- Nosso Jornal Abaeté

Transcrição

- Nosso Jornal Abaeté
Ano XIX - Nº 222 - Fevereiro 14
A experiência
de estudar
sem
fronteiras
Págs.
Abaeté em ritmo de carnaval. Pág. 03
11,
12
e
13
a trajetória de um jornalista abaeteense que combateu
três ditaduras na américa latina. Págs. 09 e 10
dr. aloysio e as memórias de um
grande líder político. Págs. 23
2 nossojornal / fev14
Vem aí a Folha
Comunitária do
Alto São Francisco
FOLHA COMUNITÁRIA DE ABAETÉ
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projeto de regionalização do Nosso
Jornal. E contamos com a sua participação. Com suas ideias.
Como deve ser um jornal que ajude a promover a integração dos municípios e comunidades do Alto São
Francisco, aproximando pessoas
que moram tão perto e muitas vezes
vivem tão distantes? Que projetos
podem ser desenvolvidos em parceria pelos moradores e entidades das
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Violência em Abaeté: o que fazer?
Warle Francisco de Oliveira, de Juiz de Fora
O problema da violência, em todos os seus
aspectos, pode ser considerado hoje uma das
maiores preocupações
da sociedade brasileira contemporânea, haja
vista o crescente número
de fatos assustadores noticiados diariamente pela mídia. Ficamos ainda
mais preocupados quando constatamos que, nos
últimos dez anos, este
problema tem se alastrado pelo interior, principalmente pelas cidades
com população entre 20
mil a 100 mil habitantes,
conforme indica pesquisa realizada pelo Instituto Sangari, deixando um
rastro de destruição, de
dor e de sofrimento.
Em Abaeté, não tem sido diferente, dado os últimos acontecimentos: explosão de caixas
eletrônicos, assaltos diversos
e homicídios. Perplexos com a
extensão do problema, o questionamento é geral: a que se deve essa situação tão grave, que
ceifa vidas e fere tantas pessoas,
física, emocional e moralmente?
O que está sendo feito para minimizar esse problema?
A primeira coisa que devemos ter em mente é a dificuldade em identificar causas
precisas. Em geral, são vários
fatores combinados, entre os
quais podemos citar o baixo
investimento em segurança pública, a falta de projetos sociais
para atender famílias com índice
de alta vulnerabilidade, a sensação de impunidade gerada pela
ineficiência de nossa legislação,
falhas no sistema educacional,
a crescente desestruturação da
família e o aumento no consumo
de drogas altamente perigosas.
Esse último se confundindo com
a consequência.
Sabemos que muito do processo de minimização da violência precisa passar pela vontade
política e não depende diretamente de nós. Por isso, ao refletir a violência em nossa cidade,
somos levados a refletir também
as políticas públicas e, de imediato, analisar se o nosso voto
está contribuindo para perpetuar ou para modificar a situação
atual.
Além do voto consciente, durante as eleições, é necessário
que cada um assuma seu papel
de pacificador da sociedade, o
que é uma questão importante
e desafiadora. Ser pacificador
da sociedade é, sem poesia e
com puro realismo, amar o ser
humano (não as suas atitudes),
valorizá-lo, respeitar a vida - a
nossa e a do outro.
É necessário que todos nós
estejamos atentos no aconselhamento dos mais novos, com
uma educação mais firme, que
ensine os limites para cada atitude. E, seja qual for acrença religiosa, devemos ensinar nossas
crianças e adolescentes a olharem para a vida com um olhar
“Quando morreres, só levarás aquilo que tiveres dado”.
de admiração e de
respeito. Só assim teremos jovens e adultos
desempenhando esse
mesmo papel de construtores da paz.
Essa é uma tarefa
que deve ser posta em
prática nas escolas, em
casa e nas ruas. Quantas vezes perdemos a
oportunidade de uma
palavra amiga, de um
abraço carinhoso, de
um pouco de atenção
para alguém que precisa desabafar, de um
sorriso de acolhida ou
de um “não” enérgico,
e acabamos contribuindo, em longo prazo, para o aumento da violência em nossa cidade!
Independente das políticas
públicas, há uma responsabilidade que pesa sobre o ombro
de cada um de nós que clama
por paz e por justiça. Há urgência em construirmos uma cultura
de paz, capaz de ser um diferencial nas relações pessoais e
comunitárias.
Como bem diz a escritora Elisa Lucinda, no poema Ciranda,
“não se pode mudar o começo.
A História não dá ré, é natural.
Mas se pode mudar o final. (...)
Que mania que tem todos de
achar, há muitos anos, que o
mundo está terminando! Pois
pra mim, todos os dias, em cada ação de um dos meus muitos
seres, o mundo está apenas começando!”
nossojornal / fev14 3
1º Concurso de Marchinhas de Carnaval
pretende resgatar uma velha tradição da cidade
“Este ano, se Deus quiser, vou passar o carnaval
em Abaeté. Lá tem loirinha, tem moreninha, tem
escurinha, que é um troço de mulher. Ah, eu não
consigo esquecer o povo
de Abaeté”.
Quem se lembra desta
marchinha, composta pelo dentista Sizínio Alberto,
que embalava os jovens
abaeteenses e visitantes
nos bailes do Abaeté Clube e dos primeiros carnavais de rua, a partir dos
anos 70?
Com o objetivo de resgatar essa tradição, valorizando a música carnavalesca, seus compositores,
intérpretes, a brincadeira
lúdica e a criação popular, a Prefeitura Municipal,
Secretaria de Cultura e
Casa da Cultura de Abaeté promovem, através da
Ambev, o 1º Concurso de
Marchinhas de Carnaval
na cidade.
O evento acontecerá
na Praça Dr. Canuto, no
palco principal do Carnaval Popular, às 19 horas do
próximo sábado, dia 1º de
março. Quem quiser participar deve comparecer à
Casa da Cultura de Abaeté, situada na rua Getúlio
Vargas, nº 292 (em frente
ao Sicoob Credioeste) de
09 às 11 horas e de 14 às
18 horas, para fazer a inscrição gratuitamente.
Haverá
premiação
para os três primeiros colocados, podendo participar grupos de Abaeté e
Em 1937, foi criado o primeiro bloco de rua de Abaeté, “Quem ri de nós tem inveja”, pelos jovens do bairro Marmelada: (da esquerda para a
direita) Alda, Adelaide do Jorge Barbeiro, Lourencinha, Ana e Maria da Gabriela, Geralda e Docha da Maria do Zé Lino, Zoroastro, Geralda da
Paz, Tuá, Tajimira, Arlinda do Zé Perola. Agachados, estão Zé Lopes, Geraldo Matão, Geraldo da Isabel, Maestro Waltinho, Barroso do Piston,
José Alves dos Santos, João do Dario, Gatinho do Mauro Augusto, Geraldo do Berola, Zé da Gabriela, Sebastião, Laércio do Berardo. Deitadas,
as rainhas Maria do Dario e Olinda da Chola.
região. “Agradecemos o
empenho e a participação
efetiva da Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura de Abaeté, apoiando o
projeto e promovendo um
carnaval democratizado”,
destaca a presidente da
Casa da Cultura, Lúcia Pereira de Andrade.
No palco principal do
carnaval popular, estão
confirmadas também as
apresentações de Amanda Alves e Banda (sextafeira, dia 28/02), Ato No-
bre (sábado, dia 01/03),
Fred e Thiago (domingo,
dia 02/03), Vitor e Fabiano
(na segunda, dia 03/03)
e Virô Samba (terça, dia
04/03), além do trio elétrico, de 17 horas até três da
madrugada.
Já o Abaeté Folia ficará
concentrado nas imediações do Campo do Atlético, alugado por R$ 55 mil,
para sediar a boate e os
camarotes. Desta vez, ao
contrário dos anos anterio-
res, nenhuma rua foi interditada para a montagem
da estrutura da festa, que
promete trazer milhares
de turistas para a cidade.
“Nosso
investimento
em mídia, este ano, foi altíssimo, mais de R$ 165 mil,
três vezes superior ao de
2013”, contabiliza Alexandre Lucas Pereira (Duca),
satisfeito com as vendas
de camarotes e ingressos
pulverizados para foliões
de boa parte do país.
“As pessoas que nos
procuram falam que não
tem carnaval como o Abaeté Folia, com estrutura de
primeiro mundo, organização, segurança e gente
bonita. Isso é muito bom,
porque cada vez mais
consolidamos esta festa,
atraindo um público A,
ajudando a incrementar
o turismo e a gerar renda
para a cidade”, acredita o
empresário.
No Abaeté Folia, as
grandes atrações
são
a cantora Anitta, com o
“O passado é história, o futuro é mistério, o hoje é uma dádiva. Por isso, se chama presente”.
Show das Poderosas (no
sábado, apenas na boate) e Psirico, que chega na
terça-feira, direto de Salvador. Também foram contratados o Grupo Molejo,
Henrique & Juliano, Turma
do Pagode e MC Sapão.
“São seis artistas nacionais, que todo dia estão
na televisão. Nossa grade
de show é excepcional, a
mais eclética, muitas pessoas falaram que é a melhor de todos os tempos”,
finaliza Duca.
Notícias da ASSEMBLEIA 2014
Dia 15 de fevereiro,
a partir das 15 horas, no
auditório do Lions Clube
de Abaeté, foi realizada a
26ª Assembleia Geral Ordinária da Cooperativa de
Crédito de Livre Admissão do Oeste de Minas
Gerais Ltda. – SICOOB
CREDIOESTE.
Ali, em conformidade
com as disposições legais e estatutárias, os 100
associados presentes de-
liberaram sobre a prestação de contas com a apresentação de relatórios de
Gestão; a destinação das
sobras líquidas apuradas
no exercício de 2013; a
fixação do valor das cédulas de presença, honorários e gratificações dos
membros do Conselho de
Administração, Conselho
Fiscal e da Diretoria Executiva; a aprovação da
Política Institucional de
Governança Corporativa;
dentre outros assuntos de
interesse social.
Após o cumprimento
de todas as formalidades
legais e estatutárias, os
Associados foram brindados por um evento festivo,
comandado pela Banda
Camaleão, comemorando
o excelente desempenho
da Cooperativa de Crédito Sicoob Credioeste em
2013.
Durante a assembleia, o associado Jaci Xavier de Andrade recebeu uma homenagem pela fidelidade e presença permanente nos 25 anos do SicoobCredioeste,
utilizando os produtos e serviços, juntamente com a esposa Fani e os filhos Claristene, Clarislene, Claudilene e Sebastião Lemos Xavier.
Sicoob Consórcios ultrapassa R$ 500 milhões
em vendas em dois anos no Brasil.
Aumentar o portfólio de produtos nas
cooperativas Sicoob e facilitar o sonho da
casa própria ou a compra de um carro,
sem cobrança de juros. Razões como
estas impulsionaram o lançamento do Sicoob Consórcios há dois anos, e continuam a promover o sucesso do produto no
Sicoob, evidenciado por seus números
expressivos. Até o final de 2013, mais de
R$500 milhões foram comercializados,
um aumento de 113% em relação ao ano
anterior, o que gerou comissionamento
superior a R$ 15 milhões para as cooperativas do Sistema.
Para Marcelo Carneiro, superintendente Comercial do Bancoob, esse resultado é a comprovação legítima do
empenho e da dedicação das Centrais
e Singulares do Sicoob, que acreditaram
na força do Sicoob Consórcios.
“A operação própria de consórcio demonstra a importância de oferecermos
um portfólio completo aos nossos cooperados. Além de atender os consorciados
com preços muito competitivos, o Consórcio Sicoob possui como diferencial o
grande número de contemplações mensais, que chega a superar duas dezenas
em alguns grupos. Quanto mais cotas
vendemos, mais competitivo fica o produto – pois temos condição de oferecer
novos grupos com mais opções de faixa
de valor”, diz Marcelo.
Na sua cooperativa Sicoob, você conta com
várias modalidades de seguros para ter
tranquilidade e curtir a vida.
São seguros de vida, automóveis, máquinas e
equipamentos, residencial, empresarial e muito mais.
Vá até sua cooperativa SICOOB, faça
um seguro e garanta sua tranquilidade,
de sua família e de seus negócios.
nossojornal / fev14 5
Inventando Moda
Por Brenda Marcelino*
Já faz um tempo
que acessórios deixaram de ser apenas
peças para comple-
Óculos:
O modelo redondinho
dá um charme retrô para
a produção, pois foi hit nos
anos 60 e 70. A lente espelhada e a armação metálica dão o toque de modernidade. Mas não esqueça, o
mais importante é observar
se seus óculos possuem
proteção contra raios solares (UV e UVB), independente do modelo.
mentar uma produção. A
verdade é que eles vem
roubando a cena ultimamente e fazem bonito
quando combinados ao
seu estilo. Sejam brincos,
chapéus, cintos, bolsas,
os acessórios podem ser
usados para compor
produções diárias ou
até mesmo looks mais
sofisticados. No entanto,
é importante dar uma
equilibrada para não pesar o visual. Hoje venho
trazer dicas de alguns
acessórios para apostar no carnaval. Escolha
o seu preferido e caia
na folia!
Bolsa:
No carnaval a bolsa tem que ser extremamente utilitária. Escolha um modelo que
não faça muito volume,
de preferência com alças compridas para
dar mais segurança e
que caiba o essencial
(dinheiro, documento,
celular, etc.). A com
franjinhas é tendência!
Lenços/bandanas:
A cantora Anitta adora,
e as bandanas já se tornaram sucesso absoluto na
cabeça de celebridades
e meninas com atitude.
Mas os lenços também
poder fazer uma proposta
interessante quando usados amarrados no braço,
no pescoço, em forma de
cinto, enfim. Use sua criatividade!
Chapéu:
O modelo “Panamá”
é o mais democrático.
Com ar fresco, ele pode
ser usado em produções mais clássicas até
as mais casuais, além
de proteger do sol. Os
modelos coloridos são
novidade pra esse verão. Aposte!
Calçado:
O ideal é escolher
um modelo baixinho e
confortável, de preferência que esconda os
dedinhos para não ter
nenhuma “surpresa desagradável” na hora do
agito. Sapatilhas, tênis
e alpargatas são boas
opções.
Boné:
Ficar bonita e protegida contra o sol é fácil
para as mais ousadas:
O boné apareceu repaginado com estampas,
bordados e aplicações
e está fazendo a cabeça das mulheres.
*De Morada Nova de Minas,
estudante de Design de Moda na Fumec, estagiária na Plural
6 nossojornal / fev14
Vem aí um mega evento para sacudir Abaeté
Professor Modesto Pires
Fique atento
para acertar:
1 – Queria namorar
“com” o colega... O com
não existe. Queria namorar
o colega.
2 – Cresceu muito o
prestígio do jornal entre
os leitores (e não junto aos
leitores), graças a Deus.
Era grande a sua dívida
com o banco e não (junto)
ao banco.
A reclamação foi apresentada ao Procon e não
(junto) ao Procon.
3 – Eles têm razão. No
plural, têm é assim com
acento. Tem é a forma do
singular. O mesmo ocorre
com vêm e vem e põe e
põem. Ele tem, eles têm;
ele vem, eles vêm; ele põe,
eles põem.
4 – A moça estava ali há
muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A
moça estava ali havia (fazia)
muito tempo. O havia se
impõe quando o verbo está
no imperfeito e no mais que
perfeito do indicativo.
Um grande espetáculo, promovido pela Universidade Brasileira de
Capoeira Sol Nascente,
promete sacudir o setor
cultural em Abaeté, de 2
a 4 de maio. Com batizado, trocas de cordel,
trio elétrico, desfiles de
blocos artísticos, danças
afrobrasileiras e apresentação do Boi Mineiro
Uai, o evento pretende
reunir cerca de 300 capoeiristas dos estados
da Bahia, Distrito Federal, São Paulo, Goiás,
Piauí, Pará, Maranhão e
Minas Gerais, além dos
ternos de congado, folia
de reis, quadrilhas, artesãos e grupo de paspa-
lhos de Abaeté.
Segundo o organizador, Mateus Geraldo
da Silva, o Contramestre
Gato Preto, este evento
nasceu na Bahia, com
o Mestre Romeu, e já foi
realizado com sucesso
no Piauí, Goiás, Distrito Federal, Pará e São
Paulo. Abaeté será a
primeira cidade mineira a apresentá-lo, e um
dos grandes desafios
da equipe é conseguir
patrocínios para a realização do evento, orçado
em seis mil reais. “Vamos precisar de camisetas, banners, carro de
divulgação, alimentação para o pessoal que
vem de fora, som para
o dia do evento, roupas
de dança, certificados e
dinheiro para custear a
vinda do Mestre Romeu,
que mora na Bahia e é
um grande batalhador
dentro da capoeira”, cita
Mateus.
Há quase 10 anos na
cidade, a Universidade
Brasileira de Capoeira
Sol Nascente desenvolve
um importante (e ainda pouco reconhecido)
trabalho socioeducativo
junto às crianças e adolescentes. “Para frequentar o grupo Sol Nascente,
cobramos educação e
respeito dos alunos. E
estamos sempre visan-
do o lado social, tirando
as crianças do caminho
errado das drogas, da
prostituição. Nesse sentido, muitas vezes, a capoeira tem um alcance
maior que o da própria
escola. Apesar disso,
ainda enfrentamos muito preconceito. Muita
gente confunde com
macumba, candomblé,
ignorando que capoeira
é esporte, é cultura herdada dos escravos”, declara Mateus.
Com cerca de 60
alunos, entre crianças,
adolescentes e adultos,
as aulas são ministradas na quadra do Projeto Vida Nova, no bairro
São João, num espaço
cedido por Luizinho Parabólica no Abaetezinho
e na Praça do Bairro São
Pedro.
Com um detalhe: o
Contramestre Gato Preto
não tem patrocínios, nem
cobra mensalidades dos
alunos. Desenvolve esse
trabalho voluntário como
uma missão, pelo amor
ao esporte/cultura que
deu um sentido especial
à sua vida. “Se não fosse a capoeira, não sei o
que seria de mim. Talvez
“Mude o modo que você olha para as coisas, e as coisas que você olha mudarão’.
eu fosse um viciado em
drogas, um alcoólatra,
um traficante, ou algo
assim. Mas a capoeira
me levou para outro caminho. Mesmo que não
seja meu ganha pão,
ela me deu valores que
me sustentam”, ressalta
Mateus, que trabalha
como mecânico para
manter a si e à família.
Várias
apresentações estão sendo promovidas desde o final
do ano passado para divulgar o evento de maio.
O grupo vai promover
também um bazar de
roupas usadas para arrecadar verbas e ajudar
as crianças que não têm
condições de comprar o
abadá de capoeira e a
corda, que ficam em torno de R$ 45 cada um.
Mateus acredita que
tudo seria mais fácil, se
houvesse um incentivo
maior à cultura e ao esporte na cidade. “Abaeté precisa acordar para
a necessidade dessa
maior valorização. Afinal, o esporte e a cultura
oferecem perspectivas e
dignidade às pessoas,
resgatando os valores
humanos”, defende.
8
informe publicitário
Prefeitura inicia construção de um novo PSF e anuncia
licitação para a Unidade de Pronto Atendimento
Foram iniciadas as
obras do PSF Maria de
Lourdes, no Bairro Santo
Antônio. A valor total da
obra é de R$ 495.000,00
(quatrocentos e noventa
e cinco mil reais), sendo que a Prefeitura arca
com R$ 295.000,00 (duzentos e noventa e cinco mil reais), recebendo
apenas R$ 200.000,00
(duzentos mil reais) do
Ministério da Saúde.
- No próximo dia 10 de
março, será licitada a tão
esperada UPA - Unidade
de Pronto Atendimento,
que terá sua construção
iniciada ainda no primeiro semestre desse ano.
O custo da obra foi
avaliado em aproximadamente R$ 1.203.810,18
(um milhão duzentos e
três mil oitocentos e dez
reais e dezoito centavos).
Alunos da Rede Pública recebem material escolar na volta às aulas
No ínicio do mês
de fevereiro, mais de
2.200 kits escolares
foram entregues aos
alunos da rede pública
municipal, pelo prefeito
municipal Armando Greco Filho e a secretária
de Educação, Ivanete
Soares.
Os estudantes receberam da Prefeitura Municipal cadernos, lápis de
cor, lápis preto, borracha,
canetas, apontador, ré-
gua. Nos kits escolares
dos alunos da Educação
Infantil, constaram ainda
tesoura, colas coloridas,
tintas, pincéis, massinhas
para modelar, giz de
cera e papel A4, enfim,
todo o material necessário para o ano letivo,
sem nenhum custo.
Por uma melhor qualidade de vida para os
internos da Vila Vicentina e alunos da Apae
A Operação Tapa-buracos foi iniciada no dia 17 de
fevereiro, mobilizando boa parte dos funcionários da Prefeitura para que
todas as ruas sejam reparadas o mais rápido possível.
O CRAS (Centro de
Referência de Assistência Social) de Abaeté,
em parceria com a Apae
e Vila Vicentina, passará
a desenvolver o Serviço
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
(SCFV) dentro dessas
instituições.
Este serviço já vinha sendo desenvolvido
dentro dos espaços do
CRAS e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência
Social) e agora será ampliado a rede socioassistencial.
O convênio firmado
tem o objetivo de promover a convivência
social, trocas culturais e
de vivências, desenvolvimento do sentimento de
pertencimento e identidade, além de estimular
a auto-estima através de
atividades que buscam
diminuir o tempo ocioso
principalmente daqueles
que se encontram asilados. Para isso, o serviço
conta com o importante
apoio das assistentes
sociais das instituições,
Carla Mendonça e Suelen Gontijo.
nossojornal / fev14 9
NA SAGA DOS ANOS 60
A trajetória de um jornalista abaeteense
que combateu três ditaduras na América Latina
Há 50 anos, o ativista
político e jornalista abaeteense Carlos Olavo da
Cunha Pereira editava, em
Governador Valadares, o
jornal “O Combate”, abordando temas como a luta
pela terra, o assassinato de
posseiros, a exploração dos
trabalhadores, a violência
urbana, as arbitrariedades
policiais, a corrupção política. Com o golpe militar de
31 de março de 1964, ele
passou a ser perseguido
pela ditadura, exilando-se
na Bolívia e depois no Uruguai, onde também foram
instaurados regimes autoritários.
Toda essa trajetória pode
ser lida no livro “Na Saga
dos Anos 60”, onde, através do personagem Barros
Otávio, o “jornalista comunista” revive “toda a tensão,
a incerteza e o medo de
alguém que perdeu toda a
sua estrutura familiar, econômica e profissional, reduzido a um mero fugitivo do
regime, o tempo todo prestes a ser capturado”.
De volta a Abaeté, onde
aguarda uma oportunidade
para o lançamento do livro,
o conterrâneo, de 90 anos,
conta um pouco de suas
aventuras, garantindo que
faria tudo outra vez. E dá
boas risadas ao recordar
de cada episódio onde conseguiu escapar das garras
dos militares no Brasil e no
Uruguai.
Aos 90 anos, Carlos Olavo está de volta a Abaeté, ao lado da esposa Zuca.
Escrito em uma velha Olivertti, “Na Saga dos Anos 60” já foi lançado com
sucesso em Governador Valadares (foto baixo) e Belo Horizonte
O livro “Na saga dos
anos 60”, recentemente
lançado pelo senhor, é
apresentado como o testemunho de uma vida dedicada ao combate à ditadura em três países. Fale
sobre este trabalho.
“Na saga dos anos 60”
é o livro sobre as minhas
andanças entre o ato institucional número 1, a minha prisão e a fuga para
o exílio. Fui condenado a
oito anos por subversão.
Bendita subversão! (risos).
Nesse livro, eu aproveito
para contar como foi o golpe na Bolívia, o movimento Tupamaros no Uruguai,
as minhas relações com o
Brizola e outras lideranças
políticas. É um livro das
andanças de um jornalista
engajado nas lutas sociais
e políticas do seu tempo.
A história tem início com
a deposição de João Goulart pelas Forças Armadas
e termina com a Anistia,
em 1979.
O senhor também é
autor do livro “Nas terras
do Rio sem dono”, onde
relata a disputa pela terra
no Vale do Rio Doce. Conte
um pouco de sua militância em Valadares.
Cheguei a Governador
Valadares no dia do suicídio de Getúlio Vargas, em
24 de agosto de 1954. A
cidade estava completamente parada, de luto pela
morte do presidente. Uma
coisa impressionante! Minha primeira ação foi ajudar a organizar um comício para um companheiro
ler a carta testamento de
Getúlio em praça pública.
Eu tinha 30 anos e fui
designado para criar uma
sucursal do Jornal do Povo
ali. Naquela época, a terra
passava por uma valorização rápida, devido ao
cruzamento da rodovia
Rio-Bahia e da ferrovia
Vitória/Minas bem dentro
de Valadares, e o Vale do
Rio Doce se notabilizava
pelos despejos cruéis dos
posseiros feitos pelos grileiros.
Eu assisti a dramas
incríveis, espetáculos de
doer. Os posseiros despejados eram jogados do
caminhão na beira da RioBahia, com mulher, menino, colchão, mesa, cadeira, penico, porco, galinha,
num poeirão danado...
Eu fotografava aquilo e
fazia reportagens denunciando. Essas reportagens
vendiam tantos jornais,
que a sucursal em Governador Valadares passou
a vender mais que a sede
em Belo Horizonte. Mas
isso mexeu com muita
gente, e o Jornal acabou
fechado por dificuldades
financeiras. Fiquei, então,
“pendurado na brocha”.
Continua na página 10
“Sempre que houver medo, nunca tente escapar dele. Na verdade, siga as indicações do medo. É na direção delas que você precisa se movimentar. O medo é simplesmente um desafio.” Osho
10 nossojornal / fev14
A trajetória de um jornalista abaeteense
que combateu três ditaduras na América Latina
Continuação da entrevista iniciada na pág. 09
Carlos Olavo: Naquelas
andanças e em contato
com os jornalistas locais,
resolvemos criar um jornal
satírico. Era “O Saci”, que
começou a circular por
volta de 1958, levantando
os problemas na cidade,
e em 1960 passou a se
chamar “O Combate”. Era
conhecido como um “jornal atrevido”, que não conhecia assuntos proibidos
e ganhou a cidade de tal
sorte que hoje faz parte da
história de Valadares.
Tanto assim que me
prestaram uma homenagem. Fui convidado para
dar duas aulas magnas
no curso de Jornalismo da
Univale, me levaram ao
edifício novo e descerraram uma placa na porta:
“Laboratório de Comunicação Social Jornalista Carlos Olavo” (emociona-se).
O Combate era o jornal de
maior circulação da cidade, vendia feito pólvora.
Era combativo mesmo.
Durou até a revolução?
Durou até a chamada
revolução, que de revolução não tinha nada. Foi
um golpe militar reacionário, que logo de entrada
mostrou bem a sua natureza, se atirando contra a
imprensa e o movimento
social. Atacaram o Sindicato dos Trabalhadores
Rurais, despedaçaram o
jornal. Foi um golpe contra-revolucionário, a favor
das elites, para parar as
reformas de base que o
João Goulart pregava. No
último dia de governo, Jango tinha 73% de aceitação
popular. Foi um golpe contra o governo do povo.
O senhor chegou a ser
preso quando invadiram o
jornal?
Eu já tinha saído da cidade, porque, no dia 8 de
março de 64, recebi um
telefonema do José Apa-
Carlos Olavo ainda guarda alguns exemplares do jornal “O Combate”, de Governador Valadares, onde fez uma ´palestra e lançou o livro em 2013.
recido, que era secretário
de governo do Magalhães
Pinto, dizendo que o governador queria falar comigo em Belo Horizonte.
Em uma conversa a
sós, Magalhães Pinto alertou que o golpe estava
sendo armado, ia vencer e
eu seria uma das primeiras vítimas, porque, em
Valadares, ficaria na boca
da onça. Disse que queria
prestar uma homenagem
à minha família, que era
toda da UDN (eu era a
ovelha negra, o comunista) e me pediu para procurar o comandante do
Batalhão, Coronel Mário
Simões, que me entregaria um radiograma dele,
pedindo pra me dar todas
as garantias até Belo Horizonte. Assim aconteceu.
E, realmente, invadiram
a minha casa e disseram
pra minha mulher: “com
a senhora e os filhos não
vamos fazer nada, mas
queremos fazer picadinho
de seu marido”. Estão, até
hoje estão querendo fazer
esse picadinho (dá uma
boa risada). Estou com 90
anos, gozando de saúde e
muitos deles já foram para
o cemitério.
Com o salvo conduto
do governador, consegui
chegar a Belo Horizonte,
fui pra casa do meu irmão
Simão da Cunha, deputado na época. Dali fui para
Brasília e depois para
Barra do Corda, no Maranhão. Lá, cheguei a ser
preso, mas consegui fugir
da cadeia e cavalguei até
o Piauí, 48 horas a cavalo,
sem dormir, sem tomar
banho nem nada. Imagine o estado que cheguei
a Teresina... O livro conta
toda essa história.
No dia da cassação do
então senador Juscelino
Kubitschek (08 de junho
de 64), embarquei para
Brasília, de lá fui para o
Rio, entrei na Embaixada
e parti para o exílio na
Bolívia. Cheguei lá na véspera da Semana da Independência e participei de
uma passeata com uns 80
a 100 exilados brasileiros.
Saímos com a faixa “Exiliados brasileños saludan
sus hermanos bolivianos,
hermanos de lucha, hermanos de sangre”. (risos)
O Repórter Esso, Heron Domingues, divulgou: “o agitador Carlos Olavo está na
Bolívia fazendo agitação”
e mostrou a fotografia, eu
na frente na passeata, junto com Neiva Moreira.
Quando veio o golpe,
eu entrei no movimento
clandestino de lá, ajudei
a fazer um jornal chamado “Abril”. Mas a situação
ficou insustentável, e acabei cruzando a fronteria
de volta ao Brasil. Cheguei
aqui durante a Guerrilha
do Araguaia, não quis
participar. Voltei pra Aba-
eté, fui criar porcos e vacas leiteiras numa chácara perto da cidade. Estava
até ganhando um dinheirinho, mas recebi um aviso
de que havia sido condenado a oito anos de prisão
e que viriam me capturar.
Saí de Abaeté às 4 da madrugada, três horas depois, a polícia chegou me
procurando... Estão atrás
de mim até hoje...
De Abaeté o senhor
partiu para o Uruguai?
Fiquei uns dois meses com uma família de
Abaeté no Mato Grosso,
e dali fui para o Uruguai,
no dia 1º de maio de 1969.
Minha família chegou em
outubro, a “penca” de seis
meninos. Tenho 12 netos e
5 bisnetos, a família está
grande. No livro, presto
uma homenagem à Zuca,
minha companheira há 63
anos. Graças a ela, escapei de ser torturado e talvez até morto.
Fui preso no Uruguai
pela Operação Condor,
uma aliança político-militar entre os vários regimes
militares da América do
Sul, criada com o objetivo
de coordenar a repressão
a opositores dessas ditaduras, eliminar líderes de
esquerda instalados nos
países do Cone Sul e para
reagir à OLAS, Organização Latino-Americana de
Solidariedade, criada por
Fidel Castro.
Na época, como eu tinha sido proibido de exercer o jornalismo, trabalhava como guia turístico em
uma kombi enviada pela
minha família. Uma tarde,
ao sair do parque da prefeitura naval, fui sequestrado, preso, e sumiram
comigo lá dentro. Como
não cheguei em casa na
hora marcada e meu filho
Jaime viu minha kombi na
porta da prefeitura, minha
mulher foi até a Embaixada Americana e denunciou o meu sequestro. Era
o governo do Jimmy Carter, que pregava o respeito aos direitos humanos e
não apoiava as ditaduras
da América Latina.
Na manhã seguinte, já
tinham tirado a minha roupa e feito o exame médico
pra começar a sessão de
tortura... quando bateram
na porta e entrou o capitão da Marinha Americana, adido naval, mandando me soltar. Escapei pelo
gongo (risos).
E continuei no Uruguai
até a anistia. Em 79, voltei para Belo Horizonte. E
agora estou em Abaeté.
Em março, completo 91
anos, ja é hora de aquietar
um pouco, quero completar meus 100 anos aqui.
Como o senhor está
vendo Abaeté, depois de
tanto tempo?
É muito bom estar de
volta. Nasci aqui, em março de 1923, vim de uma
família grande, 10 irmãos,
agora sou o único sobrevivente. Foi aqui que aprendi
a gostar de política, desde
pequeno vivia num esquema político. Meu pai era
deputado federal e eu fui
criado mais com meu avô,
o Senador Sousa Vianna.
Minha avó disse pra minha mãe: “Alda, você tem
10 filhos, dá o Carlos Olavo
pra mim.” E eu fui pra fazenda. À tarde, tinha sempre uma conversa politica,
com o meu pai e o doutor
Vianna, tomando um cafezinho.
Política sempre fez parte da minha família. Meu
irmão, Simão da Cunha, foi
deputado federal. Aloysio
e Edgardo foram prefeitos
de Abaeté. Hoje, moro no
bairro Simão da Cunha, na
Rua Dr. Edgardo. Meu pai,
Edgardo da Cunha Pereira, é o titular dessa rua,
do Fórum e do Ginásio. Ele
fundou o Estadual, e o Zé
Cândido, meu irmão, foi o
primeiro diretor.
É bom estar de volta.
Vejo vocês nessa luta do
jornal, conheço bem o que
é fazer um jornal numa
cidade. Claro que o jornal
de vocês é outra natureza,
mas é uma bela iniciativa.
O que eu puder fazer para
ajudar aqui, eu farei, estou
à disposição.
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.” (William Shakespeare)
nossojornal / fev14 11
Estudar no exterior, um sonho real
estudantes abaeteenses compartilham suas experiências no Programa Ciência sem Fronteiras
Com o objetivo de
formar estudantes brasileiros com experiência internacional, 101
mil bolsas de estudos
no exterior estão sendo
oferecidas pelo Governo
Federal até 2015, para
alunos das Universidades Brasileiras, de graduação, pós graduação
e pós doutorado.
Em 2013, cinco estudantes de Abaeté aproveitaram esta oportunidade e embarcaram
para a Austrália, Reino
Unido e Itália, onde frequentam universidades
de destaque em rankings internacionais, pelo
período de 12 a 18 meses.
Pelo menos outros dois
abaeteenses se preparam para iniciar essa
experiência no segundo
semestre de 2014.
Atualmente, estão
abertas inscrições para
estudantes de pós-graduação e pós-doutorado. A expectativa é que
haja novas chamadas
para graduandos, que
precisam possuir nota
do ENEM igual ou acima
de 600, ter integralizado
o mínimo de 20% e o
máximo de 90% do curso até a data da viagem,
com perfil de aluno de
excelência.
Através da internet,
os estudantes Thiago
Reis, Daniel Lucas, Rafael Vales e Jonatas
Chagas compartilharam
um pouco dessa experiência além fronteiras ao
Nosso Jornal. Confira:
Rafael Vales, impressões de um
futuro engenheiro civil na Itália
Aquela sensação de
coisa nova, de um mundo diferente, de descobrimento... No início, era tudo
tão diferente, tão novo e
também tão complicado...
Sabíamos que o objetivo principal do governo
era enviar muitos estudantes ao exterior, e, para
isso, alguns critérios foram
deixados de lado, como o
conhecimento da língua
no país de destino, no meu
caso, a Itália.
Mesmo sem o conhecimento prévio do italiano e
das possíveis dificuldades
que poderíamos ter, aqui
estamos e muito bem,
obrigado.
Chegar sem saber a
língua local é um enorme
problema. Mas três dias
depois que cheguei, comecei um curso intensivo
de um mês, três horas de
aula por dia e quatro dias
por semana, pago pelo
governo brasileiro. Era puxado, mas foi excelente,
sem dúvida. As coisas começavam a fluir.
Sim, com um mês de
curso, foi possível aprender muito sobre a língua,
talvez pelo motivo de que
o italiano e o português
tenham muitos cognatos.
Já era possível me comunicar e resolver problemas
simples. Daí pra frente, foi
mais fácil, principalmente
as aulas na faculdade.
Como moro em uma cidade turística e muito visi-
tada (Florença), a oportunidade de treinar e “gastar”
o inglês também surgiu.
Desde a leitura do edital
do programa, a ideia de
aprender uma nova língua
me chamou muito a atenção.
A Itália é um país tão
burocrático quanto o Brasil, ou talvez mais. São tantos detalhes, que coisas
como fazer documentos
ou matrícula na faculdade
acabam se tornando realmente incômodas.
A adaptação à comida
local foi difícil apenas nas
duas primeiras semanas.
Como encontramos um
restaurante brasileiro, isso acabou nos ajudando
nesse início, mas quando
deixamos de ficar nos hotéis, albergues, alojamentos estudantis e passamos
a ser realmente residentes italianos, começamos
a seguir outros hábitos.
Apesar de preferir comida
brasileira, por costume,
claro, acho a comida italiana excelente (e sim, a
pizza brasileira é melhor).
Mesmo já acostumado e
adaptado, ainda sinto falta de um bom churrasco.
Apesar das muitas semelhanças entre Brasil e
Itália, percebo que existe um leque ainda maior
na parte das diferenças.
A infraestrutura não só
italiana, mas europeia,
é impressionante. Cito o
exemplo de transporte: é
Qualidade e confiança no LÍDER de sempre!
“Veja em cada obstáculo um desafio, um degrau, e jamais será derrotado”.
possível atravessar toda a
Europa de trem, sendo que
é um serviço de transporte
excelente. Comparemos
ao Brasil?
Um outro bom exemplo de diferença é a questão do salário e consumo.
Com um salário mínimo
italiano, entre 1000 e 1200
euros, se faz de tudo:
compras, viagens, despesas, transporte e lazer,
absolutamente tudo (sem
parcelar nada) e, acredite,
ainda sobra dinheiro.
Poderia falar aqui
também sobre educação, qualidade de vida e
outras diferenças, mas já
basta. As diferenças são
realmente muitas e bem
visíveis.
Enfim, hoje, quase seis
meses depois, vejo o quão
grande foi toda a experiência já vivida, e só está
na metade. Consigo me
comunicar bem, mesmo
achando que não tenho
um vocabulário tão amplo. Conheci muita coisa,
e ainda conhecerei muitas
outras. Os amigos que fiz,
os lugares que descobri e
tudo que vivi, são coisas
que não têm valor.
Então, eu deixo a dica a
todos os estudantes: se tiverem a mesma oportunidade que eu, não hesitem.
É uma experiência pra vida
inteira, inexplicável!
Rafael José da Costa
Vales, graduando em Engenharia Civil pela PUC
Minas e bolsista do programa Ciência sem Fronteiras.
12 nossojornal / fev14
A oportunidade de conhecer um novo Velho Mundo
Daniel Lucas*
Quando me deparei
com a oportunidade de
estudar no Reino Unido,
fiquei um pouco indeciso,
pois teria que adiar em
um ano minha formatura.
Porém, ao conversar com
amigos que voltaram dessa experiência, acabei me
decidindo.
Ao escolher Londres
para morar durante um
ano, eu esperava melhorar meu inglês, conhecer
mais profundamente a
cultura britânica e ter contato com a diversidade
cultural que a cidade proporciona. Além, é claro,
dos objetivos básicos do
Ciência sem Fronteiras: o
intercâmbio de experiências acadêmicas em uni-
versidades mundialmente
conceituadas.
Um dos grandes desafios no início da minha
estadia na cidade foi me
acostumar com os diferentes sotaques falando o
inglês. Além disso, os primeiros dias tendo que se
virar sozinho numa cidade
estranha são sempre complicados. Porém, há um
número grande de brasileiros na mesma universidade, e temos sempre nos
ajudado bastante, dando
suporte uns aos outros
quando necessário.
E depois de me instalar
adequadamente, foi possível começar a conhecer
a cidade, que oferece tudo que é necessário para
se viver adequadamente: transporte público de
Daniel, em Amsterdã, na Holanda
qualidade e que atende a
toda a população, sistema
de saúde completamente
público e que funciona de
forma eficiente, dentre outras várias coisas.
Além de Londres, já tive
a oportunidade de conhecer Manchester, Liverpool e algumas cidades na
Escócia, França, Bélgica e
Holanda.
Na universidade, os desafios até o momento não
foram tão grandes. Acredito que a grande diferença
com as universidades brasileiras é que temos uma
quantidade muito menor
de horas/aula (menos da
metade do que eu estaria
fazendo na UnB), mas há
uma demanda enorme de
auto-aprendizagem. Isso,
inclusive, é uma máxima
aqui, conhecido como “do
it yourself” (faça você mesmo), e deve ser aplicado
não somente à universidade, mas ao dia-a-dia.
Uma outra diferença,
que é necessário aprender quando se vem para
a Europa, é o respeito à
individualidade e à privacidade de cada indivíduo.
Os britânicos, em particular, levam essa última regra muito a sério. Na universidade, há pessoas do
mundo inteiro com suas
próprias culturas e convicções, e tudo isso deve ser
respeitado.
Posso dizer com bastante convicção que esses
cinco meses são a experi-
ência mais vantajosa que
eu já tive até o momento.
Todo o choque cultural
e as mudanças para se
adequar a um novo lugar,
fazer novos amigos, se virar sozinho sem conhecidos por perto, são difíceis
às vezes, mas suportáveis.
E depois vem o momento de desfrutar do que as
mudanças trouxeram.
Para aqueles que pensam em tentar algo semelhante, o que posso dizer
é: não pensem demais.
Haverá saudades e dificuldades, mas haverá também novas experiências,
pessoas, lugares, conhecimentos, oportunidades.
*Estudante de Engenharia Elétrica na UnB, hoje na University of London.
“Um momento que eu gostaria que não acabasse”.
Jonatas Chagas*
Jonatas, com estudantes brasileiros do Ciência sem Fronterias, na Torre de Pisa.
A experiência de estudar em outro país é algo
indescritível. Experimentar
outras metodologias de
ensino e estudar contéudos que talvez não seriam
abordados nas universidades brasileiras é de
grande crescimento profissional, mas penso que
a experiência pessoal é
muito superior à experiência acadêmica. Conhecer
um novo país, uma nova
cultura, aprimorar uma
nova lingua, conhecer
pessoas de outros países
é simplesmente fantástico.
A Itália é um país lindo,
rico de histórias e conhecimentos, rico na culinária
e nos costumes. Conhecer
cidades onde se passaram momentos históricos
é realmente incrível.
É claro que um intercâmbio não é só um mar
de rosas. Enfrentei diversas
dificuldades no decorrer
desses quase seis meses,
como: choque cultural, dificuldade de me comunicar,
adaptação ao clima, saudade da família e vários
outros problemas, mas os
desafios são maiores apenas no começo, depois
tudo fica mais fácil. Enfim,
um intercâmbio é isso, experiências incríveis, outras
nem tanto, mas tudo isso
forma o conhecimento
adquirido, e esse conhecimento é único.
Alguns filósofos definem a felicidade como
um momento da sua vida que você não gostaria
que acabasse. Ao meu ver
um intercâmbio é isso, um
momento que eu não gostaria que acabasse.
Meu conselho para os
estudantes que gostariam
de estudar no exterior é
que não deixem de correr atrás. As oportunidades estão aí esperando
alguém abraçá-las. “In
bocca al lupo a tutti.” (Boa
sorte a todos.)
*Estudante de Ciência
da Computação da Universidade Federal de Viçosa, atualmente na Universidade de Bolonha, Itália.
“Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação, porque seu caráter é o que você realmente é, enquanto a reputação é o que os outros pensam que você é”.
nossojornal / fev14 13
Há seis meses na Austrália, Thiago Reis tem compartilhado suas impressões
e experiências no blog http://www.australiaqst.wordpress.com
Também na Austrália, está o abaeteense de coração, Rodrigo Mourão Pereira, estudante
de Engenharia Ambiental na Unifei e, desde maio de 2013, na University of Adelaide.
Vivendo a melhor experiência da vida na Austrália
Thiago Reis, estudante de Farmácia na UFJS, atualmente na University of Sydney
Sobre a experiência:
Posso definir toda esta
experiência como a melhor e mais marcante de
minha vida. Visitar lugares
incríveis, conhecer pessoas com os mais diferentes
modos de pensar, aprender a respeitar a cultura do
próximo, por mais diferente que ela possa ser.
Sydney é uma cidade
multicultural. Diferente do
que pensam, andar na
rua aqui não é sinônimo
de ver muitos australianos. Vê-se gente de todas
as partes do mundo, com
diversas formações sociais e morais. Asiáticos,
árabes, europeus, latinos,
todos convivendo entre si
e trocando conhecimento.
Cada um com sua cultura
somando valores à sociedade.
Cada dia vivido acaba
sendo uma aventura. Cada dia, algo diferente. Até
o caminho de ida pra aula
pode ser incrível. É difícil
relatar em poucas palavras tanta coisa de uma
vez só.
Sobre desafios:
Pode ser surpreendedor, mas o menor dos
desafios é o idioma. Uma
vez aqui, é impossível não
se comunicar, é uma necessidade natural nossa.
Senti bastante falta da
nossa comida básica de
todo dia, visto que australianos não comem arroz e
feijão no almoço. A questão da saudade é inevitável, mas não insuperável.
Morar com pessoas
com uma cultura totalmente diferente da nossa
pode ser algo difícil. Nossos costumes são bastan-
te diferentes do resto do
mundo. Atualmente, moro
com pessoas do Vietnã,
Tailândia e Iran. Cada um
enxerga o mundo de um
modo diferente no que diz
respeito à sociedade, higiene, crenças religiosas...
Entender e respeitar a
cultura do país anfitrião é
algo a que algumas pessoas têm resistência. No
início, pode ser bem estranho, mas ao longo do
tempo torna-se normal. Já
não estranho cumprimentar as pessoas sem nem
apertar a mão. Abraço,
nem pensar.
Sobre aprendizados:
Sem sombra de dúvidas, o maior aprendizado
vem da superação dos desafios. Conviver em uma
cultura diferente nos ensina a enxergar o mundo
de uma perspectiva mais
ampla. Passamos a pensar sobre as coisas de um
modo diferente, mas ainda colocando nossos princípios em primeiro plano.
Acredito que ficamos muito mais tolerantes quanto
ao novo, ao estranho e ao
inusitado, uma vez que ele
é simplesmente “normal”
por aqui.
Aquelas habilidades
de se virar sozinho aqui
são muito úteis. Aprender
a comer o que está disponível no supermercado,
descobrir lugares novos,
conhecer pessoas novas.
Por menor que seja a experiência, esse aprendizado vai ficar guardado e,
acredite, um dia pode ser
muito útil.
E claro, o idioma. Diferente de uma escola de
inglês tradicional, onde
falamos inglês durante 1
ou 2 horas por semana,
aqui não há descanso. O
aprendizado acaba vindo
uma hora ou outra, pois é
questão de necessidade.
Um conselho:
A todos aqueles que
desejam cruzar os mares
pra uma chance de estudo ou trabalho, recomendo ser persistentes. Não
deixar nenhuma oportunidade passar, por mais
impossível que ela possa
parecer.
Sempre terão desafios,
sempre vai bater a saudade de casa, mas, no final
das contas, as experiências vão valer a pena. Há
muitas oportunidades por
aí, porém falta pessoal capacitado e engajado para
preencher todas as vagas
que são oferecidas.
“Você pode ficar desapontado se falhar, mas já está derrotado se não tentar.”
Para aqueles que pensam no futuro profissional,
estudar numa instituição
de ensino superior no exterior pode ser um grande
diferencial no currículo,
tendo em vista quantos
profissionais estão se formando no nosso país. Os
melhores empregadores
procuram os melhores
profissionais, aqueles que
têm um adicional em relação à maioria.
Para aqueles que pensam em viver o presente,
quando em terras desconhecidas, tudo é novidade, tudo é bonito. Aqui em
particular, a beleza natural é de cair o queixo e a
qualidade de vida é excelente.
Foco e persistência em
relação aos objetivos é o
que desejo para quem aspira algo semelhante.
14 nossojornal / fev14
E D ITAL
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL
PESSOA FÍSICA
EXERCÍCIO DE 2014
A Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil – CNA, em conjunto com as Federações Estaduais de Agricultura e os Sindicatos
Rurais e/ou de Produtores Rurais com base no
Decreto-lei nº 1.166, de 15 de abril de 1.971,
que dispõe sobre a Contribuição Sindical Rural
- CSR, em atendimento ao princípio da publicidade e ao espírito do que contém o art. 605 da
CLT, vêm NOTIFICAR e CONVOCAR os produtores rurais, pessoas físicas, que possuem
imóvel rural ou empreendem, a qualquer título,
atividade econômica rural, enquadrados como
“Empresários” ou “Empregadores Rurais”, nos
termos do artigo 1º, inciso II, alíneas a, b e c do
citado Decreto-lei, para realizarem o pagamento das Guias de Recolhimento da Contribuição
Sindical Rural do exercício de 2014, devida
por força do que estabelecem o Decreto-lei
1.166/71 e os artigos 578 e seguintes da CLT,
aplicáveis à espécie. O seu recolhimento deverá ser efetuado impreterivelmente até o dia 22
de maio de 2014, em qualquer estabelecimento
integrante do sistema nacional de compensação bancária. A falta de recolhimento da Contribuição Sindical Rural até a data de vencimento
acima indicada, constituirá o produtor rural em
mora e o sujeitará ao pagamento de juros, multa
e atualização monetária previstos no artigo 600
da CLT. As guias foram emitidas com base nas
informações prestadas pelos contribuintes nas
Declarações do Imposto Sobre a Propriedade
Territorial Rural – ITR, repassadas à CNA pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil, com
amparo no que estabelece o artigo 17 da Lei nº
9.393, de 19 de dezembro de 1.996, remetidas,
por via postal, para os endereços indicados nas
respectivas Declarações. Em caso de perda,
de extravio ou de não recebimento da Guia de
Recolhimento pela via postal, o contribuinte deverá solicitar a emissão da 2ª via, diretamente,
à Federação da Agricultura do Estado onde têm
domicílio, até 5 (cinco) dias úteis antes da data
do vencimento, podendo optar, ainda, pela sua
retirada, diretamente, pela internet, no site da
CNA: www.canaldoprodutor.com.br. Eventuais
impugnações administrativas contra o lançamento e cobrança da contribuição deverão ser
feitas, no prazo de 30 (trinta) dias, contados
do recebimento da guia, por escrito, perante a
CNA, situada no SGAN Quadra 601, Módulo K,
Edifício CNA, Brasília - Distrito Federal, Cep:
70.830-903. O protocolo das impugnações poderá ser realizado pelo contribuinte na sede da
CNA ou da Federação da Agricultura do Estado, podendo ainda, a impugnação ser enviada
diretamente à CNA, por correio, no endereço
acima mencionado. O sistema sindical rural é
composto pela Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil–CNA, pelas Federações
Estaduais de Agricultura e/ou Pecuária e pelos
Sindicatos Rurais e/ou de Produtores Rurais.
Brasília, 27 de fevereiro de 2014.
Kátia Regina de Abreu, Presidente
Comunicado - A Abaeté Manufaturados de Calçados - Por determinação do
Conselho Estadual de Política Ambiental COPAM - torna público que requeriu junto
ao órgão ambiental o pedido de Licença
de Operação Corretiva - LOC para suas
atividades de Fabricação de Calçados em
Geral. Segundo o Requerimento de Licença
18817/2012. O empreendimento está localizado na Rua Frei Teófilo n° 330, galpão
101, no Centro na Cidade de Abaeté/MG.
Cooperativa dos Produtores Rurais
de Abaeté e Região Ltda.
Pça. Dr. Amador Álvares, 122
Centro -Abaeté/MG Cep: 35620-000
Tel: 37-3541-5437 FAX: 37-3541-5450
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
1ª, 2ª e 3ª CONVOCAÇÕES
O Presidente do Conselho de Administração da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda.,
Eustáquio Márcio de Oliveira, usando
das atribuições que lhe confere o art.
31 do Estatuto Social, convoca os
senhores associados para comparecerem à Assembleia Geral Ordinária a
ser realizada em 1ª (primeira) convocação às 16:00 (dezesseis) horas do
dia 22 (vinte e dois) do mês de março
de 2014, no Parque de Exposições
José Ribeiro de Melo Paiva, “Sindicato dos Produtores Rurais de Abaeté”,
Rua Aníbal Pires, 70 nesta cidade, devido à absoluta falta de espaço físico
na sede da Cooperabaeté.
Caso não haja “quórum“, a Assembleia se reunirá, em 2ª (segunda)
convocação, uma hora após o término
do prazo para a primeira, ou seja, às
17:00 (dezessete) horas. Se persistir a
falta de “quórum“, a Assembleia se realizará, em 3ª (terceira) convocação,
uma hora após o término do prazo
para a 2ª (segunda), ou seja, às 18:00
(dezoito) horas. A Assembleia se realizará em 1ª (primeira) convocação
com a presença de 2/3 (dois terços)
dos associados; em 2ª (segunda) convocação com a presença de metade
mais 1 (um) dos associados e; em 3ª
(terceira) convocação com a presença
de, no mínimo, 10 (dez) associados,
com a seguinte ordem dia:
1. Prestação de contas do Conselho de Administração;
1.1. Relatório da Gestão;
1.2. Balanço;
1.3. Demonstrativo das sobras
apuradas ou das perdas decorrentes
da insuficiência das contribuições ou
descontos para cobertura das despesas da Cooperativa;
1.4. Parecer do Conselho Fiscal;
2 Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes
da insuficiência das contribuições ou
descontos para cobertura das despesas da Cooperativa;
3 Determinação do valor da Cédula de Presença dos membros do
Conselho Fiscal;
4 Determinação do valor da Cédula de Presença dos membros vogais
do Conselho de Administração;
5 Fixação dos honorários da diretoria executiva;
6 Eleição dos componentes do
Conselho Fiscal.
7 Autorização ao Conselho de
Administração, nos termos do art. 39,
letra P, do estatuto, gravar bens imóveis em garantia de empréstimos e
financiamentos a serem contratados
ou renovados.
Para efeitos legais e estatutários, declara-se que o número de
associados com direito a tomar parte
na assembleia é de 215 (duzentos e
quinze).
Abaeté, 19 de fevereiro de 2014.
Eustáquio Márcio de Oliveira,
Presidente
Contestação às entrevistas
do prefeito e do presidente
da Câmara Municipal
Marcelo Vargas de Souza Cruz, vereador
Ao ler a última edição
do Nosso Jornal, fiquei estupefato com as entrevistas
do prefeito Armando Greco
e do presidente da Câmara,
José Maurício, em que pese
o profundo respeito que eu
tenho por eles. Inclusive,
considero o senhor prefeito
uma pessoa de bem, um
homem honesto, de caráter
e bem intencionado, mas
esses não são os únicos
atributos que um administrador público precisa ter
para o exercício da função.
Respeito as opiniões,
mas discordo frontalmente
de tudo o que foi escrito.
Em razão da forma pejorativa pela qual a oposição
foi citada e em respeito ao
direito da população de ter
acesso às informações verdadeiras, entendo que merecemos espaço no Jornal
para apresentar nossa versão dos fatos.
Na entrevista do senhor
prefeito, percebi que várias
perguntas foram respondidas de maneira evasiva,
sem ir ao cerne da questão.
A avaliação positiva que ele
faz de seu primeiro ano de
governo demonstra uma
desconexão com a realidade de nossas ruas, pois o
que sentimos, na população em geral, é uma certa
decepção, um sentimento
de ter sido um ano perdido
para o nosso município.
Quando o prefeito disse que as obrigações da
Prefeitura estão em dia, ele
realmente pagou o salário
dos servidores em dia, inclusive o décimo terceiro.
Mas e as outras obrigações
que não estão sendo cumpridas de maneira correta?
Existem dívidas com oficinas
há mais de dois anos, existem dívidas com fornecedores da Prefeitura há meses,
existem dívidas de acerto
rescisório de funcionários há
mais de três anos. E os servidores, mesmo recebendo
em dia, também sofrem um
processo de diminuição na
capacidade de renda, por
estarem há mais de dez
anos sem reajuste.
Quando o senhor prefeito disse que sua administração é a mais transparente de todos os tempos,
eu ouso discordar radicalmente. Desde o inicio do
ano passado, temos tentado fiscalizar a Prefeitura,
até por ser um dever do
Legislativo e não um direito.
Vários requerimentos votados na Câmara, aprovados
em plenário e enviados ao
senhor prefeito não foram
cumpridos. Dentre eles,
pedidos de documentos
de dívidas, de repasses do
Fundeb, das dívidas atuais
e das dívidas herdadas e
também convocação de secretários. Nenhum deles foi
levado a sério.
Na entrevista, o senhor
prefeito disse que a prestação de contas do mandato
anterior é de responsabilidade do ex-prefeito, o que
é verdade, mas a dívida e
o adimplemento desta é de
responsabilidade da Prefeitura. Acredito que o senhor
prefeito deveria detalhar as
dívidas, apresentar para a
cidade a situação financeira
e fazer uma programação
de pagamento da mesma.
Sobre a CPI, o senhor
prefeito disse que a mesma
serviu para atestar a sua
boa fé, o que não condiz
totalmente com a verdade. Ele realmente agiu de
boa fé, mas em momento
nenhum apoiou a CPI e se
dispôs a ajudar a esclarecer
os fatos. Também gostaria
de citar que, mesmo não
tendo indícios de corrupção,
o erro da Prefeitura em não
ter tido cuidado na escolha da construtora atrasou
em mais de seis meses o
programa habitacional em
nosso município, tão carente nessa área.
Por outro lado, gostaria
de elogiar o senhor prefeito
em alguns pontos. Ele tem
feito uma boa captação de
recursos fora de Abaeté,
tem buscado recursos junto ao governo federal e ao
governo estadual com bastante êxito, o que é louvável,
pois o nosso município tem
uma arrecadação baixa.
Também vejo com bons
olhos a gestão da Secretaria de Saúde, que estava
totalmente desorganizada,
com consultas e cirurgias
atrasadas há anos. Outro
ponto digno de elogio é o
cumprimento da promessa
em relação à não utilização
da Praça de Esportes para o
carnaval.
Finalmente, gostaria de
sugerir que o senhor prefeito procure melhorar a
comunicação com a população de nosso município e
a convivência com o Poder
Legislativo, tratando com
mais respeito e abertura os
membros da Câmara.
Com relação à entrevista
do presidente da Câmara,
entendo que ele erra ao
não permitir a transmissão
das reuniões pela rádio.
Agindo assim, ele está na
contramão dos anseios da
sociedade, que quer se informar, quer se inteirar de
como está sendo investido
o dinheiro do nosso município e como cada um dos
membros que receberam
esse mandato do povo está
se comportando diante dos
problemas de Abaeté.
O senhor presidente
alegou que as reuniões estavam bagunçadas e, ao
invés de utilizar os instrumentos que existem no Regimento Interno para corrigir
isto, ele está castigando a
população, impedindo-a de
ter acesso às informações.
Quando o presidente
disse que havia ônus para a
Câmara na transmissão, ele
se esqueceu de citar que
esse ônus era de setenta reais por mês, o que considero um valor irrisório dentro
do orçamento do Legislativo
diante do benefício trazido,
que é a população poder
se informar melhor, para a
formação de cidadãos mais
ativos, que exerçam a cidadania com plenitude.
“É graça divina começar bem. Graça maior, persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir nunca”.
nossojornal / fev14 15
O trabalho do Movimento Vicentino em Abaeté
Dia 10 de janeiro, a Vila Vicentina da Sociedade
São Vicente de Paulo de
Abaeté recebeu, do Ministério da Justiça, o título de
Utilidade Pública Federal.
Com isso, além de outros
benefícios, ela fica isenta
do pagamento da cota
patronal junto ao INSS e,
na expectativa do presidente Vicente Lúcio Pacheco, terá mais condições
de proporcionar uma vida
melhor aos seus internos,
tornando-se uma entidade cada vez mais digna,
humanizada e honrada
com suas obrigações legais e financeiras.
Esse título representa
uma grande vitória para
todo o Movimento Vicentino, presente em Abaeté
desde o ano de 1901. Nesta data, segundo o historiador Dr. José de Oliveira, foi fundada a primeira
Conferência São Vicente
de Paulo na cidade, por
iniciativa do farmacêutico
Rodolfo de Freitas Mourão,
para amparar a pobreza.
Confrade vicentino há
mais de 40 anos, participante ativo e pesquisador
do movimento, Gerson Lopes conta que a Vila Vicentina foi fundada em 1925,
para abrigar os indigentes
do município. “Antes disso,
em 1913, os integrantes da
Sociedade São Vicente de
Paulo planejaram fundar
um Hospital, mas a ideia
não vingou. No entanto,
graças à persistência dos
vicentinos que receberam
apoio moral e material da
Prefeitura, em 1917
foi fundada a Casa
de Caridade conhecida como Santa
Casa de Misericórdia São Vicente de
Paulo, tendo como
primeiro provedor,
Antônio Grego. Depois, foi construído o Hospital São
Vicente de Paulo,
e a antiga Casa da
Caridade foi demolida”,
historia o confrade.
Ele informa que a base
da Sociedade São Vicente de Paulo são as conferências vicentinas, que
pertencem ao Conselho
Nossa Senhora do Rosá-
rio. Atualmente, existem
13 conferências na cidade.
Uma das mais atuantes é
a Conferência São Rafael,
fundada em 1929, atualmente com três consórcias
e oito confrades ativos.
Dentre os diversos con-
frades que deixaram sua
marca na Conferência São
Rafael, Gerson cita Geraldo Andrade, Osmar Guimarães, Cornélio e Romeu
Guimarães, João 0selieri
(Joaninho), Raimundo Oselieri (Mundinho), Nem da
Janota, Tonico Cordeiro,
Silas Batista, Teu Feijó, Josafá Dirino Arruda, Evandro Lopes e Primo Lopes
Filho (Priminho).
Hoje, a Conferência
São Rafael administra uma
pequena vila localizada
na antiga “Rua do Capim”,
onde são abrigadas sete
famílias carentes e existem outras quatro casas
para locação. “No início,
todas as casinhas daquela região eram feitas
de barro com estrume de
vacas e tinham o telhado
de folhas de coqueiro. Até
que, um dia, para erradicar a Doença de Chagas,
“Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho”.
a Prefeitura resolveu acabar com esses casebres,
que estavam infestados
por barbeiros alojados nas
paredes”, conta Gerson.
“Mais tarde, um grupo
do movimento Cursilhista
mobilizou nossos confrades e, com ajuda do nosso vigário Frei Gustavo,
conseguimos construir cômodos meia água no final
do lote, uma varanda com
dois lavatórios e dois sanitários para abrigar pequenas famílias carentes.
Depois, pessoas caridosas enxergaram o trabalho honesto dos vicentinos
e construíram pequenas
casas para a Conferência
alugar e repassar o dinheiro para a manutenção
dos mais pobres. Assim,
a Conferência tem hoje
quatro casas em locação
com uma renda boa, que
atende a toda Sociedade
Vicentina. Ajudamos
as pessoas carentes
e outras Conferências,
Vila e os Conselhos,
além de prestar ajuda
às famílias socorridas
em nossos barracões”,
declara Gerson, agradecendo todo o apoio
recebido para a continuidade desse trabalho de amor e acolhida.
POR QUE AS EMPRESAS QUE
ANUNCIAM VENDEM MAIS?
A sua Empresa na Mídia
Quem ainda não assistiu a publicidade
Com o sucesso desse empreendimento, esse
de diversas empresas da cidade e região,
serviço começa a se expandir para toda a região.
enquanto espera pelo atendimento nas
Hoje, já são 14 TVs nas cidades de Abaeté,
filas de bancos, supermercados, loterias,
Quartel Geral, Cedro do Abaeté, Biquinhas e
academias, postos e padarias?
Paineiras.
Há 10 anos, os televisores da TVC estão
Afinal, cresce cada vez mais a consciência de
instalados em diversos pontos comerciais
que, tão importante como o produto ou o serviço
de Abaeté, divulgando, com um visual
oferecido, é a sua divulgação.
bonito, ágil e criativo, os produtos e
Como já dizia o saudoso Abelardo Barbosa,
serviços das empresas anunciantes.
Chacrinha, "quem não comunica se estrumbica".
O SUCESSO DO BOM EMPREENDEDOR ESTÁ EM SABER LEVAR SEU PRODUTO AO PÚBLICO ALVO.
Muitos empresários ainda se perguntam
qual é a utilidade de anunciar uma
empresa. Alguns acham caros os anúncios
e dispensam essa oportunidade, sem ao
menos verificar o beneficio que isso pode
trazer.
Quantas empresas começaram
pequenas e cresceram, devido ao
marketing digital, às promoções, à
divulgação na TV?
Atualmente, o mercado anda muito
competitivo, em qualquer setor, e
quem não anuncia não é lembrado.
É comum clientes procurando
produtos, com dificuldades em
encontrá-los. Ao ouvir um anúncio da
venda de um avião, um cliente que
procura um navio não se atentará.
Mas o navio, ao seu anunciado, será
motivo de alerta. Assim, diante do fato
das necessidades de produtos
diferentes, ganha quem anuncia sempre.
Utilize essa ferramenta, assim como
essas gandes empresas que começaram
pequenas e hoje dão exemplo do
caminho que podemos seguir para
conquistar nossos objetivos.
Pense em quantas pessoas podem
ver o seu anúncio na TV, em nossa
região e em quantos motivos você tem
para anunciar na TVC.
Um deles é que leva menos tempo
do que você imagina para obter
resultados.
O retorno pode ser surpreendente.
Faça um teste: coloque sua empresa em evidência. E verá o resultado mais rápido que você imagina.
TVC - a sua empresa na mídia: (37) 9862-7755 / 9835-9351
nossojornal / fev14 17
O bêbado que fazia de tudo
Herculano Vanderli de Sousa
Em minha cidade, tinha
um torneiro mecânico que
era o “factótun” da região,
fazia até armas de fogo.
Uma vez, fez uma peça
para um avião que fizera uma aterrissagem de
emergência na cidade.
Cobrava caro pelos
serviços. Alegava que tinha que valorizar sua arte. Gostava de uns goles,
vivia bêbado. Quando o
conheci, já estava com
quase setenta anos e ainda trabalhava.
A gente brincava com
ele perguntando se ele fazia de tudo.
- Tudo não, quase tudo...
Certo dia, entrei em
um bar e ele estava em
uma mesa fazendo contas
em um pedaço de papel.
Curioso, perguntei:
- Que está fazendo,
Valdemar, o seu testamento?
- Não, estou fazendo
contas de quantos barris
de duzentos litros de pinga bebi em toda minha
vida...
- Como você está fazendo essas contas?
- Ora, eu comecei a beber aos quinze anos, bebo
um litro de pinga por dia.
Então não vai ser difícil saber o resultado.
Eu não esperei o resultado, saí rindo daquela
esquisitice.
Uma vez, um gerente
de um banco da cidade
entrou em férias e foi ensinar ao substituto o segredo do cofre. O cofre era
Este causo integra o livro “Muito Além da Via Láctea”, editado pela LP Books,
que aguarda uma oportunidade para ser lançado em Abaeté.
daqueles complicados. O
gerente, após muito ensinar, disse ao substituto:
- Escreva a combinação em um papel e não o
perca. Se você perder, vai
ter que chamar um técnico
da capital para abrir o cofre. Aqui não tem ninguém
que o faça.
O gerente foi viajar na
sexta-feira e, na segunda,
o substituto foi abrir o cofre
um pouco antes do expediente. Havia perdido o
papel com a combinação
do cofre. Tentou e tentou
abrir o danado e nada de
conseguir. Quase em pânico, ouviu um dos funcionários falar que o Valdemar
poderia abrir o cofre.
Procuraram o Valdemar por toda a cidade. Foi
encontrado bêbado em
um bar das proximidades.
Tiveram que quase carre-
“Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade”.
gá-lo ao banco. Foi levado
ao cofre.
Com as mãos trêmulas,
começou o serviço. Pouco
depois, conseguiu abrir o
cofre. O substituto do gerente suspirou aliviado.
Seu alívio durou pouco, até
ouvir o preço do serviço.
- Quinze contos - disse
o bêbado.
-Tá doido - disse o bancário - pago não, você não
gastou nem vinte minutos
para fazer o serviço.
O bêbado rapidamente fechou a porta do cofre
e rodou um dos diais, embaralhando a combinação. E disse:
- Tá certo, então abre! E foi saindo.
Não teve jeito, tiveram
que pagar o preço pedido.
18 nossojornal / fev14
Sejam bem-vindos os pequeninos cidadãos recémchegados à Cidade-Menina:
Ana Luísa (dia 18/12/13, filha
de Maria Emília e Matheus),
Felipe (dia 20/01, filho de Flávia
e Emerson Geraldo), Mayra
Emanuelly (dia 23/01, filha de
Maria das Dores e Leandro Antônio), Ana Carolina
(dia 28/01, filha de Vanda e Paulo Henrique), Bruno
Henrique (dia 28/01, filho de Cíntia Aparecida e Bruno Adalberto), Isabella Lorrayne (dia 28/01, filha de
Helen Piedade e Francisfarney), Rafaela (dia 28/01,
filha de Luciana Cristine e Marlon), Yago (dia 28/01,
filho de Paula Antônia), João Miguel (dia 29/01, filho
de Geralda Lina), Pérola (dia 29/01, filha de Maria
Regina e Edson José), Isabely Vitória (dia 31/01,
filha de Janaina e Douglas Paulo), Davi Lucca (dia
03/02, filho de Lorrana Scarlety e Cleiton), Emanuelly
Monique (dia 04/02, filha de Débora Monique e
Fábio Júnior), Nataly Xavier (dia 04/02, filha de Elky
e Gelço Francisco), Thaynner Miguel (dia 04/02,
filho de Renata Cristina e Guilherme Marconi), Anne
Emanuelly (dia 05/02, filha de Gabriela de Paula e
Walace Wagner), Isabelli Maria (dia 07/02, filha de
Iranilda e Gilberto José), João Miguel (dia 08/02, filho
de Edinéia e Reginaldo), Miguel Afonso (dia 09/02,
filho de Flaviana Aparecida), Augusto Ian (dia 10/02,
filho de Fabiana e César Augusto), Ana Clara (dia
11/02, filha de Tamires Márcia e Valdez Júnior), Letícia
Antônia (dia 12/02, filha de Regina e José Antônio),
Emanuelly Vitória (dia 13/02, filha de Fabiana Aparecida e Gilberto Caetano), Isabella (dia 16/02, filha de
Maria Rita e Willian Lucas), Diego (dia 17/02, filho de
Ana Neuza e Lúcio), Paulo Ricardo (dia 17/02, filho de
Keila Itatiane e Paulo), Anny Sophia (dia 20/02, filha
de Andreza Aparecida e Fábio Augusto).
Noticiamos a partida dos
seguintes conterrâneos
de volta à Pátria Espiritual: Eli Ferreira da Cunha
(dia 22/01, nascido em
19/04/1947), Calíope José
de Oliveira (dia 04/02, nasc.
22/08/1932), Aguimar Maria da Conceição (dia 05/02, nasc. 07/06/1920), Iracema Pereira Barbosa (dia 05/02, nasc. 25/06/1937),
Leonardo Lindomar Ferreira (dia 05/02, nasc.
02/11/1979), Jacinta de Campos Cordeiro (D. Nigrinha,
dia 06/02, nasc. 29/12/1929), Felícia Maria de Jesus
(Maria do Fostino, dia 07/02, nasc. 23/03/1934),
Alice Viera de Andrade (dia 11/02, nasc. 03/12/1928),
Oscar Eredias Mendes (dia 11/02, nasc.05/08/1927),
Wilson Alves dos Santos (dia 12/02, nasc. 18/11/1949),
Maria Miranda (dia 13/02, nasc. 03/08/1939), José
Luiz Pereira Filho (dia 14/02, nasc. 22/04/1940), Luzia
Alves de Jesus (dia 14/02, nasc. 23/11/1929), José A.
Pereira Filho (dia 14/02), Rosana Maria da Silva (dia
16/02, nasc. 04/03/1974), Ivan Gregório de Sousa (dia
15/02, nasc. 15/09/1948), Aloysio da Cunha Pereira
(dia 16/02, nasc. 21/09/1926), Rita Maria de Castro
(dia 21/02, nasc. 22/05/1936), Marta Helena Faria de
Souza (dia 21/02, nasc. 04/07/1948), Ercílio Pedro da
Silva (dia 22/02, nasc. 28/02/1948).
JUNTA-SE AO PAI MAIS UM GRANDE HOMEM PÚBLICO
DE ABAETÉ, DR. ALOYSIO DA CUNHA PEREIRA!
Admirado e respeitado pela
família de meus avós (Salvino e
Marieta), Dr. Aloysio da Cunha Pereira fez parte da nossa família e
de todas as famílias abaeteenses.
Homem que deixou sua marca
entre nós com um grande legado
em nossa cidade menina.
Lembro como se fosse hoje
das histórias que vovó Marieta
contava sobre o eterno Prefeito
de Abaeté. Histórias tão marcantes não só na vida pública, mas
também como advogado e amigo da família.
Tive o prazer de conhecer,
pessoalmente, Dr. Aloysio, quando tio Toninho insistiu em visitá-lo
para rever um amigo e conversarmos sobre política. Uma visita
que sempre será lembrada por
suas experiências de vida contadas e o amor declarado a Dona
Derly.
Guardaremos
lembranças
de um ser humano que amava
a vida, amava sua terra, amava
as pessoas. Dr. Aloysio nos deixa
um legado de trabalho, de ética
e, acima de tudo, um compromisso com Abaeté.
Abaeté muito ganhou com
sua passagem aqui na terra e
muito ganhará com suas sementes aqui plantadas. Não se imagina a história de Abaeté sem
imaginar junto a história de Dr.
Aloysio da Cunha Pereira. Bom
filho, bom marido, bom pai, bom
amigo. Um grande abaeteense.
Além da saudade, fica uma
grande lição de empenho pela
causa pública e pelo desenvolvimento de Abaeté.
Que Deus conforte toda a família e receba com hombridade
um grande filho!
Fernando Henrique Guimarães
Vereador
JOSÉ DE OLIVEIRA / Oliveira do Bemge
Sempre vamos nos lembrar de sua alegria
desmedida, sua risada gostosa, seu sorriso
verdadeiro e de todo o seu amor pela vida!
Você marcou a vida de cada um que teve o
privilégio de te conhecer e conviver com você!
Agora, fica apenas a certeza de que cada
segundo valeu a pena e foi intensamente
vivido! Descanse em paz! Amamos você!
A família agradece o carinho
e a solidariedade recebida de todos.
Saudades eternas
* 12/06/1933 + 12/02/2014
“O amigo é uma bênção que nos cabe cultivar no clima da gratidão”.
nossojornal / fev14 19
Ajude o Reciclonaldo a chegar até a lixeira para colocar seu lixo:
Ei, garotada!
Apresentamos a vocês
o RECICLONALDO, personagem criado por Jéssica
Taís, estudante do 3º ano
da E. E. Dr. Edgardo da
Cunha Pereira, desenhista
e adolescente aprendiz do
Nosso Jornal.
A partir desta edição,
ele vai propor vários joguinhos e falar bastante
sobre a importância da
preservação ambiental e
da reciclagem. Contamos
com a participação de todos nesse projeto!
Larissa
Parabéns pelos seus
11 anos, dia 21/02.
Que o Papai do Céu
te ilumine e derrame muitas bênçãos
sobre você!
Sua avó Terezinha,
seu irmão Iago e
toda sua família.
Túlio (17/03/1988)
Que os dias deste seu novo ano
sejam abençoados com ricas
graças de Deus e semeados de
firme confiança na infinita bondade divina. Desejamos a você
toda a felicidade do mundo. Te
amamos de coração!
De seus pais, seu irmão Rafael,
seus primos (as), amigos (as) e
sua namorada.
Gustavo
CAÇA
PALAVRAS
RECICLAGEM
GARRAFAS - LIXO
PLÁSTICO - PAPEL
VIDRO - METAL
Agradecemos tanto a Deus por ter nos dado você:
a ALEGRIA maior que possuímos e o motivo da nossa
felicidade. Não há nada na vida mais importante que
você, minha criança.
Desejamos que você continue a ser essa criança
amiga, doce e cheia de saúde, que leva alegria por
onde vai e conquista a amizade das pessoas.
DIVIRTA-SE bastante, meu filho, alegre-se, cante,
brinque, sorria. Nunca perca o que o mundo infantil tem de bom e mágico. Seja muito feliz nesse, dia
21/03, que é seu aniversário, quando completa 8 aninhos, e nos outros também! MUITAS FELICIDADES!
É o que desejam seus pais Eli e Regina.
Te amamos muito!
“É melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter uma oportunidade e não estar preparado”.
20 nossojornal / fev14
Vitor Eduardo
Matheus
Dia 11/13, você ira completar 6 anos de muita
alegria, sinceridade e
travessuras. Que você
continue sendo esse
menino tão especial.
Beijos do papai Juliano
e da mamãe Fabiana.
Neste seu 1º
aniversário,
dia 05/04,
agradecemos
muito a Deus a
bênção de ter você,
um anjo, em nossa
família e pedimos
que o Menino
Jesus sempre
ilumine seus caminhos. Parabéns!
Felicidades!
Beijos do vovô
Nene Boneco,
vovô Paulo, da
vovó Mariza
Aviamentos, vovó
Vera e de seus pais
Matheus e Luana.
Amamos você.
Antônio Henrique
(3 aninhos - 19/02)
Você é um garoto lindo e
amado por todos. Você foi um
presente que Deus nos deu.
Que você cresça no caminho
do Senhor e que Ele o proteja
e ilumine sempre. Feliz aniversário! Amamos você!
Vovó Eurica, vovô Zé
e toda sua família!
Rodolpho Lamounier:
Compartilhamos
com vocês
a felicidade
do Matheus,
quando
soube que é
de Abaeté.
A imagem
descreve
com
riquezas de
detalhes o
sentimento
dele em
relação à
nossa
cidade.
Marcelo
Silva e
Camila
Andrade.
Filho, o meu coração se enche de orgulho por
te ver saudável e tão cheio de vida! O tempo tem
dado o crescimento que você precisa para encarar
o mundo de frente, crescer com ele.
É duro admitir que está crescendo e não é mais
aquele bebezinho que eu carregava nos braços.
Ao mesmo tempo, me alegro por te ver feliz, por te
ver realizando seus sonhos com as próprias mãos.
Lembro-me dos seus primeiros passos e falando as
suas primeiras palavras. Você cresceu e continua
lindo, pois a beleza mora dentro de você.
Que hoje e em todos os dias possa haver alegria
nesse seu coração que bate forte na alegria da vida
por tudo que ela tem te dado.
Agora, no seu aniversário, quero agradecer a
Deus por ter colocado você em meu caminho, me
dando motivos para acreditar na vida, nos sonhos,
nas tristezas e nas alegrias. Obrigado por você existir. Feliz Aniversário, Filho! Nunca se esqueça, mamãe estará sempre com você. Dia 28/02, fazem 11
anos que você preenche minha vida de alegria!
Mil beijos de mamãe Érika Lamounier.
Mais uma florzinha acaba
de fazer parte de nossa família.
Letícia Bittencourt
de Souza, nasceu no
dia 12/01/2014 às 8
horas, no hospital
Mater Dei BH, pesando 3,460 kg e com
49 cm. Filha de Kleber Cesar Bittencourt
Fonseca e Fabiana
Leandra de Souza, é
a mais nova florzinha
do Vovô José Eustáquio de Souza (Zezé)
e da Vovó Zilvânia
Maira das Graças
de Souza e da bisa
Vó Lusia, oriunda da
nossa querida Abaeté.
AGRADECIMENTO
O presidente do
Lions Clube de Abaeté,
Eugênio Macedo, agradece a todos os Leões,
Domadoras e Leos que
participaram da Visita
do Governador. CL César Coelho Perpétuo e
sua esposa CaL Telma,
residentes em Patos de
Minas.
Foi um sucesso a
acolhida, desde a recepção no trevo Abaeté/Dores do Indaiá, em
frente ao Obelisco do
Lions Clube de Abaeté, até a carreata para
apresentar nossa cidade
ao Governador, o passeio
pela Feira Livre, a visita à
Vila Vicentina, a reunião
de serviço e a confraternização.
Agradecemos a presença das Diretorias da
Vila Vicentina, Apae, Feira
Livre, Casa da Cultura e
Artesanato de Abaeté, várias autoridades e Clubes
de Serviço.
Parabenizamos a todos os Leões, Leos e Domadoras que receberam
distintivos e, em especial,
a Lúcia Pereira Andrade,
presidente da Casa da
Cultura de Abaeté, destaque em nossa cidade.
O CL Governador César
e CaL Telma, ficaram muito satisfeitos e partiram
“É impossível para um homem aprender aquilo que ele já acha que sabe”.
daqui com um retorno
marcado para abril.
Atitude, Ação e Companheirismo.
Eugênio Macedo Presidente
informe publicitário 21
Projetos de
leis apreciados
na Câmara
Municipal
- Projeto de Lei
001/2014: “Declara
de Utilidade Pública
Municipal a LEMDA
– Liga Eclética Municipal de Desportos de
Abaeté”, de autoria
do ver. Gilmar Campos de Almeida.
(A Liga Eclética
Municipal de Desportos de Abaeté, associação civil sem fins
lucrativos, foi criada
por um grupo de amigos interessados em
fomentar a atividade
desportiva deste município a fim de prestar serviços gratuitos
na área desportiva,
principalmente futebol amador, promovendo a integração
e maior participação
da nossa comunidade em competições
amadoras não só regionais, assim como
estaduais e federais).
- Projeto de Lei
003/2014: “Autoriza o
Município de Abaeté/
MG a contribuir com
o COMLAGO – Consórcio dos Municípios
do Lago de Três Marias e dá outras providências”, de autoria
do Executivo.
(O município de
Abaeté irá contribuir
mensalmente com
a importância de R$
1.200,00).
- Projeto de Lei
004/2014: “Estabelece critérios específicos para loteamentos
fechados e dá outras
providências”, de autoria do Executivo.
Oito de Março, Dia Internacional da Mulher
No dia 8 de março de
1857, operárias de uma
fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque,
fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e
começaram a reivindicar
melhores condições de
trabalho, diminuição da
carga horária de 16 para
10 horas diárias, salários
iguais aos dos homens –
que chegavam a ganhar
três vezes mais no exercício da mesma função.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram
trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada.
Aproximadamente 130
tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Somente no ano de
1910, durante uma conferência na Dinamarca,
ficou decidido que o 8
de março passaria a ser
o “Dia Internacional da
Mulher”, em homenagem
às operárias mortas em
1857. Mas apenas em
1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Nos últimos anos, o Dia Internacional da Mulher tem sido comemorado na cidade
com caminhadas e eventos festivos promovidos pelo Núcleo de Mulheres Cooperativistas da CooperAbaeté e Casa da Amizade do Rotary Club de Abaeté.
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data,
não se pretendia apenas
comemorar. Na maioria
dos países, realizam-se
conferências, debates e
reuniões, cujo objetivo é
discutir o papel da mulher
na sociedade atual.
O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe
um dia, terminar com o
preconceito e a desvalorização da mulher. Mes-
mo com todos os avanços, elas ainda sofrem,
em muitos locais, com
salários baixos, violência masculina, jornada
excessiva de trabalho e
desvantagens na carreira profissional. Muito foi
conquistado, mas muito
ainda há para ser modificado nesta história.
No Brasil, as movimentações em prol dos
direitos da mulher surgi-
ram em meio aos grupos
anarquistas do início do
século 20, que buscavam melhores condições
de trabalho e qualidade
de vida. A luta feminina
ganhou força com o movimento das sufragistas,
nas décadas de 1920 e
30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na
Constituição promulgada
por Getúlio Vargas.
A partir dos anos
1970, emergiram no país
organizações que passaram a incluir na pauta das
discussões a igualdade
entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da
mulher. Há poucos anos,
foi aprovada a Lei Maria
da Penha, como resultado da grande luta pelos
direitos da mulher, garantindo bons tratos dentro
de casa, para que não
sejam mais espancadas
por seus companheiros
ou que sirvam como escravas sexuais deles.
O dia 8 de março não
é apenas marcado como
uma data comemorativa,
mas um dia para se firmarem discussões que
visem à diminuição do
preconceito, onde são
discutidos assuntos que
tratam da importância do
papel da mulher diante
da sociedade, trazendo
sua importância para uma
vida mais justa em todo o
mundo.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_
da_mulher.htm
http://www.brasilescola.
com/datas-comemorativas/
dia-da-mulher.htm
PARTICIPE DAS
REUNIÕES ORDINÁRIAS
DA CÂMARA MUNICIPAL,
ÀS SEGUNDAS-FEIRAS, A
PARTIR DAS 20 HORAS.
SUA PRESENÇA É MUITO
IMPORTANTE.
Visite o site da Câmara
Municipal de Abaeté e
fique por dentro dos
trabalhos do Legislativo.
www.camaraabaete.mg.gov.br
nossojornal / fev14 21
nossojornal / fev14 23
Memórias de um grande líder político
Numa homenagem a Dr. Aloysio da Cunha Pereira, falecido em 16/02/14, aos 87 anos, o Nosso Jornal republica uma entrevista veiculada na edição de agosto de 2005
Integrante de uma tradicional família, cuja história se confunde com a
própria trajetória de Abaeté, Dr. Aloysio da Cunha
Pereira relembra fatos e
curiosidades, numa verdadeira aula de história
sobre a antiga política da
cidade. Confira a entrevista:
Dr. Aloysio, como começou a divisão políticopartidária de Abaeté?
No início, a política de
Abaeté era dominada pelo
Barão do Indaiá. Uma filha
dele era a minha tataravó, casada com o Tenente
Ezequiel. Por volta de 1880,
meu tataravô viajou para o
Rio de Janeiro, em missão
política, e firmou um acordo com o chefe do Partido Conservador. Naquela
época, gastavam-se três
meses na viagem de ida e
volta ao Rio. Quando o Tenente Ezequiel voltou, o Barão disse que tinha firmado
compromisso com Martinho Campos, do Partido Liberal. Assim começou a divisão política de Abaeté. A
corrente política do Barão
prosseguiu sob liderança
da família Álvares da Silva,
no PSD. E a nossa família,
liderada pelo meu avô, Dr.
Vianna, seguiu a linha do
Tenente Ezequiel, formando, mais tarde, a UDN.
Fale um pouco sobre o
Dr. Vianna.
Meu avô, o médico e
senador estadual Dr. José
Cândido de Souza Vianna,
veio de Curvelo por volta
de 1885 e casou-se com a
filha do Tenente Ezequiel.
Com a morte do sogro,
ele passou a chefiar sua
corrente política. Foi presidente da Câmara Municipal por 18 anos, de janeiro
de 1898 até dezembro de
1915. Naquele tempo, o
presidente da Câmara era
o prefeito e podia se eleger sucessivas vezes.
Christiane Ribeiro Arquivo Nosso Jornal
Dr. Aloysio, ao lado da esposa, D. Derly: “nossa família construiu cerca de 90% de Abaeté”.
Em 1915, ele perdeu a
política para o Dr. Lili (Dr.
Antônio Amador Álvares
da Silva, eleito por quatro
mandatos). Em 1930, veio
a ditadura Vargas, que ficou prestigiando a família
Álvares da Silva.
Com o fim da ditadura,
em 1946, disputamos novamente a eleição, agora
pela UDN, e derrotamos a
turma do PSD, promovendo uma virada na política
de Abaeté. Meu irmão, Dr.
Edgardo, foi eleito prefeito
e ficou no cargo até 1950.
Depois, nós perdemos a
política até 1971, quando
eu fui eleito. Voltei à Prefeitura em 77 .
Que lembranças o senhor tem desses tempos
mais fortes da política?
Era uma política brava,
violenta. Todo mundo andava armado, saía muito
tiroteio. Por volta de 1950,
a gente costumava jantar
por volta de seis horas e
saía para passear. Eu ía
saindo, minha mãe me
chamava: “Filho, você está
armado?” “Estou.” “Então,
pode ir”. E ela era religiosa
de ir à igreja duas a três
vezes por dia. Cheguei
a dar até muito tiro, mas
nunca acertei ninguém e,
felizmente, estou aqui até
hoje.
A cidade toda era muito dividida, não é?
É, o Dr. Vianna era o
médico de um lado; o Dr.
Lili de outro. Depois, entraram o Dr. Canuto e o
Dr. Amador. Dr. Canuto,
no princípio, era do nosso
lado. Depois, houve uma
cisão, e ele formou uma
terceira ala.
No comércio, havia o
Ângelo Defeo do nosso
partido e o Jader Moura com os adversários.
Quando a política se acirrou muito, o PSD fundou o
“Nosso Clube”, enquanto
nós frequentávamos o tradicional “Abaeté Clube”. E
foi assim por muitos anos.
Conte algum caso interessante dessa época.
Desde pequeno, eu
escuto a história do planejamento da cidade,
contratado pelo meu avô,
Dr. Vianna. Abaeté foi a
segunda ou a terceira cidade planejada do estado
e cresceu dentro desse
planejamento, com ruas
bem traçadas e avenidas
largas...
Na época, também foi
planejado o atual cemitério, em um local até então bem deserto. Abaeté
ainda era o Marmelada,
estava começando a subir
para a praça da Matriz.
Houve uma oposição forte
contra o novo cemitério,
chefiada pelo Chico Cocão. Por incrível que pareça, a primeira pessoa enterrada lá foi a filha desse
comerciante.
O novo cemitério foi
inaugurado em 1909 e tinha o portão aberto para a
Avenida Sete de Setembro.
Quando Dr. Vianna perdeu
a política, o prefeito contrário fechou esse portão
e abriu um outro, na Rua
Antônio Amador. Passados alguns anos, a política
vira de novo, e Dr. Edgardo fecha o portão aberto
pelos adversários, faz um
muro e reabre a entrada
pela avenida. Depois, a
oposição vence novamente e volta o portão para a
Rua Antônio Amador. E foi
assim até que eu assumi a
Prefeitura e resolvi acabar
com essa história, abrindo
os portões dos dois la-
da. Grande parte do que
fica da Avenida Simão da
Cunha pra baixo eram terras do meu avô, que passaram para minha mãe e
para os filhos.
A Escola Estadual “Senador Souza Viana” foi
outra obra que consegui
com o Magalhães Pinto.
Trouxemos a Copasa, a
Cemig, a Telemig.
Quando prefeito, fiz o
primeiro asfalto de Abaeté. Abri e asfaltei a Avenida Barão do Indaiá, na
descida do João da Eva
até a ponte. Aquilo ali era
um beco, quem morava
lá vivia atolado na época
de chuva. Depois, asfaltei
o Marmelada, na descida
para a CNEC, e o acesso
ao Estadual.
dos...
A família do senhor
ajudou a construir boa
parte de Abaeté, não é?
Numa reunião, há
pouco tempo, foi dito que
nossa família construiu
cerca de 90% de Abaeté.
O Banco de Abaeté foi fundado por meu pai e transformado em Cooperativa
pelo meu cunhado, Dr.
Melo, que também fundou
o Abaeté Clube e a CNEC.
O Ginásio Estadual foi uma
das obras que conseguimos com o Governador
Magalhães Pinto. Minha
mãe (D. Alda Vianna) doou
o terreno. A meu pedido,
ela doou também quase
a metade do terreno atual
do Hospital São Vicente de
Paulo e metade do quarteirão onde é hoje a Praça de Esportes. Já a área
onde foi construída a atual
Rodoviária foi vendida por
nós, pela metade do valor
de mercado.
Muitos
loteamentos
foram feitos em antigas
fazendas da família: parte
do Centro, do Bairro Amazonas, os bairros Simão
da Cunha, Santa Terezinha e Quintas da Inverna-
Naquela época, o prefeito não tinha uma boa
remuneração...
É, acredito que eu ganhava algo em torno de
um ou dois salários mínimos. Andava no meu
carro, mas comprei para a
Prefeitura dois caminhões
novos, uma retroescavadeira, uma patrol, um trator e dois jipes, sendo um
para a Emater.
Fiz uma reforma administrativa que foi modelo
para várias cidades da região, organizando a Prefeitura em Departamentos
(Administrativo, Finanças,
Educação, Estrada, Urbanização, Saúde). E deixei o
da Saúde criado. Naquele tempo, saúde não era
competência do município.
Depois, os prefeitos foram
transformando os Departamentos em Secretarias.
Hoje, estou afastado
da política, mas continuo
pensando no progresso
de Abaeté. Agora mesmo,
estou mexendo uns pauzinhos, para ver se consigo construir uma sede
própria para a Apae. Doei
uma chácara para essa
construção.
“Não possuo nada. Se algo estiver ao meu alcance, desfruto. Quando se for, deixo que vá, com o coração cheio de GRATIDÃO.” (Osho)
24 nossojornal / fev14
Fotos Talisson Kilmer
Artesania
Nômade
Novas apresentações e oficinas estão programadas para 2014, com o objetivo de formar
novos artistas e ajudar a incrementar o setor cultural em Abaeté e região.
Com marchinhas de
carnaval, malabares,
poesia e teatralidade, a
intervenção cênica-musical “Cortejo de Artesania” encantou quem
passava pelas imediações da Praça da Prefeitura, na manhã do
dia 15 de fevereiro.
Com participação
de artistas integrantes
do Teatro Terceira Margem, do Grupo Circo Teatro Aloma, dos pernas
de pau Ivani e Giselle
Gomes, de músicos
integrantes da banda
Boi Verde e do Grupo
de Paspalhos Cia do
Riso, de Abaeté, o cortejo saiu em silêncio da
Casa de Cultura, como
se estivesse tocando,
cantando e falando ao
microfone.
A cena estranha
chamou a atenção do
público da feirinha.
Na volta, o cortejo veio
com toda a animação:
músicas, cumprimentos, poesias, palhaçadas, falas da cultura
popular, improvisação
de um duelo musical.
A ação também foi
apresentada nas cidades de Bom Despacho,
Dores do Indaiá, Martinho Campos e Quartel
Geral, como conclusão
do Teatro de Artesania,
projeto cultural de intercâmbio, apresentações, oficinas e encontros na área de artes
cênicas realizado em
cidades mineiras em
2013.
“O único modo de evitar os erros é adquirindo experiência, mas a única maneira de adquirir experiência é cometendo erros”.
Projetos para 2014:
Durante o cortejo,
foi anunciada a continuidade das ações,
através do Artesania
Nômade, também patrocinado pela ArcelorMittal BioFlorestas, via
Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com apoio
das prefeituras locais.
Por este novo projeto, em 2014, serão realizadas apresentações,
oficinas de sensibilização e aprofundamento, roda de reflexões
e encontros da rede
comunitária de cultura,
nas cinco cidades do
centro oeste mineiro.

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