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Geografia do Gisele Girardi Bacharelado e Licenciatura em Geografia pela Universidade de São Paulo, Mestrado em Geografia pela Universidade de São Paulo e Doutorado em Geografia pela Universidade de São Paulo. Professora de Cartografia da Universidade Federal do Espírito Santo. 4 5 .o/ ano .o GEOGRAFIA Volume único 1ª. edição – São Paulo – 2011 MANUAL DO PROFESSOR Geografia do Espírito Santo Copyright © Gisele Girardi, 2011 Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A. Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo - SP CEP 01326-010 Tel. (0-XX-11) 3598-6000 Caixa Postal 65149 - CEP da Caixa Postal: 01390-970 Internet: <www.ftd.com.br> E-mail: [email protected] Diretora editorial Silmara Sapiense Vespasiano Editora Débora Lima Editora assistente Alaíde Santos Assistentes de produção Lilia Pires e Ana Paula Iazetto Assistente editorial Cláudia Casseb Sandoval Preparação e revisão Lucila Vrublevicius Segóvia Geuid Dib Jardim Coordenador de produção editorial Caio Leandro Rios Edição de arte, projeto gráfico e capa Tania Ferreira de Abreu Foto da capa: Humberto Capai/Usina de Imagem e Photodisc/Getty Images (Vila Velha com fundo artístico) Cartografia: Allmaps Pesquisa iconográfica: Thaisi Lima Assistente de pesquisa: Cristina Mota Editoração eletrônica Diagramação: Fabiano dos Santos Mariano e Rigoberto do Rosário Jr. Tratamento de imagens: Ana Isabela Pithan Maraschin, Eziquiel Racheti, Oséias Dias Sanches, Vânia Aparecida Maia de Oliveira Gerente de produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Girardi, Gisele Geografia do Espírito Santo, 4 o./5 o. ano : volume único / Gisele Girardi. — 1. ed. — São Paulo : FTD, 2011. Bibliografia. ISBN 978-85-322-7781-7 (aluno) ISBN 978-85-322-7782-4 (professor) 1. Espírito Santo — Geografia (Ensino fundamental) I. Título. 11-03237 CDD-372.8918152 Índices para catálogo sistemático: 1. Espírito Santo : Geografia : Ensino fundamental 372.8918152 Índice UNIDADE 9 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE 6 UNIDADE 7 GLOSSÁRIO.......................................................142 Nossa vida, nosso lugar............................. 5 As paisagens urbanas .................................80 UNIDADE 10 Os mapas ...........................................................14 Circulação, energia e comunicação ......91 UNIDADE 11 As fontes de informações geográficas ...23 O relevo e as paisagens ..........................101 UNIDADE 12 A paisagem e sua história ...........................32 O tempo e o clima .....................................112 UNIDADE 13 A população....................................................41 A vegetação.....................................................122 UNIDADE 14 A cultura capixaba ..........................................51 Água: fonte de vida .....................................129 UNIDADE O trabalho ...................................................59 UNIDADE 8 BIBLIOGRAFIA ...................................................143 Sérgio Dotta Jr. SUPLEMENTO: As paisagens rurais ........................................67 Atlas do Espírito Santo ............................145 40° O Espírito santo - político BAHIA Mucurici Montanha E S 1 30 Ponto Belo Pedro Canário Rio Ita Ecoporanga ax Pinheiros é LEGENDA Limite estadual Água Doce do Norte Boa Esperança Sede municipal Conceição da Barra Vila Pavão Nova Venécia Rio Cricaré R ES 381 io São M ateus São Mateus Barra de São Francisco ES 080 Mantenópolis São Gabriel da Palha BR 1 São Domingos do Norte Sooretama Governador Lindenberg Pancas MINAS GERAIS Ba rra Seca Nor te Vila Valério Rio São José 01 Águia Branca ES 1 64 Jaguaré R Alto Rio Novo io Lagoa Juparanã Rio Bananal Marilândia Linhares Colatina BR 25 164 I São Roque do Canaã João Neiva Rio aq uê 80 Pir Itarana Aracruz Ibiraçu ES 0 Laranja da Terra Ma ria -Açu 20° S Â Santa Maria de Jetibá 61 ES Rio Sa nta Afonso Cláudio 2 ES Fundão 010 Santa Teresa 20° S T Itaguaçu N Rio Gu andu EF Vitória a M inas 9 Baixo Guandu ES CE C RIO DO O Rodovias principais Ferrovias da Vi t óri a Santa Leopoldina 40° O Serra T A ol O Guarapari N l S 1 01 Rod ovi ad oS ân tica Rio Itabapoana Escala 17 Presidente Kennedy BR Anchieta A Piúma E Itapemirim Marataízes 34 km Fonte de pesquisa: IBGE, 2007; IDAF, 2007; DERFES, 2007. Autoria: Girardi, 2007 Allmaps Apiacá Atílio Vivacqua Rio I ta ES pe mi rim 0 u C Mimoso do Sul VITÓRIA Vila Velha O Bom Jesus do Norte 0 Muqui São José do Calçado Iconha Rio Novo do Sul Cachoeiro de Itapemirim 49 RIO DE JANEIRO 2 060 Alegre ES 48 Jerônimo Monteiro Guaçuí Jucu Rio ES Dores do Rio Preto l At ral Rio Be n Cent F E Alfredo Vargem Chaves Alta te en ev to lo C a st e irei Castelo Rio t Nor eD Viana Marechal Floriano 6 Braço Nor te Esq ES 181 ue r do Ibitirama Divino de São Lourenço Cariacica Domingos Martins BR 2 S ul o ç a r 62 Rio Jucu B Muniz Freire Rio raço ES 18 5 Rio B Iúna Rio J ucu Braço Norte Venda Nova do Imigrante ES 16 Irupi Conceição do Castelo L Brejetuba Ibatiba ún a s Rio Cot 1 isc/Getty Images UNIDADE Photod Nossa vida, nosso lugar Nós vivemos em sociedade e isso quer dizer que convivemos com várias pessoas e em várias situações. Para a realização de suas atividades as pessoas compõem grupos sociais, constroem e reconstroem locais e vão, com isso, promovendo transformações na paisagem. ORIENTAÇÃO: Manual, página 10 1. Os grupos sociais Professor(a): como aquecimento, leia com os alunos o parágrafo acima e, se possível, peça que eles comentem a respeito. Pergunte se eles podem exemplificar suas próprias ideias. Todos nós fazemos parte da sociedade e participamos de um ou mais grupos sociais, que são conjuntos de pessoas que se unem por afinidades ou por interesses em comum. Professor(a): a partir dos textos dos alunos, explore as fotografias. Pergunte: “Que locais são esses (praia, sala de aula, parque)? Como os reconhecem?” Depois peça que pensem em suas vidas e atividades Observe e escreva e discuta com eles as semelhanças e as diferenças entre suas próprias realidades e o que está retratado. As famílias são iguais? PhotoDisc/Getty Crianças brincando no parque. Neoimagem Images Photodisc/Getty Images Observe as imagens e, em seu caderno, escreva um pequeno texto sobre cada uma delas. Observe o ambiente, as pessoas e as atividades que estão retratadas. Pense em você e nos grupos dos quais participa e procure perceber as semelhanças e as diferenças com os grupos fotografados. Criança com família. As brincadeiras são iguais? A disposição da sala de aula é igual? Procure quebrar a ideia da imagem como “padrão”, levando o aluno a compreender que a imagem é só uma referência, uma possibilidade, um auxílio para pensarmos 5 Crianças na escola. em nossas próprias vidas. Se for possível, peça que tragam fotografias de suas famílias e seus amigos e tire fotos da sala de aula. Essas fotos podem ser coladas no caderno junto com o texto escrito por eles. Analise e comente A família, o conjunto de pessoas que moram no mesmo bairro e a comunidade escolar são exemplos de grupos sociais. Leia a notícia de jornal abaixo. de Vitória Amor à terra natal André Vargas/Ga zeta DANÇA POLONESA. Kaline de Souza da Silva tem 16 anos, estuda no primeiro ano do ensino médio e faz parte do grupo de dança polonesa de Águia Branca. Desde que participou de levantamento de recuperação da memória cultural ela diz que passou a gostar mais de sua terra. Kaline de Souza da Silva,16 anos, estuda no primeiro ano do ensino médio de Águia Branca, ES. (jornal A gazeta. Vitória (ES), sábado, 23 de dezembro de 2006. Caderno Cidades, p. 11) • Além da escola, de que outro grupo social a estudante Kaline participa? Ela também participa do grupo de dança polonesa. • Escreva em seu caderno um pequeno texto sobre algum grupo social do qual você faz parte, além da escola, e o nome de outras pessoas que também fazem parte dele. Explique quais são os locais onde você se encontra com essas pessoas e conte algumas atividades que desenvolvem juntas. Professor(a): depois que os alunos escreverem, dê oportunidade para que leiam seus textos em voz alta. Entreviste e conheça Entreviste uma pessoa da família. Pergunte sobre outros grupos sociais dos quais ele ou ela faz parte, além da família. Pergunte, também, sobre os locais onde se encontra com as pessoas desse grupo e sobre alguma atividade que desenvolvem juntos. Todos deverão fazer as mesmas perguntas, registrar as respostas no caderno e apresentar para a turma. Edivaldo Serralheiro SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1: Manual. Professor(a): prepare com os alunos as questões no quadro e peça que as copiem no caderno, deixando duas linhas para as respostas dos entrevistados. Procure incentivá-los a descobrir a maior diversidade possível de grupos sociais aos quais eles e seus familiares pertencem. Procure sintetizar no quadro uma coluna com o nome do grupo social (por exemplo, turma do futebol, colegas do trabalho, grupo de jovens) e o local onde se encontram (por exemplo, praça, empresa, igreja), sensibilizando os alunos para perceberem que os grupos sociais convivem e desenvolvem atividades em locais específicos. 6 2. Onde moramos? As atividades que os grupos sociais desenvolvem acontecem em uma pequena parte da superfície do nosso planeta, a Terra. A sua casa e a sua escola são exemplos de locais onde os grupos sociais convivem e desenvolvem atividades. Estes locais, juntamente com outros, compõem conjuntos maiores. A sua moradia, por exemplo, está localizada dentro do seu bairro, que, por sua vez, está localizado dentro do seu município. Os municípios capixabas fazem parte do território do Espírito Santo, que é um dos estados brasileiros. Analise e comente Edivaldo Serralheiro Mariana e Fernanda são primas. Como atualmente moram bem longe uma da outra, elas sempre se correspondem por carta. Mariana acaba de receber uma carta de Fernanda, e está muito feliz e ansiosa para saber as novidades contadas pela prima. to 12 elar amen de Av Apart asil a , s 5 o 2 b r ero – Br na Ba , núm anto Maria urada Espírito S o D o raia ado d Av. P – Est Viana ne – elar elima de Av 327 - Qu Zambézia a d n Ferna as Flores, ovíncia de e Pr iqu Rua d çamb – Mo Onde mora Mariana? Onde mora Fernanda? 7 Professor(a): o objetivo é compreender as subdivisões territoriais, as hierarquias político-administrativas. Compreender que a moradia está no município, que, por sua vez, está num território maior, seja estado ou província, que são divisões de países, que fazem parte de continentes. Observar que os países têm denominações diferentes Observe os mapas e localize os endereços de Mariana e Fernanda. para suas subdivisões. 180º 90º 0º 90º 180º Professor(a): Instrua-os a identificar o objetivo é Círculo Polar Ártico nos mapas o território compreender as que ele representa, o AMÉRICA EUROPA DO NORTE subdivisões territoriais, significado das linhas ÁSIA as hierarquias político(limites) e identificar Trópico de Câncer AMÉRICA OCEANO -administrativas. que há uma ampliação OCEANO CENTRAL ATLÂNTICO OCEANO ÁFRICA PACÍFICO PACÍFICO Compreender que a moradia na representação dos Equador está no município, que, por territórios. OCEANO ÍNDICO sua vez, está num território Trópico de Capricórnio AMÉRICA OCEANIA Escala DO SUL maior, seja estado ou 0 4.450 km província, que são divisões Na linha do Equador de países, que fazem parte de Círculo Polar Antártico continentes. Observar que ANTÁRTIDA os países têm denominações diferentes para suas VENEZUELA GUIANA TANZÂNIA GUIANA FRANCESA subdivisões. COLÔMBIA SURINAME ZÂMBIA Instrua-os a Cabo Lago AMAPÁ RORAIMA Delgado LEGENDA Niassa identificar AU Limite de país Niassa Í E nos mapas Limite de província U Nampula PARÁ AMAZONAS MARANHÃO CEARÁ RIO GRANDE o território DO NORTE Tete Q PARAÍBA PIAUÍ que eles PERNAMBUCO ACRE TOCANTINS Zambézia ALAGOAS representam, o BRASIL RONDÔNIA SERGIPE BAHIA PERU significado das MATO DISTRITO GROSSO FEDERAL linhas (limites) Sofala GOIÁS BOLÍVIA MINAS e identificar MATO GERAIS ESPÍRITO SANTO GROSSO que há uma SÃO DO SUL PAULO LEGENDA RIO DE PARAGUAI n ampliação na Inhambane JANEIRO Ca PARANÁ Limite de país ARGENTINA representação Gaza SANTA CATARINA Limite de estado dos territórios. RIO GRANDE Trabalhe com mapas Mundo Moçambique Escala DO SUL 0 URUGUAI Mapas: Allmaps Espírito Santo 800 km Manica BAHIA MALAUÍ MINAS GERAIS Z OCEANO ATLÂNTICO A de M al M B É 340 km Nampula Z I A Tete LEGENDA Limite de estado Limite de município Cidade Quelimane Sofala Escala 0 0 Zambézia Niassa Viana Escala Maputo SUAZILÂNDIA OCEANO ÍNDICO ESPÍRITO SANTO MADA GASCAR oç am b iqu e Ç A M M ÁFRICA DO SUL O ZIMB ÁBUE B I L MA Brasil n Ca al de çam Mo Escala 46 km 0 RIO DE JANEIRO 65 km e biqu LEGENDA Limite de país Limite de província Limite de distrito Cidade Fonte de pesquisa: Novo Atlas Geográfico do Estudante, 2005; site oficial de Moçambique, 2007 e IDAF, 2007. Autoria: Girardi, 2007 8 Pratique E você, onde mora? Anote no caderno o seu endereço completo: Nome do logradouro (rua, avenida, praça); número; complemento, se houver (número do apartamento, número da casa, nome do prédio); nome do bairro; nome do município; nome do estado; nome do país. Trabalhe com mapas O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística subdividiu o território brasileiro para fins de planejamento: macrorregiões (Norte, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste), que comumente denominamos “regiões brasileiras”; estados; mesorregiões; microrregiões; municípios. Leia os itens abaixo e responda no caderno: • Localize no mapa Brasil – Político no ATLAS DO ES, página 02, o estado do Espírito Santo e escreva quais são os estados que fazem limite com nosso estado. • Observe o mapa Brasil – Regiões no ATLAS DO ES, página 02, e escreva o nome da região onde fica o Espírito Santo. • Observe o mapa Região Sudeste – Político no ATLAS DO ES, página 03, e escreva quais são os outros estados que também fazem parte da região. Qual estado da Região Sudeste não faz limite com nosso estado? • Observe os mapas Divisão Mesorregional e Divisão Microrregional no ATLAS DO ES, página 04, e escreva o nome da mesorregião e da microrregião das quais o município onde você mora faz parte. • Localize no mapa Divisão Municipal no ATLAS DO ES, página 05, o município onde você mora e observe quem são os municípios vizinhos. Que outros municípios você conhece ou gostaria de Professor(a): a ênfase dessa atividade é a conhecer? compreensão do pertencimento da criança CONSULTAR ATLAS: páginas 02, 03, 04 e 05. 3. Onde estudamos ? a vários níveis territoriais e o treinamento em leitura de mapas. Antes de finalizar esta atividade peça aos alunos que coloquem uma folha transparente sobre o mapa da página 05 do ATLAS, desenhem-no e guardem-na para sobrepor a outros mapas do estado, caso seja necessário. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 2: Manual. Vamos agora aprender mais sobre sua escola? Para que os alunos tenham uma escola eficiente, várias pessoas estão envolvidas em seu funcionamento diariamente. Agenda Pense e escreva Escolha um dia dessa semana e procure se lembrar desde o momento em que você chegou à escola até o momento em que você foi embora. Escreva em seu caderno um texto contando tudo o que aconteceu e o horário: Qual foi esse dia?/A que horas você chegou?/Quem encontrou durante o período?/O que as pessoas que encontrou estavam fazendo?/Em que parte da escola estavam?/O que você fez nesse dia?/Por onde circulou?/A que horas saiu? Avalie seu dia e converse com os colegas sobre ele. Professor(a): seria importante que todos escolhessem o mesmo dia e comparassem, encontrando semelhanças e diferenças. 9 Conheça mais Agora faça o seguinte levantamento: • Todos os alunos da escola têm a mesma idade? Estudam na mesma classe? • Quantas pessoas trabalham na escola? Que tipo de trabalho fazem? • Como é a escola? Quantas salas possui? O que existe e o que acontece em cada um dos ambientes da escola? • Como é organizado o tempo na escola? Qual o horário de entrada? Qual o horário de saída? Qual o horário do recreio? Como é seu horário de atividades escolares na semana? Todo dia é igual? Sempre se utilizam da mesma sala ou mudam? • Há outras coisas que acontecem em sua escola no horário em que você está aí ou em outros horários? Professor(a): espera-se que os alunos percebam que, apesar de todos fazerem parte do • Quais são as regras principais da sua escola? mesmo grupo social – a comunidade escolar –, cada um tem seu papel no grupo. Para que o grupo conviva, ele cria normas e também ambientes diferentes para atividades específicas. Pratique Assim como sua moradia tem uma localização, ou seja, um endereço, a escola também tem. Escreva em seu caderno o nome de sua escola e o endereço completo. Nome do logradouro (rua, avenida, praça); número; complemento, se houver; nome do bairro; nome do município; nome do estado; nome do país. Consulte um guia de ruas e localize o endereço de sua escola. Se possível, faça uma cópia da página do guia e cole-a no caderno junto com as informações acima. Professor(a): se utilizar um mapa de guia de ruas ou de catálogos telefônicos, estes normalmente têm uma listagem dos nomes dos logradouros com um código que significa uma página, uma linha, uma coluna. Ajude os alunos a lidarem com este tipo de consulta, que se aproxima dos índices analíticos dos atlas escolares. Seria importante que cada aluno ou cada dupla de alunos pudesse consultar livremente o material e depois localizar e providenciar a cópia para colagem no caderno e localização da escola. Analise e comente Analise os arredores de sua escola. Escreva em seu caderno o que há em torno dela e se você percebeu alguma mudança desde o momento que entrou nessa escola. Depois comente o que você observou. • Continua do mesmo jeito? Professor(a): se for possível, faça uma caminhada com os alunos pelos arredores da orientando as observações. Depois de eles escreverem, dê oportunidade para que • Mudou ou está mudando? escola, comentem suas respostas. Construa no quadro ou em um cartaz um croqui dos arredores Ilustrações: Edivaldo Serralheiro para marcar as observações dos alunos. Para construção do croqui pode-se trabalhar com uma cópia ampliada do trecho do bairro extraída de mapas de catálogo telefônico. Pode-se também copiar o trecho em uma transparência e projetá-la no quadro ou em um papel grande, desenhando as ruas. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 3: Manual. 10 4. Da moradia à escola Para chegar até sua escola você deve fazer um pequeno ou um longo trajeto. Sua moradia e sua escola ficam no mesmo bairro e no mesmo município? Como você se desloca: a pé, de ônibus, de transporte escolar, de bicicleta, de automóvel particular ou outro meio? O que você vê durante esse trajeto: outras moradias (casas, prédios etc.), praças, parques, comércio (lojas, padarias, mercados, papelarias e outros), indústrias, serviços (bancos, salões de beleza, consultórios, oficinas etc.), prédios públicos (bibliotecas, prefeitura etc.), sítios, construções, outras escolas, templos religiosos, áreas com vegetação, rios? Como você pode perceber, seu trajeto pode ter vários elementos que você talvez nunca tenha percebido. Diariamente percorremos os mesmos caminhos para chegar a um local como a escola e o trabalho, por exemplo, e às vezes acabamos convivendo com alterações na paisagem, como alguma obra em algum trecho desse caminho. Este é o caso da avenida Fernando Ferrari, situada na capital, em obras nos anos de 2007 e 2008. Professor(a): pergunte se os alunos conhecem os locais, Secom/ES. Foto: Nestor Müller se já se utilizaram ou conhecem alguém que se utiliza da Obra de ampliação da av. Fernando Ferrari, em Vitória, no trecho em frente à Universidade Federal do Espírito Santo e à Maternidade Santa Úrsula. O antigo traçado da avenida é aquele onde vemos o fluxo dos veículos. A pista em destaque estava sendo finalizada quando a fotografia foi feita (out/2007), e podemos observar o trator nivelando o asfalto. O que significa essa alteração na paisagem para um conjunto maior de municípios e pessoas? A avenida Fernando Ferrari é uma continuação da BR-101 na parte continental do município de Vitória. É uma via importante de circulação, pela qual se chega, por exemplo, ao aeroporto, à UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) e a bairros bastante populosos. Concentra o fluxo de veículos que vêm da ilha e de municípios ao sul, como Vila Velha e Cariacica, e que passam pela Ponte da Passagem, bem como os veículos que se dirigem ao sul, vindos do município de Serra, de todo o complexo industrial e portuário de Tubarão e também do interior do estado, que vêm pela BR-101 Norte. O recente crescimento industrial e populacional da região metropolitana fez com que esta avenida ficasse pequena para todo este fluxo, o que levou os governos municipal, estadual e federal a investirem em sua ampliação. via. Pergunte também se eles acham importante a sua ampliação. Peça, também, que falem sobre exemplos de mudanças de paisagens que atualmente fazem 11 parte de seu cotidiano. Trabalhe com mapas 40°15’O Vitória v. CST (ArcelorMittal Tubarão) CVRD ri A JARDIM DA PENHA a Ufes ne eli ch i eM nt Da s EI AB GOI 20°15’S a Min CARIACICA JARDIM CAMBURI aa óri V it Sul Aeroporto Eurico Salles EF BR SERRA orteRodovia N 10 1N ort e CARAPINA Av. Fe rnan RA do S F er rar i Allmaps Agora observe o mapa abaixo e localize os lugares mencionados no texto sobre a avenida Fernando Ferrari e na legenda da foto dessa importante avenida. ORIENTAÇÃO: Manual, página 10 De ren GRANDE SÃO PEDRO S eg u nda Pon Vitória Capuaba Paul VILA VELHA ENSEADA DO SUÁ Te rc OCEANO ATLÂNTICO onte aP eir CENTRO Praia Mole a Av. Beira Mar Tubarão h Pen Av. M ípe a”da aru VITÓRIA te Ponte da Passagem Pas sagem Rodo via Ser afi m de Cana zi “Ret Baía tó l da Vi TCP Vila Velha Escala 0 1 2 km LEGENDA Limite municipal Rodovia, rua ou avenida asfaltada Aeroporto Trecho da avenida em obras Ferrovia Porto Edivaldo Serralheiro Fonte de pesquisa: IDAF, 2006. Autoria: Girardi, 2007. Professor(a): pode-se iniciar esta atividade retornando às atividades de localização da casa e da escola por meio de mapas de guias, atentando para as diferentes distâncias das moradias em relação à escola. Peça aos alunos, com dias de antecedência, que comecem a observar o caminho. O objetivo desse exercício é a observação do que há (as coisas fixas na paisagem; prédios, ruas, árvores etc.) e do que acontece (as coisas móveis, Em uma folha de papel, procure desenhar o caminho que você faz o trânsito de pessoas e automóveis, o comércio, as entre sua moradia e sua escola, colocando tudo o que vê neste trajeto, obras etc.). inclusive algum tipo de desvio. Para problematizar as observações, podem ser A cada elemento que você desenhar, especifique se são coisas da construídas questões como: por que será que os própria natureza ou se são coisas construídas pelos seres humanos. Cite terrenos vazios estão sendo usados para a construção de também a função (ou seja, para que serve ou o que é desenvolvido lá), prédios e não de casas? Por a forma (se é grande, pequeno, novo, velho, alto, baixo) e as pessoas e que há trânsito no trajeto? Por que são necessárias grupos sociais que se utilizam daquele elemento. as atividades dos locais identificados? Tais questões Compare seu desenho com os de seus colegas e observem as diferendependem dos elementos reconhecidos pelos alunos, ças e semelhanças que há entre eles. mas a observação (o que há?), a problematização (por que há?) e a construção da hipótese para explicação são imprescindíveis nesta atividade. Pratique Images Photodisc/Getty Professor(a): leia estes parágrafos com os alunos e, em cada um deles, discuta as atividades que foram desenvolvidas nesta unidade. Em ResUmo Durante nossa vida, nós fazemos parte de grupos sociais. A escola é um exemplo. Moramos em uma pequena parte da superfície do planeta Terra, ou seja, moramos em um município, localizado no estado do Espírito Santo pertencente a um país chamado Brasil. Os locais que frequentamos, como a escola, o parque e os locais por onde transitamos (o caminho da moradia até a escola, por exemplo), podem ser ricos tanto em elementos naturais como construídos pelo ser humano, e muitas vezes eles podem passar despercebidos na nossa rotina. As construções que vemos são produzidas pela sociedade para servir às suas diferentes atividades. Nós fazemos parte do lugar onde moramos e também o lugar onde moramos faz parte de nós. Dessa forma, compreender a Geografia é uma maneira de entendermos nossa própria vida. O direito de brincar, para ser plenamente exercido, depende também da criação e manutenção de áreas públicas adequadas. Este é um exemplo de como a sociedade transforma a paisagem para a satisfação de suas necessidades. 13 Os mapas 1. As diferentes visões Images Photodisc/Getty Existem muitas fontes de informação que nos auxiliam na compreensão do que ocorre nos lugares. Fotografias, relatos de pessoas, artigos de jornal, entre tantas outras fontes, nos ajudam a descobrir e entender melhor os processos de transformação de um lugar no decorrer de sua história. Elas nos ajudam a construir nosso conhecimento geográfico sobre o mundo, ou seja, entender a natureza, os grupos sociais e suas mútuas relações. Mas há um tipo de fonte de informação especial para a Geografia, que são os mapas, ou seja, imagens simplificadas que mostram uma área vista de cima para baixo. olha Imagem Bruno Miranda/F 2 UNIDADE Professor(a): como aquecimento, leia com os alunos os parágrafos acima e, se possível, peça que eles comentem a respeito. Converse com eles referenciando na unidade anterior as diferentes fontes de informações: mapas com os endereços de Mariana e Fernanda, relato dos membros da comunidade, mapa de localização da residência e da escola, foto do município e da Av. Fernando Ferrari, comparando e explorando suas diferenças. Em nossa experiência humana normal, vemos as coisas de frente, isto é, na visão lateral. Algumas vezes temos a oportunidade de olhar de um lugar mais alto, como do topo de morros, do alto de construções ou mesmo da janela de aviões. A visão de cima e de lado é a visão oblíqua. Mas raramente temos a possibilidade de olhar exatamente de cima para baixo, ou seja, na visão vertical. Visão oblíqua da Terceira Ponte que liga Vitória a Vila Velha. 14 Analise e comente Olhe com atenção as ilustrações. O que elas têm de semelhante? E o que têm de diferente? Ilustrações: Edivaldo Serralheiro SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1: Manual. ILUSTRAÇÃO 1 ILUSTRAÇÃO 2 ILUSTRAÇÃO 3 Professor(a): peça que os alunos olhem as três imagens e expliquem as semelhanças e diferenças entre elas. As ilustrações mostram os mesmos elementos, observados de ângulos de visão diferentes. Depois que eles conversarem a respeito, explique que a ilustração 1 é uma representação 15 em visão lateral, ou seja, vista de frente; a ilustração 2 é uma representação em visão oblíqua, ou seja, vista de cima para o lado; e a 3 é uma representação em visão vertical, ou seja, vista de cima para baixo. Professor(a): relembre com os alunos os lugares onde os grupos sociais realizam suas atividades, tema abordado na unidade anterior, para sugerir as construções que serão elaboradas para a maquete. Incentive-os a usar material reciclável (embalagens Construindo maquete Pratique Para treinar bem as diferentes visões dos lugares, vamos construir uma maquete de uma cidade inventada. A maquete pode ser feita com sucatas, e cada aluno fica responsável por construir um elemento da cidade vazias) para as construções e a pensar nos tamanhos adequados (casa, prédio, escola, praça, loja etc.). Em uma folha de cartolina devem para os elementos da cidade caberem nos quarteirões ser desenhadas algumas ruas, formando quarteirões. desenhados na cartolina. Como Ao terminar sua parte da maquete, cada aluno deverá desenhar o que sugestão, faça uma divisão em seis quarteirões na cartolina: construiu olhando de frente (visão lateral), de cima para o lado (visão uma rua principal, mais larga, dividindo a cartolina no sentido oblíqua) e de cima para baixo (visão vertical). do comprimento, e duas ruas que cruzem a principal, um pouco mais Depois, um de cada vez coloca o que construiu nos quarteirões, forestreitas, no sentido da largura da mando a cidade. Ao terminar a cidade inventada, todos os alunos deverão cartolina. Explore todas as visões, em ângulos diferentes, tirando observar a maquete lateral, oblíqua e verticalmente, registrando essas fotografias e expondo-as na sala. Exponha os desenhos individuais visões por desenho ou fotografia. das visões e as imagens da Edivaldo Serralheiro maquete. 16 Tako X – Marco 2. Explorando mapas e imagens verticais Professor(a): oriente os alunos na observação da tira abaixo. A cada quadro o distanciamento da visão vertical faz com que se vejam menos detalhes, porém o campo de visão se amplia. Tanto o leitor quanto os personagens observam de início as formigas e no final, o planeta. Satélite em órbita ao redor da Terra. es y Imag isc/Gett Photod Os mapas são construídos a partir da visão vertical, pois ela nos permite ver, de uma só vez, como as coisas se distribuem. Para se obter a visão vertical necessária para a elaboração dos mapas são muito utilizadas as fotografias aéreas e as imagens de satélite. Fotografias aéreas são aquelas tiradas de uma câmera fotográfica presa na parte de baixo de um avião. As imagens de satélite são obtidas a partir da energia que os vários objetos da superfície da Terra emitem. Essa energia é captada pelas antenas de satélites especiais e enviada para laboratórios de processamento, para tratamento e transformação em imagens que se assemelham a fotografias normais. Trabalhe com mapas Observe a imagem de satélite e o mapa Região Metropolitana da Grande Vitória no ATLAS DO ES, páginas 06 e 07. Compare-os, explique suas diferenças e semelhanças e as discuta com seus colegas. CONSULTAR ATLAS: páginas 06 e 07 Professor(a): faça esse exercício em duplas e peça que cada dupla sistematize suas observações. As semelhanças e diferenças que os alunos poderão observar é que na imagem não há classificação, não há nomes, não há legenda, e o mapa pode parecer “menos real”, já que é desenhado. Na imagem de satélite há detalhes que não há no mapa. Por outro lado, no mapa há legenda com explicação do que é cada coisa. Para se ler a imagem de satélite é preciso um treinamento específico para saber o significado de cada “mancha” a partir da sua textura, cor, forma etc. O que consta na lateral da imagem de satélite não é propriamente uma legenda, mas uma “chave de interpretação”, onde algumas “manchas” foram identificadas para facilitar a interpretação do conjunto da imagem. Os números (1 a 8), que constam no mapa não são para uso dessa atividade, mas para a atividade da página 89. 17 3. Os elementos do mapa Mapas são instrumentos importantes que ajudam a entender os arranjos dos elementos da superfície terrestre. Para ler um mapa plenamente precisamos saber qual é o local que ele representa e o que significa cada uma das coisas que nele estão representadas. Depois, precisamos observar onde as coisas representadas se localizam, umas em relação às outras. Além de identificar os elementos mapeados, devemos, ao olhar um mapa, procurar saber por que aqueles elementos estão lá situados. É assim que podemos descobrir as transformações na natureza promovidas pelas ações da sociedade. Veja abaixo um exemplo de mapa e seus elementos: Oeste de Greenwich Trabalho infantil no Brasil 6 RR 13 8 AM PA 7 MA RN Fonte de pesquisa Menos de 4 4 a menos de 6,5 6,5 a menos de 9 Mais de 9 5 Autoria Porcentagem de crianças de 10 a 14 anos fora da escola Fonte de pesquisa: PNUD, 2000. Autoria: Girardi e Rosa, 2005. OCEANO ATLÂNTICO 2 4 Porcentagem de crianças de 10 a 14 anos que trabalham Toponímia BA MT LEGENDA 10 6 6 7 6 PE AL SE TO RO PB 8 6 11 Legenda Coordenadas geográficas 5 5 6 14 Equador CE PI AC 30º AP 5 0º Título 60º Allmaps Orientação DF GO 5 5 MG MS ES SP 5 3 4 7 RJ Trópico d eC PR 4 apricórn io Escala SC 3 RS Escala 0 580 1160 km 30ºS Título: o título do mapa nos informa qual é o lugar e qual é a informação que temos no mapa. Nos mapas encontramos elementos da realidade que foram selecionados, agrupados e transformados em sinais gráficos (cores e formas). O significado desses sinais gráficos é explicado na legenda. Podemos então dizer que a legenda funciona como um “dicionário” do mapa. Outro elemento importante a ser observado no mapa é a toponímia, que são os nomes dos lugares. Além da legenda e da toponímia, há outras informações que são incluídas no mapa. Vamos ver o que significa cada uma delas? SUGESTÃO DE ATIVIDADE 2: Manual. Escala: a escala vai nos dizer qual é a proporção entre as medidas do mapa e as medidas reais. Observe que no mapa existe uma pequena régua (a escala gráfica), na qual podemos ver que um centímetro medido no mapa corresponde a alguns metros ou quilômetros medidos na realidade. Isso nos permite saber oProfessor(a): tamanho para de uma área ou a distância entre dois pontos, como entre duas trabalhar bem a legenda do mapa Trabalho infantil (acima), você pode explorar com seus alunos o significado das cores com as quais os estados estão pintados (porcentagem cidades, por exemplo. Trabalhe com mapas de crianças de 10 a 14 anos que trabalham), fazendo uma análise do Brasil e do Espírito Santo nesse sentido, e também explorar os círculos numerados (porcentagem de crianças de 10 a 14 anos fora da Vamos acompanhar o que Marcelo quer descobrir. Ele soube que um navio saiu do porto de Vitória e estava navegando pela Baía de Vitória, indo para o oceano. Ele então quis saber quantos quilômetros o navio teria de navegar para chegar debaixo da Terceira Ponte, ou seja, a distância Ambas (cores e círculos) são maneiras de representar algumas entre o porto de Vitória e a Terceira Ponte. escola). informações sobre o tema, e podem ser trabalhadas isoladamente 18 ou nas suas relações. Exemplo: “Onde há mais crianças trabalhando há mais crianças fora da escola?”. Allmaps Rafael Herrera Marcelo colocou uma régua sobre o mapa abaixo e mediu a distância entre o porto de Vitória e a Terceira Ponte: era de 5 cm. Observando a escala do mapa, ele viu que cada centímetro naquele mapa correspondia a uma distância real de 1 km. Marcelo então multiplicou 5 por 1 e descobriu o resultado. Portanto, agora responda: quantos quilômetros o navio percorreu de um ponto a outro? Resposta: 5 km. 40°15’O Vitória CARAPINA BR Av. Fe rnan RA do S F er rar i JARDIM DA PENHA D v. te an CST (ArcelorMittal Tubarão) ne e li ch i M CVRD ri a Ufes A EI AB GOI 20°15’S as Min CARIACICA JARDIM CAMBURI aa óri Vit l Aeroporto Eurico Salles EF orte-Su Rodovia N 10 1N or t e SERRA raf im Paul Segu nda Pon Vitória Capuaba VILA VELHA Praia Mole ENSEADA DO SUÁ Te rc OCEANO ATLÂNTICO onte aP eir te Av. Beira Mar Tubarão ha Pen Rodo v í pe aru a”da Av. M Pas sagem VITÓRIA CENTRO Ponte da Passagem “Ret ia S e GRANDE SÃO PEDRO l da Baía Cana zi De re n tó de Vi TCP Vila Velha Escala 0 1 2 km LEGENDA Limite municipal Rodovia, rua ou avenida asfaltada Aeroporto Ferrovia Porto Professor(a): enquanto procede à leitura da atividade, faça com que os alunos acompanhem o que Marcelo fez, medindo sobre o mapa a distância em questão. 19 Fonte de pesquisa: IDAF, 2006. Autoria: Girardi, 2007 Trabalhe com mapas Observe este trecho de Vila Velha, use a régua e responda às seguintes perguntas no caderno: Quantos metros tem a rua Luiza Grinalda no trecho entre a rua Vasco Coutinho e a rua Henrique Moscoso? Quantos metros tem o quarteirão da avenida Champagnat, onde se localiza o Colégio Marista? Quantos metros tem a avenida Hugo Musso, entre a rua Vinícius Torres e a rua Dom Jorge de Menezes? Allmaps Trecho do município de Vila Velha A d. A dm ilso n Mi r and a B A V I T Ó R I D E Í A R. Al. S PRAINHA 3ª PONTE r Be n ar do Schin e r ide * Crédito: Secom. Foto: Romero Mendonça rina R Bra. Rio nco Jairo de Matos Ferreira Champagnat R. Vinícius na R. Sergipe Torres R. Alm. da Mota R. Ceará R. Joseph Zgaib Moscoso R. s Av. PRAIA DA COSTA Dr. R. Henrique R. João Mato R. Inácio Higino mbro Av. Hugo Musso Souza Torre R. Telmo de oca ari C Av. jó Menezes R. 15 de Nove R. Natalina COLÉGIO MARISTA Ma ra R. Castelo Br anco neiro R. Antoni o Ataíde R. Luciano Nogueira Coelho ul R. Guilherm e Faria éric ad oS Am R. Av. Champagn at R. Rio de Ja das Neves Moscoso R. Dom Jorge de ulo de Menezes R. Expedici ário Aquino Aron aujo R. R. Jairo Mato s R. Maria Cata Henrique R. Ar Aqui aú no jo da P enha o uári o Ac re Velo s ant Av. São Pa 240 m R. R. André 120 Alcântara Escala 0 Bc. Alison Simões R. Arlindo ILHAS DOS Ma AIRES ria Amélia R. Fco. R. Marc R. tembro elino Vaccar i s R. Ai re lson Simõe s Pç. Duque de Caxias R. Sete de Se R. Quinze de Novembr o R. Cabo Ai Monteiro R. Presi denteLi ma R. do s Ca rol i na Lea s rlo Ca erg d. enb o R ind L R. Ilh a l Jeronimo R. Torquato Lar anja R. Freitas Lima Estr. Leal Moscoso é Henrique R. Cel. Sodr Carolina Domingos R. N. S. Penha R. Lima R. Dom Jorge R. Castelo Br anco R. Araribóia Liberalino Leal R. R. neider Branco R. Henrique Lar anja Tv. Bc. Liberalino Arg eu Castelo ira S R. Alm. R. Vasco Coutinho Tamandaré Pç. Otávio Araújo R. Vinte e Três de Maio R. Luiza Grinalda R. R. Delmar R. Cel. Mascarenhas Duarte R. Darcy Sche Inácio P. Silva R. Lad e R. S. Pedro Av. Afonso Pe z Queiró rêncio R. Felipe Follegatti ento R. Humbe Serrano rto R. Flo JABURUNA R. R. Antonio F. de Queiroz R. S. B R. João J. Mota Convento da Penha R. E R. S s amp Sanpírito aio to á ho In * Av. G il R. Fonte de pesquisa: Lista Telefônica Editel – Grande Vitória, 2007/2008. Com esse procedimento, podemos conhecer a distância de uma rua a outra, o tamanho de um quarteirão ou de um parque, por exemplo. Aproveite o mapa acima e faça outras medições. 20 Paralelos Meridianos A posição de um lugar é dada pelo cruzamento de um paralelo com um meridiano. Pratique Observe novamente o mapa Divisão Municipal no ATLAS DO ES, página 05, e verifique quais são suas coordenadas geográficas. Utilizando um globo, localize a latitude 20º Sul e a longitude 40º Oeste de Greenwich na ilustração do globo acima. CONSULTAR ATLAS: página 05 Orientação: podemos nos orientar usando nossos braços apontando para onde o sol nasce e para onde ele se põe. Se esticarmos o braço direito para onde o sol nasce, encontraremos o Leste. Apontando o braço esquerdo para onde o sol se põe, encontraremos o Oeste. Na nossa frente teremos o Norte e atrás de nós estará o Sul. Norte, Sul, Leste e Oeste são os pontos cardeais. Veja a figura. Ela mostra os pontos cardeais considerando o horário do nascer do sol. Rafael Herrera Alex Argozino Coordenadas geográficas: as coordenadas geográficas dão a posição de um local na superfície do planeta. Observe que o globo é todo dividido por linhas imaginárias. Veja na página 8 os paralelos e os meridianos, bem como os trópicos de Câncer e de Capricórnio. As linhas horizontais são os paralelos, que determinam a latitude. Sua numeração é feita em graus e se inicia na linha do Equador. A partir dele, conta-se até 90º para o Norte ou para o Sul. As linhas verticais, que unem o polo Norte ao polo Sul, são os meridianos, que determinam as longitudes. Sua numeração se inicia no meridiano que passa pelo observatório astronômico de Greenwich, na Inglaterra. A partir dele conta-se até 180º para o Leste ou para o Oeste. S O L N 21 No mapa não dá para saber onde o sol se põe ou onde nasce. Então indicamos a direção Norte. E por que o norte? Porque é para lá que a agulha da bússola aponta. Próximo do polo Norte, há o polo Norte magnético. Toda agulha imantada aponta para aquela direção. A bússola, que é um instrumento que funciona com uma agulha imantada, sempre apontará para o norte. Se soubermos onde é o norte do mapa, poderemos posicioná-lo corretamente usando a bússola. Rigo do Rosário Jr. ORIENTAÇÃO: Manual, página 12 Fontes de informação: quando fazemos um mapa, normalmente nos utilizamos de outros documentos, como imagens de satélite, fotografias aéreas, outros mapas e documentos diversos. Essas são as fontes de informação que precisam ser mencionadas no mapa, bem como suas datas de publicação. Autoria: elaborar mapas é como escrever textos, só que, em vez de palavras, utilizamos signos gráficos, e em vez de registrarmos sequencialmente, como fazemos com as palavras em um texto, registramos os signos gráficos distribuindo-os conforme suas posições, o que chamamos de representação bidimensional. Quando elaboramos um mapa, devemos colocar nosso nome como autores daquela representação, como fazemos com os textos que produzimos. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 3: Manual. Em ResUmo Mapas são instrumentos importantes para compreendermos a distribuição de objetos ou informações sobre um determinado território. Por serem construídos na visão vertical, ou seja, de cima para baixo, permitem enxergar várias coisas ao mesmo tempo e descobrir as relações entre elas. Quando lemos um mapa, procuramos identificar o que nele está representado pelo título e pela legenda. Há também outros elementos que ajudam a compreender o território representado, como a escala, as coordenadas geográficas e a orientação. A fonte identifica a partir de quais informações o mapa foi feito, e a autoria, por quem foi feito. Quando mapeamos, estamos, na verdade, nos utilizando de uma maneira de expressar nossas ideias sobre uma determinada parte da superfície de nosso planeta. Professor(a): releia com os alunos os parágrafos anteriores e, se possível, distribua alguns atlas que contenham mapas diversos, para que eles tenham a oportunidade de ver diferentes tipos de mapas (conteúdos, escalas, legendas etc.). 22 3 UNIDADE As fontes de informações geográficas Photodisc/Getty Images Além dos mapas, os textos e as imagens fotográficas ajudam muito na compreensão da Geografia, pois trazem informações sobre as ações dos grupos sociais, sobre aspectos da natureza, bem como sobre suas transformações. 1. Trabalhando Professor(a): releia com os alunos o parágrafo acima. Peça que comentem. com fontes diversas Para compreender a geografia de um lugar podemos recorrer a várias fontes de informação. Para ilustrar isso, vamos analisar a Vila de Itaúnas, localizada no extremo norte do litoral do Espírito Santo, quase na divisa com a Bahia, pertencente ao município de Conceição da Barra. Allmaps Localização da Vila de Itaúnas LEGENDA BAHIA Limite Estadual Limite Municipal Sede do Município 416 Vila R io CO ES na s ES 01 0 1 BR 10 CONCEIÇÃO DA BARRA ÂN OCEA ES 421 R io S Estradas de chão NO te - Nor ES 313 Rodovias asfaltadas AT L Vila de Itaúnas 18°30’S Rios TI aú eto R io P r It Escala ã o Ma 0 7 14 km teus ES 381 Fonte de pesquisa: IDAF, 2007 Autoria: Girardi, 2007. 40°O 23 de Imagem Edson Reis/ Usina Itaúnas sempre foi um local ocupado por grupos humanos, pois sua natureza oferecia muitos recursos necessários à sobrevivência dos grupos. O mar, o rio e as matas eram fontes ricas para a pesca, a coleta e a caça. Há registros arqueológicos que indicam que povos pré-históricos viveram por lá, há cerca de 2.500 anos. A região é um dos locais mais procurados para o turismo no Espírito Santo. Seus atrativos mais lembrados são as dunas e o forró pé de serra. Turistas em Itaúnas, Conceição da Barra. Observe e escreva As fontes de informação a seguir se referem à mesma localidade: a Vila de Itaúnas. O que elas têm em comum? O que elas têm de diferente? Fonte 1 Acervo do IDAF - Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES Professor (a): as legendas das imagens não constam do livro do aluno, pois o objetivo é que seus alunos, a princípio, analisem as imagens e formulem suas próprias observações. Quando achar necessário, leia para eles as legendas. Legenda: Foto aérea de Itaúnas, em 1966. 24 (...) o ticumbi é uma encenação de devoção* a São Benedito. O Rei de Bamba luta contra o Rei de Congo para conseguir a preferência e ser o único a louvar São Benedito. São feitas muitas sátiras em relação aos acontecimentos do ano que passou. A música é embalada por violas e pandeiros. A bela coreografia faz um lindo contraste com as vestimentas dos participantes, que usam um capacete coberto com pano azul, enfeitado de flores e fitas coloridas, uma bata rendada com mangas compridas, calça e sapatos brancos. Editoria de Arte Fonte 2 (jornal A gazeta. Vitória (ES), quarta-feira, 10 de janeiro de 2007. Caderno Turismo, p. 6-7) * Consulte o glossário do final do livro quando encontrar uma palavra em destaque. Tadeu Bianconi/Mosaico Imagem Fonte 3 LEGENDA: Vista da cidade e do vale do rio Itaúnas. 25 LEGENDA Forrós Mercearias Bares e Restaurantes Igreja Ponto final do ônibus aú na s Mar a Pr ia s de It s a n u D Chegada de Itaúnas vindo de Conceição da Barra Praia do Sul da Bahia Sede do Parque Estadual de Itaúnas Rio I taúnas Mapa turístico de Itaúnas Fonte 5 Escala 0 0,7 1,4 km Fonte de pesquisa: Adaptado do site da Pousada das Dunas, em Itaúnas, ES. fizerem seus comentários, procurem discutir nos seguintes termos, a partir de cada uma das fontes: “Segundo esta fonte, que é uma (fotografia, mapa, desenho etc.), Itaúnas é:___” Descreva e interprete com eles cada registro, procurando pontos em comum entre eles. Considere as várias formas de ver e expressar ideias sobre um lugar. Itaúnas e seu arredores – cobertura do solo TIPOS DE COBERTURA DO SOLO ES 416 Área urbana Pastagem Rio Itaúnas Eucalipto NTI CO Cana-de-açúcar LÂ Mata AT Brejo NO Areia Estradas sem pavimentação OC ES Vila de Itaúnas EA 0 01 Escala 0 1,2 2,4 km Fonte de pesquisa: Girardi, 2003. Observe cada uma das fontes apresentadas, identifique-a (se é foto, se é mapa etc.) e escreva no seu caderno um pequeno texto sobre cada uma, comentando o que viu, o que foi mais fácil entender... 26 Mapas: Allmaps Fonte 4 Professor(a): depois que os alunos tiverem produzido seus textos, peça que exponham suas ideias sobre cada uma das fontes. É importante enfatizar com eles que, mesmo o lugar sendo o mesmo, as pessoas têm visões diferentes sobre ele. E esta visão está de acordo com o motivo que levou a pessoa a fazer o registro e o momento da história em que este registro foi feito. Depois que eles 2. Trabalhando com mapas Edivaldo Serralheiro Mapa, como você aprendeu na unidade anterior, é uma representação gráfica de uma área, construída a partir da visão vertical, e que apresenta elementos próprios, tais como: título, legenda, escala e outros. Os mapas são instrumentos importantes, que nos ajudam a entender a Geografia, pois nos permitem observar elementos da paisagem e seus arranjos. Trabalhe com mapas Observe as duas imagens a seguir. A imagem 1 é uma foto aérea de 1966. A imagem 2 é uma imagem de satélite de 2006. Ambas representam Conceição da Barra, porém em momentos diferentes de sua história. Acervo do IDAF - Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES Imagem 1 Conceição da Barra em 1996 27 Professor(a): a partir das observações, incentive os alunos a elaborar explicações para o que aconteceu na Vila de Itaúnas e arredores, considerando, inclusive, o que eles já aprenderam quando analisaram as diferentes fontes de informação. Peça que colem os mapas sobrepostos e anotem as possíveis explicações em seus cadernos. CBERS-2/INPE Imagem 2 Os mapas a seguir se referem ao mesmo local estudado na atividade anterior (a Vila de Itaúnas e arredores, em Conceição da Barra). O mapa 1 foi elaborado a partir de uma fotografia aérea (a mesma que você observou no exercício anterior). O mapa 2 foi elaborado a partir de uma imagem de satélite. Extraímos das fontes originais somente alguns elementos. Observe nos mapas quais são eles. Agora você vai comparar os dois mapas. Para isso, você irá utilizar um papel transparente, como papel vegetal, e extrair as informações sobre a estrada, a vila, a duna e a praia do mapa 1, não esquecendo do quadro que delimita o mapa. Depois irá fazer o mesmo com o mapa 2. Não se esqueça de colocar nos mapas os seus elementos: título, legenda, escala, Norte, fonte e autoria. Sobreponha os mapas e observe: o que continuou igual? O que se modificou? Como foi essa mudança: tamanho, posição etc.? Conceição da Barra em 2006 Mapa 1 O importante nesta atividade é fazer com que os alunos possam superar a utilização do mapa simplesmente para localizar, partindo para o seu uso efetivo na construção de hipóteses. Incentive os alunos a levantar o máximo de hipóteses possível, mesmo que eventualmente pareçam não Mapa 2 ter pertinência ou importância. Insista nos “porquês”: por que a vila mudou de lugar? Por que a duna se moveu? Por que o rio mudou seu curso? Promova uma conversa coletiva para confrontar as explicações dos alunos. Itaúnas - 1966 ICO 1,5 ÂNT ANO ANO OCE 0 ES 01 praia praia 01 Escala 0 AT L ÂNT AT L Editoria de Arte Vila OCE 0 ES ICO Rio I taúnas Vila dun a s dun a Rio I taúna prai a prai a Itaúnas - 2006 Escala 3 km 0 1,5 3 km Professor(a): neste caso o aluno construirá a legenda a partir dos elementos constantes nos mapas. A fonte será esse livro e a autoria do próprio aluno. 28 3. Trabalhando com fotografias Humberto Capai/Usina de Imagem Para trabalhar com fotografias, várias coisas têm de ser observadas: o local ou objeto que foi fotografado, como as coisas se dispõem na imagem (o que está no primeiro plano, no segundo plano, ao fundo ou no horizonte), a visão que o fotógrafo utilizou (lateral, oblíqua), procurando entender o que a pessoa que fez a fotografia teve a intenção de mostrar. Uma forma para se trabalhar com fotografias é criar um esboço para interpretação. Para fazer este esboço, colocamos um papel transparente ou plástico sobre a fotografia e contornamos os elementos que nos pareçam mais importantes, identificando-os. Vamos observar um exemplo. eucaliptal rio estrada vila rio área intermediária com pouca vegetação mar ponte 1º. plano estradas vegetação mais alta praia duna de areia 29 Editoria de Arte 2º. plano horizonte Vista aérea de Itaúnas, em Conceição da Barra, 2001 Professor(a): esse procedimento pode ser repetido quando se trabalhar com fotografias durante o ano. A construção dos esboços é uma maneira de ajudar a treinar o olhar para esse tipo de fonte. Não se esqueça de que a fotografia apresenta tanto elementos da realidade fotografada como a visão do fotógrafo que a fez. Esboço sobre foto de Itaúnas Observe e escreva Observe novamente a fotografia e o esboço da página anterior e escreva em seu caderno um Os itens ao lado, que pequeno texto que contenha os seguintes elementos: direcionam a observação da 1. Que coisas foram fotografadas e como elas estão dispostas na imagem? fotografia pelo aluno, objetivam trabalhar, sistematicamente, 2. Qual visão o fotógrafo utilizou? De onde fotografou? uma descrição (item 1), a 3. O que o fotógrafo quis nos mostrar? percepção da posição e das intenções do fotógrafo (itens 2 4. Que legenda você daria para esta fotografia? e 3) e uma síntese (item 4). Apresente suas observações aos seus colegas e ao seu professor ou professora. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1: Manual. 4. Trabalhando com textos Os textos, assim como os mapas e as fotografias, podem nos falar sobre lugares. A diferença é que, no caso dos textos, não vemos a imagem, mas a criamos em nossas mentes a partir daquilo que está escrito. Leia os textos a seguir. Ambos falam do soterramento da antiga vila de Itaúnas e de sua transformação em atrativo turístico. Mas falam da mesma maneira? Texto 1 “Itaúnas fica a apenas 25 quilômetros da sede de Conceição da Barra. Mas se prepare: pois a estrada até a pacata vila é de terra, cheia de buracos, principalmente depois das chuvas. Conhecida como a “Cidade de Areia”, o lugarejo possui um mistério que vale a pena conhecer – uma história relacionada à formação das dunas. Tudo começou com a interferência do homem branco na natureza, mais especificamente na vegetação de restinga que separava a praia da cidade. Com isso, as areias começaram a invadir a antiga vila, obrigando os moradores a construir uma nova “moradia” do outro lado do Rio Itaúnas – a atual. E assim surgiram as dunas, algumas com 30 metros de altura. Embaixo, claro, está a antiga vila. Dizem que conforme a direção do vento ainda é possível ver um pedaço da cruz da igreja. Verdade ou não, o que importa? O que vale mesmo é o cenário que essas “montanhas de areia” proporcionam. Da mais alta é possível ver o mar, o Rio Itaúnas e os eucaliptos cobrindo a estradinha que liga a vila ao asfalto. No pôr do sol a paisagem parece até uma tela.” (jornal A gazeta. Vitória (ES), quarta-feira, 10 de janeiro de 2007. Caderno Turismo, p. 6-7) Texto 2 “A seca é o resultado de uma soma de desastres ecológicos, dos quais o mais notável se localiza no município de Conceição da Barra, onde a vila de Itaúnas foi totalmente coberta pela areia e seu mais importante rio, parcialmente salinizado, sacrificando as lavouras irrigadas de uma extensa região abrangida por ele, com maiores estragos no município de Pedro Canário. Esse quadro que por si só já é trágico, aumentou mais ainda a sua 30 agressividade, com a troca de sua agricultura por plantios de eucaliptos. E o resultado final disso tudo é o fim próximo da sua atividade pesqueira. “A única opção que restou para Conceição da Barra foi o turismo”, constata o empresário José Carlos Sampaio de Oliveira, que já exerceu o cargo de secretário de Cultura, Turismo e Meio Ambiente do município. “Agricultura não tem mais, já que 63% das áreas agrícolas estão ocupadas com eucaliptos. O que sobrou da agricultura é o trabalho de pequenos sitiantes, que não venderam suas terras. Muito pouca gente. Os estuários dos rios estão degradados, decretando a morte da pesca.” [...] Mas o que acontece hoje no município [de Conceição da Barra] foi, de certa forma, prenunciado entre as décadas de 1960 e 1970, com o soterramento da vila de Itaúnas. Depois da derrubada de suas florestas, a vila perdeu sua parede natural de proteção e desapareceu sob o areal levado pelo vento. Em condições normais, dizem os cientistas, uma duna leva centenas de anos para se formar. Em Itaúnas, em menos de dez anos, a areia liberada pela voracidade de lucros dos madeireiros e pecuaristas tomou conta da vila, expulsou seus 1,5 mil habitantes e cobriu todas as casas. A tragédia virou atração turística: os moradores criaram, a 1,5 km das grandes dunas que atualmente servem de mortalha para a antiga vila, uma outra com o mesmo nome, que passou a viver das belezas naturais da região.” Professor(a): ajude os alunos a compreenderem que as semelhanças entre os textos ocorrem quando eles se (Século Diário, Reportagem especial “Seca deixa consequências remetem aos fatos, e as diferenças ocorrem quando abordam trágicas no Norte do ES”, publicada em 1999 e disponível em o significado dos fatos. No primeiro texto, que foi escrito para http://www.seculodiario.com.br, acessado em outubro de 2007) os leitores do Caderno de Turismo, fala-se da formação da duna como uma beleza natural a ser apreciada, como um lugar SUGESTÃO DE ATIVIDADE 2: Manual. a ser visitado para contemplação. Já no segundo texto, que foi escrito com o objetivo de falar sobre impacto ambiental, a Pense e escreva Escreva em seu caderno um pequeno texto sobre as imagens e as sensações sobre Itaúnas que o primeiro texto despertou em você. Faça o mesmo para o segundo texto. Procure identificar as semelhanças das informações entre o primeiro e o segundo texto e suas diferenças e comente-as com seus colegas e com sua professora ou professor. formação da duna é tratada como uma “tragédia” que levou o lugar a investir no turismo como única forma de sobrevivência da população. Não se trata de classificar os textos como “certo” ou “errado”, mas de identificar que as interpretações podem ser diferentes. Procure identificar, com os alunos, como cada texto trata da formação da duna, do significado da formação da duna para a população (mistério ou tragédia), da atividade turística (lugar como atrativo turístico ou turismo como única forma de sobrevivência do lugar), e das extensas plantações de eucalipto (elemento do quadro estético ou elemento que piora as condições sociais e ambientais do lugar). Em ResUmo Para compreender a geografia do lugar, ou seja, as ações dos grupos sociais sobre aspectos da natureza, bem como suas transformações, várias fontes de informações podem ser utilizadas. Nossa experiência pessoal (o que vemos, o que sentimos) são fontes de informações, assim como são os mapas, as fotografias, os textos. Todas estas fontes nos ajudam a pensar no lugar e a entender as coisas que nele acontecem. Como todas as fontes de informações foram feitas por alguém (mapeador, escritor, fotógrafo, nós mesmos), elas também mostram um ponto de vista pessoal. Professor(a): leia estes parágrafos com os alunos e, em cada um deles, discuta as atividades que foram desenvolvidas nesta unidade. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 3: Manual. 31 A paisagem e sua história 4 UNIDADE Photodisc/Getty Images A sociedade humana se modifica no decorrer do tempo. Em cada momento da história as pessoas tiveram ideias e necessidades diferentes. Para satisfazer essas necessidades, foram sendo criadas e aperfeiçoadas técnicas para transformar os recursos naturais. Foram também sendo organizadas as relações entre os vários grupos sociais que compuseram e que compõem a sociedade. Professor(a): como aquecimento, leia com os alunos o parágrafo acima e, se possível, peça que eles comentem a respeito. Pergunte que ideia eles têm ou já tiveram sobre paisagem e uso dos recursos naturais e peça que exemplifiquem suas próprias ideias. Retome as conclusões trabalhadas na unidade 1 acerca das observações de seu bairro, os arredores da escola e do trajeto casa-escola como elementos componentes da paisagem. a de Imagem Edson Reis/Usin 1. As marcas na paisagem O resultado desse conjunto de relações da sociedade entre si e com a natureza deixa marcas visíveis na superfície terrestre, que chamamos de paisagem. Assim, o espaço geográfico, que é estudado pela Geografia, compõe-se da paisagem e das ações da sociedade. Trecho da rodovia do Contorno, que liga Cariacica e Serra. Para se deslocarem de uma cidade para outra, as pessoas constroem estradas modificando a paisagem. 32 Observe e escreva Observe as imagens abaixo e escreva pequenos textos sobre elas em seu caderno. Compare-as e procure observar as coisas que se transformaram e as coisas que permaneceram. Professor(a): a partir dos textos dos alunos, explore mais as ilustrações, peça que identifiquem as permanências e as mudanças no local. É provável que eles percebam que na primeira imagem viam-se a natureza e poucas ocas indígenas. Nesta paisagem está retratada a situação na época em que os grupos indígenas eram os únicos grupos sociais a habitar o território. Na segunda, as ocas já não existem mais. O que existe é uma fazenda, uma ponte, plantações, animais domésticos etc. Aqui vemos as transformações ocorridas quando o território foi colonizado. Na terceira, veem-se prédios, casas, automóveis, uma nova ponte etc. Esta paisagem, mais próxima das que temos atualmente, apresenta as marcas da sociedade urbana e industrial. Enfim, incentive-os a observar que há mudanças no trabalho, nas relações entre os grupos humanos e entre eles e a natureza. 1 2 Ilustrações: Rafael Herrera 3 33 Conheça mais Quando observamos na paisagem as marcas das transformações na natureza e compreendemos as ações da sociedade, estamos estudando a geografia daquele local. Observe nas fotos abaixo as transformações. Vista parcial da baía de Vitória, em 1924. Foto 2 Secom/ES. Foto: Thiago Guimarães Arquivo da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Vitória Foto 1 Professor(a): inicialmente incentive os alunos a identificarem elementos comuns às duas fotografias e elementos diferentes. Procure levantar com eles as permanências e as mudanças. Comparando ambas as imagens, observa-se que a primeira mostra a execução das obras de aterro da área hoje ocupada pelo bairro Ilha de Santa Maria. Há vários bairros que têm em seus nomes registros de suas características originais, de ilha (Ilha do Príncipe, Ilha do Boi) ou de praia (Praia do Suá), sem que atualmente esses aspectos existam, em virtude dos aterros. Estima-se que cerca de 65% da área urbanizada de Vitória esteja construída sobre aterros. Observa-se também a ocupação do morro Forte São João (segundo plano, à direita) e a construção do porto de Capuaba (segundo plano, à esquerda, ao lado do morro do Penedo). A avenida que se vê na segunda fotografia, beirando a baía de Vitória, é a av. Marechal Mascarenhas de Moraes, uma das principais vias de acesso ao centro de Vitória. O Forte São João, que pode ser observado ao pé do morro do mesmo nome, é uma das construções mais antigas de Vitória. É um exemplo de como a sociedade vai modificando as funções das construções de acordo com as mudanças nas suas formas de organização. O forte foi construído para defesa da ilha no período colonial, foi transformado posteriormente em sede do Clube de Regatas do Saldanha da Gama e atualmente existe um projeto para que sedie o Museu de Esportes da Prefeitura Municipal de Vitória. Vista parcial da baía de Vitória, em 2007. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1: Manual. Converse com seus colegas e com seu professor ou professora sobre as mudanças e permanências que você observou comparando as fotografias e procure uma explicação para elas. 34 2. As paisagens do Espírito Santo No estado do Espírito Santo encontramos paisagens bastante diferentes umas das outras. Essas diferenças existem porque as áreas do estado foram ocupadas em épocas distintas, por pessoas diferentes e com objetivos diferentes. Vamos analisar algumas paisagens do Espírito Santo Professor(a): nesse primeiro momento, observe com os alunos as imagens para entendermos por que são diferentes. desta atividade, leia as legendas com eles e localize os municípios fotografados Vila Velha com Mestre Álvaro e Vitória ao fundo, ES. John Christopher Davies/Usina de Imagem Foto 2 Foto 2: observar o padrão de construções (baixas) e que no primeiro plano elas estão mais próximas e algumas parecem ser bem antigas (observar a diferença no padrão e no estado dos telhados como indicadores do tempo). Há no segundo plano, à direita do rio, casas mais isoladas. O rio faz grandes curvas, é largo e o terreno em torno dele (e onde também está a área com construções) é bem baixo. Ao fundo, há um degrau no relevo no qual se observam plantações de eucaliptos (árvores mais altas e homogêneas) e pastagens. Vista geral de São Mateus, ES. 35 Humberto Capai/Usina de Imagem Foto 1 Foto 1: observar que as construções são bem próximas (densa), que há muitos prédios. Observar que há semelhança deste padrão antes e depois do “rio” (na verdade, baía de Vitória). Observar que o terreno se caracteriza por ser bem plano, mas com a ocorrência de morros isolados (Mestre Álvaro, convento, Moreno...). Observar a função da ponte, de ligar duas áreas densamente ocupadas. Observar o Convento da Penha como edificação histórica. Observar, no segundo plano à esquerda, a ocorrência de uma área verde homogênea (os manguezais) e à direita, uma área verde também homogênea, mas que é a barreira de eucaliptos da Ponta de Tubarão, onde se localizam importantes indústrias. Observar que há muitas construções altas na beira das praias (Camburi e Costa). no mapa Divisão Municipal no ATLAS DO ES, página 05. Pergunte quem conhece algum desses lugares, quais elementos eles observam nessas paisagens etc. Humberto Capai/Usina de Imagem Foto 3 Foto 3: observar que o relevo é bem ondulado e que as construções isoladas e a estradinha que as une encontram-se, preferencialmente, nas áreas mais baixas (no fundo do vale). Observar que há tanto matas como plantações ou pastagens nas laterais das montanhas, compondo uma área com diversificação agrícola. Vista geral de Vargem Alta, região serrana do ES. Edson Reis/Usina de Imagem Foto 4 Foto 4: observar que as construções estão próximas umas das outras, mas a densidade não é grande e não há prédios muito altos (no primeiro plano). As árvores alinhadas são a mata ciliar de um rio (o rio Guandu) que não pode ser visto. No segundo plano, área de relevo levemente inclinada, há pastagens e percebe-se que devem estar bem secas pela coloração, em contraste com uma plantação bem verde à direita. Ao fundo veem-se uma “elevação” à direita e uma grande rocha à esquerda, que se destaca. Baixo Guandu, ES. Pratique Faça suas observações sobre cada fotografia a partir do seguinte roteiro: • Elabore para cada fotografia um esquema de interpretação, como você já aprendeu na unidade 3. Faça em papel transparente os contornos dos elementos principais e identifique-os (morro, rios, plantações, áreas construídas, prédios etc., mesmo que não saiba seus nomes). Cole seus esquemas em seu caderno. • Construa um texto registrando suas observações sobre cada fotografia a partir do seguinte roteiro: 1. Como e quais são os elementos naturais que aparecem na paisagem? Há rios, praias ou montanhas? 2. Como e quais são as construções feitas pelas pessoas? Além das construções, que outras transformações na natureza você vê? 3. É possível observar ligações entre os elementos naturais e as construções e ocupações humanas? 4. Como você pensa que é a vida das pessoas que moram no local retratado? Professor(a): esta atividade tem por objetivo treinar a observação e a descrição como primeira etapa da interpretação. Como dinâmica sugerida para esta atividade, 36 pode-se dividir o grupo em duplas ou trios para que observem, discutam e construam um texto preliminar. Este texto pode ser reconstruído, no quadro, a partir das contribuições do coletivo. Analise e comente Agora faça uma comparação entre as mesmas fotografias. O que elas têm em comum? O que têm de diferente entre si? Quais atividades humanas podem ser vistas em cada uma delas? Em quais delas existem construções antigas? Em quais existem construções novas? Em qual há maior densidade de ocupação? Quais paisagens são predominantemente urbanas? Quais são predominantemente rurais? Em quais há elementos de ambos os tipos? Observe e compare as paisagens urbanas retratadas. Que aspectos têm de semelhança? E de diferença? Observe estes mesmos elementos comparando as paisagens rurais. Professor(a): as noções mais aprofundadas de urbano e rural serão trabalhadas adiante no livro. No momento, o interesse é fazer a criança tomar contato com as diferentes paisagens. Pode-se trabalhar com as palavras “campo ou roça” e “cidade”, caso haja dúvidas nas observações. Conheça mais Os textos abaixo contam uma pequena história do que aconteceu em cada paisagem retratada. Leia-os e compare as informações com as que você observou nas fotografias. Professor(a): enquanto procede à leitura do texto com os alunos, retome a observação das fotografias e do mapa, para que os alunos percebam os processos dinâmicos da construção das paisagens e sua localização no território do estado. Humberto Capai/Usina de Imagem Foto 1 ORIENTAÇÃO: Manual, página 16 Vitória, Vila Velha e Serra (Região Metropolitana) Os primeiros portugueses que chegaram no Espírito Santo, após o descobrimento do Brasil, desembarcaram na Prainha , no atual município de Vila Velha. Eles vinham em navios, e o morro do Mestre Álvaro era um importante ponto de referência para as embarcações (e até hoje é usado para este fim pelos pescadores). Os portugueses para cá vieram porque era interesse do Reino de Portugal conquistar essas terras para explorá-las. Houve muita resistência por parte dos índios que habitavam o lugar. Esse local de desembarque recebeu o nome de Vila do Espírito Santo e foi a primeira sede da capitania. Depois, para se proteger dos ataques dos índios, a sede foi transferida para a ilha, onde hoje é o centro da cidade de Vitória. Nesse período foi construído o Convento da Penha , no topo do morro que hoje chamamos Morro do Convento ,que vemos na foto. Plantava-se cana nas áreas mais planas. Com o tempo, Vitória e Vila Velha foram crescendo. Pela baía de Vitória saíam navios carregados com o café que era produzido no interior do estado, e essa foi a principal força econômica até os anos 1960, aproximadamente. Mas a maior alteração na paisagem se deu a partir dos anos 1970, quando foram instaladas grandes indústrias na região. Essas indústrias, como a Cia. Siderúrgica de Tubarão (hoje chamada Arcelor-Mittal Tubarão) e a Cia. Vale do Rio Doce, instaladas na ponta do Tubarão , atraíram grande população para essa área, pois representavam oportunidade de trabalho. 37 Vieram pessoas que moravam no interior do estado, mas também vieram pessoas que moravam em outros estados, principalmente de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. As pessoas precisavam de locais para morar, para adquirir alimentos, para estudar e para atender a outras necessidades de suas vidas. Por isso a cidade cresceu, passou a ofertar mais comércio e serviços, o que, por sua vez, fez com que mais pessoas viessem para o estado. É nesse período, meados dos anos 1980, que a Terceira Ponte foi construída, como forma de aumentar a integração entre os municípios de Vila Velha e Vitória. Serra e Cariacica também tiveram sua população aumentada nesse período. Edifícios novos nessa área foram sendo construídos para abrigar essas demandas, seja da população, seja das grandes indústrias. Foram também criadas áreas por meio de aterros do mar, como o da Enseada do Suá e dos manguezais. A paisagem retratada faz parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, que concentra uma grande quantidade da população urbana do estado e tem grande dinamismo econômico. John Christopher Davies/Usina de Imagem Foto 2 São Mateus (litoral norte) A região do litoral norte do Espírito Santo, onde se localiza São Mateus, era ocupada por vários povos indígenas, como os Tupi-Guarani e os Pataxó. O rio era chamado de Cricaré, conhecido como “rio dorminhoco”, pois, por causa de o terreno ser plano e o rio formar curvas — os meandros — as águas correm lentamente. Toda a região era ocupada por matas densas. Assim como fizeram na baía de Vitória, os portugueses buscaram ocupar essas terras. Os rios de maior porte, com águas calmas, que favoreciam a navegação, foram as vias utilizadas para a ocupação das terras do interior pelos portugueses. Nessa área cultivava-se principalmente a mandioca, para produção de farinha. Para o cultivo tanto da cana-de-açúcar como da mandioca precisou-se de trabalhadores. A estratégia usada pelos portugueses para conseguir esses trabalhadores foi primeiro tentar escravizar os índios e depois escravizar e comercializar povos africanos. As margens do rio São Mateus guardam um registro desta terrível parte de nossa história: era um porto onde desembarcavam e comercializavam escravos, e isso aconteceu até próximo do ano de 1850. Hoje este local é considerado um sítio histórico . Muitos destes escravos libertos ou que tinham conseguido fugir desta situação de escravidão organizaram-se em comunidades, chamadas de quilombos. Várias delas existem até hoje. A paisagem da região também se modificou intensamente a partir dos anos 1960 e 1970. A vegetação natural foi retirada para a venda da madeira. Várias áreas foram transformadas em pastagens , e áreas mais planas e um pouco mais altas que a planície do rio começaram a ser ocupadas pela monocultura de eucaliptos para a produção da celulose, que é matéria-prima usada na fabricação de papel. 38 Humberto Capai/Usina de Imagem Foto 3 Vargem Alta (região serrana) A região serrana do Espírito Santo se caracteriza por apresentar terrenos mais elevados, mais ondulados e mais frios. Era uma região onde predominavam matas e era habitada por povos indígenas, principalmente puris coroados. Essa área ficou preservada por muito tempo, pois o relevo e a densa vegetação foram utilizados como uma proteção natural à mineração de ouro que ocorria na região de Ouro Preto, em Minas Gerais. Essa proibição durou até próximo dos anos 1800. Depois de abolida a escravidão, houve um incentivo do governo brasileiro à imigração, para ocupação das terras que haviam ficado preservadas, para cultivar café. É nesse período que vêm para o Espírito Santo muitas famílias de imigrantes europeus e se instalam principalmente nas áreas serranas. Além do café, as famílias cultivavam os alimentos para sua sobrevivência. As comunidades e as estradas que as unem geralmente se situam nas áreas mais baixas, nos fundos dos vales . Esta história marca a paisagem que temos hoje na região serrana: pequenas propriedades rurais familiares, com cultivos diversificados. São esses cultivos que abastecem a população de outras áreas do Espírito Santo, principalmente da região metropolitana. Edson Reis/Usina de Imagem Foto 4 Baixo Guandu (região noroeste) Assim como era proibido ocupar áreas serranas no período da mineração do ouro, era também proibido navegar pelo rio Doce, cujas cabeceiras localizam-se muito próximas às áreas onde havia ouro. Baixo Guandu, localizada no encontro dos rios Doce e Guandu (na foto vemos as árvores que o margeiam ), era um quartel de vigilância para impedir que isso ocorresse. Esta região, que tem terrenos mais planos alternados por serras e pontões rochosos , era coberta por mata e ocupada predominantemente pelos índios Aimoré (botocudos). Somente depois que começou a ser permitida a navegação no rio Doce e que estava sendo ocupada a região serrana é que a paisagem dessa região começou a se alterar. Os filhos dos imigrantes, quando atingiram a idade adulta e constituíram suas próprias famílias, começaram a expandir a área de colonização, ocupando toda a área ao sul do rio Doce. Nesse período (início dos anos 1900), próximo à margem sul do rio Doce, 39 foi construída a Estrada de Ferro Vitória a Minas, inicialmente para escoar a produção do café dessas áreas para o porto de Vitória. O café valia muito. Depois que foi construída a ponte sobre o rio Doce, em Colatina, nos anos 1920, rapidamente a região noroeste foi ocupada para o plantio do café. Nesse período a floresta foi destruída: as madeiras nobres foram vendidas, e as outras, queimadas. Também os botocudos foram dizimados. Próximo aos anos 1960, houve um programa do governo que obrigava a arrancarem todos os cafezais, pois o preço do café havia caído muito, e a qualidade do produto não era boa. Muitas áreas do noroeste do estado, sem floresta, sem café, transformaram-se em vastas áreas de pasto para a atividade pecuária. Como a pecuária não é uma atividade que ocupa muita mão de obra, há maior concentração de pessoas nas áreas urbanas dos municípios onde ela predomina. Em vários locais onde há rochas, há a exploração do granito e do mármore. Trabalhe com mapas CONSULTAR ATLAS: páginas 08 e 09 Observe o mapa Paisagens no ATLAS DO ES, página 09. Ele foi elaborado buscando sintetizar os principais aspectos naturais, socioeconômicos e históricos. Observe cada uma das cores do mapa e a fotografia correspondente na página 08 e 09 do ATLAS DO ES. Professor(a): ajude os alunos a compreenderem que o mapa apresenta as características gerais de cada área, a partir de certos critérios, e que pode ocorrer a existência de fragmentos de áreas que diferem da classificação dada (como, por exemplo, uma área de café em meio à área de predomínio de pastagem). Peça que localizem o município onde moram no mapa e que reflitam sobre a paisagem em que ele se insere. Pratique Edivaldo Serralheiro SUGESTÃO DE ATIVIDADE 2: Manual. Pesquise em jornais, fotografias, gravuras ou cartões-postais construções antigas do seu município e procure saber: quando foram construídas? Para que foram construídas? Como elas estão hoje (bem-conservadas, malconservadas, em ruínas)? Há alguma utilização delas hoje? São as mesmas de quando foram construídas? São outras? Procure informações sobre a história do município para entender o significado desta construção antiga. Procure, também, saber se há elementos da história do seu município que sejam semelhantes aos contados nos textos sobre as paisagens. Compartilhe com seus colegas as informações sobre este registro da história na paisagem que você escolheu, compondo um mural. Professor(a): esta atividade pode ser realizada individualmente ou em grupo, dependendo das características do município. O município de Guarapari, por exemplo, apresenta várias “camadas” de história, diferentemente de município de ocupação mais recente. Procure estabelecer correspondências de como a sociedade se organizava na época e qual era a atividade econômica predominante (por exemplo: senhores de engenho – coroa portuguesa/escravos– cana-de-açúcar ou império – aristocracia Em ResUmo rural/imigrantes – café), assim como exemplificar com construções atuais, usando a mesma estratégia de análise (por exemplo, construção de shopping center como registro da organização social e econômica contemporânea na paisagem). Na página 17 do manual do professor há As relações que a sociedade estabelece entre si e com a natureza vão se transformando com o tempo, deixando registros nas paisagens. Assim, o que vemos nas paisagens atuais são resultados de processos históricos. As paisagens do Espírito Santo são diversificadas quanto aos seus elementos naturais, ao período em que foram ocupadas, às gentes que as ocuparam e transformaram, ao tipo e finalidade da ocupação, mas todas se conectam, formando o território do Espírito Santo. um texto sintético sobre a história da ocupação do Espírito Santo que pode auxiliá-lo(a) nesta atividade. Professor(a): leia estes parágrafos com os alunos e, em cada um deles, discuta as atividades que foram desenvolvidas nesta unidade. 40 5 A população População é o conjunto de pessoas que moram em um mesmo território. Assim, o conjunto de pessoas que moram no território do Brasil é a população brasileira. O de pessoas que moram no estado do Espírito Santo é a população capixaba ou espírito-santense. Para conhecer a população é importante saber quantas pessoas fazem parte dela, como são essas pessoas, onde moram e como é sua distribuição pelo território. Photodisc/Getty Images UNIDADE Professor(a): como aquecimento, leia com os alunos os parágrafos acima e, se possível, peça que eles comentem a respeito. Pergunte se eles podem exemplificar suas próprias ideias. 1. A população do nosso estado Professor(a): peça que os alunos olhem as fotografias e leiam as legendas, comentando onde há maior ou menor número de moradores. Estabeleça com eles as diferenças entre os modos de vida da população de um e outro local. Pode-se pedir que procurem imaginar como seria o dia de crianças Quantas pessoas moram no Espírito Santo? E em quais municípios? Atualmente moram no Espírito Santo cerca de três milhões de pessoas. Essa população se distribui pelos 78 municípios capixabas. Mas essa distribuição não é homogênea. Há áreas com moram em cada um desses locais e de outra que maior quantidade de pessoas, há outras com menor quantidade. que mora num outro local. Pode-se pedir também que produzam textos ou desenhos sobre isso. O importante é perceberem que as densidades populacionais se relacionam com as atividades humanas. Na foto 1 podemos observar nessa parte do bairro Jardim da Penha, em Vitória, que quase todas as construções são prédios de vários andares e quase não há áreas livres entre eles. Na foto 2 podemos observar uma área rural e, portanto, veem-se poucas casas em meio a plantações. Analise e comente Olhe com atenção as fotografias e comente com seus colegas e com sua professora ou professor em qual desses locais vocês acham que moram mais pessoas e como imaginam ser a vida delas. a de Imagem Edson Reis/Usin Fabio Colombini Foto 1 Bairro Jardim Penha, Vitória. 41 Foto 2 Propriedade rural em Pedra Azul, Domingos Martins. Professor(a): a tabela a seguir traz os dados da população por município. Se conseguir dados mais recentes, comunique aos alunos. O site do IBGE (www.ibge.gov.br) disponibiliza sempre os últimos resultados, seja do censo, seja da contagem da população. Trabalhe com mapas Observe o mapa População Total no ATLAS DO ES, página 10. Identifique na legenda o que significa cada uma das cores e localize no mapa como se distribuem essas cores. Em seguida responda no caderno: Onde se localizam os municípios mais populosos? Quais são eles? E os menos populosos, onde se localizam e quais são? O município no qual você mora faz parte de qual grupo? CONSULTAR ATLAS: página 10 Procure saber quantas pessoas moram em seu município e anote essa informação no seu caderno. Consulte a tabela com a contagem da população do Espírito Santo a seguir. MUNICÍPIOS Afonso Cláudio Contagem da População 2010 POPULAÇÃO MUNICÍPIOS POPULAÇÃO 31.086 Dores do Rio Preto 6.399 11.771 Ecoporanga 23.223 Águia Branca 9.517 Fundão 17.028 Alegre 30.784 Governador Lindenberg 10.874 Alfredo Chaves 13.960 Guaçuí 27.853 Alto Rio Novo 7.303 Guarapari 105.227 Anchieta 23.894 Ibatiba 22.346 Apiacá 7.513 Ibiraçu 11.158 Aracruz 81.746 Ibitirama 8.964 Atilio Vivacqua 9.840 Iconha 12.514 Baixo Guandu 29.086 Irupi 11.729 Barra de São Francisco 40.610 Itaguaçu 14.134 Boa Esperança 14.199 Itapemirim 30.988 Bom Jesus do Norte 9.479 Itarana 10.881 Brejetuba 11.921 Iúna 27.340 Cachoeiro de Itapemirim * 186.878 Jaguaré 24.718 Cariacica * 348.933 Jerônimo Monteiro 10.888 Castelo 34.826 João Neiva 15.808 Colatina 111.794 Laranja da Terra 10.825 Conceição da Barra 28.477 Linhares 141.254 Conceição do Castelo 11.686 Mantenópolis 13.600 Divino de São Lourenço 4.515 Marataízes 34.147 Domingos Martins 31.824 Marechal Floriano 14.249 Água Doce do Norte 42 MUNICÍPIOS Marilândia Contagem da População 2010 POPULAÇÃO MUNICÍPIOS POPULAÇÃO 11.107 Santa Maria de Jetibá 34.178 25.898 Santa Teresa 21.815 Montanha 17.854 São Domingos do Norte 8.016 Mucurici 5.672 São Gabriel da Palha 31.859 Muniz Freire 18.387 São José do Calçado 10.417 Muqui 14.396 São Mateus 109.067 Nova Venécia 46.020 São Roque do Canaã 11.287 Pancas 21.520 Serra * 409.324 Pedro Canário 23.789 Sooretama 23.860 Pinheiros 23.891 Vargem Alta 19.141 Piúma 18.123 Venda Nova do Imigrante 20.468 Ponto Belo 6.979 Viana 64.999 Presidente Kennedy 10.315 Vila Pavão 8.672 Rio Bananal 17.538 Vila Valério 13.830 Rio Novo do Sul 11.333 Vila Velha * 414.420 Santa Leopoldina 12.255 Vitória 325.453 Mimoso do Sul Fonte: IBGE, Censo 2010. Publicado no Diário Oficial da União de 04/11/2010. Pratique Vamos elaborar um censo da sala de aula? Colham as seguintes informações: • o bairro onde moram; • o número total de alunos; • o município onde nasceram; • a quantidade de meninas e meninos; • outras informações que o grupo achar necessárias. • a idade de cada um; Construa uma tabela no quadro ou em uma cartolina, como no exemplo a seguir. Preencha Professor(a): após preencherem a tabela, explore cada um dos dados: quantas crianças são ao com as informações colhidas. todo? Quantas meninas? Quantos meninos? Quantos de cada idade? Quantos moram em cada bairro? Quantos nasceram em cada município? etc. No final da atividade, explique-lhes que este EXEMPLO DE TABELA levantamento permitiu que se conhecessem as características gerais da “população” da classe. O No Nome Idade 1 2 3 4 Antonio Silvana Mônica Ricardo 9 10 9 10 Marque com um X Menina Menino X X X X IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística faz o censo demográfico (levantamento detalhado realizado a cada dez anos, no qual se levantam vários aspectos da população) e a contagem da população nacional (levantamento realizado entre os censos, 43 Bairro onde mora Município onde nasceu Centro Jucutuquara Vila Rubim Centro Serra Vitória Viana Vila Velha para atualizar especificamente os dados sobre quantidade da população), utilizando-se de dados semelhantes aos que a classe levantou, por meio de pesquisa feita de porta em porta. 2. População rural, população urbana Você aprendeu que a população capixaba se distribui pelos municípios de modo heterogêneo, mais concentrada na capital do estado e nos municípios vizinhos a ela. Observou também que a maioria dos municípios menos populosos se localiza no interior do estado. Agora vamos aprender sobre a situação da população, seja rural ou urbana. Além de serem diferentes na quantidade de pessoas, as populações também se diferenciam pelos lugares onde as pessoas moram, o que tem tudo a ver com o modo de vida e os tipos de atividade que elas realizam. Analise e comente Compare as fotos a seguir com as que você analisou na página 41 e comente com seus colegas e com sua professora ou professor as relações entre as atividades desenvolvidas e a quantidade de pessoas nos lugares. Photodisc/Getty Images Foto 1 Pessoas trabalhando no campo. Edson Reis/Usina de Imagem Foto 2 Avenida Jerônimo Monteiro, no centro de Vitória, em 2004. Uma parte da população do Espírito Santo mora nas cidades, ou seja, nas áreas urbanas, e outra, nas áreas rurais. Atualmente, de cada cem pessoas que moram no Espírito Santo, vinte moram nas áreas rurais e oitenta nas áreas urbanas. Mas nem sempre foi assim. 44 Observe e escreva Analise o gráfico da população rural e urbana do Espírito Santo entre 1950 e 2010 e, a partir do que você já aprendeu, escreva em seu caderno um pequeno texto procurando explicar por que houve mudanças na quantidade e na proporcionalidade entre a população rural e a urbana. ORIENTAÇÃO: Manual, página 20. Número de pessoas População Rural: 583.679 3.000.000 População Urbana: 2.928.993 2.500.000 2.000.000 1.500.000 Editoria de Arte 1.000.000 500.000 0 1950 Fonte: IBGE. Censo 2010. 1960 1970 1980 1991 2000 2010 A população rural e a urbana não se distribuem de forma homogênea pelo território. Há municípios que têm mais pessoas morando nas áreas rurais que nas áreas urbanas. Em outros municípios ocorre o contrário. Professor(a): a tabela a seguir traz os dados da população total, rural e urbana do estado e de cada município, extraídos do censo 2010 do IBGE. Se conseguir dados mais recentes, comunique os alunos. POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL POR MUNICÍPIO, 2010 MUNICÍPIO TOTAL Afonso Cláudio 31.086 Água Doce do 11.771 Norte Águia Branca 9.517 Alegre 30.784 Alfredo Chaves 13.960 Alto Rio Novo 7.303 Anchieta 23.894 Apiacá 7.513 Aracruz 81.746 Atilio Vivacqua 9.840 Baixo Guandu 29.086 Barra de 40.610 São Francisco Boa Esperança 14.199 Bom Jesus do 9.479 Norte Brejetuba 11.921 Cachoeiro de 189.878 Itapemirim Cariacica 348.933 URBANA RURAL MUNICÍPIO 15.861 15.225 6.699 5.072 3.051 21.521 6.557 4.239 18.153 5.212 71.407 6.114 22.519 6.466 9.263 7.403 3.064 5.741 2.301 10.339 3.726 6.567 26.340 14.270 10.239 3.960 8.702 777 3.417 8.504 173.572 16.306 337.822 11.111 Castelo Colatina Conceição da Barra Conceição do Castelo Divino de São Lourenço Domingos Martins Dores do Rio Preto Ecoporanga Fundão Governador Lindenberg Guaçuí Guarapari Ibatiba Ibiraçu Ibitirama 45 TOTAL URBANA RURAL 34.826 111.794 21.879 98.395 12.947 13.399 28.477 22.591 5.886 11.686 5.902 5.784 4.515 1.742 2.773 31.824 7.741 24.083 6.399 3.542 2.857 23.223 17.028 14.776 14.382 8.447 2.646 10.874 4.234 6.640 27.853 105.227 22.346 11.158 8.964 22.403 100.268 13.358 8.451 3.179 5.450 4.959 8.988 2.707 5.785 MUNICÍPIO RURAL MUNICÍPIO 12.514 11.729 14.134 30.988 10.881 27.340 24.718 7.273 4.440 8.054 19.325 4.095 15.640 15.056 5.241 7.289 6.080 11.663 6.786 11.700 9.662 10.888 8.540 2.348 15.808 12.755 3.053 10.825 3.527 7.298 141.254 13.600 34.147 121.503 8.653 27.619 19.751 4.947 6.528 14.249 7.408 6.841 11.107 5.648 5.459 Mimoso do Sul 25.898 16.226 9.672 Montanha Mucurici Muniz Freire Muqui Nova Venécia Pancas Pedro Canário Pinheiros Piúma Ponto Belo 17.854 5.672 18.387 14.396 46.020 21.520 23.789 23.891 18.123 6.979 13.525 3.599 8.669 9.309 30.824 10.082 22.052 18.714 17.450 5.588 4.329 2.073 9.718 5.087 15.196 11.438 1.737 5.177 673 1.391 Presidente Kennedy Rio Bananal Rio Novo do Sul Santa Leopoldina Santa Maria de Jetibá Santa Teresa São Domingos do Norte São Gabriel da Palha São José do Calçado São Mateus São Roque do Canaã Serra Sooretama Vargem Alta Venda Nova do Imigrante Viana Vila Pavão Vila Valério Vila Velha Vitória Iconha Irupi Itaguaçu Itapemirim Itarana Iúna Jaguaré Jerônimo Monteiro João Neiva Laranja da Terra Linhares Mantenópolis Marataízes Marechal Floriano Marilândia TOTAL URBANA TOTAL URBANA RURAL 10.315 3.440 6.875 17.538 11.333 6.796 5.950 10.742 5.383 12.255 2.634 9.621 34.178 11.791 22.387 21.815 11.763 10.052 8.016 3.439 4.577 31.859 24.327 7.532 10.417 8.358 2.059 109.067 84.586 24.481 11.287 5.597 5.690 409.324 23.860 19.141 406.517 16.882 6.724 2.807 6.978 12.417 20.468 14.812 5.656 64.999 8.672 13.830 414.420 325.453 59.640 2.998 5.042 412.402 325.453 5.359 5.674 8.788 2.018 0 ESPÍRITO SANTO 3.512.672 2.928.993 583.679 *Professor(a): é importante que os alunos percebam que nos municípios onde há maior quantidade de pessoas há tendência de urbanização. Na maior parte dos municípios com menos de 20.000 habitantes a maioria da população é rural. Trabalhe com mapas Edivaldo Serralheiro CONSULTAR ATLAS: página 11 Observe o mapa População Rural e Urbana, no ATLAS DO ES, página 11. Estude a legenda para saber o que significa cada cor e localize-a no mapa. Em que partes do Espírito Santo se localizam os municípios onde a maioria da população é rural? E onde se situam os municípios nos quais toda ou quase toda a população é urbana? E no município onde você mora, como se distribui a população? Você mora na cidade ou na zona rural? Procure saber quantas pessoas moram na área rural e urbana de seu município e anote esta informação no seu caderno. Compare o mapa População Total (ATLAS DO ES, página 10) com o mapa da População Rural e Urbana (ATLAS DO ES, página 11): no que eles se assemelham? No que são diferentes? * CONSULTAR ATLAS: páginas 10 e 11 46 3. Desenvolvimento humano A população não é homogênea em sua quantidade total de habitantes e na distribuição desses habitantes entre as áreas urbanas e rurais. Também não são homogêneas as condições de vida da população. Para poder analisar essas diferentes condições de vida, a ONU – Organização das Nações Unidas utiliza o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. A ONU é um organismo internacional que congrega praticamente todos os países do mundo. Seu objetivo é pensar e desenvolver maneiras de melhorar as condições de vida no nosso planeta. Este índice, o IDH, serve para verificar as diferenças sociais que existem entre os países para que se possa trabalhar pela diminuição delas. Para se estabelecer se o desenvolvimento humano dos países é alto, baixo ou médio, são levados em consideração três aspectos: a educação, a longevidade e a renda. No Brasil este cálculo é feito com base nos dados do IBGE para todos os municípios, gerando o IDH Municipal. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 1: Manual. Trabalhe com mapas Observe o mapa IDH (ATLAS DO ES, página 12). Estude a legenda para saber o que significa cada cor e localize-a no mapa. Em seguida responda no caderno: Em que partes do Espírito Santo se localizam os municípios com IDH mais alto? E onde se situam os municípios nos quais o IDH é mais baixo? E no município onde você mora, qual é o IDH? Você consegue observar, no seu dia a dia, os aspectos do desenvolvimento humano? Compare os mapas da População Total (ATLAS DO ES, página 10) e o mapa da População Rural e Urbana (ATLAS DO ES, página 11) com o mapa IDH (ATLAS DO ES, página 12): no que eles se assemelham? No que são diferentes? CONSULTAR ATLAS: páginas 10, 11 e 12 Professor(a): procure coletar informações sobre o município acerca dos dados de longevidade, educação e renda per capita. Podem ser notícias de jornal, dados de órgãos municipais de saúde e educação e outras fontes. Se achar pertinente, consulte no site do PNUD na Internet (www.pnud.org.br/idh) os indicadores que compõem o IDH. Ao comparar os mapas, discuta com os alunos que há tendência de o IDH ser mais alto em áreas mais urbanizadas em função da infraestrutura (escolas, saneamento, médicos etc.), mas isso não significa que haja igualdade de condições de vida entre todos os habitantes dessas áreas. 4. Cidades: diferentes e desiguais Você aprendeu que a maioria dos capixabas mora em cidades. As cidades apresentam diferenças entre si: a área que ocupam, a quantidade de pessoas que moram nelas, as características do terreno onde se localizam, sua história, os setores econômicos que nelas se organizam, a relação que elas têm com as áreas rurais que estão em volta dela... tudo isso faz cada cidade ser diferente. As cidades não são só diferentes entre si, mas também apresentam desigualdades internas. Os imóveis, como terrenos, casas e prédios, têm valores diferentes dependendo da região onde se localizam. Pode-se dizer que os imóveis são negociados como uma “mercadoria”, valendo o preço estabelecido pelo mercado. Para se definir o preço dos imóveis leva-se em consideração a oferta de serviços na região, o abastecimento de água, esgoto e energia elétrica, a proximidade com as áreas de lazer, como praias, parques, as facilidades de transporte etc. Um imóvel cujo bairro não oferece todos esses benefícios poderá ter um valor menor que aquele cujo bairro oferece tudo isso e às vezes outras facilidades. O não acesso a esses benefícios por parte da população indica desigualdade social nas cidades. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 2: Manual. 47 Entreviste e conheça Entreviste sua família e pergunte se todos gostam do bairro onde moram. Pergunte também quais os serviços que o bairro oferece (transporte público, segurança, saneamento básico, escola, hospital, supermercado, feira livre, padaria etc.). As pessoas que têm poucos rendimentos às vezes não têm outra escolha a não ser morar em áreas mais distantes dos centros urbanos, onde muitas vezes não há saneamento básico e outros serviços essenciais, como transportes, escolas, serviços públicos de saúde e áreas de lazer. As desigualdades que há nas cidades podem gerar criminalidade e violência, que também afetam a qualidade de vida da população. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 3: Manual. 5. Os movimentos da população A pintura de Antônio Rocco retrata a situação de pessoas e famílias que se deslocam em busca de melhores condições de vida. Professor(a): como aquecimento para a atividade que se segue, leia com os alunos os dois parágrafos anteriores e pergunte se eles conhecem pessoas de cada situação citada. 48 Antônio Rocco - Os Emigrantes. c.1 910. Pinacoteca do Estado, SP. O local onde as pessoas moram atualmente pode não ser o lugar onde nasceram. Muitas vezes as pessoas precisam se mudar em busca de melhores condições de vida. Esse movimento é chamado de migração. De cada cem pessoas que moram atualmente no Espírito Santo, cerca de vinte nasceram em outros estados, principalmente em Minas Gerais, na Bahia e no Rio de Janeiro. As pessoas também podem se mudar de um município para outro, dentro do mesmo estado. Só entre os anos de 1995 e 2000 cerca de duzentas mil pessoas mudaram de município no Espírito Santo (IBGE 2000). Há, ainda, pessoas que moram atualmente no Espírito Santo mas que nasceram em outros países. Hoje os estrangeiros são uma parcela pequena da população do Espírito Santo (cerca de quatro mil pessoas em todo o estado). Mas na história e nas paisagens do Espírito Santo a presença de pessoas vindas de outros países, principalmente de nações africanas (imigração forçada para fins de escravização), da Europa (imigração incentivada), foi marcante. Analise e comente Os trechos abaixo se referem a processos de saída das pessoas de sua terra natal. Leia-os e comente com sua turma e seu professor ou professora sobre os movimentos da população em cada um deles. De onde saíram? Para onde foram? Por que saíram? Assessoria de Comunicação do Arquivo Público do ES Texto 1 “NOSSOS AVÓS deixaram sua terrinha porque ali não havia mais possibilidades de ir adiante. Embarcaram, sem saber na realidade onde iam parar. Coitados, trouxeram sementes e mudas de uvas e oliveiras. Claro que aqui isso não lhes serviu de nada. Do governo receberam um pedaço de floresta para derrubar. Não tinham a menor ideia de como cultivar a terra aqui. Além disso, não tinham as ferramentas adequadas nem sabiam nada das espécies de madeira que havia. E os animais selvagens, as cobras, e sobretudo a onça. A avó nos contou uma vez que tinham tanto medo de onça que viveram algum tempo numa árvore. Sim, deve ter sido horrível.” 5o Caminho do Imigrante em Santa Leopoldina, 2007, que refaz os mesmos trajetos percorridos pelos camponeses imigrantes, desde o início do século XIX. Texto 2 Depoimento de um descendente de imigrantes que vieram da Itália para o Espírito Santo em 1894 (in Geert: Banck, Estratégias de sobrevivência em duas comunidades italo-capixabas. http://www.estacaocapixaba.com.br/ textos/imigracao/banck/italianos.html. Acessado em 17/12/2007.) Professor(a): o primeiro texto trata da imigração italiana para a região serrana do Espírito Santo. O segundo trata da migração do Espírito Santo para Rondônia. Analise com os alunos que esses movimentos de deslocamento da população não são em geral “aventuras” das famílias, mas um arranjo entre a necessidade delas e um incentivo governamental para ocupação das terras. Explore os momentos da história do Brasil e do Espírito Santo em que estes processos se deram. No primeiro caso, imigração incentivada para substituição da mão de obra escrava nas lavouras do café, vindo parcela de população de países que se “NO INÍCIO dos anos 80, com a transformação do Território Federal de Rondônia em Estado, o governo federal estimulou a migração de colonos de outras regiões do país para ocuparem terras na Amazônia. Veio gente, principalmente, do Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Os capixabas, oriundos, em sua maioria, do norte (Ecoporanga, Colatina, Barra de São Francisco etc.), se concentraram no centro rondoniense, entre Ji-Paraná, a segunda maior cidade, e Cacoal. Estes colonos, assentados nos lotes distribuídos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), enfrentaram, inicialmente, uma região inóspita, desconhecida para a maioria. Muitos desistiram e foram engrossar o cinturão de pobreza ao redor dos centros urbanos, ou retornaram, derrotados, para seus locais de origem. Os que ficaram construíram uma nova vida. Com o tempo, começaram a ocupar espaços nos diversos segmentos profissionais da nova sociedade onde estavam inseridos. É comum, por exemplo, ao longo das cidades nascidas no eixo da BR-364 (Cuiabá-Porto Velho), ver placas indicando Máquina de Café Colatinense, Borracharia Capixaba, Hotel Linhares e outras mais.” encontravam em situações críticas de pobreza e de guerra. No segundo caso, há migração interestadual motivada pela falta de terras para os descendentes dos imigrantes no Espírito Santo e a concentração de terras que se seguiu à erradicação dos cafezais, por um lado, e, por outro, pela estratégia de ocupação da Amazônia nos anos 1980. (Fonte: http://www.seculodiario.com.br. Acessado em 11/02/2008) 49 Edivaldo Serralheiro Entreviste e conheça Será que esses movimentos migratórios fazem parte da história de sua família? Faça uma pesquisa para descobrir. Entreviste seus pais, avós ou outras pessoas que moram com você. Escreva em seu caderno as perguntas antes de entrevistá-los. Exemplo: • Onde nasceu? (município, estado, país, se a pessoa for estrangeira) • Onde mora? (município, estado, país, se a pessoa for estrangeira) Professor(a): No manual há uma tabela pronta (Anexo III), que pode ser copiada. Incentive os alunos a localizar em mapas os lugares que apareceram nas suas tabelas e a comparar os resultados obtidos pela classe. Ajude-os a descobrir se há padrões, se há grupos semelhantes na classe e, retomando o texto com elementos da história da ocupação do Espírito Santo desenvolvida na unidade anterior, incentive-os a descobrir as conexões entre a história de sua família com o processo de ocupação do estado. Organize essas informações em uma tabela e compare-a com a de seus colegas. Quais são os dados semelhantes nas entrevistas? Quais são os que se diferem? As informações que você pesquisou fazem parte da história da sua família, da sua história e são também parte da história do seu município, do Espírito Santo, do Brasil. Relembre o que aprendeu sobre a história da ocupação do território e compare-a com os dados que você tem sobre a sua família. Faça um texto em seu caderno sobre as suas descobertas. SUGESTÃO DE ATIVIDADE 4: Manual Em ResUmo A distribuição da população pelo território é heterogênea e reflete diferentes modos de vida das pessoas. Essa distribuição também se relaciona às atividades econômicas desenvolvidas, no passado e no presente. A população é composta por pessoas que são diferentes, mas que compartilham a vida em um mesmo território. Essas diferenças têm raízes, muitas vezes, no processo de ocupação territorial, na situação de moradia da pessoa, se urbana ou rural, e no acesso que têm a bens sociais, como saúde, educação e renda. Hoje, a maior parte da população mora em cidades, e as cidades apresentam diferenças umas em relação às outras e também diferenças internas. A moradia atual das pessoas pode não ser a mesma de quando ou de onde nasceram seus pais e avós. Os processos migratórios são muito presentes na vida das pessoas do Espírito Santo. Professor(a): leia estes parágrafos com os alunos e, em cada um deles, discuta as atividades que foram desenvolvidas nesta unidade. 50