implantação da rede de telefonia ip para enlace de baixa
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implantação da rede de telefonia ip para enlace de baixa
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO PROJETO DE FINAL DE CURSO IMPLANTAÇÃO DA REDE DE TELEFONIA IP PARA ENLACE DE BAIXA VELOCIDADE por MANUEL RIBEIRO PALHARES NETO Recife, Maio de 2010. UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA IMPLANTAÇÃO DA REDE DE TELEFONIA IP PARA ENLACE DE BAIXA VELOCIDADE por MANUEL RIBEIRO PALHARES NETO Projeto apresentado ao curso de Engenharia Elétrica da Universidade de Pernambuco como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Engenheiro Eletricista. ORIENTADOR: PEDRO ALCÂNTARA NETO, M.Sc. Recife, Maio de 2010. © Manuel Ribeiro Palhares Neto, 2010. Dedico este trabalho à minha mãe e minhas irmãs. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a meus familiares e amigos, que direta e indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho. Agradeço a Escola Politécnica com todos os seus funcionários e docentes por contribuírem para a construção do conhecimento científico. Aos meus colegas da turma de Engenharia, pela acolhida e por terem contribuído para um descontraído ambiente de estudo que, por conseguinte, resultou na minha motivação para conclusão do curso. Aos meus companheiros de trabalho da Intelig Telecom, que possibilitaram um rico aprendizado na área de telecomunicações e contribuíram diretamente para minha formação acadêmica. “O engenheiro pensa o mundo justo, mundo que nenhum véu encobre (João Cabral de Melo Neto)” Resumo da Monografia apresentada ao curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica de Pernambuco. IMPLANTAÇÃO DA REDE DE TELEFONIA IP PARA ENLACE DE BAIXA VELOCIDADE Manuel Ribeiro Palhares Neto Maio/2010 Orientador: Pedro Alcântara Neto, M.Sc. Área de concentração: Telefonia. Palavras-chave: VOIP, Qualidade de Serviço, Telefonia. Número de Páginas:42 A tecnologia VoIP (Voice Over IP) é caracterizada pelo uso da voz sobre o protocolo IP a qual faz a convergência entre a Internet e a telefonia para levar o tráfego de voz até as redes de dados das empresas. O conceito é simples e consiste em converter os pacotes de voz analógicos em pacotes digitais e fazê-los trafegar pela Internet. Infelizmente, as facilidade e o baixo custo da utilização das redes baseadas em IP para a transmissão de voz são acompanhadas pela falta de políticas de qualidade, o que geralmente causa dificuldades para a implantação do serviço VoIP, como por exemplo, os atrasos fim-a-fim, flutuações de tráfego na rede (jitter), perda de pacotes e largura de banda. Devido a este contexto de problematização da falta de qualidade de serviços no tráfego de informações utilizadas em redes IP é que se torna justificável a elaboração de um trabalho para se estabelecer políticas de Qualidade de Serviço para que os recursos de uma rede sejam utilizados de maneira eficaz pelos seus usuários. O estabelecimento dessas políticas de QoS nada mais é do que um conjunto de técnicas que venham a prover prioridades ao tráfego de serviços específicos, tentando dar confiabilidade e qualidade a estes serviços, como por exemplo as filas de prioridade. Com base nesse estudo, este trabalho visa utilizar a tecnologia VoIP na rede do Hotel Armação e assim a empresa usufruir de todas as vantagens. Abstract of Dissertation presented to UPE. IMPLANTATION OF IP TELEPHONY NETWORK FOR LOW LINK Manuel Ribeiro Palhares Neto May/2010 Advisor: Pedro Alcântara Neto, M.Sc. Area of concentration: Telephony. Keywords: VOIP, Quality of Service, Telephony. Number of Pages:42 The VoIP technology (Voice Over IP) is characterized by the use of the voice on protocol IP which makes the convergence between the Internet and the telephony to the same take the voice traffic until the nets of data of the. The concept is simple and consists of converting the analogical packages of voice into digital packages and to make them to pass through for the Internet. Unhappyly, easiness and the low cost of the use of the nets based on IP for the voice transmission is folloied by the lack of quality politics what generally cause difficulties for the implantation of the VoIP service, as for example, the delays end-the-end, fluctuations of traffic in the net (to jitter), loss of packages and width of band. Had to this context of difficulty of the lack of quality of services in the traffic of information used in nets IP it is that the elaboration of a work becomes justifiable to establish politics of Quality of Service so that the resources of a net are used in efficient way for its users. The establishment of these politics of QoS nothing more is of that a set of techniques that come to provide priorities to the traffic with specific services, trying to give to trustworthiness and quality to these services, as for example a lines of priority. Based on this study, this work aims to use the VoIP at the Hotel Armação’s network and thus the company to enjoy all the advantages. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Modelo TCP/IP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Figura 2.2 – Exemplo de dois endereços IP em formato binário e decimal. . . . . . . . . 20 Figura 3.1 – Equipamento de terminal H.323. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Figura 3.2 – Gateway H.323. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Figura 3.3 – Requisição SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 Figura 4.1 – Funcionamento do atendimento prioritário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Figura 5.1 – Rede do Hotel Armação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Figura 5.2 – Servidor Dell. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Figura 5.3 – Placa Digium. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Figura 5.4 – Instalação do Servidor SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 Figura 5.5 – Rede convergente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Classe dos endereços IP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Tabela 3.1 - Exemplos de Codec´s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 Tabela 3.2 - Respostas SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 Tabela 5.1 - Equipamentos utilizados na rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Tabela 5.2 - Comparação das tarifas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 LISTA DE SIGLAS Termo Descrição CODEC Codification/Decodification Codificador/Decodificador CQ Fila Personalizada Custom Queuing DARPA Advanced Research DHCP Agência de Pesquisas em Project Agency Projetos Avançados Dynamic Host Protocolo de Configuração Configuration Protocol Dinâmica de Hosts DiffServ Differentiated Services Serviços diferenciados FEC Forward Error Correction Correção antecipada de erros FIFO First In, First Out Primeiro a entrar, primeiro a sair HTTP Hypertext Transfer Protocol Protocolo de Transferência de Hipertexto IETF Institute of Engineer Task Force Comunidade internacional técnica com objetivos de evoluir a Internet IntServ Integrated Services Serviços Integrados IP Internet Protocol Protocolo de Internet ITU International União Internacional Telecommunications Union de Telecomunicações Kbps Kilo bits per second Kilobits por segundo LAN Local Area Network Rede Local MAN Metropolitan Area Network Rede Metropolitana Mbps Mega bits per second Megabits por segundo MCU Multi Control Unit Unidade de Controle Multiponto MOS Mean opinion score Medição de Qualidade de Voz PLC Packet-Loss Concealment Encobrimento de Pacotes Perdidos PQ Priority Queuing Prioridade de Atendimento QoS Quality of Service Qualidade de Serviço PABX RAS registro, admissão e status RFC Request for Comments RSVP Resource Reservation Protocol Requisição para comentários RTCP Real Time Control Protocol Protocolo de Controle em Tempo Real RTP Real Time Protocol Protocolo de Transmissão em Tempo Real SCN Switched Circuit Network Rede de Circuito Comutado SIP Session Initiation Protocol Protocolo de Iniciação de Sessão TCP Transmission Control Protocol Protocolo de Controle de Transmissão UAC User Agent Client Agente de Usuário Cliente UAS User Agent Server Agente de Usuário Servidor UDP User Datagram Protocol Protocolo de Datagrama do Usuário VoIP Voice over IP Voz sobre IP WAN Wide Area Network rede de longa distância WFQ Weighted Fair Queuing SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.1. MOTIVAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 1.2. OBJETIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.3. METODOLOGIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 1.4. ESTRUTURA DO DOCUMENTO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2. REDE IP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 2.1. TOPOLOGIAS DE REDE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 2.2. TIPOS DE REDE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.3. ARQUITETURA TCP/IP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 2.3.1. TCP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 2.3.2. UDP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 2.3.3. Endereçamento IP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2.3.4. Protocolos de roteamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 2.4. EQUIPAMENTOS DE REDE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 3. VOZ SOBRE IP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23 3.1. CODEC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 3.2. H.323. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 3.2.1. Terminais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 3.2.2. Gateways. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.2.3. Gatekeepers. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3.2.4. Unidades de Controle de Multiponto. . . . . . . . . . . . . . 26 3.2.5. Protocolos de Sinalização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 3.3. SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 3.3.1. Elementos de rede SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 3.3.2. Requisições SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 3.3.3. Respostas SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 3.4. RELAÇÃO ENTRE H.323 E SIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..29 3.5. RTP E RTCP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 4. QUALIDADE DE SERVIÇO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 4.1. LATÊNCIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 4.2. JITTER (VARIAÇÃO DO ATRASO) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 4.3. PERDA DE PACOTES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 4.4. LIMITAÇÕES DE BANDA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 4.5. FILAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.5.1. First-In, First-Out (FIFO) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.5.2. Weighted Fair Queuing (WFQ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 4.5.3. Custom Queuing (CQ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 4.5.4. Priority Queuing (PQ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 5. ESTUDO DE CASO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 5.1. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5.2. PRIMEIRA ETAPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 5.3. SEGUNDA ETAPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 5.4. TERCEIRA ETAPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 6. CONCLUSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 13 1. INTRODUÇÃO As telecomunicações vêm passando por uma grande revolução nos últimos anos, pois a antiga promessa de uma rede convergente (voz, dados e vídeo) começou a acontecer. A convergência se deu em redes baseadas na pilha de protocolos TCP/IP, que possibilitou o oferecimento de serviços avançados, a um baixo custo, para todos os tipos de usuários sejam eles corporativos ou residenciais. Uma das tecnologias para a convergência está sendo a voz sobre IP (VoIP)[1]. Na década de 50 houve a introdução de cabos transatlânticos possibilitando chamadas internacionais diretas; nos anos 60, as centrais de transmissões digitais melhoraram em muito a qualidade do sinal de áudio; nos anos 70, as centrais programáveis viabilizaram serviços como as chamadas em espera e discagem por tons; na década de 80, o sistema de sinalização em canal comum possibilitou serviços como os números (0800). Por fim, a década de 90, marca definitivamente a trajetória da transmissão e sinalização telefônica analógica, rumo a uma infra-estrutura baseada em redes de pacotes, mais precisamente, na transmissão da voz sobre o protocolo IP (Internet Protocol) Protocolo de Internet [1, 2]. A utilização da voz sobre a pilha de protocolo TCP/IP, tecnologia mais comumente conhecida como VoIP (Voice over IP), faz a convergência entre a rede mundial de computadores (Internet) e a telefonia convencional, para levar o tráfego de voz até as redes de dados das empresas ou às casas dos usuários, utilizando o mesmo meio físico de comunicação; a mesma vem sendo uma das grandes metas de investimentos por fornecedores de soluções e usuários de telecomunicações nos últimos anos [2,3]. A telefonia IP traz um novo mercado para possíveis aplicações, integrando voz e dados, compartilhando mesmo equipamento terminal de usuário e mesma infraestrutura, aproximando pessoas geograficamente distantes e trazendo mais mobilidade para a telefonia, uma vez que aumenta a interatividade de aplicativos e diminui os custos de comunicação quando comparada às convencionais ligações telefônicas interurbanas, sendo esta, uma das características que mais influenciam a sua implantação [2]. As redes IP foram projetadas para aplicações de dados. Uma grande diferença entre uma aplicação de dados e uma aplicação de voz é que uma aplicação de voz é sensível ao atraso. Este atraso ocorre no caminho de transmissão ou em um dispositivo 14 no caminho de transmissão. Em um roteador, o atraso é o montante de tempo entre a recepção do pacote e a sua transmissão. Este tempo é também referido como atraso de propagação [3]. A transmissão de voz codificada em uma rede com o protocolo IP, possui características muito importantes e peculiares ao ambiente VoIP. Como o IP, por si só, não oferece nenhuma garantia de Qualidade de Serviço, categorizado como tráfego de melhor esforço, outros protocolos e soluções complementares devem ser agregados na formação da solução final, para permitirem um resultado comparável com o observado na rede de voz convencional. Sendo assim, há a necessidade de uma implantação de Qualidade de Serviço (QoS – Quality of Service) para a utilização de VoIP em enlaces de baixa velocidade, provendo prioridade na utilização do serviço, através de algumas técnicas disponíveis [4]. 1.1. MOTIVAÇÃO No fim de 2004, a In-Sat, uma empresa de pesquisas em telecomunicações, estimou existirem cerca de 1,3 milhões de linhas IP de banda larga nos Estados Unidos, com um crescimento para 3,9 milhões de linhas no fim de 2005. A maior parte dos provedores no mundo acredita que o IP ganhou como camada de transporte para a rede, e a voz, em conjunto com dados, vídeo e outros serviços de valor agregado, transportados sobre a rede IP. Mercado global para serviços VoIP ao cliente chegou com um total de 16 milhões de assinantes VoIP,mundialmente, em 2005, e foi estimado para crescer em mais de 55 milhões, segundo a In-Stat [1]. As empresas estão tentando gerenciar mais efetivamente suas comunicações usando a Telefonia IP em seus negócios. As empresas claramente percebem o VoIP como uma ferramenta para se manterem competitivas e aumentar a qualidade dos consumidor. 1.2. OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo fazer uma descrição da rede de Telefonia IP baseado na arquitetura TCP/IP, definir suas principais características, bem como implantar no Hotel Armação de Porto de Galinhas, demonstrando tanto as vantagens 15 técnicas como financeiras, além de implementar e testar qualidade de serviço a partir de ensaios realizados em um ambiente de rede similar ao ambiente do hotel , utilizando-se para isto, dos mecanismos de prioridade de filas. 1.3. METODOLOGIA Para a elaboração do trabalho, foram realizadas várias buscas e pesquisas em artigo acadêmicos, bem como em livros, sites e revistas de forma a obter um embasamento teórico acerca do tema abordado. Além do embasamento teórico, foi feito uma análise para implantação de uma rede de telefonia IP no Hotel Armação em Porto de Galinhas, para isso foram feitos tanto estudos técnicos quanto econômicos e com isso foi possível contextualizar o tema em uma visão teórica e prática. 1.4. ESTRUTURA DO DOCUMENTO Este trabalho foi organizado em capítulos, da seguinte maneira: • Capítulo 2 – este capítulo apresenta alguns conceitos sobre os padrões de rede TCP/IP para melhor compreensão do funcionamento básico de uma rede. • Capítulo 3 – este capítulo apresenta características e padrões da tecnologia de voz sobre IP. • Capítulo 4 – este capítulo apresenta os mecanismos de garantia de uma qualidade de serviço e a importância de sua utilização • Capítulo 5 – neste capítulo foi feito uma análise na estrutura da rede de voz e dados e realizado implantação de uma rede convergente. 16 2. REDE IP A Internet se tornou a mais importante ferramenta que vem guiando o processo de convergência. Isso se deve ao fato da arquitetura TCP/IP ter se tornado um padrão compartilhado, que é usado atualmente em qualquer tipo de serviço, como dados, vídeos e voz. Consequentemente, o termo TCP/IP comumente se refere a toda família de protocolos. As redes baseadas em IP são de grande importância na atual sociedade, tendo em vista a busca cada vez maior por informação. Uma rede de dados é formada fundamentalmente de duas partes: os nós e os enlaces [3]. O nó é qualquer tipo de dispositivo de rede, como um computador. São capazes de se comunicar com outros nós através de enlaces, como os cabos. Em uma rede, há basicamente duas maneiras de dois nós se comunicarem entre si: por comutação de circuito e por comutação de pacotes. O primeiro é utilizado nos sistemas de telefonia tradicional enquanto o segundo é utilizado em redes de dados [3]. As redes de dados foram desenvolvidas pela necessidade de comunicação entre várias estações de trabalho, pois, até então, não existia uma maneira eficiente para compartilhamento de dados. Várias estações de trabalho que precisavam compartilhar e acessar dados de outras estações simples, não podiam usar disquetes para isso [3]. No início da década de 80 começaram a surgir as primeiras redes corporativas pelo mundo, impulsionadas pela necessidade de comunicação entre usuários. O início foi um pouco conturbado, cada empresa criava o hardware e o software para uso próprio, por essa razão, criavam padrões proprietários, impossibilitando o avanço de outros fabricantes e por conseqüência da tecnologia de maneira geral, pois nada era regulamentado e não havia entidades para controlar isso. O resultado era que redes diferentes tinham imensa dificuldade para comunicar-se entre si. Por causa de todos esses problemas, uma das primeiras soluções foi criar padrões de redes locais (LAN’s), que ofereciam um conjunto aberto de regras para a criação de hardware e software de rede. Com esse crescimento, tornou-se necessário expandir tais redes, surgindo assim as redes metropolitanas (MAN’s) e as redes de longa distância (WAN’s)[5]. 2.1. TOPOLOGIAS DE REDE Define-se topologia como sendo a forma organizacional em que uma rede é estruturada. Podemos dividir essa organização em duas formas: a topologia física (que 17 envolve cabos, interligações) e a topologia lógica (acesso dos hosts aos meios físicos para envio de dados). Existem vários tipos de topologia física: • Barramento: todos os hosts são ligados diretamente a um mesmo cabo, e compartilham o mesmo meio físico para transmissão de dados. • Anel: conecta os hosts ao seu “vizinho” mais próximo, formando-se um “anel” de forma que o primeiro host seja conectado ao último. • Estrela: Todos os hosts são conectados a um ponto central, em geral um equipamento concentrador [5]. 2.2. TIPOS DE REDE As redes de computadores podem ser classificadas de duas formas: pela sua dispersão geográfica e pelo seu tipo de topologia de interconexão. Em relação à dispersão geográfica, pode-se classificá-las como: • LAN (Local Area Network) – São redes de pequena dispersão geográfica, com equipamentos interligados numa mesma sala, prédio, ou campus, com a finalidade de compartilhar recursos associados aos computadores, ou permitir a comunicação entre os usuários destes equipamentos [5]. • MAN (Metropolitan Area Network) - Uma MAN é uma rede que abrange toda a área metropolitana como uma cidade ou área suburbana. Uma MAN geralmente consiste em duas ou mais redes locais interligadas em uma mesma área geográfica [5]. • WAN (Wide Area Network) – Podem ser definidas como um conjunto de MAN’s interligadas entre si, cobrindo uma vasta área geográfica, geralmente, correspondentes a distâncias entre cidades, estados e até países. A Internet pode ser considerada um WAN [5]. 2.3. ARQUITETURA TCP/IP O TCP/IP é a sigla de Protocolo de Controle de Transmissão / Protocolo da Internet e se refere ao conjunto de protocolos utilizados na rede mundial de computadores. Ele inclui uma série de padrões que especificam como os computadores 18 se comunicarem, e cria convenções para interconectar redes e para o roteamento por meio dessas conexões [3]. Os protocolos da Internet (TCP/IP) são os resultados de um projeto da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency – Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa) sobre a conectividade entre redes, no final dos anos 70. Foi utilizado em todas as redes de longa distância do sistema de Defesa dos EUA em 1983. O TCP/IP é uma excelente plataforma cliente-servidor. Milhares de organizações militares, educacionais, científicas e comerciais compartilham dados, correio eletrônico e outros serviços na Internet usando o TCP/IP. Tudo teve início quando o departamento de defesa americano, no final da década de 60, decidiu criar um software de comunicação entre computadores que permitisse que estes pudessem trocar entre si informações (como arquivos) independentes de: - Serem os computadores locais ou remotos; - Utilizarem sistemas operacionais e aplicativos diferentes; - Utilização de equipamentos (hardware) diferentes [6]. O TCP/IP baseia-se em um modelo de referência de quatro camadas. Todos os protocolos que pertencem ao conjunto de protocolos TCP/IP estão localizados nas três camadas superiores desse modelo, conforme ilustrado na Figura 1.1 [6]. Figura 2.1 – Modelo TCP/IP [12] 19 • Aplicação - Define os protocolos de aplicativos TCP/IP e como os programas estabelecem uma interface com os serviços de camada de transporte para usar a rede. • Transporte – Tem como função básica estabelecer e manter a comunicação fim a fim. Define o nível de serviço e o status da conexão usada durante o transporte de dados. • Internet - Empacota dados em datagramas IP, que contêm informações de endereço de origem e de destino usadas para encaminhar datagramas entre hosts e redes. Executa o roteamento de datagramas IP, para decidir que trajeto deve tomar o datagrama. • Acesso à rede - Especifica os detalhes de como os dados são enviados fisicamente pela rede, inclusive como os bits são assinalados eletricamente por dispositivos de hardware que estabelecem interface com um meio da rede, como cabo coaxial, fibra óptica ou fio de cobre de par trançado [6]. 2.3.1. TCP O Protocolo de Controle de Transmissão (Transmission Control Protocol - TCP) é um protocolo orientado à conexão que fornece transmissão de dados full duplex confiável. O TCP é responsável por segmentar as mensagens, reagrupá-los na estação de destino, reenviar qualquer item não recebido e reagrupar essas mensagens com base nos segmentos [6]. 2.3.2. UDP O Protocolo de Datagrama de Usuário (User Datagram Protocol UDP) é o protocolo de transporte não orientado à conexão. O UDP é um protocolo simples que troca datagramas, sem confirmações ou entrega garantida. O processamento de erros e a retransmissão devem ser tratados por protocolos de camada superior [6]. Para transmissão de voz sobre IP é preferível a utilização do UDP como protocolo da camada de transporte, pois como é uma transmissão em tempo real não existe a necessidade de retransmissão de pacotes perdidos ou pacotes com erro além de um segmento UDP ser menor que um segmento TCP [7]. 20 2.3.3. Endereçamento IP O IP foi desenvolvido de forma a identificar os computadores através de endereços binários. Nas redes IP versão 4 , a cada computador é associado um endereço inteiro de 32 bits, único em toda Internet, chamado endereço IP. Para facilitar sua utilização, um endereço IP é representado por quatro números decimais separados por pontos, conhecido por formato decimal pontuado. Este formato facilita a compreensão, como se pode observar no exemplo da Figura 1.2 [8]. Figura 2.2– Exemplo de dois endereços IP em formato binário e decimal [12]. Um dos fatores mais importantes e cruciais no esquema de endereços na Internet, é que um endereço IP define uma identidade da rede ao qual o computador está conectado, chamado de endereço de rede, e também a identidade individual deste computador em sua rede dentre os demais, chamado endereço de host. Conforme se observa na Figura 1.2, cada octeto vai de 0 a 255. Cada um dos octetos divide-se em 256 subgrupos, que se dividem em outros 256 subgrupos com 256 endereços em cada um deles. Desta forma, as diferentes redes da Internet podem ser dividas e organizadas de uma forma hierárquica, cada qual com sua faixa de endereços de hosts correspondentes [8]. Os endereços IP são divididos em classes, para definir redes pequenas, médias e grandes. Os endereços de classe A são atribuídos a redes maiores, os endereços de classe B são usados para redes de porte médio e os de classe C para redes pequenas. A Tabela 1 detalha melhor a divisão em classes dos endereços IP [3]. 21 Tabela 2.1- Classe dos endereços IP 2.3.4. Classe Bits de Intervalo de Números de Bits de Ordem Endereços do do Endereço Endereço Superior Primeiro cteto de Rede Classe A 0 0 – 127 8 Classe B 10 128 - 191 16 Classe C 110 192 - 223 24 Classe D 1110 224 - 239 28 Protocolos de roteamento O IP é um protocolo roteado. Um protocolo roteado é um protocolo que transporta dados. É diferente de um protocolo de roteamento, visto que este atualiza roteadores a fim de permitir que os mesmos saibam quais caminhos um pacote deve percorrer, sendo tais caminhos criados com base no endereço IP. Redes IP usam atualmente dois tipos de protocolos de roteamento dinâmico: roteamento vetor-distância que utiliza a contagem de saltos para calcular o melhor caminho, e roteamento por estado de enlaces que utiliza técnicas mais refinadas para a escolha do caminho [9]. 2.4. EQUIPAMENTOS DE REDE • Hub - São repetidores de sinal multiporta, isso quer dizer que quando algum dispositivo envia um sinal para o hub, esse sinal é regenerado e encaminhado para todas as portas, assim, quando os dispositivos receberem o quadro, o destinatário fará uso desse quadro, e os outros dispositivos descartarão o quadro recebido. Os dispositivos que estão ligados ao hub recebem todo o tráfego que passa pelo hub. Quanto mais dispositivos estiverem ligados ao hub, maior será a possibilidade de ocorrerem colisões. Uma colisão ocorre quando duas ou mais estações de trabalho enviam dados através do fio da rede ao mesmo tempo. Esse dispositivo, atualmente, está sendo substituído pelo switch, que elimina as colisões e cujo preço já baixou bastante, fazendo com que não haja mais sentido ter um hub na rede [3]. 22 • Switch – Além de ser um repetidor e concentrador, eles aprendem certas informações sobre pacotes de dados que são recebidos de vários computadores na rede. Eles usam essas informações para fazer tabelas de encaminhamento a fim de determinar o destino dos dados que estão sendo enviados por um computador a outro dentro da rede. Com a tabela montada, o switch encaminha, apenas, para a porta de destino, ao contrário do hub, que envia para todas as portas, aliviando o congestionamento nas redes [3]. • Roteadores - São responsáveis pelo roteamento de pacotes de dados desde a origem até o destino dentro da rede local e pelo fornecimento de conectividade à Internet. Ele também pode ser responsável por outros serviços como DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol), responsável pelo endereçamento dinâmico dos hosts, qualidade de serviço, firewall, etc [9]. • Servidor – é um computador ou dispositivo capaz de oferecer um recurso a rede. O servidor pode ser um computador para armazenar arquivos, um servidor responsável pelo envio e entrega de emails, e na telefonia IP, pode fazer o papel de um PABX (Private Automatic Branch Exchange), permitindo efetuar ligações entre telefones internos sem intervenção manual, ou ainda telefonar e receber telefonemas da rede externa [5]. 23 3. VOZ SOBRE IP Nos anos 90, um número considerável de pesquisadores aprofundaram o interesse em levar voz e vídeo para as redes IP. Essa tecnologia é comumente chamada hoje em dia de VoIP (Voice over IP) e é o processo de fracionar áudio em pequenas partes, transmitindo essas pequenas partes por uma rede IP, e remontando essas pequenas partes novamente no destino, para assim se estabelecer a comunicação entre dois pontos de áudio[1]. 3.1. CODEC Basicamente, o VoIP é o processo de digitalizar a voz e transmiti-la através de uma rede IP, onde duas partes irão estabelecer comunicação. Claro que o processo envolve muito mais aspectos técnicos para funcionar. Depois de captar as amostras de som, é utilizado um algoritmo para comprimir a informação, de forma a diminuir a taxa de transmissão. Vários tipos de codecs existem para diferentes tipos de aplicações. Aqueles que são voltados para VoIP, são otimizados à comprimir voz, com significativa redução de taxa de transmissão utilizada, comparado a transmissão de voz não comprimida [7]. O som captado é comprimido e dividido em pequenas partes, que são coletadas e distribuídas em pacotes IP. Muitos desses pacotes se perdem em seu caminho ao destinatário e assim os codecs precisam compensar essa perda preenchendo “as lacunas” com áudio perceptível ao ouvido humano. Este processo é chamado “Encobrimento de Pacotes Perdidos” ou Packet-Loss Concealment (PLC). Outro método para endereçar perda de pacotes é conhecido como Forward Error Correction (FEC), que inclui algumas informações de pacotes previamente transmitidos nos pacotes subsequentes. Com algumas operações matemáticas é possível reconstruir um pacote perdido [7]. A largura de banda é limitada em qualquer enlace, logo o número de conversações simultâneas nesse enlace depende diretamente do codec utilizado, conforme Tabela 3.1. Uma forma de avaliar o desempenho dos codecs é através do MOS (Mean Opinion Score). Este varia de 1 (ruim) até 5 (excelente), onde o nível 4 corresponde ao de uma linha telefônica analógica convencional. Testes MOS são feitos com um grupo de ouvintes e eles dão a cada amostra de voz uma classificação [7]. 24 Tabela 3.1 - Exemplos de Codec´s Codec Consumo de Banda (Kbps) Qualidade da Voz (MOS) G.711 G.726 G.723.1 G.729a 64 32 5,3 ou 6,3 8 4,1 3,85 3,65 ou 3,9 3,7 3.2. H.323 H.323 é uma recomendação da União Internacional de Telecomunicações, setor de padronização em Telecomunicações (ITU-T). A especificação H.323 foi aprovada em 1996 pelo Grupo de Estudo 16 do ITU e sua segunda versão foi aprovada em janeiro de 1998. A recomendação H.323 descreve protocolos, equipamentos e serviços para comunicação multimídia sobre redes locais sem garantia de qualidade de serviço (QoS). Terminais e equipamentos H.323 podem transportar voz em tempo real, dados e vídeo [1]. 3.2.1. Terminais Os terminais são extremidades da LAN, que oferecem comunicações bidirecionais em tempo real. Um terminal H.323 fornece comunicações em tempo real com outros terminais suportando voz, vídeo e dados. O terminal pode ser um PC (com um aplicativo apropriado) ou um aparelho adequado (ex., um telefone IP). A Figura 3.1 mostra um terminal H.323 o qual inclui uma unidade de controle de sistema, nível H.225, interface de rede, uma unidade codec de áudio e dois elementos opcionais, uma unidade codec de vídeo e aplicações de dados do usuário [7]. 25 Figura 3.1 - Equipamento de terminal H.323 3.2.2. Gateways Os gateways H.323 oferecem serviços para clientes H.323, de modo que possam se comunicar com interfaces não H.323. O tipo mais comum de gateway H.323 permite comunicações entre terminais H.323 e telefones na rede de comutação de circuitos (SCN – Switched Circuit Network), como é mostrado da Figura 3.2. O gateway precisa oferecer traduções entre diferentes formatos de transmissão de áudio, vídeo e dados, assim como dos sistemas de comunicação e protocolos. Isso inclui o estabelecimento e finalização de chamadas nas redes IP e SCN [7]. 26 Figura 3.2 – Gateway H.323 3.2.3. Gatekeepers O gatekeeper fornece serviços de controle pré e durante a chamada aos pontos terminais H.323. Um gatekeeper é um ponto central de uma rede H.323, suas funções incluem: tradução de endereços, controle de admissão, sinalização, autorização e gerenciamento de chamadas, além do controle de largura de banda e gerenciamento de zona [7]. 3.2.4. Unidades de Controle de Multiponto A Unidade de Controle de Multiponto (MCU – Multi Control Unit) é uma extremidade na rede, que oferece a capacidade para três ou mais terminais ou gateways participarem em uma conferência multiponto. Ela também pode conectar dois terminais em uma configuração ponto a ponto, que mais tarde pode se desenvolver para uma configuração multiponto [7]. 27 3.2.5. Protocolos de Sinalização Os protocolos H.323 são divididos em três áreas principais de controle: • Sinalização de registro, admissão e estatus (RAS) – fornece o controle préchamada em redes H.323 baseadas em gatekeepers. • Sinalização de controle de chamadas (H.225) – usada para conectar, manter e desconectar chamadas entre pontos terminais. • Controle e transporte de mídia – fornece o canal confiável H.245 que transporta mensagens de controle de mídia [7]. 3.3. SIP O Session Initiation Protocol (SIP) é um protocolo de controle e sinalização usado para estabelecer, modificar e finalizar sessões com um ou mais participantes. Estas sessões incluem conferências multimídia para Internet, chamadas de telefone para Internet. Participantes em uma sessão podem se comunicar via multicast ou unicast, ou uma combinação de ambos. É um protocolo cliente-sevidor parecido tanto em sintaxe como em semântica ao protocolo HTTP. O SIP foi definido pelo Internet Engineering Task Force (IETF) [10]. 3.3.1. Elementos de rede SIP • User Agent Client (UAC) – um agente de usuário cliente é uma função lógica que inicia requisições SIP e aceita respostas SIP. Um exemplo de UAC é um telefone IP iniciando uma chamada. • User Agent Server (UAS) – um agente de usurário é uma função lógica que aceita requisições SIP e envia de volta repostas SIP. • Servidor Proxy – tem como função principal a de roteamento dentro da rede SIP, fazendo que uma requisição seja enviada para uma outra entidade mais próxima do dispositivo final. • Servidor de redirecionamento – é usando durante a iniciação da sessão para determinar o endereço do dispositivo que esta sendo chamado. 28 • Servidor de registro – este servidor tem a função de aceitar requisições do tipo REGISTER [10]. 3.3.2. Requisições SIP Requisições SIP são mensagens enviadas de cliente para servidor a fim de solicitar uma operação SIP. A RFC 3261 define seis requisições SIP que permitem que um agente usuário e um Proxy localizem usuários e iniciem, modifiquem ou finalizem sessões: • INVITE – indica que o usuário ou serviço destino é convidado a participar da sessão. • ACK – indica que o agente de usuário recebeu a reposta final a uma requisição INVITE. O ACK é usado somente com requisições INVITE. • OPTIONS – utilizado para solicitar informações sobre as capacidades do destino da chamada. • BYE – usado para solicitar a finalização de uma sessão estabelecida. • CANCEL – usado para cancelar requisições em andamento. • REGISTER – usado pelo UAC para informar ao servidor a sua localização [10]. Na Figura 3.3 pode ser visto um exemplo de uma requisição SIP: Figura 3.3 – Requisição SIP 29 3.3.3. Respostas SIP Um servidor envia uma resposta SIP para um cliente a fim de indicar o status de uma requisição SIP que o cliente tenha enviado previamente ao servidor. Na Tabela 3.1, estão listadas as principais respostas SIP. As respostas SIP são agrupadas como 1xx, 2xxx, e assim por diante até 6xx [10]. Tabela 3.2 - Respostas SIP Classe Perfil 1xx 2xx 3xx Descrição Informativo Pedido recebido, continuando a processar o pedido Sucesso Ação completada com sucesso Redirecionamento Necessidade de uma acao adicional para completar o pedido Pedido com sintaxe inválida ou não pode ser executado neste Erro do cliente servidor Erro do servidor Erro no servidor Falha Global Falha Global 4xx 5xx 6xx 3.4. RELAÇÃO ENTRE H.323 E SIP Notadamente os protocolos concorrentes entre si atualmente são o H.323 e o SIP. Dizer que um deles é melhor que o outro, hoje, é precipitação. O H.323 possui a robustez de ser um protocolo com alguns anos de pesquisa e estabilidade, tendo a credibilidade do ITU-T. O SIP, mais recente, possui sinalização mais simplificada e tem tido grande apelo comercial nos últimos anos pelas grandes empresas fornecedoras de equipamentos para voz sobre IP [7]. Em um mercado que se concentra mais em serviços de valor agregado, a simplicidade relativa do SIP pode vir a se tornar uma verdadeira vantagem. Porém, muitas empresas e operadoras já investiram muito em hardware de telefonia IP, e num mercado imaturo como o de telecomunicações, a estabilidade relativa fornecida pelo H.323 é um alívio para estas organizações. Funcionalidades do SIP que o H.323 não tem: • Velocidade – A rapidez com que o SIP troca sinalização. Enquanto o H.323 precisa enviar cerca de cinco mensagens para certa tarefa, o SIP o faz em 30 apenas uma. Além disso, o SIP pode usar o UDP, ao passo que o H.323 precisa usar o TCP. • Uso de URLs – Aparentemente um alias de e-mail H.323 ([email protected]) e uma URL SIP (sip:[email protected]) não possuem diferenças. Mas na verdade, um alias de e-mail H.323 considera que o protocolo usado seja o H.323, ao passo que o SIP especifica ele mesmo o protocolo na URL. Por causa disso, um servidor SIP pode redirecionar uma chamada para servidores não SIP de maneira bem flexível. • Codificação de texto – A codificação de texto utilizada pelo SIP facilita a vida dos programadores. É simples, fácil de depurar usando-se analisadores de protocolo e faz com que problemas de interoperabilidade sejam detectáveis “visualmente” [7]. 3.5. RTP E RTCP O RTP (Real-Time Protocol ou protocolo de transporte em tempo real) foi projetado para permitir que os receptores compensem o jitter e a perda de seqüência dos pacotes introduzidos pelas redes IP, assim suprindo as deficiências encontradas no UDO. O RTP pode ser usado para qualquer fluxo de dados em tempo real, como voz e vídeo. O RTP define um modo de formatar pacotes IP que carregam dados isócronos e inclui[11]: • Informação sobre o tipo de dado transportado; • Timestamps • Números de seqüência. O RTCP (Real-Time Control Protocol ou protocolo de controle em tempo real) geralmente é usado com o RTP para permitir o transporte de algum retorno sobre a qualidade da transmissão (a quantidade de jitter, a perda média de pacotes etc) e também pode transportar algumas informações a respeito da identidade dos participantes [11]. O RTP e o RTCP não tem qualquer influência sobre o comportamento da rede IP, sendo inertes ao controle de qualidade de serviço. A rede pode perder, inserir atraso ou perder a seqüência de um pacote RTP da mesma maneira que qualquer outro pacote IP. O RTP e o RTCP somente permitem aos receptores compensar o jitter da rede, por 31 meio do controle de buffer e seqüenciamento apropriados, e ter mais informações a respeito da rede de maneira que medidas corretivas apropriadas possam ser adotadas [1,7]. O RTP e RTCP são utilizados acima UDP, uma vez que o esquema de retransmissão do TCP não é adaptado para dados que precisam ser transportados com uma latência muito baixa, como no caso de comunicações interativas. Nesse caso, o RTP é tradicionalmente associado a uma porta UDP de número par e o RTCP, a próxima porta UDP de número ímpar [7]. 32 4. QUALIDADE DE SERVIÇO Uma aplicação de dados tradicional, como e-mail, pode aceitar uma pequena parada. Isso não acontece com a voz. A maioria das pessoas espera que sua chamada de voz funcione sempre que elas pegarem o telefone e discarem um número. Em relação às operadoras de telefonia, as mesmas precisam oferecer telefonia IP, com qualidade equivalente aos serviços existentes na rede convencional e assegurar um eficiente acoplamento com os equipamentos destas redes existentes [4]. Qualidade de Serviço (QoS) em rede IP, nada mais é, do que prover garantias de transmissão segura e eficiente para que os serviços a serem executados sejam realizados da melhor maneira possível, independente das anormalidades que a rede possua, ou seja, é a garantia do melhor acesso de um ou mais serviços à rede a partir de políticas de prioridades, dando ênfase àquelas que necessitam de uma reserva da largura de banda na rede [4]. Para se introduzir uma rede com QoS, necessita-se de um conjunto de requisitos considerados essenciais, como a minimização do atraso fim-a-fim (latência) e da variação do atraso (jitter), a minimização da taxa de perda de pacotes e o provimento de vazão de dados e largura de banda consistente, conforme detalhado a seguir [7]. 4.1. LATÊNCIA A latência é caracterizada como o montante de tempo que a voz leva para sair da boca da pessoa ate chegar ao ouvido de quem está escutando. A recomendação G.114 da União Internacional de Telecomunicações, Setor de Padronização de Telecomunicações (ITU-T) sugere uma latência de não mais de 150ms fim-a-fim para manter-se uma boa qualidade de voz, entre 150ms e 400ms deve ser avaliado o impacto sobre a aplicação e acima de 400ms normalmente é inaceitável [7]. Os principais fatores que influenciam a latência na rede são: • Atraso de propagação • Atraso de processamento • Atraso de fila O atraso de propagação corresponde ao tempo necessário para a propagação do sinal elétrico, rádio freqüência, ou propagação do sinal óptico no meio que está sendo 33 utilizado e é um parâmetro imutável. O atraso de processamento é referente ao processamento realizado nos equipamentos. E o atraso de fila é causado devido ao congestionamento na rede [4]. 4.2. JITTER (VARIAÇÃO DO ATRASO) O Jitter é a variação do intervalo de chegada entre pacotes. O jitter é uma medida de como o atraso de pacote muda ao longo do tempo. Usando a definição da RFC 1889, o jitter não deve exceder 30 ms [10]. Na transmissão de voz sobre IP os datagramas podem tomar caminhos diferentes na rede, resultando em diferentes tempos de propagação, ou podem sofrer congestionamentos momentâneos que obriguem a maiores retardos. Para contornar este problema, são usados buffers nas entradas dos equipamentos decodificadores, a fim de guardar alguns pacotes como “reserva” em uma fila, que é servida de forma mais constante possível. Mesmo que alguns pacotes sofram uma demora maior que a normal para chegada, os pacotes nos buffers são enviados para o decodificador com uma cadência homogênea [4]. 4.3. PERDA DE PACOTES A perda de pacotes em redes de dados é tanto comum quando esperada. Quando é colocada a voz em redes de dados, é importante construir uma rede que possa transportar com sucesso a voz de modo confiável e ritmado. Essa perda de pacote não deve ultrapassar 5%, já que, com menos que isso, os codecs passam a utilizar alguns recursos para lidar com esse problema, como repetir o pacote anterior ou fazer uma interpolação [4]. 4.4. LIMITAÇÕES DE BANDA Largura de banda é a medida de capacidade de transmissão de dados, normalmente expressa em kilobits por segundo (Kbps) ou megabits (Mbps). A largura de banda indica a capacidade máxima de transmissão teórica de uma conexão. Entretanto, na medida em que a taxa de transmissão utilizada se aproxima da largura de 34 banda teórica máxima, fatores negativos como atraso na transmissão das informações podem causar deteriorização na qualidade. A decisão de uma largura de banda maior ou menor deve ser tomada de acordo com as necessidades e prioridades da empresa [7]. Na rede heterogênea de hoje, diferentes protocolos e tipos de tráfego compartilhando um caminho de dados podem interagir um com o outro de maneira que afetam o desempenho de suas aplicações. Por exemplo, se uma rede for projetada para oferecer suporte a diferentes tipos de tráfego, como voz, vídeo e dados, compartilhando um único caminho de dados entre os roteadores, o administrador da rede deverá considerar o uso de técnicas de gerenciamento e de congestionamento para garantir o tratamento imparcial pelos diferentes tipos de tráfego. Portanto, um QoS para a rede IP inclui tecnologias como filas, Integrated Service (IntServ) e Differentiated Service (DiffServ). A característica básica do IntServ é que ele realiza o QoS por fluxo de dados, enquanto o DiffServ divide o tráfego de dados em classes distintas [7]. 4.5. FILAS 4.5.1. First-In, First-Out (FIFO) O FIFO não traz o conceito de classes de tráfego. Tudo o que ele faz é enviar os pacotes para a interface de saída na ordem de chegada, ou seja, o primeiro que chega é o primeiro a sair. FIFO é o método mais rápido de enfileiramento e pode ser o mais efetivo para enlaces de banda larga com pequeno retardo e congestionamento mínimo [4]. 4.5.2. Weighted Fair Queuing (WFQ) O WFQ é um método de escalonamento automático que oferece uma alocação justa de banda para todo o tráfego da rede. O WFQ utiliza pesos para identificar e classificar os tráfegos e determinar quanto de banda um tráfego possui em relação a outros tipos de tráfegos. Desta forma, o WFQ resolve as limitações do mecanismo FIFO. Impede que uma rajada de um tipo de tráfego monopolize toda a banda disponível, pois ele reserva um pequeno período de tempo, proporcional ao peso atribuído aquele tipo de tráfego, para cada fila transmitir seus pacotes [4]. 35 4.5.3. Custom Queuing (CQ) O Custom Queuing (CQ) permite ao administrador do sistema configurar o número de filas, o limite do tamanho da fila e a porcentagem da banda disponível para cada fila quando esta é servida. O CQ também permite ao administrador dividir os recursos da rede entre diversas aplicações com largura de banda e retardo mínimos específicos. De forma a garantir a divisão da banda entre as filas, o CQ especifica o número de pacotes que devem ser servidos para cada classe de tráfego. As filas são servidas periodicamente pois o roteador permite cada fila enviar uma certa quantidade de bytes antes de mudar para a próxima. Se uma fila está vazia então o roteador passa para a próxima que contém pacotes para enviar [4]. 4.5.4. Priority Queuing (PQ) Este mecanismo classifica os pacotes conforme um conjunto de regras prédefinidas e envia o pacote para a fila correspondente. O Priority Queuing (PQ) dá prioridade absoluta para as filas de maior prioridade, ou seja, uma fila de menor prioridade somente envia tráfego após as filas de maior prioridade estarem vazias, como pode ser visto na Figura 4.1 [4]. Para criar qualquer tipo de fila, as prioridades precisam ser atribuídas a diferentes tipos de tráfego. As prioridades disponíveis com PQ são alta, média, normal e baixa. Uma destas precisa ser atribuída à fila default. A fila default é para onde os pacotes que não combinam com a lista de prioridades acabarão indo [4]. Figura 4.1 – Funcionamento do atendimento prioritário [13] 36 5. ESTUDO DE CASO Neste capítulo será feito um estudo da rede de dados e voz da telefônica do Hotel Armação e do seu escritório para saber se é viável a implantação da telefonia IP. 5.1. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO O Hotel Armação e seu escritório apresentam uma rede de computadores e telefonia com os seguintes equipamentos: Tabela 5.1 - Equipamentos utilizados na rede Equipamentos Hotel Escritório Estação de trabalho 20 27 Servidor 0 1 Roteador 1 1 Switch 1 1 Ramal 230 26 Celular 5 14 PABX 1 1 Modem 1 1 Como mostrado na Figura 5.1, a topologia do escritório é composta de estações de trabalho conectadas ao switch o qual tem uma conexão direta com o roteador o qual através da ligação com modem fornece conexão à Internet para todas as estações de trabalho. Conectado ao switch também se encontra o servidor, que dispõe de um aplicativo cliente-servidor utilizado para o controle de entrada e saída dos hóspedes. Na rede telefônica, todos os ramais estão diretamente ligados ao PABX e este, através do modem, liga-se à Rede Pública de Telefonia Comutada (RPTC). Observa-se que a topologia do hotel é semelhante à do escritório, tendo como diferenças principais o acesso ao servidor que é através da Internet e a quantidade de ramais que é muito maior, pois, existe um telefone em cada apartamento para a utilização dos hóspedes. 37 Figura 5.1 – Rede do Hotel Armação Hoje, o hotel e o escritório contam com uma conexão à Internet com a largura de banda de 1Mbps contratada junto a uma mesma operadora telefônica, e seu uso tem como principais funções fazer com que as estações acessem o servidor localizado no escritório além de utilizá-la para enviar e receber emails. Tal rede telefônica é constituída por 30 canais de telefones fixos, tanto no escritório quanto no hotel, sendo utilizados apenas para ligações de números fixos, quer seja local, longa distância ou internacional. E paralelo são utilizados celulares, um para cada setor, que têm como fim ligar para outros celulares, também realizando ligações locais, a longa distância e internacionais. 5.2. PRIMEIRA ETAPA A grande vantagem da telefonia IP é prover uma tarifa mais barata que a telefonia convencional por utilizar a mesma infra-estrutura e compartilhar da banda da rede de dados. Por isso foi feito uma busca pelos melhores provedores VoIP para se escolher o que mais atendia às necessidades da empresa atentando-se para o tipo de ligações recorrentes no hotel e fazendo-se uma comparação entre as melhores tarifas e as tarifas já empregadas no mesmo. A Tabela 5.2 mostra as diferenças entres as tarifas VoIP e RPTC dos principais tipos de ligação [14]. As ligações internacionais não constam na tabela, pois, existem inúmeras localidades e tarifas, mas tal fato não impede a empresa de obter uma boa economia (em torno de 80%), utilizando-se da telefonia IP. 38 Tabela 5.2 - Comparação das tarifas Forma de ligação Fixo longa distância Fixo local Celular longa distância Celular local Operadora (R$/min) Fixa Celular 0,34 0,10 - 0,96 - 0,40 VoIP 0,06 0,06 0,35 0,35 5.3. SEGUNDA ETAPA Como a empresa tem uma grande dependência da comunicação para prospecção de novos clientes, a implantação começou de uma forma paralela da topologia já existente e assim, os funcionários puderam escolher quais serviços utilizar, entretanto, sempre utilizando o VOIP como primeira opção. Para implantação, com um custo total de R$ 6138,00, foram utilizados os seguintes componentes: • Servidor Dell PowerEdge T110 – Processador Intel® Pentium® G6950 2.80GHz, 3M Cache,; 2GB Memory, 1333MHz; Disco Rígido de 250GB 7.200 RPM SATA(custo: R$ 1629,00). O servidor será usado como IPBX (central telefônica IP), conforme mostrado na Figura 5.2 [15]. Figura 5.2 – Servidor Dell • Asterisk – IPBX baseado em software, que usa como sistema operacional o Linux. O Asterisk é responsável pela autenticação dos ramais e computadores que irão utilizar a telefonia IP, controle da sinalização para efetuar as chamadas, escolha da melhor rota ou a mais barata e outras aplicações. • Placa Digium Wildcard TE120P – responsável pela conexão com um PABX ou RPTC, através da interface E1(custo R$ 1440,00), conforme mostrado da Figura 5.3 [16]. 39 Figura 5.3 – Placa Digium A Figura 5.4 mostra as mudanças na topologia após a instalação do servidor Asterisk. Ele foi conectado ao switch e ao PABX, onde foi criada mais uma rota para a utilização de ligações através da Internet. Figura 5.4 – Instalação do Servidor SIP A escolha do protocolo SIP foi devido à sua facilidade de implantação e configuração. Sabendo-se da importância da qualidade das chamadas IP, foi utilizado técnicas de Qos de enfileiramento, para, assim, reservar a banda e priorizar os pacotes de voz. Com a escolha do CQ (Custom Queuing) como técnica de enfileiramento, configurou-se três filas, sendo a primeira para reservar a banda e priorizar a voz, a 40 segunda fila para a aplicação cliente -servidor, e por fim, a terceira fila para os dados que não se encaixam nas duas primeiras. 5.4. TERCEIRA ETAPA Atualmente o serviço foi aprovado, e então iniciado a convergência das redes propriamente dita, com cancelamento gradativo dos serviços telefônico e celular (apenas os de cada setor com utilização interna), assim só serão feitas ligações via IP. Para evitar gastos desnecessários, o PABX continuará na rede e terá apenas a conexão com o IPBX; quando houver a necessidade de novos pontos de telefone serão utilizados telefones IP e assim a migração será feita gradativamente. Outra etapa da implantação é a possibilidade de utilizar essa infra-estrutura remotamente, pois através da internet é possível se conectar ao servidor Asterisk, o qual pode ser visto na Figura 5.5. Assim os funcionários poderão se comunicar sem custos, mesmo estando em outras cidades e, além disso, poderão usufruir das tarifas mais baratas. Figura 5.5 – Rede convergente Além da redução mensal com gastos telefônicos, a rede convergente trouxe outros benefícios como: 41 • Utilização da rede VOIP remotamente – a equipe de vendas tinha grandes problemas de comunicação devidos sempre estarem viajando com freqüência e a utilização da telefonia se torna cara devido a esse deslocamento. • Aumento do serviço de telefonia no hotel – as tarifas mais baratas foram repassadas também para os clientes com isso teve um aumento no lucro de 15%. • Correio de voz – com a integração das redes de voz e dados, os funcionários poderão receber as mensagens de voz em seus emails. 42 6. CONCLUSÃO A integração da rede de dados, com a rede de voz utilizando serviços da telefonia IP, resulta em uma drástica redução dos gastos mensais com telefonia tanto pela redução dos custos das ligações via IP, quanto pela manutenção da rede de dados. Outro fator positivo é a adição de novos serviços ao sistema de comunicação do Hotel Armação que permite, por exemplo, receber ligações mesmo estando ausente do escritório ou do Hotel podendo assim aumentar a interação com seus clientes. A aplicação de QoS nas redes de comunicações torna-se imprescindível principalmente em enlaces de baixas velocidades, pois, é corriqueira a ocorrência de congestionamento nesses tipos de meio. É praticamente impossível imaginar um avanço da tecnologia das redes e de suas aplicações, sem que estas tenham a implantação de Qualidade de Serviço, à medida que há diversas aplicações rodando, em um único meio limitado, e ao mesmo tempo, disputando espaço para poderem rodar com certo grau de qualidade e satisfação. Aplicações estas, com características específicas como a voz, que necessitam de um tratamento que atenda às expectativas. O estudo de caso mostra que com um conhecimento profundo sobre a utilização da rede de dados, junto a corretas implementações de Qualidade de Serviço é possível trafegar voz em enlaces de baixa velocidade. 43 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] DAVIDSON, J et. al. Voice over IP Fundamentals, 2 ed USA: Cisco Press, 2008. [2] WALLACE, K. Cisco Voice over IP (CVOICE) Authorized Self-Study Guide, 3 ed. USA: Cisco Press, 2008. [3] TANNENBAUM, A. Redes de Computadores, 4 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. [4] ODOM, W.; CAVANAUGH, M. Cisco QOS Exam Certification Guide (IP Telephony Self-Study), 2 ed. USA: Cisco Press, 2004. [5] TORRES, G. Redes de Computadores, 1 ed. Cruzeiro: Axcel Books, 2001. [6] ODOM, W. CCNA ICND1 Official Exam Certification Guide. 2 ed. USA: Cisco Press, 2007. [7] KAZA, R.; ASADULLAH, S. Cisco IP Telephony: Planning, Design, Implementation, Operation, and Optimization, 1 ed USA: Cisco Press, 2005. [8] ODOM, W. CCNA ICND2 Official Exam Certification Guide. 2 ed. USA: Cisco Press, 2007. [9] STEWART, B. CCNP BSCI Exam Official Certification Guide, 4 ed. USA: Cisco Press, 2007. [10] IETF. RFC 1889: RTP - A Transport Protocol for Real-Time Applications. Disponível em: http://www.ietf.org/rfc/rfc1889.txt. Acesso em: 7 abril 2010. [11] IETF. RFC 3261: SIP – Session Initiation Protocol. Disponível em: http://www.ietf.org/rfc/rfc3261.txt. Acesso em: 10 abril 2010. [12] Cisco. Academia Cisco. Diponível em: http://cisco.netacad.net. Acesso em: 15 abril 2010. [13] ODOM, W. 642-642 QoS - Implementing Cisco Quality of Service (QoS) v2.0. USA: Cisco Press, 2004 [14] Anatel. Tarifação Fixa e Móvel. Disponível em: http://www.anatel.gov.br. Acesso em: 30 abril 2010. [15] Dell. Servidores Dell. Disponível em: http://www.dell.com.br. Acesso em: 30 abril 2010. [16] Digium. Interface E1. Disponível em: http://store.digium.com. Acesso em: 30 abril 2010.
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ser julgado também não é idêntico para cada caso.