Plano de Ensino de Disciplina
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Plano de Ensino de Disciplina
ESCADAS Escadas são elementos arquitetônicos de circulação vertical, cuja função é vencer os diferentes níveis entre os pavimentos de uma edificação. Componentes da escada: • Degraus: São os múltiplos níveis em que se modula a escada. A parte horizontal de um degrau denomina-se piso e a parte vertical, perpendicular ao piso, denomina-se espelho. • Lance: Compõe-se de uma série ininterrupta de degraus, cujo número não poderá ser superior a 16 (dezesseis); • Patamar: Piso intermediário aos lances, com as seguintes finalidades: a) Interromper os lances, quando atingirem o limite do número de degraus; b) Servir de descanso, ainda que psicológico, às pessoas que sobem; c) Permitir mudanças de direção da escada. A largura do patamar é a mesma que a da escada e o comprimento, quase sempre, é igual à largura. • Guarda-corpo: Dispositivo que se desenvolve ao longo das extremidades laterais dos lances e serve de proteção a quem transita pela escada. Composto de elementos verticais chamados balaústre e elemento horizontal chamado corrimão. Devem ser construídos com materiais rígidos, instalados em ambos os lados das escadas (e das rampas). Devem ter largura entre 3,0 cm e 4,5 cm sem arestas vivas. Devem ser deixados um espaço livre mínimo de 4,0 cm entre a parede e o corrimão. Devem permitir boa empunhadura e deslizamento, sendo preferencialmente de seção circular. A altura do guarda corpo / corrimão deve ser de 0,90 m do piso. Para rampas e opcionalmente para escadas, devem ser instalados em duas alturas 0,90 m e 0,70 m do piso. 1 Componentes: 1 – Degrau: Composto por piso e espelho. 2 – Piso: Plano horizontal do degrau. 3 – Espelho: Plano vertical que compõe o degrau. 4 – Patamar: Elemento de ligação entre dois ou mais lances. Trata-se de um piso, cuja profundidade geralmente é igual ao da largura da escada, tendo como objetivo proporcionar uma pausa no caminhamento. 5 – Bocel ou focinho: Trata-se da borda do piso, quando este avança sobre o espelho, assemelhando-se a um “mini-beiral”. 6 – Guarda-corpo: Consiste num elemento cuja estrutura tem função de proteger as pessoas contra quedas. Pode ser construído de vários materiais. È composto pelo conjunto de balaustres e um corrimão. 7 – Balaustre: è o elemento cuja função é a de sustentar o corrimão, como um pequeno pilar. Denomina-se balaustrada ao conjunto de balaustres, propiciando o fechamento do guarda-corpo. 8 – Corrimão: É o elemento pertencente ao guarda-corpo, posicionado na parte superior, sobre os balaustres. É o elemento onde as pessoas seguram ao utilizarem a escada. 9 – Bomba: É o espaço que separa dois lances paralelos de uma escada. 2 Planta da Escada: A representação de uma escada é feita através do desenho de duas plantas, uma do 1º pavimento e outra do 2º pavimento (sabendo-se que para obtenção das plantas são passados em cada pavimento um plano horizontal, a altura de 1,50 – um metro e meio). Cortes da Escada: A representação da escada em corte é feita através de um desenho em elevação, quando seccionado por um plano vertical, que passa cortando sempre um ou mais lances da escada, excetuando-se as escadas curvilíneas, onde este plano não secciona os lances, deixando a escada em vista. 3 Exemplos de cortes: Corte no plano horizontal: Corte no plano vertical: 4 Tipos de escadas: Em lances retos: • Escadas de único sentido ou escada retilínea de um lance: È aquela que possui apenas uma direção de caminhamento sem interrupção. 5 • Escadas de sentidos perpendiculares ou retilíneas de lances normais: È aquela que possui dois lances, cujas direções são distintas ( em “L”), tendo uma interrupção no seu caminhamento, denominado “patamar”. 6 • Escada em sentidos opostos ou paralela de dois lances: São aquelas que possuem dois lances paralelos com direções e sentidos opostos, apresentando ainda um patamar duplo que faz a ligação entre os lances. 7 • Escada de lances normais e paralelos: São aquelas que possuem três lances e dois patamares. A mudança de direção de caminhamento se faz por duas vezes, através destes patamares. 8 • Escada em cruz: Aquela composta de quatro lances e três patamares. A direção de caminhamento dessa escada circunda um espaço vazio, que se denomina “bomba”, sendo seu formato semelhante a uma cruz. 9 Em lances curvos: • Mista: È aquela composta de um lance que, em determinado ponto de seu percurso, muda de direção de caminhamento através da modificação de sua forma inicial. 10 • Escada Helicoidal: É aquela cuja a forma assemelha-se a um circulo, desenvolvendo o seu caminhamento em torno de um eixo vertical, denominado “peão”, sendo este, geralmente, o próprio pilar onde os degraus serão engastados. 11 • Escada circular aberta: É aquela que corresponde à escada cujo desenvolvimento, embora circular, não completa o fechamento do círculo; seus degraus não são engastados em um pilar central. Há duas formas de estruturas este tipo de escada: 1 – Degraus estruturados lateralmente, engastados em uma viga. 2 – Degraus estruturados sobre uma laje. 12 Tipos de Estruturas: Os tipos de estruturas das escadas variam em função dos materiais e dos elementos de sustentação ou estruturais. Quanto aos materiais as escadas podem ser construídas de pedra, madeira, tijolo, metal e concreto. Com relação aos elementos estruturais, as escadas obedecem às leis normais de sustentação, apoiando – se em pilares, vigas e lajes. Alvenaria de Tijolo 13 Estrutura de Madeira Estrutura Metálica 14 Escadas de Concreto: Estrutura de Concreto As escadas de concreto diferenciam-se pelos seus elementos estruturais, ou seja, lajes e vigas e, em alguns casos, pelos pilares. A seguir, exemplos de escadas que mostram algumas possibilidades tanto estruturais quanto formais, salientando que de acordo com cada projeto, caberá ao projetista decidir o tipo de escada mais adequado a ser construído. Escada estruturada por uma laje sem vigas 15 Escada estruturada por uma laje com vigas laterais Escada estruturada por uma laje com viga central Escada estruturada com uma viga lateral, geralmente Embutida na parede, tendo seus degraus engastados nesta viga 16 Escada estruturada por uma laje com duas vigas centrais Escada estruturada por uma laje com vigas laterais invertidas A largura mínima das escadas será de noventa centímetros (0,90 m), salvo nas edificações de uso coletivo que deverá ser de no mínimo um metro e vinte centímetros um metro e vinte e cinco centímetros (1,20 / 1,25 m). Todas as escadas que se elevarem a mais de um metro (1,00m) de altura sobre a superfície do solo, devem ser guarnecidas de guarda-corpo. Nenhuma escada caracol poderá ter menos de trinta centímetros (0,30 m) na parte mais larga do piso de cada degrau. Caixa de escada é o compartimento destinado à escada cujas dimensões dependem do espaço ocupado pela escada. Desenvolvimento: é o espaço ocupado pela mesma em projeção horizontal. 17 Calculo de uma escada: Blondel, arquiteto francês, estabeleceu uma formula empírica que permite calcular a largura do piso em função da altura do espelho e vice-versa. Considerase ainda segundo Blondel, que o esforço para se vencer as diferenças de nível, corresponde ao dobro do esforço necessário para se vencer esta mesma distância, no plano horizontal. Pode-se assim escrever: P + 2h = k ou 2e + 1p = 63/64 Onde: p = profundidade (largura) do piso h /e= altura do espelho k = valor médio do passo humano (no Brasil 62 ≤ k ≤ 64) Ou seja: A soma de duas medidas do espelho utilizado na escada somado com a medida do piso da mesma escada deve ficar entre 63 e 64 cm para garantir conforto. A altura do degrau, ou seja, o espelho, não deve ser superior a 18 cm, pois a partir daí, o músculo da panturrilha começará a sentir esforço. A profundidade do degrau, ou seja, o piso, não deve ser inferior a 28 cm, pois será fácil para escorregar. Pisos (p): 0,28 m < p < 0,32 m. Espelhos (e):0,16 m < e < 0,18 m As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada. No calculo da escada, consideram – se: H = pé direito + espessura da laje (+ revestimento) h’ = altura arbitrária do espelho (16,5 ≤ h’ ≤ 17,5) h = altura final do espelho (corrigida) n = número de espelhos p = profundidade (largura) do piso P = dimensão do patamar, tomada no sentido do desenvolvimento da escada 18 L = Largura da escada Aplicação numérica: Considerar uma escada em que H = 2,90 m (pé direito de 2,80 m + laje de 0,10 m) Uma altura de espelho ideal entre 16.5/17,5 cm, considerar inicialmente alt. igual a 17,0 cm. Teremos então: H = h’ . n N = H / h’ = 280 / 17 = 16,47 cm Porém “n” deve ser um número inteiro, senão teríamos com 16 degraus e 0,47 de um degrau. Podemos então aproximar o valor de “n” por falta ou por excesso. n 1 = 16 por falta ou n 2 = 17 por excesso Logo teremos: h’ 1 = H / n 1 = 280 / 16 = 17,5 cm h’ 2 = H / n 2 = 280 / 17 = 16,47 cm Como ambos os valores estão entre 16,5 ≤ h’ ≤ 17,5, podemos considerar qualquer um dos dois. Aplicando a fórmula de Blondel, teremos: p + 2 h = 64 p = 64 – 2 x 17,5 = 29 cm. Portanto o piso terá a largura de 29 cm e o espelho altura de 17,5 cm. Equações para calculo de desenvolvimento: Escada em lance retilíneo: - Com patamar: D = (n – 2) p + P - Sem patamar: D = (n – 1) p n = nº de espelhos = 16 cm p = largura do piso = 29 cm P = patamar = largura da escada = 90 cm Exemplo: Com patamar: D = (n-2) p + P = (16-2) . 29 + 90 = 496 = 4,96 m Sem patamar: D = (n-1) p = (16-1) . 29 = 435 = 4,35 m 19 Escada de lances normais com patamar: n = nº de espelhos = 17 cm p = largura do piso = 29 cm P = patamar = largura da escada = 90 cm - Quando o número de espelhos for impar D 1 = (n – 1 / 2) p + P ( lance maior) Exemplo: D 1 = (17 – 1 / 2) . 29 + 90 = 322 = 3,22 m D 2 = (n – 3 / 2) p + P ( lance menor) Exemplo: D 2 = (17 – 3 / 2) . 29 + 90 = 293 = 2,93 m n = nº de espelhos = 16 cm p = largura do piso = 29 cm P = patamar = largura da escada = 90 cm - Quando o numero de espelhos for par: D 1 = D 2 = (n – 2 / 2 ) p + P Exemplo: D 1 = D2 = (16 – 2 / 2) . 29 + 90 = 293 = 2,93 m 20
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