Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de
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Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de
Documento PJ_001_004 .. .. .. .. . Município de Joinville Secretaria de Administração Unidade de Suprimentos Contrato Nº 270/2010 Projeto de Revitalização Ambiental e Qualificação Urbana em Áreas das Bacias Elementares dos Rios Cachoeira, Cubatão e Piraí – VIVA CIDADE Empréstimo N° 1909/OC-BR . . Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos no Município de Joinville . . . . . . . Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos RDRS – Rev B 10 de fevereiro de 2010 . Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos no Município de Joinville Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos RDRS – Rev. B Contrato Nº 270/2010 CETI S.A. – Cooprogetti Rua Florida 939, 4° andar, Dpto “F”, CP C1005AAS, C.A. de Buenos Aires, Argentina Tel: (54) (11) 4311-4043 / 5 Fax: (54) (11) 4313-2480 E- Mail: [email protected] Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Conteúdos I. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 1 II. CONTEXTO BIOFÍSICO ............................................................................................. 2 II.1. LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................. 2 II.2. CLIMA ......................................................................................................................... 7 II.3. GEOLOGIA ................................................................................................................... 9 II.3.a. Sinopse Geológica do Estado de Santa Catarina............................................... 9 II.3.b. Geologia da Região de Joinville....................................................................... 10 II.4. GEOMORFOLOGIA...................................................................................................... 17 II.5. SOLOS ....................................................................................................................... 22 II.6. HIDROGRAFIA ........................................................................................................... 24 II.7. VEGETAÇÃO .............................................................................................................. 29 II.8. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ........................................................... 32 II.9. PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E NATURAL ............................................. 35 III. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E SOCIOECÔMICOS ....................................... 39 III.1. I. EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO E DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL .......... 40 III.1.a. Tendências ....................................................................................................... 40 III.1.b. Distribuição da População e Ocupação do Território ................................... 42 III.1.c. Evolução da População de Joinville ............................................................... 44 III.2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ..................................................................... 47 III.2.a. Índice de Desenvolvimento Humano ............................................................... 47 III.2.b. Renda ............................................................................................................... 48 III.2.c. Produto Interno Bruto ..................................................................................... 48 III.2.d. Incidência da Pobreza ..................................................................................... 50 III.2.e. Distribuição Espacial de Moradias Segundo Nível de Renda das Famílias... 51 III.2.f. Ocupações Subnormais .................................................................................... 53 III.2.g. Bairros Segundo Usos ..................................................................................... 54 III.3. CONCLUSÕES SOBRE OS ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E SOCIOECÔMICOS .................. 58 IV. ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS DO SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................................................... 59 IV.1. MARCO LEGAL ........................................................................................................ 59 IV.1.a. Âmbito Federal ................................................................................................ 59 IV.1.b. Âmbito Estadual............................................................................................... 67 IV.1.c. Âmbito Municipal............................................................................................. 69 IV.2. INSTITUIÇÕES SETORIAIS ......................................................................................... 73 IV.2.a. Formulação de Políticas.................................................................................. 74 IV.2.b. Regulação e Controle ...................................................................................... 76 IV.2.c. Operação dos Serviços .................................................................................... 79 i Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos IV.3. CONCLUSÕES SOBRE OS ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS DA GESTÃO DE RSU 81 V. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................................... 84 V.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS SEGUNDO A NORMA ABNT NBR 10.004/2004 ............................................................................................................. 84 V.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) ................................................. 86 V.2.a. Geração Anual de RSU (Atual)......................................................................... 86 V.2.b. Geração de RSU per capita .............................................................................. 89 V.2.c. Composição Quali-Quantitativa dos RSU ........................................................ 91 V.2.d. Amostragem e Determinação da Composição dos RSU de Joinville ............... 93 V.3. CONCLUSÕES SOBRE A GERAÇÃO DE RSU................................................................ 93 VI. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS -SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA DO MUNICÍPIO DE JOINVILLE................................................................ 94 VI.1. MARCO CONTRATUAL ............................................................................................. 94 VI.2. DADOS ANTECEDENTES DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA ................................ 97 VI.3. RELATÓRIOS DE ATIVIDADES CONFORME O CONTRATO Nº 378/2002...................... 98 VI.4. COLETA DOMICILIAR ............................................................................................... 99 VI.4.a. Evolução do Serviço de Coleta Domiciliar ..................................................... 99 VI.4.b. Setores de Coleta Domiciliar......................................................................... 102 VI.4.c. Equipamento .................................................................................................. 105 VI.4.d. Pessoal ........................................................................................................... 106 VI.4.e. Conclusões sobre a Coleta Domiciliar .......................................................... 106 VI.5. COLETA SELETIVA DE RSU ................................................................................... 107 VI.5.a. Alcance e Evolução do Serviço...................................................................... 107 VI.5.b. Equipamento .................................................................................................. 114 VI.5.c. Pessoal ........................................................................................................... 114 VI.5.d. Conclusões sobre a Coleta Seletiva............................................................... 115 VI.6. DESTINO DOS RESÍDUOS DA COLETA SELETIVA .................................................... 116 VI.6.a. Introdução...................................................................................................... 116 VI.6.b. Assistência Social para os Catadores de Materiais Recicláveis ................... 119 VI.6.c. Associações de Catadores de Lixo................................................................. 121 VI.6.d. Conclusões sobre a Separação e Recuperação de Materiais dos RSU......... 138 VI.7. COLETA ESPECIAL ................................................................................................. 139 VI.7.a. Conclusões sobre a Coleta Especial.............................................................. 140 VI.8. SERVIÇOS GERAIS DE LIMPEZA.............................................................................. 140 VI.8.a. Pessoal ........................................................................................................... 141 VI.8.b. Equipamento .................................................................................................. 142 VI.8.c. Conclusões sobre os Serviços Gerais de Limpeza ......................................... 142 VI.9. DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS .......................................... 142 VI.9.a. Aterro Sanitário de Joinville – Aspectos Gerais ........................................... 142 VI.9.b. Localização.................................................................................................... 143 VI.9.c. Área de Operação Atual e Futura.................................................................. 144 VI.9.d. Construção de Células de Disposição Final de Resíduos ............................. 147 VI.9.e. Operação e Manutenção................................................................................ 151 VI.9.f. Equipamento ................................................................................................... 157 ii Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI.9.g. Pessoal ........................................................................................................... 157 VI.9.h. Programa de Monitoramento ........................................................................ 158 VI.9.i. Conclusões sobre a Disposição Final de RSU ............................................... 158 VII. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ESPECIAIS NÃO PERIGOSOS ........... 160 VII.1. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) ........................................................... 160 VII.1.a. Geração de Resíduos da Construção Civil (RCC) ....................................... 160 VII.1.b. Gestão de RCC ............................................................................................. 161 VII.1.c. Pontos de Entrega Voluntária ...................................................................... 165 VII.1.d. Gestão de RCC gerados por Grandes Geradores........................................ 167 VII.1.e. Conclusões sobre a Gestão de RCC ............................................................. 174 VII.2. RECUPERAÇÃO DE SUCATA FERROSA................................................................... 175 VII.2.a. Conclusões sobre a Gestão de Sucata Ferrosa............................................ 178 VII.3. RECUPERAÇÃO DE PLÁSTICOS .............................................................................. 178 VII.3.a. Conclusões sobre a Recuperação de Plásticos ............................................ 179 VII.4. PNEUS .................................................................................................................. 180 VII.4.a. Conclusões sobre Pneus ............................................................................... 185 VIII. GESTÃO RESÍDUOS PERIGOSOS ................................................................... 186 VIII.1. COLETA HOSPITALAR ......................................................................................... 186 VIII.2. GESTÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (R.S.S.) .................................. 189 VIII.2.a. Programa de Monitoramento...................................................................... 192 VIII.2.b. Conclusões sobre a Gestão de RSS............................................................. 193 VIII.3. GESTÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS.................................................................... 194 VIII.3.a. Geração dos RI ........................................................................................... 194 VIII.3.b. Coleta e transporte dos RSI ........................................................................ 194 VIII.3.c. Tratamento e Disposição final dos RI no Aterro Industrial........................ 195 VIII.3.d. Descrição dos Processos ............................................................................ 202 VIII.3.e. Conclusões sobre a Gestão de RI................................................................ 211 VIII.4. PILHAS E BATERIAS ............................................................................................. 212 VIII.4.a. Conclusões sobre a Gestão de Pilhas e Baterias........................................ 215 VIII.5. LÂMPADAS.......................................................................................................... 216 VIII.5.a. Conclusões sobre a Gestão de Lâmpadas................................................... 217 VIII.6. GESTÃO DE RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS (REEE) 218 VIII.6.a. Conclusões sobre REEE.............................................................................. 224 VIII.7. RESÍDUOS AGROSILVOPASTORIS ......................................................................... 224 VIII.7.a. Conclusões sobre a Gestão de Resíduos Agrosilvopastoris ....................... 224 IX. CONCLUSÕES GERAIS DO DIAGNÓSTICO .................................................... 225 iii Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Tabelas TABELA 1. Dados Climáticos – Estação Meteorológica de Joinville / Univille. EPAGRI/CIRAM. ......................................................................................................... 8 TABELA 2. Referencias do Mapa Geológico Estrutural da Região da Baía de Babitonga. ..................................................................................................................................... 14 TABELA 3. Compartimentos geomorfológicos da região de Joinville. ............................. 18 TABELA 4. Áreas de Proteção Ambiental. ........................................................................ 32 TABELA 5. Estado de Imóveis tombados .......................................................................... 37 TABELA 6. Imóveis tombados segundo jurisdição............................................................ 37 TABELA 7. Sítios arqueológicos........................................................................................ 37 TABELA 8. Evolução da População e taxa de crescimento média anual segundo o Destrito. ....................................................................................................................... 42 TABELA 9. Diferentes níveis de urbanização dos Distritos............................................... 43 TABELA 10. Evolução da população de Joinville período (até o ano de 2030) ................ 45 TABELA 11. Distribuição da população futura por Bairro ................................................ 46 TABELA 12. Índice de Desenvolvimento Humano e valor dos indicadores para seu cálculo ..................................................................................................................................... 47 TABELA 13. PIB e PIB per capita em Joinville, SC e Brasil (2007) ................................. 49 TABELA 14. Incidência da Pobreza – Comparação de alguns Municípios de Santa Catarina........................................................................................................................ 51 TABELA 15. Renda Média, quantidade de bairros, população, superfície e densidade em cada categoria .............................................................................................................. 52 TABELA 16. Ocupações Subnormais – Zona Urbana, Joinville, 2009 .............................. 53 TABELA 17. Níveis de Uso não residencial segundo % de usos. Quantidade de bairros e população segundo nível. ............................................................................................ 55 TABELA 18. Classificação de cada bairro segundo renda e atividade econômica ............ 57 TABELA 19. Normas Federais destacadas vinculadas aos Resíduos Sólidos e Meio Ambiente ..................................................................................................................... 65 TABELA 20. Normas destacadas a Nível Estadual relacionadas aos Resíduos Sólidos .... 68 TABELA 21. Normas destacadas a nível municipal relacionadas aos Resíduos Sólidos... 71 iv Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 22. Operadores de Serviços de Resíduos Sólidos em Joinville .......................... 80 TABELA 23. Tipo de resíduos............................................................................................ 85 TABELA 24. Projeção da geração de RSU (2010) ............................................................. 88 TABELA 25. Geração RSU: médias mensais para os anos de 2008, 2009 e projeção 2010 (t./mês)......................................................................................................................... 88 TABELA 26. Geração RSU: totais anuais para os anos de 2008, 2009 e projeção 2010 (t./ano) ......................................................................................................................... 89 TABELA 27. Geração de RSU segundo ABRELPE (2009)............................................... 89 TABELA 28. Geração de RSU segundo ABRELPE (2008)............................................... 90 TABELA 29. Antecedentes sobre a composição dos RSU no Município de Joinville....... 92 TABELA 30. Histórico de quantidades de RSU submetidos à Coleta Domiciliar, Seletiva, Varrição, Hospitalar e Industriais e Particulares (t./ano). ........................................... 97 TABELA 31. Coleta Domiciliar: quantidades mensais, médias mensais e totais anuais para o período 2008 – 2010 (até setembro)....................................................................... 100 TABELA 32. Quantidades totais anuais de RSU coletados pelo serviço de Coleta Domiciliar.................................................................................................................. 102 TABELA 33. Setores de Coleta Domiciliar por Bairro (Área Sede e Distrito Pirabeiraba); áreas e dados de população (2000 e 2009) e freqüências de coleta domiciliar. ........ 103 TABELA 34. Horários e freqüências da Coleta Seletiva em Joinville. ............................ 107 TABELA 35. Frequência da Coleta Seletiva e da Coleta Domiciliar por Bairro / Região. ................................................................................................................................... 109 TABELA 36. Coleta Seletiva (2008-2010) ....................................................................... 112 TABELA 37. Pessoal de Coleta Seletiva. ......................................................................... 115 TABELA 38. Quantidades mensais de resíduos da coleta seletiva encaminhados para os pontos de reciclagem. ................................................................................................ 118 TABELA 39. Preços de materiais recicláveis ................................................................... 126 TABELA 40. Serviços de coleta especial realizados ente Dezembro 2009 e Junho 2010. ................................................................................................................................... 140 TABELA 41. Pessoal dos Serviços Gerais de Limpeza.................................................... 141 TABELA 42. Equipamento para os Serviços Gerais de Limpeza..................................... 142 v Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 43. Equipamentos utilizados para as tarefas de manutenção do aterro sanitário. ................................................................................................................................... 157 TABELA 44. Pessoal no Aterro Sanitário ........................................................................ 158 TABELA 45. Classificação dos resíduos da construção civil segundo Res. CONAMA Nº 307/02. ....................................................................................................................... 160 TABELA 46. Classificação dos resíduos da construção civil segundo Res. CONAMA Nº 307/02. ....................................................................................................................... 161 TABELA 47. Coleta Hospitalar ........................................................................................ 186 TABELA 48. Coleta Hospitalar ........................................................................................ 188 TABELA 49. Dados da Coleta de Resíduos Industriais.................................................... 195 TABELA 50. Recebimento de RI no Aterro Industrial Essencis (Junho 2008 até Julho 2010).......................................................................................................................... 198 vi Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Figuras FIGURA 1. Localização do Município de Joinville.............................................................. 2 FIGURA 2. Joinville e Municípios limítrofes. ...................................................................... 4 FIGURA 3. Joinville: Áreas Sede e Pirabeiraba. .................................................................. 5 FIGURA 4. Bairros de Joinville. ........................................................................................... 6 FIGURA 5. Mapa Geológico Estrutural da Região da Baía de Babitonga. ........................ 13 FIGURA 6. Unidade Geomorfológica -Serra do Mar. ........................................................ 21 FIGURA 7. Mapa de Solos Unidade de Planejamento Regional Litoral Norte Catarinense (Detalhe Região de Joinville). ..................................................................................... 23 FIGURA 8. Bacias Hidrográficas de Joinville. ................................................................... 25 FIGURA 9. Unidades de Conservação................................................................................ 34 FIGURA 10. Mapa de Sítios Arqueológicos....................................................................... 36 FIGURA 11. Bairros classificados por Nível econômico e por uso das Construções......... 56 FIGURA 12. Fluxograma de resíduos domésticos.............................................................. 96 FIGURA 13. Imagem de satélite –Vista Geral ASSECREJO. Galpão em círculo vermelho. ................................................................................................................................... 122 FIGURA 14. Imagem de satélite –Zoom ASSECREJO. Galpão em círculo vermelho... 122 FIGURA 15. Lay Out esquemático do Galpão de ASSECREJO I - Bairro Glória........... 123 FIGURA 16. Lay Out esquemático do Galpão de ASSECREJO II - Bairro Aventureiro.129 FIGURA 17. Lay Out esquemático do Galpão de RECICLA – Bairro Boa Vista............ 131 FIGURA 18. Lay Out esquemático do Galpão da RECIPAR – Bairro Paranaguamirim. 134 FIGURA 19. Lay Out esquemático do Galpão da Cooperanti – Bairro Paranaguamirim. 136 FIGURA 20. Imagem de satélite da área do Aterro Sanitário de Joinville, na Zona Industrial Norte.......................................................................................................... 144 FIGURA 21. Imagem de satélite do Aterro Sanitário de Joinville.................................... 145 vii Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 22. Plano do Aterro Sanitário (setor operativo). Fonte: Vetor - Relatório Junho 2010. Medição de Resíduos – Planta Monitoramento Junho 2010. .......................... 146 FIGURA 23. Sobreposição do Plano do Aterro Sanitário (setor operativo). .................... 147 FIGURA 24. Fluxograma do Circuito Formal dos RCC em Joinville .............................. 164 FIGURA 25. Imagem de satélite – Vista Geral PEV Costa e Silva. ................................. 165 FIGURA 26. Imagem de satélite – Zoom PEV Costa e Silva........................................... 166 FIGURA 27. Imagem de satélite – Vista Geral Terraplenagem Medeiros Ltda ............... 170 FIGURA 28. Imagem de satélite – Vista Geral Terraplenagem Medeiros Ltda ............... 170 FIGURA 29. Folheto de Interativa Reciclagem. Podem-se observar as instalações......... 179 FIGURA 30. Imagem de satélite - Vista Geral JK Pneus ................................................. 180 FIGURA 31. Fluxograma da gestão dos Pneus................................................................. 184 FIGURA 32. Fluxograma da Gestão dos RSS .................................................................. 189 FIGURA 33. Localização do Aterro Industrial de Essencis.............................................. 196 FIGURA 34. Modelização 3D de Imagem de satélite na zona do Aterro Industrial de Essencis. Vista ao Leste ............................................................................................ 197 FIGURA 35. Aterro Industrial de Essencis....................................................................... 198 FIGURA 36. Fluxograma da Gestão dos Resíduos Industriais ......................................... 201 FIGURA 37. Croquis do sistema de impermeabilização da Célula para Resíduos Classe I. ................................................................................................................................... 205 FIGURA 38.Croquis do sistema de impermeabilização da célula para resíduos classe II. ................................................................................................................................... 207 FIGURA 39. Fluxograma de blendagem........................................................................... 208 FIGURA 40. Fluxograma de co-processamento em forno de cimento. ............................ 209 FIGURA 41. Fluxograma da gestão das Pilhas e Baterias ................................................ 213 FIGURA 42. Imagem de satélite – Vista Geral Instituto Dual de Educação .................... 220 FIGURA 43. Folheto Recicla CDL ................................................................................... 220 FIGURA 44. Fluxograma da gestão dos Resíduos Elêtricos............................................. 223 viii Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Gráficos GRÁFICO 1. Evolução da participação da população de Joinville no Estado de Santa Catarina........................................................................................................................ 40 GRÁFICO 2. Evolução das taxas de crescimento médio anual entre os censos 1970/80 a 2000/2010. ................................................................................................................... 41 GRÁFICO 3. Evolução da População e das Taxas Anuais de Crescimento Populacional. Período 1970-2010. ..................................................................................................... 41 GRÁFICO 4. Distribuição da população conforme a renda (expressa em quantidade de SMN) ........................................................................................................................... 48 GRÁFICO 5. Crescimento Anual do PIB, a preços de mercado, em Joinville ................... 49 GRÁFICO 6. Valor Adicionado Bruto, por setores de atividades, em Joinville e no Brasil (2007) .......................................................................................................................... 50 GRÁFICO 7. Esquema Institucional dos Resíduos Sólidos como Serviço Público em Joinville ....................................................................................................................... 73 GRÁFICO 8. Instituições Ambientais relacionadas com a Gestão dos Resíduos Sólidos em Joinville ....................................................................................................................... 74 GRÁFICO 9. Geração de RSU em Joinville (médias mensais) no período compreendido entre janeiro 2008 até setembro 2010 (t./mês) ............................................................ 87 GRÁFICO 10. Principais componentes recuperáveis dos RSU de Joinville conforme estudos anteriores. ....................................................................................................... 92 GRÁFICO 11. Evolução das quantidades anuais de RSU coletados pelo serviço de Coleta Domiciliar (1991-2010)............................................................................................. 100 GRÁFICO 12. Coleta Domiciliar: quantidades mensais, médias mensais e totais anuais para o período 2008 – 2010 (até setembro). .............................................................. 102 GRÁFICO 13. Quantidades mensais de resíduos da coleta seletiva encaminhados para os pontos de reciclagem. ................................................................................................ 113 GRÁFICO 14. Composição dos RCC em Joinville. ......................................................... 168 GRÁFICO 15. Coleta Hospitalar (t/mês) .......................................................................... 188 GRÁFICO 16. Disposição Final de RI no Aterro Industrial Essencis (Junho 2008 até Julho 2010).......................................................................................................................... 200 ix Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Fotos FOTO 1. Caminhão de Coleta Domiciliar......................................................................... 106 FOTO 2. Caminhão baú da Coleta Seletiva em Joinville.................................................. 114 FOTO 3. Galpão da Assecrejo I - Bairro Glória................................................................ 123 FOTO 4. Interior do galpão no Bairro Glória. Observam-se montículos de resíduos depositados pelo caminhão da Coleta Seletiva. Nas laterais observam-se sacos de lixo grandes (big bags) com materiais selecionados......................................................... 124 FOTO 5. Acondicionamento de papel / papelão recuperado............................................. 125 FOTO 6. Prensa enfardadora de materiais recuperáveis. .................................................. 125 FOTO 7. À esquerda observam-se prensas e grua na ASSECREJO I- Bairro Glória. No fundo observa-se o sistema de prevenção e combate de incêndios. .......................... 126 FOTO 8. acondicionamento de embalagens de vidro e seleção por cor............................ 127 FOTO 9. Seleção de embalagens de plástico por tipo de material .................................... 127 FOTO 10. Estação de acondicionamento de elementos metálicos e separação por tipo de material ...................................................................................................................... 128 FOTO 11. Galpão de Assecrejo II. Os resíduos são armazenados a céu aberto................ 129 FOTO 12. Interior do Galpão de Assecrejo II. Existe um grande acúmulo de resíduos. .. 130 FOTO 13. Posto de trabalho precário no Assecrejo II ...................................................... 130 FOTO 14. Interior do galpão de Recicla ........................................................................... 132 FOTO 15. Rejeitos armazenados em caçambas de ENGEPASA (Ambiental) ................. 132 FOTO 16. Papelão e outros materiais em big bags. .......................................................... 133 FOTO 17. Galpão da Recipar ............................................................................................ 134 FOTO 18. Interior no galpão da Recipar. Observa-se o acúmulo de resíduos e pouco espaço para executar o trabalho................................................................................. 135 FOTO 19. Resíduos armazenados no interior da cozinha. ................................................ 135 FOTO 20. Cooperanti........................................................................................................ 137 FOTO 21. Acúmulo de resíduos na cooperativa Cooperanti. ........................................... 137 FOTO 22. O acúmulo de resíduos no local dificulta a utilização da prensa. .................... 138 x Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 23. Vista aérea do Aterro Sanitário de Joinville. ................................................... 146 FOTO 24. Setor de ampliação do Aterro Sanitário (Área 1) em etapa de nivelação e terraplenagem. ........................................................................................................... 148 FOTO 25. Talude de encerramento do aterro sanitário. .................................................... 150 FOTO 26. Caminhão de Coleta Domiciliar na balança de pesagem do Aterro Sanitário. 151 FOTO 27. Atual setor de operações do Aterro Sanitário. ................................................. 152 FOTO 28. Detalhe Foto anterior. ...................................................................................... 153 FOTO 29.Detalhe do setor operativo. ............................................................................... 153 FOTO 31. Lagoa anaeróbia (I) de tratamento de lixiviados.............................................. 156 FOTO 32. Lagoa aeróbia de tratamento de lixiviados....................................................... 156 FOTO 33. Leito de secagem de lodos. .............................................................................. 157 FOTO 34. Resíduos da construção civil no PEV no Bairro Costa e Silva. ....................... 166 FOTO 35. Resíduos de diferentes tipos no PEV do Bairro Costa e Silva. Observam-se monitores de computadores , restos de poda, papelão, isopor, entre outros.............. 167 FOTO 36. recipientes contaminados ou com conteúdos duvidosos.................................. 167 FOTO 37. Despejos clandestinos na Rua Rui Barbosa ..................................................... 169 FOTO 38. Despejos clandestinos na Rua Rui Barbosa ..................................................... 169 FOTO 39. Terraplenagem Medeiros Ltda ......................................................................... 171 FOTO 40. Madeiras e entulho na Terraplenagem Medeiros ............................................. 171 FOTO 41. Madeiras e resíduos não aptos de tratamento para devolver ao cliente com multa. ......................................................................................................................... 172 FOTO 42. Retro-escavadeira acomodando entulhos e descarregando na trituradora. ...... 172 FOTO 43. Trituradora de entulhos. ................................................................................... 173 FOTO 44.Vista da correia transportadora do equipamento de triturar resíduos na empresa Terraplenagem Medeiros........................................................................................... 174 FOTO 45. Caixa de coleta de materiais............................................................................. 176 FOTO 46. Caminhões da Coretrans .................................................................................. 176 FOTO 47. Carregamento das sucatas ................................................................................ 176 xi Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 48. Galpão de Armazenamento .............................................................................. 177 FOTO 49. Sucata de compressores.................................................................................... 177 FOTO 50. Separador água óleo ........................................................................................ 177 FOTO 51. Galpão de JK Pneus ......................................................................................... 181 FOTO 52. Paredes de galpão feitas com pneus ................................................................. 182 FOTO 53. Utilização dos laterais de pneus e disposição dos mesmos para evitar acúmulo de água e construção de paredes laterais ................................................................... 182 FOTO 54. Pneus despejados na rua próximo ao aterro sanitário ...................................... 183 FOTO 55. Veículo utilizado para o serviço de coleta de resíduos hospitalares. ............... 190 FOTO 56. Unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde.............................. 191 FOTO 57. Unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde.............................. 191 FOTO 58. Unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde.............................. 191 FOTO 59. Setor de autoclavagem dos resíduos hospitalares ............................................ 192 FOTO 60. Emissões de vapor ao ar, provenientes do processo de autoclavagem. ........... 192 FOTO 61. Vista geral de Essencis. Vista ao sul este......................................................... 197 FOTO 62. Entrada no aterro industrial. Caminhão na balança / Controle na recepção. ... 202 FOTO 63. Planta de pré-tratamento de resíduos perigosos Classe I4 ............................... 203 FOTO 64. Célula K1. Vista geral ...................................................................................... 204 FOTO 65. Aterro (RS Classe 1). Setor operativo conta com teto móvel .......................... 206 FOTO 66.Tambores dispostos no aterro industrial ........................................................... 206 FOTO 67. Planta de tratamento de efluentes e lixiviado. Fonte: folheto institucional Essencis. .................................................................................................................... 210 FOTO 68. Célula Classe I. No centro a planta de tratamento de lixiviados...................... 210 FOTO 69. Monitoramento de águas superficiais e subterrâneas. Fonte: Material Institucional Essencis. ............................................................................................... 211 FOTO 70. Depósito de pilhas e baterias do programa da FUNDEMA............................. 214 FOTO 71. Recipientes para depósito de pilhas e baterias distribuído pela FUNDEMA a locais pequenos.......................................................................................................... 214 xii Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 72. Depósito de pilhas e baterias no Shopping Müller. Parceria com a Qualys .... 215 FOTO 73. Equipamento Papa lâmpadas da empresa Asponi............................................ 217 FOTO 74: Lâmpadas no PEV Costa e Silva ..................................................................... 217 FOTO 75. REEE no PEV no Costa e Silva ....................................................................... 219 FOTO 76. Folheto informativo do Instituto Dual ............................................................. 221 FOTO 77. Interior do Instituto Dual. Armazenamento de monitores de computadores ... 221 FOTO 78. Interior do Instituto Dual. Materiais recuperados de monitores de televisão: vidros e tubos............................................................................................................. 222 xiii Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Siglas e Definições ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais AGESAN Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico AJOCTRE Associação Joinvillense dos Condutores e Transporte de Resíduos AMAE Agência Municipal de Regulação dos Serviços de Água e Esgotos ANIP Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária APPs Áreas de Preservação Permanente ASMARE Associação dos Reaproveitável ASSECREJO Associação Ecológica dos Catadores Recicladores de Joinville ATT Áreas de Transbordo e Triagem CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo. COMDEMA Conselho Municipal de Meio Ambiente CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CP Co-processamento EIA Estudo de Impacto Ambiental EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. EPIs Equipamentos de Proteção Individual FATMA Fundação de Meio Ambiente FCDL Federação das Câmaras de Dirigentes Logistas FUNDEMA Fundação Municipal do Meio Ambiente IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Catadores de Papel, Papelão e Material xiv Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPPUJ Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento Desenvolvimento Sustentável de Joinville LAI Licença Ambiental de Instalação LAO Licença Ambiental de Operação LAT Linha de Alta Tensão LSB Lei Federal de Saneamento Básico MDL Mecanismos de Desenvolvimento Limpo PEAD Polietileno de Alta Densidade PEVs Pontos de Entrega Voluntária PGRSS Plano de Gerenciamento Resíduos do Serviço de Saúde PMGIRS Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PMJ Prefeitura Municipal de Joinville PMSB - RS Plano Municipal de Saneamento Básico - Componente de Resíduos Sólidos PTCo Plano de Trabalho Consolidado RDRS Relatório do Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e manejo de Resíduos Sólidos REEE Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos RI Resíduos Industriais RMA Relatório Mensal de Andamento RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural RS Resíduos Sólidos RSD Resíduos Sólidos Domiciliares RSI Resíduos Sólidos Industriais RSU Resíduos Sólidos Urbanos SAMA Secretaria de Saneamento, Águas, Meio Ambiente e Agricultura SAS Secretaria de Assistência Social para o xv Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável SEINFRA Secretaria de Infra-estrutura SEPLAN Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão SIMGEO Sistema Municipal de Geoprocessamento SINDUSCON Sindicato da Construção Civil SISMAM Sistema Municipal de Meio Ambiente SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária TE Tratamento de efluentes UCP Unidade de Coordenação do Projeto Viva Cidade ZEIS Zonas Especiais de Interesse Social xvi Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos I. INTRODUÇÃO O presente documento constitui o Relatório do Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e manejo de Resíduos Sólidos, Revisão B (RDRS – Rev B), da Consultoria Técnica Especializada para a “Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos no Município de Joinville”. Para esta Consultoria foi contratado o consórcio CETI S.A. – Cooprogetti no âmbito do Projeto de Revitalização Ambiental e Qualificação Urbana em Áreas das Bacias Elementares dos Rios Cachoeira, Cubatão e Piraí – VIVA CIDADE. O principal objetivo do Componente de Resíduos Sólidos do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB – RS), de acordo com os Termos de Referência , é “construir, para o Município de Joinville, um modelo de gestão de resíduos sólidos eficaz e eficiente, abrangendo aspectos técnicos, administrativos, jurídicos, educacionais e socioambientais relacionados à coleta, transporte, tratamento, reciclagem e disposição final dos resíduos”, em conformidade com as diretrizes nacionais estabelecidas pela Lei nº 12.305/10 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, seu Decreto Regulamentador nº 7.404/10, a Lei Federal n° 11.445 de 5 de janeiro de 2007 e o Decreto que a regulamenta, n° 7.217/2010 . O PMSB – RS “deverá apresentar proposições sobre a forma de integração e inter-relação com os Planos Municipais de Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário e Drenagem Urbana”. Considerar-se-á um horizonte de planejamento do PMSB – RS de 20 anos, prevendo a realização de revisões periódicas cada 4 anos, “ou quando houver necessidade”. Neste documento, e seus Anexos, detalham-se as principais características do município quanto a seus aspectos ambientais, socioeconômicos, legais, institucionais, técnicos e operacionais, a fim de caracterizar e analisar a situação atual do Sistema de Limpeza e Manejo de Resíduos Sólidos. A estrutura e conteúdos do documento respondem às indicações de informações mínimas necessárias contidas no item 6.3 dos Termos de Referência. 1 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II. CONTEXTO BIOFÍSICO II.1. LOCALIZAÇÃO Joinville localiza-se na região Sul do País, município pólo da microrregião nordeste do Estado de Santa Catarina. O município tem como um de seus limites à leste o Oceano Atlântico, através da Baia da Babitonga. Os municípios limítrofes são: Garuva (norte), Campo Alegre e Jaraguá do Sul (oeste), Schroeder e Guaramirim (sul) Araquari, Garuva e São Francisco do Sul (leste, além do oceano). A FIGURA 1 abaixo apresenta os municípios limítrofes. FIGURA 1. Localização do Município de Joinville. Fonte: IPPUJ (2009) 2 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Com uma área total de quase 1.152 km², Joinville está dividida em dois distritos: Sede e Distrito de Pirabeiraba, segundo ilustra-se na FIGURA 2. O município de Joinville conta com 38 bairros e o Distrito de Pirabeiraba com mais 3 bairros, segundo Lei Complementar Nº 88 de 5 de junho de 2000 e suas respectivas emendas a divisão dos bairros, conforme ilustrado na FIGURA 4. 3 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 2. Joinville e Municípios limítrofes. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Sistema de Informação Geográfica (GIS) fornecidos pela PMJ. 4 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 3. Joinville: Áreas Sede e Pirabeiraba. Fonte: Cidade em Dados, 2006 5 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 4. Bairros de Joinville. Fonte: Elaboração própria com base ao GIS da PMJ. 6 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II.2. CLIMA O clima da região é do tipo úmido a superúmido, mesotérmico, com curtos períodos de estiagem, apresentando três subclasses de microclima diferentes, devido às características do relevo. Segundo a classificação de Thornthwaite, as três subclasses da região são: A B’4 ra’(superúmido) na planície costeira; B4 B’3 ra’ (úmido) nas regiões mais altas; e B3 B’1 ra’ (úmido) no planalto ocidental. A classificação de Thornthwaite leva em consideração a precipitação acumulada no ano, a temperatura média anual e a altitude, entre outros fatores. A metodologia de classificação encontra-se disponível em bibliografias específicas. A temperatura média anual, nos últimos 14 anos, foi de 21,3 °C, sendo a média das máximas de 25,1 °C e das mínimas 17,8 °C. A precipitação média anual nos últimos 13 anos é de 2.237,4 mm, ocorrendo a menor média de precipitação no mês de maio, com 92,1 mm, e a maior média no mês de janeiro com 362,7 mm (EPAGRI/CIRAM, 2010). Os ventos predominantes são do quadrante leste (26,5%), nordeste (16,4%), esse último com presença marcante no verão, sudoeste (16,4%), sudeste (14,7%) e sul (13,4%), predominantes no inverno. Os demais ocorrem em baixa freqüência: norte (5,4%), oeste (4,4%) e noroeste (2,3%). (Veado et al., 2002; em IPPUJ, 2009) O verão é influenciado pela massa Equatorial continental (mEc), originária da planície amazônica, que provoca o aumento da temperatura e da umidade, resultando em intensas chuvas de convecção que são típicas da estação e que é ampliada pelo efeito orográfico da Serra do Mar, elevando o índice pluviométrico; pela massa Tropical atlântica (mTa), que provoca chuva de acordo com o teor de umidade presente na massa, que também são convectivas, mas com menor intensidade; e, ainda, pela massa Tropical continental (mTc), na qual a pluviosidade é reduzida ou nula (FATMA, 2002). No inverno, a entrada das massas polares segue a passagem da frente, que traz chuvas com trovoadas seguidas de ar frio e seco. A Frente Polar Atlântica (FPA) caracteriza o inverno da região, atuando com grande intensidade, e quando ela é seguida da massa Polar Atlântica (mPa), traz tempo bom e seco. As massas de ar citadas atuam distribuindo, com alguma uniformidade, as chuvas durante o ano, com pouca diferença entre os meses mais chuvosos e os mais secos. 7 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 1. Dados Climáticos – Estação Meteorológica de Joinville / Univille. EPAGRI/CIRAM. Temp. média (ºC) Média Média Precipitação Precipitação Precipitação Temp. Máx. Temp. Mín. Temp. Máx. Temp. Mín. Total Média Total Máx. Máx. em 24 Abs (ºC) Abs. (ºC) (ºC) (ºC) (mm) (mm) horas (mm) Días de chuva (nº) Umidade relativa (%) Evaporação total piché (mm) JAN 24,9 40,0 13,0 28,6 21,3 362,7 616,6 141,5 18,1 77,2 53,7 FEV 25,4 39,0 13,0 29,5 21,3 272,6 599,4 141,7 15,6 77,2 47,1 MAR 24,7 42,0 10,0 29,0 21,2 242,3 494,4 159,5 14,5 76,2 50,8 ABR 22,8 37,0 10,2 26,5 19,3 144,3 258,8 113,5 11,6 77,5 43,6 MAI 19,8 35,0 3,2 23,6 15,8 92,1 224,9 41,9 9,0 78,0 41,4 JUN 18,0 34,0 3,5 21,5 14,6 92,3 260,3 104,0 8,0 79,2 30,2 JUL 16,7 33,2 0,7 20,0 13,3 105,4 247,2 67,4 9,1 80,0 32,8 AGO 17,5 37,4 6,0 21,8 14,2 100,2 355,7 71,5 8,9 78,0 36,0 SET 18,4 39,0 0,6 22,2 15,6 191,8 445,6 106,4 12,9 78,2 38,0 OUT 20,7 35,8 10,0 24,1 17,6 199,3 405,0 73,4 14,5 78,1 41,7 NOV 22,2 38,0 10,0 26,2 19,0 251,4 974,3 232,1 15,1 77,5 48,8 DEZ 24,0 38,0 10,5 28,2 20,4 183,0 305,4 189,9 14,9 73,6 55,8 Totáis - - - - - 2.237,4 - - - 519,9 Média 21,3 37,4 7,6 25,1 17,8 186,5 432,3 120,2 12,7 77,6 43,3 Anos obs. 14 14 14 14 14 13 13 13 13 13 10 Fonte: Elaboração própria em base a dados estadísticos da Estação Meteorológica de Joinville / Univille. Notas: Atualização de dados: 31/10/2010. O número de anos observados difere de uma variável para outra em função da data de instalação do instrumento na estação meteorológica. Houve interrupção das observações meteorológicas entre Março e Agosto de 1999 e no mesmo período de 2000. 8 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II.3. GEOLOGIA II.3.a. Sinopse Geológica do Estado de Santa Catarina Os Estados do Paraná e Santa Catarina, na maior parte da sua extensão, são constituídos por um planalto que mergulha suavemente para NW, W e SW, cuja plataforma estrutural circunscreve o complexo das rochas cristalinas, em forma de domo, as quais representam a base de deposição, truncadas por paleoplanos, para os sedimentos paleozóicos e mesozóicos, não mais perturbados por movimentos orogênicos, de modo que ainda jazem em camadas horizontais ou levemente inclinados (Maack, 2001). O pedestal cristalino cai abruptamente numa marcante escarpa de falha ou em escadas de falhas, em direção ao mar, causando assim uma fisionomia regional claramente separada em duas regiões naturais: a região litorânea e o planalto do interior. Pela posição não perturbada e pelo suave mergulho das chapas de sedimentos para NW, W e SW, no interior do Paraná e Santa Catarina, desenvolveu-se uma paisagem de degraus estruturais, através de toda extensão do planalto do interior, coberto por camadas gonduânicas do paleozóico e mesozóico. O litoral no Estado de Santa Catarina apresenta cadeias de elevações e vastas planícies aluviais, abrangendo aproximadamente um terço da superfície do Estado, sendo esta a principal área urbanizada e produtiva (Maack, 2001). Em Santa Catarina, o acidente geográfico mais notável é a grande escarpa terminal do planalto do interior com a destacada serra marginal, que desempenha um papel especial como elemento na formação da paisagem. Distinguem-se as seguintes regiões principais (Maack, 2001): 1) O Litoral, representando uma parte afundada do complexo, observando-se articulação mais movimentada de cadeias e grupos de montanhas pelo desmembramento da Serra do Mar, para o sul, e maior extensão do litoral para oeste, com vastas planícies de sedimentação marinha e terrestre, de variada constituição geológica. 2) A paisagem da escarpa marginal (Randstufen-Landschaft) do planalto do interior. 3) O plano de declive do planalto do interior, sobre o qual se estende como degrau estrutural bem pronunciado, na escarpa triássico-jurássica denominada Serra do Trombudo e Serra do Espigão. Diante desta cuesta jazem as camadas gonduânicas menos resistentes, desde os depósitos glaciais do grupo Itararé (carbonífero superior), até as camadas de coloração variegada do grupo Rio do Rasto da série Passa Dois (permiano superior). Esta parte do plano de declive do planalto de Santa Catarina representa uma continuação direta do segundo planalto do Paraná, enquanto que a região, coberta pelos lençóis eruptivos até a borda do degrau da Serra Geral. 9 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II.3.b. Geologia da Região de Joinville Na região da Baía da Babitonga, as rochas mais antigas são rochas metamórficas arqueanas (2.600 milhões de anos), do tipo gnaisse granulítico, que integram o Complexo Luis Alves (Kaul e Teixeira, 1982; em FATMA 2002), também conhecido como Complexo Granulítico de Santa Catarina (Hartmann et al, 1979; em FATMA 2002). Essas rochas foram afetadas por metamorfismo e, posteriormente, migmatização com fusão parcial da rocha. Este conjunto de rochas aflora na área da cidade de Joinville (FATMA, 2002). No meio delas, ocorrem ainda outras, sempre associadas no campo e denominadas de quartzito e formação ferrífera bandada. O quartzito, por ser mais resistente aos processos de alteração intempérica e erosão, forma morros tais como o Timbé, o Iririú, o Boa Vista, o Guanabara e o Itinga, enquanto o gnaisse granulítico, por ser mais vulnerável a tais processos, forma relevo mais ou menos plano. Por outro lado, o manto de intemperismo desse gnaisse já foi muito extraído nos “barreiros” da região, sendo destinado à construção de aterros ou utilizado como matéria prima em olarias (FATMA, 2002). Com base em considerável acervo de dados geocronológicos, a origem e a evolução desse complexo decorreram da seguinte maneira (Kaul e Teixeira, 1982; Siga, 1995; em FATMA 2002): 1) formação de crosta continental juvenil por diferenciações do manto (> 2.600 milhões de anos); 2) metamorfismo regional de fácies granulito (2.600 milhões de anos ± 200 milhões de anos); 3) metamorfismo regional de fácies anfibolito, com migmatização (2.000 milhões de anos ± 200 milhões de anos); 4) estabilização tectônica regional (1.900 milhões de anos ± 200 milhões de anos); 5) surgimento de diferentes tipos de falhas e zonas de cisalhamento, com reativações de estruturas antigas (500 milhões de anos ± 100 milhões de anos); A estabilidade tectônica da região da Baía da Babitonga foi severamente interrompida por volta de 500-600 milhões de anos, quando ocorreu a colisão do Complexo Luis Alves com outra massa litosférica vinda do leste, e que está representada atualmente pela região abrangida pela Vila da Glória e Itapoá, além da Ilha de São Francisco do Sul. Nessa área, se estendem gnaisses e migmatitos / granitóides cinzas, formando o Complexo Paranaguá (Fernandes, 1999; em FATMA 2002). Após a referida colisão, estabeleceu-se uma zona de sutura, em direção NNW-SSE entre os terrenos da região de Joinville e aqueles da região de Itapoá e São Francisco do Sul. Tal sutura está atualmente representada por uma zona de rochas intensamente fragmentadas como conseqüência das forças tectônicas, terremotos e vulcanismo, onde está encaixado o vale do Rio São João no Município de Garuva, e os canais do Palmital e Linguado. A foliação das rochas e o alinhamento dos morros nessas regiões têm também a referida direção. (FATMA, 2002). 10 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Como conseqüência das forças tectônicas, surgiram também estruturas tipo “horst” e “graben”, além de duas bacias tectônicas, nos terrenos onde atualmente está Joinville: Campo Alegre (Kaul et al., 1982; em FATMA 2002) e Joinville (Gonçalves et al., 2000; em FATMA 2002). Em tais bacias acumularam-se sedimentos inicialmente de granulação grossa (conglomerados) e, a seguir de granulação progressivamente mais fina (arcósios, arenitos, siltitos, folhelhos) intercalados com tufos e derrames vulcânicos riolíticos, geneticamente relacionados com o plutonismo que gerou os maciços graníticos da Suíte Intrusiva Serra do Mar (Kaul et al., 1982; em FATMA 2002). Esse maciço se estende do nordeste do Estado de Santa Catarina ao extremo sul do Estado de São Paulo, e está representado na região em estudo pelos maciços denominados de Granito Morro Redondo, Granito Dona Francisca e Granito Piraí, surgidos há cerca de 580 milhões de anos (final do Proterozóico Supêrior) e formados principalmente por granitos de coloração rosa, originados da mistura de material preexistente com magmas juvenis originados no manto terrestre (FATMA, 2002). As inúmeras estruturas que afetaram as rochas na região (falhas, fraturas e dobras) retratam a história colisional das placas tectônicas ao final do Proterozóico Superior. Na área abrangida pelo Complexo Luis Alves, Suíte Intrusiva Serra do Mar, Grupo Campo Alegre, e Bacia Vulcano-Sedimentar de Joinville, as estruturas formam dois sistemas principais de falhas: NE-SW e NW-SE, direções essas que são de transtração (Cordani e Kaul, 2000; em FATMA, 2002). À partir do período Eopaleozóico, a região se estabilizou, excetuando-se as perturbações das intrusões de diabásio ocorridas entre o Triássico e Jurássico. No Quaternário, do Pleistoceno ao Holoceno, a Baía da Babitonga tem sido palco unicamente de sedimentação continental e marinha. Os depósitos pleistocênicos consistem em: • Sedimentos marinhos: depósitos de areias quartzosas, que formam terraços com altitude média em torno de 15 m acima do nível atual do mar, com espessura variável que pode atingir cerca de 40 m. Os depósitos holocênicos compreendem: • Sedimentos aluvionares: areias, cascalheiras e sedimentos sítico-argilosos, depositados em planícies de inundação, terraços e calhas da rede fluvial atual; • Sedimentos colúvio-aluvionares: depósitos de grande variação granulométrica, como estratificação incipiente ou ausente, localizados em encostas de morros e eluvionares recentes; • Sedimentos de dunas: areias finas e médias, quartzosas, bem selecionadas, que conformam dunas fixas ou móveis; • Sedimentos flúvio-lagunares: depósitos argilo-arenosos, comumente cobertos por fina camada de matéria orgânica, favorecendo as acumulações turfáceas; • Sedimentos de lagunas e baías: areias síltico-argilosas mal selecionadas, frequentemente ricas em matéria orgânica; 11 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos • Sedimentos marinhos atuais: areias quartzosas finas a médias, depositadas em planícies de marés, faixas de restingas e praias atuais; • Sedimentos de mangues: depósitos argilo-arenosos, mal selecionados, ricos em matéria orgânica, depositados no ambiente sob influência de marés, podendo neles ocorrer grandes quantidades de conchas (sambaquis); • Sedimentos flúvio-marinhos: depósitos síltico-argilosos, comumente com alto grau de umidade, sobrepostos a areias marinhas. 12 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 5. Mapa Geológico Estrutural da Região da Baía de Babitonga. Fonte: Gonçalves, 1993; em FATMA, 2002. Nesse Mapa, os limites do município de Joinville estão desatualizados (incluem o bairro Itoupava-Açu, atualmente pertencente ao município de Schroeder). 13 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 2. Referencias do Mapa Geológico Estrutural da Região da Baía de Babitonga. Era Período Idades Absolutas (milhões de anos) Coluna Estratigráfica Sedimentos Holocênicos Quaternário (Holoceno) 0,1 a 0 Quaternário (Pleistoceno) 1,75 a 0,1 Cenozóico Qha: sedimentos aluvionares, cascalheiras, areias e sedimentos silítico-argilosos; Qhca: sedimentos colúvio-alúvio-elúviais indiferenciados; Qhd: sedimentos eólidos, representados por dunas fixas e móveis, atuais e sub-atuais compostas por areias quartzosas finas e médias; Qhfl: sedimentos fluvio-lagunares argilo-arenosos cobertos por matéria orgânica; Qhl: sedimentos lagunares, areias inconsolidadas mal selecionadas, com laminação plano paralela; Qhm: areias quartzosas marinhas bem selecionadas; Qhmg: sedimentos argilo-silítico-arenosos de ambiente de mangue; Qhfm: sedimentos de deposição fluvio-marinha Sedimentos Pleistocênicos Qpm: sedimentos marinhos, depósitos de areias quartzosas finas a médias, bem selecionadas, com laminações plano-paralelas ou cruzadas. Formam terraços com altitude média em torno de 15 m acima do nível atual do mar; Qpfi: Formação Iquiririm, formação deposicional originada em clima seco semi-árido pedimentos 14 Documento PJ_001_004 Era Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Período Idades Absolutas (milhões de anos) Jurássico 208 a 141 Triássico 250 a 208 Coluna Estratigráfica Mesozóico Diabásio Bacia Vulcano-Sedimentar de Campo Alegre e Corupá Suíte Intrusiva Serra do Mar Proterozói co Proterozóico Superior 1800 a 540 Psimr: Granito Morro Redondo: biotita e sienogranitos; Psidf: Granito Dona Francisca: microgranitos, granitos granofirídicos, granófiros e granitos alasquiíticos; Psipi: Granito Pirái: microgranitos, granitos granofirídicos, granofiros e granitos alasquíticos; Pscava: Derrames vulcânicos de composição ácida; Pscas: Ortoconglormerados polimíticos, arcósios, siltitos e tufos; Pscavb: Rochas vulcânicas básicas; Bacia Vulcano-Sedimentar de Joinville Psbjc: Conglomerados polimíticos com intercalações de arenito; Psbjar: Arcósios, arenitos e riolitos 15 Documento PJ_001_004 Era Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Período Idades Absolutas (milhões de anos) Proterozóico Inferior 2500 a 1800 Coluna Estratigráfica Complexo Paranaguá Pip: Granitóides cálcio-alcalinos deformados, com foliação, cataclásticos, equigranulares finos a médios, porfiríticos, porções restritas de gnaisses; Pipxt: Xistos com granada e silimanita Complexo Luís Alves Arqueano 4600 a 2500 Algn: Gnaisses granulíticos ortodefivados de composição cálcio-alcalina geralmente básica, com porções restritas de formações ferríferas, paragnaisses e Gnaisses Magmatíticos; Alqt: Quartzitos com formações ferríferas subordinadas; Alult: Rochas ultramáficas / ultrabásicas Alfe: Formações Ferríferas maciças 16 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II.4. GEOMORFOLOGIA O panorama geomorfológico da região de Joinville revela uma área com grande diversidade de aspectos litológicos e estruturais, onde são encontrados desde sedimentos quaternários que correspondem primordialmente à planície, até rochas pré-cambrianas que estão entre as mais antigas de todo o território brasileiro e que correspondem às serras e montanhas, constituindo uma área onde a paisagem foi intensamente dissecada pelos agentes erosivos (Oliveira de Rosa, 1988; em FATMA 2002). Devido à diversidade nos aspectos geomorfológicos a Região de Joinville foi dividida em 6 compartimentos diferentes, que são (FUNDEMA, 20071): 1 PGCJ – Plano de Gerenciamento Costeiro de Joinville (2007). 17 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 3. Compartimentos geomorfológicos da região de Joinville2. Compartimento Geomorfológico Alto Estuário da Baía da Babitonga (21,7 há.) Descrição Unidades Geomorfológicas Constituída por diversas "zonas de rio" do Complexo Estuarino da Baia da Babitonga. Barras Nas porções sul e central apresenta baixas sedimentares profundidades (0 - 2 m), caracterizadas por planícies de marés, manguezais em franja e canais estuários (“gamboas”). Na porção central destaca-se a "Lagoa de Saguaçu", definida como uma reentrância de fundo de baia associada à Canal desembocadura do Rio Cachoeira. Em sua porção norte abrange a margem oeste do Canal do Palmital, e apresenta profundidades maiores (de até 8 metros), exibindo alinhamentos típicos de influência de controle estrutural dado pelo embasamento cristalino. Saco A desembocadura do Rio Cubatão também se caracteriza como um elemento importante, por ser o maior aporte de água doce do Complexo Estuarino. Feições Geomorfológicas Morfometría Processos Morfodinâmicos Bancos arenosos Bancos limosos areno- Canal interdistributário Margem submersa -4 a -2 m Fluxo bidirecional -3 a -1 m Ressuspenção de sedimentos finos -5 a -1 m Floculação de sedimentos finos 0 a -1 m Deposição sedimentar Canal principal 2 Fonte: Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro. FUNDEMA (2007). Realizado a partir de Rosa (2002), Gonçalves e Kaul (2002), IBGE (2004), Vieira & Horn Filho (2007) 18 Documento PJ_001_004 Compartimento Geomorfológico Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Descrição Unidades Geomorfológicas Áreas internas dominadas por planícies de marés, manguezais e canais estuários (“gamboas”), constituem essencialmente o Planície de marés litoral joinvillense. Baixada litoránea (5,3 há.) Os canais estuários possuem grande expressão na porção central do litoral de Manguezal Joinville (Canal e Lagoa do Varador; canais associados à foz do Rio Cachoeira). Na região norte ocorre diversos canais estuarinos e manguezais associados à foz de rios menores (Rio Pirabeiraba, Rio Gamboa Palmital, Rio Cubatão e outros) Planície Aluvial Planície Flúvio Marinha (32,8 há.) É constituída por depósitos sedimentares fluviais, planos ou com elevações suaves e isoladas, principalmente nas adjacências Planície Marinha de leitos dos rios Cubatão / Pirai. Feições Geomorfológicas Morfometría Inundação eventual Planície de marés -2 a 0 m (12,6 ha.) Constituem elevações residuais (colinas, outeiros e morros) compostas por gnaisses granulíticos, formações ferríferas e Colinas quartzitos. Elevações maiores que 100 metros caracterizam os Morros Isolados do Finder Morros Isolados e Boa Vista. Subsidência Oxi-redução da matéria orgânica Franja Inundação Periódica Ilha -1 a 2 m Borda Deposição Sedimentar Oxi-redução da matéria orgânica, Canal interdistributário -0,5 a 2 m Canal único Meandro abandonado Fluxo bidirecional Solapamento de margens Agradação fluvial Solapamento de margens Várzeas 0 a 20 m Terraços fluviais Declividade: 0 Migração de margens – 2º Escoamento superficial Terraço marinho Inundação eventual Terraço marinhoeólico Morraria Processos Morfodinâmicos Topo convexizados 10 a 40 m Sopé aluvial Declividade: 2 Erosão linear acelerada: ravinamentos e – 20º voçorocamentos Colos 19 colúvio- Movimentos de massa: deslizamentos, solifluxão e reptação 10 a 180 m Erosão em lençol Declividade: 10 – 35º Escoamento superficial e subsuperficial Documento PJ_001_004 Compartimento Geomorfológico Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Descrição Unidades Geomorfológicas Ocorrem principalmente na área entre a Serra do Mar e a Planície Flúvio Marinha, predominando na porção sul do município. Morros Outeiros e Feições Geomorfológicas Cristas policonvexas Morfometría Processos Morfodinâmicos 20 a 80 m Encostas côncavasconvexas Declividade: 10 – 20º Escarpas Interflúvios Serra do Mar (46,2 ha.) Está representada por encostas de Encostas amplitude de até 800 m, associadas a vales encaixados. Feições de escarpas ocorrem entre as altitudes de 650 a 800 m, caracterizando explícita ruptura do declive das encostas, ocasionando corredeiras e cachoeiras (21 ha.) Anfiteatros Declividades: 10 – 88º Pontões Sopé aluvial colúvio- Terraços fluviais Vales O Planalto constitui o início da unidade geomorfológica em escala estadual Morraria Sul denominada Planalto de São Bento. Planalto 20 a 1.320 m É formado principalmente por rochas do Complexo Granulítico de Santa Catarina e pelas rochas efusivas e vulcano sedimentares do Grupo Campo Alegre. Seu relevo é dado por conjunto de morros Morraria Norte de baixa amplitude altimétrica, a qual varia entre 40 a 200 m Planície inundação de Movimento de massa rápida: deslizamentos rotacionais, translacionais, corridas, queda e tombamento de blocos e matações Escoamento superficial 20 a 60 m 40 a 120 m Agradação aluvial 180 m Migração de margens Gargantas Declividade: 0 Erosão linear – 10º Cuesta 800 – 1200 m Cristas Declividades: 2 a 20º Policonvexas Escoamento superficial e subsuperficial Receptação Solifluxao Cristas Policonvexas 20 700 a 940 m Erosão linear Declividades: 2 a 20º Erosão em lençol Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 6. Unidade Geomorfológica -Serra do Mar. Fonte: Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro. FUNDEMA (2007). 21 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II.5. SOLOS A formação dos solos compreende uma ação coordenada de diversos fatores ambientais, tais como o clima, as rochas, o relevo, a flora e a fauna. Na região de Joinville, os solos estão fortemente marcados pela expressiva diferenciação da geomorfología, caracterizando três ambientes distintos: a Serra do Mar, a região intermediária de terrenos fortemente ondulados e a planície costeira. Os solos da área de estudo são classificados em: Solos Litólicos e Solos Litólicos Húmicos (NEOSSOLOS): suas características morfológicas restringem-se basicamente ao horizonte A que é do tipo moderado e com espessura inferior a 50 cm. São encontrados desde o relevo forte ondulado ao escarpado. Por apresentarem fertilidade natural muito baixa e impossibilidade de mecanização, esses solos são poucos utilizados, sendo ocupados principalmente com pastagens e em menor escala, com culturas de subsistência. Podzólico Vermelho Amarelo (ARGISSOLOS) compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte A, por vezes E, seguido de horizonte B textural, que é caracterizado por considerável incremento de argila proveniente principalmente do horizonte A. De modo geral, os Podzólicos Vermelho-Amarelos possuem gradiente textural elevado, porém, quando pouco espessos, o horizonte B deve apresentar estrutura em blocos e cerosidade suficientemente desenvolvida para qualificá-lo como um B textural. O horizonte A, é normalmente do tipo moderado ou proeminente. Aparece com maior expressão nos relevos que variam de ondulado a forte ondulado. No solo Cambissolo e Cambissolo Húmico (CAMBISSOLOS) a textura varia desde franco arenosa até muito argilosa, sendo as texturas médias e argilosas as mais freqüentes. Os teores de silte são em geral, relativamente elevados, acarretando uma relação silte/argila também elevada. Os Cambissolos Húmicos estão localizados em altitudes entre 800 e 1000m e em relevo suave ondulado a forte ondulado. Solos Orgânicos (ORGANOSSOLOS) são solos de constituição orgânica, pouco desenvolvida, formados pelo acúmulo progressivo de resíduos vegetais, depositados em pântanos e banhados nas posições mais baixas do terreno, em ambiente hidromórfico. Caracterizam-se por possuir alta capacidade de troca de cátions e baixa densidade aparente em conseqüência dos altos teores de matéria orgânica. 22 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 7. Mapa de Solos Unidade de Planejamento Regional Litoral Norte Catarinense (Detalhe Região de Joinville). Fonte: Mapa de Solos - Unidade de Planejamento Regional Litoral Norte Catarinense (UPR 6). EPAGRI, 2002. 23 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II.6. HIDROGRAFIA A hidrografia tem uma forte influência dos aspectos estruturais e geomorfológicos. Apresenta um padrão dendrítico, com leitos encachoeirados e encaixados em vales profundos, com vertentes curtas nos cursos superior e médio e baixa declividade e grande sinuosidade nas planícies de inundação. O sistema é formado principalmente na vertente da Serra do Mar. O Complexo Estuarino da Baía da Babitonga em Joinville é formado pela Lagoa de Saguaçú, a Baía de Babitonga e por sete bacias hidrográficas: Bacia Hidrográfica do Rio Palmital, Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte, Bacia Hidrográfica do Rio Piraí, Bacia Hidrográfica do Rio Itapocuzinho, Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira, Bacias Independentes da Vertente Leste e Bacias Independentes da Vertente Sul. (Silveira, 2009). 24 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 8. Bacias Hidrográficas de Joinville. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Sistema de Informação Geográfica (GIS) fornecidos pela PMJ 25 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Bacia do Rio Piraí O Rio Piraí é de grande importância para a região de Joinville, contribuindo para o abastecimento público com água potável e, também, na manutenção da rizicultura, uma das mais importantes atividades agrícolas da região (Viva Cidade, 2006). Nesta bacia localiza-se a estação de captação e tratamento de água para abastecimento urbano ETA/Piraí, responsável pelo 28% do abastecimento de água no município. O Rio Piraí é afluente do Rio Itapocú e drena uma área total de 569,5 km². Desse total, cerca de 312 km² (55%) estão situados no município de Joinville. Sua vazão é de aproximadamente 22,4 m³/s, na foz. Suas nascentes estão localizadas na Serra do Mar. Os principais afluentes são: rios Águas Vermelhas, Salto I, Quati, Lagoinha, Zoada, Dona Cristina, canal Lagoa Bonita, Motucas, ribeirão Águas Escuras, Lagoa Triste e ribeirão dos Peixinhos. (IPPUJ, 2009). Os efluentes gerados pelas atividades urbanas, nos bairros Vila Nova e Morro do Meio, e o uso de produtos químicos pelas atividades agrícolas são os principais causadores da degradação da qualidade da água na bacia do Rio Piraí. A sub-bacia do rio Águas Vermelhas é a que apresenta níveis mais elevados de poluição (Viva Cidade, 2006). A área verde nesta bacia é de 116,3 km2 e a área verde por habitante é de 1.942 m2 (IPPUJ, 2009). Bacia do Rio Cubatão O Rio Cubatão nasce na Serra do Mar, mais precisamente na Serra Queimada, a 1.300 metros de altitude, e sua Bacia Hidrográfica abrange 3 municípios (Joinville, Guaruva e Campo Alegre) com uma área de 483,8 km². Após percorrer mais de 75 km, o Rio Cubatão deságua no Rio Palmital, e esse, na Baía da Babitonga (IPPUJ, 2009). Os principais afluentes do Rio Cubatão são: o Rio Quiriri, com sub-bacia de 107,9 km²; o Rio da Prata, com área de drenagem de 27,9 km²; e o Rio do Braço, com sub-bacia de 40,1 km². (Viva Cidade, 2006) A vazão média do Cubatão é de 17,7 m³/s na foz. No Rio Cubatão está localizada a principal estação de captação de água para abastecimento da cidade de Joinville ETA/Cubatao, responsável por 72% do abastecimento (IPPUJ, 2009). Além do abastecimento público, a água do Cubatão é captada para fins industriais e para o uso agropecuário. A qualidade da água do rio é considerada boa, no seu terço superior. Ao atingir a planície, no pé da serra, o rio passa por áreas rurais ocupadas, onde a presença do homem causa a degradação da qualidade da água. No entanto, os problemas mais graves de poluição do Rio Cubatão são verificados na sub-bacia do Rio do Braço, que drena parte do Distrito Industrial de Joinville e passa por algumas áreas densamente povoadas. Em 1998, com base no DECRETO N°. 3.391, de 23 de novembro de 1998 foi criado o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte -Comitê Cubatão do Norte. O CCJ vem monitorando mensalmente a qualidade da água do Rio Cubatão, desde agosto de 2000 (Viva Cidade, 2006). 26 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A área verde nesta bacia é de 246,74 km2 e a área verde por habitante é de 6.002 m2 (IPPUJ, 2009). Bacia do Rio Cachoeira A bacia hidrográfica do Rio Cachoeira, com área total de 82,24 km², está totalmente inserida no perímetro urbano de Joinville representando o 7,61% da área municipal. A região das nascentes do Rio Cachoeira localiza-se no bairro Costa e Silva, nas proximidades da junção da Rua Rui Barbosa e Estrada dos Suíços com a BR 101. Ao longo dos seus 14,9 km de extensão, o Rio Cachoeira recebe a contribuição de vários afluentes, passa pela área central da cidade, desaguando na Lagoa do Saguaçú. Os principais afluentes são: Nascente do rio Cachoeira, Leito Antigo, rio Luiz Tonnemann, rio Walter Brandt, rio Alvino Vöhl, rio Bom Retiro, canal Aracajú, canal Salvador, rio Mirandinha, rio Morro Alto, rio Mathias, rio Jaguarão, rio Bucarein, Rio Itaum-Açu, rio Bupeva e vertentes Água Marinha, Parque de France, Lagoa Saguaçu, Buschle e Lepper, Unidade de Obras, Pedro Álvares Cabral, Vick, Matilde Amim e Noruega (IPPUJ, 2009) A bacia do Rio Cachoeira ocupa uma região relativamente plana. A nascente encontra-se na cota 40 m. No entanto, a maior parte do percurso do canal principal situa-se entre 5 e 15 metros de altitude. A foz caracteriza-se como uma região estuarina, sob a influência das marés, onde se encontram áreas remanescentes de manguezais. Durante os períodos de preamar, pode-se verificar a inversão do fluxo da água do rio Cachoeira, até quase a metade do seu percurso, causada pela entrada de água salobra pelo leito do Rio. (IPPUJ, 2009) No que se refere à qualidade das águas, o rio Cachoeira apresenta graves problemas de poluição, tanto de origem doméstica quanto industrial. Com praticamente 100% da bacia hidrográfica ocupada, este rio recebe efluente gerado nas residências e pelas atividades econômicas. A rede de coleta de esgotos domésticos atinge apenas 16.4 % da área da bacia. Os efluentes domésticos gerados no restante da bacia são despejados na rede de drenagem pluvial, contaminando córregos e rios. Com relação aos poluentes indústrias, pequenas e médias empresas distribuídas por toda a região que não possuem estação de tratamento são as principais responsáveis pela poluição química deste rio (Viva Cidade, 2006). A qualidade da água do Rio Cachoeira tem sido monitorada pela FATMA (Fundação Estadual de Meio Ambiente) e pela FUNDEMA. A área verde nesta bacia é de 18,12 km2 e a área verde por habitante é de 82 m2 (IPPUJ, 2009). Bacia do Rio Palmital O rio Palmital caracteriza-se como um braço da Baía da Babitonga, que se estende por mais de 25 km e cuja nascente localiza-se no município de Garuva, na localidade de Palmital. A bacia do Palmital drena uma área de 357,6 km². Seus principais afluentes são os rios Canela, Pirabeirabinha, Rio Bonito, Três Barras, Sete Voltas, Rio da Onça, Cavalinho, Cupim, Turvo, Birabeiraba e rio do Saco. Os rios Canela, Pirabeiraba e Bonito tem suas nascentes na Serra do Mar / Serra do Quiriri. O rio Cubatão também pode ser considerado um afluente do Palmital. 27 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Por ser uma região estuarina, que recebe contribuições de diversos cursos d água e está sob a influência das marés, o Palmital encontra-se praticamente totalmente envolto por grandes maciços de manguezais. As áreas das florestas ombrófilas densas e os manguezais nesta bacia somam 61,09 km2. A relação área verde por habitante é de 9.698 m². (IPPUJ, 2009). Com relação à qualidade das águas, apenas o rio da Onça apresenta um nível de poluição considerável, provavelmente gerada por efluentes oriundos da cidade de Garuva, onde se encontram as nascentes desta bacia. No entanto, no encontro das águas do rio Onça com o Palmital, esta carga poluidora é diluída passando a níveis insignificantes (Viva Cidade, 2006). Bacias Independentes da Vertente Leste Ocupando a estreita faixa entre os morros da Boa Vista e Iririú e as zonas de ocorrência de mangues da Baía da Babitonga, são formadas pelos Rios do Ferro, Guaxanduva, Comprido e Iririú-mirim. A área verde nesta bacia é de 30,67 km2 e a área verde por habitante é de 278 m2. (IPPUJ, 2009) Bacias Independentes da Vertente Sul As Bacias Independentes da Vertente Sul tem como característica escoarem diretamente na Lagoa de Saguaçu. Formadas pelos rios Ribeirão Santinho, rio Velho, rio Buguaçú (também chamado rio Riacho ou córrego Varador) e rio Paranaguamirim, possuem uma área de 42,24 km2. A área verde nesta bacia é de 26,52 km2 e a área verde por habitante é de 533 m2. (IPPUJ, 2009) Bacia do Rio Itapocuzinho Parte da bacia do Rio Itapocuzinho, sub-bacia do Rio Itapocú, está inserida no município de Joinville. Dela faz parte a bacia do Rio do Júlio, o lado direito da bacia do Rio Bracinho e parte do lado esquerdo da bacia do Rio Itapocuzinho. A área verde nesta bacia é de 139,15 km2 e a área verde por habitante é de 52,7 m2 (IPPUJ, 2009). Bacia do Rio Parati Esta bacia é caracterizada por áreas preservadas como a floresta atlântica e manguezais, mescladas com áreas ocupadas. Nas áreas onde apresenta ocupação ela se encontra representada pelo uso urbano e agropecuário. Apesar dos usos verificados, o rio Parati não apresenta problemas graves de poluição (IPPUJ, 2009). Baía da Babitonga A Baia da Babitonga abrange cerca de 3% da área do município (aproximadamente 35,6 km2) e caracteriza-se por constituir diversas "zonas de rio" do Complexo Estuarino da Baia da Babitonga. As porções centro e sul apresentam planícies de marés, manguezais em franja e gambioas. Sua profundidade média está entre 0 e 2 m. No norte abrange a margem oeste do Canal do Palmital apresentando profundidades de até 8 m. Destaca-se na porção central a Lagoa do 28 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Saguaçu, uma reentrância de fundo de baia, ou "saco" associado à desembocadura do Rio Cachoeira. A desembocadura do Rio Cubatão é caracterizada por ser um importante elemento, devido ao fato de ser o maior aporte de água doce do Complexo Estuarino da Baia da Babitonga. Atualmente, as principais causas de contaminação são os lançamentos de esgoto doméstico (Joinville, São Francisco do Sul e Araquari); os rejeitos e efluentes industriais (Joinville e Araquari) e, os defensivos agrícolas e fertilizantes, provenientes das áreas rurais (Joinville, Araquari e Garuva). Além disto, as atividades de silvicultura em locais de topografia acidentada, como encostas de morros e regiões de mananciais, por ocasião da extração de madeira e de destoca, implicam na exposição do solo por longos períodos, favorecendo a erosão e o conseqüente comprometimento dos rios. Outro sério problema constatado na região é a disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos. Com exceção de Joinville, todos os demais municípios depositam estes resíduos nos lixões, provocando contaminação dos solos, das águas superficiais e subterrâneas. A região próxima à chamada Lagoa do Saguaçu, em Joinville, apresenta maior comprometimento, devido aos esgotos, os principais responsáveis pelo comprometimento da qualidade das águas. As fontes de poluição industrial no município estão sendo controladas através da implantação de sistemas de tratamentos de resíduos, que atualmente estão sob controle, mas não totalmente resolvidos. (Viva Cidade, 2006). II.7. VEGETAÇÃO Atualmente, a vegetação nativa da região encontra-se bastante descaracterizada, principalmente pelo intenso uso agrícola, representado pelo plantio de arroz-irrigado nas terras baixas e pelo reflorestamento com espécies exóticas como os pinus e eucalipto. Além disso, a extração de madeira e palmito nas cotas mais altas contribuiu para desfigurar a cobertura nativa da região. Contudo, vale destacar, é ainda expressiva a área ocupada no estado de Santa Catarina com vegetação primária e secundária, particularmente nesta região. A respeito da vegetação primária e secundária de porte arbóreo e arbustivo ocupam 29,14% do território catarinense. Quando comparadas com o estado e especialmente com as demais regiões hidrográficas catarinenses, as regiões Baixada Norte, Vale do Itajaí e Litoral Centro, apresentam uma situação bem mais favorável, já que, em parte de suas áreas, a vegetação citada ocupa uma área superior a 50% do total. De uma forma geral, este tipo de vegetação ocupa quase 34% da área regional. (Viva Cidade, 2006). O município de Joinville está inserido no Bioma Mata Atlântica, e possui as seguintes formações: Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e formações associadas como Manguezal, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ornbrófila Densa Montana e a Floresta Ombrófila Densa Alto Montana. Inserida na formação Alto Montana, encontramos ainda os Campos de Altitude. (FUNDEMA, 2007). Este tipo de vegetação, que assume tipologias diferenciadas, de acordo com as características de altitude, 29 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos climáticas e edáficas da região, cobria originalmente quase a totalidade da extensão do município. A área da bacia hidrográfica da Baia da Babitonga possui em seu entorno cerca de 61,1% da Floresta Atlântica, com manguezais e campos de altitude. (Viva Cidade, 2006). Floresta Ombrófila Densa Em Joinville, cerca de 680 km2 som hoje cobertos pela Floresta Ombrófila Densa. (IPPUJ, 2009) A Floresta Ombrófila Densa desenvolve-se nas planícies litorâneas e encostas íngremes da Serra do Mar que formam vales estreitos e profundos situados entre o planalto e o oceano, sendo constituída, na sua maior parte, por árvores perenefoliados de 20 a 30 m de altura e chega a alcançar mais de 600 espécies vegetais, o que favorece a distribuição espacial vertical e horizontal das diversas populações de animais. (FUNDEMA, 2007). No seu interior formam-se ainda outros estratos de plantas menores, adaptadas à iluminação difusa. No estrato médio, aparece o palmiteiro (Euterpe edulis), espécie muito comum, sendo uma das características mais marcantes desse ecossistema, juntamente com um grande número de plantas epífitas, como as bromélias e orquídeas (Viva Cidade, 2006). Formada por planícies litorâneas e encostas. As precipitações são abundantes e distribuemse regularmente durante o ano, mas no verão ocorrem com maior intensidade. A umidade relativa diminui no sentido oeste e é muito elevada nas proximidades das encostas. No alto e médio curso dos rios Cubatão, Piraí e Palmital encontram-se as principais amostras em bom estado de preservação das florestas primárias. A Floresta Ombrófila Densa é bastante preservada na área do Município e é subdividida em 4 formações distintas, a Floresta de Terras Baixas, Floresta Submontana, Floresta Montana e Floresta Alto Montana. Floresta de Terras Baixas Nas regiões próximas ao mar apresentam-se árvores de 15 a 20 metros de altura, com copas largas, densífoliadas. Esta formação vegetal foi explorada e ocupada sem planejamento ao longo de décadas, motivo pelo qual hoje restam aproximadamente 121 km², representando apenas 33,75% de sua área original. (FUNDEMA, 2007). Floresta Submontana Esta formação que apresenta exemplares de alturas superiores a 30 m, situa-se entre as altitudes de 20 a 550 m na região de Joinville ocupando áreas de solos relativamente profundos das encostas que recebem nutrientes das regiões mais altas e os gerados pela decomposição acelerada da serrapilheira. A área do município de Joinville era originalmente coberta por 340,7 km² de Floresta Ombrófila Densa Submontana, que foi substituída devido à ocupação antrópica, restando atualmente 255,3 km², isto é, 74,93% da área original. (FUNDEMA, 2007). 30 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Floresta Montana A Floresta Montana cobre aproximadamente o 19,9% do território do município, entre as altitudes de 550 a 850 m ao longo da Serra do Mar. É caracterizada pela elevada densidade e biodiversidade florística, com três ou mais estratos. Apresenta uma considerável variedade de epífitas e lianas. (FUNDEMA, 2007). Floresta Alto Montana A Floresta Ombrófila Densa Alto Montana abrange as encostas superiores da Serra do Mar, situadas acima da altitude de 850 m, formando floresta baixa e mais aberta, onde a composição florística, em geral, é diversificada. Originalmente ela recobria 142,8 km², ou seja, 12,93% do território municipal, no entanto, 22,07% desta floresta já foram desmatadas. Esta formação florestal apresenta espécies arbóreas com aproximadamente 20 m de altura, localizadas no cume das altas montanhas sobre solos litólicos. (FUNDEMA, 2007). Campos de Altitude Os campos de Altitude formam parte da Mata Atlântica e ocorrem acima da Floresta Alto Montana. Nestas altitudes predominam as rochas e vegetação rastreira formada, principalmente, por gramíneas e liquens. Na região de Joinville esta cobertura vegetal ocorre numa área de 3,33 km², isto é, 0,3% do território do município nos setores elevados das serras Queimada e Quiriri, onde ocorrem nascentes de alguns tributários do alto curso do rio Cubatão. (FUNDEMA, 2007) Manguezal Em Joinville os manguezais ocorrem nas margens da lagoa do Saguaçu e da Baia da Babitonga, com cerca de 36,54 km2, mais de 50% da área total da baía. A ocupação deste território em Joinville teve inicio na década de 70, o que gerou a supressão de tais ecossistemas. Atualmente, as áreas remanescentes encontram-se protegidas por canais que as separam das áreas ocupadas Os manguezais se desenvolvem em ambientes que são supridos continuamente pelo fluxo das águas ricas em sais provenientes dos oceanos e mares, com contínua influência das águas da rede de drenagem continental. Todo o ecossistema apresenta uma alta especialização adaptativa, em razão de um solo periodicamente irrigado pela ação das marés e conseqüente variabilidade de salinidade e caracteriza-se por abrigar diversas espécies em estágio inicial de desenvolvimento São ecossistemas altamente produtivos, que contribuem significativamente para a fertilidade das águas costeiras devido à produção de grande quantidade de matéria orgânica, exportação desta matéria orgânica para as águas costeiras, e transformação do material foliar em partículas de detritos como alimentos para um grande número de organismos consumidores. Estima-se que 70% das espécies relacionadas à pesca costeira 31 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos comercial ou recreativa são dependentes do manguezal em alguma etapa de seu ciclo de vida. Os manguezais possuem ainda importante função estabilizadora do litoral, pois protege a costa contra processos erosivos, retendo sedimentos estuarinos e minimizando o impacto de enchentes. Na região do município de Joinville ocorrem três espécies arbóreas: Avicennia schaueriana (mangue-siriúba): Laguncularia racemosa (mangue-branco), e Rhizophora mangle (mangue-vermelho). Espécies vegetais do gênero Spartina spp, não típicas de manguezais, são comumente encontradas associadas a este ecossistema. Estas espécies são gramíneas que se desenvolvem em regiões que sofrem influência da maré. (FUNDEMA, 2007). II.8. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA Em termos legais, unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente constituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regimes especiais de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. A Lei Federal n° 9.985 de 18 de julho de 2000, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Essas áreas protegidas são criadas por decreto municipal, estadual ou federal. A exceção é para a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), cuja iniciativa de criação e gestão é responsabilidade do proprietário. As unidades de conservação dividem-se em dois grandes grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As Unidades de Proteção Integral tem por objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na própria Lei que estabeleceu o SNUC. As Unidades de Uso Sustentável destinam-se a compatibilização entre a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. O Município de Joinville conta com as seguintes Áreas de Proteção Ambiental: TABELA 4. Áreas de Proteção Ambiental. Unidade de Conservação Decreto de Criação Área (Km2) Parque Ecológico Prefeito Rolf Colin D. Municipal n°6.959/2 16,30 Preservação da Floresta Atlântica e da fauna. Beleza paisagística. Proteção Integral Parque Municipal da Ilha do Morro do Amaral D. Municipal n°6.182/89 2,70 Turística, Histórica. Proteção do manguezal e sítios arqueológicos. Proteção Integral Importância Categoria de Manejo 32 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Categoria de Manejo Unidade de Conservação Decreto de Criação Área (Km2) Estação Ecológica do Bracinho D. Estadual n° 22.768/84 46,10 Proteção á fauna e flora. Manutenção do regime hidrológico para garantir o abastecimento público de água. Proteção Integral Área de Proteção Ambiental da Serra Dona Francisca D Municipal n° 8.055/97 408,42 Preservação dos recursos hídricos de forma a garantir o abastecimento público de água potável. Turismo rural- Uso Sustentável Área de Relevante Interesse Ecológico do Morro Boa Vista D. Municipal n° 11.005/03 3,90 Lazer e Educação Ambiental. Valorização da Mata Atlântica e da sua fauna. Uso Sustentável Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caetezal - RPPN Portaria do IBAMA n°168/01 46,13 Preservação dos recursos hídricos e proteção da fauna e flora. Uso Sustentável Parque Municipal do Morro do Finder D Municipal n° 7.056/93 1,27 Preservação e conservação dos recursos naturais Proteção Integral Parque Natural Municipal da Caieira D Municipal n°11734/04 1,27 Preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza paisagística, possibilitar pesquisa científica e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental. Proteção Integral Importância Fonte: OAP – Consultores Associados Ltda. Zoneamento ecológico-econômico das áreas de proteção ambiental Serra Dona Francisca e Quirirí. Joinville, SC. PMJ/SAMA. Em Cidade em Dados, 2009. Além dessas áreas definidas em legislação específica, existem outras protegidas por legislação ambiental, como é o caso das faixas de mata ciliar previsto no Código Florestal (Brasil, 1965), das encostas íngremes, ambas consideradas como áreas de preservação permanente, e a reserva legal, que constitui-se em 20% das áreas das propriedades rurais com a finalidade de reserva florestal. 33 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 9. Unidades de Conservação. Fonte: Elaboração própria com base nos dados do Sistema de Informação Geográfica (GIS) fornecidos pela PMJ 34 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos II.9. PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E NATURAL Os primeiros ocupantes da região de Joinville teriam sido sociedades de pescadores – coletores - caçadores, de origem ainda desconhecida, que teriam passado a viver no litoral, próximos às desembocaduras de rios, lagoas e baías, construindo montes de conchas (sambaqui) para estabelecer seus acampamentos, suas aldeias ou realizar cerimônias. Entre os vestígios comumente encontrados nos sambaquis destacam-se, em rocha, as lâminas polidas de machados e as esculturas na forma de animais (zoólitos), as pontas de flechas e lanças de ossos de animais e os adornos de conchas. São característicos, também, os sepultamentos com um ou mais indivíduos acompanhados, não raro, de adornos ou instrumentos de trabalho. Há aproximadamente 1150 anos atrás, outros grupos, conhecidos como Tradição Itararé, teriam chegado à região. Eles produziam artefatos feitos de barro cozido. Em torno de 450 anos atrás, chegaram ao litoral outras populações humanas denominadas Tradição Tupiguarani que teriam migrado da Amazônia. Produziam cerâmica, assim como os Itararés, porém com utilização, forma, dimensão e decoração bastante diferenciados. Esta cultura teria o hábito de enterrar alguns de seus mortos em enormes urnas de cerâmica. Ocuparam áreas um pouco diferenciadas das dos sambaquianos e dos Itararés, de modo geral mais afastados do oceano e próximos de rios e lagoas. As áreas com vestígios dos Tupiguaranis e dos Itararés (quando não relacionadas a sambaquis) são denominadas “sítios rasos” ou “cerâmicos”. (FATMA, 2002). Os sítios arqueológicos são considerados Patrimônio Cultural Brasileiro e são protegidos por leis. Os sítios arqueológicos históricos são todos os locais que reúnem vestígios significativos das culturas material, remanescentes da passagem e/ou assentamento de populações imigrantes, a partir do século XVI, tais como engenhos, caieiras, residências, portos, igrejas, cemitérios e caminhos. O Museu Arqueológico de Sambaqui têm cadastrado 42 sambaquis, 2 oficinas líticas, 3 estruturas subterrâneas e 2 sítios históricos (IPPUJ, 2009). A seguir apresenta-se um mapa com os sítios arqueológicos identificados, elaborado com os dados subministrados pelo Museu Arqueológico de Sambaqui. 35 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 10. Mapa de Sítios Arqueológicos. Fonte: elaboração própria em base a dados subministrados pelo Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville (dados cadastrados pelo Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville – MASJ, 2011). 36 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A Comissão do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Natural do Município de Joinville, criada em 28 de novembro de 1980 tem como função principal a formulação de políticas públicas municipais, de preservação do patrimônio cultural da cidade, articuladas com a legislação estadual e federal em vigor. O tombamento é um ato administrativo, realizado pelo poder público, com o objetivo de preservar o patrimônio histórico, estabelecendo limites aos direitos individuais com objetivo de resguardar e garantir os direitos de conjunto da sociedade. Joinville possui3 7 imóveis tombados pela União através do IPHAN – Instituto do Patrimonio Histórico Nacional, 58 imóveis tombados pelo Município, entre outros em andamento (Fundação Cultural de Joinville, 2009; em IPPUJ, 2009 e Museu Arqueológico de Sambaqui, 2011). TABELA 5. Estado de Imóveis tombados Decretados 87 Anuência 17 Demolida sem autorização em Processo 1 Fonte: Dados subministrados pelo Museu Arqueológico de Sambaqui (2011) TABELA 6. Imóveis tombados segundo jurisdição Municipal 58 Estadual 17 Estadual e Federal 3 Federal 7 Fonte: Dados subministrados no GIS Museu Arqueológico de Sambaqui (2011) Em processo de tombamento (Municipais) encontram-se 48 móveis. TABELA 7. Sítios arqueológicos Oficinas líticas 3 Sambaquis 41 Estrutura subterrânea 3 Fonte: Dados subministrados pelo Museu Arqueológico de Sambaqui (2011) 3 Quantidades em atualização. 37 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Também contam com programas de proteção e/ou conservação das edificações construídas através da técnica enxaimel e as fachadas históricas. Além disso, a Prefeitura promove ações de restauração, reforma, revitalização e reciclagem de diferentes edifícios históricos, museus e arquivos históricos. O patrimônio cultural em Joinville também é formado por sítios arqueológicos do período pré-colonial (sambaquis, oficinas líticas, estruturas subterrâneas) e histórico. (IPPUJ, 2009). 38 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos III. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E SOCIOECÔMICOS Neste Capítulo são avaliados os aspectos demográficos e socioeconômicos da cidade com o objetivo de entender melhor a dinâmica local e fundamentar as conclusões técnicas dos serviços de resíduos sólidos e as propostas de melhorias. Estas informações permitem compreender quais são as necessidades atuais e quais serão os recursos futuros necessários para a gestão dos resíduos sólidos. A análise servirá como sustentação para a elaboração do PMSB-RS, particularmente para a Análise Crítica e a Formulação de Cenários. A análise é feita a partir de estatísticas geradas por diferentes fontes de informação. No entanto, para este capítulo, alguns dados de base devem ser re-processados e são aplicadas diversas metodologias estatísticas. Especialmente, no que se refere a questões demográficas (na projeção da população) e a análise sobre a realidade social, econômica, e a qualificação dos bairros de Joinville. Os dados utilizados para a análise social e econômica provêem de diferentes fontes, incluindo IBGE, IPPUJ e PMJ. Para atualização futura, durante a formulação do PMSB, é indicado em cada caso a origem das estatísticas e informações. Destaca-se também que Joinville conta com uma ferramenta importante de “diagnóstico ambiental, físicoterritorial, social, político e econômico daquela que é a maior cidade do Estado de Santa Catarina”4 que é a publicação “Joinville Cidade em Dados”, do IPPUJ. Neste documento se apresenta, com atualização anual, os principais dados da cidade referentes aos aspectos mencionados. Outro documento de referência, que apresenta de forma atualizada estatísticas de diferentes fontes locais, estaduais e nacionais, é o “Santa Catarina em Números”5, elaborado pela Secretaria de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (SEBRAE). Para o caso de Joinville, apresentam-se estatísticas de aspectos gerais, populacionais, sociais, econômicos e de infra-estrutura. 4 Na “Apresentação” do IPPUJ (2009) 5 SEBRAE (2010) 39 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos III.1. I. EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO E DA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL III.1.a. Tendências Joinville é o município mais populoso do Estado e com 515.250 habitantes (2010) representa 8,3% da população do Estado de Santa Catarina. Sua participação creceu progressivamente, tal como demonstra os sucessivos censos demográficos. GRÁFICO 1. Evolução da participação da população de Joinville no Estado de Santa Catarina 8,3% 8,0% 7,6% 6,6% 1980 1990 2000 2010 Elaboração própria. Fonte: IBGE. Censos Demográficos. A tendência a uma participação crescente do município nos índices de população do estado é resultante de que a taxa de crescimento média anual entre os censos é superior à de Santa Catarina. Ambas unidades federativas em 2010 registraram um crescimento superior à taxa média nacional. Enquanto Joinville cresce de forma permanente e em um ritmo notadamente superior à média nacional, na década anterior Santa Catarina cresceu a um ritmo inferior à media nacional e isso fez com que as estimativas da sua população resultassem inferiores às que registrou o Censo recente. 40 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos GRÁFICO 2. Evolução das taxas de crescimento médio anual entre os censos 1970/80 a 2000/2010. 7% 6,4% 6% 5% 4% 3,4% 2,5% 3% 2,5% 2,1% 2% 1,5% 2,3% 1,8% 1,8% 1% 1,3% 1,6% 1,2% 0% 1980 1991 Joinville 2000 Estado Santa Catarina 2010 Brasil Elaboração própria. Fonte. IBGE, Censos Demográficos. O crescimento da população de Joinville, de todas as maneiras, tende a ter uma desaceleração, tal como refletem as taxas de crescimento médio anual entre os censos no seguinte Gráfico. GRÁFICO 3. Evolução da População e das Taxas Anuais de Crescimento Populacional. Período 1970-2010. 7% 515.250 6,4% 6% 429.604 5% 345.262 4% 3,4% 238.105 3% 2,5% 2% 1,8% 1% População Total 2010 2000 1991 1980 0% Taxa crescimento 41 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 III.1.b. Distribuição da População e Ocupação do Território O crescimento espacial da cidade é associado com o processo de expansão da atividade industrial que consolidou Joinville como uma dos principais pólos de desenvolvimento industrial do país e de atrativo para as populações migrantes oriunda do interior de Santa Catarina e do sudoeste do Paraná. Ainda que tenha se estendido de Norte a Sul, configurou um espaço disperso que gera maiores custos para a dotação dos serviços públicos e apresenta problemas estruturais, tais como inundações, principalmente no curso do rio Cachoeira; falta de tratamento das águas servidas; má articulação dos bairros periféricos entre si e com os centros de empregos, etc. Extende-se em direção ao Leste – limitada pela Lagoa de Saguaçu, a Baía de Baotonga e as áreas de manguezal associadas – e para o Norte, em direção ao distrito industrial. No rumo dessa direção, sobre a bacia do rio Cubatão, principalmente em curso baixo, armazena suas amplas áreas de várzeas. Certamente a sua conversão é substacial para minimizar o impacto das cheias do rio e para manter a qualidade da água do rio que é fonte de 70% da água consumida pela população. Rumo ao Oeste, o desenvolvimento urbano está delimitado pela Serra do Mar e suas áreas de mananciais. A divisão política administrativa do Município de Joinville abrange dois distritos, Sede e Distrito de Pirabeiraba6. 96% dos 515.250 habitantes residem no distrito Sede. A taxa de crescimento médio anual de Pirabeiraba – no Norte – se duplica aproximadamente à da Sede. TABELA 8. Evolução da População e taxa de crescimento média anual segundo o Destrito. Ano 1991 População Sede 331.896 Pirabeiraba 13.366 Total Joinville 345.262 Taxa de crescimento médio anual Sede 3.4% Pirabeiraba 3.3% Joinville 3.4% Distribuição % Sede % Pirabeiraba 96% 4% 2000 2010 407.117 22.487 429.604 484.3351] 30.9151] 515.250 2.3% 6.0% 2.5% 1.7% 3.2% 1.8% 96% 6% 94% 6% 1] Estimado. Fonte: IPPUJ (2009) 6 Os limites da àrea urbana e rural da Sede constam na Lei Nº 27/96 na descriçao do perímetro urbano e na Lei Estadual N°11240 de 2000, os limites do muncípio. A Lei N°13993 de 2007 consolida as alterações. O distrito Peirabiraba tem seus limnites definidos na Lei Municipal N° 1526 de 1977 e na Lei n°1681 de 1979 que define o perímetro urbano e rural. 42 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos É um minicípio eminentemente urbano, com 96,6% de sua população residente em áreas urbanas enquanto que no Estado, este percentual é de 83%. TABELA 9. Diferentes níveis de urbanização dos Distritos População 2010 % Superfície (hectares) % 474.648 9.687 484.335 98% 2% 100% 197,6 516,5 614,1 28% 72% 100% 23.135 7.780 30.915 515.250 75% 45% 100% 100% 21,29 398,7 5% 95% 100% 100% Distrito SEDE Urbano 1] Rural 1] Subtotal1] Distrito Pirabeiraba Urbano 1] Rural1] Subtotal1] TOTAL 419,99 1.134.1 1] Estimado. Fonte: IPPUJ (2009) e IBGE Censo 2010. A área urbana da sede municipal divide-se em trinta e oito bairros, agregando-se duas zonas industriais – Zona Industrial Norte e Zona Industrial Tupy7. Enquanto a área urbana do Distrito de Pirabeiraba divide-se em três bairros: Pirabeiraba Centro, Dona Francisca e Rio Bonito. O perímetro municipal apresenta aproximadamente 3.487 hectares de lotes vagos sendo que a maioria destes encontra-se na zona industrial norte8. Ver FIGURA 4, no ponto II.1. A periferia continua crescendo provocando uma ampliação excessiva do perímetro urbano. Na direção norte vem ocorrendo ocupações irregulares ao longo das estradas rurais, que não se caracterizam pela precariedade, mas pela inadequação urbanística. Com isso, observa-se a tendência de redução dos espaços rurais produtivos no município. Algumas referências da ocupação do território:9 As maiores ocupações irregulares estão nos bairros Jardim Iririú, Aventureiro, Comasa, Fátima, Guanabara e Paranaguamirim, sendo que em sua maioria estão situadas em áreas lindeiras aos rios e córregos existentes no município. Quanto aos aspectos ambientais, as maiores declividades do município são encontradas nos bairros: Parque Guarani, Itinga, Atiradores, São Marcos, Bom Retiro, Itinga, Saguaçu, Pirabeiraba e Zona Industrial Norte. No que se refere às áreas mais frágeis ambientalmente, segundo as áreas atingidas pela maré e pela inundação recente de 2009, que atingiu as bordas dos bairros situados na faixa leste do município e a bacia do Rio Cachoeira, representam 19,54% do total de área urbana municipal. 7 A divisão dos Bairros de Joinville está estabelecida na Lei Complementar n°88 de 2000 e suas respectivas enmendas. 8 Lei Complementar n°88 de 2000. 9 Prefeitura Municipal de Joinville - Secretaria de Habitação. Plano de Habitação de Interesse Social de Joinville - Produto 8 Diagnóstico do Sector Habitacional. Julho 2009 43 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos As áreas mais planas são encontradas nos bairros Espinheiros, Comasa, Fátima, Jardim Iririú, Vila Cubatão, Jardim Paraíso, Bucarein e Morro do Meio (Ver Mapa nº 03 - Declividade) As áreas com maior cobertura vegetal são encontradas Paranaguamirim, Espinheiros, Zona Industrial Norte e São Marcos. As áreas do bairro Ademar Garcia: José Loureiro e Ivo Bento Juquiá são as mais vulneráveis; prevalecendo maior precariedade de moradia e apresentando as maiores possibilidades de riscos sociais. nos bairros: III.1.c. Evolução da População de Joinville Este plano tem um horizonte de vinte anos pelo que deve projetar-se a população do município de Joinville no período compreendido entre 2010 e 2030 para determinar a evolução das necessidades. De acordo com as tendências demográficas dos censos e segundo o Método dos Incrementos Relativos aplicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)10, foi desenvolvida uma alternativa inicial da evolução da população que foi depois ajustada uma vez que foram publicados os resultados do Censo executado no ano de 2010. Finalmente foi acertado que seria priorizada a compatibilização com as projeções já aprovadas nos Planos Diretores de Drenagem urbana11 e Plano Municipal de Saneamento Básico de Joinville12 de modo que seja viável implantar o Sistema Único de Informações territoriais e socioeconômicas. 10 Este método estima o crescimento populacional fornecido por cada Município entre dos censos demográficos consecutivos, em relação à tendência da área hierarquicamente maior, en este caso, el Estado Santa Catarina. Aplica-se em Estimativas populacionais do Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios e nas estimativas anuais e foi desenhado pelos demógrafos brasileiros João Madeira e Celso Simões. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2008/metodologia.pdf . 11 Prefeitura Municipal de Joinville. Plano Diretor de Drenagem Urbana – PDDU da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira no Município de Joinville. Nota Técnica– Estudo Populacional–Rev. 0/C. Agosto 2009 951pmj-pdc-NT P001. Agosto 2009. Consórcio Engecorps Hidrostudio. 12 ENGERCOP. Plano Municipal de Saneamento Básico de Joinville –SC Relatório RA-02–Diagnóstico do Meio físico, biótico, econômico e social. 44 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 10. Evolução da população de Joinville período (até o ano de 2030) Ano População Taxa de crescimento médio anual 2000 429,6041] 2.4% 2010 507,624 1.7% 2015 548,609 1.6% 2020 592,902 1.6% 2025 640,087 1.5% 1] 2030 691,027 1] 1.5% Estimado segundo a tendência A distribuição da população futura por bairro nos Planos já assinalados é apresentada a continuação. 45 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 11. Distribuição da população futura por Bairro ç Bairro 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 Aventureiro 34.901 35.447 36.002 36.565 37.138 37.719 38.309 38.909 39.518 40.136 40.764 41.402 42.050 42.703 43.364 44.033 44.711 45.397 46.091 46.794 47.506 48.226 48.955 49.693 50.440 51.195 51.960 52.734 América 10.381 10.543 10.708 10.876 11.046 11.219 11.395 11.573 11.754 11.938 12.125 12.315 12.507 12.702 12.898 13.097 13.299 13.503 13.709 13.918 14.130 14.344 14.561 14.781 15.003 15.228 15.455 15.685 Atiradores 4.905 4.982 5.060 5.139 5.219 5.301 5.384 5.468 5.554 5.641 5.729 5.819 5.910 6.001 6.094 6.188 6.284 6.380 6.478 6.576 6.676 6.778 6.880 6.984 7.089 7.195 7.303 7.411 Ademar Garcia 17.754 18.032 18.314 18.601 18.892 19.187 19.488 19.793 20.102 20.417 20.737 21.061 21.391 21.723 22.059 22.399 22.744 23.093 23.446 23.804 24.166 24.532 24.903 25.279 25.659 26.043 26.432 26.826 Anita Garibaldi 7.751 7.872 7.996 8.121 8.248 8.377 8.508 8.641 8.776 8.914 9.053 9.195 9.339 9.484 9.630 9.779 9.930 10.082 10.236 10.392 10.550 10.710 10.872 11.036 11.202 11.370 11.540 11.711 Boa Vista 15.636 15.881 16.129 16.382 16.638 16.898 17.163 17.431 17.704 17.981 18.263 18.549 18.839 19.131 19.427 19.727 20.031 20.338 20.649 20.964 21.283 21.606 21.932 22.263 22.598 22.936 23.279 23.625 Boehmerwald 8.707 8.843 8.982 9.122 9.265 9.410 9.557 9.707 9.859 10.013 10.170 10.329 10.491 10.653 10.818 10.985 11.154 11.325 11.499 11.674 11.852 12.031 12.213 12.397 12.584 12.772 12.963 13.156 Bucarein 5.398 5.482 5.568 5.655 5.744 5.834 5.925 6.018 6.112 6.208 6.305 6.404 6.504 6.605 6.707 6.810 6.915 7.021 7.129 7.237 7.348 7.459 7.572 7.686 7.801 7.918 8.036 8.156 Bom Retiro 10.815 10.984 11.156 11.331 11.508 11.688 11.871 12.057 12.246 12.437 12.632 12.830 13.030 13.233 13.437 13.645 13.855 14.067 14.283 14.500 14.721 14.944 15.170 15.399 15.630 15.864 16.101 16.341 Centro 4.964 5.042 5.121 5.201 5.282 5.365 5.449 5.534 5.621 5.709 5.798 5.889 5.981 6.074 6.168 6.263 6.359 6.457 6.556 6.656 6.757 6.859 6.963 7.068 7.174 7.282 7.390 7.500 Centro PI 3.655 3.712 3.770 3.829 3.889 3.950 4.012 4.075 4.138 4.203 4.269 4.336 4.404 4.472 4.541 4.611 4.682 4.754 4.827 4.900 4.975 5.050 5.127 5.204 5.282 5.361 5.442 5.523 Costa e Silva 25.454 25.852 26.257 26.668 27.085 27.509 27.940 28.377 28.821 29.272 29.730 30.195 30.668 31.144 31.626 32.114 32.608 33.109 33.615 34.128 34.647 35.172 35.704 36.242 36.787 37.338 37.896 38.460 Comasa 20.819 21.145 21.476 21.812 22.153 22.500 22.852 23.210 23.573 23.942 24.316 24.697 25.084 25.473 25.867 26.266 26.671 27.080 27.494 27.913 28.338 28.768 29.202 29.643 30.088 30.539 30.995 31.457 Espinheiros 8.230 8.359 8.490 8.622 8.757 8.894 9.034 9.175 9.319 9.464 9.613 9.763 9.916 10.070 10.226 10.383 10.543 10.705 10.869 11.034 11.202 11.372 11.544 11.718 11.894 12.072 12.253 12.435 Fátima 14.175 14.397 14.622 14.851 15.083 15.319 15.559 15.803 16.050 16.301 16.556 16.815 17.079 17.344 17.612 17.884 18.159 18.438 18.720 19.005 19.294 19.587 19.883 20.183 20.486 20.793 21.104 21.418 Floresta 16.878 17.142 17.410 17.683 17.960 18.241 18.526 18.816 19.111 19.410 19.713 20.022 20.335 20.651 20.971 21.294 21.622 21.954 22.289 22.629 22.974 23.322 23.675 24.031 24.392 24.758 25.128 25.502 Glória 7.843 7.966 8.090 8.217 8.346 8.476 8.609 8.744 8.880 9.019 9.161 9.304 9.450 9.596 9.745 9.895 10.047 10.202 10.358 10.516 10.676 10.837 11.001 11.167 11.335 11.505 11.677 11.850 Guanabara 9.027 9.168 9.312 9.457 9.605 9.756 9.908 10.064 10.221 10.381 10.543 10.708 10.876 11.045 11.216 11.389 11.564 11.742 11.921 12.103 12.287 12.473 12.662 12.853 13.046 13.242 13.439 13.639 Itaum 11.726 11.910 12.096 12.285 12.477 12.673 12.871 13.072 13.277 13.485 13.696 13.910 14.128 14.347 14.569 14.794 15.022 15.252 15.486 15.722 15.961 16.203 16.448 16.696 16.947 17.201 17.458 17.718 Itinga 17.418 17.691 17.967 18.249 18.534 18.824 19.119 19.418 19.722 20.031 20.344 20.663 20.986 21.312 21.641 21.975 22.314 22.656 23.003 23.353 23.709 24.068 24.432 24.800 25.173 25.550 25.932 26.318 Iririu 22.698 23.053 23.414 23.780 24.153 24.531 24.914 25.304 25.700 26.103 26.511 26.926 27.347 27.772 28.202 28.637 29.078 29.524 29.975 30.433 30.896 31.364 31.838 32.318 32.804 33.295 33.793 34.296 Jardim Iririu 21.637 21.976 22.320 22.669 23.024 23.384 23.750 24.122 24.499 24.882 25.272 25.667 26.069 26.474 26.884 27.298 27.718 28.144 28.574 29.010 29.451 29.898 30.350 30.807 31.270 31.739 32.213 32.693 Jardim Paraiso 15.981 16.231 16.485 16.743 17.005 17.271 17.542 17.816 18.095 18.378 18.666 18.958 19.255 19.553 19.856 20.162 20.473 20.787 21.105 21.427 21.753 22.082 22.416 22.754 23.096 23.442 23.792 24.147 Jardim Sofia 4.367 4.435 4.505 4.575 4.647 4.720 4.793 4.868 4.945 5.022 5.101 5.180 5.262 5.343 5.426 5.510 5.594 5.680 5.767 5.855 5.944 6.034 6.126 6.218 6.311 6.406 6.502 6.598 João Costa 11.078 11.251 11.427 11.606 11.788 11.972 12.160 12.350 12.543 12.740 12.939 13.142 13.347 13.554 13.764 13.977 14.192 14.409 14.630 14.853 15.079 15.308 15.539 15.773 16.010 16.250 16.493 16.738 Jarivatuba 17.576 17.851 18.130 18.414 18.702 18.995 19.292 19.594 19.901 20.212 20.529 20.850 21.176 21.505 21.838 22.175 22.516 22.862 23.211 23.565 23.924 24.286 24.654 25.025 25.401 25.782 26.167 26.557 Morro do Meio 10.038 10.195 10.355 10.517 10.681 10.848 11.018 11.191 11.366 11.544 11.724 11.908 12.094 12.282 12.472 12.664 12.859 13.057 13.256 13.459 13.663 13.870 14.080 14.292 14.507 14.725 14.944 15.167 Nova Brasília 12.725 12.924 13.126 13.332 13.540 13.752 13.968 14.186 14.408 14.634 14.863 15.095 15.332 15.570 15.811 16.055 16.302 16.552 16.805 17.061 17.321 17.583 17.849 18.118 18.390 18.666 18.945 19.227 Paranaguamiri m/Jlle 15.581 15.825 16.073 16.324 16.580 16.839 17.103 17.370 17.642 17.918 18.199 18.483 18.773 19.064 19.359 19.658 19.960 20.267 20.577 20.890 21.208 21.530 21.855 22.185 22.518 22.855 23.197 23.542 Paranaguamiri m/Araquari 8.513 8.646 8.782 8.919 9.059 9.200 9.344 9.491 9.639 9.790 9.943 10.099 10.257 10.416 10.577 10.740 10.906 11.073 11.242 11.414 11.588 11.763 11.941 12.121 12.303 12.488 12.674 12.863 Petrópolis 13.580 13.793 14.008 14.228 14.450 14.676 14.906 15.139 15.376 15.617 15.861 16.110 16.362 16.616 16.873 17.133 17.397 17.664 17.934 18.208 18.484 18.765 19.048 19.336 19.626 19.920 20.218 20.519 Rio Bonito 5.379 5.463 5.549 5.636 5.724 5.813 5.904 5.997 6.091 6.186 6.283 6.381 6.481 6.581 6.683 6.786 6.891 6.997 7.104 7.212 7.322 7.433 7.545 7.659 7.774 7.890 8.008 8.127 Saguaçu 10.799 10.968 11.140 11.314 11.491 11.671 11.854 12.039 12.227 12.419 12.613 12.811 13.011 13.213 13.418 13.625 13.834 14.047 14.261 14.479 14.699 14.922 15.148 15.376 15.607 15.841 16.077 16.317 São Marcos 2.648 2.689 2.732 2.774 2.818 2.862 2.907 2.952 2.998 3.045 3.093 3.141 3.190 3.240 3.290 3.341 3.392 3.444 3.497 3.550 3.604 3.659 3.714 3.770 3.827 3.884 3.942 4.001 Santo Antônio 5.426 5.511 5.597 5.685 5.774 5.864 5.956 6.049 6.144 6.240 6.338 6.437 6.537 6.639 6.742 6.846 6.951 7.058 7.166 7.275 7.386 7.498 7.611 7.726 7.842 7.959 8.078 8.198 Santa Catarina 12.880 13.082 13.286 13.494 13.705 13.920 14.138 14.359 14.584 14.812 15.044 15.279 15.518 15.759 16.003 16.250 16.500 16.753 17.010 17.269 17.532 17.798 18.067 18.339 18.614 18.893 19.176 19.461 Vila Nova 21.191 21.523 21.859 22.202 22.549 22.902 23.260 23.624 23.994 24.370 24.751 25.138 25.532 25.928 26.329 26.736 27.147 27.564 27.985 28.412 28.844 29.282 29.724 30.172 30.626 31.085 31.549 32.019 Vila Cubatão 1.279 1.299 1.319 1.340 1.361 1.382 1.404 1.426 1.448 1.471 1.494 1.517 1.541 1.565 1.589 1.614 1.638 1.664 1.689 1.715 1.741 1.767 1.794 1.821 1.848 1.876 1.904 1.933 Zona Rural Jlle 8.863 9.002 9.143 9.286 9.431 9.579 9.728 9.881 10.035 10.192 10.352 10.514 10.678 10.844 11.012 11.182 11.354 11.528 11.705 11.883 12.064 12.247 12.432 12.619 12.809 13.001 13.195 13.392 Zona Rural Pl 10.358 10.520 10.685 10.852 11.022 11.194 11.369 11.547 11.728 11.912 12.098 12.287 12.480 12.673 12.870 13.068 13.269 13.473 13.679 13.888 14.099 14.313 14.529 14.748 14.970 15.194 15.421 15.651 Zona I.d Norte 2.656 2.698 2.740 2.783 2.826 2.870 2.915 2.961 3.007 3.054 3.102 3.151 3.200 3.250 3.300 3.351 3.403 3.455 3.508 3.561 3.615 3.670 3.726 3.782 3.839 3.896 3.954 4.013 Zona Ind. Tupy 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 78 79 80 81 82 84 85 86 Dona Francisca 354 360 365 371 377 383 389 395 401 407 413 420 427 433 440 447 453 460 468 475 482 489 497 504 512 519 527 535 Total de Joinville 492.101 499.802 507.624 515.569 523.637 531.832 540.155 548.609 557.195 565.915 574.771 583.766 592.902 602.106 611.425 620.861 630.415 640.087 649.879 659.792 669.826 679.982 690.262 700.667 711.196 721.852 732.635 743.546 Fonte: Plano Diretor de Drenagem Urbana – PDDU da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira no Município de Joinville. Nota Técnica– Estudo Populacional–Rev. 0/C. Agosto 2009 951-pmj-pdc-NT P001. Agosto 2009. Consórcio Engecorps Hidrostudio 46 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos III.2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA Joinville é o município mais populoso e o mais importante pólo industrial do Estado de Santa Catarina. Como demonstra sua evolução histórica e a comparação com a realidade do resto do Estado de Santa Catarina e do Brasil, a economia da cidade de Joinville mostra especial dinamismo. III.2.a. Índice de Desenvolvimento Humano De acordo com este indicador, Joinville tem desenvolvimento humano considerado alto e apresenta o melhor índice -IDH-M-13 do Estado, ocupando o quarto lugar do ranking nacional. Entre os municípios da Associação dos Municípios do Nordeste (AMUNESC) que integra, supera os indicadores do resto dos municípios limítrofes. TABELA 12. Índice de Desenvolvimento Humano e valor dos indicadores para seu cálculo Município IDH-M Posição Renda Longevidade Educação Araquarí 0,767 224 0,644 0,784 0,874 B. Barra do Sul 0,807 100 0,698 0,824 0,900 Garuva 0,787 176 0,687 0,813 0,860 Itapoá 0,793 163 0,728 0,765 0,887 São Fco. do Sul 0,820 55 0,743 0,811 0,907 Joinville 0,857 4 0,776 0,859 0,936 Estado de Santa Catarina 0,822 - 0,750 0,811 0,906 Brasil 0,766 - 0,723 0,727 0,849 Fonte: PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano. Tabelas Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, 1991 e 14 2000 . 13 O Índice de Desenvolvimento Humano foi criado por PNUD para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano; países com IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto. www.undp.org.br. 14 http://www.pnud.org.br/atlas/ 47 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos III.2.b. Renda A distribuição da renda, medida em quantidade de Salário Mínimo Nominal15, na população urbana do município de Joinville relata que 50% da população está na escala inferior de 1 a 3 SMN, 17,4% possui entre 3 e 5 SMN e somente 2,3% possui renda acima de 30 SMN16. GRÁFICO 4. Distribuição da população conforme a renda (expressa em quantidade de SMN) > de 30 SMN 20 a 30 SMN <1 SMN 10 a 20 SMN 1 SMN 5 a 10 SMN 3 a 5 SMN 1 a 3 SMN . Fonte: IPPUJ Bairro a Bairro com dados IBGE Censo Demográfico 2000.17 III.2.c. Produto Interno Bruto O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida amplamente utilizada nas contas públicas que representa o valor da produção adicionada, para certo período de tempo. No Brasil, a entidade oficial para sua medição é o Instituto Brasileiro de Geografia e estadística (IBGE), que para o ano 200718 mostra os seguintes dados para a cidade, estado e país. 15 Salário Mínimo. De acordo com o preceito constitucional "salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim". O SM vigente em Julho 2010 é de R$ 510,00. O montante do SMN da fonte utilizada é de R$ 151,00 (Prefeitura Municipal de Joinville: “Produto 4: Relatório de dados levantados, mapeamento, informações levantadas e estudos de casos” com fonte no Censo Demográfico IBGE 2000”). 16 IPPUJ (2009) 17 http://www.ippuj.sc.gov.br/conteudo.php?paginaCodigo=146 18 Mesmo que existam dados para anos posteriores do PIB no país, o último dado do IGBE correspondente a Joinville é do ano 2007. 48 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 13. PIB e PIB per capita em Joinville, SC e Brasil (2007) . Joinville Santa Catarina Brasil PIB* (milhões R$) 11.475 104.623 2.661.345 PIB per capita (R$) 23.561 17.834 14.465 10,97% 0,43% Participação Joinville: * A preços de mercado. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Na tabela acima pode-se avaliar a vantajosa situação de Joinville em relação ao resto do Estado e do país. Por exemplo, o PIB per capita, que consiste na média do PIB para a população, é 32% maior que o total do Estado e 63% superior para o total do país. No seguinte Gráfico estimam-se as taxas de crescimento anuais do PIB em Joinville e no Brasil para os anos 2000 a 2007. Mesmo apresentando as variações próprias dos ciclos econômicos nacionais, em média para o período, o PIB a preços de mercado19 em Joinville, cresceu 14,5%, o que supera à média do país para os mesmos anos (12,1%). GRÁFICO 5. Crescimento Anual do PIB, a preços de mercado, em Joinville 25,0% Joinville 20,0% Brasil 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fonte: Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão de Santa Catarina/ Diretoria de Estatística e Cartografia/Gerência de Estatística e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de. S.C. (EPAGRI). Elaboração em base a dados de IBGE. Em Joinville também existem estimativas do PIB realizadas pela Associação de Municípios da Região Norte-Nordeste de Santa Catarina (AMUNESC) para o ano 2008. Estes dados são os apresentados em IPPUJ (2009)20. 19 O crescimento do PIB medido em preços correntes de cada ano reflete tanto o crescimento da produção como suas variações de preço. 20 Página 84 de IPPUJ, 2009. 49 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Quanto aos componentes do PIB, em comparação com todo o país, fica claro que a cidade caracteriza-se por sua atividade industrial. Esta atividade econômica é uma das particularidades pelas quais é reconhecida. O parque industrial de Joinville tem mais de 1.500 indústrias, que empregam 58.000 pessoas, com um faturamento industrial de US$ 14,8 bilhões/ano, destacando-se os setores metal-mecânico, têxtil, plástico, metalúrgico, químico e farmacêutico21. O parque industrial do município abrange grandes conglomerados do setor de desenvolvimento de software, farmacêutico, metal-mecânico, metalúrgico, plásticos, químico, têxtil também configuram o perfil industrial de Joinville, destacando-se a Amanco, Datasul, Docol, Döhler, Embraco, Fabio Perini, Kafer, KS Chapelins, Microvix, Minancora, Neomind, Schulz, SoftExpert, Tigre, Tupy, Universal Leaf Tabacos, Wetzel, Whirlpool, entre outras. GRÁFICO 6. Valor Adicionado Bruto, por setores de atividades, em Joinville e no Brasil (2007) Joinville Brasil Agropecuária 0,28% Serviços 53,50% Agropecuária 5,56% Indústria 27,81% Indústria 46,22% Serviços 66,63% III.2.d. Incidência da Pobreza Mesmo que as estatísticas apontem a boa situação relativa da cidade e a melhora contínua de seus indicadores salariais, os dados para Joinville ainda mostram que a incidência da pobreza atinge 27,95% da população no município. De acordo aos dados do Mapa de Pobreza e Desigualdade dos Municípios Brasileiros – 2003, do IBGE, publicado em 2008, esta situação é similar ao resto do Estado, já que em Santa Catarina 27,19% da população pode considerar-se em estado de pobreza. No estudo do IBGE, a pobreza está definida considerando a capacidade da população de consumir uma cesta básica alimentar e os bens mínimos necessários à sua sobrevivência. 21 Prefeitura Municipal de Joinville - Secretaria de Habitação. Plano de Habitação de Interesse Social de Joinville - Produto 7 Diagnóstico do Sector Habitacional Versão Final, Outubro 2009. 50 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A mesma estatística para o Brasil indica que a incidência da pobreza é de 36,5% na população total do país. A incidência da pobreza em Joinville é também uma das mais baixas dos municípios de Santa Catarina e do Brasil como se pode observar na Tabela embaixo. TABELA 14. Incidência da Pobreza – Comparação de alguns Municípios de Santa Catarina Municípios Incidência da Pobreza (%) Araquari 43,67 Balneário Barra do Sul 40,76 Barra Velha 35,87 Garuva 35,47 Itapoá 41,03 Joinville 27,95 São Francisco do Sul 34,75 São João do Itaperiú 22,12 Brasil 36,5 Santa Catarina 27,19 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa d Orçamentos Familiares - POF 2002/2003. Mapa da Pobreza e Desigualdade - Municípios Brasileiros 2003. III.2.e. Distribuição Espacial de Moradias Segundo Nível de Renda das Famílias Com a informação disponível para cada bairro acerca da renda média e proporção de famílias em três níveis de renda22, classificaram-se os Bairros por nível socioeconômico. Os resultados da localização de níveis socioeconômicos e de usos predominantes é aplicado para definir a mostra (ver Anexo B deste Relatório). A classificação por níveis socioeconômicos foi realizada de acordo com os seguintes critérios: Consideraram-se três níveis conforme a faixa de renda média: o Nível 1: Bairros cujos habitantes possuem em média até três salários mínimos (SMN) o Nível 2: Bairros cujos salários médios são superiores a três SMN mas iguais ou inferiores a cinco SMN o Nível 3: corresponde a todos aqueles Bairros cujos habitantes possuem um salário médio superior a cinco SMN. 22 IPPUJ Bairro a Bairro com dados IBGE Censo Demografico 2000. 51 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Por sua vez os níveis 1 e 3 se segmentaram em dois sub-níveis que permitem focalizar as situações, dentro da média de renda, os Bairros com maior proporção de famílias com essa renda, de tal maneira que ficam: o Nível 1.I: Bairros com Renda média até 3 SMN com mais de 47% de famílias com até 3 SMN (47% corresponde à mediana). o Nível 1.II: Bairros com Renda média até 3 SMN com menos de 47% de famílias com até 3 SMN. o Nível 3.I: Bairros com Renda média acima de 5 SMN com mais de 69% de famílias acima de 5 SMN (69% corresponde à mediana). o Nível 3.II: Bairros com Renda média acima de 5 SMN com menos de 69% de famílias acima de 5 SMN. Abaixo se apresenta uma Tabela onde se demonstram os resultados obtidos com os critérios de classificação indicados. TABELA 15. Renda Média, quantidade de bairros, população, superfície e densidade em cada categoria Renda Média (SMN) Ano 2000 Bairros 1º Nível I 1,6 17 179.765 100,22 1.794 1º Nível II 2,2 15 198.145 76,87 2.578 2º Nível 3,2 3 56.627 15,50 3.653 3º Nível I 5,7 5 39.913 17,67 2.259 3º Nível II 11,4 3 21.871 8,59 2.546 23 População % Superfície km2 Densidade populacional Média (Habitantes/km2) Estimado Ano 2010 Fonte: elaboração própria com base nos dados Prefeitura Municipal de Joinville, IPPUJ (2009). Bairro a Bairro e Joinville Cidades em Dados 2009. Da Tabela anterior se destacam as seguintes situações: Em Nível 1 com menor renda: o Os menores salários cobrem 75% dos bairros de Joinville os quais representam aproximadamente 76% do total da população. Enquanto que os bairros de maior renda média representam 19% do total de bairros e apenas 12% da população. 23 CETI S.A. – Cooprogetti População projetada 2010. 52 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos o Entre os bairros correspondentes ao Nível 1 com menor renda média, os que apresentam uma maior porcentagem de famílias com menor renda e portanto de maior pobreza, são Vila Cubatão, Jardim Paraiso e Morro do Meio com porcentagens superiores a 60%, seguidos pelos bairros Fátima, Rio Bonito e Zona Industrial Norte que possuem aproximadamente 55% de famílias com rendas de até três SMN. No outro extremo dentro dos bairros que correspondem ao Nível 3: o América, Atiradores e Centro possuem pelo menos 78% de famílias com maiores rendas, superiores a cinco SMN. III.2.f. Ocupações Subnormais Refere-se à localização geralmente inadequada de ocupações subnormais as que atualmente se deve oferecer serviços, mas que em um cenário futuro do Plano Municipal de habitação de Interesse Social de Joinville, se propõe redirecionar em “Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS)” para empreendimentos habitacionais de interesse público. TABELA 16. Ocupações Subnormais – Zona Urbana, Joinville, 2009 Nº Nome da Ocupação Bairro Área Nº Domicílios Densidade (ed/ha) Nº de Domicílios em APP Nº Dom em Áreas inundáveis 1 Boa Vista, Rua Arco Iris Iririú 3,13 52 16,61 - - 2 Boa Vista, Lepper Saguaçu 2,8 87 31 - - 3 Boa Vista, Encosta SE Boa Vista 29 287 9,9 - - 8 Paraíso I J. Paraíso 2,5 48 19 - - 9 Paraíso III J. Paraíso 1,2 47 37,9 - - 10 Paraíso IV J. Paraíso 9,6 266 27,9 125 52 11 Rio Guaxanduva J. Iririú 37,7 679 18 178 679 12 Rio Iriu Mirim J. Iririú 10,3 315 38,9 148 298 13 Santa Bárbara Aventureiro 1,3 19 14,2 14 17 14 São Francisco de Assis J. Paraíso 4 128 32,1 - - 17 Divisão de obras Boa Vista 2,1 65 30,5 13 47 18 Rio Bupeva Fátima 10,8 326 30,3 247 326 19 José Loureiro Ulysses Guimarães 40,1 672 16,8 489 315 20 Rio Velhio Fátima 2,4 66 27,1 - - Rua Otto 53 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Área Nº Domicílios Densidade (ed/ha) Nº de Domicílios em APP Nº Dom em Áreas inundáveis Paranaguarim 6,5 216 33,4 58 216 Jardim Edilene Paranaguarim 11,8 237 20,1 26 237 23 Rua Universidade Boehmerwald 2,5 61 24,9 - - 24 Rio Itaum Fátima 25,4 599 31,5 159 532 25 Rua Itajubá Bom Retiro 4,9 107 21,8 - - 26 Jardim Palmeiras Fátima 1,5 58 38,9 - - 1457 2719 Nº Nome da Ocupação Bairro 21 Estevão de Matos 22 Total 4335 Fonte: Secretaria de Habitação. PRODUTO 10. Versão final Plano municipal de habitação de Interesse social de Joinville. Prefeitura Municipal de Joinville. Maio – 2010 O Plano Municipal de Habitação de Interesse Social de Joinville identifica essas Zonas Especiais de Interesse Social que tem por objetivo atuar no mercado fundiário de Joinville, reservando parte do estoque de terrenos vagos urbanos para empreendimentos habitacionais de interesse social. Definiram-se quatro áreas prioritárias de ZEIS 2 de acordo com três grupos de lotes: de 0 a 5 mil m2, de 5 a 10 mil m2 e acima de 10 mil m2. Detectou-se a existência de 345.880,33 m2 para a ZEIS 2A, localizada a oeste da área urbana; 459.815,48 m2 para ZEIS 2B, localizada na região nordeste da área urbana; 545.239,11 m2 para ZEIS 2C, localizada na região sudeste da área urbana e 94.365,98 m2 para ZEIS 2D, localizada a sudoeste da área urbana. A maior disponibilidade de áreas encontra-se nas ZEIS 2B e 2C, que segundo o diagnóstico municipal, apresentam os maiores adensamentos de população de baixa renda. Com relação à ZEIS 3 definiu-se três áreas prioritárias de ZEIS 3, delimitadas de acordo com três grupos de lotes: de 0 a 5 mil m2, de 5 a 10 mil m2 e acima de 10 mil m2. Detectou-se a existência de 30.025,99 m2 para a ZEIS 3A, localizada a noroeste da área central urbana; 166.960,45 m2 para ZEIS 3B, localizada a nordeste da área central urbana e 64.122,11 m2 para ZEIS 3C, localizada ao sul da área central urbana. No caso das ZEIS 3 pelas suas características mais centrais, considerando-se o custo mais elevado dos terrenos e a disponibilidade de infra-estrutura, os empreendimentos deverão ser mais adensados. III.2.g. Bairros Segundo Usos Para identificar os Bairros segundo o uso não residencial se utilizou a informação de “Cidade em Dados 2009” que apresenta as parcelas segundo uso incluindo nesta categoria os usos comercial, industrial, serviços, e institucional assim como os de uso residencial segundo cadastro da Prefeitura de Joinville. Estabeleceu-se a relação de construções com uso não residencial/total imóveis e de acordo com a distribuição se definiram três níveis 54 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Nível A: Bairros com menos de 10% de imóveis destinados a uso não residencial. Nível B: Bairros entre 10% e 25% de imóveis destinados a uso não residenciais, Nível C: inclui os bairros com uma porcentagem superior a 25% de imóveis destinados a uso não residencial. Na seguinte Tabela se apresentam os resultados consolidados por nível e composição dos usos das construções no município de Joinville. TABELA 17. Níveis de Uso não residencial segundo % de usos. Quantidade de bairros e população segundo nível. Uso das construções Quantidade População* de Bairros Comercial Industrial Serviço Instituições Residenciais Nível A 27 359.294 4% 0% 2% 1% 93% Nível B 10 114.470 6% 1% 5% 1% 87% Nível C 3 9.046 18% 2% 26% 2% 51% * População projetada 2010. Fonte: elaboração própria em base a dados de IPPUJ (2009). Dentro do nível C se encontram os Bairros Centro, a Zona Industrial Norte e Dona Francisca que corresponde ao distrito de Pirabeiraba. Os mesmos possuem 50%, 35% e 30% de imóveis destinados a usos não residenciais, respectivamente. No nível B se destacam os Bairros de Bucarein, América e Anita Garibaldi que possuem entre 17% e 19% de imóveis destinados a uso não residencial. Ao sobrepor-se o nível de renda e o de usos, observa-se que na zona central localizam-se os Bairros com maior renda per capita média e nos quais se registram também a maior quantidade de imóveis para uso não residencial, principalmente destinado ao comércio e serviços, concentrando-se aproximadamente 50% do total de estabelecimentos de uso comercial e de serviços nos bairros que constituem o Nível 3, segundo a classificação por nível econômico. A seguir se apresenta um mapa onde se exibem os bairros classificados por nível econômico e por uso das construções segundo o método explicado. 55 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 11. Bairros classificados por Nível econômico e por uso das Construções Fonte: Elaboração própria com dados da Prefeitura de Joinville 56 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Na Tabela seguinte se apresenta sinteticamente a classificação dos bairros segundo o nível socioeconômico das famílias residentes e segundo os usos predominantes. TABELA 18. Classificação de cada bairro segundo renda e atividade econômica Bairro Nível Segundo renda per capita Renda per capita média (em SMN) Nível segundo uso das parcelas % imóveis destinados a uso não residencial Adhemar Garcia 1º Nível I 1,42 A 4% America 3º Nível II 9,5 B 17% Anita Garibaldi 3º Nível I 7,3 B 17% Atiradores 3º Nível II 11,68 A 6% Aventureiro 1º Nível II 1,79 A 7% Boa Vista 1º Nível II 2,5 A 9% Boehmerwald 1º Nível II 1,73 B 15% Bom Retiro 2º Nível 3,15 A 8% Bucarein 3º Nível I 6,06 B 19% Centro 3º Nível II 11,39 C 50% Comasa 1º Nível I 1,58 A 7% Costa E Silva 2º Nível 3,23 A 8% Dona Francisca 1º Nível I 1,5 C 30% Espinheiros 1º Nível I 1,58 A 6% Fatima 1º Nível I 1,45 A 10% Floresta 2º Nível 3,1 B 11% Gloria 3º Nível I 5,83 B 12% Guanabara 1º Nível II 2,95 A 9% Iririu 1º Nível II 2,51 B 11% Itaum 1º Nível II 2,33 A 8% Itinga 1º Nível I 1,56 A 5% Jardim Iririu 1º Nível II 1,79 A 5% Jardim Paraiso 1º Nível I 1,14 A 5% Jardim Sofia 1º Nível II 1,62 A 7% Jarivatuba 1º Nível I 1,58 A 5% Joao Costa 1º Nível I 1,57 A 3% Morro Do Meio 1º Nível I 1,26 A 6% Nova Brasilia, Jativoca 1º Nível II 1,85 A 7% Paranaguamirim 1º Nível I 1,47 A 5% Parque Guarani 1º Nível I 1,47 A 0% Petropolis 1º Nível I 1,81 A 6% Pirabeiraba Centro 1º Nível II 2,7 B 19% Profipo 1º Nível II 1,68 * * Rio Bonito 1º Nível I 1,5 A 5% 57 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Nível Segundo renda per capita Renda per capita média (em SMN) Nível segundo uso das parcelas % imóveis destinados a uso não residencial Saguaçu 3º Nível I 5,21 B 10% Santa Catarina 1º Nível I 1,68 A 6% Santo Antonio 3º Nível I 5,52 B 11% Sao Marcos 1º Nível II 2,59 A 8% Ulysses Guimaraes 1º Nível II 1,6 * * Vila Cubatao 1º Nível I 1,14 A 4% Vila Nova 1º Nível II 2 A 8% Zona Industrial Norte 1º Nível I 2,86 C 35% Zona Industrial Tupy 1º Nível II 2,5 * * Bairro * Sem dados de usos das parcelas. Fonte: Elaboração CETI S.A. – Cooprogetti com fonte de dados da Prefeitura de Joinville com dados IBGE Renda per capita. Fonte: Secretaria de Habitação. PRODUTO 10. Versão final Plano municipal de habitação de Interesse social de Joinville. Prefeitura Municipal de Joinville. Maio – 2010 III.3. CONCLUSÕES SOCIOECÔMICOS SOBRE OS ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E O Município de Joinville caracteriza-se por ter um perfil econômico relacionado com o setor industrial, com bairros e distritos de elevada concentração de indústrias, e por ter indicadores socioeconômicos elevados em relação a outras zonas de Brasil e da região. O município de Joinville concentra marcadamente a atividade econômica e a população do Estado de Santa Catarina. Além do indicado anteriormente, os dados históricos e projeções indicam que os crescimentos demográficos e econômicos de Joinville estão acima da média do Brasil e da região e, por conseguinte, serão fontes de uma maior geração de resíduos sólidos para a cidade no futuro. Esta situação destaca a importância do planejamento da gestão dos RSU no caso de Joinville e a necessidade do cumprimento das condições do setor para receber o apoio federal e estadual conforme a legislação em vigência. Dentro do município de Joinville podem ser identificadas áreas e bairros com características particulares em seus níveis de renda, demografia e usos do solo, que resultam relevantes para o planejamento e definição de prioridades na operação dos RS. 58 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos IV. ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS DO SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS O presente Capítulo do Diagnóstico, considerado etapa inicial dos estudos para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos – PMSB, concentra-se preliminarmente nas questões legais e institucionais relativas ao setor de resíduos sólidos, no âmbito da sua geração, transporte, tratamento e disposição final, além das questões sociais envolvidas. E considerando que como segunda etapa será necessário realizar uma análise crítica do contexto normativo e institucional, para fins de contextualizar a elaboração e posterior aplicação da Política Municipal de Saneamento Básico - PMSB pela Prefeitura Municipal de Joinville - PMJ, realiza-se neste capítulo a apresentação das principais normas e análise das responsabilidades institucionais quanto aos serviços envolvidos na gestão dos resíduos sólidos do município de Joinville. O Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos para o Município de Joinville se desenvolve com base no novo marco jurídico-institucional do Saneamento Básico e dos resíduos sólidos. Por essa razão, para este estudo será necessário considerar os princípios, diretrizes, critérios e objetivos que a regulação e a política setorial exigem nos níveis federal e estadual, pois este arcabouço jurídico traz os parâmetros a serem seguidos no processo de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos, conforme a seguir será demonstrado. IV.1. MARCO LEGAL Nesta seção serão analisadas as normas fundamentais na área de saneamento básico, com ênfase nos resíduos sólidos. Tal propósito se justifica em razão do contexto atual que o setor de saneamento básico e os resíduos sólidos encontra-se, pois atualmente está ocorrendo uma profunda transformação, impulsionada principalmente pela aprovação de duas legislações em âmbito federal que instrumentalizam as políticas publicas para o setor de saneamento básico e resíduos sólidos. A legislação setorial mencionada nesta seção encontra-se na listagem de normas federais, estaduais e municipais incluídas no Anexo A deste Relatório. IV.1.a. Âmbito Federal Inicialmente deve-se destacar a Lei Federal nº 11.445 de 15 de Janeiro de 2007, que instituiu a Política Nacional de Saneamento Básico, conhecida como Lei de Saneamento Básico - LSB, e seu recente Decreto regulamentador nº 7.217, de 21 de junho de 2010, os quais representam o marco regulatório setorial, pois estabelecem as diretrizes federais do saneamento básico, incluindo os resíduos sólidos. Posteriormente, foi sancionada a Lei Federal nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecendo diretrizes gerais relevantes 59 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos para o setor de resíduos. Cabe salientar ainda, que a referida lei tramitou no Congresso por quase 20 anos24, e sua aprovação veio no sentido de dar uma resposta à necessidade do país de contar com um marco regulatório federal para a gestão dos resíduos sólidos do país. Assim, em termos gerais a Lei Federal 12.305/2010 pretende reduzir a geração de resíduos, incentivar a reciclagem e disciplinar a disposição final dos resíduos sólidos remanescentes. Nesse contexto, pode-se observar que as duas legislações mencionadas, vieram promover a transformação no setor de resíduos sólidos e instituir um marco legal específico que será considerado para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico - Componente Resíduos Sólidos do município de Joinville. IV.1.a.i. Lei Federal de Saneamento Básico - LSB e seu Decreto Regulamentador A Lei Federal nº 11.445, e seu Decreto n. 7.217/2010, constituem fonte normativa geral na área de Saneamento Básico brasileiro, de modo que assumem papel de extrema relevância para o desenvolvimento do setor, especialmente na construção do Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos, pois referida legislação estabelece os princípios e diretrizes fundamentais para a prestação dos serviços públicos de saneamento, os quais estão elencados principalmente nos arts. 2º e 3º da lei federal, com destaque ao manejo dos resíduos sólidos como uma das diretrizes para a implementação da Política Nacional de Saneamento Básico. Cabe mencionar também, que a Lei Federal nº 11.445/2007 considera o Saneamento Básico como sendo o conjunto de serviços, infra-estrutura e instalações operacionais relativas a abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e ainda a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Neste contexto, entende-se por limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos o conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas (art. 3º, inciso I, alínea c, Lei 11.445/2007). Sob outro aspecto, vale destacar que a LSB pode ser considerada como a principal impulsionadora do desenvolvimento de Planos de Saneamento Básico nos Municípios brasileiros, pois, embora este seja um serviço eminentemente local, a lei federal estabeleceu como condição para que os municípios tenham acesso aos fundos federais do setor, a obrigatoriedade da implementação de seus planos de saneamento básico. Além dessa determinação, a lei ainda faz referência aos conteúdos mínimos, estrutura e formas de elaboração dos planos, estabelecendo que estes deverão incluir medidas para o manejo de resíduos sólidos urbanos, em especial aqueles oriundos da construção civil, demolição e dos serviços de saúde. Já em relação ao controle social, que constitui o conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações e a sua participação nos processos de formulação de políticas de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento 24 Depois da apresentação de 140 propostas foi aprovada a Lei na Câmara e no senado. 60 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos básico, a lei estabelece que este fator deve ser considerado no momento do desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento. Assim, como conteúdo mínimo, o Plano editado pelo titular para a prestação de serviços públicos, que poderá ser específico para cada serviço, segundo o art. 19 da Lei Federal de Saneamento Básico e o art. 25 de seu Decreto n. 7.217/2010, abrangerá: I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos, e apontando as causas das deficiências detectadas; II - objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a universalização, admitindo soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais; III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento; IV - ações para emergências e contingências; V - mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. Cabe destacar que, de acordo com a lei federal, a consolidação e compatibilização dos planos específicos de cada serviço serão efetuadas pelos respectivos titulares. Isto traz a necessidade de compatibilizar o Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos, com os componentes de água e esgotamento sanitário que já está em desenvolvimento no Município de Joinville. A lei também estabelece que o Plano de Saneamento Básico, no que se refere aos resíduos sólidos, deverá ser compatível também com os planos das bacias hidrográficas nos quais estiverem inseridos. Já no que se refere às condições gerais para a prestação dos serviços, a LSB, estabelece que esta deverá ser feita mediante contrato, como já ocorre atualmente no município de Joinville, porém, ressalta-se que os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser compatíveis com o respectivo plano de saneamento básico do município. Outro grupo de condicionantes que a lei federal e o decreto impõem refere-se à regulação, fiscalização e a organização institucional do setor, quais sejam: Observar os princípios da independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade de regulação; da transparência; da celeridade e; da objetividade das decisões; Aplicar normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes da lei federal, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização; Prever a existência de mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços; 61 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Garantir aos usuários dos serviços, o conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos; possibilitar o acesso às informações sobre os serviços prestados através de manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário, elaborado pelo prestador e aprovado pela respectiva entidade de regulação; bem como, ao relatório periódico sobre a qualidade da prestação dos serviços e; Ter instituída através da entidade de regulação, as regras e critérios de estruturação do sistema contábil e do respectivo plano de contas, de modo a garantir que a apropriação e a distribuição de custos dos serviços estejam em conformidade com as diretrizes estabelecidas na Lei n. 11.445/2007. No que se refere aos Órgãos e Entidades de Regulação, o Decreto estabelece que as atividades administrativas de regulação, inclusive organização, e de fiscalização dos serviços de saneamento básico poderão ser executadas pelo titular da seguinte forma: I - diretamente, mediante órgão ou entidade de sua administração direta ou indireta, inclusive consórcio público do qual participe; ou II - mediante delegação, por meio de convênio de cooperação, a órgão ou entidade de outro ente da Federação ou a consórcio público do qual não participe, instituído para gestão associada de serviços públicos. Tanto a lei como o decreto estabelecem que os prestadores de serviços públicos de saneamento básico deverão fornecer à entidade de regulação todos os dados e informações necessárias ao desempenho de suas atividades. Incluem-se entre os dados, as informações produzidas por empresas ou profissionais terceirizados contratados para executar serviços ou fornecer materiais e equipamentos. Há que se ressaltar também, a referência à publicidade dos atos de regulação, pois o regulamento assegura a publicidade dos relatórios, estudos, decisões e instrumentos equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e deveres dos usuários e prestadores, podendo qualquer pessoa ter acesso independentemente da existência de interesse direto. IV.1.a.ii. Lei Federal Nº 12.305/10 – Política Nacional de Resíduos Sólidos A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada por meio da Lei Federal nº 12.305/2010, e sua regulamentação se deu recentemente através do Decreto nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010. A nova lei traz os princípios e objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos que são fundamentais para a configuração do Plano Municipal de Saneamento Básico, componente resíduos sólidos, e também destaca a importância da proteção do meio ambiente e a participação comprometida e responsável de todos os setores. De acordo com a nova Lei, estão sujeitas à sua observância as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada de resíduos sólidos. Esta disposição implica uma maior participação social na gestão integrada de resíduos sólidos, e o envolvimento de diversos setores sociais. 62 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Assim, em termos gerais, a política nacional atribui responsabilidades recíprocas e o gerenciamento integrado nas diferentes etapas do processo, envolvendo a cooperação entre sociedade, o setor empresarial, os governos estadual, municipal e federal na gestão. A lei estabelece também uma diferença relevante entre rejeitos e resíduos sólidos, que influenciará diretamente na forma de tratamento e disposição final. Os rejeitos são definidos como aqueles resíduos que já não estão em condições de voltar ao processo produtivo. Outro aspecto fundamental da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a Logística Reversa, que trata-se de um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e restituição dos Resíduos Sólidos para reaproveitamento em seu ciclo produtivo ou em outros, ou ainda em outra destinação final ambientalmente adequada. A lei federal introduz como um dos instrumentos da política que deve integrar-se com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – Componente Resíduos Sólidos, os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), estabelecendo como condição para que os Municípios e o Distrito Federal possam ter acesso aos recursos da União, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos; ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento. O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no PMSB e de acordo como o art. 19 da Lei nº 12.305, de 2010, respeitará o seguinte conteúdo mínimo: I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas; II - identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observando o plano diretor municipal estabelecido na CF e Estatuto da Cidade, e o zoneamento ambiental, se houver; III - identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros Municípios, considerando, nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais; IV - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos ao plano de gerenciamento específico, nos termos do art. 20 da lei, ou ao sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS; V - procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, observada a Lei nº 11.445, de 2007; VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos; 63 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS e demais disposições pertinentes da legislação federal e estadual; VIII - definição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20, a cargo do poder público; IX - programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e operacionalização; X - programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem dos resíduos sólidos; XI - programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver; XII - mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos; XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a Lei Federal nº 11.445, de 2007; XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada; XV - descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XVI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, e dos sistemas de logística reversa previstos no art. 33 da Lei Federal n. 12.305/2010; XVII - ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento; XVIII - identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas e suas respectivas medidas mitigadoras; XIX - periodicidade de sua revisão, observado prioritariamente o período de vigência do plano plurianual municipal. Outros instrumentos da política nacional de resíduos sólidos são o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária; a cooperação técnica e financeira entre os setores públicos e privados para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processo e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos; os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta; e finalmente o incentivo à adoção de consórcios ou de 64 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos. Assim, para ilustrar o contexto do gerenciamento dos resíduos sólidos aliados a gestão ambiental, destaca-se abaixo as principais legislações federais afetas á questão, com destaque para o recente Decreto nº 7.404 de dezembro de 2010 que regulamenta a política nacional de resíduos sólidos e o Decreto nº 7.405, que cria o Programa Pró-Catador, denominado Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis. TABELA 19. Normas Federais destacadas vinculadas aos Resíduos Sólidos e Meio Ambiente Norma Ano Conteúdo 1981 Política Nacional de Meio Ambiente constitui o sistema nacional de meio ambiente – SISNAMA, cria o conselho nacional de meio ambiente – CONAMA, e institui o cadastro de defesa ambiental, e dá outras providências, fundamentada no art. 225 da constituição federal de 1988. Lei Federal Nº 7.802 1989 Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Lei Federal Nº 9.795 1999 Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. 2000 Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Lei Federal Nº 6.938 Lei Federal Nº 9.966 65 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 2000 Altera a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Decreto Nº 4.136 2002 Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei no 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras providências. Decreto Nº 4.074 2002 Regulamenta Lei Nº 7.802 Lei Federal Nº 11.107 2005 Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. Lei Federal Nº 11.445 2007 Lei Federal de Saneamento Básico Lei Federal Nº 12.305 2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, alterando a Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 Decreto Regulamentar Nº 7.271 2010 Regulamenta a Lei Nº 11.445 2010 Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Lei Federal Nº 9.974 Decreto Regulamentar Nº 7.404 66 Documento PJ_001_004 Decreto Nº 7.405 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 2010 Institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003, dispõe sobre sua organização e funcionamento, e dá outras providências. IV.1.b. Âmbito Estadual No contexto estadual, o Código Estadual do Meio Ambiente foi aprovado através da Lei Estadual nº 14.675/2009, que estabelece a Política Estadual de Meio Ambiente para o Estado de Santa Catarina e seus instrumentos. Esta lei, ressalvada a competência da União e dos Municípios, estabelece normas aplicáveis ao Estado de Santa Catarina, visando à proteção e à melhoria da qualidade ambiental no seu território. O Título VI do Código Ambiental, que trata das atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental, destina um capitulo especifico para disciplinar a matéria de Resíduos Sólidos, onde estão descritos os princípios e diretrizes da Política Estadual de Resíduos Sólidos, além de detalhar os objetivos e os instrumentos da política, mencionando entre eles os planos e programas regionais integrados de gerenciamento dos Resíduos Sólidos. Isto significa que está contemplada na lei estadual a implementação de planos e programas de gerenciamento de Resíduos Sólidos. Cabe mencionar que a lei estadual estabelece que o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos deve ser executado pelos municípios, preferencialmente de forma integrada. Já quanto à execução dos serviços, em todas as etapas ou parcialmente, pode ser feita direta ou indiretamente através de consórcios intermunicipais ou da iniciativa privada, nos termos do art. 259 do Código Estadual Ambiental. Menciona-se ainda, que os municípios devem adotar programas de coleta seletiva com metas graduais de crescimento e de mercado. Ainda de acordo com a lei estadual, os responsáveis pela geração de resíduos sólidos ficam obrigados a elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRD), estipulando-se que tais planos devem contemplar a alternativa de disposição final consorciada ou em centrais integradas de tratamento de resíduos, de acordo com as diretrizes e prioridades estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de saúde competentes, bem como, os procedimentos apropriados durante as operações com resíduos sólidos que apresentem risco à saúde pública ou ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos e de substâncias químicas perigosas. Do mesmo modo que o governo federal, o Estado de Santa Catarina, para aplicar os incentivos fiscais e liberar recursos financeiros para atender soluções na área de resíduos sólidos urbanos, exige a elaboração de “Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS”, conforme previsto no Código Estadual do Meio Ambiente e seu Decreto 3272, de 19 de maio de 2010, o qual fixa os critérios básicos para elaboração dos aludidos Planos. 67 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos E além da Lei Estadual nº 14.675/2009, existem outras normas esparsas que tratam da gestão de resíduos no Estados, dentre as quais pode-se citar como relevante para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de Joinville, a Lei Estadual nº 11.347 de 2000, que dispõe sobre a coleta, recolhimento e o destino final dos resíduos sólidos potencialmente perigosos. Necessário destacar também que no âmbito estadual está vedado, conforme a Lei Estadual nº 15.251 de 2010, a entrada de resíduos sólidos com características radioativas e de resíduos orgânicos que apresentem riscos fitossanitários como a disseminação de febre aftosa ou outras zoonoses. Também cabe destacar a Lei estadual Nº 15.112 de 2010 que proíbe o despejo de resíduos sólidos reaproveitáveis e recicláveis em lixões a céu aberto e aterros sanitários no Estado de Santa Catarina, que está em conformidade com a nova Lei Federal nº 12.305/2010. E por fim, é importante considerar que o Estado de Santa Catarina possui uma Política Estadual de Saneamento, instituída através da Lei Estadual nº 13.517/2005 e regulamentada pelos Decretos 2760/2009 e 3253/2005. Por derradeiro, salienta-se que as instruções normativas da FATMA contidas no Anexo A deste Relatório foram destacadas somente as principais que fazem referência ao tema dos resíduos sólidos e afetas ás questões ambientais do Estado. TABELA 20. Normas destacadas a Nível Estadual relacionadas aos Resíduos Sólidos Norma Ano Conteúdo Lei Nº 8.213 1991 Institui o controle sobre a venda e a distribuição da cola de sapateiro e produtos similares e dá outras providências. Lei Nº 10.622 1997 Dispõe sobre a proibição da utilização do jateamento de areia a seco para limpeza e reparo e adota outras providências. Lei Nº 11.078 1999 Estabelece normas sobre controle de resíduos de embarcações, oleodutos e instalações costeiras e dá outras providências. Lei Nº 11.376 Estabelece a obrigatoriedade da adoção de plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde nos casos que menciona. Lei Nº 11.347 2000 Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final dos resíduos sólidos potencialmente perigosos que menciona, e adota outras providências. Lei Nº 14.675 2009 Institui o Código Estadual do Meio Ambiente e estabelece outras providências. 2000 68 Documento PJ_001_004 Norma Decreto Nº 3.272 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Ano Conteúdo 2010 O Estado fixa os critérios básicos sobre os quais devem ser elaborados os Planos de Gerenciamento de Resíduos Solido – PGRS – Referente aos resíduos sólidos urbanos municipais. IV.1.c. Âmbito Municipal Com respeito à legislação municipal, existem diversas normas esparsas versando especificamente sobre os resíduos sólidos, bem como, outras relacionadas a estes serviços em função de sua estreita relação com as questões ambientais do município. Em matéria ambiental, a Lei Municipal nº 5.712 de 2006, regulamentada pelo Decreto Municipal nº 13.482 de 2007, institui a Política Municipal de Meio Ambiente e o Sistema Municipal de Meio Ambiente – SISMAM, os quais constituem o marco de referência na gestão ambiental municipal, sendo o SISMAM um instrumento da política municipal para o gerenciamento ambiental local. Vale destacar que a Fundação Municipal do Meio Ambiente – FUNDEMA, instituída através da Lei Municipal nº 2.419 de 1990, é o órgão central do SISMAM e executora da política ambiental do município de Joinville, e foi criada anteriormente a este, assim como a Lei Complementar nº 29 de 1996 que institui o Código Municipal do Meio Ambiente, os quais constituem as bases da política ambiental local. Com relação à legislação urbanística afeta especificamente aos serviços de resíduos sólidos, destaca-se o Código de Posturas Municipal, instituído pela Lei Complementar nº 84 de 2000, que contempla um capítulo especifico para Higiene Pública, e uma seção para a Coleta de Lixo, estabelecendo as formas de acondicionamento, a freqüência da coleta entre outros temas referentes aos resíduos sólidos. No mesmo sentido, faz-se necessário destacar a Lei Complementar nº 190 de 2005, que alterou o Código Ambiental Municipal, em seu art.15, a qual estabelece critérios para a disposição final de resíduos industriais no Município de Joinville. A Lei Complementar nº 261 de 2008 que instituiu o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável tem o objetivo de traçar diretrizes estratégicas para o planejamento do município, devendo-se destacar o seu Capítulo III, que traz as ações, programas e planos que contemplam “a vigilância e a educação ambiental e sanitária e a sensibilização da população para as temáticas do desenvolvimento sustentável, em especial para a preservação da biodiversidade, redução de produção de resíduos e lixos, reciclagem e reaproveitamento, economia de energia, reuso e racionalização do uso da água, dentro das normas de segurança estabelecidas pelos órgãos competentes”. Assim também é feita a referência aos resíduos sólidos urbanos e rurais, visando a redução, reutilização, reciclagem e valorização, bem como a destinação final dos tóxicos ou perigosos. A referida lei menciona também, o programa integrado de coleta, transporte e destino final de 69 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos resíduos sólidos, na Subseção II, como um dos componentes essenciais e imprescindíveis do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável. Em relação aos diferentes tipos de resíduos sólidos, o município de Joinville estabeleceu diferentes normas e soluções institucionais aplicáveis a cada caso, como por exemplo, o sistema para a gestão sustentável dos resíduos da construção civil e resíduos volumosos estabelecidos pela Lei Municipal nº 5.159 de 2004, regulamentado mediante Decreto nº 13.017, de 29 de junho de 2006. Para as baterias usadas, a Lei nº 4.194 de 2000 dispõe sobre a instalação de recipientes para coleta de baterias de telefones celulares e outros. E atualmente a Lei Municipal nº 6.437 de 3 de abril de 2009 que estabelece os locais onde deverão ser instalados os recipientes para a coleta. Necessário destacar também que, no ano de 2009, foram editados e sancionados novos regulamentos no município de Joinville relativo à gestão de outros resíduos sólidos especiais, como pneus, descartes digitais e óleos, através das Leis Municipais nºs. 292 e 293; e Lei nº 6.427, respectivamente. Além destas normas específicas para os diferentes tipos de resíduos, o município de Joinville não possui leis ou normas que definem parâmetros gerais para a gestão ou regulação dos serviços de Resíduos Sólidos Urbanos - RSU e de saneamento. Porém, é importante destacar que existem experiências neste sentido no âmbito federal (LSB), de outros Estados, outros municípios no Brasil25 e de outros países26. Nestas espécies de normas ou esquemas regulatórios estão definidos tipicamente os princípios aplicáveis à gestão dos serviços (como universalização, sustentabilidade e objetivos sociais), atribuições de responsabilidades de operação e regulação dos serviços, mecanismos de participação pública, regulação básica de assuntos tarifários, e direitos e deveres dos operadores e usuários. No âmbito da prestação de serviço, sob a ótica da legislação municipal, assume especial relevância o Contrato de Concessão nº 378/2002 e seus aditivos, firmado entre a Prefeitura Municipal de Joinville e a Empresa Engepasa Ambiental Ltda, em 200227. O referido contrato tem como objeto a execução dos serviços de limpeza urbana, incluindo coleta regular e seletiva, transporte e disposição de resíduos domiciliares e de saúde, operação do aterro sanitário, limpeza de vias urbanas, entre outros. Assim, conclui-se que o contrato entre a PMJ e a Engepasa Ambiental é o principal instrumento jurídico que regula as condições comerciais, os direitos e deveres dos usuários, a qualidade dos serviços prestados e prevê as sanções legais e administrativas caso não sejam atendidas as cláusulas avençadas entre as partes. 25 Por exemplo, Lei nº 14.939 de 2004 em Goiás, ou a Lei Municipal n.º 13.670 de 2003 em São Paulo. 26 Na Argentina, por exemplo, Lei 3.391 de 1997 da Província de Misiones; Decreto 878/2003 da Província de Buenos Aires; ou Ordenanças Municipais nº 6050/96 em Comodoro Rivadavia e nº 6543/97 em Trelew, municípios da Província de Chubut; em México as leis estaduais de Água Potável e Esgotamento Sanitário, como nos Estados de Morelos, Sonora, Sinaloa e Quintana Roo. 27 Deve-se também considerar seus Anexos, o Edital de Concorrência nº 180/2001 e seus Anexos, a Proposta Comercial e a Proposta Técnica apresentadas pela Concessionária. Cabe aclarar que mediante o Terceiro Termo Aditivo do Contrato Nº 378/2002 altera-se a razão social da Empresa contratada Engepasa Ambiental Ltda para Ambiental Saneamento e Concessões Ltda. 70 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos E, para melhor ilustrar as considerações legais realizadas acerca dos resíduos sólidos no âmbito do município de Joinville, destaca-se a seguir as principais legislações que normatizam a matéria. TABELA 21. Normas destacadas a nível municipal relacionadas aos Resíduos Sólidos Norma Ano Conteúdo Lei Municipal n° 667 1964 Código de Obras. Para os diferentes tipos de construções, condições para a instalação de coletoras de lixo ou depósitos de lixo com certas características particulares. Lei Municipal nº 2.419 e modificações 1990 Cria a Fundação Municipal do Meio Ambiente – FUNDEMA Lei Complementar nº 29 1996 Código Municipal do Meio Ambiente Lei Complementar nº 84 2000 Código de Posturas Municipais Lei nº 4.194 2000 Dispõe sobre a instalação de recipientes para coleta de baterias usadas de telefones celulares e outros. Lei Municipal nº 4.572 2002 Instalação de lixeiras seletivas para coleta de lixo reciclável nas escolas a dispõe sobre a instalação das mesmas. Decreto nº 12.025 2004 Institui o grupo de estudos para implantação de pontos de entrega voluntária e áreas de triagem, e de aterros de resíduos da construção civil, nomeia seus membros e dá outras providências. Lei Municipal nº 5.159 2004 Sistema para a gestão sustentável de resíduos da construção civil e resíduos volumosos no Município de Joinville. Lei Municipal nº 5.306 2005 Dispõe sobre a coleta seletiva de resíduos sólidos. Lei Municipal nº 5.712 2006 Institui a Política Municipal de Meio Ambiente e o Sistema Municipal de Meio Ambiente – SISMAM Lei complementar nº 201 2006 Dispõe sobre a obrigatoriedade de apresentação de plano de encerramento de atividades pelas empresas, referente ao passivo ambiental. Decreto Municipal nº 12.824 2006 Aprova o COMDEMA. regimento interno do 71 Documento PJ_001_004 Norma Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Ano Conteúdo 2007 Regulamenta Lei Municipal Nº 5.712. Lei Municipal nº 6.427 2009 Sobre a obrigatoriedade das empresas produtoras, distribuidoras e que comercializam disquetes, cds, dvds e similares, informarem e disponibilizarem lugares adequados para coleta deste material. Lei Municipal nº 6.537 2009 Coleta seletiva de resíduos sólidos produzidos nos Shoppings Centers. 2009 Institui no município de Joinville o Programa de incentivo ao tratamento e reciclagem de óleos e gorduras de origem vegetal ou animal e uso culinário. 2009 Dispõe sobre o recolhimento e destinação dos pneus inservíveis no município de Joinville. 2009 Dá nova redação ao art. 2º, da lei nº 4.194, de 07 de julho de 2000, que dispõe sobre a instalação de recipientes para coleta de baterias usadas de telefones celulares e outros. 2010 Em consonância com a Lei Federal nº 12.305 de 2010, reconhece a utilidade pública da Associação Ecológica de Catadores Recicladores de Joinville Decreto Municipal nº 13.482 Lei complementar nº 292 Lei complementar nº 293 Lei Municipal nº 6.437 Lei complementar nº 6.747 No arcabouço jurídico municipal é importante considerar também, as Resoluções do Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMDEMA, que também regulamentam questões ambientais em relação à gestão dos resíduos, como por exemplo, o manejo dos resíduos gerados em eventos realizados em locais públicos, cabendo destacar que o COMDEMA é o órgão consultivo e deliberativo integrante do SISMAN, responsável pela edição das Resoluções que dispõe sobre as atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental passíveis de licenciamento ambiental pela FUNDEMA e indica os conteúdos e características dos estudos técnicos para fins de licenciamento, entre outras questões que poderão ser reguladas28. 28 As resoluções destacadas do COMDEMA encontram-se em anexo 72 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos IV.2. INSTITUIÇÕES SETORIAIS Para se compreender a respeito das responsabilidades e atribuições institucionais no setor de resíduos, foram divididas três áreas de ação, a saber: 1) formulação de políticas; 2) regulação e controle; e 3) operação dos serviços. Cabe destacar que esta divisão das ações na gestão dos serviços públicos é adotada pelos organismos internacionais29 e se verifica também na Lei Federal de Saneamento Básico30, através das disposições contidas nos arts. 8º, 9º e 10, que dispõe respectivamente sobre a organização, regulação e fiscalização dos serviços públicos, a formulação das políticas públicas e a celebração de contrato para a prestação dos serviços públicos de saneamento. De acordo com esta divisão, pode-se mencionar que o setor de resíduos sólidos no município de Joinville se organiza institucionalmente conforme o esquema a seguir, onde estão representadas as principais entidades envolvidas na gestão dos resíduos sólidos. OPERAÇÃO OPERAÇÃO REGULAÇÃO REGULAÇÃO CONTROLE EE CONTROLE FORMULAÇÃO FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS POLÍTICAS DE GRÁFICO 7. Esquema Institucional dos Resíduos Sólidos como Serviço Público em Joinville Município Titular Condições para financiamento federal a municípios (Lei n° 11.445/07): SEPLAN • PMSB como ferramenta principal da política setorial SEINFRA • Entidades reguladoras com independência decisória (autonomia administrativa, orçamentária e financeira), transparência, tecnicidade, celeridade, objetividade das decisões e estabilidade dos mandatos de seus dirigentes. • Engepasa Ambiental (coleta de resíduos e aterro sanitário) • ASSECREJO, agrupações de reciclagem e catadores informais • Essencis SC (aterro industrial) • Empresas e projetos de reutilização e tratamento de resíduos (Terraplanagem Madeiros, Eco-ponto Pneus, caçambeiros, Tupy, etc) A atribuição de responsabilidades em âmbito local se fundamenta principalmente na Lei Orgânica do Município e na estrutura administrativa adotada pelo Poder Executivo Municipal através da legislação específica. No entanto, cabe destacar que, como se detalhará oportunamente, a organização institucional atual dos serviços de resíduos sólidos no município tem a intervenção de múltiplas instituições, e futuramente podem haver algumas mudanças de adequação ás novas normas setoriais, como já observadas em outros municípios31. 29 Por exemplo, o BID, no documento “Public Utilities Policy”, GN-1869-3, julho de 1996 30 Lei Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 31 Por exemplo, a criação de agências reguladoras setoriais locais ou a delegação da regulação a instituições do governo estadual. 73 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Sob outro aspecto da gestão dos resíduos sólidos, cumpre ressaltar que em Joinville há a intervenção de outras instituições locais, estaduais e federais, em razão da natureza deste serviço, que tem estreita ligação com os órgãos técnicos e políticos da área do meio ambiente, como se mostra no esquema a seguir: GRÁFICO 8. Instituições Ambientais relacionadas com a Gestão dos Resíduos Sólidos em Joinville CONSULTIVOS E DELIBERATIVOS EXECUTIVOS natureza dos órgãos nível de governo MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL COMDEMA CONSEMA CONAMA FUNDEMA FATMA IBAMA A atuação destas instituições se detalha nas seções seguintes. IV.2.a. Formulação de Políticas Os serviços de resíduos sólidos no município de Joinville e no Brasil em regra são de competência municipal de acordo com a descentralização política estabelecida pela Constituição Federal de 1988, ratificada pela legislação federal32. A Constituição Federal, no seu art. 30, I, conferiu ao Município autonomia para legislar em assunto de seu interesse local, e o inciso V do mesmo artigo delega ao Município a competência de organizar e prestar serviços públicos de interesse peculiar, dentre os quais se destaca o saneamento básico, pela afetação imediata na população local, sendo permitido que o referido serviço seja prestado de forma direta ou indireta, da seguinte forma: Art. 30. Compete aos Municípios: (...) 32 A Lei Federal nº 11.445/2007, indica que a titularidade pode ser um conjunto de municípios, em caso de “prestação regionalizada”. 74 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos V. organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”. Portanto, é o município como titular dos serviços, quem decide acerca das questões de maior relevância nas políticas de gestão de resíduos sólidos. Entre estas questões, pode-se destacar: O modelo de prestação adotado - inclui a decisão sobre questões como a prestação direta ou a contratação de empresas privadas, e a separação vertical e horizontal dos processos. Elaboração dos planos e metas setoriais - inclui o PMSB, ou o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos elencado na lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Definição do nível das tarifas e a política de subsídios - É responsabilidade do Município a aprovação das modificações nas tarifas do serviço, ou em outras fontes para assegurar os acordos financeiros com os operadores, e a política de subsídios e assistência social vinculadas à limpeza urbana. Delegação da regulação - A regulação de serviços poderá ser delegada pelo Município a qualquer entidade reguladora constituída dentro de seus limites. Neste contexto, em termos práticos, para executar as funções vinculadas ao planejamento e formulação de políticas para a limpeza urbana, a PMJ conta principalmente com a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAN) e as distintas unidades e programas desta Secretaria. A SEPLAN, nos termos da Lei Municipal nº: 5.163/2004, que estabelece a estrutura administrativa municipal, tem a função de promover ações de planejamento, gestão e controle que busquem a efetividade e eficácia das ações de governo, e por essa razão é a responsável por levar adiante os diferentes projetos e programas nas áreas ambiental e de saneamento básico, dentre os quais destaca-se para o presente estudo, o projeto Viva Cidade, de Revitalização Ambiental e Qualificação Urbana em Áreas das Bacias Elementares dos Rios Cachoeira, Cubatão e Piraí. Assim, no âmbito de suas funções a SEPLAN também executa as ações para a elaboração do orçamento participativo de Joinville e para a implantação do SIMGEO (Sistema Municipal de Geoprocessamento), que se trata de um banco de dados georreferenciado com informações dos resíduos sólidos; entre outros serviços públicos. Mas é no âmbito do projeto Viva Cidade, que está se desenvolvendo a ferramenta principal da política setorial do município que é a construção do Plano Municipal de Saneamento Básico, componente resíduos sólidos, o qual está sendo executado contando com a previsão da participação social e a estrutura mínima de conteúdos estabelecidos na legislação federal, cujo intuito é viabilizar a acessibilidade do município aos fundos nacionais para o setor. 75 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Quanto aos aspectos vinculados às questões ambientais da gestão dos resíduos sólidos, é necessário destacar que ocorre a intervenção do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA) na definição das políticas públicas, bem como, outras instituições do Sistema Municipal de Meio Ambiente (SISMAN) e dos sistemas ambientais estaduais e federais. O COMDEMA que é instancia deliberativa e consultiva das políticas públicas ambientais do município é também responsável pela implementação da política ambiental, cujas bases estão delineadas no Código Ambiental do Município, instituído pela Lei Complementar nº 29 de 1996 e demais legislações ambientais locais. Ainda tendo em vista a competência legislativa concorrente entre União, Estado e Município em matéria ambiental, há que se considerar também as disposições e políticas dos órgãos federal e estadual. Assim, no Sistema Estadual de Meio Ambiente, o órgão consultivo e deliberativo é o CONSEMA (Conselho Estadual de Meio Ambiente), que é composto de forma paritária pelo Estado e a Sociedade Civil, e tem a finalidade de assessorar à Secretaria de Estado do Desenvolvimento (SDS) na formulação da Política Estadual do Meio Ambiente. No Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e deliberativo, instituído pela Lei 6.938/81, cuja finalidade é assessorar, estudar e propor diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais. Ainda no âmbito do SISNAMA, a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República também possui a finalidade de planejar a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. Portanto, referidos órgãos consultivos e deliberativos poderão estabelecer, no âmbito de suas competências de atuação, diretrizes especificas para a gestão ambiental, inclusive no que se refere aos resíduos sólidos. Já com relação ás leis urbanísticas, o Plano Diretor e outras leis, na sua implantação contam com o apoio da Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville - IPPUJ, criado pelo Decreto nº 8.408 de 1.997, cuja missão é planejar e promover o desenvolvimento sustentável local, apoiar a captação de recursos, desenvolver e acompanhar a implantação de projetos, comprometidos com a qualidade de vida da comunidade local. IV.2.b. Regulação e Controle Embora o esquema institucional previsto pela Lei Federal de Saneamento Básico associa as funções de regulação e controle à entidades diferentes daquelas que tem a função de planejamento e formulação de políticas, atualmente esta distinção não está clara no município de Joinville, uma vez que todas as funções da gestão de resíduos estão concentradas diretamente na PMJ, através das suas secretarias de Planejamento - SEPLAN e Infra-estrutura urbana- SEINFRA. Neste contexto, no que se refere a coleta e disposição final dos resíduos domiciliares, o responsável pela regulação e controle sobre da prestação dos serviços é a Secretaria de Infra-estrutura (SEINFRA), ficando a cargo desta a fiscalização do cumprimento dos objetivos e condições do contrato de concessão, bem como, o controle sobre a empresa 76 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos operadora do aterro33, além do monitoramento de obras, rotas de coleta, gestão comercial dos serviços e demais indicadores de gestão estabelecidos no contrato. Portanto, cabe destacar que a SEINFRA, embora esteja cumprindo com seu papel de gestora do contrato, não pode assumir as funções integrais de uma entidade reguladora, uma vez que ambas estruturas são distintas. A SEINFRA faz parte da administração direta do município e, de acordo com a Lei Municipal nº 5.163/2004, exerce a função de contribuir para o desenvolvimento do município, executando obras de infra-estrutura e serviços. Já as agencias reguladoras são criadas através de lei específica, possuem regime jurídico especial e integram a administração pública indireta, cuja finalidade é fiscalizar e regular as atividades de serviços públicos executados por empresas privadas ou públicas, mediante concessão, permissão ou autorização. Assim, nos termos da política nacional de saneamento básico, a função de regulação deverá atender aos seguintes princípios: independência decisória, autonomia administrativa, orçamentária e financeira, de forma a assegurar a transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões, dotando seus dirigentes de estabilidade de mandatos. Por essa razão, a lei federal de saneamento, autoriza que a organização, regulação e fiscalização dos serviços públicos de saneamento possam ser executados através de consórcios públicos, entidades da administração indireta entre outros; o que não está ocorrendo no município de Joinville.. A iniciativa de criar uma entidade reguladora é de responsabilidade do titular dos serviços, ou seja, o Município, que deve atentar-se para tal fato pois, a validade dos contratos de prestação dos serviços públicos de saneamento estão condicionados a existências dos planos de saneamento básico, de normas de regulação e a designação da entidade de regulação e fiscalização, entre outras questões, além de viabiliza o recebimento de recursos financeiros federais ou estaduais pelo município. Neste contexto, atualmente o município de Joinville conta com um agencia reguladora para os serviços de saneamento, que atua com autonomia administrativa e financeira, porém entre as suas atribuições não está incluída a gestão dos resíduos sólidos. Trata-se da Agência Municipal de Regulação dos Serviços de Água e Esgotos (AMAE), cujas funções de regulação, controle e fiscalização restringem-se aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. O Estado de Santa Catarina também criou recentemente34 sua Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico (AGESAN), que atua na área da limpeza urbana e resíduos sólidos. Esta Agencia poderá exercer a regulação e controle dos serviços públicos no município, mas desde que exista um convênio entre o Estado e o Município titular35. 33 Relatórios mensais e anuais da empresa 34 Lei Complementar Nº 484, de 04 de janeiro de 2010. 35 Até a data deste relatório, a AGESAN assinou convênios com seis municípios catarinenses. Estes convênios permitem aos municípios contar com uma agência reguladora nos termos previstos na Lei Federal de Saneamento Básico, e assim habilitam às Prefeituras a receber recursos do Governo Federal para investimento em seus respectivos PMSB. 77 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Neste sentido, vale destacar quais são as funções que normalmente deveriam ser exercidas por uma entidade de regulação de serviço público de saneamento: Definir padrões de atendimento aos usuários, mecanismos de participação e informação, servir como segunda instância de reclamações contra os prestadores do serviço, e controlar o faturamento e cobrança de serviços. Elaborar e aprovar normas relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços, abrangendo, por exemplo, indicadores de qualidade, requisitos operacionais e de manutenção das equipes, metas de cobertura e de qualidade. Ditar normas sobre o regime, estrutura e níveis tarifários, procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste e revisão, e subsídios tarifários e não tarifários. Monitorar os custos e a eficiência e eficácia dos serviços prestados. Aplicar sanções e penalidades aos prestadores por descumprimento das normas aplicáveis. Portanto, de acordo com o analisado anteriormente, o esquema institucional vigente no Município de Joinville para a regulação dos resíduos sólidos não está claramente delineado, uma vez que existe uma entidade reguladora para os serviços de abastecimento de água e esgoto (AMAE) e entidade diversa intervindo na gestão dos serviços de resíduos sólidos (SEINFRA), embora ambos sejam considerados serviços de saneamento básico nos termos da lei federal de saneamento. Valendo destacar também que a estrutura do SEINFRA, é totalmente diversa por ser uma entidade da administração direta, responsável por inúmeras outras questões da gestação municipal, motivo pelo qual não há como exercer as funções próprias que se espera de um ente regulador do setor. Portanto, a princípio o cenário adequado seria que os serviços afetos aos resíduos sólidos, abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem urbana fossem englobados em uma única entidade regulatória. No que se refere aos aspectos ambientais, é importante destacar que participam no controle os órgãos executivos dos sistemas estadual e municipal de meio ambiente: FATMA e FUNDEMA. A Fundação de Meio Ambiente (FATMA) é o órgão executor das políticas estaduais em matéria ambiental. Nos serviços de resíduos sólidos, sua função está vinculada à fiscalização do uso dos recursos naturais e ao licenciamento ambiental dos empreendimentos. No caso do licenciamento ambiental dos aterros sanitário e industrial, a fiscalização corresponde a este órgão estadual, mas no âmbito da competência comum em matéria ambiental também pode a FUNDEMA exercer a fiscalização. A FUNDEMA é o órgão ambiental local, criado em 199036, com a responsabilidade de gerenciar todas as questões que envolvam o meio ambiente, como gestão das áreas de proteção ambiental (APA) e parques ambientais, arborização de ruas, jardins e praças, fiscalização e licenciamento ambiental, educação ambiental, revitalização de rios, recuperação de áreas degradadas e da cobertura florestal, saneamento rural, administração 36 Lei 2.419/90 78 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos de cemitérios, incluída a gestão do Fundo Municipal de Meio Ambiente – FMMA, (Lei 5.175/2005). Trata-se de uma entidade autônoma, que atua também na fiscalização de limpeza urbana local e emissão as licenças ambientais para empreendimentos de impacto local, que estão devidamente autorizadas e reguladas juntamente ao Estado de Santa Catarina, através das Resoluções CONSEMA 01 e 02/2006 37. Ficam fora da incumbência regulatória da FUNDEMA e da FATMA aspectos básicos da gestão dos serviços públicos, vinculados especialmente à coleta e aos resíduos domiciliares, tais como atenção a usuários, regime e atualização de tarifas, gestão e qualidade do serviço, desempenho das empresas, etc., que deveriam ser atendidos normalmente pelo órgão regulador, que no atual contexto de Joinville é o SEINFRA. Ainda nos aspectos ambientais, no âmbito federal, o órgão executor de política nacional em meio ambiente é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA). Ao IBAMA compete o licenciamento de atividades capazes de causar degradação ambiental de maior impacto e a fiscalização e controle da aplicação de critérios, normas e padrões de qualidade ambiental, em caráter supletivo da atuação dos órgãos estaduais e municipais competentes. Quanto aos aspectos sociais dos serviços, vinculados essencialmente com a reciclagem de resíduos, pela natureza societária de seus prestadores e a situação dos trabalhadores que participam, além da FUNDEMA, que atua na fiscalização ambiental, participa principalmente a Secretaria de Assistência Social (SAS), além da SEINFRA. Estas entidades desenvolvem atividades para a organização e formalização dos catadores, além da colaboração e do cuidado para com o cumprimento das condições de trabalho de seus membros e de seus processos. No entanto, trata-se de esforços e ações institucionais da SAS e da FUNDEMA que não contam com o respaldo de programas ou planos específicos que guiem, financiem e aportem recursos regularmente, para a realização destas atividades sobre os catadores de Joinville. IV.2.c. Operação dos Serviços O município de Joinville optou por um modelo de prestação dos serviços na área de resíduos sólidos caracterizado pela separação horizontal e vertical dos processos, onde a operação é executada nas diferentes áreas de acordo com a referida separação. Inicialmente, cumpre destacar que a operação dos serviços divide-se em três grandes etapas, a saber: i) coleta; ii) reciclagem / tratamento; e iii) disposição final. Neste contexto, ressalta-se que os resíduos, de acordo com a sua natureza ou origem, são gerenciados de forma diferenciada, ou seja, como sendo resíduos domiciliares, industriais ou de outro tipo, incluindo resíduos perigosos, da construção civil, pneus, entre outros. A partir destas distinções, no exercício de suas atribuições como titular dos serviços, a PMJ tem delegado a prestação dos serviços, atendendo às diferentes etapas e tipos de serviços. Em termos da quantidade de resíduos gerenciados a PMJ recorreu a operadores privados 37 Lei Municipal 5.641/2006 79 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos enquanto que em outras áreas se verificam diferentes soluções, porém nenhuma destas inclui a prestação direta por meio de uma entidade do Estado ou do município38. TABELA 22. Operadores de Serviços de Resíduos Sólidos em Joinville Tipos de Resíduo Domiciliar Etapa do Serviço Coleta e Transporte Reciclagem / Tratamento Disposição final Engepasa Ambiental Industrial Geradores privados ASSECREJO Cooperanti Outras cooperativas e catadores informais Engepasa Ambiental Essencis SC Especiais / Outros Engepasa Ambiental Coletores privados e usuários finais Caçambeiros Essencis Tupy Engepasa Ambiental Terraplenagem Madeiros Ltda. SEINFRA / FUNDEMA Instituto Dual de Educação Para a coleta e disposição final dos resíduos domiciliares, o modelo de prestação escolhido é a delegação ao setor privado através de contrato de concessão. Este tipo de delegação implica que o contratado deve assumir não somente a operação dos serviços e seus custos, mas também os investimentos necessários para o serviço. Esta característica é especialmente relevante considerando os elevados custos que implicam a aquisição dos equipamentos especiais de transporte para a coleta e as equipes, obras e terrenos para a disposição final. A concessão também tem a particularidade de delegar a gestão comercial dos serviços operados. O faturamento e a cobrança destes serviços através da mesma concessionária não é a experiência mais utilizada no Brasil nem em outros países da região. Em resumo, os principais operadores de resíduos sólidos no município de Joinville são: Engepasa Ambiental – Realiza os serviços de coleta domiciliar, coleta seletiva e dos resíduos dos serviços de saúde, operação do aterro sanitário, e serviços gerais de limpeza. Têm filiais em outros 5 municípios de Santa Catarina para serviços de limpeza urbana e saneamento básico. Essencis SC – Desde o ano de 2002, opera a central de tratamento e destinação final de resíduos industriais para as indústrias de Joinville e região. Opera com a 38 A LSB define prestação em “forma direta” quando é “por meio de órgão de sua administração direto ou por autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista que integre a sua administração indireta, facultado que contrate terceiros, no regime da Lei no 8.666/1999” 80 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos habilitação e concessão do terreno pela Prefeitura, sob a fiscalização ambiental da FATMA e FUNDEMA. Para a reciclagem dos resíduos sólidos, a PMJ e as instituições ambientais da cidade estão promovendo a atuação das cooperativas de catadores, de acordo com as diretrizes da nova política nacional de resíduos sólidos39. Assim, com diferentes níveis de formalidade e continuidade, a separação e reciclagem de resíduos domiciliar esta sendo realizada essencialmente por catadores agrupados em cooperativas. Atualmente a Associação Ecológica dos Catadores Recicladores de Joinville (ASSECREJO) é o principal operador nesta etapa do serviço, porém, a PMJ tem identificado outros três grupos com galpões em operação. A política nacional de saneamento básico, através do seu Decreto nº 7.217/2010, art. 2º, §3º, estabelece que são consideradas também prestadoras do serviço público de manejo de resíduos sólidos as associações ou cooperativas formadas por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo Poder Público como catadores de materiais recicláveis, que executam coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis. A coleta de outros tipos de resíduos, como pneus e resíduos da construção civil, está liberada para os operadores privados que contem com as habilitações municipais e ambientais pertinentes. O circuito da gestão destes resíduos detalha-se nos fluxogramas incluídos nos Capítulos VI, VII e VIII. Para outros resíduos, o município conta com algumas iniciativas especiais, como por exemplo as iniciativas da SEINFRA e FUNDEMA para os casos das pilhas e baterias, óleos de cozinha, e do Instituto Dual de Educação para descartes digitais (resíduos tecnológicos). IV.3. CONCLUSÕES SOBRE OS ASPECTOS LEGAIS E INSTITUCIONAIS DA GESTÃO DE RSU 39 O impulso dado nos últimos anos para o planejamento e a regulação do setor com o objetivo de melhorar os serviços e minimizar o seu impacto no meio ambiente advém da nova política federal sobre matéria, com base fundamentalmente na Lei Federal de Saneamento Básico (n. 11.445/07), seu Decreto n. 7.217/2010) e a Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos Federal. Em Joinville, na última década, foram aprovadas uma série de normas que contém em cada uma delas como proceder a gestão de algum dos tipos de RS gerados no município, incluindo resíduos de construção civil e resíduos volumosos, dejetos digitais, óleos, baterias de telefones celulares e pneus. De encontro ao que foi indicado no ponto anterior, o município de Joinville não conta com uma lei que institua um marco regulatório dos serviços de coleta e disposição final dos resíduos domiciliares, ou dos serviços de saneamento em geral, onde sejam estipuladas questões como as dos princípios de gestão, os regimes de informação e sanções, definições tarifárias, e os direitos e obrigações dos usuários e prestadores, entre outros temas. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, Art. 8°, IV. 81 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A destinação de funções nos serviços de RS instituídas pelo marco legal federal e estadual, e por políticas municipais, é clara em manter a definição de políticas setoriais, a regulação e o controle dos serviços dentro do âmbito administrativo da PMJ, enquanto a operação é assumida por parte do setor privado. O planejamento e o controle da gestão dos RS como serviço público é exercida pela PMJ através de duas secretarias: Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão; e a Secretaria de Infra-estrutura, respectivamente. Para operar os resíduos, a PMJ optou por modelo de concessão a uma empresa privada (Engepasa Ambiental Ltda) no caso da coleta e disposição final dos resíduos domiciliares. Em outros tipos de resíduos ou em etapas do serviço, a operação também é realizada por empresas privadas, destacando-se entre elas a Essencis, para a disposição final e tratamento de resíduos industriais, e aos grupos de catadores, assim como para empreendimentos privados, pneus e resíduos da construção. Ainda que a titularidade dos serviços de RS em Joinville, assim como nos demais municípios do Brasil foi reafirmada pela nova legislação federal, esta impõe dois requisitos fundamentais para que o município possa receber verbas federais destinadas aos serviços: i) contar com um PMSB que corresponda com o que é estipulado na lei; ii) que a função de regulação seja exercida com independência de decisão, autonomia administrativa, orçamentária e financeira, de forma que assegure a transparência, técnica, celeridade e objetividade das decisões, dotando os seus dirigentes de estabilidade de mandatos. No mesmo sentido, a Política Estadual de Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (Código Estadual de Meio Ambiente) também obriga os municípios a elaborarem Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS para liberarem recursos financeiros. A elaboração do PMSB é realizada então a partir da iniciativa do recente marco legal federal e estadual do setor. Este instrui sobre os conteúdos e requisitos que dever ser cumpridos para a elaboração do PMSB, que deve ser constituído como ferramenta principal no planejamento municipal de todos os serviços compreendidos na definição de saneamento, incluídos os resíduos sólidos. No município de Joinville, para os serviços de RS, não existe uma agência reguladora que responda aos princípios previstos pela Lei Federal mencionada anteriormente. No entanto, existem antecedentes municipais em outros serviços de saneamento (AMAE) ou em resíduos sólidos mas em nível estadual (AGESAN) que podem servir de base para a implementação de uma agência reguladora como a prevista nas leis e decretos federais. Existem múltiplos entes nos distintos níveis de governo com funções de regulação, licenciamento, controle e poder de sanção em matéria ambiental. O licenciamento ambiental e algumas questões foram delegadas pelo Estado (FATMA) ao Municipio (FUNDEMA), mas esta delegação não inclui o aterro sanitário, ainda que de fato é observada a participação da FUNDEMA no controle. 82 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A regulação e controle dos entes ambientais sobre os operadores privados nao compreendem algumas questões elementares na gestão dos RS que devem ser levadas em consideração por tratarem de serviço público. Por exemplo, as revisões e atualizações tarifárias, a eficiência dos operadores, a atenção às reclamações e consultas de usuários, o sistema de informação da concessão, e o cumprimento das metas e execuções dos serviços dos contratos. Em conformidade com a nova política nacional de resíduos sólidos, em matéria de reciclagem dos RS, a PMJ e as instituições ambientais da cidade optaram por promover e aprovar a atuação de grupos de catadores. Como se demonstra no VI.6, em Joinville ainda deve-se avançar por aprofundar definições deste modelo e na coordenação dos esforços oficiais para o apoio destes grupos. 83 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos V. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS V.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS SEGUNDO A NORMA ABNT NBR 10.004/2004 A Norma ABNT NBR 10004:2004 classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, não sendo objeto dessa Norma os resíduos radioativos, de competência exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear. A Norma classifica os resíduos sólidos em: a) Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que, em razão de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas (assim: características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e patogenicidade) podem apresentar risco a saúde pública, provocando mortalidades, incidência de doenças ou acentuando seus índices; e podem apresentar riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. b) Resíduos Classe II – Não perigosos: aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos Classe I, incluindo Resíduos de restaurante (restos de alimentos), Sucata de metais ferrosos, Sucata de metais não ferrosos (latão, etc.), resíduo de papel e papelão, resíduos de plástico polimerizado, resíduos de borracha, resíduo de madeira, resíduo de materiais têxteis, resíduos de minerais nãometálicos, areia de fundição, bagaço de cana e outros resíduos não perigosos. Os Resíduos Classe II classificam-se em: Classe II A – Não inertes: podem ter propriedades tais como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Classe II B – Inertes: resíduos que, quando amostrados em forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água40, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. De acordo com a procedência, os resíduos sólidos de Joinville podem ser classificados nos seguintes grupos (segundo a Lei Ordinária de Joinville-SC, nº 5159 de 24/12/2004; Lei Ordinária de Joinville-SC, nº 5306 de 27/09/2005; e a Nova Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos Nº 12.305 de 2 de agosto de 2010): 40 Não possui constituintes que são solubilizados em concentrações superiores ao Anexo G da Norma. 84 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos Domiciliares: São aqueles produzidos pelas atividades domésticas em residências urbanas. Resíduos Públicos ou de Limpeza Urbana e Varrição: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana e do recolhimento dos resíduos depositados em recipientes públicos. Nota: Os resíduos englobados nos dois grupos anteriores são denominados Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Resíduos Sólidos Comerciais: Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços; se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal. Resíduos de Serviços de Saúde ou Hospitalares: os gerados nos serviços de saúde. Resíduos da Construção Civil ou Sólidos Inertes e Entulho: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. Resíduos Industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais. Resíduos Especiais: são aqueles cuja produção diária exceda o volume ou peso estabelecido para a coleta regular, ou os que, pela sua composição qualitativa ou quantitativa, exijam cuidados especiais no acondicionamento, coleta, transporte e disposição final, porque possuem características tóxicas. Exemplo destes são os Resíduos agrícolas (ou agrossilvopastoris), gerados nas atividades agropecuárias; e os pneus (resíduos de pneumáticos em desuso), resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE), lâmpadas, pilhas e baterias, entre outros. TABELA 23. Tipo de resíduos Tipo de Resíduo (*) RSU Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) Classificação segundo a Norma ABNT NBR 10004:2004 (**) Classe II (A e B) Resíduos Públicos (excluindo animais Classe II (A e B) mortos) Resíduos Comerciais Classe II (A e B) Resíduos Industriais (RI) Classe I – Periculosidade por toxicidade Classe II (A e B) 85 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Tipo de Resíduo (*) Classificação segundo a Norma ABNT NBR 10004:2004 (**) Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) Classe I – patogenicidade Periculosidade por Resíduos da Construção Civil (RCC) Classe II B Resíduos Agrícolas Classe I – Periculosidade por toxicidade Pneus Classe II B A seguir são detalhadas as principais características dos tipos de resíduos sólidos urbanos gerados em Joinville. No que diz respeito à geração de outros tipos de resíduos sólidos em Joinville, a mesma é descrita no Capítulo VII. V.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) V.2.a. Geração Anual de RSU (Atual) A atual geração de RSU é de aproximadamente 10.000 t./mês41, com uma distribuição que mostra uma importante variação ao longo do ano, conforme se ilustra no Gráfico abaixo. 41 Média mensal calculada sob a base das quantidades de lixo provenientes da coleta domiciliar e coleta seletiva entre outubro 2009 e setembro 2010. 86 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos GRÁFICO 9. Geração de RSU em Joinville (médias mensais) no período compreendido entre janeiro 2008 até setembro 2010 (t./mês) 12.000 11.000 t. /mês 10.000 9.000 8.000 7.000 5.000 Jan 08 Fev 08 Mar 08 Abr 08 Mai 08 Jun 08 Jul 08 Ago 08 Sep 08 Out 08 Nov 08 Dez 08 Jan 09 Fev 09 Mar 09 Abr 09 Mai 09 Jun 09 Jul 09 Ago 09 Sep 09 Out 09 Nov 09 Dez 09 Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10 Set 10 6.000 Fonte: Elaboração própria com base nos relatórios mensais da Ambiental (soma das quantidades mensais coletadas pelos serviços de Coleta Domiciliar e Coleta Seletiva). Observa-se que a distribuição anual da geração de RSU apresenta valores mais elevados nos meses de dezembro e março, e valores mais baixos nos meses de fevereiro, abril e junho. Para o ano de 2008, a diferença entre o valor máximo (dezembro) e mínimo (junho) foi de 2.236 t./mês; para o ano de 2009, a diferença entre o valor máximo (dezembro) com o valor mínimo (abril) foi de 1.506 t./mês, e como o segundo valor menor (junho) foi de 1.451 t./mês; e para o ano 2010, a diferença entre o valor máximo (dezembro) e mínimo (setembro) foi de 1.691 t./mês. No ano de 2009, a geração de RSU foi de 112.837 t./ano, quase 5 % a mais que o ano 2008. A geração de RSU no ano 2010 (janeiro até setembro 2010) vem sendo de um total acumulado de 90.581 t., tendo-se projetada uma quantidade total de RSU para o ano de 2010 de aproximadamente 123.000 t./ano42. A TABELA 24 a seguir ilustra a projeção da geração de RSU para o ano de 2010: 42 A projeção da geração total de RSU em Joinville para o ano 2010 considerou a hipótese de que se manterá a relação da geração de RSU total dos anos de 2008 e 2009, com a geração entre os meses de janeiro e setembro respetivamente. 87 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 24. Projeção da geração de RSU (2010) Quantidades (Jan-Set) (1) Coleta domiciliar 2008 (t. acumuladas) Coleta seletiva 2008 (t. acumuladas) RSU 2008 (t. acumuladas) Coleta domiciliar 2009 (t. acumuladas) Coleta seletiva 2009 (t. acumuladas) RSU 2009 (t. acumuladas) Coleta domiciliar 2010 (t. acumuladas) Coleta seletiva 2010 (t. acumuladas) Quantidades (totais anuais) (2) % (1 versus 2) 77.385 105.441 73% 1.375 2.153 64% 78.760 107.594 73% 81.149 109.036 74% 2.628 3.801 69% 83.777 112.837 74% 84.858 114.816 74% 5.723 8.606 67% As TABELA 25 e TABELA 26 a seguir mostram as quantidades de RSU (totais anuais e médias mensais), para os anos de 2008, 2009 e projetado para o ano de 2010. TABELA 25. Geração RSU: médias mensais para os anos de 2008, 2009 e projeção 2010 (t./mês) Geração média mensal RSU (t./mês) 2010 (projetado) 2008 2009 Coleta domiciliar % incremento Coleta seletiva % incremento 8.787 RSU (total) % incremento 8.966 179 9.086 3,4% 317 76,5% 9.568 5,3% 717 126,4% 9.403 4,9% 10.285 9,4% 88 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 26. Geração RSU: totais anuais para os anos de 2008, 2009 e projeção 2010 (t./ano) Geração total anual RSU (t./ano) Coleta domiciliar % incremento Coleta seletiva % incremento RSU (total) % incremento 2008 105.441 2.153 107.594 2009 109.036 3,4% 3.801 76,5% 112.837 4,9% 2010 (projetado) 114.816 5,3% 8.606 126,4% 123.422 9,4% V.2.b. Geração de RSU per capita Considerando que a população urbana em 2010 é de 497.788 habitantes43, e a geração de RSU nesse ano foi de 112.837 t./ano, surge que a taxa de geração de RSD per capita é de 0,62 kg/hab/dia. Outras informações sobre a geração de lixo per capita em Joinville são baseadas nas seguintes fontes de dados: 1. Na publicação Panorama dos Resíduos no Brasil (ABRELPE, 2009), é relatada uma quantidade de RSU diária gerada em Joinville no ano de 2009, de 406,4 t./dia, e uma geração de RSU per capita de 0,82 kg/hab/dia, considerando uma população urbana de 496 mil habitantes. TABELA 27. Geração de RSU segundo ABRELPE (2009) Fonte: ABRELPE. Panorama dos Resíduos no Brasil (2009). 43 Fonte: IBGE – Censo 2010 – Primeiros Resultados. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 89 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 2. Na publicação Panorama dos Resíduos no Brasil (ABRELPE, 2008), é relatada uma quantidade de RSU diária gerada em Joinville no ano de 2008, de 372 t./dia, e uma geração de RSU per capita de 0,76 kg/hab/dia, considerando uma população urbana de 490.802 habitantes. TABELA 28. Geração de RSU segundo ABRELPE (2008) Fonte: ABRELPE. Panorama dos Resíduos no Brasil (2008). 3. Artigo “Identificação do potencial econômico dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Joinville”, Marcos Aurélio do Nascimento e Lineu Fernando Del 90 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Ciampo, para 2005, refere-se a uma geração de 0,69 kg/hab/dia, com um peso específico aparente de 230 kg/m3. 4. No EIA “Ampliação do Aterro Sanitário do Município de Joinville (OAP Consultores Associados Ltda., 2001) se refere a uma geração de RSU per capita de 0,66 kg/hab/dia44 para o ano de 2000. V.2.c. Composição Quali-Quantitativa dos RSU Atualmente não existem dados atualizados sobre a composição dos Resíduos Sólidos Urbanos de Joinville. Foram encontradas informações sobre a qualidade dos Resíduos Sólidos Urbanos de Joinville nas seguintes fontes de dados: 1. “Identificação do potencial econômico dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Joinville”45, dos autores Marcos Aurélio do Nascimento e Lineu Fernando Del Ciampo (2005) 2. “Estudo de Caracterização Física dos Resíduos Sólidos Urbanos de Joinville”, desenvolvido em 1991 e 1994 pelo Centro de Ciências Tecnológicas, FEJ – UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina)46 3. Estudo de Caracterização dos Resíduos Sólidos Domiciliares de Joinville, realizado por Soares e Arenhart e referido no Estudo “Usina de Incineração do Estado de Santa Catarina” (1996) realizado pela Sogelerg Sogreah. 44 429.004 habitantes segundo Censo 2000, SEINFRA; com uma geração de RSU de 103.812 t./ano. 45 Caderno de Iniciação a Pesquisa – V.7, novembro 2005. Engenharia Ambiental - PIBIC 2005 46 Fonte: OAP Consultores Associados Ltda.. (2001) 91 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 29. Antecedentes sobre a composição dos RSU no Município de Joinville. Componentes dos RSU Estudo Nascimento Estudo FEJ-UDESC Del Ciampo (1994) (2005) % peso - base úmida Matéria orgânica Papel e Papelão (Papel) (Papelão) Vidro Metal ferroso Metal não ferroso (Alumínio) Plástico (Plástico filme) (PET) (PEAD) (PP) (Plásticos diversos) Trapos Madeira, couro e borracha Inertes Perdas Rejeitos Tetra Pack Material inerte 42,06 8,76 (5,49) (3,27) 3,85 2,28 45,77 20,42 (15,15) (5,27) 2,52 3,02 0,57 s/d 0,84 15,46 (6,75) (1,48) (1,46) (0,79) (4,98) s/d s/d s/d s/d 21,2 1,75 2,69 Estudo Soares – Arenhart (1996) 49,78 22,26 1,69 4,62 s/d 13,25 11,32 3,62 2,01 2,18 4,1 4,55 s/d s/d s/d 1,24 7,08 s/d s/d s/d s/d GRÁFICO 10. Principais componentes recuperáveis dos RSU de Joinville conforme estudos anteriores. 50 % em peso úmido Estudo 1994 40 Estudo 1996 Estudo 2005 30 20 10 0 Matéria orgânica Plástico Papel e Papelão Vidro Metais 92 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Outros parâmetros estabelecidos pelos Estudos da FEJ-UDESC e Sogelerg Sogreah foram o peso específico médio (217 e 311 kg/m3) e o teor de umidade (44 % e 54 %) respectivamente. V.2.d. Amostragem e Determinação da Composição dos RSU de Joinville No Anexo B deste Relatório descreve-se a metodologia das tarefas previstas para a amostragem e a determinação da composição dos RSU do Município de Joinville, a serem coordenadas in situ pela CETI S.A. – Cooprogetti. V.3. CONCLUSÕES SOBRE A GERAÇÃO DE RSU A quantidade de RSU gerada em Joinville está baseada nos dados mensais da Coleta Domiciliar, considerando que também abrange os resíduos de varrição, capina e da Coleta Seletiva. Os resíduos comerciais de Classe II (A e B) não foram considerados por não haver dados sobre os mesmos. As variações das quantidades de RSU gerados per capita em Joinville por parte das diferentes fontes citadas acima, provavelmente devem-se aos diferentes critérios utilizados para considerar os resíduos comerciais, isto é, se fazem parte ou não dos RSU. É recomendável que os tipos de RSU levem em conta suas fontes de geração, ou seja, se são resíduos públicos, domiciliares ou comerciais para o município e também para cada bairro da cidade. Atualmente não existem dados atualizados sobre a composição dos Resíduos Sólidos Urbanos de Joinville, sendo recomendável o desenvolvimento de maneira freqüente de amostragens dos RSU para a determinação da composição-tipo para diferentes setores urbanos; segundo suas características de urbanização, uso do solo e nível sócioeconômicas. 93 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS -SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA DO MUNICÍPIO DE JOINVILLE VI.1. MARCO CONTRATUAL Os Serviços de Limpeza Urbana do Município de Joinville estão em concessão de acordo ao Contrato nº 378/2002 – Concessão da Limpeza Urbana do Município, da data de 29 de novembro de 2002, entre a PMJ e a empresa Engepasa Ambiental Ltda, atualmente denominada Ambiental Saneamento e Concessões Ltda, segundo o Terceiro Termo Aditivo do Contrato, de data 26 de setembro de 2007. Este Contrato encontra-se em vigência desde novembro de 2002, com um prazo de 10 (dez) anos a contar da sua assinatura, prorrogável por iguais e sucessivos períodos, conforme a legislação vigente, a critério da PMJ por no máximo até três prorrogações, nas mesmas condições estabelecidas no Contrato. A renovação do Contrato deve ser solicitada pela Concessionária no termo de 24 meses anteriores à data final do Contrato, devendo a PMJ decidir a respeito até 12 meses antes da citada data. O Objeto do Contrato de Limpeza Urbana do Município de Joinville inclui: • Coleta Domiciliar: coleta regular de Resíduos Sólidos Domiciliares e compactáveis (RSD), transporte e descarga no Aterro Sanitário. • Coleta Seletiva: transporte e descarga de resíduos sólidos domiciliares recicláveis. • Ampliação e Operação do Aterro Sanitário: Ampliação, operação, tratamento, controle tecnológico, manutenção e encerramento de resíduos sólidos urbanos no Aterro Sanitário. Monitoramento topográfico; Tratamento de lixiviados; operação de jazida para obtenção de material de cobertura; Viveiro de mudas e desenvolvimento de Visitas. • Coleta Hospitalar: Coleta regular e diferenciada de resíduos provenientes de serviços de saúde (RSS), com veículo adequado a este serviço, até setor de tratamento de RSS no prédio do Aterro Sanitário de Joinville. • Tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde: Esterilização do lixo hospitalar via autoclavagem, consistente na permanência do resíduo, sob pressão de vapor d’água no mínimo 15 minutos a uma temperatura de 150 ºC, dentro da Autoclave. Os resíduos tratados são transportados e descarregados em valas sépticas no Aterro Sanitário. • Limpeza de vias urbanas pavimentadas e jardins públicos. Serviços Gerais de Limpeza, de vias urbanas pavimentadas e jardins públicos, compreendendo: 94 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos o Varrição simples e a operação manual de recolhimento dos resíduos junto ao meio-fio e canteiros não ajardinados. o Varrição mecanizada e recolhimento dos resíduos junto ao meio-fio. o Capinação manual. o Capinação Mecanizada em vias urbanas pavimentadas. o Outros: capinação química; raspagem; pintura de meios fios e limpeza de bocas-de-lobo em vias urbanas com remoção e transporte dos resíduos no Aterro Sanitário. No fluxograma a seguir pode observar-se o circuito da gestão de RSU. 95 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 12. Fluxograma de resíduos domésticos. Circuito de RSD Circuito dos materiais recicláveis 96 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI.2. DADOS ANTECEDENTES DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA A Tabela que segue detalha as quantidades de RSU submetidas à Coleta Domiciliar, Coleta de Varrição, Coleta Hospitalar e Coletas Industriais e Particulares, entre os anos de 1991 e 2010, conforme as diferentes fontes de informação consultadas. TABELA 30. Histórico de quantidades de RSU submetidos à Coleta Domiciliar, Seletiva, Varrição, Hospitalar e Industriais e Particulares (t./ano). Ano Coleta Domiciliar (t./ano) Coleta Seletiva (t./ano) 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 (*) 41.808 46.056 47.772 55.020 63.660 77.868 79.752 95.460 99.792 103.812 107.640 110.640 112.440 108.252 89.868 95.508 98.208 105.441 109.036 114.816 s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d 2.153 3.801 8.606 Coleta Varrição(t./ano) Coleta Hospitalar (t./ano) Coletas Industriais e Particulares (t./ano) (**) 23.400 24.684 23.304 22.332 23.532 25.248 27.768 30.516 31.932 33.276 23.880 25.680 31.680 20.868 2.916 4.968 8.388 5.232 10.330 8.290 s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d 204 252 300 300 336 372 324 365 469 525 s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d s/d 46.680 36.600 29.880 39.696 34.656 13.944 23.724 20.280 s/d s/d Fontes: Dados 1991-2000 tomados de EIA Ampliação do Aterro Sanitário do Município de Joinville - OAP Consultores Associados Ltda., 2001; Dados Coleta Domiciliar, Coleta Seletiva e Coleta Hospitalar 2008, 2009 e 2010 (até setembro 2010) fornecidos pela FUNDEMA; dados Coleta Varrição 2010 projetados de dados de Coleta de Capina Mecanizada e Varrição - Ambiental Relatório de Atividades Junho 2010; dados restantes: IPPUJ, Joinville Cidade em Dados, Edição 2009. Notas: (*) Dados projetados para o ano de 2010 a partir de dados de janeiro até setembro 2010, considerando uma tendência equivalente ao ano 2009. (**) Coleta de indústriais e particulares - resíduos depositados no Aterro Sanitário por terceiros com características de resíduos domiciliares (Classe II), provenientes de grandes geradores do comércio (supermercados e redes de loja), de refeitórios industriais e do próprio município (podas de árvores, mutirões de limpeza). 97 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI.3. RELATÓRIOS DE ATIVIDADES CONFORME O CONTRATO Nº 378/2002 Mensalmente, conforme consta no Contrato Nº 378/2002 – Concessão da Limpeza Urbana do Município, a empresa Ambiental apresenta um Relatório de Atividades detalhando os principais aspetos técnicos, operativos e econômicos dos serviços prestados pela Ambiental, conforme detalhado a seguir47: • • • Serviços de Coleta: - Coleta Domiciliar - Coleta Seletiva - Coleta Hospitalar - Coleta Especial Aterro Sanitário – Operação - Monitoramento Topográfico - Visitas ao Aterro Sanitário - Viveiro de Mudas - Jazida - Sistema de Tratamento de Líquidos Percolados - Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde - Manutenção Geral de Acessos e Pátios Internos e Instalações Gerais do Aterro Sanitário - Obras de Ampliação da Área Emergencial - Obras de Ampliação do Aterro Sanitário Serviços Gerais de Limpeza - Medições de Serviços Gerais de Limpeza – Valores em Aberto • Relação com o Usuário • Treinamentos • Anexos - Relatórios Financeiros o Ingressos de Numerários o Repasse de Arrecadação o Relatório de Valores o Valor do Suplemento para os anos de 2004 a 2010 o Recebimento de Suplementos o Recolhimento de Tributos o Valores em aberto 47 Estrutura do Informe tomada de Relatório de Atividades - Junho 2010, de Ambiental Saneamento e Concessões Ltda. 98 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos - Medições o Atestado de Medição – [mês em curso] o Atestado de Medição – Serviços Gerais de Limpeza - Relatórios Operacionais o Coleta de Resíduo Domiciliar – Tonelagem Coletada por Setor o Coleta Seletiva – Tonelagem Coletada por Setor o Relatório de Operações do Serviço de Coleta o Relatório de Operações do Aterro Sanitário o Programação dos Serviços de Capina Mecanizada o Quadro de Pessoal o Quadro de Equipamentos o Pesquisa de Coleta Domiciliar o Pesquisa de Coleta Hospitalar o Coleta Especial o Diário de Obra de Ampliação do Aterro Sanitário o Relatório de Descarga de Material Reciclável - Correspondências o Correspondências Externas o Informativo de Cobrança - Relatório de Monitoramento do Aterro Sanitário - Relatório Fotográfico o Aterro Sanitário o Atendimento ao Usuário o Coleta o Serviços Gerais de Limpeza - Treinamentos VI.4. COLETA DOMICILIAR VI.4.a. Evolução do Serviço de Coleta Domiciliar A seguir se apresenta um Gráfico ilustrando as quantidades anuais de resíduos coletados pelo serviço de Coleta Domiciliar no período (1991-2010): 99 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos GRÁFICO 11. Evolução das quantidades anuais de RSU coletados pelo serviço de Coleta Domiciliar (1991-2010) 140.000 120.000 t./ano 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 0 Gráfico: Quantidades mensais de RSU coletadas no período 1991-2010 (Fonte: 1991-2000: EIA Ampliação Aterro Sanitário do Município de Joinville, OAP Consultores Associados 2001; 2002-2007: IPPUJ Cidade em Dados – Edição 2009; 2008 – 2010 (até setembro): Dados fornecidos pela FUNDEMA e projetados para o ano 2010 segundo a tendência de 2009). A significativa redução das quantidades coletadas a partir do ano 2004, produzindo-se uma diminuição importante das quantidades coletadas em 2005, isto ocorreu por que a partir desse ano deixaram de coletar os RCC junto com os demais RSU, em cumprimento da Resolução CONAMA Nº 307/02. Posteriormente, observa-se o incremento das quantidades de RSU coletadas, presumivelmente devido ao incremento na geração de RSU, observando-se valores projetados para o ano de 2010 equivalentes aos do ano de 2002. As quantidades de RSD coletadas no ano 2008 até setembro 2010 foram as seguintes: TABELA 31. Coleta Domiciliar: quantidades mensais, médias mensais e totais anuais para o período 2008 – 2010 (até setembro). Coleta Domiciliar Jan 08 Fev 08 Mar 08 Abr 08 Mai 08 Jun 08 Jul 08 Ago 08 Set 08 Quantidade (t./mês) 8.946 8.919 9.103 8.572 8.607 8.024 8.647 8.402 8.165 100 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Coleta Domiciliar Out 08 Nov 08 Dez 08 Média 2008 TOTAL 2008 Jan 09 Fev 09 Mar 09 Abr 09 Mai 09 Jun 09 Jul 09 Ago 09 Set 09 Out 09 Nov 09 Dez 09 Média 2009 TOTAL 2009 Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10 Set 10 Média 2010 (até setembro) TOTAL 2010 (até setembro) TOTAL 2010 (projetado) Quantidade (t./mês) 9.042 8.906 10.108 8.787 t./mês 105.441 t./ano 9.209 8.716 9.523 8.612 8.779 8.657 9.333 9.157 9.163 8.944 9.004 9.939 9.086 t./mês 109.036 t./ano 9.545 9.267 10.436 9.530 9.595 9.180 9.474 8.945 8.886 9.568 t./mês 84.858 t./9 meses 114.816 t./ano Média jan 2008 - set 2010 9.071 t./mês TOTAL 2008-2010 329.293 t. 101 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos GRÁFICO 12. Coleta Domiciliar: quantidades mensais, médias mensais e totais anuais para o período 2008 – 2010 (até setembro). 11.000 10.000 t. /mês 9.000 8.000 7.000 5.000 Jan 08 Fev 08 Mar 08 Abr 08 Mai 08 Jun 08 Jul 08 Ago 08 Sep 08 Out 08 Nov 08 Dez 08 Jan 09 Fev 09 Mar 09 Abr 09 Mai 09 Jun 09 Jul 09 Ago 09 Sep 09 Out 09 Nov 09 Dez 09 Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10 Set 10 6.000 Neste Gráfico pode-se observar um aumento nas quantidades de RSU coletados pelo serviço de Coleta Domiciliar, de 3,4 % para o ano de 2009 em relação ao ano de 2008; e de 5,3 % para o ano 2010 (segundo a projeção total anual) em relação ao ano de 2009. O anterior é ilustrado na TABELA 32. TABELA 32. Quantidades totais anuais de RSU coletados pelo serviço de Coleta Domiciliar. Total (t./ano) Coleta domiciliar % incremento 2008 105.441 2009 109.036 3,4% 2010 (projetado) 114.816 5,3% VI.4.b. Setores de Coleta Domiciliar Segundo o Relatório de Atividades (junho 2010) elaborado pela empresa Concessionária dos Serviços de Limpeza Urbana, o plano de trabalho para o ano de 2010 contemplará o atendimento a 81 setores na área urbana, com referência a coleta diária para 3 setores e alternada de três vezes por semana para 78 setores e atende a 6 setores na área rural, com freqüência de coleta variando de 1 a 3 vezes por semana. Segundo IPPUJ - Joinville Cidade em Dados 2009, os serviços de coleta de resíduos domiciliares abrangem 100% da área urbana e possui oito roteiros na área rural, com especial atendimento nas regiões de preservação ambiental e de nascentes. O Mapa de Rotas de Coleta é apresenado em Anexo E (Croqui Georreferenciado). 102 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos As características dos Bairros de Joinville exibem-se na Tabela a seguir: TABELA 33. Setores de Coleta Domiciliar por Bairro (Área Sede e Distrito Pirabeiraba); áreas e dados de população (2000 e 2009) e freqüências de coleta domiciliar. Nome do Bairro Adhemar García América Anita Garibaldi Atiradores Aventureiro Boa Vista Boehmerwald Bom Retiro Bucarein Centro Comasa Costa e Silva Epinheiros Fátima Floresta Glória Guanabara Iririú Itaum Itinga Jardim Iririú Jardim Paraíso Jardim Sofía Jarivatuba João Costa Morro do Meio Área (km2) 2,02 4,54 3,05 2,73 9,29 5,85 3,16 3,89 2,04 1,32 3,09 6,60 4,34 2,46 5,01 5,48 3,04 6,26 3,18 7,86 3,29 3,27 2,12 2,09 3,41 3,60 População (2000) 14.173 9.877 7.663 4.400 30.395 16.598 8.326 9.479 5.227 4.431 19.048 22.299 6.139 13.468 16.990 8.213 9.465 21.357 11.568 15.360 19.162 12.685 3.170 15.440 10.475 7.413 População (2009) 10.522 10.925 8.036 5.103 35.288 17.817 14.320 10.925 5.642 5.188 20.998 25.590 8.241 14.873 18.415 8.522 9.614 24.137 12.499 6.908 21.910 15.831 4.197 11.452 11.061 9.710 Setores de Coleta 66, 68 31, 33 72 1, 2, 3, 5, 28 24, 25 60, 61 9 78 38 19 33, 34, 35 21 66, 67, 75 79, 80, 81 32, 37, 73 75, 76, 77 16, 23, 42 74, 80 43 15, 18 6, 8 8 70 58, 59 47, 48 103 Frequencia de Coleta Domiciliar (dias) Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Todos os dias Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Nova Brasília Paranaguamirim Parque Guarani Petrópolis Profipo Saguaçú Santa Catarina Santo Antonio São Marcos Ulysses Guimarães Vila Cubatão Vila Nova Zona Industrial Norte Zona Industrial Tupy Área (km2) 9,34 17,18 4,46 3,02 1,61 4,90 5,45 2,20 4,97 3,25 0,36 13,71 30,24 1,65 População (2000) 11.211 9.879 13.064 11.122 11.769 4.736 2.477 1.076 15.695 1.948 52 População (2009) 12.138 23.615 10.427 13.910 6.034 11.016 6.948 5.501 2.620 7.014 1.296 20.035 2.359 58 Total 205,33 405.850 470.695 Zona Rural 516,48 6.777 7.538 Total Área Rural Sede 516,48 6.777 7.538 DISTRITO PIRABEIRABA Dona Francisca Pirabeiraba Centro Rio Bonito 1,60 6,15 5,77 4.008 5.114 1.229 4.527 4.999 Total Distrito Pirabeiraba 13,52 9.122 10.755 TOTAIS MUNICIPIO 1.134 429.604 497.331 Nome do Bairro Setores de Coleta 46, 47 54, 55, 56, 57 53 62, 63 44 30, 40, 41 45, 61 29 51 69 3 10, 13, 49, 50 13, 34 20 Frequencia de Coleta Domiciliar (dias) Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado Terça, Quinta e Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 14, 42 12 13 11, 12 Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Fonte: IPPUJ, Joinville Cidade em Dados Edição 2009; tomado de IBGE, Censos Demográficos e Contagem Populacional 1980, 1991, 2000; Estimativas Datasul 2009 e IPPUJ 2009. 104 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A Concessionária dos serviços de Limpeza Urbana, Ambiental Saneamento e Concessões Ltda é a encarregada da cobrança dos serviços que presta aos usuários em forma direta, percebendo um complemento de parte da PMJ, segundo o estabelecido no Contrato Nº 378/2002 e seus Termos Aditivos. Conforme relatado pela UCP em setembro/2010, as taxas pagas atualmente pelo serviço de limpeza urbana no município são regidas pelo zoneamento onde estão localizados os imóveis, como em bairros residenciais ou comerciais, havendo necessidade de se fixar taxas diferenciais por volumes de resíduos gerados. VI.4.c. Equipamento No Anexo 3.1.3 do Relatório de Atividades, a Concessória Ambiental relata um total de 24 caminhões e 16 veículos de apoio de forma permanente nos meses de janeiro a junho 2010. Conforme o Anexo 3.4 os detalhes dos equipamentos para a Coleta Domiciliar para o mês de Junho 2010 são: • 22 Caminhões tipo Coletor Compactador • 2 Caminhões tipo Coletor Compactador com Dispositivo • 1 Caminhão Carroceria MB 710 • 1 Moto CG 125 • 2 Caçambas Estacionárias 5 m3 (no Mercado Municipal) • 73 Contêineres Metálicos 1,2 m3 (Coleta Contêineres) Em Fevereiro 2010 as quantidades dos equipamentos descritas no Relatório de Atividades foram menores, segundo detalha-se a seguir: • 17 Caminhões tipo Coletor Compactador • 2 Caminhões tipo Coletor Compactador com Dispositivo • 1 Caminhão Carroceria MB 710 • 1 Moto CG 125 • 65 Contêineres Metálicos 1,2 m3 (Coleta Contêineres) 105 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 1. Caminhão de Coleta Domiciliar. VI.4.d. Pessoal Segundo o Anexo 3.1.3 do Relatório de Atividades, a Concessória Ambiental conta com um total de 201 funcionários de forma permanente nos meses de janeiro a junho 2010, com um total de 148 dias trabalhados no semestre. No Anexo 3.3 do Relatório de Atividades de Coleta Domiciliar de junho 2010 descreve-se um total de 201 funcionários para atividades de Coleta em geral (Domiciliar, Hospitalar e Seletiva), sendo 164 funcionários para a Coleta Domiciliar. Adicionalmente, contam com mais 32 funcionários para a Relação Usuário e mais 23 para Apoio Administrativo geral das atividades da Concessionária Ambiental. VI.4.e. Conclusões sobre a Coleta Domiciliar Conta-se com serviços privados de Coleta Domiciliar de RSU abrangendo a totalidade da área urbana de Joinville. Os mesmos estão articulados com serviços complementários ou associados, como a coleta seletiva, a remoção de resíduos gerados em serviços de varrição, capinação, etc., e a disposição final dos RSU em aterro sanitário. A freqüência de coleta é, com a exceção da zona central, de 3 vezes por semana: em alguns bairros e setores de coleta, a segunda, quarta e sexta-feira, e nos restantes a terça-feira, quinta-feira e sábados. Por este motivo requer-se do apoio, compromisso e da ativa participação da população, atitudes que podem promover-se mediante uma adequada comunicação e conscientização ambiental. Fato que constitui um aspecto fundamental para o êxito de uma gestão integrada dos Resíduos Sólidos em qualquer cidade. 106 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos O serviço de coleta domiciliar é parte do contrato de concessão pelos serviços de Limpeza Urbana do Município de Joinville, de data 29 de novembro de 2002, com um prazo de 10 anos, prorrogável por iguais e sucessivos períodos, a critério da PMJ, por no máximo até três prorrogações, nas mesmas condições estabelecidas em Contrato. É de supuser que a elaboração do PMSB – componente Resíduos Sólidos, poderá determinar eventuais necessidades de ajustes ou mudanças ao sistema atual dos serviços de limpeza urbana, e portanto, a gestão operativa a ser considerado no futuro dos serviços. VI.5. COLETA SELETIVA DE RSU VI.5.a. Alcance e Evolução do Serviço Há aproximadamente 8 anos, em Joinville realiza-se a Coleta Seletiva de materiais recuperáveis (tais como papéis, plásticos, vidros, metais, etc.) dos Resíduos Domiciliares e Comerciais separados na origem em diferentes áreas do Município. O Contrato Nº 378/2002 entre a PMJ e a empresa Ambiental Saneamento e Concessões Ltda., vigente desde 29 de novembro de 2002, inclui os serviços de Coleta Seletiva de materiais recuperáveis dos Resíduos Sólidos. TABELA 34. Horários e freqüências da Coleta Seletiva em Joinville. Dias Turno Bairros / Zonas 2ª feira Manhã Bucarein 3ª feira Manhã América/Santo Antônio 4ª feira Manhã Guanabara/Itaum/Fátima 5ª feira Manhã Aventureiro/Duque 6ª feira Manhã Boehmerwaldt/Porto Rico/Copacabana Sábado Manhã Costa e Silva 3ª feira Manhã Santo Antônio 2ª feira Manhã Anita Garibaldi/Atiradores/São Marcos 5ª feira Manhã Jardim Iririú/Portinho/Pq Joinville/Aventureiro 6ª feira Manhã Floresta/Itaum/Copacabana Sábado Manhã Glória/Costa e Silva/América 4ª feira Manhã Petrópolis/Itaum/Porto Rico 2ª feira Tarde Glória/América/Atiradores 3ª feira Tarde Bom Retiro/Binário 4ª feira Tarde Fátima/Guanabara 5ª feira Tarde Iririú/Jardim Iririú 107 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Dias Turno Bairros / Zonas 6ª feira Tarde Nova Brasília/São Marcos/Jativoca Sábado Tarde Vila Nova 2ª feira Manhã Morro do Meio/Vila Nova 3ª feira Manhã Saguaçu 4ª feira Manhã Adhemar Garcia/Agulhas Negras/Ulisses Guimarães 5ª feira Manhã Jardim Iririú/Comasa Boa Vista/Dom Gregório 6ª feira Manhã Santa Catarina/Profipo Sábado Manhã Vila Nova/Aeroporto/Jardim Kelly/Jardim Sofia/Santa Bárbara/Francieli 2ª feira Tarde Boehmerwaldt/Petrópolis 3ªFeira Tarde Jardim Paraíso/Canto do Rio 4ª feira Tarde Jarivatuba/Rio Vermelho/Ulisses Guimarães 5ª feira Tarde Iririú/ Comasa/Comasa Boa Vista 6ª feira Tarde Santa Isabel/Padre Roma Sábado Tarde Boa Vista/ZI Tupy 2ª feira Tarde Escolinha/Itinga/Ronco D'agua 3ª feira Tarde Dist. Indl/Pirabeiraba/Rio Bonito/Canela 4ª feira Tarde João Costa/Parque Guarani 5ª feira Tarde Espinheiros/Comasa/Moinho dos Ventos/Vila Paraná 6ª feira Tarde Paranaguamirim/Estevão de Matos/Edilene Sábado Tarde América Diário Tarde Centro Fonte: http://www.ambsc.com.br/coleta_seletiva.pdf; ultimo accesado 29 de janeiro de 2010. O serviço de coleta seletiva é articulado com o serviço de coleta domiciliar, desenvolvendo-se em dias alternados aos dias de coleta domiciliar, segundo se ilustra na TABELA 35. 108 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 35. Frequência da Coleta Seletiva e da Coleta Domiciliar por Bairro / Região. Setor Bairros/Região Coleta Seletiva Freqüência Coleta Seletiva Freqüência Coleta Domiciliar 2 América Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 60 América / Diário Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira 13 Anita Garibaldi Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 8 Anita Garibaldi Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 4 Aventureiro Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 16 Aventureiro / Diário Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 30 Boa Vista Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira 36 Boa Vista / Diário Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira 5 Boehmerwaldt Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 14 Bom Retiro / Diário Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 1 Bucarein Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 61 Centro Diário Diário 55 Cohab Aventureiro Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 6 Costa e Silva Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira 59 Costa e Silva / Rui Barbosa Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira 44 Dom Gregório / Parque Joinville Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 7 Dona Francisca / Rui Barbosa Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 25 Escolinha / Petrópolis Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 34 Espinheiros / Diário Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 42 Fátima Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 21 Fátima Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 109 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Setor Bairros/Região Coleta Seletiva Freqüência Coleta Seletiva Freqüência Coleta Domiciliar 10 Floresta Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 11 Glória / América Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira 50 Glória / Diário Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 37 Glória / Diário Segunda-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 53 Guanabara Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 52 Iririú - Binário / Diário Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 38 Itaum Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 3 Itaum Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 31 Itinga Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 35 Jardim Edilene Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 22 Jardim Iririú Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 9 Jardim Iririú / Dom Gregório Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 26 Jardim Paraíso Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 40 Jardim Paraíso / Pirabeiraba Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 24 Jardim Sofia / Santa Bárbara Sábado Segunda, Quarta e Sexta-feira 54 Jarivatuba Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 58 Jativoca / Nova Brasília / Diário Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 33 João Costa / Parque Guarani / Diário Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 19 Morro do Meio Segunda-feira Terça, Quinta e Sábado 46 Nova Brasília / Diário Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 56 Papa João XXIII / Portinho Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 17 Paranaguamirim Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 29 Paranaguamirim / Estevão de Matos Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 110 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Setor Bairros/Região Coleta Seletiva Freqüência Coleta Seletiva Freqüência Coleta Domiciliar 27 Parque Guarani Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 43 Parque Joinville Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 12 Petrópolis Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 45 Porto Rico Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 23 Profipo Sexta-feira Terça, Quinta e Sábado 32 Rio Bonito Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 20 Saguaçu Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 51 Santo Antônio Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 39 Santo Antônio / Saguaçu Terça-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 41 Ulisses Guimarães / Adhemar Garcia Quarta-feira Terça, Quinta e Sábado 49 Vila Nova Sábado Terça, Quinta e Sábado 48 Vila Nova Segunda-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira 28 Vila Paraná Quinta-feira Segunda, Quarta e Sexta-feira Fonte: Elaboração própria, com base nos dados de Coleta Domiciliar e Coleta Seletiva para o ano 2010, fornecidos pela PMJ. 111 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Existe a tendência a aumentar as áreas com serviço de Coleta Seletiva: até abril de 2009, o serviço atendia a 37 setores (1 com coleta diária na região central; e 36 com coleta alternada uma vez por semana); no entanto, a partir de estudos que apontaram a necessidade de ampliação no atendimento do serviço passou-se a um total de 48 setores até dezembro 2009 e logo a um total de 60 setores com coleta alternada e 1 setor com coleta diária na região central48. A seguir detalham-se as quantidades de resíduos coletados pelo serviço de Coleta Seletiva desde janeiro 2008 até setembro 2010. TABELA 36. Coleta Seletiva (2008-2010) Coleta Seletiva Jan 08 Fev 08 Mar 08 Abr 08 Mai 08 Jun 08 Jul 08 Ago 08 Set 08 Out 08 Nov 08 Dez 08 Média 2008 TOTAL 2008 Jan 09 Fev 09 Mar 09 Abr 09 Mai 09 Jun 09 Jul 09 Ago 09 Set 09 Out 09 Nov 09 48 Quantidade (t./mês) 138 137 143 151 162 152 151 153 188 233 241 304 179 t./mês 2.153 t./ano 270 244 249 236 296 246 342 369 376 422 336 Fonte: Relatório de Atividades de Junho 2010. Ambiental Saneamento e Concessões Ltda. 112 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Coleta Seletiva Quantidade (t./mês) Dez 09 Média 2009 TOTAL 2009 415 317 t./mês 3.801 t./ano Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10 Set 10 500 499 578 734 776 739 764 702 437 Média 2010 (até setembro) 637 t./mês TOTAL 2010 (projetado) 5.729 t./ano Média 2008 - 2010 354 t./mês TOTAL 2008-2010 11.682 t. GRÁFICO 13. Quantidades mensais de resíduos da coleta seletiva encaminhados para os pontos de reciclagem. 1000 900 800 600 500 400 300 200 100 0 Jan 08 Fev 08 Mar 08 Abr 08 Mai 08 Jun 08 Jul 08 Ago08 Sep 08 Out 08 Nov 08 Dez 08 Jan 09 Fev 09 Mar 09 Abr 09 Mai 09 Jun 09 Jul 09 Ago09 Sep 09 Out 09 Nov 09 Dez 09 Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Ago 10 Sep 10 t. /mês 700 Fonte: elaboração própria com base em relatórios mensais da Ambiental. 113 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Como pode observar-se no Gráfico anterior, o serviço de Coleta Seletiva vem sofrendo um significativo aumento na quantidade de materiais coletados, o qual foi de 77 % no ano 2009 em comparação com o ano 2008; e de 101 % no ano 2010 em relação a 2009. Quanto ao total dos resíduos coletados pelos serviços de higiene urbana, a abrangência da Coleta Seletiva em 2008 foi de aproximadamente 2 %, passando a valores de até aproximadamente 6,5 % atualmente. Segundo a FUNDEMA a meta é atingir 20 %. Tal aumento pode ser devido à campanha educativa e de divulgação realizada pela FUNDEMA, a adequada resposta da população que muitas vezes, informada do serviço da Coleta Seletiva, solicita à FUNDEMA a coleta dos resíduos reciclados em determinado local, de modo que quando são recebidos vários pedidos provenientes de um mesmo Bairro, a PMJ solicita à Concessionária Ambiental a ampliação do serviço. VI.5.b. Equipamento No Relatório de Atividades da Concessionária Ambiental para o mês de junho de 2010, manifesta-se que, devido ao incremento de setores de Coleta Seletiva mencionado no último semestre, a frota foi incrementada de 6 a 7 Caminhões Baú. FOTO 2. Caminhão baú da Coleta Seletiva em Joinville. Fonte: http://www.ambsc.com.br/serv_coletas.htm VI.5.c. Pessoal Cada serviço desenvolve-se com 1 motorista e 2 coletores por caminhão. No Relatório de Atividades da Concessionária Ambiental de junho 2010, registra-se 31 funcionários na Coleta Seletiva, havendo-se aumentado o quadro em 1 motorista e 2 coletores. 114 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 37. Pessoal de Coleta Seletiva. SERVIÇO Coleta Seletiva Encarregado Fiscal Função Coletor Motorista Diurna Noturna Diurna Noturna Diurna Noturna Total 0,3 0,6 0 20 0 10 0 30,9 Fonte: Relatório Mensal Ambiental Junho de 2010. VI.5.d. Conclusões sobre a Coleta Seletiva O serviço de Coleta Seletiva está baseado no estabelecimento de uma freqüência e horários definidos para os diferentes lugares (de uma vez por semana, a exceção do Centro onde a coleta seletiva é diária). Desta maneira, o sistema requer do compromisso e a da boa resposta da população para realizar a separação de materiais dos RSU, e sua adequada segregação e acondicionamento, como assim também, a necessidade de um armazenamento transitório nas residências das frações “secas” recuperáveis dos RSU por vários dias. A respeito dos sistemas baseados na “contenerização”, um sistema baseado em horários pela coleta seletiva apresenta as vantagens da ausência de infra-estrutura nas ruas (lixeiras), com resíduos que, se mal segregados, podem apresentar frações orgânicas putrescíveis, degradando a qualidade dos resíduos a recuperar e as condições operativas e higiênicas dos catadores formais que processam esses resíduos; e gerando mau cheiro, vetores, etc. O sistema de coleta seletiva requer ser melhorado através de uma maior conscientização e participação da população executando uma separação na origem adequada e generosa, e através da ampliação das zonas de Coleta Seletiva. Faz-se necessário uma melhor qualidade da separação na origem, pois atualmente existe uma alta incidência de dejetos ou materiais não recuperáveis misturados com os resíduos da Coleta Seletiva. Além disso, as distâncias de transporte são acrescidas pela necessidade de pesagem dos caminhões na balança do Aterro Sanitário, previamente ao transporte até os destinos correspondentes. Também as condições operativas, organizativas, orçamentárias e tecnológicas das associações de catadores requerem ser melhoradas; e resulta necessário fomentar ações para a inclusão social dos catadores informais, aspectos relacionados com o planejamento e ampliação da coleta seletiva. 115 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI.6. DESTINO DOS RESÍDUOS DA COLETA SELETIVA VI.6.a. Introdução Um dos principais aspectos na gestão dos resíduos sólidos das cidades é a separação e recuperação de materiais de resíduos sólidos e a atenção à atuação dos catadores como parte do circuito de prestação destes serviços. As questões de assistência social que surgem na gestão dos resíduos se vinculam basicamente com esta problemática. Além disso, como se pode observar nesta seção, em Joinville este tema demanda especial relevância considerando que se trata de um problema onde ainda não existe indícios de uma solução em curto prazo. Verifica-se que são requeridas definições básicas no âmbito da atribuição de responsabilidades institucionais, no planejamento e na definição de políticas e programas para desenvolver a atividade dos catadores e recuperação dos materiais com valor agregado presentes nos resíduos sólidos urbanos. Os dados apresentados nesta seção são produto das informações coletadas durante as entrevistas e visitas realizadas às instituições e locais de recuperação, e também baseado no documento da FUNDEMA “Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010”. A separação na origem e a coleta seletiva dos materiais recuperáveis dos Resíduos Domiciliares e Comerciais se realizam há aproximadamente oito anos em Joinville, tendose iniciado em alguns bairros geradores de resíduos, e expandindo-se gradualmente, segundo o descrito no ponto anterior. Os resíduos separados são direcionados a diferentes galpões onde trabalham Associações de Catadores, nos caminhões de Coleta Seletiva da Ambiental, após terem sido pesados na balança do aterro sanitário. Os dados da Ambiental indicam que em média cada grupo de catadores recebe dois caminhões diários provenientes deste serviço. Segundo referência dos catadores e de pessoal da Secretaria de Assistência Social (SAS), ocasionalmente recebem resíduos recicláveis provenientes de grandes geradores e instituições públicas. Cabe mencionar neste ponto que as entidades federais devem realizar a separação dos resíduos recicláveis e entregá-los às associações e cooperativas de catadores de matérias recicláveis49. Nestes galpões os RS provenientes do circuito da Coleta Seletiva são descarregados para seu processamento, o qual inclui: 49 • Separação de materiais conforme a sua classificação; • Acondicionamento dos materiais (compactação, enfardamento, etc.); • Venda dos materiais. para seu armazenamento e transporte Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006. 116 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Junto com os materiais recebidos da Coleta Seletiva, há importantes quantidades de rejeitos (principalmente matéria orgânica), devido a uma separação na origem deficiente. Tais rejeitos são separados do material em processamento, e levados novamente para o aterro sanitário pela Ambiental. No fluxograma apresentado no ponto VI.1 pode-se observar o circuito dos materiais recuperáveis e/ou recicláveis. Em Joinville, de acordo com informação fornecida pelo pessoal da Secretaria de Assistência Social (SAS) da PMJ, atuam cinco cooperativas de catadores reconhecidas, segundo se detalha abaixo50. Informa-se também da quantidade de catadores em cada caso51; no entanto, é usual que estas quantidades apresentem variações periódicas. • ASSECREJO – Associação Ecológica de Catadores Recicladores de Joinville. Nesta associação trabalham dois grupos de catadores: o Grupo Bairro Glória (31 - 32 catadores). I. Rua Alberto Bornschein s/n – 3º lateral da Rua Colón – Bairro Glória. 9658-3927 o Grupo Parque Joinville (15 – 18 catadores). Av. Miguel Alves Castaña, 359 / Rio do Ferro, Bairro Aventureiro. 8443-0507 – 3435-4626 • Recicla52 (7 - 8 catadores) – Cooperativa de Reciclagem, Beneficiamento e Arborização de Joinville. Rua: Aubé, 850 – Bairro Boa Vista. 9199-7180 – 34331425. • Recipar, ou Galpão do Lore (10 - 12 catadores) – Rua: Irma Maria da Graça Braz, 208 – Bairro: Paranaguamirim. 9964-9032 – 3466-2528. • Cooperanti (10 catadores). Rua: Irma Maria de Graça Braz, QM Lt 34 Paranaguamirim. 9124-0755 – 3429-4721. Os grupos de catadores acima listados são aqueles reconhecidos pela SAS, que recebem o produto da coleta seletiva da Ambiental, e onde trabalham 76 catadores, segundo seu cadastro, no entanto cabe mencionar que se trata de um número que sofre constantes variações. A SAS informa que os grupos estão vinculados familiarmente e que alguns deles são quinta geração de catadores em sua família. 50 A denominação utilizada é pela qual são reconhecidos na SAS e FUNDEMA, não se trata de nomes formais assumidos por estes grupos. 51 A quantidade de catadores foi informada pela SAS e nos dados apresentados no documento da FUNDEMA “Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010”. Nos casos de ASSECREJO e Recicla, foi comprovada também in situ. 52 A cooperativa operou até o mês de julho 2010, mas devido a problemas financeiros e questões formais deixaram de operar. Espera-se que o grupo os catadores se formalize novamente na criação de uma nova cooperativa ou associação, ou se integre a ASSECREJO. 117 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Na Tabela abaixo se apresentam as quantidades mensais recebidas pelas diferentes Associações: TABELA 38. Quantidades mensais de resíduos da coleta seletiva encaminhados para os pontos de reciclagem. ENTRADA DE RESÍDUOS NOS PONTOS DE RECICLAGEM - 2010 Mês Destinatários Assecrejo I (Rua Colon) Nº Viagens % do Total 101 30% Assecrejo II (Rio do Ferro) 88 26% Recicla (Aubé) 89 26% Outros 42 18% 320 100% 111 44% Assecrejo II (Rio do Ferro) 72 25% Recicla (Aubé) 76 28% Outros 10 3% Totais (t./mês) Janeiro Total Assecrejo I (Rua Colon) 500 Fevereiro Assecrejo I (Rua Colon) Março 125 45% Assecrejo II (Rio do Ferro) 48 15% Recicla (Aubé) 52 18% Cooperante 39 12% Lori 29 10% Assecrejo I (Rua Colon) Total 578 293 Total Abril 499 269 Total 117 42% Assecrejo II (Rio do Ferro) 55 18% Recicla (Aubé) 52 18% Cooperante 25 8% Lori 59 15% 308 734 118 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Mês Destinatários Assecrejo I (Rua Colon) Maio 45% Assecrejo II (Rio do Ferro) 55 15% Recicla (Aubé) 38 15% Cooperante 29 9% Lori 57 16% Totais (t./mês) 776 329 Assecrejo I (Rua Colon) Total % do Total 150 Total Junho Nº Viagens 136 46% Assecrejo II (Rio do Ferro) 57 15% Recicla (Aubé) 38 13% Cooperante 28 8% Lori 65 18% 324 739 Fonte: Elaboração própria com base no Relatório Mensal Ambiental Junho de 2010 e dados de Coleta Seletiva (quantidades diárias) fornecidos pela FUNDEMA em outubro 2010. VI.6.b. Assistência Social para os Catadores de Materiais Recicláveis A Prefeitura de Joinville está trabalhando com as associações e cooperativas de catadores com o objetivo de concentrar os resíduos obtidos da Coleta Seletiva. Além disso, está buscando a formalização do trabalho de separação e reutilização dos resíduos como forma de evitar o trabalho informal nas ruas, fomentar a recuperação de materiais e aumentar a vida útil do aterro sanitário. A FUNDEMA e a Secretaria de Assistência Social (SAS) trabalham em conjunto com as 1.000 famílias que, formal ou informalmente, encarregam-se da separação e recuperação dos resíduos da coleta seletiva, tratando-se de incorporá-las ao circuito formal e desta forma assegurar-lhes as condições de trabalho necessárias e também auxiliar na assistência social. Desde o mês de outubro de 2009 contam com uma equipe de trabalho que se dedica aos aspectos mais críticos como: condições de trabalho, problemas de saúde e resíduos perigosos. Nesta área, as ações da SAS, junto a FUNDEMA, tem-se concentrando, principalmente em ações de caráter assistencial e de apoio à sua formalização e vinculação com outras instituições e sobre as que concentra sua ação em matéria de assistência social. 119 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos • Realização de convênios com o objetivo de canalizar os resíduos obtidos da coleta seletiva aos galpões dos grupos de catadores. • Apoio na formalização dos grupos em cooperativas. • Provisão de equipes e elementos de trabalho, diretamente ou em colaboração com outras instituições. • Capacitação e educação aos integrantes. Por exemplo, está prevista a realização de um curso de capacitação e educação ambiental para os catadores no mês de janeiro de 2011. • Cadastramento de catadores, assistência médica e monitoramento geral da situação social, incluindo atendimento de solicitações de seus integrantes vinculadas aos problemas familiares e organização interna dos grupos. Um aspecto importante da assistência da Prefeitura é o apoio financeiro aos grupos de catadores através do aluguel direto de seus galpões e os espaços de trabalho e os consumos dos serviços de saneamento e energia elétrica. O valor de aluguel fica em torno de R$ 3.500,00 por galpão de cada grupo53. Pela forma que toma este apoio financeiro, deve destacar-se que a PMJ se coloca numa situação sujeita a riscos legais, de tipo criminalístico, civil e de trabalho. Diante dos eventuais inconvenientes nas instalações que a PMJ aluga, com os catadores ou terceirizados, como: acidentes de trabalho, dano à propriedade ou a pessoas e ações criminais que possam se desenvolver nos galpões, nos processos judiciais subseqüentes pode resultar que os funcionários ou a instituição da PMJ deveriam assumir algum tipo de responsabilidade legal. A Secretaria de Assistência Social informa também que atualmente está verificando a atuação de outros grupos de catadores de lixo que trabalham informalmente na separação e recuperação de resíduos a partir de materiais comprados de coletores individuais que trabalham nas ruas com seus carrinhos de coleta. Esta problemática resulta tão significativa que a SAS estima que a quantidade de catadores nestes outros grupos poderiam até duplicar os trabalhadores cadastrados nos cinco grupos já mencionados. Trata-se de catadores que estariam atuando nas zonas de Vila Nova54, Cubatão e Morro do Meio. Nestes casos, a ação da SAS busca em primeiro lugar assegurar que a separação se realize em galpões, e não nos domicílios particulares de seus integrantes; e incorporá-los no circuito formal e desta forma assegurar-lhes as condições de trabalho necessárias além de auxiliar na assistência social. As ações mencionadas da SAS, da FUNDEMA e demais instituições, não se encontram em algum programa de apoio aos catadores ou de melhora na separação de RSU ou outra que aponte à melhora desta etapa dos serviços de RSU em Joinville. Trata-se de esforços de distintas instituições, sem coordenação ou planificação, e que se realizam ainda sem ter um 53 Com a exceção de um dos galpões de ASSECREJO, que é propriedade da Associação. 54 No Bairro Vila Nova existem 40 famílias trabalhando com os resíduos em seus domicílios particulares, por isso está sendo avaliada a possibilidade de criar uma filial da ASSECREJO ou outra cooperativa neste bairro. 120 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos acordo sobre o modelo institucional em que deve se aplicar nesta etapa do serviço e as funções e a participação dos catadores em ela. Na SAS reconhece-se a possibilidade de aplicar com êxito em Joinville soluções institucionais, mencionando os casos de Belo Horizonte, e de Curitiba como os parques de reciclagem do EcoCidadão55. Em Belo Horizonte, os avanços institucionais partiram de reconhecer, a partir de 2003, os catadores da Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (ASMARE), no sistema de gerenciamento integrado da Superintendência de Limpeza Urbana, como parceiros prioritários do Projeto de Coleta Seletiva do município56. Em resumo, não se trabalha desde o ponto de vista social sob um programa com objetivos dos quais se derivam as ações das diferentes instituições, ou metas com o objetivo de alcançar um caminho institucional visando um modelo sustentável e através do consenso prévio. Para assegurar a eficácia das ações e esforços das distintas instituições é necessário avançar com o desenvolvimento e implementação de um programa destas características para o Município de Joinville. VI.6.c. Associações de Catadores de Lixo VI.6.c.i. Assecrejo I - Rua Alberto Bornschein s/n – 3º lateral da Rua Colon – Bairro Glória. 9658-3927 Nesta sede a associação conta com 32 pessoas associadas. A associação opera há 10 anos e possui outra filial no bairro do Rio do Ferro. A estes galpões são direcionados os caminhões de Coleta Seletiva realizada pela Empresa Ambiental, após terem sido pesados na balança do aterro sanitário. Estima-se que recebem de 2 a 3 caminhões diários provenientes deste serviço, mas têm a capacidade para receber entre 4 a 5 caminhões diários.57 Conforme informado pelos trabalhadores da cooperativa do Bairro Glória, na visita técnica realizada em 31/08/2010, pode ocorrer ocasionalmente o recebimento de resíduos recicláveis, provenientes de grandes geradores e transportados por empresas privadas. Esta sede opera de segunda a sábado, das 8 às 17 horas. 55 A cidade de Curitiba desde maio de 2008, começou implantar os parques de reciclagem do EcoCidadão, visando ajudar e introduzir melhoras nas condições de vida dos catadores. Isto permitiu que os trabalhadores associados recebessem melhores rendas ao diminuir o circuito dos catadores informais. Prefeitura de Curitiba. “EcoCidadão, vida melhor e renda maior aos catadores de Curitiba”, 12/10/2010 em http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/ecocidadao-vida-melhor-e-renda-maior-aos-catadores-decuritiba/20619. 56 Para maior informação sobre estas experiências, pode consultar-se Dias, Sonia Maria. 2002. “Construindo a Cidadania: avanços e limites do projeto de coleta seletiva em parceria com a ASMARE”, Programa de Pós Graduação em Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte 57 FUNDEMA. Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010. 121 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 13. Imagem de satélite –Vista Geral ASSECREJO. Galpão em círculo vermelho. Fonte: Google Earth FIGURA 14. Imagem de satélite –Zoom ASSECREJO. Galpão em círculo vermelho. Fonte: Google Earth 122 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 3. Galpão da Assecrejo I - Bairro Glória. Na ASSECREJO calcula-se que 30% dos materiais recebidos não são recuperáveis, consistindo principalmente em produtos de poda e material orgânico, causa da inadequada separação na origem. Este resíduo é coletado novamente e disposto no aterro sanitário. Segundo o informado, o salário mensal varia entre R$ 650,00 e R$ 700,00 para cada catador participante da cooperativa. Este salário varia de acordo com a quantidade de resíduos recebidos e a quantidade de dias trabalhados por cada associado. O croqui seguinte ilustra de maneira esquemática o layout do galpão visitado em 21/08/2010: FIGURA 15. Lay Out esquemático do Galpão de ASSECREJO I - Bairro Glória. Fonte: FUNDEMA. Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010. 123 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos O procedimento é o seguinte: os caminhões chegam ao local e realiza-se a descarga na entrada do galpão, diretamente no chão que está impermeabilizado. Alguns caminhões são de empresas privadas e os catadores muitas vezes desconhecem a sua procedência. Calcula-se entre 1.500 e 3.800 kg de material por carga. Parte do pessoal se encarrega de separar os resíduos e de levá-los aos diferentes setores de trabalho. Contam com duas mesas grandes de trabalho para separação dos materiais de plástico, papel e papelão e vidro. Separam os diferentes tipos de plástico (PET por cores, mineral, copos descartáveis, caixas de monitores e TV), papel, papelão, vidro, diferentes metais, etc. Alguns materiais como latinhas de alumínio, papel e papelão são prensados e enfardados. Outros são armazenados em big bags ou tambores até a venda. Antes da venda, todos os materiais são pesados. FOTO 4. Interior do galpão no Bairro Glória. Observam-se montículos de resíduos depositados pelo caminhão da Coleta Seletiva. Nas laterais observam-se sacos de lixo grandes (big bags) com materiais selecionados. Durante a visita ao Galpão do Bairro Glória observou-se baterias de carro, lâmpadas fluorescentes, cartuchos de impressora, REEE, todos considerados resíduos perigosos que poderiam ser destinados de outra maneira, e melhor aproveitados como fonte de renda. Outros materiais recebidos são: isopor, latas de alumínio e de conservas, caixas de papelão, garrafas de diferentes plásticos, bandejas de plástico ou alumínio descartáveis, várias embalagens de vidro, computadores e autopeças. Segundo o informado, os compradores visitam o galpão e compram o material sem agendar horário, cada comprador do produto reciclado tem um dia específico para fazer sua compra. As pessoas entrevistadas declararam desconhecer o destino dos materiais vendidos. 124 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 5. Acondicionamento de papel / papelão recuperado. FOTO 6. Prensa enfardadora de materiais recuperáveis. Quanto à infra-estrutura no galpão do Bairro Glória dispõe de uma balança digital de 1 ton. e outra analógica de 500 kg. Também contam com duas prensas de 600 kg para enfardar o material recuperado, um carrinho de carga e uma grua de 3 / 4 m. 125 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 7. À esquerda observam-se prensas e grua na ASSECREJO I- Bairro Glória. No fundo observa-se o sistema de prevenção e combate de incêndios. A Empresa Termotécnica compra o isopor, levam de três a quatro meses para juntar uma boa quantidade para vender este material e outros resíduos leves como bandejas de alumínio. Em referência aos preços de venda do material, relataram os seguintes para agosto 2010: TABELA 39. Preços de materiais recicláveis MATERIAL PREÇO (R$/KG) PET 1,20 Papelão 0,42 Papel branco 0,40 Latinha 1,80 Panela 2,00 Todo tipo de lata (Fe) 0,24 Alumínio duro 1,80 Antimônio 1,20 Cabo de cobre 3,00 Metal 5,50 Luzes pisca-pisca 1,50 Bateria de carro 0,5 Aço inoxidável 2,00 Aço inoxidável e não ferroso 0,50 Ferro fundido 0,30 Cabo de cobre sem capa 10,00 Metal misto (autopeças) 9,00 Fonte: ASSECREJO agosto 2010 126 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Apesar da maioria dos catadores possuir luvas, outros equipamentos básicos de segurança são necessários para realizar o trabalho. FOTO 8. acondicionamento de embalagens de vidro e seleção por cor. FOTO 9. Seleção de embalagens de plástico por tipo de material Em relação às dificuldades para a realização do trabalho, foi informado pelos associados durante a visita que a maior necessidade seria uma bancada de 10 a 15 m, já outra entrevistada comentou que as correias transportadoras não são muito práticas, pois não permitem tempo suficiente para separar os resíduos, aumentando o desperdício. Comentaram também que a Assecrejo recebeu uma doação de equipamentos de segurança ou equipamentos de proteção individual (EPIs), mas ainda não foi recebida por estar aguardando liberação dos produtos pela receita federal por tratar-se de material vindo de outro país. 127 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Por último, alguns catadores manifestaram que também seria útil a aquisição de uma prensa maior e de carrinhos para transportar os fardos. Além disso, acreditam que é necessário melhorar a divulgação e educação da população para enfatizar o seu trabalho. FOTO 10. Estação de acondicionamento de elementos metálicos e separação por tipo de material VI.6.c.ii. Assecrejo II –Av. Miguel Alves Castanha, 359 / Rio do Ferro, Bairro Aventureiro. 8443-0507 – 3435-4626 58 Esta sede conta com aproximadamente 18 associados e recebem 2 caminhões por dia, mas a capacidade de processamento é de 5 ou 6. Os equipamentos que fazem parte desta associação são: 2 prensas, 1 carrinho de carga, 1 jacaré, 1 balança e 1 elevador. 58 Fonte dos dados, figuras e fotos: FUNDEMA. Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010. 128 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 16. Lay Out esquemático do Galpão de ASSECREJO II - Bairro Aventureiro. FOTO 11. Galpão de Assecrejo II. Os resíduos são armazenados a céu aberto. 129 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 12. Interior do Galpão de Assecrejo II. Existe um grande acúmulo de resíduos. FOTO 13. Posto de trabalho precário no Assecrejo II A Comissão Rotária do Rotary Club Rotary Clube de Joinville Distrito 4650 em Defesa da Água apresentou num concurso organizado pela FUNDEMA um projeto de Reestruturação da cooperativa de reciclagem de resíduos urbanos, sendo o projeto ganhador em setembro 130 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos de 2010. Este Projeto pretende aperfeiçoar a produção e melhorar as condições de trabalho, prevendo um investimento de R$ 20.000,00 e uma duração pela implementação de 8 semanas. VI.6.c.iii. Recicla59 – Cooperativa de Reciclagem, Beneficiamento e Arborização de Joinville. Rua: Aubé, 850 – Bairro Boa Vista. 9199-7180 – 3433-1425. 60 A Recicla recebe de 1 a 3 caminhões diários e conta com aproximadamente 7 associados. Atualmente encontra-se fechada até final do ano 2010 para atualizar e complementar os dados contábeis e administrativos e desta forma recuperar a licença da FUNDEMA para operar como cooperativa. Contam com 1 prensa, 1 balança de 500 kg 1 jacaré e 1 carrinho de carga tipo paleteira. O lay out do galpão pode observar-se no seguinte croqui: FIGURA 17. Lay Out esquemático do Galpão de RECICLA – Bairro Boa Vista. 59 A cooperativa operou até o mês de julho 2010, devido a questões organizativas e formais devieram deixar de operar. FUNDEMA estaria buscando uma alternativa pelo recupero de lixo nesse Bairro. 60 Fonte dos dados, figuras e fotos: FUNDEMA. Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010. 131 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 14. Interior do galpão de Recicla FOTO 15. Rejeitos armazenados em caçambas de ENGEPASA (Ambiental) 132 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 16. Papelão e outros materiais em big bags. VI.6.c.iv. Recipar LR (Galpão do Lore) – Rua: Irma Maria da Graça Braz, 208 – Bairro: Paranaguamirim. 9964-9032 – 3466-2528. 61 Existem duas cooperativas no Bairro de Paranaguamirim. A Recipar conta com 10 associados e recebe de 2 a 3 caminhões diários. Contam com 1 prensa de 250 kg, 1 balança antiga de 300 kg e 1 carrinho de duas rodas. Abaixo se apresenta o croqui do galpão: 61 Fonte dos dados, figuras e fotos: FUNDEMA. Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010. 133 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 18. Lay Out esquemático do Galpão da RECIPAR – Bairro Paranaguamirim. FOTO 17. Galpão da Recipar 134 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 18. Interior no galpão da Recipar. Observa-se o acúmulo de resíduos e pouco espaço para executar o trabalho. FOTO 19. Resíduos armazenados no interior da cozinha. 135 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI.6.c.v. Cooperanti. Rua: Irma Maria de Graça Braz, QM Lt 34 Paranaguamirim. 91240755 – 3429-4721. 62 A Cooperanti, no bairro de Paranaguamirim conta com 10 associados aproximadamente e recebe 1 caminhão da Ambiental e 1 da Whirpool diariamente. Contam com 1 prensa de 200 kg e um carrinho de carga. No seguinte croqui pode-se observar o lay out do local: FIGURA 19. Lay Out esquemático do Galpão da Cooperanti – Bairro Paranaguamirim. 62 Fonte dos dados, figuras e fotos: FUNDEMA. Diagnóstico das Associações de Catadores de Joinville/SC. Novembro 2010. 136 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 20. Cooperanti. FOTO 21. Acúmulo de resíduos na cooperativa Cooperanti. 137 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 22. O acúmulo de resíduos no local dificulta a utilização da prensa. VI.6.d. Conclusões sobre a Separação e Recuperação de Materiais dos RSU Há um significativo número de catadores informais em Joinville, os quais trabalham marginalmente, extraindo materiais recuperáveis do circuito de Coleta Seletiva (antes do recolhimento feito pelos caminhões), reduzindo o valor agregado dos resíduos desse circuito. As condições formais, operacionais e de segurança nas associações e cooperativas de catadores são deficientes; apresentam riscos à saúde das pessoas que ali trabalham, possíveis riscos ambientais, possíveis irregularidades jurídicas, e observa-se uma baixa eficiência dos processos. Seria conveniente dar continuidade e aprofundar os programas e ações das instituições locais para melhorar nas condições de higiene e segurança dos catadores de Joinville. Dentre os problemas informados e/ ou observados na gestão de recuperação de materiais dos RSU podem-se citar: • As condições de higiene e segurança nos galpões das associaçoes de catadores, e presumivelmente as operações dos catadores em geral, são deficientes. Os galpões de catadores apresentam sérios problemas de segurança contra incêndio, riscos elétricos, mecânicos, ergonômicos e sanitários. • Baixa capacidade operacional devido aos equipamentos antigos ou pela falta destes; falta de espaço e ordenamento nos processos produtivos. 138 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos • Presença de resíduos contaminantes e/ou contaminados. • Falta de iluminação e equipamentos de proteção individual (EPI’s) apropriados. • Falta de registro e desconhecimento das quantidades de materiais recebidas, destinadas e rejeitadas. • Materiais expostos às condições climáticas. • Piso normalmente inadequado e irregular. Por último, há incerteza sobre as quantidades de resíduos processados em cada local, as quantidades de rejeitos, e a quantidade de materiais recuperados por tipo. Para o planejamento futuro da gestão de RSU, é necessário avaliar alternativas de melhoras na separação na origem e a coleta seletiva, com o alvo de obter maiores quantidades de RSU de melhor qualidade, numa gestão de operações eficiente, inclusiva e segura para os trabalhadores envolvidos. Isso inclui ações de fortalecimento para os catadores e funcionários envolvidos na administração e controle do sistema; o fomento do apoio tecnológico, organizativo e operativo dos catadores; e a inclusão social dos catadores informais, seja na recuperação de RS como em outras áreas. É necessário contar com maiores registros e dados a respeito das pessoas que trabalham na catação de lixo e suas condições de vida, e facilitar o acesso à informação para o adequado planejamento dos trabalhos e a capacitação no setor. VI.7. COLETA ESPECIAL O serviço de Coleta Especial é executado pela Concessionária Ambiental, atendendo às solicitações da população e realizando a coleta de resíduos volumosos tais como móveis, animais de porte mortos e de materiais diversos abandonados pela população nas vias públicas. Os usuários devem solicitar pelo telefone a coleta destes resíduos por eles gerados. Nos relatórios mensais, detalham-se os pedidos realizados pelos geradores identificando o tipo de resíduo a coletar e sua localização. Em média recebem aproximadamente 213 pedidos mensais. Devido à heterogeneidade destes resíduos, não é possível determinar um peso ou volume exato. Na variada composição dos resíduos volumosos podem-se encontrar os seguintes materiais: • Móveis velhos • Geladeiras • Aparelhos de TV e outros • Animais mortos 139 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Com exceção dos animais mortos e alguns outros resíduos, dependendo de suas características e outros fatores operacionais, a maioria dos produtos e resíduos volumosos em geral removidos pelo serviço de Coleta Especial são encaminhados para os PEVs (Pontos de Entrega Voluntária, descritos no ponto VII.1.c.). Os resíduos volumosos que não são levados nos PEVs são transportados e dispostos no Aterro Sanitário. Os animais mortos de grande porte também são dispostos no Aterro Sanitário, ou se o seu tamanho permitir, são tratados como resíduos patogênicos (conforme descrito no ponto VIII.2. No mês de maio de 2010 foram realizados 146 serviços de Coleta Especial. A seguir detalha-se a evolução do serviço de Coleta Especial entre Dezembro de 2009 e Junho de 2010: TABELA 40. Serviços de coleta especial realizados ente Dezembro 2009 e Junho 2010. Coleta Especial Número de coletas realizadas Dez 09 Jan 10 182 241 Fev 10 Mar 10 Abr 10 248 248 Mai 10 S/D 241 Jun 10 146 Fonte: Relatório Ambiental Junho 2010. VI.7.a. Conclusões sobre a Coleta Especial A coleta de elementos volumosos da via pública, como assim também de animais mortos, por parte de serviços públicos (neste caso em concessão junto com os outros serviços de limpeza urbana) é um aspecto crucial para resolver a problemática destes resíduos, tendente á degradação. VI.8. SERVIÇOS GERAIS DE LIMPEZA Os Serviços Gerais de Limpeza incluem: • Varrição simples e a operação manual de recolhimento dos resíduos junto ao meiofio e canteiros não ajardinados. • Varrição mecanizada e recolhimento dos resíduos junto ao meio-fio. • Capinação manual. • Capinação Mecanizada em vias urbanas pavimentadas. • Limpeza de bocas-de-lobo Para o mês de Junho 2010, a empresa Concessionária Ambiental reporta no Relatório de Atividades do Contrato nº 378/2002, o seguinte: • 2.818 km de vias com Varrição Manual • 193 km de Raspagem Manual e Capina, com um total de 354 ruas 140 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos • 953 t./mês de material recolhido na Capina Mecanizada • 4.828 bocas de lobo limpadas, num total de 354 ruas • 24 dias trabalhados • 158 Funcionários envolvidos nas tarefas de limpeza urbana A partir de 01/06/09 foi reduzido o número de equipes de capina mecanizada passando de três para duas equipes. As duas equipes de Capinas Mecanizadas realizam trabalhos de capina, limpeza de boca de lobo e roçada de passeios e testadas de terrenos baldios, atendendo à programação préestabelecida. Para facilitar o acompanhamento e fiscalização dos serviços diariamente é encaminhado à SEINFRA o “Relatório Diário de Localização das equipes” (Rua e Bairro), e o atendimento realizado no dia anterior. Também é encaminhado à SEINFRA o “Relatórios de Boca de Lobo”, onde são relacionados os problemas encontrados com destaque para: bocas de lobo com a tampa ou a grelha quebrada ou com a grelha chumbada ao pavimento impedindo sua limpeza, bocas de lobo danificadas ou destruídas e tubulações ou redes entupidas. No final do mês é elaborado o “Relatório Mensal dos Serviços de Capina Mecanizada”, com dados referentes à produção diário-mensal das equipes. Os serviços de Varrição Manual atendem a 73 setores, conforme definido no Plano de Trabalho aprovado em janeiro 2010. VI.8.a. Pessoal O pessoal envolvido nos serviços de limpeza são os seguintes: TABELA 41. Pessoal dos Serviços Gerais de Limpeza SERVIÇO Função Encar Fiscal Varredor Motorista Aux. Ad. Aux. Fisc Eng Zelador Tec. Seg. Total Varrição Capina Manual Mecanizada 0,5 0,5 2 2 73 68 2 4 0,5 0,5 0 2 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 79,5 78,5 Total 1 4 141 6 1 2 1 1 1 158,0 141 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI.8.b. Equipamento O equipamento do serviço geral de limpeza e descrito no Relatório Mensal de Atividades é o seguinte: TABELA 42. Equipamento para os Serviços Gerais de Limpeza EQUIPAMENTO Capinadeira Mecânica Moto CG 125 Caminhão Poli guindaste Ônibus Lutocares Caçamba Estacionaria 5 m3 Contentores Plásticos 240 litros SERVIÇO QUANTIDADE Serviços Gerais de Limpeza Serviços Gerais de Limpeza Serviços Gerais de Limpeza Serviços Gerais de Limpeza Serviços Gerais de Limpeza Serviços Gerais de Limpeza Apoio Operacional 2 4 5 1 73 16 30 VI.8.c. Conclusões sobre os Serviços Gerais de Limpeza Os Serviços Gerais de Limpeza resultam na coleta de frações de resíduos da via pública e de sua gestão de transporte e disposição final, conforme o sistema existente e habilitado. Seria importante ter discriminadas as quantidades e caracterização geral de resíduos gerados para tais serviços em registros para manejo por parte das autoridades envolvidas, como assim também, analisar alternativas para eventuais melhoras ou aperfeiçoamento destes serviços em relação no que refere à gestão dos RS envolvidos. VI.9. DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS VI.9.a. Aterro Sanitário de Joinville – Aspectos Gerais Atualmente a cidade de Joinville conta com um Aterro Sanitário, projetado, construído e operado conforme as normas da engenharia sanitária. Este aterro é monitorado e controlado pelos responsáveis operativos, pelos órgãos de aplicação correspondentes e possui todas as licenças ambientais exigidas. Foi verificada a cópia da Licença Ambiental de Instalação – LAI nº 012/2010 da data de 4 de maio 2010, e cópia de Licença Ambiental de Operação – LAO nº 082/2010 da data de 15 de maio 2010, emitidas pela Fundação do Meio Ambiente – FATMA, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Estado de Santa Catarina. O aterro sanitário em operação é o resultado da implementação do projeto do ano de 2001 submetidos a Estudo de Impacto Ambiental “Ampliação do Aterro Sanitário do Município de Joinville”, e seu Relatório Complementar, OAP – Consultores Associados Ltda. 2001 e 2003, oportunamente aprovados pelas autoridades municipais e estaduais FUNDEMA / FATMA, cuja cópia dos Relatórios foram utilizados para a elaboração do presente documento. 142 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Aspectos inerentes ao sistema de disposição final devido à tecnologia de enterramento sanitário determinam a necessidade de planejar o futuro dos serviços de disposição final de resíduos, cujas necessidades territoriais, de bens e serviços, num aspecto geográfico e socioeconômico, devem ser levadas em conta para planejar as ações em longo prazo. A Prefeitura Municipal de Joinville tem terceirizado, desde 1990, as atividades de coleta, transporte e destinação final de resíduos domiciliares, de serviços de saúde e de limpeza de vias públicas. Quanto á disposição final dos resíduos sólidos coletados, o Município de Joinville dispõe de um Aterro Sanitário próprio desde 1980, estabelecido através do projeto elaborado pela CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo. O sistema de impermeabilização na base de esse módulo de aterro sanitário foi baseada na instalação de uma capa de argila, sem a instalação de uma manta soldada de PEAD, como a utilizada logo no projeto de 2001. Desde então, o Aterro Sanitário tem observado os dispositivos básicos de controle ambiental e condições de operacionalidade, até o presente. Em 2000, o Aterro Sanitário Municipal estava chegando ao limite de sua capacidade, o qual derivou a necessidade de gerar um projeto de implantação de novas células dentro dos limites do lote, obtendo uma sobrevida de 6 meses, e posteriormente a elaboração do projeto de ampliação física dos limites do aterro nas áreas contíguas para uma vida útil de aproximadamente 15 anos. A escolha destas áreas respondeu a critérios de redução do impacto ambiental, afastamento de núcleos urbanizados, disponibilidade de material de cobertura, e aproveitamento da infra-estrutura básica de operação já existente; e outros fatores tais como facilidade de acesso, dimensões da área. VI.9.b. Localização A FIGURA 20 a seguir ilustra a área do Aterro Sanitário e seu contexto geográfico: 143 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 20. Imagem de satélite da área do Aterro Sanitário de Joinville, na Zona Industrial Norte. N L.A.T Rua Dona Francisca Aterro Sanitário Zona Industrial Norte Rua dos Bororos Aterro Industrial Rod. BR 101 Rua Enrique J. Pereira 1877 m Bairro Costa e Silva O Aterro Sanitário está situado junto na Rua dos Bororós e Eixo “L”, distante 11 km do centro da cidade, com acesso a partir da via pública, pela BR4O1 ou pela Estrada Dona Francisca. VI.9.c. Área de Operação Atual e Futura Segundo informado pelo responsável operacional, a Empresa Ambiental iniciou sua operação no ano 1991 - 1992. Atualmente existem 3 grandes zonas na área do Aterro Sanitário: • Células fechadas do Aterro Sanitário: área de antiga disposição de RSU, sem operações de disposição de RSU atualmente. • Células em operação: em atividade há 4 anos. A base da parte ativa (célula em operação) tem 6.000 m2 e encontra-se próxima de seu término de operação. 144 Documento PJ_001_004 • Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Setor destinado à disposição futura de RSU: nesta “área 1”, de aproximadamente 80.000 m2, está sendo feita a terraplenagem para início de operações previsto em Janeiro/201163. A previsão de vida útil será de 11 a 12 anos para esta área. Há uma outra área para possível expansão futura do Aterro Sanitário próximo a localização das lagoas de tratamento de efluentes, com previsão para mais 8 anos de operação. FIGURA 21. Imagem de satélite do Aterro Sanitário de Joinville. Célula em operaçao Lagoas tratamento de lixiviados N Aterro fechado Área futura Prédio do Aterro Industrial (Essencis) 400 m 63 Neste local foram encontrados os restos arqueológicos, pequenos fragmentos, lascas de pedras e ponta de flecha, numa escavação numa profundidade de 80 centímetros numa pequena área do novo aterro. 145 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 23. Vista aérea do Aterro Sanitário de Joinville. Fonte: http://www.ambsc.com.br/serv_aterro.htm FIGURA 22. Plano do Aterro Sanitário (setor operativo). Fonte: Vetor - Relatório Junho 2010. Medição de Resíduos – Planta Monitoramento Junho 2010. Área operativa Junho 2010 146 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 23. Sobreposição do Plano do Aterro Sanitário (setor operativo). VI.9.d. Construção de Células de Disposição Final de Resíduos O Aterro Sanitário em operação (em fase de finalização e encerramento) está baseado no Projeto de Ampliação do Aterro Sanitário, efetuado em 2001 com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, é de acordo com a legislação Ambiental em vigor, com o objetivo de garantir a segurança sob ponto de vista técnicooperacional e de saúde pública. Quanto ao projeto de ampliação do Aterro Sanitário, atualmente em construção e com previsão do início de operações nos primeiros meses do ano 2011, informou-se que o mesmo considera critérios de desenho, operação e controle similares aos do projeto do ano 2001. O Memorial Técnico do Projeto do ano 2001 inclui os seguintes pontos: Preparação da Área Limpeza do Terreno Descreve as atividades de limpeza e preparação do terreno. Isolamento da Área do Aterro Cerca de aproximadamente 2.600 metros, de arame liso ou tela de arame galvanizado, malha 8, com no mínimo 2 (dois) metros de altura e moirões de concreto a cada 3 (três) metros de distância. 147 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Demarcação Topográfica Descreve as pautas de demarcação topográfica da linha de base, limites da área de deposição de resíduos, locação dos dispositivos de escoamento de águas pluviais e localização dos poços de monitoramento. Acessos Descreve o acesso principal, incluindo a melhoria do trecho não pavimentado, em um total de 1.600 metros na rua dos Bororós, e modificações de traçado dos acessos pelas Áreas 1 e 2. Sistema de Circulação Interna Descreve o sistema de circulação e construção de vias sobre as áreas recheadas, aclives máximos nas rampas (10 %), granulometrias de camadas de aterro e final, e inclinação de pista (1 %). Terraplenagem Será necessária a execução de obras de terraplenagem para a realização dos sistemas de drenagem e implantação das células e plataformas para acomodação das células e formação dos acessos internos, prevendo: Área 1: 10 células com 4,00 (quatro) metros de altura cada uma, com uma plataforma da cota 23,90 a 28,45 m, e cota máxima de 67,00 m. Área 2: 11 células com 4,00 (quatro) metros de altura cada uma, com uma plataforma na cota 19,50 a 23,05 m, até a cota máxima de 65,15 m. FOTO 24. Setor de ampliação do Aterro Sanitário (Área 1) em etapa de nivelação e terraplenagem. 148 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Impermeabilização de Base Descreve a execução de obras de drenagem sub-superficial na porção baixa do terreno e impermeabi1ização sintética com manta PEAD sobre toda a área superficial da base de depósito, a fim de possibilitar a proteção das águas subterrâneas e do subsolo. Inclui: Sistema de Drenagem Sub-Superficial Descreve o sistema de drenagem sub-superficial que será implementado na porção baixa do terreno, conforme o Projeto de Drenagem, com uma camada de pedras tipo racho e brita n° 3, envoltos em manta geotêxtil 150 g/m2, e camadas sobrepostas de solo compactado, até o nível para aplicação da geomembrana. Sistema de Impermeabilização de Base Integrado por uma Camada de Regularização conformada com 1 m de espessura de argila compactada; a manta de Polietileno de Alta Densidade PEAD, com espessura de 2,0 mm, soldada, sob a qual dispõe-se a Camada superior de proteção mecânica, executada com uma camada de solo compactado de 1 m de espessura. Drenagem Superficial Descreve o sistema de drenagem superficial para o afastamento das águas pluviais, com o intuito de evitar o seu contato com os resíduos e, conseqüentemente, diminuir o volume de percolados, além de garantir condições para operação normal em dias de chuva, através de estruturas fixas e móveis para a adequada drenagem das águas: Sistema de Drenagem Pluvial Canais de Drenagem Escavados em Terra Calhas Tipo Mela-Cana Caixas de Passagem em Alvenaria Drenagem de Líquidos Percolados Sistema de Drenagem de Líquidos Percolados Descreve o sistema de drenagem horizontal composto por três categorias de drenos: drenos de base, principal com seção de 0,80 m de profundidade por 1,00 m de largura, dotado de tubo condutor; drenos secundários de base, com seção de 0,60 m de profundidade por 0,60 m de largura, dotado de tubo condutor; e drenos secundários, com seção de 0,60 m de profundidade por 0,60 m de largura, sem tubo condutor; Caixas de Passagem. 149 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 25. Talude de encerramento do aterro sanitário. Captação e Queima de Gases Descreve o sistema de captação de biogás mediante drenos verticais constituídos com tubos de aço com diâmetro de 0,40 m e comprimento de 3,00 m, colocados em valas no lixo escavado, dispostos ao máximo 30 metros de ralo de distância entre eles, preenchido com pedras, atravessando no sentido vertical ao domínio do aterro, e posterior queima de gases. Tratamento de Efluentes Descreve o sistema de tratamento de efluentes, com o objetivo de reduzir a concentração de parâmetros físico-químicos, conforme exigências estabelecidas pelo órgão estadual de meio ambiente. O sistema foi concebido com a alimentação por gravidade (Área 2) e bombeamento (Área 1) a partir de tanque de equalização de 600 m3. A vazão estimada da produção de percolados para o final do plano foi estimada em 520 m3/dia. A composição do Sistema de Tratamento inclui: Tratamento Físico-Químico (tanque e caia) Lagoa Anaeróbia 1 Lagoa Anaeróbia 2 Lagoa Aerada Lagoa de Maturação Lagoa Zona de Raízes (1 e 2) 150 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VI.9.e. Operação e Manutenção O controle de Disposição dos Resíduos é efetuado pela Prefeitura Municipal de Joinville, através do Serviço de Limpeza Pública, da Secretaria de Infra-estrutura Urbana (SEINFRA), o controle é efetuado conforme a quantidade de resíduos depositados, pesados previamente na balança instalada na entrada do Aterro Sanitário. No acesso a área administrativa do Aterro Sanitário, existe uma guarita de controle com uma balança, onde funcionários da SEINFRA fiscalizam todas as entradas dos caminhões no aterro. Durante a fiscalização, se for considerado que o conteúdo não é adequado para dispor no aterro sanitário, não é permitida a descarga interna. Também há fiscais que acompanham os caminhões no trajeto até a área de descarga do Aterro Sanitário. As empresas que também se encarregam da coleta de resíduos de particulares como grandes geradores são Qualys e Biosfera. A primeira também realiza coleta de recicláveis de empresas, domicílios e indústrias. Ao lado do setor de entrada há um viveiro de plantas nativas que é utilizado para reflorestar, doar às instituições e para a via pública. Pretende-se aumentar a área do viveiro e sua produção para que os alunos que visitam o aterro possam levar uma planta nativa cada um. No aterro sanitário são recebidos resíduos da poda pública, a qual é efetuada pela empresa que presta o serviço de iluminação. Estes resíduos são descarregados no Aterro Sanitário, sem um processo de redução de volume por trituração, o que seria relevante para uma racionalização da ocupação das células do Aterro. Dos resíduos da Coleta Seletiva que são encaminhados às cooperativas, há um importante componente de rejeito por ineficiência na separação na origem, causada principalmente por material orgânico, o qual é transportado pelo serviço de Coleta Domiciliar e disposto no aterro sanitário. FOTO 26. Caminhão de Coleta Domiciliar na balança de pesagem do Aterro Sanitário. 151 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Quanto à operatória geral de disposição final dos RSU, o resíduo é depositado na superfície do terreno e empurrado de baixo para cima pelo trator de esteira, formando camadas sobrepostas de lixo, com inclinação em talude 1,5 (H): 1 (V), com 3 a 5 passadas sobre o lixo para uma maior compactação. É feita uma cobertura periódica com camada de 0,30 m de terra, deixando uma declividade de 1 % para facilitar o escoamento das águas da chuva. Nos Relatórios Mensais das Atividades da empresa Ambiental de Dezembro 2009 e de Junho 2010, descreve-se que “a descarga do caminhão compactador ocorre na frente de serviço. Imediatamente após a descarga dos resíduos, este é empurrado por um trator de esteiras, espalhado em camadas finas e compactado através de várias passadas do equipamento sobre o lixo. Este processo repete-se continuamente até a formação do talude com uma altura aproximada de 3,70 m. A compactação é realizada com o trator de esteiras nos platôs, e com a concha da escavadeira hidráulica nos taludes”. “Após a regularização e a compactação procede-se a cobertura que consiste no espalhamento de uma camada de argila de aproximadamente 0,40 m. Para execução das drenagens são utilizados os seguintes materiais: pedra rachão / pulmão; geotextil tecido; tubos de concreto com diâmetro de 400 mm e tela galvanizada”. “Os drenos são dispostos em forma de espoinha de peixe, e a cada entroncamento é executado o dreno vertical de gás”. “Após a cobertura, incia-se a execução do sistema de drenagem pluvial com o assentamento de caneletas de concreto de 400 ou de 300 mm, e execução das caixas de passagem nos entroncamentos e nos pontos de descida da drenagem pluvial”. “O acabamento dos taludes após a compactação é feito através do plantio de grama em leiva”. FOTO 27. Atual setor de operações do Aterro Sanitário. 152 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 28. Detalhe Foto anterior. FOTO 29.Detalhe do setor operativo. 153 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos 6 5 1 2 4 3 7 1 8 FOTO 30. Vista panorâmica da conformação de Célula de disposição final de RSD. Observam-se na foto: 1 – Proteção de taludes com hidrosembradura; 2 – Canalização de águas pluviais; 3 – Caminho de acesso (abaixo), caminho operativo (mais elevado) e geotêxtil em talude de terraplenagem de fechamento de célula à esquerda; 4 – tubo de captação de lixiviados (em construção); 5 – Frente operacional / distribuição e compactação de resíduos com trator de esteiras; 6 – Setor coberto com solo; 7 – Boca de lobo para drenagem da célula de resíduos; 8 – Operações de escavadeira hidráulica – Fonte das fotos: Informe realizado pela empresa Vetor para Ambiental - Monitoramento de Marcos Junho 2010 Aterro de Resíduos Sólidos Urbanos de Joinville. 154 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A intervenção para a adequação paisagística do Aterro Sanitário uma vez que atingiu a cota do projeto, descrita no memorial técnico do projeto (OAP, 2001), inclui: Isolamento Superficial Este isolamento superficial do aterro será constituído de uma camada de 60 cm de argila compactada, sobre a qual será colocada uma camada de 40 cm de solo orgânico (solo vegetal) e posteriormente feita a revegetação. O material da cobertura final da área de encerramento deverá ser procedente da área de ampliação, visto que o terreno deverá sofrer a remoção da camada superficial na fase de implantação, cujo material é bastante rico em matéria orgânica e humos, que será armazenado para este fim. Recomposição Vegetal Descreve-se a implantação de gramíneas e leguminosas sobre a cobertura final do aterro, a fim de proporcionar rápido fechamento, evitando erosão. O Parecer Técnico da FATMA sobre o EIA / RIMA Nº 17/2002, de FATMA, requererá a apresentação de informações complementares, dos quais os principais são: Estudos de geofísica Estudos geológicos-geotécnicos Estudos hidrogeológicos Locação dos Poços Piezométricos Estudo sobre a afetação / comprometimento das águas subterrâneas Indicação das jazidas a serem utilizadas e caracterização dos materiais a serem utilizados Os mesmos foram desenvolvidos pela OAP – Consultores Associados Ltda. no Relatório Complementar de Outubro 2003. Gestão e tratamento de Lixiviados O lixiviado é dirigido a um tanque de equalização onde é homogenizado. Logo é submetido a um tratamento físico-químico, no qual se adiciona anti-espumante, cal e policloreto de alumínio para a floculação. Contam com um laboratório para analisar os parâmetros e ajustar a quantidade de produto a adicionar de acordo com a necessidade do processo. Desta maneira é separada a fase líquida e a sólida, a qual é encaminhada ao leito de secagem e depois disposta no aterro. O lodo gerado é classificado como Classe II controlado por análises trimestralmente. A fase líquida inicialmente passa pelo tratamento biológico em duas lagoas anaeróbias (I e II, esta última com dimensões de 84 m x 68 m x 2,80 m), e logo a outra lagoa aeróbia, com 30% de aeração. Este setor pretende expandir-se para incorporar uma nova tecnologia de aeração de lodos ativados. 155 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 31. Lagoa anaeróbia (I) de tratamento de lixiviados. FOTO 32. Lagoa aeróbia de tratamento de lixiviados. 156 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 33. Leito de secagem de lodos. O volume de chorume tratado em Dezembro de 2009 foi de aproximadamente 8.249 m3 (266 m3/dia média); e no mês de junho de 2010 o volume foi de aproximadamente 11.609 m3 (387 m3/dia média), em ambos os casos, inferior a capacidade de desenho do sistema, de 520 m3/dia. VI.9.f. Equipamento Na Tabela seguinte se descreve os equipamentos utilizados para as tarefas de manutenção do aterro sanitário. TABELA 43. Equipamentos utilizados para as tarefas de manutenção do aterro sanitário. EQUIPAMENTO SERVIÇO QUANTIDADE Caçamba Estacionária 5 m3 Oper. Aterro Sanitário 4 Caminhão Poliguindaste Oper. Aterro Sanitário 1 Trator de Esteiras Oper. Aterro Sanitário 1 Oper. Aterro Sanitário 1 Oper. Aterro Sanitário 1 Escavadeira Hidráulica 3 Caminhão Basc. Traçado 15 m VI.9.g. Pessoal A Tabela a seguir detalha o pessoal no Aterro Sanitário, o qual pode-se classificar segundo suas tarefas operativas ou administrativas (estas últimas são compartilhadas entre as diferentes atividades da Concessionária Ambiental): 157 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 44. Pessoal no Aterro Sanitário SERVIÇO Função Encar Eng Oper. Serv. Serv. Not Adm. Total Oper. RSSS 0,1 0,3 2,5 1 0 0 4,2 Oper. Oper. AT STLP 0,1 0,8 0,2 0,5 2,5 0 1 13 0 1 0 0,5 4,0 15,8 Total 1 1 5 15 1 1 24,0 VI.9.h. Programa de Monitoramento No contexto da Avaliação de Impacto Ambiental “Ampliação do Aterro Sanitário do Município de Joinville (OAP Consultores Associados Ltda., 2001), foi previsto um Plano de Monitoramento Ambiental do Aterro Sanitário, o qual se encontrava composto pelos seguintes elementos: o Monitoramento das águas sub-superficiais, o Monitoramento das águas superficiais, o Monitoramento dos efluentes líquidos, o Monitoramento de deslocamentos de maciço do aterro, o Monitoramento da qualidade do ar, o Monitoramento da poluição veicular, o Monitoramento da recomposição vegetal, o Monitoramento de vetores. VI.9.i. Conclusões sobre a Disposição Final de RSU Conta-se com um sistema de disposição final sanitária dos Resíduos Sólidos Urbanos no Aterro Sanitário. Durante o levantamento, o aterro sanitário encontrava-se em operação em células emergenciais correspondentes a etapa de fechamento do módulo (Projeto de 2001). O módulo de aterro sanitário para a disposição de RSU dos próximos 10-12 anos encontrase em processo de construção em meses finais de 2010 (terraplenagem, nivelação, etc.), com previsão de início de operações no ano 2011. Há uma significativa quantidade de materiais recuperáveis do lixo que está sendo disposta no Aterro Sanitário, incidindo negativamente no uso do espaço e diminuindo a vida útil das células do Aterro. Sendo a ocupação do espaço e a gestão de RSU um aspeto crítico numa 158 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos cidade, as iniciativas para reduzir a geração de RSU ou para reaproveitar / recuperar materiais dos RSU supõem menores prejuízos e um uso mais racional do espaço. Também é necessário analisar a possível adoção de alternativas tendentes a uma melhora nos parâmetros da operação do Aterro Sanitário, tais como a trituração de resíduos de um significativo volume, resíduos provenientes da poda, entre outros, e que são dispostos ali sem tratamento prévio. Considera-se recomendável desenvolver análises sistematizadas e multidisciplinares da qualidade de águas subterrâneas e superficiais na área de influência do projeto, avaliando a potencial prejuízo a outros componentes do ambiente incluindo potenciais receptores antropocêntricos Por último, resulta necessário contar com um Plano de Contingências associado à disposição final de RSU no Aterro Sanitário, incluindo a eventual necessidade de suspensão de tal serviço. 159 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VII. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ESPECIAIS NÃO PERIGOSOS VII.1. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) VII.1.a. Geração de Resíduos da Construção Civil (RCC) A geração dos Resíduos da Construção Civil (RCC) nas cidades cresceu significativamente a partir de meados da década de 90.64 Os RCC são aqueles resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras e os resíduos resultantes de escavações e preparação de terrenos para implantação de edificações. Incluem-se nesta categoria de resíduos: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e componentes, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica e outros, classificados conforme a Res. CONAMA Nº 307/02 em classes A, B, C e D.65 TABELA 45. Classificação dos resíduos da construção civil segundo Res. CONAMA Nº 307/02. Classe Integrantes A resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como componentes cerâmicos, argamassa, concreto e outros, inclusive solos B resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel e papelão, metais, vidros, madeiras e outros C resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis para reciclagem / recuperação, tais como os restos de produtos fabricados com gesso D são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde 64 Manejo e gestão de resíduos da construção civil. Volume 1-Manual de orientação: como implantar um sistema de manejo e gestão nos municípios. Ministério das Cidades, Ministério do Meio Ambiente e Caixa Econômica Federal. 65 Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos 2007. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Ministério das Cidades. Secretária Nacional de Saneamento Ambiental. 160 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A geração destes resíduos é oriunda de demolições e, em maior parte, de atividades da construção, tanto para implantação de novas edificações quanto para reforma e ampliação de edificações existentes, realizadas principalmente por pequenas empresas construtoras para a população em geral; contribuem também para a geração desses resíduos as obras públicas ou privadas de infra-estrutura. VII.1.b. Gestão de RCC Segundo a Res. 307/02, os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas: TABELA 46. Classificação dos resíduos da construção civil segundo Res. CONAMA Nº 307/02. Classe Destinação A deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados; ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, onde deverão ser dispostos de modo a permitir sua posterior reciclagem, ou a futura utilização, para outros fins, da área aterrada B deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura C deverão ser armazenados, transportados e receber destinação adequada, em conformidade com as normas técnicas específicas D deverão ser armazenados, transportados e receber destinação adequada, em conformidade com a legislação e as normas técnicas específicas Segundo a Res. CONAMA Nº 307/02 (Art. 5º), “é instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios (...), o qual deverá incorporar: “I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e “II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. O Art. 6º estabelece que “deverão constar do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil: “I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os geradores. 161 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos “II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento; “III - o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento e de disposição final de resíduos; “IV - a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas; “V - o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo; “VI - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores; “VII - as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos; “VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua segregação. Os pequenos geradores (<1 m3) contam com a possibilidade de levar seus resíduos para locais denominados Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) (ver ponto VII.1.c abaixo), segundo uma iniciativa municipal em processo de desenvolvimento, para a recepção de RCC de Classe A (com até 15% de contaminação com resíduos de classe B ou C). Os grandes geradores66 precisam apresentar planos de gerenciamento dos seus resíduos e contratar empresas de transporte cadastradas. Os geradores de quantidades de RCC maiores que 1 m3 devem contratar caçambas para o transporte dos RCC até o destino final, ou seja, até a Área de Transbordo e Triagem (ATT)67. Neste local os RCC (Classes A, B ou C) serão separados por tipos de componentes relativamente homogêneos, para a reutilização dos materiais que possam ser aproveitados. Segundo o informado pela Associação de Transportistas de Resíduos (integrada por 14 empresas), o custo do serviço pelo subministro de uma caçamba de 5 m3 por um período de 48 horas é de 110-120 R$, incluindo o transporte e a disposição final dos RCC. O mercado atual é de umas 2.400 caçambas/mês, envolvendo uma gestão aproximada de 12.000 m3/mês, dos quais estimam que um 20 % corresponde a RCC de Classe A somente, presumivelmente devido à falta de uma adequada separação dos RCC pelos geradores. Atualmente no município de Joinville os RCC Classes B e C estão sendo dispostos em terrenos abandonados, áreas públicas, ruas e outros locais onde são despejados clandestinamente devido ao elevado preço cobrado para a deposição dos RCC na ATT. 66 O limite considerado para classificação entre pequenos e grandes geradores é conforme classificação da PMJ. 67 Atualmente a ATT habilitada em Joinville pertence à empresa Terraplenagem Medeiros, descrita no ponto VII.1.d abaixo. 162 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Os resíduos Classe D são devolvidos aos geradores para sua disposição no aterro Classe 1 ou devem ser reciclados por tecnologia específica e aprovada. Na sequência apresenta-se um fluxograma que mostra esquematicamente o circuito formal dos RCC em Joinville: 163 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 24. Fluxograma do Circuito Formal dos RCC em Joinville 164 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VII.1.c. Pontos de Entrega Voluntária Para a gestão de resíduos inertes e entulhos gerados pelos pequenos geradores (< 1m3), atualmente o Município de Joinville conta com um projeto piloto de 4 Pontos de Entrega Voluntária (PEV) onde a população pode deixar resíduos originados de uma demolição ou pequena obra. Está prevista a implantação de um total de nove pontos de entrega voluntária de resíduos que cobririam a totalidade da Cidade68. Desta forma, cada ponto de entrega abrangeria um raio de 4 km. Ainda não se possuem estatísticas nem informações para o financiamento de instalações destes locais. Durante as visitas técnicas realizadas nos dias 9/07/2010 e 2/09/2010 ao PEV localizado na Secretaria de Obras de Joinville no Bairro Costa e Silva constatou-se que o local se encontra aberto 24 horas, durante 7 dias da semana e não existe nenhum tipo de controle da entrada e saída dos materiais ali depositados. Além disso, observaram-se vários resíduos perigosos ou não adequados como: pneus, tubos de televisores, tambores de óleos, tubos fluorescentes, lâmpadas, restos de poda, móveis velhos e alguns provenientes da coleta especial realizada pela Ambiental. FIGURA 25. Imagem de satélite – Vista Geral PEV Costa e Silva. Fonte: Google Earth. 68 Fonte: FUNDEMA. 165 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 26. Imagem de satélite – Zoom PEV Costa e Silva. Fonte: Google Earth. Caso não exista controle de entrada e saída dos resíduos depositados nos PEVs, poderão ocorrer: • potenciais riscos de acidentes de pessoas que trabalham, transitam e depositam materiais nestes locais; • riscos à saúde de pessoas por eventual exposição a materiais contaminados e/ou resíduos perigosos; • riscos à saúde por possível proliferação de vetores sanitários; • riscos ambientais associados e potencial geração de passivos ambientais. FOTO 34. Resíduos da construção civil no PEV no Bairro Costa e Silva. 166 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 35. Resíduos de diferentes tipos no PEV do Bairro Costa e Silva. Observam-se monitores de computadores , restos de poda, papelão, isopor, entre outros. FOTO 36. recipientes contaminados ou com conteúdos duvidosos. VII.1.d. Gestão de RCC gerados por Grandes Geradores No caso dos grandes geradores, o transporte até o local de disposição final fica a cargo de serviços de empresas de transporte privadas. Em relação à disposição final deste tipo de resíduos, existem áreas onde são comuns os despejos clandestinos existentes, especialmente logo que deixou de funcionar a ATT e Aterro de Resíduos da Construção na cidade de Joinville. Esta área começou a operar em agosto de 2005 na Av. Santos Dumont, 5150, onde eram recebidos (prévio pagamento de uma taxa para quantidades maiores a 1 m3) resíduos Classe A e B, conforme classificação da Resolução CONAMA 307/2002, para a separação e acondicionamento de plásticos, 167 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos papel, papelão, metais, madeira e resíduos minerais (concreto, tijolos, terra), materiais que eram comercializados; e o material mineral era utilizado na conformação do terreno. De acordo com um relatório trimestral entregue pela empresa à FUNDEMA, correspondentes aos meses de maio, junho e julho de 2008, realizaram-se 1.987 descargas de resíduos minerais e 2.800 descargas de madeiras e outros totalizando 14.091 m3. A composição de tais resíduos se detalha no Gráfico abaixo: GRÁFICO 14. Composição dos RCC em Joinville. Materiais reciclados 3% Lixo doméstico 7% Minerais 40% Madeiras, podas de árvores e galhos 50% Fonte: Elaboração própria com base no Relatório da empresa Comlimpeza. Durante a visita técnica realizada pela CETI S.A - Cooprogetti no início do mês de setembro de 2010, observaram-se numerosos despejos clandestinos no final do trajeto da Rua Rui Barbosa, próximo à nascente do Rio Cachoeira, no bairro Costa e Silva. 168 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 37. Despejos clandestinos na Rua Rui Barbosa FOTO 38. Despejos clandestinos na Rua Rui Barbosa Em Joinville uma das empresas que trabalha com a recuperação de resíduos da construção civil é a Terraplenagem Medeiros Ltda. A empresa recebe resíduos de construção de aproximadamente nove empresas da cidade e possui Licença Ambiental de Operação na FUNDEMA emitida em 09/09/2009 com validade até o ano 2011. Esta Licença Ambiental de Operação autoriza a atividade de Unidade de Beneficiamento de Resíduos de Construção Civil, resíduos classe A e madeira, não autoriza o aterro dos resíduos na área. O responsável da empresa informou em visita realizada pela Ceti-Cooprogetti em 02/09/2010 que possui uma área de aproximadamente 5.000 m2. Recebem materiais como resíduos de concreto, cerâmica, argamassa, etc. Estes materiais após serem triturados são vendidos principalmente para a pavimentação de ruas e calçadas. 169 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 27. Imagem de satélite – Vista Geral Terraplenagem Medeiros Ltda Fonte: Google Earth FIGURA 28. Imagem de satélite – Vista Geral Terraplenagem Medeiros Ltda Fonte: Google Earth 170 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 39. Terraplenagem Medeiros Ltda FOTO 40. Madeiras e entulho na Terraplenagem Medeiros Conforme informação da empresa Terraplenagem Medeiros, o valor pago pelo recebimento, armazenamento, caracterização e reciclagem dos resíduos fica em R$ 8,00/m3 de material. Caso os materiais argila, madeira ou concreto venham misturados é cobrado o valor de R$ 40,00/m3 e o concreto armado é cobrado R$ 28,00/m3. Aos particulares que entregam menos de 1 m3 de resíduos no local não é cobrada tarifa.69 Se a origem do material a ser entregue é desconhecida, a empresa solicita que o material do caminhão seja descarregado em local separado, para haver um melhor controle dos resíduos a serem recebidos. Se o resíduo não é aceitável dentro dos parâmetros que foram estabelecidos inicialmente com o cliente, os resíduos são devolvidos ao custo do gerador e cobrada uma multa de R$ 50,00. 69 Proposta comercial e carta de armazenamento dos resíduos sólidos do Terraplenagem Medeiros 171 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 41. Madeiras e resíduos não aptos de tratamento para devolver ao cliente com multa. A separação é feita na empresa com uma máquina retro-escavadeira, os entulhos são acumulados e depois triturados para serem vendidos. O concreto armado é perfurado e triturado, os ferros que fazem parte da armação são retirados e posteriormente encaminhados para empresa que recolhe sucatas de ferro. FOTO 42. Retro-escavadeira acomodando entulhos e descarregando na trituradora. 172 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 43. Trituradora de entulhos. A madeira que é recebida juntamente com os resíduos é separada e enviada para uma empresa em Araquari que utiliza como combustível para caldeira. Recebem aproximadamente 200 m3 de madeira por semestre e a empresa informou que possui capacidade para atender uma demanda muito maior que a utilizada atualmente, destacando que as empresas coletoras de entulhos não encaminham seus resíduos para o local, provavelmente destinando os resíduos para outros locais de forma clandestina. Das quarenta transportadoras de resíduos da construção civil (caçambeiros) que existem na cidade, só quatro levam ali seus resíduos inertes. Recebem-se aproximadamente 300 m3/mês. Cada basculante tem uma capacidade de 5 m3. No mês de Julho de 2010 começaram a divulgar, via jornal e outros meios de comunicação70, a disponibilidade da empresa em receber este tipo de resíduos, o que resultou numa quantidade maior de materiais recebidos, principalmente provenientes de particulares. A empresa possui cinco pontos de monitoramento de águas subterrâneas, cumprindo desta maneira o requisito da Licença Ambiental e os relatórios são entregues na FUNDEMA. 70 AN/clicRBS. 173 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 44.Vista da correia transportadora do equipamento de triturar resíduos na empresa Terraplenagem Medeiros O Sr. Israel Medeiros, da Terraplenagem Medeiros, estima que poderiam processar cerca de 1.000 m3 mensais de resíduos da construção civil, o que seria útil para o investimento em novos equipamentos e funcionários na empresa. Esperam contar com apoio de associações da construção civil e com medidas efetivas de multas para empresas que descarregam resíduos em locais clandestinos. VII.1.e. Conclusões sobre a Gestão de RCC Não existe a gestão controlada de significativas quantidades de resíduos da construção civil (RCC, comumente chamado entulho). Atualmente uma parte dos resíduos é encaminhada para a área de transbordo e triagem (ATT) do município que está localizada na empresa Terraplenagem Medeiros. A separação ineficiente dos RCC no local onde são gerados favorece o incremento de RCC dos tipos B e C. Estas operações acabam se tornando mais onerosas e conseqüentemente os preços cobrados pelos serviços são maiores, desta forma geram ações marginais tais como os despejos em locais clandestinos, incluindo as proximidades das nascentes do rio Cachoeira. Existe uma iniciativa de implementação de Pontos de Entrega Voluntária em diferentes pontos da cidade de Joinville, para a recepção de RCC gerados por particulares. Não obstante, essa iniciativa encontra-se em fase inicial, conhecendo-se a implementação do PEV de Costa e Silva, o qual apresenta sérios riscos à segurança das pessoas, à saúde pública e ao meio ambiente (degradação e potenciais passivos ambientais) associados ao controle deficiente no PEV, falta de controle de ingresso e egresso de pessoas e de resíduos ao PEV. É necessário avaliar e desenvolver alternativas de fomento a gestão controlada de RCC, incluindo melhoras na separação de materiais dos RCC e maior proporção de geração de RCC de Classe A; alternativas economicamente atrativas para a gestão controlada em 174 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos lugares habilitados de RCC de Classe B e C; e assegurar a adequada gestão dos componentes perigosos dos RCC de Classe D em instalações habilitadas. Além disso, é necessário um melhor e maior controle tendente a evitar os despejos clandestinos de RCC nas vias públicas. VII.2. RECUPERAÇÃO DE SUCATA FERROSA A empresa CORETRANS compra, transporta, prensa e corta sucata ferrosa. Os principais produtos comercializados som cavaco de usinagem, ferro fundido e vigas metálicas. A venda do material dá-se principalmente para fornos de fundição e siderurgia. A capacidade atual está em torno de 5.000 t./mês, mas possuem uma capacidade instalada para atender até 10.000 t./mês. Os principais fornecedores são grandes indústrias tais como Whirlpool, Irmãos Zen (Brusque), Weg Motores (Jaraguá Do Sul), Auto Pista Litoral Sul. Principais clientes: fornos de fundição como: Acelor Mittal (Minas Gerais), Tupy (Joinville), Wetzel (Joinville). A empresa possui frota própria de caminhões e busca volumes acima de 2 toneladas. Também compram de pequenos fornecedores que levam até o local as sucatas. O material é pesado, avaliado e comercializado conforme o tipo de sucata. Para o transporte dos produtos possuem licença com a FATMA e possuem licença ambiental com a FUNDEMA para armazenagem e comercialização dos produtos. Atualmente possuem ISO 9001 e estão em fase de início de implantação da ISO 14001 até final de 2011. O armazenamento da sucata é feito em galpões cobertos e separado por tipo de material. O local de armazenamento está bem organizado e com o material separado por tipo de sucata (ferro, alumínio, outras ligas metálicas). O piso onde ficam armazenadas as sucatas contendo restos de óleo é impermeabilizado com concreto e possui valas para escoamento do óleo. O óleo drenado é encaminhado por gravidade para uma caixa de coleta, onde é feita a separação água/óleo. Possuem 4 poços de monitoramento para verificar a contaminação do solo e periodicamente são feitas análises para acompanhamento da qualidade desta água. 175 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 45. Caixa de coleta de materiais FOTO 46. Caminhões da Coretrans FOTO 47. Carregamento das sucatas 176 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 48. Galpão de Armazenamento FOTO 49. Sucata de compressores FOTO 50. Separador água óleo 177 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VII.2.a. Conclusões sobre a Gestão de Sucata Ferrosa A existência de uma alternativa de gestão de recepção, acondicionamento e transporte de sucata ferrosa para sua recuperação em indústrias siderúrgicas na região supõe um aspecto positivo a manter ou incrementar na futura gestão de resíduos em Joinville. A capacidade instalada é de até 10.000 t./mês, no entanto que o nível de processamento atual é de um 50 % . VII.3. RECUPERAÇÃO DE PLÁSTICOS A Interativa Reciclagem, situada no Distrito de Pirabeiraba compra material plástico das indústrias da região, porém não compra de pequenos fornecedores. Cerca de 80% das empresas fornecedoras são de Joinville. As principais indústrias que fornecem material são: Whirlpool, Tubos Tigre, Docol, Focus Tecnologia em Plásticos. A empresa presta serviços em moagem, granulação e reciclagem de material plástico. O material plástico é comprado das indústrias da região. Cerca de 80% das empresas fornecedoras são de Joinville. Possuem capacidade de extrusão de 400 t./mês, mas atualmente trabalham com 150 t. Possuem também 4 moinhos com capacidade instalada de 250 t./mês. Atualmente trabalham na empresa 70 funcionários e a quantidade produzida está em torno de 300 t./mês. 178 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 29. Folheto de Interativa Reciclagem. Podem-se observar as instalações. VII.3.a. Conclusões sobre a Recuperação de Plásticos A recuperação de 300 t./mês de plásticos provenientes de grandes geradores supõe um aspecto positivo de desenvolvimento eco-eficiente na região. Assim mesmo, o trabalho dos catadores supõe a recuperação de plásticos, com potencialidade de aumentar as quantidades recuperadas até níveis significativos. Para isso, é necessário melhorar a conscientização da população (em geral e particularmente dos geradores em áreas com serviços de coleta seletiva) e fomentar melhoras para a entrega voluntária de plásticos provenientes de outras fontes geradoras, e outras iniciativas que poderiam complementar o maior re-uso e o reciclado de plásticos, e contribuir para a redução da disposição final de resíduos recuperáveis em Joinville. 179 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VII.4. PNEUS A JK Pneus é uma empresa que comercializa e recebe pneus usados. Há cinco anos e até julho 2010 aproximadamente a empresa JK PNEUS recebiam pneus usados de suas filiais, e os acumulavam em um depósito. Estes pneus eram encaminhados através da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) para empresas que os utilizavam como combustível para caldeiras, principalmente localizadas na cidade de Nova Santa Rita (RS), Porto Alegre e Curitiba. Uma das empresas é a cimenteira VOTORANTIM. No curso do 2010, a empresa foi temporariamente inabilitada pela FUNDEMA para operar, se bem por não contar com um local apropriado, dentro das normas de instalação sanitária e de segurança, mas a partir do trabalho conjunto, a FUNDEMA está habilitando novamente a licença ambiental para o recebimento dos pneus usados. A empresa JK não possui equipamento triturador para reduzir o volume do material a ser transportado. FIGURA 30. Imagem de satélite - Vista Geral JK Pneus Fonte. Google Earth 180 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 51. Galpão de JK Pneus Não se conta com registros de dados sobre a geração de resíduos de pneus, ainda que se contabilizaram mais de 30 locais onde podem conseguir-se. Em cada viagem se transportavam 15 toneladas de pneus e duas vezes por semana se realizavam viagens à Nova Santa Rita. A Recicla ANIP custeava o combustível do transporte dos pneus até o Rio Grande do Sul, com os custos do chofer e caminhão a cargo de JK. Inicialmente se encarregavam dos pneus usados de seus clientes. Devido a uma publicação no jornal que informava que a JK recebia todo tipo de pneus usados, começaram a receber pneus de terceiros, chegando a quantidade de 700 pneus por dia, principalmente provenientes de pequenas borracharias. Desta maneira, entre os meses janeiro e agosto de 2010 se enviaram 737 toneladas de pneus usados para serem utilizados como combustível em caldeiras de cimento. Posteriormente e por riscos associados à dengue, a Vigilância Sanitária realizou uma auditoria e lhes impediu seguir operando nestas condições. Até esse momento o armazenamento temporário se realizava em um lugar com solo de terra, sem paredes laterais e sem equipamentos de prevenção e combate de incêndios. Solicitaram-lhes várias reformas no galpão de depósitos para emitir-lhes a licença ambiental. Cabe mencionar que a Res. 57/2008 – SEMA proíbe, no Estado do Paraná, o transporte, o armazenamento, o tratamento e/ou a disposição final de pneumáticos inservíveis oriundos de outros Estados da Federação e/ou outros países. 181 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 52. Paredes de galpão feitas com pneus Uma alternativa encontrada pela empresa foi o recorte lateral da borracha dos pneus para evitar o acúmulo de água no seu interior, evitando assim a proliferação do mosquito da dengue. Este recorte é feito por pessoas que trabalham com estofamentos e aproveitam a borracha para sustentação de sofás e poltronas. Durante a visita, pode-se observar que as paredes laterais do galpão estavam sendo levantadas com os pneus que tiveram suas laterais recortadas, como forma de aproveitamento do material. FOTO 53. Utilização dos laterais de pneus e disposição dos mesmos para evitar acúmulo de água e construção de paredes laterais O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) modificou os critérios para recolhimento de pneus sem possibilidade de reuso, com uma Resolução aprovada no dia 3 de setembro de 2010, obrigando os fabricantes a recolherem uma unidade a cada unidade comercializada, substituindo, assim, o texto anterior, que dizia que para cada quatro 182 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos unidades importadas ou fabricadas, cinco deveriam ser encaminhadas para um destino que não agredisse o meio ambiente. Além disso, a nova resolução determina que os fabricantes e importadores implementem pelo menos um ponto de coleta em todos o município com mais de 100 mil habitantes no prazo de um ano. Eles também devem informar a localização de pontos regionais que sirvam para todos os 5.564 municípios brasileiros. Assim, os fabricantes e importadores deverão então elaborar um plano de gerenciamento de coleta, armazenamento e disposição dos pneus e os mesmos devem ser aprovados. De acordo com o mencionado, pode-se concluir que a maior parte dos pneus utilizados no município de Joinville não é destinado a um local apropriado para sua disposição e tratamento. FOTO 54. Pneus despejados na rua próximo ao aterro sanitário 183 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 31. Fluxograma da gestão dos Pneus 184 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VII.4.a. Conclusões sobre Pneus Requer-se uma melhora na entrega voluntária, responsabilidade por parte de fornecedores de pneumáticos para a recepção, fornecimento e entrega a entes ou empresas habilitadas para sua gestão; e estudar potenciais melhoras na articulação com alternativas locais ou regionais de recuperação de pneus, priorizando um transporte eficiente através de um processo de redução de volume in situ, procurando à reabilitação dos pneus mediante processo de recauchutagem; moído para uso em gramado artificial, etc.; e o re-uso energético em fornos cimentados ou em outras indústrias, com a devida habilitação, instalações e controles para um adequado processo. 185 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VIII. GESTÃO RESÍDUOS PERIGOSOS VIII.1. COLETA HOSPITALAR A Coleta Hospitalar consiste na coleta regular e remoção de forma diferenciada, com veículo adequado a este serviço, dos resíduos patogênicos gerados nos serviços de saúde (postos de saúde, hospitais, clínicas veterinárias, etc.) e transporte até o local de tratamento. Este é feito mediante autoclavagem, localizado no Aterro Sanitário, para sua posterior disposição final no Aterro Sanitário. Os animais mortos e as peças anatômicas são destruídas e dispostas no cemitério ou no aterro sanitário. Esses resíduos incluem: • Materiais contaminados com fluidos corporais (seringas, bandagens, algodão, luvas, etc) • Peças anatômicas • Animais mortos nas vias públicas e nas clínicas veterinárias e não incluem: • Medicamentos e químicos • Resíduos radioativos • Placas de Rx • Animais mortos de grande porte TABELA 47. Coleta Hospitalar Coleta Hospitalar Quantidade (t./mês) Jan 08 138 Fev 08 137 Mar 08 143 Abr 08 151 Mai 08 162 Jun 08 152 Jul 08 151 Ago 08 153 Set 08 188 186 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Coleta Hospitalar Quantidade (t./mês) Out 08 233 Nov 08 241 Dez 08 304 Média 2008 30 t./mês TOTAL 2008 365 t./ano Jan 09 33 Fev 09 34 Mar 09 39 Abr 09 38 Mai 09 39 Jun 09 37 Jul 09 43 Ago 09 42 Set 09 40 Out 09 45 Nov 09 40 Dez 09 39 Média 2009 39 t./mês TOTAL 2009 469 t./ano Jan 10 35 Fev 10 37 Mar 10 47 Abr 10 46 Mai 10 45 Jun 10 43 Jul 10 44 Ago 10 44 Set 10 45 Média 2010 (até setembro) 43 t./mês TOTAL 2010 (até setembro) 386 t./9 meses TOTAL 2010 (projetado) 525 t./ano Média jan 2008 - set 2010 37 t./mês TOTAL 2008-2010 1.358 t. 187 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A evolução das quantidades coletadas destes resíduos ilustra-se no Gráfico abaixo: GRÁFICO 15. Coleta Hospitalar (t/mês) 50 40 t. /mês 30 20 10 Set 10 Jul 10 Ago 10 Jun 10 Abr 10 Mai 10 Fev 10 Mar 10 Jan 10 Dez 09 Nov 09 Set 09 Out 09 Jul 09 Ago 09 Jun 09 Abr 09 Mai 09 Fev 09 Mar 09 Jan 09 Dez 08 Nov 08 Set 08 Out 08 Jul 08 Ago 08 Jun 08 Abr 08 Mai 08 Fev 08 Mar 08 Jan 08 0 TABELA 48. Coleta Hospitalar Coleta Hospitalar Dez 09 Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Pontos de geração atendidos 638 649 649 649 649 649 649 Número de roteiros por dia 3 3 3 3 3 3 3 Animais mortos (nas vias públicas e clinicas veterinárias) 15 15 15 15 15 15 15 Tonelagem total 39 35 37 47 46 45 43 188 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 32. Fluxograma da Gestão dos RSS VIII.2. GESTÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (R.S.S.) Os Resíduos de Serviço de Saúde (R.S.S.) são gerados nos hospitais, postos de saúde, clínicas médicas, odontológicas e veterinárias, laboratórios, ambulatórios e farmácias. Os mesmos são coletados pelo Serviço de Coleta Hospitalar e transportados até a instalação para o tratamento de resíduos patogênicos, instalada no prédio do Aterro Sanitário. A coleta é diária em hospitais e alternada nos demais estabelecimentos, conforme a necessidade. Os resíduos comuns são considerados compatíveis com os domiciliares e coletados pelo serviço de coleta comum. Os medicamentos e químicos devem ser dispostos como resíduos perigosos no aterro industrial. Não se conhece informação sobre a reciclagem de placas de Rx ou outros materiais por parte dos locais geradores. Os animais mortos de grande porte (vaca, cavalo, etc) são coletados pelo serviço de coleta especial. Segundo as Resoluções de CONSEMA 01/2006 e 04/2008 todos os hospitais, clínicas médicas, veterinárias e odontológicas, bem como todos os serviços que interferem na saúde humana e animal tem que elaborar e apresentar, para seu licenciamento, a seguinte documentação: • Plano de Gerenciamento Resíduos do Serviço de Saúde – PGRSS, • Inventário de Resíduos Sólidos conforme Resolução CONAMA, • Projeto do sistema de controle ambiental e monitoramento para os efluentes líquidos, atmosféricos, resíduos sólidos e poluição sonora (se houver), • Memorial descritivo, de cálculo, plantas e cortes, juntamente com o projeto arquitetônico e da central de resíduos, • Atualizações e comprovação de cumprimento do PGRSS. 189 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos No aterro são recebidos em torno de 45 t./mês de resíduos, que significam apenas 0,01% do total dos resíduos domiciliares coletados, provenientes de 649 pontos de geração, num veículo especialmente adaptado para este serviço pertencente à Empresa Ambiental. Os mesmos se classificam em Resíduos AI, AII, AIV e AV, segundo a Norma RDC 306 da ANVISA. Os remédios vencidos não são coletados, ainda que solicitado pelos geradores. Os serviços de coleta são executados por funcionários treinados, uniformizados e dotados de equipamentos de segurança. Os resíduos são descarregados em caçambas aonde os sacos de lixo são abertos e misturados com um material absorvente. Depois são levados para tratamento em autoclave por aproximadamente 15 minutos, o qual alterna vácuo à alta pressão com presença de vapor d’água a 150 ºC. Uma vez finalizado o processo de esterilização, os resíduos são tratados como resíduos comuns e são enviados para a disposição final no Aterro Sanitário. No relatório de Estudo de Impacto Ambiental “Ampliação do Aterro Sanitário do Município de Joinville” (OAP Consultores Associados Ltda., 2001), foi mencionado que “a disposição final dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde deverá compreender uma alternativa técnica mais segura e eficiente, como esteri1ização a vapor, desinfecção via úmida ou mesmo incineração”. “Por outro lado, a prática de destinação final em codisposição aos resíduos domiciliares no Aterro Sanitário de Joinville, proporciona as condições mínimas exigidas pela Legislação vigente”. Desta forma, a técnica hoje empregada da esterilização em autoclave, responde as considerações propostas no EIA do ano 2001. FOTO 55. Veículo utilizado para o serviço de coleta de resíduos hospitalares. 190 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 56. Unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde. FOTO 57. Unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Autoclave FOTO 58. Unidade de tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde. 191 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 59. Setor de autoclavagem dos resíduos hospitalares FOTO 60. Emissões de vapor ao ar, provenientes do processo de autoclavagem. VIII.2.a. Programa de Monitoramento Testes realizados para a Comprovação de esterilização: • Bacilus G. Stearothermophilus Pontos de coleta: Comprovação de esterilização de Autoclave: 192 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos • Ponto 18: Ampola 01 – Autoclave (localização – acima do lixo) • Ponto 19: Ampola 02 – Autoclave (localização – meio do lixo) • Ponto 20: Ampola 03 – Autoclave (localização – abaixo do lixo) • Ponto 21: Ampola 04 – Branco (sem autoclavar) • Ponto 22: Ampola 05 – Branco (sem autoclavar). Parâmetros analisados para a Água de saída da Autoclave: • Temperatura da água • Temperatura ambiente • pH • D.Q.O. • D.B.O. (5) • Coliforme total • Coliforme fecal Ponto de coleta: • Ponto 17: Água de saída da autoclave – material autoclavado VIII.2.b. Conclusões sobre a Gestão de RSS Conta-se com um sistema de gestão de RSS baseado na segregação na origem, transporte, tratamento por autoclavagem e disposição final no Aterro Sanitário dos Resíduos de Serviços de Saúde e outros patogênicos gerados no município, devidamente habilitado, e com uma cobertura abrangendo a maior quantidade possível de fontes de geração de RSS gerados. É necessário consolidar um sistema para a coleta e destruição, em instalações habilitadas, dos componentes não aceitáveis na planta de tratamento (tais como medicamentos e químicos) e avaliar eventuais riscos do tratamento por autoclavagem de materiais cortantes e peças anatômicas. 193 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VIII.3. GESTÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS VIII.3.a. Geração dos RI Os resíduos industriais são os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; eles podem ser perigosos ou não perigosos de acordo a sua composição, características físico-químicas e potencialidade de risco para a saúde e o meio ambiente (Lei 12.305). Joinville conta com a Zona Industrial Norte e a Zona Industrial Tupy onde se concentra a maior parte das atividades industriais do município. A Zona Industrial Tupy conta com uma superfície de 120,8 hectares, e é ocupada pela empresa do mesmo nome. A Zona Industrial Norte possui uma superfície de 3.000 hectares das quais atualmente só 1.100 hectares estão sendo utilizadas por 149 indústrias das quais 20 são consideradas de grande porte (mais de 1000 empregados)71. No Anexo E (Croqui Georreferenciado) apresenta-se o Mapa de Geração de Resíduos Industriais, onde se ilustra a localização das zonas industriais72. Joinville conta com aproximadamente 1.500 indústrias73. Seus principais segmentos são os metais-mecânico, eletromecânico, metalúrgico, o têxtil e o plástico. Outros segmentos são a indústria madeireira, a tecnologia da informação, elaboração de alimentos e bebidas, laboratórios químicos, farmacêuticos e cosméticos. Até o ano 2008, só 98 empresas contavam com o certificado ambiental emitido pela FUNDEMA, incluindo postos de combustíveis. VIII.3.b. Coleta e transporte dos RSI A coleta dos resíduos industriais é realizada por empresas privadas de transporte de Resíduos Industriais habilitadas. Algumas delas são: Brucaville, Biosfera, Karla Transportes, Transal, Qualys, Coleville. O serviço é negociado entre a empresa prestadora do serviço e o cliente para cada caso particular no que se refere à freqüência, volume e tipos de resíduos. Os resíduos coletados são acompanhados por um relatório onde constam os seguintes dados: 71 Cidade em dados 2009. 72 Mapa de Indústrias; elaboração própria com base nos dados do Sistema de Informação Geográfica (GIS) fornecidos pela PMJ. A fonte de referência desses dados é a Restituição Aerofotogramétrica do ano 1989, observando-se na atualidade outras indústrias que não aparecem nesse mapa. 73 Fonte: Prefeitura Municipal de Joinville - Secretaria de Habitação. Plano de Habitação de Interesse Social de Joinville - Produto 7 Diagnóstico do Sector Habitacional Versão Final, Outubro 2009. 194 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos TABELA 49. Dados da Coleta de Resíduos Industriais. Denominação do resíduo Classificação do resíduo (NBR 10.004) RESÍDUO Código de identificação (NBR 10.004) Estado físico Tipo de acondicionamento Quantidade Empresa Atividade CNPJ Endereço GERADOR Município Telefone Fax E-mail Responsável pela geração dos resíduos Declaração do vendedor Empresa/ Razão social TRANSPORTADOR Nome do motorista Veículo Placa Empresa Atividade DESTINO Destino Final Responsável pelo recebimento do resíduo Cargo Observações VIII.3.c. Tratamento e Disposição final dos RI no Aterro Industrial Desde o ano 2002, Joinville conta com um aterro industrial pertencente à empresa Catarinense Engenharia Ambiental SA (Essencis), onde se recebem, tratam e dispõem em Células diferenciadas os resíduos industriais categorizados como Classe I (perigosos excluindo resíduos patogênicos, radioativos e explosivos); Classe IIA (não perigosos e não inertes) e IIB (não perigosos inertes) segundo a norma NBR 10.004. O Aterro Industrial conta com Licença Ambiental outorgada pela FATMA. Além disso, a empresa conta com Sistemas de Gestão certificados sob Normas ISO 9001:2000 e ISO 14001:2004, e OHSAS 18001, pelo ente certificador BSI Management Systems. 195 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Atualmente a empresa conta com aproximadamente 400 clientes, que utilizam seus serviços. Estas empresas são de diferentes características conforme as propriedades, quantidades e frequência dos resíduos que chegam ao aterro. O aterro industrial se encontra localizado na Zona Industrial Norte com uma superfície de 49,3 ha. O terreno é concessão da Prefeitura de Joinville e se encontra habilitado para receber 5 milhões de m3 de resíduos classe II e 450 mil m3 de resíduos classe I. FIGURA 33. Localização do Aterro Industrial de Essencis. Fonte: Google Earth.Imagem de satélite não atualizada da área do aterro industrial de Joinville (traço amarelo ponteado). Vista geral. 196 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 34. Modelização 3D de Imagem de satélite na zona do Aterro Industrial de Essencis. Vista ao Leste FOTO 61. Vista geral de Essencis. Vista ao sul este. 197 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 35. Aterro Industrial de Essencis. 1 5 4 2 2 Fonte: Google Earth. Imagem de satélite não atualizada da área do aterro industrial de Joinville. Identificam as diferentes seções operativas. Referências: 1 – zona ingresso; 2 – Células de disposição RS classe 1; 3 – Células de disposição RS classe 2; 4 – planta tratamento lixiviados; 5 – planta inertização resíduos semi-sólidos. Atualmente o aterro industrial de Joinville recebe aproximadamente 13.000 t./mês de resíduos industriais, conforme indicado na Tabela a seguir. TABELA 50. Recebimento de RI no Aterro Industrial Essencis (Junho 2008 até Julho 2010). Data Jun 08 Jul 08 Ago 08 Sep 08 Out 08 Nov 08 Dez 08 Média (t./mês) Total (t./ano) Quantidade Quantidade K1 (t./mês) K2 (t./mês) K2 (**) Quantidade Quantidade Totais Destinação Tratamento Co (t./mês) em célula Processamento de Efluente Classe 2 (K1+K2+Co) (t./mês) (t./mês) (unidade) 15.602 16.740 15.905 16.887 17.661 100 12.944 471 12.330 15.439 108.070 198 Documento PJ_001_004 Data Jan 09 Fev 09 Mar 09 Abr 09 Mai 09 Jun 09 Jul 09 Ago 09 Sep 09 Out 09 Nov 09 Dez 09 Média (t./mês) Total (t./ano) Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 Média (t./mês) Total (t./1º semestre) Total (projetado 2101) (*) Média (t./mês) mai 2009 a jun 2010 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Quantidade Quantidade K1 (t./mês) K2 (t./mês) K2 (**) Quantidade Quantidade Totais Destinação Co Tratamento (t./mês) em célula Processamento de Efluente (K1+K2+Co) Classe 2 (t./mês) (t./mês) (unidade) 108 8.012 358 9.044 155 10.646 228 46 15 8.621 248 52 10 9.097 405 50 9 9.811 161 92 15 9.558 474 59 12 9.803 402 100 6 10.257 258 75 11 10.388 1.368 105 15 11.856 397 45 14 16.901 908 907 997 1.194 1.108 1.204 963 1.082 979 7.667 8.138 8.764 8.273 8.636 8.953 9.350 10.669 15.877 1.038 9.592 380 69 12 10.333 10.379 95.918 4.942 693 118 123.993 20 10 25 5 20 19 12.086 15.856 16.140 19.500 14.841 14.251 850 1.171 2.589 4.341 2.322 2.277 1.248 10.834 13.184 11.666 17.052 12.501 12.880 437 600 247 59 179 1.720 90 80 83 132 126 63 122 2.437 19.957 962 140 24 15.446 31.677 239.480 11.550 1.826 292 92.674 202.392 1.549 11.198 497 85 14 12.882 Fonte: Essencis. Planilhas de controle de recebimento de RI (Junho 2008 até Julho 2010). Estes resíduos correspondem às categorias classe I, IIA e IIB conforme classificação NBR 10004/04 que são recebidos no aterro industrial da empresa Catarinense Engenharia Ambiental SA (Essencis). Nota: Células sem conteúdo indicam falta de dados. Notas: (*) Projeção 2010 em base à tendência observada no ano de 2009 para os meses de fevereiro até julho. (**) K2 destinação em célula Classe II corresponde a lâmpadas. 199 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos GRÁFICO 16. Disposição Final de RI no Aterro Industrial Essencis (Junho 2008 até Julho 2010). 19.000 17.000 t. /mês 15.000 13.000 11.000 9.000 7.000 Jun 08 Jul 08 Ago 08 Sep 08 Out 08 Nov 08 Dez 08 Jan 09 Fev 09 Mar 09 Abr 09 Mai 09 Jun 09 Jul 09 Ago 09 Sep 09 Out 09 Nov 09 Dez 09 Jan 10 Fev 10 Mar 10 Abr 10 Mai 10 Jun 10 Jul 10 5.000 Fonte: Planilhas de registro de recebimento de RI de Essencis. Nota: Informou-se que a quantidade recebida no aterro diminuiu drasticamente durante a crise econômica do ano 2009. Cabe destacar que de acordo com o manifestado pela empresa encarregada do gerenciamento do aterro industrial, são aproximadamente 400 as empresas que utilizam seus serviços, algumas das quais são indústrias de outras cidades (tais como Rio do Sul, São Francisco do Sul, Jaguará do Sul, Blumenau, entre outras), ficando fora deste circuito os resíduos produzidos por mais de 1.100 empresas. Algumas destas empresas contam com seus próprios aterros industriais fiscalizados pela FATMA (como é o caso de Tupy e Dohler). Algumas indústrias da região dispõem seus RI em aterros industriais de outros municípios próximos. 200 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 36. Fluxograma da Gestão dos Resíduos Industriais 201 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VIII.3.d. Descrição dos Processos VIII.3.d.i. Controle de Ingresso dos RSI Conta com uma zona de ingresso com balança, uma planta de inertização de lodos, um galpão de armazenamento transitório, um galpão para os resíduos que devem receber prétratamento, um laboratório e instalações administrativas. Controle na recepção: no caso do cliente vir pela primeira vez, se compara a carga com a documentação que a acompanha, é tomado uma amostra para ser guardada na Essencis, entanto que uma outra amostra se submete a provas de temperatura, radioatividade, etc. Na próxima vez que este cliente quiser deixar resíduos no aterro industrial, será feita uma inspeção visual onde são comparadas a temperatura, cor, viscosidade, odor, etc. com a amostra original. Se estas características são compatíveis com a amostra original, se permite o ingresso do resíduo no aterro. Anualmente são tomadas amostragens de todos os resíduos dos clientes que utilizam o aterro. Uma vez aprovada a entrada e caracterizado o resíduo, estes recebem o tratamento correspondente de acordo com suas características. • Disposição final em Células de Aterro Classe I (K1), com ou sem prévio acondicionamento dos resíduos. • Disposição em célula Classe II (K2), dos RS Classe II (não perigosos) • Lâmpadas e tubos fluorescentes (expressos em unidades) em Célula Classe II (K2, U) • Co-processamento (CP) • Tratamento de efluentes (TE) FOTO 62. Entrada no aterro industrial. Caminhão na balança / Controle na recepção. 202 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VIII.3.d.ii. Pré-Tratamento de Resíduos Classe I Os pré-tratamentos realizados pela ESSENCIS no Galpão Técnico II incluem: estabilização, solidificação, neutralização e encapsulamento de resíduos perigosos. A metodologia mais comum para a inertização dos resíduos é a adição de cal e cimento. Após o pré-tratamento se tornam não-reativos e não inflamáveis, com baixo teor de solventes, óleos ou água. Os efluentes gerados durante estas operações são tratados na planta própria dentro do aterro industrial. Os tambores com resíduos de químicos, substâncias perigosas ou tóxicas são prensados e dispostos no aterro. FOTO 63. Planta de pré-tratamento de resíduos perigosos Classe I4 As pilhas, baterias de celulares e afins são encapsuladas em concreto, deixa-se descansar durante 28 dias e são dispostos nas células do Aterro Industrial (K1) para resíduos Classe I (perigosos). Estes blocos contam com paredes laterais de 7 cm de espessura e uma base de 10 cm. Os resíduos semi-sólidos são passados a basculantes, acondicionados com cal e cimento, e logo depositados no aterro. VIII.3.d.iii. Disposição Final de RI Classe I em Células K1 Tem uma tiragem máxima de 25 m. Conta com sistemas de impermeabilização e captação de lixiviados. O sistema de impermeabilização contempla argila compactada e camada dupla geomembrana de PEAD. 203 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 64. Célula K1. Vista geral 204 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 37. Croquis do sistema de impermeabilização da Célula para Resíduos Classe I. Fonte: Material institucional Essencis. A Célula K1 conta com um teto móvel para evitar o contato das chuvas com a zona operativa do aterro. 205 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 65. Aterro (RS Classe 1). Setor operativo conta com teto móvel FOTO 66.Tambores dispostos no aterro industrial 206 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VIII.3.d.iv. Disposição Final de RI Classe IIB (não perigosos e inertes) em Células K2 Estes resíduos não recebem pré-tratamento e são diretamente dispostos na célula correspondente. O aterro Classe II tem uma tiragem máxima de 45 m. Conta com medidas de impermeabilização e captação de lixiviados: O aterro Classe II possui impermeabilização com argila e geomembrana de PEAD, sistema de drenagem e tratamento de efluentes líquidos e oleosos. FIGURA 38.Croquis do sistema de impermeabilização da célula para resíduos classe II. Fonte: Material Institucional Essencis. 207 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VIII.3.d.v. Disposição Final de RI Classe IIA (não perigosos e não inertes) em Células K2 Estes resíduos recebem o pré-tratamento de inertização e solidificação mediante a adição de cal e cimento. Logo são dispostos na célula correspondente (K2) segundo descrito no ponto anterior. VIII.3.d.vi. Co Processamento de RI Classe I Consiste numa unidade de armazenamento temporário onde depositam os resíduos com um ponto de ignição menor a 60ºC. Estes são transportados à planta de Curitiba e são incinerados. Os solventes e outros combustíveis são postos em tambores lacrados (CP), faz-se um blend e se utilizam como combustível em fornos de cimento planta de Curitiba. Estes fornos asseguram a destruição térmica em alta temperatura e com alto tempo de residência dos gases e emissões atmosféricas controladas. O Blend é feito com o objetivo de homogeneizar os diversos resíduos que serão utilizados de uma mesma forma na unidade de destinação final. FIGURA 39. Fluxograma de blendagem. Fonte: Material Institucional Essencis. 208 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 40. Fluxograma de co-processamento em forno de cimento. Fonte: Material institucional Essencis. VIII.3.d.vii. Tratamento de efluentes líquidos Todos os efluentes líquidos são tratados em uma planta de tratamento no local, mediante processos físico-químicos e biológicos com sulfato de alumínio. Os efluentes captados pela drenagem no aterro são encaminhados para uma estação de tratamento físico-químico e/ou biológico. A vazão é medida regularmente, assim como também são determinados certos parâmetros segundo Programa de Monitoramento de esgotos do sistema de tratamento, os quais são monitorados por um laboratório externo. Os relatórios são encaminhados para FATMA. No aterro há três lagoas, entre as funções serve para a drenagem de água, e também para coleta de amostras de águas para verificar se existe possível contaminação, sobretudo na época de chuvas. 209 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 67. Planta de tratamento de efluentes e lixiviado. Fonte: folheto institucional Essencis. FOTO 68. Célula Classe I. No centro a planta de tratamento de lixiviados VIII.3.d.viii. Monitoramentos A empresa conta com um programa de monitoramento que inclui monitoramento das águas subterrâneas e superficiais, percolados, estabilidade dos maciços, temperatura das cargas recebidas, características físico-químicas dos resíduos. 210 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Possuem 14 poços de monitoramento para verificar se existe contaminação do lençol freático pelo líquido percolado do aterro. Os resultados são encaminhados para a FATMA e para a FUNDEMA. O laboratório que faz as análises é terceirizado e também possuem controle no laboratório interno da Essencis. Essencis efetua monitoramentos semanais do líquido e o lixiviado é analisado mensalmente, trimestralmente e semestralmente. Os detalhes do Programa do Monitoramento e seus resultados não foram avistados. Nas lagoas e cursos de água se utilizam peixes (Pacu) como bio-indicadores que são implantados pela empresa. FOTO 69. Monitoramento de águas superficiais e subterrâneas. Fonte: Material Institucional Essencis. VIII.3.e. Conclusões sobre a Gestão de RI Sendo Joinville uma cidade com uma atividade industrial importante, o fato de contar com um sistema de gestão in situ de resíduos industriais (perigosos ou não), baseado na disposição final (em alguns casos com prévio acondicionamento) de tais resíduos em células do aterro industrial Classe I e II, conforme as regras de engenharia sanitária, habilitados e controlados pelos órgãos ambientais correspondentes (FUNDEMA no âmbito municipal; FATMA no âmbito estadual) supõe um aspecto positivo e a conformação de um área de potencial aporte contaminante ao entorno, com múltiples impactos ambientais potenciais associados. A falta de uma análise coordenada a respeito, e de planos de contingências associados à gestão de resíduos perigosos supõe incerteza sobre o risco à saúde humana e ao ambiente natural associado a tal gestão. Não há um registro detalhado dos Resíduos Industriais (RI) gerados em Joinville, identificando os geradores e as quantidades e tipos de RI. Há uma significativa quantidade de indústrias do município que não dispõem seus RI no aterro industrial de Joinville, seja por contar com aterros próprios (caso da indústria Tupy), ou por destinar seus resíduos para aterros de outras cidades próximas, ou talvez em lugares não habilitados. 211 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos É necessário obter um registro completo dos tipos e quantidades de RI gerados em Joinville, sua gestão atual, e as potencialidades de reaproveitamento ou melhoras na gestão. VIII.4. PILHAS E BATERIAS As pilhas e baterias são resíduos gerados por toda a população, comércios e indústrias em grandes quantidades. Devido aos metais pesados presentes em seus componentes como o manganês, o chumbo e o cádmio são altamente contaminantes. Inicialmente, como indicado no ponto VIII-3 Gestão de Resíduos Industriais, as pilhas são encaminhadas ao aterro industrial. Ali são encapsuladas em concreto, deixa-se descansar durante 28 dias e são dispostas no aterro Classe I para resíduos perigosos. Estes blocos contam com paredes laterais de 7 cm de espessura e uma base de 10 cm. A FUNDEMA leva adiante uma campanha de pontos de coleta de pilhas e baterias, com objeto de recuperar os materiais metálicos das pilhas e, portanto, evitar sua disposição final. Uma das empresas que faz a recuperação dos metais contidos nas pilhas e bateriais é a empresa ADS Micrologística de São Paulo. O programa conta com pontos de recolhimento em diferentes locais e escolas. E parceria com outros setores como o Instituo Dual. 212 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 41. Fluxograma da gestão das Pilhas e Baterias 213 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 70. Depósito de pilhas e baterias do programa da FUNDEMA FOTO 71. Recipientes para depósito de pilhas e baterias distribuído pela FUNDEMA a locais pequenos. Algumas empresas, indústrias, e centros comerciais em Joinville também contam com programas de coleta de pilhas e baterias com o objetivo de recolher e transportar estes materiais ao aterro industrial, contribuindo para o correto tratamento destes materiais. 214 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 72. Depósito de pilhas e baterias no Shopping Müller. Parceria com a Qualys Nesta seção não foram consideradas as baterias de carros, já que as mesmas devem ser entregues aos fornecedores. No entanto, cabe mencionar que se observaram baterias de carros tanto no galpão de catadores visitado no Bairro Glória (Assecrejo I) quanto no Ponto de Entrega Voluntária (PEV) no Bairro Costa e Silva. VIII.4.a. Conclusões sobre a Gestão de Pilhas e Baterias Joinville possui um sistema para a segregação de pilhas e baterias em pontos de fornecimento ou entrega voluntária (em espaços públicos, escolas, empresas privadas / indústrias), com destinos finais ambientalmente adequados: seja por armazenamento das pilhas e seus componentes em blocos de concreto dispostas em célula K1 para resíduos perigosos Classe I do aterro industrial em Joinville, ou por transporte para o tratamento e recuperação de metais por parte de empreendimentos habilitados fora de Joinville. Não obstante, é possível que uma quantidade não depreciável de pilhas e baterias estejam sendo coletadas junto com os RSU domésticos, e dispostos no Aterro Sanitário de Joinville. Em tal sentido, são desejáveis iniciativas da PMJ e empresas privadas fomentando o incremento de pontos de entrega voluntária de pilhas e baterias, como também ações de educação, comunicação e conscientização que apontem a um incremento de tais entregas voluntárias. No caso de dependências públicas, empresas e indústrias, é recomendável 215 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos analisar alternativas para consolidar uma adequada segregação em origem de pilhas, e sua conseqüente incorporação ao sistema. VIII.5. LÂMPADAS As lâmpadas fluorescentes e outras com conteúdo de metais pesados (principalmente mercúrio) devem ser encaminhadas para o aterro industrial gerenciado pela Essencis. Atualmente recebe em média 490 unidades/mês. A empresa Empresa: ASPONI Gerenciamento de Resíduos Tecnológicos74, localizada na Rua Dr. Plácido Gomes, 81 – Bucarein – Joinville, recebe resíduos eletro eletrônicos e equipamentos de informática que são desmontados e encaminhados para empresa de Florianópolis (Compuciclados) e São Paulo que posteriormente mandam para outros países para a reciclagem dos metais contidos nos componentes. Em setembro de 2010 fizeram a compra de um equipamento chamado “Papa-Lâmpadas”75 que tritura qualquer tipo de lâmpada e para o caso específico de lâmpadas fluorescentes, este equipamento possui filtros especiais que retém o pó de mercúrio contido no interior da lâmpada, transformando os resíduos de Classe I em Classe II B (inertes). O tambor do equipamento tem capacidade para 200 litros, isto permite tratar aproximadamente 1.000 lâmpadas. Para operar com este serviço de reciclagem das lâmpadas, a empresa encontra-se tramitando a licença ambiental da FUNDEMA. O objetivo é oferecer o serviço nas empresas, no comércio que recebe lâmpadas inservíveis e para a população em geral. A empresa pretende cobrar um valor de aproximadamente R$ 0,50/lâmpada tratada, em função do preço dos filtros que compõe o equipamento e precisam ser trocados periodicamente. 74 Detalhes da empresa no site: www.asponirecicle.com.br. 75 Detalhes do equipamento Papa-lâmpadas no site: http://www.youtube.com/user/Reciclatronic. 216 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 73. Equipamento Papa lâmpadas da empresa Asponi FOTO 74: Lâmpadas no PEV Costa e Silva VIII.5.a. Conclusões sobre a Gestão de Lâmpadas Na atualidade existe uma alternativa ambientalmente adequada para a gestão e disposição final de lâmpadas fluorescentes, possivelmente exista uma determinada quantidade de lâmpadas cuja gestão é efetuada for de tal sistema. Uma forma de estimar se tal fração é significativa, seria sondar o consumo de lâmpadas em Joinville, e compará-lo com as quantidades de tais resíduos dispostos em aterro industrial, o qual registra tal disposição em unidades tratadas. 217 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Por outra parte, a iniciativa da empresa Asponi, em processo de licenciamento, é focada em recuperar mercúrio das lâmpadas atualmente dispostas no aterro industrial em Joinville, além da recuperação de vidro e outros metais. Uma gestão adequada da maior quantidade possível das lâmpadas geradas em Joinville requer esforços planejados e agrupadas pela PMJ, tendentes à implementação de ações de educação, comunicação, e eventualmente interação e apoio ao setor privado envolvido na gestão de lâmpadas, legislação e controle de tal gestão, seja no nível de geraçãosegregação, como nas diferentes etapas da gestão. Tais ações deveriam articular-se no PMSB - componente Resíduos Sólidos. A PMJ poderia propor um serviço gratuito de gestão de lâmpadas fluorescentes geradas pelo público, fomentado desde a instalação de pontos de entrega voluntária em lugares de grão afluência de público tais como supermercados / shoppings, em tanto que o serviço a gestão de lâmpadas geradas por comércios, indústrias e/ou grandes geradores em general poderia realizar-se através de uma tarifa determinada. VIII.6. GESTÃO DE RESÍDUOS ELETRÔNICOS (REEE) DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E A constante inovação em matéria de tecnologia e o aumento da acessibilidade à mesma têm causado um considerável incremento desta classe de resíduos. Estes produtos contém as mais variadas composições de metais pesados e outros elementos contaminantes. Com um volume e freqüência variável, mas representando uma baixa porcentagem do total estimado, estes resíduos são coletados pelo serviço de coleta especial da Ambiental76. Os mesmos são armazenados transitoriamente nos PEVs e levados ao Aterro Sanitário. Nos PEVs também são depositados REEE levados até ali por particulares. 76 Fonte: Relatórios de atividades Ambiental Janeiro a Junho 2010 218 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 75. REEE no PEV no Costa e Silva Por outro lado, a Federação das Câmaras de Dirigentes Logistas (FCDL) em parceria com as CDLs catarinenses, tem começado com uma campanha chamada “Recicla CDL”, a cargo de CDL Jovem, dirigida a “quem não quer um museu tecnológico em casa”77. Em função disso, destinaram-se dois pontos de entrega voluntária de resíduos eletrônicos: o Instituto Dual de Educação, localizado no Bairro Glória, e ASPONI Reciclagem de Resíduos Tecnológicos, no Bucarein. Em Joinville também existe um local que recebe os resíduos de produtos de informática e eletro-eletrônicos. É o Instituo Dual de Educação, possui licença da FUNDEMA e todo o material recebido é destinado para fim de reciclagem ou aproveitamento dos materiais recuperáveis. Recebem computadores e periféricos, aparelhos de televisão, aparelhos de DVD, telefones, máquinas caça-níqueis, entre outros. Alguns materiais são vendidos para empresas que retiram no local, como por exemplo, compradores de sucatas e também vendem para a empresa Compuciclados de Florianópolis, que reaproveita alguns metais dos componentes. A entrada dos materiais é feita através de uma janela que fica aberta para o recebimento durante 24 horas, salienta-se que por ser um ponto de auto-atendimento, o controle de entrada dos materiais fica prejudicado por não haver orientação caso recebam algum tipo de material que não possa ser processado no local. 77 Fonte: www.fcdl-sc.org.br. 219 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos O Instituto Dual de Educação conta com um depósito para receber produtos referentes à informática. O início do Instituto ocorreu em maio de 2010. FIGURA 42. Imagem de satélite – Vista Geral Instituto Dual de Educação Fonte: Google Earth Atualmente são recebidos em torno de 5 t./mês de materiais, segundo se detalha a seguir: • aproximadamente 200 monitores de computador (em torno de 2 t.) • máquinas de caça-níqueis • aparelhos de televisão com tubos de vidro • impressoras, aparelhos de fax, scanners, etc. FIGURA 43. Folheto Recicla CDL 220 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 76. Folheto informativo do Instituto Dual FOTO 77. Interior do Instituto Dual. Armazenamento de monitores de computadores 221 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FOTO 78. Interior do Instituto Dual. Materiais recuperados de monitores de televisão: vidros e tubos. 222 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos FIGURA 44. Fluxograma da gestão dos Resíduos Elêtricos 223 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos VIII.6.a. Conclusões sobre REEE Considera-se que existe um amplo campo de oportunidades para aumentar a entrega voluntária e a gestão de recuperação de materiais provenientes de REEE de Joinville, incluindo iniciativas de educação e comunicação articuladas no PMSB componente RS. Para a estimativa e o seguimento de possíveis taxas de recuperação de materiais de REEE, poderiam ser desenvolvidos estudos ad-hoc. VIII.7. RESÍDUOS AGROSILVOPASTORIS Estes resíduos são gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os insumos utilizados nessas atividades. A respeito de sua composição, estes resíduos contam com uma importante proporção de matéria orgânica; outros componentes podem ser embalagens de diferentes materiais tais como papel, papelão e diferentes tipos de plásticos. O componente mais relevante pela sua toxicidade e/ou potencial de dano ao meio ambiente, são os resíduos com remanescentes de componentes químicos / agro-químicos. A PMJ não conta com registros sobre a geração nem a gestão destes resíduos. VIII.7.a. Conclusões sobre a Gestão de Resíduos Agrosilvopastoris A falta de controle e o desconhecimento da gestão de resíduos agropastoris, os quais podem incluir embases (potencialmente reutilizáveis) com restos de agroquímicos supõe um risco à saúde, além do risco ambiental associado a uma potencial gestão deficiente destes resíduos. Recomenda-se analisar, avaliar e fomentar alternativas que promovam a entrega voluntária por parte de pequenos geradores ou obrigatória por parte dos grandes geradores; e empresas de abastecimento de insumos de agro-químicos, para a adequada gestão desses resíduos, seja a disposição final ou destruição, assim como o processamento ou limpeza em instalações ambientalmente seguras para o aproveitamento / reciclagem dos materiais livres de sustâncias contaminantes. 224 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos IX. CONCLUSÕES GERAIS DO DIAGNÓSTICO Atualmente, na gestão de resíduos sólidos em Joinville se destacam os seguintes aspectos: • Conta-se com um sistema de disposição final sanitária dos Resíduos Sólidos Urbanos no Aterro Sanitário. Durante o relevamento, o aterro sanitário se encontraba en operación en celdas emergenciales próximas al cierre del módulo correspondiente al proyecto de 2001, encontrándose el módulo de aterro sanitário para la disposición de RSU de los próximos 10-12 años en proceso de construcción en meses finales de 2010 (terraplenagem, nivelaçao, etc.). • Conta-se com um sistema de disposição final sanitária dos Resíduos Sólidos Urbanos no Aterro Sanitário. Durante o levantamento, o aterro sanitário se encontrava em operação em celas emergenciais próximas ao fechamento do módulo correspondente ao projeto de 2001, encontrando-se o módulo de aterro sanitário para a disposição de RSU dos próximos 10-12 anos em processo de construção em meses finais de 2010 (terraplenagem, nivelação, etc.) • Sendo Joinville uma cidade com uma atividade industrial importante, o fato de contar com um sistema de gestão in situ de resíduos industriais (perigosos ou não), baseado na disposição final (em alguns casos com prévio acondicionamento) de tais resíduos em células do aterro industrial Classe I e II, conforme as regras de engenharia sanitária, habilitados e controlados pelos órgãos ambientais correspondentes (FUNDEMA no âmbito municipal; FATMA no âmbito estadual) supõe um aspecto positivo e a conformação de um área de potencial aporte contaminante ao entorno, com múltiplos impactos ambientais potenciais associados. A falta de uma análise coordenada a respeito, e de planos de contingências associados à gestão de resíduos perigosos supõe incerteza sobre o risco à saúde humana e ao ambiente natural associado a tal gestão. • Conta-se com um sistema de gestão de RSS baseado na segregação na origem, transporte, tratamento por autoclavagem e disposição final no Aterro Sanitário) dos Resíduos de Serviços de Saúde e outros patogênicos gerados no município, devidamente habilitado, e com uma cobertura abrangendo a maior quantidade possível de fontes de geração de RSS gerados. • Conta-se com serviços privados de Coleta Domiciliar de RSU abrangendo a totalidade da área urbana de Joinville. • Conta-se com outros serviços de Higiene Urbana pela limpeza de vias urbanas pavimentadas e jardins públicos, compreendendo varrição e recolhimento dos resíduos junto ao meio-fio (manuais e mecanizados), capinação manual e mecanizada, limpeza de bocas-de-lobo em vias urbanas, com remoção e transporte dos resíduos no Aterro Sanitário. 225 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos • Coleta Seletiva, Coleta Especial e Coleta Hospitalar com uma ampla cobertura, verificando um aumento de roteiros, áreas / pontos de coleta e quantidade de resíduos transportados, e respondendo às necessidades da demanda, conforme a cláusula 6.5 do Contrato de Concessão. • Conta-se com alternativas tecnológicas e logísticas para a recuperação de materiais provenientes dos RCC (Resíduos da Construção Civil). Não obstante, as atuais condições e tarifas não permitem uma gestão abrangendo a máxima quantidade destes resíduos, promovendo os despejos clandestinos, segundo é detalhado mais abaixo. • Conta-se com um sistema em desenvolvimento crescente de recuperação de materiais recicláveis provenientes dos RSU, baseados em Separação na Origem de materiais recuperáveis de RSU, com a ativa participação de setores da população, o financiamento do sistema pelo município, a participação da empresas no sistema, a inclusão social dos trabalhadores envolvidos, e a ativa participação dos cidadãos envolvidos. O sistema apresenta, não obstante, algumas potencialidades e necessidades de melhora, segundo o que se descreve mais abaixo. • Existência de um fundamento jurídico amplo que regula a gestão dos Resíduos Sólidos que permite ao Município decidir, como titular dos serviços, acerca das questões de maior relevância nas políticas de gestão de resíduos sólidos. Alguns aspectos críticos identificados na Gestão dos RS em Joinville são: • Falta de uma fiscalização, auditoria e controle de gestão ordenada e unificada, que integre os diferentes tipos de RS em Joinville. Identifica-se também a falta de uma base de dados unificada com dados completos e facilmente rastreáveis sobre a gestão dos RS em Joinville (aspectos operativos, técnicos e ambientais). • Falta de um planejamento de longo prazo (20 anos) para a disposição final de RSD, atividade que requer a ocupação, acondicionamento e operações específicas nos locais aptos e factíveis do ponto de vista técnico, logístico, de uso do solo, sócioambiental, orçamentário / econômico e formal. • Não há um registro detalhado dos Resíduos Industriais (RI) gerados em Joinville, identificando os geradores, as quantidades e tipos de RI. Há uma significativa quantidade de indústrias do município que não dispõem seus RI no aterro industrial de Joinville, seja por contar com aterros próprios (caso da indústria Tupy), ou por destinar seus resíduos para aterros de outras cidades próximas, ou tal vez em lugares não habilitados. • Significativa quantidade de materiais recuperáveis do lixo está sendo disposta no Aterro Sanitário, incidindo negativamente no uso do espaço e diminuindo a vida útil das células do Aterro. Assim mesmo, identifica-se a necessidade de contar, no Aterro Sanitário, com um triturador para reduzir o significativo volume dos resíduos de poda que são dispostos ali sem tratamento prévio. • O sistema de coleta seletiva poderia ser melhorado através de uma maior conscientização e participação da população executando a separação na origem, e 226 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos conseqüente ampliação das zonas de Coleta Seletiva. Faz-se necessário uma melhor qualidade da separação na origem, pois atualmente existe uma alta incidência de dejetos ou materiais não recuperáveis misturados com os resíduos da Coleta Seletiva. Além disso, as distâncias de transporte são acrescidas pela necessidade de pesagem dos caminhões na balança do Aterro Sanitário, previamente ao transporte até os destinos correspondentes. • A gestão de Limpeza Urbana incluindo Coleta Domiciliar, Coleta Seletiva, Coleta Especial, Coleta Hospitalar, Ampliação e Operação do Aterro Sanitário, Tratamento e disposição final de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde, Limpeza de vias urbanas pavimentadas e jardins públicos (Varrição simples, Varrição mecanizada, Capinação manual e mecanizada) são objeto de um único Contrato, e conseqüentemente, de um único Concessionário, com os riscos operacionais ou do não cumprimento de contrato a que isto poderia implicar. • As condições formais, operativas e de segurança nas associações e cooperativas de catadores são deficientes; apresentam riscos à saúde das pessoas que ali trabalham, possíveis riscos ambientais, possíveis irregularidades jurídicas, e observa-se uma baixa eficiência dos processos. Seria conveniente dar continuidade e aprofundar os programas e ações das instituições locais para melhorar nas condições de higiene e segurança dos catadores de Joinville. Isto inclui a necessidade de contar com maiores registros e dados a respeito das pessoas que trabalham na catação de lixo e suas condições de vida, facilitar o acesso à informação e permitir trabalhar a capacitação no setor. • Há um significativo número de catadores informais em Joinville, os quais trabalham marginalmente, extraindo materiais recuperáveis do circuito de Coleta Seletiva (antes do recolhimento feito pelos caminhões), reduzindo o valor agregado dos resíduos desse circuito. • Existem riscos à saúde pública e meio ambiente pela falta de controle da gestão no Ponto de Entrega Voluntária (PEV) de Costa e Silva, e nos locais com despejos clandestinos, incluindo as proximidades das nascentes do rio Cachoeira. • Não existe a gestão controlada de significativas quantidades de resíduos da construção civil (RCC, comumente chamado entulho). Atualmente uma parte dos resíduos é encaminhada para a área de transbordo e triagem (ATT) do município que está localizada na empresa Terraplenagem Medeiros. A separação ineficiente dos RCC no local onde são gerados favorece o incremento de RCC do tipo B e C. Estas operações acabam se tornando mais onerosas e conseqüentemente os preços cobrados pelos serviços são maiores, desta forma geram ações marginais tais como os despejos em locais clandestinos. Com a exceção dos RSU, há incerteza sobre as quantidades reais de RS gerados em Joinville por tipo, e sua gestão. • Não existe um controle sistemático nem um registro das quantidades de RI, RCC, pneus, resíduos agrícolas, pilhas, REEE, e outros, gerados em Joinville (seja com gestão em Joinville ou fora da cidade). 227 Documento PJ_001_004 Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos • Há incerteza sobre a existência e idoneidade dos Planos de Contingências (das empresas operadoras de RS ou da PMJ), em caso de potencial falha na continuidade ou qualidade do serviço de Limpeza Urbana, ou na disposição final de RSU e RI. • Sobre os aspectos institucionais, possivelmente seja possível melhorar a articulação e fiscalização do sistema que, mesmo havendo soluções para quase todos os tipos de resíduos, está descentralizado e apresenta algumas possíveis superposições e vazios. Encontraram-se problemas de indisponibilidade de informação clara e oficial sobre a gestão de Resíduos Sólidos de diferentes tipos, e sobre os controles de tal gestão, para a população, comércio e empresas. • As tarefas de cumprimento do plano de monitoramento ambiental associada à gestão dos RS em Joinville requerem uma análise técnica-crítica sobre os resultados obtidos e sobre a adequada abrangência a respeito dos possíveis impactos ambientais ao entorno, e o cumprimento do marco regulatório. Desta forma, deve pesquisar-se se FUNDEMA, organismo ao qual são entregues os resultados, como parte dos Relatórios de atividades, tem estabelecido de maneira alternativa, outros parâmetros a avaliar, ou se existe outro órgão encarregado para esta função. • Resulta necessário readequar, ou revisar, as ferramentas de política, a atribuição de funções e contexto institucional do setor considerando as exigências das mais recentes normas federais e das normas estaduais para o acesso a fundos especiais. Estas exigências se vinculam especialmente ao desenvolvimento de planos dos serviços, as condições da regulação e atuação de uma agência reguladora específica. • A programação dos investimentos e ações do PMSB deverá considerar projeções da demanda futura dos serviços em Joinville, baseadas em estimativas realistas de sua população, o perfil industrial da atividade econômica no município e as diferentes realidades de seus bairros. • Há alguns resíduos, tais como aceites usados (Projeto água e óleo não se misturam), sobre os que se reportaram iniciativas incipientes, devendo-se promover sua entrega voluntária, abastecimento, transporte e reaproveitamento energético através da elaboração de biodiesel. Iniciativas de coleta seletiva ou entrega voluntária de óleos usados provenientes de restaurantes, hotéis, comércios, indústrias e particulares, supõe a consumação de alternativas ecos-eficientes que reduzem a potencial contaminação associada aos óleos usados, aproveitando-os por sua vez para a elaboração de bicombustíveis e conseqüente potencial redução do consumo de combustíveis fósseis. • Resulta necessário adequar à gestão dos resíduos sólidos do Município de Joinville conforme as diretrizes e a Lei de Saneamento Básico - Lei Federal nº 11.445, e seu Decreto n. 7.217/2010, e a nova Lei Federal nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e a própria elaboração do Plano Municipal do Saneamento Básico pelo componente Resíduos Sólidos na diretriz de tais normas. 228 Documento PJ_001_004 • Diagnóstico do Sistema Social e do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos A elaboração do PMSB responde fundamentalmente aos condicionamentos da recente normativa federal: Lei Federal de Saneamento Básico (nº 11.445/07, e seu Decreto n. 7.217/2010) e Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos Federal (nº 12.305/2010). O PMSB deve respeitar os princípios de gestão para o setor e as diretrizes para o desenvolvimento do Plano estabelecidos nestas normativas, a fim de assegurar a Joinville a possibilidade de dispor dos recursos financeiros federais destinados ao setor. 229