Tabloide Pontual - Setembro - 2009.cdr

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Tabloide Pontual - Setembro - 2009.cdr
ponto central
Edição Nº 07
Todos os direitos reservados - Pontual Centro de Ensino
LONDRINA, SETEMBRO-OUTUBRO DE 2009
Tráfico de animais silvestres
As proporções do tráfico são assustadoras, mas existem pessoas que se mobilizam para lutar contra. A bióloga e
professora Talita Saldanha explica as motivações e o caminho do tráfico de Animais Silvestres e propõe
medidas para impedi-lo, além de remediar suas consequências.
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EDUCAÇÃO
Estímulo para
gostar de estudar
Em entrevista ao Ponto Central, a Secretária de
Educação de Londrina, Vera Hilst, explica fatores
que afastam alunos da escola, dando dicas aos
pais e professores para estimular os jovens a
estudar com prazer.
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SOCIOLOGIA E OPINIÃO
Sociedade de
consumo em cheque
Reflexões sobre o ser ou o ter, análises quanto
ao caminho tomado pela sociedade de consumo e
as desigualdades sociais, inversão da lógica
produtiva e conflitos enfrentados pelos jovens
diante do consumismo; o professor Gabriel Rossi
escreve sua opinião para o Ponto Central.
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ESPECIAL
Menino
de 12 anos e
sua biblioteca
caseira
David Gabriel sonhou com
um Clube de Leitura e, mesmo
sem recursos, buscou maneiras
de fazer uma biblioteca em casa.
No início, usou uma geladeira
inativa como estante; hoje,
possui cerca de 4500 livros, uma
família que apóia seus ideais e
sábados cheios de visitas.
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2
ponto central
MOSAICO
EDITORIAL
OPINIÃO
Sucesso
A juventude e o consumo
Saudações ao leitor!
Na presente edição, o jornal Ponto
Central traz interessantes matérias sobre
natureza, esportes, artes, atualidades,
educação, um pouco de cada coisa que possa
lhe interessar. Ao analisá-lo como um todo,
porém, verifica-se um mesmo ponto latente,
como a tal “água mole em pedra dura que
tanto bate até que fura”: a participação dos
pais na vida de crianças e adolescentes é
fator determinante de muitos sucessos ou
insucessos dos jovens.
Cabe, agora, ao prezado leitor, ler e
constatar!
PALAVRA DA DIREÇÃO
Tarefa: O complemento do
processo de aprendizagem.
Ao longo dos anos, a experiência com
educação ensinou-me que a tarefa para casa é
muito importante, não só para a fixação do
conteúdo como para a compreensão final
daquilo que foi visto na escola.
O aluno bem orientado, quando sozinho,
processa o entendimento dos conteúdos
vistos em sala de aula, alicerçando o
conhecimento; se não conseguir completar
esse processo, já sabe que deve buscar
esclarecimentos com o professor. Esse é o
caminho da aprendizagem real.
O aprendizado que cria raízes é quase
solitário. O conhecimento do qual a pessoa se
apropria de fato tem que ser gerenciado
dentro de si próprio, portanto a tarefa escolar
não deve ser vista como uma simples fixação
de conteúdos, ela é a complementação do
aprendizado.
A criatividade do professor na confecção
das tarefas escolares é fundamental pois,
quando bem elaborada, desperta naturalmente a curiosidade do aluno para ir além do
que viu em sala de aula.
É muito comum os alunos apresentarem
dificuldades e falta de vontade em realizar as
tarefas escolares. Várias podem ser as causas:
?
Falta de orientações claras do professor
sobre o que deve ser feito;
?
Falta de rotina doméstica;
?
Falta de um lugar apropriado;
?
Falta de motivação dentro da família pela
busca do conhecimento autônomo;
?
Falta de participação dos pais.
Deixar de desenvolver o hábito de fazer os
deveres escolares acarreta sérias dificuldades
ao longo da vida estudantil, podendo até,
futuramente, prejudicar o bom desenvolvimento profissional.
A capacidade intelectual precisa ser
treinada tanto quanto a já tão reconhecida
necessidade de se fazer atividade física.
Quem nunca treinou corrida, por exemplo,
não consegue correr uma maratona. A
atividade mental não é diferente, precisa ser
treinada gradativamente; o tempo de
concentração e horários de estudos vão
aumentando conforme a idade e as
necessidades que os cursos exigem. Um aluno
do Ensino Médio, por exemplo, precisa estar
habituado a se concentrar e buscar
conhecimento por algumas horas do seu dia,
pois, inevitavelmente, terá que enfrentar boa
classificação em concursos para ingressar nos
bons cursos superiores.
As escolas que aproveitam os recursos
ponto
Setembro / Outubro - 2009
Regina Helena Saldanha Fonseca, diretora
geral do Pontual Centro de Ensino: “O
aprendizado que cria raízes é quase solitário, o
conhecimento do qual a pessoa se apropria de
fato tem que ser gerenciado dentro de si
próprio. Portanto a tarefa escolar não deve ser
vista como uma simples fixação de conteúdos
ela é a complementação do aprendizado.”
tecnológicos oferecidos pela internet e
desenvolvem portais educacionais próprios
conseguem criar mecanismos claros e
precisos para informar e orientar a família
sobre como e o que deve ser feito em casa
para complementar o aprendizado. Costumo
comparar, para ficar bem claro, os
procedimentos entre escola e família a uma
consulta médica: todo paciente sai da consulta
com uma receita na mão e com as orientações
de como proceder em casa para alcançar o
resultado da cura. Assim, também, precisam
ser os procedimentos das escolas em relação
às atividades que deverão ser desenvolvidas
em casa.
Está comprovado que nenhum fator
influencia tanto o aprendizado do aluno
quanto a participação efetiva dos pais na vida
escolar. O processo de formação não
acontece como mágica e não depende
somente da escola. Não há dúvida de que o
interesse familiar agrega importância e
qualidade à tarefa escolar. Cabe aos pais ou
responsáveis a condução adequada, de forma
tranquila e incentivadora, desse momento de
aprendizagem solitária. É fundamental que se
estabeleçam rotinas diárias para as tarefas,
demonstrar interesse pelos conteúdos
aprendidos, motivar a execução das
atividades , elogiar o capricho sem querer
corrigir e muito menos fazer.
Caso a família não tenha condição, dentro
da rotina doméstica, de atender a esses
aspectos, é muito importante que procure ,na
escola, apoio e orientação.
Como criticar a sociedade de consumo se,
por todos os lados e em qualquer lugar, esse é
o maior apelo à juventude? Numa sociedade
onde o conceito de felicidade está ligado à
ausência de conflito e ao poder de compra, na
qual a suposta solução para as grandes crises é
o aumento compulsivo do consumo, não é
fácil “nadar contra” essa corrente impositiva e
alienante.
No mundo em que vivemos, o fim de
todas as motivações é o consumo. Estudamos,
trabalhamos, constituímos família,
conquistamos novos laços de amizade,
sempre com a finalidade de subirmos de
posição social e aumentarmos o poder de
barganha, mudando nossa condição na
economia de mercado. Até mesmo a
denominação das classes sociais
transformou-se, nos últimos tempos,
seguindo as expectativas de consumo.
Anteriormente, a denominação se fazia ligada
à renda familiar e, a grosso modo, poderíamos
dividir a sociedade entre: ricos, classe média e
pobres. De uns anos para cá, é o poder de
consumo que determina a divisão social,
surgindo uma nova forma de denominação:
classes A, B, C, D e E.
É interessante perceber que a idéia de
cidadania não foge da questão abordada. Ora,
para definir, de forma simples e direta,
cidadão é quem possui direitos e deveres.
Partindo de tal princípio, podemos concluir
que alguns são mais cidadãos que outros, já
que o direito mais discutido, nos dias atuais, é
o Código de Direitos do Consumidor. Sendo
assim, grande parte da sociedade está
excluída desses direitos por não consumir.
Se pensarmos de maneira global, o termo
sociedade do consumo não se aplica.
Deveríamos nomeá-la sociedade do não
consumo, já que a maior parte dos indivíduos
no planeta não tem acesso aos produtos
industrializados das mega corporações, ou
pior, servem apenas de mão de obra para a sua
produção, sendo alijados desse comércio.
Não há riqueza no mundo suficiente para que
todos os indivíduos tenham acesso a tais
produtos, portanto, as economias dos países
pobres servem para satisfazer as necessidades
dos ricos. Já é recorrente o estudo apontando
que, se os chineses consumissem como os
norte-americanos, seriam necessários três
planetas Terra para suprir a demanda.
A coisa fica mais paradoxal quando se
observa o aumento dos gastos com
propaganda no mundo. Nos anos 50, foram
gastos, aproximadamente, 40 bilhões de
dólares. Em nossos dias, esse número foi
multiplicado por dez: mais de 400 bilhões de
dólares serão gastos em nossa década para
multiplicar a volúpia consumista. Digo
paradoxal porque, enquanto isso, 1/3 da
população mundial não possui saneamento
básico e aproximadamente 1 bilhão de
pessoas não tem acesso à água potável,
vivendo subnutrida. Isso porque vivemos sob
a égide do racionalismo iluminista...
A sociedade contemporânea parece ter
invertido a lógica produtiva, pois sabemos
que, naturalmente, a necessidade deveria ser
mãe da invenção. Se, entretanto, pensarmos
nos dias de hoje, essa idéia não se inverteu? A
invenção não passou a ser mãe da
Gabriel Rossi
é professor de
sociologia, no
Pontual Centro
de Ensino
necessidade? A cada dia, o prazo de
funcionalidade das coisas diminui e mais
necessidades são criadas pelo espetáculo
midiático; o que ontem era extremamente
necessário, hoje passa a ser obsoleto, novas
vontades são criadas e nós, com aquele
conformismo de formigas, buscamos a
realização de sonhos efêmeros que logo não
terão mais validade.
O pior não é enxergar a mercadoria como
possuidora de vida própria e sim fazer do ser
humano uma própria mercadoria, fazer com
que a identidade esteja vinculada a um
produto: tornamo-nos aquilo que temos. Não
somos mais indivíduos com personalidade
própria ligada a um ideal, a algum tipo de
característica psicológica. Somos o que
temos. 'Qual o jogo de porcelana que me
define como pessoa?' perguntava o
personagem Jack, interpretado por Edward
Norton no filme Clube da Luta.
Não temos uma grande guerra, não temos
um governo tirano e ditatorial no poder, não
passamos por uma grande depressão
econômica, não temos um grande motivo para
nos revoltarmos. Não mesmo? Ou estamos
anestesiados pelos males contemporâneos? A
juventude vem perdendo sua principal
característica: a rebeldia; não aquela sem
propósito e sem causa, falo sobre a rebeldia
que questionou a Guerra do Vietnã, que disse
não em maio de 68, que se opôs aos governos
militares, que se colocou na frente dos
tanques na Praça da Paz.
Nesse contexto, só nos resta lembrar o
recado que daria Tyler Durden, personagem
de Brad Pitt no mesmo Clube da Luta:
cuidado, porque ’as coisas que você possui
acabam possuindo você.‘
EXPEDIENTE
entral
Ponto Central é uma publicação do
Edição nº 7 - Setembro/Outubro de 2009
Coordenação Geral:
Regina Helena Saldanha Fonseca
Diagramação: José Adriano Bordignon
(43) 3321-6757
Rua Tupi, 455 - Cep 86020-350
Londrina-PR
www.pontuallondrina.com.br
[email protected]
Edição: Amanda Colombo
Supervisão e revisão:
Amanda Colombo
Jornalista responsável:
Denise Ligmanovski MTB 2290 DRT/PR
Tiragem: 10.000 exemplares
ponto central
Setembro / Outubro - 2009
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GERAL
EM LONDRINA
Alunos do Pontual Londrina são Campeões Paranaenses de Futsal
O time de futsal sub-15 do Pontual Centro de Ensino foi
campeão paranaense pelo campeonato JOCOPS, dia 14 de
Julho, tornando-se a 1ª escola de Londrina a participar do
campeonato brasileiro.
Primeiramente, o time de futsal Pontual Londrina venceu o
Tornescolon - Torneio londrinense; depois, a fase regional em
Bela Vista do Paraíso; em seguida, os atletas venceram a fase
Macro-Regional, realizada em Telêmaco Borba e, por fim, a
fase final em Curitiba: invictos nos 24 jogos de que
participaram em todo o campeonato, sob a supervisão do
professor de Educação Física Anderson Cristiano da Silva, do
Pontual Centro de Ensino, e do técnico Alessandro de Oliveira,
do Iate Clube.
Sempre acompanhados pelos pais, os jogadores tiveram
apoio constante, mesmo distantes de casa, como conta o aluno
Matheus Brito Codato: “A presença dos pais dá mais
tranqüilidade e confiança, é um incentivo. Meu pai (Marcílio
Codato Junior) fala para eu ficar bem calmo e que todos têm
que estar juntos, o time precisa ser unido”. Interessante é ver
como as famílias se unem em torno dos filhos: os pais e mães,
que já acompanham essa jornada há quase quatro anos, criaram
uma bonita amizade.
O time campeão é composto por alunos do Pontual Centro
de Ensino que treinam no Iate Clube de Londrina, entre eles o
Alguns dos pais que acompanharam
a jornada do time.
Os atletas João Vitor Campos Carrer, Sergio Ronchi R. Filho, Guilherme Pagani Pires,
Yago Willian Prenzler de Souza, Matheus Britto Codato, Alberto Luiz Cunha Canezin,
Marcus Vinicius Prado dos Santos Lima, Matheus Augusto de Andrade Fiumari, João
Paulo Araujo Beraldo, Arthur Luiz Balan e João Victor Passoni Oliveira, o técnico
Alessandro de Oliveira e o professor Anderson.
atleta Sérgio Ronchi Filho, eleito o melhor jogador do campeonato paranaense.
“Eu nem desconfiava que seria eleito o melhor jogador do campeonato, mas
treinei muito e fiquei feliz com esse título, que se deve a todos os meus amigos
que jogaram comigo”, diz Sérgio.
ATUALIDADES
História para os dias de hoje
Vivemos a era da informação em tempo
real: a rapidez das notícias permite que, em
poucos segundos, acontecimentos sejam
conhecidos pelo mundo todo. Os veículos
de comunicação apresentam natural
facilidade em evidenciar “assuntos do
momento” que, sobrepondo a importância
dos demais, quer em número ou duração das
reportagens, são divulgados repetidamente à
exaustão.
Nos últimos meses, o “assunto do
momento”, muito mais divulgado que a
temível crise econômica mundial, é a
epidemia de gripe suína. Todos temos
informações sobre o vírus A (H1N1),
causador da influenza A, e existe um estado
de apreensão por estarmos diante de uma
pandemia (tipo de epidemia que se estende
por um continente ou por todo o mundo).
Acredita-se, entretanto, que os avanços na
ciência e medicina, melhorias nas condições
de alimentação, higiene e saneamento básico
façam com que essa gripe não seja
devastadora como a gripe espanhola, que
vitimou aproximadamente 50 milhões de
pessoas durante os anos de 1918 a 1920.
Aqui se apresenta uma importante
contribuição da História: a oportunidade de
aprender com erros passados. A gripe de
1918 se iniciou de forma branda, atingindo
agrupamentos de soldados localizados na
Espanha e que, ao final da 1ª Guerra
Mundial, retornaram para seus países
levando uma das maiores pandemias do
mundo contemporâneo, que poderia ter sido
de menor proporção caso a atenção e
preocupação devidas fossem somadas e
tomadas medidas preventivas.
Atualmente, possuímos órgãos
fiscalizadores, como a Organização Mundial
da Saúde – OMS, que monitora qualquer
variável a respeito da saúde da população
mundial, informando e alertando todos os
países. A prudência hoje praticada se deve à
experiência adquirida pelos acontecimentos
anteriores, exemplificados pela gripe de
1918. Conhecimentos históricos e
científicos, aliados à velocidade da
informação, preparam-nos para enfrentar
outra gripe de proporções globais. Cabe a
cada um colocar em prática as orientações
recomendadas e caminhar para a superação
de mais uma pandemia.
Carlos Augusto Portello é professor de
História, no Pontual Centro de Ensino.
Tabela - Maiores taxas de Mortalidade (por 100 mil hab.)
PELO MUNDO
Globalização e Saúde
Dentre as conseqüências da globalização, está a rápida
difusão de epidemias e sua transformação em pandemias.
O Brasil, que apresentou o primeiro caso da Gripe A em
maio de 2009, encabeça a lista de fatalidades.
Globalização é um processo histórico em que há um
aprofundamento da integração econômica, social, política e cultural.
Esse processo foi potencialmente acelerado através do barateamento
dos meios de transporte e comunicação entre os países do mundo,
especialmente no final do século XX e início do século XXI.
Geralmente, associamos a globalização somente a maravilhas e
benefícios por ela provocados, entretanto, há algumas reações adversas
geradas em seu âmago. Pobreza, miséria, fome, favelização e danos
ambientais são algumas dessas reações que as fábulas da globalização
não contam.
Um outro sintoma escuso que podemos atribuir a esse sistema é a
rápida proliferação de doenças graças ao elevado grau de integração
global, provocando pandemias, no caso de doenças infectocontagiosas. Uma doença é considerada pandemia quando é altamente
contagiosa e, ao se difundir, mata grande número de pessoas.A gripe
(influenza) comporta-se como um bom exemplo. Transmitida por um
vírus, ela é uma doença facilmente propagada em lugares fechados e
com aglomerações: características dos espaços onde há locomoção de
pessoas, como as rodoviárias, portos e aeroportos.
Vivemos um novo surto pandêmico de gripe, popularmente
conhecida como Gripe Suína, ou gripe tipo A H1N1. A OMS
(Organização Mundial da Saúde) classifica seis fases de alerta para as
pandemias; em abril de 2009, Margaret Chan, diretora-geral da agência
da ONU em Genebra, baseada em pareceres de especialistas em saúde
pública, elevava a pandemia para a fase 4 (nível em que ocorrem
transmissões significativas entre humanos). Entretanto, já no início de
junho, a OMS coloca o nível de alerta do vírus da gripe H1N1 na fase 6
(fase em que causa surtos significativos entre comunidades em mais de
uma região ou continente).
No Brasil, o primeiro caso de influenza A foi no início de maio, na
cidade do Rio de Janeiro, com um jovem de 21 anos que acabara de chegar
de Cancun - México (país com o foco inicial da gripe H1N1). No dia 26 de
agosto, o Ministério da Saúde publicou, em nota à imprensa, que o Brasil
já registrava a maior quantidade de mortos pela nova gripe. Até o dia 22
de agosto, foram observados 557 óbitos pelo vírus H1N1. Observe a
tabela ao lado.
De acordo com o boletim, no entanto, a taxa de mortalidade do Brasil
(0,29) é menor do que em outros seis países. Isso porque o percentual de
óbitos é calculado em relação à quantidade de habitantes e os países
adotam periodicidades diferentes nas atualizações de seus dados.
Outro fato importante é que, entre os 16 países apontados na tabela,
nove encontram-se no hemisfério Sul e sete deles estão entre as dez
maiores taxas de mortalidade mundial. Nesse caso, não podemos culpar
somente uma situação de pobreza, mas, sim, o contexto sazonal, ou seja, o
inverno nos países do sul. Os países do hemisfério Norte, que estão no
verão, têm, no momento, uma transmissão significativa-mente menor.
Percebemos que as facilidades de integração global podem possuir
algumas fragilidades, entretanto, de forma alguma, os reflexos da
pandemia até agora justificariam um bloqueio nas circulações mundiais.
Nessa fase do surto, a nossa responsabilidade, enquanto cidadãos, é a
cautela nos espaços de convívio, além de medidas simples como o lavar
as mãos.
Óbitos
País
1. Argentina
2. Chile
3. Costa Rica
4. Uruguai
5. Austrália
6. Paraguai
7. Brasil
8. Peru
9. Malásia
10. Canadá
11. Equador
12. Tailândia
13. EUA
14. México
15. Reino Unido
16. Colômbia
439
128
31
22
132
41
557
80
69
71
27
119
522
179
59
29
População
40.276.376
16.970.265
4.578.945
3.360.854
21.292.893
6.348.917
191.481.045
29.164.883
27.467.837
33.573.467
13.625.033
67.761.033
314.658.780
109.610.036
61.565.422
45.659.709
taxa de
Mortalid.
1,08
0,75
0,67
0,65
0,61
0,61
0,29
0,27
0,24
0,21
0,19
0,17
0,16
0,16
0,09
0,06
Atualização de óbitos: 26/8 - www.ecdc.europa.eu
Número de habitantes: IBGE/2009
André Tolino Neto, professor de Geografia do
Pontual Centro de Ensino: “As facilidades de
integração global podem possuir algumas
fragilidades, entretanto, de forma alguma os
reflexos da pandemia, até agora, justificariam um
bloqueio nas circulações mundiais.”
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ponto central
GERAL
Setembro / Outubro - 2009
NATUREZA
Tráfico de
animais silvestres
Londrina precisa de um centro de triagem
de animais silvestres; o Paraná precisa de vários
Os números relacionados ao tráfico de
animais silvestres são alarmantes. Só no
Brasil, cerca de 38 milhões são retirados da
natureza anualmente, dos quais apenas 4
milhões chegam vivos ao destino, pois, em
geral, são filhotes, portanto frágeis,
transportados em caixas muito pequenas e
privados de alimentação, além de sofrerem
alto estresse emocional.
O Brasil é um dos países que mais trafica
animais no mundo. São movimentados, aqui,
cerca de R$ 2.500.000.000,00 (dois bilhões e
quinhentos milhões de reais) ao ano com o
tráfico de diversas espécies, as quais,
geralmente, são compradas por colecionadores, zoológicos, pet shops ou fábricas de
artesanato dos países desenvolvidos (em
geral, os EUA - maior consumidor de vida
silvestre do mundo, Alemanha, Holanda,
Bélgica, França, Inglaterra, Suíça, Grécia,
Bulgária, Arábia Saudita e Japão). Em Duque
de Caxias, Rio de Janeiro, ocorre a maior feira
ilegal de animais silvestres do mundo. A pena
para esse tipo de crime não é rigorosa como
deveria, pois o lucro obtido, principalmente
nas transações internacionais, paga
facilmente as multas impostas. Um caçador
recebe, aproximadamente, R$ 2,00 por uma
ave silvestre, que vale R$ 50,00 para o
primeiro traficante e mais de R$ 1.000,00
quando vendida para o exterior. Uma arara
azul de Lear chega a custar U$ 60.000,00
(sessenta mil dólares) no mercado
internacional.
A bióloga Talita Saldanha, que luta pela
instauração de um CETAS em Londrina,
falou ao Ponto Central.
Jornal Ponto Central: O que é um
“CETAS”?
Professora Talita: Centro de Triagem de
Animais Silvestres. É um local que recebe
animais tanto de apreensões feitas pelos
órgãos fiscalizadores (Ibama, Polícia
Florestal, Força Verde, Polícia Rodoviária),
quanto de particulares.
O trabalho realizado nos Cetas é tentar
reabilitar esses animais e devolvê-los à
natureza. No caso das aves, se as asas não
estiverem irreversivelmente machucadas, é
fácil retornar o animal ao seu habitat natural.
Já no caso de mamíferos, nem sempre é
possível, pois têm afeto e, se forem filhotes ou
nascidos em cativeiro e não tiveram a
oportunidade de serem ensinados por suas
mães, não saberão caçar ou se proteger,
portanto, terão que ser encaminhados para
zoológicos onde serão bem tratados.
Ao serem apreendidos, os animais são
levados para um Cetas e passam por
quarentena, com realização de exames
clínicos a fim de verificar a existência de
doenças. Em seguida, ficam em viveiros para
reabilitação e, então, soltura. É importante
que os animais sejam soltos em seu habitat
natural e não em qualquer lugar, para não
morrerem nem causarem desequilíbrio
ecológico.
Há poucos Cetas no Brasil; no Paraná,
inclusive, há apenas três: em Telêmaco
Borba, Tijucas do Sul e Toledo. Assim, quase
não há para onde levar os animais
apreendidos, que acabam indo para
criadouros menores, muitos deles ilegais, ou
sendo soltos. Nesses criadouros menores, que
muitas vezes são de iniciativa privada, falta
espaço, alimento, verba para medicamentos e
Talita Saldanha, bióloga e professora de
ciências do Pontual Centro de Ensino e
idealizadora do Cetas Londrina:
“Não comprem animais silvestres, nem
por dó, para não estimular o tráfico”.
veterinários. Devido a isso, em Londrina, por
exemplo, mal têm sido feitas apreensões.
Jornal Ponto Central: De onde surgiu a
idéia de iniciar um “Cetas” em Londrina?
Professora Talita: Em 2008, como
professora das Estações de Aptidão do
Pontual Centro de Ensino, desenvolvi o
projeto “Tráfico de Animais Silvestres”. A
equipe do Pontual interessou-se pelo
conteúdo e me incentivou a encontrar uma
maneira de expandir o tema para além do
Colégio. Pensei, então, na importância de
haver um Cetas em Londrina. Eu sempre quis
trabalhar com animais e fazer pesquisa, e
percebi que é possível lutar pela preservação
dessas espécies. Durante o desenvolvimento
do projeto, convidei como palestrante uma
representante do Ibama que, por conhecer a
necessidade de um Cetas na cidade, apoioume a projetar a idéia.
Jornal Ponto Central: Que espécies o centro
atenderá?
Professora Talita: Aves, como periquitos,
papagaios, maritacas, gralhas, araras. Répteis
menores como jabuti e tigre d'água.
Mamíferos de pequeno porte, como gato e
cachorro do mato e primatas como sagui e
macaco prego.
Jornal Ponto Central: Como têm
caminhado os trâmites para que o centro de
Nome Comum / Inglês
Nome Científico
US$ / unidade
arara-azul-de-lear / lear´s macaw
Anodorhynchus leari
60.000
arara-azul / heacinthine macaw
Anodorhynchus hyacinthinus
25.000
arara-canindé / blue and yellow macaw
Ara ararauna
4.000
papagaio-de-cara-roxa / blue cheeked parrot
Amazona brasiliensis
6.000
flamingo / american flamingo
Phoenicopterus rubar
5.000
harpia / harpy eagle
Harpia harpyja
20.000
mico-leão-dourado / golden lion tamarin
Leontopithecus rosalia
20.000
uacari-branco / uakari
Cacajao calvus
15.000
jaguatirica / ocelot
Leopardus pardalis
10.000
(Valor aproximado de comércio das espécies para zoológicos e colecionadores particulares no exterior)
Fonte: Renctas (1° Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre)
reabilitação animal venha a funcionar? Já
existe uma previsão de data?
Professora Talita: O projeto para o Cetas em
Londrina está aguardando aprovação do
Ibama e confirmação de alguns parceiros. O
Ibama deverá fornecer a estrutura física
(construção das instalações, viveiros,
quarentena); a Unifil, por cuja resposta
aguardamos, faria a manutenção do Cetas
(funcionários, medicamentos, alimentação
dos animais) e o terreno foi disponibilizado
por um fazendeiro da região. A área, de
6.000m², precisa de aprovação da prefeitura,
por ser em região residencial.
Para que o primeiro centro de triagem de
animais silvestres de Londrina seja uma
realidade, dependemos da solução de certas
burocracias. Acreditamos, porém, que as
aprovações virão até o final de 2009, pois é de
extrema importância ao Ibama e a toda região
norte paranaense.
Jornal Ponto Central: De que maneira o
projeto Estações de Aptidão, do Pontual
Centro de Ensino, está relacionado com o
Centro de Triagem de Animais Silvestres?
Professora Talita: O Projeto desenvolvido
no Colégio trouxe a idéia e a inspiração para a
criação do Cetas, que terá um departamento
de educação ambiental, oferecendo palestras
e visitação pública monitorada, pois a
conscientização é uma de nossas maiores
funções, é uma medida preventiva. Assim,
pretendemos integrar os alunos.
Jornal Ponto Central: Como os
interessados podem ajudar?
Professora Talita: Primeiramente, não
comprem animais silvestres, nem por dó, para
não estimular o tráfico. Caso o leitor deseje
adquirir um animal silvestre, compre-o
legalizado, já nascido em cativeiro. Nunca
adquira um animal silvestre em estradas.
Pergunte ao vendedor sobre a documentação
do Ibama, uma “carteira de identidade” com
n° de registro do animal, data de nascimento e
sexo. Verifique se o animal possui uma anilha
na patinha, observando, entretanto, se não
está machucado, pois muitos traficantes
quebram a patinha do animal para colocar,
nele, uma falsa anilha. Não deixe de
investigar, também, se a documentação
apresentada provém, realmente, do Ibama. O
telefone do Ibama é 3322-4956.
Os supermercados e sacolões, que
descartam frutas e verduras, poderão nos
ajudar doando esses alimentos para o Cetas,
assim como as empresas de medicamentos
veterinários ajudarão muito se doarem
medicamentos. Outras pessoas interessadas
em ajudar devem entrar em contato pelo
telefone 9935-2388.
Ajude, também, denunciando o tráfico de
animais para a Linha Verde, pelo telefone
0800 61 8080.
NÃO COMPRE ANIMAIS DE ORIGEM DUVIDOSA. PROTEJA NOSSA FAUNA DA EXTINÇÃO DE ESPÉCIES!
ponto central
Setembro / Outubro - 2009
EDUCAÇÃO
5
ENTREVISTA
Desejo de ir à escola
O Jornal Ponto Central entrevistou Vera
Hilst, secretária de Educação de Londrina, e
admirou a clareza de idéias e as opiniões bem
formuladas sobre o processo educacional.
Admirou mais presenciar a seriedade com que a
equipe encara a ausência dos alunos na escola.
Durante a entrevista, chegou o responsável por
uma equipe que havia sido enviada para
investigar duas crianças que não estavam
matriculadas em nenhuma instituição escolar de
Londrina. No local, constataram haver seis
crianças em idade escolar que não estavam
freqüentando a escola. A equipe ficou
transtornada com a situação, como se fosse um
problema pessoal seríssimo. Vestem a camisa,
importam-se, realmente, com a educação.
Ponto Central: Segundo a pesquisa “Motivos
de evasão escolar”, divulgada pela FGV em
abril de 2009, 40,3% dos jovens justificaram o
abandono da escola pela falta de interesse. Na
opinião da senhora, qual a razão da falta de
interesse em ir à escola?
Vera Hilst: São várias as razões. Primeiramente,
a família estabelece um estigma ao considerar a
escola um peso para os jovens. Vem se
perpetuando, de geração em geração, a idéia de
que a escola é uma dificuldade pela qual a
criança ou adolescente precisa passar. Assim, os
próprios pais transmitem o mito: escola é uma
obrigação desagradável, um tipo de mal
necessário.
Outra questão importante é o compromisso
delegado aos professores de repassar ao aluno
uma determinada quantidade de conteúdo.
Muitas vezes, o compromisso de transmitir toda
a matéria se sobrepõe à vocação de ser educador.
Além disso, diversas escolas apresentam
ambientes inadequados para o bom desenvolvimento dos alunos, como lugares escuros ou
desconfortáveis, onde fica difícil produzir.
Há fatores propriamente pedagógicos que
também geram falta de interesse em ir à escola.
Existem crianças com níveis de dificuldade
diferentes e algumas que necessitam de um
tempo maior para aprender. Os professores
precisam saber lidar com isso, caso contrário, o
aluno se desestimula.
O relacionamento com os colegas pode
influenciar muito a freqüência e o rendimento
escolar. Uma criança que sofre rejeição e não é
aceita pelo grupo fica triste, afastada e perde o
ânimo de ir para a escola. As crianças, em geral,
não costumam rejeitar portadores de
necessidades especiais, mas algumas praticam
bullying contra os diferentes.
A escola pode ser altamente atrativa ou
completamente desmotivadora, depende de
como o aluno é recebido.
Ponto Central: Para incentivar o regresso de
jovens às escolas, a Secretaria Municipal de
Educação de Santa Maria (RS) passou a
oferecer atividades extracurriculares como
canoagem e futebol que os alunos podem
frequentar caso não faltem às aulas regulares.
A senhora acredita que essa medida é
funcional? Por quê?
Vera Hilst: Essa medida é a chamada
meritocracia: estimular a presença por prêmios,
com atividades lúdicas no contraturno. É
interessante e válido, pois temos que oferecer
atividades que levem o aluno a buscar a escola,
coisas que despertem a vontade das crianças e
adolescentes e, ao mesmo tempo, completam
sua formação. Eles gostam de dança, teatro,
circo e, através desses recursos, podemos
trabalhar diversas áreas do conhecimento, como
o português e a matemática.
Ponto Central: De que maneira a senhora
acredita que a escola poderia se tornar mais
interessante para os jovens?
Vera Hilst: Oferecendo opções que vão além
do quadro negro. As escolas podem trabalhar
conteúdos através de atividades lúdicas e
práticas. A geometria pode ser estudada
montando-se uma pipa, a leitura pode ser
treinada através de aulas de teatro, o português
pode ser trabalhado com música e assim por
diante.
A escola precisa ser um ambiente agradável,
onde o aluno se sente acolhido para produzir,
desenvolvendo suas habilidades. Os arquitetos e
engenheiros, ao projetarem uma escola,
precisam pensá-la como um espaço claro,
iluminado e colorido. Costumo sugerir aos
diretores que imprimam uma identidade em sua
escola como fazem em seus lares, de forma que o
aluno se sinta em casa.
Ponto Central: E qual é o papel do professor
nesse processo, dentro dos recursos que lhe são
viáveis?
Vera Hilst: O papel do professor é fundamental!
Ainda há professores que deixam problemas
pessoais interferirem em suas aulas, bem como
há os que escolhem erradamente a profissão e,
por isso, mantêm-se distantes dos alunos,
tratando o trabalho como uma obrigação, ao
invés de vocação.
O professor-educador não atua somente na sala
de aula, atua onde estiver, em qualquer ambiente
da escola ou mesmo da cidade em que vive. Uma
postura educadora constrói uma escola e
constrói uma cidade que respeita o meio
ambiente, o trânsito, o outro. O professor que se
compromete com o sucesso dos alunos,
tomando-o como um sucesso pessoal, consegue
despertar o jovem para a escola.
Quando o professor trabalha as diferenças,
ensinando respeito mútuo e aceitação, evita que
algumas crianças tenham atitudes agressivas ou
traumatizantes contra outras, evita a prática do
bullying, e afasta o desestímulo escolar.
Ponto Central: E o papel da família? Como ela
pode gerar, no jovem, o interesse em ir à
escola?
Vera Hilst: É preciso participar das reuniões
escolares com prazer. Os pais não podem tratálas como um peso perante seus filhos, mas
Vera Hilst, secretária de Educação de Londrina: “Vem se perpetuando, de geração em geração, a
idéia de que a escola é uma dificuldade pela qual a criança ou adolescente precisa passar. Assim,
os próprios pais transmitem o mito”.
devem se mostrar empolgados para as reuniões.
Além disso, é importante que a família participe
das atividades escolares, pergunte o que o filho
aprendeu diariamente, acompanhe o rendimento
escolar de perto e verifique as tarefas.
Quanto mais a família valoriza a escola, mais o
aluno rende em sala de aula.
Ponto Central: A vontade de ir à escola e a
vontade de estudar são distintas. Um aluno
pode gostar de ir à escola por causa dos amigos,
mas não gostar de estudar. Inclusive,
pouquíssimos jovens têm o hábito de estudar
em casa. A que a senhora atribui essa
afirmação?
Vera Hilst: O pensamento investigativo é pouco
estimulado. Uma vez que se desperta na criança
uma curiosidade de saber como as coisas
funcionam, cada vez mais o aluno vai buscar
conhecimento e, portanto, sentirá desejo de
estudar. A educação, hoje, precisa trabalhar três
eixos fundamentais: sustentabilidade, empreendedorismo e pensamento investigativo. A
sustentabilidade é fundamental para a própria
existência humana, o empreendedorismo é a
autonomia do ser humano, é aprender a
desenvolver as próprias idéias e solucionar
problemas particulares, do bairro, da cidade; é
descobrir soluções. Aliando o pensamento
investigativo ao empreendedorismo, uma
pessoa pode estabelecer a meta que quiser e
atingi-la.
Ponto Central: Como os professores e a
família podem incentivar as crianças e
adolescentes a estudarem com prazer?
Vera Hilst: Provocando a curiosidade. Quando
o aluno pergunta sobre o funcionamento do
pulmão, o professor pode simplesmente falar, ou
mostrar uma imagem, ou, ainda, fazer uma fácil,
porém rica demonstração com bexigas, que
marcará a memória da criança. Os pais podem
lançar outras perguntas como respostas aos
questionamentos de seus filhos, para que o
próprio jovem procure as respostas nos recursos
disponíveis (livros, Internet). Oferecer opções
de leitura é um recurso muito válido. É bom
procurar o que o filho gosta de ler, mesmo que
sejam gibis.
Ponto Central: Como a senhora enxerga o tipo
de escola que incentiva o aluno a estudar?
Vera Hilst: A escola onde a criança tem
vontade de ir, onde há portas abertas para
acolher iniciativas e boas idéias e onde há
educadores comprometidos.
6
ponto central
PONTO DE VISTA
Setembro / Outubro - 2009
O que você acha do consumismo?
Leonardo
Nakamura,
5ª série.
Beatriz
Nagayama,
7ª série.
“Eu acho que o consumismo não
precisava existir. As pessoas deviam comprar
só o que precisam.”
“Eu acho que o consumismo é ruim
porque os homens compram cada vez mais
coisas desnecessárias.”
Guilherme
Henrique
Gomes,
7ª série.
André
Garcia
Polissa,
3ª série.
“Eu acho que o consumismo é bom para o
comércio e para quem compra também,
porque a gente sempre tem uma coisa nova.”
Lívia
Cotarelli
Maroshima,
2° Ano do
Ensino
Médio.
“Eu acho que o consumismo é bom, pois
se você tem um carro mais ou menos, você
vai querer um novo, porque é mais bonito. Se
você não tiver dinheiro, fica com aquele
carro e trabalha mais para comprar um novo.
Então o consumismo estimula o trabalho.”
Danielli
Cotarelli
Maroshima,
7ª série
“Eu acho que o consumismo é algo a que
as pessoas estão muito presas e não prestam
mais atenção no que realmente importa: o
interior do ser humano. O consumismo é uma
casca que as pessoas colocam em volta de si
para esconder o que são de verdade.”
“Eu acho que o consumismo é ruim,
porque os homens vão gastando mais
dinheiro com coisas desnecessárias.”
Nathália
Tiemi
Pereira
Tokunag,
5ª série.
“Eu acho que o consumismo, se for muito
exagerado, faz a pessoa ficar viciada e
consumir produtos que nem precisariam ser
consumidos. Se a pessoa não ficar muito
viciada, é bom!”
Matheus
Rodrigues
Correa
dos Alves,
5ª série.
Gabriel
Merlini,
2° Ano do
Ensino
Médio.
“Eu acho que o consumismo é uma
doença do século XXI, pois, no Capitalismo,
tudo já é feito para não durar.”
Lucas
Magnani,
7ª série.
“Eu acho que o consumismo é uma
bobagem, porque ter uma coisa de cada já está
bom. Mas eu queria comprar outro tênis!”
“Eu acho que o consumismo é chato
porque as pessoas ficam “se achando”
quando têm as melhores coisas.”
Ana Júlia
Giocondo
Saldanha,
3ª série.
“Eu acho que o consumismo é ruim,
porque polui o meio ambiente e, às vezes,
quando o produto ainda está bom, as pessoas
jogam fora e não deveriam.”
Gustavo
Martins
Vila, 2°
Ano do
Ensino
Médio.
“Eu acho que o consumismo não é bom,
porque o consumo exagerado, como tudo o que é
em exagero, não é bom. Acho que o consumismo
gera vários males: 1° quanto ao meio ambiente,
pois as pessoas deveriam ter a consciência de
que podem prejudicar a natureza. Há, também, a
questão ideológica, pois consumistas passam
para os filhos esse mau costume e os filhos não
vão mais parar de ser consumistas; ou seja,
prejudica a educação. Além disso, o
consumismo torna as pessoas mais competitivas
e agressivas, gera um individualismo que faz
umas passarem por cima das outras.”
O que motiva você para vir à escola?
Marina
Hilst,
6ª série.
“O que me motiva a vir à escola depende
do dia. Quando tem aula legal é mais
motivante, venho com vontade. Quando tem
aula que acho chata, venho porque minha mãe
fala que tenho que aprender.”
Mário
Vanzella
Bonalume,
5ª série.
“O que me motiva a vir à escola é que
gosto de ver os amigos.”
Nathália
Halmann,
2° Ano do
Ensino
Médio.
“O que me motiva a vir à escola são as
aulas legais e os amigos. Acho que a escola é
um lugar de muito convívio social. Se eu não
viesse à escola, não iria conhecer ninguém.“
Gabriel
Gonçalves
Pereira, 6ª
série.
“O que me motiva a vir à escola são os
amigos, alguns professores que são legais e
algumas aulas também. Aulas como Artes,
Educação Física, Geografia e História me
motivam, porque eu fico pensando sobre os
conteúdos dessas matérias.”
Júlia
Canezin
Siscati,
3ª série.
“O que me motiva a vir à escola é estudar e
aprender. Acho que as aulas são legais.”
Mariana
Barra
Ferreira,
3ª série.
“O que me motiva a vir à escola é vontade
de estudar, gosto de estudar.”
Fábio
Guimarães,
7ª série.
“O que me motiva a vir à escola é estudar.
Eu não gosto muito de estudar, mas gosto de
vir à escola porque faço amigos.”
Gustavo
Henrique
Ferreira
Fabiano,
2° ano.
“O que me motiva a vir à escola é que eu
gosto de estudar e gosto de tarefa, porque, para
mim, não é difícil de fazer.”
Thiago
Henrique
Gomes,
7ª série.
“O que me motiva a vir à escola é ser uma
pessoa melhor no futuro. Sei que, vindo à
escola, vou conseguir um emprego melhor.”
Lucas
Gonçalves
Pereira, 6ª
série.
“O que me motiva a vir à escola são os
amigos, porque eles são legais e os meus
melhores amigos são da escola.”
Miguel
Francisco
Rossete
Arruda,
3ª série.
“O que me motiva a vir à escola é estudar
para não ficar burro. Se eu não estudar,
esqueço tudo, por isso é melhor vir para a
escola.”
Flávio de
Araújo
Moreira,
2° ano.
“O que me motiva a vir à escola é
aprender. Eu gosto de aprender e venho para a
escola animado.”
Setembro / Outubro - 2009
ponto central
PONTO DE VISTA
7
A escola ajuda a pensar no que você quer ser no futuro?
Laura
Magalhães
Benossi,
3° ano.
“A escola me ajuda a pensar no que
quero ser no futuro porque ensina bem.”
Camila Yumi
Ogata Hirata
3ª série.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque, estudando, vou
conhecendo mais coisas.”
Karlla Cristina
Camargo Torelli,
2° Ano do Ensino
Médio.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque há várias atividades que
nos ajudam e informam sobre as profissões,
como os projetos das Estações de Aptidão, as
palestras e até os professores em sala de aula,
que também ajudam bastante, dão dicas, falam
como são as profissões, o que vamos
enfrentar.”
Lucas
Teodoro
Machado,
2° Ano do
Ensino
Médio.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque oferece muitas atividades
para ver em que me encaixo, como os projetos
das Estações de Aptidão.”
Clara Rainha
Ferraz Dias,
3ª série.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque, ensinando as matérias,
me mostra várias coisas que posso ser.”
José Henrique
Gorgoni
Zampieri, 3°
Ano do
Ensino Médio.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque algumas matérias que
aprendi vieram confirmando o que eu sempre
quis ser desde criança, Médico, e outras
matérias confirmaram o que eu não queria
ser.”
Isabela
Publio
Gasparoto,
6ª série.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque os projetos das Estações
de Aptidão ensinam a gente a ter idéia do que
queremos ser.”
Celina
Tanaka,
5ª série.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque a gente aprende várias
coisas e, se a gente gosta, pode fazer no
futuro.”
Fernanda
Canezin,
2° Ano do
Ensino Médio.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque mostra as áreas do
conhecimento em que tenho mais habilidade.
Mas acho que cada pessoa já nasce com um
dom que vai evoluindo.”
Márcia
Helena
Sorreque,
2° Ano do
Ensino
Médio.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque, primeiramente, posso
ver as matérias com que me identifico mais,
escolher a profissão que quero e ver as
específicas dela no vestibular.”
Tatiana
Apezzato,
8ª série.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque mostra quais matérias
me interessam mais e o conteúdo dessas
matérias pode acabar sendo o que quero fazer
no futuro.”
Pietro
Romero
Sicca, 6ª
série.
“A escola me ajuda a pensar no que quero
ser no futuro porque, em muitas matérias, a
escola já ensina como posso ser professor, ou
um ótimo matemático, um bom cientista e ter
um ótimo futuro.”
Para que você usa a Internet?
Ângelo
Barrero
Garcia,
5ª série.
“Eu uso a Internet para jogar, que é o que
gosto, baixar coisas como músicas, jogos,
arquivos que uso no Projeto Estações de
Aptidão e para pesquisar coisas no geral.”
Lucas
Magalhães
Benossi,
6ª série.
“Eu uso a Internet para pegar músicas,
entrar no MSN, Orkut, You Tube e pesquisas
diversas, para fazer trabalho.”
Marina
Benassi
de Matos,
3ª série.
“Eu uso a Internet para site de jogos, às
vezes; outras vezes, Portal Positivo e, quando
falto na aula, entro no site do Pontual para ver
minhas tarefas.”
Maria
Paula
Cardeal
Volpi, 1°
Ano do
Ensino
Médio.
“Eu uso a Internet para Orkut, MSN, e
para fazer pesquisas e trabalhos.”
Gabriel
Marquezi,
8ª série.
“Eu uso a Internet para sites como Orkut,
You Tube, MSN.”
Isabela
Cavalcanti
Avelar
Geraldis,
5ª série.
“Eu uso a Internet para pesquisar para
trabalhos, jogar, entrar no Orkut.”
Juliana
Lupi Dias,
3° Ano do
Ensino
Médio.
“Eu uso a Internet para fazer pesquisa e
conversar com os amigos.”
Gabriel
Franco
1° Ano do
Ensino
Médio.
“Eu uso a Internet mais para música e
jogos, um pouco para procurar endereços e
telefones, e para estudo, pesquisando o
conteúdo de trabalhos nos sites de busca.”
Giovanna
Domingues,
5ª série.
“Eu uso a Internet para me divertir e fazer
trabalhos escolares.”
Rafael
Augusto
Coelho
Macedo,
Curso PréVestibular.
“Eu uso a Internet para várias coisas.
Mexo com fotos, por hobby, então uso a
Internet para edição; uso para fins sociais,
também, como MSN; uso para estudos: pegar
provas e questões de vestibulares.”
Gabriela
Daguia
Rosa,
Curso Prévestibular.
“Eu uso a Internet para estudar (pego
textos de conteúdos que, às vezes, não estão
tão aprofundados nas apostilas, faço questões
online), uso para conversar com amigos que
são de fora do Brasil, pois esse tipo de
comunicação tem que ser pela Internet,
mando e-mail para amigos, por ser uma
comunicação fácil, e uso a Internet para lazer,
leituras por hobby, e pesquisa sobre lugares
para viajar.”
8
ponto central
EDUCAÇÃO
Setembro / Outubro - 2009
ENSINO REAL
Tamanho da escola influencia o aprendizado
Em junho de 2009, a Revista Educação publicou uma matéria
a respeito da medida certa de uma escola. Na citada edição, a
consultora Paula Lousano, doutora em Política Educacional
Comparada pela Harvard, explica que as desvantagens de uma
infraestrutura educacional de maior dimensão superam as
vantagens, pois, segundo ela, quanto maior o espaço, maiores as
dificuldades para gerenciá-lo e multiplicam-se os processos
burocráticos. A reportagem defende, também, que há um ponto
ótimo em número de alunos por instituição, o qual garante um
custo razoável, mas permite, aos professores e coordenadores,
conhecer bem cada aluno, direcionando melhor as aulas e sabendo
exatamente que atitude tomar diante das dificuldades individuais.
Esse número, segundo Juca Gil, especialista em Política e
Organização da Educação no Brasil pela USP, é entre 500 e 700
alunos.
O colunista Mário Eugênio Saturno, na Revista Profissão
Mestre, de agosto, citou um recente estudo da Universidade de
Rochester, EUA, mostrando que o tamanho da escola influencia
no aprendizado. Os pesquisadores constataram que os estudantes
aprendem menos em escolas pequenas e consideravelmente
menos nas grandes escolas, principalmente naquelas com mais de
2100 estudantes, e concluíram que o tamanho ideal para a escola é
de 600 a 900 alunos. A pesquisa foi realizada com
aproximadamente dez mil estudantes de 789 escolas de ensino
médio públicas, católicas e particulares de elite dos Estados
Unidos, durante quatro anos, medindo o aprendizado adquirido.
A FAMÍLIA FALA
Os dados comprovam que megas estruturas educacionais,
apesar de impressionarem, não são necessariamente excelentes
opções. A professora Eromih Izabel Hummel, coordenadora do
curso de Pedagogia da Faculdade Pitágoras (Londrina-PR), falou ao
Ponto Central: “A influência da infra-estrutura na qualidade da
educação dependerá das relações entre as ações pedagógicas
propostas pela escola. Como exemplo, não adianta termos escolas
equipadas com diversos recursos tecnológicos, como salas
multimídias, laboratórios de informática, laboratórios de ciências,
quadras esportivas, se não houver um projeto pedagógico que
contemple a utilização adequada destes espaços, se os professores
não tiverem formação específica para inserir diferentes recursos e
espaços físicos no planejamentos de suas aulas.”
O ALUNO FALA
Roseli Aparecida Cocco Pirolo
Gustavo Ferrareto Matsui
“Eu acho que o Pontual Centro de Ensino é
uma escola de ótimo tamanho, porque não
gosto de colégio muito grande, com muitos
alunos; acho que, nesses lugares, o aluno
foge dos olhos do professor. Gosto de escola
mãezona, onde o professor conhece o aluno,
a equipe sabe quem ele é e onde está,
acompanha bem o desenvolvimento. Prefiro
que minha filha estude num lugar assim e
gosto muito do Pontual por isso.”
“Na minha opinião, o Pontual tem um
tamanho muito bom, porque escolas com
muitos alunos costumam ser muito
barulhentas e, com mais silêncio, fica mais
fácil estudar. Já estudei em colégios
maiores que o Pontual e em colégios
menores, e prefiro o Pontual.”
Professora Roseli Aparecida Cocco Pirolo,
mãe da aluna Thamires Cocco Pirolo,
7ª série, do Pontual Centro de Ensino
Mário Matsui (Pai do aluno Gustavo Matsui)
“O Pontual tem uma estrutura muito boa e está com um bom porte, o que permite dar
mais atenção aos alunos.”
Gustavo Ferrareto Matsui, aluno da 8ª série do
Pontual Centro de Ensino, e o pai, Mário Matsui
Ághata Elena Zago
Thamires Cocco Pirolo
“Eu adoro o tamanho do Pontual, pois acho
que é confortável e prático. Não gosto de
escolas muito grandes porque são
impessoais, nem de escolas muito
pequenas, onde não se tem privacidade. No
Pontual, sinto-me em casa e tenho espaço
para fazer o que quiser.”
“Eu gosto muito do tamanho do Pontual.
Para mim, é muito confortável, porque não
gosto de muita gente no mesmo lugar.
Parece que a escola aconchega a gente!”
ARTIGO
INFORMATIVO
Lógica desde cedo
Oficinas: Lógica, Interpretação e
Matemática básica na sala de aula
Entenda por que o estudo da lógica
vai muito além da matemática
É fácil encontrar, nas escolas, alunos com
dificuldades em disciplinas da área de exatas,
em que são cobrados por sua habilidade de
raciocínio. Alguns conseguem decorar histórias
facilmente para as provas, mas as esquecem,
depois, com a mesma facilidade. Em momentos
como esse é que se torna perceptível a relevância
da lógica e sua forma de raciocínio desde o
início da educação.
De acordo com Irving Marner Copi, em sua
obra Introdução à Lógica, de 1978, é o estudo da
lógica que diferencia a capacidade de raciocinar
de duas pessoas. Aquele que a estuda tem mais
facilidade no desenvolvimento do raciocínio, da
ordem das idéias e dos juízos. Assim, quem
entende a lógica é capaz de concluir por meio do
raciocínio e não corre o risco do esquecimento,
pois, ainda que não lembre de imediato o fato
aprendido, poderá apontá-lo mais uma vez.
Essa necessidade do estudo da lógica fica
ainda mais evidente quando se aumenta a
complexidade do tema em análise, tema esse
que não precisa ser, necessariamente, um
conteúdo a se aprender. Pode-se pensar em uma
negociação, por exemplo. Aquele que tem um
bom raciocínio lógico – seqüenciado e criativo –
é capaz de ordenar seus pensamentos e conduzir
a conversa com base em argumentos sólidos,
usando a lógica como uma verdadeira “arma” de
ataque ou defesa.
Todavia, ressalta-se que o convencimento só
é possível quando há uma base sólida, seja a
autoridade ou uma boa argumentação, portanto,
ainda que o contexto se apresente contrário à sua
vitória, é possível, com a lógica, conseguir êxito
Professora Larissa: “A lógica não está fechada às
disciplinas exatas. Sua compreensão e estudo
permitem ir além, favorecendo entendimentos em
todas as ciências e em todas as atividades
humanas.”
em uma negociação. Nesse sentido, a lógica é
capaz de refutar argumentos falaciosos, o que
fica claro no campo da filosofia. Ainda que os
conhecidos silogismos levem a falsas
conclusões, é possível refutá-las com o uso da
lógica.
Esse panorama deixa claro que a lógica não
está fechada às disciplinas exatas. Sua
compreensão e estudo permitem ir além,
favorecendo entendimentos em todas as
ciências e, por que não, em todas as atividades
humanas. Diante disso, fica evidente que o
estudo da lógica é essencial e, quanto antes for
trabalhado com a criança, maior será sua
facilidade de compreensão de mundo e
expressão de seu entendimento.
A professora Silvia Crusiol, coordenadora do
Pontual Assiste, é a responsável pelas oficinas
A equipe do Pontual Centro de Ensino
entende a importância de aplicar o estudo
da lógica na educação de seus alunos, pois
trabalhar o raciocínio contribuirá para uma
real compreensão de todas as disciplinas
escolares, propiciando uma construção
verdadeira do saber. Da mesma maneira, é
de alta relevância exercitar a interpretação
de textos, já que, tanto em matérias
humanas, quanto em exatas e biológicas,
não se consegue ter independência para ler,
estudar ou debater, caso não se entenda com
clareza a mensagem transmitida pelos
textos.
Pensando assim, o Pontual Centro de
Ensino implantou Oficinas de Lógica, de
Comunicação (Interpretação de textos e
Ortografia) e de Matemática Básica, que
tiveram início no segundo semestre de 2009
e acontecem no contraturno, abertas a todos
os alunos interessados. As oficinas
exploram o lúdico e a prática para
incentivar um amplo desenvolvimento de
habilidades, bem como um maior interesse
dos estudantes para essa rica oportunidade.
Nas Oficinas de Lógica, recursos como
Jogo Detetive, Montagem de Figuras
Geométricas, Jogo Mastermind, Régua
Cusainaire e Jogos de Lógica da Internet
são utilizados para analisar as situações e
exclusões que limitam a certas escolhas,
gerar noção de espaço, exercitar contagem
e cálculo e aperfeiçoar o raciocínio de
forma descontraída e natural. Já nas
Oficinas de Comunicação, os participantes
fazem uso da interpretação e produção de
textos - visuais ou escritos – para criar uma
campanha publicitária e uma revista
eletrônica em formato de blog. A Oficina de
Matemática Básica visa a fixar os
conteúdos mais primários e essenciais
dessa disciplina para evitar que os
estudantes arrastem dificuldades por toda a
vida escolar.
E, para 2010, virão mais novidades!
ponto central
Setembro / Outubro - 2009
CULTURA
9
NOVIDADES
1ª mostra das estações de aptidão
A 1ª Mostra das Estações de Aptidão, realizada no Pontual Centro
de Ensino, uniu escola e família em torno dos trabalhos realizados
pelos alunos como conseqüência e prova de seu aprendizado.
Diferentemente das tradicionais feiras de
ciências, o Pontual Centro de Ensino promove,
duas vezes ao ano, a Mostra das Estações de
Aptidão, para que as famílias dos alunos e a
comunidade em geral conheçam os estudos e
pesquisas realizados durante os projetos, bem
como seu resultado em termos práticos de
construção do conhecimento.
A 1ª Mostra das Estações de Aptidão
aconteceu dia 09/05/2009, envolvendo os 14
projetos que fizeram parte do primeiro semestre
das Estações. Pais, avós, amigos e alunos
preencheram as instalações do Pontual Centro
de Ensino, onde predominou a propagação do
saber. A diretora geral do Pontual Centro de
Ensino, Regina Helena Saldanha Fonseca, disse,
em entrevista à aluna Bárbara Diniz, 7ª série, do
projeto Assessoria de Imprensa: “O colégio está
investindo nas Estações de Aptidão, pois
queremos que os alunos absorvam, na prática, o
sentido de tudo o que aprendem; dessa forma,
ficam mais motivados. Os alunos apresentam
uma participação muito positiva e os pais estão
saindo satisfeitos.”
O professor Rodolfo Funfas, responsável
pelo projeto Reciclagem do Óleo de Fritura,
contou, em entrevista ao aluno Sérgio Ronchi, 8ª
série, do Projeto Assessoria de Imprensa, que
pretendia ensinar à sociedade possíveis idéias
capazes de ajudar o meio ambiente, através da
mostragem do produto bruto (óleo de cozinha
inutilizado) e sua transformação em reciclável
(sabão). O professor espera que os alunos
tenham aprendido a ter consciência ambiental,
já que se empenharam bastante na mostra do
projeto e realizaram, com as próprias mãos, o
processo químico de reciclagem do óleo de
cozinha.
Pedro Henrique Takemura, aluno da 6ª
série e participante do Projeto Assessoria de
Imprensa, entrevistou Marina Tomisaki,
culinarista, durante a visita que ela realizou ao
projeto Iguais e Diferentes: Por que a
Diversidade Cultural Faz Bem?”. Marina
visitou o projeto para conhecer a cultura de
diversos países e acredita que o trabalho
realizado é interessante pois apresenta as
vestimentas e objetos de decoração de outros
países e estimula a pesquisa. Ela gostou do
stand visitado, percebendo que os alunos
realmente entendiam sobre o tema, como é o
caso da participante Larissa Regina Jamus, do
1° Ano do Ensino Médio, que pesquisou sobre a
moda da Arábia e aprendeu, com a preparação
para a 1ª Mostra das Estações de Aptidão, a ter
determinação e não ter preguiça!
OBRA DE ARTE
Mestre Aleijadinho, em detalhes
Esta obra é uma das mais belas produzidas
pelo gênio do barroco mineiro, Antonio
Francisco Lisboa (1738-1814), mais conhecido
DICA DE FILME
como Aleijadinho. O mestre a produziu pouco
tempo antes que a misteriosa e terrível doença o
acometesse, deixando-o lentamente aleijado das
mãos.
A obra mostra Sant'Ana, mãe de Maria, ao
lado da filha, trazendo-a carinhosamente para si
com o braço esquerdo e, com a mão direita,
apontando para o Livro da Doutrinação, o
mesmo fazendo a bela menina de não mais que
dez anos. A mãe, sentada em sua cadeira de
encosto, tem o pé apoiado em um banquinho.
O livro aberto sobre os joelhos da avó de
Jesus parecer ser o elemento centralizador das
atenções, uma vez que as mãos das duas
personagens apontam diretamente para ele, no
que são acompanhadas pelos olhos. Assim,
quando o observador olha para a imagem, apesar
da beleza e realismo das faces róseas, seus olhos
instintivamente buscam o livro, como que
obedecendo a uma ordem interior.
A obra Sant'Ana Mestra foi executada por
Aleijadinho na segunda metade do século
XVIII, provavelmente após 1770, já que a
cadeira da mestra tem pés sinuosos e uma
elegante concha vazada como delicados ramos
de rosas, símbolo da Virgem Maria, e obedece ao
estilo D. José, comum no mobiliário brasileiro
das três ultimas décadas daquele século.
Como as obras sacras desse período não
eram assinadas pelos artistas, seria difícil
afirmar que o autor seja mesmo Aleijadinho. No
entanto, ao compararmos a Sant'Ana com outras
obras do mesmo período, de autoria
comprovada de Aleijadinho como é o caso de
São Simão Stock e São João da Cruz, feitas para
a Igreja do Carmo de Sabará e executadas no
primeiro semestre de 1779, as semelhanças de
estilo e técnica não deixam mais dúvidas. As três
esculturas foram feitas em Sabará, tendo sido
produzidas com o mesmo tipo de douramento
integral, e com pintura superposta, com
ornamentos gravados usando a técnica do
esgrafiado, nas vestes e nos relevos dourados
nas bordas (pastilhos).
O estilo de Aleijadinho, nessa fase, é mais
realista, sem as estilizações que caracterizariam
a obra futura, provocadas pelas limitações
impostas pela terrível doença.
As vestes da santa e de sua filha caem com
naturalidade, moldando as formas do corpo e
revelando a direção dos movimentos. As
fisionomias são rostos normais, naturais,
embora idealizados, iluminados pelo amor
materno-filial, que transmite uma profunda
sensação de paz e desapego.
Outra
característica interessante desse período é
produzir as estátuas de personagens
importantes, como a santa, em tamanho natural,
e as íris dos olhos em vidro, o que lhe conferia
maior realismo.
O médico e professor
Paulo André Chenso
leciona História
da Arte, no Pontual
Centro de Ensino.
Chama a atenção, na obra, o Livro da
Doutrinação, correspondente ao Antigo
Testamento, aberto sobre os joelhos de
Sant'Ana, o qual tem íntima relação com a
história da santa, pois ela foi defensora da
ortodoxia católica, além de revelar o sentido
mais profundo da lição ensinada a Maria.
Curiosamente, o texto escrito na página aberta,
isso durante o processo de pintura da estátua,
não expressa qualquer tema do Antigo
Testamento, mas, sim, um evento do Novo
Testamento, ainda por acontecer ao tempo que
viveu Sant'Ana. É possível identificar (apesar
das falhas) os três versículos iniciais do
Magnificat, que Maria entoou como resposta à
saudação de Isabel, sua prima, também grávida
como ela, de João Batista (Lucas 5: 47-49).
Sant'Ana, ao apontar, no livro, algo que ainda
não ocorrera (a vinda do Messias), é apresentada
na condição de profetisa.
A imagem retrata, independentemente do
caráter religioso, uma mãe ensinando a leitura à
jovem filha, daí o título de Sant'Ana Mestra
dado à obra.
Quem somos nós?
Quem Somos Nós? com o nome
original What the Bleep do We Know? é
uma produção que mistura documentário,
ficção e animações. As questões filosóficas e
científicas da mente são apresentadas de
maneira direta, levando o espectador à reflexão
e a envolver-se com a discussão sobre o
desenvolvimento do pensar autônomo e crítico.
Amanda (Marlee Matlin) se vê numa
experiência fantástica quando sua vida cotidiana
começa a se transformar, revelando o mundo
desconhecido dos valores, cultura e
interpretações da realidade que dependem de
normas morais e éticas.
O filme defende a premissa de que cada um é
responsável pelo controle de sua mente e de suas
ações. O novo pode ser instaurado o tempo todo,
obtendo, assim, novos resultados - "O mundo
não está lá independente de minha consciência.
O mundo só existe em possibilidades" (Trecho
retirado da legenda do filme).
Quem Somos Nós? também explora, através
de animações, a parte fisiológica responsável
pelas ações humanas, dando explicações sobre o
funcionamento do cérebro como órgão
controlador de todos os outros sistemas e
funções corporais.
O desfecho se dá sob a forma de desafio,
uma vez que é colocado em dúvida o próprio
conteúdo assistido, incitando o espectador a não
aceitar tudo o que lhe é imposto, a ser ativo,
ávido por conhecimento e, como na Grécia
Antiga, a buscar a verdade e a compreensão da
justiça.
Ficha Técnica
Título Original: What the bleep do we Know?
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 109 minutos
A dica é de Malu Marigo, professora de
filosofia no Pontual Centro de Ensino.
Ano de Lançamento (EUA): 2004
Site Oficial: www.whatthebleep.com
10
ponto central
ESPECIAL
Setembro / Outubro - 2009
PROFESSOR DESTAQUE
A arte de ensinar
A professora poetiza
Maria Aparecida Vince, professora do Ensino Fundamental I, no Pontual
Centro de Ensino, fala um pouco de seu perfil poetiza e de como o amor pelas
palavras contribui em suas aulas.
Maria Aparecida Vince, a professora poetiza.
A professora Maria Aparecida, conhecida
como Cidinha, é destaque na equipe docente
do Pontual, não só pela habilidade com que
transmite os princípios da boa escrita, nem só
pelo amor com que ensina, mas pela peculiar
vocação de escrever poesias e poemas
infantis. Cidinha falou ao Ponto Central como
professora e poetiza.
“As histórias contadas pelo meu pai foram
um dos motivos que me levaram a gostar de
escrever. Acho, também, que toda pessoa
romântica e amorosa tem inspiração para
escrever poemas e poesias.
Todas as vezes que escrevo, escrevo
para mim, usando palavras simples que
retratam a essência dos seus significados. É
uma forma que encontro de valorizar
alguém que amo, momentos importantes,
fases inesquecíveis.
Aprendi muito com as dificuldades de
minha vida. Tive uma infância difícil, porém
recebi uma formação maravilhosa, pois, para
meu pai, o estudo estava sempre em primeiro
lugar. O que ele me deixou, em termos de
educação, dignidade e respeito pelo próximo,
é o que carrego e me proporcionou condições
de chegar onde estou hoje.
Realizo o meu trabalho tentando passar
para os meus alunos tudo o que meu pai me
ensinou. Eu sempre digo às crianças que
temos dois caminhos a seguir: o do bem, onde
encontrarão amor, tranqüilidade e sucesso, e o
caminho do mal, onde as decepções e as
tristezas tomarão conta de suas vidas. Cabe a
cada um escolher.
Gosto tanto de escrever! E esse é o dom
mais bonito que Deus me deu. Assim, também
estou contribuindo, através das minhas aulas
de Redação, para que as crianças sintam o
quanto é gostoso escrever histórias, sejam
elas verdadeiras ou imaginárias.
O Pontual Centro de Ensino é um dos
poucos colégios que oferecem aos alunos uma
aula especial de Produção de Textos, na qual o
professor se preocupa em avaliar o resultado
do seu trabalho, valorizando a escrita da
linguagem formal, um pouco esquecida em
função da linguagem usada pelas crianças no
seu dia-a-dia.
Durante as aulas de Redação, brincamos
de trocar e falamos da linguagem bonita, que
agrada o leitor. Trocamos “a gente” por “nós”;
“um monte” por “muitos” ou “vários”; o “tá”
por “está” e, assim, as crianças vão
aprendendo que devemos escrever da forma
correta.
É importante lembrar que a criança não
tem as preocupações do adulto. A cabecinha
está livre para registrar momentos de beleza,
amor, amizade, respeito. É só ensiná-los
como reproduzir esses momentos. Esse é o
trabalho que realizo com amor e satisfação.”
De todas as artes que fiz
Uma me acompanhou
A arte de ensinar
Saboreando o prazer
De ver uma criança aprender
No meio de lindos rostinhos
E diferentes expressões
Juntando cada jeitinho
Realizo o meu trabalho
Complemento meus sonhos
Com o passar do tempo
O carinho e a dedicação
Se transformam em alegria
Ao ver o pequenino ser
Juntando os pedacinhos
Do pouco que ensinei
Construindo os seus sonhos
Em cima do alicerce
Que ajudei a construir
Maria Aparecida Vince
Primavera
Chegou a Primavera!
Flores, perfumes pelo ar!
É a natureza florida.
Que veio nos alegrar.
O canto dos passarinhos
Que voam pelo ar
Alegram os nossos dias
E nos convidam a amar.
É o mundo colorido
Tão bonito de se ver.
É a linda Primavera
Alegrando o meu viver.
Ana Flávia (ex-aluna da
professora Cidinha, 3ª série)
ALUNO DESTAQUE
Biblioteca feita a mão
David Gabriel sonhou com um clube de leitura. Viu que, para criar um,
precisava de uma biblioteca, e por não acreditar que era impossível, foi lá e fez.
Prateleiras e mais prateleiras, por toda a casa. Armários e até
uma geladeira que não funcionava mais virou estante para abrigar
títulos como “A mão e a Luva”, “Esaú e Jacó” (Machado de
Assis), “Crônicas de Nárnia” (C. S. Lewis), “Feliz Ano Velho”
(Marcelo Rubens Paiva), entre tantos livros didáticos,
enciclopédias, romances, livros de Direito e Educação Física.
Até a senhora Ester, que não gostava de ler, andou lendo livro de
900 páginas em 3 dias: aprendeu com o filho!
Aos dois anos de idade, David Gabriel R. Marques já dizia
que ia ser escritor. Nove anos mais tarde, dia 26 de julho de 2008,
David teve um sonho: uma menina chamada Aninha, moradora da
zona rural, não tinha recursos financeiros, mas queria montar um
clube de leitura para incentivar seus vizinhos a ler. Foi, então, às
rádios locais, à televisão, aos jornais e diversas pessoas
começaram a doar livros, enquanto a vizinhança passou a
freqüentar o clube de leitura, então viável. Enfim, Aninha recebeu
uma ligação de São Paulo, convidando-a para iniciar seu clube de
leitura lá. Alguém pagou-lhe o aluguel de uma sala, mais e mais
livros foram sendo doados, até que Aninha construiu uma
biblioteca gigante. Quando a menina se sentou na biblioteca para
ler um de seus muitos livros, David acordou.
David acordou inspirado! Percebeu que podia fazer como no
sonho: ajudar outras pessoas, incentivando-as a crescer através da
educação. O menino desenhou uma mascote para seu clube de
leitura, Aninha, claro, e juntou os poucos livros que tinha aos de
duas primas. Assim, teve início o Clubinho de Leitura Turminha
da Aninha. A Escola Estadual Moraes de Barros ajudou-os com
alguns livros, mas ainda eram poucos. David, então, tomou
coragem e recorreu à imprensa. Intimidado, ligou para o Jornal de
Londrina e pediu que viessem entrevistá-lo. Após três dias,
ninguém apareceu. David ligou de volta: “Necessito fazer uma
reportagem. Só temos 10 livros e tem muita criança!”
Graças à persistência do menino, com 11 anos na época, a
entrevista ficou marcada para a semana seguinte. Enfim, a matéria
que David queria foi publicada no dia 01/10/2008. Já nesse dia, o
telefone começou a tocar: pessoas e mais pessoas marcando
horário para que o pai de David, o senhor Davi, fosse buscar
David agora sonha em construir uma sala, sobre sua casa, para
organizar os livros, que tomam quase todo o espaço da casa. Para
isso, porém, é preciso ajuda: material e mão-de-obra, que custam
caro. Ele continua buscando jornais, rádios, televisão, e, dessa
forma, espera conseguir cada vez mais aliados.
Importa ressaltar o quanto é importante ter apoio para voar. O
senhor Davi e a senhora Ester, pais de David, são os maiores
parceiros do menino em seu sonho. Abrem as portas da casa,
buscam livros, organizam, recebem as pessoas e entendem que
têm um filho especial.
Ponto Central: Por que você gosta tanto de livros?
doações de livros. David e as primas faziam convites e
distribuíam por toda a vizinhança: “Você está convidado para
participar do super Clubinho de Leitura Turminha da Aninha, aos
sábados, às 13:30.”
Crianças lendo gibis, mulheres lendo romances, homens
pesquisando sobre viagens... Até às seis, sete horas da noite.
Pessoas de várias idades, diferentes interesses, unidas por um
ideal em comum: a busca pelo conhecimento. Vinte, trinta,
quarenta pessoas passeando por toda a casa, em cujos cômodos
estão dispostos os mais de 4500 livros que a biblioteca possui
hoje. Já não são mais feitos convitinhos, uns convidam os outros e
a cada sábado novas pessoas aparecem, lêem, fazem jogos de
leitura, conversam sobre os livros, estudam.
E o clubinho é coisa séria. Quem vem pela primeira vez é
cadastrado, como também são os livros. Quando o computador
que o clubinho ganhou ainda funcionava, os livros eram
emprestados, mas, por enquanto, não tem sido possível, pois o
computador não funciona mais e David, que está cuidando
sozinho do clubinho, não consegue fazer o controle, nem os
cadastros.
David: Livro é meio de conhecimento, que afasta o jovem das
drogas e das pessoas ruins. A leitura leva a um mundo fantástico!
Ponto Central: Em que a biblioteca tem contribuído na sua vida?
David: Todos esses livros têm me trazido muito conhecimento:
agora posso até escolher o que vou ler! E as pessoas que vêm ao
Clubinho, melhoram seu rendimento na escola.
Ponto Central: Quais foram os resultados da iniciativa que você
teve?
David: Aconteceram muitas coisas boas. Minha mãe pediu a
Deus que só mandasse gente boa para dentro da minha casa, já que
as pessoas que vêm aqui, nós nem conhecemos. E assim tem sido.
No dia em que saiu a reportagem no Jornal de Londrina, ganhei
um presente que meus pais pediam a Deus há sete anos: uma bolsa
de estudos para ser aluno do Pontual Centro de Ensino, por todo o
Ensino Fundamental até o término do Ensino Médio.
Ponto Central: Fale um pouco sobre força de vontade.
David: Eu tive força de vontade e há muitas pessoas que querem
construir clubes de leitura. É correr atrás, procurar, divulgar e
nunca esquecer os sonhos. Temos que buscar sempre!
Setembro / Outubro - 2009
ponto central
Pontual em flashes
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