Tabloide Pontual - Setembro - 2009.cdr
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Tabloide Pontual - Setembro - 2009.cdr
ponto central Edição Nº 07 Todos os direitos reservados - Pontual Centro de Ensino LONDRINA, SETEMBRO-OUTUBRO DE 2009 Tráfico de animais silvestres As proporções do tráfico são assustadoras, mas existem pessoas que se mobilizam para lutar contra. A bióloga e professora Talita Saldanha explica as motivações e o caminho do tráfico de Animais Silvestres e propõe medidas para impedi-lo, além de remediar suas consequências. Página 4 EDUCAÇÃO Estímulo para gostar de estudar Em entrevista ao Ponto Central, a Secretária de Educação de Londrina, Vera Hilst, explica fatores que afastam alunos da escola, dando dicas aos pais e professores para estimular os jovens a estudar com prazer. Página 5 SOCIOLOGIA E OPINIÃO Sociedade de consumo em cheque Reflexões sobre o ser ou o ter, análises quanto ao caminho tomado pela sociedade de consumo e as desigualdades sociais, inversão da lógica produtiva e conflitos enfrentados pelos jovens diante do consumismo; o professor Gabriel Rossi escreve sua opinião para o Ponto Central. Página 2 ESPECIAL Menino de 12 anos e sua biblioteca caseira David Gabriel sonhou com um Clube de Leitura e, mesmo sem recursos, buscou maneiras de fazer uma biblioteca em casa. No início, usou uma geladeira inativa como estante; hoje, possui cerca de 4500 livros, uma família que apóia seus ideais e sábados cheios de visitas. Página 10 2 ponto central MOSAICO EDITORIAL OPINIÃO Sucesso A juventude e o consumo Saudações ao leitor! Na presente edição, o jornal Ponto Central traz interessantes matérias sobre natureza, esportes, artes, atualidades, educação, um pouco de cada coisa que possa lhe interessar. Ao analisá-lo como um todo, porém, verifica-se um mesmo ponto latente, como a tal “água mole em pedra dura que tanto bate até que fura”: a participação dos pais na vida de crianças e adolescentes é fator determinante de muitos sucessos ou insucessos dos jovens. Cabe, agora, ao prezado leitor, ler e constatar! PALAVRA DA DIREÇÃO Tarefa: O complemento do processo de aprendizagem. Ao longo dos anos, a experiência com educação ensinou-me que a tarefa para casa é muito importante, não só para a fixação do conteúdo como para a compreensão final daquilo que foi visto na escola. O aluno bem orientado, quando sozinho, processa o entendimento dos conteúdos vistos em sala de aula, alicerçando o conhecimento; se não conseguir completar esse processo, já sabe que deve buscar esclarecimentos com o professor. Esse é o caminho da aprendizagem real. O aprendizado que cria raízes é quase solitário. O conhecimento do qual a pessoa se apropria de fato tem que ser gerenciado dentro de si próprio, portanto a tarefa escolar não deve ser vista como uma simples fixação de conteúdos, ela é a complementação do aprendizado. A criatividade do professor na confecção das tarefas escolares é fundamental pois, quando bem elaborada, desperta naturalmente a curiosidade do aluno para ir além do que viu em sala de aula. É muito comum os alunos apresentarem dificuldades e falta de vontade em realizar as tarefas escolares. Várias podem ser as causas: ? Falta de orientações claras do professor sobre o que deve ser feito; ? Falta de rotina doméstica; ? Falta de um lugar apropriado; ? Falta de motivação dentro da família pela busca do conhecimento autônomo; ? Falta de participação dos pais. Deixar de desenvolver o hábito de fazer os deveres escolares acarreta sérias dificuldades ao longo da vida estudantil, podendo até, futuramente, prejudicar o bom desenvolvimento profissional. A capacidade intelectual precisa ser treinada tanto quanto a já tão reconhecida necessidade de se fazer atividade física. Quem nunca treinou corrida, por exemplo, não consegue correr uma maratona. A atividade mental não é diferente, precisa ser treinada gradativamente; o tempo de concentração e horários de estudos vão aumentando conforme a idade e as necessidades que os cursos exigem. Um aluno do Ensino Médio, por exemplo, precisa estar habituado a se concentrar e buscar conhecimento por algumas horas do seu dia, pois, inevitavelmente, terá que enfrentar boa classificação em concursos para ingressar nos bons cursos superiores. As escolas que aproveitam os recursos ponto Setembro / Outubro - 2009 Regina Helena Saldanha Fonseca, diretora geral do Pontual Centro de Ensino: “O aprendizado que cria raízes é quase solitário, o conhecimento do qual a pessoa se apropria de fato tem que ser gerenciado dentro de si próprio. Portanto a tarefa escolar não deve ser vista como uma simples fixação de conteúdos ela é a complementação do aprendizado.” tecnológicos oferecidos pela internet e desenvolvem portais educacionais próprios conseguem criar mecanismos claros e precisos para informar e orientar a família sobre como e o que deve ser feito em casa para complementar o aprendizado. Costumo comparar, para ficar bem claro, os procedimentos entre escola e família a uma consulta médica: todo paciente sai da consulta com uma receita na mão e com as orientações de como proceder em casa para alcançar o resultado da cura. Assim, também, precisam ser os procedimentos das escolas em relação às atividades que deverão ser desenvolvidas em casa. Está comprovado que nenhum fator influencia tanto o aprendizado do aluno quanto a participação efetiva dos pais na vida escolar. O processo de formação não acontece como mágica e não depende somente da escola. Não há dúvida de que o interesse familiar agrega importância e qualidade à tarefa escolar. Cabe aos pais ou responsáveis a condução adequada, de forma tranquila e incentivadora, desse momento de aprendizagem solitária. É fundamental que se estabeleçam rotinas diárias para as tarefas, demonstrar interesse pelos conteúdos aprendidos, motivar a execução das atividades , elogiar o capricho sem querer corrigir e muito menos fazer. Caso a família não tenha condição, dentro da rotina doméstica, de atender a esses aspectos, é muito importante que procure ,na escola, apoio e orientação. Como criticar a sociedade de consumo se, por todos os lados e em qualquer lugar, esse é o maior apelo à juventude? Numa sociedade onde o conceito de felicidade está ligado à ausência de conflito e ao poder de compra, na qual a suposta solução para as grandes crises é o aumento compulsivo do consumo, não é fácil “nadar contra” essa corrente impositiva e alienante. No mundo em que vivemos, o fim de todas as motivações é o consumo. Estudamos, trabalhamos, constituímos família, conquistamos novos laços de amizade, sempre com a finalidade de subirmos de posição social e aumentarmos o poder de barganha, mudando nossa condição na economia de mercado. Até mesmo a denominação das classes sociais transformou-se, nos últimos tempos, seguindo as expectativas de consumo. Anteriormente, a denominação se fazia ligada à renda familiar e, a grosso modo, poderíamos dividir a sociedade entre: ricos, classe média e pobres. De uns anos para cá, é o poder de consumo que determina a divisão social, surgindo uma nova forma de denominação: classes A, B, C, D e E. É interessante perceber que a idéia de cidadania não foge da questão abordada. Ora, para definir, de forma simples e direta, cidadão é quem possui direitos e deveres. Partindo de tal princípio, podemos concluir que alguns são mais cidadãos que outros, já que o direito mais discutido, nos dias atuais, é o Código de Direitos do Consumidor. Sendo assim, grande parte da sociedade está excluída desses direitos por não consumir. Se pensarmos de maneira global, o termo sociedade do consumo não se aplica. Deveríamos nomeá-la sociedade do não consumo, já que a maior parte dos indivíduos no planeta não tem acesso aos produtos industrializados das mega corporações, ou pior, servem apenas de mão de obra para a sua produção, sendo alijados desse comércio. Não há riqueza no mundo suficiente para que todos os indivíduos tenham acesso a tais produtos, portanto, as economias dos países pobres servem para satisfazer as necessidades dos ricos. Já é recorrente o estudo apontando que, se os chineses consumissem como os norte-americanos, seriam necessários três planetas Terra para suprir a demanda. A coisa fica mais paradoxal quando se observa o aumento dos gastos com propaganda no mundo. Nos anos 50, foram gastos, aproximadamente, 40 bilhões de dólares. Em nossos dias, esse número foi multiplicado por dez: mais de 400 bilhões de dólares serão gastos em nossa década para multiplicar a volúpia consumista. Digo paradoxal porque, enquanto isso, 1/3 da população mundial não possui saneamento básico e aproximadamente 1 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável, vivendo subnutrida. Isso porque vivemos sob a égide do racionalismo iluminista... A sociedade contemporânea parece ter invertido a lógica produtiva, pois sabemos que, naturalmente, a necessidade deveria ser mãe da invenção. Se, entretanto, pensarmos nos dias de hoje, essa idéia não se inverteu? A invenção não passou a ser mãe da Gabriel Rossi é professor de sociologia, no Pontual Centro de Ensino necessidade? A cada dia, o prazo de funcionalidade das coisas diminui e mais necessidades são criadas pelo espetáculo midiático; o que ontem era extremamente necessário, hoje passa a ser obsoleto, novas vontades são criadas e nós, com aquele conformismo de formigas, buscamos a realização de sonhos efêmeros que logo não terão mais validade. O pior não é enxergar a mercadoria como possuidora de vida própria e sim fazer do ser humano uma própria mercadoria, fazer com que a identidade esteja vinculada a um produto: tornamo-nos aquilo que temos. Não somos mais indivíduos com personalidade própria ligada a um ideal, a algum tipo de característica psicológica. Somos o que temos. 'Qual o jogo de porcelana que me define como pessoa?' perguntava o personagem Jack, interpretado por Edward Norton no filme Clube da Luta. Não temos uma grande guerra, não temos um governo tirano e ditatorial no poder, não passamos por uma grande depressão econômica, não temos um grande motivo para nos revoltarmos. Não mesmo? Ou estamos anestesiados pelos males contemporâneos? A juventude vem perdendo sua principal característica: a rebeldia; não aquela sem propósito e sem causa, falo sobre a rebeldia que questionou a Guerra do Vietnã, que disse não em maio de 68, que se opôs aos governos militares, que se colocou na frente dos tanques na Praça da Paz. Nesse contexto, só nos resta lembrar o recado que daria Tyler Durden, personagem de Brad Pitt no mesmo Clube da Luta: cuidado, porque ’as coisas que você possui acabam possuindo você.‘ EXPEDIENTE entral Ponto Central é uma publicação do Edição nº 7 - Setembro/Outubro de 2009 Coordenação Geral: Regina Helena Saldanha Fonseca Diagramação: José Adriano Bordignon (43) 3321-6757 Rua Tupi, 455 - Cep 86020-350 Londrina-PR www.pontuallondrina.com.br [email protected] Edição: Amanda Colombo Supervisão e revisão: Amanda Colombo Jornalista responsável: Denise Ligmanovski MTB 2290 DRT/PR Tiragem: 10.000 exemplares ponto central Setembro / Outubro - 2009 3 GERAL EM LONDRINA Alunos do Pontual Londrina são Campeões Paranaenses de Futsal O time de futsal sub-15 do Pontual Centro de Ensino foi campeão paranaense pelo campeonato JOCOPS, dia 14 de Julho, tornando-se a 1ª escola de Londrina a participar do campeonato brasileiro. Primeiramente, o time de futsal Pontual Londrina venceu o Tornescolon - Torneio londrinense; depois, a fase regional em Bela Vista do Paraíso; em seguida, os atletas venceram a fase Macro-Regional, realizada em Telêmaco Borba e, por fim, a fase final em Curitiba: invictos nos 24 jogos de que participaram em todo o campeonato, sob a supervisão do professor de Educação Física Anderson Cristiano da Silva, do Pontual Centro de Ensino, e do técnico Alessandro de Oliveira, do Iate Clube. Sempre acompanhados pelos pais, os jogadores tiveram apoio constante, mesmo distantes de casa, como conta o aluno Matheus Brito Codato: “A presença dos pais dá mais tranqüilidade e confiança, é um incentivo. Meu pai (Marcílio Codato Junior) fala para eu ficar bem calmo e que todos têm que estar juntos, o time precisa ser unido”. Interessante é ver como as famílias se unem em torno dos filhos: os pais e mães, que já acompanham essa jornada há quase quatro anos, criaram uma bonita amizade. O time campeão é composto por alunos do Pontual Centro de Ensino que treinam no Iate Clube de Londrina, entre eles o Alguns dos pais que acompanharam a jornada do time. Os atletas João Vitor Campos Carrer, Sergio Ronchi R. Filho, Guilherme Pagani Pires, Yago Willian Prenzler de Souza, Matheus Britto Codato, Alberto Luiz Cunha Canezin, Marcus Vinicius Prado dos Santos Lima, Matheus Augusto de Andrade Fiumari, João Paulo Araujo Beraldo, Arthur Luiz Balan e João Victor Passoni Oliveira, o técnico Alessandro de Oliveira e o professor Anderson. atleta Sérgio Ronchi Filho, eleito o melhor jogador do campeonato paranaense. “Eu nem desconfiava que seria eleito o melhor jogador do campeonato, mas treinei muito e fiquei feliz com esse título, que se deve a todos os meus amigos que jogaram comigo”, diz Sérgio. ATUALIDADES História para os dias de hoje Vivemos a era da informação em tempo real: a rapidez das notícias permite que, em poucos segundos, acontecimentos sejam conhecidos pelo mundo todo. Os veículos de comunicação apresentam natural facilidade em evidenciar “assuntos do momento” que, sobrepondo a importância dos demais, quer em número ou duração das reportagens, são divulgados repetidamente à exaustão. Nos últimos meses, o “assunto do momento”, muito mais divulgado que a temível crise econômica mundial, é a epidemia de gripe suína. Todos temos informações sobre o vírus A (H1N1), causador da influenza A, e existe um estado de apreensão por estarmos diante de uma pandemia (tipo de epidemia que se estende por um continente ou por todo o mundo). Acredita-se, entretanto, que os avanços na ciência e medicina, melhorias nas condições de alimentação, higiene e saneamento básico façam com que essa gripe não seja devastadora como a gripe espanhola, que vitimou aproximadamente 50 milhões de pessoas durante os anos de 1918 a 1920. Aqui se apresenta uma importante contribuição da História: a oportunidade de aprender com erros passados. A gripe de 1918 se iniciou de forma branda, atingindo agrupamentos de soldados localizados na Espanha e que, ao final da 1ª Guerra Mundial, retornaram para seus países levando uma das maiores pandemias do mundo contemporâneo, que poderia ter sido de menor proporção caso a atenção e preocupação devidas fossem somadas e tomadas medidas preventivas. Atualmente, possuímos órgãos fiscalizadores, como a Organização Mundial da Saúde – OMS, que monitora qualquer variável a respeito da saúde da população mundial, informando e alertando todos os países. A prudência hoje praticada se deve à experiência adquirida pelos acontecimentos anteriores, exemplificados pela gripe de 1918. Conhecimentos históricos e científicos, aliados à velocidade da informação, preparam-nos para enfrentar outra gripe de proporções globais. Cabe a cada um colocar em prática as orientações recomendadas e caminhar para a superação de mais uma pandemia. Carlos Augusto Portello é professor de História, no Pontual Centro de Ensino. Tabela - Maiores taxas de Mortalidade (por 100 mil hab.) PELO MUNDO Globalização e Saúde Dentre as conseqüências da globalização, está a rápida difusão de epidemias e sua transformação em pandemias. O Brasil, que apresentou o primeiro caso da Gripe A em maio de 2009, encabeça a lista de fatalidades. Globalização é um processo histórico em que há um aprofundamento da integração econômica, social, política e cultural. Esse processo foi potencialmente acelerado através do barateamento dos meios de transporte e comunicação entre os países do mundo, especialmente no final do século XX e início do século XXI. Geralmente, associamos a globalização somente a maravilhas e benefícios por ela provocados, entretanto, há algumas reações adversas geradas em seu âmago. Pobreza, miséria, fome, favelização e danos ambientais são algumas dessas reações que as fábulas da globalização não contam. Um outro sintoma escuso que podemos atribuir a esse sistema é a rápida proliferação de doenças graças ao elevado grau de integração global, provocando pandemias, no caso de doenças infectocontagiosas. Uma doença é considerada pandemia quando é altamente contagiosa e, ao se difundir, mata grande número de pessoas.A gripe (influenza) comporta-se como um bom exemplo. Transmitida por um vírus, ela é uma doença facilmente propagada em lugares fechados e com aglomerações: características dos espaços onde há locomoção de pessoas, como as rodoviárias, portos e aeroportos. Vivemos um novo surto pandêmico de gripe, popularmente conhecida como Gripe Suína, ou gripe tipo A H1N1. A OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica seis fases de alerta para as pandemias; em abril de 2009, Margaret Chan, diretora-geral da agência da ONU em Genebra, baseada em pareceres de especialistas em saúde pública, elevava a pandemia para a fase 4 (nível em que ocorrem transmissões significativas entre humanos). Entretanto, já no início de junho, a OMS coloca o nível de alerta do vírus da gripe H1N1 na fase 6 (fase em que causa surtos significativos entre comunidades em mais de uma região ou continente). No Brasil, o primeiro caso de influenza A foi no início de maio, na cidade do Rio de Janeiro, com um jovem de 21 anos que acabara de chegar de Cancun - México (país com o foco inicial da gripe H1N1). No dia 26 de agosto, o Ministério da Saúde publicou, em nota à imprensa, que o Brasil já registrava a maior quantidade de mortos pela nova gripe. Até o dia 22 de agosto, foram observados 557 óbitos pelo vírus H1N1. Observe a tabela ao lado. De acordo com o boletim, no entanto, a taxa de mortalidade do Brasil (0,29) é menor do que em outros seis países. Isso porque o percentual de óbitos é calculado em relação à quantidade de habitantes e os países adotam periodicidades diferentes nas atualizações de seus dados. Outro fato importante é que, entre os 16 países apontados na tabela, nove encontram-se no hemisfério Sul e sete deles estão entre as dez maiores taxas de mortalidade mundial. Nesse caso, não podemos culpar somente uma situação de pobreza, mas, sim, o contexto sazonal, ou seja, o inverno nos países do sul. Os países do hemisfério Norte, que estão no verão, têm, no momento, uma transmissão significativa-mente menor. Percebemos que as facilidades de integração global podem possuir algumas fragilidades, entretanto, de forma alguma, os reflexos da pandemia até agora justificariam um bloqueio nas circulações mundiais. Nessa fase do surto, a nossa responsabilidade, enquanto cidadãos, é a cautela nos espaços de convívio, além de medidas simples como o lavar as mãos. Óbitos País 1. Argentina 2. Chile 3. Costa Rica 4. Uruguai 5. Austrália 6. Paraguai 7. Brasil 8. Peru 9. Malásia 10. Canadá 11. Equador 12. Tailândia 13. EUA 14. México 15. Reino Unido 16. Colômbia 439 128 31 22 132 41 557 80 69 71 27 119 522 179 59 29 População 40.276.376 16.970.265 4.578.945 3.360.854 21.292.893 6.348.917 191.481.045 29.164.883 27.467.837 33.573.467 13.625.033 67.761.033 314.658.780 109.610.036 61.565.422 45.659.709 taxa de Mortalid. 1,08 0,75 0,67 0,65 0,61 0,61 0,29 0,27 0,24 0,21 0,19 0,17 0,16 0,16 0,09 0,06 Atualização de óbitos: 26/8 - www.ecdc.europa.eu Número de habitantes: IBGE/2009 André Tolino Neto, professor de Geografia do Pontual Centro de Ensino: “As facilidades de integração global podem possuir algumas fragilidades, entretanto, de forma alguma os reflexos da pandemia, até agora, justificariam um bloqueio nas circulações mundiais.” 4 ponto central GERAL Setembro / Outubro - 2009 NATUREZA Tráfico de animais silvestres Londrina precisa de um centro de triagem de animais silvestres; o Paraná precisa de vários Os números relacionados ao tráfico de animais silvestres são alarmantes. Só no Brasil, cerca de 38 milhões são retirados da natureza anualmente, dos quais apenas 4 milhões chegam vivos ao destino, pois, em geral, são filhotes, portanto frágeis, transportados em caixas muito pequenas e privados de alimentação, além de sofrerem alto estresse emocional. O Brasil é um dos países que mais trafica animais no mundo. São movimentados, aqui, cerca de R$ 2.500.000.000,00 (dois bilhões e quinhentos milhões de reais) ao ano com o tráfico de diversas espécies, as quais, geralmente, são compradas por colecionadores, zoológicos, pet shops ou fábricas de artesanato dos países desenvolvidos (em geral, os EUA - maior consumidor de vida silvestre do mundo, Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Inglaterra, Suíça, Grécia, Bulgária, Arábia Saudita e Japão). Em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, ocorre a maior feira ilegal de animais silvestres do mundo. A pena para esse tipo de crime não é rigorosa como deveria, pois o lucro obtido, principalmente nas transações internacionais, paga facilmente as multas impostas. Um caçador recebe, aproximadamente, R$ 2,00 por uma ave silvestre, que vale R$ 50,00 para o primeiro traficante e mais de R$ 1.000,00 quando vendida para o exterior. Uma arara azul de Lear chega a custar U$ 60.000,00 (sessenta mil dólares) no mercado internacional. A bióloga Talita Saldanha, que luta pela instauração de um CETAS em Londrina, falou ao Ponto Central. Jornal Ponto Central: O que é um “CETAS”? Professora Talita: Centro de Triagem de Animais Silvestres. É um local que recebe animais tanto de apreensões feitas pelos órgãos fiscalizadores (Ibama, Polícia Florestal, Força Verde, Polícia Rodoviária), quanto de particulares. O trabalho realizado nos Cetas é tentar reabilitar esses animais e devolvê-los à natureza. No caso das aves, se as asas não estiverem irreversivelmente machucadas, é fácil retornar o animal ao seu habitat natural. Já no caso de mamíferos, nem sempre é possível, pois têm afeto e, se forem filhotes ou nascidos em cativeiro e não tiveram a oportunidade de serem ensinados por suas mães, não saberão caçar ou se proteger, portanto, terão que ser encaminhados para zoológicos onde serão bem tratados. Ao serem apreendidos, os animais são levados para um Cetas e passam por quarentena, com realização de exames clínicos a fim de verificar a existência de doenças. Em seguida, ficam em viveiros para reabilitação e, então, soltura. É importante que os animais sejam soltos em seu habitat natural e não em qualquer lugar, para não morrerem nem causarem desequilíbrio ecológico. Há poucos Cetas no Brasil; no Paraná, inclusive, há apenas três: em Telêmaco Borba, Tijucas do Sul e Toledo. Assim, quase não há para onde levar os animais apreendidos, que acabam indo para criadouros menores, muitos deles ilegais, ou sendo soltos. Nesses criadouros menores, que muitas vezes são de iniciativa privada, falta espaço, alimento, verba para medicamentos e Talita Saldanha, bióloga e professora de ciências do Pontual Centro de Ensino e idealizadora do Cetas Londrina: “Não comprem animais silvestres, nem por dó, para não estimular o tráfico”. veterinários. Devido a isso, em Londrina, por exemplo, mal têm sido feitas apreensões. Jornal Ponto Central: De onde surgiu a idéia de iniciar um “Cetas” em Londrina? Professora Talita: Em 2008, como professora das Estações de Aptidão do Pontual Centro de Ensino, desenvolvi o projeto “Tráfico de Animais Silvestres”. A equipe do Pontual interessou-se pelo conteúdo e me incentivou a encontrar uma maneira de expandir o tema para além do Colégio. Pensei, então, na importância de haver um Cetas em Londrina. Eu sempre quis trabalhar com animais e fazer pesquisa, e percebi que é possível lutar pela preservação dessas espécies. Durante o desenvolvimento do projeto, convidei como palestrante uma representante do Ibama que, por conhecer a necessidade de um Cetas na cidade, apoioume a projetar a idéia. Jornal Ponto Central: Que espécies o centro atenderá? Professora Talita: Aves, como periquitos, papagaios, maritacas, gralhas, araras. Répteis menores como jabuti e tigre d'água. Mamíferos de pequeno porte, como gato e cachorro do mato e primatas como sagui e macaco prego. Jornal Ponto Central: Como têm caminhado os trâmites para que o centro de Nome Comum / Inglês Nome Científico US$ / unidade arara-azul-de-lear / lear´s macaw Anodorhynchus leari 60.000 arara-azul / heacinthine macaw Anodorhynchus hyacinthinus 25.000 arara-canindé / blue and yellow macaw Ara ararauna 4.000 papagaio-de-cara-roxa / blue cheeked parrot Amazona brasiliensis 6.000 flamingo / american flamingo Phoenicopterus rubar 5.000 harpia / harpy eagle Harpia harpyja 20.000 mico-leão-dourado / golden lion tamarin Leontopithecus rosalia 20.000 uacari-branco / uakari Cacajao calvus 15.000 jaguatirica / ocelot Leopardus pardalis 10.000 (Valor aproximado de comércio das espécies para zoológicos e colecionadores particulares no exterior) Fonte: Renctas (1° Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre) reabilitação animal venha a funcionar? Já existe uma previsão de data? Professora Talita: O projeto para o Cetas em Londrina está aguardando aprovação do Ibama e confirmação de alguns parceiros. O Ibama deverá fornecer a estrutura física (construção das instalações, viveiros, quarentena); a Unifil, por cuja resposta aguardamos, faria a manutenção do Cetas (funcionários, medicamentos, alimentação dos animais) e o terreno foi disponibilizado por um fazendeiro da região. A área, de 6.000m², precisa de aprovação da prefeitura, por ser em região residencial. Para que o primeiro centro de triagem de animais silvestres de Londrina seja uma realidade, dependemos da solução de certas burocracias. Acreditamos, porém, que as aprovações virão até o final de 2009, pois é de extrema importância ao Ibama e a toda região norte paranaense. Jornal Ponto Central: De que maneira o projeto Estações de Aptidão, do Pontual Centro de Ensino, está relacionado com o Centro de Triagem de Animais Silvestres? Professora Talita: O Projeto desenvolvido no Colégio trouxe a idéia e a inspiração para a criação do Cetas, que terá um departamento de educação ambiental, oferecendo palestras e visitação pública monitorada, pois a conscientização é uma de nossas maiores funções, é uma medida preventiva. Assim, pretendemos integrar os alunos. Jornal Ponto Central: Como os interessados podem ajudar? Professora Talita: Primeiramente, não comprem animais silvestres, nem por dó, para não estimular o tráfico. Caso o leitor deseje adquirir um animal silvestre, compre-o legalizado, já nascido em cativeiro. Nunca adquira um animal silvestre em estradas. Pergunte ao vendedor sobre a documentação do Ibama, uma “carteira de identidade” com n° de registro do animal, data de nascimento e sexo. Verifique se o animal possui uma anilha na patinha, observando, entretanto, se não está machucado, pois muitos traficantes quebram a patinha do animal para colocar, nele, uma falsa anilha. Não deixe de investigar, também, se a documentação apresentada provém, realmente, do Ibama. O telefone do Ibama é 3322-4956. Os supermercados e sacolões, que descartam frutas e verduras, poderão nos ajudar doando esses alimentos para o Cetas, assim como as empresas de medicamentos veterinários ajudarão muito se doarem medicamentos. Outras pessoas interessadas em ajudar devem entrar em contato pelo telefone 9935-2388. Ajude, também, denunciando o tráfico de animais para a Linha Verde, pelo telefone 0800 61 8080. NÃO COMPRE ANIMAIS DE ORIGEM DUVIDOSA. PROTEJA NOSSA FAUNA DA EXTINÇÃO DE ESPÉCIES! ponto central Setembro / Outubro - 2009 EDUCAÇÃO 5 ENTREVISTA Desejo de ir à escola O Jornal Ponto Central entrevistou Vera Hilst, secretária de Educação de Londrina, e admirou a clareza de idéias e as opiniões bem formuladas sobre o processo educacional. Admirou mais presenciar a seriedade com que a equipe encara a ausência dos alunos na escola. Durante a entrevista, chegou o responsável por uma equipe que havia sido enviada para investigar duas crianças que não estavam matriculadas em nenhuma instituição escolar de Londrina. No local, constataram haver seis crianças em idade escolar que não estavam freqüentando a escola. A equipe ficou transtornada com a situação, como se fosse um problema pessoal seríssimo. Vestem a camisa, importam-se, realmente, com a educação. Ponto Central: Segundo a pesquisa “Motivos de evasão escolar”, divulgada pela FGV em abril de 2009, 40,3% dos jovens justificaram o abandono da escola pela falta de interesse. Na opinião da senhora, qual a razão da falta de interesse em ir à escola? Vera Hilst: São várias as razões. Primeiramente, a família estabelece um estigma ao considerar a escola um peso para os jovens. Vem se perpetuando, de geração em geração, a idéia de que a escola é uma dificuldade pela qual a criança ou adolescente precisa passar. Assim, os próprios pais transmitem o mito: escola é uma obrigação desagradável, um tipo de mal necessário. Outra questão importante é o compromisso delegado aos professores de repassar ao aluno uma determinada quantidade de conteúdo. Muitas vezes, o compromisso de transmitir toda a matéria se sobrepõe à vocação de ser educador. Além disso, diversas escolas apresentam ambientes inadequados para o bom desenvolvimento dos alunos, como lugares escuros ou desconfortáveis, onde fica difícil produzir. Há fatores propriamente pedagógicos que também geram falta de interesse em ir à escola. Existem crianças com níveis de dificuldade diferentes e algumas que necessitam de um tempo maior para aprender. Os professores precisam saber lidar com isso, caso contrário, o aluno se desestimula. O relacionamento com os colegas pode influenciar muito a freqüência e o rendimento escolar. Uma criança que sofre rejeição e não é aceita pelo grupo fica triste, afastada e perde o ânimo de ir para a escola. As crianças, em geral, não costumam rejeitar portadores de necessidades especiais, mas algumas praticam bullying contra os diferentes. A escola pode ser altamente atrativa ou completamente desmotivadora, depende de como o aluno é recebido. Ponto Central: Para incentivar o regresso de jovens às escolas, a Secretaria Municipal de Educação de Santa Maria (RS) passou a oferecer atividades extracurriculares como canoagem e futebol que os alunos podem frequentar caso não faltem às aulas regulares. A senhora acredita que essa medida é funcional? Por quê? Vera Hilst: Essa medida é a chamada meritocracia: estimular a presença por prêmios, com atividades lúdicas no contraturno. É interessante e válido, pois temos que oferecer atividades que levem o aluno a buscar a escola, coisas que despertem a vontade das crianças e adolescentes e, ao mesmo tempo, completam sua formação. Eles gostam de dança, teatro, circo e, através desses recursos, podemos trabalhar diversas áreas do conhecimento, como o português e a matemática. Ponto Central: De que maneira a senhora acredita que a escola poderia se tornar mais interessante para os jovens? Vera Hilst: Oferecendo opções que vão além do quadro negro. As escolas podem trabalhar conteúdos através de atividades lúdicas e práticas. A geometria pode ser estudada montando-se uma pipa, a leitura pode ser treinada através de aulas de teatro, o português pode ser trabalhado com música e assim por diante. A escola precisa ser um ambiente agradável, onde o aluno se sente acolhido para produzir, desenvolvendo suas habilidades. Os arquitetos e engenheiros, ao projetarem uma escola, precisam pensá-la como um espaço claro, iluminado e colorido. Costumo sugerir aos diretores que imprimam uma identidade em sua escola como fazem em seus lares, de forma que o aluno se sinta em casa. Ponto Central: E qual é o papel do professor nesse processo, dentro dos recursos que lhe são viáveis? Vera Hilst: O papel do professor é fundamental! Ainda há professores que deixam problemas pessoais interferirem em suas aulas, bem como há os que escolhem erradamente a profissão e, por isso, mantêm-se distantes dos alunos, tratando o trabalho como uma obrigação, ao invés de vocação. O professor-educador não atua somente na sala de aula, atua onde estiver, em qualquer ambiente da escola ou mesmo da cidade em que vive. Uma postura educadora constrói uma escola e constrói uma cidade que respeita o meio ambiente, o trânsito, o outro. O professor que se compromete com o sucesso dos alunos, tomando-o como um sucesso pessoal, consegue despertar o jovem para a escola. Quando o professor trabalha as diferenças, ensinando respeito mútuo e aceitação, evita que algumas crianças tenham atitudes agressivas ou traumatizantes contra outras, evita a prática do bullying, e afasta o desestímulo escolar. Ponto Central: E o papel da família? Como ela pode gerar, no jovem, o interesse em ir à escola? Vera Hilst: É preciso participar das reuniões escolares com prazer. Os pais não podem tratálas como um peso perante seus filhos, mas Vera Hilst, secretária de Educação de Londrina: “Vem se perpetuando, de geração em geração, a idéia de que a escola é uma dificuldade pela qual a criança ou adolescente precisa passar. Assim, os próprios pais transmitem o mito”. devem se mostrar empolgados para as reuniões. Além disso, é importante que a família participe das atividades escolares, pergunte o que o filho aprendeu diariamente, acompanhe o rendimento escolar de perto e verifique as tarefas. Quanto mais a família valoriza a escola, mais o aluno rende em sala de aula. Ponto Central: A vontade de ir à escola e a vontade de estudar são distintas. Um aluno pode gostar de ir à escola por causa dos amigos, mas não gostar de estudar. Inclusive, pouquíssimos jovens têm o hábito de estudar em casa. A que a senhora atribui essa afirmação? Vera Hilst: O pensamento investigativo é pouco estimulado. Uma vez que se desperta na criança uma curiosidade de saber como as coisas funcionam, cada vez mais o aluno vai buscar conhecimento e, portanto, sentirá desejo de estudar. A educação, hoje, precisa trabalhar três eixos fundamentais: sustentabilidade, empreendedorismo e pensamento investigativo. A sustentabilidade é fundamental para a própria existência humana, o empreendedorismo é a autonomia do ser humano, é aprender a desenvolver as próprias idéias e solucionar problemas particulares, do bairro, da cidade; é descobrir soluções. Aliando o pensamento investigativo ao empreendedorismo, uma pessoa pode estabelecer a meta que quiser e atingi-la. Ponto Central: Como os professores e a família podem incentivar as crianças e adolescentes a estudarem com prazer? Vera Hilst: Provocando a curiosidade. Quando o aluno pergunta sobre o funcionamento do pulmão, o professor pode simplesmente falar, ou mostrar uma imagem, ou, ainda, fazer uma fácil, porém rica demonstração com bexigas, que marcará a memória da criança. Os pais podem lançar outras perguntas como respostas aos questionamentos de seus filhos, para que o próprio jovem procure as respostas nos recursos disponíveis (livros, Internet). Oferecer opções de leitura é um recurso muito válido. É bom procurar o que o filho gosta de ler, mesmo que sejam gibis. Ponto Central: Como a senhora enxerga o tipo de escola que incentiva o aluno a estudar? Vera Hilst: A escola onde a criança tem vontade de ir, onde há portas abertas para acolher iniciativas e boas idéias e onde há educadores comprometidos. 6 ponto central PONTO DE VISTA Setembro / Outubro - 2009 O que você acha do consumismo? Leonardo Nakamura, 5ª série. Beatriz Nagayama, 7ª série. “Eu acho que o consumismo não precisava existir. As pessoas deviam comprar só o que precisam.” “Eu acho que o consumismo é ruim porque os homens compram cada vez mais coisas desnecessárias.” Guilherme Henrique Gomes, 7ª série. André Garcia Polissa, 3ª série. “Eu acho que o consumismo é bom para o comércio e para quem compra também, porque a gente sempre tem uma coisa nova.” Lívia Cotarelli Maroshima, 2° Ano do Ensino Médio. “Eu acho que o consumismo é bom, pois se você tem um carro mais ou menos, você vai querer um novo, porque é mais bonito. Se você não tiver dinheiro, fica com aquele carro e trabalha mais para comprar um novo. Então o consumismo estimula o trabalho.” Danielli Cotarelli Maroshima, 7ª série “Eu acho que o consumismo é algo a que as pessoas estão muito presas e não prestam mais atenção no que realmente importa: o interior do ser humano. O consumismo é uma casca que as pessoas colocam em volta de si para esconder o que são de verdade.” “Eu acho que o consumismo é ruim, porque os homens vão gastando mais dinheiro com coisas desnecessárias.” Nathália Tiemi Pereira Tokunag, 5ª série. “Eu acho que o consumismo, se for muito exagerado, faz a pessoa ficar viciada e consumir produtos que nem precisariam ser consumidos. Se a pessoa não ficar muito viciada, é bom!” Matheus Rodrigues Correa dos Alves, 5ª série. Gabriel Merlini, 2° Ano do Ensino Médio. “Eu acho que o consumismo é uma doença do século XXI, pois, no Capitalismo, tudo já é feito para não durar.” Lucas Magnani, 7ª série. “Eu acho que o consumismo é uma bobagem, porque ter uma coisa de cada já está bom. Mas eu queria comprar outro tênis!” “Eu acho que o consumismo é chato porque as pessoas ficam “se achando” quando têm as melhores coisas.” Ana Júlia Giocondo Saldanha, 3ª série. “Eu acho que o consumismo é ruim, porque polui o meio ambiente e, às vezes, quando o produto ainda está bom, as pessoas jogam fora e não deveriam.” Gustavo Martins Vila, 2° Ano do Ensino Médio. “Eu acho que o consumismo não é bom, porque o consumo exagerado, como tudo o que é em exagero, não é bom. Acho que o consumismo gera vários males: 1° quanto ao meio ambiente, pois as pessoas deveriam ter a consciência de que podem prejudicar a natureza. Há, também, a questão ideológica, pois consumistas passam para os filhos esse mau costume e os filhos não vão mais parar de ser consumistas; ou seja, prejudica a educação. Além disso, o consumismo torna as pessoas mais competitivas e agressivas, gera um individualismo que faz umas passarem por cima das outras.” O que motiva você para vir à escola? Marina Hilst, 6ª série. “O que me motiva a vir à escola depende do dia. Quando tem aula legal é mais motivante, venho com vontade. Quando tem aula que acho chata, venho porque minha mãe fala que tenho que aprender.” Mário Vanzella Bonalume, 5ª série. “O que me motiva a vir à escola é que gosto de ver os amigos.” Nathália Halmann, 2° Ano do Ensino Médio. “O que me motiva a vir à escola são as aulas legais e os amigos. Acho que a escola é um lugar de muito convívio social. Se eu não viesse à escola, não iria conhecer ninguém.“ Gabriel Gonçalves Pereira, 6ª série. “O que me motiva a vir à escola são os amigos, alguns professores que são legais e algumas aulas também. Aulas como Artes, Educação Física, Geografia e História me motivam, porque eu fico pensando sobre os conteúdos dessas matérias.” Júlia Canezin Siscati, 3ª série. “O que me motiva a vir à escola é estudar e aprender. Acho que as aulas são legais.” Mariana Barra Ferreira, 3ª série. “O que me motiva a vir à escola é vontade de estudar, gosto de estudar.” Fábio Guimarães, 7ª série. “O que me motiva a vir à escola é estudar. Eu não gosto muito de estudar, mas gosto de vir à escola porque faço amigos.” Gustavo Henrique Ferreira Fabiano, 2° ano. “O que me motiva a vir à escola é que eu gosto de estudar e gosto de tarefa, porque, para mim, não é difícil de fazer.” Thiago Henrique Gomes, 7ª série. “O que me motiva a vir à escola é ser uma pessoa melhor no futuro. Sei que, vindo à escola, vou conseguir um emprego melhor.” Lucas Gonçalves Pereira, 6ª série. “O que me motiva a vir à escola são os amigos, porque eles são legais e os meus melhores amigos são da escola.” Miguel Francisco Rossete Arruda, 3ª série. “O que me motiva a vir à escola é estudar para não ficar burro. Se eu não estudar, esqueço tudo, por isso é melhor vir para a escola.” Flávio de Araújo Moreira, 2° ano. “O que me motiva a vir à escola é aprender. Eu gosto de aprender e venho para a escola animado.” Setembro / Outubro - 2009 ponto central PONTO DE VISTA 7 A escola ajuda a pensar no que você quer ser no futuro? Laura Magalhães Benossi, 3° ano. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque ensina bem.” Camila Yumi Ogata Hirata 3ª série. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque, estudando, vou conhecendo mais coisas.” Karlla Cristina Camargo Torelli, 2° Ano do Ensino Médio. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque há várias atividades que nos ajudam e informam sobre as profissões, como os projetos das Estações de Aptidão, as palestras e até os professores em sala de aula, que também ajudam bastante, dão dicas, falam como são as profissões, o que vamos enfrentar.” Lucas Teodoro Machado, 2° Ano do Ensino Médio. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque oferece muitas atividades para ver em que me encaixo, como os projetos das Estações de Aptidão.” Clara Rainha Ferraz Dias, 3ª série. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque, ensinando as matérias, me mostra várias coisas que posso ser.” José Henrique Gorgoni Zampieri, 3° Ano do Ensino Médio. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque algumas matérias que aprendi vieram confirmando o que eu sempre quis ser desde criança, Médico, e outras matérias confirmaram o que eu não queria ser.” Isabela Publio Gasparoto, 6ª série. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque os projetos das Estações de Aptidão ensinam a gente a ter idéia do que queremos ser.” Celina Tanaka, 5ª série. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque a gente aprende várias coisas e, se a gente gosta, pode fazer no futuro.” Fernanda Canezin, 2° Ano do Ensino Médio. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque mostra as áreas do conhecimento em que tenho mais habilidade. Mas acho que cada pessoa já nasce com um dom que vai evoluindo.” Márcia Helena Sorreque, 2° Ano do Ensino Médio. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque, primeiramente, posso ver as matérias com que me identifico mais, escolher a profissão que quero e ver as específicas dela no vestibular.” Tatiana Apezzato, 8ª série. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque mostra quais matérias me interessam mais e o conteúdo dessas matérias pode acabar sendo o que quero fazer no futuro.” Pietro Romero Sicca, 6ª série. “A escola me ajuda a pensar no que quero ser no futuro porque, em muitas matérias, a escola já ensina como posso ser professor, ou um ótimo matemático, um bom cientista e ter um ótimo futuro.” Para que você usa a Internet? Ângelo Barrero Garcia, 5ª série. “Eu uso a Internet para jogar, que é o que gosto, baixar coisas como músicas, jogos, arquivos que uso no Projeto Estações de Aptidão e para pesquisar coisas no geral.” Lucas Magalhães Benossi, 6ª série. “Eu uso a Internet para pegar músicas, entrar no MSN, Orkut, You Tube e pesquisas diversas, para fazer trabalho.” Marina Benassi de Matos, 3ª série. “Eu uso a Internet para site de jogos, às vezes; outras vezes, Portal Positivo e, quando falto na aula, entro no site do Pontual para ver minhas tarefas.” Maria Paula Cardeal Volpi, 1° Ano do Ensino Médio. “Eu uso a Internet para Orkut, MSN, e para fazer pesquisas e trabalhos.” Gabriel Marquezi, 8ª série. “Eu uso a Internet para sites como Orkut, You Tube, MSN.” Isabela Cavalcanti Avelar Geraldis, 5ª série. “Eu uso a Internet para pesquisar para trabalhos, jogar, entrar no Orkut.” Juliana Lupi Dias, 3° Ano do Ensino Médio. “Eu uso a Internet para fazer pesquisa e conversar com os amigos.” Gabriel Franco 1° Ano do Ensino Médio. “Eu uso a Internet mais para música e jogos, um pouco para procurar endereços e telefones, e para estudo, pesquisando o conteúdo de trabalhos nos sites de busca.” Giovanna Domingues, 5ª série. “Eu uso a Internet para me divertir e fazer trabalhos escolares.” Rafael Augusto Coelho Macedo, Curso PréVestibular. “Eu uso a Internet para várias coisas. Mexo com fotos, por hobby, então uso a Internet para edição; uso para fins sociais, também, como MSN; uso para estudos: pegar provas e questões de vestibulares.” Gabriela Daguia Rosa, Curso Prévestibular. “Eu uso a Internet para estudar (pego textos de conteúdos que, às vezes, não estão tão aprofundados nas apostilas, faço questões online), uso para conversar com amigos que são de fora do Brasil, pois esse tipo de comunicação tem que ser pela Internet, mando e-mail para amigos, por ser uma comunicação fácil, e uso a Internet para lazer, leituras por hobby, e pesquisa sobre lugares para viajar.” 8 ponto central EDUCAÇÃO Setembro / Outubro - 2009 ENSINO REAL Tamanho da escola influencia o aprendizado Em junho de 2009, a Revista Educação publicou uma matéria a respeito da medida certa de uma escola. Na citada edição, a consultora Paula Lousano, doutora em Política Educacional Comparada pela Harvard, explica que as desvantagens de uma infraestrutura educacional de maior dimensão superam as vantagens, pois, segundo ela, quanto maior o espaço, maiores as dificuldades para gerenciá-lo e multiplicam-se os processos burocráticos. A reportagem defende, também, que há um ponto ótimo em número de alunos por instituição, o qual garante um custo razoável, mas permite, aos professores e coordenadores, conhecer bem cada aluno, direcionando melhor as aulas e sabendo exatamente que atitude tomar diante das dificuldades individuais. Esse número, segundo Juca Gil, especialista em Política e Organização da Educação no Brasil pela USP, é entre 500 e 700 alunos. O colunista Mário Eugênio Saturno, na Revista Profissão Mestre, de agosto, citou um recente estudo da Universidade de Rochester, EUA, mostrando que o tamanho da escola influencia no aprendizado. Os pesquisadores constataram que os estudantes aprendem menos em escolas pequenas e consideravelmente menos nas grandes escolas, principalmente naquelas com mais de 2100 estudantes, e concluíram que o tamanho ideal para a escola é de 600 a 900 alunos. A pesquisa foi realizada com aproximadamente dez mil estudantes de 789 escolas de ensino médio públicas, católicas e particulares de elite dos Estados Unidos, durante quatro anos, medindo o aprendizado adquirido. A FAMÍLIA FALA Os dados comprovam que megas estruturas educacionais, apesar de impressionarem, não são necessariamente excelentes opções. A professora Eromih Izabel Hummel, coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Pitágoras (Londrina-PR), falou ao Ponto Central: “A influência da infra-estrutura na qualidade da educação dependerá das relações entre as ações pedagógicas propostas pela escola. Como exemplo, não adianta termos escolas equipadas com diversos recursos tecnológicos, como salas multimídias, laboratórios de informática, laboratórios de ciências, quadras esportivas, se não houver um projeto pedagógico que contemple a utilização adequada destes espaços, se os professores não tiverem formação específica para inserir diferentes recursos e espaços físicos no planejamentos de suas aulas.” O ALUNO FALA Roseli Aparecida Cocco Pirolo Gustavo Ferrareto Matsui “Eu acho que o Pontual Centro de Ensino é uma escola de ótimo tamanho, porque não gosto de colégio muito grande, com muitos alunos; acho que, nesses lugares, o aluno foge dos olhos do professor. Gosto de escola mãezona, onde o professor conhece o aluno, a equipe sabe quem ele é e onde está, acompanha bem o desenvolvimento. Prefiro que minha filha estude num lugar assim e gosto muito do Pontual por isso.” “Na minha opinião, o Pontual tem um tamanho muito bom, porque escolas com muitos alunos costumam ser muito barulhentas e, com mais silêncio, fica mais fácil estudar. Já estudei em colégios maiores que o Pontual e em colégios menores, e prefiro o Pontual.” Professora Roseli Aparecida Cocco Pirolo, mãe da aluna Thamires Cocco Pirolo, 7ª série, do Pontual Centro de Ensino Mário Matsui (Pai do aluno Gustavo Matsui) “O Pontual tem uma estrutura muito boa e está com um bom porte, o que permite dar mais atenção aos alunos.” Gustavo Ferrareto Matsui, aluno da 8ª série do Pontual Centro de Ensino, e o pai, Mário Matsui Ághata Elena Zago Thamires Cocco Pirolo “Eu adoro o tamanho do Pontual, pois acho que é confortável e prático. Não gosto de escolas muito grandes porque são impessoais, nem de escolas muito pequenas, onde não se tem privacidade. No Pontual, sinto-me em casa e tenho espaço para fazer o que quiser.” “Eu gosto muito do tamanho do Pontual. Para mim, é muito confortável, porque não gosto de muita gente no mesmo lugar. Parece que a escola aconchega a gente!” ARTIGO INFORMATIVO Lógica desde cedo Oficinas: Lógica, Interpretação e Matemática básica na sala de aula Entenda por que o estudo da lógica vai muito além da matemática É fácil encontrar, nas escolas, alunos com dificuldades em disciplinas da área de exatas, em que são cobrados por sua habilidade de raciocínio. Alguns conseguem decorar histórias facilmente para as provas, mas as esquecem, depois, com a mesma facilidade. Em momentos como esse é que se torna perceptível a relevância da lógica e sua forma de raciocínio desde o início da educação. De acordo com Irving Marner Copi, em sua obra Introdução à Lógica, de 1978, é o estudo da lógica que diferencia a capacidade de raciocinar de duas pessoas. Aquele que a estuda tem mais facilidade no desenvolvimento do raciocínio, da ordem das idéias e dos juízos. Assim, quem entende a lógica é capaz de concluir por meio do raciocínio e não corre o risco do esquecimento, pois, ainda que não lembre de imediato o fato aprendido, poderá apontá-lo mais uma vez. Essa necessidade do estudo da lógica fica ainda mais evidente quando se aumenta a complexidade do tema em análise, tema esse que não precisa ser, necessariamente, um conteúdo a se aprender. Pode-se pensar em uma negociação, por exemplo. Aquele que tem um bom raciocínio lógico – seqüenciado e criativo – é capaz de ordenar seus pensamentos e conduzir a conversa com base em argumentos sólidos, usando a lógica como uma verdadeira “arma” de ataque ou defesa. Todavia, ressalta-se que o convencimento só é possível quando há uma base sólida, seja a autoridade ou uma boa argumentação, portanto, ainda que o contexto se apresente contrário à sua vitória, é possível, com a lógica, conseguir êxito Professora Larissa: “A lógica não está fechada às disciplinas exatas. Sua compreensão e estudo permitem ir além, favorecendo entendimentos em todas as ciências e em todas as atividades humanas.” em uma negociação. Nesse sentido, a lógica é capaz de refutar argumentos falaciosos, o que fica claro no campo da filosofia. Ainda que os conhecidos silogismos levem a falsas conclusões, é possível refutá-las com o uso da lógica. Esse panorama deixa claro que a lógica não está fechada às disciplinas exatas. Sua compreensão e estudo permitem ir além, favorecendo entendimentos em todas as ciências e, por que não, em todas as atividades humanas. Diante disso, fica evidente que o estudo da lógica é essencial e, quanto antes for trabalhado com a criança, maior será sua facilidade de compreensão de mundo e expressão de seu entendimento. A professora Silvia Crusiol, coordenadora do Pontual Assiste, é a responsável pelas oficinas A equipe do Pontual Centro de Ensino entende a importância de aplicar o estudo da lógica na educação de seus alunos, pois trabalhar o raciocínio contribuirá para uma real compreensão de todas as disciplinas escolares, propiciando uma construção verdadeira do saber. Da mesma maneira, é de alta relevância exercitar a interpretação de textos, já que, tanto em matérias humanas, quanto em exatas e biológicas, não se consegue ter independência para ler, estudar ou debater, caso não se entenda com clareza a mensagem transmitida pelos textos. Pensando assim, o Pontual Centro de Ensino implantou Oficinas de Lógica, de Comunicação (Interpretação de textos e Ortografia) e de Matemática Básica, que tiveram início no segundo semestre de 2009 e acontecem no contraturno, abertas a todos os alunos interessados. As oficinas exploram o lúdico e a prática para incentivar um amplo desenvolvimento de habilidades, bem como um maior interesse dos estudantes para essa rica oportunidade. Nas Oficinas de Lógica, recursos como Jogo Detetive, Montagem de Figuras Geométricas, Jogo Mastermind, Régua Cusainaire e Jogos de Lógica da Internet são utilizados para analisar as situações e exclusões que limitam a certas escolhas, gerar noção de espaço, exercitar contagem e cálculo e aperfeiçoar o raciocínio de forma descontraída e natural. Já nas Oficinas de Comunicação, os participantes fazem uso da interpretação e produção de textos - visuais ou escritos – para criar uma campanha publicitária e uma revista eletrônica em formato de blog. A Oficina de Matemática Básica visa a fixar os conteúdos mais primários e essenciais dessa disciplina para evitar que os estudantes arrastem dificuldades por toda a vida escolar. E, para 2010, virão mais novidades! ponto central Setembro / Outubro - 2009 CULTURA 9 NOVIDADES 1ª mostra das estações de aptidão A 1ª Mostra das Estações de Aptidão, realizada no Pontual Centro de Ensino, uniu escola e família em torno dos trabalhos realizados pelos alunos como conseqüência e prova de seu aprendizado. Diferentemente das tradicionais feiras de ciências, o Pontual Centro de Ensino promove, duas vezes ao ano, a Mostra das Estações de Aptidão, para que as famílias dos alunos e a comunidade em geral conheçam os estudos e pesquisas realizados durante os projetos, bem como seu resultado em termos práticos de construção do conhecimento. A 1ª Mostra das Estações de Aptidão aconteceu dia 09/05/2009, envolvendo os 14 projetos que fizeram parte do primeiro semestre das Estações. Pais, avós, amigos e alunos preencheram as instalações do Pontual Centro de Ensino, onde predominou a propagação do saber. A diretora geral do Pontual Centro de Ensino, Regina Helena Saldanha Fonseca, disse, em entrevista à aluna Bárbara Diniz, 7ª série, do projeto Assessoria de Imprensa: “O colégio está investindo nas Estações de Aptidão, pois queremos que os alunos absorvam, na prática, o sentido de tudo o que aprendem; dessa forma, ficam mais motivados. Os alunos apresentam uma participação muito positiva e os pais estão saindo satisfeitos.” O professor Rodolfo Funfas, responsável pelo projeto Reciclagem do Óleo de Fritura, contou, em entrevista ao aluno Sérgio Ronchi, 8ª série, do Projeto Assessoria de Imprensa, que pretendia ensinar à sociedade possíveis idéias capazes de ajudar o meio ambiente, através da mostragem do produto bruto (óleo de cozinha inutilizado) e sua transformação em reciclável (sabão). O professor espera que os alunos tenham aprendido a ter consciência ambiental, já que se empenharam bastante na mostra do projeto e realizaram, com as próprias mãos, o processo químico de reciclagem do óleo de cozinha. Pedro Henrique Takemura, aluno da 6ª série e participante do Projeto Assessoria de Imprensa, entrevistou Marina Tomisaki, culinarista, durante a visita que ela realizou ao projeto Iguais e Diferentes: Por que a Diversidade Cultural Faz Bem?”. Marina visitou o projeto para conhecer a cultura de diversos países e acredita que o trabalho realizado é interessante pois apresenta as vestimentas e objetos de decoração de outros países e estimula a pesquisa. Ela gostou do stand visitado, percebendo que os alunos realmente entendiam sobre o tema, como é o caso da participante Larissa Regina Jamus, do 1° Ano do Ensino Médio, que pesquisou sobre a moda da Arábia e aprendeu, com a preparação para a 1ª Mostra das Estações de Aptidão, a ter determinação e não ter preguiça! OBRA DE ARTE Mestre Aleijadinho, em detalhes Esta obra é uma das mais belas produzidas pelo gênio do barroco mineiro, Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), mais conhecido DICA DE FILME como Aleijadinho. O mestre a produziu pouco tempo antes que a misteriosa e terrível doença o acometesse, deixando-o lentamente aleijado das mãos. A obra mostra Sant'Ana, mãe de Maria, ao lado da filha, trazendo-a carinhosamente para si com o braço esquerdo e, com a mão direita, apontando para o Livro da Doutrinação, o mesmo fazendo a bela menina de não mais que dez anos. A mãe, sentada em sua cadeira de encosto, tem o pé apoiado em um banquinho. O livro aberto sobre os joelhos da avó de Jesus parecer ser o elemento centralizador das atenções, uma vez que as mãos das duas personagens apontam diretamente para ele, no que são acompanhadas pelos olhos. Assim, quando o observador olha para a imagem, apesar da beleza e realismo das faces róseas, seus olhos instintivamente buscam o livro, como que obedecendo a uma ordem interior. A obra Sant'Ana Mestra foi executada por Aleijadinho na segunda metade do século XVIII, provavelmente após 1770, já que a cadeira da mestra tem pés sinuosos e uma elegante concha vazada como delicados ramos de rosas, símbolo da Virgem Maria, e obedece ao estilo D. José, comum no mobiliário brasileiro das três ultimas décadas daquele século. Como as obras sacras desse período não eram assinadas pelos artistas, seria difícil afirmar que o autor seja mesmo Aleijadinho. No entanto, ao compararmos a Sant'Ana com outras obras do mesmo período, de autoria comprovada de Aleijadinho como é o caso de São Simão Stock e São João da Cruz, feitas para a Igreja do Carmo de Sabará e executadas no primeiro semestre de 1779, as semelhanças de estilo e técnica não deixam mais dúvidas. As três esculturas foram feitas em Sabará, tendo sido produzidas com o mesmo tipo de douramento integral, e com pintura superposta, com ornamentos gravados usando a técnica do esgrafiado, nas vestes e nos relevos dourados nas bordas (pastilhos). O estilo de Aleijadinho, nessa fase, é mais realista, sem as estilizações que caracterizariam a obra futura, provocadas pelas limitações impostas pela terrível doença. As vestes da santa e de sua filha caem com naturalidade, moldando as formas do corpo e revelando a direção dos movimentos. As fisionomias são rostos normais, naturais, embora idealizados, iluminados pelo amor materno-filial, que transmite uma profunda sensação de paz e desapego. Outra característica interessante desse período é produzir as estátuas de personagens importantes, como a santa, em tamanho natural, e as íris dos olhos em vidro, o que lhe conferia maior realismo. O médico e professor Paulo André Chenso leciona História da Arte, no Pontual Centro de Ensino. Chama a atenção, na obra, o Livro da Doutrinação, correspondente ao Antigo Testamento, aberto sobre os joelhos de Sant'Ana, o qual tem íntima relação com a história da santa, pois ela foi defensora da ortodoxia católica, além de revelar o sentido mais profundo da lição ensinada a Maria. Curiosamente, o texto escrito na página aberta, isso durante o processo de pintura da estátua, não expressa qualquer tema do Antigo Testamento, mas, sim, um evento do Novo Testamento, ainda por acontecer ao tempo que viveu Sant'Ana. É possível identificar (apesar das falhas) os três versículos iniciais do Magnificat, que Maria entoou como resposta à saudação de Isabel, sua prima, também grávida como ela, de João Batista (Lucas 5: 47-49). Sant'Ana, ao apontar, no livro, algo que ainda não ocorrera (a vinda do Messias), é apresentada na condição de profetisa. A imagem retrata, independentemente do caráter religioso, uma mãe ensinando a leitura à jovem filha, daí o título de Sant'Ana Mestra dado à obra. Quem somos nós? Quem Somos Nós? com o nome original What the Bleep do We Know? é uma produção que mistura documentário, ficção e animações. As questões filosóficas e científicas da mente são apresentadas de maneira direta, levando o espectador à reflexão e a envolver-se com a discussão sobre o desenvolvimento do pensar autônomo e crítico. Amanda (Marlee Matlin) se vê numa experiência fantástica quando sua vida cotidiana começa a se transformar, revelando o mundo desconhecido dos valores, cultura e interpretações da realidade que dependem de normas morais e éticas. O filme defende a premissa de que cada um é responsável pelo controle de sua mente e de suas ações. O novo pode ser instaurado o tempo todo, obtendo, assim, novos resultados - "O mundo não está lá independente de minha consciência. O mundo só existe em possibilidades" (Trecho retirado da legenda do filme). Quem Somos Nós? também explora, através de animações, a parte fisiológica responsável pelas ações humanas, dando explicações sobre o funcionamento do cérebro como órgão controlador de todos os outros sistemas e funções corporais. O desfecho se dá sob a forma de desafio, uma vez que é colocado em dúvida o próprio conteúdo assistido, incitando o espectador a não aceitar tudo o que lhe é imposto, a ser ativo, ávido por conhecimento e, como na Grécia Antiga, a buscar a verdade e a compreensão da justiça. Ficha Técnica Título Original: What the bleep do we Know? Gênero: Drama Tempo de Duração: 109 minutos A dica é de Malu Marigo, professora de filosofia no Pontual Centro de Ensino. Ano de Lançamento (EUA): 2004 Site Oficial: www.whatthebleep.com 10 ponto central ESPECIAL Setembro / Outubro - 2009 PROFESSOR DESTAQUE A arte de ensinar A professora poetiza Maria Aparecida Vince, professora do Ensino Fundamental I, no Pontual Centro de Ensino, fala um pouco de seu perfil poetiza e de como o amor pelas palavras contribui em suas aulas. Maria Aparecida Vince, a professora poetiza. A professora Maria Aparecida, conhecida como Cidinha, é destaque na equipe docente do Pontual, não só pela habilidade com que transmite os princípios da boa escrita, nem só pelo amor com que ensina, mas pela peculiar vocação de escrever poesias e poemas infantis. Cidinha falou ao Ponto Central como professora e poetiza. “As histórias contadas pelo meu pai foram um dos motivos que me levaram a gostar de escrever. Acho, também, que toda pessoa romântica e amorosa tem inspiração para escrever poemas e poesias. Todas as vezes que escrevo, escrevo para mim, usando palavras simples que retratam a essência dos seus significados. É uma forma que encontro de valorizar alguém que amo, momentos importantes, fases inesquecíveis. Aprendi muito com as dificuldades de minha vida. Tive uma infância difícil, porém recebi uma formação maravilhosa, pois, para meu pai, o estudo estava sempre em primeiro lugar. O que ele me deixou, em termos de educação, dignidade e respeito pelo próximo, é o que carrego e me proporcionou condições de chegar onde estou hoje. Realizo o meu trabalho tentando passar para os meus alunos tudo o que meu pai me ensinou. Eu sempre digo às crianças que temos dois caminhos a seguir: o do bem, onde encontrarão amor, tranqüilidade e sucesso, e o caminho do mal, onde as decepções e as tristezas tomarão conta de suas vidas. Cabe a cada um escolher. Gosto tanto de escrever! E esse é o dom mais bonito que Deus me deu. Assim, também estou contribuindo, através das minhas aulas de Redação, para que as crianças sintam o quanto é gostoso escrever histórias, sejam elas verdadeiras ou imaginárias. O Pontual Centro de Ensino é um dos poucos colégios que oferecem aos alunos uma aula especial de Produção de Textos, na qual o professor se preocupa em avaliar o resultado do seu trabalho, valorizando a escrita da linguagem formal, um pouco esquecida em função da linguagem usada pelas crianças no seu dia-a-dia. Durante as aulas de Redação, brincamos de trocar e falamos da linguagem bonita, que agrada o leitor. Trocamos “a gente” por “nós”; “um monte” por “muitos” ou “vários”; o “tá” por “está” e, assim, as crianças vão aprendendo que devemos escrever da forma correta. É importante lembrar que a criança não tem as preocupações do adulto. A cabecinha está livre para registrar momentos de beleza, amor, amizade, respeito. É só ensiná-los como reproduzir esses momentos. Esse é o trabalho que realizo com amor e satisfação.” De todas as artes que fiz Uma me acompanhou A arte de ensinar Saboreando o prazer De ver uma criança aprender No meio de lindos rostinhos E diferentes expressões Juntando cada jeitinho Realizo o meu trabalho Complemento meus sonhos Com o passar do tempo O carinho e a dedicação Se transformam em alegria Ao ver o pequenino ser Juntando os pedacinhos Do pouco que ensinei Construindo os seus sonhos Em cima do alicerce Que ajudei a construir Maria Aparecida Vince Primavera Chegou a Primavera! Flores, perfumes pelo ar! É a natureza florida. Que veio nos alegrar. O canto dos passarinhos Que voam pelo ar Alegram os nossos dias E nos convidam a amar. É o mundo colorido Tão bonito de se ver. É a linda Primavera Alegrando o meu viver. Ana Flávia (ex-aluna da professora Cidinha, 3ª série) ALUNO DESTAQUE Biblioteca feita a mão David Gabriel sonhou com um clube de leitura. Viu que, para criar um, precisava de uma biblioteca, e por não acreditar que era impossível, foi lá e fez. Prateleiras e mais prateleiras, por toda a casa. Armários e até uma geladeira que não funcionava mais virou estante para abrigar títulos como “A mão e a Luva”, “Esaú e Jacó” (Machado de Assis), “Crônicas de Nárnia” (C. S. Lewis), “Feliz Ano Velho” (Marcelo Rubens Paiva), entre tantos livros didáticos, enciclopédias, romances, livros de Direito e Educação Física. Até a senhora Ester, que não gostava de ler, andou lendo livro de 900 páginas em 3 dias: aprendeu com o filho! Aos dois anos de idade, David Gabriel R. Marques já dizia que ia ser escritor. Nove anos mais tarde, dia 26 de julho de 2008, David teve um sonho: uma menina chamada Aninha, moradora da zona rural, não tinha recursos financeiros, mas queria montar um clube de leitura para incentivar seus vizinhos a ler. Foi, então, às rádios locais, à televisão, aos jornais e diversas pessoas começaram a doar livros, enquanto a vizinhança passou a freqüentar o clube de leitura, então viável. Enfim, Aninha recebeu uma ligação de São Paulo, convidando-a para iniciar seu clube de leitura lá. Alguém pagou-lhe o aluguel de uma sala, mais e mais livros foram sendo doados, até que Aninha construiu uma biblioteca gigante. Quando a menina se sentou na biblioteca para ler um de seus muitos livros, David acordou. David acordou inspirado! Percebeu que podia fazer como no sonho: ajudar outras pessoas, incentivando-as a crescer através da educação. O menino desenhou uma mascote para seu clube de leitura, Aninha, claro, e juntou os poucos livros que tinha aos de duas primas. Assim, teve início o Clubinho de Leitura Turminha da Aninha. A Escola Estadual Moraes de Barros ajudou-os com alguns livros, mas ainda eram poucos. David, então, tomou coragem e recorreu à imprensa. Intimidado, ligou para o Jornal de Londrina e pediu que viessem entrevistá-lo. Após três dias, ninguém apareceu. David ligou de volta: “Necessito fazer uma reportagem. Só temos 10 livros e tem muita criança!” Graças à persistência do menino, com 11 anos na época, a entrevista ficou marcada para a semana seguinte. Enfim, a matéria que David queria foi publicada no dia 01/10/2008. Já nesse dia, o telefone começou a tocar: pessoas e mais pessoas marcando horário para que o pai de David, o senhor Davi, fosse buscar David agora sonha em construir uma sala, sobre sua casa, para organizar os livros, que tomam quase todo o espaço da casa. Para isso, porém, é preciso ajuda: material e mão-de-obra, que custam caro. Ele continua buscando jornais, rádios, televisão, e, dessa forma, espera conseguir cada vez mais aliados. Importa ressaltar o quanto é importante ter apoio para voar. O senhor Davi e a senhora Ester, pais de David, são os maiores parceiros do menino em seu sonho. Abrem as portas da casa, buscam livros, organizam, recebem as pessoas e entendem que têm um filho especial. Ponto Central: Por que você gosta tanto de livros? doações de livros. David e as primas faziam convites e distribuíam por toda a vizinhança: “Você está convidado para participar do super Clubinho de Leitura Turminha da Aninha, aos sábados, às 13:30.” Crianças lendo gibis, mulheres lendo romances, homens pesquisando sobre viagens... Até às seis, sete horas da noite. Pessoas de várias idades, diferentes interesses, unidas por um ideal em comum: a busca pelo conhecimento. Vinte, trinta, quarenta pessoas passeando por toda a casa, em cujos cômodos estão dispostos os mais de 4500 livros que a biblioteca possui hoje. Já não são mais feitos convitinhos, uns convidam os outros e a cada sábado novas pessoas aparecem, lêem, fazem jogos de leitura, conversam sobre os livros, estudam. E o clubinho é coisa séria. Quem vem pela primeira vez é cadastrado, como também são os livros. Quando o computador que o clubinho ganhou ainda funcionava, os livros eram emprestados, mas, por enquanto, não tem sido possível, pois o computador não funciona mais e David, que está cuidando sozinho do clubinho, não consegue fazer o controle, nem os cadastros. David: Livro é meio de conhecimento, que afasta o jovem das drogas e das pessoas ruins. A leitura leva a um mundo fantástico! Ponto Central: Em que a biblioteca tem contribuído na sua vida? David: Todos esses livros têm me trazido muito conhecimento: agora posso até escolher o que vou ler! E as pessoas que vêm ao Clubinho, melhoram seu rendimento na escola. Ponto Central: Quais foram os resultados da iniciativa que você teve? David: Aconteceram muitas coisas boas. Minha mãe pediu a Deus que só mandasse gente boa para dentro da minha casa, já que as pessoas que vêm aqui, nós nem conhecemos. E assim tem sido. No dia em que saiu a reportagem no Jornal de Londrina, ganhei um presente que meus pais pediam a Deus há sete anos: uma bolsa de estudos para ser aluno do Pontual Centro de Ensino, por todo o Ensino Fundamental até o término do Ensino Médio. Ponto Central: Fale um pouco sobre força de vontade. David: Eu tive força de vontade e há muitas pessoas que querem construir clubes de leitura. É correr atrás, procurar, divulgar e nunca esquecer os sonhos. Temos que buscar sempre! Setembro / Outubro - 2009 ponto central Pontual em flashes 11