Cuidados paliativos em pacientes com tumor de cabeça e pescoço
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Cuidados paliativos em pacientes com tumor de cabeça e pescoço
21/01/2014 Pacientes com tumor em cabeça e pescoço I Encontro de Disfagia –Cuidados Paliativos Cuidados paliativos em pacientes com tumor de cabeça e pescoço QUIMIOTERAPIA CÂNCER RADIOTERAPIA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL - IOT CIRURGIA LICA ARAKAWA-SUGUENO O câncer, a cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, de modo isolado ou combinado, causam alterações funcionais. Queixas pré tratamento oncológico Estudo nacional – Hospital das Clínicas da FMUSP 673 protocolos de captação consecutiva de pacientes internados com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço. Araújo et al.,2008 Antes, durante e após tratamento • • • • Terapia durante e após radio e quimioterapia Terapia no pós-operatório recente em leito Terapia no pós-operatório tardio Encaminhamentos para equipe multiprofissional: Odontologia, Nutrição, Fisioterapia, Psicologia, Médicos • Discussão sobre outros exames funcionais: Endoscopia digestiva alta, manometria, eletromiografia profunda, nasofibrolaringoscopia, entre outros Intervenção fonoaudiológica em CCP ideal: antes, durante e após tratamento • Anamnese • Avaliação funcional clínica e instrumental • Orientação sobre as possíveis sequelas funcionais • Orientação sobre a proposta de reabilitação durante (RDT e QT) ou após tratamento • Informar sobre momentos de intervenção • Informar sobre tipo de intervenção • Informar sobre alternativas de reabilitação • Influencia no prognóstico • Adaptação ou compensação inadequada prévia ao tratamento deve ser considerada como fator negativo no prognóstico da reabilitação funcional. Parâmetros para determinar da eficácia terapêutica Protocolos de avaliação clínica Instrumentos para exames funcionais Protocolo de qualidade de vida Protocolo de auto-avaliação Gerenciamento da deglutição envolvendo quadro geral a longo prazo Nutrição e Hidratação Complicação pulmonar Qualidade de deglutição 1 21/01/2014 Check list de intervenção - internados Motivo da internação – cirurgia eletiva ou emergência Doença de base – tumor de cabeça e pescoço Estado atual • • • • • Estado de alerta Nível de consciência Sinais vitais Postura/posicionamento Audição, compreensão • • • • • • Controle motor de OFA Deglutição espontânea Respiração Via de alimentação Comunicação Complicações Intervenção fonoaudiológica Vacina de DNA • Cancer Gene Therapy www.nature.com • Phase I trial of DNA-HSP65 immunotherapy for advanced squamous cell carcinoma of head and neck • P Michaluart, KA Abdallah, FD Lima, R Smith, RA Moyses, V Coelho, GD Victora, A Socorro-Silva, EC Volsi, CR Zarate-Blades, AR Ferraz, AK Barreto, MC Chammas, R Gomes, E Gebrin, L Arakawa-Sugueno, KP Fernandes, PA Lotufo, MR Cardoso, J Kalil, CL Silva. Jun 2006 Intervenção fonoaudiológica Adequação postural Adaptação da deglutição com segurança e prazer alimentar Adaptação da comunicação, visando a uma maior integracao social e familiar Ação conjunta com demais profissionais da equipe, na orientação a pacientes e seus familiares, a fim de desenvolver suas potencialidades de uma maneira humanizada, respeitando suas expectativas e os limites da doença avançada Carrara–Angelis E, Fúria CLB. 2001; Taquemori LY. 2008. Mudança para consistências facilitadoras e seguras Espessar líquidos Sólidos mais macios Realizar estimulações passivas e exercícios ativos com o intuito de melhorar os aspectos da deglutição Desenvolver estratégias na área da comunicação, seja através da (re)adaptacao da linguagem oral como também no estabelecimento de uma comunicacao efetiva não-verbal, garantindo ao doente uma melhor qualidade de vida e melhora na interrelacao deste com seus familiares e equipe. Bordin AL, Steenhagen C. Manual de Cuidados Paliativos em pacientes com câncer. Rio de Janeiro: UNIC/UnATI; 2009 2 21/01/2014 Escalas de performance ASHA-NOMS National Outcome Measurements System Escalas de performance PPS Functional Communication Measures – FCMs DYSPHAGIA 1. O indivíduo não é capaz de deglutir nada com segurança pela boca. Toda nutrição e hidratação são recebidas através de recursos não orais (ex.: SNE, GTM). 2. O indivíduo não é capaz de deglutir nada com segurança pela boca para nutrição e hidratação, mas pode ingerir alguma consistência com uso máximo e consistente de pistas, somente em terapia. Método alternativo de alimentação é necessário. 3. Método alternativo de alimentação é necessário se o indivíduo ingere menos de 50% da nutrição e hidratação e/ou deglutição é segura com uso moderado e consistente de pistas para utilizar estratégias compensatórias e/ou necessita de restrição máxima da dieta. 4. A deglutição é segura, mas frequentemente requer uso moderado de pistas para utilizar as estratégias compensatórias e/ou o indivíduo tem restrições moderadas da dieta e/ou ainda necessita de alimentação por tubo e/ou suplemento oral. 5. A deglutição é segura com restrições mínimas da dieta e/ou ocasionalmente requer mínimas pistas para utilizar estratégias compensatórias. Pode ocasionalmente se auto-monitorar. Toda nutrição e hidratação necessária são recebidas pela boca durante a refeição. 6. A deglutição é segura e o indivíduo come e bebe independentemente e pode raramente necessitar de mínimas pistas. Frequentemente se auto monitora quando ocorrem dificuldades. Pode necessitar evitar itens de alimentos específicos (ex.: pipoca e amendoim) ou requerer tempo adicional (devido à disfagia). 7. A habilidade do individuo de se alimentar independentemente não é limitada pela função de deglutição. A deglutição seria segura e eficiente para todas as consistências. Estratégias compensatórias são efetivamente utilizadas quando necessárias. British Columbia 1996, revista em 2001 ASHA-NOMS National Outcome Measurements System Functional Communication Measures – FCMs DYSPHAGIA Considerar Disfagia e Intubação Orotraqueal - IOT RESUMO LIVRE Há impacto da intubação (ou entubação) orotraqueal eletiva prolongada 1. Nada VO, dependente de VA exclusiva. 2. Treino de VO restrita e assistida por fonoaudiólogo, dependente de VA. 3. VO parcial liberado com estratégias de segurança para deglutição. VA parcial. 4. VO liberada com estratégias de segurança para deglutição. Possibilidade de não usar VA. 5. VO exclusiva. Exige uso parcial de estratégias de segurança para deglutição e depende de supervisão. 6. VO exclusiva. Independente. Pode fazer uso de estratégias ou ter restrições específicas para algumas consistências. 7. VO exclusiva. Deglutição funcional. ou por complicação na deglutição Alteração na relação inspiração-expiração no processo da deglutição Laringoscopia alterada Alteração na fase oral e faríngea da deglutição Risco aumentado para penetração e aspiração IOT quase sempre tem relação com outros fatores como causa da disfagia Tolep et al., 1996; Kunigk e Chehter, 2007; Padovani et al., 2008; Camargo, 2010 3 21/01/2014 Considerar Disfagia e traqueostomia Há impacto da traqueostomia na deglutição no período imediato (dia do procedimento) e recente por efeitos inflamatórios do procedimento Traqueostomia realizada após insucesso na IOT deve considerar sequelas de tentativas de IOT Disfagia e traqueostomia Não há suporte na literatura embasada em estudos de evidência científica que a cânula traqueal aumenta o risco para aspiração. Não há evidência de que a decanulação melhora a função da deglutição. Há controvérsias sobre impacto do uso prolongado da traqueostomia na deglutição O que determina a necessidade da TQ (problemas respiratórios, trauma, etc) devem ser considerados os fatores determinantes para disfagia ou aspiração. Não há evidência de disfagia em pacientes traqueostomizados somente pelo uso da traqueostomia Brookes JT; Seikaly H; Diamond C; Mechor B; Harris JR J Otolaryngol;35(2):77-82, 2006 April Terk AR; Leder SB; Burrell MI Dysphagia;22(2):89-93, 2007 Apr. Leder SB; Joe JK; Ross DA; Coelho DH; Mendes J Head Neck;27(9):757-61, 2005 Sep. Considerar impacto da sonda de alimentação O uso da sonda via nasal reduz percepção de olfato Fase antecipatória Uso prolongado da sonda nasogástrica ou nasoenteral Reduz sensibilidade Aumenta risco de refluxo gastresofágico Aumenta risco de estenose esofágica Reduz peristalse faríngea e esofágica Impede adequada passagem de dieta durante treino parcial de via oral A GTTO tem relação com período mais prolongado de disfagia e necessidade de dilatação esofágica. A GTTO pode ser uma abordagem agressiva e sua indicação pode causar dependência. Corry J et al., Head Neck;31(7):867-76, 2009 Jul. Mekhail TM et al., Cancer;91(9):1785-90, 2001 May 1. McLaughlin BT et al., Laryngoscope;120(1):71-5, 2010 Jan. Brookes JT; Seikaly H; Diamond C; Mechor B; Harris JR J Otolaryngol;35(2):77-82, 2006 April Terk AR; Leder SB; Burrell MI Dysphagia;22(2):89-93, 2007 Apr. Leder SB; Joe JK; Ross DA; Coelho DH; Mendes J Head Neck;27(9):757-61, 2005 Sep. Considerar refluxo gastresofágico Edema em hipofaringe e laringe Souza, 2007 Linfedema facial O edema e o linfedema são disfunções crônicas caracterizadas pelo acúmulo de macromoléculas no espaço intersticial devido à insuficiência do sistema linfático. Zafaneli e Duarte, 2012 4 21/01/2014 Linfedema facial Paciente com câncer de CP SEM linfedema facial Paciente com câncer de CP COM linfedema facial Jie Deng, PhD, RN, OCN Jie Deng, PhD, RN, OCN Laringectomia parcial vertical Susan London, Elsevier Global Medical News, 2012 Laringectomia parcial horizontal supraglótica THIEP - traqueohioidoepiglotopexia Laringectomia supracricóidea Manobra SSG 5 21/01/2014 Instrumentos terapêuticos Fonação com prótese traqueoesofágica Laringectomia total - voz, deglutição e olfato Ressecção de lábio RESSECÇÃO DE LÁBIO Ressecção de língua e soalho Glossectomia total 6 21/01/2014 Ressecção de palato duro e mole Paralisia Facial periférica Impactos funcionais da radioquimioterapia Radioterapia e Quimioterapia Edema, fibrose, trismo, odinofagia e xerostomia (93%) causadas pela radioterapia interferem diretamente na fonação, fala, deglutição e respiração. Os efeitos da quimioterapia com influência direta nas funções de atuação fonoaudiológica são pouco conhecidos no câncer de cabeça e pescoço. A mucosite, a desidratação e a fraqueza geral certamente influenciam nos aspectos funcionais. Miller et al., 1990; Salvajoli e Silva, 2006; Chu e Devita, 2002; Dirix et al., 2008. Estenose após radioterapia Disfagia após Radioterapia e Quimioterapia • • • Estudo prospectivo: Pré tratamento, 3 e 12 após Radioquimioterapia 48 pacientes Videofluoroscopia • Pré-tratamento • Disfunções relacionadas à presença do tumor • • Pós 3 meses • Redução na retração de base de língua • Atraso na ação esfinctérica laríngea vestibular • Redução na elevação laríngea Após 12 meses • Deglutição manteve as alterações presentes após 3 meses • Aumento no tempo do processo de deglutição total • apenas após introdução da associação de QT Logemann JA; Pauloski BR; Rademaker AW; Lazarus CL; Gaziano J; Stachowiak L; Newman L; MacCracken E; Santa D; Mittal B Head Neck;30(2):148-58, 2008 • 222 pacientes com câncer de cabeça e pescoço tratados por cirurgia seguida de radioterapia com queixa de disfagia prolongada. • Videofluoroscopia e endoscopia digestiva alta Pacientes livres de doença oncológica no momento do exame • 16 pacientes com estenose faríngea • 8 pacientes com estenose esofágica • Número de dilatações variou para melhorar a função da deglutição 1 (n=12) 2 (n=4) 3 (n=3) 4 (n=3) 5 e 6 (n=1) Nguyen NP; Smith HJ; Moltz CC; Frank C; Millar C; Dutta S; Lee H; North D; Karlsson U; Vos P; Nguyen LM; Sallah S J Otolaryngol Head Neck Surg;37(2):219-24, 2008 Apr. 7 21/01/2014 Resultados Terapia fonoaudiológica 60 Antes, durante e após radioterapia e quimioterapia Estratégias de Motricidade orofacial - Tônus e movimento 50 40 34,5 Caroline Marrafon Projeto de mestrado 34,5 mm 30 Estratégias vocais 48 mm 20 Manobras de mudança postural 32 mm 29mm Paciente 3 Paciente 4 29 mm 10 Modificação de volume, consistência/viscosidade 0 Paciente 1 Manobras de proteção de via aérea Paciente 2 Pré Média Pre Esforço, Supraglótica e supra-supraglótica 70 60 50 Mendelsohn e Masako 34,5 34,5 34,5 44,75 mm 40 Hidratação (água quando possível e inalação com soro fisiológico) Orientação de uso de saliva artificial e higiene oral 30 10 sessões frequência semanal 60 mm 51mm 20 35 mm 33 mm 10 Abertura de boca - Trismo 0 Paciente 1 Samlan e Webster, 2002; Kendall et al., 2000; Kotz et al., 2004; Mittal et al., 2003; Veis et al., 2000; Lazarus et al., 1996; Logemann et al., 2008; Barros, 2007; Carroll et al.,2008 . SECCAPE 2014 28 • abril a 02 maio • 2014 Semana da Cirurgia da Cabeça e Pescoço Paciente 2 Pós Paciente 3 Paciente 4 Média Pós Obrigada [email protected] www.foco-fono.com.br FMUSP Centro de Convenções Rebouças • SP Informações: 11 3722 5850 | [email protected] 8