Ano 2 - N4 Novembro 2015 - Embaixada de Angola na Alemanha

Transcrição

Ano 2 - N4 Novembro 2015 - Embaixada de Angola na Alemanha
Embaixada da República de Angola na República Federal da Alemanha / Novembro 2015 / Ano 3 / Nr.04 / Gratuito
40 Anos:
e Viva a
Independência Nacional!
40 Jahre:
Und es lebe die
nationale Unabhängigkeit!
TEMÁTICA / INHALT
POLÍTICA | POLITIK
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Angola 40 Anos: percurso victorioso
Angola - 40 erfolgreiche Jahre
12 16 27 Angola 40 Anos: ganhos da Independência Nacional
40 Jahre Angola: Der Gewinn
aus der nationalen Unabhängigkeit
33 40
52 Embaixador Alberto Neto sobre os 40 Anos de Angola
Botschafter Alberto Correia Neto
über das 40 jährige Jubiläum Angolas
Presidente apela à união e à coesão
Aufruf des Präsidenten zu Einigung und Zusammenhalt
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
29 48 54 Rosa Cruz e Silva fala dos desafios
de África no património mundial
Rosa Cruz e Silva über Herausforderungen
im Bereich des afrikanischen Welterbes
58 62
Fórum Económico junta angolanos e alemães
Wirtschaftsforum vereint Angolaner und Deutsche
67 Espaço Poesia
Raum für Poesie
DESPORTO | SPORT
70 72 46 Crianças em tratamento médico festejam
na Aldeia da Paz em Oberhausen
Kinder in medizinischer Behandlung feiern
im internationalen Friedensdorf in Oberhausen
Herói Nacional: Agostinho Neto presente!
Agostinho Neto, ein unsterblicher Nationalheld
68
42 Delfim Freitas: uma referência
na comunidade angolana na RFA
Delfim Freitas: Eine Referenz in der angolanischen
Community in Deutschland
XV Edição do Festival de Literatura de Berlim
Das 15. Internationale Literaturfestival Berlin
Alemanha elege Miss Angola 2015
Wahl zur Miss Angola-Deutschland 2015
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
Celebrado o aniversário do Presidente da República
Feierlichkeiten zum Geburtstag
des Präsidenten der Republik Angola
CULTURA | KULTUR
Angola implementa Nova Lei do Investimento Privado
Angola implementiert neues Gesetz für Privatinvestitionen
Helmut P. Gauff - 20 anos em Angola
Von Helmut P. Gauff, Vorsitzender des Beirats
der GAUFF Engineering
Refugiados: uma experiência que Angola viveu
Flüchtlinge: Angola hat es erlebt
74 Gelson é pretendido por clubes estrangeiros
Wechsel von Gelson zu ausländischem Verein
Primeira volta a Angola em bicicleta realizada com êxito
Erstes landesweites Fahrradrennen Angolas
erfolgreich abgeschlossen
Notícias Breves
Kurzneldungen
DIRECTOR/DIREKTOR
Embaixador / Botschafter Alberto Correia Neto
DIRECTOR EXECUTIVO/VERANTWORTLICHER DIREKTOR
Fernando Tati
FONTES/QUELLEN
Angop, Jornal de Angola e Angonotícias
Angop, Jornal de Angola und Angonotícias
CONSELHO EDITORIAL/REDAKTION
Colense S. de Sousa, Fernando Tati, José Julião de
Oliveira, Priscila Lemos Coelho e Manuel Tito António
FOTOGRAFIA/FOTOS
Cerimonial da Presidência da República, Serviços de Imprensa e agências de imagens
Protokolldienst des Präsidenten der Republik, Pressedienst und Bilderagenturen
EDITOR/HERAUSGEBER
Serviços de Imprensa da Embaixada da
República de Angola na República Federal da Alemanha,
Wallstrasse 58, 10179 Berlim
www.botschaftangola.de
Pressedienst der Botschaft der Republik Angola
in der Bundesrepublik Deutschland,
Wallstrasse 58, 10179 Berlin
www.botschaftangola.de
Tel.: +49/30/240 897 63
Fax: +49/30/240 897 73
COLABORAM NESTA EDIÇÃO/MITARBEIT AN DIESER AUSGABE
Marcus Alvaro Klein, Fábia Lobo e Rosário Lobo da Fonseca
CONCEPÇÃO GRÁFICA E IMPRESSÃO/
GRAPHISCHE KONZEPTION UND DRUCK
TRADUÇÃO/ÜBERSETZUNGEN
Manuela Sambo e Sisoli Sambo
Editorial
Angola tem condições
para continuar a evoluir
O
s angolanos celebraram a 11 de Novembro de 2015
o 40º aniversário da proclamação da Independência Nacional de Angola. Em todo o território nacional e no estrangeiro os angolanos rejubilaram
nessa festa maior organizada sob o lema “Angola 40
Anos: Independência, Paz, Unidade Nacional e Desenvolvimento”.
Foram festejos muito amplos e intensos, que contaram
com o envolvimento de todos. Em Luanda, o acto central
foi presidido pelo Presidente da República, Engenheiro
José Eduardo dos Santos, e culminou com um desfile civil e outro militar, na presença de Chefes de Estado e
outras individualidades na sua qualidade de altos representantes de países amigos.
Nessas comemorações foram
recordados todos os heróis
da Pátria, os conhecidos e
os anónimos, em particular o Fundador da Nação, Dr.
António Agostinho Neto, o Pai
da Independência de Angola.
Muitos foram os nacionalistas
que participaram na luta pela
independência, vertendo o seu
sangue para que tal fosse possível.
A paz, conquistada a 4 de
Abril de 2002, está a dar aos
angolanos a oportunidade de
verem a sua terra reconstruída, a reerguer-se das cinzas,
rumo ao desenvolvimento.
Tal como nos demais países,
a paz e a segurança são garante do bem-estar das populações angolanas, razão pela
qual foram definidas as normas de convivência e de relacionamento para tornar o mundo mais seguro e garantir
uma vida digna para todos.
Angola goza hoje do respeito, admiração e reconhecimento pela política regional e internacional que lhe
tem sido prática norteada pelos princípios da defesa da
liberdade, da autodeterminação e independência nacional dos povos e da amizade e cooperação mutuamente
vantajosa entre os diversos Estados.
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As acções levadas a cabo pelo Governo angolano visam
a preservação da paz, a consolidação da estabilidade
política e de todas as conquistas na base de uma estratégia que vise a estabilidade macro-económica, a construção de infra-estruturas, a qualificação dos quadros e
o avanço da ciência, da tecnologia e da inovação, por
forma a garantir um crescimento sustentado do Produto
Interno Bruto (PIB) acima dos seis por cento e um desenvolvimento económico e social inclusivo.
Os angolanos orgulham-se dos avanços registados nas
várias esferas de actividade, nomeadamente no domínio
da reabilitação e da construção de infra-estruturas e
formação de quadros, comprometendo-se o Executivo a
prestar maior atenção à educação
e à saúde.
No domínio da educação, em
1975 Angola tinha uma taxa de
analfabetismo de mais de 95 por
cento. Hoje, essa taxa baixou para
cerca de 35 por cento.
No ensino primário, Angola tem
actualmente cinco milhões, 70
mil e 800 alunos, enquanto que
no secundário encontram-se matriculados um milhão, 604 mil e
549 alunos.
Só havia uma universidade e o
país não tinha mais de 40 licenciados. Hoje, funcionam 62 instituições de ensino superior, que
oferecem um total de 436 cursos.
Tal como referiu o Presidente
José Eduardo dos Santos na sua
mensagem por ocasião da festa
da Independência Nacional, Angola tem condições para
continuar a evoluir e ser sempre uma estrela nos céus
de África.
Angola mantém o interesse de preservar e aprofundar
as relações de cooperação estratégica estabelecidas com
a República Federal da Alemanha. Os governos dos dois
países têm feito a sua parte, cabendo aos potenciais investidores e homens de negócios germânicos e angolanos um papel importante na exploração das oportunidades de negócios existentes entre os dois países.
Grusswort
Angola hat das Potential,
sich weiter zu entwickeln
A
m 11. November 2015 beging das angolanische Volk
den 40. Jahrestag der Proklamation der Nationalen Unabhängigkeit Angolas. Im gesamten Land sowie im Ausland erfreuten sich Angolaner anlässlich des Jubiläums,
das weltweit unter dem Motto „40 Jahre Angola: Unabhängigkeit, Frieden, nationale Einheit und Entwicklung“ stand.
Es wurden fröhliche und lebhafte Feste gefeiert, die von der
Beteiligung aller profitierten. In der Hauptstadt Luanda lud
der Präsident der Republik Angola, Ingenieur José Eduardo
dos Santos, zum Hauptakt, welcher im Beisein von Staatsoberhäuptern und anderen hochrangigen Landesvertretern
befreundeter Nationen in einem feierlichen Umzug von Zivilisten und in einer Militärparade gipfelte.
Im Rahmen dieser Feierlichkeiten wurde aller Helden des Vaterlandes, ob bekannt oder anonym
geblieben, gedacht, insbesondere dem Gründer der Nation, Dr.
António Agostinho Neto, Vater der
Unabhängigkeit Angolas. Zahlreiche Nationalisten vergossen ihr
Blut im Kampf für die Unabhängigkeit.
Der Frieden siegte am 4. April
2002 und schenkt den Angolanern
seitdem die Möglichkeit, den Wiederaufbau ihres Landes zu erleben.
So konnte und kann sich Angola,
den Fortschritt fest im Auge, wie
Phönix aus der Asche erheben.
Wie auch im Rest der Welt, sind
Frieden und Sicherheit das Fundament für das Wohlbefinden der angolanischen Bevölkerung. Frieden
und Sicherheit wurden als normative Werte des Zusammenlebens und zwischenmenschlicher Beziehungen festgelegt, um
die Welt zu einem sichereren Ort zu machen und allen ein
menschenwürdiges Leben zu ermöglichen.
Angola genießt heute den Respekt, die Bewunderung und
die Anerkennung der regionalen und internationalen Politik,
getragen durch die im Land praktizierten Grundsätze der Verteidigung der Freiheit, Selbstbestimmung, nationalen Unabhängigkeit der Völker sowie der Freundschaft und gegenseitig
vorteilhaften Zusammenarbeit mit verschiedenen Staaten.
Die von der angolanischen Regierung getroffenen Maßnahmen dienen der Aufrechterhaltung des Friedens, der Kon-
solidierung der politischen Stabilität und der Festigung der
erbrachten Leistungen, auf Grundlage einer auf makroökonomische Stabilität abzielenden Strategie. Weiterhin dienen die
Anstrengungen der Errichtung von Infrastruktur, der Ausbildung von Fachpersonal und der Förderung der Wissenschaft,
Technologie und Innovation. Erklärtes Ziel ist die Gewährleistung eines nachhaltigen Wachstums des Bruttoinlandsprodukts (BIP) von mehr als sechs Prozent und einer wirtschaftlichen sowie integrativen sozialen Entwicklung.
Wir Angolaner sind stolz auf die daraus resultierenden Fortschritte, vor allem auf dem Gebiet der Rehabilitation und des
Neubaus von Infrastrukturen sowie der Ausbildung von Fachpersonal. In diesem Kontext verpflichtete sich die Regierung
den Bereichen der Bildung und der
Gesundheit größere Aufmerksamkeit zu schenken.
1975 lag das Bildungssystem mit
einer Analphabetenquote von
mehr als 95 Prozent stark im Argen. Diese Quote konnte mittlerweile auf rund 35 Prozent verringert werden.
Das angolanische Grundschulsystem bildet aktuell über 5 Millionen Schülerinnen und Schüler aus
(exakt 5.070.800). Im sekundären
Bildungsbereich sind momentan
1.604.549 Schüler gemeldet.
Gegenüber der einzigen Universität, die es früher in Angola gab, mit
nicht mehr als 40 dort ausgebildeten Hochschulabsolventen, verfügt
das Land heute operativ über 62
Hochschuleinrichtungen, die insgesamt 436 Studiengänge anbieten.
So wie es der Präsident José Eduardo dos Santos in seiner Botschaft zum Anlass der Feierlichkeiten zur nationalen Unabhängigkeit beschrieb, hat Angola die notwendigen Voraussetzungen, um sich weiterentwickeln zu können und für immer
als Stern am Himmel Afrikas zu leuchten.
Angola hat nach wie vor großes Interesse am Erhalt und der
Vertiefung der Beziehungen zur Bundesrepublik Deutschland.
Beide Regierungen haben sich für eine strategische Kooperation eingesetzt. Jetzt ist es die Rolle potentieller angolanischer
und deutscher Investoren, die Geschäftsmöglichkeiten auszuschöpfen, die sich zwischen den beiden Ländern anbieten.
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POLÍTICA | POLITIK
Angola 40 Anos:
percurso victorioso
A República de Angola celebra este ano o 40º aniversário de proclamação
da sua independência. Foi às 00h00 de 11 de Novembro de 1975 que o médico, político e homem de cultura, António Agostinho Neto proclamou, “perante
a África e o Mundo”, a independência de Angola
E
m resultado da luta armada levada
a cabo pelos nacionalistas angolanos que levou ao derrube do regime colonial-fascista português, Angola punha, assim, fim, ao período
colonial de cerca de 500 anos, fazendo
florescer nos angolanos o sentimento de
liberdade e de esperança em dias melhores, como donos do seu próprio destino.
Os portugueses, sob comando de Diogo
Cão, no reinado de D. João II, chegam ao
Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a ocupação pelos portugueses desta
região de Africa, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança
com o reino do Congo, que dominava
toda a região. A sul deste reino existiam
dois outros, o de Ndongo e o de Matam-
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ba, os quais não tardam a fundir-se, para
dar origem ao reino de Angola (c.1559).
Explorando as rivalidades e conflitos
existentes entre estes reinos, na segunda metade do século XVI, os portugueses
instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias
de Novais, procura delimitar este vasto
território e explorar os seus recursos naturais, em particular os escravos. A penetração para o interior é muito limitada.
Em 1576 fundam São Paulo de Luanda,
a actual cidade de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos das plantações da cana do açúcar do Brasil.
Durante a ocupação de Portugal pela
dinastia filipina (1580-1640), os holan-
deses procuram desapossar os portugueses desta região, ocupando grande parte
do litoral (Benguela, Santo António do
Zaire e as barras do Bengo e do Cuanza).
Em 1648 os portugueses expulsam os
holandeses, para contentamento dos colonos do Brasil.
Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório de escravos
para as plantações e minas do Brasil. A
ocupação dos portugueses confina-se às
fortalezas da costa.
A colonização efectiva do interior só se
inicia no século XIX, após a Independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de
escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação trata-se de uma
resposta às pretensões de outras potên-
POLÍTICA | POLITIK
cias europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França que reclamavam na
altura o seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo
os territórios que a cada uma cabem, de
acordo com o seu poder e habilidade negocial.
Uma boa parte destes colonos são
presos deportados de Portugal, como o
célebre José do Telhado. Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos políticos, científicos e esclavagistas para o interior do território
angolano, tais como José Rodrigues
Graça (1843-1848)-Malanje e Bié; José
Brochado-Humbo, Mulando, Cuanhama; Silva Porto-Bié; Devido à ausência
de vias de comunicação terrestes, as
campanhas de ocupação do interior são
feitas através dos cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza
(1895,1905,1908); Bacia do Cubango
(1886-1889, 1902,1906); Bacia do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto Zambeze
(1895-1896); Entre Zenza e Dande (18721907), etc.
As fronteiras de Angola só são definidas em finais do século XIX, sendo a sua
extensão muitíssimo maior do que o
território dos Ambundos, a cuja língua
o território de Angola anda associado.
Entre Novembro de 1884 e Fevereiro
de 1885 realizou-se na Alemanha uma
conferência que viria a ficar conhecida
como a Conferência de Berlim. Nela foram discutidas questões fundamentais
relativas aos interesses coloniais na África Central, incluindo a repartição da
África, realizada de forma despótica.
A Conferência contou com a participação de 15 países, 13 pertencentes à
Europa e os demais advindo dos Estados
Unidos da América e da Turquia. Apesar dos Estados Unidos não possuírem
colónias no continente africano, era um
poderio que se encontrava em fase de
crescimento, visando assim a conquista
de novos territórios.
1900-1960
A colonização de Angola, após a implantação de um regime republicano em
Portugal (1910), entra numa nova fase.
Os republicanos haviam criticado duramente os governos monárquicos por terem abandonado as colónias. O aspecto
mais relevante da sua acção circunscreveu-se à criação de escolas. No plano
económico, inicia-se a exploração intensiva de diamantes. A Diamang (Companhia dos Diamantes de Angola) é fundada
em 1922, embora operasse desde 1917
na região da Lunda.
O desenvolvimento económico só se
inicia de forma sistemática em finais
dos anos trinta, quando se incrementa a
produção de café, sisal, cana do açúcar,
milho e outros produtos. Tratam-se de
produtos destinados à exportação.
A exportação da cana do açúcar, em
1914, pouco ultrapassava as 6.749 toneladas. Em 1940 atingia já as 39.423 toneladas exportadas. As fazendas e a indústria concentram-se à volta da cidade de
Luanda e de Benguela.
A exportação de sisal, desenvolve-se
durante a segunda guerra mundial
(1939-1945). Em 1921 pouco mais foram
exportados que 62 toneladas, mas em
1941 atingia-se já as 3.878. Dois anos
depois as 12.721 toneladas. Em 1973 situavam-se nas 53.399. Estas plantações
situavam-se no planalto do Huambo, do
Cubal para Leste, nas margens da linha
férrea do Dilolo, Bocoio, Balumbo, Londuimbale, Lepi, Sambo, mas também no
Cuanza Norte e Malange.
A exportação de café logo a seguir à segunda guerra mundial, abriu um novo
ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando a exploração
petrolífera em Cabinda começar a dar
os seus resultados. A subida da cotação
do café no mercado mundial, a partir de
1950, contribuiu decisivamente para o
aumento vertiginoso desta produção.
Em 1900, as exportações pouco ultrapassaram as 5.800 toneladas. Em 1930
atingiam as 14.841. Em 1943 subiam
para 18.828. A partir daí o crescimento foi vertiginoso. Em 1969 foram exportadas 182.944 e quatro anos depois,
218.671 toneladas.
Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro. Em 1957 funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas
de Jamba, Cassinga e Txamutete. Exploração que cedeu depois à alemã Krupp.
O desenvolvimento destas explorações
foi acompanhado por vagas de imigrantes incentivados e apoiados muitas
vezes pelo próprio Estado. Entre 1941 e
1950, saíram de Portugal cerca de 110
mil imigrantes com destino às colónias,
a maioria fixou-se em Angola. O fluxo
imigratório prosseguiu nos anos 50 e 60.
Nos anos quarenta a questão da descolonização emerge no plano internacional e torna-se uma questão incontornável. Em 1956 é publicado o primeiro
manifesto do Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA).
1961-1974
No princípio dos anos 60, dois movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA)
desencadeiam uma luta armada contra
o colonialismo português. Em 1966 surgiu a Unita.
O governo de Portugal (uma ditadura
desde 1926), recusa-se a dialogar e prossegue na defesa até ao limite do último
grande império colonial europeu. Para
África são mobilizados centenas de
milhares de soldados. Enquanto durou
o conflito armado, Portugal procurou
consolidar a sua presença em Angola
promovendo a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conhece neste território
um desenvolvimento impressionante.
A exploração de petróleo em Cabinda
inicia-se em 1968, representando em
1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e
1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7
porcento ao ano.
Independência e Guerra Civil
Na sequência do derrube da ditadura
em Portugal (25 de Abril de 1974), abrem-se perspectivas imediatas para a independência de Angola. O Governo português, negoceia com os três principais
movimentos de libertação (MPLA, FNLA
e Unita), o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor,
Janeiro de 1975).
A proclamação da independência de
Angola, por António Agostinho Neto, a
11 de Novembro de 1975, ocorreu num
clima de guerra desencadeada em virtude dos desentendimentos registados
entre os movimentos de libertação.
Ainda assim, a proclamação da independência nacional, em Luanda, foi
vivida em clima de euforia, crença e
esperança no futuro, pois com tal acto
punha-se fim a cerca de 500 anos de ocupação e exploração colonial.
Enquanto decorria a cerimónia do
arrear a bandeira portuguesa e içar a
bandeira da nova, a cerca de 60 kms
de Luanda registavam-se combates entre as tropas do MPLA, que defendiam a
integridade do território angolano, e as
da FNLA apoiadas por mercenários de
várias nacionalidades, nomeadamente
portugueses, sul-africanos e norte-americanos.
Na altura, a União Soviética e Cuba
apoiavam o MPLA, o regime de segregação racial então vigente na África do
Sul apoiava a Unita e a então República
do Zaire, a China, os Estados Unidos da
América e a África do Sul foram o suporte da FNLA.
Os EUA, que apoiaram inicialmente
apenas a FNLA, não tardam a ajudar
também a Unita. Neste caso, o apoio
manteve-se até 1993. A sua estratégia
foi durante muito tempo dividir Angola.
7
POLÍTICA | POLITIK
Em 1976 as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como legítimo
representante de Angola, o que não foi
seguido nem pelos EUA, nem pela África
do Sul.
Em Maio de 1977, um grupo de militantes do MPLA encabeçado por Nito
Alves, desencadeia um golpe de Estado, que resulta em vítimas de ambos os
lados, isto é do lado dos golpistas e dos
que se mantiveram fiéis ao Presidente
Agostinho Neto.
uma acção de apoio à Unita, tendo em
vista a criação de uma suposta zona libertada sob sua administração.
Estes conflitos só registaram um interregno em Dezembro de 1988, quando
em Nova Iorque foi firmado um acordo
tripartido (Angola, África do Sul e Cuba)
que estabelecia a Independência da
Namíbia e a retirada das tropas cubanas
de Angola.
A partir de 1989, registou-se a queda
do bloco da ex-União Soviética, a con-
No final deste ano, o MPLA realiza o
seu 1º Congresso, onde se proclama partido marxista-leninista e adopta a designação “MPLA-Partido do Trabalho”.
A guerra continuava a alastrar-se por
todo o território. A Unita e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A Unita
começou por ser expulsa do seu quartel-general no Huambo, sendo as suas
forças dispersas e impelidas para o
mato. Mais tarde, porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa
e devastadora contra o governo. A Unita
apresentava-se como sendo anti-marxista e pró-ocidental, mas eram essencialmente nas raízes regionais, principalmente na população ovimbundu do sul
e centro de Angola, que se escudava.
Agostinho Neto, morre em Moscovo a
10 de Setembro de 1979, sucedendo-lhe
no cargo o então ministro do Plano, o
Engenheiro José Eduardo dos Santos.
No início dos anos oitenta, o número
de mortos e refugiados cresce consideravelmente. As infra-estruturas do país são
brutalmente destruídas. Prosseguem os
ataques da África do Sul. Em Agosto de
1981, lançam a operação “Smokeshell”,
utilizando 15.000 soldados, blindados e
aviões, avançando mais de 200 km na
província do Cunene (sul de Angola).
O Governo da África do Sul justifica a
sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros
da SWAPO, o movimento de libertação
da Namíbia. Na realidade, tratava-se de
clusão de acordos de paz entre a Unita
e o Governo angolano, sempre seguidos
do recomeço das hostilidades. Foi assim
em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire),
em que foi assinada uma trégua que a
Unita violou passados apenas dois meses.
Em fins de Abril de 1990, o Governo
angolano anuncia o reinício das conversações directas com a Unita, com vista
ao estabelecimento do cessar-fogo. No
mês seguinte, a Unita reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como
Presidente de todos os angolanos.
8
Sociedade multipartidária
No final do ano, o Governo angolano
anunciava a introdução de reformas
democráticas no país. A 11 de Maio de
1991, o governo publica uma lei que
autorizava a criação de novos partidos,
pondo fim ao monopartidarismo. A 22
de Maio os últimos cubanos saem de Angola. A 31 de Maio de 1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebram-se os acordos
de Bicesse (Estoril), terminando com a
guerra civil vigente desde 1975 e marcando as eleições para o ano seguinte.
As eleições de Setembro de 1992 dão
victória ao MPLA (cerca de 50 porcento dos votos), mas a Unita (cerca de 40
porcento dos votos) não reconhece os
resultados eleitorais e desencadeia um
novo conflito armado. Em mensagem à
Nação, a três de Novembro do mesmo
ano, o Presidente José Eduardo dos Santos denunciou que, “sem qualquer respeito pelas regras mais elementares da
democracia e num desafio à vontade do
povo expressa nas eleições a à comunidade internacional, a Unita refez as suas
estruturas militares, surgindo como um
partido fortemente armado”.
Perante este quadro, o Conselho de Segurança decidiu, em 1993, decretar um
embargo a transferências de armas e petróleo para a Unita.
Em Novembro de 1994, celebra-se o
Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a
Unita e o Governo de Angola (MPLA). A
Paz parece mais do que nunca estar perto de ser alcançada, mas a UNITA usou
o acordo de paz de Lusaka para impedir
mais perdas territoriais e para fortalecer
o seu exército. Em 1996 e 1997 adquiriu
grandes quantidades de armamentos e
combustível, enquanto ia cumprindo,
sem pressa, vários dos compromissos
que assumira através do Protocolo de
Lusaka.
Em Dezembro de 1998, Angola retorna
ao estado de guerra aberta, que só parou
em 2002, com a morte em combate de
Jonas Savimbi, líder da oposição armada.
Passados 27 anos da Independência e
41 do início da Luta Armada, eis que a
Paz finalmente é consolidada a 4 de Abril de 2002 pelos acordos assinados no
Luena, Moxico. Oitenta mil soldados
da UNITA depõem as armas e são integrados na sociedade civil, nas Forças Armadas Angolanas e na Polícia Nacional.
A UNITA, é transformada em partido
político, tem o seu papel na vida democrática do país. A Reconciliação Nacional e o Processo de Desenvolvimento e
Reconstrução Nacional são para o Chefe
de Estado, José Eduardo dos Santos, os
principais objectivos da paz definitivamente.
Desde 1992, ano das primeiras eleições
gerais, que a democracia multipartidária
vigora em Angola. O MPLA, com a Unita
e outras forças políticas com assento parlamentar na oposição, geriu magistralmente a reconstrução de um dos países
de futuro mais promissor de toda a África
que, no entanto, paradoxalmente com a
sua riqueza natural vive ainda uma dura
realidade. No âmbito de uma ampla programação empurrando Angola para a
modernidade, progresso e riqueza, novas
eleições foram realizadas em 2008 e 2012.
Na arena internacional, Angola vem
dando forte apoio a iniciativas que promovam a paz e a resolução de disputas
regionais, favorecendo a via diplomática
na prevenção de conflitos e a promoção
dos direitos humanos.
POLÍTICA | POLITIK
Angola - 40 erfolgreiche Jahre
Die Republik Angola feiert in diesem Jahr ihr 40. Jubiläum der Ausrufung der
Unabhängigkeit. Um Mitternacht des 11. November 1975 proklamierte der
Arzt, Politiker und Kulturfreund, Dr. António Agostinho Neto, „vor Afrika und
der Welt“, die Unabhängigkeit Angolas.
A
ngola setzte mit diesem Akt einer Ära der portugiesischen kolonial-faschistischen Herrschaft
ein Ende. Die Unabhängigkeit,
ein Resultat des bewaffneten
Kampfes von angolanischen Nationalisten, der zum Sturz dieser etwa 500 jährigen Unterdrückung führte, bestätigte
das Gefühl der Freiheit und die Hoffnung
der Angolaner im Hinblick auf eine bessere Zukunft als Herren über ihr eigenes
Schicksal.
In der Herrschaftsperiode von König Johann II. kamen im Jahr 1484 die ersten
Portugiesen, geleitet von Diogo Cao, nach
Zaire. Das war der Beginn der Besatzung
dieser Region Afrikas, darunter Angolas,
durch die Portugiesen. Erster Schritt der
Neuankömmlinge war die Etablierung eines Bündnisses mit dem Königreich von
Kongo, das die gesamte Region betraf.
Südlich davon existierten zwei weitere
Königreiche, Ndongo und Matamba, die
sich bald darauf vereinigten und das Königreich von Angola (ca. 1559) gründeten.
Nutznießer der zwischen diesen Herrschaftsgebieten bestehenden Rivalitäten
und Konflikten waren die Portugiesen,
die sich ab der zweiten Hälfte des sechzehnten Jahrhunderts auf dem Gebiet
von Angola niederließen. Der erste portugiesische Gouverneur in Angola, Paulo
Dias de Novais, war bestrebt, das riesige
Gebiet abzugrenzen und die natürlichen
Ressourcen auszubeuten, wozu insbesondere der Sklavenhandel zählte. Das
Eindringen ins Landesinnere war zunächst schwierig. Dann, im Jahre 1576,
gründeten die Portugiesen die Ortschaft
São Paulo de Luanda, das heutige Luanda,
Hauptstadt Angolas. Angola entwickelte
sich schnell zum Hauptlieferanten von
Sklaven für die portugiesischen Zuckerrohrplantagen in Brasilien.
Während der Besetzung Angolas durch
die Dynastie des Hauses Philipp (15801640) versuchten die Holländer, den Portugiesen die Macht über große Küstenregionen, nämlich über Benguela, Santo
António do Zaire und die Regionen um
die Mündungen der Flüsse Bengo sowie
Kwanza streitig zu machen. 1648 wurden
sie allerdings von den Portugiesen vertrieben. Dies war nicht unbedeutend für
die portugiesischen Siedler in Brasilien,
waren sie doch bis zum Ende des achtzehnten Jahrhunderts auf die Sklaven aus
Angola für ihre dortigen Plantagen und
Minen angewiesen. Die Herrschaft der
Portugiesen in Angola selbst beschränkte
sich zunächst auf die an den Küsten erbauten Festungen.
Die tatsächliche Kolonisierung des Innenlandes beginnt erst im neunzehnten
Jahrhundert und zwar nach der Unabhängigkeit Brasiliens (1822) und dem
Ende des Sklavenhandels (1836-1842),
aber nicht der Sklaverei. Die Besetzung
des Landes ist auch als Antwort auf die
Begehrlichkeiten anderer europäischer
Mächte wie England, Frankreich und
Deutschland zu verstehen, die zu der Zeit
ihren Anteil an afrikanischen Gebieten
reklamierten. Je nach Machtposition und
Verhandlungsgeschick der jeweiligen
fordernden Länder verhandelte und unterschrieb man diverse Abkommen über
Festlegung und Verteilung der afrikanischen Gebiete.
Bei einem guten Teil der aus Portugal
nach Angola kommenden Siedler handelte es sich um Häftlinge wie etwa den
berühmten José do Telhado. Gleichzeitig
machten sich die neuen Herren zu Expeditionen ins Landesinnere auf, die politischen und wissenschaftlichen Zwecken
sowie dem Sklavennachschub dienten.
Zu erwähnen sind hier insbesondere José
Rodrigues Graça (1843-1848), der nach
Malanje und Bié reiste, José Brochado,
der nach Huambo, Mulando und Cuanhama aufbrach und Silva Porto, der Bié
erkundete. Da noch keine Landwege
existierten, wurden diese Expeditionen
hauptsächlich auf folgenden Flusswegen gemacht: Cuango-Becken (1862),
Kwanza-Becken (1895,1905, 1908), Cubango-Becken (1886-1889, 1902, 1906),
Cunene-Becken (1906-1907), Becken des
Hohen Zambezi (1895-1896), Flusswege
zwischen Zenza und Dande (1872-1907)
u.a.
Die Grenzen Angolas wurden erst im
späten neunzehnten Jahrhundert festgelegt. Sie haben einen viel größeren Umfang als nur die Gebiete der Ambundos,
mit deren Sprache das Territorium des
heutigen Angola in Verbindung gebracht
wird.
Zwischen November 1884 und Februar
1885 fand in Deutschland eine entscheidende Konferenz statt, die als Berliner
Konferenz in die Geschichte einging.
Dort wurden grundsätzliche Fragen im
Zusammenhang mit kolonialen Interessen in Zentralafrika, einschließlich der
despotischen Teilung Afrikas diskutiert.
Daran nahmen 13 europäische Länder
teil. Auch Vertreter der USA und des Osmanischen Reiches wurden dazu eingeladen. Obwohl die Vereinigten Staaten
keine Kolonien in Afrika hatten, waren
sie bereits eine im Wachstum begriffene
Macht, die an neuen Gebieten Interesse
bekundete.
1900-1960
Nach der Ausrufung der ersten portugiesischen Republik (1910 in Porto) trat
auch die Besiedlung von Angola durch
die Portugiesen in eine neue Phase ein.
Die Republikaner übten scharfe Kritik
an der Monarchie, da diese die Kolonien vernachlässigt habe. Die relevanteste
Maßnahme dieser Regierung war damals
die Schaffung von Schulen und auf wirt-
9
POLÍTICA | POLITIK
schaftlicher Ebene begann der intensive
Abbau von Diamanten in der Kolonie.
Die Diamang (Angolanische Diamantengesellschaft) wurde 1922 gegründet, obwohl sie bereits seit 1917 in der Region
Lunda tätig war. Als in den späten dreißiger Jahren die Produktion von Kaffee,
Sisal, Zuckerrohr, Mais und anderen Produkten stieg, begann die wirtschaftliche
Entwicklung Form anzunehmen, doch
keineswegs systematisch. Diese Produkte
waren allein für den Export bestimmt.
Im Jahr 1914 bezifferte sich der Export
von Zuckerrohr auf 6.749 Tonnen. 1940
exportierte man bereits 39.423 Tonnen.
Landwirtschaft und Industrie konzentrierten sich auf die Gebiete rund um die
Städte Luanda und Benguela.
Der Export von Sisal entwickelte sich
besonders gut während des Zweiten
Weltkriegs (1939-1945). Im Jahr 1921
wurden ca. 62 Tonnen exportiert, während 1941 die Ausfuhr bereits 3.878 Tonnen erreichte. Zwei Jahre später waren es
12.721 Tonnen und im Jahr 1973 lag die
Zahl bei 53.399 Tonnen. Die Plantagen
der Sisal-Pflanze befanden sich im Hochplateau von Huambo, östlich von Cubal,
entlang der Bahnlinie, die an Dilolo, Bocoio, Balumbo, Londuimbale, Lepi und
Sambo, aber auch an Kwanza Norte und
Malange vorbei führte.
Der Kaffeeexport eröffnete in der Zeit
nach dem Zweiten Weltkrieg einen neuen Wirtschaftskreislauf für Angola. Seit
1950 stieg der Kaffeepreis auf dem Weltmarkt an. Dies trug entscheidend zur
enormen Zunahme der Kaffeeproduktion bei. 1900 lagen die Exportzahlen dieses Produktes kaum über 5.800 Tonnen.
1930 erreichten sie 14.841 Tonnen. Im
Jahr 1943 stieg die Produktion auf 18.828
Tonnen an. Nach dem Krieg wies die Kaffeeproduktion atemberaubende Wachstumsraten auf. 1969 wurden 182.944 und
vier Jahre später 218.671 Tonnen des Genussmittels exportiert.
Auch dank der guten Resultate aus der
Erdölgewinnung in der Provinz Cabinda
hielt der Aufschwung der Wirtschaft der
Kolonie bis 1972 an.
Zusätzlich entwickelte sich die Eisenerzgewinnung. Im Jahr 1957 gründete man
das Bergbauunternehmen von Lobito.
Dadurch war man in der Lage, die Minen
in Jamba, Cassinga und Txamutete zu betreiben. Der dortige Bergbau wurde später vom deutschen Unternehmen Krupp
übernommen. Die Entwicklung des Bergbaus war zugleich von Migrationswellen
begleitet. Von staatlicher Seite gefördert
und unterstützt verließen 110.000 Menschen zwischen 1941 und 1950 Portugal
und wanderten in die Kolonien ein. Die
meisten blieben endgültig in Angola und
10
bauten sich dort eine Existenz auf. Der
Einwanderungsfluss hielt auch in den
50er und 60er Jahren an.
In diesem Zusammenhang gewann
schon in den 40er Jahren das Thema der
Dekolonisation internationale Beachtung und verwandelte sich rasch zu einer
unausweichlichen Angelegenheit. 1956
wurde das erste Manifest der Volksbewegung der Befreiung Angolas (MPLA) veröffentlicht.
1961-1974
In den frühen 60er Jahren eröffneten
zwei Befreiungsbewegungen (UPA/FNLA
und MPLA) einen bewaffneten Kampf gegen den portugiesischen Kolonialismus.
Im Jahr 1966 entstand eine weitere Befreiungsbewegung, die UNITA.
Die Regierung Portugals (seit 1926 eine
Diktatur) weigerte sich, mit diesen in
einen Dialog zu treten und verteidigte
verbissen das letzte große europäische
Kolonialreich. Man mobilisierte hunderttausende von Soldaten für den Einsatz in
Afrika. Während der bewaffnete Konflikt
andauerte, versuchte Portugal seine Präsenz in Angola zu festigen und förderte
wichtige öffentliche Baumaßnahmen.
Die industrielle und die landwirtschaftliche Produktion erlebten in dieser Zeit
eine beeindruckende Entwicklung. Die
Ölförderung in Cabinda begann, wie gesagt, in Jahr 1968 und machte im Jahr
1973 etwa 30% der Exporterlöse der Kolonie Angola aus. Zwischen 1960 und 1973
betrug die jährliche Wachstumsrate des
BIP (Bruttoinlandsprodukt) von Angola 7
%.
Unabhängigkeit und
Bürgerkrieg
Nach dem Sturz der portugiesischen Diktatur am 25. April 1974 eröffneten sich
unmittelbare Möglichkeiten für die Unabhängigkeit von Angola. Die portugiesische Regierung erörterte mit den drei
Hauptbefreiungsbewegungen
(MPLA,
FNLA und UNITA) den Übergang zu einem unabhängigen Angola und die Möglichkeiten der Implementierung eines
jungen demokratischen Staates auf dem
afrikanischen Kontinent (die sogenannten Abkommen von Alvor vom Januar
1975).
Die Verkündung der Unabhängigkeit
Angolas am 11. November 1975 durch
António Agostinho Neto fand in einem
Klima des Krieges statt. Dieser war infolge von Konflikten und Meinungsverschiedenheiten unter den Befreiungsbewegungen ausgelöst worden.
Dennoch, die Verkündung der nationalen Unabhängigkeit in Luanda wurde
euphorisch gefeiert, in einer Atmosphäre
der Hoffnung und des Glaubens an eine
eigene Zukunft. Mit diesem offiziellen
Akt endete eine ein halbes Jahrtausend
währende Besatzung und koloniale Ausbeutung.
Parallel zur Zeremonie des Einziehens
der alten portugiesischen Fahne und des
Hissens der neuen angolanischen tobten
etwa 60 km von Luanda entfernt erbitterte Kämpfe. Ausgetragen zwischen den
Truppen der MPLA, die die Integrität Angolas verteidigten, und der FNLA, die von
Söldnern verschiedener Nationalitäten,
darunter Portugiesen, Südafrikaner und
Amerikaner, unterstützt wurden, ausgetragen.
Zu der Zeit unterstützten die Sowjetunion und Kuba die MPLA. Das damalige
Regime der Rassentrennung in Südafrika
gab der UNITA Rückendeckung und die
einstige Republik Zaire, China, die USA
und Südafrika waren die Unterstützer
der FNLA. Die Vereinigten Staaten, die
zunächst nur die FNLA unterstützten, gaben kurze Zeit später und bis 1993 ihre
Unterstützung auch der UNITA. Für lange
Zeit war es die Strategie der USA, Angola
zu spalten.
Im Jahr 1976 erkannten die UN die MPLA-Regierung als legitimen Repräsentanten Angolas an. Die USA und Südafrika
lehnten eine Anerkennung ab.
Im Mai 1977 gab es einen Putschversuch
gegen die Regierung Angolas, aus den eigenen Reihen der MPLA, angeführt von
Nito Alves. Sowohl auf Seiten der Aufständischen als auch auf Regierungsseite
waren Verluste zu beklagen.
Später dann, im gleichen Jahr, hielt die
MPLA ihren ersten Kongress ab und verkündete, eine marxistisch-leninistische
Partei zu sein. Sie bezeichnet sich fortan
als „MPLA-Arbeiterpartei“.
Der Krieg wurde fortgeführt und breitete sich auf das gesamte Landesgebiet aus.
Die UNITA und die FNLA verbündeten
sich gegen die MPLA. Die UNITA wurde
im Laufe der anschließenden Kriegshandlungen zunächst von ihrem Hauptquartier in Huambo vertrieben. Ihre
Streitkräfte wurden verstreut und in den
Busch gedrängt. Später jedoch gruppierte
sich die Partei um und begann, mit einer
neuen Struktur, einen langen, erbitterten
und verheerenden Krieg gegen die Regierung zu führen. Die UNITA präsentierte
sich antimarxistisch und prowestlich. Ihr
Rückzugsgebiet fand sie dort, wo ihre
regionalen Wurzeln lagen, vor allem im
Süden und in Zentralangola. Die dortige Bevölkerung wurde als menschliche
Schutzschilde missbraucht.
Agostinho Neto starb am 10. September
1979 in Moskau. Sein Nachfolger wurde
der damalige Minister für Planung, der
POLÍTICA | POLITIK
Ingenieur José Eduardo dos Santos.
Anfang der achtziger Jahre wuchs einmal mehr die Zahl der Kriegstoten und
-flüchtlinge erheblich. Die Infrastruktur
des Landes wurde brutal zerstört und die
südafrikanischen Angriffe fortgesetzt. Im
August 1981 starteten die Südafrikaner
die militärische Operation „Smokeshell“.
15.000 Soldaten, gepanzerte Fahrzeuge
und Flugzeuge wurden dafür eingesetzt
und schafften es, mehr als 200 km in die
Provinz Cunene (im Süden von Angola)
vorzudringen. Die südafrikanische Regierung rechtfertigte ihre Handlungen
damit, dass es in dieser Region Militärcamps der Guerillakämpfer der SWAPO
gebe, der Befreiungsbewegung Namibias. In der Tat handelte es sich vielmehr
um eine Aktion zur Unterstützung der
UNITA. Absicht war es, eine angeblich befreite Zone unter eigener Verwaltung zu
schaffen.
Diese Konflikte mündeten in ein Interregnum, als im Dezember 1988 in New
York eine Vereinbarung zwischen den
drei beteiligten Seiten (Angola, Südafrika und Kuba) geschlossen wurde, worin
man die Unabhängigkeit Namibias und
den Abzug der kubanischen Truppen aus
Angola festgelegte.
Ab 1989 fiel der ehemalige Block der Sowjetunion auseinander. Friedensabkommen zwischen der UNITA und der angolanischen Regierung wurden geschlossen,
um dann nicht eingehalten zu werden.
Immer wieder kam es zu kriegerischen
Handlungen. So auch im Juni 1989. In
Gbadolite (Zaire) hatte man einen Waffenstillstand unterzeichnet, der nur zwei
Monate später von der UNITA gebrochen
wurde.
Schließlich kündigte die angolanische
Regierung Ende April 1990 die Wiederaufnahme direkter Gespräche mit der
UNITA an. Diese Gespräche waren ein
Versuch, eine Waffenruhe herbeizuführen. Im folgenden Monat erkannte die
UNITA offiziell José Eduardo dos Santos
als Präsident aller Angolaner an.
Eine Multiparteiengesellschaft
Ende jenes Jahres kündigte die angolanische Regierung die Einführung demokratischer Reformen an. Am 11. Mai 1991
veröffentlichte sie ein Gesetz zur Genehmigung der Gründung neuer Parteien
und beendete damit die Ära des Einparteiensystems. Am 22. Mai verließen die
Kubaner Angola. Am 31. Mai 1991 unterschrieb man, durch die Vermittlung von
Portugal, den USA, der Sowjetunion und
der UN, die Vereinbarungen von Bicesse
(Estoril). Damit wurde dem seit 1975 in
Angola tobenden Bürgerkrieg ein Ende
bereitet. Man beschloss bei dieser Gele-
genheit ebenfalls Wahlen für das darauffolgende Jahr.
Aus den Wahlen im September 1992
ging die MPLA siegreich hervor (sie bekam etwa 50% der Stimmen). Doch die
UNITA (etwa 40% der Stimmen) erkannte
das Wahlergebnis nicht an und löste erneut einen bewaffneten Konflikt aus. Am
3. November desselben Jahres verurteilte
Präsident José Eduardo dos Santos in einer Botschaft an die Nation dieses Vorgehen und sagte wörtlich, dies sei eine
Missachtung „der grundlegenden Regeln
der Demokratie. Dieses Vorgehen ist eine
offene Provokation gegen den Willen des
Volkes, der sich im Wahlergebnis widerspiegelte, und auch gegen die internationale Gemeinschaft, weil die UNITA ihre
militärischen Strukturen reorganisiert
hat und als schwer bewaffnete Kriegspartei erneut in Erscheinung tritt“.
Vor diesem Hintergrund verfügte der Sicherheitsrat 1993 ein Embargo für Erdöl
und für Waffenlieferungen an die UNITA.
Im November 1994 wurde in Sambia
das Protokoll von Lusaka zwischen der
UNITA und der Regierung von Angola (MPLA) unterzeichnet. Der Frieden
schien mehr denn je zum Greifen nahe.
Doch die UNITA benutzte das Abkommen
von Lusaka nur, um weiteren Gebietsverlusten entgegen zu wirken und ihre Armee zu stärken. 1996 und 1997 erwarb
die UNITA große Mengen an Waffen und
Treibstoff. Währenddessen erfüllte sie,
aber nur langsam, einige der Verpflichtungen, die im Protokoll von Lusaka vorgesehen waren.
Im Dezember 1998 begann deshalb erneut ein offener Krieg in Angola. Dieser
endete erst 2002 mit dem Tod seines
Anführers Jonas Savimbi, der im Kampf
gefallen war.
Nach 27 Jahren der Unabhängigkeit und
41 Jahren seit dem Beginn des bewaffneten Kampfes erreichte man endlich den
Frieden, der am 4. April 2002 durch die
Verträge von Luena, in der Provinz Moxico, konsolidiert wurde. Achtzigtausend
UNITA-Soldaten gaben ihre Waffen ab
und wurden in der Zivilgesellschaft, in
den angolanischen Streitkräften und
bei der nationalen Polizei integriert. Die
UNITA mauserte sich zu einer politischen
Partei und erarbeitete sich ihre Rolle und
ihren Platz im demokratischen Leben des
Landes. Seitdem sind die nationale Aussöhnung, der nationale Entwicklungsprozess und der Wiederaufbau des Landes für das Staatsoberhaupt Angolas, José
Eduardo dos Santos, die wichtigsten Ziele
und die unabdingbaren Voraussetzungen
für einen endgültigen Frieden.
Seit 1992, als die ersten allgemeinen
Wahlen abgehalten wurden, herrscht in
Angola eine Mehrparteiendemokratie.
Der MPLA, zusammen mit der UNITA und
anderen politischen Kräften der parlamentarischen Opposition, gelang meisterhaft
der Wiederaufbau eines der vielversprechendsten Länder Afrikas, das trotz seiner
natürlichen Ressourcen und Schönheit paradoxerweise immer noch eine harte Realität bewältigen muss. Ein umfangreiches
Programm soll Angola dabei helfen, in die
Moderne einzutreten und seinem Volk
Fortschritt und Wohlstand zu ermöglichen. 2008 und 2012 fanden Wahlen statt.
Auf internationaler Ebene unterstützt
Angola nach Kräften Initiativen zur Förderung des Friedens und trägt zur Lösung
regionaler Konflikte in Afrika bei. Angola
betont dabei die Unverzichtbarkeit von diplomatischen Mitteln bei der Vermeidung
und Bewältigung von Konflikten und bei
der Einhaltung der Menschenrechte.
11
POLÍTICA | POLITIK
Angola 40 Anos: ganhos da
Independência Nacional
A opinião geral é que a Independência Nacional valeu à pena. Várias personalidades angolanas e estrangeiras, entrevistadas a propósito desta efeméride,
que é a celebração dos 40 anos de proclamação da independência da Angola,
emitiram as suas opiniões sobre os ganhos, avanços e constrangimentos da
independência.
O
escritor Artur Pestana dos Santos
“Pepetela”, antigo guerrilheiro
do MPLA, considerou que a independência “valeu e muito. Hoje
olhamos para o que conseguimos
com a independência e não nos arrependemos. Foi uma luta inesquecível, por
ter permitido aos angolanos conquistarem o seu orgulho, a sua identidade”.
Pepetela acrescentou que “a nossa satisfação na altura teve a sua cereja com
o reconhecimento, no dia a seguir a proclamação da independência, da soberania angolana por parte do Brasil. Este
reconhecimento serviu como ponte de
lançamento para as lutas diplomáticas
empreendidas depois para a afirmação
de Angola no contexto das nações”.
Por seu lado, o Bispo Emílio de Carvalho, da Igreja Metodista, defendeu o
maior envolvimento das pessoas nas
questões sociais, económicas e de cidadania para o desenvolvimento do país.
“Temos suportado muito bem as responsabilidades de ser independente, de
ser livre. Mas 40 anos ainda é pouco tempo”, referiu.
O Bispo Emílio de Carvalho considerou
que os angolanos estão a ter “experiências positivas no campo económico, financeiro, educacional e sanitário. Angola
está a desenvolver a olhos de todos que
quiserem ver. Está aí tudo para ser visto.
É só sair do seu beco de Luanda, da sua
caverna, e vai ver, mas há muita coisa
para se fazer ainda. Se os outros povos
estão independentes há 300, 400 anos e
continuam a lutar até agora, que dizer
de nós com apenas 40 anos de existên-
Pepetela
12
POLÍTICA | POLITIK
Bispo Emílio de Carvalho
cia? Não se pode fazer tudo em 40 anos”.
Aníbal João da Silva Melo, outro escritor e Jornalista, falou do estado da literatura angolana, 40 anos após a proclamação da independência nacional.
“É uma literatura igual à produzida
em países, digamos, avançados. A literatura angolana está num estágio muito
avançado, quer do ponto de vista da qualidade em termos de conteúdo, como do
ponto de vista da quantidade”.
João Melo, que reconheceu a influência
do jornalismo na sua escrita literária,
considerou que “a literatura angolana
hoje já não precisa de pedir licença a
ninguém. É uma literatura consolidada,
madura e diversificada. Há muita gente a
escrever e com os mais diferentes estilos
e resultados, factores que marcam positivamente o mundo literário nacional”.
Já a Embaixadora de Angola na África
do Sul, Josefina Pitra Diakité, considerou
que o percurso percorrido pelos angolanos “foi sinuoso, mas onde nos encontramos hoje ao celebrar os 40 anos podemos, com júbilo, dizer que a nossa causa
foi séria e a persistência de Angola pela
causa da independência, pela defesa da
soberania nacional e para a edificação e
dignificação da vida do angolano tiveram razão de ser e, nessa base, acho que
temos que felicitar o povo angolano”.
Josefina Diakité acrescentou que “hoje,
a mulher encontra-se em todos os sectores e a participar de uma forma bastante
digna. Temos que falar também das mulheres ao nível do Executivo e também
ao nível parlamentar. Ao nível destes 40
anos, já conhecemos, por exemplo, uma
percentagem parlamentar de 40 porcento de mulheres no parlamento que agora,
de alguma forma, se reduziu, por razões
objectivas, se tivermos em conta que nem
todos os actores políticos nacionais trabalham da mesma forma para o progresso da
mulher”. Ainda assim, concluiu ser este
“um percurso de grande satisfação”.
O Jurista e escritor Manuel Rui Monteiro
também exprimiu a sua opinião sobre os
40 anos de independência e falou do sentimento de identidade, de patriotismo e de
cidadania que lhe invade quando escuta
o hino nacional. Manuel Rui participou
no processo de criação do hino nacional
e foi Ministro da Informação do primeiro
governo da Angola independente.
Manuel Rui diz-se insatisfeito com a literatura angolana e considera que “é preciso cuidar mais da qualidade. A literatura
angolana já tem dois prémios Camões,
portanto, merece mais atenção e cuidado
por parte de quem está no mundo das letras”.
“Temos tido sucesso no mundo da cultura e fico, por exemplo, feliz quando recebo
informações de que o jovem Anselmo
Ralph é um grande sucesso no mercado
musical nacional e estrangeiro”, referiu,
considerando que estes “são indicativos
de que uma aposta na qualidade traz consigo frutos positivos para o país. Agora, na
Anibal João Melo
vertente socioeconómica e política, devo
dizer que ainda há muito por se fazer”.
Do estrangeiro, a opinião do primeiro
Presidente da República da Namíbia, Sam
Nujoma. Conforme disse, “a independência de Angola serviu e continua a ser uma
vitória para o povo da Namíbia em particular, e da África Austral, em geral. Angola não só nos providenciou as bases de rectaguarda para sermos capazes de lançar
uma luta armada de libertação eficaz,
como também deu apoio político, material e moral a nossa luta até a realização
da liberdade e independência genuínas”.
Sam Nujoma, que conduziu a luta do
povo namibiano contra o regime racista
sul-africano que o oprimia, sublinhou que
Angola foi para os namibianos uma “trincheira firme e a independência de Angola
serviu como a continuação da nossa luta
armada de libertação”, acrescentando
que “as nossas relações estão cimentadas
no sangue e forjadas na luta. Para além
de continuar a ser uma rectaguarda segura para nós, é também um verdadeiro
exemplo de emancipação económica na
região”.
Por seu lado, o secretário-geral da
União das Cidades Capitais de Língua
Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho
congratulou-se pelo caminho que Angola tem estado a trilhar e considerou
“muito importante” o papel desempenhado pelo Presidente da República de
Angola, José Eduardo dos Santos, na reconciliação nacional.
Vítor Ramalho recordou que “as guerras que Angola sofreu foram brutais,
quer no período colonial, quer a seguir a este período, onde foram ainda
mais violentas. Não podemos perder de
vista que Angola é um país completamente devastado. Agora, o Presidente
da República, enquanto tal e enquanto
Presidente do MPLA, desenvolveu esforços para a reconciliação. Isso é inegável”.
Ramalho notou que hoje, os partidos
políticos existem e participam no processo democrático. Ao recordar que
“Roma e Pavia não se fizeram em um
dia”, Vítor Ramalho sublinhou que
“há sempre sequelas muito grandes
da guerra que se exacerbou. Relativamente ao próprio futuro, não será fácil,
porque hoje o mundo vive numa crise
tremenda. Contudo, a essência que ele
(Presidente José Eduardo dos Santos)
fez, em termos de pacificação e reconciliação, tem os seus resultados e é visível
em Angola”.
Do antigo Presidente de Cabo Verde,
Pedro Pires, a opinião de que Angola
“foi um dos processos de libertação
mais complexos e custosos das antigas
colónias portuguesas. O caso angolano
foi o mais complicado e levou mais tempo, porque teve a luta contra o colonialismo e depois teve que resolver todos
os outros conflitos políticos e armados”.
O Comandante Pedro Pires considera
que “Angola tem um papel estratégico
na região austral de África e mesmo
em todo o continente, para estabelecer
relações pacíficas no espaço. Mas, também em situações de guerra ou de instabilidade, eu penso que Angola tem um
papel importante na estabilização da
Josefina Pitra Diakité
13
POLÍTICA | POLITIK
40 Jahre Angola:
Der Gewinn aus der nationalen Unabhängigkeit
Manuel Rui
África Austral e África Central”. Conforme disse, os africanos esperam
de Angola “um contributo importante para a estabilidade, segurança
e paz”.
De S. Tomé e Príncipe a opinião do
Primeiro-Ministro Patrice Trovoada
de que “Angola está no bom caminho. Toda esta caminhada, até a conquista da paz, fortaleceu Angola em
vários aspectos, fazendo com que o
país tenha pela frente um grande
futuro”.
Patrice Trovoada falou da crise
económica, tendo referido que se
começa a assistir a diversificação da
economia angolana, pois hoje fala-se
muito da agricultura. “Se olharmos
para o caminho que Angola está a
seguir, eu diria que está a recuperar
do ponto de vista económico. Angola
já foi tida como agrícola, mas tudo
está de volta de novo. É um país de
futuro e os angolanos devem abraçar
a estabilidade”.
Também, o Presidente Manuel Pinto da Costa considerou que “o futuro
será sempre o que os angolanos quiserem, porque está nas suas mãos.
Para o futuro de Angola, desejo paz,
felicidade e progresso. Desejo que o
povo angolano possa beneficiar do
esforço que fez para se libertar do colonialismo e do que está a fazer para,
realmente, construir a economia de
Angola, de modo que os angolanos
possam ter uma vida mais feliz”.
O Presidente Pinto da Costa exprimiu ainda a sua convicção de que
“Angola vai continuar no caminho
do progresso económico e social que
tem vindo a trilhar nos últimos anos.
Com o espírito de generosidade e solidariedade do seu povo, estou certo
de que Angola se assumirá, cada vez
mais, como um motor de desenvolvimento na região e mesmo no plano das relações económicas internacionais”.
14
Es ist allgemeiner Konsens, dass sich die Eroberung der
nationalen Unabhängigkeit Angolas gelohnt hat.
Im Zusammenhang mit dem 40. Jahrestag der Ausrufung der Unabhängigkeit, äußerten sich angolanische
und ausländische Persönlichkeiten anlässlich dieses
Jubiläums in Interviews zu Aspekten des Gewinns und
des Fortschritts für Angola, aber auch zu den Schwierigkeiten, die sich als Folge dieses historischen Ereignisses
ergaben.
D
er Schriftsteller Artur Pestana
dos Santos, bekannt als „Pepetela“, ehemaliger Guerillakämpfer
der MPLA (heutige Regierungspartei), ist entschieden in seiner
Meinung, dass sich die Unabhängigkeit „gelohnt hat und zwar sehr. Heute schauen wir zurück auf das, was wir
mit der Unabhängigkeit erreicht haben
und bereuen es nicht. Der Kampf um
die Unabhängigkeit ist unvergesslich.
Erst er machte es möglich, dass die Angolaner ihren Stolz und ihre Identität
wieder fanden“.
Pepetela fügte hinzu: „Unsere Freude bekam zu der Zeit das I-Tüpfelchen
durch die Anerkennung der angolanischen Souveränität seitens Brasiliens
gleich am Tag nach der Verkündung
unserer Unabhängigkeit. Diese Anerkennung war wichtig und gleichzeitig Startpunkt für die diplomatischen
Kämpfe, die anschließend notwendig
waren, damit sich Angola als Nation
im internationalen Kontext behaupten
konnte“.
Bischof Emilio de Carvalho, Mitglied
der methodistischen Kirche, befürwortete im Sinne der weiteren Entwicklung des Landes eine stärkere Beteiligung der Bevölkerung bei sozialen und
wirtschaftlichen Fragen, aber auch bei
Fragen der Nationalität. „Wir haben
uns bei den Herausforderungen mit der
Unabhängigkeit, mit dem Freisein sehr
gut angestellt. Aber 40 Jahre sind in diesem Kontext immer noch eine kurze
Zeit“, sagte er.
Der Bischof führte weiter aus, dass
die Angolaner in den Bereichen „Wirtschaft, Finanzen, Bildung und Gesundheit Positives erreicht haben. Angola
entwickelt sich zunehmend und das
kann jeder sehen, der es sehen will.
Dies ist offensichtlich und unübersehbar. Dafür müssen die Betrachter
nur ihre kleine Welt verlassen und sie
werden es sehen. Und trotzdem gibt es
noch viel zu tun. Wenn andere Völker,
die schon seit 300 oder 400 Jahren unabhängig sind, immer noch kämpfen
müssen, was soll man von uns sagen,
von uns, die erst seit 40 Jahren existieren?“. Nach dieser Frage setze er hinzu,
„man kann nicht alles in nur 40 Jahren
bewältigen“.
Aníbal João da Silva Melo,
auch
Schriftsteller und Journalist, sprach
über den Stand der angolanischen Literatur 40 Jahre nach der Ausrufung der
nationalen Unabhängigkeit.
„Wir haben hier eine Literatur, die
sich, sagen wir es so, mit der aus entwickelten Ländern messen lassen kann.
Die angolanische Literatur har einen
großen Sprung gemacht, sei es, was
ihre formale und inhaltliche Qualität
angeht, aber auch in quantitativer Hinsicht“.
João Melo sprach über den Einfluss
des Journalismus in seinem eigenen
literarischen Werk und ist der Auffassung, dass „die angolanische Literatur
heute nicht mehr um Erlaubnis bitten
muss. Wir haben eine etablierte, ausgereifte und vielfältige Literatur. Es
POLÍTICA | POLITIK
Vítor Ramalho
gibt sehr viele Autoren, die heute mit
einem sehr individuellen Stil schreiben
und deshalb unterschiedlichste Werke
liefern. Dies wirkt sich positiv auf die
nationale Autorenszene aus“.
Die Botschafterin Angolas in Südafrika, Josefina Pitra Diakité, ist der Ansicht, dass der Weg des angolanischen
Volkes „steinig war, aber heute, bei unserer 40-jährigen-Feier, da können wir
mit Freude sagen, unsere Sache war
hart, aber die Hartnäckigkeit Angolas
für die Sache der Unabhängigkeit, für
die Verteidigung der nationalen Souveränität und den Aufbau und die Würdigung des angolanischen Volkes hat sich
gelohnt. Deshalb sage ich, die Angolaner sind zu beglückwünschen“.
Botschafterin Josefina Diakité fügte
hinzu, „heute finden wir Frauen in allen gesellschaftlichen Bereichen. Sie
beteiligen und engagieren sich auf eine
sehr würdige Weise. In diesem Kontext
müssen wir aber auch von Frauen in
Führungsebenen und auch auf parlamentarischer Ebene sprechen. In diesen
40 Jahren haben wir erreicht, dass es in
unserem Land schon einen parlamentarischen Frauenanteil von 40 Prozent
gab, der jetzt aber zurückgegangen ist.
Es gibt dafür objektive Gründe, denn
nicht alle politischen Akteure arbeiten
in gleicher Weise intensiv daran, die
Stellung von Frauen zu fördern“. Die
Botschafterin schlussfolgerte dennoch,
insgesamt sei die Entwicklung in diesem Bereich „eine sehr zufriedenstellende“.
Der Jurist und Schriftsteller Manuel
Rui Monteiro äußerte ebenfalls seine
Meinung bezüglich der 40 Jahre angolanischer Unabhängigkeit und sprach
über die Gefühle von Identität, Patriotismus und Nationalität, die ihn beim
Hören der Nationalhymne immer noch
bewegen. Manuel Rui war Mitwirkender beim Entstehungsprozess der angolanischen Nationalhymne. Später
wurde er Minister für Information in
der ersten Regierung des unabhängigen
Angola.
Nach seinem Dafürhalten lässt sich
das Niveau in der angolanischen Literatur weiter verbessern. „Wir müssen
uns mehr um Qualität kümmern. Die
angolanische Literatur konnte ja bereits zwei Camões Auszeichnungen gewinnen. Dies verpflichtet und verlangt
mehr Aufmerksamkeit und Sorgfalt
von Seiten derjenigen, die in dieser
Welt agieren“.
„Wir haben Erfolg in der Welt der
Kultur und es macht mich glücklich,
wenn ich höre, dass der junge Künstler
Anselmo Ralph so erfolgreich auf dem
internationalen Musikmarkt ist“, sagte
er und er befand, dies zeige „dass man
positive Ergebnisse für sich und das
Land erzielen kann, wenn man sich der
Qualität verpflichtet. Ich muss dennoch
sagen, dass es auf sozioökonomischer
und politischer Ebene immer noch viel
zu tun gibt“.
Namibias erster Präsident, Sam Nujoma, äußerte sich aus dem Ausland zu
diesem Anlass mit folgenden Worten:
„Die Unabhängigkeit von Angola bedeutet immer noch auch einen Sieg besonders für die Menschen in Namibia,
Pedro Pires
aber auch im südlichen Afrika. Angola
hat uns damals nicht nur Ruckzugslager gesichert, von wo aus wir einen effektiven bewaffneten Befreiungskampf
beginnen konnten. Es gab uns auch
politische, materielle und moralische
Unterstützung in unserem Kampf, bis
wir echte Freiheit und Unabhängigkeit
erreichten“. Sam Nujoma, der Anführer
des Kampfes des namibischen Volkes
gegen das unterdrückende und rassistische südafrikanische Regime, unterstreicht, dass Angola für die Namibier
„wie eine Festung für unser Volk war.
Die Unabhängigkeit Angolas war uns
eine große Motivation für die Fortsetzung unseres eigenen bewaffneten Befreiungskampfes“. Er fügt hinzu, „unsere Beziehungen sind mit Blut gefestigt
und im Kampf geschmiedet worden.
Angola ist weiterhin ein verlässlicher
Ruckzugsort für uns. Es ist auch ein
wahres Beispiel für wirtschaftliche Autonomie und Stärkung in dieser Region“.
Auch der Generalsekretär der Union
der portugiesisch sprachigen Hauptstädte(UCCLA), Victor Ramalho, beglückwünschte Angola für den Weg,
den es beschreitet. Er erachtet die Rolle des angolanischen Präsidenten José
Eduardo dos Santos bei der nationalen
Aussöhnung als „sehr wichtig“.
Victor Ramalho erinnerte daran, dass
„die Kriege, die Angola in der Kolonialzeit durchmachte, brutal waren. Aber
anschließend waren sie vielleicht noch
brutaler. Wir dürfen nicht vergessen,
dass Angola ein völlig zerstörtes Land
war. Der Präsident der Republik, auch
Vorsitzender der Regierungspartei
MPLA, hat sich um die nationale Aussöhnung sehr bemüht. Das ist ein Fakt“.
Ramalho wies ebenfalls darauf hin,
dass heute verschiedene politische Parteien in Angola existieren und am demokratischen Prozess teilnehmen können. „Rom wurde auch nicht an einem
Tag erbaut“, betonte Victor Ramalho
und unterstrich, dass „immer sehr tiefreichende Folgen aus so gravierenden
Kriegen resultieren. In Bezug auf die
eigene Zukunft dieses Landes wird es
also nicht einfach sein, denn die Welt
befindet sich heute insgesamt in einer
enormen Krise. Doch das Handeln von
Präsident José Eduardo dos Santos im
Hinblick auf Frieden und nationale Aussöhnung erzielte Ergebnisse und ist in
Angola spürbar“.
Der ehemalige Präsident der Kapverden, Pedro Pires, ist der Ansicht, dass
Angola „einen der komplexesten und
kostspieligsten
Unabhängigkeitsprozesse der ehemaligen portugiesischen
Kolonien durchstand. Der angolanische
Fall war komplizierter und hat länger
gedauert als andere, denn erst musste
der Kampf gegen den Kolonialismus
geführt und danach alle anderen politischen und bewaffneten Konflikte gelöst
werden“.
Kommandant Pedro Pires glaubt, dass
„Angola eine strategische Rolle in der
Region des südlichen Afrika und sogar
auf dem ganzen Kontinent innehat.
Diese Position macht es möglich, dass
dieses Land zur Etablierung friedlicher
Beziehungen in diesem geographischen
Raum beitragen kann. Aber auch in bereits kriegerischen oder instabilen Situationen kann Angola, denke ich, eine
wichtige Rolle bei der Stabilisierung
des südlichen und zentralen Afrikas
spielen“. Die Afrikaner erwarteten von
Angola „einen wichtigen Beitrag für
Stabilität, Sicherheit und Frieden“.
15
POLÍTICA | POLITIK
Ministerpräsidenten
Trovoada
schickte folgende Botschaft aus São
Tomé und Príncipe: „Angola ist auf
dem guten Weg. Dieser lange Weg
bis zur Verwirklichung des Friedens
hat Angola in vielerlei Hinsicht gestärkt. Dadurch hat sich das Land die
Möglichkeiten einer großen Zukunft
erarbeitet“. Trovoada sprach von
der Wirtschaftskrise und erwähnte, dass man in Angola den Beginn
der Diversifizierung der Wirtschaft
beobachten kann. Ein Anzeichen
dafür sei, dass man heute viel über
Landwirtschaft spricht und auch
umsetzt. „Wenn wir auf den Weg
Patrice Trovoada
zurückschauen, den Angola verfolgt
hat, dann würde ich sagen, dass das
Land gerade dabei ist, sich wirtschaftlich zu erholen. In der Vergangenheit
wurde Angola als ein rein von Landwirtschaft geprägtes Land befunden,
aber nun sind ebenfalls alle anderen
Bereiche wieder aktiviert worden. Es
ist ein Land der Zukunft und die Angolaner sollten an der Stabilität festhalten“.
Auch sagte Präsident Manuel Pinto
da Costa: „Die Zukunft wird immer
die sein, die die Angolaner selbst gestalten, denn sie liegt in ihren Händen. Für die Zukunft Angolas wünsche ich dem angolanischen Volk
Frieden, Glück und Fortschritt. Ich
wünsche ihm, dass es von den Anstrengungen des Befreiungskrieges
und von den aktuellen positiven Entwicklungen profitieren kann. Angola soll seine Wirtschaft so aufbauen
können, dass sein Volk ein glücklicheres Leben führen kann“.
Er gab ebenfalls seiner Überzeugung
Ausdruck, dass „Angola, genauso wie
in den letzten Jahren, weiterhin den
Weg zum wirtschaftlichen und sozialen Fortschritt verfolgen wird. Mit
dem Geist der Großzügigkeit und
Solidarität seiner Menschen, da bin
ich mir sicher, wird Angola sich mehr
und mehr als Motor der Entwicklung
in der Region, auch im Hinblick auf
die internationalen Wirtschaftsbeziehungen, etablieren“.
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Embaixador Alberto Neto
sobre os 40 Anos de Angola
Combate à fome na
prioridade das acções
do Governo
O Executivo angolano está a trabalhar afincadamente no combate a fome, para a melhoria das condições de vida de cada
angolano, afirmou o Embaixador da República de Angola na
República Federal da Alemanha, Alberto Correia Neto.
A propósito da celebração dos 40 anos de independência de
Angola, Alberto Neto referiu que o Governo angolano está “a
fazer um esforço para combater a fome, o que é objectivo de
qualquer governo, que é fazer com que as suas populações
tenham melhores condições de vida”.
A
o notar que “entre 60 a 80 por
cento dos produtos que consumimos são importados”, o Embaixador Alberto Neto referiu
que “nós não podemos viver
nessa situação permanentemente. Temos que mudar o quadro. Daí que a Alemanha nos pode ajudar não só a nível da
indústria extractiva, como já disse, do
comércio, da agricultura, do turismo, enfim, há muitas oportunidades”.
O Embaixador Alberto Neto, que é General de Exército e Licenciado em Economia, já foi representante de Angola
na República Federativa do Brasil e na
República da Eslováquia. Desde Novembro de 2011 que chefia a Missão Diplomática angolana na República Federal
da Alemanha e é Embaixador não-residente na República Checa.
Eis a entrevista:
Pergunta- V. Excia. está neste cargo
desde 2011, período em que Angola
se recuperou da crise internacional.
Seguiu-se um período de forte desempenho macro-económico e as exportações a crescer. O que destacaria o
Sr. Embaixador, desde a sua chegada a
Berlim até hoje, como acções principais
realizadas e quais têm sido os desafios
mais importantes?
Alberto Correia Neto- Muito obrigado
por ter tomado esta iniciativa em entrevistar-me para fazer uma retrospectiva
sobre o evoluir da situação das relações
entre Angola e a Alemanha. Eu diria que
as relações entre Angola e a Alemanha
cingem-se fundamentalmente na definição do nosso Governo sobre algumas
parcerias que devem ser estabelecidas
no domínio bilateral. E o nosso Governo
definiu que a Alemanha é um parceiro
estratégico para Angola ao nível da Europa, da União Europeia.
Optamos pela Alemanha porque, do ponto de vista económico, está bem. Neste
momento, é a maior potência da Europa
e, do ponto de vista tecnológico, tem um
know-how elevado para ajudar Angola na
recuperação económica e, sobretudo na
reconstrução do País. Como sabe, o nosso País foi devastado pela guerra, esteve
mais de 40 anos em guerra, e só em 2002
é que encontrou a paz, que pensamos ser
definitiva. Esta mesma paz exigiu medidas imediatas levadas a cabo pelo nosso
Governo, destacando-se a necessidade de
recuperar economicamente e reconstruir aquilo que foi destruído pela guerra.
Infelizmente, para Angola não houve
uma conferência de doadores. Pedimos
uma conferência de doadores, mas não
foi possível realizá-la. Disseram-nos que
POLÍTICA | POLITIK
precisávamos é de uma conferência de
investidores, e não de doadores. Assim
sendo, a nossa opção foi, em vez de fazermos a cooperação multilateral, como
era nosso desejo, começamos por fazer
uma cooperação bilateral, escolhendo os
países que deveriam cooperar connosco.
E um dos escolhidos com maior prioridade foi exactamente a Alemanha. Nós
pensamos que a Alemanha é um parceiro
que tem um peso muito grande nas relações com Angola, para além de que em
2009 esteve cá o nosso Presidente e em
2011 a Chanceler Ângela Merkel esteve
em Angola para exactamente relançar
essa cooperação. Essa cooperação está
em vários domínios como, por exemplo,
no domínio energético. Estamos a tentar
recuperar as barragens que já existiam
em Angola e estamos a erguer novas barragens. E a maior parte do equipamento
que vamos utilizar nessas barragens, sejam novas como as antigas que estão a
ser recuperadas, é alemão, incluindo as
turbinas.
Estamos a tentar, também, relançar a indústria extractiva, sobretudo no domínio
mineral, porque se exploramos os diamantes, que é o que mais se ouve falar
em termos de exploração mineira em
Angola, para além do petróleo, nós temos mineiros de todo tipo: ferro, manganésio, etc.. Angola possui todos os
minerais estratégicos. E sabemos que
a Alemanha tem tecnologia boa e suficiente para nos ajudar na exploração
mineira, que é necessária e importantís-
sima para elevar o nosso Produto Interno Bruto (PIB). Existem outras áreas,
além da energia, águas. Sabemos que a
Alemanha é forte no domínio da água
industrial, nomeadamente nas estações
de tratamento. Portanto, podemos dizer
que a nossa cooperação com a Alemanha
é no sentido de fazermos que possamos
também ter o know-how alemão em Angola, além de que nós também podemos
e deveremos fazer exportações para a
Alemanha e que já temos feito algumas.
E temos informações de que tem aumentado o volume das exportações de Angola
para a Alemanha.
Pergunta- Parece-me que o ano passado as exportações da Alemanha para
Angola aumentaram em 28 por cento...
Mas, de Angola para a Alemanha, exportações a nível de quê? De petróleo?
ACN- Não só de petróleo. Por exemplo,
neste momento estamos a tentar começar a exportar gás. Ao nível da indústria petrolífera, além do petróleo temos o
gás. Sabemos que a Alemanha depende
muito do gás da Rússia. Nós estamos em
condições de poder minimizar essa dificuldade da Alemanha em gás.
Pergunta- Ainda não chegaram a acordo, ou...?
ACN- Estamos a negociar. Pensamos
que o nosso sistema LNG poderá arrancar com força este ano ou no próximo.
Então, nessa altura estaremos também
em condições de fazer exportações de
gás liquefeito para a Alemanha, se for
possível. Estamos a negociar neste sentido. E algumas outras áreas, também,
como, por exemplo, a madeira. Temos
um volume muito grande de produção
de madeira que podemos exportar para
a Alemanha. Minerais, não só os ferrosos mas também os não ferrosos. Devo
dizer que a nossa política em relação a
exportações é não pensar só em exportar
matérias-primas, como é comum pensar
em África.
Pergunta- Exportar matéria-prima...
ACN- É verdade: só exportam matéria-prima. Mas, nós também temos essa
tendência e gostaríamos que essas exportações se transformassem em produtos
acabados. E é essa “batalha” que estamos
a ter, isto é no sentido de podermos exportar outros produtos, além das matérias-primas, produtos acabados para a
Alemanha.
Pergunta- E a nível de desafios, dos
desafios que tem encontrado até agora, com a Alemanha? Por exemplo, falemos de vistos, a situação da concessão de vistos para trabalhadores duma
empresa alemã que pretende mandar
funcionários para Angola. Que desafios
tem encontrado e qual a situação dos
vistos?
ACN- Neste momento já está melhor,
muito melhor, que anteriormente. Existe
uma discussão e agora, na Comissão Bilateral Angola-Alemanha, em Luanda, uma
17
POLÍTICA | POLITIK
das questões que vamos analisar será
essa, também. A nossa proposta é que
sejam isentos de vistos os passaportes
diplomáticos e de serviço, na primeira
fase, e facilitação para empresas alemãs
que queiram fazer investimentos e prospecção em Angola.
Claro que, tendo em conta o evoluir das
relações, estamos em crer que dentro de
talvez menos de cinco anos chegaremos
ao momento em que praticamente não
precisaremos de vistos entre angolanos
e alemães para entrarem num País ou
noutro, porque sendo a Alemanha uma
parceira estratégica temos que facilitar
a circulação de pessoas e bens entre os
dois países. E neste momento estamos
já a nos preparar (já há documentos preparados) para exactamente isentar os
vistos em passaportes diplomáticos e de
serviço. Eu penso que ainda este ano isso
acontecerá, possivelmente.
Pergunta- Sr. Embaixador, como destino
turístico para os alemães, Angola é atractiva? O que a Embaixada está a fazer
para promover Angola como destino
turístico e que resultados tiveram até
agora?
ACN- Posso dizer-lhe que todos os anos
aqui, na Alemanha, mais exactamente
em Berlim, realiza-se a Feira Internacional de Turismo. E todos os anos há delegações angolanas. Nesse certame abrimos um stand onde expomos os nossos
produtos turísticos. E, felizmente, temos
sido bem entendidos, de tal forma que
hoje os alemães gostam de ir a Angola e
os cruzeiros que têm sido feitos para a
África do Sul, para a Namíbia, também
já têm Luanda como destino. Luanda,
Lobito... Há menos de dois meses houve um cruzeiro que foi até Luanda com
mais de 800 turistas, dos quais 200, 300
ou mais eram alemães. E no ano passado
houve três ou quatro cruzeiros, barcos
de cruzeiro com mil e tal turistas, que
passaram por Luanda, por Lobito. Quero
dizer que estamos num projecto Okavango que prevê três ou quatro países para
exploração turística nessas áreas, onde
está incluído Angola.
Pergunta- O KASA, não é?
ACN- O KASA, exactamente! A Alemanha,
que financia esse projecto, já financiou a
parte angolana com cerca de dez milhões
de Euros para esse efeito.
Pergunta- Pelo que sei, esta região funcionará com um visto especial.
ACN- Absolutamente! Esses vistos serão
emitidos assim para permitir que o turista estando, por exemplo, no Botswana
querendo viajar para Angola não tenha
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problemas. Estamos a trabalhar no sentido de que o turismo ali se desenvolva. E
vai se desenvolver não só o turismo normal, o tradicional, mas até o ecoturismo,
etc., etc...
Pergunta- E em termos de negócios,
quais são as expectativas em termos de
volume a atingir em 2015?
ACN- São maiores porque os investimentos que Angola pretende receber
da Alemanha fazem com que o volume
de negócios aumente, sobretudo a nível energético. Nós pretendemos que
a breve prazo as barragens que estão a
ser construídas funcionem integralmente, nomeadamente o Cambambe 2, que
é um investimento com técnica alemã.
Temos a barragem de Liaúca, que vai ser
uma das maiores barragens de África, em
que o investimento principal também é
alemão. Estamos neste momento a negociar com a Alemanha a sua participação,
através de algumas empresas da indústria extractiva para exploração de ferro,
dos fosfatos...
Pergunta- Pelo que sei, até agora não
há muito presença de alemães neste
sector da indústria extractiva...?
ACN- Não há, não. De ninguém! Isto é que
é o mais dramático. Coincidentemente,
o nosso País, a nível de muitos metais e
alguns deles mesmo estratégicos, ainda é
virgem em termos de exploração.
Pergunta- Em que outras áreas acha
que há oportunidades para as empresas
alemães irem a Angola investir?
ACN- Na área da agricultura. Nós temos
que diversificar a nossa economia. A nossa é à base de uma economia de enclave,
baseada só no petróleo. Agora, com essa
crise, nós temos o abaixamento do preço
do petróleo, temos que necessariamente
lutar para aumentar a auto-suficiência, e
essa auto-suficiência só se consegue com
produção interna. Notamos que entre 60
a 80 por cento dos produtos que consumimos são importados. Nós não podemos viver nessa situação permanentemente. Temos que mudar o quadro. Daí
que a Alemanha nos pode ajudar não só
a nível da indústria extractiva, como já
disse, do comércio, da agricultura, do turismo, enfim, há muitas oportunidades.
E o nosso trabalho aqui é exactamente
tentar mostrar à comunidade alemã e
ao empresariado alemão, às empresas
alemãs, que Angola é um País que está
em condições e aberto para receber todos os que queiram fazer investimentos
sérios lá, no nosso País.
Pergunta- Li que há 22 empresas alemãs
em Angola. Pode ser?
ACN- Eu creio que há mais, sim. As 22
eram no ano passado, agora estamos aí
entre 30/35 empresas.
Pergunta- Então, estamos a falar agora da necessidade de promover os investimentos. Falemos um pouco disso.
Temos o Fórum Económico, em Julho,
temos agora a Comissão Bilateral, dentro de duas semanas, e constou-me
também que na Filda, em Julho, a Alemanha vai ter uma presença especial,
como um convidado especial. Fale-nos
um pouco de cada um destes eventos.
O que se pretende conseguir?
ACN- Relativamente a tudo isso, quero
começar pela actividade que se vai realizar mais proximamente, que é a Comissão Bilateral Angola-Alemanha. Foi
estabelecido entre os dois governos a
existência desta comissão para, por um
lado, fazer o balanço do estado da cooperação bilateral a nível de governos
e, ao mesmo tempo, depois desse balanço, perspectivar o que se deve fazer
para melhorar a cooperação bilateral e
aumentar ainda mais tal cooperação, de
dois em dois anos. A última reunião que
tivemos da Comissão Bilateral foi em Janeiro/Fevereiro de 2012, a nível político.
Ela foi realizada aqui mesmo, em Berlim.
E ficou assente que dois anos depois farse-ia a segunda reunião. Mas, por imperativos de actividades e outras questões, só
este ano é que se vai fazer a 2ª reunião da
Comissão Bilateral, que vai decorrer em
Luanda no dia 27 de Maio, onde far-se-á o
balanço da actividade desenvolvida desde
2011 até agora. O que se alcançou, o que
não se alcançou no domínio económico,
social e político, a nível da cooperação
bilateral, etc., etc.. Ao mesmo tempo vamos perspectivar as actividades a serem
levadas a cabo de 2015 a 2017, dado que
as reuniões são de dois em dois anos.
Chefiará a delegação alemã o Secretário
de Estado das Relações Exteriores e da
parte angolana, será, em princípio, o
nosso Secretário de Estado, também, das
Relações Exteriores, Dr. Manuel Augusto, que foi quem co-presidiu a primeira
reunião da Comissão Bilateral.
Relativamente ao Fórum Económico,
será o 6º Fórum Económico, a Alemanha
tem uma representação do Ministério da
Economia em Angola que é muito forte.
É chefiada pelo Dr. Gerigk, que está lá,
em Angola. Ele é um bom mobilizador
de empresas e empresários, tudo virado
para o desenvolvimento económico de
Angola em cooperação com a Alemanha.
Ele está virado para aí. Esse fórum tem
por objectivo juntar o maior número de
empresas possível lá, em Angola. Essas
POLÍTICA | POLITIK
empresas, para além das reuniões onde
ficam a saber o que Angola pretende, fazem visitas mesmo pelo interior de Angola. Este ano, por exemplo, estamos a
prever levar os empresários até Malange,
que é uma província que… Creio que
conhece Malange...
Pergunta- Conheço, sim.
ACN- Pois, Malange poderá ser o celeiro
de Angola, tendo em conta as boas condições para a agro-indústria. Então,
pretende-se levar vários empresários até Malange para que
eles tenham uma visão de que
Angola não é só Luanda e que
se pode fazer investimentos em
toda a extensão do território angolano que eles queiram fazer.
É neste sentido que este fórum
vai se realizar em Luanda, por
dois dias, no máximo. E ao mesmo tempo temos a Filda. Todos
os anos, em Julho, realiza-se a
Feira Internacional de Luanda,
que junta N países e centenas
de empresas, num mesmo centro. Este ano, foi escolhida a
Alemanha como a parceira convidada especial para a Filda, por
uma semana. Nesta actividade,
que se vai realizar em sua homenagem, a Alemanha poderá
apresentar os seus produtos e
a sua cultura. A actividade que
se vai realizar na Filda em homenagem a Alemanha não será
só empresarial. É também para
mostrar a cultura alemã. Vai ter
um dia especial só da cultura
alemã, com música alemã, cerveja alemã, a salsicha alemã,
enfim… Uma série de actividades. O “Luandafest”, como o
“OktoberFest” (Risos). É exactamente isso. Isso porquê? Porque nós pensamos que este tipo de actividade ajuda
a cimentar e a melhorar cada vez mais
a cooperação entre os povos e entre os
países. Nós queremos grandemente que
a cooperação entre Angola e a Alemanha
seja, cada vez maior e mais profícua.
Pergunta- Durante o tempo que lhe
resta como Embaixador de Angola na
Alemanha quais seriam os seus objectivos a atingir? O que gostaria de atingir
brevemente?
ACN- Bom, em termos materiais era fazer
com que a nossa chancelaria fosse independente. Nós, neste momento, estamos
aqui num imóvel há mais de 12 anos, é
alugado, é um andar. Estamos a construir um imóvel que é independente. Só vai
ser mesmo a chancelaria e a Casa de An-
gola. Essa nova chancelaria já está numa
fase muito adiantada de construção. Felizmente é num sítio nobre, mesmo em
frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha. Portanto, gostaria
que esse desiderato fosse conseguido e
a inauguração se realizasse no próximo
ano. Também gostaria que, em termos
de cooperação bilateral, aumentássemos
ainda mais essa cooperação. Neste momento, Angola é o terceiro País a Sul do
Sahara que melhor coopera com a Ale-
manha, em termos de volume de negócios, ao nível da cooperação, é o terceiro.
Primeiro está a África do Sul, a Nigéria e
depois vem Angola. Nós gostaríamos que
durante o nosso mandato passássemos
para segundo e, quiçá para primeiro. E
a pergunta é: é possível? Eu penso que
sim, porque os desafios que Angola tem
para a sua recuperação económica e fazer com que melhoremos cada vez mais
e saíamos da fase de crescimento para a
fase de desenvolvimento é um desafio
grande. E a Alemanha está em condições
de poder ajudar Angola a ultrapassar
esta fase de crescimento para a fase de
desenvolvimento. E isto em várias áreas:
como disse, no domínio das energias, por
exemplo, no domínio da exploração mineira, no domínio da indústria extractiva,
mesmo no domínio alimentar e agro-in-
dustrial. Há uma série de acções que podem ser levadas a cabo para fazer com
que Angola saia do terceiro lugar e passe
para o segundo, e rapidamente para o
primeiro. Isto seria o meu maior desejo.
Pergunta- Angola está a completar 40
anos de independência. Como o Senhor
avalia a viagem de Angola até aos dias
de hoje e qual é a sua visão para Angola nos próximos anos e que mudanças
é preciso fazer para que o País atinja os
objectivos internacionais?
ACN- Bom, Angola é um País
que, de facto, passou por fases tremendas. E um dos problemas de Angola é que ficou
mergulhada duma forma profunda no conflito Leste-Oeste,
no tempo da guerra-fria. Se
verificar, até uma obra de Margareth Anstee, que foi representante do Secretário-Geral
das Nações Unidas aquando das
eleições de 1992. Ela escreveu
uma obra “Angola órfã da guerra-fria” e, de facto, ela prova aí
que nós ficámos entre os dois
fogos. Fomos submetidos por
um lado ao Ocidente, liderado
pelos Estados Unidos da América, que apoiaram um grupo de
angolanos, nomeadamente a
Unita e a FNLA. Por outro lado,
a antiga União Soviética, que
apoiava outro grupo de angolanos, nomeadamente o MPLA, e
então a guerra se desenvolveu
logo depois da independência
em 1975, até 2002. Foram vinte
e tal anos de guerra para tentarmos pacificar o País e conseguimos. Pacificou-se o País,
e imediatamente entrou-se na
fase de reconstrução nacional.
Essa reconstrução, como disse anteriormente foi baseada não na cooperação
multilateral, mas bilateral. Muitos países
que deviam ajudar Angola não ajudaram,
tivemos que recorrer fundamentalmente
aos chineses, que nos ajudaram e ainda
estão em Angola a reconstruir as pontes,
as estradas, as linhas-férreas. Quero dizer, que em 13 anos de paz fizemos mais
do que naqueles 27 anos, desde 1975 até
2002. Muito mais!
Neste momento os caminhos-de-ferro já
estão a funcionar integralmente, já se
circula por todo País, já fizemos mais
de cinco mil quilómetros de estradas
asfaltadas em Angola. Devo dizer que
a reconstrução do País é um facto. E, a
título de exemplo, eu diria que Angola,
que alcançou a independência em 1975,
mesmo com todas as guerras, em ter-
19
POLÍTICA | POLITIK
nação, se é o melhor ou não. Nós temos
um modelo de governação que é o sistema de governo presidencialista, em que
o Chefe do Executivo é o Chefe do Governo, o Conselho de Ministros é uma
espécie de órgão auxiliar ao Chefe do
Executivo. Não sei se é o melhor, se não
é, mas isso tudo é em função das características de cada país.
mos de crescimento, neste momento
está a crescer mais que muitos países
que nunca tiveram guerra, em África. O
crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) de 2011 em diante foi bom, atingiu
a cifra de 8 a 10 porcento, mas infelizmente com a nova crise baixou consideravelmente. Este ano prevemos um
crescimento aí até seis porcento, mais
ou menos.
Mas gostaríamos de dizer que esse crescimento, relativamente ao crescimento
no mundo, é muito bom. Daí que estamos a fazer um grande esforço para
combater com profundidade a fome.
Um dos grandes problemas que Angola tem é exactamente a pobreza. Se há
dois ou três anos tínhamos cerca de 40
a 60 porcento de população a viver com
menos de dois dólares por dia, a partir
do ano passado isto diminuiu bastante. Está, mais ou menos, entre os 30 e
40 porcento, só. Estamos a fazer um
esforço para combater a fome, o que é
objectivo de qualquer governo, que é
fazer com que as suas populações tenham melhores condições de vida. A assistência médica e medicamentosa tem
melhorado significativamente, a rede
sanitária no País aumentou. Se tínhamos anteriormente um médico para um
universo de população que ultrapassava os 10 mil ou 15 mil, neste momento
podemos dizer que temos 24 milhões e
já temos mais de cinco mil médicos por
todo país. Diminuiu substancialmente a
relação médico/população.
A nível da educação, estamos a melhorar
também substancialmente a assistência
educacional, desde a base até ao ensino
superior. Ainda temos crianças fora do
sistema de ensino por falta de escolas,
20
etc., mas há uma redução cada vez mais
crescente. É interessante isso porque
quando eu estava no Brasil (de 2000 a
2006), só o Estado de S. Paulo, naquela
altura, tinha mais de 300 mil crianças
fora do sistema de ensino. Eu fiquei
espantado! O Brasil é um País que tem
mais de um século de independência.
E até hoje, no Brasil ainda há crianças
fora do sistema de ensino. Bom, nós
também temos. E estamos a fazer um
esforço grande para enquadrar essas crianças. E estamos a conseguir isto, com a
construção de mais escolas, o enquadramento de mais professores, etc., etc.. E
pensamos que até 2017 somos capazes
de não ter crianças fora do sistema de
ensino. Este é um dos nossos grandes
objectivos.
Há um programa nacional do nosso governo que prevê uma série de acções
para fazer com que possamos, a partir
de 2017, sair do crescimento já para o
desenvolvimento. Isso é possível se tomarmos algumas medidas, e algumas já
estão a ser postas em prática, nomeadamente no domínio do relançamento da
agricultura, no domínio da criação de
novas infra-estruturas que propiciem o
desenvolvimento, no domínio da electrificação do País, para fazer com que do
ponto de vista energético sejamos auto-suficientes, porque sem energia não
há indústria. Não se pode fazer indústria com geradores. E estamos neste momento a desenvolver a energia para que
em 2017 tenhamos a auto-suficiência
energética. Poderemos ter problemas de
distribuição, mas falta não vai haver.
É claro que o nosso governo tem consciência de que ainda há muito que se
fazer. É discutível o modelo de gover-
Pergunta- Alguma coisa que o Sr. Embaixador gostaria de comentar, para os
leitores alemães?
ACN- Sim. Eu gostaria muito que a media alemã se preocupasse mais não só
com Angola, mas também com os outros países africanos e passassem mais
mensagens sobre o continente africano.
Porque o que normalmente se divulga
aqui é só o lado negativo do que se passa lá, em Angola, nos países africanos. É
verdade que ultimamente já não tanto,
não se vê notícias positivas nem negativas… Eu, sinceramente, gostaria que pudéssemos ver mais notícias, ao vermos
a televisão alemã, ao escutarmos rádio,
pudéssemos ouvir mais sobre África. É
verdade que os problemas que a Europa
tem neste momento são muito graves
e muito sérios, mas nós estamos numa
fase mais complicada da nossa evolução.
Estamos numa fase onde, por exemplo,
os alemães já passaram. Os alemães
também tiveram muitos problemas.
E foi dos povos que mais sofreu com a
guerra, foi o País mais destruído durante a segunda guerra mundial. E eles
conseguiram reconstruir a Alemanha de
tal forma que hoje são a primeira economia na Europa. A experiência alemã
também nos é muito gratificante. Nós
também tivemos quarenta e tal anos de
guerra e ficamos com o País completamente destruído. Estamos a reconstruir
o País. Há uma similitude, por isso é que
eu gostaria imenso que isso acontecesse.
E da parte da nossa Embaixada, estamos
prontos para ajudar com materiais sobre a cultura angolana, sobre o que Angola pode transmitir ao povo alemão. Nós
sentimos que o povo alemão gosta muito do povo angolano. Basta dizer que
no Mundial de Futebol 2006 a comunidade angolana, aqui, foi muito bem
vista, bem recebida e querida, até hoje.
As cores das bandeiras são as mesmas:
vermelho, preto e amarelo. De modo
que pensamos que há uma tendência de
aproximação entre os dois países. Faço
jus e almejo que essa ligação se estreite
e aumente cada vez mais.
„NR: Esta entrevista foi concedida em
meados de Maio. A reunião da Comissão
Bilateral foi adiada.“
Botschafter Alberto Correia Neto über das 40 jährige Jubiläum Angolas
Kampf gegen den Hunger ist
eine Priorität des angolanischen Staates
Die angolanische Regierung arbeitet hart daran, jeglichen Hunger im Land zu bekämpfen und die Lebensbedingungen eines jeden Angolaners zu verbessern. Darauf
verwies der Botschafter von Angola in der Bundesrepublik Deutschland, Herr Alberto Correia Neto, anlässlich des bevorstehenden 40. Jahrestages der angolanischen
Unabhängigkeit. „Die Regierung Angolas ist sehr bemüht, den Hunger zu bekämpfen. Dies ist ein Ziel von jeder Regierung eines Landes, nämlich ihrer Bevölkerungen bessere Lebensbedingungen zu ermöglichen“.
60
bis 80 Prozent aller im
Land verbrauchten Produkte werden importiert“, erklärte der Botschafter weiter und fügte
hinzu, „wir können nicht dauerhaft
in dieser Situation leben. Wir müssen
diesen Zustand ändern. Daher kann
uns Deutschland nicht nur in der mineralgewinnenden Industrie helfen,
sondern auch im Handels-, Landwirt-
schafts- oder im Tourismusbereich. Es
gibt letztlich viele Möglichkeiten“.
Botschafter Alberto Neto hat einen
Abschluss in Wirtschaftswissenschaften. Er vertrat die Republik Angola bereits als Botschafter in der Föderativen
Republik Brasilien und in der Slowakischen Republik. Seit November 2011
leitet er die angolanische diplomatische Vertretung in Deutschland und
ist nicht-residierender Botschafter An-
golas in der Tschechischen Republik.
Alberto Neto ist auch angolanischer
Armeegeneral.
Im Folgenden das mit ihm kürzlich
geführte Interview:
Welwitchia: Exzellenz, Sie sind zu
diesem Posten in der Bundesrepublik im Jahr 2011 berufen worden. Das
war genau die Zeit, in der sich Angola von der globalen Krise erholte. Es
folgte eine Zeit des starken gesamt-
21
POLÍTICA | POLITIK
wirtschaftlichen Wachstums. Auch
der Exportsektor wuchs. Was würden
Sie als wichtigste Unternehmungen
seit Ihrer Ankunft in Berlin hervorheben und was waren in dieser Zeit,
Ihrer Meinung nach, die größten Herausforderungen?
Botschafter Alberto Correia Neto:
Erst einmal vielen Dank für die Initiative, mich zu interviewen. Das gibt
mir die Möglichkeit, die Entwicklung
der Beziehungen zwischen Angola
und Deutschland genau zu betrachten. Diese Beziehungen gestalten sich
meines Erachtens grundsätzlich nach
den von unserer Regierung gesetzten
Leitlinien für Partnerschaften, die auf
bilateraler Ebene zu etablieren sind.
Unsere Regierung hat festgelegt, dass
in Bezug auf Europa Deutschland ein
strategischer Partner für Angola ist.
Dies macht insbesondere Sinn in
wirtschaftlicher Hinsicht. Aktuell ist
die Bundesrepublik die größte wirtschaftliche Macht in Europa. Hier
gibt es aus der Perspektive der Technologien und der Wissenschaften ein
solch hohes Niveau des Know-hows,
das Angola dabei unterstützen kann,
sich wirtschaftlich zu erholen, vor allem beim Wiederaufbau des Landes.
Wir hatten über 40 Jahre einen zerstörerischen Krieg und erst im Jahr
2002 ist es uns gelungen, den unserer
Meinung nach endgültigen Frieden zu
erlangen. Seitens unserer Regierung
standen damit sofortige Maßnahmen
hinsichtlich des Wiederbaus und der
wirtschaftlichen Erholung auf der Tagesordnung. Leider gab es für Angola
keine Geberkonferenz, obwohl wir
darum baten. Man sagte uns, was wir
bräuchten, wäre eine Investoren- und
keine Geberkonferenz. Anstatt multilaterale Kooperationen anzustreben,
wie es unser ursprünglicher Wunsch
war, mussten wir somit auf bilaterale Zusammenarbeit setzen. In diesem
Prozess suchten wir nun selbst nach
kooperationsbereiten Ländern.
Mit großer Priorität fiel unsere Wahl
auf Deutschland. Wir denken, dass
Deutschland ein besonders wichtiger
Partner für Angola ist. Nicht nur ist
unser Präsident im Jahr 2009 nach
Deutschland gereist, auch Bundeskanzlerin Angela Merkel kam 2011
nach Angola, just um diese Zusammenarbeit zu beleben. Die Kooperation erstreckt sich auf verschiedene
Bereiche. Im Energiebereich zum Beispiel versuchen wir, in Angola bereits
existierende Staudämme wiederaufzubauen und auch neue zu errichten.
Einschließlich der Turbinen kommt
22
ein Großteil der für die Staudämme erforderlichen Ausrüstung aus Deutschland.
Auch die Bergbauindustrie soll wiederbelebt werden, das betrifft insbesondere auch den Bereich der Erzgewinnung. Im Kontext mit Angolas
Bergbau wird meistens an Diamanten
und Erdöl gedacht. Doch in Angolas
Boden kommen auch zahlreiche Arten
von Erzen vor: Eisen, Mangan, etc...
Überhaupt kommen alle Mineralien
von strategischer Bedeutung vor. Die
guten Technologien, über die Deutschland verfügt, sind äußerst hilfreich
für unsere Arbeit im Bergbau. Ein
weiterer für die Kooperation prädestinierter Bereich liegt in der Wasserwirtschaft. Wir wissen, dass Deutschland auf dem Gebiet des Betriebs- oder
Brauchwassers stark ist, insbesondere
was Aufbereitungsanlagen angeht.
Hier ist uns ein Know-how-Transfer
des deutschen Wissens wichtig. Alle
diese Maßnahmen sind insgesamt von
extremer Wichtigkeit für die Erhöhung unseres Bruttoinlandsproduktes (BIP). Darüber hinaus können und
sollten wir Exporte nach Deutschland
tätigen, was durchaus bereits passiert.
Wir wissen, dass das Exportvolumen
zugenommen hat.
Es scheint so zu sein, dass im vergangenen Jahr die Exporte von Deutschland nach Angola um 28 Prozent zugenommen haben. Aber die Exporte
von Angola nach Deutschland beziehen sich auf welche Bereiche? Erdöl?
Nicht nur Erdöl. Neben Öl- verfügen
wir auch über Gasvorkommen und
streben im Moment den Start für die
Ausführung von Gas an. Uns ist bewusst, dass Deutschland in hohem
Maße auf russisches Gas angewiesen
ist. Wir sind in der Lage, diese Schwierigkeit für Deutschland zu minimieren.
Da gibt es aber noch kein Abkommen. Sehen wir das richtig?
Wir verhandeln noch. Wir denken,
dass unser LNG-System (Liquified Natural Gas) noch in diesem oder im nächsten Jahr mit voller Kraft starten kann.
Dann sollten wir in der Lage sein, verflüssigtes Gas nach Deutschland zu
exportieren. Wie gesagt, noch verhandeln wir in diese Richtung. Und es geht
dabei auch um andere Bereiche, etwa
um Holz. Wir haben große Kapazitäten
bei der Holzproduktion und auch hier
könnten wir nach Deutschland exportieren. Ich will auch erwähnen, dass
wir im Bereich der Mineralien nicht
nur über Eisenmetalle, sondern auch
über Nichteisenmetalle verfügen. Ich
möchte ergänzend sagen, dass unsere
Politik in Sachen Ausfuhr nicht nur an
den Export von Rohstoffen denkt, wie
es sonst in Afrika üblich ist.
Die Ausfuhr von Rohstoffen...
So ist es: man exportiert einzig und allein Rohstoffe. Auch wir haben diese
Tendenz. Am liebsten hätten wir es,
wenn sich die exportierten Rohstoffe
automatisch in Endprodukte umwandeln würden. Das ist im Moment unsere „Schlacht“, nämlich in der Lage
zu sein, zusätzlich zu den Rohstoffen
auch andere Produkte, nämlich Fertigprodukte nach Deutschland zu exportieren.
In Bezug auf Herausforderungen:
Mit
welchen
Herausforderungen
wurden Sie bisher in Deutschland
konfrontiert? Sprechen wir beispielsweise über das Thema Visa, über die
Situation bei der Visaerteilung für
Mitarbeiter von deutschen Unternehmen, die nach Angola delegiert werden. Wo liegen da die Herausforderungen?
Diese Angelegenheit hat sich schon
sehr verbessert. Die bilaterale Kommission Angola-Deutschland traf sich
gerade in Luanda. Unser Vorschlag
ist es, in einer ersten Phase Visafreiheit für Diplomaten- und Dienstpässe
einzuführen. Gleichzeitig soll es Visaerleichterung für deutsche Unternehmen geben, die Investitionen und
vorbereitende bzw. Marktforschungsarbeiten in Angola durchführen wollen.
POLÍTICA | POLITIK
Wir werden sehen, wie sich die Beziehungen entwickeln. Meines Erachtens könnte in weniger als fünf Jahren
der Punkt erreicht sein, wo sowohl für
Angolaner als auch für Deutsche praktisch keine Notwendigkeit mehr für
die Visapflicht besteht. Damit könnten beide Seiten in das jeweils andere
Land frei ein- und ausreisen. Dies ist
umso wichtiger, da wir Deutschland
als unserem strategischen Partner die
freie Bewegung von Menschen und
Gütern erleichtern wollen.
Herr Botschafter, ist Angola ein attraktives Reiseziel für Deutsche? Was
unternimmt die Botschaft, um Angola
als Touristenziel bekannt zu machen
und welche Ergebnisse haben Sie bisher in dieser Angelegenheit erreicht?
Dazu kann ich Ihnen Folgendes sagen: Jährlich findet hier in Deutschland, genauer gesagt in Berlin, die
Internationale Tourismusbörse statt.
Und jedes Jahr nehmen angolanische
Delegationen daran teil. Wir haben
einen Stand, an dem wir unsere touristischen Produkte präsentieren. Wir
haben zum Glück unser Anliegen
bisher so gut und so verständlich vermitteln können, dass heute die Deutschen gern nach Angola kommen.
Kreuzfahrten, die ihre Routen nach
Südafrika und Namibia haben, wählen
nun auch Luanda als Ziel. Luanda und
Lobito. Vor zwei Monaten kam zum
Beispiel ein Kreuzfahrtschiff nach
Luanda mit mehr als 800 Touristen.
Davon waren 300 oder sogar mehr
Deutsche. Und im letzten Jahr waren
es einige Kreuzfahrtschiffe mit mehr
als tausend Touristen, die in Luanda
und Lobito Halt machten. Auch möchte ich erwähnen, dass wir in das Okavango-Projekt eingebunden sind, in
dem in drei oder vier Ländern Gebiete
ausgewiesen werden, die sich für eine
touristische Nutzung eignen. Angola
ist auch dabei.
Es handelt sich um das KASA-Projekt, richtig?
Genau, das KASA-Projekt. Deutschland, das das Projekt finanziell sichert,
hat bereits den angolanischen Part mit
etwa zehn Millionen Euro finanziert.
Soweit wir wissen ist für das Reisen
in dieser Region ein spezielles Visum
vorgesehen.
So ist es. Diese Visa werden so ausgestellt werden, dass es den Touristen
möglich sein wird, beispielsweise vom
botswanischen Territorium aus problemlos ins angolanische zu reisen.
Wir arbeiten daran, dass sich der Tourismus in dieser Region entwickeln
kann. Dabei geht es nicht nur um Tourismus im herkömmlichen Sinn, sondern auch um Ökotourismus usw.
Unsere nächste Frage bezieht sich
auf das Handelsvolumen. Welche Erwartungen haben Sie diesbezüglich
für das Jahr 2015?
Das Handelsvolumen ist insgesamt
größer geworden, und die Investitionen aus Deutschland sollen vor allem auf der Energie-Ebene eingesetzt
werden. Wir möchten erreichen, dass
in naher Zukunft die derzeit noch im
Bau befindlichen Staudämme vollständig funktionieren. Das gilt insbesondere für den Staudamm Cambambe
2, der eine Investition mit deutscher
Technologie ist. Wir haben noch den
Staudamm von Liaúca, eine der größten Talsperren Afrikas. Auch hier
kommen die Hauptinvestitionen aus
Deutschland. Wir befinden uns derzeit
mit Deutschland auch in Gesprächen
über die Beteiligung einiger mineralgewinnender Industrieunternehmen
im Eisen- und Phosphatbergbau, etc.
Soweit wir wissen, gibt es bisher
kaum deutsche Beteiligung in diesem
Sektor der Bergbauindustrie. Ist das
richtig?
Es stimmt. Es gibt keine deutsche
Beteiligung. Absolut keine! Das ist ja
das Dramatische. Hinzu kommt, dass
einige in unserem Land vorkommende
Metalle, einige davon sogar von strategischer Bedeutung, noch gar nicht
abgebaut werden.
Welche anderen Bereiche mit Investitionspotential für deutsche Unternehmen sehen Sie in Angola?
Den Bereich der Landwirtschaft. Wir
müssen unsere Wirtschaft diversifizieren. Unsere Wirtschaft funktioniert
auf einer abgegrenzten Basis, nur auf
Erdöl als einer Art Enklave. Jetzt, in
der gegenwärtigen Krise, erleben wir
eine dramatische Senkung der Ölpreise und müssen uns unausweichlich
umorientieren und uns darum bemühen, unsere Selbstversorgungskapazitäten zu erhöhen. Dies erreicht man
aber nur mit ausreichender inländischer Produktion. Wir stellen fest,
dass zwischen 60 und 80 Prozent der
von uns verbrauchten Produkte importiert werden. Wir dürfen so nicht
weitermachen. Wir müssen diesen Zustand ändern. Hier kann uns Deutschland helfen und zwar nicht nur in
der mineralgewinnenden Industrie,
wie schon erwähnt, sondern auch im
Handels-, Landwirtschafts- und im
Tourismusbereich. Es gibt schließlich
unzählige Möglichkeiten. Die Arbeit
unserer diplomatischen Mission hier
in Deutschland konzentriert sich eben
darauf, den Deutschen, der deutschen
Wirtschaft, den deutschen Unternehmen zu zeigen, dass sie in Angola einen Partner haben, der offen für all
diejenigen ist, die ernsthaft in unserem Land investieren wollen.
Wir haben gelesen, dass bereits 22
deutsche Unternehmen in Angola tätig sind. Kann das sein?
Ich glaube, es sind sogar noch mehr,
ja. Im vergangenen Jahr waren es 22
und jetzt sind es etwa 30 bis 35 Unternehmen.
Wir sprechen also jetzt von der Notwendigkeit, Investitionen zu fördern.
Lassen Sie uns bitte weiter darüber
reden. Wir hatten diesbezüglich ein
Wirtschaftsforum im Juli. Auch in diesem Jahr tagte die bilaterale Kommission und wir hörten, dass bei der letzten Internationalen Angolanischen
Messe, der FILDA, Deutschland in
besonderer Weise und als besonderer
Gastpartner vertreten war. Erzählen
Sie uns bitte ein wenig mehr darüber.
Was will man damit erreichen?
Ich würde gern mit der bilateralen
Kommission Angola-Deutschland beginnen, die demnächst stattfindet.
Beide Regierungen wollen mit dieser
Kommission grundsätzlich eine Bestandsaufnahme über den Stand der
bilateralen Zusammenarbeit auf Regierungsebene durchführen und eine
Perspektive entwickeln, was noch
getan werden sollte, um die Zusammenarbeit zu verbessern und zu intensivieren. Diese Zusammenkünfte sollen in einem zweijährigen Rhythmus
stattfinden und dabei die Wirksamkeit
der getroffenen Maßnahmen überprüft werden. Erstmals hatte sich die
bilaterale Kommission auf der politischen Ebene im Januar/Februar 2012
getroffen. Die Tagung fand hier in
Berlin statt. Damals wurde vereinbart,
dass man zwei Jahre später zu einem
zweiten Treffen zusammenkommen
möchte, doch wegen anderer dringlicher Termine konnte man erst für
den 27. Mai dieses Jahres eine zweite
Sitzung der bilateralen Kommission
in Luanda vereinbaren. Dort möchte
man eine Bilanz über die seit 2011
bis heute entwickelten und durchgeführten Aktivitäten ziehen. Man wollte erörtern, was man auf Ebene der
23
POLÍTICA | POLITIK
bilateralen Zusammenarbeit erreicht
und was man nicht erreicht hat und
zwar u.a. in wirtschaftlicher, sozialer
und politischer Hinsicht. Gleichzeitig
wollen wir eine Perspektive für die
anzugehenden Aufgaben von 2015 bis
2017 ableiten. Die deutsche und die
angolanische Delegation sollen von
den jeweiligen Staatssekretären für
auswärtige Angelegenheiten geführt
werden. Auf angolanischer Seite ist
das Dr. Manuel Augusto, der ebenfalls
Co-Vorsitzender der ersten Sitzung der
bilateralen Kommission war.
Beim Wirtschaftsforum handelt es sich
um das 6. seiner Art. Deutschland hat in
Angola eine starke Vertretung seines
Wirtschaftsministeriums. Leiter dieser
Vertretung ist Dr. Gerik. Er lebt und arbeitet in unserem Land und ist sehr auf
die wirtschaftliche Entwicklung und auf
die Zusammenarbeit zwischen Angola
und Deutschland fokussiert ist. Er ist
ein äußerst guter Motivator für Unternehmen und Unternehmer. Diese Plattform des deutschen Wirtschaftsministeriums hat sich zum Ziel gesetzt, so viele
Unternehmen wie nur möglich nach
Angola zu bringen. Diese Unternehmen
bekommen nicht nur Möglichkeiten
an Treffen teilzunehmen, in denen sie
Informationen über die Ziele und Absichten Angolas bekommen. Zusätzlich
können sie auch an organisierten Reisen ins Innere des Landes teilnehmen.
In diesem Jahr wollen wir Unternehmer
zum Beispiel zu einer Reise nach Malange einladen. Das ist eine Provinz, die...
Kennen Sie Malange?
24
Ja, kennen wir.
Gut, wenn man die dortigen Bedingungen für die Agro-Industrie bedenkt, könnte Malange sehr gut zum
Kornspeicher Angolas werden. Also
wollen wir mehreren Unternehmern
Malange zeigen, damit sie vor Ort eine
Idee davon bekommen, dass Angola
nicht nur aus Luanda besteht, dass es
möglich ist und sich für deutsche Unternehmen lohnen kann, im gesamten
angolanischen Staatsgebiet nach eigenem Ermessen zu investieren. Das
zweitägige Forum in Luanda geht in
diese Richtung. Zur gleichen Zeit wird
in Luanda die Filda veranstaltet. Jedes
Jahr im Juli findet diese Internationale Messe von Luanda statt. Vertreter
zahlreicher Länder und hunderte von
Unternehmen kommen an einem einzigen Ort zusammen. In diesem Jahr
wurde Deutschland als besonderer
Gastpartner der Filda ausgewählt. Zu
Ehren Deutschlands wird deshalb ein
Event innerhalb der Filda organisiert,
bei dem die Bundesrepublik ihre Produkte und ihre Kultur vorstellen kann.
Dieser Event hatte nicht nur geschäftlichen Charakter, sondern soll auch
eine Gelegenheit für die Präsentation
der deutschen Kultur bieten. Es soll
ein besonderer, nur der deutschen
Kultur gewidmeter Tag werden, und
deshalb wird es deutsche Musik, deutsches Bier, deutsche Wurst, na ja...
eine ganzen Reihe von Aktivitäten geben. Also ein „Luanda-Fest“, wie das
„Oktoberfest“ (Gelächter). Ja, genau
das. Warum tun wir das? Weil wir denken, dass diese Art von Aktivitäten dabei helfen kann, die Zusammenarbeit
zwischen beiden Völkern und Ländern
ständig zu verbessern und zu verfestigen. Es ist unser großer Wunsch, dass
die Zusammenarbeit zwischen Angola
und der Bundesrepublik Deutschland
immer stärker und immer fruchtbarer
wird.
Was sind Ihre Ziele für die Zeit, die
Ihnen als Botschafter von Angola in
Deutschland bleibt? Was würden Sie
gern kurzfristig noch erreichen?
Nun, in materieller Hinsicht wäre
es, dass unsere diplomatische Vertretung räumlich unabhängig wird. Seit
nunmehr über 12 Jahren sind wir zur
Miete in dieser Gebäudeetage (in der
Wallstraße, Berlin) untergebracht.
Gerade lassen wir ein eigenes Gebäude bauen. Dort werden dann die diplomatische Vertretung Angolas und
das Angola-Haus einziehen. Die Baumaßnahmen für die neuen Büros der
diplomatischen Vertretung sind jetzt
schon in einem sehr fortgeschritten
Stadium. Glücklicherweise befindet
sich dieses neue Gebäude in einer
erstklassigen Lage, direkt gegenüber
dem Auswärtigen Amt Deutschlands,
im Zentrum Berlins. Es wäre mir ein
wichtiges Anliegen, die Einweihung
im nächsten Jahr vornehmen zu können. Im Hinblick auf die bilaterale
Zusammenarbeit sehe ich die Chance, dass wir sie noch weiter ausbauen.
Momentan ist Angola das drittwichtigste Land südlich der Sahara mit den
besten Kooperationsbeziehungen zu
Deutschland und zwar in Bezug auf
das Handelsvolumen und auf die Zusammenarbeit im Allgemeinen. Davor
stehen nur noch Südafrika und Nigeria. Wir möchten noch während unseres Mandats auf den zweiten Platz aufrücken und, wer weiß, vielleicht sogar
auf den ersten.
Ist das zu schaffen?
Ich denke schon. Die Aufgaben, die
sich Angola zur Erholung seiner Wirtschaft stellt, sind sehr groß. Genauso
wie die Herausforderungen, um noch
besser zu werden und aus der Wachstumsphase heraus in die Entwicklungsphase hinein zu kommen. Die
Bundesrepublik ist in der Lage, Angola
bei diesem Phasenübergang zu helfen.
Deutschland kann dies in mehreren
Bereichen tun: Das wäre beispielsweise der Fall im Energiebereich, im Bergbaubereich, im Bereich der mineralgewinnenden Industrie, aber auch im
Lebensmittelbereich und im agroindustriellen Bereich. Es gibt eine Reihe
von Maßnahmen, die ergriffen werden
können und müssen, um Angola von
diesem dritten Platz erfolgreich zum
zweiten und dann schnell auf den ersten zu verhelfen. Das wäre mein größter Wunsch.
Angola feiert bald sein 40 jähriges
Jubiläum der Unabhängigkeit. Wie
werten Sie den Weg, den Angola bis
zum heutigen Tag beschritten hat
und was ist Ihre Vision für das Land
in den kommenden Jahren? Welche
Veränderungen müssen wir einleiten,
damit das Land seine internationalen
Ziele erreicht?
Nun, Angola ist ein Land, das in der
Tat enorme Schwierigkeiten ausgestanden hat. Eines unserer Probleme ist, dass Angola tief im Ost-WestKonflikt des Kalten Krieges steckte.
Vielleicht kennen Sie ein bestimmtes
Werk von Margareth Anstee. Sie war
die Vertreterin des Generalsekretärs
der Vereinten Nationen während der
POLÍTICA | POLITIK
angolanischen Wahlen von 1992. Sie
schrieb das Buch über unser Land „Orphan of the Cold War“. Darin weist sie
nach, dass sich Angola zwischen zwei
Fronten befand. Auf der einen Seite
waren wir dem Westen ausgeliefert,
allen voran den Vereinigten Staaten
als Unterstützer bestimmter Gruppen
von Angolanern, nämlich der Unita
und der FNLA. Auf der anderen Seite stand die ehemalige Sowjetunion,
die eine andere angolanische Gruppe unterstützte, nämlich die MPLA.
So brach 1975 unmittelbar nach der
Unabhängigkeit ein erbitterter Krieg
aus, der bis zum Jahr 2002 andauerte.
Es mussten also über zwanzig Jahre
des Krieges ausgestanden werden, um
das Land zu befrieden. Wir haben es
aber geschafft. Den Frieden haben wir
erreicht. Gleich danach traten wir in
die Phase des nationalen Wiederaufbaus ein. Dieser Wiederaufbau, wie
ich bereits sagte, basierte nicht auf einer multilateralen, sondern auf einer
bilateralen Zusammenarbeit. Viele
Länder, die Angola dabei hätten unterstützen sollen, taten es dennoch
nicht. Im Prinzip mussten wir schlicht
auf die Chinesen zurückgreifen, die
uns geholfen haben und immer noch
in Angola tätig sind. Sie helfen uns,
Brücken, Straßen und Bahnlinien wieder aufzubauen. Ich will damit sagen,
in 13 Jahren des Friedens haben wir
mehr geschafft als in den vorangegangenen 27 Jahren von 1975 bis 2002.
Viel mehr!
Gegenwärtig funktioniert die Eisenbahn bereits wieder im vollen Umfang
und rollt durch das ganze Land. Mehr
als fünftausend Kilometer asphaltierte
Straßen haben wir in unserem Land
fertig stellen können. Ich konstatiere, dass der Wiederaufbau des Landes
Realität geworden ist. Zur weiteren
Verdeutlichung möchte ich anfügen,
dass Angola, das trotz aller Kriege im
Jahr 1975 die Unabhängigkeit erlangte, derzeit ein stärkeres Wachstum
vorweisen kann, als viele andere afrikanischen Länder, die noch nie einen
Krieg bewältigen mussten. Das Wachstum unseres Bruttoinlandsprodukts
(BIP) seit 2011 war gut. Es erreichte 8
bis 10 Prozent. Gleichwohl ist es jetzt
durch die neue Krise leider wieder gesunken. In diesem Jahr erwarten wir
einen Wachstumsanstieg von rund
sechs Prozent.
Doch möchte ich behaupten, dass
sich im weltweiten Vergleich diese
Wachstumsrate sehen lassen kann.
Deshalb bekämpfen wir mit großen
Anstrengungen den Hunger in unse-
rem Land. Das ist ein Problem in Angola und genauso die Armut. Vor zwei
oder drei Jahren hatten noch etwa 40
bis 60 Prozent unserer Bevölkerung
weniger als zwei Dollar pro Tag zum
Leben. Im letzten Jahr hat sich diese
Zahl stark vermindert. Heute beträgt
sie ungefähr zwischen 30 und 40 Prozent. Wir strengen uns sehr an, den
Hunger zu bekämpfen. Es ist wohl das
Ziel einer jeden Regierung, dass ihre
Bevölkerung unter besseren Lebensbedingungen leben kann. Die medizinische und medikamentöse Hilfe
hat sich deutlich verbessert, das Gesundheitsnetzwerk des Landes wurde
verdichtet. Zuvor hatten wir einen
einzigen Arzt für die enorme Anzahl
von 10.000 oder 15.000 Menschen.
Gegenwärtig können wir sagen, dass
wir eine Bevölkerung von 24 Millionen Einwohnern sind, wobei es fünftausend über das ganze Land verteilte
Ärzte gibt. Also das Verhältnis Arzt /
Bevölkerungszahl hat sich wesentlich
verbessert.
Zum Thema Bildungsniveau kann
ich sagen, dass auch hier Fortschritte
erreicht worden sind. Das pädagogische Angebot ist von der Grundschule bis zur Hochschulbildung besser
geworden. Es gibt zwar immer noch
Kinder, die mangels Schulen nicht in
das Bildungssystem integriert sind.
Doch auch hier stellt man eine immer
schneller werdende Reduzierung ihrer
Zahl fest. Das ist interessant. Als ich
noch in Brasilien auf meinem Posten
war (von 2000 bis 2006), gab es in der
Stadt São Paulo zu dieser Zeit mehr
als 300.000 Kinder, die keinen Zugang
zum Bildungssystem hatten. Ich war
erstaunt! Brasilien ist seit mehr als ei-
nem Jahrhundert unabhängig. Und bis
heute gibt es in Brasilien Kinder, die
keine Schulbildung genießen können.
Nun, das gibt es bei uns leider auch
noch. Wir unternehmen aber große
Anstrengungen, um diese Kinder in
das System der Schulbildung zu integrieren. Nach und nach gelingt uns das
auch, insbesondere durch den Bau von
mehr Schulen, durch die Einstellung
und Einbindung von mehr Lehrern
usw. Wir denken, dass diese Situation
bis zum Jahr 2017 gelöst werden kann
und wir keine Kinder mehr außerhalb des Bildungssystems haben werden. Dieses ist ebenfalls eines unserer
wichtigsten Ziele.
Es gibt ein nationales Regierungsprogramm, das eine Reihe von Maßnahmen vorsieht, die ab 2017 den Übergang Angolas von der Wachstums- in
die Entwicklungsphase ermöglichen
sollen. Dies wird möglich sein, wenn
wir bestimmte Maßnahmen ergreifen.
Einige davon werden bereits umgesetzt. Dies ist der Fall bei der Wiederbelebung der Landwirtschaft, dem
Bereich der Schaffung neuer Infrastrukturen zur Unterstützung unserer
Entwicklung, insbesondere dem Bereich der Elektrifizierung des Landes,
damit wir auf diesem Gebiet autark
sein können, denn ohne Energie gibt
es auch keine Industrie. Man kann
keine Industrie mit Elektrizitätsgeneratoren bestreiten. Derzeit unternehmen wir einiges zur Entwicklung des
Energiesektors, damit wir dieses Ziel
erreichen können. Wir können dann
immer noch Vertriebsprobleme haben, aber es wird keinen Energiemangel mehr geben.
Natürlich ist sich unsere Regierung
25
POLÍTICA | POLITIK
bewusst, dass noch viel getan werden
muss. Man kann darüber diskutieren,
ob unser Regierungsmodell das beste
ist oder nicht. Wir haben ein präsidiales Regierungssystem, in dem der
Staatschef gleichermaßen der Regierungschef ist. Der Ministerrat stellt
eine Art unterstützendes Organ für die
Arbeit des Staatschefs dar. Ich kann
nicht sagen, ob es das bessere Modell
ist oder nicht. Doch diese Dinge werden abhängig von den Faktoren des
jeweiligen Landes organisiert.
Möchten Sie, Herr Botschafter, an
unsere deutschen Leser noch ein paar
Worte richten?
Ja. Ich würde es sehr begrüßen, wenn
sich die deutschen Medien mit Angola
und auch mit anderen afrikanischen
Ländern mehr und tiefergehender beschäftigten und mehr und differenzierter über den afrikanischen Kontinent
berichteten. Denn was in Deutschland
in der Regel darüber verbreitet wird,
sind ausschließlich die negativen Seiten dessen, was sich in Angola und in
den anderen afrikanischen Ländern
ereignet. Gut, in letzter Zeit liest und
hört man gar nichts mehr, weder posi-
26
tive noch negative Nachrichten. Ganz
ehrlich, ich wünschte, man würde
hier mehr Nachrichten über Afrika erfahren können, wenn man deutsches
Fernsehen sieht oder deutsches Radio
hört. Es ist wahr, die Probleme, die
Europa derzeit bewältigen muss, sind
sehr schwerwiegend und sehr ernst.
Wir Angolaner sind dennoch in einer
sehr komplizierten Phase unserer Entwicklung. Wir sind in einem Stadium,
durch das die Deutschen auch schon
durchgingen. Die Deutschen hatten
auch viele Probleme. Sie sind ein Volk,
das stark unter dem Krieg gelitten hat.
Ihr Land wurde im Zweiten Weltkrieg
am stärksten zerstört. Doch sie haben
es geschafft, Deutschland wieder so
aufzubauen, dass es heute die erste
Volkswirtschaft in Europa ist. Diese
deutsche Erfahrung ist auch für uns
sehr wichtig und ermutigend. Wir
hatten ebenfalls vierzig Jahre des Krieges und unser Land wurde dadurch
vollkommen zerstört. Wir befinden
uns im Prozess des Wiederaufbaus.
Es bestehen also auch hier Parallelen
zwischen beiden Ländern. Deshalb ist
es mir ein Anliegen und es wäre mir
eine Freude, wenn die Berichterstat-
tung vollständiger und differenzierter ausfallen würde. Wir als Botschaft
sind bereit, mit Materialien über die
angolanische Kultur und dem, was
Angola dem deutschen Volk mitteilen
kann, auszuhelfen und beratend zur
Seite zu stehen. Wir glauben, dass die
Deutschen große Sympathie für die
Angolaner empfinden. Es genügt zu
sagen, dass bei der Weltmeisterschaft
2006 die angolanische Gemeinschaft
hier sehr gut aufgenommen wurde.
Bis heute spürt man diese Zuneigung.
Die Farben unserer Landesflaggen sind
die gleichen: Schwarz, Rot, Gold. Wir
empfinden, dass eine Tendenz der Annäherung zwischen beiden Ländern
vorhanden ist. Ich beziehe mich hiermit darauf und hoffe sehr, dass diese
Verbindungen zukünftig immer stärker und zahlreicher werden.
Anmerkung der Redaktion: Dieses
Interview wurde im Mai 2015 geführt.
Das Treffen der bilateralen Kommission wurde vertagt.
POLÍTICA | POLITIK
Presidente apela à
união e à coesão
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, dirigiu uma mensagem perante a Assembleia Nacional, sobre o Estado da Nação, na
cerimónia de abertura do Ano Parlamentar 2015/2016, na qual apelou o
povo angolano que se mantenha “unido e coeso”.
N
a mensagem, lida
pelo Vice-Presidente
da República, Manuel Vicente, o Presidente José Eduardo
dos Santos fez um balanço
positivo do Estado da Nação,
sublinhando o cumprimento
dos preceitos constitucionais
e da lei pelas instituições, a
sociedade e os cidadãos.
O Presidente reafirmou a
realização, dentro de dois
anos, de eleições gerais e
apontou para a necessidade
de todos os actores políticos
concentrarem a sua atenção
na criação de condições para
a organização e realização de
eleições com êxito, lisura e
transparência.
“Esta (construção da democracia e unidade na diversidade) é uma obra que nos
orgulha e podemos dar-nos
por felizes por ser realizada
por uma geração que aqui
está representada e que deu
uma
importante
contribuição na nossa luta de libertação nacional”, expressou.
Afirmou que a vida provou
ser mais sensato concentrar
a atenção na criação de condições para a organização e
realização de eleições gerais
com êxito, lisura e transparência, ao mesmo tempo
que se preparam as leis e se
encetam os passos administrativos indispensáveis para
as eleições autárquicas em
tempo oportuno.
De acordo com o Presidente
da República, neste exercício, o Parlamento e o Executivo devem fazer, cada um, a
O vice-presidente da República com o presidente da Assembleia Nacional
sua parte, com responsabilidade e sentido de Estado.
“Não vale a pena procurarmos atalhos para chegar ao
poder político, violando a
Constituição e a Lei e provocando a desordem como
está a ocorrer em alguns países africanos“.
Com efeito, disse haver
entidades estrangeiras interessadas em instalar o caos e
a desordem nalguns países
do continente para provocar
a queda de partidos políticos ou de dirigentes com os
quais não simpatizam. “Os
angolanos nunca vão ceder
diante de quem quer que
seja, sempre que se tratar da
defesa dos seus interesses essenciais e vitais”.
Considerou fundamental
que o povo angolano se mantenha unido e coeso, “empenhado na construção de
uma sociedade mais equitativa, assente num modelo de
desenvolvimento sustentável
e inclusivo, conforme preconiza a agenda das Nações Unidas para o desenvolvimento
sustentável para o Horizonte
2030”.
O Presidente da República
admitiu ainda que os programas de reintegração social e
produtiva foram ineficazes e
os problemas continuam por
resolver.
Sobre a situação económica, o Presidente da República
fez referência, por sinal esperada, à perturbação causada
pela queda acentuada do
preço do petróleo bruto no
mercado internacional.
Frisou que “todas as economias têm ciclos altos e
baixos. A boa notícia é que
não haverá recessão, mas
apenas uma ligeira desaceleração do crescimento da
economia, sendo essa uma
boa base de trabalho para o
próximo ano”.
No que toca ao endividamento, o Chefe de Estado
declarou que o valor da dívida corresponde a cerca de
45,8 por cento do PIB projectado para 2015 e destacou os
financiamentos contraídos
à China no valor de aproximadamente seis mil milhões
de dólares, destinados ao investimento nos sectores da
educação, saúde, água, energia eléctrica e estradas.
27
POLÍTICA | POLITIK
Aufruf des Präsidenten
zu Einigung und Zusammenhalt
Während der Feierlichkeiten anlässlich des Beginns des parlamentarischen Jahres
2015/2016 richtete der Präsident der Republik Angola, José Eduardo dos Santos,
eine Botschaft bezüglich des aktuellen Zustandes der Nation an die Nationalversammlung, in der er das angolanische Volk dazu aufruft, Vereinigung und Zusammenhalt zu bewahren.
I
n
seiner
Botschaft,
welche durch den Vizepräsidenten der angolanischen
Republik,
Manuel Vicente, vorgetragen wurde, beurteilte der
Präsident José Eduardo dos
Santos die Lage der angolanischen Nation sehr positiv
und lobte insbesondere die
Einhaltung
verfassungsrechtlicher Bestimmungen
und der Gesetze durch Institutionen, Gesellschaft und
Bürger.
Der Präsident bestätigte,
dass innerhalb der nächsten
zwei Jahre Parlamentswahlen stattfinden sollen und
wies alle politischen Akteure
darauf hin, ihre Aufmerksamkeit auf die Schaffung
der für die Organisation
und Durchführung erfolgreicher, zwischenfallsfreier
und transparenter Wahlen
notwendigen Bedingungen
zu richten.
„Dies [Aufbau der Demokratie und Einheit in der
Vielfalt] ist eine Leistung, die
uns mit Stolz erfüllt und wir
können uns glücklich schätzen, dass die hier vertretene
Generation, auf welche dies
zurückzuführen ist, so einen
wichtigen Beitrag zu unserem nationalen Befreiungskampf geleistet hat“, bekundete er.
28
Er gab an, dass sich das Leben durch die Konzentration auf die Vorbereitung für
erfolgreiche, von Zwischenfällen freie und transparente Parlamentswahlen sinnvoller gestalte. Auch sei es
wichtig, zukünftige Gesetze
vorzubereiten und die notwendigen administrativen
Schritte für die in angemessener Zukunft bevorstehenden Kommunalwahlen einzuleiten.
Dem Präsidenten zufolge
haben im diesem Jahr Parlament und Regierung beide mit Verantwortung und
Staatsbewusstsein ihren Teil
zu leisten. „Es lohnt sich
nicht, dass wir, mit dem Ziel
politische Macht zu erlangen, nach Abkürzungen suchen, Verfassung und Gesetz
verletzen und so zu den Missständen beitragen, wie sie in
einigen afrikanischen Ländern zu beobachten sind“.
In der Tat, sagte er, gebe es
ausländische Gruppen, die
daran interessiert seien, in
einigen Ländern des Kontinents Chaos und Verwirrung
zu stiften, um den Untergang
politischer Parteien oder Leader, mit denen sie nicht sympathisieren, herbeizuführen.
„Solange es darum geht,
ihre fundamentalen und lebenswichtigen Interessen zu
schützen, werden die Angolaner niemals und niemandem gegenüber nachgeben.“
Er hielt es für wesentlich,
dass das angolanische Volk
im Zusammenhalt gefestigt
bleibe und „sich für den Aufbau einer gerechteren Gesellschaft engagiert und gemäß
der Agenda für nachhaltige
Entwicklung der Vereinten
Nationen als Vorbild für
[eben solch eine] nachhaltige
und integrative Entwicklung
im Rahmen des Vorhabens
Horizont 2030 voranschreitet“.
Der Präsident bestätigte,
dass die Programme sozialer
und produktiver Reintegration bedauerlicherweise ineffektiv und unwirksam waren
und deshalb viele Probleme
weiterhin ungelöst sind.
Bezüglich der aktuellen
Wirtschaftslage verwies der
Präsident, wie zu erwarten,
auf die Beeinträchtigungen,
die der Einbruch des Rohölpreises auf dem internationalen Markt verursacht hat.
Er betonte, dass „alle Volkswirtschaften Höhen und
Tiefen erleben. Die gute
Nachricht ist, dass es keine
Rezession, sondern nur eine
leichte Verlangsamung des
Wirtschaftswachstums gibt,
was eine gute Arbeitsgrundlage für das nächste Jahr darstellt.“
Im Hinblick auf die Verschuldung sagte der Staatschef,
dass diese etwa 45,8 Prozent
des für 2015 prognostizierten
BIPs entspreche. Er verwies
auf die Anleihemittel in Bezug
auf China für Investitionen in
den Bereichen Bildung, Gesundheit, Wasser, Strom und
Straßenbau im Wert von rund
sechs Milliarden Dollar.
Angola implementa Nova Lei
do Investimento Privado
Nos últimos anos Angola vinha registando um índice notável e elevado de crescimento
da sua economia. Entretanto, com o surgimento da crise financeira e económica mundial
associada à baixa dos preços de petróleo nos mercados internacionais, o Executivo e a
Assembleia Nacional da República de Angola reviram e reajustaram a política de diversificação da economia nacional, tendo também para esse efeito, alterado a legislação
promotora do investimento privado, angolano e estrangeiro.
P
ara melhor estimular os investimentos privados, a Assembleia
Nacional aprovou uma nova Lei
do Investimento Privado (Lei
nº14/15), publicada no Diário da
República I Série Nº 115 de 11 de Agosto de 2015, considerando que o regime
jurídico até então vigente estava desajustado relativamente à nova dinâmica
do investimento privado. O novo regime
jurídico é definido como um importante
elemento político para fomentar e atrair
o investimento directo estrangeiro como
um pilar do desenvolvimento económico
de Angola.
O investimento privado, em paralelo
com o investimento público, continua
a ser uma aposta estratégica do Estado,
para a captação e mobilização de recursos humanos, financeiros, materiais e
tecnológicos. Com isso, tem-se em vista
o desenvolvimento económico e social do
País, a diversificação da economia, o aumento da competitividade económica no
mercado interno, o crescimento da oferta
de emprego e a melhoria das condições
de vida das populações.
Outro aspecto importante que requeria a alteração da legislação era (e é) a
necessidade do País desburocratizar o
procedimento administrativo tendente à
admissão do investimento privado, e bem
assim como a necessidade de se adequar
o sistema de incentivos e de benefícios
fiscais e aduaneiros à actual dinâmica
económica de Angola, tornando-os mais
atractivos ao investidor privado.
A nova lei estabelece as bases gerais do
investimento privado na República de
Angola e define os princípios e o regime
jurídico de acesso aos incentivos e outras
facilidades que o Estado quer conceder ao
investimento privado.
A nova lei aplica-se aos investimentos
externos de qualquer montante e aos investimentos internos cujo montante global corresponda ao valor igual ou superior a Kz.50. 000.000.00 (cinquenta milhões
de kwanzas).
Entretanto, este regime jurídico não se
aplica aos investimentos realizáveis por
pessoas colectivas de Direito privado com
50 porcento ou mais do seu capital social
detido pelo Estado angolano ou por ou-
29
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
tra pessoa colectiva pública, sendo estas
matérias objecto de outra regulamentação específica.
Cabe ao Titular do Poder Executivo definir e promover a política do investimento
privado, especialmente daquele investimento que contribua decisivamente para
o desenvolvimento económico e social e
para o bem-estar geral da população de
Angola.
A política de investimento privado e
a atribuição de incentivos e facilidades
obedece a quatro princípios gerais, nomeadamente o princípio do respeito pela
propriedade privada, o princípio do respeito pelas regras do mercado livre e da
sã concorrência entre os agentes económicos, o princípio do respeito pela livre
iniciativa (excepto para as áreas definidas
pela Constituição da República de Angola
como reserva do Estado), o princípio das
garantias de segurança e protecção do investimento e o princípio da livre e cabal
circulação dos bens e dos capitais, nos ter-
30
mos e limites legais.
De acordo com a presente lei, a realização do investimento privado deve contribuir para o progresso do cidadão angolano, independentemente da forma de
que se revista esse investimento, devendo também contribuir para o desenvolvimento económico e social sustentável do
País. O investimento privado deve igualmente conformar-se com os princípios e
objectivos da política económica nacional e com as disposições da presente Lei,
sua regulamentação e demais legislação
aplicável.
À luz do princípio da livre iniciativa
económica, é admitida a realização de investimentos privados em todo o território
nacional, desde que os mesmos não contrariem a legislação e os procedimentos
formais em vigor. Entretanto, podem ser
favorecidos os investimentos que contribuam para a satisfação das prioridades do
desenvolvimento nacional, em particular no que se refere à concretização dos
“clusters” e das cadeias produtivas definidas pelo Estado. Podem sê-lo também,
as zonas económicas especiais, as zonas
francas e os pólos de desenvolvimento.
Esta nova Lei estabelece sectores da economia com obrigatoriedade de parceria
dos investidores privados estrangeiros
com cidadãos angolanos, com empresas
de capital público ou com empresas angolanas, em que estes detenham pelo menos
35% do capital e participação efectiva na
gestão reflectida no acordo de accionistas.
A Lei estabelece uma enumeração exemplificativa desses sectores da economia da
Electricidade e Água, Hotelaria e Turismo,
Transportes e Logística, Construção Civil,
Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Meios de Comunicação Social.
O Titular do Poder Executivo tem o ónus
de criar Zonas Económicas Especiais, Zonas Francas e Pólos de Desenvolvimento,
estabelecendo regimes jurídicos específicos. Pode também o Titular do Poder Executivo, definir um regime especial para
o Sector Agrícola, Pecuário, Silvícola, das
Pescas e para as respectivas agro-indústrias e conexas, salvaguardando o interesse
do empresariado angolano.
Na sequência da recente publicação da
nova Lei do Investimento Privado foram
publicados a 30 de Setembro de 2015, no
Diário da República, dois diplomas complementares que regulamentam aquela
Lei. Trata-se dos Decretos Presidenciais
nºs.181/15 e 182/15, que aprovam as
Linhas Mestras da Politica Nacional de
Investimento Privado e o Regulamento
do Procedimento para a realização do investimento privado.
Esses diplomas complementares têm
como principais objectivos atrair o investimento privado, sobretudo o investimento
qualificado, reduzir as importações promovendo a exportação de produtos de
maior valor acrescentado e diversificar a
economia nacional.
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
Angola implementiert neues
Gesetz für Privatinvestitionen
Im Laufe der vergangenen Jahre konnte Angola ein spürbar zunehmendes
Wachstum der eigenen Wirtschaft verzeichnen. Mit dem Aufkommen globaler
Finanz- und Wirtschaftskrisen aufgrund sinkendender Erdölpreise auf internationalen Märkten überprüften und justierten die Exekutivorganen und die Regierung der Republik Angola indes die Diversifizierungspolitik der nationalen
Wirtschaft und veränderten die Gesetzgebung mit dem Ziel, inländische und
ausländische Privatinvestitionen zu fördern.
U
m Investitionen des privaten
Sektors anzuregen, bewilligte
die angolanische Nationalversammlung ein neues Investitionsgesetz (Lei n°14/15; Gesetz
Nr.14/15), welches am 11. August 2015
im angolanischen Gesetzblatt (Diário
da República I Serie Nr. 115) veröffentlicht wurde und die bis dahin geltende Regelung ersetzt, die hinsichtlich
einer neuen Dynamik im Bereich privater Investitionen unzulänglich war.
Die neue Gesetzgebung gilt als wich-
tiges politisches Element, um direkte
ausländische Investitionen anzuziehen, die als Pfeiler die wirtschaftliche
Entwicklung Angolas begünstigen sollen.
Privatinvestitionen sind zusammen
mit den Investitionen des öffentlichen
Sektors ein wichtiger strategischer Ansatz des Staates zur Mobilisierung und
Aufrechterhaltung humaner, finanzieller, materieller und technologischer
Ressourcen. Durch die veränderte Gesetzgebung soll entsprechend ein wei-
terer Grundstein für die wirtschaftliche und soziale Weiterentwicklung
des Landes, die Diversifizierung der
Wirtschaft, die Verstärkung der wirtschaftlichen
Wettbewerbsfähigkeit
des Binnenmarkts, die Schaffung von
Arbeitsplätzen und die Verbesserung
der allgemeinen Lebensbedingungen
der Bevölkerung gelegt werden.
Außerdem soll die Anpassung der
Rechtslage die dringend notwendige
Entbürokratisierung der Verwaltungsverfahren zur Genehmigung privater
31
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
Investitionsprozesse in Gang setzen
und neue Anreize für private Investoren in Form von Zuschüssen sowie
Zoll- und Steuererleichterungen schaffen, die der aktuellen Wirtschaftsdynamik Angolas nunmehr entsprechen.
Das neue Gesetz legt also allgemeine
Grundlagen für private Investitionen
in Angola und definiert die Grundsätze und den Rechtsrahmen für den Zugang zu Vergünstigungen und andere
Vereinfachungen, die der Staat privaten Investitionen einräumen will.
im Rahmen gesetzlich festgelegter
Fristen und Begrenzungen, den vier
generellen Grundsätzen der Berücksichtigung von Privateigentum, der
Berücksichtigung der Regeln des freien Marktes und der gesunden Konkurrenz zwischen den Wirtschaftsbeteiligten, der Berücksichtigung des
Prinzips der Eigeninitiative (mit Ausnahme von Bereichen, die in der Verfassung der Republik Angola als dem
Staat vorbehalten festgelegt sind), der
Berücksichtigung des Prinzips zur Ein-
Das neue Gesetz gilt für ausländische
Investitionen jedes Betrages sowie für
Inlandsinvestitionen, deren Gesamtbetrag einen Wert von 50.000.000
Kwanza (fünfzig Millionen Kwanza)
nicht überschreitet.
Allerdings findet der neue Rechtsrahmen im Fall von Investitionen, die
durch juristische Personen getätigt
werden, deren Gesellschaftskapital
sich zu 50 oder mehr Prozent im Eigentum der angolanischen Regierung
oder einer anderen juristischen Person des öffentlichen Rechts befindet,
keine Anwendung, da diese anderen
fallspezifischen Regelungen unterliegen.
Es ist letzten Endes Sache des Inhabers der Exekutivgewalt, des Präsidenten der Republik, die Politik
privater Investitionen zu definieren
und diese zu befördern, insbesondere
dann, wenn es sich um Investitionen
handelt, die einen entscheidenden
Einfluss auf die wirtschaftliche und
soziale Entwicklung sowie das allgemeine Wohlergehen der Bevölkerung
des Landes nehmen.
Die Politik privater Investitionen
und die Genehmigung von Zuschüssen und Vergünstigungen unterliegen,
haltung von Sicherheitsauflagen und
des Investitionsschutzes sowie dem
Grundsatz zum freien und vollständigen Waren- und Kapitalverkehr.
Unabhängig von der Art der geleisteten privaten Investition ist es gemäß
des vorliegenden Gesetzes erforderlich, dass diese zum Fortschritt des
angolanischen Bürgers und darüber
hinaus zu einer nachhaltigen wirtschaftlichen und sozialen Weiterentwicklung des Landes beiträgt. Außerdem sollen sich private Investitionen
den Grundsätzen und Zielsetzungen
der nationalen Wirtschaftspolitik und
den Bestimmungen des vorliegenden
Gesetzes anpassen. Weiterhin unterliegt ihre Regelung auch allen anderen
geltenden Rechtsvorschriften.
Dem Prinzip der freien Marktwirtschaft zufolge ist die Durchführung
von privaten Investitionen auf dem
gesamten Staatsgebiet zulässig, sofern
diese nicht mit den geltenden Gesetzen und formellen Verfahren im Widerspruch stehen. Allerdings können
Investitionen, die zur Verwirklichung
der Prioritäten nationaler Entwicklung beitragen, bevorzugt behandelt
werden, insbesondere dann, wenn diese in Verbindung mit der Umsetzung
32
sogenannter „Cluster“ und staatlich
festgelegter Produktionsketten stehen. Eine bevorzugte Handhabung
privater Investitionen kann außerdem
dann stattfinden, wenn diese in den
Bereichen von Sonderwirtschaftszonen, Freizonen und Entwicklungsschwerpunkten getätigt werden sollen.
Das neue Gesetz sieht Sektoren der
Wirtschaft vor, in denen eine Partnerschaft zwischen den ausländischen
Privatanlegern und angolanischen
Bürgern, staatlichen Unternehmen
oder angolanischen Unternehmen
verpflichtend ist, wobei im Aktionärsvertrag festgesetzt sein muss,
dass letztere über mindestens 35% des
Kapitals verfügen und an den Verwaltungstätigkeiten des Projekts de facto
beteiligt sind. In einer Beispielliste
solcher Sektoren führt das Gesetz die
Bereiche Strom- und Wasserversorgung, Hotelgewerbe und Fremdenverkehr, Transport und Logistik, Bauwesen, Telekommunikation sowie
Informationstechnologien und Medien auf.
Bestimmte Bereiche zu Sonderwirtschaftszonen, Freizonen oder Entwicklungsschwerpunkten mit spezifischer Gesetzesregelung zu benennen,
kann auch vom Inhaber der Exekutivgewalt, dem angolanischen Präsidenten, vorgenommen werden. Um die
Interessen angolanischer Arbeitnehmer zu schützen, kann der Inhaber
der Exekutivgewalt ferner spezifische
Gesetzesregelungen in den Bereichen
des Agrarsektors, der Tierzucht, der
Forstwirtschaft, der Fischerei und in
den Bereichen damit assoziierter Industriezweige und Agro-Industrien
anregen.
In Folge dieser jüngsten Rechtsveröffentlichung wurden am 30. September 2015 zwei ergänzende Bestimmungen im angolanischen Amtsblatt
Diário da República veröffentlicht,
welche das Gesetz regulieren. Dies
sind die Präsidialdekrete Nr. 181/15
und 182/15, welche jeweils die Leitlinien der neuen Investitionspolitik
und die Durchführungsbestimmungen zur Realisierung von Privatinvestitionen festschreiben.
Diese ergänzenden Vorschriften haben das Hauptziel, private Investitionen, insbesondere qualifizierte Investitionen, anzuziehen, um durch die
Förderung des Exportes hochwertiger
Produkte das Importvolumen des Landes zu verringern, und um auf diesem
Wege die angolanische Wirtschaft zu
bereichern und zu diversifizieren.
Abraão Gourgel
Fórum Económico
junta angolanos e alemães
O 6º Fórum Económico Angolano-Alemão realizou-se em Luanda, de
21 a 22 de Julho do ano em curso, organizado pela Associação África
para a Economia Alemã (Afrika Verein) e a Delegação da Economia
Alemã em Angola, com a presença de altos representantes do Governo
Angolano e Alemão e de mais de 150 participantes incluindo cerca de
40 empresários alemães e outros angolanos de diversos sectores.
O
evento foi declarado aberto pelo
Ministro angolano da Economia,
Abraão Gourgel, e a Secretária
de Estado Parlamentar do Ministério Federal da Economia e
da Energia Alemão, Brigitte Zypries, e
teve como objectivo auscultar e dialogar
sobre as oportunidades de investimento e diversificação nos sectores das infra-estruturas, construção, saúde, industrialização e energia.
As dificuldades diárias muitas vezes
encontradas no processo de investimento, as garantias de risco e condições de
financiamento, assim como as possibi-
lidades de parcerias de negócio em Angola foram outras questões abordadas
durante o fórum.
Angola focou principalmente o facto da Lei de Investimento Privado (LIP)
estar a ser revista. Os presentes foram
informados que, com a revisão da Lei,
pretende-se que a mesma dê tratamento
a investimentos externos de qualquer
montante, ou seja, que deixe de existir
valor mínimo estabelecido para a realização de investimento externo.
No entanto, foi referido que para acesso aos incentivos a mesma mantém o limite do valor em Kwanzas equivalentes
a USD$1.000.000 (um milhão de dólares
norte-americanos). O Ministro Abraão
Gourgel afirmou que as motivações que
levaram a alteração da LIP traduzem a
vontade de tornar o processo mais célere e atractivo, reduzindo-se ao máximo
o grau de subjectivismo ainda existentes na atribuição de benefícios fiscais
através da definição de critérios ainda mais objectivos, mais claros e mais
transparentes.
O titular da pasta da Economia falou
ainda sobre o Programa de Diversificação da Economia Angolana que visa
promover o desenvolvimento sustentá-
33
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
Brigitte Zypries
vel da economia, a criação de riqueza
fora do sector petrolífero, induzindo
deste modo a uma maior oferta de postos de emprego e a melhoria da posição
competitiva de Angola a nível internacional, através da substituição das importações e da promoção sustentada das
exportações.
Conforme referiu o governante angolano, o Programa de Diversificação
identifica sete clusters prioritários,
nomeadamente da agro-indústria e alimentação, da indústria extractiva, da
cadeia produtiva do petróleo e gás natural, de serviços, da energia e águas, dos
transportes e logística.
O Ministro da Economia finalizou a
sua intervenção reconhecendo o potencial da economia e das empresas alemãs
e convidou os empresários a explorarem
e aproveitarem as oportunidades oferecidas pelo Programa de Diversificação,
augurando assim sucesso nos contactos
e parcerias resultantes do Fórum Económico Angola-Alemanha.
No que toca aos investimentos alemães
em Angola, a Secretária de Estado
Alemã manifestou o seu contentamento e interesse em ver o Programa de
Diversificação mais aprofundado. A governante Alemã apoiou ainda o discurso
do Ministro da Economia, confirmando
o potencial que Angola tem e afirmando que a economia alemã está apta para
ajudar os angolanos a diversificar a sua
economia.
Brigitte Zypries revelou que, apesar
da queda do preço do petróleo a nível
mundial – que tem estado a afectar a
economia angolana e que tem retraído
muitos investimentos estrangeiros, os
empresários alemães continuam a ver
34
Angola como uma terra de oportunidades e não há obstáculos que os demovam.
O evento deu lugar a painéis temáticos
onde foram abordados tópicos específicos sobre as oportunidades de negócio
em Angola, nomeadamente, energia,
saúde e infra-estruturas. Nestes painéis
de debate foram ouvidos casos de sucessos de empresas alemães que já operam
há muitos anos em Angola.
Durante a sua exposição incentivaram os novos empresários (angolanos e
alemães) a estabelecerem parcerias, particularmente ao empresariado alemão a
criar mais oportunidades de deslocações
a Angola para conhecerem a realidade
não só da capital, mas também de outras províncias. Consideraram ser esta a
melhor forma de gradualmente dissolverem alguns mitos sociais, culturais e
políticos, conhecerem novos parceiros
e darem início a um processo sólido de
investimento.
Em declarações à imprensa, o Embaixador de Angola na RFA, Alberto
Correia Neto, destacou a importância
do aumento da capacidade de produção
e distribuição de energia
eléctrica. “Não se pode fazer indústria com geradores.
Tem que ser com a electrificação do país”, afirmou o Embaixador angolano.
Alberto Neto acrescenta
que há pólos industriais em
Luanda, Benguela, Huíla,
entre outras províncias, que
“começarão a funcionar em
pleno, quando houver a electrificação do país e ela for,
praticamente, total”.
À propósito, a empresa austríaca
Andritz Hydro vai produzir na Alemanha
sete turbinas para o maior projecto hidroeléctrico de Angola, a barragem de
Laúca, na província do Kuanza Norte.
Considera-se que o primeiro investimento directo alemão em Angola é a
LSG SKY Chefs, o catering feito em parceria com a TAAG-Linhas Aéreas de Angola.
Antes do início do fórum delegações
encabeçadas pelo Ministro Abraão Gourgel e pela Secretária de Estado Brigitte
Zypries estiveram reunidas a debater
questões de interesse bilateral, com
destaque para aquelas que visam o reforço das relações bilaterais.
O segundo dia do evento foi dedicado
especialmente às oportunidades de investimento nas províncias de Angola.
O Governador da Província de Malange,
Norberto dos Santos, falou aos participantes sobre as diversas potencialidades
que a região oferece para a realização de
negócios e parcerias com empresários
alemães, como também convidou os
mesmos a visitarem a região.
No período da tarde celebrou-se o Dia
Nacional da Alemanha na Feira Internacional de Luanda (FILDA), onde a Alemanha esteve presente como convidada
especial, com 28 empresas, batendo o
seu próprio recorde de participação (20
empresas em 2014), num certame que
este ano bateu todos os recordes .
A Secretária de Estado alemã notou que
todos os anos, há cada vez mais expositores e isso não é uma coincidência. “Angola tem muito potencial e nós estamos
aqui, a economia alemã e o Ministério
da Economia, como pequeno suporte,
para ajudar os angolanos a diversificar a
economia”, explica Brigitte Zypries.
O programa do Fórum Económico culminou a 23 de Julho com uma visita dos
empresários alemães a província de Malange. A visita permitiu aos participantes
terem no terreno uma visão detalhada
do ambiente de negócios nesta província, assim como a oportunidade de interacção com outros empresários locais.
Stand alemão na FILDA
Wirtschaftsforum vereint
Angolaner und Deutsche
Der 6. Wirtschaftsforum Angola-Deutschland wurde am 21. und am 22. Juli dieses
Jahres in Luanda abgehalten. Das Treffen wurde vom Afrika-Verein der deutschen
Wirtschaft e.V. und von der Delegation der Deutschen Wirtschaft in Luanda/Angola organisiert. Zur Veranstaltung kamen Vertreter der angolanischen und der
deutschen Regierung und über 150 weitere Teilnehmer, darunter etwa 40 deutsche
Unternehmer und angolanische Teilnehmer aus verschiedenen Branchen.
D
ie Veranstaltung wurde vom angolanischen Wirtschaftsminister
Abraão Gourgel und der parlamentarischen Staatssekretärin
beim Bundesminister für Wirtschaft und Energie, Brigitte Zypries,
eröffnet. Das Forum zielte darauf ab,
Investitions- und Diversifizierungsmöglichkeiten in den Bereichen Infrastruktur, Bau, Gesundheitswesen, Industrialisierung und Energie gemeinsam
auszuloten und zu besprechen.
Andere Themen bei dieser deutsch-angolanischen Veranstaltung waren die
täglich wiederkehrenden Schwierigkeiten vor Ort bei Investitionsverfahren,
Risikogarantien und Finanzierungsbedingungen sowie Möglichkeiten für Geschäftspartnerschaften in Angola.
Die angolanische Seite unterstrich dabei insbesondere die Tatsache, dass das
Privatinvestitionsgesetz (LIP) derzeit
überprüft wird. Die Anwesenden wurden darüber informiert, dass man mit
dieser Gesetzesrevision eine Gleichbehandlung ausländischer Investitionen
in beliebiger Höhe zu erreichen beabsichtigt. Das hieße, dass mit einer derart
revidierten Regelung ein Mindestwert
für die Tätigung ausländischer Investitionen nicht länger zwingend erforderlich wäre.
Es wurde jedoch im Vorfeld festgestellt, dass für den Zugriff auf Anreize
das geltende Gesetz einen Mindestbetrag immer noch vorsieht, der, in der
angolanischen Währung Kwanza, USD $
1.000.000 (einer Million US-Dollar) entspricht. Minister Abraão Gourgel sagte,
dass die Bemühungen für die Gesetzesänderung den vorhandenen Willen
ausdrücken, den gesamten Investitionsprozess schneller und attraktiver zu machen und die vorhandene Subjektivität
bei der Gewährung von Steuervorteilen
in einem höchstmöglichen Maß zu reduzieren. Dies soll durch die Festlegung
noch objektiverer, eindeutigerer und
35
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
transparenterer Kriterien gewährleistet
werden.
Der angolanische Chef des Wirtschaftsressorts sprach ebenfalls über das angolanische Programm zur Diversifizierung
der Wirtschaft, das auf eine nachhaltige
Förderung derselben abzielt. Aus diesem
Grunde sei ein unabhängig vom Ölsektor geschaffener Wohlstand wichtig, der
gleichzeitig zu einem größeren Angebot
an Arbeitsplätzen und zur Verbesserung
der Wettbewerbsfähigkeit Angolas auf
internationalem Niveau beitragen würde.
So könnten die Importsubstitution und
die Förderung des Exports umgesetzt werden. Dieses Diversifizierungsprogramm
identifiziert sieben prioritäre Cluster,
nämlich die Agro- und Lebensmittelindustrie, die mineralgewinnenden Industrie, die Produktionskette im Erdöl- und
Erdgasbereich, Dienstleistungen, Energie
und Wasser sowie Transport und Logistik,
fügte der hohe angolanische Beamte hinzu.
Der Minister schloss seine Rede mit
der Unterstreichung des Potenzials der
deutschen Wirtschaft und Unternehmen
und lud deutsche Unternehmer dazu
ein, die Chancen zu erforschen und zu
nutzen, die das Diversifizierungsprogramm bietet. Abraão Gourgel gab damit
seiner Zuversicht Ausdruck, die aus dem
Deutsch-Angolanischen
Wirtschaftsforum resultierenden Kontakte und Partnerschaften würden zu Erfolge führen.
Im Hinblick auf deutsche Investitionen
in Angola, zeigte sich die deutsche Staatssekretärin erfreut und äußerte Interesse
an einer weiteren Vertiefung des Diversifizierungsprogramms. Die deutsche Beamtin unterstützte die Rede des angolanischen Ministers für Wirtschaft, indem sie
in ihren Ausführungen das Potenzial Angolas bestätigte. Sie gab an, die deutsche
Wirtschaft sei in der Lage, die Angolaner
36
bei ihren Bemühungen um die Diversifizierung ihrer Wirtschaft zu helfen.
Brigitte Zypries sagte, dass trotz des
weltweiten Rückgangs der Ölpreise, was
der angolanischen Wirtschaft zu schaffen
mache und zu einer Verhinderung vieler
ausländischer Investitionen führe, deutsche Unternehmer Angola dennoch als
ein Land mit unbegrenzten Möglichkeiten ansehen und keine Hindernisse sie
abschrecken würden.
Bei dieser Veranstaltung gab es diverse
Panels, die spezifische Themen über Geschäftsmöglichkeiten in Angola, nämlich
im Energie-, Gesundheits- und Infrastruktursektor zum Inhalt hatten. Bei diesen
Diskussionsrunden konnte man Berichte
über Erfolge deutscher Unternehmen hören, die seit vielen Jahren in Angola tätig
sind.
Damit wurden neue, angolanische und
deutsche Unternehmer dazu ermutigt,
neue Partnerschaften aufzubauen. Damit
sollten sich vor allem deutsche Unternehmer darin bestärkt sehen, häufiger nach
Angola zu reisen, um die Wirklichkeit des
Landes nicht nur in der Hauptstadt, sondern auch in den anderen Provinzen kennen zu lernen. Man war der Auffassung,
dies sei der beste Weg, einige soziale, kulturelle und politische Vorurteile auszuräumen, neue Partner kennen zu lernen
und einen soliden Investitionsprozess zu
beginnen.
Gegenüber der Presse, hob der Botschafter von Angola in der Bundesrepublik Deutschland, Alberto Correia Neto,
die Bedeutung einer Kapazitätserhöhung
in der Stromproduktion und -verteilung.
„Man kann keine Industrie mit Stromgeneratoren bestreiten. Man braucht dafür
eine Elektrifizierung des Landes“, sagte
der angolanische Botschafter.
Alberto Neto fügte hinzu, dass es Industriezentren in Luanda, Benguela, Huila
und in anderen Provinzen gibt, die „sobald eine, praktisch komplette, Elektrifizierung des Landes gibt, im vollen
Umfang in Betrieb genommen werden
können“.
In diesem Zusammenhang ist das österreichische Unternehmen Andritz Hydro
zu benennen, das sieben Turbinen für
das größte Wasserkraftprojekt in Angola,
den Staudamm von Laúca, in der Provinz
Kwanza Norte, in Deutschland herstellen
lässt.
Es wird angenommen, dass die LSG Sky
Chefs die erste deutsche Direktinvestition
in Angola ist, ein Cateringunternehmen
in Partnerschaft mit der TAAG-Angola Airlines.
Vor Beginn des Forums kamen die von
Minister Gourgel und Staatssekretärin Zypries geleiteten Delegationen zusammen,
um Fragen von bilateralem Interesse zu
besprechen, insbesondere auf die Stärkung der bilateralen Beziehungen ausgerichtete Fragen und Angelegenheiten.
Der zweite Tag dieser Veranstaltung
war vor allem den Investitionsmöglichkeiten in den angolanischen Provinzen
gewidmet. Der Gouverneur der Provinz
Malanje, Norberto dos Santos, sprach zu
den Teilnehmern über die verschiedenen Möglichkeiten, die seine Region für
Geschäfte und Partnerschaften mit deutschen Geschäftsleuten bietet. Er lud die
Unternehmer zu einem Besuch seiner
Provinz ein.
Am Nachmittag des 22. Juli feierte man
auf der Internationalen Messe von Luanda (FILDA), wo Deutschland als Ehrengast
vertreten war, gemeinsam den Deutschland gewidmeten Tag. Mit seinen 28
teilnehmenden Unternehmen brach das
Gastland in diesem Jahr seinen eigenen
Rekord von 2014 (20 teilnehmende Unternehmen) und die FILDA selbst jegliche
eigene Rekorde der Vorjahre.
Jedes Jahr kämen mehr und mehr Aussteller zur angolanischen Messe und
dies sei kein Zufall, betonte die deutsche
Staatssekretärin. „Angola hat eine Menge Potenzial und wir, die deutsche Wirtschaft und das Wirtschaftsministerium,
sind hier als kleine unterstützende Kraft,
um die Angolaner bei der Diversifizierung ihrer Wirtschaft zu unterstützen“,
erklärte Brigitte Zypries.
Am 23. Juli ermöglichte das Programm
des Wirtschaftsforums einen weiteren
Höhepunkt mit einem Besuch deutscher
Unternehmer der angolanischen Provinz
Malange. Dieser Besuch bot den Teilnehmern die Möglichkeit, vor Ort einen detaillierteren Einblick in das Geschäftsumfeld dieser vor Ort zu gewinnen, sowie die
Möglichkeit, mit lokalen Unternehmen
in Kontakt zu treten.
38
ANGOLA
40 ANOS
Independência, Paz,
Unidade Nacional
e Desenvolvimento
39
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
Helmut P. Gauff
20 anos em Angola
A República de Angola pertence há já quinze anos aos países africanos
emergentes após décadas inquietas e tempos extremamente difíceis.
G
raças à colaboração pacífica de todos os grupos
sociais do país, promovida por políticos responsáveis, tornou-se evidente abrir o caminho
para um desenvolvimento sócio-económico sustentável, muito importante para o povo angolano. Para o efeito, a riqueza do país em matérias-primas
e recursos naturais é um factor essencial de apoio.
Em 1995, Helmut P. Gauff foi convidado pelo Ministro dos Transportes da República de Angola a participar
como engenheiro consultor na reconstrução da infraestrutura em Angola. A partir de 2001 analisou vários
projectos da linha férrea de
Benguela assim como do sistema de transportes de Luanda e elaborou planos de acção
para a sua modernização
técnica e respectiva gestão.
Após o Acordo de Paz de
2002, conseguiu, juntamente
com os seus parceiros angolanos, que a República Federal da Alemanha chegasse
a um consenso mútuo relativamente às dívidas antigas
anteriores a 1990, para satisfação de todos os intervenientes. Desta forma, abriu-se
o caminho para uma cooperação activa entre os dois
países que foi intensificada e
alargada com a fundação de
uma sucursal da GAUFF Engineering (GAUFF) na capital
Luanda no ano de 2003.
Com o apoio dos bancos
parceiros alemães e a garantia dos créditos proporcionados pela República Federal
da Alemanha a GAUFF Engineering conseguiu apoiar,
a curto prazo, o Governo angolano através do seu modelo FAST TRACK EPPM (Engineering, Procurement,
Project Management) e realizar os primeiros projectos
com a reabilitação da estrada de Sumbe para Quibala
em 2004, bem como a ampliação do sistema de abaste-
40
cimento de água de Luanda em 2005. Os padrões de qualidade alemães que a GAUFF aplica a todos os projetos
são muito apreciados, não só pelos clientes em Angola.
No âmbito dos projetos de infraestrutura e de investimento, a formação profissional de jovens funcionários
angolanos constitui também um objetivo muito importante que a GAUFF segue de modo constante e com
sucesso.
Além dos contratos EPPM, a GAUFF fiscalizou, como
Quality-Controller, empresas de construção oriundas da
República Popular da China,
para garantir o cumprimento
contratual das construções de
estradas e pontes. Em soma,
a GAUFF Engineering fiscalizou até hoje ca. de 1.500km
de estradas, entre as quais a
de Caxito via Uíge até Maquela do Zombo, de Kifangondo
via N’Zeto para M’banza Congo e de Sumbe via Amboiva
para Cassongue. Deste modo
foi possível, com o apoio da
GAUFF, reconstruir e modernizar de forma rápida
e sustentável o sistema de
transportes de Angola. Com
o contrato EPPM “PALUB I”
para a ampliação do sistema
de abastecimento de água do
Lubango, seguiu-se em 2011
o maior projecto até então
que a GAUFF conseguiu realizar em Angola.
A GAUFF Engineering irá
sempre apoiar os seus parceiros angolanos a fim de
enfrentar futuros desafios
em conjunto, promovendo e assegurando, deste modo,
melhores condições de vida e paz para o Povo Angolano e todo o Continente Africano.
Estamos juntos!
Obs.: Texto de responsabilidade da GAUFF Engineering.
ECONOMIA | WIRTSCHAFT
Helmut P. Gauff
Vorsitzender des Beirats
der GAUFF Engineering
Die Republik Angola gehört nach Jahrzehnten unruhiger und für die Bevölkerung außerordentlich belastender Zeiten seit nunmehr fünfzehn Jahren zu
den aufstrebenden afrikanischen Ländern.
D
ank einer von der Politik herbeigeführten friedlichen Zusammenarbeit aller gesellschaftlich relevanten Gruppierungen des Landes ist der Weg in
eine für die Menschen dringend notwendige nachhaltige wirtschaftliche und soziale Entwicklung
vorgegeben. Der Reichtum des Landes an Rohstoffen und
natürlichen Ressourcen ist dabei ein unterstützender Faktor.
Als beratender Ingenieur wurde Helmut P. Gauff 1995 vom
Verkehrsminister des Landes eingeladen, am Wiederaufbau der Infrastruktur Angolas mitzuwirken. Er hat ab 2001
verschiedene Projekte der Benguela-Bahn und des Transportsystems in Luanda untersucht und Vorschläge für die
technische und organisatorische Modernisierung
ausgearbeitet.
Nach dem Friedensschluss im Jahr
2002
konnte er zusammen mit
seinen
angolanischen
Partnern die Bundesrepublik Deutschland gewinnen, alte Forderungen aus
der Zeit vor 1990 im Rahmen einer Vereinbarung
zur Zufriedenheit aller
Beteiligten zu begleichen.
Damit wurde der Weg frei
für eine aktive Kooperation beider Länder. Durch
die Gründung einer Niederlassung der GAUFF Engineering (GAUFF) in der
Hauptstadt Luanda im Jahre 2003 wurden diese Geschäftsbeziehungen intensiviert und ausgeweitet.
Unterstützt von deutschen Bankpartnern und mit der Absicherung der Kredite durch die Bundesrepublik Deutschland,
konnte GAUFF Engineering mit ihrem FAST TRACK EPPM
Modell (Engineering, Procurement, Project Management)
der angolanischen Verwaltung kurzfristig zur Seite stehen
und mit der Wiederherstellung der Straßen von Sumbe nach
Quibala in 2004 sowie dem Ausbau der Wasserversorgung in
der Hauptstadt Luanda 2005 erste Projekte realisieren. Die
deutschen Qualitätsmaßstäbe, die GAUFF an alle Projekte
anlegt, werden dabei nicht nur von den Kunden in Angola
hoch geschätzt.
Im Rahmen der Infrastruktur- und Investitionsprojekte
ist GAUFF auch die Aus- und Weiterbildung junger angolanischer Mitarbeiter ein wichtiges Anliegen, das konsequent
und erfolgreich verfolgt wird.
Über die EPPM-Verträge hinaus konnte GAUFF auch als
Quality-Controller Baufirmen der Volksrepublik China
überwachen, um deren vertragsgemäße Erfüllung von Straßen- und Brückenbauten zu sichern. In Summe hat GAUFF
Engineering bis heute
die
Wiederherstellung
von rund 1.500 Kilometern Straßen überwacht,
u.a. von Caxito über Uige
nach Maquela do Zombo,
von Kifangondo über N`Zeto nach M`banza Congo
und von Sumbe über Amboiva nach Cassongue. So
konnte das Transportsystem Angolas mit der Unterstützung von GAUFF
rasch und nachhaltig
wieder aufgebaut und
modernisiert
werden.
Mit dem EPPM-Vertrag
„PALUB I“ zum Ausbau
der
Wasserversorgung
von Lubango folgte 2011
das bis dahin größte Projekt, das GAUFF in Angola realisieren konnte.
Auch in Zukunft steht GAUFF Engineering seinen Partnern
in Angola gerne zur Seite, um gemeinsam den Herausforderungen der Zukunft zu begegnen und durch verbesserte
Lebensbedingungen für alle den Frieden in Angola und auf
dem gesamten afrikanischen Kontinent zu sichern.
Estamos juntos!
Anm.: Für den Inhalt dieses Beitrages zeichnet die GAUFF Engineering
verantwortlich.
41
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
Delfim Freitas: uma referência
na comunidade angolana na RFA
Estamos perante uma referência da comunidade angolana na República Federal da
Alemanha. Delfim Alexandrino de Sousa e Freitas, ou simplesmente “Kota Freitas”,
antigo representante da TAAG-Linhas Aéreas de Angola na República Federal da
Alemanha (RFA), é uma das pessoas mais conhecidas entre os angolanos residentes
em território alemão.
M
embros da comunidade têm em
alta estima e consideração esse
“malangino” de 56 anos de idade que sempre está disponível
para demonstrar o seu espírito
solidário brindando ajuda ao próximo,
nomeadamente aos mais necessitados.
WELWITSCHIA- Há quanto tempo
reside na Alemanha e o que lhe levou a fixar residência neste país?
Delfim Freitas- Em Berlim desde 22 de
Fevereiro de 1988, isto é há 27 anos. Vim
para Berlim para exercer a função de Delegado e Chefe de Escala da TAAG-Linhas
Aéreas de Angola.
A fixação de residência na Alemanha,
teve muito a ver com problemas de saúde que exigiam cuidados médicos que
mesmo até ao momento o País não garante.
WELWITSCHIA- Como considera
estar o seu enquadramento social
na Alemanha?
Delfim Freitas- Não foi fácil, mas com o
andar do tempo, acabei por me adaptar.
WELWITSCHIA- Quais os principais
ganhos que pode apontar na sua
vida (pessoal e familiar) do facto de
ter fixado residência na RFA?
Delfim Freitas- Para além da família que
aqui se constituiu, pois vim muito jovem,
a possibilidade de ter uma assistência
médica com elevado nível de qualidade,
foi mesmo o meu maior ganho.
WELWITSCHIA- Quais as principais
dificuldades ou constrangimentos e
desilusões que enfrentou no tempo
em que reside na RFA?
Delfim Freitas- Sobre desilusões, recordo-me que a situação da TAAG-Berlim,
42
não era o que eu imaginava, em todos
os aspectos, como sendo e situação financeira, escritórios administrativos e
operacionais, vendas para produção de
receitas, autonomia financeira, enfim...
Faltava tudo. Encontrei em Berlim algo
incomparável com o que eu tinha em
Luanda. Mas assumi e aceitei o desafio de
fazer crescer Berlim em termos operacionais e financeiros.
A TAAG, não tinha nem uma casa para
eu viver. Vivi no hotel em que as autoridades alemães na altura me autorizaram
viver: o então Palast Hotel, onde a diária
custava USD$120,00. Devido a falha administrativa, não me foi concedido o passe de serviço, apesar de ter passaporte de
serviço.
O maior constrangimento surgiu quando o hotel em que estava hospedado teve
necessidade de “despejar” os hóspedes,
por um período de quinze dias, para albergar os convidados ao Congresso do
PSUA (Partido Socialista Unificado da Alemanha). Fiquei sem alojamento na altura
em que estava a finalizar contratos para
a venda de espaço do nosso avião para o
transporte de carga da Alemanha do Leste para Angola, com receitas pagas em
cash, que iriam impulsionar a produção
das primeiras vendas da TAAG na Alemanha. Consegui então o apoio da nossa
representação diplomática, mas que me
foi retirado antes que o hotel voltasse a
abrir.
Tive que abandonar o apartamento,
num dia de domingo as 23Horas, tendo passado parte da noite com a minha
mala no carro, na perspectiva de voltar
para Luanda na segunda-feira, deixando
em aberto todo um processo que daria receitas a TAAG-Berlim. Tive então
o apoio do meu colega e amigo Alberto
Maguede Bobo (Paz à Sua Alma), na al-
tura Delegado da LAM-Linhas Aéreas de
Moçambique, que me acolheu em sua
casa para que eu não deixasse a meio o
processo de vendas que estava em curso.
Vivi em casa do então Delegado da LAM
de Julho a Outubro de 1988, altura em
que produzimos as primeiras receitas
monetárias, que foram crescendo para
a TAAG-Berlim ser o que hoje é: uma
representação na Europa Central financeiramente autónoma. Esse, modéstia a
parte, é o meu maior motivo de orgulho.
A TAAG-Berlim passou, então, a ser um
apoio para as famílias angolanas e não só,
organizando diversas actividades recreativas, desportivas, culturais, ajudando a
nossa Comunidade, juntando todos os
angolanos, tendo em conta as obrigações
sociais de uma Empresa Pública de Angola, facilitando dentro de parâmetros
definidos pela Administração da TAAG,
a compra de bilhetes de passagens para
Angola, bem como o envio de bens e
mercadorias.
Sinto-me orgulhoso do trabalho que fiz
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
quando cheguei a Berlim fui o último a
desembarcar, tal era o carinho que toda
a tripulação queria manifestar por mim.
WELWITSCHIA- Como tem acompanhado o desenvolvimento de Angola?
Delfim Freitas- Seguindo as emissões da
TPAI, que às vezes nos deixa ficar mal... e
procurando ler sempre os jornais on-line
e ouvir também as diversas rádios, principalmente a LAC, onde tenho muitos
amigos, e os debates da Eclésia.
pela Empresa, continuo disponível para
dar o meu contributo, porque para mim
e quem conheceu a TAAG-Berlim em
1988... A TAAG-Berlim e seus trabalhadores actuais, suas instalações e infraestruturas são fruto do meu trabalho e abnegação.
WELWITSCHIA- Qual a sua opinião
sobre o estado das relações entre
Angola e a Alemanha e como acha
que elas devem evoluir?
Delfim Freitas- As relações melhoraram
muito na última década. Começou em
1999 com a visita de uma Delegação Parlamentar de alto nível, na altura chefiada
pelo Camarada Roberto de Almeida, que
visitou também as nossas instalações e
apreciou o nosso trabalho, e a visita de
Sua Excia. o Presidente José Eduardo
dos Santos a Alemanha, bem como a da
Chanceler Alemã Ângela Merkel, foram
um passo importante.
Hoje temos várias Empresas a alemães
a operar em Angola. Exemplo disso a
própria Lufthansa e LSG-Catering.
Ainda sobre as relações Angola/Alemanha, é de salientar a participação de
Angola no Campeonato Mundial de futebol na Alemanha, em 2006, e no Mundial
de Andebol masculino, em 2007.
Para o Mundial de futebol, a TAAG realizou um total de doze voos para a cidade
de Hannover, próximo de Celle, cidade
onde a Selecção esteve hospedada. Trouxemos para Hannover cerca de cinco mil
angolanos.
A cidade de Hannover viveu semanas
nunca antes vividas. A nossa bandeira
estava nas janelas de muitas casas de
alemães, muita divulgação do nosso
potencial económico e cultural, vários
concertos de música angolana, com as
melhores bandas e artistas, enfim... Foram dias de muita festa e muito convívio
entre angolanos e alemães.
Depois do último voo de regresso dos
angolanos, a cidade ficou como que vazia
e muitos alemães a perguntarem quando
os angolanos voltam. Hannover é hoje
uma cidade de referência para muitos
angolanos.
A evolução deve ser no sentido de tirarmos bons dividendos desta cooperação e
haver mais abertura e reciprocidade.
A cooperação tem que ser biunívoca.
Nós temos de ter também a possibilidade
de investir aqui.
WELWITSCHIA- Como acha que
deve ser a contribuição do angolano
que reside na Alemanha para que as
relações Angola-Alemanha se consolidem e cresçam cada vez mais?
Delfim Freitas- Para além de cumprir com as suas obrigações sociais, deve
aproveitar para apostar na formação.
Aprender o máximo que puder, em termos profissionais.
WELWITSCHIA- Quais as principais
recordações que guarda de Angola?
Delfim Freitas- São inúmeras, desde
a minha infância e juventude no Seminário do Quipeio, a minha passagem
pelo Liceu Paulo Dias de Novais, Faculdade de Ciências, a minha curta passagem pelas Fapla… Fiquei semanas no
autódromo com a perspectiva de ser encaminhado para a URSS, para estudar direito militar... Até ao dia da minha vinda
para Berlim.
Foi um dia de muitas emoções. Naquele
dia fiquei com a certeza do quanto eu era
querido por colegas e amigos. Imagina
que o avião atrasou por minha causa. E
WELWITSCHIA- O que significa
para si a palavra “regresso”? Já lhe
ocorreu regressar a Angola, para viver e trabalhar lá?
Delfim Freitas- Na minha opinião, o regresso é quase inevitável. Trabalhar...??
Já não sou tão jovem, e tenho a família
aqui.
Mas, o futuro a Deus pertence…
WELWITSCHIA- Para si, qual a importância dos filhos de angolanos
nascidos na Alemanha terem laços
culturais com o País de origem dos
seus pais, ainda que seja apenas através do conhecimento das línguas
nacionais e da gastronomia?
Delfim Freitas- Eu diria que sou quase
radical, nesse aspecto. Reprovo o comportamento de alguns compatriotas,
que se sentem “orgulhosos” quando dizem: “o meu filho não fala português. Só
alemão!”. Fico triste.
Mal sabem que se disserem isso a um
cidadão alemão, este vai achar graça...
WELWITSCHIA- Como avalia os serviços da Embaixada de Angola na
Alemanha e do Consulado Geral em
Frankfurt?
Delfim Freitas- Acho que melhoraram
muito, mas eu sou “suspeito” para comentar..!!!!???
WELWITSCHIA- Angola assinala
este ano o 40º (quadragésimo) aniversário da proclamação da sua
independência. Para si, qual a importância desta festa e que mensagem deixa ao povo angolano à
propósito da data?
Delfim Freitas- É, sem dúvidas, uma
data histórica que merece ser comemorada com orgulho por todos os angolanos e
amigos de Angola, mas deve ser também
uma data de reflexão.
É preciso meditarmos no que foi feito,
o que falta fazer, como poderemos fazer
para melhorar as condições de vida do
nosso Povo. Enfim, ainda temos um longo caminho a percorrer...!!!
43
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
Delfim Freitas: Eine Referenz in der
angolanischen Community in Deutschland
Ein Interview mit einem der populärsten Protagonisten der angolanischen Gemeinschaft in der Bundesrepublik Deutschland: Delfim Alexandrino de Sousa Freitas
oder einfach „Kota Freitas“, der ehemalige Repräsentant der TAAG Angola Airlines
in der Bundesrepublik Deutschland, ist einer der bekanntesten Menschen unter
den Angolanern in Deutschland.
C
ommunity-Mitglieder haben eine
hohe Achtung und Zuneigung zu
diesem Mann, der aus der Provinz
Malange stammt und 56 Jahre alt
ist. Delfim Freitas ist stets hilfsbereit und setzt sich insbesondere für benachteiligte Menschen ein.
WELWITSCHIA - Wie lange leben Sie
schon in Deutschland und was hat
Sie in dieses Land geführt?
Delfim Freitas - Ich lebe in Berlin seit
dem 22. Februar 1988, also seit 27 Jahren.
Ich kam nach Berlin, um als Delegierter
und Standortmanager der TAAG Angola
Airlines zu arbeiten.
Dass ich meinen festen Wohnsitz in
Deutschland genommen habe, hatte viel
mit gesundheitlichen Problemen zu tun,
die eine medizinische Behandlung erforderten, die unser Land bis heute nicht
leisten kann.
W - Wie sehen Sie Ihre soziale Einbindung in Deutschland?
D.F. - Es war nicht leicht, aber mit der
Zeit habe ich mich schließlich angepasst.
W - Was sind die wichtigsten Vorteile, die Sie durch Ihre Übersiedlung in
die Bundesrepublik (persönliche und
familiäre) sehen?
D.F. - Neben der Familie, die ich hier gegründet habe, denn ich kam ja sehr jung
hierher, ist es die Möglichkeit, eine Gesundheitsversorgung von hoher Qualität
zu bekommen. Das war wirklich mein
größter Gewinn.
W - Was sind die Hauptschwierigkeiten oder Beschränkungen und
Enttäuschungen, mit denen Sie sich
hier in Deutschland konfrontiert sehen?
D.F. - Was die Enttäuschungen angeht,
erinnere ich mich daran, dass die Situati-
44
on der TAAG-Berlin nicht das war, was ich
mir vorgestellt hatte und zwar in jeder
Hinsicht. Es betraf die Finanzlage, die administrativen und operativen Büros, den
Verkauf, um Einnahmen zu generieren,
die finanzielle Autonomie, na ja, eben alles... Es fehlte an allem. In Berlin kam ich
in eine Situation, die mit der in Luanda
nicht zu vergleichen war. Aber ich habe
die damit verbundene Herausforderung
angenommen, um dem Betrieb in Berlin
in operativer und finanzieller Hinsicht
zum Wachstum zu verhelfen.
Die TAAG konnte mir nicht einmal eine
Wohnung zum Leben zur Verfügung stellen. Ich wohnte in einem Hotel, in dem
mir die DDR-Behörden zu leben erlaubt
hatten. Das war das damalige Palast Hotel mit Zimmerpreisen von 120 USD pro
Tag. Aufgrund administrativer Probleme
bekam ich keinen Dienstpass, obwohl mit
einer zustand.
Die größte Verlegenheit war aber, als
das Hotel, in dem ich wohnte, alle Gäste
für einen Zeitraum von 15 Tagen vor die
Tür setzte, um Gäste des Kongresses der
SED unterzubringen. Ich hatte dann kei-
ne Bleibe mehr. Es war die Zeit, in der ich
die Kaufverträge für einen Platz für unsere Frachtflugzeuge abschließen sollte. Sie
waren für den Frachtverkehr DDR-Angola
gedacht und mit ihnen sollte der Verkaufstätigkeit der TAAG in Deutschland Auftrieb gegeben werden. Ich bekam zwar die
Unterstützung unserer diplomatischen
Vertretung, aber die reichte nicht bis zum
Tag des Wiedereinzugs in das Hotel.
Also musste ich an einem Sonntag um
23 Uhr auch diese Unterkunft verlassen
und verbrachte die Nacht mit meinem
Koffer im Auto. Es blieb mir kaum etwas
anderes übrig, als unmittelbar danach
wieder nach Luanda zurückzukehren,
doch dann hätte ich die Verträge nicht
abschließen können, die den Umsatz der
TAAG-Berlin steigern würden. In dieser
Situation bekam ich dann die Unterstützung meines Kollegen und Freundes Alberto Maguede Bobo, Gott hab ihn selig,
der zu dem Zeitpunkt delegierter Mitarbeiter der LAM-Mosambik Airlines war.
Er nahm mich bei sich auf. So musste ich
nicht unverrichteter Dinge nach Luanda
zurückkehren, sondern konnte die mir
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
obliegenden Aufgaben zu einem guten
Abschluss bringen. Bei diesem Freund
lebte ich von Juli bis Oktober 1988. Dann
erzielten wir endlich unsere ersten Einnahmen, die sich in der Folge immer positiver entwickelten. Dadurch konnte diese
Filiale zu dem werden, was sie heute ist:
eine finanziell autonome Vertretung der
TAAG in Mitteleuropa. Dies ist, ganz unbescheiden, mein größter Stolz.
Die TAAG-Berlin wurde auch zu einer
Unterstützerin für angolanische Familien
und nicht nur das. Wir haben verschiedene Freizeit-, Sport- und Kulturaktivitäten
organisiert und damit unsere Community unterstützt. Wir trugen dazu bei, dass
Angolaner zusammenkommen konnten.
Dies geschah auch im Einklang mit den
sozialen Verpflichtungen einer öffentlichen Gesellschaft Angolas wie der TAAG.
Angolanern wurde der Kauf von Tickets
in die Heimat sowie das Versenden von
Gütern und Waren erleichtert.
Ich bin stolz auf die Arbeit, die ich für
die Gesellschaft geleistet habe, und ich
bin auch weiterhin bereit, mich zu engagieren. Das kann jeder verstehen, der
mich und die TAAG-Berlin im Jahr 1988
kennengelernt hat... Die TAAG-Berlin, wie
sie heute dasteht, mit ihren Mitarbeitern,
den Räumen und ihrer Infrastruktur, sind
das Ergebnis meiner Arbeit und meines
Einsatzes.
W - Was ist Ihre Meinung über den
Stand der Beziehungen zwischen
Angola und Deutschland und wie
sollten sie sich Ihres Erachtens entwickeln?
D.F. - Die Beziehungen haben sich in
den letzten zehn Jahren sehr verbessert.
Es begann 1999 mit dem Besuch einer
hochrangigen
Parlamentsdelegation
in Deutschland, die damals noch vom
Genossen Roberto de Almeida geleitet
wurde. Sie besuchte auch unsere Einrichtungen und begutachtete unsere Arbeit.
Dann trugen natürlich der Besuch Seiner
Exzellenz des angolanischen Präsidenten
José Eduardo dos Santos in Deutschland
und der Gegenbesuch von Bundeskanzlerin Angela Merkel in Luanda entscheidend zu dieser Verbesserung bei.
Heute haben wir mehrere deutsche
Unternehmen, die in Angola aktiv sind,
beispielsweise die Lufthansa und LSG Catering.
Auch die Beteiligung Angolas bei der
Fußball-Weltmeisterschaft
2006
in
Deutschland und bei der Herren-Handball-WM 2007 ist in diesem Kontext der
guten Beziehungen zwischen Angola und
Deutschland besonders hervorzuheben.
Allein für die Fußball-Weltmeisterschaft
hat die TAAG insgesamt zwölf Flüge
nach Hannover absolviert. Dort war die
angolanische Nationalmannschaft untergebracht. Insgesamt haben wir circa
fünftausend Angolaner nach Hannover
gebracht.
Die Stadt Hannover erlebte durch unsere
Präsenz ganz besondere Wochen. Unsere
Flagge hing an den Fenstern vieler Häuser;
es wurde viel über unser wirtschaftliches
und kulturelles Potenzial berichtet; es gab
mehrere Konzerte angolanischer Musik
mit den besten Bands und Künstlern, na
ja... Es waren große Tage des Festes und
der gemeinsamen Geselligkeit zwischen
Angolanern und Deutschen.
Nach dem letzten Rückflug der Angolaner empfand man die Stadt als leer und
so viele Deutsche fragten, wann denn
die Angolaner zurückkämen. Deshalb ist
Hannover bis heute als Stadt ein Bezugspunkt für viele Angolaner.
Der Trend sollte dahin gehen, aus dieser
Kooperation zu lernen und mehr Offenheit und Gegenseitigkeit zuzulassen.
Zusammenarbeit muss beiderseitig sein.
Wir müssen auch die Möglichkeit erhalten, hier in Deutschland zu investieren.
W - Wie sollte der Beitrag der in
Deutschland ansässigen Angolaner
für die Festigung und das Wachstum
der Beziehungen zwischen beiden
Ländern sein?
D.F. - Neben der Erfüllung der jeweiligen
sozialen Verpflichtungen, sollte man auf
die Bildung setzen. Beruflich müssen wir
so viel wie nur möglich lernen.
W - Was sind die wichtigsten Erinnerungen, die Sie an Angola haben?
D.F. – Da gibt es zahlreiche. Sie erfassen
meine Kindheit und Jugend im Seminar
von Quipeio, meine Zeit im Gymnasium
Paulo Dias de Novais und in der Fakultät
für Naturwissenschaften, meine kurze
Dienstzeit bei der angolanischen Armee,
den FAPLA... Und mit der Aussicht, in die
damalige UdSSR geschickt zu werden, um
Kriegsrecht zu studieren, habe ich auch
mal tagelang auf einer alten Rennstrecke
auf die Abreise gewartet... Bis zu dem Tag,
an dem ich nach Berlin kam.
Es war ein Tag vieler Emotionen. An diesem Tag wurde mir klar, wie viel ich den
Kollegen und Freunden bedeutete. Stellen
Sie sich vor, dass der Abflug sich meinetwegen verspätete! Und in Berlin war ich
der Letzte, der ausstieg, so groß war die
Zuneigung der ganzen Mannschaft mir
gegenüber und so lang hat die Verabschiedung gedauert.
W - Wie haben Sie die Entwicklung
Angolas begleitet?
D.F. - Ich verfolge die Sendungen des
angolanischen Fernsehens, des TPAI.
Manchmal kommen wir da nicht so gut
rüber... und ich versuche immer die Online-Zeitungen zu lesen, Radio zu hören,
insbesondere den Sender LAC, bei dem
ich viele Freunde habe, und ich höre auch
die Talkshows beim Sender Ecclesia.
W - Was bedeutet für Sie das Wort
„Rückkehr“? Haben Sie schon daran
gedacht, nach Angola zurückzukehren, um dort zu leben und zu arbeiten?
Meiner Meinung nach ist eine Rückkehr
fast unvermeidlich. Aber arbeiten... ? Ich
bin nicht mehr so jung und ich habe Familie hier. Aber die Zukunft gehört Gott
allein.
W - Wie wichtig ist es Ihrer Meinung
nach, dass Kinder von angolanischen
Migranten, insbesondere in Deutschland aber auch in der Diaspora im
Allgemeinen, kulturelle Verbindungen mit dem Herkunftsland ihrer
Eltern haben, auch wenn diese nur
aus der Kenntnis der Landessprache
oder der Gastronomie bestehen?
Da habe ich, das muss ich sagen, fast radikale Ansichten. Ich missbillige das Verhalten einiger Landsleute, die sich „stolz“
fühlen, wenn sie sagen: „Mein Sohn
spricht kein Portugiesisch. Nur Deutsch!“
Das macht mich traurig. Wenn Sie das einem Deutschen erzählen, dann wundert
der sich schon sehr. Das sollten mehr meiner Landsleute wissen.
W - Wie beurteilen Sie die Dienste
der Botschaft von Angola in Deutschland und des Generalkonsulats in
Frankfurt?
D.F. - Ich glaube, sie haben sich sehr verbessert, aber ich bin „befangen“, um das
zu kommentieren.
W - Angola feiert in diesem Jahr
seinen 40. Jahrestag der Ausrufung
der Unabhängigkeit. Wie wichtig ist
dieses Jubiläum für Sie und welche
Botschaft möchten Sie den Angolanern bezüglich dieses Datums übermitteln?
D.F. - Es ist zweifellos ein historisches
Datum. Dieser Jahrestag verdient es, von
allen Angolanern und Freunden Angolas
mit Stolz gefeiert zu werden. Es sollte
aber auch ein Tag der inneren Einkehr
sein.
Wir müssen über das nachdenken, was
geschehen ist, was noch zu tun ist, wie
wir handeln sollten, um die Lebensbedingungen unserer Menschen zu verbessern.
Wie auch immer, wir haben noch einen
langen Weg zu gehen!
45
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
Crianças em tratamento médico
festejam na Aldeia da Paz em Oberhausen
As crianças angolanas em tratamento médico na República Federal da Alemanha
(RFA), ao cuidado da Friedensdorf International (Aldeia da Paz), participaram nas tradicionais festas anuais de Verão e da Aldeia, realizadas, respectivamente em Junho e
Setembro do ano em curso, com o intuito de proporcionar momentos de convívio às
crianças e angariar fundos para manutenção da actividade da organização.
N
as festas organizadas na Aldeia
da Paz Internacional, em Oberhausen, participaram não só as
crianças de várias nacionalidades
acolhidas no local, mas também
diversos convidados dispostos a participar nessas actividades de solidariedade
com a instituição com carácter filantrópico, contribuindo na arrecadação de
fundos.
Como tem sido hábito, a comunidade
angolana fez-se presente acompanhada
de funcionários do Consulado-Geral de
Angola em Frankfurt e da Embaixada,
tendo participado nas diversas actividades, tanto nas mais sérias como nas
que marcaram o dia alegre e divertido
proporcionado pela Friedensdorf International às crianças.
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Crianças de várias nacionalidades
dançaram e brincaram juntas, independentemente da sua origem. As crianças
angolanas exibiram as suas habilidades
e dançaram kuduru. A parte da culinária
contou com alguns pratos típicos angolanos.
A Aldeia da Paz Internacional tem capacidade para albergar cerca de 300 crianças. Nessa ocasião encontravam-se na
instituição 103 crianças provenientes de
Angola para tratamento de várias patologias que não encontram solução no
País de origem.
Em 17 anos de cooperação, a Friedensdorf International já tratou de mais de
2.500 crianças angolanas, que hoje vêm
melhorada a sua qualidade de vida depois de receberem assistência médica na
Alemanha. No lar, as crianças aprendem
a língua alemã, num método que inclui
o ensino de matérias como a matemática, ciências sociais e cultura geral, de
modo a lhes conferir aptidões necessárias para o seu dia-a-dia.
Essa organização foi fundada em 1967,
como iniciativa de um cidadão para ajudar as crianças em zonas de guerra e de
crise, nomeadamente na guerra do Vietname. Até hoje, as crianças continuam
a estar no foco da sua actividade, pelo
que a instituição oferece ajuda médica
em diversos países, com o propósito de
contribuir para a normalização da vida
de várias crianças.
Essa instituição vive de doações, pois
não recebe qualquer dinheiro do Estado, vivendo das contribuições de pequenos e médios doadores de onde vem o
dinheiro até para os salários das pessoas
que fazem o trabalho comunitário, os
salários dos funcionários e o pagamento
da energia eléctrica.
Funcionários da Embaixada de Angola
na Alemanha, do Consulado-Geral em
Frankfurt e membros da Comunidade
Angolana têm realizado periodicamente
visitas às crianças que estão em tratamento.
Kinder in medizinischer Behandlung feiern im
internationalen Friedensdorf in Oberhausen
Angolanische Kinder, die sich wegen ärztlicher Behandlung in der Bundesrepublik im
internationalen Friedensdorf in Oberhausen befinden, feierten bei den traditionellen
Festen mit, die jedes Jahr jeweils im Juni und September stattfinden. Diese Feste werden
mit dem Ziel organisiert, den Kindern gesellige Freudenmomente zu verschaffen und
Spenden für die Tätigkeit der Organisation zu sammeln.
A
n den Festivitäten im internationalen Friedensdorf nahmen nicht
nur Kinder verschiedener Nationalitäten teil, die vor Ort medizinisch behandelt werden, sondern
auch Gäste, die sich an den Solidaritätsaktionen für diese wohltätige Institution
und bei der Akquise von Mitteln beteiligen wollten.
Wie es bereits zur Tradition geworden ist, war die angolanische Gemeinschaft dabei, die die Kinder aber auch
außerhalb festlicher Anlässe regelmäßig
besucht. Beim aktuellen Fest war sie
vertreten durch Mitarbeiter des angolanischen Generalkonsulats in Frankfurt
und der Botschaft in Berlin. Diese nahmen an den vielfältigen Aktivitäten teil
und erlebten einen fröhlichen Tag mit
den Kindern im Friedensdorf.
Unabhängig von ihrer Herkunft tanz-
ten und spielten Kinder verschiedener
Nationalitäten zusammen. Angolanische
Kinder zeigten ihre Fertigkeiten und
führten den sehr populären Tanz Kuduru vor. Am Festbuffet konnte man einige
angolanische Spezialitäten probieren.
Das internationale Friedensdorf kann
300 Kinder gleichzeitig aufnehmen. Derzeit befinden sich 103 Kinder aus Angola in der Einrichtung. Sie erhalten eine
medizinische Behandlung, die ihnen in
ihrer Heimat nicht gewährleistet werden
konnte.
Während der 17 Jahre der Zusammenarbeit wurden im internationalen Friedensdorf mehr als 2.500 angolanische
Kinder medizinisch behandelt, die dadurch ihre neugewonnene Lebensqualität genießen können. In den Einrichtungen des Friedensdorfes lernen die Kinder
die deutsche Sprache, werden aber auch
in anderen Fächern wie Mathematik, Sozialwissenschaften und Allgemeinkultur
unterrichtet. Damit erhalten sie die für
die Bewältigung des Alltags notwendigen
Kompetenzen oder können sie verbessern,
Das Friedensdorf wurde 1967 durch
eine Bürgerinitiative gegründet, um
Kindern aus Kriegs- und Krisengebieten,
damals vor allem aus Vietnam, medizinische Behandlung und ein Leben in Sicherheit angedeihen zu lassen. Bis heute
stehen solche Kinder im Mittelpunkt der
Arbeit des Friedensdorfes, das sich zum
Ziel gesetzt hat, zur Normalisierung ihres Lebens beizutragen.
Die Organisation erhält keinerlei staatliche Zuwendungen, sondern finanziert
sich ausschließlich durch kleine und
mittelgroße Privatspenden. Mit diesen
Geldern werden alle Personal- und Sachkosten bestritten.
47
Refugiados: uma experiência
que Angola viveu
A crise de refugiados que afecta ultimamente o continente europeu chama a
atenção a toda comunidade internacional pela eminente catástrofe mundial
que isso indicia, se não forem tomadas medidas capazes de levar a paz aos
países em conflito de onde originam essas pessoas.
A
retirada dessas pessoas dos seus
países para encontrar refúgio
noutras paragens, nomeadamente na Europa, em busca dum
lugar seguro para reconstruir
suas vidas, deve-se não só aos conflitos
armados, mas também às perseguições
políticas, religiosas e étnicas, bem como
a catástrofes naturais.
Em muitos casos, a tentativa de transportar para determinados países outras
realidades levou ao fortalecimento de
grupos radicais que se dedicam a toda
a espécie de desestabilização, levando
a guerra a todos os recantos de regiões
anteriormente em paz e em claro desenvolvimento.
48
Hoje, alguns países membros da União
Europeia, com a República Federal da
Alemanha à cabeça, arcam com o ónus
da irresponsabilidade de alguns países
ocidentais que ao se empenharem em
armar determinados grupos com o objectivo de derrubar governos legítimos
de modo a colocar no poder quem mais
lhes convém, fizeram claramente que
aumentassem os motivos que levam
muita gente a tentar a sorte noutros países, a maior parte das quais com risco da
própria vida.
Cerca de dois mil refugiados e migrantes já morreram
Na Europa ocidental, mais de 438 mil
refugiados pediram asilo até ao fim de
Julho do ano em curso, quase chegando
aos 571 mil de 2014. A RFA continua a
ser o país que recebeu o maior número de pedidos de asilo, com mais de 188
mil até ao fim de Julho, contabilizando
mais 15.416 que o ano passado.
Calcula-se em 51,2 milhões o número
de refugiados e deslocados internos, o
maior número no mundo pós-2ª Guerra Mundial, segundo dados do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados
(ACNUR). Actualmente, os refugiados,
apátridas e deslocados internos formam
uma nação e, se fossem um país, esse seria o 26° maior do mundo.
No último ano, a ACNUR registrou 1,1
milhão de pedidos de asilo, o maior em
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
10 anos. Em todo o mundo, o número de deslocados continua a crescer.
Para alguns observadores, o panorama mundial é “assustador”.
O povo angolano, que viveu um
longo período de guerra (1961/2002),
sabe bem o que é a busca de paz e
melhores condições de vida. Da sua
história de vida constam situações
como a luta de libertação do colonialismo português (1961-1974) e
depois da Independência (1975) a
devastadora e interminável guerra
civil (1976-2002), que causou a morte a milhões pessoas levaram muitos
angolanos a sair do país.
O número de angolanos deslocados
internos e de refugiados nos países
vizinhos elevava-se em 2002, ano
em que se conquistou a paz, a cerca
de 1,5 milhão de pessoas. As províncias que registavam o maior número
de novos deslocados internos eram
as do Huambo (115.000), Malange
(73.000) e Bié (59.000).
Ao dirigir-se aos participantes
numa Cimeira Especial da União
Africana, o Ministro angolano da
Assistência e Reinserção Social, João
Baptista Kussumua, agradeceu ao
mundo o apoio brindado aos refugiados angolanos nas várias etapas
da história de Angola que levaram à
deslocação forçada de cerca de cinco
milhões de pessoas, das quais mais
de quatro milhões internamente e
as restantes como refugiadas em diversas partes do globo.
Sendo alarmante a situação que
se regista no mundo, considera-se
que é chegado o momento dos países ocidentais, nomeadamente a
União Europeia devem prestar a
necessária ajuda a quem passa por
esta situação, acolhê-los, rever a sua
política externa e de segurança e a
sua relação com os países africanos
e asiáticos com conflitos latentes.
Os governos desses países devem
também oferecer-lhes novas vias
para a solicitação de asilo de modo
legal, sem riscos da própria vida. A
União Europeia pode dar aos refugiados a oportunidade de mudar de
vida e reassentá-los nos seus países.
Flüchtlinge:
Angola hat es erlebt
Die Flüchtlingskrise, die zur Zeit alle Aufmerksamkeit
der internationalen Gemeinschaft auf den europäischen
Kontinent lenkt, wird in eine globale Katastrophe bedeutenden Ausmaßes münden, sollte man nicht die geeigneten Maßnahmen ergreifen, die zu einer Befriedung
der Situation in den Herkunftsländern führen.
D
ie Wanderung dieser Menschen
aus ihren Ländern auf der Suche
nach einem sicheren Ort zum
Leben, den sie vor allem in Europa suchen, hat verschiedene
Gründe. Sie fliehen nicht nur vor bewaffneten Konflikten, sondern auch vor
politischer, religiöser und ethnischer
Verfolgung sowie vor Naturkatastrophen.
In manchen Fällen hat der Versuch,
andere Wirklichkeiten bzw. Standpunkte auf bestimmte Länder zu übertragen,
zur Stärkung radikaler Gruppen geführt, deren einziges Ziel Destabilisierung heißt. Sie bringen Krieg und Elend
überall hin, auch in Regionen, die sich
zuvor in Frieden und auf einem guten
Entwicklungsweg befunden haben.
Heute müssen einige EU-Mitgliedsstaaten, allen voran die Bundesrepublik Deutschland, die Konsequenzen des
verantwortungslosen Handelns einiger
westlicher Länder tragen, die sich in
der Bewaffnung bestimmter Gruppen
engagierten. Ziel dabei war es, rechtmäßige Regierungen zu stürzen, um jenen zur Macht zu verhelfen, die ihnen
genehmer waren. Folglich führte dies
zu einer Zunahme der Fluchtursachen
und die davon betroffene Bevölkerung
versucht nun, ihr Glück im Ausland zu
finden. Flüchtlinge und Auswanderer
setzen dafür sogar das eigene Leben
aufs Spiel.
Deshalb starben auf der Flucht bis
jetzt etwa zweitausend Flüchtlinge und
Migranten.
49
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
Bis Ende Juli dieses Jahres hatten bereits über 430.000 Menschen in Westeuropa Asyl beantragt. Damit wurde die Zahl des Jahres 2014, in dem
571.000 Asylsuchende zu registrieren
waren, schon Mitte 2015 erreicht. Mit
mehr als 188.000 Anträgen bis Ende
Juli, also 15.416 mehr als im Vorjahr,
ist die Bundesrepublik Spitzenreiter
mit der größten Anzahl an Asylanträgen.
Momentan befinden sich schätzungsweise 51,2 Millionen Menschen entweder im eigenen Land oder im Ausland
auf der Flucht. Das sei die höchste
Zahl seit dem Zweiten Weltkrieg, gibt
der Hohe Flüchtlingskommissar der
Vereinten Nationen (UNHCR) an. Würde die derzeitige Zahl der Flüchtlinge,
Staatenlosen und Binnenvertriebenen
zu einer Nation zusammengefasst,
wäre diese das 26. einwohnerstärkste
Land der Welt.
Im vergangenen Jahr registrierten
die UNHCR 1,1 Mio. Asylanträge, die
höchste Zahl innerhalb von 10 Jahren. Weltweit nimmt derweil die Zahl
der Vertriebenen weiter zu. Für einige Beobachter ist dieses Weltszenario
schlicht „erschreckend“.
Für das angolanische Volk, das eine
lange Zeit des Krieges (1961/2002) erleben musste, ist die Suche nach Frieden
und besseren Lebensbedingungen sehr
gut nachvollziehbar. Die Geschichte
ist geprägt durch den Kampf für die
Befreiung vom portugiesischen Kolonialismus (1961-1974) und, nach der Unabhängigkeit (1975), den verheerenden
und zerstörerischen Bürgerkrieg (19762002), der Millionen von Menschen das
Leben kostete und viele Angolaner in
die Flucht trieb.
Die Anzahl der angolanischen Binnenvertriebenen und Flüchtlinge in Nachbarländer war im Jahr 2002, dem Jahr
der Erlangung des Friedens, auf rund
1,5 Millionen Menschen gestiegen. Die
Provinzen mit der größten Zahl an neuen Binnenvertriebenen waren Huambo
(115.000 Menschen), Malange (73.000
50
Menschen) und Bié (59.000 Menschen).
In seiner an die Teilnehmer eines
Sondergipfels der Afrikanischen Union adressierten Rede dankte der angolanische Minister für Betreuung und
soziale Integration, João Baptista Kussumua, der Welt für die Unterstützung
der angolanischen Flüchtlinge in den
verschiedenen Phasen der Geschichte
Angolas. Diese Geschichte hatte zur
Vertreibung von etwa fünf Millionen
Menschen geführt. Davon waren mehr
als vier Millionen Binnenvertriebene
und die restlichen Flüchtlinge gingen
ins Ausland.
Da die aktuelle Weltsituation in der
Tat alarmierend ist, sieht man den Moment gekommen, in dem die westlichen
Länder, insbesondere die Europäischen
Union, die notwendige Hilfe denjenigen zukommen
lassen sollte, die
sie
brauchen.
Diese
Menschen müssen
aufgenommen
werden. Gleichwohl
müssen
die
Europäer
die Außen- und
Sicherheitspolitik ihrer Länder
und ihre Beziehungen zu
afrikanischen
und asiatischen
Ländern, die latente Konflikte
erleben oder in
der Vergangenheit erlebten,
überprüfen und überarbeiten.
Die Regierungen westlicher Länder
sollten den Schutzsuchenden neue
Wege für die Beantragung von Asyl ermöglichen, sodass diese Menschen reisen können, ohne ihr Leben zu riskieren. Und man sollte den Flüchtlingen
die Möglichkeit bieten, sich in Europa
anzusiedeln.
Celebrado o aniversário do
Presidente da República
O 73º aniversário natalício do Engenheiro José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, a 28 de Agosto do ano em curso, foi celebrado em
Frankfurt, numa actividade organizada pelo núcleo da JMPLA-Juventude do
MPLA na República Federal da Alemanha.
O
s feitos do Camarada Presidente
José Eduardo dos Santos nos 40
Anos de Independência Nacional, na Defesa da Integridade
Territorial, na Conquista da Paz
e no Desenvolvimento Económico e Social” é o tema abordado pela 1ª Secretária do Comité de Acção do MPLA de
Frankfurt am Main, Estefânia da Silva.
Na presença duma audiência em que
figuravam militantes do MPLA, da Organização da Mulher Angolana (OMA)
e da JMPLA-Juventude do Partido, bem
como outros membros da comunidade
angolana residente, em especial os estudantes, Estefânia Silva realçou a figura
do Presidente José Eduardo dos Santos e
o seu destacado papel na conquista da
paz e na preservação da independência nacional e de todas as conquistas
alcançadas nesses 40 anos de liberdade.
52
Estefânia Silva narrou etapas da vida
do Presidente José Eduardo dos Santos
como destacado estadista respeitado
em todo mundo, apontando as suas
qualidades políticas e humanistas na
arena política internacional.
Por seu lado, o Cônsul Geral de Angola
em Frankfurt, Manuel Adão Domingos,
falou das conquistas alcançadas no decurso dos 40 anos de independência de
Angola, em que o Presidente José Eduardo dos Santos desempenhou um papel particular na promoção da paz, do
desenvolvimento, da reconciliação e da
unidade nacional.
Manuel Adão Domingos realçou o valor da paz que abriu caminho para o
progresso que cada angolano tem testemunhado ao longo dos últimos 13 anos,
em todos os domínios, cujos resultados
são evidenciados através da reconst-
rução de infra-estruturas económicas e
sociais, e a formação de quadros.
Por fim, o primeiro secretário do Comité da JMPLA na Alemanha e membro
do Comité Nacional, Elisandro Feijó
Bento, realçou o valor e as potencialidades da juventude angolana na Alemanha e apelou os jovens a procurarem
seguir o exemplo do Presidente José
Eduardo dos Santos para que os seus
feitos sejam uma marca indelével na sociedade angolana, para o bem do futuro
de Angola.
Numa moção, o Secretariado da JMPLA
na Alemanha congratulou-se pelo facto
do Presidente José Eduardo dos Santos
constituir um exemplo ímpar para a
juventude angolana pela sua história
de vida, o patriotismo e determinação
como sabiamente tem dirigido os destinos do país.
SOCIEDADE | GESELLSCHAFT
Feierlichkeiten zum Geburtstag des
Präsidenten der Republik Angola
Am 28. August dieses Jahres wurde in Frankfurt am Main der 73. Geburtstag des angolanischen Präsidenten José Eduardo dos Santos gefeiert. Die Veranstaltung wurde
von der Jugendorganisation der regierenden Partei MPLA (JMPLA) organisiert.
D
ie Verdienste des Genossen Präsident José Eduardo dos Santos in
den 40 Jahren der nationalen Unabhängigkeit in den Bereichen
der Verteidigung territorialer
Integrität, der wirtschaftlichen und sozialen Entwicklung und des Siegeszugs
des Friedens“ waren das zentrale Thema
der von Estefânia da Silva, der Generalsekretärin des Ausschusses der MPLA, in
Frankfurt gehaltenen Ansprache.
In Anwesenheit des Publikums, bestehend aus Aktivisten der MPLA, der JMPLA, der OMA (Verband angolanischer
Frauen) und weiterer Mitglieder der ansässigen angolanischen Gemeinschaft,
insbesondere Studenten, gab Estefânia
da Silva eine allgemeine Einführung zur
Person des Präsidenten José Eduardo dos
Santos und betonte dessen maßgebende
Rolle für die Erlangung des Friedens, die
Bewahrung der nationalen Unabhängigkeit und für die in diesen 40 Jahren der
Freiheit erzielten Errungenschaften.
Estefânia da Silva führte durch die
verschiedenen Lebensetappen des Präsidenten José Eduardo dos Santos, der
heutzutage als weltweit respektierter
Staatsmann gilt, und erläuterte dessen
politischen und humanitären Fähigkeiten auf dem Feld der internationalen
Politik.
Des Weiteren sprach der Generalkonsul der Republik Angola in Frankfurt,
Manuel Adão Domingos, über die im
Verlauf der 40-jährigen Unabhängigkeit
von Angola erzielten Errungenschaften
und die tragende Rolle des Präsidenten
José Eduardo dos Santos bei der Förderung des Friedens, der Entwicklung des
Landes, der Versöhnung und des nationalen Zusammenhalts.
Manuel Adão Domingos betonte insbesondere die Bedeutsamkeit des Friedens
für den allgegenwärtigen Fortschritt,
der in den vergangenen 13 Jahren für
jeden Angolaner zu beobachten war,
und dessen Ergebnisse durch den Wie-
deraufbau der wirtschaftlichen und
sozialen Infrastruktur sowie der Ausbildung von Fachleuten deutlich sichtbar
werden.
Abschließend sprach Elisandro Feijó
Bento, Generalsekretär und Mitglied
des nationalen Ausschusses der JMPLA-Deutschland. Er hob die Wichtigkeit
und das Potential der angolanischen
Jugend, insbesondere in Deutschland,
hervor und appellierte an diese, dem Bespiel des Präsidenten José Eduardo dos
Santos zu folgen und durch die eigenen
Taten ein unauslöschliches Zeichen für
die positive Zukunft Angolas zu setzen.
Als symbolische Geste bedankte sich
das Sekretariat der JMPLA in Deutschland beim Präsidenten José Eduardo
dos Santos dafür, durch seine Lebensgeschichte, seinen Patriotismus und seine
Entschlossenheit, mit denen er fachkundig das Schicksal des Landes steuert,
ein unvergleichliches Beispiel für die
angolanische Jugend darzustellen.
53
Rosa Cruz e Silva fala dos desafios
de África no património mundial
A Ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, apelou os países africanos a reflectirem sobre
as razões do persistente e crescente desequilíbrio entre as regiões no que diz respeito
ao património mundial, chamando a atenção para o facto do continente africano constar na lista do património mundial com apenas 10 por cento de bens inscritos.
A
o intervir no decurso duma
reunião do Fundo do Património
Mundial Africano (FPMA), à margem da 39ª Sessão do Comité do
Património Mundial da Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), que decorreu de 28 de Junho a 8 de Julho, em
Bona, República Federal da Alemanha
(RFA), Rosa Cruz e Silva indagou os presentes sobre o que o continente africano não está a fazer quanto baste.
“Em que medida o continente pode
influenciar os processos decisivos a nível mundial” foi outra questão colocada
pela governante angolana para reflexão
de todos os participantes na reunião realizada sob o tema “Empreendedorismo
54
sobre os bens do Património Mundial
em África”.
Rosa Cruz e Silva considerou que um
dos efeitos esperados com a inscrição de
um bem na lista do património mundial
é a geração de recursos adicionais para
a melhoria das condições de vida das populações. Notou que “as estratégias existem como o desenvolvimento do empreendedorismo”, objecto da reunião
em que se encontravam, considerando
ser este um aspecto “extremamente importante para tornar perenes os locais
do património”.
Na oportunidade, Rosa Cruz e Silva reiterou o apoio do Governo angolano ao
programa e mais em geral às actividades
do FPMA. Sobre este assunto, referiu-se
ao facto de Angola ter assinado com o
referido Fundo um acordo de apoio financeiro de cinco anos para reforçar a
sua capacidade.
A ministra aproveitou a oportunidade para lançar um apelo à solidariedade internacional e ao engajamento dos
países africanos no reforço do Fundo e
a facilitação do seu trabalho como uma
estratégia continental de implementação da Convenção do Património da
UNESCO.
Angola está a trabalhar na candidatura
da cidade de Mbanza Kongo, a antiga capital do Reino do Kongo e actual da província do Zaire, a Património Mundial
da Humanidade da UNESCO. A candidatura, sob o lema “Mbanza Congo: cidade
CULTURA | KULTUR
a desenterrar para preservar”, deve ser
apresentada em 2016. Daí a presença
em Bona duma delegação chefiada pela
titular da pasta da Cultura, integrando o
Governador da província do Zaire, José
Johanes André, e técnicos do Ministério
da Cultura.
Antes de deixar a antiga capital federal
da Alemanha de regresso a Luanda, a
ministra enunciou alguns dos factores
culturais e históricos que fazem da antiga capital do Reino do Congo uma boa
candidata a Património Mundial da Humanidade.
Em entrevista à estatal federal alemã
Deutsche Welle, Rosa Cruz e Silva considerou “muito importante que a cidade de Mbanza Congo seja uma capital
que produziu alguns elementos na sua
história, já depois da presença portuguesa, relacionados com o cristianismo.
Por exemplo, temos a primeira catedral, o primeiro bispo e o primeiro embaixador no Vaticano, e temos vestígios
dessa presença religiosa, as ruínas da catedral Kulumbimbi (Catedral de São Salvador do Congo), e as ruínas de alguns
conventos que também fazem parte do
património”.
A ministra referiu ainda outras características e práticas da região, que lhe
conferem valor histórico e cultural. A
propósito, afirmou que “o espaço onde
se instalou a antiga capital é um espaço
que tem em seu redor 12 fontes de água,
e oito dessas fontes continuam a funcionar, dando água à sua população. Têm
uma existência muito antiga, muito
anterior ao século XV, e cumprem uma
função actual, quer do ponto de vista
simbólico, quer do ponto de vista prático”.
Na cidade de Mbanza Congo, notou
Rosa Cruz e Silva, “ocorrem ainda algumas práticas políticas de tempos antigos. Há um tribunal costumeiro onde,
ainda hoje, todas as quintas-feiras se faz
o julgamento de casos da vida quotidiana da população, nomeadamente os
adultérios, roubos, entre outros. É uma
actividade simbólica mas com um significado muito grande para a população, e
é uma forma de preservação do legado
histórico” daquela região.
Outro elemento importante, refere a
ministra, é a existência de uma árvore
sagrada, que faz parte “do património
natural, mas ao mesmo tempo religio-
Cultura, que se mostra confiante quanto à aprovação da candidatura, que está
a ser preparada com base num amplo
trabalho arqueológico e de investigação.
“Para termos uma candidatura de
acordo com os critérios que a UNESCO
nos propõe, foi preciso fazer uma longa
caminhada. Foi feito trabalho do ponto
de vista arqueológico para comprovar a
existência de ruínas de infra-estruturas
do século XV e XVI. Desde 2009 as equipas o Ministério da Cultura começaram
a trabalhar com os consultores da UNESCO, com algumas universidades nacionais e internacionais, com professores
de renome, e com estudiosos do Reino
do Congo. Também trabalhámos com
especialistas da Universidade Agostinho
Neto e do próprio Ministério da Cultura. Houve pesquisa material que se foi
buscar ao Vaticano e vieram arqueólogos da Universidade de Coimbra (Portugal)”, refere.
A Ministra da Cultura acredita que
quando Mbanza Kongo for declarado
Património Mundial o impacto será
bastante positivo para o país, particularmente para a área do turismo e da
preservação da cultura angolana.
so da região”, e “o museu dos reis do
Congo, onde se encontram alguns objectos dos reis do Congo”, notando que
a diáspora também é importante, pois
“reproduz pelo mundo elementos culturais do antigo Reino do Congo”.
“Estes elementos são os nossos grandes argumentos, tendo em conta a
excepcionalidade que se exige numa
candidatura de uma cidade histórica
como Mbanza Congo”, diz a ministra da
“Terá seguramente um impacto no
turismo religioso que se pratica em Angola, e no turismo cultural”, refere. “A
classificação como Património Mundial
e todas as acções que estamos a desenvolver para a preservação da cidade irão,
do nosso ponto de vista, trazer mais visitantes e mais turistas, e acreditamos
que vamos contribuir para aumentar a
renda do nosso país e da província do
Zaire”.
55
CULTURA | KULTUR
Rosa Cruz e Silva über
Herausforderungen im Bereich
des afrikanischen Welterbes
Die Kultusministerin Rosa Cruz e Silva forderte die afrikanischen Länder
dazu auf, über die Gründe für das anhaltende und wachsende Ungleichgewicht nachzudenken, das global in Sachen Welterbe herrsche. Sie machte
auf die Tatsache aufmerksam, dass der afrikanische Kontinent auf der Liste
des Welterbes mit lediglich 10 Prozent aller dort aufgeführten Eintragungen vertreten ist.
B
ei einer Sitzung des Afrikanischen Fonds für das Welterbe,
die am Rande der 39. Sitzung des
Welterbekomitees der Organisation der Vereinten Nationen für
Bildung, Wissenschaft und Kultur (UNESCO) vom 28. Juni bis 8. Juli dieses Jahres in Bonn stattfand, wollte Ministerin
Rosa Cruz e Silva von den Anwesenden
erfahren, welche Versäumnisse in diesem Kontext dem afrikanischen Kontinent selbst zuzuschreiben sind.
„In welchem Maß können afrikanische Länder die Entscheidungsprozesse
in dieser Angelegenheit global beeinflussen?“, war eine weitere Frage der
Ministerin, die auch die Tagungsteilnehmer zum Nachdenken anregen sollte. Die Veranstaltung fand unter dem
Leitthema „Unternehmungen in Angelegenheiten des afrikanischen Welterbes“ statt.
Rosa Cruz e Silva gab zu bedenken,
dass eine Aufnahme in die Welterbe-Liste Ressourcen generiert, die zu einer
Verbesserung der Lebensbedingungen
der davon betroffenen Bevölkerung
beitragen können. Sie wies darauf hin,
dass „bereits Strategien existieren und
eine Entwicklung der Unternehmungen in diesem Bereich festzustellen ist“.
Dieser Aspekt wurde auf der Tagung in-
56
tensiv diskutiert, denn er sei äußerst
„wichtig, um die in Frage kommenden
Ortschaften des jeweiligen Erbes nachhaltig und dauerhaft zu unterstützen.“
Bei dieser Gelegenheit bekräftigte
Rosa Cruz e Silva die grundsätzliche
Unterstützung des Programms und der
Aktivitäten des Afrikanischen Fonds für
das Welterbe durch die angolanische
Regierung. Sie verwies auf die Tatsache,
dass Angola mit dem genannten Fonds
eine Vereinbarung über finanzielle Hilfen zur Stärkung desselben über einen
Zeitraum von 5 Jahren unterzeichnet
hat.
Die Ministerin nutzte auch die Gelegenheit, um an die internationale Solidarität und an das Engagement der
afrikanischen Länder bei der Stärkung
des Fonds zu erinnern. Dies sei als kontinentale Strategie für die Umsetzung
der Konvention über das UNESCO-Welterbe zu werten.
Angola arbeitet an der Kandidatur der
Stadt Mbanza Kongo, der ehemaligen
Hauptstadt des Königreichs Kongo in
der jetzigen Provinz Zaire, als UNESCO-Weltkulturerbe anerkannt zu werden. Die Kandidatur läuft unter dem
Motto „Mbanza Kongo: Eine auszugrabende und zu bewahrende Stadt“ und
soll im Jahr 2016 eingereicht werden.
Auch deshalb reiste eine von der Kultusministerin geleitete Delegation zur
Bonner Konferenz an, der der Gouverneur der Provinz Zaire, José Johanes
André, und Experten ihres Ministeriums angehörten.
Die Ministerin nannte eine Reihe kultureller und historischer Faktoren, die
die alte Hauptstadt des Königreichs
Kongo für die Aufnahme in die Liste des
Weltkulturerbes prädestinieren.
Vor ihrer Abreise aus der ehemaligen
Bundeshauptstadt nach Luanda betonte
Ministerin Rosa Cruz e Silva in einem
Interview mit der Deutschen Welle die
Wichtigkeit des Anliegens und sagte:
„Dies ist eine sehr bedeutende Angelegenheit, denn Mbanza Kongo ist eine
Hauptstadt, die für einige geschichtlichen, mit dem Christentum verbundenen Schwerpunkte gesorgt hat, und
zwar in einer Zeit, in der die Portugiesen bereits ins Land gekommen waren.
In Mbanza Kongo hatten wir beispielsweise eine erste Kathedrale, den ersten
Bischof und den ersten Vatikan-Botschafter. Wir haben Spuren dieser religiösen Präsenz in der Stadt gefunden,
die Ruinen der Kathedrale Kulumbimbi
(die Kathedrale St. Salvador von Kongo), und die Ruinen einiger Klöster, die
auch Teil des Erbes sind“.
CULTURA | KULTUR
Die hohe angolanische Regierungsvertreterin erwähnte zudem weitere regionale Sitten und Gebräuche, die dem
Ort historischen und kulturellen Wert
verleihen. Bei dieser Gelegenheit sagte
sie, dass „der Bereich, in dem sich die
alte Hauptstadt befand, von 12 Wasserquellen umgeben ist, die bis heute die
dort lebende Bevölkerung mit Wasser
versorgen. Diese Quellen sind sehr alt.
Sie sind aus der Zeit vor dem fünfzehnten Jahrhundert und haben immer noch
eine sehr aktuelle Funktion, sowohl von
einer symbolischen Perspektive als auch
von einem praktischen Standpunkt aus
gesehen.“
In der Stadt Mbanza Kongo „werden
immer noch einige aus der antiken Periode stammenden politischen Handlungsweisen in der Praxis angewendet.
So gibt es heute noch, beispielsweise, ein
nach altem Brauch und alten Gewohnheiten funktionierendes Gericht. Jeden
Donnerstag werden dort Fälle des alltäglichen Lebens wie Diebstähle, Ehebruch
und Ähnliches verhandelt. Für die dortige Bevölkerung stellt dies eine Aktivität
von symbolischer, aber sehr tiefer Bedeutung dar und es ist darüber hinaus eine
Form der Erhaltung des historischen
Erbes der Region“, merkte Rosa Cruz e
Silva an.
Ein weiteres wichtiges Element, so die
Ministerin, sei die Existenz eines heiligen Baumes in Stadtnähe, der Teil „des
Naturerbes und gleichzeitig des religiösen Erbes der Region ist“. Auch befinde
sich dort „das Museum der Könige von
Kongo, wo sich einige Objekte dieser alten Herrscher befinden“, und sie betonte, dass in diesem Kontext der Diaspora
eine wichtige Rolle zukomme, denn „sie
macht die Kulturmerkmale des ehemaligen Königreichs Kongo auf der ganzen
Welt bekannt.“
„Diese Merkmale sind unsere stärksten
Argumente, wenn man die große Besonderheit und den Ausnahmecharakter
bedenkt, die von der Bewerbung einer
historischen Stadt wie Mbanza Kongo für
die Aufnahme in die Liste des Welterbes
erwartet werden“, sagte die angolanische
Ministerin. Bezüglich der zu erwartenden Reaktionen auf den Antrag sei sie
zuversichtlich. Die Bewerbung wird von
umfangreichen archäologischen Arbeiten
und fundierter Forschung untermauert.
„Um eine Bewerbung in Übereinstimmung mit den Kriterien der UNESCO zu
erarbeiten, mussten wir einen langen
Weg durchlaufen. Wir haben archäologische Ausgrabungen unternehmen
müssen, um die Existenz von Ruinen
aus dem 15. und 16. Jahrhundert nach-
zuweisen. 2009 haben Teams des Kulturministeriums eine Zusammenarbeit
mit UNESCO-Beratern sowie mit einigen
nationalen und internationalen Universitäten, mit renommierten Professoren
und mit Experten für das alte Königreich
Kongo begonnen. Wir haben auch selbst
mit Experten der Universität Agostinho
Neto und des Ministeriums für Kultur
gearbeitet. Man hat Material- und Unterlagenrecherchen im Vatikan angestellt
und von der Universität von Coimbra
(Portugal) kamen Archäologen nach Angola“, präzisierte die Ministerin.
Sie ist der Auffassung, wenn Mbanza
Kongo zum Weltkulturerbe erklärt werde, werden die Auswirkungen sehr positiv für das Land sein, vor allem im Bereich des Tourismus und der Erhaltung
der angolanischen Kultur.
„Dies wird sich sicherlich auch auf den
religiösen Tourismus, der in Angola üblich ist, und den Kulturtourismus positiv
auswirken“, sagte sie. „Die Einstufung als
Weltkulturerbe und alle Maßnahmen,
die wir für die Erhaltung dieser Stadt
entwickeln, werden aus unserer Sicht die
Zahl der Besucher und Touristen ansteigen lassen. Wir glauben, dass wir damit
dazu beitragen können, die Einnahmen
unseres Staates und auch der Provinz Zaire zu erhöhen“.
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CULTURA | KULTUR
XV EDIÇÃO DO FESTIVAL DE LITERATURA DE BERLIM
Pensar o futuro do Mundo
e a cultura dos povos
José Luís Mendonça
José Mendonça e Sónia Gomes
58
CULTURA | KULTUR
P
ara além de significar celebração,
um festival também é ocasião
para “entrelaçar famílias e pessoas a fim de se conhecerem, e
até mesmo para encontrar um
companheiro”. De 9 a 19 de Setembro
deste ano, cerca de 200 mulheres e homens de Letras de todo o planeta se encontraram em Berlim, a cidade que já
foi o símbolo da divisão do Mundo em
blocos de influência, para se conhecerem mutuamente e às respectivas produções escritas. Nesta décima quinta
edição, o festival incluiu temas como
„Literaturas Mundo“, „Reflexões“, „Literatura para crianças e jovens“ e mais de
trinta actividades de carácter especial
sobre o futuro do mundo, envolvendo
num mesmo espaço escritores, críticos
literários, intelectuais, jornalistas e
cientistas sociais que pensaram o desenvolvimento das nações e culturas neste
turbulento e complexo século XXI.
Neste Festival Internacional de Literatura de Berlim, que já leva 15 anos de
existência, e onde a precisão, a pontualidade e eficiência germânicas fazem
mover toda uma série de eventos em simultâneo, Angola também marcou presença, sob a égide da União dos Escritores Angolanos. Foi a primeira vez na
história do certame que participaram
escritores angolanos oriundos da terra
natal e, por isso, ainda não traduzidos:
Sónia Gomes e José Luís Mendonça. Pela
Universidade Agostinho Neto, viajou a
professora Amélia Mingas.
Ineke Phaf- Rheimberger e Jan Upleger introduziram José Luís Mendonça a
um público curioso que, no dia 12 de
Setembro foi à House of the Berliner
Festspiele ouvir o escritor falar da sua
obra O Reino das Casuarinas. Ainda no
mesmo painel “Literaturas do Mundo”,
coube a vez, no dia 16, à escritora do
Leste de Angola, Sónia Gomes, de apresentar-se ao público alemão, com moderação de Manuela Sambo e Tatiana
Nekrasov. A autora falou do seu romance A Filha do General.
Estas apresentações das obras tiveram como principal objectivo levantar
a curiosidade e o interesse dos editores
alemães, para uma possível tradução.
Na estreia do festival, a 2 de Setembro, esteve o escritor chinês, Liao Yiwu,
autor de „Para uma canção, uma centena de canções“ que falou sobre a arte
moderna ao lado de seu compatriota Ai
Weiwei. A conferência de Liao Yiwu foi
um dos vinte eventos que abordaram o
futuro da cidade em 2030, questão que
„desempenha um papel importante“ na
Literatura Festival de Berlim este ano de
2015, de acordo com Ulrich Schreiber,
director do evento.
A edição deste ano conta ainda com
autores de renome como o artista indiano Sunandini Banerjee, o Nobel africano da Literatura, Wole Soyinka, e
a artista e escritora bielorrussa Marina
Naprushkina.
Congresso de Lusitanistas
Enquanto Sónia Gomes falava naquele mesmo espaço, já José Mendonça e
a professora Amélia Mingas iam, pela
mão da professora Ineke Phaf-Rheinberger, que tem dedicado uma especial
atenção à participação de Angola neste
certame, a caminho de Aachen, na zona
ocidental da Alemanha, onde decorreu,
de 16 e 19 de Setembro, o 11.° Congresso Alemão de Lusitanistas, na Universidade Técnica daquela urbe, que foi a
praça-forte do imperador Carlos Magno.
Sob o tema “(R)evoluções e transformações - O mundo lusófono em movimento”, o XI Congresso dos Lusitanistas
da Alemanha, uma grande conferência
dedicada à língua portuguesa e à cultura lusófona fora do seu espaço geográfico, abordou “as grandes mudanças
políticas que marcaram Portugal, Brasil
e África e os aspectos sociais, culturais
e linguísticos que essas mudanças trouxeram: os mais de quarenta anos da
Revolução dos Cravos (1974), os quarenta anos da independência de Angola (1975), os trinta anos do fim do regime militar no Brasil (1985) e a nova
posição do país como líder mundial
latino-americano. Isso implica também
novas relações entre as nações de língua portuguesa e têm por consequência
novas perspectivas e tarefas no que diz
respeito ao ensino e à pesquisa nas nossas áreas de actuação.”
No dia 17, Amélia Mingas falou na
Universidade Técnica de Aachen sobre
“Língua Portuguesa em Angola – Um
Fantasma que se Humanizou”. Na sua
dissertação, a especialista em linguí-
stica teceu o fio dos entrelaçamentos
que se produziram, ao longo dos séculos entre a língua portuguesa – na sua
acção glotofágica de ocultar todas as outras línguas de raiz bantu de Angola – e
as reacções naturais produzidas dentro
da língua europeia, pelos falantes das
línguas africanas, cuja entoação é influenciada pela fonética das línguas bantu.
José Mendonça apresentou um ensaio
sobre as relações que se estabelecem
entre língua, actividade e pensamento
económico e cultura, no território angolano. No dia 19, coube outra vez a
palavra ao escritor para dissertar sobre
o seu romance O Reino das Casuarinas.
O romance trata da contradição crucial entre o livre-arbítrio e o determinismo social que desemboca na questão
do direito de viver ou da segurança do
indivíduo. e é um apelo à preservação
da Floresta da Ilha de Luanda que se
degradou, pois foi sendo delapidada no
seu recurso mais caro, as casuarinas. “É
uma homenagem às belas árvores coníferas da nossa terra”, disse o escritor.
Neste contexto, foi apresentado um
ensaio da tradução da obra feito por Manuela Sambo e Doris e Claus Mischon.
Na sessão esteve também presente o
tradutor dos angolanos, Michael Kegler,
que já verteu para o alemão as obras de
Pepetela, Ondjaki e outros escritores.
Com este especialista alemão, a professora Ineke vai estudar a possibilidade
da tradução de outras obras da praça
literária angolana.
59
CULTURA | KULTUR
Das 15. Internationale Literaturfestival Berlin
Die Zukunft der Welt
und die Kulturen der Völker
neu denken
José Luís Mendonça
E
in Festival ist mehr als ein Fest. Es
stellt eine Gelegenheit dar, „unterschiedliche Menschen zusammenzubringen und sogar einen Partner
zu finden“. Vom 9. bis zum 19. September dieses Jahres kamen circa 200
Frauen und Männer aus der internationalen Literaturwelt in Berlin zusammen.
Sie trafen sich in der Stadt, die einst das
Symbol für die Welteinteilung in Einflussblöcken war, um sich und ihre literarische Arbeit gegenseitig vorzustellen
und kennenzulernen. In seiner jetzigen,
der fünfzehnten Ausgabe behandelte
das Berliner Festival Themen wie „Literaturen der Welt“, „Reflexionen“ oder
„Kinder- und Jugendliteratur“. Parallel
dazu fanden mehr als dreißig spezielle
Veranstaltungen zur Zukunft der Welt
statt. Innerhalb des Events wurde ein
geistiger Raum geschaffen, in dem sich
Autoren, Literaturkritiker, Intellektuelle, Journalisten und Sozialwissenschaftler begegneten und ihre Überlegungen
zu den Entwicklungen von Ländern und
Kulturen in diesem turbulenten und
komplexen einundzwanzigsten Jahrhundert anstellten.
Das seit 15 Jahren regelmäßig in Berlin
organisierte Internationale Literaturfestival glänzte durch deutsche Pünktlichkeit und Effizienz und durch seine genaue Planung, die eine ganze Reihe von
parallel stattfindenden Veranstaltungen
vorsah. Auch Angola wurde eingeladen
und konnte durch die Unterstützung
des angolanischen Schriftstellerverbandes teilnehmen. Zum ersten Mal in der
Geschichte dieser renommierten Veranstaltung waren angolanische Schriftsteller dabei, die in ihrer Heimat leben
60
Moderatorin der Veranstaltung, Manuela Sambo, sprach mit ihr über ihren
Roman „Die Tochter des Generals“. Die
Schauspielerin Tatiana Nekrasov las
Textauszüge auf Deutsch vor. Die Autorin trat ebenfalls im Rahmen der Specials „Zukunftsstadt“ und „Visions 2030“
bei diesem Festival auf.
Beide Romanpräsentationen hatten
das Ziel, die Neugier und das Interesse
deutscher Verlage für eine Übersetzung
und Veröffentlichung dieser Werke zu
erwecken.
und noch nicht ins Deutsche übersetzt
worden sind: Sónia Gomes und José Luís
Mendonça. Von der Universität Agostinho Neto reiste Professorin Amélia Mingas zu einer parallel stattfindenden Veranstaltung, dem Lusitanistentag, nach
Aachen.
Bei einer Veranstaltung des Berliner
Festivals stellten Dr. Ineke Phaf-Rheinberger und Jan Upleger José Luís Mendonça einer neugierigen Öffentlichkeit
vor, die am 12. September ins Haus der
Berliner Festspiele kam, um den Ausführungen des Autors zu seinem Werk
„Das Reich der Kasuarinen“ zuzuhören.
Diese Veranstaltung fand innerhalb des
Panels „Literaturen der Welt“ statt. Sónia Gomes, eine Autorin aus dem Osten
Angolas, wurde am 16.09. ebenfalls bei
diesem Panel der deutschen Öffentlichkeit vorgestellt. Die Übersetzerin und
Zu der Festivaleröffnung am 2. September war auch der chinesische Schriftsteller Liao Yiwu, Autor von „Für ein Lied
und hundert Lieder“, gekommen, der
mit seinem Landsmann Ai Weiwei über
moderne Kunst und individuelle Existenz in China sprach. Dabei wurden literarische Prognosen für das Jahr 2030
angestellt. Diese Frage spiele beim Berliner Literaturfestival 2015 „eine wichtige Rolle“, sagte Ulrich Schreiber, der
Leiter der Veranstaltung.
Weitere renommierte Autoren wie der
indische Schriftsteller Sunandini Banerjee, der afrikanischen Nobelpreisträger
Wole Soyinka und die belarussische
Künstlerin und Schriftstellerin Marina
Naprushkina haben ebenfalls am Berliner Literaturfestival teilgenommen.
Der Lusitanistenkongress
Während Sónia Gomes in Berlin noch
ihre Auftritte absolvierte, befanden sich
José Mendonça und Professorin Amélia
Mingas bereits auf dem Weg nach Aachen, einer Stadt im Westen Deutschlands. Sie wurden von Prof. Dr. Ineke
Phaf-Rheinberger begleitet, die die an-
CULTURA | KULTUR
golanische Beteiligung an diesem Kongress initiiert hat. An der Technischen
Universität Aachen fand vom 16. bis
zum 19. September der 11. Deutsche
Lusitanistenkongress statt, in der Stadt
also, die einst die Hochburg Kaiser Karls
des Großen war.
Unter dem Motto „(R) Evolutionen und
Transformationen - Die portugiesischsprachige Welt in Bewegung“ behandelte diese große, der portugiesischen
Sprache und der portugiesischsprachigen Kultur außerhalb ihres geografischen Gebietes gewidmete Konferenz
„die wichtigen politischen Veränderungen, die Portugal, Brasilien und Afrika
erlebten. Auch daraus resultierende
soziale, kulturelle und sprachliche Aspekte wurden eingehend beleuchtet:
die mittlerweile vierzig Jahre zurückliegende Nelkenrevolution (1974), vierzig
Jahre Unabhängigkeit Angolas (1975),
30 Jahre Beendigung des Militärregimes
in Brasilien (1985) und die neue wichtige Position dieses lateinamerikanischen
Landes im weltweiten Vergleich. Daraus
ergeben sich auch neue Beziehungsmuster zwischen den portugiesischsprachigen Ländern und neue Perspektiven
und Aufgaben im Hinblick auf Lehre
und Forschung in unseren Tätigkeitsbereichen“.
Am 17. September sprach Prof. Amélia
Mingas bei der Aachener Veranstaltung
zum Thema „Portugiesische Sprache
in Angola - Ein Phantom ist Wirklichkeit geworden“. In ihren Ausführungen
vollzog die Sprachwissenschaftlerin das
Netz nach, das sich im Laufe der Jahrhunderte entwickelte, nämlich zwischen der portugiesischen Sprache, die
in einer sprachmörderischen Intention
alle anderen Bantu-Sprachen Angolas
ausblenden wollte, und der natürlichen
darauffolgenden Reaktionen durch die
Sprechenden afrikanischer Sprachen
selbst. Sie haben durch die Phonetik der
Bantu-Sprachen die Intonation des Portugiesischen beeinflusst.
José Luís Mendonça hielt einen Vortrag
über das in Angola entstandene Verhältnis von Sprache, Handlung und ökonomischem Denken auf der einen Seite
und Kultur auf der anderen. Am 19.09.
sprach der Autor erneut über seinen
Roman „Das Reich der Kasuarinen“. Dieses Werk handelt vom fundamentalen
Widerspruch zwischen freiem Willen
und sozialem Determinismus. Daraus
erwächst die Frage nach dem Recht auf
Leben oder der Sicherheit des Individuums. Das Werk ist ein Appell zur Erhaltung des Waldes auf der Luanda vorgelagerten Insel, die ihres Wertvollsten,
nämlich der Kasuarinen, beraubt, sich
aktuell in einem desolaten Zustand befindet. Der Roman „ist eine Hommage
an die schönen Kasuarinenbäume unse-
res Landes“, sagte der Schriftsteller. Eine
von Manuela Sambo, Doris und Claus
Mischon gefertigte Probeübersetzung
dieses Romans wurde bei diesem Kongress vorgestellt.
Michael Kegler, der bereits Werke von
Pepetela, Ondjaki und anderen Schriftstellern ins Deutsche übersetzt hat, war
ebenfalls anwesend. Mit diesem deutschen Experten wird Prof. Dr. Ineke
Phaf-Rheinberger Möglichkeiten für die
Übersetzung anderer Werke der angolanischen Literatur ins Deutsche ausloten.
61
CULTURA | KULTUR
Herói Nacional:
Agostinho Neto presente!
Este ano, assinalou-se o 36º aniversário do falecimento e o 93º aniversário
do nascimento do Fundador da Nação Angolana e primeiro Presidente da
República Popular de Angola, o saudoso Presidente Agostinho Neto.
A
ntónio Agostinho Neto nasceu
a 17 de Setembro de 1922, na
aldeia de Caxicane, município
de Icolo e Bengo, província de
Luanda. O dia 17 de Setembro foi
instituído Dia do Herói Nacional pela
então Assembleia do Povo, devido ao
contributo dado por Agostinho Neto na
luta armada contra o colonialismo português e pela conquista da independência nacional.
Essa decisão deve-se, também, ao re-
62
conhecimento do seu empenho na libertação de Angola, em particular, e do
continente africano.
Agostinho Neto, formado em Medicina
após estudos feitos nas universidades
de Coimbra e de Lisboa, fez parte da geração de estudantes africanos, em Portugal, que viria a desempenhar um papel
decisivo na luta pela independência dos
respectivos países.
Foi preso pela PIDE, a então polícia
política portuguesa e deportado para
o Tarrafal, uma prisão tenebrosa em
Cabo-Verde, sendo-lhe, depois, fixada
residência em Portugal, de onde fugiu
para liderar o movimento libertador angolano.
No exterior de Angola, já no Congo-Kinshasa, assumiu, em 1962, a Direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era
Presidente Honorário, desde 1961.
Em paralelo, desenvolveu uma actividade literária, escrevendo, nomeada-
CULTURA | KULTUR
mente, poemas, que são uma verdadeira
relíquia para a história da luta do povo
angolano, pela sua emancipação e autodeterminação.
Após conduzir uma longa Luta de Libertação Nacional, à frente do MPLA
(Movimento Popular de Libertação de
Angola), que durou 14 anos, contra o
colonialismo português, proclamou a
Independência Nacional de Angola.
A proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, em
Luanda, a capital, foi feita pelo Dr. Agostinho Neto, perante a África e o Mundo,
constituindo o país em República Popular de Angola.
Num sistema de partido único, então
em voga em grande parte do Mundo,
Agostinho Neto assumiu os cargos de
Presidente do MPLA e da República
Popular de Angola e o de Comandante-em-Chefe das FAPLA (Forças Armadas
Populares de Libertação de Angola – o
então exército nacional único).
Fruto da sua entrega à causa da libertação dos povos, o Zimbabwe e a Namíbia ascenderam igualmente à independência, assim como a África do Sul
viu-se liberta do regime retrógrado de
segregação racial, ou seja do apartheid.
O Presidente Neto dizia que “Na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul
está a continuação da nossa luta”. Angola, sob liderança do Presidente José
Eduardo dos Santos, seguiu em frente
e contribuiu de forma preponderante
para que este sonho de Agostinho Neto
se concretizasse.
Agostinho Neto foi também um esclarecido homem de cultura para quem
as manifestações culturais tinham de
ser antes de mais a expressão viva das
aspirações dos oprimidos, arma para a
denúncia dos opressores, instrumentos
para a reconstrução da nova vida.
A atribuição do Prémio Lótus, em
1970, pela Conferência dos Escritores afro-asiáticos, Prémio Nacional de Cultura
em 1975 e outras distinções são mais
um reconhecimento internacional dos
seus méritos neste domínio, com trabalhos como Náusea (1952), Quatro Poemas
de Agostinho Neto (1957), Com os olhos
Secos, edição bilingue português-italiano (1963), Sagrada Esperança (1974),
Renúncia Impossível (edição póstuma
1982) e Poesia (edição Póstuma 1998).
Dotado de um invulgar dinamismo e
capacidade de trabalho, Agostinho Neto
foi incansável na sua participação direc-
ta na resolução de todos os problemas
relacionados com a vida do seu partido,
do povo e do Estado angolanos.
Como um marxista-leninista convicto,
Agostinho Neto reafirmou constantemente o papel dirigente do partido, a
necessidade da sua estrutura orgânica
e o fortalecimento ideológico, garantia
segura para a criação e consolidação dos
órgãos do poder popular, forma institucional da gestão dos destinos da Nação
pelos operários e camponeses.
A Agostinho Neto também se lhe reconhece o grande empenho na luta
para a erradicação do analfabetismo,
Três anos e nove meses depois da proclamação da Independência Nacional de
Angola, o Camarada Presidente António
Agostinho Neto faleceu, aos 56 anos de
idade, no decorrer de uma intervenção
cirúrgica, numa malograda tentativa
de salvá-lo, num hospital de Moscovo,
então União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), de onde derivou a Federação Russa.
Assim, numa altura em que o país
aprestava-se para dar corpo a uma das
mais significativas promessas do Programa Maior do MPLA, a instituição da Assembleia do Povo, como órgão supremo
ao lançar a Campanha Nacional de Alfabetização, cujo lançamento oficial teve
lugar a 22 de Novembro de 1976. Nesse
dia, o Presidente Neto declarou aberta
a campanha de alfabetização, nas instalações da antiga fábrica da Textant II,
em Luanda, ficou marcada na história
de Angola como a data consagrada aos
mestre do ensino, e a partir de 1978 foi
institucionalizado como o Dia Nacional
do Educador.
Em reconhecimento à figura do
Fundador da Nação angolana, estão erguidas em vários pontos do país estátuas que simbolizam os seus feitos e legado, marcado pelas suas máximas “De
Cabinda ao Cunene, um só povo e uma
só nação” e “O mais importante é resolver os problemas do povo”.
do Poder de Estado em Angola, o povo
angolano sofria um dos maiores reveses
da sua longa e gloriosa trajectória, com
o desaparecimento prematuro do seu Líder e Fundador da Nação.
Mas, o MPLA-Partido do Trabalho soube honrar o legado do saudoso Presidente Agostinho Neto, Herói Nacional,
seguindo o seu exemplo de líder incontestável do povo angolano.
A 20 de Setembro de 1979, o Comité
Central do MPLA encontrou as forças
necessárias para continuar a Revolução
Angolana, elegendo, para Presidente do
MPLA, o Engenheiro José Eduardo dos
Santos, que, no dia seguinte, assumiu
os cargos de Presidente da República e
de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas.
63
CULTURA | KULTUR
Agostinho Neto,
ein unsterblicher Nationalheld
In diesem Jahr jährt sich zum 36. Mal der Todestag und zum 93. Mal der Geburtstag des Gründers der angolanischen Nation und ersten Präsidenten der
Republik Angola, Dr. Agostinho Neto.
A
ntónio Agostinho Neto wurde
am 17. September 1922 im Dorf
Caxicane, Gemeinde Ícolo e Bengo, in der Provinz Luanda geboren.
Durch seinen Beitrag im bewaffneten
Kampf gegen die portugiesische Kolonialherrschaft und für die Eroberung der
nationalen Unabhängigkeit wurde zu
seinen Ehren der 17. September als der
angolanische Tag des Nationalhelden
ausgerufen. Dieser Beschluss bedeutet
nicht nur eine Anerkennung seines Engagements für die Befreiung Angolas,
sondern auch für die Befreiung vieler
afrikanischer Länder.
Neto absolvierte ein Medizinstudium
an den Universitäten von Coimbra und
Lissabon. Er war Teil der Generation
64
afrikanischer Studenten in Portugal,
die später eine entscheidende Rolle im
Kampf um die Unabhängigkeit ihres
Landes spielen sollte.
Während seines Kampfes für die Eigenständigkeit Angolas wurde Agostinho
Neto von der PIDE, dem portugiesischen
Staatsicherheitsdienst, festgenommen
und anschließend nach Tarrafal deportiert, in das berühmt-berüchtigte Gefängnis für politische Gefangene auf
den Kap Verden. Später sollte er seinen
Wohnsitz in Portugal nehmen, floh aber
von dort, um die angolanische Befreiungsbewegung führen und gestalten zu
können. Obwohl er seit
1961 Ehrenvorsitzender der MPLA
war, übernahm Neto 1962 im Exil in
Kongo-Kinshasa die Leitung der Bewe-
gung zur Befreiung Angolas (MPLA).
Zur gleichen Zeit entwickelte und arbeitete er an seinem literarischen Werk.
Er schrieb insbesondere Gedichte, die
ein wunderbares künstlerisches Zeugnis der Geschichte des Kampfes des angolanischen Volkes für seine Emanzipation und Selbstbestimmung darstellen.
Nach 14 langen Jahren des Kampfes
als Anführer der MPLA und für die Befreiung des Landes gegen die portugiesische Kolonialherrschaft war es so weit
und Agostinho Neto konnte die nationale Unabhängigkeit Angolas verkünden.
Es war der 11. November 1975, als Dr.
Agostinho Neto in Luanda, der Hauptstadt Angolas, vor Afrika und der Welt
die Republik Angola ausrief.
In einem Ein-Parteien-System, was
CULTURA | KULTUR
zu der Zeit in großen Teilen der Welt
üblich war, wurde er Vorsitzender der
MPLA und der Volksrepublik Angola
und oberster Befehlshaber der angolanischen Streitkräfte, der FAPLA.
Nicht zuletzt auch durch seinen
Einsatz für die Sache des Befreiungskampfes aller Völker dieser Erde erlangten Simbabwe und Namibia ebenfalls
ihre Unabhängigkeit und Südafrika
fand den Weg, sich aus dem rückständigen Regime der Rassentrennung, der
Apartheid, zu befreien.
Präsident Neto sagte stets: „In Namibia, Simbabwe und Südafrika findet die
Fortsetzung unseres Kampfes statt.“
Später, unter der Führung des Präsidenten José Eduardo dos Santos, schritt
das angolanische Volk weiter voran auf
diesem bereits gelegten Pfad und verwirklichte in beeindruckender Weise
den Traum Agostinho Netos.
Agostinho Neto war ein aufgeklärter,
kulturvoller Mann von hoher Bildung.
Kultur sollte für ihn vor allem lebendiger Ausdruck des Kampfes der Unterdrückten und Waffe zur Entlarvung der
Unterdrücker sein. In seinen Augen war
sie auch ein Instrument für den Aufbau
eines neuen Landes.
Die Verleihung des Lotus-Preises durch
die Konferenz der Afrikanisch-Asiatischen Schriftsteller im Jahr 1970, der
Staatspreis für Kultur im Jahr 1975 und
andere Auszeichnungen mehr verdeutlichen die internationale Anerkennung
seiner literarischen Kraft. Hervorragende Beispiele dafür sind seine Werke
„Náusea“ (Übelkeit) (1952), „Quatro Poemas de Agostinho Neto“ (Vier Gedichte
von Agostinho Neto) (1957), „Com os olhos secos“ (Ohne Tränen), (zweisprachi-
ge portugiesisch-italienische Ausgabe,
1963), „Sagrada Esperança“ (Die heilige
Hoffnung) (1974), „Renúncia impossível“ (Aufgeben unmöglich) (postume
Ausgabe von 1982) und „Poesia“ (Dichtung) (posthume Ausgabe 1998).
Neto, ein Mann von ungewöhnlicher
Dynamik und Arbeitsfähigkeit, war
unermüdlich in seinem unmittelbaren
und engagierten Einsatz bei der Lösung
von Problemen, die seine Partei, die angolanischen Menschen und den Staat
angingen.
Als
überzeugter
Marxist-Leninist
bekräftigte Agostinho Neto stets die
führende Rolle der Partei, die Notwendigkeit ihrer Struktur als Organ und
die ideologische Stärkung der Bevölkerung. Diese Aspekte stellten in seinen
Augen Garantien für die Gründung
und Konsolidierung der Organe der
Volksmacht dar, welche eine institutionalisierte Form für die Lenkung der Geschicke des Landes durch die Arbeiter
und Bauern selbst seien.
Agostinho Neto hat mit großem Engagement den Kampf gegen den Analphabetismus aufgenommen und so
wurde auf sein Geheiß am 22. November 1976 die nationale Alphabetisierungskampagne begonnen. An diesem
Tag erklärte Präsident Neto in den
Räumlichkeiten einer ehemaligen Fabrik die Alphabetisierungskampagne für
eröffnet. Das Datum gilt in Angola als
historisch und ist den Lehrkräften des
Landes gewidmet. Seit 1978 feiert man
diesen Tag als den Nationalen Tag der
Lehrer.
Als Anerkennung für den angolanischen Staatsgründer sind an verschiedenen Standorten im Land Statuen auf-
gestellt worden, die seine Leistungen
und sein Vermächtnis symbolisieren
und die Erinnerung daran bewahren
sollen. Sie geben seinen im Land berühmten Maximen Gestalt: „Von Cabinda bis Cunene, ein Volk, eine Nation“
und „Das Wichtigste ist, Lösungen für
die Probleme der Menschen zu finden.“
Vier Jahre nach Ausrufung der nationalen Unabhängigkeit starb der erste
Präsident Angolas, Dr. António Agostinho Neto, mit nur 56 Jahren infolge
einer misslungenen Notoperation in
einem Moskauer Krankenhaus in der
damaligen Union der Sozialistischen
Sowjetrepubliken (UdSSR), heute Russische Föderation.
In einer Zeit, in der das Land einen
der wichtigsten Programmpunkte der
MPLA umsetzte, nämlich die Gründung der Volksversammlung als höchstes Organ der Staatsgewalt in Angola,
verlor das angolanische Volk auf diese tragische Weise seine Leitfigur und
den Gründer der Nation und erlebte
so einen spürbaren Rückschlag auf seinem harten und ruhmreichen Weg des
Kampfes und der Errichtung des Staates.
Seinem Beispiel als unangefochtener
Anführer des angolanischen Volkes
folgend, fand die MPLA, die Partei der
Arbeit, jedoch den richtigen Weg, um
das Erbe des verstorbenen Präsidenten
Agostinho Neto, des Nationalhelden,
zu ehren.
10 Tage nach seinem Tod, am 20. September 1979, kam das Zentralkomitee
der MPLA zusammen und konnte mit
der nötigen Klarheit und Kraft die angolanische Revolution im Sinne Netos
fortsetzen. Es wählte am nächsten Tag
den Ingenieur José Eduardo dos Santos
zum Vorsitzenden der MPLA und damit
in die Doppelposition des Präsidenten
der Republik und Oberbefehlshabers
der angolanischen Streitkräfte.
65
CULTURA | KULTUR
Alemanha elege Miss Angola 2015
L
etícia dos Santos, de 17 anos de idade, estudante do ensino
médio, foi eleita a 17 de Outubro Miss Angola-Alemanha
2015, numa gala que decorreu em Bona, a antiga capital da
República Federal da Alemanha.
A nova Miss Angola-Alemanha, que
também foi eleita Miss Simpatia, substitui Helena Bianda, que em 2014 participou no concurso Miss Angola, em
Luanda, em representação da comunidade angolana na RFA. Letícia dos Santos deve participar no concurso para
eleição da Miss Angola 2016.
Eunice Teresa Henriques e Érica Sandra Rui foram eleitas, respectivamente,
1ª e 2ª damas de Honor. O melhor traje
africano foi o exibido por Nancy Kapassa e a Miss Fotogenia eleita foi Sílvia
Lukoki.
As nove concorrentes, que receberam
da organização prendas e certificados
de participação, desfilaram com traje
tradicional na primeira apresentação
ao público, depois com traje confeccionado pela estilista alemã Renate Hoffmann, com traje africano, de banho e
de gala.
Com a realização da 4ª Gala do Concurso Miss Angola na Alemanha, o Comité Miss Angola-Alemanha pretendeu
assinalar o 40º aniversário da proclamação da independência
nacional e homenagear o Fundador da Nação, Dr. António
Agostinho Neto.
Ao declarar aberta a actividade, o Cônsul Geral de Angola
em Frankfurt, Manuel Adão Domingos, falou dos sacrifícios
consentidos pelo povo angolano na luta pela conquista da independência e explicou a importância
da paz na concretização e consolidação
da unidade nacional, rumo ao desenvolvimento nacional.
Manuel Adão Domingos enalteceu
o papel estratégico do Presidente da
República, Engenheiro José Eduardo
dos Santos, em todo o percurso que Angola fez no trajecto que lhe está a levar
ao progresso e desenvolvimento. Como
referiu, muito está a ser feito, Angola
tem um futuro promissor e todos os angolanos têm fortes motivos para orgulhar-se do seu país.
Por seu lado, o Adido de Imprensa da
Embaixada de Angola na Alemanha,
Fernando Tati, fez uma abordagem
sobre Agostinho Neto, o Pai da Nação,
figura que teve um papel preponderante na conquista e na proclamação da
independência nacional. “O Presidente
Neto é hoje recordado pelo importante papel desempenhado no combate
ao colonialismo português, pela independência nacional e pela preservação
das conquistas alcançadas pelo povo
angolano”, frisou.
A gala foi abrilhantada por L-King e Kadilson, dois cantores
angolanos radicados na Alemanha e pelo Dj Ecozinho.
Wahl zur Miss Angola-Deutschland 2015
A
m 17. Oktober wurde die
17-jährige Schülerin Letícia dos Santos im Rahmen
einer Gala in Bonn, der ehemaligen Hauptstadt Deutschlands,
zur Miss Angola-Deutschland
2015 gewählt.
Die
neue
Miss
Angola-Deutschland, die auch zur
Miss Sympathie gewählt wurde,
löste Helena Bianada ab, welche im Jahr 2014 an der Wahl
zur Miss Angola in Luanda als
Vertreterin der angolanischen
Gemeinschaft in Deutschland
teilgenommen hatte. Letícia
dos Santos wird voraussichtlich an der Wahl zu Miss
Angola 2016 teilnehmen.
Den jeweils zweiten und dritten Platz der Wahl belegten Eunice Teresa Henriques und Érica Sandra Rui.
Die beste afrikanische Tracht wurde von Nancy Kapassa
zur Schau getragen. Die Wahl zur Miss
Fotogenität gewann Sílvia Lukoki.
Alle neun Teilnehmerinnen, die
durch die Organisation sämtlich mit
Geschenken und Teilnahmezertifikaten honoriert wurden, erschienen
dem Publikum zunächst in traditioneller Tracht, anschließend zeigten sie
sich in Modellen der deutschen Modeschöpferin Renate Hoffmann, in Bademode sowie in Abendkleidung.
Mit der Verwirklichung der 4. Gala zur
Wahl der Miss Angola
in Deutschland feierte das Komitee der
Wahl zur Miss Angola-Deutschland den 40.
Jahrestag der Proklamation der Unabhängigkeit Ango-
67
CULTURA | KULTUR
las und ehrte den Begründer der
angolanischen Nation, Dr. António
Agostinho Neto.
In der Eröffnungsrede der Veranstaltung sprach der Generalkonsul
der Republik Angola in Frankfurt
am Main, Manuel Adão Domingos,
über die Opfer, die vom angolanischen Volk im Kampf um die Unabhängigkeit erbracht wurden,
und betonte die Bedeutsamkeit
des Friedens für die Umsetzung
und Konsolidierung der nationalen Einheit im Hinblick auf die nationale Entwicklung.
Manuel Adão Domingos pries
den zentralen strategischen Einfluss des Präsidenten der Republik
Angola, Ingenieur José Eduardo
dos Santos, auf dem bisherigen
Werdegang Angolas, welcher das
Land auf den Weg des Fortschritts
und der Entwicklung geführt hat.
Er betonte, dass die Zukunft des
Landes aufgrund vielfältiger Unternehmungen hinsichtlich einer
Weiterentwicklung
vielversprechend sei und dass alle Angolaner
bereits jetzt auf ihr Land stolz sein
können.
Weiterhin rief der Pressesprecher der angolanischen Botschaft
in Deutschland, Fernando Tati, die
bedeutsame Rolle Agostinho Netos
als Vater der Nation während der
Erlangung und Proklamation der
Unabhängigkeit Angolas in Erinnerung. Er betonte: “Präsident Neto
kann bis heute als zentrale Persönlichkeit im Kampf gegen den
portugiesischen
Kolonialismus,
für die nationalen Unabhängigkeit
und für den Erhalt der Errungenschaften, die durch das angolanische Volk erzielt wurden, angesehen werden”.
Die Gala wurde durch Auftritte
der in Deutschland lebenden Sänger L-King und Kadilson sowie von
DJ Ecozinho untermalt.
68
Poemas de
Jofre Rocha
Jofre Rocha (Roberto de Almeida), nasceu em Kaxicane, província de Icolo e Bengo
a 05/02/1941. Fez os estudos secundários no Liceu Nacional Salvador Correia.
Participou activamente na luta nacional de libertação de Angola. Exerceu cargos
ministeriais do Governo após a independência.
Obra poética: Tempo de Cicio, 1973, Lobito, cadernos Capricórnio; Assim Se Fez Madrugada, 1977, Lisboa, Edições 70; 60 Canções de Amor e Luta, 1988, Luanda, União
dos Escritores Angolanos.
Gedichte von
Jofre Rocha
Jofre Rocha (Roberto de Almeida) wurde am 5. Februar 1941 in Kaxicane, in der
Provinz Ícolo e Bengo geboren und erlangte die allgemeine Hochschulreife am
Gymnasium Liceu Nacional Salvador Correia. Er nahm aktiv am nationalen Befreiungskampf Angolas teil und bekleidete nach der Unabhängigkeit verschiedene
Ministerposten in der nationalen Regierung.
Lyrik: Tempo de Cicio (Zeit des Geflüsters), 1973, Lobito, cadernos Capricórnio;
Assim Se Fez Madrugada (Und so brach der Tag an), 1977, Lissabon, Editions 70; 60
Canções de Amor e Luta (60 Lieder von Liebe und Kampf), 1988, Luanda, União dos
Escritores Angolanos (Verband angolanischer Schriftsteller).
CULTURA | KULTUR
Canto para Angola
Ode an Angola
Hei-de compor um dia
um canto sem lirismo
nem tristeza
digno de ti, ó minha terra.
Hei-de compor um canto
livre e sem regras
que de boca em boca vai partir
nos lábios de velhos e meninos.
Será o canto do pescador
com todos os sons do mar
com os gemidos do contratado
nas roças de São Tomé.
Será o canto de todos os dramas
do algodão do Lagos & Irmão
o das tragédias nas minas
da kitota e da Diamang.
Será o canto do povo
o canto do lavrador
e do estudante
do poeta
do operário
e do guerrilheiro
falando de toda Angola
e seus filhos generosos.
(Assim se fez madrugada)
Was gäbe ich dafür, eines Tages
Eine Ode zu komponieren
Frei von Lyrik
Frei von Trauer
Dir würdig, oh du mein Heimatland.
Was gäbe ich dafür, eines Tages
Eine Ode zu komponieren
Frei von Regeln
Von Munde zu Munde reisend
Über die Lippen der Greise und Kinder.
Es wäre das Lied der Fischer
Alle Klänge des Meeres umfassend
Das Ächzen jedes Feldarbeiters
Auf den Äckern Sao Tomés schildernd.
Es wäre das Lied aller Tragödien
Der Baumwolle von „Lagos & Irmão1
Das Lied allen Unglücks der Minen
Von Kitota und Diamang.
Es wäre das Lied des Volkes
Das Lied des Bauern
Des Studenten
Das Lied des Dichters und Arbeiters
Und auch das Lied des Kriegers.
Eine Ode um im Gesang zu vereinen
Ganz Angola
Und dessen großherzigen Spross.
Jofre Rocha
(Assim se fez madrugada,
Und so brach der Tag an)
Jofre Rocha
Anm.: großes Baumwollunternehmen
1
Poema do regresso
Kindheit
Quando eu voltar da terra
do exílio e do silêncio,
não me tragam flores.
Tragam-me antes todos os orvalhos,
lágrimas de madrugadas
que presenciam dramas.
Tragam-me a fome imensa de amor
e o queixume dos sexos
túrgidos na noite constelada.
Tragam-me a noite longa de insônia
com mães chorando
de braços vazios de filhos.
Quando eu voltar da terra
do exílio e do silêncio,
Não, não me tragam flores...
Tragam-me apenas, isso, sim,
o último desejo dos heróis
tombados ao amanhecer
com uma pedra sem asas na mão
e um fio de cólera
a esgueirar-se dos olhos.
Ob meiner Wiederkehr aus dem Land
des Exils und der Stille,
bringt mit keine Blumen.
Eher noch bringt mir allen Tau,
Tränen der Morgendämmerung,
mit Dramen einhergehend.
Bringt mir den mächtigen Hunger der Liebe
und das Säufzen praller Geschlechter
im Licht der Konstellationen
des nächtlichen Himmels.
Bringt mir endlose Nächte der Schlaflosigkeit
durchdrungen vom Klagelied der Mütter,
deren Umarmungen beraubt von Kindern.
Ob meiner Wiederkehr aus dem Land
des Exils und der Stille,
nein, bringt mir keinesfalls Blumen...
Ja so bringt mir lediglich,
den letzten Wunsch der bei Tagesanbruch
gefallenen Helden,
mit flügellosen Steinen in der Hand
und einem Rinnsal des Zorns
aus ihren Augen quellend.
(60 canções de amor e luta)
Jofre Rocha
(60 canções de amor e luta,
60 Lieder von Liebe und Kampf)
Jofre Rocha
69
DESPORTO | SPORT
Gelson é pretendido
por clubes estrangeiros
Gelson, jogador revelação do último campeonato angolano, vulgo “Girabola”, a militar no Clube Desportivo 1º. de Agosto, é pretendido pelo
Sport Lisboa e Benfica.
O
avançado, de 19 anos de idade, é
um dos destaques do Girabola de
2015 e tem motivado o interesse
do gabinete de prospecção do Benfica, segundo uma rádio portuguesa. O visado disse à edição angolana do
jornal “A Bola” que ainda não tinha sido
contactado.
Gelson, de seu nome de registo Jacinto
Muondo Dala, apontou, recentemente, os
dois golos que qualificaram a selecção angolana para a última eliminatória de acesso ao Campeonato Africano das Nações
em futebol para atletas que militam nos
respectivos países (CHAN). Os “Palancas
Negras” venceram a Swazilândia por 2-0.
70
O jovem avançado voltou a marcar e
foi influente na eliminatória em que Angola venceu a sua congénere da África
do Sul no seu próprio terreno (em Joanesburgo), por 2-0, e depois perdeu em
Luanda por 1-2, afastando a congénere
sul-africana do CHAN.
O empresário do futebolista do 1º de
Agosto, Gualter Araújo, fez o ponto de
situação sobre o que se passa com a jovem promessa, em declarações à rádio
Antena 1, ao afirmar que “neste momento ele (Gelson) está a atravessar um
excelente momento de forma e confirma-se o interesse do Benfica e de outros
clubes europeus na sua contratação”.
O representante do jogador não tem
dúvidas de que a continuar neste ritmo
de progressão, Gelson estará em breve no futebol europeu. Ao enumerar
alguns dos seus atributos, referiu nomeadamente que o jogador “tem qualidade técnica, é um bom distribuidor de
jogo e possui excelente controlo de bola.
Para além disso tem vontade de aprender. É profissional”.
Daúto Faquirá lançou-o
há dois anos
O técnico Daúto Faquirá encontrou
Gelson no 1º de Agosto já a treinar com
os seniores e depois confirmou o seu
DESPORTO | SPORT
potencial, como revelou em declarações à Antena 1. “É um jogador
muito forte em termos técnicos,
com muita intuição e uma atitude
excelente nos treinos”, afirmou.
O treinador confidenciou que chegou a pedir ao avançado para ver
as imagens do holandês Bergkamp,
porque notava que o Gelson tinha
potencial para aprender e evoluir
ao nível dele, porquanto parecia haver muita semelhança entre eles”.
Sobre os seus atributos destacou:
“Fisicamente não é muito forte mas
joga bem de costas para a baliza.
Sabe encontrar espaços e na primeira recepção de bola é fortíssimo. É
rápido, inteligente e faz golos”.
A propósito do futuro próximo do
futebolista, Daúto Faquirá tem a
ideia precisa sobre o melhor caminho a seguir. Na sua opinião, “será
importante que (Gelson) cumpra
todos os patamares. Uma equipa B
seria o ideal para se ambientar a
uma nova realidade porque teria a
oportunidade de jogar com regularidade”.
Por seu lado, o presidente de direcção do 1º. de Agosto, Carlos
Hendrick da Silva, considera que
Gelson, que começou há pouco
a ter referência no seu clube e na
selecção, “tem ainda um longo caminho a percorrer para atingir níveis mais elevados”. Conforme disse, esse atleta ainda não deve ser
considerado um craque.
“Aparecem muitos agentes a querer tomar as rédeas deste assunto
e que nas contas finais ficam com
a maior parte do dinheiro do contrato. Temos experiência neste
sentido. Não queremos que falsos
agentes e oportunistas que querem
dinheiro à força venham enganar o
miúdo”, alertou o dirigente desportivo.
Carlos Hendrick indicou que o
1º de Agosto não pretende impedir que o futebolista vá jogar fora
de Angola. “Nós queremos que ele
atinja este patamar. Ainda é muito
cedo, por isso, não vamos nos iludir”.
Wechsel von Gelson
zu ausländischem
Verein
Der bis dato im Fußballverein Clube Desportivo 1° de
Agosto aktive Spieler Gelson, der sich während der
letzten großen angolanischen Fußballmeisterschaft, im
Volksmund „Girabola“ genannt, als vielversprechendes Fußballtalent offenbarte, ist im Gespräch für einen
Wechsel zu Benfica Lissabon.
D
er 19-jährige Stürmer stach dieses
Jahr während des Turniers Girabola durch sein Können heraus und
weckte, einem portugiesischen
Radiosender zufolge, so das Interesse der Nachwuchsmanager des Benfica
Lissabons. Der Spieler teilte der angolanischen Ausgabe der Zeitschrift „A Bola“
jedoch mit, dass er noch nicht von Benfica Lissabon kontaktiert worden sei.
Durch zwei entscheidende Tore des
Spielers Jacinto Muondo Dala, genannt
Gelson, konnte sich die angolanische
Nationalmannschaft die Teilnahme an
der Fußball-Afrikameisterschaft 2015
sichern, bei der die afrikanischen Fußballnationalverbände gegeneinander antreten. Durch seine Tore konnte sich die
angolanische Mannschaft, Palancas Negras (Schwarze Antilopen), mit 2:0 gegen
Swasiland durchsetzen.
Ein Tor des jungen Stürmers nahm außerdem Einfluss auf den Ausgang eines
weiteren Qualifikationsspiels und verhalf der angolanischen Mannschaft zum
2:0 gegen Südafrika, das in einem Heimspiel in Johannesburg antrat. Später verlor diese Mannschaft in Luanda mit 1:2
und verfehlte damit die Teilnahme an
der Fußball-Afrikameisterschaft. Gualter Araújo, der Manager des dem Clube
Desportivo 1° de Agosto angehörigen
aufstrebenden Fußballtalents, äußerte
sich im Gespräch mit dem Radiosender
Antena 1 folgendermaßen: „Im Moment
ist er [Gelson] im Topform und ich kann
bestätigen, dass Benfica sowie andere europäische Vereine durchaus an ihn interessiert sind.“
Der Sprecher des Spielers ließ keinen
Zweifel daran, dass Gelson, sollte er
seine Leistung wie bisher steigern, sehr
bald den Einstieg in den europäischen
Fußball finden wird. Über die Fähigkeiten des Spielers sagte er: „[Gelson] hat
ein qualitativ hochwertiges technisches
Vermögen, ist ein guter Stratege und
besitzt ausgezeichnete Ballkontrolle.
Zudem hat er das Bestreben, weiterhin
dazuzulernen. Er ist ein Profi.“
Vor zwei Jahren von
Daúto Faquirá entdeckt
Wie er Antena 1 mitteilte, wurde Daúto Faquirá, der gegenwärtige Trainer der
angolanischen Nationalmannschaft, auf
das Potential Gelsons aufmerksam, als
er diesen mit den Seniormitgliedern des
Vereins 1° de Agosto trainieren sah. „Er
ist ein außerordentlich starker Spieler in
punkto Technik, besitzt eine hervorragende Intuition und eine exzellente Einstellung beim Training“, versicherte er.
71
DESPORTO | SPORT
Der Trainer gab weiterhin preis, dem
Stürmer nahegelegt zu haben, sich
Aufzeichnungen des niederländischen Spielers Bergkamp anzusehen,
da er eine ähnliche Spielweise der
beiden Spieler feststellen konnte und
sich sicher sei, dass Gelson das Potential hat, auf das Niveau der internationalen Fußballgröße Bergkamp
aufzusteigen. Über die Eigenschaften
des Spielers sagte er außerdem: „Körperlich ist er nicht der Stärkste, aber
mit dem Rücken zum Tor spielt er
gut. Er weiß, wie man sich auf dem
Feld Platz verschafft, und im ersten
Kontakt bei der Ballannahme gehört
er zur Spitzenklasse. Er ist schnell,
intelligent und schießt Tore.“
Daúto Faquirá hat bereits eine genaue Vorstellung davon, wie der bestmögliche Verlauf der nächsten Zukunft des Spielers aussehen könnte.
Ihm zufolge wäre es wichtig, „dass
[Gelson] alle Etappen durchläuft. Ein
Verein etwa der 2. Liga wäre „die ideale Möglichkeit für [Gelson], um sich
mit einem neuen Mannschaftsalltag
vertraut zu machen und regelmäßig
zu spielen“.
Der Vorsitzende des Vereins 1° de
Agosto, Carlos Hendrick da Silva,
befand hingegen, dass Gelson, der
sich seinen Namen innerhalb seiner Mannschaft und der Nationalauswahl erst vor kurzem erspielen
konnte, „noch einen langen Weg
vor sich hat, um auf einem höheren
Niveau spielen zu können“. Seiner
Meinung nach sei der Fußballspieler
noch nicht als Spitzensportler anzusehen.
„Es sind schon viele Agenten vorstellig geworden, die [in Sachen Zukunftsplanung für Gelson] die Zügel
in die Hand nehmen wollen. Am
Ende sind es dann immer sie, die den
Großteil der im Vertrag ausgehandelter Ablöse einstreichen. Mit diesen
Dingen haben wir schon Erfahrung.
Solche betrügerischen Agenten und
Opportunisten, die dem Jungen etwas vormachen und sich auf seine
Kosten bereichern wollen, wollen
wir fernhalten“, warnte der Vereinsvorsitzende.
Carlos Hendrick wies aber darauf
hin, dass der Verein 1° de Agosto
nicht vorhabe, den Sportler daran zu
hindern, außerhalb von Angola Fußball zu spielen. „Wir wünschen uns
auf jeden Fall, dass er diesen Schritt
in Zukunft geht. Momentan ist es dafür allerdings noch zu früh, wollen
wir ihm deshalb keine falschen Hoffnungen machen“.
72
Primeira volta
a Angola em bicicleta
realizada com êxito
A República de Angola realizou este ano, pela primeira vez, a
volta a Angola em bicicleta num percurso que contou com dez
etapas, passando pelas províncias do Bié, Huambo, Benguela,
Cuanza Sul, Malanje, Uíge, Bengo e Luanda, que foi a meta.
A
prova, que decorreu de sete a
18 de Outubro contou com a
participação de atletas de Angola, França, Moçambique,
Portugal, República do Congo-Brazzaville, República Democrática
do Congo e República de São Tomé e
Príncipe, num total de 1.200 kms, e
foi ganha por Igor Silva, do Benfica de
Luanda.
O atleta angolano chegou a Luanda
com a camisola amarela e entrou, assim, para a história do ciclismo angolano ao conquistar a primeira edição
da volta a Angola em bicicleta, prova
que visou assinalar os 40 anos de independência nacional que se comemora
a 11 de Novembro de 2015.
Realça-se também o facto de Igor
Silva ter vencido em quatro das dez
etapas e ganho não somente a prova
individual, mas também por clubes,
o Benfica de Luanda. A prova de consagração, a parte final da competição,
que foi o trajecto Caxito (Bengo)- Luanda, num total de 87 kms, foi percorrida em 02h11.
A volta a Angola, cuja organização
foi elogiada por todos os participantes,
principalmente pelos estrangeiros que
puderam apreciar várias paisagens no
percurso percorrido, começou na cidade do Kuito, província do Bié, e terminou na capital do país.
Organizada pela Federação Angolana
de Ciclismo (FACI), a primeira volta a
Angola em bicicleta contou com a participação de 85 ciclistas de seis equipas
DESPORTO | SPORT
angolanas e outras seis estrangeiras.
Participaram, além do Benfica (Sport
Luanda e Benfica), as equipas nacionais
do Santos Futebol Clube, Hotel Luso,
Jair Transportes, Nocebo do Huambo e
a seleção de esperanças de Angola.
O presidente da Confederação Africana de Ciclismo, Waghi Azzam, já garantiu que a Volta a Angola em Bicicleta vai passar a ostentar oficialmente
o título de competição internacional.
Por seu lado, à FACI fica o desafio de
organizar regularmente essa prova, após a realização desta primeira
edição ter sido considerada um êxito
que superou as expectativas.
A Federação Angolana de Ciclismo
havia já assumido o objectivo de dinamizar o desenvolvimento do ciclismo
e a assegurar promoção turística em
Angola, abrindo sempre a prova à participação internacional.
Erstes landesweites Fahrradrennen
Angolas erfolgreich abgeschlossen
Die Republik Angola hat in diesem Jahr zum ersten Mal ein landesweites Fahrradrennen unter dem Titel ‚Volta a Angola em Bicicleta‘ organisiert. Es ging über zehn
Etappen und führte durch die Provinzen Bié, Huambo, Benguela, Cuanza Sul, Malanje,
Uíge und Bengo bis nach Luanda.
D
as 11-tägige Rennen fand zwischen dem 7. und 18. Oktober
statt und ging über eine Strecke
von insgesamt 1.200 Kilometern.
Athleten aus Angola, Frankreich,
Mosambik, Portugal, der Republik Kongo, der Demokratischen Republik Kongo
sowie São Tomé und Príncipe nahmen
daran teil. Sieger des Rennens war Igor
Silva, ein Sportler des Teams Benfica de
Luanda.
Der angolanische Athlet, der im gelben
Trikot das Ziel in Luanda erreichte und
sich so als Sieger des ersten landesweiten
Fahrradrennens in der Geschichte des
angolanischen Radsports verewigte, verleiht den Feierlichkeiten zum 40. Jahrestag der nationalen Unabhängigkeit, die
am 11. November 2015 begangen werden, einen weiteren Grund zum Jubel.
Außerdem erreichte Igor Silva in vier
von zehn Etappen als erster das Ziel. Er
siegte jedoch nicht nur bei den individuellen Rennen, sondern auch im Klubrennen mit der Mannschaft von Benfica de
Luanda. Den Beweis für seine Hingabe
zum Radsport brachte der Athlet auf der
letzten Etappe des Rennens, der 87 Kilometer langen Strecke von Caxito (Bengo)-Luanda, welche er in 2 Stunden und
11 Minuten zurücklegte.
Das Rennen, dessen Organisation allerseits gelobt wurde, wurde in der Stadt
Kuito in der Provinz Bié gestartet und
endete in der Hauptstadt Luanda. So ermöglichte man den Teilnehmern, insbesondere den ausländischen Radsportlern,
die vielfältige angolanische Landschaft
kennenzulernen. Die Organisation des
Fahrradrennens lag in den Händen der
Federação Angolana de Ciclismo (FACI,
Angolanischer Radsportverband). Es
nahmen 85 Radsportler aus sechs angolanischen und weiteren sechs internationalen Sportvereinen daran teil. Nebst
Benfica de Luanda stammten die teilnehmenden angolanischen Sportler aus den
Teams Santos Futebol Clube, Hotel Luso,
Jair Transportes, Nocebo do Huambo und
der Auswahl vielversprechender Nachwuchssportler.
Eine offizielle Zulassung des Rennens
Volta a Angola em Bicicleta als eingetragener internationaler Wettkampf wurde
durch den Vorsitzenden der Confederação
Africana de Ciclismo (Afrikanischer Dachverband des Radsports), Waghi Azzam,
bereits zugesichert. Nach dem alle Erwartungen übertreffenden Erfolg der Volta a
Angola em Bicicleta ist es nun am FACI
ihrerseits eine regelmäßige Durchführung des Rennens zu organisieren. Zuvor
hatte der angolanische Radsportverband
bereits angekündigt, die Entwicklung des
Radsports in Angola aktiv voranzutreiben
und eine Förderung des Tourismus in Angola, auch durch die Teilnahme internationaler Radsportler, zu gewährleisten.
73
Notícias Breves
 Comboio na baixa de Luanda
Um segundo ramal do Caminho-de-Ferro de Luanda, com
seis estações multifuncionais e quatro passagens aéreas
para peões, será construído a partir do próximo ano, com
o objectivo de ligar com mais rapidez e segurança pessoas e bens entre o centro da cidade e o novo aeroporto,
que deve ficar operacional no primeiro trimestre de 2017,
anunciou o ministro dos Transportes.
Augusto Tomás, que discursava na cerimónia de lançamento do livro “Caminho-de-Ferro de Luanda 127 anos,
uma história viva”, alusivo ao aniversário daquela empresa pública, informou que vão ser adquiridas novas locomotivas fabricadas nos Estados Unidos, Europa e China.
O projecto de modernização do CFL, disse o ministro, prevê a construção de oficinas e um centro de formação para
capacitar os quadros da empresa. Estão contempladas no
projecto do Executivo programas de sensibilização cívica
das populações sobre os cuidados a ter com os bens públicos, acrescentou o ministro.
 Comboio na baixa de Luanda
As obras do futuro aeroporto internacional de Luanda
serão concluídas em Abril de 2017, garantiu o ministro
dos Transportes, Augusto Tomás, na última visita do Presidente José Eduardo dos Santos ao local.
O Presidente da República tomou conhecimento que a pista já foi executada em mais de 70 porcento e a iluminação
de navegação em 95 porcento, enquanto que a placa central está executada em 100 porcento.
A parte referente ao terminal de passageiros no que respeita à construção civil e ao arranjo exterior está concluída, bem como a torre de controlo que está em fase de
conclusão com 95 porcento.
Outros projectos auxiliares tais como edifícios de apoio
à Direcção, de inspecção e segurança, de tratamento de
esgotos, de estação de combustível, de estação de radar
e meteorologia, de tratamento de água, de catering e o
parque de estacionamento subterrâneo para mais de 1500
viaturas, estão construídos em mais de 50 porcento.
Resumidamente, conforme disse o ministro, “o nível de
execução física anda a volta dos 55 porcento e vamos
entrar numa fase de acabamento, decoração do interior e
encomenda de materiais para as várias áreas da infra-estrutura aeroportuária”, disse.
Por outro lado, o governante assegurou que as vias ferroviária e rodoviária que darão acesso ao novo aeroporto
previstas no programa serão igualmente concluídas por
altura da inauguração do empreendimento.
 Luanda, cidade inovadora
A Luanda de 2030 vai duplicar a sua população, o que vai
obrigar à construção de 13 novos hospitais, 1500 escolas
e 1,4 milhões de casas. Já a produção de energia deverá
aumentar seis vezes e a de água mais do que duplicar.
Os dados estão no Plano Director Geral Metropolitano
de Luanda, que prevê ainda uma intervenção em mais de
1000 quilómetros de estradas, com o objectivo de melho-
74
rar a circulação automóvel.
Os carros andam muito lentamente. Considerada uma
área crítica em Luanda, o trânsito é um dos pontos que
vai ser abordado de forma abrangente nos próximos
anos, segundo o Plano Director Geral Metropolitano
de Luanda, apresentado em Julho passado, e intitulado
“Luanda 2030 Cidade Inovadora”.
 Comércio externo voltou a crescer
A balança comercial de Angola registou um saldo positivo de 735,5 mil milhões de kwanzas no segundo trimestre de 2015, num crescimento de 209,8 porcento em
cadeia mas numa quebra de 29,3 porcento em termos
homólogos.
No período de três meses (de Abril a Junho), de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), Angola
exportou mercadorias – fundamentalmente petróleo e
diamantes – no valor de 1,1 biliões de kwanzas (mais
26,4 porcento em cadeia, mas menos 29 porcento em
termos homólogos) e importou bens no valor de 374,5
mil milhões de kwanzas (menos 41,6 porcento e menos
28,5 porcento).
 Emissões de títulos do Tesouro superam meta
anual
O montante das emissões de Bilhetes do Tesouro em regime de leilão já ultrapassou em Setembro o valor global
previsto para 2015 no Plano Anual de Endividamento
(PAE). De acordo com os dados do Banco Nacional de
Angola (BNA) compilados por O PAÍS, também a emissão
de Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio
(OT-TXC) superou já em Setembro o montante programado para o conjunto do ano.
Com efeito, o PAE prevê a emissão de Kz 402,50 mil
milhões de Bilhetes do Tesouro em 2015, dos quais converter-se-ão em dívida fundada cerca de Kz 197,59 mil
milhões. Entre Janeiro e Setembro, o montante das emissões deste instrumento de dívida já totalizava cerca de
Kz 466,77 mil milhões, ou seja, 116% do inicialmente
estimado.
 Quase 19 mil angolanos visitaram a África do
Sul em seis meses
Nos primeiros seis meses deste ano, 18.891 turistas angolanos visitaram a África do Sul. Deste modo, Angola,
à semelhança de Moçambique, representa 17,6 porcento
das visitas recebidas pelos sul-africanos, segundo informações avançadas por Evelyn Mahlaba, directora regional do Turismo na África do Sul (SAT), um organismo de
promoção do turismo naquele país.
Embora não tenha feito paralelo entre os números mais
recentes e as movimentações homólogas de 2014, Evelyn
Mahlaba afirmou que a estratégia inerente a uma campanha de Marketing constitui o mote de batalha nesta
fase de “pouca bonança”.
Kurzmeldungen
 Zug in der Innenstadt Luandas
Im kommenden Jahr sollen die Bauarbeiten für eine zweite Erweiterung des Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL; Luandabahn) beginnen. Geplant sind sechs Multifunktionsstationen und vier Fußgängerüberführungen, um eine sichere und schnellere Verbindung
für die Personen- und Güterbeförderung zwischen dem Stadtzentrum und dem neuen Flughafen Luandas, dessen Eröffnung im
ersten Drittel des Jahres 2017 erwartet wird, herzustellen. Dies
kündigte der Verkehrsminister an.
Augusto Tomás gab auf der Feier zur Vorstellung des Buches „Caminho-de-Ferro de Luanda 127 anos, uma história viva“ („127
Jahre Luandabahn, eine lebendige Geschichte“), das anlässlich
des Jahrestages des staatlichen Unternehmens Caminho-de-Ferro
Luanda EP erschien, bekannt, dass neue Züge erworben werden
sollen, die in den USA, in Europa und in China hergestellt werden.
Das Modernisierungsprojekt des CFL, so der Verkehrsminister, umfasse den Bau von Werkstätten und einem Ausbildungszentrum
zur Schulung der Mitarbeiter des Unternehmens.
Bei dem Projekt beabsichtige die Regierung außerdem die Implementierung von Aufklärungsprogrammen, die die Bevölkerung für
einen richtigen Umgang mit Volkseigentum sensibilisieren sollen,
fügte der Minister hinzu.
 Neuer Flughafen für Luanda
Die Arbeiten für den zukünftigen internationalen Flughafen
Luandas werden voraussichtlich im April 2017 vollendet sein. Das
gab der Verkehrsminister Augusto Tomás beim letzten Besuch des
Präsidenten José Eduardo dos Santos auf dem Flughafengelände
bekannt.
Der Präsident der Republik Angolas nahm Kenntnis davon, dass
die Bauarbeiten der Start- und Landebahn zu 70 Prozent und die
Installation der Navigationsbeleuchtung zu 95 Prozent vorangeschritten sind, während das Rollfeld bereits vollständig fertiggestellt ist.
Die Bauarbeiten des für den Passagierterminal bestimmten Teils
des Komplexes sowie die äußeren Anlagen desselben sind bereits
abgeschlossen und der Kontrollturm steht mit 95 Prozent kurz vor
der Fertigstellung.
Weitere zugehörige Bauprojekte wie die Gebäude für den Sitz der
Verwaltung, der Kontroll- und Sicherheitsabteilungen, anliegende
Abwasser- und Wasseraufbereitungsanlagen, Kraftstoff-, Radarund Meteorologiestationen, ein Gastronomiebereich sowie eine
Tiefgarage mit Platz für mehr als 1500 Fahrzeuge sind zu mehr als
50 Prozent fertiggestellt. Das Fazit des Verkehrsministers lautet:
„Die materielle Verwirklichung liegt bei rund 55 Prozent und wir
begeben uns nun in eine Phase der Fertigstellung, Innenraumgestaltung und der Bestellung von Materialien für die verschiedenen
Bereiche der Flughafeninfrastruktur.“
Weiterhin versicherte die Regierung, dass die zum Flughafenprojekt gehörende Erweiterung des Straßen- und Schienennetzes, das
einen Zugang zum neuen Flughafen ermöglichen soll, rechtzeitig
zum Zeitpunkt der Inbetriebnahme der neuen Flughafenanlage
abgeschlossen sein sollen.
 Innovationsstadt Luanda
Das Luanda des Jahres 2030 wird seine Einwohnerzahl voraussichtlich verdoppelt haben. Dies macht den Bau von 13 neuen
Krankenhäusern, 1500 Schulen und 1,4 Millionen Wohnungen
notwendig. Die Energieproduktion wird sich verdoppelt haben
und die Wasserversorgung um ihr sechsfaches gewachsen sein.
Diese Daten sind dem Plano Director Geral Metropolitano (Haupt-
städtischer Generalplan) zu entnehmen, welcher außerdem
eine Erweiterung des urbanen Straßennetzes um mehr als 1000
Kilometer Straße vorsieht, um den Kraftfahrzeugverkehr zu verbessern.
Dieser verläuft bisher nur stockend. Bis dato als Problemzone
der städtischen Entwicklung Luandas geltend, soll der Verkehr
in den kommenden Jahren umfassend umgestaltet werden. So
gibt es der im Juli 2015 vorgelegte Plano Director Geral Metropolitano mit dem Titel „Luanda 2030 – Cidade Inovadora”
(„Luanda 2030 – Innovative Stadt“)
 Außenhandel wächst wieder
Im zweiten Quartal des Jahres 2015 konnte Angola mit einem
Überschuss von 735,5 Milliarden Kwanza eine positive Handelsbilanz verzeichnen. Dies bedeutet ein Zuwachs von 209,8
Prozent gegenüber dem vorherigen Quartal, entspricht jedoch
einem Rückgang von 29,3 Prozent im Vergleich zum selben
Quartal des Vorjahres.
Dem Instituto Nacional de Estatística (INE; Nationales Institut
für Statistik) zufolge hat Angola im einem Zeitraum von drei
Monaten (April bis Juni 2015) Güter – vornehmlich Öl und Diamanten – im Wert von 1,1 Milliarden Kwanza, das entspricht
einem Wachstum von 26,4 Prozent gegenüber dem vorherigen
Quartal und einem Rückgang von 29 Prozent im Jahresvergleich,
exportiert. Importiert wurden Waren im Wert von 374,5 Milliarden, das sind 41,6 Prozent weniger als im vorherigen Quartal
und 28,5 Prozent weniger als im selben Quartal des Vorjahres.
 Emission von Staatsanleihen übertrifft Jahresziel
Die Menge der entsprechend dem Auktionssystem emittierten
Staatsanleihen hat im September die im Plano Anual de Endividamento (PAE, Jährlicher Verschuldungsplan) für das Jahr
2015 prognostizierte Gesamtmenge übertroffen. Den von der
Angolanischen Nationalbank (Banco Nacional de Angola, BNA)
veröffentlichten und durch die angolanische Wochenzeitung O
País erfassten Daten zufolge, übertraf die Emission von entsprechend dem Wechselkurs des Kwanza berechneten Staatsanleihen in Fremdwährung (OT-TXC) ebenfalls bereits im September
den für das ganze Jahr prognostizierten Betrag.
Tatsächlich sieht der PAE für 2015 eine Emission von Staatsanleihen im Wert von 402,5 Milliarden Kwanza vor, was sich in
eine Neuverschuldung von ungefähr 197,59 Milliarden Kwanza
übersetzen lässt. Allerdings beläuft sich allein die von Januar
bis September emittierte Menge dieses Schuldeninstruments
auf 466,77 Milliarden Kwanza, sprich 116% des ursprünglich
geschätzten Betrages.
 In sechs Monaten fast 19 Tausend angolanische Besucher in Südafrika
In den ersten sechs Monaten dieses Jahres besuchten 18.891
angolanische Touristen Südafrika. Vergleichbar mit der Zahl mosambikanischer Touristen in Südafrika sind laut Evelyn Mahlaba,
für Südafrika zuständige Regionaldirektorin des Unternehmens
South African Tourism (SAT), welches weltweit für Tourismus in
Südafrika wirbt, somit rund 17,6 Prozent aller durch Südafrika
empfangenen Besucher angolanischer Herkunft.
Obwohl sie bisher noch keinen direkten Zahlenvergleich mit
denen des Vorjahres anstellte, bestätigte Evelyn Mehlaba, dass
trotz Zeiten der Krise solch ein Siegeszug Südafrikas als Urlaubsziel für Angolaner auf eine Werbekampagne mit kluger Marketingstrategie zurückzuführen sei.
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11 de Novembro / Berlim
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Seit 2001
schaffen wir Infrastruktur
für das angolanische Volk.
Desde 2001
criamos Infra-estruturas
para o povo angolano.
www.gauff.net
GAUFF Engineering
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