Acacia saligna (acácia) - Invasive Plants in Portugal

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Acacia saligna (acácia) - Invasive Plants in Portugal
Acacia saligna (acácia)
Arbusto ou pequena árvore perene, de folhas verde-azulado e flores reunidas em “bolinhas” amarelodourado.
Nome científico: Acacia saligna (Labill.) H. L. Wendl.
Nome vulgar: acácia
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 de dezembro)
Nível de risco: (em desenvolvimento)
Sinonímia: Acacia bracteata Maiden & Blakeley, Acacia cyanophylla Lindl., Acacia lindleyi Meissner,
Mimosa saligna Labill., Racosperma salignum (Labill.) Pedley
Data de atualização: 16/10/2014
Como reconhecer
Arbusto ou pequena árvore de até 8 m; ritidoma cinzaescuro, liso ou pouco fendido.
Folhas: perenes, reduzidas a filódios com 8-25 x 0,5-5 cm
(chegando a 8 cm de largura nos rebentos que se formam
nas touças das árvores cortadas), frequentemente verdeglaucos, laminares, lineares ou lanceolados, simétricos na
base, com 1 nervura longitudinal e ápice mucronado.
Flores: amarelo-douradas reunidas em capítulos de 6-15
mm de diâmetro, por sua vez reunidos (2-10) em cachos.
Frutos: vagens comprimidas, retas ou curvadas,
contraídas entre as sementes; sementes com funículo Filódios verde-glaucos, simétricos na base, com
curto, esbranquiçado.
uma nervura longitudinal
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Acacia saligna (acácia)
Floração: fevereiro a março.
Espécies semelhantes
Acacia retinodes (acácia-virilda) é semelhante mas tem filódios mais estreitos (< 1,5 cm), os capítulos têm
flores amarelo-pálidas e de diâmetro inferior (< 0,8 cm) e o funículo é rosado e envolve a semente. Acacia
pycnantha (acácia) também é semelhante mas tem filódios de base assimétrica, falciformes e apresenta
10-20 capítulos por cacho.
Características que facilitam a invasão
Reproduz-se por via seminal produzindo muitas sementes, que permanecem viáveis no solo muitos anos.
A germinação é estimulada pelo fogo.
A espécie também se reproduz por via vegetativa, formando rebentos vigorosos de touça e raiz.
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO
Área de distribuição nativa
Oeste da Austrália e Tasmânia.
Distribuição em Portugal
Portugal continental (Beira Litoral, Estremadura,
Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo, Algarve),
arquipélago dos Açores (ilha de São Miguel),
arquipélago da Madeira (ilha da Madeira).
Outros locais onde a espécie é invasora
Europa (Espanha, Chipre, França, Itália, Grécia), Ásia
(Israel), África do Sul, Austrália (Vitória), América do
Sul (Chile), Nova Zelândia, oeste dos EUA (Califórnia).
Razão da introdução
Para fins ornamentais e para controlo da erosão em dunas costeiras.
Ambientes preferenciais de invasão
Regiões áridas, resistindo muito bem à secura, pelo que é muito frequente em dunas costeiras e em
margens de vias de comunicação do sul do país. É uma espécie robusta, mas suporta mal a geada.
IMPACTES
Impactes nos ecossistemas
Pode formar povoamentos densos impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa. Produz muita
folhada rica em azoto, que promove a alteração do solo.
Impactes económicos
Custos elevados na aplicação de metodologias de controlo.
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Acacia saligna (acácia)
Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes

Dunas fixas descalcificadas atlânticas (Calluno-Ulicetea) (2150);

Dunas litorais com Juniperus spp. (2250);

Dunas com vegetação esclerofila da Cisto-Lavenduletalia (2260);

Formações de Cistus palhinhae em charnecas marítimas (5140);

Friganas mediterrânicas ocidentais dos cimos de falésia (Astragalo-Plantaginetum subulatae) (5410).
CONTROLO
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área
invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de
intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será
fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de
forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Acacia saligna incluem:
Controlo físico
Arranque manual: metodologia preferencial para plântulas e plantas jovens. Em substratos mais
compactados, o arranque deverá ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do
sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo.
Controlo físico + químico
Corte combinado com aplicação de herbicida: metodologia preferencial para plantas adultas. Corte do
tronco tão rente ao solo quanto possível e aplicação imediata (impreterivelmente nos segundos que se
seguem) de herbicida (princípio ativo: glifosato) na touça. Se houver formação de rebentos, estes devem
ser eliminados através de corte, arranque ou pulverização foliar com herbicida (princípio ativo: glifosato);
até 25 a 50 cm de altura. Para rebentos de maiores dimensões (a partir de 2-3 cm de diâmetro) repetir a
metodologia inicial (corte com aplicação de herbicida).
Controlo químico
Aplicação foliar de herbicida: aplica-se a rebentos jovens (25-50 cm de altura) ou germinação elevada.
Pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato) limitando a aplicação à espécie-alvo.
Controlo biológico
O fungo Uromycladium tepperianum (Sacc.) McAlp (Pucciniales: Uredinales), formador de galhas nos
tecidos jovens, tem sido usado na África do Sul com bastante sucesso no controlo de A. saligna.
O gorgulho Melanterius compactus (Coleoptera: Corculionidae), que se alimenta das sementes, é
também usado com sucesso na África do Sul desde 2001 para controlo de A. saligna.
Nenhum destes agentes foi ainda testado em Portugal, de forma a verificar a sua segurança
relativamente às espécies nativas, pelo que a sua utilização ainda não constitui uma alternativa no nosso
país.
Fogo controlado
Pode ser utilizado estrategicamente com o objetivo de estimular a germinação do banco de sementes,
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e.g., após controlo dos indivíduos adultos (com a gestão adequada da biomassa resultante) ou para
eliminação de plantas jovens. Tem como grande vantagem a redução do banco de sementes, quer
destruindo uma parte das sementes quer estimulando a germinação das que ficam.
Para mais informações, visite a página www.invasoras.pt e/ou contacte-nos para [email protected].
REFERÊNCIAS
Agricultural Research Council - Plant Protection Research Institute - Weed Research Division (2014) Management of invasive
alien plants: A list of biocontrol agents released against invasive alien plants in South Africa. Disponível: http://
www.arc.agric.za/arc-ppri/Documents/WebAgentsreleased.pdf [Consultado 16/10/2014].
Dana ED, Sanz-Elorza M, Vivas S, Sobrino E (2005) Especies vegetales invasoras en Andalucía. Consejería de Medio Ambiente,
Junta de Andalucía, Sevilla, 233pp.
Dufour-Dror J-M (2012) Alien invasive plants in Israel. The Middle East Nature Conservation Promotion Association, Ahva,
Jerusalem, 213pp.
Marchante E, Freitas H, Marchante H (2008) Guia prático para a identificação de plantas invasoras de Portugal Continental.
Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 183pp.
Morris MJ (1999) The contribution of the gall-forming rust fungus Uromycladium tepperianum (Sacc.) McAlp. to the biological
control of Acacia saligna (Labill.) Wendl. (Fabaceae) in South Africa. African Entomology: Memoir n° 1: 125-128.
Osorio VEM, de la Torre WW, Silva L, Jardim R (2008) Acacia saligna (Labill.) H. L. Wendl. In: Silva L, Land EO, Luengo JLR (eds)
Flora e fauna terrestre invasora na Macaronésia. Top 100 nos Açores, Madeira e Canárias, Arena, Ponta Delgada, pp. 451-453.
Whibley DJE (1980) Acacias of South Australia. Pretoria, South Australia.
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