Introdução aos animais
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Introdução aos animais
1 2 Na verdade apenas a multicelularidade e o desenvolvimento embrionário são características que distinguem o reino animal dos demais reinos heterótrofos do domínio Eukaria. Tais características estavam presentes nos ancestrais mais recente de todos os animais. 3 Notem que as figuras aparecem na ordem dos filos relacionados. 4 5 Os poríferos, como se desenvolvem a partir da blástula, não possuem tecidos verdadeiros, já que esses se diferenciam somente a partir dos folhetos germinativos que surgem apenas na gastrulação. Por isto, lhes valeu a denominação Parazoários (para = ao lado; zoa = animal). Os demais animais são chamados Eumetazoários (eu = verdadeiro; metazoário = animal). 6 Supõe-se que na condição primitiva da gastrulação, apenas dois folhetos germinativos teriam surgido: o ectoderma, mais externo, e o endoderma, mais interno, revestindo o arquêntero ou intestino primitivo. Os animais nessa condição são chamados diblásticos ou diploblásticos e estão representados pelos cnidários. O ectoderma origina, dentre outros tecidos, a epiderme e o tecido nervoso. Surgiu, então, a epiderme, ausente nos poríferos, com caracterísitcas típicas dos animais, com células intimamente unidas e capazes de controlar o que entra e o que sai do corpo. Isso possibilitou maior controle dos mecanismos internos do corpo. O sistema nervoso, também ausente nos poríferos, está presente nos demais animais, o que propiciou a eles mecanismos mais especializados de recepção, transmissão e coordenação de estímulos do meio. A partir do endoderma e do arqu~entero surgiram estruturas especializadas para a digestão do alimento em uma cavidade digestória ausente nos poríferos e presente nos outros animais (a ausência de cavidade digestória em alguns eumetazoários é uma condição secundária, relacionada a modos particulares de vida, como é o caso de certos parasitas do intestino humano). Considera-se cavidade digestória aquela onde ocorre a digestão extracelular do alimento. Na evolução dos animais surgiu outra condição derivada, que está relacionada com a gastrulação: o terceiro folheto germinativo, o mesoderma, que fica entre o ectoderma e o endoderma. Os animais nessa condição são chamados triblásticos ou tripoblásticos e estão representados pelos demais animais. Entre outras implicações, o surgimento do mesoderma trouxe o aparecimento de musculatura verdadeira, o que possibilitou aos animais desenvolver maior diversidade de movimentos. 7 Supõe-se que na condição primitiva da gastrulação, apenas dois folhetos germinativos teriam surgido: o ectoderma, mais externo, e o endoderma, mais interno, revestindo o arquêntero ou intestino primitivo. Os animais nessa condição são chamados diblásticos ou diploblásticos e estão representados pelos cnidários. O ectoderma origina, dentre outros tecidos, a epiderme e o tecido nervoso. Surgiu, então, a epiderme, ausente nos poríferos, com caracterísitcas típicas dos animais, com células intimamente unidas e capazes de controlar o que entra e o que sai do corpo. Isso possibilitou maior controle dos mecanismos internos do corpo. O sistema nervoso, também ausente nos poríferos, está presente nos demais animais, o que propiciou a eles mecanismos mais especializados de recepção, transmissão e coordenação de estímulos do meio. A partir do endoderma e do arqu~entero surgiram estruturas especializadas para a digestão do alimento em uma cavidade digestória ausente nos poríferos e presente nos outros animais (a ausência de cavidade digestória em alguns eumetazoários é uma condição secundária, relacionada a modos particulares de vida, como é o caso de certos parasitas do intestino humano). Considera-se cavidade digestória aquela onde ocorre a digestão extracelular do alimento. Na evolução dos animais surgiu outra condição derivada, que está relacionada com a gastrulação: o terceiro folheto germinativo, o mesoderma, que fica entre o ectoderma e o endoderma. Os animais nessa condição são chamados triblásticos ou tripoblásticos e estão representados pelos demais animais. Entre outras implicações, o surgimento do mesoderma trouxe o aparecimento de musculatura verdadeira, o que possibilitou aos animais desenvolver maior diversidade de movimentos. 8 O celoma na linhagem dos protostômios origina-se a partir do espaçamento que surge no interior de massas mesodérmicas (esquizoceloma: schizo = fendido). Nos deuterostômios, o celoma ocorre no interior de bolsas mesodérmicas, que surgem por evaginações do arquêntero (enteroceloma: enteron = intestino). 9 O celoma na linhagem dos protostômios origina-se a partir do espaçamento que surge no interior de massas mesodérmicas (esquizoceloma: schizo = fendido). Nos deuterostômios, o celoma ocorre no interior de bolsas mesodérmicas, que surgem por evaginações do arquêntero (enteroceloma: enteron = intestino). 10 Dentre os animais com simetria bilateral, podemos distinguir duas grandes linhas evolutivas: a dos protostômios (proto= primeiro; stoma = boca) e a dos deuterostômios (deutero = segundo). Nos protostômios, a primeira abertura (denominada blastóporo) surgida na gástrula, e que comunica o arquêntero com o exterior, diferencia-se na boca do adulto; o ânus geralmente corresponde a uma nova abertura que surge na região posterior do corpo. Em alguns protostômios, no entanto, o blastóporo pode dar origem à boca e ao ânus. Nos deuterostômios o blastóporo dá origem ao ânus no adulto, e um novo orifício se abre na região anterior, formando a boca. O blastóporo nunca forma a boca. Em classificações alternativas dos animais, os platelmintos e os nematódeos não são considerados protostômios, apesar de nesses organismos a boca derivar do blastópro. Nesta abordagem, a definição do termo protostômio leva em consideração não apenas o destino do blastóporo, mas também a presença de celoma. 11 Dentre os animais com simetria bilateral, podemos distinguir duas grandes linhas evolutivas: a dos protostômios (proto= primeiro; stoma = boca) e a dos deuterostômios (deutero = segundo). Nos protostômios, a primeira abertura (denominada blastóporo) surgida na gástrula, e que comunica o arquêntero com o exterior, diferencia-se na boca do adulto; o ânus geralmente corresponde a uma nova abertura que surge na região posterior do corpo. Em alguns protostômios, no entanto, o blastóporo pode dar origem à boca e ao ânus. Nos deuterostômios o blastóporo dá origem ao ânus no adulto, e um novo orifício se abre na região anterior, formando a boca. O blastóporo nunca forma a boca. Em classificações alternativas dos animais, os platelmintos e os nematódeos não são considerados protostômios, apesar de nesses organismos a boca derivar do blastópro. Nesta abordagem, a definição do termo protostômio leva em consideração não apenas o destino do blastóporo, mas também a presença de celoma. 12 Outra característica importante para se entender a evolução dos animais é a simetria. A simetria é a divisão imaginária do corpo de um organismo em metades especulares. Quanto a esse caráter, os animais podem ter simetria radial (ou radiada) ou simetria bilateral. Entretanto, existem animais cujo corpo não pode ser dividido em metades especulares. Nesses casos não existe simetria, falando-se em animais assimétricos. A| maioria dos animais possui o mesmo tipo de simetria desde a fase embrionária até a fase adulta. Alguns, entretanto, apresentam um tipo de simetria na fase embrionária e outro tipo na fase adulta: nesse caso, a mudança está geralmente associada a adaptações dos adultos a modos de vida especiais. A simetria observada no embrião ou na larva é denominada primária e a observada no adulto, secundária. Nos casos em que, durante o desenvolvimento embrionário de um indivíduo, a simetria do embrião ou da larva difere da simetria do adulto, quem fornece indícios da real estrutura do corpo do animal, sob o ponto de vista taxonômicoevolutivo, é a simetria primária. Os animais com simetria primária radial são chamados radiados e estão representados pelos cnidários. Os poríferos ou possuem simetria radial ou são assimétricos. Os animais com simetria primária bilateral são chamados bilatérios e estão representados pelos demais animais. Os animais diblásticos possuem simetria primária radial e os triblásticos, simetria primária bilateral. Entretanto, alguns radiados e bilatérios podem ter na fase adulta simetria diferente da primária. O surgimento da simetria bilateral foi acompanhado de outras modificações importantes no corpo. Nos bilatérios, o corpo apresenta uma região anterior, uma posterior, uma ventral e outra dorsal. Nesses animais, a região anterior do corpo é a primeira a entrar em contato com os estímulos do meio; em função disto, verificou-se, no curso da evolução desses animais, concentração de estruturas sensoriais e do sistema nervoso nessa região, falando-se em cefalização. 13 Outra característica importante para se entender a evolução dos animais é a simetria. A simetria é a divisão imaginária do corpo de um organismo em metades especulares. Quanto a esse caráter, os animais podem ter simetria radial (ou radiada) ou simetria bilateral. Entretanto, existem animais cujo corpo não pode ser dividido em metades especulares. Nesses casos não existe simetria, falando-se em animais assimétricos. A| maioria dos animais possui o mesmo tipo de simetria desde a fase embrionária até a fase adulta. Alguns, entretanto, apresentam um tipo de simetria na fase embrionária e outro tipo na fase adulta: nesse caso, a mudança está geralmente associada a adaptações dos adultos a modos de vida especiais. A simetria observada no embrião ou na larva é denominada primária e a observada no adulto, secundária. Nos casos em que, durante o desenvolvimento embrionário de um indivíduo, a simetria do embrião ou da larva difere da simetria do adulto, quem fornece indícios da real estrutura do corpo do animal, sob o ponto de vista taxonômico-evolutivo, é a simetria primária. Os animais com simetria primária radial são chamados radiados e estão representados pelos cnidários. Os poríferos ou possuem simetria radial ou são assimétricos. Os animais com simetria primária bilateral são chamados bilatérios e estão representados pelos demais animais. Os animais diblásticos possuem simetria primária radial e os triblásticos, simetria primária bilateral. Entretanto, alguns radiados e bilatérios podem ter na fase adulta simetria diferente da primária. O surgimento da simetria bilateral foi acompanhado de outras modificações importantes no corpo. Nos bilatérios, o corpo apresenta uma região anterior, uma posterior, uma ventral e outra dorsal. Nesses animais, a região anterior do corpo é a primeira a entrar em contato com os estímulos do meio; em função disto, verificou-se, no curso da evolução desses animais, concentração de estruturas sensoriais e do sistema nervoso nessa região, falando-se em cefalização. 14 Um organismo metamérico apresenta o corpo dividido em porções semelhantes, ordenadas ao longo do maior eixo do corpo e separadas umas das outras por membrana mesodérmica. Cada porção dessas é um segmento individualizado, que recebe o nome de metâmero; fala-se, então, em segmentação metamérica ou metameria. A metameria surgiu independentemente em duas linhas evolutivas: na que deu origem aos anelídeos e artrópodes, e na que deu origem aos cordados. É um processo que se verifica durante o desenvolvimento embrionário e está relacionado com a maneira como o mesoderma e o celoma se organizam. O mesoderma de cada metâmero origina estruturas que se repetem ao longo do corpo do animal, como é o caso da musculatura. Uma das vantagens da metameria é a formação de blocos musculares que podem se contrair de forma independente, o que propicia maior variedade de movimentos. Além disto, com a metameria houve a possibilidade de independência de cada compartimento, permitindo especializações nas diferentes partes do corpo. Em alguns casos, a metameria, uma condição de organização interna do corpo, pode ser notada externamente, como nos anelídeos e nos artrópodes. Nesees últimos verificam-se fusões de segmentos em regiões especializadas que executam diferentes funções, como é o caso da cabeça, do tórax e do abdome. Nos cordados, a metameria nos adultos é evidente apenas em algumas estruturas internas, como certos músculos que mantêm organização metamérica. 15 16 17 18 19