Estruturalismo
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Estruturalismo
Estruturalismo psicologia Alresarde jurar fidelidadeeternaao sistemade drastica' alterou-o Titchener E. B. Wilhelm Wundt, rJ,.r Unidos' Estados os para tÌrenteao levá'lo da Alemanha denomiqual à própria, lile apresentouuma abdrdagem I fdward BradfordTitchener tratar'sedo mesmo ,,u,, ãttútoralismo, emboraalegasse (1867-1927) A Biograflade Tltchener ristemaestabelecidoPor Wundt' Na realidade,os dois de "estrudenominlÇãoOs ÊxPerimentalistas a e distintos eramcompletamente Tltchener:ProlbidoPara de psicologia a aPenas definir para turallsmo"é adequada asMulheres 'l'itche4er.O estiuturalismopermaneceüèmevidência O Conteúdoda ExPerlência até sersupera: Consclente 1r,r,."i." de 20 anos nos Estado3U4idos Original:TrechQsobre Texto do por outrosmovimentos. o Estruturalismo, Wundt havia identificadoos elementos ou o conExtraÍdo de A Textbookof que mais quest{o a (1909),de E' entanto no Ps1'chologY consciêncüa, da l.eúdo elemenTitchener B. desses organização a era atenção charfiavàa sua IntrosPecção cognitivossuPetos,ou seia,a sua sínteseem Processos da OsElementos Na opinião de Wundt' a rioréSpor meio da apercepção. Consciência voluntáriados Críticas ao Estruturalismo rrlenteeÌadotadado poderde organização explicação da CrÍticasà IntrosPecção ' divergente posição mentais, çlementos Mais Críticasao Sistemade pelos sustentada mentai rnecanicistada passividade Titchener britânicos. crnpirlstase associacionistas do Contribuições Titchenertambém seconcentravanos elementosou Estruturalismo conteúdosmentais, assim como na conexãomecânica entretantodescartava da associação, nledianteo Processo n <loutrinada apercepçãodefendidapor Wundt' O seu clnfoqueestavanos elemeniô'spropriamenteditos e, na na suaopinião, a principal tarefada psicôlogi4^consistia consêientes,ele' da naturezadas experiências descoberta - a determinaçãoda estruturada consciência rrìentares rncdiantea anilisè dasSuaspartescomponentes' I 106 HtsróRrAoa pstcorocr.qMooe nx,,q EdwardBradfordTitchener (t 867-tg27) os anos mais produtivos de Titchener foram os que passouna cornell university, em Nova York' Vestiacom classea toga de catedrático na oxford university e faziade cada aula uma grandiosaprodução. o cenário era cuidadosamentepreparadopor seusassistentes sob sua rigorosa supervisão.os docentes mais novos, obrigadosa assistiremàs suasaulas'faziamfilas na porta para tomaÍem os primeirosassentos,enquanto Titchener entïava diretamente apenasdoisanos."_:ï;;#;::::ï:ï:ï:,1ïn:#ïT.11; j#::i::ïï:ï1ïi*: verdadeiraimitação do estilo autocrático, da formalidadedas aulase até mesmo do uso dabarba. A Biografiade Titchener Nasceu em chichester, na Inglaterra, em uma família tradicional mas de poucos recursos' Graçasà sua considerávelcapacldadeintelectual, Titchener obteve bolsasde estudos para cursar a faculdade' Freqüentou a Malvern college e mais tarde a oxford university, e os clássicos,além de trabarÀarcomo assistente pesquisaem de ::i:::r""t:ï^11::"tt" rìslologla' lnteressou-sepela psicologia wundtiana, entusiasmo não compartilhado c tampouco incentivado pela universidade. Por isso, naturalmente, teve de partir par;r t]"ltistas pioneiros, para estudar com o próprio wundt, lá obtendO :ïï]91:Ïti,1dÏ r,?.rr.Durante a vida estudantil, criou uma reração estreita conr muito ï,::ïr:]* vvunot e sua"ïtamÍlia, a cuia casamuitas vezesera convidado, e passoupelo menos unr Natal na residênciados Wundt, nas montanhas (Leys e Evans, IggO). Titchener gsperavatornar_seo inglês pioneiro da nova psi. -^,^:: cologla :ïlï:9:utorado, experimental de wundt, mas, 'quando retornou a oxforà, seus colegas aihcl, estavam céticos em relação à chamada abordagem científica dos seustemas fiÌosóficos favoritos'Ali permaneceualgunsmesesaté perceberque asmelhoresoportunidadesestrr vam em outro lugar' Deixou a Inglaterra e partiu para a Cornelì University, nos Estad.r unidos, para lecionar psicologia . aitigi, um laboratório. Estavaentãotom 25 anos, e .rtl passouo resto da vida até falecerde tumor cerebral,aos 60.1 De 1893a 7900,Titchenerimplementou seu laboratório,conduziu pesquisase esc'(, veu artigos acadêmicos,publicando, por firn, mais de 60 trabalhos.Devido ao grantlt, número de alunos atraídos a cornelÌ po. .urru da sua psicologia, teve de abrir mão rl.r tarefade participarpessoalmentedos .ìtrdo, de pesquisà,deixando a cargo dos estudarr experiências.Dessemodo, u rru porição sistemática atingiu o au'Í :ï:j:::::1 9r: por meio da sua orientaçãodas pesquisas reaìizadaspeÌos alun'r, i:iï:l:t:t^T|," rm Js anos na cornell, Titchener orientou mais de 50 doutorandosem psiiologia, cuj;rr dissertações, na maioria, contêm a marca das suasidéias. Exerceunítida autoridade nn seleçãodos temasde pesquisados orientandos, atribuindo-lhesas questõesde seu mai.r interesse'Dessaforma, criou o sistemado estruturalismo, que mais tarde alegou scr ll "única psicologiacientíficadigna do nome,, (apudRoback, lgSZ, p. 1g4). 'l Duranteváriosanos,o cérebroconservacro,ru Tit.r.'.nu.ficouem exibição cì,.nuil(cor",-,..,rr,, t9Bí LAptïuLo5 EsrRurunarrsvct107 Titchener ttaduziu os Ìivros de wundt do aÌemão para o inglês. lradução da terceiraedição principte, euando concluiu a de já haviatermi_ tritdoa quarta edição' E, ao "íp;;r;;i;;;;"pï)rro,oo,.wundt traduzii a quarta,constatou que o incansávelwundt havia ;rcabadode publicar a quinta edição. Entre as obras de sua autoria estãoAn ou.tríneof psychorogy(1896), primer tl[ì98) e, em quatro volumes, of psycrtorogy Expe:riyentltpryrií;gy,,"o ,noruot of raboratorypractice t 1901-1905)'EssesúÌtimos, mais éonhecidoscomo íío*ua, (Manuais),incentivaram o tr;rbalhode laboratório-da psicologianos Estadosunidos e influencia Íam ageraçãodos I'sicólogosexperimentalistis.Seus"livros foram traduzidÀspara diversos russo,italiano, aÌemão,espanhol idiomas, como e francês. Titchener dividia sua energia ""t: : :lubarho com a psicorogiae diversospassatem_ 1t,s' Regiaum pequeno grupo musical que se reunia todãs os domingos t iìSâ€r mesmo antesda à tardçna sua criaçãodo departamentode inúsica em cornell, I,i o "professor responsávei por vários anos por .rru'oir.ifti.r;;;;Ë;ava moedas e, graçasa esse I,hby' aprendeu t átuu* fura dècifrar o, .uru.,"res gravados nos merais. lrrrncl t )<trrespondia-se freqüentemente com vários coregas,.ru -uio.iu das vezespor meio de t irrtasdat'ografadas, porém com muitas observaçõesmanuscritas. com o passardos anos,Titchener afastou-seàr..;;ì;i" sociare acadêmico,adquitittdo o statusde lenda viva de corneÌI, embora muitos áocentessequero houvessem t ,tthecido ou visto' Preferia trabaÌhar em casae, a partir de 1909, Iecionava apenasnas trttdesde segunda-feira, durante o período da primâveru. iru esposaserecionava as pes- ;:Ï::iïJlï'lï]iï.ï:"r:'f.ïf-o deestranhos e osarunos eramorientados a procu- Embora sustentasseo modo autocrático como um estereótipo do professoraremão, .r'. gentil e solícito com coregase estudantes,oesoe tiatado com a deferência l;;";;rr. r'o respeitode que acreditava sermerec€ r.cstudantesaepós-graduaçãon,.,.;;lïJ'ï:.:r;j:ï,ï'ï*.r:**;:','.l# j;rrrela da suaresidência ,ro u.ráo,não por obrigação, maspor admiração. o ex-alunoKarl Dailenbachcita ula afirmaçaoa. Tiïchenersegundo I'mem não pode ter esperança a quar ,,um de tornar-seum psicólogoenquanto não aprendera tlltnar"(Dallenbach,196r, p. risl. t, ,"rt-".,te, ,ráriosri;;, começaram a fumar cha_ l'];:,t"'i: ii::::"ïïff.::"t:riï1ï" r"r'á0."ïui""ï".n conta terricado enjoa- A doutoranda cora FriedÌine rembrou-sede um dia em que ela 'm:X*lbarba,que.;;;il';ï::H:",ï"XïïïJï".ï'H',ïilïli; estava na sala de Titchener discutindo com ele â (rrâ n6c^r,i- apa,awadi,."d"r;ü:,iillïïï:::ï3.ïiïï:ïi'"ï,ïli;**r;***j'lt QuandoTitchenerconseguiufinalmente do a camisae a camisetaque vestia 0., oïlÏ9*r o fogo' aschamas estavamatinginiá Nem a preocupaçâopeÌosalunos e muito menos a inftuênciasobre suasvidas termillilvam quando eles se formavam e deixavam a cornell. Depois de recebero títuro de liilii:ï:;j::í:J:i 108 Hrsronre o,qpsrc_orocr,q MoorRNe Ph'D'' DalÌenbach pÌanejava cutsar a escolade medicina, mas 'l'itchener arranjou-lhe uma posição acadêmicana university of oregon. Dallenbach pensou que Titchener aprovaria a sua intenção de seguir medicina, mas estava enganado. ,,Tive de ir para oregon, iá que fTitchener] não estava disposto a ver todo o seu trabalho e toda a sua orientaçãoperdidos,,(Dallenbach,1967,p. 91). outro ex-aluno, E' G. Boring, lembrou-se de que nem todos aceitavam a ingerência de Titchenersobresuasvidas."Diversosde seus alunos mais brilhantes ressentiram-se da interferência e do controle e acabaramrebelando-se, vendo-se,então, excluídos, excomungados, magoados,em uma relação sem retorno" (Boring, 1g52,p. 32-33). As vezesas relaçõesde Titchener com os psicólogos foraão seu grupo também eram tensas. Eleito pelos fundadores como -.-bro aa ipe em rg92,ie.rìn.io,, togo e_ seguida porque a associaçãonegou-sea expulsar um membro que ele acusavade pla_ giário' conta-se que um amigo pagou as taxas de Titchener durante vários anos para que o nome dele continuassesempreaparecendona lista de membros. 0sExperimentalistas proibidoparaasMulheres de Titchener: Em 7904, um grupo de psicólogos autodenominados ,,o, .*o"lrmentalistas de Titchener" começou a se reunir regularmente para comparar as observaçõesobtidas nas pesquisas'Além de selecionaros temas e os participantes/ Titchener geralmente conduzia as reuniões' uma das regrasera a proibiçaà ae parficipaçaodas muúeres. E. G. tsoring conta que Titchener desejava"ouvir reÌatos corrÌiberdìai para interromper, debater e criticar, em um am_tie1i]eencoberto pela fumaça dos charutos e sem a presença das mulheres ("') erassão-delicadas demaii para fumár" (Boring, 1967,p.37s). Algumas alunas da Bryn Mawr coúege, na Pensilvânú, tentaram freqüentar essas reuniões, no entanto foram prontamente iopvidadas a se retirar. Em uma àas reuniões elas se esconderamsob a mesa, enquanto a áoiva de Boring e outra âmiga aguardavam na sala ao lado "com a porta entreabertapara descobrirerncãmo era a psicologia masculina sem censuras".Boring rembrou-sede que elas saíram ,,ilesas,,(Boring, 1967,p. 322).3 Em 1972' com o de participai da reuniao dos experimentalistas, christine lTlto Ladd-Franklin (7847-1930) escrev.u pã.u Titchener, solicitando-lhe uma oportunidade para ler o relatório da sua pesquisárelativa à psicologia experimental. Havia trabalhado no problema da visão das coresno laboraiório det-G.E. Müller na university of Gottingen, na Alemanha, e no laboratório de Helmholtz, emBerlim. Antes disso, havia completado as exigênciaspara o obtenção do ph.D. em matemática na Johns Hopkins university, mas teve o título negado por ser mulher. A direção da universidade acabou redimindo-se e concedeu-lhe o título de doutorado somente 44 anos mais tarde. 3LucyMayBoring,qUemorreUcom1,l0anositaoo anresrlc abrir'rão da carreira na psrcorogia e optaÍ peto casamenro e :il.:J:::ij::',:1: :::::l]: ::!:r" petamaternidade. Assim comodiversasíutheres casadas;";rJ.;;;;.iJil.'roï"r::::::ïï::Xï:ï.: balhavano anonimatoajucianclo o maricío, quc se lornouunr respeitaclo historiaclor da psicologia.Lucylia todas as pLrblicações do nraridoe erritiaopiniões,enrborasuascontribuições permanecessenr desconhecicías do públitípicoda mulhercieclassemécJia com altascredenciais e alto nívelde íormaçãoacadêmica irïrH:,ï:,ïSestino CapÍruro 5 EsrnuruH,rLrs,tro 109 Quando Titchener recusou seu pedido, ela escreveupara eÌe, dizendo-se"chocada ,'rtt saberque ainda hoje, em 1912,vocêsnão permitem a participaçãodas mulheresnas rt'ttniõesdos psicólogosexperimentalistas.Como podem ser tão retrógrados?"(apud lrtttumoto, 1988, p. 107). Sem desistir da sua posição,continuou a protestar durante r';rriosanos, chamando a política de Titchenerde imoral e anticientífica. 'lìtchener escreveua um amigo, dizendo: "A Sra.Ladd-I,-ranklinacusou-mede injúri;r por não permitir a participaçãodas mulheresnas reuniõese ameaçafazerum escân,l;tlo pessoalmentee por escrito.Possivelmenteela conseguirádissolvero grupo e nos rrlligará a realizar reuniÕes escondidasem tocas escuras,como os coelhos" (apud l)(arborough e Furumoto, 7987, p. 726). Embora Titchener continuassea excluir as mulheres das reuniÕesdos experimentalislits,encorajavae apoiavaseu progressona psicologia.Ele aceitavamulheresnos progratttitsde pós-graduação em Cornell, mas as universidadesde Harvard e Columbìa não as irtltnitiam.Mais de um terço dos 56 doutoradosconcedidospor Titchenerfoi para mulhert's(Furumoto,1988).Nenhum psicólogodaquelaépocaconcedeutantos títulos de dou(rrradosa mulheres como Titchener (Evans,1991). Ele também apoiava a contrataçãode idéia que muitos colegasconsideravamavançadademais.Em uma ocasião, Jrrofessoras, r'lc insistiu na contrataçãode uma professorà,mesmo diante da recusado diretor. A primeira mulher a obter o doutorado em psicologia foi Margaret Floy Washburn, (luc também forc a primeira orientanda de doutorado de Titchener.Ela lembrou que: "lile não sabiamuito bem o que fazercomigo" (Washburn,1932,p.340). Depoisdo douIrrrado,ela escreveuum importante livro sobre a psicologiacomparativa (The anímal ttrind,I90B) e foi a primeira psicóloga eleita para a AcademiaNacional de Ciências.Além tlisso,chegou a ser presidenteda APA. Essabreve menção ao subessode Washburn tem o intuito de salientar o constante lrpoiode Titchener à mulher na psicologia.Emboraele não abrissemão da proibição de ttrulheresnas reuniõesdos experimentalistas, envidou esforçospara abrir as portastotalrrrcntefechadas,pela maioria dos psicólogos,às mulheres.4 0 Conteúdo daExperiência Consciente l)c acordo com Titchener/ o objeto de estudo da psicologiaé a experiênciaconsciente r'ornodependentedo indivíduo que a vivencia.Essetipo de experiênciadifere da esturltrdapor cientistasde outras áreas.Por exemplo:tanto a físicacomo a psicologiapodem cstudara |uz e o som. Enquanto os físicosexaminam os fenômenosdo ponto de vista rlosprocessos físicosenvolvidos,os psicólogosanalisam aluz e o som com basena expeliôncia e na observaçãohumanas dessesfenômenos. As outras ciências não dependem da experiênciapessoal.Titchener citou, como t'xemplo da física,a temperaturade uma salaque pode ser,digamos,de 30"C, haja ou ttiÍo uma pessoapresentepara senti-la.Todavia,quando há observadoresque relatem - a experiênciada temperaturaelevadast'ntirum calor desconfortável,essasensação tlcpendedas experiênciasindividuais dos presentes.ParaTitchener,essetipo de expe- Ì O s e x p e r ì n r e n t a l i s t am s a n t i v e r a ma p o l í t i c a d e s e r e m L r n ìB r u p o e x c l u s i v a m e n t em a s c u l r n o a ï é 1 9 2 9 , d o i s a n o s r p ó s i ì m o r t e d e T i t c h e n e r( F u Í u m o t o , 1 9 B B ) . o,cPsrcoLoct,A Moornna 110 Hrsronra riência conscienteé o único enfoque adequadopara a pesquisapsicológica.F,ledescreveu a diferença entre a experiência dependente e a independente no livro A textbookof psychology;publicado em 1909. TextoOr Trechosobre o Estruturalismo,Extraído de A Textbook of Psychology (1 9 0 9 ) d , e E. B. T i tch e n e r nãohá outr afontede To d oc o n h e c ime h nu toma n éo d e ri va ddoa exper iência- humana, humana, comovimos,podeseranalisada a partirde Todavia a experiência conhecimento.s pontosde vistadistintos. estasituação. tomamos doispontosde vista,os mais lmaginemos possíveis, nosdoiscasos. Emprimeiro nosmesmos asexperiências e vivenciamos distintos pessoa qualquer em comoum todo independente'de a experiência lugaçconsideraremos para particular; Emsegundo lugar,consie queelaocorra,hajaou nãoalguér:rr vivenciá-la. de umapessoa em particular; e queela a experiência deraremos lomo um tododependente paravivenciá-la. quandoháalguémpresentg Dificilmente dois encontraremos ocorraapenas pontosde vistastãciantagônicos quantoesses. as diferenças na experiência analisaQuais duasvisóes? da a oartirdessas nafísica: tomemosostrêsprimeiros conceitos ensinados o espaço, o tempo Paracomeçar, físico,queé o espaço da geometria, astronomia e geologia, é constante, O espaço e a massa. permanecendo parte.A unidade o mesmoem qualquer de medição é o centímetro, sempre quetem exatamente é o mesmovalorondee quandoquerquesejaaplicado. O tempofísico o segundo. A massa físicaé consconstante, assimcomosuaunidade de medição, igualmente pafte.Esses sãocasos deexpeo grama.é sempre a mesma emqualquer tantee suaunidade, queasvivencia. independentes consideradas da pessoa riências de espaço, tempof massa, que a experiência dependente da pessoa então,paraa visãoqueconsidera Passemos, possuem na [Figura5.1]são idênticas fisicamente; a As duaslinhasverticais a vivencia. A de centímetro. Paravocê,queasvisualiza, nãosãoiguais. mesmamedidaem unidades e a horaquevocê no saguãode espera de umaestação em um vilarejo horaquevocêpassa possuem peça passa idênticas; a mesmamedia uma interessante sãofisicamente assistindo passadwagare na situação de segundo.Paravocê,a horana primeira da em unidades nãosãoiguais. Pegueduascaixas circulares de papelão comdiâmetros outra,rapidamente; jogue (2 pesarem, delas ate digamos, 50 B centímetros) e areia dentro as duas diferentes e gramas. idênticas; colocadas nospratosde urnabalança, o sãofisicamente As duasmassas o centro,ou seja,a mesmamedidaparaasduas.Paravocê,ao levantar medidorapontará umade cadavezcoma mesmamão, umaem cadamão,ou ao levantá-las asduascaixas, maispesada. Temosaquia experiência seráconsideravelmente a caixade menordiâmetro quea vivencia. É exatamenconsiderada dependente da pessoa tempoe massa de espaço, perspectiva Todavia apresentaanteriormente. a primeira discutrda te a mesmaexperiência psicologia. fatos e a segund,a, e leisda nosfatose leisda física; 5 R e i m p r e s s o m e d i a n t e a a u t o r i z a ç ã o d a M a c m i l l a n P u b l i s h i n g Cl no c. ,. , e x t r a í d o d e A t e x t b o o k o f p s y c l r c l o g y , c l e E . g o . , l n c . R e v i s a d oe n r 1 9 3 7 p o r S o p h i aK . T i t c h e n e r . . o p y r i g h t1 9 0 9 p o r M a c m i l l a nP u b l i s l r i nC B. Titchene1 r p O - 9 )C CRpírulo 5 Esrnurunnusuo 111 V Figura5.1 l0 Passemos agora.a trêstemasbásicosdiscutidosnos livrosde fÍsica:o calor,o som e a propriamente dito,assimómo afirmamosfísicos,é a energiageradapelomoviluz.O calor caloré a formade energiaderivadado movimentoentresi daspartículas rnentomolecular; juntamentecom a luz,à chamadaenergiaradiante- a de um corpo.A radiaçãopertence, de ondasdo espaçocelesteluminíferoque preencheo energiapropagadapor movimentos vibratóriosdos corpos,e espaço.O som é a forma de energiaresultantedos movimentos quese propagapor movimentos de ondasde algummeioelástico,sólido,líquidoou gasoa luz,no movimentode ondasdo so.Emresumo,o calorconsistena dançadasmoléculas; do ar. de ondas espaçocelestee o som,no movimento independentes das sãoconsideradas física,no qual essasexperiências No universo'da nemluz,nãohá silêncio que asvivencipm, pessoas náohá calornemfrio, nãohá escuridão de algumindidependentes sãoconsideradas nemruído.Somente{uando as experiências preto o cinzento, tons,assoo colorido e que o branco, frio, o e o calore o é existem vÍduo tt'qr. .rt tpiO"t..C . ì No estudoda experiênciaconsciente,Titchener fez um alertaa respeitode secometcr o que chamog de erro de estímul9, que geràuma confusãoentre o processomenPor exemplo:o observadorquç vê uma maçãe a descreve tal e o obieto darobservação. spenas.comoa fruta maçã.emvez de descreverelementoscomo a coÍ, o brilho e a forma que estápercebendo,cometeo eÍïo de estímulo. O obfeto da observaçãonão deve ser descritona linguagemcotidiana, masem termos do conteúdo conscienteelementarda experiência e o estímuloou objementalqueestásendoestudado Ewoàe cstímat4:confusãoentreo processo to oueestásendoobservado. Quandoo observadorconcentra-seno obieto de estímuloe não no conteúdo conselente, não taz distinção entre o conhecimento adquirido no passadoem relação ao ohjeto (por exemplo, que o nome do obieto é maçã)e a própria experiênciaimediata e MootRN,c 1"12 Htsronlno,qPstcrlroct,q direta. Todo observadorsabe que a maçã é vermelha, redonda e tem certo brilho. Ao que não sejam a cor, o brilho e o formato, em vez de descreveroutlas características observar o objeto, o observadoro está interpretando. Trata-se,assim, da experiência mediata, e não da imediata. Titchener definia a consciênciacomo a soma das experiênciasexistentesem determinado àomento. A mente é a soma das experiênciasacumuladasao Ìongo do tempo. apenascom a diferençade que a consciência A consciênciae a mente são sernelhantes, mentaisque ocorremem determinadomomento, e a mente, o total envolve os processos dessesprocessos. ' A psicologiaexperimental,na visão de Titchener,era uma ciência pura. EIe não se preocupavacom a aplicaçãodo conhecimentopsicológico.A psicologia,afirúava, não se propõe a curar mentes doentiasnem a reformar a sociedade.O único propósito legítimo áa psicologiaé descobriros fatos estruturaisda mente. Ele acreditavaque os psicólogos deviam manter-sedistantes das especulaçõessobre o valor prático do seu trabalho. por issoposicionou-secontra o desenvolvimentoda psicologiainfantil, animal e outras com a psicologiaintrospectivaexperimentaldo conteúdo da expeáreas,incompatíveis riência consciente. lntrospecção Titchener empregava a introspecção, ou auto-observação,com base em observadores rigorosamentetreinadospara descreveros elementosno seu estadoconsciente,em vez de relataro estímuloobservadoou percebido,utilizando apenasnomes conhecidos.Percebeu que todos aprendemos a descrevera experiência em termos do estímulo, por exemplo, chamar o objeto vermelho, redondo e brilhante de maçã, 9 que é suficientee útil para o cotidiano. Todavia, no seu laboratório de psicologia, essaptâtica teve de ser desaprendida. Titchper adotou a mesma definição de Külpe para descrevero seu método,.introspecçãoeíperimental sistemática.Como Külpe, ele utilizava relatosdetalhados,subjetivos e qualitativos das atividades mentais dos indivíduos durante o ato de introspecção. Ele se opunha à abordagemde Wundt, cujo foco eram as mensuraçõesquantitativase e imagenselemenobjetivas,porque acreditava.nãoseremúteis na análisedas sensações taresda consciência,ponto central da sua psicologia. Em outras palavras,Titchener divergia de Wundt puque estavainteressadoem analisar a experiênciaconsciente complexa a partir das partes componentes, e,não a síntese dos elementos mediante à apercepção.Titchener dava ênfase às partes, enquanto Wundt, ao todo. Alinhado com a maioria dos empiristas e associacionistasbritânicos, o objetivcide Titchenerera descobriros chamadosátomos da mente. Seu conceito de introspecção aparentementejá se havia formado antes de ele estudar com Wundt, em Leipzig.Um historiador disseque, quando ele ainda freqüentavaa Oxford, fora influenciado pelos trabalhosde JamesMill (Danziger,1980). O espíritoda filosofia mecanicistatambém o influenciou, como sepode observarna imagem que ele,tinha dos observadoresque lhe forneciam dados.Nos seusrelatosde termo usadopor químicospara serefepesqulsapublicados,eram chamadosde re(tgetttes, que, devido à sua capacidadepara certasreações,sãoutilizadaslara rirem às substâncias ou detectar,examinar ou medir outras substâncias.O reagentenormalmente é passivo, nas outras substâncias' seja,é usadopara provocar reaçÕes CApÍruLo 5 Esrnurunnrrsuo 113 que, ao aplicar esseconceito aos observadoreshumanos, Titchener os Percebe-se ('nxergavacomo instrumentos mecânicos de registro, que reagiam e respondiam de lí)tÍna obietiva às observações das características do estímulo observado.Os indivíduos rt'r'iammeramentemáquinasneutrase imparciais.Seguindoa idéia de Wundt, as observrrçõestreinadassetornariam tão mecanizadase habituaisque os observadores não per,,'lreriammais se estavamrealizandoum processoconsciente.Titchener dízia: Ao prestaratençãono fenômeno,o observador da psicoÌogia, assimcomoo observador da física,esquece completamente de atribuir atençãosubjetivaao estadode observação (..:) os observadores, como é do nossoconhecimento, sãotreinados;seu "estadode já estámecanizado. (Titchener, observação" I9lZa, p. aa3.) Se essesobservadoreseram consideradosmáquinas, então não faltava muito para llctteralizaresse conceito a todo ser humano. Essepensamento mostra a contínua irrl'luênciada visão mecânicado universo de Galileu e Newton, conceito que não desalliu'eceumesmo com a extinção do estruturalismo.Com os desdobramentosda história rl,;rltsicologia,observa-seque a imagery do homem como máquina caracterizoua psicologia experimentalaté a primeira metadd do séculoXX. A abordagem expertmental de Titchener. A proposta de Titchener consistia na ;rlrordagemexperimental para a observaçãointrospectivana psicologia.Ele obedecia rigorosamenteàs normas da experiment4çãocientífica,afirmando que um experimento é uma observação quepodeserrepetÍda, isoladae variada.Quantomaior a quantidadede repetições dasobservações, maior a probabilidade de clarezana percepprecisão e de na descrição do objeto observado. mais isolada a observação, ção Quanto maisfácil seráa execução da tarefae menoro riscode confusãoprovenientede circunstânciasirrelevaníes ou de ênfaseno ponto errado.Quantomais ampiamentese puder variara observação, maisclaraseráa percepção da uniformidadeda experiência e maior descoberta a chancede de leis.(Titchener,19O9,p. 20.) A introspecção realizada pelos reagentes ou observadoresdo laboratório de I'itchenerera baseadaem váriosestímulos,proporcionandoobservações extensase detallt;rdasdos elementosde suasexperiências.Era uma tarefasériae os estudantesque servilun como observadoresdedicavam-seao máximo à sua realização.Cora Friedline, ;rltrnade Titchener, lembrou-seda pesquisaa respeitoda sensibiliáadeorgânica.Pela rrurnhã,os observadores tinham de engolir um tubo que seguiaaté o estômagoe mantêlo tlurante todo o dia, seguindo a rotina normal. No início, vários alunos vomitaram, rÌìiìsaospoucosAcabaramseacostumando.Durante o dia, elesse apresentavamno labot'rrt<jrionos horários fixados, onde se derramava água quente no tubo e eles faziam a itttrospecçãodas sensações experimentadas.Depois repetia-seo processo,usando água p,t'lada. Em outra pesquisa,os estudantesandavammunidos de blocos de anotaçãopara suassensações e sentimentosquando urinavam e defecavam. rr'lgistrar O estudorelacionadoao sexoé um exempÌode dado histórico perdido. Os estudanIt,scasadosdeviam anotar assensações e os sentimentosbásicosque vivenciavamduranli'ls relaçõesseiuais,além'deutilizar dispositivosde mediçãono corpo para registraras llrrçõesfisiológicas.Essapesquisafoi pouco divulgadana época.(Foi reveladaem 1960 lror Cora Friedline.)No entanto, o fato tornou-sede conhecimento geral no campusda t lornell University e o laboratório de psicologiaficou com a reputaçãode local imoral. MoornNa oa Psrcoroct,q 114 HrsroRr,q A encarregada do dormitório feminino não permitia que as alunas fossem ao laboratorio depois do anoitecer. E, quando se espalhou o boato de que estavam colocando preservativos nos tubos que os estudantes engoliam, diziam no dormitório que o laboratório "não era lugar seguro para ninguêmir".6 daConsciência 0sElementos Titchener apresentoutrês propostasbásicaspara a psicologia: '1. reduzir os processosconscientesaos seuscomponentesmais simples; 2. determinar as leis de associaçãodesseselementos da consciência; 3. conectaros elementosàs suascondiçõesfisiológicas. Assim, as metas da psicologia estrutural de Titchener coinc[dem com as das ciências naturais. Depois de decidir a parte do universo natural que desejam estudar, os cientistas tentam descobrirseuselementospara demonstrarcomo elescompõem um fenômeno complexo e para formular as leis que os governam.A parte principal da pesquisade ao primeiro problema:desCobriros elementosda consciência. Titchener dedicava-se Titchener definiu três estadoselementaresda consciência:o estadoda sensação,o sãoelementosbásicosda percepçãoe estão da imagem e os estadosafetivos.As sensações e presentesnos sons, nas visões,nos cheiros nas outras experiênciasprovocadaspelos obietos físicosdo ambiente. As imagens são elementosdas idéias e encontram-seno processoque reflete as experiênciasnão realmente presentesno momento, como a lembrança de uma experiênciado passado.Os estadosafetivos,ou as afeições,são elementosda emoção e encontram-senas experiênciascomo o amor, o ódio e a tristeza. Em An outline of psychology(1896), Titchener apresentou a lista dos elementos da sensaçãodescobértosnas suaspesquisas.Sãoíerca de 44.500 qualidades sensoriaisindividuais, sendo32.820visuaise 11.600auditivas.Cadaelementoé consideradoconsciente e distinto dos demais, podendo haver a combinação entre eles para a formação das percepçõese das idéias. As características dos elementosmentais. Embora básicose irredutíveis, os elementos mentais podem ser categorizados,do mesmo modo que os elementos químicos são Apesarda simplicidade,os elementosmefrtaissãodotadosde atriagrupadosem classes. butos distintivos, Aos atributos de qualidade e intensidade definidos por Wundt, eram consideradas Titchener adicionou a duraçãoe a nitidez. Essasquatro características fundamentais, já que estãopresentes,em certo grau, em toda experiência. . . . . 6 Qtalidade é a característica,como "frio" ou "vermelho", que distingue claramente um elementode todos os demais. Intensidaderefere-sea força, fraqueza,sonoridadeou brilho de uma sensação. Duraçãoé o curso da sensaçãoao longo do tempo. Nitídezrefere-seà função da atençãona experiênciaconsciente;uma experiência no foco da nossaatençãoé mais nítida do que a que não sejaalvo da nossa atenÇão. F r i e c l l i n er e l a t o u e s s a se x p e r i ê n c i a sn a R a n d o l p h - M a c o n C o l l e g e e m L y n c h b u r g ,n a V i r g í n i a , e m a b r i l d e 1 9 6 0 S o m o s g r a t o sa F . B . R o w e p o r n o s f o r n e c e r a s a n o t a ç õ e sd e F r i e d l i n e . CApÍruLo5 EsrnurunaLrsno 115 As sensaçõese as imagens possuemtodos essesquatro atributos, todavia os estaclosafetivos são dotados apenasde três: a qualidade, a intensidade e a duração, não lrossuindoa nitidez. Por quê?Titchener acreditavaser impossívelconcentrara atenção rliretamenteem um elemento de emoção ou sentimenio. Quando tentamos fazê-lo,a tlualidadeafetiva, como a tristezaou a satisfação,desaparece. Alguns processossensoriais,especialmentea visão e o tato, são dotados de outro atributo, a extensão,t4 que r:nvolvem a noção espacial. Todo processoconscientepode ser reduzido a um dessesatributos.As descobertas lcitasno laboratóriode Külpe,em Würzburg,sobreo probÌemado pensamentosem imagens, não fízercm Titchener mudar de opinião. Ele reconhecia que algumas qualidades rnal definidas podem ocorrer durante o pensamento,no entanto afirmava que, ainda ;tssim,con3istiamem sensações ou imagens.ParaTitchenerestavaclaro que os observatloresde Külpe sucumbiramao êrro de estímuìopor concentraremmais atençãonos estírrrulosdo objeto do que nos próprios processosconscientes Os alunos da pós-graduaçãode Córnell realizarammuita pesquisarelacionadacom os estadosafetivose suasconstatações levaram Titchener a rejeitara teoria tridimensiorral dos sentimentos de Wqndt. Titchener alegavaestar o afeto presenteem apenasuma - e rejeitavaas dimensõesde tensão/relaxamentoe tlimensão- no prazer/desprazer t'xcitação/depressão definidas por Wundt. No final da vida, Titchener alterou de forma significativa a sua psicologia estrutural. ( lomeçou a trabalhar no que imaginava ser a exposiçãocompleta do seu sistema.Por volta de 1918,não abordavamais o conceito de elementosmentais nas aulase afirmava tlue a psicologiadevia dedicar-seao estudodas pimensõesou dos processos mentais mais ;rtnplos- qualidade,intensidade,duração,nítidez e extensão- e não dos elementos lrársicos. Alguns anos mais tarde, escreveua um aluno de pós-graduação:"Desistade pensarem termos de sensações ou afetos.Essesconceitoseram válidoshá 10 anos,mas hoje (...) estãocompletamentedesatualizados. (...) Pensèem termos de dimensõese não de r'<rnstructos sistemáticoscomo a sensação"(Evans,7972,p. 174). Na décadade 1920,Titchener colocou em dúvida o uso do termo "psicologiaestruItrral" e passoua chamar sua abordagemde psicologiaexistencial.Reavaliouseu métotlo de introspecçãoe adotou o tratamento fenomenológico,examinando a experiência r olrìo urrì todo e não dividida em elementos. Essamudança de perspectivafoi drásticae, se Titchener tivesseyivido tempo sufit icnte para implementá-la, ela teria alterado radicalmente o destino e a visão da psir'ologiaestrtr-rtural. Essasidéias supõem flexibilidade e aberturapara mudanças que os cicntistasacreditam possuir,mas que nem sempresão capazesde demonstrar.As provltsdessas[nudançasforam reunidas pelos historiadoresmediante a análisecuidadosa tlc cartas e aulas de Titchener (Evans, 7972; Henle, 1974). Embora não tenham sido lrrcorporadasformalmente ao seu sistema,essasidéias indicam a direção para a qual clc seguia,inas a morte o impediu de atingir qsseobjetivo. t t ' Lnucas aoLstrutura t$mo f f t . vezes/as pessoasganham notoriedadena história porque se opoem a um ponto It4ttitas rlt vista mais antigo, mas no casode Titchener não foi bem assim,pois ele se manteve linne, mesmo quando todos haviam mudado de opinião. Na segundadécadado século XX, o pensamentointelectual americanoe europeu havia mudado, mas o sistemafor- 116 Hrsrónr,q o,qPsrcoLocr,q MoornNn mal de Titchener permaneciao mesmo. Conseqüentemente,vários psicólogoschegaram a considerar a psicologia estrutural uma fentativa futil de ater-sea'princípios e métodos antiquados. O psicólogoJames Gibson, que conheceuTitchener já quase no final da vida, observou que, embora ele "inspirasseverdadeira admiração (...) a minha geração prescindiada sua teoria ou do seu método. Suainfluência estavaem declínio" (Gibson, 7967, p. 73O). Titchener acreditdvaestarestabelecendo uma base para apsicoìogia,no entanto seus esforços fizenm parte apenas de uma fase da história da disciplina. O ettruturalismo morreu luntamente com Titchener. O fato de se ter mantido por tanto tempo deve-se exclusivamenteà admiraçãopor sua personalidadedominadora. Críticas à lntrospecção As críticas mais relevantesem relação ao método de introspecçãoestavam voltadas ao tipo de observaçãopraticada nos laboratórios de Titchener e Külpe,_quelidava com relatos subjetivos de elementos da consciência,diferentemente do métoão de percepçãode Wundt, o qual lidava com as reaçõesmais objetivas e quantitativas ao estímulo externo. A introspecção,no sentido mais amplo, foi empregadapor décadas;e as críticas ao método não eram novidade. Um séculoantes do trabalho de Titchener, o filósofo alemão Immanuel Kant declarouque qualquer tentativa de introspecçãoalteravanecessariamente a experiênciaconscienteobservada,porque introduzia uma variávelde observaçãono conteúdo da experiênciaconsciente. / O filósofo positivista AugusteComte criticou o método introspectivo, alegandoque, se a mente fossecapazde observaras próprias atividades,teria de se dividir em duas partes: uma observadora e outra observada e, *ara ele, obviamente, isso.era impossível (Wilson, 1991). A menteê capazde observartodosos fenômenos,excetoospióprios.(...)O órgãoobservador e observadonestecasoé o mesmoe a suaaçãonão podeserpura e natural.Para rcalízaruma observação, o intelectodevefazerumapausaem suaatividade;no entanto essaé exatamentea atividadeque sedesejaobservar. Seessapausanão for possível,será impossíveltealizara observação; e, sefor possível, não haveráobjetoa serobservado. Os resultadosdessemétodo são igualmente proporcionais_ ao seu absurdo. (Comte, 1 8 3 0 / i 8 9 6v,. 1 , p . 9 . ) O médico inglês Henry Maudsley também fez críticasà introspecçãoe falou sobre a psicopatologia: Não existeconsensoentre os observadores da introspeção.Se houver concordância, ao fatode elesestaremrigorosamente deve-se treinadose, assim,produziremobservações parciais.(...)Devidoà extensãopatológicada mente,o auto-relato é dotadode poucacredibilidade.(Maudsley,1867,apudTurner,1967,p. 11.) Dessemodo, muito antes de Titchener modificar e aprimorar o método, tornandoo mais precisopara adequá-loaos métodos científicos,havia dúúdas substanciaisa respeito da introspecçãoe as críticascontinuaram. Um dos alvosdascríticasera a definição,jâ que Titcheneraparentementetinha dificuldades em definir exatamente o significado do método introspectivo. Ele tentava explicá-lo, relacionando-o com condições experimentais específicas. CepÍrLtro5Fsrr<urunaLrsr.ro 117 peloobservador A direçãoseguida varianosdetalhes em relação à natureza da consciêncÍaobservada, ao objetivodo experimento,[e]à instruçãodadapelopesquisador. Assim, introspecção é um termogenéricoe abrangeum grupoindefinidoenormede procedimentosmetodológicos (Titchener, específicos. I9IZb, p. a85.) O segundo alvo das críticasà metodologia de Titchener estavarelacionadocom a l;rlefaexata que os observadoreiestruturalistaseram treinadospara exccutar.Os alunos ,lc pós-graduação de Titchener,que serviam de observadores, eram instruídos a ignorar 'rlgumasclassesde palavras(asdenominadaspalavrascom significado)que faziam parte rlo seu vocabulário.Por exemplo: a frase "Vejo uma mesa" não era dotada de significa,lo científico.para o estruturalista;a palawa "mesa" possui significado)com base no t onhecimento estabelecidoe geralmenteaceito,relacionadocom a combinaçãoespecílita de sensações que aprendemospara identificar e chamar o objeto de mesa.Portanto ;r observação"Vejo uma mesa" não expressavd,pata o psicólogoestruturalista,nada a t'cspeitodos elementos da experiênciaconsciegrtedo observador.O interessedo.estruturlrlistanão se concentravano conjunto das sensaçõesresumido nã palavra com significatlo, mas nas formas básicasespecíficasda experiência.Os observadoresque respondiam "rÌìesa"estavamcometendoo erro de estímulo. Mas, se as palavrascomuns eram ignoradasdo vocabulário,como os observadores tlt'inados descreveriamas experiências?Seria necessáriodesenvolveruma linguagem lrr(rospectiva. Titchener (e Wundt) enfatizavaque as condiçõesexperimentaisexternas rlcviam ser cuidadosamentecontroladas, de forma a permitir a determinação precisa da lxlteriência consciente.Assim,dois observadoresteriam de vivenciar experiênciasidênlicáìse produzir resultadosque se corroborassemmutuamente. E com a realizaçãodessas lxlreriêncíaspraticamenteidênticassob condiçíes controladas,teoricamenteseriaposrível desenvolverpara os observadoresum vocabulário de trabalho com palavrassem sigttil'icado.Afinal, é devido às experiênciascompartilhadasno dia-a-diaque as palavras l;rrniliaresadquirem significadoscomuns a todo\. A idéia da criação da linguagem introspectiva nunca se concretizou. Havia muita rliscordânciaentre os observadores,mesmo quando as condiçÕeseram extremamente t otttroladas. Os observadoresde laboratórios diferentes apresentavamresultadosdistinlos.Mesmo os indivíduos do mesmo laboratório,observandoo mesmo material de estíIttttlo,muitas vezes/não conseguiamobter a mesma observação. Ainda assim/Titchener lrrsistiaque a concordânciaacabariaocorrendo.Sehouvesseuniformidade suficientenas rlrscobertasintrospectivas,talvez a escolado estruturalismo tivessedurado mais tempo. Os críticos também alegavam ser a introspecção,na verdade, uma forma de retrosporque havia um intervalo de tempo entre a experiêncià e o seu relato. Ebbin1tt'tç'ã0, já glr;tus demonstraraque a taxa de esquecimentoé mais elevadaimediatamenteapósa rx1;eriência,portanto provavelmente parte dela se perdia antesda introspecçãoe do relaIo. Os estruturalistasrespondiama essacrítica de duas formas:primeiro, alegandoque os observadorestrabalhavam com o mínimo intervalo de tempo e, segundo, propondo ;t t'xistênciade uma Ímagemmental primária que supostamentemantinha a experiência rrrrrnentedos observadores até que pudessemrelatá-la. Observamosanteriormenteque o próprio ato de examinar a experiênciade forma lrÌlrospectivapode, de algum modo, alterá-la.Analisemos,por exemplo,a dificuldadede irr(rospecção de um estadoconscientede ira. No processoracional de prestaratençãoe It'rrtardividir a experiênciaem suaspartescomponentes,a ira provavelmentediminuiNo entanto, Titchener continuava firme na sua crençade que seus liir ou desapareceria. 118 Hrsronraoa PsrcctLocra Mooe nN,r observadorestreinados continuaria m a rcalizarautomaticamente a observação,sem alterar conscientementea experiência. A noção da mente inconsciente,propostapor Sigmund Freud no início do século XX (veia no Capítulo 13), fomentou outra crítica ao método introspectivo. Se,como afirmava Freud,parte da nossafunção mental era inconsciente,obviamente a introspecÇão não servia para explorá-la. Um historiador afirmou: lA baseda análiseintrospectivaestavana crençade quetodo o funcionamentoda mente erapassívelde observação conscientee, sefossepossívelobservarcadaaspectodo pcnsamentohumanoe da emoção,a introspecção proporcionaria, na meÌhordashipótãses, apenasúm retratofragmentadoe incompletodo funcionamentomentaÌ.Sea consciência representava apenasa ponta visíveldo íceberg, com a maior parteda áreada.mente permanentemente encobertapelaspoderosas barreirasdefensivas, a introspecÇão estava realmentecondenada.(Lieberman,1979,p. 320.) MaisCríticas ao Sistema de Titchener A introspecçãonão era o único alvo das críticas.O movimento estruturalistafoi acusado de artificial e estériÌna tentativa de analisaros processosconscientesa partir dos elementos básicos.Os críticos afirmavam não ser possívelresgatara totalidade da experiência partindo posteriormente de qualquer associaçãoou combinação das puit"s eÌeÃentares. Argumentavam que a experiêncianão ocorria na forma de sensaçÕes, imagens ou estados afetivos individuais, mas em uma totalidade unificada. Parte da experiência consciente perde-seinevitavelmente em qualquer esforçoartificial de análise.Aescola de psicologia da Gestalt (Capítulo 72) paftiu desseprincípio para lançar sua revolta efetiva contra o estruturalismo. A defúniçãoestruturalista da psicologia tornara-sealvo dos ataques.Nos anos finais da vida de Titchener, os estïuturalistashaviam excluído várias do escopo "rp.iiulidudes da psicologia, porque elas não estavam de acordo com a sua visão de psicologia. Titchener não consideravaa psicologia infantil e a animal como psicologia. O ,e, .orrceito era tão restrito que não permitia incluir os novos trabalhosfeitos e as novas direçÕesque estavamsendo exploradas.A psicologia ultrapassavaa fronteira de Titchener e com muita rapidez. ContrÍ buições doEstrutu ralÍsmo Apesarde todas essascríticas,os historiadoresdão o aeviOocrédito às contribuiçõesde Titchener e dos estruturalistas.Seu objeto de estudo - a experiência consciente - era claramentedefinido. Seusmétodos de pesquisa,baseadosna observação,experimentação e medição,eram cientificamenteos mais tradicionais.O método mais adequad6para o estudo da experiênciaconscienteconsistiana auto-observação, já que a consciênòiaé mais bem percebidapela pessoaque a vivencia. Embora o objeto de estudo e os propósitosdos estruturalistasnão seiam mais fundamentais, o método de introspecção,mais amplamente definido como relato oral baseadona experiência,ainda é empregadoem diversasáreasda psicoÌogia.Hâ pesquisadoresda psicofísicaque pedem aos observadorespara relataremse o segundotom é mais alto ou mais baixo que o anterior.Há relatosde pessoasexpostasa ambientesinco- C,\PÍILL()5 [ s t t t t r t t r t i , t t s , ç tIr -l I 9 rÌìuns, como a falta de gravidade nos vôos espaciais.Os relatórios clínicos clc paciottcs, l)(.mcomo as respostasìos testes de personalidade e a análise do compo.tamcnto, são t lc natureza introspectiva. os relatórios introspectivos que envolvem processoscognitivos como o raciocínio siio freqüentemente usadosna psicorogiaatuãÌ.lo, .".rrïpio, ;; ;;;ffi,.,.ur_ l'iais/organizacionaisobtêm relatòs intro"spectiv;; ;;f"";iàrario, a respeito da intera_ (";locom os terminais de computador. Essasinformações podem ser utilizadas para o tlcsenvolvimento de componentes de computador de mais fácil manuseio e móveis .tgonômicos' os relatosverbais baseadosna experiênciapessoaÌsão formas legítimasde t,leta de dàdos' Além disso, a psicologlá cognitiva, com seu renovado interesse ('cssosconscientes'vem nos proconferindo maior legitimidade à introspecção(capítuÌo 15). inrrospectivo, j,l:ï:Jïï: : i,ï;:" emboraãiferente aulr.r. vistoporri,.i.r,.,, p.._ outra contribuição importante do estrüturalismo foi ter servido de alvo ( ) estruturalismo proporcionou de crÍticas. o estabelecimentode forte ortodoxia contra a qual os tnaisrecentesmovimentos da psicologia puderam concentrar as suasforças. Essasnovas cscolasde pensamento devem r.ru úirie.rcia à reformutaçao progressiva da posição cstruturalista' os avanços científicos demandam a existência ae uma oposição. com o de Titchener sendo o alvo da oposição, u superou fri.ãrogia seus limites l;ìï:i.ï-"r-o 'lemas para Discussão 1. Compare e aponte as diferenças entre- as abordagens da psicologia ile Titchener e Wundt. Descrevaa visão de Titchene, ,obr" o papel da mulher na psicologia. 2' Na perspectivade Titchener, quar o objeto de estudo adequadopara apsico_ logia? Em que ela difere dos oi;etos das outras cienciasi qq:j erro de estímulo? euar a distinção apontada por Titchener entre 9 a consciênciae a mente? 3' 4. 5' Descrevao método-de introspecção de Titchener. euar a diferença entre o seu método e o de Wundt? O que o termo rlagente,-empregado por Titcheneç indicava a respeito da sua visão sobre os observadoreshumanos e as pessoasem geral? 6' Descrevaos três estadoselementares da consciênciae os quatro atributos dos elementos mentais definidos por Titchener. De que forma Titchener come_ çou a alterar o seu sistemano final da carreira? 7' Dê exemprosde tipos de experiências consideradaspor Titchener dependentes das pessoasque as vivenciam e outras consideradasindependentes. B' como Titchener diferenciava a inspeção da introspecção?De acordo com Titchener, qual a função da retrospËcção na pesquisapsicológica? 9. Discuta as críticas à introspecção. eue outras críticasforam feitas a respeito do estruturarismode Titchener? euais as contribuições do estruturarismode Titchener para a psicologia?
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