PDF - Confederação do Turismo Português
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Turismo Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 1 1. Sumário executivo (I). Ao longo das últimas seis décadas, o turismo tem registado crescimentos e diversificação contínuos, tornando-se um dos sectores de mais rápido crescimento no Mundo. Os 25 milhões de chegadas internacionais de turistas, em 1950, passaram a mais de 920 milhões, em 2008, uma taxa de crescimento médio anual de mais de 6%, cerca de 2.4 milhões de turistas/dia. A Europa é a principal região de destino e emissão de turistas mundiais tendo vindo a perder peso no total mundial, enquanto as regiões da Ásia e Pacífico e do Médio Oriente evoluíram significativamente. França é o maior destino turístico mundial, com 79.3 milhões de turistas, em 2008. O aumento dos níveis de rendimento disponível, em muitos dos chamados países emergentes, levaram a que muitos deles assumissem posições relevantes no turismo mundial. A China e a Rússia são disso exemplo. As Contas Satélite (Nações Unidas) estimam que o turismo contribua para o PIB mundial em 5% e para o emprego em 6/7%1. O turismo tornou-se uma das principais categorias do comércio internacional; globalmente representa a 4ª categoria exportadora, a seguir aos Combustíveis, aos Químicos e aos Produtos Automóveis. O ano de 2009, com um crescimento negativo de 4%, marcará o pior desempenho de sempre. África foi a única região a apresentar resultados positivos (crescimento de 5%), a Europa a mais penalizada (-6%) e a Ásia e Pacífico e o Médio Oriente as líderes da recuperação. A melhoria verificada no último trimestre de 2009 (crescimento de 2%), levou a WTO2 a rever em alta as previsões para 2010, passando do anterior crescimento de 1% para 3/4%, e, mantendo, também, as previsões de longo prazo, que apontam para chegadas internacionais de turistas de 1.6 mil milhões em 2020 (crescimento de 70% face ao valor de 2008). O turismo desempenha um papel fundamental na economia portuguesa. Tendo como referência os valores da Conta Satélite do Turismo de Portugal em 2008, o VAB gerado pelo sector representa 5.1% do nacional, o Consumo Turístico Interior representa 10.4% do PIB e o emprego no sector representa 8% do emprego na economia. As Receitas Turísticas constituem a principal rubrica da Balança Corrente, representando mais de 42% das receitas totais dos serviços, em 2009P, 4.2% do PIB. O turismo é o maior sector exportador do país. 1 Para o WTTC (World Travel & Tourism Council) estes valores são de 9.2% para o PIB e 8.1% para o emprego, porque abrangem efeitos indirectos mais alargados. 2 World Tourism Organization. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 P Provisório. 2 1. Sumário executivo (II). O peso do Consumo Turístico Interior na economia portuguesa (10.4%, em 2008) é idêntico ao espanhol, superior ao francês e inferior ao grego. Se comparado o peso do sector enquanto exportador de serviços, o valor em Portugal (42.6%, em 2009P) é idêntico ao de Espanha e superior ao de França e da Grécia. As receitas turísticas portuguesas tiveram uma queda, em 2009P, menos acentuada que as espanholas, as gregas e as francesas. Um conjunto de medidas conducentes à criação de condições favoráveis ao investimento público e privado foram lançadas, dispondo o sector de mecanismos e instrumentos de apoio ao investimento, onde se destacam o QREN1, o PIT2, o PME INVESTE, o Crédito ao Investimento no Turismo – Protocolos Bancários, as Garantias Mútuas, o Capital de Risco e os Fundos Imobiliários. Entre 2000 e 2006, estima-se que tenham sido investidos cerca de EUR 4 mil milhões no turismo, entre sector público (EUR mil milhões), sector privado com apoios (EUR 2.2 mil milhões) e Programa PITER II (EUR 0.8 milhões). Entre 2000 e 2008, a oferta nacional cresceu a uma taxa média de 1.8% em termos hoteleiros (totalizando 2 041 em 2008) e 2.6% em camas disponíveis (274 mil em 2008, mais 51 mil face a 2000). O Algarve concentra a maior oferta hoteleira3 do país (16% dos estabelecimentos e 36% das camas) e concentrou, em 2009, mais de um terço das dormidas em Portugal. O turismo doméstico tem assumido um papel fundamental, superando os objectivos definidos pelo PENT (quer em número de turistas, quer em dormidas). O alojamento nacional atingiu, em 2008, um volume de negócios de EUR 2.6 mil milhões, representando um crescimento médio anual nos últimos cinco anos de 4.3%. Os estabelecimentos hoteleiros geraram mais de 62% daquele valor, verificando-se uma dispersão acentuada no sector (os cinco principais grupos – Grupo Pestana, Espírito Santo Hotéis, Starwood Hotels & Resorts, Vila Galé Hotéis e Accor Group – representam 20% do volume de negócios). O rent-a-car atingiu um volume de negócios de EUR 368 milhões, em 2008, traduzindo uma taxa de crescimento médio anual de mais de 6% nos últimos cinco anos. Num mercado muito competitivo, dominam as principais multinacionais do sector: Europcar, Hertz e Avis. 1 Quadro de Referência Estratégico Nacional. 2 Programa de Intervenção do Turismo. 3 Contempla Hotéis, Apartamentos Turísticos, Hotéis-Apartamentos, Aldeamentos Turísticos e Pousadas. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 P Provisório. 3 1. Sumário executivo (III). O sector dos transportes apresentou um crescimento médio anual de 4.1%, entre 2003 e 2008, tendo atingido, neste último ano, um volume de negócios de EUR 2.5 mil milhões. O transporte aéreo gerou 93% daquele valor e, embora as companhias tradicionais assumam ainda um valor significativo do mercado (75% em volume de negócios e 60% em passageiros), foram as low cost as grandes protagonistas dos últimos anos. As agências de viagens e operadores turísticos geraram, em 2008, um volume de negócios de EUR 2 mil milhões, que representou um crescimento médio anual de 0.7%, desde 2003. O mercado nacional, em 2008, era dominado por quatro grupos portugueses – Espírito Santo Viagens, ELOCT, Viagens Abreu e Geostar – que concentravam 53% do volume de negócios, mas apenas 26% dos estabelecimentos a operar no mercado. O PENT considera que Portugal reune condições e recursos potenciadores do desenvolvimento e consolidação de dez produtos estratégicos – Gastronomia e Vinho, Cultural, Saúde e Bem Estar, City Breaks, Golfe, Náutico, Residencial, Natureza, Sol e Mar e MICE1 -, cujo potencial de crescimento (com excepção do Sol e Mar), no mercado do turismo europeu, se situa acima dos 5% ao ano. O City Break é aquele em que se espera um crescimento maior (acima de 13%). Os dois produtos referidos, conjuntamente com o Golfe, o Turismo de Negócios e o Touring Cultural e Paisagístico, continuam a ser a principal motivação dos turistas que chegam a Portugal, havendo outros que se podem revelar oportunidades, como o Náutico e o de Saúde e Bem Estar. Existem perspectivas positivas para o turismo nacional: um estudo efectuado pela Euromonitor International, em Agosto de 2009, prevê que as chegadas de turistas atinjam cerca de 15 milhões em 2013 e as receitas turísticas cerca de EUR 10 mil milhões, destacando alguns mercados emergentes com potencial de crescimento e como oportunidade de diversificação para Portugal. O Turismo, e a constelação de actividades do Turismo, apresentam-se, assim, como um conjunto de actividades para responder ao desafio de dinamizar a economia e a sociedade portuguesas, nos actuais e futuros contextos de acelerada transformação. 1 MICE - Meetings, Incentives, Congresses & Exhibitions. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 4 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 5 2. Turismo Outlook. A relevância de um sector com a relevância que o turismo tem no contexto da economia portuguesa exige, num primeiro patamar da análise, a identificação precisa dos principais movimentos que, no passado recente, vêm ocorrendo e que se perfila venham a ocorrer num futuro próximo. É neste contexto que se integram os capítulos 3, “O turismo mundial”, 4, “Portugal no turismo mundial” e os capítulos 5 e 6 em que se procura evidenciar a actual inserção do sector no quadro da economia portuguesa. Ao longo das últimas seis décadas, o turismo tem registado crescimentos e diversificação contínuos, tornando-se um dos sectores com maior e mais rápido crescimento no Mundo. Os 25 milhões de chegadas internacionais de turistas, em 1950, passaram a mais de 920 milhões, em 2008, uma taxa de crescimento médio anual de mais de 6%, cerca de 2.4 milhões de turistas/dia. A Europa é a principal região de destino dos turistas mundiais tendo, contudo, vindo a perder peso no total mundial (53% em 2008 face a 66% em 1950), enquanto as regiões da Ásia e Pacífico e do Médio Oriente, com crescimentos médios anuais superiores a 10%, evoluíram significativamente. Chegadas internacionais de turistas, 1950-2008 (Milhões) 922.0 1 000 684.0 800 600 Europa Ásia e Pacífico 439.5 Américas 400 Médio Oriente África 200 0 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2008 TCMA = 6.4% Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 6 2. Turismo Outlook. França é o maior destino turístico mundial, com 79.3 milhões de turistas, em 2008, seguindo-se-lhe os EUA, a Espanha e a China, todos com mais de 50 milhões de turistas. Os mercados emissores para o turismo internacional estão ainda largamente concentrados nos países industrializados da Europa, das Américas e da Ásia e Pacífico, sendo a Europa, também, a principal região emissora de turistas (representando 55% do total), colocando seis países no top 10 mundial, liderado pela Alemanha. Ásia e Pacífico responde por cerca de 20% dos turistas e as Américas 16%. Os turistas alemães lideram o ranking mundial das despesas turísticas, desde 2003, alcançando, em 2008, os USD 91 mil milhões em termos globais e USD 3 655 por chegada. O aumento dos níveis de rendimento disponível, em muitos dos chamados países emergentes, levaram a que muitos deles assumissem posições relevantes no turismo mundial. A China e a Rússia são disso exemplo. Ao longo do tempo, um número crescente de destinos abriram-se e investiram no desenvolvimento do turismo, transformando-o num driver-chave para o progresso socio-económico, através da criação de emprego, desenvolvimento de infra-estruturas e das receitas geradas (em 2008, mais de 80 países registaram receitas turísticas superiores a USD mil milhões). O turismo tornou-se uma das principais categorias do comércio internacional – enquanto sector exportador representa 30% das exportações mundiais de serviços e 6% das exportações totais; globalmente representa a 4ª categoria exportadora, a seguir aos Combustíveis, aos Químicos e aos Produtos Automóveis. Partindo das Contas Satélite, aprovadas pela United Nations Statistics Commission, e com base na informação dos países com dados disponíveis, estima-se que o turismo contribua para o PIB mundial em 5% e para o emprego em 6/7%1. Em economias mais avançadas e diversificadas aquela contribuição varia de aproximadamente 2% (em países onde o turismo é um sector comparativamente mais pequeno) até 10% (em países onde o turismo é um pilar importante da economia). Em 2008, o turismo internacional contribuiu com mais de USD 3 mil milhões/dia para a economia mundial. O turismo tornou-se a chave para o desenvolvimento, prosperidade e bem estar para muitos países, sendo um dos seus principais meios de receitas, de criação de emprego e de oportunidade de desenvolvimento. Nos dois últimos anos, o turismo foi seriamente afectado pela instabilidade económica e financeira vivida a nível mundial, a que se juntaram também os efeitos da anunciada pandemia da Gripe A. 1 Para o WTTC (World Travel & Tourism Council) estes valores são de 9.2% para o PIB e 8.1% para o emprego, porque abrangem efeitos indirectos mais alargados. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 7 2. Turismo Outlook. O ano de 2009, com um crescimento negativo de 4%, marcará o pior desempenho de sempre, colocando as chegadas internacionais de turistas em valores ligeiramente acima dos verificados em 2006. África foi a única região a apresentar resultados positivos (crescimento de 5%), a Europa a mais penalizada (-6%) e a Ásia e Pacífico e o Médio Oriente as líderes da recuperação, com o registo de crescimentos positivos na segunda metade do ano. As receitas turísticas terão caído cerca de 6%. A melhoria verificada a nível global, no último trimestre de 2009 (crescimento de 2%), levou a WTO1 a rever em alta as previsões para 2010, passando do anterior crescimento de 1% para 3/4%, alertando, contudo, para as dificuldades face à situação económica e social mundial. A Ásia deverá continuar a ser a principal impulsionadora da recuperação, o crescimento deverá voltar ao Médio Oriente e África deverá manter a tendência positiva, alavancada pelo Mundial de Futebol na África do Sul. Abalado, temporariamente, ao longo dos tempos, por acontecimentos vários (atentados terroristas, catástrofes naturais, pandemias), o turismo teve sempre a capacidade de, rapidamente, se refazer e reorientar, mostrando a sua força, motivo pelo qual, também, a WTO mantém as previsões de longo prazo, que apontam para chegadas internacionais de turistas de 1.6 mil milhões em 2020 (crescimento de 70% face ao valor de 2008). Ásia e Pacífico, Médio Oriente e África crescerão a um ritmo superior a 5% ao ano, comparado com a média mundial prevista de 4.1%. Os mercados emergentes deverão continuar em ascensão, destacando-se a China que deverá ascender a primeiro destino turístico mundial e quarto mercado emissor de turistas. Durante uma década, após a realização da Expo 98 que teve impactos muito positivos para o país, e enquanto a Europa registava um acréscimo de mais de 100 milhões de turistas e a Europa do Sul/Mediterrâneo de mais de 40 milhões, Portugal registou um incremento de apenas 1.6 milhões, enquanto países como a Grécia e a Turquia assumiam acréscimos de 6.5 e 15.8 milhões, respectivamente. O desempenho do turismo português, entre 2000 e 2005, ficou aquém da generalidade dos destinos europeus, registando um crescimento médio anual negativo de 2.2%. O período 2005-2008 representa a melhor performance do turismo português, com o ano de 2007 a atingir um crescimento recorde de 8.8%. 1 World Tourism Organization. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 8 2. Turismo Outlook. Registando, na referida década, a taxa de crescimento médio anual mais baixa dos países da Europa do Sul/Mediterrâneo que integram o top 20 mundial, Portugal era, em 2008, com cerca de 12.9 milhões de turistas, o 19º destino turístico mundial e 11º europeu. Os efeitos da crise internacional no turismo português fizeram-se sentir menos em 2008, com o país a encerrar o ano em terreno positivo e melhor posicionado que o Mundo e a Europa do Sul/Mediterrâneo, e mais em 2009, apontando as estimativas para um decréscimo das chegadas internacionais de turistas de 8/9% face aos 4% a nível mundial e aos 5% da Europa do Sul/Mediterrâneo. Para esta realidade muito contribuiu, certamente, o facto de Portugal estar fortemente dependente de quatro mercados emissores, Espanha, Reino Unido, França e Alemanha, que no seu conjunto representam cerca de dois terços quer dos turistas entrados no país quer das receitas turísticas. O PENT1, aprovado em 2007 e que define a estratégia a longo prazo para o sector, definiu objectivos ambiciosos para o turismo do país, que deveria crescer de forma sustentada, acima da média europeia. A obtenção dos 20/21 milhões de turistas estrangeiros em 2015 (crescimento de 5% ao ano) e dos EUR 15 mil milhões de receitas (crescimento médio anual superior a 9%) está comprometida, estando os organismos competentes a proceder à sua revisão. Apesar de tudo, existem perspectivas positivas para o turismo nacional: um estudo efectuado pela Euromonitor International, em Agosto de 2009, prevê que as chegadas de turistas atinjam cerca de 15 milhões em 2013 e as receitas turísticas cerca de EUR 10 mil milhões, destacando alguns mercados emergentes (que têm tido evolução recente relevante) com potencial de crescimento e como oportunidade de diversificação para Portugal; o WTTC perspectiva uma taxa de crescimento médio anual do sector de 4% para a próxima década, acima do estimado para a UE-27, e uma contribuição positiva para o PIB já em 2010 (ainda que de apenas 0.5%); em 2009, o país posicionou-se, pelo 2º ano consecutivo, no top 20 dos destinos mais competitivos do mundo (em 133 países) para a atracção de investimento no sector, ocupando a 2ª posição se comparado com os destinos seus concorrentes da Bacia do Mediterrâneo; vários prémios internacionais, publicações e estudos de referência sobre o sector reconhecem Portugal, e as suas regiões, como destino de excelência; a WTO está a constituir o chamado G20 do sector e endereçou convites a alguns países para se juntarem aquele grupo, um dos quais é Portugal. Plano Estratégico Nacional do Turismo. 1 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 9 2. Turismo Outlook. O turismo desempenha um papel fundamental na economia portuguesa. Tendo como referência os valores constantes da Conta Satélite do Turismo de Portugal em 2008, o VAB gerado pelo sector representa 5.1% do nacional, o Consumo Turístico Interior representa 10.4% do PIB e o emprego no sector representa 8% do emprego na economia. As Receitas Turísticas constituem a principal rubrica da Balança Corrente, representando mais de 42% das receitas totais dos serviços, em 2009, 4.2% do PIB. O turismo é o maior sector exportador do país e o saldo da Balança Turística tem contribuído, positiva e crescentemente, para a redução do défice da Balança Corrente. Assumindo o turismo como valor estratégico para o desenvolvimento do país, o Governo procedeu, nos últimos anos, à reforma estrutural, organizacional e do quadro legislativo do sector, concentrando numa única entidade (o Turismo de Portugal) todas as competências institucionais relativas à dinamização do turismo, desde a oferta à procura, criando as Entidades Regionais de Turismo e os Pólos de Desenvolvimento Turístico. Um conjunto de medidas conducentes a criação de condições favoráveis ao investimento público e privado foram lançadas, dispondo o sector de um conjunto de mecanismos e instrumentos de apoio ao investimento onde se destacam o QREN1, o PIT2, o PME INVESTE, o Crédito ao Investimento no Turismo – Protocolos Bancários, as Garantias Mútuas, o Capital de Risco e os Fundos Imobiliários. 1 Quadro de Referência Estratégico Nacional. 2 Programa de Intervenção do Turismo. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 10 2. Turismo Outlook. Entre 2000 e 2008, a oferta nacional cresceu a uma taxa média de 1.8% em termos de estabelecimentos hoteleiros (totalizando 2 041 em 2008) e 2.6% em camas disponíveis (274 mil em 2008, mais 51 mil face a 2000). Os hotéis foram os estabelecimentos que mais cresceram (mais de 140), representando cerca de 32% do alojamento em Portugal. O Algarve concentra a maior oferta hoteleira1 do país (16% dos estabelecimentos e 36% das camas) e o Centro registou a maior variação no período (mais 46 estabelecimentos2 e mais 18 mil camas). As dormidas em território nacional evoluíram 2.5 milhões, entre 2002 e 2009P, tendo atingido o seu valor mais elevado de sempre em 2007 (cerca de 40 milhões). O Algarve concentrou mais de um terço das dormidas em Portugal, em 2009P, sendo também a região mais severamente afectada em termos de dormidas de estrangeiros (queda de mais de 29% face a 2008) dada a sua forte dependência do Reino Unido. O Norte foi a região que melhor resistiu ao ambiente vivido, com um decréscimo de apenas 3.5% nas dormidas de estrangeiros. O turismo doméstico tem assumido um papel fundamental, sobretudo em regiões como o Norte e o Alentejo - refira-se a este propósito que, no final de 2009, o turismo interno superava os objectivos definidos pelo PENT (quer em número de turistas, quer em dormidas). Os proveitos totais nos estabelecimentos hoteleiros ascenderam, em 2009P, aos EUR 1.77 mil milhões, um crescimento médio anual de quase 3%, entre 2002 e 2009, uma quebra de praticamente 10% face a 2008, facto inédito nos oito anos em análise. Algarve e Lisboa registaram os melhores resultados (a nível global e por aposento) mas, conjuntamente com a Madeira, foram também as regiões mais afectadas em 2009 (quebras de 10.6%, 12.5% e 14.1%, respectivamente). O Centro apresentou a melhor evolução (TCMA02-09=5.5%) e o Alentejo foi a única região com variação positiva face ao ano anterior. Em 2009P, a taxa de ocupação-quarto3, a nível nacional, situou-se nos 51.4% e o RevPAR4 nos EUR 32.1 (menos 10% e 13%, respectivamente, face a 2008 – na Europa do Sul a quebra foi de 9% e 17%, respectivamente). Madeira, Lisboa e Algarve são as regiões com maiores taxas de ocupação e RevPAR mais elevados. O Centro, sendo a região que mais evoluiu em termos de oferta, é a região com níveis de ocupação e de RevPAR mais baixos. O Norte foi a única região a aumentar a taxa de ocupação face ao ano anterior (mais 0.1 pp). 1 Contempla Hotéis, Apartamentos Turísticos, Hotéis Apartamento, Aldeamentos Turísticos e Pousadas. 4 Rendimento por quarto disponível. P 2 Entre 2002 e 2008. 3 Relação entre o nº de quartos ocupados e o nº de quartos disponíveis. Valores provisórios. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 11 2. Turismo Outlook. Uma análise efectuada pela IMPACTUR1, em 2009, e considerando diversos parâmetros ao nível da oferta e da procura, considera a Madeira e o Algarve como as regiões de maior risco por via da pressão demográfica e territorial e Lisboa e a Madeira as regiões mais competitivas. Entre 2000 e 2006, estima-se que tenham sido investidos cerca de EUR 4 mil milhões no sector do turismo, entre sector público (EUR mil milhões), sector privado com apoios (EUR 2.2 mil milhões) e Programa PITER II (EUR 0.8 milhões). O Oeste, o Algarve e o Alentejo são regiões em destaque, nos investimentos em curso ou em projecto, como o demonstra o conjunto de projectos reconhecidos como PIN (que ascendem a mais de EUR 10 mil milhões a nível nacional), que nesta última região atingem os EUR 6 mil milhões (mais de 58% do valor global). São reconhecidos como factores críticos de sucesso, na oferta turística nacional, a qualificação (a níveis elevados), a visão estratégica integrada/global e a diferenciação e inovação, por forma a que possamos competir em segmentos de maior valor acrescentado. Nos últimos anos, tem sido feito um esforço nesse sentido, quer pelo aumento do número de unidades hoteleiras de qualidade (mais de 80% dos projectos previstos terão categoria de 4 e 5 estrelas) e de acordo com as novas tendências (Hotéis de Charme, Design Hotéis, Boutique Hotéis), quer através da entrada no mercado nacional de marcas reconhecidas internacionalmente, quer através de investimentos de entidades nacionais ou estrangeiras em unidades integradas ligadas ao golfe ou que têm como âncora algumas das novas tendências turísticas (actividades ligadas à saúde e bem estar, ao mundo rural e outras). O conhecimento do mercado turístico nacional, tópico desenvolvido no capítulo 7 deste trabalho, obriga à identificação dos seus principais players, capítulo 8, identificando tendências em termos de áreas e modelos de negócio. O estudo da Euromonitor International refere que, em 2008, o alojamento nacional atingiu um volume de negócios de EUR 2.6 mil milhões, representando um crescimento médio anual nos últimos cinco anos de 4.3%. Os estabelecimentos hoteleiros geraram mais de 62% daquele valor, verificando-se uma dispersão acentuada no sector (os cinco principais grupos – Grupo Pestana, Espírito Santo Hotéis, Starwood Hotels & Resorts, Vila Galé Hotéis e Accor Group – representam apenas 20% do volume de negócios). O mesmo se verifica ao nível do número de estabelecimentos hoteleiros, das unidades de alojamento e do número de camas. 1 Parceria entre o Turismo de Portugal e a Universidade do Algarve. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 12 2. Turismo Outlook. O Grupo Pestana lidera o ranking dos Grupos Hoteleiros/Entidades de Management em Portugal, com 5.3% dos estabelecimentos hoteleiros (64), 4.4% das unidades de alojamento (4 677) e 3.8% das camas disponíveis (9 278), em 2008, apresentando também a maior presença a nível do território nacional. A Starwood Hotels & Resorts lidera em rentabilidade/cama (EUR 14.8 mil). Top 10 dos Grupos Hoteleirosa/Entidades de Management em Portugal segundo as unidades de alojamento, 2008 Estabelecimentos hoteleiros1 Unidades de alojamento2 Camas Nº (%) Nº (%) Nº (%) Grupo Pestana 64 5.3 4 677 4.4 9 278 3.8 Vila Galé Hotéis 14 1.2 3 191 3.0 6 442 2.7 Accor Hotels 28 2.3 2 945 2.7 5 374 2.2 Espírito Santo Hotéis 10 0.8 2 393 2.2 4 912 2.0 VIP Hotels 13 1.1 2 309 2.2 3 414 1.4 Grupo Hotti 14 1.2 1 877 1.8 4 273 1.8 Starwood Hotels & Resorts 6 0.5 1 789 1.7 4 108 1.7 Lunahotéis 16 1.3 1 693 1.6 4 649 1.9 Grupo Iberotel 5 0.4 1 643 1.5 4 740 2.0 Dom Pedro Hotels 7 0.6 1 399 1.3 2 915 1.2 Outros Grupos Hoteleiros 370 30.5 42 090 39.2 88 993 36.9 Independentes3 662 54.8 41 165 38.4 102 205 42.4 1 209 100 107 171 100 241 303 100 TOTAL Fontes: Deloitte, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 13 2. Turismo Outlook. O rent-a-car atingiu um volume de negócios de EUR 368 milhões, em 2008, traduzindo uma taxa de crescimento médio anual de mais de 6% nos últimos cinco anos. Num mercado muito competitivo, com a presença de cerca de 70 operadores, 54 mil viaturas e 2.5 milhões de contratos, dominam as principais multinacionais do sector (Europcar, Hertz e Avis). A Europcar, com mais de 70 estações em todo o território nacional, lidera o mercado português, com uma quota de 24% em termos de volume de negócios, sendo uma das sete unidades do universo da Europcar Internacional na Europa. Apresenta, como grande novidade para 2010, a introdução de carros eléctricos na sua frota, fruto de um acordo com a RenaultNissan. O sector dos transportes apresentou um crescimento médio anual de 4.1%, entre 2003 e 2008, tendo atingido, neste último ano, um volume de negócios de EUR 2.5 mil milhões. O transporte aéreo gerou 93% daquele valor e, embora as companhias tradicionais assumam ainda um valor significativo do mercado (75% em volume de negócios e 60% em passageiros), foram as low cost as grandes protagonistas dos últimos anos. Em 2008 transportaram cerca de 8 milhões de passageiros (mais 6.1 milhões face a 2003), um share de 30%. Metade destes passageiros foram transportados pelas duas principais companhias a operar no mercado nacional – a EasyJet e a Ryanair – que registaram crescimentos de 52% e 29% face ao ano anterior. O aeroporto de Faro é o mais relevante neste movimento de passageiros (70%) e o aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto) tem tido o crescimento mais expressivo de tráfego destas companhias (mais concretamente da Ryanair que aí investiu mais de EUR 100 milhões numa base de operações) que tem impulsionado o seu assinalável desempenho dos últimos anos. Refira-se a este propósito que, apesar da generalizada redução de tráfego de passageiros, em 2009, os aeroportos portugueses registaram quebras menos acentuadas que a média dos aeroportos europeus e mundiais (3.3% face a 5% e 3.5%, respectivamente), tiveram melhor desempenho que alguns dos seus principais pares aeroportuários e viram o seu desempenho reconhecido através da sua inclusão em posições destacadas em rankings do sector (caso da Madeira, do Francisco Sá Carneiro e de Ponta Delgada). Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 14 2. Turismo Outlook. A TAP Portugal é a companhia aérea portuguesa líder de mercado. Integrando a maior aliança global de companhias de aviação (a Star Alliance), pretende tornar-se cada vez mais uma referência a nível internacional. Actualmente, disponibiliza aos seus clientes ligações para a Europa, África, América do Norte e do Sul, onde é líder de operação para o Brasil. Ao longo dos anos tem reforçado a sua importância na economia portuguesa e para o sector do turismo. A SATA, também líder player do transporte aéreo em Portugal, conta já com dez anos de internacionalização, num processo de expansão assente numa operação de vocação atlântica, com bases operacionais em Lisboa, no Funchal e em Ponta Delgada e representações comerciais nas principais cidades em que opera, do continente europeu ao americano. As agências de viagens e operadores turísticos geraram, em 2008, um volume de negócios de EUR 2 mil milhões, que representou um crescimento médio anual de 0.7%, desde 2003. Num sector marcado pela forte e crescente competição, derivada da queda da procura e ampliada com a entrada no mercado de alguns grupos estrangeiros, algumas empresas, de menor dimensão, foram obrigadas a reorganizarem-se ou agrupar-se por forma a sobreviver. O mercado nacional, em 2008, era dominado por quatro grandes grupos portugueses – Espírito Santo Viagens, ELOCT, Viagens Abreu e Geostar – que concentravam 53% do volume de negócios, mas apenas 26% dos estabelecimentos a operar no mercado. Uma vez efectuada uma análise da situação actual do sector torna-se necessário compreender quais os eixos estratégicos a privilegiar para o desenvolvimento futuro do sector do turismo em Portugal. Neste sector o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) constitui um elemento de enquadramento fundamental. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 15 2. Turismo Outlook. O PENT considera que Portugal reune condições e recursos potenciadores do desenvolvimento e consolidação de dez produtos estratégicos, cujo potencial de crescimento futuro (com excepção do Sol e Mar), no mercado do turismo europeu, se situa acima dos 5% ao ano. O City Break é aquele em que se espera um crescimento mais elevado (acima de 13%). Os dois produtos referidos, conjuntamente com o Golfe, o Turismo de Negócios e o Touring Cultural e Paisagístico, continuam a ser a principal motivação dos turistas que chegam a Portugal, havendo, no entanto, outros que se podem revelar oportunidades de afirmação para o país, no panorama turístico, como o Turismo Náutico, o de Saúde e Bem Estar, o de Natureza e a Gastronomia e Vinhos. Evolução do Turismo no mercado europeu (produtos estratégicos para Portugal) Crescimento médio anual previsto entre 2004 e 2014 12% 10% Gastronomia e vinhos Turismo Náutico City Break Turismo de Natureza 8% 6% Golfe 4% Saúde e Bem-Estar Touring Cultural e Paisagístico Turismo de Negócios 2% Sol e Mar1 0% 0% 1% 10% Gasto médio (€) por pessoa/dia (estadia + gastos locais) 1 Valores de gasto médio não disponíveis 15% 20% 25% 30% Peso no total de viagens na Europa (%) – procura primária Nota: Para os Resorts Integrados e Turismo Residencial não existe informação sobre o peso no total das viagens na Europa, sabendo-se, no entanto, que cerca de 3 milhões de europeus têm propriedades de alojamento turístico no estrangeiro e que este mercado tem um crescimento previsto de 8-12%/ano. Fontes: PENT, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 16 2. Turismo Outlook. O golfe é um driver de peso do turismo de alta qualidade, aportando valor significativo a um destino e criando sinergias de sucesso com outros produtos turísticos, importante gerador de receitas para um vasto leque de fornecedores de produtos e serviços e indutor de investimentos imobiliários significativos. O Turismo de Golfe, que em 2006 gerou na EMEA1 receitas directas de EUR 2.7 mil milhões, encontra na Península Ibérica um destino muito popular, em especial em Portugal, que nas duas últimas décadas mais que quadriplicou o número de campos e mais que triplicou o número de jogadores. O golfe criou no país um mercado que gera cerca de EUR 1.8 mil milhões de receitas, mobiliza 300 mil jogadores e 1.1 milhões de dormidas. Tendo em conta os aspectos que mais importância têm para os turistas na escolha de um destino de golfe, Portugal já é hoje reconhecido como um destino obrigatório na oferta mundial de golfe. Concentrando cerca de metade dos campos de golfe existentes no país, o Algarve é o principal destino de golfe nacional e um dos principais a nível mundial. Considerando os vários projectos previstos para os próximos anos, que contemplam campos de golfe, estimam-se significativos investimentos nesta área, sobretudo na região do Alentejo (representa mais de 58% do previsto). No dia 26 de Fevereiro p.p. Portugal oficializou a sua candidatura à organização da Ryder Cup 2018, que exigirá um investimento de EUR 140 milhões num período de 12 anos. Embora tendo uma forte ligação histórica e cultural ao mar, e uma posição estratégica em termos geográficos e das principais rotas marítimas mundiais, Portugal não tem explorado as suas potencialidades no mercado europeu e mundial do Turismo Náutico. Portugal dispõe de cerca de 30 marinas (12 mil lugares de amarração), metade das quais galardoadas com bandeira azul, maioritariamente concentradas em Lisboa e no Algarve, onde 50% dos lugares são ocupados por estrangeiros e onde se encontram as que têm maior sucesso turístico. 1 Europa, Médio Oriente e África. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 17 2. Turismo Outlook. O PENT define que Portugal deverá ser um destino de referência para cruzeiros na Europa, com os Portos de Lisboa e da Madeira no top 8 europeu. Lisboa já é uma referência nos destinos turísticos internacionais tendo em conta o volume de passageiros, escalas e viagens inaugurais – em 2008 foi o 2º maior porto da Europa (em 103 associados da Cruise Europe). O Porto do Funchal passou a ser, em 2009, o que acolheu o maior número de passageiros de cruzeiros no país, ultrapassando Lisboa. Nos próximos anos estão previstos cerca de EUR 484 milhões de investimentos públicos e privados na construção e/ou ampliação de marinas e portos de recreio. Na área do Turismo de Negócios, em 2008, Portugal posicionou-se no 15º lugar do ranking de países onde se realizam mais encontros ICCA1, com a organização de 177 eventos, seu melhor registo de sempre e traduzindo uma taxa de crescimento médio anual de 10.4% face a 2000 (muito superior à média mundial de 4.9%). Concentrando mais de metade dos eventos ocorridos no país, Lisboa é a cidade portuguesa com mais visibilidade internacional, colocando-se, actualmente e segunda a ICCA, entre os seis principais destinos mundiais da Meeting Industry. Segundo entidades do sector, o movimento de passageiros que passa anualmente nos aeroportos portugueses valerá cerca de EUR mil milhões, metade dos quais vêm do Turismo de Negócios. Os últimos anos caracterizaram-se por um conjunto de modificações e factores que influenciaram significativamente alguns segmentos de mercado e o sector do turismo, criando novas procuras e novas oportunidades para atrair clientes com interesse e potencial acrescido. A Saúde e Bem Estar, e o turismo associado, é um desses casos, abrindo, para Portugal, novos horizontes, nomeadamente para a revitalização do termalismo (em 3 anos mais cerca de 9 mil pessoas utilizaram as termas nacionais por motivos de Bem Estar e Lazer) e para a sua afirmação enquanto destino de Saúde e Bem Estar. Segundo o estudo da Euromonitor International, o volume de negócios esperado para o Turismo de Saúde e Bem Estar, em Portugal, deverá registar crescimentos médios anuais de cerca de 15% até 2013. Nos últimos anos, assistiu-se à realização de vários projectos de investimento nesta área (20 dos quais apoiados pelo Turismo de Portugal), bem como a entrada de marcas de renome internacional no mercado nacional, que potenciam a competitividade do país. 1 International Congress and Convention Association. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 18 2. Turismo Outlook. Por último, o presente trabalho procura, no capítulo 10, “Comparações internacionais”, 11, “Impacto do TGV no sector”, e 12, “Tendências, políticas e reflexões”, perspectivar o peso do sector do turismo na economia portuguesa, utilizando a comparação internacional como elemento de relativização. Simultaneamente, discute-se o modo como investimentos estruturantes, o caso específico do TGV, podem influenciar a concretização, ou pelo contrário prejudicar, de futuras tendências já hoje identificáveis. No que concerne ao peso do Consumo Turístico Interior na economia portuguesa (10.4%, em 2008), ele é idêntico ao verificado em Espanha, superior ao verificado em França e inferior ao verificado na Grécia. Se comparado o peso do sector enquanto exportador de serviços, o valor em Portugal (42.6%, em 2009P) é idêntico ao de Espanha e significativamente superior ao de França e da Grécia. O Turismo na economia de Portugal, Espanha, Grécia e França. Portugal Espanha Peso do Turismo1 no PIB (2008) 10.4% 10.5% 18.0% 6.4% Peso do Turismo no emprego (2008) 8.0% 12.6% 16.5% 4.3%a Peso do Turismo nas exportações totais (2009P) 14.6% 15.3% 24.6% 10.3% Peso do Turismo nas exportações de serviços (2009P) 42.6% 43.3% 38.5% 34.6% Grécia França Fontes: Eurostat, INE, Turismo de Portugal, INE Espanha, Banco de Espanha, Bank of Greece, Banque de France, INSEE – Direction du Tourisme, ES Research-Research Sectorial. As receitas turísticas portuguesas tiveram uma queda, em 2009P, menos acentuada que as espanholas, as gregas e as francesas. Numa comparação entre as regiões portuguesas e as espanholas salienta-se a melhor performance, na ocupação hoteleira, das regiões Norte, Centro e Alentejo face às suas congéneres espanholas. 1 Consumo Turístico Interior. a Valores de 2007. P Provisório. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 19 2. Turismo Outlook. A alta velocidade poderá vir a constituir-se um elemento futuro nacional relevante. Recentemente, a Deloitte, em colaboração com a CTP1 e com o apoio do CISEP2, elaborou para a RAVE3, um estudo cujo objectivo era analisar, qualitativa e quantitativamente, os impactos do Transporte Ferroviário de Alta Velocidade no turismo nacional. Naquele referem-se como oportunidades, resultantes da introdução da Alta Velocidade: a ampliação do mercado turístico potencial, o aumento do número de viagens/visitantes e o aumento da atractividade e da competitividade do destino Portugal. O Turismo de Negócios e o City Breaks são os produtos em que é expectável um maior impacto e, ao nível das regiões, destacam-se a Grande Lisboa, o Algarve e o Grande Porto. Numa perspectiva conservadora4, para 2030, e tendo em conta os valores de partida (2006), os impactos situar-se-ão: ao nível do VAGT – mais EUR 250 milhões; ao nível do emprego – mais 16.3 mil postos de trabalho e ao nível das dormidas – mais 0.8 milhões. Numa perspectiva optimista5 aqueles valores passam para: mais EUR 935 milhões, mais 61.1 mil postos de trabalho e mais 3.2 milhões de dormidas. Elementos aportadores de maior competitividade ao sector sendo decisivos no contexto internacional com que hoje os operadores se confrontam, os tradicionais destinos turísticos mundiais enfrentam, hoje, um conjunto de novas realidades (novos destinos, novas exigências dos consumidores, mais alternativas para os turistas) que implicam uma visão para o futuro assente em aspectos imprescindíveis como a sustentabilidade, a inovação, a flexibilidade, a diversificação, a formação do pessoal, a Economia Verde ou o online. Vários factores contribuíram para a alteração das tendências e padrões de consumo que hoje gravitam em torno de aspectos como: menos gastos (sobretudo naquilo que é considerado acessório), proximidade (destinos mais próximos), optimização de preços (em viagens e alojamento), last minute booking, escolhas em função das experiências desejadas (tailored packages), lazer-negócio, sensibilidade à opinião, satisfação plena – sempre com o mesmo factor determinante – QUALIDADE DE SERVIÇO. 1 4 2 Centro de Investigação sobre a Economia Portuguesa. 3 Rede de Alta Velocidade. Confederação do Turismo de Portugal. 5 Com crescimento da procura portuguesa a 0.1% ao ano e da espanhola a 1%/ano. Com crescimento da procura portuguesa de 0.5% ao ano e da espanhola a 3%/ano. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 20 2. Turismo Outlook. O poder das novas tecnologias aplicadas ao sector é uma realidade com impactos relevantes – a internet dá novas possibilidades aos turistas, oportunidades a novos destinos e negócios e exige soluções inovadoras, novos modelos de negócio e de oferta por parte dos diversos agentes (entre 2000 e 2005, as receitas do turismo online, na Europa, multiplicaram-se por dez). Os chamados mercados emergentes (China, Índia e Brasil) destacam-se, pela performance apresentada nos últimos anos, com perspectivas de continuidade, quer em turismo doméstico, quer em outbound. Na bacia do Mediterrâneo destacam-se a Croácia, Marrocos, Egipto e Turquia, a concorrer com destinos mais consolidados como Espanha, Grécia ou Portugal – a Turquia, que em 2000 tinha menos turistas que Portugal, já tem mais do dobro (em cinco anos duplicou o número de turistas) e o Egipto também já ultrapassou o nosso país. A situação económica, financeira e social mundial vivida nos últimos tempos afectaram de forma significativa a actividade turística em Espanha e Portugal por via da forma mais profunda com que os seus principais mercados emissores foram atingidos. A aposta no Turismo Interno (alargado à vizinha Espanha), a diversificação de mercados emissores (nomeadamente para os mercados emergentes) e o plano de apoios financeiros às empresas do sector com condições especiais foram algumas das medidas adoptadas por Portugal. Considerando o turismo um dos três eixos da política económica1, o Governo pretende seguir 5 linhas estratégicas para o sector: criação de uma linha específica para o Turismo no QREN, a captação de grandes investimentos internacionais, a aposta na qualificação, o reforço da captação turística com apoio a eventos e a aposta na gastronomia e no Turismo Sénior. O Turismo, e a constelação de actividades do Turismo, apresentam-se, assim, como um conjunto de actividades fundamentais para responder ao desafio de viabilizar economica e politicamente a economia e a sociedade portuguesas, nos actuais e futuros contextos de acelerada transformação, um elemento catalizador e organizador da transformação nos diferentes segmentos da actividade económica. 1 Os outros são a Floresta e a Energia. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 21 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 22 3. O Turismo Mundial – evolução histórica. O significativo crescimento do turismo nas ultimas décadas tornaram-no um dos fenómenos socioeconómicos mais marcantes dos últimos tempos. As chegadas internacionais de turistas passaram, de cerca de 25 milhões, em 1950, para 922 milhões em 2008, o correspondente a um crescimento médio anual de 6.4%. Neste período, o crescimento foi particularmente forte nas regiões da Ásia e Pacífico (TCMA=12.5%) e do Médio Oriente (TCMA=10.2%). A Europa continua a ser a principal região de destino dos turistas mundiais, tendo, contudo, vindo a perder peso no total mundial (66% em 1950 versus 53% em 2008) e, enquanto região mais “madura”, registou uma evolução mais moderada (6%). Chegadas internacionais de turistas, 1950-2008 (Milhões) 922.0 1 000 684.0 800 600 Europa Ásia e Pacífico 439.5 Américas 400 Médio Oriente 200 0 1950 África 1960 1970 1980 1990 2000 2008 TCMA = 6.4% Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 23 3. O Turismo Mundial – evolução recente (I). Entre 2004 e 2008, e depois de um período de alguma dificuldade face aos efeitos, entre outros, dos atentados do 11 de Setembro de 2001 e dos conflitos do Iraque, o turismo mundial registou crescimentos médios consecutivos na ordem dos 6% e permitiu a criação de cerca de 27 milhões de empregos. O Médio Oriente, a África e a Ásia e Pacífico foram as regiões com melhor performance, em oposição aos “tradicionais” mercados da Europa e das Américas. As economias emergentes, em particular, mostram-se verdadeiros motores de crescimento do turismo – à medida que o crescimento nas regiões emergentes tem vindo a aumentar, o share destas nas chegadas internacionais de turistas aumenta também, tendo este passado de 31% em 1990 para 45% em 2008. Chegadas internacionais de turistas, 2000, 2004 e 2008 (Milhões) TCMA00-08 = 2.8% 489.4 424.4 392.6 184.1 128.2 144.2 125.7 110.1 46.7 34.5 2004 África Américas TCMA00-08 = 1.7% 55.1 TCMA00-08 = 10.4% 36.3 27.9 24.9 2000 Médio Oriente 147.0 TCMA00-08 = 6.6% TCMA00-08 = 6.7% 2008 Ásia e Pacífico Europa Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 24 3. O Turismo Mundial – evolução recente (II). O ano de 2008 representou um crescimento de apenas 2%, face ao ano anterior, para o turismo mundial, muito por força dos resultados alcançados ainda durante o primeiro semestre (5%), dado que na segunda metade do ano a actividade foi fortemente afectada pela instabilidade económica e financeira vivida a nível mundial. Embora todas as regiões tenham registado resultados positivos, a Europa, tendo estagnado, assumiu o pior desempenho, enquanto o Médio Oriente apresentou um espectacular crescimento de 18% e África de 4%. Em 2009, África foi a região que melhor resistiu aos efeitos adversos que o sector enfrentou, com o Norte de África e a África Subsariana a serem as únicas subregiões a registarem crescimentos positivos no primeiro e segundo semestres. No último trimestre de 2009 verificou-se uma recuperação na maioria das regiões (com excepção da Europa), nomeadamente no Médio Oriente e Ásia e Pacífico. Em Dezembro, África, Médio Oriente e Ásia e Pacífico registaram variações de 8.5%, 6.6% e 5.7%, respectivamente, face ao homólogo de 20081. Chegadas internacionais de turistas, variação em períodos homólogos (Percentagens) 40 30 20 10 0 -10 -20 2ºTrim08 4ºTrim08 1ºTrim09 2ºTrim09 Jul/09 Ago/09 Dez/092 -30 Médio Oriente Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. África Américas 1 Valor mensal. Mundo Ásia e Pacífico 2 Europa Valor anual. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 25 3. O Turismo Mundial – peso na economia mundial. De acordo com as previsões do World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2010, o sector do turismo representará cerca de 9.2% do PIB mundial (USD 5 751 mil milhões), 8.1% do emprego total (235 milhões de pessoas) e 6.1% das exportações totais (USD 1 086 mil milhões). Enquanto sector exportador, o turismo representa cerca de 30% das exportações mundiais de serviços. Peso do sector do turismo na economia mundial, 2010P (Percentagens) Europa Leste e Central América do Norte UE-27 PIB: 9.4 Emprego: 10.8 Exportações: 7.1 PIB: 9.5 Emprego: 10.3 Exportações: 6.2 PIB: 12.3 Emprego: 10.8 Exportações: 15.7 PIB: 9.2 Emprego: 8.1 Exportações: 6.1 Ásia (Nordeste) Médio Oriente PIB: 10.1 Norte de África Emprego: 9.6 Caraíbas Mundo PIB: 7.4 Emprego: 6.2 Exportações: 6.5 PIB: 11.0 Emprego: 10.3 Exportações: 12.3 PIB: 9.1 Emprego: 7.8 Exportações: 3.5 Exportações: 6.8 América Latina PIB: 6.2 Emprego: 6.0 Exportações: 5.3 Oceânia PIB: 11.2 Emprego: 13.7 Exportações: 14.2 P Previsões. Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 26 3. O turismo mundial – destinos e receitas turísticas. Ao analisarmos o ranking mundial dos destinos e das receitas turísticas, podemos observar que, em 2008, oito dos países que fazem parte do top 10 constam em ambos os indicadores. Os três primeiros destinos turísticos mundiais (França, EUA e Espanha) são também os principais mercados em termos de receitas, embora ordenados de forma diferente (EUA, Espanha e França). Os EUA recuperaram, em 2008, o lugar perdido para a Espanha (em 2001) enquanto destino turístico, mas esta continua a ser o segundo mercado turístico com mais receitas turísticas em todo o mundo e o primeiro da Europa. A China mantém o quarto lugar conquistado à Itália em 2004. O top 10 das receitas turísticas representa cerca de 49% do total mundial (USD 944 mil milhões), sendo o seu share nas chegadas internacionais de turistas de 45%. Top 10 mundial de destinos turísticos, 2000, 2007 e 2008E (Milhões, percentagens) Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 País 2000 77.2 França 51.2 EUA 47.9 Espanha China 31.2 Itália 41.2 Reino Unido 23.2 Ucrânia 6.4 9.6 Turquia Alemanha 19.0 20.6 México Turistas (Milhões) Quota TCMA00-08 Var07-08 (%) (%) (%) 2007 81.9 56.0 58.7 54.7 43.7 30.9 2008E 79.3 58.0 57.3 53.1 42.7 30.2 8.6 6.3 6.2 5.7 4.6 3.3 0.3 1.6 2.3 6.9 0.5 3.3 -3.2 3.6 -3.2 -3.0 -2.2 -2.2 23.1 22.2 25.5 25.0 2.8 2.7 18.8 12.7 10.3 12.4 24.4 21.4 24.9 22.6 2.7 2.4 3.4 1.1 1.9 5.5 Top 10 mundial das receitas turísticas, 2006, 2007 e 2008E (USD mil milhões, percentagens) Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 País Receitas (USD mil milhões) 2006 85.7 2007 96.7 51.1 46.3 38.1 33.9 32.8 57.6 54.3 42.7 37.2 36.0 61.6 55.6 45.7 40.8 40.0 Reino Unido 33.7 17.8 Austrália 16.9 Turquia 16.6 Áustria 38.6 22.3 18.5 18.9 EUA Espanha França Itália China Alemanha Quota Var06-07 (%) (%) 2008E 110.1 11.7 Var07-08 (%) 12.8 13.9 6.5 5.9 4.8 4.3 4.2 12.7 17.3 12.1 9.7 9.8 6.9 2.4 7.0 9.7 11.1 36.0 3.8 14.5 -6.7 24.7 22.0 21.8 2.6 2.3 2.3 25.3 9.5 13.9 10.8 18.9 15.3 E Estimativa. Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 27 3. O turismo mundial – despesas turísticas. Os turistas alemães lideram, desde 2003, o ranking mundial das despesas turísticas, apresentando uma quota de 9.7% (USD 91 mil milhões) em 2008. Face ao ano anterior, a única diferença, na referida tabela, é a reentrada no top 10 da Holanda, após alguns anos de ausência. Merece destaque o forte crescimento registado nas despesas turísticas de países como a China (que passou da 8ª posição em 2006 para a 5ª em 2007) e a Rússia, demonstrando, uma vez mais, a boa performance dos países emergentes. O Reino Unido foi o único país do top 10 a registar uma variação negativa face ao ano anterior. Os turistas alemães destacam-se, também, em termos de despesas por chegada (USD 3 655), conjuntamente com os japoneses (USD 3 321). Top 10 mundial das despesas turísticas, 2006, 2007 e 2008E (USD mil milhões, USD, percentagens) Ranking Despesas (USD mil milhões) País 2006 2007 2008E Quota (%) Var06-07 (%) Var07-08 (%) Despesas por chegada Var07-08 (Valor) (%) (USD) 2007 2008E 1 Alemanha 73.9 83.1 91.0 9.7 12.4 9.5 3 402 3 655 253 7.4 2 3 4 5 6 EUA 72.0 76.4 79.7 8.5 6.1 4.3 1 365 1 374 9 0.7 Reino Unido França 63.1 71.4 68.5 7.3 13.2 -4.1 2 313 2 268 -45 -1.9 31.2 20.5 36.7 29.8 43.1 36.2 4.6 3.8 17.6 45.4 23.1 27.3 30.8 3.3 18.2 17.4 21.5 12.8 448 545 625 544 682 721 96 137 96 21.3 25.2 15.3 26.5 24.7 27.9 26.9 3.0 2.9 -1.5 18.8 5.3 8.9 3 175 1 378 3 321 1 573 146 195 4.6 14.2 China 7 Itália Japão 8 Canadá 26.9 20.8 9 10 Rússia 18.2 22.3 24.9 2.6 22.5 11.7 1 104 1 251 147 13.3 Holanda 17.0 19.1 21.7 2.3 12.4 13.6 1 735 2 149 414 23.8 E Estimativa. Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 28 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (I). Segundo os dados da WTO1, no ano de 2009, as chegadas internacionais de turistas registaram um decréscimo de cerca de 4% (o pior desempenho de sempre), devendo estas ter atingido os 880 milhões (ligeiramente acima do valor de 2006). Estes valores reflectem uma ligeira melhoria, face às previsões, fruto do crescimento de 2% verificado no último trimestre do ano (no 1º, 2º e 3º trimestres do ano verificaram-se quedas de 10%, 7% e 2%, respectivamente). A Ásia e Pacífico e o Médio Oriente foram os líderes da recuperação, com o registo de crescimentos positivos na segunda metade do ano. África foi a única região a apresentar resultados positivos em 2009, assumindo um crescimento de 5% (com os destinos subsaharianos a registarem as melhores performances) e a Europa a mais penalizada (-6%), com os destinos da Europa Ocidental, Meridional e Mediterrânea a serem menos afectados que os restantes. Para as receitas turísticas, as previsões são de um decréscimo em torno dos 6%. Em função destes resultados, a WTO reviu em alta as previsões para 2010, passando do anterior crescimento de 1% para 3/4%, não deixando, contudo, de alertar para o facto de este ser ainda um ano difícil para o sector, dada a situação económica e social mundial. A Ásia deverá continuar a ser o principal impulsionador da recuperação, o crescimento deverá voltar ao Médio Oriente e África deverá manter a tendência positiva, alavancada pelo Mundial de Futebol, na África do Sul. Chegadas internacionais de turistas, variações homólogas 1995-2010P (Percentagens) 10.0 7.9 * Taxa de crescimento médio anual prevista para o período 1995-2020. Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. 1 World Tourism Organization. 08-07 07-06 -1.5 06-05 02-01 01-00 00-99 99-98 98-97 97-96 96-95 0.0 2.0 05-04 2.9 3.0 10-09P Mundo 1995-2020 = 4.1* 04-03 2.8 3.9 6.1 03-02 4.5 6.1 5.4 09-08P 6.2 -4.0 P Previsão. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 29 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (II). Apesar dos efeitos que alguns factores têm tido na evolução do turismo, tais como a crise económico-financeira mundial, a instabilidade geopolítica em algumas regiões do mundo e do preço do petróleo, as pandemias e os desastres naturais, a WTO mantém as previsões de longo prazo para o sector, acente no princípio de que não haverá mudanças significativas nas tendências estruturais do mesmo. Assim, as previsões são de que as chegadas internacionais de turistas atingirão os 1.6 mil milhões de pessoas em 2020 (21% da população mundial), um crescimento de quase 70% face ao valor de 2008. Ásia e Pacífico é a região onde se espera melhor performance. A Europa, embora continuando a ser o principal mercado receptor, passará a ter um share abaixo dos 50%. Chegadas internacionais de turistas, 2008, 2010Pe 2020P (Milhões) 1 600 9. Var = 6 1 400 1 200 1 000 3% TCMA10-20 = 6.7% TCMA10-20 = 5.1% TCMA10-20 = 4.0% 1 000 922 1 600 TCMA10-20 = 7.3% 800 600 400 TCMA10-20 = 3.1% 200 0 2008 Europa Ásia e Pacífico Previsões. Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. P 2020P 2010P Américas Médio Oriente África Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 30 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (III). De acordo com as previsões da World Tourism Organization, no médio/longo prazo, as chegadas internacionais de turistas na Ásia, no Médio Oriente e em África crescerão a um ritmo superior a 5% ao ano, comparado com a prevista média mundial de 4.1%. Haverá alterações no ranking dos principais destinos turísticos mundiais, destacando-se a ascensão da China ao seu topo. As expectativas do China International Travel Service são de que o país atinja, já em 2015, os 100 milhões de chegadas. Destinos turísticos mundiais – top 10, 2008 versus 2020P (Milhões de chegadas) França China 79.3 EUA 58.0 França Espanha 57.3 EUA China Reino Unido 42.7 30.2 106.1 102.4 Espanha 53.1 Itália 130.0 73.9 Hong Kong 56.6 Reino Unido 53.8 52.5 Ucrânia 25.5 Itália Turquia 25.0 México 48.9 Alemanha 24.9 Rússia 48.0 México 22.6 República Checa 44.0 P Previsões. Fontes: World Tourism Organization, China International Travel Service, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 31 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (IV). No médio/longo prazo, de acordo com as previsões da World Tourism Organization, a Europa continuará a ser a principal região emissora de turistas, devendo os seis países europeus que faziam parte do top 10 mundial em 1995, continuar no mesmo em 2020. Haverá, contudo, alterações na posição relativa dos países, com os asiáticos (Japão e China) a subir dois e seis lugares, respectivamente. Merece, pois, atenção o “despertar da China” enquanto mercado emissor mundial. As expectativas do China International Travel Service são de que o país atinja, já em 2015, os 100 milhões de turistas. Principais países emissores de turistas – top 10, 1995 versus 2020P (Milhões de turistas) Alemanha EUA Japão 23.0 China Holanda 22.0 Reino Unido 16.0 Rússia China Holanda 19.0 Itália 100.0 94.5 França 21.0 Canadá 123.3 EUA 42.0 França 141.5 Japão 63.0 Reino Unido 152.9 Alemanha 75.0 Itália 12.0 5.0 P Previsões. 54.6 45.6 35.2 2.9 7.6 2.7 12.7 3.3 3.9 3.0 3.2 Canadá 31.3 2.0 Rússia 30.5 3.9 TCMA1995-2020 Fontes: World Tourism Organization, China International Travel Service, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 32 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (V). Segundo o World Travel & Tourism Council (WTTC), o Turismo continuará a ser um driver dinâmico do crescimento económico mundial. Historicamente, existe uma clara correlação entre o crescimento do rendimento per capita e os gastos com viagens, pelo que se espera que, na próxima década, os mercados emergentes, pelo seu forte crescimento em termos de rendimento per capita, assumam posição relevante enquanto impulsionadores da procura turística mundial. A China deverá assumir o maior share desse protagonismo, conforme as previsões da Oxford Economics. China – PIB per capita e gastos com viagens, 1997-2020P (USD, Preços constantes 2000) 8 000 7 000 6 000 Gastos com viagens no exterior per capita 5 000 (escala da esquerda) 4 000 3 000 2 000 1 000 0 1997 2000 2004 2008 China – Share nos gastos mundiais com viagens, 1997-2020P (Percentagens) 90 80 Previsões 70 60 50 40 30 PIB per capita 20 (escala da direita) 10 0 2012 2016 2020 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1997 Previsões Contributo da China para o Turismo Mundial em 2009 2000 2004 2008 2012 2016 2020 Share nos gastos mundiais com viagens, 2008 versus 2020P Resto do Mundo Resto do Mundo Economias avançadas (UE15, EUA, Japão) 2008 Índia Economias avançadas (UE15, EUA, Japão) 2020 China Fontes: World Travel & Tourism Council, Oxford Economics, ES Research-Research Sectorial. Índia P China Previsões. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 33 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (VI). Os dados mais recentes1 do World Travel & Tourism Council (WTTC) referem que o PIB turístico mundial caiu 4.8% em 2009 e o investimento cerca de 12%. As previsões para 2010 revelam o início da inversão da tendência negativa, com um crescimento do PIB turístico global de cerca de 0.5%. Para os próximos dez anos, as previsões indicam um crescimento médio anual na ordem dos 4%. A crise, que atingiu o sector em 2008 e 2009, provocou a perda de 6 milhões de postos de trabalho, que não deverão ser totalmente recuperados antes de 2012. Ainda assim, espera-se que, em 2020, o turismo mundial empregue mais de 300 milhões de pessoas face aos 235 milhões actuais. Crescimento do PIB Turístico Mundial, 2008-2010P (Percentagens) Crescimento do emprego no Turismo Mundial , 2008-2010P (Percentagens) 2 3 1 2 0 -1 1 -2 0 -3 -1 -4 -5 -6 -2 2008 2009 2010P Crescimento do investimento no Turismo Mundial, 2008-2010P (Percentagens) 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 -12 -14 2008 2009 Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial. 2008 -3 1 2010P Crescimento do emprego no Turismo Mundial, 2000-2020P (Postos de trabalho) 2020: 303 315 300 285 270 255 240 225 210 195 180 2010P 2009 Março de 2010. milhões 2008: 241 milhões ov os de n ões abalho h l i 62 m os de tr post 2010: 235 milhões 2000 P 2008 2010 6 milhões de postos de trabalho perdidos 2012P 2020P Previsões. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 34 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (VII). De acordo com as previsões do World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2020, o sector do turismo representará cerca de 9.6% do PIB mundial (USD 11 151 mil milhões), 9.2% do emprego total (303 milhões de pessoas) e 5.2% das exportações totais (USD 2 160 mil milhões). Peso do sector do turismo na economia mundial, 2020P (Percentagens) Europa Leste e Central América do Norte UE-27 PIB: 10.2 Emprego: 11.7 Exportações: 5.3 PIB: 10.1 Emprego: 11.1 Exportações: 5.6 PIB: 12.8 Emprego: 11.9 Exportações: 16.0 PIB: 9.6 Emprego: 9.2 Exportações: 5.2 Ásia (Nordeste) Médio Oriente PIB: 11.2 Norte de África Emprego: 9.9 Caraíbas Mundo PIB: 7.4 Emprego: 6.4 Exportações: 5.1 PIB: 11.4 Emprego: 11.1 Exportações: 11.3 PIB: 9.7 Emprego: 10.6 Exportações: 3.4 Exportações: 5.0 América Latina PIB: 7.0 Emprego: 6.7 Exportações: 5.2 Oceânia PIB: 12.1 Emprego: 15.2 Exportações: 14.1 P Previsões. Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 35 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (VIII). A evolução verificada nos últimos meses, quer no turismo internacional, quer ao nível de algumas economias relevantes, bem como as perspectivas para o desempenho das chamadas economias emergentes, melhoraram significativamente as perspectivas próximas futuras para o sector turístico. Acresce um notável e encorajador aumento do Índice de Confiança do Painel de Experts da WTO para 2010, apesar de persistirem incertezas quanto ao desempenho da economia mundial e ao ambiente em que o sector opera. A pontuação atribuída pelo referido painel, para 2010, está próxima do nível da dos anos de boom, de 2004-2007. Como resultado, 2010 promete ser o que a WTO designou de “ano da transformação”, oferecendo diversas oportunidades de crescimento, embora não eliminando os riscos de recaída. Assim, identificaram-se as seguintes oportunidades: A confiança das empresas e dos consumidores aumentou; As taxas de juro e a inflação em mínimos históricos e com perspectivas de aumentos apenas moderados, no curto prazo; A períodos de crise habitualmente seguem-se períodos de bonança, devido à procura reprimida, e espera-se que os destinos alavanquem activamente esta oportunidade; Há possibilidades de recuperação em mercados emissores fortemente afectados em 2009, como a Rússia e o Reino Unido; Importantes eventos internacionais vão realizar-se na África do Sul (Mundial de Futebol), no Canadá (Olimpíadas de Inverno) e na China (Expo Shangai), gerando um potencial adicional na procura de viagens; Fontes: WTO, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 36 3. O Turismo Mundial – perspectivas para o sector (IX). Espera-se que se mantenha o espírito de cooperação e associação gerado pela crise; A flexibilidade demonstrada pelo sector em lidar com flutuações bruscas na procura e a instabilidade das condições de mercado tornou-o mais forte; As crises criam a oportunidade para enfrentar as debilidades estruturais e implementar estratégias que fomentem o crescimento sustentável e a transformação para uma Economia Verde. Há, contudo riscos de recaída: O desemprego – desafio chave. A crise no mercado de trabalho ainda não chegou ao fim, especialmente nas principais economias avançadas; O crescimento económico nos principais mercados emissores, especialmente na Europa e EUA, ainda é frágil; O aumento dos déficits públicos implica a provável retirada, ainda que porventura paulatina, das medidas de estímulo, sendo possível que, em algumas economias avançadas se verifique alguma pressão fiscal, que implique dificuldades adicionais para os particulares e empresários; Os preços do petróleo mantêm-se instáveis; As ameaças à segurança mantêm-se e é possível que os incómodos e custos associados representem um desafio para os viajantes; Espera-se uma recuperação das receitas e dos resultados a um ritmo inferior ao do volume de viagens. Fontes: WTO, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 37 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 38 4. Portugal no Turismo Mundial (I). Na década 1998-2008, as chegadas internacionais de turistas a Portugal tiveram um incremento de apenas 1.6 milhões, uma taxa de crescimento médio anual de 1.3%, muito inferior aos 4.1% registados a nível mundial e ao atingido por alguns dos países que integram também a sub-região da Europa do Sul/Mediterrâneo: a Grécia (4.8%), a Itália (5.6%) e a Turquia (10.5%). Entre 2000 e 2005, o desempenho do turismo português ficou aquém da generalidade dos destinos europeus, com um crescimento médio anual de -2.2% e menos 1.3 milhões de turistas. No período 2005 a 2008, Portugal apresentou uma performance acima da média europeia e mundial, impulsionado pelo desempenho registado em 2007, seu melhor ano de sempre no turismo (crescimento de 8.8% face ao ano anterior). Chegadas internacionais de turistas, Portugal – 1998-2008E (Milhões, percentagens) Taxa de crescimento (Percentagens, escala da direita) 14 11.3 11.6 11.6 11.7 11.6 4.3 10 8 12.2 2.7 10.8 11.3 12.9 4.9 0 -0.9 -2 4 2 0 -4 -4.9 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Estimativa. Fontes: World Tourism Organization, Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial. E 4 2 0.9 6 8 6 4.6 0.9 10 Percentagens Milhões 12 12.1 8.8 12.3 -6 -6.9 2004 2005 2006 2007 2008E -8 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 39 4. Portugal no Turismo Mundial (II). Os resultados registados nas chegadas internacionais de turistas a Portugal, nos primeiros meses de 2008, reflectem ainda o clima altamente favorável do ano anterior, que apresentou um crescimento recorde. Na segunda metade do ano, os efeitos da situação económico-financeira mundial fizeram-se sentir mas, ainda assim, Portugal acabou o ano em terreno positivo e melhor posicionado, face ao quadrimestre homólogo, que a Europa do Sul/Mediterrâneo e o Mundo. Os dados relativos a 2009, pelo contrário, mostram uma situação mais difícil para o sector em Portugal, com um desempenho especialmente penalizante no primeiro trimestre do ano (variação de -21.2% face a 2008) e uma menor recuperação da actividade mesmo na época alta (decréscimo de 6.6% em Julho face a 3.3% a nível mundial e a 3.1% na Europa do Sul/Mediterrâneo). Segundo as entidades oficiais, Portugal deverá ter registado um decréscimo de 8/9%, no final de 2009, valor ligeiramente inferior ao inicialmente previsto, contudo, superior ao registado a nível mundial (-4%) e na região em que se insere (Europa do Sul/Mediterrâneo, -5%). Chegadas internacionais de turistas, Portugal - variação em períodos homólogos (Percentagens) 15.0 12.3 10.0 5.0 4.5 4.0 3.0 0.0 -2.3 -5.0 -3.4 -10.3 -10.0 -15.0 -7.3 -3.1 -3.3 -6.6 -12.7 -20.0 -25.0 -6.5 -6.6 -21.2 2ºTrim 2008 4ºTrim 2008 Mundo 1ºTrim 2009 Europa do Sul/Mediterrâneo 2ºTrim 2009 Jul/09 Portugal Fontes: World Tourism Organization, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 40 4. Portugal no Turismo Mundial (III). Portugal ocupava, em 2008, a 19ª posição do ranking mundial de destinos turísticos, com uma quota de mercado de 1.4%. Ao longo dos últimos Ranking dos destinos turísticos mundiais, 1998, 2004 e 2008E (Milhões, percentagens) dez anos, o país não conseguiu reforçar a sua posição enquanto destino turístico (em 2008 Ranking Turistas (Milhões) País registámos apenas mais 1.6 milhões de turistas face Quota TCMA98-08 Var98-08 (%) (%) (Milhões) 1998 2004 2008E 1 França 70.0 75.1 79.3 8.6 1.3 9.3 2 EUA 47.1 46.1 58.0 6.3 2.1 10.9 3 Espanha 47.7 52.4 57.3 6.2 1.9 9.6 4 China 24.0 41.8 53.1 5.7 8.2 29.0 5 Itália 24.8 37.1 42.7 4.6 5.6 17.9 6 Reino Unido 25.5 25.7 30.2 3.3 1.7 4.7 no mundial) e a Grécia (mais 6.5 milhões). Nesse 7 Ucrânia 6.2 15.6 25.5 2.8 15.1 19.2 período, Portugal registou a taxa de crescimento 8 Turquia 9.2 16.8 25.0 2.7 10.5 15.8 9 Alemanha 16.5 20.1 24.9 2.7 4.2 8.4 10 México 19.3 20.6 22.6 2.4 2.5 1.6 3.3 13 Grécia 11.0 13.3 17.5 1.9 4.8 6.5 19 Portugal 11.3 10.6 12.9 1.4 1.3 1.6 Mundo 616.7 761.4 922.0 100 4.1 305.3 a 1998), ao contrário de países como a Ucrânia (mais 19.2 milhões, subiu 8 posições no ranking europeu e 11 no mundial); a Turquia (mais 15.8 milhões, subiu 6 posições no ranking europeu e 8 médio anual mais baixa dos países da Europa do Sul/Mediterrâneo que integram o top 20 mundial (1.3%) e desceu do 9º para o 11º lugar do ranking europeu e do 12º para o 19º no ranking mundial. Destacada é a posição de Espanha, 3º destino mundial e 2º da Europa. E Estimativa Fontes: World Tourism Organization, Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 41 4. Portugal no turismo mundial (IV). Em 2008, tal como nos últimos anos, os espanhóis foram os turistas que mais visitaram Portugal, cerca de 2.6 milhões, um decréscimo de 3.5% face ao ano anterior, naturalmente influenciado pela dimensão da crise económica naquele país. Também o Reino Unido, tradicional segundo mercado de origem dos turistas que chegam ao nosso país, registou uma queda de 2.8% face a 2007. Estes dois países, conjuntamente com a França, representam mais de 54% dos turistas que chegaram a Portugal em 2008. Os turistas destes três países, em conjunto com os da Alemanha, representaram mais de dois terços das receitas turísticas portuguesas em 2008, destacando-se os do Reino Unido que realizaram quase um quarto das mesmas. De referir a evolução, entre 2003 e 2008, do Brasil, quer em número de chegadas quer em receitas. Top 10 das chegadas de turistas, Portugal, 2003 e 2008E (Milhares, percentagens) Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 País Top 10 das receitas turísticas, Portugal, 2003 e 2008E (EUR milhões, percentagens) Turistas Quota TCMA03-08 Var07-08 (Milhares) (%) (%) (%) 2003 2008E Ranking 2 632.3 20.4 2.8 -3.5 1 1 441.8 992.8 439.4 398.8 192.6 324.7 2 287.4 2 076.6 1 178.4 587.4 527.3 446.6 404.2 17.7 16.1 9.1 4.6 4.1 3.5 3.1 4.3 7.6 3.5 6.0 5.7 18.3 4.5 -2.8 8.0 -5.6 10.4 -2.3 35.7 -3.2 2 3 4 5 6 7 203.6 214.2 324.2 277.7 2.5 2.2 9.8 5.3 0.9 -2.7 Espanha Reino Unido 2 296.7 1 855.2 França Alemanha Holanda Suiça Brasil Itália Irlanda Bélgica 8 9 10 País Receitas Quota (Euro milhões) (%) E 2003 2008 TCMA03-08 Var07-08 (%) (%) Reino Unido 1 545.1 919.9 França 897.2 Espanha 753.8 Alemanha 1 932.9 23.8 4.6 -0.7 1 343.2 1 186.9 16.5 14.6 7.9 5.8 8.5 -1.3 952.2 11.7 4.8 -3.4 Holanda EUA 232.2 289.0 329.4 289.6 4.1 3.6 7.2 0.0 10.9 -11.7 Bélgica 204.9 277.4 3.4 6.2 -2.2 Irlanda Itália Brasil 147.2 142.0 85.5 218.6 196.4 179.3 2.7 2.4 2.2 8.2 6.7 16.0 1.4 -2.8 36.3 E Estimativa. Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 42 4. Portugal no turismo mundial (V). Em 2008, dois países fora da UE, os EUA e a Noruega, lideraram as receitas turísticas por chegada a Portugal (EUR 1 182 e 1 042, respectivamente). Nesse mesmo ano, Lisboa, Albufeira, Porto e Funchal foram as cidades que mais turistas atraíram, sendo de realçar o papel fundamental das carreiras low-cost nos seus desempenhos. Em Lisboa, por exemplo, só a EasyJet fazia, no final de 2008, mais de 56 ligações aéreas/semana com as principais cidades europeias e registou um incremento de 8% face ao ano anterior em termos de passageiros transportados. Em Faro, estas companhias representam um share de 70%, no Porto 48% (e um incremento de 51% face ao ano anterior) e no Funchal 22% (a EasyJet começou a operar no arquipélago apenas em Outubro de 2007). De referir, ainda, o desempenho de Setúbal-Tróia. Receitas turísticas per capita, Portugal, 2003 e 2008E (Euros) Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 País EUA Noruega Bélgica Reino Unido Alemanha Irlanda França Holanda Itália Espanha Receita per capita (Euros) 2003 2008E Chegadas de turistas por cidade, Portugal, 2007 e 2008E (Milhares, percentagens) Ranking Cidades 1 586 841 957 833 1 182 1 1 042 999 845 759 723 808 674 638 647 528 437 391 561 486 451 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Lisboa Albufeira Porto Funchal Faro Lagos Portimão Monte Gordo Setúbal-Tróia Cascais-Estoril Chegadas (Milhares) 2008E 2007 Var07-08 (Milhares) (%) 6.5 1 041.7 983.0 959.5 114.6 21.9 20.6 20.1 526.3 509.9 537.6 520.8 11.3 10.9 2.1 2.1 477.0 487.2 10.2 2.1 427.7 426.8 369.1 436.8 454.1 384.7 9.1 27.3 15.6 2.1 6.4 4.2 1 757.5 1 019.8 962.4 939.4 1 872.1 2.1 2.1 2.1 E Estimativa. Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 43 4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector - PENT. O PENT1 define objectivos ambiciosos para o turismo do país, que deveria crescer de forma sustentada, acima da média europeia, com especial incidência ao nível das receitas. O objectivo era, assim, a obtenção de 20 a 21 milhões de turistas estrangeiros em 20152 (que compara com 11.3 milhões em 2006 e implicava um crescimento médio anual de 5%). Ao mesmo tempo, o objectivo fixado para as receitas implicava um crescimento médio anual até 2015 superior a 9%, por forma a ultrapassar o patamar dos EUR 15 mil milhões (mais do dobro do valor de 2006). Objectivos para o número de turistas estrangeiros em Portugal, 2006-2015P (Milhões, percentagens) Objectivos para as receitas turísticas em Portugal, 2006-2015P (EUR mil milhões, percentagens) 20.0/21.0 14.5/15.5 17.5/18.0 11.0/12.0 15.0/15.5 8.5/9.5 11.5 6.7 5.3 4.6 9.9 Dormidas estrangeiros 8.8 2006 2009P 2012P 2015P 25 29 33 38 Previsão. 1 Plano Estratégico Nacional do Turismo (aprovado em 2007). Fontes: INE, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial. 2006 9.0 2009P 9.6 2012P 2015P TCMA para o período considerado (Percentagens) P 2 Este é também a previsão da WTO para Portugal mas apenas no ano 2020. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 44 4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (I). Um estudo efectuado pela Euromonitor International, em Agosto de 2009, prevê que as chegadas de turistas a Portugal atinjam os 14.6 milhões em 2013, o que significa um crescimento médio anual de apenas 2.4% face aos 5% previstos no PENT. Situação idêntica se verifica ao nível das receitas, onde as previsões apontam para um valor de EUR 9.8 mil milhões nesse mesmo ano, equivalendo a uma taxa de crescimento médio anual de 3.9% (9% é o valor apontado no PENT). De referir a entrada dos turistas da Rússia e da Polónia para o top 10 das chegadas (em conformidade com a política de diversificação de mercados levada a cabo pelas entidades governamentais), com crescimentos médios anuais previstos de 26.2% e 17%, respectivamente, bem como a afirmação do Brasil enquanto mercado emissor de turistas e de receitas para Portugal (crescimento de 8.6% ao ano e subida de dois lugares no ranking). Previsão das chegadas de turistas a Portugal, 2008, 2010 e 2013 (Milhares, percentagens) Ranking País 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Ranking Turistas (Milhares) 2010 2013 2 519.9 2 746.6 18.9 0.9 1 2 326.8 2 312.6 1 232.1 668.8 639.3 533.6 382.4 16.0 15.9 8.5 4.6 4.4 3.7 2.6 0.3 2.2 0.9 2.6 7.4 0.2 -1.1 353.3 339.6 307.2 2.4 2.3 2.1 17.0 0.9 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Espanha Reino Unido 2 632.3 2 287.4 França Alemanha Holanda Brasil 2 076.6 1 178.4 587.4 446.6 527.3 404.2 2 251.3 2 143.3 1 165.1 620.0 538.4 490.9 369.6 161.3 324.2 95.8 235.1 304.8 139.9 Suiça Itália Polónia Irlanda Rússia Previsão das receitas turísticas em Portugal, 2008, 2010 e 2013 (EUR milhões, percentagens) Quota TCMA08-13 (%) (%) 26.2 País Receitas (EUR milhões) 2008 2010 2013 Reino Unido 1 932.9 1 343.2 França 1 186.9 Espanha 952.2 Alemanha Holanda 329.4 289.6 EUA 277.4 Bélgica Brasil Irlanda Itália Suiça 179.3 218.6 196.4 158.2 1 927.9 2 073.3 1 405.0 1 577.3 1 151.5 1 305.9 955.6 1 053.9 Quota (%) TCMA08-13 (%) 21.1 1.4 16.1 13.3 3.3 1.9 10.7 2.1 352.4 227.1 267.2 395.5 342.4 294.4 4.0 3.5 3.0 3.7 3.4 1.2 219.0 208.1 270.6 241.4 2.8 2.5 8.6 2.0 182.0 150.8 195.9 173.2 2.0 1.8 -0.1 1.8 Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 45 4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (II). Espanha, Reino Unido, França e Alemanha são os principais emissores de turistas para Portugal, concentrando cerca de 63% das entradas de turistas no país e tornando-o muito vulnerável face às oscilações destes mercados. Se atentarmos às previsões da WTO em relação aos principais mercados emissores em 2020, podemos observar que relativamente a cinco dos países do top 10 - Japão, EUA, China, Canadá e Rússia - que representarão cerca de 22% do total de turistas mundiais, apenas representaram 5% das chegadas a Portugal em 2008. Podemos, admitir, que existirá, nestes mercados, um elevado potencial de crescimento e uma oportunidade de diversificação para o país, como aliás parece ser visível nos valores previstos no relatório da Euromonitor por exemplo para a Rússia. A este propósito refira-se que as entidades governamentais iniciaram, em 2006, uma aposta clara na promoção de Portugal em alguns destes mercados emergentes, como a Rússia, o Brasil e a China, deslocando-se aos mesmos para apresentações aos seus principais players, tendo com eles firmado alguns acordos de cooperação. Top 10 dos países emissores de turistas, 2020P Chegada de turistas a Portugal, 2008 Ranking 1 Espanha Outros 37% 9% Alemanha 20% 16% 18% Reino Unido França 2 3 4 5 6 7 8 9 10 País Alemanha Japão EUA China Reino Unido França Holanda Itália Canadá Rússia Turistas (Milhares) Quota (%) 152.9 9.8 141.5 123.3 100.0 94.5 54.6 45.6 35.2 9.1 7.9 6.4 6.1 3.5 2.9 2.3 31.3 30.5 2.0 2.0 Os 5 mercados representam: - 22% dos turistas mundiais em 2020 - 5% dos turistas que chegaram a Portugal em 2008 P Previsão. Fontes: Euromonitor International, WTO, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 46 4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (III). Segundo os relatórios do World Travel & Tourism Council (WTTC), o sector do turismo português deveria registar, entre 2009 e 2019, uma taxa de crescimento médio anual de cerca de 3.6%, praticamente um ponto percentual acima do estimado para a UE-27, porém abaixo das estimativas para o Mundo (-0.4 pp) e para, por exemplo, a Turquia (-0.7 pp). Estimativas para o crescimento do sector do turismo entre 2009 e 2019 (Percentagens) 4.3 Mundo = 4.0 3.6 3.5 2.5 Turquia Portugal Grécia Alemanha UE-27 = 2.7 2.4 França 1.9 1.9 Espanha Itália Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 47 4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (IV). Na sequência da evolução recente do sector, o WTTC, afirmou que “Portugal está a acompanhar a tendência mundial”, pelo que o sector do turismo nacional não deverá registar uma retoma sustentável antes de 2011. Os mais recentes dados da economia e do sector, apesar de melhores que os esperados há alguns meses, estão ainda longe dos registados antes da crise. O elevado desemprego, os planos de estímulo às economias, as dificuldades de acesso ao crédito por parte das empresas e a redução dos gastos em viagens por parte das famílias são factores que influenciarão o desempenho do sector. O ano de 2009 foi um ano no vermelho para o turismo português, mas as previsões do WTTC para o sector foram revistas em alta recentemente1, esperando-se que o turismo contribua positivamente para o PIB já em 2010, ainda que em apenas 0.5%, alcançando os 2% em 2011. Já o emprego e o investimento do sector deverão continuar em contracção em 2010 e assumir valores positivos apenas em 2011. Contribuição do turismo para o PIB em Portugal, 2009- 2011P (Percentagens) 3 2 2 0 0 -1 -5 -2 -10 -3 2009 2010P 2011P Crescimento do investimento no turismo em Portugal, 2009- 2011P (Percentagens) 10 5 1 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 Contribuição do turismo para o emprego em Portugal, 2009- 2011P (Percentagens) -4 Fontes: World Travel & Tourism Council, ES Research-Research Sectorial. 2011P 2010P 2009 P Previsões. 1 -15 2009 2010P 2011P Previsão de um crescimento do sector em cerca de 2% em 2010. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 48 4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (V). Em 2009, Portugal posicionou-se, pelo segundo ano consecutivo, no top 20 dos destinos mais competitivos do mundo (em 133 países) para a atracção de investimento nos sectores do Turismo e Viagens. Ocupando a 17ª posição, Portugal caiu dois lugares face ao ano anterior, e um no conjunto da UE-27, mas manteve a posição (2ª) no competitive set1, que nos compara com os destinos nossos concorrentes na Bacia do Mediterrâneo. O Índice refere em Portugal, pela positiva, a prioridade dada pelo Governo ao sector, a facilidade de criação de empresas, a hospitalidade dos portugueses e o número de locais e monumentos classificados como Património Mundial. Portugal no Índice de Competitividade Viagens & Turismo, 2009 Competitividade Viagens & Turismo Quadro regulatório Ambiente empresarial e infra-estrutura Recursos humanos, culturais e naturais Países Rank Geral Rank UE-27 Rank Bacia Mediterrâneo Pontuação Rank Geral Pontuação Rank Geral Pontuação Rank Geral Pontuação 5.68 1 6.01 1 5.49 2 5.54 Suiça 1 Austria 2 1 5.46 4 5.91 6 5.22 7 5.24 Alemanha 3 2 5.41 13 5.56 3 5.44 9 5.22 França 4 3 5.34 8 5.67 7 5.22 11 5.13 Canadá 5 5.32 23 5.41 4 5.36 10 5.19 Espanha 6 4 5.29 29 5.29 8 5.21 5 5.36 Suécia 7 5 5.28 12 5.57 14 5.04 8 5.23 EUA 8 5.28 57 4.70 2 5.47 1 5.67 Austrália 9 5.24 27 5.31 15 5.01 3 5.42 Singapura 10 5.24 6 5.77 5 5.25 23 4.69 PORTUGAL 17 5.01 15 5.52 24 4.74 16 4.78 1 10 2 Fontes: World Economic Forum, ES Research-Research Sectorial. 1 World Economic Forum. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 49 4. Portugal no turismo mundial – perspectivas para o sector (VI). Vários prémios internacionais, publicações e estudos sobre o sector reconhecem Portugal e as suas regiões como destinos de excelência. O guia Lonely Planet, por exemplo, colocou o país no top 10 mundial dos destinos que é obrigatório visitar em 2010, distinguindo-o como destino inovador, sustentável e moderno. Nos World Travel Awards 2009 foram-nos atribuídos quatro prémios, dois dos quais a Lisboa, como melhor destino europeu e melhor destino de cruzeiros. Lisboa integra também o top 20 das cidades a visitar pela revista britânica Condé Nast Traveller que selecciona o melhor do turismo mundial. O Centro Mundial de Destinos Turísticos de Excelência (CED), tutelado pela WTO, distinguiu a Madeira como destino turístico de excelência. Recentemente, a WTO informou que está a mobilizar os países com maior peso em termos de turismo para constituir o G20 do sector, endereçando convites a alguns países para se juntarem ao grupo, entre os quais se encontra Portugal. Fontes: World Travel Awards, Lonely Planet, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 50 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 51 5. O Turismo na Economia Portuguesa (I). O conceito de cluster de turismo pressupõe um conjunto de actividades características1, conexas2 e potenciadas3. Contudo, a evolução deste sector estará, obviamente, dependente da evolução das “outras” actividades, nomeadamente, no que se refere ao financiamento, promoção, ordenamento do território, ensino/formação e preservação ambiental, actividades estas quase de exclusiva iniciativa pública. • Comércio • Construção • Indústria • Vending • Transportes Actividades Actividades Potenciadas Turismo • Serviços fotográficos Conexas Actividades contempladas na Conta Satélite do Turismo • Alojamento • Ordenamento do território • Restauração • Financiamento • Transporte passageiros • Aluguer de veículos Actividades Características • Actividades culturais, de recreio e lazer Outras actividades • Ensino/formação • Promoção • Preservação ambiental • Agências de viagens e operadores turísticos 1 Actividades cuja produção principal é característica do Turismo e que servem os visitantes, admitindo-se uma relação directa do fornecedor com o consumidor. Actividades cuja produção principal (bens e serviços) é considerada conexa do Turismo (transportes ferroviários suburbanos, serviços fotográficos). 3 Actividades económicas de fraco cariz turístico (construção, comércio). Fontes: “O cluster Turismo em Portugal”, 2001 – Merícia Gouveia e Teresinha Duarte, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. 2 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 52 5. O Turismo na Economia Portuguesa (II). O Turismo desempenha um papel fundamental na economia portuguesa. Dada a sua cada vez maior importância económica, importa quantificar os seus efeitos directos, indirectos ou induzidos em termos de criação de valor acrescentado, emprego e receitas. Para o efeito utilizou-se a Conta Satélite do Turismo de Portugal (CSTP)1. O turismo…. VAB EMPREGO contribui para a riqueza gerada, representando 5.1% do VAB em 2008E. constitui 8% do emprego total na economia, em 2006. Espanha 12.6% UE 27 12.0% Consumo Turístico Interior2 equivalente a 10.4% do PIB, em 2008E. UE 27 Espanha 11.0% 10.5% 10.4% 8.0% 5.1% 4.7% 2008E 2000 E 10.1% BALANÇA CORRENTE responsável por 42.6% do total das receitas da Balança Corrente (componente serviços), em 2009E. RECEITAS totalizou receitas de EUR 6.9 mil milhões, em 2009E. 58.3% 42.6% 7.1% 2000 2006 2000 2008E 2000 2009E 1A Estimativa. CSTP é um instrumento desenvolvido com base na metodologia do Eurostat e das Nações Unidas que afere a importância económica do Turismo. em turismo efectuado pelos residentes e não residentes, em Portugal, por motivos de lazer, negócios e/ou outros. Divide-se em três componentes: Consumo Turístico Receptor, Consumo Turístico Interno e Outras Componentes do Consumo Turístico. 2 Consumo Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 53 5. O Turismo na Economia Portuguesa - VAB. O Valor Acrescentado Gerado pelo Turismo (VAGT) representou 5.1% do VAB da economia, em 2008E. Peso do VAGT no VAB, 2000-2008E (EUR mil milhões, percentagens) VAGT versus VAB nas Actividades do Turismo, 2008E (EUR mil milhões) 4.2 160 5.2 120 80 4.7 4.9 5.1 2.6 4.8 4.6 4.6 4.0 2.7 2.1 4.6 4.4 1.6 1.4 40 0.3 0.2 0 2000 2001 2002 2003 VAGT (VAB gerado pelo Turismo) 2004 2005 2006 2007E 2008E VAB da Economia Peso do VAGT no VAB Alojamento VAGT Restaurantes Transportes Agências de Viagens Serviços Culturais VAB Actividades O Valor Acrescentado Gerado pelo Turismo apresentou uma trajectória crescente a partir de 2004, estimando-se que tenha totalizado os EUR 7.3 mil milhões, no final de 2008. O seu contributo para o VAB oscilou entre os 4.4% (2003) e os 5.2% (2007), tendo apresentado uma TCMA00-08 de 4.7%. Em 2008E, as actividades que geraram maior volume do Valor Acrescentado Gerado pelo Turismo (VAGT) concentraram-se no Alojamento (em particular os Hotéis e Similares), Transportes e Restaurantes, que no seu conjunto geraram mais de EUR 6 mil milhões. Estas três actividades foram responsáveis por cerca de 93% do VAB gerado pelo turismo. Analisando a relação entre o VAGT e o VAB, nas suas actividades core, podemos verificar a importância da riqueza gerada pelo turismo e a dependência destas face à sua performance. Em 2008E, 98% do VAB gerado pelo Alojamento e pelas Agências de Viagens foi proveniente da actividade turística. Estimativa. Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. E Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 54 5. O Turismo na Economia Portuguesa - Emprego. Em 2006, o emprego no turismo constituiu 8% do total do emprego na economia, cerca de 444 mil indivíduos. Importância do Emprego no Turismo, 2000-2006 (Milhões de indivíduos, percentagens) 7 6 5.6 5.5 Transportes 12.5% 8.0 5 7.8 Hotéis e Similares 14.5% 7.6 4 7.4 3 2 Emprego no turismo por Actividade Característica, 2006 7.1 7.2 7.1 Restaurantes e Similares 55.7% 1 0 2000 2001 2002 2003 2004 Emprego nas actividades características do turismo 2005 2006 Outras Actividades 17.3% Emprego na economia No período 2000-2006, o emprego, nas Actividades Características do Turismo, registou um crescimento médio anual na ordem dos 2.3%, a que correspondeu um acréscimo de 56.5 mil postos de trabalho. Comparativamente, o crescimento médio anual do emprego na economia foi de 0.2%, influenciado pelas reduções observadas a partir de 2003. No que respeita à distribuição do emprego no turismo, a grande maioria dos indivíduos concentravam-se nas actividades relacionadas com os Restaurantes e Similares (55.7%), seguindo-se os Hotéis e Similares (14.5%). De referir que, em termos da variação da criação de emprego por actividades económicas, entre 2004 e 2008, o Alojamento, Restauração e Similares foi aquela que registou o valor mais elevado, aumentou cerca de 153%. Fontes: IEFP, INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 55 5. O Turismo na Economia Portuguesa – Consumo Turístico Interior. O Consumo Turístico Interior (CTI) deverá ter ascendido, no final de 2008E, a EUR 17.3 mil milhões, o equivalente a cerca de 10.4% do PIB pm nesse ano. Evolução do Consumo Turístico Interior e suas componentes, 2000-2008E (EUR mil milhões) 17.3 12.3 4.1 4.4 5.1 5.2 3.2 3.2 4.7 Importância do Consumo Turístico Interior no PIB, 2000-2008E (EUR mil milhões, percentagens) 200 160 120 3.8 3.9 3.7 3.8 2.4 2.5 2.5 2.5 2.6 2.8 3.0 6.1 6.5 6.5 6.3 6.7 6.8 7.4 8.8 8.9 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007E 2008E 10.1 10.0 9.4 2002 80 9.1 9.3 9.4 2003 2004 2005 9.7 10.5 10.4 2007E 2008E 40 0 Turismo Receptor1 Turismo Interno2 Outras componentes do Consumo Turístico3 2000 2001 Consumo Turístico Interior PIB pm 2006 Importância do CTI no PIB Consumo Turístico Interior O Consumo Turístico Interior exibiu um bom desempenho no período 2000-2008 (TCMA00-08 de 4%), fortemente impulsionado pelo Turismo Receptor que apresentou uma TCMA00-08 de 5%. A partir de 2004, assistiu-se a um maior dinamismo do Consumo Turístico Interior que se reflectiu no incremento do seu peso no PIB, tendo passado de 9.1% (2003) para 10.4% em 2008E, registo particularmente importante num ano marcado pela grave crise económica que afectou de forma significativa o Turismo Mundial. 1 Turismo efectuado por turistas não residentes. Turismo efectuado por residentes no interior de Portugal e fora de Portugal (antes de partir e depois de regressar). 3 Despesas efectuadas por residentes e não residentes no âmbito do Turismo de Negócios, bem como a valorização das residências secundárias. E Estimativa. Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. 2 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 56 5. O Turismo na Economia Portuguesa – Balança Corrente. As Receitas Turísticas constituem a principal rubrica da Balança Corrente, estimando-se que, no final de 2009, tenham representado 42.6% das receitas totais dos serviços. (Compara com 30% a nível mundial e 23% a nível da UE-27 onde Portugal assume o 3º valor mais elevado, só sendo ultrapassado pela Bulgária (50%) e pela Espanha (43%). Peso das Receitas Turísticas1 na Balança de Serviços, 2000-2009E (EUR mil milhões, percentagens) Importância do Turismo na Balança Corrente, 2000-2009E (EUR mil milhões) 10 8 7 58.3 6 5.7 58.3 55.9 6.9 53.6 52.3 50.6 45.6 5 43.6 5 0 41.5 42.6 -5 4 -10 3 -15 2 -20 1 0 -25 2000 2002 2002 Receitas turísticas 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Peso das receitas turísticas na Balança de Serviços 2009E -30 2000 2001 2002 2003 Saldo da Balança Turística 2004 2005 2006 2007 2008 2009E Saldo da Balança Corrente (s/turismo) Saldo da Balança Corrente (total) O saldo da Balança Turística2 contribui positivamente para a diminuição do défice da Balança Corrente (Bens e Serviços) tendo totalizado, em 2009E, EUR 4.2 mil milhões. No período 2000-2009, o saldo da Balança Turística apresentou taxas de crescimento médio anual na ordem dos 3%, reflectindo o crescimento das receitas do turismo. 1 As receitas turísticas referem-se às receitas exclusivamente geradas pelos estrangeiros em Portugal. Tratam-se de fluxos de entrada na economia nacional. 2 O saldo da Balança Turística corresponde ao saldo entre as receitas dos turistas estrangeiros que visitam Portugal e as despesas dos turistas portugueses que se deslocam ao estrangeiro. E Estimativa. Fontes: INE, Turismo de Portugal, Eurostat, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 57 5. O Turismo na Economia Portuguesa – Receitas Turísticas (I). As receitas turísticas ascenderam a EUR 6.9 mil milhões, no final de 2009E, representando 4.2% do PIB. Peso das receitas turísticas1 no PIB pm, 2000-2009E (EUR mil milhões, percentagens) 4.7 5.7 7.4 4.7 6.1 6.1 4.5 5.8 6.2 6.2 6.9 8 7 4.5 4.5 7.4 6.9 6 5 4.3 4.3 4.2 7.4 6.7 Balança Turística Portuguesa, 2000-2009E (EUR mil milhões) 4.2 4.2 5.8 5.7 4.5 4 3 3.3 2 2.7 4.2 3.7 2.9 2.7 2.1 1 2000 2001 2002 2003 Receitas turísticas 2004 2005 2006 2007 2008 2009E Peso das receitas do turismo no PIB pm 0 2000 2001 2002 2003 Receitas Turísticas 2004 2005 2006 2007 Despesas Turísticas 2008 2009E Saldo Entre 2000 e 2009E, as receitas do turismo apresentaram um crescimento médio anual de 2.1%, que se consubstanciou, em termos absolutos, num acréscimo de mais EUR 1.2 mil milhões. Esta evolução reflecte, porém, o impacto negativo dos anos 2008 e, sobretudo, 2009, que interromperam um período de crescimentos médios anuais da ordem dos 9% (entre 2005 e 2007). O peso das receitas do turismo no PIB, situou-se, em 2009E, nos 4.2%, depois de ter estabilizado nos 4.5% em 2007 e 2008, e de ter atingido o seu máximo em 2000 e 2001 com 4.7%. O saldo da balança turística ascendeu a EUR 4.2 mil milhões, em 2009E, representando uma redução de 6.7% face ao ano anterior. Ainda assim, importa sublinhar que o saldo da Balança Turística apresentou um crescimento médio anual na ordem dos 6%, no período 2005-2008. 1 As receitas turísticas referem-se às receitas, exclusivamente, geradas pelos estrangeiros em Portugal. Tratam-se de fluxos de entrada na economia nacional. Estimativa. Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. E Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 58 5. O Turismo na Economia Portuguesa – Receitas Turísticas (II). O Turismo tem sido o sector mais exportador do país. Posicionamento das Receitas Turísticas nas principais Receitas Externas, 2000-2009E (EUR mil milhões) 25 20 18.8 17.5 16.5 Viagens e Turismo 6.5% 15 7.9% 10 10.7% c 5 14.6% Máquinas e Aparelhos (Eléctricos e mecânicos) Material de Transporte Minérios e Metais 0 2000 2001 Ranking 2002 2003 2004 2005 2006 2000 2004 2008 2009E Viagens e Turismo 1º 1º 1º 1º Máquinas e Aparelhos (Eléctricos e mecânicos) 2º 2º 2º 2º Material de Transporte 3º 3º 3º 3º Minérios e Metais 4º 4º 4º 4º Fontes: INE, Banco de Portugal, ES Research-Research Sectorial. E Estimativa. 2007 2008 2009E Ao comparar os principais sectores exportadores portugueses, constata-se que, nos últimos anos, o Turismo foi aquele que mais contribuiu para as receitas externas totais. Em 2009E, o sector do Turismo gerou receitas 1.37 vezes superiores ao das Máquinas e Aparelhos (Eléctricos e mecânicos) e cerca de 1.85 e 2.26 vezes superior ao do Material de Transporte e dos Minérios e Metais, respectivamente. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 59 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 60 6. Organização Institucional do Turismo (I). Integrado no Ministério da Economia e Inovação, o Turismo de Portugal, I.P. é a Autoridade Turística Nacional responsável pela promoção, valorização e sustentabilidade da actividade turística, agregando numa única entidade, todas as competências institucionais relativas à dinamização do turismo, desde a oferta à procura. Com uma relação privilegiada com as outras entidades públicas e os agentes económicos no país e no estrangeiro, tem como empenho cumprir o desígnio de reforçar o turismo como um dos motores de crescimento da economia portuguesa. Assim, a sua missão consiste em qualificar e desenvolver as infra-estruturas turísticas, desenvolver a formação de recursos humanos, apoiar o investimento no sector, coordenar a promoção interna e externa de Portugal como destino turístico e regular e fiscalizar os jogos de fortuna e azar. Apoia o investimento Aposta na formação Coopera a nível internacional Define estratégias Dinamiza Produtos e Destinos Gere programas de incentivos Regula e fiscaliza o jogo Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Promove o Destino Portugal Qualifica a oferta turística Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 61 6. Organização Institucional do Turismo (II). As entidades regionais de turismo asseguram o desenvolvimento do turismo regional no país, funcionam como entidades gestoras, são pessoas colectivas de direito público de âmbito territorial, dotadas de autonomia administrativa e financeira e de património próprio. São responsáveis pela valorização e aproveitamento sustentado dos recursos turísticos regionais e os interlocutores privilegiados das respectivas áreas junto da Autoridade Turística Nacional. As Direcções Regionais dos Açores e da Madeira contribuem, também, para a definição e execução da política do turismo definida pelos Governos Regionais. As Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT) são associações de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas por representantes dos agentes económicos do turismo, por um número relevante de empresas privadas com actividade turística e de entidades do sector público, nomeadamente as Entidades Regionais de Turismo, e são responsáveis pelos Planos Regionais de Promoção Turística Externa, através de modelo contratado com o Turismo de Portugal. CINCO ÁREAS REGIONAIS DUAS DIRECÇÕES REGIONAIS SEIS PÓLOS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO Turismo Turismo Turismo Turismo Turismo Turismo do Douro da Serra da Estrela do Oeste de Leiria-Fátima Terras do Grande Lago Alqueva - Alentejo do Alentejo Litoral SETE AGÊNCIAS REGIONAIS DE PROMOÇÃO TURÍSTICA REGIÃO LISBOA: ATL – Associação de Turismo de Lisboa, Visitors and Convention Bureau PORTO E NORTE: ADETURN – Associação de Turismo do Norte de Portugal Turismo Turismo Turismo Turismo Turismo do Porto e Norte de Portugal do Centro de Portugal de Lisboa e Vale do Tejo do Alentejo, E.R.T. do Algarve Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. ALENTEJO: Associação de Turismo do Alentejo ALGARVE: ATA – Associação de Turismo do Algarve CENTRO DE PORTUGAL: Associação de Turismo do Centro MADEIRA: APRAM – Associação de Promoção Regional Autónoma da Madeira AÇORES: ATA – Associação de Turismo dos Açores Nota: Informação sobre as entidades regionais de turismo no Anexo 1. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 62 6. Mecanismos de apoio ao sector (I). O financiamento ao investimento no turismo é preconizado pelo Turismo de Portugal, I.P., tendo por atribuição prestar apoio técnico e financeiro às entidades públicas e privadas do sector do turismo e gerir os respectivos instrumentos de apoio financeiro ao investimento. O apoio a projectos de natureza empresarial e infraestrutural assume como prioridade a concretização dos objectivos do PENT1, destacando-se a dinamização dos novos pólos turísticos e dos produtos turísticos estratégicos, a promoção de eventos de projecção internacional, a requalificação de destinos, assim como a promoção da inovação e reforço da competitividade das empresas. Para isso é possível utilizar os seguintes mecanismos de apoio: Incentivos financeiros integrados nos diversos Programas Operacionais (fundos estruturais e Fundo de Coesão) aplicáveis ao investimento em turismo, de natureza empresarial e infraestrutural. Segundo estimativas do Turismo de Portugal poderão ser alocados ao sector, por esta via, cerca de EUR 600 milhões. QREN2 (2007-2013) Apoio de natureza não reembolsável, estruturado em duas linhas de apoio, destinado a investimentos de natureza infraestrutural que contribuam para a concretização da estratégia definida no PENT, cujos projectos contribuam, conjunta ou alternativamente, para o desenvolvimento de pólos turísticos, o desenvolvimento ou consolidação dos produtos estratégicos e a requalificação de destinos turísticos, bem como o apoio a eventos relevantes para a promoção da notoriedade de Portugal enquanto destino turístico. Inicialmente previsto para o período 2007-2009, foi prorrogado até 2010; dotação orçamental de EUR 100 milhões. PIT3 (2007-2010) 1 Plano Estratégico Nacional do Turismo. 2 Quadro de Referência Estratégico Nacional. 3 Programa de Intervenção do Turismo. Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 63 6. Mecanismos de apoio ao sector (II). PME INVESTE III Resultante do protocolo celebrado entre o IAPMEI1, o Turismo de Portugal, o IEFP2, a AGPOFC3, as Instituições de Crédito e as sociedades de Garantia Mútua, inclui três linhas de crédito específicas aplicáveis às empresas do turismo: * Linha específica Sector do Turismo – EUR 500 milhões; * Linha específica Turismo de Habitação e Turismo em Espaço Rural – EUR 10 milhões; * Linha de Apoio à Tesouraria das Empresas do Turismo – EUR 100 milhões. PME INVESTE IV PME INVESTE V Resultante do protocolo celebrado entre o IAPMEI, a PME Investimentos, as Sociedades de Garantia Mútua e as Instituições Bancárias, foi criada a Linha Específica para Micro e Pequenas Empresas, na qual se enquadram todas as actividades, empreendimentos e estabelecimentos do sector do turismo. São elegíveis operações de investimentos novos em activos fixos corpóreos ou incorpóreos e de reforço do fundo de maneio ou dos capitais permanentes. Montante máximo da linha: EUR 200 milhões. Resultante do protocolo celebrado entre o IAPMEI, a PME Investimentos, as Sociedades de Garantia Mútua e as Instituições Bancárias, inclui duas linhas de crédito, nas quais se enquadram todas as actividades, empreendimentos e estabelecimentos do sector do turismo: * Linha Específica “Micro e pequenas Empresas” – EUR 250 milhões; NOTA: Segundo a informação disponível, já terão sido apoiadas, com as linhas PME Investe, 3 548 operações na área do turismo, num total de EUR 475 milhões de financiamento. 1 * Linha Específica “Geral” – EUR 500 milhões. Instituto de Apoio às Pequenas e Médias empresas. 2 Instituto do Emprego e Formação Profissional. Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial. 3Autoridade de Gestão do Programa Operacional Factores de Competitividade. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 64 6. Mecanismos de apoio ao sector (III). Crédito ao Investimento no Turismo – Protocolos Bancários (2007-2010) Linha de crédito destinada a investimentos de natureza empresarial, resultante de parceria estabelecida entre o Turismo de Portugal, I.P. e o sector financeiro, destinada a financiar projectos turísticos, económica e financeiramente viáveis que, em função das prioridades definidas no PENT, contribuam para o aumento da qualidade, inovação e competitividade da oferta do sector turístico nacional. O Turismo de Portugal disponibiliza o montante máximo de EUR 60 milhões, sendo o financiamento repartido entre este e a instituição de crédito na proporção de 60%/40% caso se trate de uma PME ou de 40%/60% caso tal não aconteça. Para além dos incentivos financeiros referidos, geridos e co-geridos pelo Turismo de Portugal, I.P., destacam-se outros instrumentos de apoio, igualmente aplicáveis a empresas do sector, nomeadamente: Garantia Mútua Mecanismo privado, mutualista, de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas para a prestação de garantias financeiras facilitadoras no acesso ao crédito e a apoios financeiros estatais em vigor. Capital de Risco Participação de capital minoritária e temporária no capital social de sociedades do sector, como forma de reforço financeiro associado aos respectivos negócios. Fundos Imobiliários Operações de aquisição e de arrendamento de imóveis afectos à actividade turística, permitindo a separação entre a propriedade dos activos imobiliários e a gestão hoteleira, de modo a que o esforço dos empresários se concentre no core business do negócio. Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 65 6. Mecanismos de apoio ao sector (IV). Iniciativa.pt Fundo de incentivo a congressos Começando em 2007, como um fundo de apoio às rotas aéreas com interesse turístico, passando depois a ser uma Iniciativa de Desenvolvimento de Rotas Aéreas de Interesse Turístico e agora transformada em Iniciativa.pt, esta linha de EUR 17 milhões, cujos promotores são o Turismo de Portugal, I.P., a ANA – Aeroportos e a ANAM (Aeroportos da Madeira), visa incentivar os mercados turísticos que são importantes para o país, abarcando também as prioridades dos operadores aeroportuários nacionais. Até Março de 2010 já tinham sido apoiadas 40 novas rotas, sendo apoiadas companhias como a EasyJet, Ryanair, TAP, SATA, SkyEurope e AerLingus. Está previsto que esta iniciativa dure até 2012 podendo, contudo, haver continuidade deste apoio quer em termos temporais quer em termos de montante disponível. O Governo lançou um fundo de incentivo a congressos com mais de mil participantes, com uma dotação inicial de um milhão de euros para três anos. Trata-se de um fundo disponível para a captação de congressos realizados quer por empresas portuguesas, quer estrangeiras, em qualquer ponto do país, desde que assegurem mais de mil participantes. Será um fundo assegurado pelo Turismo de Portugal, I.P. em parceria com a ANA – Aeroportos e as Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT’s). Fontes: Turismo de Portugal, Ministério da Economia e Inovação, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 66 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 67 7. Mercado turístico nacional – PENT – Turistas estrangeiros1. 2006 12.8 milhões de turistas estrangeiros Nos dois últimos anos, o cumprimento do objectivo definido no PENT para o número de turistas estrangeiros ficou mais distante. 2015 20/21 milhões de turistas estrangeiros O desvio, para o país, no final de 2009, deverá ter-se situado nos 2.5 milhões de turistas menos. O Alentejo deverá ser a única região apresentar uma situação positiva. Evolução e situação actual2 face aos objectivos do PENT1 (Milhões de turistas) 0.8 -1.3 10.7 9.8 0.1 10.8 11.5 -1.4 -0.8 12.8 12.7 -2.5 14.3 13.5 12.9 1.4 15.2 12.7 Desvio 0.2 Turistas Estrangeiros PENT 0.6 2003 2004 2005 2006 2008 2007 1.0 2009 2.2 4.0 Regiões 0.02 0.8 1.8 2007 Milhões PENT 2008 Real Desvio PENT 2009E Real Desvio PENT Real Desvio Norte 0.8 0.8 0.0 0.9 0.9 0.0 1.0 0.9 -0.1 Centro 0.6 0.7 0.1 0.7 0.7 0.0 0.7 0.6 -0.1 Lisboa 2.4 2.4 0.0 2.6 2.4 -0.2 2.8 2.3 -0.5 Alentejo 0.0 0.2 0.2 0.0 0.2 0.2 0.0 0.2 0.2 Algarve 1.9 2.0 0.1 1.9 1.9 0.0 2.0 1.7 -0.3 Açores 0.1 0.1 0.0 0.2 0.1 -0.1 0.2 0.1 -0.1 Madeira 0.8 0.9 0.1 0.8 0.9 0.1 0.9 0.8 -0.1 0.04 1.0 2.4 Os objectivos definidos no PENT, para Portugal, dizem respeito às entradas de turistas no país, para os quais foi definido um objectivo em valor. Para as regiões (NUTS II), dado não existirem dados para os turistas, os objectivos foram definidos em termos de Hóspedes Estrangeiros em estabelecimentos hoteleiros, tomando o valor do ano 2006 como base (=100) e definindo crescimentos para os anos seguintes. 1 Fontes: Euromonitor International, INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. E Estimativa com base nos valores de Novembro. 2 Valores Euromonitor International. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 68 7. Mercado turístico nacional – PENT – Dormidas de estrangeiros. No final de 2009P, o desvio registado nas dormidas de estrangeiros face ao objectivo definido no PENT era de menos 5.2 milhões de dormidas. 2006 2015 O Alentejo era a única região em linha com os objectivos definidos. O Algarve a que estava mais distante. 25 milhões de dormidas de estrangeiros 38 milhões de dormidas de estrangeiros Evolução e situação actual face aos objectivos do PENT (Milhões de dormidas) 0.2 1.6 23.6 23.2 23.9 23.0 25.2 25.0 0.6 26.8 26.2 -1.2 26.2 -5.2 28.6 27.4 3.1 23.4 Desvio Dormidas de Estrangeiros 0.7 1.2 PENT 1.2 2.3 2002 0.3 2005 2006 2007 2007 2008 2009P 2009P 2008 10.4 PENT Real Desvio PENT Real Desvio PENT Real Desvio Norte 1.7 1.8 0.1 1.8 1.8 0.0 2.0 1.8 -0.2 Centro 1.3 1.4 0.1 1.4 1.4 0.0 1.5 1.3 -0.2 Lisboa 6.2 6.2 0.0 6.7 5.9 -0.8 7.2 5.5 -1.7 Alentejo 0.3 0.3 0.0 0.3 0.3 0.0 0.3 0.3 0.0 Algarve 11.1 11.4 0.3 11.4 13.3 1.9 11.6 9.4 -2.2 Açores 0.7 0.6 -0.1 0.7 0.6 -0.1 0.8 0.5 -0.3 Madeira 5.0 5.2 0.2 5.2 5.4 0.2 5.3 4.6 -0.7 Regiões 10.8 2004 Milhões 5.8 4.9 2003 Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. P 0.7 6.2 13.8 Provisórios. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 69 7. Mercado turístico nacional – PENT – Receitas turísticas1. 2006 EUR 6.9 mil milhões Evolução e situação actual face aos objectivos do PENT (EUR mil milhões) $ 423.3 183.5 $ 5.7 6.1 6.1 5.8 6.2 6.2 6.7 6.9 -2.1 -0.8 -0.1 -0.2 54.2 EUR 14.5/15.5 mil milhões O Alentejo era a região que se encontrava mais perto do cumprimento dos objectivos definidos. Lisboa e Algarve as que estavam mais distantes. $ $ 2015 No final de 2009P, as receitas turísticas apresentavam um desvio negativo de EUR 2.1 mil milhões face ao objectivo definido no PENT. 7.4 7.5 7.4 9.0 8.2 $ Desvio 6.9 Receitas Turísticas 117.9 PENT 163.1 370.2 $ $ 2000 498.0 2001 2002 2003 EUR milhões $ 48.3 $ 262.7 $ $ 532.0 2004 2005 2006 2007 2007 2009P 2008 1 080.0 2009P 2008 PENT Real Desvio PENT Real Desvio PENT Real Desvio Norte 206.4 208.4 2.0 232.2 213.7 -18.5 261.2 209.6 -51.6 Centro 178.9 180.9 2.0 196.2 189.4 -6.8 215.3 181.0 -34.3 Lisboa 551.6 577.1 25.5 611.2 570.5 -40.7 677.2 499.0 -178.2 Alentejo 52.2 59.3 7.1 56.4 56.9 0.5 61.0 60.5 -0.5 Algarve 570.3 581.1 10.8 611.3 581.5 -29.8 655.3 519.7 -135.6 Regiões Açores 60.4 55.0 -5.4 67.4 54.6 -12.8 75.3 49.2 -26.1 Madeira 281.1 281.8 0.7 300.8 297.8 -3.0 321.8 255.9 -65.9 $ 149.8 $ 501.5 $ 1 038.0 1 Os objectivos definidos no PENT, para Portugal, dizem respeito às receitas turísticas (geradas pelos estrangeiros em Portugal). Para as regiões (NUTS II), os valores referem-se aos Proveitos Totais em estabelecimentos hoteleiros, dado não existirem valores para as receitas turísticas. Os objectivos para as regiões foram traçados tomando os valores de 2006 como base (=100), e aplicando-lhe crescimentos para os anos seguintes. Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. P Provisórios. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 70 7. Mercado turístico nacional – PENT – Turistas e dormidas nacionais. Turistas nacionais1 – situação actual versus objectivos do PENT (Milhões) 5.2 2004 5.5 2005 5.9 5.7 2006 6.3 6.3 5.8 2007 6.0 6.5 6.3 6.2 2009P 2008 6.5 2010 6.6 6.8 7.0 7.1 Turistas Nacionais Objectivos PENT 2011 2012 2013 2014 2015 Dormidas nacionais – situação actual versus objectivos do PENT (Milhões) 10.6 10.7 11.1 11.6 12.4 12.1 13.0 12.4 13.0 12.7 13.3 13.1 13.4 13.7 14.1 15.1 14.4 14.8 2006 2007 2008 2009P PENT 5.7 5.8 6.0 6.2 REAL 5.9 6.3 6.3 6.5 DESVIO 0.2 0.5 0.3 0.3 No final de 2009P, quer os turistas nacionais, quer as dormidas nacionais, superavam os objectivos definidos pelo PENT. Dormidas Nacionais Objectivos PENT 2006 2007 2008 2009P PENT 12.1 12.4 12.7 13.1 REAL 12.4 13.0 13.0 13.3 0.3 0.6 0.3 0.2 DESVIO 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009P 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Fontes: INE, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. P Provisório. 1 Hóspedes nacionais nos estabelecimentos hoteleiros. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 71 7. Mercado turístico nacional – Capacidade de alojamento (I). Evolução do número de estabelecimentos, 2000-2008 (Unidades) 1 768 1 781 1 890 1 934 1 954 2 012 2 028 2 031 2 041 Estabelecimentos2 por região, 2008 969 Ranking NUTS II Estabelecimentos 2002 659 206 132 33 Aldeamentos Turísticos Pousadas Hotéis Apartamentos Apartamentos Turísticos Hotéis Outros1 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 42 2008 Variação 2002-2008 (Unidades) Peso (%) 1 Algarve 312 318 6 15.6 2 Centro 139 185 46 9.1 3 Norte 137 166 29 8.1 4 Lisboa 144 166 22 8.1 5 Madeira 115 118 3 5.8 6 Alentejo 51 64 13 3.1 7 Açores 35 55 20 2.7 Entre 2000 e 2008, o número de estabelecimentos hoteleiros em Portugal aumentou a uma taxa de crescimento média anual de 1.8%, tendo ascendido, no final de 2008, aos 2 041 estabelecimentos (mais 273 face a 2000). Os hotéis foram o tipo de estabelecimentos que mais cresceu naquele período, registando uma TCMA02-08 de 4%, um acréscimo de 138 novos hotéis. No final de 2008, esta tipologia representava cerca de 32% da oferta de alojamento em Portugal. Em termos de regiões, destaque para o Algarve, que concentra o maior número de estabelecimentos hoteleiros2 do país, e para o Centro, que apresentou a maior variação (entre 2002 e 2008), mais 46 unidades, tendo inclusivé ultrapassado Lisboa. 1 2 Inclui: Pensões, Estalagens e Motéis. Contempla apenas: Hotéis, Apartamentos Turísticos, Hotéis Apartamento, Pousadas e Aldeamentos Turísticos. Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 72 7. Mercado turístico nacional – Capacidade de alojamento (II). Capacidade de alojamento por tipo de estabelecimento, 2000-2008 (Milhares de camas) Capacidade de alojamento por região, 2008 Ranking 50.1% 223.0 228.7 239.9 245.8 137.3 264.7 274.0 253.9 263.8 264.0 40.8 36.2 34.8 Peso no total da capacidade de alojamento 2008 2.2 Motéis 2007 2.4 Pousadas 2006 6.1 Estalagens 2005 Aldeamentos 2004 Apar-hotéis 2003 Apartamentos 2002 Pensões 2000 2001 Hotéis 14.3 NUTS II Capacidade (Milhares camas) Variação 2000-2008 Peso 2000 2008 (Milhares de camas) (%) 1 Algarve 85.7 98.7 13.0 36.0 2 Lisboa 53.4 51.1 -2.3 18.7 3 Norte 28.8 38.8 10.0 14.2 4 Centro 20.2 38.1 18.0 13.9 5 Madeira 23.4 28.5 5.1 10.4 6 Alentejo 7.4 10.0 2.6 3.7 7 Açores 4.0 8.7 4.7 3.2 Em 2008, a capacidade de alojamento dos estabelecimentos hoteleiros portugueses ascendia a 274 mil camas, uma variação de 23% face ao ano 2000 (acréscimo de 51 mil camas). Entre 2000 e 2008, a capacidade de alojamento nacional cresceu a uma taxa média anual de 2.6%, impulsionada, sobretudo, pelo bom desempenho registado pelas regiões Centro, Algarve e Norte. A oferta de camas está muito concentrada, por tipologia e por região, dado que mais de metade do total de camas disponíveis resulta de oferta hoteleira e encontra-se distribuída por duas regiões: Algarve e Lisboa. Entre 2000 e 2008, o Centro foi a região que mais incrementou a sua capacidade de alojamento, mais 18 mil camas, seguida do Algarve, mais 13 mil. Lisboa foi a única região a registar uma quebra nas camas disponíveis (menos 2.3 mil camas). Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 73 7. Mercado turístico nacional – Dormidas. Dormidas em Portugal, 2002-2009P (Milhões) 39.8 -29.3% Variação 2008/2009 dos não residentes 13.0 Residentes -6.2% 23.0 23.9 25.2 26.8 26.2 23.4 8.0 Não Residentes 5.5 -3.5% 4.3 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009P Algarve -7.4% 3.8 -5.0% 1.1 Norte 2002 11.6 13.3 Madeira 11.1 13.0 Lisboa 10.7 13.0 Algarve 10.6 12.4 -13.7% 1.0 2009P, Entre 2002 e o número de dormidas em Portugal passou de 34.2 para 36.7 milhões (mais 2.5 milhões), tendo atingido o seu valor mais elevado em 2007 com 39.8 milhões. Esta evolução foi significativamente impulsionada pelo comportamento das dormidas de residentes, especialmente entre 2006 e 2008 (ver slide seguinte). O Algarve foi a região que concentrou o maior número de dormidas (13 milhões, em 2009P, mais de 35% do total), seguida de Lisboa (8 milhões). Os Açores, pelo contrário, registaram o menor número de dormidas (1 milhão). Algarve, Lisboa e Madeira são as regiões que apresentam maior exposição às dormidas de estrangeiros, representando estas mais de 70% das dormidas totais. O Reino Unido é o principal mercado emissor para o Algarve e para a Madeira (representando cerca de 30% e 23%, respectivamente, das dormidas destas regiões, em 2009P). Já Lisboa tem como principal mercado emissor externo a Espanha, com cerca de 15% do total das dormidas. O Algarve foi a região mais fortemente afectada em 2009P, com as dormidas de estrangeiros a registarem uma quebra de mais de 29% face a 2008. A Madeira e os Açores também acompanharam esta tendência, embora a níveis inferiores, 15.3% e 13.7%, respectivamente. O Norte foi a região melhor performante, com um decréscimo de 3.5% das dormidas de estrangeiros. Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial. P Principais Mercados Emissores (2009P) -15.3% Açores 23.2 Centro 23.6 Alentejo 36.7 34.2 Lisboa Madeira Norte Centro Açores Alentejo Dados provisórios. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Reino Unido 29.9% Portugal 27.7% Alemanha 9.8% Portugal 30.6% Espanha 14.8% Alemanha 6.2% Reino Unido 22.6% Alemanha 22.2% Portugal 16.3% Portugal 59.0% Espanha 13.3% França 4.6% Portugal 65.7% Espanha 12.1% França 4.1% Portugal 48.8% Dinamarca 8.2% Alemanha 8.0% Portugal 75.5% Espanha 6.6% Alemanha 2.3% Maio 2010 74 7. Mercado turístico nacional – Hóspedes e dormidas nacionais. Número de hóspedes e de dormidas do mercado de residentes, Portugal, 2005-2009P (Milhões) Dormidas geradas pelos residentes, NUTS II, 2005-2009P (Milhões, percentagens) 2005 11.6 13.3 13.0 13.0 12.4 Dormidas Hóspedes 5.5 2005 6.3 6.3 5.9 2006 2007 2008 6.5 2009P Share1 2009P Share1 TCMA05-09 Madeira 0.81 6.9 0.90 6.8 2.8 Lisboa 2.13 18.3 2.44 18.3 3.5 Algarve 3.16 27.2 3.60 27.0 3.3 Norte 2.16 18.5 2.54 19.1 4.1 Açores 0.48 4.1 0.49 3.7 0.5 Alentejo 0.69 6.0 0.86 6.4 5.4 Centro 2.22 19.0 2.49 18.7 2.9 1 No total nacional. Entre 2005 e 2009P, o mercado dos residentes em Portugal registou um acréscimo de 1.7 milhões de dormidas e de um milhão de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros, o que significa uma taxa de crescimento médio anual de 3.4% e 4.3%, respectivamente. A performance do turismo doméstico foi especialmente relevante nos anos de 2006 e 2007, assumindo crescimentos de 6% e 5% nas dormidas e de 6.4% e 7.7% nos hóspedes. Em 2009P, e depois de um ano de estagnação, este voltou a ser fundamental, assumindo uma variação positiva de 2.2% nas dormidas face a uma queda de 11% nas dormidas dos não residentes. Nesse ano, 36.3% das dormidas registadas nos estabelecimentos hoteleiros nacionais foram originadas por hóspedes residentes no país, um valor 3.5 pp. superior ao registado em 2005. O Algarve é, destacadamente, a região que concentra o maior número de dormidas de residentes, com um share de 27% em 2009P. Nesse ano, o Norte foi a segunda região com maior número de dormidas de residentes (share de 19.1%), destronando Lisboa que assumiu essa posição nos três anos anteriores. O Norte e o Alentejo, foram as regiões mais dinâmicas em termos de dormidas de residentes nos últimos cinco anos, assumindo um crescimento médio anual de 4.1% e 5.4%, respectivamente. As dormidas de residentes são especialmente relevantes nas regiões do Alentejo e do Centro, onde representam mais de 65% das dormidas totais (conforme informação no slide anterior). Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial. P Dados provisórios. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 75 7. Mercado turístico nacional – Proveitos. 2002 2009 Proveitos totais1 – 2002 versus 2009P, NUTS II Portugal = EUR 1.47 mil milhões Entre 2002 e 2009P, os proveitos totais dos estabelecimentos hoteleiros passaram de EUR 1.47 mil milhões para EUR 1.77 mil milhões, traduzindo uma taxa de crescimento médio anual na ordem dos 2.8%. Os valores do final de 2009P, contudo, revelam uma quebra de 9.7% face a 2008, situação inédita nos oito anos em análise. 11.0% 2.5% Portugal = EUR 1.77 mil milhões -9.7% -1.9% 11.8% -10.0% 2.8% Em 2009P, cerca de 68% dos proveitos totais (EUR 1.2 mil milhões) respeitavam a proveitos de aposentos2. 8.5% 10.2% -4.5% As 26.7% regiões do Algarve e de Lisboa registaram os melhores resultados, quer a nível de proveitos totais, quer de aposento, com destaque para esta última que reforçou a sua quota no país em 1.4 pp. 3.2% -12.5% 28.1% O Centro e os Açores registaram as melhores evoluções (TCMA de 5.5% e 4.5%, respectivamente). Madeira, Lisboa e Algarve foram as regiões mais afectadas ao nível desta variável (quebras de 14.1%, 12.5% e 10.6%, respectivamente). O Alentejo foi a única região com variação positiva (6.2%). 16.2% 32.0% Proveitos por Aposento Outros Proveitos Fontes: INE, ES Research-Research Sectorial. 1 Proveitos por aposento e outros. 2 -14.1% 3.4% 6.2% -10.6% 14.4% 29.3% Variação 2008/2009 Compreende os valores cobrados pelas dormidas realizadas por todos os hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio P Provisórios. Maio 2010 76 7. Mercado turístico nacional – Taxa de ocupação1. Taxa de ocupação-quarto2, Portugal, 2006-2009P (Percentagens) Taxa de ocupação-quarto2, NUTS II, 2006-2009P (Percentagens) 59.0 57.3 57.1 51.4 2006 2007 2008 2006 2007 2008 Madeira 62.4 64.3 64.4 58.0 Lisboa 63.9 67.8 63.3 57.2 Algarve 63.0 63.3 60.3 51.9 Norte 48.9 50.0 49.3 49.4 Açores 44.6 47.9 49.2 43.2 Alentejo 41.4 43.8 44.4 41.6 Centro 42.2 43.0 41.5 38.9 2009P 2009P A Taxa de Ocupação-quarto, a nível nacional, situou-se nos 51.4%, em 2009P, o valor mais baixo da década, uma quebra de 10% face ao ano anterior (na Europa do Sul a quebra foi de 9%). O Norte foi a única região a registar, nesse ano, um ligeiro aumento da taxa de ocupação, nos seus estabelecimentos hoteleiros, face ao ano anterior (mais 0.1 pp). Madeira, Lisboa e Algarve foram as regiões que apresentaram taxas de ocupação mais elevadas (58%, 57.2% e 51.9%, respectivamente), tendo, contudo, sido também as mais afectadas face a 2008 (reduções de 6.4 pp, 6.1 pp e 8.4 pp, respectivamente). O Centro tem assumido a taxa de ocupação mais baixa do país desde 2007, ano em que o Alentejo deixou de ocupar aquela posição, recuperando o lugar que tinha deixado de ser seu em 2003. 1 Não inclui aldeamentos, apartamentos turísticos e pensões. Relação entre o nº de quartos ocupados e o nº de quartos disponíveis, no período de referência. Fontes: Turismo de Portugal, ES Research – Research Sectorial. Taxa de ocupação-quarto2 por tipo de estabelecimento, 2009P (Percentagens) Hotéis 51.2 Pousadas 44.5 Hotéis-Apartamentos 55.4 2 P Provisório. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 77 7. Mercado turístico nacional – Rendimento médio por quarto disponível (RevPAR)1. Rendimento médio por quarto disponível (RevPAR), Portugal, 2006-2009P (Euros) 35.1 36.9 32.1 28.0 2006 2007 2008 RevPAR, NUTS II, 2006-2009P (Euros) 2006 2007 2008 2009P Lisboa 40.7 47.7 49.7 40.9 Madeira 31.7 35.7 39.3 32.2 Algarve 29.3 32.6 40.7 36.8 Açores 25.6 26.7 27.1 24.8 Norte 19.9 22.0 28.2 26.6 Alentejo 19.9 22.2 26.4 25.7 Centro 15.9 17.6 21.3 19.7 2009P O RevPAR nacional ascendeu a EUR 32.1 em 2009P, traduzindo uma quebra de 13% face a 2008 (na Europa do Sul a quebra foi de 17%). Lisboa foi a região que apresentou o RevPAR mais elevado, no período em análise, tendo registado, em 2009P, um RevPAR de EUR 40.9, um decréscimo de 17.7% face a 2008, só superado pela Madeira (decréscimo de 18.1%). RevPAR por tipo de estabelecimento, 2009P (EUR) Pousadas 36.9 Hotéis 32.5 O Alentejo, embora registando o segundo RevPAR mais baixo entre as NUTS II, foi a região que registou, em 2009P, menor variação face ao ano anterior – RevPAR de EUR 25.7, um decréscimo de 2.7%. Em 2009P, as Pousadas apresentaram o RevPAR mais elevado, EUR 36.9, tendo, contudo, sido o tipo de estabelecimento que apresentou a maior quebra face ao ano anterior (-14.6%). Fontes: Turismo de Portugal, INE, ES Research-Research Sectorial. 1 Não inclui aldeamentos, apartamentos turísticos e pensões. Hotéis-Apartamentos 30.4 P Provisório. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 78 7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (I). O IMPACTUR é uma parceria entre o Turismo de Portugal e a Universidade do Algarve/Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo, com o objectivo de progredir no conhecimento, explicação e projecção regionalizada online das principais variáveis da procura e oferta turísticas no território nacional. Apostando no recurso às novas tecnologias de informação e gestão como instrumento de suporte aos processos de planeamento e decisão em turismo, o IMPACTUR é um processo dinâmico gerador de um conjunto de relatórios por NUTS II, online, regulares e regionalizados, os quais contêm: análises trimestrais fixas ou flutuantes (últimos 3 meses de dados disponíveis); rotinas de análise de risco e de competitividade dos territórios enquanto destinos turísticos; a previsão da procura turística por mercados emissores (Reino Unido, Alemanha, Países Baixos, Portugal e Espanha) por principais regiões de destino em Portugal e, por fim, relatórios de caracterização e análise anual. Tem por base metodologias e recomendações da Organização Mundial de Turismo, e a sua construção e evolução para o caso português transmite um processo de produção científico, sistémico e dinâmico. Apresentamos, a seguir, as previsões para o comportamento da procura turística num horizonte temporal de 12 meses após os últimos dados disponíveis, ou seja, até Dezembro de 2010. É utilizada a taxa média de crescimento das dormidas (média das doze últimas taxas homólogas), sendo apresentados os resultados, resultantes da combinação de modelos econométricos e com um intervalo de confiança de 75%, para os principais mercados emissores. Estes resultados reflectem, em parte, a evolução de variáveis macroeconómicas dos mercados emissores, que podem constituir, com as devidas reservas, uma indicação do comportamento da procura turística. Aspectos, como a elevada variabilidade das séries originais, a existência de variáveis que influenciam a evolução da procura turística e que não são passíveis de quantificação e/ou modelação e a possível ocorrência de acontecimentos inesperados, determinam que a utilização destes dados possa ter que ser complementada com outros tipos e fontes de informação. Por outro lado, a especificidade das séries da procura e, em particular a sua elevada variabilidade, em algumas regiões ou mercados emissores de menor escala, desaconselha a realização de previsões para algumas regiões (casos do Centro, do Norte, do Alentejo e dos Açores). Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 79 7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (II) - Portugal. Total Reino Unido Alemanha Países Baixos Limite Superior2 1.5% -3.3% -1.9% -1.2% 5.8% Limite Inferior2 -3.3% -9.4% -11.2% -7.2% -0.1% - - - - + PORTUGAL Irlanda Espanha Portugal TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1 Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010 Sinal do crescimento Comparação com o crescimento do período homólogo Ritmo de crescimento das dormidas3 - - ***** ***** *** *** * ** ***** Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008 -1.3% -3.3% -3.4% 9.5% -4.5% -7.0% -1.7% Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009 -4.8% -16.0% -7.0% -6.7% -11.5% 1.5% 1.9% Crescimento Médio dos últimos 5 anos 1.3% -4.7% -2.2% 4.0% 3.3% 6.2% 3.5% Qualidade da Previsão4 - - + Comportamento anterior 1 3 2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados. Média das 12 últimas taxas homólogas. 4 Qualidade relativa à previsão pontual. Por comparação ao comportamento do período homólogo. Qualidade da Previsão * Insuficiente ** Reduzida *** Razoável **** Boa ***** Muito Boa + + - + Crescimento em aceleração + Crescimento em desaceleração - Decréscimo em recuperação - Decréscimo em agravamento Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 80 7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (III) - Lisboa. LISBOA Total Reino Unido Alemanha Países Baixos Irlanda Espanha Portugal TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1 Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010 Limite Superior2 3.8% 6.6% 4.6% Limite Inferior2 -5.4% -6.8% -3.0% - - + Sinal do crescimento Comparação com o crescimento do período homólogo Ritmo de crescimento das dormidas3 Qualidade da - Previsão4 - + *** ** ** *** * ** *** Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008 -3.7% -11.8% 0.8% -1.0% -11.8% -14.6% -0.2% Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009 -4.2% -20.2% -8.0% -3.0% 1.9% 0.3% -1.9% Crescimento Médio dos últimos 5 anos 2.7% -5.6% 0.3% 0.8% 14.2% 2.3% 4.5% Comportamento anterior 1 3 2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados. Média das 12 últimas taxas homólogas. 4 Qualidade relativa à previsão pontual. Por comparação ao comportamento do período homólogo. Qualidade da Previsão * Insuficiente ** Reduzida *** Razoável **** Boa ***** Muito Boa + + - + Crescimento em aceleração + Crescimento em desaceleração - Decréscimo em recuperação - Decréscimo em agravamento Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 81 7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (IV) - Algarve. Total Reino Unido Limite Superior2 2.3% -0.2% 7.7% Limite Inferior2 -4.1% -9.7% 0.2% - - + ALGARVE Alemanha Países Baixos Irlanda Espanha Portugal TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1 Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010 Sinal do crescimento Comparação com o crescimento do período homólogo Ritmo de crescimento das dormidas3 - - **** **** ** ** * ** **** Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008 -4.5% -14.5% -7.3% 5.6% -1.5% -6.5% 5.1% Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009 -6.3% -12.9% -7.6% -5.5% -5.9% 4.5% 0.5% Crescimento Médio dos últimos 5 anos -1.0% -4.9% -5.7% 4.4% 11.8% 2.1% Qualidade da Previsão4 + Comportamento anterior 1 3 3.0% 2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados. Média das 12 últimas taxas homólogas. 4 Qualidade relativa à previsão pontual. Por comparação ao comportamento do período homólogo. Qualidade da Previsão * Insuficiente ** Reduzida *** Razoável **** Boa ***** Muito Boa + + - + Crescimento em aceleração + Crescimento em desaceleração - Decréscimo em recuperação - Decréscimo em agravamento Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 82 7. Mercado turístico nacional – Previsões IMPACTUR (V) - Madeira. Total Reino Unido Alemanha Limite Superior2 2.0% -3.1% 5.6% 12.8% Limite Inferior2 -5.4% -15.1% -8.8% 2.5% - - - + MADEIRA Países Baixos Irlanda Espanha Portugal TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO DAS DORMIDAS1 Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010 Sinal do crescimento Comparação com o crescimento do período homólogo Ritmo de crescimento das dormidas3 Qualidade da - Previsão4 - - + ***** *** **** ** * * *** Dezembro de 2007 a Dezembro de 2008 1.9% 17.0% -9.6% 6.2% -10.7% -10.5% -6.0% Dezembro de 2008 a Dezembro de 2009 -6.7% -18.8% -5.0% -2.6% -20.8% -2.9% 9.0% Crescimento Médio dos últimos 5 anos 0.0% -4.9% -0.5% 4.4% 4.7% 4.9% 2.4% Comportamento anterior 1 3 2 Limites inferior e superior de um intervalo de confiança a 75%. A amplitude deste intervalo reflecte a variabilidade dos dados. Média das 12 últimas taxas homólogas. 4 Qualidade relativa à previsão pontual. Por comparação ao comportamento do período homólogo. Qualidade da Previsão * Insuficiente ** Reduzida *** Razoável **** Boa ***** Muito Boa + + - + Crescimento em aceleração + Crescimento em desaceleração - Decréscimo em recuperação - Decréscimo em agravamento Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 83 7. Mercado turístico nacional – Análise de risco (I). A IMPACTUR disponibiliza, nos seus relatórios anuais, uma análise de risco para as regiões NUTS II do país, com base nos parâmetros aqui referenciados. Em 2009, o risco atribuído para as sete regiões portuguesas é o decorrente dos valores abaixo apresentados. Madeira e Algarve são as regiões apontadas com maior risco decorrente da pressão demográfica e territorial. Análise de risco por regiões NUTS II, 2009 Valor da região Mede o peso relativo das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros na região face ao total de dormidas nacional; o peso excessivo numa única região indicia potenciais situações de saturação e, por derivação, um acréscimo de risco. 1 Mede a concentração da procura (dormidas) na categoria hotéis da região face ao total das dormidas no conjunto das categorias dos estabelecimentos hoteleiros na mesma região; o possível peso relativo superior em hotéis, se bem que justificado por algum tipo de especialização (urbana), não deixa de abrir espaço a situações de risco por saturação/dependência de uma única modalidade. 2 Índice de risco face ao país (0-1) Concentração Regional1 Valor da região Índice de risco face ao país (0-1) 3 Mede Pressão demográfica3 Norte 11.73% 0.3319 Norte 0.0031 0.0000 Centro 10.30% 0.2914 Centro 0.0043 0.0149 Lisboa 21.74% 0.6151 Lisboa 0.0077 0.0573 Algarve 35.34% 1.0000 Algarve 0.0833 1.0000 Alentejo 3.09% 0.0874 Alentejo 0.0040 0.0112 Madeira 15.02% 0.4250 Madeira 0.0612 0.7244 Açores 2.74% 0.0775 Açores 0.0112 0.1009 Concentração na hotelaria tradicional2 Pressão territorial4 Norte 67.74% 1.000 Norte 224 0.3029 Centro 70.82% 1.000 Centro 121 0.1373 Lisboa 77.60% 1.000 Lisboa 266 0.3738 Algarve 33.49% 0.000 Algarve 145 0.1761 Alentejo 48.64% 0.000 Alentejo 37 0.0000 Madeira 54.13% 0.000 Madeira 648 1.0000 Açores 80.18% 1.000 Açores 124 0.1423 a relação entre o número de dormidas gerado nos estabelecimentos hoteleiros e as dormidas da população residente, traduzindo uma relação diária entre turistas e população residente. A interpretação sugere a relação de turistas por residente a cada momento. Considera-se que um número de turistas progressiva e relativamente crescente face ao número de residentes, pode originar situações de saturação social e de consequente risco para o destino. 4 Mede a relação entre o somatório do número de dormidas gerado nos estabelecimentos hoteleiros mais as dormidas da população residente (pressão humana) cujo resultado é ponderado pela área da NUT II não classificada como Rede Natura 2000; considera-se que níveis de pressão humana relativamente crescentes face ao território podem originar situações de saturação territorial e de consequente risco para o destino. Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 84 7. Mercado turístico nacional – Análise de risco (II). Concentração regional Concentração regional NORTE Os gráficos apresentados sugerem a ideia de risco em relação aos mínimos e máximos verificados no conjunto das regiões em idêntico período, bem como a identificação individual do(s) indicador(es) que mais contribuem para o risco. Quanto maior a área preenchida maior o risco. Concentração na hotelaria tradicional Pressão territorial CENTRO Pressão demográfica Pressão demográfica Concentração regional Concentração regional LISBOA Concentração na hotelaria tradicional Pressão territorial ALGARVE Concentração na hotelaria tradicional Pressão territorial Pressão demográfica Pressão demográfica Concentração regional Concentração regional ALENTEJO Concentração na hotelaria tradicional Pressão territorial Concentração na hotelaria tradicional Pressão territorial Concentração regional MADEIRA Concentração na hotelaria tradicional Pressão territorial Pressão demográfica Pressão demográfica AÇORES Concentração na hotelaria tradicional Pressão territorial Pressão demográfica Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 85 7. Mercado turístico nacional – Análise de competitividade (I). A análise de competitividade apresentada pela IMPACTUR é elaborada com base nos parâmetros aqui referenciados. Em 2009, a competitividade atribuída às sete regiões NUTS II é a decorrente dos valores abaixo apresentados. Lisboa e Madeira são as regiões apontadas como mais competitivas. Realce-se, contudo, o desempenho da região Norte, única a registar um crescimento médio anual das dormidas positivo, nos últimos três anos (1.37%). Análise de competitividade por regiões NUTS II, 2009 Valor da região Taxa de ocupação-cama nos estabelecimentos hoteleiros; considera-se que taxas mais próximas do máximo são um sinal de competitividade do destino. 1 Percentagem de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros na NUTS II geradas pelo conjunto dos países de residência habitual dos turistas exceptuando os três principais mercados da região; considera-se que a aposta numa crescente diversificação de mercados traduz uma maior independência face a flutuações de mercados específicos, considerando-se como tal um sinal de competitividade do destino. 2 Índice de competitividade face ao país (0-1) Taxa de ocupação-cama1 Valor da região Índice de competitividade face ao país (0-1) RevPAR3 Norte 40.83% 0.3674 Norte 26.73 0.3753 Centro 32.21% 0.0000 Centro 18.51 0.0000 Lisboa 46.40% 0.6043 Lisboa 40.41 1.0000 Algarve 40.97% 0.3732 Algarve 24.03 0.2523 Alentejo 35.15% 0.1252 Alentejo 24.54 0.2752 Madeira 55.69% 1.0000 Madeira 31.75 0.6049 Açores 34.61% 0.1022 Açores 24.56 0.2761 Crescimento médio anual da procura (últimos 3 anos)4 Diversificação de mercados emissores2 Norte 23.08% 0.2385 Norte 1.37% 1.0000 Centro 18.05% 0.0868 Centro -0.78% 0.7668 Lisboa 48.33% 1.0000 Lisboa -3.93% 0.4251 Algarve 32.56% 0.5244 Algarve -5.79% 0.2234 Alentejo 15.17% 0.0000 Alentejo -0.82% 0.7624 Madeira 38.87% 0.7147 Madeira -3.92% 0.4262 Açores 35.01% 0.5983 Açores -7.85% 0.0000 3 Rendimento médio por quarto no ano de referência e anos anteriores; considera-se que um valor de RevPAR progressivamente elevado traduz um resultado positivo para o desempenho empresarial do sector e, por consequência, um factor de competitividade do destino. 4 Crescimento médio anual das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros nos últimos três anos; considera-se que uma taxa de crescimento progressivamente crescente é reveladora de competitividade do destino. Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 86 7. Mercado turístico nacional – Análise de competitividade (II). Taxa de ocupação/cama Os gráficos apresentados sugerem a ideia de competitividade da região em relação aos mínimos e máximos verificados no conjunto das regiões em idêntico período, bem como a identificação individual do(s) indicador(es) que mais contribuem para a competitividade. Quanto maior a área preenchida maior a competitividade. Taxa de ocupação/cama NORTE Crescimento médio acumulado da procura (últimos 3 anos) Diversificação de mercados emissores CENTRO Crescimento médio acumulado da procura (últimos 3 anos) Diversificação de mercados emissores REVPAR REVPAR Taxa de ocupação/cama Taxa de ocupação/cama LISBOA Crescimento médio acumulado da procura (últimos 3 anos) ALGARVE Crescimento médio acumulado da procura (últimos 3 anos) Diversificação de mercados emissores Diversificação de mercados emissores REVPAR REVPAR Taxa de ocupação/cama Taxa de ocupação/cama ALENTEJO Crescimento médio acumulado da procura (últimos 3 anos) Diversificação de mercados emissores Taxa de ocupação/cama MADEIRA Crescimento médio acumulado da procura (últimos 3 anos) REVPAR Diversificação de mercados emissores AÇORES Crescimento médio acumulado da procura (últimos 3 anos) REVPAR Diversificação de mercados emissores REVPAR Fonte: IMPACTUR – Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 87 7. Mercado turístico nacional – Investimento (I). Entre 2000 e 2006, o investimento público e privado no sector do Turismo deverá ter ascendido aos EUR 4 mil milhões, divididos em: Investimento privado com apoios (PRIME, Projectos Especiais, Desconcentrados e Protocolos Bancários) EUR 2.2 mil milhões – com especial incidência de investimentos, em curso ou em projecto, nas regiões do Oeste e do Alentejo; Investimento público – EUR 1.0 mil milhões; Programa PITER II – EUR 0.8 milhões. Segundo os objectivos definidos no PENT, um dos pilares da estratégia de desenvolvimento do Turismo em Portugal é a qualificação e competitividade da oferta, e, neste âmbito, a requalificação da Região do Algarve deverá merecer uma atenção particular, potenciando-se resorts integrados com oferta hoteleira de referência internacional. Refira-se, a este propósito que, durante anos, a modesta presença de cadeias hoteleiras internacionais de referência no mercado português foi identificada como um dos pontos fracos do país e de alguns dos seus principais destinos turísticos (em 2006 existiriam cerca de 55 hotéis de 5 estrelas – 60% dos quais nas regiões de Lisboa e do Algarve – dos quais um terço pertenciam a cadeias internacionais). Contudo, nos últimos anos, quer a abertura de unidades construídas de raiz, quer a reconversão de unidades existentes, têm qualificado a oferta nacional1. Acresce, por outro lado, o interesse, crescente demonstrado por cadeias hoteleiras reconhecidas internacionalmente em estabelecerem-se no mercado nacional, nomeadamente através da sua participação em projectos turísticos integrados (projectos que promovem unidades hoteleiras, campos de golfe e alojamento através da comercialização de segundas residências), potenciando uma maior penetração e reconhecimento dos mercados internacionais e maior qualidade da oferta do país. Destacamse, nesta situação, regiões como o Oeste (com o Marriott na Praia D’el Rey ou o Westin no Campo Real) ou o eixo Península de Setúbal-Sines (com a anunciada presença do Park Hyatt na Herdade do Pinheirinho – refira-se que esta cadeia hoteleira deixou recentemente o mercado espanhol). 1 O Anexo 2 disponibiliza uma listagem de aberturas/remodelações de hotéis disponibilizada pela AHP-Associação da Hotelaria de Portugal, elaborada com base em informação de publicações do sector. Fontes: Turismo de Portugal, PENT, MaisTurismo, CBRE/Neoturis, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 88 7. Mercado turístico nacional – Investimento (II). Mas também ao nível da inovação, diferenciação e adequação às novas tendências o mercado nacional se tem vindo a adaptar e sendo alvo de investimentos, quer nacionais, quer de cadeias internacionais de renome, projectando a imagem do país para um nível de qualidade e competitividade superior. A presença da Banyan Tree (no Tivoli Victoria - Algarve, no Hotel Palácio do Estoril- Lisboa ou no projectado Banyan Tree Alqueva Alentejo), da Six Senses (Corte Velho-Algarve), os novos conceitos hoteleiros de resorts no interior algarvio (Amendoeira Golf Resort, Monte Rei Golf and Country Club ou Longevity Wellness Resort Monchique) ou os Hotéis de Charme, Design Hotéis, Boutique Hotéis e outros das mais recentes tendências da hotelaria internacional, em Lisboa, são disso exemplo. Várias entidades ligadas ao sector reconhecem o esforço significativo que tem sido feito para aumentar o número de unidades hoteleiras de qualidade, evidenciando-se os projectos de 4 e 5 estrelas que representarão mais de 80% dos projectos previstos1. Segundo informação do Turismo de Portugal, entre 2007 e Novembro de 2009 foram licenciados 115 novos estabelecimentos, 60 dos quais com 4 e 5 estrelas – cerca de 14.3 mil camas. A concretizarem-se as diversas intenções de investimento anunciadas, incluindo as classificadas como PIN (slide seguinte), perspectiva-se o reforço da oferta no médio/longo prazo, principalmente em regiões como o Alentejo, o Algarve e o Centro, nomeadamente através de projectos que integram vários tipos de infra-estruturas (como unidades hoteleiras, campos de golfe, centros equestres, alojamento destinado a segunda residência, SPA’s e outras) ou que têm como âncora algumas das novas tendências como as actividades ligadas ao mundo rural, à saúde e bem estar ou ao ecoturismo. 1 Só na região do Algarve (que conta com 15 unidades de cinco estrelas) estão previstos abrir, em 2010, oito novos hotéis desta categoria, um investimento global na ordem dos EUR 500 milhões. Fontes: Turismo de Portugal, Deloitte, CBRE/Neoturis, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 89 7. Mercado turístico nacional - Investimento – Projectos PIN Turísticos. Segundo dados da AICEP e do Turismo de Portugal existem cerca de 40 projectos, reconhecidos de interesse nacional, na área do Turismo, que ascendem a mais de EUR 10 mil milhões. A região do Alentejo concentra mais de 58% do investimento previsto, EUR 6 mil milhões, em 19 projectos. Segue-se o Algarve, com 30% do total, EUR 3 mil milhões e 12 projectos. Os quatro projectos previstos para o Centro representam cerca de 10%, EUR 1 milhão, do investimento total. Projecto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Quinta da Agra Fladgate Partnership Douro Marina Hotel Falésia D'El Rey Royal Óbidos Golf Resort Bom Sucesso - Design Resort, Leisure, Golf & SPA Campo Real Hotel Villa Rica Aldeia dos Capuchos Tróia Resort UNOP 5 Herdade da Comporta Herdade do Pinheirinho Herdade da Costa Terra Herdade dos Almendres Évora Resort Royal Évora Vila Sol - Herdade da Palheta Parque Alqueva Herdade do Barrocal Herdade das Ferrarias Herdade do Mercador Herdade Defesa de São Brás Monte da Rocha Monte Campanador Projecto Multiparques - Camping Resorts Quinta da Barrosinha Parque Lusolândia Parkalgar Baía da Meia Praia Palmares Resort Marina de Ferragudo Benagil Amendoeira Golf Resort Hotel Tivoli Victoria Cidade Lacustre CONRAD, Palácio de Valverde, Resort & SPA Terras de Verdelago Quinta do Vale Corte Velho Promotor Qualidade de Basto, Empresa Municipal Fladgate Partnership Douro Azul Béltico/Crissier Epic-Mar Acordo Óbidos Turcifez Realtejo Cantial Sonae Turismo Sociedade Imobiliária Tróia B3 Herdade da Comporta Pelicano Costa Terra Sociedade Agrícola de Almendres Frontino Royal Luxury Évora Resort Vila Sol SAIP Herdade do Barrocal de S. Lourenço Guadiana Parque Sousa Cunhal SGPS Sociedade Agrícola Defesa de S. Brás Quinta da Arrábida GGT - Gabinete de Planeamento Céu Aberto, Lda. Grupo Imovia Pleno espaço Parkalgar Ossonoba Guia Sociedade de Construções e Turismo Martemple Benagil - Realizações Turísticas Morgado da Lameira Marinotéis Lusotur IMOCOM Verdelago Quinta do Vale Corte Velho (Six Senses) Fase Concelho Região NUTS II Investimento (EUR milhões) (1) ou (2) Celorico de Basto Vila Nova de Gaia Mesão Frio Óbidos Óbidos Óbidos Torres Vedras Lisboa Almada Grândola Grândola Alcácer do Sal Grândola Grândola Évora Évora Évora Redondo Reguengos de Monsaraz Reguengos de Monsaraz Mourão Mourão Moura Ourique Ourique Odemira Alcácer do Sal Azambuja Portimão Lagos Lagos Lagoa Lagoa Silves Loulé Loulé Loulé Castro Marim Castro Marim Castro Marim Norte Norte Norte Centro Centro Centro Centro Lisboa Lisboa Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Alentejo Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve Algarve 42 26 62 230 195 398 143 35 152 350 95 1 130 450 578 181 300 125 86 940 90 83 142 350 210 122 30 485 255 155 76 271 54 220 206 48 1 292 89 259 41 328 (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (2) (1) (1) 10 324 Fontes: AICEP, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. (1) Em acompanhamento (situação imediatamente decorrente do reconhecimento do projecto como PIN). Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio (2) Em execução. Maio 2010 90 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 91 8. Principais players do sector – Alojamento (I). Segundo um estudo elaborado pela Euromonitor International, o sector do alojamento nacional atingiu, em 2008, um volume de negócios1 de EUR 2.6 mil milhões, representando um crescimento médio anual de 4.3% nos últimos cinco anos. Os estabelecimentos hoteleiros geraram 62.5% daquele valor (EUR 1.6 mil milhões). Com uma dispersão acentuada (os cinco principais grupos têm uma quota de mercado de apenas 20%), este sector tem assistido, nos últimos anos, à entrada de grandes grupos económicos portugueses (como o GES, a Sonae e o Grupo Amorim), com projectos mais globais e um número crescente de unidades, tornando a hotelaria portuguesa mais forte, com mais qualidade e mais competitiva. O Grupo Pestana, que em 2003 passou a integrar na sua oferta as Pousadas de Portugal, lidera, destacadamente, o mercado hoteleiro nacional, com uma quota de cerca de 7%, tendo atingido, em 2008, um volume de negócios de EUR 104 milhões. Segue-se-lhe a Espírito Santo Hotéis com uma quota de 4%. Face à evolução mais recente do sector, as previsões para o futuro próximo neste mercado, são marcadas, sobretudo, por uma aposta na renovação em grande escala e no upgrading das unidades, com os apoios postos à disposição da indústria turística nacional. Alguns grupos darão sequência à sua estratégia de entrada no segmento de luxo (casos da Amorim Turismo, da Sonae Turismo e do grupo Pestana, em Tróia). Volume de negócios1 do sector do alojamento em Portugal, 2003, 2008 e 2013P (EUR milhões) 2003 (%) 2008 (%) 2013P (%) Hotéis 1 353.9 64.0 1 633.7 62.5 1 657.8 61.9 3.8% 0.3% Outros 763.0 36.0 978.2 37.5 1 018.9 38.1 5.1% 0.8% TOTAL 2 116.9 4.3% 0.5% 1 Inclui 2 611.9 2 676.7 TCMA03-08 apenas valores relativos ao alojamento, excluindo os serviços relacionados. Fontes: Euromonitor International, ES Research – Research Sectorial. P TCMA08-13 Previsões. Top 5 dos grupos hoteleiros em Portugal por volume de negócios em 2008 Valor (EUR milhões) Share Grupo Pestana 104 6.6 Espírito Santo Hotéis 64 3.9 Starwood Hotels & Resorts 61 3.8 Vila Galé Hotéis 54 3.3 Accor Group 53 3.3 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio (%) Maio 2010 92 8. Principais players do sector – Alojamento (II). Numa análise ao portfólio da oferta de alojamento nacional, no final de 2008, é possível observar, uma vez mais, a dispersão existente, com os grupos presentes no top 20 a concentrarem apenas 20% dos estabelecimentos hoteleiros, 33% das unidades de alojamento e 30% das camas disponíveis. Nesse ano, mais de metade dos estabelecimentos hoteleiros pertenciam a operadores independentes. O Grupo Pestana lidera o ranking dos Grupos Hoteleiros/Entidades de Top 10 dos Grupos Hoteleirosa/Entidades de Management em Portugal segundo as unidades de alojamento, 2008 Estabelecimentos hoteleiros1 Management em Portugal, concentrando 5.3% dos estabelecimentos hoteleiros (64), 4.4% das unidades de alojamento (4 677) e 3.8% das camas disponíveis (9 278), em 2008. Por via da gestão e exploração das Pousadas de Portugal, que passou a exercer a partir de 2003, é também o Grupo que apresenta uma maior presença a nível do território nacional. No 2º e 3º lugares surgem, respectivamente, o Vila Galé Hotéis e o Accor Hotels (que acabou a sua parceria com a Amorim Turismo e é a cadeia hoteleira estrangeira líder em Espanha). Numa análise à rentabilidade por cama, surge como líder, o Grupo Starwood Hotels & Resorts, com EUR 14.8 mil por cama, em 2008, seguindo-se-lhe a Espírito Santo Hotéis com um valor de EUR 13 mil/cama. Fontes: Deloitte, ES Research – Research Sectorial. Unidades de alojamento2 Camas Nº (%) Nº (%) Nº (%) Grupo Pestana 64 5.3 4 677 4.4 9 278 3.8 Vila Galé Hotéis 14 1.2 3 191 3.0 6 442 2.7 Accor Hotels 28 2.3 2 945 2.7 5 374 2.2 Espírito Santo Hotéis 10 0.8 2 393 2.2 4 912 2.0 VIP Hotels 13 1.1 2 309 2.2 3 414 1.4 Grupo Hotti 14 1.2 1 877 1.8 4 273 1.8 Starwood Hotels & Resorts 6 0.5 1 789 1.7 4 108 1.7 Lunahotéis 16 1.3 1 693 1.6 4 649 1.9 Grupo Iberotel 5 0.4 1 643 1.5 4 740 2.0 Dom Pedro Hotels 7 0.6 1 399 1.3 2 915 1.2 Outros Grupos Hoteleiros 370 30.5 42 090 39.2 88 993 36.9 Independentes3 662 54.8 41 165 38.4 102 205 42.4 1 209 100 107 171 100 241 303 100 TOTAL 1 Foram considerados os Aldeamentos Turísticos, Apartamentos Turísticos, Hotéis, Hotéis-Apartamentos e Pousadas de Portugal. 2 Número de quartos e apartamentos. 3 Operadores que não estão agregados a um Grupo com mais de duas unidades. a Informação sobre os grupos hoteleiros no Anexo 3. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 93 8. Principais players do sector – Alojamento (III). Em ambas as regiões autónomas se evidencia a forte presença e peso dos grupos de origem regional no top 5 dos Grupos Hoteleiros/Entidades de Management, atingindo o seu expoente máximo nos Açores, representando, em 2008, 54% da oferta de unidades de alojamento. Só o Grupo Bensaude assume um quarto daquela oferta. Na Madeira, o Grupo Pestana realiza cerca de 46% do seu volume de negócios nacional, sendo a única região em que o grupo desenvolve actividade a registar um crescimento face a 2007 (+6.5%). Contrariamente, no Centro e no Algarve, a oferta de unidades de alojamento disponibilizada pelos grupos do top 5 representam apenas 17% e 18.5%, respectivamente. No Algarve, região claramente marcada pela presença de operadores independentes, a segunda quota de mercado mais importante é a dos operadores estrangeiros, que ali se estabeleceram motivados pelas condições naturais e oportunidades de negócio. Na região de Lisboa destaca-se também, o investimento hoteleiro estrangeiro, por via das características próprias da região que inclui a capital do país. Situação semelhante se verifica na região Norte com a Accor na liderança do respectivo top. Já no Alentejo assume destaque o Grupo Pestana por via das pousadas existentes na região. Fontes: Deloitte, ES Research – Research Sectorial. a Informação sobre os grupos hoteleiros no Anexo 3. Top 5 dos Grupos Hoteleirosa/Entidades de Management por NUTS II, 2008 NORTE 9% 74% 6% 5% 3% 3% LISBOA Accor Hotels Hotéis Fénix Hotéis Arco Grupo Pestana Grupo Hotti Outros 8% 6% 6% VIP Hotels Accor Hotels Sana Hotels Continental Group Vila Galé Hotéis Outros 5% 4% 71% CENTRO 5% 3% 3%3% 3% 83% Grupo Hotti AA Iberian Natural Resources & Tourism Lena Turismo Natura IMB Hotéis Cristal Hotels Group Outros ALENTEJO 12% 6% 5% 6% 3% 68% ALGARVE 4%4% Grupo Pestana Grupo Fernando Barata M’AR De AR Hotels Évora Hotel Santarém Hotel Outros 81% 67% 6% 5% 5% 4% Grupo Pestana Porto Bay Hotels Savoy Hotels Cardoso M. Hotels D. Pedro Hotels Outros Vila Galé Hotéis Grupo Iberotel Lunahotéis Grupo Pestana Espírito Santo Hotéis Outros R. A. AÇORES R. A. MADEIRA 13% 4% 4% 3% 25% 46% 12% 4% 6% Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio 7% Bensaude Turismo Investaçor Hotel & Resorts Grupo Ciprotur VIP Hotels The Lince Azores Great Hotel Outros Maio 2010 94 8. Principais players do sector – Alojamento - Grupo Pestana (I). Durante os últimos 30 anos, o Grupo Pestana impôs-se como uma presença inquestionável e de grande sucesso na indústria da hotelaria e do lazer. Conseguiu desenvolver o seu excelente desempenho no sector hoteleiro, diversificando a sua actividade, numa estratégia assente em três eixos: Integração Horizontal – crescimento sustentado no seu core business (hotelaria), quer em território nacional, quer pela internacionalização, a partir de áreas geográficas delimitadas; Integração Vertical – crescimento noutros subsectores da actividade turística, apostando quer a montante quer a jusante por forma a apresentar produtos completos ao mercado; Negócios na indústria do Turismo e Lazer diversificados e adaptados a cada uma das áreas onde está presente. Reconhecendo a importância crucial da mudança e da inovação, que os seus clientes estão mais bem informados, têm maior escolha e são mais exigentes, o Grupo recorre à experiência, especialização e grande variedade de serviços de que dispõe para com eles estabelecer relações de longa duração, conseguir a consolidação do negócio, a expansão internacional e a garantia de crescimento sustentado. Áreas de negócio e empresas do Grupo Áreas de negócio Empresas Hotéis Pestana Hotels & Resorts; Casino da Madeira Pousadas de Portugal Pousadas de Portugal Habitação periódica Pestana Holiday Ownership Resorts; Pestana Holiday Club Viagens Euro Atlantic Airways; Atlantic Holidays; Intervisa Travel Solutions; TerraÁfrica; TerraBrasil Golfe & Imobiliária Pestana Golf Resorts Beloura; Pestana Golf Resorts Carvoeiro; Pestana Golf Resorts Silves; Pestana Residences Indústria Empresa de Cervejas da Madeira Centro Internacional de Negócios SDM – Sociedade de Desenvolvimento da Madeira Fontes: Grupo Pestana, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 95 8. Principais players do sector – Alojamento – Grupo Pestana (II). Referência da internacionalização portuguesa no sector do turismo, o Grupo Pestana é o único grupo hoteleiro português a fazer parte do top 100 mundial de cadeias hoteleiras (segundo o “Corporate 300 Ranking” publicado pela revista norte americana “Hotels”, apresenta-se na 44ª posição, tendo em conta o número de unidades hoteleiras, e na 93ª em número de quartos). Para além do crescimento em números, o Grupo, que inaugurou o seu 1º hotel em 1972 na Madeira, tem crescido na expansão geográfica da sua rede, contando actualmente com 42 hotéis de 4 e 5 estrelas em 3 continentes: Europa, África e América do Sul. Em 1999, reconhecendo o enorme potencial do turismo no Brasil, o Grupo iniciou a sua estratégia de internacionalização com a aquisição do Rio Atlântica Hotel, em Copacabana. A expansão na América do Sul (que representa 30% do volume de negócios) continuou com o Pestana Buenos Aires, na Argentina, em finais de 2004, o Pestana Caracas, na Venezuela, em Maio de 2008 e o Pestana Bariloche, na Patagónia Argentina em Dezembro de 2009, primeira unidade do grupo localizada numa estância de ski. Recentemente, foi anunciada a construção do Pestana Montevideu Hotel, no Uruguai. Prosseguindo a sua estratégia de crescimento através da actividade em destinos lusófonos, o grupo possui também unidades hoteleiras na África do Sul (1), Cabo Verde (1), Moçambique (3) e S. Tomé e Príncipe (2). A expansão nas principais capitais europeias é, também, uma prioridade para o Grupo1 pelo que, ao Pestana Chelsea Bridge (aberto em Março 2010) está previsto juntarem-se unidades em Berlim, Bruxelas, Amesterdão, Paris e Madrid. Pestana Caracas, Venezuela Pestana Londres, Reino Unido Pestana Rio Atlântica, Brasil Pestana Angra, Brasil Pestana Natal, Brasil Pestana Bahia, Brasil Pestana São Paulo, Brasil Pestana Curitiba, Brasil Pestana S. Luís, Brasil Pousadas de Sauipe, Brasil Pousada do Convento do Carmo, Brasil Pestana Buenos Aires, Argentina Pestana Bariloche, Argentina Fontes: Grupo Pestana, ES Research – Research Sectorial. Pestana Equador, S. Tomé e Príncipe Pestana Miramar, S. Tomé e Príncipe Pestana Rovuma, Moçambique Pestana Inhaca Lodge, Moçambique Pestana Bazaruto Lodge, Moçambique Pestana Kruger Lodge, África do Sul Pestana Trópico, Cabo Verde 1 A estratégia definida é de 10 hotéis em 10 anos. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 96 8. Principais players do sector – Rent-a-car. Segundo a Euromonitor, o sector do rent-a-car em Portugal terá atingido um volume de negócios de EUR 368.3 milhões em 2008, representando uma taxa de crescimento médio anual de 6.2% nos últimos cinco anos. O Lazer foi o principal motivo de aluguer de uma viatura (55%), num mercado dominado pelas principais multinacionais mundiais do sector que concentraram cerca de 53% do volume de negócios. Num mercado muito competitivo, com a presença de cerca de 70 operadores, 54 mil viaturas para alugar e 2.5 milhões de contratos, é importante estabelecer parcerias com os outros intervenientes do sector turístico e focar-se nas novas tecnologias e na inovação por forma a fazer a diferença e atrair novos clientes e/ou manter os actuais. Neste temática, refira-se a importância da internet, que passou a representar mais de 25% dos contratos efectuados em 2008, face a 2% em 2003, prevendo-se que, em 2013, possa responder por mais de 45% dos mesmos. Esta ferramenta tornou o sector extremamente sensível ao nível do preço, permitindo aos clientes comparar preços online e reservar imediatamente. A Budget Portugal é um exemplo, pela positiva, desta realidade, tendo os contratos realizados online atingido uns expressivos 80% do total. O investimento, em 2008, neste mercado, foi, segundo a ARAC1, de EUR 547 milhões, mais 12% face ao ano anterior. Volume de negócios do sector do rent-a-car em Portugal, 2003, 2008 e 2013P (EUR milhões) 2003 (%) 2008 (%) 2013P (%) TCMA03-08 Top 5 das companhias de rent-a-car em Portugal por volume de negócios em 2008 TCMA08-13 Valor (EUR milhões) Share (%) Negócios 108.2 39.6 145.6 39.5 161.2 39.0 6.1% 2.1% Europcar Portugal 88 23.9 Lazer 147.0 53.9 202.7 55.0 232.6 56.3 6.6% 2.8% Hertz Portugal 51 13.8 Outros 17.7 6.5 20.0 5.4 19.6 4.7 2.5% -0.4% Avis Portugal 38 10.3 6.2% 2.3% Globalrent2 29 7.9 14.9% Budget Portugal 20 5.4 TOTAL 272.9 Internet 6.5 413.4 368.3 2.4 93.5 25.4 187.4 45.3 70.4% P Fontes: Euromonitor International, ARAC, ES Research – Research Sectorial. 1 Previsões. Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor. 2 Actualmente integrada no universo da Guérin. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 97 8. Principais players do sector – Rent-a-car - Europcar. Com uma frota de 11 500 viaturas e 318 mil contratos em 2008, a Europcar, com mais de 70 estações em todo o território nacional, lidera o mercado português de rent-a-car, uma quota de 24% em termos de volume de negócios. Em actividade em Portugal desde 1982, enquanto uma das setes empresas do universo da Europcar Internacional1 na Europa, contribuiu, em 2007, com 3% para os resultados do Grupo (o mesmo que a unidade da Bélgica). Segundo a empresa, depois de um ano de estagnação, prevê voltar a crescer em 2010 – numa perspectiva conservadora cerca de 2% face ao ano anterior. Nos planos para 2010 da Europcar Portugal está “um forte investimento na renovação da frota”, sendo certa, também, a continuidade dos investimentos na renovação da imagem das suas estações iniciada há dois anos (cerca de um milhão de euros). Em conformidade com a estratégia do Grupo de adaptação às características específicas de cada mercado em que actua e às necessidades e apelos dos seus clientes, para assim poder continuar a oferecer um serviço de qualidade de top e a ser líder, a Europcar anunciou como grande novidade para este ano a introdução, a partir do final do ano, de veículos eléctricos na sua frota fruto de um acordo estabelecido com a Renault-Nissan. Numa primeira fase prevê introduzir no mercado cerca de 200 a 300 viaturas, tendo como objectivo que estas atinjam, a médio prazo, 20% da frota. Indicadores de performance do top 5 no rent-a-car em Portugal, 2008 Frota (Milhares) Número de contratos (Milhares) Média de contratos por viatura (Nº) Utilização (%) Facturação média por contrato (EUR) Europcar Portugal 11.5 318.2 27.7 66.7 276.8 Hertz Portugal 6.0 203.6 33.9 56.7 250.0 Avis Portugal 4.2 159.3 38.1 75.0 238.1 Globalrent 3.2 107.0 33.4 57.7 273.1 Budget Portugal 2.0 85.0 42.5 74.5 232.9 1 Líder em aluguer de automóveis na Europa. Em finais de 2008 estabeleceu uma aliança estratégica com a Enterprise Rent-a-car, líder na América do Norte, formando a maior rede mundial de Rent-a-Car com uma frota de mais de 1.2 milhões de viaturas e 13 mil estações em 162 países. Fontes: Euromonitor International, Europcar, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 98 8. Principais players do sector – Transporte aéreo (I). O sector dos transportes1 em Portugal atingiu, em 2008, segundo o estudo da Euromonitor International, um volume de negócios de EUR 2.5 mil milhões, representando um crescimento médio anual de 4.1% nos últimos cinco anos. O transporte aéreo gerou 93% daquele valor (EUR 2.3 mil milhões). Embora as companhias tradicionais assumam ainda um valor significativo do mercado (75% em volume de negócios e 60% em passageiros), foram as low cost as grandes protagonistas dos últimos cinco anos, com crescimentos assinaláveis, quer em termos de volume de negócios quer, e sobretudo, em termos de passageiros transportados. Os operadores charter têm sido os mais pressionados. Os sinais de turbulência detectados, recentemente, no sector a nível global, ampliados com a situação de crise económica e financeira, implicaram mudanças estruturais e operacionais nas companhias aéreas, com consequências inevitáveis ao nível do negócio aeroportuário. As dificuldades de sobrevivência de algumas companhias, e até mesmo a falência, e os processos de consolidação tornaram-se uma realidade. Segundo a IATA2, em 2008, a indústria do transporte aéreo terá atingido um prejuízo da ordem dos USD 5 mil milhões, em 2009, cerca de USD 11 mil milhões, e, em 2010 aquele deverá ascender aos USD 5.6 mil milhões. As perspectivas dos profissionais do sector apontam para que, no médio prazo, 2 ou 3 grandes low cost operem na Europa, as maiores companhias de rede se consolidem em 3-4 mega companhias em cada região do globo, e as de menor dimensão sejam pressionadas para fazer downsizing no seu segmento de longo curso ou mesmo a abandoná-lo. Volume de negócios do sector dos transportes1 em Portugal, 2003 e 2008 (EUR milhões) 2003 (%) 2008 Transporte aéreo 1 895.2 91.8 2 346.2 92.7 4.4% Tradicional 1 495.5 78.9 1 760.9 192.2 75.1 3.3% 8.2 -8.1% Charter Low Cost Outros TOTAL 1 Inclui 15.5 106.6 5.6 393.0 16.8 29.8% 169.7 8.2 184.2 7.3 1.7% 2 530.4 4.1% Top 5 das companhias de transporte aéreo em Portugal por volume de negócios, 2008 Share Valor (EUR milhões) (%) 2003 (%) 2008 14 663.1 70.5 16 674.0 60.8 2.6% TAP Portugal Charter 4 171.9 20.0 2 627.0 9.6 -8.8% Low Cost 1 972.2 9.5 8 123.9 29.6 32.7% (%) TCMA03-08 293.1 2 064.9 Passageiros por tipo de transporte aéreo em Portugal, 2003 e 2008 (Milhares) Tradicional TOTAL 20 807.2 (%) TCMA03-08 27 424.9 apenas valores relativos ao transporte usado pelos turistas (com excepção do rent-a-car), excluindo os serviços relacionados. 5.7% 2 1 769 75.4 SATA 275 11.7 Lufthansa 106 4.5 EasyJet Airlines 56 2.4 Monarch 54 2.3 International Air Transport Association. Fontes: Euromonitor International, ANA, IATA, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 99 8. Principais players do sector – Transporte aéreo (II). A TAP Portugal domina o mercado nacional do transporte aéreo, com uma quota, em 2008, de 75% em termos de volume de negócios e de 39% em passageiros transportados. Nos últimos anos, as low cost tiveram um papel significativo no desempenho do mercado nacional, transportando, em 2008, cerca de 8 milhões de passageiros (mais 6.1 milhões face a 2003, um crescimento médio anual de 33%), que lhe conferiram um share de 30% do mercado. Metade desses passageiros foram transportados pelas duas principais companhias a operar no mercado nacional, a EsayJet e a Ryanair, que registaram crescimentos de 52.1% e 29.1%, respectivamente, face a 2007. É no aeroporto de Faro, segundo mais relevante do país, que este tipo de companhias tem maior peso, representando mais de 70% dos passageiros transportados. No aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto) tem sido exactamente o forte crescimento de tráfego destas companhias (51% em 2008, conferindo-lhe uma quota de 48%) que tem impulsionado o seu assinalável desempenho fazendo com que, nesse ano e pelo 2ª vez consecutiva, tenha sido o aeroporto da ANA com maior destaque. A Ryanair, que em Setembro de 2009 ali inaugurou uma base de operações, num investimento superior a EUR 100 milhões, tem sido a protagonista deste sucesso, tendo aberto uma base também em Faro1, já em Março 2010. Na Madeira, e apesar da EasyJet ter começado a voar para o arquipélago apenas em Outubro de 2007, o crescimento das low cost é também assinalável, com aquela companhia a assumir já a 2ª maior quota de passageiros transportados, logo a seguir à TAP. Top 5 das companhias de transporte aéreo em Portugal por passageiros transportados, 2008 e 2009 (Milhões, percentagens) Passageiros Variação 2008 2009 07-08 08-09 2 Passageiros nos aeroportos nacionais, 2008 e 2009 (Milhões, percentagens) Share Passageiros 2008 2009 2008 2009 TAP Portugal 9.6 10.2 3.6 5.5 38.8 38.5 EasyJet Airlines 2.6 2.7 52.1 6.2 10.3 5.1 -2.5 -7.1 49.8 20.0 50.2 19.2 4.5 13.7 -0.6 16.6 17.1 2.3 1.2 -4.1 9.0 8.9 1.2 -1.2 -3.3 4.6 4.6 13.6 13.3 10.3 5.4 Porto 4.5 Madeira 2.4 Açores 1.3 1.7 2.0 -2.3 17.2 7.0 7.7 Ryanair 1.4 1.8 29.1 29.7 5.5 6.7 Lufthansa 0.8 0.8 2.9 2.6 3.3 3.2 Somatório da SATA Internacional e da SATA Açores. Fontes: Euromonitor International, ANA, ANAM, ES Research – Research Sectorial. Share 2008 2009 1.6 -0.4 Lisboa Faro SATA2 Variação 07-08 08-09 1 Adicionando 15 novas rotas às 3 já existentes, prevendo-se que nos próximos cinco anos estas desembarquem no Algarve cerca de 2.2 milhões de passageiros, oferecendo a região a 27 cidades em 11 países diferentes. Esta base permitirá criar mais de 150 empregos directos e 1 300 indirectos. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 100 8. Principais players do sector – Transporte aéreo (III). Apesar da redução generalizada do tráfego de passageiros, em 2009, os aeroportos portugueses registaram quebras menos acentuadas que a média dos aeroportos europeus e mundiais (3.3% face a 5% e 3.5%, respectivamente). Acresce ainda, o seu melhor desempenho face a alguns dos seus principais pares aeroportuários (Lisboa com melhor desempenho que Dublin ou Roma; Faro melhor que Palma de Maiorca, Sevilha ou Tenerife; e Porto melhor que Barcelona ou Bordéus). Para o melhor desempenho dos aeroportos nacionais contribuíram: O Programa Iniciativa.pt, para o desenvolvimento de rotas de interesse turístico – até Março de 2010 tinham sido apoiadas 40 novas rotas, encontrando-se em negociação mais 11; A abertura da base operacional da Ryanair no Porto – com 11 novas rotas e a duplicação da frequência da operação Paris-Beauvais para bi-diária. Para 2010 estão previstas o mesmo número de aberturas de 2009 (29), a que acrescem as decorrentes da abertura da base da Ryanair em Faro1 (previstas pelo menos 26). De referir, ainda, que o Aeroporto da Madeira foi considerado o 9º melhor da Europa, de acordo com o Airports Service Quality-Survey 20092 elaborado pelo Airports Council International (ACI3), apenas a 0.39 pontos do líder, o aeroporto de Keflavik – Islândia. No mesmo ranking, o aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto) obteve o 3º lugar, classificação que já havia recebido em 2006 e 2008 e em 2007 na categoria até 5 milhões de passageiros. O aeroporto de Ponta Delgada recebeu o prémio de maior subida nos Indicadores de Qualidade dos Serviços, entre 2008 e 2009. O tráfego de passageiros nos aeroportos nacionais, no primeiro trimestre de 2010, subiu 6.8% face ao período homólogo de 2009. O aeroporto Francisco Sá Carneiro4 (Porto) foi, uma vez mais, o que registou melhor desempenho, com uma subida de Passageiros nos aeroportos nacionais, 1º 17.5% de passageiros transportados, sob grande influência da base operacional da trimestre 2010 versus homólogo 2009 (Milhares, percentagens) Ryanair. Em Lisboa, e para o seu crescimento de 7.7%, contribuiu o aumento de tráfego da TAP. Março 2009 Março 2010 Variação 1 Entrou em funcionamento em Março deste ano, com 15 novas rotas e diversos aumentos de frequência. 2 Avalia a satisfação dos clientes através de inquéritos a 200 mil passageiros sobre 34 categorias de serviços dos aeroportos. O ACI Europa representa 440 aeroportos de 45 países, responsáveis por mais de 90% do tráfego aéreo mundial e pela movimentação de cerca de 1.5 mil milhões de passageiros anualmente. 3 Já em Janeiro deste ano, este aeroporto registou melhor performance que os 3 aeroportos da Galiza juntos (345 mil passageiros – mais 77 mil que os três referidos, mais 14.2%). 4 Fontes: ANA, ANAM, AICEP, Turismo de Portugal, ES Research – Research Sectorial. Lisboa 2 620 2 821 7.7 Porto 885 1 040 17.5 Faro 578 580 0.3 Madeira 512 471 -7.9 Açores 208 216 3.6 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 101 8. Principais players do sector – Transporte aéreo (IV) - TAP. A TAP Portugal, companhia aérea portuguesa líder de mercado, com mais de seis décadas de existênciaa, adoptou, ao longo da sua história, uma orientação estratégica cuja prioridade é a satisfação das expectativas dos seus clientes, proporcionar-lhes as melhores e mais fáceis soluções para as suas viagens e agregar cada vez mais valor no produto oferecido. Para tal, a empresa tem estabelecido parcerias, em terra e no ar, disponibilizando um número alargado de destinos e um diversificado conjunto de vantagens e benefícios. Pretendendo tornar-se uma companhia de referência na cena internacional, tem sido pioneira em algumas das evoluções verificadas no sector, apostado na utilização das novas tecnologias e aproveitado oportunidades de negócio em mercados em que compete, diferenciando-se pela sua eficiência operacional e qualidade de serviços e compromisso com a sociedade e o meio ambiente, factos que lhe conferiram vários prémios internacionais (no Anexo 5 constam alguns dos momentos mais marcantes da história da empresa). Inicialmente constituída como empresa pública, a TAP passou, em 1953, a empresa de capitais mistos detida maioritariamente pelo Estado, voltando novamente à anterior situação na sequência das nacionalizações pós 25 de Abril. No desenvolvimento da sua estratégia de crescimento foi criado, em 2003, o Grupo TAP, com a holding, TAP SGPS, SA a agregar as participações em várias empresas que desenvolvem a sua actividade em áreas ligadas aos negócios principais do Grupo. Empregando mais de 13.8 mil pessoas1 (das quais 4.5 mil afectas ao transporte aéreo), com um volume de negócios superior a EUR 2.37 mil milhões1 (dos quais 1.5 mil milhões referentes ao mercado externo), um nível de investimento significativo e sendo responsável, no desenvolvimento das suas actividades, por cerca de 59% do peso da aviação civil na economia, o Grupo TAP tem vindo a reforçar a sua posição entre os principais exportadores portugueses e a revelar a sua importância na economia nacional e no sector do Turismo2. Horas voadas (Milhares) Passageiros transportados (Milhões) Volume de negócios (EUR mil milhões) 2.37 234 9.6 124 2000 a 1.26 5.4 2008 2001 2008 2003 Momentos marcantes no Anexo 4. Fontes: Grupo TAP, ES Research – Research Sectorial. 1 No final de 2008. 2008 2 Um estudo efectuado por um banco de investimento britânico considera-a uma das nove companhias europeias que detêm capacidade para sobreviver no sector da aviação. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 102 8. Principais players do sector – Transporte aéreo (V) - TAP. Com hub em Lisboa – plataforma privilegiada de acesso à Europa – na encruzilhada com outros continentes, a TAP Portugal oferece, conjuntamente com os seus parceiros, aos seus passageiros e clientes de carga, o acesso a 166 cidades (59 em avião próprio), das quais 102 se localizam na Europa e as restantes em África, América do Norte e do Sul, região em que a companhia se destaca como líder de operação para o Brasil. No ano de 2009, a companhia transportou 10.2 milhões de passageiros utilizando uma frota recente, composta por 53 aviões, unicamente Airbus, 16 dos quais aptos para operações de longo curso. Com a aquisição da Portugália, em 2007, a TAP adquiriu a possibilidade de captar tráfego regional, criando sinergias e reforçando a sua posição competitiva, a nível internacional, contando com uma disponibilidade adicional de 16 aparelhos vocacionados para operar em rotas regionais. A renovação e reforço da frota de médio e longo curso (5 Airbus A330200 e 2 Airbus A319), efectuada nos dois últimos anos, garantem a concretização da estratégia de crescimento da empresa, através da introdução de novos destinos na Rede de Linhas e do reforço da operação já existente, centrada na intensificação das ligações com as principais capitais europeias, na consolidação das ligações com o Atlântico Sul e no incremento da operação para África. Acresce uma nova estratégia comercial, segmentando a oferta em cinco produtos, visando diferenciá-la da concorrência, melhorar o serviço prestado ao passageiro, desenvolver o tráfego de negócios e atrair mais clientes. Rotas TAP na Europa Rotas TAP no resto do Mundo Fontes: Grupo TAP, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 103 8. Principais players do sector – Transporte aéreo (VI) - SATA. “Quando em 1941 foi criada a Sociedade de Estudos Aéreos Açoreanos, os seus cinco fundadores tinham por único objectivo acabar com o isolamento das ilhas açoreanas, acreditando que a impar composição das nove ilhas, únicas no seu esplendor, seria argumento suficiente para despertar o interesse do resto do mundo”. Em 1947 realizou-se o primeiro voo e hoje, depois de mais de sessenta anos de voos, sessenta e oito de história e uma década de internacionalização, o universo SATA assume-se de uma importância capital nas acessibilidades dos habitantes do arquipélago dos Açores, um instrumento indispensável à consolidação e desenvolvimento do turismo da região e um líder player do transporte aéreo em Portugal, logo a seguir à companhia de bandeira nacional. Inicialmente constituída como entidade privada, a agora SATA Air Açores, passou a ser tutelada pelo Governo Regional em 1980 e assumiu a referida designação em 1987, ano em que recebeu a Medalha de Prata de Mérito Turístico. Em 1994 receberia a Medalha de Honra da ICAO1. Depois de 50 anos a operar entre as ilhas do arquipélago, iniciou as suas carreiras charter, através da hoje SATA Internacional, dando mais um passo para a sua internacionalização e permitindo ser a ponte entre a larga comunidade açoreana emigrante e a sua terra. Ao mesmo tempo cria dois operadores turísticos, a SATA Express (Canadá) e a Azores Express (América do Norte), com o objectivo de promover os fluxos para o arquipélago. Em 2006, com a constituição da SATA SGPS, o Grupo alterou a sua lógica de funcionamento e organização por forma a melhor responder aos desafios que se lhe colocam, passando dela a depender a SATA Air Açores, A SATA Internacional, a SATA Express, a Azores Express e a SATA Gestão de Aeródromos. Em 2007 alarga os seus serviços à Madeira. Fontes: Euromonitor International, Grupo SATA, ES Research – Research Sectorial. 1 International Civil Aviation Organization. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 104 8. Principais players do sector – Transporte aéreo (VII) - SATA. Ao longo da última década, a SATA tem definido uma estratégia de desenvolvimento e crescimento com o objectivo de aumentar o tráfego para o arquipélago proporcionando novas oportunidades para o seu desenvolvimento económico, nomeadamente a actividade turística. Um processo de expansão e crescente internacionalização assente numa operação de vocação atlântica, através da sua rede de lojas de vendas em todas as ilhas dos Açores, na cidade de Lisboa, Aeroportos do Funchal, do Porto e de Lisboa, bem como das suas bases operacionais em Lisboa, no Funchal e em Ponta Delgada. A acompanhar a expansão da sua rede de rotas na Europa e nos EUA, as transportadoras do Grupo estabeleceram representações comerciais nas principais cidades para onde operam, nomeadamente em França, na Alemanha e em Inglaterra. A SATA Internacional mantém hoje uma operação regular para destinos como Lisboa, Porto, Funchal, Frankfurt, Londres, Manchester, Dublin, Paris, Amesterdão, Zurique, Copenhaga, Estocolmo, Boston e Toronto, desenvolvendo ainda uma considerável actividade charter para destinos como República Dominicana, Cuba, Tenerife, Las Palmas, Lyon, Exeter ou East Midland. No futuro próximo, a SATA aspira a ser uma referência no panorama das companhias aéreas europeias, projectando o seu crescimento numa escala ambiciosa, tirando o maior partido possível do seu posicionamento geográfico e do seu know-how adquirido ao longo de mais de seis décadas de voos sobre o atlântico. Recentemente, e no âmbito do processo de renovação da sua frota executado em 2009 e 2010, o Grupo viu aprovado um financiamento do BEI (Banco Europeu de Investimento) de USD 53 milhões para aquisição da nova frota de 4 Bombardier Q400 NextGen para a SATA Açores (um dos quais já apresentado), que, conjuntamente com os dois Dash Q200 já em operação, vai assegurar a cobertura integral do arquipélago, podendo ainda viabilizar, economicamente, uma vocação inter-regional no espaço da Macaronésia, regiões atlânticas Açores, Madeira e Canárias. Fontes: Euromonitor International, Grupo SATA, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 105 8. Principais players do sector – Agências de viagem (I). Segundo os dados da Euromonitor International, o sector das agências de viagens e operadores turísticos em Portugal atingiu, em 2008, um volume de negócios de EUR 2 mil milhões, representando um crescimento médio anual de 0.7% nos últimos cinco anos. Os tradicionais pacotes de férias representaram 43% daquele valor (EUR 862 milhões), apesar da nítida quebra registada no período em referência (-2.7%). A evolução verificada nas transacções efectuadas através da internet (crescimento de 50% ao ano), demonstra a sua importância neste mercado, com os seus vários intervenientes a terem que se adaptar a esta nova realidade e a lançar novas estratégias, como a criação dos chamados pacotes dinâmicos onde se permite que o cliente faça a escolha das componentes que mais lhe convêm; a inovar, de forma continua, os seus sites e a oferecer serviços adicionais por forma a manterem os seus shares. A crescente competição no sector, derivada da quebra da procura, ampliada com a entrada no mercado de alguns grupos estrangeiros (Halcon, Tui e El Corte Inglés por exemplo), obrigou as empresas de menor dimensão a ter que se reorganizar ou agrupar por forma a poder sobreviver no mercado. As previsões para os próximos anos são de continuidade deste processo de concentração da oferta, pelo que mais pequenas e médias empresas irão desaparecer ou ser absorvidas, em conformidade com as previsões abaixo. Volume de negócios do sector das agências de viagens e operadores turísticos em Portugal, 2003, 2008 e 2013P (EUR milhões) 2003 (%) 2008 (%) 2013P (%) Agências de viagem1 1 185 94.2 1 504 95.1 1 481 2.2% Operadores turísticos 73 3.8% 1.6% TOTAL 0.7% 2.0% 49.9% 24.8% P Previsões. 2003 (%) 2008 (%) 2013P (%) TCMA03-08 TCMA08-13 Pacotes de férias 989.9 50.8 861.5 42.6 945.5 42.4 -2.7% 1.9% Transporte aéreo 354.0 18.2 403.3 19.9 449.8 20.2 2.6% 2.2% Alojamento 284.0 14.6 371.1 18.3 413.2 18.5 5.5% Outros 322.5 16.5 387.8 19.2 420.5 18.9 TOTAL Internet 1 950.4 29.6 2 229.0 2 023.7 1.5 223.9 11.1 676.6 30.4 Indicadores do sector das agências de viagens e operadores turísticos em Portugal, 2003, 2008 e 2013P (Número) 1 258 1 5.8 78 1 582 4.9 76 Var03-08 95.1 319 -23 4.9 5 -2 324 -25 1 557 Estabelecimentos. P Var08-13 Previsões. Fontes: Euromonitor International, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 106 8. Principais players do sector – Agências de viagem (II). O mercado das agências de viagens e operadores turísticos em Portugal é dominado por quatro grandes grupos portugueses que, no ano de 2008, concentraram cerca de 53% do volume de negócios do sector. A Espírito Santo Viagens, operando com as marcas Top Atlântico (exportação e consultora multi-especialista), Carlson Wagonlit Travel (segmento empresarial em parceria com a líder mundial), Tagus (especializada no segmento de lazer para jovens, estudantes e professores) e Netviagens (comércio online) e maior accionista do maior operador turístico do mercado – MundoVip, lidera com uma quota de mercado de 18%. Seguem-se-lhe a ELOCT, resultante da fusão entre a Eloair e a HCT (que opera com a marca Go4Travel) e que assim ultrapassou as Viagens Abreu, e a GeoStar, também resultante de um acordo entre a Star (do Grupo Sonae) e a Geotur (do Grupo RAR). Refira-se que estes quatro grupos representam apenas 26% dos estabelecimentos a operar no sector, existindo uma imensa maioria (74%, mais de 1 100) que disputa menos de metade da produção, muitos dos quais apresentam como característica a sua natureza familiar. De salientar que, a Espírito Santo Viagens possui representatividade internacional significativa com presença em Espanha, França, Itália, Reino Unido, Brasil e Angola. Top 5 do sector das agências de viagem e operadores turísticos em Portugal por volume de negócios, 2008 Top 6 das agências de viagem em Portugal por volume de negócios por estabelecimento, 2008 Share Valor (%) (EUR milhões) Espírito Santo Viagens 361 17.9 ELOCT 259 12.8 Viagens Abreu 229 11.3 GeoStar 219 10.8 Globália Group 71 3.5 Estabelecimentos (Número) (EUR milhões) Geotur 14 5.6 Top Atlântico 70 2.5 109 2.4 61 2.0 120 1.9 92 0.8 Go4Travel Star Viagens Abreu Halcon Fontes: Euromonitor International, Espírito Santo Viagens, ES Research – Research Sectorial. Volume de negócios p/ estabelecimento Nota: Informação sobre os grupos de agências de viagens no Anexo 5. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 107 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 108 9. Oportunidades de negócio (I). O Plano Estratégico Nacional do Turismo (2006-2015), elaborado pelo Ministério da Economia e da Inovação, e aprovado em 2007, tem como objectivo tornar Portugal um dos destinos de maior crescimento na Europa, através do desenvolvimento baseado na qualificação e competitividade da oferta, transformando o sector num dos motores do desenvolvimento social, económico e ambiental, a nível regional e nacional. Novos pólos turísticos Alqueva Litoral Alentejano Oeste Actuação Dinamização de clusters regionais Douro Serra da Estrela Porto Santo Açores Desenvolvimento de planos sectoriais Acessos e rede de transportes competitivos “Via rápida” para a implementação de projectos de elevado valor acrescentado Criação de novo quadro de incentivos Calendário de animação turística regular 10 produtos Gastronomia e Vinho City /Short Breaks Turismo de Natureza seleccionados Touring cultural e paisagístico Golfe Turismo Residencial Saúde e Bem-Estar Turismo Náutico Sol e Mar MICE* Afirmar Marca Campanhas em opinion leaders internacionais Estratégias de internacionalização de marcas Portugal Turismo Eventos de projecção internacional Promoção cruzada de produtos de excelência Iniciativas culturais * Meetings, Incentives, Congresses, Exhibitions. Fonte: Plano Estratégico Nacional do Turismo. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 109 9. Oportunidades de negócio (II). O PENT considera que Portugal dispõe de condições climatéricas e recursos naturais e culturais potenciadoras do desenvolvimento e consolidação dos dez produtos turísticos estratégicos enunciados. Estes foram seleccionados tendo em conta os recursos e factores distintivos do país bem como o seu potencial de crescimento futuro. Com excepção do Sol e Mar, todos os produtos de Turismo de Lazer assumem uma previsão de crescimento anual, no mercado do turismo europeu, acima dos 5% entre 2004 e 2014. Aquele produto foi seleccionado pela sua elevada importância no turismo em Portugal e quota de mercado no turismo mundial. O City Break é o produto onde se espera um crescimento mais elevado (acima dos 13%), sendo o consumidor tipo britânico, alemão ou espanhol. Lisboa e Porto são as cidades onde este produto tem um peso mais significativo e com mais recursos para oferecer ao mesmo. Evolução do Turismo no mercado europeu (produtos estratégicos para Portugal) Crescimento médio anual previsto entre 2004 e 2014 12% 10% Gastronomia e vinhos Turismo Náutico Turismo de Natureza 8% 6% 4% City Break Golfe Saúde e Bem-Estar Touring Cultural e Paisagístico Turismo de Negócios 2% 0% 0% Sol e Mar1 1% 10% Gasto médio (€) por pessoa/dia (estadia + gastos locais) 1 Valores de gasto médio não disponíveis 15% 20% 25% 30% Peso no total de viagens na Europa (%) – procura primária Nota: Para os Resorts Integrados e Turismo Residencial não existe informação sobre o peso no total das viagens na Europa, sabendo-se, no entanto, que cerca de 3 milhões de europeus têm propriedades de alojamento turístico no estrangeiro e que este mercado tem um crescimento previsto de 8-12%/ano. Fontes: Plano Estratégico Nacional do Turismo, ES Research - Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 110 9. Oportunidades de negócio (III). As linhas orientadoras do PENT, para as regiões, são de desenvolvimento de ofertas distintivas alinhadas com a proposta de valor do destino Portugal, capitalizando na vocação natural de cada região e desenvolvendo factores de qualificação, com base nos seus recursos diversificados. Tendo em conta os recursos e factores distintivos de cada região, o seu desempenho de curto/médio prazo irá estar alavancado num conjunto de produtos específicos. Os produtos que em cada região menos contribuem para o volume global de receitas têm, contudo, um efeito positivo ao nível da sazonalidade, diferenciação e qualificação do destino. A curto prazo, os produtos Sol e Mar, Touring e City Break serão os que mais contribuirão para o crescimento das regiões. Contribuição dos produtos para cada região Sol e Mar Touring City Breaks Turismo de Negócios Turismo de Natureza Golfe Resorts Saúde Gastronomia e e Int./Tur. Vinhos Residencial Bem Estar Turismo Náutico1 Algarve Lisboa Madeira (Cross Selling) (Cruzeiros) (Porto Santo) (Porto Santo) (Cruzeiros) Porto e Norte (Porto) 1º nível (Porto) 2º nível Centro (Oeste) (Oeste) 3º nível Açores 4º nível Alentejo Volume de receitas (Litoral Alentejano) (Litoral Alentejano) + (Litoral Alentejano) (Litoral Alentejano) - - + Fontes: Plano Estratégico Nacional do Turismo, ES Research – Research Sectorial. 1Inclui cruzeiros. Diferenciação Redução da sazonalidade Qualificação do destino Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 111 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (I). O golfe, enquanto driver de peso do turismo de alta qualidade, pode aportar valor significativo a um determinado destino, criar sinergias de sucesso com outros produtos do turismo, como os negócios, a saúde e bem estar ou a cultura e património. O Turismo do Golfe é um importante gerador de receitas, não só para os campos de golfe, mas para todos os fornecedores de serviços relacionados. Em 2006, a indústria do golfe gerou receitas directas de EUR 21 mil milhões na economia da região da EMEA1, uma contribuição para o PIB de EUR 14.5 mil milhões, o equivalente ao impacto económico combinado dos seis últimos Jogos Olímpicos (antes de Beijing) na economia dos países anfitriões. Nesse ano, o Turismo do Golfe, na EMEA, gerou receitas directas de EUR 2.7 mil milhões, das quais se estima que cerca de 82% pertençam à Europa. Mais de metade de todas as receitas relacionadas com o turismo dentro da EMEA são provenientes da Europa Ocidental2, em especial de Portugal e Espanha, embora detenham apenas 16% dos campos de golfe existentes. Contribuição da indústria do golfe para o PIB da EMEA1 versus Jogos Olímpicos (a preços 2006) (EUR mil milhões) Valor da indústria do golfe por cluster, EMEA1, 2006 16 Clusters da indústria 14 do golfe 12 Impacto económico Receitas (Impacto directo) (EUR milhões) Receitas totais (EUR milhões) Contribuição para Emprego o PIB (EUR milhões) Atenas 10 Facilidades do golfe3 7 321 34.6% 18 528 35.3% 5 267 36.4% 211 100 47.3% Sydney Investimentos de capitais4 1 915 9.0% 4 057 7.7% 1 394 9.6% 35 500 8.0% 8 Atlanta Fornecedores do golfe5 1 949 9.2% 3 820 7.3% 620 4.3% 14 100 3.2% Barcelona Torneios 361 1.7% 820 1.6% 413 2.9% 4 100 0.9% Seoul Turismo do golfe6 2 737 12.9% 6 533 12.4% 1 935 13.4% 59 800 13.4% Los Angeles Imobiliário do golfe7 6 891 32.5% 18 770 35.7% 4 858 33.5% 121 500 27.2% 14 487 100.0% 6 4 TOTAL 2 0 1 Europa, Golfe Jogos Olímpicos Fontes: KPMG, Oxford Economics and Blake. Médio Oriente e África. 21 174 100.0% 2Integra 52 528 100.0% 446 100 100.0% a França, a Itália, a Espanha e Portugal. Green fees, membership fees, restauração, patrocínios e outros. 3 4 6 5 Equipamento e vestuário. Desenvolvimento de novos campos, expansão dos existentes e outros investimentos. 7 Viagens, alojamento, divertimentos e outros, dos turistas do golfe. Projectos imobiliários associados a campos de golfe. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 112 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (II). Numa indústria que, em 2006, valia, na EMEA1, cerca de EUR 53 mil milhões de receitas (totais) e praticamente meio milhão de empregos, merece destaque o crescimento verificado nos últimos anos, sobretudo, ao nível do Turismo do Golfe e do imobiliário, que conjuntamente aportam praticamente 50% dos EUR 14.5 mil milhões de contribuição para o PIB da região. Numa análise às sub-regiões, é possível observar que esta realidade é bem mais acentuada na Europa Ocidental, onde mais de 80% do PIB gerado pela indústria do golfe é proveniente daquelas áreas. E, é sobretudo em Portugal e Espanha, que este fenómeno é mais notório, fruto do desenvolvimento verificado nas viagens dos entusiastas do golfe para estes dois destinos, que aí acabam por comprar uma casa de férias inserida numa comunidade/empreendimento associado a este desporto. Segundo um research da KPMG e da Oxford Economics, em 2006, existiam mais de 150 projectos imobiliários ligados ao golfe na região da EMEA (que envolviam mais de 17 mil villas, townhouses ou apartamentos), ¾ dos quais no sul de França, Portugal e Espanha. Contribuição para o PIB por cluster nas sub-regiões da EMEA1 100% 90% 34% 80% Imobiliário do golfe2 Turismo do golfe3 70% 60% 13% 50% 3% 4% 40% 10% Facilidades do golfe4 Investimento de capitais5 Fornecedores do golfe6 Torneios 30% 20% 36% 10% 0% Grã-Bretanha Benelux e Irlanda Fontes: HPMG, Oxford Economics. Europa do Norte Europa Ocidental Europa Central Europa Europa Sul Oriental Mediterrâneo Europa, Médio Oriente e África. Projectos imobiliários associados a campos de golfe. 4 Green fees, membership fees, restauração, patrocínios e outros. Médio Oriente 1 3 2 5 6 África do Sul Resto da África EMEA TOTAL Viagens, alojamento, divertimentos e outros, dos turistas do golfe. Desenvolvimento de novos campos, expansão dos existentes e outros investimentos. Equipamento e vestuário. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 113 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (III). Evolução do golfe em Portugal, 1998-2008 (Nº de campos, milhares de jogadores) Evolução do golfe na Europa, 1998-2007 (Nº de campos, milhares de jogadores) 5 600 5 000 4 000 Campos (escala da esquerda) 3 500 4 400 3 000 Nº de jogadores (escala da direita) 3 800 2008 2006 2004 2002 2000 1998 1996 1994 1992 Nº de jogadores (escala da direita) Evolução do golfe em Espanha, 1998-2008 (Nº de campos, milhares de jogadores) 4 500 6 200 20.0 18.0 16.0 14.0 12.0 10.0 8.0 6.0 4.0 2.0 Campos (escala da esquerda) 1990 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 1988 A Europa, onde um em cada 150 cidadãos é golfista, com mais de 6.5 mil campos e 4.3 milhões de jogadores, tem a taxa de participação no golfe mais elevada das três sub-regiões da EMEA. Entre 1998 e 2007, o número de campos de golfe e de jogadores federados mais que duplicou. A Grã-Bretanha e a Irlanda têm, de longe, o maior mercado de golfe da Europa, com cerca de 3 mil campos e 1.5 milhões de jogadores. A Suécia também é um importante destino de golfe e um dos países com mais elevada taxa de participação na Europa. A Península Ibérica é um destino extremamente popular para os golfistas, destacando-se Portugal, quer em termos de procura, quer de oferta, mais que quadriplicando o número de campos (passou de 20 para 89 – só em 2008 abriram 11) e mais que triplicando o número de jogadores, nas duas últimas décadas. 2 500 350 380 300 330 250 280 Campos (escala da esquerda) 200 230 150 Nº de jogadores (escala da direita) 180 2008 2006 2004 2002 2000 1998 1996 1994 1992 1990 1988 30 2006 0 2004 1 000 2002 2 000 2000 80 1998 50 1996 1 500 1994 2 600 1992 100 1990 2 000 1988 3 200 130 Fontes: European Golf Association, ES Research – Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 114 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (IV). Quer seja como principal motivo de viagem, quer apenas como actividade secundária, o golfe atrai milhões de turistas em todo o mundo, contribuindo para a cada vez maior afirmação da indústria do golfe. A procura primária1 de viagens internacionais de golfe assumia na Europa, em 2004, um valor de aproximadamente um milhão de viagens (0.4% do total de viagens de lazer efectuadas pelos turistas deste continente), apontando as estimativas de referência deste mercado para um crescimento médio anual de 7% no espaço de 10 anos, o que implica uma quase duplicação daquele valor. Reino Unido e Alemanha são os principais mercados emissores, com quase 50% das viagens de golfe efectuadas por europeus, e a Suécia é o mercado que apresenta maior taxa de consumidores de golf travel (1.6%). O significativo crescimento das low cost na Europa, nos anos mais recentes, foram fundamentais na crescente facilidade de acesso aos campos de golfe por toda a Europa e, também em Portugal, que deverá continuar a gozar de um crescente interesse por este produto visto ocupar posição de destaque junto dos principais mercados emissores. Melhores destinos de golfe segundo os consumidores, Janeiro 2006 (Percentagens) Holandeses Portugal 20.3 França 15.2 Espanha 14.5 Itália 3.6 Britânicos Espanha 33.3 Portugal 28.3 França 4.2 Franceses Espanha 8.1 França 8.1 Portugal 4.0 Itália 2.7 Espanhóis Espanha 10.1 França 5.6 Portugal 3.4 Itália 2.2 Alemães Espanha 19.8 Portugal 4.1 França 3.7 Italianos R. Unido 42.0 Espanha 4.0 França 3.4 Itália 1.7 Portugal 1.1 Fontes: IPK, IAGTO, European Golf Association, THR, PENT, ES Research – Research Sectorial. Viagens de golfe ao estrangeiro, 2004, 2009P e 2014P (Milhares) TCMA04-14 = 7% 1 967 1 403 1 000 2004 2009 2014 P Previsões. Viagens de golfe ao estrangeiro por mercado emissor, 2004 Mercados emissores Total de Viagens Viagens de Golfe (Milhares) (Milhares) 245 000 Reino Unido Alemanha Viagens de golfe/total de viagens (%) (%) 1 000 100,0 0.4 39 349 253 25.3 0.6 51 685 229 22.9 0.4 Suécia 12 580 199 19.9 1.6 França 18 493 91 9.1 0.5 EUROPA 1Aquela em que o golfe é o motivo principal da viagem. A procura secundária é aquela em que o turista, viajando por outro motivo, ocasionalmente joga golfe no destino. De acordo com o European Travel Monitor (IPK) serão cerca de 1.2 milhões de viagens. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 115 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (V). Tendo em conta os aspectos que mais importância merecem para os turistas de golfe aquando da escolha de um destino, Portugal foi colocado no topo do ranking dos destinos do Turismo de Golfe dos próximos anos, num inquérito realizado no âmbito de um estudo elaborado pela KPMG, em 2008. A maioria dos entrevistados considerou que Portugal era um dos países com mais potencial de crescimento no Turismo de Golfe, antecipando para este um valor superior ao da vizinha Espanha. Principais motivos de escolha de um destino de golfe Não importante (1) Clima Qualidade dos campos Top dos destinos do turismo de golfe nos próximos anos Muito importante (5) Procura modesta (1) Procura forte (5) Portugal Espanha Turquia Preço Acessibilidade Qualidade do alojamento Dubai EUA África do Sul Escócia Nº de campos Irlanda Gastronomia África do Norte Ambientes relaxantes Entretenimento Tradição do golfe Oportunidades para visitas Tailândia, Malásia e Indonésia França México & Caraíbas Inglaterra Europa Oriental Índia Fonte: KPMG – Golf Tour Operator Survey . Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 116 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (VI). Tal como visto anteriormente, na escolha de um destino de golfe, para além das condições climatéricas e acessibilidade do destino, são também importantes a acessibilidade, a qualidade, a imagem e a reputação dos campos. Estes factores são já hoje reconhecidos no destino Portugal como o comprovam o facto de o país ter 10 campos na lista dos 100 melhores da Europa (Espanha tem 12 para um total quase 4 vezes superior a Portugal), os quatro prémios recebidos nos últimos 4 anos e o Portugal Masters, resultado de um contrato entre o European Tour, o Turismo de Portugal e o Grupo Oceânico, realizado nos últimos três anos e que, em 2009, atraiu 40 mil pessoas, que ocuparam mais de 10 mil camas por dia, e teve uma audiência estimada de 500 mil espectadores em 100 países. Prémios da International Association of Golf Tour Operators (IAGTO) Ranking Ano Prémio 2006 Established Golf Destination of the Year ALGARVE 2007 Golf Destination of the Year – Europe LISBON GOLF COAST Golf Resort of the Year – Europe PRAIA D’EL REY GOLF & BEACH RESORT (Oeste) 2009 Ranking dos campos de golfe da Europa Continental Golf Resort of the Year – Europe HOTEL DONA FILIPA & SAN LORENZO GOLF RESORT (Algarve) Fontes: IAGTO, International Golf Travel Awards, Golf World, CNIG. Campo Região 10º Monte Rei Algarve 20º Oitavos Lisboa 24º Oceânico (Old) Algarve 34º Troia Lisboa 35º Praia D'el Rey Oeste 38º São Lorenço Algarve 53º Furnas Açores 71º Oceânico (Victoria) 78º Quinta de Cima Algarve Algarve 90º Porto Santo Madeira Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 117 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (VII). Segundo os organismos oficiais, o golfe criou em Portugal um mercado que gera EUR 1.8 mil milhões de receitas, mobiliza cerca de 300 mil jogadores por ano, 1.4 milhões de voltas e 1.1 milhões de dormidas. Importante produto de combate à sazonalidade induz, ao longo de todo o ano, volumes consideráveis de receitas noutros produtos/serviços como a hotelaria, a restauração, a animação turística e outros. Comparativamente a outro tipo de turistas, estes têm um poder de compra mais elevado, gastam cerca de 60% mais e numa grande variedade de produtos e serviços. Habitualmente vêm integrados num grupo de amigos que também jogam e fazem despesa, vêm na época baixa para jogar e regressam na época alta para fazer férias com a família e muitos acabam por comprar casa (cerca de 25%). Números do golfe em Portugal 1.1% do PIB Nacional 14% do PIB Turístico 24% das Receitas Turísticas 1 800 Despesas de um turista de golfe numa estadia longa1 por rubricas (Percentagens) Outros 15.0 Golfe 26.0 Restauração 18.0 Viagens 21.0 Alojamento 20.0 1 Entre 7 e 9 dias. Perfil do consumidor de viagens de golfe ● 40 e mais anos ● Nível de instrução elevado Gasto médio diário EUR 260 ● Nível socio-económico médio-alto 1.1 1.4 ● Compra pacotes por medida e completos (voo+alojamento+transfers+green fees) ● Compra alojamento em hotéis de 4 e 5* com campos de golfe integrados 0.3 Jogadores (Milhões) ● Compra 1 a 3 vezes por ano (normalmente na Primavera e Outono – alguns também no Inverno) Dormidas (Milhões) Voltas de golfe (Milhões) Receitas (EUR milhões) ● Faz actividades ao ar livre, compras, visitas culturais, participa em competições/torneios, socializa e interage com a natureza e realiza actividades de bem estar Fontes: PENT, KPMG – Golf Tour Operator Survey, IAGTO, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 118 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Golfe (VIII). A variedade de campos de golfe e a sua diferenciação paisagística são factores de diferenciação da oferta portuguesa. Portugal conta com cerca de 90 campos de golfe, maioritariamente distribuídos entre as regiões do Algarve – principal destino de golfe do país (cerca de 40, em duas décadas mais que multiplicou por cinco o número de campos) e de Lisboa1 (cerca de 25), consideradas também as que têm maior capacidade competitiva, e largamente inseridos em resorts (73%). A Madeira e o Alentejo são também regiões consideradas de bom potencial de desenvolvimento. Alemanha, Reino Unido, Escandinávia, Itália e França são os mercados emissores considerados estratégicos para Portugal. Numa estimativa feita com base nos projectos PIN turísticos previstos para os próximos anos (slide 90), que contemplarão campos de golfe, prevê-se que mais de 25 novos campos possam surgir (mais de 68% dos quais no Alentejo), num investimento que deverá superar os EUR 190 milhões. Recentemente2, Portugal oficializou a sua candidatura à organização da Ryder Cup 20183, competição desportiva bienal disputada entre as selecções da Europa e dos EUA, considerada 3º maior evento desportivo mundial a seguir aos Jogos Olímpicos e ao Campeonato do Mundo de Futebol. França, Alemanha, Holanda, Espanha e Suécia são os adversários de Portugal nesta candidatura, que exigirá um investimento superior a EUR 140 milhões, num período de 12 anos, comparticipados pela Ryder Cup Europa4, Turismo de Portugal e parceiros privados. Localização de campos de golfe em Portugal versus outros países da Europa, 2008 4% 12% 14% 3% 34% 73% 23% 47% 22% 25% 20% 8% Portugal 5% 14% 7% França 17% 27% 24% 20% Espanha Itália 1% 1 Park/Open space Resort Área residencial Country Club Fontes: CNIG, AICEP, Universidade do Algarve, ES Research-Research Sectorial. Outros 3 Área geográfica gerida pela Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo. 2 No dia 26 de Fevereiro 2010. O campo escolhido para o efeito é o da Herdade da Comporta. A organização estima que o evento traga ao país 150 mil visitantes, dois mil jornalistas de todo o mundo e venda cerca de 300 mil bilhetes ao longo dos sete dias de competição. 4 Detentora dos direitos comerciais da prova. Em 2006, o impacto económico deste evento foi de EUR 240 milhões. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 119 9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (I). A criação e promoção de um produto turístico associado ao mar que integre várias actividades lúdicas e desportivas (cruzeiros, náutica de recreio, vela, remo, canoagem, mergulho, pesca desportiva, surf, windsurf, caça submarina), a exploração das infra-estruturas de apoio (marinas e portos de abrigo) e a promoção do ordenamento do território e a qualidade urbanística, paisagística e ambiental da orla costeira poderá contribuir para o aperfeiçoamento do nosso principal produto turístico (Sol e Praia), bem como ajudar a combater a sazonalidade, captando novos fluxos turísticos. Segundo alguns estudos sobre este mercado, a náutica movimenta, no mundo, cerca de USD 71 mil milhões/ano, 25 milhões de embarcações de recreio (destacando-se os megaiates, que nos últimos 10 anos terão duplicado) e é um dos mercados que geram mais postos de trabalho por cada dólar investido. Estima-se que o Atlântico seja atravessado anualmente por cerca de 10 a 15 mil embarcações. Náutica no Mundo … • Cerca de USD 71 mil milhões movimentados/ano; • Cerca de 25 milhões de embarcações de recreio; • Está entre os segmentos que geram mais postos de trabalho por dólar investido; • Cada barco acima de 25 pés gera de 3 a 5 empregos directos em serviços (turismo) e 7 em produção (indústria) e comércio; • Um barco gasta em média entre 5% e 8% do seu valor de compra em manutenção anual. Fontes: PENT, Bohm & Walter Garcia, (Portos de Galicia, 2008), ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 120 9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (II). O mercado europeu e mundial da náutica depara-se com alguns constrangimentos, nomeadamente o facto de a procura exceder largamente a oferta, com o número de embarcações construídas por ano bastante superior ao número de lugares de amarração criados, e a dificuldade em viabilizar novos projectos de marinas (devido por exemplo a restritivas legislações ambientais). No contexto europeu, a Finlândia, a Noruega e a Suécia são os países que apresentam o maior rácio de embarcações por mil habitantes. Os países do Sul da Europa (e em especial Portugal) apresentam um rácio bastante reduzido quando comparado com a realidade dos países do Norte, o que demonstra a diferença, no desenvolvimento desta actividade, entre as duas regiões. Apesar de a tendência actual, nos países europeus em que esta actividade é mais desenvolvida, ser de reconversão/adaptação de antigas infra-estruturas portuárias para a náutica de recreio, assim como de construção de infra-estruturas mais ligeiras (pequenos portos de recreio por exemplo), continua a verificar-se uma situação de saturação. Segundo Phil Draper, num artigo em 2006, França é o maior mercado de náutica de recreio da Europa e o segundo do Mundo, a seguir aos EUA. Rácio de embarcações de recreio por mil habitantes, Europa, 2007 Marinas e lugares de amarração na Europa, 2006 País País Costa (Km) Nº de marinas Lugares França 5 500 370 180 000 Holanda 1 150 Nº de Rácio embarcações embarcações de de recreio recreio/1 000 hab Noruega 4 681 793 000 169 Finlândia 5 277 731 200 139 Suécia 9 113 753 000 83 Croácia 4 442 105 000 24 Espanha 7 880 320 107 000 Holanda 16 570 280 000 17 Reino Unido 12 429 180 56 000 Grécia 10 964 130 522 12 Itália 57 900 592 000 10 Reino Unido 60 210 541 560 9 França 61 538 483 823 8 Alemanha 2 400 Portugal 2 830 30 Apenas 30 000 são localizados em zonas costeiras. Os restantes são em canais e bacias interiores. 1 180 0001 População (Milhares) 12 000 Irlanda 4 062 25 830 6 Alemanha 82 400 441 530 5 Portugal 10 586 55 000 5 Fontes: Martinho Fortunato (APPR), João Figueira de Sousa (IDE), André Fernandes (IDE), Ana Carpinteiro (IDE), ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 121 9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (III). A saturação verificada em vários países da Europa “obriga” à procura de infraViagens de Turismo Náutico ao estruturas em regiões com disponibilidade de lugares, qualidade, conforto e estrangeiro, 2004, 2009P e 2014P segurança. Em 2004, a procura primária1 de viagens de Turismo Náutico (Milhões) assumia, na Europa, um valor de aproximadamente três milhões de viagens TCMA = 8/10% (1.1% do total de viagens de lazer efectuadas pelos turistas deste continente), 6.5/7.8 apontando as estimativas de referência deste mercado para um crescimento 4.4/4.8 médio anual entre 8% e 10% no espaço de 10 anos, o que implica mais que a 3.0 duplicação daquele valor. Alemanha e Escandinávia são os principais mercados emissores, com cerca de 40% das viagens de turismo náutico efectuadas pelos 2004 2009 2014 europeus, sendo este último o mercado que apresenta maior taxa de Previsões. consumidores de turismo náutico (2.3%). Entre as actividades náuticas mais consumidas destacam-se o mergulho e a vela (com mais de um milhão de Viagens de Turismo Náutico ao praticantes com licença federativa na Europa), sendo esta última, em todas as estrangeiro por mercado emissor, 2004 suas vertentes, apontada como a actividade de maiores oportunidades. A Viagens de diversidade de possibilidades pessoais, económicas e desportivas, tornam a Mercados Total de Viagens de Turismo TN/total de viagens emissores Viagens Náutico náutica de recreio um mercado de grande potencial. 04-14 P Perfil do turista náutico Consumidores de desporto náutico Consumidores de charter náutico ● Entre 26 e 35 anos ● Entre 30 e 50 anos ● Profissional médio ● Hotéis de 3 estrelas Gasto médio dia entre 80 e 500 € ● Empresário/Profissional liberal ● Hotéis de 4 a 5 estrelas (Milhares) (Milhares) (%) (%) EUROPA 245 000 2 800 100,0 1.1 Alemanha 51 685 679 24.3 1.3 Escandinávia 18 571 423 15.1 2.3 Grã-Bretanha 39 349 249 8.9 0.6 Holanda 17 763 200 7.1 1.1 ● Utilizadores das estâncias náuticas ● Utilizadores das estâncias náuticas França 18 493 178 6.4 1.0 ● Lazer e entretenimento ● Transporte aéreo para chegar ao destino ● Viajam nos meses mais apropriados para o desporto escolhido ● Actividades culturais ● Transporte aéreo ou embarcações próprias para chegar ao destino ● Viajam na Primavera e Verão Espanha 9 103 65 2.3 0.7 Fontes: PENT, THR, ES Research-Research Sectorial. 1Aquela em que o actividade náutica é o motivo principal da viagem. A procura secundária é aquela em que o turista, viajando por outro motivo (normalmente Sol e Praia), pratica actividades náuticas no destino. De acordo com o European Travel Monitor (IPK) serão cerca de 7 milhões de viagens. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 122 9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (IV). Portugal tem uma forte ligação histórica e cultural ao mar, que de espaço de abertura para as descobertas passou a espaço de actividades económicas e mais recentemente a espaço de lazer. Os seus 2 830 km de costa e 620 km de bacias interiores dispoem de condições climatéricas e de navegabilidade excelentes, ampla diversidade paisagística e biológica, que permitem atrair milhares de turistas náuticos de recreio mas que, por vezes não conseguimos reter devido à falta de infra-estruturas de apoio. Ademais, é uma porta de entrada para a Europa para quem vem do continente americano. As marinas (tal como os portos de recreio) são uma infra-estrutura importante não só enquanto base de apoio à actividade náutica e de uma variedade de outras actividades que complementam este produto, mas também pelos seus impactos económicos e sociais. Em Portugal, estas devem ascender a cerca de 30, disponibilizando 12 mil lugares de amarração. A sua maioria encontram-se nas regiões de Lisboa e do Algarve (onde 50% dos 2 700 lugares são ocupados por estrangeiros e onde se encontram as marinas nacionais com mais sucesso turístico) e metade foram galardoadas com bandeira azul. Impactos económicos e sociais das marinas • Criação de emprego; • Emprego de valor acrescentado elevado; • Aumento da venda de embarcações e consumo na indústria náutica; • Efeito significativo sobre o valor dos imóveis; • Impactos no turismo local (atracção turística, animação); • Aumento da qualidade do destino turístico; • Proporcionam as chamadas estâncias náuticas1; • Melhoria da qualidade de vida dos residentes. Onde o turista pode comprar, num só pacote, cursos e actividades náuticas, o equipamento necessário, o alojamento e outras actividades complementares. 1 Marinas e portos de recreio com bandeira azul, NUTS II, 2009 Açores 5 Sul 4 Lisboa 2 Madeira 2 Alentejo 1 Norte 1 Centro 0 Fontes: Martinho Fortunato (APPR), João Figueira de Sousa (IDE), André Fernandes (IDE), Ana Carpinteiro (IDE), Associação Bandeira Azul da Europa, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 123 9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (V). Nos próximos anos deverão estar operacionais em Portugal mais 12 a 14 marinas, um investimento público e privado orçamentado em cerca de EUR 484 milhões. Grandes grupos, como o Lena, a Sonae, a MSF/Marlagos ou a Temple (Vasco Pereira Coutinho), deverão operar esta verdadeira “revolução” no sector, colmatando uma lacuna de oferta na costa nacional e respondendo ao desígnio da política do turismo, que aponta esta área como um objectivo prioritário. Dado o valor envolvido (EUR 200 milhões), destaca-se o projecto da Marina da Barra (Ílhavo, Aveiro) que inclui diversas componentes imobiliárias e cujo promotor é uma empresa detida pela SLN (que já gere a Marina de Albufeira). Os terminais de cruzeiros, outra das grandes apostas do turismo nacional, têm também projectados ou em curso, investimentos da ordem dos EUR 110 milhões, destacando-se a construção de novos terminais em Santa Apolónia (Lisboa) – EUR 55 milhões – e em Leixões (EUR 21 milhões). * Inclui reabilitação da área marginal. ** Valores sem IVA. *** Não inclui valores relativos ao investimento para a instalação de uma infra-estrutura de apoio à náutica de recreio na Praia do Gaio , no concelho da Moita. **** Não inclui o investimento na expansão, não especificado. Fontes: MOPTC, IPTM, Diário Económico, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 124 9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (VI). O PENT define que Portugal deverá ser um destino de referência para cruzeiros na Europa, com os Portos de Lisboa e da Madeira no top 8 europeu. Lisboa é já uma referência nos destinos turísticos internacionais, tendo em conta o volume de passageiros, escalas e viagens inaugurais. Actualmente com três terminais de cruzeiros, o 2º maior porto da Europa em 2008 (dos 103 portos associados da Cruise Europe), irá passar a ter apenas um – o Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia - que permitirá uma melhoria significativa dos seus serviços. A Gare Marítima Internacional do Funchal é um projecto para um porto dedicado ao turismo (navegação turística e de recreio). Em 2009, com um crescimento de 7.5% face ao ano anterior, o Porto do Funchal, passou a ser o que acolheu o maior número de passageiros de cruzeiros, ultrapassando Lisboa, 1º até então. A requalificação do Porto de Ponta Delgada e a construção do Terminal Marítimo para Cruzeiros e Ferries foi uma aposta do Governo Regional dos Açores para revitalizar o turismo e tornar a região e o arquipélago um ponto de referência, em pleno Oceano Atlântico, das principais rotas internacionais. O projecto, denominado Portas do Mar, foi premiado na categoria “Novo Projecto Público” nos Prémios do Turismo de Portugal 2009 e já havia sido eleito em 2008 como 3º melhor Porto de Cruzeiros da Europa pela Sea Trade em Veneza. Fontes: Administração do Porto de Lisboa, Administração dos Portos da Madeira, Administração dos Portos das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 125 9. Oportunidades de negócio – Turismo Náutico (VII). A realização de grandes eventos associados ao mar é uma das formas de o país conquistar projecção turística internacional associada a actividades sustentáveis, de valorização do ambiente, da cultura e património local e de utilização de novas formas de energia, hoje tão relevantes na actividade turística. A Rip Curl Pro Search, uma prova do campeonato mundial de surf para profissionais, que em 2009 se realizou em Peniche (perante a concorrência de Itália, Espanha e Nova Zelândia), é um destes exemplos. Nos 11 dias da prova, que tenta transmitir os valores e preocupações da marca, nomeadamente ao nível ambiental e da responsabilidade social, milhares de espectadores preencheram os areais das praias de Peniche (e os hotéis da região) e as visualizações através do webcast (internet) bateram recordes. Esta prova viria a receber o Prémio de Melhor Evento na atribuição dos Prémios do Turismo de Portugal 2009. Outro exemplo, são as provas de vela e de surf na região do Estoril que, em 2009, geraram receitas de EUR 2.75 milhões e um acréscimo de 10.5 mil dormidas. Promovida pelo velejador Ricardo Dinis (associado a Brian Hancock, que já participou em três regatas à volta do mundo) e apoiada pela Marinha Portuguesa, a Portugal Ocean Race, levará sete meses a cruzar oceanos e pretende ser a regata mais popular a nível mundial. Com saída prevista para 2011, em Portimão, conta com um orçamento de apenas EUR 1.5 milhões, um mínimo de 20 veleiros (dos quais 12 poderão ser construídos em Portugal) e o seu percurso será Portugal–África do Sul-Nova Zelândia-Brasil-Portugal. Tem já entre os seus patrocinadores o Turismo de Portugal, a Martifer, a Nissan, a Taylor’s Port e os Hotéis Tivoli. Fontes: Turismo de Portugal, Portugal Ocean Race, Expresso, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 126 9. Oportunidades de negócio -Turismo de Negócios (I). O Meeting Industry (MI), conceito que começou a ser aplicado a partir de Novembro de 2006 para definir todo o tipo de eventos que de alguma forma estão associados ao Turismo de Negócios, agrega, segundo o PENT, as reuniões, congressos/conferências, seminários, incentivos, exibições, campanhas de lançamento de produtos e actividades de team building. O Turismo de Negócios diz respeito a todas as viagens cujo motivo principal da deslocação é assistir e/ou participar numa reunião, incluindo todas as despesas que estão associadas a viagens de negócios e a eventos do MI (despesas de deslocação, alojamento, refeições, acreditações, transfers, programas complementares e outras). Em 2008, realizaram-se 7 475 encontros internacionais ICCA1, mais 2 374 que em 2000, representando uma taxa de crescimento médio anual de 4.9%. Cerca de 4.9 milhões de participantes estiveram envolvidos nestes encontros (mais 2.3 milhões face ao ano 2003 – TCMA de 13.5%), gerando receitas estimadas de cerca de USD 12 mil milhões. A Europa é o continente com mais eventos organizados (56%) e a Medicina o tema com mais ocorrências (28%). Os meses favoritos para a realização destes eventos são Setembro, Junho, Outubro e Maio. Evolução de encontros internacionais ICCA1, 2000-2008 Participantes (milhões) 5 101 5 069 7 147 7 232 Destinos e temas dos encontros internacionais ICCA1, 2008 7 648 7 578 7 475 Destinos 5 898 5 978 9% 4.9 3% Temas 2% 28% 42% Medicina 11% Europa 2.6 19% 56% 8% Ásia e Médio Oriente 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA),ILM/THR. América Latina 1 América do Norte Austrália África 10% 12% Tecnologia Ciências Indústria Outros Encontros com mais de 50 participantes, regulares e que já tenham percorrido pelo menos 3 países (encontros governamentais excluídos). Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 127 9. Oportunidades de negócio - Turismo de Negócios (II). Desde 2004, os EUA e a Alemanha são os países onde se realizam mais encontros internacionais ICCA. Espanha, Brasil e China Encontros internacionais ICCA por país, 2000 e 2008 registaram subidas relevantes no ranking respectivo entre 2000 e (quota de 2.4%), com a organização de 177 eventos, significando o melhor registo de sempre e uma TCMA muito superior à média (10.4%). Um estudo elaborado pela EIBTM1 e a The Right Solution Limited (The Mood of the Market European Meetings Industry) colocou Portugal na 9ª posição dos destinos mais utilizados para a 2000 2008 Quota (%) 1 2 3 4 EUA Alemanha Espanha França 529 328 209 296 507 402 347 334 6.8 5.4 4.6 4.5 -0.5 2.6 6.5 1.5 5 6 7 8 9 10 Reino Unido Itália Brasil Japão Canadá Holanda 320 235 119 174 163 188 322 296 254 247 231 227 4.3 4.0 3.4 3.3 3.1 3.0 0.1 2.9 9.9 4.5 4.5 2.4 portuguesa com mais visibilidade internacional neste produto, 80 177 2.4 10.4 .. organização de eventos durante o ano de 2008. Lisboa é a cidade TCMA00-08 (%) País 2008. Neste último ano, Portugal posicionou-se em 15º lugar 15 Portugal concentrando praticamente metade dos eventos realizados no país, colocando-se no oitavo lugar do ranking (quota de 1.1%). Em 2009, no Inquérito ao Congressista levado a cabo pelo Turismo de Lisboa, a Encontros internacionais ICCA por cidade, 2000 e 2008 cidade foi eleita como sendo a 2ª melhor do mundo para organização de eventos, logo após Londres, com 98.6% do inquiridos a recomendá-la para congressos e 99.6% para destino turístico. Nesse ano, a revista britânica Business Destination atribuiu o prémio de melhor Bureau europeu ao Lisboa Convention Bureau e o de melhor espaço de conferências da Europa ao Centro de Congressos de Lisboa. 1 European Incentive, Business Travel & Meetings Exhibition. Nota: Informação sobre centros de congressos em Lisboa no Anexo 6. Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA), ILM/THR. 1 1 2 3 4 5 6 6 7 8 9 10 Cidade 2000 2008 Quota (%) Paris Viena Barcelona Singapura Berlin Budapeste Amesterdão Estocolmo Seul Lisboa Copenhaga São Paulo 112 67 56 63 70 52 63 63 30 45 49 16 139 139 136 118 100 95 87 87 84 83 82 75 1.9 1.9 1.8 1.6 1.3 1.3 1.2 1.2 1.1 1.1 1.1 1.0 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio TCMA00-08 (%) 2.7 9.6 11.7 8.2 4.6 7.8 4.1 4.1 13.7 8.0 6.6 21.3 Maio 2010 128 9. Oportunidades de negócio - Turismo de Negócios (III). O Porto, com 38 eventos, surge na 40ª posição do ranking, sendo a 2ª cidade com mais visibilidade no segmento. Estoril (8) e Funchal e Coimbra (7) são as outras cidades portuguesas constantes do referido ranking. Face à realidade observada a nível nacional para este segmento, o PENT estabeleceu como mercados prioritários para o seu desenvolvimento as regiões de Lisboa (1ª prioridade), do Porto e Norte e do Algarve (2ª prioridade) e da Madeira (3ª prioridade). Tornar o Algarve num centro de referência para congressos é o objectivo da recentemente criada Vilamoura Meetings, uma associação entre quatro dos maiores hotéis de cinco estrelas de Vilamoura – o Tivoli Marina Vilamoura, o Tivoli Victoria, o Hilton Vilamoura e o The Lake Resort. A ideia é aproveitar o Centro de Congressos do Algarve (com capacidade para 1 300 pessoas) e o número de camas que os referidos hotéis representam (1 300 quartos) para fazer de Vilamoura um one-stop- shop para os principais compradores e assegurar a realização regular de congressos. Esta associação conta já com o apoio do Turismo de Portugal e mantém conversações com a ANA no sentido de definir novas rotas caso a procura o justifique. Refira-se que, segundo os dados da ICCA, em 2008, 41.5% dos encontros internacionais realizaram-se em hotéis. Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA), ILM/THR, ES Research-Research Sectorial. Nota: Informação sobre centros de congressos no Porto no Anexo 7. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 129 9. Oportunidades de negócio - Turismo de Negócios (IV). A organização dos eventos deste segmento induz um vasto leque de actividades geradoras de negócio: aluguer e decoração do espaço, alojamento, recrutamento de recursos humanos de várias áreas, catering, viagens e transfers. Um estudo recente efectuado pela ILM/THR (Meeting Industry Market Survey) indica que o segmento Meeting Industry representa, no Algarve, entre 12% e 23% do volume de negócios e gera, em média, 4 442 dormidas por estabelecimento. Nas DMC’s1 e nas agências de viagens o segmento representa entre 19% e 37%, sendo nas empresas de animação que aquele valor é mais representativo assumindo valores desde 44% até aos 84%. A actual era da globalização e vida em sociedade também tiveram implicações na vivência do Turismo de Negócios, criando novas necessidades e exigências aos profissionais do segmento. Segundo o estudo atrás referido, as novas tecnologias, as questões relacionadas com a responsabilidade social das Tendências actuais do segmento Meeting Industry Relevância das questões Quantidade de tecnologia relacionadas com a Preocupação com as questões utilizada em reuniões responsabilidade social das ambientais e desenvolvimento empresas sustentável 4.5% 9.1% 18.2% 18.2% Outros empresas e com o ambiente, associadas ao desenvolvimento 50.0% sustentável, e, sobretudo, o factor “experiência única” são temas Utilização de actividades de lazer e entretenimento especialmente relevantes para os consumidores deste segmento. Fontes: International Congress and Convention Association (ICCA), ILM/THR, ES Research- Research Sectorial. 1 Destination Management Company. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 130 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (I). Os últimos anos caracterizaram-se por um conjunto de modificações e factores que influenciaram significativamente alguns segmentos de mercado e o sector turístico, criando novas procuras e consequentemente novas oportunidades para atrair clientela com interesse e potencial acrescido. As novas tendências fizeram emergir um novo grupo de clientes que procuram férias repousantes, contacto intenso com a natureza e o usufruto de um conjunto de serviços orientados para o cuidado com o corpo, que se podem situar na fronteira entre a medicina, a estética, o desporto e o lazer. Segundo a ESPA1, o segmento da Saúde e Bem Estar, na Europa, gera, anualmente um volume de negócios de cerca de EUR 20 mil milhões, emprega mais de 500 mil pessoas e suporta mais de 1.2 milhões de empregos em sectores relacionados. Este segmento é um dos maiores empregadores, na União Europeia, na saúde e no turismo, sobretudo em regiões com pouca indústria. O termalismo, enquadrado neste segmento, articulando a vocação terapêutica e lúdica e oferecendo uma gama de serviços que vão de encontro às novas tendências, afigura-se um recurso turístico de elevado potencial. Megatendências do Turismo de Saúde e Bem Estar “Criação de um sentido” “Relaxamento e lazer” Abrandar o ritmo Desfrutar paz e tranquilidade Recuperar o equílibrio Sentir-se relaxado, saudável e bonito Procurar uma nova forma de vida Ser activo “Alterações demográficas” Emergência crescente de séniores com grande disponibilidade de tempo livre e maiores níveis de rendimento, com crescente predisposição para viajar e que se tornam especialistas em viagens Afinidade à saúde e bem estar 1 “Saúde” Melhorar e manter a saúde ganha mais importância Maior disposição para investir na própria saúde European SPA’s Association. Fontes: ESPA, Joaquim Antunes (ESTIPV), FIT REISEN, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 131 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (II). O Turismo de Saúde (aquele cuja principal motivação é a realização de certos tratamentos), bem como a procura de bem estar, lazer repousante e descanso, têm ganho cada vez mais adeptos. Em 2004, a procura primária1 de viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar assumia, na Europa, um valor de três milhões de viagens (1.2% do total de viagens de lazer efectuadas pelos turistas deste continente), apontando as estimativas de referência deste mercado para um crescimento médio anual entre 5% e 10% no espaço de 10 anos, esperando-se que estas cheguem pelo menos aos 6 milhões. A Alemanha é, de longe, o principal mercado emissor, com cerca de 64% das viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar (TSBE) efectuadas pelos europeus. Estes consumidores são especialmente importantes dado que têm a possibilidade de integrarem os tratamentos, como modo de prevenção, nas coberturas do seu sistema de segurança social. Seguem-se a Escandinávia e a Espanha, com 6.9% e 3.0%, respectivamente. A procura secundária, neste segmento, é também relevante, dando a possibilidade aos destinos turísticos de desenvolver e oferecer ofertas mais atractivas que permitam captar um número elevado de turistas de outros segmentos. “Target groups” para o futuro Viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar ao estrangeiro, 2004, 2009P e 2014P (Milhões) TCMA04-14 = 5/10% 4.9/7.8 3.8/4.8 3.0 2004 2009 2014 P Previsões. Viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar ao estrangeiro por mercado emissor, 2004 Viagens de Turismo de Saúde e Bem Estar (%) (Milhares) Viagens de TSBE/total de viagens (%) Mercados emissores Total de Viagens (Milhares) EUROPA 245 000 3 000 100,0 1.2 GRUPO 1 – 30 Plus GRUPO 2 – 50 Plus Alemanha 51 685 1 907 63.6 3.7 Bons performers, despertos para acções Utilizadores com indicações médicas Escandinávia 18 571 207 6.9 1.1 profiláticas no sentido de manter a boa forma para tratamento de doenças várias Espanha 9 103 89 3.0 1.0 Reino Unido 39 349 80 2.7 0.2 Itália 16 880 62 2.1 0.4 França 18 493 19 0.6 0.1 e prevenir doenças no futuro. Caracterizados por um crescente poder aquisitivo e um interessante grau de fidelização ao binómio 1Aquela empreendimento/destino Fontes: PENT, THR, FIT REISEN, ES Research-Research Sectorial. em que a saúde e bem estar é o motivo principal da viagem. A procura secundária é aquela em que o turista, viajando por outro motivo, pratica actividades relacionadas com a saúde e bem estar, no destino. De acordo com o European Travel Monitor (IPK) serão cerca de 7 milhões de viagens. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 132 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (III). O termalismo, enquanto produto turístico, e dada a sua localização, essencialmente no interior do país, assume importância relevante, podendo contribuir para atenuar assimetrias e desequilíbrios regionais, pelos empregos que gera, actividades que arrasta e fluxos de turistas que atrai. Entre 1998 e 2008, a procura termal no país apresentou uma evolução irregular – depois de dois anos de crescimento negativo (1998 e 1999), seguiu-se um período de três anos de resultados positivos, para se voltar novamente a terreno negativo desde 2003 até 2008. As 74 mil inscrições, em 2008, representam menos 13 mil face ao valor registado em 1998. Já relativamente às receitas, a situação é completamente diferente, apresentando estas, nos 10 anos em análise, uma taxa de crescimento médio anual de 3.6%. O mercado doméstico abarca a quase totalidade da procura deste produto (98.6%) sendo, contudo, de referir que a população portuguesa tem uma baixa propensão para a utilização do termalismo, apenas 0.9% dos portugueses usufruíam do mesmo em 2007, quando países como a Suiça, a Finlândia ou a Alemanha assumiam valores de 6.5%, 9.6% e 11.5%, respectivamente. Em 2008, na fraca representatividade estrangeira no termalismo nacional, destacou-se, contudo, e de longe, a Espanha como principal mercado emissor de aquistas para Portugal, representando mais de metade dos estrangeiros que frequentaram as termas nacionais. Seguiramse-lhe a França (13.9%) e o Reino Unido (3.4%). Nesse ano, este sector gerou receitas de EUR 16 milhões, 1 500 empregos directos, totalizado 11 mil camas de hotelaria e gastos médios por aquista de EUR 216, acrescidos de EUR 300 em hotelaria e EUR 100 em restauração. Fontes: DGEG, Turismo de Portugal, Joaquim Antunes (ESTIPV), ES Research- Research Sectorial. 1 Evolução da frequência termal1 portuguesa, 1998-2008 Inscrições Receitas Ano Número Var. (%) 103 € 1998 87 054 -7.20 1999 83 548 -4.03 2000 85 226 2001 2002 Receita por aquista Var. (%) Euros 11 219 7.50 128.9 10 802 -3.72 129.3 2.01 12 268 13.57 143.9 93 186 9.34 13 684 11.54 146.8 95 586 2.88 16 136 17.92 168.8 2003 91 757 -4.00 16 110 -0.16 175.6 2004 89 827 -2.10 17 893 11.10 199.2 2005 85 841 -4.44 18 036 0.78 210.1 2006 80 508 -6.21 18 437 2.22 229.0 2007 80 018 -1.70 18 892 2.47 236.1 2008 74 074 -7.43 16 006 -15.28 216.1 Ranking da frequência termal1 de não residentes, 2008 2008 Var. face a 2007 Peso Espanha 537 93 51.8% França 144 10 13.9% Reino Unido 35 9 3.4% Suiça 33 -3 3.2% Alemanha 31 -27 3.0% Outros 257 131 24.8% País Dados relativos apenas à vertente “termalismo clássico”. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 133 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (IV). Apesar do ainda baixo usufruto das estâncias termais pelos portugueses, existem já algumas com relativa importância. As Termas de S. Pedro do Sul destacam-se, fortemente, no panorama nacional do sector. Com uma frequência de cerca de 17 mil aquistas em 2008, esta estância já chegou a atingir os 25 mil, entre 2001 e 2004, podendo esta queda ficar a dever-se às obras de remodelação que entretanto foram levadas a efeito (nos últimos anos foram realizados investimentos públicos e privados na requalificação dos equipamentos termais e da hotelaria da ordem dos EUR 30 milhões). Segundo informação da autarquia onde se insere, no 1º semestre de 2009, esta estância terá aumentado a sua ocupação em 11%, face ao período homólogo do ano anterior, fazendo com que passasse a ser a mais frequentada da Península Ibérica. Uma análise mais detalhada, permite observar que, num universo de 40 estâncias, apenas mais duas, para além das que integram o top 10, apresentam, em 2008, frequência acima de 2 mil aquistas (Monte Real e Cúria). Em termos de receitas, o valor médio nacional por aquista, naquele ano, situava-se em EUR 216.1, existindo estâncias com valores claramente acima daquela média (13, com as Termas da Felgueira a destacar-se) e outras com valores muito abaixo (conforme mapa do Anexo 8). Top 10 das termas nacionais por nº de inscrições, 2008 TERMAS DE S. PEDRO DO SUL 17 017 Top 10 das termas nacionais por receitas, 2008 (EUR milhares) TERMAS DE S. PEDRO DO SUL 4 508 CALDAS DE CHAVES 6 374 TERMAS DA FELGUEIRA 1 487 BANHO DE ALCAFACHE 4 723 CALDAS DE CHAVES 1 157 Top 10 das termas nacionais por receita por aquista, 2008 (EUR) TERMAS DA FELGUEIRA 329.6 TERMAS DA LADEIRA DE ENVENDOS 311.0 TERMAS DE S. VICENTE 307.6 TERMAS DO LUSO 285.7 CALDAS DE MONCHIQUE 280.2 TERMAS DA FELGUEIRA 4 511 BANHO DE ALCAFACHE 796 TERMAS DE CALDELAS 3 811 TERMAS DE CALDELAS 766 CALDAS DE S. JORGE 3 655 CALDAS DE S. JORGE 735 TERMAS DO CARVALHAL 3 456 CALDAS DE AREGOS 276.5 TERMAS DE MONFORTINHO 568 TERMAS DE S. PEDRO DO SUL 264.9 TERMAS DO GERÊS 3 443 CALDAS DE VIZELA 505 CALDAS DE VIZELA 253.8 TERMAS DA SULFÚREA 2 731 TERMAS DA SULFÚREA 503 CALDAS DA RAINHA 245.4 TERMAS DE MONFORTINHO 2 358 TERMAS DO CARVALHAL 498 TERMAS DE MONFORTINHO 240.9 Fontes: DGEG, Turismo de Portugal, Joaquim Antunes (ESTIPV), ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 134 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (V). Factor primordial na avaliação da capacidade competitiva de Portugal neste segmento é a quantidade e, sobretudo, a qualidade dos recursos existentes. O país conta com uma grande variedade de estâncias termais, maioritariamente concentradas no Norte e Centro, devido à riqueza hidrogeológica destas regiões. Inicialmente constituídas como estâncias de cura foram, ao longo dos tempos, afectadas pelo desenvolvimento dos hábitos turísticos, sendo relegadas para segundo plano quer em termos de clientela quer em termos de investimentos. Porém, nos últimos tempos novos horizontes parecem ter-se aberto para o termalismo português – a remodelação de grande parte das infra-estruturas de muitas estâncias termais veio permitir revitalizar o sector, quer na vertente terapêutica quer enquanto centros turísticos, permitindo a passagem para um novo conceito: o Termalismo de Saúde e Bem Estar. Conjugada com a oferta de novos produtos e serviços relacionados com o bem estar, cada vez mais “exigidos”, estas acções permitem uma abordagem mais motivante para uma clientela maior, mais diversificada e interessada pela oferta, como o demonstra a evolução do quadro abaixo. Em três anos, o Bem Estar e Lazer motivou mais cerca de 9 mil pessoas a utilizar as termas nacionais, um crescimento médio anual de 14.2%, passando esta classe de termalistas a representar 28% dos utilizadores totais (18% em 2005). Evolução da procura termal em Portugal, 2005-2008 2005 2006 2007 2008 Quota Var05-08 Termalismo clássico 80 309 76 999 74 539 68 046 72.1% -12 263 -5.4% Bem Estar e Lazer 17 730 22 049 24 107 26 385 27.9% 8 655 14.2% 98 039 99 048 98 646 94 431 TCMA05-08 Fontes: Associação das Termas de Portugal, Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Distribuição geográfica das termas nacionais1, 2009 1 Melgaço 2 Monção 3 Gerês 4 Chaves 5 Vidago (2) 6 Carvalhelhos 7 Caldelas 8 Taipas 9 Pedras Salgadas (2) 10 Caldas da Saúde 11 Vizela 12 S. Vicente 13 Entre-os-Rios 14 Aregos 15 Longroiva 16 S. Jorge 17 Carvalhal 18 Cavaca 19 Fonte Santa 20 S. Pedro do Sul 21 Vale da Mó 22 Sangemil 23 Felgueira 24 Alcafache 25 Curia 26 Luso 27 Manteigas 28 Cró 29 Unhais da Serra 30 Monfortinho 31 Ladeira de Evendos 32 Monte Real 33 Salgadas 34 Caldas da Rainha 35 Vimeiro 36 Fadagosa de Nisa 37 Monte da Pedra 38 Cabeço de Vide 39 Estoril 40 Monchique 41 Furnas 1 Associadas das Termas de Portugal. (2) Encerradas em 2008. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 135 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (VI). Os SPA’s são outro dos recursos que Portugal pode, e deve, utilizar para competir no segmento da Saúde e Bem Estar. Constituindo refúgios para, entre outras coisas, reencontrar estilos de vida saudáveis, e proporcionando experiências únicas e personalizadas; estas infra-estruturas vão de encontro às tendências actuais do segmento. A capacidade de surpreender, pela diversidade de programas e técnicas proporcionadas, e as comodidades/serviços oferecidos, sempre aliadas a elevados padrões de qualidade, quer das infra-estruturas quer do pessoal, são factores diferenciadores e que concorrem para a competitividade do destino. O país dispõe já de instalações modernas, inseridas em hotéis e resorts de categoria superior, mas ainda muito concentrados nas principais regiões turísticas e insuficientes para posicionar-se como wellness destination. Segundo a ESPA1, em 2007, Portugal tinha 34 SPA’s, menos que a Grécia, um terço dos que tinha a Turquia e quase quatro vezes menos que Espanha. Os desafios que o sector coloca aos seus investidores (nomeadamente de manutenção dos preços a nível competitivo sem comprometer a marca, construir excelentes programas com produtos e serviços de realce e cumprir com a responsabilidade social da empresa, operar optimizando resultados e ao mesmo tempo respeitar o meio ambiente e habilitar os recursos humanos) “exigem” uma gestão especializada e experiente, que por vezes implica a associação a uma marca reconhecida nessa área. É o caso da Banyan Tree2, marca mundialmente reconhecida neste sector e que surgiu em Portugal associada ao Angsana SPA do Tivoli Marina Vilamoura e ao Elements SPA by Banyan Tree no Tivoli Victoria. Agora também reforçada com SPA’s no Hotel Palácio (Estoril) e no Tivoli Lisboa, a sua presença no país prevê também a abertura, em 2013, do Banyan Tree Alqueva. 1 Fontes: Turismo de Portugal, THR, Banyan Tree, ES Research-Research Sectorial. SPA’s na Europa, 2007 Países SPA’s Alemanha Espanha 241 128 França 126 Turquia 100 Grécia 50 Sérvia 40 Portugal 34 República Checa 34 Hungria 32 Suiça 21 European SPA’s Association. Finalista dos prémios Tourism for Tomorrow (do WTTC), na categoria Prémio Negócio Turístico Global, a atribuir em Maio 2010. 2 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 136 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (VII). Com o objectivo de fazer ressurgir as estâncias termais como modernos pólos turísticos de procura crescente, aproveitando a grande diversidade de águas termais com fins terapêuticos e a extensa costa litoral que permite um incremento dos centros de talassoterapia, com capacidade para proporcionar uma oferta distintiva de Saúde e Bem Estar, o Turismo de Portugal apoiou financeiramente, nos últimos anos, cerca de 10 projectos, inovadores e diferenciadores ao nível da requalificação de estâncias termais, que envolveram investimentos de cerca de EUR 50 milhões (Anexo 9). Também os SPA’s, integrados em hotelaria de qualidade superior e associados a marcas mundialmente reconhecidas e, como tal assumidos potenciais de desenvolvimento do produto Saúde e Bem Estar, foram incluídos nestes apoios, tendo sido apoiados 10 projectos, num investimento global de EUR 180 milhões (Anexo 9). Os investimentos realizados nos últimos anos, quer públicos quer privados, muitos integrados em resorts ou em espaços de grande envolvente natural, são reconhecidos, por entidades de referência do sector, como tendo atribuído capacidade competitiva ao país, nomeadamente a nível europeu. Exemplos de investimentos realizados na área da Saúde e Bem Estar Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 137 9. Oportunidades de negócio – Turismo de Saúde e Bem Estar (VIII). Segundo um estudo elaborado pela Euromonitor International, o Turismo de Saúde e Bem Estar tem grande potencial em Portugal, sobretudo ao nível dos hotel/resort SPA’s e das termas. Segundo aquela entidade, o Turismo de Saúde e Bem Estar gerou um volume de negócios de cerca de EUR 270 milhões, em 2008, traduzindo um crescimento médio anual da ordem dos 7.4%, entre 2003 e aquele ano. Os SPA’s foram responsáveis por quase 70% do volume de negócios, tendo-se destacado os hotel/resort SPA’s com um incremento de 14.6% ao ano. A previsões para 2013 apontam para a consolidação desta tendência, com os hotel/resort SPA’s a assumirem um crescimento médio anual de mais de 41% e a atingirem um valor que representa 35% do volume de negócios dos SPA’s. O volume de negócios esperado para o Turismo de Saúde e Bem Estar, em 2013, é de EUR 541 milhões, representando um crescimento médio anual de cerca de 15%. A aposta para Portugal, como destino de Saúde e Bem Estar, parece, assim, passar, também, pela articulação das várias vertentes (terapêutica, lúdica) e combinação/complementaridade com outros produtos/serviços (golfe, turismo de natureza, cultural, gastronomia e vinhos), inovando, por forma a atrair e satisfazer os turistas. Volume de negócios no Turismo de Saúde e Bem Estar em Portugal, 2003, 2008 e 2013P (EUR milhões) SPA’s Hotel/resort SPA’s Outros SPA’s Outros Turismo de Saúde e Bem Estar 2003 (%) 2008 (%) 2013P (%) TCMA03-08 TCMA08-13 136.2 72.3 185.7 68.8 366.9 67.8 6.4% 14.6% 11.5 8.4 22.7 12.2 128.5 35.0 14.6% 41.4% 124.7 91.6 162.9 87.7 238.4 65.0 5.5% 7.9% 52.3 27.7 84.2 31.2 174.5 32.2 10.0% 15.7% 7.4% 14.9% 188.5 269.9 541.4 P Previsões. Fontes: Euromonitor International, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 138 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 139 10. Comparações internacionais – Turismo na economia de Portugal, Espanha, Grécia e França. Portugal Espanha Grécia França Peso do Turismo1 no PIB (2008) 10.4% 10.5% 18.0% 6.4% Peso do Turismo no emprego (2008) 8.0% 12.6% 16.5% 4.3%a Peso do Turismo nas exportações totais (2009P) 14.6% 15.3% 24.6% 10.3% Peso do Turismo nas exportações de serviços (2009P) 42.6% 43.3% 38.5% 34.6% Receitas turísticas (variação 2008/2009) -7.1% -9.0% -10.6% -7.6% 4.5 8.6 5.9 4.7 3.7 dias 9.5 dias 9.6 dias 6.7 dias Gasto médio turista (2008) EUR 601.6b EUR 907.3 EUR 730.0 EUR 476.7b Gasto médio diário turista (2008) EUR 162.6 EUR 95.5 EUR 76.3 EUR 71.1 Chegadas internacionais de turistas (Variação 2008/2009) -8/9% -8.7% -6.4% -6.0% Taxa de ocupação 2008 2009P 57.1% 51.4% 56.6% 51.5% EUR 36.9 EUR 32.1 EUR 40.9 EUR 35.6 Intensidade turística2 (2007) Estadia média (2008) RevPAR (Rendimento médio por quarto disponível) 2008 2009P Principais mercados emissores (2008) n.d. – Não disponível. 1 Consumo Turístico Interior. b 2 56.7% n.d. 61.4% 58.1% n.d. n.d. EUR 58.0 n.d. Espanha: 20.4% Reino Unido: 27.6% Alemanha: 13.7% Reino Unido: 17.3% Reino Unido: 17.7% Alemanha: 17.6% Reino Unido: 12.0% Alemanha: 14.8% França: 16.1% França: 14.3% França: 8.1% Bélgica/Luxemburgo: 11.7% Dormidas/População Residente. a Valores de 2007. P Provisório. Estimativa ES Research – Research Sectorial com base nos valores das receitas turísticas. Fontes: Eurostat, INE, Turismo de Portugal, INE Espanha, Banco de Espanha, Bank of Greece, Banque de France, INSEE – Direction du Tourisme, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 140 10. Comparações internacionais – Ocupação hoteleira em regiões de Portugal e Espanha, 2008 e 2009P. Dormidas1 2008 2009P Variação Valor (%) Hóspedes1 2008 Variação 2009P Taxa de Ocupação2 Valor (%) 2008 2009P Variação RevPAR3 Valor (%) 2008 2009P Variação Valor (%) Lisboa 8 410 7 983 -427 -5.1 3 818 3 675 -143 -3.7 63.3 57.2 -6.1 -9.6 49.7 40.9 -8.8 -17.7 Madrid 17 078 16 575 -503 -2.9 9 170 8 868 -302 -3.3 61.0 54.5 -6.5 -10.7 58.0 45.7 -12.3 -21.2 Norte 4 250 4 309 59 1.4 2 413 2 491 78 3.2 49.3 49.4 0.1 0.2 28.2 26.6 -1.6 -5.7 Galiza 7 790 7 449 -342 -4.4 3 533 3 402 -130 -3.7 39.8 36.2 -3.6 -9.0 21.6 19.4 -2.2 -10.1 Centro 3 880 3 784 -96 -2.5 2 104 2 070 -34 -1.6 41.5 38.9 -2.6 -6.3 21.3 19.7 -1.6 -7.5 Castela e Leão 7 611 7 162 -449 -5.9 4 390 4 195 -196 -4.5 39.7 36.4 -3.3 -8.4 23.1 20.9 -2.2 -9.6 Algarve 14 265 12 973 -1 292 -9.1 2 928 2 740 -188 -6.4 60.3 51.9 -8.4 -13.9 40.7 36.8 -3.9 -9.6 Andaluzia 44 172 40 656 -3 516 -8.0 15 769 14 303 -1 466 -9.3 53.1 48.0 -5.1 -9.6 39.4 35.2 -4.3 -10.8 Alentejo 1 086 1 135 49 4.6 664 670 6 0.9 44.4 41.6 -2.8 -6.3 26.4 25.7 -0.7 -2.7 Extremadura 2 094 2 074 -20.0 -1.0 1 139 1 146 7 0.6 37.6 35.1 -2.5 -6.6 23.1 20.9 -2.2 -9.4 Madeira 6 208 5 514 -694 -11.2 1 176 1 060 -116 -9.9 64.4 58.0 -6.4 -9.9 39.3 32.2 -7.1 -18.1 Açores 1 128 1 006 -122 -10.8 353 328 -25 -7.2 49.2 43.2 -6.0 -12.2 27.1 24.8 -2.3 -8.5 Canárias 49 400 45 284 -4 116 -8.3 7 515 6 565 -950 -12.6 72.5 65.1 -7.4 -10.3 54.3 47.3 -6.9 -12.8 Baleares 49 633 46 055 -3 578 -7.2 7 963 7 174 -789 -9.9 62.7 59.0 -3.7 -5.9 40.4 36.7 -3.7 -9.2 1 Milhares. 2 Percentagem. 3 Rendimento médio por quarto disponível (EUR). P Provisório. Fontes: INE, Turismo de Portugal, INE Espanha, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 141 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 142 11. Impacto do TGV no Turismo (I). A Deloitte, em colaboração com a CTP1 e com o apoio do CISEP2, elaborou para a RAVE3, em Janeiro passado, um estudo cujo objectivo era analisar, qualitativa e quantitativamente, os impactos do transporte ferroviário de Alta Velocidade no turismo nacional. Para a análise de benchmark efectuada foram identificadas duas linhas de alta velocidade actualmente em actividade na Europa (Madrid-Sevilha e Paris-Lyon-Marselha), considerando diversos critérios, nomeadamente: de comparabilidade, de relevância no contexto em que se inserem, informação histórica disponível, estabilização dos efeitos nos territórios em causa. Segunda aquela consultora, a informação obtida de várias fontes para estas linhas permite afirmar, ainda que com algumas reservas, que em Espanha e França, no geral, e nas províncias de Madrid e Sevilha e regiões de Paris, Lyon e Marselha em particular, a introdução da Alta Velocidade contribuiu para aumentar a actividade turística, a competitividade dos destinos, a qualidade das infra-estruturas e o investimento no sector. Para o nosso país, o estudo aponta como oportunidades resultantes da introdução da Alta Velocidade: a ampliação do mercado turístico potencial, o aumento do número de viagens/visitantes e o aumento da atractividade e da competitividade do destino Portugal. O aumento do fluxo turístico nas regiões servidas pela Alta Velocidade e o surgimento de novos segmentos de mercado com características e necessidades distintas, implicará, entre outros, o desenvolvimento de novos serviços e infra-estruturas turísticas e a adequação da oferta existente. Em virtude das características do projecto da Alta Velocidade e da procura que caracteriza o território nacional, é expectável que produza efeitos mais acentuados no Turismo de Negócios e no City Breaks e, em menor grau, no Touring Cultural e Paisagístico e no Turismo Residencial. As regiões da Grande Lisboa, do Algarve e do Grande Porto, por serem servidas directamente pela rede e por se tratarem dos principais pólos de desenvolvimento turístico, serão as mais beneficiadas com o projecto, quer em termos de VAGT, quer de criação de emprego e de aumento da procura turística. Os resultados obtidos (slide seguinte) tiveram como pressupostos (para os três cenários): a manutenção do gasto médio diário a preços constantes de 2006, a manutenção da estada média e da produtividade média dos factores trabalho e capital e dos coeficientes técnicos da Conta Satélite do Turismo, as linhas Lisboa-Porto, Lisboa-Madrid e Porto-Vigo (parcialmente) em funcionamento em 2015 e as linhas Porto-Vigo (completa), AveiroSalamanca e Évora-Faro-Huelva em funcionamento em 2030. Acresce ainda a existência, em 2015 e 2030, de 8 a 20 circulações diárias por sentido de comboios de Alta Velocidade. Fontes: Deloitte, ES Research-Research Sectorial. 1 Confederação do Turismo de Portugal. 2 Centro de Investigação sobre a Economia Portuguesa (ISEG, UTL). Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio 3 Rede de Alta Velocidade. Maio 2010 143 11. Impacto do TGV no Turismo (II). Cenário conservador1 2015 2030 VAGT em 2006 EUR milhões 6 378.0 1 Crescimento da procura Portugueses: 0.1%/ano Espanhóis: 1.0%/ano Actividades características do turismo Hotéis e similares Residências secundárias por conta própria Restaurantes e similares Transportes Transportes aéreos Aluguer de equipamento de transporte de passageiros Agências de viagens, operadores turísticos e guias turísticos Cultura, desporto, recreação e lazer Actividades não características do turismo ACRÉSCIMOS - TOTAL VALOR ESTIMADO PARA O VAGT (EUR milhões) EMPREGO em 2006 416 790 postos de trabalho (PT’s) 2 Crescimento da procura Portugueses: 0.25%/ano Espanhóis: 2.0%/ano 3 Crescimento da procura Portugueses: 0.5%/ano Espanhóis: 3.0%/ano Actividades características do turismo Hotéis e similares Residências secundárias por conta própria Cenário base2 2015 2030 Cenário optimista3 2015 2030 24.5 7.7 223.1 69.5 51.0 15.9 494.7 154.2 81.0 25.2 836.5 260.7 2.4 5.3 6.4 1.9 0.8 0.7 1.2 2.9 21.9 48.2 58.6 17.0 7.6 6.6 10.7 26.4 5.0 11.0 13.4 3.9 1.7 1.5 2.4 6.0 48.6 106.8 129.9 37.8 16.9 14.6 23.7 58.5 7.9 17.5 21.3 6.2 2.8 2.4 3.9 9.6 82.1 180.6 219.6 63.9 28.5 24.7 40.1 98.9 27.4 249.4 57.0 553.1 90.6 935.4 6 405.4 6 627.4 6 435.0 6 931.1 6 468.5 7 313.4 260 n.a. 2 366 n.a. 541 n.a. 5 246 n.a. 859 n.a. 8 872 n.a. Restaurantes e similares 1 000 9 084 2 076 20 146 3 298 34 067 Transportes ferroviários Transportes rodoviários Transportes marítimos Transportes aéreos 18 158 9 39 167 1 431 79 355 38 327 18 81 371 3 174 175 788 61 520 29 129 628 5 368 296 1 333 90 16 37 814 141 337 186 32 77 1 805 313 748 296 51 122 3 052 529 1 264 52 116 1 794 469 1 055 16 300 107 241 3 725 1 041 2 339 36 147 170 383 5 918 1 760 3 956 61 126 Serviços auxiliares dos transportes Aluguer de equipamento de transporte Agências de viagens, operadores turísticos e guias turísticos Serviços culturais Desporto, recreação e lazer ACRÉSCIMOS - TOTAL VALOR ESTIMADO PARA O EMPREGO (PT’s) Acréscimoa 418 584 433 090 420 516 452 937 422 708 477 916 0.04 12.41 0.34 12.72 0.08 12.46 0.77 13.15 0.14 12.51 1.36 13.74 HÓSPEDES em 2006 12.38 milhões TOTAL ESTIMADOa DORMIDAS em 2006 37.57 milhões 0.09 0.80 0.19 1.81 0.32 3.18 TOTAL ESTIMADOa 37.66 38.37 37.76 39.38 37.88 40.75 Acréscimoa TOTAL ESTIMADOa 0.23 11.52 2.07 13.36 0.45 11.74 4.49 15.78 0.68 11.97 7.33 18.62 EXCURSIONISTAS em 2006 11.29 milhões Fontes: Deloitte, ES Research-Research Sectorial. Acréscimoa a Valores em milhões. n.a. – não aplicável. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 144 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 145 12. Tendências, políticas e reflexões (I). Os tradicionais destinos turísticos mundiais enfrentam, hoje, um conjunto de novas realidades (novos destinos, novas exigências dos consumidores, mais alternativas para os turistas), que implicam uma visão para o futuro acente em aspectos imprescindíveis como : a sustentabilidade, a inovação, a flexibilidade, a diversificação, a formação do pessoal, a Economia Verde e o online. Face à erosão do seu poder de compra, os turistas alteraram os seus padrões de consumo - continuam a fazer férias mas tencionam gastar menos sem, contudo, abdicar da qualidade de serviço a que estão habituados. Eventualmente cortarão em algumas despesas consideradas supérfulas, procurarão destinos mais próximos, procurarão optimizar os preços das viagens e modalidades de alojamento com preços mais acessíveis (por exemplo o “all inclusive” – que na Thomas Cook, 2º maior operador europeu, representa cerca de 50% da procura). Isto implica um papel importante dos agentes da distribuição na construção de pacotes atractivos e competitivos, da adaptação da oferta, procurando soluções inovadoras que permitam manter a competitividade sem prejudicar a qualidade oferecida, e das empresas adaptando o modelo de negócio e a oferta às tendências da procura. O turista, hoje, é, também, mais sensível à opinião dos outros, espera um grau de satisfação de 100% e quando tal não acontece recorre a ferramentas poderosas (blogues, sites de opinião) que podem afectar significativamente a actividade dos prestadores de serviços e dos destinos. No futuro, e a nível do alojamento, por exemplo, a tendência poderá ser para o desaparecimento do sistema de classificação através da atribuição de estrelas por oposição a um sistema baseado em opiniões e grau de satisfação dos clientes. O “last minute booking” tem vindo a acentuar-se (cerca de 70% das viagens efectuadas em Dezembro de 2009 foram compradas nesse mesmo mês), assim como a escolha de um destino em função das experiências desejadas (importância do “tailored package” por exemplo para segmentos de luxo). Fonte: ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 146 12. Tendências, políticas e reflexões (II). O poder das novas tecnologias aplicadas ao sector é também uma realidade com impactos relevantes – a internet ou mesmo os mobile phones dão oportunidades a novos destinos e a possibilidade de os turistas elaborarem os seus próprios packages (crescimento do DIY – Do It Yourself), dinâmicos, por oposição aos tradicionais standard, já para não falar nas implicações que provocam ao nível dos preços. O “lazer-negócio”, passageiros de negócios que aumentam as estadias por mais alguns dias, e que por vezes convidam outras pessoas para os acompanhar, é uma tendência que se prevê ser para continuar. As acessibilidades continuam a ser um ponto fundamental na estratégia de evolução dos destinos turísticos, nomeadamente ao nível da criação de novas rotas para mercados com grande potencial de procura. Alguns mercados destacam-se, quer pela sua performance nos últimos anos, quer porque as perspectivas próximas futuras são de continuidade da tendência verificada: Os países emergentes (China, Índia, Brasil) que pela sua dimensão e progresso económico e social crescem a um ritmo superior à média, quer em turismo doméstico, quer em outbound – a que acrescem ainda os efeitos de grandes eventos internacionais como a Expo Shangai (na China, este ano) e o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil; Os destinos emergentes do Mediterrâneo - Croácia, Egipto, Chipre, Turquia e Marrocos – concorrendo, em preço e produto, com destinos como Portugal e Espanha. A este propósito refira-se que, em 2009, ano especialmente adverso para os principais destinos turísticos, quer Marrocos, quer a Turquia, registaram crescimentos nas chegadas internacionais de turistas (1.7%1 e 1.6%, respectivamente). Acrescente-se ainda, o facto de o Governo da Turquia ter definido como objectivo colocar o país no top five dos destinos turísticos mundiais nos próximos 15 anos, atraindo cerca de 63 milhões de turistas em 2023. Fontes: Exceltur, Deloitte, ES Research-Research Sectorial. 1 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Até Outubro. Maio 2010 147 12. Tendências, políticas e reflexões (III). Alguns destinos mais consolidados viram, nos últimos tempos, o desenvolvimento da sua actividade significativamente afectado, por via da situação económica, financeira e social mundial, vivida, de forma mais profunda, em alguns dos seus principais mercados emissores – casos de Espanha, Grécia e Portugal. Nestas circunstâncias, o turismo interno foi uma aposta claramente assumida, quer para Portugal, quer para Espanha, com campanhas de promoção próprias que, dada a proximidade e importância dos fluxos entre os dois países, pretenderam também chegar ao mercado vizinho (no caso português ao que parece com sucesso dado o aumento de 5.4% nas dormidas de espanhóis em Portugal, em 2009). Esta é uma estratégia que se irá prolongar no futuro próximo, no caso de Portugal a campanha “Descubra um Portugal Maior”, com uma dotação orçamental de EUR 4 milhões, vai ter continuidade em 2010 e estender-se às comunidades emigrantes e luso-descendentes de França, Venezuela e África do Sul, com especial enfoque neste último mercado, dada a presença da selecção nacional no Mundial de Futebol. Tendo assumido o Turismo como um vector estratégico para o desenvolvimento do país, com crescente protagonismo na correcção de assimetrias regionais, no desenvolvimento local, na criação de emprego e na qualificação sustentável do país, o Governo procedeu, nos últimos anos, a uma reforma estrutural, organizacional e do quadro legislativo do sector. O PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo), aprovado no início de 2007 e que definiu a estratégia a longo prazo para o sector, foi o ponto de partida, a que se seguiram a Lei de Bases do Turismo, o lançamento de um conjunto de medidas conducentes à criação de condições favoráveis ao investimento público e privado (PIT1, Linha de Crédito ao Investimento no Turismo em parceria com o sector financeiro), a reestruturação do sector público do Turismo (concentração de todas as competências no Turismo de Portugal, criação das Entidades Regionais e dos Pólos de Desenvolvimento Turístico), a reforma do relacionamento Estado/Empresas (menos burocracia, melhor fiscalização, maior responsabilização), a criação de um ambiente de estímulo à inovação das empresas (SII&DT2, SI Inovação3, SI Qualificação de PME’s4 e a qualificação dos recursos humanos. Programa de Intervenção do Turismo. 1 Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico. Sistema de Incentivos à Inovação. 4 Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME’s. 2 3 Fontes: Secretaria de Estado do Turismo, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 148 12. Tendências, políticas e reflexões (IV). Em 2008, tendo em vista a diversificação dos mercados emissores e a aposta nos mercados emergentes, nomeadamente os asiáticos, foram desenvolvidas, pelas entidades governamentais, acções de promoção em Seul, Pequim e Shangai, onde foram estabelecidos acordos com alguns dos principais players e definidas estratégias. Já antes, também a Rússia e o Brasil, tinham sido alvo de acções de promoção, com resultados positivos, como se pode observar pelos dados que reflectem a sua evolução. Em 2009, a Polónia e a Finlândia passaram também a integrar este grupo. Ao mesmo tempo, foram colocados 11 Directores de Turismo nos principais mercados emissores, coordenando a actividade promocional em 21 países, e aportando conhecimento sobre os respectivos mercados às empresas portuguesas do sector. Face à evolução económica e financeira, entretanto surgida, o Governo pôs em prática um plano de apoios financeiros com condições especiais para proporcionar às empresas melhores condições para fazer face à conjuntura internacional (Programa + restauração, Linha de Crédito para o Turismo, PME Investe I, II, III, IV e V) – segundo informação das entidades governamentais mais de 3 mil empresas terão sido apoiadas. A Sustentabilidade é um dos três princípios1 em que devem assentar as políticas públicas do Turismo, como o define a Lei de Bases do Turismo Nacional2, que devem fomentar a fruição e utilização dos recursos ambientais com respeito pelos processos ecológicos e o respeito pela autenticidade sociocultural das comunidades locais, contribuindo para a conservação da natureza e da biodiversidade e conservação e promoção das tradições e valores. Recentemente, o ministro da Economia afirmou que o Turismo vai ser um dos três eixos da política económica do Governo, a par das florestas e da energia, e que pretende seguir cinco linhas estratégicas para o sector: a criação de uma linha específica para o Turismo no QREN, a captação de grandes investimentos internacionais, a aposta na qualificação, o reforço da captação turística com apoio a eventos e a aposta na gastronomia e no turismo sénior. Fontes: Secretaria de Estado do Turismo, ES Research-Research Sectorial. 1 Os outros dois são a Transversalidade e a Competitividade. 2 Decreto-Lei nº 191/2009 de 17 de Agosto. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 149 12. Tendências, políticas e reflexões (V). Para 2010, o Turismo de Portugal vai ter um orçamento de EUR 300 milhões, dos quais EUR 50 milhões serão afectos à promoção turística, o que acontece pelo quarto ano consecutivo. Em Janeiro deste ano, as associações do sector e os grupos turísticos e hoteleiros mais representativos do país, participaram na reunião do Conselho Estratégico para a Promoção Turística (CEPT1), numa iniciativa do secretário de estado do Turismo, pretendendo recolher os seus contributos para uma reflexão sobre os objectivos estratégicos, linhas de actuação e actividades de promoção turística para 2010 e alinhar as prioridades definidas pelo Governo e pelo Turismo de Portugal com as necessidades dos parceiros públicos e privados. Durante a referida reunião, analisaram-se também os planos de promoção turística externa regional, para os quais o Turismo de Portugal tem orçamentada uma verba de EUR 14 milhões, a que se deverão somar mais EUR 7 milhões de contributos privados e públicos regionais. As verbas contratadas por regiões foram: Madeira – EUR 4.7 milhões; Açores – EUR 0.7 milhões; Centro – EUR 0.6 milhões; Lisboa – EUR 5.9 milhões; Alentejo – EUR 0.7 milhões; Algarve – EUR 6.0 milhões. Fontes: Secretaria de Estado do Turismo, ES Research-Research Sectorial. 1 Orgão de coordenação e concertação das componentes da promoção turística nacional. É presidido por um membro do Governo com tutela sobre o Turismo, e constituído por um elemento de cada uma das seguintes entidades: Turismo de Portugal, Direcção Regional do Turismo dos Açores, Direcção Regional do Turismo da Madeira, Confederação do Turismo Português, Associação Nacional das Entidades Regionais de Turismo e Agências Regionais de Promoção Turística. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 150 12. Tendências, políticas e reflexões (VI). O governo espanhol está a trabalhar o sector do Turismo em quatro eixos prioritários: Promoção – com uma dotação de EUR 83 milhões para 2010; Modernização de infra-estruturas – focando-se na eficiência energética, na inovação, na gestão sustentável dos recursos e nas acessibilidades; Apoios disponíveis através do Plano FuturE, Plano Renove Turismo (crédito de EUR 1.5 mil milhões e mais de 5 mil projectos apoiados, fundamentalmente PME’s) e Plano FuturE2010 (dotado de EUR 400 milhões). Combate à sazonalidade – projecto Senior Europa (projecto piloto no Inverno 2009/2010, que oferece bonificações parciais a turistas maiores de 55 anos de 16 países da UE – até Dezembro já tinham sido realizadas cerca de 5.5 mil reservas que se espera poderem traduzir em cerca de 57 mil dormidas) e aumento da estadia média através de ofertas turísticas complementares ao Sol e Praia (turismo cultural, turismo de congressos, gastronomia e outros); Eco-turismo – promover novos nichos de mercado em torno do eco-turismo (a WTO estima que este tipo de turismo, nos últimos três anos, cresceu três vezes mais que o turismo convencional e antecipa que esta tendência se mantenha no futuro. Destaca-se o Turismo Rural, dada a sua grande relevância económica, cultural e no meio ambiente, contribuindo para a fixação da população rural, crescimento do rendimento agrícola, conservação da paisagem e do património, com respeito pelos critérios do meio ambiente e paisagísticos). Fontes: Governo de Espanha – Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 151 12. Tendências, políticas e reflexões (VII). A SaeR, no âmbito de um conjunto de estudos sobre temas determinantes para a economia portuguesa no primeiro quartel do século XXI, e na sequência do estudo já por si elaborado em 2005 sob o titulo “Reinventando o Turismo em Portugal. Estratégia de Desenvolvimento Turístico Português no 1º Quartel do Século XXI”, apresentou, recentemente1, a sua posição actualizada2 relativamente às questões fundamentais do Turismo português. Segundo aquela entidade, avaliar a importância do Turismo para a economia portuguesa exige o conhecimento da realidade deste sector que é uma verdadeira “constelação” de múltiplas plataformas de serviços articuladas entre si. O conceito de constelação deriva do facto de o turismo ser uma actividade que conjuga um conjunto de serviços prestados através de produtos (tangíveis e intangíveis) e uma plêiade de agentes económicos, sociais e culturais com implicações muito vastas no conjunto da sociedade, envolvendo não só unidades de alojamento, unidades de alimentação e transportadores, bem como um conjunto de indústrias e serviços de âmbito cultural, paisagístico, ambiental, de animação, de comércio, de promoção, de estudos, de infra-estruturas, de administração pública. Sendo o Turismo uma actividade complexa, multidisciplinar, constituída por uma multiplicidade de agentes económicos, culturais e sociais, é um campo de actividade económica global muito vasto, que pode servir de plataforma e de motor do desenvolvimento nacional, se toda a comunidade nacional, interiorizar a real importância que este sector tem para o crescimento do emprego, para um crescente bem estar social, para o crescimento da economia. O Governo e os empresários têm um papel fundamental, nomeadamente na informação, sensibilização e na qualificação dos recursos humanos do país, ou das empresas, no sentido do reconhecimento da importância deste sector estratégico para Portugal. Ainda segundo a SaeR, se há sectores ou domínios da actividade económica onde Portugal apresenta condições de vantagens competitivas ao nível global, o Turismo é, certamente, um dos mais óbvios, constituindo, por isso, um dos domínios estratégicos fundamentais para a economia portuguesa do futuro. Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa. 1 26 de Fevereiro 2010. 2 Suportada no seu trabalho continuado de investigação e reflexão, ao longo dos últimos anos. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 152 12. Tendências, políticas e reflexões (VIII). Enquanto articulação complexa de múltiplas plataformas de serviços e actividades económicas com uma gama larga de qualificações, o Turismo é, para Portugal, uma oportunidade de inovação empresarial, uma oportunidade de investimento e de construção de equipamentos, uma possibilidade de atracção de capitais e um dos maiores vectores de criação de emprego para diferentes graus de qualificação e especialização, importando, por isso, que o país invista nesta actividade em grande crescimento a nível global, assumindo um posicionamento como destino de qualidade por forma a integrar os fluxos mundiais do turismo. Refere, ainda, a SaeR, que o sector do Turismo, mesmo com as ligações intersectoriais que permite, não pode responder, sozinho, aos múltiplos desafios que se colocam à evolução da economia portuguesa, mas o seu contributo será decisivo tanto pelo seu potencial na Balança Comercial, como pelo efeito multiplicador nas relações intersectoriais e pelo seu poder de modernização dos comportamentos sociais com relevância económica, contribuindo para a valorização da imagem de Portugal no exterior. É, contudo, essencial que toda a “constelação”, e sobretudo as empresas directamente ligadas ao sector, passem por um período de reestruturação e focagem nas novas necessidades do sector e nas exigências que lhe são postas pelo acréscimo de concorrência no mercado global. Segundo o estudo em referência, a criação de condições de Competitividade do Turismo Português passa por um conjunto de políticas e medidas encadeadas, o chamado “Caminho da Excelência para o Turismo Português”, que podem ser resumidas em: * Segmentação adequada da Oferta; * Diferenciação e Qualificação da Oferta; * Qualificação do País e dos seus Activos Estratégicos; Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 153 12. Tendências, políticas e reflexões (IX). * Organização e Consolidação da Oferta e dos Actores Estratégicos; * Gestão de Marcas e promoção; * Optimização dos Canais de Distribuição; * Conhecimento e Dinamização da Procura. A este propósito refere que a segmentação do mercado é essencial, uma vez que o sucesso de uma estratégia de desenvolvimento turístico passa pela identificação dos segmentos e produtos turísticos a oferecer. A necessidade de se fazerem opções estratégicas, no sentido de uma melhor utilização dos recursos e activos existentes, torna imperativa a identificação eficaz dos segmentos-alvo do desenvolvimento turístico português, tornando possível a afirmação e fortalecimento da posição do país num contexto de luta crescente por uma quota-parte do mercado turístico europeu. De um conjunto de 13 segmentos estratégicos que a SaeR apresentou como proposta de segmentação para o mercado turístico nacional, destaca os “clusters” “Sénior/Saúde” e “Negócios/City Breaks”, como os de elevado potencial de crescimento e de geração de valor. A oferta dominante, que assenta e continuará a assentar no “Sol e Praia”, embora com crescentes dificuldades em competir com novos destinos emergentes, e sofrendo uma clara tendência para a degradação das condições competitivas, deverá ser requalificada e, onde necessário e possível, reinventada, por forma a combater a sazonalidade e a aproveitar sinergias com outros segmentos mais dinâmicos e de maior valor acrescentado. Por outro lado, e dado que a procura interna não é suficiente para criar massa crítica suficiente para a rentabilização dos negócios, a noção de mercado interno, dados os elevados níveis de integração e cooperação entre Portugal e Espanha, deverá ser alargada através do desenvolvimento do chamado “Mercado Interno Alargado Ibérico”. Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 154 12. Tendências, políticas e reflexões (X). A competitividade e a sustentabilidade do turismo português exigem, segundo a SaeR, um conjunto de opções estratégicas e linhas de orientação, sendo que o elemento de maior relevância na criação de condições de competitividade para o sector a nível nacional é a qualificação do país, dos seus activos e actores estratégicos, que passa por um trabalho conjunto com vista a alcançar a excelência do serviço prestado (cultura de serviço orientada para o serviço e cliente). A criação e gestão de marcas e da sua promoção é também importante como factor de competitividade e valor acrescentado, uma vez que a actual padronização e elevada capacidade de substituição da oferta turística internacional impõe a criação de marcas fortes que permitam diferenciar a oferta de cada destino. É aqui também importante o “viver a marca”, criando uma identidade nacional ou regional e definindo propostas de valor associadas à marca e associar, como suas componentes chave, as instituições e os indivíduos que a “entregam” ao turista/consumidor, já que a qualidade da experiência com a marca deles depende. Por fim, o estudo da SaeR, destaca a capacidade de se conseguir uma liderança forte, transversal e aceite por todos os envolvidos, quer do sector público, quer do privado, para o processo como um dos principais factores para o sucesso do projecto de desenvolvimento do Turismo português. Fonte: SaeR – A Constelação do Turismo na Economia Portuguesa. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 155 Turismo – Caracterização e oportunidades de negócio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Sumário executivo .................................................................... 2 Turismo Outlook ....................................................................... 6 O Turismo mundial ................................................................... 23 Portugal no Turismo Mundial ..................................................... 39 O Turismo na Economia Portuguesa ........................................... 52 Organização Institucional do Turismo e mecanismos de apoio ao sector ...................................................................................... 61 Mercado turístico nacional ......................................................... 68 Principais players do sector ....................................................... 92 Oportunidades de negócio ........................................................ 109 Comparações internacionais ......................................................140 Impacto do TGV no sector ........................................................ 143 Tendências, políticas e reflexões ............................................... 146 Anexos ....................................................................................157 Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 156 13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (I). ENTIDADES REGIONAIS DE TURISMO Turismo do Porto e Norte de Portugal Castelo de Santiago da Barra 4900-360 Viana do Castelo T. 258 820 270 / F. 258 829 798 Turismo do Centro de Portugal Rua João Mendonça, 8 3800-200 Aveiro T. 234 420 760 / F. 234 428 326 Turismo do Algarve Av. 5 de Outubro, nº 18 – 20 8000-076 Faro T. 289 800 400 / F. 289 800 489 Turismo de Lisboa e Vale do Tejo Campo Infante da Câmara Casa do Campino 2000-014 Santarém T. 243 330 330 / F. 243 330 340 Turismo do Alentejo, E.R.T. Praça da República, 12 – 1º Apartado 335 7800-427 Beja T. 284 313 540 / F. 284 313 550 DIRECÇÕES REGIONAIS DE TURISMO Direcção Regional de Turismo dos Açores Rua Comendador Ernesto Rebelo, 14 9900-112 Horta T. 292 200 500 / F. 292 200 502 [email protected] www.visitazores.travel Direcção Regional de Turismo da Madeira Av. Arriaga, 18 9004-519 Funchal T. 291 211 900 / F. 291 232 151 [email protected] www.madeiratourism.org AGÊNCIAS REGIONAIS DE PROMOÇÃO TURÍSTICA APRAM – Associação de Promoção Regional Autónoma da Madeira Rua dos Aranhas, nº 24 - 26 9000-044 Funchal Tel: 00 351 291 203 420 Fax: 00 351 291 222 167 e-mail: [email protected] website: www.ap-madeira.pt ATA – Associação de Turismo dos Açores Av. Infante D. Henrique, 55 - 3º 9500-150 Ponta Delgada Tel: 00 351 296 288 082 Fax: 00 351 296 288 083 e-mail: [email protected] website: www.visitazores.travel ATA – Associação Turismo do Algarve Avenida 5 de Outubro, 18-20 8000-076 Faro Tel: 00 351 289 800 403 Fax: 00 351 289 800 466 e-mail: [email protected] (geral) website: www.algarvepromotion.pt Associação Turismo do Alentejo Av. Jorge Nunes, Lote 1, R/C Esq. 7500-113 Grândola Tel: 00 351 269 498 680/82 Fax: 00 351 269 498 687 e-mail: [email protected] webmail: www.visitalentejo.pt Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Associação Turismo do Centro Casa Amarela Largo de Stª Cristina 3 500 - 181 Viseu Tel : 00 351 232 432 032 Fax : 00 351 232 432 030 e-mail: [email protected] website: www.visitcentro.com ATL – Associação Turismo de Lisboa, Visitors and Convention Bureau Rua do Arsenal, 15 1100-038 Lisboa Tel: 00 351 210 312 700 Fax: 00 351 210 312 899 e-mail: [email protected] website: www.visitlisboa.com ADETURN – Associação de Turismo do Norte de Portugal website: www.visitportoenorte.com Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 157 13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (II). TURISMO DO CENTRO DE PORTUGAL TURISMO DO PORTO E NORTE DE PORTUGAL Fontes: Turismo do Centro de Portugal, Turismo do Porto e Norte de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 158 13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (III). TURISMO DE LISBOA E VALE DO TEJO TURISMO DO ALENTEJO Fontes: Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, Turismo do Alentejo, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 159 13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (IV). TURISMO DO DOURO TURISMO DA SERRA DA ESTRELA CONCELHOS: CONCELHOS: Alijó Alijó Armamar Carrazeda de Ansiães TURISMO DO OESTE Armamar Carrazeda de Ansiães Freixo de Espada à Cinta CONCELHOS: Freixo de Espada à Cinta Lamego Alcobaça Lamego Moimenta da Beira Alenquer Moimenta da Beira Mesão Frio Arruda dos Vinhos Mesão Frio Murça Bombarral Murça Penedono Cadaval Penedono Peso da Régua Caldas da Rainha Peso da Régua Sabrosa Lourinhã Sabrosa Santa Marta de Penaguião Nazaré Santa Marta de Penaguião São João da Pesqueira Óbidos São João da Pesqueira Sernancelhe Peniche Sernancelhe Tarouca Sobral de Monte Agraço Tarouca Tabuaço Torres Vedras Tabuaço Torre de Moncorvo Torre de Moncorvo Vila Real Vila Real Vila Nova de Foz Côa Vila Nova de Foz Côa Fontes: Turismo do Douro, Turismo do Oeste, Turismo da Serra da Estrela, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 160 13. Anexo1 - Entidades Regionais de Turismo (V). TURISMO TERRAS DO GRANDE LAGO - ALQUEVA CONCELHOS: Moura Portel Mourão Reguengos de Monsaraz TURISMO DO ALENTEJO LITORAL Alandroal CONCELHOS: Serpa Sines Vidigueira Alcácer do Sal Grândola Odemira Santiago do Cacém TURISMO DE LEIRIA FÁTIMA CONCELHOS: Batalha Leiria Marinha Grande Ourém Pombal Porto de Mós Fontes: Turismo Terras do Grande Lago-Alqueva, Turismo do Alentejo Litoral, Turismo de Leiria Fátima, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 161 13. Anexo 2 - Abertura e remodelação de hotéis. Com base em informação de publicações do sector, a AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, elaborou uma lista referente a aberturas/remodelações de hotéis. Informação constante em ficheiro anexo e organizada conforme exemplo abaixo. Abertura e remodelação de hotéis por regiões Abertura/ Remodelação Hotel Região Número Quartos Hotel Europa Palace Lisboa 135 Hotel Hilton Lisboa Lisboa Villa Rica Junqueira Lisboa Número Previsto Camas 200 Ano Previsto Abertuta Mês Previsto Abertura Grupo Localidade Grupo 3K Lisboa 2011 Hilton-Astroimovel Lisboa 2009 Fibeira Lisboa Localização Classificação Av. da Républica (frente Praça de Touros) 5* Parque da Junqueira ( antiga FIL) 5* Abertura e Remodelação de Hotéis Fontes: AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 162 13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (I). Integra o ranking dos 250 maiores grupos hoteleiros do mundo Único grupo hoteleiro português a integrar o top 100 mundial Hotéis em Portugal: Pestana Palace (Lisboa) Pestana Cascais (Cascais) Pestana Sintra Golf (Sintra) Pestana Beloura Golf (Sintra) Pestana Porto (Porto) Pestana Alvor Praia (Algarve) Pestana Delfim (Algarve) Pestana Dom João II (Algarve) Pestana Alvor Atlântico (Algarve) Pestana Alvor Park (Algarve) Pestana Levante (Algarve) Pestana Viking (Algarve) Pestana Porches Praia (Algarve) Pestana Palm Gardens (Algarve) Pestana Carvoeiro Golf (Algarve) Pestana Carlton Madeira (Madeira) Pestana Casino Park (Madeira) Pestana Grand (Madeira) Pestana Village & Miramar (Madeira) Pestana Palms (Madeira) Pestana Bay & Gardens (Madeira) Pestana Atalaia (Madeira) Pousadas de Portugal Fonte: ES Research-Research Sectorial. Hotéis no estrangeiro: Pestana Trópico (Cabo Verde) Pestana Rovuma (Moçambique) Pestana Inhaca Lodge (Moçambique) Pestana Bazaruto Lodge (Moçambique) Pestana Equador (S. Tomé e Príncipe) Pestana Miramar (S. Tomé e Príncipe) Pestana Caracas (Venezuela) Pestana Rio Atlântica (Brasil) Pestana Angra (Brasil) Pestana Natal (Brasil) Pestana Bahia (Brasil) Pestana São Paulo (Brasil) Pestana Curitiba (Brasil) Pestana S. Luís (Brasil) Pousadas de Sauipe (Brasil) Pousada do Convento do Carmo (Brasil) Pestana Buenos Aires (Argentina) Pestana Bariloche (Argentina) Pestana Kruger Lodge (África do Sul) Pestana Chelsea Bridge (Londres – abert. prev para Fev/Mar 2010) Pestana Miami (EUA – abert. prev. final de 2010) Pestana Montevideu (Uruguai – inicio construção em Mar 2010) Pestana Berlim (Alemanha – abert. prev. para 2012) Hotéis em Portugal: Vila Galé Porto (Porto) Vila Galé Cascais (Cascais) Vila Galé Ericeira (Ericeira) Vila Galé Estoril (Estoril) Vila Galé Ópera (Lisboa) Vila Galé Albacora (Algarve) Vila Galé Ampalius (Algarve) Vila Galé Atlântico (Algarve) Vila Galé Cerro Alagoa (Algarve) Vila Galé Lagos (Algarve) Vila Galé Marina (Algarve) Vila Galé Náutico (Algarve) Vila Galé Praia (Algarve) Vila Galé Tavira (Algarve) Vila Galé Clube de Campo (Beja –Alentejo) Vila Galé Santa Cruz (Funchal – Madeira) Vila Galé Coimbra (Coimbra) Em projecto: Vila Galé Tejo (Caxias) Vila Galé Sintra (Sintra) Vila Galé Évora (Évora) Hotéis no estrangeiro: Vila Galé Ecoresort de Angra (Angra dos Reis – Brasil) Vila Galé Ecoresort do Cabo (Recife – Brasil) Vila Galé Mares (Guarajuba – Brasil) Vila Galé Salvador (Salvador da Bahia – Brasil) Vila Galé Fortaleza (Fortaleza – Brasil) Vila Galé Cumbuco (Ceará – Brasil – abert prev. final 2010) Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 163 13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (II). Presente em mais de 100 países 3 700 propriedades 556 000 apartamentos Marcas: Hotéis e resorts InterContinental, Hotéis e resorts Crown Plaza, Hotel Indigo, Hotéis e resorts Holiday Inn, Holiday Inn Select1, Resorts Holiday Inn SunSpree2, Holiday Inn Express3, Staybridge Suites, Candlewood Suites. 1 2 3 EUA, Canadá, e América Latina. EUA, Caribe, Canadá, México. Europa, Médio Oriente, África e Ásia. Presente em mais de 90 países Grupo hoteleiro líder na Europa e estrangeiro líder em Espanha. Finalista dos prémios Tourism for Tomorrow (WTTC), na categoria Prémio Negócio Turístico Global, a atribuir em Maio próximo. Mais de 4 000 hotéis 500 000 quartos Marcas: Sofitel, Pullman, MGallery, Novotel, Mercure, Suite Hotel, Ibis, All Seasons, ETAP Hotel, Hotéis F1, Formule1, Adágio, Motel6. Vip Vip Vip Vip Grand (Luxo) Executive (Classe alta) Executive Suites (Classe média) INN (Económico) Hotéis em Moçambique: 3, em Maputo e na Beira. Hotéis em Angola: 2, em Luanda. Projectos em desenvolvimento: Portugal – Sacavém Moçambique – Tete e Nampula Clube Praia da Rocha Hotéis em Portugal: Dom Pedro Palace (Lisboa) Dom Pedro Golf (Vilamoura) Dom Pedro Marina (Vilamoura) Dom Pedro Portobelo (Vilamoura) Meia Praia Beach Club (Lagos) Dom Pedro Baía Club (Machico-Madeira) Dom Pedro Garajau (Madeira) Clube Alvor Golf Hotéis no Brasil: Presente em cerca de 100 países 942 hotéis 285 000 quartos Marcas: St. Régis, The Luxury Collection, Whotels, Westin, Le Meridien, Sheraton, Four Points, Aloft, Element. Hotéis em Portugal: 15, em Lisboa, Sintra e Ponta Delgada. Iberotel Praia Monte Gordo Iberotel Alvor Dom Pedro Laguna (Ceará) Fonte: ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 164 13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (III). GRUPO AZINOR Hotéis em Lisboa: SANA Capitol Hotel SANA Executive Hotel SANA Rex Hotel SANA Reno Hotel SANA Lisboa Hotel SANA Malhoa Hotel SANA Metropolitan Hotel Hotéis fora de Lisboa: SANA Estoril Hotel SANA Sesimbra Hotel GRUPO IMOREY Hotéis em Lisboa: HF Fénix Lisboa HF Fénix Urban HF Fénix Garden Hotéis em Portugal: Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Tivoli Lisboa (Lisboa) Jardim (Lisboa) Oriente (Lisboa) Sintra (Sintra) Palácio de Seteais (Sintra) Coimbra (Coimbra) Madeira (Madeira) Lagos (Algarve) Carvoeiro (Algarve) Marina Vilamoura (Algarve) Marina Portimão (Algarve) Victoria (Algarve) Hotéis no Porto: HF Ipanema Park HF Ipanema Porto HF Fénix Porto HF Tuela Porto Victoria Residences (Algarve) Hotéis no estrangeiro: Hotel Turismo São Lázaro (Bragança) Hotel Aquae Flaviae (Chaves) Grande Hotel Dom Dinis (Mirandela) Tivoli Ecoresort Praia do Forte (Salvador da Bahia – Brasil) Tivoli São Paulo (São Paulo – Brasil) Hotéis na Marinha Grande: Hotel Cristal Praia Resort & SPA Hotel Cristal Vieira Praia & SPA Hotel Cristal Marinha Hotéis nas Caldas da Rainha: Hotel Cristal Caldas Fonte: ES Research- Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 165 13. Anexo 3 – Grupos hoteleiros (IV). GRUPO HOTTI Hotéis em Portugal: Hotel Eurosol Jardim (Leiria) Hotéis em Portugal: Fátima Plaza (Fátima) Clube do Lago (Estoril) Esperança Centro (Setúbal) Luz Bay (Lagos) Alvor Village (Alvor – Portimão) Clube Brisamar (Alvor – Portimão) Alpinus (Albufeira) Falésia Mar (Albufeira) Clube Oceano (Albufeira) Atismar (Quarteira) Olympus (Vilamoura) Hotel Eurosol Residence (Leiria) Hotel Eurosol Seia Hotel Eurosol Gouveia Hotel Eurosol Estarreja Hotel Eurosol Alcanena Hotel Eurosol Algarve Vitor’s Plaza (Entre Alvor e Portimão) Vitor’s Village (Ferragudo) Hotéis no estrangeiro: Hotel Eurosol Tibau (Pipa – Brasil) Pousada das Canoas (Pipa – Brasil) Hotéis no estrangeiro: Hotel Praia Mar (Luanda) Évora Hotel (Évora) H2otel (Unhais da Serra) Hotel Turismo da Covilhã Hotel Covilhã Parque Clube de Campo da Covilhã Hotel Vanguarda (Guarda) Marcas: Star Inn (Low cost hotel) Gran Meliá Hotels & Resorts Meliá Hotels & Resorts INNSIDE Hotels TRYP Hotels SOL Hotels Sol Meliá Vacation Club Paradisus Resorts * Ganharam concurso para construção de um hotel na zona do aeroporto da Portela (previsão de abertura em 2012) •Vão começar a construir, em 2010, um 5 estrelas em Luanda (Angola) e um 3 estrelas em Braga. M’AR De AR Aqueduto (Évora) M’AR De AR Muralhas (Évora) (ex Hotel da Cartuxa) Santarém Hotel (Santarém) Fonte: ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 166 13. Anexo 3 - Grupos Hoteleiros (V). Detido pelos Grupos OCEAN ISLANDS e BLANDY Hotéis em Portugal: The Cliff Bay (Funchal – Madeira) Porto Santa Maria (Funchal – Madeira) Hotel Porto Mare (Funchal – Madeira) Suite Hotel Edenmar (Funchal – Madeira) The Residence (Funchal – Madeira) Porto Bay Falésia (Olhos de Água - Algarve) Auramar Beach Resort (Albufeira) Mónica Isabel Beach Club (Albufeira) Hotel Sol e Mar (Albufeira) Residencial Vila Recife (Albufeira) Residencial Mr à Vista (Albufeira) Estalagem do Guadiana (Alcoutim) Hotel Dom Fernando (Évora) Hotel Sol e Serra (Castelo de Vide) Hotéis no estrangeiro: Porto Bay Rio Internacional (Rio Janeiro – Brasil) Porto Bay Glenzhaus (Búzios – Brasil) L’hotel Porto Bay São Paulo (S. Paulo – Brasil) Madeira Classic Savoy Hotel Madeira Royal Savoy Hotel Madeira Hotel Savoy Gardens Hotel Marina Atlântico (S. Miguel) Hotel Açores Atlântico (S. Miguel) Hotel Avenida (S. Miguel) S. Miguel Park Hotel (S. Miguel) Estalagem dos Clérigos (S. Miguel) Terra Nostra Garden Hotel (S. Miguel) Terceira Mar Hotel (Terceira) Hotel do Canal (Faial) Hotel Açores Lisboa (Lisboa) Hotel Ponta Delgada (S. Miguel) Hotel do Mar (S. Miguel) Hotel Colombo (Santa Maria) Antillia Hotel Apartamento (S. Miguel) Royal Garden Hotel (Ponta Delgada) Faial Resort Hotel (Horta) Angra Garden Hotel (Angra do Heroísmo) Pico Hotel (Pico) Hotel Baía Azul Hotel Alto Lido The Lince Azores Great Hotel, Conference, Golf & SPA Fonte: ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 167 13. Anexo 4 – Transporte aéreo - TAP (I). Momentos marcantes de mais de 6 décadas de história … 1945 (Março) – O director do secretariado da Aeronáutica Civil, Humberto Delgado, cria a secção de Transportes Aéreos, sob a designação Transportes Aéreos Portugueses. São adquiridos os seus primeiros dois aviões, DC-3 Dakota de 21 passageiros, e admite-se a pioneira das assistentes de bordo portuguesas. 1946 – Realiza-se o Curso Geral de Pilotos criando as condições para a companhia começar a operar. A primeira linha comercial (Lisboa-Madrid) abre a 19 de Setembro e admite-se o primeiro (e único até 1953) Comissário de Bordo. Em 31 de Dezembro é inaugurada a “Linha Aérea Imperial” (Lisboa-Luanda-Lourenço Marques), com 12 escalas e 15 dias de duração (ida e volta). 1948 - Têm inicio as linhas de Paris e de Sevilha. Os TAP tornam-se membros efectivos da IATA1, adoptam uma nova imagem (tripulação inclui um assistente) e abrem a sua primeira loja de vendas, na Praça Marquês de Pombal. 1949 – Tem inicio a linha de Londres. 1953 – A TAP passa de serviço público a SARL (Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada) com capitais mistos, mas com a maioria do Estado. Ao mesmo tempo passa a ter Casablanca e Tânger como destinos. 1955 – Chega o primeiro quadrimotor de longo curso da TAP – o Lockeed L-1049 G Super Constellation – que começa a operar para África. Realiza-se a viagem experimental ao Rio de Janeiro, em DC-4, com a participação do Almirante Gago Coutinho. 1958 – Ano de recordes para a TAP: ultrapassa o milhar de trabalhadores; ultrapassa os 14 mil km de extensão de rede; ultrapassa as 10 mil horas voadas e ultrapassa os 64 mil passageiros. Fonte: Grupo TAP. 1 International Air Transport Association. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 168 13. Anexo 4 – Transporte aéreo - TAP (II). 1960 – Primeiro voo Lisboa-Porto Santo. Inauguração do Voo da Amizade2. Viagem inaugural Lisboa-Goa. 1962 – Em Julho recebe o primeiro dos três Caravelle VI-R, entrando na era do jacto. 1964 – Inaugurado o aeroporto de Santa Catarina, no Funchal – a TAP inaugura a linha Lisboa-Funchal e Lisboa-Sal-Bissau. Atinge um milhão de passageiros transportados. Pela primeira vez entrega a criação da sua farda a um estilista. 1967 – Passa a operar exclusivamente com aviões a jacto, sendo a primeira companhia europeia a fazê-lo. 2 Voo entre Lisboa e o Rio de Janeiro, destinado a portugueses e brasileiros ou estrangeiros residentes nos dois países, com tarifas a menos de metade do preço normal da época para uma passagem Lisboa-Rio de Janeiro. 1970 – Recebe a Medalha de Ouro de Mérito Turístico. 1971 – Os serviços da empresa transferem-se para as novas instalações no Aeroporto de Lisboa e são inauguradas as infra-estruturas oficinais. Inicia as ligações de Lisboa para Ponta Delgada e Terceira. 1972 – Recebe o primeiro dos quatro Boeing 747-200 (os primeiros de grande porte). 1974 – Chega ao 25 de Abril a operar com 32 aviões tecnologicamente avançados, para mais de 40 destinos em 4 continentes, com inicio do serviço computorizado de reservas, de “load-control” e “check-in” e sendo a primeira companhia europeia a executar as grandes revisões completas aos reactores JT9-D dos B747. Termina o ano com mais de 1.5 milhões passageiros transportados, mais de 68 mil horas voadas, 103 mil km de rede e mais de 9 mil trabalhadores. 1975 – A TAP é arrastada na vaga de nacionalizações transformando-se em empresa pública. 1979 – É implementado um programa de modernização da empresa que altera a sua designação para TAP AIR Portugal. 1980 – Com nova imagem (que inclui logotipo, uniforme e pintura de aviões) a TAP abre a linha LisboaBarcelona e assina o 1º protocolo com a Ibéria. 1981 – Cria a Executive Class, a revista de bordo Atlantis e inaugura o novo terminal de carga no Aeroporto de Lisboa. 1984 – Inaugura a loja de vendas no Aeroporto de Lisboa e a Navigator Class. Pela primeira vez transporta mais de 2 milhões de passageiros num ano. 1985 – Inaugura o seu museu e a linha Porto-Caracas. 1986 – Galardoada, no Rio de Janeiro, com a Ordem de Mérito de D. João VI, atribuída pela Comunidade Luso-Brasileira. 1988 – É introduzido o sistema automático de emissão de bilhetes e torna-se a primeira companhia aérea a estabelecer ligações terra-ar via satélite. Primeiro curso de pilotos da TAP inteiramente realizado em Portugal. 1989 – É instalado o simulador de voo. São introduzidos os “voos azuis” (voos para não fumadores) e é admitida a primeira mulher piloto. Fonte: Grupo TAP. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 169 13. Anexo 4 – Transporte aéreo - TAP (III). 1992 – A TAP entra na era Airbus, aviões mais económicos e versáteis. 1994 – Chega o primeiro Airbus A340. 1995 – A TAP tem em curso o Plano Estratégico e de Saneamento Economico-Financeiro (PESEF) e o projecto de modernização TAP 2000. 1996 – Abertura às novas tecnologias: website, simulador de voo Airbus, Electronic Ticketing nos voos domésticos. 1998 – No âmbito da Expo 98 e do “Dia de Honra” a TAP apresenta um avião alusivo ao evento. Torna-se membro fundador do Qualifyer Group, alarga a sua rede para o Brasil e vê a Federal Aviation Administration (FAA) dos EUA renovar a certificação da sua Unidade de Manutenção e Engenharia como Repair Station. 2000 – TAP transporta pela primeira vez mais de 5 milhões de passageiros num ano. 2003 – Assina um acordo de code-share1 com a Portugália, altera a designação da classe Navigator para Top Executive. Torna-se a primeira companhia europeia a instalar uma nova geração de cadeiras na classe executive, nos aviões A310 e A340. Surge o Grupo TAP, tendo como holding a TAP SGPS, SA. Airbus atribui- lhe dois prémios: maior utilização mundial da frota A310 e excelência operacional desta frota entre 2001 e 2003. Pela primeira vez, nos últimos anos, a companhia obtém lucros (EUR 19.7 milhões). 2005 – É apresentada a nova imagem que integra novo logotipo e a nova designação TAP Portugal – é o inicio de um novo ciclo. Acumula prémios nacionais e internacionais, torna-se case study em Harvard e entra na Star Alliance (maior associação de companhias de aviação que oferece mais de 18.1 mil voos diários para 975 destinos em 162 países). 2006 – Assume o controlo da VEM (Varig Manutenção & Engenharia), o maior centro de manutenção da América do Sul. Estabelece acordos comerciais e de code-share com a Aegean Airlines, Croatia Airlines, Turkish Airlines, Thai e US Airways. Atinge o recorde de 47 frequências semanais directas para o Brasil. O Programa Victoria é premiado pelos Freddie Awards como melhor do ano e a nova imagem da empresa distinguida com o prémio Melhor Branding e Re-Branding. 2007 – É considerada a 10ª companhia aérea mais segura do mundo pela edição japonesa da Newsweek. Passa a deter 90% da VEM. TAP e Egyptair iniciam code-share, com ligação entre Lisboa e o Cairo. O presidente da TAP (Fernando Pinto) é nomeado presidente da IATA. TAP é eleita, pelo quarto ano consecutivo, Melhor Companhia Aérea pelo jornal Publituris. Integração operacional da TAP e Portugália. Obtém os lucros mais elevados da sua história (EUR 22 milhões). 2008 – Responsável pelo Departamento de Qualidade da TAP - Manutenção e Engenharia é eleito Chairman do Engineering & Maintenance Subcommittee da AEA (Association of European Airlines). Emissão de bilhetes 100% formato electrónico. Lançamento do conceito “Um voo, cinco formas de viajar” – nova estratégia comercial de segmentação de produtos. Inauguração do Premium Customer Center (para passageiros de classe Executive, detentores de cartão Gold do Programa Victoria ou do cartão TAP Corporate). 2009 – Distinguida pela UNESCO e pela União Internacional de Ciências Geológicas com o Prémio Planeta Terra 2010, na categoria “Produto Sustentável Mais Inovador”, em reconhecimento pelo Programa de Compensação de Emissão de Dióxido de Carbono (CO2) – primeira companhia do mundo a lançar, em Junho de 2009, este programa, em parceria com a IATA. Eleita Companhia Aérea Líder Mundial para a América do Sul pela World Travel Awards. Companhia a operar em Espanha com maior quantidade e diversidade de ligações para Portugal – actualmente conta com um total de 192 voos por semana a ligar os dois países. Reforço da estratégia de crescimento para África – único sector da rede onde cresceu sempre desde 2001 (passando de 236 mil passageiros para 541 mil) e único a crescer em 2009. Opera semanalmente 55 ligações entre Portugal e aquele continente, cobrindo uma rede de 10 cidades em 8 países. Fonte: Grupo TAP. 1 Acordo entre duas companhias a operar em parceria, mediante o qual oferecem serviços no mesmo avião, mantendo os respectivos códigos IATA, números de voo e marcas. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 170 13. Anexo 5 - Agências de viagens (I). (Grupo de accionistas) A TROPICAL - AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO, LDA ABA – SOCIEDADE. PORTU. DE AGÊN. DE VIAGEM, LDA. AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO LUCAS, LDA ANGRA 2000 – VIAGENS E TURISMO, LDA. AVIC – AUTOCARROS E VIAGENS IRMÃOS CUNHA, S.A. BELETRANS – VIAGENS E TURISMO, LDA. BETA VIAGENS & TURISMO, LDA. CLUB TOUR - VIAGENS E TURISMO, S.A. CLUBE VIAJAR - VIAGENS E TURISMO,LDA. EUROVIAGENS - AG. DE VIAGENS E TURISMO, LDA. EXECUTIVO – VIAGENS E TURISMO, LDA. EXPOVIAGENS - VIAGENS E TURISMO, LDA FÁTIMA EXPRESSO – AG. VIAGENS E TURISMO, LDA. INALVA – AGÊNCIA DE VIAGENS, LDA. INTERCONTINENTAL - AGÊNCIA DE VIAGENS, LDA INTERNAVITUR TURISMO, LDA INTERTOURS - TRAVEL CONSULTING INTERVISA - VIAGENS E TURISMO, SA LUSANOVA - EXCURSÕES E TURISMO, LDA MASTER TURISMO PORTUGAL, LDA NORTRAVEL – AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO, LDA. OÁSIS - VIAGENS E TURISMO, S.A. OSIRIS - VIAGENS E TURISMO, LDA PAM TOURS - VIAGENS E TURISMO, LDA PANEUROPA - VIAGENS E TURISMO, S.A. PANORAMA - VIAGENS E TURISMO, LDA PASSEPARTOUT - VIAGENS E TURISMO, LDA PAXTUR - AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO, LDA PLENOTUR - AGÊNCIA DE VIAGENS E TURISMO, LDA PORTUS - VIAGENS E TURISMO, LDA REALVITUR - VIAGENS E TURISMO, LDA SAFTUR - VIAGENS E TURISMO, LDA SAGA VIAGENS, LDA SAGRES VIAGENS E TURISMO, LDA TQ TRAVEL QUALITY - VIAGENS E TURISMO, LDA TRANSALPINO - VIAGENS E TURISMO, LDA TURICAMBIO - VIAGENS E TURISMO, LDA UNIVERSAL - VIAGENS E TURISMO, LDA VEGA - AG. DE VIAGENS TURISMO INTERNACIONAL, LDA VTC - VIAGENS E TURISMO CARREIRA, LDA WIDE TRAVEL Agências por distribuição geográfica ALVOR (1) AMADORA (1) ANADIA (1) ANGRA DO HEROÍSMO (1) ARCOS DE VALDEVEZ (1) AVANCA (1) AVEIRO (2) BARCELOS (1) BATALHA (1) BENEDITA (1) BRAGA (2) CAMACHA (1) CAMINHA (1) CHAVES (1) COIMBRA (5) ESPOSENDE (1) FARO (1) FÁTIMA (1) FUNCHAL (7) GONDOMAR (1) GUARDA (1) JOANE (1) LAGOS (1) LEÇA DA PALMEIRA (1) LISBOA (31) MATOSINHOS (1) MEM MARTINS (1) MONÇÃO (1) PAÇO DE ARCOS (1) PAÇOS DE FERREIRA (1) PAREDES (1) PORTO (19) RIO MAIOR (1) SANTAREM (1) SETUBAL (1) TORRES NOVAS (1) TORRES VEDRAS (1) V. N. FAMALICÃO (3) VIANA DO CASTELO (1) VILA DAS AVES (1) VILA REAL (1) Nota: Para ver as agências colocar em slide show e clicar em cima das localidades. Fontes: Go4Travel, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 171 13. Anexo 5 - Agências de viagens (II). Rede de balcões Cais do Sodré Campo Grande Carnaxide Lisboa - Sede Aeroporto de Lisboa Aeroporto do Porto Alameda Albufeira Algarve Shopping Aliados Almada Alverca Amadora António Augusto Aguiar Antas Arrábida Aveiro Azeitão Barreiro Boavista Braga Cascais Shopping Coimbra Colombo I Norte Shopping I Tapada das Mercês Colombo II Norte Shopping II Telheiras Covilhã Oeiras Torres de Lisboa Dolce Vita Tejo Oeiras Parque Torres Novas Estoril Paredes Valongo Famalicão Parque Vasco da Gama Felgueiras Praça de Espanha Viana Foz Portimão Vila Bessa Gaia Shopping I Restauradores Vila Franca de Xira Gaia Shopping II S. João da Madeira Viseu Guimarães Shopping Santarém Vivaci Maia Leiria Seixal Saldanha Loulé Setúbal Madrid - Espanha Loures Shopping Loures Madeira Mafra Maia Matosinhos Nota: Para ver informações colocar em slide show e clicar em cima das localidades. Montijo Fontes: GeoStar, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 172 13. Anexo 6 - Centros de congressos em Lisboa1. CIUL – Centro de Informação Urbana de Lisboa ABC – Airport Business Center Pavilhão Atlântico Centro Cultural de Belém Casa Museu Convento do Beato Culturgest Faculdade de Medicina Dentária FIL Fundação Minerva (Universidade Lusíada) Centro de Congressos de Lisboa Lisboa Welcome Center Casino do Estoril Oceanário Fontes: Lisboa Convention Bureau, ES Research-Research Sectorial. 1 Membros da Associação de Turismo de Lisboa. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 173 13. Anexo 7 - Centros de congressos no Porto e Norte. Fontes: Porto Convention Bureau, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 174 13. Anexo 8 – Frequência termal nacional em 2008. Nº de ordem INSCRIÇÕES TERMAS Var07-08 Nº 1 2 TERMAS DE S. PEDRO DO SUL CALDAS DE CHAVES 3 4 Valor por aquista RECEITAS Var 07-08 103 € 17 017 6 374 -1 118 -117 BANHO DE ALCAFACHE 4 723 TERMAS DA FELGUEIRA 4 511 5 TERMAS DE CALDELAS 6 EUR 4 508 1 157 -852 54 264.9 181.5 -467 796 -248 168.5 137 1 487 -177 329.6 3 811 -620 766 -162 201.0 CALDAS DE S. JORGE 3 655 -63 735 -80 201.1 7 TERMAS DO CARVALHAL 3 456 -636 498 -64 144.1 8 TERMAS DO GERÊS 3 443 -430 388 -397 112.7 9 TERMAS DA SULFÚREA* 2 731 -11 503 20 184.2 10 TERMAS DE MONFORTINHO 2 358 -382 568 -96 240.9 11 TERMAS DE MONTE REAL 2 345 -344 314 -240 133.9 12 TERMAS DA CURIA 2 057 -440 441 -367 214.4 13 CALDAS DE VIZELA 1 990 -563 505 -196 253.8 14 CALDAS DA RAINHA 1 683 -18 413 -3 245.4 15 CALDAS DA SAÚDE 1 326 -417 267 -153 201.4 16 TERMAS DE S. VICENTE 1 258 --- 387 --- 307.6 17 CALDAS DE SANGEMIL 1 214 33 291 -6 239.7 18 TERMAS DO LUSO 1 176 -46 336 -37 285.7 19 CALDAS DE MANTEIGAS 1 115 17 248 -15 222.4 20 TERMAS DE ENTRE-OS-RIOS 1 063 -265 209 -75 196.6 21 TERMAS DA LONGROIVA 1 004 44 148 148 147.4 22 TERMAS DO VIMEIRO 637 12 108 -21 169.5 23 CALDAS DE MONCHIQUE 621 -17 174 -30 280.2 24 CALDAS DE AREGOS 604 -206 167 -43 276.5 25 TERMAS DE ALMEIDA 591 -250 76 76 128.6 26 CALDAS DO CRÓ 574 -16 70 70 122.0 27 TERMAS DA LADEIRA DE ENVENDOS 553 24 172 21 311.0 28 CALDAS DA CAVACA 421 --- 55 --- 130.6 29 CALDAS DE MOLEDO 392 -89 41 -210 104.6 30 CALDAS DAS TAIPAS 373 -4 81 -2 217.2 31 CALDAS DE MONÇÃO 312 --- 6 --- 19.2 32 TERMAS DO EIROGO 276 -11 38 -3 137.7 180.6 33 CALDAS DO CARLÃO 216 10 39 -11 34 TERMAS DOVALE DA MÓ 124 -1 4 -3 32.3 35 TERMAS DE MELGAÇO 49 -28 9 -4 183.7 36 CALDAS SANTAS DE CARVALHELHOS 21 -4 1 -6 47.6 37 FADAGOSA DE NISA n.d. --- n.d. --- --- 38 UNHAIS DA SERRA n.d. --- n.d. --- --- 39 PEDRAS SALGADAS enc. --- enc. --- --- 40 TERMAS DE VIDAGO enc. --- enc. --- 74 074 -6 286 16 006 -3 112 TOTAL Fontes: DGEG, Turismo de Portugal, ES Research- Research Sectorial. * Anteriormente designada por Cabeço de Vide. --216.1 n.d. – não disponível. enc. – estabelecimento encerrado em 2008. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 175 13. Anexo 9 - Projectos de investimento em Saúde e Bem Estar apoiados pelo Turismo de Portugal. TERMAS Caldelas Promotor Empresa de Águas Minero-Medicinais de Caldelas Localização Caldelas-Amares Região/Pólo Turístico (EUR) Porto e Norte 1.617.774 Valor Chaves Câmara Municipal de Chaves Chaves Porto e Norte 2.251.273 Gerês S. Vicente Empresa das Águas do Gerês Hotel do Monte Gerês-Terras de Bouro Pinheiro-Penafiel Porto e Norte Porto e Norte 2.178.226 3.499.847 Carvalhal Câmara Municipal de Castro D'Aire Mamouros-Castro D'Aire Centro 2.628.104 Monfortinho Cª Águas Fonte Santa Monfortinho Monfortinho Centro 7.489.914 S. Pedro do Sul Estoril Termalistur Termas do Estoril S. Pedro do Sul Estoril Centro Lisboa 470.348 20.888.542 Fadagosa de Nisa Monchique Câmara Municipal de Nisa Sociedade das Termas de Monchique Fadagosa-Nisa Monchique Alentejo Algarve 4.843.481 2.000.486 47.867.995 HOTÉIS COM SPA Axis Viana Promotor Turilima Localização Viana do Castelo Valor Região/Pólo Turístico (EUR) Porto e Norte 12.000.000 Flôr de Sal VianaPraia Actividades Hoteleiras Viana do Castelo Porto e Norte 7.500.000 Monte Prado Turicasais Actividades Hoteleiras Monte Prado-Melgaço Porto e Norte 5.113.055 Sheraton Porto Marope Hotelaria Porto Porto e Norte 55.897.856 Aquapura Douro Valley Aquapura Hotels Resort & SPA Samodães-Lamego Douro 30.000.000 Mélia Ria Hotti Aveiro Hotéis Aveiro Centro 9.980.230 H2hotel Sociedade Termal Unhais da Serra Unhais da Serra-Covilhã Serra da Estrela 14.862.461 Hotel Praia D'El Rey Marriott Hotel da Praia Gestão e Exploração de Hotéis Óbidos Oeste 17.684.401 Your Hotel Termas da Piedade Fervença-Alcobaça Convento do Espinheiro Heritage SPPTH Sociedade de Promoção de Projectos Turísticos e Hoteleiros Évora Oeste 2.580.582 Alentejo 25.000.000 180.618.585 Fontes: Turismo de Portugal, ES Research-Research Sectorial. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 176 Disclaimer O estudo foi realizado pelo “Espírito Santo Research - Research Sectorial” com um objectivo meramente informativo. Todo o seu conteúdo é baseado em informação disponível ao público e obtida a partir de diversas fontes, incluindo meios de informação especializados, fontes oficiais e outras consideradas credíveis. Contudo, o “Espírito Santo Research - Research Sectorial” não garante a sua exactidão ou integralidade. As opiniões expressas nesta apresentação referem-se apenas ao momento presente e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio. As informações e opiniões apresentadas não constituem nenhuma recomendação de investimento. O “Espírito Santo Research - Research Sectorial” não aceita nenhum tipo de responsabilidade sobre quaisquer perdas ou danos provenientes da utilização desta apresentação. As opiniões emitidas não vinculam o BES, não podendo o BES, por isso, ser responsabilizado, em qualquer circunstância e por qualquer forma, por erros, omissões ou inexactidões da informação constante neste documento ou que resultem do uso dado a essa informação. A reprodução de parte ou totalidade desta publicação é permitida, desde que a fonte seja expressamente mencionada. Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 177 Director Coordenador Direcção Research Sectorial Miguel Frasquilho [email protected] Francisco Mendes Palma [email protected] Susana Barros [email protected] Luís Ribeiro Rosa [email protected] Conceição Leitão [email protected] Patrícia Agostinho [email protected] Cristina Marques [email protected] Turismo – Caracterização e Oportunidades de Negócio Maio 2010 178