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newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 www.vidaeconomica.pt opinião Porque é que o movimento Ocupa Wall Street merece mais atenção do que o Tea Party Tanto o Tea Party como o movimento forma diferente. O OWS parece ter alguma Ocupa Wall Street querem mudar a Améhabilidade para angariar fundos e para rica. É aí que a similaridade termina. O Tea aumentar a sua capacidade de manutenParty é uma máquina bem organizada de ção dos acampamentos, demonstrações e políticos, e está claro que os seus líderes trabalho de apoio legal, mas não parecem têm uma agenda, e receberam de alguapoiar algum candidato em particular ou mas empresas substanciais apoios em dimesmo qualquer plataforma reguladora nheiro para usá-lo na promoção de candiou qualquer tema de algum grupo do Condatos por eles escolhidos, comprometengresso, pelo que facilmente somos levados Adam Hartung do-se com as suas agendas. É um exemplo a dizer que merecem pouca atenção. Managing Partner, Spark Partners extraordinário de como uma organização Basta olhar para a campanha presidencial www.adamhartung.com de base se pode tornar grande, poderosa republicana, sendo bastante claro que o e prosperar na América de hoje, criando significância, o Tea Party está a fazer a diferença no que os candidatos que não é uma tarefa fácil. dizem ou fazem. O Tea Party claramente impactou o proO movimento Ocupa Wall Street (OWS), aparentemente cesso político. Por outro lado, com toda a atenção que o é tão desorganizado que nem sequer parecem ter uma movimento OWS merece por parte dos media, ainda não liderança específica, ou hierarquia. É difícil mesmo de ser está suficientemente clarificado em que medida afeta o rotulado. Os participantes do movimento OWS demonsgoverno no seu todo, ou mesmo o Partido Democrata, tram muita raiva contra o “status quo”,não revelam nenhuonde se esperaria que fossem os seus melhores aliados. (Continua na página seguinte) ma agenda clara sobre o que gostariam que fossefeito de Índice Opinião............................................1 Editorial............................................2 Redes sociais..................................3 Entrevista.........................................5 Opinião............................................8 Notícias............................................9 Agenda de eventos......................9 Financiar a inovação................. 10 PUB Guia de POUPANÇA FISCAL A diferença entre fazer as coisas de forma a não sair prejudicado perante as finanças nem ir contra a Lei PASSA PELO FACTO DE ESTAR BEM INFORMADO. Autor: Pedro Cruz Preço: 4,90 € Formato: 29,7 x 21 cm Páginas: 104 Página 2 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 Opinião Editorial Porque é que o movimento Ocupa Wall Street merece mais atenção do que o Tea Party (Continuação da página anterior) No entanto, acho mais interessante o OWS do que o Tea Party, e existem razões específicas, daí entender que todos deveriam prestar mais atenção. Mesmo com a sua organização, parece-nos que o Tea Party não cresce na mesma proporção de recursos. A clareza da sua comunicação, a capacidade para reunir apoiantes, contrariam o facto de o movimento não estar a crescer. O seu núcleo duro de apoiantes, que é bastante homogéneo, não está a conseguir atrair novos apoiantes como tendência – até parece ter-se estabilizado e se vai ter qualquer impacto fora do seu próprio grupo ainda não está claro. Por outro lado, o OWS parece estar a crescer (pelo menos se analisarmos o número crescente de prisões de manifestantes). Existem cada vez mais eventos, em maior número de cidades arrastando cada vez mais audiência. Apesar da fraca capacidade de gestão do movimento OWS, os seus apoiantes são notavelmente diferentes e aparentemente estão dispostos a aceitar processos criminais pelo seu envolvimento. A cada nova iniciativa assistimos a reportagens de pessoas a serem agredidas com gás pimenta, a serem arrastadas, fazendo com que os espectadores comecem a perceber que os manifestantes são cada vez mais parecidos com os nossos primos, tios, pais, etc. Ao ler a agenda do Tea Party, não há muito sobre inovação. Por todos os seus pontos de vista libertários, que os seguidores de Ayn Rand certamente desfrutam, como por exemplo a América em 2012 vai aumentar os investimentos, criar empregos e vai ser mais competitiva numa economia altamente dinâmica e global contra as hábeis empresas da China, Índia, Brasil, Rússia, etc.,não está totalmente clarificado. Independentemente da sua opinião sobre a oferta e procura, há uma carência completa de inovação na agenda do Tea Party, que é no mínimo preocupante, se não problemática. Como é que a América conseguirá colocar na sua agenda a recuperação do crescimento com este tipo de candidatos alheados da realidade? Por outro lado, o OWS parece ter no seu núcleo a ideia de que um crescimento insuficiente é precisamente a questão a debater. Os manifestantes do movimento OWS claramente pedem mais inovação e mais investimento, especialmente dos bancos, e mais “mãos à obra” pelos CEO para criarem mais empregos, mesmo que eles não tenham qualquer orientação e clareza política para saber como fazer isto acontecer. Tudo isto pode soar um pouco, “mãe, estou com fome, pode me dar alguma coisa para comer?” o que seria ingénuo para os jovens na casa dos vinte anos dizerem, mas como milhões deles ainda vivem nos sofás nas caves dos pais, usam telemóveis pagos pelos pais, e lutam desesperadamente para pagarem os empréstimos da faculdade e sem perspectivas de trabalho – é um grito que vale a pena ouvir, você não acha? Qual é a resposta que lhes permite aplicar as suas competências, melhorar o seu crescimento – e poder comprar uma casa. As pessoas do movimento OWS estão genuinamente irritadas, elas não conseguem compreender por que é que a América não consegue criar mais emprego, ou prestar cuidados de saúde acessíveis para seus cidadãos, ou mesmo lidar eficazmente com as sucessivas ondas de quedas dos valores das propriedades e as execuções hipotecárias, enquanto aqueles que estão topo da pirâmide económica parecem continuar a “fazer melhor” a cada ano que passa. Embora táticas do movimento OWS não sejam partilhadas pela maioria das pessoas, a sua mensagem atrai uma quantidade enorme de simpatia. Um monte de “pessoas comuns” (a que Richard Nixon poderia ter chamado de a “maioria silenciosa”) estão a perguntar: “por que é que a recuperação dos bancos parece não criar empregos? Será que nós realmente ganhamos alguma coisa em salvar a GM? Como é que, depois de utilizar tanto dinheiro do governo, aparentemente, ainda estamos no pântano? Por que é que não consigo refinanciar a minha casa? Por que é que os banqueiros e CEO recebem bónus de milhões de dólares, após terem resgatado a sua indústria? “. A América tem um problema de crescimento. Tem tido um por década e uma incapacidade de criar empregos ,fazendo com que a primeira década deste milénio tivesse sido uma “década perdida”. Pela primeira vez, a América terminou um período de 10 anos com menos pessoas no activo, o mercado bolsista mais baixo, salários mais baixos, menos pessoas seguras, juros inexistentes devido às baixas constantes de rendimentos e receitas de impostos – levando a maior parte da população à beira do colapso e “a incerteza do sistema de pensões. Como se passou no pós-1995 no Japão, os EUA parecem estar em permanente “Grande Recessão”. E esse problema tem invadido outros países desenvolvidos, com a zona euro agora a lutar para lidar com a estagnação económica em países como Grécia, Itália, Portugal e Espanha. O programa do governo grego, com duras medidas de austeridade, projetadas para reduzir a despesa ao nível das receitas, vai colocar o grande número de gregos no desemprego, especialmente os mais jovens, sendo completamente incerto arranjarem trabalho. Multidões de pessoas desempregadas em Itália e em Espanha estão a ouvir que o seu futuro envolverá menos assistência do governo. O movimento OWS é fácil de ignorar para os mais tradicionalistas, alguns podem mesmo culpar a atenção dada pelos media de esquerda dita liberal, mas começa a desenhar-se uma tendência, algo digno de se perceber, a não ser que consigamos investir em inovação, ou então este movimento tornar-se-á um sério problema social Com a presente edição terminamos mais um ano onde acreditamos ter disponibilizado aos nossos leitores, uma diversidade de temas e opiniões que possam ter contribuído para uma reflexão sobre as atitudes empreendedoras e a necessidade de inovarmos, nas nossas vidas, nas nossas empresas e também na nossa forma de nos relacionar com a sociedade, razão pela qual acreditamos que a nossa rubrica sobre as redes sociais é importante para si. Neste número o nosso artigo de opinião é um pouco diferente do habitual, gostava que não fosse visto como um manifesto político, mas como uma chamada de atenção para um problema que vai ganhando forma no mundo e que eventualmente não estejamos a prestar a devida atenção ou a tirar ensinamentos sobre as razões pelas quais estes movimentos de protesto acontecem. Os problemas do país são uma consequência de políticas tomadas de uma forma avulsa e sem visão de longo prazo, que pudessem ter estruturado um crescimento da economia e consequentemente uma chegada ao mundo do trabalho de jovens licenciados (preparados), com habilitações adequadas às necessidades do mercado. É preciso ter a coragem de acabar com os cursos que não servem para nada e não existe mercado para essas” licenciaturas”, não devem ser criadas expectativas de emprego a quem os procura. Se essa decisão é difícil de tomar (o que entendemos), deveria ser tornada pública, por exemplo um rácio de empregabilidade no final do curso, coisa simples, quantos entram, quantos saem no final do curso, tempo que demoram a ser colocados, enfim uma leitura rápida e clara para ajudar a escolher ou preterir um curso superior na altura das candidaturas. Tal como acontece no mercado, os cursos superiores deveriam ser capazes de se submeterem a este escrutínio, saber “vender” o que prometem e anteciparem os “momentos de verdade” para a fase 1, ou seja, no momento candidatura. Se nada for feito neste sentido, vamos continuar a ter uma geração de estudantes que dão o seu tempo como perdido e neste momento não temos tempo a perder na educação. Aproveito para desejar um bom Natal e um próspero Ano Novo aos nossos leitores e que o próximo ano seja um ano de oportunidades e de muito empreendedorismo e inovação. Jorge Oliveira Teixeira [email protected] Página 3 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 Redes sociais As novas regras do marketing nas redes sociais Do Marketing da interrupção para o Marketing da conversação Como destacou o “Manifesto Cluetrain”, um dos livros mais influentes que se publicaram relativamente ao fenómeno das redes sociais, actualmente, os mercados são conversações. Com isto queremos dizer que todos os dias milhões de pessoas fazem parte de um processo de comunicação e troca de experiências que se produzem através de redes sociais, e na qual não apenas falam sobre os seus humores, emoções ou relações mas também começam a ser cada vez mais importantes “conversas” relacionadas com as marcas, produtos / serviços, empresas e organizações que os oferecem. Figura1- Actualmente os mercados são conversações Neste sentido, a emergência das redes sociais está a deixar para trás um modelo de comunicação unidirecional, em que as organizações podem monitorizar e controlar mais facilmente a troca de informações e experiências com os seus clientes e utilizadores para atingirem um novo modelo em que existe um diálogo permanente e multilateral, onde se pode juntar à organização, mas que ocorrerá independentemente de gostar ou não de participar no processo. Neste novo cenário, as empresas devem estar cientes da necessidade de uma transição do marketing de interrupção, que é caracterizado pela transmissão dos anúncios e mensagens publicitárias que interrompem o destinatário nos seus negócios e que estão cada vez mais irritantes, ao Marketing da “conversa” numa nova estratégia de relacionamento e de comunicação, em que a chave centra-se na escuta e na prestação de serviços e conteúdos que possam ser de interesse para utilizadores e clientes da organização. De facto, alguns gurus de Social Media destacaram os aspectos-chave para entender estes meios e estabelecer uma estratégia de comunicação bem sucedida com seus utilizadores: “Social Media é uma tendência social onde as pessoas usam a tecnologia para conseguir as coisas que precisam dos outros e não das institui- ções“ (Charlene Li e Josh Bernoff, cooautotes de Groundswell). “A internet tornou-se numa mensagem unidirecional e controlada num diálogo em tempo real, com milhões” (Sacks Danielle, O futuro da publicidade, Fast Company, 17/11/2010). “Precisamos de deixar de interromper o que as pessoas querem e tratar de dar às pessoas o que procuram“ (Craig Davis, J. Walter Thompson). “Os motores de busca, blogs e tendências da Internete outros mudaram dramaticamente a maneira como as pessoas e empresas compram produtos, mas a maioria das empresas ainda usam métodos de marketing ultrapassados e ineficazes, como anúncios de impressão ou telemarketing, mais e mais pessoas sentem-se intrusivo e por esse motivo rejeitam-nos” (Brian Halligan, HubSpot CEO). “O que nós realmente precisamos é de uma mudança de paradigma que nos permita ser relevantes para os consumidores de hoje, uma mudança de modelo mental a partir do clássico” dizer e vender “para aquele em que a chave é construir relacionamentos” (Jim Stengel, diretor global de Markerting ex-P & G). vem abordá-las, a fim de obterem o compromisso da comunidade, isto é, se a marca da empresa é percebido como única e generosa, digna de atenção que damos a sua indústria ou setor. No melhor dos casos, isso vai acontecer à custa de tornar irrelevantes muitas outras marcas disponíveis, estamos num mundo onde há demasiadas marcas de que qualquer consumidor precisa para atender às suas necessidades. O Engagement Marketing ou o Marketing de compromisso é aquele que visa obter a comunidade um maior nível de interesse e lealdade à marca. O termo compromisso a longo prazo (engagement) pode soar intenso para o contexto das relações marca-consumidor, e de facto supõe-se que há toda uma pirâmide ou escala de níveis de compromisso que vão desde simples escuta ou observação ao nível do líder, no qual o usuário está integrado ao mais alto nível de comprometimento com o sucesso da marca: a contribuição da sua energia e atividade para alcançar os objectivos da empresa. “Já não faz sentido nenhum enviar uma mensagem de marketing para muitos, com a esperança de convencer alguns” (M. Lawrence Luz, Diretor de Marketing ex-Chefe do McDonalds). Do Marketing da conversação ao Marketing do compromisso Os consumidores estão cansados de ouvir falar sobre as empresas, dos benefícios dos seus produtos e serviços, e com tantas marcas alternativas à nossa disposição, o mais provável é que acabemos por ser infiéis a essa marca (não confirmada) se estivermos cansados de as ouvir. Portanto, é crucial para o sucesso de iniciativas de redes sociais que as organizações sejam capazes de produzir algum valor extra a entregar à comunidade, de preferência de uma forma livre. As marcas têm de chegar ao coração dos seus clientes de uma forma indireta mas credível, centrando os seus esforços na criação de valor, compartilhando com os clientes antes mesmo de propor a compra dos seus produtos. Uma vez que as redes sociais são caracterizadas por serem o continente do diálogo contínuo e permanente entre as pessoas, as empresas de- Figuar 2 – Pirâmide do compromisso: níveis de user-engagement o compromisso consumidor-marca Esta nova abordagem para o cliente está em processo de eclosão e temos sobre este assunto poucas certezas, apesar de se centrarem em conseguir a adesão e o compromisso do consumidor atuando sobre as suas emoções e motivações. (Continua na página seguinte) Página 4 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 Redes sociais As novas regras do marketing nas redes sociais Do Marketing da interrupção para o Marketing da conversação (Continuação da página anterior) Ela exige, portanto, uma granularidade sem precedentes, semelhante a um marketing one-to-one, mas ao contrário deste último, a comercialização do compromisso não pode confiar em sistemas e especialistas e em algoritmos para inferir nas motivações e nas emoções atuais de cada cliente , mas aplicam-se no escutar e falar, tanto quanto possível através da identificação de necessidades, desejos ou vontades. Além disso, a palavra compromisso também é aplicável à empresa, que não pode identificar essas necessidades sem conhecer os seus clientes sobre a ética, moral, comportamental, e assim por diante. A empresa que quiser fazer Engagement marketing já tem, portanto, um quadro inevitável: deve ter personalidade e opinião própria para o que está a acontecer no mundo, no país onde operam ou na região onde vende. A única maneira de simplificar o problema da identidade entre os seus clientes que se comprometeram com ela mesma. A fim de quantificar o compromisso e convertêlo num indicador mensurável, foi proposto utilizar o conceito de consumer engagement. O consumer engagement ainda não tem uma definição formal, muito menos um relaciona- mento com o ROIM (Return On Investment in Media), que faria dele o objeto de inúmeras aplicações focadas na medição da reputação e posicionamento de indivíduos e empresas em redes sociais. Então, por agora, aceitamo-lo como um conceito qualitativo, mas muito proveitoso para identificar com mais profundidade o marketing de conversa: levar os clientes a aderir mais fortemente do que outras marcas. E como estamos numa altura de recursos mais escassos na nossa sociedade, a adesão pode ser medida em tempo gasto com a nossa marca com o tempo total gasto em contato com as redes sociais, por exemplo. Autores Carlos Otero Barros é Licenciado em Ciências Físicas pela Universidade Autónoma de Madrid, Executive Master in Business Adminsitration (MBA) pela Escuela de Negocios Caixanova. Actualmente está à frente da Colímera Consultores SL onde desenvolve uma intensa atividade na área da consultoria estratégica e tecnológica quer para empresas privadas quer para a Administração pública. Anteriormente foi Business Development Manager na Sun Microsystems Ibérica SA e diretor da empresa de software Fractal Info Ingenieros SL. Álvaro Gómez Vieites é Doutorado em Economia pela UNED (Prémio de Mérito no Doutoramento), Licenciado em Administração e Direcção de Empresas pela UNED, Engenheiro de Telecomunicações pela Universidade de Vigo (Prémio extraordinário de fim de curso) e Engenheiro de Informática de Gestão pela UNED. A sua formação foi complementada com os programas de Pós-graduação Executive MBA e Curso em Business Administration da Escuela de Negócios Caixanova. Atualmente é professor colaborador desta entidade e de outras Escolas de Negócios, actividade que exerce paralelamente a projetos de consultoria e trabalhos de investigação na área dos sistemas de informação, segurança informática, e-adminsitração e comércio eletrónico. e-mail: [email protected] LinkedIn: http://es.linkedin.com/in/alvarogomezvieites/es Facebook:http://www.facebook.com/alvaro.gomez.vieites Twitter: @agomezvieites e-mail: [email protected] LinkedIn: http://es.linkedin.com/in/carlosoterobarros Facebook: http://www.facebook.com/carlos.otero.barros Twitter: @kenkeirades Torne-se membro do nosso grupo Torne-se fã da Inovação & Empreendedorismo PUB CONHEÇA A NOVA LIVRARIA ONLINE DA VIDA ECONÓMICA Visite-nos em: livraria.vidaeconomica.pt | Publicações especializadas • Edições técnicas • Formação Página 5 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 Entrevista O franchising como alternativa para os empreendedores Na presente situação era importante saber como está o sector do franchising em Portugal, convidando Andreia Jotta, directora do IIF (Instituto de Informação em Franchising), para nos fazer um balanço da actividade e o que representa como oportunidade de negócio para os empreendedores I&E – Que balanço faz sobre o último Franchise show que decorreu na Exponor e qual ou quais objectivos foram alcançados? AJ – O balanço que fizemos da edição deste ano do Franchise Show é extremamente positivo. Vimos confirmadas as nossas expectativas anteriores à realização da feira de que, num contexto económico particularmente difícil, o certame iria funcionar como motor do empreendedorismo no Norte do País. Embora o número de marcas presentes na feira tenha decrescido ligeiramente face ao ano anterior, o número de visitantes aumentou, atestando que existe actualmente uma maior procura de soluções tendo em vista a criação de negócio ou até de auto-emprego e que o franchising continua a cativar muitos empreendedores. Ao organizarmos este certame, tínhamos como missão proporcionar a todos os visitantes formação de qualidade sobre o modelo de negócio em franchising, oportunidades de negócio diversificadas, tanto a nível de sector de actividade como ao nível de investimento e apoio e aconselhamento financeiro no âmbito do Consultório Financeiro. Parece-me que a nossa missão foi bem sucedida, uma vez que os visitantes destacaram como pontos fortes do certame a diversidade de preços e a inovação dos conceitos apresentados, sendo que o espaço de debate e conferências também mereceu especial atenção por parte dos investidores que se deslocaram à feira nos dois dias do evento. as mais-valias deste modelo de negócio. Esta tendência tem vindo a acentuar-se: 75% dos novos conceitos que surgiram no ano passado são made in Portugal. Outro factor que também tem contribuído para o reconhecimento e notoriedade deste sistema é o facto de muitas empresas nacionais que não operam em franchising no nosso País estarem a optar por esta via para expandirem os seus negócios além-fronteiras. Em resumo, o franchising apresenta-se como um sistema com capacidade de inovação e renovação, que tem crescido de forma continuada nos últimos anos, mesmo em alturas de maior contracção económica. I&E – Qual a imagem que o franchising tem presentemente em Portugal? AJ – Parece-me que a imagem do franchising tem evoluído muito na última década. Passámos de uma sociedade onde este modelo de negócio era encarado como uma área dominada por marcas estrangeiras para um sector onde as marcas nacionais representam 60% do mercado. Ou seja, significa que os empresários e empreendedores nacionais souberam reconhecer I&E – Sendo o franchising um instrumento que se destina fundamentalmente a empreendedores, na sua opinião, o que falta no nosso mercado para uma maior adesão a este conceito negócio “chave na mão”? Qual o estado de “saúde” do sector do franchising em Portugal? AJ – Parece-me que, embora vivamos na era da informação multicanal, ainda existe algum desconhecimento sobre a forma de funcionamento deste modelo de negócio, o que impede alguns empreendedores de o considerarem no seu leque de opções quando pensam em criar um negócio. As medidas de contenção do crescimento do crédito na economia também não têm favorecido a abertura de novos negócios, embora esta realidade afecte tanto a criação de negócios pela via do franchising como de forma independente. No entanto, mesmo assim e na perspectiva do potencial franchisado, a opção pelo franchising pode ser uma mais-valia aquando da angariação de capital para o projecto, uma vez que por detrás destes negócios há sempre uma experiência acumulada e um know-how adquirido, o que oferece algumas garantias de sucesso ao potencial empresário e minimiza o risco associado. Na perspectiva do potencial franchisador, e para um empresário que gere um negócio bem sucedido, o franchising poderá funcionar como motor de uma expansão mais rápida e com um investimento mais reduzido, tanto dentro como fora de portas. (Continua na página seguinte) Página 6 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 Entrevista O franchinsing como alternativa para os empreendedores (Continuação da página anterior) O balanço do primeiro semestre deste ano do sector é positivo no que diz respeito ao número de unidades em operação no mercado e ao aparecimento de novas oportunidades de negócio: cerca de 45% das redes viu aumentar o seu número de lojas contra 32,5%, que perdeu unidades e o mercado continua a atrair novos empresários que vêem neste modelo de negócio uma opção para crescerem empresarialmente e nos primeiros seis meses do ano surgiram 24 novos conceitos. Devido a uma descida generalizada do consumo interno, algumas marcas registaram uma ligeira diminuição do volume de facturação das suas unidades. Por outro lado, outras viram crescer o seu volume de negócios, nomeadamente na área dos serviços para PME, uma vez que numa estratégia de redução de custos internos muitas empresas têm optado pelo outsourcing. I&E - Acredita que o franchising ainda tem barreiras que precisam de ser ultrapassadas pelos potenciais empreendedores interessados? Quais são e o que acham que é preciso fazer para desmistificar algumas dessas barreiras. AJ - As nossas perspectivas para o próximo ano são bastante optimistas. O franchising apresenta todas as condições para superar os desafios que se apresentam, não só porque historicamente Actualmente, 60% das marcas apresenta um nível médio de investimento igual ou inferior a 50 mil euros, sendo que, há 10 anos atrás, o nível médio de investimento situava-se nos 100 mil euros sempre funcionou em contraciclo com a conjuntura económica, como também por ser expectável que, tendo em conta a taxa de desemprego no nosso País, muitas pessoas optem por esta via para criar o seu negócio, beneficiando de soluções concretas, com oportunidades de investimento adequadas a todos os perfis e que oferecem menor risco para o empreendedor. Ainda existe uma ideia mais ou menos generalizada de que a opção pelo franchising é dispendiosa, no entanto, é uma falsa questão, uma vez que a conjuntura económica em que vivemos desde finais de 2008 levou o franchising a reinventar-se, optando por novas estratégias de crescimento e por novos modelos de negócio, fomentando desta forma a adesão de novos parceiros às redes. Por um lado, as marcas que já operavam no mercado apostaram em novos formatos, lançando opções como os corners, quiosques ou pop-up stores. Por outro lado, assistimos à criação de novos conceitos de negócio pensados desde a sua raiz para serem “à prova de crise”, mais ajustados à realidade económica mended by the anonymous crowd lished by HARVARD TRENDS www.facebook.com/harvardtrends actual, com estruturas de custos mais flexíveis, menos exigentes para os potenciais investidores. Isto deu origem ao aparecimento de uma nova geração de modelos de negócio, as chamadas oportunidades low-cost, que o são não apenas ao nível de investimento, mas também no que diz respeito aos custos envolvidos e ao nível de serviço oferecido ao consumidor. Actualmente, 60% das marcas apresenta um nível médio de investimento igual ou inferior a 50 mil euros, sendo que, há 10 anos atrás, o nível médio de investimento situava-se nos 100 mil euros. Esta tendência tem vindo a acentuar-se: mais de metade das novas marcas que surgiu no 1º semestre do ano não ultrapassa os 22.500 euros. Sem dúvida que as dificuldades na obtenção de financiamento e falta de apoio da banca no lançamento de start-ups continuam a ser as principais barreiras à abertura de novas unidades com que os responsáveis das marcas de franchising se deparam actualmente na gestão da expansão das redes, mas muitas empresas adoptaram iniciativas como a redução de taxas de royalties ou isenção do seu pagamento durante o período inicial de contrato, redução dos direitos de entrada ou apoio ao financiamento de uma percentagem desses mesmos direitos, fomentando desta forma a adesão de novos parceiros e, consequentemente, a criação de empresas e emprego. Os nossos empreendedores podem obter mais informação no site do IIF em Portugal: www.ife.pt PUB Pedro Barbosa & Ana Silva O’Reilly Preço 11,90€ 22€ “E se experimentássemos produzir automóveis em série, numa única linha de montagem? E daí não... se calhar não ia resultar. Esqueçam.” - Anónimo Uma excelente ideia de pouco vale se não for activada. E numa conjuntura empresarial cada vez mais feroz e competitiva, nenhuma organização se pode dar ao luxo de dispensar as boas ideias, muito menos de não as implementar. A ACCELPER disponibiliza-lhe as ferramentas, os processos e as metodologias que dão vida à sua vontade de inovar. E isso faz toda a diferença: a diferença entre ficar no anonimato ou fazer história. Metodologias inovadoras e comprovadas Abordagem sistemática para a resolução de problemas inovação em acção Excelência nos processos Formação e Certificação em Inovação Empresarial e Six Sigma www.accelper.com Página 8 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 Opinião Uma nação “start-up” A aposta numa nação “start-up” constitui um compromisso de mudança para Portugal. Tem que assentar numa verdadeira dimensão colaborativa de mobilização dos “actores da mudança” (empresários, académicos, empreendedores) para uma acção de base colectiva de reinvenção estratégica da base competitiva nacional. Trata-se dum contributo que se pretende possa ter efeitos de alavancagem na percepção da necessidade de reinventar a economia nacional. Pretende-se consolidar uma ideia de marca, solidificar as bases de um projecto, protagonizar novas soluções com novas respostas para questões que teimam em ser as mesmas de há muito tempo a esta parte. O start-up Portugal é a nova resposta para as perguntas que hoje existem na sociedade portuguesa. Quando, em 1994, Michael Porter elaborou o célebre Relatório, enco- francisco jaime quesado Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade mendado pelo Governo Português de então, o diagnóstico sobre o que fazer e as áreas estratégicas de actuação ficaram clarificadas. Dezassete anos depois, pouco foi feito, a situação competitiva degradou-se em termos globais e Portugal mais do que nunca tem pela frente a batalha da mudança estrutural. Assumidas as prioridades dum “novo paradigma” de desenvolvimento para o país, a aposta numa “agenda de mudança” torna-se prioritária. Ou seja, torna-se um imperativo nacional mobilizar um contrato de confiança para o futuro, centrado em novas ideias e novas soluções para as quais toda a sociedade civil dê um contributo activo. É importante por isso perceber que a aposta nos factores dinâmicos de competitividade, numa lógica territorialmente equilibrada e com opções estratégicas claramente assumidas, é um contributo central para a correcção das graves assimetrias sociais e regionais que se têm acentuado. Falta por isso em Portugal um verdadeiro choque operacional, capaz de produzir efeitos sistémicos ao nível do funcionamento das organizações empresariais. O “novo paradigma” da economia portuguesa radica, nesse sentido, na capacidade de os resultados potenciados pela inovação e conhecimento serem capazes de induzir novas formas de integração social e territorial capazes de sustentar um equilíbrio global do sistema nacional. É sobre esse desígnio que o “start-up” Portugal se propõe estabelecer um novo contrato de confiança, dinamizar um novo projecto, promover uma nova marca. Pretende-se com esta iniciativa trazer a lume duas ideias centrais para uma nova ambição em Portugal – profunda renovação organizativa e estrutural dos sectores (sobretudo) industriais e aposta integrada na utilização da inovação como factor de alavancagem de criação de valor de mercado. O “start-up” Portugal assenta a sua base em cinco factores criticos de competitividade – instituições abertas e eficientes, talentos e excelência, novos modelos de negócio e redes globais, empreendedorismo e capacidade inovadora, ética e sustentabilidade. São eles a base de uma nova aposta estratégica para Portugal. PUB curso o endividamento e a negociação com a Banca como resolver as suas necessidades de financiamento, nas melhores condições Lisboa: 19 e 20 de Janeiro Porto: 26 e 27 de Janeiro Preço: Assinantes VE: G 220 + IVA Público em geral: G 280 + IVA Horário: 9h30 às 13h e 14h30 às 18h (14horas) objectivos: Preparar os participantes a tirarem partido dos benefícios duma boa negociação com a Banca e outros organismos financeiros. Público-alvo: Empresários, Directores Financeiros e outros quadros que sejam responsáveis nas empresas, pela negociação com a banca e com outros organismos financeiros. formador: Professor Dr. Agostinho Costa Programa: as dificuldades das empresas: sinais e ameaças a prestação de informação às instituições bancárias a condução da negociação bancária: os comportamentos desfavoráveis. como evitá-los / as propostas medidas para que possibilitem a manutenção ou o aumento do crédito. o relançamento de empresas em dificuldades salvamento e relançamento os esquemas de salvamento Informações e InscrIções: Vida Económica Patricia Flores Tel.: 223 399 466 Fax: 222 058 098 E-mail: patriciaflores@ vidaeconomica.pt Organização: Página 9 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 notícias/artigos agenda de eventos Fevereiro 2012 John Cleese – Condições de criatividade Ainda está a tempo de concorrer aos Prémios de Empreendedorismo CiencInvest 2011 Até 9 de Janeiro 2012 27 1st International Conference on Innovation and Entrepreneurship in Health, Oklahoma City Oklahoma, EUA Março 2012 14 A inovação cruza-se com várias indústrias e profissões. Certamente que vai gostar de ver um pequeno vídeo de 10 minutos com John Cleese, que partilha as suas ideias sobre inovação e as condições ótimas para o desenvolvimento da criatividade. É provocador e divertido. Breakthrough Innovation 2012 [45] Barcelona, Espanha Ver vídeo Empresas brasileiras fazem mais inovação incremental do que radical As empresas brasileiras conseguem em média 17% de retorno com o investimento em inovação. A conclusão é do estudo As Práticas da Inovação Aberta, conduzido pela Fundação Dom Cabral com 72 companhias durante setembro de 2011. Os resultados foram apresentados na abertura do Open Innovation Seminar, que decorreu nos dias 23 a 25 de novembroem São Paulo, no hotel Grand Hyat. “Outro dado significativo é que 50% das empresas pesquisadas conseguiram cerca de 10% de retorno com a inovação, o que mostra o sucesso de uma estratégia desse tipo”, aponta o professor do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, Anderson Rossi. De acordo com o especialista, há muito para avançar. “As empresas usam pouco a inovação aberta por enquanto no Brasil”, diz. Segundo o estudo, 81% das pesquisadas fazem inovação incremental. São melhorias pontuais em processos, tecnologias e produtos que ajudam a não ficarem para trás no mercado do que a sobressair diante da concorrência. Somente 19% procuram uma inovação radical. A pesquisa da Fundação Dom Cabral ainda aponta que as empresas gastam em média 4,6% da faturação com inovação. A percentagem mais comum é 1%. Ler mais O Prémio CiencInvest 2011 (primeiro prémio no valor de 10.000 J) distingue os promotores do melhor projecto investido em 2011. O Prémio Facilitadores (cinco prémios de 1.000 J) distingue as unidades orgânicas de instituições de I&DT que actuem como facilitadores das 5 melhores candidaturas que levaram a um investimento em 2011. 29 NextGen: Health Conference on Innovation in Healthcare Nova York, EUA Ler mais Abril 2012 Os 10 mitos sobre inovação SCOTT ANTHONY 04 Conference on Innovation and Entrepreneurship Maribor, Eslovenia Maio 2012 24 Recentemente realizei uma apresentação sobre este preciso tema no passado mês de Abril, mas infelizmente os meus slides, consistiam numa fotografia de uma caixa preta, uma foto do Steve Jobs, frases de oito académicos, uma foto de uma campanha publicitária da Old Spice, e uma fotografia do meu local favorito em Singapura. Os slides estavam bonitos, mas não esclareciam ninguém que os visse posteriormente. Então, o meu colega Josh Suskewicz e eu juntamos esforços e surgiram os 10 mitos da inovação, que normalmente nos deparamos diariamente. Veja em detalhe International Symposium on Entrepreneurship and Innovation Veneza, Itália Nota: se pretender divulgar um evento relacionado com Inovação e empreendedorismo, contacte: [email protected] Página 10 newsletter N.º 24 | Dezembro 2011 Financiar a inovação INOVAÇÃO – Recursos Humanos A actividade de recursos humanos numa organização ou num departamento só existe por uma razão: ajudar a empresa a ter sucesso na sua estratégia. O problema é sempre como convencer os empregados a sustentar as estratégias. A sua definição e a forma de a concretizar determinarão a posição competitiva da empresa no mercado. A Inovação é a forma de fazer as pessoas participarem. Um dos problemas das empresas são desenvolveram uma boa estratégia, demonstrarem elevadas capacidades inovativas e depois considerarem-se óptimas. Acomodadas, as empresas tornam-se arrogantes com os empregados, proferindo palavras do tipo: “Vocês deviam estar orgulhosos por trabalhar cá”. Situações deste tipo conduzem à desmotivação, que pode não chegar ao ponto do empregado se demitir, até porque é difícil encontrar outro emprego. Contudo, o pior que pode acontecer numa empresa, não é os empregados partirem, mas reformarem-se mentalmente e ficarem no local de trabalho. Muitos líderes afirmam querer uma mudança na organização, mais eficácia, maior qualidade, maior capacidade inovativa, etc. Fazem um diagnóstico preliminar, identifica-se o que é possível fazer, e como. Depois não acontece nada! Pergunta-se: mas o que é que se passa? A resposta é quase sempre a mesma: “Temos tido muito que fazer ….”, o que nos levam a concluir que a mudança é desejada, mas que verdadeiramente não a querem. Se calhar o problema maior é a resistência à mudança por parte dos executivos e, certamente, no pólo oposto menor resistência por parte dos funcionários. O destino das empresas não é gozar, nem sofrer, mas sim actuar, a fim de que cada manhã nos venha encontrar mais adiante. Actuar como? A resposta é simples, através de uma verdadeira acção de querer, de vontade, em que seja dada oportunidade aos funcionários de exporem as suas ideias, ilusões, imaginação, etc, e que nada caia em “saco roto”, isto é que se passe da teoria à prática num curto intervalo de tempo. PS: como estamos na época natalícia, aproveitamos para desejar um Bom Natal e um ano de 2012 repleto de Inovações e sucessos. Luís Archer – Consultor [email protected] Ficha técnica: Subscreva aqui outras newsletters Coordenador: Jorge Oliveira Teixeira Colaboraram neste número: Alexis Gonçalves, Álvaro Gomez Vieites, Carlos Otero, Jaime Quesado, Luís Archer e Praveen Gupta Paginação: José Barbosa Contacto: [email protected]