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Dissertação de Mestrado RESTAURAÇÃO RODOVIÁRIA USANDO ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO AUTOR: MÁRCIO GUSMÃO ORIENTADOR: Prof. Dr. Gilberto Fernandes (UFOP) MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA GEOTÉCNICA DA UFOP OURO PRETO - MAIO DE 2009 RESTAURAÇÃO RODOVIÁRIA USANDO ASFALTO MODIFICADO POR POLÍMERO Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em Engenharia Geotécnica do Núcleo de Geotecnia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Geotecnia, área de concentração em Geotecnia de Pavimento. Esta dissertação foi apresentada em sessão pública e aprovada em 18 de maio de 2009, pela Banca Examinadora composta pelos membros: Prof. Dr. Gilberto Fernandes (Orientador / UFOP) Prof. Dr. Adílson do Lago Leite (UFOP) Prof. Dr. Geraldo Luciano de Oliveira Marques (UFJF) ii G982r Gusmão, Márcio. Restauração rodoviária usando asfalto modificado por polímero[manuscrito] / Márcio Gusmão - 2009. xxi, 147f. : il., color. graf.; tabs.; mapas. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Fernandes. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Engenharia Civil. Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil. Área de concentração: Geotecnia. 1. Asfalto - Teses. 2. Polímeros - Teses. 3. Terpolímeros - Teses. 4. Elastomérico Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título Catalogação: [email protected] iii “A descoberta consiste em ver o que todos viram e em pensar no que ninguém pensou.” A. Szent-Gyorgyi (1893 – 1986). iv DEDICATÓRIA À minha família que me apoiou e incentivou nesta caminhada. A Deus, origem de tudo. v AGRADECIMENTOS Ao amigo, professor e orientador Dr. Gilberto Fernandes, pela compreensão, ensinamentos e ajuda na elaboração deste trabalho, sem a qual não teria chegado a um porto seguro. Ao Prof. Geraldo Luciano de Oliveira Marques pela boa vontade e ajuda na elaboração desta dissertação. Ao Dr. José Carlos Maia Ribeiro, pela compreensão das ausências, ensinamentos e amizade nesta longa jornada juntos. Ao meu amigo, eng.º Wantuil Eustáquio Pinto Rosa, pela ajuda e boa vontade nos trabalhos de campo, pelas cobranças e incentivos nos momentos de desânimo, pelo exemplo de perseverança. Ao amigo Rowan de Mello Pereira, pela ajuda recebida. Ao técnico Patrick Rodrigues, pela disposição, dedicação e competência nos levantamentos de campo. Ao laboratorista Pedro Soares e sua equipe, pela competência e dedicação na execução dos ensaios de laboratório e de campo. Ao amigo e companheiro Solony Queiroga Pinho, pelo incentivo e cobrança na conclusão deste trabalho, o qual não viu terminado... Ao amigo e colega Bernardino Praça, pelo inestimável auxílio prestado na digitação e diagramação deste trabalho. Aos alunos-estagiários do laboratório de pavimentação da Faculdade de Engenharia da UFJF, pela execução dos ensaios. vi Aos funcionários do NUGEO Cristina e Rafael, pela amizade e colaboração. vii RESUMO O presente trabalho apresenta um estudo sobre a utilização de asfalto modificado por polímero em serviços de restauração rodoviária. O polímero modificador de asfalto utilizado foi o Terpolímero Elastomérico Reativo (RET), por apresentar facilidade de manuseio na incorporação ao ligante betuminoso. A metodologia utilizada constou de seleção de um trecho experimental na rodovia BR-116/MG, que foi subdividido em cinco segmentos com extensão aproximada de trezentos metros cada um, onde foram aplicadas camadas de reforços em concreto betuminoso usinado a quente utilizando asfalto modificado por polímero. Com intuito de se verificar a efetividade do teor de polímero nos parâmetros avaliados, foram utilizados na confecção do concreto asfáltico, cimento asfáltico de petróleo - CAP 50/70, modificados com teores de polímeros de 0,5%, 1,0%, 1,5% e 2,0% em peso sobre o cimento asfáltico de petróleo, além de um segmento utilizando o cimento asfáltico de petróleo não modificado, para servir de parâmetro de comparação com os recapeados com polímero. Previamente à aplicação da massa asfáltica, foram efetuadas medidas das deflexões utilizando o equipamento Falling Wheight Deflectometer que foram usadas para o dimensionamento do reforço, e confeccionado o projeto do concreto betuminoso usinado a quente definindo as quantidades de cada agregado, o teor de betume e as características Marshall da mistura. A modificação do asfalto com a adição do polímero era realizada em tanques especiais no próprio canteiro de obras. Os controles tecnológicos da massa e do ligante obedeceram às prescrições constantes nas Normas e Especificações do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Após a aplicação da camada de reforço, foram executadas medições de deflexões utilizando a viga Benkelman e retiradas amostras do revestimento asfáltico utilizando a sonda rotativa. Estas amostras foram submetidas aos ensaios de resistência à tração por compressão diametral, fadiga e módulo de resiliência, além obter-se a sua massa especifica. Os dados obtidos foram compilados e analisados, chegando-se à conclusão da sua superioridade em relação ao cimento asfáltico de petróleo puro, principalmente no aumento da vida de fadiga e na redução da deflexão do pavimento. viii ABSTRACT The present document presents a study on use of polymer modified asphalts in highway recovery. Ease of handling to incorporate directly to the asphalt binder justified the application of the RET polymer (Reactive Elastomeric Terpolymer) in the present case. The field test started with the selection of an experimental section on BR-116/MG highway, subdivided into 5 minor segments, with about 300 m each, that were submitted to reinforcement layers’ applications of hot mix asphalt (HMA) using modified CAP 50/70 binder, with 0,5%, 1,0%, 1,5% and 2,0% of RET polymer. To enhance the comparison, it has been analyzed the effects of a layer with a non-modified binder (with 0% of RET) on another 300m segment. Before the application, the HMA reinforcement layers’ thickness and composition were defined and dimensioned, including Marshall characteristics of the mixture, each aggregate and binder. This task was accomplished using the measured deflections to the whole 1.500m section, obtained through a FWD (Falling Weight Deflectometer) measurement campaign. The RET polymer addition was done directly into selected tanks on asphalt plant site, according to rules and specifications used by Transportation Infrastructure National Department (DNIT). There has been made another deflection measurement, using Benkelman beam, and also extracted samples after the reinforcement layer application. These samples were tested to traction through diametric compression, with also fatigue and resilient module analysis and density determination.. The analysis of the obtained data suggest that the use of RET polymer modified asphalt run ahead to non-modified one. ix Lista de Figuras Figura 2.1- Esquema simplificado de produção de asfalto Figura 2.2- Esquema simplificado da produção de asfalto - Dois estágios de destilação Figura 2.3- Destilação em três estágios Figura 2.4- Rotas de produção de CAP Figura 2.5- Esquema de fracionamento por solvente Figura 2.6- Esquema de fracionamento por precipitação química Figura 2.7- Esquema de fracionamento pelo método da Sílica Gel Figura 2.8- Esquema de fracionamento pelo método de Corbert Figura 2.9- Cromatograma Figura 2.10- Quadro comparativo dos procedimentos de fracionamento Figura 2.11- Módulo de rigidez (S) x tempo de carga(t), temperatura (T) Figura 2.12- Esquema de aplicação da tensão na amostra de asfalto Figura 2.13- Defasagem entre tensão e deformação Figura 2.14 – Exemplos de resultados do ângulo de fase de dois asfaltos diferentes Figura 2.15 - Representação esquemática do carregamento e deslocamento medidos Figura 2.16 - Desenho esquemático dos equipamentos Figura 2.17 – Viscosímetro rotacional Figura 3.1- Gráfico log. penetração x temperatura Figura 3.2- Vista do Falling Weight Deflectometer Dynatest 8000E Figura 3.3- Vista do esquema do levantamento com FWD Figura 3.4- Bacia de deflexão medida com FWD Figura 3.5- Bacia de deflexão medida com FWD Figura 3.6- Exemplo de determinação de segmento homogêneo Figura 4.1- Tanque misturador de polímero e CAP Figura 4.2- Penetração x Teor de Polímero Figura 4.3- Ponto de Amolecimento x Teor de Polímero Figura 4.4- Recuperação Elástica x Teor de Polímero Figura 4.5- Viscosidade Brookfield x Temperatura x Figura 4.6- log. Penetração x Temperatura Figura 4.7- Curvas granulométricas: Mistura, Faixa de Trabalho e Faixa C-DNIT Figura 4.8- Densidade Aparente x Teor de betume Figura 4.9- Vazios x Teor de betume Figura 4.10- Relação Betume Vazios x Teor de Betume Figura 4.11- Estabilidade x Teor de Betume Figura 4.12- Fluência x Teor de Betume Figura 4.13- Localização do Trecho Experimental Figura 4.14- Pavimento original antes do reforço Figura 4.15- Medição das deflexões com Viga Benkelman Figura 4.16- Redução da Deflexão x Teor de polímero Figura 4.17- Diferença de Tensões x Número de aplicações Figura 4.18- Aplicação da massa e execução da emenda longitudinal Figura 4.19- Compactação inicial com rolo de pneus Figura 4.20- Compactação da massa com dois rolos de pneus Figura 4.21- Compactação da emenda longitudinal com rolo liso Figura 4.22- Vista geral do trecho experimental após reforço Figura 4.23- Vista do trecho experimental pronto Figura 4.24- Usina gravimétrica Cyber-UA-2 com capacidade de 60 a 80 t/h. Figura 4.25- Tanque de adição e equipamento misturador do polímero Figura 4.26- Embalagem do polímero RET Elvaloy® utilizado. Figura 4.27- Embalagem do ácido polifosfórico, utilizado como catalizador Figura 4.28- Local de extração de alguns corpos-de-prova utilizados xi Lista de Tabelas Tabela 1.1- Quantidade Transportada por Modalidade Tabela 1.2- Matriz do Transporte de Cargas Tabela 1.3- Malha Rodoviária por Jurisdição Tabela 1.4- Estado Geral das Rodovias Tabela 1.5- Estado do Pavimento Tabela 1.6- Investimento Necessário Tabela 1.7- Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Tabela 2.1- Parte da Especificação SHRP ou SUPERPAVE de ligantes asfálticos tipo CAP (ASTM 63 + 73/1999) (Bernucci et al, 2008) Tabela 2.2- Especificação dos Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) – Classificação por penetração (DNIT 095/2006 – EM) Tabela 2.3- Especificação brasileira de asfalto diluído (ANP – 2007) Tabela 2.4- Especificação brasileira de emulsões asfálticas catiônicas (CNP 07/88) Tabela 2.5- Benefícios de diferentes tipos de modificadores de asfalto Tabela 2.6- Especificação de asfalto modificado por polímero SBS (DNER-EM 396/99) Tabela 2.7- Especificação de emulsão asfáltica polimerizada por SBS ou SBR para pintura de ligação (DNER-EM 396/99) Tabela 2.8- Principais tipos de polímeros produzidos no Brasil Tabela 3.1- Especificação dos Cimentos Asfálticos de Petróleo Modificados por Polímero SBS (Resolução ANP 31/2007) Tabela 3.2- Faixas granulométricas (DNIT 031/2006-ES) Tabela 3.3- Características da Mistura Tabela 3.4- Vazios do Agregado Mineral Tabela 3.5- Pesos para o cálculo do IGG Tabela 3.6- Exemplo de determinação de segmento homogêneo Tabela 3.7- Valores de I1 e I2 Tabela 3.8- Grupos de solos Tabela 3.9- Características do Terpolímero Elvaloy® xii Tabela 3.10- Características físicas e químicas do catalisador Tabela 3.11- Cronologia dos serviços e localização dos segmentos Tabela 4.1 - Granulometria Brita 1 Tabela 4.2 - Granulometria Brita 0 Tabela 4.3 - Granulometria Pó-de-pedra Tabela 4.4- Resumo dos Ensaios em Agregados Tabela 4.5- Viscosidade Brookfield Tabela 4.6- Índice de Susceptibilidade Térmica Tabela 4.7- Coeficiente Angular Tabela 4.8- Granulometria dos Agregados em Separado e da Mistura Tabela 4.9- Quadro Resumo das Características Marshall Tabela 4.10- Contagem de Tráfego Tabela 4.11- Calculo dos Fatores de Veículos (FV) Tabela 4.12- Crescimento da Frota ao Longo do Período de Projeto Tabela 4.13- Cálculo do Número “N” Tabela 4.14- Cálculo do IGG Tabela 4.15- Classificação do pavimento em função do IGG Tabela 4.16- Deflexões do segmento Tabela 4.17- Temperatura do CAP e CBUQ Tabela 4.18- Quadro de Deflexões Tabela 4.19- Granulometria e Teor de Betume Tabela 4.20- Características Marshall Tabela 4.21- Grau de Compactação Tabela 4.22- Resistência à Tração por Compressão Diametral Tabela 4.23- Módulo de Resiliência Tabela 4.24- Vida de Fadiga x Nível de Tensão x Teor de Polímero xiii Lista de Símbolos, Nomenclatura e Abreviações A – Asfaltenos ASTM – American Society of Testing and Materials a.C – Antes de Cristo A1 – Acidafinas I A2 – Acidafinas II AASHTO – American Association of State Highway and Transportation Officials ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ALP – Afundamento ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres BBR – Bending Beam Rheometer BR-116/MG – Rodovia BR-116, estado de Minas Gerais CAP – Cimento Asfáltico de Petróleo CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente CNP – Conselho Nacional de Petróleo CNT – Confederação Nacional do Transporte CS2 - Bissulfeto de carbono cSt – Centistoke d - Percentagem de veículos por sentido D – Deflexão D – Desgaste D – Percentagem de veículos comerciais na faixa mais solicitada D25 – Deflexão a 25cm do ponto de prova Dadm – Deflexão admissível Dag – Densidade do agregado Dc – Deflexão característica Df1 – Deflexão medida no ponto 1 Df2 – Deflexão medida no ponto 2 DNC – Departamento Nacional de Combustíveis xiv DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNIT – Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes Do – Deflexão real DSR – Reômetro de Cisalhamento Dinâmico Dt – Densidade teórica da mistura agregado/ligante DTT – Ensaio de tração direta EB – Especificação Brasileira EM – Especificação de Material ES – Especificação de Serviço EVA – Etileno acetato de vinila EX – Exsudação FC – Fator de carga FC-1 – Trinca classe 1 FC-2 – Trinca classe 2 FC-3 – Trinca classe 3 FE – Fator de eixo Fe – Ferro Fr – Fator climático regional FV – Fator de veiculo FWD – Falling Weight Deflectometer G* - Módulo complexo de cisalhamento G.P.C. – Método de Permeação em Gel GLP – Gás Liquefeito de Petróleo H2SO4 – Ácido sulfúrico H3PO4 - Ácido Polifosfórico hef – Espessura efetiva do revestimento HR – Espessura de reforço em CBUQ I1 e I2 - Constante relacionada às características resilientes da camada não granular da estrutura de referência IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo IGG – Índice de Gravidade Global IP – Índice de Penetração xv IPR – Instituto de Pesquisas Rodoviárias IST – Índice de Susceptibilidade Térmica K – Constante da viga kN – quiloNewton Lf – Leitura final Lo – Leitura inicial M – Parâmetro de relaxação mPa- megaPascal mPa.s – miliPascal.segundo N – Moléculas nitrogenadas N – Nitrogênio N – número equivalente de operações do eixo padrão NaOH – Hidróxido de sódio Ni – Níquel O – Ondulação O – Oxigênio P – Hidrocarbonetos saturados ou parafina P – Período de projeto P- Panela P-1 – Pedreira Pescador PA – Ponto de Amolecimento PAC – Programa de Aceleração do Crescimento PAV – Vaso de envelhecimento sob pressão PBT – Peso Bruto Total PEN – Penetração pH – Potencial de hidrogeniônico PNV – Plano Nacional de Viação PRO – Procedimento R – Raio de curvatura R – Remendo RBV – Relação betume vazios REGAP – Refinaria Gabriel Passos xvi RET – Terpolímero elastomérico reativo RL – Ruptura lenta RL-1C – Emulsão catiônica de ruptura lenta com mínimo de 60% de resíduo RM – Ruptura média RM-1C – Emulsão catiônica de ruptura média com mínimo de 62% de resíduo RM-2C – Emulsão catiônica de ruptura média com mínimo de 65% de resíduo RR – Ruptura rápida RR-1C – Emulsão catiônica de ruptura rápida com mínimo de 62% de resíduo RR-2C – Emulsão catiônica de ruptura rápida com mínimo de 67% de resíduo RTFOT – Rolling Thin Film Oven Test RTV – Viscosímetro rotacional S – Enxofre S – Módulo de rigidez SB – Estireno butadieno SBR – Borracha –butadieno-estireno SBR – Copolímeros aleatórios de estireno e butadieno SBS – Estireno Butadieno Estireno SHRP – Superior Highway Research Program SIS – Estireno Isopreno Estireno sSF – segundos Saybolt Furol T – Temperatura TKU – Tonelada x quilômetro TR – Borracha termoplástica UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto USACE – Unites State Army Corps of Engineers V – Volume de vazios VAM – Vazios do agregado mineral VAM – Vazios do Agregado Mineral VCB – Vazios cheios com betume VCB – Vazios Cheios com Betume VMD – Veículos Médio Dia xvii WASHTO – Western Association of State Highway and Transportation Officials γmax – Máxima deformação ∆t - Tempo de defasagem ε – Deformação específica σ – Desvio-padrão σ – Tensão de tração aplicada τmax – Máxima tensão de cisalhamento ω - Freqüência angular xviii Lista de Anexos Anexo I – Granulometria e Teor de Betume Anexo II – Características Marshall Anexo III – Levantamento Deflectométrico Anexo IV – Inventário da Superfície do Pavimento Anexo V – Ensaios de Módulo de Resiliência, Vida de Fadiga e Resistência à Tração por Compressão Diametral xix SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 1.1 – Contextualização do tema ................................................................................1 1.2 – Objetivos ..........................................................................................................7 1.3 – Estrutura do Trabalho ......................................................................................8 CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 – Introdução.........................................................................................................9 2.2 – Asfalto 2.2.1 – Definições .............................................................................................11 2.2.2 – Obtenção ...............................................................................................12 2.2.3 - Fracionamento Químico do Asfalto .....................................................17 2.2.4 – Reologia ................................................................................................26 2.2.5 – Tipos de Asfaltos ..................................................................................36 2.2.6 – Revestimentos Asfálticos .....................................................................44 2.2.7 – Os defeitos nos pavimentos asfálticos ..................................................47 2.3 – Asfalto Modificado 2.3.1 – Os polímeros modificadores .................................................................51 2.3.2 – Influência da variação da temperatura sobre o asfalto modificado ......56 2.3.3 – Classificação dos polímeros para modificar os asfaltos .......................58 2.3.4 – Vantagens da utilização do asfalto modificado ....................................60 2.3.5 – Principais polímeros utilizados em pavimentação ...............................61 2.3.6 – Polímero RET ......................................................................................62 CAPÍTULO 3 – NORMAS E METODOLOGIAS ........................................................64 3.1 – Agregados 3.1.1 – Características Tecnológicas ................................................................65 3.1.2 - Agregado graúdo ...................................................................................68 3.1.3 - Agregado miúdo ....................................................................................67 3.2 - Ligantes Asfálticos ..........................................................................................70 xx 3.2.1 – Caracterização dos Ligantes .................................................................68 3.2.2 – Controle de Qualidade ..........................................................................75 3.3 – Misturas Asfálticas ........................................................................................76 3.4 – Estudo de Tráfego ..........................................................................................80 3.4.1 – Contagem volumétrica e Classificatória de Veículos ...........................80 3.4.2 – Projeção de Tráfego ..............................................................................80 3.4.3 – Cálculo do Número “N” .......................................................................80 3.5 - Levantamento Deflectométrico ......................................................................83 3.5.1 - Viga Benkelman ....................................................................................83 3.5.2 - Falling Weight Deflectometer ...............................................................84 3.6 – Avaliação Objetiva do Pavimento .................................................................87 3.7 – Diagnóstico ....................................................................................................89 3.8 – Dimensionamento do reforço pelo Método DNER PRO269/94 – TECNAPAV ..................................................................................................91 3.8.1 – Cálculo da Deflexão Admissível ..........................................................92 3.8.2 – Cálculo da Espessura Efetiva do Revestimento ...................................92 3.8.3 – Cálculo da Espessura de Reforço em CBUQ .......................................94 3.9- Modificação do asfalto, confecção e aplicação do concreto asfáltico . ............95 3.9.1- Modificação do asfalto ..........................................................................95 3.9.2- Confecção e aplicação do concreto afáltico ..........................................97 CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO: TRECHO EXPERIMENTAL.........................100 4.1 – Estudos em Laboratório ...............................................................................100 4.1.1 – Estudo em Agregados .........................................................................100 4.1.2 – Estudos em Ligantes ...........................................................................103 4.1.3 – Projeto do CBUQ ................................................................................109 4.2 – Trecho Experimental ...................................................................................115 4.2.1 – Estudo de Tráfego ...............................................................................116 4.2.2 – Dimensionamento do Reforço e Ensaios..............................................116 4.2.3 – Fotografias do trecho experimental .....................................................129 xxi CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ..................................................................................................................136 5.1 – Conclusões ...................................................................................................136 5.1.1 Estudo de ligantes ................................................................................136 5.1.2 Trecho Experimental ............................................................................137 5.2 Sugestões para Pesquisas Futuras .................................................................139 Referências Bibliográficas ..........................................................................................140 xxii CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA. “Governar é abrir estradas”. O lema da campanha de 1920 à presidência da República de Washington Luis demonstra a importância do segmento rodoviário no desenvolvimento do país. A distribuição demográfica da população brasileira é heterogênea, havendo uma maior concentração nas regiões sul e sudeste e uma dispersão nas demais regiões, com grandes distancias entre os centros urbanos. Devido a estas condições as ligações entre sítios urbanos e entre regiões deveriam ser feitas por um meio que provesse rapidez, custos baixos e facilidade de implantação, condições atendidas pelo transporte rodoviário. Outra característica peculiar ao rodoviarismo brasileiro, foi a interiorização do desenvolvimento do país, como pode ser observado quando da implantação de varias rodovias, como por exemplo, a Rodovia BR-4 (Rio-Bahia), hoje BR-116, pioneira no País, ligando o sul/sudeste ao nordeste, levando o progresso por onde passava, dando origem inclusive a povoados que hoje são cidades e que nasceram de acampamentos de empresas construtoras ou do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). O transporte rodoviário no Brasil é o principal meio de transporte, quer de pessoas ou de mercadorias. Segundo dados da Agencia Nacional de Transportes Terrestres – ANTT no ano de 2007 (Tabela 1.1) 55,3% da quantidade (tonelada) transportada e 61,1% do total transportado (Tabela 1.2) medidos em tonelada x quilômetro foram feitos por rodovia. Deve-se atentar para o fato de que do volume transportado por ferrovias, a maior parte se refere a um único produto, minério de ferro, em grande parte destinado a exportação que, se excluído do total transportado no país, aumenta ainda mais a participação do transporte rodoviário na vida brasileira. 1 Tabela 1.1 – Quantidade Transportada por Modalidade Quantidade Transportada (toneladas) - 2007 Rodoviário Modal Total Transportadoras Outras Cargas 584.111.894 553.071.440 % 55,3% Ferroviário Aquaviário Aeroviário Total 465.465.851 450.860.049 1.318.614 2.054.827.828 22,7% 21,9% 0,06% 100,0% Fonte: ANTT Tabela 1.2 – Matriz do Transporte de Cargas Matriz do Transporte de Cargas - 2007 Modal Milhões (TKU) Participação (%) Rodoviário 485.625 61,1 Ferroviário 164.809 20,7 Aquaviário 108.000 13,6 Dutoviário 33.300 4,2 Aéreo 3.169 0,4 Total 794.903 100,0 Fonte: CNT A malha rodoviária brasileira apresenta, segundo dados do DNIT referentes ao ano de 2006, uma extensão de 1.603.131 quilômetros, sendo 196.280 quilômetros pavimentados. É uma extensão pequena se comparada a países de dimensões semelhantes, ou até menores, que possuem uma rede implantada maior que a do Brasil. A Tabela 1.3 apresenta os dados referentes à jurisdição e tipo de rodovias do país. 2 Tabela 1.3 – Malha Rodoviária por Jurisdição Malha Rodoviária – Extensão em Km Modal Pavimentada Não Pavimentada Total Federal 58.152 14.857 73.009 Estadual Coincidente 17.016 7.146 24.162 Estadual 98.377 109.942 208.319 Municipal 22.735 1.274.906 1.297.641 196.280 1.406.851 1.603.131 Total Malha Rodoviária Concessionada – extensão em Km 10.803 Administrada por Iniciativa Privada 9.739 Administrada por Operadoras 1.064 Fonte: PNV 2006 – DNIT A confederação Nacional de Transportes – CNT realiza todos os anos uma pesquisa para avaliar as condições da malha rodoviária nacional. No ano de 2007 foram vistoriados 87.592 km dos quais 58.812 são federais e 28.780 estaduais. Do total inspecionado, 76.756 km estão sob gestão pública e 10.836 km são administradas sob regime de concessões. Das rodovias pesquisadas, (Tabela 1.4) 26,1% estão em estado bom/ótimo e 73,9% inserem-se no estado regular/ruim ou péssimo. Tabela 1.4 – Estado Geral das Rodovias Estado Geral das Rodovias Estado Geral Km Ótimo Percentual 9.211 10,5 Bom 13.682 15,6 Regular 35.710 40,8 Ruim 19.397 22,1 9.592 11,0 87.592 100,00 Péssimo Total Fonte: Pesquisa Rodoviária CNT - 2007 3 O estado do pavimento observado (Tabela 1.5) demonstra que das rodovias inspecionadas, 45,5% estão em estado ótimo/bom e 54,5% apresentam estado regular/ruim ou péssimo. Tabela 1.5 – Estado do Pavimento Estado do Pavimento Estado Geral Km Ótimo Percentual 34.132 39,0 5.683 6,5 31.384 35,8 Ruim 9.442 10,8 Péssimo 6.951 7,9 87.592 100,00 Bom Regular Total Fonte: Pesquisa Rodoviária CNT - 2007 A pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes estimou também o montante de recursos necessários (Tabela 1.6) para se recuperar as rodovias vistoriadas, de acordo com os serviços a serem efetuados nas seguintes modalidades: • Reconstrução (Trechos totalmente destruídos): Operações que necessitem de trabalhos que englobem base, leito e subleito. • Restauração (Trechos com buracos, ondulações e afundamentos, pavimentos ruim e regular): Adição ou substituição total ou parcial de camadas estruturais em pontos localizados, de forma que a estrutura resultante restabeleça as condições originais da rodovia em termos de segurança e conforto • Manutenção (Trechos desgastados, pavimento bom): Operações destinadas a manter as rodovias em condições técnicas e operacionais favoráveis. 4 Tabela 1.6 – Investimento Necessário Investimentos Necessários para Recuperação do Pavimento Tipo de Serviço km Reconstrução (trechos totalmente destruídos – pavimento péssimo) Restauração (trechos buracos, ondulações e afundamentos – pav. ruim e regular) Manutenção (trechos desgastados – pavimento bom) Total Total (R$) Custo/km ( x 109 ) 6.951 R$ 750.000,00 5,20 40.826 R$ 420.000,00 17,10 5.683 R$ 190.000,00 1,02 53.460 - 23,4 Fonte: Pesquisa Rodoviária CNT - 2007 No ano de 2007 o Governo Federal lançou o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, com “objetivo de superar limites estruturais e ampliar a cobertura geográfica da infra-estrutura de transportes”. Conforme consta no site do Ministério dos Transportes, o PAC prevê para aplicação no período 2007-2010 um aporte de recursos de R$ 16,736 bilhões na área rodoviária como apresentado na Tabela 1.7. Tabela 1.7 – Programa de Aceleração do Crescimento Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – 2007/2010 Discriminação Valor R$ ( x 109 ) Conservação de 52.000 km de Rodovias 1,7 Manutenção e Recuperação de Rodovias 8,0 Estudos e Projetos para 14.500 km de Rodovias 1,0 Controle de Peso – Implantação e Operação de 206 postos 0,666 Sistema de Segurança em Rodovias 1,1 Sinalização de 72.000 km de Rodovias 0,47 Concessões 3,8 Total 16,736 Fonte: Ministério dos Transportes 5 Como se observa haverá um grande investimento do poder público no setor rodoviário, e este investimento obrigatoriamente ocasionará um salto na qualidade dos serviços, principalmente no uso de tecnologias modernas, que já são utilizadas nos países desenvolvidos, mas ainda não se tornaram rotina no Brasil em virtude dos baixos investimentos no setor em épocas recentes. Dentre essas tecnologias, destacamos o uso de asfalto modificado por polímeros. Com o crescimento do país nos últimos anos, houve um incremento significativo do volume de tráfego nas rodovias brasileiras e do peso por eixo, que aliado ao excesso de peso devido à falta de controle, exige o uso de agentes que promovam a mudança de propriedades dos asfaltos, de modo a se garantir a durabilidade dos serviços efetuados. Conforme Negrão et al (2007), os polímeros mais utilizados no Brasil para modificação de ligantes asfálticos voltados à pavimentação são: SBS (copolímero de estireno butadieno), SBR (borracha de butadieno estireno), EVA (copolímero de etileno acetato de vinila) e o RET (coluna de etileno com dois copolímeros acoplados). O polímero RET que significa Terpolimero Elastomérico Reativo, é um modificador de asfalto em uso há pouco tempo no Brasil, foi desenvolvido exclusivamente para ser utilizado na melhoria de asfaltos e apresenta as seguintes características (Negrão et al, 2007): • A adição ao asfalto é de fácil execução, não necessitando de equipamentos sofisticados e nem de técnicos altamente especializados. • Incorporação ao ligante é efetuada em tanques com pouca modificação em relação aos tanques de armazenagem de asfalto e é executada na própria obra; • O asfalto modificado por este polímero apresenta estabilidade, não exigindo agitação constante durante o armazenamento; • Propriedades viscoelásticas semelhantes aos dos outros polímeros utilizados na modificação de asfaltos. 6 1.2 OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivos estudar o desempenho e a influência do teor de polímero no concreto betuminoso usinado a quente confeccionado com cimento asfáltico de petróleo modificado por polímero RET (Reactive Elastomeric Terpolymer). Na realização do trabalho, foi efetuada a modificação do cimento asfáltico de petróleo (CAP) usando teores de polímeros RET com os seguintes percentuais: 0,5%; 1,0%; 1,5% e 2,0%. Para efeito de comparação foi também usado um cimento asfáltico de petróleo puro (sem polímero). A seguir confeccionou-se um projeto de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) utilizando a faixa C do DNIT. Com o teor ótimo de asfalto, e utilizando os asfaltos modificados com as taxas acima descritas, procedeuse a aplicação das misturas betuminosas em trecho experimental da rodovia BR116/MG. As propriedades da mistura foram avaliadas através de ensaios de Granulometria, Teor de Betume, Características Marshall, Resistência a Tração por Compressão Diametral, Módulo de Resiliência e Fadiga. Um parâmetro fundamental na modificação de asfaltos consiste na determinação da quantidade do agente modificador a ser adicionado ao mesmo. Na adição de polímero RET, há teores diversos sendo utilizados, não tendo sido ainda objeto de estudos a determinação do melhor teor a ser usado em serviços de restauração de rodovias, e, principalmente com dados colhidos em produção industrial . Um dos objetivos desta pesquisa será verificar a influência do teor de polímero nos valores de Resistência a Tração, Módulo de Resiliência, Fadiga e na redução da deflexão do pavimento, parâmetros fundamentais na durabilidade de um segmento restaurado. 7 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho foi dividido em cinco capítulos que são apresentados resumidamente a seguir: Capítulo 1 - Insere o tema da dissertação na atualidade, apresenta os objetivos e a estrutura do trabalho. Capítulo 2 - Contém a revisão bibliográfica referente ao asfalto, sua química, características e comportamento quando modificado por polímeros. Capítulo 3 - Apresenta os materiais utilizados na execução do trabalho, assim como as metodologias usadas nos ensaios de campo e laboratório. Capítulo 4 - Estudo de Caso referente ao trecho experimental executado na rodovia BR- 116/MG (Rodovia Rio - Bahia) e estudos em laboratório. Capítulo 5 - Conclusões do Trabalho, extraídas de análise dos resultados obtidos em laboratório e campo, e feitas sugestões para futuras pesquisas versando sobre o assunto. 8 CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 INTRODUÇÃO Os materiais betuminosos são, por definição, misturas complexas de hidrocarbonetos não voláteis, solúveis em bissulfeto de carbono (CS2), de elevada massa molecular com propriedades aglutinantes. São o resíduo da destilação a vácuo do petróleo. Segundo Pinto (2003), a palavra asfalto se originou do termo Acádio “Asphaltu” ou “Sphallo” que significa esparramar. Posteriormente, devido à sua utilização como material aglutinante, passou a significar firme, estável, seguro. Registros arqueológicos demonstram que os asfaltos são um dos materiais mais antigos utilizados em obras de engenharia. Suas propriedades adesivas e impermeabilizantes são conhecidas desde os tempos antigos. De acordo com Senço, (1997), o betume, em sua forma natural, era usado na construção de navios na Suméria 6.000 a.C.; na Índia, os reservatórios de água e as salas de banhos públicas eram impermeabilizados com asfalto. No ano 3.000 a.C. (camada de 2 cm de cimento asfáltico entre camadas de tijolos queimados); no Egito em 2.600 a.C. na mumificação e como impermeabilizante na construção de edificações. Senço (1997), apresenta o histórico do uso de asfaltos naturais provenientes de jazidas como material de pavimentação. Segundo o autor, os primeiros registros datam de 1802, pelos franceses. Posteriormente os americanos, em 1838, e os ingleses, em 1869, executaram pavimentações de ruas e pátios. Os americanos começaram a utilizar o asfalto como material de pavimentação rodoviária em 1870, utilizando uma mistura fina, o “sheet asphalt”, também com asfalto natural. Segundo o mesmo autor, a produção de asfalto no Brasil teve início em 1944, na refinaria Ipiranga (Rio Grande, RS) , tendo sido utilizado petróleo geralmente vindo da 9 Venezuela. O asfalto utilizado nas obras de pavimentação até esta data, era importado de Trinidad, e transportado em tambores de cerca de 200 litros. A partir daí, o uso de asfalto na construção de estradas é crescente e está presente em mais de 97% das rodovias pavimentadas no Brasil. Leite (1999), relata que a produção anual de asfaltos pela Petrobrás era, à época, de cerca de 2 milhões de toneladas, sendo 60% a partir de petróleos nacionais, 20% de petróleos venezuelanos e os 20% restantes de petróleos argentinos e árabes. Dados divulgados pela Petrobrás informam que foram comercializadas 2.168.922 toneladas de asfalto em 2008, superando em 27,25% a produção de 2007. 10 2.2 ASFALTO 2.2.1 Definições Conforme Paranhos (1982), os asfaltos de petróleo são em sua maioria, suspensões coloidais em que a fase dispersa se compõe de hidrocarbonetos de alto peso molecular, denominados de asfaltenos contendo em sua superfície resinas aromáticas que apresentam polaridade, que as mantém em suspensão em uma fase de hidrocarbonetos de menor peso molecular, que formam um meio oleoso, denominado malteno. Os hidrocarbonetos constituem cerca de 90 a 95% dos cimentos asfálticos de petróleo. Os outros 5 a 10% de sua composição química são formados por heteroátomos oxigênio, enxofre, nitrogênio e metais, como vanádio, níquel e ferro, combinados através de ligações covalentes (Leite, 1999). Os asfaltos podem ser obtidos de duas maneiras: Retirados diretamente da natureza (asfalto natural) ou extraídos de petróleo através de processos físicos ou químicos (asfalto de petróleo) (Pinto, 2003). No asfalto natural o mesmo se apresenta na forma de lagos de asfalto, onde o petróleo surge à superfície da terra e a natureza através do vento e raios solares, se encarrega de destilá-lo naturalmente, evaporando os gases e óleos leves, ficando um resíduo duro, que é o asfalto. As maiores jazidas estão na ilha de Trinidad e na Venezuela. Além de lagos, o asfalto natural pode ser encontrado em rochas tais como arenitos, xistos e calcáreos asfálticos, que são rochas de grande porosidade que são preenchidas naturalmente por asfalto. A outra maneira de se obter o asfalto é através da destilação do petróleo crú, que será apresentada em maiores detalhes no item 2.2.2. Bernucci et al (2008), conceituam o betume, asfalto e alcatrão da seguinte maneira: 11 Betume: É uma mistura de hidrocarbonetos pesados, completamente solúveis no bissulfeto de carbono (CS2); Asfalto: Mistura de hidrocarbonetos derivados do petróleo de forma natural ou por destilação, que tem como componente principal o betume, podendo conter pequenas frações de outros materiais, como oxigênio, nitrogênio e enxofre. Alcatrão: Designação genérica de um produto que contém hidrocarbonetos, obtidos através da queima ou destilação destrutiva do carvão, madeira, etc. Leite (1999), ressalta que, em função das altas concentrações de compostos aromáticos polinucleares emitidos durante a aplicação do alcatrão, houve restrição ao seu uso na Europa e nos EUA, por causa do poder cancerígeno destas substâncias. No Brasil, o alcatrão praticamente não é mais utilizado como material de pavimentação. 2.2.2 Obtenção O petróleo é composto por uma mistura complexa de hidrocarbonetos que se vaporizam em diferentes temperaturas, apresentando ainda, pequenas quantidades de compostos orgânicos oxigenados, nitrogenados, sulfurados organo metálicos, água, sais, minerais e areia, que são tidos como elementos estranhos. O rendimento do petróleo em termos de asfalto é condicionado ao tipo de petróleo cru a ser refinado. Segundo Guarçoni (1996), os processos de refinamento do petróleo, para obtenção de cimento asfáltico de petróleo (CAP), também dependem do tipo de cru e do seu rendimento em asfalto. Assim teremos: • Petróleos com alto rendimento em asfalto (cru de base naftênica), basta o estágio de destilação a vácuo no processo de refinamento (Figura 2.1). • Petróleos com rendimento médio em asfaltos (cru de base intermediário) é necessário a destilação em dois estágios, um à pressão atmosférica e o outro a 12 vácuo (Figura 2.2). Este processo produz resíduos asfálticos mais duros, tendo necessidade de se proceder a uma correção nas características dos CAP, que é feito com a adição de diluentes ao resíduo. Este ajuste pode ser feito na própria torre de vácuo. • Petróleo com baixo rendimento em asfalto (petróleos leves), além da destilação à pressão atmosférica e a vácuo, deverá ser executada a desasfaltação a propano (extração com propano/butano), conforme Figura 2.3. O objetivo deste processo é eliminar a necessidade de se trabalhar a temperaturas elevadas. Figura 2.1 – Esquema simplificado de produção de asfalto (Guarçoni, 1996) 13 REFINAÇÃO DE PETRÓLEOS MÉDIOS • Médio Rendimento de asfalto • Destilação atmosférica e a vácuo Figura 2.2 – Esquema simplificado da produção de asfalto. Dois estágios de destilação (Guarçoni, 1996) 14 REFINAÇÃO DE PETRÓLEOS LEVES • Baixo Rendimento de asfalto • Destilação em três estágios: atmosférica, a vácuo e desasfaltação a propano. Figura 2.3 - Destilação em três estágios 15 Na Figura 2.4 é mostrado um esquema simplificado da produção de asfalto. Figura 2.4 – Rotas de produção de CAP (Guarçoni, 1996) 16 2.2.3 Fracionamento Químico Do Asfalto Como vimos anteriormente, o asfalto apresenta composição química complexa, pois depende da natureza do petróleo e do processo de refino utilizado na sua produção. Segundo Souza et al., apud Magalhães (2004), a composição do petróleo apresenta as seguintes frações C1 e C2 – gás natural; C3 e C4 – gás liquefeito de petróleo (GLP); C4 a C10 – nafta (solventes e gasolina); C11 a C12 – querosene; C13 a C18 – óleo diesel; C18 a C25 – gasóleo e óleo combustível; C25 a C38 – óleos lubrificantes > C38 – asfalto. Onde C representa o elemento Carbono e o índice n representa o número de carbonos presentes na cadeia carbônica. Devido ao grande número de componentes químicos presentes no asfalto, uma metodologia capaz de promover a separação individual de cada um destes compostos parece inviável. Várias pesquisas foram desenvolvidas a fim de se obter metodologias de fracionamento químico baseados no princípio da solubilidade, relatividade química e adsorção, com o intuito de separar conjuntos de substâncias com características semelhantes. Os métodos de fracionamento do asfalto utilizam uma propriedade fundamental dos colóides, que é a sua desestabilização através da destruição da camada de proteção das micelas, fazendo-as se associarem e precipitarem pela ação da gravidade. Uma vez com a fase micelar, que são os asfaltenos separada, a fase intermicelar que são os maltenos se solubiliza no solvente usado, e é fracionada em subgrupos por diferença de reatividade química ou por cromatografia (Leite, 1990). 17 Pelo exposto, o princípio da solubilidade em naftas (heptana ou pentana) divide o asfalto em duas frações: as insolúveis – que são os asfaltenos, e as solúveis – os maltenos. Os asfaltenos são hidrocarbonetos de peso molecular elevado, contendo maior teor de heteroátomos (N, S, O, Ni, Fe) e quando isolado, tem a forma sólida quebradiça, preto, de alta viscosidade e quimicamente semelhante às resinas. São tidos como os componentes que mais influem no comportamento reológico dos CAP. Por serem insolúveis em naftas, separam-se primeiro, por precipitação, com a adição de solventes desta natureza, como o n-heptano. Os maltenos ou petrolenos, são hidrocarbonetos de menor peso molecular, possuem aspecto oleoso, e podem ser separados em outras frações, como as resinas, óleos saturados e óleos aromáticos. Tem viscosidade menor que os asfaltenos e são sujeitos à oxidação (Leite, 1990). O asfalto tem peso molecular entre 300 e 2000, e suas moléculas contêm de 38 a 150 átomos de carbono. São usados quatro métodos de análise por separação em frações do asfalto, que se diferenciam em função do procedimento usado (Guarçoni, 1996): • Fracionamento por solvente; • Precipitação Química; • Técnicas Cromatográficas; • Procedimento com Sílica Gel e Arrapulgus; • Procedimento com Alumina; • Cromatografia por Exclusão de Tamanho. A seguir, são apresentados os métodos acima descritos. 18 a) Fracionamento por solvente Utiliza duas etapas de solvente, conforme a Figura 2.5. Na 1ª etapa, o asfalteno é separado por adição de n-butanol. Na 2ª etapa, elimina-se o n-butanol por evaporação e o óleo é fracionado por acetona, que após dissolver o malteno, é resfriada, promovendo assim a precipitação dos saturados (parafinas), separando-os da fração solúvel composta por cíclicos (aromáticos e resinas). Este método fraciona o CAP em: • Asfaltenos • Cíclicos (resinas e aromáticos) • Saturados (Parafinas) Figura 2.5 – Esquema de fracionamento por solvente (Guarçoni, 1996) 19 b) Precipitação Química Método Rostler Stenberg (ASTM D-2006) Baseia-se na separação dos asfaltenos através de sua insolubilização em n-pentano, e posterior separação seletiva das frações maltênicas com ácido sulfúrico de densidades crescentes. A 1ª etapa separa a fase micelar de um colóide liófilo (cujas micelas formam ligações com as moléculas da fase dispersora), pela solubilização da fase dispersante e dos peptizantes ou solventes em solvente que não dissolva as micelas. A 2ª etapa separa as frações maltênicas por diferença de reatividade química com determinado reagente em função da sua concentração. Nessa metodologia o asfalto é separado em cinco frações: • Insolúveis em n-pentano - “A” - Asfaltenos N – Moléculas nitrogenadas • Solúveis em n-pentano A1 – Acidafinas I (maltenos) A2 – Acidafinas II P – Hidrocarbonetos saturados ou parafinas Com a obtenção dos parâmetros A, N, AI, A2 e P, Rostler definiu correlações que apontam para um perfeito equilíbrio das frações asfaltênica e maltênica. N Equação 2.1 P avalia o parâmetro de qualidade do asfalto. N + A1 Equação 2.2 A2 + P avalia o parâmetro de durabilidade do asfalto Para que determinado tipo de asfalto possa ser utilizado para fins rodoviário, devem ser satisfeitas as seguintes condições: N P › 0,5 Equação 2.3 e 20 N + A1 = 0,6 a 1,4 Equação 2.4 A2 + P Segundo Paranhos (1982), foi introduzido mais um parâmetro de durabilidade para avaliar os asfaltos de uso rodoviário. N + A1 + A2 = 1,8 a 2,5 A+ P Equação 2.5 Na Figura 2.6 está apresentado esquematicamente o método acima descrito. Figura 2.6 – Esquema de fracionamento por precipitação química (Guarçoni, 1996). 21 c) Técnicas Cromatográficas Estas técnicas baseiam-se nos fenômenos de adsorção e dessorção combinados com a separação da fase micelar (asfaltenos) por destruição da estabilidade do sistema, através de extração com solvente. c.1) Método da Sílica e Gel (ASTM D-2007) Utiliza a insolubilização dos asfaltenos em n-pentano, e depois, pela separação dos maltenos pela coluna cromatográfica. Usa-se a sílica gel e a argila Attapulgus como fase estacionária adsorvente e solvente de polaridade crescente, como fase móvel. Nesta metodologia, o asfalto é separado em quatro frações: Insolúveis em n-pentano – Asfaltenos Resinas ou compostos polares Solúveis em n-pentano (maltenos) Compostos aromáticos Saturados Este método é apresentado esquematicamente na Figura 2.7. Figura 2.7 – Esquema de fracionamento pelo Método da Sílica Gel (Guarçoni, 1996) 22 c.2) Método de Corbert (ASTM D-4124) Também conhecido por fracionamento SARA (Fracionamento químico em saturados, aromáticos, resinas e asfaltenos). De acordo com Leite, (1999), a separação de asfaltenos por n-heptano é seguida de adsorção dos maltenos em alumina e subseqüente dessorção com solventes de polaridade crescente, separando em saturados, nafteno-aromáticos e polar-aromáticos. Nesta metodologia o asfalto é separado em quatro frações: Insolúvel em n-heptano – Asfaltenos Solúveis em n-heptano (maltenos) Saturados Aromáticos naftênicos Aromáticos polares A Figura 2.8 apresenta o esquema de fracionamento utilizado neste método Figura 2.8 – Esquema de fracionamento pelo método de Corbert (Guarçoni, 1996). 23 c) Cromatografia por Exclusão de Tamanho Método da Permeação em Gel (G.P.C) ASTM D 3953 O método fundamenta-se na separação dos constituintes dos CAP diluídos em solvente, por tamanho – pequenas moléculas movem-se lentamente, entrando no meio poroso da coluna, ao passo que estruturas maiores não conseguem penetrar, passando rapidamente pela coluna (Leite, 1999). A distribuição de tamanho dos constituintes pode ser avaliada através do cromatograma resultante, começando pelos maiores e finalizando pelos menores. Efetua-se a comparação dos CAP pelos perfis cromatográficos, ou pela divisão da área dos cromatogramas em três partes (Figura 2.9), denominadas alto, médio e baixo tamanhos moleculares. TEMPO DE RETENÇÃO VOLUME DE ELUIÇÃO Figura 2.9 – Cromatograma (Guarçoni, 1996). É um método que utiliza equipamento sofisticado e importado; que exige pessoal qualificado em cromatografia e fornece resultados confiáveis. Dos métodos apresentados, é o que produz resultados mais rápidos, em apenas um dia de trabalho. 24 É utilizado na forma comparativa, pois não se tem padrões de CAP. O método pode avaliar também evolução do envelhecimento do asfalto, pois comparativamente acompanha o crescimento das moléculas. O rejuvenescimento do CAP na reciclagem, também pode ser verificado, através da comparação de gráficos de CAP novos. • Conclusão Todos os procedimentos aqui descritos são baseados na solubilidade em n-alcanos (separação química com ácido sulfúrico), adsorção cromatográfica (polaridade) e peso molecular. Existe uma grande importância na polaridade do asfalto, relacionada diretamente com a presença de heteroátomos (nitrogênio, enxofre e oxigênio e anéis aromáticos condensados). Como os solventes utilizados são n-pentano e n-heptano, para a insolubilização dos asfaltenos, verificam-se que análises que utilizam diferentes solventes podem conduzir a resultados diferentes, visto que o maior número de átomos de carbono do n-heptano solubiliza maior número de componentes do asfalto e apresenta menor teor de asfaltenos. Logo, pode-se concluir que é difícil uma comparação das frações obtidas através de diferentes métodos. A Figura 2.10 apresenta um quadro comparativo dos resultados utilizando as diversas metodologias. Figura 2.10 – Quadro Comparativo dos Procedimentos de Fracionamento Asfáltico (Guarçoni, 1996) 25 2.2.4 Reologia Pinto (1991), definiu a reologia dos materiais, genericamente, como o estudo da deformabilidade dos materiais quando submetido à ação de um carregamento qualquer, levando em consideração o tempo de aplicação do carregamento. No caso específico dos materiais asfálticos, o efeito da temperatura tem grande relevância, pois trata-se de materiais termo-sensíveis, ou seja, sua consistência varia com a mudança de temperatura. Pode-se concluir que o comportamento elástico, viscoelástico e viscoso do betume é função direta da temperatura e do tempo de aplicação do carregamento. O cimento asfáltico, somente sob condições extremas, se comporta como um sólido elástico (baixa temperatura e grande tempo de carregamento) ou como líquido viscoso (alta temperatura e grande tempo de carregamento). A suscetibilidade à temperatura e ao tempo de carregamento de um CAP é uma variável importante no desempenho de pavimentos, devendo assim ser quantificada por ensaios reológicos (Oda, 2000). Para caracterizar a dependência da sua deformabilidade da temperatura e do tempo de aplicação de carga, foi introduzido o conceito do módulo de rigidez, conforme demonstrado na Equação 2.6: (S)t,T = (σ / Є)t,T Equação 2.6 Onde: S = módulo de rigidez σ = tensão de tração aplicada num tempo t Є = deformação específica verificada a uma temperatura T Segundo Pinto (1991), o módulo de rigidez é uma extensão do conceito do módulo de Young adaptada para o estudo dos materiais viscoelásticos. O módulo de Young é uma propriedade intrínseca dos materiais de comportamento elástico-linear. Já o módulo de rigidez foi definido para caracterizar o comportamento reológico dos asfaltos, que possuem elevada dependência da temperatura e do tempo de aplicação do carregamento. 26 O comportamento reológico pode ser resumido esquematicamente pela Figura 2.11, segundo Van Der Poel et al., apud Pinto ( 1991): Figura 2.11 – Módulo de rigidez ( S ) x Tempo de Carga ( t ), Temperatura ( T ) (Pinto, 1991) Onde n = coeficiente de viscosidade. E= Módulo de elasticidade Segundo Pinto (1991), mantendo-se constante uma certa temperatura T, pode-se considerar: • Se o tempo de aplicação da carga é muito pequeno, comportamento é elástico. • Para tempo de aplicação da carga maior, o comportamento é dito viscoso. • Para tempo de aplicação intermediário, o comportamento é viscoelástico. Na prática da engenharia rodoviária interessa a zona de transição entre o comportamento elástico e o viscoso, pois é o tempo de aplicação de carga que melhor se assemelha àqueles encontrados nas rodovias pavimentadas (Pinto, 1991). 27 De acordo com Lu et al, apud Negrão (2006), para baixas temperaturas e/ou em altas freqüências de carregamento, o asfalto apresenta um comportamento de um sólido elástico. Com a elevação da temperatura e/ou quando a freqüência de carregamento é reduzida, o comportamento viscoso do asfalto prevalece. Para condições de temperaturas suficientemente altas e/ou em longo tempo de aplicação de cargas, o asfalto apresenta as características de um líquido Newtoniano e pode ser relatado por um valor de viscosidade, qualquer que seja a freqüência de carregamento. Ainda segundo os autores, as propriedades reológicas dos asfaltos exercem grande influência no desempenho das misturas asfálticas tanto na fase de sua preparação (mistura e compactação) quanto na fase de serviço. Estas propriedades são regidas pelas interações moleculares (forças moleculares), as quais são função da composição química. Em principio, as propriedades reológicas podem ser alteradas a fim de se obter um comportamento desejado para o asfalto, seja através de mudanças na sua composição química por meio de reações químicas ou através da incorporação de aditivos, tais como os polímeros. O Programa Estratégico de Pesquisa Rodoviária - SHRP (“Strategic Highway Research Program”) foi estabelecido em 1987, nos Estados Unidos, com o foco principal na proposição de uma nova sistemática de especificações de materiais asfálticos. O Superpave “Superior Performance Asphalt Pavements” (Pavimentos Asfálticos de Desempenho Superior) foi um dos produtos finais do programa SHRP e concebido para auxiliar na seleção de materiais e projeto de misturas (Marques, 2004). De acordo com Bernucci et al (2008), as especificações do Superpave para ligantes asfálticos (Tabela 2.1) são calcadas em ensaios reológicos e seus parâmetros estabelecem a relação entre as propriedades do ligante e o desempenho das misturas asfálticas em serviço. São utilizados para esse fim os seguintes equipamentos: • reômetro de cisalhamento dinâmico – DSR (ASTM D 7175/2004) • viscosímetro rotacional – RV (ASTM D 4402/2002) 28 • reômetro de fluência em viga – BBR (ASTM D 6648/2001) • prensa de tração direta – DDT (ASTM D 6723/2002) • estufa de película delgada rotacional – RTFOT (ASTM 2872/1997) • vaso de pressão de envelhecimento – PAV (ASTM 6521/2000) Tabela 2.1 – Parte da especificação SHRP ou SUPERPAVE de ligantes asfálticos tipo CAP (ASTM 63 + 73/1999) (Bernucci et al, 2008). PG 64 PG 70 PG 76 PG 82 -10 -16 -22 -10 -16 -22 -10 -16 -22 -10 -16 -22 Grau de desempenho Ensaio Ligante original Viscosidade Brookfield (Max. 3.000cP), ºC 135 Ponto de fulgor, ºC 230 Cisalhamento dinâmico: 10 rad/s, G*sem δ (mín. 1,0 kPa), ºC 64 70 76 82 Variação em massa, % <1 <1 <1 <1 Cisalhamento dinâmico: 10 rad/s, G*sem δ (mín. 2,2 kPa), ºC 64 76 82 37 34 31 40 37 34 0 -6 -12 0 -6 -12 0 -6 -12 0 -6 -12 Após o RTFOT 70 Após o RTFOT/PAV Cisalhamento dinâmico: 10 rad/s, G*sem δ (mín. 5,0 kPa), ºC Fluência (BBR) @ 60 s, º C Coef. Angular, m (mín 0,3) Módulo rigidez, S (máx. 300 MPa) Alongamento na ruptura, ºC mín. 1,0% @ 1,0 mm/min. 31 28 25 34 31 28 0 -6 -12 0 -6 -12 0 -6 -12 0 -6 -12 • Reômetro de cisalhamento dinâmico - DSR (Dynamical Shear Rheometer) O reômetro de cisalhamento dinâmico é utilizado para caracterizar as propriedades viscoelásticas de ligantes asfálticos virgens ou envelhecidos, através da medida do módulo de cisalhamento complexo (G*) e de ângulo de fase (δ). O G* indica a 29 resistência do ligante asfáltico ao acúmulo de deformação permanente sob as cargas do tráfego (tensões repetidas de cisalhamento). O δ, definido como o intervalo de tempo entre a aplicação da tensão cisalhante e a deformação cisalhante resultante, é um indicador das parcelas de deformações recuperáveis e não recuperáveis ou permanentes (Patriota, 2004). O modulo complexo e o ângulo de fase podem ser definidos como: G* = τ máx / γ máx Equação 2.7 δ = ω. (∆t) Equação 2.8 Onde: G* = modulo complexo de cisalhamento, Pa; τ máx = máxima tensão de cisalhamento aplicada, Pa; γ máx = máxima deformação devido à tensão de cisalhamento aplicada; δ = ângulo de fase; ω = freqüência angular, Hz; ∆t = tempo de defasagem, s. A Figura 2.13 mostra de forma esquemática os valores de G* e δ medidos no ensaio DSR, como resposta a uma deformação cisalhante da amostra em torque constante. O modo de aplicação das tensões ou deformações cisalhantes está representada esquematicamente na Figura 2.12 A resposta à deformação cisalhante da amostra de ligante está defasada em relação à tensão aplicada por certo intervalo de tempo ∆t. Esta defasagem representa o atraso na deformação obtida. A fase em atraso é expressa em medida angular. Multiplicando-se o tempo de atraso (∆t) pela freqüência angular (ω), obtém-se o ângulo de fase (δ). A Figura 2.14 apresenta um exemplo de ângulo de fase. Para materiais completamente elásticos δ é igual a 0º, isto é, não há atraso entre a tensão cisalhante aplicada e a deformação cisalhante obtida. Ressalta-se que os materiais perfeitamente elásticos não apresentam deformações residuais (permanentes). Logo, é coerente a obtenção de δ igual a 0° para materiais desta natureza. Para materiais 30 totalmente viscosos, a deformação obtida está completamente defasada e δ vale 90º. Materiais viscoelásticos, tais como ligantes asfálticos, possuem ângulo de fase variando entre 0º e 90º (função direta da temperatura), caracterizando um comportamento intermediário entre o material perfeitamente elástico e o puramente viscoso. A especificação de ligante SHRP usa o parâmetro G*/sen δ para controle da rigidez a temperaturas altas (›46ºC) e G*sen δ para o controle em temperaturas intermediárias (entre 7ºC e 34ºC) . Controlando a rigidez a altas temperaturas, a especificação assegura que o asfalto forneça resistência ao cisalhamento global em termos de elasticidade da mistura a altas temperaturas. De forma análoga, ao controlar a rigidez a temperaturas intermediárias a especificação assegura que o ligante não contribuirá para o trincamento por fadiga (Bernucci et al, 2008). Figura 2.12 - Esquema de aplicação da tensão na amostra de asfalto (Bernucci et al, 2008) τmáx Tensão de cisalhamento aplicada Tempo Módulo complexo de cisalhamento G* = Tmáx ∆t δ = ω (∆t) Y máx Deformação cisalhante resultante Tempo Freqüência angular Ângulo de fase Figura 2.13 – Defasagem entre tensão e deformação (Bernucci et al, 2008). 31 Parte Viscosa δ1 δ2 Parte Elástica Figura 2.14 – Exemplos de resultados do ângulo de fase de dois asfaltos diferentes (Bernucci, 2008) • Reômetro de fluência em viga – BBR (Bending Beam Rheometer) Segundo Leite (1999), o reômetro de fluência em viga é usado na determinação e caracterização da rigidez do ligante quando submetidos a baixas temperaturas. Os parâmetros do ensaio são a rigidez estática (S) e o logaritmo do módulo de relaxação (m). Estas propriedades são definidas a partir da resposta ao carregamento estático (creep) sobre uma vigota de ligante a baixas temperaturas (-36°C < T < 0°). Sabendo-se do valor da carga aplicada sobre a vigota e medindo-se a deflexão correspondente, a rigidez estática pode ser determinada através dos conceitos da mecânica. A especificação de ligante limita os valores de “S” e “m” em função do clima do local onde o ligante será aplicado. Ligantes com altos valores de m, são mais eficientes no que se refere à dissipação das tensões formadas durante a contração do ligante, provocada por quedas abruptas da temperatura, minimizando a formação de trincas e fissuras. O módulo de rigidez (S) e o parâmetro de relaxação (m), a baixa temperatura, são obtidos através das seguintes expressões (Bernucci et al, 2008): S = σ/ Є Equação 2.9 m = coeficiente angular a 60s (S x t) Onde: S = modulo de rigidez (MPa) σ = tensão aplicada (mN); Є = deformação resultante; 32 m = parâmetro de relaxação (MPa); t = 60s. Quanto menor o valor da rigidez S, maior será a resistência ao trincamento, por isso se limita o valor máximo para S. Conforme m diminui, há um alívio das tensões térmicas na mistura asfáltica, sendo esse o motivo de se ter um valor mínimo requerido para m (Bernucci et al, 2008). A Figura 2.15 apresenta esquematicamente o carregamento e os deslocamentos medidos. Segundo Vanelstraete e Teugels (2003), apud Magalhães (2004), o ensaio com o reômetro de fluência em viga (BBR) é apropriado para a previsão do comportamento a baixas temperaturas tanto para ligantes puros quanto para modificados por polímeros. A máxima temperatura resultante de S(60s)=300MPa ou m(60s)=0,3 pode ser usado como um indicador de desempenho adequado para este defeito. Devido ao conceito de superposição tempo-temperatura, o teste é feito em 60 segundos, em vez de duas horas, à temperatura 10ºC inferior à reportada. O parâmetro S é função da carga, distância entre suportes, dimensões da viga, e deflexão no tempo 60 segundos, m = log S (t)/log t Equação 2.10. Reômetro de viga BBR e esquema de ensaio Carregamento constante (creep) Deflexão Carga Deflexão Tempo Tempo Figura 2.15 - Representação esquemática do carregamento e deslocamento medidos (Bernucci et al, 2008) 33 • Vaso de envelhecimento sob pressão - PAV “Pressure Aging Vessel” Consiste em um equipamento que simula o endurecimento oxidativo que ocorre no ligante ao longo da vida útil do pavimento em serviço (cerca de 10 anos). . Em uma etapa anterior, as amostras são submetidas ao envelhecimento RTFOT que simula o envelhecimento do ligante que ocorre durante a usinagem e compactação da mistura, para depois serem ensaiadas no vaso de envelhecimento sob pressão (pressure aging vessel – PAV). As amostras são dispostas em placas rasas de aço inox e envelhecidas num vaso por 20 horas a 2,1 MPa de pressão de ar. A temperatura de envelhecimento é selecionada de acordo com o tipo de CAP. Após a simulação do envelhecimento, a amostra é colocada numa estufa à vácuo para desaerar (Bernucci et al, 2008). O CAP envelhecido por esse método é a seguir testado no DSR, BBR e DTT para estudo do efeito do envelhecimento de longo prazo nos ligantes asfálticos. A Figura 2.16 mostra o desenho dos equipamentos utilizados no ensaio. Figura 2.16 - Desenho esquemático dos equipamentos • Ensaio de tração direta (DTT) ”Direction Tension Test” Segundos Marques (2004), este teste é utilizado em ligantes (principalmente os modificados pela adição de polímeros) que apresentam valores de rigidez acima do desejado (medida pelo BBR), mas que poderão ser utilizados desde que possuam ductilidade a baixas temperaturas. 34 Uma amostra de ligante é moldada à baixa temperatura (+6ºC a -36ºC) no formato de gravata esticada, medindo-se a tensão de deformação na ruptura (fratura), objetivo deste ensaio. De modo semelhante ao BBR, o atendimento aos critérios do ensaio DTT assegura que a ruptura do ligante, à baixa temperatura, seja minimizada (Bernucci et al, 2008). • Viscosímetro rotacional – RTV (Rotacional Viscometer) Caracteriza a rigidez do asfalto a 135ºC, temperatura onde se espera que o ligante tenha o comportamento de um fluido viscoso. É um viscosímetro rotacional de cilindros coaxiais, que mede a viscosidade através do torque necessário para rodar um spindle imerso na amostra de asfalto quente à velocidade constante (Figura 2.17). Em geral, espera-se que o ligante tenha uma viscosidade inferior a 3,5 Pa.s (3500 cP) a 135ºC, garantindo que o ligante possa ser bombeado e produza bom envolvimento nos agregados (Leite, 1999 apud Negrão, 2006). Figura 2.17 – Viscosímetro rotacional (Leite, 1999) 35 Conforme Desmazes et al (2006), apud Negrão (2006), existem estudos que realacionam o parâmetro G*/sen δ à resistência à deformação permanente de misturas asfalticas a altas temperaturas. Estes estudos não se aplicam aos ligantes modificados por SBS, que podem ter seu desempenho ao afundamento subestimados por este parâmetro. Ressalta-se que a resistência à deformação permanente de uma determinada mistura é função também da composição da mesma, e não só do tipo e do volume de ligante utilizado. O esqueleto granular e a interação ligante/agregado têm papel fundamental na determinação da resistência à deformação permanente da mistura (Vanelstraete & Teugels, 2003 apud Negrão, 2006). Ainda segundo Negrão (2006), há diversas pesquisas em andamento que estão analisando outros critérios para especificar a resistência à deformação permanente e cita como exemplo, a deformação acumulada e a viscosidade de cisalhamento zero, obtidas a partir de ensaios de creep estático ou ensaios de compressão axial de carga repetida. 2.2.5 Tipos de asfaltos Segundo DNER (1996), os materiais betuminosos que são comumente empregados em serviços de pavimentação são os seguintes: a) Cimentos asfálticos de petróleo (CAP); b) Asfaltos diluídos; c) Asfaltos emulsionados; d) Asfaltos oxidados ou soprados; e) Agentes rejuvenescedores; f) Asfaltos modificados. 36 a) Cimentos asfálticos de petróleo (CAP) O CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) pode ser definido como asfalto que possui propriedades (principalmente viscosidade, rigidez, consistência) adequadas para o uso na construção de pavimento, tendo uma penetração a 25°C entre 5 e 300 décimos de milímetro sob uma carga de 100 gramas, aplicada durante 5 segundos. De acordo com Castro (2003), o CAP é um material complexo e que apresenta um comportamento viscoso, caracterizado pela redução da rigidez para longos períodos de aplicação de carga, e susceptibilidade térmica, caracterizada pela alteração de propriedades em função da temperatura. O cimento asfáltico pode ser considerado um material viscoelastoplástico. Em altas temperaturas (acima de 100ºC) o material, ao ser carregado se deforma e não retorna ao estado original quando cessada a solicitação, caracterizando um comportamento plástico. Para baixas temperaturas (abaixo de 0ºC) comporta-se como um fluído viscoso, assumindo comportamento elástico, deformando-se com a ação de uma carga, mas voltando às suas dimensões originais cessado o carregamento (Specht, 2004). Até julho /2005, os cimentos asfálticos de petróleos eram classificados da seguinte maneira: • por viscosidade absoluta: CAP-7, CAP-20 e CAP-40, sendo o número referente ao início da faixa de viscosidade da classe. • por penetração: CAP 30-45, CAP 50-60, CAP 85-100 e CAP 150-200, sendo os números a faixa de penetração obtida no ensaio. Em agosto de 2005, a classificação passou a ser por penetração e outros ensaios, conforme consta na Tabela 2.2. 37 Tabela 2.2– Especificações dos Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP) – Classificação por penetração (DNIT 095/2006 – EM) Limites Característica Métodos Unidade CAP´30-45 CAP 50-70 CAP 85-100 CAP 150-200 ABNT ASTM Penetração (100 g., 5s, 25ºC) 0,1mm 30 a 45 50 a 70 85 a 100 150 a 20 NBR 6576 D5 Ponto de amolecimento, min. ºC 52 46 43 37 NBR 6560 D 36 NBR 14950 E 102 Viscosidade Saybolt-Furol A 135ºC, min. A 150ºc, min. S A 177º C 192 141 110 80 90 50 43 36 40 a 150 30 a 150 15 a 60 15 a 60 Viscosidade Brookfield A 135ºC, min. SP 21, 20 rpm, min. 374 274 214 155 203 112 97 81 A 177ºC, SP 21 76 a 285 57 a 285 28 a 114 28 a 114 Índice de Sucetibilidade Térmica (-1,5) a (+0,7) (-1,5) a (+0,7) (-1,5) a (+0,7) (-1,5) a (+0,7) - - a 150ºC, min. cP NBR 15184 D 4402 Ponto de fulgor, min ºC 235 235 235 235 NBR 11341 D 92 Solubilidade em tricloroetileno, min. % massa 99,5 99,5 99,5 99,5 NBR 14855 D 2042 cm 60 60 100 100 NBR 6293 D 113 Dutilidade a 25ºC, min. Efeito do calor e do ar a 163ºC por 85 minutos Variação em massa, max. % massa 0,5 0,5 0,5 0,5 Dutilidade a 25ºC, min. cm 10 20 50 50 NBR 6293 D 113 Aumento do ponto de amolecimento, máx. ºC 8 8 8 8 NBR 6560 D 36 Penetração retida, mín. (*) % 60 55 55 50 NBR 6576 D5 38 D 2872 O transporte, acondicionamento e manuseio do CAP exigem dos produtores, importadores e distribuidores cuidados no sentido de assegurar que a temperatura do produto não ultrapasse 177ºC e que não seja inferior a 40ºC. Além disso, o produto não deve espumar quando aquecido até 177ºC, denotando presença de água. b) Asfaltos diluídos Os asfaltos diluídos ou “cut-backs” são diluições de cimentos asfálticos em solventes derivados do petróleo de volatilidade adequada. São utilizados quando deseja-se eliminar o aquecimento do ligante ou utilizá-lo moderadamente, reduzindo a sua viscosidade, permitindo assim que a sua aplicação seja feita em temperatura ambiente. Os diluentes proporcionam produtos menos viscosos e devem evaporar completamente deixando como resíduo o CAP, que então desenvolverá as propriedades cimentícias. Ao fenômeno de evaporação do diluente chama-se cura. De acordo com o tempo de cura, os asfaltos diluídos são classificados em três categorias: Cura Rápida (CR): Asfalto diluído composto de cimento asfáltico e um solvente de alta volatilidade do tipo nafta ou gasolina. São utilizados principalmente nos serviços de pintura de ligação, tratamentos superficiais de penetração invertida, pré-misturados a frio e areias-asfalto a frio (CR-250 e CR-800). Cura Média (CM): Asfalto diluído composto de cimento asfáltico e um solvente de média volatilidade, como o querosene. Os asfaltos diluídos de cura média são utilizados nos serviços de imprimação, areias-asfalto a frio e nos “road-mix” (misturas em estrada, CM-250 e CM-800). Cura Lenta (CL): Asfalto diluído composto de cimento asfáltico e óleos de baixa volatilidade. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) classifica os asfaltos diluídos em quatro classes distintas: CR-70, CR-250, CM-30 e CM-70. A especificação para os referidos produtos é apresentada na Tabela 2.3. 39 Tabela 2.3 – Especificação brasileira de asfalto diluído (ANP-2007) Características Métodos ABNT/NBR Tipos ASTM CR-70 CR-250 CM-30 CM-70 70-140 250-500 30-60 70-140 75-150 - No Asfalto Diluído Viscosidade cinemática, cSt, 60ºC 14756 D 2170 14950 D 88 Viscosidade Saybolt,-Furol, s 25ºC 50ºC 60-120 - - 60-120 60ºC - 125-250 - 38 Ponto de fulgor (V.A. Tag) ºC, min. 5765 D 3143 - 27 38 38 14856 D 402 10 - - - 225ºC 50 35 25 20 260ºC 70 60 40-70 20-60 316ºC 85 80 75-93 65-90 Resíduo, 360ºC, % volume, min. 55 65 50 55 0,2 0,2 0,2 0,2 600-2400 3001200 3001200 Destilação até 360ºC, % volume total destilado, min. % volume total destilado, min. 190٥C Água, % volume, máx. 14236 D 95 No Resíduo da destilação 6002400 Viscosidade, 60ºC, P² 5847 D 2171 Betume, % massa, mín.² 14855 D 2042 99,0 99,0 99,0 99,0 Dutilidade, 25ºC, cm, min.¹ ² 6293 D 113 100 100 100 100 c) Asfaltos emulsionados São dispersões de cimento asfáltico divididos em pequenos glóbulos (1 µm ≤ φ ≤ 10 µm) suspensas em meio aquoso, com ruptura variável, obtidos a partir da mistura do asfalto quente com água e agentes emulsificantes, que tem a função de facilitar a dispersão das partículas de asfalto e envolvê-las com uma película, mantendo-as assim em suspensão. De acordo com o agente emulsificante, estes podem conferir às partículas cargas elétricas positivas ou negativas. As forças de repulsão geradas por cargas elétricas iguais é o que mantém as partículas dispersas. 40 Entende-se por ruptura a separação das duas fases da emulsão. Pode ocorrer quando a emulsão é deixada em repouso, permitindo que os glóbulos da fase dispersante entrem em contato, formando partículas maiores, com volume maior e superfície de contato menor. De forma mais completa, quando a emulsão é aplicada sobre a superfície dos agregados, o ligante betuminoso nela contido tende a se coagular. Parte da água é absorvida pelo agregado e parte se evapora pela ação das intempéries e por reações químicas e, rompendo-se o equilíbrio e dando-se assim a separação das fases deixando sobre o agregado uma película de asfalto. Quanto ao tempo de ruptura, as misturas asfálticas classificam-se em: Ruptura rápida (RR); Ruptura Média (RM) e Ruptura Lenta (RL). Alguns fatores que podem retardar a ruptura das emulsões: emprego de um asfalto de alta viscosidade; pequena concentração de asfalto; emprego de uma elevada quantidade de emulsificante; emprego de emulsificante aniônico; uso de agregado úmido pouco reativo e de pequena superfície específica; temperatura baixa dos agregados e da emulsão; e ausência ou pequena agitação das misturas emulsão + agregado. As especificações para emulsões asfalticas catiônicas são apresentadas na Tabela 2.4. d) Asfaltos oxidados ou soprados Asfaltos oxidados ou soprados são aqueles submetidos a um aquecimento e à ação de corrente de ar, com o objetivo de alterar suas características originais a fim de adaptálos para usos específicos. Em geral, interrompe-se a destilação e o resíduo é agitado em tubos cilíndricos de aço, onde é deixado esfriar até alcançar a temperatura que permita sua embalagem sem risco de combustão (Leite, 1999). Os asfaltos oxidados são menos dúcteis e apresentam menor susceptibilidade às variações de temperatura. Em compensação, sofrem redução em sua ductilidade. Geralmente são utilizados para fins industriais impermeabilizantes e, também, para a construção de pisos industriais cujas condições de trabalho não permitam a utilização de cimentos asfálticos convencionais. 41 Tabela 2.4– Especificação brasileira de emulsões asfálticas catiônicas (CNP, 07/88) Métodos Característica Tipo de Ruptura ABNT ASTM Viscosidade Saybolt-Furol, s, 50ºC NBR 14491 Sedimentação, % em peso máx. Peneiração, 0,84mm, % em peso máx. Rápida Média Lenta RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C D 88 20-90 100-400 20-200 100-400 Máx. 70 NBR 6570 D 244 5 5 5 5 5 NBR 14393 D 244 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 NBR 6300 D 244 80 80 80 80 80 80 80 60 60 60 - - - - 2 Ensaios sobre a emulsão Resistência à água, % mín. de cobertura Agregado seco Agregado úmido Mistura com cimento, % máx. ou Mistura com fíller silícico. NBR 6297 - - - - 1,2 a 2,0 Carga da partícula NBR 6567 D 244 positiva positiva positiva positiva positiva NBR6299 D 244 - - - - 6,5 NBR 6568 D 244 0-3 0-3 0-12 3-13 nula 62 67 62 65 60 50 50 - - - - - 50 50 - - - 360 360 - 50-250 50-250 50-250 50-250 50-250 pH, máx. NBR 6302 D 244 Destilação solvente destilado, % em vol. resíduo, % em peso mín. Desemulsibilidade % em peso mín. NBR 6568 D 244 % em peso máx. Ensaio sobre o solvente destilado Destilação, 95% evaporados, ºC, máx. NBR 9619 - Peneiração, 25ºC, 100g, 5s, 0,1mm NBR 6576 D5 Teor de betume, % em peso mín. NBR 14855 D 2042 97 97 97 97 97 Ductilidade a 25ºC,cm, mín. NBR 6293 D 113 40 40 40 40 40 Ensaio sobre o resíduo e) Agentes rejuvenescedores O ligante asfáltico, sob efeitos de intempéries como temperatura, ar, luz solar, chuva e tempo em pavimentos asfálticos propicia a gradativa perda de seus elementos, levando ao envelhecimento e, conseqüentemente no enrijecimento da mistura betuminosa. Sob a ótica da química, o envelhecimento traduz-se na redução das cadeias aromáticas e no aumento do aumento do teor de asfaltenos. 42 Os agentes rejuvenescedores são utilizados em processos de reciclagem do pavimento, técnica de restauração que visa à reutilização dos agregados e do ligante do pavimento. Nesta técnica, os agentes rejuvenescedores atuam na redução da viscosidade e na reposição da fração maltênica, recompondo a natureza do ligante virgem. A reciclagem pode ser efetuada a frio, utilizando emulsões rejuvenescedoras, ou a quente, com o uso de cimentos asfálticos com agentes rejuvenescedores, adicionados ao material fresado. f) Asfaltos modificados. Para melhorar o desempenho do ligante asfáltico para que este possa trabalhar em situações adversas (condições ambientais, tráfego pesado, etc.), podem ser adicionados produtos modificadores de suas propriedades, como os asfaltos naturais (gilsonilta ou asfaltita), fíleres (cal, cimento, sílica etc.), fibras (vidro, asbestos, fibras de celulose e fibras poliméricas) ou por enxofre elementar. Entretanto, a modificação mais empregada atualmente é através do uso de polímeros. As influências em termos qualitativos dos vários tipos de modificadores de asfalto são apresentadas na Tabela 2.5. Maiores detalhes destes asfaltos poderão ser vistos no ítem 2.3. Tabela 2.5– Benefícios de diferentes tipos de modificadores de asfalto (Bernucci et al, 2008) Modificador Deformação Permanente Elastômeros * Plastômeros * Borracha de Pneu * Negro de Fumo * Trincas Térmicas Trincas de Fadiga Dano por Umidade * * * * * * * Cal * Enxofre * Modificadores químicos * Envelhecimento Antioxidante * * Melhorador de adesividade * * Cal hidratada * * (*) Símbolo significa que há benefício. 43 2.2.6 Revestimentos asfálticos O revestimento ou capa de rolamento é a camada do pavimento que tem a função de receber os esforços oriundos da ação do tráfego, resistir à sua ação abrasiva e transmitilos de forma atenuada às camadas inferiores. Deve proporcionar aos usuários boas condições ao rolamento (conforto e segurança). Desempenha também a função de impermeabilizar o pavimento, protegendo as camadas inferiores dos agentes intempéricos. Segundo DNER (1996), os revestimentos asfálticos são constituídos pela associação de agregados e materiais betuminosos, que pode ser feita de duas maneiras clássicas: por penetração ou por mistura. 2.2.6.1 Revestimento asfáltico por penetração Consistem nas técnicas de pavimentação em que a mistura de agregados e ligantes é feita na pista, com posterior compactação, que irá promover o recobrimento e a adesão dos agregados pelo ligante. Os revestimentos por penetração distinguem-se pelo processo de aplicação do ligante: Penetração Direta: A execução deste revestimento é iniciada com o espalhamento e compactação de camadas de agregados com granulometria apropriada, sendo cada camada, após compressão, submetida à aplicação de material betuminoso. Neste tipo de revestimento, a última camada deve receber uma aplicação final de agregado miúdo. Exemplo: Macadame betuminoso. Penetração invertida: A execução deste revestimento é iniciada através de uma ou mais aplicações de material betuminoso, seguidas de idênticos números de operações de espalhamento e compressão de camadas de agregados com granulometria apropriadas. Exemplo: Tratamentos superficiais e capas selantes. 44 Os tratamentos superficiais são executados da seguinte forma: O ligante é espargido sobre a base imprimada. Após a aplicação do ligante, efetua-se o espalhamento do agregado, normalmente por caminhões basculantes dotados de distribuidores. Procedese então a compressão dos agregados sobre o ligante com rolo compactador apropriado. O número de vezes que o procedimento é realizado define a nomenclatura do tratamento: Tratamento superficial simples, duplo ou triplo. 2.2.6.2 Revestimentos asfálticos por mistura Nestes revestimentos, a mistura do agregado com o material betuminoso é efetuada em usinas de asfalto. A massa asfáltica é então transportada até o local de aplicação, onde é transferida para uma unidade de aplicação (vibroacabadora) que a distribuirá na pista para então ser compactada. De acordo com o processo construtivo, os revestimentos por misturas podem ser classificados em: pré-misturado a frio (quando os tipos de agregados e de ligantes utilizados permitem que o espalhamento seja feito à temperatura ambiente) e prémisturado a quente (quando é necessário o aquecimento do ligante e do agregado para que seja efetuada a mistura), sendo descritos a seguir. • CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente Concreto betuminoso é o produto resultante da mistura a quente, realizada em usina apropriada, de agregado mineral graduado, material de enchimento (filler) e cimento asfáltico, espalhado e compactado a quente, de modo a satisfazer as exigências das especificações e de projeto, tais como granulometria, teor de betume, estabilidade, volume de vazios, etc. A designação, concreto betuminoso usinado a quente ou concreto asfáltico, tem sido reservada para pré-misturados a quente de graduação densa, em que são feitas rigorosas exigências no que diz respeito a equipamentos de construção e índices tecnológicos. 45 • SMA – “Stone Matrix Asphalt” Conforme Bernucci et al (2008), é um revestimento asfáltico, usinado a quente, concebido para maximizar o contato entre os agregados graúdos, aumentando a interação grão-grão. A mistura asfáltica SMA é caracterizada pelo elevado conteúdo de agregado que forma o esqueleto mineral. Os vazios no esqueleto mineral são preenchidos por um mástique betuminoso de alta viscosidade. O alto percentual de agregado graúdo, de cerca de 70%, assegura um contato grão/grão depois da compactação. A rigidez necessária para o mástique é alcançada por meio da adição da areia britada (Horst, 2000, apud Cardoso, 2004). O consumo de ligante varia entre 6,0 e 7,5% e é aplicado com espessuras variando de 1,5 a 7,0 cm. Esta mistura tende a ser impermeável, com volume de vazios variando de 4 a 6%. • CPA – Camada Porosa de Atrito São concretos asfálticos que apresentam granulometria aberta, com grande percentagem de vazios, normalmente entre 18 e 25%, em função das pequenas quantidades de filler utilizados, agregado graúdo e ligante asfáltico. É empregado como camada de rolamento com a finalidade principal de aumentar a aderência pneu-pavimento em dias de chuva, atuando também como atenuador de ruídos. Os agregados utilizados devem ser todos britados, apresentar abrasão Los Angeles de no máximo 30%, índice de forma ≥ 0,5, sanidade com perda ≤ 12% e absorção de água máxima de 12%.(Bernucci et al, 2008). • “Gap-graded” É uma mistura que apresenta uma graduação descontínua, proporcionando uma textura superficial rugosa ou aberta, mas com teor de vazios não elevados. 46 • AAUQ - Areia Asfalto Usinada à Quente É uma mistura em usina a quente, composta de agregado miúdo, geralmente areia, cimento asfáltico de petróleo e caso necessário, filler. (Bernucci et al, 2008). É utilizada como revestimento em rodovias com pequeno volume de tráfego, podendo ser utilizada também como camada de regularização ou de nivelamento. Esta mistura apresenta um desgaste acentuado e é recomendado principalmente para locais onde a aquisição de agregado graúdo for onerosa. A espessura da camada acabada não deve ultrapassar 5 cm. 2.2.6.3 Misturas Confeccionadas e Aplicadas por Usinas Móveis São as denominadas lamas asfálticas, consistindo basicamente da associação entre agregados minerais, material de enchimento ou filler, emulsão asfáltica e água, que são misturadas e espalhadas por uma usina montada em caminhão dotado de silos frios, tanques de emulsão e água, misturador e espalhador. O microrevestimento asfáltico é um tipo de lama asfáltica, sua diferença em relação à lama tradicional consiste na utilização de emulsão modificada por polímero (Bernucci et al, 2008). A utilização de ambas se dá principalmente na manutenção de pavimentos que apresentam desgaste superficial e pequeno grau de trincamento. Por possuir elevado coeficiente de atrito, pode ser utilizada também como camada de atrito, empregadas na correção de pavimentos que apresentam superfícies escorregadias, quando se emprega uma granulometria mais graúda de agregados (Bernucci et al, 2008). A espessura acabada é da ordem de 5 mm. 2.2.7 Os defeitos nos pavimentos asfálticos No Brasil, grande parte dos pavimentos flexíveis possui revestimento de concreto asfáltico e, como já discutido, estão sujeitos aos efeitos do envelhecimento, podendo 47 também apresentar desgaste prematuro, quer seja por falhas de projeto ou de execução, pela falta de manutenção adequada ou pela ação de fatores externos, como o clima e o tráfego. Os principais defeitos dos pavimentos flexíveis são: afundamento da trilha de roda; fissuras de fadiga; retração térmica e perda de adesividade. O afundamento da trilha de roda e as fissuras de fadiga estão mais relacionados com o tráfego atuante e a estrutura do pavimento, enquanto a retração térmica e a perda de adesividade estão associadas com as características dos materiais utilizados e as condições climáticas atuantes (Specht, 2004). 2.2.7.1 Afundamento de trilha de roda O defeito mais freqüente nos pavimentos flexíveis. Ocorrem deformações permanentes, irreversíveis, nas trilhas de rodas dos caminhões nas estradas, corredores de ônibus urbanos, e nos pátios de estacionamento com revestimentos asfálticos. Segundo Yoder e Witczak (1975), a deformação permanente é uma manifestação de dois diferentes mecanismos, ou seja, uma combinação da densificação (variação de volume) e da deformação cisalhante repetida (fluxo plástico sem variação de volume), Além das condições do tráfego e condições ambientais terem efeitos diretos sobre a ocorrência das trilhas-de-roda, as propriedades das misturas são de suma importância no entendimento do fenômeno e, conseqüentemente, no controle de sua ocorrência em pavimentos. 2.2.7.2 Fissuras por fadiga O fenômeno da fadiga pode ser descrito como um processo de deterioração que o pavimento apresenta quando submetido a um estado de tensões e de deformações repetidas, causando assim o aparecimento de trincas ou fraturas completas, após um número suficiente de repetições do carregamento. 48 Para Medina e Motta (2005), o trincamento é o início de uma fase de deterioração estrutural que altera o estado de tensões e deformações dos pavimentos asfálticos e tem por conseqüência a queda do seu desempenho. Segundo os mesmos autores, as misturas asfálticas com volume de vazios elevados são mais susceptíveis ao trincamento por fadiga. As trincas iniciam-se geralmente na parte inferior do revestimento, propagando-se por reflexão para as camadas superiores até atingir a superfície. Em revestimentos espessos, de 20cm ou mais, as trincas podem ter início na superfície, pela curvatura convexa próximo às rodas (Medina e Motta, 2005). 2.2.7.3 Perda de adesividade Oliveira Filho e Soares (2006) relatam que, em misturas asfálticas, a perda da adesividade entre agregado e ligante está comumente relacionada três fatores: a incompatibilidade entre a constituição mineralógica do agregado e a constituição físicoquímica do material betuminoso, a ação da água e a presença de sujeira e finos na superfície do agregado. Ainda segundo os autores, a perda de adesão do ligante asfáltico com a superfície do agregado (fratura adesiva) bem como a fratura do próprio filme de ligante (fratura coesiva), é a origem de muitos tipos de defeitos ocorrente na superfície dos pavimentos, incluindo o trincamento por fadiga, as trilhas-de-roda e danos por umidade. Specht (2004) comenta que outro fator importante é a influência do volume de vazios da mistura na sua propensão a danos devido a ação da umidade. Misturas com volume de vazios entre 6 e 13% não são impermeáveis, tampouco possuem boas características drenantes, sendo assim mais susceptíveis ao dano por umidade induzida. De acordo com o autor um eficiente sistema de drenagem de um pavimento é capaz de evitar o acúmulo de água junto ao revestimento e a umidade ascendente por capilaridade. 49 De acordo com Leite (1999), a adição de polímeros ao asfalto melhora sensivelmente a sua propriedade mecânica, em especial a resistência ao trincamento a baixas temperaturas e ao escoamento sob condições de temperaturas elevadas. Estes ganhos de resistência concorrem com a melhoria de qualidade dos pavimentos rodoviários, tendendo a retardar o aparecimento das patologias citadas. 50 2.3 ASFALTO MODIFICADO A busca constante de novos materiais que melhorem o desempenho dos pavimentos flexíveis levou ao desenvolvimento e uso de asfaltos modificados, que visam ampliar a faixa de utilização dos ligantes asfálticos. Insere-se neste contexto a utilização de asfaltos modificados com polímeros, que dão à mistura alta flexibilidade, coesão e durabilidade incrementando a resistência dos agregados ao arranque, sob a ação dos esforços tangenciais gerados pelas cargas oriundas do tráfego, ao longo da sua vida útil (Oda e Fernandes Júnior, 2001). Gonzalez et al. (2004), mostraram que a adição de polímeros ao CAP melhora suas propriedades viscoelásticas conferindo maior estabilidade ao pavimento. Lamontagne et al. (2001), ao estabelecerem a comparação entre o asfalto puro e o modificado, concluíram que CAP’s modificados por polímeros reduzem a susceptibilidade térmica e a deformação permanente causadas pelo grande número de solicitações de cargas induzidas pelo tráfego, aumentando assim a vida útil dos pavimentos. 2.3.1 Os polímeros modificadores As moléculas que contém um número de átomos encadeados superior a uma centena, unidas por ligações covalentes são denominadas macromoléculas. Essas moléculas têm características próprias que passam a predominar sobre as características dos átomos que as constituem. Essas propriedades decorrem de interações envolvendo segmentos da mesma macromolécula ou de outras. As propriedades especiais das macromoléculas, geralmente surgem a partir de um peso molecular entre 1000 e 1500, aumentando à medida que há crescimento deste valor (Pinto, 2003). Diferentemente das macromoléculas naturais que são estruturalmente complexas, as macromoléculas sintéticas são estruturalmente simples, formadas por unidades repetidas, denominadas monômeros e por isso são chamadas de polímeros. Os 51 homopolímeros são aqueles constituídos por apenas um monômero. Os copolímeros, por sua vez, apresentam pelo menos dois monômeros em sua estrutura. (Leite, 1999) Os polímeros se classificam de diversas formas: a) quanto à ocorrência: naturais e sintéticos; b) quanto à preparação: adição e copolímeros; c) quanto à cadeia: homogêneos ou heterogêneos; d) quanto à estrutura: lineares ou tridimensionais; e) industriais: elastômeros, plásticos e fibras. O copolímero apresenta geralmente melhores propriedades físicas e mecânicas, e por isso, o completo domínio da tecnologia de copolimerização foi um importante avanço na engenharia de construção (Pinto, 2003). Estruturalmente os polímeros são classificados em lineares (termo-sensíveis) e tridimensionais (termofixos). Monômeros bifuncionais geram polímeros de cadeias lineares, enquanto os monômeros tri e tetrafuncionais geram os tridimensionais, caracterizado por uma estrutura espacial obtida pela interligação dessas unidades polifuncionais. Em função da posição de cada monômero na cadeia de polímero, têm-se os co-polímeros randômicos, quando unidades químicas estão dispostas aleatoriamente na cadeia polimérica os polímeros são ditos estatísticos, por outro lado se houver uma disposição perfeita entre os monômeros, estes são chamados de copolímeros alternados. Os copolímeros em bloco são os que apresentam unidades químicas iguais alternadamente. Se houver ramificações poliméricas na cadeia principal tem-se o copolímero enxertado ou grafitizado (Pinto, 2003). A união de dois copolímeros para formar um terceiro tem-se o Terpolímero (Negrão, 2006). De acordo com Leite (1999), a classificação mais utilizada para os polímeros é a de Disnnem que os classifica em quatro grupos distintos, que são: 52 • Termorrígidos: são aqueles que não se fundem, degradam ao atingirem uma temperatura limite e endurecem irreversivelmente depois de aquecidos a uma temperatura que é função de sua estrutura química. As cadeias moleculares formam rede tridimensional resistente a qualquer mobilidade. • Termoplásticos: são aqueles que, por apresentarem ligações intermoleculares mais fracas (Van der Walls), se fundem e se tornam maleáveis, de modo reversível, quando aquecidos. Normalmente consistem de cadeias lineares, mas podem ser também ramificadas. São adicionados aos asfaltos à alta temperatura. • Elastômeros: são aqueles que quando aquecidos se decompõem antes de amolecer e apresentam propriedades elásticas semelhantes às da borracha (DNER, 1998); • Elastômero-termoplásticos: são aqueles que, ao serem aquecidos se comportam como termoplásticos, mas em temperaturas mais baixas apresentam propriedades elásticas (DNER, 1998). Leite et al. (2004) comentam que alguns modificadores ácidos, em especial o ácido polifosfórico, melhoram a susceptibilidade térmica dos CAP’s e vêm sendo empregados com sucesso nos EUA. Recentemente foi desenvolvido um polímero reativo para modificar quimicamente o asfalto, designado terpolímero de etileno, butilacrilato e glicidilmetacrilato, comercializado como Elvaloy®. Com o objetivo de padronizar o uso dos asfaltos modificados com polímero, técnicos do IPR/DNER elaboraram algumas especificações para asfalto e emulsão modificados com polímeros, conforme apresentado nas tabelas 2.6 e 2.7, respectivamente. O índice de suscetibilidade térmica (IST) deve ser determinado a partir da inclinação da reta penetração x temperatura, para temperaturas de 15, 20, 25, 30 e 35°C. A inclinação 53 da reta é determinada pelo ajuste da Equação 2.7: log (pen) = C + AT, aos pontos dos ensaios, onde: A = inclinação da reta; C = constante; T = temperatura (°C) PEN = penetração em décimos de milímetro (DNER, ES 385/99, 1999). O produto não deve produzir espuma quando aquecido a 175°C. Tabela 2.6 - Especificação de asfalto modificado por polímero SBS (DNER-EM 396/99) Exigência Característica Mínima Máxima Penetração: 100 g, 5 s, 25ºC, 0,1 mm 45 - Ponto de fulgor, ºC 235 - Ductilidade, 25ºC, 5 cm/min, cm 100 - Densidade relativa 25ºC/25ºC 1,00 1,05 60 85 - -13 Recuperação elástica, 20cm, 25°C, % 85 - Viscosidade cinemática, 135ºC, Cst 850 - Viscosidade cinemática, 155ºC, Cst 350 - - 4 • diferença de recuperação elástica, 20 cm, 25ºC - 3 índice de suscetibilidade térmica (ISTx10²) 2 5 - 1,0 50 - - 4 80 - Ponto de amolecimento, ºC Ponto de ruptura FRAASS, ºC Estabilidade ao armazenamento, 500 ml em estufa a 163ºC por 5 dias: • diferença de ponto de amolecimento, ºC Efeito do calor e do ar Variação de massa,% Porcentagem da penetração original Variação do ponto de amolecimento, ºC Recuperação elástica, % 54 Tabela 2.7 - Especificação de emulsão asfáltica polimerizada por SBS ou SBR para pintura de ligação (DNER-EM 396/99) Exigência Ensaios Característica Mínima Máxima SBS SBR SBS e SBR 20 20 30 ABNT – NBR 14491 Viscosidade Saybolt Furol, 25ºC, s DNER – ME 006/94 Sedimentação, cinco dias, % em peso - - 5 DNER – ME 002/98 Peneiramento, retido peneira 0,84mm % em peso - - 0,10 ABNT – NBR 002/98 Carga de partícula Positiva Positiva - Resíduo de emulsão por destilação % em peso 62 62 - DNER – ME 003/94 Penetração, 100g, 5s, 25ºC, 0,1mm 50 50 100 ABNT – NBR 6560 Ponto de amolecimento, ºC 55 55 - ASTM – D 2170 Viscosidade cinemática, 135ºC, Cst 650 550 - DNER – ME 382/99 Recuperação elástica, 20cm, 25ºC % 75 60 - ABNT – NBR 6293 Ductibilidade, 25ºC, cm/ mim, cm 60 60 - ABNT – NBR 6568 Ensaio sobre o resíduo Conforme salienta Nascimento e Reis (1999) os polímeros do tipo elastômero termoplásticos alteram sensivelmente o comportamento do cimento asfáltico, melhorando as propriedades mecânicas num grande intervalo de temperatura, sob os aspectos seguintes: • acrescentam elasticidade ao cimento asfáltico, produzindo revestimentos mais flexíveis. Para baixas temperaturas, o ganho de elasticidade os torna menos susceptíveis ao aparecimento de trincas e fissuras. Os elastômeros proporcionam também incrementos no ponto de amolecimento e da viscosidade do CAP. Para temperaturas elevadas, este efeito minimiza o risco de exsudação, afundamento e redução da macrotextura do pavimento; • obtêm-se ligantes que, para a temperatura de aplicação, apresentam viscosidade dentro dos limites recomendados pelas especificações e que na faixa de temperatura de trabalho, apresentam elevada viscosidade; • são capazes de retardar o envelhecimento do asfalto; • o ponto de amolecimento , superior ao dos cimentos asfálticos convencionais 55 tornam o módulo de rigidez menos susceptíveis às variações de temperatura; • permitem a realização de revestimentos com módulos elásticos dinâmicos que atendam às condições a que serão submetidos, acarretando no aumento da resistência dos pavimentos às deformações permanentes e à fadiga, sobretudo para temperaturas de trabalho elevadas. Os principais tipos de polímeros produzidos no Brasil estão apresentados na Tabela 2.8. Tabela 2.8 - Principais tipos de polímeros produzidos no Brasil Empresa Produto Shell, Petroflex SBS Politeno, Poliolefinas EVA Polibrasil, Polipropileno PP Petroflex SBR Brasilvil, Eletrocloro PVC Vulcan Poliuretano Nitriflex EPDM Union Carbide, Polialden, Eletrocloro, Polisul LPDE Du pont* RET Fonte: Leite (1999), * Negrão (2006) 2.3.2 Influência da variação da temperatura sobre o asfalto modificado O asfalto é um material termosensível, ou seja, seu desempenho mecânico é largamente influenciado pela variação da temperatura e também pelo tempo de aplicação de cargas. A esta influência que a temperatura exerce sobre o comportamento dos materiais, dá-se o nome de susceptibilidade térmica, fator preponderante na durabilidade do asfalto. (Coelho, 1996) Ramos (1996), relata que o índice de susceptibilidade térmica de Pfeiffer-Van Doormal (IST), é um dos mais importantes parâmetros utilizados na caracterização dos asfaltos. 56 Este índice é obtido através dos resultados do ensaio de penetração (PEN) e do ponto de amolecimento (PA) e calculado através da seguinte expressão: IST = 500 × log PEN + 20 × PA − 1951 Equação 2.8 120 − 50 × log PEN + PA Onde: PEN, em décimos de mm e PA em ºC. Valores de IST < -2 indicam asfaltos muito suscetíveis a variações de temperatura, isto é, amolecem rapidamente com o aumento de temperatura permitindo o aparecimento de deformações plásticas ou permanentes; IST > +2 indica asfaltos oxidados, pouco influenciáveis à temperatura e quebradiços a baixas temperaturas, não sendo indicados para fins de pavimentação (Santana e Gontijo, 1994). Conforme salientam Guarçoni e Santana (1990) a ruptura dos concretos asfálticos, sob baixas temperaturas, se deve principalmente ao aumento da rigidez do ligante utilizado. Isso está ligado ao fenômeno da oxidação (envelhecimento do CAP em serviço), caracterizado pela diminuição dos maltenos e aumento dos asfaltenos. O enrijecimento do ligante leva o pavimento a perder sua flexibilidade, provocando o surgimento de trincas generalizadas. Ramos et al (1996) afirmam que o SBS, por ser um copolímero termoplástico, permite que o ligante modificado possa fluir livremente quando aquecidos, em virtude dos domínios estirênicos. Entretanto, embora o CAP se torne excessivamente fluido nas temperaturas mais altas de trabalho, os domínios estirênicos do SBS permanecem sólidos, o que faz com que o ligante, nessas condições, trabalhe como borracha vulcanizada. Segundo Guarçoni e Santana (1990), o aparecimento destes domínios de poliestireno à temperatura ambiente (até 80 ºC) é responsável pelo alto valor do módulo de elasticidade destes materiais. Quando a temperatura se eleva acima de 80 ºC estes domínios fundem e o módulo cai rapidamente. O SBS quando misturado ao asfalto 57 poderá apresentar estes domínios até 80 ºC, desde que o teor de componentes aromáticos (aromaticidade) seja tal que permita a compatibilização do SBS com o asfalto e não dissolva os domínios de poliestireno formados. 2.3.3 Classificação dos polímeros para modificar os asfaltos Segundo Bernucci et al (2008), nem todos os polímeros são passíveis de serem adicionados ao CAP. Por outro lado, nem todos os cimentos asfálticos, quando modificados por polímeros, apresentam estabilidade à estocagem. Estes fatos implicam na adoção de cuidados na escolha do polímero e sua compatibilidade com os agregados a serem utilizados. De acordo com Ramos. et al. (1996), a modificação dos asfaltos deve focar a obtenção de um ligante que apresente as mesmas características de fluidez nas temperaturas de mistura, espalhamento e compactação e, principalmente, que apresente um ganho na faixa de trabalho plástico quando comparado ao CAP puro, isto é, não deve se tornar demasiadamente rígido nas temperaturas mais baixas e deve preservar suas propriedades plásticas nas mais altas temperaturas de trabalho que o pavimento venha a ser submetido. O estado coloidal e a composição química bem definida dos ligantes asfálticos são fatores limitantes dos tipos de polímeros a serem utilizados na sua modificação. Bons resultados têm sido obtidos com polímeros que apresentam boa recuperação elástica e resistência mecânica à tração satisfatória (Reis e Santo, 1999). Segundo Reis e Santo (1999), os polímeros denominados comercialmente de borrachas termoplásticas (TR), apresentam blocos finais de poliestireno associados em domínios incorporados a uma matriz de borracha butadieno. Quando estes são dispersos no asfalto a quente, os domínios de poliestireno dissolvem-se completamente, passando a apresentar características termoplásticas, o que irá facilitar a mistura e a compactação da massa asfáltica. 58 Quando resfriados, esses blocos de poliestireno associam-se promovendo um entrelaçamento entre as cadeias de polibutadieno, formando uma rede tridimensional (crosslinking físico), concedendo ao material betuminoso propriedades de resistência mecânica e elasticidade similares aos da borracha vulcanizada. Os autores afirmam ainda, que através de uma modificação estrutural, é possível obter um produto homogêneo, estável termicamente, capaz de superar as limitações dos asfaltos tradicionais. Guarçoni e Santana (1990), citam que valores limites de viscosidade nas temperaturas de mistura impedem a utilização de grande número de polímeros, em especial aqueles de alto peso molecular (> 500.000). É o caso de polímeros que apresentam fraca coesão molar específica (1.000 a 1.300 cal/mol), tais como: polietileno, o poliisobutileno o polibutadieno e a borracha natural, que precisam ser adicionados em altas quantidades ao CAP, para conferir a esse ligante ganhos de resistência mecânica satisfatória. No caso de polímeros do tipo poliestireno (2.600 cal/mol) ou o acetato de polivinila (3.200 cal/mol), de alta coesão molar, a resistência intrínseca torna-se nitidamente mais elevada. Polímeros com alto grau de polimerização, ou seja, com cadeias longas e muito viscosas, alteram as propriedades reológicas do cimento asfáltico. A introdução de qualquer tipo de polímero promove uma perturbação no equilíbrio coloidal do ligante asfáltico, acarretando importantes conseqüências nas características mecânicas, químicas e na compatibilidade do sistema. De acordo com Leite e Soares (1997), a consistência do CAP a ser modificado pode ser qualquer uma das constantes das especificações brasileiras de asfalto. A adição de compatibilizantes à mistura de CAP e SBS altera a relação asfaltenos/aromáticos e a viscosidade da mistura, tornando-a compatível e com consistência capaz de melhorar as propriedades reológicas do CAP convencional. Esses compatibilizantes são diluentes aromáticos oriundos de unidade de produção de lubrificantes, unidade de craqueamento catalítico ou de unidades de destilação a vácuo de óleo de xisto. São produtos que possuem alto teor de carbono aromático. 59 Leite e Soares (1997) afirmam que as misturas de asfalto com polímero são sistemas multifásicos, compostos de uma fase rica em polímero, outra fase rica em asfaltenos não adsorvidos pelo polímero e uma terceira formada pelos maltenos. Estas fases existem em um equilíbrio metaestável que, do ponto de vista termodinâmico, tendem a separar. A separação ou não das mesmas é uma questão de condição cinética. Período de estocagem longo e a altas temperaturas implicarão em uma diminuição da viscosidade, criando condições propicias à separação de fases. A eficácia das misturas polímero-asfalto é função da concentração e do tipo de polímero usados. Citamos como exemplo o polímero SBS cuja concentração normalmente começa a ser relevante para teores entre 4 e 6% e o RET (Elvaloy) cujos teores normalmente se situam entre 1 e 2%. 2.3.4 Vantagens da utilização do asfalto modificado As principais vantagens da utilização do asfalto modificados, de acordo com Reis e Santo (1999), são as seguintes: - Nas misturas asfálticas densas: • maior resistência à ocorrência das deformações permanentes (trilhas-de-roda); • aumento da vida de fadiga; • reduzir a espessura da camada do revestimento; e • melhorar a adesão e a coesão frente à ação da água e do tráfego. - Nas camadas drenantes: • melhor resistência à ação da água e ao arrancamento do agregado pelo tráfego; • incremento na capacidade de drenagem superficial do pavimento, impedindo a formação de lâminas d’água, evitando a hidroplanagem; • diminuição do ruído, melhorando as condições de conforto e segurança dos usuários; 60 • maior espessura do filme asfaltico envolvendo os agregados, diminuindo o envelhecimento do ligante; • resistência ao aumento da densidade causada pelo tráfego, mantendo a permeabilidade. - Nas camadas de absorção de tensões: • manutenção das propriedades elásticas sob uma faixa maior de temperatura que o CAP convencional; • minimização da reflexão de trincas do revestimento antigo para o novo; • absorver as tensões, permitindo ao projetista reduzir a espessura das camadas asfálticas; e, • aumentar a ligação entre as camadas asfálticas. 2.3.5 Principais polímeros utilizados em pavimentação Segundo Leite (1999), os polímeros para uso em pavimentos podem ser definidos da seguinte maneira: SBS/SIS: são elastômeros termoplásticos que formam blocos do tipo estirenobutadieno-estireno ou estireno-isopreno-estireno. Quando aquecidos escoam-se livremente, mas apresentam resistência mecânica elevada e boas propriedades resilientes à temperatura ambiente. A configuração espacial do SBS é formada por duas regiões distintas: as esferas que são os microdomínios estirênicos e as molas que representam os microdomínios butadiênicos. Quando o SBS é dissolvido em um CAP apropriado, a porção estirênica será solvatada pelos componentes aromáticos do asfalto, formando um gel estabilizado, em que a seqüência butadiênica mantém a estrutura em certa conformação espacial 61 responsáveis pelas melhorias das propriedades reológicas deste material em relação ao cimento asfáltico puro. SBR: são copolímeros aleatórios de estireno e butadieno, obtidos principalmente por processo de polimerização em emulsão, em que as partículas de polímeros ficam suspensas no asfalto na forma de látex. Por pertencer à classe dos elastômeros, resistem bem a temperaturas elevadas e apresentam propriedades elásticas semelhante às da borracha. Apresenta também boa compatibilidade com o asfalto. Suas propriedades mecânicas não são significantes, mas podem ser muito melhoradas através do processo de vulcanização, que é obtida através de reação com enxofre ou peróxidos. EVA: é um copolímero plastômero de etileno e acetato de vinila. A porcentagem de acetato de vinila na composição desse copolímero pode variar, podendo ser muito baixa (3%) ou atingir cerca de 50%. Os segmentos de etileno são semicristalinos. Já os que contêm o grupo acetato compõem a fase amorfa. Suas maiores vantagens são a resistência à flexão e estabilidade térmica, aliadas a um custo razoável. A redução do teor de acetato de vinila aumenta o módulo de rigidez e a temperatura de amolecimento desses polímeros além de diminuir a temperatura de fragilidade. Escoa-se irreversivelmente quando submetidos a uma tensão cisalhante, visto que não possui reticulação como SBR ou microdomínios, como o SBS. RET (“Reative Elastomere Terpolymer”): terpolímero elastomérico reativo, é um polímero termoplástico que reage quimicamente com o asfalto, e será descrito no próximo tópico. 2.3.6 Polímero RET Um breve histórico do desenvolvimento deste polímero é apresentado por Negrão, (2006). Segundo o autor, as pesquisas para seu desenvolvimento, tiveram início em 1988, quando se buscava um modificador facilmente capaz de ser incorporado ao asfalto, com propriedades viscoelásticas similares às dos asfaltos com outros 62 modificadores utilizados, tais como os Copolímeros de Estireno Butadieno. Em 1989 foi desenvolvido o primeiro polímero do tipo RET de reação lenta. De 1994 até os dias de hoje foram desenvolvidos vários tipos de polímeros RET, destacando-se entre eles o de alta reação com catalisador. O polímero RET apresenta uma composição química diferenciada dos elastômeros formados por blocos de estireno-butadieno. É um terpolímero, ou seja, um polímero formado pela união de três monômeros, quais sejam: a coluna de etileno, o n-butil acrílato e o glicidil metacrilato. Quando adicionado ao asfalto ele reage quimicamente com os asfaltenos, resultando em uma substancia quimicamente estável. A reação química processada entre o polímero RET e o asfalteno é realizada pelo copolímero glicidil metacrilato, por uma reação de adição, isto é, as duas substancias envolvida produzem uma terceira, não havendo subprodutos como o vapor d`água ou gases (Negrão, 2006). Ainda conforme Negrão (2006), as principais características dos asfaltos modificados por polímeros do tipo RET são: • redução da suscetibilidade térmica; • melhora das características adesivas e coesivas; • aumento da resistência ao envelhecimento; • elevação do ponto de amolecimento; • diminuição do ponto de ruptura Fraass; • aumento do intervalo de plasticidade; • maior resistência à deformação permanente; • ótimo comportamento reológico. 63 CAPÍTULO 3 - NORMAS E METODOLOGIAS Neste capítulo, são apresentadas as normas e metodologias observadas no desenvolvimento do trabalho. Será abordada a especificação inerente a cada material utilizado, o método de ensaio e os procedimentos e estudos para o dimensionamento do reforço. A metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa, se constituiu de quatro fases. A primeira se refere ao levantamento das condições do pavimento existente no trecho experimental, que constou de avaliação objetiva da superfície do pavimento, medição da deflexão recuperável do pavimento através do Falling Weight Deflectometer e contagem de tráfego. Com os dados obtidos efetuou-se o dimensionamento do reforço. A fase seguinte foi composta dos estudos de laboratório, onde se analisou as características dos materiais pétreos, assim como a granulometria das britas. Com os resultados destes ensaios efetuou-se o projeto do concreto betuminoso usinado à quente a ser utilizado nos serviços de reforço do pavimento. A terceira fase constitui-se da modificação do cimento asfáltico de petróleo com o terpolímero elastomérico reativo nos teores de 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0% executado nos tanques apropriados existentes no canteiro de obras, confecção e aplicação do concreto asfáltico, execução do controle tecnológico da massa asfáltica onde se verificou as características Marshall, granulometria e teor de betume, ensaios do ligante asfáltico e controle de temperatura de usinagem da massa. A última etapa foi a verificação das características da camada de reforço executada, que constou de medição das deflexões nos bordos externos das duas faixas de rolamento, perfazendo dois pontos avaliados por estação, que estão distantes dez metros entre si. Foram extraídos da pista através de sonda rotativa, corpos-de-prova do revestimento asfáltico executado, onde foram medidas as massas específicas e executados ensaios de 64 resistência à tração por compressão diametral, módulo de resiliência e vida de fadiga. Esta etapa foi executada duas vezes, uma em redezembro de 2007 e a outra em outubro de 2008. 3.1 AGREGADOS 3.1.1 Características tecnológicas As características tecnológicas de um agregado servem para assegurar uma fácil distinção de materiais, de modo a se poder comprovar sua uniformidade, bem como a escolha de um material que resista, de forma adequada, as cargas que o pavimento irá suportar. Num serviço de pavimentação devem ser observadas as seguintes características dos agregados (Pinto, 1997): • Granulometria Representada pela curva de distribuição granulométrica, é uma das características que asseguram estabilidade aos pavimentos, em conseqüência do maior atrito interno obtido por entrosamento das partículas, desde a mais graúda à partícula mais fina. - Método utilizado: DNER – ME 083/98 • Forma A avaliação da forma predominante entre os grãos de um agregado é feita por um índice, denominado Índice de Forma, cuja determinação se faz por meio de ensaio específico de mesmo nome. Para uso em revestimentos asfálticos tipo tratamento superficial é importante que a maioria dos agregados empregados tenham a forma cúbica, no caso dos revestimentos por mistura é possível usar agregados com formas mais alongadas. 65 - Método utilizado: DNER – ME 086/97 • Porosidade A porosidade do agregado é avaliada através de ensaios de absorção de água. Indica a quantidade de água que um agregado é capaz de absorver quando em contato com a mesma. É determinada em função da diferença de pesos, expressos em percentagem, observados em uma amostra que, inicialmente é mergulhada em água por 24 horas e depois de seca em estufa a 100ºC-110ºC, até constância de peso. • Resistência ao choque e ao desgaste A resistência ao choque e ao desgaste está associada à ação do trafego ou aos movimentos recíprocos das diversas partículas. A resistência ao choque é avaliada pelo ensaio Treton e a resistência ao desgaste pelo ensaio de abrasão Los Angeles. • Durabilidade A durabilidade de um agregado está relacionada à resistência ao intemperismo. É avaliada por meio de um ensaio em que o agregado é submetido ao ataque de uma solução padronizada de sulfato de sódio ou de magnésio. - Método utilizado: DNER- ME 089/94 • Adesividade Uma das qualidades essenciais a se exigir de um agregado a ser usado em revestimentos asfálticos é que tenha boa adesividade, ou seja, não haja possibilidade de deslocamento da película betuminosa pela ação da água. Geralmente os agregados básicos ou hidrofílicos como os calcários e basaltos, têm maior adesividade dos que os ácidos ou hidrofóbicos como granitos e gnaisses. A boa adesividade pode ser conseguida com a adição de substancias melhoradoras de adesividade que se dividem em dois grandes 66 grupos: os sólidos: cal extinta, pó calcário, cimento portland; e os líquidos: alcatrões e dopes, sendo este o mais usado devido a sua eficiência e facilidade de uso. • Amostragem Para que as características dos agregados possam ser determinadas de modo correto é necessário que a amostra ensaiada seja representativa do agregado. Nos agregados amontoados no canteiro de obras, há a formação de uma segregação natural no material devido à tendência dos grãos maiores se acumularem na zona periférica do monte. Para a formação de amostra representativa são colhidas, em diferentes pontos do depósito ou do material amontoado, amostras parciais que após reunidas formarão a amostra total. Essa amostra deverá ser misturada e quarteada através de quarteador ou quarteamento manual. No quarteamento com quarteador procede-se do seguinte modo: Verte-se o agregado no quarteador, recolhendo-se a amostra dividida através da grade, em dois recipientes. Com o material de um dos recipientes é então passado outra vez no quarteador, dividindo-se em duas outras porções. Repete-se o procedimento até obter a quantidade pretendida de material. Para quartear o material manualmente, verte-se o material em forma de cone, o qual será transformado em tronco de cone com o auxilio de uma pá para achatamento. Em seguida divide-se diametralmente o tronco do cone em quatro partes mais ou menos iguais e tomam-se duas partes opostas de agregados misturando-as. Essa operação é repetida tantas vezes quantas forem necessárias para se obter uma quantidade de material desejada para a realização dos ensaios de caracterização. 3.1.2 Agregado graúdo Os agregados graúdos são os materiais pétreos com dimensões maiores do que 2,00mm, ou que ficam retidos na peneira nº. 10. Devem ser constituídos de fragmentos sãos, duráveis, não apresentar torrões de argila ou substancias nocivas, e ainda atender ao preconizado nos seguintes ensaios: 67 a) Abrasão Los Angeles - O objetivo deste ensaio é verificar o desgaste sofrido pelo agregado, quando colocado na máquina “Los Angeles”, juntamente com uma carga abrasiva, submetida a um certo numero de revoluções desta máquina a uma velocidade de 30rpm a 33rpm. O desgaste é expresso pela percentagem, em peso, pelo material que passa, após o ensaio, pela peneira de malha quadrada de 1,7mm. - Método utilizado: DNER-ME 035-98 - Graduação: A b) Índice de Forma – DNER-ME 054/97 c) 3.1.3 Durabilidade- DNER-ME 089/94 Agregado miúdo: Os agregados miúdos são os materiais com dimensões entre 0,075mm e 2,00mm (passante na peneira nº. 10 e retido na peneira nº. 200). Devem ter suas partículas individuais resistentes, livres de torrões de argila e substâncias nocivas e ainda, apresentar equivalente de areia igual ou superior a 55% (DNER-ME 054/97). Este ensaio tem por finalidade detectar a presença de finos plásticos nos agregados miúdos. Esses finos provocam fenômenos de retração e inchamento quando estão presentes nas misturas betuminosas. 3.2 LIGANTES ASFÁLTICOS Os ligantes utilizados na pesquisa foram o cimento asfáltico de petróleo (CAP) puro e o melhorado com polímero tipo terpolímero elastomérico reativo (RET). Ainda não há normatização para o asfalto melhorado com este polímero, tendo sido adotada para efeito de controle as Especificações dos Cimentos Asfálticos de Petróleo Modificados 68 por Polímeros SBS da Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Resolução ANP 31/2007), apresentada na Tabela 3.1. Tabela 3.1 - Especificações dos Cimentos Asfálticos de Petróleo Modificados por Polímero SBS ( Resolução ANP 31/2007) CARACTERÍSTICA LIMITE MÉTODO UNID. Grau Penetração (100 g, 5s, 25ºC) 0,1 mm Ponto de amolecimento, min ºC Viscosidade Brookfield Cp a 135ºC, spindle 21, 20 rpm, máx. a 150ºC, spindle 21,50 rpm, máx. a 177ºC, spindle 21, 100 rpm, máx. ABNT/ 50/65 55/75 60/85 65/90 45- 70 45-70 40-70 40-70 6576 D5 50 55 60 65 6560 D 36 15184 D 4402 1500 3000 3000 3000 1000 2000 2000 2000 500 1000 1000 1000 NBR ASTM Ponto de fulgor, mín. ºC 235 235 235 235 11341 D 92 Ensaio de Separação de fase, máx. ºC 5 5 5 5 15166 D 7173 Recuperação elástica a 25ºC, 20cm, mín. % 65 75 85 90 15086 D 6084 1 1 1 1 15235 D 2872 ºC -3 a +6 -5 a+7 -5 a+7 -5 a+7 6560 D 36 % 60 60 60 60 6576 D5 % 80 80 80 80 15086 D 6084 Efeito do calor e do ar (RTFOT) a 163ºC, 85 mín. Variação de massa, max.; % (1)(2) Variação do ponto de amolecimento, máx. (2) Percentagem de penetração original, mín. (2) Percentagem de Recuperação Elástica Original a 25ºC, mín. (2) % massa 69 (1) A variação em massa, em porcentagem, é definida como: M = (Minicial – Mfinal)/Minicial x 100 Onde: Minicial – massa antes do ensaio RTFOT Mfinal – massa após o ensaio RTFOT (2) Ensaio realizado após teste RTFOT 3.2.1 Caracterização dos ligantes Para a caracterização dos ligantes asfálticos foram realizados os ensaios abaixo discriminados: • Penetração (DNER ME 003/99) É a distância medida em décimos de milímetros, que uma agulha padrão pesando 100g, durante 5 segundos, penetra verticalmente em uma amostra de cimento asfáltico a uma temperatura de 25ºC. Este ensaio avalia indiretamente o grau de dureza do CAP, que é inversamente proporcional ao resultado do ensaio, sendo usado por algumas especificações, como por exemplo, a do DNIT, como parâmetro classificador de tipo. Este ensaio serve também para avaliar indiretamente o grau de envelhecimento do betume recuperado de um revestimento antigo (Negrão, 2006). • Viscosidade Saybolt - Furol (DNER ME 004/94) É definida como o tempo necessário, medido em segundos, para que sessenta mililitros de asfalto fluam, de modo contínuo, no viscosímetro Saybolt-Furol, por um orifício 70 circular de 0,169”, sob condições especificadas de temperatura. O principal objetivo deste ensaio é determinar a fluidez dos asfaltos nas temperaturas de trabalho. • Viscosidade Brookfield (NBR 15184) Avaliam a viscosidade aparente do asfalto nas temperaturas de transporte, usinagem e compactação de maneira a assegurar adequada trababilidade. • Ponto de Fulgor (DNER ME 148/94) É a menor temperatura na qual vapores provenientes do material betuminoso em aquecimento, se inflamam por uma chama padronizada. É um ensaio que visa à segurança no manuseio do asfalto, no transporte, estocagem e usinagem, quando são submetidos a altas temperatura. • Ductilidade (DNER ME 163/98) É o alongamento em centímetros obtido antes da ruptura de uma amostra de CAP, na seção diminuída do molde com largura inicial de 10mm, em banho de água a 25ºC, tracionada a uma velocidade de 5cm/minuto. É uma maneira indireta de se avaliar a coesão dos asfaltos. Essa propriedade demonstra a flexibilidade, isto é, a capacidade do material ensaiado de se deformar sem se romper. • Ponto de Amolecimento (DNER ME 247/94) Também conhecido como “ensaio de anel e bola”, é a temperatura em que uma esfera de aço pesando de 3,4 a 3,55 g, com diâmetro de 9,35 mm, atravessando um anel padronizado de 15,8 mm de diâmetro e 6,4mm de altura, cheio com material 71 betuminoso, toca uma placa de referência distante 25,4mm, sob condições especificadas. • Retorno Elástico (DNER ME 382/99) A recuperação elástica é a medida da capacidade de retorno do asfalto modificado por polímero após a interrupção da tração mecânica especificada. O ensaio consiste na colocação da amostra, devidamente preparada em um banho d’água, submetendo-a uma tração que produza um alongamento de 200mm, quando o material é seccionado e verificado o seu retorno após 60 minutos de repouso. O ensaio é executado a uma temperatura de 25±0,5ºC e à velocidade de 5±0,25mm/min. • Compatibilidade ou Separação de Fases (DNER ME 384/99) Fixa o valor da estabilidade ao armazenamento do asfalto modificado por polímero. O ensaio consiste em se colocar uma amostra de asfalto modificado em um recipiente de 500ml e, após cinco dias a 163ºC são determinados os pontos de amolecimento de amostras do topo e do fundo do recipiente. A estabilidade é a diferença entre os pontos de amolecimento assim determinados. Quanto menor for a diferença entre estes resultados maior é a compatibilidade entre o asfalto e o polímero. • Densidade a 20/4ºC (DNER ME 193/96) É a relação entre a massa do CAP a 20ºC e a massa de igual volume de água a 4ºC, tem por finalidade a transformação de unidades gravimétricas em volumétricas e é utilizada no calculo do volume de vazios de misturas asfálticas. • Efeito do Calor e do Ar (ABNT MB-425) Este ensaio simula as condições a que um cimento asfáltico de petróleo é submetido quando do processo de confecção de um concreto betuminoso usinado a quente. Permite verificar a presença de óleos leves e/ou oxidação da amostra durante o aquecimento. 72 O ensaio consiste em aquecer o CAP a uma temperatura superior a 97ºC acima do ponto de amolecimento do material analisado. Este material é colocado num recipiente cilíndrico com fundo chato apresentando uma espessura de 0,3cm. Após colocar a amostra no recipiente, deixa-se esfriar a temperatura ambiente e pesa-se com aproximação de 0,001g. Leva-se o material à estufa a 163±1ºC, durante 5 horas, com um giro de 5 rpm. Retira-se a amostra e deixa-se esfriar até a temperatura ambiente e pesa-se com precisão de 0,001g e calcula-se a variação de peso em percentagem sobre o peso do asfalto inicial. Após a pesagem da amostra, coloca-se o recipiente novamente na estufa onde é deixado por 15 minutos. Retira-se a amostra e verte-se o material para recipiente próprio e realiza-se o ensaio de penetração. • Índice de Susceptibilidade Térmica Indica a sensibilidade da consistência dos ligantes asfálticos à variação de temperatura. O conhecimento prévio sobre como se comportará um determinado ligante frente à variação de temperatura é de fundamental importância na qualidade dos serviços e também na segurança do usuário da rodovia, tendo em vista as deformações plásticas que poderão advir. Este ensaio deveria ser obrigatório no recebimento dos materiais nas obras. O índice de susceptibilidade térmica foi proposto em 1936 por Pfeiffer e Van Doormaal, e representa o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (log800xPA) e (logPx25ºC), admitindo-se como verdadeira a premissa de que a penetração na temperatura do ponto de amolecimento seja de 800 décimos de milímetro, o que não é aceito por muitos autores, que afirmam que a penetração de um grande número de CAPs no seu ponto de amolecimento pode diferir consideravelmente de 800, principalmente nos casos de CAPs com altos valores de ponto de amolecimento (Bernucci et al, 2008). Seu coeficiente angular é calculado através da Equação 3.1. Equação 3.1 73 Para resolver este problema, a especificação DNER-EM396/99, asfalto modificado por polímero SBS, determina que o índice de susceptibilidade térmica (IST), deve ser calculado a partir do coeficiente angular da reta log(pen) = C + tgα x T, para as penetrações correspondentes aos pontos de temperaturas de 15ºC, 20ºC, 25ºC, 30ºC e 35ºC, e C uma constante. Para se evitar o desenho em escala monolog e obtermos um valor preciso, sugerimos a adoção do ajuste da curva usando-se o método dos mínimos quadrados, conforme formula abaixo, que nos dá diretamente o parâmetro requerido, isto é, o coeficiente angular (tgα) da reta que melhor se ajusta aos pontos dados. n n n n ⋅ ∑ xiyi − ∑ xi ⋅ ∑ yi tgα = i =1 i =1 n i =1 n n ⋅ ∑ xi ² − (∑ xi )² i =1 Equação 3.2 i =1 onde: xi – temperaturas: 15ºC, 20ºC, 25ºC, 30ºC e 35ºC. yi – log pen. pen.- penetração à temperatura xi. Figura 3.1 – log penetração x temperatura 74 Para o calculo do Índice de Susceptibilidade Térmica (IST) utiliza-se a fórmula abaixo descrita. IST = 20 − 500 × tgα 1 + 50 × tgα Equação 3.3 3.2.2 Controle de Qualidade A norma DNIT 031/2006 – ES determina que no controle de qualidade do cimento asfáltico sejam efetuados no mínimo, os seguintes ensaios: • 01 ensaio de penetração a 25ºC para todo carregamento que chegar à obra. • 01 ensaio do ponto de fulgor, para todo carregamento que chegar à obra. • 01 índice de susceptibilidade térmica para cada 100 t. • 01 ensaio de espuma para todo carregamento que chegar à obra. • 01 ensaio de viscosidade “Saybolt-Furol”, para todo carregamento que chegar à obra. • 01 ensaio de viscosidade “Saybolt-Furol” a diferentes temperaturas para confecção da curva viscosidade x temperatura, para cada 100 t. A especificação de materiais DNER-EM 396/99 cita, além dos ensaios acima, parâmetros que devem ser atendidos de acordo com os seguintes ensaios: • Ductilidade, 25ºC, 5 cm/min, cm • Densidade relativa, 25ºC/25ºC • Ponto de Ruptura Fraas, ºC • Recuperação Elástica, 20 cm, 25ºC, % • Viscosidade Cinemática a 135ºC e 155ºC, cSt 75 3.2 MISTURAS ASFÁLTICAS Este item aborda a dosagem da mistura do concreto betuminoso usinado a quente – CBUQ, assim como a normatização e os métodos de ensaios a serem obedecidos. O projeto de concreto asfáltico deve ser formulado através do Método Marshall (DNERME 043/95), que é descrito sucintamente a seguir: • Coleta, quarteamento e analise granulométrica dos materiais a serem utilizados. • Seleção da faixa granulométrica (Tabela 3.2) a ser utilizada. Tabela 3.2 – Faixas Granulométricas (DNIT 031/2006 – ES) Peneira de malha quadrada Percentagem em massa, passando Série ASTM Abertura (mm) A B C Tolerâncias 2” 50,8 100 - - - 1½ 38,1 95 – 100 100 - ± 7% 1” 25,4 75 – 100 95 – 100 - ± 7% ¾ 19,1 60 – 90 80 – 100 100 ± 7% ½ 12,7 - - 80 – 100 ± 7% 3/8” 9,5 35 – 65 45 – 80 70 – 90 ± 7% Nº 4 4,8 25 – 50 28 – 60 44 – 72 ± 5% Nº 10 2 20 -40 20 – 45 22 – 50 ± 5% Nº 40 0,42 10 – 30 10 – 32 8 – 26 ± 5% Nº 80 0,18 5 – 20 8 – 20 4 – 16 ± 3% Nº 200 0,075 1-8 3–8 2 - 10 ± 2% 4,0 – 7,0 camada de ligação (Binder) 4,5 – 7,5 camada de ligação e rolamento 4,5 – 9,0 camada de rolamento ± 0,3% Asfalto solúvel no CS2(+) 76 • Determinação das percentagens de cada material componente da mistura, exceto o CAP, que somadas perfazem 100%. A granulometria da mistura poderá variar dentro de uma faixa de trabalho, que nada mais é do que a granulometria escolhida acrescida ou decrescida do valor da tolerância de cada peneira. A faixa de trabalho deverá se enquadrar dentro da faixa granulométrica adotada • Determinação das massa específicas reais dos agregados, Brita 1, Brita 0 e Pó de pedra. • Determinação da massa específica real do ligante • Cálculo da massa específica real da mistura de agregados (dag): dag. = 100 % Brita1 % Brita 0 % Pódepedra + + drBrita1 drBrita 0 drPódepedra Equação 3.4 Sendo: - % Brita 1, % Brita 0 e %Pó-de-pedra: Percentual de cada material utilizado. - dr: massa específica real, conforme item anterior. • Determinação da massa específica aparente da mistura agregado/ligante (da): Obtida diretamente através da pesagem ao ar e imersa do corpo de prova. • Cálculo da massa específica teórica da mistura agregado/ligante (dt): dt = 100 Equação 3.5 %CAP 100 − %CAP + db dag Sendo: db – Massa específica do betume dag – massa especifica do agregado %CAP – Percentagem de CAP na mistura • Vazios (Vv) (%) dag Vv = (1 − ) ⋅ 100 dt Equação 3.6 77 • Vazios cheios com betume (VCB)(%): VCB = %CAP ⋅ dag db Equação 3.7 • Vazios do agregado mineral (VAM) (%): VAM = Vv + VCB Equação 3.8 • Relação Betume Vazios (RBV) (%): RBV = VCB ⋅ 100 VAM Equação 3.9 • Com as quantidades de cada material, confeccionar os corpos-de-prova (três para cada teor), aquecer as misturas com 10ºC a 15ºC acima da temperatura do ligante, que deve ser a temperatura na qual o ligante apresente uma viscosidade Saybol-Furol de 85±10segundos. A temperatura de compactação deve ser a temperatura em que o ligante apresente viscosidade entre 125 e 155sSF. • Os teores de asfalto devem variar de 0,5%. • Resfriamento, desmoldagem e medições das dimensões (diâmetro e altura) dos corpos de prova. • Determinação da estabilidade e fluência Marshall • Os parâmetros Vv, RBV, Resistência à Tração e VAM devem se enquadrar nos valores especificados nas Tabelas 3.3. e 3.4. • Confecção dos gráficos: - % Vazios x % CAP - RBV x % CAP - Estabilidade x % CAP - Fluência x % CAP 78 • Determinação do teor de betume, verificando os menores e maiores teores que atendam simultaneamente, a todas as exigências de vazios, RBV, estabilidade e fluência. Tabela 3.3 - Características da Mistura Características Método de ensaio Camada de Rolamento Camada de Ligação (Binder) Porcentagem de vazios, % DNER-ME 043 3a5 4a6 Relação betume/vazios DNER-ME 043 75 – 82 65 - 72 Estabilidade, mínima, (Kgf) (75 golpes) DNER-ME 043 500 500 Resistência à Tração por Compressão Diametral estática, mínima, MPa DNER-ME 043 0,65 0,65 Tabela 3.4 Vazios do Agregado Mineral VAM – Vazios do Agregado Mineral Tamanho Nominal Máximo do agregado VAM Mínimo % # mm 1 ½” 38,1 13 1” 25,4 14 3/4” 19,1 15 1/2” 12,7 16 3/8” 9,5 18 79 3.4 ESTUDO DE TRÁFEGO O estudo de tráfego é uma das etapas mais importante no desenvolvimento de um projeto de restauração rodoviária, um erro nesta fase pode acarretar em projetos deficientes estruturalmente ou até mesmo em soluções superdimensionadas. As atividades desenvolvidas para este fim encontram-se citadas a seguir: - Contagem Volumétrica e Classificatória de Veículos; - Determinação do Volume Médio Diário de Tráfego; - Projeção do Tráfego; - Cálculo do Numero “N”. 3.4.1 Contagem Volumétrica e Classificatória de Veículos A contagem volumétrica e classificatória de veículos deve abarcar o tráfego médio da rodovia durante todo o ano, devendo ser planejada para que seja executada em dias médios de tráfego, ou, de preferência que seja realizado durante toda a semana. Merece atenção o tráfego sazonal, que porventura se utiliza da rodovia pesquisada, devendo ser identificado e quantificado, de modo a não mascarar a projeção da pesquisa para o trafego anual. Com os dados obtidos na contagem determina-se o Volume Médio Diário de Tráfego. 3.4.2 Projeção do Tráfego Para projeção do tráfego durante o período de projeto, deve ser adotada uma taxa de crescimento, em percentagem por ano. Com isto é possível efetuar a projeção do tráfego do ano de abertura ao trafego até o final do período de projeto, geralmente de 10 anos 3.4.3 Cálculo do Número “N” O Número Equivalente “N”, necessário ao dimensionamento do pavimento de uma rodovia, é definido pelo número de repetições equivalentes de um eixo-padrão de 80 kN (18.000 lb ou 8,2 tf), durante o período de vida útil do projeto. 80 Na determinação do Número “N” são considerados certos fatores relacionados com a composição do tráfego e referidos a cada categoria de veículos, definida em função da carga transportada e do número de eixos dos veículos. Seus valores anuais e acumulados durante o período de projeto são calculados com base nas projeções do tráfego, sendo necessário para isso o conhecimento qualitativo e quantitativo da composição presente e futura dos veículos. Esse conhecimento é obtido por meio das pesagens, pesquisa origem-destino, contagens volumétricas e classificatórias e pesquisas de tendências da frota regional ou nacional. Como descrito anteriormente a taxa de crescimento utilizada é definida pelo projetista em consonância com o órgão contratante. O número "N" é calculado pela seguinte expressão: N = 365 × P ×VDM × Fv × Fr × D × d Equação 3.10 onde: N = número equivalente de operações do eixo padrão; P = período de projeto; VDM = volume diário médio de tráfego; Fv = fator de veículo; Fr = fator climático regional; D = porcentagem de veículos comerciais na faixa mais solicitada; d = porcentagem de veículos por sentido. Os Fatores de Veículos utilizados para o cálculo no Número “N” foram os preconizados pela AASHTO e pelo USACE e são calculados segundo metodologia descrita a seguir. O fator de veículos (Fv) é um multiplicador que permite a determinação do número de eixos equivalentes ao eixo padrão a partir do volume de veículos que trafega durante o período de projeto. O fator de veículos é calculado a partir da seguinte expressão: 81 Fv = FE × FC Equação 3.11 onde: FE = fator de eixo; FC = fator de equivalência de carga. Como não se dispõe de dados atualizados que representem as cargas atuantes no referido trecho, a análise foi baseada na consideração de que a composição do fluxo de veículos comerciais na faixa de projeto é de 100% (fator direcional 0,50) e carregamento distribuído da seguinte forma: 25% dos veículos vazios, 70% dos veículos com a carga máxima legal e 5% com a tolerância atualmente permitida em relação ao Peso Bruto Total (PBT). Ressalta-se que o grau de carregamento máximo por tipo de eixo permitido pela Lei da Balança, permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.053. de 23.09.1997 – resolução nº 12 de 06/02/1998), que corresponde a 6,0 tf no eixo simples dianteiro, e 10,0 tf, 17,0 tf e 25,5 tf para os eixos simples, tandem duplo e tandem triplo traseiros, respectivamente. Os fatores de equivalência à carga padrão de 8,2 tf foram determinados analiticamente, considerando-se diversas situações dos veículos, com as cargas máximas legais por eixo e vazios, utilizando-se dois métodos de cálculo preconizados pelo DNER, o do USACE (United States Army Corps of Engineers) e o da AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials). Por fim, no intuito de se considerar as variações de umidade dos materiais constituintes do pavimento durante as diversas estações do ano (o que se traduz em variações da capacidade de suporte dos materiais), multiplica-se o número equivalente de operações do eixo padrão (ou parâmetro de tráfego) "N" por um coeficiente "Fr”, denominado Fator Regional, que, na pista experimental da AASHTO, variou de 0,2 (ocasiões em que prevalecem baixos teores de umidade) a 5,0 (ocasiões em que os materiais estão praticamente saturados). 82 Entretanto, no Brasil não se dispõe de elementos experimentais para tal determinação, mas de acordo com as recomendações do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER, 1996) pode-se adotar Fr = 1,0 3.5 LEVANTAMENTO DEFLECTOMÉTRICO No estudo destinado ao conhecimento da capacidade estrutural de um pavimento, um dos itens de maior relevância é o levantamento das deflexões recuperáveis. Este pode ser efetuado através de vários equipamentos. Dentre estes, destacamos a viga Benkelman e o Falling Weight Deflectometer, que passamos a descrever a seguir. 3.5.1 Viga Benkelman (DNER-ME 024/94) A viga Benkelman como é conhecido este instrumento, tem seu uso difundido no meio rodoviário entre outros, pelos seguintes motivos: economia, baixo preço de aquisição; facilidade de operação, não necessitando grande especialização dos operadores e robustez do equipamento. Seu uso está se disseminando para além da fase de projeto, há uso no controle de execução de camadas, como por exemplo sub-base e base. Foi idealizada pelo engenheiro A. C. Benkelman, do Bureau of Public Roads e utilizada pela primeira vez nas pistas experimentais da “WASHO”, em 1953. É constituída basicamente por uma parte fixa que é apoiada no pavimento por meio de três pés, sendo um regulável, e onde se encontra instalado um medidor de deslocamento (extensômetro) com precisão de 0,01mm. A outra parte é móvel, acoplada à parte fixa por meio de uma articulação, ficando uma das extremidades, que é a ponta de prova, em contato com o pavimento, no local onde se deseja medir a deflexão. A parte fixa, dispõe ainda de um vibrador, cuja função é eliminar eventuais atritos entre as partes móveis durante a operação de medida. As medições das deflexões são efetuadas na seguinte seqüência: 83 • Inserção da ponta de prova entre os pneus do caminhão. • Efetua-se a leitura inicial no extensômetro. • Execução das leituras dos pontos intermediários. • Leitura final quando o extensômetro estiver acusando uma velocidade de deformação menor que 0,01 mm/min e o caminhão estiver a no mínimo 10m à frente. A viga como qualquer instrumento mecânico que se deseja preciso, deve ser submetida previamente a uma aferição, que indicará se está apta para o trabalho. Deve ser dada atenção a precisão no carregamento do caminhão, com 8,2 tf simetricamente distribuída no eixo traseiro, e à calibração dos pneus com pressão de 0,56 MPa (80lbs). A deflexão do pavimento no ponto de prova é calculada por meio da formula: D = ( L0 − Lf ) × K Equação 3.12 Onde: D – deflexão real, em centésimos de milímetros; Lo – leitura inicial, em centésimos de milímetros; Lf – leitura final, em centésimos de milímetros; K – constante da viga (relação entre os braços); R= 6250 Equação 3.13 2( Do − D 25) Onde: R – raio de curvatura, em metros; Do – defexão real, em centésimos de milímetros; D25 – deflexão a 25 cm do ponto de prova, em centésimos de milímetro. 3.5.2 Falling Weight Deflectometer (DNER PRO 273/96) Os Levantamentos Deflectométricos para o dimensionamento, foram realizados com o emprego do Falling Weight Deflectometer (FWD) Dynatest 8000 visto na Figura 3.2, que é um deflectômetro de impacto projetado para simular o efeito de cargas de roda em 84 movimento. Isto é obtido pela queda de um conjunto de massas, a partir de alturas préfixadas, sobre um sistema de amortecedores de borracha, que transmitem a força aplicada a uma placa circular apoiada no pavimento, conforme Figura 3.3 (Dynatest, 2006). Figura 3.2 - Vista do Falling Weight Deflectometer (FWD) Dynatest 8000 E (Dynatest, 2006) Figura 3.3 – Vista do esquema do levantamento com o FWD (Dynatest, 2006) A carga do impulso pode ser variada, pela modificação da altura de queda ou da configuração de massas utilizada. Na placa circular existe uma célula de carga que mede 85 a carga do impacto proveniente da queda do conjunto de massas; a duração do pulso de carga varia de 0,25 a 0,30s, o que equivale aproximadamente a um veículo em movimento a 70 km/h. O aparelho é montado sob um trailer que é conduzido durante a realização dos ensaios por um automóvel com capacidade média de carga (Dynatest, 2006). Os deslocamentos recuperáveis gerados na superfície do pavimento (bacia de deflexões) são medidos por 7 geofones (transdutores de velocidade) instalados na placa de carga e ao longo de uma barra metálica, podem ser observado nas figuras 3.4 e 3.5. As distâncias dos geofones ao centro da placa de carga são fixadas visando maximizar a acurácia em função da estrutura do pavimento ensaiado, procurando-se posicioná-los de forma que as deflexões neles registradas reflitam a contribuição das diversas camadas na deformabilidade total do pavimento e defina completamente a geometria da bacia. Neste estudo foram empregados os seguintes espaçamentos para os geofones: 0, 20, 30, 45, 65, 90 e 120 cm (Dynatest, 2006). Tem-se então que o primeiro geofone mede a deflexão sob a ação da carga (Df1), o segundo geofone mede a deformação do pavimento a 20 cm do ponto de aplicação da carga (Df2) e assim sucessivamente. No levantamento, utilizou-se uma carga de 40 kN, equivalente ao semi-eixo padrão rodoviário das normas federais. Figura 3.4 – Bacia de deflexão medida com o FWD (Dynatest, 2006) 86 Figura 3.5 – Bacia de deflexão medida com o FWD (Dynatest, 2006) 3.6 AVALIAÇÃO OBJETIVA DA SUPERFÍCIE DO PAVIMENTO (DNER 006, 007 e 008/2003 – PRO) A “Avaliação Objetiva da Superfície de Pavimentos Flexíveis e Semi-rígidos” deve ser realizada em todas as faixas de rolamento do trecho em questão, para a determinação das ocorrências aparentes nas superfícies dos pavimentos asfálticos e as deformações permanentes nas trilhas de rodas. Devem ser demarcadas estações de avaliação, definidas como um retângulo de seis metros de comprimento, no sentido do estaqueamento, dispostos três metros à ré e três à vante da estaca, abrangendo a largura da faixa de rolamento. As superfícies avaliadas situadas nas estacas pares estão localizadas na faixa da direita e as impares na faixa esquerda, perfazendo uma distancia de vinte metros alternados em relação ao eixo da pista, e quarenta metros na mesma faixa. Os seguintes tipos de defeitos devem ser considerados na vistoria: • Trincas Classe 1 (FC-1); • Trincas Classe 2 (FC-2); • Trincas Classe 3 (FC-3); • Afundamento (ALP e ALT); • Ondulação e Panelas (O e P); • Exsudação (EX); 87 • Desgaste (D); • Remendos (R); O IGG (Índice de Gravidade Global) é o somatório dos Índices de Gravidade Individual que são calculados da seguinte maneira: • Freqüência relativa (fr): fr = fa × 100 n Equação 3.14 onde: fa – freqüência absoluta (número de ocorrências). n – número de estações inventariadas • Índice de Gravidade Individual (IGI): IGI = fr × fp Equação 3.15 onde: fp – fator de ponderação, conforme Tabela 3.5 Tabela 3.5 - Pesos para cálculo do IGG Tipo Defeito Fator de Ponderação 1 FC-1 0,2 2 FC-2 0,5 3 FC-3 0,8 4 ALP e ATP 0,9 5 6 OeP EX 1,0 0,5 7 D 0,3 8 R 0,6 88 • Índice de Gravidade Global (IGG): IGG = ∑ IGI 3.7 Equação 3.15 DIAGNÓSTICO Inicialmente, de posse dos elementos angariados durante a avaliação do pavimento, procede-se a divisão do trecho em segmentos cujo comportamento estrutural pode ser considerado como homogêneo e que, portanto, terão diagnósticos e tratamento analítico individualizados. A segmentação homogênea é realizada considerando-se como parâmetro de referência a condição estrutural do pavimento como um todo, representada pela deflexão sob a ação da carga. Nessa etapa, é utilizado o método das diferenças acumuladas, preconizado pela AASHTO para a divisão de uma rodovia em segmentos homogêneos, que consiste na seguinte seqüência de cálculo: A. Calcula-se o valor médio para toda a rodovia do parâmetro a ser analisado; B. Calcula-se a diferença entre o valor pontual e o valor médio; C. Calculam-se os valores acumulados das diferenças; D. Plota-se um gráfico onde a abscissa é a posição na rodovia e a ordenada apresenta os valores acumulados das diferenças. A variação do coeficiente angular da curva assim obtida indica uma mudança do comportamento médio de um determinado segmento para outro, caracterizando matematicamente as extremidades dos segmentos homogêneos. A Tabela 3.6 e a Figura 3.6 apresentam um exemplo hipotético de determinação de segmentos homogêneos conforme a metodologia descrita. 89 Tabela 3.6 – Exemplo de determinação de segmento homogêneo Distância 0,0 Parâmetro 70 Parâmetro - Média -10 Diferença Acumulada -10 0,2 70 -10 -20 0,4 70 -10 -30 0,6 90 10 -20 0,8 90 10 -10 1,0 90 10 0 Média 80 Figura 3.6 – Exemplo de determinação de segmento homogêneo Verifica-se, pelo gráfico acima, que o ponto de distância 0,4 é um limite de dois segmentos de comportamento distintos. Verifica-se, também, que os segmentos entre os pontos de distância 0 ao 0,4 e 0,4 ao 1,0 possuem comportamento semelhante do ponto de vista do parâmetro analisado. Com os segmentos homogêneos definidos, confeccionam-se duas tabelas, contendo os parâmetros estruturais e funcionais do pavimento, determinados respectivamente a partir do levantamento deflectométrico realizado com o FWD e do cadastro de defeitos realizado em conformidade com a norma DNER-PRO 08/2003. 90 - Parâmetros Estruturais do Segmento • Df1 – valor médio da deflexão medida sob a ação da carga, em 0,01 mm; • Df2 – valor médio da deflexão medida a 20 cm da carga, em 0,01 mm; • Df3 – valor médio da deflexão medida a 30 cm da carga, em 0,01 mm; • Df4 – valor médio da deflexão medida a 45 cm da carga, em 0,01 mm; • Df5 – valor médio da deflexão medida a 65 cm da carga, em 0,01 mm; • Df6 – valor médio da deflexão medida a 90 cm da carga, em 0,01 mm; • Df7 – valor médio da deflexão medida a 120 cm da carga, em 0,01 mm; • Df1 - Df4 – valor médio da diferença da deflexão medida sob a ação da carga e a deflexão medida a 45 cm da carga, em 0,01 mm; • Desvio – Desvio Padrão da deflexão medida sob a ação da carga, em 0,01 mm; • Dc – Deflexão Característica (Df1 + Desvio), em 0,01 mm; - Parâmetros Funcionais do Segmento • FC-2 – Trincas classe 2, em porcentagem das estações de análise; • FC-3 – Trincas classe 3, em porcentagem das estações de análise; • FC-2 + FC-3 – Trincas classe 2 e 3 somadas, em porcentagem das estações de análise; • Ondulação, em porcentagem das estações de análise; • Panelas, em porcentagem das estações de análise; • IGG – Índice de Gravidade Global; • Degrau entre pista de rolamento e acostamento, em cm. 3.8 DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO PELO MÉTODO DNER PRO 269/94 – TECNAPAV Descreveremos sucintamente o método de dimensionamento da espessura de reforço estrutural para um segmento homogêneo, proposta na norma DNER PRO 269/94 – Tecnapav. Para a realização desse estudo deve-se preliminarmente ter conhecimento do tráfego que se utilizará da rodovia ao longo do período abrangido pelo projeto, além dos dados 91 relativos às estruturas dos pavimentos existentes, assim como do levantamento deflectométrico. Em apertada síntese, a metodologia utilizada nesta norma consiste na comparação entre as deformações geradas pelo tráfego ao pavimento e as deformações admissíveis pelo mesmo sem que haja sua ruptura. Conforme visto, os dimensionamentos baseados na norma DNER PRO 269/94, estão alicerçados nos princípios da Mecânica dos Pavimentos, de maneira a fornecer ao pavimento analisado as características resilientes compatíveis com o tráfego esperado ao longo de sua vida útil. 3.8.1 Cálculo da Deflexão Admissível A deflexão admissível é a deflexão máxima que o pavimento pode suportar sem se romper, devido à fadiga causada pela ação das cargas geradas pelo tráfego ao longo de sua vida útil, isto é, até atingir o número “N” de projeto. É obtida através da seguinte equação: log Dadm = 3,148 − 0,188 log N Equação 3.16 onde: Dadm - Deflexão admissível; N - Número “N” acumulado de projeto. 3.8.2 Cálculo da Espessura Efetiva do Revestimento Um parâmetro importante de avaliação dos pavimentos é a espessura efetiva do revestimento existente. Ela é o cálculo da espessura em termos de um revestimento novo (com características e propriedades idênticas às da camada em análise), que tenha o mesmo comportamento 92 mecânico da camada em estudo. A espessura efetiva do revestimento é calculada pela seguinte equação: hef = −5,737+ 807,961 + 0,972× I1 + 4,101×I 2 Equação 3.17 Dc 0 ≤ hef ≤ he onde: hef -Espessura efetiva (cm); Dc -Deflexão característica (x 10 −2 mm); he -Espessura existente (cm). I1 e I2 - Constantes relacionadas às características resilientes da camada não granular da estrutura de referência conforme Tabela 3.7, em função do grupo de solos, determinado conforme Tabela 3.8. Tabela 3.7 – Valores de I1 e I2 I1 I2 Tipo I 0 0 Tipo II 1 0 Tipo III 0 1 Tabela 3.8 – Grupos de Solos S% CBR ≤35 35 a 65 ≥65 ≥ 10 I II III 6a9 II II III 2a5 III III III 93 Sendo S = 100 − P1 × 100 P2 Equação 3.18 Onde: S(%) – Silte, em % P1 – percentagem, em peso, de material cujas partículas tenham diâmetro inferior a 0,005mm, determinada na curva de distribuição granulométrica. P2 – percentagem, em peso, de material cujas partículas tenham diâmetro inferior a 0,075mm, determinada na curva de distribuição granulométrica. Os ensaios nas amostras coletadas através de sondagens realizadas no sub-leito do segmento, classificaram-no como tipo III, portanto os valores de I1 e I2 são respectivamente 0 e 1. O método recomenda analisar o valor calculado da espessura efetiva em função do grau de trincamento do revestimento asfáltico existente, desprezando-se o valor (hef=0) em situações com FC-2+FC3 próximos a 80% ou FC-3 superior a 30%. 3.8.3 Cálculo da Espessura de Reforço em CBUQ O dimensionamento do reforço em CBUQ, tem como finalidade obter a menor espessura de camada em concreto asfáltico, que garanta ao pavimento quando em serviço, atingir uma deflexão menor que a deflexão admissível, calculada no item 3.8.1. A espessura de reforço é obtida através da seguinte equação: HR = −19,015 + 238,14 Dadm − 1,357.hef + 1,016.I 1 + 3,893.I 2 Equação 3.19 Nas situações de hef=0 por razões de elevado grau de trincamento, onde o fenômeno da reflexão de trincas é predominante no desempenho da camada de reforço, a espessura 94 mínima recomendada pelas metodologias e normas vigentes no DNIT é da ordem de HR=10,0cm, resguardando a necessidade de correções localizadas preliminares. 3.9 MODIFICAÇÃO DO ASFALTO, CONFECÇÃO E APLICAÇÃO DO CONCRETO ASFÁLTICO 3.9.1 Modificação do Asfalto Na confecção do presente trabalho foi utilizado o cimento asfáltico de petróleo CAP 50/70 puro, e o mesmo ligante modificado com teores variáveis de 0,5%; 1,0%; 1,5% e 2,0% de polímero RET. Foi adicionada também uma quantidade fixa, de 0,22% de catalisador. Os percentuais citados são calculados sobre o cimento asfáltico de petróleo, em peso. O polímero utilizado foi o terpolímero elastomérico reativo (RET) de nome comercial Elvaloy®, produzido pela Du Pont, que são fornecidos em sacos plásticos de 25 kg. Conforme Tomé et al (2005), apresenta as seguintes características (Tabela 3.9): Tabela 3.9 – Características do Terpolímero Elvaloy® Características do Terpolímero Elvaloy® Solubilidade em água Desprezível Odor Moderado Inflamabilidade acima de 300ºC Cor Branco Estabilidade química até 240ºC O catalisador utilizado é o ácido polifosfórico, fórmula química H3PO4 a 116%, fornecido pela empresa Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda. Segundo Leite et al (2004), a adição de ácido polifosfórico melhora a susceptibilidade térmica do ligante e 95 por conseqüência, amplia a faixa de plasticidade do betume modificado além de, em baixos teores de ácido fornecer produtos estáveis de alto ponto de amolecimento e resistência à oxidação melhorada. A Tabela 3.10 apresenta, conforme Tomé et al. (2005), algumas características físicoquimicas do catalizador. Tabela 3.10 – Características físicas e químicas do catalisador Características físico-quimicas do ácido polifosfórico Estado físico líquido Forma extremamente viscoso Fusão < -50ºC Ebulição 550ºC Massa Volumétrica 2.060 kg/m³, a 25ºC pH < 2 (solução aquosa a 1g/100ml) Viscosidade 60.000mP a 25ºC O procedimento de mistura é apresentado a seguir: ▪ Calcular a quantidade de Elvaloy e ácido polifosfórico a ser adicionada. ▪ Aquecimento do CAP a uma temperatura superior a 175ºC. ▪ Adicionar o polímero lentamente ao tanque. ▪ Agitar a mistura por aproximadamente uma hora, para homogeneização, mantendo a temperatura superior a 180ºC. ▪ Verificar se o polímero está todo dissolvido no asfalto, caso não esteja, aguardar até a completa diluição. Este procedimento visa evitar a formação de grumos do polímero, que não se diluirá mais caso seja colocado em contato com o acido polifosfórico. ▪ Inserir o ácido polifosfórico, teor de 0,22% em peso do asfalto. ▪ ·Agitar por mais quatro horas até obter uma mistura CAP+polímero+ácido perfeitamente homogenia. 96 3.9.2 Confecção e Aplicação do Concreto Asfáltico A produção dos agregados, confecção e a aplicação do concreto asfáltico esteve a cargo da empresa Servix Engenharia S.A., com o apoio da Dynatest Ltda no controle de incorporação do polímero ao ligante. A confecção da massa foi realizada em uma usina gravimétrica Cyber – UA-2 com capacidade para produzir de sessenta a oitenta toneladas por hora. É composta de três silos frios e três silos quentes. Para armazenamento do CAP dispunha-se de quatro tanques, sendo que dois são para o produto puro, o terceiro comporta o CAP polimerizado e o quarto, que contém o mecanismo de mistura é utilizado para a adição do polímero ao asfalto e também para estocagem do produto até sua transferência para o terceiro tanque. A sistemática adotada para a execução dos serviços foi a seguinte: ▪ Fresagem do revestimento original devido ao alto grau de trincamento apresentado. ▪ Remoção do material fresado. ▪ Varredura mecânica e remoção do pó com ar comprimido. ▪ Execução de pintura de ligação com emulsão RR-1C. ▪ Aplicação de camada de bloqueio de trincas em CBUQ com espessura media de dois centímetros. ▪ Execução da camada de reforço em concreto betuminoso usinado a quente com polímero, com espessura de cinco centímetros. Deve-se enfatizar que o asfalto modificado por polímero tem a particularidade de ser aquecido a uma temperatura superior a 170ºC, praticamente o teto do aquecimento do CAP comum que é de 177ºC, para se atingir uma viscosidade que proporcione um bom envolvimento do ligante no agregado. A temperatura do agregado deve ser igual ou superior a 165ºC. 97 Os equipamentos utilizados nos trabalhos de preparo, espalhamento e compactação da mistura são os seguintes: ▪ Fresadora ▪ Vassoura mecânica rebocável. ▪ Compressor de ar com manqueiras. ▪ Caminhão espargidor. ▪ Vibro-acabadora Cyber AS 114 CR. ▪ Rolo liso de pneus Muller AP 26 ▪ Rolo tandem Muller VAP 55 VA ▪ Caminhões basculantes. O início dos trabalhos do trecho experimental se deu no dia 05 de dezembro de 2007 e devido ao trabalho de adição do polímero ao ligante, que é demorado, executava-se um teor a cada dia. O serviço iniciava-se em uma determinada faixa, e quando pronta, aguardava-se o resfriamento, invertia-se o tráfego, preparava a outra faixa, aplicava a massa e findo o segmento deslocavam-se as máquinas para início no segmento seguinte no próximo dia. A cronologia dos serviços assim como os locais estão apresentados na Tabela 3.11. Tabela 3.11 – Cronologia dos serviços e localização dos segmentos Estacas Data de Execução Teor de Polímero Início Fim 05/12/2007 0,0 2113 + 4,00 2128 06/12/2007 0,5 2089 2113 + 4,00 07/12/2007 1,0 2069 + 12,00 2089 08/12/2007 1,5 2051 2069 + 12,00 10/12/2007 2,0 2032 2051 98 Objetivando à densidade de projeto, iniciava-se a compactação da mistura logo após o espalhamento, executando sete passadas com o rolo liso de pneus a uma pressão de 80lbs, até não haver marcas dos pneus na massa recém espalhada, repete-se a operação com 100lbs e 120lbs. Conseguia-se fechar a compactação com quinze passadas em média. Em seqüência procedia-se a rolagem com o rolo tandem que realiza duas passadas sem vibração e duas vibrando a uma freqüência de 50 hz. 99 CAPÍTULO 4 - ESTUDO DE CASO: TRECHO EXPERIMENTAL O presente capítulo aborda as atividades de dimensionamento do reforço, estudos em laboratório, confecção, aplicação, controle e monitoramento do concreto asfáltico no trecho experimental da BR 116. 4.1 ESTUDOS EM LABORATÓRIO 4.1.1 Estudos em Agregados Os agregados utilizados no trecho experimental provinham da pedreira P-1 (Pescador), situada a 6,8 km da estaca 1456, lado esquerdo. Esta pedreira já foi utilizada anteriormente em serviços de pavimentação na mesma rodovia apresentando bons resultados. Sua natureza mineralógica é gnáissica, apresentando-se em alguns pontos descoberta ou sob uma capa de solo com espessura média de 5m. A vegetação existente é de cerrado ralo. O material pétreo em estado bruto foi coletado na pedreira, preparado e submetido aos seguintes ensaios: • Abrasão Los Angeles • Avaliação de Durabilidade pelo Emprego de Solução de Sulfato de Sódio Para os ensaios seguintes, os materiais foram coletados na descarga do misturador da usina, para cada silo quente, procedimento que constou de inúmeras descargas, até se obter uma constância das amostras. Este procedimento teve como objetivo principal, fornecer dados seguros e representativos destinados à confecção do projeto de concreto betuminoso usinado a quente. 100 • Granulometria As granulometrias dos materiais estão apresentadas nas Tabelas 4.1, 4.2 e 4.3. Tabela 4.1 – Granulometria Brita 1 GRANULOMETRIA BRITA 1 Peneiras mm Poleg. / Nº. 19,1 12,7 9,5 4,8 2,0 0,42 0,18 0,075 3/4” 1/2” 3/8” 4 10 40 80 200 % Passante 100 63,3 30,0 6,5 3,0 1,8 1,3 0,8 Tabela 4.2 – Granulometria Brita 0 GRANULOMETRIA BRITA 0 Peneiras Mm Poleg / Nº. 19,1 3/4” 12,7 1/2” 9,5 3/8” 4,8 4 2,0 10 0,42 40 0,18 80 0,075 200 101 % Passante 100 100 100 27,4 6,0 2,6 1,6 0,8 Tabela 4.3 – Granulometria Pó-de-pedra GRANULOMETRIA Pó de pedra Peneiras % Passante Mm Poleg / Nº. 19,1 3/4” 100 12,7 1/2” 100 9,5 3/8” 100 4,8 4 100 2,0 10 81,0 0,42 40 36,6 0,18 80 17,7 0,075 200 7,4 A Tabela 4.4 apresenta um resumo dos resultados dos ensaios efetuados nos agregados utilizados. Tabela 4.4 – Resumo dos Ensaios em Agregados QUADRO RESUMO DOS ENSAIOS Ensaio Resultado Especificação 41% <50% 1,26% <12% Equivalente de areia 81% >55% Índice de forma 0,59 >0,5 Abrasão Los Angeles Durabilidade O desgaste medido pelo ensaio de abrasão Los Angeles seria o item que poderia despertar preocupação, apesar de se enquadrar na especificação vigente. Ocorre que, esta pedreira começou a ser utilizada há mais de trinta anos em obras de restauração na própria BR 116, e com excelentes resultados, provando a qualidade de seus materiais pétreos. 102 4.1.2 Estudos em Ligantes A adição do polímero foi realizada em tanques especiais conforme mostrado na Figura 4.1, dotados de equipamentos providos de duas hélices de eixo vertical, que produzem a mistura do polímero e do ácido ao asfalto. Figura 4.1 – Tanque misturador de polímero e CAP Após a total incorporação do polímero ao ligante, para garantia da qualidade, o mesmo foi submetido aos seguintes ensaios: • Penetração Nos ensaios realizados, apresentados na Figura 4.2, observamos que há um aumento da penetração para teores de polímero de 0,5% para 1,0%, reduzindo o incremento do teor 1,0% para 1,5% que é o ponto de máxima penetração. A partir deste ponto ocorre uma diminuição da penetração, que conforme Negrão (2006), provavelmente seja devido à saturação do ligante pelo polímero, isto é, o polímero não encontra mais asfaltenos disponíveis para reagir quimicamente, passando a atuar como um enrijecedor do ligante. 103 58,0 Penetração (0,1mm) 57,0 56,0 55,0 54,0 53,0 52,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 Teor de Polímero (%) Figura 4.2 – Penetração x Teor de Polímero • Ponto de Amolecimento A Figura 4.3 apresenta o gráfico com os pontos de amolecimento encontrados: Ponto de Amolecimento (ºC) 65,0 63,0 61,0 59,0 57,0 55,0 53,0 51,0 49,0 47,0 45,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 Teor de Polímero (%) Figura 4.3 – Ponto de Amolecimento x Teor de Polímero Os valores encontrados indicam um aumento do ponto de amolecimento para todos os teores estudados. Neste quesito, há um efeito benéfico proporcional ao teor de polímero 104 adicionado, tendo em vista que quanto maior o ponto de amolecimento, maior a resistência à deformação permanente. • Recuperação Elástica Este item é uma das maiores contribuições da adição de polímero ao ligante asfáltico. O retorno elástico de um cimento asfáltico puro é praticamente nulo, se comparado ao encontrado nos ensaios realizados, que variou de 53,4% a 85%, verificando-se uma melhora na flexibilidade e na elasticidade. Analisando-se os dados apresentados na Figura 4.4, observou-se um ganho de valores de elasticidade até o teor de 1,5% de polímero adicionado e um pequeno incremento até 2,0% que é o apogeu de recuperação elástica observada. Este comportamento deve ter a mesma causa do aumento da penetração, que é a falta de asfaltenos disponíveis para reagirem com o polímero (Negrão, 2006), provocando uma saturação de polímeros puros no ligante e que não atuam na recuperação elástica. Recu p eração E lástica (% ) 87,0 85,0 82,0 82,0 77,0 72,0 72,0 67,0 62,0 57,0 53,4 52,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Teor de Polímero (%) Figura 4.4 – Recuperação Elástica x Teor de Polímero 105 2,5 • Viscosidade Brookfield Os valores das viscosidades Brookfield encontrados para cada teor de polímero são apresentados na Tabela 4.5, assim como os gráficos correspondentes (Figura 4.5). Da análise dos mesmos, depreende-se que todos os teores de polímero propiciaram ganhos de viscosidade, sendo que se acentuaram os ganhos nos teores de 1,5% e 2,0% de polímero para uma determinada temperatura. Tabela 4.5 – Viscosidade Brookfield Viscosidade Brookfield (mPa.s) Teor de Polímero 0,5 1,0 1,5 2,0 135ºC 150ºC 536,7 730,0 1.137,5 1.500,0 175ºC 325,0 433,3 791,7 975,0 106,7 119,2 218,3 270,0 1650 Viscosidade Brookfield (mPa.s). 1450 1250 1050 850 650 450 250 50 130 135 140 145 150 155 160 165 Temperatura (ºC) 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% Figura 4.5 – Viscosidade Brookfield x Temperatura 106 170 175 180 • Índice de Susceptibilidade Térmica O Índice de Susceptibilidade Térmica (IST) de Pfeiffer e Van Doormaal ou Índice de Penetração (IP) pode variar segundo as especificações brasileiras entre -1,5 a +0,7 para cimentos asfálticos de petróleo convencionais. Tal limitação se deve ao fato de que asfaltos que apresentam valores maiores que (+1) indicam asfaltos oxidados, ou seja, pouco sensíveis a elevadas temperaturas e quebradiços quando a temperatura é baixa e valores menores que (-2) indicam asfaltos muito sensíveis a altas temperaturas, ou seja, amolecem rapidamente (Pinto, 1997)(a). Os valores do Índice de Susceptibilidade Térmica estão apresentados na Tabela 4.6, e como pode se verificar, os dados referentes aos teores de polímero de 0,5% e 1,0% se enquadram nas especificações, enquanto os teores de 1,5% e 2,0% estão fora dos limites da referida norma. Tabela 4.6 – Índice de Susceptibilidade Térmica Teor de Polímero (%) Índice de Susceptibilidade Térmica 0,0 -1,053 0,5 -1,082 1,0 +0,408 1,5 +1,377 2,0 + 2,127 Conforme Negrão, (2006), os asfaltos modificados por polímeros do tipo RET são menos sensíveis a elevadas temperaturas do que os asfaltos convencionais e que, valores superiores a 0,7 de IST para asfaltos modificados, não representam um problema, já que estes asfaltos são menos sensíveis a elevadas temperaturas sem serem quebradiços quando a baixas temperaturas. 107 Na Figura 4.6 são apresentados os gráficos de penetração e temperatura para cada teor de polímero estudado. 1000 log (Pen) 100 10 1 10 15 0,5% 20 25 30 Temperatura (ºC) 1,0% 35 1,5% 40 2,0% Figura 4.6 – log. Penetração x Temperatura Um fator que merece destaque e que deve ser objeto de estudos é quanto ao calculo do Índice de Susceptibilidade Térmica. Na equação de calculo do IST (Equação 3.3), o coeficiente angular da reta que melhor se ajusta aos pontos obtidos dos ensaios de penetração x temperatura, tem enorme influência no resultado, principalmente se levarmos em conta a pequena margem de variação permitida de -1,5 a +0,7 (para asfaltos convencionais). IST = 20 − 500 × tgα Equação 3.3 1 + 50 × tgα Na Tabela 4.7 são apresentados os valores do coeficiente angular calculado através do método dos mínimos quadrados (Equação 3.2) utilizando-se as penetrações obtidas nas temperaturas de 15, 20, 25, 30 e 35oC, e através da equação de Pfeifer e Van Doormaal (Equação 3.1). 108 Tabela 4.7 – Coeficiente Angular Teor de Polímero (%) Coeficiente Angular 0,5 0,0465 Método dos Mínimos Quadrados 0,0595 1,0 0,0363 0,0549 1,5 0,0313 0,0621 2,0 0,0285 0,0505 Método de Pfeifer e Van Doormaal A premissa de Pfeifer e Van Doormaal, é que no ponto de amolecimento a penetração apresenta o valor 800 (0,1mm). Os coeficientes angulares calculados por cada método são discrepantes, portanto, deve-se definir um modo único de se calcular o IST, para que se comparem coisas iguais, ou seja, os resultados encontrados sejam calculados com a mesma metodologia da especificação. 4.1.3 Projeto do CBUQ O projeto do concreto betuminoso usinado a quente, tem como intuito principal definir as quantidades de cada material, agregado e ligante, que será utilizado na produção do concreto asfáltico a ser empregado no reforço do pavimento. Deve atender às exigências das normas pertinentes e apresentar uniformidade. • Granulometria Primeiramente definiu-se que o traço deveria se enquadrar na faixa C da especificação DNIT 031/2006-ES. A etapa seguinte foi, a partir da granulometria de cada material, conforme apresentado nas Tabelas 4.1, 4.2 e 4.3, determinar a quantidade de cada agregado que enquadrasse a mistura na faixa pretendida conforme Tabela 4.8. 109 Tabela 4.8 – Granulometria dos Agregados em Separado e da Mistura Percentagem que passa Peneiras Brita – 1 Brita – 0 25,0 Pó de Pedra mm Nº 25,0 19,1 ¾” 100 25,0 100,0 25,0 12,7 ½” 63,3 15,8 100,0 9,5 3/8” 30,0 7,5 4,8 4 6,5 2,0 10 0,42 Mistura Faixa de Faixa C Trabalho - DNIT 50,0 100,0 100,0 50,0 100,0 100 25,0 100,0 50,0 90,8 83,8 – 97,8 80 -1 00 100,0 25,0 100,0 50,0 82,5 75,5 – 89,5 70 – 90 1,6 27,4 6,9 100,0 50,0 58,5 53,5 – 63,5 44 – 72 3,0 0,8 6,0 1,5 81,0 40,5 42,8 37,8 – 47,8 22 – 50 40 1,8 0,5 2,6 0,7 36,6 18,3 19,4 14,4 – 24,4 8 – 26 0,18 80 1,3 0,3 1,6 0,4 17,7 8,9 9,6 6,6 – 12,6 4 – 16 0,075 200 0,8 0,2 0,8 0,2 7,4 3,7 4,1 2,1- 6,1 2 – 10 100 A Figura 4.7 apresenta as curvas granulométricas da mistura e da faixa C-DNIT. 0,075 0,18 0,42 2 4,8 9,5 12,7 3/8" 1/2" 19,1 100,0 90,0 80,0 PORCENTAGEM PASSA (%) 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 200 80 10 40 4 3/4" PENEIRAS Mistura Faixa C - DNIT Mínimo Faixa C - DNIT Máximo Trabalho Mínimo Trabalho Máximo Figura 4.7 – Curvas granulométricas: Mistura, Faixa de Trabalho e Faixa C-DNIT 110 • Cálculo das características Marshall Com os percentuais de cada material componente da mistura estabelecido, passou-se ao cálculo das características Marshall da mistura, de modo a verificar se atendiam às especificações. O cimento asfáltico utilizado na dosagem foi o cimento asfáltico de petróleo CAP 50-70 puro, proveniente da Refinaria Gabriel Passos (REGAP) situada em Betim/MG. Para o estudo do traço foram confeccionados corpos de prova com os seguintes teores de CAP: 4,0%; 4,5%; 5,0% e 5,5%. Na Tabela 4.9 são apresentados os resultados das características Marshall para cada teor de ligante estudado. Tabela 4.9 – Quadro Resumo das Características Marshall Quadro Resumo das Características Marshall Densidades %CAP Vv (%) VCB VAM RBV Estab. Fluência (%) (%) (%) (kN) (mm) Aparente Teórica (g/dm³) (g/dm³) 4,0 2.341 2.463 4,96 9,27 14,23 65,15 12,4 2,39 4,5 2.354 2.445 3,72 10,49 14,20 73,84 13,2 3,17 5,0 2.343 2.427 3,45 11,60 14,05 77,06 12,2 3,81 5,5 2.335 2.409 3,07 12,72 15,79 80,54 12,0 4,34 Nas Figuras 4.8, 4.9, 4.10, 4.11 e 4.12 são apresentados, respectivamente, os gráficos com os valores de Densidade Aparente, Vazios, Relação Betume Vazios, Estabilidade e Fluência versus Teor de Betume. 111 Densidade Aparente (kg/dm³) . 2,360 2,355 2,350 2,345 2,340 2,335 2,330 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 Teor de Betume (%) Figura 4.8 – Densidade Aparente x Teor de betume 5,00 Vazios (%) 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 3,50 4,00 4,50 5,00 Teor de Betume (%) 5,50 Relação Betume Vazios (%) . Figura 4.9 – Vazios x Teor de betume 84 82 80 78 76 74 72 70 68 66 64 62 60 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 Teor de Betume (%) Figura 4.10 – Relação Betume Vazios x Teor de betume 112 13,4 Estabilidade (kN) . 13,2 13,0 12,8 12,6 12,4 12,2 12,0 11,8 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 Teor de Betume (%) Figura 4.11 – Estabilidade x Teor de betume 5,0 Fluência (mm) . 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 Teor de Betume (%) Figura 4.12 – Fluência x Teor de betume De posse dos gráficos anteriores, definiu-se como de 4,6% o teor de betume do traço. A seguir foram confeccionados novos corpos de prova com o referido teor para comprovação das suas características, que são apresentadas a seguir. 113 - Características Finais do Traço: · Percentagem de materiais (em peso): Brita 1: 23,8% (em peso) Brita 0: 23,8% (em peso) Pó de pedra: 47,8% (em peso) CAP 50/70: 4,6% · Características Marshall Estabilidade (kN): 12,8 Fluência (mm): 3,22 Vazios (%): 3,65 Relação Betume Vazios – RBV (%): 74,57 Densidade aparente (kg/dm³): 2,352 114 4.2 TRECHO EXPERIMENTAL Foi selecionado um segmento na rodovia BR 116/MG (Figura 4.13) compreendido entre as estacas 2032 e 2128 com nítida deficiência estrutural, características geométricas em rampa e planta, suaves, boa drenagem, onde foram executados reforços em concreto asfáltico com teores de polímeros variáveis, de 0% a 2,0%. Figura 4.13 – Localização do Trecho Experimental Os estudos executados abrangeram desde os levantamentos de dados do tráfego, avaliação do pavimento, dimensionamento do reforço, confecção e aplicação da massa asfáltica, controles e ensaios de desempenho do pavimento restaurado. 4.2.1 Estudo de Tráfego A quantificação e qualificação do tráfego que se utilizava desta rodovia, foi realizada através de contagem dos veículos executada em um período consecutivo de três dias, na 115 estaca 1456. A Tabela 4.10 apresenta a média dos três dias de contagem nos dois sentidos de trafego. Tabela 4.10 - Contagem de Tráfego 4.2.2 Tipo de Veículos VMD Carros/Utilitários 1734 Ônibus 91 2C 396 3C 982 4C 2 2S1 4 2S2 191 2S3 759 3S2 7 3S3 223 2C2 3 2C3 4 3C3 3 3C4 92 Total 4491 Dimensionamento do Reforço e Ensaios • Cálculo do número N No cálculo do número N adotou-se uma taxa de crescimento do tráfego de 3,0 % ao ano. O fator climático regional sugerido pelo IPR/DNER é 1,0 (DNER, 1996) e a distribuição do trafego entre as faixas de trafego de 50%. Na ausência de dados estatísticos de pesagem, adotou-se que 25% dos veículos trafegam vazios, 70% no limite de carga por eixo e 5% com excesso legal permitido sem transbordo. 116 Nas Tabelas 4.11 e 4.12 e 4.13 são apresentados, respectivamente, os cálculos do Fator de Veículos, Crescimento da Frota e do Número N para um período de projeto de 10 anos. Tabela 4.11 - Cálculos dos Fatores de Veículos (FV) Tipo Nº de eixos Ônibus 2 2C 2 3C 3 4C 4 2S1 3 2S2 4 2S3 5 3S2 5 3S3 6 2C2 4 2C3 5 3C3 6 3C4 7 Total –VMD Comercial VMD 91 396 982 2 4 191 759 7 223 3 4 3 92 2.757 Distribuição FV FV (%) AASHTO USACE (1) x (2) (1) x (3) (1) (2) (3) 2,410 2,707 3,30 0,73 0,82 21,689 77,132 14,36 1,51 5,37 80,498 210,149 35,62 2,26 5,90 0,103 0,480 0,07 1,42 6,61 0,589 0,853 0,15 4,06 5,88 23,555 60,896 6,93 3,40 8,79 93,051 261,534 27,53 3,38 9,50 0,566 2,321 0,25 2,23 9,14 17,795 79,753 8,09 2,20 9,86 0,655 0,954 0,11 6,02 8,77 0,846 1,272 0,15 5,83 8,77 0,506 0,993 0,11 4,65 9,13 8,276 32,802 3,34 2,48 9,83 FV 2,505 7,318 Médio Tabela 4.12 – Crescimento da Frota ao Longo do Período de Projeto Ano AE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ônibus 91 94 97 100 103 106 109 112 115 118 122 Volume por tipo de veiculo Caminhões Caminhões Caminhões SemiReboques Leves Médios Pesados reboques 396 982 2 1.184 102 408 1.011 2 1.220 105 420 1.041 2 1.257 108 433 1.072 2 1.295 111 446 1.104 2 1.334 114 459 1.137 2 1.374 117 473 1.171 2 1.415 121 487 1.206 2 1.457 125 502 1.242 2 1.501 129 517 1.279 2 1.546 133 533 1.317 2 1.592 137 117 Tabela 4.13 – Cálculo do Número N NP - AASHTO Ano NP - USACE No Ano Acumulado No Ano AE 1,26E+06 - 3,68E+06 1 1,30E+06 1,30E+06 3,79E+06 3,79E+06 2 1,34E+06 2,63E+06 3,91E+06 7,70E+06 3 1,38E+06 4,01E+06 4,02E+06 1,17E+07 4 1,42E+06 5,43E+06 4,14E+06 1,59E+07 5 1,46E+06 6,88E+06 4,27E+06 2,01E+07 6 1,50E+06 8,39E+06 4,40E+06 2,45E+07 7 1,55E+06 9,94E+06 4,53E+06 2,91E+07 8 1,59E+06 1,15E+07 4,66E+06 3,37E+07 9 1,64E+06 1,32E+07 4,80E+06 3,85E+07 10 1,69E+06 1,49E+07 4,95E+06 4,35E+07 AASHTO 1,49E+07 USACE 4,35E+07 Número Projeto N de Acumulado • Avaliação Objetiva da Superfície do Pavimento (DNIT 006/2003-PRO) O segmento experimental foi submetido a uma inspeção, onde foram inventariadas e classificadas as ocorrências aparentes e as deformações permanentes nas trilhas de rodas. As planilhas de inventário do pavimento são apresentadas no Anexo deste trabalho. O IGG (Índice de Gravidade Global) é o somatório dos Índices de Gravidade Individual que são calculados da seguinte maneira: Na Tabela 4.14 é apresentado o cálculo do IGG (Índice de Gravidade Global), considerando que de acordo com a norma, no item 9 quando a média for menor a trinta, o IGI tem o valor de 4/3 da média, quando a variância for menor ou igual a cinqüenta o IGI desta é o valor da variância. 118 Tabela 4.14 – Cálculo do IGG Freqüência absoluta considerada Freqüência Relativa Fator de Ponde ração Índice de Gravidade Individual Item Natureza do defeito Freqüência absoluta 1 Trincas isoladas FI, TTC, TTL, TLC, TLL, TRR 17 7 7,2 0,2 1 2 (FC-2) J, TB 73 60 61,9 0,5 31 3 (FC-3) JE, TBE 30 30 31 0,8 25 4 ALP, ATP - - - 0,9 - 5 OeP 9 - 9,3 1,0 9 6 EX - - 0,5 - 7 D 1 - 1 0,3 0,3 8 R 14 - 14,4 0,6 9 9 Média aritmética dos valores médios das flechas medidas em mm nas TRI e TER TRE=3 TRI=2,7 2,9 4/3 3,9 10 Média aritmética das variâncias das flechas medidas em ambas as trilhas TREv =1,4 TRIv =1,3 1,35 1 1,3 IGG 80,5 A Figura 4.14 mostra a situação do pavimento antes do reforço, com trincamento generalizado. Figura 4.14 - Pavimento original antes do reforço. 119 De acordo com a Tabela 4.15, que classifica o pavimento em função do IGG, o pavimento do segmento experimental, com IGG igual a 80,5 se enquadra na categoria RUIM. Tabela 4.15 - Classificação do pavimento em função do IGG Conceitos Limites Ótimo 0<IGG≤20 Bom 20<IGG≤40 Regular 40<IGG≤80 Ruim 80<IGG≤160 Péssimo IGG>160 • Deflectometria O estudo deflectométrico visando ao dimensionamento do reforço do pavimento no segmento experimental, foi realizado através do Falling Weight Deflectometer cujos resultados são apresentados na Tabela 4.16. Tabela 4.16 – Deflexões do segmento Média e Desvio Padrão das Deflecções Medidas (x10-2 mm) • Afast. 0 Afast. 20 Afast. 30 Afast. 45 Afast. 65 Afast. 90 Afast. 120 - Df1 Df2 Df3 Df4 Df5 Df6 Df7 Df1-Df4 Dmédia 54,33 38,37 29,09 18,67 10,39 6,17 4,21 35,67 σ 22,39 16,85 12,72 8,94 4,92 3,34 2,28 15,31 Cálculo do Reforço - Deflexão admissível (Dadm) log Dadm = 3,148 − 0,188 × log Np Equação 3.16 Sendo Np o numero “N” acumulado de projeto. 120 logDadm=3,148-0,188 x log 4,35x 10 7 Dadm=51,52 . (0,01mm) - Espessura Efetiva do Revestimento (hef) hef = −5,737 + 807 ,961 + 0,972 .I 1 + 4,101 .I 2 Equação 3.17 Dc Onde: Equação 4.1 Dc = Dm + σ Dc –Deflexão característica Dm – Deflexão média σ – Desvio padrão Dc = 54,33+22,39 Dc = 76,72 (0,01mm) I1 e I2 - Constantes relacionadas às características resilientes do sub-leito, determinadas conforme item 3.8.2. hef = −5,737 + 807,961 + 0,972 × 0 + 4,101× 1 76,72 hef = 8,89 cm - Espessura de Reforço em CBUQ (HR) HR = −19,015 + HR = −19,015 + 238,14 Dadm 238,14 51,52 − 1,357.hef + 1,016.I 1 + 3,893.I 2 Equação 3.19 − 1,357 × 8,89 + 1,016 × 0 + 3,893 × 1 HR = 5,98 cm As temperaturas médias do CAP, confecção da massa (caminhão usina), espalhamento e compactação da mistura são apresentadas na Tabela 4.17. A trabalhabilidade da massa, 121 assim definida como a “fluidez” no espalhamento e qualidade da emenda longitudinal é diretamente proporcional ao teor de polímero. Tabela 4.17 – Temperaturas do CAP e CBUQ Segmento (Estacas) Teor de Polímero 2113 + 4,00 a 2128 0,00% 2089 a 2113 + 4,00 0,50% 2069 + 12,00 a 2089 1,00% 2051 a 2069+ 12,00 1,50% 2032 a 2051 2,00% CAP 165 181 174 175 179 Temperaturas médias (ºC) Caminhão Caminhão Compactação Usina Pista 131 158 157 132 167 163 138 164 162 141 165 160 139 171 168 Na Tabela 4.18 estão apresentadas as deflexões de projeto medidas em 2006 e as realizadas em outubro de 2008, assim como as reduções das deflexões em relação ao projeto. As deflexões de projeto foram obtidas através do Falling Weight Deflectometer (FWD) e as de outubro/2008 através da viga Benkelman. Para efeito de comparação as deflexões de projeto foram ajustadas pelo fator 0,9786 que é a relação entre deflexões medidas com a viga Benkelman e as obtidas com o FWD conforme Ramos et al (2006). Tabela 4.18 – Quadro de Deflexões Teor de Polímero Segmento Estacas 0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2113 + 4,00 a 2128 2089 a 2113 + 4,00 2069 + 12,00 a 2089 2051 a 2069+ 12,00 2032 a 2051 Deflexões (0,01mm) Projeto out/08 Média σ Média σ 49,46 27,65 35,18 14,08 54,05 11,11 31,00 15,43 71,62 14,68 38,81 16,08 68,36 12,71 39,89 16,37 57,56 9,88 36,51 15,5 Redução (%) 28,87 42,65 45,82 41,64 36,57 A Figura 4.15 mostra o levantamento deflectométrico efetuado com a Viga Benkelman. 122 Figura 4.15 Medição das deflexões com Viga Benkelman O gráfico da Redução da Deflexão x Teor de Polímero é apresentado na Figura 4.16. Observa-se que houve maior redução na deflexão para o teor de polímero de 1,0% onde houve um decréscimo de 45,8%; para os teores de 0,5% e 1,5% houve uma diminuição de 42,6% e 41,6% respectivamente; e de 36,5% para 2,0% de polímero. Este comportamento provavelmente é causado pelo efeito do polímero provocar um aumento da elasticidade no asfalto, diminuindo sua resistência à deformação à medida que se aumenta o teor de polímero. O menor efeito sobre as deflexões foi exercido pelo asfalto puro com 28,8% de redução, explicitando os efeitos positivos da modificação do asfalto com polímero, inclusive no dimensionamento de reforços, já que há uma maior redução da deflexão em relação ao asfalto convencional, possibilitando a redução da espessura de reforço a ser utilizado, implicando em serviços de menor custo. 123 50 Redução da Deflexão (%). 45 40 35 30 25 20 0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% Teor de Polímero (%) Figura 4.16 – Redução da Deflexão x Teor de polímero Na Tabela 4.19 estão apresentados os resultados dos ensaios de granulometria e teor de betume assim como a faixa granulométrica a ser respeitada. Foram executados no mínimo treze ensaios em cada segmento de modo a ter-se uma representatividade estatística. Analisando-se os dados da tabela verifica-se que há uma dispersão muito pequena em relação à média, indicando uma excelente qualidade da massa, fundamental para uma pesquisa, dando segurança na análise dos demais itens pesquisados. Tabela 4.19 – Granulometria e Teor de Betume Teor de Polimero (% ) 0 0,5 1 1,5 2 Estacas (Inicio / Fim) 2113+4,00 Média 2128 σ 2089 Média 2113+4,00 σ 2069+12,00 Média 2089 σ 2051 Média 2069+12,00 σ 2032 Média 2051 σ Faixa de Trabalho Máx. Mín. 3/4 " 1/2 " GRANULOMETRIA Peneira 3/8 " 4 10 100 100 100 100 100 100 100 91,33 1,15 91,15 1,13 91,48 0,83 91,56 1,15 91,49 0,9 97,8 83,8 81,57 1,59 81,95 1,61 82,67 0,79 82,56 1,4 81,53 1,31 89,5 75,5 124 58,49 0,58 58,82 0,73 58,25 0,67 58,35 0,58 59,11 0,54 63,5 53,5 42,83 1,27 43,11 1,04 42,84 1,68 43,27 0,98 43,55 0,69 47,8 37,8 40 80 200 19,46 0,42 19,89 0,96 19,54 0,62 19,64 0,42 20,15 0,87 24,4 14,4 9,57 0,46 9,69 0,51 9,77 0,45 9,88 0,46 10,21 0,5 12,6 6,6 3,57 0,4 3,76 0,23 3,71 0,17 3,84 0,15 3,86 0,24 6,1 2,1 Teor de Betume 4,6 0,01 4,6 0,02 4,6 0,02 4,6 0,02 4,6 0,02 4,9 4,3 Na Tabela 4.20 constam os resultados referentes às características Marshall da massa aplicada, conforme cada teor de polímero. Analogamente à granulometria e teor de betume, há uma variação insignificante em relação à média dos ensaios configurando uma homogeneidade da mistura. Os dois fatos acima descritos, isto é, a constância dos parâmetros do concreto asfáltico utilizado, produzem uma segurança nos outros fatores analisados na pesquisa, pois pode-se afastar a priori a influencia da massa asfáltica nas demais variáveis investigadas. Tabela 4.20 – Características Marshall Teor de Polimero (% ) 0 0,5 1 1,5 2 Características Marshall Estacas (Inicio / Fim) 2113+4,00 / 2128 2089 / 2113+4,00 2069+12,00 / 2089 2051 / 2069+12,00 2032 / 2051 Limites Média σ Média σ Média σ Média σ Média σ Máx. Mín. Densid. Aparente (g/dm³) 2.358 2 2.358 2 2.358 1 2.358 1 2.358 2 - Vazios (% ) 3,36 0,06 3,38 0,07 3,4 0,04 3,38 0,08 3,37 0,07 5 3 VAM (% ) RBV (% ) 14,12 0,08 14,13 0,06 14,15 0,05 14,12 0,08 14,1 0,08 15 76,16 0,32 76,07 0,4 76 0,25 76,11 0,47 76,37 0,98 82 75 Estabil. (kg) Fluência (0,01") 1.421 30 1.355 39 1.282 28 1.286 27 1.270 18 500 9,4 1,22 9,88 1,16 11,84 2,18 10,95 1,55 12,09 1,98 - O grau de compactação, apresentado na Tabela 4.21, foi medido em amostras extraídas com sonda rotativa e foi executado em duas etapas. A primeira foi implementada logo após a aplicação da massa na pista em dezembro de 2007, a segunda dez meses após a execução do reforço, em outubro de 2008. Conforme se observa nos resultados mostrados houve um aumento na segunda etapa do grau de compactação dos trechos com teores de 2,0%; 1,5% e 1,0%; fator causado pelo tráfego. Os corpos de prova utilizados para verificação do grau de compactação em dezembro de 2007 foram utilizados na realização dos ensaios de resistência à tração por compressão 125 diametral, módulo de resiliência e vida de fadiga. Os corpos-de-prova retirados em outubro de 2008 foram submetidos aos ensaios de resistência à tração por compressão diametral e módulo de resiliência. Tabela 4.21 – Grau de Compactação Grau de compactação dez/07 out/08 Média σ Média σ 2,00% 2032 a 2051 96,9 2,2 99,3 0,9 1,50% 2051 a 2069+ 12,00 96,2 1,9 100 1,1 1,00% 2069 + 12,00 a 2089 96,4 2,02 98,7 0,9 0,50% 2089 a 2113 + 4,00 97,8 2,13 97,7 0,5 0,00% 2113 + 4,00 a 2128 100 0,88 99,1 1,5 Especificação: ≥ 97% Teor de Polímero Segmento Estacas Um dos parâmetros mecanísticos usados para prever e limitar o trincamento precoce em camadas de misturas asfalticas é a resistência à tração no revestimento. A consideração desse valor é de fundamental importância para projetos de recuperação e de pavimentos novos. A capacidade de resistir a esforços de tração deve ser bastante superior às tensões de tração a que os revestimentos vão ser submetidos quando em serviço (Moura e Bernucci, 2004). Este ensaio mede o valor da resistência que o material oferece quando submetido a compressão, rompendo por tração, conforme Medina (1997), este ensaio é conhecido por ensaio brasileiro, e foi desenvolvido por Lobo Carneiro para ensaios em concreto de cimento portland. Na Tabela 4.22 estão apresentados os resultados dos ensaios de resistência á tração por compressão diametral. 126 Tabela 4.22 – Resistência à Tração por Compressão Diametral (NBR 15087/2004) Teor de Polímero Resistência à Tração a 25ºC (MPa) Segmento Estacas Dez 2007 Outubro 2008 2,0% 2032 a 2051 Média 1,16 Média 1,27 1,5% 2051 a 2069+ 12,00 1,20 1,31 1,0% 2069 + 12,00 a 2089 0,94 1,15 0,5% 2089 a 2113 + 4,00 1,10 1,31 0,0% 2113 + 4,00 a 2128 1,04 1,12 Especificação: mínimo 0,65 Segundo os dados acima apresentados, houve um ganho médio de 12,5% na resistência à tração nos corpos-de-prova que utilizavam asfalto modificado com polímero em relação ao asfalto sem polímero. Na Tabela 4.23 estão apresentados os dados relativos aos ensaios de módulo de resiliência. Foram executados oito ensaios para os corpos-de-prova de dezembro/2007 e cinco para os de outubro/2008. Foram eliminados os resultados que não se inseriam na faixa Média ± σ, sendo então recalculada a média e o desvio-padrão. Tabela 4.23 – Módulo de Resiliência Teor de Polímero Módulo de Resiliência (MPa) Segmento (Estacas) Dezembro 2007 Outubro 2008 Acréscimo Média Média (%) 2,0% 2032 a 2051 3020 5190 71,8 1,5% 2051 a 2069+ 12,00 3371 5916 75,5 1,0% 2069 + 12,00 a 2089 3234 4601 42,2 0,5% 2089 a 2113 + 4,00 3889 4073 4,7 0,0% 2113 + 4,00 a 2128 3554 5612 57,9 127 Observa-se que os resultados de módulo de resiliência dos corpos-de-prova feitos com asfalto modificado com polímero são próximos aos confeccionados com asfalto puro, denotando que o polímero não altera o comportamento em termos de módulo de resiliência. A Tabela 4.24 contém os valores dos ensaios de vida de fadiga. Os resultados estão apresentados por teor de polímero, o que facilita a análise dos resultados. Tabela 4.24– Vida de Fadiga x Nível de Tensão x Teor de Polímero VIDA DE FADIGA Teor de Polímero 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% Nível de Tensão Deformação Específica Resiliente Diferença de Tensões (MPa) Número de Aplicações 10% 0,0000273 0,40 5882 20% 0,0000546 0,80 1676 30% 0,0000819 1,20 560 40% 0,0001092 1,60 392 10% 0,0000278 0,44 4522 20% 0,0000556 0,88 1327 30% 0,0000834 1,32 527 40% 0,0001113 1,76 420 10% 0,0000299 0,38 17329 20% 0,0000599 0,77 3531 30% 0,0000898 1,15 1458 40% 0,0001197 1,54 991 10% 0,0000334 0,44 5608 20% 0,0000667 0,89 3157 30% 0,0001001 1,33 1461 40% 0,0001335 1,78 1257 10% 0,0000343 0,42 17268 20% 0,0000686 0,85 9134 30% 0,0001029 1,27 2210 40% 0,0001373 1,70 460 128 A Figura 4.17 apresenta as linhas de tendências dos números de aplicações e diferenças de tensões para os teores de polímeros estudados. Figura 4.17 – Diferença de Tensões (MPa) x Número de Aplicações Os valores apresentados referentes ao número de aplicações, mostram que há um ganho substancial na vida de fadiga quando se utiliza o polímero RET como modificador do asfalto em relação ao asfalto convencional. Este fato é de suma importância, pois, em última análise, traduz a vida do pavimento quando em serviço. 4.2.3 Fotografias do Trecho Experimental As Figuras 4.18, 4.19, 4.20, 4.21, 4.22, 4.23, 4.24, 4.25, 4.26 e 4.270 mostram os trabalhos de aplicação do reforço em concreto asfáltico no trecho experimental, assim como as instalações de confecção da massa e os produtos utilizados na modificação do asfalto. 129 Figura 4.18 - Aplicação da massa e execução da emenda longitudinal. Figura 4.19 - Compactação inicial com rolo de pneus. 130 Figura 4.20 - Compactação da massa com dois rolos de pneus. Figura 4.21 - Compactação da emenda longitudinal com rolo liso. 131 Figura 4.22 - Vista geral do trecho experimental após reforço. Figura 4.23 - Vista do trecho experimental pronto. 132 Figura 4.24 - Usina gravimétrica Cyber-UA-2 com capacidade de 60 a 80 t/h. Figura 4.25 - Tanque de adição e equipamento misturador do polímero. 133 Figura 4.26 - Embalagem do polímero RET Elvaloy® utilizado. Figura 4.27 - Embalagem do ácido polifosfórico, utilizado como catalizador. 134 Figura 4.28 Local de extração de alguns corpos-de-prova utilizados. 135 CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS 5.1 CONCLUSÕES 5.1.1 Estudo de ligantes ● Penetração Houve um aumento no resultado do ensaio de penetração até o teor de 1,5% de polímero. A partir deste teor o valor da penetração começa a decrescer. ● Ponto de amolecimento Há um aumento contínuo no ponto de amolecimento para todos os teores estudados, perfazendo uma razão quase linear de incremento. Este parâmetro está diretamente relacionado à deformação permanente das misturas asfálticas, sendo que quanto maior seu valor, maior a resistência à deformação permanente. ● Recuperação elástica Houve uma variação entre 53,4 e 85% entre os teores estudados, sendo que à medida que se aumenta o teor de polímero adicionado, há uma diminuição da razão de aumento da recuperação elástica, tendendo ao máximo para o teor de 2,0% de polímero. Como a recuperação elástica do ligante puro é praticamente zero, verifica-se que há um substancial ganho na qualidade dos concretos asfálticos confeccionados com ligantes modificados por polímero, aumentando a flexibilidade e elasticidade dos mesmos. ● Viscosidade Todos os teores de polímero geraram aumentos de sua viscosidade, sendo que se acentuaram os ganhos nos teores de 1,5 e 2,0% de polímero para uma determinada temperatura. ● Índice de Susceptibilidade Térmica Os teores de polímero de 0,5 e 1,0% ocasionaram índice de susceptibilidade térmica dentro dos valores aceitáveis para cimento asfáltico de petróleo comum, que varia de +0,7 a -1,5. Os demais teores não se enquadram dentro da especificação. 136 5.1.2 Trecho Experimental ● Deflexões As deflexões medidas em outubro de 2008, tiveram uma redução significativamente maior nos segmentos reforçados com asfalto modificado por polímero. O teor que mais reduziu a deflexão foi o de 1,0%, com redução de 45,8% seguido do teor de 0,5% com redução de 42,6%, 1,5% reduzindo em 41,6% e 2,0% com 36,5% de diminuição. O asfalto puro foi o que menos efeito teve na redução da deflexão com 28,8%. Estes resultados demonstram claramente a vantagem de se utilizar o asfalto modificado com polímero RET, abrindo a possibilidade de redução da espessura do reforço a ser utilizado. ● Resistência á Tração por Compressão Diametral Os valores obtidos nos segmentos onde se utilizou asfaltos modificados foram em média 12% superiores aos obtidos no segmento onde se utilizou asfalto puro, indicando a ação benéfica do polímero. ● Módulo de Resiliência Os valores observados para o módulo de resiliência dos asfaltos modificados por polímeros se mostraram próximos, ou até menores em alguns teores, dos obtidos com asfalto puro, indicando que não há influência do polímero sobre o mesmo. ● Vida de Fadiga Em todos os níveis de tensão estudados, o numero de aplicações obtidos nos asfaltos modificados com teores de polímero igual ou superior a 1%, houve ganho superior a 110% em relação à vida de fadiga do asfalto puro, evidenciando o efeito do polímero RET na mistura. O teor de 0,5% não produziu melhoria. ● Conclusão Final Este trabalho comprovou de modo inequívoco as vantagens de se utilizar asfaltos modificados com o polímero RET. Sendo o objetivo principal dessa dissertação, avaliar 137 o efeito do teor de polímero RET no desempenho da mistura asfáltica em serviços de restauração rodoviária, verificou-se que o teor de 1,0% de polímero foi o que melhores resultados gerais apresentou, suplantando todos os teores na redução da deflexão; na vida de fadiga , obteve melhor desempenho que os teores de 0% e 0,5%, sendo suplantado pelo teor de 1,5% somente para diferença de tensões superiores a 0,95 MPa. O único teor que apresenta vida de fadiga superior ao de 1,0%, em todo o espectro analisado é o de 2,0%, mas tendendo a ser inferior à aquele para diferença de tensão acima de 1,6MPa. Sintetizando, o uso de teores de polímero superiores a 1,0% não implicará necessariamente em ganhos de desempenho. 138 5.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS A seguir, exporemos algumas sugestões para futuras pesquisas. ● Dar continuidade ao monitoramento do trecho experimental, medindo regularmente ao longo do tempo as deflexões, retirar através de sonda rotativa corpos-de-prova para realização dos ensaios de módulo de resiliência, resistência á tração e vida de fadiga, além de se proceder ao levantamento de todos os defeitos existentes e trilhas de rodas de maneira a se verificar o comportamento do reforço executado ao longo do tempo; ● Pesquisar o efeito do percentual do ácido polifosfórico no asfalto modificado por terpolímero elastomérico reativo; ● Pesquisar qual tipo de polímero se mostra mais vantajoso técnica e economicamente. ● Efetuar a revisão dos atuais métodos ou desenvolver nova metodologia de dimensionamento de pavimentos, tendo em vista a utilização de materiais como os asfaltos modificados por polímero, que, como demonstrou a presente pesquisa, apresentam desempenho superior aos asfaltos convencionais, possibilitando a diminuição da espessura da camada de revestimento betuminoso. ● Proceder a estudos para elaboração de especificação técnica para asfalto modificado com polímero do tipo RET. 139 Referências Bibliográficas ABNT: MB-42; MB-425 Albernaz, Cláudio Ângelo Valadão; Introdução à Mecânica dos Pavimentos – Notas de Aula, 1999. 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(g/dm³) Vazios (%) VAM (%) RBV (%) Estab. (kg) Fluencia (0,01") % Bet. 3,40 3,40 3,30 3,40 3,30 3,40 3,30 3,20 3,40 3,40 3,40 3,30 3,40 3,50 3,40 3,37 14,10 14,20 14,10 14,10 14,10 14,10 14,00 13,90 14,10 14,10 14,20 14,10 14,10 14,20 14,10 14,10 75,90 76,10 76,60 75,90 79,60 75,90 76,40 77,00 75,90 75,90 76,50 76,60 75,90 75,40 75,90 76,37 1.266,00 1.277,00 1.270,00 1.283,00 1.265,00 1.275,00 1.289,00 1.277,00 1.301,00 1.254,00 1.217,00 1.272,00 1.270,00 1.264,00 1.266,00 1.269,73 9,40 12,50 12,50 9,40 12,50 12,50 9,40 12,50 9,40 15,60 15,60 12,50 12,50 12,50 12,50 12,09 4,59 4,61 4,61 4,59 4,62 4,59 4,60 4,58 4,60 4,59 4,61 4,64 4,59 4,57 4,60 4,60 1,68 0,07 0,08 0,98 18,47 1,98 0,02 2.357,00 2.358,00 2.357,00 2.359,00 2.356,00 2.359,00 2.357,00 2.359,00 2.359,00 2.361,00 2.358,00 2.359,00 2.357,00 2.357,00 2.358,00 2.357,00 Média 2.358,00 3,40 3,50 3,40 3,30 3,50 3,30 3,40 3,30 3,30 3,20 3,40 3,30 3,50 3,40 3,40 3,40 3,38 14,10 14,20 14,10 14,00 14,30 14,00 14,20 14,10 14,10 14,00 14,10 14,10 14,20 14,10 14,20 14,10 14,12 75,90 75,40 75,90 76,40 75,50 76,40 76,10 76,60 76,60 77,10 75,90 76,60 75,40 75,90 76,10 75,90 76,11 1.252,00 1.299,00 1.297,00 1.333,00 1.241,00 1.308,00 1.266,00 1.264,00 1.275,00 1.256,00 1.268,00 1.291,00 1.277,00 1.308,00 1.313,00 1.330,00 1.286,13 12,50 9,40 9,40 9,40 12,50 12,50 12,50 12,50 12,50 12,50 12,50 9,40 9,40 9,40 9,40 9,40 10,95 4,59 4,57 4,60 4,59 4,62 4,59 4,61 4,63 4,62 4,63 4,60 4,61 4,58 4,60 4,62 4,60 4,60 0,08 0,08 0,47 1,55 0,02 05/12/2007 2.357,00 2.358,00 2.360,00 2.357,00 2.360,00 2.357,00 2.359,00 2.363,00 2.358,00 2.357,00 2.358,00 2.359,00 2.357,00 2.357,00 2.358,00 Média 2.358,33 06/12/2007 σ σ 1,22 IV 26,98 07/12/2007 Dia Média 08/12/2007 σ Média 10/12/2007 σ Média σ D.Ap. (g/dm³) 2.358,00 2.359,00 2.359,00 2.358,00 2.358,00 2.359,00 2.358,00 2.357,00 2.358,00 2.357,00 2.358,00 2.356,00 2.358,00 2.357,00 2.357,86 0,86 Características Marshall Vazios Estab. Fluencia VAM (%) RBV (%) (%) (kg) (0,01") 3,50 14,20 75,40 1.317,00 9,40 3,40 14,10 75,90 1.296,00 12,50 3,40 14,20 76,10 1.297,00 9,40 3,40 14,20 76,10 1.275,00 12,50 3,40 14,10 75,90 1.288,00 12,50 3,30 14,10 76,60 1.210,00 12,50 3,40 14,10 75,90 1.286,00 12,50 3,40 14,20 76,10 1.288,00 15,60 3,40 14,10 75,90 1.279,00 12,50 3,40 14,20 76,10 1.247,00 12,50 3,40 14,10 75,90 1.320,00 9,40 3,40 14,20 76,10 1.275,00 15,70 3,40 14,20 76,10 1.297,00 9,40 3,40 14,10 75,90 1.269,00 9,40 3,40 14,15 76,00 1.281,71 11,84 0,04 0,05 0,25 27,86 2,18 % Bet. 4,57 4,59 4,61 4,62 4,59 4,61 4,58 4,63 4,59 4,62 4,58 4,63 4,61 4,61 4,60 0,02 2.357,00 2.360,00 2.356,00 2.356,00 2.358,00 2.356,00 2.361,00 2.357,00 2.358,00 2.359,00 2.361,00 2.358,00 2.358,00 2.358,08 1,75 3,40 3,30 3,50 3,40 3,40 3,50 3,30 3,40 3,40 3,30 3,30 3,40 3,40 3,38 0,07 14,20 14,10 14,20 14,20 14,20 14,20 14,10 14,10 14,10 14,10 14,00 14,10 14,10 14,13 0,06 76,10 76,60 75,40 76,10 76,10 75,40 76,60 75,90 75,90 76,60 76,40 75,90 75,90 76,07 0,40 1.317,00 1.330,00 1.308,00 1.357,00 1.359,00 1.451,00 1.342,00 1.406,00 1.368,00 1.315,00 1.348,00 1.344,00 1.364,00 1.354,54 39,05 9,40 9,40 9,40 9,40 12,50 9,40 9,40 9,40 9,40 12,50 9,40 9,40 9,40 9,88 1,16 4,61 4,62 4,60 4,63 4,62 4,58 4,61 4,60 4,59 4,61 4,60 4,60 4,58 4,60 0,02 2.357,00 2.357,00 2.358,00 2.361,00 2.358,00 2.360,00 2.357,00 2.357,00 2.359,00 2.360,00 2.359,00 2.361,00 2.355,00 2.358,00 2.358,36 1,74 3,40 3,40 3,40 3,30 3,40 3,30 3,40 3,40 3,30 3,30 3,30 3,30 3,50 3,40 3,36 0,06 14,20 14,20 14,20 14,10 14,10 14,10 14,20 14,10 14,00 14,00 14,10 14,00 14,20 14,20 14,12 0,08 76,10 76,10 76,10 76,60 75,90 76,10 76,10 75,90 76,40 76,40 76,60 76,40 75,40 76,10 76,16 0,32 1.404,00 1.420,00 1.392,00 1.376,00 1.468,00 1.387,00 1.415,00 1.391,00 1.423,00 1.410,00 1.475,00 1.449,00 1.442,00 1.438,00 1.420,71 30,40 9,40 9,40 9,40 9,40 9,40 9,40 9,40 12,50 9,40 9,40 6,30 9,40 9,40 9,40 9,40 1,22 4,62 4,61 4,61 4,60 4,59 4,63 4,61 4,60 4,59 4,59 4,61 4,59 4,59 4,62 4,60 0,01 V ANEXO III LEVANTAMENTO DEFLECTOMÉTRICO MEDIDAS DE DEFLEXÕES - VIGA BENKELMAN TRECHO: BR 116 KM 310 - KM 378 DATA: 13/10/08 ESTACA TEMP LEITURAS LADO TR INT FRAC REV AMB L 0 L 25 L 50 L 75 L 100 L 150 2032 10 2033 10 2034 10 2035 10 2036 10 2037 10 2038 10 2039 10 2040 10 2041 10 2042 10 2043 10 2044 10 2045 10 2046 10 2047 10 2048 10 2049 10 2050 10 2051 LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD Ext. EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT EXT 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 299 298 299 298 296 299 299 295 295 299 299 299 298 299 296 299 299 297 299 297 299 299 299 299 299 299 300 299 297 297 299 297 297 296 300 298 300 297 300 297 297 295 295 295 297 298 294 294 295 297 297 296 298 295 297 297 296 296 296 298 297 297 297 298 299 300 297 295 295 297 294 295 295 298 297 296 295 298 295 295 293 293 293 295 297 290 292 297 295 295 294 297 294 295 294 295 294 295 297 295 295 295 298 298 300 295 294 293 296 292 294 292 297 295 295 292 297 VI 293 290 290 291 290 293 295 285 291 291 293 293 293 296 293 293 290 294 292 294 295 293 294 294 298 297 300 293 292 292 295 290 292 290 295 293 292 296 296 291 288 288 290 287 290 293 282 291 290 292 292 293 295 291 292 289 293 291 288 294 293 293 293 298 297 300 292 290 291 294 289 290 288 293 292 291 295 293 L 200 290 287 287 289 286 289 291 279 291 287 288 288 293 295 290 291 289 293 290 288 292 292 293 293 298 297 300 291 288 290 294 287 289 287 292 291 290 289 293 L 300 L. F. 290 286 287 289 285 289 290 279 291 286 287 287 293 295 289 291 289 293 290 288 290 292 293 293 298 297 300 290 287 289 294 287 289 286 290 290 289 289 292 290 286 287 289 285 289 290 279 291 286 287 287 293 295 289 291 289 293 290 288 290 292 293 293 298 297 300 290 287 289 294 287 289 286 290 290 289 289 292 L0 – L.F. DEFL. CALC. 10 14 13 11 15 11 10 21 9 14 13 13 7 5 11 9 11 7 10 12 10 8 7 7 2 3 0 10 13 11 6 13 11 14 10 10 11 11 8 40 56 52 44 60 44 40 84 36 56 52 52 28 20 44 36 44 28 40 48 40 32 28 28 8 12 0 40 52 44 24 52 44 56 40 40 44 44 32 MEDIDAS DE DEFLEXÕES - VIGA BENKELMAN TRECHO: BR 116 KM 310 - KM 378 DATA: 13/10/08 ESTACA TEMP LEITURAS DEFL. L0 – L.F. CALC. INT FRAC LADO TR REV AMB L 0 L 25 L 50 L 75 L 100 L 150 L 200 L 300 L. F. 2051 10 2050 10 2049 10 2048 10 2047 10 2046 10 2045 10 2044 10 2043 10 2042 10 2041 10 2040 10 2039 10 2038 10 2037 10 2036 10 2035 10 2034 10 2033 10 2032 LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 299 299 299 299 300 299 300 300 300 300 300 300 300 300 300 298 295 298 300 300 300 300 299 299 299 299 299 299 299 299 300 299 299 299 300 299 300 300 300 299 297 297 297 300 297 300 300 299 299 298 298 298 298 297 295 290 296 298 295 298 297 297 296 297 297 297 297 297 297 300 297 297 297 300 297 300 300 300 299 293 296 296 297 295 298 297 297 296 297 297 295 295 295 290 289 292 296 292 297 295 296 293 295 295 296 295 293 293 300 293 296 296 297 295 299 300 300 299 292 295 295 296 294 297 295 296 293 VII 297 297 290 290 290 288 288 291 292 291 295 292 295 291 291 293 295 293 291 291 300 292 295 295 296 294 298 300 99 299 291 294 294 295 293 295 292 295 291 296 296 288 286 288 287 287 290 291 290 294 291 295 290 290 292 294 292 290 290 297 291 294 294 295 293 297 300 297 299 291 294 293 294 292 294 291 295 290 296 295 287 285 287 287 286 289 291 289 294 290 295 289 288 291 293 291 289 289 296 291 294 293 294 292 296 300 296 299 291 294 293 294 292 294 290 295 289 296 295 287 283 285 287 286 288 290 289 293 290 295 289 287 291 293 291 289 289 296 291 294 293 294 292 296 297 295 299 291 294 293 294 292 293 290 295 289 296 295 287 283 285 287 290 288 290 289 293 290 295 289 287 291 293 291 289 289 296 291 294 293 294 292 296 297 295 299 291 294 293 296 298 293 290 295 289 4 5 13 17 15 13 14 12 10 11 7 10 5 11 13 9 7 9 11 11 4 9 6 7 6 8 4 3 5 1 9 6 7 4 2 7 10 5 11 16 20 52 68 60 52 56 48 40 44 28 40 20 44 52 36 28 36 44 44 16 36 24 28 24 32 16 12 20 4 36 24 28 16 8 28 40 20 44 MEDIDAS DE DEFLEXÕES - VIGA BENKELMAN TRECHO: BR 116 KM 310 - KM 378 DATA: 13/10/08 ESTACA TEMP LEITURAS DEFL. LADO TR L0 – L.F. CALC. INT FRAC REV AMB L 0 L 25 L 50 L 75 L 100 L 150 L 200 L 300 L. F. 10 2052 10 2053 10 10 2055 10 2056 10 2057 10 2058 10 2059 10 2060 10 2061 10 2062 10 2063 10 2064 10 2065 10 2066 10 2067 10 2068 10 2069 10 2070 LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. Ext. 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L0 – L.F. CALC. INT FRA LADO TR REV AMB L 0 L 25 L 50 L 75 L 100 L 150 L 200 L 300 L. F. C 2108 10 2107 10 2106 10 2105 10 2104 10 2103 10 2102 10 2101 10 2100 10 2099 10 2098 10 2097 10 2096 10 2095 10 2094 10 2093 10 2092 10 2091 10 2090 2089 10 LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 298 300 300 300 300 300 300 300 296 298 298 298 298 300 298 300 298 298 298 298 298 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 295 298 296 297 296 300 296 295 296 299 295 296 296 296 297 298 296 298 295 295 296 296 295 298 298 300 298 300 298 298 298 298 298 298 298 298 300 300 293 297 293 296 295 298 295 290 295 298 290 295 293 294 296 296 294 296 292 292 294 292 290 296 296 298 296 298 298 296 298 296 296 297 296 297 298 298 XIII 292 295 292 295 292 297 290 288 290 297 288 290 292 293 296 294 292 292 290 290 292 290 287 294 294 297 294 298 295 295 296 293 292 295 293 295 297 298 290 293 290 293 291 296 289 286 289 296 288 286 291 293 296 293 290 290 288 288 291 285 286 293 293 297 293 298 294 294 293 291 291 293 292 292 297 297 287 292 290 292 290 296 289 286 288 296 288 285 291 293 295 292 290 286 288 287 291 284 285 293 293 297 292 298 294 294 292 291 290 290 291 292 296 296 286 292 290 292 290 295 289 285 288 296 288 284 291 293 295 292 290 285 288 287 291 283 285 293 293 297 292 298 294 294 292 291 290 290 291 292 295 296 286 292 290 292 290 295 289 285 288 296 288 284 291 293 295 292 290 285 288 287 291 283 285 293 293 297 292 298 294 294 292 291 290 290 291 292 295 296 14 8 10 8 10 5 11 15 12 4 12 16 9 7 5 8 10 15 12 13 9 17 15 7 7 3 8 2 6 6 8 9 10 10 9 8 5 4 56 32 40 32 40 20 44 60 48 16 48 64 36 28 20 32 40 60 48 52 36 68 60 28 28 12 32 8 24 24 32 36 40 40 36 32 20 16 MEDIDAS DE DEFLEXÕES - VIGA BENKELMAN TRECHO: BR 116 KM 310 - KM 378 ESTACA INT FRAC 10 2109 10 2110 10 2111 10 2112 10 2113 10 2114 10 2115 10 2116 10 2117 10 2118 10 2119 10 2120 10 2121 10 2122 10 2123 10 2124 10 2125 10 2126 10 2127 2128 DATA: 13/10/08 TEMP LADO TR LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD LD Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext LEITURAS REV AMB L 0 L 25 L 50 L 75 L 100 L 150 L 200 L 300 L. F. 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 298 300 297 300 298 298 298 300 300 300 300 299 299 299 299 299 300 300 300 296 299 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 298 300 298 298 300 300 298 296 296 296 296 298 296 296 296 298 297 300 299 296 295 297 296 297 299 297 297 293 297 297 290 298 296 296 296 300 296 296 298 298 300 296 296 298 300 295 295 294 294 294 297 295 295 294 296 296 299 298 293 293 296 291 296 296 296 296 292 296 296 289 297 292 295 295 298 295 295 296 297 300 294 294 295 299 290 290 292 292 292 297 292 294 293 295 296 298 297 292 291 293 290 293 291 293 293 291 295 295 288 295 290 290 295 298 295 294 294 297 300 292 292 294 299 288 288 291 291 296 291 294 293 295 295 295 298 296 291 290 291 289 291 291 291 292 291 293 293 287 292 289 288 295 298 294 294 292 297 300 291 291 293 299 288 287 290 290 290 296 290 293 292 295 295 297 296 290 289 290 288 290 291 290 291 291 298 291 284 290 288 287 295 298 294 294 292 296 300 291 290 293 299 288 286 290 289 290 296 290 293 292 295 295 296 296 290 288 290 288 289 291 289 290 291 291 290 284 288 288 287 295 298 294 294 292 296 300 291 290 293 299 288 286 290 289 290 296 290 293 292 295 295 296 296 290 288 290 288 289 291 289 290 291 291 290 284 288 288 287 295 298 294 294 292 296 300 291 290 293 299 288 286 XIV L0 – L.F. DEFL. CALC. 10 11 10 4 10 7 8 5 5 4 4 10 12 10 12 11 9 11 10 9 9 10 14 12 12 13 5 2 6 6 8 4 0 9 10 7 1 12 14 40 44 40 16 40 28 32 20 20 16 16 40 48 40 48 44 36 44 40 36 36 40 56 48 48 52 20 8 24 24 32 16 0 36 40 28 4 48 56 MEDIDAS DE DEFLEXÕES - VIGA BENKELMAN TRECHO: BR 116 KM 310 - KM 378 ESTACA INT FRAC 2128 10 2127 2126 10 2125 10 2124 10 2123 10 2122 10 2121 10 2120 10 2119 10 2118 10 2117 10 2116 10 2115 10 2114 10 2113 10 2112 10 2111 10 2110 10 2109 10 LADO TR LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE LE Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext Ext DATA: 13/10/08 TEMP LEITURAS REV AMB L 0 L 25 L 50 L 75 L 100 L 150 L 200 L 300 L. F. 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 297 300 299 299 299 299 299 299 299 300 300 297 299 298 299 299 300 297 300 300 299 297 299 299 299 300 299 297 297 299 297 297 296 300 298 300 297 300 300 296 297 295 297 297 297 298 297 297 297 297 296 297 296 297 297 300 293 300 300 297 297 297 298 299 300 297 295 295 297 294 295 295 298 297 296 295 298 296 290 288 296 290 293 291 295 2593 296 295 296 293 296 295 296 295 296 295 296 295 296 295 293 292 291 290 295 293 296 295 296 293 300 297 292 291 300 300 300 300 296 293 297 297 295 294 298 298 298 297 300 300 295 293 294 292 293 292 296 295 292 290 294 292 292 290 297 295 295 293 295 292 292 296 297 296 295 292 284 289 290 292 294 291 293 294 294 294 292 291 290 292 294 292 293 291 293 299 291 297 293 298 297 300 292 290 291 294 289 290 288 293 292 291 295 293 290 284 288 286 291 293 290 292 293 293 294 291 291 290 291 294 291 292 291 291 293 290 297 293 298 297 300 291 288 290 294 287 289 287 292 291 290 289 293 289 284 287 285 291 292 289 287 293 292 294 290 291 290 291 294 291 291 291 290 293 289 297 293 298 297 300 290 287 289 294 287 289 286 290 290 289 289 292 288 284 287 285 291 292 289 287 293 292 294 290 291 290 291 294 291 291 291 290 293 289 297 293 298 297 300 290 287 289 294 287 289 286 290 290 289 289 292 288 XV L0 – L.F. DEFL. CALC. 16 13 15 9 8 11 13 7 8 6 10 9 10 9 6 9 9 9 10 7 11 3 7 2 3 0 10 13 11 6 13 11 14 10 10 11 11 8 12 64 52 60 36 32 44 52 28 32 24 40 36 40 36 24 36 36 36 40 28 44 12 28 8 12 0 40 52 44 24 52 44 56 40 40 44 44 32 48 ANEXO IV INVENTÁRIO DA SUPERFÍCIE DO PAVIMENTO INVENTÁRIO DO ESTADO DA SUPERFICIE DO PAVIMENTO RODOVIA: BR-116 MG TRECHO: Teófilo Otoni - Governador Valadares Estaca F a i x a SEGMENTO: Km 310,00 ao Km 378,800 FC-2 Pista FC-1 Tipo OK FI TTC TLC J Rev. DNIT-PRO 06 (1) (1) (1) (2) FC-3 TB JE E AF O P EX D R ALC ATC FB (2) (3) (4) (5) (6) (8) (3) (5) (7) 2032 D CBUQ X 2033 E CBUQ X X 2034 D CBUQ X 2035 E CBUQ X 2036 D CBUQ X 2037 E CBUQ X 2038 D CBUQ X 2039 E CBUQ 2040 D CBUQ 2041 E CBUQ 2042 D CBUQ 2043 E CBUQ 2044 D CBUQ 2045 E CBUQ 2046 D CBUQ 2047 E CBUQ 2048 D CBUQ X X X 2049 E CBUQ X X X 2050 D CBUQ X 2051 E CBUQ 2052 D 2053 E 2054 D 2055 X X Flecha % de Área mm com trincas TRI TRE FC-2 FC-3 4 4 80 20 2 2 100 0 2 4 80 20 2 2 80 0 2 4 80 0 2 2 70 0 2 4 80 20 2 2 0 70 X 2 4 30 0 X X X X X X X 2 2 10 0 X X X 2 2 20 0 X X 2 2 0 20 2 2 0 50 4 3 0 0 2 2 0 0 2 2 20 0 2 5 50 20 4 4 0 90 3 3 90 0 X 2 2 80 0 CBUQ X 2 2 80 0 CBUQ X 2 2 80 0 CBUQ X 2 2 80 0 E CBUQ X 2 2 60 0 2056 D CBUQ X 2 2 80 0 2057 E CBUQ X 2 2 90 0 2058 D CBUQ X 2 2 80 0 2059 E CBUQ X 4 4 0 80 2060 D CBUQ X X 5 5 50 50 2061 E CBUQ X 2 2 90 0 2062 D CBUQ X 2 2 100 0 2063 E CBUQ X 2 2 80 0 2064 D CBUQ X 2 2 90 0 2065 E CBUQ X 5 4 50 50 2066 D CBUQ X 2 2 90 0 2067 E CBUQ X 2 2 80 0 2068 D CBUQ X 3 3 80 0 2069 E CBUQ X 3 3 80 0 2070 D CBUQ X 2 2 80 0 X X X X X X X X X X X XVI INVENTÁRIO DO ESTADO DA SUPERFICIE DO PAVIMENTO RODOVIA: BR-116 MG TRECHO: Teófilo Otoni - Governador Valadares FC-1 FC-2 TTC TLC J TB JE E AF O P EX D R ALC ATC FB (2) (2) (3) (4) (5) (5) (6) (7) (8) F a i x a Pista 2071 E CBUQ X 2072 D CBUQ X 2073 E CBUQ 2074 D CBUQ 2075 E 2076 D 2077 E CBUQ 2078 D CBUQ 2079 E CBUQ 2080 D 2081 E 2082 2083 2084 Estaca DNIT-PRO 06 SEGMENTO: Km 310,00 ao Km 378,800 Tipo Rev. OK FI (1) (1) (1) FC-3 (3) Flecha % de Área mm com trincas TRI TRE FC-2 FC-3 4 4 100 0 4 3 80 20 X 3 3 80 0 X 3 5 100 0 CBUQ X 3 3 100 0 CBUQ X 2 3 90 0 4 2 0 80 X 2 4 100 0 X 2 2 100 0 CBUQ X 2 4 100 0 CBUQ X 4 4 50 50 D CBUQ X 2 2 100 0 E CBUQ X 2 2 80 0 D CBUQ X 2 3 100 0 2085 E CBUQ X 2 2 20 0 2086 D CBUQ X 2 4 100 0 2087 E CBUQ X 2 2 50 0 2088 D CBUQ X X 4 6 50 50 2089 E CBUQ X 4 4 0 50 2090 D CBUQ X X 4 4 50 50 2091 E CBUQ 4 2 0 80 2092 D CBUQ X 2 2 100 0 2093 E CBUQ X 2 2 100 0 2094 D CBUQ X 3 3 50 50 2095 E CBUQ X 2 2 100 0 2096 D CBUQ X X 3 3 50 50 2097 E CBUQ X X 4 4 50 50 2098 D CBUQ X 2 2 100 0 2099 E CBUQ X 3 3 50 50 2100 D CBUQ X 2 4 100 0 2101 E CBUQ X 2 2 80 0 2102 D CBUQ X 2 4 80 0 2103 E CBUQ X 4 4 50 50 2104 D CBUQ X 2 4 100 0 2105 E CBUQ X 2 4 80 0 2106 D CBUQ X 2 4 80 0 2107 E CBUQ 2 2 0 0 2108 D CBUQ X 2 4 100 0 2109 E CBUQ X 2 2 100 0 2110 D CBUQ X 2 2 100 0 2111 E CBUQ 3 3 0 80 2112 D CBUQ X 2 2 80 0 2113 E CBUQ X 2 2 30 0 2114 D CBUQ X 2 2 70 0 2115 E CBUQ X 2 2 100 0 2116 D CBUQ 2 2 0 0 2117 E CBUQ 2 2 80 0 2118 D CBUQ 2119 E CBUQ 2120 D CBUQ 2121 E CBUQ 2122 D CBUQ X X 2123 E CBUQ X X 2124 D CBUQ X X 2125 E CBUQ X X 2126 D CBUQ 2127 E CBUQ X X X 2128 D CBUQ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 2 2 0 0 X 2 2 0 20 X X 6 6 100 0 X X 2 2 80 0 X 5 5 0 70 X X X X X X X X X XVII 2 4 0 0 5 5 0 30 2 2 0 0 8 8 0 80 10 7 0 40 4 8 0 70 ANEXO V ENSAIOS DE MÓDULO DE RESILIÊNCIA, VIDA DE FADIGA E RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR COMPRESSÃO DIAMETRAL LABORATÓRIO DE PAVIMENTAÇÃO FACULDADE DE ENGENHARIA - UFJF Resultados de Ensaios Interessado: Material: Local de Coleta: CP 2033 2034 2038 2039 2043 2044 2048 2049 2052 2054 2056 2060 2061 2064 2066 2069 2071 2073 2076 2078 2081 2082 2086 2087 2090 2092 2095 2097 2100 2101 2104 2106 2110 2111 2115 2116 2120 2121 2125 2126 Dados dos Corpos-de-Prova Módulos de Resiliência Nº Lado Trilha MR (Mpa) LD LE LD LE LD LE LD LE LE LD LE LD LE LD LE LD LE LD LE LD LE LD LE LD LE LD LE LD LD LE LD LE LD LE LD LE LD LE LD LD T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.E. T.R.E. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. T.R.I. T.R.I. T.R.E. 3448 2226 3117 4364 2420 3120 2605 3410 4701 3159 2929 2716 3442 3695 3242 3412 3516 2433 3001 3134 3283 3464 3006 3820 3485 3940 3647 3453 4846 4276 3800 4190 3400 4007 3275 3447 4050 3225 4425 3479 MR Médio (Mpa) Vida de Fadiga Nível de Tensão (%) Deform. Espec. Resiliente Diferença de Tensões (Mpa) Nº de Aplicações 30 0,0001029 1,27 2210 40 20 0,0001373 0,0000686 1,70 0,85 460 9134 10 0,0000343 0,42 17268 40 0,0001335 1,78 1257 10 0,0000334 0,44 5608 20 0,0000667 0,89 3157 30 40 0,0001001 0,0001197 1,33 1,54 1461 991 30 0,0000898 1,15 1458 10 20 0,0000299 0,0000599 0,38 0,77 17399 3531 10 30 0,0000278 0,0000834 0,44 1,32 4522 527 20 0,0000556 0,88 1327 40 20 0,0001113 0,0000546 1,76 0,80 420 1676 10 30 0,0000273 0,0000819 0,40 1,20 5882 560 40 0,0001092 1,60 392 3089 3327 3207 3955 3664 XVIII LABORATÓRIO DE PAVIMENTAÇÃO FACULDADE DE ENGENHARIA - UFJF Resultados de Ensaios Interessado: Material: Local de Coleta: Engº Márcio Gusmão Corpos-de-Prova extraído de revestimento asfáltico (CBUQ) - 1ª Etapa Rodovia BR-116/MG - Km 310 a 376 D ado s do s C o rpo s-de-P ro va CP Nº Lado Trilha Altura (Cm) Diâmetro (Cm) 2035A 2035B 2050A 2050B 2050C 2055A 2055B 2065A 2065B 2065B 2075A 2075B 2075C 2075D 2085A 2095A 2095B 2095C 2095D 2100A 2110A 2110B 2110C 2110D 2110E LD LE LE LE LE LD LD LE LE LE LD LD LE LE LE LE LD LD LE LE LD LE LD LE LD EXT INT EXT INT MEIO EXT INT INT EXT MEIO EXT INT EXT INT MEIO EXT EXT INT INT MEIO EXT EXT MEIO INT INT 5,47 5,49 4,75 6,06 5,49 5.53 5,01 5,73 4,73 4,90 4,72 5,42 5,35 5,11 4,60 5,30 4,79 4,19 5,64 6,59 5,38 4,38 4,84 3,42 4,99 9,07 9,04 9,05 9,01 9,06 9,09 9,03 8,99 9,06 9,11 8,99 9,02 9,01 9,03 9,06 8,95 9,13 9,06 9,07 9,01 9,07 9,04 9,06 9,02 9,09 M ó dulo s de R esiliência Polímero Densidade (%) 2,359 2,353 2,326 2,307 2,330 2,379 2,356 2,374 2,335 2,316 2,328 2,307 2,344 2,293 2,331 2,288 2,292 2,299 2,295 2,318 2,290 2,385 2,310 2,342 2,333 XIX 2,0 1,5 1,0 0,5 Sem Polímero R esistência à T ração MR (Mpa) MR Médio RT Médio RT (Mpa) (Mpa) (Mpa) 6143 5974 4183 5413 4127 6158 7111 3585 5983 5608 3392 5004 3979 4897 4526 3683 3342 3541 5728 5440 4302 6795 4730 5673 7122 1,31 1,25 1,30 1,24 1,39 1,29 1,63 1,20 1,44 1,32 1,53 1,02 1,10 1,21 1,27 1,24 1,35 1,40 1,27 1,04 0,85 1,04 1,28 1,43 1,04 5168 5689 4360 4347 5724 1,30 1,38 1,23 1,26 1,13 LABORATÓRIO DE PAVIMENTAÇÃO FACULDADE DE ENGENHARIA - UFJF Resultados de Ensaios Interessado: Material: Local de Coleta: Engº Márcio Gusmão Corpos-de-Prova extraído de revestimento asfáltico (CBUQ) - 1ª/2ª Etapa Rodovia BR-116/MG - Km 310 a 376 1ª Etapa CP Nº Leitura (0,001") K (Constante) Força (Kg) Diâmetro (Cm) Altura (cm) RT (Km/Cm²) RT (Mpa) 2034 2043 2044 2054 2056 2066 2073 2078 2086 2095 2101 2104 2120 2121 2125 18 11 20 17 18 17 10 15 15 17 17 17 13 16 17 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 833,0 509,0 902,4 786,7 833,0 763,5 439,6 671,0 671,0 763,5 763,5 786,7 601,6 717,3 763,5 9,11 9,16 9,12 9,14 9,11 9,18 9,15 9,07 9,10 9,14 9,16 9,16 9,18 9,06 9,12 5,06 4,17 5,33 4,96 4,86 5,15 3,24 4,72 4,99 4,87 4,91 4,84 4,63 4,76 5,17 11,50 8,49 11,81 11,05 11,98 10,27 9,44 9,98 9,40 10,93 10,81 11,28 9,01 10,59 10,32 1,15 0,85 1,18 1,10 1,20 1,03 0,94 1,00 0,94 1,09 1,08 1,13 0,90 1,06 1,03 CP Nº Leitura (0,001") K (Constante) Força (Kg) Diâmetro (Cm) Altura (cm) RT (Km/Cm²) RT (Mpa) 2035A 2035B 2050A 2050B 2050C 2055A 2055B 2065A 2065B 2065C 2075A 2075B 2075C 2075D 2085A 2095A 2095B 2095C 2095D 2100A 2110A 2110B 2110C 2110D 2110E 22 21 19 23 24 22 25 21 21 20 22 17 18 19 18 20 20 18 22 21 14 14 19 15 16 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 46,2755 1018,1 971,8 879,2 1064,3 1087,5 1018,1 1156,9 971,8 971,8 925,5 1018,1 786,7 833,0 879,2 833,0 925,5 925,5 833,0 1018,1 971,8 647,9 647,9 879,2 694,1 740,4 9,07 9,04 9,05 9,01 9,06 9,09 9,03 8,99 9,06 9,11 8,99 9,02 9,01 9,03 9,06 8,95 9,13 9,06 9,07 9,01 9,07 9,04 9,06 9,02 9,09 5,47 5,49 4,75 6,06 5,49 5,53 5,01 5,73 4,73 4,90 4,72 5,42 5,35 5,11 4,60 5,30 4,79 4,19 5,64 6,59 5,38 4,38 4,84 3,42 4,99 13,06 12,46 13,02 12,41 13,91 12,89 16,27 12,02 14,44 13,19 15,28 10,24 11,00 12,14 12,72 12,43 13,47 13,97 12,68 10,42 8,45 10,41 12,78 14,32 10,38 1,31 1,25 1,30 1,24 1,39 1,29 1,63 1,20 1,44 1,32 1,53 1,02 1,10 1,21 1,27 1,24 1,35 1,40 1,27 1,04 0,85 1,04 1,28 1,43 1,04 RT Médio (Mpa) 1,06 1,11 0,96 1,10 1,00 2ª Etapa XX RT Médio (Mpa) 1,30 1,38 1,23 1,26 1,13