Conhecimentos de Regulação p/ ANAC 2016 (Técnico em
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Conhecimentos de Regulação p/ ANAC 2016 (Técnico em
Aula 00 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC 2016 (Técnico em Regulação) Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho 00000000000 - DEMO Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 AULA 00 - 3. Regulação: teoria econômica da regulação, teoria da captura, teoria do agente principal e condicionamentos políticos da regulação. (Parte I) SUMÁRIO RESUMIDO 1. 2. 3. 4. 5. 6. Apresentação Conceitos básicos (pré-requisitos) Resumão da Aula Questões comentadas Lista de questões apresentadas na aula Gabarito PÁGINA 01 03 33 35 78 99 1. APRESENTAÇÃO Olá caros(as) amigos(as), Iniciamos hoje nosso curso de Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em Regulação). O conteúdo a ser ministrado não é extenso, de tal modo que teremos um curso de curta duração: apenas 04 aulas, assim distribuídas: AULA 00 (10/12) AULA 01 (15/12) 3. Regulação: teoria econômica da regulação, teoria da captura, teoria do agente principal e condicionamentos políticos da regulação. (Parte I) 3. Regulação: teoria econômica da regulação, teoria da captura, teoria do agente principal e condicionamentos políticos da regulação. (Parte II) AULA 02 (21/12) 2. A criação das Agências Reguladoras AULA 03 (29/12) 1. O Estado regulador e a defesa da livre concorrência. 4. Defesa da concorrência: análise de mercado, práticas desleais, posição dominante, infrações à ordem econômica, cartel, monopólio, truste, práticas restritivas, oligopólio. 00000000000 Antes de começar o curso, segue nossa breve apresentação: Meu nome é Heber Carvalho, sou bacharel em Ciências Militares, formado pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). Após pouco mais de 08 anos no Exército, fui aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Município de São Paulo (AFTM-SP, 4º. Lugar), cargo que exerço nos dias de hoje atuando na fiscalização de instituições financeiras. Paralelamente, ministro aulas de Economia e matérias relacionadas (Economia do Trabalho, Economia Brasileira, Micro e Macroeconomia) em Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 1 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 cursos preparatórios de São Paulo, no Eu Vou Passar e aqui no Estratégia Concursos. Já ministrei vários cursos em PDF que abordaram temas de regulação econômica (cursos para o concurso de gestor do MPOG, agente da Polícia Federal, auditor federal de controle externo do TCU, técnico e especialista em regulação da ANTAQ, ANATEL, ANAC, ANP, ANTT, ANVISA, ANCINE e ANS). E o meu nome é Jetro Coutinho, sou bacharel em Administração pela Universidade de Brasília (2011), pós-graduado em Direito Financeiro e Tributário e pós-graduando em Direito Administrativo. Estudei para concursos desde o segundo semestre de 2009, quando fiz o concurso de Técnico do Banco Central do Brasil, ainda durante o 4º semestre da faculdade. Após tomar posse, concluí os estudos na UnB e, desde então, venho estudando para um concurso específico: o Tribunal de Contas da União. Nesse caminho, fui aprovado, dentro das vagas, para Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional – Área EconômicoFinanceira. No entanto, após trabalhar por 2,5 anos no Banco Central, não assumi o Tesouro, pois tomei posse no concurso que sempre sonhei: Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, concurso no qual fui aprovado em 13º lugar de um total de 18 vagas para Brasília, aos 22 anos de idade. Segue abaixo o conteúdo que trabalharemos nestas 04 aulas: Conhecimentos de Regulação: 1. O Estado regulador e a defesa da livre concorrência. 2. A criação das agências reguladoras. 3. Regulação: teoria econômica da regulação, teoria da captura, teoria do agente principal e condicionamentos políticos da regulação. 4. Defesa da concorrência: análise de mercado, práticas desleais, posição dominante, infrações à ordem econômica, cartel, monopólio, truste, práticas restritivas, oligopólio. Nesta aula demonstrativa, trabalharemos apenas a teoria econômica da regulação. Na verdade, veremos apenas alguns conceitos básicos necessários para entender a teoria da regulação. Este item do edital é bastante subjetivo, pois permite que a banca nos cobre praticamente qualquer coisa sobre regulação econômica. 00000000000 Por último, queríamos dizer para vocês aproveitarem essa excelente oportunidade do concurso. Não é todo dia que sai um concurso destes. É hora de acelerar os estudos e garantir a vaga. E aí, todos prontos? Então, vamos à aula! Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 2 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 2. Conceitos Básicos (pré-requisitos) Antes de falar em regulação propriamente dita, precisamos, antes, aprender alguns conceitos de Economia. Eles serão necessários para um entendimento mais fluido da teoria da regulação econômica. A regulação econômica acontece quando o governo intervém no mercado, a fim de corrigir ou melhorar o seu funcionamento. Em outras palavras, o governo, em regra, intervém em um mercado para melhorar sua eficiência. Ou seja, se o governo intervém no mercado, é sinal que alguma coisa neste mercado não está funcionando em suas perfeitas condições, ou em condições eficientes, caso contrário não seria necessária a intervenção do governo na forma da regulação econômica. Estes fatores que afastam os mercados de seu resultado mais eficiente são chamados de falhas de mercado. Ass̀m, embora não estéa explíc̀to no ed̀tal o tema “falhas de mercado”, entendemos que devemos estudar o assunto, até porque ele é ̀nt̀mamente relac̀onado com os temas “teoria da captura e teoria do agente principal”, colocados de forma explíc̀ta no nosso edital. Ao mesmo tempo, para falarmos de falhas de mercado, também devemos ter uma noção do que é, em termos abstratos, um mercado “perfèto” ou “ef̀c̀ente”. A part̀r desta v̀são de um mercado perfeitamente eficiente, conseguiremos entender de modo mais intuitivo que as falhas de mercado acontecem justamente quando alguns dos pressupostos deste mercado “perfèto” não estão sendo observados. Isto é, antes de falarmos de falhas de mercado, devemos entender quais são as situações em que o mercado opera de modo perfeito, ou de modo eficiente. É igual ao motor de um veículo. Para entender a falha de um motor de carro, devemos, antes, entender como seria o seu funcionamento perfeito. A partir desta visão, teremos condições de identificar as suas possíveis falhas. Em Economia, quando analisamos o mercado, é a mesma coisa. Assim, antes de entendermos as falhas de mercado, devemos entender a situação em que ele opera de modo perfeito (ou eficiente). 00000000000 Desta forma, antes de adentrar no nosso edital propriamente dito, vamos passar para vocês os seguintes assuntos, a título de assuntos prérequisitos (que podem cair na sua prova, e são necessários para o bom entendimento da teoria econômica da regulação): Tipos de mercados O mercado de concorrência perfeita Falhas de mercado Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 3 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 2.1. TIPOS DE MERCADOS Aqui, nós veremos apenas as diferenças de cada mercado. Basicamente, são três as variáveis que diferenciam as estruturas (ou tipos) de mercado: Número de firmas produtoras no mercado; Diferenciação do produto; Existência ou não de barreiras à entrada de novas empresas. Alguns autores ainda colocam outras variáveis1, mas, para fins de concursos, estas três são suficientes. Podemos classificar os mercados em: concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística, oligopólio, oligopsônio e monopsônio. Vejamos, sucintamente, as características principais de cada um deles: i. Concorrência perfeita: número infinito de produtores e consumidores, produto transacionado é homogêneo, não há barreiras à entrada de firmas e consumidores, perfeita transparência de informações entre consumidores e vendedores, perfeita mobilidade de fatores de produção. Exemplo mais próximo: mercado agrícola. ii. Monopólio: é o oposto da concorrência perfeita. Há apenas uma empresa para inúmeros consumidores. O produto não possui substitutos próximos e há barreira à entrada de novas firmas. Exemplo: Companhias de energia elétrica dos municípios ou estados. iii. Oligopólio: pequeno número de firmas que dominam todo o mercado, os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas empresas. iv. Concorrência monopolística (ou imperfeita): muito semelhante à concorrência perfeita, com a diferença que o produto transacionado não é homogêneo2. Isto é, cada firma possui o monopólio do seu produto/marca, que é diferenciado dos demais. Exemplo: lojas de roupas (muitas firmas, muitos compradores, porém o produto é diferenciado, cada loja possui o monopólio da sua marca). v. Monopsônio: é a antítese do monopólio. Neste, há apenas um vendedor, enquanto, no monopsônio, existe apenas um comprador. 00000000000 1 Mobilidade dos fatores (ou insumos) de produção e conhecimento de tecnologia. Apesar de não serem homogêneos, os produtos transacionados são semelhantes e facilmente substituíveis entre si. 2 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 4 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 É o caso, por exemplo, de regiões em que há várias fazendas de gado e apenas um frigorífico. Naturalmente, este frigorífico será o único comprador (monopsonista) da carne das fazendas. vi. Oligopsônio: de forma inversa ao oligopólio, no oligopsônio, existe um grupo de compradores que dominam o mercado. Temos como exemplo o mercado de peças automotivas em que um pequeno grupo de compradores (Ford, GM, Fiat, etc) adquirem grande parte da produção de peças automotivas. Não confunda “concorrência monopolística” com “monopólio”. O primeiro é um mercado concorrencial, onde cada produtor detém o monopólio do seu produto/marca. Veja que, apesar de a firma inserida em uma concorrência monopolística deter o monopólio de seu produto, ela está inserida dentro de uma concorrência. Ou seja, ela não é a única produtora no mercado (não é monopolista). 2.2. A CONCORRÊNCIA PERFEITA E A EFICIÊNCIA ECONÔMICA De todos os mercados acima conceituados, a concorrência perfeita é o único que pode ser entendido como um mercado em que temos, ̀neqùvocamente, “ef̀c̀ênc̀a econôm̀ca”. Ou séa, os mercados compet̀t̀vos (ou de concorrênc̀a perfèta) são mercado d̀tos “ef̀c̀entes”. Quando um mercado é eficiente economicamente, dizemos que ele é ef̀c̀ente “no sent̀do de Pareto” ou, ànda, é um mercado “Pareto ót̀mo” (Pareto foi um economista que realizou diversos estudo sobre eficiência econômica). O conceito de eficiência econômica é bastante abstrato. Não é algo tão palpável de ser explicado, ainda mais neste curso, onde não estamos tratando de vários temas de Economia que seriam necessariamente estudados antes de falarmos de “ef̀c̀ênc̀a econôm̀ca”. 00000000000 No entanto, você pode entender que a eficiência econômica é a aquela situação em que a sociedade, como um todo, está em sua situação de máximo bem-estar. Isto é, o bem-estar de produtores e consumidores é maximizado quando temos um mercado de concorrência perfeita. Em outros mercados, este bem-estar total – da sociedade como um todo – não está maximizado. Por exemplo, no monopólio e no oligopólio, o bem-estar dos produtores é bastante alto, mas a redução de bem-estar dos consumidores é bastante grande, e supera o ganho de bem-estar dos produtores, de tal forma que a sociedade, como um todo, tem uma Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 5 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 redução de bem-estar se comparada à situação vivenciada em um mercado de concorrência perfeita. Assim, você deve guardar que o mercado de concorrência perfeita3 é aquele em que temos o conceito de eficiência econômica. 2.3. FALHAS DE MERCADO Conforme vimos, a concorrência perfeita é o mercado dito “ef̀c̀ente”. É um mercado perfèto, sem falhas ou defeitos. Vamos relembrar algumas das premissas teóricas de um mercado de concorrência perfeita: i. ii. iii. Número infinito de produtores e vendedores; Ausência de barreiras à entrada no mercado; Perfeito fluxo e troca de informações entre consumidores. produtores e Os itens (i) e (ii) nos dizem que nenhum lado do mercado (produtores x consumidores) é poderoso o suficiente para influenciar de modo unilateral os preços a serem praticados e a quantidade de produtos que devem ser fabricados, vendidos e consumidos. Em outras palavras, podemos dizer que os pressupostos (i) e (ii) nos dizem que o sistema de preços reflete de modo adequado as forças dos consumidores (demanda) e produtores (oferta). Em um mercado competitivo, o preço do produto reflete adequadamente todos os custos do produto necessários para prover um retorno mínimo ao produtor e reflete também toda a disposição do consumidor para pagar um preço justo por aquele produto. O item (iii) nos diz que, em um mercado competitivo (de concorrência perfeita), as informações estão totalmente disponíveis para produtores e consumidores. Ou seja, não existem produtores escondendo informações de consumidores, e vice-versa. Isto também garante que o sistema de preços se mantenha o mais justo possível. 00000000000 Pois bem... quando algumas destas premissas teóricas (i), (ii) ou (iii) não são observados, o resultado verificado no mercado não será aquele em que temos eficiência econômica. Por consequência, nestes casos, o mercado se afasta daquilo que chamamos de concorrência perfeita. 3 Na verdade, alguns mercados monopolistas e oligopolistas, em determinadas e específicas situações, M para os fins deste curso. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 6 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Estas situações que impedem a ocorrência das premissas teóricas do mercado competitivo são as falhas de mercado. Elas impedem que um determinado mercado seja eficiente economicamente. Desta forma, em suma, os mercados irão falhar porque algum dos requisitos acima (i, ii, iii) não está sendo atendido. A partir do não atendimento de algum dos requisitos, teremos uma situação que ensejará alguma ineficiência econômica, chamada de falha de mercado. Um dos objetivos da regulação econômica é justamente eliminar ou reduzir estas falhas de mercado, a fim de que este possa funcionar o mais próximo possível de seu nível eficiente. Podemos enumerar as seguintes falhas de mercado: a) b) c) d) e) f) g) Externalidades, Existência de bens públicos, Falhas de informação (ou assimetria de informações), Mercados incompletos, Riscos pesados, Falhas na competição (poder de mercado) e Existência de desemprego e inflação. Vejamos, agora, cada uma delas, a começar pelas externalidades: 2.3.1. Externalidades Externalidades são os efeitos – positivos ou negativos – das nossas decisões que recaem sobre outras pessoas. Quando decidimos por comprar ou produzir algum produto, geralmente comparamos os custos e benefícios de cada uma das alternativas que são apresentados a nós, mas, normalmente, não consideramos em sua totalidade os efeitos de tais ações sobre os outros – ou seja, as externalidades de nossas ações. Quando há alguma externalidade, o equilíbrio de mercado deixa de ser eficiente. 00000000000 O fato de os efeitos das transações não estarem refletidos nos preços4 faz com que os custos e os benefícios sociais (que a sociedade como um todo suporta) não sejam inteiramente suportados por aqueles que o produzem e o consomem. Em relação aos seus efeitos, existem dois tipos de externalidades: positivas e negativas. 4 Ou seja, o sistema de preços não reflete adequadamente os custos dos produtores e os benefícios dos consumidores. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 7 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Externalidades positivas - As situações nas quais esses efeitos implicam benefícios a outros indivíduos ou firmas da economia são chamadas de “external̀dades pos̀t̀vas” ou “economias externas”. Por exemplo, se um indivíduo instala um equipamento de GNV (Gás Natural Veicular) em seu carro visando à redução de gastos com combustível, ele estará não só contr̀bùndo para o “seu bolso”, como também estará contribuindo para toda a coletividade, ao poluir menos o ar. Neste caso, além do benefício privado, existe um benefício social na atividade. Externalidades negativas - Por outro lado, as situações nas quais as ações de um determinado agente da economia prejudicam os demais ̀nd̀víduos são chamadas de “external̀dades negat̀vas” ou “deseconomias externas”. Por exemplo, se um ̀nd̀víduo, no ̀ntùto de economizar dinheiro, não faz a revisão do motor de seu carro velho, apesar de ele estar contr̀bùndo para o “seu bolso”, estará préud̀cando a coletividade, ao poluir mais o ar. Outro exemplo comumente utilizado de externalidade negativa ocorre quando uma indústria joga dejetos químicos na natureza, como forma de evitar os custos da reciclagem ou dos procedimentos adequados ao tratamento dos resíduos da industrialização. Neste último caso, a atividade provoca um custo social, e este custo não impacta o custo privado do agente causador do dano. Dica estratégica: Tecnicamente, ocorre uma externalidade quando os custos sociais (CS) são diferentes dos custos privados (CP), ou quando os benefícios sociais (BS) são diferentes dos benefícios privados (BP). Os custos privados são representados pelos efeitos internos de uma ação econômica. Os efeitos internos das ações econômicas não escapam ao registro do preço e são, portanto, consideradas no cálculo econômico dos agentes privados. Os custos sociais, por sua vez, são representados pela soma dos efeitos internos com os efeitos externos, que escapam ao mecanismo de preços e não são considerados nos cálculos do agente privado, quando este precifica determinado bem ou atividade econômica. 00000000000 Quando os custos sociais excedem os custos privados, configura-se uma externalidade negativa. Nestas circunstancias, haverá uma tendência de superoferta (produção maior que o ideal), porque parte dos custos de produção estará sendo absorvida por outros agentes que não o inicial. Uma medida alocativa (intervenção do governo) adequada seria, por exemplo, a imposição de um Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 8 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 tributo sobre a produção deste bem, com vistas a desencorajá-la. Outra medida viável seria a aplicação de multas à medida que as ações prejudiciais à coletividade fossem detectadas. Os benefícios privados são representados basicamente pelos lucros auferidos pelo agente privado e não escapam ao mecanismo de preços. O benefício social, por sua vez, é a soma dos efeitos internos com os externos, que escapa ao mecanismo de preços. Quando há benefício social, há uma externalidade positiva. Ao mesmo tempo, se os benefícios sociais superam os benefícios privados, os benefícios que o produtor concede à sociedade são maiores que aqueles pelos quais estará sendo compensado via mercado. Desta forma, haverá tendência à suboferta do bem ou serviço (produção menor que o ideal). A medida alocativa para corrigir esta suboferta seria, digamos, a concessão de um subsídio à firma/indivíduo, de forma a encorajá-lo a aumentar a produção. Nos três exemplos citados dentro do quadro exposto no item, os benefícios e/ou custos privados divergem dos benefícios e/ou custos sociais. O sistema de mercados não tem como ajustar os preços a essas divergências, visto que as externalidades não são mensuradas nos preços praticados. Deste modo, as responsabilidades na promoção dos ajustes são transferidas para o governo, que poderá corrigir essas falhas mediante incentivos às externalidades positivas e desincentivos às externalidades negativas. Observe que essas situações representam falhas de mercado, uma vez que, em mercados competitivos, as ações dos agentes devem estar refletidas no mecanismo de preços. Estes, por sua vez, são resultado da livre interação entre oferta e demanda. Se temos externalidades, há tendência à sub/super oferta/demanda, o que faz com que o mercado se afaste do resultado competitivo (concorrência perfeita). 00000000000 Segue agora um quadro com um resumo sobre as situações em que há externalidades negativas ou positivas: Situação Externalidade Medida interventiva/regulatória + exemplo BS=BP CS=CP Não há Não há BS>BP Positiva CS>CP Negativa Incentivo à externalidade (subsídio, incentivo fiscal). Desincentivo à externalidade (tributação mais elevada, multas, proibição). Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 9 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 A regra básica é esta: quando um benefício social (BS) - ou uma “còsa boa” para a soc̀edade - supera uma coisa boa ou um benefício para o particular (BP), teremos externalidade positiva, que deve ser incentivada pelo governo. Por outro lado, quando um custo social (CS) ou uma “còsa rùm” para a soc̀edade - supera um custo ou uma coisa ruim para o particular (CP), teremos externalidade negativa, que deve ser desincentivada. No entanto, também podemos fazer comparações entre benefícios (sociais e privados) e custos (sociais e privados). Embora seja incomum de aparecer em provas, é algo plausível de acontecer. Por exemplo, podemos dizer que ocorre uma externalidade positiva quando o benefício social supera o custo social, ou simplesmente quando o benefício supera o custo. Também podemos dizer que ocorre uma externalidade negativa quando o custo social supera o benefício, ou simplesmente quando o custo supera o benefício. Então, é importante manter a mente aberta. O raciocínio, nestas comparações entre custos e benefícios, deve ser sempre a seguinte: se é favorável para a sociedade, há externalidade positiva; se é favorável para o indivíduo, há externalidade negativa. Por fim, lembre-se também de que a palavra “marg̀nal” pode aparecer. O sentido das comparações permanece o mesmo (com ou sem a palavra marginal). Por exemplo, ocorre uma externalidade positiva quando benefício marginal de produção é superior ao custo marginal de produção. Também lembramos que as externalidades podem ser enxergadas sob duas óticas: A ótica do custo e a ótica do benefício, conforme estudamos anteriormente. Sob a ótica do custo, se o agente internaliza o custo social (ou seja, se o custo seria de toda a sociedade, mas ele assume o custo sozinho), teremos uma externalidade positiva. Por outro lado, se o agente não internaliza um custo social (ou seja, ele reparte o custo que seria só dele com toda a sociedade), temos uma externalidade negativa. 00000000000 Sob a ótica do benefício, se o agente internaliza um benefício social (ou seja, se o benefício que seria de toda a coletividade é internalizado por um só agente), teremos uma externalidade negativa. Diferentemente, se o agente não internaliza o benefício social (ou seja, se ele compartilha o benefício privado dele com toda a sociedade), teremos externalidade positiva. Sobre esse ponto, segue um quadro-resumo: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 10 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 ÓTICA Ótica do Custo Ótica do benefício SITUAÇÃO Agente internaliza custo social Agente não internaliza custo social Agente internaliza benefício social Agente não internaliza benefício social EXTERNALIDADE Positiva Negativa Negativa Positiva 2.3.1.1. Causas das externalidades Podemos enumerar basicamente duas causas principais para a presença de externalidades: a ausência de direitos de propriedade e os custos de transação. Comecemos pelo primeiro caso. a) ausência de direitos de propriedade – A tragédia dos comuns Da próxima vez que você sair à rua, repare no estado de conservação de algumas benfeitorias como, por exemplo, os telefones públicos, bancos das praças públicas, banheiros públicos de uso coletivo (banheiros de rodoviárias, por exemplo). Agora, compare o estado de conservação destes bens com o estado de bens semelhantes, mas de propriedade privada (o telefone da sua casa, bancos colocados no interior de shoppings centers, banheiros de shoppings e escritórios, etc). Certamente, após a comparação, a conclusão será de que os bens pr̀vados são mùto màs bem cùdados que os bens “sem dono”. A razão para isso é simples: as pessoas se preocupam com o que possuem e não se preocupam tanto com aquilo que não é delas. 00000000000 Suponha que seja aprovada uma lei que torne os automóveis como propriedade pública. Segundo esta lei, todos os automóveis devem estar estacionados na rua com suas chaves no contato. Todas as pessoas têm o direito de dirigir qualquer automóvel que quiserem... é só chegar, ligar, e sair dirigindo! Agora, pergunte-se: quantos dias levarão para que a grande maioria de todos os carros não esteja funcionando da forma ideal, ou necessitando de conserto? Por que todos os carros irão quebrar logo? Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 11 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 É simples! Porque eles não têm dono, e a ausência de propriedade torna o conserto e a manutenção de um carro uma externalidade positiva, que em condições normais é algo subofertado. Desta forma, se você conserta um carro, beneficia a todos que possam dirigir o carro no futuro, mas VOCÊ, individualmente, não receberá todos os seus benefícios. A conclusão é que você não tem qualquer incentivo para manter os carros em boas condições de funcionamento e todos os carros são ut̀l̀zados em excesso, “até o talo”! Os direitos sobre a propriedade privada interiorizam custos e benefícios e levam um recurso a ser utilizado de modo eficiente economicamente. Desta forma, quando estes direitos estão bem definidos, quando se sabe quem é dono do quê, há uma alocação eficiente de externalidades, e não há excesso de externalidades positivas e/ou negativas. De maneira recíproca, a falta de direitos de propriedade leva ao aparecimento de externalidades, positivas e/ou negativas. Isso, por sua vez, leva a falhas na utilização ótima de recursos. Assim, uma empresa joga dejetos químicos em um rio porque certamente ǹnguém é “dono” daquele r̀o. Se houvesse um segundo agente que fosse claramente o dono do rio, e este processasse a empresa poluidora, certamente, a última assumiria os gastos para não realizar a ação danosa ao meio ambiente. Na repartição o Heber trabalha, não há mesas nem computadores marcados. Apenas alguns funcionários, como os diretores de departamento, por exemplo, possuem sua própria máquina, com lugar marcado. Assim, os computadores, em regra, não são associados a determinado funcionário. Em um dia, o computador do canto da sala (o mais disputado de todos!) é usado por uma pessoa. Em outro dia, ele é usado por outra pessoa, e assim por diante. O resultado é o seguinte: é bastante comum estes computadores “colet̀vos” apresentarem mais problemas, devido à lentidão, travamento excessivo, surgimento de vírus, etc. Esses computadores que todos usam também são aqueles com pior aspecto externo: estão mais sujos, mais arranhados, mais amarelados, etc. Nos computadores em que os lugares são marcados, e somente uma pessoa utiliza aquela máquina, isso já não acontece tão frequentemente. 00000000000 Isso pode ser explicado pela teoria das externalidades. A ausência de propriedade faz com que os funcionários não se preocupem tanto com a máquina, da mesma forma que o fariam se os lugares fossem marcados. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 12 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Temos o mesmo raciocínio para os rios, onde ninguém é dono da água. Assim, ninguém tem qualquer incentivo em manter a água dos nossos r̀os “em boas cond̀ções de func̀onamento”. Ao contrár̀o, as empresas poluem os rios; alguns condomínios de alto padrão, na ausência de um s̀stema de saneamento, ut̀l̀zam os r̀os como se fossem “fossas”, etc. Mas, por que os rios não são cuidados? A resposta é que a ausência de propriedade torna os cuidados de um rio uma externalidade positiva, em que os custos privados superam os custos sociais, ou em que os benefícios sociais superam os privados. Assim, praticar uma externalidade positiva exige certa dose de altruísmo (dar sem receber) ou implica custos que as pessoas não gostam ou não têm a possibilidade de arcar. Se os rios fossem de propriedade privada, eles seriam cuidados, de forma a reduzir essas externalidades. A ausência de direitos de propriedade resulta naquilo que é denominado tragédia dos comuns (ou tragédia de uso comum), que é um exemplo no qual resulta uma externalidade. Na Inglaterra medieval, os fazendeiros podiam levar seus animais para pastar em terras comuns, que eram abertas a todos. Em consequência, as terras comuns foram utilizadas em demasia e destruídas. Ainda que o benefício social de manter as terras comuns bem conservadas fosse alto, o custo privado era mais alto que o custo social, o que não incentivava qualquer fazendeiro individual a cuidar da terra. b) custos de transação e o teorema de Coase Nos parágrafos precedentes, argumentamos que se os direitos de propriedade estiverem bem definidos, não há externalidades e a troca entre os agentes resulta numa alocação eficiente de recursos. Entretanto, em 1960, Ronaldo Coase desenvolveu um teorema fundamental, o teorema de Coase, o qual nos diz que o problema das externalidades também pode ser analisado sob um prisma diferente dos direitos de propriedade. 00000000000 Segundo Coase, a ausência de externalidades só ocorrerá se não houver custos de transação entre os agentes. Em outras palavras, mesmo com direitos de propriedade bem definidos, quando os custos de transação forem muito elevados, as externalidades podem ocorrer. A ideia original desenvolvida por Coase foi demonstrada com um exemplo de duas fazendas. A fazenda “A” cr̀a gado, e o gado geralmente ̀nvade os campos da fazenda v̀z̀nha, a fazenda “B”, que tem uma Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 13 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 plantação. O gado da fazenda “A” ̀mpõe uma external̀dade negativa ao pôr em r̀sco a colhèta da fazenda “B”. Vejamos algumas formas de como este problema simples de external̀dade pode ser resolv̀do. Se o propr̀etár̀o de “A” t̀ver o d̀rèto de dèxar seu gado ̀nvad̀r as terras de “B”, o propr̀etár̀o de “B” pagará ao propr̀etár̀o de “A” para constrùr uma cerca, quando o r̀sco à colhèta de “B” exceder o custo da cerca. Se o custo da cerca exceder o r̀sco às colhètas, não será do ̀nteresse do propr̀etár̀o “B” pagar pela cerca, e o gado irá pastar. Em outras palavras, quando é socialmente eficiente construir a cerca (o benefício de construí-la compensa o custo), a cerca será construída para eliminar a externalidade. Se não for socialmente eficiente, ela não será construída. Agora, suponha que os direitos de propriedade sejam atribuídos ao propr̀etár̀o “B”, de modo que “A” tenha que compensar “B” por qualquer r̀sco. O propr̀etár̀o “A” constrùr̀a uma cerca, se o r̀sco às colhètas de “B” excedesse o custo da cerca. Entretanto, se o custo da cerca fosse superior ao r̀sco das colhètas, o propr̀etár̀o “A” compensar̀a o propr̀etár̀o “B” pelo r̀sco e, novamente, o gado ̀r̀a vagar l̀vremente. Veja que, em qualquer caso, o resultado atingido é socialmente ótimo, de modo que a cerca será construída, quando seu custo for inferior ao risco da colheita (for socialmente eficiente), e não será construída, quando a cerca custar mais que o risco (não será construída se não for socialmente eficiente). Adicionalmente, percebe-se que esta conclusão foi extraída independentemente de os direitos de propriedade estarem atr̀buídos ao propr̀etár̀o da fazenda “A” ou “B”. Como observação f̀nal antes de “der̀varmos” o teorema, é ̀nteressante notar que este caso simples de barganha ou negociação entre dois proprietários ocorre sem custos de transação para ambos. O Teorema de Coase afirma que, independentemente da forma pela qual os direitos de propriedade sejam alocados em função da externalidade, a alocação de recursos será eficiente quando as partes puderem barganhar entre si sem custo. Ou seja, quando não houver custos de transação, os agentes privados podem resolver por si sós o problema das externalidades e chegar a um acordo no qual todos fiquem numa situação melhor e o resultado, após a negociação, seja a eficiência econômica. 00000000000 Vale ressaltar que o ponto principal do teorema de Coase aponta que não deve haver custos de transação para a eliminação do problema de externalidades. Em outras palavras, é a ausência de custos de transação que permite a ocorrência da barganha socialmente ótima. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 14 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Por exemplo, considere um problema de externalidade envolvendo uma indústria que polui o ar à medida que fabrica os seus produtos. Se a poluição prejudicar milhares de pessoas, será muito difícil a barganha entre os dois lados dessa externalidade negativa (indústria x milhares de pessoas). Neste caso, há altos custos de transação envolvidos: as vítimas da externalidade negativa (milhares de pessoas) devem se organizar, e isso é muito custoso. Ao mesmo tempo, se as partes não conhecerem os custos e benefícios da redução da externalidade, ou se possuírem percepções diferentes a respeito desses custos e benefícios, então a barganha/negociação poderá não ser socialmente ótima, e não eliminará ou reduzirá a externalidade. Em resumo, então, o teorema de Coase mostra que, não havendo custos de transação5, os agentes privados podem negociar/barganhar e atingir alocações eficientes, eliminando o problema das externalidades. 2.3.1.2. Corrigindo as externalidades Vamos focar o texto deste tópico no exemplo da empresa poluente (externalidade negativa). Acreditamos que é um bom exemplo para desenvolvermos nossa argumentação. Supondo, então, uma firma que emite poluentes, como o governo poderia proceder a fim de incentivar as empresas para que reduzissem 5 Assim, custos de transação são os custos totais associados a uma transação. Usando o exemplo da aula, se o custo de construir a cerca for maior que os benefícios que virão dela, o criador de gado não a constrói. O fato de ele não construir a cerca leva a uma externalidade, o que prejudica a eficiência econômica. Esse é um exemplo de custo de transação, pois para exercer sua atividade econômica, o criador de gado, além dos custos corriqueiros (comprar as cabeças de gado, comida para os animais e etc.), tem um custo a mais: o custo de proteger o seu pasto. Esse custo de proteger o pasto não é intimamente ligado à atividade econômica, é um custo mais externo à produção, um custo que o criador de gado tem apenas para corrigir a externalidade. Assim, é um custo de transação. Dizendo de outra forma, o custo de transação é o custo que alguém tem para corrigir uma externalidade. 00000000000 Um outro exemplo de um custo de transação, é o custo que uma empresa tem para redigir e fazer cumprir um contrato. Por exemplo, se uma empresa faz um contrato com outra e essa outra empresa quebra o contrato, a primeira empresa precisa buscar a justiça. Para buscar a justiça ela terá gastos com a papelada, com o advogado, além da perda de tempo, etc. Esses custos são custos de transação, pois não estão relacionados ä atividade econômica e sim a corrigir uma externalidade (a quebra de contrato por parte da outra empresa). Obviamente, se estivéssemos num mercado eficiente, esses recursos gastos com a Justiça por causa do contrato seriam investidos na produção. Por todo o exposto, podemos definir os custos de transação como o dispêndio de recursos para planejar, adaptar e monitorar as interações entre os agentes, garantindo que o cumprimento dos termos contratuais se faça de maneira satisfatória para as partes envolvidas e compatível com a sua funcionalidade econômica. Se esses custos não existirem, fica mais fácil transacionar, negociar e, assim, se atinge melhor eficiência, pois não há gastos de recursos com coisas que não estão ligadas à produção. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 15 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 seus níveis de emissões poluentes? Quais seriam as políticas públicas e a regulamentação adequadas em tal situação? De forma geral, o governo poderia incentivar a redução de emissões poluentes por meio de três medidas: a) Fixação de um limite para a emissão de poluentes; b) Imposição de taxas sobre a emissão de poluentes; c) Emissão de licenças negociáveis para poluir. Vejamos cada uma delas, separadamente: a) Limite para emissão de poluentes Esta política pública consiste no estabelecimento de um limite legal para poluir. Caso a empresa ultrapasse o limite estabelecido, ela pode sofrer multas pesadas ou outras penalidades (a interdição da empresa ou a suspensão das atividades por tempo determinado em lei). Funciona assim: até o limite legal, a empresa pode poluir à vontade! No entanto, se ela aumentar a produção de tal modo que passe a ultrapassar o padrão de emissão de poluentes estabelecido, ela terá que, necessariamente, reduzir a poluição, caso contrário sofrerá penalidades severas. Na hora de reduzir a poluição - para se enquadrar no limite estabelecido -, poderá instalar equipamentos de redução de poluição, ou poderá ainda reduzir o seu nível de produção. O estabelecimento de um limite para emissão de poluentes apresenta a vantagem de oferecer maior grau de certeza ao governo (e à sociedade) a respeito dos níveis de emissões de poluentes que efetivamente serão obtidos com a política pública. No entanto, apresentam maior incerteza em relação aos custos que serão despendidos pelas empresas, na tentativa de se adequar aos limites estabelecidos em lei. 00000000000 b) Taxas sobre a emissão de poluentes Uma taxa sobre a emissão de poluente é um valor arrecadado sobre cada unidade de poluente emitido por uma empresa. Este tipo de taxa geralmente é chamada de imposto de Pigou6 (ou imposto pigouviano), que é um imposto implementado para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa, como a poluição, por exemplo. Em alguns textos, a utilização destas taxas sobre emissões de poluentes também é chamada de princípio do poluidor pagador. 6 O nome é em homenagem ao economista Arthur Pigou, que também desenvolveu o próprio conceito de Externalidades. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 16 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 O imposto de Pigou visa fazer com que o agente causador da externalidade negativa internalize o custo social da poluição a que deu origem. Em relação ao limite de emissões (visto no item a), as taxas oferecem um maior grau de certeza a respeito dos custos de redução da poluição por parte das firmas. No entanto, deixam maior incerteza em relação aos níveis de redução de emissão de poluentes que serão obtidos com a política pública. Geralmente, as taxas apresentam algumas vantagens sobre a fixação de um padrão de emissão. Em regra, os padrões ou limites precisam ser fixados de modo igual para todas as empresas. Já a taxa estimula fortemente as empresas a instalar novos equipamentos que permitam reduzir ainda mais os níveis de poluição. No caso dos limites, até que se atinja o limite estabelecido, a firma não tem qualquer incentivo para reduzir a poluição. Também devemos ressaltar que o imposto de Pigou ainda arrecada receita para o governo, o que não ocorre no caso da imposição do limite de emissões. A preferência pelas taxas ou pelos limites de emissão depende de uma série de fatores, como o volume de informações disponíveis aos responsáveis pela formulação das políticas públicas, o custo para controlar as emissões e fiscalizar as firmas, bem como o custo de cobrança das taxas ou das multas. As estruturas de custos das firmas poluentes também influenciam a escolha entre o imposto de Pigou e o padrão de emissões. Em regra, teremos o seguinte: Se houver informações incompletas (o regulador não conhece os custos e os benefícios da redução da poluição), a imposição de limites ou padrões oferece maior grau de certeza a respeito dos níveis de emissão de poluentes decorrentes da regulação. Por outro lado, haverá incerteza em relação aos custos da redução da poluição. 00000000000 Se o regulador possui informações suficientemente relevantes, as taxas oferecem maior certeza a respeito dos custos da redução. No entanto, haverá alguma incerteza em relação aos níveis de redução de emissão de poluentes obtidos com a política pública. A preferência entre as duas políticas vai depender das informações disponíveis e da estrutura de custos das empresas que serão reguladas. De todo modo, para a prova, podemos levar a ideia segundo a qual, havendo um bom nível de informações sobre os custos e benefícios da Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 17 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 redução da poluição, o regulador geralmente preferirá a imposição da taxa, em vez do limite de emissão. Alguns países, como os EUA, por exemplo, têm empregado os limites em vez de taxas para controlar as emissões de poluentes. Outros, como a Alemanha, têm utilizado as taxas. O melhor método, como dissemos acima, vai depender de muitos fatores. Em regra, os impostos são ineficientes economicamente porque causam peso morto no mercado sobre os quais incidem. No entanto, o imposto de Pigou não se enquadra nesta regra, uma vez que ele visa corrigir uma falha de mercado (externalidade). Ora, se ele visa corrigir uma falha, então, na verdade, ele aproxima o mercado de um resultado mais eficiente. Desta forma, podemos entender que o imposto de Pigou apresenta efeitos positivos sobre a eficiência econômica. Subsídio de Pigou Nós vimos que um imposto de Pigou é aquela taxa utilizada para reduzir uma externalidade negativa. Neste caso, o governo cobra uma taxa porque ele quer desincentivar a atividade causadora da poluição. Agora, imagine que uma empresa, em seu processo de produção, esteja sendo responsável por externalidades positivas. Uma empresa de pesca, por exemplo, pode realizar ações de tratamento e limpeza da água em um lago ou em um rio, a fim de melhorar a qualidade do seu pescado. Neste caso, teremos uma externalidade positiva, que deve ser incentivada pelo governo (ao contrário da externalidade negativa). No caso da externalidade positiva, uma política pública adequada é o estabelecimento de subsídios ao agente causador da externalidade. Nesta situação, teremos um imposto Pigouviano negativo, ou simplesmente um subsídio de Pigou. 00000000000 Esse subsídio encorajará ainda mais o produtor da externalidade positiva em suas ações benéficas para a sociedade. Assim como o imposto de Pigou, podemos concluir que o subsídio de Pigou também apresenta efeitos positivos sobre a eficiência do mercado. c) Emissão de licenças negociáveis para poluir As licenças negociáveis para poluir representam títulos negociáveis. Funciona assim: o governo distribui (vende) permissões para emitir poluentes. Cada empresa recebe um pouco de permissões, segundo critérios estabelecidos pelo governo. Cada permissão (ou licença) especifica com exatidão a quantidade de poluentes que a empresa pode Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 18 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 emitir. Assim, uma empresa só está autorizada a poluir até onde seu título ou licença permitir. Essas licenças ou permissões são distribuídas (vendidas) entre as empresas de tal maneira que se estabeleça um nível máximo de emissões de poluentes. Se uma empresa polui, mas não possui a licença, será severamente multada. Igualmente, se a empresa polui acima do que sua licença permite, também será severamente multada. Uma característica interessante deste sistema de licenças é que elas são negociáveis (ou transferíveis). Ou seja, uma empresa pode vender suas licenças a outra empresa, a um preço decidido livremente no mercado. Assim, por exemplo, se uma empresa consegue reduzir seu nível de poluentes, ela poderá vender suas licenças (auferindo uma renda) para outra empresa que é incapaz de reduzir suas emissões. Desta forma, criase um mercado para as externalidades. Se houver um número suficientemente grande de empresas e licenças, será desenvolvido um mercado competitivo para essas permissões. A grande vantagem desta política pública é que o desenvolvimento deste mercado de licenças permite que o governo controle o nível máximo de emissão de poluentes com um custo bem menor que aquele verificado no caso das taxas (imposto de Pigou) e do limite de emissões. 2.3.2. Bens públicos Os bens públicos são aqueles não rivais ou não exclusivos (não excludentes). A não rivalidade é o mesmo que dizer que o bem é indivisível ou não disputável. Explicando melhor: o seu consumo por parte de um indivíduo ou de um grupo social não prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantes da sociedade. Assim, o maior consumo de um bem público por parte de alguém não significa redução no consumo deste mesmo bem por parte de outra pessoa. Temos como exemplo a iluminação pública, o asfaltamento das ruas, a organização da justiça, a segurança pública e a defesa nacional, a poluição, o ar que respiramos, etc. 00000000000 A não rivalidade também significa que o custo marginal de prover o bem para um consumidor adicional é nulo. Antes de prosseguirmos, vamos entender o que é custo marginal: Custo marginal é o acréscimo de custo decorrente do acréscimo de 01 unidade de produto produzida (e/ou consumida). Por Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 19 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 exemplo, suponha que uma firma produza e venda sapatos. Imagine que para produzir 01 sapato adicional para venda, a firma incorra em um custo adicional de R$ 20,00. Então, o custo marginal desta unidade de sapato será R$ 20,00. Observe, então, que para produzir um sapato adicional, a firma incorre em custos adicionais. Este custo adicional de produção, em relação à última unidade de produto que é fabricada/produzida, é o custo marginal. PS: em mercados de concorrência perfeita, o custo marginal de uma mercadoria é exatamente igual ao preço que a firma cobrará por aquela mercadoria. Ou seja, em mercados concorrenciais, as firmas cobram do consumidor exatamente o acréscimo de custo em virtude da produção do bem vendido (preço = custo marginal). Um bem público é não rival porque o custo marginal de produção é zero. Ou séa, depòs que o bem públ̀co é “produz̀do” ou posto à disposição da população, não há custo adicional se houver aumento de seu consumo por parte da população. Assim, depois que a iluminação de uma rua pública é terminada, não existe custo adicional para cada cidadão adicional que desfrute desta iluminação. O mesmo vale para a segurança pública, defesa nacional, pavimentação de estradas, ar que respiramos, etc. Ou seja, não há aumento de custo, se um consumidor adicional decidir utilizar o bem público. Por isso, o custo marginal de produção de um bem público é nulo e isso decorre do atributo da não rivalidade. Bem, já entendemos o que significa o atributo da não rivalidade. Agora, passemos ao atributo da não exclusividade: A não exclusividade refere-se à impossibilidade de excluir as pessoas do consumo dos bens públicos. É difícil (ou até mesmo impossível) impedir que um determinado indivíduo usufrua de um bem público. Por exemplo, se o governo iluminar uma rua pública, todos os moradores dessa rua (mais os que eventualmente passarem por lá), sem que se possa distinguir um indivíduo de outro, serão beneficiados pela disponibilização deste bem público. 00000000000 Considere agora um bem privado: uma peça de roupa ou ingresso para o cinema, por exemplo. Para um consumidor comprar uma peça de roupa, terá que pagar por ela, caso contrário estará excluída do seu consumo. O mesmo acontece em relação ao cinema. Para assistir ao filme, deve-se pagar pelo ticket, caso contrário não conseguirá passar pela roleta. Ao mesmo tempo, e até como decorrência da exclusão no Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 20 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 consumo, ocorre a rivalidade. Ou seja, se alguém compra uma roupa, outra pessoa não poderá comprar esta mesma roupa. Alguns bens apresentam maior rivalidade no consumo que outros, é o caso do ingresso de cinema, em que vários consumidores poderão adquirir o bem até certo limite de cadeiras no interior da sala de cinema. Mas, note que, mesmo nesse caso, haverá rivalidade e exclusão no consumo, pois o bem é privado. Dica estratégica: Bem público: bem não rival (custo marginal de produção é nulo) e não excludente. Bem privado: bem rival e excludente. Pois bem, a esta altura você pode estar se perguntando por que o bem público é referenciado como uma falha de mercado. Os bens públicos (ou uma grande parte deles), diferentemente dos bens privados, são bancados por toda a coletividade, por meio dos impostos. A falha de mercado que existe na produção dos bens públicos decorre do fato de que é impossível determinar o real benefício que cada indivíduo desfrutará do seu consumo, logo, é inviável determinar de forma totalmente justa o “preço” (imposto) que cada um pagará. Assim, percebe-se que o mecanismo competitivo (da concorrência perfeita) em que os preços definem as quantidades demandadas e ofertadas não mais funciona, pois é possível que terceiros usufruam o bem sem pagar por ele, daí decorre a falha de mercado. Nota-se então que o fato de não ser possível individualizar o consumo permite que algumas pessoas desfrutem dos bens públicos sem pagar. Essas pessoas são chamadas de free riders (os caronas). Alegando que não querem ou não precisam consumir o bem público, eles se negam a pagar, ainda que acabem usufruindo o benefício dos bens públicos. 00000000000 Deste modo, podemos afirmar que a presença de free riders está intimamente ligada ao problema da não exclusividade presente nos bens públicos. Ressalta-se que a presença de “caronas” nos mercados de bens privados é (quase) impossível, devido à individualização (exclusão) existente nestes bens (privados). Explicado em linhas gerais por que a produção de bens públicos é considerada uma falha de mercado, cabe-nos agora fazermos uma importante ressalva. Os bens de que tratamos até agora (segurança nacional, iluminação pública, etc), na verdade, são os bens públicos puros. Isto é são os bens que são não rivais e também não exclusivos. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 21 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Mas pode haver casos em que um bem é somente não rival ou somente não exclusivo. Nestes casos, esses bens serão chamados de bens semi-públicos (quase-públicos), que são bens que possuem apenas parte das características dos bens públicos. Há quem classifique estes bens semi-públicos como bens meritórios. Seriam bens que apresentariam características de bens privados (divisibilidade, ou exclusão, ou rivalidade), mas que, pela sua grande importância, deveriam ser disponibilizados pelo setor público. Temos como exemplo o acesso à educação e à saúde. Em ambos os casos, há não exclusão no consumo (em teoria, todos têm direito ao acesso). Quanto à rivalidade, podemos dizer que até que o limite de vagas seja alcançado (limite de vagas nas escolas e nos hospitais públicos, no caso da educação e saúde, respectivamente), não há rivalidade no consumo, pois não há diferença se entra um novo aluno na sala de aula ou um novo paciente no hospital (estamos supondo que o limite de vagas ainda não foi atingido). Depois de atingido o limite de vagas disponível, existe a rivalidade. Como são bens com características de bens privados (rivalidade depois de atingido o limite de vagas) e bens públicos (não rivalidade até certo ponto e não exclusividade), são denominados semi-públicos ou meritórios. A nomenclatura bens meritórios também é explicada pela questão meritória de o governo disponibilizar tais bens à população, tendo em vista se tratar de bens de grande utilidade para os cidadãos. Não seria desejável, do ponto de vista social, que algumas pessoas fossem excluídas dos benefícios de seu consumo por não terem condições financeiras de pagar por eles. Neste mesmo sentido, a doutrina também utiliza o termo de bens demeritórios como sendo aqueles bens de consumo altamente desaconselhável. Veja que, aqui, o termo demeritórios não tem nada a ver com os princípios da exclusão ou rivalidade, mas apenas com o fato de seu consumo ser desaconselhável pelo governo. Geralmente, sobre estes bens são cobrados elevados tributos (cigarros, bebidas alcoólicas) ou eles são até mesmo proibidos de serem consumidos (drogas). 00000000000 Também devemos atentar que o conceito de bem público guarda relação com os atributos da não rivalidade e não exclusividade. O conceito não possui qualquer relação com o ente que produz o bem. Assim, o fato de tal bem ser produzido pelo governo não faz dele um bem público, assim como o fato de tal bem ser produzido pela iniciativa privada não exclui a possibilidade de que esse bem seja classificado como bem público. O critério, como alertamos, depende dos atributos da não rivalidade e não exclusividade e não de quem produz o bem. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 22 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 O fato que faz um bem ser “público” não é o fato de ele ser produzido pelo governo, mas sim suas características de “não rivalidade” e “não exclusividade”. Assim, se uma empresa privada eventualmente for a responsável pela segurança nacional de um país, ainda assim, a segurança nacional é um bem público, pois é não rival e não excludente. 2.3.3. Assimetrias de informação Uma terceira falha de mercado importante é a informação imperfeita. A suposição da concorrência perfeita é a de que compradores e vendedores tenham a informação completa sobre os bens e serviços que compram e vendem. Neste sentido, supõe-se que os produtores conhecem todas as tecnologias de produção disponíveis e que os consumidores conhecem todas as características possíveis dos produtos que desejam comprar. Mas, na realidade, não é bem assim que as coisas funcionam. É muito comum, nas transações econômicas, uma das partes deter informação não disponível para a outra, tirando proveito dessa informação em detrimento dos resultados da transação. Uma pergunta que você pode fazer é a seguinte? Ok, uma das partes tem mais informação do que a outra, mas... e aí, em que isso pode ser prejudicial? Em alguns casos, a perda de eficiência decorrente da assimetria de informação é pequena. Por exemplo, imagine que você vai a um restaurante e o garçom lhe assegura que lá naquele estabelecimento é servido o melhor peixe de bacalhau da cidade. Entretanto, quando o prato chega, você entende que aquilo não era verdade. Houve uma assimetria de informação, pois o garçom sabia como era a comida do restaurante e você não sabia. Neste exemplo, você, ingênuo, foi influenciado pela opinião do garçom, que no caso era errada. Assim, a decisão econômica tomada foi embasada em informação imperfeita, o que é ineficiente economicamente. 00000000000 Mas, neste exemplo, o problema de assimetria de informação ocorrido não chega a ser um grande problema, pois a perda de eficiência é pequena. O máximo que acontecerá será você não voltar mais àquele estabelecimento. No entanto, imagine se uma empresa farmacêutica vende um remédio que ela diz curar o câncer, mas, na verdade, o remédio faz é piorá-lo! Neste caso, a assimetria de informação existente é um problema grave, bem mais grave que aquele visto no exemplo do restaurante. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 23 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Assim, uma das mais importantes atribuições do governo é identificar essas áreas onde as deficiências de informação são economicamente significativas (setor financeiro, farmacêutico, etc) e, então, descobrir soluções apropriadas. Vamos a outro exemplo. Imagine o mercado de carros usados. Neste, o vendedor detém informação privilegiada a respeito do carro que está tentando lhe vender. Neste caso, o comprador está em posição de desvantagem, pois é a parte menos informada. O vendedor sabe o histórico do carro, os seus problemas, quem era o antigo dono, porque o carro está sendo posto à venda, a verdadeira quilometragem do carro, etc. Já o comprador não sabe nada e é obrigado a confiar na palavra do vendedor, que, obviamente dirá o seguinte sobre o veículo: que o carro teve úǹco dono, era carro “de madame”, nunca deu problema, as revisões foram todas feitas em concessionária, o carro é “f̀lé”, oportuǹdade ̀mperdível, um bocado de gente ́á está querendo comprar, etc. Logo, percebe-se que há uma assimetria nas informações, um agente da transação tem mais informações que o outro. Isso, conforme sabemos, fere um dos pressupostos dos mercados competitivos, levando, portanto, a falhas de mercado. Até o momento vimos somente exemplos onde o consumidor é a pessoa com menos informações, mas o inverso também pode ocorrer. No mercado de seguros, o seguro é obrigado a confiar nas informações que o consum̀dor passa (se tem o carro “dorme” em garagem fechada, a quilometragem rodada por mês, se utiliza o carro para trabalho, etc). Nos planos de saúde, a empresa também é obrigada a confiar nas informações que o consumidor passa (especialmente, em relação às doenças preexistentes). A informação assimétrica gera, nas relações econômicas, a seleção adversa e o risco moral. 00000000000 2.3.3.1. Seleção adversa A seleção adversa é um problema pré-contratual. Imaginemos como primeiro exemplo o mercado de carros usados. Neste mercado, existe uma grande diferença no padrão de carros. Às vezes, temos dois carros com características bem semelhantes, produzidos pela mesma montadora, mesmo ano de fabricação, entretanto, mesmo assim, pode haver grandes diferenças na qualidade dos dois carros. Isso decorre obviamente do passado dos carros, tendo em vista que são usados. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 24 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Neste caso, o vendedor tem as informações privilegiadas, é o lado com mais informações. O resultado deste tipo de assimetria de informação é que os consumidores ficam muito desconfiados em relação ao que os vendedores dizem sobre os carros. Aliás, todos dizem as mesmas coisas (que já foram citadas aqui no texto). O maior problema é que negócios de compra e venda de carros usados podem ser dificultados por causa desta assimetria de informações. Por exemplo, a compra e a venda de carros usados em excelentes condições podem não sair porque o vendedor não consegue convencer o comprador de que seu carro não é de má qualidade. Afinal, o discurso de venda é sempre o mesmo... então, quando ele é realmente verdade, isso não acaba sendo percebido pelo consumidor. O resultado é que, mesmo que o carro seja bom, o comprador vai querer pagar um valor de carro usado em más condições. Ao mesmo tempo, se o comprador do carro não tem como saber a qualidade do carro, não há o que vendedor do carro bom possa dizer que o vendedor do carro ruim também não possa (rs!). Assim, se o vendedor cobrar um preço acima da média porque o carro usado é bom, os carros bons podem não ser vendidos para os consumidores que lhe atribuem o maior valor, ou até mesmo podem ficar fora do mercado, ao não conseguirem se diferenciar dos carros ruins. Vem daí o nome seleção adversa. Como existem carros ruins, os bons carros podem ficar fora do mercado ao não conseguirem se diferenciar daqueles. Agora, tomemos como exemplo o mercado de crédito, onde determinada firma (um banco ou uma financeira) deseja emprestar determinada quantia de dinheiro. Obviamente, os bancos gostariam de emprestar dinheiro somente aos bons pagadores, mas o problema é que quem vai ao banco em busca de empréstimos sabe mais do que o banco sobre a sua real possibilidade e disposição de honrar o empréstimo. Se o gerente do banco perguntar: 00000000000 Gerente: - Meu filho, você vai pagar esse empréstimo? Bom pagador: - SIM! Fique tranquilo quanto a isto, meu gerente! Mau pagador: - SIM! Fique tranquilo quanto a isto, meu gerente! Ou seja, o bom e o mau pagador vão dizer a mesma coisa: que vão pagar o empréstimo. O resultado disso é que os bons devedores (que pretendem e vão pagar o empréstimo) são os prejudicados. A existência de maus devedores entre os bens devedores faz com que os bancos cobrem juros mais elevados de TODOS. Novamente, há um problema de seleção adversa: porque existem maus pagadores, os juros são mais Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 25 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 altos, mas juros mais altos selecionam adversamente aqueles que já são mais propensos a dar o calote. Veja que o âmago do problema é o mesmo do mercado de automóveis usados. Uma das partes, antes de fechar o negócio, tem menos informações do que a outra; e isso distorce os preços cobrados pelos produtos, assim como as próprias quantidades transacionadas (compradas e vendidas). O resultado é bem diferente daquilo que seria verificado em um mercado competitivo ou concorrencial. Daí, temos essa falha de mercado, provocadora de ineficiência econômica. Uma intervenção do governo no sentido de reduzir essa falha de mercado é a adoção de cadastros, com as informações dos consumidores. Por exemplo, em um cadastro positivo, teríamos a relação de bons pagadores. Em um cadastro negativo, teríamos a relação de maus pagadores. Quanto mais informações o banco tiver sobre as pessoas (se elas sempre foram boas pagadoras, se já deram calote em outro lugar, etc), mais barato será o empréstimo para os bons pagadores, e mais caro (ou difícil) será o empréstimo para os maus pagadores. No caso do mercado de carros usados, se tivéssemos a possibilidade de se avaliar com perfeição o estado dos carros, com certeza, os donos dos carros bons seriam beneficiados e poderiam cobrar preços mais elevados por seus carros. Este problema também acontece no mercado de seguros de carros (as firmas, por não conhecerem os compradores, aumentam o valor do prêmio). Nos seguros de saúde, também ocorre. As seguradoras de saúde não conhecem detalhadamente a saúde de seus contratantes (e futuros pacientes). O resultado é que os saudáveis (e que utilizarão pouco o plano de saúde) pagarão pelos que estão com pior de saúde. Veja que, nestes casos, acontece a mesma situação verificada no mercado de crédito: os bons pagam pelos maus! Enfim, o mais importante é que, com informações mais completas, maior número de transações eficientes ocorreria na economia, e esta falha de mercado (assimetria de informações) seria bastante reduzida. 00000000000 2.3.3.2. Risco moral O risco moral (moral hazard) é um problema pós-contratual. Esse problema ocorre quando o fechamento de um negócio modifica o comportamento dos indivíduos, que passam a agir de modo diferente e prejudicial para a outra parte, diferentemente daquilo que foi acordado antes do contrato ser fechado. Assim, uma vez formalizado o contrato, uma das partes passa a tomar ações indesejáveis sob o ponto de vista contratual. Temos como Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 26 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 exemplo o mercado de seguros de carro. Uma vez feito o seguro, o segurado se sente “seguro” em relação ao roubo de carro e não procura evitá-lo de forma mais ostensiva, estacionando-o em lugar conhecidamente perigoso no que se refere a roubo de carros ou deixando de adotar outros cuidados que tomaria se não tivesse contratado o seguro (instalação de trancas, uso de estacionamentos particulares, etc). Afinal, para que se aborrecer com a verificação do estado do extintor de incêndio, ou estacionando em um lugar seguro à noite, se a seguradora é quem arcará com os custos se o carro pegar fogo ou for roubado? Como consequência, os prêmios de seguro tendem a aumentar, pois mais carros são roubados, em virtude da falta de cuidado de seus donos ao contratar os seguros. Uma maneira que o mercado de seguros de automóveis encontrou de reduzir o risco moral é o pagamento de uma franquia. Se o segurado bate o carro, ele precisa arcar com parte dos gastos, previamente acordada em contrato. Isto reduz o risco moral, pois aumenta os seus incentivos para dirigir prudentemente. É interessante você notar que alguns mercados podem apresentar ambos os problemas de informação assimétrica: risco moral e seleção adversa. No mercado de seguros de automóveis, por exemplo, há seleção adversa antes da contratação do seguro, pois as firmas não conhecem o perfil de seu contratante. Depois da contratação do seguro, o segurado pode se sentir incentivado a mudar o comportamento (fica mais relaxado nos cuidados com o carro). Aí, nós temos o risco moral. Dica estratégica: Seleção adversa: é relevante no período que precede a transação (é um problema précontratual). Risco moral: é relevante no período que se faz sentir depois de concretizada a transação (ou assinado o contrato). É um problema póscontratual. 00000000000 Um exemplo interessante de risco moral ocorre no mercado de trabalho. Determinados empregados, após a contratação, podem começar a fazer corpo mole no trabalho. Uma saída que as empresas têm encontrado para reduzir este problema é o oferecimento de salários maiores (salários de eficiência) para reduzir este corpo mole após a contratação. Assim, pagando salários maiores, a empresa reduz o risco moral, pois o empregado sente que tem muito a perder se fizer corpo mole no trabalho. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 27 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Um outro exemplo está no f̀lme “Wall Street: o d̀nhèro nunca dorme”. O personagem de Gordon Gekko (Michael Douglas) lança um livro que, entre outras coisas, fala da crise financeira de 2008, onde os gestores de fundos foram irresponsáveis com o dinheiro da população. Ou seja, um problema pós-contratual, risco moral, onde um aplicador coloca seu dinheiro em um fundo, e o gestor deste fundo age irresponsavelmente, gerando perdas para os investidores. Na sessão de autógrafos do livro, uma senhora leva o livro ao Sr. Gordon Gekko e pergunta para ele: “O que é r̀sco moral?”. Ele responde: “É quando alguém pega o seu d̀nhèro e não toma conta dele d̀rèto.” Acho que era mais ou menos isso (rs!)... já faz algum tempo que eu (Heber) vi o filme e minha memória, às vezes, tem me traído! Mas a ideia é esta. Depois de assinado o contrato, os incentivos são alterados e daí surge o risco moral. Se você ainda não viu o filme, veja; depois que passar no concurso, é claro. Nos casos de falhas de informação (seleção adversa ou risco moral), a intervenção do Estado justifica-se em razão de o mercado por si só não fornecer dados suficientes para que os agentes tomem suas decisões racionalmente. Uma forma de ação do Estado poderia ser a montagem de um cadastro de inadimplentes, ou um cadastro de empresas que sofreram processos na justiça por problemas contratuais. Enfim, qualquer ação que torne mais eficiente o fluxo de informações na economia será desejável a fim de eliminar ou reduzir essa falha de mercado. 2.3.3.3. Comportamento de Manada (Herding Behavior) Um terceiro problema relacionado à assimetria de informação é o comportamento de manada. Este é um problema que não consta na maioria dos livros, mas algumas bancas têm cobrado este conhecimento em seus concursos. O comportamento de manada ocorre quando um agente econômico copia o comportamento de outro agente econômico, apenas por copiar, sem mais nenhuma justificativa. 00000000000 Pense por exemplo no mercado financeiro. Vamos imaginar que o Cursinho X lance suas ações na bolsa de valores. Se o preço da ação do Cursinho X estiver baixo, isso significa que os investidores não estão confiando que o Cursinho X gerará muitos lucros no futuro. Por outro lado, se o preço da ação do Cursinho X subir, isso significa que o mercado enxerga que o Cursinho X é uma empresa sólida, eficiente e que tem muitas possibilidades de gerar lucros no futuro. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 28 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Percebam, portanto, que o preço de uma ação deve refletir os ganhos que uma empresa proporcionará aos seus investidores. Se a ação possui um valor baixo, os investidores estão desconfiados quanto à capacidade da empresa de continuar gerando lucros. Mas se a ação subir, isso significa que a empresa está apresentando evidências ao mercado de que pode, sim, gerar lucros. Agora, imagine que um grande investidor internacional adquiriu muitas ações do tal Cursinho X, mas que este cursinho não possui fundamentos econômicos sólidos. Os investidores menores, por acred̀tarem que o grande ̀nvest̀dor possù alguma “̀nformação pr̀v̀leg̀ada”, passam a adqùr̀r ações desta empresa também, sem analisar os fundamentos da empresa. O mimetismo dos pequenos investidores em relação à ação do grande investidor internacional faz com que os investidores menores adquiram as ações do Cursinho X apenas porque o grande investidor internacional assim o fez. Bom, mas qual é o grande problema? Quando há muita procura pelas ações de uma empresa, a ação sobe de preço. Assim, com a maior demanda do grande e dos pequenos investidores, a ação do Cursinho X subirá de valor. Percebam que o preço da ação do Cursinho X subiu de valor não porque o mercado enxerga que o Cursinho X é uma boa empresa e que gerará lucros, mas apenas porque o grande investidor internacional resolveu comprar as ações da empresa e os pequenos investidores foram atrás dela também. Quando isso acontece, o preço da ação deixa de refletir os fundamentos econômicos e contábeis da empresa, o que é prejudicial para o mercado como um todo, já que o preço da ação do Cursinho X está alto, mas a empresa não é capaz de gerar os benefícios econômicos esperados. 00000000000 O que acontecerá? Quando o mercado descobrir que o Cursinho X não vale nada, eles começarão a vender suas ações, o que vai fazer com que o preço da ação despenque e que os investidores, principalmente os pequenos, tenham muito prejuízo. Esse é o estouro de uma bolha no mercado financeiro, por exemplo. Para vocês terem ideia, muitas crises econômicas começaram por causa de uma bolha. E muitas bolhas começaram por causa do comportamento de manada. 2.3.4. Poder de mercado Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 29 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 A existência de produtores e consumidores atomizados como é suposto na concorrência perfeita (todos são pequenos em relação ao mercado, de forma que qualquer um será um tomador de preço do mercado) nem sempre é possível. Aliás, esta característica, que é inerente aos mercados competitivos, não é comum no mundo em que vivemos. O que há, em geral, são mercados não competitivos, como, por exemplo, o monopólio e o oligopólio. Essas estruturas de mercado fazem o nível de produção ser menor e o preço ser maior que aquele verificado na concorrência perfeita, o que certamente prejudica um grande número de consumidores em detrimento da maximização de lucros de uma pequena parcela da sociedade. Nesse sentido, é papel do governo limitar o poder de mercado das firmas, por meio da regulação de mercados. Ainda em relação ao poder de mercado, cabe ressaltar o caso do monopólio natural, que é um caso específico de monopólio. Este tipo de monopólio apresenta algumas peculiaridades que fazem com que o regulador tenha uma atenção especial a ele. Uma dessas peculiaridades é que o monopólio natural, que é uma falha de mercado, fornece bens que são excludentes, mas não rivais. O bem que o monopólio natural oferece apresenta um custo marginal igual a zero e, por isso, o bem é não rival. No entanto, o bem fornecido pelo monopólio natural consegue ser excludente. Um exemplo claro de monopólio natural é o serviço de energia elétrica. Depois que uma empresa instala toda estrutura (postes de luz, cabos, etc), não custa nada a ela disponibilizar energia elétrica a uma casa a mais. Ou seja, o Custo Marginal é zero e, por isso, o bem é não rival. 00000000000 No entanto, é perfeitamente possível excluir uma pessoa do consumo. É só a empresa “cortar a energ̀a” de quem não paga suas contas em dia. Assim, temos um bem que é não rival, mas é excludente. O caso do monopólio natural é tão curioso, que voltaremos a este assunto com todos os detalhes mais à frente em nosso curso, ok?! 2.3.5. Mercados incompletos Às vezes um bem X pode ser demandado pela sociedade, o seu custo de produção pode estar abaixo do preço que os potenciais consumidores estariam dispostos a pagar e, mesmo assim, este bem Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 30 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 pode simplesmente não ser produzido. Neste caso, temos um mercado incompleto (o bem X não é ofertado, apesar de todas as condições favoráveis e de existir demanda para o bem). Esta falha ocorre porque, mesmo que se trate de atividade típica de mercado e tenha expectativa de lucros, nem sempre o setor privado está disposto a assumir riscos. Outra situação que pode impedir a produção é a falta de recursos do setor privado, ao mesmo tempo em que os empresários não conseguem financiar a atividade mediante a utilização do sistema financeiro, pelo fato do governo não disponibilizar créditos de longo prazo para a atividade produtiva7. Alguns autores apontam ainda a instabilidade política como um fator a explicar a ocorrência desta falha de mercado. Países onde ocorrem muitas revoluções, reviravoltas no poder ou não há garantia ao direito de propriedade (é comum o Estado se apropriar dos bens privados), é comum a existência de mercados incompletos. Uma intervenção alocativa a fim de evitar tal falha, seria a disponibilização de crédito ao setor privado, ou ainda, a própria produção do bem pelo setor público, através das empresas estatais. No início da industrialização brasileira, o uso de empresas estatais foi a saída encontrada para produzir bens que não seriam produzidos pela iniciativa privada (telefonia, energia elétrica, água, etc). 2.3.6. Riscos pesados Há algumas atividades que são demasiadamente arriscadas. Por exemplo, as empresas privadas poderiam não investir na tecnologia espacial, na energia atômica (como fonte de energia elétrica) ou na descoberta da cura da AIDS, porque tais investimentos seriam bastante elevados. Os custos das pesquisas e o tempo necessário para colher os lucros poderiam ser altamente elevados. Aliás, ainda haveria o risco das pesquisas não obterem êxito (a cura da AIDS não ser descoberta, a energia atômica não ser desenvolvida, etc). Neste caso, os prejuízos seriam imensos. 00000000000 Assim, em virtude dos riscos pesados, é necessária a intervenção do governo para incentivar esses investimentos. Tal intervenção poderia acontecer mediante contratos de pesquisa com empresas privadas, concessão de subsídios, isenção de impostos, doação de bens, etc. 7 No Brasil, destacam-se na concessão de crédito de longo prazo os bancos públicos de desenvolvimento econômico, como o BNDES e as linhas especiais de financiamento (como o crédito rural, do Banco do Brasil; o crédito para a Microempresa, etc). Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 31 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 2.3.7. Desemprego e inflação Inflação é o aumento generalizado de preços. Desemprego é a situação em que há certa quantidade de pessoas que quer trabalhar mas não encontra emprego. Assim, fica claro que estes são dois (grandes) problemas existentes no mercado. De uma forma geral, podemos até dizer que são as falhas de mercado que merecem a maior parte das atenções por parte do governo (junto com os bens públicos) e da população. A intervenção governamental é desejável pois os mercados livres não são capazes de solucionar esses problemas (inflação e desemprego) sozinhos. Nesse sentido, é recomendável a ação estatal a fim de manter a economia funcionando o mais próximo possível do pleno emprego (sem desemprego) e com estabilidade de preços (sem inflação). Finalmente, devemos comentar ainda que há situações em que as falhas de mercado e as intervenções do governo acontecem ao mesmo tempo em vários dos aspectos mencionados. Por exemplo, ao subsidiar uma pesquisa para a descoberta de um remédio importante para a saúde pública, o governo estará criando uma externalidade positiva e, simultaneamente, reduzindo um risco pesado. Poderá, também, estar suprindo um mercado incompleto, além de criar empregos (combate à falha de mercado desemprego). *************************** Pessoal, por hoje, é só!! Vemo-nos na aula 01! Vambora partir pra cima da ESAF!!! Abraços e bons estudos! Heber Carvalho e Jetro Coutinho 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 32 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 RESUMÃO DA AULA Concorrência Perfeita Características número infinito de produtores e consumidores; produto transacionado é homogêneo; não há barreiras à entrada de firmas e consumidores; perfeita transparência de informações entre consumidores e vendedores; perfeita mobilidade de fatores de produção; A Concorrência Perfeita é um mercado eficiente economicamente (Pareto). Externalidades Situação BS=BP CS=CP Externalidade Não há Não há BS>BP Positiva CS>CP Negativa Medida interventiva/regulatória + exemplo Incentivo à externalidade (subsídio, incentivo fiscal). Desincentivo à externalidade (tributação mais elevada, multas, proibição). Causas das externalidades Ausências dos direitos de propriedade (tragédia dos comuns) Existência de custos de transação Teorema de Coase: se não houver custos de transação, a distribuição de direitos de propriedade pode eliminar as externalidades Bens Públicos Os bens públicos são aqueles não rivais e não exclusivos (não excludentes). 00000000000 Não Rivalidade Não Exclusividade Consumo por parte de um indivíduo ou de um grupo social não prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantes da sociedade. Também significa que o custo marginal de prover o bem para um consumidor adicional é nulo. Impossibilidade de excluir as pessoas do consumo dos bens públicos. O fato de não ser possível individualizar o consumo permite que algumas pessoas desfrutem dos bens públicos sem pagar. Essas pessoas são chamadas de free riders (os caronas). É a presença de caronas que faz com que a provisão do bem público seja ineficiente (seja uma falha de mercado). Os bens públicos podem ser providos pelo setor público e também pelo setor privado (ou seja, podemos ter a iniciativa privada produzindo um bem público). Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 33 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Bem semi-público ou meritório é aquele em que temos somente um dos atributos ou temos ambos de forma comprometida (exemplo: educação, saúde, cultura, lazer, etc). Bem privado é aquele rival e exclusivo. Assimetria de Informações Seleção Adversa: Problema pré-contratual. Ocorre quando uma parte, antes de fechar o negócio, possui mais informações do que a outra. Isso distorce os preços cobrados pelos produtos, assim como as próprias quantidades transacionadas (compradas e vendidas). O resultado é bem diferente daquilo que seria verificado em um mercado competitivo ou concorrencial, por isso a ineficiência econômica. Principal exemplo: Mercado de carros usados. Risco Moral (Moral Hazard): Problema pós-contratual. Ocorre quando o fechamento de um negócio modifica o comportamento dos indivíduos, que passam a agir de modo diferente e prejudicial para a outra parte, diferentemente daquilo que foi acordado antes do contrato ser fechado. Principal exemplo: Mercado de seguro de carros. Efeito Manada (Herding Behavior): Ocorre quando um agente econômico copia as decisões de outro agente. Demais Falhas de Mercado Poder de Mercado: Poder da firma para estabelecer preços; Mercados incompletos: Quando um bem não é ofertado, apesar de existirem condições favoráveis e de existir demanda para o bem. Exemplo: instabilidade política; Riscos pesados: Investimentos com risco muito alto devido aos grandes custos e a um grande tempo necessário para o retorno do investimento, sem garantia de que esse retorno ocorreria; Desemprego e Inflação. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 34 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 QUESTÔES COMENTADAS 01. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG – 2015) Pode ser considerada como consequência da existência de problemas de informação assimétrica nos mercados: a) a não existência de bens públicos. b) o “problema do carona”. c) a necessidade de patentes. d) a ocorrência de externalidades positivas. e) a existência de custos de transação nos contratos. Comentários: Essa questão também era simples, especialmente se resolvermos por exclusão. Uma consequência das informações assimétricas é a existência de custos de transação nos contratos. São aquelas situações, por exemplo, em que os bons pagam pelos maus. Isso ocorre em inúmeros exemplos (contratos de seguros de automóveis, de saúde, empréstimos bancários, etc). Já as demais alternativas não tratam da consequência das informações assimétricas. Os bens públicos decorrem da existência de bens que possuem características de não rivalidade e não exclusão (errada letra A). O problema do carona decorre da existência dos bens públicos (errada B). A necessidade de patentes reforça o problema do poder de mercado, pois, se uma empresa conseguir uma patente, ela consegue virar, temporariamente, monopolista e pode subir o preço do produto patenteado. Por fim, a ocorrência de externalidades positivas decorre dos efeitos de um agente econômico influenciarem outros agentes. As externalidades são uma falha de mercado específica e não se confundem com a informação assimétrica. 00000000000 Gabarito: E 02. (ESAF – AFC – STN – 2013) Considere uma atividade econômica na qual existam externalidades positivas na produção e assinale a opção correta. a) Um planejador central benevolente escolheria produzir uma quantidade menor do que a produzida pelo mercado. b) Um planejador central benevolente escolheria produzir uma quantidade maior do que a produzida pelo mercado. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 35 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 c) Não é possível determinar se a quantidade produzida escolhida por um planejador central benevolente é maior ou menor do que a quantidade produzida escolhida pelo mercado. d) Um planejador central benevolente escolheria produzir a mesma quantidade produzida pelo mercado. e) A existência ou não de externalidades é irrelevante para um planejador central. Comentários: A) Incorreta. Na presença de externalidades positivas, um planejador central (Estado) benevolente produziria MAIS do que o mercado. B) Correta. C) Incorreta. Como o enunciado nos disse que existem externalidades positivas, podemos inferir que teremos um nível maior de produção feita por um planejador central do que pelo mercado. D) Incorreta. Idem letra A. E) Incorreta. A presença de externalidades é, sim, relevante para o planejador central. Como o mercado apresenta externalidades positivas, o planejador central deve produzir cada vez mais, pois, assim, estará aumentando o benefício coletivo. Assim, ele precisa incentivar a produção. Se tivéssemos externalidades negativas, o planejador central deveria desincentivar a produção, para poder minimizar o custo social. Perceba que a decisão de incentivar ou desincentivar o mercado possui impactos que são refletidos na sociedade. Escolher se o mercado deve ser incentivado ou não é, sim, relevante para o planejador central. Gabarito: B 00000000000 03. (ESAF – AFC – STN – 2013) Considere um mercado em que existem externalidades. Indique qual das afirmativas abaixo é correta. a) Caso as externalidades sejam positivas, o benefício social do bem é maior do que o benefício privado, neste caso subsidiar a produção pode ser uma maneira de aumentar o bem-estar. b) Caso as externalidades sejam negativas, o custo social do bem é maior do que o benefício privado, neste caso subsidiar a produção pode ser uma maneira de aumentar o bem-estar. c) Caso as externalidades sejam positivas, o benefício social do bem é maior do que o benefício privado, neste caso taxar a produção pode ser uma maneira de aumentar o bem-estar. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 36 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 d) A presença de externalidade não pode justificar nem impostos nem subsídios à produção, pois o Primeiro Teorema Fundamental do BemEstar Social estabelece que o equilíbrio de mercado é ótimo no sentido de Pareto. e) A presença de externalidades só afeta a quantidade produzida, portanto não afeta o bem-estar. Comentários: A) Correta. Sob a ótica das externalidades positivas, o benefício social é maior que o benefício privado. Assim, o Estado deve procurar subsidiar a produção para que a externalidade positiva seja ofertada em quantidade maior. B) Incorreta. As externalidades negativas tornam o custo social maior que o custo privado. Assim, não devem ser subsidiadas, mas, sim, desincentivadas. C) Incorreta. As externalidades positivas trazem um benefício coletivo. Esse tipo de externalidade deve ser subsidiado e não taxado. D) Incorreta. Vimos que as externalidades são uma falha de mercado. Dessa forma, na presença de falhas de mercado, o ótimo de pareto não existe. Portanto, a presença de externalidades é capaz de justificar, sim, impostos ou subsídios à produção, a depender dos impactos que essas atividades terão sobre a sociedade. E) Incorreta. As externalidades afetam não só a quantidade produzida, mas também o bem-estar. Imaginemos, uma externalidade negativa causada pela poluição. A poluição permitirá à empresa poluidora produzir mais (pois ela poderá jogar todos os seus dejetos em um rio, sem ser punida por isso), mas a poluição afeta o bem-estar de toda a população. Gabarito: A 04. (ESAF – AFC – STN – 2013) Sobre os bens públicos, bens rivais e bens excludentes, pode-se afirmar: a) bens rivais são bens em que o consumo de uma unidade por uma pessoa elimina a possibilidade de que alguém desfrute do bem, desta forma, ser um bem não rival é uma condição suficiente para que um bem seja considerado um bem público puro. b) bens não excludentes são bens que é impossível ou muito difícil negar o acesso, desta forma se um bem é rival, ele também é excludente. c) um bem público puro é um bem oferecido pelo setor público. d) um mesmo bem não pode ser simultaneamente rival e excludente. e) um bem público puro é um bem em que o consumo por uma pessoa não elimina a possibilidade que alguém desfrute do bem e que é 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 37 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 impossível ou muito caro impedir alguém de consumir. Desta forma um bem público puro é um bem que é não rival e não excludente. Comentários: A) Incorreta. Os bens públicos puros são aqueles que apresentam simultaneamente as características de não-rivalidade e não-exclusão. Se o bem apresentar apenas uma das duas características acima ele NÃO será um bem público puro. B) Incorreta. Um bem pode ser apenas não-rival ou apenas nãoexcludente. Não há relação necessária entre uma característica e outra. C) Incorreta. O que define um bem público puro não é quem fornece um bem (se o mercado ou o Estado), mas sim a presença das características de não-rivalidade e não-exclusão. Geralmente, o Estado é que fornece bens públicos puros, mas o critério para definirmos se um bem é público ou não é verificar se o bem apresenta as características apresentadas acima. D) Incorreta. Um bem privado qualquer, por exemplo, apresenta as características de rivalidade e exclusão no consumo. E) Correta. Gabarito: E 05. (ESAF – AFC – STN – 2013) Assinale a afirmação correta. a) Uma situação de risco moral ocorre quando um indivíduo toma uma decisão ilegal para ajudar outro indivíduo. b) Se um mercado está sujeito a risco moral então as firmas que operam neste mercado vão maximizar lucro quando ofertarem zero unidade do produto, nestes casos apenas o governo pode fornecer uma oferta positiva do bem. c) Considere o mercado de carros usados e suponha que, devido à incapacidade de os compradores distinguirem entre os carros bons e os carros ruins, apenas os carros ruins são vendidos. Este é um exemplo de modelo principal-agente. d) Considere o mercado de carros usados e suponha que, devido à incapacidade de os compradores distinguirem entre os carros bons e os carros ruins, apenas os carros ruins são vendidos. Este é um exemplo de seleção adversa. e) Uma situação em que um gerente tenha de escolher contratar um entre dois vendedores e não saiba qual escolher por não ter informações suficientes para tomar sua decisão é a típica situação em que se aplica o problema do agente e do principal. 00000000000 Comentários: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 38 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 A) Incorreta. Nada a ver essa alternativa! hahaha Risco Moral é um problema pós-contratual que faz com que após o fechamento de um contrato os indivíduos mudem seu comportamento, prejudicando a outra parte. B) Incorreta. Outra afirmativa nada a ver. Em um mercado sujeito a risco moral (mercado de seguros, por exemplo), as empresas podem ter uma oferta positiva. O que diferenciará esses mercados serão os instrumentos de incentivo ou desincentivo. Por exemplo, o pagamento de uma franquia pelo segurado para desincentivar o uso imprudente. Ou o pagamento de salários de eficiência para os trabalhadores, de forma a incentivar a produtividade após a contratação. C) Incorreta. Esse seria um exemplo de Seleção Adversa, como vimos em aula. D) Correta. E) Incorreta. Esse seria um caso de assimetria de informação. O problema do agente-principal é um problema em que o principal contrata um agente para tocar o negócio para ele, mas o principal não consegue monitorar todos atos do agente e o agente passa a agir em seus próprios interesses e não para atingir os interesses do principal. Gabarito: D 06. (ESAF – Analista de Infraestrutura em Transportes – DNIT – 2013) - O papel do Estado na economia é assunto controvertido. Considerando a sua relação com o mercado, há aqueles que defendem um Estado minimalista, enquanto outros postulam uma maior intervenção estatal. É correto afirmar que: a) no Brasil, os aspectos federativos, com três esferas de governo, fazem com que haja predominância de uma estrutura produtiva estatal. b) a consolidação da democracia no Brasil aumentou a pressão social sobre o setor público, ampliando e melhorando a qualidade dos serviços públicos essenciais. c) segundo a visão minimalista, o papel do estado deve ser limitado a algumas ações essenciais como a manutenção da lei, da ordem e a propriedade privada, além de produzir bens de consumo essenciais ao ser humano. d) de acordo com a visão de Milton Friedman, quanto maior a regulamentação do governo, melhor será o ambiente econômico. e) a corrente que defende uma maior intervenção do Estado considera que este não pode suprir as falhas de mercado, mas pode atuar diretamente na oferta de saúde, segurança e educação. 00000000000 Comentários: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 39 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 a) Incorreta. Não necessariamente, uma estrutura federativa implica que haja uma predominância de uma estrutura produtiva estatal. b) Correta. A consolidação da democracia (especialmente, durante a década de 1990) fez com que a população pressionasse o setor público, no que tange à qualidade dos serviços públicos essenciais. Esses serviços, em virtude disto, apresentaram melhora. PS: os serviços públicos ainda estão e, na média, sempre foram ruins, mas, com a consolidação da democracia, tiveram uma ampliação e melhora em sua qualidade (não quer dizer que estejam bons, quer dizer apenas que melhoraram... ou f̀caram “menos rùns” ;-). c) Incorreta. Está errada apenas na parte final, pois, segundo a visão minimalista, o Estado não produz bens de consumo essenciais ao ser humano. d) Incorreta. Milton Friedman é um dos maiores expostos da teoria clássica. Era um ferrenho defensor do livre mercado, do não intervencionismo do governo. Apenas para que tenham uma ideia, segue uma de suas frases famosas: “Se você colocar o governo para tomar conta do deserto do Saara, em 5 anos teremos falta de areia.” Milton Friedman Assim sendo, está errada a assertiva, pois, para Friedman, quanto maior a regulamentação do governo, pior será o ambiente econômico. e) Incorreta. A corrente que defende uma maior intervenção do Estado considera que este pode suprir as falhas de mercado, e ainda pode atuar diretamente na oferta de saúde, segurança e educação. Gabarito: B 07. (ESAF – Fiscal ISS/RJ – 2010) - Na existência de externalidade negativa na produção de um determinado bem, pode-se dizer que: a) em qualquer nível de produção, o custo social é menor do que seria sem a externalidade negativa. b) a curva de oferta de mercado esta acima da curva de custo social. c) a quantidade socialmente ótima e menor do que a quantidade de equilíbrio de mercado. d) o pagamento de subsídios a produção do bem serve de incentivo para compensar a sociedade pela existência da externalidade. e) o custo de produção do bem e menor para a sociedade do que para o produtor. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 40 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Comentários: Esta questão é um pouco difícil para nós, tendo em vista que não temos conhecimentos de Microeconomia. Mas, mesmo assim, vale a pena comentarmos: a) Incorreta. Na presença de externalidade negativa, o custo social é maior do que seria sem a externalidade negativa. b) Incorreta. A curva de oferta de mercado reflete a oferta de determinado bem, considerando o custo privado daquele bem. Na presença de externalidade negativa, o custo social supera o custo privado, de tal forma que a curva de oferta (que reflete o custo privado) estará abaixo da curva do custo social. c) Correta. Na presença de externalidade negativa, temos uma tendência à superoferta do bem que gera a externalidade. Assim, no equilíbrio de mercado (com a externalidade), a quantidade de equilíbrio será maior que a ideal ou ótima (sem a externalidade). Assim, na presença de externalidade negativa, a quantidade socialmente ótima (sem externalidade) é menor do que a quantidade de equilíbrio do mercado (que está com uma externalidade). d) Incorreta. O pagamento de subsídios é adequado quando temos uma externalidade positiva, e não quando temos uma externalidade negativa. e) Incorreta. Com externalidade negativa, o custo para a sociedade (custo social) é maior do que para o produtor (custo privado). Gabarito: C 08. (ESAF – Fiscal ISS/RJ – 2010) - A respeito dos conceitos e uso dos bens publicos, semipublicos e privados e correto afirmar, exceto: a) os bens privados, assim conceituados pelas finanças públicas, são aqueles em que a produção não e realizada por entidade pública e seu consumo por um indivíduo pode impedir sua disponibilidade para outros indivíduos. b) os bens publicos têm como uma das suas características a impossibilidade de se excluir determinados indivíduos ou segmentos da população do seu consumo. c) no caso dos bens publicos, a curva total de demanda e dada pela soma vertical das demandas individuais. d) o princípio da nao-exclusao condiciona que o consumo de bens publicos e exercido coletivamente em detrimento do consumo individualmente. e) uma das características dos bens semipublicos e um elevado grau de externalidade em razão de os benefícios advindos do seu consumo não serem totalmente internalizados pelo indivíduo que o consome. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 41 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Comentários: Mais uma questão em que, em algumas alternativas, é necessário saber um pouco de Microeconomia. Novamente, vamos comentar a questão, mesmo sem esses conhecimentos de Microeconomia. Bem privado é aquele bem que possui os atributos da rivalidade e exclusividade. Seu conceito, portanto, não guarda relação com o agente que o produz. Assim, o fato de o governo produzir um bem não implica que este bem seja um bem público. Ao mesmo tempo, o fato de a iniciativa privada produzir um bem não implica que este bem seja um bem privado. Assim, a alternativa A está errada ao afirmar que bem privado é aquele que não é produzido por entidade pública. Isto não é necessariamente correto. Por exemplo, em países onde há elevada participação estatal na economia, é comum o Estado produzir bens privados. Gabarito: A 09. (ESAF – EPPGG/MPOG – 2009) - Sobre os conceitos econômicos de bens públicos e externalidades, é correto afirmar que: a) se a produção de um bem implica externalidades negativas, então, em condições de concorrência perfeita, esse bem será produzido em quantidade superior à que seria socialmente eficiente. b) um bem público é qualquer bem que seja de propriedade estatal. c) define-se externalidade como um evento que ocorre fora dos estabelecimentos de uma empresa. d) não é possível que um ato de consumo gere externalidades negativas. e) não é possível que um ato de produção gere externalidades positivas. Comentários: Na presença de externalidade negativa, temos uma tendência à superoferta do bem que gera a externalidade. Ou seja, esse bem será produzido em quantidade superior à socialmente eficiente. Portanto, está correta a letra A. 00000000000 No mais, a letra B está errada pois já sabemos que um bem público é definido em razão dos atributos da não rivalidade e não exclusividade (e não pelo fato de ser produzido pelo governo). A letra C está errada pois a externalidade ocorre quando os custos e os benefícios não são totalmente internalizados pelos agentes que produzem ou consomem o bem. Gabarito: A Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 42 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 10. (AFC/STN – ESAF/2005) No que diz respeito aos bens públicos, semi-públicos e privados, indique a única opção incorreta. a) Bens públicos são os bens que o mecanismo de preços não consegue orientar os investimentos a fim de efetuar sua produção. b) Bens públicos têm a característica de serem usados por todos, indistintamente, não importando o nível de renda ou condição social. c) Bens semi-públicos satisfazem ao princípio da exclusão, mas são produzidos pelo Estado. d) O serviço meteorológico é um exemplo de bem de consumo não rival. e) Serviços de saúde e saneamento são bens públicos, uma vez que seus custos podem implicar preços muito altos para que as pessoas pobres possam ter acesso aos mesmos. COMENTÁRIOS: Os serviços de saúde e saneamento são bens semi-públicos ou meritórios, uma vez que seus custos podem implicar preços altos que inviabilizem o seu consumo pela população pobre. GABARITO: E 11. (ESAF - EPPGG/MPOG – 2002) Tecnicamente ocorre uma externalidade quando os custos sociais (CS) de produção ou aquisição são diferentes dos custos privados (CP), ou quando os benefícios sociais (BS) são diferentes dos benefícios privados (BP). Uma externalidade positiva apresenta-se quando: a) BS < BP b) BS = BP c) CS > CP d) CS = CP e) BS > BP COMENTÁRIOS: A externalidade positiva ocorre quando o benefício social é maior que o benefício privado, portanto, correta a alternativa E. As alternativas B e D retratam situações onde não há externalidades. Já as alternativas A e C retratam situações onde há externalidades negativas. 00000000000 GABARITO: E 12. (ESAF - EPPGG/MPOG –2001) “As ações econômicas desenvolvidas por produtores e consumidores exercem, necessariamente, efeitos incidentes sobre outros produtores e/ou consumidores que escapam ao mecanismo de preços, ainda que estes sejam determinados em regimes de mercado perfeitamente competitivos. Estes efeitos, não refletidos nos preços, são conhecidos por “efeitos externos” ou “externalidades”. Uma Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 43 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 externalidade pode implicar tanto ganhos como perdas para os recipientes da ação econômica inicial. Quando o recipiente for um produtor, um benefício externo tornará a forma de um acréscimo no lucro. A imposição de um custo externo, por outro lado, significará redução no lucro. Quando o recipiente for um consumidor, sua função de bem-estar é que estará sendo afetada pelas externalidades, positiva ou negativamente. Percebe-se, então, que as externalidades positivas representam sempre “economias externas”, enquanto as externalidades negativas trazem “deseconomias externas”. (Trecho extraído do livro “Economia do Setor Público” de Alfredo Filellini, São Paulo, Atlas, 1989, p. 73). Uma empresa provoca uma deseconomia externa quando a) os benefícios sociais excedem os benefícios privados b) os custos privados excedem os custos sociais c) não há diferença entre os custos sociais e os custos privados d) não há diferença entre os benefícios sociais e os benefícios privados e) os custos sociais excedem os custos privados COMENTÁRIOS: A deseconomia externa ou externalidade negativa ocorre quando CS>CP. Portanto, correta a alternativa E. As alternativas A e B retratam externalidades positivas. As letras C e D apresentam situações onde não há externalidades. GABARITO: E 13. (ESAF - AFC/STN - 2000) Os bens econômicos podem ser classificados em bens públicos e bens privados. Sobre a natureza dos bens econômicos, afirma-se que: a) bens privados são divisíveis e não sujeitos ao princípio da exclusão. b) bens públicos são indivisíveis e sujeitos ao princípio da exclusão. c) bens meritórios são divisíveis ou indivisíveis e não sujeitos ao princípio da exclusão. d) a soberania do consumidor não é preservada nos bens privados, nem nos bens públicos. e) os bens demeritórios têm seu consumo inibido pela imposição de pesados impostos ou pela proibição direta. 00000000000 COMENTÁRIOS: Vamos às alternativas, a) Incorreta. Bens privados são divisíveis e não sujeitos ao princípio da exclusão. b) Incorreta. Bens públicos são indivisíveis e NÃO sujeitos ao princípio da exclusão. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 44 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 c) Incorreta. Bens meritórios são divisíveis ou indivisíveis e não sujeitos ou não ao princípio da exclusão. Não há uma definição precisa de quais os princípios (divisibilidade e/ou exclusão) dos bens meritórios. Isso dependerá do bem em análise. Sabemos apenas, com certeza, que ele terá uma característica de bem público (não exclusão ou não rivalidade) e uma característica de bem privado (exclusão ou rivalidade) ou, tendo apenas características de bem privado, seu consumo deve ser altamente ̀ncent̀vado pelo governo pela característ̀ca “mer̀tór̀a” do bem (saúde, educação, etc). d) Incorreta. A soberania do consumidor não é preservada nos bens privados, nem nos bens públicos (nos bens públicos, nem sempre a soberania do consumidor é preservada. Por exemplo, a sua rua será iluminada no período noturno independente de você querer ou não). e) Correta. GABARITO: E 14. (ESAF - AFC/CGU - 2002) De acordo com a Teoria das Finanças Públicas, assinale a única opção incorreta. a) Os bens públicos são aqueles cujo consumo ou uso é indivisível ou “não-r̀val”. b) O sistema de mercado só funciona adequadamente quando o princípio da “exclusão” no consumo pode ser apl̀cado. c) No caso de ocorrência de monopólio natural, a intervenção do governo se dá pela regulação de tal monopólio ou pela responsabilidade direta da produção do bem ou serviço referente ao setor caracterizado pelo monopólio natural. d) A existência de externalidades justifica a intervenção do Estado. e) A crescente complexidade dos sistemas econômicos no mundo como um todo tem levado a uma redução da atuação do Governo. COMENTÁRIOS: A incorreta é a letra E, uma vez que a complexidade dos sistemas econômicos tem levado a um aumento da atuação do Governo. 00000000000 Nota Assertiva B: O sistema de mercado só funciona adequadamente quando o princípio da exclusão pode ser aplicado. Quando não há a possibilidade de aplicação do princípio da exclusão (caso dos bens públicos), há uma falha de mercado (por isso, os bens públicos são considerados falhas de mercado). GABARITO: E 15. (ESAF - AFC/CGU – 2004) Com base na Teoria das Finanças Públicas, assinale a única opção falsa. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 45 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 a) Um bem público puro é caracterizado por ter seu consumo não rival e não excludente. b) Bens privados são aqueles cujo consumo é tanto rival quanto excludente e são providos eficientemente em mercados competitivos. c) A exclusão permite que o produtor do bem privado possa ser pago sempre que um consumidor fizer uso do mesmo. d) Um exemplo de bem público puro é segurança nacional. e) Há rivalidade no consumo de um bem se o consumidor desse bem por parte de uma pessoa aumenta a disponibilidade do mesmo para as outras. COMENTÁRIOS: Há rivalidade no consumo de um bem se o consumidor desse bem por parte de uma pessoa DIMINUI a disponibilidade do mesmo para as outras. Portanto, incorreta a alternativa E. GABARITO: E 16. (ESAF - AFC/CGU – 2006) No mundo real, mercados perfeitamente competitivos são raros, existindo falhas de mercado que justificam a intervenção do governo. Identifique a opção falsa. a) São exemplos de falhas de mercado a existência de bens públicos e de externalidades. b) Os bens públicos puros possuem as características de não-rivalidade e de impossibilidade de exclusão de seu consumo. c) O sistema de preços reflete apenas os custos e os benefícios privados, sendo necessária a presença do governo para incorporar as externalidades ao custo privado, mediante, por exemplo, a tributação ou incentivo fiscal. d) Diz-se que uma externalidade tem lugar quando a atividade econômica dos indivíduos, na produção, consumo ou troca, não afeta e não interfere com o interesse dos outros indivíduos. e) Há externalidades positivas que podem demandar a intervenção do governo para que não haja uma suboferta. 00000000000 COMENTÁRIOS: A incorreta é a alternativa D. Quando temos uma externalidade, ocorrem efeitos externos que fogem ao mecanismo de preços do mercado. Esses efeitos externos afetam e interferem nos interesses dos outros indivíduos (exemplos: caso da fábrica poluidora). GABARITO: D 17. (ESAF - Economista – TCE/ES - 2001) - Considere as observações abaixo: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 46 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 I. Usualmente empresas de seguros estabelecem um valor mínimo, conhecido por franquia , a ser arcado pelo segurado em caso de sinistro. II. Algumas revendas de automóveis já ofereciam garantia pelos veículos vendidos antes mesmo dessa garantia ser obrigatória por lei. III. Empresas de seguro esforçam-se em conhecer melhor seus clientes dando prêmios especiais para clientes de baixo risco. IV. Algumas empresas procuram oferecer a seus funcionários um salário superior ao salário médio de mercado para trabalhadores com qualificação equivalente. Pode-se afirmar que: a) As observações I e III descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações II e IV descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. b) As observações I e IV descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações II e III descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. c) As observações II e IV descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações I e III descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. d) As observações II e III descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações I e IV descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. e) As observações III e IV descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações I e II descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. COMENTÁRIOS: A diferença primordial entre o moral hazard e a selação adversa se refere à questão temporal. A seleção adversa visa corrigir problemas de informação antes da transação econômica em análise. O moral hazard visa à correção de problemas de informações depois da transação econômica. 00000000000 A assertiva I nos dá um exemplo de moral hazard, uma vez que, por meio da imposição de uma franquia para usar o seguro, a seguradora tenta fazer com que o comportamento do segurado, após a contratação do seguro, não seja lesivo à seguradora. A assertiva II nos dá um exemplo de seleção adversa, uma vez que, por meio do oferecimento de garantia, a revenda tenta fazer com que o consumidor, antes da compra do veículo, tenha segurança em comprar o carro e adquira confiança na qualidade do produto. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 47 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 A assertiva III nos dá um exemplo de seleção adversa, uma vez que as empresas de seguro tentam prem̀ar os segurados màs “conf̀ávès”, concedendo bônus especiais antes de assinar novos contratos de seguro. A assertiva IV nos dá um exemplo de moral hazard, uma vez que o pagamento de salários superiores aos de mercado (salários eficiência) faz com que o comportamento do trabalhador seja sempre pró-ativo e objetive grande produtividade. GABARITO: B 18. (ESAF - Analista – BACEN - 2001) - Considere as seguintes afirmações: I. Um dos problemas que as instituições financeiras encontram quando a taxa de juros se encontra muito elevada é que os pedidos de empréstimo que se fazem nessas condições envolvem usualmente projetos com risco elevado. II. Um problema encontrado por uma instituição financeira que financia um projeto é que o executor desse projeto pode estar propenso a assumir um risco maior do que seria adequado para a instituição financiadora, caso ele tenha pouco a perder com o fracasso do projeto e muito a ganhar com seu sucesso. Assinale a opção correta. a) A afirmação I diz respeito a um problema de seleção adversa e a afirmação II diz respeito a um problema de moral hazard. b) A afirmação I diz respeito a um problema de moral hazard e a afirmação II diz respeito a um problema de seleção adversa. c) As duas afirmações dizem respeito a problemas de seleção adversa. d) As duas afirmações dizem respeito a problemas de moral hazard. e) As afirmações não se referem a problemas de seleção adversa nem a problemas de moral hazard. COMENTÁRIOS: I. Pessoas que querem contratar empréstimos a juros altos geralmente o fazem porque precisam desesperadamente do dinheiro do empréstimo. E quem precisa muito de algum dinheiro, é sinal que não está muito bem com as finanças pessoas. Assim, o bom senso sugere que o risco de essas pessoas não pagarem é alto, indicando problemas de seleção adversa (empréstimos a juros altos geralmente selecionam pessoas com problemas financeiros, ou seja, a probabilidade de selecionarem maus pagadores é maior). 00000000000 II. Se o executor do projeto tem muito a ganhar e pouco a perder, ele provalvemente assumirá o risco do projeto. No entanto, o risco desse projeto pode ser muito alto para a instituição que o financia. Assim, pode ser muito perigoso para um banco financiar projetos de pessoas que têm muito a ganhar e pouco a perder com o mesmo, pois pode ocorrer o Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 48 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 problema do moral hazard (que ocorre após a tomada do empréstimo de financiamento do projeto), uma vez que, sabendo que tem pouco a perder, o executor do projeto pode decidir abandoná-lo e também não pagar o que deve à instituição financeira. GABARITO: A 19. (ESAF - Analista – BACEN - 2001) - Dos mecanismos abaixo, indique qual não pode ser entendido como um mecanismo para minimizar problemas de moral hazard. a) Remuneração do trabalhador agrícola igual à metade do produto da terra por ele trabalhada. b) Participação nos lucros da empresa por parte de seus executivos. c) Estabelecimento de franquia em seguros de automóveis. d) Renovação de seguro de automóveis com desconto para segurados que não sofreram acidentes na vigência do contrato anterior. e) Oferecimento de garantia na revenda de automóveis usados. COMENTÁRIOS: O oferecimento de garantia na revenda de automóveis serve para amenizar problemas de seleção adversa (e não de moral hazard). GABARITO: E 20. (AFC/STN – ESAF/2005) No que diz respeito aos bens públicos, semi-públicos e privados, indique a única opção incorreta. a) Bens públicos são os bens que o mecanismo de preços não consegue orientar os investimentos a fim de efetuar sua produção. b) Bens públicos têm a característica de serem usados por todos, indistintamente, não importando o nível de renda ou condição social. c) Bens semi-públicos satisfazem ao princípio da exclusão, mas são produzidos pelo Estado. d) O serviço meteorológico é um exemplo de bem de consumo não rival. e) Serviços de saúde e saneamento são bens públicos, uma vez que seus custos podem implicar preços muito altos para que as pessoas pobres possam ter acesso aos mesmos. 00000000000 COMENTÁRIOS: Os serviços de saúde e saneamento são bens semi-públicos ou meritórios, uma vez que seus custos podem implicar preços altos que inviabilizem o seu consumo pela população pobre. GABARITO: E 21. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) - Os diversos bens existentes na economia são agrupados de acordo com dois Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 49 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 critérios: exclusividade e rivalidade. Segundo esses critérios, assinale a opção incorreta. a) Bens públicos puros possuem duas características: a não rivalidade e a impossibilidade de exclusão de seu consumo. b) Quando um bem é excludente mas não rival, diz-se que existe um monopólio natural para esse bem. c) Os benefícios derivados dos bens semipúblicos, somente em parte se submetem ao princípio da exclusão e apenas parcialmente são divisíveis. d) A oferta de determinados bens, por meio do orçamento público, tornase necessária quando eles são rivais ou se para esses bens se aplica o princípio da exclusão. e) Os bens privados são bens cujo consumo é rival, de maneira que o consumo desses bens, por um indivíduo, impossibilita que outro indivíduo também os consuma. Comentários: A única incorreta é a letra D, pois a oferta de determinados bens, por meio do orçamento público, torna-se necessária quando eles são não rivais ou se para esses bens não se aplica o princípio da exclusão. Quando isto acontece, geralmente, não há interesse do setor privado em ofertar tais bens. Por isso, às vezes, torna-se necessária a oferta destes bens por meio do orçamento público. Julgamos interessante também comentar a letra B. O monopólio natural reflete o caso das empresas que têm uma parcela muito alta de custo fixo, inviabilizando a entrada de concorrentes no mercado. Aqui, será menos custoso um número menor de firmas produzir, ou até mesmo uma só firma. Como exemplo de monopólios naturais, temos as companhias de energia elétrica, telefonia, abastecimento de água, saneamento básico das cidades, transporte coletivo de metrô, etc. A tecnologia de produção destes serviços é de tal ordem que uma vez incorridos os altos custos das instalações, a expansão da produção por uma só firma (monopolista) irá representar menos custos (na média) com o aumento de consumidores. Consequentemente, para essas firmas caracter̀zadas como “monopól̀o natural”, temos um custo marginal de produção praticamente igual a zero. Pense conosco: qual o custo adicional de uma companhia de metrô prover um serviço adicional de transporte? Zero! 00000000000 Como o custo marginal é zero, então, o bem é não rival. Porém é excludente (é possível excluir a pessoa do consumo do transporte de metrô, caso ela não pague). Observe, então, que a não rivalidade associada com o princípio da exclusão se encaixa perfeitamente nos bens e serviços enquadrados dentro de monopólios naturais (companhias de energia elétrica, telefonia, abastecimento de água, saneamento básico das cidades, transporte coletivo de metrô, etc). Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 50 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Gabarito: D 22. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) - A atuação do governo na economia tem como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintes formas, exceto: a) complemento da iniciativa privada. b) compra de bens e serviços do setor público. c) atuação sobre a formação de preços. d) fornecimento de bens e de serviços públicos. e) compra de bens e serviços do setor privado. Comentários: Esta é uma questão muito mais de interpretação do que de Finanças Públicas propriamente dita. Observe que a letra B é um absurdo. É incoerente a atuação do governo acontecer visando à compra de bens e serviços do próprio setor público! Assim, está incorreta a letra B. Gabarito: B 23. (ESAF – AFC/CGU – 2006) - Com base nas funções clássicas do Estado, assinale a única opção falsa. a) As necessidades meritórias são aquelas que também são atendidas pelo setor privado e, portanto, não estão sujeitas ao princípio da exclusão. b) A função estabilizadora do governo concentra seus esforços na manutenção de um alto nível de utilização de recursos e de um valor estável da moeda. c) As necessidades meritórias e as necessidades sociais são atendidas, no Brasil, pelas três esferas de governo. d) Na atual conjuntura brasileira, verifica-se atividade governamental no que se refere à distribuição de renda, via ações compensatórias, tais como as transferências de renda por meio da distribuição de cestas básicas. e) A função alocativa do governo está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. 00000000000 Comentários: A única incorreta é a letra A, pois as necessidades meritórias também podem ser atendidas pelo setor privado (saúde e educação, por exemplo). Assim, em geral, podem estar sujeitas ao princípio da exclusão. Gabarito: A 24. (ESAF – Analista de Finanças e Controle – STN – 2005) Baseada na visão clássica das funções do Estado na economia, identifique a opção que foi defendida por J.M. Keynes. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 51 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 a) As funções do Estado na economia deveriam ser limitadas à defesa nacional, justiça, serviços públicos e manutenção da soberania. b) As despesas realizadas pelo Governo não teriam nenhum resultado prático no desenvolvimento econômico. c) A participação do Governo na economia deveria ser maior, assumindo a responsabilidade por atividades de interesse geral, uma vez que o setor privado não estaria interessado em prover estradas, escolas, hospitais e outros serviços públicos. d) A economia sem a presença do governo seria vítima de suas próprias crises, cabendo ao Estado tomar determinadas decisões sobre o controle da moeda, do crédito e do nível de investimento. e) A atuação do Governo se faria nos mercados onde não houvesse livre concorrência e sua função seria a de organizá-la e defendê-la, para o funcionamento do mercado e para seu equilíbrio. COMENTÁRIOS: Esta é uma questão um pouco difícil. Temos a impressão que todas as assertivas estão certas! As assertivas A e B estão certas, desde que sejam analisadas sob a ótica da teoria econômica clássica, de Adam Smith. No entanto, se estiverem sendo analisadas sob a opção defendida por Keynes, as assertivas A e B estão erradas. A assertiva C está errada, pois, segundo Keynes, o governo deveria ter maior participação na economia. Mas isso não significa que o setor privado não teria interesse em prover estradas, escolas, hospitais e outros serviços públicos. Às vezes, o setor privado tem interesse sim em prover tais serviços, desde que, é claro, a atividade seja lucrativa. A assertiva D está correta, pois é exatamente a opção defendida por Keynes. A assertiva E está errada, pois a opção defendida por Keynes dizia que a atuação do governo se daria na economia em geral, para defendê-la de possíveis flutuações que provocassem desemprego. Veja que, para Keynes, a atuação do governo não aconteceria somente nos mercados onde não houvesse livre concorrência como afirma a assertiva. 00000000000 GABARITO: D 25. (ESAF – AFC/TCU - 2000) - Muitos ambientalistas têm chamado atenção para o fato de que a pesca de determinadas espécies de peixe é tão elevada que a própria lucratividade de tal atividade acaba sendo comprometida. Como conseqüência, eles sugerem que sejam adotadas medidas para reduzir-se o volume pescado. Do ponto de vista da teoria econômica, esse problema Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 52 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 a) só será sanado caso haja uma proibição da pesca das espécies de peixe em questão. Tal proibição deveria vir acompanhada de um programa de educação e conscientização dos pescadores para que esses percebam que estão agindo contra seus próprios interesses. b) não é concebível uma vez que ele viola o primeiro teorema do bem estar social. c) só é possível caso os agentes envolvidos não tenham informações suficientes acerca de suas funções de produção ou não tenham a habilidade necessária para resolver os problemas relacionados à maximização de seu lucro. d) ocorre em virtude do fato de que os recursos pesqueiros são bens públicos e, como tal, deveriam ser explorados exclusivamente pelo poder público. e) pode ser conseqüência da existência do livre acesso a um recurso comum, o que leva a uma super exploração do mesmo. Entre as soluções possíveis para esse problema estaria a adoção de um imposto específico sobre o produto da atividade pesqueira. Comentários: Do ponto de vista da teoria econômica, essa externalidade negativa (pesca em volume excessivo) acontece porque o mar é recurso comum com l̀vre acesso. É um recurso “sem dono”. Ou séa, temos ausênc̀a de direitos de propriedade, o que é um motivo de haver externalidades negativas como esta descrita na questão. Uma solução possível seria o estabelecimento de imposto sobre a atividade pesqueira (imposto de Pigou), no intuito de reduzir a atividade provocadora da externalidade negativa. Gabarito: E 26. (FUNCAB – Analista Economia - MPE/RO – 2012) No tocante ao mercado em concorrência perfeita, assinale a alternativa abaixo que NÃO condiz com as características desse mercado. A) Existência de um grande número de vendedores e compradores. B) Muitos vendedores com produtos diferenciados. C) Livre entrada e saída de empresas. D) Livre mobilidade de fatores de produção. E) Consumidores e vendedores têm acesso a toda informação relevante. 00000000000 Comentários: Na concorrência perfeita, de fato existem muitos vendedores, mas os produtos de cada um deles é homogêneo (ou seja, não são diferenciados). Gabarito: B Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 53 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 27. (FUNCAB – Economista – IFC-AM – 2014) Uma das formas pelas quais um governo pode reagir a uma externalidade negativa, além de medidas de regulamentação é a utilização: A) do teorema de Coase. B) de subsídios de Pigou. C) de políticas industriais. D) de impostos de Pigou. E) dos custos de transação. Comentários: Essa é fácil! Além das medidas de regulamentação, o governo pode usar um imposto de Pigou para combater uma externalidade negativa. A ideia por trás do imposto de Pigou é fazer com que o agente privado causador da externalidade negativa internalize o custo social, pagando um imposto. Espera-se que com essa medida o causador da externalidade negativa seja desincentivado a continuar com o comportamento negativo. Gabarito: D 28. (FUNCAB – economista – IPEM/RO – 2013) Algumas atividades econômicas geram custos a terceiros e, algumas outras, geram benefícios. A educação é uma atividade que gera muitos benefícios, pois uma população mais instruída leva a um governo melhor, o que é benéfico para toda a população, quando tal melhoria não afetar somente o consumidor da educação, mas também, outras pessoas, ou seja, o valor social é maior do que o valor privado. Esse impacto das ações de uma pessoa sobre o bem-estar de outras que não tomam parte da ação, é denominado: A) externalidade. B) custo-benefício. C) mobilidade social. D) vantagem comparativa. E) vantagem absoluta. 00000000000 Comentários: Outra questão bem simples. Quando a ação de um agente impacta o bem estar de outras pessoas, estamos diante de uma externalidade. Gabarito: A 29. (FUNCAB – Economista – Governo do Acre – 2013) Segundo Mankiw (2005), o interesse da sociedade em um resultado de mercado vai além do bem-estar dos compradores e dos vendedores que participam do mercado; passa a incluir também o bem-estar de terceiros, que são indiretamente afetados, quando há: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 54 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 A) equilíbrio no mercado. B) externalidades. C) custos de transação. D) bem estar econômico. E) políticas públicas. Comentários: Novamente, se o bem-estar de terceiros é indiretamente afetados, estamos diante de externalidades. Gabarito: B 30. (FUNCAB – Economista – SUDECO – 2013) Nos projetos de investimentos para o desenvolvimento de algumas áreas ou regiões ocorrem, muitas vezes, problemas que afetam sobremaneira o meio ambiente. Seu manejo e preservação são fundamentais para estabelecer limites para o crescimento, na opinião de vários economistas e ambientalistas. A poluição é, sem dúvida, o maior problema ambiental – principalmente do ar e da água. Um instrumento da política econômica que pode ser aplicado para o controle da poluição é denominado permissão negociável, que consiste em: A) impor uma taxação sobre unidade de poluição emitida, que deve se igualar ao custo marginal social dessa poluição, no nível ótimo de emissão. B) tributar um free-rider, ou seja, entidade – pessoa física ou jurídica – que usufrui de bem público sem pagar por ele. C) propor a livre negociação entre as partes envolvidas – agentes ativos e passivos – para levar ao nível ótimo de emissão poluente. D) estabelecer um limite máximo para a emissão de poluição e dividi-lo entre as empresas poluidoras por meio de uma concordância formal para poluir, por cada uma delas. Aquelas que não atingirem suas cotas de poluição poderão vender a parcela não utilizada. E) regular o uso de recursos naturais aos quais todos têm livre acesso e que conflitem quanto à forma de utilização, por formas diferentes e para fins diversos. 00000000000 Comentários: A) Incorreta. Esse é um exemplo de imposto de Pigou, não de permissão negociável. B) Incorreta. A poluição ao meio ambiente é um exemplo de externalidades. A alternativa se refere aos bens públicos, ou seja, a proposta da alternativa não é adequada para tratar as externalidades. C) Incorreta. A livre negociação entre os envolvidos funcionaria se não houvessem custos de transação. Como a alternativa não mencionou essa Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 55 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 hipótese, temos que entender que há a presença de custos de transação e, por isso, a livre negociação dos agentes será ineficaz para combater a externalidade. D) Correta. Perfeita definição das permissões negociáveis. E) Incorreta. Eu confesso que nem entendi o que essa alternativa quis dizer! Ela não fala nada com nada e é muito abrangente. Além disso, não apresente nenhuma definição de permissão negociável. Gabarito: D 31. (FUNCAB – Economista – SUDECO – 2013) Ao considerar aspectos da economia do setor público, encontram-se diferentes tipos de bens que, a rigor, podem ser alinhados em quatro categorias, a partir de uma classificação básica em bens rivais e excludentes. São exemplos de bens classificados como excludentes, mas não rivais, os: A) bens privados. B) recursos comuns. C) monopólios naturais. D) bens mistos. E) bens públicos. Comentários: Cuidado, pegadinha!!! A banca não quer saber se os bens são privados, públicos ou semipúblicos. Ela quer um EXEMPLO de bens classificados como excludentes e não rivais. Das alternativas apresentadas, a única que se coaduna com o estabelecido pelo enunciado é a alternativa C, que é um exemplo clássico de bens excludentes e não rivais, como vimos em aula. Gabarito: C 00000000000 32. (FUNCAB – Economista – SEDAM/RO – 2014) Um instrumento de política econômica tem sido aplicado no controle da poluição: são as denominadas permissões negociáveis para poluir. Uma das características principais de tal instrumento é: a) a meta de poluição é predeterminada pelas empresas. B) a possibilidade de vender parte de suas permissões, se suas emissões forem abaixo da quantidade constante em suas permissões. C) a ocorrência de abusos por parte das empresas poluidoras no estabelecimento das metas. d) o sistema não garante que as metas de poluição sejam certamente atingidas. e) os custos sociais da obtenção dessas metas não são pequenos. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 56 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Comentários: A) Incorreta. Nas permissões negociáveis, a meta é estabelecida pelo governo. B) Correta. Caso uma empresa emita menos do que o permitido, ela pode vender seu excedente para outras empresas. C) Incorreta. Novamente, a meta é estabelecido pelo governo e não pelas empresas. D) Incorreta. Certeza absoluta não existe para um monte de coisa, não é, gente? Mas a ideia por trás das permissões negociáveis é desenhar o modelo de tal forma a incentivar as empresas a atingir as metas de poluição e a tornar extremamente não vantajoso ficar de fora das negociações ou não cumprir as metas. Esses incentivos e desincentivos tem o objetivo de minimizar o risco de uma empresa não aderir ao sistema ou de não cumprir suas metas. E) Incorreta. A ideia das permissões negociáveis é permitir que o agente privado internalize os custos sociais que causa. Se a empresa perseguir uma meta, o custo privado dela será alto (pois ela terá que deixar de poluir), mas o custo social será muito baixo (como a empresa deixará de poluir, haverá ganhos para a sociedade, diminuindo o custo social). Assim, na verdade, o custo social de obtenção das metas é, sim, pequeno. Gabarito: B 33. (FUNCAB – Economista – Governo do Acre – 2014) Quando a decisão tomada por determinado agente econômico influencia o bem-estar de um outro agente econômico não diretamente envolvido com as decisões do primeiro, ocorrem: A) motivações situacionais. B) tragédias dos comuns. C) externalidades. D) regulações estatais. E) comportamentos de free-rider. 00000000000 Comentários: Quando a decisão de um agente influencia o bem estar de outro, estamos diante das externalidades. Gabarito: C Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 57 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 34. (FUNCAB – Economista – Governo do Acre – 2014) Segundo Vasconcellos (2006), “todas as transações econômicas são realizadas, de uma forma ou de outra, por meio de contratos.” Muitas vezes ocorre o fato de um dos agentes possuir mais informações do que outro, decorrendo de tal fato problemas nas relações econômicas. Quando tais problemas são de natureza précontratual, são denominados de: A) risco moral. B) sinal econômico. C) relação causal. D) custos de transação. E) seleção adversa. Comentários: Essa é fácil! Quando temos um problema de informação assimétrica précontratual, estamos diante da seleção adversa, que ocorre, por exemplo, quando um empresário vai tomar o empréstimo em um banco. Nessa situação, o banco não sabe se o empresário é um bom ou mau pagador. Para se proteger, o banco eleva as taxas dos empréstimos e, assim, os bons acabam pagando pelos maus pagadores. Gabarito: E 35. (FUNCAB – Economia – IBRAM – 2010) Assinale a alternativa que NÃO condiz ao contexto que se refere às questões de externalidades e de bens públicos. A) Ocorre uma determinada externalidade quando um dado produtor (ou mesmo consumidor) acaba influenciando atividades de produção (ou de consumo) de outros produtores (ou consumidores) de tal maneira que diretamente não esteja refletida no preço. B) Quando, por exemplo, uma usina de açúcar despeja seus efluentes em um dado rio, onde diariamente têm-se pescadores dependentes da atividade pesqueira neste rio, ocorre neste ambiente o que se define por uma externalidade negativa. C) Diz-se que os bens públicos são não rivais quando para qualquer nível específico de produção o custo marginal de uma produção é zero para um determinado consumidor adicional. D) Um determinado bem é considerado como sendo um bem público não exclusivo quando as pessoas, de uma maneira geral, não podem ser propriamente dito excluídas do seu consumo. E) Supondo uma determinada localidade em uma região, se os benefícios privados são maiores do que os benefícios sociais, apresenta-se neste contexto uma externalidade positiva. 00000000000 Comentários: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 58 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 As alternativas A a D constituem exemplos muito bons de externalidades e bens públicos. Já a letra E, possui um erro: é que quando os benefícios privados são maiores que os benefícios sociais, temos uma externalidade NEGATIVA, pois o agente privado se apropria dos benefícios que deveriam ser repartidos com toda a sociedade. Gabarito: E 36. (FUNCAB – Economia – IBRAM – 2010) Ao longo do tempo, a teoria econômica passou a incorporar o fato de que, na maior parte das transações econômicas (mais significativas), não se há pleno conhecimento na realização das mesmas. Melhor dizendo, em certas situações, um dos lados (destas transações) sabe mais a respeito da transação do que a outra parte. Quando isso ocorre, dizemos que as transações são distinguidas em assimetria de informações. Dessa forma, considere as seguintes proposições relativas à assimetria de informações. I. Refere-se a uma falha de mercado. Tal falha é característica de ambientes nos quais a informação distribui-se de forma assimétrica. Sendo que, devido à esta assimetria na distribuição de informações, acaba se promovendo, ou mesmo preestabelecendo contratos cujo procedimento faz com que, por exemplo, os compradores escolham de maneira incorreta determinados bens e serviços no mercado. II. Diz respeito a procedimentos que podem ocorrer em qualquer situação em um determinado mercado na qual, supondo-se que tenha sido feito algum contrato, uma das partes não consegue devidamente controlar (ou mesmo monitorar) de forma precisa as ações da outra parte. 00000000000 III. Havendo assimetria de informações, indústrias encontram motivos para se imitarem entre si nas suas decisões de formação de preços. Tal procedimento pode contribuir para que este comportamento se propague entre as outras indústrias do mercado em questão. Na verdade, essa situação significa que um agente pode seguir as ações tomadas por outro agente econômico. A partir de tais considerações, marque a opção certa, a que mostra os modelos corretamente pertinentes às proposições a que estão se referindo. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 59 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 A) I – Seleção Adversa; II – Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour); III – Risco Moral (ou Moral Hazard). B) I – Seleção Adversa; II – Risco Moral (ou Moral Hazard); III Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour). C) I – Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour); II – Risco Moral (ou Moral Hazard); III – Seleção Adversa. D) I – Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour); II Seleção Adversa; III - Risco Moral (ou Moral Hazard). E) I – Risco Moral (ou Moral Hazard); II - Seleção Adversa; III Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour). Comentários: I – Este item da questão fala claramente de um problema de seleção adversa, pois trata de um problema pré-contratual: o que faz consumidores escolherem erroneamente bens e serviços nos mercados (da mesma forma que o mercado de carros usados que estudamos na aula). II – Quando é assinado um contrato e, posteriormente, um dos agentes do contrato muda de comportamento, estamos diante do risco moral. Se lembrarmos do exemplo que demos em aula, o mercado de seguros, fica bem fácil entender. Depois que há a contratação de um seguro de automóvel, o proprietário fica muito mais propenso a não cuidar tão bem do seu carro. Como a seguradora não consegue monitorar todas as ações do proprietário do carro, ela tende a estabelecer mecanismos para se proteger. Estes mecanismos encarecem o mercado em geral. III – Esta é claramente uma definição de comportamento de manada, né? Este tipo de comportamento ocorre quando uma empresa imita as decisões da outra, muitas vezes sem nem questionar as decisões da outra empresa. 00000000000 Em resumo, temos: I – Seleção Adversa; II – Risco Moral e III – Comportamento de Manada. Gabarito: B 37. (FUNCAB – Analista Economista – SEMARH/GO – 2010) Considere as seguintes afirmações relativas à assimetria de informações. I. Refere-se a uma falha de mercado. Tal falha é característica de ambientes nos quais a informação distribui-se de forma assimétrica. Sendo que, devido à esta assimetria na distribuição Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 60 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 de informações, acaba-se promovendo, ou mesmo, preestabelecendo, contratos cujo procedimento faz com que, por exemplo, os compradores escolham de maneira incorreta determinados bens e serviços no mercado. II. Diz respeito a procedimentos que podem ocorrer em qualquer situação em um determinado mercado na qual, supondo-se que tenha sido feito algum contrato, uma das partes não consegue devidamente controlar (ou mesmo monitorar) de forma precisa as ações da outra parte. A partir de tais considerações, abaixo, marque a opção certa que mostra os modelos corretamente pertinentes que tais proposições estão se referindo. A) A afirmação I diz respeito ao modelo de Seleção Adversa e a II referese ao modelo de Herding Behaviour. B) A consideração I refere-se ao modelo de Risco Moral e a II relaciona-se ao modelo da Seleção Adversa. C) As duas afirmações I e II dizem respeito unicamente ao modelo de Risco Moral. D) As duas considerações I e II referem-se unicamente ao modelo de Herding Behaviour. E) A afirmação I diz respeito ao modelo de Seleção Adversa e a II referese ao modelo de Risco Moral. Comentários: Questão bem parecida (se não igual) com a anterior. I – Seleção Adversa. II – Risco Moral. Gabarito: E 38. (FUNCAB – Analista Economista – SES/GO – 2010) Significa uma situação (ou estrutura) de mercado em que o número de firmas concorrentes é pequeno ou uma situação de mercado em que, mesmo com grande número de empresas, poucas dominam o mercado, sendo que estas poucas empresas respondem pela maior fatia do faturamento do setor. Estamos nos referindo ao modelo de: A) concorrência perfeita. B) oligopólio. C) concorrência monopolista. D) concorrência de Nash. E) monopólio bilateral. 00000000000 Comentários: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 61 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Se temos um pequeno número de empresas, ou se poucas empresas dominam o mercado, estamos, certamente, na presença de um oligopólio. Gabarito: B 39. (FUNCAB – Analista Economista – IDAF/ES – 2010) No que se refere aos mercados não competitivos e ao papel do Estado na economia, marque a alternativa INCORRETA. A) Oligopólio é o mercado em que a maior parte das vendas é realizada por poucas empresas, cada uma delas capaz de influenciar o preço de mercado com suas próprias atividades. Estas empresas podem produzir tanto um bem homogêneo quanto um bem diferenciado por marcas. B) Existe externalidade quando a produção ou o consumo de um bem afeta diretamente consumidores ou empresas que não participam de sua compra nem de sua venda e quando esses efeitos não se refletem totalmente nos preços de mercado. C) Para lutar contra a ineficiência derivada das externalidades, o Estado costuma estabelecer controles diretos, isto é, regulamentações sociais; ou recorrer a incentivos econômicos, melhor dizendo, medidas baseadas no mercado. D) Um bem público é aquele considerado como sendo excludente e rival da população, cujo consumo ou absorção por um determinado indivíduo, tende a reduzir a quantidade disponível para outro (e qualquer) indivíduo desta população. E) Na situação de equilíbrio, o monopolista pode estar tanto obtendo lucros quanto sofrendo perdas. A regra receita marginal = custo marginal , garante apenas que, caso haja lucros, eles serão máximos e, caso haja perdas, elas serão mínimas, sabendo-se que o monopolista é único no setor. Comentários: A) Correta. Definição perfeita de uma das características do monopólio, conforme vimos lá no início da aula. 00000000000 B) Correta. As externalidades escapam ao registro de preços de mercado (e essa é uma causa de ineficiência). Além disso, vale ressaltar que, quando temos externalidades, há influência da ação de um agente econômico em terceiros. C) Correta. Vale ressaltar que entre os incentivos econômicos temos os impostos de Pigou (seriam um incentivo negativo ou um desincentivo)e os subsídios de Pigou, por exemplo. D) Incorreta. Um bem público é aquele NÃO rival e NÃO excludente. E) Correta. Veremos mais sobre o monopólio na próxima aula. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 62 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Gabarito: D (a questão pede a incorreta) 40. (Cesgranrio – Economista – BNDES – 2013) Um empresário, quando toma um empréstimo bancário, sabe mais sobre a verdadeira condição de sua empresa repagá-lo do que o funcionário do banco que analisa o crédito. Essa situação gera um problema de assimetria de informação denominado: (A) contestabilidade (B) risco sistêmico (C) inelasticidade (D) seleção adversa (E) mercado contingenciado Comentários: Esse é um exemplo clássico de seleção adversa. Inclusive, vimos esse exemplo na aula. Vale ressaltar que a seleção adversa é um problema pré-contratual (no exemplo da questão, o banco não consegue diferenciar os bons dos maus pagadores antes de conceder o empréstimo). Gabarito: D 41. (Cesgranrio – Profissional Júnior Economia – Petrobrás – 2011) Em situações de falha de mercado, a intervenção do Estado é justificada. Não constitui uma falha de mercado a seguinte situação: (A) informação assimétrica (B) externalidades (C) monopólio natural (D) bens públicos (E) custos de transação Comentários: Das alternativas apresentadas, a única que não é uma falha de mercado são os custos de transação. 00000000000 Na presença de custos de transação, os agentes privados não conseguem resolver o problema das externalidades por si sós. Mas apesar deste tipo de custo estar associado às externalidades, eles não são a falha de mercado em si. Ou seja, o problema não são os custos de transação, mas tão somente as externalidades. Vale lembrar que mesmo na presença de custos de transação, as externalidades podem ser combatidas. Gabarito: E Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 63 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 42. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2010) O ruído dos aviões em um aeroporto reduz o bem-estar das pessoas que moram nos arredores. Trata-se de um caso de (A) efeito substituição negativo. (B) efeito Pigou. (C) elasticidade-renda negativa. (D) bem público de Giffen. (E) externalidade negativa. Comentários: Essa é fácil! O ruído dos aviões tem efeito sobre terceiros. No caso, esse efeito é um efeito prejudicial, pois reduz o bem-estar das pessoas. Assim, nossa resposta só pode ser uma: o ruído é uma externalidade negativa. Gabarito: E 43. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2010) Analise as possíveis características de um certo bem. I - O público em geral tem acesso a ele. II - O custo de excluir pessoas de usá-lo é muito elevado. III - Ele é produzido por uma empresa do setor público. IV - Uma pessoa pode consumi-lo sem que isto impeça outra pessoa de fazê-lo também. V - Traz benefícios para o público em geral. Para ser considerado um bem público, deve atender APENAS às características (A) I e II. (B) I e V. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e V. 00000000000 Comentários: Para um bem ser considerado público, ele precisa ser não rival e Não excludente. I) Incorreta. Acesso é diferente de consumo. Portanto, o fato do público em geral ter acesso ao bem, não significa que o consumo do bem pode acontecer de forma não rival. II) Correta. Esse é o atributo da não exclusão, que estatui que é difícil excluir uma pessoa do consumo de um bem público. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 64 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 III) Incorreta. O fato de ser produzido pelo setor público não significa que o bem em questão é um bem público. Para que o bem seja público, ele deve ser não rival e não excludente. IV) Correta. Está retratada a característica da não rivalidade, que estabelece que o consumo do bem público por parte de um indivíduo não prejudica o consumo por outro. V) Incorreta. O que define um bem público são as características de não rivalidade e não exclusão. Gabarito: D 44. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2011) Um exemplo de bem ou serviço não rival é a (A) comida em um restaurante público subsidiado (B) vaga de estacionamento na rua (C) sinalização de tráfego ao longo de uma rodovia (D) fralda para criança doada a um orfanato (E) aspirina distribuída gratuitamente às pessoas pobres Comentários: A característica da não rivalidade significa que o consumo de um bem não prejudica o consumo por outra pessoa. Além disso, significa que o custo marginal para prover esse bem a um indivíduo a mais é 0. Vejamos as alternativas: a) Incorreta. Como o restaurante público tem comida subsidiada, cada pessoa que toma uma refèção no restaurante “consome” uma parte dos subsídios concedidos. Percebam que o custo marginal de uma refeição adicional não é zero, pois para cada pessoa adicional que comer no restaurante, haverá o consumo de parte do subsídio. B) Incorreta. É fácil entender que quando um carro ocupa uma vaga de estacionamento, não há possibilidade dessa ocupação não prejudicar o consumo de outra pessoa por essa mesma vaga. 00000000000 C) Correta. Repare que o custo de colocar uma placa numa rodovia é o mesmo, independente se passam 10 ou 20 milhões de motoristas pela rodovia. Uma vez colocada a placa, o custo para prover o bem público para um motorista adicional é zero. D) Incorreta. Depois que uma criança usa uma fralda, outra criança não pode mais utilizá-la, assim, este bem é não rival. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 65 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 E) Incorreta. Após uma pessoa ingerir uma aspirina, fica prejudicado o consumo desta mesma aspirina por outro indivíduo. Assim, este bem também não apresenta o atributo da não rivalidade. Gabarito: C 45. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2011) Uma empresa, ao produzir, polui um rio usado pela população e não paga pelo prejuízo causado. Logo, seu custo marginal privado (A) inclui deseconomias de escala. (B) cresce com a produção. (C) é menor que o custo marginal social. (D) é menor que a receita marginal. (E) não é constante. Comentários: Se uma empresa polui um rio e não paga pelo prejuízo causado, isso certamente é uma externalidade negativa, pois toda a sociedade arca com o custo da poluição do rio. No caso das externalidades negativas, o custo privado do agente é sempre menor que o custo social. Gabarito: C 46. (Cesgranrio - especialista em regulação – ANP – 2005) Na Teoria Econômica da Regulação, um dos principais conceitos para embasar a formulação de políticas regulatórias é o de falhas de mercado. Considerando que o setor em análise se encontra em uma situação de equilíbrio de longo prazo, assinale a única opção que NÃO pode ser caracterizada como uma falha de mercado. (A) Externalidades. (B) Informação incompleta. (C) Bens públicos. (D) Poder de mercado. (E) Inexistência de lucros. 00000000000 Comentários: Estudamos todas as falhas de mercado na aula, menos a letra E, que não é uma falha de mercado. O lucro pode deixar de existir por causa de uma crise, ou porque determinada empresa não é eficiente e/ou possui custos altos, por exemplos. Enfim, não é porque uma empresa ou mercado não dá lucro que isso é uma falha de mercado. Gabarito: E Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 66 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 47. (Cesgranrio – Prof. Economia – Petrobrás – 2010) Uma característica fundamental de um bem público é a de que (A) seu consumo por parte de alguém não impossibilite que outro consuma o mesmo bem. (B) seu custo de produção seja baixo, para entrar no mercado de massa. (C) seja sempre pago pelo governo. (D) seja produzido por uma empresa pública. (E) sua produção seja de interesse de todo o público. Comentários: A) Correta. Esse é o atributo da não rivalidade. B) Incorreta. Para um bem ser público ele precisa ser não rival e não excludente. Não é necessário que o custo de produção seja baixo. C) Incorreta. O que determina se um bem é público ou não são suas características de não rivalidade e não exclusão. Não interessa se quem paga o bem é o governo ou uma empresa privada. D) Incorreta. Da mesma forma que a letra C, o fato de um bem ser ofertado pelo governo (ou por uma empresa pública) não significa que o bem é um bem público E) Incorreta. O que define um bem como bem público são os atributos da não rivalidade e não exclusão. Gabarito: A 48. (FGV – Analista /Economia – MP/MS – 2013) Assinale a alternativa que apresenta a razão pela qual a provisão privada de bens públicos é ineficiente em termos de produzir a quantidade socialmente ótima. (A) Devido à característica de não exclusão, ou seja, que é difícil ou impossível impedir o seu consumo. (B) Devido à característica de não rivalidade, ou seja, o consumo de uma unidade não reduz a quantidade disponível para outras pessoas. (C) Devido às características de não exclusão e não rivalidade, visto que somente bens privados podem ser providos de forma privada. (D) Devido à característica de mercado competitivo inerente a tal tipo de bem, que exclui qualquer possibilidade de lucro das empresas. (E) Devido à característica de mercado monopolista controlado pelo governo, que é responsável pela provisão. 00000000000 Comentários: A) Correta. Essa característica faz com que uma pessoa não seja excluída do consumo do bem. E isso teria reflexos grandes se o setor privado assumisse a produção de bens públicos. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 67 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Um bem privado, por definição, é aquele que não pode ser compartilhado por todos. O direito de propriedade não permite que todos tenham acesso ao bem. Veja que esse conceito é diametralmente oposto ao conceito de não exclusão, razão pela qual a não exclusão é a característica que mais demonstra que o setor privado não pode fornecer bens públicos eficientemente. B) Incorreta. Bens não rivais ainda podem apresentar atratividade ao setor privado. Seria o caso, por exemplo, de um bem excludente e não rival decorrente de um monopólio natural. Nessa situação, apesar do bem apresentar a característica de não rivalidade, ele ainda pode ser ofertado pelo setor privado. C) Incorreta. Os bens públicos e semipublicos também podem ser providos de forma privada. Caso o setor privado oferte bens públicos, ele não ofertará na quantidade socialmente ótima. D) Incorreta. Vimos em aula que os mercados competitivos são eficientes economicamente. Os bens públicos representam uma falha de mercado justamente por não permitirem ao mercado atingir essa eficiência. Ou seja, não existe mercado competitivo inerente aos bens públicos. E) Incorreta. O simples fato do governo eventualmente possuir um monopólio sobre a provisão de bens públicos não é a justificativa para o setor privado não ofertar bens públicos eficientemente. Gabarito: A 49. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) As vias públicas ao serem construídas e antes de serem inauguradas, são consideradas bens públicos. Com o crescente tráfego intenso de veículos, elas passaram a apresentar um grau de rivalidade crescente. Em razão disso, muitas cidades passaram a cobrar pedágio urbano como forma de solucionar tal problema. A esse respeito, leia o fragmento a seguir. 00000000000 Esse problema pode ser denominado de _____ e a solução imposta pelo pedágio urbano, torna a via púbica um bem _____. Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as lacunas. A) congestionamento – não excludente. (B) congestionamento – excludente. (C) tragédia dos comuns – excludente. (D) externalidade – não excludente. (E) externalidade – excludente. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 68 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Comentários: O problema do tráfego intenso de veículos se chama congestionamento. O fato das cidades cobrarem o pedágio urbano torna o bem um bem excludente (as pessoas que não pagarem o pedágio serão excluídas do consumo). Gabarito: B 50. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) Um tipo de falha de mercado, com a qual as economias se deparam, são as externalidades. A intervenção do Estado pode ser justificada nesse caso, por meio das seguintes possibilidades: ( ) Concessão de subsídios para gerar externalidades positivas. ( ) Imposição de penalidades externalidades negativas. para reduzir a geração de ( ) Assumir a responsabilidade de um investimento cujo prazo de maturação é longo e pouco rentável. Assinale: (A) se apenas a possibilidade I estiver correta. (B) se apenas a possibilidade II estiver correta. (C) se apenas as possibilidades I e II estiverem corretas. (D) se apenas as possibilidades II e III estiverem corretas. (E) se todas as possibilidades estiverem corretas. Comentários: I – Correta. Externalidades positivas devem ser incentivadas. Uma das formas de incentivar as externalidades positivas é a concessão de subsídios. II – Correta. Externalidades negativas, por sua vez, devem ser desincentivadas. Nesse caso, uma das formas de reduzir a geração de externalidades negativas é a imposição de penalidades. 00000000000 III – Correta. Esse é um exemplo de riscos pesados. Nesse tipo de falha de mercado, o Governo intervém para garantir investimentos arriscados ou que o investimento leve muito tempo para ter retorno. Gabarito: E 51. (VUNESP - AGENTE TECNICO ECONOMISTA – MPE/ES – 2013) O fenômeno das externalidades, cada vez mais presente em nossas sociedades, indica que o mercado pode ser levado a produzir quantidades que não poderiam ser consideradas Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 69 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 eficientes pela teoria tradicional, na ausência de regulação que minimize esta possibilidade. Sem regulação das externalidades num dado setor, pode-se afirmar que a quantidade produzida tenderá a ser: (A) maior que a eficiente, se se tratar de bem que apresente externalidade positiva. (B) menor que a eficiente, sejam positivas ou negativas as externalidades. (C) igual à eficiente, mas apenas no longo prazo. (D) menor que a eficiente, se se tratar de bem que apresente externalidade positiva. (E) maior que a eficiente, sejam positivas ou negativas as externalidades. Comentários: Questão bem simples. Vimos que as externalidades causam ineficiência nos mercados. Tanto a externalidade negativa quanto a positiva trazem essa ineficiência. No caso da externalidade negativa, a ineficiência ocorre porque a externalidade negativa é causada em quantidade MAIOR que a eficiente, pois o correto seria que ocorressem menos externalidades negativas. Diferentemente, as externalidades positivas são subofertadas, ou seja, ocorrem em quantidade MENOR que a socialmente eficiente, pois o correto seria que ocorressem mais externalidades positivas. Gabarito: D 52. (VUNESP - AGENTE TECNICO ECONOMISTA – MPE/ES – 2013) É/são uma característica dos bens públicos: (A) externalidades negativas. (B) custo marginal de produção inferior a seu preço. (C) consumo não rival. (D) princípio da exclusão do consumidor que não queira desfrutar do bem. (E) custos decrescentes de produção em função da escala. 00000000000 Comentários: Bem público é o bem que apresenta as características de não exclusão e não rivalidade no consumo. Assim, correta a alternativa C. Gabarito: C 53. (VUNESP – Economista – UFABC – 2013) Em Economia, são considerados bens públicos puros aqueles que apresentam as características de: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 70 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 (A) serem passíveis de apropriação privada por documento de Registro Público. (B) exclusividade e não rivalidade no consumo. (C) exclusividade e rivalidade no consumo. (D) não exclusividade e não rivalidade no consumo. (E) pertencerem ao patrimônio de qualquer entidade pública. Comentários: Como vimos na questão anterior, bens públicos são aqueles que apresentam características de não exclusividade e não rivalidade no consumo. Dessa forma, correta a alternativa D. A letra E está errada, pois o fato de um bem pertencer ao patrimônio de uma entidade pública não necessariamente significa que aquele bem é um bem público. Por exemplo, o meu computador lá no TCU é um bem pertencente ao patrimônio de uma entidade pública. No entanto, só eu tenho a senha para acessar o computador, de forma que seu consumo é rival e, assim, o computador não é um bem público, pois já não atende às características que estudamos na aula. Gabarito: D 54. (VUNESP – Consultor Legislativo – Câmara SP – 2007) - São características do bem "defesa nacional" (A) não rival e não excludente. (B) não rival e excludente. (C) rival e não excludente. (D) rival e excludente. (E) poderá ser rival e excludente dependendo de como for financiado. Comentários: O bem defesa nacional é um bem público puro, sendo, portanto, não rival e não excludente. 00000000000 Gabarito: A 55. (VUNESP – Consultor Legislativo – Câmara SP – 2007) - A avenida Marginal do Rio Tietê, em São Paulo, no horário de pico é um bem (A) não rival e não excludente. (B) não rival e excludente. (C) rival e não excludente. (D) rival e excludente. (E) poderá ser rival e excludente dependendo de como for financiado. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 71 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Comentários: A chave desta questão está na percepção de que o enunciado nos fala da Marginal Tietê em seu horário de pico. Ou seja, aquele horário em que está tudo quase parado. Neste horário, existe rivalidade no consumo da avenida. O uso dela por um carro exclui o consumo da mesma por outro carro. Assim sendo, no horário de pico, a Marginal Tietê é um bem rival, e não excludente (durante a madrugada, com pouco movimento, ela é não rival e não excludente). Gabarito: C 56. (VUNESP – Economista – Câmara de Mauá SP – 2012) – A TV por assinatura é um bem (A) público (B) não rival e não excludente (C) rival e excludente (D) rival e não excludente (E) não rival e excludente Comentários: A TV por assinatura é não rival. Isto é, o fato de um usuário usar o serviço não implica redução no consumo do mesmo serviço por outra pessoa. No entanto, a TV por assinatura é excludente. Ou seja, é possível excluir pessoas do consumo do serviço (quem não paga não assiste). Gabarito: E 57. (FUNIVERSA – Economista – IFB – 2012) Com relação à questão ambiental e aos custos e benefícios privados e sociais, assinale a alternativa correta. (A) As externalidades dão a base econômica para a criação de leis antipoluição e de proteção ambiental, entre outras, podendo ser incorporadas (internalizadas) sem a aplicação adequada de taxas ou impostos sobre a fonte causadora. (B) Ocorre externalidade positiva (ou economia externa) quando uma unidade econômica cria custos para as demais, sem pagar por isso. (C) O conceito de externalidade não revela a diferença entre custos privados e custos sociais. (D) Ocorre externalidade negativa (ou deseconomia externa) quando uma unidade econômica cria benefícios para as demais, sem receber pagamento por isso. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 72 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 (E) As externalidades (ou economias externas) podem ser definidas como as alterações de custos e de benefícios para a sociedade derivadas da produção das empresas, ou também como as alterações de custos e de receitas da empresa devidas a fatores externos. COMENTÁRIOS: A) Incorreta. Internalizar custos sem a aplicação adequada de taxas ou impostos sobre a fonte causadora (impostos de Pigou, que vimos na aula) é uma condição que não ocorre necessariamente. Tudo vai depender das características dos atores envolvidos na externalidade (fonte causadora, sociedade e governo). Se o regulador possuir informações suficientemente relevantes, por exemplo, a aplicação de taxas será mais eficiente para que fonte causadora internalize os custos de uma externalidade negativa. B) Incorreta. Na verdade, a externalidade positiva ocorre quando uma unidade econômica cria benefícios (ou reduz custos) para as demais. C) Incorreta. Revela, sim. No caso de externalidades positivas, os custos sociais serão inferiores aos custos privados. E no caso de externalidades negativas, os custos sociais serão superiores aos custos privados. D) Incorreta. O que ocorre na externalidade negativa é que uma unidade econômica reduz benefícios (ou aumenta custos) para as demais. E) Correta. Exatamente. Importante ressaltar que eventos externos podem gerar tanto externalidades positivas quanto negativas. Dependendo da externalidade, o governo pode atuar visando incentivar ou evitar a externalidade, de acordo com os benefícios e custos envolvidos. GABARITO: E 58. (FCC - ANALISTA AMBIENTAL - ECONOMISTA – ESTADO – MA - 2006) - Sobre a teoria dos bens públicos, considere as afirmativas abaixo. 00000000000 I. O provimento privado de bens públicos resulta em um equilíbrio ineficiente, devido ao problema do carona, isto é, à tentação das pessoas em deixar de contribuir para o provimento do bem público, esperando que os demais o façam. II. A principal distinção entre bens privados e bens públicos é que os agentes sempre derivam o mesmo grau de utilidade com relação a este último. III. Bens públicos são considerados não rivais pois o consumo por um agente não esgota o bem, mantendo-o disponível para que outro consumidor o consuma. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 73 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 IV. Por definição, bens públicos só podem ser ofertados pelo governo, já que mecanismos privados de provimento são ineficientes. É correto o que se afirma APENAS em a) I, III e IV. b) I, II e IV. c) I, II e III. d) I e III. e) II e IV. Comentários: I. Correta. É exatamente o problema do carona que faz o provimento de bens públicos ser um resultado ineficiente (ser uma falha de mercado). II. Incorreta. Simplesmente, não existe essa regra, segundo a qual os agentes vão extrair a mesma utilidade do bens públicos (?). III. Correta. IV. Incorreta. A definição de bens públicos leva em conta tão somente os atributos de não rivalidade e não exclusividade, e não o fato de serem ofertados pelo governo ou pelo setor privado. Gabarito: D 59. (FCC - ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS – BA - 2004) - A respeito dos bens públicos e externalidades é INCORRETO afirmar: a) A oferta de bens públicos requerida pela sociedade pode ser determinada de forma eficiente pelo sistema de mercado através do mecanismo de oferta e demanda. b) Os bens públicos (segurança pública, justiça e defesa nacional, por exemplo) são aqueles bens cujo consumo é indivisível ou "não-rival". c) Justifica-se a oferta pública de saúde e educação pelo fato de gerarem externalidades positivas, apesar destes serviços poderem ser submetidos ao princípio de exclusão e, desta forma, serem passíveis de exploração pelo setor privado. d) A responsabilidade pela provisão de bens públicos recai sobre o governo, que financia a produção desses bens através da cobrança compulsória de impostos. e) A existência das chamadas externalidades negativas (poluição, por exemplo) justifica a intervenção do governo (através de multas e impostos, por exemplo) no sentido de coibir essas ações. 00000000000 Comentários: Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 74 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 A única incorreta é a letra A, pois a oferta de bens públicos requerida pela sociedade não pode ser determinada de forma eficiente pelo sistema de mercado, através do mecanismo de oferta e demanda. Isto acontece em razão da existência do carona, aquele indivíduo que consome o bem público, sem pagar por ele, no entanto. Gabarito: A 60. (FCC - Procurador Autárquico – ARCE - 2006) - É um dos motivos para que ocorram as chamadas falhas de mercado, ou seja, situações em que os mercados não funcionam de forma a assegurar a eficiência econômica: a) grande número de compradores e vendedores. b) economias de aglomeração. c) economias constantes de escala. d) mercado pulverizado. e) informações assimétricas. COMENTÁRIOS: Questão bem simples! O único item que se encaixa como falha de mercado é a letra E. Vale fazer uma ressalva na letra C. Se fossem d̀tas “econom̀as crescentes de escala”, a assert̀va C seria considerada sim uma falha de mercado, pois processos produtivos com economias crescentes de escala são considerados monopólios naturais (um tipo de falha de mercado). GABARITO: E 61. (FCC – Analista – Economia – MPU - 2007) - Caracteriza um bem público: a) Consumo não rival. b) Princípio da exclusão. c) Deseconomias de escala na produção. d) Preferências não reveladas. e) Externalidades negativas. 00000000000 COMENTÁRIOS: Um bem público é não rival e não exclusivo. Simples assim! GABARITO: A 62. (FCC - Analista de Regulação – ARCE - 2006) - Bens públicos diferenciam-se de bens privados porque a) são bens meritórios. b) não se pode aplicar a eles o princípio da não-exclusão. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 75 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 c) são financiados pela cobrança de taxas. d) dependem da existência de economias de escala. e) são bens de consumo não rival. COMENTÁRIOS: Novamente: o bem público é não rival e não exclusivo, ao passo que o bem privado é rival e exclusivo. Assim, a melhor alternativa para ser marcada é a letra E. GABARITO: E 63. (FCC – Agente Técnico Legislativo – Ass. Leg. SP – 2010) Considere as assertivas abaixo. I. Em geral os bens privados têm custo marginal de produção inferior ao dos bens públicos. II. Os bens semipúblicos devem ser produzidos pelo estado porque geram externalidades negativas para a sociedade e, portanto, não despertam interesse para a iniciativa privada. III. A característica de não rivalidade dos bens públicos diz respeito ao custo marginal zero para a sua produção para um consumidor adicional. IV. Os bens semipúblicos possuem custo marginal de produção positivo, motivo pelo qual alguns consumidores podem ser excluídos de seu consumo. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. COMENTÁRIOS: I. Incorreta. Os bens públicos tem custo marginal de produção igual a zero. Logo, os bens privados têm custo marginal geralmente superior ao dos bens públicos. 00000000000 II. Incorreta. Os bens semipúblicos (ou meritórios) geram externalidades positivas. Daí a justificativa de sua produção pelo governo. III. Correta. IV. Correta. GABARITO: E Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 76 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 64. (Fundação DOM CINTRA – Economista – FUNASA – 2010) De acordo com a teoria de finanças públicas, constituem exemplos de circunstâncias denominadas na literatura econômica como falhas de mercado: A) déficits públicos e tributações B) dívidas internas e bens públicos C) monopólios naturais e externalidades D) mercados incompletos e impostos indiretos E) riscos de informação e mercados atomizados COMENTÁRIOS: Questão fácil. Conforme vimos na aula, os monopólios naturais e as externalidades são falhas de mercado, de acordo com teoria de finanças públicas. GABARITO: C 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 77 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS NA AULA 01. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG – 2015) Pode ser considerada como consequência da existência de problemas de informação assimétrica nos mercados: a) a não existência de bens públicos. b) o “problema do carona”. c) a necessidade de patentes. d) a ocorrência de externalidades positivas. e) a existência de custos de transação nos contratos. 02. (ESAF – AFC – STN – 2013) Considere uma atividade econômica na qual existam externalidades positivas na produção e assinale a opção correta. a) Um planejador central benevolente escolheria produzir uma quantidade menor do que a produzida pelo mercado. b) Um planejador central benevolente escolheria produzir uma quantidade maior do que a produzida pelo mercado. c) Não é possível determinar se a quantidade produzida escolhida por um planejador central benevolente é maior ou menor do que a quantidade produzida escolhida pelo mercado. d) Um planejador central benevolente escolheria produzir a mesma quantidade produzida pelo mercado. e) A existência ou não de externalidades é irrelevante para um planejador central. 03. (ESAF – AFC – STN – 2013) Considere um mercado em que existem externalidades. Indique qual das afirmativas abaixo é correta. a) Caso as externalidades sejam positivas, o benefício social do bem é maior do que o benefício privado, neste caso subsidiar a produção pode ser uma maneira de aumentar o bem-estar. b) Caso as externalidades sejam negativas, o custo social do bem é maior do que o benefício privado, neste caso subsidiar a produção pode ser uma maneira de aumentar o bem-estar. c) Caso as externalidades sejam positivas, o benefício social do bem é maior do que o benefício privado, neste caso taxar a produção pode ser uma maneira de aumentar o bem-estar. d) A presença de externalidade não pode justificar nem impostos nem subsídios à produção, pois o Primeiro Teorema Fundamental do BemEstar Social estabelece que o equilíbrio de mercado é ótimo no sentido de Pareto. e) A presença de externalidades só afeta a quantidade produzida, portanto não afeta o bem-estar. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 78 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 04. (ESAF – AFC – STN – 2013) Sobre os bens públicos, bens rivais e bens excludentes, pode-se afirmar: a) bens rivais são bens em que o consumo de uma unidade por uma pessoa elimina a possibilidade de que alguém desfrute do bem, desta forma, ser um bem não rival é uma condição suficiente para que um bem seja considerado um bem público puro. b) bens não excludentes são bens que é impossível ou muito difícil negar o acesso, desta forma se um bem é rival, ele também é excludente. c) um bem público puro é um bem oferecido pelo setor público. d) um mesmo bem não pode ser simultaneamente rival e excludente. e) um bem público puro é um bem em que o consumo por uma pessoa não elimina a possibilidade que alguém desfrute do bem e que é impossível ou muito caro impedir alguém de consumir. Desta forma um bem público puro é um bem que é não rival e não excludente. 05. (ESAF – AFC – STN – 2013) Assinale a afirmação correta. a) Uma situação de risco moral ocorre quando um indivíduo toma uma decisão ilegal para ajudar outro indivíduo. b) Se um mercado está sujeito a risco moral então as firmas que operam neste mercado vão maximizar lucro quando ofertarem zero unidade do produto, nestes casos apenas o governo pode fornecer uma oferta positiva do bem. c) Considere o mercado de carros usados e suponha que, devido à incapacidade de os compradores distinguirem entre os carros bons e os carros ruins, apenas os carros ruins são vendidos. Este é um exemplo de modelo principal-agente. d) Considere o mercado de carros usados e suponha que, devido à incapacidade de os compradores distinguirem entre os carros bons e os carros ruins, apenas os carros ruins são vendidos. Este é um exemplo de seleção adversa. e) Uma situação em que um gerente tenha de escolher contratar um entre dois vendedores e não saiba qual escolher por não ter informações suficientes para tomar sua decisão é a típica situação em que se aplica o problema do agente e do principal. 00000000000 06. (ESAF – Analista de Infraestrutura em Transportes – DNIT – 2013) - O papel do Estado na economia é assunto controvertido. Considerando a sua relação com o mercado, há aqueles que defendem um Estado minimalista, enquanto outros postulam uma maior intervenção estatal. É correto afirmar que: a) no Brasil, os aspectos federativos, com três esferas de governo, fazem com que haja predominância de uma estrutura produtiva estatal. b) a consolidação da democracia no Brasil aumentou a pressão social sobre o setor público, ampliando e melhorando a qualidade dos serviços públicos essenciais. c) segundo a visão minimalista, o papel do estado deve ser limitado a algumas ações essenciais como a manutenção da lei, da ordem e a Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 79 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 propriedade privada, além de produzir bens de consumo essenciais ao ser humano. d) de acordo com a visão de Milton Friedman, quanto maior a regulamentação do governo, melhor será o ambiente econômico. e) a corrente que defende uma maior intervenção do Estado considera que este não pode suprir as falhas de mercado, mas pode atuar diretamente na oferta de saúde, segurança e educação. 07. (ESAF – Fiscal ISS/RJ – 2010) - Na existência de externalidade negativa na produção de um determinado bem, pode-se dizer que: a) em qualquer nível de produção, o custo social e menor do que seria sem a externalidade negativa. b) a curva de oferta de mercado esta acima da curva de custo social. c) a quantidade socialmente ótima e menor do que a quantidade de equilíbrio de mercado. d) o pagamento de subsídios a produção do bem serve de incentivo para compensar a sociedade pela existência da externalidade. e) o custo de produção do bem é menor para a sociedade do que para o produtor. 08. (ESAF – Fiscal ISS/RJ – 2010) - A respeito dos conceitos e uso dos bens publicos, semipublicos e privados e correto afirmar, exceto: a) os bens privados, assim conceituados pelas finanças públicas, são aqueles em que a produção não e realizada por entidade pública e seu consumo por um indivíduo pode impedir sua disponibilidade para outros indivíduos. b) os bens publicos têm como uma das suas características a impossibilidade de se excluir determinados indivíduos ou segmentos da população do seu consumo. c) no caso dos bens publicos, a curva total de demanda e dada pela soma vertical das demandas individuais. d) o princípio da nao-exclusao condiciona que o consumo de bens publicos e exercido coletivamente em detrimento do consumo individualmente. e) uma das características dos bens semipublicos e um elevado grau de externalidade em razão de os benefícios advindos do seu consumo não serem totalmente internalizados pelo indivíduo que o consome. 00000000000 09. (ESAF – EPPGG/MPOG – 2009) - Sobre os conceitos econômicos de bens públicos e externalidades, é correto afirmar que: a) se a produção de um bem implica externalidades negativas, então, em condições de concorrência perfeita, esse bem será produzido em quantidade superior à que seria socialmente eficiente. b) um bem público é qualquer bem que seja de propriedade estatal. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 80 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 c) define-se externalidade como um evento que ocorre fora dos estabelecimentos de uma empresa. d) não é possível que um ato de consumo gere externalidades negativas. e) não é possível que um ato de produção gere externalidades positivas. 10. (AFC/STN – ESAF/2005) No que diz respeito aos bens públicos, semi-públicos e privados, indique a única opção incorreta. a) Bens públicos são os bens que o mecanismo de preços não consegue orientar os investimentos a fim de efetuar sua produção. b) Bens públicos têm a característica de serem usados por todos, indistintamente, não importando o nível de renda ou condição social. c) Bens semi-públicos satisfazem ao princípio da exclusão, mas são produzidos pelo Estado. d) O serviço meteorológico é um exemplo de bem de consumo não rival. e) Serviços de saúde e saneamento são bens públicos, uma vez que seus custos podem implicar preços muito altos para que as pessoas pobres possam ter acesso aos mesmos. 11. (ESAF - EPPGG/MPOG – 2002) Tecnicamente ocorre uma externalidade quando os custos sociais (CS) de produção ou aquisição são diferentes dos custos privados (CP), ou quando os benefícios sociais (BS) são diferentes dos benefícios privados (BP). Uma externalidade positiva apresenta-se quando: a) BS < BP b) BS = BP c) CS > CP d) CS = CP e) BS > BP 12. (ESAF - EPPGG/MPOG –2001) “As ações econômicas desenvolvidas por produtores e consumidores exercem, necessariamente, efeitos incidentes sobre outros produtores e/ou consumidores que escapam ao mecanismo de preços, ainda que estes sejam determinados em regimes de mercado perfeitamente competitivos. Estes efeitos, não refletidos nos preços, são conhecidos por “efeitos externos” ou “externalidades”. Uma externalidade pode implicar tanto ganhos como perdas para os recipientes da ação econômica inicial. Quando o recipiente for um produtor, um benefício externo tornará a forma de um acréscimo no lucro. A imposição de um custo externo, por outro lado, significará redução no lucro. Quando o recipiente for um consumidor, sua função de bem-estar é que estará sendo afetada pelas externalidades, positiva ou negativamente. Percebe-se, então, que as externalidades positivas representam sempre “economias externas”, enquanto as externalidades negativas trazem “deseconomias externas”. (Trecho extraído do livro 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 81 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 “Economia do Setor Público” de Alfredo Filellini, São Paulo, Atlas, 1989, p. 73). Uma empresa provoca uma deseconomia externa quando a) os benefícios sociais excedem os benefícios privados b) os custos privados excedem os custos sociais c) não há diferença entre os custos sociais e os custos privados d) não há diferença entre os benefícios sociais e os benefícios privados e) os custos sociais excedem os custos privados 13. (ESAF - AFC/STN - 2000) Os bens econômicos podem ser classificados em bens públicos e bens privados. Sobre a natureza dos bens econômicos, afirma-se que: a) bens privados são divisíveis e não sujeitos ao princípio da exclusão. b) bens públicos são indivisíveis e sujeitos ao princípio da exclusão. c) bens meritórios são divisíveis ou indivisíveis e não sujeitos ao princípio da exclusão. d) a soberania do consumidor não é preservada nos bens privados, nem nos bens públicos. e) os bens demeritórios têm seu consumo inibido pela imposição de pesados impostos ou pela proibição direta. 14. (ESAF - AFC/CGU - 2002) De acordo com a Teoria das Finanças Públicas, assinale a única opção incorreta. a) Os bens públicos são aqueles cujo consumo ou uso é indivisível ou “não-r̀val”. b) O sistema de mercado só funciona adequadamente quando o princípio da “exclusão” no consumo pode ser apl̀cado. c) No caso de ocorrência de monopólio natural, a intervenção do governo se dá pela regulação de tal monopólio ou pela responsabilidade direta da produção do bem ou serviço referente ao setor caracterizado pelo monopólio natural. d) A existência de externalidades justifica a intervenção do Estado. e) A crescente complexidade dos sistemas econômicos no mundo como um todo tem levado a uma redução da atuação do Governo. 00000000000 15. (ESAF - AFC/CGU – 2004) Com base na Teoria das Finanças Públicas, assinale a única opção falsa. a) Um bem público puro é caracterizado por ter seu consumo não rival e não excludente. b) Bens privados são aqueles cujo consumo é tanto rival quanto excludente e são providos eficientemente em mercados competitivos. c) A exclusão permite que o produtor do bem privado possa ser pago sempre que um consumidor fizer uso do mesmo. d) Um exemplo de bem público puro é segurança nacional. e) Há rivalidade no consumo de um bem se o consumidor desse bem por parte de uma pessoa aumenta a disponibilidade do mesmo para as outras. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 82 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 16. (ESAF - AFC/CGU – 2006) No mundo real, mercados perfeitamente competitivos são raros, existindo falhas de mercado que justificam a intervenção do governo. Identifique a opção falsa. a) São exemplos de falhas de mercado a existência de bens públicos e de externalidades. b) Os bens públicos puros possuem as características de não-rivalidade e de impossibilidade de exclusão de seu consumo. c) O sistema de preços reflete apenas os custos e os benefícios privados, sendo necessária a presença do governo para incorporar as externalidades ao custo privado, mediante, por exemplo, a tributação ou incentivo fiscal. d) Diz-se que uma externalidade tem lugar quando a atividade econômica dos indivíduos, na produção, consumo ou troca, não afeta e não interfere com o interesse dos outros indivíduos. e) Há externalidades positivas que podem demandar a intervenção do governo para que não haja uma suboferta. 17. (ESAF - Economista – TCE/ES - 2001) - Considere as observações abaixo: I. Usualmente empresas de seguros estabelecem um valor mínimo, conhecido por franquia , a ser arcado pelo segurado em caso de sinistro. II. Algumas revendas de automóveis já ofereciam garantia pelos veículos vendidos antes mesmo dessa garantia ser obrigatória por lei. III. Empresas de seguro esforçam-se em conhecer melhor seus clientes dando prêmios especiais para clientes de baixo risco. IV. Algumas empresas procuram oferecer a seus funcionários um salário superior ao salário médio de mercado para trabalhadores com qualificação equivalente. Pode-se afirmar que: a) As observações I e III descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações II e IV descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. b) As observações I e IV descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações II e III descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. c) As observações II e IV descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações I e III descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. d) As observações II e III descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações I e IV descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 83 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 e) As observações III e IV descrevem estratégias para reduzir problemas de moral hazard e as observações I e II descrevem estratégias que tendem a reduzir problemas de seleção adversa. 18. (ESAF - Analista – BACEN - 2001) - Considere as seguintes afirmações: I. Um dos problemas que as instituições financeiras encontram quando a taxa de juros se encontra muito elevada é que os pedidos de empréstimo que se fazem nessas condições envolvem usualmente projetos com risco elevado. II. Um problema encontrado por uma instituição financeira que financia um projeto é que o executor desse projeto pode estar propenso a assumir um risco maior do que seria adequado para a instituição financiadora, caso ele tenha pouco a perder com o fracasso do projeto e muito a ganhar com seu sucesso. Assinale a opção correta. a) A afirmação I diz respeito a um problema de seleção adversa e a afirmação II diz respeito a um problema de moral hazard. b) A afirmação I diz respeito a um problema de moral hazard e a afirmação II diz respeito a um problema de seleção adversa. c) As duas afirmações dizem respeito a problemas de seleção adversa. d) As duas afirmações dizem respeito a problemas de moral hazard. e) As afirmações não se referem a problemas de seleção adversa nem a problemas de moral hazard. 19. (ESAF - Analista – BACEN - 2001) - Dos mecanismos abaixo, indique qual não pode ser entendido como um mecanismo para minimizar problemas de moral hazard. a) Remuneração do trabalhador agrícola igual à metade do produto da terra por ele trabalhada. b) Participação nos lucros da empresa por parte de seus executivos. c) Estabelecimento de franquia em seguros de automóveis. d) Renovação de seguro de automóveis com desconto para segurados que não sofreram acidentes na vigência do contrato anterior. e) Oferecimento de garantia na revenda de automóveis usados. 00000000000 20. (AFC/STN – ESAF/2005) No que diz respeito aos bens públicos, semi-públicos e privados, indique a única opção incorreta. a) Bens públicos são os bens que o mecanismo de preços não consegue orientar os investimentos a fim de efetuar sua produção. b) Bens públicos têm a característica de serem usados por todos, indistintamente, não importando o nível de renda ou condição social. c) Bens semi-públicos satisfazem ao princípio da exclusão, mas são produzidos pelo Estado. d) O serviço meteorológico é um exemplo de bem de consumo não rival. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 84 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 e) Serviços de saúde e saneamento são bens públicos, uma vez que seus custos podem implicar preços muito altos para que as pessoas pobres possam ter acesso aos mesmos. 21. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) - Os diversos bens existentes na economia são agrupados de acordo com dois critérios: exclusividade e rivalidade. Segundo esses critérios, assinale a opção incorreta. a) Bens públicos puros possuem duas características: a não rivalidade e a impossibilidade de exclusão de seu consumo. b) Quando um bem é excludente mas não rival, diz-se que existe um monopólio natural para esse bem. c) Os benefícios derivados dos bens semipúblicos, somente em parte se submetem ao princípio da exclusão e apenas parcialmente são divisíveis. d) A oferta de determinados bens, por meio do orçamento público, tornase necessária quando eles são rivais ou se para esses bens se aplica o princípio da exclusão. e) Os bens privados são bens cujo consumo é rival, de maneira que o consumo desses bens, por um indivíduo, impossibilita que outro indivíduo também os consuma. 22. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) - A atuação do governo na economia tem como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintes formas, exceto: a) complemento da iniciativa privada. b) compra de bens e serviços do setor público. c) atuação sobre a formação de preços. d) fornecimento de bens e de serviços públicos. e) compra de bens e serviços do setor privado. 23. (ESAF – AFC/CGU – 2006) - Com base nas funções clássicas do Estado, assinale a única opção falsa. a) As necessidades meritórias são aquelas que também são atendidas pelo setor privado e, portanto, não estão sujeitas ao princípio da exclusão. b) A função estabilizadora do governo concentra seus esforços na manutenção de um alto nível de utilização de recursos e de um valor estável da moeda. c) As necessidades meritórias e as necessidades sociais são atendidas, no Brasil, pelas três esferas de governo. d) Na atual conjuntura brasileira, verifica-se atividade governamental no que se refere à distribuição de renda, via ações compensatórias, tais como as transferências de renda por meio da distribuição de cestas básicas. e) A função alocativa do governo está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 85 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 24. (ESAF – Analista de Finanças e Controle – STN – 2005) Baseada na visão clássica das funções do Estado na economia, identifique a opção que foi defendida por J.M. Keynes. a) As funções do Estado na economia deveriam ser limitadas à defesa nacional, justiça, serviços públicos e manutenção da soberania. b) As despesas realizadas pelo Governo não teriam nenhum resultado prático no desenvolvimento econômico. c) A participação do Governo na economia deveria ser maior, assumindo a responsabilidade por atividades de interesse geral, uma vez que o setor privado não estaria interessado em prover estradas, escolas, hospitais e outros serviços públicos. d) A economia sem a presença do governo seria vítima de suas próprias crises, cabendo ao Estado tomar determinadas decisões sobre o controle da moeda, do crédito e do nível de investimento. e) A atuação do Governo se faria nos mercados onde não houvesse livre concorrência e sua função seria a de organizá-la e defendê-la, para o funcionamento do mercado e para seu equilíbrio. 25. (ESAF – AFC/TCU - 2000) - Muitos ambientalistas têm chamado atenção para o fato de que a pesca de determinadas espécies de peixe é tão elevada que a própria lucratividade de tal atividade acaba sendo comprometida. Como conseqüência, eles sugerem que sejam adotadas medidas para reduzir-se o volume pescado. Do ponto de vista da teoria econômica, esse problema a) só será sanado caso haja uma proibição da pesca das espécies de peixe em questão. Tal proibição deveria vir acompanhada de um programa de educação e conscientização dos pescadores para que esses percebam que estão agindo contra seus próprios interesses. b) não é concebível uma vez que ele viola o primeiro teorema do bem estar social. c) só é possível caso os agentes envolvidos não tenham informações suficientes acerca de suas funções de produção ou não tenham a habilidade necessária para resolver os problemas relacionados à maximização de seu lucro. d) ocorre em virtude do fato de que os recursos pesqueiros são bens públicos e, como tal, deveriam ser explorados exclusivamente pelo poder público. e) pode ser conseqüência da existência do livre acesso a um recurso comum, o que leva a uma super exploração do mesmo. Entre as soluções possíveis para esse problema estaria a adoção de um imposto específico sobre o produto da atividade pesqueira. 00000000000 26. (FUNCAB – Analista Economia - MPE/RO – 2012) No tocante ao mercado em concorrência perfeita, assinale a alternativa abaixo que NÃO condiz com as características desse mercado. A) Existência de um grande número de vendedores e compradores. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 86 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 B) Muitos vendedores com produtos diferenciados. C) Livre entrada e saída de empresas. D) Livre mobilidade de fatores de produção. E) Consumidores e vendedores têm acesso a toda informação relevante. 27. (FUNCAB – Economista – IFC-AM – 2014) Uma das formas pelas quais um governo pode reagir a uma externalidade negativa, além de medidas de regulamentação é a utilização: A) do teorema de Coase. B) de subsídios de Pigou. C) de políticas industriais. D) de impostos de Pigou. E) dos custos de transação. 28. (FUNCAB – economista – IPEM/RO – 2013) Algumas atividades econômicas geram custos a terceiros e, algumas outras, geram benefícios. A educação é uma atividade que gera muitos benefícios, pois uma população mais instruída leva a um governo melhor, o que é benéfico para toda a população, quando tal melhoria não afetar somente o consumidor da educação, mas também, outras pessoas, ou seja, o valor social é maior do que o valor privado. Esse impacto das ações de uma pessoa sobre o bem-estar de outras que não tomam parte da ação, é denominado: A) externalidade. B) custo-benefício. C) mobilidade social. D) vantagem comparativa. E) vantagem absoluta. 29. (FUNCAB – Economista – Governo do Acre – 2013) Segundo Mankiw (2005), o interesse da sociedade em um resultado de mercado vai além do bem-estar dos compradores e dos vendedores que participam do mercado; passa a incluir também o bem-estar de terceiros, que são indiretamente afetados, quando há: A) equilíbrio no mercado. B) externalidades. C) custos de transação. D) bem estar econômico. E) políticas públicas. 00000000000 30. (FUNCAB – Economista – SUDECO – 2013) Nos projetos de investimentos para o desenvolvimento de algumas áreas ou regiões ocorrem, muitas vezes, problemas que afetam sobremaneira o meio ambiente. Seu manejo e preservação são fundamentais para estabelecer limites para o crescimento, na opinião de vários economistas e ambientalistas. A poluição é, sem Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 87 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 dúvida, o maior problema ambiental – principalmente do ar e da água. Um instrumento da política econômica que pode ser aplicado para o controle da poluição é denominado permissão negociável, que consiste em: A) impor uma taxação sobre unidade de poluição emitida, que deve se igualar ao custo marginal social dessa poluição, no nível ótimo de emissão. B) tributar um free-rider, ou seja, entidade – pessoa física ou jurídica – que usufrui de bem público sem pagar por ele. C) propor a livre negociação entre as partes envolvidas – agentes ativos e passivos – para levar ao nível ótimo de emissão poluente. D) estabelecer um limite máximo para a emissão de poluição e dividi-lo entre as empresas poluidoras por meio de uma concordância formal para poluir, por cada uma delas. Aquelas que não atingirem suas cotas de poluição poderão vender a parcela não utilizada. E) regular o uso de recursos naturais aos quais todos têm livre acesso e que conflitem quanto à forma de utilização, por formas diferentes e para fins diversos. 31. (FUNCAB – Economista – SUDECO – 2013) Ao considerar aspectos da economia do setor público, encontram-se diferentes tipos de bens que, a rigor, podem ser alinhados em quatro categorias, a partir de uma classificação básica em bens rivais e excludentes. São exemplos de bens classificados como excludentes, mas não rivais, os: A) bens privados. B) recursos comuns. C) monopólios naturais. D) bens mistos. E) bens públicos. 32. (FUNCAB – Economista – SEDAM/RO – 2014) Um instrumento de política econômica tem sido aplicado no controle da poluição: são as denominadas permissões negociáveis para poluir. Uma das características principais de tal instrumento é: a) a meta de poluição é predeterminada pelas empresas. B) a possibilidade de vender parte de suas permissões, se suas emissões forem abaixo da quantidade constante em suas permissões. C) a ocorrência de abusos por parte das empresas poluidoras no estabelecimento das metas. d) o sistema não garante que as metas de poluição sejam certamente atingidas. e) os custos sociais da obtenção dessas metas não são pequenos. 00000000000 33. (FUNCAB – Economista – Governo do Acre – 2014) Quando a decisão tomada por determinado agente econômico influencia o Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 88 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 bem-estar de um outro agente econômico não diretamente envolvido com as decisões do primeiro, ocorrem: A) motivações situacionais. B) tragédias dos comuns. C) externalidades. D) regulações estatais. E) comportamentos de free-rider. 34. (FUNCAB – Economista – Governo do Acre – 2014) Segundo Vasconcellos (2006), “todas as transações econômicas são realizadas, de uma forma ou de outra, por meio de contratos.” Muitas vezes ocorre o fato de um dos agentes possuir mais informações do que outro, decorrendo de tal fato problemas nas relações econômicas. Quando tais problemas são de natureza précontratual, são denominados de: A) risco moral. B) sinal econômico. C) relação causal. D) custos de transação. E) seleção adversa. 35. (FUNCAB – Economia – IBRAM – 2010) Assinale a alternativa que NÃO condiz ao contexto que se refere às questões de externalidades e de bens públicos. A) Ocorre uma determinada externalidade quando um dado produtor (ou mesmo consumidor) acaba influenciando atividades de produção (ou de consumo) de outros produtores (ou consumidores) de tal maneira que diretamente não esteja refletida no preço. B) Quando, por exemplo, uma usina de açúcar despeja seus efluentes em um dado rio, onde diariamente têm-se pescadores dependentes da atividade pesqueira neste rio, ocorre neste ambiente o que se define por uma externalidade negativa. C) Diz-se que os bens públicos são não rivais quando para qualquer nível específico de produção o custo marginal de uma produção é zero para um determinado consumidor adicional. D) Um determinado bem é considerado como sendo um bem público não exclusivo quando as pessoas, de uma maneira geral, não podem ser propriamente dito excluídas do seu consumo. E) Supondo uma determinada localidade em uma região, se os benefícios privados são maiores do que os benefícios sociais, apresenta-se neste contexto uma externalidade positiva. 00000000000 36. (FUNCAB – Economia – IBRAM – 2010) Ao longo do tempo, a teoria econômica passou a incorporar o fato de que, na maior parte das transações econômicas (mais significativas), não se há pleno conhecimento na realização das mesmas. Melhor dizendo, em certas situações, um dos lados (destas transações) sabe mais Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 89 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 a respeito da transação do que a outra parte. Quando isso ocorre, dizemos que as transações são distinguidas em assimetria de informações. Dessa forma, considere as seguintes proposições relativas à assimetria de informações. I. Refere-se a uma falha de mercado. Tal falha é característica de ambientes nos quais a informação distribui-se de forma assimétrica. Sendo que, devido à esta assimetria na distribuição de informações, acaba se promovendo, ou mesmo preestabelecendo contratos cujo procedimento faz com que, por exemplo, os compradores escolham de maneira incorreta determinados bens e serviços no mercado. II. Diz respeito a procedimentos que podem ocorrer em qualquer situação em um determinado mercado na qual, supondo-se que tenha sido feito algum contrato, uma das partes não consegue devidamente controlar (ou mesmo monitorar) de forma precisa as ações da outra parte. III. Havendo assimetria de informações, indústrias encontram motivos para se imitarem entre si nas suas decisões de formação de preços. Tal procedimento pode contribuir para que este comportamento se propague entre as outras indústrias do mercado em questão. Na verdade, essa situação significa que um agente pode seguir as ações tomadas por outro agente econômico. A partir de tais considerações, marque a opção certa, a que mostra os modelos corretamente pertinentes às proposições a que estão se referindo. A) I – Seleção Adversa; II – Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour); III – Risco Moral (ou Moral Hazard). B) I – Seleção Adversa; II – Risco Moral (ou Moral Hazard); III Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour). C) I – Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour); II – Risco Moral (ou Moral Hazard); III – Seleção Adversa. D) I – Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour); II Seleção Adversa; III - Risco Moral (ou Moral Hazard). E) I – Risco Moral (ou Moral Hazard); II - Seleção Adversa; III Comportamento de Manada (ou Herding Behaviour). 00000000000 37. (FUNCAB – Analista Economista – SEMARH/GO – 2010) Considere as seguintes afirmações relativas à assimetria de informações. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 90 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 I. Refere-se a uma falha de mercado. Tal falha é característica de ambientes nos quais a informação distribui-se de forma assimétrica. Sendo que, devido à esta assimetria na distribuição de informações, acaba-se promovendo, ou mesmo, preestabelecendo, contratos cujo procedimento faz com que, por exemplo, os compradores escolham de maneira incorreta determinados bens e serviços no mercado. II. Diz respeito a procedimentos que podem ocorrer em qualquer situação em um determinado mercado na qual, supondo-se que tenha sido feito algum contrato, uma das partes não consegue devidamente controlar (ou mesmo monitorar) de forma precisa as ações da outra parte. A partir de tais considerações, abaixo, marque a opção certa que mostra os modelos corretamente pertinentes que tais proposições estão se referindo. A) A afirmação I diz respeito ao modelo de Seleção Adversa e a II referese ao modelo de Herding Behaviour. B) A consideração I refere-se ao modelo de Risco Moral e a II relaciona-se ao modelo da Seleção Adversa. C) As duas afirmações I e II dizem respeito unicamente ao modelo de Risco Moral. D) As duas considerações I e II referem-se unicamente ao modelo de Herding Behaviour. E) A afirmação I diz respeito ao modelo de Seleção Adversa e a II referese ao modelo de Risco Moral. 38. (FUNCAB – Analista Economista – SES/GO – 2010) Significa uma situação (ou estrutura) de mercado em que o número de firmas concorrentes é pequeno ou uma situação de mercado em que, mesmo com grande número de empresas, poucas dominam o mercado, sendo que estas poucas empresas respondem pela maior fatia do faturamento do setor. Estamos nos referindo ao modelo de: A) concorrência perfeita. B) oligopólio. C) concorrência monopolista. D) concorrência de Nash. E) monopólio bilateral. 00000000000 39. (FUNCAB – Analista Economista – IDAF/ES – 2010) No que se refere aos mercados não competitivos e ao papel do Estado na economia, marque a alternativa INCORRETA. A) Oligopólio é o mercado em que a maior parte das vendas é realizada por poucas empresas, cada uma delas capaz de influenciar o preço de Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 91 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 mercado com suas próprias atividades. Estas empresas podem produzir tanto um bem homogêneo quanto um bem diferenciado por marcas. B) Existe externalidade quando a produção ou o consumo de um bem afeta diretamente consumidores ou empresas que não participam de sua compra nem de sua venda e quando esses efeitos não se refletem totalmente nos preços de mercado. C) Para lutar contra a ineficiência derivada das externalidades, o Estado costuma estabelecer controles diretos, isto é, regulamentações sociais; ou recorrer a incentivos econômicos, melhor dizendo, medidas baseadas no mercado. D) Um bem público é aquele considerado como sendo excludente e rival da população, cujo consumo ou absorção por um determinado indivíduo, tende a reduzir a quantidade disponível para outro (e qualquer) indivíduo desta população. E) Na situação de equilíbrio, o monopolista pode estar tanto obtendo lucros quanto sofrendo perdas. A regra receita marginal = custo marginal , garante apenas que, caso haja lucros, eles serão máximos e, caso haja perdas, elas serão mínimas, sabendo-se que o monopolista é único no setor. 40. (Cesgranrio – Economista – BNDES – 2013) Um empresário, quando toma um empréstimo bancário, sabe mais sobre a verdadeira condição de sua empresa repagá-lo do que o funcionário do banco que analisa o crédito. Essa situação gera um problema de assimetria de informação denominado: (A) contestabilidade (B) risco sistêmico (C) inelasticidade (D) seleção adversa (E) mercado contingenciado 41. (Cesgranrio – Profissional Júnior Economia – Petrobrás – 2011) Em situações de falha de mercado, a intervenção do Estado é justificada. Não constitui uma falha de mercado a seguinte situação: (A) informação assimétrica (B) externalidades (C) monopólio natural (D) bens públicos (E) custos de transação 00000000000 42. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2010) O ruído dos aviões em um aeroporto reduz o bem-estar das pessoas que moram nos arredores. Trata-se de um caso de (A) efeito substituição negativo. (B) efeito Pigou. (C) elasticidade-renda negativa. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 92 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 (D) bem público de Giffen. (E) externalidade negativa. 43. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2010) Analise as possíveis características de um certo bem. I - O público em geral tem acesso a ele. II - O custo de excluir pessoas de usá-lo é muito elevado. III - Ele é produzido por uma empresa do setor público. IV - Uma pessoa pode consumi-lo sem que isto impeça outra pessoa de fazê-lo também. V - Traz benefícios para o público em geral. Para ser considerado um bem público, deve atender APENAS às características (A) I e II. (B) I e V. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e V. 44. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2011) Um exemplo de bem ou serviço não rival é a (A) comida em um restaurante público subsidiado (B) vaga de estacionamento na rua (C) sinalização de tráfego ao longo de uma rodovia (D) fralda para criança doada a um orfanato (E) aspirina distribuída gratuitamente às pessoas pobres 45. (Cesgranrio – Economista Júnior – Petrobrás – 2011) Uma empresa, ao produzir, polui um rio usado pela população e não paga pelo prejuízo causado. Logo, seu custo marginal privado (A) inclui deseconomias de escala. (B) cresce com a produção. (C) é menor que o custo marginal social. (D) é menor que a receita marginal. (E) não é constante. 00000000000 46. (Cesgranrio - especialista em regulação – ANP – 2005) Na Teoria Econômica da Regulação, um dos principais conceitos para embasar a formulação de políticas regulatórias é o de falhas de mercado. Considerando que o setor em análise se encontra em uma situação de equilíbrio de longo prazo, assinale a única opção que NÃO pode ser caracterizada como uma falha de mercado. (A) Externalidades. (B) Informação incompleta. (C) Bens públicos. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 93 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 (D) Poder de mercado. (E) Inexistência de lucros. 47. (Cesgranrio – Prof. Economia – Petrobrás – 2010) Uma característica fundamental de um bem público é a de que (A) seu consumo por parte de alguém não impossibilite que outro consuma o mesmo bem. (B) seu custo de produção seja baixo, para entrar no mercado de massa. (C) seja sempre pago pelo governo. (D) seja produzido por uma empresa pública. (E) sua produção seja de interesse de todo o público. 48. (FGV – Analista /Economia – MP/MS – 2013) Assinale a alternativa que apresenta a razão pela qual a provisão privada de bens públicos é ineficiente em termos de produzir a quantidade socialmente ótima. (A) Devido à característica de não exclusão, ou seja, que é difícil ou impossível impedir o seu consumo. (B) Devido à característica de não rivalidade, ou seja, o consumo de uma unidade não reduz a quantidade disponível para outras pessoas. (C) Devido às características de não exclusão e não rivalidade, visto que somente bens privados podem ser providos de forma privada. (D) Devido à característica de mercado competitivo inerente a tal tipo de bem, que exclui qualquer possibilidade de lucro das empresas. (E) Devido à característica de mercado monopolista controlado pelo governo, que é responsável pela provisão. 49. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) As vias públicas ao serem construídas e antes de serem inauguradas, são consideradas bens públicos. Com o crescente tráfego intenso de veículos, elas passaram a apresentar um grau de rivalidade crescente. Em razão disso, muitas cidades passaram a cobrar pedágio urbano como forma de solucionar tal problema. A esse respeito, leia o fragmento a seguir. 00000000000 Esse problema pode ser denominado de _____ e a solução imposta pelo pedágio urbano, torna a via púbica um bem _____. Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as lacunas. A) congestionamento – não excludente. (B) congestionamento – excludente. (C) tragédia dos comuns – excludente. (D) externalidade – não excludente. (E) externalidade – excludente. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 94 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 50. (FGV –Economista – SUDENE – 2013) Um tipo de falha de mercado, com a qual as economias se deparam, são as externalidades. A intervenção do Estado pode ser justificada nesse caso, por meio das seguintes possibilidades: ( ) Concessão de subsídios para gerar externalidades positivas. ( ) Imposição de penalidades externalidades negativas. para reduzir a geração de ( ) Assumir a responsabilidade de um investimento cujo prazo de maturação é longo e pouco rentável. Assinale: (A) se apenas a possibilidade I estiver correta. (B) se apenas a possibilidade II estiver correta. (C) se apenas as possibilidades I e II estiverem corretas. (D) se apenas as possibilidades II e III estiverem corretas. (E) se todas as possibilidades estiverem corretas. 51. (VUNESP - AGENTE TECNICO ECONOMISTA – MPE/ES – 2013) O fenômeno das externalidades, cada vez mais presente em nossas sociedades, indica que o mercado pode ser levado a produzir quantidades que não poderiam ser consideradas eficientes pela teoria tradicional, na ausência de regulação que minimize esta possibilidade. Sem regulação das externalidades num dado setor, pode-se afirmar que a quantidade produzida tenderá a ser: (A) maior que a eficiente, se se tratar de bem que apresente externalidade positiva. (B) menor que a eficiente, sejam positivas ou negativas as externalidades. (C) igual à eficiente, mas apenas no longo prazo. (D) menor que a eficiente, se se tratar de bem que apresente externalidade positiva. (E) maior que a eficiente, sejam positivas ou negativas as externalidades. 00000000000 52. (VUNESP - AGENTE TECNICO ECONOMISTA – MPE/ES – 2013) É/são uma característica dos bens públicos: (A) externalidades negativas. (B) custo marginal de produção inferior a seu preço. (C) consumo não rival. (D) princípio da exclusão do consumidor que não queira desfrutar do bem. (E) custos decrescentes de produção em função da escala. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 95 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 53. (VUNESP – Economista – UFABC – 2013) Em Economia, são considerados bens públicos puros aqueles que apresentam as características de: (A) serem passíveis de apropriação privada por documento de Registro Público. (B) exclusividade e não rivalidade no consumo. (C) exclusividade e rivalidade no consumo. (D) não exclusividade e não rivalidade no consumo. (E) pertencerem ao patrimônio de qualquer entidade pública. 54. (VUNESP – Consultor Legislativo – Câmara SP – 2007) - São características do bem "defesa nacional" (A) não rival e não excludente. (B) não rival e excludente. (C) rival e não excludente. (D) rival e excludente. (E) poderá ser rival e excludente dependendo de como for financiado. 55. (VUNESP – Consultor Legislativo – Câmara SP – 2007) - A avenida Marginal do Rio Tietê, em São Paulo, no horário de pico é um bem (A) não rival e não excludente. (B) não rival e excludente. (C) rival e não excludente. (D) rival e excludente. (E) poderá ser rival e excludente dependendo de como for financiado. 56. (VUNESP – Economista – Câmara de Mauá SP – 2012) – A TV por assinatura é um bem (A) público (B) não rival e não excludente (C) rival e excludente (D) rival e não excludente (E) não rival e excludente 00000000000 57. (FUNIVERSA – Economista – IFB – 2012) Com relação à questão ambiental e aos custos e benefícios privados e sociais, assinale a alternativa correta. (A) As externalidades dão a base econômica para a criação de leis antipoluição e de proteção ambiental, entre outras, podendo ser incorporadas (internalizadas) sem a aplicação adequada de taxas ou impostos sobre a fonte causadora. (B) Ocorre externalidade positiva (ou economia externa) quando uma unidade econômica cria custos para as demais, sem pagar por isso. (C) O conceito de externalidade não revela a diferença entre custos privados e custos sociais. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 96 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 (D) Ocorre externalidade negativa (ou deseconomia externa) quando uma unidade econômica cria benefícios para as demais, sem receber pagamento por isso. (E) As externalidades (ou economias externas) podem ser definidas como as alterações de custos e de benefícios para a sociedade derivadas da produção das empresas, ou também como as alterações de custos e de receitas da empresa devidas a fatores externos. 58. (FCC - ANALISTA AMBIENTAL - ECONOMISTA – ESTADO – MA - 2006) - Sobre a teoria dos bens públicos, considere as afirmativas abaixo. I. O provimento privado de bens públicos resulta em um equilíbrio ineficiente, devido ao problema do carona, isto é, à tentação das pessoas em deixar de contribuir para o provimento do bem público, esperando que os demais o façam. II. A principal distinção entre bens privados e bens públicos é que os agentes sempre derivam o mesmo grau de utilidade com relação a este último. III. Bens públicos são considerados não rivais pois o consumo por um agente não esgota o bem, mantendo-o disponível para que outro consumidor o consuma. IV. Por definição, bens públicos só podem ser ofertados pelo governo, já que mecanismos privados de provimento são ineficientes. É correto o que se afirma APENAS em a) I, III e IV. b) I, II e IV. c) I, II e III. d) I e III. e) II e IV. 59. (FCC - ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS – BA - 2004) - A respeito dos bens públicos e externalidades é INCORRETO afirmar: a) A oferta de bens públicos requerida pela sociedade pode ser determinada de forma eficiente pelo sistema de mercado através do mecanismo de oferta e demanda. b) Os bens públicos (segurança pública, justiça e defesa nacional, por exemplo) são aqueles bens cujo consumo é indivisível ou "não-rival". c) Justifica-se a oferta pública de saúde e educação pelo fato de gerarem externalidades positivas, apesar destes serviços poderem ser submetidos ao princípio de exclusão e, desta forma, serem passíveis de exploração pelo setor privado. 00000000000 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 97 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 d) A responsabilidade pela provisão de bens públicos recai sobre o governo, que financia a produção desses bens através da cobrança compulsória de impostos. e) A existência das chamadas externalidades negativas (poluição, por exemplo) justifica a intervenção do governo (através de multas e impostos, por exemplo) no sentido de coibir essas ações. 60. (FCC - Procurador Autárquico – ARCE - 2006) - É um dos motivos para que ocorram as chamadas falhas de mercado, ou seja, situações em que os mercados não funcionam de forma a assegurar a eficiência econômica: a) grande número de compradores e vendedores. b) economias de aglomeração. c) economias constantes de escala. d) mercado pulverizado. e) informações assimétricas. 61. (FCC – Analista – Economia – MPU - 2007) - Caracteriza um bem público: a) Consumo não rival. b) Princípio da exclusão. c) Deseconomias de escala na produção. d) Preferências não reveladas. e) Externalidades negativas. 62. (FCC - Analista de Regulação – ARCE - 2006) - Bens públicos diferenciam-se de bens privados porque a) são bens meritórios. b) não se pode aplicar a eles o princípio da não-exclusão. c) são financiados pela cobrança de taxas. d) dependem da existência de economias de escala. e) são bens de consumo não rival. 63. (FCC – Agente Técnico Legislativo – Ass. Leg. SP – 2010) Considere as assertivas abaixo. 00000000000 I. Em geral os bens privados têm custo marginal de produção inferior ao dos bens públicos. II. Os bens semipúblicos devem ser produzidos pelo estado porque geram externalidades negativas para a sociedade e, portanto, não despertam interesse para a iniciativa privada. III. A característica de não rivalidade dos bens públicos diz respeito ao custo marginal zero para a sua produção para um consumidor adicional. IV. Os bens semipúblicos possuem custo marginal de produção positivo, motivo pelo qual alguns consumidores podem ser excluídos de seu consumo. Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 98 de 99 Conhecimentos de Regulação p/ ANAC (Técnico em regulação) Teoria e exercícios comentados G Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00 Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. 64. (Fundação DOM CINTRA – Economista – FUNASA – 2010) De acordo com a teoria de finanças públicas, constituem exemplos de circunstâncias denominadas na literatura econômica como falhas de mercado: A) déficits públicos e tributações B) dívidas internas e bens públicos C) monopólios naturais e externalidades D) mercados incompletos e impostos indiretos E) riscos de informação e mercados atomizados 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. E B A E D B C A A E E E E E E D Profs. Heber e Jetro 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. B A E E D B A D E B D A B D C B 00000000000 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. C E E B E B D D E E D C C E A A www.estrategiaconcursos.com.br 00000000000 - DEMO 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. B E D C D A C E E D A E A E E C 99 de 99