A - 28 A
Transcrição
A - 28 A
A - 28 CMYK 28 • Brasília, terça-feira, 22 de março de 2005 • CORREIO BRAZILIENSE CIDADES COMPRANDO O FILHOTE CERTO Kleber Lima/CB/16.3.05 TIPOS DE ANIMAIS Cães de guarda (para quem busca segurança) Pastor alemão Pastor belga Rottweiler Fila brasileiro Akita Pit bull Mastiff Mastin Napolitano Dogo Argentino Doberman Cães de companhia (para quem quer amabilidade) Poodle Cocker Spaniel Basset Yorkshire Labrador Golden Retriever Dálmata VITÓRIA, AMANDA (DE ÓCULOS) E GABRIEL ESTÃO FELIZES COM OS SEUS CACHORRINHOS: AVÓ FEZ UMA MINUCIOSA PESQUISA ANTES DA COMPRA Schnauzer Beagle Especialistas alertam para os cuidados na hora de adquirir seu cachorro ou gato. Conhecer a procedência do animal e estar em dia com a vacinação são dicas importantes CAROLINA CARABALLO DA EQUIPE DO CORREIO primeira vez que André Luiz de Carvalho Pereira, 29 anos, viu Madonna, ela estava dentro de um carro parado no acostamento e olhava fixamente para o representante de vendas. Ele não resistiu — aproximou-se do veículo e perguntou à vendedora quanto custava a filhote de basset. Sem perguntar por que a cadelinha de dois meses estava isolada do resto da ninhada, e sem receber a carteira de vacinação, André pagou R$ 500 e levou o animal para casa. Três dias depois, Madonna foi internada com vômito e diarréia. A sinomose, doença que provoca lesões neurológicas, foi logo detectada pelos veterinários. A cadelinha morreu uma semana depois. André Luiz não tinha experiência em comprar bichos de estimação, e agiu com descuido. Deixou-se levar pela animação dos filhos — na época com 3 e 5 anos. É que eles ficaram encantados aos ver a cadela. E o representantes de vendas esqueceu de checar uma lista de fatores que indicam como está a saúde do animal. “Achei que bastaria levar ao veterinário depois, não imaginei que uma cadela tão bonita poderia estar doente”, relembra até hoje o fato, ocorrido em 2001. Para o veterinário Pérsio Cláudio Montebello, proprietário de uma clínica veterinária, o primeiro erro de André Luiz foi fi- A car com Madonna sem saber a procedência da mãe do filhote. Uma fêmea saudável tem grandes chances de gerar crias igualmente saudáveis. “Quando a fêmea é bem alimentada e não tem doenças, o colostro, leite da primeira mamada, tem boa qualidade”, explica. “Ele é responsável por aumentar a imunidade da ninhada.” Para evitar a fase crítica dos filhotes, quando estão bastante frágeis, Pérsio recomenda comprar animais - gatos ou cachorros - a partir dos seis meses de vida. E na hora de escolher o bichinho, optar sempre pelo mais brincalhão e ativo. “Também vale observar os olhos do animal, que devem estar brilhantes e vivos”, ensina o veterinário. “E a pele não pode apresentar lesões.” Mesmo atento a todos esses detalhes, o comprador pode ter duas garantias a mais para fazer um bom negócio: exigir a carteira de vacinação, e comprar animais vindos de criadores registrados no Kennel Clube de Brasília. Depois da experiência ruim com Madonna, André Luiz nunca mais se arriscou com cães vendidos no meio da rua. “Hoje, procuro vendedores de renome, indicados por um veterinário de confiança.” Interesses Quando comprou um cachorro para o neto Gabriel Ribeiro Camargo, de 5 anos, a aposentada Glória Maria Dantas Ribeiro, fez questão de procurar um criador. “É o lugar mais seguro”, justifica. A aquisição do novo amigo de Gabriel foi feita em abril do ano passado. Mas o trabalho de Glória começou pelo menos um mês antes da compra. A aposentada estudou as características de cada raça para escolher aquela que mais combinasse com o neto. “Procurei uma que fosse resistente, capaz de agüentar a animação dele, que é muito agitado”, conta. “Descobri o schnauzer, um cachorro de médio porte, brincalhão, dócil e resistente.” O bichinho ganhou o nome de Ash e fez sucesso absoluto na família. Tanto que as duas netas de Glória, Amanda, 5, e Vitória Ribeiro, 4, ficaram enciumadas. Também queriam ter um cachorro. Em junho de 2004, quando decidiu atender aos apelos das meninas, a aposentada procurou um animal que, além de ser dócil, não soltasse muito pêlo. “Minha filha brigaria se a casa ficasse suja”, explica. Encontrou o lhasa apso, raça que, se mantida com a pelagem curta, não sofre com queda de pêlos. “O nome dele é Burny. Também é bastante calmo e paciente com crianças”, descreve Glória. Assim como a aposentada, futuros donos precisam levar em conta características do animal e questões financeiras antes de colocá-lo dentro de casa. Em primeiro lugar, deve-se ter a consciência de que criar qualquer bicho custa dinheiro. Economizar na compra é arriscado. E, depois do gasto inicial, ainda é preciso ter fôlego financeiro. Segundo cálculos do presidente da Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (AnclivepaDF), Geraldo Marcelo de Souza, um filhote de cachorro pode custar R$ 100 por mês — entre alimentação, utensílios e vacinação. O tamanho do animal precisa ser relativo ao espaço que vai ocupar. “Não é aconselhável, por exemplo, colocar um dogue alemão, cachorro de grande porte, dentro de um apartamento”, lembra Geraldo. Quem mora em locais pequenos e sem quintal deve ficar atento também para o comprimento do pêlo do bicho de estimação. “Quanto maior, mais sujo o ambiente tende a ficar.” Até características relativas ao sexo do animal devem ser observadas. Cadelas, quando estão no cio, sangram e podem ter gravidez psicológica. As gatas precisam ser presas, pois tentam fugir em busca de parceiros. Já os machos, seja qual for a espécie, estão sempre à procura de fêmeas para cruzar, além de serem mais agitados. “Comprar um animal é se tornar responsável por ele”, resume Geraldo. “Durante os anos em que viver, o bicho de estimação precisará das condições básicas para ter uma boa qualidade de vida — cuidados com a higiene, alimentação saudável, vacinação em dia, carinho, educação e um enxoval que inclui bebedouro, comedouro, caminha, brinquedos.” OS CUIDADOS Ligue para um veterinário de confiança, pergunte sobre a eficácia do produto usado. As vacinas de melhor qualidade são vendidas para veterinários e não para lojas. ✔ Conheça a procedência dos pais.A consangüinidade pode aumentar a incidência de problemas genéticos na cria. ✔ Escolha o filhote mais ativo e brincalhão. Esses geralmente são os mais saudáveis. ✔ Verifique a carteira de vacinação do animal. Gatos de pêlo comprido (para quem não se incomoda com trabalho em dobro) Persa Sagrado da Bermânia Angorá Himalaio Maine Coon Gatos de pêlo curto (para quem gosta de praticidade) Siamês Exótico Gato mestiço Egípcio Pelo curto americano Para quem é muito ocupado Tartaruga, peixe, pássaro Fonte: Geraldo Marcelo de Souza, presidente da Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa-DF) DE OLHO NAS VACINAS ✔ Confira a saúde da mãe dos filhotes. Ela precisa estar com vacinas e vermífugos em dia, além de ter uma alimentação balanceada.A saúde da cria depende disso também. ✔ Escolha animais com pelo menos 6 meses. Antes dessa idade, o filhote passa por uma fase crítica, com imunidade baixa. Pinscher ✔ Cheque se o local onde os animais estão não apresenta sinais de diarréia ou vômito, denunciando a saúde precária dos bichinhos. ✔ Analise os olhos do filhote — eles devem ser vivos e brilhante. Olhos opacos e com secreção podem indicar problemas de saúde. ✔ Observe a presença de ectoparasitas (pulgas e carrapatos). E verifique se existem lesões na pele do animal. ✔ Leve o filhote imediatamente a um veterinário de confiança para fazer um exame completo. ✔ Compre o bichinho em uma sexta-feira, após o expediente bancário. Caso o animal tenha alguma doença fatal, sustar o cheque pode ser a única forma de evitar prejuízo. Fonte: Pérsio Cláudio Montebello, veterinário Cachorros 21 dias de vida — vermífugo 63 dias — vermífugo e vacina múltipla (1ª dose) 84 dias — vermífugo e vacina múltipla (2ª dose) 105 dias — vermífugo e vacina múltipla (3ª dose) 127 dias — vermífugo e vacina contra raiva e traqueobronquite (1ª dose) 147 dias — vermífugo e vacina contra raiva e traqueobronquite (2ª dose) Gatos 60 dias de vida — vermífugo e vacina múltipla 90 dias — vermífugo e vacina contra raiva 120 dias — vermífugo e vacina múltipla 150 dias — Vermífugo e vacina contra raiva 180 dias — vermífugo e vacina múltipla Fonte: Pérsio Cláudio Montebello, veterinário A - 28 CMYK