universidade tecnológica federal do paraná
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS DE CURITIBA CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA - ELETROTÉCNICA GABRIEL FOGAGNOLI DE FREITAS JOSÉ EDUARDO PAULUK ESTUDO DE MÉTODOS DE DESPACHO ECONÔMICO DE UNIDADES GERADORAS TERMELÉTRICAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2014 GABRIEL FOGAGNOLI DE FREITAS JOSÉ EDUARDO PAULUK ESTUDO DE MÉTODOS DE DESPACHO ECONÔMICO DE UNIDADES GERADORAS TERMELÉTRICAS Trabalho de Graduação, Conclusão apresentado de à Curso de disciplina de TCC 2, do curso de Engenharia Industrial Elétrica com Ênfase em Eletrotécnica do Departamento acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), como requisito parcial para obtenção do titulo de Engenheiro Eletricista. Orientadora: Profa. Dra. Andrea Lucia Costa CURITIBA 2014 Aos pais dos autores, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que os mesmos conquistarem o título de Engenheiros Eletricistas. A professora orientadora, Dra. Andrea Lucia Costa, pelo auxílio, disponibilidade de tempo e material e sempre com muita vontade de ajudar. e pelo fornecimento de material para pesquisa do tema. E a todas as outras pessoas que de alguma forma contribuíram para o término desse trabalho. RESUMO FREITAS, Gabriel F. de; PAULUK, José E. Estudo de métodos de despacho econômico de unidades geradoras termelétricas. 2014. 107p. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014. Este trabalho apresenta um estudo geral sobre o sistema elétrico brasileiro. A reestruturação do setor elétrico também é abordada, bem como a atual configuração do Sistema Interligado Nacional (SIN) e como ele é caracterizado. O estudo mostra a importância das unidades termelétricas para manter o equilíbrio do sistema em épocas de secas. A partir disso, são apresentados métodos de despacho econômico que visam minimizar os custos com geração de energia. Os métodos estudados no decorrer deste trabalho foram: despacho econômico considerando perdas de transmissão, despacho econômico considerando Fatores de Penalidades, Método de Iteração Lambda e Método de Pontos Interiores Primal-Dual. Vários algoritmos computacionais foram desenvolvidos para o estudo de cada método de despacho econômico, para possibilitar simulações considerando diferentes casos. Palavras-Chave — Reestruturação, SIN, Termelétricas, Despacho Econômico, Métodos, Primal-Dual, Pontos Interiores, Iteração Lambda, Fatores de Penalidades. ABSTRACT FREITAS, Gabriel F. de; PAULUK, José E. Study of economical dispatch methods in thermoelectrical generator unities. 2014. 107p. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014. This article presents a general analysis about the brazilian electrical system. The electrical section restructuring is also studied, as well as the nowadays Sistema Interligado Nacional (SIN) configuration. This thesis shows the importance of the thermoelectrical unities in maintaining the balance of the system during droughts. After this, methods of economical dispatch are presented, intending to reduce the costs with energy production. The methods used in this study were: economic dispatch considering network losses, economic dispatch considering Penalty Factors, Lambda Integration Method and Primal Dual Interior Point Methods. Several computational algorithms were developed for each economical dispatch study, allowing simulations in each different case. Keywords - Restructuring, SIN, Thermoelectric, Economic Dispatch, Methods, Primal-Dual, Interior Point, Lambda-Iteration, Factors Penalties. LISTA DE SIGLAS ANEEL AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ASMAE ADMINISTRADORA DE SERVIÇOS DO MERCADO ATACADISTA DE ENERGIA ELÉTRICA BNDES BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO CCEE CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA CMSE COMITÊ DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO EPE EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA KKT KARUSCH-KUN-TUCKER MAE MERCADO ATACADISTA DE ENERGIA ELÉTRICA MME MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA ONS OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO PIB PRODUTO INTERNO BRUTO SIN SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL LISTA DE FIGURAS Figura 1: Sistema Interligado Nacional (SIN) ................................................... 25 Figura 2: Esquema de uma Unidade Térmica .................................................. 31 Figura 3: N unidades geradoras alimentando diretamente a carga .................. 33 Figura 4: N unidades geradoras alimentando a carga pela linha de transmissão ......................................................................................................................... 38 Figura 5: Despacho Econômico pelo método de iteração Lambda .................. 43 Figura 6: Solução gráfica para despacho econômico ....................................... 44 Figura 7: Projeção Lambda .............................................................................. 45 Figura 8: Fluxograma do Método Pontos Interiores Primal Dual ...................... 83 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Brasil: projeções da demanda total de energia elétrica e do PIB ..... 11 Tabela 2: Brasil: Projeções de consumo total de eletricidade por classe (TWh) ......................................................................................................................... 12 Tabela 3: Usinas Termelétricas: Tipos de Combustível x Quantidade x Percentual ........................................................................................................ 27 Tabela 4: As Dez Maiores Usinas em Capacidade de Geração....................... 27 Tabela 5: Processo Iterativo para resolver o exemplo 3.2 ............................... 42 Tabela 6: Dados do Exemplo 3.3 ..................................................................... 46 Tabela 7: Iterações do método para ............................. 47 Tabela 8: Iterações do método para .............................. 48 Tabela 9: Coeficientes de cada unidade geradora ........................................... 66 Tabela 10: Valores de , e para mudanças no valor da potência da carga ................................................................................................................ 69 Tabela 11: Primeiro teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base ........... 71 Tabela 12: Segundo teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base .......... 71 Tabela 13: Terceiro teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base ........... 72 Tabela 14: Quarto teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base ............. 72 Tabela 15: Caso Base do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW ..... 75 Tabela 16: Caso base do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW .... 76 Tabela 17: Caso 1 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW ............ 77 Tabela 18: Caso 1 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW .......... 77 Tabela 19: Caso 2 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW ............ 78 Tabela 20: Caso 2 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW .......... 79 Tabela 21: Caso 3 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW ............ 80 Tabela 22: Caso 3 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW .......... 80 Tabela 23: Resultados da implementação do Exemplo 3.1 ............................. 85 Tabela 24: Resultados da implementação do Exemplo 3.1B ........................... 86 Tabela 25: Resultados da implementação para ....................... 88 Tabela 26: Resultados da implementação para ........................ 89 Tabela 27: Nomes dos algoritmos implementados........................................... 91 SUMÁRIO 1. PROPOSTA DO TRABALHO .................................................................... 11 1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 11 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................... 13 1.3 PROBLEMAS E PREMISSAS ............................................................. 14 1.4 OBJETIVOS ........................................................................................ 14 1.4.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................... 14 1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................ 14 1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 15 1.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................ 16 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................ 16 2. SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ............................................................. 18 2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 18 2.2 REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ............. 18 2.2.1 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ............................................................................................. 19 2.3 CONFIGURAÇÃO ATUAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ..... 22 2.4 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO .............. 23 2.5 UNIDADES TERMELÉTRICAS ........................................................... 26 2.6 A DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES TERMELÉTRICAS ..................... 28 2.7 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO.................................................... 29 3. DESPACHO ECONÔMICO PARA SISTEMAS TERMELÉTRICOS .......... 30 3.1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 30 3.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO DE UNIDADES TÉRMICAS ..................... 30 3.3 PROBLEMA DE DESPACHO ECONÔMICO ...................................... 32 3.4 DESPACHO ECONÔMICO COM PERDAS DE TRANSMISSÃO ....... 38 3.5 MÉTODO DE ITERAÇÃO LAMBDA.................................................... 42 3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ....................................... 48 4. MÉTODO DE PONTOS INTERIORES PRIMAL DUAL APLICADO AO PROBLEMA DE DESPACHO ECONÔMICO ................................................... 50 4.1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 50 4.2 MÉTODO DE NEWTON...................................................................... 50 4.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE DESPACHO ............................. 52 4.3.1 PROBLEMA MODIFICADO .......................................................... 53 4.3.2 FORMULAÇÃO DE LAGRANGE PARA O PROBLEMA .............. 54 4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ....................................... 59 5. IMPLEMENTAÇÃO DOS MÉTODOS DE DESPACHO ECONÔMICO...... 60 5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 60 5.2 MÉTODO DE ITERAÇÃO LAMBDA.................................................... 60 5.2.1 IMPLEMENTAÇÃO DO EXEMPLO TESTE – PROGRAMA LAMBDA_EX3.3 ........................................................................................ 61 5.2.2 PROGRAMA LAMBDA_IMP ......................................................... 65 5.2.3 MAIS SIMULAÇÕES .................................................................... 68 5.3 MÉTODO DE DESPACHO ECONÔMICO COM PERDAS ................. 69 5.4 DESPACHO ECONÔMICO CONSIDERANDO FATORES DE PENALIDADES ............................................................................................. 72 5.4.1 IMPLEMENTAÇÃO DO CASO 1 .................................................. 76 5.4.2 IMPLEMENTAÇÃO DO CASO 2 .................................................. 77 5.4.3 IMPLEMENTAÇÃO DO CASO 3 .................................................. 79 5.5 DESPACHO ECONÔMICO VIA MÉTODO DOS PONTOS INTERIORES PRIMAL DUAL ....................................................................... 81 5.5.1 IMPLEMENTAÇÃO DO EXEMPLO TESTE – PROGRAMA PD_EX3.1 .................................................................................................. 81 5.5.2 IMPLEMENTAÇÃO DO EXEMPLO TESTE – PROGRAMA PD_EX3.1B................................................................................................ 86 5.5.3 5.6 MAIS SIMULAÇÕES .................................................................... 87 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ....................................... 89 6. CONCLUSÕES FINAIS ............................................................................. 91 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 93 APÊNDICE ....................................................................................................... 97 1. PROPOSTA DO TRABALHO 1.1 INTRODUÇÃO O mundo, tal como se conhece hoje, não pode viver sem a existência da eletricidade. É muito difícil imaginar a vida do homem moderno em sociedade sem o consumo de eletricidade. A evolução tecnológica depende da eletricidade. A cada instante a demanda por energia elétrica torna-se maior devido ao aumento populacional e a melhoria das condições de vida das pessoas em várias partes do mundo. No Brasil, a demanda por energia elétrica ainda é pequena, se comparada com o restante do mundo, e principalmente com países desenvolvidos (GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011). Mesmo assim são números da ordem de terawatts-hora. Para demonstrar a necessidade da energia elétrica no Brasil mostra-se na Tabela 1 a previsão do consumo do país nos anos 2016 e 2021, juntamente com o preço da energia e a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Os valores de 2011 não fazem parte da previsão, são os valores medidos do ano (EPE, 2012). Na coluna intensidade, que mostra a relação da divisão da energia consumida pelo PIB, pode-se ver que essa relação é praticamente constante, ou seja, a estimativa feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra que o consumo de energia deve crescer na mesma proporção que o PIB. Tabela 1: Brasil: projeções da demanda total de energia elétrica e do PIB Fonte: EPE, 2012. Na Tabela 2 é apresentado o consumo das diferentes classes que necessitam da energia. Pelas projeções percebe-se que o aumento em percentual no consumo de energia está presente em todas as classes com valores próximos. Assim como na tabela 1, os valores de 2011 são os reais daquele ano. 11 Tabela 2: Brasil: Projeções de consumo total de eletricidade por classe (TWh) Fonte: EPE, 2012. As previsões baseiam-se no uso de energia elétrica pela população no dia-adia, na melhoria da infraestrutura do país e também as exigências para a realização de eventos como Olimpíadas e Copa do Mundo. Dessa forma, números tão elevados de previsão de consumo trazem a preocupação com questões econômicas e a busca pela eficiência, desde que isso não prejudique a segurança do sistema elétrico (EPE, 2012). Assim, levando em consideração o elevado e crescente consumo de energia elétrica, as empresas de geração estão sempre buscando aumentar a eficiência de suas unidades geradoras e reduzir o consumo de combustível. Essa busca por uma redução no uso dos combustíveis cresceu tanto em importância porque a maioria dos combustíveis utilizados atualmente representam recursos naturais insubstituíveis. Quando os sistemas elétricos foram se tornando cada vez mais interligados, surgiu a questão de como despachar as usinas para atender à demanda de forma mais econômica e eficaz. Esse problema ficou conhecido como despacho econômico (STEVENSON JR, 1986; GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011). O despacho econômico caracteriza-se por minimizar os custos de operação do sistema elétrico. Há várias fontes de energia primárias para as unidades geradoras, dentre as quais se destacam o carvão, o óleo, o gás natural, o urânio e a água armazenada em reservatórios (GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011). Como cada unidade geradora tem um custo diferente de acordo com sua fonte primária, o despacho econômico destaca-se por distribuir a demanda total de um determinado instante entre as várias unidades, de modo que o custo seja o 12 menor possível. Além disso, o despacho econômico fornece o custo marginal do sistema em $/MWh, ou seja, quanto custa o aumento de mais 1MW na demanda do sistema. O custo marginal do sistema pode ser usado como um sinalizador para os preços cobrados pela energia elétrica consumida (STEVENSON JR, 1986; RODRIGUES, 2007). Em sua formulação mais simples o despacho econômico visa a geração mais eficiente do ponto de vista financeiro de usinas termelétricas. As usinas hidrelétricas não são consideradas neste contexto porque o custo da água envolve variáveis probabilísticas que refletem a probabilidade de haver precipitação suficiente para encher os reservatórios. Do mesmo modo a energia eólica não pode ser considerada (STEVENSON JR, 1986; RODRIGUES, 2007). Para os cálculos de despacho econômico utilizam-se funções de custo de geração para cada unidade geradora. Essa função é obtida multiplicando a curva de eficiência de calor que expressa o combustível consumido para gerar 1MW durante uma hora, pelo custo do combustível consumido durante essa hora (GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011). Este trabalho aborda o estudo do problema do despacho econômico de unidades geradoras térmicas. O objetivo foi desenvolver algoritmos que otimizam os custos de produção de um sistema com vários geradores, considerando diferentes situações, tais como restrições de operação dos geradores e despacho sem e com perdas elétricas do sistema. Esses algoritmos têm como entrada as seguintes variáveis: o número de unidades geradoras, potência da carga a ser atendida, os limites de cada unidade geradora e seus custos. A partir dos resultados obtidos de cada algoritmo, em diferentes simulações, é traçado uma comparação entre esses, suas vantagens e desvantagens, analisando as particularidades de cada método. 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA Sabe-se (ANEEL, 2008). que Na o Sistema realidade, Eletro-energético tem Brasileiro predominância é hidrotérmico hidroelétrica com complementação termelétrica, sendo que o despacho das termelétricas ocorre com maior frequência em períodos de escassez de chuvas. Esse trabalho, entretanto 13 foca-se no despacho de unidades termelétricas, desconsiderando a contribuição de outros tipos de usinas nos algoritmos a serem desenvolvidos. Além disso, os custos de parada e partida das unidades geradoras não serão considerados. Os modelos de despacho econômico estudados neste trabalho incluem somente variáveis contínuas, ou seja, o custo do gerador já ligado e fornecendo potência ativa para o sistema elétrico. 1.3 PROBLEMAS E PREMISSAS O setor elétrico sofreu várias mudanças nas últimas duas décadas. O aspecto econômico da operação do sistema elétrico passou a ter cada vez mais importância. Porém, as questões de segurança e confiabilidade na operação não podem ser menosprezadas, ao contrário, à medida que cresce a demanda e a complexidade do sistema elétrico, os estudos e análise a respeito da operação e do planejamento do setor tornam-se cada vez mais necessários. Dentre estes estudos, destaca-se o despacho econômico das unidades geradoras. Despachar geradores significa, de forma bem resumida, definir quanto cada gerador deve gerar de modo a atender a carga do sistema ao qual estão conectados. O despacho econômico é mais complexo, pois envolve os custos de geração de cada unidade e seu objetivo é obter o menor custo total para o sistema. Uma vez que a operação do sistema elétrico envolve restrições que podem ser consideradas ou não, existem vários métodos de despacho econômico, considerando diferentes situações. 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 OBJETIVO GERAL Desenvolver algoritmos para cálculo do despacho econômico de unidades geradoras termelétricas, usando diferentes métodos, e comparar seus resultados. 1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estudar a estrutura do setor elétrico brasileiro para contextualizar o despacho de unidades termelétricas no Brasil; 14 Estudar a formulação do problema do despacho econômico; Estudar diferentes métodos de despacho econômico, com ou sem perdas elétricas de transmissão; Desenvolver algoritmos para cada método de despacho econômico estudado que otimizam o custo de operação do sistema elétrico; Fazer simulações computacionais; Comparar e analisar os resultados obtidos com cada algoritmo. 1.5 JUSTIFICATIVA As mudanças na gestão do setor elétrico propiciaram novas oportunidades de emprego aos engenheiros eletricistas. A partir da década de 90, além das concessionárias de energia elétrica, foram criadas organizações responsáveis pelo monitoramento do sistema elétrico, regulamentação e planejamento energético, tais como o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Compreender esse novo setor elétrico juntamente com o assunto de despacho econômico é de fundamental importância para trabalhar na área de sistemas de potência. Além disso, o problema do despacho econômico é tema de várias dissertações e teses, demonstrando a importância de tal estudo. No desenvolvimento desse trabalho foi necessário aprender técnicas de otimização que não são estudadas no curso de Engenharia Elétrica, ampliando o conhecimento dos alunos envolvidos neste TCC. A partir de pesquisas teóricas e da formulação matemática implementada computacionalmente, é possível encontrar o ponto ótimo de geração para os sistemas simulados, sob o ponto de vista econômico, e utilizar os diferentes algoritmos para estudos de geradores. 15 1.6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a realização desse trabalho foram feitas pesquisas em livros, teses, dissertações e artigos na área de sistemas de potência. Foi pesquisada a mudança que vem acontecendo no setor elétrico de muitos países, principalmente no Brasil. Após estudar e compreender as principais mudanças e o significado econômico que estas representam, iniciou-se o estudo do problema de despacho econômico. Este assunto foi pesquisado em livros e dissertações, de modo a compreender melhor sobre sua teoria e formulações. Junto com o estudo sobre o despacho econômico, foram estudados três métodos para a solução do problema de despacho econômico. Esses métodos foram: Método de Iteração Lambda, Método de Despacho considerando Perdas e Método de Pontos Interiores Primal Dual. Os métodos foram implementados computacionalmente, sendo os algoritmos desenvolvidos em ambiente . Diferentes simulações foram realizadas, considerando exemplos de casos vistos na literatura. Por fim, com a pesquisa concluída e obtidos os resultados das simulações, foi possível analisar e consequentemente chegar às conclusões apresentadas ao final desse trabalho. 1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO Este TCC está dividido em 6 capítulos: No Capítulo 1 é descrita a proposta do trabalho, o objetivo geral, o problema e a metodologia de pesquisa. No Capítulo 2 é apresentada uma pesquisa sobre o setor elétrico brasileiro, destacando a geração termelétrica. O Capítulo 3 apresenta os fundamentos do despacho econômico, a formulação do problema e os métodos de Iteração Lambda e o Despacho com Perdas. O Método de Pontos Interiores Primal Dual foi descrito no Capítulo 4, juntamente com formulação do problema de despacho econômico resolvido por esse método. 16 No Capítulo 5 são descritas as implementações computacionais de cada método e também os resultados das simulações. No Capítulo 6 são apresentadas as conclusões finais do TCC. No Apêndice são mostrados os algoritmos. 17 2. SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 2.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo é apresentado um breve estudo sobre o setor elétrico brasileiro, a partir das principais mudanças ocorridas na década de 90 até os dias atuais. O estudo das principais empresas do setor e de suas funções tornou-se importante no desenvolvimento desse trabalho para auxiliar o entendimento do papel das termelétricas no cenário nacional e também por ser considerado um assunto obrigatório para os futuros engenheiros de sistemas de potência. 2.2 REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO Com o aumento do consumo de energia elétrica, a responsabilidade do Estado em garantir a qualidade do fornecimento dessa energia tornou-se cada vez maior. Porém, para manter a confiabilidade do fornecimento, era necessário um maior investimento, que com o passar dos anos foi tornando insuficiente e dificultou a exclusividade do Estado na geração de energia. Motivado por esses fatores, o governo da época (segunda metade da década de 90), deu início a reestruturação do setor elétrico. Nessa reestruturação foi adotada a comercialização livre de energia, o livre acesso aos sistemas de transmissão e distribuição e a liberdade de escolha da concessionária que irá fornecer Energia (NEOENERGIA, 2013). As Leis 8.987 e 9.074, ambas de 1995, iniciaram profundas alterações no setor, por exemplo, a necessidade de licitação dos novos empreendimentos de geração, a criação da figura do Produtor Independente de Energia, a determinação do livre acesso aos sistemas de transmissão e distribuição e a liberdade para os grandes consumidores escolherem seus supridores de energia. Dentre alguns benefícios da mudança podese citar a liberdade para negociar diretamente com o fornecedor, gerenciamento da energia elétrica como matéria prima, preços mais competitivos entre outros (GASTALDO, 2009). Como em outros países que também reestruturaram o setor elétrico, a energia elétrica no Brasil começou a ser tratada como mercadoria. Dessa forma a equalização tarifária, criada em 1974, para estabelecer tarifas iguais em todo o 18 território brasileiro, regulando a remuneração de todas as concessionárias, foi extinta (GASTALDO, 2009). Com a redução da participação do Estado, o governo decidiu pela criação de um programa de desestatização. Como consequência desse programa, iniciou-se a desverticalização das empresas de energia elétrica, isto é, as empresas, que antes tinham o controle de todo o processo de produção até a entrega da energia aos consumidores foram separadas em empresas de geração, transmissão, distribuição e comercialização. Foram criados órgãos responsáveis para garantir o bom funcionamento do setor elétrico, dentre os quais pode-se citar: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Operador Nacional do Sistema (ONS) e Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE) (LORA; NASCIMENTO, 2004). Entre os anos de 1999 a 2000, pode-se salientar o estabelecimento dos valores normativos, que são os custos de referência, delimitado, entre o preço de compra e o preço a ser repassado às tarifas, trazendo (GASTALDO, 2009): As condições necessárias a distribuidores e geradores para celebrar contratos de longo prazo, assegurando a expansão do parque gerador e a modicidade das tarifas; A conclusão do processo definidor dos montantes de energia e demanda de potência e das respectivas tarifas para viabilizar a assinatura dos contratos iniciais pelas empresas de geração e distribuição; A nova regulamentação do livre acesso aos sistemas de transmissão e distribuição para os agentes de geração e os consumidores livres; A estabilidade de novos padrões de qualidade de serviços para as distribuidoras; A implementação de limites à concentração econômica; A homologação das regras de funcionamento do MAE. 2.2.1 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 2.2.1.1 Ministério de Minas e Energia - MME É um Órgão do Poder Executivo, cria em 1960 pela lei nº 3.782. Atua nos assuntos ligados à: Geologia e recursos minerais; 19 Combustíveis; Energia Elétrica. Com relação ao setor elétrico, o MME tem sob sua responsabilidade o planejamento da expansão dos sistemas, abrangendo a geração de energia e as instalações de transmissão para a execução dos processos de licitação de concessão ou outorga de autorização, coordenado pela ANEEL (LORA; NASCIMENTO, 2004). 2.2.1.2 Agência Nacional De Energia Elétrica – ANEEL Criada em 1996 pela Lei 9.427 e vinculada a MME (Ministério de Minas e Energia), regula e fiscaliza os processos de geração, transmissão, distribuição e comercialização. Para realização de suas atividades deve ter um equilíbrio entre os agentes e ser benéfico para sociedade. As principais competências atribuídas são: Garantir a modicidade tarifária; Zelar pela qualidade de serviço prestado; Arbitrar conflitos de interesses; Vistoriar de forma ampla; Apoiar o interesse público. A ANEEL também tem o direito de Poder Concedente, o qual tem responsabilidade pela concessão, autorização e permissão do uso dos serviços de energia elétrica (LORA; NASCIMENTO, 2004). 2.2.1.3 Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS É uma entidade privada, sem fins lucrativos, criada em 1998. No Sistema Interligado Brasileiro, coordena e controla a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica. São atribuições (LORA; NASCIMENTO, 2004): Controle e programação da operação e despacho centralizado da geração, com vistas à otimização dos sistemas eletroenergéticos interligados; Supervisão e coordenação dos centros de operação dos sistemas elétricos; Supervisão e controle da operação dos sistemas eletroenergéticos nacionais e das interligações internacionais; contratação e administração dos serviços 20 de transmissão de energia elétrica e respectivas condições de acesso, bem como dos serviços ancilares; Elaboração, e envio à ANEEL, da proposta anual de ampliações e reforços das instalações da rede básica de transmissão, após compatibilizada e validada pelo MME; Definição de regras para a operação da rede básica de transmissão, a serem aprovadas pela ANEEL. 2.2.1.4 Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE) Ambiente responsável pela contabilização de toda a energia elétrica produzida e consumida no Brasil, portanto, no MAE, realiza-se a compra, a venda e a liquidação das necessidades de energia à curto prazo (LORA; NASCIMENTO, 2004). São membros obrigatórios do MAE: Gerador que possua instalação com capacidade igual ou maior a 50MW; Comercializador de energia com mercado igual ou superior a 300GWh/ano; Importador ou exportador com capacidade igual ou maior a 50 MW. Porém, outros agentes de geração, comercialização e importação/exportação que não sejam compatíveis nos casos citados, e também consumidores livre, podem participar da MAE. O MAE teve suas ações suspensas em 2001 e retomadas após o racionamento, no final de 2002 para em 2004 ser criada a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) (MAGALHÃES; PARENTE, 2009). 2.2.1.5 Administradora de Serviços do MAE (ASMAE) A ASMAE era a Administradora de Serviços do Mercado Atacadista de Energia Elétrica, uma sociedade civil de direito privado, braço operacional do MAE, empresa autorizada da ANEEL. Era uma sociedade civil de direito privado, concebida e nutrida pelo MAE, com o objetivo atuar no mercado de forma a suprir todo o suporte administrativo, jurídico e técnico, para que o MAE pudesse funcionar corretamente (LORA; NASCIMENTO, 2004). 21 As atribuições da ASMAE eram: Registrar os agentes e os contratos bilaterais; Introduzir e vistoriar as Regras de Mercado, a serem homologadas pela ANEEL; Estipular o preço da energia do MAE; Operar e administrar o mercado de energia elétrica de curto prazo; Conceder informações e atendimento aos agentes: Central de Atendimento, site da ASMAE e Sistema de contabilização. 2.2.1.6 Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) Em novembro de 2004, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica começou a atuar como fruto do novo marco regulatório estabelecido pelo governo para o setor elétrico (MME, 2013). A CCEE desempenha papel estratégico para liberar as operações de compra e venda de energia elétrica, registrando e controlando contratos firmados entre geradores, comercializadores, distribuidores e consumidores livres. E, tem por finalidade: Viabilizar a comercialização de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) nos Ambientes de Contratação Regulada e Contratação Livre; Exercer a contabilização e a liquidação financeira das operações realizadas no mercado a curto prazo. 2.3 CONFIGURAÇÃO ATUAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO Entre os anos de 2003 e 2004 o governo brasileiro viabilizou as novas bases para o novo modelo do Setor Elétrico Brasileiro (modelo atual). Com estas bases o governo voltou a ter papel relevante no planejamento de longo prazo do setor elétrico (ONS, 2013). O modelo atual possui três metas principais: Promover a modicidade tarifária; Promover a adição social no Setor Elétrico Brasileiro, em particular pelos programas de universalização de atendimento; 22 Garantir a segurança do fornecimento de energia elétrica. Em termos de modicidade tarifária, o modelo atual prevê a compra de energia elétrica pelas distribuidoras em um ambiente regulado por meio de leilões, observando o critério de menor tarifa, reduzindo o custo de aquisição da energia elétrica a ser repassada para a tarifa dos consumidores cativos (ONS, 2013). Nesse novo modelo, foram criadas três entidades importantes: Empresa de Pesquisa Energética (EPE): responsável pelo planejamento do setor elétrico à longo prazo; Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE): instituição com a função de avaliar, permanentemente, a segurança do suprimento de energia elétrica; Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE): instituição para dar continuidade às atividades do Mercado Atacadista de Energia (MAE), relativas à comercialização de energia elétrica no Sistema Interligado. Sobre a comercialização de energia, foram instituídos dois ambientes para efetuar contratos de compra e venda: Ambiente de Contratação Regulada (ACR): participam agentes de geração e de distribuição de energia; Ambiente de Contratação Livre (ACL): participam agentes de geração, comercializadores, importadores e exportadores de energia e consumidores livres. 2.4 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO Em 2008, aproximadamente 95% da população brasileira tinha acesso à rede elétrica. Segundo a ANEEL, o Brasil possui mais de 61,5 milhões de unidades consumidoras em 99% das cidades brasileiras, cerca de 85% dessas unidades são residenciais (ANEEL, 2013). Para geração e transmissão de energia elétrica o país possui um sistema (usinas, linhas de transmissão e ativos de distribuição) principal: o Sistema Interligado Nacional (SIN). Como o Brasil possui grande quantidade de recursos hídricos distribuídas por todo o território nacional, grande parte da matriz de energia elétrica é composta de hidroeletricidade, cerca de 70% é a principal fonte (ALMEIDA, 2011). Para aproveitar 23 a diversidade hidrológica e minimizar os riscos de falhas no abastecimento, o sistema elétrico nacional é interligado, com linhas de transmissão que permitem trocas energéticas entre as diversas regiões do país. Assim, existe um intercâmbio permanente de energia elétrica entre as regiões, garantindo que as usinas que estiverem com melhores níveis de armazenamento de água nos reservatórios gerem e encaminhem energia para as que estiverem atravessando períodos mais secos (CEMIG, 2013). A Figura 1 mostra os principais troncos e conexões do SIN, é possível perceber regiões não conectadas a ele, esses locais são chamados de Sistemas Isolados, que se concentram principalmente na região Norte, perto da floresta Amazônica. Isto ocorre porque as características geográficas da região, composta por floresta densa e heterogênea, além de rios extensos, dificultaram a construção de linhas de transmissão de grande extensão que permitissem a conexão ao SIN (CEMIG, 2013). Os Sistemas isolados são caracterizados pelo uso principalmente de unidades termelétricas. Há ainda uso de parques eólicos, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), unidades hidrelétricas e de energia solar nessas regiões. Segundos dados da ANEEL (2008) os sistemas isolados incorporavam cerca de 45% do território brasileiro, porém, isso afetava apenas cerca de 3% da população. 24 Figura 1: Sistema Interligado Nacional (SIN) Fonte: CEMIG, 2013. Entretanto, essa região isolada será conectada ao SIN por intermédio de duas grandes linhas de transmissão, que já foram licitadas. A primeira está em fase de implantação, e ligará, em 230 kV, a Subestação Jauru, localizada em Cuiabá (MT), à Subestação Samuel, em Porto Velho (RO). A segunda ligará a Subestação Tucuruí (PA) à Subestação Cariri, situada em Manaus (AM), passando por Macapá (BNDES, 2009). No país também há outras fontes de energia. Quando ocorre o problema de seca e surge a necessidade de fazer racionamentos, a geração térmica passa a desempenhar, limitadamente, o papel dos grandes reservatórios, em relação à segurança do sistema, isto é, o despacho das usinas térmicas reduz a necessidade de acionamento das hidrelétricas e assim sendo, contribui para o não esvaziamento dos reservatórios, reduzindo o risco da falta do abastecimento (BNDES, 2009). Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), as termelétricas, mesmo sendo mais caras, continuam sendo competitivas mesmo em um país com farta oferta de recursos hídricos. As usinas hidrelétricas caracterizam-se pelo seu elevado custo de investimento e baixo custo variável de operação. De maneira 25 oposta, o custo de implantação das termelétricas é mais baixo, mas a sua operação é muito cara, pois decorre do custo dos combustíveis. Dessa forma, a usina hídrica é mais adequada para ser despachada na base do sistema, e a térmica, na ponta. Como os custos fixos de uma hidrelétrica são altos, ela deve ser despachada constantemente, enquanto a termelétrica, que tem custos fixos baixos e custos variáveis elevados, é mais adequada para atender os aumentos descontinuados de carga (BNDES, 2009). 2.5 UNIDADES TERMELÉTRICAS A energia termelétrica é gerada a partir da queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral, gás natural, diesel entre outros ou a partir da biomassa, por exemplo, bagaço da cana (GÓMEZ-EXPÓSITO; CONEJO; CAÑIZARES, 2011). A usina termelétrica à vapor funciona primeiramente com o aquecimento da água em uma caldeira que a vaporiza. Esse vapor passa por um tubo que vai até a turbina, sendo utilizado para movimentar as pás de uma turbina acoplada a um gerador. Depois de utilizado, o vapor passa por um condensador onde é resfriado, volta para o estado líquido e pode ser reutilizado novamente na caldeira. Pode-se citar como vantagens a rápida construção do sistema de produção de energia e a sua construção pode ser feita próxima do lugar onde será utilizada a energia, assim, economizando com a transmissão. Porém, o alto custo final da produção de energia e a liberação de poluentes devido à queima de combustíveis fósseis são consideradas suas desvantagens. Por exemplo, a liberação dos poluentes pode causar efeito estufa ou chuvas ácidas. Dados de dezembro de 2010 publicados na revista Grandes Construções (2010) indicam que há 1384 usinas termelétricas em operação no Brasil. Os detalhes são mostrados na Tabela 3. Essa tabela classifica as usinas pelo tipo de combustível, as quantidades de cada tipo instaladas no país e o percentual em relação ao total. Nota-se que a usina termelétrica movida a óleo diesel se destaca com 59,9% do segmento. Energia produzida através do bagaço da cana também é bastante utilizado para gerar energia elétrica e conta com 22,8% do total. 26 Tabela 3: Usinas Termelétricas: Tipos de Combustível x Quantidade x Percentual Fonte: Revista Grandes Construções, 2010 (Adaptado). O Gás Natural apesar de ser o terceiro em quantidade de usinas, tem as maiores usinas em questão de capacidade. As oito maiores em capacidade de geração são a gás natural, como mostra a Tabela 4 a seguir. Tabela 4: As Dez Maiores Usinas em Capacidade de Geração Fonte: Revista Grandes Construções, 2010. 27 Apesar da geração de energia no país ainda ser predominantemente de origem hídrica, a geração termelétrica vem aumentando. Os níveis de água nos reservatórios do país estão ficando abaixo do normal com uma frequência maior do que anteriormente. Portanto, a necessidade do despacho de unidades térmicas está cada vez maior. Em 2010 a participação térmica na geração chegou próxima de 15% entre junho e dezembro (ALMEIDA, 2011). Neste ano, de acordo com a Agência Nacional, em janeiro a produção de energia a partir de termelétricas chegou a quase 25% (VEJA, 2013). 2.6 A DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES TERMELÉTRICAS A distribuição das usinas ocorre de forma diferenciada ao longo do país. No norte há grande quantidade de usinas térmicas, que na sua maioria são abastecidas por óleo diesel, devido ao sistema ainda não ser interligado com o SIN. Outro fator que favorece é o fato de as usinas situarem-se próximas do local de consumo (REVISTA..., 2010). Porém em dimensão, as maiores usinas movidas a óleo combustível estão situadas na região sudeste. Grande parte destas usinas tem mais de 25 anos de operação. Em indústrias, edificações comerciais e residenciais e de serviços são utilizados geradores a diesel de menor potência como energia de backup ou para substituir a energia vinda da rede no horário de ponta, pois as tarifas são mais altas em horários de ponta do que fora de ponta. O crescimento da energia térmica fica um pouco restrito por causa da legislação brasileira. A legislação brasileira segue a americana, que estabelece padrões rigorosos para qualidade do ar e constante monitoramento do mesmo. No estado de São Paulo está situada a maioria das usinas de bagaço de cana, 171 no total. De um total de 315 usinas de bagaço de cana no Brasil, 203 ficam no Sudeste. As usinas a partir da casca do arroz e do licor negro (fluído residual produzido através do cavaco – pequenos pedaços de madeira resultantes de uma trituração tem predominância no Rio Grande do Sul. Esse tipo de produção de energia é utilizado na própria indústria, as beneficiadoras de arroz e as produtoras de celulose, respectivamente (REVISTA..., 2010). 28 2.7 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO Mostrou-se nesse capítulo que o setor elétrico brasileiro sofreu mudanças estruturais nos últimos 20 anos. As empresas de energia elétrica tiveram que ser segmentadas em empresas de geração, transmissão e distribuição. Foram criadas novas entidades com atribuições específicas para uma melhor organização e regulamentação de todas as atividades relacionadas à produção e entrega de energia. Pode-se concluir que essas mudanças ajudaram o Brasil a evoluir, não somente na quantidade de produção, mas também em eficiência e qualidade. O Sistema Interligado Nacional mostra-se importante para a produção conjunta de energia elétrica no país. No SIN às usinas hidrelétricas predominam, mas também há presença de termelétricas, que auxiliam em algumas situações. Já nos sistemas isolados, as termelétricas são predominantes. De acordo com BNDES (2009), as usinas térmicas são consideradas competitivas mesmo em um país predominantemente hídrico. Porém os autores deste TCC entendem que uma empresa é competitiva quando o seu custo é o mais baixo de todos, por isso ela consegue vender seu produto em qualquer situação. Ainda que o custo das termelétricas venha reduzindo pelo aumento da oferta de geração de usinas termelétricas, o custo da energia das hidrelétricas ainda é mais baixo. No Brasil, as termelétricas são usadas em substituição e complementação em alguns casos às hidrelétricas, tornando às térmicas indispensáveis. As usinas térmicas seriam competitivas a partir do momento em que ocorre a substituição as usinas hidrelétricas, é mais vantagem ligar a termelétrica do que esvaziar os reservatórios e ter como resultado o déficit. Realizando-se uma simulação para toda a vida útil de uma determinada termelétrica, é possível avaliar a competitividade da mesma frente às hidrelétricas. 29 3. DESPACHO ECONÔMICO PARA SISTEMAS TERMELÉTRICOS 3.1 INTRODUÇÃO Os custos relativos à produção de energia de unidades térmicas podem ser classificados em custos de: investimento, combustível, operação e manutenção. No panorama da operação de um sistema de energia elétrica os custos mais expressivos são os relacionados ao combustível utilizado na produção de energia. A otimização dos recursos energéticos e o planejamento dos sistemas de geração e transmissão são questões indispensáveis na indústria de energia elétrica. Um uso mais eficiente dos combustíveis disponíveis que são utilizados para gerar energia elétrica se torna cada vez mais determinante porque a maioria desses combustíveis provém de recursos naturais não renováveis. Portanto, otimizar a operação de um sistema de geração, além de reduzir os custos das empresas, pode reduzir significativamente a quantidade de combustível consumido. As mudanças ocasionais nos preços dos combustíveis, como o petróleo e o gás natural, acentuam o problema do despacho de unidades geradoras termelétricas e aumentam a sua importância econômica. Este capítulo apresenta a formulação matemática do problema de despacho econômico de geradores termelétricos. O despacho econômico é o estudo do uso ótimo das unidades geradoras de um sistema elétrico para redução do custo total da geração. O problema do despacho econômico tem por objetivo atingir um custo mínimo de operação podendo levar em consideração não apenas restrições operacionais dos geradores e do sistema elétrico, como também aspectos relacionados à segurança operacional. 3.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO DE UNIDADES TÉRMICAS O despacho econômico tem como objetivo minimizar os custos de produção de energia elétrica considerando centrais térmicas para um dado consumo. Sabendo que cada unidade geradora tem um custo diferente pode-se minimizar o custo total da produção. 30 Uma unidade térmica de produção pode ser representada de forma simplificada pelo esquema apresentado na Figura 2, onde se representa uma caldeira que gera vapor para acionar um sistema acoplado de turbina-alternador. Figura 2: Esquema de uma Unidade Térmica Fonte: SOUSA, 2005. (Adaptado) Uma característica importante para a operação econômica da unidade térmica fundamenta-se na relação entre a potência térmica de entrada ( ), resultada da queima de combustível, e a potência elétrica à saída da unidade i ( ). O conjunto dos pontos que associam a potência elétrica de saída com a potência térmica de entrada para os diferentes valores de potência podem ser representados na maioria dos casos por uma função quadrática, como mostrado na equação a seguir (SOUSA, 2005): ( ) (3.1) Sendo: H: Potência térmica de entrada da unidade i [GJ/h] P: Potência elétrica de saída da unidade i [MW] a, b, c: Parâmetros característicos de cada unidade Para obter a função de custo de produção relacionada a cada unidade térmica, basta multiplicar ( ), pelo custo do combustível utilizado na unidade: ( ) ( ) (3.2) 31 Sendo: : Custo de produção da unidade i [$] : Custo do combustível da unidade i [$/GJ] Para uma situação na qual há N unidades ligadas à uma barra a função custo fica: ( ) ( ) ( ) ( ) ( Ou, ) (3.3) ∑ ( ) Sendo: : Custo total : Custo de produção de uma determinada unidade : Potência gerada por determinada unidade O custo de produção indica o custo total de produção de uma certa quantidade de energia. Outra medida de operação de um sistema térmico é o custo marginal, que representa o custo associado à ultima unidade produzida e é representado pela derivação da função custo total ( ). 3.3 PROBLEMA DE DESPACHO ECONÔMICO A meta do estudo do despacho econômico é reduzir o funcionamento do sistema de forma eficiente. Então a função de forma a manter o é a função objetivo deste problema de otimização. Para sistemas termelétricos considera-se uma situação: uma barra infinita com N unidades geradoras térmicas ligadas a ela, como representado na Figura 3. 32 Figura 3: N unidades geradoras alimentando diretamente a carga Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996 (Adaptado). Sendo a demanda do sistema e desconsiderando as perdas de transmissão do sistema, tem-se que o despacho viável deve ser igual a seguinte equação: ∑ (3.4) Sendo: Potência da carga (MW) Quando os limites operacionais das unidades geradoras não são considerados, as equações (3.3) e (3.4) representam o problema do despacho econômico. Esse problema consiste em minimizar a função sujeita à restrição de atendimento da demanda descrita matematicamente por (3.4). Por se tratar de um problema de otimização com restrições a solução do problema de despacho econômico utiliza a função de Lagrange. Para estabelecer as condições necessárias para obtenção do ponto mínimo da função objetivo, multiplicam-se as equações que representam as restrições do problema por multiplicadores de valores desconhecidos e depois somam-se essas equações à função objetivo. Essa nova função é conhecida como Função de Lagrange (WOOD; WOLLENBERG, 1996). 33 No caso estudado há apenas uma restrição de igualdade e, portanto apenas um multiplicador de Lagrange será considerado. O número de variáveis é N+1, sendo N a quantidade de unidades geradoras mais o multiplicador de Lagrange. A função Lagrangeana é dada por: ( ) ( ) [ ∑ ] (3.5) Sendo: : função Lagrangeana : multiplicador de Lagrange As condições de otimalidade são obtidas a partir da derivada parcial da Função Lagrangeana com relação a cada variável do sistema igualada a zero. As equações obtidas são: ( ) (3.6a) ∑ A derivada da função custo própria geração (3.6b) de cada unidade geradora em relação à sua fornece o custo incremental da unidade i. Então a condição necessária para um custo mínimo de operação de um sistema termelétrico é que o custo incremental de cada unidade deve ser igual a um valor . Além disso, a soma das potências de saída dos geradores deve ser igual à potência demandada pela carga (WOOD; WOLLENBERG, 1996). Como cada unidade geradora tem um limite de máximo e mínimo de produção de potência, tem-se: , (3.7) Sendo: : valor mínimo de geração da unidade i : valor máximo de geração da unidade i 34 Considerando-se os limites de operação dos geradores, as condições de otimalidade do problema e inequações podem ser resumidas como: ( ) N equações (3.8a) 2N inequações (3.8b) ∑ (3.8c) Logo as condições de otimalidade são expandidas e mostradas a seguir: para (3.9a) para (3.9b) para (3.9c) O exemplo a seguir mostra o cálculo do despacho econômico de um sistema termelétrico com três unidades geradoras (WOOD; WOLLENBERG, 1996). É importante enfatizar que, em problemas deste tipo, as três unidades geradoras devem estar ligadas ao sistema elétrico e gerando uma potência elétrica que não pode ser inferior ao seu limite minimo de geração. 35 Exemplo 3.1: Para a resolução do exemplo considere as seguintes unidades geradoras: Unidade 1 – Carvão: • Potência de saída máxima: = 600 MW • Potência de saída mínima: = 150 MW • Curva entrada-saída: ( ) • Custo do combustível: 1,1 $/MBtu Unidade 2 – Oléo: • Potência de saída máxima: = 400 MW • Potência de saída mínima: = 100 MW • Curva entrada-saída: ( ) • Custo do combustível: 1,0 $/MBtu Unidade 3 – Óleo: • Potência de saída máxima: = 200 MW • Potência de saída mínima: = 50 MW • Curva entrada-saída: ( ) • Custo do combustível: 1,0 $/MBtu Determina-se o ponto ótimo de operação para essas 3 unidades geradoras quando atendem uma carga de 850 MW. Primeiramente é preciso achar as funções custo para cada unidade geradora. Essa funções custo são obtidas multiplicando a curva H de entrada-saída pelo custo do combustível. ( ) ( ) ( ) 36 Utilizando as condições mostradas em (3.6a) e (3.6b) para despacho econômico ótimo: Colocando o sistema em forma matricial para chegar ao resultado fica: [ ][ ] [ ] Ignorando-se por enquanto, os limites de geração, pode-se resolver o sistema de quatro equações e quatro incógnitas. O resultado do valor de é: As potências geradas por cada unidade são: Logo, para este caso a solução encontrada é viável, pois os valores encontrados não desrespeitam os limites do respectivo gerador. Por fim: ( ) O valor ( ) ( ) ( ) é o custo total de operação condizente ao despacho ótimo. 37 3.4 DESPACHO ECONÔMICO COM PERDAS DE TRANSMISSÃO A Figura 4 mostra um sistema com N turbinas que alimenta uma carga através de uma linha de transmissão. Nesse caso não podem ser desprezadas as perdas. Será mostrada a seguir como ficará a nova formulação considerando as perdas de transmissão. Figura 4: N unidades geradoras alimentando a carga pela linha de transmissão Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996 (Adaptado). Como as perdas não são desprezadas a nova restrição para se obter um despacho viável é mostrada a seguir: ∑ (3.10) O procedimento adotado é igual ao do sistema sem perdas. Inicialmente escreve-se a função de Lagrange, na qual é inserida a restrição de atendimento da carga e das perdas. Então calcula-se as condições de otimalidade, que são as derivadas da função Lagrange, como mostrado a seguir (WOOD; WOLLENBERG, 1996): 38 ( ) ( ) ( ) [ ( ∑ ] (3.11a) ) (3.11b) (3.11c) ∑ Como a resolução desse tipo de sistema é mais complicada que o sistema sem perdas, há duas abordagens para a solução desse problema. O primeiro método é o desenvolvimento de expressões matemáticas para as perdas em função da potência de saída de cada uma das unidades geradoras (WOOD; WOLLENBERG, 1996). O segundo método é conhecido por fluxo de potência ótimo. Nesse, as equações do fluxo de potência são restrições essenciais no problema de otimização (porém nesse trabalho não será abordado o método de fluxo de potência ótimo). Exemplo 3.2: Para esse exemplo são utilizados os mesmos dados do exemplo 1 (WOOD; WOLLENBERG, 1996). Como as perdas são consideradas é adicionada uma função. Essa é uma forma simplificada para as perdas. Na verdade as fórmulas de perdas são muito mais complexas que essa. Aplicando as equações 3.11: ( ) ( ) [ ( ) ] [ ( ) ] [ ( ) ] 39 Como não há mais um conjunto de equações lineares, este problema requer uma solução mais complexa que está descrita em 5 passos, mostrados a seguir. Passo 1: Escolha um conjunto de valores iniciais para , e , para o qual a soma seja igual ao fornecido à carga. Passo 2: Calcule as perdas incrementais , bem como as perdas totais. As perdas incrementais e perdas totais serão considerados constantes para cada iteração. Passo 3: Calcule o valor de , , e , através de um sistema com 4 equações, utilizando as equações 3.11, o qual é mostrado no passo a passo da resolução do exemplo. Como as perdas são constantes nesse passo, as fórmulas voltam a ser lineares, o que simplificada a resolução. Passo 4: Compare os valores , e do Passo 3 com os estipulados no início do exemplo. Se não há diferenças significantes entre os valores anteriores e os valores calculados no passo 3, vá para o Passo 5, caso contrário volte para o Passo 2. Passo 5: Concluído. Utilizando o método citado: Passo 1: Valores iniciais para , e Passo 2: Perdas incrementais: ( ) ( ) ( ) Total de Perdas é 15.6MW 40 Passo 3: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Como essas equações são lineares agora, pode-se resolver diretamente o sistema e obter o valor de , juntamente com os valores de Os valores para , e , e . são: Passo 4: Como os valores são muito diferentes dos iniciais é necessário voltar para o Passo 2. Passo 2: Os valores para , e encontrados no Passo 3 são utilizados para calcular as perdas incrementais: ( ) ( ) ( ) Total de Perdas é 15,78MW Passo 3: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 41 Resolvendo o sistema, resulta: E os novos valores de , e são: Como os valores ainda não são próximos aos anteriores o processo iterativo deve continuar até que os valores da iteração atual sejam muito próximos dos valores encontrados na iteração anterior. Na Tabela 5 são mostrados os resultados. Tabela 5: Processo Iterativo para resolver o exemplo 3.2 Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996. 3.5 MÉTODO DE ITERAÇÃO LAMBDA Para encontrar o despacho econômico de unidades termelétricas pode ser usado um método baseado em técnicas gráficas, conhecido como Método de Iteração Lambda. Esse método não considera as perdas elétricas do sistema, portanto os valores das potências geradas devem atender apenas a carga do sistema. Pode-se estender a técnica gráfica para um algoritmo computacional. A Figura 5 mostra o fluxograma do Método de Iteração Lambda. 42 Figura 5: Despacho Econômico pelo método de iteração Lambda Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996. No fluxograma acima não é comentado sobre os limites de geração pois o Método de Iteração Lambda não tem essa propriedade. Impor os limites de geração seria um incremento do método. Supondo que há um sistema com três máquinas e deseja-se encontrar o ponto de operação econômica ótimo. Em outra abordagem, poderia traçar a característica do custo incremental para cada umas das unidades no mesmo gráfico, como é mostrado na Figura 6. 43 Figura 6: Solução gráfica para despacho econômico Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996. A fim de estabelecer o funcionamento de cada uma dessas três unidades, que têm um custo mínimo, e ao mesmo tempo satisfazer a demanda solicitada, pode-se utilizar um esboço e uma régua para encontrar a solução, isto é, pode-se assumir uma taxa de custo marginal do sistema ( ) e encontrar as potências de saídas de cada uma das três unidades para este valor de custo marginal (WOOD; WOLLENBERG, 1996). Para exemplificar o que foi citado no parágrafo anterior, para calcular a potência de saída de cada unidade deve-se utilizar a equação (3.8a). Remodelando esta equação tem-se: ( ) (3.12) Como Lambda é um valor numérico e a derivada da função custo irá resultar em uma equação de segundo grau, basta aplicar a Fórmula de Bhaskara. Com isso são encontrados 2 valores de (são encontrados 2 valores para cada unidade geradora pois as equações das funções custo do exemplo 3.3 e 3.4, apresentados a seguir, são cúbicas). Para que o problema tenha solução o delta deve ser um 44 número maior que zero, isto é, com raízes reais. Caso aconteça o inverso, as raízes serão imaginárias, consequentemente, o programa não irá convergir, impossibilitando encontrar a resposta correta. É praticamente certo que o primeiro valor estimado será incorreto. Deve-se aumentar o valor de se o resultado da potência de saída for menor do que o desejado e tentar uma nova solução. Com duas soluções, podem-se interpolar as duas soluções para chegar mais próximo do valor desejado da potência, como mostrado na figura 7 (WOOD; WOLLENBERG, 1996). Figura 7: Projeção Lambda Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996. (Adaptado) Traçando um gráfico da demanda total versus o custo marginal, encontra-se rapidamente o ponto de operação desejado, o ponto ótimo. Se desejar, existe a possibilidade de fazer uma série de tabelas mostrando o total de energia fornecida para diferentes valores de custos marginais e combinações de unidades. Este mesmo procedimento pode ser adotado para um algoritmo computacional como mostrado na Figura 5, ou seja, é estabelecido um conjunto de regras lógicas que permite atingir o mesmo objetivo, como foi feito com régua e papel milimetrado. Para tal, é necessário estabelecer um modo de calcular as potências geradas de cada unidade a partir do lambda determinado na iteração (WOOD; WOLLENBERG, 1996). Pode-se, por exemplo, criar tabelas de armazenamento de dados no computador e interpolar entre o valor da energia 45 armazenado para encontrar a potência exata com um valor especificado da taxa de custo marginal. Outra abordagem seria desenvolver uma função analítica para a produção de energia como uma função da taxa de custo marginal, armazenar esta função (ou os seus coeficientes) no computador, e utilizar isto para estabelecer a potência de saída de cada uma das unidades individuais. Este procedimento é um tipo de cálculo iterativo, e necessita estabelecer critérios de parada. O critério mais indicado é mostrado na Figura 5. Inicialmente é definida uma tolerância máxima (ou erro máximo). A diferença entre a soma das potências geradas e a carga é então comparada com esse valor de tolerância. Quando a diferença é menor do que a tolerância, o algoritmo cessa as iterações. A seguir é apresentado um exemplo no qual é utilizado o Método de Iteração Lambda. Exemplo 3.3: Supondo um sistema de geração no qual funções cúbicas são usadas para representar as características das potências de entrada e saída do sistema, como mostra a equação a seguir (WOOD; WOLLENBERG, 1996): ( ) (P em MW) (3.13) Os valores dos coeficientes A, B, C e D são mostrados na Tabela 6. Para três unidades, encontrar o ponto ótimo utilizando o método de iteração lambda. Tabela 6: Dados do Exemplo 3.3 Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996. 46 Suponha que o custo do combustível é 1.0 $/MBtu para cada unidade e os limites da unidade são: Dois exemplos de solução são mostrados, ambas utilizando o diagrama de blocos na Figura 5. Neste cálculo, o valor de na segunda iteração é sempre fixada em 10% acima ou abaixo do valor de partida, dependendo do sinal do erro, para a iteração anterior, é projetada como na Figura 7. O primeiro exemplo mostra a vantagem de iniciar um valor de carga do sistema de 2500 W, iniciando com perto do valor ótimo. Para : Os resultados de Método de Iteração Lambda, neste caso, são mostrados na Tabela 7 (WOOD; WOLLENBERG, 1996). Tabela 7: Iterações do método para Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996. Observa-se que em apenas 5 iterações, o valor da soma das potências geradas se iguala ao valor da carga. O ótimo encontrado é próximo do valor inicial. 47 Exemplo 3.4: O Exemplo 3.4 mostra os problemas de oscilação que podem ser encontrados com uma abordagem iteração lambda, quando o valor inicial está distante do valor ótimo. Para um inicial igual à 10 $/MWh e mesma carga, os resultados obtidos são mostrados na Tabela 8. Tabela 8: Iterações do método para Fonte: WOOD; WOLLENBERG, 1996. Segundo os exemplos de solução apresentados, observa-se que o Método de Iteração Lambda é sensível ao valor inicial para o e pode oscilar até chegar ao ponto ótimo. 3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO Como visto neste capítulo, o problema de despacho econômico pode ser analisado em duas abordagens distintas: com ou sem perdas de transmissão. O Método de Iteração Lambda se baseia em uma técnica gráfica aplicada as curvas de 48 custo dos geradores. Essa técnica não leva em conta os limites de potência gerada das unidades e também despreza as perdas do sistema. O mesmo princípio do Método de Iteração Lambda pode ser implementado em um algoritmo computacional, permitindo o cálculo do ponto ótimo com uma melhor precisão, considerando vários geradores. Sabendo qual a situação a ser considerada, pode-se seguir os passos dos métodos diferentes apresentados nesse capítulo. Quando a abordagem do problema considera a parcela de potência que é utilizada para suprir as perdas elétricas do sistema, pode-se utilizar o Método do Despacho Econômico com Perdas, apresentado neste capítulo. Nesse método as perdas são calculadas como uma função da potência gerada por cada gerador. A implementação computacional, usando os exemplos numéricos mostrados, possibilitou obter várias conclusões a respeito do despacho econômico que envolve somente unidades termelétricas, como será mostrado no Capítulo 5. Minimizar custos de produção de energia elétrica é necessário para evitar maiores gastos e consequentemente deixar o sistema em operação mais barato. Somando-se com o barateamento do sistema pode citar, também, a diminuição do desperdício de combustíveis, o que é excelente para a redução da poluição sendo esse atualmente, um assunto muito debatido. Portanto, o despacho econômico busca uma melhor eficiência na produção de energia enfatizando os aspectos econômicos, mas também contribuindo em outros aspectos. 49 4. MÉTODO DE PONTOS INTERIORES PRIMAL DUAL APLICADO AO PROBLEMA DE DESPACHO ECONÔMICO 4.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo é realizado o estudo do Método de Pontos Interiores Primal Dual. Este método baseia-se em minimizar a função custo e também transformá-la em desigualdade através das variáveis de folga. A explicação do método é feita a partir das formulações mostradas nesse capítulo. O método pode ser utilizado em várias situações, desde função custo cúbica a função custo com ou sem perdas. Neste trabalho o algoritmo apresentado despreza as perdas. Esse é um método relativamente recente, porém cada vez mais utilizado. O primeiro algoritmo foi apresentado em 1984 por Karmarkar, entrato este não foi utilizado como cálculo de despacho econômico (DUTRA, 2004). 4.2 MÉTODO DE NEWTON O Método de Newton é utilizado para encontrar a solução de uma equação ou conjunto de equações diferenciáveis g(x). O método faz com que o gradiente da função se aproxime de zero, ou seja, um vetor cujos os elementos são zeros. O método de Newton para uma função de mais de uma variável é desenvolvido como descrito a seguir (WOOD; WOLLENBERG, 1996). Supoem-se que a função g(x) seja levada para zero. A função g(x) e as incógnitas, x, são vetores. Utilizando o método de Newton pode-se observar: ( ) ( ) [ ( )] (4.1) Se a função g(x) foi definida como um conjunto de funções: ( ) [ ( ( ( ) )] ) (4.2) 50 Então a derivada de cada função é uma matriz do tipo: ( ) (4.3) [ ] A qual é familiar à matriz Jacobiana (J(x)) presente na solução do problema, cujo (i, j)-ésimo elementos é dado por: ( ) ( ) [ ] (4.4) O ajuste em cada iteração de Fluxo de Potência é dado por: [ ( )] ( ) (4.5) A função g(x) pode ser o conjunto das equações (3.6), descritas no Capítulo 3, que descrevem as condições de otimalidade do problema de despacho econômico. Dessa forma, o ajuste de cada iteração é dado por: [ (4.6a) ] [ ] (4.6b) Com isso, a matriz Jacobiana torna-se uma matriz composta de segundas derivadas e é chamada de matriz Hessiana: 51 [ ] (4.7) [ ] O método de Newton que foi mostrado acima será utilizado no decorrer método primal-dual para encontrar os resultados. 4.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE DESPACHO Para dar início às formulações, apresenta-se em (4.8) o problema de despacho econômico original com função custo quadrática, desconsiderando as perdas de transmissão: ( ) (4.8) sendo: : valor escalar constante (termo independente). : vetor ( ) dos coeficientes que multiplicam . : vetor ( ) das potências geradas. matriz diagonal ( : vetor ( ) dos coeficientes que multiplicam . ) de elementos iguais a 1 (vetor soma) valor (escalar) da potência total da carga (demanda). vetor ( ) dos limites mínimos de geração. vetor ( ) dos limites máximos de geração. número de unidades geradoras do sistema 52 4.3.1 PROBLEMA MODIFICADO As restrições de desigualdade dificultam a solução do problema de otimização. Por isso, é necessário transformar essas restrições em restrições de igualdade, inserindo as variáveis de folga da seguinte forma: (4.9a) = (4.9b) Onde: vetor ( ) das variáveis de folga para a restrição da potência mínima. vetor ( ) das variáveis de folga para a restrição da potência máxima. Além das variáveis de folga, o problema necessita da imposição da barreira logarítmica. O método da barreira transforma o problema restrito em um problema irrestrito (BALBO et al, 2010). Este introduz as restrições de não-negatividade das variáveis de folga na função objetivo através de um fator de barreira, que penaliza a aproximação de um ponto possível à fronteira da região factível. O método da barreira logarítmica pode ser exemplificado no seguinte problema de otimização: ( ) ∑ (4.10) 53 Sendo o parâmetro da barreira, um valor escalar e maior que zero, sendo calculado em cada iteração da seguinte forma: (4.11) sendo: número da iteração; vetor das variáveis de folga, na iteração k; vetor dos multiplicadores de Lagrange, das restrições de desigualdade, na iteração k; fator de aceleração de , Caso . ( ) seja uma solução ótima para o problema descrito em (4.10), e se ( ) tender para um ponto quando tende a zero, consequentemente, é uma solução ótima do problema original (BALBO et al, 2010). A partir disso, o problema (4.7) é modificado e dado por: ( ) ∑ ( ) ∑ ( ) (4.12) - ; ; 4.3.2 FORMULAÇÃO DE LAGRANGE PARA O PROBLEMA Aplica-se Lagrange em (4.12) para tornar possível a obtenção de resultados. Logo: 54 ( ) ( ( ) ) ∑ ( ( ) ) ∑ ( ) (4.13) sendo: multiplicador de Lagrange da restrição de atendimento à carga (escalar); vetor ( ) dos multiplicadores de Lagrange das restrições de potência mínima; vetor ( ) dos multiplicadores de Lagrange das restrições de potência máxima Baseando-se em (4.13) é possível escrever as condições de otimalidade de Karusch-Kun-Tucker : (4.14a) (4.14b) (4.14c) (4.14d) (4.14e) (4.14f) 55 A equação (4.14e) pode ser remodelada para: (4.14g) Remodelando também a equação (4.14f): (4.14h) Agrupando as variáveis de folga (2. e ) e fazendo o mesmo com o multiplicador em um único vetor de dimensão e , obtém-se: [ ] (4.15) [ ] (4.16) Associando os limites máximos e mínimos de geração em um único vetor: [ ] (4.17) 56 Pode-se então reescrever o Lagrangeano do problema modificado de forma mais simplificada: ( ) ( ) {[ ] } (4.18) ∑ onde: matriz identidade de dimensão ( Pode-se criar uma matriz ) que é composta pela associação das matrizes identidade: [ Como exemplo, se ] (4.19) então: (4.20a) [ [ ] ] (4.20b) 57 Consequentemente, as condições de otimalidade de Karusch-Kun-Tucker são expressas por: (4.21a) (4.21b) (4.21c) (4.21d) Sendo que S é a matriz diagonal do vetor s, isto é: (4.22) [ Da mesma forma ] é a matriz diagonal do vetor logo: (4.23) [ ] 58 Aplicando o Método de Newton, como descrito na Equação (4.6a): ( ) (4.24a) ( ( ( (4.24b) ) (4.24c) ) (4.24d) ) Portanto, para a iteração k, o sistema a ser resolvido é: [ ] [ ] [ ( ) ( ) ( ) ( )] (4.25) 4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO Neste capítulo foi mostrado outro método para cálculo de despacho econômico, o Método de Pontos Interiores Primal Dual. Esse método vem complementar os estudos sobre o despacho econômico, com o estudo do Método de Despacho Econômico com Perdas e do Método de Iteração Lambda, ambos explicados no Capítulo 3. Como dito anteriormente, minimizar os custos de produção é necessário para muitos aspectos, por isso, é importante compreender vários métodos de cálculo de despacho econômico. O Método dos Pontos Interiores Primal Dual tem a matemática mais complexa em relação aos outros métodos, por isso, espera-se que apresente menos limitações. As simulações no capítulo seguinte devem comprovar ou desmentir esta situação. 59 5. IMPLEMENTAÇÃO DOS MÉTODOS DE DESPACHO ECONÔMICO 5.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo são apresentadas as implementações dos métodos para cálculo do despacho econômico citados nos Capítulos 3 e 4, os quais são: Método de iteração Lambda Despacho econômico com perdas Método com perdas considerando os Fatores de Penalidade Método dos Pontos Interiores Primal Dual Cada método tem suas respectivas peculiaridades e propriedades que são demonstradas e comentadas nas diferentes simulações. Ao final do capítulo é feito uma comparação entre os métodos implementados computacionalmente. 5.2 MÉTODO DE ITERAÇÃO LAMBDA No Método de Iteração Lambda as perdas não são consideradas, assim como os limites de geração são desprezados. Primeiramente, é arbitrado um valor para o lambda. A partir desse lambda inicial é possível calcular as potências das unidades geradoras, representada pelo vetor : (5.1) Como o primeiro valor para lambda não deve estar correto, as potências geradas também não serão a solução do problema, logo a soma das não é igual a potência da carga. O segundo valor de lambda, por definição, deve ser 10% maior ou menor que o primeiro valor. Neste trabalho foi adotado 10% a mais. Com os dois primeiros valores conhecidos é possível encontrar os próximos valores. Para encontrá-los existem vários métodos, dentre eles pode-se citar a interpolação e Método da Secante. 60 Neste caso, o método escolhido foi o Método da Secante. Este tem a seguinte formulação para descobrir qual será o próximo valor do lambda, utilizando os dois primeiros: ( ) ( ) ( ( ) ( ) ) ( ) ( ) ( (5.2) ) Sendo: : Potência da carga ( ) ( ) ( ( ) ) Potência Total somada das N unidades nas iterações n e n-1 ( ) Valores consecutivos de lambda nas iterações (n-1), (n) e (n+1). A partir dos próximos valores é possível encontrar valores das potências geradas cuja soma está mais próxima da potência da carga. A cada nova iteração a soma das potências das unidades deve-se aproximar do valor da potência necessária para alimentar a carga. É necessário estipular um critério de parada para o algoritmo. Portanto deve ser imposto um erro máximo entre a soma das potências geradas e a carga, isto é, o módulo da diferença entre o valor da potência da carga e da potência total das unidades geradoras calculadas na iteração deve ser menor que o valor de uma tolerância pré-definida. Como dito anteriormente, os limites de geração das máquinas não são considerados na programação, isto é, o método de iteração lambda acha um ponto ótimo entre as unidades, mas não quer dizer que este ponto esteja dentro dos limites de geração das unidades. . 5.2.1 IMPLEMENTAÇÃO DO EXEMPLO TESTE – PROGRAMA LAMBDA_EX3.3 Para estudar e aplicar o método da Iteração Lambda no problema de despacho econômico, foi implementado um algoritmo para a solução de um sistema apresentado no Capítulo 3. O sistema mostrado no Exemplo 3.3 possui três unidades geradoras térmicas alimentando uma carga com potência de 2500W. Os limites de geração das unidades são os seguintes: 61 (5.3) Além dos limites foram definidos: a potência da carga (PL) e o valor inicial para lambda (lambda(1,1)). No Exemplo 3.3 as características de entrada e saída de cada unidade são descritas por funções cúbicas de P (potência), como mostrado na equação (3.12). Foram considerados os valores dos coeficientes mostrados na Tabela 6 do Capítulo 3. Pode-se escrever as funções custo de cada unidade. Sabendo que o combustível para todas as unidades tem o preço de 1.0 $/MBtu, então: (5.4a) (5.4b) (5.4c) Aplicando-se as condições de otimalidade que definem os valores ótimos para e para as potências geradas: <=> (5.5) Então: (5.6a) (5.6b) (5.6c) Como o valor de lambda é arbitrado na primeira iteração, a Equação (5.6) torna-se um polinômio de segundo grau apresentando duas respostas para os 62 valores de , sendo que uma das raízes será positiva. Esta é a resposta a ser utilizada. No programa LAMBDA_EX3.3, , e são as definições em forma de matriz para os polinômios mostrados em (5.6). Neste caso, equação de e e de é a solução da , foi utilizado o comando “roots” para . No calcular as raízes de cada polinômio. Com isso obtém-se os valores de As potências , e , , . estão definidas de forma para que apenas a raiz positiva do comando “roots” seja utilizada. A partir da soma das três potências é possível achar a potência total gerada ( ) para suprir a carga. Porém, possivelmente, não será o primeiro valor de lambda que resultará em uma potencia total igual ao da carga. A partir disso, torna-se necessário a utilização do método da secante. Entretanto, para a aplicação do método, deve-se ter um segundo valor para lambda. Este valor será 10% maior ou menor que o primeiro valor de lambda, dependerá do algoritmo. Neste caso foi aplicado 10% a mais no primeiro valor. Este novo valor de lambda é usado para calcular os novos de valor de , e eo , que também não será suficiente ainda para atender à carga. A partir dessa etapa o programa LAMBDA_EX3.3 executa um loop para calcular os novos valores de lambda, , e e . Como o Método da Secante começa a partir da iteração i+1, deve-se começar o cálculo dentro do loop na iteração 2 (i=2) Depois do cálculo de , é aplicado dentro do loop a fórmula do erro: | | (5.7) Enquanto o erro for maior que uma tolerância pré-definida as iterações continuam. Quando acontecer o contrário, as iterações cessam e chegou-se à solução final. Como pode ser observado, a solução do problema de despacho econômico no Método de Iteração Lambda é definida pela diferença entre tolerância e o erro. Isto significa que é possível que em algumas soluções os valores das potências e não estarão dentro dos respectivos limites de geração das unidades. No programa LAMBDA_EX3.3 implementado, os valores encontrados de e , , respeitam os limites de geração do problema apresentado no Exemplo 3.3: 63 = 724,9915 MW MW = 910,1533 MW MW = 864,8551 MW MW E, o lambda correto para este exemplo é: Para facilitar a implementação do Exemplo 3.4 necessita-se, apenas, realizar uma mudança, trocar o lambda inicial para 10. Com a troca feita, o programa LAMBDA_EX3.4 está pronto. E as seguintes potências são encontradas: = 724,9914MW MW = 910,1532MW MW = 864,8550MW MW E, o lambda encontrado é: Assim como nos exemplos 3.3 e 3.4 demonstrados no capítulo 3, o exemplo 3.4 tem um maior número de iterações em relação ao exemplo 3.3. É necessário ressaltar a diferença do número de iterações entre o Exemplo 3.4 e a implementação computacional deste. O algoritmo apresentado em Wood e Wollenberg (1996) mostra que são necessárias 10 iterações para obter a solução ótima, já no programa LAMBDA_EX3.4 são realizadas apenas 6 iterações. Esta diferença reflete-se devido às diferenças de métodos de atualização do lambda. No algoritmo em Wood e Wollenberg (1996) é realizada interpolação, enquanto que no programa LAMBDA_EX3.4 foi o Método da Secante. Com o programa LAMBDA_EX3.3 é possível realizar várias simulações com diferentes valores. 64 5.2.2 PROGRAMA LAMBDA_IMP Foram realizadas várias simulações com diferentes valores iniciais para lambda. Quando o valor inicial de lambda foi igual a 2, o algoritmo implementado não obteve a convergência, executando o loop sem parar. Para evitar esse tipo de situação, o programa LAMBDA_EX3.3 teve uma alteração no critério de parada. Agora, além da diferença entre o erro e a tolerância, o número de iterações também foi estipulado como critério de parada. Com a mudança realizada o programa LAMBDA_IMP não fica mais em loop infinito. Porém é necessário corrigir também os valores encontrados das potências a cada iteração, as quais não podem ser número complexos. Observou-se durante as simulações que um valor inicial pequeno para lambda acarretava em valores complexos de , e . Esses valores podem aparecer no Método de Iteração Lambda pois inviabilizam a solução, já que esta solução depende da soma de e , . Para isso foi pensado em encontrar o limite mínimo para o valor inicial de lambda para que a resposta final seja viável. Primeiramente é fundamental deixar a função custo em função do custo dos respectivos combustíveis: (5.8a) (5.8b) (5.8c) Sendo: : Custo do Combustível para a unidade geradora n, para n=1, n=2 e n=3. Derivando a função custo de cada unidade e aplicando as condições de otimalidade (5.5) chega-se em: (5.9a) (5.9b) (5.9c) 65 No Método de Iteração Lambda busca encontrar os valores das potências e , , com isso é possível encontrar um lambda mínimo em função do custo do combustível utilizado. Para tornar isso viável é importante entender o motivo das potências não terem apresentadas valores reais. Como as equações (5.9) são de segunda ordem, é necessário aplicar a Fórmula de Bhaskara. Para que as potências tenham valores reais é essencial que a raiz seja maior que zero, isto é: (5.10) √ Logo, para cada unidade geradora é necessária aplicar a equação 5.10. Os coeficientes a, b e c apresentados em (5.8) são mostrados na Tabela 9: Tabela 9: Coeficientes de cada unidade geradora Coeficiente a Coeficiente b Coeficiente c Unidade Geradora 1 Unidade Geradora 2 Unidade Geradora 3 Fonte: Autoria Própria, 2013. Substituindo os valores em (5.10), as seguintes condições são encontradas: (5.11a) (5.11b) (5.11c) Com as condições (5.11) é possível saber quais os valores mínimos de lambda. Sabendo que para o Exemplo 3.3 o custo de cada combustível é de 1,0$/MBtu, a unidade 1 deve ter um lambda maior que lambda tem que ser maior que igual à , já a unidade 2 o e para a unidade 3 o lambda mínimo deve ser . Aplicando as três condições simultaneamente é necessário que o 66 lambda mínimo seja maior que o maior lambda encontrado, isto é, deve ser maior que . Assim, a partir das deduções demonstradas, o programa LAMBDA_IMP foi implementado. A primeira alteração a ser citada é o acréscimo da definição dos valores dos custos dos combustíveis. A seguir, os custos também foram adicionados nas equações , tornando as potências dependentes dos custos. Após realizadas as devidas alterações foram realizadas as experiências com os valores de lambda anteriormente citados, primeiramente para lambda igual a (maior que o lambda encontrado) os valores encontrados foram compatíveis: = 724,9794MW MW = 910,1368MW MW = 864,8435 MW MW e: Entretanto, ao aplicar o valor encontrado ( ) as potências encontradas apresentaram número imaginário, confirmando que este valor não é possível utilizar. Além do limite mínimo do valor inicial de lambda, seria importante achar um valor máximo. Entretanto, a complexidade desses cálculos é muito grande. Após vários testes realizados, verificou-se que o programa converge enquanto lambda for menor que 20,3. A partir deste valor o programa não converge mais, pois verificouse que o lambda começou a ter valor negativo no Método da Secante. Porém não é possível encontrar o valor exato do lambda máximo, pois o Método da Secante utiliza-se de algumas variáveis, onde apenas PL é um valor conhecido. Todavia, o valor de lambda em situações reais não será tão grande, portanto essa imposição do valor máximo é apenas para efeito de simulações. 67 5.2.3 MAIS SIMULAÇÕES Várias simulações foram feitas durante o estudo do Método de Iteração Lambda. Uma alteração feita foi a mudança do valor da carga total. Com o valor de 3000 MW, os valores encontrados para a potência foram: = 875,2461MW MW = 1115,0224MW MW = 1009,6743MW MW e: Uma carga de 3000MW é quase o valor máximo do sistema de geração (soma de todos os limites máximos). Portanto, nessa solução, a unidade 1 extrapola o seu limite de geração máximo (lembrando que no Método de Iteração Lambda os limites de geração não são considerados). Outra alteração em relação ao Exemplo 3.3 foi mudar um dos coeficientes da Tabela 6 (Capítulo 3), por exemplo, o coeficiente B da unidade 3, de 6,531 para 7,531. Com a alteração realizada, e considerando lambda inicial igual a 8, os valores das potências sofrem grandes alterações, como mostrado abaixo: = 842,9798MW MW = 1070,9855MW MW = 586,0249MW MW e: 68 As alterações mostradas acima resultam em valores muito diferentes de potência em relação aos apresentados no Exemplo 3.3. Importante notar que a potência da unidade 1 está fora dos limites de geração em ambos os casos descritos acima, mostrando que o Método de Iteração Lambda apresenta como resposta um valor ótimo entre as 3 unidades geradoras e esta nem sempre é a solução correta (dentro dos limites de geração). Além da simulação com PL=3000MW para verificar o comportamento do programa, pode-se realizar mais simulações para verificar qual das três unidades é a mais econômica. A tabela a seguir mostra as potências e com variações na potência da carga (PL): Tabela 10: Valores de , e para mudanças no valor da potência da carga (MW) (MW) (MW) 2300 664,6744 828,0614 807,2296 2400 694,8417 869,1081 836,0128 2600 755,0881 951,1480 893,7207 2700 785,1684 992,1418 922,6433 PL (MW) Fonte: Autoria Própria, 2013. Analisando os resultados apresentados na tabela, é possível concluir que para grandes potências a unidade geradora 1 é a mais barata, pois a cada simulação o valor da potência gerada mais perto do limite em relação à e cresce sua produção de modo que fica . 5.3 MÉTODO DE DESPACHO ECONÔMICO COM PERDAS O Método do Despacho Econômico com Perdas apresentado no Capítulo 3 foi implementado em um algoritmo chamado DE_PERDAS. Nesse método as perdas são consideradas, como foi mostrado no Capítulo 3. Os valores iniciais das variáveis do problema são as potências de cada unidade geradora. Os valores para as N unidades geradoras são escolhidos entre os limites de geração de cada uma e a soma deles deve atender a carga que será atendida. O algoritmo executa um número de iterações não definido até que a diferença entre a soma das potências geradas e a carga mais as perdas seja menor do que tolerância definida inicialmente. Para chegar aos valores finais, o programa utilizar as curvas de cada 69 unidade e os custos. As perdas também são consideradas em função das potências das unidades geradoras. O cálculo das potências é feito pela formula de Lagrange. ( ) ( ) [ ∑ ] (5.12) Os cálculos das novas potências e o novo valor de lambda são realizados considerando as potências anteriores de cada unidade geradora. Os novos valores das potências e de lambda são comparados aos valores antigos e um erro, o qual já foi citado, é utilizado para saber se o programa convergiu ou não. Esse cálculo é feito a cada iteração. A seguir é mostrado o passo a passo do algoritmo DE_PERDAS. Passo 1: Escolha um conjunto de valores iniciais para , e , o qual a soma seja igual ao fornecido à carga. Passo 2: Calcule as perdas incrementais , bem como as perdas totais. As perdas incrementais e perdas totais serão considerados constante até voltar para a etapa 2. Passo 3: Calcule o valor de que faz com que a soma de , e seja igual a soma da carga mais perdas. Como as perdas são contante nesse passo, as fórmulas voltam a ser lineares, o que simplificada a resolução. Passo 4: Compare os valores , e do passo 3 com os estipulados no início do exemplo. Se não há diferenças significantes entre os valores anterior e os valores calculado no passo 3, vá para o passo 5, caso contrário volte para o passo 2. Passo 5: Concluído. Os testes foram realizados 3 unidades geradoras, porém pode ser feito para mais unidades também com pequenos ajustes. Como caso base para avaliar o funcionamento, foi utilizado um exemplo do livro do Wood e Wollemberg (1996). Para esse teste foi definido um erro de 0,01. Com os valores iniciais citados no livro, o algoritmo fez 10 iterações para convergir e chegar aos valores esperados. 70 Alterando os valores iniciais, o algoritmo convergir para valores muito próximos e fez 10 iterações também. As Tabela 11 e Tabela 12 mostram os dois testes que foram feitos com o algoritmo DE_PERDAS. Tabela 11: Primeiro teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base Unidade Potência Inicial Geradora 1º Teste (MW) 1 250 2 400 3 200 PERDAS Fonte: Autoria Própria, 2013. Potência Final 1º Teste (MW) 435,1968 299,9722 130,6598 15,8288 Número de Iterações 10 Tabela 12: Segundo teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base Unidade Potência Inicial Geradora 2º Teste (MW) 1 350 2 350 3 150 PERDAS Fonte: Autoria Própria, 2013. Potência Final 2º Teste (MW) 435,1975 299,9712 130,6602 15,8289 Número de Iterações 10 A partir desse exemplo pode-se notar que o programa não depende dos valores iniciais para convergir. Foi feito até um teste no qual os valores iniciais não respeitavam a seguinte condição, e mesmo assim o programa convergiu e encontrou os mesmo valores, porém para que o programa funcione corretamente, deve respeitar essa condição: ∑ (5.13) Após realizar esse teste, e constatar que o programa funcionou corretamente, outro teste foi realizado. Foi feito apenas uma alteração na carga que será atendida pela unidade geradora. A nova carga foi 1000MW. O programa convergiu da mesma forma que com a carga anterior. As Tabela 13 e Tabela 14 mostram os resultados: 71 Tabela 13: Terceiro teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base Unidade Potência Inicial Geradora 3º Teste (MW) 1 400 2 400 3 200 PERDAS Fonte: Autoria Própria, 2013. Potência Final 3º Teste (MW) 515,4179 351,1936 155,3545 21,966 Número de Iterações 10 Tabela 14: Quarto teste do Algoritmo DE_PERDAS para Caso Base Unidade Potência Inicial Geradora 4º Teste (MW) 1 600 2 300 3 100 PERDAS Fonte: Autoria Própria, 2013. Potência Final 4º Teste (MW) 515,42 351,1908 155,3554 21,9662 Número de Iterações 10 Para o segundo teste do algoritmo foi realizado uma alteração na curva do gerador 1. Os custos desse gerador foram aumentados em 10% em cada coeficiente da curva. Com esse acréscimo, a potência da segunda unidade geradora ultrapassou seu limite de geração, já que se tornou mais econômica em relação aos demais geradores. Isso foi um bom teste para o programa, pois constatou-se que com a lógica utilizada não é possível impor os limites de geração das unidades. Por isso, será implementado um novo algoritmo no qual as perdas são consideradas, porém o cálculo dos valores das potências e do lambda é feito de outra forma. São considerados fatores de penalidade para obter os resultados das potências. Esse algoritmo mostrou-se mais eficiente e os resultados serão mostrados na sequência. 5.4 DESPACHO ECONÔMICO CONSIDERANDO FATORES DE PENALIDADES O algoritmo implementado será chamado FATPEN. Nesse é feito inicialmente um cálculo das potências dos geradores sem considerar as perdas utilizando a fórmula de Lagrange, vista anteriormente no Capítulo 3 (Equação 3.5). Após esse cálculo inicial têm-se os valores iniciais das potências. O programa inicia uma nova 72 rotina, na qual ao lambda é adicionado um pequeno valor a cada iteração para que a seguinte condição seja atingida. |∑ Sendo | (5.14) um valor muito próximo de zero. Esse algoritmo pode limitar os valores das potências de acordo com a condição específica de cada unidade geradora e, por isso, pode ser considerado melhor que o algoritmo DE_PERDAS que não limitava os valores. Porém o problema dele é que não respeita exatamente a seguinte condição de otimalidade, dada por: ∑ (5.15) A restrição descrita na Equação (5.15) não é totalmente atendida porque as somatórias das potências sempre vão ser maiores que a soma da potencia da carga mais as perdas. O algoritmo implementado para esse método segue os seguintes passos: 1. Fornecer valores iniciais para , =1,..., Sem considerar as perdas é feito o cálculo das potências iniciais através da fórmula de Lagrange. Esses cálculos são realizados com matrizes. 2. Calcular as usando a FGP (Formula Geral das Perdas). 3. Calcular os Fatores de Penalidade: ( ∑ 4. Fornecer valor inicial para ) (Calculado junto com o item 1). 5. Resolver as equações de coordenação e obter : ( ) Inicia a rotina que faz o cálculo das potências. Enquanto os valores não chegam ao valores esperado (ponto ótimo), a rotina continua realizando os cálculos. 6. Se |∑ | o passo 7. Se não, ajuste para um e suficientemente pequeno, vá para e retorne ao passo 5. 73 7. Compare da iteração corrente, | da iteração anterior com ( ) ( ) | e armazene o máximo valor obtido: ‖ 8. Se ‖ ‖ , para um ‖ | ( ) ( ) | e suficientemente pequeno, FIM. Se não, retornar ao passo 2. Para analisar desempenho do algoritmo FATPEN foi estudado o mesmo Exemplo 3.2 utilizado para o despacho econômico com perdas. O sistema do Exemplo 3.2 foi simulado (chamado Caso Base) e mais outros três casos. No Caso 1 foi feito um acréscimo no custo do gerador 1 aumentando 10% em cada coeficiente da curva desse gerador. No Caso 2 foi feito um acréscimo de 20% na curva do gerador 3. E no Caso 3 foi feito um acréscimo de 15% nos parâmetros da fórmula das perdas para ver a influência das perdas no resultado ótimo. Todos os casos citados foram simulados para atender uma carga com potência de 850MW e para outra carga com potência de 1000MW. No Exemplo 3.2 as características de entrada e saída de cada unidade são descritas por funções quadráticas de P (potência), como mostrado na equação. Podem-se escrever as funções custo de cada unidade. Sabendo que o combustível para a unidade 1 tem preço 1,1$/MBtu e para as unidades 2 e 3 tem o preço de 1,0$/MBtu, então as equações de custos do Caso base são: (5.16a) (5.16b) (5.16c) A fórmula utilizada para calcular as perdas é a seguinte: (5.17) Cada unidade geradora tem um limite mínimo e máximo predefinido. Os limites de geração são: 74 Simulando o Caso Base e com um erro previamente definido para 0,01, o algoritmo precisou de 11 iterações para convergir e chegar ao resultado final que atende as condições de KKT (Karush-Kuhn-Tucker). A Tabela 15 mostra o resultado da simulação. Comparando os resultados com o método anterior, pode-se notar que a diferença em todas as potências, inclusive nas perdas. Porém como nesse método há um erro, podem ser considerados os dois resultados como resultados viáveis. Tabela 15: Caso Base do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW Fonte: Autoria própria, 2014. Para o segundo teste com o Caso base foi realizada apenas uma alteração nos dados, o potência a ser atendida pelos geradores. A nova potência é 1000MW. Para esse novo teste o algoritmo precisou também de 11 iterações. Pode-se observar que o programa precisou da mesma quantidade de iteração para calcular o ponto ótimo para as duas cargas definidas. Outro detalhe que se pode notar é que as unidades geradoras têm contribuições constantes independentes da potência a 75 ser atendida. A primeira unidade gera cerca de 50% da carga total, enquanto as unidades 2 e 3 geram 30% e 15%, respectivamente. Tabela 16: Caso base do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW Fonte: Autoria própria, 2014. 5.4.1 IMPLEMENTAÇÃO DO CASO 1 No Caso 1 foi realizada uma alteração na curva do gerador 1. Foram acrescentados 10% em cada um dos parâmetros e a nova curva é: (5.18) Os outros parâmetros das outras curvas, o erro, e as potências mínimas e máximas de cada unidade geradora não foram alteradas para que uma melhor análise possa ser feita. Os resultados obtidos são mostrados na Tabela 17 e Tabela 18. Para o primeiro teste, com =850MW o algoritmo precisou também de 11 iterações para convergir. Porém, quando a potência a ser atendido foi alterada para 1000MW, um resultado muito interessante pode ser visto. O programa anterior tinha um problema, pois não conseguia limitar os valores das potências. Analisando a Tabela 18, podese observar que duas unidades geradoras chegaram ao seu limite e por esse motivo 76 a unidade geradora 1, que tem um custo mais alto, precisou gerar mais energia aumentando os custos de geração. Tabela 17: Caso 1 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW Fonte: Autoria própria, 2014. Tabela 18: Caso 1 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW Fonte: Autoria própria, 2014. 5.4.2 IMPLEMENTAÇÃO DO CASO 2 No Caso 2 foi realizada uma alteração na curva do gerador 3. Foram acrescentados 20% em cada um dos parâmetros e a nova curva é: (5.19) 77 Assim como foi realizado no caso os outros parâmetros das outras curvas, o erro, e as potências mínimas e máximas de cada unidade geradora não foram alteradas. Na primeira simulação foram necessárias 12 iterações e na segunda foram necessárias 11 iterações para chegar ao resultado que atende ao erro definido anteriormente. Para os dois casos a terceira unidade geradora chegou ao valor mínimo de geração. Isso significa que é a unidade com um custo maior em relação as demais e continua em funcionamento caso haja necessidade de atender uma carga maior. A seguir são mostradas as tabelas Tabela 19 e Tabela 20 com a sequência de iterações até chegar ao resultado esperado. Tabela 19: Caso 2 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW Fonte: Autoria própria, 2014. 78 Tabela 20: Caso 2 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW Fonte: Autoria própria, 2014. 5.4.3 IMPLEMENTAÇÃO DO CASO 3 No caso 3 foi alterada a fórmula geral das perdas. Nessa simulação o programa mostrou-se um pouco frágil e demorou a convergir. Na primeira situação, com potência igual a 850MW, o algoritmo precisou de 21 iterações para convergir. Na segunda situação, com 1000MW, precisou de 24 iterações. A fórmula geral das perdas utilizada nesse caso foi: (5.20) Nas duas situações nenhuma das potências chegaram ao limite. A seguir são mostradas as tabelas com os resultados até o algoritmo convergir. Pode-se notar que nas duas situações a potência do gerador 2 que demora mais para convergir. 79 Tabela 21: Caso 3 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 850MW Fonte: Autoria própria, 2014. Tabela 22: Caso 3 do Algoritmo FATPEN para uma carga de 1000MW Fonte: Autoria própria, 2014. 80 5.5 DESPACHO ECONÔMICO VIA MÉTODO DOS PONTOS INTERIORES PRIMAL DUAL O cálculo do despacho econômico pelo Método de Pontos Interiores Primal Dual foi implementado em um algoritmo em . O algoritmo foi nomeado de PD, sendo que vários casos diferentes foram simulados. Assim como o Método de Iteração Lambda, no algoritmo PD as perdas foram desconsideradas no cálculo do ponto ótimo. Para o Método de Pontos Interiores Primal Dual, os valores iniciais de algumas variáveis do programa podem ser estabelecidos com valor um para qualquer simulação, já que todas as incógnitas irão convergir para um determinado valor. Essas variáveis são: Lambda; Vetor s; Matriz S; Vetor ; Matriz π; µ; Valores iniciais das potências geradas para cada unidade. 5.5.1 IMPLEMENTAÇÃO DO EXEMPLO TESTE – PROGRAMA PD_EX3.1 Para estudar e aplicar o Método dos Pontos Interiores Primal Dual no problema de despacho econômico, foi implementado um algoritmo que também pode ser usado para a solução do sistema apresentado no Capítulo 3. O Exemplo 3.1 apresenta três unidades alimentando uma carga de 850 MW. As funções custo destas unidades são dadas por: ( ) (5.21a) ( ) (5.21b) ( ) (5.21c) 81 Com as funções custo mostradas em (5.21) é possível definir algumas variáveis do problema apresentado no Capítulo 4. A matriz Q: [ ] (5.23) e o vetor C: [ ] (5.24) Além disso, como os limites de geração de cada unidade foram especificados, é possível também a criação Do vetor , logo: (5.25) [ ] O fluxograma abaixo representa a lógica do algoritmo com o Método de Iteração dos Pontos Interiores Primal Dual. 82 Figura 8: Fluxograma do Método Pontos Interiores Primal Dual Fonte: Autoria Própria, 2014. 83 Para dar início ao programa PD_ex3.1, é feito uma subrotina para calcular os valores iniciais do vetor , das potências inicias e do vetor s. São definidos, também, o número máximo de iterações juntamente com o valor da tolerância. Com isso, o programa dará início ao loop. Ao entrar nesse laço, o primeiro passo é o cálculo do primeiro valor de µ, sendo estipulado um valor de β igual a 1,3. A partir disso já é possível calcular os valores de e de , como definidas no Capítulo 4, Equações (4.22) e (4.23). O próximo passo é calcular as condições de KKT como definidas no conjunto de Equações (4.24). Então é resolvido o sistema mostrado na Equação (4.25). Com o cálculo realizado, torna-se necessário atualizar os valores de P, e s. Esta atualização é feita da seguinte forma: ( ) ( ) (5.26a) ( ) ( ) (5.26b) ( ) ( ) (5.26c) ( ) ( ) (5.26d) onde: tem a função de evitar que o novo ponto deixe de ser estritamente interior. Normalmente arbitrado como 0,995. passo para as variáveis primais: P e s. passo para as variáveis primais: Os cálculos de e e . são feitos da seguinte forma: { } { } (5.27a) (5.27b) 84 Logo após, é calculada a folga complementar multiplicando s e . E, finalizando o programa calcula a factibilidade primal e factibilidade dual para confirmar as condições de KKT. Caso os valores das factibilidades primal e dual, bem como a folga complementar, forem menores do que a tolerância previamente definida, então o programa obteve a convergência e achou o ponto ótimo. Com os passos feitos é possível encontrar as respostas. Por exemplo, para o Exemplo 3.1, do Capítulo 3. A Tabela 23 mostra os valores encontrados: Tabela 23: Resultados da implementação do Exemplo 3.1 ( ( ) 393,1698 ( ) 334,6038 ( ) 122,2264 ) 9,1483 206,8302 65,3962 77,7736 543,1698 434,6038 172,2264 0,0479* 0,1514* 0,1273* 0,0182* 0,0228* 0,0575* Fonte: Autoria Própria, 2014. Analisando os resultados é possível notar a similaridade nas respostas encontradas em Wood e Wollenberg (1996). Como nenhum limite de geração foi atingido, nenhum limite mínimo ou máximo das unidades geradoras, então todos os multiplicadores de Lagrange iguais a zero. Os multiplicadores são das restrições de limites de geração são 85 diferentes de zero quando uma unidade geradora atinge o limite na solução ótima, como mostrado a seguir. 5.5.2 IMPLEMENTAÇÃO DO EXEMPLO TESTE – PROGRAMA PD_EX3.1B Outro exemplo que Wood e Wollenberg (1996) apresentam é variando o custo do combustível da usina 1 para 0,9 $/MW, portanto a nova função custo da unidade 1 é dada por: ( ) (5.28) Os novos resultados encontrados são os mostrados na Tabela 24: Tabela 24: Resultados da implementação do Exemplo 3.1B ( ( ) 600,0000 ( ) 187,1302 ( ) 62,8698 ) 8,5761 0 212,8698 137,1302 750,0000 287,1302 112,8698 0,5601 0 0 0 0 0 Fonte: Autoria Própria, 2014. 86 Wood e Wollenberg (1996) apresentam este exemplo em 2 passos. No primeiro o valor de ultrapassa a potência limite máxima, consequentemente a unidade 1 é a mais econômica em relação às outras duas para esta situação, com isso para o passo 2 é subtraído 600 MW da carga a ser alimentada, sobrando 250 MW entre as demais unidades. No entanto, o algoritmo EX_3.1B usando o Método dos Pontos Interiores Primal Dual, calcula o ponto ótimo já incluindo com seu valor máximo. As restrições de limite mínimo e máximo de geração já estão incluídos no método de otimização, por isso o algoritmo PD mostrou ser mais eficiente. O multiplicador é relativo à restrição de limite máximo de geração do gerador 1. Como o gerador 1 atingiu esse limite, pois o valor ótimo de então é diferente de zero. Por outro lado a variável não existe folga entre o valor de e seu valor foi 600 MW, é igual a zero, já que . 5.5.3 MAIS SIMULAÇÕES Além de variar o custo de uma das usinas, pode-se, por exemplo, variar o valor da carga. Levando em conta o limite máximo de cada unidade sabe-se que para esta situação a carga máxima possível a ser alimentada é de 1200 MW. Assim sendo, se fixar uma carga no valor de 1100 MW pode-se concluir qual das unidades é a mais cara, levando-se em conta o valor de carga citado e as funções custo do Exemplo 3.1. A Tabela 25 apresenta os resultados encontrados: 87 Tabela 25: Resultados da implementação para ( ( ) 532,5917 ( ) 400 ( ) 167,4083 ) 9,5838 67,4083 0 32,5917 682,5917 500 217,4083 0 0,1818 0 0 0 0 Fonte: Autoria Própria, 2014. Com os resultados mostrados na Tabela 25 conclui-se, que para esta situação, a unidade 2 é a mais econômica para produção de energia. É possível também variar o valor de β para saber qual sua influência no programa. Mudando β de 1,3 para 2,6 é percebido uma grande diferença no número de iterações. Para o Exemplo 3.1, os valores descritos na Tabela 23 não variam, apenas o número de iterações realizadas, com β=1,3 foram realizadas sessenta e nove iterações, já para β=2,6 o número reduz para vinte e duas. Portanto, aumentando o valor de β mais rapidamente o programa irá convergir. Por último, foram realizados testes com cargas pequenas. A tabela 26 apresenta os resultados para . 88 Tabela 26: Resultados da implementação para ( ( ) 205,3077 ( ) 183,3457 ( ) 61,3466 ) 8,5614 394,6923 216,6543 138,6534 355,3077 283,3457 111,3466 0,2163* 0,3940* 0,6156* 0,2402* 0,3012* 0,7666* Fonte: Autoria Própria, 2014. Com a Tabela 26, percebe-se que para pequenas cargas a usina 2 também é a mais econômica. 5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO Neste capítulo foram implementados os quatro métodos estudados nos Capítulos 3 e 4. O Método de Iteração Lambda, que foi exemplificado com uma função cúbica e é um método que despreza as perdas, apresenta como solução um ponto ótimo para determinada situação, entretanto foi visto que esta solução nem sempre será dentro do limite de geração. Também foi mostrado que o valor inicial de lambda apresenta uma limitação. 89 O algoritmo do despacho econômico considerando perdas não obteve bons resultados pois apenas calcula um ponto de operação do sistema sem considerar os valores mínimos e máximos de geração de cada unidade geradora. De maneira geral, o algoritmo de Despacho Econômico considerando Fatores de Penalidades (FATPEN) pode ser considerado mais eficiente, como foi dito anteriormente, e encontra valores aceitáveis para despacho econômico, porém os resultados não podem ser considerados como sendo o ponto ótimo porque não atendem a condição de otimalidade, na qual a soma das potências geradas pelas unidades geradoras deve ser igual a soma da potência da carga mais a potência de perdas. Outro ponto positivo do algoritmo é que ele tem a capacidade de limitar os valores de geração que são definidos para cada unidade geradora. O Método dos Pontos Interiores Primal Dual mostrou ser um método de despacho econômico eficiente e prático, sua programação é relativamente rápida de ser feita e o algoritmo não apresenta nenhuma limitação agravante. O programa PD_EX3.1B mostrou a eficiência do método, como uma das usinas iria produzir mais que o limite máximo, o programa fixou diretamente o valor da potência da unidade 1 no seu valor limite. 90 6. CONCLUSÕES FINAIS Este trabalho apresentou uma explicação do setor elétrico brasileiro para poder expor ao leitor a situação do Brasil com relação à geração de energia elétrica, a importância das termelétricas junto ao SIN e para mostrar como cada vez mais é necessário evitar gastos excessivos. Para isso o estudo de métodos de despacho econômico. Foram estudados quatro métodos, sendo que cada um tem sua respectiva particularidade, como considerar ou não as perdas por transmissão. A Tabela 27 mostra os nomes que foram atribuídos a cada um dos algoritmos implementados no decorrer deste trabalho. Tabela 27: Nomes dos algoritmos implementados MÉTODO DE DESPACHO ECONÔMICO NOME ATRIBUÍDO Método de Iteração Lambda LAMBDA Despacho Econômico com Perdas DE_PERDAS Fatores de Penalidades FATPEN Método Primal-Dual (Pontos Interiores) PD Fonte: Autoria Própria, 2014. Analisando os resultados de cada método conclui-se que o Método de Pontos Interiores Primal Dual é o mais eficiente, método no qual pode considerar ou não as perdas de transmissão e também procura um ponto ótimo considerado o limite de geração. Outro método que se mostrou eficiente foi o método considerando fatores de penalidades, nesse método porém a soma das potências geradas é um pouco maior do que a carga, por isso não pode-se dizer que o resultado encontrado no programa para cada situação seja o ponto ótimo. 91 Se os métodos fossem desenvolvidos a mão, o método de despacho econômico considerando perdas seria o método mais fácil de implementar pois utilizada uma matemática mais simples, já o método primal-dual seria o método mais complicado pois utiliza uma matemática mais complexa. Utilizando a ideia anterior e os algoritmos criados durante o trabalho, pode-se perceber que o programa do método PD utilizaria muito mais memória para rodar o programa do que o método DE_PERDAS. Através deste trabalho novos conhecimentos puderam ser adquiridos como o aprendizado sobre otimização, fórmula de Lagrange, Método de Newton, Método da Secante, etc. Alguns conteúdos abordados no trabalho nem sempre são abordados no curso de graduação. Para futuros trabalhos podem ser realizados estudos mais aprofundados no Método de Pontos Interiores Primal-Dual. Uma alteração interessante para o método é inserção de perdas por transmissão. 92 REFERÊNCIAS A geração termelétrica por biomassa. Revista Grandes Construções. Edição 10, dez. 2010. Disponível em: <http://www.grandesconstrucoes.com.br/br/index. php?option=com_conteudo&task=viewMateria&id=344> Acesso em 20 de Julho de 2013. ALMEIDA, Alvaro A. W. Produção de energia termelétrica no Brasil. Julho, 2011. Disponível em: <http://alvaroaugusto.blogspot.com.br/2011/07/ producao-de-energia-termeletrica-no.html> Acesso em 20 de Julho de 2013. ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. 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Informe a Imprensa: Demanda de Energia Elétrica – 10 anos. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/imprensa/ PressReleases/20120104_3.pdf> Acesso em 04 de Março de 2013. FREITAS, Francisco D. Otimização e Despacho Econômico. Capítulo 7. Notas de Aula. Disponível em: <http://www.gsep.ene.unb.br/osem/damasceno/ASP-2- 2009/Notas-de-aula/Cap7-otimizacao.pdf> Acesso em 1 de setembro de 2013. GASTALDO, Marcelo Machado. O Setor Elétrico: Histórico da regulamentação do setor elétrico brasileiro. Direito em Energia Elétrica. Capítulo 1. P. 36-42. jan. 2009. Disponível:<http://www.osetoreletrico.com.br/ose/assets/2c688ee8/ed.36_fasciculo_ capitulo_1_direito_em_energia_eletrica.pdf> Acesso em 16 de Julho de 2013. GÓMEZ-EXPÓSITO, Antonio; CONEJO, Antonio J.; CAÑIZARES, Claudio. Sistemas de Energia Elétrica: Análise e Operação. 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. MAGALHÃES, Gerusa; PARENTE, Virginia. 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New York: John Wiley & Sons, Inc., 1996. 96 APÊNDICE LAMBDA_EX3.3 clear all clc P1min=320; P1max=800; P2min=300; P2max=1200; P3min=275; P3max=1100; format long lambda(1,1)=8; %dC1=6.95+0.001936*(P1)+0.000000381*((P1)^2); %dC2=7.051+0.001475*(P2)+0.00000019359*((P2)^2); %dC3=6.531+0.00208*(P3)+0.0000002994*((P3)^2); r1=[0.000000381 0.001936 6.95-lambda(1,1)]'; r2=[0.00000019359 0.001475 7.051-lambda(1,1)]'; r3=[0.0000002994 0.00208 6.531-lambda(1,1)]'; P1=roots(r1) P2=roots(r2) P3=roots(r3) PL=2500; PT(1,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(1,1) lambda(1,1)] lambda(2,1)= 1.1*lambda(1,1); r1=[0.000000381 0.001936 6.95-lambda(2,1)]'; r2=[0.00000019359 0.001475 7.051-lambda(2,1)]'; r3=[0.0000002994 0.00208 6.531-lambda(2,1)]'; P1=roots(r1); P2=roots(r2); P3=roots(r3); PT(2,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(2,1) lambda(2,1)] tol=0.1; erro=1; i=2; while (erro>tol) f=i+1; g=i-1; lambda(f,1)=lambda(i,1)+(PL-PT(i,1))*((lambda(i,1)lambda(g,1))/(PT(i,1)-PT(g,1))) %metodo secante r1=[0.000000381 0.001936 6.95-lambda(f,1)]'; r2=[0.00000019359 0.001475 7.051-lambda(f,1)]'; r3=[0.0000002994 0.00208 6.531-lambda(f,1)]'; P1=roots(r1); P2=roots(r2); P3=roots(r3); PT(f,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); 97 disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(f,1) lambda(f,1)] erro=abs(PL-PT(f,1)) disp('contador de i'); i=i+1 end LAMBDA_EX3.4 clear all clc P1min=320; P1max=800; P2min=300; P2max=1200; P3min=275; P3max=1100; format long lambda(1,1)=10; %dC1=6.95+0.001936*(P1)+0.000000381*((P1)^2); %dC2=7.051+0.001475*(P2)+0.00000019359*((P2)^2); %dC3=6.531+0.00208*(P3)+0.0000002994*((P3)^2); r1=[0.000000381 0.001936 6.95-lambda(1,1)]'; r2=[0.00000019359 0.001475 7.051-lambda(1,1)]'; r3=[0.0000002994 0.00208 6.531-lambda(1,1)]'; P1=roots(r1) P2=roots(r2) P3=roots(r3) PL=2500; PT(1,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(1,1) lambda(1,1)] lambda(2,1)= 1.1*lambda(1,1); r1=[0.000000381 0.001936 6.95-lambda(2,1)]'; r2=[0.00000019359 0.001475 7.051-lambda(2,1)]'; r3=[0.0000002994 0.00208 6.531-lambda(2,1)]'; P1=roots(r1); P2=roots(r2); P3=roots(r3); PT(2,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(2,1) lambda(2,1)] tol=0.1; erro=1; i=2; while (erro>tol) f=i+1; g=i-1; lambda(f,1)=lambda(i,1)+(PL-PT(i,1))*((lambda(i,1)lambda(g,1))/(PT(i,1)-PT(g,1))) %metodo secante 98 r1=[0.000000381 0.001936 6.95-lambda(f,1)]'; r2=[0.00000019359 0.001475 7.051-lambda(f,1)]'; r3=[0.0000002994 0.00208 6.531-lambda(f,1)]'; P1=roots(r1); P2=roots(r2); P3=roots(r3); PT(f,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(f,1) lambda(f,1)] erro=abs(PL-PT(f,1)) disp('contador de i'); i=i+1 end LAMBDA_IMP clear all clc P1min=320; P1max=800; P2min=300; P2max=1200; P3min=275; P3max=1100; format long lambda(1,1)=4.49061942258; CB1=1; CB2=1; CB3=1; r1=[0.000000381*CB1 0.001936*CB1 6.95*CB1-lambda(1,1)]'; r2=[0.00000019359*CB2 0.001475*CB2 7.051*CB2-lambda(1,1)]'; r3=[0.0000002994*CB3 0.00208*CB3 6.531*CB3-lambda(1,1)]'; P1=roots(r1) P2=roots(r2) P3=roots(r3) PL=2500; PT(1,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(1,1) lambda(1,1)] lambda(2,1)= 1.1*lambda(1,1); r1=[0.000000381*CB1 0.001936*CB1 6.95*CB1-lambda(2,1)]'; r2=[0.00000019359*CB2 0.001475*CB2 7.051*CB2-lambda(2,1)]'; r3=[0.0000002994*CB3 0.00208*CB3 6.531*CB3-lambda(2,1)]'; P1=roots(r1); P2=roots(r2); P3=roots(r3); PT(2,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(2,1) lambda(2,1)] tol=0.1; erro=1; i=2; while (erro>tol) && (i<50) 99 f=i+1; g=i-1; lambda(f,1)=lambda(i,1)+(PL-PT(i,1))*((lambda(i,1)lambda(g,1))/(PT(i,1)-PT(g,1))) %metodo secante r1=[0.000000381*CB1 0.001936*CB1 6.95*CB1-lambda(f,1)]'; r2=[0.00000019359*CB2 0.001475*CB2 7.051*CB2-lambda(f,1)]'; r3=[0.0000002994*CB3 0.00208*CB3 6.531*CB3-lambda(f,1)]'; P1=roots(r1); P2=roots(r2); P3=roots(r3); PT(f,1)=P1(2,1)+P2(2,1)+P3(2,1); disp('P1 P2 P3 PT LAMBDA ' ); disp(' '); x=[P1(2,1) P2(2,1) P3(2,1) PT(f,1) lambda(f,1)] erro=abs(PL-PT(f,1)) disp('contador de i'); i=i+1 if (erro<tol) disp('atingiu'); end end DE_PERDAS tol=0.01; tol1=1; Ng=3; N=Ng+1; P=[300,350,200]'; Pmax=[600,400,200]'; Pmin=[150,100,50]'; Pant=[0,0,0]'; A1=0.0017182; A2=0.00194; A3=0.00482; A=[0.0017182,0.00194,0.00482]; B1=8.712; B2=7.85; B3=7.97; B=[8.712,7.85,7,97]; C1=617.1; C2=310; C3=78; C=[617.1,310,78]; cont=0; PL=850; CustoT=0; while (cont<30) && (tol1>tol) dP1=0.00006*P(1,1); dP2=0.00018*P(2,1); dP3=0.00024*P(3,1); PerdasT=(0.00003*P(1,1)^2)+(0.00009*P(2,1)^2)+(0.00012*P(3,1)^2) M=[(2*A1) 0 0 (-1+dP1);0 (2*A2) 0 (-1+dP2);0 0 (2*A3) (-1+dP3);1 1 1 0]; b=[-B1;-B2;-B3;(PL+PerdasT)]; x=M\b for i=1:Ng Pant(i,1)=P(i,1); P(i,1)=x(i,1); 100 if P(i,1)>Pmax(i,1) P(i,1)=Pmax(i,1); elseif P(i,1)<Pmin(i,1) P(i,1)=Pmin(i,1); end end lambda=x(N,1); for i=1:Ng deltaP(i,1)=P(i,1)-Pant(i,1); end tol1=max(abs(deltaP)); cont=cont+1; cont end for i=1:Ng x=x'; CustoT=CustoT+A(i).*x(i).^2+B(i).*x(i)+C(i) end FATPEN clear all ng=3; F(1,3)=0.001562; F(1,2)=7.92; F(1,1)=561; F(2,3)=0.00194; F(2,2)=7.85; F(2,1)=310; F(3,3)=0.00482; F(3,2)=7.97; F(3,1)=78; Pmin(1)=150; Pmax(1)=600; Pmin(2)=100; Pmax(2)=400; Pmin(3)=50; Pmax(3)=200; B=zeros(ng,ng); B(1,1)=.00003; B(2,2)=.00009; B(3,3)=.00012; Bo=zeros(1,ng); Bo=Bo'; boo=0; PL=850; delta=0.01; erro=0.01; ITERmax=100; ITERmax1=10000; Perdas=0; n=ng+1; A=zeros(n,n); for i=1:ng A(i,i)=2.*F(i,3) A(n,i)=1 A(i,n)=-1 c(i)=-F(i,2) end 101 A(n,n)=0 c(n)=PL c=c' P0=((A)^-1)*c; %P0=A\c for i=1:ng P(i)=P0(i) if P(i)>Pmax(i) P(i)=Pmax(i) elseif P(i)<Pmin(i) P(i)=Pmin(i) end; end; P=P'; CustoT=0; for i=1:ng CustoT=CustoT+F(i,3).*P(i).^2+ F(i,2).*P(i)+F(i,1) end lamb0=P0(n); for i=1:ng for j=1:3 Funcao(j)=0; Funcao(j)=F(i,j); end; end for i=1:ng for j=1:3 Mperdas(j)=0; Mperdas(j)=B(i,j); end; end; for i=1:ng Vperdas(i)=Bo(i); end; k=1; while k<ITERmax dPerdas=Bo + 2.*(B*P) Perdas=(P')*B*P + (Bo')*P + boo PD=PL + Perdas for i=1:ng FP(i)=1/(1-dPerdas(i)) end lamb=lamb0 k1=1; while k1<ITERmax1 %passo5 (calculo de P(i) usando as equações de coordenação) somaP=0; for i=1:ng P(i)=(lamb-FP(i)*F(i,2))/(2*FP(i)*F(i,3)) if P(i)>Pmax(i) P(i)=Pmax(i) elseif P(i)<Pmin(i) P(i)=Pmin(i) end somaP=somaP + P(i) end if (somaP>PD) lambotimo=lamb break; end; teste=abs(somaP-PD) 102 if (teste<delta) lambotimo=lamb break; end; lamb=lamb+0.01 k1=k1 + 1; end %while (passo5) lambotimo=lamb Perdas=(P')*B*P + (Bo')*P + boo erro1=0 CustoT=0 for i=1:ng CustoT=CustoT+F(i,3).*P(i).^2+ F(i,2).*P(i)+F(i,1) dif=abs(P(i)-P0(i)); P0(i)=P(i); if dif>erro1 erro1=dif end end if erro1<erro break; end k = k+1; end %while dPerdas=Bo + 2.*(B*P); PD_EX3.1 clear all clc ng=3; Plim=[600; 400; 200; 150; 100; 50]; q1=0.001562; q2=0.00194; q3=0.00482; C1=7.92; C2=7.85; C3=7.97; C=[C1; C2; C3]; Q=[q1 0 0;0 q2 0;0 0 q3]; e=[1;1;1]; eT=[1;1;1]'; FP=[1 0 0; 0 1 0;0 0 1;-1 0 0;0 -1 0; 0 0 -1]; FPT=[1 0 0; 0 1 0;0 0 1;-1 0 0;0 -1 0; 0 0 -1]'; PL=850; tol=0.000001; beta=1.3; sigma=0.995; lambda=1.0; for i = 1:ng P(i,1) = (Plim(i,1)+Plim(i+ng,1))*0.5; mpi(i,1) = 1.0; mpi(i+ng,1) = 1.0; s(i,1) = 1.0; s(i+ng,1) = 1.0; end 103 k = 0; kmax = 100; norma = 1e7; while (norma>tol) && (k<kmax ) k = k+1; %==============Calculo de Mi - Parametro da barreira logaritmica============== n_folga = 2*ng; aux =(s(:))'*(mpi(:)); mi = aux/(beta*n_folga) ; %======================================================================= I =diag(ones(2*ng,1)); S = diag(s); PI = diag(mpi); h1=[2*Q -e FPT zeros(ng,2*ng)]; h2=[-eT zeros(1,1) zeros(1,2*ng) zeros(1,2*ng)]; h3=[FP zeros(2*ng,1) zeros(2*ng,2*ng) I]; h4=[zeros(2*ng,ng) zeros(2*ng,1) S PI]; %H=[2*Q -e FPT zeros(ng,2*ng);-eT zeros(1,1) zeros(1,2*ng) zeros(1,2*ng);FP zeros(2*ng,1) zeros(2*ng,2*ng) I;zeros(2*ng,ng) zeros(2*ng,1) S PI]; H=[h1;h2;h3;h4]; LD1=C+2*Q*P-lambda*e+FPT*mpi; LD2=PL-eT*P; LD3=FP*P+s-Plim; LD4=S*PI*ones(2*ng,1)-mi*ones(2*ng,1); LD=[-LD1;-LD2;-LD3;-LD4]; delta = H\LD; delta_P= delta(1:ng); delta_lambda = delta(ng+1); delta_mpi = delta(ng+2:3*ng+1); delta_s = delta(3*ng+2:5*ng+1); %Calculo de ad e ap - Tamanho de passos p1 = [delta_s(:).\s(:)]; r1 = [delta_mpi(:).\mpi(:)]; pneg = -p1(p1<0); pneg = [pneg;1]; ap = min(pneg); rneg = -r1(r1<0); rneg = [rneg;1]; ad = min(rneg); %============================================================= P =P + sigma*ap*delta_P; s =s + sigma*ap*delta_s; lambda = lambda + sigma*ad*delta_lambda; mpi = mpi + sigma*ad*delta_mpi; % Calculo das factibiidades primal e dual e da folga complementar LD1=C+2*Q*P-lambda*e+FPT*mpi; LD2=PL-eT*P; LD3=FP*P+s-Plim; LD4=S*PI*ones(2*ng,1)-mi*ones(2*ng,1); LD=[-LD1;-LD2;-LD3;-LD4]; folgacomp = [s.*mpi]; F_primal = [LD2;LD3]; F_dual = [LD1]; fact_primal = norm(F_primal,inf); fact_dual = norm(F_dual,inf); folga_complementar = norm(folgacomp,inf); disp ' ' disp(' Fact_primal Fact_dual Folga Comp') disp ([fact_primal,fact_dual,folga_complementar]) 104 kkT =-LD; kkT = [kkT; folgacomp]; norma =norm(kkT,inf); end PD_EX3.1B clear all clc ng=3; Plim=[600; 400; 200; 150; 100; 50]; q1=0.00128; q2=0.00194; q3=0.00482; C1=6.48; C2=7.85; C3=7.97; C=[C1; C2; C3]; Q=[q1 0 0;0 q2 0;0 0 q3]; e=[1;1;1]; eT=[1;1;1]'; FP=[1 0 0; 0 1 0;0 0 1;-1 0 0;0 -1 0; 0 0 -1]; FPT=[1 0 0; 0 1 0;0 0 1;-1 0 0;0 -1 0; 0 0 -1]'; PL=850; tol=0.000001; beta=1.3; sigma=0.995; lambda=1.0; for i = 1:ng P(i,1) = (Plim(i,1)+Plim(i+ng,1))*0.5; mpi(i,1) = 1.0; mpi(i+ng,1) = 1.0; s(i,1) = 1.0; s(i+ng,1) = 1.0; end k = 0; kmax = 100; norma = 1e7; while (norma>tol) && (k<kmax ) k = k+1; %==============Calculo de Mi - Parametro da barreira logaritmica============== n_folga = 2*ng; aux =(s(:))'*(mpi(:)); mi = aux/(beta*n_folga) ; %======================================================================= I =diag(ones(2*ng,1)); S = diag(s); PI = diag(mpi); h1=[2*Q -e FPT zeros(ng,2*ng)]; h2=[-eT zeros(1,1) zeros(1,2*ng) zeros(1,2*ng)]; h3=[FP zeros(2*ng,1) zeros(2*ng,2*ng) I]; h4=[zeros(2*ng,ng) zeros(2*ng,1) S PI]; H=[h1;h2;h3;h4]; LD1=C+2*Q*P-lambda*e+FPT*mpi; LD2=PL-eT*P; LD3=FP*P+s-Plim; LD4=S*PI*ones(2*ng,1)-mi*ones(2*ng,1); LD=[-LD1;-LD2;-LD3;-LD4]; 105 delta = H\LD; delta_P= delta(1:ng); delta_lambda = delta(ng+1); delta_mpi = delta(ng+2:3*ng+1); delta_s = delta(3*ng+2:5*ng+1); %Calculo de ad e ap - Tamanho de passos p1 = [delta_s(:).\s(:)]; r1 = [delta_mpi(:).\mpi(:)]; pneg = -p1(p1<0); pneg = [pneg;1]; ap = min(pneg); rneg = -r1(r1<0); rneg = [rneg;1]; ad = min(rneg); %============================================================= P =P + sigma*ap*delta_P; s =s + sigma*ap*delta_s; lambda = lambda + sigma*ad*delta_lambda; mpi = mpi + sigma*ad*delta_mpi; % Calculo das factibiidades primal e dual e da folga complementar LD1=C+2*Q*P-lambda*e+FPT*mpi; LD2=PL-eT*P; LD3=FP*P+s-Plim; LD4=S*PI*ones(2*ng,1)-mi*ones(2*ng,1); LD=[-LD1;-LD2;-LD3;-LD4]; folgacomp = [s.*mpi]; F_primal = [LD2;LD3]; F_dual = [LD1]; fact_primal = norm(F_primal,inf); fact_dual = norm(F_dual,inf); folga_complementar = norm(folgacomp,inf); disp ' ' disp(' Fact_primal Fact_dual Folga Comp') disp ([fact_primal,fact_dual,folga_complementar]) kkT =-LD; kkT = [kkT; folgacomp]; norma =norm(kkT,inf); end 106