Fé fervente ao vermelho vivo»… E métodos
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Fé fervente ao vermelho vivo»… E métodos
No ENE 2013 de Valladolid O último e melhor para a Nova Evangelização: «Fé fervente ao vermelho vivo»… E métodos Tote Barrera dirige‐se aos assistentes. Actualizado 6 de Julho de 2013 Pablo Ginés/ReL De quinta-feira ao domingo Valladolid acolhe o Encontro de Nova Evangelização ENE 2013, dirigido a sacerdotes, evangelizadores, responsáveis da pastoral juvenil e da nova evangelização e líderes laicos. É uma espécie de "Quem é quem" (e de "que há por aí") da "nova evangelização prática", celebrado um ano depois do encontro de 2012 que marcou a linha: muita música e louvor, pioneiros que explicam métodos evangelizadores, tempo para "fazer corredores" e conhecer outras experiências, muitos momentos de oração e seminários muito práticos. (Clique aqui para entrar na sua página de Facebook.) Abundância e variedade de iniciativas Os principais oradores são Tote Barrera, responsável de Cursos Alpha em Espanha; o pastor evangélico Mark Jobe, da congregação de Chicago "New Life Church", o bispo de Solsona Xavier Novell (por ligação online), Josué Fonseca, historiador e responsável da Comunidade Fé e Vida, e o fundador da agência Zenit e responsável do portal Aleteia, Jesús Colina. Além disso, os 200 assistentes dividem-se em diversos seminários que apresentam iniciativas novas ou focos novos para evangelizar: Juan Luis Rascón, sacerdote de Madrid, apresentou os Cursos Alpha de forma introdutória, como uma forma de chegar aos afastados da fé. Luis Priede, da Comunidade Fé e Vida, explicou o chamado a "ser discípulo" e "fazer discípulos": no ENE recordase que o discípulo vive com o seu Mestre (Jesus) e aprende d’Ele. Luis Priede, da Comunidade Fé e Vida. Desde a catedral do Santo Espírito de Tarrasa, chega a equipa que implantou os Cursos Lifeteen pela primeira vez em Espanha: são cursos centrados na idade em que os espanhóis abandonam a fé segundo todas as estatísticas: de 12 a 18 anos. Vem de Estados Unidos onde ensinam em mais de mil paróquias e mobilizam multidões. Jornalista e empreendedor da comunicação cristã, Jesús Colina falará este sábado de Evangelização nos Medias. Outros optarão por ir ao seminário de sexualidade jovem e adolescente para conhecer a metodologia do sistema de formação "Teenstar". O movimento de origem evangélico 24/7 (ainda que também com membros católicos) explicou como criar "salas de oração" abertas 24 horas por dia durante muitos dias seguidos, com turnos nocturnos e às vezes em zonas muito deprimidas (assim, no Raval de Barcelona a sala chama-se "Zona Vermelha" e acompanha-se do sair a conversar com prostitutas e pessoas da rua). O pastor evangélico brasileiro Alfonso Cherene falou da importância da generosidade com o dinheiro na evangelização. E o pregador chinodominicano Yuan Fuei Liao, da comunidade católica Servos de Cristo Vivo, depois de infiltrar-se disfarçado de mendigo durante todo um dia e infiltrando-se nos actos para ver a reacção dos assistentes, tratará sobre "criatividade na nova evangelização rompendo esquemas". O bispo de Alcalá, Juan Antonio Reig Pla, preside à missa vespertina do sábado à tarde, repetindo uma ideia que emprega com frequência: a Igreja não pode limitar-se a "gerir a decadência das paróquias", que envelhecem e saturam ao clero que fica, deve reorganizar-se para evangelizar. Tote Barrera e a visão que apaixona A primeira grande palestra, a cargo de Tote Barrera insistiu em três elementos: 1 - Evangelizar começa com o kerigma, o primeiro anúncio, que "Deus te ama e Cristo morreu por ti para salvar-te e isso pode mudar a tua vida". 2 - Que depois o kerigma, há que ser "discipulado": receber formação para ser discípulo, crescer assim na vida cristã. 3 - Quem foi evangelizado e discipulado já pode sair a evangelizar... Desde a eclesialidade, enviado pela Igreja! Tudo isto inclui o "reflectir e planificar", igual que comenta Jesus: "Quem vai à guerra, antes não conta as suas forças e calcula as suas possibilidades?" A música de louvor é essencial nos novos métodos de evangelização e esteve presente desde as primeiras horas do ENE 2013 de Valladolid. Boa parte da reflexão já a fez a Igreja: no magistério de João Paulo II (que pede evangelizar com "novos métodos, novo ardor, nova linguagem"), o de Bento XVI, no Sínodo da Nova Evangelização de 2012 (sobretudo nos seus "lineamenta", os seus documentos prévios preparatórios), nas conclusões de Aparecida para América Latina... Que já criticam que as "nossas estruturas são de manutenção, não de acompanhamento dos que despertam à fé". Em todos estes textos insiste-se em que a Igreja deve começar por "evangelizar-se a si mesma" e "recorrer ao Espírito Santo para encontrar os tempos e os instrumentos", além de questionar-se "caminhos estandardizados e habituais". Isto resume-se em ter "uma visão", que não é nada longa como um plano pastoral ("alguém por acaso leu o plano pastoral da sua diocese?") mas sim uma só frase que "orienta e põe a trabalhar de verdade". Uma visão seria "uma descrição do futuro que produz paixão". Para Abraão, era a promessa de Deus de darlhe uma descendência como as estrelas. Para Moisés, libertar o seu povo. "Há gente chamada a ser visionários, e outros a seguir o visionário". Mas inclui sempre certa ambição, ir a Isaías 54, 2-3: "Amplia o espaço na tua tenda, te expandirás, a tua prole povoará cidades desoladas". Para Tote, a "visão" geral deu-a o Magistério com a Nova Evangelização, falta concretizá-la saindo às ruas e mudando as paróquias, comunidades e movimentos. Isso implica caminhar "na fé", sem ver demasiado, como disse o ponto 928 de Caminho, de São Josemaría: "Ao levantar-se a névoa, verás outra serra, não há caminhos, os fareis"... "Estamos explorando: isso é a Nova Evangelização". À medida que se vejam frutos em tal ou qual iniciativa, aumentará a paixão, os ânimos e a evangelização. Assim, há três passos: Crer (nas promessas de Deus) e escutar (o que Deus e a Igreja pedem). Ver (o que se passa: gente que se converte, corações avivados) e crer (porque temos visto). Crer (que Deus continua actuando) e falar (pregar, anunciar). Mark Jobe, Josué Fonseca e NewLifeChurch A segunda grande palestra correu a cargo de Mark Jobe, que se criou num povoado de Burgos chamado Rubena, de apenas 200 habitantes. Filho de um missionário evangélico, aos 17 anos foi estudar para Chicago, megalópolis de 10 milhões de habitantes. Muito a seu desgosto, recém-formado como pastor jovem, aceitou encarregar-se de uma congregação de 16 pessoas numa igrejinha protestante num bairro mexicano, cheio de bandos e violência. Hoje essa igreja, NewLifeChurch passou de 16 pessoas a 7.000, com muitos programas contra a dependência da droga, a desnutrição ou a violência. Josué Fonseca, que é um observador católico de tendências pastorais e evangelizadoras no mundo evangélico, valoriza três pontos fortes da New Life: 1- Formam líderes para estes tempos. 2- Conseguem renovar templos e congregações que estavam envelhecidos. 3- Criam bons programas de tipo social e ajuda solidária. Quando o jovem Mark se encontrou como pastor entre tiroteios de bandos e vendedores de drogas, ele só tinha claro uma coisa: "Jesus veio para salvar; Ele muda a quem lhe dê a oportunidade, e a Igreja há-de abrir as portas aos pecadores, para que Deus os transforme". Reflectindo sobre Actos 13,2, a cena em que Bernabé e Paulo são enviados a evangelizar a Antioquia, terra pagã, Mark deduz a sua "fórmula evangelizadora": orar e louvar; muito jejum, que apoia "campanhas" concretas; enviar: quando uma pessoa se sabe "enviado em missão por Cristo" será mais valente, evangelizará "com poder". Tudo isto é além disso necessário (especialmente o jejum) para avivar o coração de líderes, evangelizadores e pastores, para "que não se esfriem: tem de estar vermelho vivo". Jejuar ajuda a recordar que "a minha fome física não é tão importante: faço-o para recordar e suscitar a minha fome de Deus e do seu actuar". Lendo analistas da história eclesial, Mark adere a "5 coisas que partilham todos os movimentos que mudaram o mundo": 1 - Fé fervente, ao vermelho vivo, mais além do padrão da sua sociedade. 2 - Dois "C maiúsculos": Compromisso com uma Causa (uma causa que entendem e desejam). 3 - Não se retiram: saem a contagiar, transformar e influir. 4 - Capacidade de mobilização rápida. 5 - Métodos flexíveis e adaptáveis: não se atascam em metodologias fixas. Mark Jobe convidou todos a pôr-se "vermelho vivo" com oração, jejum e envio evangelizador, com fé fervente, anunciando o kerigma: crê, arrepende-te, aceita Jesus como Senhor, Salvador, pede o Espírito Santo na tua vida, deixa que Ele te guie... "Não somos responsáveis do que fizeram os nossos pais com Espanha, com a fé... Mas somos responsáveis da nossa geração", advertiu. Entre bar e corredores Neste ambiente de exortações a evangelizar e a formar comunidades e treinar "discípulos" (cristãos que amadurecem e se comprometem) transcorrem os dias no ENE, com muitos encontros no "bar" onde responsáveis de distintas dioceses e comunidades se perguntam uns aos outros "que estais experimentando na vossa zona?", "que tal funciona esse método?", "podemos ir à vossa diocese, ver como o fazeis e aplica-lo ou adapta-lo na nossa?" Há ânsia por cumprir mais e melhor o mandato de Cristo: "ide, e anunciai o Evangelho; fazei discípulos meus e ensinai-lhes a guardar o que vos ensinei". in
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