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Trabalho de Pesquisa Caderno Científico Avaliação histomorfológica de maxilares humanos submetidos a enxerto ósseo autógeno e homógeno Histomorphometric evaluation of autogenous and homogenous bone grafts on atrophic maxillary arches Leandro Marques de Resende* Alexandre Oliveira Gonçalves** Beatriz Julião Vieira*** Rogério de Lima Romeiro**** RESUMO O propósito deste trabalho foi avaliar, por meio de histomorfologia, quantitativa e qualitativamente os enxertos autógenos e homógenos realizados em maxilares atróficos cuja reabilitação oral visava à instalação de implantes dentários. Para o experimento, foram selecionados cinco pacientes que apresentavam maxilares atróficos para instalação de implantes. Desta forma, todos foram submetidos a procedimentos de enxertia óssea autógena e homógena, com exceção do paciente 2, que recebeu somente enxerto homógeno bilateral. Após o tempo de maturação dos tecidos enxertados (6 a 14 meses), foram colhidas amostras dos enxertos e estas foram preparadas pelas técnicas histológicas rotineiras para coloração com hematoxilinaeosina. Os resultados indicaram atividades osteogênicas em todas as amostras, com presença de células osteoprogenitoras em diferenciação e formação de camada osteoblástica, embora em estágios distintos de maturação tecidual. Entretanto, quando se comparou os potenciais osteogênicos de cada amostra e se traçou um paralelo entre o tempo de maturação óssea de cada enxerto e em cada paciente, observou-se que, independente do tipo de enxerto realizado e do tempo de maturação óssea, cada paciente apresentou potencial osteogênico semelhante para ambos os enxertos. Concluiu-se, ao término do trabalho, que a utilização de osso homógeno foi eficaz, induzindo mais rapidamente à remodelação óssea quando comparados com os enxertos autógenos. Somado a isso, o estágio de remodelação óssea esteve mais dependente da resposta orgânica individual de cada paciente do que propriamente do material utilizado na enxertia óssea. Unitermos - Transplante ósseo; Remodelação óssea; Implantes. ABSTRACT The purpose of this study was to evaluate qualitatively and quantitatively autogenous and homogenous grafts performed in atrophic maxillary arches before dental implant placement. Five patients with atrophic jaws were selected and received autogenous and homogeneous bone grafts, except for patient 2, who received only bilateral homogenous grafts. After 6 to 14 months, samples were retrieved and stained with hematoxylineosin. The results indicated osteogenic activity in all samples, with differentiating osteoprogenitor cells and subsequent formation of osteoblastic layer, although in different stages of tissue maturation. However, when the osteogenic potential of each sample and time of maturation of bone graft were analyzed, it was observed that, regardless of the type of graft used and the time of bone maturation, all patients showed similar potential osteogenic activity in both graft types. We conclude that the use of homogenous bone was effective, leading to faster bone turnover when compared with autogenous grafts. Further, the stage of bone remodeling was more dependent on the response of each individual organism than on the material used in autogenous or homogenous bone graft. Key Words - Bone transplantation; Bone remodeling; Dental implants. * Especialista em Implantodontia - ABO Juiz de Fora/MG; Doutor em Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto/Unaerp. ** Vice-coordenador do curso de Especialização em Implantodontia - ABO Juiz de Fora/MG; Mestre em Implantodontia – Unisa. *** Professora do Departamento de Histologia - UFJF; Doutora em Patologia – UFF. **** Doutor em Implantodontia – SLMandic; Professor responsável pela disciplina de Implantodontia da Faculdade de Pindamonhangaba – FAPI. REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 213 Resende LM • Gonçalves AO • Vieira BJ • Romeiro RL Introdução Nos últimos anos, os avanços nas técnicas cirúrgicas implantodônticas revolucionaram a forma de abordagem e planejamento das reabilitações orais. Entretanto, defeitos estruturais no arcabouço ósseo impossibilitam, em primeira instância, a instalação adequada de implantes dentários. As atrofias ósseas nos maxilares normalmente são ocasionadas por infecções, traumas, ressecções tumorais e/ou por anomalias de desenvolvimento1. Tais lesões, além de não se repararem espontaneamente, são potencializadas pela ausência de estímulos, prejudicando a forma e função do esqueleto facial2. Em busca de uma reabilitação de excelência, a Implantodontia trouxe consigo a necessidade da utilização de técnicas de aumento dos rebordos ósseos maxilares através de procedimentos para sua expansão e/ou enxertos ósseos3-4. Além disso, tais reconstruções de defeitos ósseos amplos sempre representaram um desafio para os cirurgiões-dentistas, fazendo com que estes realizem pesquisas continuadas na natureza da osteogênese e em métodos de controlá-la e estimulá-la5-6. Os enxertos, quanto à sua origem, podem ser: autógenos, quando obtidos do mesmo indivíduo, sendo este receptor e doador; isógenos, quando obtidos de outro indivíduo com mesma carga genética; homógenos, quando obtidos de indivíduos diferentes com carga genética diferente, porém da mesma espécie; heterógenos, que são obtidos de outras espécies7. Sob o ponto de vista da aceitação biológica, em função da superior compatibilidade tecidual, o melhor material de enxerto é o autógeno8-10. Para tal, contudo, existe a necessidade de ato cirúrgico adicional para remoção do material, criando uma ferida cirúrgica cujo pós-operatório pode ser mais desconfortável ao paciente do que a intervenção cirúrgica para correção da deformidade10-12. A necessidade de procedimento cruento na área doadora no momento da utilização do osso autógeno, levando, assim, ao aumento no período de convalescença5, a susceptibilidade a infecções13, o risco de reabsorções ósseas progressivas e a morbidade5,11 estimularam também a procura de outros materiais de enxertos para serem usados em substituição ao autógeno. Sendo assim, o osso condutor homógeno (osso humano, fresco e congelado), vem sendo uma alternativa viável para ser utilizado em reconstruções de maxilares atróficos2,14. A utilização de osso homógeno tem-se mostrado eficaz em inúmeras situações cuja enxertia para a reparação óssea é considerada extensa, principalmente na ortopedia e na implantodontia4-5. Os protocolos de retirada, conservação, esterilização e utilização desses materiais já estão estabelecidos em muitos serviços especializados, como nos bancos de tecidos músculoesqueléticos, e com resultados satisfatórios que justificam sua utilização8. 214 REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 É importante neste momento analisar qualitativa e quantitativamente a neoformação óssea após a utilização de enxertos ósseos autógenos e homógenos em maxilares atróficos, uma vez que a literatura científica atual credencia tais tecidos como os melhores entre todos utilizados em técnicas de reconstrução óssea8,11,15. Proposição O propósito deste trabalho foi avaliar, por meio de histomorfologia, quantitativa e qualitativamente os enxertos autógenos e homógenos realizados em maxilares atróficos cuja reabilitação oral elencava a instalação de implantes dentários. Material e Métodos De acordo com a aprovação (N° 003/08) do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Suprema), foram selecionados na Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Brasileira de Odontologia (Regional Juiz de Fora), cinco pacientes com idade variando entre 30 e 45 anos, de ambos os sexos, sem distinção de raça e apresentando estado de saúde adequado ao experimento, seguindo alguns critérios de inclusão e exclusão. Critérios de inclusão: • Pacientes com higiene oral satisfatória. • Condição sistêmica de saúde, incluindo a ausência de quaisquer doenças que pudessem contraindicar uma abordagem cirúrgica sob anestesia local e/ou geral. • Pacientes com edentulismo total ou parcial nos maxilares superior e inferior, que necessitavam de enxertos ósseos bilateral para posterior instalação de implantes dentários para a reabilitação oral. • Pacientes que tinham entendido o propósito da pesquisa e tinham assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Critérios de exclusão: • Desistência, abandono ou falta de colaboração por parte do paciente. • Ocorrência de algum estado de enfermidade do paciente que impeça a continuidade da pesquisa. • Pacientes grávidas. • Pacientes com alguma enfermidade nos maxilares superior ou inferior que impeça a realização da cirurgia. • Diabetes desconpensada. • Doença periodontal não controlada. • História de irradiação na cabeça e/ou pescoço. • Quimioterapia. • Fumantes. • História de abuso de drogas. Trabalho de Pesquisa Caderno Científico Foi utilizado osso homólogo proveniente do Banco de Ossos da Universidade de Marília / São Paulo (Unioss). Posteriormente à seleção dos pacientes de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, foi realizada uma anamnese geral e específica. Modelos em gesso especial das arcadas superior e inferior, radiografias panorâmicas e periapicais das regiões receptoras e doadoras dos enxertos ósseos foram exigidas, assim como a tomografia computadorizada da região doadora dos enxertos ósseos. Exames complementares de sangue, cardiológico (risco cirúrgico) e, quando a abordagem cirúrgica incluía o assoalho de seio maxilar, uma avaliação do otorrinolaringologista era solicitada, além da tomografia computadorizada da maxila. Inicialmente foi realizada uma antissepsia extra-oral com PVPI ou clorexidina 4% e uma antissepsia intraoral com clorexidina 0,12%. Os pacientes foram operados sob anestesia local e sedação. Inicialmente foi realizada a abertura de um retalho mucoperiósteo na região receptora do enxerto ósseo autógeno e preparo desse leito receptor (Figura 1). Em seguida, abertura de um retalho mucoperiósteo na região doadora do enxerto ósseo autógeno (ramo mandibular), remoção do enxerto através de osteotomias e fechamento da região doadora com suturas interrompidas simples, em seguida, foi realizada a adaptação do enxerto ósseo autógeno na região receptora através de parafusos (Figura 2), seguida de suturas interrompidas simples e colchoeiro horizontal. Posteriormente, abertura de um retalho mucoperiósteo na região receptora do enxerto ósseo homólogo (Figura 3) com o preparo do leito receptor desse enxerto, adaptação do enxerto ósseo homólogo na região receptora através de parafusos (Figura 4), e suturas interrompidas simples e colchoeiro horizontal. Os tecidos homógenos escolhidos eram todos com dimensões aproximadas de 20 mm de comprimento, 10 mm de largura e 6 mm de espessura, sendo esta espessura variável quanto à proporção córtico-medular da peça (Figura 5). Todos os pacientes foram medicados com 2 g de Amoxicilina uma hora antes da cirurgia, continuando com 500 mg de 8/8 horas, por sete dias após a cirurgia, nos casos de enxertos de blocos ósseos; ou 1.750 mg de Amoxicilina + Clavulanato de Potássio, uma hora antes da cirurgia, con- Figura 1 Preparo da região receptora. Figura 2 Adaptação do enxerto ósseo autógeno na região receptora. Figura 3 Abertura do retalho mucoperiósteo da região receptora. Figura 4 Adaptação do enxerto ósseo homólogo na região receptora. Técnica cirúrgica REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 215 Resende LM • Gonçalves AO • Vieira BJ • Romeiro RL tinuando com 875 mg de 12/12 horas, por sete dias após a cirurgia, nos casos de levantamento do assoalho do seio maxilar, além de aplicação nasal de Rinossoro, três vezes ao dia, por 30 dias, a contar de dez dias antes da cirurgia; 4 mg de Betametasona, duas horas antes da cirurgia; 10 mg de Diazepam, uma hora antes da cirurgia e 600 mg de Ibuprofeno de 12/12 horas durante quatro dias. Em caso da presença de dor significativa, o paciente foi orientado a fazer uso de um comprimido de Paracetamol 750 mg, intercalados de 6/6 horas, apenas nos episódios álgicos. Foram realizadas radiografias panorâmicas (Figura 6), radiografias periapicais e tomografias computadorizadas (Figura 7) das regiões receptoras dos enxertos ósseos. As análises histológicas foram feitas entre seis e 14 meses após a cirurgia de enxertia. Figura 5 Amostra de tecido ósseo homógeno. Figura 6 Radiografia panorâmica pós-operatória. Processamento laboratorial Após obtenção das amostras de tecido ósseo (Figuras 8a e 8b) por meio de uma broca trefina de 2,1 mm de diâmetro externo, as mesmas foram fixadas em formol neutro a 10% durante 24 horas e, na sequência, lavadas em água corrente por mais 24 horas anteriormente a descalcificação em EDTA a 18%. Após a descalcificação, as peças foram desidratadas, clarificadas e incluídas em parafina. Em seguida, foram realizados cortes semi-seriados com espessura de 3 µm no TABELA 1 - POTENCIAL OSTEOGÊNICO DO ENXERTO ÓSSEO DE ACORDO COM OS ACHADOS HISTOMORFOLÓGICOS Potencial Osteogênico Símbolo Características histomorfológicas do tecido Nenhum * Ausência sugestiva de potencial osteogênico. Pouco ** Sem atividade osteogênica, porém com tecido de granulação em amadurecimento, com sugestivo potencial osteogênico. Bom *** Áreas iniciais de diferenciação celular com potencial osteogênico (células com morfologia compatível com células osteoprogenitoras, bem como osteoblastos já diferenciados), síntese de matriz extracelular óssea (osteóide), ainda sem mineralização. Ótimo **** Diversas áreas de neoformação óssea (centros de ossificação primária, ainda isolados ou em contato com o material enxertado). ***** Diversas áreas de neoformação óssea (centros de ossificação primária, ainda isolados ou em contato com o material enxertado); grande presença de tecido com potencial osteogênico – membrana conjuntiva para ossificação intramembranosa bem desenvolvida. Excelente 216 REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 Figura 7 Tomografia computadorizada pós-operatória. Figuras 8a e 8b Obtenção das amostras dos enxertos homógeno (8a) e autógeno (8b). Trabalho de Pesquisa Caderno Científico sentido longitudinal da peça e as lâminas foram preparadas pelas técnicas histológicas rotineiras para coloração com hematoxilina-eosina. Federal de Juiz de Fora/Minas Gerais, procurando-se avaliar aspectos morfológicos do reparo ósseo da cavidade, a evolução do fechamento e a presença ou não do biomaterial, além de comparar estes eventos entre os grupos experimentais. Análise histomorfológica A avaliação histomorfológica foi realizada por meio de microscópio de luz binocular (Zeiss) no Laboratório de Imunopatologia e Patologia Experimental, da Universidade Análise estatística Foi utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon (Wilcoxon Signed Ranks Test for Two Related Samples). A Figura 9 Amostra de enxerto homólogo do paciente 1. Asteriscos azuis indicam fragmento ósseo enxertado. Setas amarelas indicam áreas compatíveis com necrose tecidual. Setas pretas indicam o preenchimento in loco de tecido conjuntivo. Coloração HE. Aumento original de 40X. Figura 10 Amostra do enxerto autógeno do paciente 1. Setas pretas indicam um tecido de granulação com infiltrado inflamatório mononuclear focal em meio a tecido conjuntivo. Asteriscos indicam presença acentuada de vasos sanguíneos. Setas azuis indicam o tecido ósseo enxertado. Coloração HE. Aumento original de 40X. Figura 11 Amostra de enxerto ósseo homólogo do paciente 3 (enxerto em bloco na região posterior superior esquerda). Setas azuis indicam monocamadas de osteoblastos em atividade sintética. Setas pretas indicam formação de novos osteócitos aprisionados em matriz osteóide. A amostra exibiu atividade osteogênica inicial satisfatória e intensa angiogênese (asteriscos). Coloração HE. Aumento original: 40X. Detalhe: área de ossificação intramembranosa. Figura 12 Amostra de enxerto ósseo autógeno do paciente 3 (enxerto em bloco na região anterior superior), sem atividade osteogênica. Asteriscos azuis indicam uma angiogênese bem desenvolvida. Setas pretas indicam infiltrado inflamatório mononuclear discreto com neutrófilos ocasionais. Asteriscos verdes mostram a interface bem integrada entre tecidos moles e enxerto ósseo. Coloração HE. Aumento original: 40X. REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 217 Resende LM • Gonçalves AO • Vieira BJ • Romeiro RL Análise estatística Resultados Análise histomorfológica As Figuras 9 a 12 ilustram, em microscopia de luz e coloração HE, as amostras de osso homólogo e autógeno dos pacientes 1 e 3, após o período de integração do enxerto. Potencial osteogênico Os potenciais osteogênicos de cada enxerto ósseo estão evidenciados na Tabela 1, como também as características peculiares histomorfométricas que cada tecido apresentou. A Tabela 2 ilustra o potencial osteogênico que cada amostra apresentou, possibilitando traçar um paralelo entre os tipos de enxerto (autógeno e homógeno) com o tempo de maturação desses enxertos ósseos, individualmente entre os pacientes. TABELA 2 - POTENCIAL OSTEOGÊNICO DE CADA ENXERTO ÓSSEO, DE ACORDO COM A TABELA 1 Paciente Tempo de maturação Tipo de enxerto Potencial Osteogênico Autógeno 6 ** Homógeno 6 ** Homólogo (LSM) 7 ***** Homógeno 7 **** Autógeno 6 ** Homógeno 6 **** Autógeno (LSM) 8 ** Homógeno (LSM) 8 *** Autógeno 14 ** Homógeno 14 *** 1 2 3 4 5 TABELA 3 - ANÁLISE ESTATÍSTICA Ranks N Negative Ranks Mean Rank Sum of Ranks a 2,00 2,00 b 2,67 8,00 1 Positive Ranks 3 Ties 1c Total 5 Homógeno - Autógeno a. Homógeno < Autógeno; b. Homógeno > Autogeno; c. Homógeno = Autógeno 218 REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 A hipótese nula testada é que não há diferença no potencial osteogênico entre os tipos de enxerto: autógeno e homógeno, isto é, foi observado o mesmo potencial nos dois tipos de enxerto. Utilizando-se um teste bilateral ao nível de 5% de probabilidade, conclui-se que o mesmo não é significativo, ou seja, não se pode rejeitar a hipótese de que o potencial osteogênico entre os tipos de enxerto: autógeno e homógeno seja igual (Tabela 3). Discussão Em busca de uma reabilitação de excelência, a Implantodontia trouxe consigo a necessidade da utilização de técnicas de aumento dos rebordos ósseos maxilares, através de procedimentos para sua expansão e/ou enxertos ósseos. Os enxertos, quanto à sua origem, podem ser: autógenos, quando obtidos do mesmo indivíduo, sendo este receptor e doador; isógenos, quando obtidos de outro indivíduo com mesma carga genética; homógenos, quando obtidos de indivíduos diferentes com carga genética diferente, porém da mesma espécie e os heterógenos, que são obtidos de outras espécies7. Entretanto, a literatura oferta inúmeros biomateriais que porventura poderiam ser utilizados nas reconstruções de defeitos ósseos maxilo-mandibulares4,13-14,16-20entre autógenos, homógenos, heterógenos e aloplásticos. A regeneração óssea é um processo complexo e contínuo e a função dos biomateriais é promover a formação de um novo tecido ósseo de características iguais às do leito receptor e, preferencialmente, de maneira rápida18. Para tanto, tais materiais utilizados em enxertos ósseos devem apresentar características físicas de adaptação e imobilização, químicas e biológicas, como a osteoindução, a osteocondução e osteopromoção1. Dentro desta realidade, o osso autógeno é considerado padrão ouro por reunir a maioria dessas características necessárias1,8,10. No entanto, por questões como morbidade para a sua remoção, riscos de parestesia1, maior tempo cirúrgico21, possibilidade de reabsorção do enxerto12, maior sangramento15, quantidade disponível reduzida2,22 e, ainda, a necessidade em casos extremos de leito hospitalar para se completar uma cirurgia oral, como nos casos de remoção de blocos ósseos oriundos da tíbia, do ilíaco, ou calota craniana, induzem aos receios para a sua utilização23. Portanto, na existência de desvantagens para a utilização de osso autógeno, o osso proveniente de banco de tecidos surge como uma alternativa viável nas reconstruções ósseas maxilo-mandibulares11. O osso homógeno pode ser utilizado em algumas situações que impossibilite obter uma quantidade necessária de osso autógeno, requisitado pelo leito receptor, ou quando este induz aos procedimentos Trabalho de Pesquisa Caderno Científico com grande morbidade, onde exista a negativa do paciente em se submeter a um segundo sítio cirúrgico. Há também, ainda, aquelas situações de condições sistêmicas e/ou local que contraindicam o procedimento de retirada do osso autógeno, principalmente nos casos de recorrência de procedimentos11,19. Até o ano de 2002, a maioria dos Bancos de Tecido Músculo-Esquelético seguia as orientações da American Association of Tissue Banks (EUA). A partir de 20 de setembro de 2002, o Ministério da Saúde (Brasil) aprovou a portaria nº. 1.686 autorizando, regulamentando e orientando o funcionamento dessas instituições (BTME). Recentemente, foi concedida ao cirurgião-dentista brasileiro a permissão para conduzir o transplante de tecidos músculo-esqueléticos, o que representa algo novo para a Odontologia nacional24. O osso homólogo tem sido clinicamente utilizado por um bom tempo nas diversas áreas da Medicina, sobretudo na Ortopedia, apresentando índices de sucesso acima de 90%, em controles que variam de 1 a 10 anos, o que garante a previsibilidade de sua utilização durante os procedimentos de reconstruções de defeitos ósseos14,25. Com suas propriedades osteocondutoras e osteoindutoras, os enxertos homógenos servem como um arcabouço onde ocorre formação óssea após reabsorção parcial e remodelação do material enxertado21. Mesmo com toda a previsibilidade de sucesso e utilização dos biomateriais alógenos, alguns trabalhos apontam que a capacidade de revascularização é mais lenta e a união entre o leito receptor e o enxerto é obtida de forma não uniforme, quando comparados os enxertos homógeno aos autógenos3,25. Nesse experimento, utilizou-se osso homólogo fresco e congelado proveniente do Banco de Tecidos Músculo-esquelético da Universidade de Marília (Unioss). Os tecidos escolhidos eram todos com dimensões aproximadas de 20 mm de comprimento, 10 mm de largura e 6 mm de espessura, sendo esta espessura variável quanto à proporção córtico-medular da peça. Quando a escolha era de tíbia, aproximadamente 4 mm eram de cortical e apenas 2 mm de medular. Quando a escolha foi de joelho, a proporção córtico-medular era inversa à da tíbia (2 mm de cortical e 4 mm de medular). Estes dados foram importantes para a compreensão dos resultados, uma vez que, quando se utilizou como material de enxertia óssea homógeno de tíbia (paciente 1 – enxerto em bloco), cuja espessura do biomaterial apresentava 2/3 de cortical para 1/3 de medular, de todas as análises histomorfológicas, esta foi o que apresentou a mais lenta remodelação óssea e o menor potencial osteogênico. Outros estudos24-26 estavam pautados também na utilização de ossos longos, com corticais espessas, na reconstrução de lesões ósseas. Segundo os autores, o baixo índice de remodelação óssea é explicado pela grande quantidade de cortical óssea nesses enxertos homógenos, fazendo com que as células osteoclásticas tenham mais estruturas a serem reabsorvidas, quando comparadas com osso medular. Após o enxerto ósseo, sucede-se uma série de processos histológicos. O osso enxertado é invadido por vasos sanguíneos e células do tipo mesenquimatosas multipotenciais proliferadas dos tecidos vizinhos ao enxerto que penetram na medula e nos canais harvesianos, reabsorvendo a matriz morta da superfície externa e do interior destes canais. O osso enxertado age como um arcabouço dentro e ao redor do qual se pode formar um novo tecido ósseo, induzindo células semelhantes as mesenquimatosas a se diferenciarem em células osteogênicas26. Este processo bioquímico, em que osteoclastos dissolvem a matriz óssea desvitalizada do enxerto e que os osteoblastos depositam uma nova matriz orgânica, é chamado de substituição rastejante1. Tais eventos acontecem quando os biomateriais entram em contato com o ambiente biológico, onde características do tecido influenciam as interações moleculares e celulares ao redor dos biomateriais. Na presença destes tecidos, fatores de crescimento são encontrados em grande quantidade na superfície da substituição óssea, promovendo integração do enxerto com o leito receptor18. Alguns autores1,4,12 afirmam que uma boa incorporação ou remodelação óssea ocorre quando se utilizam nos enxertos ósseos tecidos com similaridade de protocolágenos aos da área receptora, além de uma alta taxa de concentração de proteínas morfogenéticas e fatores de crescimento. Esse experimento realizado evidenciou que tais fatores de crescimento, superfícies em remodelação óssea e integração entre o enxerto e o leito receptor se encontravam presentes em todas as amostras, porém em diferentes estágios. Em certos cortes histológicos representativos de amostras de enxerto ósseo, como o enxerto homógeno do paciente 2 (enxerto em bloco na região maxilar posterior esquerda), observou-se em toda a amostra áreas de intensa atividade osteogênica em meio à tecido de granulação em amadurecimento. Áreas bastante volumosas de ostegênese com neoangiogênese abundante, características típicas de ossificação intramembranosa. A análise histomorfológica indicou a presença de células osteoprogenitoras em diferenciação, além de uma monocamada osteoblástica em atividade sintética, mesmo com apenas seis meses de remodelação óssea. Em outros cortes histológicos, como na amostra de enxerto ósseo homógeno do paciente 4 (levantamento de seio maxilar esquerdo), estavam presentes apenas algumas áreas iniciais de diferenciação celular com potencial osteogênico (células com morfologia compatível com células osteoprogenitoras, bem como osteoblastos já diferenciados). Embora a maturação tecidual tenha sido de sete meses nesta amostra, REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 219 Resende LM • Gonçalves AO • Vieira BJ • Romeiro RL modelação óssea mais avançados que quando comparados com os Mesmo com toda essa previsibilidade de utilização de tecido enxertos autógenos dos mesmos ósseo homólogo, uma questão que ainda gera controvérsias pacientes. Vale ressaltar que no paciené a possibilidade de infecção cruzada com a utilização te 1, onde enxertos ósseos foram de osso homólogo. Pesquisadores25 alertavam que tais realizados na região posterior da mandíbula, o comportamento de modalidades de enxerto podem trazer riscos, como os da reestruturação óssea do enxerto transmissão de doenças e possíveis reações imunológicas. autógeno estava mais adiantado quando comparada com o homógeno, clinicamente. Entretanto, a análise histomorfológica indicou havia apenas o início da síntese de matriz extracelular óssea estágios semelhantes de remodelação óssea. (osteóide), sem mineralização. Mesmo com toda essa previsibilidade de utilização Achados importantes também foram os obtidos com de tecido ósseo homólogo, uma questão que ainda gera os resultados da análise histomorfológicas das amostras controvérsias é a possibilidade de infecção cruzada com a dos enxertos autógenos e homógenos (enxerto em bloco utilização de osso homólogo. Pesquisadores25 alertavam que na região de maxila anterior) do paciente 5, que exibiam tais modalidades de enxerto podem trazer riscos, como os da fragmentos enxertados associados intimamente a tecidos de transmissão de doenças e possíveis reações imunológicas. granulação com provável área de diferenciação osteoprogeCom o avanço das técnicas de processamento, tranitora, e, ainda, presença de resíduos necróticos e coágulos, tamento e estocagem de tais tecidos, outros autores 13 tanto na amostra de enxerto autógeno quanto nas amostras concluíram que tal tecido proveniente de banco de ossos de enxerto homógeno. é considerado um material seguro do ponto de vista imuO que chamou a atenção foram as diferenças entre os nológico e viral. Segundo os autores, isto é fato consumado tempos de maturação dos enxertos ósseos entre os pacientes já que os tais pacientes transplantados não necessitam de 3 e 5, que consistiam em 6 e 14 meses, respectivamente. administrar quaisquer imunossupressores após o procediEntretanto, quando comparados os potenciais ostemento cirúrgico. ogênicos de cada amostra e traçando um paralelo entre Os Bancos de Tecidos Músculo-Esqueléticos aplicam o tempo de maturação óssea de cada enxerto e em cada técnicas adequadas para captação, triagem clínica, laborapaciente, observa-se que, independente do tipo de enxerto torial, sorológica (ABO/RH; A-HIV I e II; A-HCV; A-HTLV; que foi realizado (autógeno ou homógeno) e, independenA-HbsAg; VDRL; PCR), coleta, identificação, processatemente do tempo de maturação tecidual óssea, o paciente mento e estocagem. O congelamento e armazenamento do apresentou potencial osteogênico semelhante para ambos tecido ósseo a temperaturas em torno de 70ºC negativos, os enxertos. denominada de criopreservação, diminui marcadamente a Três diferentes processos são associados ao sucesso antigenicidade dos enxertos, além de promover a preservados enxertos ósseos: osteoindução, osteogênese e osteoção dos ossos por longos períodos21. Além disto, os enxertos condução. O êxito do enxerto depende principalmente de ósseos congelados podem ser reabsorvidos e transformados reações imunológicas eliminadoras, considerando a ostecom mais facilidade do que os tratados com substâncias ogênese, reabsorção e remodelamento, obliteração final e químicas, uma vez que tais substâncias são muito difíceis cicatrização26. de serem removidas5. Embora esses achados apontem estágios de remodelaA manutenção de propriedades biológicas, ainda incerta ção distintos, outros pesquisadores25 concluíram quanto ao quantitativamente, refere-se basicamente à manutenção do uso do enxerto homógeno, que o processo de integração e potencial osteoindutivo do enxerto. Acredita-se que a morte da resultados são semelhantes aos obtidos com osso autógeno, matriz óssea forneça fatores de crescimento estimuladores de a longo prazo. osteoblastos e outras proteínas essenciais, e/ou um substrato Clinicamente, pôde-se afirmar que todos os enxertos osteoclástico para a direta remodelação óssea21. ósseos (autógenos e homógenos) se mostraram satisfatórios Quanto à manutenção das propriedades biomecânicas, durante a instalação dos implantes. Em alguns casos, como deve-se lembrar que o osso peri-implantar é submetido frenos pacientes 2, 3 e 5, os enxertos homógenos (peças córticoquentemente ao estresse mecânico. Portanto, a formação de medulares de joelho) se mostraram mais bem remodelados e um osso com boa densidade é desejável. A criopreservação com melhores densidades ósseas para o travamento final dos mantém as características estruturais do tecido ósseo sendo implantes. Histologicamente, o achado clínico se confirmou, este um importante fator para a promoção de uma condução já que ambas as amostras se mostraram em estágios de reóssea (osteocondução) com qualidade 21. 220 REVISTA IMPLANTNEWS 2010;7(1):67-70 Trabalho de Pesquisa Caderno Científico Somado a isso, as principais vantagens da utilização de osso homógeno são os menores tempos cirúrgicos, a baixa morbidade, mais conforto e menos risco de infecção para o paciente, como também a disponibilidade de maior quantidade de osso. O risco de infecção diminui pelo fato de não haver outro sítio cirúrgico quando da utilização de banco de ossos, comparativamente a uma cirurgia de remoção de osso autógeno. Além disto, esta contaminação pode vir por outras vias13. Risco este de contaminação que não ocorre quando se lança mão de tecido ósseo proveniente de BTME, uma vez que não há necessidade de coletar osso, já que a disponibilidade de tal tecido é infinitamente superior quando comparado com o tecido ósseo autógeno. De qualquer forma, a utilização de enxertos de banco de ossos não é um procedimento livre de riscos, devendo sempre ser avaliada a relação risco/benefício, cabendo ao profissional informar tudo a cerco do procedimento ao paciente e este, por sua vez, participar do processo de decisão. Somado a isso, é importante que novos trabalhos venham a ser realizados a fim de esclarecer inúmeras incógnitas que acercam os resultados em longo prazo dos enxertos homógenos, tento em vista a necessidade de tais reconstruções ósseas maxilo-mandibulares absorverem todo o estresse físico e as particularidades biológicas dos implantes dentais em suas funções estomatognática ao longo dos anos. Referências bibliográficas 1. Felice P, Iezzi G, Lizio G, Piattelli A, Marchetti C. Reconstruction of atrophied posterior mandible with inlay technique and mandibular ramus block graft for implant prosthetic rehabilitation. J Oral Maxillofac Surg 2009;67(2):372-80. 2. Feitosa SA, Monteiro ASF, Santos CA, Macedo NL, Macedo LGS. Osso humano fresco congelado em reconstruções ósseas: estudo retrospectivo e relato de casos. Braz Oral Res 2007;21(1):159. 3. Fontana F, Santoro F, Maiorana C, Iezzi G, Piattelli A, Simion M. Clinical and histologic evaluation of allogeneic bone matrix versus autogenous bone chips associated with titaniumreinforced e-PTFE membrane for vertical ridge augmentation: a prospective pilot study. Int J Oral Maxillofac Implants 2008;23(6):1003-12. 4. Albert A, Leemrijse T, Druez V, Delloye C, Cornu O. Are bone autografts still necessary in 2006? A three-year retrospective study of bone grafting. Acta Orthop Belg 2006;72(6):734-40. 5. Desai BM. Osteobiologics. 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O estágio de remodelação óssea esteve mais dependente da resposta orgânica individual de cada paciente do que propriamente do material utilizado na enxertia óssea autógena ou homógena. Recebido em: ago/2009 Aprovado em: nov/2009 Endereço de correspondência: Rogério de Lima Romeiro Av. Bernardino de Campos, 358 - Centro 12600-420 - Lorena - SP [email protected] 14. Defino HL, Castro CHFD, Balliari E, Cabral NC. Banco de osso: organização e utilização clínica no Hospital das clínicas da FMRP/USP. Rev. Bras. Ortop 1991;26(3):61-6. 15. Munhoz FC, Trento CL, Louzada MJQ, Coclete GA, Castro AL. Densitometria óssea em mandíbula de suínos submetidos a enxerto ósseo autógeno, homógeno e heterógeno. Braz Oral Res 2007;21(1):272. 16. Bettega G (citar os autores até o sexto nome, se tiver, e só depois acrescentar et al). Autologous platelet concentrates for bone graft enhancement in sinus lift procedure. Transfusion 2009;2:2-5. 17. Esposito M, Grusovin MG, Worthington HV, Coulthard P. 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