMENTO NESTES ÓRGÃOS, SOLICITAR PARCELAMENTO DE MULTAS, JUNTAR E RETIRAR DOCUMENTOS EM QUAISQUER DESTES ÓRGÃOS, PRESTAR ESCLARECIMENTOS E INFORMAÇÕES, PEDIR VISTAS DE AUTOS E PROCESSOS E OBTER CÓPIAS DE DOCUMENTOS CONSTANTES DE PROCESSOS EM TRAMITAÇÃO EM QUAISQUER DESTES ÓRGÃOS, ENFIM PRATICAR TODOS OS ATOS PERMITIDOS EM DIREITO QUE SE FIZEREM NECESSÁRIOS. COM VALIDADE DE 02 ANOS. Goiânia, de de 20. _____________________________________________ NOME DO OUTORGANTE DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 171 MODELO 5 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 172 MODELO 6 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 173 Figura 03: Fluxo Lavra Clandestina Figura 04: Fluxo apuração de lavra clandestina ADOÇÃO DE UM MODELO DE LAVRA COOPERATIVADA COMO OPÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DA EXTRAÇÃO DE ARGILAS DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 174 a) REGULARIZAÇÃO DA LAVRA DE ARGILAS (para passos a seguir para regularização, ver item INTRODUÇÃO do GUIA ORIENTATIVO PARA REGULARIZAÇÃO DA LAVRA). b) LAVRA E PREPARAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA Segundo os relatórios do Plano Nacional de Mineração, predominam empreendimentos de pequeno porte no setor, com escala de produção variando de 1 mil a 20 mil t/mês. Em parcela significativa das minerações, a lavra é realizada sem planejamento adequado e muitos pequenos empreendimentos são conduzidos de maneira precária, com práticas artesanais e sem o devido controle técnico das operações. De modo geral, a mineração de argila carece de investimentos em modernizações tecnológicas e gerenciais necessárias ao aprimoramento do sistema de produção envolvendo a pesquisa mineral, a lavra e o beneficiamento. Isso acarreta deficiências e grande variabilidade na qualidade das matérias primas, prejudicando a competitividade de toda a cadeia produtiva. Ocorre, também, que parte dos empreendimentos opera de maneira informal ou em desacordo com a legislação mineral e ambiental, colocando em risco tanto o controle e a recuperação ambiental das áreas mineradas, quanto o próprio abastecimento das cerâmicas. Citamos abaixo, os principais problemas na lavra de argilas: • Fácil acesso dos clandestinos ao mercado/lavra ilegal; • Falta de caracterização tecnológica da argila; • Pesquisa e lavra de outras substâncias minerais em áreas com potencial para argilas; • Baixa produtividade da lavra (ociosidade de equipamentos e paradas não programadas); • Processo de lavra inadequado (pesquisa mineral insuficiente ou nula) “garimpão de argila” e lavra predatória técnicas inadequadas e baixa recuperação da jazida; • Falta de conhecimento dos depósitos de argila (formato, extensão e distribuição dos corpos, reservas totais, qualidade e tipos dos contaminantes) menor recuperação da jazida; • Escala de produção baixa com alto custo de produção; • Pequenas e médias mineradoras não garantem o fornecimento de matéria prima homogênea na lavra e nos estoques impactos em todo o fluxo produtivo da cerâmica; • Foco no custo da argila, em detrimento de sua qualidade; • Impactos e passivos ambientais; • Jazidas cada vez mais distantes das indústrias cerâmicas, elevando o custo do frete (Mina/Cerâmica) elevação do custo final de produção da cerâmica; • Ausência de Plano Diretor de Mineração local/regional e inserção da mineração nos Planos Diretores Municipais perda de áreas de extração de argilas para ocupação urbana e outras atividades econômicas; • Competição com atividades ligadas à agricultura e pecuária; • Reação das comunidades locais. Figura 05: Pressões na lavra de argilas c) MINA “COOPERATIVADA” E CENTRAL DE MASSAS Uma importante tendência mundial no setor cerâmico é a profunda alteração no modelo de fornecimento de matéria prima, com a valorização das “Centrais de Massa”, que garantem um fornecimento de argilas com qualidade conhecida. No Brasil, devido à pulverização e porte das minas, a qualidade da argila é muito heterogênea, ocorrendo inclusive a situação de argilas de alta DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 175 qualidade sendo utilizadas em peças cerâmicas de baixo valor agregado, o que constitui uma enorme fonte de desperdício. Apesar da ampla disponibilidade de matéria prima, essa vantagem competitiva não é devidamente potencializada pelo setor no Brasil. A formulação da massa é feita geralmente de forma empírica pelo ceramista, envolvendo a mistura de uma argila “gorda”, caracterizada pela alta plasticidade, granulometria fina e composição essencialmente de argilominerais, com uma argila “magra”, rica em quartzo e menos plástica, que pode ser caracterizada como um material redutor de plasticidade e que permite a drenagem adequada das peças nos processos de secagem e queima. Busca-se por meio dessa mistura, a composição de uma massa que tenha algumas funções tecnológicas essenciais, tais como: Plasticidade: propiciar a moldagem das peças; Resistência mecânica à massa verde e crua: conferir coesão e solidez às peças moldadas, permitindo a sua trabalhabilidade na fase pré-queima; Fusibilidade: favorecer a sinterização e, conseqüentemente, a resistência mecânica e a diminuição da porosidade; Drenagem: facilitar a retirada de água e a passagem de gases durante a secagem e queima, evitando trincas e dando rapidez ao processo produtivo (na queima); Coloração das peças: atribuir cores às cerâmicas por meio da presença de corantes naturais (óxidos de ferro e manganês), aproveitando as características da argila. Devido ao desconhecimento acerca da matéria prima e à falta de homogeneidade na sua formulação, há uma série de impactos ao longo do processo produtivo, com elevação dos custos e queda de qualidade. Um “mix” de massas com diferentes argilas permitiria uma ampla flexibilidade na produção de diversos tipos de cerâmicas, de acordo com as condições e necessidades de mercado, garantindo um amplo fornecimento de matéria prima devidamente certificada (com possibilidade de rastreamento da procedência da produção, favorecendo as minas regularizadas). Processos como sazonamento também teriam uma contribuição para a melhoria da qualidade da matéria prima. Um novo modelo de fornecimento de argilas e implantação de centrais de massa representa uma resposta adequada, competitiva e sustentável para as empresas de cerâmica no Brasil. Diante da tradição vigente desde o final do século XIX, de uma produção sem o devido controle legal, ambiental e social, uma mudança de paradigma torna-se cada vez mais viável e necessária. Para iniciar esse processo de mudança, é necessário fazer um diagnóstico da situação atual da produção de argila, avaliando todas as áreas produtoras de argilas e suas características (nível de produção, reservas, qualidade da matéria prima, distância da região produtora, etc). A central deverá compreender um conjunto de operações relativamente simples envolvendo etapas como: recebimento/classificação das argilas, definição da pilha de estocagem, sazonamento, cominuição, homogeneização, mistura de diferentes tipos de argilas (composição de massas) e formação de lotes (certificados) de matérias-primas. Dessa forma, serão formados lotes com misturas dosadas prontas para cada cerâmica, visando atender da melhor forma possível, seu mix de produção (telhas, blocos, tubos etc). Com esse novo modelo de produção, viabiliza-se a contratação de pessoal especializado e a introdução de técnicas mais modernas de extração, que possibilitam e viabilizam uma maior escala de produção, com menor custo e melhor qualidade. Figura 06: Situação atual do modelo de fornecimento de argila DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 176 Na busca de maior competitividade, cada vez mais as empresas focam sua atividade principal que é a fabricação das peças cerâmicas. O modelo de central de massa é bastante vantajoso: • • • • • • • • • • • • • • Maior escala de produção por mina (formalizada e legalizada); Planejamento de lavra/conhecimento geológico e melhor uso futuro da área; Melhoria da qualidade da matéria prima; Menor impacto ambiental e menor custo de recuperação da área minerada; Melhor alocação dos recursos humanos e uso compartilhado de pessoal especializado (geólogos, engenheiros, consultores, etc); Menor custo de frete da argila (Mina-Cerâmica); Menor custo de investimento total e de produção (CAPEX e OPEX) na mina; Melhor alocação e uso de equipamentos (caminhões e pás-carregadeiras, etc); Menor estoque de peças de reposição dos equipamentos da mina; Fornecimento de matéria prima na medida da necessidade da cerâmica (Just in time) menor necessidade de capital parado com estoques e maior organização do pátio de estocagem; Maior poder de barganha na compra de peças, equipamentos e insumos da mina; Blendagem de argilas diferentes, maximizando o aproveitamento das reservas locais; Maiores possibilidades de blendagem, inclusive viabilizando o aproveitando de outros materiais (resíduos de rochas, argilas menos nobres, etc); Foco na produção cerâmica (o ceramista passa a ter garantia de qualidade da matéria prima e pode atuar somente no processo produtivo das peças cerãmicas); Falando em qualidade e seus custos, existe uma questão importante no fluxo produtivo da cerâmica: os custos da má qualidade estão sendo medidos e combatidos nas cerâmicas? Culturamente, esses custos se tornaram invisíveis e aceitáveis como se fossem parte do processo produtivo, sem qualquer avaliação ou mensuração dos impactos. Existem ainda outras questões: Qual o impacto da qualidade da matéria prima nesta perda? Quais foram as causas dessa perda? Quais são os processos críticos? Como atuar visando reduzir estes impactos? Abaixo, as respostas: • • • • • • • • Mensurar os custos da má qualidade (em termos de valor e quantidade) em todas as etapas produtivas; Identificar as causas e atuar corretivamente (Diagrama Causa Efeito, Diagrama 6 M ou Espinha de Peixe): estratificar as causas da má qualidade (método, mão de obra, máquina, meio ambiente, etc), analisando as principais (aplicação do Diagrama de Pareto); Fazer controle de processo (CEP) para os principais etapas e processos críticos; Definir e gerenciar indicadores de desempenho; Treinar as equipes de trabalho; Definir indicadores de ecoeficiência (gasto com energia, insumos, desperdícios, etc); Seguir as normas de qualidade setoriais e as normas ISO 9000, 14000, etc (ABNT); Atender a normatização de cada tipo de produto. Para exemplificar, temos o processo de conformação das peças (extrusão), que é afetado por diversas variáveis. Das mais impactantes, podemos citar: qualidade e umidade da massa; temperatura e pressão de extrusão; características da boquilha; diâmetro, passo e rotação da hélice e vácuo. Em todo processo produtivo da cerâmica, uma matéria prima com qualidade conhecida e assegurada tem uma importante parcela na qualidade final do produto e seu custo final. Variáveis que provocaram as evoluções Políticas públicas para a pequena mineração apoio e estímulo ao processo de legalização. Reconhecimento da importância da pequena mineração e da atividade de cerâmica vermelha no contexto local, regional e elo da cadeia produtiva da construção civil. Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) critérios legais, ambientais e econômicos. Na questão legal, o fator LEGALIZAÇÃO DAS JAZIDAS é diretamente associado a sustentabilidade legal. Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013) Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade com procedência legal visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções Definir a lavra de argila legalizada como atividade estratégica e de utilidade pública geração de emprego/renda, polos de desenvolvimento e garantia de materiais à cadeia da construção civil. Complexidade do atual Marco regulatório (e do novo marco em discussão no Congresso prazos, custos, formalidade). DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 177 Disseminação da GU (Guia de Utilização) para legalização da extração durante a fase de pesquisa mineral). Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente. A redução das reservas de argilas de qualidade simplificação da complexidade elevará a oferta de novas jazidas. Novo Marco regulatório da Mineração. Novos competidores em novas/outras regiões no setor de cerâmica maior sustentabilidade e maior competitividade. Valorização da Sustentabilidade. Maior impacto da licença social e atuação das comunidades afetadas. Pressão da sociedade e das comunidades pela lavra legal recolhimento dos tributos e taxas e ações de responsabilidade socioambiental. Lavra cooperativada de argila redução de custos, otimização das reservas. Contextualização desta questão O Governo Federal dentro de sua linha de ação (Plano Plurianual - PPA) colocou a valorização da pequena e média mineração em destaque, apoiando programas de regularização e formalização em destaque, bem como o fortalecimento dos APLs de base mineral. Desta forma, o setor de cerâmica vermelha ganha um destaque, pela expressiva produção de argilas no Brasil. É o 4º bem mineral mais produzido em quantidade (depois do Minério de ferro e Agregados). Devido ao fato da cerâmica ser uma atividade centenária, criou uma cultura de extração de argilas sem a sustentabilidade legal, além da abundância associada com falta de fiscalização, facilitando a extração ilegal. Esta variável também é crítica, pois a complexidade do Marco Regulatório (mineral e ambiental) resulta em um alto índice de ilegalidade e informalidade desta atividade. É necessário disseminar boas práticas no que tange a legalização da extração de argilas estimulando o processo negocial (DNPM, titulares de direitos minerários e mineradores de argilas) com a adoção de mecanismos como a cessão de áreas (vertical e/ou horizontal) para a pequena e média empresa de mineração, apoiando e intensificando seu papel na inclusão produtiva e social. Dentro do código atual, há mecanismos que podem e devem ser incentivados para apoiar o segmento da pequena e média empresa de mineração. Variáveis que provocaram as evoluções Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) simplificação do Marco apoio a pequena empresa de mineração Oneração de áreas para grandes mineradoras novos mecanismo de ação para cessão de áreas. Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes). Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013). Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente. A redução do número das áreas exploráveis de argila de várzeas e necessidade de reposição das reservas em distância econômica. Novo Marco regulatório da Mineração. Novos competidores em novas/outras regiões maior sustentabilidade e maior competitividade Elevação dos custos de produção devido a maior distância das áreas de extração de argilas dos pólos produtores de cerãmica. Ruptura Futura da variável Maior poder de regulação e atuação do DNPM. Independente da disponibilidade de um título minerário, o DNPM tem como prerrogativa, atuar no sentido de garantir um fluxo de fornecimento de matérias primas para sustentabilidade da atividade de produção de cerâmica, garantindo a geração de emprego e renda e apoiar o desenvolvimento local. Novo Marco Regulatórios introdução maiores mecanismos de intervenção e regulação do Estado e apoio ao setor de agregados e argilas (evitar entraves diversos / simplificação dos procedimentos de legalização do setor). Disseminação da cessão horizontal de áreas, reequilibrando a disponibilidade de áreas de argilas maior fluxo de oferta de áreas para argilas. Estímulo a implantação de novas políticas públicas como a adoção de um SIMPLES MINERAL. Ruptura Futura da evolução da variável Encontra-se em andamento no DNPM a avaliação de ação mais forte no sentido de inibir que as empresas tenham total controle das áreas com o título minerário, apoiando o processo de formalização/regularização da atividade de extração de argilas, bem como um maior acesso as áreas com maior proximidade do polo produtor. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 178 Por outro lado, também deve ser estimulada e fortalecida a esfera negocial, com preferência que o DNPM atue como um agente moderador, estimulando mecanismos legais dentro do atual código como cessão e anuência de áreas que já se encontram oneradas. Disseminação da cessão horizontal de áreas: Fixação de limite em profundidade por superfície horizontal, de jazida preexistente, de acordo com o estabelecido no artigo 85 do Código de Mineração e Portaria do DNPM nº 248/1997. Vide Parecer DNPM 001/2000 e Portaria 248/97. Definição de Hipóteses da Variável Hipótese 1 Manter a atividade totalmente informal sem acesso a oportunidades de crescimento. Hipótese 2 Manter a atividade formal somente em algumas exigências da lei, limitando o acesso a credito e comercialização para entidades públicas. Hipótese 3 Manter a atividade totalmente formalizada com acesso a todos os meios de incentivo ao crescimento do negócio, criando competitividade e oportunidade e desenvolvimento SITES CONSULTADOS: Referências/sites consultados: www.anicer.com.br www.apicer.com.pt www.dnpm.gov.br www.mme.gov.br www.ibram.org.br www.almg.gov.br ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Arranjos Produtivos Locais e o Desenvolvimento Sustentado do Estado de São Paulo. São Paulo. 2005. SGM/MME – Brasil. Anuário Estatístico: Setor de Transformação Não metálicos, 2013, 97 p. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 179 19. Produtos substitutos - Novos Materiais (PSNM) Participantes: Belmonte Amado Rosa Cavalcante – Cerâmica Estrela Idelsonso Camargo Junior - Valorimex Edgard Más – Cerâmica Santo Antônio Bens complementares são bens que só quando utilizados em conjunto satisfazem a necessidade inerente. Por exemplo, a gasolina e um automóvel, só em conjunto satisfazem a necessidade de deslocação inerente; o hardware e o software de computador, só em conjunto satisfazem a necessidade de computação inerente, etc. Bem substituto ou sucedâneo é um bem que possa ser consumido em substituição a outro. Por exemplo, margarina e manteiga são em geral consideradas bens substitutos, uma vez que exercem basicamente a mesma função. Dada as definições acima, é interessante ver as relações de preços entre esses produtos. Por exemplo: café e açúcar. Esses são bens complementares, pois o açúcar é um incremento do café. Se o preço do café sobe, a demanda pelo mesmo cai e, consequentemente, a demanda por açúcar irá diminuir, dado que parte deste produto era destinada ao consumo complementar de café. No caso de bens substitutos, por exemplo: Carne de frango e Carne Bovina. Quando o preço da carne de bovina sobe, a demanda por carne de frango aumenta (produto alternativo e mais barato), se a demanda aumenta os preços da carne de frango também aumenta. PRINCIPAIS PRODUTOS SUBSTITUTOS DA CERÂMICA VERMELHA BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO SIMPLES COMPOSIÇÃO Cimento Portland, Agregados (areia, pedra, etc.) e água, sendo ainda permitido o uso de aditivos, desde que não acarretem prejuízo às características do produto. PRINCIPAIS REQUISITOS Aspecto Deve ser homogêneos, compactos e com arestas vivas, não Blocos de concreto DESCRIÇÃO: Elementos básicos para a composição de alvenaria (estruturais ou de vedação) apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento, resistência e durabilidade ou o acabamento em aplicações aparentes, sem revestimento. Se destinados a receber revestimento, devem ter a superfície suficientemente áspera para garantir uma boa aderência. Absorção de água Está diretamente relacionada à impermeabilidade dos produtos, ao acréscimo imprevisto de peso à parede saturada e à durabilidade. Modulação O processo de fabricação (mistura homogênea, prensagem, secagem e cura controlada), confere aos produtos grande regularidade de formas e dimensões possibilitando a modulação da obra já a partir do projeto, evitando-se improvisos e os costumeiros desperdícios deles decorrentes. MADEIRA Entre os diversos materiais destinados à construção civil, do ferro ao concreto armado, passando pelo plástico e o fibrocimento, somente a madeira reúne qualidades incomparáveis sob muitos aspectos, sobretudo o da sustentabilidade, para a construção que integra Homem e meio ambiente. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 180 Nos países europeus e da América do Norte, com forte tradição no uso da madeira como material de construção, os grandes centros populacionais desenvolveram-se com base nas construções de madeira, realizadas por artesãos habilidosos. Hoje, na maioria dos países, a construção tradicional se desenvolve em grandes massas de concreto e aço, descuidando-se, em muitos casos, do conforto térmico, muito especialmente do conforto acústico, além do aspecto ambiental. Mas também é atual a preocupação com o meio ambiente e com as mudanças climáticas que dominam as discussões nos fóruns de âmbito mundial. A Análise de Ciclo de Vida (LCA), principal ferramenta usada na aferição da sustentabilidade de um material, comprova de maneira convincente as vantagens ambientais das construções em madeira sobre alternativas como aço, concreto, plástico, entre outras. Entretanto, muita confusão tem sido produzida com relação ao uso de recursos florestais, como resultado do esforço de marketing feito pelas indústrias que fabricam produtos oriundos de fontes extrativistas, não renováveis. Elas tentam, equivocadamente, demonstrar que esses materiais apresentam vantagens ecológicas sobre a madeira. Entre os inconvenientes que mais têm sido apontados nas construções de madeira, que seriam responsáveis pela sua suposta menor durabilidade, estão o ataque de agentes biológicos (fungos e insetos) e a ação do fogo. Mas felizmente preconceitos não resistem a fatos. Segundo o pesquisador P.I. Morris (3) não foi difícil prever que o CCA proporcionaria uma vida útil satisfatória às madeiras, por ocasião de sua introdução nas normas americanas (AWPA – American Wood Protection Association – 1960), uma vez que já havia sido testado em campo durante 30 anos. Hoje em dia, continua Morris, novos produtos são adotados, em normas americanas, com base em três anos de ensaios de campo ou, o que é mais surpreendente, na Europa são aprovados com base apenas em ensaios de laboratório. Segurança ao fogo - A inflamabilidade e a resistência ao fogo não são determinadas exclusivamente pela composição química dos materiais, mas pelas proporções e pela relação da espessura. É curioso que o aço não inflama, mas a palha de aço é inflamável. Assim como o ferro pulverizado em contato com o ar apresenta propriedades explosivas. O risco de desabamento de um edifício em chamas é maior com materiais que não sejam madeira. A elevação da temperatura não tira a resistência da madeira. Ao contrário, até a aumenta um pouco devido retirada de umidade que induz uma contração da madeira. Por isso ocorre a contenção do fogo durante algum tempo. Esta resistência da madeira é de grande importância porque diminui a possibilidade de desabamento do imóvel. Em contrapartida, estruturas metálicas conduzem calor, tornam-se rapidamente incandescentes e dilatam. Esta reação do material conduz rapidamente ao desabamento. Outro fator a ser considerado é o papel dos produtos de madeira no ciclo de carbono da Terra, que normalmente não é levado em conta pela indústria de construção civil. As árvores convertem em madeira o CO2 da atmosfera, um dos mais importantes indutores do aquecimento global, permanecendo em sua estrutura. É o maior concentrador de carbono do planeta. As folhosas (eucalipto, por exemplo) armazenam 325-450 kg de carbono por metro cúbico; coníferas (como pinus) armazenam cerca de 250 kg de carbono por metro cúbico (4). Outro dado interessante: um hectare de floresta de Pinus, crescendo a uma taxa anual de 10 m³/ha (hemisfério norte) absorverá o carbono de uma coluna de ar, situada acima dessa área, com uma altura de 1,4 km, a cada ano. Produtos de madeira sólida, como peças de mobiliário, peças estruturais, sequestrarão quantidades expressivas de carbono do ar, aliviando a emissão de gases que propiciam o efeito estufa e que são decorrentes da queima de combustíveis fósseis. Dados sobre durabilidade e sustentabilidade, transferidos para o Brasil, confirmam as boas perspectivas para a indústria da construção civil de base florestal local. Há condições reais de atender a demanda habitacional existente com intensa participação da madeira de reflorestamento tratada. O Brasil tem cerca de seis milhões de hectares plantados com árvores dos gêneros Eucalyptus sp e Pinus sp, concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Esse material de reflorestamento também dispõe de certificações, como garantia de procedência correta. Sol abundante→ crescimento rápido→ ciclo curto→ elevado potencial de sequestro de carbono, são os termos de uma equação que, aliada ao uso de técnicas corretas de produção e de utilização, asseguram um empreendimento DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 181 empresarial bem-sucedido. Tecnologia vai a campo - Como as madeiras de reflorestamento não possuem, em geral, as mesmas características físico-mecânicas ou de durabilidade aos agentes biológicos apresentadas por algumas madeiras tropicais de crescimento lento, há necessidade do emprego de tecnologia correta para que delas se obtenha condições similares de desempenho e durabilidade. A norma brasileira ABNT NBR-7190 - Estruturas de Madeira, introduz as Categorias de Uso para utilização da madeira em função dos níveis de agressividade do meio ambiente a que estarão expostas. Como o texto normativo estava muito longo optou-se por transferir esse conceito para um novo projeto de norma, já em consulta pública na ABNT (Projeto nº 31:000.15-001-Preservação de Madeiras – Sistema de Categorias de Uso). Este novo documento explicitará as formas corretas de preservação da madeira para cada classe de uso, para que se obtenha a melhor relação custo/benefício para um processo construtivo. Estão previstos tratamentos preservativos que cobrem todas as classes de utilização, como os chamados processos industriais, realizados sob pressão em autoclave. A Montana química S.A., líder no mercado nacional de produtos para preservação de madeiras, dispõe de ampla linha de produtos preservativos e de acabamento preservativo, cujas características técnicas e de uso estão descritas em seu site www.montana.com.br. Fatores que favorecem o uso da madeira de reflorestamento tratada: • Pressão ecológica restritiva ao uso de madeiras nativas tropicais; • Menor consumo de energia na produção de madeira em relação ao concreto, alvenaria, aço, alumínio, plásticos; • Ciclo curto de exploração, aumentando o potencial de sequestro de CO2 da atmosfera; • Queda dos mitos sobre deficiências da madeira explorados pela concorrência; • Normas nacionais para produtos de madeira; • Mais e melhores conhecimentos silviculturais e de tecnologia na industrialização da madeira; • Demanda reprimida em função do número de pessoas que buscam melhor qualidade de vida. CRESCE A UTILIZAÇÃO DO GESSO NA CONSTRUÇÃO CIVIL A produção de gesso no Brasil ainda é pequena comparada a outros países A Chapada do Araripe é o berço de um dos minerais mais explorados no país, a gipsita, matéria prima para a produção de gesso. Ela ocupa uma área equivalente a 88 municípios de três estados nordestinos, Ceará (25), Piauí (46) e Pernambuco (17). Apesar da chapada está presente nestes estados, nem todos são produtores gesseiros. O gesso é utilizado de várias formas, atualmente é observado o uso deste produto na agricultura, nas indústrias de jóias, cerâmica, automotiva, na medicina, na odontologia, entre outras, mas é para a construção civil que a maior parte dos produtos são escoados, apresentando uma ótima relação custo-benefício. O Estado de Pernambuco é o maior produtor e um dos grandes responsáveis pela distribuição e fabricação deste precioso material, tais fatos se dão devido a sua reserva de gipsita que chega aos 2,8 milhões de toneladas, o que corresponde a 90% do gesso consumido em todo o país. O Pólo Gesseiro está localizado no epicentro do semi-árido nordestino e ocupa 8% do território pernambucano abrangendo cinco municípios (Araripina, Ipubi, Trindade, Bodocó e Ouricuri). Existem atualmente na região do Araripe cerca de 400 empresas, entre mineradoras, calcinadoras e fábricas de blocos e placas de gesso, por todas estas características econômicas e geográficas é que o pólo gesseiro está classificado como um Arranjo Produtivo Local (APL) nas esferas governamentais e institucionais, produzindo 2,8 milhões de toneladas/ano, gerando cerca de 12 mil empregos diretos e 60 mil empregos indiretos, sendo considerado uma base econômica de forte influência nacional. O uso do gesso é algo recente no Brasil. Anualmente são consumidos cerca de 13 kg de gesso por habitante, número pequeno comparado ao Estados Unidos que chega a utilizar aproximadamente 103 kg e a Europa com 75 kg. Um desafio constante deste setor é mostrar as vantagens de utilização do gesso que alia praticidade, versatilidade e segurança a custos inferiores ao dos produtos substitutos. Atualmente os empresários da cadeia produtiva gesseira sentem a necessidade de mostrar ao seu público-alvo que além da boa relação custo-benefício, citados acima, há outros fatores pouco conhecidos responsáveis pela alta utilização do gesso em outros países. Desta forma, foi possível enxergar uma oportunidade de ampliação do seu market-share através da oferta do Sistema Construtivo em Gesso, com o objetivo de oferecer um produto de qualidade, conforto e resistência igual ou superior ao encontrado no mercado. Foi então que por meio de uma parceria firmada entre Sindicato da Indústria do Gesso do Estado de Pernambuco (Sindugesso) e o Sebrae, firmou-se um convênio de cooperação técnica com o ITEP – Instituto de Tecnologia de Pernambuco para construção de um protótipo da casa de gesso, realização de ensaios nos produtos de gesso e no sistema construtivo e elaboração de um manual construtivo em gesso. Placa de Fibrocimento: A Melhor Opção em Fechamento de Paredes. O Fibrocimento é um composto natural feito de areia, cimento e fibras de celulose. A Steelbras utiliza esse moderno material para paredes internas e externas de todas as edificações. Benefícios do Fibrocimento: • Resiste a danos por impacto, humidade, temperaturas extremas e insetos. • Não sofre corrosão por água; não enferruja. • Não apodrece, entorta ou deforma; por isso é mais durável. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 182 • Não tóxico; é feito totalmente de materiais naturais. • Não inflamável; resiste a grandes temperaturas. • Baixo custo de manutenção; requer menos pintura que outros painéis e não precisa ser substituído tão frequentemente como painéis de outros materiais. Uso de Plástico na Construção por Leandro » 11/03/2009 - 18:15 Atualmente, diversos tipos de plásticos podem ser utilizados na construção para substituir com eficiência materiais tradicionais, como o alumínio das esquadrias, o gesso das molduras e a madeira dos revestimentos externos. Talvez a maior de suas vantagens seja o fato de que eles não enferrujam, além de requerer manutenção simples. Os principais tipos e suas aplicações são: • POLIURETANO Usos - molduras e perfis de acabamento, caixas d'água e drenagem de solo. Breve Descrição - Derivado do petróleo pela transformação do gás metano, é fácil de montar e resistente (essa resistência é tanto maior quanto a quantidade de poliuretano presente por área), o material permite desenhos elaborados em alto e baixo relevos, razão pela qual é possível confeccionar uma infinidade de modelos de molduras, sancas, rosetas e até "boiseries". O preço é compatível com o gesso, mas são mais fáceis de instalar: basta uma cola acrílica solúvel em água. Outro elemento encontrado nesse material são as colunas, com base e capitel de poliuretano, mais leves e baratas que os similares feitos de mármore. Dependendo do modelo, pode suportar até 9 toneladas. • POLIESTIRENO Usos - molduras e perfis de teto, drenagem de muro de arrimo, gramados e pisos. Breve Descrição - Derivado do petróleo pela transformação do gás estireno, ele é a matéria prima que compõe o EPS, conhecido pela marca Isopor, muito utilizado em embalagens. Para molduras e sancas, os perfis de poliestireno são uma solução 10 a 20% mais barata que o gesso. Mais leve que o gesso, sua fixação é rápida e não faz sujeira, bastando cortar no tamanho desejado e fixar com cola acrílica solúvel em água. Aceita pintura, mas é aconselhável uma primeira demão com tinta à base de água. O processo de fabricação por máquina extrusora não permite a elaboração de desenhos rebuscados. Além disso, as peças devem ficar sempre próximas ao teto, pois podem se danificar com uma batida acidental. • PVC (policloreto de vinila) Usos - esquadrias (portas e janelas), telhas, revestimentos de fachadas, forros e divisórias, pisos, tubos, calhas e mantas de impermeabilização. Breve Descrição - Suas matérias primas são o cloreto de sódio e derivados de petróleo. Não precisam de pintura, muito menos impermeabilização ou lixamento. São isolantes termoacústicos e não propagam chamas. As esquadrias feitas com esse material têm durabilidade maior que as metálicas, além de ser imunes à maresia. Podem substituir a madeira no revestimento de fachadas tipo "clapboard siding", acabamento característico das casas americanas. São fixados sobre qualquer superfície, sem necessidade de quebrar nada. Quando a casa é planejada com o revestimento, o processo de construção é muito mais rápido, pois a fixação é feita diretamente sobre o bloco ou tijolo, não precisando de massa fina ou corrida. A única desvantagem são as emendas que podem aparecer, se a instalação for mal feita. Para a limpeza, bastam água e sabão. • POLICARBONATO Usos - para coberturas e fachadas em que se deseje efeito de transparência. Breve Descrição - Derivado do petróleo pela associação de moléculas de carbono, é um termoplástico, ou seja, amolece ao ser aquecido e endurece quando resfriado. Disponível em chapas ou telhas, há modelos com transparência que chega a 89%, além das cores branco, bronze, verde, azul ou cinza. Vale lembrar que as peças coloridas absorvem mais o calor. A maior vantagem em relação ao vidro é que ele pode ser moldado sem emendas, em formas curvas. É também mais resistente a impactos, porém, menos rígido, por isso pode riscar com facilidade. O ideal é pedir a aplicação de uma película antiabrasiva. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 183 Construções Metálicas: O uso do Aço na Construção Civil "A importância do uso do aço pode ser observada na construção civil, principalmente, em susbstituição a elementos convencionais como o concreto." 1. Introdução Desde o século XVIII, quando se iniciou a utilização de estruturas metálicas na construção civil até os dias atuais, o aço tem possibilitado aos arquitetos, engenheiros e construtores, soluções arrojadas, eficientes e de alta qualidade.Das primeiras obras como a Ponte Ironbridge na Inglaterra, de 1779 - aos ultramodernos edifícios que se multiplicaram pelas grandes cidades, a arquitetura em aço sempre esteve associada à idéia de modernidade, inovação e vanguarda, traduzida em obras de grande expressão arquitetônica e que invariavelmente traziam o aço aparente.No entanto, as vantagens na utilização de sistemas construtivos em aço vão muito além da linguagem estética de expressão marcante; redução do tempo de construção, racionalização no uso de materiais e mão de obra e aumento da produtividade, passaram a ser fatores chave para o sucesso de qualquer empreendimento. Essas características que transformaram a construção civil no maior mercado para os produtores de aço no exterior, começam agora a serem percebidas por aqui. Buscando incentivar este mercado e colocar o Brasil no mesmo patamar de desenvolvimento tecnológico de outros países, a COSIPA vem oferecer uma vasta gama de aços para aplicação específica na construção civil. Produzidos com os mais avançados processos de fabricação, os aços COSIPA têm qualidade garantida através das certificações ISO 9001 e ISO 14001.A competitividade da construção metálica tem possibilitado a utilização do aço em obras como: edifícios de escritórios e apartamentos, residências, habitações populares, pontes, passarelas, viadutos, galpões, supermercados, shopping centers, lojas, postos de gasolina, aeroportos e terminais rodo-ferroviários, ginásios esportivos, torres de transmissão, etc. 2. Vantagens no uso do Aço O sistema construtivo em aço apresenta vantagens significativas sobre o sistema construtivo convencional: • Liberdade no projeto de arquitetura - A tecnologia do aço confere aos arquitetos total liberdade criadora, permitindo a elaboração de projetos arrojados e de expressão arquitetônica marcante. • Maior área útil - As seções dos pilares e vigas de aço são substancialmente mais esbeltas do que as equivalentes em concreto, resultando em melhor aproveitamento do espaço interno e aumento da área útil, fator muito importante principalmente em garagens. • Flexibilidade - A estrutura metálica mostra-se especialmente indicada nos casos onde há necessidade de adaptações, ampliações, reformas e mudança de ocupação de edifícios. Além disso, torna mais fácil a passagem de utilidades como água, ar condicionado, eletricidade, esgoto, telefonia, informática, etc. • Compatibilidade com outros materiais - O sistema construtivo em aço é perfeitamente compatível com qualquer tipo de material de fechamento, tanto vertical como horizontal, admitindo desde os mais convencionais (tijolos e blocos, lajes moldadas in loco) até componentes pré-fabricados (lajes e painéis de concreto, painéis "drywall", etc). • Menor prazo de execução- A fabricação da estrutura em paralelo com a execução das fundações, a possibilidade de se trabalhar em diversas frentes de serviços simultaneamente, a diminuição de formas e escoramentos e o fato da montagem da estrutura não ser afetada pela ocorrência de chuvas, pode levar a uma redução de até 40% no tempo de execução quando comparado com os processos convencionais. • Racionalização de materiais e mão-de-obra- Numa obra, através de processos convencionais, o desperdício de materiais pode chegar a 25% em peso. A estrutura metálica possibilita a adoção de sistemas industrializados, fazendo com que o desperdício seja sensivelmente reduzido. • Alívio de carga nas fundações - Por serem mais leves, as estruturas metálicas podem reduzir em até 30% o custo das fundações. • Garantia de qualidade - A fabricação de uma estrutura metálica ocorre dentro de uma indústria e conta com mão-de-obra altamente qualificada, o que dá ao cliente a garantia de uma obra com qualidade superior devido ao rígido controle existente durante todo o processo industrial. • Antecipação do ganho - Em função da maior velocidade de execução da obra, haverá um ganho adicional pela ocupação antecipada do imóvel e pela rapidez no retorno do capital investido. • Organização do canteiro de obras - Como a estrutura metálica é totalmente pré-fabricada, há uma melhor organização do canteiro devido entre outros à ausência de grandes depósitos de areia, brita, cimento, madeiras e ferragens, reduzindo também o inevitável desperdício desses materiais. O ambiente limpo com menor geração de entulho, oferece ainda melhores condições de segurança ao trabalhador contribuindo para a redução dos acidentes na obra. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 184 • • Reciclabilidade - O aço é 100% reciclável e as estruturas podem ser desmontadas e reaproveitadas. Preservação do meio ambiente - A estrutura metálica é menos agressiva ao meio ambiente pois além de reduzir o consumo de madeira na obra, diminui a emissão de material particulado e poluição sonora geradas pelas serras e outros equipamentos destinados a trabalhar a madeira. Precisão construtiva - Enquanto nas estruturas de concreto a precisão é medida em centímetros, numa estrutura metálica a unidade empregada é o milímetro. Isso garante uma estrutura perfeitamente aprumada e nivelada, facilitando atividades como o assentamento de esquadrias, instalação de elevadores, bem como redução no custo dos materiais de revestimento. (clique nas imagens para ampliá-las) 3. Aspectos de Projeto 3.1. Definição do Partido Arquitetônico Estrutura metálica aparente ou revestida? Essa é a primeira decisão que o arquiteto deve tomar ao trabalhar com estrutura de aço. Ao contrário do que muitos possam pensar, a maior parte das obras em aço existentes no exterior são realizadas com o aço revestido. Essa solução, que pode significar redução nos custos de pintura e proteção contra incêndios, deve ser adotada quando o que importa são as inúmeras vantagens do aço como material estrutural e não a "estética do aço". Cabe ao arquiteto definir qual a solução mais adequada para cada obra. Nessa etapa do projeto é interessante uma consulta a um calculista que poderá orientar sobre as melhores alternativas. 3.2. Detalhamento É necessário um bom detalhamento do projeto estrutural que leve em conta possíveis interferências com os projetos de instalações elétricas, hidráulicas, ar condicionado, etc. e evitar improvisações no canteiro de obras. Independentemente do tipo de aço e do esquema de pintura empregados, alguns cuidados básicos nas etapas de projeto, fabricação e montagem da estrutura podem contribuir significativamente para melhorar a resistência à corrosão: • Evitar regiões de empoçamento de água e deposição de resíduos; • Prever furos de drenagem em quantidade e tamanho suficiente; • Permitir a circulação de ar por todas as faces dos perfis para facilitar a secagem; • Garantir espaço suficiente e acesso para realização de manutenção (pintura, etc.); • Impedir o contato direto de outros metais com o aço para evitar o fenômeno de corrosão galvânica; • Evitar peças semi-enterradas ou semi-submersas. 3.3. Ligações Outro ponto importante na etapa de projeto, é a definição do sistema de ligação a ser adotado entre os elementos que compõem a estrutura metálica como: vigas, pilares e contraventamentos. É fundamental que os elementos de ligação (chapas, parafusos, soldas, etc.) apresentem resistência mecânica compatível com o aço utilizado na estrutura. A escolha criteriosa entre um sistema de ligação soldado e/ou parafusado, pode significar uma obra mais econômica e tornar a montagem mais rápida e funcional. Alguns aspectos são importantes para essa escolha: • Condições de montagem no local da obra • Grau de dificuldade para fabricação da peça • Padronização das ligações Se a intenção do projeto for deixar as estruturas aparentes, o desenho das ligações assume uma importância maior. O formato, posição e quantidade de parafusos, chapas de ligação e nervuras de enrijecimento, são alguns dos itens que podem ter um forte apelo estético se convenientemente trabalhados pelo arquiteto em conjunto com o engenheiro calculista. Ligações Soldadas Para que se tenha um maior controle de qualidade, as ligações soldadas devem ser executadas sempre que possível na fábrica. É o tipo de ligação ideal para união de peças com geometria complicada. Os processos de soldagem mais utilizados são a solda a arco elétrico, que pode ser manual ou com eletrodo revestido e automática, com arco submerso. Quando a obra empregar aços resistentes à corrosão atmosférica (família COS AR COR) deve-se empregar eletrodos apropriados. Ligações Parafusadas DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 185 As ligações parafusadas podem utilizar dois tipos de parafusos: • comuns: apresentam baixa resistência mecânica, sendo portanto utilizados em ligações de peças secundárias como guardacorpos, corrimãos, terças e outras peças pouco solicitadas • alta resistência: são especificados para ligações de maior responsabilidade. Devido à característica de alta resistência, as ligações geralmente tem um número mais reduzido de parafusos, além de chapas de ligação menores. É importante destacar que, quando a obra empregar aços resistentes à corrosão atmosférica (família COS AR COR) deve-se empregar parafusos de aço com as mesmas características. Não é recomendada a utilização de parafusos e porcas galvanizados sem pintura em estruturas de aço carbono comum ou resistentes à corrosão atmosférica. A diferença de potencial eletroquímico entre o revestimento de zinco e o aço da estrutura pode ocasionar uma corrosão acelerada da camada de zinco. (clique nas imagens para ampliá-las) 4. Peso da Estrutura Para a elaboração de estimativas de custo, é necessário se conhecer o peso da estrutura metálica. Apresentamos a seguir, para efeito ilustrativo, uma tabela com o peso estimado da estrutura metálica em função dos diversos tipos de construção. 5. Fechamentos As estruturas metálicas permitem grande flexibilidade quando o assunto é a escolha dos sistemas de fechamento horizontal (lajes) e vertical (paredes). De maneira geral, podemos dizer que é possível utilizar todas as alternativas de fechamento existentes no mercado, desde as mais convencionais até as mais inovadoras. A especificação dependerá do tipo de projeto e de suas características específicas: exigências econômicas, estéticas, necessidade de rapidez de execução, etc. Dessa forma, o arquiteto tem total liberdade para optar pelo uso da solução mais adequada. 5.1. Fechamentos Horizontais Dentre os diversos tipos de lajes usualmente empregadas, podemos destacar as seguintes: • laje de concreto moldada "in loco"; • laje de painel armado de concreto celular; • laje pré-fabricada protendida; • pré-laje de concreto; • laje mista; • laje de painel de madeira e fibrocimento; • laje com forma metálica incorporada - "steel deck". 5.2. Fechamentos Verticais Igualmente como acontece com as lajes, as estruturas metálicas possuem compatibilidade com uma grande diversidade de materiais de vedação. Destacamos abaixo algumas dessas soluções: • alvenarias: de tijolos de barro, blocos cerâmicos, blocos de concreto ou de concreto celular; • painéis: de concreto celular, concreto colorido, solo-cimento, aço, gesso acartonado ("dry-wall"). É importante deixar claro que não existem fatores de ordem técnica que impeçam o uso de estruturas metálicas em conjunto com alvenarias. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 186 Para tanto é necessário apenas que o projetista detalhe as uniões entre os diferentes materiais o que evitará o aparecimento de patologias como trincas ou fissuras. Entre os detalhes mais comumente empregados podemos destacar: • junta pilar/alvenaria: utilização de barras de aço de espera (também conhecida como "ferro cabelo"), com 5 mm de diâmetro e 30 a 40 cm de comprimento, soldadas ao perfil aproximadamente a cada 40 cm e solidarizadas à alvenaria durante o seu assentamento; • junta viga/alvenaria: aplicar entre a face inferior da viga e a alvenaria, material deformável (cortiça, isopor ou poliestireno) arrematados por mata-juntas ou selantes flexíveis. Com relação aos demais materiais utilizados como fechamento, é necessário consultar os catálogos técnicos de seus respectivos fabricantes, onde poderão ser encontradas informações úteis com relação às melhores soluções de detalhamento entre a estrutura e o conjunto de vedação. O Vidro e sua Aplicação na Construção Civil Um Breve Histórico A descoberta do vidro data de 5000 a.C., quando mercadores fenícios descobriram acidentalmente ao fazerem uma fogueira na beira da praia, sobre a qual apoiaram blocos de nitrato de sódio (para apoiar suas panelas). O fogo, aliado à areia e ao nitrato de sódio, originou um líquido transparente, o vidro. Posteriormente, 100 a.C. os romanos produziam vidro por técnica de sopro em moldes, para confeccionar janelas, em 300 d.C. o imperador Constantino passou a cobrar taxas e impostos a vidreiros, tamanha a difusão e importância do produto. Por volta de 1300, o vidro moldado a rolo foi introduzido em Veneza, que se especializou na produção artística do vidro, com o advento do cristal nesta época. Ainda nesse período foi descoberto o processo por sopro de cilindros que revolucionou a produção de vidros planos. Da idade média em diante, a fabricação de vidros tornou-se um processo sigiloso, fabricado por peritos, guardado contra ciúmes e espionagem industrial. A introdução do vidro “crown” trefilado foi realizada por volta de 1680 por John Bowles, a primazia inicial da França foi exemplificada pela Compagnie de St. Gobain, instalada há cerca de 300 anos para envidraçar Versalhes. Durante a segunda metade do século XIX, houve um grande esforço para produzir folhas de vidro por estiramento. William Clark tentou fabricar folhas em St. Helens em 1857, mas os problemas de “acinturamento” só foram resolvidos por Fourcault em 1904, na Bélgica. No século XX, surgiram 3 (três) poderosos centros de produção, a França, a Inglaterra e a Bélgica. Entretanto, uma indústria americana logo emergiu. Concomitantemente, enquanto Fourcult aperfeiçoava suas técnicas, com o processo Coulburn ou Libbey Owens, houve um avanço que representava um refinamento técnico do que Fourcult havia criado. A Pittsbourgh Plate Glass Company derivou um processo de estiramento ainda melhor e veio a ser um produtor importante. Na década de 20, ocorreu um aumento na demanda da indústria automotiva, o que levou a Ford Motor Company criar um processo que colocava a produção em massa em novas bases. Por volta de 1938, Pilkington Brothers (indústria do Reino Unido) criou uma máquina contínua de prensagem com cilindros, desgaste e polimento, operado comercialmente. Por volta de 1940, a estrutura da indústria primária do vidro no mundo ocidental estava estabelecida com quatro nações envolvidas, cada uma dominada por um pequeno número de fabricantes principais, todos relacionados e separados por uma rede de patentes e interdependências. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 187 Tipos de Vidro Monolítico: vidro comum, usado em caixilhos de alumínio. Temperado: um choque térmico na fabricação o torna cinco vezes mais resistente que o comum. Se quebrar, produz pedaços pequenos e não cortantes. Laminado: sanduíche de duas ou mais placas de vidro, que leva no miolo uma película de segurança (PVB, EVA ou resina). Se romper, a película retém os pedacinhos. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 188 Aramado: vem com uma malha de aço no meio da massa. É um vidro de segurança (a malha de aço retém os cacos), e também tem função de isolante termoacústico. Refletivo, ou espelhado: reflete a luz e não absorve tanto calor. Vidro Low-E (baixo emissivo): Desenvolvido inicialmente para ser aplicado em edifícios de países de clima frio, que precisam manter o interior do edifício aquecido, os vidros low-e (low emissivity glass) são vidros baixo emissivos que impedem a transferência térmica entre dois ambientes. Sua eficiência vem de uma fina camada de óxido metálico aplicada em uma das faces do vidro. Essa película filtra os raios solares – intensificando o controle da transferência de temperaturas entre ambientes -, sem impedir a transmissão luminosa. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 189 Serigrafado: colorido, é impregnado de tinta no forno de têmpera. Jateado: jatos de areia ou pós abrasivos fazem desenhos opacos na superfície. Impresso: apresenta relevos e texturas na superfície, feitos no processo de fabricação. Acidado: submetido a solução ácida, torna-se opaco. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 190 Curvo: moldado a quente em formas a partir de 3 mm de espessura, é feito sob encomenda. Blindado: as camadas plásticas existentes entre várias lâminas de vidro amortecem o impacto e oferecem resistência. Autolimpante: possui uma camada metalizada que tem como principal componente o óxido de titânio. Os raios ultravioletas ativam as propriedades autolimpantes do vidro, não deixando a sujeira fixar na superfície da chapa. Antirreflexo: passa por um processo que tira o brilho de sua superfície, tornando-se antirreflexo, sem alterar a sua capacidade de transmissão de luz. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 191 Vidro Anti-riscos: O produto possui um revestimento especial aplicado durante o processo de fabricação do vidro que lhe confere resistência a riscos e arranhões 10 vezes mais que os comuns. Vidro Antivandalismo: São projetados para frustrar ataques rápidos-como, por exemplo, o lançamento de um tijolo, sem desprendimento de pedaços de vidro, enquanto se aguarda sua reposição. Evita-se dessa maneira o roubo,a deterioração dos objetos pelas intempéries e os fragmentos de vidros espalhados. Vidro Colorido: Além da aplicação artesanal de tintas especiais para vidros e do processo de serigrafia, existem três formas de produção industrial de vidro colorido: aplicação de aditivos na massa; deposição de camada refletiva; laminação de película plástica colorida. Os vidros impressos e float coloridos na massa distinguem-se dos incolores pelo fato de aditivos minerais serem incorporados em suas composições,conferindo-lhes de um lado coloração e ,de outro,proporcionando-lhes o poder de barrar um mínimo de radiação solar.São produzidos nas cores fumê(cinza), bronze, verde e azul. Vidro Craquelado: São vidros laminados compostos por uma lâmina interna de vidro temperado com duas lâminas externas de vidros comuns (float). No processo de produção do craquelado,o vidro temperado interno é quebrado e fragmenta-se,ficando aderido à película plástica e preso às lâminas externas. Vidro Float (liso ou comum): Matéria prima para a maioria dos transformados existentes no mercado, como os temperados, laminados, refletivos e espelhos, os vidros float são assim denominados devido seu processo de produção. São também chamados de vidro comum. Em 1952, a indústria Pilkington conseguiu produzir vidro quase tão plano quanto suas placas prensadas e polidas, a uma espessura econômica e em grandes quantidades, através de um processo contínuo, que mudou tudo. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 192 Vidro Fusing: Vidro fusing significa o vidro utilizado em decoração ou em peças utilitárias feitas a partir do sistema de fusão de vidros ou de cacos moídos que utiliza o mesmo nome. Nas vidraçarias, o sistema fusing permite o aproveitamento de sobras, transformando-se, em alguns casos, na atividade principal da empresa. Os produtos que recebem toques artísticos deixam de ser comparados com similares do mercado e podem proporcionar uma margem de lucro maior, principalmente se forem direcionados a um público que exige e valoriza essa personificação. Vidro Resistente ao fogo: Os vidros resistentes ao fogo sem malha metálica são vidros laminados compostos por várias lâminas intercaladas com material químico transparente, que se funde e dilata em caso de incêndio. Essa reação se ativa quando a temperatura de uma das faces do vidro atinge 120ºC. Vidro Bisotado: Apresenta um chanfro em toda a sua borda. Tal trabalho é executado em qualquer tipo de espelho ou vidroexceto o temperado-possui espessuras a partir de 3 mm. Seus usos mais comuns são em tampos de mesa, portas de entrada, divisórias de ambientes e janelas. Produção do Vidro Float Resume-se essencialmente a reunir materiais básicos baratos com pequenas quantidades de aditivos, convertendo-os a um produto extremamente refinado. A maior parte do custo desse produto final esta na instalação necessária. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 193 Estágio 1 – Forno de Fusão: A mistura de areia com os demais componentes do vidro é dirigida até o forno de fusão através de correias transportadoras. Com temperatura de até 1.600ºC, a composição é fundida, afinada e condicionada termicamente, transformando-se numa massa pronta para ser conformada numa folha contínua. Estágio 2 – Banho Float: A massa é derramada em uma piscina de estanho líquido, em um processo contínuo chamado “Float Bath”( Banho Float). Devido à diferanças de densidade entre os materiais, o vidro flutua sobre o estanho, ocorrendo um paralelismo entre as duas superfícies. Essa é a condição para que a qualidade óptica superior do vidro float seja atingida. A partir desse ponto é determinada a espessura do vidro, através da ação do top roller e da velocidade da linha. Quanto maior a velocidade da linha, menor a espessura resultante. Estágio 3 – Galeria de Cozimento: Perfil de tensões do vidro observada na Galeria de Recozimento. Estágio 4 – Inspeção Automática: Antes de ser recortada, a folha de vidro é inspecionada por um equipamento chamado “scanner”, que utiliza um feixe de raio laser para identificar eventuais falhas no produto. Caso haja algum defeito decorrente da produção do vidro, ele será automaticamente refugado e posteriormente reciclado. Estágios 5, 6 e 7 – Recorte, empilhamento e armazenagem: O recorte é realizado em processo automático e em dimensões pré-programadas. As chapas de vidro são empilhadas automaticamente e pacotes prontos para serem expedidos e armazenados. Aplicação do Vidro na Construção Civil Desde 1980, o vidro tem conquistado espaço na arquitetura e construção civil. Ele é utilizado com frequência em fachadas, coberturas, pisos, divisórias, portas, janelas, escadas e paredes, além do seu uso como elemento de segurança em guarda-corpos. Podemos considerar que o largo emprego deste material se deve ao fato de que ele possibilita uma interação entre os meios interno e externo, o que amplia a segurança e a visibilidade. O vidro garante leveza aos ambientes, e tem substituído materiais comumente utilizados em residências, prédios comerciais, hotéis, aeroportos, parques, shoppings, hospitais e escolas, pois leva beleza e harmonia às formas delineadas. O tipo de vidro a ser utilizado para cada projeto irá depender, dentre outros fatores: i) do efeito que o cliente deseja para o produto final; ii) do esforço ao qual o vidro será submetido. Para atender à segunda exigência, faz-se necessário conhecer a tecnologia de resfriamento empregado na fabricação do vidro. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 194 Novas tecnologias já permitem o uso do vidro em paredes de sustentação, em pisos e em estruturas de escadas de projetos mais leves. Há a expectativa de que os avanços na tecnologia de fabricação do vidro permitam, no futuro, ele seja utilizado também substituindo o aço e o concreto das estruturas, o que irá provocar grandes reduções no custo final das obras. Dentre os diversos tipos de vidro, os mais utilizados na construção civil são: Vidro plano, vidros planos lisos, vidros cristais, vidros impressos, vidros refletivos, vidro anti-reflexo, vidros temperados, vidros laminados, vidros aramados, vidros coloridos, vidros serigrafados, vidros curvos e espelhos fabricados a partir do vidro comum. Encontramos ainda as fibras de vidro, matéria prima para a fabricação de mantas e tecidos utilizados em aplicações de reforço ou de isolamentos. Sistemas de Envidraçamento O envidraçamento é a instalação de um painel de vidro em uma moldura sulcada, por meio da fixação com pregos de vidraceiro e da vedação do conjunto com um filete chanfrado de massa de vidraceiro ou mastique. Existem diferentes tipos de envidraçamento disponíveis para nosso uso na arquitetura. O comum, já definido, o duplo, o envidraçamento a seco, em nível, de junta de topo ou há a opção do uso de mainéis de vidro. No envidraçamento duplo, instalam-se duas chapas de vidro paralelas, separadas por uma camada vedada de ar. Isso faz com que se reduzam as transmissões térmica e sonora no ambiente. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 195 O envidraçamento a seco, substitui a fita de envidraçamento ou o vedante líquido, instalando o vidro em um caixilho de janela com uma gaxeta de compressão. No envidraçamento em nível, as peças de emolduração estão inteiramente colocadas atrás dos painéis, de modo a formarem uma superfície externa nivelada, com um vedante estrutural de silicone. O envidraçamento de junta de topo é usado na a união de peças em grandes janelas. As folhas de vidro são unidas, também por um vedante estrutural de silicone. E, por fim, o sistema de mainéis de vidro, que deve ser feito com vidro temperado, suspende por meio de presilhas especiais, unidas por vedante estrutural de silicone ou por chapas metálicas de ligação, suas folhas de vidro. Solo-cimento, solução para economia e sustentabilidade O solo-cimento está por aí há décadas, mas seu uso ainda é bem restrito. Com isto, florestas inteiras são devastadas para produzir tijolos cerâmicos que, além de tudo, são mais caros. Conheça as características do solo-cimento e procure utilizá-lo, a natureza agradece (e seu bolso também). Muito se tem falado em sustentabilidade, de suas premissas e também de sua necessidade imediata. Aqui mesmo, no Fórum da Construção, uma das matérias mais lidas fala sobre o tema. Mas pouco se fala nas soluções, além das óbvias reciclagem de água e economia de energia, que deveriam ser preocupação de qualquer cidadão. As autoridades só se preocupam com o barateamento da construção popular, para produzir mais habitações com menos verba, e logo pensam em economizar nas paredes e materiais de acabamento, mas parece que o solo-cimento vem sendo negligenciado, não entendemos muito bem porque. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 196 O solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de solo, água e um pouco de cimento. A massa compactada endurece com o tempo, em poucos dias ganha consistência e durabilidade suficientes para diversas aplicações na construção civil, indo de paredes e pisos até muros de arrimo. O solo-cimento é uma evolução de técnicas de construção do passado, como o adobe e a taipa. A vantagem é que os aglomerantes naturais, de características variáveis e instáveis, foram substituídas pelo cimento, produto industrializado e de qualidade controlada. Há duas grandes áreas onde o solo-cimento pode ser uma solução muito interessante. A primeira está nos loteamentos populares, onde a própria comunidade pode produzir tijolos e pisos com maquinário simples e a Casa popular feita com tijolos de solo-cimento em baixíssimo custo. Outra área, mais sofisticada e tão importante quanto, Cuiabá-MT são os condomínios onde a ecologia e a sustentabilidade ditam regras. Nestes empreendimentos, o solo-cimento pode ser produzido igualmente no local, diminuindo o custo da construção, agredindo muito menos o meio ambiente, usando mão-de-obra da região e, de quebra, produzindo habitações com um conforto térmico insuperável, ajudando a diminuir a necessidade de ar condicionado e calefação, novamente, ajudando o meio-ambiente e diminuindo a demanda por energia. Modos de utilização Na construção civil, o solo-cimento pode ser usado de quatro maneiras diferentes: em tijolos ou blocos, nos pisos e contrapisos, em paredes maciças e também ensacado. Vejamos: Tijolos ou blocos -- São produzidos manualmente ou em pequenas prensas, dispensando a queima em fornos. Eles só precisam ser umedecidos para se tornar muito resistentes e com excelente aspecto. Paredes maciças – Técnica similar à taipa de pilão usada no período colonial. A a massa é compactada diretamente na forma montada no próprio local da parede, em camadas sucessivas, no sentido vertical, formando painéis inteiriços sem juntas horizontais. Pavimentos -- O solo-cimento também é compactado no local, com o auxílio de formas, mas em uma única camada. No final, o piso fica constituído por placas maciças, totalmente apoiadas no chão. Ensacado – A mistura de solo-cimento, em formato de uma “farofa úmica”, é colocada em sacos que funcionam como formas. Os sacos têm a boca costurada, depois são colocados na posição de uso, onde são imediatamente compactados, um a um. O resultado é similar à construção de muros de arrimo com matacões, isto é, como grandes blocos de pedra. A tabela a seguir mostra os diversas tipos de obra que podem ser feitas com solo-cimento: APLICAÇÕES DO SOLO-CIMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Benfeitoria Aplicação Fundação. Baldrame, sapata corrida ou parede maciça apoiada diretamente sobre o solo Edificações Alvenaria, com tijolos e blocos ou então em paredes maciças Piso e contra-piso, pavimentação Paisagismo Piso e Pátios e terreiros contra-piso de passeios e calçadas Pavimentação Base e sub-base de ruas e estradas Contenção de encostas Muro de arrimo com solo-cimento ensacado Contenção de córregos Revestimento dos taludes e canais com solo-cimento ensacado ou em parede maciça Pequenas barragens Dique com solo-cimento ensacado Cabeceiras de pontes, pontilhões, bocas de Muro de arrimo com solo-cimento ensacado galerias DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 197 Componentes utilizados no solo-cimento Conforme já dissemos, o solo-cimento nada mais é do que uma mistura de cimento, água e solo. Mas não é qualquer solo, o ideal é usar areia argilosa, onde a maior é areia e a menor é de argila. A areia pura não contém argila, assim não é adequada para o solocimento, na verdade, estaríamos produzindo blocos de concreto ao invés de tijolos de solo-cimento. O solo argiloso, que contém mais argila do que areia, também não é adequado pois requer uma quantidade maior de cimento, sendo difícil de misturar e compactar. Mas este tipo de solo pode ser corrigido, basta adicionar areia. Claro que há limites econômicos e técnicos para isso, por isto é melhor fazer alguns testes e colocar na ponta do lápis até que ponto é interessante corrigir um solo inadequado ou partir logo para blocos de concreto ou cerâmicos tradicionais. O solo para a mistura deve estar limpo, sem galhos, folhas, raízes ou material orgânico. Aliás, solos com muito material não servem para a produção de solo-cimento. Testando o solo Antes de iniciar a produção é preciso saber se o solo é adequado ao solo-cimento, técnica e economicamente falando. Para saber, existe um teste bem simples, apelidado de “teste da caixa”, que consiste em fazer um corpo de prova da seguinte maneira: 1 -- Retira-se uma amostra de aproximadamente 4kg do solo que está em avaliação. Não usar a camada superficial, que sempre contém matéria orgânica. A amostra de solo deve ficar secando até que possa passar por peneira com malha entre 4 a 6mm 2 -- Misturar água aos poucos, até que a mistura, ao ser pressionada com uma colher de pedreiro, comece a grudar na lâmina. 3 -- Colocar o solo já umedecido em uma caixa de madeira com as dimensões internas de 60 x 3,5 x 8,5 cm, conforme figura ao lado. A parte interna da caixa deve ser untada com óleo ou desformante comercial. 4 -- Encher totalmente a forma, pressionando e alisando a superfície com a colher de pedreiro, certificando-se de não criar nenhum espaço vazio no interior da massa. 5 -- Deixar a caixa em ambiente fechado, protegida do sol e da chuva durante 7 dias, molhando-a todos os dias. Depois disto, medir a retração ocorrida no sentido do comprimento da caixa e também nos dois lados da mesma. Some as três medidas. Se o valor ficar abaixo de 2 cm e se não aparecerem trincas no corpo de prova então o solo é adequado e pode ser usado. Certamente, o ideal é usar solo retirado do próprio local da obra. Caso ele não passe no teste da caixa será preciso procurar solo mais adequado em outro local. Aliás, o local de retirada do solo é denominado “jazida”. Por questões econômicas, a jazida deve ficar o mais próximo possível da obra, já que o custo do transporte pode inviabilizar economicamente o projeto. Assim, pode-se estudar várias misturas, com diferentes quantidades de cimento, e água e de adição de areia até conseguir um traço que atenda aos requisitos do teste da caixa de maneira a utilizar o solo do próprio local ou próximo a ele. Preparo do solo-cimento O traço da massa, ou seja, a dosagem dos componentes, deve ser estudada com cuidado fazendo quantos corpos de prova forem necessários. Em geral, nas obras de pequeno porte usa-se o traço padrão de 1 para 12, ou seja, uma parte de cimento para cada 12 partes de solo adequado, aquela mistura que aprovamos no teste da caixa. Em obras de maior porte o solo-cimento pode ser produzido em usinas ou centrais de mistura, com prensas manuais ou hidráulicas. Em obras de pequeno porte, a mistura é feita manualmente pois a mistura em betoneira é difícil pois o material tem muita liga. Antes de fazer a mistura é preciso passar o solo por uma peneira de malha entre 4 a 6 mm para retirar pedras e outras impurezas. Depois, esparramar o solo sobre uma superfície lisa e impermeável, numa camada com 20cm a 30cm de altura. Espalhar cimento sobre o solo peneirado e revolver bem, até a mistura ficar com coloração uniforme. Novamente, espalhar a mistura numa camada com 20cm a 30cm de altura e adicionar água, aos poucos, de preferência com um regador com crivo, misturando tudo novamente. Os componentes devem ser misturados até que a massa fique parecendo uma farofa úmida de coloração uniforme, próxima à cor do solo utilizado mas levemente escurecida devido à presença da água. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 198 Entretanto, atenção: é muito importante que a quantidade de água da mistura seja dosada com atenção. Muita água faz com que o material perca resistência e tenda a trincar. Com pouca água a compactação fica difícil e o solo-cimento ficará com menos resistência. Mas como saber se a proporção está certa? Bem, existem alguns pequenos testes práticos: Encha bem a mão com a mistura e aperte com força. Logo em seguida abra a mão e o bolo formado deve apresentar perfeitamente a marca dos dedos. Se isto não acontecer, a mistura está com pouca água. A seguir, levante o bolo até uma altura de 1 m e deixe cair. No impacto o bolo deve se desmanchar, caso contrário é porque a mistura está com muita água. Nesse caso, esparrame e revolva bastante a mistura, para que o excesso de água evapore, ou então adicione mais solo e cimento. Repita o teste, até estar certo de que a quantidade de água está adequada. A mistura do solo-cimento começa a endurecer rápido, devendo ser usada em no máximo duas horas após o preparo. Por isto, devese evitar preparar mais solo-cimento do que for ser utilizado nesse intervalo de tempo. Fabricação de tijolos: lançamento, compactação e cura Numa condição mais rudimentar, os tijolos podem ser feitos em pequenas formas de madeira com adensamento manual. Para agilizar o processo, a produção de pequenos volumes de tijolos pode ser feita com uma prensa manual, leve e de baixo custo. Cada prensa pode facilmente produzir 1500 tijolos por dia. O procedimento é simples: 1 -- Abrir a tampa da forma da prensa e preenchê-la com a mistura de solo-cimento previamente preparada. 2 -- Nivelar a mistura, retirando o excesso, e depois fechar a tampa da forma da prensa. 3 -- Acionar a prensa para compactar a mistura. 4 -- Acionar a alavanca da prensa para retirar os tijolos da forma. Após esta desforma, retirar cuidadosamente os tijolos da prensa. Eles devem ser empilhados em local protegido do sol e do vento, tomando o cuidado de fazer pilhas com no máximo 1,5m de altura. Feita a produção, é preciso cuidar da cura do cimento. Prensa manual para produção de tijolos de A cura é feita nos tijolos recém produzidos, no local onde devem ficar solo-cimento armazenados, sem movimentação, pelos tempo em que dura o processo. Molhar os tijolos ao menos 3 vezes ao dia, durante os 7 primeiros dias. Após essa fase os tijolos estarão prontos para serem armazenados ou outro local ou usados imediatamente. As prensas manuais não produzem blocos de solo-cimento, apenas tijolos. Mas as prensas hidráulicas podem fabricar tanto tijolos quanto blocos de solo-cimento, com grande volume de produção, mas o preço do equipameto é elevado e só se justifica em obras de grande porte. Usando os tijolos Depois de fabricados e curados, os tijolos de solo-cimento podem ser usados normalmente, como se fossem tijolos comuns. A instalações hidráulicas e elétricas também são executadas do mesmo modo que nas construções convencionais. Não há necessidade de revestir as paredes feitas com solo-cimento, mas convém fazer uma pintura de impermeabilização à base de latex, esmalte ou técnica similar, para aumentar sua durabilidade, novamente, da mesma forma que se faz com alvenaria de tijolos comuns. Em resumo... A técnica do solo-cimento é muito interessante e tem inúmeras aplicações. Mostramos aqui apenas o básico para você conhecer alguma coisa dos procedimentos, mas consideramos de grande importância pesquisar o assunto e pensar, além das vantagens econômicas, também no lado social e da não-agressão ao meio-ambiente, ou seja, na sustentabilidade de seu empreendimento ou ação social. Evolução da Indústria Cerâmica do Norte de Goiás A indústria Cerâmica do Norte de Goiás tem seu início com a colonização da região Norte, com a exploração do ouro por volta de 1730. Com a exploração do ouro na região Norte pelos bandeirantes, iniciou – se os primeiros povoados na região. Criando – se DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 199 assim a necessidade de construção de moradias. Os produtos utilizados na confecção das moradias eram o Adobe e a telha comum. O Adobe é o produto proveniente da moldagem da argila em peças tipo paralelepípedos, que somente eram secos e não queimados, utilizados na confecção as alvenarias. A Telha Comum é o produto proveniente do processo de moldagem da argila em formas abauladas de madeira dando um formato de uma peça côncava com o comprimento variando de 40 á 60cm e largura de 15 à 25cm que após sua secagem era queimadas em fornos tipo caieiras. Esse processo produtivo durou até o período da colonização da região pelos criadores de gado, no século XIX, quando começou a utilização da tração animal e foi desenvolvida as pipas para o preparo da argila, onde se utilizava burros ou cavalos para preparar a argila. A partir de momento já se começou a produção de tijolos maciços que eram moldados manualmente em formas de madeira e secos em pátios abertos e posteriormente queimados em caieiras moldadas pelos próprios produtos. Os primeiros tijolos marombados, ou seja , extrudados mecanicamente, começaram na década de 1960 com desenvolvimento da região através da construção da estrada Belém Brasília, esses produtos ainda tinham uma tecnologia de produção sem vácuo, os quais apresentavam baixa resistência e aspectos irregulares. Os primeiros tijolos furados com vácuo e com paredes mais finas e aspectos bem regulares se iniciou por volta de 1970. A telha sofreu mudanças com a produção de telhas prensadas em prensas manuais com produção da telha plana tipo francesa por volta de 1960. As primeiras telhas produzidas em prensas mecânicas rotativas começaram nos anos de 1970. Foi quando também se deu início da queima com fornos tipo abóbodas, ou seja, queima invertida, que proporcionava um produto com qualidade de queima e aspecto bem melhores do que nos fornos caieiras. A secagem das telhas era em grades de madeiras sobrepostas em galpões cobertos. Os primeiros secadores forçados, isto é com a sucção de calor dos fornos e injeção nos secadores começou na década de 70. A primeira linha de produção com mais de uma prensa e secagem forçada e queima em fornos abóbodas começou em 1978 na cidade de Mara Rosa. Atualmente a produção é toda controlada desde a extração da argila até o produto final proporcionando qualidade competitiva ao produto. Variáveis que Influenciaram a Evolução As principais variáveis que influenciaram a Indústria Cerâmica do Norte são: - A exploração do ouro no século XVIII; - A criação de gado no século XIX; - A implantação de Brasília e a sua ligação com o Norte do país; - Ocorrência de argilas plásticas propiciando a produção de telhas de boa qualidade. Ruptura das Variáveis No século XVIII com a disponibilidade de animais e a necessidade de construção de moradia para novos colonos, desenvolveu – se a pipa contra ação animal, que é o primeiro meio de extrusão da massa. E com a descoberta da argila plástica com características de resistência e coloração agradável, desenvolveu- se as telhas planas tipo francesa, que influenciou a necessidade de secagem forçada e queima em fornos abóbodas. Em 1978 com investimento em prensas com linha de produção mais ampla deu- se início á escalada da produção de telhas que alcançou todo Norte de Goiás, Sul do Tocantins e Vale do São Patrício – GO. HIPOTESES 01 – Ao se manter o processo atual de produção em atendimento às necessidades locais sem inovar e criar novos produtos corre-se o risco de o produto cerâmico ficar obsoleto e ser substituído por outros. 02 – Investir em novas tecnologias de produção e em produtos de valor agregado visando atender outros mercados trará melhores resultados em médio e longo prazo fortalecendo a indústria ceramista do norte goiano. 03 – Investir em plantas modernas com automatismo e produção em alta escala, criando centro de comercialização em outros estados promoverá o desenvolvimento da indústria regional. Referências Bibliográficas Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/96. Conheça também: • Construção Civil Business - Catálogo de Empresas e Profissionais da Construção (grátis) • Comprar e Vender Imóveis - Classificados para Compra, Venda e Aluguel de Imóveis (grátis) • Terraplenagem.Net - Portal sobre Terraplenagem, Mineração, Demolição e Máquinas Pesadas DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 200 III - Variáveis-chave, não motrizes, que mostram a situação atual do APL Ministério Público (MPEMPTMPF) Participantes: Andrea Gomes Toledo Cavalcante Lincon Fábio Calistrato Pedro G. Correa Conforme dispõe a Carta magna em seu artigo 127, "O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis". São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Sua atuação (no caso estadual) é essencialmente importante para que industrias, com atividades que impactam no meio ambiente, se desenvolvam em consonância com as necessidades socioambientais. No trabalho em apreço analisaremos o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho. O Ministério Público pode ser Federal ou Estadual. No primeiro, Procuradores da República atuam junto à Justiça Federal e pertencem ao Ministério Público da União. No segundo, Promotores e Procuradores de Justiça trabalham junto à Justiça Estadual e são funcionários do Ministério Público Estadual. Quando o assunto analisado for matéria federal, quem representará a sociedade serão os procuradores regionais da República e o processo ficará a cargo do Tribunal Regional Federal. Quando a matéria é estadual, procuradores de Justiça é que vão atuar junto aos Tribunais de Justiça Estaduais. Quando o assunto versar sobre matéria trabalhista o Ministério Público do Trabalho que atuará junto aos órgãos da Justiça do Trabalho. 1.1 - Breve histórico sobre a evolução do MPE, MPT e MPF no Brasil e, no Estado de Goiás. O Ministério Público brasileiro busca raízes diretas no direito lusitano. Em conseqüência dos aspectos históricos de nossa colonização e, principalmente, pelo fato de o direito português ter tido vigência no país durante o período colonial, do império e início da República. A figura do Promotor de Justiça, surge do Tribunal da Relação da Bahia em 1609. No caso, o Promotor agia em conjunto com o procurador dos feitos da Coroa e da Fazenda, os dois membros do Tribunal. Aludindo a fase colonial João Monteiro conclui que: “O Ministério Público não estava completamente instituído, mas, perante os Tribunais havia um Procurador da Coroa e um Promotor da Justiça e, perante os juízos singulares havia Solicitadores da Fazenda e Resíduos, alem dos Curadores especiais”. (ALMEIDA JUNIOR, 1960, p. 77) Com a proclamação da independência o Brasil atravessou uma fase de grande instabilidade política e institucional. Por isso era imprescindível a organização de um Ministério Público investido para agir com eficácia. Com a independência do Brasil e com as diversas Constituições que se sucederam estabeleceu-se que os Promotores de Justiça fossem “fiscais das leis”, tal conceito demorou a ver-se delimitado e transformou-se segundo os costumes e necessidades da comunidade ao longo de mais de um século. Mas definitivamente com a nova Carta Magna, com a delimitação dos direitos individuais e coletivos nesta Constituição Cidadã, o Ministério Público se viu como defensor dos interesses desta e das futuras gerações. Ademais, com o processo de industrialização e com a as modificações que vem sofrendo as sociedades contemporâneas que com isso adquirem um comportamento cada vez mais consumista e competitivo o que enseja, então, uma desigualdade social em constante crescimento que gera os mais diversificados conflitos, exigindo uma posição do Ministério Público não apenas como uma Instituição comprometida com a manutenção da ordem jurídica e a defesa da democracia, mas uma Instituição preparada para defender essa nova gama de direitos que vem surgindo os direitos chamados direitos transindividuais, próprios de um mundo globalizado. E Em razão da previsão inserta no artigo 112 da Constituição Federal de 1988, em sua redação original, no sentido de que em cada Estado e no Distrito Federal deve existir pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho, em 1989 foi criada a 18ª Região, pela Lei nº 7.873, de 09 de novembro de 1989, com sede em Goiânia (GO) e jurisdição em todo o território do Estado de Goiás.O Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região foi instalado em 30 de novembro de 1990 e teve como Presidente-Instalador, nos termos do art. 7º da Lei nº 7.873/89. O TRT da 18ª Região (o qual engloba o Estado de Goiás) foi instalado durante o governo de Fernando Collor de Melo, período no qual o Brasil passou por grande dificuldade econômica. Havia uma necessidade urgente de criação de um Tribunal Regional Trabalhista em Goiás. Nesse sentido o desenvolvimento do Estado de Goiás avançava e mostrou-se necessário o crescimento da 18ª Região da Justiça do Trabalho. Acompanhando a demanda social, foram criadas no ano de 1992 (Lei nº 8.432, de 11 de junho de 1992) as 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª JCJ’s de Goiânia, bem como as 2ª, 3ª e 4ª de Anápolis, as 1ª e 2ª de Aparecida de Goiânia, a da cidade de Ceres, de Goiás, de Iporá, de São Luís de Montes Belos e de Mineiros. Em 2003 foram criadas as Varas do Trabalho de Porangatu, Posse, 2ª de Rio Verde, Valparaíso de Goiás e 13ª de Goiânia, tendo em vista o crescimento contínuo do Estado de Goiás (Lei nº 10.770, de 21 de novembro de 2003) e o natural aumento das demandas trabalhistas que o acompanha 1.2 - Variáveis que provocaram as evoluções do MPE, MPT E MPF DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 201 • • • • • • • • Constituição Imperial de 1824, o primeiro Decreto, que regula a atuação dos promotores, é o de n°. 120, de 21 de janeiro de 1843, onde conseguem a sua independência em relação ao poder executivo, todavia, ainda se vê a ausência de garantias desta classe. Proclamação da República em 1889, o Ministério Público recebeu variadas atribuições, consolidando sua posição institucional nos mecanismos judiciais e legais vigentes. O Código Civil de 1916 incumbiu ao Ministério Público, por exemplo, a curadoria das fundações (art. 26); a legitimidade para propor ação de nulidade de casamento (art. 208, parágrafo único, inc. II), defesa dos interesses de menores (art. 394,caput), legitimidade para promover a interdição (art. 447, III) promover a nomeação de curador de ausentes, entre outras. Com efeito, foi na Constituição promulgada de 1934, durante o Governo Vargas, que esta instituição ganhou regramento formal, integrada ao Capítulo VI, na condição de órgão de cooperação nas atividades governamentais. O Código de Processo Penal de 1941, já anteriormente, havia consolidado a posição do Ministério Público como titular da ação penal, a qual passou a ser a regra, e estabeleceu o poder de requisição de inquérito policial e de diligências à autoridade policial. Na regulamentação de 1946, o Ministério Público passou a contar com as garantias de estabilidade e inamovibilidade, fixando-se regras d e ingresso na carreira por concurso de provas e títulos. Em 1951, a criação do Ministério Público da União (MPU) se consolida com a lei federal nº 1.341. A legislação previa que o MPU estaria vinculado ao Poder Executivo e também dispunha sobre as ramificações em Ministério Público Federal, Militar, Eleitoral e do Trabalho - atualmente não está vinculado a nenhum poder. A Carta Constitucional vigente, promulgada durante a reabertura democrática em 1988, inovou em relação às anteriores, porquanto definiu precisamente o Ministério Público (arts. 127 a 130A), assegurando-lhe autonomia funcional e administrativa; organizou a instituição, estabeleceu critérios formais para escolha do Procurador-geral da República e dos Estados, fazendo submeter a demissão do procurador-geral da República à aprovação do Senado e a dos procuradoresgerais dos Estados às Assembléias Legislativas, consagrou garantias e funções. Deu exclusividade ao Ministério Público para a ação penal e ampliou sua titularidade para o inquérito civil e para a ação civil pública em relação a outros interesses difusos e coletivos. 1.3 - Estrutura do MPE A chefia dos Ministérios Públicos dos Estados é exercida pelo Procurador-Geral de Justiça, o ingresso na carreira do Ministério Público se dá mediante concurso público de provas e títulos, logo abaixo encontramos as Promotorias de Justiça são órgãos de administração do MP, com pelo menos um cargo de promotor de justiça, os quais atuam conforme o organograma abaixo: No âmbito estadual, sob o qual os Promotores de Justiça estaduais estão subordinados, há a Procuradoria-Geral de Justiça que tem por chefe o Procurador-Geral de Justiça (PGJ), que exerce também a chefia do Ministério Público, responsável pela administração e representação judicial e extrajudicial dos interesses institucionais. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 202 1.3.1 - Estrutura do MPF E MPT Tanto o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal pertencem ao Ministério Público da União. O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira. O Procurador-Geral da República é o Chefe do Ministério Público Federal, Presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal e do Colégio de Procuradores da República, que por sua vez é integrado por todos os membros da carreira em atividade no Ministério Público Federal. A Corregedoria do Ministério Público Federal, dirigida pelo Corregedor-Geral, é o órgão fiscalizador das atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público, os Procuradores da República serão designados para oficiar junto aos Juízes Federais e junto aos Tribunais Regionais Eleitorais, onde não tiver sede a Procuradoria Regional da República e os Procuradores Regionais da República serão designados para oficiar junto aos Tribunais Regionais Federais. Já no Ministério Público do Trabalhos o Procurador-Geral do Trabalho é o Chefe do Ministério Público do Trabalho que é nomeado pelo Procurador-Geral da República, dentre integrantes da instituição. O Colégio de Procuradores do Trabalho, presidido pelo Procurador-Geral do Trabalho, é integrado por todos os membros da carreira em atividade no Ministério Público do Trabalho. O Procurador-Geral do Trabalho também preside o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho. Existe também a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho, que é um órgão de coordenação, de integração e de revisão do exercício funcional na Instituição. Nesse sentido também temos a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho, dirigida pelo Corregedor-Geral, é o órgão fiscalizador das atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público. Há também os Subprocuradores-Gerais do Trabalho, designados para oficiar junto ao Tribunal Superior do Trabalho e nos ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão e os Procuradores do Trabalho, os quais são designados para funcionar junto aos Tribunais Regionais do Trabalho e, na forma das leis processuais, nos litígios trabalhistas. II - Objetivos e funções do MPE, MPT e MPF perante o Setor Cerâmico O Ministério Público como defensor dos direitos difusos e coletivos, objetiva a requer regularização de Cerâmicas com adequação do setor as normas ambientais com implementação eficaz dos sistemas de controle de emissão de materiais particulados e outros poluentes, a obtenção de todas as licenças ambientais e urbanísticas necessárias e obtenção de matéria-prima e fonte enérgica de origem lícita e licenciada. Visa também proteger o Meio Ambiente, a saúde e a higiene pessoal, do lar e do esgoto da população circunvizinha. Nesse diapasão podemos incluir o combate a corrupção nos processos licitatórios para venda de produtos cerâmicos para os entes públicos. Nesse sentido, busca verificar também a riscos envolvidos na atividade de maquinários sem as proteções nas engrenagens, correias e polias, no sistema elétrico, nos pisos de trabalho, na falta de treinamento dos trabalhadores e na queda de pessoas, objetos e materiais nos olhos. O Ministério Público Federal possui basicamente as mesmas atribuições e objetivos do Ministério Público Estadual, todavia, a área de atuação do MPF pode ser observada através da leitura do art. 109 da CF/88 que dispõe sobre a competência para julgar e processar da Justiça Federal. Todos os demais interesses sociais e individuais indisponíveis, não relacionados com as pessoas mencionadas no art. 109, são atribuições do Ministério Público Estadual. Igualmente, os réus de crimes não mencionados no referido art. 109, são acusados pelo Ministério Público Estadual. A legislação assegura a possibilidade de atuação conjunta entre o Ministério Público Federal e o Estadual, na defesa de interesses difusos e de meio ambiente. Já no Caso do Ministério Público do Trabalho o objetivo muda pois, este atua na proteção dos direitos trabalhistas e em especial envolvem interesses de menores e incapazes. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 203 O MPT visa proteger o trabalhador de condições de trabalho degradante e análogas a escravidão, assim como, fiscaliza as empresas quanto ao cumprimento de toda legislação trabalhista, no que tange, segurança no ambiente de trabalho, salubridade e periculosidade, carga horária de trabalho, piso salarial entre diversos outros direitos assegurados ao trabalhador incluindo também questões que afetem a hora subjetiva dos obreiros. III - Modo de Atuação do MPE, MPT e MPF O MPE, MPT e MPF atuam tanto preventivamente, investigando e instruindo, atua de maneira repressiva realizando Termos de Ajustamento de Condutas e, no seu descumprimento aplicando sanções, atua também de maneira contenciosa quando o litígio encontra-se instalado. A atuação investigativa dos Ministérios Público, de maneira geral, depende tanto do desenvolvimento de procedimentos administrativos instaurados mediante motivação da própria promotoria especializada quanto, do desenvolvimento de procedimentos administrativos instaurados mediante denúncias, anônimas ou não, da população. IV - Rupturas que a atuação do MPE provocará no Setor Cerâmico A atuação do Ministério Público Estadual tem provocado mudanças na atuação das indústrias cerâmicas do Estado de Goiás instigando a melhores práticas, no que concerne a atuação perante o meio ambiente, a melhoria na qualidade dos produtos, visando atender com respeito o mercado consumidor e, exigindo também a regularização da atividade no que tange a legislação pertinente. Em 2010 o Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado de Goiás (Sindicer/GO) realizou, uma reunião com ceramistas de várias regiões goianas. O encontro, que contou com a participação do Sindicato, da FIEG, Ministério Público, Ibama e Secretaria Estadual do Meio Ambiente foi no Palácio da Indústria, em Goiânia e o objetivo foi orientá-los acerca do trabalho de fiscalização que será exercido pelo IBAMA, com relação a regularidade de cadastros, recolhimento da Taxa de Controle de Fiscalização (TCFA) e uma série de outros requisitos. No âmbito do MPT, recentemente, as indústrias de cerâmicas de Santa Gertrudes, Cordeirópolis e Rio Claro (SP) receberam intimação para que em menos de 120 dias para acabassem com a informalidade no setor de movimentação de cargas. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), as empresas devem formalizar o contrato desses trabalhadores, conhecidos também por ‘chapas’. A Recomendação de Adequação de Conduta foi entregue aos empresários em uma audiência pública. O não cumprimento pode gerar processos na Justiça do Trabalho. Um outro bom exemplo da atuação do MPE, todavia, no Estado do Rio de Janeiro ocorreu em novembro de 2013, quando o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, realizou uma audiência para regularizar o trabalho nas olarias da cidade. A reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Ceramistas e de acordo com o MPT do Rio de Janeiro, a maioria das irregularidades encontradas nas olarias é de trabalho infantil e escravo. Atualmente, sete mil trabalhadores atuam nas 123 cerâmicas no Norte do estado do Rio de Janeiro. Em 2011 um caso chocou o Estado quando 64 trabalhadores foram libertados de olarias em Goiás, especificamente em Gouvelândia, eles eram submetidos ao trabalho escravo desde que vieram ao mundo. Integrantes da operação que inspecionaram a área confirmaram que parte das vítimas nasceu e passou mais de 30 anos enfrentando um quadro de servidão por dívidas, condições degradantes e outras precariedades na atividade de produção de tijolos. Os donos das 17 olarias flagradas com escravidão retinham objetos pessoais – como roupas, panelas e até um berço - como forma de garantia de pagamento. Para completar, sete adolescentes (três deles com menos de 16 anos) laboravam diariamente das 4h às 10h da manhã, antes de ir à escola. Todas essas violações foram descobertas por uma equipe composta por auditores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás (SRTE/GO), procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT), agentes da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Situadas na zona rural do município de Gouvelândia (GO), as olarias divididem-se em três regiões (que também dão nomes às fazendas): Bonita, Caracol e Buriti Alto. Paralelamente ao total descumprimento das normas trabalhistas, verificou-se que nenhuma das olarias possuía licenciamento ambiental para funcionamento. Os tijolos produzidos eram vendidos para depósitos nos municípios de Santa Helena (GO), Quirinópolis (GO) e Rio Verde (GO). Neste último, a produção era recebida pelo depósito Sarico. O MPT deve notificou os estabelecimentos em questão e propôs a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Foram lavrados, ao todo, 110 autos de infração e as verbas rescisórias pagas totalizaram mais de R$ 223 mil, além das multas, os empregadores respondem atualmente a processos criminais por submissão de trabalhador à condição de escravo. V - Definição de Hipóteses da Variável • Se o MPE não atuar preventivamente nas questões socioambientais onde há impacto da atividade cerâmica estará sendo omisso em situações que implicam diretamente no desenvolvimento humano da região. • Aumentar o diálogo entre os ceramistas, a população e, o MPE resultará em efetivas melhorias para o Setor Cerâmico como Indústrias transformadoras da comunidade local no que versa o desenvolvimento econômico e social. • O trabalho de instruir os ceramistas a cerca das questões ambientais e acerca da questões de interesse do patrimônio público e coletivo alerta sobre a responsabilidade socioambiental deste ramo industrial. • O MPT encontra-se atuando vigorosamente para que as indústrias cerâmicas efetuem o registro de todos os seus colaboradores. • O MPT encontra-se atuando no sentido de fiscalizar as indústrias cerâmicas para que forneçam os equipamentos de proteção individual aos seus colaboradores, assim como exerças a fiscalização da utilização destes. • As indústrias cerâmicas que não se regularizarem quanto as exigências feitas pelo MPT, em médio e curto prazo fecharão suas portas, tendo em vista a fiscalização crescente. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 204 Bibliografia AXT, Günter. Ministério Público no Rio Grande do Sul – Evolução Histórica. Projeto Memória. Porto Alegre: Procuradoria Geral de Justiça, 2001. ARANTES, Rogério Bastos, Ministério Público e Política no Brasil. São Paulo: EDUC, Ed. Sumaré, Fapesp, 2002. PORTO, Pedro Rui da Fontoura. Direitos Fundamentais Sociais – Considerações acerca da Legitimidade Política e Processual do Ministério Público e do Sistema de Justiça para sua Tutela.Porto Alegre: Ed. Livraria do Advogado, 2006 Constituição Federal, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. http://www.trt18.jus.br/portal/ Lei complementar n°. 75, de 20 de maio de 1993 g1.globo.com/ DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 205 Infraestrutura Precária Logística (IPL) Participantes: Mário Vinícius Bueno – Cerâmica Betel - Uruaçu-Go Juarez Rodrigues dos Santos - GGM/SIC-GO Fábio Ribeiro Ferreira – Cerâmica Estrela José Adalberto Macedo - GGM/SIC-GO A logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. A logística é uma sub-área da Administração, envolvendo diversos recursos da engenharia, economia, contabilidade, estatística, marketing e tecnologia, do transporte e dos recursos humanos. Fundamentalmente a logística possui uma visão organizacional holística, onde esta administra os recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista movimento na empresa, gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o planejamento de produção, o armazenamento, o transporte e a distribuição dos produtos, monitorando as operações e gerenciando informações. Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals, "Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes" (Carvalho, 2002, p. 31). Como ferramental, a logística utiliza (entre outros): O WMS, Warehouse Management System, em português - literalmente: sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas de produção. O WMS é uma parte importante da cadeia de suprimentos (ou supply chain) e fornece a rotação dirigida de estoques, diretivas inteligentes de picking, consolidação automática e cross-docking para maximizar o uso do valioso espaço do armazém. O TMS, Transportation Management System, que é um software para melhoria da qualidade e produtividade de todo o processo de distribuição. Este sistema permite controlar toda a operação e gestão de transportes de forma integrada. O sistema é desenvolvido em módulos que podem ser adquiridos pelo cliente, consoante as suas necessidades (Gasnier et al., 2001). O ERP, Enterprise Resource Planning ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, no Brasil) são sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de: finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a decisão, etc). Rodovias Não poderia começar a falar de logística levando em consideração somente a região norte de Goiás, tendo em vista que as empresas do APL de cerâmica vermelha da região norte de Goiás já distribuem os seus produtos por todo o estado, chegando algumas indústrias a comercializar seus produtos em vários estados brasileiros. Goiás conta com 3.400 km de rodovias federais, 18.610 quilômetros de rodovias estaduais e 64.690 quilômetros de rodovias municipais, o que totaliza 86.700 quilômetros de rodovias, dos quais somente 7.822 são pavimentados. Suas principais rodovias são a BR-A BR-153 que corta o estado de Norte a Sul, . A BR-040 que liga Brasília a Belo Horizonte e ao Rio de Janeiro conecta também, por sua vez, diversos municípios goianos como Cristalina, Luziânia, Valparaíso de Goiás. Outras rodovias dignas de destaque são a BR-060 que liga Brasília a Goiânia e ao Mato Grosso do Sul, cortando o Sudoeste goiano; e a GO-070, que liga Goiânia a Aruanã, no Noroeste do estado. Em geral as rodovias estaduais se encontram em condições pouco satisfatórias. Em sua maioria estão esburacadas e necessitam de reparos emergenciais. O governo do estado possui um programa de recuperação de rodovias que tem trabalhado de maneira lenta e de forma que não tem conseguido suprir as demandas do setor industrial. Ferrovias DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 206 Atualmente o transporte ferroviário é pouco utilizado em Goiás, o Estado possui um trecho de linha férrea que interliga parte de Minas Gerais ao Sudeste de Goiás e outro trecho que interliga o Sudeste Goiano à capital Goiânia passando por Senador Canedo. As obras da Ferrovia Norte-Sul, estão com grande parte já pronta em Goiás, despontando do recém criado Porto Seco de Anápolis em direção ao Tocantins lado norte e lado sul indo em direção a Minas Gerais. A Ferrovia Norte-Sul está bem infra estruturada na região norte do país devido aos investimentos crescentes do Governo Federal. Hidrovias Goiás possui apenas uma hidrovia no Rio Paranaíba e o principal porto dela é o de São Simão. Situação atual da logística da região norte Toda a Logística da região norte de Goiás, é basicamente realizada por rodovias, o que tem dificultado o posicionamento de produtos em diversos mercados num plano mais afastado. E a situação desta malha viária não é das melhores, existem diversos pontos em más condições, o que acaba acarretando um maior prejuízo por parte dos empresários que dependem das rodovias para escoar sua produção. Vale ainda ressaltar que o governo estadual tem programas de recuperação da malha viária, mas o mesmo não tem conseguido atender as necessidades. Temos ainda a tão sonhada rodovia norte-sul que ainda não saiu do papel, um empreendimento de grande importância em todos os setores empresariais que facilitaria o processo logístico do setor cerâmico bem como facilitaria o acesso de nossos produtos em mercados nunca explorados como o norte, nordeste, sudeste e sul do Brasil e ainda mercado europeu, asiático e africano entre outros. Além de baratear o custo com o transporte. O setor cerâmico também utiliza as chamadas estradas vicinais (estradas de chão), estas geralmente são de responsabilidade dos governos municipais que ficam incumbidos de realizar sua manutenção e conservação. Em sua maioria todas se encontra em situação precária o que tem elevado o custo com o transporte. Hipóteses • O setor cerâmico continua sem um controle específico de sua logística e acelera o seu enfraquecimento financeiro em virtude dos altos custos com o transporte; • O setor cerâmico se organiza e busca uma otimização de seu gerenciamento logístico a fim de baratear os custos operacionais e elevar sua margem bruta alavancando os ganhos da empresa. • O setor cerâmico demora para se organizar porque depende da boa vontade dos governantes na melhoria das rodovias e na construção de outras opções de transporte, tais como: via ferrovia e outras opções, como teoria das filas, etc.. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 207 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 208 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: http://pt.wikipedia.org/wiki/Log%C3%ADstica 02/05/14 http://www.goias.gov.br/paginas/invista-em-goias/infraestrutura-e-energia/ 29/04/14 http://www.biblioteca.ifc-camboriu.edu.br/criacac/tiki-slideshow.php?page=Goi%C3%A1s&slide=1%20 29/04/14 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 209 Áreas Concedidas às (registradas pelas) Grandes Mineradoras (ACGM) Participantes: Tasso Mendonça Junior Mathias Heider Edélcio Tavares Araujo Tiago Nunes Rabelo Com o fortalecimento da atividade mineral, as grandes mineradoras iniciaram uma corrida para requerer títulos de pesquisa mineral em áreas com geologia favorável para minerais metálicos. Neste contexto, enormes áreas no norte de Goiás foram requeridas, inclusive em locais com potencial para argilas. Desta forma, novas áreas de suprimento de argila terão que ser viabilizadas em uma distância maior, encarecendo o frete e o custo da matéria prima na composição do custo final do produto (impactando nas margens de lucro). Variáveis que provocaram as evoluções Oneração de áreas para grandes mineradoras/ “Conflito de interesses” entre grande e pequena empresa de mineração / Papel social da pequena empresa de mineração Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013) Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções Grande impacto da oneração das áreas pelas grandes mineradoras na região com o objetivo a assegurar áreas para minerais metálicos limitando o acesso para áreas potenciais com argilas por parte do setor de cerâmica impactos atuais e futuros no APL Norte de Goiás. Buscar parceria com as grandes mineradoras na construção de um consenso sobre a disponibilização de áreas para argilas evitando judicialização da questão Definir a lavra de argila como atividade estratégica e de utilidade pública geração de emprego/renda, polos de desenvolvimento e garantia de materiais à cadeia da construção civil Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente A redução do número das áreas exploráveis de argila de várzeas e necessidade de reposição das reservas em distância econômica Novo Marco regulatório da Mineração Novos competidores em novas/outras regiões no setor de cerãmica maior sustentabilidade e maior competitividade Valorização da Sustentabilidade Maior impacto da licença social e atuação das comunidades afetadas Contextualização desta questão Com a extrema valorização das commodities minerais verificada na 1ª década deste milênio capitaneada pelo enorme crescimento da economia chinesa, gerou um processo denominado “superciclo de commodities” atraindo o interesse de mineradoras em todas as áreas com potencialidade geológica para minerais metálicos. No setor de cerâmica existe uma questão de histórico de produção informal de matéria prima para a cerâmica vermelha, a argila. Com a elevação da pressão pela regularização e sustentabilidade da extração da argila, diversas áreas já estavam oneradas por grandes empresas para pesquisa e produção de minerais metálicos (no caso de Goiás, citamos cobre, ouro, níquel e nióbio como destaque), impedindo a formalização e regularização de diversas áreas de extração, bem como requerer novas áreas. Com o crescimento das exportações de commodities, houve uma elevação do crescimento econômico brasileiro, que acarretou também em um forte crescimento do setor de construção civil, levando a valorização dos imóveis. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 210 Podemos também citar a elevação da renda e crescimento da classe média que levou a um crescimento do consumo de cerâmicas via construção de novas residências, bem como reforma e expansão dos imóveis existentes. Não se deve esquecer também os programas habitacionais como o “Minha casa, minha vida”, bem como os eventos esportivos (Copa e Olimpiadas em 2014 e 2016). Torna-se necessária uma ação do estado no apoio a este processo, visando garantir e apoiar a sustentabilidade e competitividade do processo produtivo no setor de cerâmica vermelha, que é uma das importantes cadeias de apoio ao setor de construção civil e com enorme impacto na inclusão social produtiva e desenvolvimento regional. Para tanto, o DNPM deve desenvolver e apurar mecanismos de apoio ao pequeno e médio minerador, visando promover a formalização e regularização da produção mineral, bem como apoiar o acesso as áreas (mesmo que oneradas) através de processo negocial ou intervencional legal, dentro da legalidade e estabilidade jurídica existente. D . DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 211 Evoluções Passadas Assim, a China ganha destaque como destino das exportações brasileiras, notadamente compostas por commodites minerais e agrícolas. Com a valorização do ouro, minério de ferro e outros metais, o Brasil passa a tender as necessidades da China, que passa a ser um grande parceiro comercial do Brasil, conforme gráfico abaixo. Por outro lado, com todo este crescimento da economia mundial e brasileira (que foi incluída no BRIC’s) gerou um crescimento econômico interno, impactando diretamente e positivamente na cadeia de construção civil. Os elos que compõem essa cadeia são extensos e envolvem as mais diversas áreas. Vão desde a indústria extrativa ao material de construção, da siderurgia à indústria madeireira, dos equipamentos a serviços, das administradoras às construtoras e incorporadoras, dos escritórios de arquitetura ao design de produtos e decoração. Números impressionantes que resumem a força da cadeia da construção civil, uma das mais importantes engrenagens da economia mineira e nacional. No Brasil, os vários elos que se ligam ao setor são responsáveis por 8,9% do PIB – o equivalente a R$ 315,3 bilhões em valor adicionado – e pela geração de 13 milhões de postos de trabalho. O desenvolvimento econômico de nosso país tem contribuído para o fortalecimento da economia devido a disponibilização do crédito, taxas de juros o que favorece os investimentos do setor. Para a indústria o governo interfere com a alocação dos recursos tais como os investimentos de crédito e as permissões para a construção, ou seja, a liberação do capital e as negociações para a organização das atividades propostas. A construção civil no país é crescente e infere o desenvolvimento econômico para a construção civil e a geração de emprego, portanto, é uma atividade que encontra relacionada a diversos fatores do setor que contribui para o desenvolvimento regional, a geração de empregos e mudanças para a economia, ou seja, a elevação PIB e tendo em vista seu considerável nível de investimentos e seu efeito multiplicador sobre o processo produtivo. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 212 Fonte: http://www.unitau.br/unindu/artigos/pdf570.pdf Ainda que em ritmo mais lento, os negócios continuam sendo fechados e não é por acaso que as construtoras mantêm a perspectiva de novos lançamentos e acreditam em retorno certo para os investimentos milionários. A manutenção do dinamismo deve ser novamente a base de crescimento para o país no ano. Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) prevê expansão de 2,8% para a construção civil em 2014, contra o avanço de 2% do Brasil. Fonte: http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/noticias/2014/02/25/interna_noticias,47887/cadeia-daconstrucao-civil-e-um-dos-principais-motores-da-economia-de.shtml O setor de cerâmica tem um importante papel na cadeia de construção civil, conforme as figuras abaixo: DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 213 Fonte: ABDI/CGEE Fonte:ABDI/CGEE O Governo Federal dentro de sua linha de ação (PPA) colocou a valorização da pequena e média mineração em DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 214 destaque, apoiando programas de regularização e formalização em destaque, bem como o fortalecimentos dos APL’s. Desta forma, o setor de cerâmica vermelha ganha um destaque, pela expressiva produção de argilas no Brasil. É o 4º bem mineral mais produzido em quantidade (Depois do Minério de ferro e Agregados- brita/areia. O Governo Federal iniciou um amplo trabalho no desenvolvimento de APL, dentre eles o de APL de base mineral. Assim, o APL de Cerâmica do Norte de goiás foi contemplado nesta iniciativa. O processo de introspecção estratégica foi uma ação pioneira do MME visando identificar as necessidades do APL como um todo e formatar uma metodologia que possa estendida aos demais APL’s de base mineral. A identificação das variáveis chave passa por um profundo processo de análise, visando quantificar e qualificar a sua extensão. Com o início do APL Cerâmica Vermelha da Norte de Goiás (2007), surgiu a necessidade de se produzir a matéria prima com legalidade e sustentabilidade, apoiando o processo de promoção da competitividade do mesmo. É necessário em um contexto estratégico, introduzir uma enorme mudança cultural na produção e fornecimento de matérias primas, buscando sua maior qualidade, garantia de fornecimento de forma sustentável e competitiva e aproveitar os impactos positivos ao longo de toda a cadeia produtiva Dentro de várias variáveis identificadas, destaca-se a: Áreas Concedidas às (registradas pelas) Grandes Mineradoras Esta variável é crítica, pois a economicidade da matéria prima “argila” (a exemplo da areia) está associada a distância de transporte da área produtora de cerâmica. E conforme descrito acima, a oneração de áreas exerce um grande impacto neste caso É necessário disseminar boas práticas no que tange a cessão de áreas para a pequena e média empresa de mineração, apoiando e intensificando seu papel na inclusão produtiva e social. Um caso é descrito no anexo 01, com o processo de formalização e liberação de áreas para a cooperativa de Morro da Fumaça/SC Variáveis que provocaram as evoluções Oneração de áreas para grandes mineradoras Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013) Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente A redução do número das áreas exploráveis de argila de várzeas e necessidade de reposição das reservas em distância econômica Novo Marco regulatório da Mineração Novos competidores em novas/outras regiões maior sustentabilidade e maior competitividade Ruptura Futura da variável- Maior poder de regulação e atuação do DNPM Independente da disponibilidade de um título minerário, o DNPM tem como prerrogativa, atuar no sentido de garantir um fluxo de fornecimento de matérias primas para sustentabilidade da atividade de produção de cerâmica, garantindo a geração de emprego e renda e apoiar o desenvolvimento local. • • Novo Marco Regulatórios introdução maiores mecanismos de intervenção e regulação do Estado Disseminação da cessão horizontal de áreas, reequilibrando a disponibilidade de áreas de argilas maior fluxo de oferta de áreas para argilas Ruptura Futura da evolução da variável Encontra-se em andamento no DNPM a avaliação de ação mais forte no sentido de inibir que as empresas tenham total controle das áreas com o título minerário, apoiando o processo de formalização/regularização da atividade de extração de argilas, bem como um maior acesso as áreas com maior proximidade do polo produtor. Por outro lado, também deve ser fortalecida a esfera negocial, com preferência que o DNPM atue como um agente moderador, estimulando mecanismos legais dentro do atual código como cessão e anuência de áreas que já se encontram oneradas. Disseminação da cessão horizontal de áreas: Fixação de limite em profundidade por superfície horizontal, de jazida preexistente, de acordo com o estabelecido no artigo 85 do Código de Mineração e Portaria do DNPM nº DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 215 248/1997. Vide Parecer DNPM 001/2000 e Portaria 248/97. Definição de Hipóteses da Variável Hipótese 1 Se não houver matéria prima extraída de forma econômica, esta questão pode impactar na viabilidade econômica das empresas ou perda de competitividade em relação aos demais produtores de outras regiões. Hipótese 2 Se a área estiver onerada, não haverá acesso para produção de argila , estimulando a lavra ilegal/não formalizada. Hipótese 3 Se não houver negociação com os detentores (cessão/anuência), potenciais reservas de argila com proximidade as indústrias de cerâmica ficarão sem exploração e sem aproveitamento. Hipótese 4 O DNPM pode estimular a cessão horizontal de áreas, de forma a compatibilizar a extração de argilas e a pesquisa mineral de metálicos, sem que a mesma seja prejudicada. O processo de flexibilização seria um importante agente para viabilizar novas áreas de produção de argilas (com qualidade e maior economicidade), além de maximizar a produção de determinado bem mineral (no caso, argila). Hipótese 5 O DNPM no caso de falta de acordo entre os interessados, pode atuar de forma mais direta, seguindo a atual Marco Regulatório da Mineração . Hipótese 6 Impactos do Novo Marco regulatório da Mineração: necessidade a aguardar a sua aprovação para uma avaliação mais profunda em relação a setor de argilas. SITES CONSULTADOS: http://www.unitau.br/unindu/artigos/pdf570.pdf http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/noticias/2014/02/25/interna_noticias,47887/cadeia-da-construcao-civil-e-umdos-principais-motores-da-economia-de.shtml http://www.abdi.gov.br http://www.dnpm.gov.br DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 216 Estimular o Artesanato com Argila (ARTECV) Participantes: Daniela Angélica Costa Elaine Cristina Vaz de Almeida Glady Duarte Correia Leidiane P. da Silva Bernardes Renata Pereira Rezende Descrição: O Artesanato em Cerâmica Vermelha é uma atividade desenvolvida por artistas e artesões, que tem como finalidade fortalecer a cultura local e proporcionar as comunidades pertencentes a região norte do Estado de Goiás um maior conhecimento ao universo da arte/artesanato, buscando através da arte educação mobilizar os atores local na construção de uma perspectiva volta a sustentabilidade da região, contribuir para construção de atividades que favoreçam a produção de peças que sensibilize a comunidade ao universo artístico e o inclua no mercado econômico do país. Evoluções Passadas: Desde os primórdios, o homem veio fazendo incontáveis utilizações da terra e seus minérios, tendo em vista as demandas das humildes necessidades de utilização dos utensílios, seja em sua vida material, seja em sua vida espiritual, construir a casa, cozinhar, conservar os alimentos, ter imagens e enfeites. Assim a cerâmica nasceu com o homem, não se desconectou dele e é indicadora de sua engenhosidade e capacidade de invenção. Estudiosos confirmam ser, realmente, a cerâmica a mais antiga das indústrias. Ela nasceu no momento em que o homem começou a utilizar-se do barro endurecido pelo fogo. Desse processo de endurecimento, obtido casualmente, multiplicou-se e até hoje é utilizada como matéria - prima de diversos instrumentos domésticos, da construção civil e como material plástico nas mãos dos artistas e artesãos. Os primeiros artesãos surgiram no período neolítico (6.000 a.c) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica e a tecer fibras animais e vegetais. No Brasil, a cerâmica tem seus primórdios na Ilha de Marajó na segunda metade do século XVIII, onde ocorreram escavações na Amazônia, especialmente na Ilha de Marajó, sendo o centro de Santarém o mais generoso com os pesquisadores. O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o sustento de muitas famílias e comunidades. O artesanato faz parte do folclore e revela usos, costumes, tradições e características de cada região. O artesão é aquele que, através da sua criatividade e habilidade, produz peças de barro, palha, tecido, couro, madeira, papel ou fibras naturais, matérias brutas ou recicladas, visando produzir peças utilitárias ou artísticas, com ou sem uma finalidade comercial. Ele trabalha sozinho ou com assistentes e tanto pode fazer peças únicas como trabalhos em série, contando ou não com a ajuda de ferramentas e mecanismos rudimentares ou semiindustriais. Existem no estado alguns municípios como Goiânia, Anápolis, Cidade de Goiás, Ipameri entre outros, inclusive com artistas renomados como Antônio Poteiro que contribuíram e muito para a história da arte popular com cerâmica em nosso estado. Mediante a todo processo histórico da cerâmica artesanal no estado faz-se necessário um maior conhecimento para ter mais apropriação dessa atividade e implantarmos na região norte, pois em pesquisa realizada não obtivemos dados consistentes de registrados sobre essa atividade na região, o que obtivemos foram relatos de que as mulheres que num passado recente confeccionavam potes, vasilhames e vasos para serem utilizados nas atividades domésticas e como adorno dos lares. Variáveis que provocaram as evoluções: Fortalecer o Associativismo e o cooperativismo (Fortalecimento da ASCENO) Fortalecer a parceria entre os segmentos educacionais e as indústriais Investir em formação e capacitação das pessoas com viés arte educação Agregar valor ao produto (artesanato cerâmico) Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções: O estado de Goiás é divido estatisticamente em cinco mesorregiões, dezoito microrregiões e 246 municípios segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A mesorregião do Norte Goiano é formada pela união de 27 municípios agrupados em duas microrregiões. A cidade mais populosa é Niquelândia com cerca de 46.380 habitantes. Porangatu vem logo atrás com cerca de 40.099 mil pessoas. A região faz limites com Leste Goiano, Centro Goiano, Noroeste Goiano, Extremo Oeste Baiano (BA), Ocidental do Tocantins (TO), Oriental do Tocantins (TO), tem uma área de 56.509.364Km2 população 305.886 habitantes. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 217 O PIB segundo IBGE de 2010 é de 4.651.966.102,00 e o PIB per capita é de 16.226,21. Diante desse contexto a cima referendado, a atividade com artesanato cerâmico não tem contribuído para o desenvolvimento atual da região. Tendências Futuras das variáveis provocadoras: O que podemos concluir através da conjuntura atual é que se não houver esforços para elaboração de políticas de interlocução entre a comunidade/escola/indústria a tendência futura e continuarmos na situação atual, sem políticas que estimule o desenvolvimento do Artesanato Cerâmico na região norte do Estado. Rupturas Futuras das variáveis provocadoras: O artesanato cerâmico tem como principal meta busca o fortalecimento da economia local e promover uma relação dialética entre escola e indústria. Tendo como foco o conhecimento, a inovação e a tecnologia como suporte para o envolvimento dos atores locais. Criando nessa perspectiva um espaço de diálogo de manuseio da argila de várzea para construção de peças decorativas com viés artístico, valorizando os artistas e os artesões da região. Promovendo o desenvolvimento sustentável regional com atividade do artesanato cerâmico, contribuir para confecção de peças artesanais com qualidade e beleza. Detalhamento das variáveis: Propor a comunidade, escolas e indústria pertencentes a região do norte goiano um maior conhecimento ao universo da arte/artesanato; Mobilizar os atores locais para fortalecer a cultura local através do artesanato cerâmico; Incluir no Projeto Político Pedagógico das unidades escolares – Arte educação em artesanato com argila; Implantar espaços pedagógicos nas unidades escolares e espaços de oficinas nas indústria de cerâmicas para produção de artesanato cerâmico com argila de várzea ; Promover feiras nos municípios para promover a venda das peças produzidas pelas unidades escolares, indústria e consequentemente contribuir para a divulgação dos produtos. Definição de Hipóteses Hipótese 1 Se não houve mobilização e conscientização das unidades escolares e das fabricas o artesanato cerâmico não poderá contribuir para o fortalecimento da cultura local Hipótese 2 Se não houve participação e envolvimento dos atores locais e espaços destinados as oficinas (comunidade, escolas, indústrias) não haverá fortalecimento da economia local, consequentemente as crianças, os jovens e os adultos não terão o conhecimento do universo arte/artesanato e das melhorias que podem proporcionar a variável nas dimensões: educacional, social e econômica. Hipótese 3 Em 2034 a região norte do Estado de Goiás que é privilegiada com a matéria prima – argila de várzea terá espaços estruturados nas escolas e indústria com a produção de peças de artesanato cerâmico, comercializados em todo o país. Referência Bibliográfica: JARDIM, Márcio. Aleijadinho: uma síntese histórica. Belo Horizonte: Stellarum, 1995. 225p. MARTINS, Judith. 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Os instrumentos atuais são complexos, onerosos e trabalhosos para a pequena mineração, incentivando a lavra ilegal e fora dos critérios de sustentabilidade. . Variáveis que provocaram as evoluções Políticas públicas para a pequena mineração Reconhecimento da importância da pequena mineração importância na flexibilização Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013) Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções Definir a lavra de argila como atividade estratégica e de utilidade pública geração de emprego/renda, polos de desenvolvimento e garantia de materiais à cadeia da construção civil Complexidade do atual Marco regulatório prazos, custos, formalidade . Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente A redução das reservas de argilas de qualidade simplificação da complexidade elevará a oferta de novas jazidas Novo Marco regulatório da Mineração Novos competidores em novas/outras regiões no setor de cerãmica maior sustentabilidade e maior competitividade Valorização da Sustentabilidade Maior impacto da licença social e atuação das comunidades afetadas Contextualização desta questão O Governo Federal dentro de sua linha de ação (PPA) colocou a valorização da pequena e média mineração em destaque, apoiando programas de regularização e formalização em destaque, bem como o fortalecimentos dos APL’s. Desta forma, o setor de cerâmica vermelha ganha um destaque, pela expressiva produção de argilas no Brasil. É o 4º bem mineral mais produzido em quantidade (Depois do Minério de ferro, Agregados Esta variável é crítica, pois a complexidade do Marco Regulatório resulta em um alto índice de ilegalidade e informalidade desta atividade. É necessário disseminar boas práticas no que tange a cessão de áreas para a pequena e média empresa de mineração, apoiando e intensificando seu papel na inclusão produtiva e social. Dentro do cóigo atual, há mecanismos que podem e devem ser incentivados para apoiar o segmento d epequena e média empresa de mineração. Variáveis que provocaram as evoluções Oneração de áreas para grandes mineradoras novos mecanismo de ação para cessão de áreas DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 219 Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) simplificação do Marco apoio a pequena empresa de mineração Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013) Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente A redução do número das áreas exploráveis de argila de várzeas e necessidade de reposição das reservas em distância econômica Novo Marco regulatório da Mineração Novos competidores em novas/outras regiões maior sustentabilidade e maior competitividade Ruptura Futura da variável- Maior poder de regulação e atuação do DNPM Independente da disponibilidade de um título minerário, o DNPM tem como prerrogativa, atuar no sentido de garantir um fluxo de fornecimento de matérias primas para sustentabilidade da atividade de produção de cerâmica, garantindo a geração de emprego e renda e apoiar o desenvolvimento local. Novo Marco Regulatórios introdução maiores mecanismos de intervenção e regulação do Estado Disseminação da cessão horizontal de áreas, reequilibrando a disponibilidade de áreas de argilas maior fluxo de oferta de áreas para argilas Ruptura Futura da evolução da variável Encontra-se em andamento no DNPM a avaliação de ação mais forte no sentido de inibir que as empresas tenham total controle das áreas com o título minerário, apoiando o processo de formalização/regularização da atividade de extração de argilas, bem como um maior acesso as áreas com maior proximidade do polo produtor. Por outro lado, também deve ser fortalecida a esfera negocial, com preferência que o DNPM atue como um agente moderador, estimulando mecanismos legais dentro do atual código como cessão e anuência de áreas que já se encontram oneradas. Disseminação da cessão horizontal de áreas: Fixação de limite em profundidade por superfície horizontal, de jazida preexistente, de acordo com o estabelecido no artigo 85 do Código de Mineração e Portaria do DNPM nº 248/1997. Vide Parecer DNPM 001/2000 e Portaria 248/97. Definição de Hipóteses da Variável Hipótese 1 Se houver flexibilização do Marco da Mineração, o índice de legalização da atividade minerária da pequena empresa de mineração terá substancial elevação Hipótese 2 Se não houver negociação com os detentores (cessão/anuência), potenciais reservas de argila com proximidade as indústrias de cerâmica ficarão sem exploração e sem aproveitamento. Uma flexibilização apoiará a oferta de novas áreas produtoras de argilas. Hipótese 3 O DNPM pode estimular a cessão horizontal de áreas, de forma a compatibilizar a extração de argilas e a pesquisa mineral de metálicos, sem que a mesma seja prejudicada. O processo de flexibilização seria um importante agente para viabilizar novas áreas de produção de argilas (com qualidade e maior economicidade), além de maximizar a produção de determinado bem mineral (no caso, argila). Hipótese 4 O DNPM no caso de falta de acordo entre os interessados, pode atuar de forma mais direta, seguindo a atual Marco Regulatório da Mineração e/ou Novo marco da Mineração. Hipótese 5 Impactos do Novo Marco regulatório da Mineração: necessidade a aguardar a sua aprovação para uma avaliação mais profunda em relação a setor de argilas. SITES CONSULTADOS: http://www.dnpm.gov.br DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO – 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 220 Variável-chave, não motriz, que não foi descrita por falta de tempo. Desenvolver combustível alternativo (queima) (DCAQ) DESCRIÇÃO DO CENÁRIO GLOBAL - ARGILA PLÁSTICA - DO APL CERÂMICA VERMELHA DO NORTE GOIANO – Uruaçu – GO - 2014 Antônio Luís Aulicino, PhD – IDS; Elzivir Azevêdo Guerra – SGM/MME; Enir Sebastiao Mendes – SGM/MME 221 Referência Bibliográfica que serviu de base para elaboração do Processo Prospectivo ALBRIGHT, Richard. Visualizing Strategic and Technology Roadmaps. Disponível em: http://www.albrightstrategy.com/roadmap_visualization.html. Acesso em 20/08/2011. AULICINO, Antônio L. Dissertação de Mestrado: Identificação de Problemas Potenciais na Construção de Cenários e na Formulação de Estratégias em uma Organização: Proposição de um Método – um estudo de caso. São Paulo. FEA-USP, 2002. ___________________. Tese de Doutorado: Foresight para Políticas de CT&I com Desenvolvimento Sustentável: Estudo de Caso Brasil. São Paulo. FEA-USP, 2006. ___________________. Estudo do Futuro: O que você deve pesquisar hoje? 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