Notas Taquigráficas do dia 05/05/2014
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Notas Taquigráficas do dia 05/05/2014
Câmara Municipal de Curitiba ATAS DAS REUNIÕES 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PLANO DIRETOR DE CURITIBA SOBRE ECONOMIA CRIATIVA E CULTURA PELA COMISSÃO DE URBANISMO E OBRAS PÚBLICAS, REALIZADA NO DIA CINCO DE MAIO DE DOIS MIL E QUATORZE, SOB A PRESIDÊNCIA DO VEREADOR JONNY STICA. Às 14h20min, inicia-se a reunião com a presença dos seguintes Srs. Vereadores membros da Comissão: Jonny Stica, Bruno Pessuti, Helio Wirbiski, Vereador Felipe Braga Cortes, tendo justificado a ausência o Vereador Toninho da Farmácia. Compuseram também a Mesa dos trabalhos os seguintes convidados: Sr. Orlando Ribeiro, Arquiteto e Presidente da Asbea; Sr. Marcos Cordiolli, Presidente da Fundação Cultural; Sr. Ricardo Dória, da Agência Coworking; e a Sra. Gina Gulineli Paladino, da Agência Curitiba de Desenvolvimento. O SR. PRESIDENTE:- Boa tarde a todos e agradeço as presenças. Esta é a primeira audiência pública, para situar a todos, a primeira audiência pública do Plano Diretor. Tivemos uma primeira agenda bastante interessante que foi a abertura dos trabalhos, um fórum amplo com todas as entidades convidadas que compõem, desde o Concitiba - Conselho da Cidade de Curitiba; aos órgãos da prefeitura, a comunidade em geral, fizemos essa audiência pública com vários de vocês aqui presentes. Foi a abertura dos trabalhos. Agora temos a missão, foi uma meta que colocamos aqui pela Comissão de Urbanismo de realizarmos dez audiências públicas temáticas. Então, serão: primeiro, a de Economia Criativa e Cultura; dia 22 de maio, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Mobilidade Cicloviária; Mobilidade Urbana e Transporte; no dia 21 de agosto Habitação de Interesse Social e Regularização Fundiária; 04 de setembro Paisagem Urbana, Uso do Espaço Público e Áreas de Lazer e Esporte; dia 18 de setembro, Região Metropolitana, inclusive, foi o tema do fórum inicial; no dia 09 de outubro, Segurança, Defesa Social e Cidades Digitais; dia 23 de outubro, Uso do Solo, Zoneamento Urbano e Estudo de Impacto de Vizinhança; e dia 06 de novembro, Planos Regionais e Setoriais Especiais. Foi a tentativa de abraçar todos os temas para compor um plano diretor o mais amplo possível, tentando estabelecer conexões com toda a comunidade de Curitiba, com todas as áreas da cidade. A ideia é que cada reunião dessa que está sendo toda documentada, tanto com as gravações como com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo aqui presente, temos um convênio que a cada duas audiências públicas dessa tem uma reunião no Conselho, só para sistematizar o que for colocado de sugestões aqui. Então, a ideia é que as sugestões colocadas virem texto de fato do plano diretor. O plano diretor o que seria. Em resumo, é um instrumento que temos balizado pelo Estatuto da Cidade que diz que a cada dez anos temos que pensar o futuro da cidade de forma organizada, com texto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores e tendo a origem do texto vindo do Executivo, da Prefeitura e que esse texto virando lei, depois ele tem uma derivação disso, tem os grupos setoriais, os planos temáticos de cada área que vão sendo feitos até três anos após esse plano planos temáticos de cada área que vão sendo feitos até três anos após esse plano diretor geral. Depois tem o acompanhamento do plano. A ideia principal quando se fala em plano diretor é que a gestão pública não fique a mercê sempre das eleições a cada quatro anos, que não fique a mercê às vezes da ideia de um governante, mas sim de um coletivo que coloca uma diretriz para a cidade. E essa diretriz que é desde o zoneamento, mudar onde é densado uma parte da cidade, para onde a cidade vai crescer e todos esses temas que colocamos aqui, como colocar isso num projeto maior de cidade. Então, em resumo o plano diretor é uma janela de oportunidades, porque nos dá uma ferramenta para que a cidade seja pensada de forma coletiva. E dentro do plano, achamos que seria interessante, além desses fóruns gerais e audiências públicas que teremos, inclusive as que não estão aqui quando esse texto vier do Executivo, que pudéssemos detalhar ponto a ponto já num trabalho coordenado com o Executivo. O que for colocado de sugestão aqui vai chegar a Prefeitura até mesmo antes, não na forma de emenda que seria o tradicional. Ou seja, o texto vem da Prefeitura, no final do ano, faríamos as emendas parlamentares para mudar o conteúdo do texto. Queremos mais que isso, uma ligação mais próxima com o Executivo nesse sentido mantendo a independência dos poderes, mas mais próxima, no sentido de sugerir já para que quando os órgãos de planejamento (V) da Cidade, as secretarias, forem pensar o plano, já tenham todas essas sugestões, esses textos que vêm da sociedade civil organizada através da Câmara de Vereadores, da Comissão de Urbanismo. Então, essa é a ideia e essa é a nossa missão, estarmos aqui hoje, e a lei mais importante que vem à Câmara de Vereadores, o Plano Diretor, e por isso vamos nos debruçar muito nela, vamos fazer esse trabalho a fundo e por isso a importância de todos vocês. Então, sem mais delongas, gostaria de passar a uma apresentação inicial de todos e deixar o tempo de dois minutos só para cada um dos convidados da Mesa fazer a sua saudação. Então, primeiro passar ao Marcos Cordiolli, que é o Presidente da Ação Cultural de Curitiba, também graduado em História pela Federal e Mestre em Educação e tem um trabalho todo voltado à Educação e Cultura, principalmente agora como Presidente da Fundação Cultural de Curitiba. Passar primeiramente ao Cordiolli. O SR. MARCOS CORDIOLLI:- Boa tarde a todos. Obrigado, Jonny, pelo convite. Acho que é muito importante essa sua iniciativa e dessa comissão para que possamos discutir de maneira mais ampla e diversificada essa questão. O Vereador Hélio Wirbiski também tem sido aí um grande parceiro nosso, o Felipe Braga Côrtes, vocês três têm sido vereadores que têm nos apoiado bastante. Cumprimentar também a Gina, que tem sido a minha parceira desde o começo, né Gina? Somos praticamente sócios dentro da economia criativa, dentro das políticas públicas do Município. Está aqui também o Presidente do CAU, que tem sido uma entidade bastante prestativa e bastante próxima das necessidades públicas, e o Ricardo que tem uma experiência, como dizia a ele agora há pouco, que gostaria de conhecer mais a fundo, bem nessa característica. Rapidamente estamos aqui para apresentar um conjunto de ações que estamos desenvolvendo e um conjunto de conceitos que formulamos em diferentes debates com a sociedade e dentro do Governo, e que pensamos apresentar publicamente nesta comissão, já como base com relação ao Plano Diretor da Cidade. Obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Cordiolli. Passar à Gina Paladino, que é Economista formada pela Federal e atualmente Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento. A SRA. GINA PALADINO:- Boa tarde a todos. É um prazer enorme estar aqui nesta Casa hoje, nesta discussão da mais alta relevância para o desenvolvimento da nossa Cidade. Jonny, obrigada pela oportunidade. Aos outros Vereadores, Hélio e Felipe, que também são militantes e apoiadores dessa nossa causa, meu colega lá da área de arquitetura, e é um jovem e significativo empreendedor da nova economia, que faz todo sentido estar aqui nesta Mesa, porque uma das grandes revoluções que vamos discutir, não só em função do Plano Diretor, mas em função do desenvolvimento econômico do nosso País e da nossa Cidade. São esses novos modelos de negócios que estão surgindo e se desenvolvendo muito rapidamente. E você é um bom exemplo de um novo desenvolvendo muito rapidamente. E você é um bom exemplo de um novo empreendedor dessa nova economia que faz todo sentido de estar aqui neste contexto de Curitiba hoje. Portanto, não estranhe se precisamos ter esse novo olhar sobre o território da nossa Cidade para poder exatamente entender o tamanho dos nossos desafios. Obrigada a todos. Estarei aqui à disposição toda esta tarde. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado Gina. Passar ao Orlando Ribeiro, Arquiteto formado pela Federal, Coordenador do Curso de Urbanismo da Universidade Positivo e atualmente Presidente da ASBEA- Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura. O SR. ORLANDO RIBEIRO:- Primeiramente queria agradecer o gentil convite. Fiquei muito feliz em poder colaborar com a fala de hoje, uma fala bastante breve mas que pretende mostrar um pouquinho um caminho possível para que nossa Cidade possa ter novas alternativas, novas formas de pensar a gestão territorial urbana. Acho que o momento é bastante oportuno. Estamos em um ano de esclarecimentos e de busca por novas formas de fazer essa gestão do conhecimento. Obviamente que vou apresentar um evento que está acontecendo, um movimento, vamos chamar assim, que está acontecendo na Cidade de São Paulo, que (K) já está há mais de dez anos trabalhando com o instrumento Estatuto da Cidade e recentemente está desenvolvendo um projeto chamado Arco Tietê, que consiste em criar cenários para que a cidade possa se desenvolver economicamente, paisagisticamente, em um território bastante vasto. Eu vou fazer uma breve apresentação sobre esse programa, obviamente não vou poder me aprofundar, mas quem tiver interesse, o material de onde tirei para fazer essa apresentação está disponível, aliás, a publicidade de tudo isso faz parte da gestão territorial urbana. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Orlando. Vou passar a palavra ao Ricardo Dória, publicitário, empresário, pós-graduado em Marketing, pela FAE, fundador da Aldeia Coworking. O SR. RICARDO DÓRIA:- Boa tarde a todos. Sou o Ricardo Dória, empresário, e há quatro anos acabei caindo nessa questão da economia criativa por fazer o que eu estava acreditando que era a empresa que deveria fazer. Eu não conhecia o termo "economia criativa", e hoje tenho duas empresas que atuam diretamente nessa questão da área da economia criativa. Uma delas é a Aldeia Coworking, e a outra é uma escola de coisas que não se aprende na escola, que se chama Grande Escola. As duas hoje fazem parte do cenário da economia criativa de Curitiba e eu espero compartilhar a minha experiência prática, porque experiência política ou qualquer coisa assim, não tenho nenhuma. Obrigado pela atenção de todos e espero poder contribuir. O SR. PRESIDENTE:- Aos Vereadores componentes da Comissão de Urbanismo, que têm feito um grande trabalho conjunto, eu gostaria de agradecer publicamente. Inclusive, o Vereador Felipe Braga Côrtes, em relação a esse tema específico, propôs que fosse incorporado nessa Comissão de Urbanismo e Obras Públicas a TI - Tecnologia da Informação. É um tema importante, mas não tinha uma comissão específica e a Casa também não entendia que deveria ser criada uma comissão só para esse tema pelo número de comissões. Então, incorporamos no Urbanismo e isso será muito importante no dia a dia dos trabalhos. Com a palavra o Vereador Felipe Braga Côrtes. O SR. FELIPE BRAGA CÔRTES:- Boa tarde a todos. Eu queria agradecer, dizer, Presidente, que pela segunda vez tenho a oportunidade de participar das discussões do Plano Diretor. Em 2004 eu era presidente da Comissão e fui o relator, naquele momento, daquele Plano Diretor. E já naquela oportunidade a participação da Câmara foi com mais de trinta e oito emendas, que foram discutidas, o Orlando deve lembrar bem, a ASBEA participou, o CREA também, e todas as entidades focadas na questão urbanística principalmente. Eu espero, Presidente, que o trabalho da Comissão, agora com uma nova pegada, eu diria, um novo tempo, muito mais dinâmico, que estamos vivendo, faça com que realmente esse Plano Diretor seja discutido com a sociedade e possa fazer a diferença, porque o que a população quer, o que cada curitibano quer é que a Cidade avance, que melhore. Então, como o Vereador Jonny Stica já falou, agradecer o Marcos Gomes, melhore. Então, como o Vereador Jonny Stica já falou, agradecer o Marcos Gomes, que está aqui representando o Arranjo Produtivo Local - APL, também agradecer a todos vocês que vieram aqui, que fazem a Cidade na questão de tecnologia, junto com tantos outros, aqui tem a parte de software, a Gina, tantas ações. E agradecer a Comissão por ter acatado a sugestão, estamos para votar em breve a alteração. O importante não é uma letra ou duas a mais na Comissão, porque ela vai ficar como Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI, mas sim porque vários projetos de lei são encaminhados pelos vereadores, e muitos podem vir do setor, essa é a intenção, e possam ter aqui na Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI um espaço para discussões e para ampliar essas ações. Então, agradeço muito. E dizer também que em breve, dia 7, começa o CICI 2014 - Conferência Internacional das Cidades Inovadoras, um momento importante da Cidade, o Sandro está presente, e parabéns, Curitiba vai ter um espaço de discussão enorme durante essa semana. Então, parabenizo e esperamos, dentro deste ano, não é Jonny, já estar, no final do ano, se Deus quiser, com uma pauta bem extensa e com um apoio; (M) essa pauta será um apoio fundamental para o Poder Executivo poder fazer uma boa alteração nessa lei. Obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Felipe. O Hélio Wirbiski, o que posso destacar aqui do nosso trabalho em conjunto, que foi muito importante para a Cidade, uma parceria que fizemos com o IPPUC, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, foi a revitalização do Passeio Público; o processo ainda está acontecendo, está na fase de projeto. Mas o IPPUC esteve aqui há menos de dois meses para apresentar uma proposta que nasceu numa audiência pública como esta, que foi uma demanda na verdade da sociedade, e o Hélio Wirbiski conduziu isso aqui dentro da Comissão de uma forma muito bacana. Então, obrigado, né, Hélio Wirbiski, por esse trabalho também em relação ao Passeio Público. E vou passar a palavra ao Vereador Hélio Wirbiski. O SR. HÉLIO WIRBISKI:- Boa tarde a todos. Na verdade, como disse a Gina, um novo olhar, um novo momento da Câmara de Curitiba, com um trabalho da Comissão de Urbanismo pensando na próxima geração. O que acontecia em muitos governos, e vocês sabem disso, é que se pensava só na próxima eleição, e esse Plano Diretor vinha de uma certa forma já direcionado para a Câmara de Curitiba. Conversando com o Vereador Felipe Braga Côrtes e o Jonny Stica, que é jovem mas tem muita experiência nesse sentido, é um arquiteto que já tem muita experiência na Cidade, decidimos conversar com todos os setores; além das audiências que a própria Prefeitura está fazendo envolvendo toda a população, estamos envolvendo todos os segmentos. E vejo aqui a maioria deles representada. Além de toda essa agenda, sugerimos também que fizéssemos visitas a algumas instituições, a alguns segmentos representativos para a Cidade. Vejo aqui o Airton, o Valter, representando a Associação Comercial; temos representantes aqui do Secovi, do Sinduscon. E também nessa agenda vamos acoplar reuniões nessas instituições, para que também possamos ouvi-los e termos mais subsídios para, não só através de emendas dos Vereadores, mas através de sugestões, e hoje vamos ter muitas... E também com o site já funcionando aqui na Câmara de Curitiba, o Jonny Stica vai dar mais detalhes a respeito desse site, mas tudo vamos anotar e irá para lá com sugestões de todos vocês; o site está à disposição de todos. E, além de toda essa agenda, vamos fazer também Sinduscon, Associação Comercial e Secovi. Obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Então, para entendermos a dinâmica de hoje, vamos ter quinze minutos para cada um dos convidados de hoje para falar sobre um tema, alguns vão utilizar o powerpoint, outros não; então serão aí cinco falas. O primeiro bloco seria do Cordiolli junto com a Gina, para falar mais dessa questão de como a Prefeitura vê o tema, mais até institucional, e colocando aí os desafios da gestão pública; quinze minutos para cada, totalizando meia hora num bloco do Poder Público mesmo, do Poder Executivo. Depois, junto com o Orlando, vamos fazer uma fala sobre como se poderia ter um exemplo real de algo acontecendo em Curitiba, colocando essas experiências externas que estão acontecendo no Brasil, de bairros potencializados com instrumentos urbanísticos, e de repente levando isso para a economia criativa. E, por fim, o Ricardo Dória vai falar sobre a experiência para a economia criativa. E, por fim, o Ricardo Dória vai falar sobre a experiência no dia a dia, de economia criativa, que ele tem com a Aldeia Coworking. Então, tentamos colocar um pouco do Poder Público Municipal, o Executivo; ideias, vamos trazer aqui essas ideias; e depois uma experiência prática; daí abre de fato para a audiência pública, para ouvirmos todos. E a ideia é que possamos ouvir todo mundo num mínimo de duas horas de audiência pública mesmo. Gostaria, antes de passar aos nossos primeiros palestrantes, até porque o mais importante desses encontros às vezes são as próprias relações que se criam para o tema continuar muito forte e continuar com uma rede de contatos, então, eu vou aqui agradecer às pessoas presentes, aquelas que deram o nome. Eu achei bem lincado o nosso tema aqui, e para a Comissão de Urbanismo é uma oportunidade real de poderem nos auxiliar nesse tema. (L) Agradecemos a presença de todos os convidados, temos muitas pessoas, mas dá para ver como está grande esse leque de participação ligado à economia criativa. Então, vamos chamar nossos dois primeiros convidados desse bloco, poderíamos começar com o Marcos Cordiolli para falar um pouco sobre o tema, até não foi dada uma introdução sobre a economia criativa, acho que o Cordiolli pode fazer isso, junto com a Gina, mas basicamente é tudo o que envolve o conhecimento para gerar economia. Então, tudo que envolve serviços, conhecimento, gerando inclusive produtos, mas que não dependa necessariamente de uma automação industrial, que não dependa de uma indústria, de nenhum tipo, é uma indústria cultural de fato que usa muito o intelecto, usa basicamente o conhecimento para gerar valores, negócios e, assim por diante. Então, isso seria assim num resumo até grosseiro a economia criativa, formas de fazer com que a economia seja ativada por relações de serviço que usem a capacidade intelectual e conhecimento. Em síntese é isso e disso derivam todos os serviços (T) ligados desde moda, arquitetura, designe, fotografia vai para questão do software, inovação, toda parte de aplicativos, tudo que está sendo feito com tecnologia da informação, é um campo que se abre em relação a serviços. E o que dá para colocar nessa introdução, o tema é que as grandes cidades do mundo, as mais desenvolvidas hoje estão nessa linha da economia criativa ou assim se for colocar num resumo maior, na linha do serviço, não do produto, não da manufatura, mas sim gerar serviços ligados ao conhecimento. Então, é um tema tão importante que até não tido uma audiência aqui na Câmara sobre esse tema. Você vê como é importante mas é novo, não tem essa rede, tem uma rede talvez oculta, mas não organizada na cidade de economia criativa porque não deixa de ser um tema nos últimos dez anos aí que teve um enfoque maior. Então. A Sra. Gina. A SRA. GINA GULINELI PALADINO:- Obrigada pela oportunidade. Vocês vão perceber na minha fala e da fala do Cordiolli que somos perfeitamente alinhados em relação a esse tema. Uma das gratas e feliz surpresas que tive foi encontrar o Cordiolli como Presidente da Fundação Cultural de Curitiba e estabelecemos desde o inicio de 2013 uma parceria extremamente virtuosa, porque o meu papel e a minha função é cuidado econômico, e não pode ser diferente. Então a guardiã para que os realmente, a criatividade, a cultura e outras expressões da sociedade se transforme em PIB é isso que a economia faz, e o Cordiolli, o guardião para que a cultura e a criatividade em Curitiba floresça cada vez mais e vamos em parceria, profundamente harmonizados tocando esta área nova do desenvolvimento econômico dos países, das regiões e das cidades. Então, para mim, publicamente, gostaria de deixar muito claro que a fala do Cordiolli sempre será minha e tenho certeza que vice e versa. Eu com meu viés e ele com seu viés acho que essa parceria é responsável porque estamos fazendo algumas coisas interessantes no nível do Município. É muito importante que isso aconteça, isso é um ativo da nossa cidade hoje econômico dialoga com acultura e com a criatividade e vice versa, só assim que se poe avançar. Estamos começando essa jornada de tentar olhar, entender e agir sobre a economia criativa da nossa cidade, ela está aí, existe, mas nós ainda não estamos tratando dela como um recorte econômico tradicional como se fosse a área de modas ou de qualquer produto tradicional, é um novo recorte da economia. E por que ela é importe e de onde vem esse recorte que é uma coisa que temos que começar do começo? Por que surgiu essa necessidade dos países, das regiões, da começar do começo? Por que surgiu essa necessidade dos países, das regiões, da cidades, dos agentes econômicos de uma forma geral de se debruçarem sobre esse novo. Isso não é moda, não é uma opção, isso é uma fatalidade no desenvolvimento do capitalismo hoje. Quem descobriu tudo isso de uma forma tão espetacular e que o mundo inteiro agora está correndo atrás desse prejuízo? Os ingleses, década de oitenta, se os senhores se lembram, a economia inglesa estava numa derrocada total a desindustrialização da Inglaterra era algo escandaloso, o número de empresas e de fábricas que fechavam na Inglaterra, porque estavam sendo transferidas para Ásia e outros países em desenvolvimento numa velocidade total. E o governo inglês, à época, contratou uma equipe de sábios, isso eles fazem frequentemente, especialistas, (I) para fazer um diagnóstico profundo sobre o que aconteceria com a economia inglesa com aquela China que vinha a todo vapor, e outras plantas industriais do mundo com salários muito mais baixos, com produtividade muito mais alta, e com eficiência mais alta. E uma das coisas que essa comissão identificou é que a indústria inglesa estava condenada a desaparecer. Se vocês olharem hoje nas estatísticas vocês vão encontrar exatamente isso, a proporção do setor industrial no PIB da Inglaterra é mínimo. Mas, ao mesmo tempo, a boa nova é que a Inglaterra poderia sim avançar rapidamente na agregação de valor, naquilo que ela tinha de mais essencial, e essa agregação de valor poderia capturar valores do mundo inteiro, e ela poderia recuperar a sua economia nessa área. Eu estou resumindo, mas essa é a história real. E não só fizeram um levantamento das áreas de serviço daquele país que mais geravam valor agregado, como isso poderia ser potencializado, e como que a Inglaterra poderia rapidamente recuperar uma posição econômica diferente daquela que ela tinha trilhado pós revolução industrial um, dois, três. É isso o que aconteceu. E foram os ingleses que definiram que a economia criativa é um pedacinho do setor de serviços. São onze setores econômicos, segundo a definição inglesa, e segundo a definição que a maioria das estatísticas do mundo acompanham, nem mais e nem menos. Portanto, uma fatia dos serviços onde estou trabalhando com o mais alto valor agregado da economia. Por exemplo, software, computação e telecom, entram novamente na economia criativa. Arquitetura, engenharia, publicidade, design, toda área do audiovisual, o mercado editorial, de uma forma ampla, moda. Depois, na sequência, a Unctad, que é uma entidade ligada a ONU, que define as coisas econômicas para o mundo, pegou esse estudo inglês e transformou isso num trabalho global com as definições realizadas pela Inglaterra, e o mundo inteiro hoje acompanha as definições, as regras e as normas da Unctad. Tudo isso que estou falando está na internet para vocês se divertirem. Então, quando falamos da economia criativa, não estamos falando de qualquer coisa, tem setores econômicos especificamente definidos. E aí os indicadores que hoje medem, por exemplo, o posicionamento de um país, de uma região e de uma cidade no seu ranking de criatividade, também obedece a essa norma. No caso brasileiro, a Fecomércio São Paulo já há alguns anos, felizmente, se dedicou a esse tema e foi a primeira entidade no Brasil que começou a medir o índice de criatividade das cidades brasileiras utilizando os mesmos critérios de definição e os mesmos critérios que o mundo define, porque temos que fazer as coisas iguais para poder comparar. Senão, a gente usa parâmetro no Brasil diferentemente de parâmetro de outro país, e aí não dá certo. Então, se vocês forem buscar, a Fecomércio calcula o indicador de criatividade das cidades. No caso do Brasil, ele é composto por três índices. Para quem entende de indicador é muito bacana de ler, e vamos encontrar, por exemplo, no caso de Curitiba, que nós monitoramos nesses componentes desse indicador, e a última medida foi de 2012, ela está na décima segunda posição de cidade medida até agora. E a gente vai decompor o indicador, e vai descobrir por que está em décimo segundo, por que não é quinto, por que não é sexto, onde estão as fortalezas e onde estão as fragilidades desse território dessa economia chamada Curitiba em relação a esse indicador. E isso nos ensina (J) muitas coisas. Por exemplo, por esse indicador nós aprendemos que Curitiba tem uma capacidade criativa alta, em compensação uma baixa capacidade de transformar a criatividade em PIB. Ora, ora! Se isso é verdade, o nosso problema não é criatividade, o nosso problema é como transformar pessoas nosso problema não é criatividade, o nosso problema é como transformar pessoas criativas e/ou seus parceiros e/ou os seus sócios em negócios, business,em empreendedores.Um, dois, para fazer o PIB mexer preciso aumentar a escala desses negócios. Então, pode ser que os empreendimentos existam, mas eles são pequeninhos, são belos bonsais e bonsai não mexe o PIB. Se não mexe o PIB o nível de criatividade dessa região é baixa. Vejam, não estamos falando de criatividade. Se for só o índice de criatividade da cidade é altíssimo, mas estamos falando de economia criativa. A gente nunca pode perder de vista, que neste assunto que estamos discutindo aqui, para o bem e para o mal a economia vem antes da criatividade. Isso tem que ter um cuidado enorme, porque se não mexer o PIB não vai dar para competir com as cidades concorrentes, porque onde isso está melhor serão as áreas onde vou ter maior capacidade de atração, de talentos, por exemplo, que é uma das formas que as regiões da cidade têm. Para turbinar mais rapidamente a sua economia criativa não é esperar que as universidades formem pessoas adequadas para isso, isso é importante, mas não dá tempo. Então, tenho que ter capacidade de importar mais e reter os meus talentos e importar. Neste quesito nós estamos muito bem na foto. Curitiba está conseguindo atrair mais do que exportar talentos. Isso é muito importante para a economia criativa, isso também tem um indicador que mede a migração entre cidades brasileira de talentos. Talentos, entendo pessoas que têm mais de dezoito anos, que têm formação superior completa ou mais. Este é o manancial da economia criativa. É uma economia de serviço. Na economia de serviços todos sabemos, diferentemente da indústria, que o que mexe a produtividade efetiva na área de serviço são os recursos humanos qualificados. O segundo item que mexe, eleva rapidamente a produtividade das unidades, dos empreendimentos, dos negócios na área de serviço é que qualificação dos recursos humanos. E o terceiro são pessoas qualificadas. Eu falei a mesma coisa? Exatamente que mesmo coisa. Um, dois, três. É muito diferente do setor industrial onde eu posso dar um salto na produtividade, da noite para o dia, simplesmente porque eu troquei uma máquina obsoleta por uma máquina tecnologicamente avançada. A indústria tem essa vantagem, por isso que ela é poderosa do ponto de vista da produtividade. Na área de serviço nós temos que contar com pessoas capacitadas, com pessoas muito capacitadas e pessoas muito mais ainda capacitadas. Essa é a área de serviço. O pessoal de software sabe exatamente do que eu estou falando, porque o computador, os programas e as metodologias são commodities, tudo commodities. Não vale nada. Quem agrega valor naquele negócio ali são pessoas qualificadas, altamente qualificadas e isso vale para todos esses dez, onze setores da economia criativa. Veja como muda um pouco o que estamos acostumados no início dos anos 90, numa encubadora que tinham empresas de base industrial. E o menino aqui da área de coworkingagora só na área de altíssimo valor agregado da área de serviço que é o que estamos discutindo aqui. Alguns outros requisitos que é importante para a nossa conversa aqui, vejam só - e isso tem a ver com o diálogo com o Plano Diretor: esse tipo de negócio, de empreendimento não precisa de grandes áreas físicas para se instalar. Aliás, a bem da verdade, sequer precisa de áreas. Ninguém quer ser proprietário desse prédio, desse tijolo (P) e dessa coisa toda que se chama ativo material. Não precisa disso, isso é muito custo, eu preciso de flexibilidade porque hoje estou aqui, amanhã tenho que estar em outro lugar, se puder alugar um estabelecimento seria melhor. São outros requisitos dessa economia criativa que não estamos acostumados a lidar. O paradigma da Cidade Industrial de Curitiba da década de setenta, está adaptado naquela história. Agora tem 80% do seu PIB que é oriundo da prestação de serviços. As perspectivas e os estudos prospectivos informam que isso logo chegará a 90%. Eu já sei que eu tenho uma economia e estou falando só da nossa cidade, por favor não confundam com Região Metropolitana de Curitiba. Estou falando do perímetro da cidade de Curitiba. Temos 80% em serviços e essa proporção vai aumentar ainda mais. Eu já sei que estou lidando com uma economia baseada em serviço, portanto, tenho que usar toda a nossa competência, o nosso apoio, para estressar ao máximo essa área de serviço para o seu mais alto valor agregado. Eu preciso fugir da commoditie e como é que eu fujo da commoditie na área de serviço? Com gente mais qualificada, com gente eu fujo da commoditie na área de serviço? Com gente mais qualificada, com gente mais criativa e mais empreendedora. Não temos outra solução! Com muito mais tecnologia e muito mais infraestrutura, principalmente tecnológica. Hoje para essa nova economia vale muito mais uma infraestrutura de cabeamento ótico de primeiro mundo nesta cidade, com velocidade, qualidade, segurança garantido do que um espaço físico, um bairro, um terreno, um prédio. Isso é da velha economia! Curitiba precisa ter em relação as suas cidades concorrentes, que são Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Campinas. Essas são as nossas cidades concorrentes. Por que não falo em Rio e São Paulo? Porque essas são fora da curva, eu não concorro com elas, estou no segundo nível. Também não concorro com Brasília que é uma economia "sui generis", é uma economia especial. São Paulo e Rio de Janeiro também não. Mas eu concorro muito com o resto. Isso sentimos na agência todos os dias. No que diz respeito aos negócios que vem conversar conosco eles estão sempre entre Porto Alegre e Curitiba, entre Florianópolis e Curitiba, entre Campinas e Belo Horizonte. Esse é o universo nessa área que estamos falando aqui, nessa área de altíssimo valor agregado. É nesse universo que temos que nos preparar coletivamente e esse é um momento bastante propício para que esse tipo de discussão possa avançar ainda mais até porque tem todo um desdobramento aí num segundo momento do Plano Diretor, que é todas as diretrizes para as novas leis de zoneamento da cidade, que tem uma implicação direta nesse tipo de negócio. E para concluir, e a Prefeitura faz o que mesmo nessa história? A Prefeitura faz um monte de coisas e uma delas é identificar nesse universo da economia criativa, que estamos condenados a nos desenvolver nessas seguimentos para garantir a qualidade de vida, renda, o salário médio desta Cidade que é muito alto, para garantir que o desemprego continue tão baixo como está, nós precisamos identificar dentro desse universo, quais são os potenciais mais de curto prazo, onde tenho um diferencial competitivo um pouco mais evidente. Algumas áreas de software já sabemos que sim e acho que temos que fortalecer em alguns seguimentos específicos e em outros estamos exatamente fazendo esse mapeamento. Por exemplo, descobrimos que temos mais de vinte e dois mil profissionais (G) hoje atuando na área de economia criativa na nossa cidade, considerando sim, empreendimentos formalizados que esse segmento tem um número informal muito grande, e isso não é nenhum de mérito. As estatísticas pra você recuperar dados nesta área elas são complicadas, até porque os empreendimentos vários deles ainda estão um pouco, como vamos falar, ocultos. Mas nós já descobrimos por exemplo, e estamos trabalhando nesta direção dentro do segmento da econômica criativa, um segmento econômico muito importante que vale a pena a gente se debruçar, é o áudio visual. Não é por acaso que nós estamos juntos com o Sebrae, entidades empresarias do setor construindo plano estratégico para lidar com a questão do áudio visual na nossa cidade, com o foco econômico para que as empresas, os empreendimentos, os negócios, os produtos sejam gerados aqui na nossa cidade, no nosso território. Um pouco dessa história eu queria deixar nessa pequena introdução e na sequência a gente pode abrir para outros detalhes se vocês julgarem convenientes. O SR. MARCOS CORDIOLLI:- É sempre bom falar depois da Gina, porque ela efetivamente pontua as questões. E de fato nós temos feito uma parceria diária entre Fundação Cultural e Agência Curitiba e isso tem resultado já bastante palpáveis dos quais eu vou colocar aqui. Só inicialmente, gostaria de dizer o seguinte que a minha fala ela é produto de uma grande interrupção, em primeiro lugar como a Gina já disse com a própria Agência Curitiba, mas nós temos alguns interruptores privilegiados nossos. Primeiro o Sandro Vieira, que deveria estar aqui, né Sandro tem constantemente, nós temos conversado, construído pontes, estamos em um processo de aproximação que nós consideramos importante. Também dentro desta área já foi dito, o Rodrigo daqui representa o que nós chamamos das áreas da Fundação Cultural, que são quatro áreas que nós estamos procurando incorporar enquanto cultura: a Arquitetura, a Gastronomia, Moda e o Designer eu Ministério da Cultura já os incorporou e nós procuramos ir avançando. Neste sentido é importante citar também a presença do Paulo Martins, do Instituto de Moda, tem sido um bom interruptor nosso, o Mário Barbosa e o Orlando Ribeiro, o Mário em particular que é interruptor nosso, o Mário Barbosa e o Orlando Ribeiro, o Mário em particular que é do Conselho Nacional de Políticas Culturais., representando segmento da arquitetura e tem sido um grande interruptor. O nosso colega do designer que também tem um grupo grande, reunindo, discutindo, formulando questões, representando soluções bastante interessantes. Ah, bom no caso aqui da arquitetura, o Mário tem sido o nosso interruptor mais direto, mas nós temos dialogado diretamente mais com o Karl, o Jeferson que hoje não está presente aqui, mas tem sido cadê? Ah, desculpe não tinha visto ficou escondido ali, o cabelo dele cada dia mais branco, já perdendo a referência dele, tem sido não só um bom parceiro de interlocução, mas de alguém que tem nos cobrado sempre muito, cumprindo o papel bastante importante nesse momento em que nós estamos aqui procurando avançar. Além disso também está o Perry, do Festival de Teatro de Curitiba que agora tem se transformado em Festival de Curitiba e que tem incorporado outras áreas, esse ano por exemplo com a gastronomia ano passado, e este ano foi mais reforçado. Também tem sido um modelo importante de reflexão para nós. Vale lembrar também aqui a presença da Denise, que tem coordenado o setor da Fundação Cultural e tem realizado diversas ações das mais importantes, e da Mari Cléia, que está coordenando agora a nossa regional no Boa Vista, mas também é uma especialista da Fundação Cultural. Eu gostaria de aqui apresentar a nossa questão a partir dos seguintes pressupostos que tem nos orientados. O primeiro pressuposto é entender que no ponto de vista do Plano Diretor, tem um triple que nós precisamos identificar (A) e reforçar dentro da economia produtiva. O primeiro é o aspecto regional da cidade. Tem algumas regiões que foram ao longo do tempo rapidamente se constituindo como áreas identificadas pela economia criativa. Se nós percebermos hoje, por exemplo, o Alto São Francisco, ele tem um conjunto de instituições fixadas lá de empresas ou de bares, etc, que se mapearmos nós vamos ver que ali temos um forte foco de economia criativa. O Manoel Neto, que é um intelectual importante da cidade e que tem feito várias pesquisas nesse campo, fez uma identificação interessante, ele fez uma pesquisa no Edifício Tijucas e essa pesquisa mostrou que boa parte, a maioria, daqueles que tem estabelecimentos ali são ligados a economia criativa. Inclusive estamos fazendo um reconhecimento mais adiante por intermediação do Manoel e com a associação do Tijucas de reconhecer aquele como de fato um território criativo. Ou seja, podemos ter um território mais amplo como o Alto São Francisco ou como outros que podemos identificar aqui, mas podemos ter um edifício, um espaço objetivo que seja ele fortalecido pela economia criativa, e é importante que identifiquemos isso. Isso talvez fosse uma das primeiras grandes questões que a nossa cidade precisa ter, um olhar para identificar esses polos, esses locais e a partir desses locais reconhecer o potencial de economia criativa. Se formos pensar, por exemplo, no Polo das Malhas do Boqueirão, ele reúne um conjunto de indústrias que tem uma vocação comum e com um pouco de investimento pode se transformar num espaço ou num território de economia criativa. A mesma coisa ocorre hoje com a Itupava em que diversos restaurantes tem se fixado e estão caminhando rapidamente para serem restaurantes identificados com uma nova gastronomia e que pode vir facilmente a se construir um território de economia criativa ao longo daquele bairro. A outra possibilidade é o olhar da própria cidade em perceber que existem territórios que podem vir a se constituir também em economia criativa. Então, podemos identificar os territórios e podemos localizar potencialidades que com uma intervenção público-privada podem desenvolver economias criativas, redesenhando o território urbano da cidade e aproveitando e potencializando o máximo as suas ações. O segundo movimento que nos cabe identificar também, são das cadeias produtivas. A Liana Carleal que é nossa colega de governo e que hoje preside o Imap ela fez um estudo muito interessante sobre as montadoras em Curitiba, ela verificou que ao lado de empresas profundamente integradas e flexíveis, como as que temos aqui, elas desenvolviam um distrito industrial em torno delas que às vezes elas começavam numa área de alta tecnologia e terminavam em empresas familiares de trabalho precário, com baixa tecnologia, enfim, de trabalho paternal, numa situação bastante degradante do trabalho. Então, é fundamental que no caso da economia criativa precisamos olhar trabalho. Então, é fundamental que no caso da economia criativa precisamos olhar para toda a cadeia produtiva, tentar entender todos os seus elos. E neste sentido eu acho que temos uma experiência bastante positiva, aquilo que está sendo desenvolvido pelo Sebrae junto com sindicato da industria do audiovisual, com a Associação dos Realizadores de Audiovisual, mais a Agência Curitiba, mais o SESI e mais a Fundação Cultural que é um exercício grande de identificação de toda a cadeia produtiva do audiovisual que a Gina fez referência agora a pouco. Ou seja, só o mapeamento mais ostensivo dessas cadeias nos mostram evidentemente toda a sua potencialidade e as suas falhas e as suas dificuldades. Então, me parece que por um lado identificar regiões é importante, mas também é importante ter esse mapeamento organizado das cadeias produtivas. E por último, é fundamental que possamos entender também os novos modelos de negócio ou a forma como essas regiões e como essas cadeias produtivas operam. Nesse sentido também nós temos uma grande dificuldade de operar com modelo de negócio bastante diferente. (V) Falo muito pelo audiovisual que nós temos mais experiência e a Fundação Cultural também tem se ocupado bastante, aonde vão desde o entendimento do que é um produto de economia criativa até a forma como esse produto se organiza e se disponibiliza no mercado dentro de uma ampla cadeia de desenvolvimento. A partir daí penso que podemos e deveríamos pensar como Cidade em três situações. Primeiro em uma política ampla de formação. Na Fundação Cultural, por intermédio da Denise, já temos procurado centralizar na Fundação o Pronatec, que é o programa nacional do Governo Federal para a formação tecnológica em ensino médio, é que queremos trazer todos os cursos da economia e da cultura para uma sinergia conosco na Fundação Cultural. Então, realizamos convênios com o IFE, com a Universidade Federal, com a UTFPR, enfim, com diversas instituições, aonde queremos fazer uma ponte entre a identificação dessas cadeias produtivas na Cidade e as demandas que esses cursos devem ter. Mas pensamos em formas mais avançadas. Acho que um bom exemplo, eles já têm desenvolvido de uma maneria bastante eficiente, várias experiências como essa ideia daquilo que não se aprende na escola é que pressupõe novos cursos e conteúdos, mas também novas metodologias, está a Aline Nazaro aqui também, que representa o NEC - Núcleo de Estudos da Economia Criativa, que está baseado lá no IBPQ, para o qual temos uma imensa simpatia, que também procura desenvolver um modelo amplo de formação bastante diversificado, se ocupando de modelos bastante diferenciados e todos eles muito afinados com necessidades tanto de modelos de negócios quanto das cadeias produtivas, o que me parece que é um elemento aí também bastante estratégico. Aí nós precisamos discutir uma outra questão bastante espinhosa, particularmente falando do ponto de vista de ser Executivo, que é pensar o impacto na nossa política tributária dentro do desenvolvimento da economia criativa. Acho que este tema não pode ser um tabu, precisa ser enfrentado de uma maneira aberta. Obviamente que acho que nosso País precisa de uma ampla reforma tributária, mas no caso da economia criativa isso é urgente e imprescindível, porque temos aí vários sombreamentos, empreendedores individuais, microempresas, cooperativas, associações, enfim, geramos conjuntos novos, não só de formatos de negócio mas geramos conjuntos grandes de novos formatos de negócios, mas geramos também, junto com isso, um conjunto grande de novos modelos de empreendimento e precisamos olhar para isso com um cuidado redobrado, que tradicionalmente, nosso País temos mais dificuldade. E por último, precisamos ter de fato a política de fomento. Não existe empreendimento nem cadeia produtiva que sobreviva sem uma política de fomento. Essa política de fomento pode ter vários níveis. Vou falar de alguns deles aqui do ponto de vista da Fundação Cultural, mas me parece que é essencial pensarmos desde renúncia de política fiscal, políticas de subsídios, políticas de fundos retornáveis e políticas de fomento direto a essas atividades a partir, obviamente, de mecanismos transparentes, mas que visem uma eficiência. Antes de encaminhar para a última parte, eu creio também que a política da economia criativa precisa de pacto republicano. O que isso significa? Acho que em algumas áreas das políticas brasileiras temos bons pactos republicanos. O SUS, por exemplo, é um bom pacto republicano entre os governos municipais, estaduais e exemplo, é um bom pacto republicano entre os governos municipais, estaduais e federais. Podem ter seus problemas, suas dificuldades, têm pessoas que reclamam do modelo, mas é inegável que os gastos públicos nas três esferas estão devidamente administráveis dentro do modelo do SUS. A mesma coisa acontece com a educação, que o Governo Federal é responsável pela educação superior e ensino médio e profissionalizante, os estaduais pelo ensino médio e pelas etapas do fundamental e os governos municipais responsáveis pela educação infantil e pela primeira etapa do fundamental. Não podemos imaginar que um programa amplo de desenvolvimento da economia criativa, ele só se dará com recursos municipais. E é fundamental que qualquer política caminhe para um pacto estabelecendo claramente as funções das três esferas (K) governamentais nessas políticas que estão sendo envolvidas. Então, quando nós falarmos, por exemplo, numa política de fomento, não podemos esperar apenas recursos do Tesouro Municipal. Se falarmos em reforma tributária, não podemos esperar apenas uma reforma tributária municipal. Eu acho que é importante sempre pensarmos isso numa dimensão republicana. E, rapidamente, porque o meu tempo está esgotando, nós, na Fundação Cultural, estamos avançando em algumas áreas diferentes. A primeira delas é essa atuação siamesa, digamos assim, com a Agência Curitiba e com a Gina. É onde todas as nossas ações são feitas sempre em conjunto, desde cursos, como o que estamos oferecendo agora para empreendedores na diversas regionais, que a Denise tem coordenado, até ações maiores. A segunda, temos uma Comissão já dentro do Conselho Municipal de Cultura que está revisando a nossa lei municipal de fomento à cultura. E aqui faço sempre questão de deixar bem claro, o Fundo Municipal é um recurso público, tanto o Fundo Municipal, que é um recurso direto, quanto um outro Fundo que nós temos, que é o da renúncia fiscal, que aqui em Curitiba chamamos de mecenato, eles têm um papel importante no desenvolvimento da economia da cultura, com ênfase na economia criativa. Mas, sempre dizemos claramente que entendemos que a produção, o desenvolvimento e o fomento da arte sempre é fomentado pelo poder público. Como entendemos que as primeiras obras, as obras autorais, as obras experimentais, via de regra, são quase sempre financiadas totalmente pelo Poder Público. Como entendemos também que alguns segmentos, como a área de patrimônio, área de música clássica, também tem uma dependência extremada do Poder Público, mas que nas outras áreas nós queremos sempre um elemento gradativo de sustentabilidade desse setor cultural. Então, temos discutido previamente, embora seja submetido a essa Comissão, e depois isso vai ser debatido mais amplamente na cidade, e vai caminhar para esta Casa, onde vai receber a votação final, mas temos discutido ações como um fundo retornável do modelo do fundo setorial do audiovisual, na qual a agência municipal se torna sócia de empreendimentos, e o retorno do investimento é dado na proporção do sucesso dele. Para vocês terem uma ideia, o fundo do setor audiovisual tem um desempenho interessante, existem filmes como, por exemplo, Insolação, que devolveu só 0,46% do que foi investido nele. Mas, outros filmes como, por exemplo, De Pernas para o Ar 1, devolveu 96% do investimento. E a média hoje de devolução é de 46%. Considerando o audiovisual, que é disputa com uma indústria consolidada, como a indústria dos Estados Unidos é muito forte, eu acho que o grau de sucesso reconhecido, inclusive fora do Brasil, é muito alto, pelo modelo do Fundo. Como também a necessidade de que possamos apoiar projetos nascedouros, que é uma dificuldade que temos, criar alguma coisa semelhante a incubadoras de empresas ou então avançarmos ainda mais em políticas mais próximas ao mercado, que tradicionalmente na área da cultura sempre foi um tabu. Eu volto a insistir nisso, eu acho que existe um segmento que precisa ser totalmente, ou quase que totalmente fomentado pelo poder público, mas é um outro que precisa se voltar cada vez mais pela busca da sua sustentabilidade. Em cima disso temos também desenvolvido o Pronatec e, por último, nós ainda não anunciamos, mas acho que cabe colocar aqui, entramos numa chamada pública Dancini, que se o resultado for positivo, e cremos que será, nós teremos um fundo para que em dois anos nós possamos financiar quatro telefilmes e vinte e seis desenvolvimentos de série para televisão aqui em Curitiba, num período de dois anos. Esses vinte e seis pilotos de séries implica uma Curitiba, num período de dois anos. Esses vinte e seis pilotos de séries implica uma série de alianças, onde os produtores da Cidade não só vão ter um produto à venda, mas também vão ter disponibilização de formação para entender toda a dinâmica do mercado de comercialização e colocação do seu produto, vão ter formação gerencial, e vão ter também um apoio técnico com uma consultoria mais detalhada do ponto de vista técnico das suas obras. Nós acreditamos que essas vinte e seis obras seguramente vão dar uma boa chacoalhada e oxigenada em toda a cadeia produtiva (M) de Curitiba. E um detalhe importante, que essas vinte e seis obras, depois de concluídas, se elas forem vendidas para algum canal de televisão, e hoje temos um mercado potencial, que são as cotas da lei de acesso condicionado, aprovada pelo Congresso, elas poderão ser fomentadas pela linha B do audiovisual, da qual a empresa compradora paga 15% e os outros 85% vêm de aportes do Fundo Setorial do Audiovisual. Ou seja, se conseguirmos, desses vinte e seis pilotos de série, realizar quatorze ou quinze deles, e como são as séries que estamos trabalhando aí com a média de doze episódios, significa a realização de cento e oitenta episódios de séries de televisão na nossa Cidade num prazo de três a quatro anos. Isso seguramente vai consolidar a Cidade como um espaço qualificado para audiovisual e, mais do que isso, um espaço e uma cadeia produtiva consolidada nessa disputa de um dos mercados mais difíceis, que é o do audiovisual, mas que, como disse a Gina, é também um dos de maior poder agregado. Nesse sentido, nós, da Agência Curitiba, temos procurado teorizar em cima, mas vamos apostar muito nesse projeto piloto nosso, que, se tiver um sucesso médio, claro que queremos um sucesso pleno, mas mesmo tendo um sucesso médio ele vai mudar a paisagem da economia criativa da nossa Cidade. Obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Seguindo a nossa Audiência, vamos falar sobre como que esse processo de economia criativa poderia se dar num lugar específico em Curitiba. Vamos falar do mesmo tema, mas não vimos a apresentação um do outro, a ideia é que isso fosse bem livre mesmo. Como a Asbea tinha se colocado na primeira audiência favorável ao tema de revitalizar o Rebouças, daí... Então, em quinze minutos você tenta montar alguma coisa, nós montamos também, para começar esse debate. A ideia é não trazer nada pronto, até porque um projeto mesmo viria do IPPUC, do órgão de Planejamento Urbano da Cidade, a ideia é só começar a discutir o tema. (Começa a apresentação). Então, esse aqui já foi apresentado, né? Ou pelo menos a Gina já colocou o que seria a economia criativa, todas as áreas. Só para reforçar, então, desde música, teatro, dança, audiovisual, que foi muito falado pelo Cordiolli também, as novas mídias, toda a questão de software, serviços criativos, arquitetura, outros serviços culturais, design, gráfico, moda, joias, brinquedos, livros, editoração, pintura, escultura, tudo ligado à arte, monumentos, museus, bibliotecas, exposições. Então, acho que isso já está bem consolidado, do aspecto. E rapidamente falar de algumas experiências. Então, a Cidade de Recife tem uma experiência fantástica em relação à economia criativa. Eles fizeram esse projeto Porto Digital, que começou com três empresas, hoje são mais de duzentas e trinta, e gera uma economia muito forte na região; seria essa região do Porto, onde essas empresas estão estabelecidas. A Gina falava sobre fibra ótica, né, são oito quilômetros de fibra ótica nesse espaço, uma rede super-rápida, conectando todo mundo, fazendo a coisa acontecer, há uma organização permanente. Então, esse papel da agência, de manter isso, de procurar pessoas que possam agregar no projeto, investidores, empresas, fazer o cuidado, a atenção que precisa para cada uma dessas empresas, tudo isso acontece, tem um escritório só para isso. E esse é o projeto então do Porto Digital, que colocou Recife hoje nas cidades com maior destaque na área. Até quero colocar aqui para vocês, acho que vale a pena, por ser desse mês a edição da Revista Exame, que fala sobre isso, vou fazer um merchan aqui para a Exame, mas é que fala realmente sobre as cidades que são mais favoráveis a negócios; coloca aqui Vitória como a primeira cidade, mas faz um enfoque também para a economia criativa (L) principalmente na Cidade de Recife. Recife não tinha uma tradição de planejamento, de produzir crescimento, tinha o histórico, a primeira cidade do Brasil a receber toda a economia, mas não nessa parte de serviços, e até por não ter espaços para indústrias, não ser a vocação nessa parte de serviços, e até por não ter espaços para indústrias, não ser a vocação principal mais e ter tudo isso acontecendo de forma organizada, eles fizeram acontecer na cidade. Aqui, um outro exemplo, antes de falar da nossa cidade, do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro fez um projeto chamado porto maravilha, está acontecendo o projeto, essa foto tirei mês passado lá no Rio, eles estão destruindo todas essas perimetrais, esses minhocões, tudo isso para baixo, tem algumas cidades que querem construir isso para os carros passarem, o Rio já está indo à frente, está destruindo isso, criou alguns binários, que é essa foto da direita, de cima para levar os carros onde tinham galpões antes, fez novas vias mesmo de escoamento e toda a parte de barracões lá na região do porto, ali próximo do aeroporto Santos Dumont, toda aquele região ali, são três bairros que estão sendo revitalizados completamente. É um projeto bilionário, são três bilhões e meio investidos, e esse recurso vem de onde? Acho que isso é o principal de mostrar do porto maravilha, é da iniciativa privada, PPP, tem uma participação da Prefeitura, mas a maior parte absoluta é PPP, que é o caminho hoje. É difícil conseguir uma grande intervenção urbana sem o recurso privado. É até uma missão da cidade fazer com que o transporte, por exemplo, evolua, nós tivemos aqui o metrô de Curitiba, quatro bilhões e meio, mas é um recurso que veio do Governo Federal, senão Curitiba não teria recursos para fazer o metrô, o que é muito bom, mas nós temos que tentar buscar outras formas de viabilizar isso. Eu acho que, nesse sentido, o Rio de Janeiro avançou. Tem outros exemplos de PPP, o Orlando vai passar aqui um exemplo também, mas esse conseguiu muitos recursos da iniciativa privada. E como faz isso? Porque é difícil juntar todo mundo da iniciativa privada para investir de uma vez só, você não consegue, até porque, as pessoas não acreditam no projeto, então, se faz uma operação urbana consorciada, nós temos um exemplo aqui, mas que é um exemplo talvez não ideal, que é a linha verde, que foi feita uma operação, mas a linha verde nunca teve vocação para uma operação urbana, porque ela é muito extensa, então, é um tema que podemos discutir muito. E já matou na mobilidade a ideia da linha verde, já ficou um trânsito que não anda, as pessoas desacreditaram na linha verde. Então, teve esse fator e o fator de que é muito comprida para ter uma caracterização, isso é importante, uma identidade no local para receber recursos, tem que ser normalmente como ali nós vemos no Recife, apesar de lá não ser um projeto de operação urbana, é só um projeto de estímulo à economia criativa, mas tem um território bem delimitado. A questão do porto maravilha são três bairros, o centro antigo, a região portuária e fizeram essa revitalização. Então, aqueles barracões todos ali vão ser usados para economia criativa, a maior parte deles. E a perimetral da foto da direita, de baixo, ela está sendo totalmente demolida. Tem ali uma propaganda, "amanhã é hoje", ali vai ser um mergulhão. O Rio tem isso, você pegar, entrar num trânsito que sai em outro e é talvez algo que já tenha que pensar em Curitiba, por mais que nós defendamos a mobilidade sustentável, alguns pontos da cidade de repente precisam, não são trincheiras, são pontos às vezes mais longos que levam a outro lugar, mas que ali no caso eles viram que era importante potencializar. Só coloco isso por quê? Porque eles conseguiram movimentar três bilhões e meio usando a iniciativa privada, usando a Caixa Econômica, então, foram aberto Sepacs, títulos de adensamento de áreas, então adensa potencial construtivo, é Sepac o título, e quem compra isso? Não é a iniciativa privada de forma isolada, primeiro é a Caixa Econômica que compra com recursos do FGTS um pacote só, porque depois ela vai vender isso no mercado com ganho, mas você capitaliza para o primeiro momento para fazer todas as obras de mobilidade urbana, de tudo que é necessário para fazer o projeto funcionar, para as pessoas acreditarem no projeto, acho que está na hora de Curitiba receber uma operação urbana consorciada nesse molde, o plano diretor é pensar o futuro e eu acho que não dá para pensar o futuro de forma acanhada. Curitiba tem essa vocação de acreditar: "puxa, o que é essa pedreira, esse buraco que ficou, vamos fazer um espaço de shows aqui". Um exemplo da pedreira. Tudo foi feito assim em Curitiba. "Ah esse transporte, vamos fazer a pessoa pagar antes de entrar no ônibus, num tubo e isso vai tirar o tempo (T) de ficar ali pagando um ônibus e vai ser uma via expressa que foi referencia depois para Bogotá, para todo mundo e que temos exemplos melhores que o nosso, mas para Bogotá, para todo mundo e que temos exemplos melhores que o nosso, mas ainda Curitiba tem essa importância no cenário urbanístico por ter feito uma evolução no transporte. Então, essa inovação precisamos recuperar. Falo em economia criativa falo em inovação, falo em Plano Diretor tem que falar de inovação, tem que acreditar que uma cidade melhor pode ser desenhada se não nós vamos apenas revisar o Plano Diretor e não queremos isso, não queremos só pegar o texto que foi feito há dez anos atrás e olhar, acho que falta uma palavrinha aqui, falta economia criativa. Acho que não é essa a ideia, acho que tem que inovar, tem que provocar, acho que a função da Câmara é provocar essa inovação, esse debate, fazer essas audiências, ouvir a todos e dos órgãos de planejamento é receber tudo isso e jogar na prancheta mesmo, na forma de desenhos, ideias para que possam ser implementadas. Ainda o Porto Maravilha, então estão esses três bairros aqui na imagem de baixo, uma área grande, o VLT onde tinha as perimetrais, os minhocões, vai ser VLT - Veículo Leve Sobre Trilho, obras essa aqui é uma do Calatrava arquiteto espanhol, vai ser feito num espaço lá que estava ocioso. Os barracões, que temos aqui no Rebouças, todos estão tendo alguma dimensão nova, algum equipamento novo, são obras isoladas que estão sendo feitas ali na direita. Então, tem exemplos, tem instrumento jurídico claro, instrumento jurídico urbano, claro, para podermos fazer isso. Aí veio o Rebouças e por que o Rebouças?porque foi a nossa antiga CIC, porque não precisamos inventar roda aqui, já foi , tínhamos na Prefeitura, acho que foi em 2000, se não me engano, um projeto chamado Novo Rebouças, tanto que a Fundação Cultural, ela trabalha muito na região para revitalizar o Rebouças também, várias ideias, tentativas tentaram acontecer no Rebouças. E é um bairro que cresceu pouco nos últimos anos, e é muito bem localizado, próximo do Centro, porque uma coisa que tem que ser falada sobre essas operações urbanas, caso façamos uma área delimitada para agregar mesmo investimentos, é que ela tem que ser bem localizada, porque você viabiliza com a especulação imobiliária, com especulação de mercado e pode ser entendido como algo ruim, mas entendo como algo bom. Então, vamos usar a especulação para fazer a cidade crescer. Ah! Mas um bairro lá afastado que tem um problema grande, que não vem recurso, ninguém quer ir lá, daí é o Poder Público, daí fazermos um projeto, bater no Governo Federal e pedir para fazer, se tiver alguma viabilidade, alguma operação como essa, ótimo, mas quando se faz uma operação urbana consorciada, com recursos privados tem que ter uma motivação maior. É uma região onde o trânsito funciona, onde tem avenidas largas, é próximo do Centro, tem uma vocação histórica, tem uma divida da cidade com essa região, tem espaços ociosos, barracões. Então, tem potencial para isso. E o mais legal é que está sendo discutido agora pela Prefeitura onde é o Estádio do Capanema de fazer o Centro Administrativo da cidade, ou seja, a Prefeitura, a Câmara de Vereadores, tudo lá. Esse projeto não vi ainda mas sei que está sendo estudado, inclusive lá no Ippuc. Então, já tem essa região toda que é revitalizada. Aliás, o nosso pior trânsito nessa região central está ali próximo, aquela curvinha que vai para a Mariano Torres, que sai da Silva Jardim, ali poderia ter um projeto especial de mobilidade urbana. Tem vocação e espaço publico para isso, pode ser colocadas ciclovias, tem calçada, tudo para isso e tem principalmente as áreas que hoje são privadas, mas que num projeto como esse o governo pode dizer:" Não! Essa área agora é pública, vou pagar o que ela vale, mas agora é uma área pública, nós vamos esse barracão." A fábrica da Fiat Lux, por exemplo, vai virar o Barracão da Economia Criativa, vamos fazer pelo poder público para duzentas empresas se instalarem. Aquele do Porto Digital de Recife a Microsoft está presente, a IBM está presente no projeto. Então, como isso vai agregar todas essas empresas, como eles conseguiram agregar? E as nossas aqui? E quantas pessoas que conhecemos, que gostariam de trabalhar de forma autônoma, que não conseguem pagar um aluguel no espaço ou que não têm essa sinergia, que logo o Ricardo vai falar do Coworking, (I) poderia ter esses espaços acontecendo no Rebouças. Então, ele tem vocação para isso, tem infraestrutura e ideias podem ser desenvolvidas aqui. Não podemos desenhar isso, porque quem desenha é o Ippuc. Mas podemos colocar alguns exemplos do mundo. Por que não ser um bairro verde também, já que vai ser um projeto novo, faz não só a tecnologia, ser um bairro verde também, já que vai ser um projeto novo, faz não só a tecnologia, não só a fibra ótica, mas um bairro verde. Colocando exemplos que tem no mundo, um bairro verde em Paris que está sendo feito, nas duas imagens acima. As outras imagens usando contêineres, usando parede verde. Aqui tem uma cara, um moinho. Internet, tudo isso acontecendo. Edifícios que transmitam isso do novo, transmita essa coisa da criatividade, de repente. Não podemos legislar sobre estética, mas poderia ser induzido para que todos os edifícios tivessem alguma inovação em relação ao meio ambiente, em relação à criatividade, que fosse um espaço que provocasse isso. Imagina que interessante na nossa Cidade, porque o Centro é de todos, passar por isso e ver uma cidade acontecendo, não só mais do mesmo, vamos buscar a nossa vocação de cidade inovadora, de fato ser uma cidade inovadora. Agora, é claro que a economia criativa e telecomunicações tem que acontecer na Cidade toda. Temos que criar instrumentos tanto fiscais para que isso aconteça em toda Cidade. Mas nada impede que em algumas regiões façamos polos. Próximo disso foi tentado, o Tecnoparque não teve muito sucesso. Mas acredito que é possível utilizar essa janela de oportunidades que é o Plano Diretor para avançarmos num projeto da revitalização do Rebouças, ou seja, a outra área, qual ela for. Acho que vários temas, serão dez audiências. Podemos ver a questão do meio ambiente, qual a área prioritária. Hoje 75% da área verde em Curitiba é privada, são áreas particulares. Temos uma boa área verde, mas que não é do poder público. Como manter isso? Tem as RPPNM. Mas há outra forma? Cada tema vamos discutir os bairros que tem vocação. Mas nessa questão de economia criativa, cultura, acredito que o Rebouças tem uma vocação maior. E quem acredita nisso é a Asbea. Com a palavra o Sr. Orlando, que fará uma fala sobre isso. Obrigado. O SR. ORLANDO RIBEIRO:- Farei uma apresentação muito breve, não vou me ater em todos os detalhes, porque eu gerei esse arquivo com um resumo de todo o conteúdo que tem disponível no site. Eu vou deixar para ficar disponível para consulta. Vou me ater em coisas que acho importantes para o nosso diálogo posterior daqui. Diferentemente do Jonny, eu quero deixar bem claro que isso não é um posicionamento contrário, mas eu penso que o Ippuc, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba não tem que fazer projetos para a Cidade. Nenhum desses 'pês' é de projeto. Ele foi criado para ser um instituto para fazer avaliação, para manter os dados, para publicizar isso. Foi criado com essa vocação. Se com o tempo ele se transformou num escritório de projetos de prefeitos que por ali passaram, foi um desvirtuamento de percurso. Eu acho que para ele poder se recuperar, ele precisaria ser novamente um instituto de pesquisa e de planejamento urbano. Vamos ver um exemplo do que poderia se transformar o instituto, que tipo de ações poderia estar fazendo para poder criar uma dinâmica na Cidade. Até porque a nossa Cidade cresceu por demais, e o tamanho, a extensão e a complexidade que ela tem hoje ficaria insuportável para o instituto dar conta de desenvolver projetos. Não é pela falta de capacidade das pessoas lá dentro em se fazer esses trabalhos, até porque são todos colegas arquitetos e urbanistas com larga experiência. Ocorre que alguém tem que fazer pesquisa na Cidade, e alguém tem que fazer planejamento. Agora, propor para a Cidade, tem outras formas de se fazer. Vamos ver? Arco Tietê. Essa é uma área delimitada, obviamente que é uma área relativamente extensa, quatro por dezesseis quilômetros. Estamos falando numa escala urbana bastante diferente, é a cidade de São Paulo. Hoje como funciona o planejamento urbano e a gestão territorial urbana lá em São Paulo? O Arco Tietê (J) foi um passo dado para fazer com que a sociedade participasse mais do processo de desenvolvimento urbano da cidade. Chamamento, participação e escopo. Como foi feito isso? Delimita um perímetro e a prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, faz um chamamento, manifestação de interesse na elaboração e apresentação de estudos de transformação dessa área. Não é o único projeto de São Paulo com essa características. Esse é um deles. É o que está inclusive acontecendo neste atual momento, nem conclui-se ainda. Quem participa disso? Pessoas físicas, jurídicas, de direito público ou privado, gente que tem a qualificação e capacidade técnica. O IPPUC quando foi criado há cinquenta anos praticamente devia ate quinze arquitetos na cidade, hoje são quantos? Seis mil. Será praticamente devia ate quinze arquitetos na cidade, hoje são quantos? Seis mil. Será que não vamos aproveitar a capacidade intelectual dessas pessoas que estão aí disponíveis para pensar a cidade? Vamos delegar às pessoas que trabalham, já tendo milhões de demandas por trabalhar? Estimativa de custos, você tem que passar o quanto vale a sua ideia. Condições de participação. É uma participação em duas fases, eles passam um cronograma, dão uma metodologia de trabalho, fazem ampla publicidade e convidam empresas, escritórios de arquitetura, empresas privadas, consórcios a se juntarem e obviamente montar uma equipe não só de arquitetos e urbanistas, mas sociólogos, os designers, gente da área de economia. Faz uma seleção a equipe, porque senão você não vai conseguir pensar absolutamente nada possível. Estrutura. Nesse caso os estudos de viabilidade é uma coisa feita em duas fases. Uma primeira fase chama Pré-projeto que considerava quatro elementos estruturadores. Nós já temos o econômico como primeiro, estamos em um encontro de economia criativa e surgiram agora então algumas variáveis novas. Para quem conhece um pouquinho da legislação urbana de Curitiba, Curitiba tem um tripé que sempre ordenou o planejamento urbano: a mobilidade, transporte coletivo, sistema viário e uso do solo. Esses foram o que sempre norteou o planejamento urbano da cidade. No momento em que foi concebido o projeto me parecia bastante interessante, porque a cidade estava crescendo, precisava de lei e de regras para chegar na dimensão que chegou e mesmo assim o crescimento foi muito maior do que o esperado e nem tudo saiu como era previsto. O que se pede para essas empresas apresentarem? Um modelo urbanístico de transformação daquele território, uma modelagem jurídica que seja capaz de transformar utilizando as leis do Estatuto das Cidades, estudos econômicos e uma modelagem financeira para obviamente fazer com que isso seja viável em um espaço de tempo, essas transformações são sempre delegadas a um espaço de tempo preconcebido quinze, vinte, vinte e cinco anos, até porque senão poucas pessoas, poucas empresas vão se interessar em fazer parte de um investimento, de negócio que vai demorar muito mais do que isso para haver algum tipo de retorno e obviamente os meios de interação social e institucional para não ocorrer aquele problema de você fazer grande transformação urbana numa área da cidade e expulsar justamente as pessoas que moram naquele lugar, que é um processo chamada "gentrificação", e que pressupõe uma valorização do lugar. Aquele lugar fica tão valorizado que você acaba expulsando as pessoas que moram naquele lugar, que foram criadas naquele lugar para longe, que é um pouco o modelo que a gente vivencia hoje aqui na cidade. Quais as diretrizes passadas? Vou ler só as diretrizes econômicas e passar nas demais: Fortalecer os territórios produtivos e seus arranjos locais relacionados à forma de como contribuiu ou restringe o desenvolvimento urbano; desenvolver as potencialidades, tendências, necessidades e gargalos relacionados ao crescimento das atividades produtivas no local; propor alternativa de financiamento de projetos urbanos e escala similar; potencializar fatores de produção, capital humano, capital de valor da terra, necessidades de financiamento, atividades econômicas, alternativas para uso e ocupação do solo. Obviamente que são colocadas outras: para habilitação, para mobilidade, para meio ambiente, para interação social, (P) institucional e para o território. Como é que foi feito isso? Em duas fases, uma de estudo de pré-viabilidade e uma de estudos de viabilidade. Esse de pré-viabilidade seria de caráter conceitual e propositivo, ainda na esfera das ideias, até para poder se analisar a pertinência, a eficácia disso ou não, para se colocar em debate essas ideias. Obviamente que houve um número grande e estão aí. Cada um desses grupos aqui apresentou, foram dezessete equipes que ficaram aptas a participar de todo o processo numa segunda fase. Vejam que alguns consórcios são feitos por três, quatro, cinco empresas. Ali CR Almeida, Consórcio Magalhães Associados e Planejamento, Figueiroa. O Figueiroa foi professor aqui da PUC, tem escritório lá, ou seja, você pode participar com ideias, pensar o espaço. Você não precisa ter uma empresa grande, você precisa ser capacitado intelectualmente e essa capacitação ser transformada em algo positivo. O que foi apresentado? Aquele resumo ali do lado: quarenta e cinco foram habilitados, vinte e seis propostas recebidas, dezessete propostas habilitadas. Obviamente se foram habilitadas é porque nem todas são propostas habilitadas. Obviamente se foram habilitadas é porque nem todas são aceitas como ideias a serem utilizadas. Duzentos e trinta e cinco participantes em reuniões abertas, seminários temáticos e assim por diante. No final, não vou explicar o mapa, mas gerou-se um mapa simples. Que tipo de material foi apresentado? Vou dar um panorama, vou passando aqui. Ali em cima vocês sempre vão ver o grupo que apresentou, sempre tem uma denominação e algumas coisas que foram apresentadas. Esse território, pensava-se em algumas soluções apresentadas em termos de alteração de paisagem, nem sempre a alteração de paisagem é o foco, ela é a necessidade para resolver alguns problemas urbanísticos. No caso de São Paulo, é a transposição do Rio Tietê. Como é que você conecta um lado da cidade com outro sem fazer inúmeras transposições? E assim cada um desses grupos foi apresentando. Por exemplo, esse aqui é um problema que eles têm continuamente, quando chove o Rio Tietê encher. Como é que você vai pegar esse volume de água e trazer para não levar para os túneis toda essa água. Parques urbanos e lineares ao longo das vias para tentar minimizar o impacto disso, ou seja, todo esse tipo de solução foi colocada. Isso foi apresentado num primeiro momento e obviamente quando se fez essa apresentação, essa entrega de material, o poder público ao receber isso faz uma avaliação com os seus técnicos, da pertinência ou não disso e obviamente estão ali, os passos e procedimentos são esses. Recebe-se as propostas, analisa-se as propostas e vê se atendem aquela expectativa da formação daquele território e aí se consolida uma proposta para poder criar um edital para uma segunda fase, que daí já entra numa fase de desenvolvimento de trabalho que vai se tornar material legal. Para vocês terem uma noção do aproveitamento dos estudos, aqui tem questão de proporções. Você tem meios de interação social, modelagens, estudos socioeconômicos, modelo urbanístico. Não é a toa que se juntaram um monte de arquitetos e engenheiros, a contribuição maior muitas vezes será nesse modelo urbanístico. Obviamente podemos fazer diferente e juntar arquitetos com economistas, com designer, com outras formações para que essas propostas tenham mais mais consistência sob o ponto de vista econômico, sob o ponto de vista do desenvolvimento social. Aqui o aproveitamento dos estudos, quantos porcento. Em modelos urbanísticos propostos, 50% (G) do que foi entregue, do que foi aproveitado. Estudo socioeconômico um quarto, do que foi entregue, foi aproveitado e assim por diante. Aqui para que vocês tenham uma ideia aparece aqui as dezesseis, uma relação e o que eles contribuíram. Obviamente que proporcional ao que foi contribuído, cada um desses grupos recebeu uma remuneração, afinal de contas, isso é um trabalho vocês imaginam a quantidade de pessoas que mobiliza pra gera um trabalho desta natureza, que inúmeros encontros, discussões, produção de material, simulações ou seja, coloca a cidade inteira para trabalhar entre seus atores. Isso é um fator determinante importantíssimo de mudança de hábito e de costumes. Quantas vezes nós tivemos oportunidades de todos sentarem numa mesma prancheta e conversar sobre a cidade. Isso não é um assunto só para acontecer só com arquitetos. Arquitetos ele vai ajudar com o seu atendimento de cidade, de organização espacial, mas aquilo que precisa ser feito não são os arquitetos, que tem assim o poder de dizer, aliás eu sou arquiteto e digo, sou professor, sou Presidente de uma Associação do Escritório de Arquitetura e não me sinto capaz de pensar numa cidade sozinho. Agora de propor algumas coisas, mas eu tenho que ter essa oportunidade. Mas se eu não tiver essa oportunidade, o que me resta é fazer crítica ao que não está bom. Bom, cenário de desenvolvimento. Está lá, resumidamente é uma área de interesse urbana, está proposto em diferentes escalas, contém articulações, promove através de instrumentos de política urbana por que daí também não podemos fazer nada diferente disso. E olha, aqui que eu quero aconselhar todo mundo a se debruçar um pouquinho. Se alguém quiser estudar um pouquinho como intervir numa cidade, precisa conhecer isso aqui. É isso que precisa se conhecer. Cada um desses instrumentos e o que eles fazem, o que eles proporcionam, essa parte mais importante da minha fala, nós teremos oportunidade num outro encontro qui em que eu gostaria até, já me convidando de poder falar sobre cada um deles bastante brevemente, mas para poder entender. Se cada um de nós entendermos isso daqui funciona, nós somos capazes então de dar soluções pra nós entendermos isso daqui funciona, nós somos capazes então de dar soluções pra cidade em determinadas áreas. Aqui, como é que a governança de tudo isso? Junto com isso, com uma parceria existem duas coisas que andam separadamente, né. Conjuntamente mas que são, projetos de desenvolvimento econômico. Não se pensa em fazer uma intervenção urbana a mais, não se pode pensar pelo simples deleite de melhoria da qualidade urbana do local, embora isso seja necessário eventualmente em algumas áreas, é imprescindível que aja um esforço maior do que esse e se desenvolver economicamente aquele lugar, até pra que ele possa se recuperar dessa tragédia de estar mal, e nunca mais precisa depender do Poder Público. Ele possa por suas próprias pernas, aquele fragmento de cidade se desenvolver. Então lá, transformação urbana, quais são as transformações que foram propostas. Emprego e renda, qual é a expectativa eu que se planeja pra isso, parcerias e serviços onde é que essas parcerias elas devem ocorrer, pra que aja o desenvolvimento dessa área, só pra vocês terem eu trouxe um pedacinho dos projetos de desenvolvimento econômico pra essa área, então está lá, há 15 minutos, dá mais um minutinho. O polo tecnológico dinamizador, olhe lá na Lapa ou no Belém então é aquilo que estamos falando. Centro de Gerenciamento Território vai ser aonde? Questão de resíduos, polos logísticos, moda e designer, educação e cultura e assim por diante, Mercados Municipais, polos de serviços. Vou finalizar mostrando o potencial de transformação dessa área. Áreas a receberem projetos apenas são 25%, todo o resto é de poder dos empresários, das pessoas que moram no lugar você vai potencializar o lugar, essas aqui são as áreas previstas para receberem intervenções, nesse caso a proporção é bastante alta porque tem muita área pública. Imagina aquelas avenidas largas em volta do Tietê, aquilo é uma área ou um parque linear ou seja, é uma extensão de área pública muito grande. Geralmente não é essa a proporção, geralmente é 15%, 20% no máximo. Bom, e no escopo da segunda fase, que está em andamento agora isso aqui é para vocês terem uma dimensão, 16 por 4km este território. Se é possível fazer uma extensão como essa, imagina se formos fazer um trabalho como esse no Bairro (A) do Rebouças, uma área pequena que são cem quadras, não chega a 10% dessa área. E, para finalizar, talvez precisássemos ter oportunamente um mapa da nossa cidade e região metropolitana com esse tipo de visualização e estruturação. Quais são as áreas importantes para que haja uma estruturação metropolitana? Quais são as áreas da nossa cidade que precisam de qualificação urbana, mas que são áreas já consolidadas? Quais são as áreas que precisamos reduzir a vulnerabilidade urbana? Quais são as áreas que temos que recuperar urbana e ambientalmente? Quais são as áreas que temos que prever ecossistema? E quais são as áreas de uso sustentável? Ou seja, para que possamos não fragmentar ela em zoneamentos distintos, mas em ações distintas. Nós temos que nos debruçar sobre ações delas e não sobre formas de ocupação territorial. O que temos que fazer agora em relação a ela. Bem, gente, meu tempo passou. Vou deixar disponível esse material a vocês e fico disponível para dúvidas. Obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Orlando. Então, para amarrar esse final de bloco. Como faria, então, um projeto desse? Vamos supor que é essa a área interessante. Aí entra o Ippuc, sim, na questão de estudar quais são as áreas, as dinâmicas, tem um papel dele, não precisa ser só ele, mas tem um papel que é legítimo dele, até porque tem que ter uma vontade da Prefeitura em fazer. E se a Prefeitura for fazer ela tem que colocar os órgãos pertinentes, é o Ippuc no planejamento, por mais críticas e falhas que tenha o órgão; é a Agência de Desenvolvimento, aqui com a Gina; é a Fundação Cultural. Então, tem que envolver os órgãos. Saindo disso, a primeira etapa é o projeto. Foi bem colocado aqui pelo Orlando como poderia ser feito o projeto. Aí, sim, o projeto em si não precisa ser feito pelo órgão de planejamento urbano, mas o controle tem que ser feito pela Prefeitura do processo. E depois do projeto que tem várias formas de acontecer, essa é uma forma muito moderna de ouvir a população, o PMI, inclusive o metrô está sendo feito via PMI - Proposta de Manifestação de Interesse, que é uma forma às vezes de não ficar muito trincado, já coloca para a sociedade participar, que se organiza, faz as empresas e apresenta ideias. Aí vem a obra. Para a obra acontecer tem vários instrumentos. Eu tinha falado aqui da parceria público-privada e da tem vários instrumentos. Eu tinha falado aqui da parceria público-privada e da Operação Urbana Consorciada que é o quarto item. Mas tem outras formas também. Pode ser um projeto só da Prefeitura, só que é com menos recurso, pode ser. Pode ser um projeto embrionário, menor investimento, mas ele pode acontecer independente disso. Então, para amarrar o tema o que colocamos aqui. Que poderia ser feito uma área específica de Curitiba, um projeto para desenvolver a economia criativa, todo esse polo de software, tudo isso integrado, e a proposta por enquanto é Rebouças, que para fazer o projeto há várias formas, foi bem colocado aqui o PMI e que depois para obras tem todas essas operações. O que tem que ficar claro aqui e acho que é o objetivo deste bloco, é que de fato há muitos instrumentos urbanísticos, econômicos, modelagens para que as coisas aconteçam. Então, é aquela coisa "não tem dinheiro, não tem projeto". O que não tem, se for nessa linha, é vontade de que as coisas aconteçam. Eu acho que a primeira coisa é assim: o plano diretor vem, qual é a cidade que queremos? Isso está aberto, é o trabalho todo do decênio 2014. Estabelecendo a cidade que queremos, esse bloco foi na tentativa de colocar assim: há vários instrumentos para que a cidade que queremos seja de fato executada e vire algo físico, construído, não só no campo do projeto da obra, mas no dia a dia disso. Por exemplo, a agência. É fundamental uma agência dentro dos espaços para que alguém converse com esses empresários, alguém converse, cuide,veja o que está precisando, faça a relação com o poder público. Então, acho que dá para termos um panorama desse segundo bloco. Agora o terceiro bloco. Então, vimos primeiro o poder público municipal. Agora essa questão só de ideias, colocarmos aqui os escritórios de arquitetura organizados nas ideias, colocamos também. E agora este é o momento de ouvirmos a iniciativa que está acontecendo já, algo que tenha a ver com a realidade ligada a economia criativa de algo que está dando certo, mas que certamente tem suas dificuldades. Precisamos saber disso, (V) o caminho para o que vocês veem da economia criativa, uma experiência real, por isso chamo o Ricardo para falar um pouco da Aldeia Coworking. Ricardo fique à vontade. O SR. RICARDO DÓRIA:- Pessoal, estou extremamente honrado de estar aqui à frente, e o motivo da minha honra é que estou representando várias pessoas que são grandes amigos meus e colegas de trabalho e de setor, de profissão, em um ambiente no qual eu nunca fiz parte, nunca tive como me envolver, e esse pessoal acaba nunca tendo muita chance de se envolver porque, para quem está correndo atrás do dia a dia, é um pouco difícil tirar uma tarde para vir aqui participar de uma discussão que vai começar a ver resultado em dez anos. Então, estou feliz por estar fazendo essa representação aqui. E agradeço pelo convite e achei muito legal. Só me apresentando super rápido, acabei de terminar um mestrado em administração pela Federal aqui do Paraná. Então, sou um aluno da Federal aqui do Estado. Tive a oportunidade de fazer um curso de inovação em Stanford, na Califórnia, e tenho duas empresas que trabalham dentro da economia criativa: uma é o Dea Coworking, que é um escritório de Coworking, que vai completar quatro anos em novembro. Então, é uma empresa extremamente recente que, se for vermos, estará dentro das estatísticas da quebra do Sebrae, que as empresas não duram cinco anos. Então, eu ainda tenho chance de o ano que vem não fazer mais parte dela, e tenho uma outra empresa chamada Grande Escola, que é uma escola de coisas que não se aprendem na escola e vai completar seus dois anos, ou está completando agora. Então, estou representando um pessoal que é muito pouco representativo na esfera de presença aqui mesmo. Mas creio que são muito representativos na economia de alguma maneira. Tem uma estatística da própria Universidade de Stanford, eles dizem das empresas da Forty Quinhentos, que é aquela top, as quinhentas maiores empresas do mundo. Dessas empresas em 2020, 75% ainda não existem, ou seja, se alguma das minhas empresas ainda estiver lá, ela será parte dos 20% das antigas. Então, entendo que a minha presença aqui tem essa representatividade. Além disso fui reconhecido agora, faço parte de um grupo chamado Global Shapers, que é um grupo de jovens do Fórum Econômico Mundial e essa iniciativa visa encontrar jovens no mundo inteiro que tenha potencial de moldar o futuro do Planeta. E eles dão o poder para esses jovens, para que eles possam causar uma transformação, sem dinheiro mas com contatos. Então faço possam causar uma transformação, sem dinheiro mas com contatos. Então faço parte desse grupo faz um ano e pouquinho e temos alguns projetos dentro desse grupo em parceria com outros jovens do mundo para fazer esse tipo de desenvolvimento. Bom, e eu vim falar de economia criativa e acabou que a minha fala última tem bastante coisa que agora todo mundo já sabe, mas têm algumas coisas que são legais, uma maneira de tangibilizar e ver como a economia criativa é bacana. Carnaval carioca em 2010 gerou oito bilhões de reais para o Brasil, e esse faturamento é maior do que a indústria da pesca inteira num ano. É uma economia superlimpa, que acaba gerando quase nenhum impacto para essa questão de ambiente. E tem esse cara aí, o John Rokins, que fala bastante de economia criativa, mas como já falamos, vou passar super-rápido. Basicamente, as indústrias criativas fazem parte (K) da economia criativa. Mas, a economia criativa é muito mais do que isso, porque ela também engloba as empresas que têm interface com essas indústrias criativas, e dentro da economia criativa podemos identificar uma coisa que eu acho fantástica, que mesmo se você não faz parte da economia criativa, você tem algum tipo de interface brutal com a economia criativa. Então, se você é um industrial, você vai ter interface com a economia criativa em algum momento da sua cadeia de valor, e quão melhor para a economia criativa, mais chances você tem de desenvolver qualquer negócio na sua cidade, no seu país. As áreas e setores já foram mostrados pelo John. Mas, para que serve a economia criativa? Para mostrar isso tem uma estatística bacana, a Garota de Ipanema traz dois milhões de dólares em divisas para o Rio de Janeiro, por ano. A banda ABBA, que tem várias músicas que vocês conhecem, trouxe mais divisas para a Suécia do que a Volvo por vários anos. A Volvo produz carros para o mundo inteiro, e vende carros, que são coisas extremamente tangíveis, e a banda ABBA fazia músicas e shows, e trouxe mais dinheiro em impostos para a Suécia do que a Volvo. Então, é esse nível de economia que estamos discutindo aqui de alguma maneira. E eu entendo que estou aqui hoje por causa disso. Há quatro anos eu pedi demissão, trabalhava numa agência de propaganda, e resolvi correr atrás de um sonho, que eu tinha certeza não iria se realizar, que era montar um escritório onde qualquer profissional criativo pudesse sentar, trabalhar e dividir os custos, e empreender dessa maneira. Hoje, quatro a nos depois, eu tenho a Aldeia, que é um escritório colaborativo. E, para resumir a história, a Aldeia hoje é um escritório que oferece espaço de trabalho, mas muito mais do que isso, uma rede de pessoas muito legais. E nessa rede hoje temos mais de cem coworkers, que são pessoas que de alguma maneira interagem com o nosso escritório, por mês, para desenvolver seus projetos da economia criativa. E esse mês estou recebendo duzentos e cinquenta inscrições em cursos que oferecemos de economia criativa, pequenos workshops. No ano isso chega a mais de três mil pessoas, ou seja, recebemos muita gente da economia criativa dentro do espaço, e são meus amigos e meus colegas de trabalho. Eu gostaria de fazer um portfólio das pessoas que trabalharam dentro da Aldeia. Vocês conhecem esses painéis que tem pela Cidade? Esses painéis são de uma iniciativa chamada Multiatinta, e a menina que tocou a produção é a Michele Micheleto, trabalhou dentro desse projeto lá na Aldeia. Ela entendeu a Aldeia como um espaço onde ela poderia gerar conexões, poderia trabalhar de uma maneira barata, e esse não é o grande ponto para ela, mas principalmente ela poderia aprender, poderia gerar conexões e poderia fazer o projeto dela dar certo. Se vocês forem ver, esse é um projeto de representatividade econômica quase nulo. Alguém percebeu que esse painel foi pichado? Essa parede era extremamente pichada e daí eles fizeram essa pintura por cima, E foi um outro pichador que escreveu "nerd" em cima dessa pichação. Acabou que a pichação em cima desse painel gerou uma mega comoção nas redes sociais, as pessoas ficaram indignadas porque alguém tinha pichado uma parede. Mas, antes desse painel existir, ninguém se importava com o fato da parede estar completamente pichada. Então, isso significa que ela criou uma coisa que fez com que as pessoas ficassem ofendidas se alguém pichasse a Cidade. Isso eu entendo que é papel da economia criativa também. Esse rapaz trabalha conosco, não é nosso funcionário, é nosso coworker, trabalha dentro do nosso grupo de empresas que estão incubadas. O nome dele é Jonas, e ele pediu demissão do HSBC, onde ele que estão incubadas. O nome dele é Jonas, e ele pediu demissão do HSBC, onde ele trabalhava com segurança, numa carreira que ele estava super estabelecido, para abrir uma empresa de digital e acelerar ela dentro da Aldeia. Hoje ele ainda ganha menos dinheiro do que ganhava, mas tem uma empresa de dois anos e está extremamente realizado com isso, e vai trabalhar emocionado e empolgado todos os dias, e é um cara que faz parte da economia criativa. Alguém lembra da Semana da Foto de Curitiba, que aconteceu há dois ou três anos, depois ela virou o CLIF, (M) que mudou o nome mas continua sendo um evento de fotografia da Cidade. Uma vez o Guilherme Zava, que é um fotógrafo que estava dentro da Aldeia, disse: "Pô, pessoal, a gente podia fazer uma Semana da Foto em Curitiba." E o pessoal da Aldeia resolveu agilizar isso, ajudou-o, e Curitiba hoje tem esse CLIF e essa Semana da Foto, que acabou nascendo dentro de um espaço onde as pessoas podiam se conectar. Tem uma outra empresa também que, dentro dos seus dois primeiros anos, acelerou dentro da Aldeia. E essa empresa, inclusive, entre aspas, eu não posso falar isso, mas nós praticamente a "subsidiamos", porque oferecemos o espaço muito mais barato, pois acreditávamos muito na ideia, que se chama Ecobike. E hoje o empreendedor da Ecobike, que é o Cristian, que é um cara que estava começando do zero, sem grana nenhuma, está na lista dos trinta abaixo de trinta, que é uma lista da Forbes de trinta jovens brilhantes do Brasil que têm menos de trinta anos e que vão fazer uma grande diferença no mundo. E também, e esse é um projeto meu, que se chama A Grande Escola, que é uma escola de coisas que não se aprende na escola. Ela não faz parte da Aldeia, hoje ela não está mais na Aldeia, tem um espaço próprio. Nessa escola conseguimos oferecer cursos para mais ou menos trezentas pessoas por bimestre e atendemos empresas como Patio Batel, Eletrolux, Pizza Hut, Red Bull, oferecendo cursos malucos sobre assuntos que não aprendemos na escola, mas que são super importantes para a vida e acabam fazendo a maior diferença na nossa vida, tipo fritar um ovo ou pedir alguém em namoro, ou conseguir acalmar a cabeça quando chega em casa. Estamos mandando a Escola agora para o Rio de Janeiro e para São Paulo, este ano queremos estar nessas duas cidades, e o objetivo é que ela se torne a nova Coca-Cola lidando com felicidade em, sei lá, alguns anos; vamos ver se dá. Bom. Agora entendo que expliquei mais ou menos por que estou aqui, estou representando esse monte de gente que não tem, pelo menos não estava tão representada aqui, e vendo as apresentações que todo mundo fez, tenho algumas opiniões, e obviamente não sou o dono da verdade, mas entendo que posso representar algumas coisas. Quando estávamos falando agora de incentivos fiscais, essa questão mais financeira, a minha visão é, e entendo que ela é bem similar à das pessoas que trabalham comigo, mas ela pode ser bem diferente da do pessoal daqui: pagamos 6% de imposto numa empresa simples, 6 a 7%; eu ficaria muito feliz em pagar esses impostos, e pago, indo para o Rebouças ou não, se eu tivesse várias condições de trabalho legais. Então, ficamos indignados quando pagamos imposto e as coisas não acontecem de alguma maneira. O Rebouças, eu caminhei pelo Rebouças antes de ontem à noite, é extremamente assustador, extremamente. Tem travestis que são vapores do tráfico, tem um monte de coisas que são extremamente complexas. E, dentro desse Plano Diretor, temos que entender como que fazemos para que as pessoas como eu queiram ter uma empresa dentro do Rebouças, pagando seus impostos. E entendo que, mesmo que eu tivesse uma isenção de imposto para ir para lá hoje, eu não iria, porque não temos condições para isso. O Rebouças tinha trinta mil habitantes há dez anos, hoje ele tem quinze mil. É o único bairro de Curitiba que teve um crescimento negativo, de todos os bairros. O que isso significa? Significa que é insalubre morar lá. Então, o que eu entendo de fomentar a economia criativa não é necessariamente patrocinar empresas, eu sou completamente contra isso, minhas empresas nunca precisaram disso. Não acho que devemos patrocinar empresas, não acho que devemos oferecer espaço gratuito para as empresas, não acho que devemos oferecer isenção de impostos. Mas acho que existe um negócio, que é condição de trabalho, e isso o pessoal sente falta, eu sinto falta, e entendo que o fomento da economia criativa está dentro disso. A economia criativa precisa basicamente, pelo que eu vejo, de duas coisas, que é condição de fazer o próprio trabalho e conexões, conhecer gente que ajude de alguma maneira. fazer o próprio trabalho e conexões, conhecer gente que ajude de alguma maneira. Eu vejo muito projeto que não sai do papel, ou porque, isso chama sorte, né, conexões se chama sorte, conheço um monte de gente que não consegue fazer o trabalho sair do papel, ou por falta de dinheiro, que é um recurso em abundância, e qualquer empresário que encontre uma ideia muito bacana (L) vai investir nessa ideia, porque se essa ideia ficar comprovada que vai gerar retorno não existe como não investir nela. Outra coisa que ele precisa são conexões, então, são eventos em que ele possa conhecer pessoas, são espaços onde ele consiga aprender, se desenvolver e conhecer pessoas. Basicamente é isso, são conexões e condição de trabalho, dentro disso eu entendo que o maior papel da municipalidade seria a criação de eventos onde as pessoas possam interagir, possam gerar negócios, possam aprender, uma política de segurança e condições minimas de trabalho. Eu creio que seja basicamente isso, não sei se estou falando de plano diretor aqui, mas eu entendo que estou falando do que eu acredito que eu precisaria e, assim, eu não tenho intenção de ser empresário da aldeia ou da grande escola daqui dez anos, mas eu tenho intenção de continuar empreendendo, então, eu vejo que para mim não importa muito o espaço ou o bairro onde eu vou estar empreendendo, desde que eu tenha esse tipo de condição para continuar empreendendo. E eu entendo que, nesse caso, o plano diretor não é um plano de simplesmente espaço e sim de condição de trabalho. Muito obrigado pela atenção. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Ricardo. Eu gostaria de agradecer a presença também do Vereador Bruno Pessuti, que é Presidente da Comissão de Meio Ambiente, inclusive a nossa próxima audiência será no dia 22 de maio, meio ambiente e sustentabilidade, e o Bruno Pessuti vai ajudar a coordenar para que dê um quorum como esse. E agradecer a presença do Vereador Mauro Ignácio, que é presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo, ele tinha até um outro compromisso, desmarcou para estar aqui conosco, também como presidente do tema, que tem essa transversalidade do plano. O plano tem vários temas e nós temos que fazer essa junção. Antes de abrir, acho que temos que dar uma amarrada em tudo isso e ouvir cada um dos que falaram aqui. Vou pedir para a Gina falar, depois o Cordiolli, depois o Orlando, depois os Vereadores, só para dar uma amarrada em tudo. SRA. GINA GULINELI PALADINO:- Amarar tudo é difícil, porque nós fomos abrindo, abrindo, abrindo e é assim mesmo. Agora eu acho que tem um ponto aqui, Jonny, que é importantíssimo, principalmente nesse, mais da metade para o final do nosso diálogo, que aparece um pouco claro. Vejam só, quando nós estávamos numa fase do desenvolvimento econômico onde havia várias restrições para implantação de unidades produtivas no tecido urbano, era mais ou menos normal que o zoneamentos e as divisões do território tivesse uma determinada característica, um determinado cuidado. Como nós estamos vendo aqui, nós trabalhamos em cima dos negócios, dos empreendimentos da economia criativa, esses empreendimentos, todos eles têm algumas característica comuns, que o nosso colega, inclusive, uma das característica ele bem definiu, é uma economia limpa, de baixo impacto, de baixo potencial de poluição em quase todos os setores dos segamentos, etc. Não é por acaso, portanto, que considerando essa nova característica dessas unidades produtivas, que os países, as regiões das cidades que muito antes do que nós já se lançaram no apoio ao desenvolvimento desse tipo de empreendimento, lembro por exemplo um caso clássico, que é bastante citado na literatura, que alguns e vários talvez de vocês conheçam, que é o caso de Barcelona. Cidades dos últimos vinte anos principalmente que se depararam com zonas deterioradas, (T) principalmente no centro da cidade, nas áreas nobres, que tenham tido já alguma função num paradigma passado, que perderam essa condição, essas zonas deterioradas e estou citando Barcelona porque é um case cantado em verso e prosa no mundo inteiro, utilizaram esses novos setores econômicos, que hoje chamamos de economia criativa, que hoje ela já está batizada cientificamente, utilizaram esses setores fundamentalmente para adensar essas áreas urbanas centrais, deterioradas ou que tivessem com algum problema de ocupação. Por que estou chamando essa questão? Por que, independentemente de uma cidade, trabalhar estou chamando essa questão? Por que, independentemente de uma cidade, trabalhar com recorte territorial especifico, como no caso do Porto Digital, que foi um projeto urbano, além de econômico, porque mudou o status daquela ilha do Recife, que é uma ilha, tem uma facilidade enorme para trabalhar e ela está totalmente zoneada de uma forma diferente do resto da cidade, inclusive para restauração, arte, etc. Mas vejam só, esses empreendimentos, Recife, Rio de Janeiro, por exemplo, eles estão próximos ou no centro da cidade. Não é por acaso, porque nós temos um desafio em relação aos centros urbanos no Brasil mas no mundo inteiro de juntar as coisas, tipo segurança, geração de renda, lazer, e dinamicidade, econômica, sábados domingos e feriados etc., para que eles não fiquem vazios nunca. Então, não é por acaso que esses, vamos chamar territórios naturais dos grandes centros urbanos, das grandes cidades, acabem sendo o local privilegiado da localização dessas empresas, até porque é lá onde temos a infraestrutura mais avançada e mais disponível em termos de fibra ótica, mobilidade, restaurante, em termos de convivência, porque tudo que ouvimos aqui tem "co" no meio, colaboração, compartilhamento, por quê? Porque não tem mais setores econômicos estanques, felizmente, estamos em áreas multidisciplinares, multissetoriais e para criar um serviço precisamos da competência de vários ao mesmo tempo. Então, os espaços urbanos centrais das grandes cidades tem sido um locus privilegiado de acolhimento, de empreendimento desta natureza com ou sem demarcação exclusiva do território. Então, nem querendo entrar se é Rebouças ou se não é, eu diria o seguinte: o centro da nossa cidade, como um centro de uma metrópole, de três quatro milhões de pessoas, este centro é queiramos ou não um centro natural, um espaço no território urbano natural que vai abrigar empreendimentos dessa natureza conosco ou sem nosso. Agora, se for conosco pode ser melhor, pode ser mais bacana, pode ser mais rápido, mais dinâmico, pode ser com planejamento mais cientifico, com mais conhecimento, com mais pesquisa e diria, com mais inovação. Seja o que for tem que ter a cara de Curitiba, daí será inovador, porque se não tiver o DNA da nossa cultura ele não é inovador ele não passará de um projeto de mimetismo. E tem vários mimetismo no mundo que temos que conhecê-los para não fazer igual, porque se não a gente importa um modelo artificial e que não tem a nossa cara e o nosso jeito e quanto mais próximo da nossa cultura e do nosso DNA mais ele será inovador. Eu diria, quanto mais local, (I) mais global. É esse DNA que temos que perseguir. Não é por acaso que o casamento da economia da Cidade de Curitiba com o Cordiolli é inevitável, porque sem o DNA da cultura dessa Cidade não vamos fazer nada inovador que tenha a cara de Curitiba. Estou casada com o Cordiolli não é porque ele é bonito, mas é uma fatalidade para quem quer realmente fazer uma diferença global com o é e o DNA local. E mais, queiramos ou não, o berço desses meninos é o Centro da Cidade, alargado, ampliado, cortado, mas é assim no mundo e não vai ser diferente aqui. Essa é um pouco da última reflexão. O SR. MARCOS CORDIOLLI:- Acho que a primeira questão, convergindo com a Gina, é termos claro o seguinte: o termo que mais aparece no programa do Gustavo Fruet é a economia criativa. E o Prefeito tem sido sempre um grande entusiasta disso, em todas as áreas isso tem sido pensado. A Gina mesmo está organizando um evento junto conosco, organizado pela instituição dela, voltada para que os servidores municipais de uma forma geral possam estar mais sensibilizados às questões da economia criativa. Porque isso está em todas as coisas. Por exemplo, temos uma microempresa que está começando a se instalar. O entendimento da importância daquela microempresa, ou daquela região, ou daquela formação, é fundamental. Às vezes, nem sempre, são economias muito claras, são segmentos muito eficientes. A segunda questão é porque o Prefeito também aposta muito numa economia de futuro. O principal programa que o Gustavo apresentou e defendeu em todos os momentos foi justamento do Portal do Futuro, cujo elemento central tem um corte de empreendedorismo para a nossa juventude. Ou seja, a economia criativa reunida por esse setor apresenta aquilo que tem sido o norte da nossa gestão, capitaneada pelo Gustavo, e que eu acho que o norte que a Cidade está fazendo em vários segmentos, que pensar o Plano Diretor é pensar o futuro, é pensar escolhas. E volto novamente a pensar junto com o Ricardo, e a pensar junto com o escolhas. E volto novamente a pensar junto com o Ricardo, e a pensar junto com o Orlando, nós podemos apostar num modelo tradicional de desenvolvimento econômico para a Cidade, e podemos ter um sucesso relativo com isso. Mas nós podemos também apostar em outros segmentos que tem um valor agregado mais alto e pode se avançar. O próprio exemplo que o Ricardo nos deu é fundamental. A cidade do Rio de Janeiro consegue captar oito milhões por carnaval. A nossa Cidade pagava para fazer o seu carnaval. Esse ano tivemos um desafio imenso e conseguimos levar cento e cinquenta mil pessoas para a rua. Mas ainda assim enfrentamos uma resistência muito grande por parte da nossa Cidade de entender o valor agregado que a economia da cultura e a economia criativa tem no desenvolvimento estratégico da Cidade. Nós enfrentamos diversas situações quando nós propusemos, pegando novamente o seu elemento, que a corrente cultural em Curitiba, assim como a Fan Fest, fosse majoritariamente com artistas da Cidade para aproximar os artistas da Cidade com a própria população, que ao contrário do que o ABA faz, ao contrário do que Garota de Ipanema faz, nós exportamos para outras cidades os recursos que nós usamos para consumo cultural em nossa Cidade. Então, os esforços que temos feito na gestão do Gustavo é fundamental, que é pensar num projeto estratégico, ou seja, estamos caminhando para desenvolver e aprimorar a cultura curitibana para promover os artistas da Cidade. Mas isso também tem uma intencionalidade cultural e econômica dentro dos modelos que estamos desenvolvendo. É fundamental ter claro que quando o Gustavo apresentava no seu plano de governo a economia criativa como um elemento, isso está presidindo as nossas diferentes ações, e acho que isso também deve presidir um pouco (J) esse debate. Ou seja, a cidade está fazendo uma opção pela econômica criativa como orientadora de um novo modelo de desenvolvimento econômico. Nós não vamos discutir apenas novas alternativas de mobilidade, não vamos discutir apenas novas alternativas de planejamento urbano, não vamos discutir novas alternativas de sustentabilidade, mas nós vamos discutir um modelo de desenvolvimento econômico, social para a nossa cidade que tem pelo viés a economia criativa. Por isso o peso que as políticas culturais têm na gestão do atual prefeito, diferentemente de outros prefeitos é que também apoiaram a cultura, que também construíram espaços culturais, que também fomentaram a cultura, mas não viam na cultura um elemento estratégico de desenvolvimento econômico como o Prefeito Gustavo Fruet o vê. Bom, e só para ser mais rápido, aí até polemizando um pouco com o Ricardo, eu penso, Ricardo, que o problema da empresa em si é a sua sobrevivência, mas o problema da gestão pública é pensar nas cadeias produtivas. Então, uma parte das empresas, como você diz, que querem condição de trabalho, acho que é fundamental, que elas tenham boas condições de trabalho do ponto de vista da infraestrutura urbana, do ponto de vista da qualificação da mão de obra, do ponto de vista da mobilidade e fluxos de informação. Mas nós estamos muito mais preocupados com isso, porque nós temos empresas de Curitiba hoje na área do audiovisual, pegando um exemplo que me ative, que são de ponta. Não podemos negar aí o papel, por exemplo, que a Zencrane teve ao fazer o Filme Estômago, ganhou o Festival do Rio, exportou esse filme para o mundo inteiro. Só na Espanha, por exemplo, eles conseguiram ter setenta mil de público enquanto eles tiveram noventa e oito mil no Brasil. Isso agregou valor. Só que pela ausência de uma cadeia produtiva de políticas de fomento, nós estamos correndo o risco de eles trocarem Curitiba por outra cidade, porque as empresas não são ilhas. Então, podemos ter certas situações em que uma empresa situada em um ponto pode ter uma relação mundial muito forte. Mas, por exemplo, nós temos uma outra empresa aqui Curitiba, que é a do Paulo Munhoz, a Tecnokena que produz animação, é uma vanguarda no Brasil. É reconhecida hoje, de longe, como uma das melhores. Só que a falta de parcerias dela na cidade, a falta de estruturação de uma cadeia produtiva para o audiovisual na área da animação, faz com que o Paulo Munhoz não tenha o potencial que ele precisa para desenvolver, para que a empresa dele ocupe, do ponto de vista econômico, a vanguarda que ele já ocupa do ponto de vista tecnológico. Então, se não pensarmos a economia criativa como um conjunto de espaços, mas pensá-la também enquanto cadeia produtiva, pensá-la também como um conjunto de pensá-la também enquanto cadeia produtiva, pensá-la também como um conjunto de políticas públicas, pensá-la como um conjunto de políticas de fomento e pensá-la enquanto um conjunto de ações de apoio e aí, por exemplo, a tua instituição é bastante positiva e tem a nossa máxima admiração, mas as instituições privadas hoje não conseguem dar conta de todas as microempresas, em particular aquelas que surgem na periferia. A Gina mesmo tem se empenhado desde o começo do nosso Governo a fazer várias palestras, em particular para mulheres, e que hoje é um desafio grande. Nós temos hoje condição só com mulheres de abrir talvez uma cem ou cento e cinquenta microempresas na cidade. Ou seja, sem um apoio público para isso dificilmente essas microempresas vão se viabilizar. Então, o que eu queria, polemizando contigo no bom sentido, é pensar que é função sim do poder público e aí pensando na perspectiva do Gustavo Fruet sempre de uma maneira participativa, aberta, com muito reflexão, com participação das várias entidades representativas, mas que nós precisamos construir juntos um Plano Diretor da cidade que venha nisso. E, por último, eu também apoio a proposta do Orlando e do Jonny de revitalização do Rebouças. Da mesma forma que você encaminhou esses dias, eu trabalho todos os dias no Rebouças, porque a Fundação Cultural está situada exatamente lá. Eu vejo muitos problemas urbanos que a cidade tem lá, justamente por conta desse abandono. Agora a única alternativa de recuperarmos esse espaço que primeiro é um patrimônio histórico inalienável da nossa cidade. Se não tivermos uma política no Rebouças, vamos perder o seu principal conjunto arquitetônico articulado que a cidade tem. Isso é maior do que qualquer outro, se formos considerar em termos de conjunto de edificações com uma mesma época, uma mesma funcionalidade, com a mesma objetividade. A segunda, como você mesmo disse, ele está perdendo população, (P) e se ele está perdendo população significa que ele é potencialmente muito grande, para que a gente invista justamente num determinado seguimento. E terceiro, volto a insistir aqui na observação do Manoel Neto sobre o Tijucas. Se conseguirmos pegar um edifício com pequenos conjuntos como aquele e ter três quartos deles com empresas vinculadas a economia criativa. Fico imaginando todos aqueles galpões, aquelas grandes construções que temos ali, se elas estiverem vinculadas a economia criativa e ao entretenimento, nós só não estaremos dando um grande espaço de agregar valor, atrair um conjunto grande de empreendedores de outros lugares, até mesmo empresas de outros lugares. Estaremos preservando um elemento central da nossa identidade e construindo um novo modelo de desenvolvimento econômico. Gostaria que a gente pensasse isso sempre como um grande tripé. Acho que o Alto São Francisco tem uma consolidação, ele não precisa de grandes investimentos, é apenas a cidade reconhecê-lo enquanto tal, delimitar o seu campo e criar uma visibilidade para isso. Da mesma forma que Santa Felicidade hoje tem uma visibilidade internacional, acredito que a Avenida das Torres pode ter uma grande visibilidade como um polo de carnes, porque temos várias churrascarias ali. Não precisa nada, basta apenas identificar aqui. O trabalho que o Délio tem feito na Itupava, ele que é dono do Cana Benta e de outros bares da região. O Délio tem sido um grande batalhador, inclusive ele é Presidente do Conselho de Segurança, ou seja, ele está tão preocupado quanto empresário com aquilo, que está fazendo um grande levantamento. Novamente cabe a nós de alguma forma identificar a Itupava como um novo território criativo da área de gastronomia e dar visibilidade similar a que outras áreas têm. Nesse sentido nós também temos nos esforçado muito para recuperar o Centro da Cidade. Aí voltando ao Marcos Domakoski, que foi o Presidente da Associação Comercial, que desenvolveu um belo projeto nessa linha. Hoje o Dr. Edson, que é o Presidente atual tem sido um grande parceiro nosso. A Associação fez a corrente cultural conosco, fez o carnaval da cidade conosco, está desenvolvendo uma série de ações na Rua XV, justamente por isso. E uma das decisões estratégicas de voltarmos com o carnaval para a Marechal Deodoro, além de ser o centro histórico da cidade, a passarela histórica do samba, mas era também porque a Marechal estava perdendo cada dia mais moradores e estava perdendo cada dia mais comerciantes. Foi um acordo que fizemos com comerciantes colocando um número muito grande de pessoas e estamos revitalizando. Fizemos aqui com o apoio do Presidente da pessoas e estamos revitalizando. Fizemos aqui com o apoio do Presidente da Câmara, Vereador Paulo Salamuni, aqui ao lado o Rock Carnival que trouxe um grande número de pessoas. E quem acompanhou a felicidade do Paulo Salamuni, que no twitter diz que ficou muito feliz ao ver novamente as crianças na Praça Eufrásio Correia. Ele viu mulheres grávidas, mulheres com crianças, famílias inteiras brincando, por quê? Porque isso faz parte de um projeto estratégico nosso de revitalizar espaços da cidade que são espaços históricos, que são espaços belos, são espaços públicos e que estão sendo perdidos. A nossa ação no Passeio Público é a mesma coisa. Tivemos uma grande briga, principalmente nas redes sociais, mas quem esteve nos últimos sábados no Passeio Público viu isso. O nosso deslocamento do Música nos Parques, que antes dava cinquenta, quarenta pessoas, tivemos cinco mil pessoas na última edição do Música nos Parques justamente na Vinada Cultural. Tivemos mais do que a maioria dos eventos que tivemos no ano passado juntos, num único evento, mas por quê? Porque novamente queremos que a população se aproprie dos espaços. No caso do Centro, acho que a apropriação é cultural, agora no caso do Rebouças é uma revitalização completa e no caso do Alto São Francisco, assim como a Itupava e a Avenida das Torres, é um reconhecimento dessa identidade e uma publicização dessa identidade. O SR. PRESIDENTE:- Legal essa abordagem por microrregiões, inclusive fizemos uma audiência pública sobre o Baixo São Francisco, que está havendo uma iniciativa de todos os comerciantes ali do Baixo São Francisco, que é a Trajano Reis basicamente, a extensão da Trajano, porque ali tem um polo de cultura, principalmente noturno, tem o Wonka e todos os bares ali, que também ficou meio crescendo naturalmente, sem uma indução do poder público de revitalizar, (G) e agora já está sendo feito isso, pelo menos o debate nós já iniciamos junto com a Fundação Cultural. Itupava, bem lembrado; acho que tem várias regiões. Até a franja, não nos cabe aqui dizer o limite de uma região, só provocamos o tema e daí isso vai sendo feito em conjunto com a sociedade, com o Poder Executivo, para dizer o limite. Tem um acúmulo da Associação Comercial em relação ao Centro Vivo; quando se diz centro, vários anos de estudos da Associação Comercial em relação ao Centro Vivo, de repente incorporar isso. E tem que ver como, né? Também quem abraça tudo, não abraça nada. Esse limite é muito sensível, exige estudos, mas a provocação nós fazemos. Então, quero agradecer a Gina e o Cordiolli. Antes de passar para o Orlando, vou passar para o Felipe Braga Côrtes, que já está de saída, já tinha avisado isso pela manhã, que teria um tempo limitado. São duas horas, como eu combinei, todas as audiências são assim, só para justificar. Nós vamos ouvi-lo, e se necessário for, até duas horas, fique tranquilo. Na primeira audiência nós ouvimos todo mundo, eu fui embora quase sete da noite, a ideia é ouvir todo mundo. Fique tranquilo, que o senhor será ouvido aqui, nós não teremos aquela coisa assim: "ó pessoal, agora sobrou meia hora pra cada um falar", nós vamos ouvir todo mundo até um prazo de duas horas somente para a audiência pública. Mas a provocação inicial das palestras, foi tirado aqui em consenso, que era necessária. O primeiro debate que a gente fez sobre o Plano Diretor, nós chamamos a especialista... São dois momentos. Isso eu deixei bem claro. Primeiro, exposição, e ela é necessária porque articula uma ideia geral, porque nós precisamos saber o que o Poder Público está pensando. Se não soubermos o que o Poder Público está pensando, como vamos pensar em alguma coisa também? E o Poder Público precisa estar presente aqui, o Executivo. A Câmara está discutindo isso. O que estamos pensando? Tem que ser colocado isso, isso é transparência. E temos que ouvir também quem está batalhando. Foi assim feito, pode ser feito de qualquer jeito na verdade. Eu assumo o ônus e o bônus por isso. Achei que foi um jeito bacana de ouvir todos os segmentos e vamos ouvi-lo. Então, fique tranquilo porque, assim como nós já fizemos na primeira audiência, e foi geral, foram duas horas só de participação popular, nós vamos ouvir todo mundo aqui se for necessário, um tempo de cinco minutos para cada um. Se passar um pouquinho de duas horas, eu fico também. Mas, no mínimo, duas horas ou até acabar todas as falas. Então, o senhor pode ficar bem tranquilo. O SR. FELIPE BRAGA CÔRTES:- Eu concordo com o senhor, vou O SR. FELIPE BRAGA CÔRTES:- Eu concordo com o senhor, vou ser bem breve, tenho uma cirurgia para fazer e vou sair, é uma cirurgia de joelho. Mas eu queria só contribuir e não quis ir embora sem falar, porque na realidade, para mim, foi uma surpresa muito positiva essa questão. Acho que estamos aqui aprendendo, eu particularmente, e ampliou bastante essa questão. Mas eu queria dar uma provocação aqui para Gina e para todos que estão aqui, para tratar na sequência também a questão da inovação, que faz parte de tudo isso, e a Gina sabe, nós estamos com um projeto de Lei aqui tratando sobre esse assunto, vem com um conjunto de várias mãos, tratando a questão de inovação. A Lei Estadual existe e ainda não está nos conformes, mas precisamos apontar essa questão da Lei Municipal que está tramitando aqui. Mas é parabenizar, realmente é uma amplitude enorme essa questão de economia que nós estamos tratando, e dizer que estaremos juntos. Desculpe a interferência antecipada. Obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Vamos passar para o Orlando. O SR. ORLANDO RIBEIRO:- Eu, na audiência passada, reclamei a mesma coisa, lembra? Eu falei: quando é que nós vamos falar? O senhor está certo. O SR. PRESIDENTE:- Orlando, e você lembra o que a maioria falou ou não? Eu tenho gravado isso, a maioria falou: "Ah, mas espera aí, esse formato da gente vir só falar aqui, a gente não quer só falar, a gente quer ouvir o que vocês estão pensando." Então tem as duas frentes. Isso todos os que estavam aqui lembram, as pessoas querem também saber o que está acontecendo no Poder Público, senão perde a transparência. O SR. ORLANDO RIBEIRO:- Seguinte, o meu é muito breve. Acho que falar é fácil, o difícil é fazer, né? Então eu queria fazer uma provocação aqui e um convite aos colegas da Mesa, para que nos encontremos. Eu estava vendo, dentro da programação, temos 20 de setembro, temos uma oportunidade de discutir paisagem urbana, uso de espaço público, área de lazer, esporte, e nós temos aí, colocamos hoje na pauta essa revitalização do Rebouças. Eu gostaria até, faz um aceno para mim aqui o Presidente do CAU, de organizarmos um atelier, para que possamos apresentar nessa oportunidade, ter uma fala que pudéssemos apresentar um pouco de um encontro, um atelier que pudesse discutir um pouquinho o espaço, de que forma revitalizar, começar a arregaçar as mangas e propor alguma coisa. Porque falar que vai propor é fácil, agora propor é outro papo. E, aí, obviamente teremos uma plateia para poder fazer críticas e comentários, (A) e me parece que este é o melhor exercício para o aprendizado. Estou sugerindo que passemos uma agenda de encontros, não muitos, a ser disponibilizado para quem tiver interesse em participar de uns três ou quatro encontros de atelier para propor coisas para o Rebouças que o façamos. E depois trazemos para apresentar na audiência pública e obviamente faça os encaminhamentos ao Poder Público para fazer o melhor uso. O SR. PRESIDENTE:- Então, só para deixar claro, primeiro estamos aqui acostumados com críticas, deixar claro que na elaboração do plano não éramos obrigados a fazer nenhuma audiência pública, a não ser aquela quando viesse o texto do Poder Executivo. Ou seja, não tinha obrigação nenhuma de fazer tudo isso que estamos fazendo. Nós estamos fazendo porque queremos ouvir. Mas ouvir não é só abrir o tempo, porque vai vir uma fala de alguém que não tem nem ideia do que é economia criativa ainda. Temos que contextualizar as coisas. Já fizemos uma experiência de audiência pública sem abertura, foi um desastre, porque não dá liga. Por mais que às vezes algumas pessoas não valorizem, esse conjunto do que foi falado aqui dá um norte, dá uma modelagem para a coisa. Então, isso é muito importante para que possamos avançar, senão fica um caldão onde pode tudo e depois não sai nada, esperamos que saia alguma coisa. Passo ao Ricardo para finalizarmos e na sequência vamos abrir. O SR. RICARDO DÓRIA:- Fiquei bem feliz de ter participado, eu tive uma reflexão final aqui agregando tudo que ouvi. Sinceramente eu não tinha uma percepção de como era esse planejamento, de como esse planejamento era feito e do processo disso e eu não tenho uma percepção do que foi planejado anteriormente e isso acabou nunca atingindo a mim ou as pessoas que conheço. Eu entendo que, daí também uma pergunta, não tenho resposta para isso, mas como vamos convencer ou também uma pergunta, não tenho resposta para isso, mas como vamos convencer ou avisar as pessoas que agora todo mundo tem que ir para o Rebouças, que se você for para o Rebouças você vai ter grandes vantagens. O que eu entendo é que muitas vezes essas políticas públicas são informadas para poucos. Entendo que isso aqui é um desafio muito grande, fazer com que todos saibam, mas talvez haja algumas maneiras de que as pessoas saibam disso. Eu sei, um tempo atrás houve uma iniciativa de popular o Rebouças colocando dezessete aristas ou treze artistas em casas lá e a Prefeitura alugou as casas, era uma coisa assim. Essa ação não funcionou por vários motivos, principalmente, por uma questão de desaceleração do que foi feito. Eu entendo que as pessoas tem que estar engajadas nisso como um todo para que tudo funcione. E, neste sentido, como que essas pessoas vão ser engajadas para esse grande projeto da cidade. Quando o engajamento é natural, por exemplo, no São Francisco ou na região do Centro ou do Edifício Tijucas que tem bastante designers conhecidos meus que trabalham lá, isso acontece de uma maneira natural e a municipalidade entra como um grande apoio para essa aceleração. A dúvida que eu tenho, é como isso vai acontecer, como essa iniciativa acontece da municipalidade para as pessoas e como fazer com que as pessoas se engajem e reajam de uma maneira positiva para isso. Eu não sei essa resposta. O SR. PRESIDENTE:- Eu também não sei, mas o que eu posso dizer é que por enquanto não tem nada no Rebouças e a tendência é não ter, desculpe a sinceridade, nós estamos provocando o tema. Mas para ele virar de fato um projeto concreto do Rebouças é muita vontade que tem que ter do Poder Público, é muito lobby, no sentido bom do lobby, de todos que estão aqui. E que não seja só o Rebouças, que seja ampliado, eu não sei o projeto, mas para que aconteça alguma coisa vindo da Prefeitura, independente do Prefeito, é muita articulação. O primeiro que tem que ser atingido é o próprio Prefeito, nós vamos levar essa proposta, ele já é um defensor da economia criativa. Mas que proposta se leva? Nós vamos fazer uma proposta aberta, vamos oficializar a sugestão ao Executivo, que seja feito um projeto como uma sugestão do Rebouças, sugestão do Centro Vivo, mas que esse desenho delimitado tem que ser pensado, via estudo, pelo próprio Poder Executivo (V) e ouvindo a sociedade. Não é só nós que temos que ouvir. O Poder Público também pode ouvir. Mas entre a vontade de acontecer e acontecer há uma dificuldade muito grande. E a vontade de acontecer sequer ela ainda existe, porque estamos só soltando ideias aqui. Pode até ser inclusive uma ideia equivocada. Não sei. Temos que discutir isso. Este é um momento embrionário. O que não pode é ter medo de discutir. Se tivermos medo de propor, de fazer as coisas, vamos ficar na inércia, que também é mais venenoso para a Cidade. Na inércia eu não seria vereador, a Gina não seria secretária, nem o Cordiolli presidente da Fundação, a inércia não tem sentido. A não ser alguém que tenha apego só ao cargo. O que não é o caso aqui, porque são engajados e têm uma motivação de estar no Poder Público como os senhores que estão motivados a estarem aqui toda a tarde, porque querem uma cidade melhor, ligado a este tema. Então, só para deixar aqui porque eu preciso avisar a questão da participação popular. Tem um site que fizemos, olhando no site de São Paulo como referência, lá do Plano Diretor da Câmara Municipal, e fizemos aqui na Câmara de Curitiba um site só para o Plano Diretor. Para entrar nele é só entrar no site da Câmara, já está na página inicial, um hotsite só para o Plano Diretor. Então, um site que dá para propôr, não precisa vir na audiência para propôr, pode ser por lá. Todos os textos e vídeos vamos colocar no site. Já tem muita coisa lá, muitos links, e também tem um grupo no facebook, criamos, mas esse bem embrionário ainda, que é o Grupo do Plano Diretor de Curitiba 2014. Também é uma forma de se atualizar do que está acontecendo. E só antes de abrir, divulgar a próxima audiência, então dia 22, de meio ambiente, e a sistematização, está aqui o Jeferson do CAU, será no CAU, que é pegar tudo isso que foi gravado, falar com calma, pegar isso e tentar colocar isso em um formato de texto. Não precisa ser fechado naquela data, mas trabalhado nisso, que será dia 31 de maio. Isso é conduzido pelo CAU, mas não é feito só pelo CAU. É aberto assim como esta audiência. Então, no dia 31 de maio, quem tiver interesse em participar já coloque na agenda, será a sistematização das ideias de economia criativa e cultura de meio na agenda, será a sistematização das ideias de economia criativa e cultura de meio ambiente e sustentabilidade no conselho. Fizemos um convênio com o conselho para que ficasse algo mais aberto. E como o assunto é muito técnico tem um órgão que é ligado ao planejamento urbano conduzindo isso. Então, essa é a forma de participação aqui pela Câmara. Vamos passar rapidamente ao Pessutti, para as considerações. O SR. BRUNO PESSUTTI:- Obrigado Jonny. De maneira bem rápida, eu cheguei um pouco atrasado, justificando, porque estava participando de outras reuniões aqui na Casa também, já que participo de três comissões. Dizer que a economia criativa é muito essencial para a Cidade de Curitiba que foi, durante muitos anos, criativa. Ao longo dos últimos anos temos acompanhado que temos só feito algumas cópias das soluções urbanas criadas por outros municípios, esquecendo um pouco a nossa capacidade criativa do curitibano mesmo. Então, esse tema sendo retomado agora é muito bom. E lembrar que aqui presente estava o Virgílio, ele já se retirou, ele foi Secretário de Estado, mas antes disso ele foi um dos maiores anjos das soluções que temos todos os dias, hoje, que é a Bematec. Ele ajudou a fomentar, através da Gina, a Bematec, surgiu na Cidade de Curitiba e hoje está no mundo inteiro. Uma ideia criativa da Cidade de Curitiba. E também lamentar o fato que um amigo meu, só para contar, ele está fazendo uma fábrica de bicicletas dar certo na Cidade de Curitiba, mas infelizmente ,uma modificação tributária no Governo do Estado e, por substituição tributária alterou a questão tributária das bicicletas, fez com que a fábrica dele, que estava chegando a cem bicicletas por mês, ter que ser encerrada. Imagine, uma bicicleta que estava surgindo na Cidade de Curitiba, com o movimento todo da bicicleta da Cidade de Curitiba, estava ganhando espaço no cenário curitibano, paranaense, brasileiro, infelizmente um movimento do Poder Público não Municipal mas um outro Poder que não tem essa visão mais criativa, acaba ceifando uma possibilidade de uma grande empresa criativa surgir, uma empresa que possibilitaria uma grande felicidade para a Cidade. Agradecer a todos e desculpar pelo atraso no início da Sessão. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado, Pessutti. Vamos abrir então. A Rariana, ela vai fazer as inscrições, mas primeiro gostaria de passar para o senhor que fosse a primeira fala, depois aqui já chegou o José Marinho da Rede Cidade Digital, (K) e o Sandro, Jornalista, Presidente da Associação de DJs do Paraná. Com a palavra o Sr. Urandy Ribeiro. O SR. URANDY RIBEIRO:- Muito obrigado. Atualmente sou comerciante e eu me sinto muito à vontade em estar aqui, porque eu também fui um colaborador, incentivador e inventor de alguns produtos que hoje existem na praça, ou de algumas formas de comercializar do que existe hoje na praça. Só que hoje eu já me dedico a outro setor, que é o da pessoa idosa. Eu achei maravilhoso, os senhores estão de parabéns, só que me fica uma preocupação com respeito a onde o idoso vai se encaixar nisso, numa cidade que tem um dos maiores índices de envelhecimento, num Estado onde o índice de nascimento de crianças não está repondo a sua população e o índice de nascimento de idosos, porque o idoso nasce aos sessenta anos, é o dobro do nascimento de crianças. Então, nós temos que pensar o idoso nesses projetos que estão sendo discutidos. O idoso é o grande consumidor da cultura. O idoso é o grande consumidor do turismo. O idoso hoje está precisando de tecnologias novas para tipos de roupas, para tipos de cadeiras, de móveis, de mobiliário. O idoso está precisando de tipos de automóveis. Eu já estou chegando aos oitenta anos e já sinto uma certa dificuldade de dirigir os veículos da maneira como estão sendo produzidos. Então, tem que se ter um olhar para o idoso, principalmente que nos próximos dez anos, como está se dizendo aqui, não serão só duzentos e vinte mil idosos que Curitiba vai ter, nós vamos estar perto dos trezentos e cinquenta mil. Então, eu acho que de uma importância vital que não fuja a vocês, pensadores, o idoso, porque eu acredito que todos que estão aqui têm por objetivo chegar a serem idosos, porque se assim não for, vão morrer antes. Certo? Eu acho que é isso. E vão querer que tipo de envelhecimento? Que tipo vocês vão querer ser? Eu hoje sou um idoso saudável, me considero saudável, e espero chegar aos cem anos ou mais, saudável. E eu acho que todos têm esse objetivo. Então, precisa anos ou mais, saudável. E eu acho que todos têm esse objetivo. Então, precisa pensar a Cidade, dentro dessas tecnologias, para a pessoa idosa! O tipo de equipamento, tudo que possa ser inventado, criado, para o idoso. Era isso. Muito obrigado. O SR. SANDRO TANCK:- Boa noite. Eu gostaria de parabenizar a Prefeitura de Curitiba, o Gustavo Fruet e o Vereador Jonny Stica por fazer essa Audiência Pública e mostrar a transparência da administração, porque nos dias de hoje não se governa sozinho, é ouvindo a população que vamos poder chegar a soluções. Eu vou pontuar algumas coisas, até do jovem Ricardo Dória, que achei muito boa a iniciativa dele, e ele questionou algumas coisas do bairro Rebouças. No meu ver, como Presidente da Associação de DJs do Paraná e do skate, são noventa mil jovens que precisam ter um escape, um espaço para mostrar a sua cultura, a sua arte. Então, o Rebouças pode ser um espaço direcionado para essa juventude que quer grafitar inteira a Cidade. Porque quando eles fazem uma pichação, e eu vi o protesto dos grafiteiros, (M) é um protesto, é porque eles estão descontentes. Então, se tiver um espaço, um local, que seja da juventude, que eles possam fazer a sua arte, extravasar, como ontem na Batalha Cultural, onde a Fundação Cultural nos disponibilizou o equipamento de som e fez os meninos dançarem, fazerem o Rap, é isso que a juventude precisa, é isso que a Cidade precisa. E os jovens precisam tomar essa frente para revitalizar esta Cidade, para que os idosos, como o ilustre senhor aqui, possam usufruir também, não só pensando em espaço da juventude, mas mostrar que também um dia vamos ser idosos. E quero parabenizar também a parceria da Fundação e a Gina, por estar alavancando esse projeto. E saibam desde já que a Associação dos Djs do Paraná está disponível para fazer os eventos, porque muitos dos eventos estão sendo embargados por não ter alvará; fechou o John Bull na terça-feira porque não tem um espaço físico. Então, acredito que esses dois mil Djs que a Associação do Paraná tem disponível podem ocupar aqueles barracões com moda, com arte, com cultura, e mudar essa consciência de consumir só o que passa na novela da Globo, que é bom o que passa no Rio de Janeiro. Nós temos que consumir o que é nosso, do nosso estilista, como o Paulo Martins; esses são nossos artistas. Se consumirmos o que é nosso, de Curitiba, a economia criativa vai crescer. Obrigado pela atenção e desculpem se me estendi nas palavras. (Palmas). O SR. PRESIDENTE:- Bernadete Brandão, da Escola Design ao Vivo, também do Conselho Parlamentar da Paz, e Coordenadora do CEB, que é o Centro de Estudos Budistas. A SRA. BERNADETE BRANDÃO:- Obrigada. Que bom que nós nos conhecemos. Quero aproveitar a oportunidade de falar sobre como que incluímos a sustentabilidade de fato: as pessoas, o meio ambiente, uma mudança de comportamento, que vai envolver nisso educação e cultura, e aí sim a economia que isso gera. Então, tenho representado uma escola, que é uma iniciativa de trazer a reflexão e a ação em sustentabilidade, que chama Design ao Vivo, com cursos de eco design, design thinking, uma série de produtos que vão tirar as ideias da cabeça das pessoas e pôr na prática. E eu sinto de grande importância isso no momento, incluindo a questão sustentabilidade. Então, é excelente falar em economia e criatividade, mas temos que pensar: os eventos que são gerados geram um monte de lixo; como que cuidamos disso, antes, durante e depois? Quem tem a expertise para isso? Nós estamos sem as competências. Os profissionais de arquitetura, de design, da área da propaganda, os profissionais da área criativa, não têm feito nem reflexões e nem ações que sejam concretas. Então, vim colocar esse ponto, que eu acho que é um dos pontos fundamentais para que haja harmonia e sustentação verdadeira. Então, sustentabilidade é esse conjunto equilibrado e não a sustentação de uma certa área. E junto a tudo isso temos que pensar na pessoa, no ser humano, no meio ambiente. E, aí, claro, tudo isso está sendo falado, mas a ação em si tem que ser escutada. Como que as pessoas participam disso? Como que nós percebemos grupos inovadores? O design tem um monte de metodologias para isso. E não apenas as metodologias, temos diversas ações, dentre as quais temos sido protagonistas. metodologias, temos diversas ações, dentre as quais temos sido protagonistas. Então, queria apontar para esse ponto. E quero participar dos grupos de trabalho para poder contribuir. Ok? Obrigada, Jonny. E parabéns pela iniciativa. (Palmas). O SR. PRESIDENTE:- Passo a palavra ao Milton Gonçalves, Arquiteto. (L) O SR. MILTON GONÇALVES:- Primeiro, fora do tema, todas as reuniões estão previstas para às 14h, talvez por ser um espaço mais democrático, deva-se repensar que assim como o pessoal de economia criativa trabalha, todos trabalham para vir durante dez sessões em seis meses e faltar o trabalho, gostaria de deixar a sugestão que repensassem o horário de algumas. Outra coisa, talvez indo numa metodologia mais clássica, normalmente nós vemos o que está certo e que nós queremos que arrume para que as coisas deem certo no futuro. Até por isso que estamos fazendo uma reavaliação do plano diretor existente. E eu acho importante, por exemplo, algumas coisas nisso, o Rebouças. Nós perdemos um espaço arquitetônico que era todo aquele conjunto da Mate Leão por não ter sido feito um incentivo talvez correto na época para agora simplesmente virar uma igreja. Não quero julgar o mérito nem da igreja e nem do conjunto arquitetônico, mas foi um prejuízo enorme para a cidade o que aconteceu por uma falta, seja de participação público-privada, seja por incentivo à população se apropriar daquele espaço. Então, é importante no plano diretor nós prevermos que se tiver que ser na base de incentivo abdicação de arrecadação ou capacitação melhor das pessoas do bairro, é importante ser feito, senão daqui a pouco o bairro do Rebouças vai virar mais um bairro genérico, igual a todos os outros. A construção de prédios que antes estava limitado até a Silva Jardim, já está ali na Engenheiros Rebouças, daqui a pouco já começa a pegar a Brasílio Itiberê, vai pegar a Baltazar e simplesmente nós vamos ter apenas prédios residenciais e não vamos ter espaços públicos e nem espaços para nada na cidade. Então, é importante rever esse que para mim foi um erro, talvez de 2004, quando foi feita avaliação. E uma coisa que é extramente importante quando discutimos economia criativa que não depende do plano diretor de alterar, mas é a qualificação e capacitação de pessoas do poder público de trabalhar com isso. Nós temos um grande problema hoje, quando você vem com ideia inovadora, com algo diferente, e a mentalidade do Poder Público está extremamente burocratizado e não quer aceitar algo novo. Você vê em qualquer país lá da Europa, onde você propõe uma parede verde num prédio, os caras te dão parabéns, te incentivam e falam: nossa, que legal. O que você precisa para funcionar isso? Aqui em Curitiba se você fizer esse mesmo projeto, vão dizer: não, não atende aos parâmetros técnicos que eu preciso, você vai ter que entrar no conselho, se o conselho autorizar eu vou permitir fazer isso em caráter exclusivo porque você entrou no conselho. Então, é importante uma mudança de amadurecimento da toda a geração que está aqui, que está lidando com essas coisas novas, o Poder Público principalmente tem que estar na vanguarda disso de saber incentivar o que é diferente e não simplesmente podar. Grande problema de ideias inovadoras, você vê fora do país, eles têm questões dos startups, que você pega pessoas que vão lá investir, seja o cara que pegou a poupança, coisa assim. Só que lá se dá a oportunidade da pessoa ter o startup, às vezes, da ideia mais esdrúxula do planeta, mas alguém apostou na ideia e ele vai. Aqui em Curitiba é ao contrário, é mais fácil ele ter ideia aqui ir lá para o vale do silício montar a ideia do que estar em Curitiba fazendo isso. Então, nós temos que dar incentivo para a população local se desenvolver, isso eu dou exemplo, nós temos o Ippuc, o Ippuc que era o responsável por fazer o planejamento e pesquisa, virou um balcão de projeto. E daí nós temos inúmeros arquitetos, designer, economistas e outras profissões que estão aqui mexendo que têm seus escritórios, que às vezes pessoas que estão em trabalho autônomo, que não têm oportunidade, que vão lá e colocam um pré-requisito: não, você tem que ter cinco milhões de metros quadrados construídos. Se alguém prestou atenção naquele projeto que o Orlando mostrou do Tietê, um dos grupos que participou do consórcio é a Escola da Cidade. A Escola da Cidade nada mais é do que uma universidade de arquitetura de São Paulo. Aqui em Curitiba, uma universidade, seja PUC, seja Positivo, até a Federal, não poderia participar, porque ela não tem RRT (T) suficiente para entrar em qualquer concurso participar, porque ela não tem RRT (T) suficiente para entrar em qualquer concurso de Curitiba .Pô! Os caras que são os formadores da cidade não podem participar, porque estamos hoje num processo extremamente fechado, parece que é cabresto, não deixa se olhar para os lados. O metrô, desculpe Vereador Jonny Stica a sinceridade, eu fui em todas as audiências do metrô, você falou inúmeras vezes para se abrir concurso, foi defendido, todos falaram, porque não se abrem? Em qualquer lugar do mundo se faz isso. Ah! Se é cem mil que falaram,na ocasião do metrô, que o projeto base de engenharia, deixar bem claro, que o projeto base de engenharia era de cem mil, se abre um edital de concurso público que o valor , para que uma das condicionantes do projeto é o atendimento do valor de cem mil. Mas o Ippuc, simplesmente, ignorou. Então, não adianta fazermos leis se o poder público não quer executá-las, faz vista grossa, ignora. Então, a gente vem aqui, passa horas debatendo e vamos chegar lá o Ippuc ignorar tudo e simplesmente a gente fazer uma lei e vai ser ignorado. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE:- O que você falou é um pouco da falência do Poder Público em relação a poder conduzir essas inovações, projetos, não é algo isolado de um só, mas o Ippuc acaba retratando isso, foi vanguarda lá atrás e não conseguir mais dialogar com a sociedade, virou muito um órgão burocrático, é impressionante a quantidade de processo e quem está pensando a cidade? Então, é um desafio, acho que o Ippuc tem a sua importância no processo senão dialogarmos nós enquanto comissão de Urbanismo e acreditar que ele pode ter um processo de intervenção nisso, acho que também vamos ficar só na fala. Mas de fato a fala do Milton em relação ao Poder Público, engessado, burocrático, de não aceitar nada e, às vezes, vir aqui, ouvir mas não sai nada disso é o principal problema que a Bernadete falou da questão da reflexão. Foi colocado aqui pelo Urandi dos idosos, acho que dentro desses projetos se for sair algum projeto, espero que saia, acessibilidade é o ponto principal, tem a questão da economia também ao idoso, que precisa ser, muitas vezes, incorporado ao mercado de trabalho, mas a questão primordial me parece que estamos muito atrasados na acessibilidade. Vou pegar um item só que as calçadas de Curitiba são um desastre não só para os idoso é para quem tem limitação, as mulheres com salto, tudo, porque é uma pedra lisa, coisa do passado e dentro do próprio órgão de planejamento tem muita gente que defende o petit pavé. Foi colocado do skate, a juventude, não estamos fazendo audiências por segmento de idade, juventude, idoso, é por temas, mas de certa forma acho que cada uma cada segmento vai ter que ser incorporado e cabe esse desafio ao Plano. Concedo a palavra ao Túlio Filho do Conselho Nacional de Políticas Culturais. O SR. TULIO FILHO:- Eu estou representando aqui o colegiado de design do Conselho Nacional de Políticas Culturais e estou representando a Pro Designe que é a Associação das Empresas e Profissionais de Designe do Paraná. Vejo com bons olhos essa condição de termos esse canal de conversa, e vejo essa aproximação da cultura e do desenvolvimento fundamental para que isso aconteça, diferentemente do que vem acontecendo na esfera nacional, onde a economia criativa infelizmente está delegada especificamente ao Ministério da Cultura, mas vejo que temos que acelerar o processo, porque estamos falando do Plano Diretor para os próximos dez anos, (I) e na verdade a gente deve estar uns dez anos atrasados. Teríamos que estar correndo uns vinte anos para conseguir chegar onde efetivamente precisamos. Recentemente o Le Monde fez uma reportagem sobre a Cidade, falando sobre o quanto Curitiba perdeu a capacidade inovativa, e isso é fato. E o quanto nesse processo, com todos esses setores que estão abraçados na economia criativa, podem contribuir. E o design, o qual represento, sem dúvida é um dos que podem efetivamente trabalhar de maneira conjunta. Temos uma massa de design disposta a trabalhar pela Cidade. Efetivamente estamos fazendo isso. Ocupamos espaço na Fundação Cultural dentro das conferências de cultura, onde já somos conhecidos como uma linguagem cultural. Temos tratado junto com o Ippuc para que se crie um conselho de design na Cidade para que esse olhar, como a Bernadete falou, que é muito peculiar, que é um olhar voltado para o usuário que trabalha muito a questão da sustentabilidade, da acessibilidade, da mobilidade, que esse olhar seja colocado em prática na Cidade. Nesse momento, em parceria com a esse olhar seja colocado em prática na Cidade. Nesse momento, em parceria com a agência e com o Ippuc, está sendo feito um mapeamento de georreferenciamento de todos os empreendedores criativos do design na Cidade para que possamos ter essa mancha e identificar onde essas pessoas estão, de que forma estão trabalhando. Como a Gina falou, todos os segmentos estão relacionados. A economia criativa carece de formalidade. E há aqueles que são formalizados. Mas dentro das nossas políticas regulatórias, principalmente as tributárias, que são esquizofrênicas, você, por exemplo, tem um escritório de design que pode ser taxado a 6%, se arranjar um jeitinho dentro da tributação, ou a 19%, que é o correto. Isso é um absurdo, você trabalhar quatro meses do ano, como o Ricardo falou, sem ter nenhum benefício de retorno para poder desenvolver o seu trabalho. Isso pelo simples fato de se colocar criação ou criatividade dentro do seu contrato social. Ao mesmo tempo que se toma iniciativas para fortalecer e fomentar a economia criativa, você tem uma carga tributária que penaliza, que faz justamente o contrário, e isso é importante ser revisto de maneira urgente. Isso já passou, e tem relação direta. A economia não está de forma alguma distante do Plano Diretor da Cidade, muito pelo contrário, está conjunta. Essas questões podem parecer que fogem um pouco, porque às vezes saem do assunto urbano, do planejamento urbano, mas a Cidade é feita de pessoas, e as pessoas necessitam de fazeres, necessitam de uma economia e tudo está junto, não há nada dissociado. Eu queria colocar a postura dos profissionais de design que estão ativos, estão fortes, estão com uma representatividade grande e dispostos a trabalhar. Antes de design, trabalhar como cidadão. Obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra a Sra. Renata Sembay, estudante. A SRA. RENATA SEMBAY:- Eu sou estudante de Gestão Ambiental. Queria só fazer uma observação, acho que está passando por cima de um ponto muito forte em trazer a questão de um espaço local para a economia criativa. E colocar também que parece uma apropriação estratégica, uma metabolização oportuna (J) do setor empresarial de base das indústrias quando se fala numa PPP, porque a economia criativa já diz uma nova economia, uma economia autônoma, independente. Um exemplo que eu queria ilustrar e discordo, acho que tem muita gente que vê que esse nicho de espaço cultural não é interessante, a revitalização do Porto de São Francisco que foi feito nos Estados Unidos e que segregou a população, deixou afastado quem realmente deveria estar mais próximo do espaço cultural que é a juventude, que é espaço de formação para a população. Quero terminar dizendo que espaços criativos não precisam de incentivos megalomaníacos, o próprio Ricardo falou e repetiu. Obrigada. (Palmas). O SR. PRESIDENTE:- Mauro de Lara, vice- Presidente da Assespro. O SR. MAURO DE LARA:- Primeiramente muito obrigado pelo convite, Jonny esta foi uma das reuniões que acho que pode mais contribuir para uma releitura da cidade de Curitiba. em todos os pontos que foram abordados achei muito interessantes e eu, como representante do setor do software, não só de Curitiba mas também do Estado do Paraná, a gente conseguiu no setor de software uma coisa muito interessante e difícil, principalmente para o curitibano e para o paranaense, a gente conseguiu se unir. Então, em Curitiba, agora já foram embora, mas temos um arranjo produtivo local de Curitiba, que bem unidos, nós somos em cento e cinquenta empresas, existe o parque de software, a Gina e o Jonny conhecem bem, na CIC onde já existem lá vinte e poucas empresas com um total de mil e trezentos funcionários, talvez. Temos também a indústria de software do Paraná como um todo. Nós estamos aqui tratando de Curitiba, mas na realidade a globalização nos força pensar um pouco maior, precisamos interagir. Então, existe o parque de software legal, mas o setor de TI entende que precisamos ter outros pontos de aglomeração também para empresas. O setor de software é muito transversal. Quer dizer, na hora que o Aciolli estava falando, depois abordei-o na porta, porque já atiçou, nós estamos por exemplo lançando esse ano ainda, nós temos uma parceria com Beto Carminatti, que é um cineasta aqui de Curitiba, nós vamos lançar um seriado de cases de sucesso de empresas em um primeiro momento curitibanas, depois paranaenses e daqui a pouco nacionais onde tinham momento curitibanas, depois paranaenses e daqui a pouco nacionais onde tinham algum problema e foram solucionadas através da nossa indústria de software. Então, cases, como tem na tevê americana, o Discovery, History Channel um cases simples, mas que rodem com velocidade e tenha uma curva emocional atraente para aquilo que você está zapeando, porque o maior problema da indústria de software, principalmente a nossa, é que ninguém sabe que nós existimos. Então, a Gina tem nos apoiado muito, o Felipe Braga Côrtes já saiu, a gente tem tido agora e estamos também aprendendo a nos articular, basicamente é tudo nerd, eu sou físico que programava, de repente ter que vender software e conversar com político, apesar dos meus cinquenta e oito anos não é uma coisa que nasceu comigo. A Denise também é da Fundação. A Fundação Cultural tem tudo a ver com a área de TI também assim como a Associação Comercial do Paraná que estava ali, Fecomércio, porque estamos em todos os parques. Quando fala em nota fiscal eletrônica, uma coisa chata para caramba, mas somos nós que temos que fazer isso. Na hora que fala de uma game, nós programamos o game e na arte, na cultura, nós queremos uma cidade inteligente, culturalmente disseminada, a gente pode transformar, podemos virtualizar museus, podemos digitalizar todo o saber da cidade. Inclusive convido todo o mundo, a Gina viu outro dia, nós temos um espaço lá no parque - você chegou a ver o óculo com realidade aumentada? A gente tem condições de virtualizar Curitiba. (P) É um processo muito bonito, um processo inovador e mais do que isso, chama muito a atenção. Agora na outra parte desse jogo, dessa empolgação que a gente tem, há os aspectos tributários, legislativos, burocráticos do Brasil estraçalham as empresas de todos os setores, eu conheço mais a de software. Mas é bem isso, a carga tributária nos destrói. Para você abrir uma lojinha e vender pastel você se enquadra no Simples, mas as empresas de software não foram enquadradas, não existe empresa de software para o empreendedor se enquadrar no Simples. Então, o problema não é municipal, ele é estadual e federal e é uma luta longa ainda. A outra ameaça, que é uma ameaça sem se pensar em termos de cidade, mas uma oportunidade de pensarmos em termos de empresário individual, é que a Inglaterra veio aqui com o objetivo de levar as nossas empresas para lá. É o processo de reindustrialização que eles estão fazendo. Eles estão pagando passagem para dez empresas brasileiras irem lá e...Existe uma evasão muito grande de tudo e precisamos nos unir. Em games eu preciso de design e em aplicativos de mobile, hoje fiz uma análise entre as trezentas empresas que mantemos relação no Paraná e as que fazem automação de empresas, temos 80% das horas gastas com aplicativos de ordem burocrática, cupom fiscal, nota fiscal eletrônica e outras coisas, onde eu não consigo desenvolver uma inovação, eu tenho que ficar atendendo legislação e sou solidário, sou responsável junto ao meu cliente. Estão matando a indústria de software mais uma vez. Muito obrigado. Parabenizo a Gina, o Jonny e toda a equipe. Acho que estamos juntos nesse projeto e vamos colaborar com o planejamento desse Plano Diretor. O SR. PRESIDENTE:- O Paulo Martins, Diretor do Instituto de Moda do Paraná. O SR. PAULO MARTINS:- Boa tarde a todos. Também quero parabenizar a Mesa pela iniciativa. Estamos já há bastante tempo fazer com que o poder público entenda a grande plataforma que é a economia criativa. Esse debate que já vem desde ações de governo federal, até então no nosso caso, no nosso seguimento, a moda já foi entendida como parte da cultura, ela já é parte da economia criativa, depois de grandes debates a respeito. Quero dizer que juntamente com a Prodesign, temos tido um trabalho muito intenso. Para você desenvolver esse trabalho, principalmente na moda, que tem uma transversalidade com todas as áreas, ela dialoga com todos esses seguimentos, que vai desde os softwares, até o design gráfico, a música, enfim. Essa transversalidade faz com que possamos nos sentir a vontade para colaborar nesse sentido de voltar a colocar Curitiba dentro de um ponto de visão de uma cidade que outrora foi criativa e também na moda ela ficou defasada, por conta também de falta de políticas públicas. Quando eu falo em políticas públicas, o que eu entendo para o seguimento? Não somente a questão de impostos, não somente a questão de outros empreendedorismos, de criar fomentos, impostos, não somente a questão de outros empreendedorismos, de criar fomentos, de criar condições desse empreendedor se desenvolver. Acho que falta principalmente no nosso setor (A) e nos outros setores de uma forma geral, é que o poder público pode colaborar e incentivar muito a questão de dar visibilidade a esses criativos. A área da criação ela não existe se não tiver visibilidade. Nós não conseguimos mapear sequer os nossos criativos. Agora estamos num trabalho junto com o Ippuc de mapear, eu estou no setor de moda, colocando o mapeamento da moda dos nossos criativos. Lembrando que Curitiba tem uma particularidade, porque ela não se desenvolve industrialmente, a indústria da moda, ela se desenvolve na indústria de moda autoral, moda criativa que é o valor agregado, porque nós estamos perdendo, Curitiba está perdendo isso. Nós precisamos incentivar esses criadores que saem dos oito cursos de moda que temos aqui em Curitiba e não encontram terreno fértil para se desenvolver. Curitiba não tem essa vocação industrial, ela tem vocação aos atelies, aos birros criativos que são alto valor agregado. Então, temos que ter esse olhar, aonde vamos incentivar esses criativos. Quando vocês falam na região do Rebouças, pode ser um polo de criadores autorais que vão ter certamente muito maior visibilidade, que vão trazer, agregar um valor a cidade, do que os grandes shoppings que estão construindo. Nada contra os grandes shoppings, mas quem vem de uma cidade de fora, que já conhece toda uma indústria de moda não vai procurar numa outra cidade essa mesma indústria, vai procurar o seu diferente. Eu defendo a questão, como a Gina diz e ela fala corretamente dessa questão do modelo curitibano, não adianta importarmos modelos, eu tenho falado isso, nós temos que ter uma identidade. A moda transmite isso. Nós temos uma característica, a moda pode ser uma grande alavancadora desse modelo de identidade. Ela pode transmitir isso como comunicação. E isto até agora está sendo muito difícil para nós. Nós não temos, não só na moda mas acredito que nos outros, os eventos, o poder público tem que incentivar através dos eventos, nós temos que ter grandes eventos, feiras de software, feira de design, eventos de moda, porque não adianta eu ter produto se eu não divulgar. Por que o porto lá em Recife é famoso? Porque ele teve divulgação. Não é só a questão. Como que o mundo vai saber que eu existo aqui? Eu tenho que mostrar. Esses nossos criativos estão submersos, porque eles não tem oportunidade. Na moda já estamos, juntamente com Nereide Michel que é jornalista de moda e que é parceira no nosso processo, nós já estamos há quase vinte anos tentando mostrar os nossos criativos. E nós encontramos sempre essa autofagia, essa autofagia que mutas vezes vem dos próprios gabinetes públicos que não tem o entendimento que se ele trata ele tem que ter a sensibilidade para lidar com criativos. Então, não adianta, quando você fala na capacitação, a capacitação é de sensibilidade para essa área, não é somente técnica, você tem que entender esse criativo para entender as suas necessidades. Então, fica muito difícil quando você leva um projeto e apresenta como inovação. Como vamos inovar se não temos a credibilidade do poder público? E quando você fala em inovação você tem que acreditar. Esse é um grande problema que enfrentamos. Eu acho que quando se fala nesse universo de economia criativa tem que se pensar nessa questão de você ter servidores capacitados dentro do setor público que possam entender esses criadores. E afirmo dentro desse projeto, que temos que ter eventos que dê visibilidade, eu acho que o poder público tem que criar esses eventos, tem que trazer os nossos criativos. Agradeço a todos pela oportunidade e estamos aí para colaborar dentro desse processo. O SR. PRESIDENTE:- Um rápido comentário. O Mauro falou do Parque do Software, de fato, a frase dele sintetizou tudo, ninguém sabe que nós existimos, falta maior apoio. E é um centro de excelência, eu fui lá algumas vezes, é fantástico. Sobre Design, eu conversei com o Carlos Nigro que é o decano da PUC para Arquitetura e Design, ele já se comprometeu a fazer um esboço, inclusive o Orlando deu essa provocada " e os projetos para nós apresentarmos?" Ele se prontificou a fazer um concurso (V) interno da PUC, de estudantes de Arquitetura e Design, para ajudar nesse esboço para ser enviada aí uma proposta, Rebouças ou algo mais amplo. Mas a Universidade da PUC já se coloca disponível. A Renata algo mais amplo. Mas a Universidade da PUC já se coloca disponível. A Renata falou sobre a parceira público/privada. Aí é uma questão ideológica. Tem quem seja contra. Acho que hoje o maior problema do Poder Público é não ter recurso, a capacidade de investimento está muito reduzida. Cresceu muito. Cada creche que você abre, cada posto de saúde que você abre é uma conquista, mas ao mesmo tempo o gasto básico da Prefeitura, o orçamento, ele vai aumentando o custeio. E o que sobra - e é bom que invistamos, acho que está fala tando creche, está faltando posto de saúde - mas o que sobra, de fato, pra investimento é muito pouco. Daí vem aquela questão: qual é prioridade? Para mim a prioridade ainda é a educação, saúde, são essas áreas. Podemos gastar com obras? Podemos, mas é secundário em relação a isso. Então, se tiver um orçamento que venha da Iniciativa Privada para isso, ótimo. Ah, mas vai ter interesse do capital, interesse das imobiliárias, do setor de indústria, construção. Mas o que que não tem interesse? Mas que seja transparente esse interesse. É uma regra geral. Quem está interessado vem e compra o título, faz o adensamento. É uma regra muito clara, tem transparência nisso. Daí se o recurso vier assim ótimo. É um recurso que não teríamos para fazer isso. Vou dar mais uma vez o exemplo da Pedreira. A Pedreira é uma concessão. Acho ótimo, porque foram dez a quinze milhões em obras. Eu não queria que isso tivesse saído da Prefeitura. O show já era privado de qualquer forma. Claro que vai ser amortizado o investimento em cada evento, mas já é privado, o espaço era público, mas íamos gastar quinze milhões com isso? E olha que defendi, levei essa bandeira da Pedreira, mas quinze milhões do Poder Público? Que bom que vem da Iniciativa Privada. Acho que fazer essas parcerias de forma clara, transparente, deixar bem claras as regras, acho que todos podem participar. Se vier recurso privado acho ótimo. Mas se antes disso quem já tem uma ideologia contra, qualquer aproximação da Iniciativa Privada daí não tem como conversar nesse sentido. Mas para deixar claro que é uma questão ideológica. Foi colocado aqui também sobre a moda, uma vertente muito forte da economia criativa e, para Curitiba, é um cenário assim, bastante gente trabalhando nisso. Inclusive tenho uma amiga, A Juliana , é referência nacional hoje, estudou comigo, de moda porque é uma área que é como a publicidade. A pessoa abraça, quem quer produzir. Então tem esse olhar. Agora, sabe o que, só para fechar esse segundo bloco, difícil é ver que somos limitados aqui, enquanto Poder Público. Estamos ouvindo, vamos passar isso para o Executivo, daí se passar para o Executivo ele vai dizer que é limitado também, mas ele tem muito mais poder do que o Legislativo nesse sentido. Temos o poder, de certa forma, de colocar isso no Plano Diretor na forma de lei, de texto, de legislar. Mas de fazer é o Executivo. Também essa relação com o Poder Executivo é importante, para que eles absorvam isso e façam acontecer. Próximo bloco, eu não sei se já foi embora, eu tinha até pedindo para falar o José Marinho, da Rede Cidade Digital. Inclusive, só uma coisa sobre a PPP, enquanto isso. Que não descarte social. Na nossa franja que colocamos ali, colocamos a Vila Torres, dentro do espaço. Porque você faz, quando tem uma operação urbana consorciada, só pode investir o que vier de recurso de aumento de potencial na própria área. Se colocamos uma franja como uma área social na Vila Torres, você consegue injetar recursos direto na área. Então, acho que tem que incluir o social, mas é colocar dentro dessa franja, é a melhor forma, e pedir no texto para que seja investido, exigir. A SRA. GINA GULINELI PALADINO:- Sr. Presidente, só um pequeno detalhe, certo? Não existe nenhuma dicotomia (K) entre PPP e social. Lembro, por exemplo, que um belo e grande hospital em construção hoje na Bahia é uma PPP. Então, só para não misturar as coisas, porque parece que PPP só serve para coisa capitalista e o resto é público. Depende. Tudo depende! O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra o Sr. Aulio Zambenedetti, da Prodesign. O SR. AULIO ZAMBENEDETTI:- Nós gostaríamos de fazer uma colaboração prática e efetiva de uma discussão que temos já há algum tempo dentro da Prodesign. No meu caso, enquanto cidadão desta Cidade e funcionário público, de um espaço que chamamos de Distrito Criativo. É um espaço demarcado de alguma forma dentro da Cidade, que estudamos. São praticamente quatro mil e alguma forma dentro da Cidade, que estudamos. São praticamente quatro mil e quinhentos ativos culturais dentro desse espaço, com alguns eixos definidos em termos de criatividade. Eu nomearia, por exemplo, a rua Teffé, com calçados e moda; Rua Carlos Cavalcanti e Treze de Maio na área de cinema, teatro, etc. Nós nos preocupamos com a questão da acessibilidade da população. Tem pelo menos sete grandes pontos de transporte coletivo, passa ciclovia, tem grandes áreas públicas para eventos, e tudo nesse estudo já definido. Inclusive, ele cumpre com uma das diretrizes aprovadas na Conferência Municipal de Cultura, que é um centro de apoio de criatividade, vamos dizer assim, um laboratório de criatividade, um polo criativo. O MIT chama isso de Fab-Lab, que é um espaço com ferramentas e equipamentos para dar apoio aos criativos que não têm condições, como uma incubadora, por exemplo, que dá esse apoio de ferramental para um primeiro protótipo ou um primeiro vídeo, enfim, é um polo de apoio tecnológico, vamos dizer assim, para esse espaço. Eu só gostaria de deixar claro que nós já temos esse estudo e o colocamos à disposição da Casa, como mais um ponto a ser discutido e conversado. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE:- Rafael Souza. O SR. RAFAEL SOUZA:- Boa noite a todos. Obrigado a todos por abrirem esse espaço de escuta. Quando falamos em economia criativa acredito que duas coisas veem muito fortes junto com isso, como tendência. Uma é o fato de estarmos voltando a nos reconhecer, novamente, como seres humanos, como pessoas, além das instituições. E, além de seres humanos, nos percebemos como seres multi e transdimensionais, onde tudo o que fazemos vai impactar em nós como indivíduos, a nível social e familiar, na dimensão social comunitária e na dimensão ambiental. Quando eu trago isso muito forte, puxo muito pela questão de como podemos pegar todas essas informações, e a economia criativa traz esse pulso de informações muito grande, como conseguirmos trazer uma maior integração a essas trocas. Por exemplo, hoje estamos num momento de troca, tentando observar as diferentes dimensões e os diferentes pontos de vista do qual essa questão é trazida. Então, eu me coloco à disposição para trazer novas metodologias de gestão e de cocriação. Eu acho que o momento pede muito isso. Se queremos realmente fazer o novo, precisamos também começar a fazer de uma forma nova, fazer de uma forma em que as nossas trocas sejam realmente efetivas, e uma forma onde consigamos realmente escutar de forma cada vez mais profunda e humana (M) o que o outro tem a dizer, seja a pessoa que trouxe a questão do idoso, seja os diferentes pontos de vista acerca das profissões, a Renata, que trouxe o ponto de vista social e também ambiental. Então, eu coloco muito e me coloco à disposição para refletirmos sobre novas metodologias, para que possamos construir esse processo em conjunto. Como bem disse, trabalho junto com a Bernadete na Escola Design ao Vivo, então me coloco à disposição para contribuir com vocês nesse processo. Ok? Obrigado, gente. Uma boa noite. (Palmas). O SR. PRESIDENTE:- Até, Rafael, reforçar o convite da sistematização disso no Conselho de Arquitetura, como se trabalha com essa questão de metodologias, é importante. O Carlos também já confirmou que estará lá nessa questão da metodologia do Conselho de Arquitetura, no dia 31 de maio. Depois vamos passar aqui, quem deixou o e-mail na lista, vamos passar isso certinho, o horário, o endereço, tudo certinho. Schirlei Freder, que é mestranda em gestão urbana. A SRA. SCHIRLEI FREDER:- Boa noite a todos. Parabéns pela iniciativa. Obrigada pela oportunidade de estar aqui, pena que a maioria das pessoas desiste; para construir um País melhor, uma Cidade melhor, não podemos desistir tão fácil. Gostaria só de colocar alguns pontos que eu acredito que devam ser considerados no Plano Diretor. Acredito que ele é apenas um instrumento, mas ele dá base para construirmos uma nova Curitiba. É assim que estou aprendendo no mestrado; até tem um colega meu do mestrado aqui também. E eu estou estudando na linha de pesquisa justamente em políticas públicas da economia criativa. Então, como construir uma política pública mais efetiva, né. Algumas áreas que acredito que não podem ser esquecidas, além da pessoa idosa, que o Sr. Urandy é meu colega que não podem ser esquecidas, além da pessoa idosa, que o Sr. Urandy é meu colega de Conselho Estadual do Idoso, nós discutíamos muito isso lá, eu acredito que tem de haver capítulos onde possa haver oportunidades para as mulheres, o empoderamento das mulheres, pessoas com deficiência, para a questão da diversidade, e das etnias, seja afro, eu represento também a Casa Cultura Polônia Brasil, faço parte do conselho polônico brasileiro, e temos bastante dificuldade na questão da preservação desse patrimônio, dessa memória, é muito copia e cola do que veio e muito assim "esqueçam, vocês não são isso, vocês são outra coisa". Então, não tem como deixarmos de lado, simplesmente: "Ah, então eu não posso representar a cultura polônica, porque isso não faz mais parte da nossa política." E não é. Felizmente ou infelizmente, estamos partindo em cima para defender isso também. Outro ponto bem crítico, que acredito que já vai ser superado com a discussão da nova lei de cultura em Curitiba, que é a nova lei de patrimônio, para preservação dos nossos patrimônios, não somente para ter unidades de interesse de preservação, e sim patrimônio, tombamento de patrimônio. Isso já vai ser discutido numa nova lei e tudo o mais, mas senti a necessidade de não deixar passar isso em branco. Outro ponto que eu queria colocar, sei que pode ser prioritário e o que vimos estudando na economia criativa realmente acontece nos grandes centros, a revitalização dos grandes centros, e escutei isso em 2011, no primeiro evento que teve em Curitiba sobre economia criativa, fomentado pela Secretaria de Estado da Cultura e Turismo, que foi uma grande discussão, a partir disso desencadeou uma coisa bem importante, mas acredito que não podemos pensar só no centro. Gostaria de lembrar com muito carinho de algumas propostas, não faço parte de nenhum movimento político-partidário, mas acredito que as Ruas da Cidadania são uma grande solução que Curitiba encontrou, e hoje elas estão abandonadas, vemos espaços ociosos ou até mesmo decadentes e que não temos condições muitas vezes de frequentar. Não é só um ponto, uma descentralização do serviço público, mas lá pode ser uma canalização da economia criativa; eu acredito muito nisso. Seria uma proposta de revitalizar, não sei se entra no Plano Diretor isso, né. A penúltima questão, vi que o "Minc" ia trabalhar isso, e com o professor Carlos Nigro trocamos algumas ideias, que seria trabalhar um grande projeto de economia criativa vinculado às bacias hidrográficas. Então, no mestrado tive a oportunidade de apresentar um artigo com os colegas, e foi aprovado, sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Belém, onde só, sem mapear muito já tínhamos quatro pontos principais, que é o São Lourenço, a Vila Torres e desemboca lá no final, (L) onde nós temos um polo do carnaval, que é esquecido, mas está lá, no Boqueirão. Então, acho que tem umas coisas bem legais que dá para trabalhar não no plano diretor, eu acredito, não sei se isso entraria no plano diretor, mas a questão da água, "ah, o que tem a ver a água com economia criativa?" Perto de 60% da população de Curitiba é assentada na bacia hidrográfica do Rio Belém e nem sabe, joga sua bituca de cigarro, polui e nem sabe o que fazer. E, por último, não menos importante, mas extremamente relevante que você já citou, Jonny, é a inclusão social. Então, o Brasil incluiu em todo seu capítulo, se baseou em todo plano da Unesco e incluiu tanto a questão simbólica, que os outros países não consideram isso uma de uma maneira tão forte como o Brasil considera, mas incluiu a questão social. Então, nós só vamos conseguir desenvolver o nosso País, a nossa cidade se nós tivermos políticas que possam desenvolver a questão social. E aí eu abro um parênteses bem importante para nós pensarmos que a economia criativa infelizmente é tida somente com a economia da elite, é só uma classe mais abastada, uma classe que pode comprar e inclusive se formar, então, nós não temos acesso da população mais carente. Uma vez eu fiz até reunião com você sobre o jovem aprendiz, eu sei que você é um grande defensor das políticas para juventude e acredito que tem uma população imensa que precisa ser incluída inclusive nessas políticas de economia criativa e cultural, tem grandes talentos nas comunidades e que não estão nem sendo olhados por "n" motivos. Então, é isso, só queria agradecer, deixar minhas contribuições e se eu puder ajudar nas outras etapas estou à disposição. O SR. PRESIDENTE:- Passamos a palavra ao Sr. Gregori, arquiteto. O SR. GREGORI:- Eu queria dar minha contribuição, mesmo que seja O SR. GREGORI:- Eu queria dar minha contribuição, mesmo que seja a última sobre a questão do experimento, acho que ninguém tocou nesse ponto. E nesse quesito de experimento é pensar como vamos fazer tudo isso, como aplicar uma solução numa cidade de médio porte, considero a gente aqui, e existem momentos que como temos que priorizar a educação, tem que priorizar a saúde, nós podemos minimizar esses custos. Nós estamos em plena copa do mundo, o estádio da baixada está exatamente localizada no ponto em que estamos discutindo hoje, o Rebouças, nós temos DJ's que mexem com jovens e adolescentes, por que não se incentivou um uso do espaço para promover algum evento pequeno que seja? Olha a virada cultural o que fez para promover o espaço? Então, eu acho que para acontecer alguma coisa nós precisamos criar uma consciência coletiva e a consciência coletiva só se cria quando você pega o povo, junta todo mundo no lugar, começa a conversar, começa a sair ideia e poxa, utilizar esses eventos, utilizar o nosso rockabilly do carnaval, psycho carnaval para promover essas ideias e as tentativas que eu chamo. Então, nós temos momentos de criar experiências na cidade como essa da parte cultural com uma economia, e eu achei super interessante criar um eixo cultural, mas trabalhar isso como colônias, que Curitiba sempre fez isso, vai lá, coloca lá uma Rua da Cidadania, aí ela multiplica no bairro, mas ela tem uma matriz, tem uma Rui Barbosa que é gigante, que tinha um monte de gente que se reunia lá e aquele espaço se transformou. Então, acho interessante, talvez, não sei se no Rebouças, mas trazer isso para o Centro da Cidade porque é popular e, através disso, promover essas colônias, porque acho besteira nós focarmos a cidade inteira num ponto só sendo que nós temos diversos pontos já formalizados na cidade. Então, eu queria propor, porque o Orlando fez uma citação muito importante, que é a criação de um mapa urbano para podermos enxergar onde estão nossas potencialidades e nossas deficiências e, cirurgicamente, como o nosso Jaime Lerner disse, acupuntura, colocar no lugar certo as coisas. E não perder tempo com isso, aproveitar o momento que estamos na Câmara e nos reunir. Como eu queria propôr (T) como experiência isso, já que a minha palavra é da "experiência como experimento", né? Minha empresa está em Curitiba, locada, eu não tenho uma obra em Curitiba, tenho uma construtora, é boa construtora, grande, está legal para a minha experiencia, só que não tenho uma obra aqui e não consigo locar funcionários, porque não tenho obras em Curitiba para por eles, não tem com o mandar o cara toda hora para o Macapá, eu quero ter obras aqui. O Orlando abriu um campo enorme, está tudo no Ippuc, não consigo pegar nada aqui e queremos pensar nisso. Propondo essas ideias de fazer o concurso de ideias para Rebouças ou alguma coisa assim, eu gostaria de ceder o meu escritório como um dos pontos onde algumas pessoas pudessem vir e discutir as ideias dentro da minha empresa. Então, por exemplo, digamos que vamos nos reunir lá na Unicemp como já foi feito uma vez e vão ter as reuniões quinzenais lá. Só que durante a semana alguns estudantes de meio ambiente, jornalismo e outras coisas como fizemos até na campanha do Vereador Jonny Stica venham até o nosso escritório onde tem mesa, tem tudo e vamos pensar numa ideia junto. Gostaria de participar disso e acho como outros empresários que tem suporte para dar isso para as pessoas poderiam abrir pelo menos uma mesa no seu escritório para podermos discutir essas ideias em grupo numa universidade que acho que é o melhor lugar. Gostaria que outras pessoas pudessem ter essa ideia, usar a Câmara não só para plantar ideia para ser executada no Executivo, mas para discutirmos em grupo e fazer a cidade acontecer, porque é isso que não acontece, as pessoas dão ideia aqui mas o pobre lá não está escutando, o cara do skate lá que está lá longe não está vendo aqui porque está tentando ralá. Então, vamos participar e ser mais rápido nas ações, usar os eventos coletivos, eventos globais para poder promover esses testes. O SR. PRESIDENTE:- Obrigado. Foi colocado pelo Gregori a questão da consciência coletiva, acho que esse exercício hoje não deixa de ser uma consciência coletiva. Falando da construtora que a gente compartilha sempre essas experiencias eu também construo e na verdade quando falamos de burocracia, de imposto só sabe mesmo quem abre um CNPJ, pode teorizar, ms só quando você abre você sente e assim posso dividir com vocês na minha experiencia o maior abre você sente e assim posso dividir com vocês na minha experiencia o maior inimigo, se fosse colocar aqui quais são os inimigos, primeiro disparado burocracia no segundo é credito, credito porque o banco não vai ajudar quem está na chuva, o guarda chuva só é para quem está no sol no Brasil infelizmente, mas assim disparado bem mais do que problema financeiro é o problema da burocracia. Hoje uma aprovação de projeto ainda demonstra muito, não só na Prefeitura você pega o INSS, nessa área de construção sabem do que estou falando. Tive um projeto uma vez que só no INSS que é só para dizer como está a questão trabalhista sentaram lá três meses em cima e não recebe do banco enquanto não passar por todos esses processos, você vai nos juros do empréstimo sufocando, só para dizer que tem sensibilidade. Mas não sei se o Poder Público tem essa sensibilidade. O funcionário público muitas vezes se torna muitas vezes um burocrata mesmo isso, é um problema. A carreira pública é um carreira sem motivação é um problema. A Shirlei falou aqui dos polos de bairros, colocaria assim como resumo dessa questão das Ruas da Cidadania, discutimos muito aqui a questão do polo de bairro, porque ele resolve não só o problema do bairro, mas da mobilidade. Se vocês tem as pessoas usando o polo do bairro, não precisando vir ao Centro, a mobilidade fica também no bairro, não gera trânsito, são cinquenta mil novos carros por ano. Então, essa é uma dinâmica que está sendo discutida inclusive já discutimos na reunião que fizemos lá no Ippuc a questão do polo de bairro. Agora, como o tema é economia criativa precisa juntar todo mundo, por isso falamos de ter algum espaço de repente seja ele qual for para não ser todas as empresas como o Ricardo falou: Ah!posso mudar a minha empresa para o rebouças. Não precisa, (I) vamos apoiar todo mundo. Mas se tivesse um polo na Cidade seria algo positivo. Acabei comentando quase todas as falas, já falei bastante, agora vou passar a palavra para o Orlando, para a Gina, para fazerem comentários gerais para podermos fechar. Para fechar a minha parte, quero dizer que foi bem produtivo, tudo isso que foi registrado aqui pelo Micheleto vai ser passado ao Conselho, que vai sistematizar. Convido o Miguel para compor a Mesa, como representante do Ippuc, para as considerações finais. Nós da Comissão de Urbanismo vamos ver esse material. Muitas informações oficializadas via sugestão ao Executivo, mas também pode ser feito no site, como também pode ser feito diretamente ao Poder Executivo. Não somos um caminho do meio para chegar lá, apenas nos propomos a fazer esse caminho também. Acho que disso tudo que fica, primeiro, que o grupo da economia criativa tem que se encontrar mais. Muitas pessoas se conheceram talvez hoje aqui, mas tem muita gente. A Gina comentava aqui sobre a densidade das participações. Acho que isso foi fantástico. Quem esteve aqui, meu Deus, acho que representa todas as áreas da economia criativa. Nesse sentido, a audiência foi bastante significativa, talvez uma das mais significativas que tivemos na Casa em termos de representatividade. E daqui continua o trabalho. Vamos fazer essas dez audiências, vamos sistematizando para não esquecer disso, junto com o Conselho, e vai se formando o texto do Plano, mas que é só o começo, porque tem que convencer o Poder Executivo, tem que criar espírito de corpo entre as classes, entre os segmentos, para poder ter influência nas decisões da sociedade. Mas foi um bom começo, a primeira de dez audiências. Acho que missão cumprida inicial. Com a palavra a Sra. Gina. A SRA. GINA GULINELI PALADINO:- Acho que hoje aqui eu aprendi uma coisa, e foi uma experiência muito interessante. Eu queria agradecer a oportunidade de estar aqui hoje, eu olhei com cuidado as pessoas e as suas respectivas representações ou inserções na sociedade na área de economia criativa, e tivemos um auditório riquíssimo, altamente representativo. Portanto, a sua iniciativa merece todo o nosso louvor e o nosso reconhecimento. Não é fácil mobilizar um segmento tão diverso e tão pouco coeso, do ponto de vista econômico, mesmo porque é uma coisa nova, um novo recorte econômico em nossa sociedade. Então, não é uma coisa trivial encontrar um denominador comum e um fio condutor que possa aglutinar todos esses segmentos. Acho que um grande desafio, realmente conseguimos falar da economia criativa, e todo mundo se identificar, e caminharmos para a destribalização desse segmento. Temos que reconhecer que todos são importantes. Assim que a economia criativa caminha. Não é o design, não todos são importantes. Assim que a economia criativa caminha. Não é o design, não é a moda, não é o arquiteto, não é o software, todos são importantes, porque é o conjunto que faz esse segmento econômico rodar. E não é a soma das partes, o todo é muito mais do que a soma das partes. Isso já aprendemos com outros países, e outras regiões que estão caminhando nessa direção. Portanto, esse diálogo de todos os segmentos que compõem a economia criativa e esse exercício coletivo é muito importante. Como continuar isso, acho que é um grande desafio que você, por exemplo, como líder político dessa Cidade, vai poder muito bem pensar e nos conduzir na sequência. Eu só tenho a agradecer a oportunidade de estar aqui hoje com vocês. Estou à disposição na Agência Curitiba de Desenvolvimento, (J) naquela dimensão que nos diz respeito, quer dizer eu sou do poder público municipal na dimensão da Agência Curitiba Desenvolvimento, enquanto tal quero somar com os demais. Então, isso é muito importante. E, como última palavra, queria deixar muito claro o meu agradecimento público ao Gustavo Fruet que me convidou no início de 2012 para fazer parte do plano de governo dele e se vocês tiverem tempo para ler o que estava escrito no plano de campanha desse candidato, nós da economia criativa e do desenvolvimento econômico colocamos naquele momento e ele foi um grande batalhador desse segmento. E, hoje, não é por acaso que estamos aqui, porque ele é um entusiasta, apoia e acredito nesse segmento econômico como algo que pode ser muito promissor da sustentabilidade dos negócios e da economia da nossa cidade. Então, acho que tenho que deixar esse reconhecimento público, porque essa é a verdade. Muito obrigada, Jonny. O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra Sr. Orlando Ribeiro, representante dos escritórios de arquitetura. O SR. ORLANDO RIBEIRO:- Bom, gente, vou ser bem breve. Eu vim mais para escutar do que para falar, minha fala eu já fiz, mas quero dizer que estou muito contente com o que está acontecendo na cidade, o espaço aberto para discussão e a oportunidade de você apresentar. Acho que o poder público está com uma tarefa muito árdua, não é fácil, eu não queria estar na pele deles agora, estou em um lado menos sensível, podendo bater à vontade. Acho que se eu estivesse do outro lado não sei como estaria, se eu estaria com essa calma falando tão forte, mas, de qualquer forma, precisamos sensibilizá-los a ver que pode contar com algumas pessoas que também não é uma coisa simples. Eu acho que tudo o que se constrói de forma coletiva tende a dar mais certo. Aquele modelo de se pensar algo, se propor e depois ir buscar os parceiros acabou, foi-se, terminou. Para tudo, para qualquer negócio, inclusive a cidade como negócio. Então, hoje o modelo é o seguinte: vamos sentar, vamos conversar, o que vamos fazer aqui nesta cidade para vocês continuarem investindo seus recursos, seus dinheiros aqui e não irem para outra cidade: "Ah, precisamos fazer isso!" Ok. Então, precisamos criar o cenário para essas coisas acontecerem. Basicamente é isso, simplificando bastante, mas é sentar, é conversar, é fazer e transformar isso em regra de jogo durante um determinado período de tempo. Acho que tudo o que conversarmos não é necessariamente o que precisa acontecer este ano, precisa acontecer é a partir de agora, porque é a partir de agora que estamos experimentando um novo modelo. O que tem que ser previsto no Plano Diretor que vai estar sendo votado em dezembro aqui dentro desta Casa, é a utilização dos dispositivos legais e da forma de se fazer isso e quais as metas que isso pretende atingir. Muito mais importante, porque os instrumentos que estão aí, agora como fazer uso deles, como ser criativo para atender aos nossos interesses é o que precisa ser discutido. Acho que é um ano do poder público ouvir bastante, até para saber o que fazer, porque se não tiver cliente você não faz projeto e os clientes somos nós. O SR. PRESIDENTE:- Com a palavra o Miguel, que dentro do IPPUC é o responsável pelo plano. O SR. MIGUEL OSTOJA ROGUSKI:- A gente está numa atitude de escuta e por isso eu parabenizo a iniciativa da Câmara Municipal, através da Comissão de Urbanismo e aí você, Jonny, pela oportunidade de ampliamos esse processo de gestão democrática ou de revisão democrática do plano, que estamos aprendendo a fazer. Mas nessa questão é importante pela representatividade, pelo aprendendo a fazer. Mas nessa questão é importante pela representatividade, pelo foco do assunto tratado economia criativa e por que isso você explicou no começo, é um dos focos estratégicos da economia da cidade. Então, o máximo interesse de amplificá-la, e muito se falou (P) sobre divulgação e exposições, isso também tem a ver com a imagem da Cidade. Aí eu vou falar o pobrezinho do Ippuc que tem apanhado muito no sentido da preservação da imagem da cidade. A imagem da cidade traz a economia criativa, a imagem da cidade traz soluções urbanas inovadoras e nós temos fortalezas nessa área. Eu vejo que entre o que realmente está acontecendo e o que as pessoas percebem que está acontecendo e ainda somos reconhecidos, somos a segunda cidade brasileira que mais atrai talentos e assim por diante, no entanto, olhamos o nosso ladinho ruinzinho. Acho que o discurso positivo é o discurso que é melhor para todos. Então não estamos a fim de esconder, pelo contrário, o Ippuc está aqui, está junto, está ouvindo, está participando e os canais se amplificam. Houve um diálogo com a Câmara para que a gente trabalhasse desse modo, para amplificar a capacidade de percepção das necessidades da cidade e das manifestações das pessoas. É nesse espírito, no espírito de excelência, de transformar a cidade em excelência, em colocar a cidade numa classe mundial em várias áreas, em vários setores, é essa a nossa intenção. E a realização disso não é para um e sim para todos nós. Estamos juntos nessa e queremos sim as contribuições para juntos fazermos uma Curitiba melhor. Obrigado. O SR. BRUNO PESSUTI:- Acho que a minha contribuição foi aquilo que falei, que precisamos resgatar a criatividade que temos na cidade de Curitiba, e acho que as pessoas interessadas nisso estão aqui, estiveram aqui e estarão nas outras oportunidades. O SR. PRESIDENTE:- Então é isso. Obrigado pela participação de todos. Está encerrada a presente audiência pública, às 18h30min. Jonny Stica Presidente Felipe Braga Côrtes Membro Helio Wirbiski Vice-presidente Bruno Pessuti Membro