Neurose
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Neurose Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Redirecionado de Neuroses) Ir para: navegação, pesquisa O termo neurose (do grego neuron (nervo) e osis (condição doente ou anormal)) foi criado pelo médico escocês William Cullen em 1787 para indicar "desordens de sentidos e movimento" causadas por "efeitos gerais do sistema nervoso". Na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose ou distúrbio neurótico e se refere a qualquer transtorno mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Essa é uma diferença importante em relação à psicose, desordem mais severa. Definição e utilização do termo Neuroses são quadros patológicos psicogênicos (ou seja, de origem psíquica), muitas vezes ligados a situações externas na vida do indivíduo, os quais provocam transtornos na área mental, física e/ou da personalidade. De acordo com a visão psicanalítica, as neuroses são fruto de tentativas ineficazes de lidar com conflitos e traumas inconscientes. O que distingue a neurose da normalidade é assim (1) a intensidade do comportamento e (2) a incapacidade do doente de resolver os conflitos internos e externos de maneira satisfatória [1]. O conceito de neurose está assim intimamente ligado à teoria nosológica psicanalítica, ou seja, à maneira como a psicanálise explica a origem e o desenvolvimento dos transtornos mentais. Por isso psicólogos oriundos de outras escolas, sobretudo da terapia cognitivo-comportamental, foram levados a criticar o termo: como tais psicoterapeutas não trabalham com os conceitos psicanalíticos, um diagnóstico de neurose não tem para eles nenhum sentido prático. Essa crítica levou a uma modificação dos sistemas de classificação de doenças: os atuais sistemas de classificação dos transtornos mentais abandonaram uma abordagem nosológica e adotaram uma descritiva. Isso significa que os transtornos não são mais classificados pela suposta origem do transtorno (por esta ser controversa), mas por seus sintomas observáveis (por estes serem unânimes). Assim, na CID-9 havia uma categoria "Neuroses" de transtornos mentais própria, já com a publicação da CID-10 em 1994 o termo passou a ser usado apenas descritivamente (e não mais "neuroses", mas "transtorsnos neuróticos") e não para todas as categorias que ele tradicionalmente designava[1][2]. Segundo a CID-9, sob neurose entendem-se os seguintes grupos de transtornos mentais: Transtornos fóbicos-ansiosos e outros transtornos de ansiedade; Transtorno obsessivo-compulsivo Transtornos dissociativos (de conversão) Transtornos somatoformes Distimia e determinados tipos de depressão Neurastenia 1 S. O. Hoffmann e G. Hochapfel[1] fazem notar que a atual classificação dos transtornos mentais, por ser meramente descritiva, não faz jus à complexidade dos transtornos mentais, reduzindo-os a seus sintomas observáveis. M. Perrez e U. Baumann[2] observam, por outro lado, que, apesar de não corresponderem a essa complexidade, os atuais sistemas representam uma base comum ao diálogo entre as diferentes escolas de psicoterapia mais severa. Definição e utilização do termo Neuroses são quadros patológicos psicogênicos (ou seja, de origem psíquica), muitas vezes ligados a situações externas na vida do indivíduo, os quais provocam transtornos na área mental, física e/ou da personalidade. De acordo com a visão psicanalítica, as neuroses são fruto de tentativas ineficazes de lidar com conflitos e traumas inconscientes. O que distingue a neurose da normalidade é assim (1) a intensidade do comportamento e (2) a incapacidade do doente de resolver os conflitos internos e externos de maneira satisfatória [1]. O conceito de neurose está assim intimamente ligado à teoria nosológica psicanalítica, ou seja, à maneira como a psicanálise explica a origem e o desenvolvimento dos transtornos mentais. Por isso psicólogos oriundos de outras escolas, sobretudo da terapia cognitivo-comportamental, foram levados a criticar o termo: como tais psicoterapeutas não trabalham com os conceitos psicanalíticos, um diagnóstico de neurose não tem para eles nenhum sentido prático. Essa crítica levou a uma modificação dos sistemas de classificação de doenças: os atuais sistemas de classificação dos transtornos mentais abandonaram uma abordagem nosológica e adotaram uma descritiva. Isso significa que os transtornos não são mais classificados pela suposta origem do transtorno (por esta ser controversa), mas por seus sintomas observáveis (por estes serem unânimes). Assim, na CID-9 havia uma categoria "Neuroses" de transtornos mentais própria, já com a publicação da CID-10 em 1994 o termo passou a ser usado apenas descritivamente (e não mais "neuroses", mas "transtorsnos neuróticos") e não para todas as categorias que ele tradicionalmente designava[1][2]. Segundo a CID-9, sob neurose entendem-se os seguintes grupos de transtornos mentais: Transtornos fóbicos-ansiosos e outros transtornos de ansiedade; Transtorno obsessivo-compulsivo Transtornos dissociativos (de conversão) Transtornos somatoformes Distimia e determinados tipos de depressão Neurastenia S. O. Hoffmann e G. Hochapfel[1] fazem notar que a atual classificação dos transtornos mentais, por ser meramente descritiva, não faz jus à complexidade dos transtornos mentais, reduzindo-os a seus sintomas observáveis. M. Perrez e U. Baumann[2] observam, por outro lado, que, apesar de não corresponderem a essa complexidade, os atuais sistemas representam uma base comum ao diálogo entre as diferentes escolas de psicoterapia. Referências 2 1. ↑ a b c Hoffmann, S. O. & Hochapfel, G. (1999). Neurosenlehre, psychotherapeutische und psychosomatische Medizin. Stuttgart: Schattauer. 2. ↑ a b Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (2005) (Hrgs.). Lehrbuch klinische Psychologie Psychotherapie. 3. Aufl. Bern: Huber. Bibliografia Abadie-Rosier, S. (2009). La construction psychologique du sujet. Paris: Edições Les Neurones moteurs. ISBN 978-2-918398-01-1. Hoffmann, S. O. & Hochapfel, G. (1999). Neurosenlehre, psychotherapeutische und psychosomatische Medizin. Stuttgart: Schattauer. ISBN 3-7945-1960-4. Horney, Karen. The Collected Works. (2 Vols.) Norton, 1937. Henry Ey, P. Bernard e C. Brisset. Manual de psiquiatria. Masson/Atheneu, 5ª edição. Perrez, Meinrad & Baumann, Urs (2005) (Hrgs.). Lehrbuch klinische Psychologie - Psychotherapie, 3. Aufl. Bern: Huber Psicose Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Nota: Se procura pelo filme de 1960 dirigido por Alfred Hitchcock, veja Psycho. Psicose é um quadro psicopatológico clássico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica certa "perda de contato com a realidade". Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranóide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa. Tal é frequentemente acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do comportamento. Desta forma surgem também, nos momentos de crise, dificuldades de interacção social e em cumprir normalmente as actividades de vida diária. Uma grande variedade de estressores do sistema nervoso, tanto orgânicos como funcionais, podem causar uma reação de sintomatologia, semelhante, porém não igual, a estrutura psicótica. Muitos indivíduos têm experiências fora do comum ou mesmo relacionadas com uma distorção da realidade em alguma altura da sua vida sem necessariamente sofrerem grandes consequências para a sua vida. Como tal, alguns autores afirmam que não se pode separar a psicose da consciência normal, mas deve-se encará-la como fazendo parte de um continuum de consciência. Para o psicodiagnósitco são feitas observações clínicas que incluem a anamnese, a história de vida do sujeito, seu quadro psicológico e de doenças. A depender do caso, pode-se chegar a meses para um quadro correto. O diagnóstico é feito com base na psicopatologia clínica e teórica. Dois guias de classificação diagnóstica internacionais podem ser usados como referência, principalmente epidemiológica: o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (o atual é oDSM-IV), e a CID-10, a Classificação Internacional de Doenças. Na CID-10, adotada no Brasil como classificação de referência, as psicoses se encontram classificadas nas siglas F.20 a F.29; F.30, F.31, F.32.2 e F.32.3. 3 Sobre as principais características clínicas das psicoses, pode-se afirmar: - São psicologicamente incompreensíveis (segundo Jaspers) - Apresentam vivências bizarras,como delírios, alucinações, alterações da consciência do eu. - Não existem alterações primárias na esfera cognitiva. Memória e nível de consciência não estão prejudicados, se isto acontece é devido a outras alterações psíquicas, bem como devido a substâncias psicoativas. Como tal, a psicose pode ser causada por predisposição genética, fatores exógenos orgânicos mas desencadeados por fatores ambientais, psicossociais, com acentuadas falhas no desempenho de papéis, na comunicação, no autocontrole, no comportamento da afetividade, na percepção sensorial, na memória, no raciocínio, no pensamento e linguagem. Há perda do senso da realidade e da capacidade de testá-la e, em casos extremos, do autoconhecimento, deixando o paciente de cuidar-se no aspectos mais triviais, como a alimentação e a higiene pessoal.[1] Na psicanálise, a psicose causou dificuldades teóricas para Freud, mas não para Lacan. Se o primeiro demonstrou-se hesitante em enquadrá-la teoricamente, concentrando-se na neurose, Lacan, tomando-a constantemente em suas conferências, associou-a à forclusão do nome-do-pai.[2] As definições de psicose em geral descrevem as classes de eventos que configuram sua natureza ou essência, apontam-lhe as causas e variações. Assim, haverá importantes distinções quanto ao conceito; caso venha a ser formulado no campo das Ciências da Saúde terão diferentes conotações das formuladas no campo Religioso, Poético dou das Ciências Humanas. Michel Foucault em seu texto A história da Loucura aponta que a loucura (posteriormente chamada de psicose) poderia ser entendida como uma aberração da conduta em relação aos padrões ou valores dominantes numa certa sociedade; neste sentido, entender a psicose é também buscar entender quais os padrões dominantes e quais as reações do grupo social à tais condutas estranhas e aos seus agentes Referências Bibliográficas: Abadie-Rosier, S. (2009). La construction psychologique du sujet. Paris: Les Neurones moteurs. Associação Americana de Psiquiatria, APA. (2002). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. (DSM – IV – TR). Porto Alegre: ARTMED. Calligaris, C.(1989). Introdução a uma clínica diferencial das psicoses.Porto Alegre: Artes Médicas. Dalgalarrondo, P (2000). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed. Freud, S. (1911). Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (dementia paranoides). Em Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud. (v. XII) (1996) Rio de Janeiro: Imago. Freud, S. (1923) Neurose e psicose. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (1996)Rio de Janeiro. Imago. vol.19 p.189-193. Kaufmann, P. (1996) Delírio In: Dicionário Enciclopédico de Psicanálise: o legado de Freud e Lacan, pp.111-112. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 4 Saffer, Denis. "Os Processos Semiológicos de Delírios e Alucinações". Disponível em: http://www6.ufrgs.br/psicopatologia/wiki/index.php/Os_Processos_Semiol%C3 %B3gicos_de_Del%C3%ADrios_e_Alucina%C3%A7%C3%B5es Esquizofrenia Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Esta página ou secção não cita nenhuma fonte ou referência (desde Dezembro de 2008). Por favor, melhore este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto por meio de notas de rodapé. Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus Esquizofrenia Aviso médico Classificação e recursos externos Eugen Bleuler deu nome à Esquizofrenia, desordem que era conhecida anteriormente como dementia praecox CID-10 F20. CID-9 295 OMIM 181500 DiseasesDB 11890 MeSH F03.700.750 5 A esquizofrenia (do grego σχιζοφρενία; σχίζειν, "dividir"; e φρήν, "phren", "phrenés", no antigo grego, parte do corpo identificada por fazer a ligação entre o corpo e a alma, literalmente significa "diafragma"[1]) é um transtorno psíquico severo que se caracteriza classicamente pelos seguintes sintomas: alterações do pensamento, alucinações (visuais, cinestésicas, e sobretudo auditivas), delírios e alterações no contato com a realidade. Junto da paranoia (transtorno delirante persistente, na CID-10) e dos transtornos graves do humor (a antiga psicose maníaco-depressiva, hoje fragmentada na CID-10 em episódio maníaco, episódio depressivo grave e transtorno bipolar), as esquizofrenias compõem o grupo das Psicoses[2] É hoje encarada não como doença, no sentido clássico do termo, mas sim como um transtorno mental, podendo atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais. De acordo com algumas estatísticas, a esquizofrenia atinge 1% da população mundial,[3] manifestando-se habitualmente entre os 15 e os 25 anos, nos homens e nas mulheres, podendo igualmente ocorrer na infância ou na meia-idade. Algumas pessoas acometidas da esquizofrenia se destacaram e se destacam no meio acadêmico, artístico e social. Um exemplo famoso é o do matemático norte-americano John Forbes Nash, que, apesar do desafio de conviver por toda a vida com os sintomas psicóticos típicos, foi um intelectual importante e deixou grandes contribuições às áreas de economia, biologia e teoria dos jogos. Índice [esconder] 1 Sintomas o 1.1 Sintomas positivos o 1.2 Sintomas negativos 2 Causas o 2.1 Teoria genética o 2.2 Teoria neurobiológica o 2.3 Teoria psicanalítica o 2.4 Teoria familiar o 2.5 Teoria dos neurotransmissores 3 Tipos de esquizofrenia 4 Diagnóstico e questões polêmicas 5 A interação com pacientes 6 Tratamento farmacológico 7 Referências 8 Referências Bibliográficas 9 Ligações externas [editar] Sintomas 6 A esquizofrenia, talvez a psicopatologia de maior comprometimento ao longo da vida, se caracteriza essencialmente por uma fragmentação da estrutura básica dos processos de pensamento, acompanhada pela dificuldade em estabelecer a distinção entre experiências internas e externas. Embora primariamente um transtorno que afeta os processos cognitivos[de conhecimento], os seus efeitos repercutem-se também no comportamento e nas emoções. Os sintomas da esquizofrenia podem não ser os mesmos de indivíduo para indivíduo, podendo aparecer de forma insidiosa e gradual ou, pelo contrário, manifestar-se de forma explosiva e instantânea. Estes podem ser divididos em duas grandes categorias: sintomas positivos e negativos. [editar] Sintomas positivos Os sintomas positivos estão presentes com maior visibilidade na fase aguda do transtorno e são as perturbações mentais "muito fora" do normal, como que "acrescentadas" às funções psicológicas do indivíduo. Entende-se como sintomas positivos os delírios — ideias delirantes, pensamentos irreais, "ideias individuais do doente que não são partilhadas por um grande grupo",[4] por exemplo, um indivíduo que acha que está a ser perseguido pela polícia secreta, e acha que é o responsável pelas guerras do mundo; as alucinações, percepções irreais – ouvir, ver, saborear, cheirar ou sentir algo irreal, sendo mais frequente as alucinações auditivo-visuais; pensamento e discurso desorganizado, elaborar frases sem qualquer sentido ou inventar palavras; alterações do comportamento, ansiedade, impulsos, agressividade. [editar] Sintomas negativos Os sintomas negativos são o resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais, "acompanham a evolução da doença e refletem um estado deficitário ao nível da motivação, das emoções, do discurso, do pensamento e das relações interpessoais",[4] como a falta de vontade ou de iniciativa; isolamento social; apatia; indiferença emocional; pobreza do pensamento. Estes sinais não se manifestam todos no indivíduo esquizofrénico. Algumas pessoas vêem-se mais afetadas do que outras, podendo muitas vezes ser incompatível com uma vida normal. No entanto, alguns sintomas podem oscilar, aparecer e desaparecer em ciclos de recidivas e remissões. "Não há, contudo, sinais nem sintomas patognomónicos da doença, podendo-se de alguma forma fazer referência a um quadro prodrómico que são em grande parte sintomas negativos, como por exemplo inversão do ciclo de sono, isolamento, perda de interesse por atividades anteriormente agradáveis, apatia, descuido com a higiene pessoal, ideias bizarras, comportamentos poucos habituais, dificuldades escolares e profissionais, entre outras. Posterior a esta fase inicial surgem os sintomas positivos".[5] "Diz-se que os primeiros sinais e sintomas de esquizofrenia são insidiosos. O primeiro sintoma de sossego/calma e afastamento, visível num adolescente normalmente passa despercebido como tal, pois remete-se o facto para "é uma fase". Pode inclusivamente ser um enfermeiro de saúde escolar ou um 7 conselheiro a começar a notar estas mudanças. (…) É importante dizer-se que é muito fácil interpretar incorrectamente estes comportamentos, associando-os à idade.".[6] [editar] Causas Não existe uma causa única para o desencadear deste transtorno. Assim como o prognóstico é incerto para muitos quadros, a etiologia das psicoses, principalmente da esquizofrenia, é incerta, ou melhor, de causação multifatorial. Admite-se hoje que várias causas concorrem entre si para o aparecimento, como: quadro psicológico (consciente e inconsciente); o ambiente; histórico familiar da doença e de outros transtornos mentais; e mais recentemente, tem-se admitido a possibilidade de uso de substâncias psicoativas poderem ser responsáveis pelo desencadeamento de surtos e afloração de quadros psicóticos. [editar] Teoria genética A teoria genética admite que genes podem estar envolvidos, contribuindo juntamente com os fatores ambientais para o desencadear do transtorno. Sabe-se que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. "No caso de um dos pais sofrer de esquizofrenia, a prevalência da doença nos descendentes diretos é de 12%. É o caso do esquizofrênico matemático norte-americano John Nash que divide com o filho, John Charles Martin, a mesma doença. Na situação em que ambos os pais se encontram atingidos pela doença, esse valor sobe para 40%".[7] No entanto, mesmo na ausência de história familiar, a doença pode ainda ocorrer.".[4] Segundo Gottesman (1991), referenciado por Pedro Afonso (2002), sabe-se ainda que cerca de 81% dos doentes com esquizofrenia não têm qualquer familiar em primeiro grau atingido pela doença e cerca de 91% não têm sequer um familiar afetado. No entanto, a causalidade genética ainda não é comprovada e as pesquisas têm demonstrado discrepâncias muito grandes quando se trata de investigar a predisposição para a doença. [editar] Teoria neurobiológica As teorias neurobiológicas defendem que a esquizofrenia é essencialmente causada por alterações bioquímicas e estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção dopaminérgica, embora alterações noutros neurotransmissores estejam também envolvidas. A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) atua precisamente nos receptores da dopamina no cérebro, reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor. Exatamente por isso, alguns sintomas característicos da esquizofrenia podem ser desencadeados por fármacos que aumentam a atividade dopaminérgica (ex: anfetaminas).[5] Esta teoria é parcialmente comprovada pelo fato de a maioria dos fármacos utilizados no tratamento da esquizofrenia (neurolépticos) atuarem através do bloqueio dos receptores (D2) da dopamina. [editar] Teoria psicanalítica As teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm como base a teoria freudiana da psicanálise, e remetem para a fase oral do desenvolvimento psicológico, na qual "a 8 ausência de gratificação verbal ou da relação inicial entre mãe e bebê conduz igualmente as personalidades "frias" ou desinteressadas (ou indiferentes) no estabelecimento das relações".[6] A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria assim na origem da esquizofrenia. [editar] Teoria familiar Esta página ou secção não cita nenhuma fonte ou referência (desde dezembro de 2009). Por favor, melhore este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto por meio de notas de rodapé. Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus As teorias familiares, apesar de terem bastante interesse histórico, são as que menos fundamento cientifico têm. Surgiram na década de 1950, baseadas umas no tipo de comunicação entre os vários elementos das famílias e aparecendo outras mais ligadas às estruturas familiares. Dos estudos desenvolvidos surge o conceito «mãe esquizofrenogénica», mães possessivas e dominadoras com seus filhos, como gerador de personalidades esquizofrénicas. Estudos posteriores vieram contudo desconfirmar esta hipótese, relacionando aquele comportamento mais com etiologias neuróticas e não com a psicose. [editar] Teoria dos neurotransmissores Têm-se um excesso de dopamina na via mesolímbica e falta dopamina na via mesocortical. Apesar de existirem todas estas hipóteses para a explicação da origem da esquizofrenia, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória às muitas dúvidas que existem em torno das causas da doença, reforçando assim a ideia de uma provável etiologia multifatorial. [editar] Tipos de esquizofrenia O diagnóstico da esquizofrenia, como sucede com a grande maioria dos transtornos mentais e demais psicopatologias, não se pode efetuar através da análise de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos, e resulta apenas da observação clínica cuidadosa das manifestações do transtorno ao longo do tempo. Aquando do diagnóstico, é importante que o médico exclua outras doenças ou condições que possam produzir sintomas psicóticos semelhantes (uso de drogas, epilepsia, tumor cerebral, alterações metabólicas). O diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil. Para além do diagnóstico, é importante que o profissional identifique qual é o subtipo de esquizofrenia em que o doente se encontra. Atualmente, segundo o DSM IV, existem cinco tipos: Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado por 9 10 um delírio paranóide relativamente bem organizado. Os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos agressivos.[3] Desorganizado, em que os sintomas afectivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas. Alguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade marcada associada a comportamentos agressivos. Existe um contacto muito pobre com a realidade.[3] Catatónico, é caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e por alterações da actividade, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à excitação.[3] Indiferenciado, apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes uma certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.[3] Residual, nesta forma existe um predomínio de sintomas negativos, os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afectivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento.[3] Existe também a denominada Esquizofrenia Hebefrênica, com incidência da adolescência, com o pior dos prognósticos em relação às demais variações da doença, e com grandes probabilidades de prejuízos cognitivos e sócio-comportamentais. Estes subtipos não são estanques, em determinada altura da evolução do quadro, a pessoa pode apresentar aspectos clínicos que se identificam com um tipo de esquizofrenia, e ao fim de algum tempo poder reunir critérios de outro subtipo. Outro critério de classificação muito usado é a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). A CID é usada no Brasil e foi adotada como referência para profissionais de saúde do SUS; sua maior utilidade está na possibilidade de traçar perfis epidemiológicos que facilitem as esferas do governo no investimento em saúde. Existem várias abordagens terapêuticas na intervenção ao doente esquizofrénico, que na maioria dos casos tem indicação de um tratamento interdisciplinar: o acompanhamento médico-medicamentoso, a psicoterapia, a terapia ocupacional (individual ou em grupos), a intervenção familiar, a musicoterapia e a psicoeducação são os procedimentos indicados para estes doentes. Apesar de não se conhecer a sua cura, o tratamento pode ajudar muito a tratar os sintomas, e a permitir que os doentes possam viver as suas vidas de forma satisfatória e produtiva. A experiência clínica indica que o melhor período para o tratamento da esquizofrenia é com o aparecimento dos primeiros sintomas. Se sintomatologia psicótica permanecer sem tratamento por longos períodos o prognóstico do tratamento é menos favorável. Assim é vital o reconhecimento precoce dos sinais da esquizofrenia para que se possa procurar uma ajuda rápida.[8] [editar] Diagnóstico e questões polêmicas 11 A esquizofrenia como entidade de diagnóstico tem sido criticada como desprovida de validade científica ou confiabilidade e é parte de críticas mais amplas à validade dos psicodiagnósticos em geral. Uma alternativa sugere que os problemas com o diagnóstico seriam melhor atendidos como dimensões individuais ao longo das quais todos variam, de tal forma que haveria um espectro contínuo em vez de um corte de entre normal e doente. Esta abordagem parece coerente com a investigação sobre esquizotipia e de uma relativamente alta prevalência na experiência dos psicóticos e, muitas vezes, crenças delusionais não perturbadoras entre o público em geral. Outra crítica é que falta coerência nas definições utilizadas para os critérios; é particularmente relevante para a avaliação das ilusões a desordem no pensamento. Mais recentemente, foi alegado que sintomas psicóticos não são uma boa base para a elaboração de um diagnóstico de esquizofrenia como "psicose é a 'febre' de doença mental - um grave mas inespecífico indicador". Talvez por causa desses fatores, estudos examinando o diagnóstico de esquizofrenia geralmente têm mostrado relativamente baixas ou inconsistentes níveis de confiabilidade diagnóstica. Na maioria dos famosos estudos de David Rosenhan em 1972 a ser publicados como saudáveis em lugares demente, demonstrou que o diagnóstico de esquizofrenia foi (pelo menos no momento) muitas vezes subjetivo e pouco fiáveis. Estudos mais recentes têm encontrado acordo entre quaisquer dois psiquiatras, quando o diagnóstico de esquizofrenia tende a atingir cerca de 65%, na melhor das hipóteses. Este, e os resultados de estudos anteriores de fiabilidade de diagnóstico (que normalmente relataram níveis ainda mais baixos de acordo), levaram alguns críticos a afirmar que o diagnóstico de esquizofrenia deve ser abandonado. Em 2004, no Japão, o termo japonês para esquizofrenia foi alterado de SeishinBunretsu-Byo (doença da mente dividida) para Togo-shitcho-sho (desordem de integração). Em 2006, ativistas no Reino Unido, sob o estandarte de Campanha para a Abolição do Rótulo de Esquizofrenia, defenderam uma semelhante rejeição do diagnóstico de esquizofrenia e uma abordagem diferente para a compreensão e tratamento dos sintomas associados a ela neste momento. Alternativamente, os outros proponentes apresentaram utilizando a presença de déficits neurocognitivas específicas para fazer um diagnóstico. Estes assumem a forma de uma redução ou de comprometimento em funções psicológicas básicas, como memória, atenção, função executiva e resolver problemas. É este tipo de dificuldades, em vez de os sintomas psicóticos (que, em muitos casos, pode ser controlado por medicamentos antipsicóticos), que parece ser a causa da maioria dos deficiência na esquizofrenia. No entanto, este argumento é relativamente novo e é pouco provável que o método de diagnóstico de esquizofrenia vá mudar radicalmente no futuro próximo. O diagnóstico de esquizofrenia foi usado para fins políticos em vez de terapêuticos, na União Soviética mais uma sub-classificação de "esquizofrenia que progride lenta" foi criado. Particularmente no RSFSR (República Socialista Federativa Soviética da Rússia), este diagnóstico foi utilizado com a finalidade de silenciar os dissidentes políticos ou forçá-los a desistir de suas idéias através da utilização forçada de confinamento e tratamento. Em 2000, houve preocupações semelhantes quanto detenção 12 e 'tratamento' de praticantes do movimento Falun Gong pelo governo chinês. Isso levou a Comissão da Associação Psiquiátrica Americana Sobre o Abuso de Psiquiatria e psiquiatras a aprovar uma resolução que inste a Associação Psiquiátrica Mundial a investigar a situação na China. [editar] A interação com pacientes A doença mental é com frequência relacionada com o mendigo que deambula pelas ruas, que fala sozinho, com a mulher que aparece na TV dizendo ter 16 personalidades e com o homicida "louco" que aparece nos filmes. Esta foi durante muitos anos sinónimo de exclusão social, e o diagnóstico de esquizofrenia, significava como destino "certo" os hospitais psiquiátricos ou asilos, onde os pacientes ficavam durante muitos anos. O matemático norte-americano John Nash, que, em sua juventude, sofria de esquizofrenia, conseguiu reverter sua situação clínica e ganhar o Prémio Nobel de Ciências Económicas em 1994. Em muitos casos, os indivíduos com esquizofrenia foram crianças tímidas, introvertidas, com dificuldades de relacionamento e com pouca interacção emocional. As crianças apresentam ainda dificuldades ao nível da atenção e do comportamento. Durante a adolescência o isolamento vai se tornando cada vez maior e o rendimento escolar diminuindo. Estas modificações são frequentemente associadas à crise da adolescência. "Para o adolescente este é um período de confusão, sente-se desconcentrado, não sabe o que se está a passar com ele. O jovem começa a passar grandes períodos frente ao espelho a observar o seu corpo revelando a presença de alterações do seu esquema corporal que podem surgir associadas à vivência psicótica. Isto não acontece só ao nível do corpo, mas também na consciência de si próprio (perturbação da vivência do «eu») apresentando neste caso sentimentos de despersonalização".[4] Uma crise psicótica pode ser precipitada por vários factores, como por exemplo, mudar de casa, perder um familiar, rompimento com um(a) namorado(a), entrar na universidade… 13 Neste tipo de doença, é raro o indivíduo ter consciência de que está realmente doente, o que torna difícil a adesão ao tratamento. Um dos maiores medos que a pessoa com esquizofrenia sente é o de ser estigmatizada por preconceitos sociais relativamente à sua doença, especialmente a ideia de que a pessoa é violenta, intrinsecamente perigosa, ideia essa que estudos recentes põem completamente de parte, mostrando que a incidência de comportamento violento nestes doentes e na população em geral é idêntico, se não mesmo inferior. "Quero que as pessoas entendam que sou como os outros. Sou um indivíduo e deveria ser tratada como tal pela sociedade. Não deveriam fechar-me numa caixa com a etiqueta de esquizofrenia"[9] (Jane). "As pessoas com esquizofrenia têm muitas vezes dificuldade em satisfazer as suas necessidades devido à sua doença".[9] É importante que o processo de reabilitação seja um processo contínuo, para que possa ter sucesso, proporcionando uma maior qualidade de vida, maior autonomia e realização pessoal. Para atingir estes objectivos, foram criadas estruturas de apoio, os chamados equipamentos substitutivos (à estrutura manicomial) como os CAPS (Centros de Atenção psicossocial), Centros de Convivência, Oficinas, hospitais dia, serviços residenciais terapêuticos, empregos apoiados, fóruns sócio-ocupacionais. Uma das grandes dificuldades destes doentes é a sua integração no mercado de trabalho, visto existir uma grande competitividade, levando a que muitos acabem por desistir. Daí ser relevante o acompanhamento destes no período de adaptação. É bastante útil que o paciente tenha conhecimentos sobre os sintomas e possíveis sofrimentos ao longo da vida, e que possa ter um papel ativo no seu tratamento e controle sobre o seu estado. Sendo por isso vantajoso que estes sigam alguns cuidados, nomeadamente: Se achar que a medicação não está a ajudar ou sentir efeitos não desejáveis deve avisar o seu médico psiquiatra; Fazer psicoterapia e ter consultas regulares com seu psicólogo; Ter o cuidado de conservar um ritmo de sono e vigília correto, com as horas de sono necessárias; Evitar o stress; Deve manter rotinas normais de higiene, alimentação, atividades físicas e de lazer; Evitar substâncias psicoativas que possam interferir prejudicialmente no tratamento - como álcool e outras drogas; Procurar ter horas para dormir, comer, trabalhar - ou seja, criar rotinas; Permanecer em contato com as outras pessoas, não buscar o isolamento; Manter o contato com o psiquiatra, psicólogo e a equipe de saúde mental; Praticar desporto pelo menos uma vez por semana; A participação da família é fundamental, reuniões dos psicólogos com os familiares são muito importantes porque a residência é o ambiente cerne da busca da sanidade mental. 14 Os esquizofrénicos podem apresentar também sintomas depressivos, que nem sempre têm origem em aspectos biológicos ou neuroquímicos da doença. "O desapontamento e a desilusão vividos por alguns deste doentes perante os repetidos fracassos em manterem um emprego, em conseguirem voltar a estudar ou terem um grupo de amigos torna-se uma realidade incontornável",[4] levando a sentimentos de frustração. Um outro aspecto associado à depressão na esquizofrenia é a questão do suicídio, que pode ter origem em vários factores: o sofrimento psíquico associado à própria vivência psicótica, o aspecto crónico e recorrente da doença que afecta muitos jovens. O papel ativo da família é essencial para o tratamento, reabilitação e reinserção social do seu familiar que sofre de esquizofrenia. Muitas famílias procuram o apoio junto aos técnicos de saúde, permitindo assim que estas superem e sobrevivam às dificuldades que encontram; no entanto, há aquelas que não o fazem, levando ao seu adoecimento, ou seja, não conseguem lidar com as crises, conduzindo à sua desestruturação ou destruição. A família deve estar preparada para o fato do doente poder ter recaídas ao longo do tempo, o que pode conduzir a um possível internamento hospitalar. É bastante importante o apoio da família ao doente durante o tempo da sua permanência no hospital, através de reforço positivo, comunicação, visitas, mostrar interesse em saber como vai a evolução da sua doença. É natural que muitas dúvidas surjam na família em relação ao comportamento que vão ter de adotar perante esta nova etapa da vida do seu familiar. Em primeiro lugar é importante que o familiar comece por se colocar no lugar da outra pessoa. Os problemas que geralmente ocorrem na família do esquizofrénico são os seguintes: Medo… "Ele poderá fazer mal a si ou às outras pessoas?" Negação da gravidade… "Isso daqui a pouco passa", "Você não é como esse cara da televisão" Incapacidade de falar ou pensar em outra coisa que não seja a doença… "Toda a nossa vida gira em torno do nosso filho doente" Isolamento social… "As pessoas até nos procuram, mas não temos como fazer os programas que nos propõem" Constante busca de explicações… "Ele está assim por algo que fizemos?" Depressão… "Não consigo falar da doença do meu filho sem chorar". Em suma, o impacto que uma pessoa com esquizofrenia tem na família e a forma como esta se adapta face à situação depende da singularidade de cada um dos seus membros, mas também da forma como a doença surge (insidiosa ou abrupta), o seu curso, a suas consequências, no sentido de haver risco de vida ameaçada ou não (fase de crise à fase crónica), e ao grau de incapacidade gerado. Todos estes fatores têm de ser vistos numa perspectiva psico-social e não isoladamente. Deve ser dada atenção extrema ao fato de que o próprio esforço de adaptação por parte da família pode ter como consequência um estado de exaustão, da parte dos famíliares, como é referido por Helena Luís. [editar] Tratamento farmacológico 15 Os antipsicóticos são eficazes no alívio dos sintomas da esquizofrenia em 70% dos casos. Alguns deles, conhecidos como antipsicóticos típicos, inibem fortemente os receptores D2 da Dopamina das vias dopaminérgicas ligadas ao Sistema límbico do cérebro, e o seu sucesso constitui uma forte evidência da importância das alterações bioquímicas na patogenia da doença conhecida como hipótese dopamínica (que talvez sejam uma resposta secundária a eventos causadores da doença como o são as alterações comportamentais). O exemplo mais usual de antipsicótico típico é o haloperidol e a clorpromazina. Outros inibem fracamente os receptores D2 da Dopamina, tendo ação inibidora serotoninérgica simultânea, conhecidos como antipsicóticos atípicos (clozapina por exemplo). Estes têm um sucesso maior sobre os casos refratários ao tratamento com antipsicóticos típicos ou sobre os casos com sintomatologia negativa predominante. Como leva a agranulocitose em cerca de 1% dos casos, deve ser conduzido um hemograma periódico conjuntamente à utilização da droga. Existe uma nova geração de antipsicóticos atípicos que não originaria agranulocitose como a risperidona e a olanzapina, que devem ser utilizados como primeira escolha por pacientes psicóticos, exceto nos casos em que o fator sócio-econômico tiver peso dominante (o custo de aquisição da droga é alto). Os antipsicóticos atípicos, justamente por agirem fracamente sobre os receptores D2, são uma evidência contrária à hipótese dopaminica. Referências 1. ↑ A palavra φρήν, na literatura poética e filosófica do período arcaico, de grade riqueza polissêmica, se relacionava com o que dizia respeito às coisas do coração, da alma. Articulada intimamente à palavra psyché, que significa alma, φρήν era usado para se referir igualmente às profundezas da interioridade humana, onde estão as raízes do intelectivo e do afetivo. Psyché como princípio de vida, de inteligibilidade e de afetividade, é o próprio conceito que os gregos criaram para alma; que mais tarde foi traduzido por mente. Portanto, a alma, psyché, enquanto princípio vital, de inteligibilidade, não pode ser entendida somente por inteligência intuitiva, racional e cognitiva, mas também em sua dimensão afetiva, próprio da palavra φρήν, phrén. Dessa forma, a palavra alma abrange tudo que é da ordem do querer e do desejar, tudo que é da ordem do coração. ROCHA (2001) 2. ↑ MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção em Saúde Mental. 2ª ed. Belo Horizonte, 2007. 238p. 3. ↑ a b c d e f ABC da Saúde - ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS. Página visitada em 25/01/2009. 4. ↑ a b c d e Afonso, Pedro (Agosto 2002), Esquizofrenia: Conhecer a Doença, Lisboa, Climepsi Editores. 5. ↑ a b Freitas, Carlos; Luís, Helena e Ferreira, Luís (2000), Vivências dos pais enquanto cuidadores de um filho com esquizofrenia, Lisboa, Dissertação apresentada à Escola Superior de Enfermagem Maria Fernanda Resende no âmbito do 2 °Curso de estudos superiores Especializados em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica. 6. ↑ a b Neeb, Kathy (1997), Fundamentos de Enfermagem de Saúde Mental, Loures, Lusociência. 7. ↑ Kaplan, Harnold; Sadock, Benjamin (1990), Compêndio de Psiquiatria, Porto Alegre, Editora Artes Médicas. 8. ↑ Psiqweb - Perguntas mais comuns sobre esquizofrenia. Página visitada em 25/01/2009. 16 9. ↑ a b Organização Mundial de Saúde, Genebra – Divisão de Saúde Mental (1998), A Esquizofrenia – Informação para as famílias, Lisboa, Associação Comunitária de Saúde de Loures Ocidental. [editar] Referências Bibliográficas Alves, Júlio Leonel(Setembro, 1998), "O Doente Mental e a Família Perante a Alta", Sinais Vitais, nº20, p. 45. Atkinson, Jacqueline M. e Coia (1995), Families coping with schizophrenia – A practitioner’s guide to family groups, England, Wiley – University of Glasgow. Hatfield, Agnes B. (1990), Family education in mental illness, New York, The Guilford Press. Santos, José Carlos (Setembro 1997), O Enfermeiro de Saúde Mental no Hospital Geral, Sinais Vistais, nº 14, p. 33-36. Taylor, Cecília Monat (1992), Fundamentos de Enfermagem Psiquiátrica, Porto Alegre, Artes Médicas. Teschinsky, Ursula (2000), "Living with schizophrenia: The family illness experience", Mental Health Nursing, nº 21, p. 387-396. Pereira, Manuel Gonçalves (1996), Repercussões da Doença Mental na Família – Um estudo de Familiares de Doentes Psicóticos, Lisboa, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa. Freitas, Luís (Set./Out. 2002), "Destigmatizando a Doença Mental", Servir, vol. 50, nº 5, p. 250-253. A, Delmina (Jan. 2000), "A Esquizofrenia", Sinais Vitais, nº 28, p. 46-47. Milheiro, Jaime (2000), Loucos são os outros, Lisboa, Edições Fim de Século. MG. Secretaria de Estado de Saúde. "Atenção em Saúde Mental". 2ª ed. Belo Horizonte, 2007. 238p Minuchin, Salvador (1990), Famílias: funcionamento e tratamento, Porto Alegre, Artes Médicas. Rocha, Zeferino (2001). "Psyché - Os caminhos do acontecer psíquico na Grécia Antiga". Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, IV, 2, 67-91. Disponível para acesso em: www.fundamentalpsychopathology.org/art/jun1/6.pdf Transtorno Afetivo Bipolar Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. PMD (psicose maníaco-depressiva) ou, actualmente, transtorno afetivo bipolar (TAB), é uma enfermidade dentro dos chamados transtornos de humor, que incluem as depressões. O TAB (ainda com a designação PMD) foi descrito por Emil Kraepelin nos primóridos da história da psicopatologia e da psicanálise, enfatizando nesta época os estados maníacos e psicóticos. Hoje em dia existem uma série de medicamentos denominados estabilizadores do humor e antipsicóticos que Ir para: navegação, pesquisa Foi proposta a fusão deste artigo ou secção com: Transtorno bipolar. (Pode-se discutir o procedimento aqui) 17 trazem grandes melhoras às pessoas acometidas, podendo ter, na maioria das vezes, bom curso e prognóstico. Existem indicativos de fatores genéticos, e o estresse é o principal desencadeante, podendo ocorrer em qualquer faixa etária, mas a média de aparecimento é por volta dos trinta anos. As pessoas alternam ciclos mais ou menos graves de depressão e humor exaltado (mania ou hipomania). Podem existir ou não características psicóticas, dependendo da intensidade do distúrbio, tratamento e evolução. Transtorno bipolar Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Redirecionado de Psicose Maníaco-Depressiva) Ir para: navegação, pesquisa Como categorizado pelo DSM-IV e pelo CID-10, o transtorno bipolar ou distúrbio bipolar é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, hiperatividade e grande imaginação, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para conceber e realizar idéias, e ansiedade ou tristeza. Juntos estes sintomas são comumente conhecidos como depressão maníaca. Índice [esconder] 1 História 2 Introdução 3 Euforia e depressão o 3.1 Euforia 4 Principais sintomas o 4.1 Como identificar o humor 5 Tratamento o 5.1 Terapia ocupacional o 5.2 Como controlar 6 Referências 7 Ligações externas [editar] História A depressão maníaca foi inicialmente descrita em fins do século XIX pelo psiquiatra Emil Kraepelin, que publicou seu conhecimento da doença em seu Textbook of Psychiatry. Existem dois tipos principais do distúrbio bipolar: com predomínio de depressão (tipo II) e com predomínio de mania (tipo I). [editar] Introdução 18 O transtorno bipolar do humor, também conhecido como distúrbio bipolar, é uma doença caracterizada por episódios repetidos, ou alternados, de mania e depressão. Uma pessoa com transtorno bipolar está sujeita a episódios de extrema alegria, euforia e humor excessivamente elevado (hipomania ou mania), e também a episódios de humor muito baixo e desespero (depressão). Entre os episódios, é comum que passe por períodos de normalidade.[1][2] Deve-se ter em conta que este distúrbio não consiste apenas de meros "altos e baixos". Altos e baixos são experimentados por praticamente qualquer pessoa, e não constituem um distúrbio. As mudanças de humor do distúrbio bipolar são mais extremas que aquelas experimentadas pelas demais pessoas. Veja ciclotimia para uma versão moderada deste distúrbio. O doente de distúrbio bipolar é também comumente chamado de "maníaco-depressivo" por leigos (e por alguns psiquiatras do século vinte), entretanto, este uso não é popular atualmente entre os psiquiatras, que padronizaram o uso de Kraepelin do termo depressão maníaca para descrever o espectro bipolar como um todo, que inclui tanto o distúrbio bipolar como a depressão; eles agora utilizam distúrbio bipolar para descrever a forma bipolar da depressão maníaca.[3] A natureza e duração dos episódios variam grandemente de uma pessoa para outra, tanto em intensidade quanto em duração. No caso grave, pode haver risco pessoal e material. A doença pode se manifestar em crianças, porém talvez pela dificuldade em identificála, se manifesta em grande parte em adultos, por volta dos 15 a 25 anos.[1][2] [editar] Euforia e depressão O paciente de bipolaridade pode chegar ao extremo da depressão seguida de suicídio e, no outro extremo, a euforia de tentar escrever um livro num só dia, por exemplo. [editar] Euforia Saber lidar com as situações extremas é quase decisivo e a maior dificuldade: o bipolar quase nunca percebe quando está hiperagitado. Quando percebe, recusa-se a aceitar o fato, e pior, tanto num caso quanto no outro, gosta de estar eufórico. Resiste firmemente a tomar medicamentos; abusa de drogas e álcool; gasta suas finanças de forma descontrolada; torna-se impulsivo, irascível, promíscuo e inconsequente. O senso crítico e moral podem ficar seriamente comprometidos nesta fase da doença. [editar] Principais sintomas Advertência: A Wikipedia não é um consultório, nem uma farmácia. Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde. As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento. [editar] Como identificar o humor 19 Após um diagnóstico positivo do THB (Transtorno de Humor Bipolar), entra a segunda parte, a mais difícil, com o paciente que pode estar incapacitado e seus familiares, saber se está ou não em surto, é uma dificuldade constante para o portador de THB. A preocupação por amplos setores da saúde e da sociedade em geral, em especial a saúde mental, é o de garantir o bem-estar dos portadores do transtorno, e impedir a incapacitação dos "doentes". Nem sempre os sintomas maníacos ou depressivos são bem claros. Até mesmo quem convive com um paciente bipolar sente dificuldade em distinguir uma aflição comum da depressão, ou sua alegria da euforia patológica. A doença é de difícil diagnóstico, mesmo para profissionais da saúde, que acompanhem há um longo tempo o paciente. Com a implantação dos hospitais-dia, reuniões com parentes e pacientes, a evolução está sendo suprida. O paciente deveria ser o maior sabedor das coisas que envolvem a doença para conseguir controlá-la. Sintomas da depressão[4][5] O individuo deprimido em geral se sente abatido, quieto e triste. Pode dormir muito, como uma fuga do convívio, reclamar de cansaço em tarefas simples como escovar os dentes, apresentar traços de baixa auto-estima e de sentimentos de inferioridade. Demonstra pouco interesse pelos acontecimentos e coisas e pode se isolar da família e amigos. O indivíduo pode se sentir, nesta fase, culpado por erros do passado, e fracassos em sua vida e de seus familiares. Pode haver irritabilidade, lamentos, e auto-recriminação. Pode haver um distúrbio do apetite, tanto para aumentá-lo, como para diminuí-lo. O deprimido pode apresentar queda na sua imunidade, o que o deixa mais predisposto a contrair doenças. Em alguns casos a depressão pode se manifestar de forma psicossomática, e o indivíduo pode apresentar algumas doenças de causa psicológica, que normalmente se caracterizam por dores pelo corpo ou cabeça. Há uma queda da libido e o indivíduo se afasta de seu companheiro, se o possuir. É comum nesta fase pensamentos suicidas, uma vez que o indivíduo se sente mal em sua vida e sem energia para mudá-la. A conseqüência mais grave de uma depressão pode ser a concretização do suicídio. Sintomas da Euforia (Mania)[4][5] Na fase eufórica o indivíduo pode apresentar sentimentos de grandiosidade, poderes além dos que possui e grande entusiasmo. O indivíduo passa a dormir pouco, tornar-se agitado. Pode falar muito, ter muitas idéias ao mesmo tempo. Há uma alteração na libido e o indivíduo tem um aumento do desejo sexual. 20 O indivíduo perde a inibição social, podendo passar por situações vexatórias por falta de senso crítico. Nesta fase é comum os indivíduos se endividarem ou perderem muito dinheiro, comprometendo até bens de família. Durante os delírios de grandeza os gastos são muito acima do que sua realidade permitiria. Devido ao grande otimismo, é possível que o indivíduo empreste dinheiro a pessoas a quem mal conhece, e que podem estar aproveitando-se da situação. São comuns manias como perseguição, realização de sonhos (reformas, viagens, compras) que a primeira vista podem até parecer normais. No tipo de THB com surtos psicóticos, é comum nesta fase que o paciente tenha alucinações e delírios de grandeza. [editar] Tratamento O distúrbio bipolar é uma patologia que acomete cerca de 1,6% da população hoje em dia. No entanto, hoje é tratável. As alarmantes trocas bruscas de humor, todavia, podem ser controladas pelos medicamentos conhecidos. O tratamento com carbonato de lítio é o mais antigo e ainda em uso, e hoje há significativos progressos no estudo de novos tratamentos com poucas, mas significativas novas medicações introduzidas na medicina nos últimos tempos. O lítio induz a uma série de efeitos adversos e, por isso mesmo, precisa ser dosada sua concentração no sangue periodicamente. O tratamento moderno de transtorno bipolar é feito sem lítio, com uso contínuo de olanzapina ou quetiapina. Equivocada é a idéia de que a bipolaridade seria estar hiper contente pela manhã, triste à noite e com um sentimento médio à tarde. Tal idéia não traduz a bipolaridade. Na verdade a bipolaridade pode vir a se manifestar nos dois pólos da doença: depressão e mania. Hoje há remédios de última geração que controlam com sucesso qualquer alteração de humor para esses dois pólos da doença. Os portadores da bipolaridade geralmente são pessoas que se destacam nas actividades que exercem, principalmente no que condiz à arte (Mozart, Van Gogh, Vivien Leigh, Schumman, Jaco Pastorius) e à política (W. Churchill, Ulisses Guimarães).[6] Com o uso de medicamentos adequados e de apoio psicológico, é perfeitamente possível atravessar períodos indefinidamente longos de saúde e ter vida plena.[7][8] O tratamento exige acompanhamento profissional, o uso fiel e bem monitorado dos medicamentos adequados e o comprometimento do paciente em buscar para si uma vida melhor. O apoio e a compreensão da família ou de amigos chegados são de grande valia ao doente. [editar] Terapia ocupacional A partir de conceitos do CID-10 o tratamento da bipolaridade não só trocou de nome (PMD - Psicose Maníaco-Depressiva) do CID X mas, também há precoce tratamento aos pacientes crônicos em hospitais-dia, onde se fazem terapias ocupacionais durante o 21 dia e, à noite, os pacientes voltam ao convívio de suas famílias. Se só o nome já assustava, imagine-se a situação em que o bipolar comunica sua patologia a um leigo dizendo que tem psicose maníaco-depressiva. Seu interlocutor pensará que é um louco sem controle ao ouvir esses termos. São pessoas úteis à comunidade em que vivem, mas que podem ser marginalizadas pela patologia que apresentam. Se bem tratados e acompanhados psicologicamente mais de perto, vivem uma vida normal e têm, ainda, a possibilidade de render mais em certos setores. [editar] Como controlar Regularmente[8] Acompanhamento médico e psicoterápico Uso da medicação prescrita conforme recomendação médica. O uso da medicação é particularmente importante porque é muito comum o paciente de bipolaridade interromper a terapia medicamentosa. A interrupção no uso do medicamento recomendado, via de regra, desencadeia novos episódios da conduta característica a essa condição: estados de depressão mais intensa e maior exaltação na euforia Restrição ao uso de álcool, drogas e cafeína Vida saudável com horas de sono suficientes e em horário regular, alimentação equilibrada e atividade física adequada Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. ↑ a b ABC da Saúde - Transtorno bipolar do humor ↑ a b Veja - Um tormento que começa cedo ↑ Drauzio Varella - Entrevistas ↑ a b Portal de Psiquiatria - Transtorno Afetivo Bipolar ↑ a b Centro de Estudos em Psicologia - Transtorno Bipolar ↑ Bipolares famosos ↑ Drauzio Varella - Entrevistas ↑ a b Tratamento da bipolaridade Delirium Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Esta página ou secção não cita nenhuma fonte ou referência (desde Fevereiro de 2008). Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé. Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus 22 O delírio, traduzido da palavra alemã Wahn ou Wahsinn é uma síndrome constituída por um conjunto de idéias mórbidas que traduzem uma alteração fundamental do juízo, no qual o doente crê com uma convicção inabalável. É frequente em patologias do foro psiquiátrico, neurológico ou metabólico. O pensamento constitui a função da nossa atividade psicológica capaz de orientar e integrar as representações (imagens), bem como os demais dados elaborados pelo conhecimento (idéias) em juízos e em conceitos (concretos ou abstratos). No delírio, os mecanismos associativos do indivíduo desviam-se da realidade ou da lógica, podendo conduzir a juízos e raciocínios anormais, levando à produção de alucinações, percepções delirantes e idéias delirantes. Ou seja, conteúdos irreais que se impõe a este indivíduo com uma convicção inabalável. Emil Kraeplin definia no seu tratado de Psiquiatria que "a idéia delirante é uma representação morbidamente falseada, cuja demonstração não se pode comprovar". Esta ideia, ou conjunto de ideias,não é acessível ao raciocínio e argumentação lógica nem é modificada pelo confronto com a realidade. [editar] Características dos delírios Resistência e irredutibilidade perante à lógica e à experiência Tendência a crescer e a difundir-se por toda a consciência, tornando-se o centro de gravitação da vida do indivíduo Falta de consciência da perturbação. [editar] Classificação dos delírios Podem ser classificados em primários (que aparecem de forma espontânea) ou secundários (compreende-se o conteúdo do delírio a partir da história pessoal do doente). Por exemplo, uma mulher que não aceita que seu marido a abandonou pode desenvolver a idéia delirante de que ele morreu. Quanto à estrutura podem ser classificados em delírios simples (uma só classe de conteúdos delirantes) ou complexos e ainda em sistematizados ou não sistematizados (se existe ou não uma interpretação global e alteração global do comportamento do doente em função dos delírios). Também podem ser classificados quanto ao conteúdo ( o tema sobre o qual o indivíduo delira). Os mais comuns são os seguintes: Delírio de Perseguição, o mais comum de todos. O doente percebe o ambiente como hostil, acredita ser perseguido por pessoas ou entidades que o querem prejudicar, ferir ou mesmo matar. Este delírio, por vezes muito elaborado, é caracterísco, embora não exclusivo, da Psicose Esquizofrénica e Psicose Paranóide. Delírio de Influência, frequentemente associado ao delírio persecutório, é uma evolução mais grave já que significa destruição maciça da lógica do doente. O 23 doente crê que as suas atividades e o seu corpo, pensamentos, etc,são influenciados por forças ocultas (espíritos, microchips, astros, etc). No delírio hipocondríaco, o doente queixa-se de preocupações e sintomas somáticos sem nenhuma causa orgânica. O delírio melancólico ou de ruína é frequente na depressão nervosa psicótica. O doente crê-se ameaçado por acontecimentos irremediáveis e que nada pode fazer para evitar a ruína ou catástrofe. No delírio de grandeza o doente sente-se rico, poderoso, cheio de vigor e possibilidades. Apresenta-se generoso para quem aceita seu delírio mas pode tornar-se violento para aqueles que o contrariam. O delírio de ciúme é o mais frequente dos delírios passionais. O doente, por temer uma infidelidade conjugal, cria uma série de racionalizações que o levam para idéias mórbidas de ciúme. Pode constituir situações de grande periculosidade (agressividade e até homicídio), sobretudo em doentes alcoólicos. Existem outros tipos de delírio: messiânico, de auto-relacionação, reformador, invenção, etc. As ideia delirantes isoladas, fragmentárias, surgem em grande número de situações, por exemplo, nas patologias demenciais, em estados confusionais de origem orgânica e em situações de uso de substâncias psicotrópicas. O delírio, ou conjunto de ideias delirantes, obriga com frequência ao recurso a meios especializados e mesmo ao internamento psiquiátrico. Apesar de ainda não ser bem conhecida a etiologia bioquímica do delírio existem medicamentos que controlam eficazmente e na maioria dos casos este sintoma. Autismo Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Autismo Aviso médico Classificação e recursos externos 24 A fita feita de peças de quebra-cabeça, representando o mistério e a complexidade dessa patologia, é um símbolo mundial da conscientização em relação ao autismo. CID-10 F84. CID-9 299.00 OMIM 209850 DiseasesDB 1142 MedlinePlus 001526 MeSH D001321 O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas. Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como o transtorno invasivo do desenvolvimento (TID). Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. O autismo afeta, em média, uma em cada 110 crianças nascidas nos Estados Unidos, segundo o CDC (sigla em inglês para Centro de Controle e Prevenção de Doenças), do 25 governo daquele país, com números de 2006, divulgados em dezembro de 2009.[1] Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.[2] Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela está desinteressada dessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo, é porque simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa. Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe nenhuma). A dificuldade de comunicação, em alguns casos, está realmente presente, mas como dito acima nem todos são assim: é difícil definir se uma pessoa tem retardo mental se nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Índice [esconder] 1 Histórico 2 Definição 3 Características do autismo 4 Diagnóstico 5 Exames 6 Relato 7 Tratamentos do Autismo 8 Questões Polêmicas 9 Ver também 10 Ligações externas 11 Referências [editar] Histórico Foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of affective contact, na revista Nervous Child, vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à Segunda Guerra Mundial não se conheciam . A palavra "autismo" foi criada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade". Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que observavam em seus pacientes. 26 O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a médica inglesa Lorna Wing traduziu seu trabalho para o inglês. Foi a partir daí que um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado síndrome de Asperger. Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira'". Nos anos 1970 essa teoria foi rejeitada e passou-se a pesquisar as causas do autismo. Hoje, sabe-se que o autismo está ligado a causas genéticas associadas a causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a contaminação por mercúrio presente em vacinas tem sido apontada como forte candidata, assim como problemas na gestação. Outros problemas como infecção por cândida, contaminação por alumínio e chumbo também devem ser considerados. Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas que apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida (normalmente até os 3 anos) como relevantes para definir o transtorno, mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja um transtorno orgânico. Entretanto, não se desconsidera o fato de que há de se cuidar dessas crianças o quanto antes, inserindo-as num tratamento que leve em consideração sua subjetividade, seus afetos e sentimentos, e não apenas o aspecto comportamental. Donald Winnicott , importante pediatra e psicanalista inglês, contribui com suas formulações, a partir da prática clínica, para interrogar se o autismo de fato existe enquanto quadro nosográfico. Além dos conceitos psicanalíticos é muito importante que se avalie o individuo como um todo, e se trate diretamente das causas, que são os desequilíbrios metabólcos do organismo. Em 18 de Dezembro de 2007, a Organização das Nações Unidas decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial do Autismo.[3] Em 2008 houve a primeira comemoração da data pela ONU.[4] [editar] Definição O autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. Definição da Autism Society of American – ASA (1978) Autism Society of American = Associação Americana de Autismo. O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa causar a doença. 27 Segundo a ASA, os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. Incluem: 1. Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e lingüísticas. 2. Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo. 3. Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de idéias. Uso de palavras sem associação com o significado. 4. Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneira devida. Fonte: Gauderer, E. Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. pg 3. Definição do DSM-IV-TR (2002) O Transtorno Autista consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo. Definição da CID-10 (2000) Autismo infantil: Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por: a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (autoagressividade). [editar] Características do autismo Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir: 1. Dificuldade de relacionamento com outras crianças 2. Riso inapropriado 3. Pouco ou nenhum contato visual 4. Aparente insensibilidade à dor 5. Preferência pela solidão; modos arredios 6. Rotação de objetos 7. Inapropriada fixação em objetos 8. Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade 9. Ausência de resposta aos métodos normais de ensino 28 10. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina 11. Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo) 12. Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determina maneira os alisares) 13. Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal) 14. Recusa colo ou afagos 15. Age como se estivesse surdo 16. Dificuldade em expressar necessidades - usa gesticular e apontar no lugar de palavras 17. Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente 18. Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos Observação: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança. Estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade. [editar] Diagnóstico Os sistemas diagnósticos (DSM-IV e CID-10) têm baseado seus critérios em problemas apresentados em três áreas, com início antes dos três anos de idade, que são: a) comprometimento na interação social, b) comprometimento na comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo imaginativo, c) comportamento e interesses restritos e repetitivos. É relevante salientar que essas informações devem ser utilizadas apenas como referência. Recomenda-se caracterizar a queixa da família: sinais, sintomas, comportamento, nível de desenvolvimento cognitivo e escolar do indivíduo - quando for o caso, relacionamento inter-pessoal, investigar os antecedentes gineco-obstétricos, história médica pregressa, história familiar de doenças neurológicas, psiquiátricas ou genéticas, analisar os critérios do DSM-IV-TR ou da CID-10, realizar avaliações complementares (investigações bioquímicas, genéticas, neurológicas, psicológicas, pedagógicas, 29 fonoaudiológicas, fisioterápicas), pensar a respeito do diagnóstico diferencial, investigar a presença de co-morbidades, classificar o transtorno, planejar e efetivar o tratamento. Muitas vezes, o autismo é confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos; seu processo de reconhecimento é dificultado, o que posterga a sua identificação. Um diagnóstico preciso deve ser realizado, por um profissional qualificado, baseado no comportamento, anamnese e observação clínica do indivíduo. O autismo pode ocorrer isoladamente, ser secundário ou apresentar condições associadas, razão pela qual é extremamente importante a identificação de comorbidades bioquímicas, genéticas, neurológicas, psiquiátricas, entre outras. Condições que podem estar associadas ao Autismo: Acessos de raiva Agitação Agressividade Auto-agressão, auto-lesão (bater a cabeça, morder os dedos, as mãos ou os pulsos) Ausência de medo em resposta a perigos reais Catatonia Complicações pré, peri e pós-natais Comportamentos autodestrutivos Déficits de atenção Déficits auditivos Déficits na percepção e controle motor Déficits visuais Epilepsia (Síndrome de West) Esquizofrenia Hidrocefalia Hiperatividade Impulsividade Irritabilidade Macrocefalia Microcefalia Mutismo seletivo Paralisia cerebral Respostas alteradas a estímulos sensoriais (alto limiar doloroso, hipersensibilidade aos sons ou ao toque, reações exageradas à luz ou a odores, fascinação com certos estímulos) Retardo mental Temor excessivo em resposta a objetos inofensivos Transtornos de alimentação (limitação a comer poucos alimentos) Transtornos de ansiedade Transtornos de linguagem Transtorno de movimento estereotipado Transtornos de tique Transtornos do humor/afetivos (risadinhas ou choro imotivados, uma aparente ausência de reação emocional) Transtornos do sono (despertares noturnos com balanço do corpo) Síndromes Cromossômicas ou Genéticas: Acidose láctica Albinismo oculocutâneo Amaurose de Leber Desordem marfan-like Distrofia muscular de Duchenne Esclerose Tuberosa Fenilcetonúria Galactosemia Hipomelanose de Ito Histidinemia Neurofibromatose tipo I Seqüência de Moebius Síndrome de Angelman Síndrome de Bourneville Síndrome da Cornélia de Lange Síndrome de Down Síndrome fetal alcóolica Síndrome de Goldenhar Síndrome de Hurler Síndrome de Joubert Síndrome de Laurence-Moon-Biedl Síndrome de Landau-Kleffner Síndrome de Noonan Síndrome de Prader-Willi Síndrome da Talidomida Síndrome de Tourette Síndrome de Sotos Síndrome do X-frágil Síndrome de Williams Infecções associadas ao Autismo: Caxumba Citomegalovírus Herpes simples Pneumonia Rubéola Sarampo Sífilis Toxoplasmose Varicela O diagnóstico do transtorno autista é clínico e não poderá, portanto, ser feito puramente com base em testes e ou escalas de avaliação. Avaliações de ordem psicológica, fonoaudiológica e pedagógica são importantes para uma avaliação global do indivíduo. 30 Recomenda-se utilizar um instrumento de avaliação adicional para identificar a presença de Retardo Mental (RM). Na maioria dos casos de autismo (70% a 85%), existe um diagnóstico associado de RM que pode variar de leve a profundo. A incidência de epilepsia nos indivíduos com autismo varia de 11% a 42%. Convulsões podem desenvolver-se, particularmente, na adolescência. [editar] Exames O diagnóstico do autismo é feito clinicamente, mas pode ser necessário a realização de exames auditivos com a finalidade de um diagnóstico diferencial. Outros exames devem ser considerados não para diagnóstico, mas com a finalidade de se realizar um bom tratamento. São eles: ácidos orgânicos, alergias alimentares, metais no cabelo, perfil ION, imunodeficiências, entre outros. [editar] Relato O médico José Salomão Schwartzman, referência no Brasil em Neurologia da Infância e Adolescência, relata um caso interessante de autismo: "Na década de 1970, recebi um paciente, R., com cinco anos de idade, encaminhado por uma amiga pscicóloga. Era uma criança estranha, que tinha sido considerada, até pouco tempo antes, como portadora de deficiência mental. Muito embora tivesse apresentado desenvolvimento motor normal, a sua fala e seu comportamento se mostravam muito alterados. Sua mãe relatava que ele havia ficado totalmente mudo até os 3, 4 anos de idade, quando, de um dia para outro, havia começado a ler manchetes dos jornais. Embora pudesse falar a partir de então, somente o fazia quando queria e quase nunca com a finalidade de se comunicar com os outros. Era isolado e parecia bastar-se, ignorando as pessoas que viviam à sua volta. Por outro lado, era muito inquieto e agitado, estando continuamente em movimento. Uma das poucas atividades que o deixavam mais tranquilo era ficar parado em uma das esquinas mais movimentadas de São Paulo observando os ônibus que passavam. Após uma hora de observação, demonstrava estar satisfeito. Chegando em casa, desenhava todos os ônibus que havia observado, com as cores e as placas corretas. Reencontrei R. recentemente. É um adulto estranho; não gosta de fixar o olhar no interlocutor; fala de um modo bastante formal. Ao entrar no meu consultório, após todos esses anos, perguntou-me sobre o meu primeiro consultório e demonstrou lembrar-se de inúmeros detalhes de consultas ocorridas há cerca de 30 anos. Contou-me que, quando criança, haviam dito que ele era autista, imagine! Estava muito bem e ganhava o seu dinheiro fazendo ilustrações para cadernos pedagógicos de algumas escolas. Na ocasião, o caso me pareceu singular na medida em que aquela criança, tida como deficiente mental, era seguramente diferente em vários aspectos de outras crianças com deficiência mental. A equipe que atendia R. achou que a melhor hipótese diagnóstica era a de Autismo, condição muito pouco conhecida e de diagnóstico muito difícil àquela época. O quadro, assim diagnosticado, passou a ser da alçada de psiquiatras e psicólogos. Para mim, então, tratava-se de uma patologia que não envolvia problemas relacionados a funções do sistema nervoso. Os tempos mudaram, e hoje sabemos que o Autismo é uma condição de bases biológicas e bem mais freqüente do que se acreditava. Há, na 31 verdade, quem cite números muito maiores, o que decorre não somente de um maior conhecimento a respeito do assunto e, portanto, de uma identificação mais freqüente, mas também de um conceito que tem se expandido nos últimos anos, permitindo que quadros que anteriormente não receberiam este diagnóstico possam ser assim rotulados."[5] [editar] Tratamentos do Autismo A gravidade do autismo oscila bastante, porque as causas, não sendo as mesmas, podem produzir significativas diferenças individuais no quadro clínico. Desta forma, o tratamento e o prognóstico variam de caso a caso. Os indivíduos com autismo têm uma expectativa de longevidade normal. O transtorno autista é permanente, até o presente momento, não tem cura. O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento. Um tratamento adequado é baseado na consideração das co-morbidades para a realização de atendimento apropriado em função das características particulares do indivíduo. A terapêutica pressupõe uma equipe multi- e interdisciplinar – tratamento médico (pediatria, neurologia, psiquiatria e odontologia) e tratamento não-médico (psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e orientação familiar), profissionalizante e inclusão social, uma vez que a intervenção apropriada resulta em considerável melhora no prognóstico. A base da terapêutica presume o envolvimento da família. A farmacoterapia continua sendo componente importante em um programa de tratamento, porém nem todos indivíduos necessitarão utilizar medicamento. Não existe medicação e nem tratamento específicos para o transtorno autista. O sucesso do tratamento depende exclusivamente do empenho e qualificação dos profissionais que se dedicam ao atendimento destes indivíduos. A demora no processo de diagnóstico e aceitação é prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente na evolução da criança. Os atendimentos precoces e intensivos podem fazer uma diferença importante no prognóstico do autismo. O quadro de autismo não é estático, alguns sintomas modificam-se, outros podem amenizar-se e vir a desaparecer, porém outras características poderão surgir com a evolução do indivíduo. Portanto se aconselham avaliações sistemáticas e periódicas. 32 É fundamental o investimento no SER HUMANO com autismo, toda a intervenção produzirá benefícios significativos e duradouros. Nunca deixe de acreditar no potencial do indivíduo com autismo. [editar] Questões Polêmicas Em 1999, o médico Andrew Wakefield publicou o artigo MMR vaccination and autism, estabelecendo uma suposta relação entre a vacina tríplice e o autismo[6]. Diversos estudos médicos foram conduzidos desde então a fim de se comprovar ou não essa relação, sendo que não houve evidências nesses novos estudos acerca dessa hipótese. Em 2010, o Conselho Médico Geral britânico considerou que o dr. Wakefield agiu de maneira antiética e desonesta ao vincular a vacina tríplice ao autismo. Ainda de acordo com o Conselho Médico Geral britânico, a sua conduta trouxe má reputação à profissão médica depois que ele coletou amostras de sangue de jovens na festa de aniversário de seu filho pagando-lhes £5. Considera-se também que o sarampo tenha ressurgido no Reino Unido devido ao receio dos pais em aplicarem a vacina trípice em seus filhos: as taxas de vacinação nunca mais voltaram a subir e surtos da doença tornaram-se comuns[7]. Outra corrente acusa a influente indústria farmacêutica de fazer lobby para "abafar" essa informação[8]. [editar] Ver também Alucinação Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Nota: Se procura pelo álbum do cantor brasileiro Belchior, consulte Alucinação (álbum). Este artigo ou secção contém uma lista de fontes ou uma única fonte no fim do texto, mas estas não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a verificabilidade. Por favor, melhore este artigo introduzindo notas de rodapé citando as fontes, inserindo-as no corpo do texto quando necessário. Alucinação é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são percepções sem um estímulo externo. Dizemos que a percepção é real, tendo em vista a convicção inabalável da pessoa que alucina em relação ao objeto alucinado, contudo muitas vezes esta vivência integra a um delírio mais ou menos coerente classificável em diferentes quadros psiquiátricos, incluindo a psicose, patologia psiquiátrica que, entre outros sinais e sintomas, se caracteriza pela perda de contato com a realidade. Entre possíveis causas das alucinações se incluem as reações à drogas e medicamentos, síndromes associadas ao stress, fadiga, perturbações do sono (especialmente sua privação), infecções (Febres) e entre as psicoses destacam-se a Paranóia e Esquizofrenia. 33 Em psiquiatria, esse conceito foi introduzido por Esquiroll (1772-1840), como percepção sem objeto e já diferenciando esta da ilusão ou percepção distorcida. Sendo a percepção da alucinação de origem interna, emancipada de todas as variáveis que podem acompanhar os estímulos ambientais (iluminação, acuidade sensorial, etc.), um objecto alucinado muitas vezes é percebido mais nitidamente que os objetos reais de fato. [editar] Tipos de alucinação Estudos tem procurando reconhecer padrões recorrentes em cada um desses sentidos associado tais regularidades à características neurofisiológicas e psicopatológicas. A classificação mais usual, se baseia nos cinco órgãos de sentido, qualquer um deles pode ser afetado e a vivência alucinatória possui as características do que naturalmente pode ser percebido ou seja, com exceção da sinestesia, as referidas sensações obedecem as leis da organização perceptiva de cada receptor ou órgãos sensoriais. Contudo o conteúdo percebido não necessariamente corresponde à realidade e sim à imaginação e vivências já registradas na memória Alucinações auditivas. Geralmente são referidas vozes, dirigidas ou não ao sujeito que vivencia a experiência, com maior ou menor hostilidade – audição dos próprios pensamentos ou sons do mundo cotidiano. As referências mais conhecidas nas mitologias são o canto das sereias das lendas gregas e o chamado do próprio nome pelo Mapinguari da floresta amazônica. As alucinações auditivas devem ser distinguidas do resultante das afecções dos processos auditivos ocasionadas, segundo Luria, por lesão nos diferentes elos da cadeia auditiva, a exemplo das alterações do limiar de percepção, surdez (perda auditiva em diferentes graus), dor associada à intensidades sonoras (recruitment), zumbidos, chiados e ruídos (acúfenos) resultantes de processos patológicos distintos. Ainda segundo esse autor as alucinações auditivas (músicas, falas, etc.) podem ser provocadas por irritação das áreas primárias do córtex auditivo como o demonstraram as experiências de Forfoerster e Penfield. Alucinações visuais ou hipnagógicas – percepções visuais de objetos que não existem, tão reais que dificilmente são removíveis pela argumentação lógica – alguns autores propõem o termo “alucinose” para designar as falsas percepções onde o sujeito tem consciência da natureza imaginária ( um mundo não real ) de sua vivência. Quanto ao conteúdo podem não ter uma forma específica: clarões, chamas, raios, vultos, sombras, experiência caleidoscópicas semelhantes à mandalas etc, ou têm formas definidas, tais como pessoas, monstros, demônios, animais, santos, anjos, bruxas, essas últimas geralmente são integradas a um processo interpretativo delirante nas psicoses. As visões místico-religiosas se diferenciam dos processos patológicos, não pela forma e conteúdo do fenômeno vivenciado e sim pelo poder pessoal e inserção social do sujeito que as experimenta. São especialmente relevantes no estudo do fenômeno alucinatório dado a sua proximidade dos processos oníricos as alucinações oniróides, (sonho acordado) Freud refere-se a estas como “alucinações hipnagógicas”, utilizando a expressão de Johannes Müller (1826), “fenômenos visuais imaginativos”. estes consistem em imagens, com freqüência muito nítidas e rapidamente mutáveis, 34 que tendem a surgir — de forma bastante habitual em algumas pessoas — durante o período do adormecimento; e também podem persistir por algum tempo depois de os olhos se abrirem. Alguns culturas ditas primitivas como os índios Paiaás (Nordeste), Tapirapés (Brasil central) e descendes dos Toltecas (México) referem-se a técnicas de sonhar e vivências do espírito fora do corpo. Na visão relativamente limitada (ao processo patológico) da psiquiatria denomina essas e outras experiência de alteração da imagem corporal como alucinações autoscópicas. Alucinações táteis– estas podem ocorrer e qualquer um dos receptores (frio, calor, dor, pressão) que compõem esse complexo sentido, que na concepção do neurocientista Luria é o oposto ao sentido da visão, pois parte de elementos isolados para compor uma imagem global. Especialmente complexo na sua distinção dos sintomas orgânicos e interpretação da dor. A hipocondria e a histeria de conversão utilizam-se de mecanismos alucinatórios na produção de seus sintomas. Alterações da imagem corporal denominada dor e membro fantasma que se referem a sensações provenientes de membros amputados como se esses ainda fossem reais, nem a percepção visual do coto da amputação, pelo menos nas fases iniciais, anula a sensação táctil, com o passar do tempo é que se forma (reorganiza) a nova imagem corporal . Alucinações olfativas – suas sensações confundem-se com o sentido do gosto, tanto podem ser agradáveis como desagradáveis, a depender da patologia e personalidade dos doentes, são comuns (como auras) em associações ás Enxaquecas e Epilepsias. Devem se distinguir de sintomas orgânicos – o gosto amargo ou ácido dos transtornos digestivos e especialmente as impressões olfativas, das interpretações místico-religiosas que identificam na percepção alucinatória de perfumes os processos intermediários das materializações e aparições de espíritos. Alucinações sinestésicas— relação subjetiva que se estabelece espontaneamente entre uma percepção e outra que pertença ao domínio de um sentido diferente. Entre os processos de trabalho conjunto podemos citar a formação da Imagem corporal – segundo Paul Schilder uma coordenação entre sensações espaciais (posturais), visuais e proprioceptoras e as denominadas alucinações sinestésicas ou sinestesia. Entre essas últimas destacam-se as provocadas por uma classe de substancias psicodislépticas denominadas Alucinógeno e Enteógenos explicadas talvez pela concentração de aferências sensoriais serotoninérgicas na região do Mesencéfalo onde atuam, e as sensações sinestésicas ou cenestésicas que segundo alguns psiquiatras (Paim) se constituem como desordens das sensibilidade interna sendo interpretadas como deformações corporais, presença de animais no interior do corpo, contato (cópula) com outras criaturas etc. variando conforme simbologia condicionada ás vivências passadas e contexto sócio –cultural do sujeito. Alucinações cinestésicas — é a sensação de que um órgão imobilizado ou parado esteja se movendo. 35 Estudos têm procurando reconhecer padrões recorrentes nas alucinações e alterações em cada um desses sentidos associado tais regularidades à características neurofisiológicas e psicopatológicas. Paranoia Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Nota: Se procura o filme de 2007 dirigido por D.J. Caruso e protagonizado por Shia LaBeouf, veja Disturbia (filme). Nota: Se procura o filme brasileiro de 1977, veja Paranóia (filme). Paranóia (AO 1990: paranoia) (do grego antigo παράνοια, "loucura", composto de παρα-, "fora" e do tema afim a νοῦς "mente") é uma psicose que se caracteriza pelo desenvolvimento de um delírio crônico (de grandeza, de perseguição, de zelo etc.), lúcido e sistemático, dotado de uma lógica interna própria, não estando associado a alucinações. A paranóia não acarreta o deterioramento das funções psíquicas externas à atividade delirante. Estas duas últimas características a distinguem da esquizofrenia paranóide. No indivíduo paranóico, um sistema delirante amplo e totalmente defasado da realidade pode coincidir com áreas bem conservadas da personalidade e do funcionamento social do sujeito, pelo que a repercussão da paranóia no funcionamento geral do indivíduo é muito variável - a bizarria dos comportamentos do indivíduo depende do âmbito mais ou menos restrito do sistema delirante, pois a atitude geral é coerente com as convicções e suspeitas; por exemplo, quando o delírio é amplo, integrando todos os familiares ou colegas de trabalho num conflito prejudicial ao sujeito, as suas atitudes de defesa e/ou de vingança tornam-se tão inadequadas e graves que conduzem a graves defeitos pessoais e sociais. Os conteúdos típicos dos delírios incluem a perseguição, o ciúme, o amor (erotomania) e a megalomania (crença na própria posição e poder superiores). Índice 1 Tipos e causas 2 Sintomas 3 Tratamento e prognóstico 4 Referências 5 Ver também 6 Ligações externas Tipos e causas 36 A paranóia crónica pode resultar de lesões cerebrais, abuso de anfetaminas ou de álcool, esquizofrenia ou doença maníaco-depressivo.[1][2] Pode também manifestar-se em pessoas com distúrbio paranóide de personalidade - pessoas desconfiadas e sensitivas que parecem emocionalmente frias e se melindram facilmente. O personagem Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, por seus delírios, sensações de perseguição adicionados às visões de grandeza, é visto atualmente como um caso de paranóico crónico. A paranóia aguda, uma crise com duração inferior a seis meses, pode surgir em indivíduos já com perturbações prévias da personalidade e que sofrem alterações radicais no seu meio ambiente - imigrantes, refugiados, recrutas no serviço militar ou jovens que saem de casa pela primeira vez. Em tais indivíduos, uma personalidade vulnerável e predisposta a um factor de intenso stress vivencial resultam em ruptura psicótica mais ou menos transitória. Na paranóia partilhada, a chamada «folie à deux», o delírio é partilhado pelos dois parceiros. Trata-se geralmente de um casal no qual um elemento dominante e paranóide incute as suas falsas crenças no parceiro mais fraco, passivo e sugestionável. Sintomas Habitualmente, não existem outros sintomas de doença mental. No entanto, a ira, as suspeitas e o isolamento social marcam uma crescente modificação no indivíduo, no sentido de uma alteração do comportamento, que se torna cada vez mais excêntrico. Os paranóicos raramente vêem a si próprios como doentes e geralmente só recebem tratamento quando amigos ou parentes os forçam a isso. Tratamento e prognóstico Quando a doença aguda é tratada cedo com antipsicóticos, o prognóstico é bom. Nos distúrbios crónicos, os delírios estão, em geral, firmemente enraizados, embora o uso de fármacos possam atenuá-los. No entanto, é difícil o controle a longo prazo através de uma terapêutica de manutenção quando a pessoa não tem consciência da sua própria doença. Referências