Ano 2 - N4 Novembro 2015 - Embaixada de Angola na Alemanha
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Ano 2 - N4 Novembro 2015 - Embaixada de Angola na Alemanha
Embaixada da República de Angola na República Federal da Alemanha / Novembro 2015 / Ano 3 / Nr.04 / Gratuito 40 Anos: e Viva a Independência Nacional! 40 Jahre: Und es lebe die nationale Unabhängigkeit! TEMÁTICA / INHALT POLÍTICA | POLITIK 6 Angola 40 Anos: percurso victorioso Angola - 40 erfolgreiche Jahre 12 16 27 Angola 40 Anos: ganhos da Independência Nacional 40 Jahre Angola: Der Gewinn aus der nationalen Unabhängigkeit 33 40 52 Embaixador Alberto Neto sobre os 40 Anos de Angola Botschafter Alberto Correia Neto über das 40 jährige Jubiläum Angolas Presidente apela à união e à coesão Aufruf des Präsidenten zu Einigung und Zusammenhalt ECONOMIA | WIRTSCHAFT 29 48 54 Rosa Cruz e Silva fala dos desafios de África no património mundial Rosa Cruz e Silva über Herausforderungen im Bereich des afrikanischen Welterbes 58 62 Fórum Económico junta angolanos e alemães Wirtschaftsforum vereint Angolaner und Deutsche 67 Espaço Poesia Raum für Poesie DESPORTO | SPORT 70 72 46 Crianças em tratamento médico festejam na Aldeia da Paz em Oberhausen Kinder in medizinischer Behandlung feiern im internationalen Friedensdorf in Oberhausen Herói Nacional: Agostinho Neto presente! Agostinho Neto, ein unsterblicher Nationalheld 68 42 Delfim Freitas: uma referência na comunidade angolana na RFA Delfim Freitas: Eine Referenz in der angolanischen Community in Deutschland XV Edição do Festival de Literatura de Berlim Das 15. Internationale Literaturfestival Berlin Alemanha elege Miss Angola 2015 Wahl zur Miss Angola-Deutschland 2015 SOCIEDADE | GESELLSCHAFT Celebrado o aniversário do Presidente da República Feierlichkeiten zum Geburtstag des Präsidenten der Republik Angola CULTURA | KULTUR Angola implementa Nova Lei do Investimento Privado Angola implementiert neues Gesetz für Privatinvestitionen Helmut P. Gauff - 20 anos em Angola Von Helmut P. Gauff, Vorsitzender des Beirats der GAUFF Engineering Refugiados: uma experiência que Angola viveu Flüchtlinge: Angola hat es erlebt 74 Gelson é pretendido por clubes estrangeiros Wechsel von Gelson zu ausländischem Verein Primeira volta a Angola em bicicleta realizada com êxito Erstes landesweites Fahrradrennen Angolas erfolgreich abgeschlossen Notícias Breves Kurzneldungen DIRECTOR/DIREKTOR Embaixador / Botschafter Alberto Correia Neto DIRECTOR EXECUTIVO/VERANTWORTLICHER DIREKTOR Fernando Tati FONTES/QUELLEN Angop, Jornal de Angola e Angonotícias Angop, Jornal de Angola und Angonotícias CONSELHO EDITORIAL/REDAKTION Colense S. de Sousa, Fernando Tati, José Julião de Oliveira, Priscila Lemos Coelho e Manuel Tito António FOTOGRAFIA/FOTOS Cerimonial da Presidência da República, Serviços de Imprensa e agências de imagens Protokolldienst des Präsidenten der Republik, Pressedienst und Bilderagenturen EDITOR/HERAUSGEBER Serviços de Imprensa da Embaixada da República de Angola na República Federal da Alemanha, Wallstrasse 58, 10179 Berlim www.botschaftangola.de Pressedienst der Botschaft der Republik Angola in der Bundesrepublik Deutschland, Wallstrasse 58, 10179 Berlin www.botschaftangola.de Tel.: +49/30/240 897 63 Fax: +49/30/240 897 73 COLABORAM NESTA EDIÇÃO/MITARBEIT AN DIESER AUSGABE Marcus Alvaro Klein, Fábia Lobo e Rosário Lobo da Fonseca CONCEPÇÃO GRÁFICA E IMPRESSÃO/ GRAPHISCHE KONZEPTION UND DRUCK TRADUÇÃO/ÜBERSETZUNGEN Manuela Sambo e Sisoli Sambo Editorial Angola tem condições para continuar a evoluir O s angolanos celebraram a 11 de Novembro de 2015 o 40º aniversário da proclamação da Independência Nacional de Angola. Em todo o território nacional e no estrangeiro os angolanos rejubilaram nessa festa maior organizada sob o lema “Angola 40 Anos: Independência, Paz, Unidade Nacional e Desenvolvimento”. Foram festejos muito amplos e intensos, que contaram com o envolvimento de todos. Em Luanda, o acto central foi presidido pelo Presidente da República, Engenheiro José Eduardo dos Santos, e culminou com um desfile civil e outro militar, na presença de Chefes de Estado e outras individualidades na sua qualidade de altos representantes de países amigos. Nessas comemorações foram recordados todos os heróis da Pátria, os conhecidos e os anónimos, em particular o Fundador da Nação, Dr. António Agostinho Neto, o Pai da Independência de Angola. Muitos foram os nacionalistas que participaram na luta pela independência, vertendo o seu sangue para que tal fosse possível. A paz, conquistada a 4 de Abril de 2002, está a dar aos angolanos a oportunidade de verem a sua terra reconstruída, a reerguer-se das cinzas, rumo ao desenvolvimento. Tal como nos demais países, a paz e a segurança são garante do bem-estar das populações angolanas, razão pela qual foram definidas as normas de convivência e de relacionamento para tornar o mundo mais seguro e garantir uma vida digna para todos. Angola goza hoje do respeito, admiração e reconhecimento pela política regional e internacional que lhe tem sido prática norteada pelos princípios da defesa da liberdade, da autodeterminação e independência nacional dos povos e da amizade e cooperação mutuamente vantajosa entre os diversos Estados. 4 As acções levadas a cabo pelo Governo angolano visam a preservação da paz, a consolidação da estabilidade política e de todas as conquistas na base de uma estratégia que vise a estabilidade macro-económica, a construção de infra-estruturas, a qualificação dos quadros e o avanço da ciência, da tecnologia e da inovação, por forma a garantir um crescimento sustentado do Produto Interno Bruto (PIB) acima dos seis por cento e um desenvolvimento económico e social inclusivo. Os angolanos orgulham-se dos avanços registados nas várias esferas de actividade, nomeadamente no domínio da reabilitação e da construção de infra-estruturas e formação de quadros, comprometendo-se o Executivo a prestar maior atenção à educação e à saúde. No domínio da educação, em 1975 Angola tinha uma taxa de analfabetismo de mais de 95 por cento. Hoje, essa taxa baixou para cerca de 35 por cento. No ensino primário, Angola tem actualmente cinco milhões, 70 mil e 800 alunos, enquanto que no secundário encontram-se matriculados um milhão, 604 mil e 549 alunos. Só havia uma universidade e o país não tinha mais de 40 licenciados. Hoje, funcionam 62 instituições de ensino superior, que oferecem um total de 436 cursos. Tal como referiu o Presidente José Eduardo dos Santos na sua mensagem por ocasião da festa da Independência Nacional, Angola tem condições para continuar a evoluir e ser sempre uma estrela nos céus de África. Angola mantém o interesse de preservar e aprofundar as relações de cooperação estratégica estabelecidas com a República Federal da Alemanha. Os governos dos dois países têm feito a sua parte, cabendo aos potenciais investidores e homens de negócios germânicos e angolanos um papel importante na exploração das oportunidades de negócios existentes entre os dois países. Grusswort Angola hat das Potential, sich weiter zu entwickeln A m 11. November 2015 beging das angolanische Volk den 40. Jahrestag der Proklamation der Nationalen Unabhängigkeit Angolas. Im gesamten Land sowie im Ausland erfreuten sich Angolaner anlässlich des Jubiläums, das weltweit unter dem Motto „40 Jahre Angola: Unabhängigkeit, Frieden, nationale Einheit und Entwicklung“ stand. Es wurden fröhliche und lebhafte Feste gefeiert, die von der Beteiligung aller profitierten. In der Hauptstadt Luanda lud der Präsident der Republik Angola, Ingenieur José Eduardo dos Santos, zum Hauptakt, welcher im Beisein von Staatsoberhäuptern und anderen hochrangigen Landesvertretern befreundeter Nationen in einem feierlichen Umzug von Zivilisten und in einer Militärparade gipfelte. Im Rahmen dieser Feierlichkeiten wurde aller Helden des Vaterlandes, ob bekannt oder anonym geblieben, gedacht, insbesondere dem Gründer der Nation, Dr. António Agostinho Neto, Vater der Unabhängigkeit Angolas. Zahlreiche Nationalisten vergossen ihr Blut im Kampf für die Unabhängigkeit. Der Frieden siegte am 4. April 2002 und schenkt den Angolanern seitdem die Möglichkeit, den Wiederaufbau ihres Landes zu erleben. So konnte und kann sich Angola, den Fortschritt fest im Auge, wie Phönix aus der Asche erheben. Wie auch im Rest der Welt, sind Frieden und Sicherheit das Fundament für das Wohlbefinden der angolanischen Bevölkerung. Frieden und Sicherheit wurden als normative Werte des Zusammenlebens und zwischenmenschlicher Beziehungen festgelegt, um die Welt zu einem sichereren Ort zu machen und allen ein menschenwürdiges Leben zu ermöglichen. Angola genießt heute den Respekt, die Bewunderung und die Anerkennung der regionalen und internationalen Politik, getragen durch die im Land praktizierten Grundsätze der Verteidigung der Freiheit, Selbstbestimmung, nationalen Unabhängigkeit der Völker sowie der Freundschaft und gegenseitig vorteilhaften Zusammenarbeit mit verschiedenen Staaten. Die von der angolanischen Regierung getroffenen Maßnahmen dienen der Aufrechterhaltung des Friedens, der Kon- solidierung der politischen Stabilität und der Festigung der erbrachten Leistungen, auf Grundlage einer auf makroökonomische Stabilität abzielenden Strategie. Weiterhin dienen die Anstrengungen der Errichtung von Infrastruktur, der Ausbildung von Fachpersonal und der Förderung der Wissenschaft, Technologie und Innovation. Erklärtes Ziel ist die Gewährleistung eines nachhaltigen Wachstums des Bruttoinlandsprodukts (BIP) von mehr als sechs Prozent und einer wirtschaftlichen sowie integrativen sozialen Entwicklung. Wir Angolaner sind stolz auf die daraus resultierenden Fortschritte, vor allem auf dem Gebiet der Rehabilitation und des Neubaus von Infrastrukturen sowie der Ausbildung von Fachpersonal. In diesem Kontext verpflichtete sich die Regierung den Bereichen der Bildung und der Gesundheit größere Aufmerksamkeit zu schenken. 1975 lag das Bildungssystem mit einer Analphabetenquote von mehr als 95 Prozent stark im Argen. Diese Quote konnte mittlerweile auf rund 35 Prozent verringert werden. Das angolanische Grundschulsystem bildet aktuell über 5 Millionen Schülerinnen und Schüler aus (exakt 5.070.800). Im sekundären Bildungsbereich sind momentan 1.604.549 Schüler gemeldet. Gegenüber der einzigen Universität, die es früher in Angola gab, mit nicht mehr als 40 dort ausgebildeten Hochschulabsolventen, verfügt das Land heute operativ über 62 Hochschuleinrichtungen, die insgesamt 436 Studiengänge anbieten. So wie es der Präsident José Eduardo dos Santos in seiner Botschaft zum Anlass der Feierlichkeiten zur nationalen Unabhängigkeit beschrieb, hat Angola die notwendigen Voraussetzungen, um sich weiterentwickeln zu können und für immer als Stern am Himmel Afrikas zu leuchten. Angola hat nach wie vor großes Interesse am Erhalt und der Vertiefung der Beziehungen zur Bundesrepublik Deutschland. Beide Regierungen haben sich für eine strategische Kooperation eingesetzt. Jetzt ist es die Rolle potentieller angolanischer und deutscher Investoren, die Geschäftsmöglichkeiten auszuschöpfen, die sich zwischen den beiden Ländern anbieten. 5 POLÍTICA | POLITIK Angola 40 Anos: percurso victorioso A República de Angola celebra este ano o 40º aniversário de proclamação da sua independência. Foi às 00h00 de 11 de Novembro de 1975 que o médico, político e homem de cultura, António Agostinho Neto proclamou, “perante a África e o Mundo”, a independência de Angola E m resultado da luta armada levada a cabo pelos nacionalistas angolanos que levou ao derrube do regime colonial-fascista português, Angola punha, assim, fim, ao período colonial de cerca de 500 anos, fazendo florescer nos angolanos o sentimento de liberdade e de esperança em dias melhores, como donos do seu próprio destino. Os portugueses, sob comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a ocupação pelos portugueses desta região de Africa, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o reino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o de Ndongo e o de Matam- 6 ba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao reino de Angola (c.1559). Explorando as rivalidades e conflitos existentes entre estes reinos, na segunda metade do século XVI, os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais, procura delimitar este vasto território e explorar os seus recursos naturais, em particular os escravos. A penetração para o interior é muito limitada. Em 1576 fundam São Paulo de Luanda, a actual cidade de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos das plantações da cana do açúcar do Brasil. Durante a ocupação de Portugal pela dinastia filipina (1580-1640), os holan- deses procuram desapossar os portugueses desta região, ocupando grande parte do litoral (Benguela, Santo António do Zaire e as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648 os portugueses expulsam os holandeses, para contentamento dos colonos do Brasil. Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do Brasil. A ocupação dos portugueses confina-se às fortalezas da costa. A colonização efectiva do interior só se inicia no século XIX, após a Independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação trata-se de uma resposta às pretensões de outras potên- POLÍTICA | POLITIK cias europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França que reclamavam na altura o seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os territórios que a cada uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade negocial. Uma boa parte destes colonos são presos deportados de Portugal, como o célebre José do Telhado. Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos políticos, científicos e esclavagistas para o interior do território angolano, tais como José Rodrigues Graça (1843-1848)-Malanje e Bié; José Brochado-Humbo, Mulando, Cuanhama; Silva Porto-Bié; Devido à ausência de vias de comunicação terrestes, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza (1895,1905,1908); Bacia do Cubango (1886-1889, 1902,1906); Bacia do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto Zambeze (1895-1896); Entre Zenza e Dande (18721907), etc. As fronteiras de Angola só são definidas em finais do século XIX, sendo a sua extensão muitíssimo maior do que o território dos Ambundos, a cuja língua o território de Angola anda associado. Entre Novembro de 1884 e Fevereiro de 1885 realizou-se na Alemanha uma conferência que viria a ficar conhecida como a Conferência de Berlim. Nela foram discutidas questões fundamentais relativas aos interesses coloniais na África Central, incluindo a repartição da África, realizada de forma despótica. A Conferência contou com a participação de 15 países, 13 pertencentes à Europa e os demais advindo dos Estados Unidos da América e da Turquia. Apesar dos Estados Unidos não possuírem colónias no continente africano, era um poderio que se encontrava em fase de crescimento, visando assim a conquista de novos territórios. 1900-1960 A colonização de Angola, após a implantação de um regime republicano em Portugal (1910), entra numa nova fase. Os republicanos haviam criticado duramente os governos monárquicos por terem abandonado as colónias. O aspecto mais relevante da sua acção circunscreveu-se à criação de escolas. No plano económico, inicia-se a exploração intensiva de diamantes. A Diamang (Companhia dos Diamantes de Angola) é fundada em 1922, embora operasse desde 1917 na região da Lunda. O desenvolvimento económico só se inicia de forma sistemática em finais dos anos trinta, quando se incrementa a produção de café, sisal, cana do açúcar, milho e outros produtos. Tratam-se de produtos destinados à exportação. A exportação da cana do açúcar, em 1914, pouco ultrapassava as 6.749 toneladas. Em 1940 atingia já as 39.423 toneladas exportadas. As fazendas e a indústria concentram-se à volta da cidade de Luanda e de Benguela. A exportação de sisal, desenvolve-se durante a segunda guerra mundial (1939-1945). Em 1921 pouco mais foram exportados que 62 toneladas, mas em 1941 atingia-se já as 3.878. Dois anos depois as 12.721 toneladas. Em 1973 situavam-se nas 53.399. Estas plantações situavam-se no planalto do Huambo, do Cubal para Leste, nas margens da linha férrea do Dilolo, Bocoio, Balumbo, Londuimbale, Lepi, Sambo, mas também no Cuanza Norte e Malange. A exportação de café logo a seguir à segunda guerra mundial, abriu um novo ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando a exploração petrolífera em Cabinda começar a dar os seus resultados. A subida da cotação do café no mercado mundial, a partir de 1950, contribuiu decisivamente para o aumento vertiginoso desta produção. Em 1900, as exportações pouco ultrapassaram as 5.800 toneladas. Em 1930 atingiam as 14.841. Em 1943 subiam para 18.828. A partir daí o crescimento foi vertiginoso. Em 1969 foram exportadas 182.944 e quatro anos depois, 218.671 toneladas. Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro. Em 1957 funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e Txamutete. Exploração que cedeu depois à alemã Krupp. O desenvolvimento destas explorações foi acompanhado por vagas de imigrantes incentivados e apoiados muitas vezes pelo próprio Estado. Entre 1941 e 1950, saíram de Portugal cerca de 110 mil imigrantes com destino às colónias, a maioria fixou-se em Angola. O fluxo imigratório prosseguiu nos anos 50 e 60. Nos anos quarenta a questão da descolonização emerge no plano internacional e torna-se uma questão incontornável. Em 1956 é publicado o primeiro manifesto do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). 1961-1974 No princípio dos anos 60, dois movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA) desencadeiam uma luta armada contra o colonialismo português. Em 1966 surgiu a Unita. O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusa-se a dialogar e prossegue na defesa até ao limite do último grande império colonial europeu. Para África são mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado, Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola promovendo a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conhece neste território um desenvolvimento impressionante. A exploração de petróleo em Cabinda inicia-se em 1968, representando em 1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7 porcento ao ano. Independência e Guerra Civil Na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de Abril de 1974), abrem-se perspectivas imediatas para a independência de Angola. O Governo português, negoceia com os três principais movimentos de libertação (MPLA, FNLA e Unita), o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975). A proclamação da independência de Angola, por António Agostinho Neto, a 11 de Novembro de 1975, ocorreu num clima de guerra desencadeada em virtude dos desentendimentos registados entre os movimentos de libertação. Ainda assim, a proclamação da independência nacional, em Luanda, foi vivida em clima de euforia, crença e esperança no futuro, pois com tal acto punha-se fim a cerca de 500 anos de ocupação e exploração colonial. Enquanto decorria a cerimónia do arrear a bandeira portuguesa e içar a bandeira da nova, a cerca de 60 kms de Luanda registavam-se combates entre as tropas do MPLA, que defendiam a integridade do território angolano, e as da FNLA apoiadas por mercenários de várias nacionalidades, nomeadamente portugueses, sul-africanos e norte-americanos. Na altura, a União Soviética e Cuba apoiavam o MPLA, o regime de segregação racial então vigente na África do Sul apoiava a Unita e a então República do Zaire, a China, os Estados Unidos da América e a África do Sul foram o suporte da FNLA. Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardam a ajudar também a Unita. Neste caso, o apoio manteve-se até 1993. A sua estratégia foi durante muito tempo dividir Angola. 7 POLÍTICA | POLITIK Em 1976 as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como legítimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul. Em Maio de 1977, um grupo de militantes do MPLA encabeçado por Nito Alves, desencadeia um golpe de Estado, que resulta em vítimas de ambos os lados, isto é do lado dos golpistas e dos que se mantiveram fiéis ao Presidente Agostinho Neto. uma acção de apoio à Unita, tendo em vista a criação de uma suposta zona libertada sob sua administração. Estes conflitos só registaram um interregno em Dezembro de 1988, quando em Nova Iorque foi firmado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia a Independência da Namíbia e a retirada das tropas cubanas de Angola. A partir de 1989, registou-se a queda do bloco da ex-União Soviética, a con- No final deste ano, o MPLA realiza o seu 1º Congresso, onde se proclama partido marxista-leninista e adopta a designação “MPLA-Partido do Trabalho”. A guerra continuava a alastrar-se por todo o território. A Unita e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A Unita começou por ser expulsa do seu quartel-general no Huambo, sendo as suas forças dispersas e impelidas para o mato. Mais tarde, porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa e devastadora contra o governo. A Unita apresentava-se como sendo anti-marxista e pró-ocidental, mas eram essencialmente nas raízes regionais, principalmente na população ovimbundu do sul e centro de Angola, que se escudava. Agostinho Neto, morre em Moscovo a 10 de Setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo o então ministro do Plano, o Engenheiro José Eduardo dos Santos. No início dos anos oitenta, o número de mortos e refugiados cresce consideravelmente. As infra-estruturas do país são brutalmente destruídas. Prosseguem os ataques da África do Sul. Em Agosto de 1981, lançam a operação “Smokeshell”, utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola). O Governo da África do Sul justifica a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade, tratava-se de clusão de acordos de paz entre a Unita e o Governo angolano, sempre seguidos do recomeço das hostilidades. Foi assim em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire), em que foi assinada uma trégua que a Unita violou passados apenas dois meses. Em fins de Abril de 1990, o Governo angolano anuncia o reinício das conversações directas com a Unita, com vista ao estabelecimento do cessar-fogo. No mês seguinte, a Unita reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como Presidente de todos os angolanos. 8 Sociedade multipartidária No final do ano, o Governo angolano anunciava a introdução de reformas democráticas no país. A 11 de Maio de 1991, o governo publica uma lei que autorizava a criação de novos partidos, pondo fim ao monopartidarismo. A 22 de Maio os últimos cubanos saem de Angola. A 31 de Maio de 1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebram-se os acordos de Bicesse (Estoril), terminando com a guerra civil vigente desde 1975 e marcando as eleições para o ano seguinte. As eleições de Setembro de 1992 dão victória ao MPLA (cerca de 50 porcento dos votos), mas a Unita (cerca de 40 porcento dos votos) não reconhece os resultados eleitorais e desencadeia um novo conflito armado. Em mensagem à Nação, a três de Novembro do mesmo ano, o Presidente José Eduardo dos Santos denunciou que, “sem qualquer respeito pelas regras mais elementares da democracia e num desafio à vontade do povo expressa nas eleições a à comunidade internacional, a Unita refez as suas estruturas militares, surgindo como um partido fortemente armado”. Perante este quadro, o Conselho de Segurança decidiu, em 1993, decretar um embargo a transferências de armas e petróleo para a Unita. Em Novembro de 1994, celebra-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a Unita e o Governo de Angola (MPLA). A Paz parece mais do que nunca estar perto de ser alcançada, mas a UNITA usou o acordo de paz de Lusaka para impedir mais perdas territoriais e para fortalecer o seu exército. Em 1996 e 1997 adquiriu grandes quantidades de armamentos e combustível, enquanto ia cumprindo, sem pressa, vários dos compromissos que assumira através do Protocolo de Lusaka. Em Dezembro de 1998, Angola retorna ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte em combate de Jonas Savimbi, líder da oposição armada. Passados 27 anos da Independência e 41 do início da Luta Armada, eis que a Paz finalmente é consolidada a 4 de Abril de 2002 pelos acordos assinados no Luena, Moxico. Oitenta mil soldados da UNITA depõem as armas e são integrados na sociedade civil, nas Forças Armadas Angolanas e na Polícia Nacional. A UNITA, é transformada em partido político, tem o seu papel na vida democrática do país. A Reconciliação Nacional e o Processo de Desenvolvimento e Reconstrução Nacional são para o Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, os principais objectivos da paz definitivamente. Desde 1992, ano das primeiras eleições gerais, que a democracia multipartidária vigora em Angola. O MPLA, com a Unita e outras forças políticas com assento parlamentar na oposição, geriu magistralmente a reconstrução de um dos países de futuro mais promissor de toda a África que, no entanto, paradoxalmente com a sua riqueza natural vive ainda uma dura realidade. No âmbito de uma ampla programação empurrando Angola para a modernidade, progresso e riqueza, novas eleições foram realizadas em 2008 e 2012. Na arena internacional, Angola vem dando forte apoio a iniciativas que promovam a paz e a resolução de disputas regionais, favorecendo a via diplomática na prevenção de conflitos e a promoção dos direitos humanos. POLÍTICA | POLITIK Angola - 40 erfolgreiche Jahre Die Republik Angola feiert in diesem Jahr ihr 40. Jubiläum der Ausrufung der Unabhängigkeit. Um Mitternacht des 11. November 1975 proklamierte der Arzt, Politiker und Kulturfreund, Dr. António Agostinho Neto, „vor Afrika und der Welt“, die Unabhängigkeit Angolas. A ngola setzte mit diesem Akt einer Ära der portugiesischen kolonial-faschistischen Herrschaft ein Ende. Die Unabhängigkeit, ein Resultat des bewaffneten Kampfes von angolanischen Nationalisten, der zum Sturz dieser etwa 500 jährigen Unterdrückung führte, bestätigte das Gefühl der Freiheit und die Hoffnung der Angolaner im Hinblick auf eine bessere Zukunft als Herren über ihr eigenes Schicksal. In der Herrschaftsperiode von König Johann II. kamen im Jahr 1484 die ersten Portugiesen, geleitet von Diogo Cao, nach Zaire. Das war der Beginn der Besatzung dieser Region Afrikas, darunter Angolas, durch die Portugiesen. Erster Schritt der Neuankömmlinge war die Etablierung eines Bündnisses mit dem Königreich von Kongo, das die gesamte Region betraf. Südlich davon existierten zwei weitere Königreiche, Ndongo und Matamba, die sich bald darauf vereinigten und das Königreich von Angola (ca. 1559) gründeten. Nutznießer der zwischen diesen Herrschaftsgebieten bestehenden Rivalitäten und Konflikten waren die Portugiesen, die sich ab der zweiten Hälfte des sechzehnten Jahrhunderts auf dem Gebiet von Angola niederließen. Der erste portugiesische Gouverneur in Angola, Paulo Dias de Novais, war bestrebt, das riesige Gebiet abzugrenzen und die natürlichen Ressourcen auszubeuten, wozu insbesondere der Sklavenhandel zählte. Das Eindringen ins Landesinnere war zunächst schwierig. Dann, im Jahre 1576, gründeten die Portugiesen die Ortschaft São Paulo de Luanda, das heutige Luanda, Hauptstadt Angolas. Angola entwickelte sich schnell zum Hauptlieferanten von Sklaven für die portugiesischen Zuckerrohrplantagen in Brasilien. Während der Besetzung Angolas durch die Dynastie des Hauses Philipp (15801640) versuchten die Holländer, den Portugiesen die Macht über große Küstenregionen, nämlich über Benguela, Santo António do Zaire und die Regionen um die Mündungen der Flüsse Bengo sowie Kwanza streitig zu machen. 1648 wurden sie allerdings von den Portugiesen vertrieben. Dies war nicht unbedeutend für die portugiesischen Siedler in Brasilien, waren sie doch bis zum Ende des achtzehnten Jahrhunderts auf die Sklaven aus Angola für ihre dortigen Plantagen und Minen angewiesen. Die Herrschaft der Portugiesen in Angola selbst beschränkte sich zunächst auf die an den Küsten erbauten Festungen. Die tatsächliche Kolonisierung des Innenlandes beginnt erst im neunzehnten Jahrhundert und zwar nach der Unabhängigkeit Brasiliens (1822) und dem Ende des Sklavenhandels (1836-1842), aber nicht der Sklaverei. Die Besetzung des Landes ist auch als Antwort auf die Begehrlichkeiten anderer europäischer Mächte wie England, Frankreich und Deutschland zu verstehen, die zu der Zeit ihren Anteil an afrikanischen Gebieten reklamierten. Je nach Machtposition und Verhandlungsgeschick der jeweiligen fordernden Länder verhandelte und unterschrieb man diverse Abkommen über Festlegung und Verteilung der afrikanischen Gebiete. Bei einem guten Teil der aus Portugal nach Angola kommenden Siedler handelte es sich um Häftlinge wie etwa den berühmten José do Telhado. Gleichzeitig machten sich die neuen Herren zu Expeditionen ins Landesinnere auf, die politischen und wissenschaftlichen Zwecken sowie dem Sklavennachschub dienten. Zu erwähnen sind hier insbesondere José Rodrigues Graça (1843-1848), der nach Malanje und Bié reiste, José Brochado, der nach Huambo, Mulando und Cuanhama aufbrach und Silva Porto, der Bié erkundete. Da noch keine Landwege existierten, wurden diese Expeditionen hauptsächlich auf folgenden Flusswegen gemacht: Cuango-Becken (1862), Kwanza-Becken (1895,1905, 1908), Cubango-Becken (1886-1889, 1902, 1906), Cunene-Becken (1906-1907), Becken des Hohen Zambezi (1895-1896), Flusswege zwischen Zenza und Dande (1872-1907) u.a. Die Grenzen Angolas wurden erst im späten neunzehnten Jahrhundert festgelegt. Sie haben einen viel größeren Umfang als nur die Gebiete der Ambundos, mit deren Sprache das Territorium des heutigen Angola in Verbindung gebracht wird. Zwischen November 1884 und Februar 1885 fand in Deutschland eine entscheidende Konferenz statt, die als Berliner Konferenz in die Geschichte einging. Dort wurden grundsätzliche Fragen im Zusammenhang mit kolonialen Interessen in Zentralafrika, einschließlich der despotischen Teilung Afrikas diskutiert. Daran nahmen 13 europäische Länder teil. Auch Vertreter der USA und des Osmanischen Reiches wurden dazu eingeladen. Obwohl die Vereinigten Staaten keine Kolonien in Afrika hatten, waren sie bereits eine im Wachstum begriffene Macht, die an neuen Gebieten Interesse bekundete. 1900-1960 Nach der Ausrufung der ersten portugiesischen Republik (1910 in Porto) trat auch die Besiedlung von Angola durch die Portugiesen in eine neue Phase ein. Die Republikaner übten scharfe Kritik an der Monarchie, da diese die Kolonien vernachlässigt habe. Die relevanteste Maßnahme dieser Regierung war damals die Schaffung von Schulen und auf wirt- 9 POLÍTICA | POLITIK schaftlicher Ebene begann der intensive Abbau von Diamanten in der Kolonie. Die Diamang (Angolanische Diamantengesellschaft) wurde 1922 gegründet, obwohl sie bereits seit 1917 in der Region Lunda tätig war. Als in den späten dreißiger Jahren die Produktion von Kaffee, Sisal, Zuckerrohr, Mais und anderen Produkten stieg, begann die wirtschaftliche Entwicklung Form anzunehmen, doch keineswegs systematisch. Diese Produkte waren allein für den Export bestimmt. Im Jahr 1914 bezifferte sich der Export von Zuckerrohr auf 6.749 Tonnen. 1940 exportierte man bereits 39.423 Tonnen. Landwirtschaft und Industrie konzentrierten sich auf die Gebiete rund um die Städte Luanda und Benguela. Der Export von Sisal entwickelte sich besonders gut während des Zweiten Weltkriegs (1939-1945). Im Jahr 1921 wurden ca. 62 Tonnen exportiert, während 1941 die Ausfuhr bereits 3.878 Tonnen erreichte. Zwei Jahre später waren es 12.721 Tonnen und im Jahr 1973 lag die Zahl bei 53.399 Tonnen. Die Plantagen der Sisal-Pflanze befanden sich im Hochplateau von Huambo, östlich von Cubal, entlang der Bahnlinie, die an Dilolo, Bocoio, Balumbo, Londuimbale, Lepi und Sambo, aber auch an Kwanza Norte und Malange vorbei führte. Der Kaffeeexport eröffnete in der Zeit nach dem Zweiten Weltkrieg einen neuen Wirtschaftskreislauf für Angola. Seit 1950 stieg der Kaffeepreis auf dem Weltmarkt an. Dies trug entscheidend zur enormen Zunahme der Kaffeeproduktion bei. 1900 lagen die Exportzahlen dieses Produktes kaum über 5.800 Tonnen. 1930 erreichten sie 14.841 Tonnen. Im Jahr 1943 stieg die Produktion auf 18.828 Tonnen an. Nach dem Krieg wies die Kaffeeproduktion atemberaubende Wachstumsraten auf. 1969 wurden 182.944 und vier Jahre später 218.671 Tonnen des Genussmittels exportiert. Auch dank der guten Resultate aus der Erdölgewinnung in der Provinz Cabinda hielt der Aufschwung der Wirtschaft der Kolonie bis 1972 an. Zusätzlich entwickelte sich die Eisenerzgewinnung. Im Jahr 1957 gründete man das Bergbauunternehmen von Lobito. Dadurch war man in der Lage, die Minen in Jamba, Cassinga und Txamutete zu betreiben. Der dortige Bergbau wurde später vom deutschen Unternehmen Krupp übernommen. Die Entwicklung des Bergbaus war zugleich von Migrationswellen begleitet. Von staatlicher Seite gefördert und unterstützt verließen 110.000 Menschen zwischen 1941 und 1950 Portugal und wanderten in die Kolonien ein. Die meisten blieben endgültig in Angola und 10 bauten sich dort eine Existenz auf. Der Einwanderungsfluss hielt auch in den 50er und 60er Jahren an. In diesem Zusammenhang gewann schon in den 40er Jahren das Thema der Dekolonisation internationale Beachtung und verwandelte sich rasch zu einer unausweichlichen Angelegenheit. 1956 wurde das erste Manifest der Volksbewegung der Befreiung Angolas (MPLA) veröffentlicht. 1961-1974 In den frühen 60er Jahren eröffneten zwei Befreiungsbewegungen (UPA/FNLA und MPLA) einen bewaffneten Kampf gegen den portugiesischen Kolonialismus. Im Jahr 1966 entstand eine weitere Befreiungsbewegung, die UNITA. Die Regierung Portugals (seit 1926 eine Diktatur) weigerte sich, mit diesen in einen Dialog zu treten und verteidigte verbissen das letzte große europäische Kolonialreich. Man mobilisierte hunderttausende von Soldaten für den Einsatz in Afrika. Während der bewaffnete Konflikt andauerte, versuchte Portugal seine Präsenz in Angola zu festigen und förderte wichtige öffentliche Baumaßnahmen. Die industrielle und die landwirtschaftliche Produktion erlebten in dieser Zeit eine beeindruckende Entwicklung. Die Ölförderung in Cabinda begann, wie gesagt, in Jahr 1968 und machte im Jahr 1973 etwa 30% der Exporterlöse der Kolonie Angola aus. Zwischen 1960 und 1973 betrug die jährliche Wachstumsrate des BIP (Bruttoinlandsprodukt) von Angola 7 %. Unabhängigkeit und Bürgerkrieg Nach dem Sturz der portugiesischen Diktatur am 25. April 1974 eröffneten sich unmittelbare Möglichkeiten für die Unabhängigkeit von Angola. Die portugiesische Regierung erörterte mit den drei Hauptbefreiungsbewegungen (MPLA, FNLA und UNITA) den Übergang zu einem unabhängigen Angola und die Möglichkeiten der Implementierung eines jungen demokratischen Staates auf dem afrikanischen Kontinent (die sogenannten Abkommen von Alvor vom Januar 1975). Die Verkündung der Unabhängigkeit Angolas am 11. November 1975 durch António Agostinho Neto fand in einem Klima des Krieges statt. Dieser war infolge von Konflikten und Meinungsverschiedenheiten unter den Befreiungsbewegungen ausgelöst worden. Dennoch, die Verkündung der nationalen Unabhängigkeit in Luanda wurde euphorisch gefeiert, in einer Atmosphäre der Hoffnung und des Glaubens an eine eigene Zukunft. Mit diesem offiziellen Akt endete eine ein halbes Jahrtausend währende Besatzung und koloniale Ausbeutung. Parallel zur Zeremonie des Einziehens der alten portugiesischen Fahne und des Hissens der neuen angolanischen tobten etwa 60 km von Luanda entfernt erbitterte Kämpfe. Ausgetragen zwischen den Truppen der MPLA, die die Integrität Angolas verteidigten, und der FNLA, die von Söldnern verschiedener Nationalitäten, darunter Portugiesen, Südafrikaner und Amerikaner, unterstützt wurden, ausgetragen. Zu der Zeit unterstützten die Sowjetunion und Kuba die MPLA. Das damalige Regime der Rassentrennung in Südafrika gab der UNITA Rückendeckung und die einstige Republik Zaire, China, die USA und Südafrika waren die Unterstützer der FNLA. Die Vereinigten Staaten, die zunächst nur die FNLA unterstützten, gaben kurze Zeit später und bis 1993 ihre Unterstützung auch der UNITA. Für lange Zeit war es die Strategie der USA, Angola zu spalten. Im Jahr 1976 erkannten die UN die MPLA-Regierung als legitimen Repräsentanten Angolas an. Die USA und Südafrika lehnten eine Anerkennung ab. Im Mai 1977 gab es einen Putschversuch gegen die Regierung Angolas, aus den eigenen Reihen der MPLA, angeführt von Nito Alves. Sowohl auf Seiten der Aufständischen als auch auf Regierungsseite waren Verluste zu beklagen. Später dann, im gleichen Jahr, hielt die MPLA ihren ersten Kongress ab und verkündete, eine marxistisch-leninistische Partei zu sein. Sie bezeichnet sich fortan als „MPLA-Arbeiterpartei“. Der Krieg wurde fortgeführt und breitete sich auf das gesamte Landesgebiet aus. Die UNITA und die FNLA verbündeten sich gegen die MPLA. Die UNITA wurde im Laufe der anschließenden Kriegshandlungen zunächst von ihrem Hauptquartier in Huambo vertrieben. Ihre Streitkräfte wurden verstreut und in den Busch gedrängt. Später jedoch gruppierte sich die Partei um und begann, mit einer neuen Struktur, einen langen, erbitterten und verheerenden Krieg gegen die Regierung zu führen. Die UNITA präsentierte sich antimarxistisch und prowestlich. Ihr Rückzugsgebiet fand sie dort, wo ihre regionalen Wurzeln lagen, vor allem im Süden und in Zentralangola. Die dortige Bevölkerung wurde als menschliche Schutzschilde missbraucht. Agostinho Neto starb am 10. September 1979 in Moskau. Sein Nachfolger wurde der damalige Minister für Planung, der POLÍTICA | POLITIK Ingenieur José Eduardo dos Santos. Anfang der achtziger Jahre wuchs einmal mehr die Zahl der Kriegstoten und -flüchtlinge erheblich. Die Infrastruktur des Landes wurde brutal zerstört und die südafrikanischen Angriffe fortgesetzt. Im August 1981 starteten die Südafrikaner die militärische Operation „Smokeshell“. 15.000 Soldaten, gepanzerte Fahrzeuge und Flugzeuge wurden dafür eingesetzt und schafften es, mehr als 200 km in die Provinz Cunene (im Süden von Angola) vorzudringen. Die südafrikanische Regierung rechtfertigte ihre Handlungen damit, dass es in dieser Region Militärcamps der Guerillakämpfer der SWAPO gebe, der Befreiungsbewegung Namibias. In der Tat handelte es sich vielmehr um eine Aktion zur Unterstützung der UNITA. Absicht war es, eine angeblich befreite Zone unter eigener Verwaltung zu schaffen. Diese Konflikte mündeten in ein Interregnum, als im Dezember 1988 in New York eine Vereinbarung zwischen den drei beteiligten Seiten (Angola, Südafrika und Kuba) geschlossen wurde, worin man die Unabhängigkeit Namibias und den Abzug der kubanischen Truppen aus Angola festgelegte. Ab 1989 fiel der ehemalige Block der Sowjetunion auseinander. Friedensabkommen zwischen der UNITA und der angolanischen Regierung wurden geschlossen, um dann nicht eingehalten zu werden. Immer wieder kam es zu kriegerischen Handlungen. So auch im Juni 1989. In Gbadolite (Zaire) hatte man einen Waffenstillstand unterzeichnet, der nur zwei Monate später von der UNITA gebrochen wurde. Schließlich kündigte die angolanische Regierung Ende April 1990 die Wiederaufnahme direkter Gespräche mit der UNITA an. Diese Gespräche waren ein Versuch, eine Waffenruhe herbeizuführen. Im folgenden Monat erkannte die UNITA offiziell José Eduardo dos Santos als Präsident aller Angolaner an. Eine Multiparteiengesellschaft Ende jenes Jahres kündigte die angolanische Regierung die Einführung demokratischer Reformen an. Am 11. Mai 1991 veröffentlichte sie ein Gesetz zur Genehmigung der Gründung neuer Parteien und beendete damit die Ära des Einparteiensystems. Am 22. Mai verließen die Kubaner Angola. Am 31. Mai 1991 unterschrieb man, durch die Vermittlung von Portugal, den USA, der Sowjetunion und der UN, die Vereinbarungen von Bicesse (Estoril). Damit wurde dem seit 1975 in Angola tobenden Bürgerkrieg ein Ende bereitet. Man beschloss bei dieser Gele- genheit ebenfalls Wahlen für das darauffolgende Jahr. Aus den Wahlen im September 1992 ging die MPLA siegreich hervor (sie bekam etwa 50% der Stimmen). Doch die UNITA (etwa 40% der Stimmen) erkannte das Wahlergebnis nicht an und löste erneut einen bewaffneten Konflikt aus. Am 3. November desselben Jahres verurteilte Präsident José Eduardo dos Santos in einer Botschaft an die Nation dieses Vorgehen und sagte wörtlich, dies sei eine Missachtung „der grundlegenden Regeln der Demokratie. Dieses Vorgehen ist eine offene Provokation gegen den Willen des Volkes, der sich im Wahlergebnis widerspiegelte, und auch gegen die internationale Gemeinschaft, weil die UNITA ihre militärischen Strukturen reorganisiert hat und als schwer bewaffnete Kriegspartei erneut in Erscheinung tritt“. Vor diesem Hintergrund verfügte der Sicherheitsrat 1993 ein Embargo für Erdöl und für Waffenlieferungen an die UNITA. Im November 1994 wurde in Sambia das Protokoll von Lusaka zwischen der UNITA und der Regierung von Angola (MPLA) unterzeichnet. Der Frieden schien mehr denn je zum Greifen nahe. Doch die UNITA benutzte das Abkommen von Lusaka nur, um weiteren Gebietsverlusten entgegen zu wirken und ihre Armee zu stärken. 1996 und 1997 erwarb die UNITA große Mengen an Waffen und Treibstoff. Währenddessen erfüllte sie, aber nur langsam, einige der Verpflichtungen, die im Protokoll von Lusaka vorgesehen waren. Im Dezember 1998 begann deshalb erneut ein offener Krieg in Angola. Dieser endete erst 2002 mit dem Tod seines Anführers Jonas Savimbi, der im Kampf gefallen war. Nach 27 Jahren der Unabhängigkeit und 41 Jahren seit dem Beginn des bewaffneten Kampfes erreichte man endlich den Frieden, der am 4. April 2002 durch die Verträge von Luena, in der Provinz Moxico, konsolidiert wurde. Achtzigtausend UNITA-Soldaten gaben ihre Waffen ab und wurden in der Zivilgesellschaft, in den angolanischen Streitkräften und bei der nationalen Polizei integriert. Die UNITA mauserte sich zu einer politischen Partei und erarbeitete sich ihre Rolle und ihren Platz im demokratischen Leben des Landes. Seitdem sind die nationale Aussöhnung, der nationale Entwicklungsprozess und der Wiederaufbau des Landes für das Staatsoberhaupt Angolas, José Eduardo dos Santos, die wichtigsten Ziele und die unabdingbaren Voraussetzungen für einen endgültigen Frieden. Seit 1992, als die ersten allgemeinen Wahlen abgehalten wurden, herrscht in Angola eine Mehrparteiendemokratie. Der MPLA, zusammen mit der UNITA und anderen politischen Kräften der parlamentarischen Opposition, gelang meisterhaft der Wiederaufbau eines der vielversprechendsten Länder Afrikas, das trotz seiner natürlichen Ressourcen und Schönheit paradoxerweise immer noch eine harte Realität bewältigen muss. Ein umfangreiches Programm soll Angola dabei helfen, in die Moderne einzutreten und seinem Volk Fortschritt und Wohlstand zu ermöglichen. 2008 und 2012 fanden Wahlen statt. Auf internationaler Ebene unterstützt Angola nach Kräften Initiativen zur Förderung des Friedens und trägt zur Lösung regionaler Konflikte in Afrika bei. Angola betont dabei die Unverzichtbarkeit von diplomatischen Mitteln bei der Vermeidung und Bewältigung von Konflikten und bei der Einhaltung der Menschenrechte. 11 POLÍTICA | POLITIK Angola 40 Anos: ganhos da Independência Nacional A opinião geral é que a Independência Nacional valeu à pena. Várias personalidades angolanas e estrangeiras, entrevistadas a propósito desta efeméride, que é a celebração dos 40 anos de proclamação da independência da Angola, emitiram as suas opiniões sobre os ganhos, avanços e constrangimentos da independência. O escritor Artur Pestana dos Santos “Pepetela”, antigo guerrilheiro do MPLA, considerou que a independência “valeu e muito. Hoje olhamos para o que conseguimos com a independência e não nos arrependemos. Foi uma luta inesquecível, por ter permitido aos angolanos conquistarem o seu orgulho, a sua identidade”. Pepetela acrescentou que “a nossa satisfação na altura teve a sua cereja com o reconhecimento, no dia a seguir a proclamação da independência, da soberania angolana por parte do Brasil. Este reconhecimento serviu como ponte de lançamento para as lutas diplomáticas empreendidas depois para a afirmação de Angola no contexto das nações”. Por seu lado, o Bispo Emílio de Carvalho, da Igreja Metodista, defendeu o maior envolvimento das pessoas nas questões sociais, económicas e de cidadania para o desenvolvimento do país. “Temos suportado muito bem as responsabilidades de ser independente, de ser livre. Mas 40 anos ainda é pouco tempo”, referiu. O Bispo Emílio de Carvalho considerou que os angolanos estão a ter “experiências positivas no campo económico, financeiro, educacional e sanitário. Angola está a desenvolver a olhos de todos que quiserem ver. Está aí tudo para ser visto. É só sair do seu beco de Luanda, da sua caverna, e vai ver, mas há muita coisa para se fazer ainda. Se os outros povos estão independentes há 300, 400 anos e continuam a lutar até agora, que dizer de nós com apenas 40 anos de existên- Pepetela 12 POLÍTICA | POLITIK Bispo Emílio de Carvalho cia? Não se pode fazer tudo em 40 anos”. Aníbal João da Silva Melo, outro escritor e Jornalista, falou do estado da literatura angolana, 40 anos após a proclamação da independência nacional. “É uma literatura igual à produzida em países, digamos, avançados. A literatura angolana está num estágio muito avançado, quer do ponto de vista da qualidade em termos de conteúdo, como do ponto de vista da quantidade”. João Melo, que reconheceu a influência do jornalismo na sua escrita literária, considerou que “a literatura angolana hoje já não precisa de pedir licença a ninguém. É uma literatura consolidada, madura e diversificada. Há muita gente a escrever e com os mais diferentes estilos e resultados, factores que marcam positivamente o mundo literário nacional”. Já a Embaixadora de Angola na África do Sul, Josefina Pitra Diakité, considerou que o percurso percorrido pelos angolanos “foi sinuoso, mas onde nos encontramos hoje ao celebrar os 40 anos podemos, com júbilo, dizer que a nossa causa foi séria e a persistência de Angola pela causa da independência, pela defesa da soberania nacional e para a edificação e dignificação da vida do angolano tiveram razão de ser e, nessa base, acho que temos que felicitar o povo angolano”. Josefina Diakité acrescentou que “hoje, a mulher encontra-se em todos os sectores e a participar de uma forma bastante digna. Temos que falar também das mulheres ao nível do Executivo e também ao nível parlamentar. Ao nível destes 40 anos, já conhecemos, por exemplo, uma percentagem parlamentar de 40 porcento de mulheres no parlamento que agora, de alguma forma, se reduziu, por razões objectivas, se tivermos em conta que nem todos os actores políticos nacionais trabalham da mesma forma para o progresso da mulher”. Ainda assim, concluiu ser este “um percurso de grande satisfação”. O Jurista e escritor Manuel Rui Monteiro também exprimiu a sua opinião sobre os 40 anos de independência e falou do sentimento de identidade, de patriotismo e de cidadania que lhe invade quando escuta o hino nacional. Manuel Rui participou no processo de criação do hino nacional e foi Ministro da Informação do primeiro governo da Angola independente. Manuel Rui diz-se insatisfeito com a literatura angolana e considera que “é preciso cuidar mais da qualidade. A literatura angolana já tem dois prémios Camões, portanto, merece mais atenção e cuidado por parte de quem está no mundo das letras”. “Temos tido sucesso no mundo da cultura e fico, por exemplo, feliz quando recebo informações de que o jovem Anselmo Ralph é um grande sucesso no mercado musical nacional e estrangeiro”, referiu, considerando que estes “são indicativos de que uma aposta na qualidade traz consigo frutos positivos para o país. Agora, na Anibal João Melo vertente socioeconómica e política, devo dizer que ainda há muito por se fazer”. Do estrangeiro, a opinião do primeiro Presidente da República da Namíbia, Sam Nujoma. Conforme disse, “a independência de Angola serviu e continua a ser uma vitória para o povo da Namíbia em particular, e da África Austral, em geral. Angola não só nos providenciou as bases de rectaguarda para sermos capazes de lançar uma luta armada de libertação eficaz, como também deu apoio político, material e moral a nossa luta até a realização da liberdade e independência genuínas”. Sam Nujoma, que conduziu a luta do povo namibiano contra o regime racista sul-africano que o oprimia, sublinhou que Angola foi para os namibianos uma “trincheira firme e a independência de Angola serviu como a continuação da nossa luta armada de libertação”, acrescentando que “as nossas relações estão cimentadas no sangue e forjadas na luta. Para além de continuar a ser uma rectaguarda segura para nós, é também um verdadeiro exemplo de emancipação económica na região”. Por seu lado, o secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho congratulou-se pelo caminho que Angola tem estado a trilhar e considerou “muito importante” o papel desempenhado pelo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, na reconciliação nacional. Vítor Ramalho recordou que “as guerras que Angola sofreu foram brutais, quer no período colonial, quer a seguir a este período, onde foram ainda mais violentas. Não podemos perder de vista que Angola é um país completamente devastado. Agora, o Presidente da República, enquanto tal e enquanto Presidente do MPLA, desenvolveu esforços para a reconciliação. Isso é inegável”. Ramalho notou que hoje, os partidos políticos existem e participam no processo democrático. Ao recordar que “Roma e Pavia não se fizeram em um dia”, Vítor Ramalho sublinhou que “há sempre sequelas muito grandes da guerra que se exacerbou. Relativamente ao próprio futuro, não será fácil, porque hoje o mundo vive numa crise tremenda. Contudo, a essência que ele (Presidente José Eduardo dos Santos) fez, em termos de pacificação e reconciliação, tem os seus resultados e é visível em Angola”. Do antigo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, a opinião de que Angola “foi um dos processos de libertação mais complexos e custosos das antigas colónias portuguesas. O caso angolano foi o mais complicado e levou mais tempo, porque teve a luta contra o colonialismo e depois teve que resolver todos os outros conflitos políticos e armados”. O Comandante Pedro Pires considera que “Angola tem um papel estratégico na região austral de África e mesmo em todo o continente, para estabelecer relações pacíficas no espaço. Mas, também em situações de guerra ou de instabilidade, eu penso que Angola tem um papel importante na estabilização da Josefina Pitra Diakité 13 POLÍTICA | POLITIK 40 Jahre Angola: Der Gewinn aus der nationalen Unabhängigkeit Manuel Rui África Austral e África Central”. Conforme disse, os africanos esperam de Angola “um contributo importante para a estabilidade, segurança e paz”. De S. Tomé e Príncipe a opinião do Primeiro-Ministro Patrice Trovoada de que “Angola está no bom caminho. Toda esta caminhada, até a conquista da paz, fortaleceu Angola em vários aspectos, fazendo com que o país tenha pela frente um grande futuro”. Patrice Trovoada falou da crise económica, tendo referido que se começa a assistir a diversificação da economia angolana, pois hoje fala-se muito da agricultura. “Se olharmos para o caminho que Angola está a seguir, eu diria que está a recuperar do ponto de vista económico. Angola já foi tida como agrícola, mas tudo está de volta de novo. É um país de futuro e os angolanos devem abraçar a estabilidade”. Também, o Presidente Manuel Pinto da Costa considerou que “o futuro será sempre o que os angolanos quiserem, porque está nas suas mãos. Para o futuro de Angola, desejo paz, felicidade e progresso. Desejo que o povo angolano possa beneficiar do esforço que fez para se libertar do colonialismo e do que está a fazer para, realmente, construir a economia de Angola, de modo que os angolanos possam ter uma vida mais feliz”. O Presidente Pinto da Costa exprimiu ainda a sua convicção de que “Angola vai continuar no caminho do progresso económico e social que tem vindo a trilhar nos últimos anos. Com o espírito de generosidade e solidariedade do seu povo, estou certo de que Angola se assumirá, cada vez mais, como um motor de desenvolvimento na região e mesmo no plano das relações económicas internacionais”. 14 Es ist allgemeiner Konsens, dass sich die Eroberung der nationalen Unabhängigkeit Angolas gelohnt hat. Im Zusammenhang mit dem 40. Jahrestag der Ausrufung der Unabhängigkeit, äußerten sich angolanische und ausländische Persönlichkeiten anlässlich dieses Jubiläums in Interviews zu Aspekten des Gewinns und des Fortschritts für Angola, aber auch zu den Schwierigkeiten, die sich als Folge dieses historischen Ereignisses ergaben. D er Schriftsteller Artur Pestana dos Santos, bekannt als „Pepetela“, ehemaliger Guerillakämpfer der MPLA (heutige Regierungspartei), ist entschieden in seiner Meinung, dass sich die Unabhängigkeit „gelohnt hat und zwar sehr. Heute schauen wir zurück auf das, was wir mit der Unabhängigkeit erreicht haben und bereuen es nicht. Der Kampf um die Unabhängigkeit ist unvergesslich. Erst er machte es möglich, dass die Angolaner ihren Stolz und ihre Identität wieder fanden“. Pepetela fügte hinzu: „Unsere Freude bekam zu der Zeit das I-Tüpfelchen durch die Anerkennung der angolanischen Souveränität seitens Brasiliens gleich am Tag nach der Verkündung unserer Unabhängigkeit. Diese Anerkennung war wichtig und gleichzeitig Startpunkt für die diplomatischen Kämpfe, die anschließend notwendig waren, damit sich Angola als Nation im internationalen Kontext behaupten konnte“. Bischof Emilio de Carvalho, Mitglied der methodistischen Kirche, befürwortete im Sinne der weiteren Entwicklung des Landes eine stärkere Beteiligung der Bevölkerung bei sozialen und wirtschaftlichen Fragen, aber auch bei Fragen der Nationalität. „Wir haben uns bei den Herausforderungen mit der Unabhängigkeit, mit dem Freisein sehr gut angestellt. Aber 40 Jahre sind in diesem Kontext immer noch eine kurze Zeit“, sagte er. Der Bischof führte weiter aus, dass die Angolaner in den Bereichen „Wirtschaft, Finanzen, Bildung und Gesundheit Positives erreicht haben. Angola entwickelt sich zunehmend und das kann jeder sehen, der es sehen will. Dies ist offensichtlich und unübersehbar. Dafür müssen die Betrachter nur ihre kleine Welt verlassen und sie werden es sehen. Und trotzdem gibt es noch viel zu tun. Wenn andere Völker, die schon seit 300 oder 400 Jahren unabhängig sind, immer noch kämpfen müssen, was soll man von uns sagen, von uns, die erst seit 40 Jahren existieren?“. Nach dieser Frage setze er hinzu, „man kann nicht alles in nur 40 Jahren bewältigen“. Aníbal João da Silva Melo, auch Schriftsteller und Journalist, sprach über den Stand der angolanischen Literatur 40 Jahre nach der Ausrufung der nationalen Unabhängigkeit. „Wir haben hier eine Literatur, die sich, sagen wir es so, mit der aus entwickelten Ländern messen lassen kann. Die angolanische Literatur har einen großen Sprung gemacht, sei es, was ihre formale und inhaltliche Qualität angeht, aber auch in quantitativer Hinsicht“. João Melo sprach über den Einfluss des Journalismus in seinem eigenen literarischen Werk und ist der Auffassung, dass „die angolanische Literatur heute nicht mehr um Erlaubnis bitten muss. Wir haben eine etablierte, ausgereifte und vielfältige Literatur. Es POLÍTICA | POLITIK Vítor Ramalho gibt sehr viele Autoren, die heute mit einem sehr individuellen Stil schreiben und deshalb unterschiedlichste Werke liefern. Dies wirkt sich positiv auf die nationale Autorenszene aus“. Die Botschafterin Angolas in Südafrika, Josefina Pitra Diakité, ist der Ansicht, dass der Weg des angolanischen Volkes „steinig war, aber heute, bei unserer 40-jährigen-Feier, da können wir mit Freude sagen, unsere Sache war hart, aber die Hartnäckigkeit Angolas für die Sache der Unabhängigkeit, für die Verteidigung der nationalen Souveränität und den Aufbau und die Würdigung des angolanischen Volkes hat sich gelohnt. Deshalb sage ich, die Angolaner sind zu beglückwünschen“. Botschafterin Josefina Diakité fügte hinzu, „heute finden wir Frauen in allen gesellschaftlichen Bereichen. Sie beteiligen und engagieren sich auf eine sehr würdige Weise. In diesem Kontext müssen wir aber auch von Frauen in Führungsebenen und auch auf parlamentarischer Ebene sprechen. In diesen 40 Jahren haben wir erreicht, dass es in unserem Land schon einen parlamentarischen Frauenanteil von 40 Prozent gab, der jetzt aber zurückgegangen ist. Es gibt dafür objektive Gründe, denn nicht alle politischen Akteure arbeiten in gleicher Weise intensiv daran, die Stellung von Frauen zu fördern“. Die Botschafterin schlussfolgerte dennoch, insgesamt sei die Entwicklung in diesem Bereich „eine sehr zufriedenstellende“. Der Jurist und Schriftsteller Manuel Rui Monteiro äußerte ebenfalls seine Meinung bezüglich der 40 Jahre angolanischer Unabhängigkeit und sprach über die Gefühle von Identität, Patriotismus und Nationalität, die ihn beim Hören der Nationalhymne immer noch bewegen. Manuel Rui war Mitwirkender beim Entstehungsprozess der angolanischen Nationalhymne. Später wurde er Minister für Information in der ersten Regierung des unabhängigen Angola. Nach seinem Dafürhalten lässt sich das Niveau in der angolanischen Literatur weiter verbessern. „Wir müssen uns mehr um Qualität kümmern. Die angolanische Literatur konnte ja bereits zwei Camões Auszeichnungen gewinnen. Dies verpflichtet und verlangt mehr Aufmerksamkeit und Sorgfalt von Seiten derjenigen, die in dieser Welt agieren“. „Wir haben Erfolg in der Welt der Kultur und es macht mich glücklich, wenn ich höre, dass der junge Künstler Anselmo Ralph so erfolgreich auf dem internationalen Musikmarkt ist“, sagte er und er befand, dies zeige „dass man positive Ergebnisse für sich und das Land erzielen kann, wenn man sich der Qualität verpflichtet. Ich muss dennoch sagen, dass es auf sozioökonomischer und politischer Ebene immer noch viel zu tun gibt“. Namibias erster Präsident, Sam Nujoma, äußerte sich aus dem Ausland zu diesem Anlass mit folgenden Worten: „Die Unabhängigkeit von Angola bedeutet immer noch auch einen Sieg besonders für die Menschen in Namibia, Pedro Pires aber auch im südlichen Afrika. Angola hat uns damals nicht nur Ruckzugslager gesichert, von wo aus wir einen effektiven bewaffneten Befreiungskampf beginnen konnten. Es gab uns auch politische, materielle und moralische Unterstützung in unserem Kampf, bis wir echte Freiheit und Unabhängigkeit erreichten“. Sam Nujoma, der Anführer des Kampfes des namibischen Volkes gegen das unterdrückende und rassistische südafrikanische Regime, unterstreicht, dass Angola für die Namibier „wie eine Festung für unser Volk war. Die Unabhängigkeit Angolas war uns eine große Motivation für die Fortsetzung unseres eigenen bewaffneten Befreiungskampfes“. Er fügt hinzu, „unsere Beziehungen sind mit Blut gefestigt und im Kampf geschmiedet worden. Angola ist weiterhin ein verlässlicher Ruckzugsort für uns. Es ist auch ein wahres Beispiel für wirtschaftliche Autonomie und Stärkung in dieser Region“. Auch der Generalsekretär der Union der portugiesisch sprachigen Hauptstädte(UCCLA), Victor Ramalho, beglückwünschte Angola für den Weg, den es beschreitet. Er erachtet die Rolle des angolanischen Präsidenten José Eduardo dos Santos bei der nationalen Aussöhnung als „sehr wichtig“. Victor Ramalho erinnerte daran, dass „die Kriege, die Angola in der Kolonialzeit durchmachte, brutal waren. Aber anschließend waren sie vielleicht noch brutaler. Wir dürfen nicht vergessen, dass Angola ein völlig zerstörtes Land war. Der Präsident der Republik, auch Vorsitzender der Regierungspartei MPLA, hat sich um die nationale Aussöhnung sehr bemüht. Das ist ein Fakt“. Ramalho wies ebenfalls darauf hin, dass heute verschiedene politische Parteien in Angola existieren und am demokratischen Prozess teilnehmen können. „Rom wurde auch nicht an einem Tag erbaut“, betonte Victor Ramalho und unterstrich, dass „immer sehr tiefreichende Folgen aus so gravierenden Kriegen resultieren. In Bezug auf die eigene Zukunft dieses Landes wird es also nicht einfach sein, denn die Welt befindet sich heute insgesamt in einer enormen Krise. Doch das Handeln von Präsident José Eduardo dos Santos im Hinblick auf Frieden und nationale Aussöhnung erzielte Ergebnisse und ist in Angola spürbar“. Der ehemalige Präsident der Kapverden, Pedro Pires, ist der Ansicht, dass Angola „einen der komplexesten und kostspieligsten Unabhängigkeitsprozesse der ehemaligen portugiesischen Kolonien durchstand. Der angolanische Fall war komplizierter und hat länger gedauert als andere, denn erst musste der Kampf gegen den Kolonialismus geführt und danach alle anderen politischen und bewaffneten Konflikte gelöst werden“. Kommandant Pedro Pires glaubt, dass „Angola eine strategische Rolle in der Region des südlichen Afrika und sogar auf dem ganzen Kontinent innehat. Diese Position macht es möglich, dass dieses Land zur Etablierung friedlicher Beziehungen in diesem geographischen Raum beitragen kann. Aber auch in bereits kriegerischen oder instabilen Situationen kann Angola, denke ich, eine wichtige Rolle bei der Stabilisierung des südlichen und zentralen Afrikas spielen“. Die Afrikaner erwarteten von Angola „einen wichtigen Beitrag für Stabilität, Sicherheit und Frieden“. 15 POLÍTICA | POLITIK Ministerpräsidenten Trovoada schickte folgende Botschaft aus São Tomé und Príncipe: „Angola ist auf dem guten Weg. Dieser lange Weg bis zur Verwirklichung des Friedens hat Angola in vielerlei Hinsicht gestärkt. Dadurch hat sich das Land die Möglichkeiten einer großen Zukunft erarbeitet“. Trovoada sprach von der Wirtschaftskrise und erwähnte, dass man in Angola den Beginn der Diversifizierung der Wirtschaft beobachten kann. Ein Anzeichen dafür sei, dass man heute viel über Landwirtschaft spricht und auch umsetzt. „Wenn wir auf den Weg Patrice Trovoada zurückschauen, den Angola verfolgt hat, dann würde ich sagen, dass das Land gerade dabei ist, sich wirtschaftlich zu erholen. In der Vergangenheit wurde Angola als ein rein von Landwirtschaft geprägtes Land befunden, aber nun sind ebenfalls alle anderen Bereiche wieder aktiviert worden. Es ist ein Land der Zukunft und die Angolaner sollten an der Stabilität festhalten“. Auch sagte Präsident Manuel Pinto da Costa: „Die Zukunft wird immer die sein, die die Angolaner selbst gestalten, denn sie liegt in ihren Händen. Für die Zukunft Angolas wünsche ich dem angolanischen Volk Frieden, Glück und Fortschritt. Ich wünsche ihm, dass es von den Anstrengungen des Befreiungskrieges und von den aktuellen positiven Entwicklungen profitieren kann. Angola soll seine Wirtschaft so aufbauen können, dass sein Volk ein glücklicheres Leben führen kann“. Er gab ebenfalls seiner Überzeugung Ausdruck, dass „Angola, genauso wie in den letzten Jahren, weiterhin den Weg zum wirtschaftlichen und sozialen Fortschritt verfolgen wird. Mit dem Geist der Großzügigkeit und Solidarität seiner Menschen, da bin ich mir sicher, wird Angola sich mehr und mehr als Motor der Entwicklung in der Region, auch im Hinblick auf die internationalen Wirtschaftsbeziehungen, etablieren“. 16 Embaixador Alberto Neto sobre os 40 Anos de Angola Combate à fome na prioridade das acções do Governo O Executivo angolano está a trabalhar afincadamente no combate a fome, para a melhoria das condições de vida de cada angolano, afirmou o Embaixador da República de Angola na República Federal da Alemanha, Alberto Correia Neto. A propósito da celebração dos 40 anos de independência de Angola, Alberto Neto referiu que o Governo angolano está “a fazer um esforço para combater a fome, o que é objectivo de qualquer governo, que é fazer com que as suas populações tenham melhores condições de vida”. A o notar que “entre 60 a 80 por cento dos produtos que consumimos são importados”, o Embaixador Alberto Neto referiu que “nós não podemos viver nessa situação permanentemente. Temos que mudar o quadro. Daí que a Alemanha nos pode ajudar não só a nível da indústria extractiva, como já disse, do comércio, da agricultura, do turismo, enfim, há muitas oportunidades”. O Embaixador Alberto Neto, que é General de Exército e Licenciado em Economia, já foi representante de Angola na República Federativa do Brasil e na República da Eslováquia. Desde Novembro de 2011 que chefia a Missão Diplomática angolana na República Federal da Alemanha e é Embaixador não-residente na República Checa. Eis a entrevista: Pergunta- V. Excia. está neste cargo desde 2011, período em que Angola se recuperou da crise internacional. Seguiu-se um período de forte desempenho macro-económico e as exportações a crescer. O que destacaria o Sr. Embaixador, desde a sua chegada a Berlim até hoje, como acções principais realizadas e quais têm sido os desafios mais importantes? Alberto Correia Neto- Muito obrigado por ter tomado esta iniciativa em entrevistar-me para fazer uma retrospectiva sobre o evoluir da situação das relações entre Angola e a Alemanha. Eu diria que as relações entre Angola e a Alemanha cingem-se fundamentalmente na definição do nosso Governo sobre algumas parcerias que devem ser estabelecidas no domínio bilateral. E o nosso Governo definiu que a Alemanha é um parceiro estratégico para Angola ao nível da Europa, da União Europeia. Optamos pela Alemanha porque, do ponto de vista económico, está bem. Neste momento, é a maior potência da Europa e, do ponto de vista tecnológico, tem um know-how elevado para ajudar Angola na recuperação económica e, sobretudo na reconstrução do País. Como sabe, o nosso País foi devastado pela guerra, esteve mais de 40 anos em guerra, e só em 2002 é que encontrou a paz, que pensamos ser definitiva. Esta mesma paz exigiu medidas imediatas levadas a cabo pelo nosso Governo, destacando-se a necessidade de recuperar economicamente e reconstruir aquilo que foi destruído pela guerra. Infelizmente, para Angola não houve uma conferência de doadores. Pedimos uma conferência de doadores, mas não foi possível realizá-la. Disseram-nos que POLÍTICA | POLITIK precisávamos é de uma conferência de investidores, e não de doadores. Assim sendo, a nossa opção foi, em vez de fazermos a cooperação multilateral, como era nosso desejo, começamos por fazer uma cooperação bilateral, escolhendo os países que deveriam cooperar connosco. E um dos escolhidos com maior prioridade foi exactamente a Alemanha. Nós pensamos que a Alemanha é um parceiro que tem um peso muito grande nas relações com Angola, para além de que em 2009 esteve cá o nosso Presidente e em 2011 a Chanceler Ângela Merkel esteve em Angola para exactamente relançar essa cooperação. Essa cooperação está em vários domínios como, por exemplo, no domínio energético. Estamos a tentar recuperar as barragens que já existiam em Angola e estamos a erguer novas barragens. E a maior parte do equipamento que vamos utilizar nessas barragens, sejam novas como as antigas que estão a ser recuperadas, é alemão, incluindo as turbinas. Estamos a tentar, também, relançar a indústria extractiva, sobretudo no domínio mineral, porque se exploramos os diamantes, que é o que mais se ouve falar em termos de exploração mineira em Angola, para além do petróleo, nós temos mineiros de todo tipo: ferro, manganésio, etc.. Angola possui todos os minerais estratégicos. E sabemos que a Alemanha tem tecnologia boa e suficiente para nos ajudar na exploração mineira, que é necessária e importantís- sima para elevar o nosso Produto Interno Bruto (PIB). Existem outras áreas, além da energia, águas. Sabemos que a Alemanha é forte no domínio da água industrial, nomeadamente nas estações de tratamento. Portanto, podemos dizer que a nossa cooperação com a Alemanha é no sentido de fazermos que possamos também ter o know-how alemão em Angola, além de que nós também podemos e deveremos fazer exportações para a Alemanha e que já temos feito algumas. E temos informações de que tem aumentado o volume das exportações de Angola para a Alemanha. Pergunta- Parece-me que o ano passado as exportações da Alemanha para Angola aumentaram em 28 por cento... Mas, de Angola para a Alemanha, exportações a nível de quê? De petróleo? ACN- Não só de petróleo. Por exemplo, neste momento estamos a tentar começar a exportar gás. Ao nível da indústria petrolífera, além do petróleo temos o gás. Sabemos que a Alemanha depende muito do gás da Rússia. Nós estamos em condições de poder minimizar essa dificuldade da Alemanha em gás. Pergunta- Ainda não chegaram a acordo, ou...? ACN- Estamos a negociar. Pensamos que o nosso sistema LNG poderá arrancar com força este ano ou no próximo. Então, nessa altura estaremos também em condições de fazer exportações de gás liquefeito para a Alemanha, se for possível. Estamos a negociar neste sentido. E algumas outras áreas, também, como, por exemplo, a madeira. Temos um volume muito grande de produção de madeira que podemos exportar para a Alemanha. Minerais, não só os ferrosos mas também os não ferrosos. Devo dizer que a nossa política em relação a exportações é não pensar só em exportar matérias-primas, como é comum pensar em África. Pergunta- Exportar matéria-prima... ACN- É verdade: só exportam matéria-prima. Mas, nós também temos essa tendência e gostaríamos que essas exportações se transformassem em produtos acabados. E é essa “batalha” que estamos a ter, isto é no sentido de podermos exportar outros produtos, além das matérias-primas, produtos acabados para a Alemanha. Pergunta- E a nível de desafios, dos desafios que tem encontrado até agora, com a Alemanha? Por exemplo, falemos de vistos, a situação da concessão de vistos para trabalhadores duma empresa alemã que pretende mandar funcionários para Angola. Que desafios tem encontrado e qual a situação dos vistos? ACN- Neste momento já está melhor, muito melhor, que anteriormente. Existe uma discussão e agora, na Comissão Bilateral Angola-Alemanha, em Luanda, uma 17 POLÍTICA | POLITIK das questões que vamos analisar será essa, também. A nossa proposta é que sejam isentos de vistos os passaportes diplomáticos e de serviço, na primeira fase, e facilitação para empresas alemãs que queiram fazer investimentos e prospecção em Angola. Claro que, tendo em conta o evoluir das relações, estamos em crer que dentro de talvez menos de cinco anos chegaremos ao momento em que praticamente não precisaremos de vistos entre angolanos e alemães para entrarem num País ou noutro, porque sendo a Alemanha uma parceira estratégica temos que facilitar a circulação de pessoas e bens entre os dois países. E neste momento estamos já a nos preparar (já há documentos preparados) para exactamente isentar os vistos em passaportes diplomáticos e de serviço. Eu penso que ainda este ano isso acontecerá, possivelmente. Pergunta- Sr. Embaixador, como destino turístico para os alemães, Angola é atractiva? O que a Embaixada está a fazer para promover Angola como destino turístico e que resultados tiveram até agora? ACN- Posso dizer-lhe que todos os anos aqui, na Alemanha, mais exactamente em Berlim, realiza-se a Feira Internacional de Turismo. E todos os anos há delegações angolanas. Nesse certame abrimos um stand onde expomos os nossos produtos turísticos. E, felizmente, temos sido bem entendidos, de tal forma que hoje os alemães gostam de ir a Angola e os cruzeiros que têm sido feitos para a África do Sul, para a Namíbia, também já têm Luanda como destino. Luanda, Lobito... Há menos de dois meses houve um cruzeiro que foi até Luanda com mais de 800 turistas, dos quais 200, 300 ou mais eram alemães. E no ano passado houve três ou quatro cruzeiros, barcos de cruzeiro com mil e tal turistas, que passaram por Luanda, por Lobito. Quero dizer que estamos num projecto Okavango que prevê três ou quatro países para exploração turística nessas áreas, onde está incluído Angola. Pergunta- O KASA, não é? ACN- O KASA, exactamente! A Alemanha, que financia esse projecto, já financiou a parte angolana com cerca de dez milhões de Euros para esse efeito. Pergunta- Pelo que sei, esta região funcionará com um visto especial. ACN- Absolutamente! Esses vistos serão emitidos assim para permitir que o turista estando, por exemplo, no Botswana querendo viajar para Angola não tenha 18 problemas. Estamos a trabalhar no sentido de que o turismo ali se desenvolva. E vai se desenvolver não só o turismo normal, o tradicional, mas até o ecoturismo, etc., etc... Pergunta- E em termos de negócios, quais são as expectativas em termos de volume a atingir em 2015? ACN- São maiores porque os investimentos que Angola pretende receber da Alemanha fazem com que o volume de negócios aumente, sobretudo a nível energético. Nós pretendemos que a breve prazo as barragens que estão a ser construídas funcionem integralmente, nomeadamente o Cambambe 2, que é um investimento com técnica alemã. Temos a barragem de Liaúca, que vai ser uma das maiores barragens de África, em que o investimento principal também é alemão. Estamos neste momento a negociar com a Alemanha a sua participação, através de algumas empresas da indústria extractiva para exploração de ferro, dos fosfatos... Pergunta- Pelo que sei, até agora não há muito presença de alemães neste sector da indústria extractiva...? ACN- Não há, não. De ninguém! Isto é que é o mais dramático. Coincidentemente, o nosso País, a nível de muitos metais e alguns deles mesmo estratégicos, ainda é virgem em termos de exploração. Pergunta- Em que outras áreas acha que há oportunidades para as empresas alemães irem a Angola investir? ACN- Na área da agricultura. Nós temos que diversificar a nossa economia. A nossa é à base de uma economia de enclave, baseada só no petróleo. Agora, com essa crise, nós temos o abaixamento do preço do petróleo, temos que necessariamente lutar para aumentar a auto-suficiência, e essa auto-suficiência só se consegue com produção interna. Notamos que entre 60 a 80 por cento dos produtos que consumimos são importados. Nós não podemos viver nessa situação permanentemente. Temos que mudar o quadro. Daí que a Alemanha nos pode ajudar não só a nível da indústria extractiva, como já disse, do comércio, da agricultura, do turismo, enfim, há muitas oportunidades. E o nosso trabalho aqui é exactamente tentar mostrar à comunidade alemã e ao empresariado alemão, às empresas alemãs, que Angola é um País que está em condições e aberto para receber todos os que queiram fazer investimentos sérios lá, no nosso País. Pergunta- Li que há 22 empresas alemãs em Angola. Pode ser? ACN- Eu creio que há mais, sim. As 22 eram no ano passado, agora estamos aí entre 30/35 empresas. Pergunta- Então, estamos a falar agora da necessidade de promover os investimentos. Falemos um pouco disso. Temos o Fórum Económico, em Julho, temos agora a Comissão Bilateral, dentro de duas semanas, e constou-me também que na Filda, em Julho, a Alemanha vai ter uma presença especial, como um convidado especial. Fale-nos um pouco de cada um destes eventos. O que se pretende conseguir? ACN- Relativamente a tudo isso, quero começar pela actividade que se vai realizar mais proximamente, que é a Comissão Bilateral Angola-Alemanha. Foi estabelecido entre os dois governos a existência desta comissão para, por um lado, fazer o balanço do estado da cooperação bilateral a nível de governos e, ao mesmo tempo, depois desse balanço, perspectivar o que se deve fazer para melhorar a cooperação bilateral e aumentar ainda mais tal cooperação, de dois em dois anos. A última reunião que tivemos da Comissão Bilateral foi em Janeiro/Fevereiro de 2012, a nível político. Ela foi realizada aqui mesmo, em Berlim. E ficou assente que dois anos depois farse-ia a segunda reunião. Mas, por imperativos de actividades e outras questões, só este ano é que se vai fazer a 2ª reunião da Comissão Bilateral, que vai decorrer em Luanda no dia 27 de Maio, onde far-se-á o balanço da actividade desenvolvida desde 2011 até agora. O que se alcançou, o que não se alcançou no domínio económico, social e político, a nível da cooperação bilateral, etc., etc.. Ao mesmo tempo vamos perspectivar as actividades a serem levadas a cabo de 2015 a 2017, dado que as reuniões são de dois em dois anos. Chefiará a delegação alemã o Secretário de Estado das Relações Exteriores e da parte angolana, será, em princípio, o nosso Secretário de Estado, também, das Relações Exteriores, Dr. Manuel Augusto, que foi quem co-presidiu a primeira reunião da Comissão Bilateral. Relativamente ao Fórum Económico, será o 6º Fórum Económico, a Alemanha tem uma representação do Ministério da Economia em Angola que é muito forte. É chefiada pelo Dr. Gerigk, que está lá, em Angola. Ele é um bom mobilizador de empresas e empresários, tudo virado para o desenvolvimento económico de Angola em cooperação com a Alemanha. Ele está virado para aí. Esse fórum tem por objectivo juntar o maior número de empresas possível lá, em Angola. Essas POLÍTICA | POLITIK empresas, para além das reuniões onde ficam a saber o que Angola pretende, fazem visitas mesmo pelo interior de Angola. Este ano, por exemplo, estamos a prever levar os empresários até Malange, que é uma província que… Creio que conhece Malange... Pergunta- Conheço, sim. ACN- Pois, Malange poderá ser o celeiro de Angola, tendo em conta as boas condições para a agro-indústria. Então, pretende-se levar vários empresários até Malange para que eles tenham uma visão de que Angola não é só Luanda e que se pode fazer investimentos em toda a extensão do território angolano que eles queiram fazer. É neste sentido que este fórum vai se realizar em Luanda, por dois dias, no máximo. E ao mesmo tempo temos a Filda. Todos os anos, em Julho, realiza-se a Feira Internacional de Luanda, que junta N países e centenas de empresas, num mesmo centro. Este ano, foi escolhida a Alemanha como a parceira convidada especial para a Filda, por uma semana. Nesta actividade, que se vai realizar em sua homenagem, a Alemanha poderá apresentar os seus produtos e a sua cultura. A actividade que se vai realizar na Filda em homenagem a Alemanha não será só empresarial. É também para mostrar a cultura alemã. Vai ter um dia especial só da cultura alemã, com música alemã, cerveja alemã, a salsicha alemã, enfim… Uma série de actividades. O “Luandafest”, como o “OktoberFest” (Risos). É exactamente isso. Isso porquê? Porque nós pensamos que este tipo de actividade ajuda a cimentar e a melhorar cada vez mais a cooperação entre os povos e entre os países. Nós queremos grandemente que a cooperação entre Angola e a Alemanha seja, cada vez maior e mais profícua. Pergunta- Durante o tempo que lhe resta como Embaixador de Angola na Alemanha quais seriam os seus objectivos a atingir? O que gostaria de atingir brevemente? ACN- Bom, em termos materiais era fazer com que a nossa chancelaria fosse independente. Nós, neste momento, estamos aqui num imóvel há mais de 12 anos, é alugado, é um andar. Estamos a construir um imóvel que é independente. Só vai ser mesmo a chancelaria e a Casa de An- gola. Essa nova chancelaria já está numa fase muito adiantada de construção. Felizmente é num sítio nobre, mesmo em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha. Portanto, gostaria que esse desiderato fosse conseguido e a inauguração se realizasse no próximo ano. Também gostaria que, em termos de cooperação bilateral, aumentássemos ainda mais essa cooperação. Neste momento, Angola é o terceiro País a Sul do Sahara que melhor coopera com a Ale- manha, em termos de volume de negócios, ao nível da cooperação, é o terceiro. Primeiro está a África do Sul, a Nigéria e depois vem Angola. Nós gostaríamos que durante o nosso mandato passássemos para segundo e, quiçá para primeiro. E a pergunta é: é possível? Eu penso que sim, porque os desafios que Angola tem para a sua recuperação económica e fazer com que melhoremos cada vez mais e saíamos da fase de crescimento para a fase de desenvolvimento é um desafio grande. E a Alemanha está em condições de poder ajudar Angola a ultrapassar esta fase de crescimento para a fase de desenvolvimento. E isto em várias áreas: como disse, no domínio das energias, por exemplo, no domínio da exploração mineira, no domínio da indústria extractiva, mesmo no domínio alimentar e agro-in- dustrial. Há uma série de acções que podem ser levadas a cabo para fazer com que Angola saia do terceiro lugar e passe para o segundo, e rapidamente para o primeiro. Isto seria o meu maior desejo. Pergunta- Angola está a completar 40 anos de independência. Como o Senhor avalia a viagem de Angola até aos dias de hoje e qual é a sua visão para Angola nos próximos anos e que mudanças é preciso fazer para que o País atinja os objectivos internacionais? ACN- Bom, Angola é um País que, de facto, passou por fases tremendas. E um dos problemas de Angola é que ficou mergulhada duma forma profunda no conflito Leste-Oeste, no tempo da guerra-fria. Se verificar, até uma obra de Margareth Anstee, que foi representante do Secretário-Geral das Nações Unidas aquando das eleições de 1992. Ela escreveu uma obra “Angola órfã da guerra-fria” e, de facto, ela prova aí que nós ficámos entre os dois fogos. Fomos submetidos por um lado ao Ocidente, liderado pelos Estados Unidos da América, que apoiaram um grupo de angolanos, nomeadamente a Unita e a FNLA. Por outro lado, a antiga União Soviética, que apoiava outro grupo de angolanos, nomeadamente o MPLA, e então a guerra se desenvolveu logo depois da independência em 1975, até 2002. Foram vinte e tal anos de guerra para tentarmos pacificar o País e conseguimos. Pacificou-se o País, e imediatamente entrou-se na fase de reconstrução nacional. Essa reconstrução, como disse anteriormente foi baseada não na cooperação multilateral, mas bilateral. Muitos países que deviam ajudar Angola não ajudaram, tivemos que recorrer fundamentalmente aos chineses, que nos ajudaram e ainda estão em Angola a reconstruir as pontes, as estradas, as linhas-férreas. Quero dizer, que em 13 anos de paz fizemos mais do que naqueles 27 anos, desde 1975 até 2002. Muito mais! Neste momento os caminhos-de-ferro já estão a funcionar integralmente, já se circula por todo País, já fizemos mais de cinco mil quilómetros de estradas asfaltadas em Angola. Devo dizer que a reconstrução do País é um facto. E, a título de exemplo, eu diria que Angola, que alcançou a independência em 1975, mesmo com todas as guerras, em ter- 19 POLÍTICA | POLITIK nação, se é o melhor ou não. Nós temos um modelo de governação que é o sistema de governo presidencialista, em que o Chefe do Executivo é o Chefe do Governo, o Conselho de Ministros é uma espécie de órgão auxiliar ao Chefe do Executivo. Não sei se é o melhor, se não é, mas isso tudo é em função das características de cada país. mos de crescimento, neste momento está a crescer mais que muitos países que nunca tiveram guerra, em África. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 em diante foi bom, atingiu a cifra de 8 a 10 porcento, mas infelizmente com a nova crise baixou consideravelmente. Este ano prevemos um crescimento aí até seis porcento, mais ou menos. Mas gostaríamos de dizer que esse crescimento, relativamente ao crescimento no mundo, é muito bom. Daí que estamos a fazer um grande esforço para combater com profundidade a fome. Um dos grandes problemas que Angola tem é exactamente a pobreza. Se há dois ou três anos tínhamos cerca de 40 a 60 porcento de população a viver com menos de dois dólares por dia, a partir do ano passado isto diminuiu bastante. Está, mais ou menos, entre os 30 e 40 porcento, só. Estamos a fazer um esforço para combater a fome, o que é objectivo de qualquer governo, que é fazer com que as suas populações tenham melhores condições de vida. A assistência médica e medicamentosa tem melhorado significativamente, a rede sanitária no País aumentou. Se tínhamos anteriormente um médico para um universo de população que ultrapassava os 10 mil ou 15 mil, neste momento podemos dizer que temos 24 milhões e já temos mais de cinco mil médicos por todo país. Diminuiu substancialmente a relação médico/população. A nível da educação, estamos a melhorar também substancialmente a assistência educacional, desde a base até ao ensino superior. Ainda temos crianças fora do sistema de ensino por falta de escolas, 20 etc., mas há uma redução cada vez mais crescente. É interessante isso porque quando eu estava no Brasil (de 2000 a 2006), só o Estado de S. Paulo, naquela altura, tinha mais de 300 mil crianças fora do sistema de ensino. Eu fiquei espantado! O Brasil é um País que tem mais de um século de independência. E até hoje, no Brasil ainda há crianças fora do sistema de ensino. Bom, nós também temos. E estamos a fazer um esforço grande para enquadrar essas crianças. E estamos a conseguir isto, com a construção de mais escolas, o enquadramento de mais professores, etc., etc.. E pensamos que até 2017 somos capazes de não ter crianças fora do sistema de ensino. Este é um dos nossos grandes objectivos. Há um programa nacional do nosso governo que prevê uma série de acções para fazer com que possamos, a partir de 2017, sair do crescimento já para o desenvolvimento. Isso é possível se tomarmos algumas medidas, e algumas já estão a ser postas em prática, nomeadamente no domínio do relançamento da agricultura, no domínio da criação de novas infra-estruturas que propiciem o desenvolvimento, no domínio da electrificação do País, para fazer com que do ponto de vista energético sejamos auto-suficientes, porque sem energia não há indústria. Não se pode fazer indústria com geradores. E estamos neste momento a desenvolver a energia para que em 2017 tenhamos a auto-suficiência energética. Poderemos ter problemas de distribuição, mas falta não vai haver. É claro que o nosso governo tem consciência de que ainda há muito que se fazer. É discutível o modelo de gover- Pergunta- Alguma coisa que o Sr. Embaixador gostaria de comentar, para os leitores alemães? ACN- Sim. Eu gostaria muito que a media alemã se preocupasse mais não só com Angola, mas também com os outros países africanos e passassem mais mensagens sobre o continente africano. Porque o que normalmente se divulga aqui é só o lado negativo do que se passa lá, em Angola, nos países africanos. É verdade que ultimamente já não tanto, não se vê notícias positivas nem negativas… Eu, sinceramente, gostaria que pudéssemos ver mais notícias, ao vermos a televisão alemã, ao escutarmos rádio, pudéssemos ouvir mais sobre África. É verdade que os problemas que a Europa tem neste momento são muito graves e muito sérios, mas nós estamos numa fase mais complicada da nossa evolução. Estamos numa fase onde, por exemplo, os alemães já passaram. Os alemães também tiveram muitos problemas. E foi dos povos que mais sofreu com a guerra, foi o País mais destruído durante a segunda guerra mundial. E eles conseguiram reconstruir a Alemanha de tal forma que hoje são a primeira economia na Europa. A experiência alemã também nos é muito gratificante. Nós também tivemos quarenta e tal anos de guerra e ficamos com o País completamente destruído. Estamos a reconstruir o País. Há uma similitude, por isso é que eu gostaria imenso que isso acontecesse. E da parte da nossa Embaixada, estamos prontos para ajudar com materiais sobre a cultura angolana, sobre o que Angola pode transmitir ao povo alemão. Nós sentimos que o povo alemão gosta muito do povo angolano. Basta dizer que no Mundial de Futebol 2006 a comunidade angolana, aqui, foi muito bem vista, bem recebida e querida, até hoje. As cores das bandeiras são as mesmas: vermelho, preto e amarelo. De modo que pensamos que há uma tendência de aproximação entre os dois países. Faço jus e almejo que essa ligação se estreite e aumente cada vez mais. „NR: Esta entrevista foi concedida em meados de Maio. A reunião da Comissão Bilateral foi adiada.“ Botschafter Alberto Correia Neto über das 40 jährige Jubiläum Angolas Kampf gegen den Hunger ist eine Priorität des angolanischen Staates Die angolanische Regierung arbeitet hart daran, jeglichen Hunger im Land zu bekämpfen und die Lebensbedingungen eines jeden Angolaners zu verbessern. Darauf verwies der Botschafter von Angola in der Bundesrepublik Deutschland, Herr Alberto Correia Neto, anlässlich des bevorstehenden 40. Jahrestages der angolanischen Unabhängigkeit. „Die Regierung Angolas ist sehr bemüht, den Hunger zu bekämpfen. Dies ist ein Ziel von jeder Regierung eines Landes, nämlich ihrer Bevölkerungen bessere Lebensbedingungen zu ermöglichen“. 60 bis 80 Prozent aller im Land verbrauchten Produkte werden importiert“, erklärte der Botschafter weiter und fügte hinzu, „wir können nicht dauerhaft in dieser Situation leben. Wir müssen diesen Zustand ändern. Daher kann uns Deutschland nicht nur in der mineralgewinnenden Industrie helfen, sondern auch im Handels-, Landwirt- schafts- oder im Tourismusbereich. Es gibt letztlich viele Möglichkeiten“. Botschafter Alberto Neto hat einen Abschluss in Wirtschaftswissenschaften. Er vertrat die Republik Angola bereits als Botschafter in der Föderativen Republik Brasilien und in der Slowakischen Republik. Seit November 2011 leitet er die angolanische diplomatische Vertretung in Deutschland und ist nicht-residierender Botschafter An- golas in der Tschechischen Republik. Alberto Neto ist auch angolanischer Armeegeneral. Im Folgenden das mit ihm kürzlich geführte Interview: Welwitchia: Exzellenz, Sie sind zu diesem Posten in der Bundesrepublik im Jahr 2011 berufen worden. Das war genau die Zeit, in der sich Angola von der globalen Krise erholte. Es folgte eine Zeit des starken gesamt- 21 POLÍTICA | POLITIK wirtschaftlichen Wachstums. Auch der Exportsektor wuchs. Was würden Sie als wichtigste Unternehmungen seit Ihrer Ankunft in Berlin hervorheben und was waren in dieser Zeit, Ihrer Meinung nach, die größten Herausforderungen? Botschafter Alberto Correia Neto: Erst einmal vielen Dank für die Initiative, mich zu interviewen. Das gibt mir die Möglichkeit, die Entwicklung der Beziehungen zwischen Angola und Deutschland genau zu betrachten. Diese Beziehungen gestalten sich meines Erachtens grundsätzlich nach den von unserer Regierung gesetzten Leitlinien für Partnerschaften, die auf bilateraler Ebene zu etablieren sind. Unsere Regierung hat festgelegt, dass in Bezug auf Europa Deutschland ein strategischer Partner für Angola ist. Dies macht insbesondere Sinn in wirtschaftlicher Hinsicht. Aktuell ist die Bundesrepublik die größte wirtschaftliche Macht in Europa. Hier gibt es aus der Perspektive der Technologien und der Wissenschaften ein solch hohes Niveau des Know-hows, das Angola dabei unterstützen kann, sich wirtschaftlich zu erholen, vor allem beim Wiederaufbau des Landes. Wir hatten über 40 Jahre einen zerstörerischen Krieg und erst im Jahr 2002 ist es uns gelungen, den unserer Meinung nach endgültigen Frieden zu erlangen. Seitens unserer Regierung standen damit sofortige Maßnahmen hinsichtlich des Wiederbaus und der wirtschaftlichen Erholung auf der Tagesordnung. Leider gab es für Angola keine Geberkonferenz, obwohl wir darum baten. Man sagte uns, was wir bräuchten, wäre eine Investoren- und keine Geberkonferenz. Anstatt multilaterale Kooperationen anzustreben, wie es unser ursprünglicher Wunsch war, mussten wir somit auf bilaterale Zusammenarbeit setzen. In diesem Prozess suchten wir nun selbst nach kooperationsbereiten Ländern. Mit großer Priorität fiel unsere Wahl auf Deutschland. Wir denken, dass Deutschland ein besonders wichtiger Partner für Angola ist. Nicht nur ist unser Präsident im Jahr 2009 nach Deutschland gereist, auch Bundeskanzlerin Angela Merkel kam 2011 nach Angola, just um diese Zusammenarbeit zu beleben. Die Kooperation erstreckt sich auf verschiedene Bereiche. Im Energiebereich zum Beispiel versuchen wir, in Angola bereits existierende Staudämme wiederaufzubauen und auch neue zu errichten. Einschließlich der Turbinen kommt 22 ein Großteil der für die Staudämme erforderlichen Ausrüstung aus Deutschland. Auch die Bergbauindustrie soll wiederbelebt werden, das betrifft insbesondere auch den Bereich der Erzgewinnung. Im Kontext mit Angolas Bergbau wird meistens an Diamanten und Erdöl gedacht. Doch in Angolas Boden kommen auch zahlreiche Arten von Erzen vor: Eisen, Mangan, etc... Überhaupt kommen alle Mineralien von strategischer Bedeutung vor. Die guten Technologien, über die Deutschland verfügt, sind äußerst hilfreich für unsere Arbeit im Bergbau. Ein weiterer für die Kooperation prädestinierter Bereich liegt in der Wasserwirtschaft. Wir wissen, dass Deutschland auf dem Gebiet des Betriebs- oder Brauchwassers stark ist, insbesondere was Aufbereitungsanlagen angeht. Hier ist uns ein Know-how-Transfer des deutschen Wissens wichtig. Alle diese Maßnahmen sind insgesamt von extremer Wichtigkeit für die Erhöhung unseres Bruttoinlandsproduktes (BIP). Darüber hinaus können und sollten wir Exporte nach Deutschland tätigen, was durchaus bereits passiert. Wir wissen, dass das Exportvolumen zugenommen hat. Es scheint so zu sein, dass im vergangenen Jahr die Exporte von Deutschland nach Angola um 28 Prozent zugenommen haben. Aber die Exporte von Angola nach Deutschland beziehen sich auf welche Bereiche? Erdöl? Nicht nur Erdöl. Neben Öl- verfügen wir auch über Gasvorkommen und streben im Moment den Start für die Ausführung von Gas an. Uns ist bewusst, dass Deutschland in hohem Maße auf russisches Gas angewiesen ist. Wir sind in der Lage, diese Schwierigkeit für Deutschland zu minimieren. Da gibt es aber noch kein Abkommen. Sehen wir das richtig? Wir verhandeln noch. Wir denken, dass unser LNG-System (Liquified Natural Gas) noch in diesem oder im nächsten Jahr mit voller Kraft starten kann. Dann sollten wir in der Lage sein, verflüssigtes Gas nach Deutschland zu exportieren. Wie gesagt, noch verhandeln wir in diese Richtung. Und es geht dabei auch um andere Bereiche, etwa um Holz. Wir haben große Kapazitäten bei der Holzproduktion und auch hier könnten wir nach Deutschland exportieren. Ich will auch erwähnen, dass wir im Bereich der Mineralien nicht nur über Eisenmetalle, sondern auch über Nichteisenmetalle verfügen. Ich möchte ergänzend sagen, dass unsere Politik in Sachen Ausfuhr nicht nur an den Export von Rohstoffen denkt, wie es sonst in Afrika üblich ist. Die Ausfuhr von Rohstoffen... So ist es: man exportiert einzig und allein Rohstoffe. Auch wir haben diese Tendenz. Am liebsten hätten wir es, wenn sich die exportierten Rohstoffe automatisch in Endprodukte umwandeln würden. Das ist im Moment unsere „Schlacht“, nämlich in der Lage zu sein, zusätzlich zu den Rohstoffen auch andere Produkte, nämlich Fertigprodukte nach Deutschland zu exportieren. In Bezug auf Herausforderungen: Mit welchen Herausforderungen wurden Sie bisher in Deutschland konfrontiert? Sprechen wir beispielsweise über das Thema Visa, über die Situation bei der Visaerteilung für Mitarbeiter von deutschen Unternehmen, die nach Angola delegiert werden. Wo liegen da die Herausforderungen? Diese Angelegenheit hat sich schon sehr verbessert. Die bilaterale Kommission Angola-Deutschland traf sich gerade in Luanda. Unser Vorschlag ist es, in einer ersten Phase Visafreiheit für Diplomaten- und Dienstpässe einzuführen. Gleichzeitig soll es Visaerleichterung für deutsche Unternehmen geben, die Investitionen und vorbereitende bzw. Marktforschungsarbeiten in Angola durchführen wollen. POLÍTICA | POLITIK Wir werden sehen, wie sich die Beziehungen entwickeln. Meines Erachtens könnte in weniger als fünf Jahren der Punkt erreicht sein, wo sowohl für Angolaner als auch für Deutsche praktisch keine Notwendigkeit mehr für die Visapflicht besteht. Damit könnten beide Seiten in das jeweils andere Land frei ein- und ausreisen. Dies ist umso wichtiger, da wir Deutschland als unserem strategischen Partner die freie Bewegung von Menschen und Gütern erleichtern wollen. Herr Botschafter, ist Angola ein attraktives Reiseziel für Deutsche? Was unternimmt die Botschaft, um Angola als Touristenziel bekannt zu machen und welche Ergebnisse haben Sie bisher in dieser Angelegenheit erreicht? Dazu kann ich Ihnen Folgendes sagen: Jährlich findet hier in Deutschland, genauer gesagt in Berlin, die Internationale Tourismusbörse statt. Und jedes Jahr nehmen angolanische Delegationen daran teil. Wir haben einen Stand, an dem wir unsere touristischen Produkte präsentieren. Wir haben zum Glück unser Anliegen bisher so gut und so verständlich vermitteln können, dass heute die Deutschen gern nach Angola kommen. Kreuzfahrten, die ihre Routen nach Südafrika und Namibia haben, wählen nun auch Luanda als Ziel. Luanda und Lobito. Vor zwei Monaten kam zum Beispiel ein Kreuzfahrtschiff nach Luanda mit mehr als 800 Touristen. Davon waren 300 oder sogar mehr Deutsche. Und im letzten Jahr waren es einige Kreuzfahrtschiffe mit mehr als tausend Touristen, die in Luanda und Lobito Halt machten. Auch möchte ich erwähnen, dass wir in das Okavango-Projekt eingebunden sind, in dem in drei oder vier Ländern Gebiete ausgewiesen werden, die sich für eine touristische Nutzung eignen. Angola ist auch dabei. Es handelt sich um das KASA-Projekt, richtig? Genau, das KASA-Projekt. Deutschland, das das Projekt finanziell sichert, hat bereits den angolanischen Part mit etwa zehn Millionen Euro finanziert. Soweit wir wissen ist für das Reisen in dieser Region ein spezielles Visum vorgesehen. So ist es. Diese Visa werden so ausgestellt werden, dass es den Touristen möglich sein wird, beispielsweise vom botswanischen Territorium aus problemlos ins angolanische zu reisen. Wir arbeiten daran, dass sich der Tourismus in dieser Region entwickeln kann. Dabei geht es nicht nur um Tourismus im herkömmlichen Sinn, sondern auch um Ökotourismus usw. Unsere nächste Frage bezieht sich auf das Handelsvolumen. Welche Erwartungen haben Sie diesbezüglich für das Jahr 2015? Das Handelsvolumen ist insgesamt größer geworden, und die Investitionen aus Deutschland sollen vor allem auf der Energie-Ebene eingesetzt werden. Wir möchten erreichen, dass in naher Zukunft die derzeit noch im Bau befindlichen Staudämme vollständig funktionieren. Das gilt insbesondere für den Staudamm Cambambe 2, der eine Investition mit deutscher Technologie ist. Wir haben noch den Staudamm von Liaúca, eine der größten Talsperren Afrikas. Auch hier kommen die Hauptinvestitionen aus Deutschland. Wir befinden uns derzeit mit Deutschland auch in Gesprächen über die Beteiligung einiger mineralgewinnender Industrieunternehmen im Eisen- und Phosphatbergbau, etc. Soweit wir wissen, gibt es bisher kaum deutsche Beteiligung in diesem Sektor der Bergbauindustrie. Ist das richtig? Es stimmt. Es gibt keine deutsche Beteiligung. Absolut keine! Das ist ja das Dramatische. Hinzu kommt, dass einige in unserem Land vorkommende Metalle, einige davon sogar von strategischer Bedeutung, noch gar nicht abgebaut werden. Welche anderen Bereiche mit Investitionspotential für deutsche Unternehmen sehen Sie in Angola? Den Bereich der Landwirtschaft. Wir müssen unsere Wirtschaft diversifizieren. Unsere Wirtschaft funktioniert auf einer abgegrenzten Basis, nur auf Erdöl als einer Art Enklave. Jetzt, in der gegenwärtigen Krise, erleben wir eine dramatische Senkung der Ölpreise und müssen uns unausweichlich umorientieren und uns darum bemühen, unsere Selbstversorgungskapazitäten zu erhöhen. Dies erreicht man aber nur mit ausreichender inländischer Produktion. Wir stellen fest, dass zwischen 60 und 80 Prozent der von uns verbrauchten Produkte importiert werden. Wir dürfen so nicht weitermachen. Wir müssen diesen Zustand ändern. Hier kann uns Deutschland helfen und zwar nicht nur in der mineralgewinnenden Industrie, wie schon erwähnt, sondern auch im Handels-, Landwirtschafts- und im Tourismusbereich. Es gibt schließlich unzählige Möglichkeiten. Die Arbeit unserer diplomatischen Mission hier in Deutschland konzentriert sich eben darauf, den Deutschen, der deutschen Wirtschaft, den deutschen Unternehmen zu zeigen, dass sie in Angola einen Partner haben, der offen für all diejenigen ist, die ernsthaft in unserem Land investieren wollen. Wir haben gelesen, dass bereits 22 deutsche Unternehmen in Angola tätig sind. Kann das sein? Ich glaube, es sind sogar noch mehr, ja. Im vergangenen Jahr waren es 22 und jetzt sind es etwa 30 bis 35 Unternehmen. Wir sprechen also jetzt von der Notwendigkeit, Investitionen zu fördern. Lassen Sie uns bitte weiter darüber reden. Wir hatten diesbezüglich ein Wirtschaftsforum im Juli. Auch in diesem Jahr tagte die bilaterale Kommission und wir hörten, dass bei der letzten Internationalen Angolanischen Messe, der FILDA, Deutschland in besonderer Weise und als besonderer Gastpartner vertreten war. Erzählen Sie uns bitte ein wenig mehr darüber. Was will man damit erreichen? Ich würde gern mit der bilateralen Kommission Angola-Deutschland beginnen, die demnächst stattfindet. Beide Regierungen wollen mit dieser Kommission grundsätzlich eine Bestandsaufnahme über den Stand der bilateralen Zusammenarbeit auf Regierungsebene durchführen und eine Perspektive entwickeln, was noch getan werden sollte, um die Zusammenarbeit zu verbessern und zu intensivieren. Diese Zusammenkünfte sollen in einem zweijährigen Rhythmus stattfinden und dabei die Wirksamkeit der getroffenen Maßnahmen überprüft werden. Erstmals hatte sich die bilaterale Kommission auf der politischen Ebene im Januar/Februar 2012 getroffen. Die Tagung fand hier in Berlin statt. Damals wurde vereinbart, dass man zwei Jahre später zu einem zweiten Treffen zusammenkommen möchte, doch wegen anderer dringlicher Termine konnte man erst für den 27. Mai dieses Jahres eine zweite Sitzung der bilateralen Kommission in Luanda vereinbaren. Dort möchte man eine Bilanz über die seit 2011 bis heute entwickelten und durchgeführten Aktivitäten ziehen. Man wollte erörtern, was man auf Ebene der 23 POLÍTICA | POLITIK bilateralen Zusammenarbeit erreicht und was man nicht erreicht hat und zwar u.a. in wirtschaftlicher, sozialer und politischer Hinsicht. Gleichzeitig wollen wir eine Perspektive für die anzugehenden Aufgaben von 2015 bis 2017 ableiten. Die deutsche und die angolanische Delegation sollen von den jeweiligen Staatssekretären für auswärtige Angelegenheiten geführt werden. Auf angolanischer Seite ist das Dr. Manuel Augusto, der ebenfalls Co-Vorsitzender der ersten Sitzung der bilateralen Kommission war. Beim Wirtschaftsforum handelt es sich um das 6. seiner Art. Deutschland hat in Angola eine starke Vertretung seines Wirtschaftsministeriums. Leiter dieser Vertretung ist Dr. Gerik. Er lebt und arbeitet in unserem Land und ist sehr auf die wirtschaftliche Entwicklung und auf die Zusammenarbeit zwischen Angola und Deutschland fokussiert ist. Er ist ein äußerst guter Motivator für Unternehmen und Unternehmer. Diese Plattform des deutschen Wirtschaftsministeriums hat sich zum Ziel gesetzt, so viele Unternehmen wie nur möglich nach Angola zu bringen. Diese Unternehmen bekommen nicht nur Möglichkeiten an Treffen teilzunehmen, in denen sie Informationen über die Ziele und Absichten Angolas bekommen. Zusätzlich können sie auch an organisierten Reisen ins Innere des Landes teilnehmen. In diesem Jahr wollen wir Unternehmer zum Beispiel zu einer Reise nach Malange einladen. Das ist eine Provinz, die... Kennen Sie Malange? 24 Ja, kennen wir. Gut, wenn man die dortigen Bedingungen für die Agro-Industrie bedenkt, könnte Malange sehr gut zum Kornspeicher Angolas werden. Also wollen wir mehreren Unternehmern Malange zeigen, damit sie vor Ort eine Idee davon bekommen, dass Angola nicht nur aus Luanda besteht, dass es möglich ist und sich für deutsche Unternehmen lohnen kann, im gesamten angolanischen Staatsgebiet nach eigenem Ermessen zu investieren. Das zweitägige Forum in Luanda geht in diese Richtung. Zur gleichen Zeit wird in Luanda die Filda veranstaltet. Jedes Jahr im Juli findet diese Internationale Messe von Luanda statt. Vertreter zahlreicher Länder und hunderte von Unternehmen kommen an einem einzigen Ort zusammen. In diesem Jahr wurde Deutschland als besonderer Gastpartner der Filda ausgewählt. Zu Ehren Deutschlands wird deshalb ein Event innerhalb der Filda organisiert, bei dem die Bundesrepublik ihre Produkte und ihre Kultur vorstellen kann. Dieser Event hatte nicht nur geschäftlichen Charakter, sondern soll auch eine Gelegenheit für die Präsentation der deutschen Kultur bieten. Es soll ein besonderer, nur der deutschen Kultur gewidmeter Tag werden, und deshalb wird es deutsche Musik, deutsches Bier, deutsche Wurst, na ja... eine ganzen Reihe von Aktivitäten geben. Also ein „Luanda-Fest“, wie das „Oktoberfest“ (Gelächter). Ja, genau das. Warum tun wir das? Weil wir denken, dass diese Art von Aktivitäten dabei helfen kann, die Zusammenarbeit zwischen beiden Völkern und Ländern ständig zu verbessern und zu verfestigen. Es ist unser großer Wunsch, dass die Zusammenarbeit zwischen Angola und der Bundesrepublik Deutschland immer stärker und immer fruchtbarer wird. Was sind Ihre Ziele für die Zeit, die Ihnen als Botschafter von Angola in Deutschland bleibt? Was würden Sie gern kurzfristig noch erreichen? Nun, in materieller Hinsicht wäre es, dass unsere diplomatische Vertretung räumlich unabhängig wird. Seit nunmehr über 12 Jahren sind wir zur Miete in dieser Gebäudeetage (in der Wallstraße, Berlin) untergebracht. Gerade lassen wir ein eigenes Gebäude bauen. Dort werden dann die diplomatische Vertretung Angolas und das Angola-Haus einziehen. Die Baumaßnahmen für die neuen Büros der diplomatischen Vertretung sind jetzt schon in einem sehr fortgeschritten Stadium. Glücklicherweise befindet sich dieses neue Gebäude in einer erstklassigen Lage, direkt gegenüber dem Auswärtigen Amt Deutschlands, im Zentrum Berlins. Es wäre mir ein wichtiges Anliegen, die Einweihung im nächsten Jahr vornehmen zu können. Im Hinblick auf die bilaterale Zusammenarbeit sehe ich die Chance, dass wir sie noch weiter ausbauen. Momentan ist Angola das drittwichtigste Land südlich der Sahara mit den besten Kooperationsbeziehungen zu Deutschland und zwar in Bezug auf das Handelsvolumen und auf die Zusammenarbeit im Allgemeinen. Davor stehen nur noch Südafrika und Nigeria. Wir möchten noch während unseres Mandats auf den zweiten Platz aufrücken und, wer weiß, vielleicht sogar auf den ersten. Ist das zu schaffen? Ich denke schon. Die Aufgaben, die sich Angola zur Erholung seiner Wirtschaft stellt, sind sehr groß. Genauso wie die Herausforderungen, um noch besser zu werden und aus der Wachstumsphase heraus in die Entwicklungsphase hinein zu kommen. Die Bundesrepublik ist in der Lage, Angola bei diesem Phasenübergang zu helfen. Deutschland kann dies in mehreren Bereichen tun: Das wäre beispielsweise der Fall im Energiebereich, im Bergbaubereich, im Bereich der mineralgewinnenden Industrie, aber auch im Lebensmittelbereich und im agroindustriellen Bereich. Es gibt eine Reihe von Maßnahmen, die ergriffen werden können und müssen, um Angola von diesem dritten Platz erfolgreich zum zweiten und dann schnell auf den ersten zu verhelfen. Das wäre mein größter Wunsch. Angola feiert bald sein 40 jähriges Jubiläum der Unabhängigkeit. Wie werten Sie den Weg, den Angola bis zum heutigen Tag beschritten hat und was ist Ihre Vision für das Land in den kommenden Jahren? Welche Veränderungen müssen wir einleiten, damit das Land seine internationalen Ziele erreicht? Nun, Angola ist ein Land, das in der Tat enorme Schwierigkeiten ausgestanden hat. Eines unserer Probleme ist, dass Angola tief im Ost-WestKonflikt des Kalten Krieges steckte. Vielleicht kennen Sie ein bestimmtes Werk von Margareth Anstee. Sie war die Vertreterin des Generalsekretärs der Vereinten Nationen während der POLÍTICA | POLITIK angolanischen Wahlen von 1992. Sie schrieb das Buch über unser Land „Orphan of the Cold War“. Darin weist sie nach, dass sich Angola zwischen zwei Fronten befand. Auf der einen Seite waren wir dem Westen ausgeliefert, allen voran den Vereinigten Staaten als Unterstützer bestimmter Gruppen von Angolanern, nämlich der Unita und der FNLA. Auf der anderen Seite stand die ehemalige Sowjetunion, die eine andere angolanische Gruppe unterstützte, nämlich die MPLA. So brach 1975 unmittelbar nach der Unabhängigkeit ein erbitterter Krieg aus, der bis zum Jahr 2002 andauerte. Es mussten also über zwanzig Jahre des Krieges ausgestanden werden, um das Land zu befrieden. Wir haben es aber geschafft. Den Frieden haben wir erreicht. Gleich danach traten wir in die Phase des nationalen Wiederaufbaus ein. Dieser Wiederaufbau, wie ich bereits sagte, basierte nicht auf einer multilateralen, sondern auf einer bilateralen Zusammenarbeit. Viele Länder, die Angola dabei hätten unterstützen sollen, taten es dennoch nicht. Im Prinzip mussten wir schlicht auf die Chinesen zurückgreifen, die uns geholfen haben und immer noch in Angola tätig sind. Sie helfen uns, Brücken, Straßen und Bahnlinien wieder aufzubauen. Ich will damit sagen, in 13 Jahren des Friedens haben wir mehr geschafft als in den vorangegangenen 27 Jahren von 1975 bis 2002. Viel mehr! Gegenwärtig funktioniert die Eisenbahn bereits wieder im vollen Umfang und rollt durch das ganze Land. Mehr als fünftausend Kilometer asphaltierte Straßen haben wir in unserem Land fertig stellen können. Ich konstatiere, dass der Wiederaufbau des Landes Realität geworden ist. Zur weiteren Verdeutlichung möchte ich anfügen, dass Angola, das trotz aller Kriege im Jahr 1975 die Unabhängigkeit erlangte, derzeit ein stärkeres Wachstum vorweisen kann, als viele andere afrikanischen Länder, die noch nie einen Krieg bewältigen mussten. Das Wachstum unseres Bruttoinlandsprodukts (BIP) seit 2011 war gut. Es erreichte 8 bis 10 Prozent. Gleichwohl ist es jetzt durch die neue Krise leider wieder gesunken. In diesem Jahr erwarten wir einen Wachstumsanstieg von rund sechs Prozent. Doch möchte ich behaupten, dass sich im weltweiten Vergleich diese Wachstumsrate sehen lassen kann. Deshalb bekämpfen wir mit großen Anstrengungen den Hunger in unse- rem Land. Das ist ein Problem in Angola und genauso die Armut. Vor zwei oder drei Jahren hatten noch etwa 40 bis 60 Prozent unserer Bevölkerung weniger als zwei Dollar pro Tag zum Leben. Im letzten Jahr hat sich diese Zahl stark vermindert. Heute beträgt sie ungefähr zwischen 30 und 40 Prozent. Wir strengen uns sehr an, den Hunger zu bekämpfen. Es ist wohl das Ziel einer jeden Regierung, dass ihre Bevölkerung unter besseren Lebensbedingungen leben kann. Die medizinische und medikamentöse Hilfe hat sich deutlich verbessert, das Gesundheitsnetzwerk des Landes wurde verdichtet. Zuvor hatten wir einen einzigen Arzt für die enorme Anzahl von 10.000 oder 15.000 Menschen. Gegenwärtig können wir sagen, dass wir eine Bevölkerung von 24 Millionen Einwohnern sind, wobei es fünftausend über das ganze Land verteilte Ärzte gibt. Also das Verhältnis Arzt / Bevölkerungszahl hat sich wesentlich verbessert. Zum Thema Bildungsniveau kann ich sagen, dass auch hier Fortschritte erreicht worden sind. Das pädagogische Angebot ist von der Grundschule bis zur Hochschulbildung besser geworden. Es gibt zwar immer noch Kinder, die mangels Schulen nicht in das Bildungssystem integriert sind. Doch auch hier stellt man eine immer schneller werdende Reduzierung ihrer Zahl fest. Das ist interessant. Als ich noch in Brasilien auf meinem Posten war (von 2000 bis 2006), gab es in der Stadt São Paulo zu dieser Zeit mehr als 300.000 Kinder, die keinen Zugang zum Bildungssystem hatten. Ich war erstaunt! Brasilien ist seit mehr als ei- nem Jahrhundert unabhängig. Und bis heute gibt es in Brasilien Kinder, die keine Schulbildung genießen können. Nun, das gibt es bei uns leider auch noch. Wir unternehmen aber große Anstrengungen, um diese Kinder in das System der Schulbildung zu integrieren. Nach und nach gelingt uns das auch, insbesondere durch den Bau von mehr Schulen, durch die Einstellung und Einbindung von mehr Lehrern usw. Wir denken, dass diese Situation bis zum Jahr 2017 gelöst werden kann und wir keine Kinder mehr außerhalb des Bildungssystems haben werden. Dieses ist ebenfalls eines unserer wichtigsten Ziele. Es gibt ein nationales Regierungsprogramm, das eine Reihe von Maßnahmen vorsieht, die ab 2017 den Übergang Angolas von der Wachstums- in die Entwicklungsphase ermöglichen sollen. Dies wird möglich sein, wenn wir bestimmte Maßnahmen ergreifen. Einige davon werden bereits umgesetzt. Dies ist der Fall bei der Wiederbelebung der Landwirtschaft, dem Bereich der Schaffung neuer Infrastrukturen zur Unterstützung unserer Entwicklung, insbesondere dem Bereich der Elektrifizierung des Landes, damit wir auf diesem Gebiet autark sein können, denn ohne Energie gibt es auch keine Industrie. Man kann keine Industrie mit Elektrizitätsgeneratoren bestreiten. Derzeit unternehmen wir einiges zur Entwicklung des Energiesektors, damit wir dieses Ziel erreichen können. Wir können dann immer noch Vertriebsprobleme haben, aber es wird keinen Energiemangel mehr geben. Natürlich ist sich unsere Regierung 25 POLÍTICA | POLITIK bewusst, dass noch viel getan werden muss. Man kann darüber diskutieren, ob unser Regierungsmodell das beste ist oder nicht. Wir haben ein präsidiales Regierungssystem, in dem der Staatschef gleichermaßen der Regierungschef ist. Der Ministerrat stellt eine Art unterstützendes Organ für die Arbeit des Staatschefs dar. Ich kann nicht sagen, ob es das bessere Modell ist oder nicht. Doch diese Dinge werden abhängig von den Faktoren des jeweiligen Landes organisiert. Möchten Sie, Herr Botschafter, an unsere deutschen Leser noch ein paar Worte richten? Ja. Ich würde es sehr begrüßen, wenn sich die deutschen Medien mit Angola und auch mit anderen afrikanischen Ländern mehr und tiefergehender beschäftigten und mehr und differenzierter über den afrikanischen Kontinent berichteten. Denn was in Deutschland in der Regel darüber verbreitet wird, sind ausschließlich die negativen Seiten dessen, was sich in Angola und in den anderen afrikanischen Ländern ereignet. Gut, in letzter Zeit liest und hört man gar nichts mehr, weder posi- 26 tive noch negative Nachrichten. Ganz ehrlich, ich wünschte, man würde hier mehr Nachrichten über Afrika erfahren können, wenn man deutsches Fernsehen sieht oder deutsches Radio hört. Es ist wahr, die Probleme, die Europa derzeit bewältigen muss, sind sehr schwerwiegend und sehr ernst. Wir Angolaner sind dennoch in einer sehr komplizierten Phase unserer Entwicklung. Wir sind in einem Stadium, durch das die Deutschen auch schon durchgingen. Die Deutschen hatten auch viele Probleme. Sie sind ein Volk, das stark unter dem Krieg gelitten hat. Ihr Land wurde im Zweiten Weltkrieg am stärksten zerstört. Doch sie haben es geschafft, Deutschland wieder so aufzubauen, dass es heute die erste Volkswirtschaft in Europa ist. Diese deutsche Erfahrung ist auch für uns sehr wichtig und ermutigend. Wir hatten ebenfalls vierzig Jahre des Krieges und unser Land wurde dadurch vollkommen zerstört. Wir befinden uns im Prozess des Wiederaufbaus. Es bestehen also auch hier Parallelen zwischen beiden Ländern. Deshalb ist es mir ein Anliegen und es wäre mir eine Freude, wenn die Berichterstat- tung vollständiger und differenzierter ausfallen würde. Wir als Botschaft sind bereit, mit Materialien über die angolanische Kultur und dem, was Angola dem deutschen Volk mitteilen kann, auszuhelfen und beratend zur Seite zu stehen. Wir glauben, dass die Deutschen große Sympathie für die Angolaner empfinden. Es genügt zu sagen, dass bei der Weltmeisterschaft 2006 die angolanische Gemeinschaft hier sehr gut aufgenommen wurde. Bis heute spürt man diese Zuneigung. Die Farben unserer Landesflaggen sind die gleichen: Schwarz, Rot, Gold. Wir empfinden, dass eine Tendenz der Annäherung zwischen beiden Ländern vorhanden ist. Ich beziehe mich hiermit darauf und hoffe sehr, dass diese Verbindungen zukünftig immer stärker und zahlreicher werden. Anmerkung der Redaktion: Dieses Interview wurde im Mai 2015 geführt. Das Treffen der bilateralen Kommission wurde vertagt. POLÍTICA | POLITIK Presidente apela à união e à coesão O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, dirigiu uma mensagem perante a Assembleia Nacional, sobre o Estado da Nação, na cerimónia de abertura do Ano Parlamentar 2015/2016, na qual apelou o povo angolano que se mantenha “unido e coeso”. N a mensagem, lida pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, o Presidente José Eduardo dos Santos fez um balanço positivo do Estado da Nação, sublinhando o cumprimento dos preceitos constitucionais e da lei pelas instituições, a sociedade e os cidadãos. O Presidente reafirmou a realização, dentro de dois anos, de eleições gerais e apontou para a necessidade de todos os actores políticos concentrarem a sua atenção na criação de condições para a organização e realização de eleições com êxito, lisura e transparência. “Esta (construção da democracia e unidade na diversidade) é uma obra que nos orgulha e podemos dar-nos por felizes por ser realizada por uma geração que aqui está representada e que deu uma importante contribuição na nossa luta de libertação nacional”, expressou. Afirmou que a vida provou ser mais sensato concentrar a atenção na criação de condições para a organização e realização de eleições gerais com êxito, lisura e transparência, ao mesmo tempo que se preparam as leis e se encetam os passos administrativos indispensáveis para as eleições autárquicas em tempo oportuno. De acordo com o Presidente da República, neste exercício, o Parlamento e o Executivo devem fazer, cada um, a O vice-presidente da República com o presidente da Assembleia Nacional sua parte, com responsabilidade e sentido de Estado. “Não vale a pena procurarmos atalhos para chegar ao poder político, violando a Constituição e a Lei e provocando a desordem como está a ocorrer em alguns países africanos“. Com efeito, disse haver entidades estrangeiras interessadas em instalar o caos e a desordem nalguns países do continente para provocar a queda de partidos políticos ou de dirigentes com os quais não simpatizam. “Os angolanos nunca vão ceder diante de quem quer que seja, sempre que se tratar da defesa dos seus interesses essenciais e vitais”. Considerou fundamental que o povo angolano se mantenha unido e coeso, “empenhado na construção de uma sociedade mais equitativa, assente num modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo, conforme preconiza a agenda das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável para o Horizonte 2030”. O Presidente da República admitiu ainda que os programas de reintegração social e produtiva foram ineficazes e os problemas continuam por resolver. Sobre a situação económica, o Presidente da República fez referência, por sinal esperada, à perturbação causada pela queda acentuada do preço do petróleo bruto no mercado internacional. Frisou que “todas as economias têm ciclos altos e baixos. A boa notícia é que não haverá recessão, mas apenas uma ligeira desaceleração do crescimento da economia, sendo essa uma boa base de trabalho para o próximo ano”. No que toca ao endividamento, o Chefe de Estado declarou que o valor da dívida corresponde a cerca de 45,8 por cento do PIB projectado para 2015 e destacou os financiamentos contraídos à China no valor de aproximadamente seis mil milhões de dólares, destinados ao investimento nos sectores da educação, saúde, água, energia eléctrica e estradas. 27 POLÍTICA | POLITIK Aufruf des Präsidenten zu Einigung und Zusammenhalt Während der Feierlichkeiten anlässlich des Beginns des parlamentarischen Jahres 2015/2016 richtete der Präsident der Republik Angola, José Eduardo dos Santos, eine Botschaft bezüglich des aktuellen Zustandes der Nation an die Nationalversammlung, in der er das angolanische Volk dazu aufruft, Vereinigung und Zusammenhalt zu bewahren. I n seiner Botschaft, welche durch den Vizepräsidenten der angolanischen Republik, Manuel Vicente, vorgetragen wurde, beurteilte der Präsident José Eduardo dos Santos die Lage der angolanischen Nation sehr positiv und lobte insbesondere die Einhaltung verfassungsrechtlicher Bestimmungen und der Gesetze durch Institutionen, Gesellschaft und Bürger. Der Präsident bestätigte, dass innerhalb der nächsten zwei Jahre Parlamentswahlen stattfinden sollen und wies alle politischen Akteure darauf hin, ihre Aufmerksamkeit auf die Schaffung der für die Organisation und Durchführung erfolgreicher, zwischenfallsfreier und transparenter Wahlen notwendigen Bedingungen zu richten. „Dies [Aufbau der Demokratie und Einheit in der Vielfalt] ist eine Leistung, die uns mit Stolz erfüllt und wir können uns glücklich schätzen, dass die hier vertretene Generation, auf welche dies zurückzuführen ist, so einen wichtigen Beitrag zu unserem nationalen Befreiungskampf geleistet hat“, bekundete er. 28 Er gab an, dass sich das Leben durch die Konzentration auf die Vorbereitung für erfolgreiche, von Zwischenfällen freie und transparente Parlamentswahlen sinnvoller gestalte. Auch sei es wichtig, zukünftige Gesetze vorzubereiten und die notwendigen administrativen Schritte für die in angemessener Zukunft bevorstehenden Kommunalwahlen einzuleiten. Dem Präsidenten zufolge haben im diesem Jahr Parlament und Regierung beide mit Verantwortung und Staatsbewusstsein ihren Teil zu leisten. „Es lohnt sich nicht, dass wir, mit dem Ziel politische Macht zu erlangen, nach Abkürzungen suchen, Verfassung und Gesetz verletzen und so zu den Missständen beitragen, wie sie in einigen afrikanischen Ländern zu beobachten sind“. In der Tat, sagte er, gebe es ausländische Gruppen, die daran interessiert seien, in einigen Ländern des Kontinents Chaos und Verwirrung zu stiften, um den Untergang politischer Parteien oder Leader, mit denen sie nicht sympathisieren, herbeizuführen. „Solange es darum geht, ihre fundamentalen und lebenswichtigen Interessen zu schützen, werden die Angolaner niemals und niemandem gegenüber nachgeben.“ Er hielt es für wesentlich, dass das angolanische Volk im Zusammenhalt gefestigt bleibe und „sich für den Aufbau einer gerechteren Gesellschaft engagiert und gemäß der Agenda für nachhaltige Entwicklung der Vereinten Nationen als Vorbild für [eben solch eine] nachhaltige und integrative Entwicklung im Rahmen des Vorhabens Horizont 2030 voranschreitet“. Der Präsident bestätigte, dass die Programme sozialer und produktiver Reintegration bedauerlicherweise ineffektiv und unwirksam waren und deshalb viele Probleme weiterhin ungelöst sind. Bezüglich der aktuellen Wirtschaftslage verwies der Präsident, wie zu erwarten, auf die Beeinträchtigungen, die der Einbruch des Rohölpreises auf dem internationalen Markt verursacht hat. Er betonte, dass „alle Volkswirtschaften Höhen und Tiefen erleben. Die gute Nachricht ist, dass es keine Rezession, sondern nur eine leichte Verlangsamung des Wirtschaftswachstums gibt, was eine gute Arbeitsgrundlage für das nächste Jahr darstellt.“ Im Hinblick auf die Verschuldung sagte der Staatschef, dass diese etwa 45,8 Prozent des für 2015 prognostizierten BIPs entspreche. Er verwies auf die Anleihemittel in Bezug auf China für Investitionen in den Bereichen Bildung, Gesundheit, Wasser, Strom und Straßenbau im Wert von rund sechs Milliarden Dollar. Angola implementa Nova Lei do Investimento Privado Nos últimos anos Angola vinha registando um índice notável e elevado de crescimento da sua economia. Entretanto, com o surgimento da crise financeira e económica mundial associada à baixa dos preços de petróleo nos mercados internacionais, o Executivo e a Assembleia Nacional da República de Angola reviram e reajustaram a política de diversificação da economia nacional, tendo também para esse efeito, alterado a legislação promotora do investimento privado, angolano e estrangeiro. P ara melhor estimular os investimentos privados, a Assembleia Nacional aprovou uma nova Lei do Investimento Privado (Lei nº14/15), publicada no Diário da República I Série Nº 115 de 11 de Agosto de 2015, considerando que o regime jurídico até então vigente estava desajustado relativamente à nova dinâmica do investimento privado. O novo regime jurídico é definido como um importante elemento político para fomentar e atrair o investimento directo estrangeiro como um pilar do desenvolvimento económico de Angola. O investimento privado, em paralelo com o investimento público, continua a ser uma aposta estratégica do Estado, para a captação e mobilização de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos. Com isso, tem-se em vista o desenvolvimento económico e social do País, a diversificação da economia, o aumento da competitividade económica no mercado interno, o crescimento da oferta de emprego e a melhoria das condições de vida das populações. Outro aspecto importante que requeria a alteração da legislação era (e é) a necessidade do País desburocratizar o procedimento administrativo tendente à admissão do investimento privado, e bem assim como a necessidade de se adequar o sistema de incentivos e de benefícios fiscais e aduaneiros à actual dinâmica económica de Angola, tornando-os mais atractivos ao investidor privado. A nova lei estabelece as bases gerais do investimento privado na República de Angola e define os princípios e o regime jurídico de acesso aos incentivos e outras facilidades que o Estado quer conceder ao investimento privado. A nova lei aplica-se aos investimentos externos de qualquer montante e aos investimentos internos cujo montante global corresponda ao valor igual ou superior a Kz.50. 000.000.00 (cinquenta milhões de kwanzas). Entretanto, este regime jurídico não se aplica aos investimentos realizáveis por pessoas colectivas de Direito privado com 50 porcento ou mais do seu capital social detido pelo Estado angolano ou por ou- 29 ECONOMIA | WIRTSCHAFT tra pessoa colectiva pública, sendo estas matérias objecto de outra regulamentação específica. Cabe ao Titular do Poder Executivo definir e promover a política do investimento privado, especialmente daquele investimento que contribua decisivamente para o desenvolvimento económico e social e para o bem-estar geral da população de Angola. A política de investimento privado e a atribuição de incentivos e facilidades obedece a quatro princípios gerais, nomeadamente o princípio do respeito pela propriedade privada, o princípio do respeito pelas regras do mercado livre e da sã concorrência entre os agentes económicos, o princípio do respeito pela livre iniciativa (excepto para as áreas definidas pela Constituição da República de Angola como reserva do Estado), o princípio das garantias de segurança e protecção do investimento e o princípio da livre e cabal circulação dos bens e dos capitais, nos ter- 30 mos e limites legais. De acordo com a presente lei, a realização do investimento privado deve contribuir para o progresso do cidadão angolano, independentemente da forma de que se revista esse investimento, devendo também contribuir para o desenvolvimento económico e social sustentável do País. O investimento privado deve igualmente conformar-se com os princípios e objectivos da política económica nacional e com as disposições da presente Lei, sua regulamentação e demais legislação aplicável. À luz do princípio da livre iniciativa económica, é admitida a realização de investimentos privados em todo o território nacional, desde que os mesmos não contrariem a legislação e os procedimentos formais em vigor. Entretanto, podem ser favorecidos os investimentos que contribuam para a satisfação das prioridades do desenvolvimento nacional, em particular no que se refere à concretização dos “clusters” e das cadeias produtivas definidas pelo Estado. Podem sê-lo também, as zonas económicas especiais, as zonas francas e os pólos de desenvolvimento. Esta nova Lei estabelece sectores da economia com obrigatoriedade de parceria dos investidores privados estrangeiros com cidadãos angolanos, com empresas de capital público ou com empresas angolanas, em que estes detenham pelo menos 35% do capital e participação efectiva na gestão reflectida no acordo de accionistas. A Lei estabelece uma enumeração exemplificativa desses sectores da economia da Electricidade e Água, Hotelaria e Turismo, Transportes e Logística, Construção Civil, Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Meios de Comunicação Social. O Titular do Poder Executivo tem o ónus de criar Zonas Económicas Especiais, Zonas Francas e Pólos de Desenvolvimento, estabelecendo regimes jurídicos específicos. Pode também o Titular do Poder Executivo, definir um regime especial para o Sector Agrícola, Pecuário, Silvícola, das Pescas e para as respectivas agro-indústrias e conexas, salvaguardando o interesse do empresariado angolano. Na sequência da recente publicação da nova Lei do Investimento Privado foram publicados a 30 de Setembro de 2015, no Diário da República, dois diplomas complementares que regulamentam aquela Lei. Trata-se dos Decretos Presidenciais nºs.181/15 e 182/15, que aprovam as Linhas Mestras da Politica Nacional de Investimento Privado e o Regulamento do Procedimento para a realização do investimento privado. Esses diplomas complementares têm como principais objectivos atrair o investimento privado, sobretudo o investimento qualificado, reduzir as importações promovendo a exportação de produtos de maior valor acrescentado e diversificar a economia nacional. ECONOMIA | WIRTSCHAFT Angola implementiert neues Gesetz für Privatinvestitionen Im Laufe der vergangenen Jahre konnte Angola ein spürbar zunehmendes Wachstum der eigenen Wirtschaft verzeichnen. Mit dem Aufkommen globaler Finanz- und Wirtschaftskrisen aufgrund sinkendender Erdölpreise auf internationalen Märkten überprüften und justierten die Exekutivorganen und die Regierung der Republik Angola indes die Diversifizierungspolitik der nationalen Wirtschaft und veränderten die Gesetzgebung mit dem Ziel, inländische und ausländische Privatinvestitionen zu fördern. U m Investitionen des privaten Sektors anzuregen, bewilligte die angolanische Nationalversammlung ein neues Investitionsgesetz (Lei n°14/15; Gesetz Nr.14/15), welches am 11. August 2015 im angolanischen Gesetzblatt (Diário da República I Serie Nr. 115) veröffentlicht wurde und die bis dahin geltende Regelung ersetzt, die hinsichtlich einer neuen Dynamik im Bereich privater Investitionen unzulänglich war. Die neue Gesetzgebung gilt als wich- tiges politisches Element, um direkte ausländische Investitionen anzuziehen, die als Pfeiler die wirtschaftliche Entwicklung Angolas begünstigen sollen. Privatinvestitionen sind zusammen mit den Investitionen des öffentlichen Sektors ein wichtiger strategischer Ansatz des Staates zur Mobilisierung und Aufrechterhaltung humaner, finanzieller, materieller und technologischer Ressourcen. Durch die veränderte Gesetzgebung soll entsprechend ein wei- terer Grundstein für die wirtschaftliche und soziale Weiterentwicklung des Landes, die Diversifizierung der Wirtschaft, die Verstärkung der wirtschaftlichen Wettbewerbsfähigkeit des Binnenmarkts, die Schaffung von Arbeitsplätzen und die Verbesserung der allgemeinen Lebensbedingungen der Bevölkerung gelegt werden. Außerdem soll die Anpassung der Rechtslage die dringend notwendige Entbürokratisierung der Verwaltungsverfahren zur Genehmigung privater 31 ECONOMIA | WIRTSCHAFT Investitionsprozesse in Gang setzen und neue Anreize für private Investoren in Form von Zuschüssen sowie Zoll- und Steuererleichterungen schaffen, die der aktuellen Wirtschaftsdynamik Angolas nunmehr entsprechen. Das neue Gesetz legt also allgemeine Grundlagen für private Investitionen in Angola und definiert die Grundsätze und den Rechtsrahmen für den Zugang zu Vergünstigungen und andere Vereinfachungen, die der Staat privaten Investitionen einräumen will. im Rahmen gesetzlich festgelegter Fristen und Begrenzungen, den vier generellen Grundsätzen der Berücksichtigung von Privateigentum, der Berücksichtigung der Regeln des freien Marktes und der gesunden Konkurrenz zwischen den Wirtschaftsbeteiligten, der Berücksichtigung des Prinzips der Eigeninitiative (mit Ausnahme von Bereichen, die in der Verfassung der Republik Angola als dem Staat vorbehalten festgelegt sind), der Berücksichtigung des Prinzips zur Ein- Das neue Gesetz gilt für ausländische Investitionen jedes Betrages sowie für Inlandsinvestitionen, deren Gesamtbetrag einen Wert von 50.000.000 Kwanza (fünfzig Millionen Kwanza) nicht überschreitet. Allerdings findet der neue Rechtsrahmen im Fall von Investitionen, die durch juristische Personen getätigt werden, deren Gesellschaftskapital sich zu 50 oder mehr Prozent im Eigentum der angolanischen Regierung oder einer anderen juristischen Person des öffentlichen Rechts befindet, keine Anwendung, da diese anderen fallspezifischen Regelungen unterliegen. Es ist letzten Endes Sache des Inhabers der Exekutivgewalt, des Präsidenten der Republik, die Politik privater Investitionen zu definieren und diese zu befördern, insbesondere dann, wenn es sich um Investitionen handelt, die einen entscheidenden Einfluss auf die wirtschaftliche und soziale Entwicklung sowie das allgemeine Wohlergehen der Bevölkerung des Landes nehmen. Die Politik privater Investitionen und die Genehmigung von Zuschüssen und Vergünstigungen unterliegen, haltung von Sicherheitsauflagen und des Investitionsschutzes sowie dem Grundsatz zum freien und vollständigen Waren- und Kapitalverkehr. Unabhängig von der Art der geleisteten privaten Investition ist es gemäß des vorliegenden Gesetzes erforderlich, dass diese zum Fortschritt des angolanischen Bürgers und darüber hinaus zu einer nachhaltigen wirtschaftlichen und sozialen Weiterentwicklung des Landes beiträgt. Außerdem sollen sich private Investitionen den Grundsätzen und Zielsetzungen der nationalen Wirtschaftspolitik und den Bestimmungen des vorliegenden Gesetzes anpassen. Weiterhin unterliegt ihre Regelung auch allen anderen geltenden Rechtsvorschriften. Dem Prinzip der freien Marktwirtschaft zufolge ist die Durchführung von privaten Investitionen auf dem gesamten Staatsgebiet zulässig, sofern diese nicht mit den geltenden Gesetzen und formellen Verfahren im Widerspruch stehen. Allerdings können Investitionen, die zur Verwirklichung der Prioritäten nationaler Entwicklung beitragen, bevorzugt behandelt werden, insbesondere dann, wenn diese in Verbindung mit der Umsetzung 32 sogenannter „Cluster“ und staatlich festgelegter Produktionsketten stehen. Eine bevorzugte Handhabung privater Investitionen kann außerdem dann stattfinden, wenn diese in den Bereichen von Sonderwirtschaftszonen, Freizonen und Entwicklungsschwerpunkten getätigt werden sollen. Das neue Gesetz sieht Sektoren der Wirtschaft vor, in denen eine Partnerschaft zwischen den ausländischen Privatanlegern und angolanischen Bürgern, staatlichen Unternehmen oder angolanischen Unternehmen verpflichtend ist, wobei im Aktionärsvertrag festgesetzt sein muss, dass letztere über mindestens 35% des Kapitals verfügen und an den Verwaltungstätigkeiten des Projekts de facto beteiligt sind. In einer Beispielliste solcher Sektoren führt das Gesetz die Bereiche Strom- und Wasserversorgung, Hotelgewerbe und Fremdenverkehr, Transport und Logistik, Bauwesen, Telekommunikation sowie Informationstechnologien und Medien auf. Bestimmte Bereiche zu Sonderwirtschaftszonen, Freizonen oder Entwicklungsschwerpunkten mit spezifischer Gesetzesregelung zu benennen, kann auch vom Inhaber der Exekutivgewalt, dem angolanischen Präsidenten, vorgenommen werden. Um die Interessen angolanischer Arbeitnehmer zu schützen, kann der Inhaber der Exekutivgewalt ferner spezifische Gesetzesregelungen in den Bereichen des Agrarsektors, der Tierzucht, der Forstwirtschaft, der Fischerei und in den Bereichen damit assoziierter Industriezweige und Agro-Industrien anregen. In Folge dieser jüngsten Rechtsveröffentlichung wurden am 30. September 2015 zwei ergänzende Bestimmungen im angolanischen Amtsblatt Diário da República veröffentlicht, welche das Gesetz regulieren. Dies sind die Präsidialdekrete Nr. 181/15 und 182/15, welche jeweils die Leitlinien der neuen Investitionspolitik und die Durchführungsbestimmungen zur Realisierung von Privatinvestitionen festschreiben. Diese ergänzenden Vorschriften haben das Hauptziel, private Investitionen, insbesondere qualifizierte Investitionen, anzuziehen, um durch die Förderung des Exportes hochwertiger Produkte das Importvolumen des Landes zu verringern, und um auf diesem Wege die angolanische Wirtschaft zu bereichern und zu diversifizieren. Abraão Gourgel Fórum Económico junta angolanos e alemães O 6º Fórum Económico Angolano-Alemão realizou-se em Luanda, de 21 a 22 de Julho do ano em curso, organizado pela Associação África para a Economia Alemã (Afrika Verein) e a Delegação da Economia Alemã em Angola, com a presença de altos representantes do Governo Angolano e Alemão e de mais de 150 participantes incluindo cerca de 40 empresários alemães e outros angolanos de diversos sectores. O evento foi declarado aberto pelo Ministro angolano da Economia, Abraão Gourgel, e a Secretária de Estado Parlamentar do Ministério Federal da Economia e da Energia Alemão, Brigitte Zypries, e teve como objectivo auscultar e dialogar sobre as oportunidades de investimento e diversificação nos sectores das infra-estruturas, construção, saúde, industrialização e energia. As dificuldades diárias muitas vezes encontradas no processo de investimento, as garantias de risco e condições de financiamento, assim como as possibi- lidades de parcerias de negócio em Angola foram outras questões abordadas durante o fórum. Angola focou principalmente o facto da Lei de Investimento Privado (LIP) estar a ser revista. Os presentes foram informados que, com a revisão da Lei, pretende-se que a mesma dê tratamento a investimentos externos de qualquer montante, ou seja, que deixe de existir valor mínimo estabelecido para a realização de investimento externo. No entanto, foi referido que para acesso aos incentivos a mesma mantém o limite do valor em Kwanzas equivalentes a USD$1.000.000 (um milhão de dólares norte-americanos). O Ministro Abraão Gourgel afirmou que as motivações que levaram a alteração da LIP traduzem a vontade de tornar o processo mais célere e atractivo, reduzindo-se ao máximo o grau de subjectivismo ainda existentes na atribuição de benefícios fiscais através da definição de critérios ainda mais objectivos, mais claros e mais transparentes. O titular da pasta da Economia falou ainda sobre o Programa de Diversificação da Economia Angolana que visa promover o desenvolvimento sustentá- 33 ECONOMIA | WIRTSCHAFT Brigitte Zypries vel da economia, a criação de riqueza fora do sector petrolífero, induzindo deste modo a uma maior oferta de postos de emprego e a melhoria da posição competitiva de Angola a nível internacional, através da substituição das importações e da promoção sustentada das exportações. Conforme referiu o governante angolano, o Programa de Diversificação identifica sete clusters prioritários, nomeadamente da agro-indústria e alimentação, da indústria extractiva, da cadeia produtiva do petróleo e gás natural, de serviços, da energia e águas, dos transportes e logística. O Ministro da Economia finalizou a sua intervenção reconhecendo o potencial da economia e das empresas alemãs e convidou os empresários a explorarem e aproveitarem as oportunidades oferecidas pelo Programa de Diversificação, augurando assim sucesso nos contactos e parcerias resultantes do Fórum Económico Angola-Alemanha. No que toca aos investimentos alemães em Angola, a Secretária de Estado Alemã manifestou o seu contentamento e interesse em ver o Programa de Diversificação mais aprofundado. A governante Alemã apoiou ainda o discurso do Ministro da Economia, confirmando o potencial que Angola tem e afirmando que a economia alemã está apta para ajudar os angolanos a diversificar a sua economia. Brigitte Zypries revelou que, apesar da queda do preço do petróleo a nível mundial – que tem estado a afectar a economia angolana e que tem retraído muitos investimentos estrangeiros, os empresários alemães continuam a ver 34 Angola como uma terra de oportunidades e não há obstáculos que os demovam. O evento deu lugar a painéis temáticos onde foram abordados tópicos específicos sobre as oportunidades de negócio em Angola, nomeadamente, energia, saúde e infra-estruturas. Nestes painéis de debate foram ouvidos casos de sucessos de empresas alemães que já operam há muitos anos em Angola. Durante a sua exposição incentivaram os novos empresários (angolanos e alemães) a estabelecerem parcerias, particularmente ao empresariado alemão a criar mais oportunidades de deslocações a Angola para conhecerem a realidade não só da capital, mas também de outras províncias. Consideraram ser esta a melhor forma de gradualmente dissolverem alguns mitos sociais, culturais e políticos, conhecerem novos parceiros e darem início a um processo sólido de investimento. Em declarações à imprensa, o Embaixador de Angola na RFA, Alberto Correia Neto, destacou a importância do aumento da capacidade de produção e distribuição de energia eléctrica. “Não se pode fazer indústria com geradores. Tem que ser com a electrificação do país”, afirmou o Embaixador angolano. Alberto Neto acrescenta que há pólos industriais em Luanda, Benguela, Huíla, entre outras províncias, que “começarão a funcionar em pleno, quando houver a electrificação do país e ela for, praticamente, total”. À propósito, a empresa austríaca Andritz Hydro vai produzir na Alemanha sete turbinas para o maior projecto hidroeléctrico de Angola, a barragem de Laúca, na província do Kuanza Norte. Considera-se que o primeiro investimento directo alemão em Angola é a LSG SKY Chefs, o catering feito em parceria com a TAAG-Linhas Aéreas de Angola. Antes do início do fórum delegações encabeçadas pelo Ministro Abraão Gourgel e pela Secretária de Estado Brigitte Zypries estiveram reunidas a debater questões de interesse bilateral, com destaque para aquelas que visam o reforço das relações bilaterais. O segundo dia do evento foi dedicado especialmente às oportunidades de investimento nas províncias de Angola. O Governador da Província de Malange, Norberto dos Santos, falou aos participantes sobre as diversas potencialidades que a região oferece para a realização de negócios e parcerias com empresários alemães, como também convidou os mesmos a visitarem a região. No período da tarde celebrou-se o Dia Nacional da Alemanha na Feira Internacional de Luanda (FILDA), onde a Alemanha esteve presente como convidada especial, com 28 empresas, batendo o seu próprio recorde de participação (20 empresas em 2014), num certame que este ano bateu todos os recordes . A Secretária de Estado alemã notou que todos os anos, há cada vez mais expositores e isso não é uma coincidência. “Angola tem muito potencial e nós estamos aqui, a economia alemã e o Ministério da Economia, como pequeno suporte, para ajudar os angolanos a diversificar a economia”, explica Brigitte Zypries. O programa do Fórum Económico culminou a 23 de Julho com uma visita dos empresários alemães a província de Malange. A visita permitiu aos participantes terem no terreno uma visão detalhada do ambiente de negócios nesta província, assim como a oportunidade de interacção com outros empresários locais. Stand alemão na FILDA Wirtschaftsforum vereint Angolaner und Deutsche Der 6. Wirtschaftsforum Angola-Deutschland wurde am 21. und am 22. Juli dieses Jahres in Luanda abgehalten. Das Treffen wurde vom Afrika-Verein der deutschen Wirtschaft e.V. und von der Delegation der Deutschen Wirtschaft in Luanda/Angola organisiert. Zur Veranstaltung kamen Vertreter der angolanischen und der deutschen Regierung und über 150 weitere Teilnehmer, darunter etwa 40 deutsche Unternehmer und angolanische Teilnehmer aus verschiedenen Branchen. D ie Veranstaltung wurde vom angolanischen Wirtschaftsminister Abraão Gourgel und der parlamentarischen Staatssekretärin beim Bundesminister für Wirtschaft und Energie, Brigitte Zypries, eröffnet. Das Forum zielte darauf ab, Investitions- und Diversifizierungsmöglichkeiten in den Bereichen Infrastruktur, Bau, Gesundheitswesen, Industrialisierung und Energie gemeinsam auszuloten und zu besprechen. Andere Themen bei dieser deutsch-angolanischen Veranstaltung waren die täglich wiederkehrenden Schwierigkeiten vor Ort bei Investitionsverfahren, Risikogarantien und Finanzierungsbedingungen sowie Möglichkeiten für Geschäftspartnerschaften in Angola. Die angolanische Seite unterstrich dabei insbesondere die Tatsache, dass das Privatinvestitionsgesetz (LIP) derzeit überprüft wird. Die Anwesenden wurden darüber informiert, dass man mit dieser Gesetzesrevision eine Gleichbehandlung ausländischer Investitionen in beliebiger Höhe zu erreichen beabsichtigt. Das hieße, dass mit einer derart revidierten Regelung ein Mindestwert für die Tätigung ausländischer Investitionen nicht länger zwingend erforderlich wäre. Es wurde jedoch im Vorfeld festgestellt, dass für den Zugriff auf Anreize das geltende Gesetz einen Mindestbetrag immer noch vorsieht, der, in der angolanischen Währung Kwanza, USD $ 1.000.000 (einer Million US-Dollar) entspricht. Minister Abraão Gourgel sagte, dass die Bemühungen für die Gesetzesänderung den vorhandenen Willen ausdrücken, den gesamten Investitionsprozess schneller und attraktiver zu machen und die vorhandene Subjektivität bei der Gewährung von Steuervorteilen in einem höchstmöglichen Maß zu reduzieren. Dies soll durch die Festlegung noch objektiverer, eindeutigerer und 35 ECONOMIA | WIRTSCHAFT transparenterer Kriterien gewährleistet werden. Der angolanische Chef des Wirtschaftsressorts sprach ebenfalls über das angolanische Programm zur Diversifizierung der Wirtschaft, das auf eine nachhaltige Förderung derselben abzielt. Aus diesem Grunde sei ein unabhängig vom Ölsektor geschaffener Wohlstand wichtig, der gleichzeitig zu einem größeren Angebot an Arbeitsplätzen und zur Verbesserung der Wettbewerbsfähigkeit Angolas auf internationalem Niveau beitragen würde. So könnten die Importsubstitution und die Förderung des Exports umgesetzt werden. Dieses Diversifizierungsprogramm identifiziert sieben prioritäre Cluster, nämlich die Agro- und Lebensmittelindustrie, die mineralgewinnenden Industrie, die Produktionskette im Erdöl- und Erdgasbereich, Dienstleistungen, Energie und Wasser sowie Transport und Logistik, fügte der hohe angolanische Beamte hinzu. Der Minister schloss seine Rede mit der Unterstreichung des Potenzials der deutschen Wirtschaft und Unternehmen und lud deutsche Unternehmer dazu ein, die Chancen zu erforschen und zu nutzen, die das Diversifizierungsprogramm bietet. Abraão Gourgel gab damit seiner Zuversicht Ausdruck, die aus dem Deutsch-Angolanischen Wirtschaftsforum resultierenden Kontakte und Partnerschaften würden zu Erfolge führen. Im Hinblick auf deutsche Investitionen in Angola, zeigte sich die deutsche Staatssekretärin erfreut und äußerte Interesse an einer weiteren Vertiefung des Diversifizierungsprogramms. Die deutsche Beamtin unterstützte die Rede des angolanischen Ministers für Wirtschaft, indem sie in ihren Ausführungen das Potenzial Angolas bestätigte. Sie gab an, die deutsche Wirtschaft sei in der Lage, die Angolaner 36 bei ihren Bemühungen um die Diversifizierung ihrer Wirtschaft zu helfen. Brigitte Zypries sagte, dass trotz des weltweiten Rückgangs der Ölpreise, was der angolanischen Wirtschaft zu schaffen mache und zu einer Verhinderung vieler ausländischer Investitionen führe, deutsche Unternehmer Angola dennoch als ein Land mit unbegrenzten Möglichkeiten ansehen und keine Hindernisse sie abschrecken würden. Bei dieser Veranstaltung gab es diverse Panels, die spezifische Themen über Geschäftsmöglichkeiten in Angola, nämlich im Energie-, Gesundheits- und Infrastruktursektor zum Inhalt hatten. Bei diesen Diskussionsrunden konnte man Berichte über Erfolge deutscher Unternehmen hören, die seit vielen Jahren in Angola tätig sind. Damit wurden neue, angolanische und deutsche Unternehmer dazu ermutigt, neue Partnerschaften aufzubauen. Damit sollten sich vor allem deutsche Unternehmer darin bestärkt sehen, häufiger nach Angola zu reisen, um die Wirklichkeit des Landes nicht nur in der Hauptstadt, sondern auch in den anderen Provinzen kennen zu lernen. Man war der Auffassung, dies sei der beste Weg, einige soziale, kulturelle und politische Vorurteile auszuräumen, neue Partner kennen zu lernen und einen soliden Investitionsprozess zu beginnen. Gegenüber der Presse, hob der Botschafter von Angola in der Bundesrepublik Deutschland, Alberto Correia Neto, die Bedeutung einer Kapazitätserhöhung in der Stromproduktion und -verteilung. „Man kann keine Industrie mit Stromgeneratoren bestreiten. Man braucht dafür eine Elektrifizierung des Landes“, sagte der angolanische Botschafter. Alberto Neto fügte hinzu, dass es Industriezentren in Luanda, Benguela, Huila und in anderen Provinzen gibt, die „sobald eine, praktisch komplette, Elektrifizierung des Landes gibt, im vollen Umfang in Betrieb genommen werden können“. In diesem Zusammenhang ist das österreichische Unternehmen Andritz Hydro zu benennen, das sieben Turbinen für das größte Wasserkraftprojekt in Angola, den Staudamm von Laúca, in der Provinz Kwanza Norte, in Deutschland herstellen lässt. Es wird angenommen, dass die LSG Sky Chefs die erste deutsche Direktinvestition in Angola ist, ein Cateringunternehmen in Partnerschaft mit der TAAG-Angola Airlines. Vor Beginn des Forums kamen die von Minister Gourgel und Staatssekretärin Zypries geleiteten Delegationen zusammen, um Fragen von bilateralem Interesse zu besprechen, insbesondere auf die Stärkung der bilateralen Beziehungen ausgerichtete Fragen und Angelegenheiten. Der zweite Tag dieser Veranstaltung war vor allem den Investitionsmöglichkeiten in den angolanischen Provinzen gewidmet. Der Gouverneur der Provinz Malanje, Norberto dos Santos, sprach zu den Teilnehmern über die verschiedenen Möglichkeiten, die seine Region für Geschäfte und Partnerschaften mit deutschen Geschäftsleuten bietet. Er lud die Unternehmer zu einem Besuch seiner Provinz ein. Am Nachmittag des 22. Juli feierte man auf der Internationalen Messe von Luanda (FILDA), wo Deutschland als Ehrengast vertreten war, gemeinsam den Deutschland gewidmeten Tag. Mit seinen 28 teilnehmenden Unternehmen brach das Gastland in diesem Jahr seinen eigenen Rekord von 2014 (20 teilnehmende Unternehmen) und die FILDA selbst jegliche eigene Rekorde der Vorjahre. Jedes Jahr kämen mehr und mehr Aussteller zur angolanischen Messe und dies sei kein Zufall, betonte die deutsche Staatssekretärin. „Angola hat eine Menge Potenzial und wir, die deutsche Wirtschaft und das Wirtschaftsministerium, sind hier als kleine unterstützende Kraft, um die Angolaner bei der Diversifizierung ihrer Wirtschaft zu unterstützen“, erklärte Brigitte Zypries. Am 23. Juli ermöglichte das Programm des Wirtschaftsforums einen weiteren Höhepunkt mit einem Besuch deutscher Unternehmer der angolanischen Provinz Malange. Dieser Besuch bot den Teilnehmern die Möglichkeit, vor Ort einen detaillierteren Einblick in das Geschäftsumfeld dieser vor Ort zu gewinnen, sowie die Möglichkeit, mit lokalen Unternehmen in Kontakt zu treten. 38 ANGOLA 40 ANOS Independência, Paz, Unidade Nacional e Desenvolvimento 39 ECONOMIA | WIRTSCHAFT Helmut P. Gauff 20 anos em Angola A República de Angola pertence há já quinze anos aos países africanos emergentes após décadas inquietas e tempos extremamente difíceis. G raças à colaboração pacífica de todos os grupos sociais do país, promovida por políticos responsáveis, tornou-se evidente abrir o caminho para um desenvolvimento sócio-económico sustentável, muito importante para o povo angolano. Para o efeito, a riqueza do país em matérias-primas e recursos naturais é um factor essencial de apoio. Em 1995, Helmut P. Gauff foi convidado pelo Ministro dos Transportes da República de Angola a participar como engenheiro consultor na reconstrução da infraestrutura em Angola. A partir de 2001 analisou vários projectos da linha férrea de Benguela assim como do sistema de transportes de Luanda e elaborou planos de acção para a sua modernização técnica e respectiva gestão. Após o Acordo de Paz de 2002, conseguiu, juntamente com os seus parceiros angolanos, que a República Federal da Alemanha chegasse a um consenso mútuo relativamente às dívidas antigas anteriores a 1990, para satisfação de todos os intervenientes. Desta forma, abriu-se o caminho para uma cooperação activa entre os dois países que foi intensificada e alargada com a fundação de uma sucursal da GAUFF Engineering (GAUFF) na capital Luanda no ano de 2003. Com o apoio dos bancos parceiros alemães e a garantia dos créditos proporcionados pela República Federal da Alemanha a GAUFF Engineering conseguiu apoiar, a curto prazo, o Governo angolano através do seu modelo FAST TRACK EPPM (Engineering, Procurement, Project Management) e realizar os primeiros projectos com a reabilitação da estrada de Sumbe para Quibala em 2004, bem como a ampliação do sistema de abaste- 40 cimento de água de Luanda em 2005. Os padrões de qualidade alemães que a GAUFF aplica a todos os projetos são muito apreciados, não só pelos clientes em Angola. No âmbito dos projetos de infraestrutura e de investimento, a formação profissional de jovens funcionários angolanos constitui também um objetivo muito importante que a GAUFF segue de modo constante e com sucesso. Além dos contratos EPPM, a GAUFF fiscalizou, como Quality-Controller, empresas de construção oriundas da República Popular da China, para garantir o cumprimento contratual das construções de estradas e pontes. Em soma, a GAUFF Engineering fiscalizou até hoje ca. de 1.500km de estradas, entre as quais a de Caxito via Uíge até Maquela do Zombo, de Kifangondo via N’Zeto para M’banza Congo e de Sumbe via Amboiva para Cassongue. Deste modo foi possível, com o apoio da GAUFF, reconstruir e modernizar de forma rápida e sustentável o sistema de transportes de Angola. Com o contrato EPPM “PALUB I” para a ampliação do sistema de abastecimento de água do Lubango, seguiu-se em 2011 o maior projecto até então que a GAUFF conseguiu realizar em Angola. A GAUFF Engineering irá sempre apoiar os seus parceiros angolanos a fim de enfrentar futuros desafios em conjunto, promovendo e assegurando, deste modo, melhores condições de vida e paz para o Povo Angolano e todo o Continente Africano. Estamos juntos! Obs.: Texto de responsabilidade da GAUFF Engineering. ECONOMIA | WIRTSCHAFT Helmut P. Gauff Vorsitzender des Beirats der GAUFF Engineering Die Republik Angola gehört nach Jahrzehnten unruhiger und für die Bevölkerung außerordentlich belastender Zeiten seit nunmehr fünfzehn Jahren zu den aufstrebenden afrikanischen Ländern. D ank einer von der Politik herbeigeführten friedlichen Zusammenarbeit aller gesellschaftlich relevanten Gruppierungen des Landes ist der Weg in eine für die Menschen dringend notwendige nachhaltige wirtschaftliche und soziale Entwicklung vorgegeben. Der Reichtum des Landes an Rohstoffen und natürlichen Ressourcen ist dabei ein unterstützender Faktor. Als beratender Ingenieur wurde Helmut P. Gauff 1995 vom Verkehrsminister des Landes eingeladen, am Wiederaufbau der Infrastruktur Angolas mitzuwirken. Er hat ab 2001 verschiedene Projekte der Benguela-Bahn und des Transportsystems in Luanda untersucht und Vorschläge für die technische und organisatorische Modernisierung ausgearbeitet. Nach dem Friedensschluss im Jahr 2002 konnte er zusammen mit seinen angolanischen Partnern die Bundesrepublik Deutschland gewinnen, alte Forderungen aus der Zeit vor 1990 im Rahmen einer Vereinbarung zur Zufriedenheit aller Beteiligten zu begleichen. Damit wurde der Weg frei für eine aktive Kooperation beider Länder. Durch die Gründung einer Niederlassung der GAUFF Engineering (GAUFF) in der Hauptstadt Luanda im Jahre 2003 wurden diese Geschäftsbeziehungen intensiviert und ausgeweitet. Unterstützt von deutschen Bankpartnern und mit der Absicherung der Kredite durch die Bundesrepublik Deutschland, konnte GAUFF Engineering mit ihrem FAST TRACK EPPM Modell (Engineering, Procurement, Project Management) der angolanischen Verwaltung kurzfristig zur Seite stehen und mit der Wiederherstellung der Straßen von Sumbe nach Quibala in 2004 sowie dem Ausbau der Wasserversorgung in der Hauptstadt Luanda 2005 erste Projekte realisieren. Die deutschen Qualitätsmaßstäbe, die GAUFF an alle Projekte anlegt, werden dabei nicht nur von den Kunden in Angola hoch geschätzt. Im Rahmen der Infrastruktur- und Investitionsprojekte ist GAUFF auch die Aus- und Weiterbildung junger angolanischer Mitarbeiter ein wichtiges Anliegen, das konsequent und erfolgreich verfolgt wird. Über die EPPM-Verträge hinaus konnte GAUFF auch als Quality-Controller Baufirmen der Volksrepublik China überwachen, um deren vertragsgemäße Erfüllung von Straßen- und Brückenbauten zu sichern. In Summe hat GAUFF Engineering bis heute die Wiederherstellung von rund 1.500 Kilometern Straßen überwacht, u.a. von Caxito über Uige nach Maquela do Zombo, von Kifangondo über N`Zeto nach M`banza Congo und von Sumbe über Amboiva nach Cassongue. So konnte das Transportsystem Angolas mit der Unterstützung von GAUFF rasch und nachhaltig wieder aufgebaut und modernisiert werden. Mit dem EPPM-Vertrag „PALUB I“ zum Ausbau der Wasserversorgung von Lubango folgte 2011 das bis dahin größte Projekt, das GAUFF in Angola realisieren konnte. Auch in Zukunft steht GAUFF Engineering seinen Partnern in Angola gerne zur Seite, um gemeinsam den Herausforderungen der Zukunft zu begegnen und durch verbesserte Lebensbedingungen für alle den Frieden in Angola und auf dem gesamten afrikanischen Kontinent zu sichern. Estamos juntos! Anm.: Für den Inhalt dieses Beitrages zeichnet die GAUFF Engineering verantwortlich. 41 SOCIEDADE | GESELLSCHAFT Delfim Freitas: uma referência na comunidade angolana na RFA Estamos perante uma referência da comunidade angolana na República Federal da Alemanha. Delfim Alexandrino de Sousa e Freitas, ou simplesmente “Kota Freitas”, antigo representante da TAAG-Linhas Aéreas de Angola na República Federal da Alemanha (RFA), é uma das pessoas mais conhecidas entre os angolanos residentes em território alemão. M embros da comunidade têm em alta estima e consideração esse “malangino” de 56 anos de idade que sempre está disponível para demonstrar o seu espírito solidário brindando ajuda ao próximo, nomeadamente aos mais necessitados. WELWITSCHIA- Há quanto tempo reside na Alemanha e o que lhe levou a fixar residência neste país? Delfim Freitas- Em Berlim desde 22 de Fevereiro de 1988, isto é há 27 anos. Vim para Berlim para exercer a função de Delegado e Chefe de Escala da TAAG-Linhas Aéreas de Angola. A fixação de residência na Alemanha, teve muito a ver com problemas de saúde que exigiam cuidados médicos que mesmo até ao momento o País não garante. WELWITSCHIA- Como considera estar o seu enquadramento social na Alemanha? Delfim Freitas- Não foi fácil, mas com o andar do tempo, acabei por me adaptar. WELWITSCHIA- Quais os principais ganhos que pode apontar na sua vida (pessoal e familiar) do facto de ter fixado residência na RFA? Delfim Freitas- Para além da família que aqui se constituiu, pois vim muito jovem, a possibilidade de ter uma assistência médica com elevado nível de qualidade, foi mesmo o meu maior ganho. WELWITSCHIA- Quais as principais dificuldades ou constrangimentos e desilusões que enfrentou no tempo em que reside na RFA? Delfim Freitas- Sobre desilusões, recordo-me que a situação da TAAG-Berlim, 42 não era o que eu imaginava, em todos os aspectos, como sendo e situação financeira, escritórios administrativos e operacionais, vendas para produção de receitas, autonomia financeira, enfim... Faltava tudo. Encontrei em Berlim algo incomparável com o que eu tinha em Luanda. Mas assumi e aceitei o desafio de fazer crescer Berlim em termos operacionais e financeiros. A TAAG, não tinha nem uma casa para eu viver. Vivi no hotel em que as autoridades alemães na altura me autorizaram viver: o então Palast Hotel, onde a diária custava USD$120,00. Devido a falha administrativa, não me foi concedido o passe de serviço, apesar de ter passaporte de serviço. O maior constrangimento surgiu quando o hotel em que estava hospedado teve necessidade de “despejar” os hóspedes, por um período de quinze dias, para albergar os convidados ao Congresso do PSUA (Partido Socialista Unificado da Alemanha). Fiquei sem alojamento na altura em que estava a finalizar contratos para a venda de espaço do nosso avião para o transporte de carga da Alemanha do Leste para Angola, com receitas pagas em cash, que iriam impulsionar a produção das primeiras vendas da TAAG na Alemanha. Consegui então o apoio da nossa representação diplomática, mas que me foi retirado antes que o hotel voltasse a abrir. Tive que abandonar o apartamento, num dia de domingo as 23Horas, tendo passado parte da noite com a minha mala no carro, na perspectiva de voltar para Luanda na segunda-feira, deixando em aberto todo um processo que daria receitas a TAAG-Berlim. Tive então o apoio do meu colega e amigo Alberto Maguede Bobo (Paz à Sua Alma), na al- tura Delegado da LAM-Linhas Aéreas de Moçambique, que me acolheu em sua casa para que eu não deixasse a meio o processo de vendas que estava em curso. Vivi em casa do então Delegado da LAM de Julho a Outubro de 1988, altura em que produzimos as primeiras receitas monetárias, que foram crescendo para a TAAG-Berlim ser o que hoje é: uma representação na Europa Central financeiramente autónoma. Esse, modéstia a parte, é o meu maior motivo de orgulho. A TAAG-Berlim passou, então, a ser um apoio para as famílias angolanas e não só, organizando diversas actividades recreativas, desportivas, culturais, ajudando a nossa Comunidade, juntando todos os angolanos, tendo em conta as obrigações sociais de uma Empresa Pública de Angola, facilitando dentro de parâmetros definidos pela Administração da TAAG, a compra de bilhetes de passagens para Angola, bem como o envio de bens e mercadorias. Sinto-me orgulhoso do trabalho que fiz SOCIEDADE | GESELLSCHAFT quando cheguei a Berlim fui o último a desembarcar, tal era o carinho que toda a tripulação queria manifestar por mim. WELWITSCHIA- Como tem acompanhado o desenvolvimento de Angola? Delfim Freitas- Seguindo as emissões da TPAI, que às vezes nos deixa ficar mal... e procurando ler sempre os jornais on-line e ouvir também as diversas rádios, principalmente a LAC, onde tenho muitos amigos, e os debates da Eclésia. pela Empresa, continuo disponível para dar o meu contributo, porque para mim e quem conheceu a TAAG-Berlim em 1988... A TAAG-Berlim e seus trabalhadores actuais, suas instalações e infraestruturas são fruto do meu trabalho e abnegação. WELWITSCHIA- Qual a sua opinião sobre o estado das relações entre Angola e a Alemanha e como acha que elas devem evoluir? Delfim Freitas- As relações melhoraram muito na última década. Começou em 1999 com a visita de uma Delegação Parlamentar de alto nível, na altura chefiada pelo Camarada Roberto de Almeida, que visitou também as nossas instalações e apreciou o nosso trabalho, e a visita de Sua Excia. o Presidente José Eduardo dos Santos a Alemanha, bem como a da Chanceler Alemã Ângela Merkel, foram um passo importante. Hoje temos várias Empresas a alemães a operar em Angola. Exemplo disso a própria Lufthansa e LSG-Catering. Ainda sobre as relações Angola/Alemanha, é de salientar a participação de Angola no Campeonato Mundial de futebol na Alemanha, em 2006, e no Mundial de Andebol masculino, em 2007. Para o Mundial de futebol, a TAAG realizou um total de doze voos para a cidade de Hannover, próximo de Celle, cidade onde a Selecção esteve hospedada. Trouxemos para Hannover cerca de cinco mil angolanos. A cidade de Hannover viveu semanas nunca antes vividas. A nossa bandeira estava nas janelas de muitas casas de alemães, muita divulgação do nosso potencial económico e cultural, vários concertos de música angolana, com as melhores bandas e artistas, enfim... Foram dias de muita festa e muito convívio entre angolanos e alemães. Depois do último voo de regresso dos angolanos, a cidade ficou como que vazia e muitos alemães a perguntarem quando os angolanos voltam. Hannover é hoje uma cidade de referência para muitos angolanos. A evolução deve ser no sentido de tirarmos bons dividendos desta cooperação e haver mais abertura e reciprocidade. A cooperação tem que ser biunívoca. Nós temos de ter também a possibilidade de investir aqui. WELWITSCHIA- Como acha que deve ser a contribuição do angolano que reside na Alemanha para que as relações Angola-Alemanha se consolidem e cresçam cada vez mais? Delfim Freitas- Para além de cumprir com as suas obrigações sociais, deve aproveitar para apostar na formação. Aprender o máximo que puder, em termos profissionais. WELWITSCHIA- Quais as principais recordações que guarda de Angola? Delfim Freitas- São inúmeras, desde a minha infância e juventude no Seminário do Quipeio, a minha passagem pelo Liceu Paulo Dias de Novais, Faculdade de Ciências, a minha curta passagem pelas Fapla… Fiquei semanas no autódromo com a perspectiva de ser encaminhado para a URSS, para estudar direito militar... Até ao dia da minha vinda para Berlim. Foi um dia de muitas emoções. Naquele dia fiquei com a certeza do quanto eu era querido por colegas e amigos. Imagina que o avião atrasou por minha causa. E WELWITSCHIA- O que significa para si a palavra “regresso”? Já lhe ocorreu regressar a Angola, para viver e trabalhar lá? Delfim Freitas- Na minha opinião, o regresso é quase inevitável. Trabalhar...?? Já não sou tão jovem, e tenho a família aqui. Mas, o futuro a Deus pertence… WELWITSCHIA- Para si, qual a importância dos filhos de angolanos nascidos na Alemanha terem laços culturais com o País de origem dos seus pais, ainda que seja apenas através do conhecimento das línguas nacionais e da gastronomia? Delfim Freitas- Eu diria que sou quase radical, nesse aspecto. Reprovo o comportamento de alguns compatriotas, que se sentem “orgulhosos” quando dizem: “o meu filho não fala português. Só alemão!”. Fico triste. Mal sabem que se disserem isso a um cidadão alemão, este vai achar graça... WELWITSCHIA- Como avalia os serviços da Embaixada de Angola na Alemanha e do Consulado Geral em Frankfurt? Delfim Freitas- Acho que melhoraram muito, mas eu sou “suspeito” para comentar..!!!!??? WELWITSCHIA- Angola assinala este ano o 40º (quadragésimo) aniversário da proclamação da sua independência. Para si, qual a importância desta festa e que mensagem deixa ao povo angolano à propósito da data? Delfim Freitas- É, sem dúvidas, uma data histórica que merece ser comemorada com orgulho por todos os angolanos e amigos de Angola, mas deve ser também uma data de reflexão. É preciso meditarmos no que foi feito, o que falta fazer, como poderemos fazer para melhorar as condições de vida do nosso Povo. Enfim, ainda temos um longo caminho a percorrer...!!! 43 SOCIEDADE | GESELLSCHAFT Delfim Freitas: Eine Referenz in der angolanischen Community in Deutschland Ein Interview mit einem der populärsten Protagonisten der angolanischen Gemeinschaft in der Bundesrepublik Deutschland: Delfim Alexandrino de Sousa Freitas oder einfach „Kota Freitas“, der ehemalige Repräsentant der TAAG Angola Airlines in der Bundesrepublik Deutschland, ist einer der bekanntesten Menschen unter den Angolanern in Deutschland. C ommunity-Mitglieder haben eine hohe Achtung und Zuneigung zu diesem Mann, der aus der Provinz Malange stammt und 56 Jahre alt ist. Delfim Freitas ist stets hilfsbereit und setzt sich insbesondere für benachteiligte Menschen ein. WELWITSCHIA - Wie lange leben Sie schon in Deutschland und was hat Sie in dieses Land geführt? Delfim Freitas - Ich lebe in Berlin seit dem 22. Februar 1988, also seit 27 Jahren. Ich kam nach Berlin, um als Delegierter und Standortmanager der TAAG Angola Airlines zu arbeiten. Dass ich meinen festen Wohnsitz in Deutschland genommen habe, hatte viel mit gesundheitlichen Problemen zu tun, die eine medizinische Behandlung erforderten, die unser Land bis heute nicht leisten kann. W - Wie sehen Sie Ihre soziale Einbindung in Deutschland? D.F. - Es war nicht leicht, aber mit der Zeit habe ich mich schließlich angepasst. W - Was sind die wichtigsten Vorteile, die Sie durch Ihre Übersiedlung in die Bundesrepublik (persönliche und familiäre) sehen? D.F. - Neben der Familie, die ich hier gegründet habe, denn ich kam ja sehr jung hierher, ist es die Möglichkeit, eine Gesundheitsversorgung von hoher Qualität zu bekommen. Das war wirklich mein größter Gewinn. W - Was sind die Hauptschwierigkeiten oder Beschränkungen und Enttäuschungen, mit denen Sie sich hier in Deutschland konfrontiert sehen? D.F. - Was die Enttäuschungen angeht, erinnere ich mich daran, dass die Situati- 44 on der TAAG-Berlin nicht das war, was ich mir vorgestellt hatte und zwar in jeder Hinsicht. Es betraf die Finanzlage, die administrativen und operativen Büros, den Verkauf, um Einnahmen zu generieren, die finanzielle Autonomie, na ja, eben alles... Es fehlte an allem. In Berlin kam ich in eine Situation, die mit der in Luanda nicht zu vergleichen war. Aber ich habe die damit verbundene Herausforderung angenommen, um dem Betrieb in Berlin in operativer und finanzieller Hinsicht zum Wachstum zu verhelfen. Die TAAG konnte mir nicht einmal eine Wohnung zum Leben zur Verfügung stellen. Ich wohnte in einem Hotel, in dem mir die DDR-Behörden zu leben erlaubt hatten. Das war das damalige Palast Hotel mit Zimmerpreisen von 120 USD pro Tag. Aufgrund administrativer Probleme bekam ich keinen Dienstpass, obwohl mit einer zustand. Die größte Verlegenheit war aber, als das Hotel, in dem ich wohnte, alle Gäste für einen Zeitraum von 15 Tagen vor die Tür setzte, um Gäste des Kongresses der SED unterzubringen. Ich hatte dann kei- ne Bleibe mehr. Es war die Zeit, in der ich die Kaufverträge für einen Platz für unsere Frachtflugzeuge abschließen sollte. Sie waren für den Frachtverkehr DDR-Angola gedacht und mit ihnen sollte der Verkaufstätigkeit der TAAG in Deutschland Auftrieb gegeben werden. Ich bekam zwar die Unterstützung unserer diplomatischen Vertretung, aber die reichte nicht bis zum Tag des Wiedereinzugs in das Hotel. Also musste ich an einem Sonntag um 23 Uhr auch diese Unterkunft verlassen und verbrachte die Nacht mit meinem Koffer im Auto. Es blieb mir kaum etwas anderes übrig, als unmittelbar danach wieder nach Luanda zurückzukehren, doch dann hätte ich die Verträge nicht abschließen können, die den Umsatz der TAAG-Berlin steigern würden. In dieser Situation bekam ich dann die Unterstützung meines Kollegen und Freundes Alberto Maguede Bobo, Gott hab ihn selig, der zu dem Zeitpunkt delegierter Mitarbeiter der LAM-Mosambik Airlines war. Er nahm mich bei sich auf. So musste ich nicht unverrichteter Dinge nach Luanda zurückkehren, sondern konnte die mir SOCIEDADE | GESELLSCHAFT obliegenden Aufgaben zu einem guten Abschluss bringen. Bei diesem Freund lebte ich von Juli bis Oktober 1988. Dann erzielten wir endlich unsere ersten Einnahmen, die sich in der Folge immer positiver entwickelten. Dadurch konnte diese Filiale zu dem werden, was sie heute ist: eine finanziell autonome Vertretung der TAAG in Mitteleuropa. Dies ist, ganz unbescheiden, mein größter Stolz. Die TAAG-Berlin wurde auch zu einer Unterstützerin für angolanische Familien und nicht nur das. Wir haben verschiedene Freizeit-, Sport- und Kulturaktivitäten organisiert und damit unsere Community unterstützt. Wir trugen dazu bei, dass Angolaner zusammenkommen konnten. Dies geschah auch im Einklang mit den sozialen Verpflichtungen einer öffentlichen Gesellschaft Angolas wie der TAAG. Angolanern wurde der Kauf von Tickets in die Heimat sowie das Versenden von Gütern und Waren erleichtert. Ich bin stolz auf die Arbeit, die ich für die Gesellschaft geleistet habe, und ich bin auch weiterhin bereit, mich zu engagieren. Das kann jeder verstehen, der mich und die TAAG-Berlin im Jahr 1988 kennengelernt hat... Die TAAG-Berlin, wie sie heute dasteht, mit ihren Mitarbeitern, den Räumen und ihrer Infrastruktur, sind das Ergebnis meiner Arbeit und meines Einsatzes. W - Was ist Ihre Meinung über den Stand der Beziehungen zwischen Angola und Deutschland und wie sollten sie sich Ihres Erachtens entwickeln? D.F. - Die Beziehungen haben sich in den letzten zehn Jahren sehr verbessert. Es begann 1999 mit dem Besuch einer hochrangigen Parlamentsdelegation in Deutschland, die damals noch vom Genossen Roberto de Almeida geleitet wurde. Sie besuchte auch unsere Einrichtungen und begutachtete unsere Arbeit. Dann trugen natürlich der Besuch Seiner Exzellenz des angolanischen Präsidenten José Eduardo dos Santos in Deutschland und der Gegenbesuch von Bundeskanzlerin Angela Merkel in Luanda entscheidend zu dieser Verbesserung bei. Heute haben wir mehrere deutsche Unternehmen, die in Angola aktiv sind, beispielsweise die Lufthansa und LSG Catering. Auch die Beteiligung Angolas bei der Fußball-Weltmeisterschaft 2006 in Deutschland und bei der Herren-Handball-WM 2007 ist in diesem Kontext der guten Beziehungen zwischen Angola und Deutschland besonders hervorzuheben. Allein für die Fußball-Weltmeisterschaft hat die TAAG insgesamt zwölf Flüge nach Hannover absolviert. Dort war die angolanische Nationalmannschaft untergebracht. Insgesamt haben wir circa fünftausend Angolaner nach Hannover gebracht. Die Stadt Hannover erlebte durch unsere Präsenz ganz besondere Wochen. Unsere Flagge hing an den Fenstern vieler Häuser; es wurde viel über unser wirtschaftliches und kulturelles Potenzial berichtet; es gab mehrere Konzerte angolanischer Musik mit den besten Bands und Künstlern, na ja... Es waren große Tage des Festes und der gemeinsamen Geselligkeit zwischen Angolanern und Deutschen. Nach dem letzten Rückflug der Angolaner empfand man die Stadt als leer und so viele Deutsche fragten, wann denn die Angolaner zurückkämen. Deshalb ist Hannover bis heute als Stadt ein Bezugspunkt für viele Angolaner. Der Trend sollte dahin gehen, aus dieser Kooperation zu lernen und mehr Offenheit und Gegenseitigkeit zuzulassen. Zusammenarbeit muss beiderseitig sein. Wir müssen auch die Möglichkeit erhalten, hier in Deutschland zu investieren. W - Wie sollte der Beitrag der in Deutschland ansässigen Angolaner für die Festigung und das Wachstum der Beziehungen zwischen beiden Ländern sein? D.F. - Neben der Erfüllung der jeweiligen sozialen Verpflichtungen, sollte man auf die Bildung setzen. Beruflich müssen wir so viel wie nur möglich lernen. W - Was sind die wichtigsten Erinnerungen, die Sie an Angola haben? D.F. – Da gibt es zahlreiche. Sie erfassen meine Kindheit und Jugend im Seminar von Quipeio, meine Zeit im Gymnasium Paulo Dias de Novais und in der Fakultät für Naturwissenschaften, meine kurze Dienstzeit bei der angolanischen Armee, den FAPLA... Und mit der Aussicht, in die damalige UdSSR geschickt zu werden, um Kriegsrecht zu studieren, habe ich auch mal tagelang auf einer alten Rennstrecke auf die Abreise gewartet... Bis zu dem Tag, an dem ich nach Berlin kam. Es war ein Tag vieler Emotionen. An diesem Tag wurde mir klar, wie viel ich den Kollegen und Freunden bedeutete. Stellen Sie sich vor, dass der Abflug sich meinetwegen verspätete! Und in Berlin war ich der Letzte, der ausstieg, so groß war die Zuneigung der ganzen Mannschaft mir gegenüber und so lang hat die Verabschiedung gedauert. W - Wie haben Sie die Entwicklung Angolas begleitet? D.F. - Ich verfolge die Sendungen des angolanischen Fernsehens, des TPAI. Manchmal kommen wir da nicht so gut rüber... und ich versuche immer die Online-Zeitungen zu lesen, Radio zu hören, insbesondere den Sender LAC, bei dem ich viele Freunde habe, und ich höre auch die Talkshows beim Sender Ecclesia. W - Was bedeutet für Sie das Wort „Rückkehr“? Haben Sie schon daran gedacht, nach Angola zurückzukehren, um dort zu leben und zu arbeiten? Meiner Meinung nach ist eine Rückkehr fast unvermeidlich. Aber arbeiten... ? Ich bin nicht mehr so jung und ich habe Familie hier. Aber die Zukunft gehört Gott allein. W - Wie wichtig ist es Ihrer Meinung nach, dass Kinder von angolanischen Migranten, insbesondere in Deutschland aber auch in der Diaspora im Allgemeinen, kulturelle Verbindungen mit dem Herkunftsland ihrer Eltern haben, auch wenn diese nur aus der Kenntnis der Landessprache oder der Gastronomie bestehen? Da habe ich, das muss ich sagen, fast radikale Ansichten. Ich missbillige das Verhalten einiger Landsleute, die sich „stolz“ fühlen, wenn sie sagen: „Mein Sohn spricht kein Portugiesisch. Nur Deutsch!“ Das macht mich traurig. Wenn Sie das einem Deutschen erzählen, dann wundert der sich schon sehr. Das sollten mehr meiner Landsleute wissen. W - Wie beurteilen Sie die Dienste der Botschaft von Angola in Deutschland und des Generalkonsulats in Frankfurt? D.F. - Ich glaube, sie haben sich sehr verbessert, aber ich bin „befangen“, um das zu kommentieren. W - Angola feiert in diesem Jahr seinen 40. Jahrestag der Ausrufung der Unabhängigkeit. Wie wichtig ist dieses Jubiläum für Sie und welche Botschaft möchten Sie den Angolanern bezüglich dieses Datums übermitteln? D.F. - Es ist zweifellos ein historisches Datum. Dieser Jahrestag verdient es, von allen Angolanern und Freunden Angolas mit Stolz gefeiert zu werden. Es sollte aber auch ein Tag der inneren Einkehr sein. Wir müssen über das nachdenken, was geschehen ist, was noch zu tun ist, wie wir handeln sollten, um die Lebensbedingungen unserer Menschen zu verbessern. Wie auch immer, wir haben noch einen langen Weg zu gehen! 45 SOCIEDADE | GESELLSCHAFT Crianças em tratamento médico festejam na Aldeia da Paz em Oberhausen As crianças angolanas em tratamento médico na República Federal da Alemanha (RFA), ao cuidado da Friedensdorf International (Aldeia da Paz), participaram nas tradicionais festas anuais de Verão e da Aldeia, realizadas, respectivamente em Junho e Setembro do ano em curso, com o intuito de proporcionar momentos de convívio às crianças e angariar fundos para manutenção da actividade da organização. N as festas organizadas na Aldeia da Paz Internacional, em Oberhausen, participaram não só as crianças de várias nacionalidades acolhidas no local, mas também diversos convidados dispostos a participar nessas actividades de solidariedade com a instituição com carácter filantrópico, contribuindo na arrecadação de fundos. Como tem sido hábito, a comunidade angolana fez-se presente acompanhada de funcionários do Consulado-Geral de Angola em Frankfurt e da Embaixada, tendo participado nas diversas actividades, tanto nas mais sérias como nas que marcaram o dia alegre e divertido proporcionado pela Friedensdorf International às crianças. 46 Crianças de várias nacionalidades dançaram e brincaram juntas, independentemente da sua origem. As crianças angolanas exibiram as suas habilidades e dançaram kuduru. A parte da culinária contou com alguns pratos típicos angolanos. A Aldeia da Paz Internacional tem capacidade para albergar cerca de 300 crianças. Nessa ocasião encontravam-se na instituição 103 crianças provenientes de Angola para tratamento de várias patologias que não encontram solução no País de origem. Em 17 anos de cooperação, a Friedensdorf International já tratou de mais de 2.500 crianças angolanas, que hoje vêm melhorada a sua qualidade de vida depois de receberem assistência médica na Alemanha. No lar, as crianças aprendem a língua alemã, num método que inclui o ensino de matérias como a matemática, ciências sociais e cultura geral, de modo a lhes conferir aptidões necessárias para o seu dia-a-dia. Essa organização foi fundada em 1967, como iniciativa de um cidadão para ajudar as crianças em zonas de guerra e de crise, nomeadamente na guerra do Vietname. Até hoje, as crianças continuam a estar no foco da sua actividade, pelo que a instituição oferece ajuda médica em diversos países, com o propósito de contribuir para a normalização da vida de várias crianças. Essa instituição vive de doações, pois não recebe qualquer dinheiro do Estado, vivendo das contribuições de pequenos e médios doadores de onde vem o dinheiro até para os salários das pessoas que fazem o trabalho comunitário, os salários dos funcionários e o pagamento da energia eléctrica. Funcionários da Embaixada de Angola na Alemanha, do Consulado-Geral em Frankfurt e membros da Comunidade Angolana têm realizado periodicamente visitas às crianças que estão em tratamento. Kinder in medizinischer Behandlung feiern im internationalen Friedensdorf in Oberhausen Angolanische Kinder, die sich wegen ärztlicher Behandlung in der Bundesrepublik im internationalen Friedensdorf in Oberhausen befinden, feierten bei den traditionellen Festen mit, die jedes Jahr jeweils im Juni und September stattfinden. Diese Feste werden mit dem Ziel organisiert, den Kindern gesellige Freudenmomente zu verschaffen und Spenden für die Tätigkeit der Organisation zu sammeln. A n den Festivitäten im internationalen Friedensdorf nahmen nicht nur Kinder verschiedener Nationalitäten teil, die vor Ort medizinisch behandelt werden, sondern auch Gäste, die sich an den Solidaritätsaktionen für diese wohltätige Institution und bei der Akquise von Mitteln beteiligen wollten. Wie es bereits zur Tradition geworden ist, war die angolanische Gemeinschaft dabei, die die Kinder aber auch außerhalb festlicher Anlässe regelmäßig besucht. Beim aktuellen Fest war sie vertreten durch Mitarbeiter des angolanischen Generalkonsulats in Frankfurt und der Botschaft in Berlin. Diese nahmen an den vielfältigen Aktivitäten teil und erlebten einen fröhlichen Tag mit den Kindern im Friedensdorf. Unabhängig von ihrer Herkunft tanz- ten und spielten Kinder verschiedener Nationalitäten zusammen. Angolanische Kinder zeigten ihre Fertigkeiten und führten den sehr populären Tanz Kuduru vor. Am Festbuffet konnte man einige angolanische Spezialitäten probieren. Das internationale Friedensdorf kann 300 Kinder gleichzeitig aufnehmen. Derzeit befinden sich 103 Kinder aus Angola in der Einrichtung. Sie erhalten eine medizinische Behandlung, die ihnen in ihrer Heimat nicht gewährleistet werden konnte. Während der 17 Jahre der Zusammenarbeit wurden im internationalen Friedensdorf mehr als 2.500 angolanische Kinder medizinisch behandelt, die dadurch ihre neugewonnene Lebensqualität genießen können. In den Einrichtungen des Friedensdorfes lernen die Kinder die deutsche Sprache, werden aber auch in anderen Fächern wie Mathematik, Sozialwissenschaften und Allgemeinkultur unterrichtet. Damit erhalten sie die für die Bewältigung des Alltags notwendigen Kompetenzen oder können sie verbessern, Das Friedensdorf wurde 1967 durch eine Bürgerinitiative gegründet, um Kindern aus Kriegs- und Krisengebieten, damals vor allem aus Vietnam, medizinische Behandlung und ein Leben in Sicherheit angedeihen zu lassen. Bis heute stehen solche Kinder im Mittelpunkt der Arbeit des Friedensdorfes, das sich zum Ziel gesetzt hat, zur Normalisierung ihres Lebens beizutragen. Die Organisation erhält keinerlei staatliche Zuwendungen, sondern finanziert sich ausschließlich durch kleine und mittelgroße Privatspenden. Mit diesen Geldern werden alle Personal- und Sachkosten bestritten. 47 Refugiados: uma experiência que Angola viveu A crise de refugiados que afecta ultimamente o continente europeu chama a atenção a toda comunidade internacional pela eminente catástrofe mundial que isso indicia, se não forem tomadas medidas capazes de levar a paz aos países em conflito de onde originam essas pessoas. A retirada dessas pessoas dos seus países para encontrar refúgio noutras paragens, nomeadamente na Europa, em busca dum lugar seguro para reconstruir suas vidas, deve-se não só aos conflitos armados, mas também às perseguições políticas, religiosas e étnicas, bem como a catástrofes naturais. Em muitos casos, a tentativa de transportar para determinados países outras realidades levou ao fortalecimento de grupos radicais que se dedicam a toda a espécie de desestabilização, levando a guerra a todos os recantos de regiões anteriormente em paz e em claro desenvolvimento. 48 Hoje, alguns países membros da União Europeia, com a República Federal da Alemanha à cabeça, arcam com o ónus da irresponsabilidade de alguns países ocidentais que ao se empenharem em armar determinados grupos com o objectivo de derrubar governos legítimos de modo a colocar no poder quem mais lhes convém, fizeram claramente que aumentassem os motivos que levam muita gente a tentar a sorte noutros países, a maior parte das quais com risco da própria vida. Cerca de dois mil refugiados e migrantes já morreram Na Europa ocidental, mais de 438 mil refugiados pediram asilo até ao fim de Julho do ano em curso, quase chegando aos 571 mil de 2014. A RFA continua a ser o país que recebeu o maior número de pedidos de asilo, com mais de 188 mil até ao fim de Julho, contabilizando mais 15.416 que o ano passado. Calcula-se em 51,2 milhões o número de refugiados e deslocados internos, o maior número no mundo pós-2ª Guerra Mundial, segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). Actualmente, os refugiados, apátridas e deslocados internos formam uma nação e, se fossem um país, esse seria o 26° maior do mundo. No último ano, a ACNUR registrou 1,1 milhão de pedidos de asilo, o maior em SOCIEDADE | GESELLSCHAFT 10 anos. Em todo o mundo, o número de deslocados continua a crescer. Para alguns observadores, o panorama mundial é “assustador”. O povo angolano, que viveu um longo período de guerra (1961/2002), sabe bem o que é a busca de paz e melhores condições de vida. Da sua história de vida constam situações como a luta de libertação do colonialismo português (1961-1974) e depois da Independência (1975) a devastadora e interminável guerra civil (1976-2002), que causou a morte a milhões pessoas levaram muitos angolanos a sair do país. O número de angolanos deslocados internos e de refugiados nos países vizinhos elevava-se em 2002, ano em que se conquistou a paz, a cerca de 1,5 milhão de pessoas. As províncias que registavam o maior número de novos deslocados internos eram as do Huambo (115.000), Malange (73.000) e Bié (59.000). Ao dirigir-se aos participantes numa Cimeira Especial da União Africana, o Ministro angolano da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, agradeceu ao mundo o apoio brindado aos refugiados angolanos nas várias etapas da história de Angola que levaram à deslocação forçada de cerca de cinco milhões de pessoas, das quais mais de quatro milhões internamente e as restantes como refugiadas em diversas partes do globo. Sendo alarmante a situação que se regista no mundo, considera-se que é chegado o momento dos países ocidentais, nomeadamente a União Europeia devem prestar a necessária ajuda a quem passa por esta situação, acolhê-los, rever a sua política externa e de segurança e a sua relação com os países africanos e asiáticos com conflitos latentes. Os governos desses países devem também oferecer-lhes novas vias para a solicitação de asilo de modo legal, sem riscos da própria vida. A União Europeia pode dar aos refugiados a oportunidade de mudar de vida e reassentá-los nos seus países. Flüchtlinge: Angola hat es erlebt Die Flüchtlingskrise, die zur Zeit alle Aufmerksamkeit der internationalen Gemeinschaft auf den europäischen Kontinent lenkt, wird in eine globale Katastrophe bedeutenden Ausmaßes münden, sollte man nicht die geeigneten Maßnahmen ergreifen, die zu einer Befriedung der Situation in den Herkunftsländern führen. D ie Wanderung dieser Menschen aus ihren Ländern auf der Suche nach einem sicheren Ort zum Leben, den sie vor allem in Europa suchen, hat verschiedene Gründe. Sie fliehen nicht nur vor bewaffneten Konflikten, sondern auch vor politischer, religiöser und ethnischer Verfolgung sowie vor Naturkatastrophen. In manchen Fällen hat der Versuch, andere Wirklichkeiten bzw. Standpunkte auf bestimmte Länder zu übertragen, zur Stärkung radikaler Gruppen geführt, deren einziges Ziel Destabilisierung heißt. Sie bringen Krieg und Elend überall hin, auch in Regionen, die sich zuvor in Frieden und auf einem guten Entwicklungsweg befunden haben. Heute müssen einige EU-Mitgliedsstaaten, allen voran die Bundesrepublik Deutschland, die Konsequenzen des verantwortungslosen Handelns einiger westlicher Länder tragen, die sich in der Bewaffnung bestimmter Gruppen engagierten. Ziel dabei war es, rechtmäßige Regierungen zu stürzen, um jenen zur Macht zu verhelfen, die ihnen genehmer waren. Folglich führte dies zu einer Zunahme der Fluchtursachen und die davon betroffene Bevölkerung versucht nun, ihr Glück im Ausland zu finden. Flüchtlinge und Auswanderer setzen dafür sogar das eigene Leben aufs Spiel. Deshalb starben auf der Flucht bis jetzt etwa zweitausend Flüchtlinge und Migranten. 49 SOCIEDADE | GESELLSCHAFT Bis Ende Juli dieses Jahres hatten bereits über 430.000 Menschen in Westeuropa Asyl beantragt. Damit wurde die Zahl des Jahres 2014, in dem 571.000 Asylsuchende zu registrieren waren, schon Mitte 2015 erreicht. Mit mehr als 188.000 Anträgen bis Ende Juli, also 15.416 mehr als im Vorjahr, ist die Bundesrepublik Spitzenreiter mit der größten Anzahl an Asylanträgen. Momentan befinden sich schätzungsweise 51,2 Millionen Menschen entweder im eigenen Land oder im Ausland auf der Flucht. Das sei die höchste Zahl seit dem Zweiten Weltkrieg, gibt der Hohe Flüchtlingskommissar der Vereinten Nationen (UNHCR) an. Würde die derzeitige Zahl der Flüchtlinge, Staatenlosen und Binnenvertriebenen zu einer Nation zusammengefasst, wäre diese das 26. einwohnerstärkste Land der Welt. Im vergangenen Jahr registrierten die UNHCR 1,1 Mio. Asylanträge, die höchste Zahl innerhalb von 10 Jahren. Weltweit nimmt derweil die Zahl der Vertriebenen weiter zu. Für einige Beobachter ist dieses Weltszenario schlicht „erschreckend“. Für das angolanische Volk, das eine lange Zeit des Krieges (1961/2002) erleben musste, ist die Suche nach Frieden und besseren Lebensbedingungen sehr gut nachvollziehbar. Die Geschichte ist geprägt durch den Kampf für die Befreiung vom portugiesischen Kolonialismus (1961-1974) und, nach der Unabhängigkeit (1975), den verheerenden und zerstörerischen Bürgerkrieg (19762002), der Millionen von Menschen das Leben kostete und viele Angolaner in die Flucht trieb. Die Anzahl der angolanischen Binnenvertriebenen und Flüchtlinge in Nachbarländer war im Jahr 2002, dem Jahr der Erlangung des Friedens, auf rund 1,5 Millionen Menschen gestiegen. Die Provinzen mit der größten Zahl an neuen Binnenvertriebenen waren Huambo (115.000 Menschen), Malange (73.000 50 Menschen) und Bié (59.000 Menschen). In seiner an die Teilnehmer eines Sondergipfels der Afrikanischen Union adressierten Rede dankte der angolanische Minister für Betreuung und soziale Integration, João Baptista Kussumua, der Welt für die Unterstützung der angolanischen Flüchtlinge in den verschiedenen Phasen der Geschichte Angolas. Diese Geschichte hatte zur Vertreibung von etwa fünf Millionen Menschen geführt. Davon waren mehr als vier Millionen Binnenvertriebene und die restlichen Flüchtlinge gingen ins Ausland. Da die aktuelle Weltsituation in der Tat alarmierend ist, sieht man den Moment gekommen, in dem die westlichen Länder, insbesondere die Europäischen Union, die notwendige Hilfe denjenigen zukommen lassen sollte, die sie brauchen. Diese Menschen müssen aufgenommen werden. Gleichwohl müssen die Europäer die Außen- und Sicherheitspolitik ihrer Länder und ihre Beziehungen zu afrikanischen und asiatischen Ländern, die latente Konflikte erleben oder in der Vergangenheit erlebten, überprüfen und überarbeiten. Die Regierungen westlicher Länder sollten den Schutzsuchenden neue Wege für die Beantragung von Asyl ermöglichen, sodass diese Menschen reisen können, ohne ihr Leben zu riskieren. Und man sollte den Flüchtlingen die Möglichkeit bieten, sich in Europa anzusiedeln. Celebrado o aniversário do Presidente da República O 73º aniversário natalício do Engenheiro José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, a 28 de Agosto do ano em curso, foi celebrado em Frankfurt, numa actividade organizada pelo núcleo da JMPLA-Juventude do MPLA na República Federal da Alemanha. O s feitos do Camarada Presidente José Eduardo dos Santos nos 40 Anos de Independência Nacional, na Defesa da Integridade Territorial, na Conquista da Paz e no Desenvolvimento Económico e Social” é o tema abordado pela 1ª Secretária do Comité de Acção do MPLA de Frankfurt am Main, Estefânia da Silva. Na presença duma audiência em que figuravam militantes do MPLA, da Organização da Mulher Angolana (OMA) e da JMPLA-Juventude do Partido, bem como outros membros da comunidade angolana residente, em especial os estudantes, Estefânia Silva realçou a figura do Presidente José Eduardo dos Santos e o seu destacado papel na conquista da paz e na preservação da independência nacional e de todas as conquistas alcançadas nesses 40 anos de liberdade. 52 Estefânia Silva narrou etapas da vida do Presidente José Eduardo dos Santos como destacado estadista respeitado em todo mundo, apontando as suas qualidades políticas e humanistas na arena política internacional. Por seu lado, o Cônsul Geral de Angola em Frankfurt, Manuel Adão Domingos, falou das conquistas alcançadas no decurso dos 40 anos de independência de Angola, em que o Presidente José Eduardo dos Santos desempenhou um papel particular na promoção da paz, do desenvolvimento, da reconciliação e da unidade nacional. Manuel Adão Domingos realçou o valor da paz que abriu caminho para o progresso que cada angolano tem testemunhado ao longo dos últimos 13 anos, em todos os domínios, cujos resultados são evidenciados através da reconst- rução de infra-estruturas económicas e sociais, e a formação de quadros. Por fim, o primeiro secretário do Comité da JMPLA na Alemanha e membro do Comité Nacional, Elisandro Feijó Bento, realçou o valor e as potencialidades da juventude angolana na Alemanha e apelou os jovens a procurarem seguir o exemplo do Presidente José Eduardo dos Santos para que os seus feitos sejam uma marca indelével na sociedade angolana, para o bem do futuro de Angola. Numa moção, o Secretariado da JMPLA na Alemanha congratulou-se pelo facto do Presidente José Eduardo dos Santos constituir um exemplo ímpar para a juventude angolana pela sua história de vida, o patriotismo e determinação como sabiamente tem dirigido os destinos do país. SOCIEDADE | GESELLSCHAFT Feierlichkeiten zum Geburtstag des Präsidenten der Republik Angola Am 28. August dieses Jahres wurde in Frankfurt am Main der 73. Geburtstag des angolanischen Präsidenten José Eduardo dos Santos gefeiert. Die Veranstaltung wurde von der Jugendorganisation der regierenden Partei MPLA (JMPLA) organisiert. D ie Verdienste des Genossen Präsident José Eduardo dos Santos in den 40 Jahren der nationalen Unabhängigkeit in den Bereichen der Verteidigung territorialer Integrität, der wirtschaftlichen und sozialen Entwicklung und des Siegeszugs des Friedens“ waren das zentrale Thema der von Estefânia da Silva, der Generalsekretärin des Ausschusses der MPLA, in Frankfurt gehaltenen Ansprache. In Anwesenheit des Publikums, bestehend aus Aktivisten der MPLA, der JMPLA, der OMA (Verband angolanischer Frauen) und weiterer Mitglieder der ansässigen angolanischen Gemeinschaft, insbesondere Studenten, gab Estefânia da Silva eine allgemeine Einführung zur Person des Präsidenten José Eduardo dos Santos und betonte dessen maßgebende Rolle für die Erlangung des Friedens, die Bewahrung der nationalen Unabhängigkeit und für die in diesen 40 Jahren der Freiheit erzielten Errungenschaften. Estefânia da Silva führte durch die verschiedenen Lebensetappen des Präsidenten José Eduardo dos Santos, der heutzutage als weltweit respektierter Staatsmann gilt, und erläuterte dessen politischen und humanitären Fähigkeiten auf dem Feld der internationalen Politik. Des Weiteren sprach der Generalkonsul der Republik Angola in Frankfurt, Manuel Adão Domingos, über die im Verlauf der 40-jährigen Unabhängigkeit von Angola erzielten Errungenschaften und die tragende Rolle des Präsidenten José Eduardo dos Santos bei der Förderung des Friedens, der Entwicklung des Landes, der Versöhnung und des nationalen Zusammenhalts. Manuel Adão Domingos betonte insbesondere die Bedeutsamkeit des Friedens für den allgegenwärtigen Fortschritt, der in den vergangenen 13 Jahren für jeden Angolaner zu beobachten war, und dessen Ergebnisse durch den Wie- deraufbau der wirtschaftlichen und sozialen Infrastruktur sowie der Ausbildung von Fachleuten deutlich sichtbar werden. Abschließend sprach Elisandro Feijó Bento, Generalsekretär und Mitglied des nationalen Ausschusses der JMPLA-Deutschland. Er hob die Wichtigkeit und das Potential der angolanischen Jugend, insbesondere in Deutschland, hervor und appellierte an diese, dem Bespiel des Präsidenten José Eduardo dos Santos zu folgen und durch die eigenen Taten ein unauslöschliches Zeichen für die positive Zukunft Angolas zu setzen. Als symbolische Geste bedankte sich das Sekretariat der JMPLA in Deutschland beim Präsidenten José Eduardo dos Santos dafür, durch seine Lebensgeschichte, seinen Patriotismus und seine Entschlossenheit, mit denen er fachkundig das Schicksal des Landes steuert, ein unvergleichliches Beispiel für die angolanische Jugend darzustellen. 53 Rosa Cruz e Silva fala dos desafios de África no património mundial A Ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, apelou os países africanos a reflectirem sobre as razões do persistente e crescente desequilíbrio entre as regiões no que diz respeito ao património mundial, chamando a atenção para o facto do continente africano constar na lista do património mundial com apenas 10 por cento de bens inscritos. A o intervir no decurso duma reunião do Fundo do Património Mundial Africano (FPMA), à margem da 39ª Sessão do Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que decorreu de 28 de Junho a 8 de Julho, em Bona, República Federal da Alemanha (RFA), Rosa Cruz e Silva indagou os presentes sobre o que o continente africano não está a fazer quanto baste. “Em que medida o continente pode influenciar os processos decisivos a nível mundial” foi outra questão colocada pela governante angolana para reflexão de todos os participantes na reunião realizada sob o tema “Empreendedorismo 54 sobre os bens do Património Mundial em África”. Rosa Cruz e Silva considerou que um dos efeitos esperados com a inscrição de um bem na lista do património mundial é a geração de recursos adicionais para a melhoria das condições de vida das populações. Notou que “as estratégias existem como o desenvolvimento do empreendedorismo”, objecto da reunião em que se encontravam, considerando ser este um aspecto “extremamente importante para tornar perenes os locais do património”. Na oportunidade, Rosa Cruz e Silva reiterou o apoio do Governo angolano ao programa e mais em geral às actividades do FPMA. Sobre este assunto, referiu-se ao facto de Angola ter assinado com o referido Fundo um acordo de apoio financeiro de cinco anos para reforçar a sua capacidade. A ministra aproveitou a oportunidade para lançar um apelo à solidariedade internacional e ao engajamento dos países africanos no reforço do Fundo e a facilitação do seu trabalho como uma estratégia continental de implementação da Convenção do Património da UNESCO. Angola está a trabalhar na candidatura da cidade de Mbanza Kongo, a antiga capital do Reino do Kongo e actual da província do Zaire, a Património Mundial da Humanidade da UNESCO. A candidatura, sob o lema “Mbanza Congo: cidade CULTURA | KULTUR a desenterrar para preservar”, deve ser apresentada em 2016. Daí a presença em Bona duma delegação chefiada pela titular da pasta da Cultura, integrando o Governador da província do Zaire, José Johanes André, e técnicos do Ministério da Cultura. Antes de deixar a antiga capital federal da Alemanha de regresso a Luanda, a ministra enunciou alguns dos factores culturais e históricos que fazem da antiga capital do Reino do Congo uma boa candidata a Património Mundial da Humanidade. Em entrevista à estatal federal alemã Deutsche Welle, Rosa Cruz e Silva considerou “muito importante que a cidade de Mbanza Congo seja uma capital que produziu alguns elementos na sua história, já depois da presença portuguesa, relacionados com o cristianismo. Por exemplo, temos a primeira catedral, o primeiro bispo e o primeiro embaixador no Vaticano, e temos vestígios dessa presença religiosa, as ruínas da catedral Kulumbimbi (Catedral de São Salvador do Congo), e as ruínas de alguns conventos que também fazem parte do património”. A ministra referiu ainda outras características e práticas da região, que lhe conferem valor histórico e cultural. A propósito, afirmou que “o espaço onde se instalou a antiga capital é um espaço que tem em seu redor 12 fontes de água, e oito dessas fontes continuam a funcionar, dando água à sua população. Têm uma existência muito antiga, muito anterior ao século XV, e cumprem uma função actual, quer do ponto de vista simbólico, quer do ponto de vista prático”. Na cidade de Mbanza Congo, notou Rosa Cruz e Silva, “ocorrem ainda algumas práticas políticas de tempos antigos. Há um tribunal costumeiro onde, ainda hoje, todas as quintas-feiras se faz o julgamento de casos da vida quotidiana da população, nomeadamente os adultérios, roubos, entre outros. É uma actividade simbólica mas com um significado muito grande para a população, e é uma forma de preservação do legado histórico” daquela região. Outro elemento importante, refere a ministra, é a existência de uma árvore sagrada, que faz parte “do património natural, mas ao mesmo tempo religio- Cultura, que se mostra confiante quanto à aprovação da candidatura, que está a ser preparada com base num amplo trabalho arqueológico e de investigação. “Para termos uma candidatura de acordo com os critérios que a UNESCO nos propõe, foi preciso fazer uma longa caminhada. Foi feito trabalho do ponto de vista arqueológico para comprovar a existência de ruínas de infra-estruturas do século XV e XVI. Desde 2009 as equipas o Ministério da Cultura começaram a trabalhar com os consultores da UNESCO, com algumas universidades nacionais e internacionais, com professores de renome, e com estudiosos do Reino do Congo. Também trabalhámos com especialistas da Universidade Agostinho Neto e do próprio Ministério da Cultura. Houve pesquisa material que se foi buscar ao Vaticano e vieram arqueólogos da Universidade de Coimbra (Portugal)”, refere. A Ministra da Cultura acredita que quando Mbanza Kongo for declarado Património Mundial o impacto será bastante positivo para o país, particularmente para a área do turismo e da preservação da cultura angolana. so da região”, e “o museu dos reis do Congo, onde se encontram alguns objectos dos reis do Congo”, notando que a diáspora também é importante, pois “reproduz pelo mundo elementos culturais do antigo Reino do Congo”. “Estes elementos são os nossos grandes argumentos, tendo em conta a excepcionalidade que se exige numa candidatura de uma cidade histórica como Mbanza Congo”, diz a ministra da “Terá seguramente um impacto no turismo religioso que se pratica em Angola, e no turismo cultural”, refere. “A classificação como Património Mundial e todas as acções que estamos a desenvolver para a preservação da cidade irão, do nosso ponto de vista, trazer mais visitantes e mais turistas, e acreditamos que vamos contribuir para aumentar a renda do nosso país e da província do Zaire”. 55 CULTURA | KULTUR Rosa Cruz e Silva über Herausforderungen im Bereich des afrikanischen Welterbes Die Kultusministerin Rosa Cruz e Silva forderte die afrikanischen Länder dazu auf, über die Gründe für das anhaltende und wachsende Ungleichgewicht nachzudenken, das global in Sachen Welterbe herrsche. Sie machte auf die Tatsache aufmerksam, dass der afrikanische Kontinent auf der Liste des Welterbes mit lediglich 10 Prozent aller dort aufgeführten Eintragungen vertreten ist. B ei einer Sitzung des Afrikanischen Fonds für das Welterbe, die am Rande der 39. Sitzung des Welterbekomitees der Organisation der Vereinten Nationen für Bildung, Wissenschaft und Kultur (UNESCO) vom 28. Juni bis 8. Juli dieses Jahres in Bonn stattfand, wollte Ministerin Rosa Cruz e Silva von den Anwesenden erfahren, welche Versäumnisse in diesem Kontext dem afrikanischen Kontinent selbst zuzuschreiben sind. „In welchem Maß können afrikanische Länder die Entscheidungsprozesse in dieser Angelegenheit global beeinflussen?“, war eine weitere Frage der Ministerin, die auch die Tagungsteilnehmer zum Nachdenken anregen sollte. Die Veranstaltung fand unter dem Leitthema „Unternehmungen in Angelegenheiten des afrikanischen Welterbes“ statt. Rosa Cruz e Silva gab zu bedenken, dass eine Aufnahme in die Welterbe-Liste Ressourcen generiert, die zu einer Verbesserung der Lebensbedingungen der davon betroffenen Bevölkerung beitragen können. Sie wies darauf hin, dass „bereits Strategien existieren und eine Entwicklung der Unternehmungen in diesem Bereich festzustellen ist“. Dieser Aspekt wurde auf der Tagung in- 56 tensiv diskutiert, denn er sei äußerst „wichtig, um die in Frage kommenden Ortschaften des jeweiligen Erbes nachhaltig und dauerhaft zu unterstützen.“ Bei dieser Gelegenheit bekräftigte Rosa Cruz e Silva die grundsätzliche Unterstützung des Programms und der Aktivitäten des Afrikanischen Fonds für das Welterbe durch die angolanische Regierung. Sie verwies auf die Tatsache, dass Angola mit dem genannten Fonds eine Vereinbarung über finanzielle Hilfen zur Stärkung desselben über einen Zeitraum von 5 Jahren unterzeichnet hat. Die Ministerin nutzte auch die Gelegenheit, um an die internationale Solidarität und an das Engagement der afrikanischen Länder bei der Stärkung des Fonds zu erinnern. Dies sei als kontinentale Strategie für die Umsetzung der Konvention über das UNESCO-Welterbe zu werten. Angola arbeitet an der Kandidatur der Stadt Mbanza Kongo, der ehemaligen Hauptstadt des Königreichs Kongo in der jetzigen Provinz Zaire, als UNESCO-Weltkulturerbe anerkannt zu werden. Die Kandidatur läuft unter dem Motto „Mbanza Kongo: Eine auszugrabende und zu bewahrende Stadt“ und soll im Jahr 2016 eingereicht werden. Auch deshalb reiste eine von der Kultusministerin geleitete Delegation zur Bonner Konferenz an, der der Gouverneur der Provinz Zaire, José Johanes André, und Experten ihres Ministeriums angehörten. Die Ministerin nannte eine Reihe kultureller und historischer Faktoren, die die alte Hauptstadt des Königreichs Kongo für die Aufnahme in die Liste des Weltkulturerbes prädestinieren. Vor ihrer Abreise aus der ehemaligen Bundeshauptstadt nach Luanda betonte Ministerin Rosa Cruz e Silva in einem Interview mit der Deutschen Welle die Wichtigkeit des Anliegens und sagte: „Dies ist eine sehr bedeutende Angelegenheit, denn Mbanza Kongo ist eine Hauptstadt, die für einige geschichtlichen, mit dem Christentum verbundenen Schwerpunkte gesorgt hat, und zwar in einer Zeit, in der die Portugiesen bereits ins Land gekommen waren. In Mbanza Kongo hatten wir beispielsweise eine erste Kathedrale, den ersten Bischof und den ersten Vatikan-Botschafter. Wir haben Spuren dieser religiösen Präsenz in der Stadt gefunden, die Ruinen der Kathedrale Kulumbimbi (die Kathedrale St. Salvador von Kongo), und die Ruinen einiger Klöster, die auch Teil des Erbes sind“. CULTURA | KULTUR Die hohe angolanische Regierungsvertreterin erwähnte zudem weitere regionale Sitten und Gebräuche, die dem Ort historischen und kulturellen Wert verleihen. Bei dieser Gelegenheit sagte sie, dass „der Bereich, in dem sich die alte Hauptstadt befand, von 12 Wasserquellen umgeben ist, die bis heute die dort lebende Bevölkerung mit Wasser versorgen. Diese Quellen sind sehr alt. Sie sind aus der Zeit vor dem fünfzehnten Jahrhundert und haben immer noch eine sehr aktuelle Funktion, sowohl von einer symbolischen Perspektive als auch von einem praktischen Standpunkt aus gesehen.“ In der Stadt Mbanza Kongo „werden immer noch einige aus der antiken Periode stammenden politischen Handlungsweisen in der Praxis angewendet. So gibt es heute noch, beispielsweise, ein nach altem Brauch und alten Gewohnheiten funktionierendes Gericht. Jeden Donnerstag werden dort Fälle des alltäglichen Lebens wie Diebstähle, Ehebruch und Ähnliches verhandelt. Für die dortige Bevölkerung stellt dies eine Aktivität von symbolischer, aber sehr tiefer Bedeutung dar und es ist darüber hinaus eine Form der Erhaltung des historischen Erbes der Region“, merkte Rosa Cruz e Silva an. Ein weiteres wichtiges Element, so die Ministerin, sei die Existenz eines heiligen Baumes in Stadtnähe, der Teil „des Naturerbes und gleichzeitig des religiösen Erbes der Region ist“. Auch befinde sich dort „das Museum der Könige von Kongo, wo sich einige Objekte dieser alten Herrscher befinden“, und sie betonte, dass in diesem Kontext der Diaspora eine wichtige Rolle zukomme, denn „sie macht die Kulturmerkmale des ehemaligen Königreichs Kongo auf der ganzen Welt bekannt.“ „Diese Merkmale sind unsere stärksten Argumente, wenn man die große Besonderheit und den Ausnahmecharakter bedenkt, die von der Bewerbung einer historischen Stadt wie Mbanza Kongo für die Aufnahme in die Liste des Welterbes erwartet werden“, sagte die angolanische Ministerin. Bezüglich der zu erwartenden Reaktionen auf den Antrag sei sie zuversichtlich. Die Bewerbung wird von umfangreichen archäologischen Arbeiten und fundierter Forschung untermauert. „Um eine Bewerbung in Übereinstimmung mit den Kriterien der UNESCO zu erarbeiten, mussten wir einen langen Weg durchlaufen. Wir haben archäologische Ausgrabungen unternehmen müssen, um die Existenz von Ruinen aus dem 15. und 16. Jahrhundert nach- zuweisen. 2009 haben Teams des Kulturministeriums eine Zusammenarbeit mit UNESCO-Beratern sowie mit einigen nationalen und internationalen Universitäten, mit renommierten Professoren und mit Experten für das alte Königreich Kongo begonnen. Wir haben auch selbst mit Experten der Universität Agostinho Neto und des Ministeriums für Kultur gearbeitet. Man hat Material- und Unterlagenrecherchen im Vatikan angestellt und von der Universität von Coimbra (Portugal) kamen Archäologen nach Angola“, präzisierte die Ministerin. Sie ist der Auffassung, wenn Mbanza Kongo zum Weltkulturerbe erklärt werde, werden die Auswirkungen sehr positiv für das Land sein, vor allem im Bereich des Tourismus und der Erhaltung der angolanischen Kultur. „Dies wird sich sicherlich auch auf den religiösen Tourismus, der in Angola üblich ist, und den Kulturtourismus positiv auswirken“, sagte sie. „Die Einstufung als Weltkulturerbe und alle Maßnahmen, die wir für die Erhaltung dieser Stadt entwickeln, werden aus unserer Sicht die Zahl der Besucher und Touristen ansteigen lassen. Wir glauben, dass wir damit dazu beitragen können, die Einnahmen unseres Staates und auch der Provinz Zaire zu erhöhen“. 57 CULTURA | KULTUR XV EDIÇÃO DO FESTIVAL DE LITERATURA DE BERLIM Pensar o futuro do Mundo e a cultura dos povos José Luís Mendonça José Mendonça e Sónia Gomes 58 CULTURA | KULTUR P ara além de significar celebração, um festival também é ocasião para “entrelaçar famílias e pessoas a fim de se conhecerem, e até mesmo para encontrar um companheiro”. De 9 a 19 de Setembro deste ano, cerca de 200 mulheres e homens de Letras de todo o planeta se encontraram em Berlim, a cidade que já foi o símbolo da divisão do Mundo em blocos de influência, para se conhecerem mutuamente e às respectivas produções escritas. Nesta décima quinta edição, o festival incluiu temas como „Literaturas Mundo“, „Reflexões“, „Literatura para crianças e jovens“ e mais de trinta actividades de carácter especial sobre o futuro do mundo, envolvendo num mesmo espaço escritores, críticos literários, intelectuais, jornalistas e cientistas sociais que pensaram o desenvolvimento das nações e culturas neste turbulento e complexo século XXI. Neste Festival Internacional de Literatura de Berlim, que já leva 15 anos de existência, e onde a precisão, a pontualidade e eficiência germânicas fazem mover toda uma série de eventos em simultâneo, Angola também marcou presença, sob a égide da União dos Escritores Angolanos. Foi a primeira vez na história do certame que participaram escritores angolanos oriundos da terra natal e, por isso, ainda não traduzidos: Sónia Gomes e José Luís Mendonça. Pela Universidade Agostinho Neto, viajou a professora Amélia Mingas. Ineke Phaf- Rheimberger e Jan Upleger introduziram José Luís Mendonça a um público curioso que, no dia 12 de Setembro foi à House of the Berliner Festspiele ouvir o escritor falar da sua obra O Reino das Casuarinas. Ainda no mesmo painel “Literaturas do Mundo”, coube a vez, no dia 16, à escritora do Leste de Angola, Sónia Gomes, de apresentar-se ao público alemão, com moderação de Manuela Sambo e Tatiana Nekrasov. A autora falou do seu romance A Filha do General. Estas apresentações das obras tiveram como principal objectivo levantar a curiosidade e o interesse dos editores alemães, para uma possível tradução. Na estreia do festival, a 2 de Setembro, esteve o escritor chinês, Liao Yiwu, autor de „Para uma canção, uma centena de canções“ que falou sobre a arte moderna ao lado de seu compatriota Ai Weiwei. A conferência de Liao Yiwu foi um dos vinte eventos que abordaram o futuro da cidade em 2030, questão que „desempenha um papel importante“ na Literatura Festival de Berlim este ano de 2015, de acordo com Ulrich Schreiber, director do evento. A edição deste ano conta ainda com autores de renome como o artista indiano Sunandini Banerjee, o Nobel africano da Literatura, Wole Soyinka, e a artista e escritora bielorrussa Marina Naprushkina. Congresso de Lusitanistas Enquanto Sónia Gomes falava naquele mesmo espaço, já José Mendonça e a professora Amélia Mingas iam, pela mão da professora Ineke Phaf-Rheinberger, que tem dedicado uma especial atenção à participação de Angola neste certame, a caminho de Aachen, na zona ocidental da Alemanha, onde decorreu, de 16 e 19 de Setembro, o 11.° Congresso Alemão de Lusitanistas, na Universidade Técnica daquela urbe, que foi a praça-forte do imperador Carlos Magno. Sob o tema “(R)evoluções e transformações - O mundo lusófono em movimento”, o XI Congresso dos Lusitanistas da Alemanha, uma grande conferência dedicada à língua portuguesa e à cultura lusófona fora do seu espaço geográfico, abordou “as grandes mudanças políticas que marcaram Portugal, Brasil e África e os aspectos sociais, culturais e linguísticos que essas mudanças trouxeram: os mais de quarenta anos da Revolução dos Cravos (1974), os quarenta anos da independência de Angola (1975), os trinta anos do fim do regime militar no Brasil (1985) e a nova posição do país como líder mundial latino-americano. Isso implica também novas relações entre as nações de língua portuguesa e têm por consequência novas perspectivas e tarefas no que diz respeito ao ensino e à pesquisa nas nossas áreas de actuação.” No dia 17, Amélia Mingas falou na Universidade Técnica de Aachen sobre “Língua Portuguesa em Angola – Um Fantasma que se Humanizou”. Na sua dissertação, a especialista em linguí- stica teceu o fio dos entrelaçamentos que se produziram, ao longo dos séculos entre a língua portuguesa – na sua acção glotofágica de ocultar todas as outras línguas de raiz bantu de Angola – e as reacções naturais produzidas dentro da língua europeia, pelos falantes das línguas africanas, cuja entoação é influenciada pela fonética das línguas bantu. José Mendonça apresentou um ensaio sobre as relações que se estabelecem entre língua, actividade e pensamento económico e cultura, no território angolano. No dia 19, coube outra vez a palavra ao escritor para dissertar sobre o seu romance O Reino das Casuarinas. O romance trata da contradição crucial entre o livre-arbítrio e o determinismo social que desemboca na questão do direito de viver ou da segurança do indivíduo. e é um apelo à preservação da Floresta da Ilha de Luanda que se degradou, pois foi sendo delapidada no seu recurso mais caro, as casuarinas. “É uma homenagem às belas árvores coníferas da nossa terra”, disse o escritor. Neste contexto, foi apresentado um ensaio da tradução da obra feito por Manuela Sambo e Doris e Claus Mischon. Na sessão esteve também presente o tradutor dos angolanos, Michael Kegler, que já verteu para o alemão as obras de Pepetela, Ondjaki e outros escritores. Com este especialista alemão, a professora Ineke vai estudar a possibilidade da tradução de outras obras da praça literária angolana. 59 CULTURA | KULTUR Das 15. Internationale Literaturfestival Berlin Die Zukunft der Welt und die Kulturen der Völker neu denken José Luís Mendonça E in Festival ist mehr als ein Fest. Es stellt eine Gelegenheit dar, „unterschiedliche Menschen zusammenzubringen und sogar einen Partner zu finden“. Vom 9. bis zum 19. September dieses Jahres kamen circa 200 Frauen und Männer aus der internationalen Literaturwelt in Berlin zusammen. Sie trafen sich in der Stadt, die einst das Symbol für die Welteinteilung in Einflussblöcken war, um sich und ihre literarische Arbeit gegenseitig vorzustellen und kennenzulernen. In seiner jetzigen, der fünfzehnten Ausgabe behandelte das Berliner Festival Themen wie „Literaturen der Welt“, „Reflexionen“ oder „Kinder- und Jugendliteratur“. Parallel dazu fanden mehr als dreißig spezielle Veranstaltungen zur Zukunft der Welt statt. Innerhalb des Events wurde ein geistiger Raum geschaffen, in dem sich Autoren, Literaturkritiker, Intellektuelle, Journalisten und Sozialwissenschaftler begegneten und ihre Überlegungen zu den Entwicklungen von Ländern und Kulturen in diesem turbulenten und komplexen einundzwanzigsten Jahrhundert anstellten. Das seit 15 Jahren regelmäßig in Berlin organisierte Internationale Literaturfestival glänzte durch deutsche Pünktlichkeit und Effizienz und durch seine genaue Planung, die eine ganze Reihe von parallel stattfindenden Veranstaltungen vorsah. Auch Angola wurde eingeladen und konnte durch die Unterstützung des angolanischen Schriftstellerverbandes teilnehmen. Zum ersten Mal in der Geschichte dieser renommierten Veranstaltung waren angolanische Schriftsteller dabei, die in ihrer Heimat leben 60 Moderatorin der Veranstaltung, Manuela Sambo, sprach mit ihr über ihren Roman „Die Tochter des Generals“. Die Schauspielerin Tatiana Nekrasov las Textauszüge auf Deutsch vor. Die Autorin trat ebenfalls im Rahmen der Specials „Zukunftsstadt“ und „Visions 2030“ bei diesem Festival auf. Beide Romanpräsentationen hatten das Ziel, die Neugier und das Interesse deutscher Verlage für eine Übersetzung und Veröffentlichung dieser Werke zu erwecken. und noch nicht ins Deutsche übersetzt worden sind: Sónia Gomes und José Luís Mendonça. Von der Universität Agostinho Neto reiste Professorin Amélia Mingas zu einer parallel stattfindenden Veranstaltung, dem Lusitanistentag, nach Aachen. Bei einer Veranstaltung des Berliner Festivals stellten Dr. Ineke Phaf-Rheinberger und Jan Upleger José Luís Mendonça einer neugierigen Öffentlichkeit vor, die am 12. September ins Haus der Berliner Festspiele kam, um den Ausführungen des Autors zu seinem Werk „Das Reich der Kasuarinen“ zuzuhören. Diese Veranstaltung fand innerhalb des Panels „Literaturen der Welt“ statt. Sónia Gomes, eine Autorin aus dem Osten Angolas, wurde am 16.09. ebenfalls bei diesem Panel der deutschen Öffentlichkeit vorgestellt. Die Übersetzerin und Zu der Festivaleröffnung am 2. September war auch der chinesische Schriftsteller Liao Yiwu, Autor von „Für ein Lied und hundert Lieder“, gekommen, der mit seinem Landsmann Ai Weiwei über moderne Kunst und individuelle Existenz in China sprach. Dabei wurden literarische Prognosen für das Jahr 2030 angestellt. Diese Frage spiele beim Berliner Literaturfestival 2015 „eine wichtige Rolle“, sagte Ulrich Schreiber, der Leiter der Veranstaltung. Weitere renommierte Autoren wie der indische Schriftsteller Sunandini Banerjee, der afrikanischen Nobelpreisträger Wole Soyinka und die belarussische Künstlerin und Schriftstellerin Marina Naprushkina haben ebenfalls am Berliner Literaturfestival teilgenommen. Der Lusitanistenkongress Während Sónia Gomes in Berlin noch ihre Auftritte absolvierte, befanden sich José Mendonça und Professorin Amélia Mingas bereits auf dem Weg nach Aachen, einer Stadt im Westen Deutschlands. Sie wurden von Prof. Dr. Ineke Phaf-Rheinberger begleitet, die die an- CULTURA | KULTUR golanische Beteiligung an diesem Kongress initiiert hat. An der Technischen Universität Aachen fand vom 16. bis zum 19. September der 11. Deutsche Lusitanistenkongress statt, in der Stadt also, die einst die Hochburg Kaiser Karls des Großen war. Unter dem Motto „(R) Evolutionen und Transformationen - Die portugiesischsprachige Welt in Bewegung“ behandelte diese große, der portugiesischen Sprache und der portugiesischsprachigen Kultur außerhalb ihres geografischen Gebietes gewidmete Konferenz „die wichtigen politischen Veränderungen, die Portugal, Brasilien und Afrika erlebten. Auch daraus resultierende soziale, kulturelle und sprachliche Aspekte wurden eingehend beleuchtet: die mittlerweile vierzig Jahre zurückliegende Nelkenrevolution (1974), vierzig Jahre Unabhängigkeit Angolas (1975), 30 Jahre Beendigung des Militärregimes in Brasilien (1985) und die neue wichtige Position dieses lateinamerikanischen Landes im weltweiten Vergleich. Daraus ergeben sich auch neue Beziehungsmuster zwischen den portugiesischsprachigen Ländern und neue Perspektiven und Aufgaben im Hinblick auf Lehre und Forschung in unseren Tätigkeitsbereichen“. Am 17. September sprach Prof. Amélia Mingas bei der Aachener Veranstaltung zum Thema „Portugiesische Sprache in Angola - Ein Phantom ist Wirklichkeit geworden“. In ihren Ausführungen vollzog die Sprachwissenschaftlerin das Netz nach, das sich im Laufe der Jahrhunderte entwickelte, nämlich zwischen der portugiesischen Sprache, die in einer sprachmörderischen Intention alle anderen Bantu-Sprachen Angolas ausblenden wollte, und der natürlichen darauffolgenden Reaktionen durch die Sprechenden afrikanischer Sprachen selbst. Sie haben durch die Phonetik der Bantu-Sprachen die Intonation des Portugiesischen beeinflusst. José Luís Mendonça hielt einen Vortrag über das in Angola entstandene Verhältnis von Sprache, Handlung und ökonomischem Denken auf der einen Seite und Kultur auf der anderen. Am 19.09. sprach der Autor erneut über seinen Roman „Das Reich der Kasuarinen“. Dieses Werk handelt vom fundamentalen Widerspruch zwischen freiem Willen und sozialem Determinismus. Daraus erwächst die Frage nach dem Recht auf Leben oder der Sicherheit des Individuums. Das Werk ist ein Appell zur Erhaltung des Waldes auf der Luanda vorgelagerten Insel, die ihres Wertvollsten, nämlich der Kasuarinen, beraubt, sich aktuell in einem desolaten Zustand befindet. Der Roman „ist eine Hommage an die schönen Kasuarinenbäume unse- res Landes“, sagte der Schriftsteller. Eine von Manuela Sambo, Doris und Claus Mischon gefertigte Probeübersetzung dieses Romans wurde bei diesem Kongress vorgestellt. Michael Kegler, der bereits Werke von Pepetela, Ondjaki und anderen Schriftstellern ins Deutsche übersetzt hat, war ebenfalls anwesend. Mit diesem deutschen Experten wird Prof. Dr. Ineke Phaf-Rheinberger Möglichkeiten für die Übersetzung anderer Werke der angolanischen Literatur ins Deutsche ausloten. 61 CULTURA | KULTUR Herói Nacional: Agostinho Neto presente! Este ano, assinalou-se o 36º aniversário do falecimento e o 93º aniversário do nascimento do Fundador da Nação Angolana e primeiro Presidente da República Popular de Angola, o saudoso Presidente Agostinho Neto. A ntónio Agostinho Neto nasceu a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Caxicane, município de Icolo e Bengo, província de Luanda. O dia 17 de Setembro foi instituído Dia do Herói Nacional pela então Assembleia do Povo, devido ao contributo dado por Agostinho Neto na luta armada contra o colonialismo português e pela conquista da independência nacional. Essa decisão deve-se, também, ao re- 62 conhecimento do seu empenho na libertação de Angola, em particular, e do continente africano. Agostinho Neto, formado em Medicina após estudos feitos nas universidades de Coimbra e de Lisboa, fez parte da geração de estudantes africanos, em Portugal, que viria a desempenhar um papel decisivo na luta pela independência dos respectivos países. Foi preso pela PIDE, a então polícia política portuguesa e deportado para o Tarrafal, uma prisão tenebrosa em Cabo-Verde, sendo-lhe, depois, fixada residência em Portugal, de onde fugiu para liderar o movimento libertador angolano. No exterior de Angola, já no Congo-Kinshasa, assumiu, em 1962, a Direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era Presidente Honorário, desde 1961. Em paralelo, desenvolveu uma actividade literária, escrevendo, nomeada- CULTURA | KULTUR mente, poemas, que são uma verdadeira relíquia para a história da luta do povo angolano, pela sua emancipação e autodeterminação. Após conduzir uma longa Luta de Libertação Nacional, à frente do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), que durou 14 anos, contra o colonialismo português, proclamou a Independência Nacional de Angola. A proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, em Luanda, a capital, foi feita pelo Dr. Agostinho Neto, perante a África e o Mundo, constituindo o país em República Popular de Angola. Num sistema de partido único, então em voga em grande parte do Mundo, Agostinho Neto assumiu os cargos de Presidente do MPLA e da República Popular de Angola e o de Comandante-em-Chefe das FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola – o então exército nacional único). Fruto da sua entrega à causa da libertação dos povos, o Zimbabwe e a Namíbia ascenderam igualmente à independência, assim como a África do Sul viu-se liberta do regime retrógrado de segregação racial, ou seja do apartheid. O Presidente Neto dizia que “Na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul está a continuação da nossa luta”. Angola, sob liderança do Presidente José Eduardo dos Santos, seguiu em frente e contribuiu de forma preponderante para que este sonho de Agostinho Neto se concretizasse. Agostinho Neto foi também um esclarecido homem de cultura para quem as manifestações culturais tinham de ser antes de mais a expressão viva das aspirações dos oprimidos, arma para a denúncia dos opressores, instrumentos para a reconstrução da nova vida. A atribuição do Prémio Lótus, em 1970, pela Conferência dos Escritores afro-asiáticos, Prémio Nacional de Cultura em 1975 e outras distinções são mais um reconhecimento internacional dos seus méritos neste domínio, com trabalhos como Náusea (1952), Quatro Poemas de Agostinho Neto (1957), Com os olhos Secos, edição bilingue português-italiano (1963), Sagrada Esperança (1974), Renúncia Impossível (edição póstuma 1982) e Poesia (edição Póstuma 1998). Dotado de um invulgar dinamismo e capacidade de trabalho, Agostinho Neto foi incansável na sua participação direc- ta na resolução de todos os problemas relacionados com a vida do seu partido, do povo e do Estado angolanos. Como um marxista-leninista convicto, Agostinho Neto reafirmou constantemente o papel dirigente do partido, a necessidade da sua estrutura orgânica e o fortalecimento ideológico, garantia segura para a criação e consolidação dos órgãos do poder popular, forma institucional da gestão dos destinos da Nação pelos operários e camponeses. A Agostinho Neto também se lhe reconhece o grande empenho na luta para a erradicação do analfabetismo, Três anos e nove meses depois da proclamação da Independência Nacional de Angola, o Camarada Presidente António Agostinho Neto faleceu, aos 56 anos de idade, no decorrer de uma intervenção cirúrgica, numa malograda tentativa de salvá-lo, num hospital de Moscovo, então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), de onde derivou a Federação Russa. Assim, numa altura em que o país aprestava-se para dar corpo a uma das mais significativas promessas do Programa Maior do MPLA, a instituição da Assembleia do Povo, como órgão supremo ao lançar a Campanha Nacional de Alfabetização, cujo lançamento oficial teve lugar a 22 de Novembro de 1976. Nesse dia, o Presidente Neto declarou aberta a campanha de alfabetização, nas instalações da antiga fábrica da Textant II, em Luanda, ficou marcada na história de Angola como a data consagrada aos mestre do ensino, e a partir de 1978 foi institucionalizado como o Dia Nacional do Educador. Em reconhecimento à figura do Fundador da Nação angolana, estão erguidas em vários pontos do país estátuas que simbolizam os seus feitos e legado, marcado pelas suas máximas “De Cabinda ao Cunene, um só povo e uma só nação” e “O mais importante é resolver os problemas do povo”. do Poder de Estado em Angola, o povo angolano sofria um dos maiores reveses da sua longa e gloriosa trajectória, com o desaparecimento prematuro do seu Líder e Fundador da Nação. Mas, o MPLA-Partido do Trabalho soube honrar o legado do saudoso Presidente Agostinho Neto, Herói Nacional, seguindo o seu exemplo de líder incontestável do povo angolano. A 20 de Setembro de 1979, o Comité Central do MPLA encontrou as forças necessárias para continuar a Revolução Angolana, elegendo, para Presidente do MPLA, o Engenheiro José Eduardo dos Santos, que, no dia seguinte, assumiu os cargos de Presidente da República e de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas. 63 CULTURA | KULTUR Agostinho Neto, ein unsterblicher Nationalheld In diesem Jahr jährt sich zum 36. Mal der Todestag und zum 93. Mal der Geburtstag des Gründers der angolanischen Nation und ersten Präsidenten der Republik Angola, Dr. Agostinho Neto. A ntónio Agostinho Neto wurde am 17. September 1922 im Dorf Caxicane, Gemeinde Ícolo e Bengo, in der Provinz Luanda geboren. Durch seinen Beitrag im bewaffneten Kampf gegen die portugiesische Kolonialherrschaft und für die Eroberung der nationalen Unabhängigkeit wurde zu seinen Ehren der 17. September als der angolanische Tag des Nationalhelden ausgerufen. Dieser Beschluss bedeutet nicht nur eine Anerkennung seines Engagements für die Befreiung Angolas, sondern auch für die Befreiung vieler afrikanischer Länder. Neto absolvierte ein Medizinstudium an den Universitäten von Coimbra und Lissabon. Er war Teil der Generation 64 afrikanischer Studenten in Portugal, die später eine entscheidende Rolle im Kampf um die Unabhängigkeit ihres Landes spielen sollte. Während seines Kampfes für die Eigenständigkeit Angolas wurde Agostinho Neto von der PIDE, dem portugiesischen Staatsicherheitsdienst, festgenommen und anschließend nach Tarrafal deportiert, in das berühmt-berüchtigte Gefängnis für politische Gefangene auf den Kap Verden. Später sollte er seinen Wohnsitz in Portugal nehmen, floh aber von dort, um die angolanische Befreiungsbewegung führen und gestalten zu können. Obwohl er seit 1961 Ehrenvorsitzender der MPLA war, übernahm Neto 1962 im Exil in Kongo-Kinshasa die Leitung der Bewe- gung zur Befreiung Angolas (MPLA). Zur gleichen Zeit entwickelte und arbeitete er an seinem literarischen Werk. Er schrieb insbesondere Gedichte, die ein wunderbares künstlerisches Zeugnis der Geschichte des Kampfes des angolanischen Volkes für seine Emanzipation und Selbstbestimmung darstellen. Nach 14 langen Jahren des Kampfes als Anführer der MPLA und für die Befreiung des Landes gegen die portugiesische Kolonialherrschaft war es so weit und Agostinho Neto konnte die nationale Unabhängigkeit Angolas verkünden. Es war der 11. November 1975, als Dr. Agostinho Neto in Luanda, der Hauptstadt Angolas, vor Afrika und der Welt die Republik Angola ausrief. In einem Ein-Parteien-System, was CULTURA | KULTUR zu der Zeit in großen Teilen der Welt üblich war, wurde er Vorsitzender der MPLA und der Volksrepublik Angola und oberster Befehlshaber der angolanischen Streitkräfte, der FAPLA. Nicht zuletzt auch durch seinen Einsatz für die Sache des Befreiungskampfes aller Völker dieser Erde erlangten Simbabwe und Namibia ebenfalls ihre Unabhängigkeit und Südafrika fand den Weg, sich aus dem rückständigen Regime der Rassentrennung, der Apartheid, zu befreien. Präsident Neto sagte stets: „In Namibia, Simbabwe und Südafrika findet die Fortsetzung unseres Kampfes statt.“ Später, unter der Führung des Präsidenten José Eduardo dos Santos, schritt das angolanische Volk weiter voran auf diesem bereits gelegten Pfad und verwirklichte in beeindruckender Weise den Traum Agostinho Netos. Agostinho Neto war ein aufgeklärter, kulturvoller Mann von hoher Bildung. Kultur sollte für ihn vor allem lebendiger Ausdruck des Kampfes der Unterdrückten und Waffe zur Entlarvung der Unterdrücker sein. In seinen Augen war sie auch ein Instrument für den Aufbau eines neuen Landes. Die Verleihung des Lotus-Preises durch die Konferenz der Afrikanisch-Asiatischen Schriftsteller im Jahr 1970, der Staatspreis für Kultur im Jahr 1975 und andere Auszeichnungen mehr verdeutlichen die internationale Anerkennung seiner literarischen Kraft. Hervorragende Beispiele dafür sind seine Werke „Náusea“ (Übelkeit) (1952), „Quatro Poemas de Agostinho Neto“ (Vier Gedichte von Agostinho Neto) (1957), „Com os olhos secos“ (Ohne Tränen), (zweisprachi- ge portugiesisch-italienische Ausgabe, 1963), „Sagrada Esperança“ (Die heilige Hoffnung) (1974), „Renúncia impossível“ (Aufgeben unmöglich) (postume Ausgabe von 1982) und „Poesia“ (Dichtung) (posthume Ausgabe 1998). Neto, ein Mann von ungewöhnlicher Dynamik und Arbeitsfähigkeit, war unermüdlich in seinem unmittelbaren und engagierten Einsatz bei der Lösung von Problemen, die seine Partei, die angolanischen Menschen und den Staat angingen. Als überzeugter Marxist-Leninist bekräftigte Agostinho Neto stets die führende Rolle der Partei, die Notwendigkeit ihrer Struktur als Organ und die ideologische Stärkung der Bevölkerung. Diese Aspekte stellten in seinen Augen Garantien für die Gründung und Konsolidierung der Organe der Volksmacht dar, welche eine institutionalisierte Form für die Lenkung der Geschicke des Landes durch die Arbeiter und Bauern selbst seien. Agostinho Neto hat mit großem Engagement den Kampf gegen den Analphabetismus aufgenommen und so wurde auf sein Geheiß am 22. November 1976 die nationale Alphabetisierungskampagne begonnen. An diesem Tag erklärte Präsident Neto in den Räumlichkeiten einer ehemaligen Fabrik die Alphabetisierungskampagne für eröffnet. Das Datum gilt in Angola als historisch und ist den Lehrkräften des Landes gewidmet. Seit 1978 feiert man diesen Tag als den Nationalen Tag der Lehrer. Als Anerkennung für den angolanischen Staatsgründer sind an verschiedenen Standorten im Land Statuen auf- gestellt worden, die seine Leistungen und sein Vermächtnis symbolisieren und die Erinnerung daran bewahren sollen. Sie geben seinen im Land berühmten Maximen Gestalt: „Von Cabinda bis Cunene, ein Volk, eine Nation“ und „Das Wichtigste ist, Lösungen für die Probleme der Menschen zu finden.“ Vier Jahre nach Ausrufung der nationalen Unabhängigkeit starb der erste Präsident Angolas, Dr. António Agostinho Neto, mit nur 56 Jahren infolge einer misslungenen Notoperation in einem Moskauer Krankenhaus in der damaligen Union der Sozialistischen Sowjetrepubliken (UdSSR), heute Russische Föderation. In einer Zeit, in der das Land einen der wichtigsten Programmpunkte der MPLA umsetzte, nämlich die Gründung der Volksversammlung als höchstes Organ der Staatsgewalt in Angola, verlor das angolanische Volk auf diese tragische Weise seine Leitfigur und den Gründer der Nation und erlebte so einen spürbaren Rückschlag auf seinem harten und ruhmreichen Weg des Kampfes und der Errichtung des Staates. Seinem Beispiel als unangefochtener Anführer des angolanischen Volkes folgend, fand die MPLA, die Partei der Arbeit, jedoch den richtigen Weg, um das Erbe des verstorbenen Präsidenten Agostinho Neto, des Nationalhelden, zu ehren. 10 Tage nach seinem Tod, am 20. September 1979, kam das Zentralkomitee der MPLA zusammen und konnte mit der nötigen Klarheit und Kraft die angolanische Revolution im Sinne Netos fortsetzen. Es wählte am nächsten Tag den Ingenieur José Eduardo dos Santos zum Vorsitzenden der MPLA und damit in die Doppelposition des Präsidenten der Republik und Oberbefehlshabers der angolanischen Streitkräfte. 65 CULTURA | KULTUR Alemanha elege Miss Angola 2015 L etícia dos Santos, de 17 anos de idade, estudante do ensino médio, foi eleita a 17 de Outubro Miss Angola-Alemanha 2015, numa gala que decorreu em Bona, a antiga capital da República Federal da Alemanha. A nova Miss Angola-Alemanha, que também foi eleita Miss Simpatia, substitui Helena Bianda, que em 2014 participou no concurso Miss Angola, em Luanda, em representação da comunidade angolana na RFA. Letícia dos Santos deve participar no concurso para eleição da Miss Angola 2016. Eunice Teresa Henriques e Érica Sandra Rui foram eleitas, respectivamente, 1ª e 2ª damas de Honor. O melhor traje africano foi o exibido por Nancy Kapassa e a Miss Fotogenia eleita foi Sílvia Lukoki. As nove concorrentes, que receberam da organização prendas e certificados de participação, desfilaram com traje tradicional na primeira apresentação ao público, depois com traje confeccionado pela estilista alemã Renate Hoffmann, com traje africano, de banho e de gala. Com a realização da 4ª Gala do Concurso Miss Angola na Alemanha, o Comité Miss Angola-Alemanha pretendeu assinalar o 40º aniversário da proclamação da independência nacional e homenagear o Fundador da Nação, Dr. António Agostinho Neto. Ao declarar aberta a actividade, o Cônsul Geral de Angola em Frankfurt, Manuel Adão Domingos, falou dos sacrifícios consentidos pelo povo angolano na luta pela conquista da independência e explicou a importância da paz na concretização e consolidação da unidade nacional, rumo ao desenvolvimento nacional. Manuel Adão Domingos enalteceu o papel estratégico do Presidente da República, Engenheiro José Eduardo dos Santos, em todo o percurso que Angola fez no trajecto que lhe está a levar ao progresso e desenvolvimento. Como referiu, muito está a ser feito, Angola tem um futuro promissor e todos os angolanos têm fortes motivos para orgulhar-se do seu país. Por seu lado, o Adido de Imprensa da Embaixada de Angola na Alemanha, Fernando Tati, fez uma abordagem sobre Agostinho Neto, o Pai da Nação, figura que teve um papel preponderante na conquista e na proclamação da independência nacional. “O Presidente Neto é hoje recordado pelo importante papel desempenhado no combate ao colonialismo português, pela independência nacional e pela preservação das conquistas alcançadas pelo povo angolano”, frisou. A gala foi abrilhantada por L-King e Kadilson, dois cantores angolanos radicados na Alemanha e pelo Dj Ecozinho. Wahl zur Miss Angola-Deutschland 2015 A m 17. Oktober wurde die 17-jährige Schülerin Letícia dos Santos im Rahmen einer Gala in Bonn, der ehemaligen Hauptstadt Deutschlands, zur Miss Angola-Deutschland 2015 gewählt. Die neue Miss Angola-Deutschland, die auch zur Miss Sympathie gewählt wurde, löste Helena Bianada ab, welche im Jahr 2014 an der Wahl zur Miss Angola in Luanda als Vertreterin der angolanischen Gemeinschaft in Deutschland teilgenommen hatte. Letícia dos Santos wird voraussichtlich an der Wahl zu Miss Angola 2016 teilnehmen. Den jeweils zweiten und dritten Platz der Wahl belegten Eunice Teresa Henriques und Érica Sandra Rui. Die beste afrikanische Tracht wurde von Nancy Kapassa zur Schau getragen. Die Wahl zur Miss Fotogenität gewann Sílvia Lukoki. Alle neun Teilnehmerinnen, die durch die Organisation sämtlich mit Geschenken und Teilnahmezertifikaten honoriert wurden, erschienen dem Publikum zunächst in traditioneller Tracht, anschließend zeigten sie sich in Modellen der deutschen Modeschöpferin Renate Hoffmann, in Bademode sowie in Abendkleidung. Mit der Verwirklichung der 4. Gala zur Wahl der Miss Angola in Deutschland feierte das Komitee der Wahl zur Miss Angola-Deutschland den 40. Jahrestag der Proklamation der Unabhängigkeit Ango- 67 CULTURA | KULTUR las und ehrte den Begründer der angolanischen Nation, Dr. António Agostinho Neto. In der Eröffnungsrede der Veranstaltung sprach der Generalkonsul der Republik Angola in Frankfurt am Main, Manuel Adão Domingos, über die Opfer, die vom angolanischen Volk im Kampf um die Unabhängigkeit erbracht wurden, und betonte die Bedeutsamkeit des Friedens für die Umsetzung und Konsolidierung der nationalen Einheit im Hinblick auf die nationale Entwicklung. Manuel Adão Domingos pries den zentralen strategischen Einfluss des Präsidenten der Republik Angola, Ingenieur José Eduardo dos Santos, auf dem bisherigen Werdegang Angolas, welcher das Land auf den Weg des Fortschritts und der Entwicklung geführt hat. Er betonte, dass die Zukunft des Landes aufgrund vielfältiger Unternehmungen hinsichtlich einer Weiterentwicklung vielversprechend sei und dass alle Angolaner bereits jetzt auf ihr Land stolz sein können. Weiterhin rief der Pressesprecher der angolanischen Botschaft in Deutschland, Fernando Tati, die bedeutsame Rolle Agostinho Netos als Vater der Nation während der Erlangung und Proklamation der Unabhängigkeit Angolas in Erinnerung. Er betonte: “Präsident Neto kann bis heute als zentrale Persönlichkeit im Kampf gegen den portugiesischen Kolonialismus, für die nationalen Unabhängigkeit und für den Erhalt der Errungenschaften, die durch das angolanische Volk erzielt wurden, angesehen werden”. Die Gala wurde durch Auftritte der in Deutschland lebenden Sänger L-King und Kadilson sowie von DJ Ecozinho untermalt. 68 Poemas de Jofre Rocha Jofre Rocha (Roberto de Almeida), nasceu em Kaxicane, província de Icolo e Bengo a 05/02/1941. Fez os estudos secundários no Liceu Nacional Salvador Correia. Participou activamente na luta nacional de libertação de Angola. Exerceu cargos ministeriais do Governo após a independência. Obra poética: Tempo de Cicio, 1973, Lobito, cadernos Capricórnio; Assim Se Fez Madrugada, 1977, Lisboa, Edições 70; 60 Canções de Amor e Luta, 1988, Luanda, União dos Escritores Angolanos. Gedichte von Jofre Rocha Jofre Rocha (Roberto de Almeida) wurde am 5. Februar 1941 in Kaxicane, in der Provinz Ícolo e Bengo geboren und erlangte die allgemeine Hochschulreife am Gymnasium Liceu Nacional Salvador Correia. Er nahm aktiv am nationalen Befreiungskampf Angolas teil und bekleidete nach der Unabhängigkeit verschiedene Ministerposten in der nationalen Regierung. Lyrik: Tempo de Cicio (Zeit des Geflüsters), 1973, Lobito, cadernos Capricórnio; Assim Se Fez Madrugada (Und so brach der Tag an), 1977, Lissabon, Editions 70; 60 Canções de Amor e Luta (60 Lieder von Liebe und Kampf), 1988, Luanda, União dos Escritores Angolanos (Verband angolanischer Schriftsteller). CULTURA | KULTUR Canto para Angola Ode an Angola Hei-de compor um dia um canto sem lirismo nem tristeza digno de ti, ó minha terra. Hei-de compor um canto livre e sem regras que de boca em boca vai partir nos lábios de velhos e meninos. Será o canto do pescador com todos os sons do mar com os gemidos do contratado nas roças de São Tomé. Será o canto de todos os dramas do algodão do Lagos & Irmão o das tragédias nas minas da kitota e da Diamang. Será o canto do povo o canto do lavrador e do estudante do poeta do operário e do guerrilheiro falando de toda Angola e seus filhos generosos. (Assim se fez madrugada) Was gäbe ich dafür, eines Tages Eine Ode zu komponieren Frei von Lyrik Frei von Trauer Dir würdig, oh du mein Heimatland. Was gäbe ich dafür, eines Tages Eine Ode zu komponieren Frei von Regeln Von Munde zu Munde reisend Über die Lippen der Greise und Kinder. Es wäre das Lied der Fischer Alle Klänge des Meeres umfassend Das Ächzen jedes Feldarbeiters Auf den Äckern Sao Tomés schildernd. Es wäre das Lied aller Tragödien Der Baumwolle von „Lagos & Irmão1 Das Lied allen Unglücks der Minen Von Kitota und Diamang. Es wäre das Lied des Volkes Das Lied des Bauern Des Studenten Das Lied des Dichters und Arbeiters Und auch das Lied des Kriegers. Eine Ode um im Gesang zu vereinen Ganz Angola Und dessen großherzigen Spross. Jofre Rocha (Assim se fez madrugada, Und so brach der Tag an) Jofre Rocha Anm.: großes Baumwollunternehmen 1 Poema do regresso Kindheit Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio, não me tragam flores. Tragam-me antes todos os orvalhos, lágrimas de madrugadas que presenciam dramas. Tragam-me a fome imensa de amor e o queixume dos sexos túrgidos na noite constelada. Tragam-me a noite longa de insônia com mães chorando de braços vazios de filhos. Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio, Não, não me tragam flores... Tragam-me apenas, isso, sim, o último desejo dos heróis tombados ao amanhecer com uma pedra sem asas na mão e um fio de cólera a esgueirar-se dos olhos. Ob meiner Wiederkehr aus dem Land des Exils und der Stille, bringt mit keine Blumen. Eher noch bringt mir allen Tau, Tränen der Morgendämmerung, mit Dramen einhergehend. Bringt mir den mächtigen Hunger der Liebe und das Säufzen praller Geschlechter im Licht der Konstellationen des nächtlichen Himmels. Bringt mir endlose Nächte der Schlaflosigkeit durchdrungen vom Klagelied der Mütter, deren Umarmungen beraubt von Kindern. Ob meiner Wiederkehr aus dem Land des Exils und der Stille, nein, bringt mir keinesfalls Blumen... Ja so bringt mir lediglich, den letzten Wunsch der bei Tagesanbruch gefallenen Helden, mit flügellosen Steinen in der Hand und einem Rinnsal des Zorns aus ihren Augen quellend. (60 canções de amor e luta) Jofre Rocha (60 canções de amor e luta, 60 Lieder von Liebe und Kampf) Jofre Rocha 69 DESPORTO | SPORT Gelson é pretendido por clubes estrangeiros Gelson, jogador revelação do último campeonato angolano, vulgo “Girabola”, a militar no Clube Desportivo 1º. de Agosto, é pretendido pelo Sport Lisboa e Benfica. O avançado, de 19 anos de idade, é um dos destaques do Girabola de 2015 e tem motivado o interesse do gabinete de prospecção do Benfica, segundo uma rádio portuguesa. O visado disse à edição angolana do jornal “A Bola” que ainda não tinha sido contactado. Gelson, de seu nome de registo Jacinto Muondo Dala, apontou, recentemente, os dois golos que qualificaram a selecção angolana para a última eliminatória de acesso ao Campeonato Africano das Nações em futebol para atletas que militam nos respectivos países (CHAN). Os “Palancas Negras” venceram a Swazilândia por 2-0. 70 O jovem avançado voltou a marcar e foi influente na eliminatória em que Angola venceu a sua congénere da África do Sul no seu próprio terreno (em Joanesburgo), por 2-0, e depois perdeu em Luanda por 1-2, afastando a congénere sul-africana do CHAN. O empresário do futebolista do 1º de Agosto, Gualter Araújo, fez o ponto de situação sobre o que se passa com a jovem promessa, em declarações à rádio Antena 1, ao afirmar que “neste momento ele (Gelson) está a atravessar um excelente momento de forma e confirma-se o interesse do Benfica e de outros clubes europeus na sua contratação”. O representante do jogador não tem dúvidas de que a continuar neste ritmo de progressão, Gelson estará em breve no futebol europeu. Ao enumerar alguns dos seus atributos, referiu nomeadamente que o jogador “tem qualidade técnica, é um bom distribuidor de jogo e possui excelente controlo de bola. Para além disso tem vontade de aprender. É profissional”. Daúto Faquirá lançou-o há dois anos O técnico Daúto Faquirá encontrou Gelson no 1º de Agosto já a treinar com os seniores e depois confirmou o seu DESPORTO | SPORT potencial, como revelou em declarações à Antena 1. “É um jogador muito forte em termos técnicos, com muita intuição e uma atitude excelente nos treinos”, afirmou. O treinador confidenciou que chegou a pedir ao avançado para ver as imagens do holandês Bergkamp, porque notava que o Gelson tinha potencial para aprender e evoluir ao nível dele, porquanto parecia haver muita semelhança entre eles”. Sobre os seus atributos destacou: “Fisicamente não é muito forte mas joga bem de costas para a baliza. Sabe encontrar espaços e na primeira recepção de bola é fortíssimo. É rápido, inteligente e faz golos”. A propósito do futuro próximo do futebolista, Daúto Faquirá tem a ideia precisa sobre o melhor caminho a seguir. Na sua opinião, “será importante que (Gelson) cumpra todos os patamares. Uma equipa B seria o ideal para se ambientar a uma nova realidade porque teria a oportunidade de jogar com regularidade”. Por seu lado, o presidente de direcção do 1º. de Agosto, Carlos Hendrick da Silva, considera que Gelson, que começou há pouco a ter referência no seu clube e na selecção, “tem ainda um longo caminho a percorrer para atingir níveis mais elevados”. Conforme disse, esse atleta ainda não deve ser considerado um craque. “Aparecem muitos agentes a querer tomar as rédeas deste assunto e que nas contas finais ficam com a maior parte do dinheiro do contrato. Temos experiência neste sentido. Não queremos que falsos agentes e oportunistas que querem dinheiro à força venham enganar o miúdo”, alertou o dirigente desportivo. Carlos Hendrick indicou que o 1º de Agosto não pretende impedir que o futebolista vá jogar fora de Angola. “Nós queremos que ele atinja este patamar. Ainda é muito cedo, por isso, não vamos nos iludir”. Wechsel von Gelson zu ausländischem Verein Der bis dato im Fußballverein Clube Desportivo 1° de Agosto aktive Spieler Gelson, der sich während der letzten großen angolanischen Fußballmeisterschaft, im Volksmund „Girabola“ genannt, als vielversprechendes Fußballtalent offenbarte, ist im Gespräch für einen Wechsel zu Benfica Lissabon. D er 19-jährige Stürmer stach dieses Jahr während des Turniers Girabola durch sein Können heraus und weckte, einem portugiesischen Radiosender zufolge, so das Interesse der Nachwuchsmanager des Benfica Lissabons. Der Spieler teilte der angolanischen Ausgabe der Zeitschrift „A Bola“ jedoch mit, dass er noch nicht von Benfica Lissabon kontaktiert worden sei. Durch zwei entscheidende Tore des Spielers Jacinto Muondo Dala, genannt Gelson, konnte sich die angolanische Nationalmannschaft die Teilnahme an der Fußball-Afrikameisterschaft 2015 sichern, bei der die afrikanischen Fußballnationalverbände gegeneinander antreten. Durch seine Tore konnte sich die angolanische Mannschaft, Palancas Negras (Schwarze Antilopen), mit 2:0 gegen Swasiland durchsetzen. Ein Tor des jungen Stürmers nahm außerdem Einfluss auf den Ausgang eines weiteren Qualifikationsspiels und verhalf der angolanischen Mannschaft zum 2:0 gegen Südafrika, das in einem Heimspiel in Johannesburg antrat. Später verlor diese Mannschaft in Luanda mit 1:2 und verfehlte damit die Teilnahme an der Fußball-Afrikameisterschaft. Gualter Araújo, der Manager des dem Clube Desportivo 1° de Agosto angehörigen aufstrebenden Fußballtalents, äußerte sich im Gespräch mit dem Radiosender Antena 1 folgendermaßen: „Im Moment ist er [Gelson] im Topform und ich kann bestätigen, dass Benfica sowie andere europäische Vereine durchaus an ihn interessiert sind.“ Der Sprecher des Spielers ließ keinen Zweifel daran, dass Gelson, sollte er seine Leistung wie bisher steigern, sehr bald den Einstieg in den europäischen Fußball finden wird. Über die Fähigkeiten des Spielers sagte er: „[Gelson] hat ein qualitativ hochwertiges technisches Vermögen, ist ein guter Stratege und besitzt ausgezeichnete Ballkontrolle. Zudem hat er das Bestreben, weiterhin dazuzulernen. Er ist ein Profi.“ Vor zwei Jahren von Daúto Faquirá entdeckt Wie er Antena 1 mitteilte, wurde Daúto Faquirá, der gegenwärtige Trainer der angolanischen Nationalmannschaft, auf das Potential Gelsons aufmerksam, als er diesen mit den Seniormitgliedern des Vereins 1° de Agosto trainieren sah. „Er ist ein außerordentlich starker Spieler in punkto Technik, besitzt eine hervorragende Intuition und eine exzellente Einstellung beim Training“, versicherte er. 71 DESPORTO | SPORT Der Trainer gab weiterhin preis, dem Stürmer nahegelegt zu haben, sich Aufzeichnungen des niederländischen Spielers Bergkamp anzusehen, da er eine ähnliche Spielweise der beiden Spieler feststellen konnte und sich sicher sei, dass Gelson das Potential hat, auf das Niveau der internationalen Fußballgröße Bergkamp aufzusteigen. Über die Eigenschaften des Spielers sagte er außerdem: „Körperlich ist er nicht der Stärkste, aber mit dem Rücken zum Tor spielt er gut. Er weiß, wie man sich auf dem Feld Platz verschafft, und im ersten Kontakt bei der Ballannahme gehört er zur Spitzenklasse. Er ist schnell, intelligent und schießt Tore.“ Daúto Faquirá hat bereits eine genaue Vorstellung davon, wie der bestmögliche Verlauf der nächsten Zukunft des Spielers aussehen könnte. Ihm zufolge wäre es wichtig, „dass [Gelson] alle Etappen durchläuft. Ein Verein etwa der 2. Liga wäre „die ideale Möglichkeit für [Gelson], um sich mit einem neuen Mannschaftsalltag vertraut zu machen und regelmäßig zu spielen“. Der Vorsitzende des Vereins 1° de Agosto, Carlos Hendrick da Silva, befand hingegen, dass Gelson, der sich seinen Namen innerhalb seiner Mannschaft und der Nationalauswahl erst vor kurzem erspielen konnte, „noch einen langen Weg vor sich hat, um auf einem höheren Niveau spielen zu können“. Seiner Meinung nach sei der Fußballspieler noch nicht als Spitzensportler anzusehen. „Es sind schon viele Agenten vorstellig geworden, die [in Sachen Zukunftsplanung für Gelson] die Zügel in die Hand nehmen wollen. Am Ende sind es dann immer sie, die den Großteil der im Vertrag ausgehandelter Ablöse einstreichen. Mit diesen Dingen haben wir schon Erfahrung. Solche betrügerischen Agenten und Opportunisten, die dem Jungen etwas vormachen und sich auf seine Kosten bereichern wollen, wollen wir fernhalten“, warnte der Vereinsvorsitzende. Carlos Hendrick wies aber darauf hin, dass der Verein 1° de Agosto nicht vorhabe, den Sportler daran zu hindern, außerhalb von Angola Fußball zu spielen. „Wir wünschen uns auf jeden Fall, dass er diesen Schritt in Zukunft geht. Momentan ist es dafür allerdings noch zu früh, wollen wir ihm deshalb keine falschen Hoffnungen machen“. 72 Primeira volta a Angola em bicicleta realizada com êxito A República de Angola realizou este ano, pela primeira vez, a volta a Angola em bicicleta num percurso que contou com dez etapas, passando pelas províncias do Bié, Huambo, Benguela, Cuanza Sul, Malanje, Uíge, Bengo e Luanda, que foi a meta. A prova, que decorreu de sete a 18 de Outubro contou com a participação de atletas de Angola, França, Moçambique, Portugal, República do Congo-Brazzaville, República Democrática do Congo e República de São Tomé e Príncipe, num total de 1.200 kms, e foi ganha por Igor Silva, do Benfica de Luanda. O atleta angolano chegou a Luanda com a camisola amarela e entrou, assim, para a história do ciclismo angolano ao conquistar a primeira edição da volta a Angola em bicicleta, prova que visou assinalar os 40 anos de independência nacional que se comemora a 11 de Novembro de 2015. Realça-se também o facto de Igor Silva ter vencido em quatro das dez etapas e ganho não somente a prova individual, mas também por clubes, o Benfica de Luanda. A prova de consagração, a parte final da competição, que foi o trajecto Caxito (Bengo)- Luanda, num total de 87 kms, foi percorrida em 02h11. A volta a Angola, cuja organização foi elogiada por todos os participantes, principalmente pelos estrangeiros que puderam apreciar várias paisagens no percurso percorrido, começou na cidade do Kuito, província do Bié, e terminou na capital do país. Organizada pela Federação Angolana de Ciclismo (FACI), a primeira volta a Angola em bicicleta contou com a participação de 85 ciclistas de seis equipas DESPORTO | SPORT angolanas e outras seis estrangeiras. Participaram, além do Benfica (Sport Luanda e Benfica), as equipas nacionais do Santos Futebol Clube, Hotel Luso, Jair Transportes, Nocebo do Huambo e a seleção de esperanças de Angola. O presidente da Confederação Africana de Ciclismo, Waghi Azzam, já garantiu que a Volta a Angola em Bicicleta vai passar a ostentar oficialmente o título de competição internacional. Por seu lado, à FACI fica o desafio de organizar regularmente essa prova, após a realização desta primeira edição ter sido considerada um êxito que superou as expectativas. A Federação Angolana de Ciclismo havia já assumido o objectivo de dinamizar o desenvolvimento do ciclismo e a assegurar promoção turística em Angola, abrindo sempre a prova à participação internacional. Erstes landesweites Fahrradrennen Angolas erfolgreich abgeschlossen Die Republik Angola hat in diesem Jahr zum ersten Mal ein landesweites Fahrradrennen unter dem Titel ‚Volta a Angola em Bicicleta‘ organisiert. Es ging über zehn Etappen und führte durch die Provinzen Bié, Huambo, Benguela, Cuanza Sul, Malanje, Uíge und Bengo bis nach Luanda. D as 11-tägige Rennen fand zwischen dem 7. und 18. Oktober statt und ging über eine Strecke von insgesamt 1.200 Kilometern. Athleten aus Angola, Frankreich, Mosambik, Portugal, der Republik Kongo, der Demokratischen Republik Kongo sowie São Tomé und Príncipe nahmen daran teil. Sieger des Rennens war Igor Silva, ein Sportler des Teams Benfica de Luanda. Der angolanische Athlet, der im gelben Trikot das Ziel in Luanda erreichte und sich so als Sieger des ersten landesweiten Fahrradrennens in der Geschichte des angolanischen Radsports verewigte, verleiht den Feierlichkeiten zum 40. Jahrestag der nationalen Unabhängigkeit, die am 11. November 2015 begangen werden, einen weiteren Grund zum Jubel. Außerdem erreichte Igor Silva in vier von zehn Etappen als erster das Ziel. Er siegte jedoch nicht nur bei den individuellen Rennen, sondern auch im Klubrennen mit der Mannschaft von Benfica de Luanda. Den Beweis für seine Hingabe zum Radsport brachte der Athlet auf der letzten Etappe des Rennens, der 87 Kilometer langen Strecke von Caxito (Bengo)-Luanda, welche er in 2 Stunden und 11 Minuten zurücklegte. Das Rennen, dessen Organisation allerseits gelobt wurde, wurde in der Stadt Kuito in der Provinz Bié gestartet und endete in der Hauptstadt Luanda. So ermöglichte man den Teilnehmern, insbesondere den ausländischen Radsportlern, die vielfältige angolanische Landschaft kennenzulernen. Die Organisation des Fahrradrennens lag in den Händen der Federação Angolana de Ciclismo (FACI, Angolanischer Radsportverband). Es nahmen 85 Radsportler aus sechs angolanischen und weiteren sechs internationalen Sportvereinen daran teil. Nebst Benfica de Luanda stammten die teilnehmenden angolanischen Sportler aus den Teams Santos Futebol Clube, Hotel Luso, Jair Transportes, Nocebo do Huambo und der Auswahl vielversprechender Nachwuchssportler. Eine offizielle Zulassung des Rennens Volta a Angola em Bicicleta als eingetragener internationaler Wettkampf wurde durch den Vorsitzenden der Confederação Africana de Ciclismo (Afrikanischer Dachverband des Radsports), Waghi Azzam, bereits zugesichert. Nach dem alle Erwartungen übertreffenden Erfolg der Volta a Angola em Bicicleta ist es nun am FACI ihrerseits eine regelmäßige Durchführung des Rennens zu organisieren. Zuvor hatte der angolanische Radsportverband bereits angekündigt, die Entwicklung des Radsports in Angola aktiv voranzutreiben und eine Förderung des Tourismus in Angola, auch durch die Teilnahme internationaler Radsportler, zu gewährleisten. 73 Notícias Breves Comboio na baixa de Luanda Um segundo ramal do Caminho-de-Ferro de Luanda, com seis estações multifuncionais e quatro passagens aéreas para peões, será construído a partir do próximo ano, com o objectivo de ligar com mais rapidez e segurança pessoas e bens entre o centro da cidade e o novo aeroporto, que deve ficar operacional no primeiro trimestre de 2017, anunciou o ministro dos Transportes. Augusto Tomás, que discursava na cerimónia de lançamento do livro “Caminho-de-Ferro de Luanda 127 anos, uma história viva”, alusivo ao aniversário daquela empresa pública, informou que vão ser adquiridas novas locomotivas fabricadas nos Estados Unidos, Europa e China. O projecto de modernização do CFL, disse o ministro, prevê a construção de oficinas e um centro de formação para capacitar os quadros da empresa. Estão contempladas no projecto do Executivo programas de sensibilização cívica das populações sobre os cuidados a ter com os bens públicos, acrescentou o ministro. Comboio na baixa de Luanda As obras do futuro aeroporto internacional de Luanda serão concluídas em Abril de 2017, garantiu o ministro dos Transportes, Augusto Tomás, na última visita do Presidente José Eduardo dos Santos ao local. O Presidente da República tomou conhecimento que a pista já foi executada em mais de 70 porcento e a iluminação de navegação em 95 porcento, enquanto que a placa central está executada em 100 porcento. A parte referente ao terminal de passageiros no que respeita à construção civil e ao arranjo exterior está concluída, bem como a torre de controlo que está em fase de conclusão com 95 porcento. Outros projectos auxiliares tais como edifícios de apoio à Direcção, de inspecção e segurança, de tratamento de esgotos, de estação de combustível, de estação de radar e meteorologia, de tratamento de água, de catering e o parque de estacionamento subterrâneo para mais de 1500 viaturas, estão construídos em mais de 50 porcento. Resumidamente, conforme disse o ministro, “o nível de execução física anda a volta dos 55 porcento e vamos entrar numa fase de acabamento, decoração do interior e encomenda de materiais para as várias áreas da infra-estrutura aeroportuária”, disse. Por outro lado, o governante assegurou que as vias ferroviária e rodoviária que darão acesso ao novo aeroporto previstas no programa serão igualmente concluídas por altura da inauguração do empreendimento. Luanda, cidade inovadora A Luanda de 2030 vai duplicar a sua população, o que vai obrigar à construção de 13 novos hospitais, 1500 escolas e 1,4 milhões de casas. Já a produção de energia deverá aumentar seis vezes e a de água mais do que duplicar. Os dados estão no Plano Director Geral Metropolitano de Luanda, que prevê ainda uma intervenção em mais de 1000 quilómetros de estradas, com o objectivo de melho- 74 rar a circulação automóvel. Os carros andam muito lentamente. Considerada uma área crítica em Luanda, o trânsito é um dos pontos que vai ser abordado de forma abrangente nos próximos anos, segundo o Plano Director Geral Metropolitano de Luanda, apresentado em Julho passado, e intitulado “Luanda 2030 Cidade Inovadora”. Comércio externo voltou a crescer A balança comercial de Angola registou um saldo positivo de 735,5 mil milhões de kwanzas no segundo trimestre de 2015, num crescimento de 209,8 porcento em cadeia mas numa quebra de 29,3 porcento em termos homólogos. No período de três meses (de Abril a Junho), de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), Angola exportou mercadorias – fundamentalmente petróleo e diamantes – no valor de 1,1 biliões de kwanzas (mais 26,4 porcento em cadeia, mas menos 29 porcento em termos homólogos) e importou bens no valor de 374,5 mil milhões de kwanzas (menos 41,6 porcento e menos 28,5 porcento). Emissões de títulos do Tesouro superam meta anual O montante das emissões de Bilhetes do Tesouro em regime de leilão já ultrapassou em Setembro o valor global previsto para 2015 no Plano Anual de Endividamento (PAE). De acordo com os dados do Banco Nacional de Angola (BNA) compilados por O PAÍS, também a emissão de Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio (OT-TXC) superou já em Setembro o montante programado para o conjunto do ano. Com efeito, o PAE prevê a emissão de Kz 402,50 mil milhões de Bilhetes do Tesouro em 2015, dos quais converter-se-ão em dívida fundada cerca de Kz 197,59 mil milhões. Entre Janeiro e Setembro, o montante das emissões deste instrumento de dívida já totalizava cerca de Kz 466,77 mil milhões, ou seja, 116% do inicialmente estimado. Quase 19 mil angolanos visitaram a África do Sul em seis meses Nos primeiros seis meses deste ano, 18.891 turistas angolanos visitaram a África do Sul. Deste modo, Angola, à semelhança de Moçambique, representa 17,6 porcento das visitas recebidas pelos sul-africanos, segundo informações avançadas por Evelyn Mahlaba, directora regional do Turismo na África do Sul (SAT), um organismo de promoção do turismo naquele país. Embora não tenha feito paralelo entre os números mais recentes e as movimentações homólogas de 2014, Evelyn Mahlaba afirmou que a estratégia inerente a uma campanha de Marketing constitui o mote de batalha nesta fase de “pouca bonança”. Kurzmeldungen Zug in der Innenstadt Luandas Im kommenden Jahr sollen die Bauarbeiten für eine zweite Erweiterung des Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL; Luandabahn) beginnen. Geplant sind sechs Multifunktionsstationen und vier Fußgängerüberführungen, um eine sichere und schnellere Verbindung für die Personen- und Güterbeförderung zwischen dem Stadtzentrum und dem neuen Flughafen Luandas, dessen Eröffnung im ersten Drittel des Jahres 2017 erwartet wird, herzustellen. Dies kündigte der Verkehrsminister an. Augusto Tomás gab auf der Feier zur Vorstellung des Buches „Caminho-de-Ferro de Luanda 127 anos, uma história viva“ („127 Jahre Luandabahn, eine lebendige Geschichte“), das anlässlich des Jahrestages des staatlichen Unternehmens Caminho-de-Ferro Luanda EP erschien, bekannt, dass neue Züge erworben werden sollen, die in den USA, in Europa und in China hergestellt werden. Das Modernisierungsprojekt des CFL, so der Verkehrsminister, umfasse den Bau von Werkstätten und einem Ausbildungszentrum zur Schulung der Mitarbeiter des Unternehmens. Bei dem Projekt beabsichtige die Regierung außerdem die Implementierung von Aufklärungsprogrammen, die die Bevölkerung für einen richtigen Umgang mit Volkseigentum sensibilisieren sollen, fügte der Minister hinzu. Neuer Flughafen für Luanda Die Arbeiten für den zukünftigen internationalen Flughafen Luandas werden voraussichtlich im April 2017 vollendet sein. Das gab der Verkehrsminister Augusto Tomás beim letzten Besuch des Präsidenten José Eduardo dos Santos auf dem Flughafengelände bekannt. Der Präsident der Republik Angolas nahm Kenntnis davon, dass die Bauarbeiten der Start- und Landebahn zu 70 Prozent und die Installation der Navigationsbeleuchtung zu 95 Prozent vorangeschritten sind, während das Rollfeld bereits vollständig fertiggestellt ist. Die Bauarbeiten des für den Passagierterminal bestimmten Teils des Komplexes sowie die äußeren Anlagen desselben sind bereits abgeschlossen und der Kontrollturm steht mit 95 Prozent kurz vor der Fertigstellung. Weitere zugehörige Bauprojekte wie die Gebäude für den Sitz der Verwaltung, der Kontroll- und Sicherheitsabteilungen, anliegende Abwasser- und Wasseraufbereitungsanlagen, Kraftstoff-, Radarund Meteorologiestationen, ein Gastronomiebereich sowie eine Tiefgarage mit Platz für mehr als 1500 Fahrzeuge sind zu mehr als 50 Prozent fertiggestellt. Das Fazit des Verkehrsministers lautet: „Die materielle Verwirklichung liegt bei rund 55 Prozent und wir begeben uns nun in eine Phase der Fertigstellung, Innenraumgestaltung und der Bestellung von Materialien für die verschiedenen Bereiche der Flughafeninfrastruktur.“ Weiterhin versicherte die Regierung, dass die zum Flughafenprojekt gehörende Erweiterung des Straßen- und Schienennetzes, das einen Zugang zum neuen Flughafen ermöglichen soll, rechtzeitig zum Zeitpunkt der Inbetriebnahme der neuen Flughafenanlage abgeschlossen sein sollen. Innovationsstadt Luanda Das Luanda des Jahres 2030 wird seine Einwohnerzahl voraussichtlich verdoppelt haben. Dies macht den Bau von 13 neuen Krankenhäusern, 1500 Schulen und 1,4 Millionen Wohnungen notwendig. Die Energieproduktion wird sich verdoppelt haben und die Wasserversorgung um ihr sechsfaches gewachsen sein. Diese Daten sind dem Plano Director Geral Metropolitano (Haupt- städtischer Generalplan) zu entnehmen, welcher außerdem eine Erweiterung des urbanen Straßennetzes um mehr als 1000 Kilometer Straße vorsieht, um den Kraftfahrzeugverkehr zu verbessern. Dieser verläuft bisher nur stockend. Bis dato als Problemzone der städtischen Entwicklung Luandas geltend, soll der Verkehr in den kommenden Jahren umfassend umgestaltet werden. So gibt es der im Juli 2015 vorgelegte Plano Director Geral Metropolitano mit dem Titel „Luanda 2030 – Cidade Inovadora” („Luanda 2030 – Innovative Stadt“) Außenhandel wächst wieder Im zweiten Quartal des Jahres 2015 konnte Angola mit einem Überschuss von 735,5 Milliarden Kwanza eine positive Handelsbilanz verzeichnen. Dies bedeutet ein Zuwachs von 209,8 Prozent gegenüber dem vorherigen Quartal, entspricht jedoch einem Rückgang von 29,3 Prozent im Vergleich zum selben Quartal des Vorjahres. Dem Instituto Nacional de Estatística (INE; Nationales Institut für Statistik) zufolge hat Angola im einem Zeitraum von drei Monaten (April bis Juni 2015) Güter – vornehmlich Öl und Diamanten – im Wert von 1,1 Milliarden Kwanza, das entspricht einem Wachstum von 26,4 Prozent gegenüber dem vorherigen Quartal und einem Rückgang von 29 Prozent im Jahresvergleich, exportiert. Importiert wurden Waren im Wert von 374,5 Milliarden, das sind 41,6 Prozent weniger als im vorherigen Quartal und 28,5 Prozent weniger als im selben Quartal des Vorjahres. Emission von Staatsanleihen übertrifft Jahresziel Die Menge der entsprechend dem Auktionssystem emittierten Staatsanleihen hat im September die im Plano Anual de Endividamento (PAE, Jährlicher Verschuldungsplan) für das Jahr 2015 prognostizierte Gesamtmenge übertroffen. Den von der Angolanischen Nationalbank (Banco Nacional de Angola, BNA) veröffentlichten und durch die angolanische Wochenzeitung O País erfassten Daten zufolge, übertraf die Emission von entsprechend dem Wechselkurs des Kwanza berechneten Staatsanleihen in Fremdwährung (OT-TXC) ebenfalls bereits im September den für das ganze Jahr prognostizierten Betrag. Tatsächlich sieht der PAE für 2015 eine Emission von Staatsanleihen im Wert von 402,5 Milliarden Kwanza vor, was sich in eine Neuverschuldung von ungefähr 197,59 Milliarden Kwanza übersetzen lässt. Allerdings beläuft sich allein die von Januar bis September emittierte Menge dieses Schuldeninstruments auf 466,77 Milliarden Kwanza, sprich 116% des ursprünglich geschätzten Betrages. In sechs Monaten fast 19 Tausend angolanische Besucher in Südafrika In den ersten sechs Monaten dieses Jahres besuchten 18.891 angolanische Touristen Südafrika. Vergleichbar mit der Zahl mosambikanischer Touristen in Südafrika sind laut Evelyn Mahlaba, für Südafrika zuständige Regionaldirektorin des Unternehmens South African Tourism (SAT), welches weltweit für Tourismus in Südafrika wirbt, somit rund 17,6 Prozent aller durch Südafrika empfangenen Besucher angolanischer Herkunft. Obwohl sie bisher noch keinen direkten Zahlenvergleich mit denen des Vorjahres anstellte, bestätigte Evelyn Mehlaba, dass trotz Zeiten der Krise solch ein Siegeszug Südafrikas als Urlaubsziel für Angolaner auf eine Werbekampagne mit kluger Marketingstrategie zurückzuführen sei. 75 11 de Novembro / Berlim 76 77 78 79 Seit 2001 schaffen wir Infrastruktur für das angolanische Volk. Desde 2001 criamos Infra-estruturas para o povo angolano. www.gauff.net GAUFF Engineering Engineering | Procurement | Project Management GAUFF GmbH & Co. Engineering KG • Passauer Straße 7 • 90480 Nürnberg