Rostos da ciência

Transcrição

Rostos da ciência
n.º 7
Maio_2006
ÍNDICE
EDITORIAL
7
SABIA QUE...
58
A importância e o papel da Ciência na sociedade
por Joana Leal
. ... existem novas formas de identificação
pessoal? Biometria
EM MAIO
COLUNA - TECNOLOGIAS
. Telescópio espacial da ESA capta estrela de 8
neutrões
. J. Norberto Pires
DESTAQUE - EMPRESA
. Onda de calor na Índia faz mais de 30 mortos
. Crioestaminal
. Novas soluções de controlo de ponto Biométrico
ESPECIAL ASSOCIAÇÃO CIENTIFICA
ENTREVISTA
COLUNA - CIÊNCIAS SOCIAIS
16
COORDENAÇÃO
Susana Jorge
REDACÇÃO
Cremilde Santos
DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃO
Paulo Simão
CIÊNCIA
ENSINO SUPERIOR EM REDE
20
ESPECIAL SOCIEDADE CIENTIFICA
22
COLUNA - BIOTECNOLOGIA
TECNOLOGIA
24
COLUNA - ECONOMIA
26
DESTAQUE - INSTITUIÇÃO
76
. Orlando Petiz Pereira
INTERNACIONAL EM REVISTA
DOSSIER
30
. Nova técnica abre caminho a tratamento
contra a diabetes
38
. Filho de cientista ajuda a entender raízes da
fala
PUBLICAÇÕES
42
EDITOR
CienciaMetrics – Ciência, Tecnologia e
Inovação Editores, Lda
Rua Nova do Soares
Edifício Quinta das Pratas r/c Loja 4
2070-110 Cartaxo
. Astrónomos da Nasa definem duração do
dia em Saturno
COLUNA - GESTÃO
46
e-MAIL
[email protected]
. Mariano Gago
HOMEPAGE
www.cienciapt.net/mundus
OPORTUNIDADES CIENTIFICAS
TELEFONE
(+351) 243 704 771
. Emprego Científico, Bolsas de Investigação
e Apoio e Financiamento
PROPRIETÁRIO
T Media – Tecnologias de Informação, Lda
Rua Nova do Soares
Edifício Quinta das Pratas r/c Loja 4
2070-110 Cartaxo
74
. Escola Superior Artística do Porto
. Aspirina também ajuda a combater surdez
PERIODICIDADE
Mensal
72
. Tiago Flenning Outeiro
28
TIRAGEM
Versão online
R. C. Social nº 124.623
68
. Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
INOVAÇÃO
MARKETING E COMUNICAÇÃO
Susana Jorge
66
. As instituições de Ensino Superior
. Maria do Carmo Gomes
DIRECTOR
Joana Leal
[email protected]
64
. PAPS
Miguel Castanho, investigador FCUL
Ficha Técnica
Ficha Técnica
62
. Os rostos da Ciência em Portugal
FACTOS E NÚMEROS
. Europeus estão a perder interesse pela Ciência
78
CURIOSIDADES DO MÊS
. Vasco Eiriz
82
DESTAQUE - PERSONALIDADE
48
A NÃO PERDER
85
PRÓXIMA EDIÇÃO
50
88
FAX
(+351) 243 704 772
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Maio 2006 | Mundus
5.
EDITORIAL
por Joana Leal
“Como cidadãos devemos estar atentos ao trabalho dos
nossos cientistas, bem como à evolução da Ciência e às
suas implicações no nosso meio físico e social (...) e aos
cientistas o que se lhes pode pedir é que possibilitem uma
maior abertura e transparência do seu conhecimento no
A importância e o papel
da Ciência na sociedade
Nesta edição damos destaque aos Rostos da Ciência. São eles que fazem
a Ciência e proporcionam avanços com repercussões nas mais variadas
áreas da sociedade, nomeadamente na Saúde. Mas será que os cidadãos
entendem a importância destes especialistas no seio da sociedade?
Parece que a nível europeu os cidadãos estão a perder o interesse pela
Ciência e a Tecnologia. De acordo com um estudo da responsabilidade
da Comissão Europeia, realizado em 2005, os europeus estão a perder o
interesse pelos assuntos ligados à Ciência e à Tecnologia, quando comparado com um outro trabalho de investigação realizado em 2001.
Este estudo surgiu no seguimento dos objectivos traçados na Convenção
de Lisboa, em que se adoptou a Área Europeia de Investigação (ERA) de
modo a estruturar e promover o conceito de investigação europeia e cooperação entre todos os actores no campo da Ciência e da Tecnologia no
seio da União Europeia, com o objectivo de contribuir para uma economia
mais competitiva e dinâmica, baseada no conhecimento.
Na secção ‘Factos & Números’ apresentamos um excerto deste interessante estudo realizado no total dos 25 países membros, nos países candidatos,
como a Bulgária, Roménia, Croácia e Turquia, bem como nos três países da
EFTA (Islândia, Noruega e Suíça), e prometemos voltar a apresentar outras
partes relevantes do estudo noutras edições da sua revista de Ciência.
REVISTA MUNDUS
A revista Mundus é uma publicação digital mensal de divulgação e
comunicação de informação de referência em Português nos domínios
da Ciência, Tecnologia e Inovação. E dirigida quer à comunidade
científica e académica, investigadores, docentes, alunos, gestores de
Ciência e Tecnologia, quer ao público em geral.
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seio da sociedade de modo a acabar com a separação existente entre a comunidade científica e o cidadão comum
Isto por reconhecermos a importância da investigação científica e tecnológica no que respeita aos avanços da sociedade. E por tal, apresentamos no Dossier especial alguns dos nossos mais prestigiados
nomes da Ciência a nível nacional, bem como as instituições onde
cada um deles actua e desenvolve o seu trabalho. Fazemo-lo nesta e noutras edições, porque temos consciência da importância dos
contributos do progresso científico e tecnológico no que concerne às
inovações essenciais à nossa qualidade de vida e porque queremos
incutir esse interesse nos portugueses, tornando-os cada vez mais
interessados na Ciência e na Tecnologia. É esse o nosso papel enquanto transmissores do trabalho científico e dos seus intervenientes
na sociedade portuguesa.
Como portugueses, e acima de tudo europeus, devemos estar atentos
ao trabalho que os nossos cientistas desenvolvem, bem como à evolução
da Ciência e às suas implicações no nosso meio físico e social. Quanto
aos especialistas na Ciência, também eles muitas vezes distantes do cidadão comum, o que se lhes pode pedir é que, de forma simples e clara,
possibilitem uma maior abertura e transparência do seu conhecimento
no seio da sociedade de modo a acabar com a separação existente entre
a comunidade cientifica e o cidadão comum, que acaba por se traduzir
numa barreira ao conhecimento e ao interesse pelo saber científico e
tecnológico.
DESTAQUE
A Revista Mundus é a primeira revista digital portuguesa de
divulgação alargada da Ciência, Tecnologia e Inovação. Tem como
complemento permanente a Revista e.Ciência semanal, editada em
formato digital e disponibilizada no portal www.cienciapt.net.
Maio 2006 | Mundus
7.
Ciência
EM
MAIO
no Mundo
DIA 3
SAÚDE
Segundo explica a Biocant em comunicado, um estudo da Direcção Geral de Saúde
(1999), refere que apenas 33 por cento das
crianças com seis anos de idade estão livres de cárie dentária.
Os melhores resultados foram atingidos
nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (38,6
por cento) e Algarve (38,2 por cento). No
pólo oposto situam-se as regiões Norte
(29,1 por cento) e Alentejo (30,3 por cento).
Com o avançar da idade, a situação piora,
uma vez que apenas estão livres de cárie
27 por cento com 12 anos (quando nascem
16 novos dentes) e 18,9 por cento aos 15
anos.
EQUIPA ESTUDA PREVALÊNCIA
DOS AGENTES PATOGÉNICOS
DA CÁRIE DENTÁRIA
Uma investigação inédita realizada por investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas
Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto vai relacionar a presença das duas bactérias cariogénicas – Streptococcus mutans e
Streptococcus sobrinus – na boca com a incidência da cárie dentária em 600 amostras de
crianças em idade escolar (6 e 12 anos) recolhidas pela Direcção Geral de Saúde.
A cárie dentária é a doença infecciosa que
afecta o maior número de pessoas a nível
mundial, com números impressionantes em
Portugal: 67 por cento das crianças portuguesas com seis anos de idade, 73 por cento
aos 12 anos e 81 por cento aos 15 anos.
Estes números comprovam o grande afastamento do nosso país dos índices preconizados pela Organização Mundial de Saúde.
A OMS pretende que, em 2007, 60 por cento
das crianças com seis anos de idade este-
8.
Maio 2006 | Mundus
jam livres de cárie dentária, para atingir, em
2020, um índice de 80 por cento.
A capacidade tecnológica de elevado processamento do Biocant para estudos epidemiológicos foi identificada por estes investigadores como fulcral para permitir identificar
adequadamente a prevalência das duas bactérias responsáveis por esta doença.
O Biocant, Centro de Inovação em Biotecnologia, opera em Cantanhede no primeiro parque de biotecnologia do país e apresenta-se
como uma infra-estrutura científica e tecnológica de comprovada vocação nacional.
Numa primeira fase, o X da saliva das amostras será isolado, seguindo-se a detecção da
presença das duas bactérias responsáveis pela
cárie dentária, finalizando-se com a quantificação das duas bactérias nestas amostras.
Os resultados obtidos no Biocant a partir das
amostras irão permitir a identificação das bactérias cariogénicas na população portuguesa
de seis e 12 anos, por regiões geográficas.
Os estudos mais recentes apontam para
uma prevalência de 50 por cento entre os
cinco e os 17 anos nos EUA e de 75 por cento das crianças com cinco anos de idade na
China.
A responsável por este estudo epidemiológico, Paula Ferreira, professora associada
do ICBAS, desenvolveu já, com a sua equipa, uma vacina terapêutica experimental
contra a cárie dentária a partir da investigação realizada em roedores, que se encontra patenteada em Portugal e em fase
de apreciação nos EUA. Uma investigação
que garantiu à equipa o prémio Câmara
Pestana em 2005.
Participam também no estudo epidemiológico, que agora se inicia, Delfina Tavares (professora associada do ICBAS),
Salvador Massano Cardoso (professor
catedrático da Faculdade de Medicina de
Coimbra), António Moreira da Fonseca
(médico estomatologista dos Hospitais da
Universidade de Coimbra) e Isabel VeigaMalta (bolseira de pós-doutoramento da
FCT, no ICBAS).
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EM MAIO
DIA 3
ASTRONOMIA
Acredita-se que esta estrela de neutrões se
encontra em “precessão”, ou seja o seu eixo
de rotação move-se lentamente, fazendo
com que ao longo do tempo diferentes partes da sua superfície sejam observadas por
um observador na Terra.
TELESCÓPIO ESPACIAL DA ESA
CAPTA ESTRELA DE NEUTRÕES
Com o apoio de dados obtidos pelo telescópio espacial XMM-Newton, da ESA, uma
equipa internacional de astrofísicos “descobriu” uma estrela de neutrões que parece
não ser o objecto de rotação estável que os
cientistas acreditavam ser.
Segundo explica em comunicado o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), as estrelas de neutrões em rotação, também conhecidas por pulsares, são geralmente objectos
com uma rotação estável e periódica. Devido
à periodicidade dos sinais que emitem, quer
nos comprimentos de onda do rádio ou nos
raios-x, estes objectos são “usados” como
“relógios” astronómicos muito precisos.
O que os cientistas descobriram foi que nos
últimos quatro anos e meio a temperatura
de um destes objectos enigmáticos, designado por RX J0720.4-3125, tem vindo a subir.
Apesar disso, observações recentes mostraram que esta tendência foi revertida e
agora a temperatura está a descer. A equipa
verificou que este efeito não é devido a uma
variação real da temperatura, mas à forma
como vemos o objecto.
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As estrelas de neutrões são um dos finais
possíveis da evolução de uma estrela. Com
uma massa comparável à do Sol, confinada
numa esfera com 20-40 quilómetros de diâmetro, a sua densidade é maior que a densidade de um núcleo atómico – mil milhões de
toneladas por centímetro cúbico. Logo após
o seu nascimento, originado a partir de uma
explosão de supernova, a sua temperatura
é de aproximadamente um milhão de graus
Celsius e a maioria da sua emissão térmica
é emitida na gama dos raios-x. Estrelas de
neutrões jovens e isoladas arrefecem muito
lentamente, levando cerca de um milhão de
anos até se tornarem demasiado frias para
que se possam observar nos raios-x.
As estrelas de neutrões são conhecidas por
possuírem um campo magnético muito forte, tipicamente vários biliões de vezes mais
forte que o da Terra. O campo magnético
pode ser tão forte que influencia o transporte de calor do interior da estrela para a crosta, originando pontos quentes em torno dos
pólos magnéticos na superfície da estrela,
explica o OAL.
É a emissão destes pontos quentes que domina o espectro de raios-x. Existem poucas
estrelas de neutrões isoladas conhecidas
a partir das quais podemos observar directamente a emissão térmica proveniente
da superfície. Uma destas estrelas é a RX
J0720.4-3125, que possui um período de rotação de aproximadamente 8,5 segundos.
Devido ao facto de o período de arrefecimento
de uma estrela de neutrões ser muito grande
era portanto muito inesperado poder observar o espectro de raios-x variar em apenas
um par de anos. É muito pouco provável que
a temperatura global da estrela de neutrões
variasse tão rapidamente. Na realidade, foram
observadas diferentes áreas da superfície da
estrela em momentos diferentes. Isto também
é observado durante o período de rotação da
estrela quando os pontos quentes se movem
entrando e saindo da nossa linha de visão,
fazendo com que a sua contribuição para a
emissão total da estrela varie.
Durante as primeiras observações realizadas pelo XMM à estrela RX J0720.4-3125, em
Maio de 2000, a temperatura observada encontrava-se num mínimo, e um ponto quente
mais frio era predominantemente visível. Ao
fim de quatro anos, a precessão da estrela
trouxe para o nosso campo de visão um segundo ponto quente, com uma temperatura
mais elevada que o primeiro, o que fez com
que a temperatura observada aumentasse.
Isto provavelmente explica as variações de
temperatura e de emissão observadas.
A equipa desenvolveu um modelo que explica muitas das características peculiares da
RX J0720.4-3125. Neste modelo, a variação
de temperatura é produzida pelas diferentes
fracções de dois “pontos quentes” nos pólos
da estrela, que entram no nosso campo de
visão à medida que a estrela precessa, com
um período de cerca de 7-8 anos. Para este
modelo funcionar, as duas regiões polares
emissoras têm de possuir temperaturas e
tamanhos diferentes.
O XMM-newton vai realizar observações adicionais para monitorizar este objecto intrigante. Espera-se aprender mais acerca da
evolução térmica e da geometria do campo
magnético desta estrela em particular, e
ainda acerca da estrutura interior das estrelas de neutrões em geral.
Maio 2006 | Mundus
9.
Ciência
EM
MAIO
no Mundo
DIA 3
SAÚDE
MAIORES ESPECIALISTAS
NACIONAIS E INTERNACIONAIS
DISCUTEM DIABETES, OBESIDADE,
TIRÓIDE E NUTRIÇÃO
Entre o dia 4 de Maio e até ao dia 6, dezenas
de experts partilharam ideias e experiências
nas áreas da endocrinologia, diabetes, metabolismo e nutrição para melhorar o apoio
e a qualidade de vida dos doentes portugueses, num encontro que teve lugar no Hotel
Le Meridien Park Atlantic, no Porto.
As sessões inserem-se no XII Curso
Pós-Graduado de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e no XII Curso de
Nutrição Clínica, que tem o seu ponto
alto no primeiro dia pelas 12 horas com a
10.
Maio 2006 | Mundus
abordagem ao tema do cancro da tiróide.
Como proporcionar uma maior qualidade de vida aos doentes e a importância
das hormonas estimuladoras da tiróide
recombinantes na monitorização e tratamento do carcinoma diferenciado da
tiróide são alguns dos assuntos desenvolvidos durante a conferência. De acordo com os dados mais recentes, este tipo
de carcinoma afecta todos os anos 25 mil
pessoas na Europa, provocando cerca de
seis mil mortes. Em Portugal, estima-se
que anualmente o cancro da tiróide seja
diagnosticado a mais de 500 portugueses, dos quais cerca de 75 acabam por
falecer.
Segundo informa em comunicado a Me-
diahealth, nos restantes dias destacamse os temas: “Obesidade – É possível
vencer esta batalha?”; “Como tratar a
obesidade”; “Como actuar para prevenir
a doença cardiovascular no doente diabético?”; “As relações entre a tiróide e
o coração – Casamento ou divórcio?” ou
ainda “Síndrome Binge Eating”. O evento
dado a sua amplitude e importância de temas teve o patrocínio científico de diversas entidades: Sociedade Portuguesa de
Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo,
Sociedade Portuguesa de Diabetologia,
Sociedade Portuguesa para o Estudo da
Obesidade, Sociedade Portuguesa de Nutrição, Associação Portuguesa dos Clínicos Gerais, Sociedade Portuguesa de
Cardiologia, entre outras.
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EM MAIO
DIA 5
SOCIEDADE PORTUGUESA
DE ONCOLOGIA EM PARCERIA
COM A SCHERING-PLOUGH
ATRIBUI BOLSA DE INVESTIGAÇÃO
NA ÁREA DOS TUMORES
DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
A Sociedade Portuguesa de Oncologia, com o
objectivo de promover a investigação na área
da neuro-oncologia, atribuiu uma Bolsa de
Investigação no âmbito dos tumores do sistema nervoso central. O anúncio desta iniciativa
foi feito pela própria presidente da sociedade,
Helena Gervásio.
A Bolsa, no valor de 7500 euros, resulta de
uma parceria com a Schering-Plough Farma e
a Sociedade Portuguesa de Oncologia contando também com o apoio da Associação Portuguesa de Neuro-Oncologia.
“O motivo que nos levou a criar esta bolsa foi
o facto de considerarmos que a área da neuro-oncologia tem tido um desenvolvimento
relativamente lento”, justificou a presidente
da Sociedade Portuguesa de Oncologia. “Por
isso, defendemos que é preciso estimular a investigação nesta área, de forma a melhorar a
qualidade de vida destes doentes, tanto quanto possível, e aumentar a sua sobrevivência”,
acrescentou.
Os tumores do sistema nervoso central afectam 10 em cada 100.000 habitantes, atingindo
essencialmente as pessoas mais idosas. Mais
de metade destes tumores são malignos, sendo o Gliobastoma Multiforme o tipo de tumor
cerebral primário maligno mais comum e
também o mais fatal. Todos os anos, nos 25
países da União Europeia surgem cerca de 10
mil novos casos de doentes com Gliobastoma
Multiforme.
“Embora, os tumores primários do sistema
nervoso central, no conjunto, representem
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SAÚDE
apenas uma pequena quantidade de todos os
tumores do corpo humano, continuam a ser
uma área em que é necessário haver investigação, porque, actualmente, ainda não é possível fazer muito por estes doentes”, salientou
o presidente da Associação Portuguesa de
Neuro-Oncologia, Bravo Marques. “Assim,
considero que esta iniciativa representa um
interesse diferenciado e fico muito satisfeito
em ver oncologistas interessados nesta área”,
concluiu.
A esta bolsa podem concorrer todos os médicos especialistas que sejam sócios da Sociedade Portuguesa de Oncologia e que estejam
ligados a doentes com tumores do sistema
nervoso central. Os projectos, que podem ser
entregues até ao dia 1 de Setembro, vão ser
avaliados por um júri, especialmente constituído para o efeito, composto pela presidente
da Sociedade Portuguesa de Oncologia, pelo
presidente da Associação Portuguesa de
Neuro-Oncologia, por Margarida Damasceno,
membro da Sociedade Portuguesa de Oncologia e da direcção da Associação Portuguesa de Neuro-Oncologia, por. Armando Rocha,
neurocirurgião especialista na área do sistema
nervoso central, e por Isabel Duarte, Medical
Advisor e representante da Schering-Plough
Farma.
Originalidade, inovação, qualidade científica,
exequibilidade e qualidade do candidato serão
alguns dos critérios que nortearão a avaliação
do júri.
Para a presidente da Sociedade Portuguesa
de Oncologia, a concretização desta iniciativa
que vai ao encontro de um dos objectivos da
sociedade no sentido de participar no desenvolvimento de trabalhos de cariz científico e
de investigação, é possível graças à parceria
realizada com a Schering-Plough Farma, que
cedeu o patrocínio necessário para a bolsa e
ao apoio da Associação Portuguesa de Neuro-
Oncologia. “É muito importante ter o apoio da
indústria farmacêutica que nos apoia de forma a atingimos os resultados pretendidos. As
parcerias são muito importantes, exactamente, porque permitem-nos ter forças para desenvolver tudo o que é fundamental para dar
qualidade à oncologia em Portugal, o principal
objectivo da Sociedade Portuguesa de Oncologia”, realçou aquela responsável.
O gerente da Schering Plough, Pedro Barosa,
referiu as razões que motivaram a empresa a
apoiar esta iniciativa: “poder contribuir para o
bem dos doentes, poder contribuir para a investigação, sobretudo a que é feita em Portugal, e, ainda, ter como parceiros a Sociedade
Portuguesa de Oncologia e a Associação Portuguesa de Neuro-Oncologia, duas entidades
de créditos firmados e de prestígio absolutamente inquestionável”.
A Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) é
uma sociedade médica cuja principal preocupação é a qualidade na área de oncologia. Assumindo uma postura pró-activa, a Sociedade
Portuguesa de Oncologia tem desenvolvido
projectos de sensibilização junto dos utentes
e das comunidades política e médica, de modo
a alertar para a prestação de cuidados aos doentes oncológicos. O ano de 2006 marca a entrada da nova direcção para o próximo triénio.
Um dos objectivos principais da nova direcção
é dar continuidade ao trabalho desenvolvido
pelas direcções anteriores e confirmar o prestígio da Sociedade Portuguesa de Oncologia.
A Schering-Plough é uma empresa farmacêutica cuja actividade assenta na investigação
científica e que comercializa produtos para a
saúde humana e animal. Descobre, desenvolve, produz e comercializa terapêuticas inovadoras que permitem fazer face a importantes
necessidades médicas.
Maio 2006 | Mundus
11.
Ciência
EM
MAIO
no Mundo
DIA 8
INOVAÇÃO
CRIADOR ESPANHOL DESENVOLVE
SPRAY QUE VESTE
Fabrican é o novo tecido em spray desenvolvido pelo designer espanhol Manel
Torres, que irá certamente revolucionar a
indústria da moda. Trata-se de um spray
composto por fibras de algodão líquidas
que, ao entrarem em contacto com o ar,
adquirem a consistência de um tecido normal. Ao serem pulverizadas sobre o corpo,
as fibras juntam-se e formam uma peça de
roupa descartável.
De acordo com o ‘Portugal Têxtil’, a estas fibras podem adicionar-se outros elementos
como perfumes ou pigmentos, já que estas
são distribuídas de uma forma difusa. A trama do tecido é inicialmente mais líquida mas
quanto mais se pulverizar mais denso fica.
O conceito original do Fabrican, criado para
a tese de doutoramento de Manel Torres na
área de tecidos tecnológicos no Royal College of Art, em Londres, com a ajuda do professor Paul Luckham, do Imperial College of
London, precisa ainda de ver ultimados al-
DIA 8
guns detalhes, devendo chegar ao mercado
dentro de dois anos. Antes disso, é preciso
aumentar a sua resistência e garantir que é
biodegradável e não agressivo para a pele.
Manel Torres e Paul Luckham criaram e
patentearam a Fabrican Ltd em 2003, com
o intuito de aplicar a nova tecnologia a vários sectores de mercado, já que o tecido
é suficientemente flexível para criar produtos de características diferentes, de forma
a servir indústrias como a da moda, automóvel e medicina, entre outras.
SAÚDE
tensão arterial com doses mais reduzidas
de cada uma das substâncias activas e
melhorando o perfil de efeitos secundários
associados.
PORTUGAL VAI TER NOVA
ASSOCIAÇÃO TERAPÊUTICA PARA
CONTROLAR MAIS EFICAZMENTE
A TENSÃO ARTERIAL
Vai chegar a Portugal uma nova terapêutica
combinada para controlar a hipertensão arterial. Pela primeira vez, os doentes hipertensos
vão ter ao seu dispor um medicamento que
combina duas moléculas frequentemente utilizadas para o controlo desta patologia. A redução dos efeitos secundários, a simplificação
das tomas e a consequente melhoria expec-
12.
Maio 2006 | Mundus
tável em termos de adesão à terapêutica são
alguns dos pontos que os especialistas nacionais destacam.
Segundo informa em comunicado a MediaHealth, o novo fármaco resulta da
combinação do ramipril (5mg), um IECA
(Inibidor da Enzima de Conversão), com a
felodipina (5mg), um bloqueador de cálcio.
Esta é a primeira associação fixa deste tipo
a ser introduzida em Portugal, tendo sido
desenvolvida para o tratamento da hipertensão, permitindo controlar os valores da
Segundo o estudo de Prevalência, Tratamento e Controlo da Hipertensão em
Portugal, coordenado pelo Prof. Espiga de
Macedo, a hipertensão arterial tem uma
prevalência de 42 por cento na população
adulta portuguesa o que equivale a mais
de três milhões de pessoas hipertensas no
país. Mais de metade (54 por cento) destes doentes desconhece que tem a tensão
arterial elevada, apenas 1/3 faz um tratamento e somente 11 por cento estão controlados.
Designa-se por hipertensão arterial todas
as situações em que se verificam valores
de tensão arterial aumentados. Em 90 por
cento dos casos não há uma causa conhecida para a hipertensão arterial, embora a
obesidade, o consumo exagerado de sal e
de álcool, o sedentarismo, a má alimentação, o tabagismo e o stresse, sejam já
reconhecidos como importantes factores
de risco.
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EM MAIO
DIA 9
AMBIENTE
DIA 10
AMBIENTE
ONDA DE CALOR NA ÍNDIA FAZ
MAIS DE 30 MORTOS
Dezenas de pessoas morreram nos últimos
dias devido à onda de calor que castiga o norte
da Índia com temperaturas que superam os
45ºC, cinco acima do normal nesta época do
ano, devendo continuar durante os próximos
dias. Segundo a imprensa local, já morreram
34 pessoas por causa do calor. Embora o calor
se faça sentir em quase todo o norte da Índia,
os estados mais afectados são os de Orissa e
Uttar Pradesh. Em Nova Deli chegou mesmo a
ser ordenado o encerramento das escolas primárias assim como a antecipação das férias
DIA 9
TECNOLOGIA
SONY LANÇA PLAYSTATION
EM NOVEMBRO
A Sony vai começar a vender a consola de jogos PlayStation 3 na Europa e Estados Unidos
a 17 de Novembro, seis dias depois do lançamento no Japão. A nova consola, com um disco rígido de 20 gigabites, custará 499 euros no
mercado europeu, havendo uma outra consola
da Sony, com 60 gigabites, que custará 599 euros. Estas são novas datas para o lançamento
da PSP 3, pois os atrasos no desenvolvimento
da tecnologia Blu-ray impossibilitaram a chegada dos novos produtos em Junho, tal como
inicialmente previsto.
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de verão.
NOVAS SOLUÇÕES
DE CONTROLO DE PONTO
BIOMÉTRICO
Já estão disponíveis no mercado nacional as
novas versões da linha Staff On Time, para
Controlo de Ponto através da Tecnologia
Biométrica, baseadas na combinação de
uma aplicação de um software com um terminal de controlo biométrico. As soluções
‘out of the box’ Staff On Time RETAIL e Staff
On Time PRO USB têm como objectivo gerir
as presenças e assiduidades dos colaboradores das pequenas e médias empresas.
De acordo com a BeAdvance, responsável
pelo lançamento desta linha de soluções
em Portugal, o Novo ‘Staff On Time RETAIL’
permite gerir as presenças até 15 funcionários. Esta nova versão vem acompanhada de um sensor com uma identificação a
360º (da impressão digital) e com uma taxa
de rejeição de 0 por cento. O Novo Staff On
Time PRO USB permite gerir as presenças
até 360 funcionários, possuindo novas teclas alfanuméricas, de forma aceitar códigos especiais e pessoais, por exemplo por
departamento ou por horário. Esta nova
solução dispõe ainda de apenas um cabo
USB ligado ao terminal.
A linha de soluções Staff On Time, lançada
no mercado português em finais de 2004,
tem vindo a marcar presença nas PMEs,
contribuindo assim para a imagem de um
Portugal inovador.
A tecnologia biométrica veio revolucionar
a forma como nos identificamos, permitindo uma identificação substancialmente
mais segura e mais prática, através de
características físicas únicas e intransmissíveis (impressão digital, íris, palma
da mão, face, veias, voz, assinatura dinâmica, entre outras).
Maio 2006 | Mundus
13.
Ciência
EM
MAIO
no Mundo
DIA 13
BIOLOGIA
INVESTIGADOR DESCOBRE
OITO NOVAS ESPÉCIES
DE GASTRÓPODES NA MADEIRA
O investigador Peter Wirtz, do Centro de
Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), descobriu oito novas espécies de gastrópodes
na costa da Ilha da Madeira. A descoberta,
publicada na revista Arquipélago, constitui
uma importante contribuição para o conhecimento da fauna marinha deste arquipélago português.
A investigação de Peter Wirtz, feita ao longo
de 2005, permitiu-lhe fotografar as novas espécies através de mergulho, a uma profundidade variável entre 1 e 60 metros. Os animais
foram fotografados em campo, recolhidos e
estão agora preservados em álcool, alguns
deles na colecção do Museu Municipal do
Funchal, na secção de História Natural.
Entre as espécies agora referenciadas
constam a “Architectronica nobilis”, uma
espécie tropical do Oeste africano que
se encontra com bastante frequência no
Norte de Angola e Ilhas Canárias.
DIA 15
INOVAÇÃO
Segundo explica em comunicado o CCMAR, a
“Smaragdia viridis”, uma espécie conhecida do
Mar Mediterrâneo e da costa Este do Atlântico,
foi também identificada na zona do Machico.
Pela primeira vez na região costeira da
Madeira foram ainda detectadas espécies
típicas do mediterrâneo, a saber: “Arminia maculata”, “Pleurobranchaea meckeli
blainville” e “Pleurobranchus testudinarius”, esta última encontrada em frente à
Vila Baleia, em Porto Santo.
Durante esta investigação, Peter Wirtz realizou
ainda mergulhos dentro das piscinas naturais
de Porto Moniz, onde identificou três outras
espécies que nunca haviam sido encontradas
na Ilha. A “Cyerce cf. gracea”, proveniente do
Mar Mediterrâneo; a “Petalifera petalifera”,
que também pode ser encontrada em águas
mediterrâneas e na costa Este do Atlântico
(desde as ilhas Selvagens às Canárias); e a
“Elysia papillosa”, que é encontrada com facilidade nas Bermudas, Flórida e Caraíbas.
De acordo com o investigador, o que mais
o surpreendeu neste projecto foi o apare-
DIA 15
APPLE E GOOGLE SÃO
AS EMPRESAS MAIS CRIATIVAS
DO MUNDO
Um inquérito realizado pela revista Business Week e pelo Boston Consulting Group
aos maiores empresários do mundo indica
que a Apple e o Google são as companhias
mais criativas a nível mundial. Em termos
de inovação, o êxito da Apple foi de tal
modo, no âmbito da indústria da música,
que permitiu às editoras obter 861 milhões
de euros em 2005, face aos 313 milhões
de euros registados no ano anterior.
14.
Maio 2006 | Mundus
TELEMÓVEIS 3G ATRAEM MAIS
DE UM MILHÃO DE PORTUGUESES
Mais de um milhão de portugueses tem um
cimento da “Architectonica nobilis”. Este
animal trata-se de um grande e robusto
caracol, que é avistado com muita frequência na zona do Caniçal, e que se pensa ter
“chegado” recentemente à Ilha da Madeira,
porventura devido ao aquecimento global
da Terra, explica Peter Wirtz.
Os gastrópodes pertencem ao filo mollusca
e à classe Gastropoda (do Grego gaster, estômago + poda, pé). Estes constituem a classe de moluscos mais vasta, ocupando nichos
ecológicos diversos, como o marinho, o de
água doce e o terrestre. Têm cabeça com
olhos, boca e outros órgãos sensoriais, são
rastejantes e, geralmente, possuem uma
concha calcária simples enrolada em espiral, onde estão as vísceras. Alguns grupos
perderam a concha no decorrer do processo
evolutivo (como é o caso das lesmas).
Actualmente existem cerca de 60 mil a 75
mil espécies de gastrópodes, que incluem
os caracóis e as lesmas terrestres (ca. 1/3
das espécies), bem como um grande número de formas marinhas e de água doce
(ca. 2/3).
INOVAÇÃO
telemóvel de terceira geração, revelam os
dados do Barómetro das Telecomunicações
da Marktest. Segundo o Barómetro referente ao trimestre de Março, 1.177 mil portugueses utilizam os aparelhos de 3G, que
permitem a realização de vídeo-chamadas.
Segundo o estudo, são os jovens entre os 15
e os 24 anos quem mais adere a esta tecnologia, já que 25.2 por cento dos que possuem
telemóvel nesta faixa etária utilizam mais o
de 3G, sendo no Litoral Centro e nas Regiões
Autónomas que se regista uma maior incidência, com, respectivamente, com 20.3 por
cento e 20.5 por cento.
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EM MAIO
DIA 15
GOVERNO QUER 25%
DOS PORTUGUESES A COMPRAR
ONLINE EM 2007
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Mariano Gago, desafiou na passada semana as empresas de tecnologias
a ajudarem a antecipar para 2007 a meta
do Governo de ter 25 por cento dos portugueses a comprar na Internet, quando
a meta proposta era a de que um quarto
TECNOLOGIA
da população portuguesa realizasse compras electrónicas em 2010. Mariano Gago
admitiu a existência de possíveis entraves
à aceleração do comércio electrónico, apelando à identificação dos mesmos. Para o
ministro outra das forma para se conseguir
antecipar aquele objectivo em três anos
será o investimento do ensino do comércio
electrónico nas universidades, de forma a
profissionalizar o sector e acelerar a sua
massificação.
DIA 16
GOVERNO ADIA PAGAMENTO
DO SELO DO CARRO
PARA JUNHO E JULHO
O Governo vai alterar o pagamento do
imposto municipal sobre veículos – selo
do carro – tendo, por isso, adiado a sua
cobrança para Junho e Julho. Pela primeira vez nas repartições de Finanças
a venda terá de ser, obrigatoriamente,
efectuada pela Internet, com os con-
TECNOLOGIA
tribuintes a receberem os dísticos em
casa.
Segundo o “Diário de Notícias”, a aquisição
“tradicional” através do preenchimento do
modelo 11 só será possível nos “revendedores de valores selados” e no Automóvel
Clube de Portugal (ACP).
Através da Internet o pagamento terá três
passos, tal como com o IRS. Primeiro, o
proprietário do automóvel submete a declaração de imposto via electrónica, com
os respectivos dados pessoais, bem como
os referentes à viatura; após a validação
dos serviços surge o segundo passo, com
o contribuinte a imprimir um guia de pagamento com a respectiva referência Multibanco. Por fim, após o pagamento nos
terminais de Multibanco ou nos homebanking, o selo do carro será enviado pelo
fisco para a morada do contribuinte.
DIA 16
OITO EM CADA 10 DOENTES
DE ALZHEIMER NÃO RECEBEM
TRATAMENTO
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SAÚDE
A Doença de Alzheimer, a família e as dificuldades no tratamento dos 60 mil doentes
de Alzheimer em Portugal foram alguns
dos temas debatidos ontem, no Dia Internacional da Família, que decorreu no Hotel
Pestana Palace, num workshop organizado
pela Associação Portuguesa de Familiares e
Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA).
dor da patologia? Qual o seu percurso antes
e depois do diagnóstico? Para responder a
estas e outras questões estiveram presentes Maria do Rosário, presidente da APFADA,
Fernando Morgado, neurologista graduado
do Hospital de Santa Maria, e o familiar de
um doente de Alzheimer que deu o seu testemunho pessoal de cuidador.
O Dia Internacional da Família foi o mote
para uma sessão que pretendeu reunir
perspectivas dos vários pontos de contacto
com a doença: médico, família e associação
de doentes. Existirá uma “história típica” de
doente? Quando descobre ele que é porta-
No ano em que se comemoram os 100
anos da descoberta da doença, dados recentes revelam que existem em Portugal
cerca de 60 mil doentes de Alzheimer, dos
quais cerca de 50 mil ainda não recebem
tratamento.
Maio 2006 | Mundus
15.
ENTREVISTA
Miguel Castanho
Professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL)
Um Rosto brilhante
da Ciência nacional
Coordenador do projecto
que mereceu o prémio Dr.
José Luís Champalimaud
2005, o Professor da FCUL
fala-nos da importância
deste prémio não só a nível
do reconhecimento público, mas também pela sua
utilidade no seguimento
deste estudo. O investigador, fascinado pelas “máquinas moleculares”, sente cada vez mais o peso da
responsabilidade do seu
trabalho, que continua a
querer
desenvolver
em
Portugal, apesar “da significativa falta de investimento nos últimos anos”
16.
Maio 2006 | Mundus
O seu trabalho foi recentemente reconhecido com a atribuição do prémio
Dr. José Luís Champalimaud 2005,
enquanto coordenador de um estudo
que permitiu perceber o mecanismo
utilizado por uma molécula para impedir que o vírus da Sida entre nas
células. O que é que significa para si
este tipo de reconhecimento?
É o reconhecimento público do nosso trabalho e isso é muito bom, mas representa
sobretudo uma oportunidade de falar para o
público em geral. A comunicação social não
especializada fala pouco de ciência e a atribuição de prémios está entre essas poucas
vezes em que cientistas podem falar em discurso directo para um público generalista.
Só para que percebamos todos qual
a importância deste estudo, pode, em
traços gerais, falar-nos desta descoberta e da sua importância no âmbito
do combate à SIDA no futuro?
Sim, mas quando falo da importância dos
cientistas entrarem em discurso directo com
o público em geral, não me refiro à oportunidade de explicarem só aquilo que fazem em
si, mas à oportunidade de falar das nossas
motivações e do valor da ciência como património civilizacional.
Para responder à sua pergunta, em concreto, o que fizemos foi estudar uma molécula,
chamada T1249, cujo efeito de impedir o HIV
de entrar em células já era conhecido com o
objectivo de descobrir o “como”: Como é que
o T1249 impede o HIV de entrar em células?,
este foi o problema de partida. A molécula
já era conhecida da indústria farmacêutica,
pedimos uma amostra à Roche, nos EUA, e
metemos mãos à obra.
Presumo que depois desta descoberta deverão prosseguir outros estudos
no seguimento deste. ‘Cabe-lhe’ a si
e à sua equipa de trabalho dar essa
continuidade?
Uma vez descoberto o “como” actuam este
tipo de moléculas, o seguimento “natural”
deste trabalho é pensar em novas moléculas
que façam melhor esse trabalho. Agora que já
se sabe o que fazem, há que pensar que molécula o pode fazer melhor. E essa molécula
pode nem existir mas vir a ser concebida, projectada e sintetizada “à medida” para esse fim.
Conceber moléculas, fazê-las e, por fim, testar se têm, de facto, melhor efeito, são campos de especialidade que pertencem a outros
grupos de investigação. Por isso é importante
publicar todos os resultados e disseminar o
conhecimento científico tanto quanto possível.
Os trabalhos só se tornam consequentes com
a intervenção de várias equipas.
Nós continuaremos a desenvolver o nosso
trabalho levantando os problemas que nos
pareçam relevantes e solúveis dentro dos
nossos conhecimentos científicos e técnicas
que dominamos, e condições de experimentação disponíveis.
Já em 2004 recebeu a mesma distinção, que reconhece trabalhos científi-
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ENTREVISTA
Saber que é um contributo positivo para um
problema com uma dimensão social tão grave dá um grande estímulo, mas é preciso
destacar que a ciência vale por si, mesmo
sem aplicação imediata à vista. O trabalho
premiado fez uso de métodos que, quando
foram desenvolvidos pela primeira vez, só
pareciam ter interesse teórico (alguns diriam que não serviam para nada). No entanto, desde que o conhecimento exista e esteja
acessível, alguém um dia lhe poderá dar
consequência.
cos no âmbito da luta contra a SIDA.
Poderá dizer-se que é um ‘expert’
nesta área, a nível nacional?
Não. Não sou perito em luta contra a SIDA.
A pergunta é muito pertinente e dá-me uma
oportunidade de explicitamente esclarecer
um problema com o que me debato quando
apareço em público a falar de HIV. No geral, o
público distingue mal um cientista de um técnico de saúde pública em matéria de doenças.
Eu até aceitaria que me chamassem perito em
interacções péptido-membrana (que por acaso é um factor-chave no processo de infecção
por alguns vírus) mas percebo muito pouco
de saúde pública. De um modo mais sucinto
poderia dizer que percebo algumas coisas de
HIV mas muito pouco de SIDA.
O que é que o fascina nesta área de
estudo?
Os vírus são “máquinas moleculares” tão
simples que não chegam a ser considerados seres vivos. A sua simplicidade é a sua
robustez. O que mais me fascina é a forma
como conseguem ludibriar a fronteira das
células (a sua membrana), ainda por cima
sendo selectivos para determinadas células.
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E o mais curioso é que há uma série de vírus
que dão origem a doenças muito diferentes,
que acabam por ter muitas semelhanças na
forma como entram nas células. É o caso
do HIV, do Influenza (gripe), do SARS-CoV,
Dengue, Ébola... Vários já foram estudados
no nosso grupo, embora os estudos com HIV
atraiam mais as atenções.
Sente hoje em dia uma responsabilidade acrescida no seu trabalho depois
de o ver reconhecido com tão distinto
prémio?
Sim, sem dúvida. A responsabilidade aumenta.
A par da satisfação profissional, por
ver reconhecido o seu trabalho, qual é
a sensação depois de saber que o seu
trabalho foi indispensável no avanço
do combate a uma das doenças mais
terríveis dos nossos dias?
Indispensável é uma palavra muito forte. As
palavras absolutas (nunca, total, indispensável, etc.) são muito pouco científicas. O mundo científico é probabilístico, tudo é relativo.
Ser investigador científico, nomeadamente na sua área que acaba por ser determinante no campo da medicina, é ter
uma grande responsabilidade a nível social. Sente esse peso quando se encontra
a desenvolver um estudo, por exemplo
como com este que mereceu o prémio
Dr. José Luís Champalimaud 2005? Ou
seja, sente uma responsabilidade acrescida ao desenvolver um trabalho desta
importância, não só pela sua importância
enquanto investigador coordenador mas
também enquanto cidadão?
Sim, mas há que distinguir entre aquilo que
resulta da ciência em si do que resulta de
alguma exposição pública que a ciência
nos possa trazer. Em termos científicos, a
responsabilidade com o trabalho que faço
relacionado com HIV, Influenza ou SARSCoV é o mesmo. A responsabilidade com
trabalhos quase exclusivamente teóricos,
que também faço, ligados às metodologias
que aplico, é de igual responsabilidade.
É claro a visibilidade pública do trabalho
com o HIV lhe dá uma dimensão que não é
estritamente científica. É uma porta aberta para comunicar ciência. O facto de se
abrir essa porta, cria responsabilidade.
Comunicar ciência deve ser sentido como
uma responsabilidade do cientista, não um
passatempo. E essa responsabilidade não
é leve.
Sente esse reconhecimento por parte
Maio 2006 | Mundus
17.
ENTREVISTA
da população em geral ou, pelo contrário,
sente que ainda existe aquele estereótipo do cientista que se encontra fechado
no laboratório e que pouco tem em comum com a maioria dos cidadãos?
Não estava a falar de reconhecimento neste
caso. Estava a falar de, primeiro, os cidadãos
terem o direito de saber o que os cientistas
andam a fazer com os dinheiros públicos de
ciência e os cientistas terem dever de explicar, e, segundo, o futuro da ciência ser muito
condicionado pela sua imagem pública. Se os
cientistas querem participar decisivamente
na evolução da ciência devem lutar por uma
imagem pública realista. O estereótipo de
que fala, por exemplo, deve ser combatido.
Seja como for, a visibilidade dada aos
cientistas e à investigação realizada
em Portugal é cada vez maior. No seu
entender o que é que tem contribuído
para que isso aconteça?
Concordo consigo. Há uma nova consciência.
As novas gerações de cientistas cresceram
no despontar das tecnologias de informação
e apercebem-se mais facilmente da impor-
18.
Maio 2006 | Mundus
tância da comunicação, em particular do
audiovisual. Por outro lado, os novos desafios das universidades, leva-as a quererem
mostrar a sua investigação como garante da
sua qualidade e vitalidade. Logo, os investigadores, que são também, na sua maioria,
docentes, são estimulados a divulgar o que
fazem e como fazem.
Trabalhar em Portugal foi muito em
parte uma opção pessoal; essa vontade de ficar e fazer parte do desenvolvimento da investigação científica
em Portugal ainda persiste?
Sim, apesar de uma muito significativa falta
de investimento nos últimos anos.
Que balanço faz da ciência que se desenvolve em Portugal nos nossos dias e da
que se fazia há uma década atrás? Há diferenças, por exemplo, relativamente aos
meios tecnológicos hoje disponíveis?
Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar aos futuros investigadores nacionais para que um dia
possam alcançar um lugar de excelência no avanço da Ciência em Portugal?
Deixe-me recuar um pouco mais e ir ao início da década de 90, ao alvor do Programa
Ciência. A diferença é abissal. Os meios entretanto postos à disposição da comunidade
científica, quer recursos humanos, quer materiais transformaram por completo o panorama da investigação científica em Portugal.
A comunidade científica deu uma resposta
positiva e todos os indicadores de produção
científica dispararam. Foi um caso de sucesso no investimento feito, apontado internacionalmente.
Não gosto muito de provérbios, mas cito
alguns. Um provérbio chinês (suponho...)
“Não chores por não ver o sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas”, e
outro muito português “Quem não tem
cão, caça com gato”. Já agora uma frase de Napoleão (suponho...) “Vencer sem
oposição, é triunfar sem glória”. Mas não
quero deixar um ar derrotista porque a
situação é de tendência de mudança globalmente positiva: o sol vai brilhando à
medida que os cães vão caçando.
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Maio 2006 | Mundus
19.
Coluna
CIÊNCIAS SOCIAIS
Maria do Carmo Gomes
Bebé na hora
Portugal, nos últimos tempos, tem visto
que para registar um novo cidadão portu-
anunciar um conjunto de medidas e de
guês nos diversos serviços do Estado for
programas para a modernização da admi-
necessário perder se não dias, pelo menos
nistração pública. Parece que finalmente se
muitas horas, penso que o esforço de mo-
pretende fazer frente à crescente burocra-
dernização da administração pública estará
cia que alastra nos serviços públicos cur-
incompleto. Com as ferramentas tecnológi-
to-circuitando as relações próximas entre
cas de que dispomos hoje para a concreti-
cidadãos e Estado nos mais diversos con-
zação destes objectivos, parece curto que as
textos e interacções. Passou a ser possível
principais medidas se centrem na relação
criar empresas na hora, pedir licenças para
desburocratizada entre empresas e Esta-
a construção de imóveis na hora, fazer um
do... não somos todos em primeiro lugar,
conjunto de operações relacionadas com
cidadãos portugueses, ainda que empresá-
os negócios e as empresas na hora; mas o
rios, mães, pais, filhos, empregados, pen-
que ainda não é possível é ter acesso a um
sionistas, funcionários públicos. Pensemos
conjunto de serviços e produtos ‘sociais’
pois em facilitar realmente o acesso aos
na hora. Por exemplo, a reforma na hora,
serviços pelos cidadãos. Por isso apelo à
o subsídio de desemprego na hora, a con-
implementação da medida ‘bebé na hora’
sulta médica na hora, a matrícula escolar
para que logo à nascença, a vida em Portu-
na hora, ou a cidadania na hora. Enquanto
gal possa ser eficiente!
20.
Maio 2006 | Mundus
Nasceu um bebé! Na perspectiva das políticas sociais este facto é sempre uma boa notícia, ou pelo menos, pode revestir-se de mais
uma tentativa para modificar as tendências
demográficas de envelhecimento das sociedades desenvolvidas, às quais Portugal não
fica alheio. Para os pais é certamente uma
boa notícia! Porém, eles irão deparar-se nos
próximos dias com o ‘fantástico mundo da
burocracia portuguesa’ quando forem registar o seu filho como cidadão deste país e o
quiserem inscrever num conjunto de serviços aos quais ficará vinculado o resto da sua
vida: a Segurança Social, o Serviço Nacional
de Saúde, o Arquivo de Identificação, as Finanças, entre outras, preferências clubísticas e/ou de ordem religiosa.
Entre muitos afazeres e adaptações a um
novo ser (e a uma nova etapa de vida) os recentes pais terão que se dirigir a múltiplos
balcões, levar inúmeros documentos (e respectivas cópias e certidões), falar com um
conjunto bastante diversificado de pessoas (e
respectivos humores, chefes e colegas), até
que possam voltar às suas casas e apreciar
esse momento único que é a maternidade/
paternidade e o crescente desenvolvimento
de um ser humano.
E porquê? Porque os portugueses nascem
enredados em burocracia!
Primeiro que tudo é preciso registar o bebé,
e se os pais viverem em união de facto terão
de ir os dois presencialmente à conservatória
do registo civil, com os respectivos documentos e objectos pós-natais. Claro que se forem
casados já só é necessário ir um dos elementos do casal... Depois a segurança social para
garantir que mães e pais possam usufruir
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CIÊNCIAS SOCIAIS
das respectivas licenças (completamente desiguais e desadequadas àquilo que são hoje
as políticas de igualdade de oportunidades
entre mulheres e homens) e também aproveitar para tratar do famoso ‘abono de família’
que garante pelo menos um pacote de fraldas
descartáveis por mês e pouco mais para uma
família comum da classe média. Vêem as primeiras consultas médicas e a necessidade de
inscrever o bebé num pediatra, num centro de
saúde, no Plano Nacional de Vacinação... mais
umas quantas horas até se obter a guia que
uns meses mais tarde se transformará em
cartão de utente do SNS, mas que nunca servirá para passar num equipamento de leitura
de bandas magnéticas, mas sim para tirar
muitas fotocópias para se ficar com o número
do utente. Se os pais forem zelosos quererão
também que o seu filho ou filha tenha um bilhete de identidade pois é o único documento
onde constará a impressão digital e em simultâneo a fotografia do bébé (mais vale prevenir
que remediar)... por isso mais uma sessão
fotográfica, mais umas horas de espera nas
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filas para o atendimento no Arquivo de Identificação mesmo quando muitas vezes se está
com um bebé recém-nascido! E ainda se pode
querer tratar do número de contribuinte... enfim, o costume!!!
Se tudo correr bem, o bébé for saudável,
tranquilo e uma boa alma habitua-se desde
logo às andanças nos serviços públicos de
guichet em guichet e de fotocópia em fotocópia, de certidão em certidão, mas se for mais
rezingão isso dará motivos para umas boas
horas de grande ansiedade, falta de sono,
distúrbios nas horas de refeição e umas fraldas mudadas nos sítios mais incríveis.
Tudo isso porque reina a burocracia desde o
prmeiro minuto de vida. É por isso que considero urgente que o Cartão Único pudesse ser
implementado de uma vez por todas: e porque
não começar pelos que acabaram de nascer?
Talvez eles criem bons anti-corpos aos processos burocráticos e à falta de qualidade
no atendimento aos cidadãos na maioria dos
serviços públicos, mas o que é certo é que
têm grandes probabilidades de que isso os
acompanhe ao longo da sua vida.
Eu já nasci depois do 25 de Abril. Penso que
o nosso país tem feito um longo caminho de
modernização estrutural, social e organizacional. Gosto de Portugal! Penso que podemos fazer todos muito mais e melhor do que
fazemos no dia-a-dia. Principalmente penso
que os filhos das pessoas da minha geração
deveriam ter o direito de se sentirem cidadãos europeus em pleno e de se comparar
sem embaraços com os outros cidadãos do
norte ou centro da Europa.
Por tudo isto apelo à implementação da
medida do ‘bebé na hora’! Pode ser que
nascendo num contexto menos burocratizado possam vir um dia a sentirem-se
assim e a poderem usufruir deste tipo de
serviços nas mais variadas esferas da sua
vida social.
Maio 2006 | Mundus
21.
noticias de
DOCENTE DA UA
CIÊNCIA
Imagem: European Southern Observatory (ESO)
PUBLICA NOVO
PAPER NA
REVISTA NATURE
Alexandre Morgado Correia, docente
do Departamento de Física na Universidade de Aveiro, em colaboração
com uma equipa de investigadores
europeus, publicou ontem, 18 de
Maio, um novo artigo na revista
Nature, sobre a descoberta de um
novo sistema solar: o “tridente de
Neptuno”.
A equipa europeia de astrónomos,
da qual o docente faz parte anunciou
a descoberta de um novo sistema
planetário constituído por três planetas semelhantes a Neptuno. Este
sistema planetário parece ainda
possuir uma cintura de asteróides,
tornando-o assim um dos mais parecidos com o nosso Sistema Solar.
Além disso, à semelhança da Terra,
o terceiro planeta do novo sistema
encontra-se igualmente na zona
habitável, explica em comunicado a
Universidade de Aveiro.
Esta nova descoberta só foi possível
devido à utilização do espectrógrafo
“HARPS”, o equipamento mais rigoroso actualmente existente para
a detecção de planetas, e que está
instalado num dos telescópios do
ESO (European Southern Observatory), organização à qual Portugal
pertence.
Na última década os astrofísicos
têm descoberto dezenas de planetas a orbitar outras estrelas semelhantes ao Sol. Na grande maioria
22.
Maio 2006 | Mundus
dos casos, os planetas descobertos
são gigantes gasosos, semelhantes
a Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar (com ~318 vezes a massa
da Terra). No entanto, o recente
desenvolvimento das técnicas de
procura de planetas extra-solares
tem permitido a descoberta de alguns planetas com massa entre 5
e 20 vezes a massa da Terra, comparáveis à massa de Neptuno (~17
vezes amassa da Terra). Agora, é
anunciada a primeira descoberta
de um sistema composto por três
planetas com massas semelhantes
à de Neptuno, todos eles em órbitas
quase circulares. Estes planetas
orbitam a estrela HD69830, uma
estrela próxima do Sol (~41 anosluz), e efectuam uma volta a esta em
cada 8.67, 31.6 e 197dias, respectivamente.
Esta descoberta foi possível com o
recurso ao método das velocidades radiais e só foi possível graças
ao rigor do espectrógrafo HARPS,
acoplado ao telescópio de 3.6 m do
Observatório de La Silla, no Chile,
que pertence ao ESO (European
Southern Observatory). Este equipamento permite a medição das velocidades radiais com uma precisão
melhor doque 1 m/s (3.6 km/h, ou
seja, a velocidade de uma pessoa a
caminhar). Segundo Nuno Cardoso
Santos (CAAUL/GCE), “a enorme
precisão do HARPS permitiu-nos
detectar o movimento da estrela
HD69830 induzido pela gravidade
dos 3 planetas que a orbitam, apesar
destes terem uma massa de apenas
10.2, 11.8 e 18.1 vezes amassa da
Terra, respectivamente”.
Uma série de simulações numéricas,
realizadas por Alexandre Correia, um
dos co-autores do artigo, mostram
que o sistema é extremamente estável dinamicamente. Observações
anteriormente realizadas com o
telescópio espacial Spitzer tinham
mostrado que esta estrela emite
muito nos infra-vermelhos. Estas
observações sugerem que a emissão
é proveniente de poeira em torno da
estrela, que emite a uma temperatura de cerca de 130 graus centígrados
(400 graus Kelvin). Os estudos dinâmicos agora realizados sugerem que
esta emissão seja emitida de uma
cintura de asteróides localizada entre as órbitas do segundo e terceiro
planeta do sistema, ou numa órbita
ligeiramente mais distante. A colisão
entre os asteróides desta cintura
será responsável pela existência da
poeira detectada.
Os modelos teóricos parecem mostrar que o planeta que se encontra
mais próximo da estrela será constituído sobretudo por rochas, enquanto que o segundo planeta deve
ser rochoso e possuir uma extensa
atmosfera. O terceiro planeta do sistema, e o mais afastado da estrela,
parece ser constituído por rochas e
gelos, rodeados por uma espessa
atmosfera. Este último é o primeiro
planeta descoberto com uma massa semelhante à de Neptuno e que
se encontra simultaneamente na
zona habitável do sistema, isto é,
a zona com condições propícias à
existência de vida. Contudo, devido
à sua massa relativamente elevada,
é improvável a existência de água
no estado líquido.
Alexandre C. M. Correia é Professor
Auxiliar Convidado do Departamento de Física da Universidade de Aveiro. Com 28 anos, licenciou-se em
Física pela Universidade de Lisboa,
concluiu Doutoramento pela Universidade de Paris VII, e tem centrado o seu trabalho de investigação
em torno da evolução a longo termo
da rotação de Vénus e dos planetas
telúricos.
Em Junho de 2004 viu um artigo
seu ser publicado na mesma Revista. Assinado em conjunto com
o investigador Jacques Laskar, do
Observatoire de Paris, o artigo demonstrava que quando se tem em
conta o movimento caótico da órbita de Mercúrio, a sua captura na
ressonância spin-órbita 3/2 é, afinal, a rotação final mais provável.
Uma explicação que permaneceu
sem resposta satisfatória durante
quase 40 anos e à qual estes dois
investigadores conseguiram dar
resposta.
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noticias de
VENUS EXPRESS
CHEGOU À SUA
ÓRBITA FINAL
Menos de um mês depois da
inserção em órbita, e depois de
voar dezasseis vezes em torno
de Vénus, a nave espacial da
Agência Espacial Europeia (ESA)
Venus Express chegou à sua órbita operacional final a 7 de Maio
de 2006. De acordo com a ESA, já
às 21:49 CEST do dia 6 de Maio,
quando a nave espacial comunicava com a estação de terra da
ESA em New Norcia (Australia),
a equipa de controlo de terra da
Venus Express no Centro Europeu de Operações Espaciais
(ESOC) em Darmstadt, na Ale-
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manha, recebeu confirmação
antecipada de que a órbita final
deveria ser atingida cerca de 18
horas depois.
Lançada no dia 9 de Novembro
de 2005, a Venus Espress chegou
ao seu destino no dia 11 de Abril
de 2006, depois de uma viagem
interplanetária de cinco meses
no sistema solar. A órbita inicial
– ou “órbita de captura” – foi
uma elipse em torno de Vénus
cujo apocentro se encontrava a
330 mil quilómetros e o pericentro a menos de 400 quilómetros.
guido usando o motor principal da
nave espacial – que foi accionado
duas vezes durante este período (a
20 e 23 de Abril de 2006) – e através
dos propulsores da Venus Express
– que foram acessos cinco vezes (a
15, 26 e 30 de Abril e 3 e 6 de Maio
de 2006).
Segundo infiorma a ESA, a Venus
Express entrou na órbita pretendida no dia 7 de Maio de 2006
às 15:31 (CEST), quando a nave
espacial se encontrava a 151 milhões de quilómetros da Terra.
Ciência
encontra-se quase sobre o pólo
norte (80o latitude norte), e a
nave espacial demora 24 horas
a dar a volta ao planeta.
Esta é a órbita escolhida para
serem feitas as melhores observações de Vénus, de acordo com
os objectivos da missão, que incluem observações globais da
atmosfera venusiana, das características da superfície e da interacção do ambiente do planeta
com o vento solar”, disse Hakan
Svedhem, cientista a trabalhar na
Venus Express.
Depois de estar 9 dias na órbita de
captura, a Venus Express teve de
Agora a nave espacial percorre
uma elipse substancialmente
mais próxima do planeta que
Até ao início de Junho, a Venus
Express irá continuar a sua ‘or-
realizar uma série de sucessivas
manobras para reduzir as altitudes
do apocentro e do pericentro relativamente ao planeta. Isto foi conse-
durante a órbita inicial. A órbita
agora encontra-se a entre 66 mil
e 250 quilómetros sobre Vénus e
é uma órbita polar. O pericentro
bit commissioning phase’ (fase
de comissionamento orbital),
que começou a 22 de Abril deste
ano.
Maio 2006 | Mundus
23.
noticias de
TECNOLOGIA
Imagem: INEGI/ STCP
INEGI
IMPLEMENTA
SISTEMA
DE TRAVAGEM
DE EMERGÊNCIA
NOS CARROS
ELÉCTRICOS
DA STCP
A pedido da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), o
INEGi desenvolveu um projecto com
o objectivo de melhorar a capacidade de travagem dos carros eléctricos da empresa de transportes em
condições de aderência precária evitando, assim, o bloqueio das rodas e
possível descontrolo do veículo.
24.
Maio 2006 | Mundus
Para a maioria dos habitantes da
cidade do Porto, ou pelo menos
os que habitualmente circulam
junto à Marginal e Restauração,
os carros eléctricos da STCP fazem parte do património da Invicta. No entanto, para que estes
continuem a fazer parte da vida
portuense e mantendo o seu aspecto original, torna indispensável o recurso às mais avançadas
técnicas de manutenção. E neste
aspecto a segurança é um factor fundamental. Nesse sentido,
tendo como objectivo melhorar a
sua capacidade de travagem em
condições de aderência precária,
o INEGI desenvolveu um sistema
de travagem electromagnético de
emergência que está a ser implementado nos carros eléctricos,
informa em comunicado o INEGI.
Segundo João Paulo Pereira, Director da Unidade de Mercados e
Negócios do INEGI, “era frequen-
te, em condições de aderência
precária, verificar-se o bloqueio
das rodas com consequente perda de coeficiente de atrito/ força
de travagem originando o descontrolo do veículo. Uma situação
particularmente grave e frequente em descidas. A STCP pretendia
a resolução deste problema em
diferentes modelos tendo o INEGI
iniciado o projecto e implementação pelos modelos mais comuns,
neste caso os de chassis rígido,
projectado no início do século e
fabricado durante as décadas de
20 e 30”.
Como se pretendia adoptar uma
solução de sistema de travagem
pouco sensível às condições de
aderência das rodas, optou-se
pelo desenvolvimento de “um
sistema de travagem baseado no
uso de patins electromagnéticos
que provocasse atrito directamente com o carril.
Cada patim tem uma bobine
que, quando percorrida por
corrente eléctrica, gera um
fluxo magnético no seu núcleo
e massas polares, fluxo que se
fecha pelo carril gerando uma
força de atracção entre este e
o patim. Como o patim é atraído contra o carril até contactar
com ele, da força de atracção
resulta uma força de atrito
aproveitada para travar o carro
eléctrico”, explica o director do
INEGI.
Para a ligação dos patins electromagnéticos ao chassis do carro
eléctrico foi projectada uma estrutura, cuja fixação ao chassis
não exigiu quaisquer alterações
neste elemento, mantendo a sua
integridade e originalidade. Isto
permitiu aumentar segurança e
manter a preservação do valor
histórico e originalidade dos carros eléctricos.
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noticias de
UMA EM CADA
Tecnologia
Uma em cada três crianças do
primeiro ciclo do ensino básico
tem telemóvel, sendo que 70 por
cento das crianças com dez anos
já possuem já um telefone móvel, revela um estudo efectuado
em escolas públicas do Porto.
De acordo com o Diário de Notícias (DN), que divulga alguns
dos resultados deste estudo, um
Este estudo – realizado por José
Rocha Nogueira e Helena Moreira, do Centro Regional de Saúde
Pública do Norte, e Maria João
Pedroso, da sub-região de Saúde
de Aveiro – inquiriu mais de mil
crianças entre seis e 12 anos, de
uma amostra de sete escolas.
Tal como revela o estudo, citado
pelo DN, ao todo, 34,5 por cento
tinham telemóvel, sendo a prevalência para os alunos de seis
anos de quase 13 por cento. Das
crianças de sete anos, perto de
23 por cento têm telemóvel e
nos oito anos já são quase 40 por
cento as crianças que possuem
Os riscos para a saúde, decorrentes
do uso destes aparelhos, têm sido
alvo de vários estudos científicos,
sendo a maioria dos resultados,
até então, inconclusivos. A preocupação surge de uma maior exposição às radiações dos telemóveis
e à possibilidade de provocarem a
destruição da estrutura do material
biológico. Outra questão é o facto
de as crianças serem consideradas
mais sensíveis aos efeitos adversos
na saúde do que os adultos.
Segundo o estudo, a maior parte
dos alunos com telemóvel diz usálo para receber chamadas de pais
O maior grave para os investigadores tem a ver com o facto
de não ser dada qualquer informação sobre a forma mais adequada de utilizar o telemóvel a
uma grande parte das crianças.
Outra questão tem a ver com o
uso de auricular, aconselhado
para evitar a proximidade do
telemóvel com o cérebro, sendo que, conforme apurou o trabalho de investigação, três em
cada quatro crianças diz nunca
terço das crianças que usam o
aparelho não recebeu qualquer
informação, de pais ou professores, sobre o seu uso correcto.
um telefone móvel. Segundo o
estudo, aos dez anos, é já a grande maioria que usa este meio de
comunicação.
e outros familiares, sendo que 40
por cento afirma usar também o
aparelho para mandar e receber
mensagens de amigos e colegas.
ter usado este equipamento,
havendo apenas 23,3 por cento
dos menores a usá-lo sempre
ou quase sempre.
TRÊS CRIANÇAS
USA TELEMÓVEL
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Os jogos foram indicados por 65
por cento dos inquiridos como
uma das utilizações do aparelho.
Maio 2006 | Mundus
25.
Coluna
ECONOMIA
por Orlando Petiz Pereira
Universidade do Minho – Escola de Economia e Gestão
Departamento de Economia - NEEII
[email protected]
Learning Organizations:
realidade ou utopia?
O termo learning organization está relacionado com as vantagens competitivas e com os
novos valores patrimoniais, nomeadamente
quanto à noção de capital intelectual. Assim,
as learning organizations são, cada vez mais,
essenciais e estratégicas no desenvolvimento
económico e social. São instrumentos da economia da informação e alimento da economia
do conhecimento. O seu espírito assenta no
desenvolvimento integral e contínuo das pessoas, e assumem-se como laboratórios de
aprendizagem onde a obsolescência galopante
das competências humanas são contrariadas.
Neste contexto, as organizações empresariais
deverão assumir a filosofia da aprendizagem
colectiva como uma forma de estar, que deve
ser estruturada, consciente e persistente. Por
tal facto, este tipo de organização preconiza
uma aprendizagem deliberada e intencional,
com o propósito de rentabilizar e de aumentar
a eficiência do seu capital intelectual.
As learning organizations facilitam a aprendizagem a todos os seus membros, de forma conscienciosa e na convicção de que a
transformação e o desenvolvimento do indivíduo produz impactes positivos sobre a organização (ver Pedler et al. (1991:3). Neste
sentido, Senge (citado em Pedler e Aspinwall
1998:14), considera-as como um lugar para a
expansão contínua das capacidades das pessoas, enquanto que Senge (1990) opta por as
definir como “organizações onde as pessoas
aprendem e expandem continuamente a sua
capacidade de criar os resultados que elas
realmente desejam, onde maneiras novas e
expansivas de pensar são encorajadas, onde
26.
Maio 2006 | Mundus
a aspiração colectiva é livre e onde as pessoas
estão constantemente a aprender a aprender
colectivamente”. Assim, a learning organization mostra-se vigilante sobre os seus objectivos e missão e procura uma aprendizagem
transformacional (ver Mumford, 1997: 247).
Como a learning organization está assente em
valores e em princípios fundamentais, éticos e
sociais, existe uma interacção entre a learning
organization, a cultura corporativa, a mudança organizacional, a liderança e a gestão de
recursos humanos. Nesta complexa e abrangente teia de relações, a humildade, o altruísmo, a tolerância e a amizade são características das novas organizações, cuja presença
induz e facilita a mudança. Nesta linha de
pensamento, McGhill (1993:76) afirma que a
learning organization deve aprender a aprender para motivar e encorajar continuamente à
experiência, à cooperação e à interacção entre
os diferentes elementos da organização.
Mas, a mudança de comportamento organizacional pressiona o desenvolvimento das
learning oganizations. Aqui, a valorização
do desenvolvimento da consciência de cada
indivíduo e a assunção de que o rendimento
do grupo supera a soma do rendimento das
partes é um dos factores transversais (ver
Nyhan, 2002: 31), pelo que a aprendizagem
organizacional passa pela partilha colectiva
dos conhecimentos. Desta forma, uma organização em aprendizagem induz à reflexão permanente, o que vai ao encontro das
“economias auto-formativas”, através das
quais são reforçadas as aptidões dos indi-
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ECONOMIA
víduos, mas também das organizações empresariais, das regiões e dos países para a
aprendizagem ao longo da vida. Por tal facto,
a organização que aprende, valoriza as pessoas dentro da organização, respeita o ritmo
de aprendizagem de cada um e preocupa-se com a assimilação da “nova informação”
pelos seus colaboradores. Desta forma, entendem que a aprendizagem é um fenómeno
sistémico e dinamizador do conhecimento e
dos restantes factores de produção, pelo que
Kluge et al. (2002), entendem que “uma boa
política de recursos humanos ajuda a empresa a reter o essencial do conhecimento
adquirido pelos trabalhadores satisfeitos”.
Assim, a organização que aprende mostra-se
preocupada com o ritmo de cada colaborador
e define políticas de acção e de formação em
função dessas características. Desta forma,
assiste-se ao respeito pela individualidade
dos colaboradores sem, contudo, ignorar a
convergência dos seus esforços para os objectivos do grupo e da organização.
Atendendo às características das learning
oganizations, o elemento humano está a ser
recolocado no centro das transformações e da
turbulência económico-social. A mudança é desejada e evolui com a capacidade para utilizar
eficientemente o conhecimento. Neste sentido,
a mudança desafia o saber convencional e as
pessoas são mais tolerantes e menos controladoras do que nas organizações empresariais
convencionais. Apresentam um maior espírito
de grupo e a capacidade para o trabalho é tanto mais profícua, quanto maior for a partilha no
grupo dos diferentes problemas, ideias e perspectivas de cada um, assim como as potenciais
alternativas que se apontam para as questões.
As learning oganizations são sistemas abertos. Como tal, são permeáveis e flexíveis e
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encontram-se em constante reorganização,
nomeadamente ao nível das inovações organizacionais. Contudo, também são propensas à introdução de novas tecnologias, quer
na sua vertente tecno, quer na sua vertente
logos. Por tal facto, na opinião de Zorrinho et
al. (2003: 37), a introdução de nova informação e tecnologia, deve suscitar, no interior
das organizações, uma nova reflexão com o
intuito de se produzirem novas políticas alternativas, “de forma a que não fixem como
único alvo o restabelecimento do equilíbrio
económico, mas pelo contrário, coloquem o
acento tónico na acumulação da capacidade
tecnológica, na flexibilização da organização,
na experimentação social e no reconhecimento da diversidade e da autonomia”. Mas,
a complexidade das organizações apresenta
tendência para se ampliar com a transferência da tecnologia. Como parte da complexidade se deve ao corpo humano da organização, os valores psicológicos, a afectividade, a
empatia e a tolerância, entre outros, deverão
fazer parte do espólio do capital imaterial
da organização, porque a conduz para uma
prescrição terapêutica eficiente, no sentido
de responder à turbulência e à incerteza que
caracteriza o actual ambiente organizacional
empresarial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kluge, J., Stein, W, Licht, T. (2002). Gestão do conhecimento. Cascais, Principia.
McGill, M. E. & Slocum, J. W. (1993). Unlearning the
Organization. Organization Dynamics, 22(2), Fall, pp.
67-79.
Mumford, A. (1997). Management Development Strategies for Action, 3rd ed. London: IPD.
Nyhan, B. (2002). O desenvolvimento dos recursos humanos na Europa... numa encruzilhada. Revista Europeia de Formação Profissional, 26, Maio-Agosto, ISSN
0378-5092, 27-40
Pedler, M. & Aspinwall K. (1998). A Concise Guide to the
Learning Organization. London: Lemos & Crane.
Pedler, M., et al. (1991). The Learning Company A
Strategy for sustainable development. Second Edition.
London: McGraw-Hill.
Senge, P. M. (1993). The Fifth Discipline. The Art &
Practice of the Learning Organization. London: Century
Business.
Zorrinho, C., Serrano, A, & Lacerda, P. (2003). Gerir em
Complexidade. Um novo Paradigma de gestão. Lisboa,
Edições Sílabo.
Maio 2006 | Mundus
27.
noticias de
INOVAÇÃO
Com este curso espera-se que
os formandos possuam um
conjunto articulado de conhecimentos que os tornem aptos a
conhecer a Região do Douro nos
seus aspectos históricos, geográficos e culturais; distinguir
as diversas categorias e estilos
de vinhos; organizar e animar
provas de vinhos; sensibilizar os
turistas para a importância do
Vinho no seu carácter lúdico e
económico, bem como a importância da qualidade da rolha de
cortiça; gerir de forma eficiente
os diversos grupos de turistas
que chegam à Região e cumprir
as regras de protocolo e bom
atendimento.
PROJECTO
DE FORMAÇÃO
ARRANCA
AO ABRIGO DO
ON - PROGRAMA
OPERACIONAL
PARA A REGIÃO
DO NORTE
Potenciar T é um projecto formativo inovador, estruturado de
raiz para responder às exigências actuais da região do Douro
no sector do Turismo, ao nível da
qualificação especializada dos
seus recursos humanos ligados,
directa ou indirectamente a este
sector.
A AESBUC – Associação para
28.
Maio 2006 | Mundus
a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica,
coordenadora deste projecto,
co-financiado pelo ON - Programa Operacional para a Região
do Norte, irá promover a realização na Região do Douro de três
acções do Curso Potenciar T,
contando com a participação de
formadores altamente referenciados nas seguintes áreas: História, Geografia e Vinhos da Região, Gastronomia, Alimentação,
Relações Públicas e Protocolo.
O projecto dirige-se a activos
ligados ao Sector do Turismo e
a desempregados com necessidade de formação nesta área
de forma a potenciar a sua empregabilidade futura. A 1ª acção,
com início previsto a 05 de Junho
será realizada nas instalações
da Câmara Municipal de Mesão
Frio. Realizam-se ainda no Peso
da Régua e no Pinhão e têm
como objectivo formar e qualificar o atendimento turístico, sen-
sibilizando para o contexto de
qualidade que a região encerra
em si e, para a necessidade da
área turística necessitar de uma
constante reflexão.
A Região do Alto Douro foi sempre um tesouro muito bem guardado, apenas vislumbrado por
alguns visionários que se aperceberam das suas capacidades
de produção e beleza natural
únicas no mundo.
Com a mesma naturalidade, e seguindo a linha de descoberta da
região, o Sector do Turismo foise gradualmente desenvolvendo,
tirando partido da beleza dos socalcos e da harmonia do rio com
o Homem, muitas vezes sem uma
base de sustentação da qualidade
dos seus recursos humanos, devidamente estruturada.
A equipa coordenadora é constituída por Luís Graça, Otília Miranda e Ondina Afonso.
Exige-se como requisitos que
os formandos residam ou trabalhem nos concelhos elegíveis
para este projecto: Alfândega da
Fé; Alijó; Armamar; Carrazeda
de Ansiães; Cinfães; Freixo de
Espada à Cinta; Lamego; Macedo de Cavaleiros; Mesão Frio;
Mirandela; Mogadouro; Moimenta da Beira; Murça; Penedono;
Peso da Régua; Resende; Sabrosa; S. João da Pesqueira; Sta
Marta de Penaguião; Sernancelhe; Tabuaço; Tarouca; Torre de
Moncorvo; Vila Flor; Vila Nova de
Foz Côa; Vila Real
As inscrições estão abertas e
podem ser feitas através do site
http://www.esb.ucp. Outras informações podem ser obtidas
através da AESBUC – Serviços
de Formação, Escola Superior
de Biotecnologia, Rua Dr. António Bernardino de Almeida, 4200
– 072 Porto, Tel. 225 580 076/
98, Fax. 225 580 072, e-mail:
[email protected].
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noticias de
RANKING DO
DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
2006 EIU E-READINESS RANKING
Portugal ocupa o 26º lugar do
2006 e-Readiness Rankings,
uma avaliação da Ecomonist
Intelligence Unit (EIU), em associação com a IBM, que determina o desenvolvimento tecnológico de 68 países. A Dinamarca,
Estados Unidos e Suíça lideram
este ranking, que conclui que é
cada vez menor a distância que
separa as economias mais desenvolvidas tecnologicamente
daquelas com défice tecnológico; a Dinamarca e os Estados
Unidos mantêm-se, à semelhança da última edição, no topo
da liderança; e a banda larga já
não é o grande elemento diferenciador entre os líderes.
Segundo informa em comunicado a IBM, em 2006, o mundo
está mais preparado para a
sociedade electrónica do que
nunca. Os números deixam
isso bem claro: há mais de mil
milhões de cibernautas e dois
mil milhões de utilizadores de
telemóvel e, na sua maioria, os
países continuam a fazer progressos nos vários indicadores
de qualidade relacionados com
o desenvolvimento tecnológico.
Na prática, os países incluídos
no e-Readiness Rankings deste
ano melhoraram os seus resultados ao longo de 2005, em
www.cienciapt.net/mundus
particular os países de baixo
índice tecnológico, comparativamente aos líderes da tabela.
Nessa medida, verifica-se que
a distância que separa os “melhores” dos “menos bons” já
não é tão acentuada. “A disparidade tecnológica não é mais
aquele abismo antes temido”,
diz o Director Editorial da Economist Intelligence Unit, Daniel
Franklin.
Segundo a mesma fonte, outra disparidade que está agora
menos vincada refere-se ao desenvolvimento de banda larga
nos países mais avançados em
matéria de TI. De facto, as economias norte-asiáticas, economicamente mais fortes, tinham
ultrapassado os restantes países da OCDE quanto à adopção
da banda larga. No entanto, ao
longo dos últimos dois anos, o
ritmo de crescimento da banda
larga em países como a Coreia
do Sul e o Japão estabilizou, enquanto que outros países líderes, tais como a Noruega e a Suíça conquistaram terreno nesta
área. A conectividade através da
banda larga é, cada vez menos,
um factor diferenciador entre
os líderes, enquanto que outros
critérios – como a inovação, a informação sobre segurança e os
compromissos governamentais
com o desenvolvimento das TIC
– emergiram como diferenciadores de peso.
a um modelo desenvolvido em
conjunto com o Institute for Business Value da IBM. Um país
“e-ready” é aquele que está
preparado para a era tecnológica e que alavanca o desenvolvimento da sua economia
utilizando as oportunidades
oferecidas pela internet. Este
estudo pretende medir este desenvolvimento através da recolha de elementos que indicam
até que ponto os mercados utilizam a Internet para responder
às oportunidades de negócio.
A Economist Intelligence Unit
elabora, desde 2000, aquele
Como os resultados deste ano
sugerem, os objectivos que se
pretendem obter com a preparação electrónica dos países estão a mudar. “O progresso económico está progressivamente
dependente da inovação no uso
da tecnologia”, segundo George
Pohle, da IBM, “e nas economias
que se encontram a adoptar a
Internet e restantes tecnologias
de comunicação, o futuro competitivo é fomentado pela criação de novos serviços baseados
nas infra-estruturas”, acrescenta. O ranking de 2006 conclui
ainda que a Europa mantém o
seu estatuto de liderança e que
a maioria dos líderes conquistou
uma ligeira subida no espaço de
12 meses. A grande vencedora
é a Europa ocidental, que ocupa
seis dos dez dos lugares cimeiros, em particular a Escandinávia com três países colocados na
1ª (Dinamarca), 4ª (Suécia) e 7ª
(Finlândia) posições, sendo os
melhores em áreas de conectivi-
que viria a ser o primeiro de
muitos estudos anuais, onde
são avaliadas as principais economias mundiais, com recurso
dade, nomeadamente na mobilidade e no uso da Internet. Entre
os que mais avançaram encontram-se a Austrália e o Cana-
Inovação
dá, no 8º e 9º lugares respectivamente, e que, pela primeira
vez, entram no grupo dos dez
primeiros, e a Lituânia que sobe
para o 38º posto, enquanto que
a Argélia mantém a 63ª posição.
Para além disso há múltiplos caminhos para o e-readiness, que
são indispensáveis investimentos substanciais em infra-estrutura. Mas mesmo as economias
com infra-estruturas deficitárias
e um ambiente e-business frágil
– como a Bulgária em 44º lugar,
a Índia em 53º e o Vietname em
66º - estão a potenciar o desenvolvimento por outras vias, tais
como o desenvolvimento a capacidade do outsourcing das TI. Do
mesmo modo, tanto nestes países como nas economias desenvolvidas, o aumento crescente
do uso de software aberto está a
expandir o acesso das empresas
e do sector público às TI.
Segundo o relatório, a inovação
não pára, uma vez que as empresas em muitos países experimentam modelos e processos de
negócio novos, como evidencia a
ameaça que fornecedores de voz
sobre IP representam para as
empresas de telecomunicações.
Por seu turno, as operadoras de
telecomunicações desafiam as
empresas de comunicação por
cabo e as televisões ao lançar
a televisão IP (IPTV). No sector
público, a inovação é igualmente uma constante e os exemplos
mais notáveis estão na Europa,
onde as iniciativas público-privadas tornam os serviços de
governo electrónico mais acessíveis aos cidadãos.
Maio 2006 | Mundus
29.
DOSSIER
Rostos da Ciência
Grandes Nomes marcam a Qualidade
da Investigação em Portugal
O mérito dos investigadores portu-
Portugal a vários cantos do mun-
área da investigação, mas não só.
gueses destaca-se junto da comu-
do, principalmente para Europa
Descobertas, artigos e prémios de-
nidade científica internacional. Os
e Estados Unidos, onde realizam
monstram bem a qualidade do tra-
portugueses têm levado o nome de
actualmente muitos trabalhos na
balho dos nossos investigadores.
Apesar de Portugal ser um país
pequeno, têm muitos “cérebros”
que fazem a diferença junto da
comunidade científica nacional e
internacional. Para além da investigação e trabalhos realizados em
Portugal, muitas destas pessoas
estão envolvidas em projectos
europeus em várias áreas, o que
significa que a investigação que
fazem é de muito boa qualidade.
A investigação em Portugal depende exclusivamente das universidades. A maior parte dos Centros de Investigação dependem
do Estado. Algumas limitações
que existem em Portugal levam
muitos “cérebros” a sair do país,
sendo que a melhor forma para
evitar que isso aconteça é profissionalizar a ciência e a tecnologia
em Portugal. Apesar da ciência
estar a internacionalizar-se, a
30.
Maio 2006 | Mundus
investigação continua a depender
de institutos fortes e de incentivos
governamentais.
Neste especial vamos destacar
alguns dos Rostos da Ciência
que dão o seu contributo para a
Ciência em Portugal e no Mundo.
Desde a Saúde, Ciências Exactas,
Biotecnologia, Física, Robóticas e
Engenharias, Arquitectura, entre
outras.
MANUEL SOBRINHO SIMÕES
Manuel Coimbra Sobrinho Simões
nasceu no Porto em Setembro de
1947. Em 1971 licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto com a classificação de 19 valores. Cinco anos
depois especializou-se em Anatomia Patológica com classificação
de 20 valores. Em 1979 doutorou-se
em Patologia na Faculdade de Medicina do Porto. Fez o pós-doutoramento em 1979/1980 no Instituto
de Cancro da Noruega.
Actualmente é Professor Catedrático
de Anatomia Patológica na Faculdade de Medicina do Porto e Chefe de
Serviço no Hospital de S. João desde
1988. Dirige o Instituto de Patologia
e Imunologia Molecular da Universidade do Porto - IPATIMUP desde
1989, quando foi criado. É também
Professor Adjunto de Patologia e
Biologia Celular do Jefferson Medical College da Universidade Thomas
Jefferson de Filadélfia desde 1990.
Com um currículo invejável, Sobrinho Simões tem recebido ao longo
da sua carreira diversos prémios
nacionais e internacionais. Destacam-se o Prémio Bordalo de 1996,
o Prémio Seiva - Ciência - 2002 e o
Prémio Pessoa – 2002, o mais prestigiado do género de Portugal destinado a reconhecer anualmente o
mérito de uma personalidade das
diversas áreas. Em 2003 foi distinguido, pelo rei Harald V, com a
Ordem Norueguesa de Mérito pelo
seu contributo para a cooperação
com a Noruega.
É autor e co-autor de diversos livros
salientando o seu interesse pelo
Handbook da União Internacional
Contra o Cancro “Comprehensive
Tumour Terminology” (2000) e o
livro sobre “Ultrastructural Pathology” publicado pela Hemisphere
Publishing Corporation, nos EUA,
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DOSSIERRostos da Ciência
em 1990; uma tradução japonesa
deste livro foi publicada no Japão
pela Nishimura em 1995. Foi também co-editor do Livro “Os Outros
em Eu” no âmbito da PORTO-2001.
Escreveu vários capítulos do livro
sobre “Pathology and Genetics of
Tumours of Endocrine Organs” publicado em 2004 pela Organização
Mundial de Saúde.
Recentemente foi lançado o manual “Cancro da Tiróide: o problema
e a recuperação com qualidade de
vida” em que o prefácio é do professor Sobrinho Simões. Trata-se
de um manual que pretende informar e esclarecer dúvidas a doentes
e familiares sobre esta patologia.
Sobrinho Simões ajudou a criar o
IPATIMUP, organismo vocacionado para a investigação e formação
na área do cancro que se tornou
uma referência a nível nacional e
internacional. É descrito pelos seus
próximos como uma pessoa de extraordinária afabilidade e alguma timidez. O IPATIMUP será talvez a face
mais visível do seu já longo percurso
como investigador. Motivo do seu
orgulho, é reconhecido como uma
instituição de excelência em termos
de pesquisa, ensino pós-graduado
e divulgação científico-cultural. No
seu âmbito Sobrinho Simões realiza
anualmente cerca de 300 casos de
consulta diagnóstica em oncologia
para Hospitais e Institutos da Europa, EUA e América do Sul.
Sócio-honorário da Academia de
Ciências Médicas da Catalunha e
Ilhas Baleares, da Sociedade Brasileira de Cancerologia e da Sociedade Espanhola de Anatomia
Patológica, é avaliador estrangeiro do Consórcio de Investigação
em Cancro Gástrico do Instituto
do Cancro da Noruega - país onde
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se pós-graduou - com a Universidade de Zhen Zhou (China).
Assumidamente viciado em trabalho, passa os seus dias entre o Hospital de S. João e o IPATIMUP. Para
este especialista as suas prioridades
são as das instituições a que pertence e de grupos em que se integra.
Relativamente ao IPATIMUP, por
exemplo, a principal prioridade é o
reforço da qualidade da investigação
em Oncologia Humana (cancro do
estômago, tireóide, mama, intestino
grosso e sangue). Essa investigação
é, segundo Sobrinho Simões, um excelente exemplo de investigação de
translação uma vez que parte dos
problemas de saúde dos doentes,
principalmente aqueles que são importantes na população portuguesa,
volta, depois de uma fase de análise
laboratorial e de experimentação
animal, aos doentes em termos, por
exemplo, de melhoria dos métodos
de diagnóstico e de optimização da
terapêutica.
Para além da investigação, o IPATIMUP tem-se destacado no teino
avançado de jovens cientistas e técnicos; na divulgação científica e educação contínua de profissionais de
saúde, professores do ensino básico
e secundário, etc; e na prestação de
serviços diagnósticos à comunidade:
diagnóstico de doenças cancerosas
e, sobretudo, de situações pré-cancerosas; biópsia aspirativa de lesões
suspeitas da mama, tireóide e outros
órgãos; avaliação da susceptibilidade genética para o desenvolvimento
de certas doenças; e estudos de parentesco e de paternidade.
Manuel Sobrinho Simões faz parte do grupo de investigadiores
que já publicou mais de 100 artigos científicos, com mais de 500
citações, ou publicado 50 artigos,
com 250 citações, e orientado dez
doutoramentos.
ANTÓNIO DAMÁSIO
O investigador nasceu em Lisboa em
1944. Em 1974 doutorou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa.
Depois de um período no Aphasia
Research Center de Boston, regressou ao Departamento de Neurologia
do Hospital Universitário de Lisboa,
onde, anos atrás, tinha realizado a
residência médica.
António Damásio é professor distinguido e director do Departamento de Neurologia da Universidade
de Iowa, onde ocupa a cátedra M.
V. Van Allen, e professor do Instituto Salk de La Jolla (Califórnia), nos
Estados Unidos.
Junto com a sua esposa, Hanna
Damásio, criou na Universidade de
Iowa um laboratório para a investigação da percepção utilizando ao
mesmo tempo o método de lesão e
a imagem funcional.
Human Brain (1994), The Feeling of
GAT Happens: Body and Emotion in
the Making of Consciousness (1999)
– eleito como um dos dez melhores
livros de 2001 por The New York Times Book Review –, Looking for Spinoza: Joy, Sorrow, and the Feeling
Brain (2003) – traduzido em francês,
alemão, italiano, holandês e sueco –,
e The person within: the mental self
(2003).
O neurologista português foi distinguido o ano passado com o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica, no
valor de 50 mil euros. Este prémio
foi entregue ao investigador pela
sua contribuição “essencial na luta
contra as doenças de Parkinson e
Alzheimer”. Estas investigações
foram “decisivas para o conhecimento das zonas cerebrais correspondentes à linguagem e à memória e contribuíram para melhorar o
conhecimento dos processos neurodegenerativos do cérebro”.
A candidatura de Damásio foi proposta por Francisco Mora Teruel,
membro do Júri do Prémio Príncipe de Astúrias de Investigação
Científica e Técnica 2005, com o
apoio da Sociedade Espanhola de
Neurologia (SEN).
É considerado um dos pais das
teorias sobre o “cérebro emocional”, utilizando nas suas investigações técnicas de imagem que
revelaram novos aspectos sobre o
papel das emoções nas diferentes
funções cognitivas.
Para além dos seus múltiplos artigos de investigação publicados em
revistas científicas, Damásio escreveu, entre outros, os livros Descartes’ Error: Emotion, Reason and The
JOÃO CARAÇA
João Manuel Gaspar Caraça é
licenciado em Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior
Técnico de Lisboa (1968), doutorado
em Física Nuclear na Universidade
Maio 2006 | Mundus
31.
DOSSIER
Rostos da Ciência
de Oxford (1973), e agregado em
Física na Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa (1974). É
Director do Serviço de Ciência da
Fundação Calouste Gulbenkian, e
Professor Catedrático Convidado
do ISEG onde coordena o Mestrado
em Economia e Gestão de Ciência
e Tecnologia. É Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
É autor de mais de uma centena e
meia de trabalhos científicos e dos
livros Do Saber ao Fazer: Porquê
Organizar a Ciência (1993); Ciência
(1997); Science et Comunication
(1999); Entre a Ciência e a Consciência (2002); À Procura do Portugal Moderno (2003); Colaborou na
redacção de Limites à Competição
(1994); Colaborou na organização de
O Futuro Tecnológico – Perspectivas
para a Inovação em Portugal (1999).
Os seus interesses centram-se
nas áreas da política científica e
tecnológica e da prospectiva.
Neurociências. Nasceu em Lisboa,
numa família tradicional portuguesa. O seu pai também era neurocientista. Em pequeno vivia com
o seu irmão António e os outros
numa vivenda em Benfica. Esteve
12 anos nos EUA. É um “achiever”,
e tem evidente prazer em referir os
vinte que teve na Faculdade.
Actualmente desempenha funções de Presidente do Instituto de
Medicina Molecular. Publicou três
livros de ensaios, Um Modo de Ser
(1996), Numa Cidade Feliz (1999)
e Memória de Nova Iorque e Outros Ensaios (2002), todos editados pela Gradiva. Em 1996 foi-lhe
atribuído o Prémio Pessoa.
O especialista faz 300 operações por
ano. Continua a trabalhar porque
precisa de ensaiar, diz ele. Considera a neurologia uma profissão de risco e prefere nem tentar aventuras.
Mas desenvolve toda uma ideia de
performance em torno da operação.
Descreve-a como um acto estético,
para o qual já quase não necessita
de instrumentos.
João Lobo Antunes considera que
o grande desafio das neurociências “é o cérebro”.
JOÃO LOBO ANTUNES
Licenciou-se em medicina na Universidade de Lisboa em 1967. Entre
1971 e 1984 trabalhou em Nova Iorque na Universidade de Columbia.
Desde 1984 é professor Catedrático de Neurocirurgia da Faculdade
de Medicina de Lisboa. É autor de
numerosos artigos científicos e
editor de vários livros na área das
32.
Maio 2006 | Mundus
ANTÓNIO COUTINHO
É director do Instituto Gulbenkian
de Ciência desde 1998. Licenciou-
-se em Medicina pela Faculdade
de Medicina da Universidade de
Lisboa em 1970 e completou o
doutoramento em Microbiologia
Médica pelo Instituto Karolinska
de Estocolmo em 1974. É ainda
Director de Investigação de 1ª
Classe no CNRS (França).
A sua actividade de investigação
e formação científica passou por
vários institutos e universidades:
Instituto Karolinska (1974-5), Instituto de Imunologia de Basileia
(1975-9), Faculdade de Medicina
de Umeå (1979-84), Universidade
de Geneve (1982) e Universidade
de Lund (1987). Entre 1982 a 1998,
dirigiu o Serviço de Imunobiologia no Instituto Pasteur em Paris.
Nomeado director dos Estudos
Avançados de Oeiras do Instituto
Gulbenkian de Ciência, lançou e
dirigiu o Programa Gulbenkian de
Doutoramento em Biologia e Medicina (1993-2000).
Autor de mais de 450 artigos científicos, tem mantido uma intensa
actividade internacional de conferencista e estando associado a
várias academias, revistas e conselhos científicos internacionais.
Recebeu alguns prémios importantes: Fernstromska Priset,
Suécia (1981); FEBS Anniversary
Prize (1982); Prémio Gulbenkian
de Ciência e Tecnologia (1987);
Prix Behring-Metchnikoff, França
(1990); Prix Lacassagne du College de France (1995). É Grande
Oficial da Ordem do Infante D.
Henrique (2003).
Em 2002 surge no ranking do
“Science Citation Index” como um
dos 100 cientistas mais influentes
no mundo ao longo dos últimos 20
anos.
MARIA MANUEL MOTA
Maria Manuel Mota é uma jovem
investigadora que tem vindo a desenvolver estudos no âmbito da
malária, o que já lhe valeu publicações na revista científica ‘Nature’. Com um percurso notável na
área da investigação, a bióloga já
foi reconhecida com valiosos prémios, um dos quais decidiu investir nos estudos daquela doença.
Recebeu o Prémio European Young
Investigators (EURYI) pela sua investigação na área da biologia celular
da malária. O esquema EURYI desenvolvido pela Organização Europeia dos Responsáveis dos Conselhos Nacionais de Investigação da
União Europeia (EUROHORCs), e a
Fundação Europeia de Ciência (ESF,
na sigla inglesa) tem como objectivo
de atrair os melhores investigadores jovens, de todo o mundo, para
prosseguirem a sua investigação na
Europa e coordenar as suas próprias
equipas de investigação.
Mais recentemente, formou, a par
de outros jovens cientistas portugueses, a Associação Viver Ciência,
da qual é Presidente. A investigadora é doutorada em Imunologia/
Parasitologia Molecular.
www.cienciapt.net/mundus
DOSSIERRostos da Ciência
Com um percurso notável na área
da investigação, a bióloga recebeu,
em Estocolmo, um valioso prémio
europeu de ciência, de mais de um
milhão de euros, em Agosto de 2004,
depois de realizar um estudo que
procurava detectar a malária antes
de surgirem os primeiros sintomas.
Na altura, a investigadora afirmou
que o dinheiro que recebeu seria
para financiar um projecto de investigação sobre a malária, que em
muito iria mudar a sua vida.
Passado algum tempo, o Howard
Hughes Medical Institute aprovou
para financiamento a candidatura
apresentada pela investigadora e
presidente da associação Viver a
Ciência, ao Programa Internacional
de Financiamento de Investigadores
(International Research Scholars
Program), que atribui financiamento a instituições de investigação fora
através de investigadores de reconhecido mérito no domínio das Ciências Biomédicas, que tenham vindo a contribuir de forma significativa
para a compreensão dos processos
e mecanismos biológicos da doença,
nomeadamente em áreas como a da
parasitologia e doenças infecciosas.
CATARINA RESENDE DE OLIVEIRA
Ligada à investigação desde 1975
é actualmente Presidente do
Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Faculdade de Medicina da Universidade
de Coimbra e vice-presidente da
Sociedade Portuguesa de Neurociências.
www.cienciapt.net/mundus
A principal área de investigação
da professora catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra visa os aspectos
clínicos e bioquímicos das doenças neurodegenerativas.
É Presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular e do
Instituto de Investigação Interdisciplinar, também da Universidade de
Coimbra.
Licenciou-se em Medicina, Especialidade de Neurologia e Doutorada
em Medicina, Especialidade Neurologia (Psiquiatria) desde 1984.
A sua investigação científica está
ligada aos mecanismos de neurodegenerescência e neuroprotecção,
criando a interacção entre investigação fundamental e a clínica das
doenças neurodegenerativas. Para
além disso tem coordenado vários
projectos científicos sobre: mecanismos do envelhecimento cerebral
e demência; respostas celulares ao
stress oxidativo: efeitos nos mecanismos de transdução de sinal, na
energética mitocondrial e relação
com diabetes e doenças neurodegenerativas; mecanismos neurotóxicos
dos priões e da b-amilóide.
CARLOS FIOLHAIS
O professor e investigador tem
vindo a desenvolver várias actividades em volta da Física. Tirou a
sua licenciatura em Física na Universidade de Coimbra em 1978 e
doutorou-se em Física Teórica na
Universidade Goethe, em Frankfurt/Main, na Alemanha, em 1982.
É Professor Catedrático no Departamento de Física da Universidade
de Coimbra desde 2000. Foi professor convidado em Universidades de
Portugal, Brasil e Estados Unidos.
Tem mais de 30 livros publicados,
alguns em co-autoria. É autor de 90
artigos científicos em revistas internacionais, um dos quais tem 3290
citações e de mais de 300 artigos pedagógicos e de divulgação. Foi editor
de quatro livros científicos, traduziu
cinco livros e fez a revisão científica
de muitos outros. Ganhou em 1994 o
Prémio União Latina/ JNICT de tradução científica, com a obra “Física
Nuclear”. Ganhou também o Globo
de Ouro de Mérito e Excelência em
Ciência de 2004 atribuído pela SIC
em 2005.
Interessa-se pela Física Computacional da Matéria Condensada e Ensino e História das Ciências. Fundou
o Centro de Física Computacional da
Universidade de Coimbra, do qual foi
director, e onde procedeu à instalação do maior computador português
para cálculo científico (“Centopeia”,
um sistema paralelo de cem máquinas). Tem coordenado vários projectos de investigação.
Participou em numerosas acções,
conferências e colóquios de ciência
e cultura científica. O portal de ciência Mocho foi criado por ele. Dirige também a gazeta de Física da
Sociedade Portuguesa de Física.
É membro da comissão editorial
das revistas “Europhysics News”,
da Sociedade Europeia de Física,
“Física na Escola” e “Revista Brasileira do Ensino da Física”, da Sociedade Brasileira de Física.
Em 1991 e 1992 foi Professor Con-
vidado da Tulane University, New
Orleans, EUA. Em 1991/1992 foi
Professor Convidado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro, Vila Real, Portugal. Em
1998 foi Professor Convidado da
Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife, Brasil.
Foi também Director do Centro de
Informática da Universidade de
Coimbra e da Biblioteca do Departamento de Física da Universidade de Coimbra. Preside ao Conselho de Investigação do Instituto
Interdisciplinar da Universidade
de Coimbra. É membro do Conselho Científico da Fundação para a
Ciência e Tecnologia e dos corpos
gerentes do Fórum Internacional
dos Investigadores Portugueses.
É membro individual da Sociedade
Portuguesa de Física, Sociedade
Portuguesa de Matemática, European Physical Society, American Physical Society, American Association for
the Advancement of Science, American Association of Physics Teachers,
Groupe Internationale de Récherche
sur l’ Enseignement de la Physique,
Planetary Society, National Geographic Society, entre outras associações científicas e profissionais, nacionais e internacionais.
Tem um vasto currículo, que pode
ser consultado na sua página na
Internet http://nautilus.fis.uc.pt/personal/cfiolhais/.
TIAGO FLEMING OUTEIRO
Este jovem investigador portu-
Maio 2006 | Mundus
33.
DOSSIER
Rostos da Ciência
guês está há cerca de seis anos
a trabalhar nos Estados Unidos.
Fez uma descoberta importante
em direcção à cura para as doenças neurodegenerativas, como
por exemplo a de Parkinson. O
estudo co-assinado por si e por
Susan Linquist, directora do MIT,
foi publicado na revista ‘Science’,
há dois anos (2204).
Esteve no Instituto de Whitehead
do Massachusetts Institute Technology (MIT), onde completou
o seu doutoramento e trabalha
actualmente no MassGeneral
Institute for Neurodegenerative
Disease – MIND, Harvard Medical School, Bóston, EUA. É presidente da PAPS - Portuguese
American PostGraduate Society,
uma associação criada em 1998
por um grupo de estudantes portugueses nos Estados Unidos,
tendo como missão promover a
interacção entre investigadores
portugueses e discutir assuntos
no âmbito da ciência e tecnologia
com interesse para Portugal.
em Física Tecnológica pela mesma
Universidade (1994). É doutorado
pelo Departamento de Engenharia
Mecânica da Universidade de Coimbra (1999), na área de Automação e
Robótica.
Actualmente é professor auxiliar
do Departamento de Engenharia
Mecânica na Faculdade de Ciências
e Tecnologia da Universidade de
Coimbra, onde é responsável pelo
Laboratório de Robótica Industrial.
Organizou vários cursos, conferências e workshops sobre robótica e
automação, e é director da revista
técnico-científica “Robótica”, a única revista Portuguesa na área da
robótica e automação.
Para além de Professor Universitário, é Investigador, Engenheiro e
Autor de Livros. É Director de Revistas Técnicas e Científicas e Divulgador de Ciência e Tecnologia.
Em 2005 foi um dos organizadores do Festival de Robótica.
Licenciou-se em Biologia pela
Universidade de Paris VI, França,
tirou o mestrado em Bioquímica e obteve o Doutoramento em
Bioquímica Médica, efectuado no
Hospital Lariboisiere, na área da
biopatologia óssea, pela Universidade de Paris VI.
Trabalhou na Universidade da Califórnia, primeiro como bolseira de pósdoutoramento e, em seguida, como
investigadora. Continua a manter
uma colaboração assídua com a Universidade da Califórnia, San Diego.
Foi responsável pela identificação do
gene humano da proteína Gla da matrix, hoje identificada como essencial
à manutenção da cartilagem e do
sistema vascular em todos os vertebrados, incluindo o homem.
Tem alguns artigos publicados:
- Cancela M.L., Williamson M.K., and
P.A. Price (1994). J. Biol. Chem. 269:
12185-12189;
- Cancela M.L., Williamson M.K., and
Price P.A.(1995) Int. J. Peptide Protein
Res., 46:419-423;
A sua investigação deu lugar à
formação de uma empresa FoldRX, que existe actualmente.
- Cancela M.L., Hu B. and P.A.Price
(1997) J. Cellular Physiol. 171: 125-134;
- Kirfel J., Kelter M.,Cancela M.L., Pri-
Medicina do Porto e investigador
na área de Oncologia Molecular
e Farmacogenómica do IPO do
Porto, valeu-lhe o ano passado
o prémio Bluepharma/ Universidade de Coimbra. O investigador
foi distinguido pela sua tese de
doutoramento que destaca o papel da Vitamina D na prevenção
do cancro da próstata. Segundo
os especialistas, este trabalho
é uma contribuição muito importante para o conhecimento
médico.
É líder da equipa que no ano passado recebeu o Prémio Nacional
de Investigação em Oncologia
2005. O trabalho premiado intitulado “Perfil Farmacogenómico
como factor predictivo da resposta à quimioterapia com Platinos”
demonstra como a utilização do
conhecimento do genoma humano poderá ser importante na optimização do tratamento oncológico de mulheres com cancro
do ovário. A individualização do
tratamento utilizando estes novos marcadores moleculares irá
permitir uma melhor eficácia e a
redução dos efeitos secundários
deste tipo de tratamento.
ce P.A., and Schule R.(1997) Proc. Natl.
Acad. Sc. U.S.A.94: 2227-2232.
J. NORBERTO PIRES
Licenciado em Engenharia Física pela
Universidade de Coimbra (1991), ramo
de Instrumentação, tem Mestrado
34.
Maio 2006 | Mundus
LEONOR CANCELA
Investigadora no Laboratório de Biologia Molecular da Faculdade de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, está ligada à investigação desde
Março de 1978. É professora Associada Agregada na Faculdade de Ciências
do Mar e do Ambiente da Universidade
do Algarve e membro do Laboratório
Associado CCMAR/CIIMAR.
RUI MEDEIROS
Doutorado pela Faculdade de
MARIA DO CARMO FONSECA
Investigadora do Instituto de
Medicina Molecular (IMM) e docente da Faculdade de Medici-
www.cienciapt.net/mundus
DOSSIERRostos da Ciência
na de Lisboa, é a Investigadora
Coordenadora de um projecto
de investigação internacional.
Além do grupo de investigação
que lidera no IMM, participação
em rede de mais sete grupos de
cientistas da Suiça, Dinamarca
e Holanda.
no que diz respeito ao trabalho que
impulsionou e desenvolve no âmbito da Engenharia de tecidos. Tem
dedicado a sua carreira à investigação na área dos biomateriais,
que já lhe valeu alguns prémios. O
investigador, de 38 anos, é doutorado desde 1999 em Engenharia de
Polímeros – Biomateriais pela Universidade Minho. Recentemente foi
eleito Director do Centro de Engenharia de Polímeros (CEP) da Universidade do Minho, sendo o actual
Director Executivo do LABMAT, o
Laboratório geral de Caracterização de Materiais da Universidade
do Minho.
Este projecto enquadrado no
Programa internacional EuroDYNA - EUROCORES (European Collaborative Research) da
Fundação Europeia para a Ciência (ESF).
A investigadora portuguesa
recebeu o Prémio DuPont da
Ciência 2002 pelos seus trabalhos no campo da genética molecular, tornando-se na primeira mulher distinguida com este
galardão.
Maria do Carmo Fonseca é
professora catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e dirige o Laboratório de Biologia Celular e
Molecular no Centro de Investigações Biomédicas, entidade
que está integrada no Instituto
de Medicina Molecular criado
no final de 2001 com o estatuto
de Laboratório Associado (do
Estado).
Os seus trabalhos de investigação valerem-lhe também o
Prémio Pfizer 2002, galardão
atribuído pela Sociedade das
Ciências Médicas de Lisboa e
uma das mais reconhecidas
distinções na investigação médica em Portugal. A cientista
foi reconhecida por um trabalho que abre novas perspectivas na compreensão da Distrofia Muscular Oculofaríngea
(OPMD).
www.cienciapt.net/mundus
autora de vários livros e artigos
científicos.
IRENE FONSECA
Professora de Matemática e directora do Centro de Análise Não
Linear da Universidade Carnegie
Mellon, e presidente do Fórum Internacional de Investigadores Portugueses. É directora do Centro de
Análise Não Linear da prestigiada
Carnegie Mellon University, em
Pittsburgh. Colabora em projectos
da NASA e da 3M.
Nasceu em Lisboa em 1956. Licenciou-se em Matemática na
Faculdade de Ciências de Lisboa,
na década de 70, com a média final de 20 valores, e doutorou-se
em Matemática pela University
of Minnesota, Estados Unidos.
Desde 1994 que coordena o painel
de avaliação da Fundação para a
Ciência e Tecnologia (FCT) dos
centros de investigação e de projectos na área da Matemática. É
Actualmente é uma destacada investigadora na área das Equações
às Derivadas Parciais e Cálculo
das Variações. Em 1997 foi-lhe
atribuído o galardão de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’lago
de Espada. Defende que a investigação deve ser desenvolvida nas
universidades em contacto com os
alunos de diferentes níveis ou em
centros de investigação integrados
nas universidades.
RUI REIS
O director do Grupo 3B’s – Biomateriais, Materiais Biodegradáveis
e Biomiméticos, do Departamento
de Engenharia de Polímeros da
Universidade do Minho e Professor
Auxiliar do mesmo Departamento
é já um triunfador a nível europeu
É ainda o Director de R&D da Holding Corticeira AMORIM. A sua
principal área de investigação é o
desenvolvimento de novos biomateriais de origem natural que na maioria dos casos o seu grupo propôs
originalmente para uma gama de
aplicações médicas, nomeadamente
fixação/ substituição de defeitos ósseos, cimentos ósseos parcialmente
degradáveis, sistemas de libertação
controlada de fármacos, e suportes
para engenharia de tecidos. Tem
sido ainda responsável na Universidade do Minho por projectos de I&D
europeus e projectos financiados
pela FCT e empresas portuguesas.
No âmbito do seu trabalho de
investigação, Rui Reis recebeu
alguns prémios. Em 2002, a Sociedade Europeia de Biomateriais
atribuiu o Prémio de carreira Jean
Leray a Rui L. Reis. Posteriormente recebeu o prémio Estimulo
à Excelência 2004 do Ministério
Inovação Ciência e Tecnologia de
Portugal como um dos 73 cientistas portugueses com mais de 100
artigos e 500 citações ao seu trabalho listadas no Science Citation
Index (ISI).
Maio 2006 | Mundus
35.
DOSSIER
Rostos da Ciência
Há ainda muitos outros nomes de
professores investigadores que se
destacam no panorama científico
nacional e internacional. Desde os
mais velhos, com uma vasta experiência nas ciências, como os mais
novos, que dão os primeiros passos para uma carreira de sucesso.
O jovem Alexandre Correia acaba
de publicar na prestigiada revista
‘Nature’, em colaboração com uma
equipa de investigadores europeus,
a descoberta de um novo sistema
solar: o “tridente de Neptuno”. Já
em Junho de 2004 viu um artigo seu
ser publicado na mesma Revista,
assinado em conjunto com o investigador Jacques Laskar, do Observatoire de Paris. http://www.cienciapt.
net/noticiasdesc.asp?id=11857
O investigador Peter Wirtz, do Centro de Ciências do Mar do Algarve
(CCMAR), descobriu recentemente
oito novas espécies de gastrópodes
na costa da Ilha da Madeira, uma
descoberta, publicada na revista
Arquipélago e que constitui uma
importante contribuição para o conhecimento da fauna marinha deste arquipélago português. http://
www.cienciapt.net/noticiasdesc.
asp?id=11818
A investigadora Maria do Rosário
Partidário, docente do Instituto Superior Técnico (IST) foi a escolhida
para ser responsável por um curso
de formação na sede das Nações
Unidas, dedicado à Avaliação Estratégica de Impactes Ambientais
tendo em vista um Desenvolvimento Sustentável a nível mundial. A
docente portuguesa irá dar pistas
de como deverá ser analisado e
36.
Maio 2006 | Mundus
avaliado o impacto de estratégias
de desenvolvimento sectorial nos
diversos países no planeta. http://
www.cienciapt.net/noticiasdesc.
asp?id=11687
O investigador Luís Ferreira Moita,
do Instituto de Medicina Molecular
(IMM), em colaboração com Investigador do MIT (Cambridge, USA),
recebeu o prémio da HFSP (Human
Frontier Science Program Organization), ONG dedicada à promoção de
investigação em Ciências da Vida.
Luís Ferreira Moita licenciou-se
em Medicina pela FMUL em 1997 e
doutorou-se em Medicina Biologia
Molecular e Celular em 2003. O trabalho de investigação que conduziu
ao seu doutoramento foi realizado no
Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL) em Heidelberg, tendo
a sua tese sido defendida em Heidelberg e na Faculdade de Medicina de
Lisboa. Depois de um pós-doutoramento no MIT e na Harvard Medical
School, regressou a Portugal onde
coordena uma equipa independente
no IMM desde Novembro de 2005.
Tem vários artigos publicados em
revistas científicas internacionais
e é detentor de uma patente na
área do combate à Malária. http://
www.cienciapt.net/noticiasdesc.
asp?id=11503
O físico português Ivo Souza foi distinguido, nos Estados Unidos, com o
Prémio George E. Valley (2004), atribuído pela Sociedade Americana de
Física, galardão que visa reconhecer cientistas em início de carreira
que tenham dado uma contribuição
significativa à Física. Na altura em
que foi atribuído o prémio, o cientista português exercia a função de
professor auxiliar na Universidade
da Califórnia, em Berkeley, nos
EUA. http://www.cienciapt.net/noticiasdesc.asp?id=4078
O atelier dos arquitectos José Pedro
Sousa – Doutorando no Instituto Superior Técnico (IST), e Marta MaléAlemany, ReD | Research + Design,
foi o vencedor do Far Eastern International Digital Architecture Design
Award – FEIDAD 2005. Este prémio
visa encorajar a exploração e definição do projecto arquitectónico na
era digital electrónica, sendo uma
das mais importantes distinções
internacional neste campo. http://
www.cienciapt.net/noticiasdesc.
asp?id=11806
Há muitos investigadores portugueses com um enorme valor e potencial não só em Portugal como no
estrangeiro. Pessoas com grande
qualidade, responsáveis por descobertas que sem eles não seria possível. De salientar nomes como Nuno
Crato, Luís Ferreira Moita, Carlos
Duarte, Filipe Duarte Santos, João
Pedro Barreiros, Octávio Mateus,
João Magueijo, Miguel Castanho,
Ricardo Serrão Santos, Ana Sebastião, Miguel Avillez, entre outros.
www.cienciapt.net/mundus
www.cienciapt.net/mundus
Maio 2006 | Mundus
37.
FACTOS &
NÚMEROS
Europeus estão a perder
interesse pela Ciência
Em Março de 2000 a Convenção de Lisboa adoptou a Área Europeia
de Investigação (ERA) de modo a estruturar e promover o conceito
de investigação europeia e cooperação entre todos os actores no
campo da Ciência e da Tecnologia no seio da União Europeia. O objectivo é contribuir para que a União Europeia alcance, até 2010, uma
economia mais competitiva e dinâmica, baseada no conhecimento.
Começa-se por analisar o interesse dos europeus acerca das notícias,
científicas e não científicas, de modo a avaliar de forma mais especifica o seu interesse na Ciência e da Tecnologia. Poderemos ainda
observar que desenvolvimentos a nível da Ciência e da Tecnologia é
que interessam mais aos europeus.
A par disto, a Ciência e a Tecnologia influenciam de modo crescente
o modo como a sociedade opera. Todos os dias, o progresso científico e tecnológico contribui para novas inovações essenciais à nossa
qualidade de vida. As novas descobertas em Ciências, Tecnologias
da Informação, assim como o meio físico influenciam as estruturas
sociais, económicas, políticas e éticas a que estamos habituados.
ASSUNTOS DE MAIOR INTERESSE NAS NOTÍCIAS
Foi pedido aos inquiridos que indicassem, no âmbito de diversos temas dos
noticiários, qual o nível de interesse para cada uma das áreas apresentadas.
Os resultados demonstram que um interesse elevado em pelo menos em
cada um dos temas apresentados para dois terços da população europeia.
De qualquer forma, há um ponto importante a referir que tem a ver com o
facto de muitos inquiridos ter a tendência para responder de forma ‘socialmente aceitável’, o que poderá explicar o porquê de um número tão elevado
de respostas de “interesse moderado” para os diferentes temas.
O que se pretende saber com o estudo que passamos a apresentar, da responsabilidade da Comissão Europeia, é como é que os cidadãos europeus lidam com
estas mudanças no seu dia-a-dia, já que nos anos que passaram parece ter existido uma um problema grave de transparência entre os assuntos de Ciência e
Tecnologia e a informação e percepção dos cidadãos europeus sobre isso. Parece
que existe uma lacuna entre a Ciência e a sociedade, ou seja, os europeus sentem-se mal informados e pouco envolvidos na Ciência e na Tecnologia.
As conclusões do Eurobarómetro de Outubro de 2001 – Inquérito aos cidadãos europeus – indicam que estes não estão sintonizados com os objectivos propostos pela União Europeia no âmbito da Ciência e da Tecnologia.
Assim, foram realizadas entrevistas em casa dos cidadãos europeus, nos
meses de Janeiro e Fevereiro de 2005, no total dos 25 países membros, nos
países candidatos, como a Bulgária, Roménia, Croácia e Turquia, bem como
nos três países da EFTA (Islândia, Noruega e Suíça).
Os grandes objectivos deste estudo foram avaliar as atitudes gerais
dos europeus face à Ciência e à Tecnologia. Neste artigo passamos
a apresentar um excerto do estudo onde expomos os resultados dos
cidadãos europeus a nível do seu interesse pela informação, no âmbito da Ciência e da Tecnologia, bem como sobre os desenvolvimentos
científicos e tecnológicos. Contamos voltar a apresentar outras partes
deste estudo nas próximas edições da MUNDUS.
PARA CADA TEMA DESCRITO, POR FAVOR DIGA SE ESTÁ...
Muito interesse
Poluição
ambiental
Novas descobertas
na medicina
38.
Maio 2006 | Mundus
Desinteressado
38%
NS
49%
33%
12%
50%
16%
Novas invenções
tecnológicas
30%
48%
21%
Novas descobertas
científicas
30%
48%
20%
Notícias desportivas
Política
Esta primeira parte do estudo observa até que ponto é que os cidadãos
europeus estão bem informados acerca da Ciência e da Tecnologia.
interesse moderado
26%
22%
42%
49%
32%
29%
Gráfico 1
www.cienciapt.net/mundus
O gráfico 1 mostra que a poluição ambiental é o tema de maior interesse para os europeus, com 38% a indicar que estão muito interessados e 49% que estão moderadamente interessados.
“As novas descobertas na medicina” têm resultados similares (respectivamente 33% “muito interesse” e 50% “interesse moderado”). Os dois
temas de informação que particularmente mais interessam neste estudo, denominados “novas invenções tecnológicas” assim como “novas
descobertas científicas”, têm resultados idênticos com 30% muito interessados e 48% moderadamente interessados.
Finalmente, os temas de notícias com menor interesse entre a população
europeia são aqueles considerados como não científicos, nomeadamente
“notícias desportivas” (respectivamente 26% muito e 42% moderadamente
interessados) e de política (respectivamente 22% muito e 49% moderadamente interessados). Também nestes dois temas é importante ter em conta
que, em cada pergunta, os inquiridos responderam de modo a parecer socialmente aceitável.
Se compararmos estes valores com o inquérito realizado em 1992,
ainda só com os 12 membros da Comunidade Europeia, podem ver-se
discrepâncias consideráveis na tabela seguinte.
Muito interesse
Interesse moderado
Desinteressado
THEMES
2005
1992
Diff.
2005
1992
Diff.
2005
1992
Diff.
Poluição
ambienta
38%
56%
-18
49%
38%
+11
12%
6%
+6
Novas descobertas
na medicina
33%
45%
-12
50%
44%
+6
16%
10%
+6
Novas invenções
tecnológicas
30%
35%
-5
48%
47%
+1
21%
18%
+3
Novas descobertas científicas
30%
38%
-8
48%
45%
+3
20%
16%
+4
Notícias desportivas
26%
29%
-3
42%
38%
+4
32%
33%
-1
Política
22%
28%
-6.
49%
52%
-3
29%
20%
+9
A taxa de pessoas muito interessadas em descobertas na medicina
demonstra também uma descida acentuada desde 1992 (-12 pontos).
Para os assuntos relativos às “novas invenções tecnológicas” e “novas
descobertas científicas”, as respostas “muito interessado” desceram
respectivamente 5 pontos e 8 pontos desde 1992.
DESENVOLVIMENTOS EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
MAIS INTERESSANTES
Aos inquiridos que se disseram muito ou moderadamente interessados em “novas invenções tecnológicas” ou “descobertas científicas”
foi-lhe depois perguntado por que tipo de desenvolvimentos no âmbito
da Ciência e da Tecnologia mais se interessavam.
Medicina
61%
Ambiente
47%
Humanidades (história,
literatura, teologia, etc.
30%
Internet
29%
Ciências sociais
e económicas
24%
Astronomia e espaço
23%
Genética
23%
Nanotecnologias
Nenhum destes
(EPONTÂNEOS)
NS
8%
3%
1%
Gráfico 2
Os resultados para a média dos 25 países membros da UE mostram
que os desenvolvimentos na medicina são de longe a área em que
há maior interesse, com uma taxa de 61% dos europeus a mencionar
este item.
Tabela 1
A comparação mostra claramente que a taxa de pessoas muito interessadas nos diferentes temas apresentados desceu significativamente desde 1992. A descida mais importante tem a ver com o elevado interesse na poluição ambiental (-18 pontos). Esta queda pode
ser explicada pelo facto de que o público está menos preocupado
com este tema nos nossos dias, já que os seus efeitos são menos
visíveis no dia-a-dia do que, por exemplo, temas como a economia,
o desemprego ou a insegurança.
www.cienciapt.net/mundus
Isto poderá certamente ser explicado pelo facto de que os desenvolvimentos em medicina fazem parte das preocupações para cada um dos
inquiridos, desde que estejam directamente ligados à saúde.
O segundo tema mais mencionado é o ambiente. Sem dúvida, 47% dos inquiridos da UE a 25 indicam que estão mais interessados em desenvolvimentos nesta área. Também aqui se presume que os inquiridos acham que
o estado do ambiente lhes diz directamente respeito, sendo considerado um
tema de saúde público, podendo explicar o elevado interesse nesta área.
Maio 2006 | Mundus
39.
FACTOS &
Perto de um em três inquiridos menciona o tema “humanidades” bem
como “Internet”, e um em quatro “ciências sociais e económicas”,
“astronomia e espaço”, assim como a “genética”.
As “nanotecnologias” recebem de longe a menor taxa de interesse
sobre os temas sugeridos, com apenas 8% a mencionar interesse no
desenvolvimento desta área.
Observando os resultados por características sócio-demográficas
pode verificar-se que há diferenças significativas em níveis de interesse dependendo do assunto científico.
61%
Medicina
65%
NÚMEROS
te”, “genética” e “humanidades”, em que as mulheres demonstram
mais ou menos um interesse mais elevado que os homens.
A categoria idade mostra logicamente que quanto mais velha é a população maior é o interesse no desenvolvimento no campo da “medicina”. Surpreendentemente, as pessoas com níveis mais baixos de
educação têm maior interesse em “medicina” do que aqueles com
níveis de educação mais elevados.
No caso da “Internet”, podemos aqui constatar que os homens são
de alguma forma mais entusiásticos no seu desenvolvimento que as
mulheres. Os jovens também demonstram um maior interesse nesta
área, assim como pode verificar-se que quanto mais elevado é o nível de instrução maior é o interesse nos desenvolvimentos na área da
Internet.
60%
Se olharmos para o campo do “ambiente” podemos observar que
quanto mais velha é a população maior é o interesse nos desenvolvimentos nesta área. Os estudantes, por sua vez, demonstram-se menos interessados neste campo comparando com outras categorias,
especialmente os reformados e os gestores.
47%
Ambiente
49%
52%
29%
Internet
Por outro lado, o tema “astronomia e espaço” é altamente apreciado pelos estudantes, demonstrando os homens mais interesse neste
campo que as mulheres.
30%
28%
24%
Ciências económicas
e sociais
No que diz respeito à “genética” nota-se que quanto mais elevado é o
nível de instrução maior é o interesse neste campo, tal como sucede
no campo das “nanotecnologias”.
25%
22%
23%
Astronomia e espaço
Num estudo realizado em 2001 aos 15 da UE foi colocada uma pergunta similar, relativamente ao interesse pelo desenvolvimento por
Ciência e Tecnologia.
23%
17%
De modo a clarificar a comparação de resultados das médias da União
Europeia entre os anos de 2005 e 2001, apresentam-se no gráfico seguinte (gráfico 3) duas médias separadas para 2005, nomeadamente UE
25 e UE 15.
23%
Genética
25%
22%
8%
Nanotecnologias
9%
4%
Tabela 2
UE25 (2005)
UE15 (2005)
UE15 (2001)
Se repararmos nas respostas relacionadas com o item “medicina”, verificamos que as mulheres (73%) são consideravelmente mais interessadas que os homens (50%) em desenvolvimentos nesta área. Este é
igualmente o caso para outros três campos, nomeadamente “ambien-
40.
Maio 2006 | Mundus
Antes de comparar com 2001 pode notar-se que há pequenas diferenças entre as médias dos resultados deste ano. O nível de interesse pela “medicina” é, efectivamente, ligeiramente mais elevado nos
15 membros da altura (65%) do que a média nos 25 membros da UE
(61%), com uma diferença de 4 pontos. Para todos os outros itens, as
taxas são praticamente idênticas.
Quando comparados os resultados da média da UE a 15 em 2005 com
os da média da UE a 15 em 2001 podem observar-se algumas discrepâncias significativas. Em geral, nota-se que os níveis de interesse
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Medicina
Internet
Ambiente
61%
29%
47%
Masc
50%
36%
Fem
73%
22%
15-24
40%
25-39
57%
40-54
55+
Astronomia
Ciências Sociais e
Genética
Nanotecnologias
23%
23%
8%
24%
30%
45%
30%
18%
12%
25%
26%
50%
16%
28%
4%
22%
34%
53%
33%
28%
24%
11%
22%
24%
37%
45%
23%
23%
9%
23%
29%
66%
26%
50%
23%
24%
8%
23%
30%
73%
12%
54%
19%
22%
6%
25%
34%
15
73%
15%
52%
16%
16%
3%
18%
23%
16-19
62%
29%
46%
22%
21%
7%
22%
28%
20+
61%
32%
50%
26%
29%
11%
30%
39%
Still Studying
38%
56%
35%
32%
27%
14%
26%
29%
Emprego por conta própria
60%
31%
49%
21%
22%
11%
24%
26%
Gerentes
57%
38%
50%
27%
27%
12%
34%
38%
Outros cargos superiores
59%
37%
46%
23%
25%
6%
24%
31%
Artesãos
59%
29%
46%
23%
19%
7%
18%
24%
Domésticos
80%
20%
45%
13%
25%
3%
18%
24%
Desempregados
56%
29%
40%
25%
20%
7%
20%
26%
Reformados
73%
11%
56%
20%
22%
6%
26%
36%
Estudantes
38%
56%
35%
32%
27%
14%
26%
29%
EU25
e espaço
económicas
Humanidades
Sexo
Idade
Fim dos estudos
Ocupação dos inquiridos
Gráfico 3
para o desenvolvimento nos campos sugeridos subiram de alguma
maneira.
A subida mais significante em termos de interesse pode ser observada
na área da “astronomia e espaço” que passou de uma taxa de 17%
em 2001 para 23% em 2005. Os recentes avanços e conquistas no que
diz respeito às descobertas no espaço e a atenção que os media têm
dado a estes assuntos podem explicar este importante crescimento de
interesse neste campo.
O interesse no desenvolvimento da “medicina” também subiu em 5
pontos percentuais.
www.cienciapt.net/mundus
Finalmente, verifica-se que as “nanotecnologias”, apesar de permanecerem com a mais baixa taxa entre todos os itens apresentados, viu a
sua pontuação aumentar mais do dobro desde 2001 (de 4% para 9%)
estando, eventualmente, a subir lentamente no interesse dos europeus.
A única excepção nesta tendência tem a ver com o interesse no desenvolvimento na área do “ambiente”. Efectivamente, o “ambiente” (49%)
é o único campo de interesse que viu descer a taxa de interesse, em
3 pontos percentuais, desde 2001. Contudo, tal como visto acima o
“ambiente” continua a ser a segunda área mais importante no que diz
respeito ao interesse em desenvolvimentos da Ciência e da Tecnologia
entre os europeus.
Maio 2006 | Mundus
41.
PUBLICAÇÕES
EM FOCO
ver a ciência num meio fechado
e agreste como era o Porto daquelas décadas. Da correspondência estabelecida entre estes
dois investigadores realça o espírito inigualável do investigador
portuense.
Será de relembrar que de Abel
Salazar se destaca o desenvolvimento de um método colorimétrico para microscópia óptica,
ainda hoje citado nos mais recentes manuais de histologia.
ABEL SALAZAR:
96 CARTAS A CELESTINO
DA COSTA, 1916-1945
Foi este método que permitiu a
Abel Salazar observar o que então denominou de Para-Golgi,
ainda mesmo antes da disponibilidade do microscópio electrónico.
de António Coimbra
A obra foi apresentada oficialmente no dia 4 de Maio. Trata-se
de uma obra que reúne 96 cartas de Abel Salazar a Celestino
da Costa, escritas entre 1916 e
1945. Os escritos foram reunidos por António Coimbra e relatam desabafos constantes de
um cientista que tentava promo-
Nas cartas transparece toda
uma vida notável “dolorosa vivência quotidiana dum pensador
e artista encerrado num meio
difícil e numa época ingrata”,
como afirma António Coimbra.
O livro inclui-se e lança a colecção “Porto, Cidade de Ciência”
que pretende reabilitar e redi-
VOCÊS SABEM LÁ
de Rui Bernardo
mensionar ilustres cientistas do
passado portuense. Conforme
afirma Maria de Sousa: “Sem
saber como é que a cidade, a
Universidade e o país trataram
os seus cientistas no passado,
não poderemos avaliar bem o
que nos pode esperar hoje, cientistas e não cientistas” (...) “Uma
cidade deve saber onde estão os
seus cidadãos, não cientistas ou
cientistas, e deve protegê-los do
sofrimento e da exclusão”.
É neste sentido que a compilação de cartas do investigador,
que empresta o nome a um dos
Institutos da Universidade do
Porto, é apresentada a público
numa parceria entre a Fundação
para o Desenvolvimento Social
do Porto e a editora Gradiva.
Abel Salazar, para além de um
estudioso das células, foi responsável pela introdução de
um novo método para as corar
– o método tanoférrico – tendo descoberto um importante
componente das mesmas: o
Para-Golgi. Foi também um entusiasta filósofo neopositivista,
“Vocês sabem lá... Há instantes
que mudam vidas. Há silêncios
que, nas entrelinhas, dizem mais
do que todas as palavras juntas,
do que todas as linguagens de todos os homens. Há olhares que se
cruzam, músicas que se sentem,
gestos que podiam ter ficado em
suspenso, mas que não ficaram”.
Nesta obra o leitor percebe que o
42.
Maio 2006 | Mundus
ardente seguidor da Escola de
Viena, com uma vasta bibliografia publicada que deu origem a
polémicas famosas com António
Sérgio e outros. Criou a extensa
obra artística em pintura, escultura e cobre martelado, com especial significado na expressão
existencial da mulher trabalhadora.
Estas cartas, dirigidas a outro
notável microscopista, Celestino
da Costa, possuem um interesse
que não é meramente científico.
Elas revelam toda a dolorosa vivência quotidiana dum pensador
e artista encerrado num meio
difícil e numa época ingrata.
São um depoimento autobiográfico único que ajuda a compreender porque foi perseguido politicamente: não por ser político,
mas por desenvolver uma intensa irradiação intelectual sobre o
meio académico e a sociedade
portuguesa do seu tempo.
Mais informações sobre a obra
em http://www.gradiva.pt/livro.
asp?L=52001
peso da vida de todos os dias, na
sua simplicidade, obriga a parar
e a pensar que, afinal, é fácil mudarmos a nossa rota. Que, a qualquer momento, podemos fazer
uma pausa para dar um pouco de
nós aos outros. E, por sua vez, receber um pouco deles em troca.
Basta parar. E respirar uma cidade onde os rostos e os passos
incertos contam histórias.
www.cienciapt.net/mundus
PUBLICAÇÕES
Esta obra, da autoria da socióloga
Hélène Fretigné, oferece ao leitor
um estudo inédito e inovador sobre como um espaço público urbano é apropriado e vivido pelos
cidadãos que o cruzam.
UMA PRAÇA ADIADA
ESTUDO DE FLUXOS PEDONAIS
NA PRAÇA DO DUQUE
DE SALDANHA
de Hélène Fretigné
Beneficiando do distanciamento do seu olhar face à realidade
do trânsito em Portugal, a socióloga Hélène Fretigné apresenta-nos a história da transformação, pela autarquia lisboeta,
de uma praça acolhedora em
inóspito local de passagem, e
analisa detalhadamente as tensões, os riscos e os conflitos de
uso que opõem peões a automobilistas, ambos reclamando
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
E RESPONSABILIDADE
EMPRESARIAL
Este livro, da editora ACA-M, divide-se em duas partes: a primeira
parte é uma análise histórica da
evolução da praça no contexto do
desenvolvimento urbanístico novecentista das Av. Novas, e a polémica
da demolição do Monumental, nos
anos oitenta, quando a autarquia
lisboeta prometeu aos munícipes a
“devolução da praça aos peões”.
A segunda parte analisa a situação actual da praça, feita de
agressão contínua aos peões nas
suas tentativas de a atravessar,
agressão essa em que a CML tem
responsabilidade, já que autorizou a construção de três centros
comerciais cortados por uma via
rápida, e não oferece aos cidadãos condições de travessia confortável e segura, e muito menos
disponibiliza as condições para
o usufruto condigno do equipamento urbano que é uma praça
central da cidade.
O livro contém um caderno de
fotografias, um mapa de ocupação do espaço da praça, diversas
plantas e quadros com tempos
de atravessamento, velocidades
praticadas, etc.
ACA-M: http://www.aca-m.org, email: [email protected]
O livro resulta do estudo do
Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (SOCIUS) do ISEG,
“Desenvolvimento Sustentável e
Responsabilidade Empresarial”.
Pretende-se, além de uma reflexão sobre responsabilidade
empresarial, dotar o leitor de
uma série de instrumentos práticos de boa gestão empresarial
numa lógica de sustentabilidade, através da apresentação de
casos práticos e de sucesso de
várias empresas portuguesas.
primeira e terceira partes. O rei
D. Duarte foi um dos seus leitores assíduos, citando-a diversas
vezes no Leal Conselheiro.
O Livro das Confissões foi terminado em 1316 por Martín Pérez,
um clérigo castelhano de grande cultura canónica e teológica.
e buscam das migalhas que
caem das mesas dos que são
ricos de letras”, como o próprio
autor indica no Prólogo. Foi uma
das obras que, dentro do género,
mais circulou entre o clero e os
intelectuais ibéricos durante o
século XIV e a primeira metade
É uma extensa obra de cariz
pastoral dedicada aos “clérigos
minguados de ciência” e aos que
se “acham brutos e minguados
do século XV. Foi traduzida para
português em 1399 por monges
do Mosteiro de Alcobaça, tendo
chegado até nós uma cópia da
é um documento indispensável
para a compreensão histórica,
cultural e social desse período
histórico.
de Maria João Nicolau Santos
LIVRO DAS CONFISSÕES
(VOL. 1)
de Martin Pérez
www.cienciapt.net/mundus
o seu direito a esse território
alcatroado.
O Livro das Confissões é um testemunho autêntico e raro da sociedade medieval peninsular e
Maio 2006 | Mundus
43.
PUBLICAÇÕES
GESTÃO ÉTICA
E RESPONSABILIDADE
SOCIAL DAS EMPRESAS
de Arménio Rego, José Manuel
Moreira e Cláudia Sarrico
Obra apresentada em Abril, no
Bar das Artes, Campus da Foz
do Centro Regional do Porto da
Universidade Católica. Este livro
é a primeira iniciativa desta índole a acontecer no recentemente
inaugurado Bar das Artes, um
projecto cultural da Associação
de Estudantes da Escola das Artes que pretende abrir as portas
da Universidade Católica às noites culturais do Porto.
“GUERRA JUNQUEIRO
– PERCURSOS E AFINIDADES”
de Henrique Manuel S. Pereira
Guerra Junqueiro é um dos poetas portugueses mais representativos da chamada Escola
Nova. Esta obra apresenta um
“A MITOLOGIA DOS MOUROS”
de Alexandre Parafita
Esta obra debruça-se sobre o
mistério de uma das “entidades
míticas” mais marcantes da nossa História e da nossa memória
colectiva, o mistério que envolve
a figura dos mouros.
Retratados na história como se-
44.
Maio 2006 | Mundus
O livro analisa questões como a
presença e relevância de códigos
de conduta, a relação ética entre
organizações/
colaboradores
e a importância da ética para o
desenvolvimento sustentável da
empresa.
O estudo, que vem na sequência
da investigação espanhola com
os mesmos moldes realizada
pelo Foro para la Evaluación de
la Gestión Ética, pretende estender-se ao nível ibérico e europeu.
conjunto de importantes caminhos de viagem, sendo também esses percursos e essas
afinidades, sinais de vida e de
saber, aptos a um trânsito para
o centro da espiritualidade junqueirina.
Henrique Manuel S. Pereira, o
autor da obra é licenciado em
Teologia pela Universidade Católica Portuguesa (Porto), onde
fez dois anos de Mestrado em
Teologia Sistemática. Doutorando em Literatura Portuguesa na
Universidade do Porto, é professor da Escola das Artes (U.C.P),
jornalista e investigador. Organizou e participou em Colóquios e
Congressos. Colaborou em obras
colectivas, publicou artigos em
revistas de âmbito científico-cultural. É autor de: Viajar com...
Guerra Junqueiro (2003); Mas há
Sinais... (2002, 3” Ed., aumentada 2004); Ausência que nos une
(1999); Rita de Jesus (1999); As
Barbas de Junqueiro (1999); Os
Paraísos são Interiores (1997);
De Pé como as Árvores (1995); Do
Microfone ao Papel (1993); OpusDei: 1926-1927 (1992); Ele Sabe
que Somos Assim (1992); Sinfonia
de um Homem Vivo! (1990).
res de “carne e osso”, invasores,
pelejadores, opressores, inimigos de Deus, e identificados com
múltiplas denominações (sarracenos, agarenos, muçulmanos,
maometanos, infiéis, árabes,
bérberes, islâmicos, mouriscos,
maurescos, moçárabes, mudejares, etc.), os Mouros aparecem,
no entanto, nas Lendas como
seres mágicos, com aparência
humana ou não, que guardam
valiosos tesouros e vivem nos
montes, nas fragas, em torres,
nos castros, nas grutas, nas covas, em cisternas, nos dólmens,
nas fontes, em lagos ou em rios.
A obra procura assim, responder ao que o tempo sempre foi
adiando: Quem são, afinal, os
mouros da História e os mouros
da Mitologia? Que estratégias e
interesses
político-teológicos
se “escondem” nas Lendas de
Mouros? Qual a natureza dos
tesouros e dos seres encantados (serpentes, gigantes, diabos, touros, cabras, sapos...)?
Qual o parentesco dos “mouros
míticos” com o demónio? O que
fazem os mouros na toponímia e
nos “lugares de memória”?
www.cienciapt.net/mundus
PUBLICAÇÕES
GUERRAS DE FUMO
de António Viegas
“Ano de 2029. O Congresso
Norte-Americano prepara-se
AUTISMO - UMA PERTURBAÇÃO PERVASIVA...
para ilegalizar o tabaco em
todo o país, numa reedição da
famigerada Lei Seca. Formamse de imediato duas facções rivais. Estala uma guerra inevitável... Dum lado, os mentores
da proibição, encabeçados pelo
reverendo Julius MacBain. Do
outro, os antiproibicionistas, liderados pelo jornalista da CNN
John Powers. Quem vencerá?”
Trata-se de uma obra futurista, que exibe uma teia bem urdida de personagens e acontecimentos, numa história onde
tudo pode acontecer... O livro
está disponível em http://www.
guerrasdefumo.com.
HISTÓRIA DA PINTURA
DO VINCENT - O AUTISMO
DO OUTRO LADO
DO ESPELHO
de Zélia Rocha
de Manuela Cunha Pereira
Nesta obra o leitor encontra
dois títulos: o Autismo – uma
perturbação pervasiva do desenvolvimento e a família e a
escola face ao autismo. O primeiro aborda a questão conceptual, aspectos de ordem
etiológica, diagnóstico, classificação e avaliação. O segundo
possui uma linguagem simples e concisa, apresentando
pistas de intervenção para pais
e professores.
A obra é um relato fiel e imparcial, que conta toda a verdade
sobre a história da pintura do
Vincent. Esta publicação contém
o essencial dos acontecimentos
da vida artística do Vincent, desde os pequenos aos mais importantes detalhes que marcaram
a fase inicial, até à explicação
de como surgiram as suas mais
importantes exposições.
Esta narrativa realiza, também,
www.cienciapt.net/mundus
a leitura e interpretação das
suas obras mais emblemáticas,
explicando o contexto em que
surgiram. A obra é acompanhada de fotografias. Imagens estas sobre as exposições e obras
mais significativas do seu percurso artístico. Esta obra pretende responder às perguntas
do público e contribuir assim,
para a divulgação, compreensão
e desmistificação da síndrome
autista.
Maio 2006 | Mundus
45.
Coluna
GESTÃO
Vasco Eiriz
Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho
www.eeg.uminho.pt/gestao/veiriz
A universidade
empreendedora
Empreender na universi-
para os alunos nomeada-
dade implica uma postura
mente através de projectos
que reconheça o conheci-
de ensino, mas pode tam-
mento como um bem que
bém envolver, entre outras
se cria, desenvolve e trans-
actividades, a comercializa-
mite. Convencionalmente, a
ção de serviços e produtos
transmissão pode ser feita
no mercado.
O desenvolvimento da capacidade empreendedora da universidade é um desafio importante. É importante porque o sucesso da
universidade depende largamente da capacidade que ela tenha em ser criativa, gerar
ideias, gerir projectos inovadores de investigação e ensino, e aceder aos diferentes públicos com que se relaciona. Empreender na
universidade implica uma postura que reconheça o conhecimento como um bem que se
cria, desenvolve e transmite. Convencionalmente, a transmissão pode ser feita para os
alunos nomeadamente através de projectos
de ensino, mas pode também envolver, entre outras actividades, a comercialização de
serviços e produtos no mercado. Esta capacidade de aplicar o conhecimento e, a partir
46.
Maio 2006 | Mundus
daí, gerar receitas é, aliás, uma característica que distingue as universidades mais reconhecidas mundialmente. São universidades
reputadas não tanto por comercializarem
serviços diversos mas sim por terem a capacidade de utilizar os recursos gerados por
essa via no avanço da ciência e do conhecimento.
Ora, se isto é verdade nas melhores universidades dos países mais desenvolvidos mais
verdade o é num contexto em que a sociedade está carente de conhecimentos e em que
há uma grande escassez de financiamento
público e pressão para gerar receitas próprias. Simultaneamente, as transformações
em curso no mercado de trabalho obrigam
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GESTÃO
ao fomento do espírito empreendedor do
aluno, não só pela crescente instabilidade
e insegurança dos percursos profissionais,
mas também pela incapacidade das empresas instaladas absorverem toda a mão-de-obra disponível.
em que a exigência dos docentes orientada
para ensinar num ambiente criativo e empreendedor fomenta a exigência dos alunos
para aprender nesse ambiente. Esta via para
tornar a Universidade empreendedora é importante mas não é suficiente.
O desenvolvimento duma universidade empreendedora pode ser alcançado por três
vias que não são substitutas mas sim complementares. Apresentemos sumariamente
cada uma dessas vias.
Numa outra via, complementar à anterior, é também necessário que uma cultura empreendedora seja incentivada por
programas de formação sobre criação de
empresas e lançamento de novos negócios. A formação em empreendedorismo é
hoje tão necessária a um aluno de gestão
ou de economia, como a um aluno de engenharia, letras ou artes. Em últimas instâncias, empreender contribui para ganhos
de natureza económica como a criação de
riqueza, assegurar rendimentos ou ocupação profissional, mas também ganhos de
natureza socio-psicológica frequentemente associados a estilos de vida, realização
pessoal, autonomia ou altruísmo. Os programas de empreendedorismo deverão estar claramente vocacionados para fornecer
enquadramentos e ferramentas que facilitem a criação de condições para o sucesso
empresarial.
Numa dessas vias, desenvolver o empreendedorismo na universidade implica, em
primeiro lugar, criar uma cultura de risco,
procura e descoberta. Fomentar essa cultura passa pela inovação nos métodos de
ensino e de aprendizagem. Quando esses
métodos incentivam o aluno a ser autónomo,
independente e a procurar mais activamente respostas para os problemas com que se
confronta, estão a contribuir para fomentar
o espírito empreendedor, não só do aluno,
mas também do docente que tem assim que
recorrer a métodos diferentes que envolvem
mais experimentação e risco. Uma universidade pode assim criar um círculo virtuoso
www.cienciapt.net/mundus
Finalmente, a terceira via obriga a que a Universidade como organização seja também ela
empreendedora, não só nos seus programas
de formação, mas também na sua forma de
actuação. A universidade deve, por exemplo,
ser capaz de comercializar muitos dos seus
serviços e empresarializar algumas das
suas estruturas. Na verdade, quer se goste,
quer não, é o mercado que testa o valor dos
serviços da Universidade. Pelo menos assim
tem sido e não parece haver forma de inverter esta tendência. Sem por em causa a sua
missão, a universidade precisa de repensar
a sua oferta e os seus mercados. Muitos dos
mercados e serviços em que a Universidade
não está ainda presente requerem novas estruturas, sistemas e estratégias. Requerem
uma abordagem empreendedora que incentive a inovação e compense o esforço.
As três vias para desenvolver uma universidade empreendedora são importantes. Nenhuma substitui as outras duas. Elas complementam-se.
Mais ideias e recursos de gestão, estratégia e
marketing
www.empreender.blogspot.com
Maio 2006 | Mundus
47.
DESTAQUE
PERSONALIDADE
Mariano Gago
Ministro da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior
Mariano Gago cumpre actualmente
todos eles em governos socialistas.
Física e foi impulsionador, ao longo
o seu terceiro mandato enquanto
É Professor Catedrático do IST, de-
de toda a sua carreira, de vários pro-
ministro da Ciência e da Tecnologia,
senvolveu investigação na área da
jectos nacionais e internacionais .
Mariano Gago, autor de vários livros, entre os
quais o “Manifesto para a Ciência em Portugal”,
desenvolveu a sua actividade profissional de investigador no domínio da física experimental das
partículas elementares em Paris, na Escola Politécnica, em Genebra, na Organização Europeia
de Pesquisa Nuclear (CERN) e ainda no LIP, em
Lisboa. Impulsionou a criação do Instituto de
Prospectiva, a que preside, coordenou a realização de vários estudos de prospectiva à escala
europeia e dos Encontros Anuais de Prospectiva
(Arrábida, desde 1991).
Iniciou as funções governamentais em 1995,
enquanto ministro da Ciência e da Tecnologia,
até 2002, durante dois mandatos no Governo
Socialista, liderado por António Guterres, com
responsabilidade de coordenação nas áreas da
política científica e tecnológica e da política para
a sociedade da informação. Dinamizou, enquanto tal, iniciativas em Portugal (Ciência Viva) e
na União Europeia para a promoção da cultura
científica e tecnológica.
Foi responsável pelo Grupo de Alto Nível da Comissão Europeia sobre os Recursos Humanos
em Ciência e Tecnologia na Europa. Coordenador
da avaliação das políticas europeias de investigação para a sociedade da informação e foi eleito,
em 2004, presidente da plataforma europeia Initiative for Science in Europe (ISE) que agrupa as
maiores sociedades científicas, laboratórios e
outras instituições científicas europeias.
Tal como consta no seu currículo, foi presidente
da Junta Nacional de Investigação Científica e
Tecnológica entre 1986 e 1989 tendo sido responsável pelo lançamento do Programa Mobilizador de Ciência e Tecnologia em Portugal.
Durante a presidência portuguesa da União
Europeia, em 2000, preparou, com a Comissão
Europeia, a estratégia da Europa para a Sociedade da Informação (eEurope) e para a Ciência
e Tecnologia.
O actual ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, José Mariano Rebelo Pires Gago, nasceu em 1948, formou-se em Física, é Professor
Catedrático do Instituto Superior Técnico (IST).
Desenvolveu investigação no domínio da física experimental das partículas elementares em Paris,
na Escola Politécnica, em Genebra, na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), e em
Lisboa, no Laboratório de Instrumentação e Física
Experimental de Partículas (LIP), instituição a que
presidia à data em que integrou a equipa ministerial do XVII governo constitucional, em 2005.
48.
Maio 2006 | Mundus
Presidiu ao IRGC (International Risk Governance
Council), Genebra, fundação internacional para
a gestão de riscos públicos com a participação
de governos, empresas e organizações internacionais e cientistas à escala mundial. É membro
da Academia Europeia.
www.cienciapt.net/mundus
www.cienciapt.net/mundus
Maio 2006 | Mundus
49.
OPORTUNIDADES
50.
Maio 2006 | Mundus
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CIENTÍFICAS
BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO
SIMULAÇÕES – DINÂMICA MOLECULAR
A Universidade do Minho (Guimarães) abre
concurso para uma bolsa Pos-doc no âmbito de Simulações de – sistemas com interacções de peptidos e lipidos - sistemas
estabilização de proteínas – interações de
proteínas com surperfícies sólidas – docking
em enzimas Apoio a grupo experimental de
enzimologia e reconhecimento molecular.
Requisitos: Doutoramento. Experiência com
Programas de Dinâmica Molecular e Simulações, Visualização de Macromoleculas.
Experiências em programas em ambiente
Windows, Linux Gromacs, PyMOl, Tinker e
outros.
Prazo: 30 Maio
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1126
BOLSA DE INVESTIGAÇÃO NA ÁREA DAS CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS
A Escola Superior de Biotecnologia, Universidade Católica Portuguesa, abre concurso
para Bolsa de Investigação no âmbito do
Projecto POCI/AMB/60126/2004 – “Leitos de
plantas para tratamento de águas residuais
industriais”, co-financiado pela Fundação
para a Ciência e a Tecnologia e pelo FEDER
através do Programa POCI 2010.
Participação nos trabalhos de campo e de
laboratório, nomeadamente análise de comunidades microbianas recorrendo a métodos convencionais e métodos moleculares
(e.g., DGGE).
Requisitos: Licenciados em áreas afins às
ciências biológicas. Dá-se preferência a candidatos com boa média final de licenciatura.
É condição essencial que os candidatos tenham domínio da língua inglesa e possuam
experiência na área da microbiologia/genética.
Prazo: Até 31 de Maio
Contactos: Enviar Curriculum Vitae do can-
52.
Maio 2006 | Mundus
didato, documento comprovativo da licenciatura, texto descrevendo a motivação e
objectivos profissionais do candidato, cópia
dos trabalhos publicados e até três cartas
de referência Coordenador do CBQF, Escola
Superior de Biotecnologia, Rua Dr. António
Bernardino de Almeida, 4200-072 Porto.
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1145
rios, incluindo óleos essenciais, extractos
fenólicos e extractos lipídicos; experiência
de manipulação de culturas in vitro de espécies vegetais, ao nível de micropropagação,
tecidos e células em suspensão de plantas
medicinais e aromáticas; manifestação de
interesse em desenvolver investigação para
doutoramento no seio do grupo que desenvolve este projecto, comprometendo-se a
candidatar-se, posteriormente, a uma bolsa
individual de doutoramento.
BOLSA DE INVESTIGAÇÃO DA UNIVERSIDADE
DO MINHO
O Centro de Biologia da Universidade do
Minho abre concurso para Bolsa de investigação (BI) no âmbito do Projecto (POCI/
AGR/62040/2004), designado por “Technologies for the valorization of Salvia sp. bioproducts (SageBiotech)” co-financiado pela
Fundação para a Ciência e a Tecnologia e
pelo FEDER.
O plano de trabalhos fundamenta-se nas
tarefas da responsabilidade do grupo do
CB-UM, no âmbito do projecto SageBiotech, designadamente: realização de bio-testes in vivo e in vitro (neste caso utilizando
linhas celulares humanas) de actividade
anti-oxidante, actividade hepatoprotectora
e actividade anti-diabética de óleos essenciais, extractos lipidicos e extractos fenólicos de Salvia sp e alguns dos respectivos
constituintes; extracção, determinação da
composição e análise quantitativa por GCMS e GC de óleos essenciais e constituintes lipídicos de Salvia sp; estabelecimento,
manipulação e optimização de culturas in
vitro de Salvia sp. e respectivos estudos
de produção de constituintes de óleos essenciais, compostos lipídicos e compostos
fenólicos.
Requisitos: Licenciatura em Biologia Aplicada, ou Licenciatura ou Mestrado em áreas
das Ciências Biológicas ou Ciências Agrárias.
Experiência em determinação de actividades
biológicas de produtos naturais em sistemas
animais in vivo e in vitro. conhecimentos teóricos e práticos de isolamento e análise por
GC, GC/MS, HPLC, de metabolitos secundá-
Prazo: Até 31 de Maio
Contactos: Enviar Curriculum Vitae, cópia do
Certificado de Habilitações, carta de motivação e demais documentação que comprove as
informações mais relevantes do CV. Universidade do Minho Centro de Biologia, Escola de
Ciências, A/c Professor Manuel Fernandes
Ferreira, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1144
ATRIBUIÇÃO DE BOLSA DE INVESTIGAÇÃO NO ÂMBITO
DO PROJECTO PDCT/CTE-GIN/59244/2004
O Centro de Geofísica da Universidade de
Lisboa abre concurso para atribuição de uma
Bolsa de Investigação no âmbito do Projecto PDCT/CTE-GIN/59244/2004, designado
por SWITNAME - Modelação tectónica numérica e analógica da fronteira de placas a
SW da Península Ibérica, co-financiado pela
Fundação para a Ciência e a Tecnologia e
pelo FEDER através do Programa PDCTM.
Implementação de uma base de conhecimentos geológicos, geofísicos e geodéticos
respeitantes à fronteira de placas a S e SO da
Península Ibérica; cálculo das taxas de deformação regionais na mesma fronteira de
placas a partir de dados de geologia, sismologia e GPS; modelação da deformação finita
na fronteira de placas a S e SO da Península
Ibérica usando um código de elementos finitos para o cálculo das taxas de actividade
nas falhas identificadas.
Requisitos: Licenciatura numa área que dê
www.cienciapt.net/mundus
BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO
formação adequada para a tarefa a realizar:
Ciências Geofísicas, Geologia, Engenharia
Geográfica, Física, Engenharia Física, Ciências do Ambiente, Matemática Aplicada ou
áreas afins.
Prazo: 2 de Junho de 2006
Contactos: As candidaturas, compostas de
cópia do Bilhete de Identidade; documento
comprovativo das habilitações literárias;
Curriculum Vitae detalhado, devem ser
enviadas por via postal ou entregues no
seguinte endereço: Dr. Luis Manuel Matias, Centro de Geofísica da Universidade
de Lisboa, Campo Grande, Edifício C8, piso
6, 1749-016 Lisboa; e-mail: lmatias@fc.
ul.pt
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1143
JOVEM INVESTIGADOR PARA INSTITUTO
DE OCEANOGRAFIA DA UNIVERSIDADEDE LISBOA
A Fundação da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa abre concurso
para Bolsa a jovem investigador para trabalhar no Instituto de Oceanografia da Universidade de Lisboa a ter início em 19 de
Junho de 2006. O candidato seleccionado
irá trabalhar no âmbito do projecto “Geophysical Oceanography – GO” (http://www.
dur.ac.uk/eu.go) financiado pela União
Europeia, utilizando dados (oceanográficos e sísmicos) históricos e adquiridos no
decurso do projecto, assim como modelos
numéricos.
Prazo: 2 de Junho de 2006
Contactos: Os candidatos deverão enviar
Carta de candidatura, CV e Documento comprovativo das habilitações académicas, via
e-mail (formato PDF) ou por correio normal,
para: Prof. Isabel Ambar, Instituto de Oceanografia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Campo Grande, 1749-016
Lisboa
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1131
DOUTORADOS EM ENGENHARIA CIVIL
A Universidade da Madeira abre concurso
para bolseiro leccionar disciplinas nas áreas
seguintes: Planeamento Regional e Urbano,
Arquitectura, Impactos Ambientais e SócioEconómicos, com início de actividades em
Setembro de 2006; Hidráulica, Recursos Hídricos, com início de actividades em Setembro de 2006; Mecânica dos Solos, Geotecnia,
com início de actividades em Fevereiro de
2007.
Requisitos: Licenciado em um dos seguintes
domínios: Oceanografia Física, Meteorologia
e Dinâmica de Fluidos Geofísicos. Preferência a candidatos com conhecimentos de processamento de dados oceanográficos e sísmicos assim como de modelação numérica
da circulação oceânica.
www.cienciapt.net/mundus
Prazo: 30 de Junho de 2006
Contactos: Curriculum Vitae do candidato
a enviar para o Centro de Física Teórica e
Computacional da Universidade de Lisboa,
Complexo Interdisciplinar da Universidade
de Lisboa, Av. Prof. Gama Pinto 2, 1649-003
Lisboa.
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1049
BOLSA DE INVESTIGAÇÃO
NA ÁREA DOS TUMORES DO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL
Requisitos: Doutoramento
Prazo: Julho de 2006
Contactos: Professor Artur Portela Engineering and Mathematics Department, Universidade da Madeira
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1112
“HIDRODINÂMICA DE
Desenvolvimento de uma nova técnica de investigação no domínio da Oceanografia, por
utilização de métodos de sismologia no estudo dos processos físicos oceânicos.
ticos confinados entre superfícies irregulares e/ ou partículas coloidais. A dinâmica
destes sistemas é particularmente complexa, deve acoplar a ordem de orientação
do nemático com a velocidade do fluido, representando um desafio para físicos teóricos e numéricos. O trabalho a realizar será
em grande parte numérico, com a aplicação dos métodos de elementos finitos já desenvolvidos no grupo de investigação.
A Sociedade Portuguesa de Oncologia e
Schering-plough abre concurso para Bolsa, no valor de 7500 euros, resultante de
uma parceria com a Schering-Plough Farma e a Sociedade Portuguesa de Oncologia
contando também com o apoio da Associação Portuguesa de Neuro-Oncologia.
Requisitos: Médicos especialistas que sejam
sócios da Sociedade Portuguesa de Oncologia e que estejam ligados a doentes com
tumores do sistema nervoso central.
COLÓIDESLÍQUIDOCRISTALINOS”
O Centro de Física Teórica e Computacional
abre concurso para Bolsa de Iniciação à Investigação Científica no âmbito do Projecto
POCI/FIS/58140/2004, co-financiado pela
Fundação para a Ciência e a Tecnologia e
pelo FEDER através do Programa POCI 2010.
Duração de 12 meses, com início previsto
para Setembro de 2006.
Neste projecto, pretende-se investigar o
comportamento de cristais líquidos nemá-
Prazo: 30 de Setembro de 2006
Contactos: Weber Shandwick / D&E, Sandra Lopes ([email protected]), Telemóvel:
912 307 696; Tel.: 218 410 010; Fax: 218 410
039; Loja da Imagem, Lda. Paula Ribeiro
([email protected]);
Telemóvel:
916 145 368; Tel: 210 109 139; Fax: 210 109
199
http: // w w w.cienciapt.net /sciencejobs /
oportunidadesdesc.asp?ID=1119
Maio 2006 | Mundus
53.
EMPREGO CIENTÍFICO
PROFESSOR CATEDRÁTICO DE ENGENHARIA
DA QUALIDADE
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa abre vaga para
professor catedrático no grupo de disciplinas
de Engenharia da Qualidade, da Secção de
Engenharia Industrial.
Contactos: Reitoria da Universidade de Lisboa,
Alameda da Universidade, Cidade Universitária, 1649-004 Lisboa, [email protected]
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1148
Requisitos: Podem candidatar-se os professores catedráticos do mesmo grupo ou
disciplina de outra universidade ou de análogo grupo ou disciplina de outra escola da
mesma ou de diferente universidade; os
professores associados do mesmo grupo ou
disciplina ou de análogo grupo ou disciplina de qualquer escola ou departamento da
mesma ou de diferente universidade que tenham sido aprovados em provas públicas de
agregação e contem, pelo menos, três anos
de efectivo serviço docente na categoria de
professor associado ou na qualidade de professor convidado, catedrático ou associado;
os professores convidados, catedráticos ou
associados do mesmo grupo ou disciplina
ou de análogo grupo ou disciplina de qualquer escola ou departamento da mesma ou
de diferente universidade que tenham sido
aprovados em provas públicas de agregação
e contem, pelo menos, três anos de efectivo
serviço docente como professores ou professores convidados daquelas categorias.
PROFESSOR-COORDENADOR PARA A DISCIPLINA
Prazo: 8 de Junho de 2006
PROFESSOR-ADJUNTO DA DISCIPLINA
DE INGLÊS
A Escola Superior de Tecnologia do Mar de
Peniche, do Instituto Politécnico de Leiria
abre vaga para Professor-coordenador na
disciplina de inglês.
Requisitos: grau de doutor em Linguística,
na especialidade de Lexicologia e Lexicografia. Constitui requisito preferencial na apreciação curricular dos candidatos possuir experiência pedagógica e científica na docência do ensino superior politécnico na área da
disciplina para que é aberto o concurso.
Prazo: 1 de Junho de 2006
Contactos: presidente do Instituto Politécnico de
Leiria, Rua do General Norton de Matos, Apartado 4133, 2411-901 Leiria,
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1147
MODALIDADE DESPORTIVA – NATAÇÃO
Contactos: Universidade Nova de Lisboa
– Reitoria, Campus de Campolide, 1099-085
Lisboa, [email protected]
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1149
A Escola Superior de Desporto de Rio Maior
do Instituto Politécnico de Santarém abre
vaga para professor-adjunto da disciplina
Modalidade Desportiva – Natação.
A Universidade de Lisboa abre vaga para
Professor Associado na das Ciências Físico-Químicas da Faculdade de Farmácia da
Universidade de Lisboa, áreas de Química
Farmacêutica e Toxicologia.
Prazo: 12 de Junho de 2006
Prazo: 8 de Junho de 2006
DE CIÊNCIAS QUÍMICAS E FÍSICO-QUÍMICAS
54.
Maio 2006 | Mundus
PROFESSOR ASSOCIADO DO 2.º GRUPO – CIÊNCIAS
DA EDUCAÇÃO
A Universidade do Porto abre vaga de professor associado do 2.º grupo – Ciências da
Educação da Faculdade de Psicologia e de
Ciências da Educação desta Universidade.
Prazo: 7 de Junho de 2006
Contactos: Rua D. Manuel II, 4050-345 Porto
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1140
PROFESSOR ASSOCIADO PARA
A ÁREA DE PSICOLOGIA
A Universidade de Lisboa abre vaga para
professor associado, 1º grupo - Psicologia,
da Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação da Universidade de Lisboa
Prazo: 8 de Junho de 2006
IPSANTARÉM
Requisitos: Licenciatura na área das Ciências do Desporto; Mestrado na área do Treino Desportivo. Experiência de docente no
ensino superior. Especialidade da área de
formação, nomeadamente na disciplina de
Natação; outras actividades desenvolvidas
no âmbito do ensino superior politécnico;
Trabalhos publicados.
PROFESSOR ASSOCIADO DO 1.º GRUPO
Contactos: As candidaturas deverão ser formalizadas mediante requerimento dirigido
ao director da Escola Superior de Desporto
de Rio Maior, podendo ser entregue directamente na Escola ou remetido pelo correio,
registado com aviso de recepção, para a Rua
de José Pedro Inês Canadas, lote 1, rés-dochão, 2040-326 Rio Maior.
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1146
Contactos: Alameda da Universidade, Cidade Universitária 1649-004 Lisboa; e-mail:
[email protected]
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1139
PROFESSOR CATEDRÁTICO NO GRUPO DE DISCIPLINAS DE ENGENHARIA DA QUALIDADE
A Universidade Nova de Lisboa abre vaga
para professor catedrático no grupo de disciplinas de Engenharia da Qualidade, da
Secção de Engenharia Industrial.
Prazo: 8 de Junho de 2006
www.cienciapt.net/mundus
EMPREGO CIENTÍFICO
Contactos: Campus de Campolide, 1099-085
Lisboa; e-mail: [email protected]
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1138
Requisitos: Entre outros, possuir a robustez
física e o perfil psíquico indispensáveis ao
exercício da função e ter cumprido as leis de
vacinação obrigatória.
Prazo: 22 de Junho de 2006
PROFESSOR CATEDRÁTICO NO GRUPO XII
DE DISCIPLINAS – SOCIOLOGIA
O Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) declara que se
encontra aberto concurso documental para
provimento no quadro de pessoal docente
deste Instituto um lugar de professor catedrático no grupo XII de disciplinas – Sociologia I.
Prazo: 27 de Junho de 2006
Contactos: Edifício ISCTE – Av. das Forças
Armadas, 1649-026 Lisboa; [email protected]
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1150
DUAS VAGAS PROFESSOR CATEDRÁTICO
DO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
A Universidade do Porto abre concurso documental para o provimento de duas vagas
de professor catedrático do Departamento
de Geografia da Faculdade de Letras desta
Universidade.
Contactos: Universidade do Porto – Reitoria,
Rua D. Manuel II, 4050-345 Porto
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1152
PROFESSOR-ADJUNTO DA DISCIPLINA
MODALIDADE DESPORTIVA – FUTEBOL
O Instituto Politécnico de Santarém torna público que se encontra aberto, pelo prazo de
30 dias seguidos a contar da data da publicação do presente aviso no Diário da República,
concurso documental para o recrutamento
de um Professor-adjunto da disciplina Modalidade Desportiva – Futebol, da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, deste Instituto.
Requisitos: Experiência de docente no ensino
superior. Especialidade da área de formação,
nomeadamente na disciplina de Futebol; outras actividades desenvolvidas no âmbito do
ensino superior politécnico; Trabalhos publicados.
Prazo: 8 de Junho de 2006
nomeadamente nas áreas da transferência de tecnologia e cooperação inter empresarial. Apoiar as empresas industriais,
nomeadamente PME’s, na definição e elaboração de estratégias que permitam o
crescimento estruturado; prestar assistência na implementação dessas estratégias e políticas de gestão. Proceder à análise integrada dos problemas específicos
da empresa-cliente.
Multisector Norte – Consultores em Estratégia, Tecnologia e Gestão Industrial, Lda
é empresa de consultoria nacional e independente, orientada para o apoio à indústria
nacional, com referências históricas nos
sectores das TIE – Tecnologias de Informação, Electrónica e Bens de Equipamento.
Requisitos: Formação superior em Engenharia (área tecnológica). Bom domínio do
inglês (falado e escrito); boa capacidade de
comunicação (oral e escrita); dinamismo, autoconfiança, espírito de iniciativa e apetência
para trabalhar em equipa. Bom domínio nas
ferramentas Office em ambiente Microsoft.
Contactos: Elospark II Corpo C, nível 2 – 2º
piso Esc23, Estrada de S. Marcos, 2735 – 521
Agualva Cacém
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1154
Prazo: 22 de Junho de 2006
Provimento de duas vagas de professor catedrático do Departamento de Geografia da
Faculdade de Letras desta Universidade.
Contactos: Universidade do Porto – Reitoria,
Rua D. Manuel II, 4050-345 Porto
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1151
Contactos: As candidaturas deverão ser formalizadas mediante requerimento dirigido
ao director da Escola Superior de Desporto
de Rio Maior, podendo ser entregue directamente na Escola ou remetido pelo correio,
sob registo com aviso de recepção, para a
Rua de José Pedro Inês Canadas, lote 1, résdo-chão, 2040-326 Rio Maior.
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1153
PROFESSOR ASSOCIADO DO 3.º GRUPO
(URBANÍSTICA)
ENGENHEIRO CONSULTOR JÚNIOR
A Universidade do Porto abre concurso para
provimento de uma vaga de professor associado do 3.º grupo (Urbanística) da Faculdade de Arquitectura desta Universidade.
A Multisector Norte – Consultores em Estratégia, Tecnologia e Gestão Industrial,
Lda recruta Engenheiro Consultor Júnior
para reforçar a nossa equipa de projecto,
www.cienciapt.net/mundus
PROGRAMADOR WEB
A Seara.com recruta programador Web,
responsável pela programação/ acompanhamento técnico de diversos projectos,
sob a orientação de um Gestor de Projectos.
Requisitos: Dominio das linguagens: Html,
JavaScript, PHP, ASP. Elevados conhecimentos de Base de Dados (preferencialmente MySql). Bom relacionamento e capacidade
de trabalho em equipa. Residir no Porto ou
arredores.
http://www.cienciapt.net/sciencejobs/oportunidadesdesc.asp?ID=1155
Maio 2006 | Mundus
55.
FINANCIAMENTO
INNOVATION POLICY ANALYSIS AND BENCHMARK-
MARIE CURIE EUROPEAN REINTEGRATION GRANTS
STUDY “TOWARDS A EUROPEAN EINFRASTRUC-
ING IN SUPPORT OF PRO INNO EUROPE: INNO-AP-
(ERG)
TURE FOR ESCIENCE DIGITAL REPOSITORIES”
PRAISAL
Prazo: 19 de Julho de 2006, às 17 horas (hora
de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=945
Prazo: 14 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=952
RETURN AND RE-INTEGRATION MECHANISMS
STUDY “RECOMMENDATIONS FOR EXPLOITING
Prazo: 19 de Julho de 2006, às 17 horas (hora
de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=946
RESEARCH INFRASTRUCTURE POTENTIAL IN KEY
Prazo: 28 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=939
ENCOURAGING TRANSREGIONAL COOPERATION
Prazo: 28 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=940
HUMAN RESOURCES AND MOBILITY
RESEARCH AND INNOVATION
Prazo: 28 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=941
Prazo: 19 de Julho de 2006, às 17 horas (hora
de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=947
MARIE CURIE INTERNATIONAL REINTEGRATION
INNOVATION POLICY ANALYSIS AND BENCHMARK-
GRANTS (IRG)
ING IN SUPPORT OF PRO INNO EUROPE: INNO-
Prazo: 19 de Julho de 2006, às 17 horas (hora
de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=948
VIEWS
Prazo: 28 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=942
ENCOURAGING TRANSREGIONAL COOPERATION
Prazo: 28 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=943
AREAS OF THE INFORMATION SOCIETY (EGOVERNMENT, EHEALTH AND ELEARNING)”
Prazo: 12 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=953
STUDY “IMPACT ASSESSMENT OF IPV6 ON VERTICAL MARKETS”
Prazo: 13 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=954
CALL FOR EXPRESSIONS OF INTEREST FOR THE
PROVISION OF SERVICES INVOLVING VARIOUS
TECHNICAL, CONCEPTUAL AND ORGANISATIONAL
TASKS PERTAINING TO THE COMMUNICATION AND
HUMAN RESOURCES AND MOBILITY
INFORMATION ACTIVITIES OF THE INFORMATION
Prazo: 19 de Julho de 2006, às 17 horas (hora
de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=949
SOCIETY DG
Prazo: 4 de Junho de 2006, às 17 horas (hora
de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=955
RETURN AND RE-INTEGRATION MECHANISMS
INNOVATION POLICY ANALYSIS AND BENCHMARKING IN SUPPORT OF PRO INNO EUROPE: INNOPOLICY WATCH
Prazo: 28 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=944
Prazo: 19 de Julho de 2006, às 17 horas (hora
de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=950
ERA COORDINATION INITIATIVE IN THE FIELD OF
ENTERPRISE NETWORKING (SMART 2006/0035)
Prazo: 18 de Agosto de 2006, às 16 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=956
BENCHMARKING OF ACTIVITIES IN PROMOTING AND
DEPLOYING INTELLIGENT VEHICLE SYSTEMS (IVS)
IN THE EU — (SMART 2006/0050)
Prazo: 16 de Junho de 2006, às 17 horas
(hora de Bruxelas)
http://www.cienciapt.net/sciencefunding/
oportunidadesdesc.asp?ID=951
56.
Maio 2006 | Mundus
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FINANCIAMENTO
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Maio 2006 | Mundus
57.
SABIA que...
... existem novas
formas de identificação
pessoal?
Biometria
O BI parece estar a passar “à história” depois
do desenvolvimento de tecnologias biométricas
capazes de identificar e examinar minuciosamente caras, impressões digitais e outras características, para confirmar identidades.
A biometria é actualmente uma tecnologia
incontornável no mercado da segurança e o
tecido empresarial português também já se
apercebeu da sua importância e os projectos
surgem a bom ritmo. Em Portugal existem
empresas a utilizar esta tecnologia, a Mota
Engil, é uma delas, a Galp e também o Estado
Português, com o lançamento do novo passaporte electrónico.
A Biometria é composta por métodos automatizados que permitem o reconhecimento de
pessoas com base em características físicas
ou comportamentais. As tecnologias de reconhecimento biométrico que se conhecem são o
reconhecimento facial, reconhecimento de impressões digitais, geometria da mão, voz e Iris.
As tecnologias biométricas estão a tornar-se
a base de um cada vez maior número de aplicações de segurança e de identificação pessoal. Com o aumento das falhas de segurança e
das fraudes em transacções, é cada vez mais
importante a necessidade de recorrer a tecnologias de identificação pessoal cada vez mais
avançadas.
58.
Maio 2006 | Mundus
Segundo afirmam especialistas, Portugal tem
acompanhado o resto da Europa, no que se refere à biometria, não só em termos de oferta
como de procura deste tipo de soluções. Nos
últimos anos o mercado nacional tem vindo a
evoluir de forma sustentada, sem nunca se ter
assistido a um “boom” tantas vezes anunciado, o que representa um crescimento de 15
por cento. O valor do mercado biométrico em
Portugal, sem contar os projectos do Governo,
deve rondar os três milhões de euros, segundo
afirmou este ano Miguel Matos, administrador
da empresa Bioglobal, empresa de Biometria
e Comunicações Globais Lda.
clientes elegeram a biometria como o sistema
mais fiável em detrimento dos cartões inteligentes (40%), dos tokens (41%) e das passwords (30%).
Há quem considere a falta de informação relacionada com o funcionamento da biometria
um entrave ao desenvolvimento do negócio.
O administrador da Netponto, Jorge Oliveira,
destacou que “é necessário que todos os envolvidos nesta área demonstrem às pessoas
os sistema, as suas funcionalidades, dando a
conhecer o seu funcionamento”.
Para usufruir deste tipo de pagamento, os
utentes só têm de estabelecer um contrato
com a empresa, podendo depois disso fazer as
compras que entenderem. Para pagar basta
colocar o dedo numa máquina que faz a leitura
de dez pontos aleatórios do dedo e transforma-os num algoritmo. Daqui resulta o código
que passa a ser uma espécie de banda magnética dos vulgares cartões.
Até à data a utilização da biometria na identificação electrónica dos utilizadores representa
praticamente 40% do mercado.
Um estudo da Unisys aponta a biometria como
sistema de prevenção de roubo de identidades. Esta tecnologia é a escolha preferencial
dos utilizadores. Na Europa 66 por cento dos
PAGAMENTO POR IMPRESSÃO DIGITAL
A Galp lançou há cerca de dois anos um sistema com recurso à impressão digital para efectuar o pagamento da gasolina nos postos de
abastecimento aderentes. Este sistema inédito
e inovador foi aprovado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, e está disponível
em Portugal, nos postos da Galp aderentes.
O galpbiopy recorre à tecnologia biométrica
para reconhecer e validar os clientes Galp. A
tecnologia biométrica começa também a entrar nas gasolineiras. O projecto teve início
em Setembro de 2003 “tendo sido necessários
cerca de dois a três meses para se definir toda
a situação e analisar as várias soluções des-
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SABIA que...
segurança biométrica, tendo em conta que as
veias da palma da mão se encontram debaixo da
pele. Para além disso é um sistema muito higiénico, já que não é necessário qualquer contacto
directo com o mecanismo de ‘scan’, facilitando
a sua utilização em locais públicos.
Esta tecnologia, comercializada pela Fujistu, tem
sido muito utilizada nas caixas ATMs, no acesso
à entrada de salas de hospitais, em condomínios
residenciais e no acesso a dados pessoais em
determinadas instituições académicas.
te género que estavam já em funcionamento
em Portugal e no estrangeiro”. Em Dezembro de 2003, foi seleccionada a tecnologia a
adoptar, tendo-se posteriormente avançado
com a contratação das entidades que viriam
a estar envolvidas no projecto. A escolha recaiu sobre a empresa Bioglobal, empresa
que, em parceria com a Sagem, desenvolveu
o projecto e forneceu todos os terminais. “A
solução escolhida é a mais adequada, uma
vez que é a única no mercado capaz de integrar a capacidade de leitura do dedo, a sua
transformação num número matemático e a
sua compressão para um ficheiro”, disse um
dos responsáveis do projecto da Galp, Pedro
Nunes. O facto de um único terminal fazer
todo o trabalho trouxe claras vantagens à
Galp, “primeiro porque o investimento é menor e também porque não existe espaço nos
postos para colocar um grande número de
máquinas”, disse ainda.
A Bioglobal tem demonstrado experiência na
adaptação deste tipo de soluções em Portugal,
tendo por trás a Sagem com a fiabilidade dos
seus equipamentos de algoritmos e a robustez
técnica da solução”, por isso a escolha ter recaído sobre a empresa.
O desenvolvimento do galpbiopay teve também
em conta a integração com os sistemas existentes na empresa, e que gerem os cartões
Galp Frota, Galp PayCard e ainda o de pontos
Fast. Por isso, o trabalho “ficou a cargo de
uma empresa especializada”.
Para tornar este sistema ainda mais rápido,
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o cliente possui um código bio de seis a nove
dígitos que o identifica junto do sistema GalpBioPay.
IDENTIFICAÇÃO ATRAVÉS DA ÍRIS (RETINA)
O reconhecimento da íris é, dos elementos
biológicos que se podem usar na biometria,
dos mais seguros e estáveis de todos. A partir
dos dez meses de idade, o padrão da íris está
perfeitamente formado e nunca mais sofrerá
alterações, ao contrário do que acontece com
as mãos, a face e até a voz.
Há vários modelos para reconhecer a íris, que
na iridologia é considerada um mapa da vida
de cada um. A impressão digital tem sido preferida, uma vez que existem menos empresas
a dominar tecnologias de reconhecimento de
íris e o investimento necessário é maior, assim
o preço também é maior.
IDENTIFICAÇÃO ATRAVÉS DA PALMA DA MÃO
O Prémio Internacional Inovação do The Wall
Street Journal foi atribuído no ano passado à
tecnologia da Fujitsu Laboratório, que consiste na Autenticação das Veias da Palma da
Mão, na categoria de Redes de Segurança.
Esta é uma tecnologia biométrica que reconhece o padrão único das veias da palma da
mão de um indivíduo, permitindo de forma
extremamente segura, a sua identificação
pessoal.
Trata-se de uma tecnologia muito fiável e difícil
de enganar comparada com outros métodos de
Este sistema consiste num pequeno scanner
da palma da mão, que é fácil de utilizar, rápido
e autêntico. Para isso só é preciso colocar a
palma da mão a uns pequenos centímetros do
scanner, e apenas num segundo, o sistema lê
o padrão único das veias. É tirada uma fotografia da veia e o padrão é registado.
GOVERNO APRESENTA NOVO PASSAPORTE
O ministro da Administração Interna, António
Costa, apresentou no passado mês de Abril,
o novo passaporte electrónico português, que
tem como novidade a introdução de dados biométricos e o facto de ser menos vulnerável a
práticas de falsificação.
Em Julho começam a ser entregues os primeiros documentos, sendo que os actuais deixam de ser emitidos a partir de Agosto. O novo
documento vai incluir um chip electrónico com
informação biográfica, no sentido de prevenir
as falsificações e a melhorar os mecanismos
de controlo e de segurança, ao abrigo das normas comunitárias.
Segundo avançou a Rádio Renascença, este
novo modelo de passaporte vai também permitir satisfazer os requisitos essenciais para
a plena participação de Portugal no programa
norte-americano “Visa Waiver” e desta forma
criar condições para que o visto de entrada
possa ser dispensado nos Estados Unidos aos
titulares de passaporte português.
O novo passaporte respeita as normas fixadas
Maio 2006 | Mundus
59.
SABIA que...
pela União Europeia e pelas organizações internacionais competentes, nomeadamente
a Organização Internacional de Aviação Civil
(ICAO).
Segundo informa a mesma fonte citando uma
resolução do Conselho de ministros, os passaportes vão ser emitidos em “instalações de
alta segurança localizadas na Imprensa Nacional - Casa da Moeda e segundo elevados
padrões de controlo de produção”.
António Braga, secretário de Estado das Comunidades, disse que estes passaportes electrónicos, por razões de segurança, não vão ser
feitos, para já, nos consulados portugueses.
BIOMETRIA NOS AEROPORTOS DOS EUA
Apesar de já ter sido pensada anteriormente,
a Tecnologia Biométrica, surgiu da necessidade de controlar a entrada de cidadãos nos
países, principalmente depois dos ataques de
11 de Setembro, nos Estados Unidos. Os passaportes e vistos biométricos tornam-se mais
difíceis de falsificar. Os sistemas biométricos
reduzem os padrões das impressões digitais,
íris, caras, vozes e outras características de
uma pessoa a algoritmos matemáticos que podem ser guardados num “chip” ou num código
de barras legível por uma máquina. Os passageiros que chegam são convidados a colocar
os dedos em “scanners” biométricos ou a colocar-se em frente de câmaras identificadoras
de caras, enquanto um computador verifica se
os padrões que detecta condizem com os dos
documentos apresentados. O sistema também
verifica se o passageiro visitante consta de
uma lista de presumíveis terroristas ou violadores das leis de imigração. O interesse pela
biométrica como instrumento de segurança
surgiu após o 11 de Setembro.
CARDIOLOGISTAS COM ‘BIO LOGIN’
O ‘site’ da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) foi o primeiro a permitir a identificação biométrica na Internet portuguesa, basta
apenas o registo, o sensor e um computador
60.
Maio 2006 | Mundus
(com porta USB e ligação à Internet). O ‘bio login’ substitui a necessidade de palavras-passe
para aceder às zonas reservadas e foi pensado
para melhorar o nível de serviço aos 1350 associados da SPC.
O investimento rondou os cerca de 100 mil euros e a programação ficou a cargo da empresa
portuguesa Proximity Data, que já tinha colaborado no projecto BioPay da Galp.
NOVAS SOLUÇÕES DE CONTROLO DE PONTO
BIOMÉTRICO
Já estão disponíveis no mercado nacional as
novas versões da linha Staff On Time, para
Controlo de Ponto através da Tecnologia Biométrica, baseadas na combinação de uma
aplicação de um software com um terminal
de controlo biométrico. As soluções ‘out of the
box’ Staff On Time RETAIL e Staff On Time PRO
USB têm como objectivo gerir as presenças e
assiduidades dos colaboradores das pequenas
e médias empresas.
De acordo com a BeAdvance, responsável pelo
lançamento desta linha de soluções em Portugal, o Novo ‘Staff On Time RETAIL’ permite gerir as presenças até 15 funcionários. Esta nova
versão vem acompanhada de um sensor com
uma identificação a 360º (da impressão digital) e com uma taxa de rejeição de 0 por cento.
O Novo Staff On Time PRO USB permite gerir
as presenças até 360 funcionários, possuindo
novas teclas alfanuméricas, de forma aceitar
códigos especiais e pessoais, por exemplo por
departamento ou por horário. Esta nova solução dispõe ainda de apenas um cabo USB ligado ao terminal.
A linha de soluções Staff On Time, lançada no
mercado português em finais de 2004, tem
vindo a marcar presença nas PMEs, contribuindo assim para a imagem de um Portugal
inovador.
A tecnologia biométrica veio revolucionar a
forma como nos identificamos, permitindo
uma identificação substancialmente mais se-
gura e mais prática, através de características
físicas únicas e intransmissíveis.
ADESÃO AOS SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO
BIOMÉTRICA
A tecnologia biométrica está a ganhar cada vez
mais adeptos, contrariando as vozes críticas
dos que alegam preocupações com a privacidade dos cidadãos. Um estudo de opinião recente
sugere que os cidadãos estão, de forma geral,
receptivos à adopção dos sistemas biométricos
de identificação pessoal. De acordo com uma
investigação da Unisys, a percentagem de pessoas que considera a tecnologia um “método de
verificação preferencial” cresceu cinco por cento, comparativamente a dados anteriores.
Neste estudo foram inquiridos 1661 indivíduos, de
várias nacionalidades. E apesar das preocupações
de alguns activistas da privacidade e especialistas
em segurança, que defendem que os sistemas biométricos são menos seguros, a opinião pública parece colocar em segundo plano estas preocupações.
Cerca de 10 por cento dos entrevistados da região
da Ásia-Pacífico defende até o implante de chips no
corpo, como já acontece em alguns países.
Quanto à utilização de sistemas biométricos, a
maioria dos entrevistados (83 por cento) aponta como principal vantagem a comodidade de
utilização. A segunda vantagem é a rapidez de
identificação dos indivíduos.
Segundo o mesmo estudo, os norte-americanos
são os principais apologistas da tecnologia (71 por
cento), seguidos dos europeus (69 por cento) e asiáticos (68 por cento). A reduzida diferença na percentagem sugere que as pessoas estão, de uma
forma geral, receptivas à tecnologia, independentemente da sua cultura e localização geográfica.
A conveniência proporcionada pela tecnologia
converte-a numa aposta para o futuro. Os passaportes biométricos, por exemplo, são já uma
realidade na Alemanha, esperando-se a adopção progressiva destes documentos em vários
países da União Europeia, entre eles Portugal,
ainda no decorrer deste ano.
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Maio 2006 | Mundus
61.
Coluna
TECNOLOGIAS
por J. Norberto Pires
Referências:
[1] - http://robotics.dem.uc.pt/norberto/mundus
Japão: um país Hi-tech
e tecnologicamente
revolucionário
O Japão revela uma activi-
que se manifesta nas ver-
dade frenética na área da
tentes de investigação e de-
robótica. Especialmente na
senvolvimento em univer-
robótica de serviços e na
sidades e empresas, mas
robótica humanóide. Um
também na vertente indus-
frenesim de actividade ver-
trial com novos produtos e
dadeiramente admirável e
soluções.
Essa verdadeira paixão pela robótica, e pela tecnologia em geral, é uma das razões do sucesso
industrial do Japão, bem como do prestígio que
a comunidade robótica japonesa tem no mundo.
As demonstrações públicas de tecnologia são
cada vez mais frequentes e espectaculares. Isso
tem efeitos no grande público, como forma de divulgação técnica e científica, mas também e especialmente no despertar de vocações nos mais
novos para a área da engenharia. Isso é muito
importante, e explica os elevados índices de frequência de cursos de engenharia no Japão.
Eu costumo estar atento às várias demonstrações de tecnologia, pelo que vou registando os
robôs e os projectos mais interessantes. Para
facilitar a vossa leitura, criei uma página Web
62.
Maio 2006 | Mundus
associada a este artigo que permite que vejam
vídeos e imagens dos robôs que vou apresentar brevemente de seguida. Será por isso uma
pequena exibição de robótica. Todos os robôs
apresentados foram exibidos em Março de
2006 no Japão.
ROBÔ SPEECYS (MODELOS 01, 03 E FC - FUEL
CELL)
Estes são robôs muito simples que usam equipamento comum, estando por isso disponível
uma gama elevada de acessórios. Estes robôs
custam cerca de 2500 euros, possuem um ambiente de programação próprio, fornecido pela
empresa, e são alimentados a baterias eléctricas ou Fuel Cells (versão FC) - ver Figura 1.
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TECNOLOGIAS
ROBOT-ONE (VÁRIOS MODELOS)
Este robô de origem Coreana apresenta as
mesmas características do anterior e é muito popular em competições e demonstrações
feitas entre estudantes de escolas secundárias. Uma excelente forma de brincar com
tecnologia (Figura 2).
deiramente fabuloso. Custa cerca de 80.000
Euros, mas é uma verdadeira maravilha de
engenharia. A nova versão (HOAP-3) inclui
interface para os computadores mais comuns (a correr Linux, Windows Xp, etc.), controlo de voz, e computador de bordo a correr
Linux. Vale a pena ver a descrição do robô
em [1] - Figura 4.
taforma que usamos na Universidade de
Coimbra [1] para adicionar voz a sistemas
industriais. Uma plataforma partilhada por
alunos e que usa robôs industriais, autómatos programáveis, visão, sensores de força/
momento, etc., com o objectivo de obter sistemas industriais mais eficientes e mais fáceis de usar. Não são humanóides, mas são
interessantes (Figura 6).
Figura 1 - Speecys 01 e FC.
Figura 4 - HOAP da Fujitsu
Figura 2 - Robot-One
J4 DA JVC
Este robô é verdadeiramente espectacular.
Desenvolvido pela JVC, como demonstração
de tecnologia e força de marketing. É um
robô humanóide, totalmente eléctrico, bastante mais caro que os anteriores e vocacionado para ambientes de I&D.
WAKAMARU DA MITSUBISHI HEAVY
INDUSTRIES
Este robô foi especialmente desenvolvido para
ser um assistente doméstico. É um produto
muito interessante para famílias Hi-Tech. Fala
com os humanos e entende mais de 10.000
palavras e frases. É capaz de reconhecer a
face das pessoas que “conhece”, mantendo
uma base de dados muito interessante para
esse efeito. Uma plataforma usável para visitas guiadas, entretenimento e vigilância.
Figura 5 - Wakamaru da Mitsubishi
Figura 3 - J4 da JVC
HOAP-3 DA FUJITSU AUTOMATION
Este é um robô vocacionado para I&D verda-
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VOICEROBCAM - UNIVERSIDADE
DE COIMBRA - DEM
Por falar em controlo por voz, vejam a pla-
Figura 6 - VoiceRobCam
A robótica tem uma dimensão social muito
importante. Já repararam que o mundo moderno nos exige que trabalhemos cada vez até
mais tarde? Até muito perto dos 70 anos?
Com a idade perdemos capacidades físicas e
mentais. Os robôs podem ser os nossos assistentes pessoais ajudando-nos a manter um
nível de actividade interessante e competitivo
mesmo nessas idades avançadas. Esta perspectiva social da robótica é muito atractiva e
cheia de potencialidades. E um enorme desafio científico e tecnológico potenciador de uma
actividade industrial muito interessante pelas
perspectivas de criação de valor. Daí a actividade frenética do Japão nesta área: atraem pessoas para engenharia, fazem divulgação técnico-científica e potenciam o espírito inovador
da sua população. Tudo isto com uma enorme
e excitante paixão por tecnologia: parece que
têm “bichinhos carpinteiros” no corpo.
Revolução tecnológica? Pois, isto é uma revolução a sério.
Dá que pensar, não é?
Maio 2006 | Mundus
63.
DESTAQUE
EMPRESA
Crioestaminal
A primeira empresa em Portugal na criopreservação
de células estaminais
Desde 2003 que Portugal conta
em diversos tipos celulares. A
versas tarefas, permite que os
uma empresa de criopreser-
Crioestaminal, pioneira a nível
pais portugueses, logo após o
vação de células estaminais
nacional e que opera com uma
nascimento dos seus filhos,
do sangue umbilical, que têm
equipa de jovens especialistas
possam recolher o sangue do
a capacidade de se diferenciar
vocacionados para as mais di-
cordão umbilical.
A Crioestaminal - Saúde e Tecnologia, SA é
uma empresa de biotecnologia, criada em
Junho de 2003, que presta serviços na área
da saúde, criada por um conjunto de profissionais e empresas da área da Saúde e
que é pioneira em Portugal no isolamento
e criopreservação de células estaminais do
sangue do cordão umbilical.
jovem que possui vários colaboradores vocacionados para as tarefas de gestão e apoio a
clientes, uma equipa médica encarregue dos
aspectos clínicos e ainda um conjunto de
colaboradores com formação avançada na
área das ciências da vida e da saúde que são
responsáveis por todas as questões científicas relacionadas com o serviço de criopreservação de células estaminais do sangue
do cordão umbilical. Colaboram ainda com a
Crioestaminal alguns dos melhores especialistas nacionais ao nível da aplicação clínica
das células estaminais e também da investigação científica nesta área.
nacionais, com o intuito de alargar o âmbito
de aplicações terapêuticas das células estaminais do sangue do cordão umbilical.
A sua missão é proporcionar aos pais de
recém-nascidos a possibilidade de isolar e
criopreservar as células estaminais do sangue do cordão umbilical, células estas que
têm a capacidade de se diferenciar em diversos tipos celulares, bem como a capacidade
de se auto-renovar e dividir indefinidamente.
De acordo com a empresa, a criopreservação destas células tem como objectivo a sua
eventual utilização no tratamento de diversas
doenças ao longo da vida do próprio recém-nascido assim como dos seus familiares.
A Crioestaminal é formada por uma equipa
64.
Maio 2006 | Mundus
A Crioestaminal desenvolve a sua actividade
em parceria com a Cryo-Save, uma conceituada empresa europeia com vasta experiência no isolamento e criopreservação de
células estaminais. A par desta sua actividade, a Crioestaminal tem ainda por objectivo
desenvolver projectos de investigação, em
parceria com laboratórios nacionais e inter-
Segundo a Crioestaminal, esta conceituada
empresa europeia possui uma vasta experiência no isolamento e criopreservação de
células estaminais, sendo os seus laboratórios acreditados segundo a norma ISO EN
17025, seguindo os mais elevados padrões
de qualidade e respeitando todas as exigências legais, o que garante um controlo rigoroso de todos os processos. Graças a estes
elevados padrões de qualidade a Cryo-Save
é líder do mercado europeu nesta área, com
mais de 30 mil unidades de células estaminais armazenadas e presta este serviço em
vários países, tais como, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Suíça,
Áustria, Irlanda, Hungria, Suécia, Dinamarca, Noruega e Grécia.
Para além da criopreservação de células es-
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DESTAQUE
EMPRESA
CÉLULAS ESTAMINAIS
Conforme explica a empresa, as células estaminais com potencial mais abrangente são
as células estaminais embrionárias, derivadas da massa interior do blastócito, e que
podem dar origem a todos os tipos celulares
do indivíduo adulto, mas não ao organismo
inteiro (daí serem pluripotentes, não totipotentes como o zigoto).
taminais, a Cryo-Save está envolvida em vários
projectos de investigação com vista a alargar o
âmbito de aplicações destas células.
de qualidade e respeitando todas as exigências legais, o que garante um rigoroso
controlo de todos os processos.
MISSÃO
A Crioestaminal pretende permitir o acesso
das pessoas às mais avançadas tecnologias
na área da saúde e a uma equipa de profissionais qualificada e fortemente empenhada
em dar um forte contributo para melhorar a
sua qualidade de vida.
RECOLHA DAS CÉLULAS
À semelhança do que acontece nos referidos países, os pais interessados em
usufruir deste serviço devem contactar a
Crioestaminal para que lhes seja fornecido
um kit com todo o material necessário para
efectuar a recolha do sangue do cordão
umbilical pela equipa de parto na maternidade, imediatamente após o nascimento
da criança. De acordo com a empresa, esta
recolha é totalmente indolor e não apresenta qualquer risco, nem para a mãe nem
para o bebé.
Enquanto pioneira em Portugal no isolamento e criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical, a
Crioestaminal desenvolve a sua actividade
de isolamento das células estaminais e a
sua criopreservação em parceria com a
Cryo-Save nos seus laboratórios na Bélgica, acreditados segundo a norma ISO EN
17025, seguindo os mais elevados padrões
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Depois de recolhido, o sangue é transportado para o laboratório de isolamento e criopreservação de células estaminais.
De acordo com os especialistas, à medida
que o desenvolvimento do organismo avança, o potencial das células estaminais passa
a ser mais restrito, podendo originar células
da sua linhagem embrionária mas não de
outras linhagens (multipotência). No organismo adulto, as células estaminais adultas
encontram-se presentes em órgãos como a
medula óssea, a pele ou o intestino, que têm
um elevado grau de perda celular, requerendo uma substituição constante das suas
células. Deste modo, as células estaminais
adultas diferenciam-se preferencialmente
em células do mesmo tipo do órgão de onde
derivam.
Uma fonte de células estaminais não embrionárias é o sangue do cordão umbilical,
que possui uma grande concentração de
células estaminais hematopoiéticas, para
além de células estaminais mesenquimais
e células estaminais/ progenitoras endoteliais. Segundo os especialistas, estas células estaminais neonatais podem ser colhidas e processadas logo após o nascimento,
num processo totalmente seguro e indolor
para a mãe e para o recém-nascido, tendo substancial aplicabilidade terapêutica.
Dos diferentes tipos de células estaminais,
as que estão presentes na medula óssea e
no sangue do cordão umbilical são as que
apresentam maior aplicabilidade terapêutica imediata. No futuro, a investigação
científica nesta área deverá fazer aumentar
a gama de doenças em que são aplicadas
estas células estaminais.
Maio 2006 | Mundus
65.
ESPECIAL
ASSOCIAÇÃO CIENTÍFICA
PAPS – Portuguese American
PostGraduate Society
A PAPS é constituída por cidadãos portugueses que optaram por fazer os seus estudos
de pós-graduação nos Estados
Unidos da América. Depois dos
estudos concluídos, alguns deles optaram por seguir carreiras profissionais neste país,
enquanto outros preferiram e
preferem regressar a Portugal.
A PAPS conta actualmente com
700 membros, alguns dos quais
já a viver em Portugal.
A PAPS foi criada em 1998 por um grupo de
estudantes portugueses nos Estados Unidos,
tendo como missão promover a interacção
entre investigadores portugueses e discutir
assuntos no âmbito da ciência e tecnologia
com interesse para Portugal.
Estes estudantes acreditam que a sua experiência em universidades e empresas americanas lhes permite aperceberem-se de modelos alternativos para o bom funcionamento
da universidade, assim como ter uma visão
global dos problemas do sistema de ensino universitário português. Os membros da
PAPS esperam assim, poder contribuir, de
forma positiva, para o seu melhoramento.
É uma associação independente, não governamental, não política e sem fins lucrativos,
cujos objectivos são de representar e defender os interesses dos pós-graduados e dos
alunos de pós-graduação portugueses ou
luso-descendentes a estudar na América do
Norte, fortalecendo a influência destes na
sociedade americana; desenvolver e apoiar
estratégias para maximizar a contribuição
dos pós-graduados e dos estudantes de pós-graduação portugueses ou luso-descendentes na América do Norte e para o desenvolvimento de Portugal; e incentivar e promover
relações entre pós-graduados portugueses
ou luso-descendentes a exercer funções na
América do Norte e universidades, empresas
em Portugal e o Governo português.
VII FÓRUM PAPS
O fórum da PAPS teve lugar este ano na Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA),
contando com a presença de mais de 100
66.
Maio 2006 | Mundus
pessoas, entre as quais um grupo variado de
personalidades americanas e portuguesas
que discutiram o tema “Redes Temáticas de
Ciência e Tecnologia”. Neste fórum deu-se
início à criação de duas redes de C&T, uma
na área das Life Sciences e outra na área de
Sustainable Cities and the Environment. Pretende-se desta forma que estas áreas possam desenvolver-se e servir o propósito para
o qual foram criadas: estreitar as relações
entre os investigadores para permitir intercâmbio de ideias, materiais e pessoas.
Neste fórum participaram o Ministro do Ambiente (Prof. Nunes Correia), o Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia (Prof. Manuel Heitor), o Coordenador do Plano Tecnológico (Prof.
Carlos Zorrinho), Professores Universitários em
Portugal e nos EUA, CEOs de empresas e representantes da Cisco, Microsoft e Genentech.
O Fórum contou ainda com uma apresentação
da McKinsey, que procurou estabelecer contactos mais próximos com os membros da PAPS,
e apresentar-lhes uma carreira alternativa depois de terminada a sua formação.
Segundo Tiago Outeiro, presidente da PAPS, “o
objectivo destes fóruns é reunir um conjunto de
mentalidades que podem contribuir para algo
com grande valor e dimensão para Portugal e
que possa ter uma importância a nível internacional”. O responsável adiantou que as redes
internacionais podem também contribuir para
o desenvolvimento tecnológico em Portugal.
Referindo-se ao plano tecnológico, um dos projectos emblemáticos do Governo, Tiago Outeiro
disse que a PAPS pode ser útil através de contactos nas universidades norte-americanas.
Neste fórum teve também lugar a II Assem-
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ESPECIAL SOCIEDADE CIENTÍFICA
ponto de encontro entre os neurocientistas
Portugueses.
ENCONTRO EM NOVA IORQUE
Em 3 de Dezembro de 2005, decorreu também nos Estados Unidos, em Mount Sinai,
um encontro da PAPS. O objectivo deste
encontro para além da confraternização, foi
o de estreitar as ligações com o núcleo de
Portugueses na ‘grande cidade’.
PARCERIA PAPS/TECMINHO
No âmbito do programa PatEnt, a PAPS estabeleceu uma parceria com o gabinete de
transferência de tecnologia da Universidade
do Minho (TecMinho), com vista a encontrar
“empreendedores” (estudantes de doutoramento, pós-doutorados, MBAs, etc.) para
desenvolverem tecnologias já patenteadas
pela Universidade do Minho. Esta é uma excelente oportunidade para os membros da
PAPS, que podem utilizar todo o seu conhecimento e networking para tentar criar valor
em tecnologias da Universidade do Minho.
Actualmente estão a ser desenvolvidas pelos
membros da PAPS duas das três primeiras tecnologias. As tecnologias são Cyanomed, FGmaterials, Microantena, Piezo, Primers e Raios-x.
bleia-Geral da PAPS, onde foram eleitos os
novos corpos gerentes da PAPS, para o ano
de 2006/2007.
Os investigadores que estiveram presentes neste
encontro são portugueses a tirar doutoramentos ou pós-graduações em universidades norte-americanas nas áreas das ciências da vida,
economia, matemática, física e engenharia.
BLOG DA REDE DE NEUROCIENTISTAS
PORTUGUESES
O primeiro encontro da Rede de Neurocientistas Portugueses decorreu em Novembro
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de 2005, em Washington DC, tendo sido promovido pela Sociedade Portuguesa de Neurociencias em colaboração com a Portuguese American PostGraduate Society (PAPS).
Tratou-se de um encontro que surgiu da
oportunidade de juntar um número significativo de neurocientistas. O objectivo foi o de
promover a criação de uma rede temática na
área das neurociências.
A PAPS, em conjunto com a SPN, lançou o
blog da “Network of Portuguese Neuroscientists” (http://neurosciencenetwork.blogspot.
com/), um espaco virtual que deve servir de
ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE
UNIVERSITÁRIA (ECDU)
No blog (http://papsnet.blogspot.com) lançado recentemente pela PAPS está em discussão até ao final de Junho o ECDU. A PAPS
acredita que o estatuto da carreira docente
universitária não tem capacidade para responder aos desafios da educação e desenvolvimento que actualmente se colocam em
Portugal. O actual ECDU reflecte uma realidade do passado e constitui um antagonismo
ao clima de inovação e ambiente propícios
para o desenvolvimento da universidade.
Maio 2006 | Mundus
67.
Ciência no
ENSINO
SUPERIOR
Mundo EM REDE
UMINHO
FEUP
FEUP APRESENTA E DISCUTE 7.º
PROGRAMA-QUADRO
ACORDO ENTRE A UNIVERSIDADE
DO MINHO E O MOSCOW STATE
INSTITUTE OF INTERNATIONAL
RELATIONS (RÚSSIA)
Realizou-se no dia 27 de Abril, na Reitoria
da Universidade do Minho, em Braga, a Assinatura do Acordo de Cooperação entre a
Universidade do Minho e o Moscow State
Institute of International Relations (MGIMO
University) da Rússia. O acordo foi assinado
pelo Reitor da UMinho, Professor Doutor
António Guimarães Rodrigues e pelo ViceReitor da MGIMO University, Prof. Victor
Kirillov.
Segundo explica em comunicado a Universidade do Minho, este acordo pretende contribuir
para um maior desenvolvimento e reforço das
tradicionais relações de amizade entre Portugal e a Rússia. Neste sentido, as duas Instituições acordaram, entre outras, a realização de
acções de intercâmbio para partilha de informação e experiências, incluindo a participação
em conferências científicas, seminários e simpósios, bem como o intercâmbio de professores e quadros das Universidades; intercâmbio
de membros das faculdades, pós-graduados e
estudantes para a frequência de cursos, treino
e prática. A promoção de programas de investigação conjuntos constitui outro dos pontos
acordados.
Trata-se de um importante acordo, que
segundo a Universidade Portuguesa é o
primeiro estabelecido entre esta Universidade Russa, responsável pela formação de
grande parte dos diplomatas daquele país,
e uma Universidade Portuguesa.
68.
Maio 2006 | Mundus
A Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto (FEUP) acolheu no dia 3 de Maio, quartafeira, no seu Auditório, uma Sessão de Informação sobre a preparação do 7º Programa-Quadro de Investigação. Organizada pela Divisão
de Cooperação da FEUP, com a colaboração
do PRELO (Portuguese Research Liaison Office), a iniciativa conta com a presença de Martin
Penny, membro da Direcção Geral de Investigação da Comissão Europeia. Esta apresentação
terá por base a proposta apresentada pela Comissão Europeia, não havendo ainda um documento final sobre esta matéria.
O 7º Programa-Quadro (7ºPQ) irá vigorar entre 1 de Janeiro de 2007 e 31 de Dezembro
de 2013, tendo sido concebido para dar continuidade ao programa anterior, fomentando a
criação de uma Zona Europeia de Investigação
e a prossecução do desenvolvimento da Economia e Sociedade do Conhecimento na Europa. Martin Penny apresentará a estrutura do
7º PQ, as principais alterações face ao anterior programa, assim como as medidas para
a simplificação operacional e os esquemas de
financiamento deste novo programa.
O 7º PQ está dividido em quatro programas específicos correspondentes a quatro componentes
básicas da investigação europeia: Cooperação,
Ideias, Pessoas e Capacidades. O Programa de
Cooperação, orientado para a Indústria, apoiará
toda a investigação desenvolvida em cooperação
transnacional. Já o Programa de Ideias actuará
ao nível da optimização do dinamismo, da criatividade e da excelência da investigação europeia
na fronteira do conhecimento em todos os campos científicos e tecnológicos.
Quanto ao Programa Pessoas tem como objectivo o fortalecimento, em termos quantitativos e qualitativos, do potencial humano em
investigação e tecnologia na Europa, colocando em campo um conjunto coerente de Acções
Marie Curie. No que toca a Capacidades, o
objectivo deste Programa será apoiar infra-
estruturas de investigação, fomentar as pesquisas em benefício das PME’s e o potencial
de investigação das regiões europeias, visando
a construção de uma efectiva e democrática
Sociedade Europeia do Conhecimento.
Segundo explica em comunicado a FEUP, vão
ser apresentadas como principais prioridades
do 7º PQ a maior participação das indústrias e
um maior investimento privado em projectos
de investigação – lacunas detectadas nos PQ
anteriores. Este programa apresenta ainda
nove temas principais sobre os quais incidirá: Saúde; Alimentação, Agricultura, e Biotecnologia; Tecnologias de Informação e Comunicação; Nanociências, Nanotecnologias,
Materiais e Novas Tecnologias de Produção;
Energia; Ambiente; Ciências Socioeconómicas
e Ciências Humanas e Segurança e Espaço.
Note-se que estas áreas temáticas terão uma
abordagem diferente, tendo em conta cada um
dos quatro programas específicos do 7º PQ.
A participação nesta iniciativa é livre e gratuita,
obrigando apenas à pré-inscrição dos interessados através do endereço de e-mail dcoop@fe.
up.pt. A Sessão de Informação é direccionada
a docentes e investigadores, coordenadores e
responsáveis de projectos nacionais ou internacionais e responsáveis por entidades públicas
e privadas com responsabilidade de promoção
de projectos, gestão e disseminação, sendo a
primeira apresentação do 7PQ em Portugal que
contará com a presença de um membro da Direcção Geral de Investigação da Comissão Europeia.
Relembre-se que o Programa-Quadro é o
principal instrumento da União Europeia para
o financiamento de investigação e desenvolvimento. O PQ é proposto pela Comissão Europeia e adoptada pelo Conselho e Parlamento
Europeus, seguindo um procedimento de
co-decisão. Os PQ são implementados desde
1984 e aplicados durante um período de cinco
anos, tendo sido proposto que o PQ7 decorra
durante sete anos. O Programa-Quadro actual
é o PQ6, que irá decorrer até ao final de 2006.
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Universidades
ENSINO SUPERIOR EM REDE
FMUP
UÉVORA
CGE DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA
COORDENA CAMPANHAS CIENTÍFICAS
DE PROGRAMAS EUROPEUS
FMUP E INEM FORMALIZAM
PROTOCOLO
A Faculdade de Medicina do Porto (FMUP)
e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) firmaram este mês um protocolo
relativo aos Estágios de Prática Clínica em
Emergência Médica Pré-Hospitalar”.
“Este protocolo constitui uma óptima oportunidade para os estudantes de Medicina, que
poderão, a partir de agora, contactar com a
empresa médica extra-hospitalar”, alargando
assim o ensino para além fronteiras, considera José Amarante, director da FMUP.
O protocolo é assinado pelo director da
FMUP e pelo Presidente do INEM, Luís Manuel Cunha Ribeiro, nas instalações do Instituto Nacional de Emergência Médica.
Entre 18 de Maio a 18 de Junho decorrem
duas campanhas científicas aéreas observacionais, referentes aos Projectos Europeus CAPEX (Clouds and Aerosols over
Portugal Experiment) e DARPO (Desert
Dust and Biomass Burning Aerosols over
Portugal), financiados pela European Fleet
for Airborne Research (EUFAR) e coordenados cientificamente pelo Centro de Geofísica de Évora.
Estes projectos irão investigar as propriedades de aerossóis e nuvens, os efeitos de
aerossóis, particularmente de aerossóis
oriundos do deserto do Sahara, ou dos
incêndios ou da poluição industrial e urbana, sobre as propriedades microfísicas
das nuvens e a alteração das condições de
formação de precipitação, recorrendo a
duas plataformas aéreas observacionais,
o avião BAe-146 do Serviço Meteorológico
Britânico e o avião Falcon FA 20 do Deutsches Zentrum fuer Luft- und Raumfahrt
DLR), e às plataformas observacionais à
superfície do Observatório de Física da
Atmosfera do Centro de Geofísica de Évora, em Évora e no Cabo da Roca. O Centro
de Geofísica de Évora foi criado em 1991
no âmbito do Programa Ciência e iniciou
as suas actividades de investigação em
1993, desenvolvendo a sua investigação
científica no campo das Ciências da Terra,
do Clima e Ambiente e do Espaço e abrange as seguintes actividades: Projectos de
I&D, formação avançada, organização
de conferências/workshops e cursos
avançados, cooperação com outras Instituições e difusão de cultura científica e
prestação de serviços à comunidade.
Segundo informa em comunicado a Universidade de Évora, esta campanha terá igualmente a participação da equipa espanhola
da Universidade de Granada, que transportará equipamento observacional de superfície, designadamente um LIDAR.
Para mais informação consultar as páginas http://www.cge.uevora.pt, http://www.
eufar.net ou contactar o Centro de Geofísica de Évora pelo telefone 266 740800 - ext.
5353 (Carla Fernandes).
UMINHO
INVESTIGADOR DA UMINHO
PREMIADO NOS EUA
Paulo Sampaio, investigador do Departamento
de Produção e Sistemas da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, recebeu o
prémio para o melhor artigo apresentado na
World Conference on Quality and Improvement, no âmbito da Student Technical Paper
Competition.
Trata-se de uma Conferência Mundial, organizada pela American Society for Quality (ASQ),
que decorreu em Milwaukee (Wisconsin), nos
Estados Unidos da América, entre 1 e 3 de
Maio de 2006.
O Congresso, dos mais relevantes no panora-
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ma internacional na área da Qualidade, reuniu
mais de 2000 participantes, entre representantes de universidades/ institutos de investigação e empresas.
Paulo Sampaio desenvolve actualmente o seu
projecto de doutoramento “Estudo do Fenómeno ISO 9000 – origens, motivações, consequências e perspectivas”, sob orientação do
Prof. Pedro Saraiva (Universidade de Coimbra)
e do Prof. António Guimarães Rodrigues (Universidade do Minho).
Mais informações contactar o Departamento de
Produção e Sistemas da Escola de Engenharia
pelo Telef: 253 604 740 ou o Engº Paulo Sampaio, 96 6126314, [email protected]
Maio 2006 | Mundus
69.
Ciência no
ENSINO
SUPERIOR
Mundo EM REDE
FEUP
ENCONTRO MUNDIAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS NA FEUP
Entre 22 de Maio e até ao dia 25, a Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) foi
palco de uma conferência mundial que, pela primeira vez em Portugal, reuniu 170 responsáveis
de bibliotecas universitárias, oriundos dos cinco
continentes. Na 27ª conferência da “International Association of Technical University Libraries”
(IATUL), especialistas internacionais na área da
Ciência e da Tecnologia, levam a debate o tema
da “Informação em Contexto”, respondendo a
três importantes questões – como, quando e em
que formato a informação será imprescindível
para os utilizadores –, a conferência está subordinada ao tema genérico “Imbuir as bibliotecas
na aprendizagem e na investigação”.
Segundo explica em comunicado a FEUP,
para além da importância do universo digital
e virtual, nomeadamente o e-learning e o escience, o programa prevê ainda o debate sobre a integração da informação nos fluxos de
trabalho institucionais e individuais. O objectivo foi o de dar a conhecer o papel das bibliotecas enquanto serviços e não apenas como
meros espaços de arquivo de informação.
A gestão da informação no contexto do
e-science é levada à discussão pela intervenção de Anne Trefethen. Directora do
“e-science Core Programme” e directora
executiva do “Interdisciplinary e-Research
Centre”, da Universidade de Oxford, é considerada porta-voz de excelência das actividades mundiais na área do e-science.
70.
Maio 2006 | Mundus
O guru das bibliotecas digitais, Herbert Van
de Sompel, é outro dos especialistas que
marca presença em Portugal. Para além de
várias distinções, do seu percurso profissional fazem parte incursões pela Cornell University e pela British Library. Actualmente,
lidera uma equipa de investigação no “Los
Alamos National Laboratory” – departamento da Universidade da Califórnia que trabalha
em articulação com a Administração Nacional da Segurança Nuclear (NNSA). Herbert
é conhecido por desenvolver soluções tão
práticas quanto criativas, sendo o mentor de
ferramentas que permitem melhorar, em bibliotecas e arquivos, o acesso à informação
num contexto global.
Uma das intervenções mais esperadas chega
do Egipto, através da comunicação de Sohair
Wastawy, directora da emblemática Biblioteca de Alexandria e reputada especialista em
gestão de bibliotecas em entidades académicas e de investigação. Registe-se ainda
a presença de Jan Wilkinson, responsável,
na British Library, pelo desenvolvimento de
serviços e produtos que correspondam às
necessidades de alunos, professores universitários e investigadores.
A FEUP, membro da IATUL desde 1998, foi
eleita para o Board em 2003, assumindo como
principal desiderato a ligação às comunidades latino-americana e espanhola. A 27ª
conferência da IATUL surge integrada nessa
missão, tendo a comissão científica decidido
congregar aquela comunidade mediante uma
forte presença de Portugal, Espanha e Brasil
e uma participação activa da Argentina e do
Chile. Importa destacar que é a primeira vez
que esta conferência se realiza num país da
Comunidade Ibero-Americana.
A conferência IATUL é um evento de periodicidade anual, sendo uma ocasião única
de formação, partilha de ideias e de experiências e validação das estratégias, métodos e técnicas para a gestão e direcção das
bibliotecas.
UMINHO
ATRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS ESCOLARES NA UNIVERSIDADE DO MINHO
Decorreu no passado dia 3 de Maio, uma
sessão de atribuição de prémios escolares,
em que foram entregues 153 Prémios de
Mérito Escolar que se reportam ao ano lectivo de 2004/05.
O Prémio de Mérito Escolar é atribuído aos
melhores alunos que tenham transitado de
ano, sem disciplinas em atraso, com média
ponderada igual ou superior a 14 valores,
cumprido um conjunto de condições, e garantindo que os melhores desempenhos
são distinguidos em todas as áreas, explica
a Universidade do Minho em comunicado.
Na Sessão de Atribuição de Prémios Escolares, para além dos Prémios de Mérito
Escolar já mencionados, serão também
atribuídas 30 Bolsas de Estudo por Mérito,
bem como 39 Prémios Conselho Académico e 38 Prémios “Universidade do Minho”.
O Reitor da Universidade do Minho (UMinho), Professor Doutor António Guimarães
Rodrigues irá presidir à sessão, que conta
também com a presença de diversas personalidades, das quais se destacam os
Directores de Curso das 51 licenciaturas
leccionadas na UMinho, e diversos representantes das Escolas Secundárias onde
estudaram alguns dos alunos premiados,
bem como outras personalidades civis e
académicas.
Mais informações no Gabinete de Comunicação, Informação e Imagem, através do
telefone 253 601124, fax 253 601105 ou email: [email protected].
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e.CIÊNCIA
INFORMAÇÃO SEMANAL
DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA
E INOVAÇÃO
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Maio 2006 | Mundus
71.
ESPECIAL SOCIEDADE CIENTÍFICA
Sociedade Portuguesa
de Gastrenterologia
Promover o desenvolvimento e
actualização de conhecimentos e
a esta especialidade. Assim, a SPG
estimular a investigação da Gas-
trabalhos de Gastrenterologia, para
pretende desenvolver actividades
trenterologia é um dos objectivos
além de promover contactos e in-
educacionais no domínio da Gas-
desta Sociedade, que pretende
tercâmbio nacional e internacional
trenterologia e exercer actividades
ainda difundir ideias, promover a
entre diversos profissionais ligados
de consultadoria neste campo.
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
foi constituída a 21 de Agosto de 1986, como
Associação Científica, sem fins lucrativos e de
utilidade pública, que surge no seguimento da
Secção com denominação, fundada em 1960, da
Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa.
prémios e bolsas de estudo e fomentar Projectos
de Investigação; e ainda, organizar e promover
Reuniões Científicas, como congressos nacionais
de Gastrenterologia e cursos de pós-graduação.
A SPG é filiada na Organization Mondiale de
Gastroenterologie e na Association des Societés Nationales Européennes et Méditerranéennes de Gastroenterologie. Em Abril de
2005, a Sociedade tinha 547 sócios.
A Sociedade propõe-se a editar e publicar uma
revista e assegurar a sua divulgação; a divulgar
documentos científicos e informativos entre os
seus membros; promover a criação no seu seio,
de “Secções Especializadas” e de “Comissões Específicas”; representar Portugal junto das Sociedades Internacionais homólogas e estas no nosso país; promover e cooperar na organização de
actividades educacionais dirigidas aos médicos,
profissionais de saúde e população em geral, no
domínio da Gastrenterologia; promover o estudo
das doenças do aparelho digestivo e colaborar
no desenvolvimento de programas profilácticos e
assistências no âmbito da Gastrenterologia; criar
72.
Maio 2006 | Mundus
GE-JORNAL PORTUGUÊS DE
GASTRENTEROLOGIA
A SPG possui uma publicação em que são
publicados artigos originais, artigos de revisão e casos clínicos sobre todos os temas do
aparelho digestivo. Estes artigos passam a
ser propriedade da Sociedade Portuguesa de
Gastrenterologia, não podendo ser reproduzidos, no todo ou em parte, sem autorização
por escrito do Corpo Editorial da Revista.
O GE-Jornal Português de Gastrenterologia é o
órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva e da Sociedade Portuguesa
de Gastrenterologia. O Prémio 2005 do GE - Jornal Português de Gastrenterologia foi atribuído
ao artigo “Diferentes Subtipos Clinicopatológicos
da Doença de Crohn podem ser definidos por
variantes dos Genes NOD2/TNFA”, dos seguintes autores: S. Almeida (Departamento de Gastrenterologia, Faculdade de Medicina do Porto),
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ESPECIAL SOCIEDADE CIENTÍFICA
sem fins lucrativos e de utilidade pública,
da qual fazem parte médicos e outros profissionais ligados à saúde que praticam ou
se interessam pela endoscopia digestiva em
Portugal.
A. C. Ferreira (IPATIMUP – Instituto de Patologia
Molecular da Universidade do Porto), P. Canedo (IPATIMUP – Instituto de Patologia Molecular
da Universidade do Porto e Departamento de
Anatomia Patológica, Faculdade de Medicina
do Porto), F. Pereira (IPATIMUP – Instituto de
Patologia Molecular da Universidade do Porto),
C. Figueiredo (IPATIMUP – Instituto de Patologia
Molecular da Universidade do Porto e Departamento de Anatomia Patológica, Faculdade de
Medicina do Porto), R. Seruca (IPATIMUP – Instituto de Patologia Molecular da Universidade do
Porto e Departamento de Anatomia Patológica,
Faculdade de Medicina do Porto), J. C. Machado (IPATIMUP – Instituto de Patologia Molecular
da Universidade do Porto e Departamento de
Anatomia Patológica, Faculdade de Medicina
do Porto), F. Tavarela Veloso (Departamento de
Gastrenterologia, Faculdade de Medicina do
Porto e Hospital de S. João, Porto)
XXVI CONGRESSO NACIONAL DE GASTRENTEROLOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA
O congresso decorre no Porto - Sheraton
Porto Hotel & SPA, entre 7 e 10 de Junho,
sendo precedido pela realização de um Cur-
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so Pós-Graduado, que terá como tema Fronteiras da endoscopia terapêutica e cirúrgica.
Entre outros acontecimentos será realizada uma
conferência “Porto – Os Hospitais e a Cidade”, um
simpósio clínico “Oncologia em Gastrenterologia”
em que vários moderadores falam sobre “Esófago
de Barrett - factores associados ao seu desenvolvimento e ao risco de adenocarcinoma”, “Tratamento paliativo da disfagia de causa maligna”, “Helicobacter pilory e Carcinoma Gástrico: da infecção à
transformação” e “Cancro Colo-Rectal na Doença
Inflamatória do Intestino – Podemos Preveni-lo”.
Para além deste simpósio vai ter outros, nomeadamente Controvérsias na Hepatologia Actual,
Colite Ulcerosa, Ecoendoscopia, Carcinoma do
pâncreas Exócrino, Endoscopia Terapêutica – Prevenção e Tratamento das Complicações, entre outros, incluindo conferências e workshops.
OUTRAS SOCIEDADES LIGADAS
À SOCIEDADE PORTUGUESA
DE GASTRENTEROLOGIA
Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED)
Esta sociedade é uma associação científica,
A SPED foi fundada em 1979 e tem como
objectivos Promover o desenvolvimento da
endoscopia digestiva ao serviço da saúde da
população portuguesa; Difundir a actualizarão de ideias, conhecimentos e trabalhos em
matéria de endoscopia digestiva; Estimular a
investigação na área da endoscopia digestiva;
Promover contactos e o intercâmbio nacional
e internacional-entre os diversos profissionais ligados à endoscopia digestiva; Desenvolver actividades educacionais conducentes
à formação e aperfeiçoamento de médicos e
outros técnicos em endoscopia digestiva; e
Contribuir para o estabelecimento de normas
de treino e prática em endoscopia digestiva.
É também filiada na European Society of
Gastrointestinal Endoscopy e na Organisation Mondiale d’Endoscopie Digestive. Em
Abril de 2005 tinha 432 sócios.
Associação Portuguesa para o Estudo do
Fígado
A associação tem como finalidade promover
o desenvolvimento da Hepatologia, ramo do
saber relacionado com o fígado. Entre outros
tem como objectivo o estímulo do estudo e
investigação de problemas científicos relacionados com o fígado e as suas doenças;
estudo dos aspectos sociais das doenças
hepáticas e sua profilaxia; promoção do estreitamento de relações científicas entre os
médicos portugueses e outros profissionais
de saúde que se dedicam particularmente a
este campo da Medicina; e intercâmbio científico com associações estrangeiras criadas
com objectivos idênticos. Em Abril de 2005
tinha 157 sócios.
Maio 2006 | Mundus
73.
Coluna
BIOTECNOLOGIA
por Tiago Fleming Outeiro
Dieta Mediterrânica:
Protecção Natural Contra a Doença de Alzheimer?
O envelhecimento da população mundial tem levantado inúmeros problemas
por doenças do envelhecimento, como a
doença de Alzheimer, por exemplo. No
para o qual penso ser importante dedicarmos a nossa atenção, já que se trata
sócio-económicos, especialmente pelo
grande número de pessoas afectadas
seguimento do meu último artigo, venho
agora tocar num tema mais específico, e
de algo que faz parte do quotidiano de
todos nós: a alimentação.
Desde há muitos anos que sabemos que a alimentação tem grandes repercussões na nossa saúde e na qualidade de vida. Dietas ricas
em gorduras e carbohidratos estão associadas com várias doenças, desde a diabetes até
às doenças cardiovasculares. À medida que a
população mundial envelhece, novos estudos
vão sendo feitos, revelando novos efeitos da alimentação sobre os processos naturais do envelhecimento, aos quais está associada a doença de Alzheimer. Esta doença caracteriza-se
por uma gradual perda cognitiva, culminando
numa demência que incapacita os pacientes,
tendo efeitos tremendos também nas respectivas famílias, e em último lugar na sociedade.
A doença de Alzheimer foi primeiro descrita
pelo médico Alemão Alois Alzheimer há precisamente 100 anos (em 1906), numa paciente
conhecida como Auguste D. Alzheimer estudou
o cérebro de Auguste, depois da sua morte, e
encontrou agregados proteicos espalhados
pelo cérebro. Os estudos que se seguiram, por
vários neurologistas, acabaram por definir as
características clínicas da doença. Só várias
décadas mais tarde se começaram a perceber
os determinantes moleculares por trás de toda
a sintomatologia clínica, e ainda hoje continuamos sem perceber na totalidade os eventos que
culminam com a morte neuronal na doença de
Alzheimer.
85 anos de idade. A demência causada por esta
doença tem efeitos devastadores a nível mundial, pelo que se torna essencial perceber como
a prevenir. Mas porque é que surge esta doença?
E porque é que não afecta toda a gente?
três vezes mais peixe e menos de um terço de
lacticínios, apresentaram um risco de desenvolver Alzheimer reduzido em quase 40 por cento.
A doença de Alzheimer afecta um número crescente de pessoas, e chega ao número impressionante de 50 por cento das pessoas com mais de
74.
Maio 2006 | Mundus
Um estudo recente sugere que uma dieta rica
em fruta, vegetais e azeite, algum peixe e mesmo álcool, mas poucos lacticínios e carne – conhecida como dieta Mediterrânica – pode reduzir o risco de doença de Alzheimer nos mais
idosos.
Os especialistas desde há muito que pensam
que a dieta tem um papel importante nesta doença e também noutras doenças semelhantes,
mas os vários estudos feitos sobre componentes
individuais da dieta, como o peixe ou vitamina B,
têm sido inconclusivos. Recentemente, o grupo
do neurologista Nikolaos Scarmeas da Universidade de Columbia, nos EUA, colocou a hipótese
de que hábitos alimentares mais alargados possam ser mais informativos.
Os investigadores seguiram mais de 2.000 pessoas idosas (com uma media de 77 anos) sem
sinais de declínio cognitivo, durante quatro anos.
A cada 18 meses os participantes respondiam
a questionários sobre as suas dietas. No total,
262 participantes desenvolveram a doença de
Alzheimer durante a duração do estudo.
Dos participantes que fizeram uma alimentação
mais próxima da dieta mediterrânica, ingerindo
Este estudo constitui apenas um indício de que
a dieta Mediterrânica pode proteger contra este
tipo de doenças neurodegenerativas, mas é ainda prematuro fazer recomendações alimentares
baseadas nestes resultados, pois são necessários outros estudos para confirmar estas observações iniciais.
De qualquer forma, já sabemos que a dieta
Mediterrânica protege contra doenças cardiovasculares, diabetes, e alguns tipos de cancro.
Falta agora confirmar se este tipo de dieta poderá, de facto, ser protectora também na doença de Alzheimer. Se assim for, a biotecnologia
poderá, também aqui, ter um papel crucial, já
que poderá permitir a produção de suplementos
alimentares contendo as substâncias protectoras, concentrando ainda mais os seus efeitos e
evitando outras substâncias que possam estar
presentes neste tipo de dieta e que possam ser
menos benéficas.
Apesar de Portugal não ser um país geograficamente Mediterrânico, partilhamos muitos
hábitos culturais que nos podem classificar
dessa forma, e a dieta é um desses hábitos.
Devemos assim manter-nos atentos a este tipo
de estudos, já que podem ter grandes implicações no nosso caso concreto. Seria muito bom
se estivéssemos “naturalmente” protegidos!
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Maio 2006 | Mundus
75.
DESTAQUE
INSTITUIÇÃO
ESCOLA SUPERIOR ARTÍSTICA DO PORTO
Criação e desenvolvimento artístico
No Porto e em Guimarães, a
e saber, tendo sempre em conta
para uma especialização, mas
ESAP promove uma prática
a criatividade e o envolvimento
também para uma sensibiliza-
pedagógica de interacção entre
com o meio regional. Os cursos
ção às diferentes experiências
as diversas áreas de actividade
aqui ministrados contribuem
criativas
A Escola Superior Artística do Porto (ESAP)
tem como entidade tutelar a Cooperativa de
Ensino Superior Artístico do Porto (CESAP),
entidade de utilidade pública sem fins lucrativos, constituída em Maio de 1982.
que, no âmbito de cada curso, promovam a
cidade do porto e a região que a envolve. Os
cursos da ESAP caracterizam-se ainda por
uma responsabilização partilhada e participada de todos os associados da cooperativa,
alunos/ professores/ funcionários, no desenvolvimento das actividades escolares, tendo
como objectivo um aumento progressivo da
identidade própria da escola, da qualidade
da formação e da eficácia do respectivo funcionamento.
motiva e estimula ainda mais a continuidade
deste projecto de escola, já que confirma a
validade dos objectivos e métodos pedagógicos prosseguidos.
A ESAP tem por objectivo criar meios que
possibilitem na prática pedagógica quotidiana uma interacção entre as diferentes áreas
de actividade e saber, mantendo uma diversidade de cursos, contribuindo não só para
uma especialização, mas também para uma
sensibilização às diferentes experiências
criativas.
Desta forma, os cursos superiores artísticos
da ESAP, pela sua concepção e pelo seu funcionamento, caracterizam-se pela combinação equilibrada dos estudos em termos de
teoricidade, tecnicidade e criatividade, visando a aquisição de capacidades para o exercício de actividades profissionais e artísticas
no âmbito de cada curso. Outro dos parâmetros que caracteriza estes cursos tem a ver
com o ênfase dado no envolvimento com o
meio regional visando o seu desenvolvimento cultural, artístico e arquitectónico, por
uma busca de participação nas actividades
76.
Maio 2006 | Mundus
O facto de as escolas se encontrarem localizadas nos centros históricos das cidades do
Porto e de Guimarães (patrimónios da humanidade) estimula uma participação constante
no meio urbano em que se insere, quer através de exercícios curriculares equacionados
para responder a necessidades concretas,
quer mesmo por solicitação das instituições
e órgãos de poder local.
De acordo com a escola, na sequência do
trabalho pedagógico e científico desenvolvido, os alunos da ESAP têm sido distinguidos
com vários prémios e menções a nível nacional e internacional, através da sua participação em variados concursos. Tal sucesso
A ESAP é uma escola associada da UNESCO
e desenvolve vários acordos bilaterais com
universidades europeias, no âmbito do programa Sócrates e Leonardo, de mobilidade
internacional de docentes e estudantes.
A qualidade do seu corpo docente e do ensino ministrado, o acompanhamento personalizado do processo de formação – informação, a ligação escola – meio, em permanente
expansão, fazem da ESAP uma instituição de
prestígio, onde faz sentido estudar e preparar-se para as exigências do presente e do
futuro.
ESAP GUIMARÃES
A Extensão de Guimarães da Escola Superior Artística do Porto funciona desde o ano
lectivo de 1983/84, sob a designação de Cooperativa de Ensino Superior Artístico Árvore
I, CRL. A Escola ministra o Curso Superior
de Desenho e o Curso Superior de Pintura.
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DESTAQUE
INSTITUIÇÃO
ganização de eventos de índole cultural,
científica e artística, bem como de cursos de
pós-graduação relacionados com as linhas
de investigação do Centro.
Actualmente com dez projectos em curso, o
CEAA lançou em 2002 um programa de divulgação dos resultados do trabalho desenvolvido, assente na realização de pequenas
exposições e na criação de uma linha de publicações, ambas concebidas e executadas
pelos seus investigadores, razão que levou a
que fossem genericamente designadas por
exposições caseiras e edições caseiras respectivamente.
Tem ainda em funcionamento o Curso de
Pós-Graduação em Direcção Artística e pretende iniciar o Curso de Pós-Graduação em
Desenho e o Curso de Pós – Graduação em
Produção Criativa/ Multimédia. É ainda ministrado o curso de Iniciação às Artes Plásticas (crianças), Serigrafia, Gravura, Banda
Desenhada, Fotografia.
Aqui são ministrados igualmente os cursos
livres de História da Arte, Fotografia Pintura,
Serigrafia, Desenho, Gravura, Banda Desenhada e Iniciação às Artes Plásticas (crianças) destinados ao público em geral interessado nestas áreas.
Por se encontrar numa fase de reestruturação, e apesar dos cursos aqui ministrados
conferirem apenas o grau de Bacharelato, os
alunos aqui diplomados têm a possibilidade
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de prosseguir os seus estudos para obtenção
do grau de Licenciatura, na ESAP/ Porto, onde
funcionam os Cursos de Licenciatura Bietápica de Artes Plásticas – ramos de Desenho
e Pintura e de Arte e Comunicação – ramos
Audiovisual, Fotográfico e Multimédia.
INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Fundado no ano lectivo de 1999/2000, o Centro de Estudos Arnaldo Araújo (CEAA) tem
como objectivo principal o desenvolvimento
de projectos de investigação científica inter
e multidisciplinar nas áreas científicas, artísticas dos cursos leccionados na ESAP,
nomeadamente Arquitectura, Artes Plásticas, Cinema, Comunicação, Desenho, Fotografia, Teatro e Vídeo. São ainda objectivos
complementares do CEAA a divulgação dos
resultados da investigação produzida, a or-
Como uma das formas possíveis de intervir
na comunidade, o CEAA tem vindo a elaborar
desde 2000, pequenos estudos que servem
de base à apresentação de propostas de
defesa de património edificado como, por
exemplo, a proposta de classificação da casa
Ricardo Severo, apresentada ao IPAAR ou a
proposta de reconstrução no Parque da Cidade da casa da Rua Honório de Lima, do Arquitecto Viana de Lima, apresentada simultaneamente à Câmara Municipal do Porto e
à Sociedade Porto 2001.
DOCUMENTAÇÃO DE CONSTRUÇÃO
Este é um centro constituído pelos professores de construção do curso de arquitectura,
teve os estatutos aprovados pelo conselho
científico em Abril de 2001. Este centro tem
como principais objectivos a criação e manutenção de uma base de dados na área disciplinar da construção, para uso de estudantes
e professores. O centro iniciou e desenvolve
um acervo de amostras de materiais, catálogos, legislação, normas e especificações
técnicas.
De acordo com a Instituição, o Centro tem ainda, como objectivo, estabelecer relações de
parceria com outras instituições similares e
prestar apoio a projectos de investigação.
Maio 2006 | Mundus
77.
Internacional em Revista
CIENTISTAS DESCOBREM NOVO
GÉNERO DE MACACO
Investigadores da Sociedade Mundial de
Conservação, liderados por Tim Davenport, acabam de reclassificar uma espécie de macaco da Tanzânia, descoberta no
ano passado.
O animal, parente próximo dos babuínos,
tem cerca de 90 centímetros, pêlo castanho e hábitos arborícolas. De acordo com
os cientistas, as análises de DNA e da
morfologia do crânio do animal mostraram
que ele não é apenas uma nova espécie
primata, mas um novo género – o primeiro descoberto em África em mais de 80
anos. “O DNA indica que ele é um babuíno, mas o crânio não tem nada a ver com
o de um babuíno”, explicam os cientistas,
(conjuntivite granular), uma doença infecciosa dos olhos que já deixou seis milhões
de cegos no mundo.
O teste criado pela Universidade de Cambridge (Reino Unido) mostrou-se mais
preciso do que métodos de diagnóstico
anteriores, após o surgimento de sinais
clínicos, em estudo feito com 664 crianças tanzanianas, com idades entre 1 e 9
anos.
BRITÂNICOS CRIAM
TESTE QUE AJUDA A PREVENIR
CEGUEIRA
Cientistas britânicos criaram um teste económico que pode diagnosticar o tracoma
78.
Maio 2006 | Mundus
De acordo com os investigadores, com a
novidade, não houve falsos positivos e a
percentagem de detecção ficou em 84 por
cento das pessoas infectadas. De acordo
com Helen Lee, investigadora da Universidade de Cambridge, o exame, que pode
ser feito sem recurso a energia eléctrica,
água canalizada ou equipamento de laboratório, permite a detecção da Chlamydia
trachomatis, a bactéria responsável pelo
tracoma e também por infecções genitais,
acrescentando que “como não podíamos
classificá-lo em nenhum género existente,
resolvemos criar outro género”.
Até à sua descoberta, os investigadores
só haviam visto o macaco de longe, na floresta e por se tratar de um animal raro e
de difícil captura, a primeira descrição da
espécie tinha apenas sido feita com base
em fotografias. Assim, o macaco foi classificado como Lophocebus kipunji – uma
nova espécie do género Lophocebus, passando agora a chamar-se Rungwecebus
kipunji – a primeira espécie de um género
inédito. O nome científico do bicho passa
a ser Rungwecebus kipunji (o nome antigo era Lophocebus, um género já conhecido).
in Science
disponibilizando os resultados em cerca de
25 minutos.
O tracoma, considerado pela Organização
Mundial de Saúde como a principal causa
de ‘cegueira evitável’ no mundo, é facilmente
transmitido de uma pessoa para outra, apenas passando as mãos nos olhos. A infecção
acontece na infância, na primeira vez, mas as
pessoas ficam cegas apenas na idade adulta.
A cegueira é resultante das infecções sucessivas que causam lesões no interior da
pálpebra e, depois, do atrito dos cílios sobre
a córnea. A OMS estima em seis milhões o
número de pessoas cegas pela doença. Ao
todo, 150 milhões precisam de tratamento. A
OMS elaborou uma estratégia para erradicar
esta infecção até 2020: cuidados cirúrgicos
para evitar a cegueira, antibióticos, higiene
facial e saneamento básico.
in The Lancet
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Internacional em Revista
NOVA TÉCNICA ABRE
CAMINHO A TRATAMENTO
CONTRA A DIABETES
as depois no pâncreas dos ratos. Depois disso,
e com a ajuda de um aparelho de ultra-som,
fizeram as microbolhas explodir, libertando
seu conteúdo nas células dos roedores.
Cientistas americanos encontram-se a desenvolver uma nova técnica que pode abrir
caminho para tratamentos mais eficazes
contra ambas as formas de diabetes, ainda sem cura conhecida. Os investigadores
usaram microbolhas para introduzir o gene
da insulina no pâncreas de ratos, aumentando a produção dessa hormona, em falta
nas pessoas com a doença.
Segundo os cientistas, o truque funcionou.
Deu-se um aumento significativo da produção de insulina e uma diminuição dos níveis de açúcar no sangue dos animais.
O trabalho, coordenado por Paul Grayburn,
do Centro Médico da Universidade Baylor
(Texas), surge na tentativa de vencer as
dificuldades impostas até agora às abordagens similares. Tanto a diabetes tipo 1
como o tipo 2 têm a ver com a diminuição
da produção de insulina, hormona que regula a quantidade de açúcar no sangue,
sendo as ‘fábricas’ de insulina chamadas
células beta do pâncreas.
Para os cientistas, um caminho óbvio seria
inserir nas células beta dos doentes cópias
extras do gene que contém a receita para a
produção de insulina, mas as tentativas feitas até hoje em animais de laboratório (com
a ajuda de vírus, por exemplo) não resultaram.
Assim, Grayburn e os colegas decidiram inserir o gene da insulina humana em microbolhas
(feitas de fosfolipídios, o mesmo material que
compõe a membrana das células) injectando-
ASPIRINA TAMBÉM AJUDA
A COMBATER SURDEZ
da aspirina, depois de realizarem um estudo
com 195 pacientes na China, que receberam
entre 80 e 160 miligramas de aminoglicosídeo de forma intravenosa, duas vezes ao dia,
durante cinco a sete dias. No estudo, as 195
pessoas tomaram o antibiótico, sendo que
89 delas também ingeriram aspirina e outras 106 receberam placebo.
Um estudo recente indica que a aspirina
pode ser útil na luta contra as doenças cardiovasculares e também pode combater um
tipo de surdez causada por antibióticos.
De acordo com o estudo realizado por uma
equipa da Universidade de Michigan, o uso
excessivo dos aminoglicosídeos, um tipo de
antibiótico utilizado contra infecções, fibrose cística e tuberculose, foi relacionado a
um tipo de surdez irreversível.
Os cientistas americanos, que contaram com
a colaboração de investigadores chineses,
descobriram que muitos casos deste tipo
de surdez podem ser prevenidos com o uso
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De acordo com os investigadores, as conclusões do estudo “foram impressionantes”: a
incidência de surdez no grupo que recebeu
placebo foi de 13 por cento, já no outro grupo que tomou a aspirina foi de apenas três
por cento, ou seja, 75 por cento a menos.
“Gostaríamos de informar à comunidade
médica no mundo todo que, com algumas
precauções, é possível minimizar os riscos
dos seus pacientes. Há disponibilidade de
Para se certificarem de que a grande maioria
das cópias do gene da insulina se instalasse
nas células beta, onde eram realmente necessárias, os investigadores anexaram uma
porção de ADN ao gene que normalmente
está activo neste tipo de célula.
De acordo com os cientistas, além do potencial terapêutico, esta técnica também poderá ajudar a entender quais os genes que são
desligados nos pâncreas de diabéticos.
in Proceedings of the
National Academy of Sciences
aspirina em todos os lugares, e é barata”,
afirma Jochen Schacht, professor de biologia no Departamento de Otorrinolaringologia da Escola de Medicina da Universidade
de Michigan e um dos autores do estudo. Segundo relatam os cientistas envolvidos neste
trabalho de investigação, este tratamento já
havia sido testado, com sucesso, em ratos,
verificando-se agora que “funciona muito
bem em seres humanos”.
Além de ser um dos remédios mais baratos receitados contra qualquer tipo de dor,
a aspirina é considerada um importante
elemento na luta contra as doenças cardiovasculares devido às suas propriedades
anticoagulantes.
in New England Journal of Medicine
Maio 2006 | Mundus
79.
Internacional em Revista
FILHO DE CIENTISTA AJUDA
A ENTENDER RAÍZES DA FALA
grau de estimulação ambiental, motivo
pelo qual os investigadores tentam descobrir filmando as mães e os bebés em laboratório. Mas Roy diz que, neste ambiente
artificial, é difícil saber se as mudanças na
fala de uma criança são bruscas ou apenas o resultado da descontinuidade entre
as gravações, daí a ideia de manter um registo (quase) contínuo, até ao seu terceiro
aniversário.
De acordo com o estudo, Deb Roy tem vindo a monitorizar o seu filho desde que este
saiu do hospital, há nove meses, bem como
a sua família, através de um conjunto de 14
microfones e 11 câmaras de alta definição,
com a intenção de capturar, passo a passo,
o processo de aquisição da linguagem falada, que ainda é um mistério.
horas por dia, todos os dias, com o intuito de elucidar qual o papel dos estímulos
ambientais no desenvolvimento da fala,
num projecto supervisionado pelo Departamento de psicologia evolutiva Steven
Pinker.Ninguém conhece com precisão
os passos que levam da emissão dos primeiros sons à fluência no idioma materno,
por volta dos três anos de idade, mas boa
parte dos investigadores concordam que o
bebé faz muito mais do que simplesmente ouvir outras pessoas a falar antes de
descobrir as regras do seu idioma, a partir
desses exemplos. Segundo Pinker, parece
haver uma programação inata no cérebro
humano, que lhe permite queimar etapas
e montar com facilidade o quebra-cabeças
da linguagem.
A captação dos dados é feita durante 14
De qualquer forma, é necessário algum
in New Scientist
O investigador do Media Lab, no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts)
transformou o seu filho recém-nascido e
o resto da família em cobaias humanas de
uma experiência sobre a aprendizagem da
linguagem entre bebés.
80.
Maio 2006 | Mundus
Quanto à privacidade, o investigador diz
não ter medo de expor demais seu filho
numa idade tão delicada, considerando que
pelo menos um aspecto do projecto deverá
agradá-lo quando crescer: “ele pode ser a
primeira pessoa com uma memória que vai
até o nascimento”.
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Internacional em Revista
a rotação utilizando seis eixos giratórios à semelhança do que acontece quando orbitam em
redor do Sol. Mas no caso dos planetas rochosos, como a Terra ou Marte, existem períodos
de rotação constantes onde é possível observar
as superfícies a girar, enquanto que, os planetas gasosos como Saturno não têm uma superfície sólida que permita seguir os períodos
de tempo.
ASTRÓNOMOS DA NASA
DEFINEM DURAÇÃO DO DIA
EM SATURNO
O dia no planeta Saturno tem 10 horas e 47
minutos segundo descobriu uma equipa de astrólogos internacionais. Os cientistas salientam
que é mais complicado definir a escala de tempo num planeta gasoso do que apurar o tempo
num planeta rochoso como a Terra.
Depois de várias tentativas para chegar a esta
conclusão, os astrólogos do Jet Propulsion Laboratory da NASA, do Imperial College London
(ICL) e da Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA), conseguiram finalmente recolher
dados suficientes, através da missão Cassini-Huygens, que indicam que estas são as horas
e minutos que Saturno tem.
Os astrólogos da Nasa já tinham, nos anos 80,
na altura da missão Voyager, tentado definir o
horário de um dia em Saturno, mas os dados
na altura indicavam mais oito minutos do que as
horas agora apresentadas. Para os especialistas a dificuldade de definir uma escala de tempo
em Saturno assenta no facto deste ser um planeta constituído por gás, o que em comparação
com a Terra ou Marte torna a tarefa muito mais
difícil.
Segundo os especialistas os planetas fazem
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Para chegar a estas conclusões, os cientistas
utilizaram um instrumento que mede a intensidade dos campos magnéticos (magnetometer)
através de uma sonda, enviada pela missão
Cassini-Huygens da NASA, Agência Espacial
Europeia (ESA) e Agência Espacial Italiana, que
está há dois anos a recolher dados na órbita de
Saturno.
De acordo com os especialistas, os dados obtidos através da antiga missão Voyager foram
retirados por meio de medições rádio, sendo
que estes apresentavam mudanças de períodos ao longo do tempo, o que tornava o tempo
de cada dia em Saturno inconstante e inconsistente. Assim, decidiram através da missão
Cassini-Huygens utilizar medições alternativas
como repetição do índice de sinais de rádio
ou o período de rotação da direcção dos eixos
magnéticos de Saturno. Giacomo Giampieri,
investigador do Jet Propulsion Laboratory da
NASA e autor principal do artigo, refere que “o
período que encontrámos a partir das medições
do campo magnético tem-se mantido constante
desde que a Cassini entrou na órbita há quase
dois anos, enquanto as medições rádio desde
a Era Voyager demonstrou uma grande variabilidade”, acrescentando que “ao monitorizar o
campo magnético durante o resto da missão,
nós vamos ser capazes de resolver este quebracabeças”.
No artigo publicado na edição de 4 de Maio, os
especialistas defendem que o campo magnético
de Saturno está quase alinhado com os eixos
de rotação, uma imagem que se pode obter,
através da analogia de relação entre um disco
compacto (CD) e um leitor de CD.
Giacomo Giampieri, exemplifica “imagine que
se quer verificar se um CD está a tocar” e “se
o CD tiver uma etiqueta é fácil de ver num ápice
que está a rodar a uma grande velocidade no
leitor de CD. Mas se o CD não tiver etiqueta, não
seremos capazes de dizer se o CD se está a mover porque parece estático. O campo magnético
de Saturno é semelhante a um CD limpo: se se
olhar para ele, parece que não está a rodar”.
Fazer medições do campo magnético ajudou a
entrar nas profundezas de Saturno e a determinar o período claro no campo magnético do
planeta, defendem os cientistas.
Michele Dougherty, professor do ICL refere que
“fazer estas medições foi um dos objectivos
científicos mais importantes da equipa”, e que
“encontrar um período na rotação do campo
magnético ajuda-nos a compreender a estrutura
interna dos campos magnéticos de Saturno e a
partir dai, do próprio Saturno, o que nos vai ajudar a compreender como se formou o planeta”.
Os dados foram recolhidos ao longo de quase
dois anos, com o apoio da missão Cassini-Huygens em conjunto com a utilização de algoritmos especiais, permitindo que os astrónomos
identificassem uma assinatura regular de claridade no campo magnético de Saturno.
Mesmo tendo-se conseguido bons resultados, os especialistas defendem que o modelo
de medição utilizado nos campos magnéticos
de Saturno não poderá ser utilizado nos campos magnéticos de outros planetas. “O campo
magnético periódico de Saturno difere daquele
encontrado em Júpiter”, uma vez que “pode ser
modelado como um campo dipolo respectivamente com a rotação dos eixos”, explica Giacomo Giampieri.
in Nature
Maio 2006 | Mundus
81.
CURIOSIDADES
24 de Maio de 1844
MORSE ENVIA A PRIMEIRA MENSAGEM TELEGRÁFICA
O invento de Morse era muito simples,
sendo constituído por um transmissor
com uma bateria, um interruptor de circuito – chave Morse – e uma pequena
campainha que era o sistema receptor
conectado ao emissor por um condutor
eléctrico a dois fios. Adicionando ao sistema um conjunto idêntico no local de recepção a transmissão podia ser realizada
no sentido contrário, tratando-se de um
sistema muito simples, fiável e fácil de
utilizar.
Em 1850 um cabo marítimo ligava a GrãBretanha ao continente Europeu e, menos
de uma década depois, já existia uma ligação entre a América do Norte e a Inglaterra,
tendo sido ligadas as duas costas do Oceano
Atlântico entre a Nova Inglaterra e a Irlanda
por um cabo submarino em 1866.
Samuel F. B. Morse (1791-1872) iniciou em
1832 o desenvolvimento de um sistema telegráfico que utilizasse a energia eléctrica para
transmitir sinais à distância, embora tivesse
enfrentado diversas dificuldades, tanto nos
Estados Unidos como na Europa, inclusive no
que diz respeito à patente da invenção, até que
em 1843 conseguiu um financiamento do Governo americano para a construção de uma linha telegráfica entre Washington e Baltimore.
Em Maio de 1844 enviou a sua primeira
mensagem telegráfica (uma citação da
Bíblia) para a estação de caminho de ferro de Baltimore & Ohio, onde várias pes-
82.
Maio 2006 | Mundus
soas ilustres esperavam a sua transmissão, a partir do High Court of Justice em
Washington. Alfred Lewis Vail, colaborador de Morse, recebeu a mensagem e
retransmitiu-a de imediato. O sucesso foi
de tal forma que se formou uma companhia que cobriu o território americano de
linhas telegráficas, sendo que, em 1860,
quando Napoleão III lhe concedeu um
prémio de reconhecimento pela invenção,
já se encontravam instalados numerosos
aparelhos ‘morse’ nos Estados unidos e
na Europa. Na altura da sua morte o continente americano era já cruzado por mais
de 300 mil quilómetros de linhas.
O código inventado por Morse para a
transmissão, ainda hoje utilizado, era um
código binário constituído por pontos e
traços. O ponto correspondia a uma corrente eléctrica de curta duração e o traço
correspondia a uma corrente eléctrica
de longa duração. Os caracteres alfanuméricos eram codificados e compunham
uma mensagem representada por grupos
destes dois sinais. Cada sinal era separado de outro por um intervalo que tinha a
duração de um ponto. O traço tinha uma
duração igual à duração do sinal de três
pontos. A separação entre dois caracteres
– letras ou números – era igual à duração
do sinal de três pontos. A separação entre
palavras era igual à duração do sinal de
seis pontos.
Em 1912, ficou célebre a mensagem enviada pelo operador telegráfico através da
TSF do Titanic antes do seu afundamento:
... --- ... SOS - Save Our Souls (salvai as
nossas almas).
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CURIOSIDADES
22 de Maio
DIA INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE
A uma escala global, a perda da biodiversidade pode mesmo ameaçar a humanidade.
A Biodiversidade é um bem precioso para o
equilíbrio dos ecossistemas naturais e reveste-se de grande importância económica
para o Homem, nomeadamente ao nível das
novas necessidades na produção alimentar
e no tratamento de doenças. A grande maioria dos medicamentos mais vendidos tem a
sua origem na natureza, sendo muitas as
substâncias químicas puras extraídas de seres vivos usadas na indústria farmacêutica
em todo o mundo.
Nos últimos anos, o Homem tem vindo a
provocar o desaparecimento de espécies
e de áreas naturais, a uma velocidade sem
precedentes. A extinção de várias espécies
representa perdas irreversíveis de códigos
genéticos únicos, muitas vezes ligados ao
desenvolvimento de medicamentos, à produção de alimentos e a diversas actividades
económicas.
A biodiversidade garante-nos um sistema
de suporte da vida. Ela é exigida para a reciclagem de elementos essenciais, como o
carbono, o oxigénio e o azoto, responsáveis
pela redução da poluição, da protecção dos
lençóis de água e do combate à erosão dos
solos. A biodiversidade protege-nos de eventos catastróficos que ficam além da capacidade de controlo humano.
Agricultores e criadores dependem da diversidade genética das culturas e do gado para
o aumento das suas produções, bem como
para conseguirem responder a alterações
das condições ambientais. O valor da biodiversidade nos oceanos também é inquestionável, já que para além da grande produção
de oxigénio e consumo de dióxido de carbono, os oceanos contêm uma grande abundância de recursos alimentares. Segundo
os especialistas, actualmente, a produção
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de alimentos a partir dos stocks selvagens
de peixe é a maior fonte de proteína animal
para a população humana, continuamente
em expansão.
Para além de proteger as nossas fontes de
alimentos, a saúde e o ambiente, A biodiversidade também é a responsável pelo fornecimento de uma imensa quantidade de oportunidades recreativas e de valor estético.
A poluição da água e da atmosfera ultrapassa
as fronteiras nacionais, sendo a chuva ácida
um bom exemplo disso, já que as emissões
industriais geradas por um país atravessam
os limites desse território fazendo sentir-se
em diversos países vizinhos, atingindo toda
a humanidade.
Uma das grandes ameaças dos nossos dias,
muito devido à perda da biodiversidade, tem
a ver com as alterações globais climáticas.
O aumento da concentração de dióxido de
carbono e de outros gases responsáveis
pelo efeito de estufa traz consequências catastróficas para muitas espécies selvagens e
ecossistemas, assim como para as populações humanas. O aquecimento global pode
alterar as aptidões agrícolas dos solos, a resistência das culturas e a inundação das zonas costeiras, entre outros danos forçando
as espécies existentes a migrar, de modo a
tentarem manter as suas condições óptimas,
mas o ritmo das alterações será demasiado
rápido para permitir a sua adaptação.
Nos dias que correm, o valor da biodiversidade não tem apenas a ver com a beleza de
uma paisagem ou na manutenção de espécies em vias de extinção, mas com o facto
da sobrevivência humana neste planeta depender da sua conservação, devendo este
ser um objectivo a alcançar pela sociedade
no seu todo.
Maio 2006 | Mundus
83.
CURIOSIDADES
31 de Maio
DIA MUNDIAL DO NÃO-FUMADOR
O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a principal causa de doença e morte evitável no
mundo ocidental, tendo a Organização estabelecido 31 de Maio como o Dia Mundial
do Não-Fumador. Estima-se que 25 a 30
por cento de todos os tipos de cancro nos
países desenvolvidos estejam relacionados
com o tabaco. Cerca de 90 por cento dos
cancros de pulmão e entre 80 e 90 por cento dos cancros na boca, laringe e esófago
são causados pelo fumo do tabaco.
Nos últimos tempos, instituições internacionais como a OMS têm vindo a reconhecer os malefícios dos cigarros, tendo como
objectivo acabar com seu o fumo. Neste
sentido foram criadas restrições ao fumo
em locais de trabalho, em locais públicos
ou em transportes. Apesar de este ser um
problema grave de saúde pública, os actos
de fumar, ou de não fumar continuam a ser
uma decisão individual, sendo que estas
regulamentações vêm somente condicionar a forma como se fuma e não o fumar
em si. Deste modo, a melhor forma que estas organizações encontram para prevenir
e reduzir o consumo de tabaco reside na
divulgação dos respectivos malefícios.
A mortalidade associada ao tabaco tem
crescido muito nos homens nos últimos
anos, enquanto nas mulheres essa tendência ainda não se verificou. Isto, devido
ao tardio aparecimento de sintomas e de
doenças associadas ao fumo do tabaco que
afectam mais, neste momento, os fumadores do sexo masculino cuja ‘tradição’ de
fumar é bem mais antiga.
Mas, actualmente, não existe um fumador
tipo, mas sim diversos tipos de fumador. Isto
quer dizer que o acto de começar a fumar depende de diversas condicionantes, que pouco
têm a ver com o género sexual. Enquanto que
84.
Maio 2006 | Mundus
alguns fumadores sentem prazer em fumar,
sentindo-se melhor por isso, outros encontram nos cigarros uma forma mais fácil de lidar com o stresse e as pressões do dia-a-dia.
Há também quem adquira este hábito associando-o a momentos de pausa e relaxe.
O que é certo é que, em qualquer destes
casos, o acto de fumar torna-se num hábito de vida, rotineiro, que acarreta uma
dependência psicológica e física. Cerca de
90 por cento dos fumadores fumam todos
os dias, podendo ser considerados dependentes do tabaco. Devido à forte potência
aditiva da nicotina, a desabituação tabágica
torna-se depois muito difícil.
Cerca de um terço dos fumadores realiza uma
tentativa séria por ano para deixar de fumar,
sendo que 90 por cento destas tentativas não
são apoiadas por profissionais. Apenas cinco
por cento do total de fumadores conseguem
efectivamente parar. Segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia preventiva, de
entre um grupo de pessoas que tentaram deixar de fumar por iniciativa própria, apenas um
terço mantém a abstinência passados dois
dias e apenas cinco por cento conseguem
manter a abstinência passado um ano.
Os riscos para a saúde trazidos pelo tabaco
são conhecidos de todos. O fumo está, cada
vez mais, associado a diversas doenças graves. Isto justifica que os governos se preocupem com o acto de fumar, pois os gastos de
saúde de um fumador tornam-se um grande
peso para a sociedade. O Governo português
tem demonstrado ultimamente as suas intenções em introduzir algumas mudanças na lei
relativamente ao tabaco, proibindo o fumo do
tabaco nos locais públicos, entre outras mudanças. Isto porque o fumo não só prejudica
quem fuma deliberadamente, mas também
quem tem de fumar, sem ser fumador.
Outras medidas legislativas já foram, entretanto criadas nomeadamente para responder às necessidades de harmonização
com a legislação europeia. Estas incluem o
controlo da publicidade relativa ao tabaco,
que é proibida em muitos casos e ao avisos
que devem constar dos pacotes em relação
à presença de substâncias nocivas ao organismo.
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JUNHO
conferências
seminários
encontros
A não perder
ATÉ 11 DE JUNHO
CONFERÊNCIA DE APRESENTAÇÃO
DA EXPOSIÇÃO: PRÉMIO BRAUN
2005
Galeria 2, Piso -1, Centro de Exposições
do CCB - Centro Cultural de Belém.
Lançado em 1967, o Prémio Braun foi o primeiro concurso internacional na Alemanha
a promover o trabalho de jovens designers.
Esta XV edição do Prémio Braun, que pela
primeira vez é apresentado em Portugal,
com a sua temática “Dream real products”
(Sonhar produtos reais), propôs aos participantes que respondessem ao desafio de desenvolver novos conceitos de produtos que
representassem verdadeiras inovações na
área do design e da tecnologia e que ajudassem as pessoas no seu dia-a-dia – em casa,
no trabalho ou na escola, nas actividades
desportivas e de lazer ou ainda no contexto
da saúde e dos cuidados de saúde.
ATÉ 10 DE JUNHO
EXPOSIÇÃO “TESTEMUNHOS
DE GUERRA”
Salão Medieval da Reitoria da Universidade
do Minho, no Largo do Paço, em Braga. O
horário de funcionamento da mesma será
das 9:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30.
Esta exposição faz uma abordagem da presença de Portugal em África durante um dos
mais marcantes momentos da nossa história colectiva recente, o período da Guerra do
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Ultramar (1961-1974), que culminou com a
Revolução de 25 de Abril de 1974.
Dividida em diversas partes, que nos retratam
as mais variadas dimensões da guerra, esta
exposição dirige-se, não só a todos os que tenham curiosidade em conhecer melhor este
período, nomeadamente os mais jovens, mas
também a todos aqueles que tiveram um papel activo no desenrolar deste acontecimento.
http://www.cienciapt.net/congressosdesc.
asp?id=4524
Nesta exposição, apresentam-se 24 modelos tridimensionais de protótipos de
produtos pioneiros, desde um capacete de
protecção para praticantes de desportos
radicais, um assento portátil que se encaixa numa simples garrafa de água, até um
robot de salvamento flutuante ou um banco
ergonómico desenhado para auxiliar e facilitar o trabalho de parto. Os projectos são
facilmente compreendidos através da combinação dos modelos com textos explicativos e documentação gráfica – não só por
profissionais mas também pelos visitantes
em geral.
http://www.cienciapt.net/congressosdesc.asp?id=4536
Maio 2006 | Mundus
85.
conferências_seminários_encontros
A não perder
DIA 22 DE JUNHO ÀS 12.30H
PROTEÓMICA DAS DOENÇAS
PULMONARES CRÓNICAS:
DA DESCOBERTA
DE BIOMARCADORES
À APLICAÇÃO CLÍNICA
DIA 1 DE JUNHO ÀS 9.30H
Auditório do Instituto Nacional de Saúde
Dr. Ricardo Jorge. Ciclo de genética, genómica e proteómica (Doenças Genéticas).
Com Deborah Penque.
“BIOTECNOLOGIA:
INVESTIMENTO, CIÊNCIA E SAÚDE”
Museu da Farmácia, ANF em Lisboa
.
Iniciativa da Genzyme Portugal em parceria com o Museu da Farmácia.
Com esta iniciativa pretende-se contribuir
para um debate sério e esclarecedor sobre
o papel da Biotecnologia na Saúde, possibilitando a partilha inédita das diferentes
experiências e conhecimentos dos vários
profissionais da área.
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DIAS 29 E 30 DE JUNHO
E 1 DE JULHO
CONGRESSO
INTERNACIONAL
SOBRE DISCURSOS
E PRÁTICAS
Universidade Fernando Pessoa,
Porto.
DE 21 A 23 DE JUNHO
1.ª CONFERÊNCIA IBÉRICA
DE SISTEMAS E TECNOLOGIAS
DE INFORMAÇÃO (CISTI)
Em Esposende. A comunidade científica
poderá submeter trabalhos científicos originais sobre ideias inovadoras, soluções desenvolvidas que abordem problemas reais,
trabalhos empíricos, estudos de caso, etc.,
no domínio dos sistemas e tecnologias de
informação, e que se enquadrem numa das
cinco grandes temáticas da conferência.
Os artigos submetidos não devem estar
publicados nem sob revisão para nenhuma outra conferência ou publicação
nacional ou internacional.
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86.
Maio 2006 | Mundus
O Conselho da Europa proclamou o
ano de 2005 como o Ano Europeu da
Cidadania através da Educação. Pretendia-se que este constituísse uma
oportunidade para reflectir na questão da cidadania como um conceito
e uma prática que abrange todos os
domínios da vida social e pessoal cujo
exercício passa por uma participação
activa e responsável dos cidadãos na
construção de uma sociedade democrática.
O Congresso internacional da iniciativa da Universidade Fernando Pessoa
pretende constituir uma oportunidade para reflectir sobre a questão da
cidadania nas suas múltiplas faces e
vertentes, reunindo contributos para
um balanço do percurso já feito e das
formas de equacionar os novos desafios colocados à compreensão e ao
exercício da mesma.
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Inserido no âmbito das suas actividades de
divulgação científica. Com estes seminários o Instituto pretende dar a conhecer o
âmbito e resultados das suas actividades
de investigação científica. Tem ainda como
grande objectivo fomentar a discussão sobre temas da área das ciências da saúde
e promover o diálogo entre grupos de investigação com interesses comuns, dentro
e fora desta instituição. A apresentação do
trabalho será seguida por uma discussão
informal sobre o tema, que contará com a
presença de um moderador especialista
na área da investigação abordada.
Mais informações: [email protected].
pt, Avenida Padre Cruz, 1649-016 Lisboa,
Telefone 21 751 92 00. Fax 21 752 64 00.
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DIA 30 DE JUNHO ÀS 11H
CAUSAL THINKING:
IMAGINATION AND CHOICE ARE
INTERVENTIONS
ISPA. Inserido no Ciclo de Conferências
em Psicologia e Ciências do Comportamento 2006. Com Prof. Doutor Steve
Sloman (Brown Univ., EUA).
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conferências_seminários_encontros
A não perder
DIA 30 DE JUNHO, ÀS 21H
DE 21 A 25 DE JUNHO
ATÉ 25 DE JUNHO
CONFERÊNCIA “A AMEAÇA
BIOMÉTRICA À NOSSA
SOCIEDADE”
ELECTROMEDICINA
E ENGENHARIA CLÍNICA
EXPOSIÇÃO “FOTÓGRAFOS
DA VIDA SELVAGEM 06”
Santiago de Compostela.
Fábrica-Centro de Ciência Viva de Aveiro.
SEEIC Sociedad Española de Electromedicina e Ingeniería Clínica e a Associação Portuguesa de Engenharia
da Saúde estão a ultimar um Protocolo
- Convénio, que será assinado no decorrer desta Conferência. O Convénio
estabelece as condições e define os
objectivos de um vasto conjunto de iniciativas de âmbito ibérico que as duas
organizações se propõem desenvolver
nos próximos anos.
Mais informações:
[email protected]
http://www.cienciapt.net/congressosdesc.asp?id=4264
Pelo segundo ano consecutivo as fotografias
da vida selvagem invadem a Fábrica. Peixes,
pássaros, ursos e orangotangos habitarão o
espaço da Fábrica ao longo de quatro meses
e invadem o espaço da Fábrica com muitas
actividades! Esta exposição resulta do mais
prestigiado concurso mundial de Fotografia
de Natureza, promovido pelo Museu de História Natural de Londres e pela revista BBC
Wildlife, que parte de cerca de 20 mil fotografias provenientes de mais de 50 países
de fotógrafos amadores e profissionais.
Aula Magna da Faculdade de Filosofia
da Universidade Católica Portuguesa Braga. Com J. M. Curado. Inserido no
ciclo de conferências: Cérebros, Máquinas e Comportamentos 50º aniversário
do nascimento das Ciências Cognitivas.
A entrada é livre.
Mais informações contactar José António Alves, Faculdade de Filosofia, Universidade Católica Portuguesa, Pr. da
Faculdade de Filosofia, nª 1 - 4710-297
Braga, telefone +351 253 201 200, fax
+351 253 213 940, [email protected].
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DE 31 DE MAIO A 2 DE JUNHO
IV SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA
DE APROVEITAMENTO
INTEGRAL DO PESCADO
O Instituto de Tecnologia de Alimentos
(ITAL) realiza curso teórico e prático na
área de pescado.
DIA 3 DE JUNHO
O programa preliminar até ao momento inclui HACCP na cadeia produtiva de
pescado, elaboração de produtos com
polpa de tilápia, técnicas de congelamento, secagem e defumação, empanamento de diversos tipos de produtos,
entre outros.
O conteúdo teórico será complementado com a realização de um Workshop
na planta piloto, onde demonstrações
sobre aplicações específicas em produtos tradicionais do mercado serão
enfatizadas. Informações: Instituto
de Tecnologia de Alimentos – ITAL,
Telefone: (019) 3743-1884, Fax: (019)
3743-1882, e-mail: eventosctc@ital.
sp.gov.br
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WORKSHOP DISLEXIA - TEORIA,
DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Hospital CUF Descobertas - Lisboa
(Parque das Nações).
Recentemente surgiram muitos trabalhos de investigação sobre este tema,
feitos por especialistas de diversas
áreas, como a psicologia, educação, linguística, genética e neurologia, que têm
permitido um avanço significativo no
conhecimento desta perturbação, que
proporcionam orientações para o diagnostico e intervenção educativa eficaz.
Objectivos; Definir Dislexia, Descrever
as características da Síndrome Dislexia,
e Conhecer programas de intervenção.
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As fotografias vencedoras e finalistas do
concurso estão em exibição durante todo o
ano em várias partes do mundo. Aveiro fica
no mapa desta grande exibição!
Está disponível um guia pedagógico que permite aos mais novos poderem aprender a
observar de uma forma cuidadosa as fotografias. Nesta exposição estão igualmente disponíveis módulos interactivos onde os visitantes
podem conhecer a forma de visão de um
morcego ou de uma minhoca, “limpar” uma
parede interactiva para encontrar os animais
que se escondem debaixo de uma cortina de
sombra ou fazer um conjunto de borboletas
levantarem voo ao soar de palmas.
Para os mais pequenos existe um tapete
mágico onde vive um coelhinho branco e a
cada passo, despontam malmequeres brancos. É igualmente possível observar com
binóculos pássaros escondidos na Fábrica
ou conhecer a idade das árvores através da
contagem dos seus anéis. Desta forma esta
exposição transforma-se num espaço de
descoberta e aprendizagem fascinante.
A exposição pode ser visitada, de terça a
sexta-feira, das 10h00 às 18h00, e aos Sábados, domingos e feriados, das 11h00 às
19h00.
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Maio 2006 | Mundus
87.
NA PRÓXIMA EDIÇÃO
JUNHO
Empresas Inovadoras
Casos de sucesso e internacionalização
88.
Maio 2006 | Mundus
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