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CFPAS Centro de Formação Profissional de Água e Saneamento BOLETIM INFORMATIVO PROJECTO NICHE/MOZ/135 Distribuição Gratuita | Abril 2016 | Edição Especial EDITORIAL A alavanca do CFPAS O NICHE/MOZ/135 é um projecto que está a ser implementado, desde 2012 e com o seu término previsto para 2016. As acções por si desenvolvidas visam revolucionar o CFPAS, uma vez que contemplam, por via da capacitação institucional, pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma organização, designadamente técnicos qualificados (com a inclusão da componente género) e equipamentos modernos disponíveis para responder à demanda da formação, nos sectores de Água e Saneamento e de Gestão de Recursos Hídricos. Efectivamente, graças ao projecto supramencionado, técnicos do CFPAS beneficiaram-se de formação a nível superior (incluindo pós graduações) bem como de capacitações de curta duração, nomeadamente de desenvolvimento curricular, pedagogia, módulos, género, Inglês, Irrigação e Drenagem, Hidrometria, Gestão de Perdas e Saneamento, para além de seminários para o levantamento de necessidades de formação, estabelecimento de parcerias e integração de género nas actividades da instituição. Paralelamente, há a destacar o apetrechamento da biblioteca com livros actualizados sobre água, saneamento e gestão de recursos hídricos, em português, importantes não só para o CFPAS como para o país. Na componente tecnológica, já se fez os concursos para a aquisição de equipamentos e, quando o projecto terminar, os laboratórios e as oficinas estarão apetrechados com equipamentos modernos. Em suma, estão lançadas as bases para o CFPAS consolidar-se como um Centro Nacional de Formação de Referência, nas áreas de Água, Saneamento e Gestão de Recursos Hídricos com uma perspectiva de género. OS S R U : OS V O N ; gem a n Dre s; e o a açã e Perd g i r r • I estão d ria; t • G idrome nto. • H neame a • S C Essência e duração do projecto Niche O Centro de Formação Profissional de Água e Saneamento (CFPAS) está a implementar o projecto NICHE/MOZ/135, financiado pelo NICHE (Iniciativa Holandesa para o Desenvolvimento de Capacidades no Ensino Superior – (Netherlands Initiative for Capacity Development in Higher Education). O objectivo geral do projecto é contribuir para a melhoria da gestão, serviços e infraestruturas , nos sectores de Água e Saneamento e de Recursos Hídricos, através do fortalecimento da capacidade do CFPAS em providenciar profissionais, homens e mulheres, aptos a responder ao crescimento da demanda por staff qualificado e especializado. Os objectivos específicos do projecto são, por um lado, tornar o CFPAS um Centro Nacional de Formação e Educação de Referência, nas áreas de Água, Saneamento e Gestão de Recursos Hídricos com uma perspectiva de género e, por outro lado, disponibilizar graduados e serviços que respondem às necessidades de Mercado. O projecto NICHE/MOZ/135, com a duração de 4 anos, iniciou em 1 de outubro de 2012, na sua fase preparatória, que terminou a 31 de março de 2013. A fase de implementação foi iniciada em 1 de abril de 2013 e termina em 30 de setembro de 2016. O projecto está a ser implementado pelo CFPAS e um Consórcio constituído pela ASKNET, SALOMON, VITENS-Evides International (VEI), liderado pelo CINOP. Etapas do projecto Num primeiro momento, avaliou-se os pontos fortes e fracos, nos níveis interno e externo, do ponto de vista organizacional e académico. De seguida, analisou-se a posição actual da organização, no mercado , incluindo o género. A Terceira etapa foi o desenvolvimento de um documento base para 4 anos, contemplando as áreas organizacional, de metodologias pedagógicas e didácticas, desenvolvimento curricular, programação de formação de técnicos e professores e de materiais e equipamentos. Para a implementação de cada uma destas áreas, foi desenvolvido um Plano de Negócios, que recomenda um estudo de viabilidade sobre a pertinência da existência dos núcleos de formação da Beira e Nampula. Relativamente a eventos, há a salientar a realização de seminários, capacitações e uma avaliação de meio termo. Vejamos caso a caso: SEMINÁRIOS Seminário internacional com stakeholders e parceiros Nos dias 28 e 29 de Maio e 2015, teve lugar um seminário internacional para o levantamento de necessidades de formação e estabelecimento de parcerias e de cooperação mútua, com a participação de instituições nacionais (Instituto Industrial de Maputo; Direcção Provincial de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hidricos de Maputo; Universidades Eduardo Mondlane, Pedagógica e Politécnica; Direcção Nacional do Abastecimento de Água e Saneamento (DNAAS); Conselho Municipal 2 de Maputo; Instituto Médio do Ambiente e Planeamento Físico, entre outras), alguns estudantes e recém graduados do CFPAS e ainda organizações internacionais (CINOP e Develepment Workshop de Angola). O workshop resultou no seguinte: • Projecto NICHE/Moz/135 divulgado, junto dos parceiros; • Identificadas lacunas susceptíveis de ser preenchidas pelo CFPAS; • Identificadas outras potenciais fontes de financiamento para o projecto; • Recolhidos inputs para o refinamento e aperfeiçoamento dos produtos do CFPAS (cursos, formações e outros produtos); • Criadas todas as condições para o CFPAS melhorar o seu posicionamento no actual Mercado de água e saneamento e formação técnico-profissional, em geral; • Recolhidas dicas para o alinhamento dos programas do CFPAS aos desenvolvimentos em curso, no país; • Exploradas as possibilidades de expansão do CFPAS, a nível nacional e internacional; • Identificadas possibilidades de partilha de recursos, ao nível nacional e internacional. Seminário internacional com stakeholders e parceiros A voz dos participantes no seminário Ouvida pela nossa reportagem, Amida Elisabete Estiva, graduada do curso de GORH1, afirmou que o seminário possibilitou o levantamento das necessidades do Mercado e a busca de parcerias para se dar resposta às necessidades dos estudantes , em termos de qualidade de ensino (conteúdos, metodologia e abordagem de aulas práticas). Mais adiante, Amida referiu que as dicas que os alunos e parceiros deram vão ajudar na melhoria da qualidade de ensino, pois os finalistas terão mais locais para fazer estágios e práticas. “ Com o seminário, o centro vai prestar melhores serviços e 1 Gestão Operacional de Recursos Hídricos contribuir para a melhoria do abastecimento de água, no país” disse, a terminar. Por seu turno, Egino Francisco, representante da Helvetas, defendeu que o seminário foi bom, pois foram debatidos vários temas que vão ajudar o CFPAS a desenhar e actualizar cursos importantes para dar resposta às necessidades do Sector de Água e Saneamento. De acordo com Egino, o evento trouxe muitas dicas para a modernização dos pacotes de formação oferecidos pelo CFPAS, uma vez que foram evocados aspectos de academia e sociais, uma tendência actual nos pacotes de formação, como forma de contribuição das instituições de ensino no desenvolvimento do país. Prosseguindo com a sua alocução, mani- 3 festando uma confiança redobrada no CFPAS, atirou: “ Somos parceiros, mas pretendemos trabalhar muito mais na área de capacitação de técnicos que implementam as actividades dos nossos programas, porque reconhecemos que os cursos ministrados pelo CFPAS respondem às necessidades do sector”. Seminário para a elaboração do Plano de Negócios O seminário para a elaboração do plano de negócios da instituição foi realizado em abril de 2014, com a participação de técnicos da instituição, e consistiu no diagnóstico, avaliação e programação de ideias e acções para melhorar o desempenho e para desenvolver a capacidade do CFPAS. O exercício visou projectar o futuro da instituição. Seminário de Incubação de Negócios e Empreendedorismo Representante do GAPI intervindo durante o seminário Outro seminário efectuado foi o de Incubação de Negócios e Empreendedorismo, cujo objectivo era dotar os graduados de habilidades para elaborarem projectos e serem empreendedores, bem como estabelecer parcerias com instituições de crédito para o financiamento de projectos de Negócio. Neste contexto, participaram no evento instituições de crédito, cujos representantes fizeram apresentações elucidativas sobre as condições necessárias para a aprovação de projectos. Paralelamente, o CFPAS percebeu a necessidade de incluir conteúdos relacionados com a ela- 4 boração de Planos de Negócios nos currículos dos cursos. O seminário resultou na abertura dos parceiros em trabalhar com o CFPAS na elevação do nível de prestação de serviços da nossa instituição. Convidados felizes com o impacto do evento Para medir o impacto do evento, começamos por ouvir Filomena Francisco, Professora, no CFPAS, que avaliou o seminário de incubação de negócios como sendo importante para os graduados que estão a desenvolver projectos de negócios, uma vez que estiveram lá instituições de crédito potenciais que, com as suas apresentações, clarificaram aos futuros empreendedores, as condições necessárias para a obtenção do crédito para os seus projectos, nomeadamente a necessidade de se elaborar projectos assessorados por especialistas, para se conseguir a sua aprovação. Por outro lado, segundo a nossa interlocutora, para o CFPAS, foi uma oportunidade para alavancar a sua imagem, fazer marketing, estabelecer parcerias inteligentes e, sobretudo, mostrar que pode, no futuro, funcionar como uma incubadora de negócios e contribuir para a empregabilidade dos seus graduados. “Foi uma iniciativa maravilhosa para os graduados que querem implementar projectos”, concluiu Filomena. Do lado dos graduados, Onésia Remana considerou que o seminário abriu as mentes dos integrantes do grupo de graduadas que estava a elaborar o Plano de Negócios, do qual ela faz parte. Prosseguindo, a nossa fonte reconheceu que o seu grupo aprendeu, a partir das apresentações das instituições de crédito e outras com experiência, na área de incubação de negócios, as condições necessárias para um plano de negócios ser aprovado. Alinhando no mesmo diapasão, Celestina Mugabe, outra graduada e integrante do grupo acima mencionado, realçou o facto de, no âmbito da incubação de Negócios e com o patrocínio do projecto, ter visitado a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), na cidade da Beira. “ Foi uma experiência única para mim, pois nunca tinha visto a transformação de água suja em limpa e lá vi todo o processo que torna isso possível”, elogiou a nossa fonte. CURSOS NOVOS No âmbito do projecto NICHE/MOZ/135 foram desenhados quatro cursos novos, nomeadamente o de Gestão de Perdas, Hidrometria, Irrigação e Drenagem e Saneamento (geral e para o desenvolvimento de negócios). Leia, de seguida, o essencial de cada um dos cursos: Técnicos do CFPAS numa sessão de Capacitação em Gestão de Perdas Gestão de perdas De acordo com Matias Bernardo, um dos técnicos do CFPAS que beneficiou da formação em Gestão de Perdas, resultante do projecto NICHE/MOZ/135, o curso resultou na aquisição de novos conhecimentos, pois antes ouvia falar de perdas, mas não sabia distinguilas em perdas aparentes (invisíveis a olho nu), comerciais e fisicas. Outro aspecto destacado pelo nosso interlocutor é que, a partir da aprendizagem proporcionada pelo Curso de Perdas, passou a saber que, através da criação de Zonas de Medição e Controlo (ZMC), pode-se detectar perdas, mesmo não sendo visíveis. Mostrando ter aprendido, de facto, Matias explicou que a detecção de perdas fazse medindo a quantidade de água que entra para ser consumida e, no fim , a partir da facturação, pode-se saber se dentro do ZMC há ou não perdas, efectuando-se a subtracção entre a quantidade de água que entrou e a que foi consumida. Adicionalmente, a nossa fonte realçou que, durante o treinamento, aprendeu técnicas de cálculos para determinar as perdas. CFPAS capacitou técnicos do FIPAG Região Norte A terminar, Matias Bernardo revelou que, após a formação recebida pelos seus técnicos, em Gestão de Perdas , o CFPAS, em parceria com a VITENS, replicou a mesma formação aos técnicos do FIPAG Região Norte, em Nampula, a qual foi bem sucedida, uma vez que estes passaram a conhecer novas ferramentas e técnicas de prevenção e combate às perdas de água. 5 As perdas no FIPAG Região Norte reduziram… Com o intuito de nos inteirarmos do impacto do curso de Gestão de Perdas ministrado pela nossa instituição, ouvimos a reacção de dois técnicos do FIPAG Nampula. Começamos por conversar com Cecília Patine, técnica ambiental, que considerou o curso bom, uma vez que os participantes conciliaram a teoria com a prática. De acordo com a nossa fonte, as perdas reduziram porque, graças ao curso, “passamos a efectuar o combate às perdas de forma sistematizada, na base de uma melhor planificação e estruturação/organização das equipas que realizam o trabalho”, clarificou. Para Quitenge Ramadane, coordenador da secção de Perdas do FIPAG Nampula, o curso foi importante, uma vez que envolveu técnicos, desde o topo até a base, o que vai ajudar no combate às perdas, já que o topo já percebe melhor, quando a base (secção de perdas) solicita algo. De acordo com o nosso interlocutor, o curso mostrou que o combate às perdas fazse na base de um estudo científico, por zona, que consiste na contagem dos clientes de uma dada zona e no controlo do consumo de água, através da válvula e do contador. “ As perdas estão a reduzir drasticamente, graças à formação em Gestão de Perdas ministrada pelo CFPAS “ disse, a encerrar a sua intervenção. Hidrometria O curso de Hidrometria, que decorreu de 19 a 24 de Outubro de 2015, no qual participaram 5 técnicos da instituição e 2 recémgraduados do curso de GORH, visou capacitar os nossos técnicos para facilitarem conteúdos ligados à hidrometria, nos cursos de curta duração. Na ocasião, os formandos aprenderam os processos de instalação de uma estação hidroclimatológica, de manutenção de estações hidroclimatológicas, de reposição de equipamentos hidroclimatológicos (escalas hidrométricas e pluviométricas) e de tratamento de dados hidroclimatológicos. Paralelamente, foram ministradas aulas práticas, na estação hidrométrica da Moamba, instalada no rio Incomáti, onde os formandos simularam, por exemplo, matérias como nivelamento de escalas hidrométricas, medições de caudal e medições de precipitação. No final da formação, a reportagem desta publicação conversou com alguns graduados que beneficiaram de algumas acções do projecto, no âmbito da sua preparação para enfrentar o Mercado de Emprego. Neste contexto, Delcídio Changule, recém-graduado do curso de GORH considera que o curso de Hidrometria elevou o seu nível de conhecimento técnico e agora está apto a construir uma estação hidrométrica, fazendo todos estudos necessários no local da sua construção. “ Posso medir caudais dos rios, fazer instalações de medidores de precipitação e efectuar o balanço hídrico de uma albufeira”, elucidou Delcídio. Ecos da Capacitação Técnicos do CFPAS e recém graduados do curso de GORH em capacitação sobre Hidrometria 6 Por sua vez, Arcina Nhavoto, recém-graduada do curso de GORH, considerou a formação em hidrometria uma mais valia, pois agora sentese gestora de Recursos Hídricos, capaz de desempenhar as suas funções com zelo e profissionalismo, uma vez que Já sabe montar escalas, fazer medições no rio, através de instrumentos próprios, e determinar em que mês haverá cheias. “Agora conheço os procedimentos para persuadir a população, em caso de cheias, a deslocar-se para zonas seguras”, rematou Arcina. Irrigação e Drenagem Formandos numa aula prática de irrigação e drenagem O curso de formação de formadores em Irrigação e Drenagem decorreu, de 19 a 23 de outubro de 2015, no distrito do Chókwè, com a participação de 5 técnicos do CFPAS. A capacitação dotou os profissionais de habilidades para intervir, selectivamente, nas diferentes áreas de concepção, implementação e gestão dos sistemas de rega e drenagem relacionados com a produção agrária. Trata-se de uma nova área que o CFPAS abraça, que não é tradicional, e enquadra-se nas metas de desenvolvimento sustentável. O que disseram os formandos? Para nos certificarmos da importância do curso, conversamos com Felícia Johane e Tomás Maibaze, dois técnicos do CFPAS que foram unânimes em considerar a formação muito boa, por terem adquirido conhecimentos teóricos e práticos sobre Irrigação e Drena- gem, com destaque para os tipos de drenagem e de irrigação, a adequação de cada tipo de irrrigação ao tipo de cultura e ainda sobre as escalas que medem o nível da água do rio.” Podemos ministrar este curso sem problemas”, desafiaram os nossos interlocutores. Saneamento O Curso de Saneamento está dividido em duas componentes: uma que tem a ver com o saneamento geral e a outra com a componente do negócio, que dota os alunos de conhecimentos sobre o procedimentos para a criação de associações/cooperativas de saneamento vocacionadas para a venda de lages, manilhas e prestação de serviços de participação e Educação Comunitária. 7 Avaliação de Meio Termo do Projecto NICHE/MOZ/135 Consultores reunidos com técnicos do CFPAS, no âmbito da Avaliação do Meio Termo do Projecto Niche Na perspectiva de assegurar que sejam feitos progressos suficientes, de modo a alcançar-se os objectivos do projecto, dois consultores independentes efectuaram uma Avaliação de Meio Termo do projecto. A avaliação incidiu em temas como as bolsas atribuidas aos técnicos, critérios de atribuição e relevância da formação, o desenvolvimento curricular e as modalidades e modelos dos cursos a serem ministrados pelo CFPAS. Quanto à monitoria, a equipa de consultores orientou a nossa instituição, relativamente à importância do acompanhamento dos seus graduados, após a formação. Outro ponto relevante da avaliação foi a análise do ponto de situação da implementação do projecto, em termos de apetrechamento das infraestruturas do Centro, no que diz respeito a equipamentos e materiais. Finalmente, os consultores promoveram um debate sobre o papel e posicionamento que o CFPAS deve ter no sector de Águas, no país, em função do cenário do Mercado. A avaliação foi importante, pois permitiu a visualização do estágio do projecto, em fun8 ção das actividades programadas, e clarificou o que deve ser feito, para que o projecto seja bem sucedido. Impacto do NICHE O NICHE/MOZ/135 representa uma alavanca para a imagem e desempenho do CFPAS, por isso era pertinente ouvir a opinião dos seus beneficiários sobre o valor do projecto. Neste prisma, na visão de Ernesto Comé, chefe do Gabinete de Estudos e Projectos (GEP) do CFPAS, o projecto NICHE apareceu numa altura em que o Centro precisava de uma mão para colocar em prática, designadamente a capacitação institucional. Neste âmbito, o deponente enalteceu a formação de oito (8) técnicos e o desenho de 4 novos cursos, nomeadamente de Hidrometria, Gestão de Perdas , Saneamento (geral e de negócios) e Irrigação e Drenagem, o que representa uma mais valia para a nossa instituição. Mais adiante, Comé acrescentou que havia um défice grande de meios circulantes e o projecto ajudou na componente de transportes. Numa outra intervenção, o chefe do GEP referiu que o projecto introduziu a componente de género; vai proporcionar cursos de curta duração novos, mencionados anteriormente, e apetrechar, em equipamentos e materiais, as oficinas, laboratórios e a sala de informática. “Teremos um CFPAS mais competitivo e com a sua imagem melhorada”, acrescentou a nossa fonte. Ouvido também pela reportagem desta publicação, Alberto Ngovene, outro técnico da instituição, afirmou que o projecto é uma mais valia para o CFPAS, no que diz respeito à promoção da sua visibilidade, visto que foram promovidos vários seminários com a presença de stakeholders. Para além do mencionado pelo seu colega Ernesto Comé, Ngovene acrescentou que o CFPAS beneficiou de obras de pintura e reabilitação do seu edificio e está no processo de aquisição de equipamentos e materiais modernos para as oficinas e laboratórios. “Graças ao projecto, estabelecemos parcerias inteligentes, por forma a descentralizar os cursos a serem realizados, a nível nacional, e o nosso Plano de Negócios está a ser finalizado”, concluiu Ngovene. Convidado a tecer algumas considerações sobre o projecto, Marcos Muholove, chefe dos Recursos Humanos, destacou, complementando os depoimentos dos anteriores entrevistados, o facto de o projecto estar na fase de aquisição de 30 computadores destinados a equipar a sala de informática. Com relação a aquisições realizadas, Muholove enumerou a compra de 1 viatura, para o expediente, um mini - bus de 33 lugares, para aulas práticas, e 2 carros 4x4 para os técnicos realizarem trabalhos de campo. Quanto às visitas de troca de experiências efectuadas, Marcos mencionou as deslocações efectuadas a Gaza, cidades de Maputo e Beira e Reino da Holanda e, relativamente à capacitação de curta duração, mencionou a participação de técnicos em cursos de inglês, no país e no estrangeiro (África do Sul). Outros factos relevantes, mencionados pela nossa fonte foram a revisão curricular e a capacitação de alguns graduados em gestão de negócios. Para o nosso interlocutor, o projecto veio fortalecer mais o CFPAS como uma referência, no sector de Água e Saneamento. A nossa reportagem também ouviu o representante de um dos nossos parceiros, Moisés Mabote, técnico da Direcção Provincial de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hidricos de Maputo, que considera que os seminários organizados pelo CFPAS ajudaram o Centro a inserir-se no Mercado e as opiniões que foram avançadas, se bem aproveitadas, podem melhorar as actividades do CFPAS. “Foi uma oportunidade para o Centro estabelecer novas parcerias, consolidar as já em curso, promover o Melhoramento dos currículos dos cursos ministrados na instituição e desenhar novos cursos”, completou Mabote. Este é o mini-bus de 33 lugares adquirido no âmbito do projecto Niche/Moz/135 9 Balanço do NICHE A voz do coordenador do Niche O coordenador do projecto, Celestino Lucas, mostra-se satisfeito com o desenrolar do projecto, uma vez que foi uma oportunidade única de formar mais técnicos de nível superior (licenciados e mestrados), dotar o Centro de equipamentos e materiais modernos, nomeadamente ao nível informático, das oficinas e dos laboratórios. Relativamente à formação que ministra, de acordo com a nossa fonte, o CFPAS, com o apoio do projecto, desenhou os cursos de Irrigação e Drenagem, Hidrometria, Gestão de Perdas e Saneamento (saneamento geral e na perspectiva de negócio). “ Se tudo Coordenador do Niche, Celestino Lucas, intervindo na abertura do seminário sobre liderança correr normalmente, até julho, todas as acções previstas no projecto terão sido concluidas”, reforçou a nossa fonte. A terminar, Celestino Lucas revelou que, do programado, falta concluir o processo de elaboração dos Sistemas de Gestão de Qualidade e de Monitoria e Avaliação, bem como a Revisão dos Currículos, tendo em conta a sensibilidade em relação ao género e à estratégia de Marketing da instituição. ENTREVISTA O projecto está no bom caminho Afirmação da consultora José Hoogervorst Uma figura incontornável, no âmbito da implementação do projecto NICHE/MOZ/135, é José Hoogervorst, a consultora do CINOP, que na entrevista que segue, mostrou-se confiante no alcance dos resultados previstos pelo projecto, realçando o impacto positivo dos seminários, dos novos cursos, das visitas efectuadas pelos técnicos do CFPAS, a nível nacional e internacional, no âmbito da troca de experiências, do envolvimento dos graduados e da integração do género. Eis a entrevista: 10 1. Em que consiste o trabalho do consórcio? Formou-se um consórcio para assegurar a existência de conhecimentos, capacidades e experiência em todos os aspectos do projecto, ou seja, nas áreas de didáctica/ desenvolvimento de cursos, área temática de água e saneamento e também de “networking”. 2. Em função dos objectivos do projecto, qual o balanço que faz do que foi feito, até agora? O projecto está no bom caminho, no sentido de atingir os resultados previstos. No início, registaram-se alguns atrasos, mas está-se a recuperar o tempo perdido. 3. Que análise faz do impacto, para o CFPAS, de cada um dos seminários? Cada seminário teve os seus objectivos específicos que, no global, foram atingidos. Além disso, cada seminário deu para aumentar a rede de contactos, o que, para um Centro da natureza do CFPAS, é muito importante. A entrevistada orientando um seminário sobre género 4. O que vão significar os cursos novos trazidos no contexto do NICHE? Os temas e os conteúdos dos novos cursos foram baseados numa pesquisa do mercado e desenhados em estreita colaboração com os “stakeholders” (actores no sector de água e saneamento) na perspectiva de dar resposta à seguinte questão: Que tipo de habilidades e de conhecimentos os empregadores precisam nos empregados? O facto de o desenvolvimento dos cursos ter sido participativo, quer dizer, numa estreita colaboração entre os peritos e os quadros do CFPAS, faz com que o Centro esteja capacitado de modo a fazer adaptações do conteúdo da/dos formação/cursos, sempre que for necessário. Assim, o Centro também pode oferecer cursos à medida (tailor made). 5. Que balanço faz das visitas de troca de experiências? para o CFPAS, as visitas foram úteis? As visitas foram bem preparadas no sentido de discutir, com os participantes, os objectivos e os resultados esperados. Durante as visitas, sempre houve momentos de discussão e reflexão, para permitir a troca de ideias sobre a utilidade de certas abordagens, maneiras de trabalhar etc., para o próprio Centro. Quer dizer, sempre analisou-se quais as ideias, maneiras de fazer etc, a “copiar” pelo CFPAS. Desta maneira, garantiu-se que houvesse aprendizagens e ganho de experiência, como resultado das visitas de troca de experiências. Que avaliação faz do envolvimento de estudantes graduados, nos eventos realizados pelo NICHE? Sempre foi positivo. Os cursistas/ estudantes são clientes do CFPAS e, para o Centro, é importante satisfazer as expectativas dos “clientes”. Uma boa maneira é envolvê-los e ouvir as suas ideias. Ao mesmo tempo, como, em geral, são de uma geração mais nova, podem contribuir com novas ideias e outras maneiras de fazer as coisas. Neste sentido, foi e continua a ser uma aprendizagem mútua. 6. 11 7. Que ganhos os graduados tiveram ao participarem no Workshop sobre incubação de negócios, curso de Hidrometria, seminário sobre género e as visitas efectuadas pelo grupo de meninas que estavam a elaborar um plano de negócios? Como coordenadora, julgo que o seminário sobre género trouxe experiências úteis para a futura carreira dos graduados e, além disso, estes vão recomendar o CFPAS a outras pessoas, porque tiveram boas experiências no Centro. Simultaneamente, espero que tenha ficado claro que um só projecto não pode resolver todas as questões, mas contribui para encaminhar as mudanças desejadas. 8. Em função da implementação do projecto, quais são os aspectos de maior destaque que contribuirão para a elevação da qualidade dos serviços prestados pelo CFPAS? O bom funcionamento da equipa do projecto. É evidente que sempre existem diferentes opiniões, mas esta equipa conseguiu chegar a consensos. As discussões sempre foram com teor positivo e construtivo. O foco da equipa do projecto foi sempre o desenvolvimento do Centro. 9. Relativamente à actualização dos cursos, o que se fez, concretamente, e que impacto isso terá para o CFPAS? Deu-se uma parte teórica e, depois, praticou-se a aplicação da teoria nos cursos existentes. Para os cursos de longa duração, ainda vai-se trabalhar, na perspectiva de serem ministrados em módulos, para tornar a oferta mais flexível para os estudantes /cursistas. 10. Fale da questão do género, no âmbito do projecto (seminários realizados, pessoas envolvidas e o que isso significará, no futuro). A questão de género é multifacetada. Por um lado, o Centro já tem um equilíbrio nos estudantes, no sentido de ter mais ou menos um balanço (50%-50%). Por outro lado, o CFPAS tem um corpo docente e uma equipa de gestão dominados pelos homens. Também, em termos de emprego pós-graduação, há um desequilíbrio no sentido de a taxa de homens graduados empregados ser mais elevada em comparação com a taxa de mulheres graduadas empregadas. Por esta razão, o projecto deu uma atenção especial às mulheres finalistas e recém-graduadas do CFPAS, para tentar prepará-las melhor para uma integração no mercado laboral. Algumas das graduadas foram assistidas para formularem projectos, participaram nos seminários internacionais e em algumas visitas de troca de experiência. Assim, as visadas tiveram a oportunidade de aprender de outras iniciativas, ganhar mais conhecimentos, aumentar a sua rede de contactos e reforçar a auto-confiança. 11. A terminar, acha que o CFPAS está melhor preparado, agora, para dar um outro salto e contribuir ainda mais para o desenvolvimento do sector de Águas? Porquê? Além de ter uma oferta de cursos modernizada, estar melhor equipado, os docentes do Centro também beneficiaram de um número de formações nas áreas didáctica, temática e de desenvolvimento de cursos, por isso estão melhor preparados para as tarefas de um docente. Ficha técnica Proprietário: Centro de Formação Profissional de Água e Saneamento Editor: Jorge Manuel da Conceição Júnior Supervisão: Celestino Lucas e José Hoogervorst 12 Layout: Ciedima Tiragem: 1000 exemplares Avenida do trabalho n° 1441, Maputo Telefax: 21-405481 • Cell: 82 310 5500 • www.cfpas.co.mz