ANEXO20_EIA_LMAT AH Foz Tua
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ANEXO20_EIA_LMAT AH Foz Tua
LIGAÇÃO À REDE NACIONAL DE TRANSPORTE DE ELETRICIDADE, A 400 kV, DO APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO DE FOZ TUA ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL ANEXO 20 RELATÓRIO SOBRE QUIRÓPTEROS Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 ÍNDICE DE TEXTO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 5 1.1. Morcegos .................................................................................................................................................. 6 1.2. Impactes das linhas elétricas sobre os morcegos ..................................................................................... 8 1.3. Objetivos ................................................................................................................................................... 8 2. METODOLOGIA.................................................................................................................................................... 9 2.1. Área de estudo .......................................................................................................................................... 9 2.2. Materiais e métodos de amostragem ........................................................................................................ 9 3. RESULTADOS .................................................................................................................................................... 13 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. Espécies detetadas ................................................................................................................................. 13 Utilização do espaço (amostragem acústica) .......................................................................................... 28 Prospeção de abrigos ............................................................................................................................. 34 Análise comparativa das soluções .......................................................................................................... 50 Discussão dos resultados ....................................................................................................................... 56 4. CONCLUSÕES ................................................................................................................................................... 59 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................................... 61 6. REFERÊNCIAS WEB ........................................................................................................................................... 65 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1.1.1 – Espécies que ocorrem na área de estudo (Alves et al., 2012; Bio3, 2012; Bio3, 2013a; Bio3, 2013b; Ecovisão, 2013; ICNB, 2010; Rebelo, 2001) e respetivo estatuto de ameaça (Cabral et al., 2006): CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; LC – pouco preocupante; DD – informação insuficiente) ........................................................................................................................................... 7 Quadro 3.1.1 – Espécies e grupos de espécies detetadas neste estudo, por local de amostragem (LA – locais de amostragem acústica; AB – abrigos) e respetivo estatuto de ameaça (Cabral et al., 2006): CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; LC – pouco preocupante; DD – informação insuficiente); para os locais de amostragem acústica é indicado o número de contactos ocorridos nas amostragens de junho de 2013 ............................................................................................................................. 14 Quadro 3.1.1 (continuação) ................................................................................................................................... 15 Quadro 3.2.1 – Espécies e grupos de espécies detetadas na amostragem acústica e respetivo número total de contactos ................................................................................................................................................... 29 Quadro 3.2.2 – Modelo de regressão logística da atividade global ....................................................................... 32 Quadro 3.2.3 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus .............................................. 33 Quadro 3.3.1 – Abrigos potenciais referenciados, cuja amostragem não foi possível efetuar............................... 34 Quadro 3.3.2 – Abrigos amostrados e referenciados num buffer de 1 km em redor dos eixos das soluções em estudo, com indicação do código, designação (no presente estudo e noutros estudos), tipo de abrigo, Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 i coordenadas (precisão 100 m), distância ao traçado da linha elétrica, trecho abrangido num buffer de 1 km, data e tipo de prospeção efetuada, total de morcegos detetados, espécies ou vestígios presentes e observador(es) ou origem dos dados (BS – Bruno Silva; SB – Sílvia Barreiro)..................................................... 36 Quadro 3.3.2 (continuação) ................................................................................................................................... 37 Quadro 3.3.2 (continuação) ................................................................................................................................... 38 Quadro 3.3.2 (continuação) ................................................................................................................................... 39 Quadro 3.3.2 (continuação) ................................................................................................................................... 40 Quadro 3.3.2 (continuação) ................................................................................................................................... 41 Quadro 3.3.3 – Abrigos amostrados e referenciados num buffer de 1 a 5 km em redor dos eixos das soluções em estudo, com indicação do código, designação (no presente e noutros estudos), tipo de abrigo, coordenadas (precisão 100 m), distância ao traçado da linha elétrica, trecho abrangido num buffer de 1 km, data e tipo de prospeção efetuada, total de morcegos detetados, espécies ou vestígios presentes e observador(es) ou origem dos dados (BS – Bruno Silva; SB – Sílvia Barreiro) ................................. 41 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 42 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 43 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 44 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 45 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 46 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 47 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 48 Quadro 3.3.3 (continuação) ................................................................................................................................... 49 Quadro 3.4.1 – Proporção de locais com e sem atividade global nos locais referentes às oito soluções em estudo .................................................................................................................................................................... 50 Quadro 3.4.2 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 1 como fator........................................................................................................................................................................ 50 Quadro 3.4.3 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2SI como fator........................................................................................................................................................................ 51 Quadro 3.4.4 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2SM como fator .............................................................................................................................................................. 51 Quadro 3.4.5 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2NI como fator........................................................................................................................................................................ 51 Quadro 3.4.6 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2NM como fator .............................................................................................................................................................. 51 Quadro 3.4.7 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 3S como fator........................................................................................................................................................................ 51 Quadro 3.4.8 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 3N como fator........................................................................................................................................................................ 51 Quadro 3.4.9 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 4 como fator........................................................................................................................................................................ 52 Quadro 3.4.10 – Proporção de locais com e sem atividade do género Pipistrellus nos locais referentes às oito soluções em estudo ........................................................................................................................................ 53 Quadro 3.4.11 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 1 como fator ............................................................................................................................................. 53 ii Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.4.12 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2SI como fator.......................................................................................................................................... 53 Quadro 3.4.13 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2SM como fator........................................................................................................................................ 54 Quadro 3.4.14 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2NI como fator ......................................................................................................................................... 54 Quadro 3.4.15 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2NM como fator ....................................................................................................................................... 54 Quadro 3.4.16 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 3S como fator........................................................................................................................................... 54 Quadro 3.4.17 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 3N como fator .......................................................................................................................................... 54 Quadro 3.4.18 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 4 como fator ............................................................................................................................................. 55 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1 – Esquema gráfico dos trechos das soluções alternativas consideradas ............................................... 6 Figura 3.1.1 – Ocorrência do género Rhinolophus ................................................................................................ 16 Figura 3.1.2 – Ocorrência do grupo M. myotis / M. blythii...................................................................................... 17 Figura 3.1.3 – Ocorrência do grupo M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii ............................................................................................................................................................ 17 Figura 3.1.4 – Ocorrência do género Pipistrellus ................................................................................................... 18 Figura 3.1.5 – Ocorrência do género Nyctalus ...................................................................................................... 19 Figura 3.1.6 – Ocorrência do género Eptesicus..................................................................................................... 19 Figura 3.1.7 – Ocorrência da espécie B. barbastellus ........................................................................................... 20 Figura 3.1.8 – Ocorrência da espécie M. schreibersii ............................................................................................ 20 Figura 3.1.9 – Ocorrência da espécie T. teniotis ................................................................................................... 21 Figura 3.2.1 – Atividade (global, género Pipistrellus) por local de amostragem .................................................... 30 Figura 3.2.2 – Temperatura do ar por local de amostragem.................................................................................. 31 Figura 3.2.3 – Intensidade do vento por local de amostragem .............................................................................. 31 Figura 3.2.4 – Curva de probabilidade de ocorrência de atividade global de morcegos em função da temperatura do ar .................................................................................................................................................. 33 Figura 3.2.5 – Curva de probabilidade de ocorrência de atividade do género Pipistrellus em função da temperatura do ar .................................................................................................................................................. 34 Figura 3.4.1 – Média da atividade global nas várias soluções, com indicação do erro-padrão e de outliers......... 52 Figura 3.4.2 – Média da atividade do género Pipistrellus nas várias soluções, com indicação do erropadrão e de outliers ............................................................................................................................................... 55 Figura 3.4.3 – Número mínimo de espécies em cada uma das soluções.............................................................. 56 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 iii LISTA DE APÊNDICES Apêndice 1 - Locais de amostragem acústica Apêndice 2 - Abrigos potenciais amostrados Apêndice 3 - Resultados das amostragens acústicas iv Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 1. INTRODUÇÃO O presente relatório foi elaborado no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), em fase de Estudo Prévio, da Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade – RNT(E), a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua (AHFT). Este projeto tem como proponente a EDP - Gestão da Produção de Energia, S.A., concessionária do AHFT. O EIA foi precedido de uma Proposta de Definição do Âmbito do EIA (PDA), submetida, em novembro de 2012, à APA - Agência Portuguesa do Ambiente, I.P., enquanto Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA). A PDA foi sujeita a consulta pública e objeto de parecer, em março de 2103, por parte da Comissão de Avaliação, nomeada para o efeito pela Autoridade de AIA. A elaboração do EIA teve em consideração a PDA e o respetivo Parecer da Comissão de Avaliação, que já integrou os resultados da consulta pública. A EDP – Gestão da Produção de Energia, S.A. adjudicou a elaboração do projeto técnico e dos estudos ambientais à CME – Construção e Manutenção Eletromecânica, S.A.; o projeto técnico da linha é da responsabilidade da EGSP - Energia e Sistemas de Potência, Lda., e a elaboração do EIA é da responsabilidade da ECOBASE – Estudos e Soluções Sustentáveis, Lda. O presente relatório é da responsabilidade da PLECOTUS – Estudos Ambientais, Unipessoal, Lda, tendo envolvido os seguintes técnicos: Pedro Alves (coordenador geral, elaboração do relatório); Bruno Silva (trabalhos de campo, análise de dados, elaboração do relatório); Sílvia Barreiro (trabalhos de campo, análise de dados); Rui Gonçalves (trabalhos de campo). O projeto destina-se ao transporte da energia elétrica a produzir no AHFT para entrega na Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, concessionada à REN - Rede Elétrica Nacional, S.A. Atendendo ao escalão de tensão necessário (400 kV), essa entrega deve ter lugar na Subestação de Armamar ou, através de uma instalação designada como Posto de Corte, na Linha Armamar-Lagoaça, a 400 kV. O EIA analisa oito soluções possíveis para a ligação do AHFT à RNT(E), que já constavam da PDA: - Solução 1; Solução 2, que se subdivide em quatro soluções alternativas (2SI, 2SM, 2NI, 2NM); Solução 3, que se subdivide em duas soluções alternativas (3S,3N); Solução 4. Na travessia do rio Tua pela Solução 2 (e pela Solução 3, que coincide nesse trecho com a Solução 2) foram consideradas duas alternativas: travessia a cerca de 400 m a montante da Barragem de Foz Tua (Soluções 2SI, 2SM e 3S) ou travessia a cerca de 2 km a montante da barragem (Soluções 2NI, 2NM e 3N). Na zona da Valeira, a Solução 2 aproveita o corredor de duas linhas existentes a 220 kV (Mogadouro-Valeira e Valeira-Armamar), analisando-se no EIA duas alternativas para este trecho em que se efetua a travessia do rio Douro: a construção de uma nova linha a 400 kV, independente das existentes (Soluções 2SI e 2NI), ou a construção de uma nova linha mista, a 220/400 kV, e posterior desmontagem das referidas linhas de 220 kV (Soluções 2SM e 2NM). Todas as soluções alternativas têm um início comum, na Central de Foz Tua, a jusante da Barragem de Foz Tua. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 5 As Soluções 1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM e 4 terminam na Subestação de Armamar e desenvolvem-se em ambas as margens do Douro, tendo como limite nascente a Barragem da Valeira e como limite poente a Barragem da Régua. As Soluções 3S e 3N desenvolvem-se inteiramente na margem direita do Douro, terminando na margem esquerda do rio Sabor, no Posto de Corte que assegura a ligação à Linha existente Armamar-Lagoaça. Numa parte significativa da sua extensão as soluções alternativas consideradas no EIA têm trechos comuns. Por este motivo, podem ser analisadas como resultado da combinação de catorze trechos, designados de A a M. Na Figura 1.1 apresenta-se o esquema de combinação dos trechos. O capítulo 3 do Relatório do EIA descreve, de forma pormenorizada, o projeto e as soluções alternativas analisadas. Figura 1.1 – Esquema gráfico dos trechos das soluções alternativas consideradas O projeto localiza-se na Região Norte, no vale do rio Douro. Os traçados das soluções alternativas atravessam o território de dez municípios: Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Peso da Régua, Sabrosa, São João da Pesqueira, Tabuaço, Torre de Moncorvo e Vila Real. Na secção 3.2 do Relatório do EIA e no Desenho 1 do EIA (Vol. IV - Peças Desenhadas) é apresentada a divisão administrativa, até ao nível da freguesia, do território atravessado; nos Desenhos 2 e 3 (Vol. IV - Peças Desenhadas) apresenta-se a localização das diferentes soluções alternativas consideradas na escala 1:50.000 e 1:25.000, respetivamente. No Desenho 4 (Vol. IV - Peças Desenhadas) apresenta-se a implantação das soluções alternativas num ortofotomapa na escala 1:15.000. 1.1. Morcegos Em Portugal Continental conhecem-se 25 espécies de morcegos, que constituem aproximadamente 40% da fauna de mamíferos terrestres existentes no país (ICNB, 2012; Palmeirim et al., 1999). Características como a baixa taxa de natalidade (raramente têm mais de uma cria por ano), a maturidade sexual tardia (para algumas espécies, apenas é atingida ao quarto ano de vida), a grande longevidade (podem ultrapassar os 30 anos) e o facto de por vezes se aglomerarem em colónias numerosas, tornam os morcegos bastante vulneráveis, principalmente no que diz respeito à alteração do habitat que utilizam e à perturbação dos abrigos que ocupam (Bicho, 1996; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999). 6 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Esta vulnerabilidade está bem patente no facto de todas as espécies de morcegos estarem protegidas pelas Convenções de Berna (Convenção da Preservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais na Europa) e Bona (Convenção de Espécies Migratórias da Fauna Selvagem) e no atual estatuto de ameaça de algumas dessas espécies (Cabral et al., 2006): três espécies estão classificadas como “Criticamente em Perigo” (o que constitui 60% das espécies com este estatuto em Portugal Continental), uma apresenta o estatuto “Em Perigo” e cinco o estatuto “Vulnerável”, enquanto as restantes quinze apresentam os estatutos “Pouco preocupante” e “Informação Insuficiente” (respetivamente seis e nove espécies). No Quadro 1.1.1 estão indicadas as espécies de ocorrência conhecida na região em estudo (Alves et al., 2012; Bio3, 2012; Bio3, 2013a; Bio3, 2013b; Ecovisão, 2013; ICNB, 2010; Rebelo, 2001). Quadro 1.1.1 – Espécies que ocorrem na área de estudo (Alves et al., 2012; Bio3, 2012; Bio3, 2013a; Bio3, 2013b; Ecovisão, 2013; ICNB, 2010; Rebelo, 2001) e respetivo estatuto de ameaça (Cabral et al., 2006): CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; LC – pouco preocupante; DD – informação insuficiente) Espécies Estatuto de ameaça Rhinolophus ferrumequinum VU R. hipposideros VU R. euryale CR Myotis myotis VU M. blythii CR M. mystacinus DD M. emarginatus DD M. escalerai1 VU M. bechsteinii EN M. daubentonii LC Pipistrellus pipistrellus LC P. pygmaeus LC P. kuhlii LC Hypsugo savii DD Nyctalus leisleri DD N. noctula / N. lasiopterus DD / DD Eptesicus serotinus / E. isabellinus2 LC / - M. escalerai substitui M. nattereri em Portugal Continental, com os dados desta última a serem transpostos diretamente para M. escalerai; atualmente não está confirmada a ocorrência de M. nattereri no nosso país (ICNB, 2010a; Rebelo, com. pessoal; Rodrigues, com. pessoal). 1 a presença de E. isabellinus em Portugal Continental só foi confirmada após a última edição do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Mamíferos), desconhecendo-se a sua distribuição exata (provavelmente E. isabellinus surge mais 2 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 7 Espécies Estatuto de ameaça Barbastella barbastellus DD Plecotus auritus DD P. austriacus LC Miniopterus schreibersii VU Tadarida teniotis DD 1.2. Impactes das linhas elétricas sobre os morcegos Apesar de pouco documentados, os principais impactes provocados pelas linhas elétricas sobre os morcegos estão relacionados com a mortalidade/eletrocussão (Electrocution, s/ data; Electrocution Reduction, s/ data; Manville, 2006) e com a fragmentação/perturbação/perda de habitat (Environmental Bioindicators Foundation e Pandion Systems, 2009), podendo ainda ser referenciada a destruição/perturbação de abrigos. A mortalidade por eletrocussão parece ser um problema que atinge essencialmente espécies da Subordem Megachiroptera (Ali, 2010; Electrocution, s/ data; Fruit bats and the power system, 2011), provavelmente devido à sua dimensão (chegam a ter mais de 1 m de envergadura). No entanto é de salientar que em Portugal todas as espécies de morcegos pertencem à Subordem Microchiroptera, para a qual não foram detetados dados de ocorrência de mortalidade por eletrocussão ou colisão em linhas elétricas. A fragmentação/perturbação/perda de habitat de habitat poderá ser preocupante se forem atingidas extensas áreas favoráveis aos morcegos, enquanto a destruição de abrigos ocorrerá acima de tudo nos casos em que os apoios da linha elétrica forem colocados em locais que impliquem a destruição ou selagem de grutas, minas, edifícios, árvores, escarpas rochosas, ou outros locais que sirvam de abrigos a morcegos. 1.3. Objetivos O presente estudo teve como objetivo a caracterização do elenco de espécies de morcegos existentes na área de influência do projeto e da sua situação populacional, apresentando por isso os seguintes objetivos específicos: inventariar abrigos nas diferentes soluções de traçado para a linha elétrica; inventariar as espécies de morcegos que ocorrem nas diferentes soluções de traçado para a linha elétrica; avaliar a atividade dos morcegos nas diferentes soluções. no Centro e Sul do país, enquanto que E. serotinus surge mais na região Norte) assim como o seu estatuto de ameaça (ICNB, 2010a; Rebelo, com. pessoal; Rodrigues, com. pessoal; Rodrigues et al., 2010). 8 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 2. METODOLOGIA 2.1. Área de estudo O presente estudo foi realizado na envolvente das soluções em estudo para a linha elétrica, num buffer de 5 km em redor dos seus eixos. Esta área situa-se no vale do rio Douro, distribuindo-se, grosso modo, entre Foz do Tua, Torre de Moncorvo e Peso da Régua. As soluções em estudo percorrem terrenos com cotas entre os 70 m e 940 m de altitude, ao longo de áreas de matos, floresta e culturas agrícolas. Neste estudo, consideraram-se como alvo de amostragem cinco grupos de biótopos: MATOS (MAT) – áreas dominadas por vegetação arbustiva de porte e densidade variada, onde predominam os matos densos de porte alto compostos por urze, tojo, giesta, silvas e por vezes medronheiros; FLORESTAS DE FOLHOSAS (FOL) – áreas onde predominam as manchas florestais de carvalhos e castanheiro; OUTRAS FLORESTAS (FOU) – áreas onde predominam as manchas florestais de pinheiros ou cedros, por vezes em associação com espécies de folhosas; OLIVAL (OL) – áreas onde predomina a cultura de oliveira; CULTURAS AGRÍCOLAS (AGR) – áreas de culturas agrícolas, com predomínio da vinha. 2.2. Materiais e métodos de amostragem Neste estudo foram efetuados dois tipos de amostragem: avaliação da utilização do espaço pelos morcegos (escutas com detetores de ultrassons); prospeção e avaliação de ocupação de abrigos de morcegos (visitas e escutas com detetor de ultrassons). 2.2.1. Utilização do espaço Com a amostragem realizada em junho de 2013, pretendeu-se estimar a utilização que os morcegos fazem da área de estudo, principalmente no que se refere às espécies presentes e à frequência com que a usam, tentando-se ao mesmo tempo determinar qual o tipo de utilização (área de alimentação ou zona de passagem entre abrigos e áreas de alimentação). Para tal, foram definidos 40 pontos de amostragem acústica, distribuídos num buffer de 1 km em redor dos eixos das soluções em estudo (ver Desenho 11 - Volume IV), de forma a estarem representados os principais biótopos existentes. De referir que dois dos locais de amostragem (TU18 e TU23) se encontram fora dessa área devido a alterações entretanto ocorridas no traçado em estudo, considerando-se que esta situação não origina qualquer problema na análise dos dados. Cada ponto foi caracterizado em termos de biótopo predominante, altitude média, declive e orientação predominantes (Apêndice 1). As escutas consistiram no registo das emissões sonoras dos morcegos que surgiram na área de deteção do microfone, durante um período de 10 minutos. Acoplado ao detetor utilizou-se um gravador áudio onde se Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 9 guardaram as emissões sonoras registadas, para posteriormente serem analisadas e identificadas as respetivas espécies. A identificação de morcegos através das suas emissões sonoras é uma técnica bastante utilizada em estudos de atividade destes mamíferos, tendo como principal vantagem o facto de não lhes causar qualquer tipo de perturbações (Ahlén, 2004; Catto, 1994; Fenton e Bell, 1981). No entanto, a utilização desta técnica apresenta várias dificuldades, nomeadamente as que estão relacionadas com a detetabilidade (por exemplo, existem espécies que emitem sinais muito fracos – Plecotus spp. – ou com frequências muito elevadas – Rhinolophus spp. – e por isso facilmente dissipáveis, o que torna praticamente impossível a sua deteção) e com a identificação (há espécies com vocalizações muito idênticas, como M. schreibersii e P. pygmaeus, o que pode impossibilitar a sua distinção através das emissões sonoras). Para além deste tipo de problemas, podem ocorrer alguns imprevistos associados ao trabalho de campo que levem à gravação de emissões muito breves ou muito fracas que dificultam o trabalho de identificação das espécies envolvidas. O detetor de ultrassons utilizado foi o modelo D240X da Pettersson Elektronik AB (com gama de frequências 10 a 120 kHz) em modo “tempo expandido” (o som é reproduzido a uma velocidade 10 vezes inferior, tornando-o audível sem que haja alteração das características originais). As emissões sonoras foram armazenadas num gravador digital modelo GMINI 402 da Archos ou modelo similar. As amostragens foram efetuadas nas quatro primeiras horas após o pôr do sol, de forma a reduzir o efeito que as variações nos ritmos de atividade sucedidas ao longo de uma noite possam ter em cada amostragem, não tendo sido realizadas em condições meteorológicas adversas (chuva, nevoeiro e vento de intensidade superior a 5,0 m/s, valor que segue o recomendado pelo ICNF), pois estas afetam a atividade dos morcegos. Na avaliação da atividade dos morcegos contabilizou-se o número de encontros com morcegos (sequência de pulsos associados à passagem de um morcego no espaço amostrado pelo microfone) e determinou-se o tipo de pulsos emitidos (pulsos de navegação, de alimentação e/ou sociais). Foram ainda recolhidos dados referentes ao vento (intensidade e orientação) e à temperatura do ar, durante as amostragens, tendo-se utilizado um anemómetro de bolso modelo SKYMATE SM-18, da Speedtech Instruments e uma bússola. 2.2.2. Prospeção de abrigos Com a prospeção de abrigos pretendeu-se determinar os locais que, na área de influência do projeto, possuíam condições para servir de abrigo a morcegos (minas, pontes de pedra, escarpas interiores, edifícios abandonados, etc.), verificar se eram utilizados como tal, identificar as espécies e quantificar o número de indivíduos presentes. A prospeção de abrigos incidiu maioritariamente no buffer de 5 km em redor dos eixos das soluções em estudo (ver Desenho 11 - Volume IV), tendo sido efetuada com base na análise de cartografia (folhas n.OS 102, 103, 115, 116, 117, 118, 126, 127, 128, 129, 130, 137, 138 e 139 da Carta Militar 1:25.000, do IGeoE), de consulta bibliográfica, de visitas ao campo e de inquéritos às populações locais. A avaliação da presença de morcegos foi realizada em junho de 2013, tendo sido efetuada maioritariamente através de visitas diurnas aos potenciais abrigos e, nos casos em que tal não foi possível, através de escutas com detetores de ultrassons, junto ao local de abrigo, durante um período de 30 a 40 minutos, com início um pouco antes do pôr do sol. 2.2.3. Análise dos sons A análise dos registos sonoros dos morcegos detetados foi efetuada com recurso ao programa de análise de sons Batsound Pro – Sound Analysis, da Pettersson Elektronik AB. Este programa gera gráficos (oscilogramas, sonogramas e espectros de potência) que permitem a medição de variáveis sonoras (frequência de máxima 10 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 amplitude, duração do pulso, intervalo entre pulsos, etc.), o que possibilita a identificação das espécies detetadas por comparação com uma base de dados de referência. As variáveis sonoras utilizadas para a identificação das espécies foram: Tipo de frequência – frequência modulada (FM – pulsos de curta duração em que há uma rápida variação de frequência ao longo do tempo), frequência constante (CF – pulsos geralmente constantes e que mantêm a frequência ao longo do tempo) ou combinações das duas (FM-CF ou CF-FM); Frequência principal (FMAXE, kHz) – frequência emitida com maior intensidade; Gama de frequências (BW, kHz) – diferença entre a frequência máxima (Fmax) e a frequência mínima (Fmin); Duração do pulso (Δtp, ms) – intervalo de tempo entre o início e o fim de um pulso; Intervalo entre pulsos (INT, ms) – intervalo de tempo entre o início de um pulso e o início do pulso seguinte; Taxa de repetição (TR, Hz) – taxa com que são emitidos os pulsos (TR=1/INT). Na identificação das espécies P. pipistrellus, P. pygmaeus, P. kuhlii e M. schreibersii foi ainda utilizado um modelo matemático baseado em redes neuronais artificiais para classificação de gravações, desenvolvido pela PLECOTUS. O modelo foi construído a partir de uma base de dados composta por sons de cerca de 400 indivíduos destas espécies capturados em Portugal continental, à saída de abrigos ou no exterior (gravações efetuadas após a identificação morfológica dos indivíduos capturados). Com estes sons foi treinado um conjunto de redes neuronais artificiais (redes da classe feedforward multilayer perceptron) utilizando um programa customizado criado no R project, que usaram como dados de base 16 parâmetros espectrais e 3 temporais medidos das gravações. O conjunto de redes treinado atribui a uma gravação desconhecida a probabilidade de pertencer a cada uma destas quatro espécies, com os resultados do modelo de classificação a apresentarem uma sensibilidade média de 95% com um erro médio de 4%. Só foram consideradas como corretas as classificações do modelo com uma probabilidade superior a 70%. 2.2.4. Análise estatística A análise estatística teve como finalidade procurar relações significativas entre a atividade dos morcegos e alguns fatores ambientais, bem como procurar diferenças significativas entre as várias soluções em estudo. De maneira a analisar de uma forma integrada todas as variáveis independentes, foi utilizado um modelo linear generalizado com resposta binária e uma função de ligação logit. Este tipo de modelo, vulgarmente conhecido como regressão logística, permite uma análise numérica das relações entre variáveis dependentes e independentes, e também pode ser usado para classificação (neste caso para classificar se determinada amostragem teve ou não atividade). Para encontrar o melhor modelo, cada variável independente foi testada de forma univariada e todas as que apresentaram p-value inferior a 0,20 (teste de Wald) foram introduzidas em conjunto num primeiro modelo multivariado. Para refinar este modelo foram retiradas variáveis, a começar pela que tinha um p-value superior, até só restarem variáveis significativas a 0,05. O pressuposto de linearidade das variáveis contínuas foi verificado com o método dos quartis e a adequabilidade do modelo, ou seja, a capacidade do modelo de prever a variável dependente foi verificada através do teste de Hosmer e Lemeshow e do valor AUC (um valor de AUC de 0,70 é considerado como o valor mínimo aceitável). A variância total explicada pelo modelo foi obtida através do R2 de Nagelkerke. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 11 Para testar diferenças entre as várias soluções foi utilizado o teste de independência do X2 para testar diferenças entre a proporção de locais amostrados com e sem atividade. Para testar diferenças de valores de atividade foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis, apoiado na comparação múltipla de médias das ordens. Todas as análises efetuadas estão descritas em Maroco (2007) e Hosmer e Lemeshow (2000), tendo sido efetuadas com recurso aos programas STATISTICA v7 e R v2.13.1. 12 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 3. RESULTADOS 3.1. Espécies detetadas Durante o presente estudo foram detetadas as espécies R. hipposideros, M. escalerai, M. daubentonii, P. pipistrellus, P. pygmaeus, P. kuhlii, N. leisleri, B. barbastellus, M. schreibersii e T. teniotis. A semelhança morfológica e das vocalizações de algumas espécies nem sempre permitiram a sua diferenciação, tendo-se nestes casos optado por constituir grupos com as espécies cuja morfologia ou emissões sonoras “típicas” são idênticas às registadas, nomeadamente M. myotis / M. blythii, P. pipistrellus / P. pygmaeus / P. kuhlii, P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii, P. pipistrellus / P. kuhlii, P. pygmaeus / M. schreibersii, N. leisleri / N. noctula / N. lasiopterus, N. leisleri / E. serotinus / E. isabellinus, N. noctula / N. lasiopterus e E. serotinus / E. isabellinus (Quadro 3.1.1; Apêndice 3). A diferenciação (ou não) das espécies que constituem os grupos a partir das suas vocalizações teve em conta os seguintes aspetos: Myotis sp. – normalmente é possível dividir as sete espécies deste género que ocorrem em Portugal em dois grupos, embora existam ocasiões em que tal não é possível (por exemplo, quando os registos sonoros estão fracos): o “grupo 35” contém as espécies M. myotis e M. blythii, que geralmente emitem vocalizações com frequência de nulo nos 35 kHz, enquanto o “grupo 45” contém as restantes cinco espécies (M. mystacinus, M. emarginatus, M. escalerai, M. bechsteinii e M. daubentonii), cujas emissões sonoras têm frequência de nulo nos 45 kHz (Rainho, com. pessoal). No “grupo 35” não é possível distinguir as duas espécies que o constituem e no “grupo 45” poderá ser possível distinguir a espécie M. daubentonii se nos registos sonoros o oscilograma for sinusoidal ou a amplitude modulada e M. escalerai8 se existirem bolsas de amplitude (Rainho, com. pessoal). No “grupo 35” considera-se como mais provável a ocorrência de M. myotis, uma vez que M. blythii é uma espécie mais rara e que surge essencialmente no Algarve e em Trás-os-Montes (Palmeirim et al., 1999). Pipistrellus sp. e M. schreibersii – neste grupo a distinção foi inicialmente efetuada com base nos valores de FMAXE propostos por Russ (1999) para P. pipistrellus (valores entre 41,7 e 51,8 kHz) e para P. pygmaeus (entre 48,8 e 61,6 kHz), e por Zingg (1990) para P. kuhlii (entre 35,2 e 44,8 kHz) e para M. schreibersii (entre 48,8 e 70,7 kHz), ou através da existência de chamamentos sociais para as espécies do género Pipistrellus, de acordo com Barlow e Jones (1997a e 1997b), Pfalzer e Kusch (2003) e Russo e Jones (1999). Assim, nos casos em que FMAXE se situou entre 44,8 e 48,0 kHz, considerou-se estar na presença de P. pipistrellus; nos casos em que FMAXE se situou entre 35,2 e 41,7 kHz considerou-se estar na presença de P. kuhlii; nos casos em que FMAXE se situou entre 41,7 e 44,8 kHz, consideraram-se as espécies P. kuhlii e P. pipistrellus; nos casos com FMAXE entre 48,0 e 52,0 kHz, consideraram-se as espécies P. pipistrellus, P. pygmaeus e M. schreibersii; e nos casos em que FMAXE se situou acima dos 52,0 kHz, consideraram-se as espécies P. pygmaeus e M. schreibersii. Nos casos em que não foi possível a distinção entre as várias espécies presentes, foi utilizado o modelo de classificação de redes neuronais descrito no subcapítulo 2.2.3. Nyctalus sp – não é possível distinguir as espécies N. noctula e N. lasiopterus através das suas vocalizações, mas neste estudo optou-se por considerar apenas a espécie N. lasiopterus, uma vez que N. noctula aparenta ser uma espécie muito rara em Portugal (Palmeirim et al., 1999). Nos casos em que os valores de FMAXE se situam entre os 21 e os 22 kHz, a distinção entre estas duas espécies e N. leisleri torna-se igualmente impossível. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 13 N. leisleri, E. serotinus e E. isabellinus – entre a espécie N. leisleri e as duas espécies do género Eptesicus, a distinção foi efetuada com base nos valores de F max, FMAXE e Fmin propostos por Zingg (1990) para N. leisleri e E. serotinus: de acordo com o autor para N. leisleri Fmax situa-se entre 20,8 e 32,0 kHz, FMAXE entre 20,8 e 28,8 kHz e Fmin entre 20,0 e 27,2 kHz, enquanto para E. serotinus Fmax situa-se entre 30,4 e 66,4 kHz; FMAXE entre 23,2 e 35,2 kHz; Fmin entre 23,2 e 31,2 kHz. No que diz respeito às duas espécies do género Eptesicus, atualmente ainda não se conhece se será possível efetuar a sua diferenciação através das vocalizações (Rebelo, com. pessoal). De referir ainda que tendo em conta os valores apontados por outros autores, é possível que alguns dos contactos atribuídos ao grupo E. serotinus / E. isabellinus tenham ocorrido de facto com N. leisleri. Durante as amostragens acústicas, houve situações em que não foi possível identificar a(s) espécie(s) presente(s) por ausência de gravações, por problemas técnicos ou por dificuldades nas análises dos sons gravados, contactos que são indicados como “não identificados” (total de sete contactos). Quadro 3.1.1 – Espécies e grupos de espécies detetadas neste estudo, por local de amostragem (LA – locais de amostragem acústica; AB – abrigos) e respetivo estatuto de ameaça (Cabral et al., 2006): CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; LC – pouco preocupante; DD – informação insuficiente); para os locais de amostragem acústica é indicado o número de contactos ocorridos nas amostragens de junho de 2013 Locais Espécies Estatuto de ameaça LA AB R. ferrumequinum VU - x3 R. hipposideros VU - x R. euryale / R. mehelyi CR / CR - x3 M. myotis VU - x3 M. myotis / M. blythii VU / CR x x3 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii DD / DD / VU / EN / LC - x3 M. escalerai EN - x M. daubentonii LC - x P. pipistrellus LC x - P. pipistrellus / P. pygmaeus / P. kuhlii LC / LC / LC - x P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii LC / LC / VU x - P. pipistrellus / P. kuhlii LC / LC x - 3 informação bibliográfica 14 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.1.1 (continuação) Locais Espécies Estatuto de ameaça LA AB P. pygmaeus LC x x4 P. pygmaeus / M. schreibersii LC / VU x - P. kuhlii LC x - N. leisleri DD x - N. leisleri / N. noctula/ N. lasiopterus DD / DD / DD x - N. leisleri / E. serotinus / E. isabellinus DD / LC / - x - N. noctula / N. lasiopterus DD / DD x x4 E. serotinus / E. isabellinus LC / - x x4 B. barbastellus DD x - M. schreibersii VU x x T. teniotis DD x x4 3.1.1. Distribuição das espécies De seguida apresenta-se uma breve descrição dos locais de ocorrência das várias espécies ou grupos de espécies referenciadas na área de estudo. Os dados relativos ao número de contactos ocorridos com cada espécie ou grupo nas amostragens acústicas podem ser consultados nos subcapítulos 3.2.1 (Quadro 3.2.1) e 3.3 (Quadros 3.3.1 e 3.3.2). As espécies do género Rhinolophus foram detetadas apenas em abrigos (Figura 3.1.1): R. ferrumequinum foi detetada nos abrigos ALJ I (1 indivíduo na época de hibernação), ATU09 (1 indivíduo durante o verão), ATU12 (número indeterminado de indivíduos na época de hibernação), ATU14 (11 indivíduos no verão), CA III (4 indivíduos no verão) e SBR XI (máximo de 2 indivíduos na época de hibernação); R. hipposideros foi detetada nos abrigos ATU02 (1 indivíduo no verão), ATU07 (1 indivíduo no verão), ATU09 (1 indivíduo durante o verão) e SBR IX (2 indivíduos na época de hibernação); 4 provável ocorrência em abrigos (informação bibliográfica) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 15 o grupo R. euryale / R. mehelyi foi detetado nos abrigos ALJ I (1 indivíduo durante o verão), ATU14 (número indeterminado durante o verão) e SBR XI (1 indivíduo da espécie R. euryale na época de hibernação). Figura 3.1.1 – Ocorrência do género Rhinolophus No género Myotis optou-se por apresentar a ocorrência das espécies em dois grupos distintos, nomeadamente no grupo M. myotis / M. blythii e no grupo M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii: o grupo M. myotis / M. blythii (Figura 3.1.2) foi detetado nas amostragens acústicas (quatro contactos distribuídos pelos pontos TU03, TU06, TU07 e TU09) e nos abrigos, nomeadamente ATU12 (2 indivíduos durante a primavera) e ATU14 (13 indivíduos durante o verão); o grupo M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii (Figura 3.1.3) foi detetado apenas em abrigos, nomeadamente ATU07 (5 indivíduos da espécie M. escalerai, durante o verão), ATU09 (máximo de 212 M. daubentonii durante o verão; colónia de criação para a espécie), ATU11 (1 indivíduo na época de hibernação), ATU12 (cerca de 130 indivíduos, provavelmente da espécie M. daubentonii, durante o verão), ATU13 (1 indivíduo na época de hibernação), ATU14 (96 indivíduos durante o verão, provavelmente da espécie M. daubentonii) e CA VI (2 indivíduos na época de hibernação e no verão). 16 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Figura 3.1.2 – Ocorrência do grupo M. myotis / M. blythii Figura 3.1.3 – Ocorrência do grupo M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii O género Pipistrellus foi o mais detetado nas amostragens acústicas e também o que apresenta as colónias mais numerosas: P. pipistrellus foi a espécie a registar o maior número de contactos em termos globais (trinta e dois), tendo surgido em 20% dos locais amostrados (TU03, TU08, TU12, TU20, TU22, TU24, TU27 e TU31); P. pygmaeus foi a 3.ª em número de contactos globais (treze), tendo surgido em cerca de 18% dos locais amostrados (TU08, TU11, TU12, TU22, TU25, TU30 e TU31); Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 17 P. kuhlii foi a 2.ª espécie mais detetada (dezasseis contactos), tendo surgido em cerca de 23% dos locais amostrados (TU05, TU08, TU09, TU14, TU20, TU21, TU24, TU28 e TU31); nos abrigos N220_1 e N220_2 (ambos pontes rodoviárias), está referenciada a presença de algumas centenas de morcegos do género Pipistrellus em julho de 2012 (cerca de 995 em N220_1, 550 em N220_2), com ambos os locais a serem abrigos de criação. Figura 3.1.4 – Ocorrência do género Pipistrellus O género Nyctalus só foi detetado nas amostragens acústicas: com a espécie N. leisleri ocorreu apenas 1 contacto confirmado no ponto TU24; com o grupo N. noctula / N. lasiopterus também só ocorreu 1 contacto (TU30); o género foi detetado ainda no ponto TU31 (também 1 contacto). 18 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Figura 3.1.5 – Ocorrência do género Nyctalus O género Eptesicus também só foi detetado nas amostragens acústicas, tendo ocorrido cinco contactos confirmados distribuídos pelos pontos TU01, TU13, TU15, TU29 e TU30. Figura 3.1.6 – Ocorrência do género Eptesicus A espécie B. barbastellus foi detetada apenas no ponto de amostragem acústica TU31 (um contacto). Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 19 Figura 3.1.7 – Ocorrência da espécie B. barbastellus A espécie M. schreibersii foi detetada quer nas amostragens acústicas, quer em abrigos: os três contactos confirmados nas amostragens acústicas ocorreram todos no ponto TU31; surgiu ainda nos abrigos ATU09 (um indivíduo no verão), ATU12 (20 indivíduos no verão), ATU14 (seis indivíduos na época de hibernação, pelo menos um no verão) e SBR XI (dois na época de hibernação). Figura 3.1.8 – Ocorrência da espécie M. schreibersii 20 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 A espécie T. teniotis também foi detetada nas amostragens acústicas e em abrigos: nas amostragens acústicas ocorreram cinco contactos distribuídos pelos pontos TU01, TU11, TU30, TU33 e TU37; surgiu ainda nos abrigos ATU12 (um indivíduo na época de hibernação, número indeterminado no verão), N220_1 (um indivíduo no verão), N220_2 (128 indivíduos no verão) e Torre de Moncorvo IV (51 indivíduos). Figura 3.1.9 – Ocorrência da espécie T. teniotis 3.1.2. Breve descrição das espécies De seguida apresentam-se algumas características das espécies detetadas e das pertencentes aos grupos. Rhinolophus ferrumequinum (morcego-de-ferradura-grande) É a maior espécie europeia do género Rhinolophus. É uma espécie bastante sedentária (na Europa, a distância entre abrigos de criação e de hibernação é de 20-30 km, não havendo registos de movimentos deste tipo em Portugal) que utiliza como abrigos de criação essencialmente grandes edifícios, surgindo ainda em grutas e minas, locais igualmente usados como abrigos de hibernação. Geralmente forma pequenas colónias compactas ou mesmo dispersas, de dimensão variável, não sendo usual a associação próxima com outras espécies. No que diz respeito ao território de caça, utiliza zonas bem arborizadas e ocasionalmente, zonas abertas próximas destas. Possui um voo geralmente baixo e lento, mas bastante manobrável, podendo mesmo planar e capturar insetos diretamente a partir do solo. Emite sinais CF de longa duração (30 a 40 ms) e curto alcance (5 a 10 m), entre os 77 e os 83 kHz, com ligeira queda de frequência no final. (ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Rainho, 1995; Ransome e Hutson, 2000) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 21 Rhinolophus hipposideros (morcego-de-ferradura-pequeno) É a mais pequena espécie de Rhinolophus existente na Europa. É uma espécie sedentária (a distância entre os abrigos de verão e de hibernação é de 5 a 10 km) que tolera níveis relativamente elevados de luminosidade, podendo abrigar-se em edifícios (casas abandonadas, caves etc.) ou mesmo junto à entrada de minas e grutas, hibernando geralmente, em abrigos subterrâneos. É pouco social, sendo possível encontrar indivíduos isolados ou em grupos pouco agregados. Caça, em áreas florestadas com coberto arbustivo bem estruturado, em zonas agrícolas, ao longo de galerias arbóreas ripícolas ou mesmo sobre massas de água. Normalmente, as suas áreas de alimentação encontram-se a menos de 2 km dos abrigos. Emite sinais CF de longa duração (20 a 30 ms), entre os 105 e 111 kHz, apresentando uma ligeira queda de frequência no final. (Bontadina et al., 2002; Holzhaider et al., 2002; ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999) Rhinolophus euryale (morcego-de-ferradura-mediterrânico) Trata-se de um morcego pequeno, de dimensões intermédias a R. ferrumequinum e a R. hipposideros, que normalmente permanece no mesmo abrigo ao longo de todo o ano (o maior movimento registado entre abrigos de criação e hibernação foi de 41 km para Portugal e 134 km na Europa). Aparentemente, ocupam quase exclusivamente grutas e minas de dimensões relativamente grandes, em todas as épocas do ano, podendo também surgir em edifícios. Durante a hibernação, formam colónias normalmente monoespecíficas, que podem ter até várias centenas de indivíduos, enquanto no período de criação, as colónias possuem dezenas ou centenas de morcegos, por vezes em associação com grandes números de indivíduos de outras espécies, nomeadamente R. mehelyi, M. myotis, M. emarginatus e M. schreibersii. Possui um voo lento e muito manobrável, tendo ainda a capacidade de planar. Caça essencialmente junto ao solo, em zonas com coberto arbóreo e arbustivo relativamente bem desenvolvido. Emite sinais CF nos 101-108 kHz, com cerca de 20 a 30 ms de duração. (ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Rainho et al., 1998) Rhinolophus mehelyi (morcego-de-ferradura-mourisco) Tal como a espécie anterior, este é um morcego de dimensões intermédias a R. ferrumequinum e a R. hipposideros. É uma espécie relativamente sedentária, sendo frequente a permanência no mesmo abrigo durante todo o ano. Em Portugal, abriga-se unicamente em grutas e minas de grandes ou médias dimensões. Forma colónias com dezenas ou centenas de indivíduos, tanto de verão como de inverno. Durante a época de hibernação, raramente se associa com outras espécies (mesmo quando coexistem na mesma cavidade), enquanto no verão forma com frequência, colónias em associação outras espécies de morcegos, nomeadamente, R. euryale, M. myotis, M. blythii e M. schreibersii. Aparenta caçar em áreas de matos mediterrânicos e zonas húmidas com vegetação ribeirinha bem estruturada. Emite sinais CF nos 104-111 kHz, com cerca de 20 ms de duração. (Dietz et al., 2009; ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Salsamendi et al., 2005) 22 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Myotis myotis (morcego-rato-grande) É uma das maiores espécies europeias de morcegos e a maior do género Myotis. Pode efetuar migrações entre abrigos ocupados em diferentes estações do ano, não sendo frequente a utilização do mesmo abrigo durante o verão e o inverno. Espécie preferencialmente cavernícola, utiliza abrigos subterrâneos como colónias de criação e de hibernação. As colónias de criação podem conter várias centenas ou mesmo milhares de indivíduos, por vezes em associação com outras espécies (principalmente M. schreibersii, mas também M. blythii e R. mehelyi), enquanto durante a hibernação se encontram mais dispersos, surgindo em abrigos com indivíduos isolados ou com pequenos grupos. Caça geralmente em áreas arborizadas, principalmente na ausência de coberto arbustivo. Emite sinais FM entre 62-28 kHz, com 2 a 3 ms de duração e frequência de nulo ao redor dos 35 kHz, que não são distinguíveis dos da espécie M. blythii. (ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Rainho, com. pessoal;; Rainho e Palmeirim, 2004) Myotis blythii (morcego-rato-pequeno) É um morcego de grandes dimensões, migrador ocasional (a maior deslocação registada na Europa é de 60 km). É essencialmente cavernícola, podendo eventualmente abrigar-se também em edifícios. Hiberna isolado ou em pequenos grupos, formando colónias de criação com centenas de indivíduos. Caça essencialmente em áreas abertas (estepes, prados e pastagens), possuindo um voo lento e ágil, geralmente baixo. Aparentemente paira sobre as presas, capturando-as diretamente do solo. Emite sinais FM entre 62-28 kHz, curtos (2 a 3 ms de duração), com frequência de nulo em volta dos 35 kHz, indistinguíveis dos de M. myotis. (ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Rainho, com. pessoal) Myotis mystacinus (morcego-de-bigodes) Este é o menor dos Myotis existentes na Península Ibérica. É uma espécie essencialmente sedentária, podendo ocasionalmente migrar (o maior movimento conhecido na Europa é de 240 km). Normalmente os abrigos de criação estão situados em edifícios e os de hibernação em grutas, minas e celeiros. As fêmeas formam colónias de criação com algumas dezenas de indivíduos, ficando os machos isolados. Aparentemente hiberna isolado ou em pequenos grupos. Parece caçar em zonas florestadas e sobre cursos de água, podendo ainda utilizar pastagens. Possui um voo rápido, ágil e sinuoso, caçando essencialmente próximo do solo (1,5 a 6 m acima do solo). Emite sinais FM entre os 75 e os 32 kHz (maior intensidade nos 40-50 kHz), com 2-3 ms de duração e taxa de repetição de 10 sinais por segundo em voo de caça. (ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999; Russ, 1999) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 23 Myotis emarginatus (morcego-lanudo) É um morcego de tamanho médio, quando comparado com as restantes espécies do género Myotis, predominantemente sedentário (movimentos geralmente inferiores a 40 km, deslocação máxima na Europa de 106 km). Parece preferir abrigos subterrâneos, quer durante a hibernação, quer durante a criação. Forma colónias de criação com dezenas ou centenas de indivíduos, por vezes em associação com um elevado número de R. euryale, hibernando isolado ou em pequenos grupos. Caça essencialmente em zonas florestadas e nos seus limites, podendo fazê-lo ainda em prados e sobre superfícies de água. Possui um voo muito manobrável, capturando as presas em voo, de ramos ou do solo. Emite sinais FM entre os 40 e os 150kHz (maior intensidade nos 43kHz), com cerca de 1,7ms de duração e taxa de repetição elevada. (ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999, Rainho et al., 1998; Siemers e Schnitzler, 2004) Myotis escalerai (morcego-de-franja do Sul) M. escalerai substitui M. nattereri em Portugal Continental, com os dados desta última a serem transpostos diretamente para M. escalerai. É uma das espécies mais pequenas do género Myotis. Em Portugal só são conhecidas colónias de criação monoespecíficas em grutas e minas. Hiberna em fissuras nas paredes de abrigos subterrâneos. Aparentemente caça em áreas florestadas e sobre água, possuindo um voo lento e muito manobrável, sendo capaz de pairar durante curtos períodos. Emite sinais FM curtos (2-4 ms), entre os 110 e os 20 kHz, com maior intensidade nos 4042 kHz. (Dietz et al., 2009; ICN, 2005; ICNB, 2010; ICNB, 2012; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Rebelo, com. pessoal; Rodrigues, com. pessoal) Myotis bechsteinii (morcego de Bechstein) Espécie de tamanho médio, quando comparada com as restantes do género Myotis, sedentária (na Europa, a deslocação máxima conhecida é 35 km). Geralmente hiberna isolado em grutas e minas, formando colónias de criação em árvores ocas, com pequenos grupos de fêmeas (menos de 20 indivíduos). Caça em áreas florestadas e por vezes em pastos com coberto arbóreo. Possui um voo lento e muito ágil, junto ao solo, de onde por vezes captura as suas presas. Emite dois tipos de vocalizações: sinais FM, com frequências entre os 80 e 38 kHz, 2 a 2,5 ms de duração e taxa de repetição de 10 a 15 sinais por segundo e sinais FM com frequências de 60 a 32 kHz, 4 a 5 ms de duração e taxa de repetição de 9 a 10 sinais por segundo. (ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999, Rainho et al., 1998) 24 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Myotis daubentonii (morcego-de-água) Dentro do género Myotis, é uma espécie de tamanho médio. Na Europa, migra pequenas distâncias (normalmente inferiores a 100 km, sendo de 240 km o maior movimento conhecido), mas em Portugal não há registos de movimentos. Como abrigos pode utilizar cavidades de árvores, pontes, túneis e edifícios. Na época de criação as fêmeas formam colónias de dezenas ou poucas centenas de indivíduos, enquanto os machos permanecem em grupos separados. Caça essencialmente sobre massas de água, geralmente a 5-20 cm da superfície, possuindo um voo muito rápido e ágil, podendo mesmo capturar as presas diretamente da superfície da água. Emite sinais FM de curta duração (2-5 ms), com frequências entre 95 e 25 kHz, possuindo por vezes um curto segmento FM descendente na parte terminal do pulso, segmento esse característico de espécies que capturam insetos da superfície da água. (Britton e Jones, 1999; ICN, 2005; Jones e Rayner, 1988; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Siemers et al., 2001) Pipistrellus pipistrellus (morcego-anão) A par de P. pygmaeus, é a menor espécie europeia de morcegos, sendo bastante difícil a distinção entre as duas com base em aspetos morfológicos ou biométricos. A maior parte das populações europeias são sedentárias (o maior movimento conhecido é de 770 km), sendo a distância entre abrigos de criação e hibernação de 10 a 20 km. Abriga-se predominantemente em construções humanas (fendas de paredes, sótãos, telhados e caixas de estores), podendo ainda utilizar fendas de rochas e cavidades de árvores. Durante a época de criação forma colónias com dezenas ou mesmo centenas de fêmeas, parecendo também hibernar em grupo. Caça numa grande variedade de biótopos, principalmente onde haja grandes concentrações de insetos, sendo por isso abundante em zonas húmidas e áreas urbanas. Regra geral, as zonas de alimentação situam-se perto dos abrigos (até cerca de 5 km de distância). Possui um voo ágil e rápido, a cerca de 5 a 10 m do solo. Emite pulsos FM-CF, com frequência de máxima energia por volta dos 45 kHz, de curta duração (5 a 7 ms), que podem ser confundidos com os de P. pygmaeus quando a frequência de máxima energia ronda os 50 kHz. Nestes casos, a diferenciação das duas espécies através das emissões sonoras, poderá ser efetuada se existirem chamamentos sociais. (Barlow e Jones, 1997a; Barlow e Jones, 1997b; Davidson-Watts e Jones, 2006; ICN, 2005; Jones, 2000; Palmeirim et al., 1999; Pfalzer e Kusch, 2003; Russ, 1999; Russo e Jones, 1999; Salgueiro et al., 2002; Schofield, 2002; Speakman e Racey, 1989) Pipistrellus pygmaeus (morcego-pigmeu) É uma espécie morfologicamente idêntica a P. pipistrellus, mas alimenta-se essencialmente em zonas húmidas (a sua dieta é feita com base em insetos que possuem uma fase larvar aquática). Emite pulsos FM-CF, de curta duração e frequência de máxima energia nos 55 kHz, bastante semelhantes aos de M. schreibersii, o que pode levar à impossibilidade de distinção entre estas duas espécies, e que também podem ser semelhantes aos de P. pipistrellus. (Bicho, 1996; Debernardi et al., s/ data; Pfalzer e Kusch, 2003; Schofield, 2002; Russ, 1999; Russo e Jones, 1999) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 25 Pipistrellus kuhlii (morcego de Kuhl) É um morcego pequeno, provavelmente sedentário. Como abrigo, utiliza geralmente fendas de paredes e espaços no revestimento de telhados, podendo igualmente utilizar cavidades de rochas e de árvores. Aparentemente forma pequenas colónias de criação com algumas dezenas de indivíduos. Caça numa grande variedade de habitats, sendo mais frequente em zonas ribeirinhas e urbanas, principalmente junto à iluminação pública. Possui um voo rápido e ágil, normalmente baixo. Emite pulsos FM-CF de 8 a 12 ms, com frequência de maior intensidade em volta dos 40 kHz. (Benzal e De Paz, 1991; ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999; Pfalzer e Kusch, 2003; Russo e Jones, 1999) Nyctalus leisleri (morcego-arborícola-pequeno) É a espécie mais pequena do género Nyctalus a ocorrer em Portugal continental, sendo no entanto um morcego grande. É uma espécie migradora, realizando deslocações de grande distância. Abriga-se essencialmente em cavidades de árvores, podendo ainda surgir em edifícios, não havendo diferença entre abrigos de criação e de hibernação. As colónias de criação têm algumas dezenas ou poucas centenas de indivíduos, formando grandes grupos de hibernação. Necessita de espaços abertos para caçar, voando geralmente em áreas sem obstáculos ou acima das copas das árvores. Voa alto e muito rápido, mudando frequentemente de direção. Emite pulsos FM-CF, com a componente FM a variar de acordo com o tipo de habitat em que se encontra o morcego (em ambiente aberto, a componente FM é bastante reduzida) e com frequência de máxima intensidade de 21 a 23 kHz. As vocalizações desta espécie são bastante semelhantes às das duas espécies do género Eptesicus, logo poderá não ser possível distingui-las. (Catto, 1994; ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999; Russ, 1999) Nyctalus noctula (morcego-arborícola-grande) É uma espécie grande que efetua deslocações de grande distância (o maior movimento registado na Europa é de 1600 km). Como abrigo, utiliza cavidades de árvores, fendas de rochas e edifícios ao longo de todo o ano. As fêmeas formam colónias de criação com dezenas ou centenas de indivíduos, enquanto os machos formam pequenos grupos, utilizando abrigos distintos. As colónias de hibernação podem conter várias centenas de indivíduos. Caça preferencialmente em zonas ribeirinhas, orlas de florestas e pastagens, podendo as zonas urbanas funcionar como áreas de alimentação alternativa. Possui um voo alto, muito rápido e linear, mudando bruscamente de direção e altitude ao detetar uma presa. Emite vocalizações de baixa frequência (frequência de máxima intensidade normalmente abaixo dos 24 kHz), a um ritmo bastante lento (cerca de 3 pulsos por segundo), difíceis de distinguir das emissões sonoras de N. lasiopterus. (ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999; Tupinier, 1997) 26 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Nyctalus lasiopterus (morcego-arborícola-gigante) É a maior espécie de morcegos europeia, efetuando grandes migrações. Aparentemente, utiliza essencialmente cavidades de árvores como abrigo, podendo ainda surgir em telhados. Normalmente forma pequenas colónias de criação com algumas dezenas de fêmeas, sendo também encontrados indivíduos em colónias de outras espécies arborícolas. Parece caçar preferencialmente em zonas florestais com árvores bem desenvolvidas, podendo ainda fazê-lo em áreas urbanas e em zonas húmidas extensas. Possui um voo geralmente linear com mudanças rápidas de direção para a captura de presas. Emite pulsos a um ritmo lento (intervalo entre pulsos de aproximadamente 300 ms), com frequência de máxima intensidade nos 18-19 kHz, difíceis de distinguir das emissões sonoras de N. noctula. (ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999) Eptesicus serotinus (morcego-hortelão-escuro) / E. isabellinus (morcego-hortelão-claro) São das maiores espécies de morcegos europeus, tendo como característica o facto de parte da cauda não estar incluída no uropatágio. E. serotinus é descrita como sendo sedentária, migrando ocasionalmente. Abriga-se principalmente em edifícios, mas pode ainda ser encontrada em pontes, cavidades de árvores e fendas de rochas, formando colónias com algumas dezenas ou centenas de indivíduos. São conhecidos poucos abrigos de E. isabellinus (foram detetados indivíduos isolados em edifícios, fendas de rochas, fendas de edifícios, grutas, cavidades de árvores, etc.), suspeitando-se que utiliza preferencialmente fendas de rochas. Em Portugal, E. serotinus caça frequentemente em zonas urbanas, embora também possa surgir em zonas ribeirinhas, agrícolas e florestadas. Possui um voo relativamente lento, descrevendo círculos largos. E. serotinus emite dois tipos de sinais: sinais FM curtos (3 a 6 ms), com frequências entre 60 e 25 kHz e sinais mais longos (10 a 15 ms de duração), com uma maior duração das frequências mais baixas. (Dietz et al., 2009; Miller e Degn, 1981; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Rainho et al., 1998; Rodrigues, com. pessoal; Russ, 1999) Barbastella barbastellus (morcego-negro) Morcego de tamanho médio, ocasionalmente migrador (a maior deslocação registada na Europa é de 300 km). Durante o verão, utiliza cavidades de árvores e fendas de rochas, casas ou pontes como abrigo; no inverno, hiberna em cavidades subterrâneas (não são conhecidos abrigos de hibernação em Portugal). As fêmeas formam colónias de criação com algumas dezenas de indivíduos enquanto os machos formam pequenos grupos em abrigos separados. Aparentemente caça sobre a água ou nas margens de zonas florestadas. Possui um voo rápido e muito manobrável, próximo ao solo. Emite dois tipos de vocalizações: sinais CF-FM a 35-28 kHz (frequência de maior intensidade nos 35-30 kHz), fortes e curtos (4 ms de duração) e sinais CF-FM a 43-33 kHz (frequência de máxima intensidade nos 43 kHz), fracos e curtos (5,2 ms de duração). (ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 27 Miniopterus schreibersii (morcego-de-peluche) É uma espécie de tamanho médio com asas longas e estreitas, migradora (em Portugal foram observados movimentos até 240 km). É exclusivamente cavernícola, criando e hibernando em grutas e em minas. Forma colónias de criação com milhares de indivíduos por vezes em associação com outras espécies (M. myotis, M. blythii, R. mehelyi, R. euryale), enquanto em hibernação, pode formar colónias grandes, surgir em pequenos grupos ou mesmo como indivíduos isolados. Possui um voo rápido, caçando essencialmente em espaços abertos. Emite pulsos fortes com frequência de máxima energia de 55 kHz, que como já foi referido, podem ser confundidos com os de P. pygmaeus. (ICN, 2005; Palmeirim e Rodrigues, 1992; Palmeirim et al., 1999; Rodrigues et al., 2003; Zingg, 1990) Tadarida teniotis (morcego-rabudo) Espécie de grandes dimensões, aparentemente sedentária. Abriga-se essencialmente em pequenas fendas de áreas rochosas (afloramentos rochosos, falésias interiores), podendo ainda surgir em edifícios e pontes, locais onde também se dá a reprodução. Parece formar colónias de criação com dezenas de indivíduos. Caça em grandes áreas sem obstáculos, geralmente a grande altitude, possuindo um voo rápido e linear. Emite sinais CF (cerca de 12 kHz) de longa duração (11 a 15 ms), audíveis sem o auxílio de detetores de ultrassons. (Alves, obs. pessoal; ICN, 2005; Marques et al., 2004; Palmeirim et al., 1999) 3.2. Utilização do espaço (amostragem acústica) As amostragens para a avaliação da utilização do espaço foram efetuadas no mês de junho de 2013, tendo sido realizada uma amostragem em cada um dos pontos. 3.2.1. Apresentação dos resultados As três espécies do género Pipistrellus foram claramente as mais frequentes e, em conjunto com o grupo E. serotinus / E. isabellinus, foram as únicas a ocorrer nas quatro soluções em estudo: P. pipistrellus foi a espécie a registar o maior número de contactos em termos globais (32) e em cada uma das soluções, tendo surgido em 20% dos locais amostrados (TU03, TU08, TU12, TU20, TU22, TU24, TU27 e TU31); P. kuhlii foi a 2.ª espécie mais detetada (16 contactos), tendo surgido em cerca de 23% dos locais amostrados (TU05, TU08, TU09, TU14, TU20, TU21, TU24, TU28 e TU31); P. pygmaeus foi a 3.ª em número de contactos globais (13), tendo surgido em cerca de 18% dos locais amostrados (TU08, TU11, TU12, TU22, TU25, TU30 e TU31). 28 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.2.1 – Espécies e grupos de espécies detetadas na amostragem acústica e respetivo número total de contactos Espécies Número de contactos M. myotis / M. blythii 4 P. pipistrellus 32 P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii 3 P. pipistrellus / P. kuhlii 4 P. pygmaeus 13 P. pygmaeus / M. schreibersii 3 P. kuhlii 16 N. leisleri 1 N. leisleri / N. noctula / N. lasiopterus 1 N. leisleri / E. serotinus / E. isabellinus 2 N. noctula / N. lasiopterus 1 E. serotinus / E. isabellinus 5 B. barbastellus 1 M. schreibersii 3 T. teniotis 5 Não identificado 7 Para efeitos de análise estatística, considerou-se a atividade de morcegos como variável dependente e os descritores ambientais como variáveis independentes, tendo estes sido subdivididos em dois grupos: variáveis meteorológicas, onde se inclui a temperatura do ar e a intensidade do vento; variáveis ambientais, onde surge a altitude, o declive, a orientação de encosta e o biótopo. De seguida apresentam-se as variáveis meteorológicas em estudo, sob a forma de gráficos e tabelas. Os valores relativos às variáveis ambientais podem ser consultados no Apêndice 1. Atividade A atividade é a variável dependente em estudo, tendo sido analisada a atividade global (considerando todos os encontros obtidos) e a atividade do género Pipistrellus, género que representa 64% da totalidade dos contactos ocorridos. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 29 Como se pode observar na Figura 3.2.1, não foram detetados morcegos em cerca de 38% dos locais amostrados (TU02, TU04, TU10, TU16, TU17, TU18, TU19, TU23, TU32, TU34, TU35, TU36, TU38, TU39 e TU49), enquanto 35% registaram atividades globais superiores a 10 encontros/h. De entre estes, destacam-se os pontos TU08, TU12, TU14, TU20, TU21, TU22, TU24 e TU30 com atividades entre 20 e 60 encontros/h, e TU31 que registou uma atividade de 138 encontros/h. 140 120 Actividade (encontros/h) 100 80 60 40 20 TU01 TU02 TU03 TU04 TU05 TU06 TU07 TU08 TU09 TU10 TU11 TU12 TU13 TU14 TU15 TU16 TU17 TU18 TU19 TU20 TU21 TU22 TU23 TU24 TU25 TU26 TU27 TU28 TU29 TU30 TU31 TU32 TU33 TU34 TU35 TU36 TU37 TU38 TU39 TU40 0 Local de amostragem global género Pipistrellus Figura 3.2.1 – Atividade (global, género Pipistrellus) por local de amostragem Temperatura do ar Como se pode observar na Figura 3.2.2, a temperatura do ar registada nos vários locais, variou entre 12ºC e 24ºC, tendo sido inferior a 15ºC em 18% dos locais amostrados (TU02, TU17, TU18, TU33, TU34, TU36 e TU37) e superior a 20ºC em 28% (TU08, TU11, TU12, TU13, TU14, TU21, TU23, TU24, TU25, TU26, TU27). 30 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 26 24 Temperatura do ar (ºC) 22 20 18 16 14 12 TU01 TU02 TU03 TU04 TU05 TU06 TU07 TU08 TU09 TU10 TU11 TU12 TU13 TU14 TU15 TU16 TU17 TU18 TU19 TU20 TU21 TU22 TU23 TU24 TU25 TU26 TU27 TU28 TU29 TU30 TU31 TU32 TU33 TU34 TU35 TU36 TU37 TU38 TU39 TU40 10 Local de amostragem Figura 3.2.2 – Temperatura do ar por local de amostragem Intensidade do Vento Como se pode observar na Figura 3.2.3, a intensidade do vento registada durante as amostragens variou entre 0,0 e 3,7 m/s, com cerca de 43% dos locais amostrados a registarem intensidades do vento inferiores a 0,5 m/s e apenas 10% valores superiores a 3,0 m/s (TU04, TU18, TU29 e TU32). 4,0 3,5 Intensidade do vento (m/s) 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 TU01 TU02 TU03 TU04 TU05 TU06 TU07 TU08 TU09 TU10 TU11 TU12 TU13 TU14 TU15 TU16 TU17 TU18 TU19 TU20 TU21 TU22 TU23 TU24 TU25 TU26 TU27 TU28 TU29 TU30 TU31 TU32 TU33 TU34 TU35 TU36 TU37 TU38 TU39 TU40 0,0 Local de amostragem Figura 3.2.3 – Intensidade do vento por local de amostragem Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 31 3.2.2. Análise estatística Para efeitos de análise, as variáveis numéricas foram divididas nas seguintes classes: atividade (encontros/h) – foram utilizadas duas classes (sem atividade, com atividade); intensidade do vento (m/s) – variável tratada de forma contínua (sem divisões em classes); temperatura do ar (ºC) – variável tratada de forma contínua (sem divisões em classes); altitude (m) – variável tratada de forma contínua (sem divisões em classes); declive (%) – foram utilizadas cinco classes (0-5; 5-8; 8-16; 16-25; >25); orientação da encosta – foram utilizadas cinco classes (Plano, N, E, S, O) biótopo (MAT, FOL, FOU, CUL, OL). Atividade global De todas as variáveis testadas apenas a temperatura do ar influencia significativamente a atividade global. O modelo obtido para a atividade global apresenta um valor de AUC de 0,79 e o teste de Hosmer e Lemeshow (X2=10,11; p-value=0,257) confirma que este modelo é adequado para descrever a atividade global, explicando no entanto apenas 5% da sua variabilidade. A linearidade do logit para a temperatura do ar foi analisada e confirmada. O modelo final da atividade global pode ser consultado no Quadro 3.2.2, com os resultados a indicarem que a atividade global está relacionada de forma positiva com a temperatura do ar: em termos numéricos pode-se verificar que o aumento de 1ºC induz um aumento de 1,3 vezes do logit da atividade. Quadro 3.2.2 – Modelo de regressão logística da atividade global Variável β Rácio chances e.p. p-value Constante Temperatura do ar -4,415 0,280 N/A 1,3 2,145 0,123 0,040 0,023 Na Figura 3.2.4 é possível verificar a probabilidade de ocorrência da atividade global estimada pelo modelo em função da temperatura do ar, podendo-se constatar que: até aos 12ºC a probabilidade de ocorrência de atividade é muito pequena (<25%) e a influência da temperatura é moderada (uma subida de 1ºC corresponde a um aumento de sensivelmente 3% da probabilidade de ocorrência de atividade); entre os 12ºC e os 22ºC a influência é mais acentuada (a subida de 1ºC aumenta a probabilidade de ocorrência de atividade em cerca de 6%); acima dos 22ºC a influência da temperatura é consideravelmente menor (a subida de 1ºC apenas aumenta a probabilidade de ocorrência em cerca de 2%). Em termos de classificação, este modelo consegue distinguir entre amostragens com atividade e amostragens sem atividade em 80% dos casos, utilizando uma probabilidade de corte de 60% (acima de 60% a amostragem é considerada com atividade e abaixo de 60% sem atividade). Desta forma pode-se constatar que quando a temperatura do ar é superior a 17ºC existe uma possibilidade muito forte de ocorrer atividade de morcegos. 32 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Probabilidade de ocorrência de actividade global 100% 80% 60% 40% 20% 0% 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Temperatura do ar (ºC) Figura 3.2.4 – Curva de probabilidade de ocorrência de atividade global de morcegos em função da temperatura do ar Atividade do género Pipistrellus De todas as variáveis testadas apenas a temperatura do ar influencia significativamente a atividade do género Pipistrellus. O modelo obtido para a atividade do género Pipistrellus apresenta um valor de AUC de 0,84 e o teste de Hosmer e Lemeshow (X2=13,78; p-value=0,130) confirma que este modelo é adequado para descrever a atividade do género Pipistrellus, explicando cerca de 16% da sua variabilidade. A linearidade do logit para a temperatura do ar foi analisada e confirmada. O modelo final da atividade do género Pipistrellus pode ser consultado no Quadro 3.2.3, com os resultados a indicarem que a atividade do género Pipistrellus está relacionada de forma positiva com a temperatura do ar: em termos numéricos pode-se verificar que o aumento de 1ºC induz um aumento de 1,4 vezes do logit da atividade. Quadro 3.2.3 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus Variável β Rácio chances e.p. p-value Constante Temperatura do ar -6,617 0,350 N/A 1,4 2,410 0,131 0,006 0,007 Na Figura 3.2.5 é possível verificar a probabilidade de ocorrência da atividade do género Pipistrellus estimada pelo modelo em função da temperatura do ar, podendo-se constatar que: até aos 15ºC a probabilidade de existência de atividade do género Pipistrellus é muito pequena (<20%) e a influência da temperatura é moderada (uma subida de 1ºC corresponde a um aumento de sensivelmente 2% da probabilidade de ocorrência de atividade); entre os 15ºC e os 24ºC a influência da temperatura é mais acentuada (uma subida de 1ºC aumenta a probabilidade de ocorrência de atividade em cerca de 7%); Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 33 acima dos 24ºC a influência da temperatura diminui (o aumento de 1ºC apenas aumenta a probabilidade de ocorrência de atividade em cerca de 3%). Em termos de classificação este modelo consegue distinguir entre amostragens com atividade e amostragens sem atividade em 80% dos casos, utilizando uma probabilidade de corte de 46% (acima de 46% a amostragem é considerada com atividade e abaixo de 46% sem atividade). Desta forma pode-se constatar que quando a temperatura do ar é superior a 18ºC existe uma possibilidade muito forte de existir atividade do género Pipistrellus. Probabilidade de ocorrência do género Pipistrellus 100% 80% 60% 40% 20% 0% 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Temperatura do ar (ºC) Figura 3.2.5 – Curva de probabilidade de ocorrência de atividade do género Pipistrellus em função da temperatura do ar 3.3. Prospeção de abrigos No que se refere à prospeção/avaliação de abrigos, no decorrer do presente estudo foram identificados 42 locais com morcegos ou com potencial para servir de abrigo a morcegos, num buffer de 5 km em redor dos eixos das soluções em estudo, tendo 20 deles sido amostrados no mês de junho. De entre os restantes, apenas dois (Quadro 3.3.1) nunca foram amostrados (devido ao nível de água elevado no abrigo Foz Tua I e por questões de segurança no abrigo Celeiros I), não tendo sido detetada qualquer referência a visitas anteriores em nenhum deles. Quadro 3.3.1 – Abrigos potenciais referenciados, cuja amostragem não foi possível efetuar 34 Designação Tipo de abrigo Coordenadas UTM (WGS84) Dist. LE Trecho Foz Tua I mina de água 632800 4563000 448 m C Celeiros I antiga escola primária 620500 4566700 1100 m L Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Vinte e dois dos locais identificados encontram-se no buffer de 1 km em redor dos eixos das soluções em estudo (Quadro 3.3.2), e de entre estes foi referenciada a presença de morcegos em oito (abrigos ATU02, ATU11, ATU12, ATU13, ATU19, N220_1, CA III e CA VI), em dois existe apenas guano (abrigos CA IX e NAP III), dois são prováveis abrigos para espécies fissurícolas (FISS II e FISS III), enquanto nos restantes dez não foram detetados morcegos nem vestígios da sua presença. Nesta área, os abrigos ATU12 e N220_1 destacam-se claramente dos restantes pela dimensão das colónias presentes: no abrigo ATU12 (Túnel das Fragas Más) está referenciada a presença de 117 morcegos pertencentes ao género Myotis durante o período de criação de 2011 (Bio3, 2012), tendo sido detetados 150 morcegos na visita efetuada em junho no decorrer do presente estudo (120 provavelmente pertencentes à espécie M. daubentonii, vinte da espécie M. schreibersii). Este é um abrigo classificado como de “importância nacional”; no abrigo N220_1 (ponte rodoviária) está referenciada a presença de mais de 996 morcegos em julho de 2012 (Alves, obs. pessoal), a quase totalidade pertencente a pelo menos uma das espécies do género Pipistrellus (colónia de criação) e apenas uma à espécie T. teniotis. De acordo com os critérios recentemente definidos pelo ICNF para a avaliação de abrigos de morcegos de importância nacional, a atribuição deste estatuto aos abrigos que alberguem espécies dos géneros Pipistrellus ou Eptesicus terá que ser avaliada caso a caso, pelo próprio ICNF (ICNF, 2013). Dos vinte locais identificados num buffer de 1 km a 5 km em redor dos eixos das soluções em estudo (Quadro 3.3.3), foram já detetados morcegos em doze (ATU07, ATU09, ATU14, ATU17, ATU20, N220_2, CA III e CA VI), em três apenas foi detetado guano (ATU08, ATU10 e SBR VIII) e dois são prováveis abrigos para espécies fissurícolas (FISS V e FISS VI). Nos restantes três locais não foram detetados morcegos ou vestígios da sua presença. Nesta área são cinco os abrigos que se destacam pela dimensão das colónias: no abrigo ATU09 (Varosa I) está referenciada uma colónia de criação de M. daubentonii com um máximo de 212 indivíduos em maio de 2009 (Alves, obs. pessoal), pelo que é considerado abrigo de “importância nacional” de acordo com os critérios propostos por Palmeirim e Rodrigues (1993), situação que não sofrerá alteração com a atualização em curso (Rodrigues, com. pessoal). Na visita efetuada em junho deste ano, foram detetadas as espécies M. daubentonii (mínimo de vinte indivíduos, pois não foi possível contabilizar o número existente em fendas) e M. schreibersii (um indivíduo); o abrigo ATU14 (Túnel da Falcoeira) é também um abrigo classificado como de “importância nacional”, estando referenciada a presença de mais de 100 morcegos dos géneros Rhinolophus e Myotis durante o verão, sendo mesmo abrigo de criação (Bio3, 2012). Na visita de junho de 2013 foi detetado um mínimo de 120 morcegos (onze R. ferrumequinum, treze M. myotis / M. blythii e pelo menos 96 prováveis M. daubentonii); no abrigo N220_2 (ponte rodoviária) está referenciada a presença de mais de 680 morcegos em julho de 2012 (Alves, obs. pessoal), com mais de 550 a pertencerem a pelo menos uma das espécies do género Pipistrellus (colónia de criação) e cerca de 120 à espécie T. teniotis, pelo que este é também um abrigo de “importância nacional” (Rodrigues, com. pessoal); no abrigo M62 está referenciado um máximo de aproximadamente 120 morcegos no verão de 2011, desconhecendo-se no entanto as espécies presentes (Ecovisão, 2013), mas é igualmente um abrigo classificado como de “importância nacional” (Rodrigues, com. pessoal); no abrigo Torre de Moncorvo IV (igreja) está referenciada a presença de 51 T. teniotis (ICNB, 2010). Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 35 Quadro 3.3.2 – Abrigos amostrados e referenciados num buffer de 1 km em redor dos eixos das soluções em estudo, com indicação do código, designação (no presente estudo e noutros estudos), tipo de abrigo, coordenadas (precisão 100 m), distância ao traçado da linha elétrica, trecho abrangido num buffer de 1 km, data e tipo de prospeção efetuada, total de morcegos detetados, espécies ou vestígios presentes e observador(es) ou origem dos dados (BS – Bruno Silva; SB – Sílvia Barreiro) Código Designação Tipo de abrigo Coordenadas UTM (WGS84) Dist. LE ATU01 Sra. do Cedro capela 607100 4553000 285 m L (4) ATU02 Coura I mina de água 612700 4551900 942 m ATU03 Vale I casa de pedra 613600 4550800 ATU05 Sta. Bárbara capela ATU06 S. Domingos capela ATU11 36 Túnel da Alvela (CA VII; Bio3, 2012) túnel ferroviário Prospeção Total morcegos Jun. 2013 visita 0 - SB, BS D (1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM) Jun. 2013 visita, escuta 1 R. hipposideros SB, BS 458 m D (1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM) Jun. 2013 visita 0 - SB, BS 616500 4551300 382 m D (1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM) Jun. 2013 visita 0 - SB, BS 625000 4553300 70 m D (1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM) Jun. 2013 visita, escuta 0 - SB, BS Jan. 2012 visita 1 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii Bio3, 2012 Ago. 2012 visita 0 - Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 0 - Bio3, 2013b Jun. 2013 visita 0 - SB, BS 636700 4556800 415 m Trecho Data (Soluções) J (2NI, 2NM, 3N) Espécies/vestígios Obs. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.3.2 (continuação) Código ATU12 ATU13 Designação Túnel das Fragas Más (CA IV; Bio3, 2012) Túnel do Boitrão (CA VIII; Bio3, 2012) Tipo de abrigo túnel ferroviário túnel ferroviário Coordenadas UTM (WGS84) 632800 4567400 633100 4567200 Dist. LE 907 m 722 m Trecho Data (Soluções) J (2NI, 2NM, 3N) J (2NI, 2NM, 3N) Prospeção Total morcegos Hib. 2011 visita 14 Cria. 2011 visita 117 Jan. 2012 visita 6 Mai. 2012 visita 84 Ago. 2012 visita 64 Jan. 2013 visita 1 Jun. 2013 visita 150 Hib. 2011 visita 0 - Bio3, 2012 Cria. 2011 visita 0 - Bio3, 2012 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Espécies/vestígios R. ferrumequinum; M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii; M. schreibersii M. myotis / M. blythii; M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii M. schreibersii; T. teniotis M. myotis / M. blythii (2); M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii (67); Não identificado (15) M. myotis / M. blythii / M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii; M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii; T. teniotis (1) criação Obs. Bio3, 2012 Bio3, 2012 Bio3, 2012 Bio3, 2012 Bio3, 2012 M. schreibersii Bio3, 2013b provável M. daubentonii (130); M. schreibersii (20) SB, BS 37 Quadro 3.3.2 (continuação) Código ATU13 Designação Túnel do Boitrão (CA VIII; Bio3, 2012) Tipo de abrigo túnel ferroviário Coordenadas UTM (WGS84) 633100 4567200 Dist. LE 722 m Trecho Data (Soluções) J (2NI, 2NM, 3N) Prospeção Total morcegos Jan. 2012 visita 1 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii Bio3, 2012 Ago. 2012 visita 0 - Bio3, 2012 Jun. 2013 visita 0 - SB, BS Espécies/vestígios Obs. ATU15 Cortinha I casa de pedra 640000 4563400 439 m K (3S 3N) Jun. 2013 visita 0 - BS ATU16 Ponte do Galego ponte lajes granito 640900 4563800 448 m K (3S 3N) Jun. 2013 visita 0 - BS ATU18 Espírito Santo capela 653700 4563100 264 m K (3S 3N) Jun. 2013 visita 0 - BS ATU19 Besteiros casa de pedra 645700 4564100 250 m K (3S 3N) Jun. 2013 escuta 3 P. pipistrellus / P. pygmaeus / P. kuhlii BS - N220_1 ponte rodoviária 659800 4560900 853 m K (3S 3N) Jul. 2012 videoscópio +996 P. pipistrellus / P. pygmaeus / P. kuhlii (+995: criação); T. teniotis (1) Alves, obs. pessoal Hib. 2011 visita 1 R. ferrumequinum; guano Bio3, 2012 Cria. 2011 visita 4 R. ferrumequinum; guano Bio3, 2012 Fev. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 - 38 CA III (estação Castanheiro) edifício abandonado 634700 4566800 900 m J (2NI, 2NM, 3N) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.3.2 (continuação) Código Designação - CA III (estação Castanheiro) - - CA VI (Túnel das Presas) CA IX Tipo de abrigo edifício abandonado túnel ferroviário - Coordenadas UTM (WGS84) 634700 4566800 632000 4563900 632300 4566400 Dist. LE 900 m 20 m 252 m Trecho Data (Soluções) J (2NI, 2NM, 3N) A (todas) J (2NI, 2NM, 3N) Prospeção Total morcegos Ago. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 0 guano Bio3, 2013b Hib. 2011 - 0 - Bio3, 2012 Cria. 2011 - 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2012 - 2 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii Bio3, 2012 Ago. 2012 - 2 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii; guano Bio3, 2012 Jan. 2013 - 1 Não identificado guano Bio3, 2013b Cria. 2011 visita 0 guano Bio3, 2012 Fev. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Ago. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 0 guano Bio3, 2013b Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Espécies/vestígios Obs. 39 Quadro 3.3.2 (continuação) Código - - - - - 40 Designação CA XVIII CA XX (Ponte Foz do Tua) FISS I FISS II NPA II Tipo de abrigo - ponte rodoviária escarpa rochosa escarpa rochosa Coordenadas UTM (WGS84) 632900 4566600 631800 4563700 632400 4567000 633500 4567200 632200 4566300 Dist. LE 190 m 175 m Trecho Data (Soluções) J (2NI, 2NM, 3N) A (todas) Prospeção Total morcegos Fev. 2012 - 0 - Bio3, 2012 Ago. 2012 - 0 - Bio3, 2012 Jan. 2013 - 0 - Bio3, 2013b Jan. 2012 - 0 - Bio3, 2012 Ago. 2012 - 0 - Bio3, 2012 Jan. 2013 - 0 - Bio3, 2013b escuta ? espécies de ocorrência provável (detetor de ultrassons): P. pygmaeus, N. noctula, N. lasiopterus Bio3, 2012 Bio3, 2012 Espécies/vestígios Obs. 770 m J (2NI, 2NM, 3N) Ago. 2012 790 m J (2NI, 2NM, 3N) Ago. 2012 escuta ? espécies de ocorrência provável (detetor de ultrassons): P. pipistrellus, P. pygmaeus, P. kuhlii, E. serotinus, E. isabellinus Jan. 2012 - 0 - Bio3, 2012 Ago. 2012 - 0 - Bio3, 2012 275 m J (2NI, 2NM, 3N) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.3.2 (continuação) Código - Designação NPA III Tipo de abrigo - Coordenadas UTM (WGS84) 659800 4560900 Dist. LE 897 m Trecho Data (Soluções) J (2NI, 2NM, 3N) Prospeção Total morcegos Jan. 2012 visita 0 - Bio3, 2012 Ago. 2012 visita 0 - Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 0 guano Bio3, 2013b Espécies/vestígios Obs. Quadro 3.3.3 – Abrigos amostrados e referenciados num buffer de 1 a 5 km em redor dos eixos das soluções em estudo, com indicação do código, designação (no presente e noutros estudos), tipo de abrigo, coordenadas (precisão 100 m), distância ao traçado da linha elétrica, trecho abrangido num buffer de 1 km, data e tipo de prospeção efetuada, total de morcegos detetados, espécies ou vestígios presentes e observador(es) ou origem dos dados (BS – Bruno Silva; SB – Sílvia Barreiro) Código Designação Tipo de abrigo Coordenadas UTM (WGS84) Dist. LE Trecho Data (Soluções) ATU04 Novais I palheiro 614500 4550200 1364 m D (1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM) ATU07 Minas Sta. Leocádia complexo mineiro 615400 4554500 2892 m ATU08 Vale de Figueiras I mina de água 608900 4555800 1421 m ATU09 Varosa I túnel 602600 4553000 4257 m Prospeção Total morcegos Jun. 2013 visita 0 - SB, BS D (1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM) Jun. 2013 visita 6 R. hipposideros (1); M. escalerai (5) SB, BS L (4) Jun. 2013 visita 0 guano SB, BS Ago. 2004 visita/escuta Ago. 2004 visita L (4) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Espécies/vestígios R. hipposideros; M. mystacinus / M. desconhecido emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii cerca de 50 R. hipposideros (1); M. mystacinus / M. daubentonii (cerca de 50 + cadáver de juvenil) Obs. Alves et al., 2012 Alves et al., 2012 41 Quadro 3.3.3 (continuação) Código Designação Tipo de abrigo Coordenadas UTM (WGS84) Dist. LE Trecho Data (Soluções) Set. 2004 ATU09 42 Varosa I túnel 602600 4553000 4257 m L (4) Prospeção Total morcegos Espécies/vestígios visita e escuta desconhecido M. mystacinus / M. daubentonii Obs. Alves et al., 2012 Abr. 2005 visita 3 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii Alves et al., 2012 Mai. 2005 visita e escuta 17 R. ferrumequinum (1); M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii (16) Alves et al., 2012 Jul. 2005 visita e escuta cerca de 85 M. mystacinus / M. daubentonii Alves et al., 2012 Set. 2005 visita 5 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii Alves et al., 2012 Abr. 2006 visita cerca de 70 R. ferrumequinum (1); M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii (cerca de 70) Alves et al., 2012 Jun. 2006 visita cerca de 33 M. mystacinus / M. daubentonii (inclui 2 juvenis) Alves et al., 2012 Mai. 2007 visita cerca de 80 R. ferrumequinum (1); M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii (cerca de 80) Alves et al., 2012 Jul. 2007 visita cerca de 60 M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii; M. mystacinus / M. daubentonii (5 cadáveres de juvenis) Alves et al., 2012 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.3.3 (continuação) Código ATU09 ATU10 Designação Varosa I S. Salvador do Mundo Tipo de abrigo túnel 6 capelas, 1 igreja Coordenadas UTM (WGS84) 602600 4553000 602600 4553000 Dist. LE 4257 m 1011 m Trecho Data (Soluções) L (4) GM (2SM, 2NM) Túnel da Falcoeira (CA II; Bio3, 2012) túnel ferroviário 634500 4567900 1685 m J (2NI, 2NM, 3N) Total morcegos Espécies/vestígios Obs. R. ferrumequinum / R. euryale / R. mehelyi (1); M. myotis / M. blythii (1); M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. daubentonii (cerca de 23) Alves et al., 2012 Out. 2007 visita cerca de 25 Mai. 2009 visita 212 M. daubentonii (criação) Alves, obs. pessoal Jun. 2013 visita +20 M. daubentonii (+20); M. schreibersii (1) SB, BS Jun. 2013 visita 0 guano em 3 capelas SB, BS 31 R. ferrumequinum; M. myotis; M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii; M. schreibersii Bio3, 2012 R. euryale / R. mehelyi; M. myotis / M. blythii; M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii; M. daubentonii Bio3, 2012 Hib. 2011 ATU14 Prospeção visita Cria. 2011 visita 104 Jan. 2012 visita 6 R. ferrumequinum; M. schreibersii Bio3, 2012 37 R. ferrumequinum / R. euryale / R. mehelyi (5); M. myotis / M. blythii (5); M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii (26); M. schreibersii (1) Bio3, 2012 Mai. 2012 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 visita 43 Quadro 3.3.3 (continuação) Código ATU14 ATU17 44 Designação Túnel da Falcoeira (CA II; Bio3, 2012) Quinta da Laranjeira (M18; Ecovisão, 2013) Tipo de abrigo túnel ferroviário quinta abandonada Coordenadas UTM (WGS84) 634500 4567900 661900 4563700 Dist. LE 1685 m 2470 m Trecho Data Prospeção Total morcegos Espécies/vestígios Obs. Bio3, 2012 Ago. 2012 visita 127 R. ferrumequinum; M. myotis / M. blythii / M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii; M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii criação Jan. 2013 visita 10 R. ferrumequinum / R. euryale / R. mehelyi (4); M. schreibersii (6) Bio3, 2013b Jun. 2013 visita +120 R. ferrumequinum (11); M. myotis / M. blythii (13); provável M. daubentonii (96) SB, BS Ver. 2009 - 9 desconhecido Ecovisão, 2013 Out. 2009 - 0 - Ecovisão, 2013 Inv. 2010 - 0 - Ecovisão, 2013 Prim. 2010 - 0 - Ecovisão, 2013 Ver. 2010 - 2 desconhecido Ecovisão, 2013 Out. 2010 - 2 desconhecido Ecovisão, 2013 Inv. 2011 - 0 - Ecovisão, 2013 J (2NI, 2NM, 3N) K (3S 3N) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.3.3 (continuação) Código ATU17 Designação Quinta da Laranjeira (M18; Ecovisão, 2013) Tipo de abrigo quinta abandonada Coordenadas UTM (WGS84) 661900 4563700 Dist. LE 2470 m Trecho (Soluções) K (3S 3N) Data Prospeção Total morcegos Prim. 2011 - 1 desconhecido Ecovisão, 2013 Ver. 2011 - 0 - Ecovisão, 2013 Out. 2011 - 1 desconhecido Ecovisão, 2013 Inv. 2012 - 0 - Ecovisão, 2013 Prim. 2012 - 1 desconhecido Ecovisão, 2013 Ver. 2012 - 1 desconhecido Ecovisão, 2013 Jun. 2013 visita 0 - BS Não identificado BS Espécies/vestígios Obs. ATU20 Real Companhia Velha adega 627100 4569500 2630 m L (4) Jun. 2013 visita 10 a 20 - N220_2 ponte rodoviária 662800 4560500 1997 m M (3S, 3N) Jul. 2012 videoscópio +680 Hib. 2011 visita 0 - 1739 m J (2NI, 2NM, 3N) Bio3, 2012 Cria. 2011 visita 1 R. euryale / R. mehelyi Bio3, 2012 - ALJ I - 633600 4568100 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 P. pipistrellus / P. pygmaeus / P. kuhlii (+550: criação); T. teniotis (128); Não identificado (2) Alves, obs. pessoal 45 Quadro 3.3.3 (continuação) Código - - - 46 Designação ALJ I MC25 M62 Tipo de abrigo - - - Coordenadas UTM (WGS84) 633600 4568100 663000 4563600 663000 4563500 Dist. LE 1739 m 3214 m 3148 m Trecho (Soluções) J (2NI, 2NM, 3N) K (3S 3N) K (3S 3N) Data Prospeção Total morcegos Jan. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Ago. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 1 R. ferrumequinum Bio3, 2013b Inv. 2011 - 2 desconhecido Ecovisão, 2013 Prim. 2011 - 0 - Ecovisão, 2013 Ver. 2011 - 0 - Ecovisão, 2013 Out. 2011 - 0 - Ecovisão, 2013 Inv. 2012 - 0 - Ecovisão, 2013 Prim. 2012 - 1 desconhecido Ecovisão, 2013 Ver. 2012 - 0 - Ecovisão, 2013 Out. 2012 - 0 - Ecovisão, 2013 Inv. 2011 - cerca de 80 desconhecido Ecovisão, 2013 Espécies/vestígios Obs. Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.3.3 (continuação) Código - - - Designação M62 Torre de Moncorvo IV CA I Tipo de abrigo - igreja Coordenadas UTM (WGS84) 663000 4563500 663300 4559800 634800 4571100 Dist. LE 3148 m 2650 m 4859 m Trecho (Soluções) K (3S 3N) M (3S, 3N) J (2NI, 2NM, 3N) Data Prospeção Total morcegos Prim. 2011 - cerca de 60 desconhecido Ecovisão, 2013 Ver. 2011 - cerca de 120 desconhecido Ecovisão, 2013 Out. 2011 - cerca de 60 desconhecido Ecovisão, 2013 Inv. 2012 - cerca de 70 desconhecido Ecovisão, 2013 Prim. 2012 - cerca de 50 desconhecido Ecovisão, 2013 Ver. 2012 - cerca de 90 desconhecido Ecovisão, 2013 Out. 2012 - cerca de 20 Ecovisão, 2013 2001 - 51 T. teniotis ICNB, 2010 Hib. 2011 visita 0 - Bio3, 2012 Jan. 2012 visita 0 - Bio3, 2012 Ago. 2012 visita 0 - Bio3, 2012 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Espécies/vestígios desconhecido Obs. 47 Quadro 3.3.3 (continuação) Código - - - - 48 Designação FISS V FISS VI NPA XXIII SBR VIII Tipo de abrigo escarpa rochosa escarpa rochosa - - Coordenadas UTM (WGS84) 634500 4568600 634800 4570600 634600 4571200 618700 4571700 Dist. LE Trecho Data (Soluções) Prospeção Total morcegos Espécies/vestígios Obs. - espécies de ocorrência provável (detetor de ultrassons): P. pipistrellus, P. pygmaeus, E. serotinus, E. isabellinus, T. teniotis Bio3, 2012 Bio3, 2012 2389 m J (2NI, 2NM, 3N) Ago. 2012 4387 m J (2NI, 2NM, 3N) Ago. 2012 escuta - espécies de ocorrência provável (detetor de ultrassons): P. pipistrellus, P. pygmaeus, N. noctula, N. lasiopterus, E. serotinus, E. isabellinus Jan. 2012 - 0 - Bio3, 2012 Ago. 2012 - 0 - Bio3, 2012 Jan. 2013 - 0 - Bio3, 2013b Hib. 2011 visita 0 guano Bio3, 2012 Cria. 2011 visita 0 - Bio3, 2012 Jan. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jul. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 0 - Bio3, 2013b 4967 m 4150 m J (2NI, 2NM, 3N) L (4) escuta Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.3.3 (continuação) Código - - Designação SBR IX SBR XI Tipo de abrigo - - Coordenadas UTM (WGS84) 618700 4571600 618200 4571500 Dist. LE 4097 m 4229 m Trecho Data (Soluções) L (4) L (4) Prospeção Total morcegos Hib. 2011 visita 2 R. hipposideros Bio3, 2012 Cria. 2011 visita 0 - Bio3, 2012 Jan. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jul. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 0 - Bio3, 2013b Hib. 2011 visita 2 M. schreibersii Bio3, 2012 Cria. 2011 visita 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2012 visita 2 R. ferrumequinum / R. hipposideros Bio3, 2012 Jul. 2012 visita 0 guano Bio3, 2012 Jan. 2013 visita 3 R. ferrumequinum (2); R. euryale (1) Bio3, 2013b Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Espécies/vestígios Obs. 49 3.4. Análise comparativa das soluções De seguida apresenta-se uma análise comparativa da atividade global e do género Pipistrellus (proporção de locais com e sem atividade e atividade em termos absolutos), assim como da diversidade específica registada nas oito soluções em estudo. Atividade global Analisando a proporção de locais amostrados com e sem atividade global em cada uma das soluções (Quadro 3.4.1), constata-se que não existem diferenças entre estas (X2=4,120; p-value=0,766). Quadro 3.4.1 – Proporção de locais com e sem atividade global nos locais referentes às oito soluções em estudo Solução Sem atividade Com atividade Total 1 2SI 2SM 2NI 2NM 3S 3N 4 3 (33,3%) 4 (33,3%) 4 (30,8%) 6 (46,2%) 5 (41,7%) 4 (36,4%) 5 (55,6%) 3 (20,0%) 6 (66,7%) 8 (66,7%) 9 (69,2%) 7 (53,8%) 7 (58,3%) 7 (63,6%) 4 (44,4%) 12 (80,0%) 9 12 13 13 12 11 9 15 No entanto, um dos três pressupostos do teste do X2 não se verifica, logo os resultados não são totalmente confiáveis, pelo que se optou por efetuar igualmente uma análise comparativa através do modelo de regressão logística da atividade, em que foram incorporadas as soluções e a temperatura do ar como variáveis (com um pvalue das soluções no modelo > 0,05, não se verificam diferenças entre elas). Como se pode observar nos Quadros 3.4.2 a 3.4.9, não existe evidência que qualquer uma das soluções seja diferente das outras em termos de proporção de locais com e sem atividade. No entanto, verifica-se uma ligeira tendência (marginalmente significativa) para os locais da Solução 3N apresentarem maior proporção de amostragens sem atividade. Quadro 3.4.2 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 1 como fator 50 Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 1 -3,461 0,232 0,153 1,227 0,071 0,778 0,005 0,001 0,845 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.4.3 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2SI como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2SI -3,454 0,232 0,133 1,227 0,071 0,694 0,005 0,001 0,848 Quadro 3.4.4 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2SM como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2SM -3,611 0,238 0,492 1,227 0,071 0,694 0,004 0,001 0,477 Quadro 3.4.5 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2NI como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2NI -3,361 0,238 0,492 1,245 0,072 0,645 0,007 0,001 0,751 Quadro 3.4.6 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 2NM como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2NM -3,471 0,233 0,080 1,255 0,072 0,679 0,006 0,001 0,906 Quadro 3.4.7 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 3S como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 3S -3,583 0,245 -0,678 1,246 0,074 0,749 0,004 0,001 0,366 Quadro 3.4.8 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 3N como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 3N -3,602 0,250 -1,296 1,251 0,074 0,788 0,004 0,001 0,100 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 51 Quadro 3.4.9 – Modelo de regressão logística da atividade global com incorporação da Solução 4 como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 4 -3,394 0,223 0,639 1,217 0,071 0,691 0,005 0,002 0,356 Na avaliação da atividade global em termos absolutos (Figura 3.4.1), constata-se que também não existem diferenças significativas em nenhuma das soluções, apesar da Solução 1 apresentar uma média de atividade global ligeiramente superior, e a Solução 3N uma média ligeiramente inferior às restantes. O teste de KruskalWallis confirma a não existência de diferenças significativas de atividade global entre as oito soluções (H=0,260; p-value=0,860). 160 Actividade (encontros/h) 140 60 40 20 0 1 2SI 2SM 2NI 2NM 3S 3N 4 Média Média±E.P. Outliers Alternativa Figura 3.4.1 – Média da atividade global nas várias soluções, com indicação do erro-padrão e de outliers Atividade do género Pipistrellus Analisando a proporção de locais amostrados com e sem atividade do género Pipistrellus em cada uma das soluções (Quadro 3.4.10), constata-se que não existem diferenças entre estas (X2=3,651; p-value=0,819). 52 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.4.10 – Proporção de locais com e sem atividade do género Pipistrellus nos locais referentes às oito soluções em estudo Soluções Sem atividade Com atividade Total 1 2SI 2SM 2NI 2NM 3S 3N 4 5 (55,6%) 7 (58,3%) 8 (61,5%) 8 (61,5%) 5 (41,7%) 4 (36,4%) 5 (55,6%) 6 (40,0%) 4 (44,4%) 5 (41,7%) 5 (38,5%) 5 (38,5%) 7 (58,3%) 7 (63,6%) 4 (44,4%) 9 (60,0%) 9 12 13 13 12 11 9 15 Mais uma vez, um dos três pressupostos do teste do X2 não se verifica, logo os resultados não são totalmente confiáveis, pelo que se optou por efetuar igualmente uma análise comparativa através do modelo de regressão logística da atividade, em que foram incorporadas as soluções e a temperatura do ar como variáveis (com um pvalue das soluções no modelo > 0,05, não se verificam diferenças entre elas). Como se pode observar nos Quadros 3.4.11 a 3.4.18, não existe evidência que qualquer uma das soluções seja diferente das outras em termos de proporção de locais com e sem atividade. No entanto, verifica-se uma ligeira tendência (não significativa) para os locais da Solução 2NM apresentarem maior proporção de amostragens com atividade. Quadro 3.4.11 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 1 como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 1 -5,702 0,322 -0,111 1,393 0,078 0,785 0,000 0,000 0,887 Quadro 3.4.12 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2SI como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2SI -5,672 0,323 -0,387 1,390 0,078 0,713 0,000 0,000 0,587 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 53 Quadro 3.4.13 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2SM como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2SM -5,624 0,320 -0,346 1,393 0,078 0,707 0,000 0,000 0,624 Quadro 3.4.14 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2NI como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2NI -5,679 0,321 -0,072 1,412 0,079 0,686 0,000 0,000 0,916 Quadro 3.4.15 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 2NM como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 2NM -6,367 0,351 1,169 1,503 0,083 0,738 0,000 0,000 0,113 Quadro 3.4.16 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 3S como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 3S -5,701 0,321 -0,026 1,398 0,079 0,770 0,000 0,000 0,973 Quadro 3.4.17 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 3N como fator 54 Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 3N -5,772 0,329 -0,630 1,400 0,079 0,814 0,000 0,000 0,439 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Quadro 3.4.18 – Modelo de regressão logística da atividade do género Pipistrellus com incorporação da Solução 4 como fator Variável β e.p. p-value Constante Temperatura do ar Solução 4 -5,715 0,320 0,261 1,390 0,078 0,624 0,000 0,000 0,676 Na avaliação da atividade do género Pipistrellus em termos absolutos (Figura 3.4.2), constata-se que também não existem diferenças significativas em nenhuma das soluções, apesar da Solução 1 apresentar uma atividade média do género Pipistrellus ligeiramente superior às restantes. O teste de Kruskal-Wallis confirma a não existência de diferenças significativas de atividade global entre as soluções (H=0,164; p-value=0,870). 100 Actividade (encontros/h) 80 60 40 20 0 1 2SI 2SM 2NI 2NM 3S 3N 4 Média Média±E.P. Outliers Alternativas Figura 3.4.2 – Média da atividade do género Pipistrellus nas várias soluções, com indicação do erro-padrão e de outliers Diversidade específica Como se pode observar na Figura 3.4.3, num buffer de 5 km, as Soluções 1, 2SI, 2SM, 2NI e 2NM são as que, no conjunto de todas as amostragens efetuadas, apresentam maior diversidade específica (mínimo de 14 espécies presentes), seguindo-se a Solução 4 (mínimo de 13 espécies presentes) e as Soluções 3S e 3N (mínimo de 10 espécies presentes): nas Soluções 1, 2SI, 2SM, 2NI e 2NM está confirmada a ocorrência das espécies R. ferrumequinum, R. hipposideros, M. myotis, M. escalerai, M. daubentonii, das três espécies do género Pipistrellus, de B. barbastellus, M. schreibersii e T. teniotis, para além de, pelo menos, uma das espécies do grupo R. euryale / R. mehelyi e dos géneros Nyctalus e Eptesicus; Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 55 nas Soluções 3S e 3N está confirmada a ocorrência das espécies R. ferrumequinum, R. hipposideros, M. myotis, M. daubentonii, das 3 espécies do género Pipistrellus, de M. schreibersii e T. teniotis, para além de, pelo menos, uma das espécies do género Eptesicus; na Solução 4 está confirmada a ocorrência das espécies R. ferrumequinum, R. hipposideros, M. myotis, M. escalerai, M. daubentonii, das 3 espécies do género Pipistrellus, de N. leisleri, M. schreibersii e T. teniotis, para além de, pelo menos, uma das espécies do grupo R. euryale / R. mehelyi e do género Eptesicus. 16 14 Número mínimo de espécies 12 10 8 6 4 2 0 1 2SI 2SM 2NI 2NM 3S 3N 4 Alternativa Figura 3.4.3 – Número mínimo de espécies em cada uma das soluções 3.5. Discussão dos resultados Em termos globais, a atividade registada na área de estudo pode ser considerada moderada (média global de 17,8 encontros/h) e moderada-baixa para o género Pipistrellus (11,2 encontros/h), tendo-se verificado algumas diferenças ao nível das oito soluções em estudo, mas sem significado estatístico: a Solução 1 é a que registou maior atividade média, quer em termos globais (28,7 encontros/h) como para o género Pipistrellus (17,3 encontros/h); seguem-se as Soluções 2SI (média de 24,0 encontros/h em termos globais, 14,0 encontros/h para o género Pipistrellus) e 2SM (22,6 encontros/h e 12,9 encontros/h), e já com médias globais inferiores a 20 encontros/h, as Soluções 2NM (19,0 encontros/h e 11,0 encontros/h) e 2NI (17,5 encontros/h e 10,2 encontros/h); as Soluções 3S e 4 apresentam atividades médias muito similares (média global a rondar os 15 encontros/h, média do género Pipistrellus a rondar os 10 encontros/h); a Solução 3N é a que apresenta a atividade média mais baixa (média global de 10,0 encontros/h, média do género Pipistrellus de 8,0 encontros/h); 56 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 Das análises efetuadas, verificou-se que apenas a temperatura do ar terá tido influência sobre a atividade dos morcegos: em termos globais, abaixo dos 12ºC a probabilidade de ocorrerem contactos com morcegos é baixa e a partir dos 17ºC a probabilidade é elevada; já para o género Pipistrellus, abaixo dos 15ºC a probabilidade de ocorrência de atividade é baixa e acima dos 18ºC é elevada. A influência positiva da temperatura do ar sobre a atividade global dos morcegos e do género Pipistrellus, verifica-se com frequência em estudos similares, devendo estar relacionada com a maior disponibilidade de presas em situações de temperaturas mais elevadas, uma vez que normalmente nessas situações a atividade dos insetos é maior (Jones et al., 1995 in Rodrigues e Palmeirim, 2008). Por exemplo, Ransome e Hutson (2000) referem que a maior parte das traças que servem de alimento à espécie R. ferrumequinum requerem temperaturas de pelo menos 12ºC para voar, sendo que abaixo deste valor a variedade e quantidade de presas será necessariamente menor. De qualquer forma, o facto de apenas se ter efetuado uma amostragem por ponto impede uma análise mais robusta dos resultados, sendo provável que outros fatores possam igualmente influenciar a atividade dos morcegos na região (por exemplo, a intensidade do vento e o biótopo). Durante o presente estudo foi confirmada a presença na área de estudo de doze espécies de morcegos e de onze grupos de espécies de difícil distinção acústica ou morfológica, que poderão elevar o número total de espécies para um mínimo de quinze e um máximo de 21. Tanto em termos de atividade como de dimensão de colónias, as três espécies do género Pipistrellus aparentam ser as mais frequentes: P. pipistrellus foi a espécie com maior número de contactos nas amostragens acústicas, tanto em termos globais como em cada uma das soluções em estudo; P. pygmaeus foi a 2.ª espécie mais detetada nas Soluções 1 e 2SI, 2SM, 2NI 2NM, e a 3.ª em termos globais (amostragens acústicas); P. kuhlii foi a 2.ª espécie mais detetada em termos globais e nas Soluções 3S, 3N e 4 (amostragens acústicas). As duas colónias mais numerosas na área de estudo possuem um número significativo de indivíduos do género Pipistrellus, sendo ambas pontes rodoviárias e colónias de criação para este género: no abrigo N220_1, que se situa a cerca de 853 m de distância do trecho K, foram detetados pelo menos 995 indivíduos deste género e uma da espécie T. teniotis (Alves, obs. pessoal); no abrigo N220_2, que se situa a cerca de 1997 m do trecho M, foram detetados pelo menos 550 indivíduos deste género e cerca de 128 da espécie T. teniotis (Alves, obs. pessoal), sendo este um abrigo de “importância nacional” para esta espécie. P. pipistrellus é uma das espécies mais comuns em Portugal continental, surgindo com maior predominância no Norte do país (Palmeirim et al., 1999; Rodrigues et al., 2011; Salgueiro et al., 2002). Esta espécie ocupa uma grande diversidade de abrigos, por exemplo fendas de paredes, sótãos, fendas de rochas e cavidades de árvores e, no que diz respeito a áreas de alimentação, costuma surgir em zonas com grandes concentrações de insetos, como por exemplo zonas húmidas, junto à iluminação pública, mas também em áreas agrícolas, nas orlas de florestas, etc. (Palmeirim et al., 1999; Vaughnan et al., 1997; Verboom e Huitema, 1997). Esta espécie apresenta o estatuto de ameaça “pouco preocupante” (Cabral et al., 2006). P. pygmaeus é a espécie mais comum em Portugal continental (Rodrigues et al., 2011). Como abrigos, utiliza essencialmente fendas nas paredes de edifícios, sótãos, telhados, caixas de estores, podendo também surgir em fendas de rochas e cavidades de árvores. Alimenta-se numa grande diversidade de biótopos, sendo Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 57 normalmente bastante abundante em zonas húmidas e urbanas (Rodrigues et al., 2011). Esta espécie apresenta o estatuto de ameaça “pouco preocupante” (Cabral et al., 2006). P. kuhlii é uma espécie comum que ocorre em todo o território de Portugal continental, parecendo ser mais comum no Sul que no Norte do país (ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999; Rodrigues et al., 2011). Normalmente, esta espécie utiliza como abrigo fendas de paredes e espaços no revestimento de telhados, surgindo ainda em cavidades de rochas e de árvores. Como áreas de alimentação utiliza uma grande diversidade de habitats, surgindo com maior frequência em zonas ribeirinhas e urbanas (ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999; Russo e Jones, 2003). Esta espécie apresenta o estatuto de ameaça “pouco preocupante” (Cabral et al., 2006). Referência ainda para T. teniotis, espécie que tem uma distribuição generalizada a praticamente todo o território de Portugal Continental, embora não seja propriamente abundante, e que utiliza como abrigo preferencial fendas rochosas, edifícios e pontes (Alves, obs. pessoal; Amorim et al., 2013; Palmeirim et al., 1999; Reis e Rufino, 2012). Marques et al. (2004) referem que a maior parte das áreas de alimentação utilizadas por esta espécie numa colónia na Península de Troia se encontravam a 5 km de distância do abrigo, existindo no entanto ocasiões em que estas áreas se situaram a mais de 30 km de distância. Como área de alimentação, esta espécie utiliza uma grande variedade de habitats, surgindo essencialmente em zonas onde a concentração de traças é elevada, como por exemplo manchas florestais de pinheiros e carvalhos, matagais mediterrânicos, vales encaixados e vilas e cidades iluminadas (Marques et al., 2004; Rainho, 2007; Russo e Jones, 2003; Silva, 2006). Esta espécie apresenta o estatuto de ameaça “informação insuficiente” (Cabral et al., 2006). No que diz respeito aos abrigos, merecem ainda referência, pela dimensão das colónias: o abrigo ATU09 (Varosa), situado a cerca de 4257 m do trecho L, é usado pela espécie M. daubentonii como abrigo de criação e está classificado como de “importância nacional”, sendo conhecida uma colónia com um máximo de 212 indivíduos durante esse período (Alves, obs. pessoal); o abrigo ATU12 (Túnel das Fragas Más, também abrigo de importância nacional) situado a cerca de 907 m do trecho J, onde durante o presente estudo foi detetado um máximo de 150 morcegos da espécie M. schreibersii (vinte indivíduos) e provavelmente da espécie M. daubentonii (130 indivíduos); o abrigo ATU14 (Túnel da Falcoeira) situado a cerca de 1685 m do trecho J, onde estão referenciados mais de 120 morcegos da espécie R. ferrumequinum (onze indivíduos em junho de 2013), do grupo M. myotis / M. blythii (treze indivíduos em junho de 2013) e provavelmente a espécie M. daubentonii (96 indivíduos em junho de 2013), sendo usado como local de criação por algumas destas espécies (Bio3, 2012); o abrigo M62, situado a cerca de 3148m do trecho K, onde está referenciado um máximo de cerca de 120 indivíduos durante o verão (abrigo de “importância nacional”), desconhecendo-se no entanto as espécies presentes (Ecovisão, 2013). M. daubentonii é uma espécie comum que surge em todo o território de Portugal continental (Palmeirim et al., 1999; Rodrigues et al., 2011). Ocupa uma grande diversidade de abrigos (grutas, minas, cavidades de árvores, pontes, edifícios), alimentando-se predominantemente sobre massas de água, mas também junto à copa das árvores (ICN, 2005; Palmeirim et al., 1999). Esta espécie apresenta o estatuto de ameaça “pouco preocupante” (Cabral et al., 2006). As Soluções 1, 2SI, 2SM, 2NI e 2NM são as que apresentam maior diversidade específica (mínimo de catorze espécies), seguindo-se a Solução 4 (mínimo de treze espécies) e as Soluções 3S e 3N (mínimo de dez espécies). Em termos de estatutos de ameaça (Cabral et al., 2006), as Soluções 1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM e 4 são as que possuem maior número de espécies ameaçadas (uma espécie com o estatuto “criticamente em perigo”, cinco com o estatuto “vulnerável), enquanto nas Soluções 3S e 3N são três as espécies com estatuto de ameaça “vulnerável” e igualmente uma com estatuto “criticamente em perigo”. 58 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 4. CONCLUSÕES O presente documento constitui o relatório dos trabalhos efetuados em junho de 2013, relativo à componente fauna – Quirópteros do EIA da Ligação de Foz Tua à Rede de 400 kV da Rede Nacional de Transporte. O projeto em análise destina-se ao transporte de energia elétrica a produzir no AHFT, para entrega na Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, estando em estudo oito soluções diferentes, todas elas com início na Central de Foz Tua: as Soluções 1, 2SI, 2SM, 2NI, 2NM e 4 terminam na Subestação de Armamar, desenvolvendo-se em ambas as margens do Douro, entre as Barragens da Valeira (a nascente) e Peso da Régua (a poente); as Soluções 3S e 3N desenvolvem-se ao longo da margem direita do Douro, terminando na margem esquerda do Sabor, no Posto de Corte que assegura a ligação à Linha Armamar-Lagoaça (já existente). Os objetivos específicos deste estudo foram: inventariar abrigos nas diferentes soluções de traçado para a linha elétrica; inventariar as espécies de morcegos que ocorrem nas diferentes soluções de traçado para a linha elétrica; avaliar a atividade dos morcegos nas diferentes soluções. No decorrer do presente estudo foi confirmada a presença de doze espécies de morcegos num buffer de 5 km em redor dos eixos das soluções em estudo (R. ferrumequinum, R. hipposideros, M. myotis, M. escalerai, M. daubentonii, P. pipistrellus, P. pygmaeus, P. kuhlii, N. leisleri, B. barbastellus, M. schreibersii e T. teniotis) e de onze grupos de espécies que emitem vocalizações semelhantes, ou que são semelhantes em termos morfológicos, que poderão aumentar o número de espécies presentes para um mínimo de quinze e um máximo de 21 (R. euryale / R. mehelyi, M. myotis / M. blythii, M. mystacinus / M. emarginatus / M. escalerai / M. bechsteinii / M. daubentonii, P. pipistrellus / P. pygmaeus / P. kuhlii, P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii, P. pipistrellus / P. kuhlii, P. pygmaeus / M. schreibersii, N. leisleri / N. noctula / N. lasiopterus, N. leisleri / E. serotinus / E. isabellinus, N. noctula / N. lasiopterus e E. serotinus / E. isabellinus). As espécies P. pipistrellus, P. kuhlii e P. pygmaeus foram as mais detetadas nas amostragens acústicas e nos abrigos (neste caso foram detetados apenas dois abrigos, mas com um elevado número de indivíduos), podendo-se ainda destacar as espécies M. daubentonii (que aparentemente é bastante frequente em vários dos abrigos amostrados) e T. teniotis, que surgiu também em número significativo num dos abrigos amostrados. Dos abrigos detetados destacam-se seis: N220_1 e N220_2 são pontes rodoviárias com colónias de criação do género Pipistrellus (estimativa de 995 indivíduos em N220_1 e 550 em N220_2) e, no caso de N220_2, também com uma importante colónia de T. teniotis (cerca de 128 indivíduos); ATU09, ATU12 e ATU14 são túneis com colónias significativas da espécie M. daubentonii e M62 é um abrigo onde está referenciada a presença de 120 morcegos, não tendo sido possível determinar a espécie presente no decorrer deste estudo. Destes seis abrigos, só dois é que se encontram relativamente próximos das soluções em estudo: N220_1 está a cerca de 853 m do trecho K (Soluções 3S e 3N) e ATU12 a cerca de 907 m do trecho J (Soluções 2NI e 2NM), com este último a estar classificado como de “importância nacional”. Das oito soluções em estudo, as Soluções 1, 2SI e 2SM são as que registaram atividades médias mais elevadas (médias globais acima dos 20 encontros/h) e, em conjunto com as Soluções 2 NI e 2NM, as que apresentam maior diversidade específica (mínimo de catorze espécies, seis delas com estatuto de ameaça), enquanto, por oposição, a Solução 3N é a que registou menor atividade (média global de 10 encontros/h) e, em conjunto com a Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 59 Solução 3S, a que apresenta menor diversidade específica (mínimo de dez espécies, quatro delas com estatuto de ameaça). 60 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALI, A. 2010 – Population trend and conservation status of indian flying fox Pteropus giganteus Brunnich, 1782 (Chiroptera: Pteropodidae) in Western Assam. The Ecoscan 4(4): 311-312. ALVES, P.; SILVA, B.; BARREIRO, S. 2012 – Parque Eólico das Meadas. Monitorização de Quirópteros. Relatório 4 – Anos 2004-2007. Plecotus, Lda. AMORIM, F.; ALVES, P.; REBELO, H. 2013 – Bridges over the troubled Conservation of Iberian Bats. Barbastella 6(1) 3-12. BARLOW, K. E. & JONES, G. 1997a - Differences in song-flight calls and social calls between two phonic types of the vespertilionid bat Pipistrellus pipistrellus. J. Zool., Lond., 241, 315-324. 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Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 63 TUPINIER, Y. 1997 – European bats: their world of sound. Société Linnéenne de Lyon. Editions Sittelle. VAUGHNAN, N.; JONES, G.; HARRIS, S. 1997 – Habitat use by bats (Chiroptera) assessed by means of a broad-band acoustic method. Journal of Applied Ecology, 34:716-730. VERBOOM, B.; HUITEMA, H. 1997 – The importance of linear landscape elements for the pipistrelle Pipistrellus pipistrellus and the serotine bat Eptesicus serotinus. Landscape Ecology, 12 (2): 117-125. ZINGG, P. 1990 – Acoustics species identification of bats (Mammalia: Chiroptera) in Switzerland. Revue Swisse Zool., 79, 263-294. 64 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 6. REFERÊNCIAS WEB Electrocution.s/ data – Acedido a 6 de julho de 2013 em http://bats.org.au/about-bats/threats.php#electrocution Electrocution Reduction. s/ data – Acedido a 6 de julho de 2013 http://www.batrescue.org.au/website/index.php?option=com_content&view=article&id=62&Itemid=68 em Fruit bats and the power system. 2011 – Acedido a 6 de http://www.powerwater.com.au/customers/faqs2/fruit_bats_and_the_power_system em julho Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20 de 2013 65 APÊNDICE 1 – LOCAIS DE AMOSTRAGEM ACÚSTICA Local: TU01 Coordenadas: 605650 4556657 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: S:S Altitude média: 303 m Distância ao trecho mais próximo: 933 m (L) Local: TU02 Coordenadas: 608539 4557521 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos e altos compostos essencialmente por urze, silvas, tojo, giesta e alguns medronheiros Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: N Altitude média: 474 m Distância ao trecho mais próximo: 316 m (L) Local: TU03 Coordenadas: 612457 4560134 (UTM, WGS84) Descrição: floresta composta principalmente por carvalhos e azinheiras com alguns medronheiros e oliveiras Biótopo predominante: FLORESTAS FOLHOSAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: E: NE Altitude média: 243 m Distância ao trecho mais próximo: 309 m (L) Local: TU04 Coordenadas: 614087 4561172 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha e oliveira Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: SO Altitude média: 223m Distância ao trecho mais próximo: 412 m (L) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 1 Local: TU05 Coordenadas: 615078 4562175 (UTM, WGS84) Descrição: floresta de castanheiros e pinheiros com subcoberto denso e alto de silvas e giestas Biótopo predominante: FLORESTAS FOLHOSAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: N Altitude média: 431 m Distância ao trecho mais próximo: 405 m (L) Local: TU06 Coordenadas: 616200 4564950 (UTM, WGS84) Descrição: pinhal com subcoberto esparso de tojo Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: 16 a 25% Orientação predominante: N: N Altitude média: 728 m Distância ao trecho mais próximo: 464 m (L) Local: TU07 Coordenadas: 617694 4566836 (UTM, WGS84) Descrição: floresta composta principalmente por castanheiros, com alguns pinheiros, com subcoberto denso de tojo e fetos Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: 16 a 25% Orientação predominante: N: NO Altitude média: 681 m Distância ao trecho mais próximo: 571 m (L) Local: TU08 Coordenadas: 619844 4567413 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola com oliveira e vinha Biótopo predominante: OLIVAL Declive predominante: 16 a 25% Orientação predominante: E: E Altitude média: 513 m Distância ao trecho mais próximo: 111 m (L) 2 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 Local: TU09 Coordenadas: 624265 4567904 (UTM, WGS84) Descrição: matos altos e densos compostos por urze, giesta, carrasco e gramíneas com alguns pinheiros, medronheiros e carvalhos Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: NO Altitude média: 537 m Distância ao trecho mais próximo: 201 m (L) Local: TU10 Coordenadas: 627432 4567594 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: 8 a 16% Orientação predominante: S: S Altitude média: 593 m Distância ao trecho mais próximo: 818 m (L) Local: TU11 Coordenadas: 629808 4566564 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: 16 a 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 570 m Distância ao trecho mais próximo: 473 m (L) Local: TU12 Coordenadas: 632771 4564531 (UTM, WGS84) Descrição: olival com alguns castanheiros dispersos Biótopo predominante: OLIVAL Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: NO Altitude média: 325 m Distância ao trecho mais próximo: 129 m (B) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 3 Local: TU13 Coordenadas: 633501 4566144 (UTM, WGS84) Descrição: floresta composta por pinheiros, com subcoberto denso de carrasco, existindo também alguma zona cultivada a vinha e cerejeiras Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 547 m Distância ao trecho mais próximo: 285 m (J) Local: TU14 Coordenadas: 635431 4563708 (UTM, WGS84) Descrição: floresta de sobreiro com subcoberto denso de gramíneas Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: S: S Altitude média: 561 m Distância ao trecho mais próximo: 123 m (E) Local: TU15 Coordenadas: 636591 4563675 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: 16 a 25% Orientação predominante: O: SO Altitude média: 587 m Distância ao trecho mais próximo: 72 m (E) Local: TU16 Coordenadas: 636768 4564546 (UTM, WGS84) Descrição: área dominada por matos rasteiros densos Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 627 m Distância ao trecho mais próximo: 460 m (J) 4 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 Local: TU17 Coordenadas: 639536 4563371 (UTM, WGS84) Descrição: pinhal com subcoberto muito esparso de fetos e giestas Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: E: SE Altitude média: 654 m Distância ao trecho mais próximo: 200 m (K) Local: TU18 Coordenadas: 642121 4565641 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha e oliveira com alguns castanheiros dispersos Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: 16 a 25% Orientação predominante: S: S Altitude média: 716 m Distância ao trecho mais próximo:1292 m (K) Local: TU19 Coordenadas: 645166 4564779 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos e altos predominantemente de giesta com algumas manchas de pinheiro Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: 5 a 8% Orientação predominante: E: SE Altitude média: 811 m Distância ao trecho mais próximo: 298 m (K) Local: TU20 Coordenadas: 650393 4563563 (UTM, WGS84) Descrição: floresta de castanheiro e pinheiro com subcoberto denso de giestas e urzes Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: E: E Altitude média: 706 m Distância ao trecho mais próximo: 298 m (K) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 5 Local: TU21 Coordenadas: 653536 4563371 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos e rasteiros, essencialmente gramíneas Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: 8 a 16% Orientação predominante: O: O Altitude média: 737 m Distância ao trecho mais próximo: 108 m (K) Local: TU22 Coordenadas: 658841 4562561 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha e oliveira Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: 0 a 5% Orientação predominante: PLANO Altitude média: 120 m Distância ao trecho mais próximo: 548 m (K) Local: TU23 Coordenadas: 661960 4562121 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de oliveira e vinha com algumas ameixeiras dispersas e subcoberto esparso de gramíneas e urze Biótopo predominante: OLIVAL Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: N Altitude média: 279 m Distância ao trecho mais próximo: 1060 m (M) Local: TU24 Coordenadas: 606404 4554406 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de oliveira e vinha Biótopo predominante: OLIVAL Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: NO Altitude média: 391 m Distância ao trecho mais próximo: 324 m (L) 6 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 Local: TU25 Coordenadas: 607311 4553113 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de oliveira e vinha com uma mancha de castanheiros Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: N Altitude média: 507 m Distância ao trecho mais próximo: 133 m (L) Local: TU26 Coordenadas: 609674 4553063 (UTM, WGS84) Descrição: zona com pinheiros, medronheiros, cerejeiras, carvalhos e oliveiras com subcoberto de estevas e urzes Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 315 m Distância ao trecho mais próximo: 573 m (L) Local: TU27 Coordenadas: 612006 4551677 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos de giestas com alguns pinheiros Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 722 m Distância ao trecho mais próximo: 506 m (L) Local: TU28 Coordenadas: 616252 4551886 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos de giestas e fetos com alguns sobreiros dispersos Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 691 m Distância ao trecho mais próximo: 146 m (D) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 7 Local: TU29 Coordenadas: 619123 4551655 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos compostos essencialmente por giestas Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: N Altitude média: 829 m Distância ao trecho mais próximo: 461 m (D Local: TU30 Coordenadas: 620911 4552596 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de oliveira em zona urbana com subcoberto esparso de gramíneas Biótopo predominante: OLIVAL Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: NE Altitude média: 460 m Distância ao trecho mais próximo: 920 m (D) Local: TU31 Coordenadas: 622838 4553396 (UTM, WGS84) Descrição: sobreiros e carrascos dispersos com subcoberto denso de esteva, giesta, urze e gramíneas Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 375 m Distância ao trecho mais próximo: 1054 m (D) Local: TU32 Coordenadas: 624567 4553681 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos compostos por rosmaninho, urze, giesta e gramíneas Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: S: SO Altitude média: 649 m Distância ao trecho mais próximo: 448 m (D) 8 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 Local: TU33 Coordenadas: 626758 4554349 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: E: E Altitude média: 423 m Distância ao trecho mais próximo: 51 m (D) Local: TU34 Coordenadas: 628732 4556194 (UTM, WGS84) Descrição: zona essencialmente composta de cedros e oliveiras com subcoberto denso composto de carrasco, giesta, esteva e urze Biótopo predominante: OUTRAS FLORESTAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: O Altitude média: 534 m Distância ao trecho mais próximo: 330 m (D) Local: TU35 Coordenadas: 632307 4561255 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha com algumas oliveiras dispersas Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: NE Altitude média: 463 m Distância ao trecho mais próximo: 411 m (C) Local: TU36 Coordenadas: 632397 4556694 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha com algumas cerejeiras dispersas Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: 16 a 25% Orientação predominante: N: N Altitude média: 626 m Distância ao trecho mais próximo:114 m (H) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 9 Local: TU37 Coordenadas: 633950 4557198 (UTM, WGS84) Descrição: terreno agrícola de cultivo de vinha e oliveiras Biótopo predominante: CULTURAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: N: NO Altitude média: 561 m Distância ao trecho mais próximo: 42 m (H) Local: TU38 Coordenadas: 635861 4558059 (UTM, WGS84) Descrição: floresta composta essencialmente por oliveiras, sobreiros, figueiras e carrasco com subcoberto denso predominantemente de urze Biótopo predominante: FLORESTA FOLHOSAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: E: SE Altitude média: 315 m Distância ao trecho mais próximo:135 m (GI) Local: TU39 Coordenadas: 636792 4559272 (UTM, WGS84) Descrição: zona com predominância de carrascos desenvolvidos e subcoberto denso de giesta e urze bem Biótopo predominante: FLORESTA FOLHOSAS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: SO Altitude média: 218 m Distância ao trecho mais próximo: 199 m (GI) Local: TU40 Coordenadas: 638638 4560267 (UTM, WGS84) Descrição: matos densos predominantemente de giesta e silvas com alguns sobreiros dispersos Biótopo predominante: MATOS Declive predominante: > 25% Orientação predominante: O: NO Altitude média: 647 m Distância ao trecho mais próximo: 314 m (GM) 10 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 1 APÊNDICE 2 – ABRIGOS POTENCIAIS AMOSTRADOS Abrigo: ATU01 (Sra do Cedro) Coordenadas: 607100 4553000 (UTM WGS84) Tipo: capela Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 285 m (L) Abrigo: ATU02 (Coura I) Coordenadas: 612700 4551900 (UTM WGS84) Tipo: mina de água Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita e escuta de ultrassons Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: 1 Espécies detetadas: R. hipposideros Distância ao trecho mais próximo: 942 m (D) Abrigo: ATU03 (Vale I) Coordenadas: 613600 4550800 (UTM WGS84) Tipo: casa abandonada Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 458 m (D) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 2 1 Abrigo: ATU04 (Novais I) Coordenadas: 614500 4550200 (UTM WGS84) Tipo: palheiro Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 1364 m (D) Abrigo: ATU05 (Sta. Bárbara) Coordenadas: 616500 4551300 (UTM WGS84) Tipo: capela Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 382 m (D) Abrigo: ATU06 (S. Domingos) Coordenadas: 625000 4553300 (UTM WGS84) Tipo: capela Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita e escuta de ultrassons Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 70 m (D) Abrigo: ATU07 (Minas Sta. Leocádia) Coordenadas: 615400 4554500 (UTM WGS84) Tipo: complexo mineiro Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: 6 Espécies detetadas: R. hipposideros M. escalerai Distância ao trecho mais próximo: 2892 m (D) 2 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 2 Abrigo: ATU08 (Vale de Figueiras I) Coordenadas: 608900 4555800 (UTM WGS84) Tipo: mina de água Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 1421 m (L) Abrigo: ATU09 (Túnel da Varosa) Coordenadas: 602600 4553000 (UTM WGS84) Tipo: túnel ferroviário Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: 20 Espécies detetadas: M. daubentonii Distância ao trecho mais próximo: 4257 m (L) Abrigo: ATU10 (S. Salvador do Mundo) Coordenadas: 602600 4553000 (UTM, Datum WGS84) Tipo: capela Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 1011 m (GM) Abrigo: ATU11 (Túnel da Alvela) Coordenadas: 636700 4556800 (UTM, Datum WGS84) Tipo: túnel ferroviário Data de prospeção: Jun.2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 415 m (J) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 2 3 Abrigo: ATU12 (Túnel das Fragas Más) Coordenadas: 632800 4567400 (UTM, Datum WGS84) Tipo: túnel ferroviário Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: 150 Espécies detetadas: M. daubentonii M. schreibersii Distância ao trecho mais próximo: 907 m (J) Abrigo: ATU13 (Túnel do Boitrão) Coordenadas: 633100 4567200 (UTM WGS84) Tipo: túnel ferroviário Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 722 m (J) Abrigo: ATU14 (Túnel da Falcoeira) Coordenadas: 634500 4567900 (UTM WGS84) Tipo: túnel ferroviário Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: 120 Espécies detetadas: R. ferrumequinum M. myotis / M. blythii M. daubentonii Distância ao trecho mais próximo: 1685 m (J) 4 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 2 Abrigo: ATU15 (Cortinha I) Coordenadas: 640000 4563400 (UTM WGS84) Tipo: curral Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 439 m (K) Abrigo: ATU16 (Ponte do Galego) Coordenadas: 640900 4563800 (UTM WGS84) Tipo: ponte de lajes de granito Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 448 m (K) Abrigo: ATU17 (Quinta da Laranjeira) Coordenadas: 661900 4563700 (UTM WGS84) Tipo: edifícios abandonados Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 2470 m (K) Abrigo: ATU18 (Espírito Santo) Coordenadas: 653700 4563100 (UTM WGS84) Tipo: capela Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 264 m (K) Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 2 5 Abrigo: ATU19 (Besteiros) Coordenadas: 645700 4564100 (UTM WGS84) Tipo: aldeia Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: escuta com detetor de ultrassons Vestígios de morcegos: Nº de indivíduos: 3 Espécies detetadas: P. pipistrellus / P. pygmaeus / P. kuhlii Distância ao trecho mais próximo: 250 m (K) Abrigo: ATU20 (Real Companhia Velha) Coordenadas: 627100 4569500 (UTM WGS84) Tipo: adega Data de prospeção: Jun. 2013 Prospeção: visita Vestígios de morcegos: guano Nº de indivíduos: 10 Espécies detetadas: Distância ao trecho mais próximo: 2630 m (L) 6 Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 2 APÊNDICE 3 – RESULTADOS DAS AMOSTRAGENS ACÚSTICAS Resultados das amostragens na área de implantação do parque eólico: para além da espécie detetada e respetivo estatuto de ameaça (Cabral et al., 2006: CR – criticamente em perigo; EN – em perigo; VU – vulnerável; DD – informação insuficiente; LC – pouco preocupante), apresenta-se ainda a frequência de máxima intensidade (FMAXE) e o tipo de pulsos registados (N – navegação; A – alimentação; S – social) Local Data TU01 Junho TU02 Junho TU03 Junho TU04 TU05 TU06 Junho Junho Junho TU07 Junho TU08 Junho TU09 Junho TU10 Junho TU11 Junho TU12 Junho TU13 Junho TU14 Junho TU15 TU16 Junho Junho FMAxE (kHz) 26,2 37,6 46,5 51,4 39,5 30,2 27,1 42,9 45,5 45,5 46,5 44,6 45,7 57,0 40,9 40,7 36,7 24,8 30,5 36,9 37,9 56,2 13,6 49,2 48,4 50,2 53,9 25,9 36,6 40,2 34,6 - Pulsos registados N A S x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x - Espécie(s) E. serotinus / E. isabellinus T. teniotis M. myotis / M. blythii P. pipistrellus P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii P. kuhlii M. myotis / M. blythii M. myotis / M. blythii P. kuhlii (100%) P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pygmaeus (85%) P. kuhlii P. kuhlii P. kuhlii N. leisleri / E. serotinus / E. isabellinus M. myotis / M. blythii P. kuhlii P. kuhlii P. pygmaeus (94%) T. teniotis P. pipistrellus P. pipistrellus P. pygmaeus (99%) P. pygmaeus (100%) Não identificado Não identificado Não identificado E. serotinus / E. isabellinus P. kuhlii P. kuhlii Não identificado Não identificado E. serotinus / E. isabellinus - Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 3 Estatuto de ameaça LC / DD VU / CR LC LC / LC / VU LC VU / CR VU / CR LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC DD / LC / VU / CR LC LC LC DD LC LC LC LC LC / LC LC LC / - 1 2 Local Data TU17 TU18 TU19 Junho Junho Junho TU20 Junho TU21 Junho TU22 Junho TU23 Junho TU24 Junho TU25 TU26 TU27 TU28 TU29 Junho Junho Junho Junho Junho TU30 Junho FMAxE (kHz) 47,0 46,3 47,6 36,3 38,5 36,6 37,5 45,7 44,8 51,5 57,9 59,4 47,1 46,2 46,5 46,8 47,7 48,2 47,6 36,8 25,8 36,2 50,3 50,0 48,9 43,1 27,8 44,3 49,5 55,4 56,0 55,1 55,0 55,2 23,3 29,7 12,1 44,8 44,9 49,2 46,9 45,9 43,8 44,0 44,3 Pulsos registados x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x - Espécie(s) P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. kuhlii Não identificado P. kuhlii P. kuhlii P. kuhlii Não identificado P. pipistrellus P. pipistrellus P. pygmaeus (100%) P. pygmaeus (100%) P. pygmaeus (99%) P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. kuhlii N. leisleri E. serotinus / E. isabellinus P. pygmaeus (95%) P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii P. pipistrellus (86%) P. kuhlii (100%) E. serotinus / E. isabellinus P. pipistrellus / P. kuhlii P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii P. pygmaeus (100%) P. pygmaeus (100%) P. pygmaeus (100%) P. pygmaeus (100%) P. pygmaeus (100%) N. noctula / N. lasiopterus E. serotinus / E. isabellinus T. teniotis P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus P. pipistrellus (100%) P. pipistrellus (90%) P. pipistrellus (90%) Estatuto de ameaça LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC LC DD LC / LC LC / LC / VU LC LC LC / LC / LC LC / LC / VU LC LC LC LC LC DD / DD LC / DD LC LC LC LC LC LC LC LC Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 3 Local Data TU31 Junho TU32 TU33 TU34 TU35 TU36 TU37 TU38 TU39 TU40 Junho Junho Junho Junho Junho Junho Junho Junho Junho FMAxE (kHz) 43,6 43,5 44,4 51,1 43,7 43,9 51,0 52,3 40,9 41,8 21,7 33,1-41,3 59,2 53,0 51,0 11,6 10,3 - Pulsos registados N A S x x x x x x x x x x x x x x x x x - Espécie(s) P. pipistrellus (86%) P. pipistrellus (96%) P. pipistrellus (95%) P. pipistrellus / P. pygmaeus / M. schreibersii P. pipistrellus / P. kuhlii P. pipistrellus / P. kuhlii P. pygmaeus (100%) P. pygmaeus / M. schreibersii P. kuhlii P. kuhlii N. leisleri / N. noctula / N. lasiopterus B. barbastellus M. schreibersii (76%) M. schreibersii (100%) M. schreibersii (100%) T. teniotis T. teniotis - Ligação à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade, a 400 kV, do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua Estudo de Impacte Ambiental. Volume III – Anexos. Tomo II. Anexo 20. Apêndice 3 Estatuto de ameaça LC LC LC LC / LC / VU LC / LC LC / LC LC LC / VU LC LC DD / DD / DD DD VU VU VU DD DD - 3
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