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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MEIO AMBIENTE VALORAÇÃO ECONÔMICA DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO PARQUE MUNICIPAL DA BOA ESPERANÇA, ILHÉUS, E DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL SERRA DO TEIMOSO, JUSSARI, BAHIA Solange Rodrigues dos Santos-Corrêa ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Julho de 2005 SOLANGE RODRIGUES DOS SANTOS-CORRÊA VALORAÇÃO ECONÔMICA DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO PARQUE MUNICIPAL DA BOA ESPERANÇA, ILHÉUS, E DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL SERRA DO TEIMOSO, JUSSARI, BAHIA Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. ILHÉUS – BAHIA – BRASIL Julho de 2005 ii SOLANGE RODRIGUES DOS SANTOS-CORRÊA VALORAÇÃO ECONÔMICA DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO PARQUE MUNICIPAL DA BOA ESPERANÇA, ILHÉUS, E DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL SERRA DO TEIMOSO, JUSSARI, BAHIA Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. APROVADA: 14 de julho de 2005 Prof. Dr. Henrique Tomé da Costa Mata UESC Prof. Dr. Francisco Casimiro Filho UFC Prof. Dr. Neylor Alves Calasans Rego UESC – Orientador iii Dedicatória Ao Frei Conrado Goumans (OFM), in memorian, pelo modo carinhoso com que me conduziu na vida. Ao meu pai Geraldo Procópio, in memorian, pelo modo alegre que tentou levar a vida. Às minhas filhas Sara e Ester, pelo otimismo com que me fazem ver a vida. Ao meu marido Ronan Xavier Corrêa, pelo seu amor e companheirismo em minha vida. A Deus, razão da minha vida. iv AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual de Santa Cruz, pela oportunidade da realização do curso. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal para o Ensino Superior (CAPES), pela concessão da minha bolsa. Ao Professor Neylor Alves Calasans Rego, pela orientação, amizade e compreensão. Ao professor Francisco Casimiro Filho (UFC), por compor minha comissão de orientação. À Professora Irene Cazorla, pela orientação nas análises estatísticas. Aos colegas e amigos de turma, Anaelson, Alene, Aline, Bethânia, Christine, Dílson, Eliana (Nane), Jorge Augusto Bahia, Joaquim Sampaio, José Wildes, Oscar Artaza, Patrícia, Romuald, Simey, Sizínio, Teodoro e Vivasvan, pelo apoio e pela ajuda nos momentos de dificuldades. Um especial agradecimento à amiga Simey Soeiro, pela sua capacidade de amenizar as dificuldades. Aos professores do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, pelos ensinamentos. Ao estudante de ciência da computação, Ramon Gomes Medrado, pela colaboração. Ao Professor Ronan Xavier Corrêa, de todo o coração e com os mais profundos agradecimentos, por inspirar-me desde o início deste projeto e fortalecer minha autoconfiança como pesquisadora, e pela revisão que trouxe mais clareza aos meus pensamentos e melhorou cada parte desta dissertação. v ÍNDICE EXTRATO .............................................................................................................vii ABSTRACT........................................................................................................... ix 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 5 2.1. A biodiversidade como um valor de amplitude global................................... 5 2.2. A valoração econômica do recurso ambiental.............................................. 8 2.3. Diferentes formas de valoração econômica de recursos naturais .............. 11 2.4. Considerações sobre o método de valoração contingente......................... 15 2.5. Estudos de casos em valoração econômica de recursos naturais ............. 17 3. METODOLOGIA .............................................................................................. 21 3.1. Abordagem geral do projeto ....................................................................... 21 3.2. Caracterização da área de estudo.............................................................. 21 3.3. Procedimentos metodológicos ................................................................... 24 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 27 4.1. Respostas ao questionário ......................................................................... 27 4.2. Análise descritiva das respostas ................................................................ 28 4.2.1. Características demográficas dos respondentes ............................. 28 4.2.2. Justificativas para conservação de uma floresta tropical úmida ...... 28 4.3. Relações entre diferentes variáveis com a DAP ........................................ 34 4.4. Determinação do valor de duas florestas tropicais úmidas ........................ 37 5. CONCLUSÕES ................................................................................................ 42 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 43 APÊNDICES ........................................................................................................ 46 vi Apêndice A – Versão em português do questionário testado entre 10 pessoas aleatórias para validação do instrumento .......................................................... 46 Apêndice B – Versão em inglês do questionário validado que foi aplicado para coleta dos dados ............................................................................................... 51 Apêndice C – Dados originais codificados e legenda dos códigos.................... 56 Apêndice D – Dados demográficos, sobre a parte 1 do questionário................ 64 Apêndice E – Dados os motivos de conservar a floresta, sobre a parte 2 do questionário....................................................................................................... 69 Apêndice F – DAP e determinação do valor, dados sobre a parte 3 do questionário....................................................................................................... 70 vii EXTRATO SANTOS-CORRÊA, Solange Rodrigues, M.S., Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Julho de 2005. Valoração Econômica dos Recursos Ambientais do Parque Municipal da Boa Esperança, Ilhéus, e da Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso, Jussari, Bahia. Orientador: Neylor Alves Calasans Rego. Co-orientador: Francisco Casimiro Filho (UFC). A valoração econômica dos recursos ambientais (atribuição de um valor a um bem ambiental) propicia a realização de uma análise social de custo-benefício para reservas naturais. Esse método é relativamente novo e há poucos sítios ambientais no mundo que foram valorados. No Sul da Bahia existem áreas com fragmentos representativos de Mata Atlântica, inclusive como reservas biológicas, que carecem ser valoradas economicamente. Neste trabalho, objetivou-se determinar os valores econômicos, com base na Disposição a Pagar (DAP - Valor de Existência) por habitantes da união européia e dos Estados Unidos da América pelos recursos ambientais que compõem a paisagem natural do Parque Municipal da Boa Esperança (Ilhéus, BA) e da Reserva Natural Particular Serra do Teimoso (Jussari, BA), ambos fragmentos de Mata Atlântica. Além disso, foram testados os efeitos de diferentes variáveis na DAP. Foi utilizado o Método de Valoração Contingente (MVC), captando, por meio de questionários, a visão de residentes nos EUA e na Europa, que permitiram mensurar o Valor de Existência. Verificouse que o valor atribuído por esses dois conjuntos de respondentes não difere entre si quanto ao país de origem. No entanto, o valor atribuído à RPPN Serra do Teimoso mesmo sendo uma reserva menor, foi estatisticamente superior àquele atribuído ao Parque Municipal da Boa Esperança. Esses resultados revelaram que as pessoas estão dispostas a apoiar a conservação em lugares mais seguros vii em relação às pressões antrópicas. Além disso, constituíram-se em uma base de dados importante para alimentar uma consciência ambiental de conservação dos Recursos Naturais e definir políticas para conservação de sítios ambientais na Mata Atlântica. Finalmente, verificou-se que pelo menos cinco variáveis têm efeito significativo sobre a DAP e que o MVC mostrou-se adequado para quantificar O valor de existência pela conservação das reservas biológicas estudadas. viii ABSTRACT SANTOS-CORRÊA, Solange Rodrigues, M.S., State University of Santa Cruz, Ilhéus, July of 2005. Economical Valuation of the Environmental Resources of the Municipal Park of Boa da Esperança, Ihéus, and of the Particular Reserve of the Serra do Teimoso, Jussari, Bahia. Advisor: Neylor Alves Calasans; Coadvisor: Francisco Casimiro Filho (UFC). The economical valuation of the environmental resources (attribution of a value to an environmental good) propitiates the accomplishment of a social costbenefit analysis for natural reserves. That method is relatively new and there are few environmental sites in the world that were valuated. In the South of Bahia there exist areas with representative fragments of Atlantic forest, as well as biological reserves that needed to be economically valuated. The aim of this work was to determine the economical values, based on the Disposition to Pay (DAP Existence Value) of the residents in Europe and United States of America, of the environmental resources that compose the natural landscape of the Municipal Park of Boa Esperança (Ilhéus, BA) and of the Private Natural Reserve of Serra do Teimoso (Jussari, BA), both located inside Atlantic forest fragments. Beyond that, the effects of different variables were tested in DAP. It was used the Contingent Valuation Method (MVC), capturing, through questionnaires, the residents' opinions of the USA and Europe, what allowed measuring the Existence Value. It was verified that the value attributed by those two groups of respondentes did not differ from each other with relation to the country of origin. However, the value attributed to Serra do Teimoso, even being a smaller reserve, was statistically greater than that attributed to the Municipal Park of Boa ix Esperança. These results revealed that the people are willing to support more the conservation in safer places in relation to the areas under anthropic pressures. Beyond of that, they constituted an important data base to increase the environmental conscience of the natural resources conservation and to define politics to preserve the Atlantic forest. Finally, it was verified that at least five variables had significant effect on DAP and that the MVC was shown appropriate to quantify the existence value for the conservation of the studied biological reserves. x 1. INTRODUÇÃO A Valoração Econômica do Recurso Ambiental (atribuição de um valor a um bem ambiental), uma ciência relativamente nova, propicia a realização de uma análise social de custo-benefício para Reservas Naturais. A literatura reconhece três tipos de conceitos: valor de uso, valor de opção e valor de existência. Conforme salienta Beukering et al. (2003), a valoração do recurso natural depende não apenas do preço de mercado dos seus usos diretos, mas também de todos os outros componentes que geram valor em sentido amplo. Poucos sítios ambientais no mundo foram valorados em relação a esses três tipos de conceitos. A mensuração do impacto nas comunidades locais tem-se mostrado de grande importância na criação de áreas de proteção ambiental. No entanto, até mesmo as Unidades de Conservação já existentes não dispõem de abordagem sistematizadas sobre seu valor econômico e os benefícios locais e globais por elas gerados. Dessa forma, a valoração econômica dos recursos naturais apresenta-se como uma forma de gerar cientificamente indicadores convincentes para a política de conservação da biodiversidade. Inclusive, a valoração econômica dos recursos naturais foi apresentada por Mota (2001) como o estado da arte na área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, uma vez que tem ampla aplicação na análise custo-benefício de projetos governamentais e privados. No Sul da Bahia, vêm sendo desenvolvidos vários trabalhos nas áreas sócio-ambientais e ecológicas, visando subsidiar políticas conservacionistas, graças ao fortalecimento institucional dos últimos 15 anos. Destacam-se as seguintes instituições: Universidade Estadual de Santa Cruz, Instituto de Estudos 1 Sócio Ambientais do Sul da Bahia e Instituto Dríades. Com base em diversos projetos, essas instituições atuam no complexo denominado Corredor Central da Mata Atlântica. Nesta área, há um grande número de Unidades de Conservação, muitas delas com área inferior a 100 ha. No entanto, formam uma cadeia de áreas adjacentes a grandes porções de áreas com florestas, propícias à efetivação dos corredores ecológicos. Nesse contexto, os sítios ecológicos (hot-spots) “Parque Municipal da Boa Esperança” e “RPPN Serra do Teimoso” foram escolhidos porque representam duas situações típicas, respectivamente: uma mata urbana (adjacente à cidade de Ilhéus que tem cerca de 220.000 habitantes – ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA BAHIA, 2001) e uma RPPN de uso para pesquisas e ecoturismo (localizada há 60 km de Ilhéus, próximo à cidade de Jussari que tem cerca de 7.000 habitantes). Ambas apresentam características biológicas que as tornam de grande interesse mundial para conservação da biodiversidade (CARVALHO et al., 2001). No Brasil, a abundância de recursos humanos, terrestres, aquáticos e minerais contribuiu para que questões polêmicas relativas ao meio ambiente fossem relevadas ao segundo plano por parte dos formuladores de políticas públicas. Aliado a isso, vários desastres ecológicos, em especial na Amazônia, serviram para sensibilizar a comunidade mundial e provocar reações nacionalistas em alguns setores da sociedade brasileira. Estes fatos propiciaram uma nova orientação aos movimentos sociais no Brasil, o que alertou para a necessidade de estabelecimento de uma agenda ambiental que serviria para delinear tanto as políticas do setor público, quanto às do setor privado, e conseqüentemente, as questões ambientais, que até então, haviam ficado à margem das decisões políticas, passando a ter, assim, uma importância significativa. Desta forma, as pressões internacionais, aliadas ao surgimento de uma consciência ecológica por parte da sociedade brasileira, levaram o Brasil a adotar uma legislação ambiental e criar o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em 1985, com representação governamental e não-governamental (MARTINS, 2002). Outro fato importante para aumentar a conscientização sobre os problemas ambientais no Brasil foi a preparação e realização da conferência mundial sobre o meio ambiente - ECO-92 -, no Rio de Janeiro em junho de 1992. 2 A idéia de associar questões ambientais com o desenvolvimento econômico tornou-se princípio amplamente difundido, tanto nos segmentos da comunidade científica quanto no meio político e na comunidade em geral. Neste sentido, instituições internacionais financiadoras de projetos como o Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) começaram a insistir na necessidade de uma valoração dos custos e benefícios ambientais em projetos de desenvolvimento. As pesquisas científicas passaram a considerar a valoração dos bens e serviços ambientais como um instrumento para justificar os seus esforços de preservação e conservação do meio ambiente, embora ainda seja incipiente o estudo de valoração econômica. No campo político, também tem havido discussão quanto ao aspecto ambiental associado ao desenvolvimento econômico. Em novembro de 2004, a Rússia aderiu ao Protocolo de Kyoto, chegando ao mínimo de assinaturas requeridas para entrar em vigor o acordo para controlar o efeito estufa. As divergências atuais, inclusive a não-adesão de países centrais como os Estados Unidos e a Austrália, são evidências de que o passivo ambiental ainda não figura como um componente aceito pelas economias mundiais. A decisão de proteger determinado espaço natural gera conflitos de interesses e tem um custo que a sociedade necessita arcar. Diante do exposto, este trabalho e o seu objeto de análise são de extrema importância não só para Ilhéus, Jussari e região, mas também para o Brasil devido à sua diversidade biológica e aos inúmeros parques e reservas em grandes áreas de floresta tropical do país. Além disto, têm-se observado nos últimos anos um crescente desenvolvimento do ecoturismo nas regiões onde existem fragmentos de Mata Atlântica e uma forte preocupação com o tipo de manejo e planejamento das florestas tropicais. Justifica-se ainda que esse estudo poderá subsidiar estratégias de proteção de áreas prioritárias na Mata Atlântica, sendo os dois sítios ambientais estudados neste projeto pertencentes ao projeto ECOMAN1, mantido por 1 Decision Support System for Sustainable Ecosystem Management in Atlantic Rain Forest Rural Areas – ECOMAN. Este projeto foi desenvolvido sob coordenação do Prof. Neylor Alves Calazans do Rego, tendo como objetivo principal o desenvolvimento de um sistema de apoio a tomada de decisões em bases interdisciplinares, de maneira a promover o desenvolvimento sustentável de áreas rurais situadas nas regiões de floresta tropicais sujeitas a uma intensiva e crescente pressão antrópica. 3 instituições da União Européia e desenvolvido em Ilhéus, que visou desenvolver um sistema de suporte a decisões de manejo sustentável do ecossistema Mata Atlântica. Tendo em vista o contexto onde este estudo de caso está inserido, esta pesquisa poderá representar, para organismos internacionais como o Banco Mundial, um estudo-piloto no sentido de verificar a aplicabilidade do MVC (Método de Valoração Contingente) para a valoração de bens ambientais de amplitude global, tal como ocorreu com o estudo de caso das florestas tropicais de Madagascar (KRAMER et al., 1995), na valoração de projetos de criação de parques nacionais na Amazônia (HORTON et al., 2003) e em ilhas italianas no mediterrâneo (ALBERINI et al., 2005). No presente trabalho, foi determinada a disposição a pagar (DAP) pela conservação de fragmentos de floresta tropical úmida, especificamente do Parque Municipal da Boa Esperança (Ilhéus, BA) e da Reserva Natural da Serra do Teimoso (Jussari, BA) e analisados os fatores que afetam a DAP e o valor de existência desses dois sítios ecológicos. Os objetivos específicos foram: a) Determinar a DAP pelos residentes nos EUA e na União Européia, pela conservação dos recursos naturais de dois sítios ecológicos representativos de uma floresta tropical úmida. b) Identificar os principais motivos que levam os indivíduos à disposição a pagar pela conservação de uma floresta tropical úmida, tendo como referência os valores de uso e os de não-uso. c) Estimar o valor de existência do Parque Municipal da Boa Esperança e da RPPN Serra do Teimoso. d) Testar o efeito de diferentes variáveis (demográficas, cognitivas sobre floresta tropical úmida e conceitual sobre valor econômico) na DAP. e) Verificar se a pressão antrópica existente no Parque da Boa Esperança tem efeito no valor médio da DAP pela sua conservação. 4 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. A biodiversidade como um valor de amplitude global O termo Biodiversidade é amplamente utilizado como sinônimo de "variedade de vidas". Gaston (1996) apresenta uma série de definições sobre esse termo, nas quais se pode verificar que, no contexto das estratégias de conservação, são explicitados cinco níveis de diversidade: genes, populações, espécies, comunidades e ecossistemas. Os biólogos, ao dissecarem esses níveis, gera um "pano de fundo" para o tratamento sócio-político da biodiversidade, visto estar o homem inserido nesse contexto. Assim emerge a perspectiva de valorar a biodiversidade, criando-se um indicador para sua conservação, afinado com a noção econômica. A Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, quando do descobrimento do Brasil em 1500, ocupavam uma área de 1.290.692,46 km2, o que correspondia a cerca de 15% do Território Brasileiro. Este maciço florestal estendia-se pelos estados brasileiros costeiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí; e pelos Estados interiores: Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Segundo estudos atuais, essa cobertura vegetal acha-se reduzida a cerca de 8,8% de sua cobertura original (SOS Mata Atlântica, INPE & ISA, 1998) e, conseqüentemente, a Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo. As principais causas da perda de espécies e do empobrecimento da biodiversidade são: destruição e fragmentação de alguns habitats, poluição e 5 degradação; eliminação exagerada de plantas e animais pelo homem; efeitos secundários de extinções; introdução de animais e plantas alienígenas (ou exóticos). Além destas causas, McNeely (1994) aponta que: “A perda da biodiversidade é devida sobretudo a fatores econômicos, especialmente aos baixos valores econômicos dados à biodiversidade e às suas funções ecológicas – como a proteção de bacias hidrográficas, ciclagem de nutrientes, controle da poluição, formação dos solos, fotossíntese, e evolução – do que depende o bem estar da humanidade. Portanto, virtualmente todos os setores da sociedade humana têm interesse na conservação da diversidade biológica e no uso sustentável de seus recursos biológicos”. As causas da perda da biodiversidade são de ordem política, econômica e cultural. Obviamente que essas causas também levam ao agravamento de problemas ambientais como baixa qualidade e escassez de água, poluição do ar, perda das qualidades do solo, grande número de espécies ameaçadas da flora e da fauna, crescimento desordenado das populações humanas, descarte incorreto do lixo sem reciclagem dos itens que podem ser reaproveitados, saneamento básico insuficiente nas periferias das cidades e meio rural, mudanças climáticas e desperdício de recursos da natureza. Portanto, torna-se necessário criar parâmetros reconhecidos pelo mercado para justificar a conservação dos recursos naturais. Apesar de muitas das áreas remanescentes de floresta tropical serem partes de unidades de conservação, não está assegurada a manutenção da biodiversidade, visto que em termos ecológicos esses remanescentes precisam ser conectados entre si e terem a sua importância reconhecida amplamente. Por isso, faz-se necessário realizar a valoração ambiental, visando fornecer subsídios aos planejadores e, ou, formuladores de políticas específicas para as referidas áreas, por serem estas vulneráveis e de grande relevância sócio-ecológica. Pearce e Turner (1990) consideram três aspectos de determinação dos valores ambientais: as preferências individuais, as preferências públicas e as funções biofísicas do ecossistema. Note que o primeiro e segundo aspecto tratam do interesse humano e o terceiro refere-se ao ambiente, implicando em estender o direito do uso (antropocentrismo) ao da existência de (e para) gerações humanas e não-humanas (biocentrismo). A irreversibilidade e a incerteza que são atribuídas às relações entre o homem e o ambiente fazem com que a sustentabilidade do 6 planeta, frente ao uso indiscriminado do recurso ambiental, fique ameaçada. Dessa forma, por precaução, a opção pela preservação torna-se um princípio a ser adotado, independentemente da postura ética que seja adotada (antropocêntrica ou biocêntrica). Isso decorre também da percepção de que a sustentabilidade do sistema social é interdependente à sustentabilidade do ambiente, o que faz com que a determinação de um valor "intrínseco", dado por critérios biológicos seja também um valor “instrumental”, isto é, de interesse do homem. O que é valor econômico do meio ambiente? Para valorar, há muitas questões que se podem considerar e a principal delas é "como definir VALOR?". Quanto a essa questão, tem-se, segundo Norton (1997): a) valor de mercadoria: quando uma espécie pode ser transformada em produto e comercializada no mercado, tanto diretamente pela venda de um produto dela derivado como indiretamente pela sua imagem associada a um novo produto (ex.: sapatos de vinil com desenhos de jacaré, camisas estampadas de animais ou plantas endêmicas); b) valor de conveniência (comodidade): Melhoria da vida de maneira nãomaterial, permitindo a contemplação (ex.: visão de um beija-flor ou de uma orquídea), a recreação (ex.: andar, pescar, caçar) e o patriotismo (preservação de espécies símbolos do país, ex.: mico-leão da cara dourada, arara azul, tartaruga); c) valor moral: as espécies têm valor moral por elas próprias e, de acordo com essa opinião, elas têm valor por si mesmas e esse valor não depende de nenhum uso que se faça delas. As espécies têm valor como recursos morais para os seres humanos, como uma chance para que eles formem, reformem e melhorem seus próprios sistemas de valores; d) valor de opção: para espécies que não têm o seu valor conhecido (pela falta de conhecimento suficiente para calcular o valor da maioria das espécies), considera-se que a sua extinção poderia ter efeitos irreversíveis sobre um futuro uso. Para se dar valor de opção ou uso a alguma espécie, implica em ter conhecimento sobre aquela espécie e ainda incorporar um valor que futuramente ela venha a ter devido a descobertas futuras, estimar uma data futura, depois disso poder tentar traduzir os valores em unidades monetárias. Como se vê, dar 7 um valor financeiro às espécies é uma tarefa trabalhosa. Além disso, os cientistas acreditam que identificaram e deram nome apenas a aproximadamente 15% das espécies da Terra (NORTON, 1997). As espécies não existem independentemente, elas co-evoluíram em ecossistemas dos quais cada espécie individual depende de algum conjunto de espécies para continuar sua existência, pode depender apenas de uma outra espécie para sua alimentação, ou de um complexo de espécies interrelacionadas. A extinção de qualquer espécie, deve incluir perdas acumuladas em benefícios futuros se outra espécie dependente também sucumbir. Assim, para se obter o valor completo de uma espécie, deve-se considerar o valor das outras espécies que dela dependam. Então para se calcular o valor de opção de uma espécie, devem-se adicionar os valores de opção de todas as espécies dependentes, e outro problema é que as dependências interespecíficas são pouco compreendidas (NORTON, 1997). Outra questão discutida por Norton (1997) é "qual é o valor da biodiversidade?". Uma vez que as vidas humanas e as economias dependem da biodiversidade, pode-se dizer que o valor da biodiversidade é o valor de tudo o que existe. Garantir a vida da biodiversidade é um custo ambiental para a sociedade e a mensuração destes custos é feita através dos métodos de valoração ambiental. 2.2. A valoração econômica do recurso ambiental A idéia de que o ambiente possui valor econômico é óbvia, embora os procedimentos de descrição e controle do patrimônio das entidades econômicas não o registre. Recentemente, vêm sendo desenvolvidos no âmbito das ciências contábeis e econômicas os mecanismos para contabilizar o custo ambiental. Segundo Marques & Comune (1997, p.22), "o meio ambiente ao desempenhar funções imprescindíveis à vida humana apresenta, em decorrência, valor econômico positivo, mesmo que não refletido diretamente pelo funcionamento do mercado. Portanto, não é correto tratá-lo como se tivesse valor zero, correndo o risco de uso excessivo ou, até mesmo, de sua completa degradação. Um princípio básico observado é que o ambiente e o sistema econômico interagem, quer através dos impactos que o sistema 8 econômico provoca no ambiente, quer através do impacto que os recursos naturais causam na economia". O desenvolvimento do conceito sobre valoração ambiental iniciou-se por distinguir entre os valores de uso e valores de não-uso. A atual literatura econômica ambiental distingue três valores que compõem o valor econômico total do ambiente, quais sejam: valor de uso (uso atual direto e indireto), valor de opção (uso futuro direto e indireto) e valor de existência (não-uso): a) Valor de uso: “o valor de uso refere-se ao benefício obtido a partir da utilização efetiva do ambiente, de forma direta ou indireta”. No caso do uso direto, trata-se de fins de consumo (alimentos, remédio, energia, madeira e óleos) bem como de não-consumo (recreação, turismo, ciência e educação). No uso indireto, refere-se ao papel da biodiversidade na manutenção do ecossistema que suportam a manutenção da produtividade biológica, a regulação do clima e a manutenção do solo, da água e do ar” (WATSON et al., 1995). Por essa definição, o valor de uso refere-se ao valor atribuído pelas pessoas que realmente usam ou usufruem o recurso ambiental. Portanto, o valor de uso está associado com as possibilidades presentes do uso dos recursos naturais e são de mais fácil compreensão (MOTTA, 1998). b) Valor de opção: “a população que atualmente dispõe do recurso ambiental está disposta a pagar pela sua conservação para uso direto e indireto no futuro” (WATSON et al., 1995). O valor de opção é caracterizado como a disposição dos indivíduos a pagar pela conservação das características atuais de um determinado recurso ambiental, o qual seria difícil ou impossível restituir e, para o qual, não existem substitutos próximos, para uso no futuro (KRUTILLA, 1967). Assim, surge o conceito de preço de opção que é o montante monetário máximo que o consumidor está disposto a pagar para assegurar a disponibilidade futura de um recurso ambiental (MARTINS, 2002). Por exemplo, o benefício advindo de fármacos desenvolvidos com base em propriedades medicinais, ainda não descobertas, de plantas em florestas tropicais. Pode-se aplicar aos conceitos de valor de uso e valor de opção a constatação de Marques & Comune (1997, p.38), que diz: 9 "a disposição total a pagar compreende o valor esperado do excedente do consumidor mais o valor de opção. O primeiro é o valor esperado em efetivamente consumir o bem ou recurso ambiental e, o segundo é o valor em reter uma opção para consumir no futuro, mesmo que isto não venha a ocorrer. Espera-se que o valor de opção tenha um sinal positivo, implicando que o excedente esperado do consumidor subestime o benefício de preservar um determinado ecossistema, por exemplo". c) Valor de existência: “corresponde à decisão altruísta do indivíduo em preservar o recurso ambiental para todas as espécies de seres vivos ou para a natureza em geral” (WATSON et al., 1995). O valor de existência representa um valor atribuído à existência do meio ambiente independentemente do seu uso atual e futuro. Realmente as pessoas parecem atribuir valor a certos ativos ambientais, como por exemplo, florestas, espécies raras ou em extinção, paisagens raras ou únicas, mesmo quando não há qualquer intenção de usá-los ou apreciá-los de alguma forma (MOTTA, 1996). O valor de existência está desvinculado da possibilidade das pessoas poderem fazer qualquer uso do bem ou recurso, seja no presente, ou no futuro (PEARCE & TURNER, 1990). Cinco razões podem auxiliar a explicação da origem do valor de existência, quais sejam: motivo herança, motivo doação, motivo simpatia pelos animais ou pessoas, motivo interdependência e motivo responsabilidade (MARQUES & COMUNE, 1997). Outra nomenclatura associada ao valor de existência é o valor de não-uso (VNU), ou valor passivo, que está dissociado do uso (embora representa consumo ambiental) e deriva-se de uma posição moral, cultural, ética ou altruística em relação aos direitos de existência de espécies nãohumanas ou preservação de outras riquezas naturais, mesmo que estas não representem uso atual ou futuro para o indivíduo. Um exemplo simples deste valor é a grande atração da opinião pública para salvamento de baleias ou sua preservação em regiões remotas do planeta, onde a maioria das pessoas nunca visitará ou terá qualquer benefício de uso (KRAMER et al., 1995). Com base nessas definições, pode-se desagregar os componentes para o valor econômico do recurso ambiental (VERA) em valor de uso (VU), o valor de opção (VO) e o valor de não-uso (VNU), como sendo: VERA = (VUD + VUI + VO) + VE 10 em que: VUD = Valor de uso direto; VUI = Valor de uso indireto; VO = Valor de opção; e VE = Valor de existência. Note que VUD + VUI + VO representam os valores de uso atual e futuro (VO), e VE representa o valor de não-uso. No entanto, apesar de haver conceitos bem estabelecidos para esses valores, os valores dos recursos ambientais não podem ser mensurados via preços de mercado. Dessa forma, os pesquisadores vêm desenvolvendo métodos para contornar esse problema, como descrito no item a seguir. 2.3. Diferentes formas de valoração econômica de recursos naturais Geralmente, o valor econômico total de um recurso ambiental não é revelado pelo mecanismo de livre mercado. Para se determinar o valor apropriado dos bens e serviços oferecidos pelo ambiente natural, foram desenvolvidos métodos que permitem orientar e justificar o processo de tomada de decisão pelos formuladores de políticas estratégicas (MARQUES & COMUNE, 1997). Segundo Martins (2002), o valor total de um recurso ambiental jamais poderá ser estimado eficientemente, pois um dos seus componentes é o valor de existência, que não pode ser integralmente determinado. No entanto, o MMA (2000), a despeito da controvérsia encontrada na literatura ao considerar os limites entre os conceitos de valor de opção e de existência, conclui que: “o que importa para o desafio da valoração é admitir que indivíduos podem assinalar valores, independentemente do uso que eles fazem hoje ou pretendem fazer amanhã”. Os métodos de valoração ambiental podem ser classificados em diretos e indiretos. Os métodos diretos são utilizados quando há preços de mercado ou produtividade que podem ser associados aos ambientes a serem avaliados, ao passo que, os métodos indiretos são utilizados quando não existem esses preços de mercado. A seguir, os principais métodos diretos e indiretos de valoração ambiental são apresentados conforme classificação proposta por Merico (1996). 11 Métodos Diretos: são aqueles que se relacionam diretamente aos preços de mercado ou produtividade. São baseados nas relações físicas que formalmente descrevem causa e efeito, providenciando medidas objetivas de degradações, oriundas de diversas causas. São aplicáveis quando uma mudança na qualidade ambiental e, ou, dos recursos naturais afeta a produção ou capacidade produtiva do processo econômico. Através desses métodos, procurase obter os preços líquidos de mercado, ou a relação do nível de degradação ambiental com o nível de impacto físico causado a um bem. Os métodos diretos mais utilizados são: 1. Método do Preço Líquido: utiliza o princípio simples, porém eficiente, de considerar o preço líquido de mercado de recursos naturais multiplicado pelas unidades físicas desses recursos, como valor do recurso. Só pode ser aplicado para recursos que possuam preço de mercado, fornecendo uma boa noção de valor, e exigindo apenas dados atuais de preços e custos de extração. É bastante utilizado para a valoração do consumo de capital natural, principalmente quando se objetiva a contabilidade de estoques de recursos naturais e sua dedução da contabilidade de renda (nacional ou regional). 2. Método de Mudanças na Produtividade: trata-se de um método para se medirem os custos ambientais do processo de desenvolvimento. Assim, queda de produtividade agrícola associada a perdas de solos, pode demonstrar o custo ambiental da degradação do solo, por exemplo. 3. Método de Custos de Doenças: é um método utilizado para valorar os custos de poluição, relacionando-os com a morbidade. O nível de exposição à poluição é associado ao nível de saúde humana. São contabilizadas perdas de produtividade resultantes de doenças, custos médicos, custos hospitalares, custos de medicamentos e de qualquer outro fator que implique despesas. 4. Método de Custos de Mitigação: baseia-se na utilização de preços de mercado de gastos potenciais, relacionando-os com o bem natural, ao estabelecer padrões de qualidade ambiental e estimar o custo monetário para se manter ou alcançar esses padrões estabelecidos. Uma vez escolhido o padrão ambiental a ser utilizado, serão examinados os vários 12 meios de atingi-lo, avaliando-se os custos de capital e de operação de diferentes tecnologias e métodos de controle ambiental. 5. Método dos Custos de Reposição: avalia os gastos que seriam necessários para repor a capacidade reprodutiva de um recurso natural que tenha sido degradado. Esses custos podem ser interpretados como o valor da degradação ambiental. Seriam, então, os valores reais, a preços de mercado, de alternativas tecnológicas capazes de (pelo menos em parte) restaurar serviços ambientais que eventualmente tenham sido destruídos, provocando a diminuição no fluxo desses serviços. Métodos Indiretos: os métodos indiretos são aplicados quando um impacto ambiental em determinado elemento do ecossistema, ou mesmo todo um ecossistema, não pode ser valorado pelo comportamento do mercado. Uma das alternativas, consiste em construir mercados hipotéticos, perguntando diretamente a uma amostra de pessoas quanto elas estariam dispostas a pagar pelo ambiente, ou pela redução da degradação desse ambiente. Os principais métodos indiretos são: 1. Valoração Contingente: utiliza o processo de perguntar às pessoas o quanto elas estariam dispostas a pagar por um benefício, pela restauração ou preservação do ambiente natural, ou quanto estariam dispostas a receber como compensação para tolerar uma determinada queda na qualidade ambiental. Um de seus maiores atrativos é que, tecnicamente, pode ser aplicado em quase todas as circunstâncias e, muitas vezes, é o único método possível de se aplicar. O processo de questionamento pode ser feito por meio de questionários ou técnicas experimentais em laboratório. Os respondentes são submetidos a escolha de valores monetários crescentes, como se um mercado existisse para o bem em questão (mercado hipotético). 2. Método do Custo de Viagem: pressupõe que a observação dos comportamentos pode derivar a demanda e estimar o valor de um bem ambiental, principalmente pela valoração do tempo. O preço obtido por esse método também pode ser considerado uma expressão da disposição a pagar pelo direito de consumir o bem ou a utilidade recebida dele. É aplicado geralmente na valoração de ambientes protegidos, parques, áreas 13 de lazer, etc. Considera-se o valor do tempo (horas de trabalho perdidas ou rendimento não obtido) gasto pelos usuários para deslocamento e permanência no local, ingressos ao local (se houver) e despesas de viagem. O custo de viagem é o somatório desses fatores. 3. Método dos Valores Hedônicos: utilizam-se preços de mercado para bens e serviços ambientais a fim de estimar um valor ambiental embutido no preço observado. Um exemplo bastante comum seria a identificação de diferenças em valores de propriedades para estimar o valor paisagístico de determinados ambientes, ou para estimar o valor de um ambiente livre de poluentes. Observa-se que o método de Preços Hedônicos e o Método do Custo de Viagem captam alguns valores de uso direto e indireto, em alguns casos pode-se captar o valor de opção, mas a estimação do valor de existência é impossível por estes métodos, uma vez que o valor de existência não está associado ao uso do recurso mas aos valores altruísticos de garantir a existência do recurso. O método de valoração contingente (MCV) está baseado na pressuposição de que os indivíduos são capazes de responder questões que revelem as suas preferências por bens públicos. A Valoração Contingente tenta colocar os indivíduos diante de situações hipotéticas, criadas a partir de um mercado artificialmente estruturado e, que são desenhadas ou estabelecidas pelo pesquisador diante de circunstâncias contingenciais. Portanto, pode-se afirmar, que a técnica de Valoração Contingente busca a valoração, que os indivíduos dão aos bens, que não são comercializados diretamente no mercado, utilizando-se de um conjunto de informações hipotéticas ou experimentais. Segundo Dharmaratne & Brathwaite (1998), a maior vantagem do método de valoração contingente é que ele baseia-se na teoria econômica da disposição a pagar e, os resultados podem ser expressos como a diferença entre duas funções de dispêndio derivadas de um processo indireto de maximização de utilidade (MARTINS, 2002). O método de valoração contingente parece ser o mais adequado para integrar o valor da qualidade do ambiente no cálculo do valor econômico dos bens públicos e reservas biológicas. Segundo Belluzzo Jr. (1995): "os métodos para valoração de bens públicos baseados na inferência das preferências do 14 consumidor a partir de seu comportamento em outros mercados, só podem captar parte do valor total: o valor de uso. Apenas o método de Valoração Contingente é capaz de fornecer estimativas ao valor de existência". 2.4. Considerações sobre o método de valoração contingente O método de valoração contingente (MVC), permite quantificar as preferências dos indivíduos por bens públicos, por meio da determinação da disposição deles a pagar por melhorias na provisão desses bens, ou, por meio da disposição a aceitar pela compensação por uma eventual perda de utilidade no consumo desses bens. Portanto, o método baseia-se nos dois indicadores monetários de preferências: a disposição a pagar (DAP) (willingness to pay) e disposição a aceitar (DAA) (willingness to accept) pela compensação. São apresentados aos indivíduos mercados hipotéticos, construídos por meio de entrevistas, em que os consumidores teriam a oportunidade de comprar o bem em questão, revelando suas preferências. O termo valoração contingente deve-se ao fato de que os consumidores são colocados diante de situações particulares, baseadas em questões que se relacionam a um mercado hipotético. Assim, os valores estimados nesse método são contingentes ao mercado hipotetizado e apresentado aos indivíduos (Mitchell & Carson, 1993). As respostas dos entrevistados podem representar valores que refletem a verdadeira disposição a pagar. Os resultados da pesquisa poderão ser generalizados, com uma margem de erro conhecida, para toda a população da qual a amostra foi retirada, desde que: i) a amostra seja selecionada obedecendo aos critérios estatísticos recomendados; ii) a taxa de respostas seja suficientemente elevada; e, iii) os ajustamentos necessários para compensar a perda de qualidade dos dados, decorrentes da quantidade de entrevistados que se negaram a responder as questões (taxa de não-respostas) sejam realizados. A capacidade de generalização dos resultados é um poderoso aspecto do método de pesquisa amostral, permitindo que se façam inferências para toda a população a partir dos resultados obtidos com a análise da amostra (MARTINS, 2002). 15 O relatório do Painel NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), que foi publicado nos Estados Unidos da América, após uma série de discussões entre renomados especialistas (dentre os quais os Prêmios Nobel de Economia, Robert Solow e Keneth Arrow), sobre os danos causados ao meio ambiente pelo vazamento de petróleo do navio cargueiro Exon Valdez, em 1989 no mar do Alasca, estabeleceu algumas linhas reguladoras, para que o método de Valoração Contingente, possa ser usado para estimar os prejuízos ou pagamentos compensatórios, por danos causados ao meio ambiente. Segundo Motta (1998), o Painel NOAA reconheceu que a única técnica capaz de captar valores de existência é o método de valoração contingente, entretanto, as seguintes recomendações devem ser seguidas: i) amostra probabilística é essencial; ii) evitar respostas nulas; iii) usar entrevistas pessoais; iv) treinar o entrevistador para ser neutro; v) os resultados devem ser apresentados por completo, com desenho da amostra, questionário, método estimativo e base de dados disponível; vi) realizar pesquisas-piloto (pré-teste) para testar questionário; vii) ser conservador, adotando opções que subestimem a medida monetária a ser estimada, portanto, aconselha-se o cálculo de disposição a pagar, ao invés de se calcular a disposição a aceitar compensação; (viii) o formato deve ser de referendum, e não com perguntas em aberto; ix) oferecer informação adequada sobre o que está se medindo; x) testar o impacto de fotografias para avaliar se não estão gerando impactos emocionais que possam causar vieses nas respostas; xi) identificar os possíveis recursos ambientais substitutos que permanecem inalterados; xii) identificar com clareza a alteração de disponibilidade de recurso; xiii) administrar o tempo de pesquisa para evitar a perda de qualidade das respostas; xiv) incluir qualificações para respostas sim ou não; xv) incluir outras variáveis explicativas relacionadas com o uso do recurso; xvi) checar se as informações do questionário são aceitas como verdadeiras pelos entrevistados; xvii) lembrar aos entrevistados sobre suas restrições orçamentárias; xviii) o veículo de pagamento deve ser realista e apropriado às condições culturais e econômicas; xix) questões específicas devem ser incluídas para minimizar o problema da parte-todo; xx) evitar o uso do ponto inicial em jogos de leilão e no cartão de pagamento; xxi) nos questionários com formato do tipo escolha dicotômica, o lance mais alto deve alcançar 100% de rejeição e, o 16 lance mais baixo deve ser aceito por todos (100% de aceitação); e, xxii) ter cuidado no processo de agregação para considerar a população relevante. Segundo (BISHOP et al., 1995), o Método de Valoração Contingente (MVC) é apropriado para o atual estudo. Esse método requer que o conteúdo do questionário seja válido para a maioria dos respondentes e que as novas pesquisas busquem aperfeiçoá-lo e consolidá-lo como ferramenta padrão para avaliar bens de amplitude global. 2.5. Estudos de casos em valoração econômica de recursos naturais Em situações similares às Unidades de Conservação do Parque Municipal da Boa Esperança e da Reserva Natural da Serra do Teimoso, foram utilizados o Método de Valoração Contingente (MVC), como descritos a seguir. Esse Método é o único que permite a mensuração do Valor de Existência, um parâmetro imprescindível para a valoração das riquezas ambientais. Os benefícios advindos do uso do The Queen Elizabeth Forest Park, situado na Escócia foram avaliados pelos métodos de custo de viagem e valoração contingente, quando ele era utilizado para fins de recreação. Ambos os métodos permitiram chegar resultados similares. No entanto, em nenhum deles o autor objetivou calcular os benefícios que poderiam advir às pessoas que não utilizam o referido parque para recreação, isto é, o valor de existência. Apesar do método de custo de viagem não ser apropriado para captar o valor de existência, o de valoração contingente permite, que tal cálculo seja feito. Como se pode perceber, este trabalho reforça a validade do uso do MVC para a mensuração do valor de existência (HANLEY, 1989). Para determinar o valor das características físicas de florestas britânicas e, conseqüentemente, explicar a variação que existe na avaliação feita por pessoas, quando estas visitam florestas com características diferentes, Hanley & Ruffell (1993) utilizaram duas aproximações do método de Valoração Contingente (MVC). Primeiramente, uma série de fotografias do local foram mostradas aos visitantes, tendo como objetivo determinar o quanto o visitante da floresta, com características diferentes, estaria disposto a pagar para ter o direito de ter acesso 17 à ela. Posteriormente, as características físicas da floresta foram usadas como variáveis explicativas da disposição a pagar dos visitantes. Os autores concluem que, as características físicas da floresta estudada, em geral, não são uma boa explicação para a disposição a pagar dos visitantes. Este estudo é importante na medida em que fornece subsídios para os formuladores de políticas estratégicas determinar o valor econômico das florestas públicas e, em assim sendo, poderá contribuir para a conservação e preservação do meio ambiente (MARTINS, 2002). Carson et al. (1994) aplicaram o método da valoração contingente para estimar os benefícios econômicos de preservar a zona de proteção do parque de Kakadu, incorporando-a ao parque nacional de Kakadu, Austrália. As diferentes subamostras foram apresentadas com os cenários dos impactos que representam o meio ambiente e a indústria, chegando-se à conclusão de que a relação custo benefício é mais favorável à preservação da área. Para determinar o valor econômico da Costa Sul e Oeste de Barbados, Dharmaratne & Brathwaite (1998) utilizaram o método de valoração contingente (MCV) e de custo de viagem (MCV). Os autores chegaram à conclusão de que se, por acaso, fosse instituída uma taxa de cobrança pelo uso das praias de Barbados, as receitas anuais geradas pelo setor de turismo poderiam ser incrementadas em mais de US$ 12 milhões. Concluíram ainda que a conservação do meio ambiente é extremamente importante para o desenvolvimento sustentável do turismo. Esses resultados são mais um argumento para que os os administradores dos destinos turísticos atentem para a importância do uso correto e da conservação dos recursos naturais. Lee et al. (1998) utilizaram o MVC para mensurar o valor econômico do uso recreacional de recursos naturais na Coréia do Sul. Nesse estudo, os recursos ligados ao ecoturismo foram considerados bens públicos, e portanto, não têm as mesmas características que os chamados bens de mercado, devendo seu valor econômico ser mensurado individualmente pelo método da disposição à pagar (DAP). Esses autores também ressaltaram a necessidade de manter os benefícios propiciados pelos recursos naturais nos projetos turísticos, em observância ao princípio de desenvolvimento sustentável, na perspectiva de continuidade da existência da humanidade e pela convivência harmoniosa entre o homem e o meio ambiente. 18 Kramer et al. (1995) utilizaram o MVC para estimar o valor de existência da preservação da floresta tropical úmida, tendo com estudo de caso as florestas de Madagascar. A avaliação da disposição a aceitar pelos nativos de Madagascar captou valores totais menores do que os da disposição a pagar pela preservação. Provavelmente isso se deveu a menor qualificação dos nativos e menor costume com transações monetárias. Esse autor discute também que na disposição a pagar, oriunda da pesquisa entre os americanos, o componente valor de uso é um dos componentes do valor calculado, embora se tenha pretendido captar o valor de existência. Finalmente, os trabalhos discutidos neste capítulo, mostraram a visão das diversas linhas de pesquisas, que estão sendo seguidas para abordar problemas ligados aos recursos naturais. Merico e Freygang (1996) fizeram a valoração de uma Área de Proteção Ambiental dentro de uma área urbana em Blumenau, SC, pelo método de valoração contingente. Nesse trabalho, foram incluídos na valoração os valores de existência, valores de opção e valores de uso indireto, obtidos com base em um extensivo trabalho de levantamento das preferências individuais. Esses autores demonstram que a aplicação de metodologias de valoração ambiental é fundamental para que o capital natural seja incorporado na análise econômica. Este é um dos trabalhos iniciais que visaram produzir contribuições e recomendações à aplicação de métodos de valoração contingente em condições brasileiras. Oliveira Junior et al (2003) calcularam o valor de uso de sítios localizados no município de Brotas, SP. Embora se tenha proposto avaliar o valor econômico total, as características do questionário descrito incluem apenas critérios referentes ao valor de uso. O próprio autor, reporta o trabalho de Mota (1998) que estabelece que o valor econômico total deve incluir o valor de uso e o valor de não-uso. Isso reforça a necessidade de aprimorar os instrumentos de coleta de dados para a valoração econômica, de modo a captar com mais precisão os diferentes componentes do valor total. Beukering et al. (2003) avaliaram o valor econômico total do parque nacional do Leuser em Sumatra, Indonésia, sob três cenários: desmatamento (para uso da madeira), conservação (permitindo-se uso de produtos não madeireiro e ecoturismo) e uso seletivo (uso não madeireiro na floresta primária e 19 uso madeireiro no re-florestamento). O valor acumulado para um período de 30 anos foi menor no cenário de desmatamento do que nos demais. O valor de existência da floresta Amazônica foi determinado com base no MVC a partir de dois cenários: conservar 5 % ou 20 % dessa floresta. Nestas duas faixas, os valores mínimos anuais variaram, respectivamente à proporção da área conservada, de 36 a 50 dólares por pessoa (HORTON et al., 2003). 20 3. METODOLOGIA 3.1. Abordagem geral do projeto No presente estudo de caso, foi aplicado o MVC para estimar o valor de existência dados por residentes dos EUA e União Européia à proteção de uma área de floresta tropical úmida, sem especificar o país em que a floresta seria conservada. Essa omissão do país nos instrumentos de pesquisa (questionário) visa minimizar preconceitos que possam existir entre os respondentes quanto à localização da área a ser preservada. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2000), esta característica faz com que esta aplicação do MVC seja bastante singular, tendo em vista que a maioria das aplicações dos métodos de valoração é realizada em áreas definidas e esta aplicação aborda uma área ambiental e a nível global. Portanto, considerando-se que as duas reservas biológicas estudadas no presente trabalho constituam bens públicos, bem como que as características do recurso natural analisado são relevantes, onde a composição do ecossistema natural exerce um papel importante na atração de visitantes e conservação da biodiversidade, optou-se por utilizar o MVC na presente pesquisa, mensurar o valor de existência dos recursos ambientais do Parque Municipal da Boa Esperança e Reserva Natural da Serra do Teimoso. 3.2. Caracterização da área de estudo 21 Para realização deste estudo, as unidades de conservação "Parque Municipal da Boa Esperança" e “Reserva Natural da Serra do Teimoso” foram tomadas como estudo de caso. Suas características foram utilizadas para generalização de duas florestas tropicais úmidas, apresentadas aos entrevistados como anônimas para dissipar o possível viés geopolítico. A Unidade de Conservação "Parque Municipal da Boa Esperança" está localizada no Município de Ilhéus, Bahia, entre os paralelos 14º 46’ 00” 14º 47’ 15” Latitude Sul e 39º 04’ 00” 39º 05’ 30” Oeste de Greenwich sendo um dos poucos maciços com estrutura de floresta tropical primária dentro de um perímetro urbano em todo Brasil. O Parque é uma amostra de área remanescente de Mata Atlântica de significativa importância pois, permite a implantação de uma nova visão conservacionista destinada à população urbana. O Parque Municipal da Boa Esperança possui uma área de 437,2 ha. Porém, o risco de degradação é iminente e o potencial do parque, principalmente no que se refere à conservação de espécies endêmicas e raras, só poderá ser utilizado em todos os sentidos, se principalmente, for protegido contra essa degradação. Apesar de tudo, a área do Parque Municipal da Boa Esperança ainda apresenta características próprias de um fragmento da Floresta Atlântica (ECOMAN, 2002). Esse risco decorre sobretudo, de pressões antrópicas advindas das populações circunvizinhas, com destaque para o bairro Banco da Vitória. Outra Unidade de Conservação incluída neste projeto é a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) denominada “Reserva Natural da Serra do Teimoso” (15° 12' S e 39° 29' W), criada em 1997 (portaria IBAMA nº 93/97-N de 15 de agosto de 1997) está situada em Jussari, Bahia, com área de 200 ha inserida em uma propriedade particular de 520 ha de Mata Atlântica primária preservada. Essa Unidade de Conservação está contígua a áreas vizinhas que formam um maciço florestal com mais de 600 ha, de raro valor ecológico e paisagístico, caracterizando-se como local próprio para o desenvolvimento de atividades de pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo (ECOMAN, 2002). 22 Floresta Urbana/pressão antrópica Parque Municipal da Boa Esperança Banco da Vitória . 437 ha Ilhéus (A) Rio Cachoeira (B) (C) Jussari Biodiversidade 10 Km Fragmento de Mata Atlântica RPPN 200 ha Reserva Natural da Serra do Teimoso Fazenda de 520 ha Ecoturismo e Pesquisa Figura 1. Caracterização esquemática das duas reservas incluídas como objeto de valoração econômica. (A) Mapa com as coordenadas geográficas, destacando-se a região cacaueira da Bahia, localizada entre os rios de Contas e Jequitinhonha (Antônio Fontes Faria Filho, CEPLAC); (B) Localização do "Parque Municipal da Boa Esperança", relativamente ao Rio Cachoeira, à cidade de Ilhéus e à BR 418; e (C) Localização da “Reserva Natural da Serra do Teimoso”, relativamente à cidade de Jussari. 23 Segundo Carvalho et al. (1999), as matas da reserva abrigam espécies de primatas em extinção, como o guigó (Callicebus personatus melanochi) e o micoleão-da-cara-dourada (Leonthopithecus chrysomelas), além disso há indícios da ocorrência do muriqui, ou mono-carvoeiro (Brachytelles arachnoides). A Reserva Natural Serra do Teimoso é um importante local para o desenvolvimento de programas de pesquisa em fauna e flora da Mata Atlântica, educação ambiental e sítio próprios para elaboração de cursos ligados à conservação ambiental. 3.3. Procedimentos metodológicos Seguindo as recomendações disponíveis no Manual para Valoração Econômica de Recursos Ambientais (MMA, 2000), foi determinado o método da Valoração Contingente para ser adotado neste trabalho. Esse método é apropriado para a abordagem aqui proposta porque não existe um mercado para o bem em questão e sim, um mercado hipotético e porque, teoricamente, o MVC é o único capaz de captar os valores de existência na situação onde um mercado hipotético pode ser construído. O questionário (Apêndice A) foi pré-testado entre pessoas residentes no Brasil, sendo que alguns deles viveram nos EUA ou Europa. A versão em inglês desse questionário (Apêndice B) foi aplicada a residentes na Europa e nos Estados Unidos, tomados ao acaso, para saber sobre a DAP pela preservação da Floresta Tropical Úmida. Esse questionário foi encaminhado por e-mail a 6.000 pessoas, individualmente (Quadro 1) bem como a 22 grupos de discussão que possuem um total de 50.451 nomes cadastrados (Quadro 2). As mensagens foram enviadas no período de 28/08/2004 a 27/01/2005, e as respostas que chegaram até 15/02/2005 foram incluídas na análise. Os e-mails foram obtidos aleatoriamente na Internet. No caso dos grupos de discussão, embora eles estivessem sediados nos EUA ou Europa, alguns membros são provenientes de outros países. Por causa disso, as análises estatísticas foram feitas em relação ao total e a subgrupos de respondentes. 24 Quadro 1. Número de mensagens contendo o questionário anexado, enviadas individualmente a 6.000 endereços eletrônicos (e-mail) País USA CANADA INGLATERRA NORUEGA HOLANDA AUSTRALIA DINAMARCA ESPANHA SUÉCIA FRANÇA nº de e-mails 756 682 1138 1 90 235 1 7 47 436 País BÉLGICA ITÁLIA NOVA ZELÂNDIA ALEMANHA GRÉCIA PORTUGAL ISRAEL IRLANDA RÚSSIA FINLÂNDIA TOTAL nº de e-mails 50 433 29 851 1202 1 2 36 1 2 6000 Quadro 2. Número de participantes dos grupos de discussão* por país, utilizados para envio de questionários Países Número de membros por grupo de discussão 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 517 5.936 1.149 2.896 336 872 860 330 2.824 2 1001 26.664 310 1341 458 1850 315 569 624 - 1 EUA 150 Reino Unido 793 França 674 Total Geral *Total de grupos de discussão por país: EUA = 15; Reino Unido = 6; França = 1. Total 45.188 4.609 674 50.471 Na elaboração do questionário, foram considerados os princípios de elaboração de instrumentos para valorar o recurso ambiental, apresentados por MMA (2000) e Mitchell & Carson (1993). Desta forma, o questionário foi constituído pelos seguintes blocos de perguntas: a) na introdução do questionário, foi apresentado o objetivo do projeto e a descrição geral de uma floresta tropical úmida hipotética; b) no primeiro bloco de perguntas, foram levantadas as informações sobre as características sócio-econômicas dos entrevistados (residência, sexo, escolaridade, estado civil, idade e profissão); c) no segundo bloco de perguntas, verificou se o indivíduo já dispunha de conhecimentos sobre o bem a ser avaliado (uma floresta tropical úmida) e sobre os problemas ambientais a ele relacionados, e as supostas finalidades da preservação do recurso ambiental em questão; d) no terceiro bloco de perguntas, foram introduzidas questões para determinar a disposição a pagar mensalmente um 25 valor monetário para preservar o bem a ser avaliado. Nesta etapa, foram resumidas as características específicas das duas unidades de conservação em estudo, e apresentados os valores crescentes para escolha pelo indivíduo. O tamanho da amostra foi determinado empiricamente, com base em análises parciais de cada variável realizadas pelo teste qui-quadrado, de modo que os valores de cada classe das variáveis fossem superiores a cinco respondentes. Exceção foi feita para o caso de faixa etária em que as faixas de idade com menos de cinco indivíduos foram agregadas à faixa imediatamente superior ou inferior para realização do teste. Além disso, foi adotado número de respondentes superior aos menores encontrados na literatura em trabalhos similares conforme encontrado em ALBERINI et al. (2005). Os dados foram organizados em planilhas excell e submetidos a análises estatísticas apropriadas, utilizando-se teste Qui-Quadrado para testar o efeito das variáveis demográficas, bem como as variáveis que descrevem os motivos para conservação, na disposição a pagar. A análise desses dados foi realizada com auxílio do programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). A estimativa do valor de existência foi feita com base na Disposição a Pagar Média (DAPM), definida pelo seguinte procedimento (MOTTA, 1998), com pequenas modificações: y DAPT = ∑ DAPM.(ni/N).(X), i=1 em que: VE: valor de existência ni: número de entrevistados dispostos a pagar; N: número total de pessoas entrevistadas; y: número de opções de valores relativos à DAP; i: um dos valores relativos à resposta da DAP; X: somatório do número de habitantes das cidades de origem dos respondentes nos EUA ou na Europa, amostrados pela aplicação do questionário. 26 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Respostas ao questionário Das 6.000 mensagens enviadas a endereços eletrônicos, tomados ao acaso na Internet, foram recebidas 30 respostas (0,050%). Dos 22 grupos de discussão utilizados nesse estudo, contendo 50.471 endereços cadastrados, foram recebidas 137 respostas (0,271%). Observou-se que a taxa de resposta em endereços eletrônicos tomados ao acaso foi 5,4 vezes menor do que aquela obtida nos grupos de discussão, quando se considera o total de membros inscritos nesses grupos. Provavelmente, isso se deve à maior predisposição de seus participantes em discutir o tema apresentado nessa pesquisa, uma vez que os grupos tinham os temas ambientais como prioritários. De um modo geral, a abordagem feita por Internet mostrou-se pouco eficiente quando comparada com as abordagens diretas para entrevistas. Por exemplo, Martins (2002) teve 120 aceitações de entrevistas em 141 abordagens diretas. Mesmo a abordagem clássica por questionário enviado por correio parece dar um retorno mais expressivo do que a Internet. Por exemplo, Kramer et al. (1995), obtiveram 163 respostas de 1200 questionários enviados pelo correio nacional americano. Em todo caso, mesmo pela Internet, dada a intensa abordagem feita neste trabalho (56.471 endereços eletrônicos), foi possível obter um total de 167 questionários respondidos, número adequado às análises realizadas (Apêndice C). Este número foi considerado adequado porque nos testes qui-quadrado realizados as menores classes observadas tiveram pelo menos cinco elementos. Além disso, essa estratégia era a única viável nas 27 condições desse projeto para ter acesso ao grupo de respondentes escolhido, isto é, os residentes nos EUA e Europa. Em outros estudos similares foram utilizadas amostras de tamanho menor do que a empregada neste trabalho (ALBERINI et al., 2005). 4.2. Análise descritiva das respostas 4.2.1. Características demográficas dos respondentes Foram obtidas 167 respostas, referentes à parte 1 do questionário que se refere ao perfil demográfico dos respondentes (Quadro 3). Deve-se acrescentar que os respondentes foram provenientes de 99 cidades em 28 países (Apêndice D). Os respondentes oriundos de países da União Européia (UE) foram considerados de forma agregada. As áreas de conhecimentos foram deduzidas com base na profissão do respondente, tomando-se como referência lista de grandes áreas de conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Aqueles não contemplados nessa classificação foram denominados de “professor, pesquisador, estudantes e outros” (Apêndice D). Entre os respondentes, observou-se uma predominância de pessoas do sexo masculino (60,5%), de portadores do título de Mestre (51,5%) e de pessoas na faixa etária de 26 a 50 anos (62,8%). Além disso, a áreas de ciências biológicas detiveram 26,3%, a área de ciências sociais aplicadas e humanas juntas tiveram 19,8% dos respondentes enquanto que, as demais áreas de conhecimento tiveram cerca de 10% dos respondentes em cada uma delas (Quadro 3). 4.2.2. Justificativas para conservação de uma floresta tropical úmida Cerca de 98% dos respondentes dispunham de conhecimento sobre uma floresta tropical úmida, adquirido pelos diferentes meios sugeridos no questionário (questionário, Internet, TV, jornal e visita a uma floresta), bem como por outros meios indicados pelos respondentes 28 (revistas e seminários). As Quadro 3. Características demográficas dos respondentes ao questionário Característica Local de Origem EUA 77 46,1 46,1 Europa 56 33,5 79,6 Canadá 19 11,4 91,0 100,0 Sexo Titulação (nível instrução) Estado Civil Idade de Freqüência Outros 15 9,0 Feminino 66 39,5 39,5 Masculino 101 60,5 100,0 Ensino médio 11 6,6 6,6 Graduação 29 17,4 24,0 Especialização 22 13,2 37,1 Mestrado 86 51,5 88,6 Doutorado 19 11,4 100,0 Outra situação 14,0 8,4 8,4 Solteiro 75,0 44,9 53,3 Casado 78,0 46,7 100,0 Até 25 anos 23 13,8 13,8 26 a 35 54 32,3 46,1 36 a 50 51 30,5 76,6 51 ou mais 37 22,2 98,8 2 1,2 100,0 Exatas e da terra e engenharia 21 12,6 12,6 Biológicas e ambientais 44 26,3 38,9 Saúde 19 11,4 50,3 Agrárias 17 10,1 60,4 Sociais aplicadas e humanas 33 19,8 80,2 Professor e pesquisador 14 8,4 88,6 Estudantes e outros 19 11,4 100,0 Dados perdidos Área de atuação Porcentagem Porcentagem acumulada Variável Fonte: Resultados da pesquisa y Escola 132 35 Revistas 110 57 Visita 102 Jornal 97 Televisão 65 136 Internet Não kl 31 36 131 Questionário Sim 70 77 90 x 0% 25% 50% 75% 100% Figura 2. Proporção de indivíduos (x) que declararam conhecer uma floresta tropical úmida por diferentes fontes de conhecimento (y). 29 proporções de pessoas que utilizaram estas diferentes fontes de informação encontram-se Figura 2. Esta amostra mostrou-se qualitativamente adequada ao MVC porque, embora esse método tenha a grande vantagem de poder ser aplicado a um espectro de bens ambientais mais amplos (MMA, 2000), ele recebe a grande crítica de ser limitado em captar valores ambientais que indivíduos não entendem, ou mesmo desconhecem. No presente trabalho, todos respondentes disseram conhecer uma “floresta tropical úmida”, inclusive, a grande maioria (60,5%) possui mais do que três fontes de conhecimento sobre esse ambiente, o que permite sugerir que essa limitação não ocorreu no presente trabalho. No entanto, um instrumento de coleta de dados específico poderia ser aplicado em estudos futuros para checar se de fato conhecem uma “floresta tropical úmida”. Os motivos escolhidos pelos respondentes para conservação de uma floresta tropical úmida foram utilizados para inferir o tipo de valor priorizado. Observou-se que o valor de uso intrínseco (valor de existência) foi apontado como prioritário (recebeu nota 1 em 68% das respostas) enquanto que o valor de uso e o valor de opção foram apontados em cerca de 54% das respostas (Quadro 4). Essa tendência ocorreu tanto na CEE como nos EUA. Ao perguntar sobre a finalidade de conservação do patrimônio natural, visando contrastar o valor de existência com os demais, 90% dos respondentes marcaram ambas as finalidades, indicando que a base filosófica dos respondentes não distingue os princípios antropocêntricos e biocêntricos que poderiam ser considerados subjacentes ao pensamento do entrevistado. Mota (2001) reconhece o valor intrínseco e o valor instrumental do recurso ambiental. No entanto, enfatiza que “o valor é derivado de um conjunto de preferências ordenadas das pessoas, em que estão envolvidos aprendizados (...) e introspecção. O processo ético é construído a partir dessas premissas e tem bases utilitárias, antropocêntricas e instrumentalistas.” O presente resultado confirma essa assertiva, no sentido de que na lista de preferências submetidas ao referendo há aquelas explicitamente relacionadas ao valor de não-uso e aquelas relacionadas ao valor de uso. Portanto, as preferências prevalecem em vez da consistência aos princípios filosóficos. Embora 67,7% deles tenham colocado como prioritária a “conservação pelo valor intrínseco da floresta”, isto é, o valor de existência, metade deles também 30 colocaram o valor de uso e o valor de opção como o segundo nível de prioridade. Embora os dados do Quadro 4 permitam depreender essa tendência, o contraste entre os princípios filosóficos inerentes aos diferentes valores (de existência, de uso e opção) não foi plenamente distinguido pelos entrevistados, uma vez que a maioria deles (90%) os colocou com igual importância quando responderam à questão 10. Tomando-se como pressuposto que a base filosófica subjacente ao valor de existência seja o biocentrismo e que ao valor de uso ou opção é o antropocentrismo, torna-se necessário investigar melhor os motivos específicos que os levaram a demonstrar disposição a pagar. Quadro 4. Motivos apontados pelos respondentes para a conservação de uma floresta tropical úmida Notas* Motivos Total Valor de Uso (uso atual) Valor de Opção (uso futuro) Valor de Existência (valor intrínseco) Outros motivos EUA Valor de Uso (uso atual) Valor de Opção (uso futuro) Valor de Existência (valor intrínseco) Outros motivos EU Valor de Uso (uso atual) Valor de Opção (uso futuro) Valor de Existência (valor intrínseco) Outros motivos * Nota menor indica mais alta prioridade. Fonte: Resultados da pesquisa 1 2 3 4 Não informou 14 (8,4%) 53 (31,7%) 91 (54,5%) 7 (4,2%) 2 (1,2%) 34 (20,4%) 90 (53,9%) 39 (23,4%) 2 (1,2%) 2 (1,2%) 113(67,7%) 17 (10,2%) 35 (21%) 0 (0,0%) 2 (1,2%) 0 7 (4,2%) 2 (1,2%) 158(94,6% 7 (9,1%) 30 (38,9%) 35 (45,5%) 4 (5,2%) 1(1,3%) 23 (29,9%) 34 (44,1%) 18 (23,4%) 1 (1,3%) 1(1,3%) 43 (55,8%) 10 (13,0%) 23 (29,9%) 0 (0,0%) 1(1,3%) 0 0 0 0 n.a. 6 (10,7%) 12 (21,4%) 36 (64,3%) 2 (3,6%) 0 6 (10,7%) 37 (66,1%) 12 (21,4%) 1 (1,8%) 0 43 (76,8%) 5 (8,9%) 8 (14,3%) 0 (0,0%) 0 0 0 0 0 n.a. n.a. A proporção de pessoas que visitaram uma floresta tropical úmida é maior nos EUA do que na CEE, enquanto que a proporção dos que consideram que os países industrializados devem ajudar a conservar a floresta tropical é maior na CEE (Quadro 5). Em pesquisa similar, Kramer et al. (1995) encontraram 67% de respostas favoráveis a essa proposta. Isso poderia representar uma mudança na forma de pensar dos cidadãos, nos últimos 10 anos, em relação à coresponsabilidade entre nações sobre a conservação dos recursos naturais. Metade dos entrevistados pretende visitar uma floresta tropical úmida (Quadro 5). Esse dado é bem superior àquele encontrado Kramer et al. (1995), em que nas florestas de Madagasgar houve apenas 10% dos norte-americanos 31 entrevistados que se mostraram interessados em visitar uma floresta tropical úmida. Parte da DAP pode ser atribuída ao valor de opção em ambos os casos, sendo essa parte proporcionalmente maior no presente estudo. Outro dado que reforça essa hipótese é que, embora o valor de existência tenha sido o motivo número 1 para conservação na visão dos indivíduos, o valor de opção aparece como o motivo número 2 (numa escala de ordem decrescente de prioridade de 1 a 4) (Quadro 4). Portanto, no presente estudo, apesar do foco ter sido medir o valor de existência, uma parcela significativa da DAP deve estar relacionada ao valor de opção. Quadro 5. Proporção de respostas sim e não aos questionamentos sobre o grau de envolvimento e conscientização dos cidadãos sobre a floresta tropical Questionamentos Sim (%) Total Não (%) Você tem conhecimento sobre as causas do 80,84 desmatamento? Você já visitou previamente uma Floresta 65,27 Tropical? Você planeja visitar uma Floresta Tropical? 47,90 Os países industriais devem ajudar países em 95,21 desenvolvimento a pagar pela preservação de suas Florestas Tropicais? Sim (%) EUA Não (%) Sim (%) CEE Não (%) 18,56 84,42 14,29 80,00 20,00 34,13 55,84 42,86 34,55 65,45 51,50 45,45 53,25 49,09 50,91 2,99 90,91 7,79 98,18 1,82 Fonte: Resultados da pesquisa Os problemas ambientais que foram considerados prioritários são qualidade do ar, poluição da água e desmatamento tropical e os que foram de menor importância foram chuva ácida, destruição da camada de ozônio e efeito estufa (Figura 3). Pode ser que os três últimos representam temas mais distantes do cotidiano das pessoas, que exijam maior complexidade de análise. Adicionalmente, água e ar representam bens de consumo imediatos das pessoas, fazendo com que obrigatoriamente sejam considerados os mais importantes problemas ambientais para a população. Kramer et al. (1995) obtiveram as seguintes respostas a esses questionamentos: os problemas ambientais indicados como mais importantes foram qualidade do ar, poluição da água, destruição da camada de ozônio e o efeito estufa. Surgem como problemas 32 menos importantes o desmatamento tropical e a chuva ácida. Nota-se que as mesmas preocupações continuam no tocante aos problemas ambientais qualidade do ar e poluição da água no presente trabalho. Os estudos de Beukering et al. (2003) indicam que o suprimento de água, usos não madeireiros, turismo, biodiversidade, seqüestro de carbono são benefícios majoritários nos cenários de conservação e uso seletivo do recurso natural, ao passo que esses valores são mínimos na condição de desmatamento. Os únicos benefícios superiores advindos do desmatamento (agricultura e madeira) têm efeito de curto prazo. Portanto, os principais benefícios da conservação dos recursos naturais incidem na prevenção dos recursos que se referem aos problemas indicados como mais importantes pelos respondentes do presente trabalho. 100 90 80 70 60 % 50 Qualidade do ar 40 Poluição da água 30 Camada de Ozônio 20 Desmatamento Tropical Efeito Estufa Chuva ácida 10 0 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Não Prioridade Figura 3. Prioridade acumulada atribuída aos problemas ambientais: 1ª = maior prioridade até 6ª, a menor prioridade, de acordo com as respostas ao questionário. 33 4.3. Relações entre diferentes variáveis com a DAP Todas a variáveis foram testadas quanto ao efeito na DAP (Quadro 6). Ao analisar a disposição a pagar entre todos os respondentes, verificou-se que nos EUA e na CEE os números observados de pessoas dispostas a pagar foi maior do que o esperado, enquanto que, em relação aos respondentes oriundos de outros países, o número observado de pessoas dispostas a pagar foi menor do que o esperado (Quadro 6). A relação entre titulação e DAP foi significativa, sendo que o número esperado e observado foi muito próximo para as diferentes titulações, exceto que todas as 22 pessoas com titulação de especialista que também responderam sim na DAP. Observando-se a área de conhecimento desse grupo de pessoas, verificou-se que todos são da área de ciências biológicas e ambientais e, provavelmente esse fato seja mais importante causador dessa maior disposição a pagar por este grupo. Verifica-se também que essa tendência foi observada ao analisar a relação entre área de conhecimento da profissão e a DAP, em que se observou que as pessoas das áreas de ciências biológicas e ambientais foram proporcionalmente mais dispostas a pagar do que as profissões das áreas de exatas e tecnológicas, agrárias e engenharias. Foi verificado nas demais áreas do conhecimento que a relação observada entre DAP e área ficou como a relação esperada. Na análise por origem, essa tendência permaneceu válida nos EUA (Qui-quadrado com 6 g.l. = 18,13; P = 0,006) porém não persistiu na CEE (Qui-quadrado com 6 g.l. = 7,22; P = 0,301). Embora o número de fontes de conhecimento tenha apresentado relação não significativa com a DAP (Quadro 6), observou-se que, em geral, há uma tendência de as pessoas com maior número de fontes de conhecimento apresentarem DAP, enquanto que aquelas pessoas com menor número de fontes pelas quais tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida não apresentarem DAP (Figura 4A). Inclusive, ao analisar a relação com determinadas fontes específicas de conhecimento com a DAP, estas tiveram efeito significativo na DAP, como foi o caso da Internet, da TV e do questionário (Quadro 6). Em termos práticos, esses dados indicam ser essas duas fontes ideais para disseminação de conhecimentos sobre conservação da biodiversidade. Quando essa mesma 34 análise foi realizada separadamente por país de origem, Internet manteve significativo apenas nos EUA e TV não se manteve significativo nos EUA e CEE. Por outro lado, a fonte jornal foi significativa na CEE. Portanto, TV certamente foi mais expressiva apenas nas demais localidades. Portanto, a escolha de estratégias para realizar educação ambiental deve considerar as especificidades de cada população-alvo. Quadro 6. Relação entre as diferentes variáveis com a disposição a pagar (resposta sim ou não à questão 13) pelo teste Qui-quadrado de Pearson a 5% de probabilidade Questão 1 1 2 3 4 5 6 7 8 8 8 8 8 8 8 8 9 11 11 11 11 1 12 Variável Quiquadrado 1 País de origem País de origem: EUA x CEE Sexo Titulação (grau de instrução) Estado civil Idade Área de conhecimento Conhecimento anterior Conheceu por este questionário Conheceu pela Internet Conheceu pela TV Conheceu pelo jornal Conheceu em visita in loco Conheceu por revistas Conheceu na escola Número fontes de conhecimento Tipo de valor (VU, VO, VE) Conhece causas do desmatamento Visitou floresta tropical Pretende visitar uma floresta Países industrializados devem ajudar a conservar Problema ambiental prioritário Graus de liberdade Probabilidade 9,17 0,15 0,78 16,68 0,41 6,15 16,61 1,04 4,30 10,08 8,50 0,83 0,00 0,08 0,05 11,68 9,73 0,84 0,07 0,01 8,60 3 1 1 4 2 3 6 1 1 1 1 1 1 1 1 6 2 1 1 1 1 0,027 0,696 0,378 0,002 0,817 0,104 0,011 0,308 0,038 0,001 0,004 0,362 0,977 0,777 0,818 0,070 0,008 0,360 0,796 0,913 0,003 * 10,04 3 0,018 * ns ns * ns ns * ns * * * ns ns ns ns ns * ns ns ns * EUA, Europa, Canadá, outros.*Significativo a 5% de probabilidade pelo teste qui-quadrado de Pearson. ns NÃO significativo. A questão 10 foi excluída pois teve respostas inconsistentes com a questão 9. Fonte: Resultados da pesquisa O tipo de valor também teve efeito na DAP (Quadro 6), sendo que a maioria das pessoas que se basearam no princípio do VU tende a não DAP, ao passo que as que optam pelo VO e VE, são favoráveis à DAP (figura 4B). Essa tendência se manteve quando a análise foi realizada individualmente por origem (EUA e CEE). 35 Para os problemas ambientais anteriormente descritos como tendo maior prioridade (Figura 3), verificou-se a seguinte relação com a DAP: dentre as pessoas que marcaram qualidade da água como o problema prioritário, o número de pessoas observado como dispostos a pagar foi maior do que o esperado; dentre as pessoas que marcaram o desmatamento como problema prioritário, o número de pessoas observado como dispostas a pagar foi menor do que o esperado. Na Figura 4C, fica explicita essa relação entre a prioridade ao % desmatamento e a DAP. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 90 80 70 Não DAP 60 Sim DAP 50 Não DAP 40 Sim DAP 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 7 0 Número de fontes de conhecimento VU A VO VE B 80 70 60 50 Não DAP 40 Sim DAP 30 20 10 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Não DAP Sim DAP Não Pagar 0 Ar Água Clima Pagar Responsabilidade dos países industrializados Floresta C D Figura 4. Relação entre variáveis e percentual de pessoas com disposição a pagar (DAP): A = número de fontes pelas quais o indivíduo obteve conhecimento sobre floresta tropical úmida; B = tipo de valor econômico (VU = valor de uso; VO = valor de opção; VE = valor de existência); C = problemas ambientais considerados prioritários (qualidade do ar; poluição da água; mudança climática do tipo efeito estufa; desmatamento das florestas); D = visão dos respondentes quanto à responsabilidade dos países industrializados em pagar pela conservação da floresta tropical úmida. A responsabilização dos países industrializados pela contribuição na conservação da floresta tropical foi significativa (Quadro 6), havendo uma clara tendência de que as pessoas com DAP sejam geralmente favoráveis a essa participação dos países industrializados (Figura 4D). Essa mesma tendência foi 36 encontrada por Kramer et al. (1995), que identificaram 67% de pessoas entrevistadas apoiando essa idéia. Na análise individualizada por origem, o número observado de pessoas não dispostas a pagar e que acham que os paises industrializados não devam ajudar a conservar foi maior do que o esperado nos EUA (Qui-quadrado com 1 g.l. = 9,96; p = 0,002); na CEE não houve diferença entre o observado e o esperado (Qui-quadrado com 1 g.l. = 1,83; p = 0,176). 4.4. Determinação do valor de duas florestas tropicais úmidas Verificou-se que não existe diferença entre o valor atribuído às reservas biológicas pelos respondentes oriundos dos EUA e da CEE (Qui-quadrado com 1 g.l. = 0,15; p = 0,696). Por causa disso, os valores foram calculados com base no conjunto dos dados. Dos 167 respondentes, 104 (62,3%) responderam sim à questão “você estaria disposto a pagar mensalmente um valor monetário para manter a Floresta Tropical Úmida?” e 62 (37,1%) responderam não a essa questão. Um deles não respondeu a esse item. O valor atribuído à Reserva Natural do Teimoso foi superior àquele atribuído ao Parque Municipal da Boa Esperança, pelo teste t, estando dispostos a pagar, em média, 5,74 dólares a mais pelo Teimoso (t(102)=4,196; p=0,000). Essa constatação encontra-se ilustrada pela Figura 5, em que se pode observar que, embora estejam dispostos a pagar pelos dois sítios ambientais, os sujeitos estão dispostos a pagar mais pela Serra do Teimoso do que pelo Parque da Boa Esperança (para cada dólar investido no Teimoso, propuseram 0,82 dólar para a Esperança). Apesar de o Parque da Boa Esperança ser maior do que a Serra do Teimoso (ter mais que o dobro da área) o valor dado à Serra do Teimoso é, em geral, 9,5181 maior que o Parque da Boa Esperança. Beukering et al. (2003) encontraram a mesma tendência para o Parque Nacional do Leuser, Sumatra, Indonésia, notando-se a preferência em pagar pela conservação de lugares protegidos. Pode-se inferir que a pressão antrópica do Parque da Boa Esperança e por ainda não estar estabelecido o eco-turismo no local tenha intimidado os respondentes a confiar sobre a efetiva preservação de uma floresta urbana. Adicionalmente, Horton et al. (2003) verificaram que o valor 37 para preservar 20% da Floresta Amazônica é apenas cerca de 40% a mais do que o valor para preservar 5%, isto é, uma área quatro vezes menor dessa mesma floresta, demonstrando que o valor da DAP por hectare de área conservada cai, na medida em que aumenta a área a ser conservada. Pela análise do Boxplot (Figura 6), observa-se que, dos 25% dos sujeitos que ofereceram maiores valores, no parque da Esperança esses maiores valores ficam entre 20 e 30 dólares ao passo que na Serra do Teimoso, estão entre 30 e 50 dólares. Ou ainda, o valor médio da Serra do Teimoso foi de 25,06 dólares ao passo que o do Parque da Boa Esperança, de 19,32 dólares. Dos 77 respondentes residentes nos Estados Unidos, 52 (67,5%) responderam sim à questão “você estaria disposto a pagar mensalmente um valor monetário para manter a Floresta Tropical Úmida?” e 24 (31,2%) responderam não a essa questão e 1 deles não respondeu a esse item. Dos 56 respondentes residentes na União Européia, 36 (64,3%) responderam sim à questão “você estaria disposto a pagar mensalmente um valor monetário para manter a Floresta Tropical Úmida?” e 20 (35,7%) responderam não a essa questão. Nota-se a mesma tendência de disposição a pagar tanto nos Estados Unidos quanto na União Européia, essa tendência também permanece no número total de entrevistados. Conforme proposto por Kramer et al. (1995), os valores de U$1.000,00 e U$10.000,00 dólares foram considerados como U$100,00 dólares para efeito de análise uma vez que eram 10 vezes e 1000 vezes maiores que o valor mais alto disponível como opção no questionário. Com base nos dados disponíveis no Quadro 7, foram calculados os valores mensais de cada localidade para os dois sítios ambientais. Considerando-se o somatório das populações das 21 cidades americanas de origem dos entrevistados, a taxa de respostas sim à DAP (67,5%) pelos entrevistados nos EUA, e a DAPM mensal de U$ 19,90 por indivíduo para o Parque Municipal da Boa Esperança e U$ 26,07 por indivíduo para a RPPN Serra do Teimoso, foi obtido o valor de existência (DAPT) como sendo U$202.637.080,22 para o parque e U$265.464.757,85 para a RPPN, por mês, no agregado. Considerando-se o somatório das 27 cidades européias de origem dos entrevistados, a taxa de respostas sim à DAP (64,3%), e a DAPM mensal de U$ 15,97 por indivíduo para o Parque Municipal da Boa Esperança e U$21,66 por para a RPPN Serra do 38 Teimoso, mensurou-se o valor de U$ 85.359.196,12 para o Parque, e U$115.772.084,40 como sendo o valor atribuído à RPPN, por mês, no agregado. Valor na Serra do teimoso (US$) 120 y = 0,8244x + 9,1309 2 R = 0,6374 100 80 60 40 20 0 0 20 40 60 80 100 120 Valor no Parque Esperança (US$) Figura 5. Correlação entre os valores atribuídos pela conservação do Parque Municipal da Boa Esperança e da Reserva Natural do Teimoso. 120 100 Disposição a pagar (US$) 80 60 40 20 0 N= 103 103 Parque Esperança Serra do Teimoso Figura 6. Correlação entre os valores atribuídos pela conservação do Parque Municipal da Boa Esperança e da Reserva Natural do Teimoso. 39 Quadro 7. Número de indivíduos dispostos a pagar e respectivos valores atribuídos a cada sítio ambiental analisado por respondentes residentes em diferentes cidades americanas e européias Todos os Indivíduos EUA* CEE** Valor Mensal Esperança Teimoso Esperança Teimoso Esperança Teimoso 0 0 1 0 0 0 1 3 0 2 0 2 0 0 5 17 5 13 2 3 2 10 53 34 21 18 23 13 20 15 23 8 14 5 6 30 1 16 0 2 1 9 40 2 5 1 4 1 1 50 9 9 6 5 2 3 60 2 2 1 1 1 1 100 2 3 1 2 0 0 1.000 1 1 1 1 0 0 10.000 1 1 0 0 0 0 Não respondeu 1 2 1 1 0 0 * 21 cidades americanas (Apêndice D), cuja população total foi de 15.085.582 habitantes. ** 27 cidades européias (Apêndice D), cuja população total foi de 8.312.553 habitantes. Fonte: Resultados da pesquisa Em geral, as pessoas oferecem lances proporcionalmente maiores de DAP por áreas maiores de preservação, embora o valor por hectare seja significativamente menor, quando são colocadas duas opções de área para conservação para serem valoradas (HORTON et al., 2003). Portanto, em relação à variável área preservada, poder-se-ia esperar maior valor para o Parque Boa Esperança, que é o dobro do tamanho da Serra do Teimoso. No entanto, ocorreu o inverso, provavelmente por causa das diferenças entre os dois sítios (Quadro 8). A principal diferença entre os dois sítios está na evidente pressão antrópica sofrida pelo Parque Boa Esperança em contraste com as características favoráveis ao uso e à conservação dos recursos naturais da Reserva Serra do Teimoso. Esse resultado está em consonância com o esperado para a situação em que são empregados recursos acentuadores de diferenças entre os objetos submetidos à valoração pelo MVC, considerando-se que “as preferências são condicionadas por atributos de escolha” (BULTE et al, 2005). 40 Quadro 8. Diferenças e semelhanças entre os dois sítios ambientais estudados Característica Reserva Serra do Teimoso Parque Boa Esperança Alta Alta Semelhanças: Riqueza de espécies biodiversidade, incluindo-se biodiversidade, incluindo-se primatas e animais em extinção espécies raras e endêmicas Área preservada 200 hectares 437 hectares Localização Rural: 7.000 habitantes Urbana: 250.000 habitantes Uso Pesquisa, educação e ecoturismo Pesquisa Diferenças: e, futuramente, como parque (condicionado à proteção) Ameaça Nenhuma, há 600 hectares de mata Degradação no entorno baixa renda Fonte: Dados da pesquisa, organizado a partir do Apêndice A. 41 por populações de 5. CONCLUSÕES Dentre as pessoas provenientes dos EUA, 67,5% mostraram-se dispostos a pagar pela conservação da floresta tropical úmida e, dos provenientes da CEE, 64,3% mostraram-se dispostos a pagar. Os motivos que levaram os indivíduos a se disporem a pagar pela conservação de uma floresta tropical úmida incluem o valor intrínseco da floresta como prioritário e os valores de uso atual e futuro como secundários. O valor de existência da Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Teimoso foi estimado como os valores agregados de U$265.464.757,85 e U$115.772.084,40 que as populações dos EUA e CEE estão dispostas a pagar, respectivamente, pela sua conservação. O valor de existência do Parque da Boa Esperança foi estimado como os valores agregados mensais de U$202.637.080,22 e U$85.359.196,12 que as populações dos EUA e CEE estão dispostos a pagar, respectivamente, pela sua conservação. As variáveis áreas de conhecimento, compreensão sobre a finalidade de conservação, forma de conhecimento sobre floresta tropical úmida, responsabilização dos países industrializados na conservação das florestas tropicais e os problemas ambientais (poluição da água e do ar bem como desmatamento) tiveram efeito significativo sobre a DAP. Pelo teste t, conclui-se que os sujeitos estão dispostos a pagar mais pela Reserva Natural Serra do Teimoso do que pelo Parque da Boa Esperança, em média 5,74 dólares por mês por indivíduo a mais (t(102)=-4,196; p=0,000), suportando a hipótese de que a pressão antrópica existente no Parque Boa Esperança é uma ameaça à sua conservação. 42 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERINI, A.; ROSATO, P; LONGO, A.; ZANATTA, V. Information and Willingness to Pay in a Contingent Valuation Study: The Value of S. 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Cambrige: UNEP/Cambridge University. 1995. 45 APÊNDICES Apêndice A – Versão em português do questionário testado entre 10 pessoas aleatórias para validação do instrumento UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MEIO AMBIENTE QUESTIONÁRIO SOBRE CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS Estamos realizando uma pesquisa entre residentes na União Européia, e nos Estados Unidos da América para determinar a Disposição a Pagar pela Conservação de uma Floresta Tropical Úmida. As respostas dadas por meio deste questionário serão utilizadas exclusivamente nesta pesquisa, não sendo de maneira alguma utilizadas para definir qualquer cobrança de taxa para monitorar a conservação de uma floresta específica. Os dados serão analisados como sendo para uma floresta hipotética. Portanto, as informações serão sigilosas e anônimas (não é necessário fornecer o seu nome, endereço e telefone) e as análises científicas dos dados serão incluídas em artigo a ser publicado em revista científica. FLORESTA TROPICAL ÚMIDA As florestas tropicais abrigam a maior biodiversidade do planeta, tanto em plantas como em animais, possuindo cerca de 50% a 75% de todas as espécies vivas do planeta. O potencial para exploração econômica é muito amplo e variado, são inúmeros os produtos vegetais e animais, tanto para a pesca como 46 para a caça. Existem recursos minerais, hidroelétricos e agropecuários, principalmente nas várzeas. Como conseqüência disso, a floresta tropical tem sido destruída. Todas essas intervenções humanas trouxeram diversos impactos sócio-ambientais graves como erradicação de ecossistemas, poluição de rios, perda de biodiversidade, redução do potencial produtivo dos solos, erosão, perturbação de comunidades locais, destruição de sítios arqueológicos, desmatamento, queimadas, destruição e aculturação de povos indígenas, conflitos de fronteira, incremento do tráfico e do plantio de drogas. Exemplo de uma floresta tropical. PARTE 1. Dados gerais do entrevistado 1) Onde você reside? Cidade: ..................... Estado: ..................... País: .......................... 2) Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 3) Qual o seu grau de instrução? ( ) Ensino fundamental (1° grau) ( ) Ensino Médio (2° Grau) ( ) Superior (graduação) ( ) Mestre ( ) Doutor ( ) Outro. Qual? ............ 4) Qual o seu estado civil? ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Outro ( ( 5) Qual a sua idade? ( ) Abaixo de 18 anos ) Entre 26 a 35 anos 65 anos 47 ) Entre 51 a ( ) Entre 18 a 25 anos ( ) Entre 36 a 50 anos ( ) Acima de 65 anos 6) Qual a sua ocupação principal (profissão)? ................................................................................................................................. PARTE 2. Porque e com que finalidade propõe-se conservar a floresta tropical úmida. 7) Você já dispunha de conhecimentos sobre uma floresta tropical úmida? ( ) Sim ( ) Não 8) Se sim, como você tomou conhecimento sobre uma floresta tropical úmida? ( ) por este questionário ( ) pelo jornal ( ) pela Internet ( ) pela TV ( ) por meio de visita a uma floresta tropical úmida ( ) por outro meio. Qual? ......................................................... 9) Você acha que a Floresta Tropical Úmida deve ser conservada? Enumere em ordem crescente os principais motivos para essa conservação: ( ) permite a obtenção de produtos para uso humano atual. ( ) consiste em um recurso ambiental destinado a satisfazer as necessidades humanas futuras. ( ) possui um valor intrínseco, independente de sua utilidade ou função para o homem. ( ) Outros. Quais? ................................................................... 10) O patrimônio natural dever ser conservado com a finalidade de: ( ) proteger a capacidade de aproveitamento do patrimônio natural para satisfazer as necessidades atuais e futuras do homem; ( ) buscar a preservação da funcionalidade do patrimônio natural independente de sua utilidade direta; ( ) Ambas as finalidades acima. 11) Perguntas relacionadas à Floresta Tropical Úmida: Questionamentos: Sim Você tem conhecimento sobre as causas do desmatamento? Você já visitou previamente uma Floresta Tropical? Você planeja visitar uma Floresta Tropical? Os países industriais devem ajudar países em desenvolvimento a pagar pela preservação de suas Florestas 48 Não Tropicais? 12) Ordene um conjunto de problemas ambientais, assinalando valores de 1 a 6 de acordo com a prioridade dada a cada um (1 para o de maior importância e assim sucessivamente, até 6 o de menor importância). Problemas ambientais Qualidade do ar Poluição da água Destruição da Camada de Ozônio Efeito Estufa Desmatamento Tropical Chuva ácida Nota PARTE 3. Determinação do valor de duas florestas: 13) Você estaria disposto a pagar mensalmente um valor monetário para preservar a Floresta Tropical Úmida? ( ) Sim. Passe à questão 14. ( ) Não. Passe à questão 16. 14) Suponha uma floresta tropical com as seguintes características: “Uma Unidade de Conservação localizada em uma cidade de 250.000 habitantes, sendo um dos poucos maciços com estrutura de floresta tropical primária dentro de um perímetro urbano. Trata-se de um Parque com uma área de 437,2 ha. Porém, o risco de degradação é iminente e o potencial do parque, principalmente no que se refere à conservação de espécies endêmicas e raras, só poderá ser utilizado em todos os sentidos, se principalmente, for protegido contra essa degradação. Apesar de ainda apresentar características próprias de um fragmento da Floresta úmida rica em diversidade, há riscos decorrentes de pressões antrópicas advindas das populações circunvizinhas, caracteristicamente de baixa renda.” Quanto você estaria disposto a pagar mensalmente pela conservação desse fragmento de Floresta Tropical Úmida? U$10,00 U$60,00 U$20,00 U$70,00 U$30,00 U$80,00 U$40,00 U$90,00 U$50,00 U$100,00 Outro: U$ 49 15) Suponha outra floresta tropical com as seguintes características: “Uma Unidade de Conservação localizada há 5 km de uma cidade de 7.000 habitantes, sendo um dos poucos maciços com estrutura de floresta tropical primária longe centros urbanos populosos. Trata-se de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural com uma área de 200 ha, localizada dentro de uma fazenda de 520 ha. Tem áreas florestadas vizinhas, formando um maciço florestal com mais de 600 ha, de raro valor ecológico e paisagístico, caracterizando-se como local próprio para o desenvolvimento de atividades de pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo. As matas da reserva abrigam espécies de primatas e outros animais em extinção. Quanto você estaria disposto a pagar mensalmente pela conservação desse fragmento de Floresta Tropical Úmida? U$10,00 U$60,00 U$20,00 U$70,00 U$30,00 U$80,00 U$40,00 U$90,00 U$50,00 U$100,00 Outro: U$ 16) Se não, cite os motivos que o levaram a tomar esta decisão: ( ) Cada população local deve ser responsável pela manutenção do seu patrimônio natural. ( ) A conservação deve ser mantida exclusivamente pelo poder público. ( ) Cabe às empresas e indústrias pagar uma taxa que será destinada a ações de conservação dos recursos ambientais. ( ) Outros. Quais? ................................................................... ........... 50 Apêndice B – Versão em inglês do questionário validado que foi aplicado para coleta dos dados STATE UNIVERSITY OF SANTA CRUZ Program of Postgraduate Qualifications in Regional Development and Environment – Masters Degree QUESTIONNAIRE ABOUT NATURAL RESOURCES PRESERVATION We are carrying out research between residents of the European Union and the United States of America to determine whether people would be willing to pay for Tropical Rain Forest Conservation. The answers obtained from this questionnaire will be used exclusively for this research. They will not be used to define any kind of taxes to monitor a specific Tropical Rain Forest Conservation. The results will be analysed for a hypothetical forest. This information will be kept in secret and anonymous (it’s not necessary to give your name, address and telephone number) and the scientific analyses of the results will be included in papers that will be published in scientific magazines. THE TROPICAL RAIN FOREST Tropical Rain Forests have the biggest biodiversity in plants and animals, including 50% a 75% of all living species, of the planet. But because the potential for economic exploration be varied and large, and there be a lot of vegetable and animal products coming from fishing and hunting; as well as minerals, hydroelectrics, and agricultural resources, the Tropical Rain Forest has been destroyed. These human activities have brought terrible environment and social impacts, such as damaged ecosystems, rivers polluted, reduced biodiversity, reduction of the productivity of soils, disturbing local communities, destruction of archaeological places, deforestation, burning, destruction of Indians culture, frontier conflicts and increase in drugs traffic. 51 Tropical Rain Forest example PART 1. General Question (about yourself). 1.City: ................................. State country: ..............................Country: .................. 2. ( ) Male ( ) Female 3.( ) Elementary School ( ) High School ( ) Master Degree ( ) College ( ) P.H.D ( ) Other. Which one? 4.( ) Single ( ) Marriage ( ) Other 5. How old are you? ( ) Under 18 years old ( ) Between 26 and 35 years old ( ) Between 51 and 65 years old ( ) Between 18 and 25 years old ( ) Between 36 and 50 years old ( ) Above 65 years old 6. What is your job (profession)? ................................................................................................................................... PART 2. Why do you want to preserve the Tropical Rain Forest. 7. Had you ever heard anything about the Tropical Rain Forest before? 52 ( ) Yes ( ) No 8. the answer is YES, how did you learn about the Tropical Rain Forest? ( ) by questionnaire ( ) by internet ( ) by TV ( ) by newspaper ( ) by visiting a Rain Forest ( ) by other way. Which one? ......................................................... 9. Do you think the Tropical Rain Forest needs to be preserved? Put in order the sentences below according to your opinion. Which one is the first more important reason for this conservation? Which one is the second, Third and Fourth. ( ) permits gathering of products for current human use. ( ) consists of an environmental resource destined to the future human needs. ( ) there is an intrinsic value that doesn’t depend on utility or function for mankind. ( ) Others? Which ones? ................................................................... ........... ................................................................................................................................... 10. Why to protect the Natural Heritage: ( ) Protect the capability to use the Natural Heritage for current and future human needs; ( ) Preserve the functionality of Natural Heritage independent of direct utility; ( ) Both of the sentences. 11. Questions about the Tropical Rain Forests: Questions: Do you know why people keep chopping down trees? Had you ever been in a Tropical Rain Forest before? Do you have plans for visiting a Tropical Rain Forest? The industrial countries should help countries in development to pay for their Tropical Rain Forests Preservation? YES NO 12. Put in order some environmental problems, giving them values from 1 to 6 according to the priority of each one. ( 1 for the most important, and 6 for the least important). Environmental problems Air quality Grade 53 Water pollution Ozone layer destruction CO2 air effects Deforestation Acid rain PART 3. Determination of two forests values 13. Should you pay a tax every month to preserve the Tropical Rain Forest? ( ) Yes. Go directly to question 14. ( ) No. Go directly to question 16. 14. Think about a Tropical Rain Forest with these characteristics: “A Conservation Unit, located in a city with 250.000 living people. It’s the only place where there is still a structure of primary Tropical Forest within the urban perimeter. It’s a Park – area 437,2 ha. The risk of degradation is imminent and the potential use of the park, including conservation of rare species, is possible, only, if there will be protection against this degradation. The place suffer problems related to the population of the neighbourhood; however this place presents special characteristics, like fragments of tropical forest rich in biodiversity.” How much could you pay for this Tropical Rain Forest Fragment Conservation? U$10,00 U$60,00 U$20,00 U$70,00 U$30,00 U$80,00 U$40,00 U$90,00 U$50,00 U$100,00 Other: U$ 15. Think about a Tropical Rain Forest with this characteristics: “A Conservation Unit located 5 km from a city with 7.000 living people. It’s a place with a primary tropical forest structure far way from populate down town centers. It’s a special Natural Heritage Reserve – area 200ha, located within a 520ha farm. There are others forests in the neighbourhood, forming a Tropical Rain Forest with more than 600ha. It’s a place with rare ecological value, providing 54 opportunities for development of scientific research activities, environmental education and ecotourism. The forests are home for primate and threatened animals of extinguishing. How much could you pay for this Tropical Rain Forest Fragment Conservation? U$10,00 U$60,00 U$20,00 U$70,00 U$30,00 U$80,00 U$40,00 U$90,00 U$50,00 U$100,00 Other: U$ 16. If not, tell us why you made this decision: ( ) Each population should be responsible for your own Natural Heritage. ( )The conservation should be exclusively a government obligation. ( )The enterprises and industries should pay a tax that will be destined for Environmental Resources Conservation. ( ) Others? Which ones? ................................................................................................................................... ............................................................................................................................... 55 Apêndice C – Dados originais codificados e legenda dos códigos C1. Dados das respostas de 167 pessoas ind 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 lo 4 4 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 2 2 se 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 1 1 1 ti 3 3 0 4 2 2 2 2 2 1 1 1 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 1 1 3 ec 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 0 2 2 1 1 id 4 4 2 5 1 1 1 1 1 2 4 4 2 3 2 2 2 2 2 2 4 4 4 2 3 2 ac 0 6 3 2 2 2 2 2 2 1 2 2 5 4 4 4 4 4 4 1 2 5 5 9 2 6 co 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8a 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 8b 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 8c 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 8d 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 8e 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8f 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 8g 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 vu 3 2 3 4 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 2 1 3 3 3 3 vo 2 3 2 3 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 1 2 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 ve 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 9d 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 us 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ex 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ue 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 cd 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 vi 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 pv 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 pi 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ar 3 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 3 2 2 1 4 2 1 ag 2 1 6 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 3 1 6 3 3 3 1 1 1 2 2 1 2 oz 5 5 3 4 6 6 6 6 6 6 5 5 4 5 3 3 6 6 6 5 5 3 3 5 5 4 ef 4 3 4 5 4 4 4 4 4 4 3 3 3 2 5 4 4 4 4 2 3 2 5 3 3 3 dm 1 4 2 1 2 2 2 2 2 2 6 6 6 4 6 2 2 2 2 6 6 1 4 1 6 5 ch 6 6 5 6 5 5 5 5 5 5 4 4 5 6 4 5 5 5 5 4 4 2 6 6 4 6 dap 0 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 es 0 20 0 0 10 10 10 10 10 0 10 10 0 0 0 0 0 0 0 5 10 10 20 50 30 10 te 0 20 0 0 30 30 30 30 30 0 10 10 0 0 0 0 0 0 0 5 10 20 20 50 10 10 cp 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 pp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ep 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 dv 8 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Continua... 56 C1. 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Continuação ind 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 lo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 se 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 ti 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 ec 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 id 3 4 3 4 3 4 5 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 3 1 3 3 3 3 3 3 4 4 2 ac 2 5 6 5 8 6 5 2 1 4 1 1 8 8 8 8 6 6 6 6 1 4 4 4 4 4 4 6 6 6 co 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8a 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8b 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8c 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8d 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 8e 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8f 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8g 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 vu 4 1 2 2 3 2 1 4 2 3 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 vo 3 2 3 3 2 3 2 2 1 2 3 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 3 3 3 ve 1 3 1 1 1 1 3 3 3 1 2 3 3 3 3 3 1 1 1 1 3 3 3 3 3 3 3 1 1 1 9d 3 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 us 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ex 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ue 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 cd 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 vi 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 pv 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 pi 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ar 3 2 2 1 1 1 2 5 3 1 2 2 4 4 4 4 4 4 4 4 2 1 1 1 1 1 1 2 2 2 ag 2 1 1 2 3 3 1 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 oz 5 5 3 4 4 5 5 4 5 3 6 6 5 5 5 5 5 5 5 3 5 4 4 4 4 4 4 5 5 5 ef 1 6 6 3 5 2 3 2 4 5 4 4 3 3 3 3 3 3 3 5 3 6 6 6 6 6 6 3 4 3 dm 6 3 5 6 2 4 4 1 1 6 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 6 3 3 3 3 3 3 6 3 4 ch 4 4 4 5 6 6 6 6 6 4 5 5 6 6 6 6 6 6 6 6 4 5 5 5 5 5 5 4 6 6 dap 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 es 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 5 10 10 10 10 10 10 10 20 20 20 te 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 10 10 10 10 10 10 10 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 cp 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 pp 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ep 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 dv 1 8 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Continua... 60 C1. Continuação ind lo se ti ec id ac co 8a 8b 148 1 1 3 2 4 6 1 1 1 149 1 0 3 2 2 6 1 1 1 150 1 1 3 2 4 6 1 1 1 151 1 1 3 2 3 4 1 1 1 152 1 0 3 1 2 3 1 0 0 153 1 0 3 1 4 2 1 1 1 154 1 1 3 2 2 8 1 1 1 155 1 1 3 2 2 8 1 1 1 156 1 0 3 2 2 8 1 1 1 157 1 1 3 2 2 8 1 1 1 158 1 1 3 2 2 8 1 1 1 159 1 1 3 2 2 2 1 0 0 160 1 0 3 2 0 5 1 1 1 161 1 0 3 2 2 2 1 0 0 162 1 1 4 2 1 5 1 1 1 163 1 1 4 0 4 6 1 0 0 164 1 1 4 2 3 2 1 0 0 165 1 1 4 1 3 7 1 0 1 166 1 1 4 2 2 2 1 1 1 167 1 1 2 2 3 2 1 0 0 Legenda das variáveis: vide Quadro C2. 8c 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 8d 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 8e 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 8f 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 8g 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 vu 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 2 3 2 3 3 3 3 1 vo 3 3 3 1 1 3 1 2 1 1 1 2 3 2 1 2 2 2 2 2 ve 1 1 1 3 3 1 2 1 2 2 2 1 1 1 3 1 1 1 1 3 9d 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 us 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 61 ex 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ue 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 cd 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 vi 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 0 pv 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 0 pi 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 ar 2 2 2 1 1 2 4 4 4 4 4 3 1 0 1 3 2 2 1 3 ag 1 1 1 2 3 1 2 2 2 2 2 1 2 0 2 4 2 1 3 5 oz 5 5 5 4 4 3 5 5 5 5 5 5 4 0 4 2 1 4 6 2 ef 3 3 3 6 2 4 3 3 3 3 1 4 3 0 6 1 1 5 4 1 dm 4 4 4 3 5 5 1 1 1 1 3 2 6 0 3 3 1 3 2 4 ch 6 6 6 5 6 6 6 6 6 6 6 6 5 0 5 6 1 6 5 6 dap 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 es 20 20 20 10 10 10 50 50 50 50 50 5 0 0 0 5 10 10 60 10 te 20 20 20 30 30 40 50 50 50 50 50 0 0 0 0 5 10 10 10 10 cp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 pp 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ep 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 dv 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C2. Legenda dos dados com descrição das variáveis e da codificação constantes no Quadro C1 Variável ind lo se ti e id ac co 8a 8b 8c 8d 8e 8f 8g vu vo ve 9d us ex Descrição da variável e questão a que se refere, bem como codificação numérica das respostas Número de identificação de cada indivíduo no banco de dados. Local de origem, Questão 1, em que 1 = EUA, 2 = Europa, 3 = Canadá, 4 = outros países. Sexo, questão 2, em que feminino = 0 e masculino = 1. Titulação, questão 3, em que ensino médio = 0, graduação = 1, especialização = 2, mestrado = 3, doutorado = 4. Estado Civil, questão 4, em que outros = 0, solteiro = 1, casado = 2. Idade, questão 5, em que abaixo de 18 anos = 0, 18 a 25 = 1; 26 a 35 = 2, 36 a 50 = 3, 51 a 65 = 4, maior que 65 = 5. Área de conhecimento (CNPq) deduzida com base na profissão declarada pelo respondente, questão 6, em que: não informou a profissão ou declarou ser aposentado sem informar profissão = 0; exatas e da terra = 1; biológicas e ambientais = 2; engenharias = 3; saúde = 4; agrárias = 5; sociais aplicadas = 6; humanas = 7; professor e, ou, pesquisador = 8; estudante = 9. Conhecimento anterior sobre floresta tropical, questão 7, em que: não = zero e sim = 1. Forma como tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida: POR ESTE QUESTIONÁRIO, questão 8a, não = 0 e sim = 1. Forma como tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida: PELA Internet, questão 8b, não = 0 e sim = 1. Forma como tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida: PELA TV, questão 8c, não = 0 e sim = 1. Forma como tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida: PELO JORNAL, questão 8D, não = 0 e sim = 1. Forma como tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida: POR MEIO DE VISITA, questão 8E, não = 0 e sim = 1. Forma como tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida: POR REVISTAS questão 8F, não = 0 e sim = 1. Forma como tomou conhecimento sobre floresta tropical úmida: POR ESCOLA, LITERATURA CIENTÍFICA, COMO PROFISSIONAL, NO TRABALHO NA ÁREA, MORANDO OU POSSUINDO UMA FLORESTA, questão 8G, não = 0 e sim = 1. Motivos indicados pela conservação da floresta, questão 9a: alternativa que tem como princípio filosófico o VALOR DE USO. Notas: 0 = motivo não marcado; 1 = principal motivo; 2 = segundo motivo; 3 = terceiro motivo. Motivos indicados pela conservação da floresta, questão 9b: alternativa que tem como princípio filosófico o VALOR DE OPÇÃO. Notas: 0 = motivo não marcado; 1 = principal motivo; 2 = segundo motivo; 3 = terceiro motivo. Motivos indicados pela conservação da floresta, questão 9c: alternativa que tem como princípio filosófico o VALOR DE EXISTÊNCIA. Notas: 0 = motivo não marcado; 1 = principal motivo; 2 = segundo motivo; 3 = terceiro motivo. Motivos indicados pela conservação da floresta, questão 9d: alternativa que o entrevistado poderia indicar outros motivos, diferentes dos três primeiros, e as respostas foram agrupadas nas seguintes classes: 0 = motivo não marcado; 1 = uso atual pela população local; 2 = uso futuro humano; 3 = valor ecológico; 4 = uso para ensino e pesquisa; 5 = contemplou justificativas atinentes aos valores de uso, opção e existência. Finalidades indicadas para a conservação, questão 10a: alternativa que tem como princípio os valores de uso e opção (ambos são apresentados na literatura como valores de uso). Opção não escolhida pelo respondente = 0; opção foi marcada = 1. Finalidades indicadas para a conservação, questão 10a: alternativa que tem como princípio o valor de existência (é apresentado na literatura como valor de não-uso). Opção não escolhida pelo respondente = 0; opção foi marcada = 1. Continua... 62 C2. Continuação Variável Descrição da variável e questão a que se refere, bem como codificação numérica das respostas eu Finalidades indicadas para a conservação, questão 10a: alternativa que mistura as opções a e b (ambos os motivos de uso e de não-uso, mostrando que o princípio utilitarista prevalece). Opção não escolhida pelo respondente = 0; opção foi marcada = 1. cd Conhecimento do respondente sobre causas do desmatamento, questão 11a: não = 0; sim = 1. vi Visitou anteriormente a uma floresta tropical? Questão 11B: não = 0; sim = 1. pv Planeja visitar uma floresta tropical? Questão 11C: não = 0; sim = 1. pi Países industrializados devem ajudar aos países em desenvolvimento a pagar pela preservação das florestas? questão 11d: não = 0; sim = 1. ar Qualidade do ar, questão 12a, indicada como problema ambiental pelos respondentes, pela ordem de maior (1) para a de menor importância (6) ag Poluição da água, questão 12b, indicada como problema ambiental, ordenado como da maior (1) para a menor importância (6) oz Destruição da camada de ozônio, questão 12c, indicada como problema ambiental, ordenado pelos respondentes como da maior importância (1) para a menor importância (6) ef Efeito estufa, questão 12d, indicada como problema ambiental, ordenado como da maior (1) para a menor importância (6) dm Desmatamento tropical, questão 12e, indicado como problema ambiental, ordenado como da maior (1) para a menor importância (6) ch dap es te cp pp ep dv Chuva ácida, questão 12f, indicada como problema ambiental, ordenado como da maior (1) para a menor importância (6) Disposição a pagar um valor mensal para conservar a floresta tropical, questão 13, não = 0 e sim = 1. Valor indicado para conservar o Parque da Esperança, questão 14: 0 = para os que responderam não na questão 13, bem como os que responderam sim, porém indicaram valor zero; demais valores constantes na questão; e outros valores apenas o valor 1.000 e 10.000, indicados por dois respondentes, foram substituídos por 100, conforme Kramer et al., 1995, porque foram maior ou igual a 10 vezes o maior valor indicado. Valor indicado para conservar a Reserva Natural Serra do Teimoso, questão 15: 0 = para os que responderam não na questão 13, bem como os que responderam sim, porém indicaram valor zero; demais valores constantes na questão; apenas o valor 1.000 e 10.000, indicados por dois respondentes, foram substituídos por 100, conforme Kramer et al., 1995, porque foram maior ou igual a 10 vezes o maior valor indicado. Cada população mantém sua floresta, indicado como o motivo dos que não estão dispostos a pagar, questão 16a: não indicada = 0; indicada = 1. Poder público mantém sua floresta, indicado como o motivo dos que não estão dispostos a pagar, questão 16b: não indicada = 0; indicada = 1. Empresas e Indústrias pagar taxa para conservar as florestas, indicado como o motivo dos que não estão dispostos a pagar, questão 16c: não indicada = 0; opção indicada = 1. Outros motivos indicados pelos que não estão dispostos a pagar, questão 16d: opção não indicada = 0; taxar os produtos gerados na floresta tropical para criar o próprio fundo de conservação = 1; doações para projetos de conservação = 2; políticas públicas deverem ser adotadas por todos os países = 3; projetos transnacionais de conservação = 4; países industrializados devem manter projetos de conservação = 5; cada um proteger o ambiente no seu dia a dia = 6; o pagamento deve ser por quem destrói as florestas = 7; corrupção e ineficiência no uso das taxas pelos governos = 8; não está convencido sobre as necessidades de proteção ambiental =9. 63 Apêndice D – Dados demográficos, sobre a parte 1 do questionário D1. Dados de cidade, estado, país (e agrupamento por local – lo), grau de instrução (e titulação correspondente no Brasil – ti), profissão (e área de conhecimento deduzida com base na classificação de áreas de conhecimento do CNPq, estudante, pesquisador e professor) Ind. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Cidade Darwin Brisbane Eisernez Vienna Timins Timins Toronto Toronto Toronto. Amos Toronto Toronto Fort Chipewyan Moosonee Quebec Amos Amos Amos Amos Augusta Toronto Ottawa 23 Vancouver 24 25 26 Slunj Esbjerg Viborg Estado NT lo 4 4 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Grau de instrução Master Degree Master Degree High School P.H.D Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science College College College Master Degree ti 3 3 0 4 2 2 2 2 2 1 1 1 3 Profissão Ontario Ontario Ontario Ontario Ontario Quebec Ontario Ontario Alberta País Australia Australia Austria Austria Canada Canada Canada Canada Canada Canada Canada Canada Canada journalist Engineer Botanist biologist biologist biologist biologist biologist mathematician biologist biologist medical veterinarian ac 0 6 3 2 2 2 2 2 2 1 2 2 5 Ontario Quebec Quebec Quebec Quebec Quebec Maine Ontario Ontario Canada Canada Canada Canada Canada Canada Canada Canada Canada 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Nurse Dentist nurse nurse nurse nurse Geologis biologist consultant in dryland issues 4 4 4 4 4 4 1 2 5 3 P.H.D 4 Agronomist 5 4 2 2 College College Master Degree 1 1 3 Student genetic engineer Lawyer Eisernez BritishCol Canada umbia Croatia Ribe Denmark Viborg Denmark 64 9 2 6 Continua... D1. Continuação Ind. 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 Cidade Viborg Viborg New Castle Nottingham Oxford Winchester Oulu Auxerre Bordeaux Auxerre Auxerre Bordeaux Montreuil Laval Montpellier Bourges Correze Le Mans La Roche Montpellier Toulouse Wisbaden Munique Kiel 51 Berlin 52 Berlin 53 Kiel 54 Kiel 55 Dortmund 56 Dortmund 57 Sarre 58 Dessau 59 60 61 Augsburg Augsburg Grevená Estado Viborg Viborg País Denmark Denmark England England England England Oulu Finland Yonne France Gironde France Yonne France Yonne France Gironde France France Mayenne France France Cher France Tulle France Sarthe France France France France Hesssen Germany Baviera Germany Schleswi Germany gHolstein Schleswi Germany gHolstein Schleswi Germany gHolstein Schleswi Germany gHolstein Schleswi Germany gHolstein Nordhrein Germany WestFall en Nordhrein Germany WestFall en Saarbrüc Germany ken Sachsen- Germany Anhalt Bayern Germany Bayern Germany Greece lo 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Grau de instrução Master Degree Master Degree College College Master Degree P.H.D Master Degree Bachelor of Science High School High School High School High School Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree P.H.D P.H.D P.H.D Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science 2 Profissão Lawyer Nurse Chemical engineer mathematician medical veterinarian biomedical. journalist biologist philosopher Student Student botanist P.H.D student Engineer Agronomist geologist nurse mathematician Teacher Researcher Researcher botanist Biomedical Marine Biologist Student ac 6 4 1 1 5 2 6 2 7 9 9 2 9 3 5 1 4 1 8 8 2 2 2 9 Bachelor of Science 2 biologist 2 2 Bachelor of Science 2 biologist 2 2 Bachelor of Science 2 biologist 2 2 Bachelor of Science 2 Student 9 2 High School 0 Student 9 2 High School 0 Student. 9 2 High School 0 Biomedical 2 2 Master Degree 3 Engineer 3 2 2 2 Master Degree Master Degree Master Degree 3 3 3 biologist Lawyer physical engineer 65 ti 3 3 1 1 3 4 3 2 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 4 4 4 2 2 2 2 6 1 Continua... D1. Continuação Ind. Cidade 62 Bangalore 63 64 65 66 67 68 69 Estado Karnatak a País India lo Grau de instrução 4 College ti 1 Profissão engineer ac 3 Indonésia Indonésia Iran Ireland Italy Italy México 4 4 4 2 2 2 4 College College Master Degree Bachelor of Science Master Degree Master Degree P.H.D 1 1 3 2 3 3 4 bussiness development bussiness development Foresty PHD Student biologist Agronomist Agronomist Biologist 6 6 5 2 5 5 2 Netherlands 2 College 1 Botanical 2 Netherlands Netherlands 2 2 Master Degree P.H.D 3 4 Engineer Marine biologist 3 2 Nigeria 4 P.H.D 4 forest inventory specialist 2 Poland 2 P.H.D 4 biologist 2 Qatar Russia Russia Samoa 4 4 4 4 College Master Degree P.H.D P.H.D 1 3 4 4 5 5 2 8 70 jakarta Jakarta Abadeh Longford Bologna Siena San Nicolás Lelystad 71 72 Utrecht Apeldoom 73 Akure 74 Wroclaw 75 76 77 78 Doha Omsk Omsk Apia 79 80 81 82 83 84 Salamanca Salamanca Uppsala Uppsala Uppsala Uppsala uppland Spain Spain Sweden Sweden Sweden Sweden 2 2 2 2 2 2 Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree 3 3 3 3 3 3 Water manager medical veterinarian Wildlife Biologist Private Consultant and Researcher medical veterinarian Agronomist PhD student PhD student PhD student Researcher (laboratory biology) 85 86 87 88 Uppsala Uppsala Uppsala Ebmatinge n Dar-esSalaaam Sweden Sweden Sweden Switzerland 2 2 2 4 Master Degree Master Degree P.H.D Master Degree 3 3 4 3 Student Map-technologist P.H.D student Human Resources Director 9 1 9 6 Tanzania 4 P.H.D 4 4 UK USA USA USA USA USA USA USA USA USA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Master Degree Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science Bachelor of Science College College College 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 Pharmamacist and Senior Lecturer in the School of Pharmacy Consultant. biologist biologist Wildlife Biologist Wildlife Biologist biologist Wildlife Biologist videographer Geologist Network Administrator Michigan USA Arkansas USA 1 1 College College 1 1 registered nurse education 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 London Birmigham Orlando Orlando Plantation Nashville Plantation Albion La Grande San Francisco 100 Redford 101 Fars Longford Siena Nuevo León Frevolan d Utrecht Gelderlan d Ondo Lower Silesia Qatar uppland Zurich Dar-esSalaaam Alabama Florida Florida Florida Tenesse Florida California Oregon California 66 5 5 9 9 9 2 8 2 2 2 2 2 2 6 1 6 4 7 Continua... D1. Continuação Ind. Cidade 102 Danvers País USA lo Grau de instrução 1 College ti 1 Profissão retired ac 0 103 Denver 104 Austin Estado Massach usetts Colorado Texas USA USA 1 1 College College 1 1 6 6 105 Monticello Indiana USA 1 College 1 Lawyer Business manager , University of Texas Information Technology Specialist 6 106 107 108 109 Florida Florida California Texas. USA USA USA USA 1 1 1 1 College College College College 1 1 1 1 mathematician philosopher Science Illustration Student 1 7 6 9 Texas USA 1 College 1 Student 9 Ohio USA 1 College 1 3 Wisconsi USA n California USA 1 College 1 retired mechanical engineer,industrial distributor Dentist and researcher 4 1 College 1 Government 6 USA USA 1 1 High School High School 0 0 biologist 2 0 USA USA 1 1 0 2 Student. Attorney (criminal prosecutor) 9 6 Colorado USA California USA 1 1 High School Juris Doctorate (attorney) Master Degree Master Degree 3 3 environmental scientist Director Agricultural Consulting 2 5 Oregon Montana Wisconsi n Arizona Virginia Utah Wisconsi n Texas Tenesse Georgia Ohio California USA USA USA 1 1 1 Master Degree Master Degree Master Degree 3 3 3 Landscape Architect medical veterinarian teacher 6 5 8 USA USA USA USA 1 1 1 1 Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree 3 3 3 3 Architect Forestry consultant NPS Water Quality Chemist 6 5 2 1 USA USA USA USA USA 1 1 1 1 1 Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree 3 3 3 3 3 Dentist geologist chemical engineer Scientist Scientist 4 1 1 8 8 USA USA USA USA USA USA USA 1 1 1 1 1 1 1 Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree 3 3 3 3 3 3 3 Scientist Scientist Lawyer Lawyer Lawyer Lawyer Chemical engineer 8 8 6 6 6 6 1 Orlando Orlando Richmond San Antonio 110 San Antonio 111 Cincinnati 112 Milwaukee 113 Los Angeles 114 Austin 115 Santa Fe 116 Scottsbluff 117 Gainesville 118 Denver 119 Sacrament o 120 Eugene 121 Helena 122 Watertown 123 Phoenix 124 Gainesville 125 126 Racine 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 Dallas Nashville Atlanta Cleveland Los Angeles LosAngeles Cleveland Cleveland Cleveland Cleveland Cleveland Kansas City Texas New Mexico Nebraska Florida California Ohio Ohio Ohio Ohio Ohio Kansas Continua... 67 D1. Continuação Ind. 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 Cidade Oklahoma City Oklahoma City Oklahoma City Oklahoma City Oklahoma City Oklahoma City SanDiego SanDiego Butte Butte Butte Butte Oklahoma City Milwaukee San Antonio Austin Austin Austin Denver Austin Washington Helena Kington Estado Oklahoma Oklahoma Oklahoma Oklahoma Oklahoma Oklahoma California California Montana Montana Montana Montana Oklahoma Wisconsin Texas. Texas Texas Texas Colorado Texas Montana New York País USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA USA lo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Grau de instrução Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree Master Degree ti 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 162 163 164 165 166 167 Houston Lexington Annandale Columbus Austin Texas Virginia Virginia Ohio Texas California USA USA USA USA USA USA 1 1 1 1 1 1 P.H.D P.H.D P.H.D P.H.D P.H.D Post grad degree 4 4 4 4 4 2 Profissão nurse Nurse nurse nurse nurse nurse journalist journalist journalist journalist journalist. journalist nurse Engineer biologist Teacher Teacher Teacher Teacher Teacher environmental consulting medical veterinarian Project Manager for Stream Management Program of NYC Department of Environmental Protection engineer agronomist Science Administrator conservation biologist Education Biomedical Sustainability and renewable energy consultant ac 4 4 4 4 4 4 6 6 6 6 6 6 4 3 2 8 8 8 8 8 2 5 2 5 6 2 7 2 2 Legenda: lo ti ac Local de origem, Questão 1, em que 1 = EUA, 2 = Europa, 3 = Canadá, 4 = outros países. Titulação, questão 3, em que ensino médio = 0, graduação = 1, especialização = 2, mestrado = 3, doutorado = 4. Área de conhecimento (CNPq) deduzida com base na profissão declarada pelo respondente, questão 6, em que: não informou a profissão ou declarou ser aposentado sem informar profissão = 0; exatas e da terra = 1; biológicas e ambientais = 2; engenharias = 3; saúde = 4; agrárias = 5; sociais aplicadas = 6; humanas = 7; professor e, ou, pesquisador = 8; estudante = 9. 68 Apêndice E – Dados os motivos de conservar a floresta, sobre a parte 2 do questionário E1. Total de respondentes à pergunta sobre problemas ambientais Problemas ambientais Qualidade do ar Poluição da água Destruição Camada de Ozônio Efeito Estufa Desmatamento Tropical Chuva ácida Ocorrência por Nota 3 4 5 6 Sem resposta 26 7 3 1 37 11 5 4 1 6 35 31 58 29 1 14 16 50 53 17 15 2 43 47 21 18 19 17 2 7 3 1 18 49 87 2 1 2 65 44 21 55 54 7 E2. EUA Problemas ambientais Qualidade do ar Poluição da água Destruição Camada de Ozônio Efeito Estufa Desmatamento Tropical Chuva ácida 1 26 34 3 9 16 3 2 23 25 2 5 21 1 Ocorrência por Nota 3 4 9 16 13 3 13 16 25 18 16 9 9 5 2 1 32 7 7 21 6 1 1 10 12 7 42 1 22 14 2 3 16 3 Ocorrência por Nota 2 3 4 14 8 7 19 11 8 1 14 11 6 18 20 15 4 6 1 4 5 3 2 18 6 11 15 6 2 2 10 3 4 33 Sem resposta 1 1 1 1 E3. UE Problemas ambientais Qualidade do ar Poluição da água Destruição Camada de Ozônio Efeito Estufa Desmatamento Tropical Chuva ácida Sem resposta E4. Questionamentos sobre o grau de envolvimento e conscientização dos cidadãos sobre a floresta tropical Questionamento Sim Você tem conhecimento sobre as causas do 135 desmatamento? Você já visitou previamente uma Floresta Tropical? 109 Você planeja visitar uma Floresta Tropical? 80 Os países industriais devem ajudar países em 159 desenvolvimento a pagar pela preservação de suas Florestas Tropicais? TOTAL Não S.R. 31 1 Sim 65 EUA Não S.R. 11 1 Sim 45 EU Não 11 S.R. 0 57 86 5 43 35 70 33 41 6 10 27 55 36 29 1 0 0 0 69 1 1 3 1 1 1 Apêndice F – DAP e determinação do valor, dados sobre a parte 3 do questionário Quadro F1. Número de indivíduos dispostos a pagar e respectivos valores atribuídos a cada local analisado Local Esperança Teimoso 0 0 1 Valores em dólar 3 5 10 20 30 40 50 60 100 0 17 53 15 1 2 9 2 2 2 5 34 23 16 5 9 2 3 1.000 1 1 10.000 Não respondeu 1 1 1 2 EUA (52 estão dispostos a pagar, 24 não, 1 sem resposta Local Esperança Teimoso 0 0 0 Valores em dólar 3 5 10 20 30 40 50 60 100 0 13 21 8 0 1 6 1 1 2 2 18 14 2 4 5 1 2 1.000 1 1 10.000 Não respondeu 0 1 0 1 1.000 0 0 10.000 Não respondeu 0 0 0 0 CEE (36 estão dispostos a pagar, 20 não) Local Esperança Teimoso 0 0 1 3 0 0 Valores em dólar 5 10 20 30 40 50 60 100 3 23 5 1 1 2 1 0 2 13 6 9 1 3 1 0 Quadro F2. EUA - Motivos apontados pelos respondentes não dispostos a pagar pela conservação de uma floresta tropical úmida Motivos para os que não estão dispostos a pagar pela conservação No Cada população local deve ser responsável pela manutenção do seu patrimônio natural. 7 A conservação deve ser mantida exclusivamente pelo poder público. 4 Cabe às empresas e indústrias pagar uma taxa que será destinada a ações de 7 conservação dos recursos ambientais. Outros* 9 *Outros motivos transcritos das respostas. Alguns desses motivos são justificativas dadas por indivíduos que indicaram os motivos colocados como opção de resposta no questionário. 1) A global tax is not a viable. Other issues such as taxes on exports of tropical rain forest products to fund rain forest protection in those countries that have them are more likely to represent viable alternatives. Costs for those taxes would them be passed on to consumers in other countries, thus allowing developing countries to charge developed nations for the use of the developing country's rain forest products. 2) a technological population typically has socially isolated and displaced people, which are a hazard to any park. A tropical forest area would have to be located so that people won't cut it down, or move into it for living space. Ideally, (but unrealistically) the forest should help them heal. a forest preserve will need an accompanyment of ideology that's compatable with it, such as shamanism or buddism, but probably not one that claims the natural world is for people to conquer. people with the means to distroy the forest typically don't care about the forest, and they resent taxation to preserve it. it will be necessary to demonstrate a direct link between their values and the benefits of a natural environment. Wealthy people can be psychopathic, but there are psychological techniques for dealing with them. 3) Conservation agendas should not be funded by public tax dollars or fees on industry. Rather industrial countries should support products and the economy (through commerce) of countries with rain forests that do properly manage the resources of rain forests. Carrot vs.Stick mentality. 70 4) Conservation is necessary irrespective of individuals ability to pay taxes for it. Public policy can help accomplish conservation goals without raising taxes. 5) Direct taxation by a foreign third party is unacceptable. Current indirect taxation methods are not working (e.g. financing of multilaterals, bi-lateral aid, carbon bond supply vastly exceeding carbon demand in industrial countries, failure of non-governmental organizations to mobilize sufficient voluntary resources) and national policies do not make rain forest conservation a priority. Control and governance of such a tax is unlikely to yield needed actions at a local level. 6) donations and other resources can be used to obtain funds for the promotion and protection of the rainforest, and to teach the local population conservation and reforestation techniques 7) I am currently raising funds to protect a forest here. We have 140 acres in a land trust 8) There are so many environmental protection needs and I'm not convinced 9) Yes, I feel the rain forest should be protected and the whole world should help but the question about paying a tax is too open. I would need assurance that the money was going for the intended purpose and that is was being well managed. Does it include finding other ways to help people who would be worse off if there use of the rain forest was curtailed? I don't believe I would wish to pay a monthly tax but if my concerns were answered, I would consider helping. Quadro F3. CEE - Motivos apontados pelos respondentes não dispostos a pagar pela conservação de uma floresta tropical úmida Motivos para os que não estão dispostos a pagar pela conservação No Cada população local deve ser responsável pela manutenção do seu patrimônio natural. 12 A conservação deve ser mantida exclusivamente pelo poder público. 6 Cabe às empresas e indústrias pagar uma taxa que será destinada a ações de 2 conservação dos recursos ambientais. Outros* 3 *Outros motivos transcritos das respostas. Alguns desses motivos são justificativas dadas por indivíduos que indicaram os motivos colocados como opção de resposta no questionário. 1) Everybody have to protect the environment in its everyday life. It's not only a question of tax 2) There is enough taxes as there is in Sweden, aid to preservation sounds nice but there must be other ways of gathering money than a direct globaltax 3) Those who are responsible for the destruction in general should pay high sums. Without them the rain forest is conserving itself Quadro F4. Outras localidades. Motivos apontados pelos respondentes não dispostos a pagar pela conservação de uma floresta tropical úmida Motivos para os que não estão dispostos a pagar pela conservação No Cada população local deve ser responsável pela manutenção do seu patrimônio natural. 30 A conservação deve ser mantida exclusivamente pelo poder público. 9 Cabe às empresas e indústrias pagar uma taxa que será destinada a ações de 19 conservação dos recursos ambientais. Outros* 15 *Outros motivos transcritos das respostas. Alguns desses motivos são justificativas dadas por indivíduos que indicaram os motivos colocados como opção de resposta no questionário. 1) Project of un with a support of the industrial countries should help the tropical countries to be conserved these forests. 2) Government to government issue, but not exclusively; individuals have a issue with wise use of any donated funds given high levels of corruption in many of the problem countries eg Indonesia, Papua New Guinea 3) Transnational enterprises should pay globally, Nationals at national level, and locals as in first statement. 71