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RRPP Versão digital: www.rrpponline.com.br Atualidades W W W WW Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 18 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Dezembro 2011 Único curso de Relações Públicas do Brasil CINCO ESTRELAS SAMUEL MACIEL/ FLICKR FAMECOS ∆∆ Alunos de Relações Públicas da PUCRS apresentam trabalho sobre viagem acadêmica aos Estados Unidos MONIQUE CARDOSO/ RRPP ACERVO MEMÓRIA Legalidade resgatada 50 anos depois A resistência democrática de 1961 DIVULGAÇÃO Um bar na onda do skate ganha a noite Vai ao ar com que roupa? Tem até pista para praticar o esporte Modelitos na TV Mundo Mídia social impulsionam a libertária Primavera Árabe •Os manifestantes pedem democracia e mais direitos, além de melhoria econômica FOTOS MUNDO Jovens se articulam, no Face e Twitter Os movimentos libertários que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África, a partir de 18 de dezembro de 2010 e ao longo de todo o 2011, ficaram conhecidos como a Primavera Árabe. Greve, manifestações públicas, protestos, passeatas e comícios mobilizaram as massas, mas eclodiram e foram divulgada a partir da mídia social, como Facebook, Twitter e Youtube, manipulados por jovens árabes da classe média. A tecnologia como propulsora de movimentos políticos derrubou ditadores. O primeiro foi o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, que estava no poder desde 7 de novembro de 1987, quando deu um golpe de estado, e teve de fugir para a Arábia Saudita em 14 de janeiro. O segundo foi o presidente Hosni Mubarak, do Egito, 30 anos no poder e que renunciou em 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos. O terceiro teve um fim cruel. O ditador líbio Muammar Kaddafi foi derrubado do poder em agosto, por tropas locais, com o apoio de forças internacionais, principalmente Inglaterra e França, formando-se o Conselho Nacional de Transição (CNT). Depois de governar a Líbia com mão de ferro por 42 anos, Muammar Kaddafi se refugiou em sua cidade natal, Sirtre, onde foi encontrado em 20 de outubro, escondido como um rato, em uma tubulação de dejetos fluviais. Descoberto por uma malta enfurecida, foi torturado, arrastado por uma carreta em público e finalmente recebeu um “tiro de misericórdia” na cabeça. O coronel Muamar Kadafi sempre A trajetória do ditador Kaddafi: 1959 – Descobertas grandes reservas de petróleo. 1969 – Aos 27 anos, lidera golpe que depõe a monarquia e implanta uma ditadura militar que se apóia no islamismo e um discurso nacionalista árabe, de integração regional. 1970- Propõe um sistema de governo, “jamahiriya” (“Estado das massas”). Morte a opositores. 1980 – Acusado de patrocinar ações terroristas no Oriente Médio e na Europa. ∆∆ Mobilizados pela Internet, jovens árabes saem às ruas por liberdade foi conhecido pelo seu estilo extravagante de se vestir e por usar guarda-costas do sexo feminino. Kadafi desenvolveu sua própria filosofia política e gostava de prezar tradições locais em público. Quando visitava outros países, acampava em uma luxuosa tenda beduína, típica dos povos de sua região. A Líbia tinha uma lei que proibia qualquer atividade de grupos baseadas em ideologias políticas que eram opostas à visão de Kadafi. Segundo a organização internacional Human Rights Watch, o regime prendeu centenas de pessoas por violarem a lei e sentenciou algumas à morte. Também há relatos de tortura e desaparecimentos. No dia 20 de outubro, uma segunda-feira, Abdel Jalil sugeriu que o coronel pode ter sido morto por seus próprios homens. “Vamos pensar quem teria o interesse de que Kadafi não fosse julgado. Os líbios queriam julgá-lo pelas execuções, prisões e corrupção”, afirmou. 1988 – Explode jato da Pan Am na Escócia. 270 mortos. Dois agentes Líbios são responsabilizados, Kadafi se recusa a extraditá-los. 1996 – Mais de 1.200 prisioneiros, militantes islâmicos e presos políticos, são mortos pela polícia. 1998 – Kadafi sobrevive a atentado do grupo extremista Mártires Islâmicos. 2003 – Faz acordo para pagar US$ 10 milhões por vítima da Pan Am, num total de US$ 2,7 bilhões em indenizações. “Os líbios queriam Kadafi preso, queriam humilhá-lo o quanto fosse possível. Quem o queria morto eram aqueles fieis a ele, ou que tinham trabalhado para ele.” Com a morte de Muamar Kadafi, o governo interino declarou a libertação formal do país em uma cerimônia que reuniu milhares em Benghazi, berço da revolta contra o antigo regime. Celebrações também foram registradas em frente às embaixadas da Líbia, na Tunísia e em Malta, onde manifestações reuniram refugiados líbios com buzina e tiros para alto. Com a libertação, o povo Líbio teve acesso à internet, o que antes no regime de Kadafi não era permitido, pois poderia ser utilizado como ferramenta e ameaças dos rebeldes contra o seu governo. Apesar da internet estar disponível na Líbia, na sua maioria, à classe média, e não a massa de pobres, sua importância foi fundamental no levante. Como não se imaginava, os ataques a Kadafi não eram feitos por religiosos islâmicos, mas por jovens movidos pelos novos canais de comunicação. Os líbios têm a esperança de que na ausência do ditador, possam usufruir da liberdade, com opções de escolha e acesso às redes mundiais de comunicação, e assim se fazerem presentes no mundo, depois de tanto tempo isolados. Catia Lopes e Mariana Ferraz 2 RRPPAtualidades/dezembro 2011 Opinião A revolução digital de Steve Jobs FOTO DIVULGAÇÃO Uma história de vida de um homem de muita determinação, que vai ser apresentada em uma biografia autorizada com lançamento previsto para novembro, a qual incluirá a história da criação de uma companhia de tecnologia, uma demissão de sua própria empresa e um retorno triunfal que viria a torná-la a maior do mundo. Sem dúvidas, é um enredo para um ótimo filme. Só poderíamos deixar um muito obrigado por todas as alegrias, pelos exemplos e incríveis produtos idealizados por Steve Jobs. Um homem que sempre terá o seu legado vivo em cada iGadget ou Mac, e que merece ter sua história contada para as futuras gerações. Sentiremos saudades, Steve! Repita-se um clichê: Steve não morreu. Ou melhor, não poderia morrer. O homem que revolucionou o mundo dos computadores pessoais, depois o cinema de animação e, finalmente, reinventou a forma de toda uma geração de ouvir música, lidar com seu aparelho celular, ler livros, sites, revistas e jornais e navegar na internet não poderia morrer. Fosse este homem audacioso, ríspido, meticuloso, egoísta, individualista, este homem não poderia morrer. Mas dia 5 de outubro deste ano, com apenas 56 anos, Steve Jobs morreu. O legado de Jobs é imensurável e só será sentido ao longo das próximas décadas. Alguns, um tanto exagerados, já o compararam a Leonardo da Vinci. Outros, nem tão exagerados, a Thomas Edison. O pessoal do design diz que Jobs está para o design assim como Henry Ford esteve para a produção. O fato é que há poucas empresas na história capazes de mobilizar uma multidão tão grande de fiéis – e outra ainda maior de clientes – e muito dessa paixão tinha a ver com o carisma do líder falecido em outubro. “A Apple perdeu um visionário e um gênio criativo, e o mundo perdeu um ser humano sensacional. Aqueles de nós que foram sortudos o suficiente para conhecer e trabalhar com Steve perderam um querido amigo e um mentor inspirador. Steve deixa a nós uma grande empresa que apenas ele poderia ter construído, e seu espírito será para sempre a fundação da Apple”, disse o CEO da Apple, Tim Cook. RRPP Atualidades Facebook, a rede social do momento PUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil. Versão Online: www.rrpponline.com.br E-mail: [email protected] Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet Vice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira Diretora da Famecos: Drª. Mágda Cunha Coordenadora do Curso: Drª. Cláudia Moura Edição: alunos de Produção de Mídia Impressa e Digital em RRPP. Professores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana Sandini. Alunos: Alex Zanoto, André Luiz Azambuja Fontes, Cátia Cristina Lopes, Cláudia Fernandes de Oliveira, Elizamar Eberts de Mores, Ellen Letícia Capponi, Fábio Santana Félix, Ingrid Gabrielle Alves Festal, Jéssica Luana Porto, Joice Rodrigues Ferreira, Júlia Alves Menezes, Julya Cândido Szeckir, Katia Fonseca Veiga, Lucas Silva Santos, Mariana Mahcado Ferraz, Priscila Polyana Trinks e Raquel de Almeida Corré. Ellen Capponi e Jessica Luana Porto RAQUEL MONTEIRO/ RRPP O Facebook atinge hoje milhões de brasileiros, superando o Orkut, antes uma preferência nacional. É uma rede social gratuita, onde usuários criam perfis, que contêm fotos e listas de interesses pessoais, trocando mensagens privadas e públicas entre si e também entre grupos de amigos. Um dos recursos mais utilizados é o Mural na página de perfil do usuário, que permite a amigos postar mensagens para serem vistas. É visível para qualquer pessoa com permissão para acessar o perfil completo. Muitos usam o Mural de seus amigos para deixar avisos e recados temporários. As mensagens privadas são salvas em “mensagens”, onde apenas remetente e o destinatário podem ter acesso. Outra ferramenta que é bastante utilizada no website é o Cutucar/Toque, fazendo com que os usuários enviem “cutucadas” uns aos outros. O cutucar é uma forma de interagir e também uma forma de chamar a atenção dos amigos. O Evento é uma ferramenta utilizada para informar sobre os próximos acontecimentos em sua comunidade e para organizar encontros sociais de todos os tipos, presenciais ou virtuais. O site vem crescendo mais a cada dia, fazendo com que todos os tipos de públicos tenham acesso a esta nova tecnologia das redes sociais. O Facebook serve para que as pessoas tenham mais afinidade umas com as outras, postem ∆∆ Facebook caiu no gosto da galera assuntos do seu dia a dia, fotos de momentos importantes, entre outras funções que a rede propõe. A comunicação é fundamental, e esta ferramenta possibilita ainda mais o contato dos usuários, pois é livre, fácil e gratuita. Julya Szeckir, Raquel Monteiro e Júlia Menezes Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 3 Acessibilidade já Quem tem deficiência quer sua valorização FOTOS DIVULGAÇÃO MARCELO BERTANI U ma caminhada pela valorização “seu problema” sempre que achar conveda pessoa com deficiência, que niente, o que não é o caso de alguém com até então era nomeada “porta- deficiência. Miriam também ressalta que “necessidade especial” dora de deficiência”, “Portador é aquele é um termo igualmente ocorreu no dia 21 de que porta algo por inadequado, pois repreagosto, no Parque da Redenção em Porto sua própria vontade” senta um desejo que vai além de suas possibiliAlegre. De acordo com Miriam Barbosa dades pessoais. a assessora de políticas Foi com base nespúblicas para a pessoa com deficiência do município de Grava- ta discussão que se deu a I Semana de taí, Miriam Barbosa, “portador é aquele Valorização da Pessoa com Deficiência, que porta algo por sua própria vontade”. promovida pela Assembléia Legislativa Ou seja, a pessoa está apta a descartar gaúcha. Com uma estrutura ao ar livre ELSON SEMPÉ PEDROSO/ FLICKR FAMECOS no Parque da Redenção, o público interessado pôde apreciar diversas atrações ao longo do dia. Destaque para a caminhada que teve início por volta das 11h30min e tinha como percurso a saída do Parque da Redenção, seguido pela Avenida Oswaldo Aranha e retorno pelo Brik da Redenção. Durante o percurso, manifestantes gritavam frases de apoio à causa e incentivavam todos a participar. Pôde-se perceber uma grande participação de familiares, que juntos buscam a aceitação e lutam pelo fim de qualquer discriminação que ainda possa existir. O público era composto, em sua maioria, de cadeirantes, que mesmo com limites físicos, não deixaram de esboçar sua alegria e satisfação com a proposta do evento. Os participantes comentaram, durante a manifestação, as dificuldades encontradas no mercado de trabalho, a importância de uma data como essa e o que eles esperavam de uma mobilização deste tamanho. Questionados pela revista impressa e digital RRPP Atualidades, disseram que o retorno foi bastante positivo. Eles ressaltaram a importância da inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, pois mesmo com alguma limitação, este profissional pode contribuir de forma a acrescentar o seu conhecimento e sua experiência, demonstrando, mais do que tudo, força de vontade para continuar e integrar a sociedade livre de preconceitos. Cátia Lopes, Hadassa Gomes e Mariana Ferraz 4 RRPPAtualidades/dezembro 2011 Manifestação de superação pela valorização em Porto Alegre Sem barreiras para se divertir O Café Segredo é uma casa da Cidade Baixa de Porto Alegre. Ela tem como diferencial o fato de ter acesso a cadeirantes em suas instalações. A casa conta com dois andares, com acesso pelo elevador, corredores amplos e até mesmo uma pista de boliche adaptada. A ideia do elevador quebrou um paradigma nas festas em Porto Alegre. Os cadeirantes têm o direito de ir e vir em qualquer lugar e merecem ter seus direitos. A iniciativa do Café Segredo mostra a preocupação em agregar e satisfazer todos os públicos, tornando-se assim uma casa diferente e modelo a ser seguido. No primeiro andar está o Segredo Pub, dedicado a quem gosta de escutar um som ao vivo. No mesmo andar está o Segredo Bowling, uma área equipada com seis pistas de boliche e uma iluminação que dá todo o clima no ambiente. Já o Segredo Lounge é uma pista de dança onde toca o melhor da música eletrônica, o conhecido House Music, local acessado pelos cadeirantes mediante o elevador. O estacionamento, que comporta até 250 carros, é coberto e exclusivo para os clientes. Juliana Carvalho – apresentadora do Programa Faça a Diferença da TV AL (TV da Assembléia Legislativa) – contou que já frequentou a casa noturna e que o Pedrini e o Só Comes são dois bares que também disponibilizam esse acesso. Juliana acha que as festas de Porto Alegre estão pouco preparadas para receber esse público, que a quantidade de bares com acesso a As virtudes de uma Ouvidoria cadeirantes é raríssima e os donos deveriam ver os cadeirantes como consumidores. “A maioria dos cidadãos que tornou-se dependente de cadeiras de rodas tem idade entre 19 e 30 anos, e nem por isso deixa de ter vida social”, enfatiza. As casas noturnas interessadas em se incorporarem à acessibilidade já podem consultar a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis) da Prefeitura de Porto Alegre. Lá tem um arquiteto que trabalha com adaptação de lugares físicos, eles podem dar assessoria. A ideia é válida para aqueles que visam melhorar o atendimento e recepção ao público, assim como fez o Café Segredo. Iracema Teixeira, Cibele Linck e Marina Souza ALEX ZANOTO/ RRPP Artigo •Um ótimo canal entre o usuário e a administração organizacional A implantação de uma Ouvidoria em uma organização deve ter como principal objetivo a identificação de problemas percebidos pelos clientes em seus serviços e processos, bem como a conversão destas informações recebidas em ações junto às áreas responsáveis, visando à solução dos problemas e o aprimoramento de seus processos. Marvin Evandro Ramgrab, assistente da Ouvidoria da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) durante um ano e meio (até o mês de março/2011), revela algumas informações sobre a finalidade do serviço de Ouvidoria e qual o seu papel dentro de uma organização pública. Questionado sobre a importância de uma Ouvidoria para o cliente de uma organização, Ramgrab diz que a empresa deve ter o cuidado de expor um discurso uniforme através desse meio, sem margens para possíveis contradições. “A Ouvidoria, como instância superior de atendimento, e não como um canal paralelo aos demais canais de relacionamento com o cliente oferecidos pela organização, deve buscar cooperar com as demais instâncias e orientá-las para que o conjunto seja harmonioso e eliminem-se qualquer tipo de contradições internas”, salienta o profissional. Esse canal, em tese, deve possibilitar uma comunicação facilitada com os clientes, pois é caracterizada pelo informalismo no atendimento, dispensando pedidos formais. Seguindo essa linha, Ramgrab é muito contundente ao dizer que “essa flexibi- ∆∆ Ouvidoria protege o cidadão e a boa administração, diz Ramgrab lidade na atuação permite a criação de vínculos de satis- do consumidor”, comenta o funcionário fação com seus usuários, contribuindo, com experiência no setor. Ramgrab julga ser um desafio para assim, para a preservação e valorização da imagem da organização”. Igualmente, uma Ouvidoria, “assumir o seu papel as informações obtidas pelas Ouvidorias de agente capaz e com o conhecimento podem ser úteis aos processos de apri- adequado para propor mudanças nos processos das organizações e, principalmoramento contínuo das organizações. No caso das concessionárias de mente, conseguir demonstrar de forma energia elétrica – caso da CEEE-D -, este embasada estas possibilidades para a elemento de integração entre concessio- gestão, fazendo com que esta as acate e nária e usuário possui, inegavelmente, proporcione a devida autonomia para segundo Ramgrab, forte função preven- que as Ouvidorias as apresentem e as detiva ao promover soluções extrajudiciais senvolvam”. O serviço de Ouvidoria tanto protege para resolução de conflitos no âmbito administrativo. “A ação evita, assim, o cidadão quanto põe a salvo a adminispossíveis penalizações e multas passí- tração de críticas injustas e acusações inveis de aplicação pelas agências fiscali- fundadas, pois uma administração boa e zadora e reguladora, garantindo, ainda, eficaz sempre interessa a todos. reconhecimento frente a estes agentes e aos demais órgãos de defesa e proteção Alex Zanoto Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 5 Relações-públicas nas Organizações Garantia de bom clima •Buscando a tranquilidade, respeito e união no trabalho “Teoria e praxis devem estar dialética e dialógicamente coerentes para que não sejam uma falácia” (Neka Machado) 6 As organizações no Brasil estão cada vez mais reconhecendo o trabalho do relações-públicas e procurando estabelecer uma gestão em que funcionário e empresa se sintam valorizados. O ambiente de colaboração traz inúmeros benefícios, como aumento da produção, promoção no boca-boca, melhor entendimento do empregado e suas necessidades, além de gerar vontade, desejo e felicidade dentro do ambiente de trabalho. Contudo, essa estratégia deve estar enquadrada dentro dos valores, missão e visão estabelecidos previamente pela empresa para que não haja dissonância nas ações aplicadas e obtenha-se o melhor retorno possível. Mesmo aquelas organizações que não possuem um relações-públicas ou um setor que cuide dos relacionamentos e da comunicação interna, é comum a percepção e um esforço para que o clima organizacional seja agradável e produtivo. Aquela figura do patrão, chefe, todo poderoso que só manda e não ouve está cada vez mais escassa no mercado. Os líderes se mostram hoje uma pessoa mais interada às necessidades da corporação como um todo, sem perder sua posição de superior. Formada em Jornalismo e Relações Públicas, e realizando estudos de pós-graduação em Relações de Poder, a professora Neka Machado tem pesquisado sobre o clima dentro das empresas no Brasil. Em entrevista à revista impressa e digital RRPP Atualidades, a professora da PUCRS fala de suas observações: RRPPAtualidades/dezembro 2011 O que se pode considerar hoje como bom clima organizacional? Existem alguns aspectos. O primeiro deles é a pessoa ser reconhecida no ambiente de trabalho. No sentido de pertencer, saber que está ali, diferente da antiga história de vestir a camiseta, é saber que tu tens significado para organização e vice-versa. Outro aspecto, sem dúvida alguma, é a questão do retorno, merecimento, se aqueles que contratam consideram um bom profissional, o valor do salário deve ser equivalente. Para chegar a esse condicionamento, a gente precisa ter presente essa relação de tranquilidade, de pertencer, de reconhecimento e saber que de alguma forma, mesmo que não ganhe tão bem assim hoje, essa situação pode ser revertida. Relacionamento é tudo, mas exige respeito. O respeito é muito amplo, tão nobre essa dimensão que nos confundimos diversas vezes. Existe um valor de peso também que é a relação de poder onde se seduz, ou convence, ou manda... E esse respeito passa, inclusive, por saber que em alguns momentos o poder é apenas hierárquico, outras vezes é legitimado pela sua condição de ser. Como somos vistos no Brasil, dentro das organizações, como gestor de pessoas? Muito pouco se tem nessa área. A gestão ainda está sendo feita por profissionais da administração. O link gestão, pessoas e comunicação no Brasil continua totalmente insuficiente. Os relações-públicas não são aproveitados com a dimensão que deveriam ser. Que bom se toda organização tivesse junto ao seu RH um gestor com perfil da comunicação. Nas organizações que já têm o RRPP, eles decidem junto à cúpula? Estão no mesmo nível da diretoria? No Brasil temos inúmeras realidades: o relações-públicas no papel protocolar e cerimonialista, aquele que é assessor para eventuais acontecimentos e o RP de fato e de direito para aconselhar, orientar, fazendo um trabalho de qualificado “staff”. Poucos são legitimados para decidir. Quais os meios mais eficazes que estão sendo utilizados para suavizar os relacionamentos entre os funcionários? O Brasil vive uma falácia ou uma unidade dos contrários mal resolvida. Tratam bem o empregado, mas acabam castigando, o deixam feliz, mas de repente quando ele está em crise, ninguém vai e conversa com ele. Existe uma postura muito feia de não saber exatamente qual a política que realmente está sendo adotada, a clareza é fundamental. Temos um misto de latino acolhedor, mas se formos ver no fundo, trabalho é trabalho, e vida particular à parte. Há muito mais teoria do que prática, para sermos felizes temos que ser orgânicos, falar e produzir essa prática. Apesar de no Brasil a profissão de RRPP ser muito nova e inserida na ditadura, sendo orquestrada por diversos profissionais que não eram da área, é visível o crescimento e crédito que estamos atrelando a esta gestão coesa e planejada vinda do relações-públicas. André Fontes Memória Fábio Santana Félix Gabriela Fossá A Legalidade foi o maior movimento popular no Brasil desde a Revolução de 30. A reação de Leonel Brizola ao golpe dos militares para impedir a posse de João Goulart na Presidência da República, após a renúncia de Jânio Quadros, no dia 25 de agosto de 1961, foi um ato de bravura. A firmeza de Brizola no episódio fez dele um líder nacional e retardou a conspiração da direita, que somente se concretizaria no golpe de 64. Como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, a Legalidade abortou o complô iniciado em 1950 para tornar inviável um governo nacionalista. O dia 26 de agosto, data da Legalidade, faz parte do calendário de lutas do povo brasileiro pelo respeito aos seus direitos políticos. Em um cenário político conturbado devido à Revolução cubana de 1959 e agravado pelo contexto da Guerra Fria, acontece, em 1961, a renúncia de Jânio Quadros à Presidência da República. O vice-presidente João Goulart está em missão diplomática na China. Em consequência desta ausência, toma posse, como era previsto na Constituição Federal, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. A partir deste quadro, os ministros militares de Jânio (general Odílio Denys, brigadeiro Grun Moss e almirante Sílvio Heck) demonstram o seu desejo de impedir a posse de Jango. Assim, alguns dias após a sua posse, o presidente em exercício, Paschoal Ranieri Mazzili, envia ao Congresso a mensagem 471/61, solicitando um parecer sobre a discordância dos militares quanto à posse do vice. 50 ANOS DO LEVANTE DA LEGALIDADE FOTOS ACERVO HISTÓRIA ∆∆ Brizola comandou a resistência armada a partir das sacadas do Palácio Piratini OS PERSONAGENS DA CRISE INSTITUCIONAL DE 1961 “Forças terríveis se levantaram contra mim” ∆∆ Jânio Quadros Jânio da Silva Quadros foi o 22º presidente do Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961, data em que renunciou. Em 1985, conquistou a prefeitura de São Paulo pelo atual PTB, vencendo Fernando Henrique Cardoso, que depois se elegeria duas vezes presidente da República. Foi o único sul-mato-grossense presidente do Brasil. O “Homem da Vassoura”, slogan de sua campanha, venceu a eleição presidencial de 1960, como candidato populista de direita, lançado pela União Democrática Nacional (UDN), derrotando o marechal Henrique Teixeira Lott, do PTB, em uma coligação nacionalista de esquerda. Naquela época, as regras eleitorais estabeleciam chapas independentes para a candidatura a vice, o que permitiu a reeleição do vice-presidente João Goulart, da chapa de Lott. A gestão de Jânio Quadros na presidência da República foi breve, duraram sete meses e encerrou-se com a renúncia. Neste curto período, o presidente praticou uma política econômica e externa que desagradaram profundamente políticos conservadores que o apoiavam, setores das Forças Armadas e outros segmentos sociais. Paralelo a decisões polêmicas e hilárias, como a proibição de rinhas de galo e do biquíni, Jânio restituiu as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional e condecorou Che Guevara em Brasília. O presidente acabou surpreendendo o país com a renúncia. “Forças terríveis se levantaram contra mim”, disse. Desencadeou-se crise institucional, porque os ministros militares e as classes dominantes não aceitavam a posse de Jango. Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 7 João Goulart defendia as Reformas de Base Após a renúncia de Jânio Quadros, os militares tentaram vetar a chegada do vice João Goulart (São Borja, 1919 – Mercedes, Argentina, 1976) ao posto presidencial. Tendo sérias desconfianças sobre a trajetória política de Jango, membros das Forças Armadas alegavam que a passagem do cargo colocava em risco a segurança nacional. Grupos políticos conservadores associavam o vice à ameaçadora hipótese de instalação do comunismo no Brasil. Era um argumento, mas ao mesmo tempo uma contradição. Nascido em São Borja, advogado, Jango era um próspero fazendeiro, proprietário de fazendas no Rio Grande do Sul e na Argentina. Herdeiro político de Getúlio Vargas, Jango foi seu ministro do Trabalho. Ao propor, na época, 100% de aumento para o salário mínimo, criou uma polêmica nacional. Perguntado pela imprensa se apoiava a proposta de João Goulart, Getúlio respondeu: “Jango sou eu.” A frase demonstra a dimensão do prestígio do ministro junto ao presidente. Eleito vice-presidente pela primeira vez com Juscelino Kubitscheck, do PSD, Jango garantiu a governabilidade durante os quatro anos com o apoio do PTB. Aos 44 anos de idade, assumiu a presidência em 7 de setembro 1961, garantida pela Legalidade, mas teve de se submeter ao regime Parlamentarista, com poder limitado, tendo um primeiro-ministro como chefe de governo. No entanto, acabou assumindo os plenos poderes ao propor um plebiscito, realizado em 6 de janeiro de 1963, quando o Projetando a possibilidade de ao Movimento da Legalidade. A mobilização realizada duranum golpe, o então governador gaúcho Leonel de Moura Brizola, deci- te a Legalidade possibilitou a posse de ir contra esta tentativa de que- de Jango no dia 7 de setembro de bra da Constituição, que impedia 1961, não agradando aos legalistas, que Jango tomasse posse. Utiliza o contrários ao parlamentarismo que seu tino político para unir e liderar foi negociado por Tancredo Neves o povo gaúcho contra os atos ar- e aceito por Jango, desagradanbitrários dos ministros militares. do o governador Brizola e o povo Convocando o povo gaúcho, pela gaúcho. Em nota antes de tomar Rede da Legalidade, uma cadeia posse como Presidente da Repúblinacional de emissoras de rádio, ins- ca, Jango expressou a sua posição sobre os fatos: “Chego talada nos porões do Palácio Piratini para A importân- à minha pátria para cumprir os deveres a luta pelo cumpricia da Rede da que me são impostos mento da Constituição Federal, na frente do Legalidade na pela nossa Constituição. Não alimento Palácio Piratini para mobilização ódios nem ressentiuma reunião de volunpopular mentos de qualquer tários dispostos a luespécie. Permaneço tar. A Praça da Matriz havia sido tomada pelo povo, que como em toda a minha vida púali instituiu seu quartel general. As blica, inteiramente devotado aos ameaças de bombardeio lançadas princípios democráticos, à manupelo Ministério da Guerra não im- tenção da ordem, pronto a servir à pediram que a população tomasse república no interesse do progresso as ruas. Ecoando gritos de justiça, e do bem-estar político, econômico ocupou desta maneira, a frente do e social e espiritual da Nação. Que Piratini, cercado por barricadas Deus me ilumine. Que o povo me para assegurar a resistência. Aos ajude. E que as armas não falem”. A grande arma usada por Leopopulares foram distribuídas duas mil armas. A adesão popular foi to- nel Brizola, no Movimento da Letal: eram jovens, estudantes, ope- galidade, não foi a metralhadora rários, pais de família, todos se alis- estigmatizada nas fotos do govertaram em postos espalhados pelas nador que ilustram capas de livros cidades do Rio Grande do Sul. O e jornais alusivos ao movimento de histórico espírito de luta gaúcho ti- 1961. Foi o microfone da rede de nha acordado. Os governos de Goi- emissoras montada a partir da Ráás e do Paraná, também, se aliaram dio Guaíba. 8 RRPPAtualidades/dezembro 2011 Presidencialismo, com mais de 9 milhões de votos, derrotou o Parlamentarismo, com o apoio de apenas dois milhões de brasileiros. O trabalhismo estava solidificado no poder e no apoio popular. Este foi o sinal para as forças de direita começarem a articular o golpe, finalmente vitorioso em 1º de abril de 1964, Dia dos Bobos, cuja a data foi mudada nos livros de história para 31 de março, por motivos óbvios. O educador e político Darcy Ribeiro costumava dizer que o governo Goulart caiu mais por seus acertos do que pelos erros. Propunha uma mudança cultural e social no Brasil com as “Reformas de Base”, fortalecimento da indústria nacional, reformas agrária, urbana e educacional, nos modelos de escola e universidade. Transformado ∆∆ João Goulart em líder continental, desfilando em carro aberto pelos principais países da América Latina, aclamado por multidões, foi recebido por John Kennedy. Deposto, nunca mais pôde voltar ao país. Morreu no exílio em 76. Tomava medicamentos para o coração, pode ter sido assassinado com a troca dos remédios. ∆∆ O governador e a estigmatizada metralhadora portátil “Quando tiraram do ar as rádios, a gente ficou meio tonto, sem saber o que fazer, andando pelas ruas. Aí retumbou a Guaíba e corremos para o Piratini” “Não só o acesso à Rádio Guaíba, mas também o empenho dos profissionais que atuavam na área de comunicação social foram fundamentais para o sucesso da mobilização popular que ocorreu a partir da ordem de Brizola para o levante dos gaúchos em defesa da Legalidade e pela posse do presidente João Goulart”, diz a deputada Juliana Brizola, neta do ex-governador. “Quando tiraram do ar as rádios, a gente ficou meio tonto, sem saber o que fazer, caminhando pelas ruas. Quando ouvimos a Rádio da Legalidade, fomos imediatamente correndo para o Palácio Piratini e nos apresentamos para começar a trabalhar, e outros companheiros apareceram depois”, lembra Lauro Hagemann, ex-deputado e famoso locutor do Repórter Esso. Algumas pessoas só iam para casa para tomar banho, dormiam nas cadeiras e sofás do Palácio Piratini, como faziam também outros jornalistas, assessores, radialistas, escritores. “A brutal cobertura que se deu em torno do episódio da Legalidade foi um dos dados mais fundamentais desse movimento. A rede criada por Brizola, além possibilitar que o ex-governador tenha exercido e demonstrado toda sua competência como comunicador de rádio, foi também uma oportunidade na história de demonstração do civismo, politização e patriotismo do povo gaúcho”, enfatiza Carlos Bastos, ex-diretor de jornalismo da RBSTV. Brizola lançou manifestos no ar em todas as rádios da época e à medida que os pronunciamentos eram feitos, as emissoras, com medo, saiam do ar. A Guaíba foi a única que permaneceu, permitindo a criação da Rede da Legalidade, a partir do seu sinal. Aos poucos, as emissoras de todo o país, mais confiantes, foram aderindo. Formou uma corrente nacional. Memória Anos 60 ∆∆ Guevara condecorado por Jânio ∆∆ Jango tinha o apoio popular ∆∆ A resistência do Rio Grande do Sul contra o golpe de direita tentado em 1961 A trajetória política de Brizola, o último caudilho Leonel de Moura Brizola, o grande líder do movimento da Legalidade, nasceu em Carazinho, em 22 de janeiro de 1922, com o nome de Itagiba. Filho de uma família pobre, não chegou a conhecer o pai, morto quando voltava para a cidade no fim da Revolução de 1923. Aos 12 anos saiu de casa e foi estudar na Escola Agrícola de Viamão. Escolheu um novo nome, inspirado no líder maragato Leonel Rocha, e trabalhou até como ascensorista para estudar. Entrou na Escola de Engenharia da UFRGS. Durante a faculdade, filia-se ao PTB e se elege deputado estadual. Em 1949 se forma engenheiro civil. No ano se- guinte, o jovem deputado trabalhista casa-se com Neuza Goulart, irmã de João Goulart, futuro presidente da República. Seu padrinho é o então presidente Getúlio Vargas. Eleito duas vezes deputado estadual, torna-se deputado federal em 1954, na eleição após o suicído de Vargas. No ano seguinte, vence as eleições para prefeito de Porto Alegre. Eleito governador do Rio Grande do Sul em 1958, estatiza empresas norte-americanas de telefonia e energia elétrica, antes de Fidel Castro. Inicia o processo de reforma agrária e constrói mais de quatro mil escolas públicas, sua obsessão a vida inteira pela dificulda- de que teve para estudar por ser um menino pobre. Após a renúncia de Jânio Quadros, lidera a campanha pela posse do vice-presidente João Goulart, que os militares queriam impedir. O último caudilho vence. Em 1962, Brizola elege-se deputado federal pelo estado da Guanabara, sendo o candidato mais votado do país. Tenta resistir ao Regime Militar de 1964 e é cassado. Fica um mês escondido em Porto Alegre e foge fardado de PM, em um avião do Jango, que pousou em Capão da Canoa, onde os dois tinham casas conjugadas. Exila-se no Uruguai, de onde é expulso em 1977. Muda-se para os Estados Unidos e, em seguida, para Portugal. Com a anistia de 1979, volta para o Brasil. Tenta reorganizar o PTB, mas perde a sigla numa disputa com outros trabalhistas na Justiça Eleitoral. Funda, então, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), pelo qual se elege duas vezes governador do Rio de Janeiro em 1982 e em 1990. É candidato do PDT à Presidência da República em 1989 e em 1994, mas perde. Em 1998, é candidato à vice na chapa de Luís Inácio Lula da Silva, nova derrota. Morre no Rio de Janeiro em 21 de junho de 2004 de parada cardíaca, durante um quadro de pneumonia. Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 9 Reconhecimento Somos cinco estrelas O curso de Relações Públicas da PUCRS, destaque nacional, tem como pilares a humanização, relacionamentos internacional e digital SILVANA SANDINI/ RRPP O curso de graduação em Relações Públicas da PUCRS está avaliado em cinco estrelas pelo Guia do Estudante 2011 da Editora Abril. Foi o único curso de RRPP do Brasil a receber cinco estrelas, a avaliação máxima, cotação “excelente”. A coordenadora do curso, professora Cláudia Moura, recebeu o certificado de destaque com grande alegria. Para ela, que está há um ano na coordenação, superou suas expectativas. “Eu acho que tudo se faz em conjunto, eu não acredito em um curso com uma pessoa só encabeçando e o resto todo descolado da proposta pedagógica”, divide com todos a distinção. “Quando tudo funciona em conjunto, tudo é melhor”, enfatiza. Em sua opinião, esse reconhecimento se deve a uma trajetória que vem de coordenações anteriores. “Não é de hoje, as cinco estrelas vêm sendo conquistadas há muito tempo. Tem a ver com todas as coordenações anteriores, com toda uma história do curso”, justifica. Cláudia busca atender as demandas de todos os professores. “Um professor mais satisfeito acaba passando isso para o aluno. Esse bom relacionamento interno acaba refletindo externamente. Desde o início deixei bem claro para os professores que a minha passagem na coordenação tem este olhar: de atender as necessidades de todos, estamos caminhando juntos para o mesmo objetivo.” Formada nas três áreas da Comunicação – RP, Jornalismo e Publicida- ∆∆ Cláudia Moura recebeu o convite da prêmiação da Editora Abril de –, mas uma entusiasta das Relações Públicas, Cláudia Moura baseia sua administração no Departamento de RRPP da Famecos em três pilares: “O relacionamento humanizado, que tem o sujeito como foco, o relacionamento internacional, esse sujeito tem que ser um cidadão do mundo, e o relacionamento digital, que é se adaptar às novas redes.” OS 14 CURSOS CINCO ESTRELAS DA PUCRS Administração Arquitetura e Urbanismo Ciência da Computação Ciências Aeronáuticas Ciências Biológicas Ciências Sociais 10 Enfermagem Engenharia da Computação Física História Jornalismo Odontologia Pedagogia Relações Públicas RRPPAtualidades/dezembro 2011 O objetivo da premiação, que avaliou cerca de 1.400 Instituições de Ensino Superior (IES), é identificar e valorizar as melhores IES do Brasil. Além do curso de Relações Públicas, outros 13 cursos da PUCRS receberam cinco estrelas (excelente). Lucas Santos “Não é de hoje, as cinco estrelas vêm sendo conquistadas há muito tempo.” EDUARDO ELIAS BARBOSA Festival A ironia que se iniciou com o Rock in Rio, apesar de já ter virado clichê, é a crítica em razão das poucas atrações de rock‘n’roll autêntico durante o festival. O que as pessoas esquecem é que sempre teve a proposta de ser um evento de música pop, acima de tudo. Já era assim em 1985, ano do primeiro e até hoje não superado pelos demais. Naquele ano, Ney Matogrosso e Ivan Lins (grandes nomes da MPB) subiram ao mesmo palco de roqueiros como Queen e AC/DC. O “rock” deveria ser interpretado não como gênero, mas como verbo (de “agitar”, numa tra- STEVIE WONDER Na noite do soul, Stevie Wonder cativou o público com covers de “The girl from Ipanema” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e “Você abusou”, de Antônio Carlos e Jocafi. A apresentação teve a presença da cantora Janelle Monáe, e sucessos como “You are the sunshine of my life”, “Higher ground”, “I just called to say I love you”, “My cherie amour” e “Isn’t she lovely”. ROCK OU POP IN RIO? dução livre). Portanto, essa cobrança de o festival ser “mais rock” não faz sentido e ficou velha. Priscila Rosa, vocalista da Banda Pondera, de Porto Alegre, concorda que a ironia “Pop in Rio” caiu como uma luva, pois hoje em dia o evento que era para ter rock e subgêneros do rock apresentou axé, pop e diversos outros estilos. Para a vocalista, as bandas pops poderiam ser substituídas por bandas de rock gaúchos e ressaltou que Aerosmith, AC/DC, Halloween, Twisted Sister poderiam estar no lugar daquelas que não têm nada a ver com o rock. Os roqueiros do Gun’s Roses foram os que a levaram ao AS DIVAS Divas do rock mundial se apresentaram também. Destaque para a caribenha Robyn Rihanna Fenty ou, se preferir, Rihanna, aquela que já trocou o estilo do cabelo pelo menos umas 40 vezes desde que começou sua carreira em 2005. Outra que subiu ao palco foi Katy Perry. Filha de pastores, Katheryn Elizabeth Hudson nasceu em Santa Bárbara, Califórnia, e tem hoje um visual de pin up. festival, superando suas expectativas. “Eles sempre foram a maior fonte de inspiração da Banda Pondera”, contou Priscila Rosa. Piadas e a parte, o público esgotou rapidamente os 600 mil ingressos para o festival deste ano, fazendo a organização agendar mais um dia aos seis antes previstos e colocar à venda mais 100 mil entradas, fazendo amantes da música, seja ela qual for, ir ao delírio, agradando todos os públicos. Ellen Letícia Capponi Jéssica Luana Porto ELTON JOHN O cantor inglês Elton John sentou-se ao piano com seus óculos de lente vermelha e um terno preto, e mostrou todo o seu vigor aos 64 anos, não só no teclado, mas levantou-se mais de uma vez para interagir com a plateia. No repertório, os clássicos “Don’t let the sun go down on me”, “Honky château” e “Crocodile rock”, e novidades como “Hey ahab”, uma de suas composições recentes. Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 11 OBSERVATÓRIO Gerenciando Crises Uma empresa ou organização de sucesso deve, necessariamente, possuir boa imagem. Para isso, é preciso transparência. A imagem serve para identificar o modo como os outros nos enxergam. Posicionar-se de forma preventiva, diagnosticando as potenciais ações passíveis de se tornar uma crise, é a melhor maneira de proteger a imagem organizacional. Imagem e reputação andam juntas. Logo, uma ação mal executada ou uma atitude mal pensada podem gerar uma crise que acabará atingindo a imagem da organização. Um exemplo recente é o caso do achocolatado Toddynho, onde temos ações claras do que fazer e do que não fazer, no que diz respeito à prevenção, diagnóstico e prognósticos de uma possível crise. A empresa PepsiCo – fabricante do produto – , após ser autuada por fabricar, embalar e colocar à venda produtos de qualidade duvidosa, teve que se desdobrar para amenizar esse grande transtorno. Nessa situação, o uso da transparência foi fundamental para reduzir os danos causados pela eminente crise. Uma falha no procedimento de fabricação do produto, culminou na mistura de uma espécie de detergente junto ao achocolatado. Em nota oficial, a PepsiCo explicou que o problema ocorreu em um lote específico. Para solucionar o quanto antes o problema, além de recolher as unidades de Toddynho do lote danificado, a PepsiCo disponibilizou um médico aos consumidores que procuraram a empresa por meio de seu Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). Em nota, a empresa afirma que “a maioria das unidades do produto que estavam no mercado já foram recolhidas”. Também colocaram à disposição um telefone 0800, disponibilizando mais um canal para que qualquer problema pudesse ser relatado. Ou seja, a melhor estratégia é a transparência e a transmissão do maior número possível de informações. Alex Zanoto e Lucas Santos 12 RRPPAtualidades/dezembro 2011 Tolerância mínima com fumo no saguão •Professores e alunos da Famecos juntos pela mesma causa: combater o fumo passivo no espaço de lazer BRUNO TODESCHINI/ FLICKR FAMECOS ∆∆ O saguão não deixa de ser um local fechado, enquadrado na lei anti-tabagismo N o próximo semestre, os alunos da Famecos terão uma grande surpresa: virá com tudo uma campanha de conscientização ao não fumo no saguão do famoso prédio 7. Baseados pela lei suplementar 315/08 que vigora em todo o país e proíbe fumar em locais fechados, alunos e professores do Espaço Experiência se mobilizam por esta causa. Pessoas não fumantes que utilizam o saguão da faculdade reclamam por causa da fumaça, do mau cheiro, porém, são poucos os que se dispõem a fumar em locais totalmente abertos. Muitos esquecem que o fumante passivo está exposto à fumaça de cigarros. Segundo estudos, pessoas que passam 80% de seu tempo em locais fechados no trabalho, nas residências ou em locais de lazer, têm grande risco com a exposição excessiva a esta fumaça. Atualmente, se reconhece que os não fumantes têm muitas doenças que os fumantes costumam apresentar, justamente por estarem expostos à fumaça do cigarro. O aluno do curso de Relações Públicas, José Henrique Alonso, de 31 anos, revela que se considera um fumante passivo na Famecos por ser impressionante o número de alunos fumantes. “Quem fuma não se importa com quem não fuma”, reclama. A professora Neka Machado acredita que devemos respeito em todos os âmbitos dos aspectos coletivos, nas filas, no trânsito, ao atravessar a rua e na hora de fumar. “É o comportamento respeitoso coletivo. Essa é a minha maior tese, eu só posso exigir respeito no momento em que eu também te respeito.” Para ela, “o elegante nessa história toda, seria todo mundo ter um pouquinho de consciência de suas ações”. Para que os fumantes em especial se conscientizem, é preciso que tomem conhecimento dos males que causam aos que não fumam, obrigados a inalar a fumaça alheia, principalmente em locais cobertos. A campanha será lançada com o objetivo de atingir a todos que possuem alguma relação com a Famecos, como alunos, professores e funcionários que estão acostumados a fumar no saguão, para que fumem do lado não coberto. Desta forma, também estariam fazendo um bem aos que não fumam. Pessoal, preparem-se para respirar um ar mais limpo no saguão! Eliza Moraes, Kátia Fonseca e Paula Reif Bastidores COM QUE ROUPA? •A influência do figurino nos programas de televisão Monique Cardoso, texto e fotos O figurino é um importante detalhe no mundo da televisão. Nas novelas, dita moda, gerando tendências e reproduzindo looks nas ruas. Nos programas de entretenimento, acompanha o estilo do público e atrai olhares. Mas e nos noticiários? Como o figurino atua na transmissão da notícia? Ele deve ser neutro a ponto de não gerar elogios, ou roubar a cena, como acontece aos domingos com a apresentadora do Fantástico, Patrícia Poeta? Para saber mais sobre esse assunto tão presente, mas ao mesmo tempo pouco abordado, resolvemos ir atrás da “cabeça” por trás de toda a produção de figurino da RBS TV e TV COM. Beto Zambonatto concedeu entrevista a revista impressa e digital RRPP Atualidades e contou tudo sobre o assunto: Quais são os critérios de escolha da roupa do apresentador? Sobretudo, está o interesse da Rede em manter uma identidade visual (são 14 estúdios, 121 apresentadores). Depois estabelecemos um critério de acordo com as oportunidades que o mercado de vestuário consegue nos oferecer, considerando que um figurino é retrato do mercado que ele convive. Escolhe-se um código de vestir muito próximo do código estabelecido pela civilidade de “A interação como vestir-se. Macom o mercado, nhãs, tardes, noites, jornais, o marketing e as esportes, ancoragens, reportaRelações Públi- gens, eventos, datas... cas são funda- Tudo fala através do que é linguamentais para o figurino gem. figurino existir.” Quem fornece os figurinos? Existem diversas maneiras de abastecer um acervo de peças e dispô-las para uso como figurino. A interação com o mercado, o marketing, as Relações Públicas são fundamentais para o figurino existir. Ações criadas pelo figurino estabelecem políticas de valores interessantes para empréstimos e trocas com o varejo, fabricantes e assessorias de imprensa. Há um orçamento pra ser administrado pelo departamento, para compras de peças, maquiagem e serviços (cabeleireiros, lavanderias, costureiras, alfaiates). Existe alguma determinação especial para horários, programas, assuntos? Sim, claro. Um programa matinal de jornalismo não comporta uma peça de tecido nobre como tafetá, organza, brilhos e adereços. O código do vestir indica claramente o que é adequado para horários e ocasiões, ele é o suporte que temos para trabalhar. O jornalista influencia na escolha? Sim. Mas ele é conceitualmente um empregado que deve usar o figurino como roupa de trabalho. Suas intervenções normalmente têm apelos narcisistas ou de tendências de moda, além do próprio corpo, por desconhecimento do mettier, que não consta no currículo de faculdade de comunicação. É importante a sincronização com a maquiagem, cenário? Totalmente. Há uma preocupação com a harmonização plástica da cena. Como se você “pintasse” um quadro que envolve fundo, luz, roupa, make up, interagindo com o conteúdo. Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 13 Lazer SKATE BAR FOTOS DANIEL SOUZA Projeto inovador conquista público jovem na capital •União de bar e pista de skate vira opção para skatistas e simpatizantes Em 2011 surgiu em Porto Alegre um novo conceito de bar, o Banx. A iniciativa teve como inspiração a famosa pista Swell Skate Park, primeira pista de skate do Rio Grande do Sul. A partir daí, todo o contato com a natureza, a área de lazer, o ambiente familiar foram transmitidos de uma maneira mais urbana para o atual pub localizado na Alameda Major Francisco Barcelos, no Bairro Boa Vista. O Banx é um espaço que abriga um bar, uma skate shop e uma área externa com pista de skate. No bar são servidos sanduíches, petiscos e vitaminas com nomes originais inspirados no vocabulário do universo do skate. 14 RRPPAtualidades/dezembro 2011 Além de uma ótima estrutura para happy hour e eventos em geral, a principal atração do bar é a famosa pista de skate situada no pátio da casa, que proporciona ao público um ambiente propício para praticar o esporte e interagir de forma familiar. Clientes assíduos do Banx afirmam que são fiéis ao skate e se identificam com o bar a ponto de considerarem como sua segunda casa, pois a ideia conseguiu unir skate, festa e amizade. A estratégia de se relacionar com um público segmentado vem dando certo desde então. Com parcerias, a casa proporciona alguns eventos culturais que, na maioria das vezes, fazem das paredes internas do bar uma galeria de obras de artes contemporâneas. Isso faz com que o Banx transmita um clima agradável para quem quer unir arte, moda, cultura, música, gastronomia e principalmente esporte. Para divulgar tudo isso, o Banx conta, entre outros canais, com uma página no Facebook e um site muito bem estruturado com intuito de informar a história, os futuros acontecimentos da casa e interagir com o público, postando fotos e vídeos na íntegra. Vale a pena conferir. Júlia Menezes, Julya Candido e Raquel Monteiro Conversamos com três clientes da casa para comprovar o sucesso da iniciativa e colher a essência do Bar. Veja abaixo alguns detalhes dessa entrevista. Como vocês descobriram o Banx? José (Zé) – Eu descobri o Banx através do Swell, fiquei sabendo que iam abrir um bar com pista de skate, e, como eu sempre gostei muito de skate desde pequeno, cheguei aqui para conhecer e não saí mais. Vocês começaram a andar de skate onde? José (Zé) – Eu comecei andando na rua, com meus amigos e irmãos, depois fui andar na pista do IAPI, e, agora, ando no IAPI e no Banx. Como as pessoas ficaram sabendo do Banx? Emerson Somanzari – Toi bem boca-a-boca, só a galera que anda de skate, um foi falando para o outro, e assim foi indo. E qual a visão de vocês sobre o Banx? Emerson Samanzari – É um conceito novo, na verdade isso aqui me fez voltar a andar de skate. Eu estudava, competia, parei faz uns 20 anos e voltei a andar agora no início do ano por causa do Banx. Aqui é um lugar totalmente diferente, uma ‘‘vibe’’ muito positiva, a galera é muito unida... é a nossa segunda casa, pelo menos eu e os meninos viemos aqui umas quatro vezes por semana no mínimo. Eu sou de São Paulo, moro aqui há sete anos, e lá eu nunca vi um lugar como o Banx, ou é pista de skate ou é pub, aqui não, a gente vem para cá, anda de skate, faz um ‘‘churras’’, e depois já fica pra balada, tem que se preocupar em trazer outra peça de roupa e não podemos esquecer do banho portátil (de- sodorante e uma camiseta lipa). (risos) E quando ocorrem eventos aqui vocês participam? Emerson Somenzari – Olha, na verdade a gente está aqui até quando não tem eventos. (risos) Nós temos uma turma que terça, quinta, sábado e domingo é regra vir pro Banx. Sempre fazemos aniversários, churrascos, e a galera fica ali conversando, andando de skate, tomando cerveja. Nós vimos que tem aula de skate também, certo? José (Zé) – Tem aula de skate sim, com o professor Pedrinho, que é o mesmo da Swell e da Sogipa. E as aulas são só para crianças? Emerson Somenzari – A maioria é criança, meninos e meninas. E o bom daqui é isso, tem gente de todas as idades, dos menores aos mais velhos, buscando o mesmo objetivo, que é andar de skate e se divertir. Tem o Doutor Lucas na faixa dos 50 aos 60, o Renatão dos 40 aos 50, eu dos 30 aos 40, o Nando e o Guto dos 20 aos 30. O público se resume em skatistas? Emerson Somenzari – Não, tem sufista, gente que nem anda de skate, mas aprecia a ‘‘vibe’’ do local. José (Zé) –Tem gente que vem só para olhar mesmo, que gostam de ver os meninos fazendo manobras e tal. O Banx tem um clima família, sentimos isso logo que entramos... Emerson Somenzari – Aqui é nossa casa e é assim que o público do Banx se sente, como uma familia. Eles (os donos do Bar) andam de skate com a gente e nos divertimos muito. Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 15 Consumo SHUTTERSTOCK.COM - YURI ARCURS Somos fortemente ligados ao consumo Geração Y compra com um clique •Nascidos a partir de 1980 se caracterizam por serem “móveis” e, para encontrá-los e seduzi-los, é preciso muito jogo de cintura A geração Y, nascidos entre os anos 80 e 90, os mais velhos próximos aos 25 e os mais jovens recém saídos da adolescência, são oriundos de famílias que os planejaram e estão protegidos por uma sociedade preocupada com sua segurança. Eles não pedem autorização, simplesmente agem de acordo com sua vontade, independente do que é dito ou imposto. Essa geração vive uma era de esperança na qual acreditam que 16 RRPPAtualidades/dezembro 2011 de alguma forma, no final, as coisas vão funcionar. Seu alto nível de formação os torna mais decididos, não demonstram padrão de comportamento quanto à hierarquia, conforme as gerações anteriores. A geração deu origem a um novo perfil de consumidor. Esses jovens adultos vivem na era da Internet. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência nas empresas latino-americanas e publicada na revista HSM Management Update nº57, 91,6% dessa geração são usuários de internet, em contraponto, essa porcentagem cai para 63.4% referente à Geração X. Segundo Abraão Mattes, analista administrativo, de Porto Alegre, 21 anos, a internet ainda não é o principal meio para compras, porém, no ambiente virtual, as pessoas escolhem os produtos, comparam preços e buscam referências de outros consumidores. t32 milhões no Brasil Durante o HSM Management, em São Paulo, Jorge Kodja, Diretor da TNS Research International, apresentou o resultado da pesquisa TRU Study, feita com 1.500 jovens nascidos entre 1980 e 1990. No Brasil, esse grupo representa 14% da população, com 32 milhões de pessoas. Apesar das tecnologias estarem em evidências na vida dos consumidores Y, sendo, na maior parte, de valores mais elevados, 43% pertencem a classe C. O perfil deles podem ser baseado no comportamento, apesar disso poucas empresas conseguem efetivar uma estratégia voltada para esse grupo. O capital gasto por essa geração gira em torno de R$ 50 semanais. Em 76% dos casos o dinheiro gasto provém dos pais, como é o caso de Ana Julia Vognach, estudante de Estrela, nascida em 1993, e São capazes apenas 16% trabalham nesta idade. Diante do fato dos avanços das tec- de não aceinologias nesta geração, a pesquisa aponta tarem uma que os principais gastos destes consumiótima opordores ainda são destinados a acessórios, higiene e beleza e só depois a diversão, tunidade de como confirma Abraão. trabalho em No que diz respeito às empresas que nome da atuam no mercado consumido pela Geração Y, a boa notícia é para o setor de qualidade de telefonia. Entre os jovens, questionados vida sobre o objeto que possuem em casa, 81% citaram o aparelho celular e 43%, o computador. Segundo Renato Trindade, presidente da Bridge Research, no que diz respeito ao consumo, a máxima é de que a geração opta por consumir em quantidade sem ostentar marcas, “Talvez por estarem fortemente ligados ao consumo, os Y´s acabam por se relacionar de um modo menos ostensivo com as marcas em geral. Não fogem necessariamente de modismo, mas as marcas assumem uma função de qualificadoras do produto e não de quem os usa”. Definir o consumidor Y é difícil porque as variações podem ocorrer a qualquer momento, com apenas um clique no mouse. Mas, para atingi-los, é preciso jogo de cintura e habilidade para saber onde e como encontrá-los. A Geração Y se caracteriza por ser “móvel”. Os nascidos entre 1978 e 1980 apresentam mais responsabilidade, maior estrutura de gastos e valores do que a Geração Y, dão maior valor à visão da família e aos estudos. Os que nasceram entre 1990 e 1995 estão mais atrelados aos valores da Geração Y, têm menor estrutura de gastos e maior envolvimento com tecnologia e inovação. Se surpreendem com a ideia de que a geração anterior tenha sobrevivido sobre a tirania de poucas redes de televisão, sobre o controle governamental estrito, com os telefones grudados nas paredes, o comércio restrito a concorrência local, identificando poucas opções de compra, concentrados numa região e, acima de tudo, com o comércio virtual quase inexistente. A velocidade das mudanças vividas pela Geração Y, ao lado de importantes transformações sofridas pela Geração X, cria um ambiente mais qualificado em diversos âmbitos, ainda sendo adaptado pelos Y e que deixa os X perdidos nas inovações. Um exemplo de transformação de X para Y se dá a partir do momento que um Y diz a um X que não aceitou uma oportunidade de trabalho com salário considerado alto, porque quer preservar sua qualidade de vida. Como se comportar em uma entrevista para obter estágio Atualmente, os jovens não sabem como se comportar em uma entrevista de trabalho. É importante evitar alguns erros durante a conversa, como: postura, linguagem e traje inadequado. Durante a palestra realizada na PUCRS, no prédio 50, as psicólogas Zaira Cabreira e Renata Ferreira ensinaram métodos de como obter melhor desempenho durante o processo seletivo. As palestrantes iniciaram argumentando que o primeiro passo é conhecer a empresa na qual você pretende trabalhar, ou seja, é imprescindível conhecer o site da organização a fim de absorver o máximo de informações. Citaram também a importância de estar seguro do que dizer, ser objetivo, não usar gírias e, acima de tudo, celulares devem estar desligados (para que não haja constrangimento de ambos lados). Evitar balas e chicletes, pois a primeira impressão é a que fica. Em relação aos trajes, o entrevistado deve vestir-se de maneira adequada e discreta. As mulheres devem evitar decotes, roupas muito justas e maquiagem excessiva. Já no caso dos homens, é necessário que evitem bermudas e bonés. A apresentação é o “cartão de visita” da pessoa, logo, também é imprescindível estar com roupas limpas, passadas, além de cabelos e unhas arrumados. Segundo Zaira e Renata, o candidato deve evitar críticas com relação às empresas nas quais já trabalhou. Mostrar interesse pela missão, visão e valores da organização também ajudam a alcançar o objetivo de conseguir a vaga. Por fim, o candidato deve estar ciente de que o estágio é a “porta de entrada” de sua carreira, sendo assim, cada etapa vencida é um degrau a mais para o sucesso profissional. Vanessa Martins, Luis Airton e Isa Patta ARQUIVO FAMECOS Cláudia Fernandes, Fernanda Kich, Joice Ferreira E Priscila Trinks Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 17 24º SET Universitário Descobertas e afirmações Todos os anos a Famecos salienta sua importância na graduação dos cursos de Comunicação Social através da realização do SET Unviersitário. Com palestras, oficinas e diversas apresentações, o SET se tornou o maior evento da graduação de comunicação dentro de uma universidade no Brasil. O 24º SET Universitário ocorreu, neste ano, nos dias 12, 13 e 14 de setembro, aqui mesmo na PUCRS. Contou com a participação de palestrantes muito conhecidos no meio da comunicação, como o narrador da SporTV e Rede Globo, Milton Leite e os renomados jornalistas Geneton Moraes Neto e Luiz Cláudio Cunha. Durante os debates, surgiram descobertas de novas tendências na comunicação e a afirmação de paradigmas no Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas. No campo artístico, destaque para a apresentação de um Pocket Acústico com Rafael Malenotti, da banda gaúcha Acústicos & Valvulados, no saguão da Famecos. Em 2012 será a 25ª edição do SET Universitário. Durante os dias 17, 18 e 19 de setembro, a Famecos irá comemorar essa nova edição com muita dedicação, planejamento e sempre buscando profissionais renomados no mercado para que os estudantes tenham à disposição as melhores informações e dicas profissionais para suas futuras carreiras. Alex Schwalb Zanoto FOTOS FERNANDA BECKER/ FAMECOS ∆∆ Palestra de Eraldo Carneiro, da Petrobras 18 RRPPAtualidades/dezembro 2011 ∆∆ Milton Leite, SportTV Como motivar a Geração Y A palestra “Valor de uma marca: a aposta no relacionamento” foi apresentada pelo diretor de comunicação da Petrobras, Eraldo Carneiro, durante o 24° SET Universitário, no dia 21 de setembro, no auditório do prédio 7 da PUCRS. O comunicador destacou o valor da comunicação e das suas ações. Discute-se sobre a importância de uma empresa saber passar os seus valores transcendentes através de suas ações. “A comunicação pode ser uma ferramenta muito útil para ajudar a legitimar a marca da empresa, perante seus diversos públicos”, disse o palestrante. Ele ressaltou a importância de se ter uma marca forte, intangível no mercado, pois “uma empresa deve ter como propósito cativar e aproximar seus públicos cada vez mais, buscando assim ter credibilidade e um relacionamento sólido com eles.” Eraldo Carneiro citou que o diferencial da empresa está no valor da cultura organizacional (relacionamento, proximidade, humanidade, transparência, dialogo, interação, participação), e que seria necessário as instituições considerarem de fato a comunicação como um ideal. “É uma área que a cada dia que passa ganha mais destaque no cenário global”, enfatizou. O diretor de comunicação da Petrobras observa que a Geração Y busca um diferencial nas empresas, os jovens querem fazer parte de um todo, não somente ser mais um colaborador, mas sim ter um diferencial, ter o reconhecimento para que assim possam se manter motivados por mais tempo. “Nada prende mais esta geração do que uma empresa onde eles podem expor as suas ideias, que mantenha os seus colaboradores motivados e onde eles realmente possam fazer parte dos valores da organização. Cada vez mais vamos buscar métodos qualitativos na comunicação”, destacou o conferencista. “O maior desafio das organizações é passar adiante seus valores, colocar no papel as ações, refletir a teoria na prática, o que muitas vezes não acontece”, concluiu Carneiro. Cátia Lopes, Mariana Ferraz e Lucas Santos MARIA HELENA SPONCHIADO ∆∆ Patrick Del Sante, publicitário do ano na Argentina, fala aos alunos no auditório da Famecos durante o SET Publicitário chileno desperta curiosidade de universitários •Pato lota auditório com palestra “Publicidade para todos” e fala de sua trajetória O palestrante chileno Patrick Del Sante (Pato) ministrou durante o 24° SET Universitário, no auditório do Prédio 9 da PUCRS, a palestra “Publicidade para Todos”. Ele falou de suas experiências profissionais, e apresentou alguns de seus trabalhos premiados. Os alunos da Famecos lotaram o auditório, mostrando grande entusiasmo em conhecerem um pouco sobre o cotidiano de um publicitário. O palestrante convidado iniciou a conversa contando sobre sua trajetória profissional. Começou sua carreira no Chile, logo se viu fazendo apenas campanhas para competir em festivais, ganhar prêmios, porém que não comunicavam, não “conversavam” com as pessoas/públicos. Frustrado e temendo não ter um portfólio para trabalhar em outros lugares, deixou sua família e amigos para tentar a sorte no mercado publicitário da Argentina, que, segundo ele, é “o terceiro polo da publicidade no mundo, atrás apenas de Londres e Nova York”. Na Argentina, ele continuou conquistando Prêmios. Em 2010 venceu o prêmio Diente 2010 e recebeu o título de publicitário mais criativo do ano, após criar o comercial da cerveja Andes. Pato também conquistou prêmios como o Grand Prix de Cannes, seis Leões e outros destaques no El Ojo de Iberoamérica 2010. Todavia, com algum tempo de trabalho percebeu que estava na mesma condição, fazendo grandes trabalhos, mas que só eram bons para os festivais. Era “publicidade para publicitários”, criativos e inovadores, mas mais uma vez não estavam comunicando. Nesse momento, decidiu: “Quero ampliar o horizonte, só assim serei menos publicitário e mais comunicador”. Ele argumenta que os profissionais são restritos a atividade, ou seja, são apenas publicitários, quando na verdade têm outras habilidades que podem, e devem, agregar à profissão, potencializando a sua criatividade e diversidade, por exemplo: “artistas-publicitários, escritores-publicitários etc”, o importante é fazer diferente, experimentar, colocar a alma no trabalho. Pato também defende a ideia de que a viagem proporciona o conhecimento de lugares diferentes, pessoas diferentes, costumes diferentes, e quando se retorna para casa, se traz um acúmulo de experiências novas, ideias novas, “o que acaba nos tornando diferente dos demais publicitários, com uma visão mais ampla e com mais conhecimentos”. Para os estudantes, a palestra foi uma perspectiva de como é a vida de um publicitário. Cássia Carvalheiro, estudante de Publicidade e Propaganda, exalta a importância do contato com profissionais da área quando universitário: “A palestra foi sensacional, Pato nos mostrou como ocorre a publicidade fora do Brasil, passando um pouco da sua experiência de vida. Certamente foi muito importante para os publicitários em formação saber o que esperar do mercado, vindo de alguém que já vivencia ele.” CLÁUDIA FERNANDES, FERNANDA KICH, JOICE FERREIRA E PRISCILA TRINKS Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 19 24º SET Universitário Uma aula de Luiz Cláudio e Geneton A palestra mediada pelo professor Marco Villalobos, na primeira noite do 24º SET Universitário PUCRS, transformou-se em um grande encontro de idéias e trouxe ao palco grandes nomes do jornalismo. Com a presença dos jornalistas Geneton Moraes Neto e Luiz Cláudio Cunha, a palestra levou aos alunos dicas sobre como fazer uma entrevista eficaz. Geneton destacou a decadência das reportagens devido ao tom amistoso das entrevistas. Para ele, o entrevistador deve tentar fazer com que o entrevistado “escorregue na casca de banana - é um ato de ação e reação”. Além de lembrar que é essencial possuir informações completas e básicas sobre o entrevistado, evitando possíveis gafes que possam levar ao descrédito do jornalista. Luiz Cláudio abriu a palestra falando da importância do repórter saber ouvir para saber fazer os questionamentos corretos e assim buscar a versão mais próxima da verdade dos fatos. Também fala que o jornalismo se destaca pelas perguntas, e não pelas respostas, movendo, assim, o mundo. O jornalista Luiz Cláudio conta sobre jornal de Izzy Stone, que começou em 1953 e foi assinado por Einstein e pela esposa do presidente Roosevelt. Izzy Stone foi um jornalista defensor dos direitos civis e da paz, obcecado pela verdade. O repórter gaúcho com projeção nacional abordou com ênfase a questão tecnológica que invade todos os meios de comunicação. “Com tanta tecnologia, estamos voltando para as cavernas”, constatou. O jornalista usou como exemplo o limite de 140 caracteres que se pode utilizar, por mensagem, na rede social Twitter e fez uma importante ressalva: “isso limita a criatividade e o potencial do profissional.” Com as dúvidas dos alunos respondidas pelos palestrantes, foi possível destacar dicas para um bom repórter, e Luiz Cunha alertou: “O repórter tem que saber ouvir”. Geneton Moraes Neto diz que os jornalistas se acham mais importantes do que na verdade são e argumenta: “Escrever difícil não é escrever bem. Temos que ser claros.” Ao invés de alimentar o ego do entrevistado, certas vezes é melhor pegá-lo no ponto fraco. O repórter nunca pode estar menos preparado do que o entrevistado. Geneton abordou também a questão pretensão x realidade. Diz que existe a pretensão má, que classifica como “ridícula e desqualificada”. Ao destacar a pretensão boa, exemplificou de uma maneira bastante original: “O cantor Roberto Carlos já deu mil entrevistas e não falou nada de mais. Por que não, na 1001º, ele não poderá falar algo a mais para mim?” Para ele, o jornalista deve deixar o tédio em casa. “Traga a vida das ruas para a redação”, ensina. Por ser um reconhecido sabedor da arte de perguntar, ao ser questionado sobre o assunto, ensinou que se deve evitar o tom amistoso em um entrevista, mantendo sempre o tom curioso. Deve-se tentar imaginar o que alguém do público em geral deseja saber naquele momento, no ato da entrevista. Isso é importante, também, para abrilhantar a pergunta realizada. Criticou o repórter que opta por fazer afirmativas em detrimento de perguntas. Na sua concepção, “a entrevista é um ato de ação e reação”. Alex Zanoto, Eliza de Moraes, Kátia Fonseca e Moniquie Cardoso FERNANDA BECKER/ FAMECOS ∆∆ O debate entre Luiz Cláudio Cunha e Geneton Neto foi intermediado pelo professor Marco Villalobos 20 RRPPAtualidades/dezembro 2011 FERNANDA BECKER/ FAMECOS CONHEÇA MAIS SOBRE ELES Luiz Claudio Cunha – Nascido em Caxias do Sul, no ano de 1951. Jornalista, começou sua carreira em 1969 na Folha de Londrina, no Paraná. Em Porto Alegre, foi repórter especial de Zero Hora e dirigiu a sucursal da revista Veja entre 1972 e 1980, até se transferir para Brasília, onde chefiou as sucursais das revistas Veja, Isto É e Afinal, e dos jornais O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, Diário do Comércio e Indústria e Zero Hora. No Rio de Janeiro, foi editor do Informe JB no Jornal do Brasil. De volta a Brasília, foi repórter especial da Rede Globo, correspondente da coluna de Ricardo Boechat em O Globo, editor-contribuinte da revista Playboy e colunista político do Correio Braziliense. Especialista em reportagens investigativas e de cunho político. Na obra que mais chama atenção, Cunha reconstitui toda a história, com detalhes que vão do dramático ao pitoresco, em O Seqüestro dos Uruguaios – Uma Reportagem dos Tempos da Ditadura (L&PM Editora, Porto Alegre, 2008). O livro mostra os bastidores do esforço de Cunha para trazer a operação clandestina à luz (Operação Condor). Geneton Moraes Neto – Nascido em Recife, no ano de 1956. Formado em Jornalismo pela PUC-Pernambuco, possui diversas obras de destaque como “Dossiê Brasília”, “Dossiê Drumond”, “Dossiê Entrevista” (sobre os 11 jogadores que perderam a copa de 50), “Dossiê História”, entre outros. Trabalha na Rede Globo, no Rio, desde 1985. Iniciou-se na profissão como repórter do Diário de Pernambuco, em 1972. Entre 1975 e 1980, foi repórter da sucursal Nordeste do jornal O Estado de São Paulo. Trabalhou na Rede Globo Nordeste como repórter e editor. Transferiu-se para o Rio em 1985. Já foi editor do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, correspondente do canal Globonews e do jornal O Globo na Inglaterra, além de repórter e editor-chefe do programa dominical Fantástico, sua atual função. Ganhou o Prêmio Embratel de telejornalismo de 2010 com as entrevistas com os generais Newton Cruz e Leônidas Pires Gonçalves, exibidas no programa Dossiê Globonews. Ao receber o prêmio, disse, em texto publicado no portal G1: “Não se faz Jornalismo com tédio. Faz-se com devoção. Jornalista existe para levantar – não para derrubar – assuntos”. Dirigiu, em 2010, o documentário “Canções do Exílio”, exibido no Canal Brasil, com depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Jards Macalé sobre o período em que viveram em Londres. Presidente da Central Única das Favelas do Rio fala sobre as mudanças na sociedade ∆∆ Preto Zezé esteve em Porto Alegre a convite da Famecos A comunicação na periferia O presidente da CUFA (Central Única das Favelas) Brasil, Preto Zezé, esteve em Porto Alegre a convite da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS para a palestra “Mudanças na sociedade: a comunicação na periferia”, dentro do 24° SET Universitário. Logo no início de sua fala, o ativista social carioca provocou o público. Primeiro perguntou quem acredita que existe racismo no Brasil. Quase todos do auditório levantaram a mão. “Essa é uma complexidade do nosso país, pois a maioria afirma que existe racismo, mais ninguém admite que pratica o racismo”, comentou a respeito da enquete. Zezé apresentou na ocasião o clipe do rapper Mv Bill, ‘O bagulho é doido’. “Não sou dire- tor de cinema, mas tive essa ideia e gravamos”, explicou. Segundo o presidente da CUFA, o vídeo traz um debate sobre responsabilidade, por mostrar que jovens de classe média que compram drogas financiam o tráfico. “Se a políicia pega alguém como eu vendendo drogas para um de vocês, o vendedor vai ser classificado como grande bandido e o consumidor como vitima”, disse. O final da palestra foi musical. Preto Zezé, a pedido da platéia, encerrou sua participação com um rap. Além dele, Ivanete Pereira, Coordenadora Institucional da CUFA RS, também cantou para se despedir dos presentes. Hassann Samy e Ingrid Feital Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 21 Relações Públicas: peça-chave para um evento de sucesso •A complexidade de produzir um evento vai além de só fazer “festinhas” FERNANDA BECKER “Relações públicas é um profissional que requer muita maturidade e conhecimentos agregados para exercer a profissão”. Quando falamos em Relações Públicas, para a maioria daqueles que não conhecem a profissão, famosos jargões como “aquele fazedor de festa” ou “aquele que só serve cafezinho” são utilizados com frequência. Porém, é bem o oposto desse paradigma. O profissional de Relações Públicas é o intermediador entre a organização e seus públicos, buscando o alinhamento da imagem e reputação da organização, quando promove eventos. Considerando que eventos representam uma das áreas onde atua o profissional de RRPP, é fundamental sua visão e planejamento estratégico. O profissional precisa estar atento às tendências e capacitado para lidar com imprevistos que possam surgir, sempre acompanhando o processo completo que vai do pré-evento ao pós-evento com a avaliação do objetivo final. Para o sucesso de um evento é fundamental ter objetivos e metas bem traçados, ou seja, saber onde se quer chegar através da promoção. Para isso acontecer é preciso buscar um briefing bem elaborado e ter em mãos informações claras e objetivas que devem ser alinhadas com o cliente. O estudante de Relações Públicas e coordenador de eventos da Comunicative, Márcio Oliveira, 23 anos, conta que quando entrou no curso viu que, além ∆∆ Professora Vanessa Purper das tão faladas “festinhas”, o profissional da área faz todo o gerenciamento da comunicação que existe entre as organizações e seus públicos (internos e externos). “Isso me impressionou e vi que relações-públicas é um profissional que requer muita maturidade e conhecimentos agregados para exercer a profissão”, complementa o universitário. Todo o processo de gerenciamento de um evento precisa ser cuidadoso, pois um evento passa a imagem de uma determinada organização e, por isso, é necessário que ocorra o alinhamento com todo o planejamento estratégico da organização. É nesse contexto que entra o profissional de Relações Públicas, pois é ele que assumiu a postura de gestor, comunicador e disseminador de infor- mações. Para que um evento tenha sucesso é importante que várias ações sejam bem dirigidas, organizadas e principalmente planejadas. A professora de Relações Públicas da Famecos, Vanessa Ourique Purper, fundamenta esta questão: “Planejamento e definição de objetivos claros são fundamentais para o sucesso do evento. Na execução de um projeto precisamos contar com um sem número de colaboradores, de diferentes segmentos de mercado, que chamaremos de fornecedores. Estes poderão prestar serviços ou fornecer os produtos/materiais que farão a iniciativa acontecer. Em função desta ‘dependência’, atenção aos prazos e bom relacionamento fazem com que as coisas aconteçam de forma mais eficaz.” Para o profissional de Relações Públicas derrubar de uma vez o paradigma de que faz somente “festinhas”, a professora Vanessa dá a dica: “Penso que autoconfiança, formação sólida, informação atualizada sobre economia, política e cultura são fundamentais. Uma boa dose de ousadia também vai ajudar os profissionais a galgarem ótimas posições e quebrar paradigmas preconceituosos.” Profissionais de Relações Públicas: mãos à obra! Eliza de Moraes, Kátia Fonseca e Paula Reif Comunicação e informação para o mercado FERNANDA BECKER O evento ‘‘Encontro com o Mercado’’ da noite de terça-feira, 9 de novembro, trouxe à Famecos a consultora de comunicação Suzana Vellinho Englert, que ganhou o prêmio de Opinião Pública nesse mesmo dia. O evento é organizado pelos alunos do Estágio Interno de Relações Públicas, com o bjetivo de fazer uma troca de experiência com os estudantes. Suzana falou sobre a importância da comunicação nas empresas. ‘‘Tudo que as empresas precisam hoje é de comunicação. Não existe empresa que não tenha problema de se comunicar’’ mensurou. A consultora também falou sobre o seu trabalho de comunicação na obra da BR448 que vai acelerar o trânsito das cida- 22 RRPPAtualidades/dezembro 2011 ∆∆ Suzana dialoga com os alunos des de Sapucaia, Esteio, Canoas e Porto Alegre, representando o desenvolvimento e avanço sustetável. A gestora ambiental da STE Energia, Juliana Christmann, também esteve presente no encontro, citando suas atividades profissionais no projeto da rodovia, na qual trabalha com Suzana. Ela falou como o planejamento é uma etapa importante no processo de comunicação e mostrou algumas atividades de gestão ambiental como a árvore que foi feita através de lixos encontrados no local que está sendo construída a rodovia. O trabalho, apresentando no Shopping Total e na Feira do livro 2011, ilustra a frase ‘‘Que árvore você quer para o futuro? Não faça do lixo a semente’’. O projeto da gestão ambiental BR448 recebeu um convite para ser um monumento permantente da entrada do Fórum Social Mundial. Júlya Candido e Ingrid Feital Bate-Papo em Aula Relações-Públicas da Rede Marista conversa com alunos da Famecos •Diego Wander começou como estagiário na ASCOMK e hoje é coordenador do Núcleo de Atendimento A MARCOS WESTERMANN FOTOS DIVULGAÇÃO lunos da disciplina de Processos e Programas em Relações Públicas, ministrada pela professora Marisa Soares, receberam em aula a visita de Diego Wander, coordenador do Núcleo de Atendimento de Assessoria de Comunicação e Marketing (ASCOMK) da Rede Marista de Educação e Solidariedade do Rio Grande do Sul. Diego é mestrando do curso de Comunicação Social, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCOM), da PUCRS, na linha de pesquisa Práticas Profissionais e Processos Sociopolíticos nas Mídias e na ∆∆ Diego Wander falou a alunos da PUCRS sobre o ensino Marista nas escolas Comunicação das Organizações. Possui graduação em Comunicação Social, ha- ro semestre se apaixonou pela profissão, viagem, se mostrou disposto a conversar “Nós somos bilitação Relações Públicas, pela Fame- decidindo seguir a carreira na área. e esclarecer todas as dúvidas dos alunos. responsáveis cos. Pesquisa o uso e a inclusão das reAntes de trabalhar na Rede Maris- Apresentou o Case da campanha de fidepor qualdes sociais no contexto da comunicação ta, estagiou na área de telemarketing, na lização e captação dos Colégios Maristas, organizacional digital nas universidades Trensurb e, no final do curso, na própria o finalista no prêmio Aberje. Segundo quer ação da brasileira. ASCOMK. Devido ao seu desempenho, ele, a equipe da ASCOMK estabeleceu área dentro Contudo, nem sempre se formar em foi efetivado. a necessidade de permanecer em rede, da rede. Do Relações Públicas foi o objetivo de Diego. O relações-públicas veio à faculdade mas adaptar-se às especificidades locais, Logo que veio do interior tinha intenções pouco depois de chegar de viagem, pois com o desafio de consolidar o crescimenbilhete aos de conseguir bolsa para jornalismo, mais estava em São Paulo fazendo a defesa to. Elaborado e desenvolvido em conjunpais até a por conselho de amigos, tentou bolsa oral do projeto finalista de formandos da to com a alta administração e com engadivulgação para RRPP, pois seria mais fácil conse- Famecos no Prêmio Aberje 2011, da As- jamento dos alunos, o projeto partiu de guir e, depois, poderia trocar de curso. sociação Brasileira de Relações Públicas, grupos focais com diferentes públicos, de grandes Seguindo o conselho, conseguiu a bolsa categoria Campanhas de Comunicação onde foi decidido o abandono do foco eventos.” e começou os estudos, mas já no primei- de Marketing. Mesmo com a exaustão da de emissão das mensagens padrão de colégios, baseados no "ensinar" e a adoção da ideia central do "aprender", para envolver o público jovem e transmitir confiança aos pais. A primeira etapa foi a mobilização interna, com lançamentos e ambientação. Em seguida, os Momentos Estratégicos de Comunicação para ensino infantil e séries iniciais e, então, séries finais e ensino médio. Ao todo, foram 18 lançamentos, mais de 45 mil brindes distribuídos e um crescimento de 21%. Diego também explicou suas funções e todo o funcionamento da ASCOMK. “Nós somos responsáveis por qualquer ação da área dentro da rede. Do bilhete aos pais até a divulgação de grandes eventos”, concluiu o profissional convidado. ∆∆ Estratégia dos colégios Maristas é ensinar e aprender Joice Ferreira Dezembro 2011/ RRPPAtualidades 23 im Um pr a e r Ve ssa evis ja, e ta lei dig a. ita l. Atualidades RRPP Você pode folhear ou acessar www.rrpponline.com.br Produzida pelos alunos de Produção de Mídia Impressa e Digital em Relações Públicas da Famecos/PUCRS 24 RRPPAtualidades/dezembro 2011
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