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PROTOCOLO
Avaliação Das Massas Ovarianas
As massas anexiais são achados frequentes em exames
ginecológicos de rotina, sendo as massas císticas e as
massas funcionais as mais freqüentes.
Na avaliação das massas anexiais é fundamental o
conhecimento da história clínica das pacientes, pois
de 0,6%. Neste grupo estão às imagens císticas (anecóides), paredes finas, sem fluxo ao Doppler.
uma grande parte das massas anexiais são funcionais
Mulheres em idade reprodutiva:
e apresentam resolução espontânea. O cuidado com
> 03 e <0 5 cm: não necessita seguimento
o seguimento de massas diagnosticadas na segunda
> 05 e < 07 cm: necessita seguimento 30 a 90 dias
fase do ciclo, que na grande maioria exibe regressão
> 07 cm avaliar se todo o cisto é bem visualizado e
completa em até 90 dias, evita condutas desnecessá-
realizar seguimento 30 a 90 dias. Se a ultrassonografia
rias em massas não apenas benignas, mas funcionais.
não é capaz de avaliar detalhadamente toda a exten-
Quando analisamos as massas anexiais usamos o principio da avaliação macroscópica, no qual observamos
são do cisto, devido ao seu tamanho, recomenda-se
exame complementar (RNM).
que, quanto mais complexas, maior o risco de malig-
Mulheres na pós menopausa:
nidade. O objetivo principal na avaliação das massas
< 01 cm: não necessita seguimento. Benigno
anexiais é excluir malignidades, o diagnóstico infelizmente é tardio, apenas 20% é diagnosticado no estádio I.
> 01 e < 07 cm: seguimento precoce. Se estável seguimento anual.
Na ultima década, muitos estudos e publicações ava-
> 07 cm: avaliar se todo o cisto é bem visualizado. Se-
liam as massas anexiais voltadas principalmente para
guimento precoce. Se US não é capaz de avaliar deta-
seu diagnóstico. O IOTA (International Ovarian Tumor
lhadamente toda a extensão do cisto, recomenda-se
Analisys Group) através de estudos multicêntricos mos-
exame complementar com RNM.
trou que a morfologia tumoral e sua vascularização são
Cistos uniloculares com componente sólido: apresen-
fundamentais para a diferenciação entre tumores ma-
tam risco de malignidade de 33%. Com este aspecto
lignos e benignos, sendo fundamental o reconhecimen-
estão muitos dos tumores “borderlines”.
to de padrões morfológicos pelo ultrassonografista. Estes
padrões morfológicos permitem que examinadores ex-
O uso do Doppler com a identificação de fluxo no
componente sólido aumenta o risco de malignidade.
perientes sejam capazes de identificar massas anexiais
Cistos multiloculares: apresentam risco de malignida-
complexas, mas que exibem características muito su-
de de 10%. Neste grupo estão incluídos os septos, mes-
gestivas de massas anexiais benignas, tais como corpo
mo quando únicos. Cistos foliculares, teca-luteinicos,
lúteo hemorrágico, cisto dermóide, endometriomas.
cistos mucinosos.
A ultrassonografia TV é o método de primeira linha
Cistos multiloculares com componente sólido: apre-
na avaliação devido a sua disponibilidade, custo-efe-
sentam risco de malignidade de 41%. A presença de
tividade e tolerabilidade. Nenhum outro método se
fluxo ao Doppler colorido no componente sólido refor-
mostrou superior a US na sua acurácia global, sendo o
ça o risco de malignidade. Tumores “borderline”, Ca de
método de escolha em mulheres assintomáticas e re-
ovário, cistoadenofibroma, dentre outros.
comendado para uso de rotina.
Tumores sólidos: apresentam risco de malignidade
de 62%, exibem cerca de 80% de sua ecotextura sólida.
AS MASSAS ANEXIAIS PODEM SER DESCRITAS COM AS
SEGUINTES CARACTERÍSTICAS:
Cistos uniloculares: apresentam risco de malignidade
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revista SGOB
Fibroma, disgerminoma, tecoma, etc.
Na avaliação das massas complexas a presença de
algumas características podem ser altamente sugesti-
ENTREVISTA
Novas Diretrizes para câncer
de colo de útero
Foto: Marcos Brandão / Luan Comunicação
Presidente da FEBRASGO fala sobre as novas Diretrizes
brasileiras para o rastreamento do câncer de colo de útero.
O Instituto Na-
Quais as principais mudanças destas novas Diretrizes?
cional de Câncer
Além da atualização das Normas existentes, que
(INCA) lançou, du-
são do ano de 2006, a maior mudança é que agora
rante o 14° Con-
estarão incluídas todas as condutas que devem ser
gresso Mundial de
seguidas até o desfecho final, referentes aos diversos
Patologia Cervical
resultados dos exames de rastreamento; ou seja, o en-
e
foque ampliou para a dimensão clínica assistencial.
Colposcopia,
promovido
pela
Associação Brasi-
Houve, por exemplo, ampliação da faixa etária. O
leira de Patologia
perfil da paciente vítima da incidência da doença
do Trato Genital
está mudando?
Inferior e Colposcopia, em julho, no Rio de Janeiro, as
Nas Normas havia o interesse explícito de propiciar
Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer
cobertura de exames para uma determinada faixa
do Colo do Útero.
etária preferencial com a pretensão de diminuir taxas
Confira a opinião do presidente da FEBRASGO, Etelvino Trindade, sobre a atualização.
de mortalidade. Nas Diretrizes constará a sugestão dos
limites para o início e término do rastreamento para todas as mulheres, salvaguardando casos específicos. A
As últimas Diretrizes foram elaboradas há quanto
tempo?
Anteriormente havia Normas, publicadas em 2006.
pretensão se tornou mais ambiciosa e visa chegar ao
nível de cobertura dos países mais desenvolvidos, atingindo toda a população feminina.
O trabalho atual focou avanços, pela atualização e
ampliação de conteúdos das normas existentes, tornando-as Diretrizes a serem aplicadas em todo o Brasil.
E o início do rastreamento, permanece o mesmo aos
25 anos?
A idade de 25 anos era citada como o limite inferior
Desta época para cá houve mudança na aborda-
da faixa preferencial para rastreamento; no entanto,
gem da doença, avanços em diagnóstico e tratamen-
a recomendação era para que se iniciasse coleta de
to, ou até mesmo mudanças relacionadas ao compor-
exame colpocitológico logo após o início da vida sexu-
tamento sexual e ao HPV?
al. Nas Diretrizes atuais a sugestão é de que as mulheres
Sim, houve avanços no conhecimento e eles es-
que iniciam vida sexual em idades mais jovens, antes
tão expostos nas Diretrizes, embora alguns já incor-
do 21 anos, não devem realizar exame colpocitoló-
porados nas práticas médicas ainda não estejam
gico. O início do rastreamento passa a ser após os 21
colocados como rotina para atendimento do SUS.
anos para mulheres que já iniciaram vida sexual.
Quanto ao comportamento sexual ou à infecção
HPV, não houve alterações. As Diretrizes abordam a
infecção HPV dentro das peculiaridades inerentes
ao vírus como agente cancerígeno e o hospedeiro.
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revista SGOB
Antes desta idade é possível que a infecção pelo HPV
regrida por conta própria?
Todos os estudos demonstram que mulheres infecta-