Projeto CLIMA-IMPACTO (MAC/3/C159
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“Projeto CLIMA-IMPACTO (MAC/3/C159). Cofinanciado com Fundos FEDER dentro do Programa de Cooperação Transnacional Madeira – Açores – Canarias (MAC) 2007-2013” Desenvolvimento de Projeções Energéticas Data elaboração do documento: 01 de Novembro 2012 Escrito por: Revisado por: Conteúdo 1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................8 2. DESCRIÇÃO DE MODELOS……………………………………………………………………………………….10 2.1. ANÁLISE DE MODELOS...............................................................................................................................18 2.2. PRINCIPAIS DADOS ENCONTRADOS………………………………………………………………………...........20 2.3. OUTROS MODELOS.....................................................................................................................26 3. SITUAÇÃO ATUAL EM CABO VERDE…………………………………………………………………………..31 3.1. COMUNICAÇÃO NACIONAL SOBRE MUDANÇA CLIMÁTICA EM CABO VERDE EM 2010.....................................31 3.1.1. Informação geral.........................................................................................................................31 3.1.2. Previstos Indicadores Macro-econômicos "Combustíveis e Demanda Energético"…………................34 3.1.3. Recursos e Abastecimento de Energia e Combustíveis……………………………………….………..35 3.1.4. Relatóriodo Inventário Nacional do ano 2000…………….………………………………………........36 3.2. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................41 3.2.1. Análises da Estratégia Nacional de Energia para 2020"……………………………………..…………41 4. IDENTIFICAÇÃO DO MODELO APLICÁVEL……………………………………………………………..……43 4.1. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO GERAL................................................................................................................44 5. DESCRIÇÃO DO MODELO E METODOLOGIA…………………………………………………………………45 5.1.ESCOLHA DE METODOLOGIA…………………………………………..…………………………………………...45 5.2. DESCRIÇÃO DE CENÁRIOS (TENDÊNCIAIS E DE PLANO)………...…………………………………………………..48 5.3. PRESENTAÇÃO DOS DIFERENTES SETORES………………...……………………………………………………….52 5.4.PRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ENERGÉTICOS……………………………………………………...…………….73 5.4.1.Resultados por setor…………………………………………………………………………………..…73 5.4.2.Resultados por combustíveis…………………………………………………………………………….76 2 5.5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS EM EMISSÕES DE CO2................................................................................78 6. FUTURO DESENVOLVIMENTO………………………………………………………………………………….80 6.1. PONTOS DE MELHORA…………………………………………………………………….……………..........….80 6.1.1.Balanço Energético………………………………………………………………………………………80 6.1.2.Tabelas Input-Output……………………………………………………………………………………80 6.1.3.Contabilidade NAMEA…………………………………………………………………………………....80 6.2. NOVAS PROPOSTAS.……………………………………………………………………………………….……...85 6.2.1. NAMA…………………………………….……………….……………………………………..………85 6.2.2. Obtenção de financiação pelo Global Environment Facility (GEF) para o inventário nacional de emissões de GEE……………………………………………………………………………………………….87 7. CONCLUSÃO………………………………………………………………………………………………………..88 8. REFERÊNCIAS………………………………………………………………………………………………………89 3 Lista de tabelas Tabela 1: Modelos Classificados nas Communicações Nacionais realizados por diferentes países..........................10 Tabela 2: Outros Modelos Classificados..............................................................................................14 Tabela 3: Principais Características .................................................................................................. 20 Tabela 4: Alcance ....................................................................................................................... 22 Tabela 5: Arquitetura Técnica ........................................................................................................ 23 Tabela 6: Principais Características .................................................................................................. 26 Tabela 7: Alcance ....................................................................................................................... 28 Tabela 8: Arquitetura Técnica ........................................................................................................ 29 Tabela 9. PIB disagregado por setor econômico1994-2004 ....................................................................... 32 Tabela 10. Crescimento e Projeções do PIB ........................................................................................ 32 Tabela 11. Informações Gerais sobre Energia ...................................................................................... 34 Tabela 12. Produção Elétrica (MWh) ................................................................................................. 35 Tabela 13. Capacidade Instalada (MW) .............................................................................................. 35 Tabela 14. Cabo Verde Inventário de Emissões de GEE em 2000 ................................................................ 39 Tabela 15. Presença de Energia Renovável em Cabo Verde ..................................................................... 42 Tabela 16. Descrição dos cenários escolhidos. ..................................................................................... 45 Tabela 17. Balanços Energéticos. .................................................................................................... 46 Tabela 18. Parâmetros usados ........................................................................................................ 50 Tabela 19. Exemplo de tabela Input/Output. ...................................................................................... 80 Tabela 20. Exemplo de reconciliação de conta nacional e conta ambiental. ................................................. 81 4 Tabela 21. Exemplo de metodologia NAMEA. ....................................................................................... 83 Tabela 22. Exemplo de emissões de GEE por setor econômico. ................................................................. 84 5 Lista de Figuras Figura 1. Cabo Verde Energia Consumida por Setor ............................................................................... 33 Figura 2. Cabo Verde Emissões de CO2 % de Participação e Variação por Setor………………………………………………………36 Figura 3. Cabo Verde % de Emissões de CO2 em 1995 ............................................................................. 37 Figura 4. Cabo Verde % de Emissões de CO2 em 2000 .......................................................................... ...37 Figura 5. Cabo Verde Emissões de CO2 figures de 1995 e 2000. ................................................................. 38 Figura 6. Mix Energético para Diferentes Cenários ............................................................................ ...41 Figura 7. Descrição do modelo definido..............................................................................................47 Figura 8. Cenários econômicos. ...................................................................................................... 48 Figura 9. Resultados por setor. ...................................................................................................... 73 Figura 10. Resultados por setor. ...................................................................................................... 73 Figura 11. Resultados por setor. ..................................................................................................... 74 Figura 12. Resultados por sector. .................................................................................................... 75 Figura 13. Resultados por combustíveis. ........................................................................................... 76 Figura 14. Resultados por Combustíveis. ........................................................................................... 76 Figura 15. Resultados por combustíveis. ........................................................................................... 77 Figura 16. Resultados emissões. ..................................................................................................... 78 Figura 17. Resultados emissões. Cenário “Baixo Carbono” ...................................................................... 79 Figura 18. Exemplo de projeções de emissões de GEE a futuro. Localização Ihas Baleares................................ 84 Figura 19. Processo PMR...............................................................................................................86 6 Lista de Abreviações COP Conferência de Partes COPS Centro de Estudo de Política da Universidade de Monash DUKES Digest UK Statistics FMI Fundo Monetário Internacional GEF Global Environment Facility GEE Gases de Efeito Estufa GTEM Modelo de Comércio Global e Meio Ambiente INE Instituto Nacional de Estadísticas IO Input/Output MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MMRF Modelo Verde de Projeção Multi-Regional MW Megavatio MWh Megavatio Hora NAMA Nationally Appropriate Mitigation Actions NAMEA Matriz de Contas Nacionais e Contas Ambientais NEMS National Energy Modelling System PIF Project Identification Form PIB Produto Interno Bruto POLES Prospective Outlook on Long-Term Energy Systems TEP Tonelada Equivalente de Petróleo UNFCCC Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática 7 1.Introdução Cabo Verde é um país que possui falta de recursos primários para a produção de energia, por este motivo grande parte do orçamento do país é designado para importação de energia na forma de petróleo e gás butano. Ao momento Cabo Verde importa 99% de sua demanda interna de energia. Portanto este fato deixa o país em um estado de grande dependência e vulnerabilidade à volatilidade dos preços de combustíveis de origem fóssil; avabilidades de oferta de combustíveis no mercado e coloca o país em um estado de risco em relação a sua segurança energética. Está fraca abilidade do país em cumprir sua demanda de energia de forma independente também compromete a sua capacidade de desenvolvimento e estabilidade macroeconômica. Outra desvantagem neste aspecto se refere ao fato de que Cabo Verde sofre escassez de água e depende de água dessalinizada para o seu consumo interno, um processo na qual requere o uso intenso de energia eléctrica. Atualmente a quantidade de demanda de energia para o processo de dessalinização de água é equivalente a 10% do total valor de energia consumida no país. Estes fatos demonstranm a estreita ligação entre a oferta de energia em relação ao avanço econômico e condições socias e físicas em Cabo Verde. Além disso o custo de energia em Cabo Verde é muito alto, cerca de 70% a mais que os preços dentro da União Européia, devido ao fato que Cabo Verde possui desvantagens sobre integração e distribuição de energia, já que o país é composto por dez ilhas, exigindo por sua vez uma infra-estrutura local ao invés de distribuição de energia eléctrica em grande escala. Ademais ao momento, os sistemas de transmissão, distribuição e eficiência de energia elétrica necessitam melhorias no país, atualmente Cabo Verde tem 24% de perdas elétricas. Outro desafio que Cabo Verde enfrenta esta relacionado com o seu débil planejamento energético, fraca administração pública e investimento no setor, incluindo reformas infraestruturais para o alcance de melhor eficiência energética e sistemas de distribuição entre suas diferentes ilhas. O atual ineficiente planejamento energético em Cabo Verde também não demonstra um meio confiável para a obtenção de projeções a longo prazo sobre demanda de energia, o que torna difícil a otimização de sua matriz energética, uma vez que não permite uma avaliação adequada entre a entrada efetiva de energia produzida tendo em conta a forma como a mesma interfere com a demanda de abastecimento de energia no país. Além disso, a demanda de energia em Cabo Verde tem aumentado em um nível constante ao longo dos anos devido ao crescimento demográfico, aumento da urbanização, maior consumo interno e desenvolvimento do setor de turismo e da construção, porém o fornecimento de energia não vem seguindo este crescimento de demanda energético, mostrando um déficit na capacidade de fornecimento de energia. Todavia, o governo de Cabo Verde inseriu em seu plano de desenvolvimento intenções de aumentar o acesso a energia elétrica a 100% até 2015 a sua população. Atualmente 80% dos cabo-verdianos têm acesso à electricidade. Em contrapartida, uma fonte significativa de emissões de GEE em Cabo Verde tem sua origem no setor de energia, correspondendo a 92,9% das emissões de CO2 pela queima de combustíveis fósseis. 8 A fim de lidar com tais desafios energéticos e vulnerabilidades, o governo de Cabo Verde está disposto a aumentar a utilização de energias renováveis, especialmente devido ao grande potencial de utilização de energia solar e eólica no país. Ao momento, as planos políticos energéticos de Cabo Verde, tem como visão a longo prazo a construção de um país sem a dependência de combustíveis fósseis, garantindo assim a segurança e alcance de sustentabilidade energética, através do aumento da penetração das energias renováveis, assim como melhor conhecimento no setor, infra-estrutura administrativa e técnicas. Para alcançar esta visão o governo de Cabo Verde se concentrará em reforçar sua capacidade institucional, melhorar a política de preços, políticas fiscas e regulação, assim como em melhorar a reestruturação do setor de energia e adotar novas tecnologias. Atualmente a meta governemental de Cabo Verde é de atingir 25% da demanda de energia fornecida por fontes renováveis até em 50% até 2015, assim como promover a conservação e eficiência de energia através da modernização de redes de distribuição e expansão da capacidade de produção por meio de parcerias público-privadas. E ao mesmo tempo, diminuir a emissão de gases de efeito estufa produzidos pelo setor de energia. Para conseguir esta visão e concreto objetivo, um dos primeiros passo deve incluir a identificação de um modelo projeção energética aplicáveis as necessidades de Cabo Verde. Por esta razão, a demonstração de um modelo energético adequado será capaz de ajudar as autoridades de Cabo Verde a melhorar o planejamento energético do país e ao mesmo tempo a apoiar a visão de médio e longo prazo das políticas no setor e de fornecer a alternativa mais apropriada para a sua matriz energética, além de demonstrar opções para alcançar a redução de emissões de gases de efeito estufa no país. Por este motivo, o desenvolvimento de um modelo adequado para Cabo Verde foi elaborado, chamado "Cabo Verde Modelo Energético (Modelo Cave)", o qual poderá ajudar as autoridades de Cabo Verde no melhoraramento do planejamento energético e apoiar a visão de longo prazo de políticas de energia no país com base na análise de cenários, a fim de projetar a evolução e composição de demanda de energia. Portanto este relatório descreverá o modelo desenvolvido a partir de uma abordagem ad-hoc usando informações disponíveis publicamente e fornecidas por autoridades cabo-verdianas e por outras organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional. É uma primeira aproximação de projeções de energia com base em informações disponíveis. O modelo poderás ainda ser melhorado no futuro, com uma maior disponibilidade de informação tanto econômica como energética. O modelo Cave esta baseado em uma abordagem "bottom-up" para os setores econômicos de Cabo Verde incluindo também um módulo para cálculo de emissões de CO2. 9 2. Descrição de Modelos Antes de se elaborar um modelo projeções energéticas, é necessário desenvolver uma análise do estado da arte para analizar informações em modelos existentes utilizados por agências nacionais com a informação disponível em Cabo Verde. Este passo permite avaliar a possibilidade de utilização de um modelo existente que se encaixa com a realidade de Cabo Verde. Portanto, nesta seção concentram-se nos modelos utilizados nas comunicações nacionais por diferentes países publicados pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas UNFCCC, onde a nossa equipe consultores pode avaliar os modelos que realmente atendem às necessidades de energia e as planos energéticos do governo de Cabo Verde. Os modelos classificados se demostram de acordo com os seu interelacionamento e setor usuário. Tabela 1: Modelos Classificados nas Communicações Nacionais realizados por diferentes países. TIPOS DE MODELOS Duals SETOR ENERGÉTICO Dados de Atividade ENPEP E4CAST NEMS IKARUS-MARKAL DTI GTEM MMRF (partially) Modelo Dados de Atividade: utiliza dados macro-econômicos ou dados setorias existentes para a previsão de parâmetros de dados de atividade. Modelos Duals: se inicia com informações macro-econômicas or sectorais e se conclui com a previsão de emissões de GEE, para sua equação e transição. 10 Um dos objetivo do projeto é desenvolver uma projeção de demanda energética para Cabo Verde, também através de um modelo de projeção emissões de GEE. Este é o caminho escolhido por muitos países desenvolvendo o que chamamos de modelos duals. Pois estes modelos de previsão não apenas demosntram as emissões de gases de efeito estufa, mas também dados de atividade macro-econômica e setorial. Uma breve descrição dos modelos dual and dados de atividade estão demonstrados abaixo. I. Modelos Duals a) ENPEP O modelo ENPEP é um modelo de energia não ad-hoc, o qual considera variantes econonômicos, dividido em 10 módulos differentes. Este é um modelo da área ambiental que se aplica de maneira sectoral top-dow, tipicamente usado pra a previsão de demanda de transporte e em indústrias com demanda de energia intensiva. ENPEP consiste de 10 módulos de análise técnica (a partir de modulos macro-econômico e módulos de impacto). Um destes módulos, encontra-se o ENPEP-BALANCE o qual fornece uma conexão de energia, onde o usuário pode projetar o fluxo de energia em todo o sistema de energia, desde a extração de recursos, processamento, conversão, e demanda final por energia útil em todos os setores. Isto torna possível simular o mercado de energia a partir da introdução de uma lista de valores, tais como: petróleo, gás e oferta de carvão e setores renováveis, dividindo todas estas fontes em diferentes setores: como residencial, agricultura, transportes, comercial e industrial (papel, têxteis, cerâmica, química, cimento e etc.) Os elementos resultados deste modelo, são representados pelas curvas de oferta e demanda, e o encontro de um o equilíbrio entre eles. Outro importante elemento deste modelo é fato que ele detecta emissões de GEE associados por cada setor de consumo. b) NEMS O National Energy Modelling System (NEMS) é um modelo de energy ad-hoc que mostra o equilíbrio entre demand e fornecimento de energia no setor de consumo e de produção. O modelo NEMS esta baseado em um sistema computadorizado de modelagem com dados econômicos e energéticos divididos em 13 módulos diferentes, os quais se permitem se auto adaptar quando cada módulo sofre qualquer alteração. Este sistema é alimentado a partir de informações sobre abastecimento de (petróleo, gás, transmissão e distribuição de gás natural, carvão e combustíveis renováveis), e a partir de informações sobre demanda (residencial, transporte, comercial e industrial), conversão (electricidade e módulos de refinarias de petróleo), e sobre atividades macro-econômicas. 11 c) DTI O modelo energético DTI foi desenvolvido pelo Departamento Britânico de Comércio e Indústria, e dividido em setores de uso final de energia e de uso primário de energia, incluindo diferentes tipos de consumo de combustíveis. O modelo é feito através de sub-modelos do mercado de energia do Reino Unido, incluindo os setores de usuários finais de energia e do setor de abastecimento de electricidade. DTI é um modelo de demanda top-down, com base em econométrica (no qual se estabelece 150 relações econométricas sobre a demanda de combustível para uso em: transporte, residência, indústria, serviço e agricultura) onde as relações são estimadas entre demanda de energia, atividade econômica e preços da energia. A principal fonte de dados utilizada em este modelo é obtida pela Digest UK Energy Statistics (DUKES). Os setores de fornecimento de energia modeladas são estações eléctricas e outras indústrias produtoras de energia e setores de demanda são divididos entre: residencial, serviços públicos e comerciais, transportes, indústria e agricultura. Depois de obtido o fornecimento de energia e projeções de demanda, as projeções de emissões de GEE são calculadas afim de se obter uma visão geral das previsões de emissões de cada setor. d) GTEM O Modelo de Comércio Global e Meio Ambiente (em Inglês sigla GTEM) é baseado em três módulos os quais combinam informações sobre: população, economia e meio ambiente e mostram um modelo de equilíbrio geral que calcula as emissões de GEE em CO2 equivalente. O modelo GTEM análise mudança climática e abrange todos os aspectos-chave do Protocolo de Quioto, incluindo sumidouros de carbono, MDL e comércio internacional de emissões. Quanto à energia, o banco de dados de energia neste modelo inclui três categorias de carvão (marrom, preto e carvão de coque) e combustíveis fósseis, bem como de energia elétrica e indústrias intensivas de energia principais que influenciam o consumo de energia. e) MMRF O Modelo Verde de Previsão Multi-Regional é um modelo de equilíbrio geral computadorizado destinado ao setor energético (setor residencial e indústria), desenvolvido pelo Centro de Estudos de Política (COPS) da Univesidade de Monash, e tem como característica ser um modelo multi-regional, equilíbrio dinâmico geral computadorizado. Numerosas aplicações de MMRF foram utilizadas por organizações comerciais e governamentais, tais como para análise de efeitos regionais sobre políticas nacionais e para análise de efeitos de projetos específicos de infraestrutura na região. 12 O modelo MMRF inclui módulos de energia e de gás na contabilidade de emissões para cada setor e regional. O modelo contém representações explícitas de comércio intra-regional, inter-regional e fluxos de comércio internacional como base em regionais tabelas de insumo-produto, incluindo dados detalhados sobre governos estadual e federal referente a orçamentos. Cada região é modelada como um mini-economia, o que torna o modelo idealmente adequado para determinar o impacto de específicos choques econômicos. Resultados do modelo MMRF incluem projeções de vários dados econômicos, tais como, o PIB (nacional e regional), emprego (nacional e regional), balança de comércio, etc Por outro lado, ele também inclui outras informações, tais como, o uso de energia por combustível (regional, nacional) e as emissões de GEE por combustível. Ele também fornece informações detalhadas sobre as emissões de GEE de acordo com a agente emissor, emitido na região em relação a diversas atividades (queima de combustíveis diferentes). Emissões geradas sem combustão, são também dectadas proporcionalmente à saída das indústrias relacionadas. II. Modelos de Dados de Atividade a) E4CAST E4cast é um modelo de equilíbrio parcial, desenvolvido pela ABARE em 2000, que fornece informações detalhadas sobre o setor energético australiano, referente ao que representa a produção de energia, comércio e consumo no país em uma forma abrangente. O modelo E4cast foi usado na Comunicação Nacional Australiana para projetar energia e emissões de CO2 equivalente, no entanto, ele não tem qualquer estrutura para calcular as emissões de GEE dos parâmetros previstos. E4cast projeta o consumo de energia por tipo de combustível, indústria, estado ou território, em uma base anual e eficiência energética se presume a melhorar ao longo do tempo em todos os setores de uso final. A energia é distinguida entre consumo de uso final e primário. Dois tipos de combustíveis são modelados (primário e final) e as indústrias estão divididos em dois tipos: conversores de energia e usuários finais. Alguns dos parâmetros utilizados para aproximar as interdependências entre produção de energia, conversão e tendências de consumo referentes a renda real produção, industrial, preços de combustível e melhoria da eficiência energética. E entre atividades de conversão (geração de energia elétrica e de refino de petróleo) fornecimento de energia para os usuários finais, tais como transporte, manufatura, mineração, agricultura, residencial e comercial. As funções de demanda dos principais tipos de combustíveis (como eletricidade, gás natural, carvão e derivados de petróleo) foram estimados econométricamente e incorporados preço próprios, preços transversais, renda ou atividade, e os efeitos da mudança técnica. 13 b) IKARUS-MARKAL É um modelo ad-hoc que descreve o fluxo de energia do setor primário para setores de utilização final, desenvolvido no projeto alemão IKARUS: Energietechnische Perspektiven für Deutschland. Com o objetivo de tornar as técnicas de cenários possíveis para indicar os impactos das estratégias de ação economicamente adequadas para a proteção de impactos ao clima e identificar o custo-benefício em campos de ação. IkarusMarkal é um modelo top down de programação linear baseado em processos de otimização que descreve o fluxo de energia entre o setor de energia primária e os setores de uso final de energia, como: indústria, transportes, família e pequenos consumidores de energia. Este é um modelo de otimização dinâmica linear, que representa todas as áreas do sistema econômico, resultando em um sistema de energia em que a demanda de energia por serviços é definida pelo preço de energia e medidas políticas. No entanto, com este modelo, é impossível calcular as emissões de GEE dos parâmetros previstos. III. Outros Modelos Os seguintes modelos são outros modelos gerais, também disponíveis para comparação e análise, portanto, vamos examinar estes modelos, afim de aprimorar os aspectos e elementos técnicos do modelo ad-hoc destinado a Cabo Verde. Tabela 2: Outros Modelos Classificados MODELOS DUAL POLES SETORES ENERGÉTICOS MedPro SGM LEAP 14 a) POLES Modelo Poles, sigla em Inglês (Prospective Outlook on Long-term Energy Systems), é um modelo de equilíbrio geral dinâmico desenvolvido por Enerdata, com o objetivo fornecer previsões sobre todos os setores energéticos mundiais. É um modelo econométrico com dados de informações mundiais de equilíbrio parcial, desenvolvido em colaboração com LEPII (ex-IEPE Instituto de Política de Energia e Economia) e pelo Instituto de Estudos de Prospectiva Tecnológica (IPTS). Este modelo é um modelo de simulação mundial para o setor de energia, o qual projeta sua demanda e oferta, desenvolvido no âmbito de uma estrutura hierárquica de sub-modelos interligados a nível internacional (7 regiões do mundo), regional (11 sub-regiões mundiais) e a nível nacional (32 países). A dinâmica do modelo esta baseada em um ano pelo processo de simulação anos em relação a demanda e oferta de energia com ajustes defasados por preços e por ciclo de feedbacks através dos preços internacionais de energia. As previsões de energia são realizadas em três níveis: demanda final de energia elétrica, derivados de petróleo, etc (módulos de demanda como MAED, Medee); produção de eletricidade e sua demanda de energia relacionada (modelos de eletricidade como o módulo de WASP); produções de combustíveis fósseis e afins transformação (como o módulo BALANCE). Todos os módulos são utilizados no modelo ENPEP permite conexões entre eles. Os dados do balanço de energia do banco de dados internacional de energia (que inclui também dados macroeconômicos internacionais) são usados para simular o desenvolvimento de tecnologia para o fornecimento de electricidade, as emissões de CO2, análise de políticas de redução de CO2 e os valores de carbono. 15 b) MedPro MedPro é um modelo de uso final de energia desenvolvido por Enerdata com ênfase especial sobre as previsões de GEE. MedPro é um modelo bottom-up, que pertence à família de modelos MEDEE, desenvolvido pela Enerdata. Este modelo tem ênfase especial sobre as previsões de GEE que são exibidos como futuros inventários de GEE de acordo com a metodologia da UNFCCC. MedPro é composta de um modelo de núcleo, implementado automaticamente para os setores selecionados, e uma série de opcionais sub-modelos. Este modelo considera cinco setores separadamente: indústria, residência, comércio, transporte e agricultura, que apresentam uma actividade económica ou um consumo de energia específica em maior detalhe. A demanda final de energia de cada setor pode ser simulado separadamente, com base na projeção comum do ambiente macro-econômico e demográfico. Além disso, este modelo pode ser usado para fins políticos e estratégicos. Em primeiro lugar, para produzir uma visão das consequências no país nas atuais evoluções sócio-econômicas e tecnológicas e, segundo, para avaliar a mudança provocada pela eficiência energética, substituição de energia e as políticas de mitigação de GEE e medidas comparando a um cenário de "linha de base". Por um lado, MedPro possui três categorias de dados de entrada: dados macro-econômicos da contabilidade nacional e estatísticas macro-econômicas; dados demográficos de estatísticas demográficas e sociais, e dados sobre o preços da energia no mercado internacional. Os dados resultantes do modelo MedPro são de cinco tipos: resultados intermediários em todas as variáveis calculadas pelo modelo; projeções de demanda de energia para todos os setores e utilizações finais / subsectores, por tipo de energia; indicadores setoriais para verificar a coerência econômica das projeções (intensidades energéticas, os coeficientes de orçamento); projeções emissões CO2 e energia, com os mesmos detalhes mais o setor de transformação de energia (centrais eléctricas, refinarias ) e as previsões de carga de energia elétrica. 16 c) SGM O modelo de segunda geração é um modelo de equilíbrio geral desenvolvida pelo Laboratório Nacional Nordeste Pacífico & Instituto de Pesquisa Global Universidade de Maryland, com a finalidade em prever todo o setor energético mundial, porém ele só se aplica em regiões específicas designadas pelo modelo. O modelo SGM é um modelo de equilíbrio geral, concebido especificamente para analisar questões relacionadas com, economia, energia e as emissões de GEE. O modelo tem como caractreística: 14 regiões globais (EUA, Canadá, México, Europa Ocidental, Europa Oriental, antiga União Soviética, China, Índia, Brasil, Japão, Coréia do Sul, Austrália / Nova Zelândia, Oriente Médio, Resto do Mundo), emissões de gases de efeito estufa, vários estoques de capital, conexões explícitas entre tecnologia e economia, tratamento explícito de energia e estoques de terra o qual é desagregada para refletir a importância relativa dos setores na determinação das emissões de GEE. O modelo SGM foi projetado desde o início para lidar com problemas relacionados a mudança climática com foco especial sobre as emissões de gases de efeito estufa e sua relação com a economia. Para entender a estrutura da SGM e seus aspectos particulares de atividade econômica foram escolhidos outros dados de menor ênfase, afim de se entender a relação entre as emissões de gases de efeito estufa relacionados e mudança climática. Portanto, aspectos de ciências físicas têm um papel importante na formação dos aspectos economia enfatizados. d) LEAP Model O modelo LEAP, alternativos sistemas de planejamento energético de longo alcance, é um quadro contabilístico, fácil de ser usado, baseado em cenários, integrando energia-ambiente com a construção ferramentas para o modelo. O âmbito de aplicação deste modelo englobam: demanda de energia, abastecimento de energia, recursos, cargas ambientais, análise custo-benefício e as emissões não energéticas do setor. O modelo LEAP servi como uma ferramenta para estudos estratégicos integrando energia-ambiente em estudos de cenários, incluindo: perspectivas energéticas (previsão), planejamento integrado de recursos, análise de mitigação de gases do efeito estufa, balanços de energia e inventários ambientais. O modelo também mostra as dimensões da demanda de energia e apresenta uma contabilidade hierárquica da demanda de energia (níveis de atividade intensidades x energia). O modelo é uma ferramenta de modelagem integrado que pode ser usado para controlar o consumo de energia, produção e extração de recursos em todos os setores de uma economia e para incluir tanto os setores de energia e não-energia que são fontes de emissões de GEE e também quanto a sumidouros de CO2 Além de monitorar os GEE, LEAP também pode ser usado para analisar as emissões de poluentes atmosféricos locais e regionais, tornando-o adequado para estudos do clima e co-benefícios de redução local de poluição do ar. 17 As capacidades de modelagem do LEAP operam em dois níveis básicos conceituais: um nível para cálculos incluindo "não controversas" de energia, emissões e cálculos de custo-benefício de contabilidade e um segundo nível, onde usuários inserem em uma planilha expressões que podem ser usadas para especificar tempo e variação de dados ou para cria sofisticados modelos multi-variáveis, permitindo abordagens econométricas e simulação para ser incorporado no quadro da LEAP contabilidade geral. LEAP é projetado em torno do conceito de longo alcance análise de cenários. Cenários são auto-consistentes histório de como um sistema de energia pode evoluir ao longo do tempo. Usando LEAP, analistas podem criar e avaliar cenários alternativos, comparando necessidades de energia, custos benefícios sociais e seus impactos ambientais. 2.1. Análise de modelos A seção anterior descreveu os modelos que aparecem nas comunicações nacionais publicados pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas UNFCCC. Esta seção irá mostrar uma avaliação variáveis com a finalidade de comparar os modelos acima mencionados, de forma objetiva. As principais características de todos estes modelos será mostrada em forma resumida e analisada, de acordo com os seguintes parâmetros: Nome do Modelo Autor: a organização (que pode ser uma organização pública ou empresa privada) que desenvolveu o modelo. Regiões: o país ou países que têm usado este modelo em sua comunicação nacional ou em outros projetos. Tipo: âmbito setorial (demanda, abastecimento, energia, modelo, etc) e como funciona a previsão dos seus resultados. Top-down: em uma maneira Top-down, se permite uma visão geral do sistem formulado a partir da composição de sub-sistemas. Cada subsistema é então refinado em detalhe, em outros níveis de subsistemas adicionais, até que seja reduzida a elementos de base. Bottom up: em uma maneira bottom-up, micro elementos básicos do sistema são os primeiros a ser especificados em grande detalhe. Estes elementos são então conectados em conjunto para formar os subsistemas de maiores dimensões, até um sistema de nível superior completo seja formada. Equilíbrio: os modelos econômicos baseados podem ser concebidos como modelos de equilíbrio geral ou parcial. Modelo de otimização: tipo de modelo matemático que tenta otimizar (maximizar ou minimizar) uma função objetiva sem violar as restrições de recursos. 18 Modelo Linear / não-linear: o primeiro requer apenas equações algébricas lineares, as técnicas são chamadas de programação linear, para modelos que requerem equações mais complexas, é chamado de programação não-linear. Combinação de Módulos: muitos modelos combinam diferentes sub-modelos. Em teoria, todos os modelos tentam funcionar como uma unidade para incluir todas as emissões de gases de efeito estufa e setores. Na prática, a maior parte, dependem de cálculos a partir de fontes exógenas diferentes. Ad-hoc: um modelo desenvolvido especificamente para o país ou região com alto grau de detalhes para suas especificações e evita generalizções. Uso final de energia consumido pelos setores: Residencial Transporte Comércio Indústria Agricultura Outros Relações: interconexões básicos que fundamentam o modelo que podem ser vista, tais como: demanda de energia e equilíbrio entre a oferta ou dados de entrada. Dados de Entrada: dados necessários para alimentar o modelo para o seu funcionamento Dados Resultantes: os dados que o modelo vai mostrar como resultado dos seus cálculos. Classificados em dois tipos: Emissões de GEE Projeções de dados de atividade Disponível publicamente: indica se o modelo esta disponível publicamente ou não. 19 2.2. Principais Dados Identificados Os seguintes gráficos mostraram os modelos analisados de acordo com suas diferentes aspectos: principais características, alcance e arquitetura técnica. Tabela 3: Principais Características Fonte: Elaboração Própia. 1 2 Nome do Modelo ENPEP DTI Modelo Energético 3 Sistema Nacional de Modelização Energética Autor Regiões LaboratórioNacional de Argonne Turquia Departmento de Comércio e Indústria do Reino Unido Reino Unido Administração Informação Energética do Departamento Americano Energia U.S.A. Tipo Setorial top-down equilíbrio/modelo meio ambiente Combinação de AdModelos hoc 10 modulos Não Top-down modelo de demanda Submodelos: Sim usuário final sector energético e abastecimento de eletricidade. Modelo Econômico Energético 13 módulos: Sim 4.Elementos fonecedores modulos (óleo e gás natural transmissão e distribuição, carvão, combustíveis renováveis) 2. Módulos de conversão (electricidade e equilíbrio de petróleo) 4. Módulos de uso de demanda final (residêncial, comercial, de transporte e indústrial) 20 1.Módulo que fornece um mecanismo para se conseguir um equilíbrio de mercado em geral entre todos os outros módulos (módulo de integração) 3 módulos: população, equilíbrio e meio ambiente 4 Modelo de Comércio Global e Meio Ambiente Escritório Australiano Austrália de Agricultura e Recursos Econômicos Modelo de equilibrio geral bottom-up 5 Modelo Verde de Previsão Multi – Regional 6 IKARUSMARKAL Centro de Estudos de Austrália Políticas (COPS) da Universidade Monash Modelo de quilibrio Geral Computável Não Forschungszentrum Jülich GmbH und Technologische Entwicklung Bottom-up Sim 7 E4CAST Alemanha Escritório Australiano Austrália de Agricultura e Recursos Econômicos Modelo de equilíbrio parcial Sim O modelo inclui Sim 18 combustíveis, 27 setores indústriais e 7 regiões. 21 Tabela 4: Alcance Fonte: Elaboração Própia. SETORES Nome do Modelo Setor Combinação de Energtico Módulos Primário Ad-hoc Energia Residêncial Transporte Comercial Agricultura Outros ENPEP x 10 módulos Não X X X X X - DTI Modelo Energético x Submodelos: usuário final setor energético e abastecimento de eletricidade Sim X X X X X - x 13 módulos Sim X X X X X - 3 módulos: econômico, populacional e de meioambiente Não X X Não X IKARUSMARKAL Modelo de otimizaçã o dinâmica baseado em processo linear Sim X E4CAST Modelo de equilíbrio parcial Sim Sistema Nacional de Modelização Energética Global Trade and Environment Model Modelo Verde de Previsão Multi Regional Usuário primário e final X - - X X X - - 22 Tabela 5: Arquitetura Técnica Fonte: Elaboração Própia. Dados Resultantes Nome do Modelo 2 Relações 1 ENPEP Equilíbrio energético entre demanda e abastecimento de energia DTI Demanda Energético, fornecimento energético, atividade econômica e preço de energia. Informações que alimentan o modelo Sistema baseado Sim em ano base de fluxo de energético, os preços, projeções de crescimento de demanda de energia, limitações de políticas. Crescimento do Sim PIB, indústria, preço de combustível fóssil e crescimento demográfico. GHG emissions Projeções CO2, CH4, VOC, SOX, NOX, CO PIB Consumo de Combustível. Preço de Energia CO2 Preço de combustível fóssil e crescimento demográfico e econômico. Público Sim Sim 23 3 Sistema Nacional de Modelização Energética Equilíbrio entre abastecimento e demanda de consumo Fornecimento: petróleo e gás, gás natural, carvão e tipos de energia renováveis. Conversão: energia elétrica e de petróleo, modelos de refinarias. Demanda: residêncial, industrial, comercial e de transporte. Atividade macroeconômica: energia e interação economia. Módulo de Integração: o equilíbrio do mercado geral entre todos os modelos. Sim CO2 e CH4 sistema energético Sim PIB e emprego agregado nacional, produção setorial, valor acrescentado e emprego por região. Pagamento da balança comercial, uso de energia por combustível e região. Estado e território receitas e despesas. Produto interno bruto regional e emprego. 4 Modelo de Comércio Global e Meio Ambiente PIB, preço, consumo, produção, comércio e investimento, eficiência, competitividade e GEE. Não Disponível Sim CO2 N/A 5 Modelo Verde de Previsão Multi Regional Não Disponível Sim - CO2 Não PIB e emprego Sim agregado nacional, produção setorial, valor acrescentado e emprego por região. Pagamento da balança comercial, uso de energia por combustível e região. Estado e território 24 6 E4CAST Produção de Os principais Energia, Comércio motores de e Consumo. consumo são renda real, a produção industrial e os preços dos combustíveis. 7 IKARUSMARKAL Fluxo de Energia do setor primário para o setor de uso final. Não População, Não número de famílias, o tamanho médio das famílias e do PIB. receitas e despesas. Produto interno bruto regional e emprego. Consumo de Não energia, por tipo de combustível, indústria e território. População, número de famílias, o tamanho médio das famílias e do PIB. Os preços dos combustíveis. Energia primária (nuclear, renovável, gás, petróleo, linhito e carvão duro). Não 25 2.3. Outros modelos A principal diferença entre os modelos anteriores é que todos os modelos estudados são públicos e foram desenvolvidas para diferentes propósitos e diferentes projetos. Neste estudo, o mais interessante é saber a sua aptidão para ser usado de acordo com a situação socio-econômica de Cabo Verde. Tabela 6: Principais Características Fonte: Elaboração Própia. Nome Modelo Autor 1 POLES Enerdata 2 MEDPRO Enerdata 3 MODELO SEGUNDA GENERAÇÃO Laboratório Nacional Nordeste Pacífico & Instituto de Pesquisa Global Universidade de Maryland. Região 13 regiões N/A 14 Regiões Tipo Combinação de Modulos Equilíbrio Geral Dinâmico Demanda de energia final, energia renovável e difusão de tecnologias. Eletricidade e sistema de transformação. Fornecimento combustíveis fósseis, preços de energia no mercado internacional. Modelo Uso-Use final Equilíbrio Geral N/A N/A 26 4 LEAP Alternativos sistemas de planejamento energético de longo alcance Intituto do Meio Ambiente de Stockholm. Más de 150 paísed al redor do mundo Ferramenta de Software para uso- final em análisis de políticas energéticas e avaliação de mitigação de mudança climática. Combina elementos de otimização, simulação e contabilidade. Opera em dois níveis: as relações fundamentais de contabilidade construídos internamente e os usuários podem adicionar seus próprios modelos de simulação em cima. 27 Tabela 7: Alcance Fonte: Elaboração Própia. SETORES MENCIONADOS Setores de uso-final de energia Setor de Nome do Energia Modelo Primária √ 1 POLES Residencial Transporte Commercial √ √ √ √ √ 2 MEDPRO √ √ √ √ √ - Indústria Agricultura Outros Indústria está dividida entre indústria do aço, química, minerais nãometálico e outras. 3 MODELO DE SEGUNDA GENERAÇÃO √ √ √ √ √ √ - 4 LEAP √ √ √ √ √ √ √ 28 Tabela 8: Arquitetura Técnica Fonte: Elaboração Própia. Dados Resultantes 1 Nome do Modelo POLES 2 MEDPRO Informações que alimentan Relações o modelo Demanda e PIB, taxas de oferta de energia câmbio, preços de com ajuste de energia, custo de preço tecnologias internnational de energéticas, Energia. esgotamento de recursos. Balanço Energético Emissões GEE Sim CO2 e Non CO2 Detalhado balanço Yes energético principal uso final e ano base subsector. Dados sócioeconômicos e técnicos complementários para o ano base. Estoque de habitação por tipo, estoque de veículos por tipo, produção física de indústrias que consumem grande quantidade de energia, específica energia consumida por carros. Histórico variável entre cenário e consumo de energia por setor entre anos e anos mais recente. Cenário variável para captar as tendências sócio econômicas de longo prazo, cenários de políticas energéticas e novas metas de desenvolvimento. CO2 Projeções Preços usuário final. Tendência de preços anuais. Demanda de energia. Resultados intermediários sobre todas variáveis calculadas. Demanda energética, projeções para todos setores e uso final por subsector, por tipo de energia. 29 3 MODELO DE SEGUNDA GENERAÇÃ0 Atividade econômica, consumo de energia e emissões de GEE. 4 LEAP Alternativos sistemas de planejamento energético de longo alcance Demanda energética, abastecimento de energia, recursos, cargas ambientais, custo-benefício análises, emissões de setores não energéticos. A maioria destes aspectos são opcionais. - Cenário de base, integrado com ferramenta de construção de modelos de energia e meio ambiente. Sim Atividade CO2. CH4, N2O economica e consumo de energia Sim Todas Conversão de Emissões Demanda Energética. Conversão Energética. Custo e Meio Ambiente. 30 3.Situação atual em Cabo Verde Esta seção apresenta uma análise cenário energético e emissões de gases de efeito estufa passadas e atuais de Cabo Verde. A partir de informação existente de Cabo Verde, elaborado a partir do seu relatório do inventário nacional de GEE a partir do ano de 2000; Estratégia Nacional de Energia de Cabo Verde para o período até 2020 e a partir de informações existentes Comunicação Nacional sobre Mudança Climática publicados pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 2010. A primeira seção fornece a informações gerais sócio-econômicas sobre Cabo Verde; informações sobre o setor de energia; um breve resumo da Comunicação Nacional de Cabo Verde em relação a Mudança Climática e sobre o Relatório Nacional de Inventário de GEE de 2000. A última seção fornece uma visão geral e análise da Estratégia Nacional de Energia para 2020, apresentando alguns números importantes sobre o combustíveis e demanda e oferta de energia, índices macro-econômicos utilizados no prognóstico, etc 3.1. Comunicação Nacional sobre Mudança Climática em Cabo Verde em 2010 3.1.1. Informações Gerais População: aproximadamente 501,648 habitantes, com media annual de crescimento de 12% desde 2000. Índice de Gini: 0,57. Em Cabo Verde a pobreza ainda é uma questão crítica principalmente devido ao fraco setor produtivo e incapacidade de aumento de geração de renda e empregos na região. Uma pesquisa sobre Condições de Vida em Cabo Verde, realizada pelo Instituto Nacional de Estatística em 2001-2002, indicou que 37% do total da população do país era pobre, a maioria de vivendo em áreas rurais, cerca de 54% foram considerados muito pobres, que representam 20% da população total de Cabo Verde. Expectativa de Vida: em Cabo Verde este dado atualmente se refere a 68.5 anos para homens e 76.3 anos para mulheres. Cabo Verde produz menos de 15% das suas necessidades alimentares. Por esta razão a desnutrição crônica em crianças aparece significamente, apresentando em porcentage em crianças menores de 5 anos 16,2% em 1994 e 15% em 2006; taxa de desnutrição aguda em crianças menores de 5 anos entre 5,6% em 1994, e 7% em 2006. Educação: taxa de educação com nível primário era 95,1% em 2005/2006, nível secundário 58,1% no mesmo período. 31 Tabela 9. PIB disagregado por setor econômico1994-2004. Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). Ano Especificações 1994 PIB 100 1995 100 1996 100 1997 1998 100 Agricultura 11,87 11,95 10,67 9,35 Indústria 20,28 20,62 21,79 20,81 Serviços 67,85 67,43 67,54 69,84 100 8,35 1999 100 2000 2001 100 100 2002 100 2003 100 2004 100 10,55 10,59 10,09 9,2 8,98 8,53 20,05 18,99 17,65 16,53 17,85 17,28 17,05 71,6 70,46 71,76 73,38 72,97 73,74 74,42 Tabla 10. Crescimento e Projeções do PIB. Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre MudançaClimática (2010). 2010 2011 2012 2013 2014 2015 3,55% 14,5% 2% 7,52% 7,24% 7,24% 32 Figura 1. Cabo Verde Energia Consumida por Setor Fonte: INE-CWIQ, 2008 0 13% 19% 68% Setor Primário Setor Secundário Setor Terciário O gráfico também revela a importância do setor de serviços na economia cabo-verdiana. Em 2004, o setor de serviços contribuiu com 74,42% do PIB, sendo o setor de turismo, referente a 17 %. Fraca base agrícola de Cabo Verde é resultante da falta de água na região e reduzida área disponível a agricultura (10%). Neste contexto se verifica a vulnerabilidade do país a choques externos. 33 3.1.2. Previstos Indicadores Macro-econômicos “Combustível e Demanda Energética” Tabela 11. Informações Gerais sobre Energia Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). Fonte de Combustível para Consumo Interno Energia Doméstica área urbana/ área rural Diesel óleo 41% Gás Butano 69, 49% Lenha 19.40% Lenha 22,43% / 85,72% Fuel 16% Outros resíduos 7,67% No que diz respeito à energia interna, o combustível mais consumido nas áreas urbanas é de gás butano (69,49%), seguido por lenha (22,43%) e outros resíduos (7,67%). Nas áreas rurais, o combustível mais consumido é a lenha, o que representa 85,72% para uso em cozinha. O gás butano sofreu um aumento substancial nas últimas décadas, tanto em áreas rurais e como urbanas (de 1980 a 1990, o consumo aumentou 330% e entre 1990 e 2000, 40%). Em 2001 se registou uma variação negativa, possivelmente pelo aumento nos preços do gás. Atualmente, o gás butano é usado como a principal fonte de energia doméstica (56,8% dos domicílios). 34 3.1.3. Recursos e Fonecimento de Energia e Combustíveis Tabela 12. Produção Elétrica (MWh) Fonte: Informe anuais Electra. PROUÇÃO (MWh) Diesel Energia eólica 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 212.383 229.132 241.709 260.465 279.645 290.273 314.315 6.430 6.450 7.441 6.869 5.510 4.661 1.992 0 0 0 0 0 0 2.105 2.137 476 1.772 1.185 640 0 0 220.950 236.058 250.922 268.519 285.795 294.934 318.412 Solar fotovoltaica Térmica (vapor) Total Tabela 13. Capacidade Instalada (MW). Fonte: Informe anuais Electra. POTENCIA (MW) Diesel 2004 76,00 2005 76,00 2006 67,20 2007 71,00 2008 85,40 2009 83,24 2010 82,45 2011 100,00 Energía eólica 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 28,60 - - - - - - 7,50 7,50 Solar fotovoltaica 35 3.1.4. Relatório do Inventário Nacional de 2000 No ano 2000, estas emissões foram estimadas em 2,03 Gg NOx, CO 16,87 Gg e 2,74 NMVOC Gg. Em termos de CO2eq, usando a equivalência fator de Potencial de Aquecimento Global (GWP), de 21 de metano e 310 para o óxido nitroso. As emissões diretas de GEE em Cabo Verde entre 1995 e 2000, sofreram um aumento de 11,3%. A principal fonte destas emissões de GEE em Cabo Verde correspondem ao setor de energia 92,9% das emissões de CO2 pela queima de combustíveis fósseis. Figura 2. Cabo Verde Emissões de CO2 % de Participação e Variação por Setor. Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). Participação em 2000 Variation 1995-2000 100 92,9 54,9 44,5 31 31,4 27,8 6,8 Energia 10,214,1 -1,5 Indústrias Indústrias em Transporte Energéticas Geral 7,1 -61,7 Outros usos Mudança de Uso de Terra e Forestal 11,7 Total 3.1.4. Relatório do Inventário Nacional do ano 2000 As emissões diretas de GEE em Cabo Verde entre 1995 e 2000 sofreram um aumento de 11,3%. A principal fonte dessas emissões de GEE em Cabo Verde corresponde ao setor de energía com 92,9% das emissõees de CO2 geradas pela queima de combustíveis fósseis. 36 Figura 3. Cabo Verde % de Emissões de CO2 em 1995. Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). Figura 4. Cabo Verde % de Emissões de CO2 em 2000. Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). 37 Figura 5. Cabo Verde Emissões de CO2 figures de 1995 e 2000. Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). 38 Tabela 14. Cabo Verde Inventário de Emissões de GEE em 2000. Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). Cabo Verde Inventário nacional de emissões antropogénicas de gases de efeito estufa por fontes e absorções de todos os gases de efecto estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal e os precursores dos gases de efeito estufa, ano 2000. Fontes de emissões de gases de efeito estufa e categorias de sumidouro Emissões nacionais totais e absorções Emissões de Absorções CO2 (Gg) de CO2 (Gg) CH4 (Gg) N2O (Gg) Nox (Gg) CO (Gg) NMVOCs (Gg) SOx (Gg) 306,796 0,000 3,279 0,301 2,082 16,871 2,739 0,000 284,953 0,000 0,297 0,008 2,021 16,784 1,527 0,000 284,953 0,297 0,008 2,021 16,784 1,527 0,000 1. Indústrias energéticas 96,223 0,007 0,001 0,261 0,040 0,013 0,000 2. Indústrias manufactura e de combustão 20,800 0,003 0,000 0,059 0,102 0,004 0,000 136,658 0,013 0,002 1,497 3,802 0,739 0,000 4. Outros setores 31,271 0,274 0,005 0,203 12,840 0,772 0,000 5. Outros setores 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1,167 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1. Energia A. Combustão de combustível (enfoque sectorial) 3. Transporte B. Emissões fugitivas dos combustíveis 1. Combustíveis sólidos 2. Petróleo, gás natural 2. Processos industriais 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 A. Produtos minerais 0,000 B. Indústria química 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 C. Produção de metal 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 D. Outra produção E. Produção de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre F. Consumo de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1,167 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 G. Outros 3. Uso de solvente e outros produtos 4. Agricultura A. Fermentação entérica 0,000 0,000 1,921 0,293 0,045 0,007 0,087 0,000 0,000 1,767 B. Manejo de dejetos 0,150 C. Cultivo de arroz 0,000 0,000 0,000 0,000 39 D. Solos de agricultura 0,292 0,000 E. Queima prescrita de savanas 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 F. Queima no campo de resíduos agrícolas 0,004 0,000 0,007 0,087 0,000 G. Outros 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1,061 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 5. Mudança de uso de terra e florestal 21,843 0,000 A. Mudança nas florestas e outros estoques de madeira 21,843 0,000 B. Reconversão de florestas e pastagens 0,000 0,000 C. Abandono de terras manejadas D. Emissões de CO2 e absorções do solo E. Outros 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 6. Resíduos A. Eliminação de resíduos sólidos no solo 1,029 B. Tratamento de águas residuais C. Incineração de resíduos D. Outros 7. Outros Parte informativa Transporte Internacional Aviação Marinho Emissões de CO2 por biomassa 0,032 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 287,968 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 201,631 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 86,337 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 127,159 40 3.2. Estratégia de Desenvolvimento 3.2.1 Análise da "Estratégia Nacional de Energia para 2020" . Plano Energético de Cabo Verde para os próximos 10 anos, visa mitigar as emissões de GEE e alcançar a segurança energética e desenvolvimento sustentável. A proposta do governo de Cabo Verde pretende alcançar uma taxa de penetração de energias renováveis de 25% em 2011, 50% até 2020, tendo pelo menos uma de suas ilhas com 100% de fontes renováveis de energia e ao mesmo tempo promover: conservação e eficiência no setor de energia; lidar com fraudes e perdas de energia; abertura no setor; expansão da capacidade de produção de electricidade; aumentar a eficiência de produção e distribuição. Além de conseguir dar maior resposta às necessidades energéticas no país, garantindo assim uma cobertura de 95% de eletricidade até 2011, 100% em 2015 e uma maior qualidade, confiabilidade e redução do custo de energia elétrica. Figura 6. Mix Energético para Diferentes Cenários. Fonte: Gesto 2011 Data. 100% 90% 80% 70% 60% 50% convencional 40% suw solar 30% eólica 20% 10% 0% CM CE 2012 50% CM CE 50% CM 2015 CE 50% 2020 Cenário de Mercado (CM) Cenário Econômico (CE) Cenário com 50% de Energias Renováveis. 41 Tabela 15. Presença de Energia Renovável em Cabo Verde Fonte: UNFCC, Cabo Verde, Segunda Comunicação Nacional sobre Mudança Climática (2010). Energia Renovável Número de projetos Capacidade instalada (MHw) Eólica 21 180 Solar PV 17 341 Ondas 2 10,5 MSW 2 7,5 Calor Geotérmico 4 5,0 Total 589 42 4. Identifição do modelo aplicável A elaboração de um modelo ad-hoc parece ser o mais adequado para o país, no que diz respeito à quantidade de informações disponíveis publicamente fornecendo dados relevantes para o modelo o qual incluiem: O balanço de energia em 2004 (último disponível), incluindo a quantidade de produtos derivados de petróleo usado pelos diferentes sectores; os dados de eletricidade publicado no relatório anual da compania Electra, empresa concessionária Cabo-verdiana; as informações sobre o produto derivados de petróleo importado e exportados publicado pela ENECOL; a previsão econômica do Fundo Monetário Internacional. O Plano Nacional de Ação para Energias Renováveis, publicado pelo Ministério do Crescimento Econômico e Competitividade de Cabo Verde Primeira e Segunda comunicação Nacional de Cabo Verde publicada pela UNFCCC; todas as informações oficiais relevantes sobre os planos futuros. Além disso, o desenvolvimento do modelo foi baseado nas seguintes características: 1. Oficialidade: devido ao seu uso futuro, o Governo de Cabo Verde, o modelo deve ser baseado em dados oficiais. 2. Dinamismo: para lidar com a sua estrutura de longo prazo, o modelo deve levar em conta não somente dados usuais dos modelos econômicos, mas também questões relacionadas com a mudança tecnológica no futuro. 3. Revisão bottom-up: este método de análise leva em conta previsões setoriais incluídas nos documentos oficiais, de modo a proporcionar o uso e adaptação para necessidades futuras. A escolha na elaboração de um modelo ad-hoc usando uma abordagem bottom-up devido a suas características o qual permitem projeções energéticas e econômicas para Cabo Verde mediante a introdução e diferentes variáveis que influenciam o equilíbrio de energia do país. Portanto, a abordagem bottom-up foi usada nos principais setores econômicos de Cabo Verde, como a eletricidade, a dessalinização de água, indústria, residencial, turismo, outros serviços. O qual também permitio o desenvolvemento de dois cenários econômicos: um pessimista e outro otimista. Afim de se alcançar a formulação de uma ferramenta útil concebida para indicar as projeções de médio e longo prazo, de demanda de energia, de acordo com diferentes cenários econômicos. 43 4.1. Critério de avaliação geral Uma das principais conclusões é que, os dados previstos pelas autoridades administrativas de Cabo Verde na área relacionada necessita melhorias devido a sua incompletude, por essa razão, foi considerado o melhor aprovietamento das informações disponíveis para a identificação de um modelo aplicável ao país. Modelos pré-fabricados e disponíveis ao uso requerem dados precisos para funcionar corretamente, enquanto que, um modelo ad-hoc pode ser desenvolvido tendo em conta a informações com limitações, um fator que garante que o modelo poderia funcionar adequadamente no presente caso. Em relação à flexibilidade e adaptabilidade, um modelo ad-hoc é muito mais flexível do que um modelo préfabricado, porque, ele pode ser desenvolvida tendo em conta a informação disponível. Em contra partida modelos pré-fabicados são impossíveis de ser adaptadas com a informação disponível, assim como com as necessidades de sua utilização Outra vantagem é o fato que modelos ad-hoc podem ser desenvolvidos para um alvo preciso, sem ser experimentado anteriormente, este aspecto dá mais legitimação aos modelos ad-hoc. 44 5. Descrição do Modelo e Metodologia 5.1. Escolha de Metodologia O modelo de projeção energética CaVE desenvolvido por Factor CO2 é um modelo ad-hoc baseado na modelizção setorial histórica que considera diversos parâmetros os quais serão posteriormente analizados. A idea principal é poder comparar dois cenários “tendenciais” segundo dois cenários de dados econômicos; o primero chamado “otimista”, com uma taxa de crescimento superior ao “pessimista”, que considera previsões macro-econômicas do Fundo Monetário Internacional1. Estes cenários desenvolvidos a partir do crescimento médio anual sobre a demanda energética prevista pelo cenário intermédio do Plano de Energía Renovável a 2020 de Cabo Verde. A continuação se resume os três cenários usados: Tabela 16. Descrição dos cenários escolhidos. Fonte:Elaboração Própria Crescimento econômico Variáveis técnicas Pessimista PIB Pessimista Históricas Otimista PIB Otimista Históricas Plano PIB Otimista Plano Ambos modelos possuem como ponto de partida o balanço energético desenvolvido em 2004, indicando a energía primária (expressada em TEP) usada por diferentes atividades de setores. Uma extrapolação dos dados de 2004 foram elaborados até 2011, considerando a quantidade total de energia primária importada anualmente por Cabo Verde, e a taxa de crescimento da demanda energética histórica de cada setor entre 2004 e 2011. 1 World Economic Outlook Database, Fundo Monetário Internacional. 45 A continuação, se indicam os resultados do balanço energético para 2004 e 2011: Tabela 17. Balanços Energéticos. Fonte: Elaboração própia e Cabo Verde Revisão de Gestão da Despesa Pública e Responsabilidade Financeira. TIPO DE INDÚSTRIA Eletricidade Produção de água Indústria Transporte Residencial Turismo Outros serviços CONSUMOS ENERGIA DIESEL Gás, Gasolina, Jet A1, Gasóleo, Diesel PETRÓLEO (TEP) 2004 PETRÓLEO (TEP) 2011 50.198,00 69.043,54 5.131,00 5.567,20 4.256,00 6.462,00 55.064,00 66.196,50 12.565,00 19.960,30 1.292,00 2.935,60 1.328,00 2.016,30 129.834,00 172.181,40 Diesel Gasóleo Gasolina, Jet A1, Gasóleo, Diesel Gás + Petróleo Gás Gasóleo + petróleo Total Evolução (%) 38% 9% 52% 20% 59% 127% 52% 33% O modelo tambén inclui um módulo de emissões, onde foi obtida a evolução de demanda para cada combustível até 2020. Potanto, também foi possível projectar as emissões de CO2 devido ao seu uso (ver apartado 5.5). A continuação, se expõe o esquema resumindo o modelo ad-hoc CaVE: 46 Figura 7. Descrção do modelo definido. Fonte: Elaboração própia. Baseado na modelização setorial histórica: Modelo energético ad-hoc para Cabo Verde Baseado na modelização setorial histórica Modelo de regressão lineal múltipla que tem em consideração diversos parâmetros 47 5.2. Descrição dos Cenários (tendências e de plano) 5.2.1. Cenários Tendênciais: regressão lineal múltipla Como foi explicado anteriormente, foram elaborados dois cenários econômicos baseados em duas projeções do PIB, uma vez que o Fundo Monetário Internacional fez previsões do PIB até 2017. No cenário otimista, foi utilizado a taxa de crescimento médio anual de demanda energética do cenário intermediário do Plano de Energia Renovável a 2020, onde há um aumento maior em respeito ao cenário pessimista do FMI, portanto, se foi chamado “cenário otimista”. A continuação se ilustra a diferença entre os dois cenários. Figura 8. Cenários econômicos. Fonte: Elaboração própia. Comparação dos dois cenários econômicos 80.000,00 70.000,00 60.000,00 PIB 50.000,00 40.000,00 30.000,00 Pessimista Otimista 20.000,00 10.000,00 - 48 Os cenários tendênciais serão construídos a partir de uma regressão lineal múltipla para cada setor, cujo resultado será uma equação por setor e por cenário, permitindo projectar a demanda futura se baseando na modelização histórica. A equação obtida será com este tipo: , Onde: Yt representa a variável dependente, da demanda energética (expressada em TEP). βn os diferentes coeficientes calculados pelo modelo. Xn são as variáveís independentes, os diferentes parâmetros selecionados para explicar a variação de demanda energética setorial. Os distintos parâmetros foram escolhidos para a obtenção de uma certeza maior que 90% exceto para alguns setores excepcionais. Esto se consegue mediante a seleção de parámetros que definen o modelo. A modelização por setor foi efetuada baseándo-se nos parâmetros os quais serão analizados em más detalhe na seguinte seção): 49 Tabela 18. Parâmetros usados. Fonte:Elaboração própria. Setores Eletricidade Parâmetros PIB Global População com accesso a eletricidade Turismo Número de noites de turistas no país PIB setorial Residencial Crescimento da população Sustituição de biomassa por gás Transporte Diferenciação por tipo de combustível Jet A1: PIB setorial e movimento de aviões Gasóleo: PIB setorial, movimento de naves, e proporção de impostos sobre a importação de produtos de petróleo/ subsídios a venda Gasolina: PIB global, número de veículo e proporção Outros PIB setorial serviços Industrial PIB setorial Água Autoconsumo elétrico de Electra Produção anual de água PIB setorial 50 5.2.3. Cenários Plano: Taxa de crescimento por setor. O cenário energético “de Plano” utiliza a taxa média anual de crescimento de demanda energética por sector prevista no cenário medio do Plano de Energia Renovável a 2020. Esta taxa se aplica a demanda energética setorial (expressada em TEP) a partir de 2011. Este crescimento considera as diferentes evoluções econômicas e técnicas esperadas, como por exemplo um accesso maior a energia pelo setor residencial, um acceso maior pela população a água desalinizada, ou um forte crescimento no setor de turismo. Ou seja, inclui as medidas planificadas pelo Plano. Assim mesmo, é interessante destacar que este cenário sozinho corresponde ao cenário econômico otimista. 51 5.3. Presentação dos dferentes setores. A continução se presentaram os diversos setores e os diferentes cenários: ELETRICIDADE Cenários Tendênciais Contexto geral Em 2004 o setor eletricidade consumiu 50.198 TEP de energia primária, o que corresponde a quasi 40% do total balanço energético. Se consume sobre todo gasóleo e diesel como energia primária. Aproximadamente, somente 18.800 TEP elétricos de energia final são produzidos (eficiência: 38%). A empresa pública Electra tem o monopólio de produção e distribuição de eletricidade. A continuação se expõe os dados históricos de capacidade elétrica instalada no país2: POTÊNCIA (MW) 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Diesel 76,00 76,00 67,20 71,00 85,40 83,24 82,45 100,00 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 28,60 - - - 7,50 7,50 Energía eólica Solar fotovoltaica 2,10 - - - Se pode observar o surgimento de 26,5 MW de energia eólica em 2011, alimentado por quatro projetos de MDL, de propriedade conjunta do governo de Cabo Verde, da Infraco e Electra. 2 Informes anuais Electra: www.electra.cv 52 Os dados relativos a geração elétrica por tipo de tecnologias se expõe a continuação: PRODUÇÃO (MWh) Diesel 2004 212.383 2005 229.132 2006 241.709 2007 260.465 2008 279.645 2009 290.273 2010 314.315 Energía eólica 6.430 6.450 7.441 6.869 5.510 4.661 1.992 Solar fotovoltaica 0 0 0 0 0 0 2.105 Térmica (vapor) 2.137 476 1.772 1.185 640 0 0 Produção total (MWh) 220.950 236.058 250.922 268.519 285.795 294.934 318.412 Autoconsumo 32.388 33.499 32.078 32.286 32.883 32.760 30.821 Perdas 53.028 40.883 54.069 67.761 76.559 77.064 83.198 Demanda (MWh) 167.922 195.175 196.853 200.758 209.236 217.870 235.214 O autoconsumo corresponde a eletricidade utilizada pela empresa Electra para: produção de eletricidade e desalinização de água. Parâmetros usados para modelizar Se usam: O PIB (otimista e pessimista) A população com accesso a eletricidade Em 2011 80% da população teve accesso a eletricidade, se considera proporção até 2020. As previsões de crescimento da população são derivadas pelo FMI3, o qual prevê um crescimento da população em 1% anuamente. Equações usadas Otimista: Demanda (MWh) = -0,00494* PIB Global (Opt) -0,157891* População com acesso a eletricidade 124.624,43 Pessimista: Demanda (MWh) = -0,00762 * PIB Global (Pes) + 4,1789 * População com acesso a eletricidade – 3 World Economic Outlook Database, Fundo Monetário Internacional. 53 1.217,92 Comentários: Os cenários tendênciais que correspondem aos cenários de linha base, se mantém a mesma capacidade instalada que 2011, com aumento das horas de funcionamento das plantas térmicas para satisfazer a demanda projectada. As perdas elétricas se mantem estáveis todos os anos. Resultados A continuação se ilustram os resultados da produção a 2020 para os dois cenários: Produção Total (MWh) 900.000,00 800.000,00 700.000,00 600.000,00 500.000,00 Produção total (MWh) Otimista 400.000,00 300.000,00 Produção total (MWh) Pessimista 200.000,00 100.000,00 0,00 Cenário Plano Foram considerados os distintos objetivos em relação a energia renovável e eficiência energética que o país possui até 2020: - 50% de generação de energia com tecnologia renovável. 100 MW de capacidade adicional (comparado com 2010) de Energia Renovável (ER). Reduzir as pérdas (24% em 2010). Uma demanda de água que aumenta 6% anualmente. 100% da população com accesso a electricidade em 2015. Foi usada a hipótese que o objetivo é o alcance de 6% das perdas eléctricas em 2020. O modelo foi projectado considerando uma regressão lineal múltipla que utiliza o PIB do país e população com acesso a electricidade (aumentado gradativamente para alcançar a 100% em 2015). A continuação se expõe os resultados para os dois cenários econômicos: 54 900.000,00 Cenário Plan Otimista 800.000,00 700.000,00 MWh 600.000,00 500.000,00 300.000,00 Produção necessária (MWh) 200.000,00 Demanda 400.000,00 100.000,00 0,00 Conclusão Pode ser observado que a produção necessária a 2020 é maior no cenário plano, devido ao fato de que um dos objetivos energéticos é fornecer energia elétrica a 100% da população (em comparação com 80% da população nos cenários tendênciais). Isso se reflete nos gráficos na inclinação das curvas entre 2011 e 2015. Note que os gráficos indicam a produção de eletricidade consumida, sem diferenciar a energia renovável e térmica. 55 TRANSPORTE Cenários Tendências Contexto geral Devido à importância deste sector no balanço energético de Cabo Verde, foi realizada uma análise detalhada do combustível. Os três combustíveis principais usados no país são: - Jet A1 para a aviação; - Gasóleo para transporte marítimo e terrestre; - Gasolina para transporte terrestre. Os datos históricos (entre 2004 e 2011), foram coletados através do balanço energético e informação disponível nos informes anual da ENACOL, empresa importadora de produtos derivados de petróleo. A continuação, se expõe os dados de consumo históricos: Consumo de Combustível Transporte (TEP) 80.000,00 70.000,00 60.000,00 50.000,00 GASOLINA 40.000,00 GASÓLEO 30.000,00 JET A1 20.000,00 10.000,00 0,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 56 Parâmetros usados para modelizar Foram usados os seguintes parâmetros para modelizar o consumo de energía: Jet A1: PIB setorial e movimento de aviões4 Gasóleo: PIB sectorial, movimento de naves5, uma proporção de impostos sobre a importação de produtos de petróleo/ subsídios de venda6 Gasolina: PIB, número de veículo e proporção 7 Equações usadas Foram utilizadas as seguintes equações: Jet A1: Otimista: Demanda (TEP) = -0,0184* Movimento de aviões + 4,07614 * PIB Setorial (Opt) – 3.852,92 Pessimista: Demanda (TEP): -0,0061 * Movimento de aviões + 8,6230 * PIB Setorial (Pes) – 12.336,03 Gasóleo: Otimista: Demanda (TEP) = 3,6161 * Movimento de Naves + 7,3422 * PIB Setorial (Opt)+ 113,6621 * proporção + 2.015,25 Pessimista: Demanda (TEP) = 3,5936 * Movimento de Naves + 16,8069 * PIB Setorial (Pes) + 116,5942 * proporção - 18075.87 Gasolina: Otimista: Demanda (TEP):= -0,2814 * PIB (Opt) + 0,2175 * Número de veículos – 3,0469 * proporção + 5.000,45 Pessimista: Demanda (TEP) =-0,4491 *PIB (Pes) + 0,2558 * Número de veículos - 6,5727 * proporção + 8.122,49 4 Instituto Nacional de Estadísticas 5 Instituto Nacional de Estadísticas 6 Cape Verde Public Expenditure management and Financial Accountability Review PEMFAR – Energy Sector 7 Cape Verde Public Expenditure management and Financial Accountability Review –PEMFAR – Energy Sector 57 Resultados Foram obtidos os seguintes resultados para os dois cenários tendênciais: Cenário Tendêncial Jet A1 14.000,00 12.000,00 10.000,00 8.000,00 6.000,00 Cenário JET A1 otimista 4.000,00 Cenário JET A1 pessimista 2.000,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 Cenário Tendêncial Gasóleo 90.000,00 80.000,00 70.000,00 60.000,00 50.000,00 40.000,00 Cenário pessimista 30.000,00 Resumo Otimista 20.000,00 10.000,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 58 Cenários Tendênciais Gasolina 10.000,00 9.000,00 8.000,00 7.000,00 6.000,00 5.000,00 4.000,00 3.000,00 2.000,00 1.000,00 0,00 Resumo Otimista 2020 2018 2016 2014 2012 2010 2008 2006 2004 Cenário pessimista Conclusão Os últimos resultados indicam uma relação negativa histórica entre o nível do PIB e da gasolina necessária. Isto resulta em um cenário pessimista superior ao otimista. Cenário Plano O crescimento futuro da demanda de energia no setor de transporte não está incluído no Plano de Energias Renováveis. Por isso, foi aplicada a taxa de crescimento média histórica destes produtos pela indústria entre 2004 e 2011. Cenário Plano 90.000,00 80.000,00 70.000,00 60.000,00 50.000,00 40.000,00 30.000,00 20.000,00 10.000,00 0,00 Jet A1 Gasóleo 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Gasolina 59 RESIDENCIAL Cenários Tendênciais Contexto geral O setor residencial está caracterizado pelo uso de gás butano e biomassa (lenha). Onde 61% de energía doméstica em 2004 corresponde a biomassa. Segundo estimações do governo, a quantidade total de energia doméstica (lenha + gás) não aumentou entre 2002 e 20128. Energia setor residencial (TEP) 40.000,00 35.000,00 30.000,00 25.000,00 20.000,00 Lenha 15.000,00 Butano 10.000,00 5.000,00 0,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 O Gás butano gradualmente substitui a madeira. A partir de 2012, o uso total de energia aumenta no mesmo ritmo que a população de Cabo Verde. Os dois cenários de crescimento da população consideraram: um cenário pessimista baseado nas estimações do FMI (1% anual), e um optimista baseado no cenário econômico otimista (1,5% anual). A mesma taxa de crescimento da proporção de gás butano foi utilizada. 8 “Estratégia Nacional para Energías Domésticas em Cabo Verde” 60 Parâmetros usados para modelizar Foi calculado a energia total (lenha + gás) consumida segundo dois cenários de crescimento da população e segundo uma taxa de sustituição de lenha por gás. Equações usadas As equações usadas para obter a energia total são: Otimista: Energia N = Energía (N-1) * (1+1,5%) Pessimista: Energia N = Energía (N-1) * (1+1%) Para obter a demanda em gás butano, foi aplicado uma taxa de sustitução de lenha por gás, para alcançar 80% em 2020 (40% em 2004). Resultados O gráfico presenta os resultados para o consumo de gás butano para os dois cenários tendênciais: Cenários Tendênciais 40.000,00 35.000,00 30.000,00 Butano Pessimista 20.000,00 15.000,00 Butano Otimista (TEP) 10.000,00 5.000,00 0,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 TEP 25.000,00 61 Cenário Plano O cenário Plano prevê uma taxa de crescimento de demanda energética de 6% por ano a partir de 2010. Cenário Plano (TEP) 40.000,00 35.000,00 30.000,00 25.000,00 20.000,00 Cenário plano (TEP) 15.000,00 10.000,00 5.000,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 62 TURISMO Cenários Tendênciais Contexto geral O setor do turismo, embora não muito significante no balanço de energia (1% do saldo de energia), não obstante é setor econômico importante, e com perspectivas de crescimento. Por exemplo em 2007 e 2008, o PIB do setor foi responsável por 20% do total nacional. Cabo Verde dispõe de um plano estratégico de desenvolvimento do turismo9. O cenário intermediário de crescimento será utilizado nos cenários tendenciais. Neste setor se considera somente o uso de gás, como energia primária. Parâmetros usados para modelizar Foram considerados: o PIB setorial o número de noites total de turistas no território de Cabo Verde anualmente. Equações usadas Otimista: Demanda (TEP) = 0,1656 *PIB Turismo (Opt) + 0,00076 * Noites turismo-143,41 Pessimista: Demanda (TEP) = 0,1311* PIB Turismo (Pes) + 0,00097 * Noites turismo-280,48 9 “Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Cabo Verde”. 63 Resultados Cenários Tendênciais Turismo (TEP) 12.000,00 10.000,00 8.000,00 6.000,00 Cenário otimista 4.000,00 Cenário pessimista 2.000,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 Conclusão Se observa no gráfico que a demanda de energia do setor para 2020 é muito semelhante ao cenário pessimista ou otimista. Isso significa que a energia no setor é mais dependente da variável "número de noites". 64 Cenário Plano Cenários Tendênciais Turismo (TEP) 12.000,00 10.000,00 8.000,00 6.000,00 Cenário Plano (TEP) 4.000,00 2.000,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 - Conclusão O Plano de Energias Renováveis prevê um crescimento de 15% até 2020, resultando em uma maior demanda do que os cenáris tendênciais. Isto significa que as previsões de energia do plano são superiores que as previsões econômicas. 65 PRODUÇÃO DE ÁGUA Cenários Tendênciais Contexto geral O setor de produção de água consome muita energía devido ao processo de desalinização. Este setor consome eletricidade (incluindo a análise de demanda elétrica) e diesel. O consumo de água se manteve estable entre 2004 e 2009 (com uma taxa de aumento de 1% anual aproximadamente). Parâmetros usados para modelizar Os parâmetros utilizados para modelizar a demanda foram: O consumo elétrico anual pela empresa Electra. O PIB setorial. A produção de água desalinizada em toneladas métricas. Equações usadas Otimista: Demanda (TEP) = 3,8035 * Consumo elétrico Electra + 3,2122 * PIB Setorial (Opt) 2,3505 * Produção de água + 1.999,42 Otimista: Demanda (TEP) = 3,8313 * Consumo eléctrico Electra + 3,2338 * PIB Setorial (Pes) – 2,35052* Produção de água + 1.907.76 66 Resultados Cenários Tendênciais: Produção de Água 12000 10000 8000 6000 Cenário Otimista (TEP) 4000 Cenário Pessimista (TEP) 2000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0 Conclusão Se observa no gráfico que a evolução de demanda energética dependerá da evolução do PIB. 67 Cenário Plano Plano de Energia 12000 10000 8000 6000 Plano de Energia 4000 2000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2025 2030 0 Conclusão O Plano de Energias Renováveis prevê um crescimento de 6% até 2020, resultando em uma demanda superior que os cenários tendênciais. A estagnação da demanda entre 2004 e 2009 é explicada pelos investimentos feitos em eficiência energética no setor, enquanto que um aumento de 6% ao ano até 2020 é justificado por uma cobertura de abastecimento de água superior. 68 INDÚSTRIA Cenários Tendênciais Contexto geral O setor industrial representa somente 3% do total balanço energético e consome somente gasóleo. Parâmetros usados para modelizar Foi utilizado somente o PIB setorial na equação de modelização. Equações usadas Otimista: Demanda (TEP) = 8,0357* PIB Setorial (Opt) + 1.138,62 Pessimista: Demanda (TEP) = 10,7281* PIB Setorial (Pes) – 3.075,63 Resultados Cenários Tendências: Indústria 16.000,00 14.000,00 12.000,00 10.000,00 8.000,00 6.000,00 4.000,00 Cenário Otimista (TEP) Cenário Pessimista(TEP) 2.000,00 0,00 69 Cenário Plano Plano Energético (TEP) 16.000,00 14.000,00 12.000,00 10.000,00 8.000,00 Plano Energético 6.000,00 4.000,00 2.000,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 Conclusão O Plano de Energia Renovável prevê um crecimento de 7% até 2020, o qual resulta em uma demanda inferior aos cenários tendênciais. 70 OUTROS SERVIÇOS Cenários Tendênciais Contexto geral O setor de outros serviços representa somente 1% do total balanço energético e consome somente gasóleo. Parâmetros usados para modelizar Foi utilizado somente o PIB setorial na equação de modelização. Equações usadas Otimista: Demanda (TEP) = 0,0789 * PIB Setorial (Opt) + 210,11 Pessimista: Demanda (TEP) = 0,0844 * PIB Setorial (Pes) + 124,07 Resultados Cenários Tendênciais: Outros Serviços (TEP) 4.500,00 4.000,00 3.500,00 3.000,00 2.500,00 Cenário Tendêncial Otimista 2.000,00 Cenário Tendêncial Pessimista 1.500,00 1.000,00 500,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 71 Cenário Plano A continuação se presentam os resultados do cenário plano. Foi considerado o crescimento da demanda energética do Plano. Como temos somente uma variável e nos cenários tendênciais, os resultados do cenário Plano são muito semelhantes ao tendêncial otimista. Cenário Plano (TEP) 4.500,00 4.000,00 3.500,00 3.000,00 2.500,00 2.000,00 Cenário Plano 1.500,00 1.000,00 500,00 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 72 5.4. Presentação dos resultados energéticos 5.4.1. Resultados por setor A continução se presentam os resultados agregados por setor dos cenários tendênciais. Figura 9. Resultados por setor. Fonte: Elaboração própia. Cenário Tendêncial Pessimista 300.000 250.000 Água 200.000 Indústria Outros Serviços 150.000 Transporte 100.000 Residencial Turismo 50.000 Eletricidade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0 Figura 10. Resultados por setor. Fonte: Elaboração própia. Cenário Tendêncial Otimista 300.000 250.000 Água 200.000 Indústria Outros Serviços 150.000 Transporte 100.000 Residencial Turismo 50.000 Eletricidade 2020 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 0 O total a 2020 no cenário otimista alcança 253 kTEP, e no cenário pessimista 228 kTEP (um diferencial de 25 kTEP). Esta diferença provem, do setor eletricidade (17 kTEP de diferença). 73 O cenário plano, a continuação, presenta alguns resultados muito idênticos em termos de energia primária (254 kTEP), já que correspondem a um cenário econômico otimista. Porém, se nota uma diminuição de 2015 até 2020, devido a capacidade instalada em energía renovável superior a dos cenários tendênciais. Figura 11. Resultados por setor. Fonte: Elaboração própia. Cenário Plano: Energia Primária 300.000 250.000 Água 200.000 Indústria Outros Serviços 150.000 Transporte 100.000 Residencial Turismo 50.000 Eletricidade 2020 2019 2018 2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 0 74 Figura 12. Resultados por sector. Fonte: Elaboração própia. Cenário Plano: Energia Final 300.000,00 250.000,00 Água 200.000,00 Indústria 150.000,00 Outros Serviços 100.000,00 Transporte 50.000,00 Residencial 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 0,00 O total de energia final é de 237 kTEP. Neste caso, se calcúla utilizando a eletricidade produzida por fontes renováveis e térmicas (expressada em MWh), convertendo diretamente em TEP. 75 5.4.2. Resultados por combustíveis A continuação se presentam os mesmos resultados por tipo de combustível: Figura 13. Resultados por combustíveis. Fonte: Elaboração própia. Cenário Tendêncial Otimista 300.000,00 200.000,00 Gás 150.000,00 Jet A1 100.000,00 Diesel 2020 2018 2016 2014 2012 Gasóleo 2010 0,00 2008 Gasolina 2006 50.000,00 2004 TEP 250.000,00 Figura 14. Resultados por Combustíveis. Fonte: Elaboração própia. Cenário Tendêncial Pessimista 300.000,00 200.000,00 Gás 150.000,00 Jet A1 100.000,00 Diesel Gasolina 50.000,00 Gasóleo 2020 2018 2016 2014 2012 2010 2008 2006 0,00 2004 TEP 250.000,00 76 Figura 15. Resultados por combustíveis. Fonte: Elaboração própia. Cenário Plano 300.000,00 TEP 250.000,00 200.000,00 Gás 150.000,00 Jet A1 Diesel 100.000,00 Gasolina 50.000,00 Gasóleo 2020 2018 2016 2014 2012 2010 2008 2006 2004 0,00 Se observa um aumento significativo na demanda por gasóleo, usado sobretudo nos setores de eletricidade e transporte. A demanda de diesel diminui, porque a demanda de combustível fóssil pelo setor de energia elétrica diminuiu, em razão de investimentos em energia renovável. 77 5.5. Apresentação dos resultados em emissões de CO2 A continuação se presentam as emissões CO2 para os três setores: Figura 16. Resultados emissões. Fonte: Elaboração própia. 1.000.000,00 900.000,00 800.000,00 700.000,00 600.000,00 500.000,00 400.000,00 300.000,00 200.000,00 100.000,00 0,00 Cenário Tendêncial Otimista Cenário Tendêncial Pessimista Cenário Medidas de Plano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 tCO2 Emisssões (tCO2) Os resultados apresentados são consistentes com os anteriores: as emissões no cenário plano têm uma maior taxa de crescimento entre 2011 e 2015, devido ao aumento da população com acesso à eletricidade. Notavelmente, esse aumento de beneficiário não está compensado ainda por uma maior capacidade instalada de energia renovável até 2015. Os benefícios em termos de emissões começam a ser notadas a partir de 2016. Por outro lado, as emissões diminuem nos cenários tendenciais em 2011, devido ao aumento de capacidade instalada de energía renovável neste ano (aumento de 26.50 MW de energia eólica em 2011 em relação a 2010) que substitui a energia térmica. Além de energia elétrica, o setor de transporte também é um grande emissor de CO2. Por este motivo uma mistura energética baixa, para Cabo Verde 2020, seria através da utilização de veículos elétricos, os quais poderia poluir até 5 vezes menos do que um veículo convencional. Além disso, se prevê uma sustitução de lenha por gás butano nos lares. A lenha tem um factor de emissão zero. Se poderia reduzir até 40.000 tCO2 a 2020 se utilizara a mesma proporção de lenha em 2020 que em 2010, encorajando a utilização do mesmo no lugar de gás. A continuação, se presenta um “caminho de baixa emissões de carbono”, considerando as reduções de emissões pelo setor residencial e elétrico. Neste Cenário, embora aumente a taxa de cobertura de eletricidade, a energia nos lares, diminuem as emissões com respeito aos cenários de linha de base. 78 Figura 17. Resultados emissões. Cenário “Baixo Carbono” Fonte: Elaboração própia. Emissões (tCO2) 1.000.000,00 900.000,00 800.000,00 700.000,00 600.000,00 500.000,00 400.000,00 300.000,00 200.000,00 100.000,00 0,00 Cenário Tendêncial Otimista Cenário Tendêncial Pessimista Cenário Medidas de Plano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Caminho de Baixa Emissões de Carbono 79 6. Futuros Desenvolvimento 6.1 .Pontos de melhora. 6.1.1. Balanço Energético O estudo foi realizado com base no balanço energético de 2004, o último balanço disponível. O balanço de energia é uma ferramenta muito útil para controlar o planejamento da política energética e as políticas de redução de CO2. 6.1.2. Tabelas Insumo-Produto Outra ferramenta econômica muito útil para desenvolver políticas energéticas ou de mitigação de CO2, as tabela de Insumo/Produto que permite analizar a interdependência dos distintos setores de uma economia. Os “produtos” de uma indústria são os “insumos” de outra. Tabela 19. Exemplo de tabela Input/Output. Fonte: Elaboração própia. Indústria Agricultura Agricultura 30 Minera Demande Produção Final Total Energia Indústria 15 10 15 45 115 Indústria minera 20 20 5 10 30 85 RESÍDUOS Energia 15 15 10 10 40 90 EMISSÕES Indústria 25 20 30 40 90 205 (SAÍDAS) Salários 25 15 35 130 205 115 85 90 205 495 CONSUMO DE RECURSOS NATURAIS (ENTRADAS) Esta ferramenta permite também desenvolver a metodologia NAMEA. 6.1.3. Contabilidade NAMEA NAMEA é o sigla em Inglês para matriz de Contas Nacionais e Contas Ambientais. A idéia principal da metodologia é de relacionar os dados econômicos e ambientais (tais como emissões de GEE), a fim de ser capaz de interpretar a informação ambiental como processos de entrada / saída de produção. 80 A metodologia NAMEA requere cinco etapas: 1. A primeira etapa consiste em coletar informações econômicas tabelas Insumo/Produto e informações ambientais nacionais do inventário de GEE e balanço de energia do país. 2. A segunda etapa consiste em estabelecer uma correspondência entre a contabilidade nacional e o inventário nacional. Por exemplo, Eurostat estableceu uma metodologia entre as contas NACE (contas nacionais) e as categorías SNAP (do inventário): Tabela 20. Exemplo de reconciliação de conta nacional e conta ambiental. Fonte: Elaboração própia. SNAP NFR/CRF Código Etiqueta Código Etiqueta Correspondente ao NACE Rev.1.1 divisão (2-digit level) NACE Rev.1.1 Código Sinal Comentários 1 Combustão em Energia e indústria de Transformação 0,101 Energia Pública 1.A.1.a Produção Pública de eletricidade e aquecimento 1.A.1.a Produção Pública de eletricidade e aquecimento 40 1.A.1.a Produção Pública de eletricidade e aquecimento 40 40 40 Plantas de Combustão> = 0,101 01 300 MW (boilers) Plantas de Combustão> = 0,101 02 50 e <300 MW (boilers) Plantas de Combustão < 50 0,101 03 MW (boilers) 1.A.1.a Produção Pública de eletricidade e aquecimento 0,101 04 Turbinas de Gás 1.A.1.a Produção Pública de eletricidade e aquecimento 1. A terceira etapa consiste na “solução de anomalías metodológicas” e uma série de ajustes para reconciliar toda a contabilidade nacional e o inventário. 81 Abaixo a análise da tabela e modelo de demanda energética: Uma ferramenta chamada Coeficientes de tração permite as seguintes equações: Setores Setor 1 Setor 2 Demanda final direta Produção total Setor 1 x11 x12 Y1 X1 Setor 2 x21 x22 Y2 X2 Xrc´Onde r c Xrc Xr = arc fila coluna Coeficiente Técnico Modelo Leontief A análise das equações de primeiro grau, segundo e terceiro pode determinar as fontes de emissões para cada setor, causadas por setores relacionados e analisar as emissões do ciclo de vida completo de GEE. 82 Tabela 21. Exemplo de metodologia NAMEA. Fonte: Elaboração própia. Introdução de demanda no Dados sistema programa de equações. Produção intermediária Total Primário Segundário Terciário Setores exógenos Exportações Produção Consumo intermédia final Utilização Criação bruta de capial da Importações produção VAB A B C D E A 50 20 30 14 15 16 145 195 50 B 40 30 25 25 10 5 135 180 45 C 45 27 13 36 14 10 145 225 80 D 20 40 17 29 30 34 170 230 60 E 10 20 38 22 20 35 145 215 70 F 14 10 20 16 28 32 120 200 80 179 147 143 142 117 132 860 1245 385 VAB 16 88 98 68 385 Total saída 195 180 225 230 215 200 1245 Primário Segundário Terciário Total Consumo intermediário 33 82 F O resultado mais esperado de esta metodologia é poder obter as emissões por setor econômico da contabilidade nacional. 83 Tabela 22. Exemplo de emissões de GEE por setor econômico. Fonte: Elaboração própia. SOx NOx COVN CH4 CO CO2 (t) (t) M(t) (t) (t) (kt) 124 1.598 2.862 4.027 669 113 11.976 3.723 161 56 620 3.886 780 1.609 490 24 1.270 602 Produtos de Metalúrgica básica e fundições. 23 109 265 6 70 15 Produtos alimentícios, bebidas e tabaco 41 240 398 12 124 29 Produtos de confecção e de pele Artigos de couro tratado, curtidos e acabados; artigos de selaria e calçados 5 26 4 2 19 4 2 7 45 0 4 1 Madeira e borracha Pasta de papel, artigos de papel, papelão e produtos impressos de papel 6 25 53 2 16 4 18 78 352 5 51 12 Produtos agrícolas, pecuária, caça, silvicultura, pesca e extração florestal Eletricidade, água e gás Produtos derivados de indústria extrativa. Se pode também calcular as emissões provocadas pelos outros setores da economia de Cabo Verde, bem como realizar uma análise prospectiva das diferentes políticas do país e seu impacto sobre as emissões futuras. Exemplo de impacto de emissões e efeito estufa nas Ihas Baleares. Figura 18. Exemplo de projeções de emissões de GEE a futuro. Localização Ihas Baleares. Fonte: Elaboração própia. 84 6.2 Novas propostas 6.2.1. NAMA Ao fim de 2012, se cumprirá o primeiro período de compromisso de Quioto. A incerteza de futuras metas referentes a redução emissão de gases de efeito estufa, gerou mudanças nos processos desenhados no âmbito do Protocolo para ajudar os países em seus esforços de mitigação. É possível que o mecanismo de aplicação conjunta desapareça, sendo subistituido por outros mecanismos entre os quais, iniciativas de projectos domésticos. Além disso, o mecanismo de desemvolvimento limpo (MDL) funcionará até o final de 2012 e será subistituído por outros mecanismos desenhados para a generação de créditos de carbono. Neste caso a alternativa más plausível se encontra a ferramenta denominada NAMA. Os NAMA – em inglês “National Apropriate Mitigation Actions”, “Apropiadas Ações Nacionais de Mitigação”, foram introduzidos pela primera vez na COP de Bali em 2007, e se foi concretando na última COP celebrada em Durban em 2011. A idea deste instrumento é que um país em desenvolvimento possa financiar ações de mitigação para um particular setor, ou para que um país inteiro gerem créditos utilizáveis nos mercados de carbono. A figura dos NAMA não se enconntram claramente definida todavia, porém poderá representar futuro dos mercados de carbono. Como no caso dos MDLs, serão os países melhor preparados durante a fase de desenho deste mecanismo, que terão mais oportunidades de se beneficiar desta iniciativa. Neste. período pós-2012, a República de Cabo Verde não poderá vender CERs gerados a partir de projetos no âmbito do MDL que estejem registrados com data após 31 de dezembro deste ano. Por esta razão, se deverá ser utilizado mecanismos adicionais para o desenvolvimento de projetos de redução de emissões. A ferramenta NAMA se apresentada como uma alternativa interessante para o financiamento de tais projetos. A comunidade internacional, particularmente A Convenção Marco das Nações Unidas (UNFCCC) está realizando esforços para oferecer assistência para que os países interessados, possam desenvolver este tipo de iniciativas a nivel nacional. Especificamente, por meio de financiação gestionada pelo Banco Mundial, onde se está trabalha em um instrumento chamado “Market Readiness Proposal (PMR)” “Proposta de Mercado Pronto” para financiação de estratégias de mitigação, e mecanismos de mercado, como os NAMA, em países em desenvolvimento. Como parte dessa iniciativa, os países poderam solicitar até 350.000 dólares para levar a cabo o processo de preparação de um NAMA. 85 A continuação, se presentam as etapas para conseguir ajuda do fundo PMR. Figura 19. Processo PMR. Fonte: Banco Mundial. 86 6.2.2. Obtenção de financiamento do Global Environment Facility (GEF) para o inventário nacional de emissões de GEE A atribuição do GEF 5 STAR para projectos de mudança climática é 2, 000,000 US$, e segue sem estar atribuída. O Ministério do Meio Ambiente de Cabo Verde poderia pedir o apoio financeiro da PNUD / GEF para a realização de inventário nacional. Portanto, um primeiro esboço do Formulário de Identificação do projeto (PIF) deve ser preenchido e enviado para o Ponto Focal (Ministério do Meio Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Direcção Geral do Ambiente). É necessário analisar o documento do projeto, a sua contribuição positiva para o desenvolvimento do país e se ele se encaixa nas prioridades nacionais de desenvolvimento sustentável. O PIF projecto pode ser adaptado após revisão pelo Ponto Focal. Ao obter a assinatura pelo Ponto Focal, a escolha de uma agência tem que ser feita, para executar o projeto (por exemplo, a PNUD Cabo Verde). O apoio da agência ocorre durante a implementação e gerenciamento de projetos. Também é necessário revisar e assinar o PIF e apresentá-lo ao Secretariado do GEF para aprovação. 87 7. Conclusão A análise mostra que modelos ad-hoc são os mais adequados para Cabo Verde, devido ao fato de poder ser adaptado aos dados disponíveis e circunstâncias nacionais. Por outro lado, a maior vantagem de modelos pré-fabricados é a sua simplicidade metodológica, para se utilizar. No entanto, a sua natureza restrita podem trazer dificuldades de uso. A escolha do modelo ad-hoc também é claramente relacionada com a metodologia e a recorrência do exercício de projeção, uma vez que, uma de suas finalidades é construir um modelo o qual possa ser utilizado no futuro por administradores públicos, pois modelos ad-hoc revela-se muito útil para desenvolver um trabalho periódico, a partir de informação sectorial, adaptando-a a parâmetros relevantes e traduzindo também resultados de CO2 em uma saída desagregada. Foram analisados três cenários de projeção. Estes cenários apresentam resultados diferentes: o cenário Plano apresenta uma demanda energética que diminui entre 2015 e 2020, para alcançar o cenário tendêncial otimista e passar por abaixo a partir de 2020. O qual significa que o Plano serve para reduzir a demanda, incluso no contexto de cenário econômico positivo, porque o número de usuários de eletricidade é muito maior neste cenário. O crescimento médio de demanda energética entre 2004 e 2020 é 95% (uma taxa média anual de crescimento de 5,60%), devido a um desenvolvimento econômico (sobre todo o crescimento do setor construção e turismo) e a um plan nacional de extensão de accesso a eletricidade. Também o uso crescente de gás nos lares em lugar de biomassa vai acentuar a demanda por combustíveis fósseis. Portanto, é essencial que um país como Cabo Verde tenha plano de energia a longo prazo, por ser um país tão dependente de fontes estrangeiras de energia, e sujeito a flutuações de preços internacionais. Além disso, uma mudança para o maior uso de energia renovável pode também promover maior penetração de veículos eléctricos facilitada por uma queda no preço da energia elétrica. Por esta razão um plano de transporte sustentável deveria ser conciliado por três pilares da boa política energética: sustentabilidade ambiental; segurança energética e eficiência econômica. Também se foi estimado um cenário de baixa emissão de carbono para ilustrar comentário acima. Esta estimação considera o cenário Plano, com medidas de energia renovável e encorajando o uso de biomassa nos lares em lugar de gás, resultando em uma redução em até 55.000 tCO2 comparado com o cenário tendêncial otimista. Além disso, Cabo Verde debevería aproveitar os mecanismos internacionais para financiar uma estratégia de baixo carbono, que possa satisfazer a evolução da demanda energética vinculada ao desenvolvimento econômico. 88 8. Referências ABARE models. http://www.abare.gov.au/publications_html/models/models/models.html Agriculture Sector Greenhouse Gas Emissions Projections 2007. Australian Government, Department of Climate Change. February 2008. http://www.climatechange.gov.au/projections/pubs/agriculture2007.pdf Argonne National Laboratory. http://www.dis.anl.gov/projects/Enpepwin.html Australia’s Fourth National Communication on Climate Change. Australia 2005. http://unfccc.int/resource/docs/natc/ausnc4.pdf Cape Verde Public Expenditure management and Financial Accountability Review PEMFAR – Energy Sector, Final Report, April 2012. Phl Consulting & Associates. 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