PPP - Dr. Júlio Junqueira
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PPP - Dr. Júlio Junqueira
COLÉGIO ESTADUAL DR. JÚLIO JUNQUEIRA – Ensino Fundamental e Médio - Arapongas/Pr Rua: Incas, nº 675 Telefone : (043) 3275 4502 E-mail: [email protected] / [email protected] site: [email protected] Código da escola: 0295 - Código do Município: 0150 Dependência administrativa: Estadual PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ARAPONGAS / 2010 "É que a democracia, como qualquer sonho, não se faz com palavras desencarnadas, mas com reflexão e prática". Paulo Freire SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO......................................................................................................................... 7 1.1 FILOSOFIA DA ESCOLA ..................................................................................................... 8 2. IDENTIFICAÇÃO .......................................................................................................................... 9 2.1. LOCALIZAÇÃO...................................................................................................................... 9 2.2 ASPECTOS HISTÓRICOS .................................................................................................. 9 2.2.1 ATOS OFICIAIS .............................................................................................................. 9 2.2.2 NOME DA ESCOLA..................................................................................................... 10 2.3 ORGANIZAÇÕES DO ESPAÇO FÍSICO.......................................................................... 11 2.4 CURSOS, TURMAS E HORÁRIOS................................................................................... 11 2.4.1 QUADRO DE TURMAS E MATRÍCULAS ................................................................. 12 2.5 QUADRO DE FUNCIONÁRIOS/PROFESSORES ........................................................ 13 3. OBJETIVOS GERAIS................................................................................................................. 15 4 MARCO SITUACIONAL ............................................................................................................ 16 4.1 SITUAÇÃO DA REALIDADE DO BRASIL, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO E DA ESCOLA ....................................................................................................................................... 16 4.2 REALIDADE NA QUAL DESENVOLVEMOS NOSSA AÇÃO PEDAGÓGICA........... 19 ENSINO ........................................................................................................................................ 19 5 MARCO CONCEITUAL ............................................................................................................. 22 5.1 CONCEPÇÃO DE MUNDO ............................................................................................... 22 5.2 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE....................................................................................... 22 5.3 CONCEPÇÃO DE CULTURA............................................................................................ 23 5.4 CONCEPÇÃO DE HOMEM ............................................................................................... 24 5.5 CONCEPÇÃO DE CIDADANIA......................................................................................... 25 5.6 CONCEPÇÃO DE ÉTICA................................................................................................... 26 5.7 CONCEPÇÃO DE TRABALHO......................................................................................... 27 5.8 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO........................................................................................ 28 5.9 EDUCAÇÃO DO CAMPO ................................................................................................ 30 5.10 EDUCAÇÃO ESPECIAL ................................................................................................ 35 5.11 CONCEPÇÃO DE ESCOLA ........................................................................................... 36 5.12 CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM ........................................................ 37 5.13 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO ........................................................................... 38 5.14 CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA............................................................................................ 39 5.15 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA.................................................................................. 40 5.16 CURRÍCULO ESCOLAR............................................................................................. 41 5.17 CONCEPÇÃO DE PROFESSOR.................................................................................. 44 5.18 CONCEPÇÃO DE ALUNO ............................................................................................. 46 5.19 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO ..................................................................................... 46 5.19.1 SISTEMA DE AVALIAÇÃO ........................................................................................ 47 6. MARCO OPERACIONAL .......................................................................................................... 51 6.1 ORGANIZAÇÃO E FINALIDADE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA ................................ 51 6.2 FORMA DE PARTICIPAÇÃO DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS .............................. 52 Art. 405, § 2 Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto Lei 5452/43.......................................... 71 Art. 406 Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto Lei 5452/4................................................... 73 6.7 HORA ATIVIDADE............................................................................................................... 79 6.8 AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS: ......................................................................... 80 6.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 84 7. REFERÊNCIAS.......................................................................................................................... 86 8. ANEXO........................................................................................................................... 89 8.1 CALENDÁRIO ESCOLAR........................................................................................89 8.1.1 CALENDÁRIO ESCOLAR DIURNO ...................................................................86 8.1.2 CALENDÁRIO ESCOLAR NOTURNO ...............................................................90 8.2 MATRIZ CURRICULAR ........................................................................................91 8.2.1 MATRIZ CURRICULAR DIURNO .....................................................................91 8.1.2 MATRIZ CURRICUALAR NOTURNO...............................................................92 8.3 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULAR.....................................................86 8.3.1 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTES ENSINO FUNDAMENTAL. ............................................................................................................93 8.3.1.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA............................................................93 8.3.1.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ..............96 8.3.1.3 METODOLOGIA.......................................................................................104 8.3.1.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................106 8.3.1.5 REFERENCIAS ........................................................................................107 8.3.2 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTES ENSINO MÉDIO ....109 8.3.2.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................109 8.3.2.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............ 113 8.3.2.3 METODOLOGIA....................................................................................... 118 8.3.2.4 AVALIAÇÃO.............................................................................................. 119 8.3.2.5 REFERENCIAS ........................................................................................121 8.3.3 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA ENSINO MÉDIO 122 8.3.3.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................122 8.3.3.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............127 8.3.3.3 METODOLOGIA.......................................................................................130 8.3.3.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................132 8.3.3.5 REFERENCIAS ........................................................................................134 8.3.4 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................................135 8.3.4.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................135 8.3.4.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............138 8.3.3.3 METODOLOGIA.......................................................................................143 8.3.4.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................144 8.3.4.5 REFERENCIAS ........................................................................................145 8.3.5 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ...........................................................................................146 8.3.5.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................146 8.3.5.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............147 8.3.5.3 METODOLOGIA.......................................................................................150 8.3.5.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................151 8.3.5.5 REFERENCIAS ........................................................................................152 8.3.6 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ENSINO RELIGIOSO ENSINO FUNDAMENTAL ...........................................................................................................153 8.3.6.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................153 8.3.6.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............154 8.3.6.3 METODOLOGIA.......................................................................................156 8.3.6.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................157 8.3.6.5 REFERENCIAS ........................................................................................158 8.3.7 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA ENSINO MÉDIO............................................................................................................................. 159 8.3.7.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................159 8.3.7.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............163 8.3.7.3 METODOLOGIA.......................................................................................164 8.3.7.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................166 8.3.7.5 REFERENCIAS ........................................................................................168 8.3.8 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA ENSINO MÉDIO ....170 8.3.8.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA............................................................170 8.3.8.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ..............182 8.3.8.3 METODOLOGIA.........................................................................................183 8.3.8.4 AVALIAÇÃO................................................................................................185 8.3.8.5 REFERENCIAS ..........................................................................................187 8.3.9PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO .............................................................................................188 8.3.9.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA............................................................188 8.3.9.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ..............190 8.3.9.3 METODOLOGIA.........................................................................................197 8.3.9.4 AVALIAÇÃO................................................................................................198 8.3.9.5 REFERENCIAS ..........................................................................................200 8.3.10 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA ENSINO FUNDAMENTAL .............................................................................................................202 8.3.10.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................202 8.3.10.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............203 8.3.10.3 METODOLOGIA.......................................................................................204 8.3.10.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................205 8.3.10.5 REFERENCIAS ........................................................................................206 8.3.11 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA ENSINO MÉDIO 207 8.3.11.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ..........................................................207 8.3.11.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............210 8.3.11.3 METODOLOGIA .......................................................................................215 8.3.11.4 AVALIAÇÃO ..............................................................................................218 8.3.11.5 REFERENCIAS ........................................................................................218 8.3.12 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LINGUA ESTRANGERIA MODERNA INGLÊS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ...........................................221 8.3.12.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................221 8.3.12.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............229 8.3.12.3 METODOLOGIA.......................................................................................232 8.3.12.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................234 8.3.12.5 REFERENCIAS ........................................................................................238 8.3.13 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LINGUA PORTUGUESA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ..............................................................................240 8.3.13.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................240 8.3.13.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............242 8.3.13.3 METODOLOGIA.......................................................................................249 8.3.13.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................249 8.3.13.5 REFERENCIAS ........................................................................................252 8.3.14 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE MATEMÁTICA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ............................................................................................253 8.3.14.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................253 8.3.14.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............254 8.3.14.3 METODOLOGIA.......................................................................................261 8.3.14.4 AVALIAÇÃO................................................................................................86 8.3.14.5 REFERENCIAS ........................................................................................263 8.3.15 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE QUÍMICA ENSINO MÉDIO 264 8.3.15.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................264 8.3.15.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............265 8.3.15.3 METODOLOGIA.......................................................................................268 8.3.15.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................268 8.3.15.5 REFERENCIAS ........................................................................................286 8.3.16 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO .........................................................................................................................................270 8.3.16.1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA..........................................................270 8.3.16.2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA ............272 8.3.16.3 METODOLOGIA.......................................................................................275 8.3.16.4 AVALIAÇÃO..............................................................................................276 8.3.16.5 REFERENCIAS ........................................................................................277 8.3.17 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CBA - 4 ª SÉRIE ENSINO FUNDAMENTAL ..............................................................................................................278 8.3.17.1 LINGUA PORTUGUESA ..........................................................................278 8.3.17.2 MATEMÁTICA .........................................................................................285 8.3.17.3 HISTÓRIA ................................................................................................289 8.3.17.4 GEOGRAFIA ............................................................................................292 8.3.17.5 CIÊNCIAS ...............................................................................................295 8.3.17.4 ARTES......................................................................................................299 8.3.17.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................................................304 8.4 PROGRAMAS ........................................................................................................310 8.4.1 PROGRAMA CELEM........................................................................................39 8.4.1.1 PROPOSTA PEDAGOGICA DO CELEM ESPANHOL ...............................310 8.4.2.1 PROGRAMA VIVA ESCOLA........................................................................325 8.4.2.1 DANÇA.......................................................................................................325 8.4.2.1 JOGOS MATEMÁTICA................................................................................328 8.4.2.1 JORNAL MURAL.........................................................................................330 8.5 PROJETOS DESENVOLVIDOS PELO COLÉGIO.................................................333 8.5.1 PROJETO EDUCAÇÃO DO CAMPO ...................................................................... 333 8.5.2 PROJETO DA CULTURA AFRO ......................................................................337 8.6 PLANO DE ESTÁGIO............................................................................................340 1 APRESENTAÇÃO O Projeto Político Pedagógico das instituições de ensino foi instituído pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n°.9.394, de 20 de dezembro de 1996 - (LDB), em seu art.12, inciso I, no qual é estabelecido: "os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I elaborar e executar sua Proposta Pedagógica". Como a própria palavra já designa, projeto significa lançar adiante, plano ou intento. É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, como será feito e por quem será executado. A participação efetiva de todos os envolvidos na vida escolar, não meramente para cumprir um preceito legal, mas sim, como processo participativo de tomada de decisões e construção do fazer pedagógico. Partindo desse pressuposto, temos que o Projeto Político Pedagógico da escola é também um projeto político, porque conta com a participação de todos, na busca de resolver os anseios da maioria, e melhor, faz com que no exercício dessa democracia, consigamos trabalhar juntos as duas questões que fazem parte do processo educativo: a questão política e a pedagógica. Sabemos que a educação é fator essencial para o desenvolvimento individual e social, bem como, para o ser humano vencer os desafios e caminhar em evolução constante e segura, portanto, é necessário que ela seja amplamente distribuída, constantemente repensada, em seus objetivos e em sua gestão. Vivemos em uma sociedade em que o nível socioeconômico e cultural nos diferencia. Assim, notamos que alguns, mais favorecidos que outros, têm oportunidade de usufruir benefícios como bom emprego, acesso a serviços de saúde, ensino de qualidade, direito de se alimentar bem, de desfrutar de horas de lazer, à segurança, à moradia; embora saibamos que esses são direitos de todos os cidadãos. Para que se consiga o desenvolvimento da sociedade como um todo, é necessário o resgate e a manutenção de valores como solidariedade, respeito, honestidade, dignidade e humanidade. Deve haver melhor distribuição de renda, erradicação da corrupção, violência e miséria. É necessário, também, resgatar os valores da família. Um grande desafio para a escola. Nossa escola atende a uma comunidade formada por trabalhadores da indústria, comércio, prestadores de serviço, trabalhadores do campo: assalariados rurais temporários, meeiros, arrendatários, pequenos proprietários e assentados em sua maioria. Desta forma, nossos alunos necessitam receber o melhor atendimento possível, 7 com a oferta de apoio pedagógico, afetivo, emocional e cultural, com profissionais da educação envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, comprometidos com uma educação de qualidade. Segundo Demerval Saviani “...os homens são essencialmente diferentes; não se repetem; cada indivíduo é único...”. Diante dessa afirmação, a educação de qualidade só acontece quando todos os profissionais da educação são comprometidos e empenha-se em educar para a vida, respeitando a individualidade de cada aluno. O texto do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira Ensino Fundamental e Médio, constituiu-se por ter sido o ano de 2005 estabelecido como marco para a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico das Escolas da Rede Pública Estadual do Paraná e da necessidade em construir um "plano" de trabalho conjunto, que venha assegurar uma formação de qualidade aos alunos matriculados neste estabelecimento de ensino. 1.1 FILOSOFIA DA ESCOLA A filosofia da escola é a formação do cidadão, sendo direcionados todos os esforços para este fim. O trabalho escolar é constante, sério e, principalmente, de muito respeito ao ser humano, seja criança, jovem ou adulto. A escola tem como objetivo preparar o aluno para que se torne um cidadão crítico, consciente de seus direitos e deveres, participativo, solidário, capaz de ajustar-se ao mundo do trabalho e ter ações intencionais e planejadas. Com base nos conhecimentos culturais, históricos e científicos, trazidos, adquiridos e enriquecidos pelos educando, ferramentas indispensáveis, que devem capacitá-los a olhar o mundo que os cerca com visão crítica e real, onde contribuirão como agente coletivo de transformação/mudança, em favor de uma sociedade mais digna e justa. 8 2. IDENTIFICAÇÃO 2.1. LOCALIZAÇÃO Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira – Ensino Fundamental e Médio Município: Arapongas Distrito: Aricanduva Rua: Incas, nº 675 CEP: 86.706 520 Telefone: (043) 3275 4502 Tele fax: (043) 3275 45002 E-mail: [email protected] / [email protected] 2.2 ASPECTOS HISTÓRICOS 2.2.1 ATOS OFICIAIS O Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira - Ensino Fundamental e Médio situa-se em Aricanduva, no Município de Arapongas, à rua Incas, 675. O terreno foi doado pela Companhia de Terras Norte do Paraná, onde a comunidade construiu uma escola e, em 1947, na gestão do primeiro Prefeito Municipal de Arapongas, Dr. Júlio Junqueira, foi autorizada a funcionar a Casa Escolar de Aricanduva. Era uma construção de madeira, com duas salas de aula e um gabinete para a diretoria, com a direção da Inspetora Municipal de Arapongas, professoras Argenides Nalin Malgueiro. Na gestão do Prefeito Municipal de Arapongas, João Cernicchiaro, em 1955, foi construído um prédio de alvenaria, com duas salas de aula , um gabinete para a diretoria e uma varanda, mais tarde transformada em cantina. A função de dirigir a escola coube a professora Alice Sartorelli. Pelo Decreto nº 13.880, de 13 de dezembro de 1957, publicado no Diário Oficial de 10 de janeiro de 1958, a escola passou a denominar-se Grupo Escolar “Dr. Júlio Junqueira”. O Prefeito Dr. Sadão Yokomizo, em 1970, autorizou a ampliação do prédio. Foram 9 construídas mais quatro salas de aula e dependências administrativas. Em 1973 a escola passou a denominar-se Unidade Integrada Dr. Júlio Junqueira. O Decreto nº 2.593, de 03 de dezembro de 1976, publicado no Diário Oficial de 09 de dezembro de 1976, autorizou o funcionamento da Escola Dr Júlio Junqueira – Ensino de 1º Grau, compondo o Complexo Escolar “Dr. Júlio Junqueira”. A partir do ano letivo de 1996, pela Resolução n° 4.204/95, de 09 de novembro de 1995, passou a oferecer também Ensino de 5ª a 8ª séries de 1° Grau, a implantação que foi gradativa. Com a reestruturação da Educação Básica, a partir de 1998, promovida através da LDBEN 9.394/96, passou a denominar-se Escola Estadual “Dr. Júlio Junqueira” – Ensino Fundamental, oferecendo o Curso Ensino Fundamental com Ciclo Básico de Alfabetização de 1ª à 4ª séries e turmas de 5ª a 8ª séries. No ano de 2005 passou a oferecer Ensino Médio no período noturno, com implantação gradativa. 2.2.2 NOME DA ESCOLA O nome “Dr. Júlio Junqueira” foi dado em homenagem ao primeiro Prefeito Municipal de Arapongas, Dr. Júlio Junqueira, dentista, natural da cidade de Ouro Fino, Minas Gerais, nascido em 19 de março de 1896, Júlio Junqueira era filho de Firmino Flaviano Carvalho Junqueira e Ana Cândida Oliveira Junqueira. Era casado com a Sra. Olívia Junqueira e dessa união tiveram quatro filhos: Wilson, Aidée, Nadir e Willian. Filiado ao PSD, Partido Social Democrático, foi eleito Prefeito na Primeira Legislatura, compreendida entre 09 de dezembro de 1947 e 08 de dezembro de 1951. Após cumprir seu mandato como Prefeito, exerceu a vereança nas duas Legislaturas subseqüentes, compreendidas nos períodos de 09 de dezembro de 1951 a 08 de dezembro de 1959. Foi convocado, ao término de seu mandato de Vereador, pelo então Governador Moysés Lupion, para a direção do Departamento Estadual do Café. Em suas funções, e na qualidade de primeiro representante de Arapongas a ocupar relevante cargo na administração do Estado, o Dr. Júlio Junqueira revelou-se um atuante político no trato dos assuntos relacionados à cafeicultura, sempre em defesa dos interesses regionais. Um de seus filhos, Dr. Wilson Junqueira, também dentista, foi eleito vereador em 10 Arapongas, atuando, juntamente com o pai, na terceira legislatura, de 09 de dezembro de 1955 a 08 de dezembro de 1959. 2.3 ORGANIZAÇÕES DO ESPAÇO FÍSICO O Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira – Ensino Fundamental e Médio conta com as seguintes instalações: −05 salas de aula −01 sala de Recursos; −01 sala para laboratório de informática; −01 sala para professores; −01 secretaria; −01 sala conjugada para a direção/ equipe pedagógica; −01 cozinha; −01 depósito para os gêneros da merenda escolar; −01 quadra poliesportiva, externa; −01 espaço (casa do caseiro); −01 porão que serve como depósito; −01 banheiro para professores −04 banheiros para alunos (2 feminino e 2 masculino). 2.4 CURSOS, TURMAS E HORÁRIOS O Colégio oferece Ensino Fundamental no período diurno e Ensino Médio no período noturno. Oferece, também, Programa Viva Escola, com atividades de Dança, Jornal e Jogos Matemáticos, Sala de Recursos e CELEM – Espanhol Básico. − Matutino: 96 alunos de 5ª a 8ª séries e 49 alunos do Programa Viva Escola − Vespertino: 105 alunos e 7 alunos da Sala de Recursos e 30 Programa Viva Escola. − Noturno: 83 alunos. Total de Alunos do Ensino Regular: 284 alunos. Total de Alunos CELEM – Espanhol: 48 alunos. 11 Total de Alunos do Programa Viva Escola : 79 alunos. Total de Alunos Sala de Recursos : 7 alunos ( Os alunos atendidos na Sala de Recursos são regularmente matriculados no Ensino Fundamental nas séries finais e apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo, decorrentes de Transtornos Funcionais Específicos). 2.4.1 QUADRO DE TURMAS E MATRÍCULAS Modalidade de Ensino Ensino Fundamental 5ª a 8ª séries Período Nº Séries Turmas 5ª 1 26 Matutino 6ª 1 20 7:30/11:50 7ª 1 25 8ª 1 25 5ª 1 20 Ensino de matriculados Fundamental Vespertino 6ª 1 27 5ª a 8ª séries e 13:00/17:20 7ª 1 16 8ª 1 16 4ª 1 25 1ª 2 38 2ª 1 21 3ª 1 24 1ª série 1 25 2ª série 1 23 1 7 3 79 Ensino Fundamental Vespertino CBA 13:00/17:00 Ensino Médio Noturno 19:00/23:00 Intermediário Espanhol Básico Tarde 17:40/19:00 Sala de Recursos Complementação Curricular Tarde 13:00/17:20 Manhã/Tarde 1ª série * Alunos oriundos do campo, Ensino Fundamental e Médio: 86 alunos. 12 2.5 QUADRO DE FUNCIONÁRIOS/PROFESSORES Nº Nome Vínculo C.H. Disciplina/Função 01 Vanessa Teles Gouveia QPM/SC02 40 Direção 02 Elisamar Mendes Granado Chacon SC02 20 Direção Auxiliar 03 Aurélia Gonçalves REPR 20 Pedagoga 04 Noemia do Nascimento de Andrade SC02 20 Pedagoga 05 Maria Luiza Marchi de Gouveia QPM 20 Pedagoga 06 Patrícia Midori Sawamura QPM 16 Arte 07 Cristiano Regis Barbosa REPR 4 Arte 08 Sandra Cristina Vogel REPR 13 Ciências 09 Ilda Bassaco Mendonça REPR 13 Ciências 10 Celestino Celso M. Blaia QPM 32 Educação Física 11 REPR 2 Educação Física 12 Suzi Mara Arnoni REPR 4 Ensino Religioso 13 Jeferson Marcos Ferreira QPM/SC02 32 Geografia 14 Marcelo Pochwatka REPR 2 Geografia 15 Marcos Rhay Carmona REPR 12 História 16 Suzi Mara Arnoni REPR 12 História 17 Milene Pires Rodrigues SC02 8 Língua Portuguesa 18 Rosângela Vitorino Correa Pavani REPR 8 Língua Portuguesa 19 Rejane Felismino Barbosa REPR 8 Língua Portuguesa 20 Marcelo Rissato REPR 8 Língua Portuguesa 21 Sandra Mara Reinaldo REPR 20 Matemática 22 Michele C. Gonçalves Leite REPR 4 Matemática 23 Giseli Sanguino REPR 4 Matemática 24 Flávia Cristina Guimarães REPR 8 Matemática/Viva Escola 25 Anamaria Gomes Gamero Osti QPM 8 L.E. M - Inglês 26 Neiri Davanso REPR 12 L.E.M - Inglês 27 Aila Pricila Rodrigues Salla REPR 4 L.E. M - Inglês 28 Pamela de Jesus Ramos Pereira REPR 20 Regente CBA 29 Elisamar Mendes Granado Chacon QPM 20 Sala de Recursos 30 Flávia Cristina Guimarães 4 Viva Escola Franciele F. B. M. S. Glovaski REPR 13 31 Aila Pricila Rodrigues Salla REPR 4 Viva Escola 32 Hélio Pereira dos Santos REPR 4 Viva Escola 33 Aérton José Gouveia QPM 8 CELEM - Espanhol 34 Denise Rickli SC02 8 Biologia 35 Márcia Raquel Branco de Almeida QPM 8 História 36 Francisco Pereira dos Santos REPR 8 Filosofia 37 José de Almeida QPM 8 Física 38 Sebastião Pereira dos Santos QPM 8 Química 39 Sandra Márcia Ramos Duarte SC02 12 Língua Portuguesa 40 Marcos César Beneli QPM 13 Matemática 41 Maria Sidnei Giusti REPR 8 Sociologia 42 Carlos Augusto da Conceição QFEB 40 Técnico-Administrativo 43 Cleusa Laverde Bueno CLAD 40 Agente de Apoio 44 Marina Pereira de Sousa QFEB 40 Agente de Apoio 45 Elaine Laverde Bueno de Melo QFEB 40 Técnico-Administrativo 46 Eliane Diniz da Silva QFEB 40 Secretária 47 Rosangela de Sousa READ 40 Agente de Apoio 48 Vera Lucia Braga Ribeiro CLAD 40 Agente de Apoio 49 Carlos Alexandre da S. De Souza QFEB 40 Técnico-Administrativo 14 3. OBJETIVOS GERAIS − Garantir ao educando o acesso e permanência à escola, com um ensino de qualidade e oferecendo condições de aprendizagem; − Possibilitar ao educando, no processo de ensino e aprendizagem, acesso ao conhecimento científico, com um olhar crítico diante dos fatos que permeiam sua vida na sociedade; − Garantir a inclusão, socialização e permanência dos alunos com necessidades educativas especiais, com práticas educativas coerentes às suas necessidades, bem como respeitar as diferenças religiosas, étnicas, raciais, sexuais, culturais e econômicas; − Reconhecer a especificidade do educando do campo, respeitando a diversidade sociocultural, acolhendo as diferenças, sem transformá-las em desigualdades; − Fazer adaptações na sua forma de organização, planejamento dos conteúdos disciplinares e atendimento ao educando do campo em relação ao tempo, ao espaço, ao meio ambiente e quanto ao modo de viver, de organização familiar e de trabalho; − Promover a participação dos alunos em atividades que desenvolvam conhecimentos e que os capacitem a enfrentar os desafios de uma sociedade em constante transformação; − Proporcionar aos profissionais da educação oportunidades de formação continuada através da reflexão crítica, da prática de cada um e do aperfeiçoamento dessa prática. − Oferecer oportunidades de encontros entre os profissionais da educação, a família e a comunidade, para tratar de assuntos referentes ao processo de ensinoaprendizagem e ao bom andamento da escola, bem como eventuais decisões que devam ser tomadas coletivamente; − Manter parcerias com forças atuantes da sociedade, como o poder público, empresas comerciais, clubes de serviços e outras, angariando recursos (humanos, físicos, econômicos) para melhoria qualitativa da escola. 15 4 MARCO SITUACIONAL 4.1 SITUAÇÃO DA REALIDADE DO BRASIL, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO E DA ESCOLA O Brasil, pela situação histórica de sua descoberta e colonização, foi um país construído de cima para baixo e de fora para dentro. Os poderes coloniais, as elites proprietárias de terras e bens e o próprio estado sempre trabalharam realimentando as desigualdades sociais e impedindo a inclusão de todos os brasileiros em seu papel de cidadão. O Brasil necessita de uma Política Educacional capaz de recuperar o tempo perdido, que impulsione o país e o leve a ocupar lugar de destaque no concerto das nações. A profunda estratificação social e a injusta distribuição de renda impedem que parte considerável da população brasileira possa fazer valer os seus direitos e alcançar os interesses fundamentais inerentes ao ser humano e ao cidadão. A escola, nesse contexto, enfrenta novas incumbências, em resposta às mudanças demográficas e às transformações da estrutura familiar. As famílias, há algumas décadas, tinham estrutura diferente: pai provedor e mãe organizadora e orientadora da rotina da vida familiar. A mãe permanecia em casa, dedicando-se ao lar e aos filhos. Hoje em dia, são comuns as situações familiares de abandono do lar pela figura masculina provedora e a ocupação desse lugar pela figura materna. Pai e mãe têm menos tempo de convívio com os filhos, deixando sua educação aos cuidados de terceiros. Essas transformações na estrutura familiar e a ausência de apoio da família ampliam a incumbência da escola e exigem dela o estabelecimento de novos objetivos. O ensino de qualidade de que a sociedade necessita atualmente demanda uma prática educativa voltada às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade brasileira, prática que considere os interesses e as motivações dos alunos e possibilite a aprendizagem essencial para a formação de cidadãos autônomos, críticos, participativos, capazes de atuar com criatividade, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem. Para atender a essa diversidade social, econômica e cultural da sociedade, a escola deve lutar pela inclusão de todos os alunos, indistintamente. Para que isso se efetive e ocorra a universalização do ensino, é imprescindível assegurar o acesso, a 16 permanência e a aprendizagem para todos. Isso implica questionar determinadas práticas excludentes que ainda persistem no meio escolar e que devem ser superadas por encaminhamentos pedagógicos que contemplem todos os alunos no processo de ensino e aprendizagem, sob pena de a escola transformar-se em aparelho voltado à manutenção das desigualdades sociais que marcam a história de vida de muitos alunos. No Brasil, há várias normas, como a Constituição Federal de 1988, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB de 1996 e o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA de 1990, que garantem o direito à educação à criança e ao adolescente; direito que precisa ser perseguido por todos os profissionais que atuam no contexto escolar. Porém, ao se deparar com o atual contexto brasileiro, percebe-se que o ensino tem se mostrado insuficiente – no que se refere à quantidade de vagas para o atendimento aos alunos –, sendo grande o desafio de melhorar sua qualidade, que é perpassada por várias questões, tais como baixos salários dos professores, escolas públicas sucateadas, ensino formalista e autoritário; o que gera, conseqüentemente, desestímulo por parte dos professores e alunos. Nesse contexto, o Estado do Paraná tem o reflexo das crises econômica, social e política nacional que vivenciamos na atualidade, apesar do Estado do Paraná fazer parte da região sul, que se encontra em importante processo de desenvolvimento econômico. Na educação, a região sul, segundo dados do INEP, se enquadra com nível elevado de escolarização e maior oportunidade do jovem chegar ao ensino superior, região Sul, aonde 17,1% dos alunos chegam à faculdade. Atualmente, o Ensino Fundamental regular tem 9 (nove) anos de duração, organizado em dois segmentos: 5 (cinco) anos iniciais e quatro anos finais, atendendo crianças e jovens na faixa etária em torno de 6 a 14 anos. No Paraná, devido ao processo de municipalização, iniciado nos anos de 1990, aproximadamente 98% da oferta dos anos iniciais está sob a responsabilidade dos municípios e, quase a totalidade do ensino dos anos finais, é ofertado pela rede pública estadual. O resultado do Censo Escolar da Educação Básica 2007 mostra que, no Brasil, estão matriculados 52.969.456 estudantes na Educação Básica, sendo que 46.610.710 em escolas públicas e 6.358.746 em escolas privadas. As redes municipais abrigam a maior parte dos alunos, com 24.516.221 matriculados. Sendo que os estudantes na Educação Básica, compreende a Educação Infantil (creche e pré-escola), o Ensino Fundamental (1º a 9º ano ou 1ª a 8ª série), o Ensino Médio, a Educação Profissional, a Educação Especial e a Educação de Jovens e Adultos (nas etapas Ensino Fundamental e Ensino Médio). Os dados foram apurados pelo Censo Escolar da Educação Básica que, 17 anualmente, coleta dados de todas as escolas brasileiras e traça, com isso, um retrato fiel da realidade educacional brasileira. Há um total de 197.468 escolas. No estado do Paraná, as matrículas na Educação Básica totalizam 2.729.363. No Município de Arapongas os resultados do Censo Escolar 2009, segue em tabela, abaixo: Arapongas destaca-se como o 2º Pólo Moveleiro do Sul do País e o 1º do Paraná, razão para nosso campo de trabalho estar mais voltado para a indústria moveleira. A grande concorrência no mercado de trabalho e a exigência das empresas quanto à formação e qualificação de seus empregados, para os diferentes setores industriais, contribuiu de forma significativa para que os jovens araponguenses se preocupem com a busca de maiores conhecimentos e com a elevação dos níveis da sua formação escolar. Algumas empresas oferecem, inclusive, o ensino dentro da própria entidade, na modalidade de ensino supletivo, além de instutuições de ensino públicas e privadas que ofertam cursos profissionalizantes. O Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira, Ensino Fundamental e Médio, localiza-se no Distrito de Aricanduva, pertencente ao município de Arapongas. Destaca-se, como diferencial, nossos educandos, oriundos da zona urbana e rural, do Distrito de Aricanduva, chácaras, sítios, granjas e do Assentamento Dorcelina Folador. Nesse contexto, os membros da comunidade obtém seus recursos como funcionários assalariados de duas empresas locais: Nortox e Granja Marutani; ou funcionários de 18 fábricas ou comércio em Arapongas e Apucarana; e o restante agrega trabalhos no campo, desenvolvendo atividades na agricultura, avicultura e outros. Desses, alguns obtém seu sustento da agricultura familiar e trabalhos temporários locais e migratórios. Observa-se que as famílias, na sua maioria, são de baixo poder aquisitivo. Muitos educandos, devido ao contexto em que vivem, não têm grandes expectativas em continuar seus estudos. Diante dessa realidade, a escola tem papel fundamental de incentivar e proporcionar momentos de novas expectativas a fim de que o aluno não abandone seus estudos, valorizando cada sujeito na sua individualidade, preservando sua identidade, respeitando o que lhe é inerente. Um dos problemas enfrentados pelos alunos oriundos do campo é a política do transporte escolar: condição precária das estradas rurais e ônibus usado para o transporte dos alunos. A situação climática também é um dos fatores que faz os alunos perderem boa parte do ano letivo, prejudicando o processo de ensino-aprendizagem. 4.2 REALIDADE NA QUAL DESENVOLVEMOS NOSSA AÇÃO PEDAGÓGICA As estatísticas de aprovação, reprovação e evasão escolar nos anos letivos apresentam o seguinte resultado: Ano:2005 ENSINO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO EVASÃO Fundamental 93,40% 6,50% 0,00% Ensino Médio 67,60% 32,30% 0,00% Ano:2006 ENSINO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO EVASÃO Fundamental 86,90% 12,30% 0,70% 65,70% 14,40% 19,70% Ensino Médio 19 Ano:2007 ENSINO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO EVASÃO Fundamental 90,20% 9,30% 0,30% Ensino Médio 74,00% 14,00% 12,00% ENSINO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO EVASÃO Fundamental 91,30% 8,60% 0,00% Ensino Médio 83,30% 9,00% 7,50% ENSINO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO EVASÃO Fundamental 91,80% 7,70% 0,40% Ensino Médio 76,50% 17,10% 6,20% Ano:2008 Ano:2009 Há necessidade de avançar e superar a reprovação e evasão escolar, mas, para isso, deve haver uma prática pedagógica que leve o aluno à socialização do conhecimento, onde, através de suas ações, expresse suas necessidades como sujeito 20 epistêmico. É preciso que a escola diagnostique suas necessidades, dificuldades, desafios e se fundamente para planejar a ação pedagógica, levando em conta os vários fatores que contribuem para um baixo desempenho. Entre eles, podemos citar: a) o fato da rotatividade de professores no Colégio, ocasionada no início do ano letivo, devido ao vínculo empregatício dos professores (PSS), que são contratados sempre após o início das aulas, a distância, os horários de transporte coletivo, percebe-se que tais problemas causam a não terminalidade do trabalho pedagógico conforme planejado no início do ano; b) a maioria dos alunos provém de famílias de baixo nível sócio-econômico, muitos sem nenhum estímulo para continuar seus estudos, ficando por conta da escola, todo e qualquer tipo de estímulo e incentivo; c) muitos alunos não têm acompanhamento familiar no aproveitamento escolar, devido a falta de responsabilidade e compromisso da família; d) os alunos que são filhos dos trabalhadores do campo em especial do assentamento vivenciam uma realidade que muitas vezes os prejudicam devido a rotatividade de trabalho dos pais; e) falta de uma política pública voltada a formação inicial e continuada de educadores do e para o campo, o dificulta a manutenção de um corpo docente próprio, identificado com a proposta da educação do campo; f) a dificuldade que os professores apresentam em diagnosticar alunos que de fato possuem dificuldades especiais ou apenas problemas de aprendizagem. 21 5 MARCO CONCEITUAL 5.1 CONCEPÇÃO DE MUNDO O mundo é um grande laboratório, capaz de proporcionar infinitas descobertas que podem contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento das nossas potencialidades. Quanto mais pudermos trazer este laboratório para a sala de aula, tanto mais poderemos estar em sintonia com tudo o que nos cerca. Mais importante que por escolas no mundo é saber por o mundo dentro das escolas. Portanto, é fundamental reconhecê-lo como laboratório em que o principal é o descobri-lo e o descobrir-se nele. 5.2 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a natureza do trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa: "arredados ou deslocados pela força arroladora dos atos, pela vertiginosa sucessão de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos e as práticas educativas". (Peres Gomes, 1998) E para que isso não aconteça é que precisamos entender em que tipo de sociedade estará inserido. Para Severino (1998), a sociedade é um agrupamento de tecido por uma série de relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências individuais do homem, havendo uma interdependência em todas as formas da atividade humana, desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais, instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base econômica e é jeito especifico do homem realizar sua humildade. "A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade. Nesse sentido a sociedade cria o homem para si". (Pinto, 1994) A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto 22 dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica. Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem historicamente. Atílio Boron (1986) questiona que tipo de sociedade deixa como legado estes quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o tipo - classe, etnia, gênero, religião, etc. - que foram exacerbadas com a aplicação das políticas neoliberais. Uma sociedade dos "dois terços" ou uma sociedade "com duas velocidades” , como costuma ser denominada na Europa, porque há um amplo setor social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode ser "reconvertido" em termos laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalhos formais dos capitais desenvolvidos. Essa crescente fragmentação do social que potencializaram as políticas conservadoras, foi por sua vez reforçada pelo excepcional avanço tecnológico e científico e seu impacto sobre o paradigma produtivo e contemporâneo. Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto, aquela na qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro, etc). Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia participativa conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos ensina que não há verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o Estado e que estas se fazem e se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e que em busca de uma democracia substantiva, participante, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um horizonte histórico, em suma, nossa utopia para a humanidade. 5.3 CONCEPÇÃO DE CULTURA A cultura é resultado de toda a produção humana segundo Saviani, "Para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da natureza, 23 criando um mundo humano, (o mundo da cultura)" (1992, p. 19). Podemos considerar que: "De um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar". (Sacristan, 2001, p, 105). É necessário considerar, portanto a importância do texto de Silva, "tornou-se lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo". É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta diversidade conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural. Ao mesmo tempo em que se tornam visíveis manifestações e expressões culturais e de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais aparecem de forma destacada as produções culturais em sua dimensão material e não-material. Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa completar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura. Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência de tais diversidades culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de forma a levá-los á produção de uma cultura erudita, como afirma Saviani: "a mediação da escola, instituição especializada para operar a passagem do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita; assume um papel político fundamental" (Saviani, Apud, Frigotto, 1994 p, 189). Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e erudita cabe a escola aproveitar essa diversidade existente, para fazer dela um espaço motivador, aberto e democrático. 5.4 CONCEPÇÃO DE HOMEM O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve 24 múltiplas relações em determinado momento histórico, assim acumula experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de diferentes formas pelo homem, conforme Saviani (1992): "O Homem necessita produzir continuamente sua própria existência. Para tanto, em lugar de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo trabalho". Considerando o Homem um ser social, que atua e interfere na sociedade, através das relações familiares comunitárias, produtivas e também na organização política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas esferas da sociedade. O Homem, como sujeito de sua história, segundo Santoro, "... é aquele que na sua convivência coletiva compreende suas condições existenciais transcendem-as e reorganiza-as, superando a condição de objeto, caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva". Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-se necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. O homem é antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a realidade. 5.5 CONCEPÇÃO DE CIDADANIA Em sentido amplo, o termo quer significar a participação do cidadão em diversas atividades ligadas ao exercício de direitos individuais. A cidadania é composta por direitos civis, políticos e sociais. Os direitos civis, conquistados no século XVIII, correspondem aos direitos individuais de liberdade (ex. ir e vir), igualdade, propriedade, direito à vida, segurança, etc. São direitos que embasam a concepção liberal clássica. Já os direitos políticos, alcançados no século XIX, dizem respeito à liberdade de associação e reunião, de organização política e sindical, à participação política e eleitoral, ao sufrágio universal, etc. São também chamados direitos individuais exercidos coletivamente e acabaram se incorporando à tradição liberal. Os direitos sociais, econômicos ou de crédito, foram conquistados no século XX a partir das lutas do movimento operário e sindical. São os direitos ao trabalho, saúde, educação, aposentadoria, seguro-desemprego, enfim, a garantia de acesso aos meios de vida e bem estar social. A legislação é o direito formal. De acordo com Severino (1994) que assim se posiciona: 25 “O indivíduo é efetivamente cidadão se pode efetivamente usufruir dos bens materiais necessários para a sustentação de sua existência subjetiva e dos bens políticos necessários para a sustentação de sua existência social”. Sabe-se que, no Brasil, a ética não é alheia às condições históricas, políticas econômicas e culturais, onde as regras de conduta têm o grande papel de obtenção de uma submissão útil e, com elas, se reproduzem as grandes diferenças estruturais desta sociedade. Entre o direito formal e o real, ainda existe uma grande diferença neste País. 5.6 CONCEPÇÃO DE ÉTICA A ética é a teoria comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano. A função da ética é a mesma de toda teoria: explicar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade, elaborando os conceitos correspondentes. A ética se ocupa de um objeto próprio: o setor da realidade humana que chamamos de moral. A moral se refere ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem. Seu objeto de estudo é constituído por vários tipos de atos humanos: os atos conscientes e voluntários dos indivíduos que afetam outros indivíduos, determinados grupos sociais ou a sociedade em seu conjunto. A ética não cria a moral. A ética é a ciência da moral, isto é, de uma esfera do comportamento humano. Não se deve confundir aqui a teoria com o seu objeto: o mundo moral. O comportamento moral é próprio do homem como ser histórico, social e prático, isto é, como um ser que transforma conscientemente o mundo que o rodeia. A análise da realidade social é uma das mais complexas tarefas do professor, pois o seu domínio possibilita ao aluno sair do senso comum, para uma leitura mais ampla. Possibilita-lhe capacidade de reflexão sobre o mundo, a sociedade, os homens, as lutas que são travadas ao longo de sua história. 26 A escola, como parte da totalidade social e como referencial do saber sistematizado para o aluno, é responsável pela visão de mundo de seus alunos. Essa leitura é especial porque ultrapassa a decodificação da escrita, porque fornece subsídios aos alunos para a compreensão da realidade social, isto é, dos acontecimentos sociais produzidos pelos homens, em um contexto social, histórico, econômico e cultural. É nessa perspectiva que a instituição escolar pode marcar a sua função social. A prática pedagógica comprometida é aquela que busca reconhecer que cada aluno tem uma história, uma realidade, que precisa ser respeitada e ser objeto de estudo para o professor. Partindo do pressuposto que, a prática docente inicia da construção de tramas que articulem os conteúdos com o cotidiano dos alunos e com a realidade do processo educativo em que professores e alunos estão inseridos. O professor como mediador do processo ensino e aprendizagem deve possibilitar aos alunos chegar ao conhecimento cientifico, porém, deve proporcionar também, que o aluno veja com olhar crítico os acontecimentos que envolvem o indivíduo na sociedade atual. A capacidade em fazer uma leitura crítica da realidade, do controle de pensamentos e ações, que muitas vezes, estão implícitos em normas, leis, instituições políticas, pode ser desvelada no decorrer do processo educativo, momento que por meio de um trabalho que valorize o diálogo e a discussão, o indivíduo é levado a questionar e buscar uma transformação social. "Preparar cidadãos críticos e transformadores da sociedade - não é apenas contemplar a sociedade mas transformá-la" (MOSER, 2003, p. 73). O professor tem o compromisso em exercitar os questionamentos e reflexões dos alunos, e estes tem o compromisso de esmerar na busca de conhecimentos. Ao valorizar o papel do professor e do aluno, está sendo valorizado também, o processo de construção do conhecimento, onde o envolvimento do ser humano é indissociável do processo de ensino e aprendizagem. 5.7 CONCEPÇÃO DE TRABALHO O trabalho é uma atividade que está segundo Andery, "na base de todas as relações humanas, condicionando e determinando a vida. É (...) uma atividade humana intencional que envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens necessários à vida". (Andery, 1998, p, 13). 27 Nesta perspectiva entender o trabalho como ação intencional, o homem em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista produz bens. Porém, é preciso compreender que o trabalho não acontece de forma tranquila, estando sobrecarregado pelas relações de poder. Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não materiais. Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já nos bens não materiais produção e consumo acontecem simultaneamente. No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e é nesta dimensão que esta posta à formação do homem. Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o entendimento de que o processo educativo é um trabalho não material, uma atividade intencional que envolve formas de organização necessária para a formação do ser humano. O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir novos conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações para a sociedade em que vive permitindo: "ao cidadão-produtor chegar ao domínio intelectual do técnico e das formas de organização social sendo portanto capaz de criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do domínio do conhecimento". (Kuenzer, p, 33 e 35) 5.8 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO A educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens situandoos dentro da história, ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela sua ação na sociedade e nas suas relações de trabalho. "Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é ela própria, um processo de trabalho" (Saviani, 1992, p. 19). Segundo Pinto (1994) "a educação é processo histórico de criação do homem para a sociedade e simultaneamente de modificação da sociedade para beneficio do homem." É o processo pela dimensão histórica por representar a própria história individual do ser humano e da sociedade em sua evolução. 28 É um fato existencial porque o homem se faz ser homem-processo constitutivo do ser humano. É um fato social pelas relações de interesses e valores que movem a sociedade, num movimento contraditório de reprodução do presente e da expectativa de transformação futura. É intencional ao pretender formar um homem com um conceito prévio de homem. É libertadora porque segundo Boff (2000, p.77) se faz necessário desenvolver uma educação que nos abra para uma democracia integral, capaz de produzir um tipo de desenvolvimento socialmente justo e ecologicamente sustentado. Nesse sentido, a educação visa atingir três objetivos que forma o ser humano para gestar uma verdadeira democracia. São eles: − "A apropriação pelo cidadão e pela comunidade dos instrumentos adequados para pensar a sua prática individual e social e para ganhar uma visão globalizante da realidade que possa orientar em sua vida"; − "A apropriação pelo cidadão e pela comunidade do conhecimento cientifico, político, cultural acumulado pela humanidade ao longo da história para garantir-lhe a satisfação de suas necessidades e realizar suas aspirações"; − "A apropriação por parte dos cidadãos e da comunidade, dos instrumentos de avaliação crítica do conhecimento acumulado, reciclá-lo e acrescentar-lhe novos conhecimentos através de todas as faculdades cognitivas humanas". Vista como processo de desenvolvimento da natureza humana, a educação tem sua finalidade voltada para o aperfeiçoamento do Homem, que dela necessita para (re) construção e transformação da realidade. 29 5.9 EDUCAÇÃO DO CAMPO Historicamente, a Educação esteve presente em todas as Constituições brasileiras. Entretanto, mesmo o país sendo essencialmente agrário, desde sua origem a educação rural não foi mencionada nos textos constitucionais de 1824 e 1891. Como afirma Leite (1999, p. 280) … a sociedade brasileira somente despertou para a educação rural por ocasião do forte movimento migratório interno dos anos 1910-1920, quando um grande número de rurículas deixou o campo em busca das áreas, onde se iniciava um processo de industrializção mais amplo. Dessa forma, nasce o ruralismo pedagógico, com duração até a década de 1930, que objetivava fixar o homem ao campo. Em 1937, foi criada a Sociedade Brasileira da Educação Rural, com o intuito de expandir o ensino e preservar a cultura do homem do campo. A grande preocupação do período foi com o movimento migratório campo-cidade e com a elevação da produtividade do campo, numa conjuntura em que a industrialização deram seus primeiros e concretos passos. A cidade se consolidava como referência da modernização e do progresso, enquanto o campo representava o antigo e o rústico. Nos anos 40 e 50 as ações governamentais eram marcadas pelo entendimento do camponês como carente, subnutrido, pobre e ignorante, a educação se desenvolvia com o objetivo de proteção e assistência ao camponês. Na década de 1960, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB nº 4024/61) deixou a educação rural a cargo dos municípios. Na mesma época, Paulo freire ofereceu contribuições significativas à educação popular, com os movimentos de alfabetização de adultos e com o desenvolvimento de uma concepção de educação dialógica, crítica e emancipatória. Com a Lei nº 5692/71, não houve avanços para a educação rural, uma vez que nem se discutia o ensino de 2º grau (atual Ensino Médio) para as escolas rurais. Com a aprovação da Constituição de 1988, a educação se destacou como um direito de todos e um dever do estado. E, com a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional nº 9394/96, há o reconhecimento da diversidade do campo, uma vez que vários artigos estabelecem orientações para atender a essa realidade, adaptando as peculiaridades, como o artigo 23,26 e 28, que tratam tanto das questões de organização escolar como de questões pedagógicas. Contudo, mesmo com esses avanços na 30 legislação educacional, a realidade das escolas para a população rural continuava precária. No artigo 28, a LDB estabelece as seguintes normas para a educação do campo: Na oferta da educação básica para a população rural, os sistemas de ensino proverão as adaptações necessárias à sua adequação, às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: I-conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II - organização escolar própria, incluindo a adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; Inadequação à natureza do trabalho na zona rural. (BRASIL, 1996). Ao reconhecer a especificidade do campo, com respeito à diversidade sociocultural, o artigo 28 traz uma inovação ao acolher as diferenças sem transformá-las em desigualdades, o que implica que os sistemas de ensino deverão fazer adaptações na sua forma de organização, funcionamento e atendimento para se adequar ao que é peculiar à realidade do campo, sem perder de vista a dimensão universal do conhecimento e da educação. No final dos anos de 1990, espaços públicos de debate sobre a educação do campo foram efetivados, a exemplo do I Encontro de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (I Enera), em 1997, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com apoio da Universidade de Brasília (UnB) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), especialmente, dentre outras entidades. Naquele evento, foi lançado um desafio: pensar a educação pública a partir do mundo do campo, levando em conta o seu contexto, em termos de sua cultura específica, quanto à maneira de conceber o tempo, o espaço, o meio ambiente e quanto ao modo de viver, de organizar família e trabalho. Assim, foi lançada uma nova agenda educacional que contemplava a educação do campo. Ainda em 1998 foi realizada a I Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo, uma parceria entre o MST, a UnB, Unicef, Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Esses espaços públicos marcaram a construção do paradigma da educação do campo, em oposição às frágeis políticas para a educação rural predominantes no país. A partir de então, o poder público passou a reconhecer a necessidade de pensar uma legislação específica de educação aos povos do campo, levando o Conselho 31 Nacional de Educação, por meio da Câmara de Educação Básica, a aprovar, em 2002, as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (Resolução CNE/CEB nº1, de 3 de abril de 2002). Nessa breve retrospectiva, fica explícito que a educação rural teve um lugar marginal na política educacional brasileira e que somente após o final da década de 1980 e decorrer da década de 1990 houve sinais de mudanças, mediante a ação dos movimentos e organizações sociais voltados à educação do campo. No Estado do Paraná, a trajetória da educação do campo não é diferente, pois também esteve marginalizada. Durante muitos anos, a educação dos povos do campo foi precarizada, repetindo todos os problemas encontrados no restante do país. No Estado, no início dos anos de 1990, ocorreram importantes iniciativas de alfabetização de jovens e adultos nos assentamentos da reforma agrária, mediante a ação do MST. O acúmulo teórico-metodológico (práticas, matérias didáticos, debates, seminários) realizado pelo referido movimento fez avançar o debate sobre educação do campo. No plano governamental, com a constatação da situação de analfabetismo nos assentamentos, foi criado pelo governo estadual, gestão 1992-1994, Programa Especial Escola Gente da Terra, que tinha como propósito “dar um atendimento específico e diferenciado” aos povos do campo, das áreas indígenas, dos assentamentos e aos assalariados rurais, no nível do Ensino Fundamental e da alfabetização de jovens e adultos. Em 1992, foram publicados pelo governo estadual os cadernos de subsídios ao processo de educação de jovens e adultos do campo. O MST e a Comissão Pastoral da Terra eram os interlocutores com a instância governamental. (As contribuições da Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural Assesoar), com as experiências do projeto Vida na Roça, que discute o desenvolvimento nas múltiplas dimensões a partir dos sujeitos locais, e as produções escritas sobre a Escola da Roça, foram importantes para enriquecer o debate a respeito da escola que tem sentido sociocultural para os povos do campo. Além das 36 Casas Familiares Rurais existentes no Estado do Paraná, mediante a experiência com a pedagogia da alternância, A Associação Projeta de Educação do Assalariado Rural Temporário (Apeart), Programa Terra Solidária e a experiência das atuais 11 escolas itinerantes no Paraná, são experiências educativas que oferecem contribuições ao debate e à formação educacional para o desenvolvimento local e a emancipação sociocultural dos povos do campo. No Paraná, em 2000, após vários encontros e reuniões, criou-se a Articulação 32 Paranaense por uma Educação do Campo, concomitante à realização da II Conferência Paranaense: Por uma Educação Básica do Campo. Em maio de 2001, a Articulação Paranaense definiu uma pauta de reivindicações para participar da semana de lutas pela agricultura, promovida por diversos movimentos e entidades. Em 2002, foi criada na SEED a Coodernação da Educação do Campo, desde então, a educação do campo passou a ter um espaço de articulação entre o poder público e sociedade civil organizada. Em 2006 é publicado um documento pedagógico: As Diretrizes Curriculares da Educação do Campo. Em 2010 é aprovado as Diretrizes Complementares para uma Educação Básica nas Escolas do Campo do Paraná. No Estado do Paraná, das 2.113 Escolas Públicas Estaduais, 423 Escolas Públicas – 20% das Escolas Públicas Estaduais - se declaram como sendo de Zona Rural (Fonte: Censo Escolar, 2008), por isso, são Escolas do Campo (Ver Gráfico 01). Em pesquisa realizada pela Coordenação da Educação do Campo junto dos Núcleos Regionais de Educação, considerando como critérios os distritos municipais e os aspectos econômicos e culturais típicos de comunidades rurais, este número aumenta para 584 Escolas Públicas Estaduais do Campo. O Censo Escolar de 2008 registrou um total de 1.194.232 matrículas em todas as Escolas Públicas da rede estadual de ensino, destes, 131.108 matrículas foram realizadas 33 em 423 Escolas Públicas Estaduais do Campo. Analisando os dados de 2007 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais referentes ao uso do Transporte Escolar no Estado do Paraná, pode-se evidenciar 72,57% dos estudantes que residem em áreas rurais estudam em escolas localizadas nos perímetros urbanos dos municípios – 152.695 alunos - e apenas 27,43% estudam em Escolas do Campo – 42.181 alunos. Se considerarmos a soma do número de matrículas realizadas nas Escolas Públicas Estaduais do Campo com o número de alunos que se deslocam para estudar nas Escolas Públicas Estaduais localizadas nos perímetros urbanos dos municípios, pode-se afirmar que o número de alunos oriundos do campo é de pelo menos 283.803 alunos. O Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira, Ensino Fundamental e Médio, localiza-se no Distrito de Aricanduva, pertencente ao município de Arapongas. Destaca-se, como diferencial, nossos educandos, oriundos da zona urbana e rural, do Distrito de Aricanduva, chácaras, sítios, granjas e do Assentamento Dorcelina Folador. Nesse contexto, os membros da comunidade obtém seus recursos como funcionários assalariados de duas empresas locais: Nortox e Granja Marutani; ou funcionários de fábricas ou comércio em Arapongas e Apucarana; e os demais agrega trabalhos no campo, desenvolvendo atividades na agricultura, avicultura e outros. Desses, alguns obtém seu sustento da agricultura familiar e trabalhos temporários locais e migratórios. Diante dessa realidade, a escola tem papel fundamental de incentivar e proporcionar momentos de novas expectativas a fim de que o aluno não abandone seus estudos, valorizando cada sujeito na sua individualidade, preservando sua identidade, respeitando o que lhe é inerente. Sendo assim o colégio desenvolve um projeto voltado a Educação do Campo, por atender um número expressivo de alunos provenientes do campo, sendo, em sua maioria, pertencentes ao Assentamento Dorcelina Folador e proximidades. O colégio propicia atividades diversificadas para os educandos. Para que o campo não perca sua indenidade cultural, o projeto visa a integração entre os membros da comunidade escolar, e a real importância do trabalho que é realizado no campo. Com o projeto busca-se a quebra de paradigma, cujo objetivo é respeitar as especificidades dos indivíduos e comunidade, incluir e preservar as diferenças, realizando a diversidade na igualdade como fundamento primeiro do ato educativo. Assim, haverá a inclusão desse “Território de Cidadania” onde os arranjos educativos específicos 34 promoverão o desenvolvimento humano de todos e de cada um, mudando a forma do olhar do educador e educando para o campo e do campo. O campo é um lugar de vida, onde as pessoas podem morar trabalhar, estudar com dignidade de quem tem o seu lugar. O campo não é só um lugar de produção agropecuária e agroindústrias, latifúndio e de grilagem de terra. O campo é o espaço e território dos camponeses, por isso é lugar de vida, sobretudo de educação. 5.10 EDUCAÇÃO ESPECIAL “As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema educacional que reconheça e atenda as diferenças individuais; respeitando as necessidades de qualquer dos alunos” (Edler Carvalho, 2004, p.26) É evidente que, em nível mundial os séculos XX e XXI representam marcos histórico na vida das pessoas que apresentam deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, sendo fundamentais as conquistas realizadas no campo da legislação (educação, saúde, acessibilidade, entre outras) na garantia de direitos essenciais, apesar de muitas vezes sua implementação ser morosa. Mas também há em nosso país uma crescente conscientização da sociedade no enfrentamento da desigualdade de oportunidade por uma determinada parcela da população, não fazendo referência apenas ao público-alvo da educação especial. Vale destacar que a educação especial, como integrante dos sistemas educacionais, é modalidade de educação que compartilha os mesmos pressupostos teóricos e metodológicos presentes nas diferentes disciplinas dos demais níveis e modalidades de ensino. A Sala de Recursos possibilita, no entanto, o desafio da participação e aprendizagem, com qualidade, dos alunos com necessidades educacionais especiais, exige da escola a prática da flexibilidade curricular que se concretiza na analise da adequação de objetivos propostos, na adoção de metodologias alternativas de ensino, no uso de recursos humanos, técnicos e materiais específicos, no redimensionamento do tempo e espaço escolar, entre outros aspectos, para que esses alunos exerçam o direito 35 de aprender em igualdade de oportunidades e condições. Pessoas com necessidade educacional especial são aquelas que apresentam tipo de comprometimento orgânico e/ou psíquico que faz com necessitem de atenção educacional diferenciada em alguns aspectos de seu desenvolvimento, mas não necessariamente em todos, principalmente no que se refere as questões de aprendizagem. Considera-se então, aquelas com dificuldades e/ou distúrbios de aprendizagem (disgrafia, dislexia, discalculia), deficientes visuais, deficientes mentais, deficientes físicos, pessoas com múltiplas deficiências, que apresentam condutas típicas ou altas habilidades/superdotação. Para FERNANDES (2007), alunos com necessidades educacionais são aqueles que apresentam algum problema de aprendizagem ao longo de sua escolarização, o que exige uma atenção mais específica e maiores recursos educacionais que os necessários. Esse é um período histórico de democratização do saber, do fortalecimento e da aproximação das pessoas, no sentido de pertencimento e de participação em ações que contribuem para o enriquecimento de valores e de qualidade das relações humanas. 5.11 CONCEPÇÃO DE ESCOLA A escola é condicionada pelos aspectos sociais, políticos e culturais, mas contraditoriamente existe nela um espaço que aponta a possibilidade de transformação social. A educação possibilita a compreensão da realidade histórico-social e explicita o papel do sujeito construtor/transformador dessa mesma realidade. A escola como espaço social é responsável pela apropriação do saber universal e socialização do saber elaborado às camadas populares, entendendo a apropriação crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação desta realidade. É no universo da escola, portanto, que o aluno tem oportunidade de viver situações diversas que irão favorecer o aprendizado científico, social, cultural e político construído pela humanidade. A Escola não se limita somente ao espaço físico, porém, age em conjunto com a família e as instituições sociais que colaboram na construção do saber do educando. O papel da Escola como agente de transformação, é o de ampliar a liberdade e a 36 compreensão do mundo de cada cidadão. Para isto, deve ser um local em que opressão não exista, que favoreça a cooperação e o respeito mútuo. Cabe à escola proporcionar o questionamento de seu papel conscientizador, libertador de suas ações, em oferecer condições para que haja a utilização na totalidade do ambiente pedagógico. Proporcionar o descobrimento e direcionando do ser humano às finalidades de caráter social e renovador. É no espaço da escola que se decide coletivamente, o que é importante que os alunos aprendam, respeitando as diferenças, tradições e a cultura acumulada de cada um. Assim, é o lugar institucional de um projeto educacional. Sendo responsável pela promoção e desenvolvimento do cidadão, cabe a ela definir-se pelo tipo de cidadão que deseja formar, de acordo com a sua visão de sociedade. Cabe-lhe, também, a incumbência de definir as mudanças que julga necessárias na sociedade, através das mãos do cidadão que irá formar. A escola é vista, então, como um espaço político onde se deve ministrar um conjunto de disciplinas de maneira que o aluno adquira o saber necessário para não se deixar enganar. O conhecimento intelectual aparece como o suporte para a formação da cidadania, o instrumento básico para o salto qualitativo entre a consciência e a consciência crítica. 5.12 CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Partimos da premissa pós-construtivista de que a inteligência é desenvolvida no transcorrer de nossas vidas. Segundo Esther Pillar Grossi: “Não se nasce inteligente. Fica-se inteligente, aprendendo, e todos aprendem inclusive sindrômicos de Down, autistas, lesionados cerebrais [...]. Por outro lado, sabe-se também que inteligência e desejo são duas instâncias complementares para qualquer aprendizagem, não valendo adjetivar-se qualquer uma delas, isto é, se considerado a inteligência emocional ou a emoção inteligente. Ambos, inteligência e desejo, são substantivos que somente atuando em simultaneidade produzem o tecido do conhecimento que é o pensamento”. O sujeito da aprendizagem é um organismo biológico, psíquico e social, é corpo e mente e que está inserido em um momento histórico que o leva a construir relações únicas com o ambiente que o cerca. De acordo com sua história e suas vivências, cada 37 indivíduo tem sua maneira própria de apropriar-se do conhecimento. Na perspectiva de Vygotsky, o conhecimento é construído numa ação partilhada. É na interação social que as relações entre sujeito e o objeto de conhecimento são estabelecidas. Quando o aluno vem para a escola, já traz uma bagagem de conhecimentos adquiridos através das interações desenvolvidas por ele entre o ambiente e as pessoas com as quais convive. Para a sistematização daqueles conhecimentos trazidos, entra em cena o professor, como mediador, conforme a teoria adotada pela escola, levando seu aluno a novas descobertas. É através dele que seus alunos se tornarão capazes de comparar conhecimentos antigos com novos e poderão crescer. A aprendizagem é um processo de construção que se dá pela interação entre os sujeitos envolvidos e a relação humana, se evidencia em todo o processo ensino e aprendizagem, que ocorre pela articulação de fatores internos e externos. Assim, a subjetividade é primordial no processo ensino e aprendizagem e, a afetividade, um dos principais elementos do desenvolvimento humano. 5.13 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho. Na sociedade, o homem não se apropria da produção material de seu trabalho e nem dos conhecimentos produzidos nestas relações porque o trabalhador não domina as formas de produção e sistematização do conhecimento. Segundo Marx e Engels: "A classe que tem à disposição os modos de produção material controla concomitante as ideias daqueles que carecem desses meios ficam subordinadas a ela" (Frigotto, 1993, p.67). Ainda neste sentido, Andery (1988, p. 15) confirma que: "Nesse processo do desenvolvimento humano multideterminado e que envolve inter-relações e interferências recíprocas entre ideias e condições materiais, a base econômica será o determinante fundamental". Assim sendo, o conhecimento humano adquire diferentes formas: senso comum 38 cientifico, teológico e estético, pressupondo diferentes concepções, muitas vezes antagônicas que o homem tem sobre si, sobre o mundo, sobre o conhecimento. O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para a obtenção do conhecimento, mudando, portanto a forma de interferir na realidade. Essa interferência traz conseqüências para a escola, cabendo a ela a socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações. Conforme Veiga (Veiga, Ilma Passos, Projeto político da escola: uma construção coletiva - 1995,p.27): "O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento cientifico que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos alunos". Dessa forma, o conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos, e generalizações, sendo, portanto, o objeto de trabalho do professor. "Conhecer implica, pois, fazer uma experiência e a partir dela ganhar consciência e capacidade de conceptualização. O ato de conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade; transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação". (Boff200,p.82). O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando mudanças interna e externa no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma intencionalidade. Conforme Freire: "O conhecimento é sempre conhecimento de alguma coisa, é sempre” intencionado “, isto é, está sempre dirigido para alguma coisa" (2003, p.59). Portando, há de se ter clareza com relação ao conhecimento escolar, pois como destaca Severino: "Educar contra - ideologicamente é utilizar, com a devida competência e criatividade, as ferramentas do conhecimento, as únicas de que efetivamente o homem dispõe para dar sentido às práticas mediadoras de sua existência real". (1988, p, 88). 5.14 CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma 39 sistematizada utilizando métodos. Para Andery (1980), "A ciência é uma das formas do conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo em que nela interfere". Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o conhecimento será a concepção da ciência. No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reproduzir ou transformar. Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de forma desigual, estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do processo histórico, não atingindo a totalidade da população. A escola tem função social de possibilitar o acesso ao saber científico produzido pela humanidade. Nereide Saviani afirma que: "a ciência merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de conhecimento", ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o nível de pensamento dos estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, o que é indispensável para que não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas com isto saibam nele atuar e transformá-lo. 5.15 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA Sobre a tecnologia Noble assinala que se criou uma redoma falaciosa em torno do verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o autor "esta é vista na sociedade como um processo autônomo; algo constituído e visto à margem de tudo como se tivesse vida própria, independente das intenções sociais, poder e privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse algo que se mudasse constantemente, provocasse alterações profundas na vida das escolas. Decerto que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos debruçarmos sobre o que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não questionar quais as relações que permanecem inalteradas. De entre estas, as mais importantes são as desigualdades econômicas e culturais que dominam a nossa sociedade". (Noble, 1984). Segundo Cristina Gomes Machado (2002), o processo educativo há de se revelar capaz de sistematizar a tendência à inovação solicitando o papel criador do homem. É preciso implementar no Sistema Educacional, uma pedagogia mediante a qual não apenas se reforme o ensinamento, mas que também se facilite a aprendizagem. 40 A tecnologia tem sido um impacto significativo não só na produção de bens e serviços, mas também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais vigentes. A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 ao propor a formação tecnológica como eixo do currículo assume, segundo Kuerger (2000), “a concepção que a aponta como a síntese, entre o conhecimento geral e especifico, determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar metodologicamente os conteúdos”. A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento das desigualdades, ou para a inserção social se vista como uma forma de estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas. "Urge pois continuar a luta pela escolarização como um bem público contra a domesticação política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a educação em geral e o currículo, em particular, se constitua numa efetiva base para que os mais desfavorecidos tenham, tomem e transformem a própria concepção de poder". (Paraskeva, 2001). Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação tecnológica não será suficiente para o acesso de todos da Escola Pública, sem que haja uma vontade e ação política que possibilite investimento para que esses recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser ferramenta que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer relações entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico, possibilitando articular ação, teoria e prática. 5.16 CURRÍCULO ESCOLAR O currículo da escola é a seleção intencional de uma porção de cultura. Cultura por sua vez, refere-se a toda a produção humana que se constrói a partir das interrelações do ser humano com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Esta ação essencialmente humana e intencional é realizada a partir do trabalho, através do qual o homem se humaniza e humaniza a própria a natureza. Por cultura entende-se, então, tudo o que os grupos sociais produzem para representar o seu jeito de viver, de entender e de “sonhar” o mundo. O currículo é portanto histórico, resultado de um conjunto de forças sociais, políticas e pedagógicas que expressam e organizam os saberes que circunstanciam as 41 práticas escolares na formação dos sujeitos que, por sua vez, são também históricos e sociais. Nesta perspectiva, o currículo deve oferecer, não somente vias para compreender tanto os saberes nele inseridos como também, os movimentos contraditórios pelos quais a sociedade vem enfrentando e de que forma os sujeitos se inserem neles. Neste sentido, à escola cabe erigir seu papel fundamental na transmissão apropriação e socialização dos saberes culturais , numa base teleológica (intencional) que pressuponha uma práxis transformadora: caminho (pista de corrida) este a ser percorrido por todos na escola. A função do currículo não vai ser apenas no campo das narrativas no que diz respeito sobre o que se deve ser, mas de certa forma, ele o executa. O currículo consegue, por assim dizer, formar condutas disciplinares, falar sobre alguém, também estará demonstrando a sua posição sobre o objeto específico, vai também nomear, enquadrar, regular e coordenar. A busca de possibilidades de transformações no currículo e na política cultural vem dá ascendência dos "movimentos sociais", e, o currículo escolar, deve ser um espaço para análise crítica, contestação de formas de poder que direcionem a formação do indivíduo para atender as necessidades do sistema capitalista que a sociedade atual vivencia. O currículo deve ser compreendido como documento de identidade no âmbito escolar. A história, política, poder e cultura são questões que devem fazer parte do currículo, na tentativa de auxiliar a compreensão de mundo dos indivíduos e ser fundamental na construção de uma sociedade menos excludente. Para explicitar melhor o que fundamenta a proposta de Currículo desta escola, faremos breve retrospecto dos conceitos de currículo ao longo do tempo. Para Goodson (1996) o currículo é um percurso a ser seguido, como conteúdo apresentado para estudo. Já, os primeiros estudos a respeito do currículo nos Estados Unidos, foram nos molde tecnicista, como forma, de controle e eficiência social. Aqui, pode-se destacar Ralph Tyler (1949) que valorizou os objetivos da educação e da avaliação, bem como, o currículo como instrumento neutro, que padroniza as atividades educacionais e controla o planejamento. É dentro desses preceitos, que no Brasil nos anos 70 foi instituído os estudos e a organização curricular. Em uma análise sociológica do currículo, as críticas partem dos autores Young (1989), Apple (1989) e Silva (1988). Porém, outros autores têm importantes apontamentos, como, Kemis (1996) que acredita na reformulação da teoria do currículo, articulando teoria-prática. Os autores, Stenhouse (1991) e Schwab (1983), vêem o currículo de uma forma processual e prática. Sacristán (1987 e 1998) defende que o 42 currículo é construído através das diferentes influências e experiências, permitindo analisar o seu objetivo e concretização ao decorrer de cada etapa das suas transformações. Segundo Silva (2002), o movimento de reconceptualização do currículo pretende superar o caráter de ordem, de racionalidade e de eficiência do currículo burocratizante. Nessa vertente, o currículo passa a ser entendido a partir do olhar da Sociologia da Educação. O movimento de reconceptualização segundo os autores passa pelos elementos de questionamento e problematização das relações de poder; um movimento que questiona e descentra o sujeito soberano, autônomo, racional e unitário. A linguagem, o discurso e o texto ganham uma importância central na problematização das relações de poder. Este exercício de questionamento pressupõe, para Silva (2002), a superação das grandes meta-narrativas e acena para o que ele chama de “contestação pós moderna.” Currículo, por esta via, passa a ser entendido como forma de contestação de poder. Para efeitos de análise, ganham espaço privilegiado as categorias: cultura–poder, educação e ideologia. A cultura é vista menos como uma coisa e mais como um campo e terreno de luta [...] a cultura é o terreno em que se enfrentam diferentes e conflitantes concepções de vida social, é aquilo pelo qual se luta e não aquilo que recebemos. [..] O currículo não é o veículo de algo a ser transmitido e passivamente absorvido mas o terreno em que ativamente se criará e produzirá cultura [ ...] é um terreno de produção e de política cultural (Silva, 2002, p.27 e 28) Portanto, o que os estudos críticos dos currículos vem demonstrar, é que ele passa por um processo histórico, é culturalmente determinado e está intimamente ligado com as relações sociais. Desta maneira, fala-se em currículo oculto e o autor Silva, acrescenta que o currículo oculto é aquilo que se quer objetivar, como por exemplo, os comportamentos, atitudes e valores, que não estão claros no currículo, porém, conseguese ler as entrelinhas, através das relações sociais que permeiam o contexto em que a escola está inserida. E ainda, há também, a perspectiva, teórico-prática, que busca ser uma teoria que valorize a prática do currículo. Ou seja, a ação do currículo, desde a sua consolidação, utilização e efeitos na realidade da sala de aula. Podemos perceber que a seleção e organização dos conteúdos, vão se 43 transformando de acordo com as necessidades que determinada sociedade vive naquele momento. Portanto, a escolha dos conteúdos não é um ato neutro, é um ato político. O currículo também é uma prática social, desta forma, ele se torna produto e produtor de identidade. No contexto escolar não existe uma só realidade, por isso, a identidade deve ser um elemento do currículo que esteja sempre se modificando, se encaixando nas diversas realidades curriculares que fazem parte da escola. A partir do momento que o currículo se consolida como documento de identidade, está sendo um agente que estabelece as relações de poder. Por fim, analisando que a escola recebe influências políticas, sociais, econômicas e culturais da sociedade da qual ela faz parte, sendo que, essa análise não é feita pelas teorias tradicionais, o currículo é elemento seletivo no que diz respeito à cultura e identidade dos grupos sociais. Na sociedade atual, há o reconhecimento das diferenças culturais, políticas, religiosas, étnicas, raciais, econômicas, por meio de movimentos de grupos minoritários, marginalizados do poder, que ganham força. Entretanto, esses movimentos desencadeiam uma série de conflitos que geram manifestações contrárias à existência da diversidade cultural. Na educação, no que diz respeito ao currículo escolar, é necessário trabalhar a pluralidade cultural, com o intuito de formar cidadãos críticos, na busca em construir uma sociedade mais justa e democrática. Há necessidade real de considerarmos a atuação multicultural do professor e a diversidade cultural no currículo escolar. Pois, é importante tomarmos consciência "do que o currículo pode e faz com as pessoas, e deveria nos inspirar na tentativa de inventar, nele, um espaço onde seja possível a crítica e a contestação das formas de poder que transformam iguais em "outros" deficitários, anômalos, exóticos e incapazes" (COSTA, 1999, p.65). 5.17 CONCEPÇÃO DE PROFESSOR O professor é o elemento do processo a quem cabe o papel de mediador da ação pedagógica que visa à produção do conhecimento, entendida com o estabelecimento da relação entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. Professor é autoridade competente, direciona o processo pedagógico, interfere e cria condições necessárias à apropriação do conhecimento, enquanto especificidade da 44 relação pedagógica. Deve haver uma relação interativa entre professor e aluno, em que ambos são sujeitos ativos. Professor e aluno são seres concretos (sócio-históricos), situados numa classe social - síntese de múltiplas determinações. Nesse sentido, é em defesa da instrução voltada para a socialização da ciência, das artes e de toda forma de objetivação do conhecimento humano é que reiteramos a necessidade de se compreender a mediação docente para além de relação interpessoal. Ao se reconhecer que a mediação não se restringe à presença corpórea do professor junto ao estudante, que não se trata de ajuda aleatória ou de relações democráticas em sala de aula, e que o fundamental dessa relação entre pessoas é a ação sobre e com objetos específicos – os elementos mediadores, o foco da atenção volta-se para o conteúdo a ser ensinado e o modo de torná-lo próprio ao aluno. Isso implica reconhecer que a mediação docente começa muito antes da aula propriamente dita. Seu início ocorre já na organização da atividade de ensino, quando se planejam situações de comunicação prática e verbal entre professor e estudantes, entre estudantes e estudantes em torno das ações com o objeto da aprendizagem. A tarefa do professor deve centrar-se em ensinar o aluno a estabelecer uma relação consciente com o conhecimento científico. Segundo Saviani passasse do senso comum a consciência filosófica e cabe ao professor partir da prática social, buscando alterar qualitativamente a prática de seus alunos, para que possam ser agentes de transformação social. Podemos, ainda, reconhecer que a afirmação do papel mediador do professor no processo de ensino e aprendizagem do estudante não é uma afirmação política de valorização do professor, mas basicamente de valorização do conhecimento sistematizado. A valorização do conhecimento sistematizado estendesse, por decorrência, à valorização do professor como aquele que domina o saber e os meios de torná-lo acessível ao estudante. Ao evidenciar o domínio dos conhecimentos na atividade de ensino, ou seja, o efetivo exercício desse tipo de mediação é que se justifica a valorização profissional do professor. 45 5.18 CONCEPÇÃO DE ALUNO O aluno não é um mero receptor de conhecimentos transmitidos por alguém, mas o construtor de uma nova interpretação do conhecimento proposto e, assim, um novo agente transformador da sociedade. É o sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem. Sujeito que inova, que transforma e adquire meio, através da educação, para refazer o que já está feito, de forma mais ampla e útil. O aluno precisa ser orientado a ser um questionador do mundo, do homem, da sociedade e de si mesmo, com o objetivo de compreender, trabalhar e valorizar a cultura na qual está inserido. É o agente construtor do conhecimento buscando harmonia com seus semelhantes, ser criativo e autônomo para agir na sociedade diante dos problemas existenciais. O aluno toma conhecimento do resultado de sua aprendizagem e organizasse para possíveis mudanças de atitudes. 5.19 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO A avaliação deve ser um ato amoroso, uma prática emancipatória, que consiste num processo que diagnostifique as dificuldades dos alunos e os inclua na construção da aprendizagem, integrando o educando na sociedade, por meio de um trabalho educativo de qualidade. Assim desenvolvendo conhecimentos e atitudes que garantam bons resultados ao longo do processo. Segundo Luckesi o conceito de avaliação é: "Formulado a partir das determinações da conduta de "atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação...", que, por si, implica um posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado. Isso quer dizer que o ato de avaliar não se encerra na configuração do valor ou quantidade atribuídos ao objeto em questão, exigindo uma tomada de posição favorável ou desfavorável ao objeto de avaliação, com uma consequente decisão de ação”. (2003,p.92 e 93) 46 As práticas avaliativas não devem ser usadas de maneira punitiva, excludente e seletiva. Avaliar é coletar, analisar e sintetizar os dados, não como resultado estático, um julgamento, mas sim, uma ação que age por meio de outras ações, em busca de transformação. Diante dos conceitos de sociedade, de mundo, de homem, de educação/escola, de conhecimento, de ensino, de aprendizagem, de avaliação, é necessário explicitar os princípios que fundamentam a Gestão Democrática da Educação para que as concepções se concretizem na prática escolar. A Avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes experiências de aprendizagem, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período. 5.19.1 SISTEMA DE AVALIAÇÃO A Avaliação deve ser: − Um processo que dê condições ao professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem; − Proporcionadora de dados que permitam ao estabelecimento de ensino a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino; − Possibilitadora de novas alternativas para o planejamento do estabelecimento e do sistema de ensino como um todo; − Diagnóstica, contínua e cumulativa e realizada cooperativamente visando determinar até que nível os objetivos ou programação curricular, previamente estabelecidos foram ou deixaram de ser alcançados pelos alunos. A Avaliação Diagnóstica ocorrerá antes do processo ensino e aprendizagem e servirá para identificar os pré-requisitos, determinar o nível de conhecimento inicial do aluno e poderá também ocorrer durante o processo ensino e aprendizagem, determinando as causas das dificuldades da aprendizagem dos alunos. A Avaliação Contínua será realizada para verificar o nível de aprendizagem dos 47 alunos e para identificar os conteúdos que não foram assimilados e que, portanto, precisam ser revistos ou recuperados (recuperação paralela), corrigindo-se, assim, as falhas. A Avaliação Cumulativa se fará no decorrer do ano letivo, avaliando as atividades desenvolvidas pelos alunos, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. 5.19.1.1 CONFORME O REGIMENTO ESCOLAR Da Avaliação da Aprendizagem, da Recuperação de Estudos e da Promoção A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno. A avaliação é contínua, cumulativa e processual, devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização. O sistema de avaliação adotado pelo Estabelecimento de Ensino é Bimestral e será composto pela somatória da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a atividades diversificadas, conforme especificado, mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero) proveniente a prova escrita, totalizando nota final 10,0 (dez vírgula zero). O peso atribuído à prova escrita não deve ser maior que a somatória dos pesos de outros instrumentos de avaliação. A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e instrumentos diversificados, coerentes com as concepções e finalidades educativas expressas no Projeto Político Pedagógico da escola. É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único instrumento de avaliação. Os instrumentos utilizados pelo professor serão definidos de acordo com os critérios pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente, podendo ser, entre outros: a) seminários; b) atividades escritas (provas, relatórios, dissertações, sínteses); c) atividades orais (provas, debates, palestras); d) pesquisas (de campo, bibliográficas); 48 e) trabalho em grupo e/ou individual; Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em consonância com a organização curricular e descritos no Projeto Político Pedagógico. A avaliação do ensino da Educação Física e de Arte, deverá adotar procedimentos próprios, visando ao desenvolvimento formativo e cultural do aluno, conforme art. 8º da Deliberação nº 07/99-CEE. A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento do pleno desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação dos alunos entre si. O resultado da avaliação deve proporcionar dados que permitam a reflexão sobre a ação pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar conteúdos /instrumentos /métodos de ensino. Na avaliação do aluno devem ser considerados os resultados obtidos durante todo o período letivo, num processo contínuo, expressando o seu desenvolvimento escolar, tomado na sua melhor forma. Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades detectadas, para o estabelecimento de novas ações pedagógicas. A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos. A recuperação de estudos em nosso Estabelecimento ocorrerá de duas formas: a) com a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação; b) com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula. A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem. A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados, não devendo incidir sobre cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados. A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina. O peso da recuperação de estudos deverá ser proporcional as avaliações como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos. Os estudos de Recuperação não poderão ser considerados como um adendo a nota. A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Na 4ª série do Ensino Fundamental não haverá menção de notas. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental o registro dar-se-á por 49 parecer descritivo, parcial e final, sobre o desenvolvimento do aluno, a ser emitido pelo próprio professor, considerando os aspectos qualitativos acumulados ao longo do processo de ensino e aprendizagem. Os resultados das avaliações dos alunos serão registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade de sua vida escolar. Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe. Os resultados bimestrais, anuais e finais serão transcritos pela secretaria nos documentos escolares e comunicados aos alunos e/ou responsáveis através de instrumentos próprios. A revisão dos resultados das avaliações poderá ser requerida no prazo de 72 horas (setenta e duas) horas, de dias úteis, a partir da comunicação dos mesmos. A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, aliada à apuração da sua freqüência. Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, a média final mínima exigida é de 6,0 (seis vírgula zero), observando a freqüência mínima exigida por lei. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, no regime de 8 (oito) anos de duração, a promoção será automática, desde que haja a freqüência mínima exigida em lei. Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que apresentarem freqüência mínima de 75% do total de horas letivas e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão considerados aprovados ao final do ano letivo. Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio serão considerados retidos ao final do ano letivo quando apresentarem:freqüência inferior a 75% do total de horas letivas, independentemente do aproveitamento escolar; frequência superior a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina. As disciplinas de Artes, Arte e Educação Física serão objetos de reprovação e terão registro de nota e freqüência na documentação escolar. Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do ano letivo serão devidamente inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição de documentação escolar. 50 6. MARCO OPERACIONAL 6.1 ORGANIZAÇÃO E FINALIDADE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA 6.1.1 LINHA DE AÇÃO DA ESCOLA: Após a análise dos pontos citados no Marco Situacional, propõem-se linhas de ação em termos de uma Gestão Democrática. É possível instituir a gestão democrática da escola pública se a mesma está pautada nos fundamentos da autonomia e participação efetiva de todos da comunidade escolar. No exercício do poder está a essência da democracia. E a qualidade do exercício do poder está referida ao espaço de autonomia que fundamenta o ser cidadão e a finalidade da instituição educacional. O poder é exercido por todos os atores sociais, em todas as ramificações da estrutura organizacional. Na dialética do funcionamento da sociedade e das organizações todos exercemos estrategicamente nosso poder. No trabalho pedagógico desenvolvido em uma concepção democrática, a participação deixa de ser mera “colaboração”, para tornar-se exercício de poder sobre aquilo que nos pertence, que pertence à cidadania, ao “público”, que diz respeito aos objetivos coletivos. A designação de um cargo, na democracia, é uma delegação de serviço aos interesses coletivos, de responsabilidade social. O ocupante do cargo não é “dono do poder”, mas servidor da cidadania. O mesmo raciocínio vale para todos os representantes dos colegiados da instituição educacional. O sentimento de pertença da escola a todos os cidadãos a quem ela diz respeito requer a identificação ao seu projeto educacional. Se a participação requer compromisso com o projeto educacional coletivo, o compromisso advém dessa identificação, desse sentimento de pertença. As pessoas somente se comprometem com aquilo em que acreditam, com aquilo que lhes dizem respeito, que faz sentido pra suas vidas. Se for assim, então passam a querer exercer seu poder, participar das decisões, porque adquiriram a consciência de que estas afetam suas vidas. Só há efetiva participação e compromisso quando se estabelece a cultura do querer fazer – no lugar do deve fazer – para exercer o poder sobre o que nos pertence, o que diz respeito às nossas vidas, ao nosso futuro, que está vinculado ao futuro do coletivo social. O processo de gestão democrática escolar deve ser dinâmico, abrangente e 51 participativo, "Nesse sentido, a gestão democrática da educação é, ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência" (FERREIRA, 2003, p.58). Partindo desse princípio o Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira tem o compromisso com toda a comunidade escolar de fazer uma gestão democrática com a participação de todas as instâncias colegiadas, existentes atualmente: Conselho Escolar, Conselho de Classe, APMF e Representantes de Turma. A participação das instâncias colegiadas se dará nas discussões, planejamentos, ações, execuções e avaliação do PPP, com o objetivo de fortalecer a base dessa gestão, dando sustentação ao trabalho administrativo e pedagógico, compartilhando responsabilidades e ajudando a construir novas identidades É o verdadeiro trabalho coletivo na escola, no qual os profissionais da educação e comunidade escolar elaboram o seu próprio Projeto Político Pedagógico, visando romper com a separação entre a concepção e a execução, entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática, ou seja, repensar a estrutura de poder na Escola, tendo em vista sua socialização. É importante observar o princípio de laicidade, na gestão democrática. É preciso que todos compreendam e respeitem as diferentes formações étnicas, morais e religiosas que o alunado possa trazer consigo. 6.2 FORMA DE PARTICIPAÇÃO DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS • Conselho Escolar: situa-se no espaço da defesa dos interesses coletivos, do Projeto Político Pedagógico da escola, numa visão do todo, ou seja, interesses pedagógicos ou administrativos. • Conselho de Classe: participação direta e integrada da Proposta Pedagógica, organização interdisciplinar, avaliação das práticas pedagógicas e atenção na avaliação do ensino-aprendizagem do educando. • APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários) : acompanha o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico da escola com vista para a realidade em que está inserida, efetivando ações para melhorá-la, tanto no âmbito pedagógico, administrativo e financeiro. • Representantes de Turma: nesse segmento há o representante dos alunos da turma que serve como elo entre alunos, professores, equipe pedagógica e direção, participando aos mesmos a situação da sala, bem como interesses 52 comuns aos alunos, problemas que ocorrem em sala ou mesmo ajuda na organização da sala e o representante dos professores da turma que procura estar atento ao dia a dia da turma em questões de aprendizado, disciplina, para eventuais ações e soluções juntamente com outros professores, equipe pedagógica, direção e pais. • Grêmio Estudantil: implementação para o ano de 2011. 6.3 ESTÁGIOS O estágio é um ato educativo escolar supervisionado desenvolvido no ambiente de trabalho que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens. Cabe a escola o compromisso de acolhimento e suporte pedagógico por parte da direção, equipe pedagógica e professores. Identificação da Instituição De Ensino Estabelecimento: Colégio Estadual Dr. Julio Junqueira Endereço: Rua: Incas 675 Entidade Mantenedora: Seed – Governo Do Estado Do Paraná Município: Arapongas- Paraná NRE: Apucarana Identificação do Curso Habilitação: Ensino Médio Nome Do Professor Orientador: Maria Luiza De Marchi Ano Letivo: 2010 53 Justificativa O Estágio Profissional não obrigatório é uma atividade curricular, um ato educativo assumido intencionalmente pela instituição de ensino que propicia a integração dos estudantes com a realidade do mercado de trabalho. Sendo um recurso pedagógico que permite ao aluno o confronto entre aprendizagem e os desafios profissionais e a formação teórico-prática adquiridas nos estabelecimentos de ensino, oportunizando a formação de profissionais com percepção crítica da realidade e capacidade de análise das relações técnicas do trabalho. O Estágio se distingue das demais disciplinas em que a aula prática está presente por ser o momento de inserção do aluno na realidade, para o entendimento do mundo do trabalho, com o objetivo de prepará-lo para a vida profissional, conhecer formas de gestão e organização, bem como articular conteúdo e método de modo que propicie um desenvolvimento unilaterall. Sendo também, uma importante estratégia para que o aluno trabalhador tenha acesso às conquistas científicas e tecnológicas da sociedade. O Estágio Profissional, de caráter não obrigatório, atende as necessidades da escola conforme previsto na legislação vigente: 1. Lei nº 9.394/1996, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional; 2. Lei N° 11.788/2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes; 3. Lei Nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, em especial os artigos, 63, 67e 69 entre outros, que estabelece os princípios de proteção ao educando; 4. o Art. 405 do Decreto Lei que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho- CLT, que estabelece que as partes envolvida devem tomar os cuidados necessários para a promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes, considerando principalmente, os riscos decorrentes de fatos relacionados aos ambientes, condições e formas de organização do trabalho; 5. Deliberação N° 02/2009 – do Conselho Estadual de Educação. 6. Instrução Nº 006/2009 – SUED/SEED. O Plano de Estágio é o instrumento que norteia e normatiza os Estágios dos Alunos do Ensino Médio. 54 O estágio é um ato educativo escolar supervisionado desenvolvido no ambiente de trabalho que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens. CABE A ESCOLA O COMPROMISSO DE ACOLHIMENTO E SUPORTE PEDAGÓGICO POR PARTE DA DIREÇÃO, EQUIPE PEDAGÓGICA E PROFESSORES. O ponto inicial remete à LDBEN 9394/96 e ao Parecer CNE/CEB (Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Básica) n. 15/98, que enfatizam a preparação ao mundo do trabalho para a educação de nível médio e ao Parecer CNE/CEB n. 35/2003, que regulamentou a realização de estágios para alunos vinculados ao Ensino Médio. LEI No 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação 55 das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977 e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES DE ESTÁGIO Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. § 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando. § 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso. § 1o Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. § 2o Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória. 56 § 3o As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso. Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2 do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. § 1o O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por menção de aprovação final. § 2o O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. Art. 4o A realização de estágios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros regularmente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou 57 reconhecidos, observado o prazo do visto temporário de estudante, na forma da legislação aplicável. Art. 5o As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação. § 1o Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto do estágio: I – identificar oportunidades de estágio; II – ajustar suas condições de realização; III – fazer o acompanhamento administrativo; IV – encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais; V – cadastrar os estudantes. § 2o É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços referidos nos incisos deste artigo. § 3o Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a realização de atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada curso, assim como estagiários matriculados em cursos ou instituições para as quais não há previsão de estágio curricular. Art. 6o O local de estágio pode ser selecionado a partir de cadastro de partes cedentes, organizado pelas instituições de ensino ou pelos agentes de integração. 58 CAPÍTULO II DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO Art. 7o São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos: I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar; II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do educando; III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário; IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades; V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas normas; VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos; VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de avaliações escolares ou acadêmicas. Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3o desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso por meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante. Art. 8o É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades programadas para seus educando e as condições de que tratam os arts. 6o a 14 desta Lei. 59 Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II do caput do art. 3o desta Lei. CAPÍTULO III DA PARTE CONCEDENTE Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações: I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cumprimento; II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural; III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente; IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso; V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho; VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio; VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário. Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro de que trata o inciso IV do caput deste artigo poderá, 60 alternativamente, ser assumida pela instituição de ensino. CAPÍTULO IV DO ESTAGIÁRIO Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar: I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. § 1o O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino. § 2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante. Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência. Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxíliotransporte, na hipótese de estágio não obrigatório. § 1o A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício. § 2o Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do 61 Regime Geral de Previdência Social. Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares. § 1o O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação. § 2o Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira proporcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano. Art. 14. Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio. CAPÍTULO V DA FISCALIZAÇÃO Art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. § 1o A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo ficará impedida de receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão definitiva do processo administrativo correspondente. § 2o A penalidade de que trata o § 1o deste artigo limita-se à filial ou agência em que for cometida a irregularidade. CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 16. O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante ou assistente legal e pelos representantes legais da parte concedente e da instituição de ensino, vedada a atuação dos agentes de integração a que se refere o art. 5º desta Lei como representante de qualquer das partes. 62 Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções: I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário; II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários; III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários; IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários. § 1o Para efeito desta Lei, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores empregados existentes no estabelecimento do estágio. § 2o Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os quantitativos previstos nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles. § 3o Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em fração, poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente superior. § 4o Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível médio profissional. § 5o Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio. Art. 18. A prorrogação dos estágios contratados antes do início da vigência desta Lei apenas poderá ocorrer se ajustada às suas disposições. Art. 19. O art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 428” § 1o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação 63 técnico-profissional metódica. § 3o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência. § 7o Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.” (NR) Art. 20. O art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a matéria. Parágrafo único. (Revogado).” (NR) Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 22. Revogam-se as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001. Brasília, 25 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad André Peixoto Figueiredo Lima DOU de 26.9.2008 , seção I, pág. 3 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NA NOVA LEI CARGA HORÁRIA: 6 (SEIS) HORAS DIÁRIAS E 30 SEMANAIS, NO CASO DE ESTUDANTES DE ENSINO SUPERIOR, DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL 64 MÉDIO E DO ENSINO MÉDIO REGULAR; • O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais (estágios obrigatórios), poderá ter jornada de 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino. • Os estagiários terão direito ao recesso remunerado de trinta dias, após 12 meses de estágio na mesma Parte Concedente de Estágio, preferencialmente durante suas férias escolares. Os dias de recesso serão concedidos de maneira proporcional, nos casos do estágio ter duração inferior a 1 (um) ano; • Se a Instituição de Ensino adotar avaliações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos dessas avaliações, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no Termo de Compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante. • A duração do estágio, na mesma Parte Concedente de Estágio, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aluno de Educação Especial. • Profissionais liberais de nível superior, devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, poderão contratar estagiários; • A concessão de bolsa-auxílio ou outra forma de contraprestação, bem como a concessão do auxílio-transporte, são compulsórias, exceto nos casos de estágios obrigatórios; • É obrigatória a contratação de seguro contra acidentes pessoais pela Parte Concedente de Estágio, em favor do estagiário. Objetivo Geral Proporcionar ao aluno vivência em diferentes dimensões de atuação profissional, promovendo a articulação entre teoria e prática e a busca de soluções para situações-problema características do cotidiano escolar e profissional podendo desenvolver as diversas potencialidades do educando Objetivos Específicos • articular teoria e prática de forma sistematizada, propiciando o saber, o fazer e a compreensão do que se fez, através da reflexão-ação nos diversos tempos e espaços 65 curriculares; • compreender as diferentes dimensões do espaço escolar, atuando de forma coletiva e articulada com todos os segmentos da escola; • atuar como agente de integração entre o conhecimento científico e o senso comum, promovendo a analise crítica da realidade social e a busca de alternativas para sua transformação; • construir um perfil profissional competente e comprometido com o processo educativo, respeitando as características de cada aluno, a evolução técnico-científica e as relações interpessoais existentes na escola; • elaborar estratégias didático-pedagógicas atualizadas, contextualizadas e interdisciplinares, Capazes de atender a solicitações institucionais e promover a construção de conhecimento e o sucesso Escolar da clientela a ser trabalhada Locais de Realização do Estágio O estágio poderá ser realizado em instituições públicas ou privadas desde que esteja relacionado com o Projeto Político Pedagógico e com a Proposta Curricular do curso. Atividades do Estágio O Estágio Supervisionado, como ato educativo, representa o momento de inserção do aluno na realidade do mundo do trabalho, permitindo que coloque os conhecimentos construídos ao longo das séries em reflexão e compreenda as relações existentes entre a teoria e a prática. Por ser uma experiência pré-mundo do trabalho, servirá como experiencia para vida , organização e integração dos conhecimentos construídos, estara possibilitando ao estudante contextualizar o saber, não apenas como educando, mas como cidadão crítico e ético, dentro de uma organização concreta do mundo trabalho, no qual tem um papel a desempenhar na sociedade na qual o mesmo esta inserido desenvolver atividades pedagógicas, no que tange ao seu programa de complementação para a formação de alunos, é necessário compreender criticamente a forma como este “agente de integração” afirma contribuir para a formação dos alunos que serão encaminhados para o mercado de trabalho. Contudo, foi constatado que a instituição escolar possui pouca autonomia para 66 a realização e aplicabilidade deste expediente de acordo com os marcos legais, principalmente no que diz respeito ao estágio curricular como complemento às atividades pedagógicas. Deve-se a isto a inexistência de uma jornada de trabalho fixa para o profissional responsável pela coordenação desses estágios. Constatou-se, por exemplo, que seus vencimentos relacionam-se ao número de alunos encaminhados para o estágio, isto é, esse profissional recebe “por produção”. Esse fato denota ainda que o poder público estimula uma espécie de “terceirização” dessa atividade, transferindo para os agentes de integração as funções que deveriam ser da escola, quais sejam: fiscalizar e orientar devidamente os alunos na realização da atividade de estágio. Atribuições da Mantenedora/Estabelecimento de Ensino O Estágio Profissional não obrigatório, concebido como procedimento didáticopedagógico e como ato educativo intencional é atividade pedagógica de competência da instituição de ensino, sendo planejado e avaliado em conformidade com os objetivos propostos para a formação profissional dos estudantes, previsto no Projeto Político-Pedagógico e no Plano de Estágio. A instituição de ensino é responsável pelo desenvolvimento do estágio nas condições estabelecidas no Plano de Estágio, observado: o Elaborar Termo de Compromisso para ser firmado com o educando ou com seu representante ou assistente legal e com a parte concedente, indicando as condições adequadas do estágio à proposta pedagógica do curso; o Etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar; o Respeitar legislação vigente para estágio não obrigatório; o Celebrar Termo de Compromisso com o educando, se for ele maior de 18 anos; com seu assistente legal, se idade superior a 16 e inferior a 18 (idade contada na data de assinatura do Termo) ou com seu representante legal, se idade inferior a 16 anos e com o ente concedente, seja ele privado ou público; 67 o Celebrar Termo de Cooperação Técnica para estágio com o ente público ou privado concedente do estágio; o Contar com o professor orientador de estágio, o qual será responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades; o Exigir do aluno o planejamento/plano e o relatório de seu estágio; o Realizar avaliações que certifiquem as condições para a realização do estágio previstas no Plano de Estágio e firmadas no Termo de Cooperação Técnica e Convênios que deverão ser aferidas mediante relatório elaborado pelo professor orientador de estágio; O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao estudante, vedadas atividades: a) incompatíveis com o desenvolvimento do adolescente; b) noturnas, compreendidas as realizadas no período entre vinte e duas horas de um dia às cinco horas do outro dia; c) realizadas em locais que atentem contra sua formação física, psíquica e moral; d) perigosas, insalubres ou penosas. Professor Orientador de Estágio O orientador cumpre um papel de suma importância no processo de desenvolvimento do estagio como elaborar atividades pedagógicas, no que tange ao seu programa de complementação para a formação de alunos, é necessário compreender criticamente a forma como este “agente de integração” afirma contribuir para a formação dos alunos que serão encaminhados para o mercado de trabalho o qual será responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades. Compete ao Professor Orientador − Solicitar juntamente da parte concedente relatório, que integrará o Termo de Compromisso, sobre a avaliação dos riscos, levando em conta: local de estágio; 68 agentes físicos, biológicos e químicos; o equipamento de trabalho e sua utilização; os processos de trabalho; as operações e a organização do trabalho; a formação e a instrução para o desenvolvimento das atividades de estágio; − Exigir do estudante a apresentação periódica, de relatório das atividades, em prazo não superior a 6 (seis) meses; − Esclarecer juntamente com a parte concedente do estágio, o Plano de Estágio e o Calendário Escolar; − Planejar com a parte concedente os instrumentos de avaliação e o cronograma de atividades a serem realizadas pelo estagiário; − Proceder as avaliações que indiquem se as condições para a realização do estágio estão de acordo com as firmadas no Plano de Estágio e no Termo de Compromisso, mediante relatório; − Zelar pelo cumprimento do Termo de Compromisso; − Conhecer o campo de atuação do estágio; − Esclarecer aos estagiários as determinações do Termo de Compromisso; − Orientar os estagiários quanto à importância de articulação dos conteúdos aprendidos à prática pedagógica; − Orientar os estagiários quanto às condições de realização do estágio, ao local, procedimentos, ética, responsabilidades, comprometimento, dentre outros; − Atuar como um elemento facilitador da integração das atividades previstas no estágio; − Promover encontros periódicos para a avaliação e controle das atividades dos estagiários; − Manter o registro de classe com freqüência e avaliações em dia. Atribuições do Órgão/Instituição que Concede o Estágio A instituição de ensino e a parte concedente de estágio poderão contar com serviços auxiliares de agentes de integração, públicos ou privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado. Considerar-se-ão parte concedente de estágio, os dotados de personalidade jurídica pública ou privada e profissionais liberais, desde que estejam devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional. Uma vez formalizado o Termo de Compromisso de Estágio, cumpridos os requisitos citados anteriormente, e estará criada a condição legal e necessária para a realização do estágio supervisionado na organização concedente de estágio. 69 A organização escolhida como concedente do estágio deverá possuir condições mínimas de estrutura, que permitam ao aluno observar, ser assistido e participar das atividades, durante a execução do estágio supervisionado. Ofertando instalações que tenham condições de proporcionar ao aluno, atividades de aprendizagem social, profissional e cultural. O desenvolvimento do estágio deverá obedecer aos princípios de proteção ao estagiário contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo vedadas algumas atividades, (ver Arts. 63, 67 e 69, entre outras do ECA e também 405 e 406 da CLT). Capítulo V - Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho Art. 60 - É proibido qualquer trabalho os menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (O art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, assim disciplina o trabalho de menores: "proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.") Art. 61 - A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. Art. 62 - Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor. Art. 63 - A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios: I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular; II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; III - horário especial para o exercício das atividades. (O art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, assim disciplina o trabalho de menores: "proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.") Art. 64 - Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem. (O art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, com nova redação dada pela Emenda 70 Constitucional nº 20, de 1998, assim disciplina o trabalho de menores: "proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.") Art. 65 - Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. Art. 66 - Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido. Art. 67 - Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou nãogovernamental, é vedado trabalho: I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II - perigoso, insalubre ou penoso; III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola. Art. 68 - O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada. § 1º - Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. § 2º - A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. Art. 69 - O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. Art. 405, § 2 Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto Lei 5452/43 71 TÍTULO III DAS NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALH0 CAPÍTULO IV DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 405 - Ao menor não será permitido o trabalho: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229 , de 28.2.1967) § 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia autorização do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua formação moral. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229 , de 28.2.1967) 72 Art. 406 Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto Lei 5452/4 TÍTULO III DAS NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO CAPÍTULO IV DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 406 - O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor o trabalho a que se referem as letras a e b do § 3º do art. 405: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229 , de 28.2.1967) I - desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não possa ser prejudicial à sua formação moral; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229 , de 28.2.1967) II - desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação moral. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229 , de 28.2.1967 Fica a critério da instituição concedente a concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde entre outros, por si só, não caracterizando vínculo empregatício. A empresa concedente ou Instituição de ensino deverão viabilizar acompanhamento de profissionais especializados aos estagiários com necessidades educativas especiais. A documentação referente ao estágio, deverá ser mantida a disposição 73 para eventual fiscalização. A oferta de estágio pela parte concedente será efetivada mediante: − Celebração do Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o estudante; − A oferta de instalações que tenham condições de proporcionar ao estudante atividades de aprendizagem social, profissional e cultural; − Indicação de funcionário do seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar o desenvolvimento das atividades de estágio; − Entrega do termo de realização do estágio à instituição de ensino por ocasião do desligamento do estagiário, com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho; − Relatório de atividades, enviado à instituição de ensino, elaborado pelo funcionário responsável pela orientação e supervisão de estágio; − Zelar pelo cumprimento do Termo de compromisso. − Conhecer o plano de atividades do estágio proposto pelo estabelecimento de ensino; − Orientar as atividades do estagiário em consonância com o plano de estágio; − Orientar e acompanhar a execução das atividades do estagiário na empresa; − Manter contatos com o Orientador de estágio da escola; − Oportunizar ao estagiário vivenciar outras situações de aprendizagem que permitam uma visão real da profissão; − Indicar um responsável para supervisionar para acompanhar as atividades de estágio. Atribuições do Estagiário A jornada de estágio deve ser compatível com as atividades escolares e constar no Termo de Compromisso, considerando: − A anuência do estagiário, se maior, ou concordância do representante ou assistente legal, se menor; 74 − A concordância da instituição de ensino; • A concordância da parte concedente; • O estágio não pode comprometer a frequência às aulas e o cumprimento dos demais compromissos escolares; • A eventual concessão de benefícios relacionados ao auxílio-transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício; • Fica assegurado ao estagiário que recebe bolsa ou outra forma de contraprestação, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, um período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares. • Ao estagiário aplica-se a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio. Antes da Realização do Estágio, o Estagiário deve: − Estabelecer contatos com Unidades Concedentes para fins de estágios; − Participar de atividades de orientação sobre o estágio; − Observar sempre o regulamento de Estágios da Escola; − Zelar pela documentação do estágio entregue pelo Professor Orientador de Estágio. Durante a Realização: • Conhecer a organização da Unidade Concedente; • Respeitar o Cronograma de Estágio para garantir o cumprimento da carga horária no período estabelecido pelo o professor orientador de Estágio; • Acatar as normas estabelecidas pela Unidade Concedente; 6. Zelar pelo nome da Instituição e da Escola; 7. Manter um clima harmonioso com a equipe de trabalho; 75 8. Cumprir o Termo de Compromisso firmado com a Instituição de Ensino e a Unidade Concedente. − Manter contatos periódicos com o Professor Orientador de Estágio para discussão do andamento do estágio; − Zelar pelos equipamentos, aparelhos e bens em geral da Empresa e responder pelos danos pessoais e materiais causados; Depois da realização: − Elaborar o relatório final de atividades, de acordo com as normas exigidas; − Apresentar sugestões que contribuam para o aprimoramento do Estágio não obrigatório. Forma de Acompanhamento do Estágio O aluno deverá ser acompanhado durante seu Estágio em Instituições Públicas e/ou Privadas, por um responsável que deverá ter conhecimento na área. Três profissionais da área estarão envolvidos no processo de encaminhamento: 2 - Professor Orientador de Estágio, que dará o direcionamento durante a realização do Estágio; 2 - Supervisor da empresa será responsável pela condução e concretização do Estágio na Instituição ou propriedade concedente, procurando seguir o plano estabelecido pelo Aluno e pelo Professor Orientador. As formas de acompanhamento serão de acordo com a realidade da situação do estágio. Podendo ser através de visitas, relatórios, contatos telefônicos, documentação de estágio exigida pela escola, de maneira a propiciar formas de integração e parceria entre as partes envolvidas. Oportunizando o aperfeiçoamento das relações técnicaseducativas a serem aplicadas no âmbito do trabalho e no desenvolvimento sustentável. 76 Avaliação do Estágio: A avaliação do Estágio Profissional não obrigatório é concebida como um processo contínuo e como parte integrante do trabalho, devendo, portanto, estar presente em todas as fases do planejamento e da construção do currículo, como elemento essencial para análise do desempenho do aluno e da escola em relação à proposta. a) Avaliação do Supervisor do Estágio da Unidade Concedente; b) Relatório apresentando pelo educando. 6.4 SALA DE RECURSOS Sala de Recursos é um serviço de apoio especializado e transitório de natureza pedagógica que apoia e complementa o atendimento educacional realizado em classes comuns do ensino fundamental de 5ª a 8ª séries. Portanto, exige a obrigatoriedade de matrícula da classe comum do ensino regular. Os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, alunos egressos da educação especial ou de sala de recursos de 1ª a 4ª série, e ainda aqueles que apresentam problemas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo, distúrbios de aprendizagem e/ou deficiência intelectual e que necessita de apoio especializado complementar para obter sucesso no processo de aprendizagem no ensino regular. O trabalho realizado na Sala de Recursos deve ser o de suplementar, aprofundar, enriquecer o currículo ( superdotados) e complementar ( para demais). O professor da Sala de Recursos deve utilizar uma grande diversidade de estratégias na estruturação das intenções educacionais para que seus alunos se apropriem dos conhecimentos. A avaliação pedagógica de ingresso deverá ser realizada no contexto de ensino regular pelo professor regente, professor especializado e equipe técnico pedagógica da 77 escola, com assessoramento de uma equipe multiprofissional (externa) e equipe do núcleo regional e/ou secretaria municipal de educação . O aluno deverá receber atendimento de duas a quatro vezes por semana, não ultrapassando duas horas diárias, em horário diferente daquele em frequenta a classe comum. No cronograma de atendimentos aos alunos, deverá ser garantido um período para o encontro entre professor da sala de recursos e o do ensino regular, a equipe pedagógica da escola, bem como o contato com a família e com os professores da educação especial do Núcleo de Educação . Este programa é um dos exemplos de oferta da Educação Especial em forma de serviços e recursos especializados, que possibilitam um atendimento direcionado, um trabalho objetivo e intencional que respeita as necessidades pedagógicas diferenciadas dos alunos. 6.5 CELEM (ESPANHOL) A partir do ano letivo de 2009, o colégio passou a ofertar o CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) de língua espanhola, como um ensino extracurricular; plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica, matriculados no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação Profissional e Educação de Jovens e Adultos. Sendo também extensivo à comunicado, professores e agentes educacionais. O CELEM é regulamentado pela Resolução Nº 3904/2008 e pela Instrução Normativa Nº 019/2008, além de ser subordinado às determinações do Projeto Político Pedagógico e do Regimento Escolar. Anexo a este PPP segue a Proposta Pedagógica do CELEM. 6.6 ATENDIMENTO AOS ALUNOS E PAIS Nessa visão democrática onde todos desenvolvem seu trabalho em função do 78 bom andamento da escola, podemos citar o trabalho integrado entre os Profissionais da Educação; Direção, Equipe Pedagógica, Professores e Funcionários de Apoio e Execução, deste estabelecimento de ensino, realizam um trabalho integrado que visa o acompanhamento dos educando com dificuldade e defasagem na aprendizagem, que apresentam indisciplina escolar, desinteresse no processo de ensino e aprendizagem ou mesmo qualquer outra ajuda necessária ao educando: • Conversas individualizadas e informais; • Advertência verbal e escrita; • Convocação aos pais ou responsáveis para comparecerem à escola, para ficarem cientes e acompanharem o desempenho escolar do filho; • Comunicado aos pais ou responsáveis que o aluno não entregou trabalho ou deixou de fazer tarefa, atividades em sala de aula ou extraclasse; • Convocação aos pais ou responsáveis para conversar diretamente com os professores: • Reuniões com pais ou responsáveis para informá-los das ações, calendários, eventos, que a escola desenvolve a cada bimestre, mesmo o sistema avaliativo da escola e que os pais tomem ciência de como está o desenvolvimento escolar do filho, bimestralmente; • Pasta individual do aluno, organizada pela equipe pedagógica, arquivo de todos os documentos pedagógicos referentes a cada aluno, avaliação de conselho de classe, ficha da pasta de registro de sala de aula, registro de advertência, comunicados, convocações, autorizações, atestados médicos, relatórios de acompanhamento e outros; • Orientação e acompanhamento aos alunos pelos funcionários no pátio da escola, durante o tempo que estão fora de sala de aula, por motivo de entrada, recreio ou saída; bem como acompanhar alunos quando necessário ao Posto de Saúde. 6.7 HORA ATIVIDADE Entre os aspectos pedagógicos podemos destacar a Organização da Hora 79 Atividade dos professores que será organizada (na medida do possível): • Por área, de maneira a atender as necessidades dos professores entre as respectivas disciplinas, troca de experiências vivenciadas em sala de aula, análise do desenvolvimento da aprendizagem dos educandos; • Esclarecimento, orientações com a equipe pedagógica com o objetivo de planejar, discutir (metodologias, conteúdos), análise do desenvolvimento da aprendizagem dos educandos e medidas a serem tomadas; • Estudo e pesquisa com materiais disponíveis na escola, para enriquecimento das aulas; • Planejamento das aulas, elaboração de atividades diárias e avaliativas; • Correção das avaliações e atividades aplicadas; • Atendimento aos educandos em casos especiais (alunos que faltaram por doenças ou mesmo por problemas familiares); • Atendimento aos pais para tomadas de decisões a respeito de aproveitamento escolar ou problemas disciplinares do educando. 6.8 AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS: São por meio dos planejamentos, discussões, leituras, reflexões e grupos de estudos que as ações são planejadas e organizadas para serem práticas, consistentes, democráticas e reais dentro do ambiente escolar. Nessa perspectiva as ações desenvolvidas serão para soluções de problemas, melhoria da qualidade de ensino e melhor desempenho dos Educandos e Profissionais da Educação: Necessidades detectadas Tomada de decisões - Metodologias diferenciadas para estimular o Responsáveis Cronograma - Professores interesse dos alunos; Evasão - Conhecimento da falta do aluno pelo - Equipe professor e passar para a equipe pedagógica; Pedagógica - Durante o ano - Comunicado aos pais sobre as faltas; - Ficha FICA; - Direção 80 - Trabalho integrado com o Conselho Tutelar. - Metodologias diferenciadas para atender as necessidades dos educandos; - Recuperação de estudos com atividades diferenciadas; Repetência - Recuperação paralela das avaliações realizadas; − Cooperação da família, no sentido de - Professores - Equipe Durante o ano Pedagógica acompanhamento, para maior resultado. Formação continuada - Promover leitura e discussões que levem o (professores, professor e funcionário a ter conhecimento de pedagogos, legislação, resoluções, instruções, que levem diretor, a compreensão de direitos e deveres, bem funcionários, como, demais normas legais; conselheiros, - Proporcionar a todos esses segmentos a alunos participação efetiva nos cursos oferecidos representantes pela SEED e NRE - Direção - Equipe Durante o ano Pedagógica de turmas) - Identificação, ao longo do ano letivo, dos resultados (estudo e análise de gráficos Avaliação estatísticos) reflexiva e das dificuldades de do aprendizagem dos alunos e desenvolvimento trabalho escolar: de práticas pedagógicas que visem o bom (processo ensino rendimento escolar; e aprendizagem, - práticas docente, desempenho direção, funcionários e equipe pedagógica, ao longo equipe Adoção de de práticas avaliativas direção, do professores, pedagógica, do ano letivo, para promover a melhoria funcionários) contínua dos desempenhos, no cumprimento -Direção -Equipe Pedagógica -Semestral ou sempre que necessário de objetivos e metas educacionais; Atendimento Professor ao - Acompanhar e assessorar o professor na seleção de procedimentos avaliativos, do rendimento da aprendizagem, adequando-os -Equipe pedagógica -Hora-atividade -Reunião 81 pedagógica aos objetivos gerais desse Projeto Político Pedagógico; - Assessorar os professores no planejamento, quanto à seleção de conteúdo e transposição didática em consonância com os objetivos expressos neste; - Os problemas levantados em Conselho de Classe, serão de intervenção depois de discutidos e planejados as ações com a coletividade. - Promover na escola projetos que trabalhem Profissionais da Educação a motivação do profissional da educação, que visa à melhoria das necessidades pessoais e a qualidade de vida, refletindo o bem estar no trabalho escolar; Educação das -Será desenvolvido um interdisciplinar, informando e esclarecendo Raciais e Ensino aos educandos sobre as leis; da Cultura Afro- -Proporcionar aos educandos abordagens Brasileira e positivas, na perspectiva de contribuir para Africana e que aluno afro-descendente positivamente, pela valorização de seu povo e 10.639/2003 ); possa ser visto como membro de uma História e sociedade democrática. Cultura dos - Desenvolver ações com atividades variadas, Política Nacional envolvendo todos os segmentos da escola; de -Culminância das atividades desenvolvidas Educação Ambiental; Cidadania -Professores Pedagógica -Durante o ano -Direção durante o ano no dia 20 de novembro, como e Dia Nacional da Consciência Negra. Direitos - Humanos, desenvolvidas estão enseridas nas PPCs e Educação Fiscal, PTD de cada disciplina, assim como no Plano Enfrentamento à de Ação da Equipe Multidisciplinar. Violência Pedagógica -Equipe Povos Indígenas 11645/08); -Durante o ano mire-se História (Lei nº (Lei -Equipe trabalho Relações Étnico- o -Direção Todas as atividades que serão na 82 Escola, e Prevenção ao uso indevido de Drogas - Buscar junto ao Poder Público (Estado) recursos para ampliação do espaço físico e outros, de forma a atender as necessidades da escola para realização efetiva deste Projeto Político Pedagógico; - Reformulações para atender alunos com necessidades especiais,banheiros adequados, rampas e outros; - Planejamento, articulação Espaço físico da acompanhamento execução dos e recursos - Direção financeiros da escola (Fundo Rotativo, PDDE, APMF) de forma democrática e Durante o ano - APMF compartilhada; - Viabilizar condições adequadas ao trabalho, materiais necessários, desenvolvimento profissional e pessoal do professor, como sempre informando e incentivando a formação continuada docente; - Promoção de ações que favoreçam a conservação de higiene, limpeza, manutenção e preservação do patrimônio escolar. - Promover palestras e orientações, que A escola para a abordem temas, como: resgate da auto- comunidade estima, é relacionamento familiar, saúde, - Professores uma das únicas sexualidade, drogas, cidadania, direitos e fontes deveres da criança e do adolescente, com - Equipe profissionais da área, Médicos, Psicólogas, Pedagógica de uma aproximação relativa de cultura, lazer, - Proporcionar atividades culturais e de lazer, informação e como teatros organizados pelos alunos, para perspectiva de vida. Promotores, Juízes; a comunidade participar, bem como, - Direção - Mensal - Bimestral - APMF apresentações musicais, textuais, gincana esportivo-cultural e outros. 83 - Oportunizar atividades extraclasses para enriquecimento curricular (passeio visita a universidades e faculdades); - Aproveitar habilidades dentre os profissionais da própria escola para estimular e motivar os educando. 6.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Comunidade Escolar espera que a construção do Projeto Político Pedagógico deste estabelecimento de ensino, seja uma realidade na prática escolar, saindo dos textos, dos livros e dos arquivos, para uma ação que gera transformação. No Marco Operacional são colocadas ações de extrema importância para que o Colégio possa contribuir para a formação de cidadãos capazes de enfrentar os desafios de uma sociedade em constante mudança. É necessário que todos os envolvidos no processo educativo unam-se para colocar em prática as ações propostas. Só assim se efetivará a interferência na realidade de forma responsável e efetiva, no sentido de contrapor-se à crescente exclusão e ao aprofundamento das desigualdades sociais. Assim, pretende-se conhecer a realidade. Os resultados alcançados devem-se constituir em subsídios para tomadas de decisão sobre ações capazes de melhorar a Escola Pública. Através da discussão e reflexão coletivas pode-se criar uma cultura de avaliação institucional como forma de auto-conhecimento e de comprometimento com a principal função da Escola, que é a efetivação do processo ensino/aprendizagem, com potencial redirecionador de ações no sentido da construção da cidadania. Para isso farse-ão, durante o ano letivo, sempre que necessário, reuniões de todos os envolvidos no processo educativo, pesquisas através de questionários, e debates. São ações que visam assegurar o êxito do plano de trabalho em ação. 84 “Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente.” (Paulo Freire) 85 7. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares: Conselhos Escolares: uma estratégia de gestão democrática da educação pública / elaboração Genuíno Bordignon – Brasília: MEC, SEB, 2004. COSTA, Marisa Vorraber. Currículo e Política Cultural. In: O Currículo nos Limiares do Contemporâneo / Marisa Vorraber Costa (org.) – 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. FEIGES, Maria Madselva F. Tendências da educação e suas manifestações na prática pedagógica escolar. FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Projeto Político Pedagógico / Naura Syria Carapeto Ferreira – Curitiba: IBPEX, 2003. IOSCHPE, Gustavo. A Educação no Brasil aumenta a desigualdade. Isto É, São Paulo, nº 1877, p.7 – 11, 5 out. 2005. entrevista concedida a Fernando F. Kadaoka. JUNIOR SILVA, Celestino A. da Supervisão, Currículo e Avaliação. In: Supervisão educacional para uma escola de qualidade: da formação à ação / Naura S. C. Ferreira (org. e revisão técnica). Tradução espanhol Sandra Valenzuela. São Paulo, Cortez, 1999, p. 205-221. MOSER, Alvino. Tendências pedagógicas no mundo contemporâneo Alvino Moser, Marcio Mugnol, Cleto de Assis. Curitiba: FACINTER, 2003. ROSSA, L. Armadilhas do Projeto Político-Pedagógico. In Revista da Educação da AEC, Brasília, nº 117, p. 75-84, out./dez. 2000. ROSSA, L. Projeto Político – Pedagógico : Uma Construção Coletiva, Inclusiva e Solidária. In Revista da Educação da AEC, Brasília, nº 11, p.63-72, abril/junho 99. SAVIANI, Dermeval. Sentido da pedagogia e o papel do pedagogo. In: Revista da ANDE, São Paulo, nº 9, p. 27-28; 1985. 86 SAVIANI, Demerval - Escola e Democracia. São Paulo : Cortez : Autores Associados, 1991. SAVIANI, Demerval. Natureza e Especificidade da Educação. Pedagogia HistóricoCrítica : Primeiras Aproximações. São Paulo : Editora Cortez : Autores Associados, 1992. SEVERINO, A. J. O Projeto Político-Pedagógico: a Saída para a Escola. In Revista da Educação da AEC, Brasília, nº 107, p. 81-91, abril/junho 98. SFORNI, Marta Sueli de Faria - Aprendizagem e desenvolvimento : O papel da Mediação . Instrução nº 017/2006 – SUED. 20/12/2006. Regimento Escolar. Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira – Arapongas/PR. 2006. Textos produzidos pelas Equipes dos NRES / CADEP – Curitiba, 2004. As necessidades da escola a partir de seus limites e avanços (texto 1- Semana Pedagógica 2010. LDB - Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional nº 9394/96 Resolução CNE/CEB Nº1, de Abril de 2002 que Institui as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo Resolução CNE/CEB Nº2, de 28 de Abril de 2008 que Institui Diretrizes Complementares para a Educação Básica nas Escolas do Campo Diretrizes Curriculares da Rede Pública Estadual do Paraná – Educação do Campo. Secretaria de Estado da Educação (SEED). 87 www.diaadia.pr.gov.br/dedi: Material de apoio pedagógico: grupo de estudos.2008. Textos Educação do Campo - Acesso em 20 de novembro de 2010: hora: 8h . http://www.contee.org.br. Acesso em 20 de novembro de 2010: hora: 09h e 48 min. http://www.inep.gov.br. Acesso em 20 de novembro de 2010: hora: 10h e 11 min. http://www.inep.gov.br/basica/censo/Escolar/Matricula/censoescolar_2009.Acesso 22/11/2010 as 10h e 54 min. em 88 8. ANEXOS 8.1 Calendário Escolar Diurno 89 8.1 Calendário Escolar Noturno 90 8.2 Matriz Curricular 8.2.1 Matriz Curricular Diurno ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO MUNICÍPIO: 0150 - ARAPONGAS NRE: 01 – APUCARANA ESTABELECIMENTO: 00295 – JÚLIO JUNQUEIRA, C.E. DR – ENS. FIND. E MÉDIO ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 0009 – ENSINO FUNDAMENTAL TURNO: MANHÃ/TARDE ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010- SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS DISCIPLINAS 5º 6º 7º 8º /SÉRIE BASE NACIONAL ARTE 2 2 2 2 CIÊNCIAS 3 3 3 4 EDUCAÇÃO FÍSICA 3 3 3 3 ENSINO RELIGIOSO 1 1 GEOGRAFIA 3 3 4 3 HISTÓRIA 3 3 3 3 LINGUA PORTUGUESA 4 4 4 4 MATEMÁTICA 4 4 4 4 22 22 22 22 2 2 2 2 SUB -TOTAL 2 2 2 2 TOTAL GERAL 24 24 25 25 COMUM SUB TOTAL PD L.E.M – INGLÊS Arapongas, 17 de novembro de 2009. 91 8.2.1 Matriz Curricular Noturno ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NRE: 01 – APUCARANA MUNICÍPIO: 0150 – ARAPONGAS ESTABELECIMENTO: 00295 – JÚLIO JUNQUEIRA, C.E. DR – ENS. FIND. E MÉDIO ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 0009 – ENSINO MÉDIO ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 - SIMULTÂNEA BASE NACIONAL COMUM TURNO: NOITE MÓDULO: 40 SEMANAS DISCIPLINAS /SÉRIE 1º 2º 3ª ARTE - - 2 BIOLOGIA 2 2 2 EDUCAÇÃO FÍSICA 2 2 2 FILOSOFIA 2 2 2 FÍSICA 2 2 2 GEOGRAFIA 2 2 2 HISTÓRIA 2 2 2 LINGUA PORTUGUESA 3 4 2 MATEMÁTICA 4 3 3 QUÍMICA 2 2 2 SOCIOLOGIA 2 2 2 SUB TOTAL 23 23 23 L.E.M – INGLÊS 2 2 2 SUB -TOTAL 2 2 2 TOTAL GERAL 25 25 25 PD Arapongas, 17 de novembro de 2009. 92 8.3 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULAR 8.3.1 Proposta Pedagógica Curricular de Artes Ensino Fundamental Docentes: Patrícia Midori Sawamura 8.3.1.1 Apresentação da Disciplina “Toda a obra de Arte é de alguma maneira feita duas vezes. Pelo criador e pelo espectador, ou melhor, pela sociedade à qual pertence o espectador.” Pierre Bourdieu, 1986. As manifestações artísticas dos povos de culturas de diferentes épocas e lugares contribuem para o entendimento do modo de viver e pensar do homem em seu contexto histórico. Visto que desde a pré-história o homem sentiu a necessidade de se expressar pelo desenho, pela pintura, pelo corpo, pelo som, conclui-se que a arte é uma necessidade humana, e como tal, está presente em todo indivíduo, e sendo assim, se torna essencial seu desenvolvimento na educação do homem. A respeito do panorama histórico do ensino da arte no Brasil, podemos destacar: − Em 1816, D. João VI trouxe a Missão Francesa com o intuito de formar uma Escola de Arte, que teve os seus trabalhos iniciados dez anos mais tarde, mas devido ao custo elevado, eram poucos que tinham a oportunidade de estudar Arte. − Entre 1890 e 1920 predominavam, aqui no Brasil, a cópia de quadros e o desenho geométrico. A partir de 1920, a Arte passa a ser incluída no currículo escolar como atividade integrativa, apoiando o aprendizado de outras disciplinas, porém, os exercícios de cópia são mantidos. − Em 1922, com a Semana de Arte Moderna, a Arte-Educação no Brasil teve um grande impulso, com as idéias de livre expressão, trazido por Mário de Andrade e 93 Anita Malfatti que acreditavam que a Arte tinha como finalidade principal permitir que a criança expressasse seus sentimentos e também tinham a idéia de que ela não é ensinada, mas, expressada. − A partir dos anos 50, além de Desenho, passaram a fazer parte do currículo escolar as matérias: Música, Canto Orfeônico e Trabalhos Manuais, que mantinham de alguma forma o caráter e a metodologia do ensino artístico anterior. O ensino e a aprendizagem estavam concentrados na transmissão de conteúdos a serem reproduzidos, não se preocupando com a realidade social e nem com as diferenças individuais dos alunos, ou seja, a chamada Pedagogia Tradicional. − O Brasil ainda passou nas décadas de 50, 60 e início da década de 70, pela fase da Pedagogia Nova, que tinha como ênfase a livre expressão e a espontaneidade e pela Pedagogia Tecnicista, onde o aluno e o professor tinham um papel secundário, tendo como elemento principal, o sistema técnico de organização. Neste período, nas aulas de Arte, os professores enfatizavam um saber construir reduzido dos aspectos técnicos e do uso diversificado de materiais, caracterizando pouco compromisso com o conhecimento da linguagem artística. − A Arte foi incluída no currículo escolar, desde 1971, com o nome de Educação Artística, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ainda como "atividade educativa" e não como disciplina, sofrendo em 1988, a ameaça de ser excluída do currículo, a partir das discussões sobre a Nova Lei de Diretrizes e Bases: "(...) convictos da importância de acesso escolar dos alunos de ensino básico também à área de Arte, houve manifestações e protestos de inúmeros educadores contrários a uma das versões da referida lei, que retirava a obrigatoriedade da área". Por não ser uma considerada uma disciplina, a Educação Artística não tinha o "poder" de reprovar nenhum aluno e fazia com que os mesmos não tivessem interesse pela mesma, fazendo com que ela fosse vista como aulinha de desenho e o professor visto como organizador de festas e eventos na escola. 94 − A partir dos anos 80, passa-se a discutir novas técnicas educacionais, aonde segundo BARBOSA (1994), o ensino da Arte deve seguir o que ela chama de Metodologia Triangular que é composta pela História da Arte, pela leitura da obra de arte e pelo fazer artístico, ou seja, a pessoa que aprende Arte deve saber, não apenas fazer algo, mas, também saber de onde veio aquilo que ela está fazendo, o que levou aquelas pessoas a fazerem aquela obra, para assim, fazerem à leitura da obra, podendo perceber a mensagem o que o artista quis passar através da sua obra. Além disso, ao criarem suas obras artísticas, poderão criar algo que transmita uma mensagem, dando sentido à Arte. Isso não significa que a técnica deva ser deixada de lado, é importante que o aprendiz venha a conhecê-las para aprimorar cada dia mais o seu trabalho, mas, a técnica sozinha, não dá sentido à obra. − Com a LDB de 1996 (lei no. 9.394/96), revogam-se as disposições anteriores e a Arte é considerada disciplina obrigatória na educação básica conforme o seu artigo 26, parágrafo 2° que diz que o ensino de arte constituiria componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, visando o desenvolvimento cultural dos alunos. − Atualmente o ensino de Arte está voltado para as linguagens de Música, Dança Teatro (Artes Cênicas) e Artes Plásticas. As áreas artísticas compõem procedimentos que permitem que o tempo e o espaço se misturem na produção artística. As artes visuais, a música, a dança e o teatro inseridos no meio escolar, devem ser concebidos como forma de articular a construção do conhecimento através de objetivos e conteúdos específicos. O ensino da Arte é um processo que envolve uma sistematização dos conhecimentos em todas as áreas artísticas. Dimensiona a importância do saber, da percepção, reflexão e experimentação, desenvolvendo, ampliando e instrumentalizando no aluno, potencialidades crítico-expressivas, que estruturam seu conhecimento, sua percepção, leitura e apreciação da produção cultural nas manifestações artísticas de 95 diferentes períodos. Ao ter oportunidade de ampliar sua visão de mundo, através do conhecimento das diversas realidades culturais e da produção artística, o aluno se familiariza com estas linguagens, tornando-as como parte da sua vida. 8.3.1.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos da Disciplina 5ª Série Artes Visuais ELEMENTOS FORMAIS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz Bidimensional Figurativa Geométrica Simetria Técnicas: pintura, escultura, arquitetura... Arte Greco-Romana Arte Africana Arte Oriental Arte Pré-Histórica Gêneros: cenas da mitologia... Música CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Altura Greco-Romana Ritmo Duração Oriental Melodia Timbre Ocidental 96 Intensidade Densidade Escalas: diatônica pentatônica Cromática Improvisação Africana Teatro CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço Enredo, roteiro. Espaço Cênico, adereços. Greco-Romana Teatro Oriental Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara... Tetro Medieval Renascimento Dança CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Kinesfera Eixo Ponto de apoio Movimentos articulares Fluxo (livre e interrompido) Movimento Corporal Tempo Espaço Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Pré-história Greco-Romana Renascimento Dança Clássica Dimensões (pequeno e grande) Técnica: Improvisação Gênero: Circular 97 6ª Série Artes Visuais CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Ponto Proporção Linha Tridimensional Textura Figura e fundo Forma Abstrata Superfície Perspectiva Volume Técnicas: Pintura, escultura, modelagem, gravura... Arte Indígena Arte Popular Cor Luz Brasileira e Paranaense Renascimento Barroco Gêneros: Paisagem, retrato, natureza morta... Música CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Ritmo Altura Duração Timbre Intensidade Densidade Melodia Escalas Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnico. Música popular e étnica (ocidental e oriental) Técnicas: vocal, instrumental e mista Improvisação 98 Teatro CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço Representação, Leitura dramática, Cenografia. Técnicas: jogos teatrais, mímica, improvisação, formas animadas... Comédia dell’arte Teatro popular Brasileiro e Paranaense Gêneros: Rua e arena, caracterização. Dança CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Movimento Corporal Ponto de Apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido e conduzido) Brasileira Paranaense Tempo Espaço Dança Popular Lento, rápido e moderado Níveis (alto, médio e baixo) Formação Direção Gênero: Folclórica, popular e étnica Africana Indígena 99 7ª Série Artes Visuais CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Linha Forma Textura Superfície Volume Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Estilização Deformação Indústria Cultural Arte no Século XX Arte Contemporênea Técnicas: desenho, fotografia, audio-visual e mista... Cor Luz Música CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Altura Ritmo Duração Melodia Timbre Harmonia Intensidade Tonal, modal e a fusão de ambos. Densidade Indústria Cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, Tecno Técnicas: vocal, instrumental e mista. 100 Teatro CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Representação no Cinema e Mídias Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço Texto dramático Indústria Cultural Maquiagem Realismo Sonoplastia Expressionismo Roteiro Cinema Novo Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica... Dança CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Giro Rolamento Hip Hop Saltos Musicais Movimento Corporal Tempo Espaço Aceleração e desaceleração Direções (frente, atrás, direita e esquerda) Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: Indústria Cultural e espetáculo Expressionismo Indústria Cultural Dança Moderna 101 8ª Série Artes Visuais CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Linha Bidimensional Forma Tridimensional Textura Figura-fundo Superfície Ritmo Visual Volume Técnica: Pintura, grafitte, performance... Cor Luz Realismo Vanguardas Muralismo e Arte Latino-Americana Hip Hop Gêneros: paisagem urbana, cenas do cotidiano... Música CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Altura Ritmo Duração Melodia Timbre Harmonia Técnicas: vocal, instrumental, mista. Intensidade Densidade Gêneros: popular, folclórico e étnico. Música Engajada Música popular brasileira Música Contemporânea 102 Teatro CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço Técnicas: monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, TeatroFórum... Teatro Engajado Teatro do Oprimido Dramaturgia Teatro Pobre Cenografia Teatro do Absurdo Sonoplastia Vanguardas Iluminação Figurino Dança CONTEÚDOS ESTRUTURANTES ELEMENTOS MOVIMENTOS E COMPOSIÇÃO FORMAIS PERÍODOS CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE Movimento Corporal Tempo Espaço Kinesfera Ponto de apoio PEso Fluxo Quedas Saltos Giros Rolamentos Extensão (perto e longe) Vanguardas Dança Moderna Dança Contemporânea Coreografia Deslocamento Gênero: Performance e moderna 103 8.3.1.3 Metodologia A metodologia do Ensino de Arte não deve ser isolada em si própria, é educar, é ensinar a ver, ouvir criticamente, a interpretar a realidade, a fim de ampliar a possibilidade de relacionar e despertar o conhecimento estético, artístico e contextualizado. Do ponto de vista metodológico, o ensino da Arte priorizará a interação da leitura da produção de arte com a familiarização cultural e com o fazer artístico. A participação do professor será de oferecer nesse universo artístico a sistematização dos conhecimentos, informar e propiciar situações que possam instigar a percepção, identificação da arte e a realidade, investigação e organização de informações para formar hipóteses e idéias, desenvolvendo as atividades de maneira construtiva e criativa, vinculadas à apreciação e ao fazer artístico. A reeducação do olhar é uma tarefa proposta também durante o trabalho, pois é necessário reaprender algumas coisas, desfazer esteriótipos, estabelecer conexões como um rizoma e não como um mapa conceitual. A escola visa a Educação do campo, assim por meio da alfabetização estética, assim, um dos objetivos da arte é levar o educando a observar o meio que o cerca, sua estrutura natural. Além disso, arte é matéria transformada. A arte pode instigar o aluno a buscar matéria no seu ambiente natural que possa ser transformada e concretizada ocupando lugar e espaço. De acordo com a lei federal 9795/99, a respeito da educação ambiental, o aluno poderá conhecer manifestações artísticas que poderão ajudar na concepção do meio ambiente em sua totalidade. O conteúdo irá contemplar de acordo com a lei federal 10639/03 o estudo da cultura afro-brasileira nas diversas áreas artísticas e com a lei federal 11645/08 além da cultura afro-brasileira irá a cultura indígena também. Dessa forma, o professor irá contribuir para a formação individual e social do aluno, onde a arte poderá ser entendida e percebida em sua dimensão. 104 Artes Visuais Será abordada além da produção artística universal e artistas consagrados, outras formas e imagens de diferentes aspectos presentes no mundo contemporâneo, sua análise e produção de trabalhos artísticos. - Imagens bidimensionais (desenhos, pinturas, gravuras, fotografia, propaganda visual). - Imagens tridimensionais (esculturas, instalações, produções arquitetônicas). Os conteúdos serão relacionados com a realidade do aluno, como por exemplo o trabalho com as mídias que fazem parte do nosso cotidiano. A leitura de obra de arte contemplará o sentir e perceber, a perspectiva histórica e crítica, completando o desenvolvimento da sensibilidade através do trabalho artístico fundamentado no conhecimento teórico da Arte. Dança Para o ensino da dança serão abordados seus conteúdos próprios que desenvolvem os aspectos cognitivos que possibilitam uma compreensão estética da arte. Além disso, sendo o elemento central da dança, o movimento corporal, o trabalho pode se basear em atividades que trazem a vivência do movimento e improvisação em composições coreográficas e processos de criação. É importante o aluno entender a dança como expressão, perceber o movimento corporal nos aspectos sociais, culturais e históricos, considerando algumas questões como a de gênero, as de necessidades especiais motoras e as de religião, bem como o repertório de dança dos alunos. Música A música como forma de representar o mundo e relacionar-se com ele, faz compreender a necessidade do homem de ouvir e produzir música. Para melhor compreendê-la é necessário ouvir os sons atentamente, de modo que se possa identificar seus elementos formadores. Assim, as atividades pertinentes ao aluno envolvem a apreciação e análise de músicas de diversos gêneros e períodos históricos, bem como uma diversidade de instrumentos musicais, técnicas vocais e os efeitos sonoros que são produzidos. Através dessa compreensão, o aluno poderá produzir um trabalho artístico relacionando o conhecimento do qual se apropriou. 105 Teatro Com o teatro o aluno tem possibilidade de desenvolver a criatividade, a memória, a coordenação e socializar-se através dos exercícios como os elementos formais e de composição do teatro. O trabalho artístico se torna fundamental para isso, mas também é importante ressaltar a teorização em arte. É essencial para o trabalho com o teatro, o sentir e perceber, por isso é importante não perder a oportunidade de oferecer aos alunos peças teatrais, para que eles possam analisá-las e usufruir. Na escola, as manifestações cênicas estão presentes nos jogos e brincadeiras, nas festividades, ou seja, o trabalho artístico do aluno pode ser inserido em eventos culturais que são realizados em conjunto por todos da comunidade escolar. 8.3.1.4 Avaliação A concepção de avaliação será diagnóstica, pois é referência para o planejamento e avaliação do aluno, é também processual por estar em todos os momentos da prática pedagógica, tendo em vista os objetivos de cada assunto, considerando a participação e os conhecimentos adquiridos pelo aluno. A avaliação poderá ser feita através de provas, pesquisas, seminários, trabalhos individuais e em grupo, atividades práticas, atividade extraclasse, situações de autoavaliação para oportunizar a reflexão e o senso crítico do aluno, visando determinadas expectativas de aprendizagem como: a compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea, a produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua realidade singular e social, a apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo. Será oportunizada ao aluno a recuperação de estudos com a retomada do conteúdo através e a reavaliação necessária a partir do diagnóstico resultante da avaliação. A avaliação deve valorizar conhecimentos, o desenvolvimento individual e em grupo tanto nas artes visuais, como na dança, música e teatro, procurando garantir ao 106 alunos a produção do saber científico historicamente acumulado, sem esquecer as experiências de vida e a realidade social de cada um. Dessa forma, proporcionar a conexão das manifestações artísticas passadas com a sua atualidade histórico social, desenvolvendo um processo de construção do conhecimento transformador. 8.3.1.5 Referencias ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna, Companhia das Letras, S.P. 1992. BARBOSA, Ana Mae B. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1986. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991. BUENO, Luciana Estevam Barone. . Metodologia do ensino das artes – Linguagem das Artes Visuais. Curitiba: IBPEX, 2008. DÓRIA, Maria Fleury Teixeira. Metodologia do ensino das artes – Linguagem do Teatro. Curitiba: IBPEX, 2009. FERREIRA, A. B. de H. 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Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008. Cadernos Temáticos: A inserção dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED – PR, 2005. 43 p. HERNÁNDEZ, Fernando. A transgressão: Fernando Hernández e os projetos de trabalho Disponível em <http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=3> KOUDELA, Ingrid Dormien. A Nova Proposta de Ensino do Teatro. Disponível em < http://www.eca.usp.br/prof/ingrid/site/pdf/novapropostadeensino.PDF> MACHADO, Maria Clara. Teatro na educação. Disponível em <http://www.bernardojablonski.com/pdfs/graduacao/teatro_na_educacao.pdf> 108 8.3.2 Proposta Pedagógica Curricular de Artes Ensino Média DOCENTE: Cristiano Regis Barboza 8.3.2.1 Apresentação da Disciplina 8.3.2.1.1 Histórico da disciplina Durante o período colonial, a Companhia de Jesus desenvolveu o uso pedagógico da arte por meio da retórica, literatura, música, teatro, dança, pintura, escultura e artes manuais, ensinava-se a arte ibérica da Idade Média e renascentista, valorizando também as manifestações artísticas locais. Esse contexto foi importante na constituição da matriz cultural brasileira e manifesta-se na cultura popular paranaense, por exemplo, nas Cavalhadas, na Folia de Reis e na Congada. Entre o século XVI e XVIII a Europa passou por transformações, o ensino passa a dar enfatize as ciências naturais e dos estudos literários, incluíam em seus currículos estudos do desenho associado à matemática e da harmonia na música como forma de priorizar a razão na educação e na arte. Em 1808, com a vinda da família real para o Brasil, ocorre a vinda de um grupo de artistas franceses encarregado da fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os alunos poderiam aprender as artes e ofícios artísticos, a chamada missão francesa, cuja concepção de arte vinculava-se ao estilo neoclássico, fundamentado no culto à beleza clássica. Esse padrão estético entrou em conflito com a arte colonial e suas características, como o Barroco presente na arquitetura, escultura, talhe e pintura. Em 1846 foi fundado no Paraná o Liceu de Curitiba e em 1886 a Escola de Belas Artes e Indústrias que desenvolve as artes plásticas e a música na cidade, em 1917, a Escola Profissional Feminina oferecia desenho e pintura, cursos de corte e costura, arranjos de flores e bordados. Em 1890, ocorreu a primeira reforma educacional do Brasil 109 republicano, e foi marcada pelos conflitos de idéias positivistas e liberais. Os positivistas defendiam a valorização do desenho geométrico, enquanto os liberais defendiam um ensino voltado para o trabalho, com a vitória dos positivistas, o ensino da arte passou a abordar somente as técnicas e artes manuais. No entanto, as políticas educacionais voltadas ao mercado de trabalho têm sido uma constante, como, por exemplo, no período do Governo de Getúlio Vargas, na ditadura militar. Em 1922 ocorre a Semana de Arte Moderna, um importante marco para a arte brasileira, associado aos movimentos nacionalistas da época. Esses artistas direcionaram seus trabalhos para a pesquisa e produção de obras a partir das raízes nacionais. O movimento modernista valorizava a cultura popular, pois entendia que desde o processo de colonização a arte indígena, a arte medieval e renascentista européia e a arte africana, cada qual com suas especificidades, constituíram a matriz da cultura popular brasileira. O ensino de Arte passou a ter enfoque na expressividade, espontaneísmo e criatividade. Pensada inicialmente para as crianças, essa concepção foi gradativamente incorporada para o ensino de outras faixas etárias. Apoiou-se muito na pedagogia da Escola Nova, fundamentada na livre expressão de formas, individualidade, inspiração e sensibilidade, o que rompia com a transposição mecanicista de padrões estéticos da escola tradicional. A Escola Nova centrava sua ação no aluno e na sua cultura, em contraposição às formas anteriores de ensino impostas por modelos que não correspondiam ao universo cultural dos alunos. No Governo de Getúlio Vargas, Villa Lobos tornou obrigatório o ensino de música nas escolas por meio da teoria e do canto orfeônico, numa política de criação de uma identidade nacional, expressavam a música erudita e popular de forma integrada. No Paraná, com a chegada dos imigrantes e, entre eles, artistas, que vieram com novas idéias e experiências culturais diversas, como a aplicação da Arte aos meios produtivos e o estudo sobre a importância da Arte para o desenvolvimento da sociedade. As características da nova sociedade em formação e a necessária valorização da realidade local estimularam movimentos a favor da Arte se tornar disciplina escolar. Entre as inovações, abriu espaço para o ensino artístico e profissional, associando a técnica com a estética, num contexto histórico em que o 110 trabalho artesanal era substituído pela técnica industrial. Em 1937, é criada a Escolinha de Arte do Ginásio Belmiro César, cuja proposta era a de oferecer atividades livres em período alternativo às aulas dos alunos, adotava correntes teóricas e pedagógicas fundamentadas na liberdade de expressão. A partir da década de 1960, as produções e movimentos artísticos se intensificaram: com as Bienais e os movimentos contrários a elas; a Bossa Nova e os festivais; o Teatro Oficina e o Teatro de Arena; e o Cinema Novo. Esses movimentos tiveram forte caráter ideológico, propunham uma nova realidade social. Com o AI-5, em 1968, esses movimentos foram reprimidos, e foi nesse momento que a disciplina de Educação Artística tornou-se obrigatório no Brasil. Entretanto, seu ensino foi fundamentado para o desenvolvimento de habilidades e técnicas, o que minimizou o conteúdo, o trabalho criativo e o sentido estético da arte. Cabia trabalhar somente o domínio dos materiais que seriam utilizados na sua expressão. A partir de 1980, inicia-se uma mobilização social pela redemocratização e discussão dos problemas educacionais, e as novas teorias propunham oferecer ao educando acesso aos conhecimentos da cultura para uma prática social transformadora. Em 1990 foi publicado o Currículo Básico para Ensino de 1o grau e em seguida. o Documento de Reestruturação do Ensino de 2o grau da Escola Pública do Paraná. De 1997 a 1999 foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), tornando-se os novos orientadores do ensino. Em 2003, iniciou-se no Paraná um processo de discussão pautado na retomada de uma prática reflexiva para a construção coletiva de diretrizes curriculares estaduais. As novas diretrizes curriculares concebem o conhecimento nas suas dimensões artística, filosófica e científica e articula-se com políticas que valorizam a arte e seu ensino na rede estadual do Paraná. Um exemplo dessas políticas resultou no aumento do número de aulas de Arte e a retomada dos concursos públicos para professores. A distribuição de material didático e do Livro Didático Público de Arte; o acesso a equipamentos e recursos tecnológicos e a oportunidade de formação continuada, buscam estimular os estudos do professor pesquisador. Neste contexto de mudanças e avanços no ensino de Arte, a lei que estabelece a obrigatoriedade da temática “História 111 e Cultura Afro- Brasileira e Indígena”, busca romper com uma hegemonia da cultura européia, ainda presente em muitas escolas. Ainda no ano de 2008, foi sancionada a lei que estabelece a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Reconhece-se que os avanços recentes podem levar a uma transformação no ensino de Arte. Entretanto, ainda são necessárias reflexões e ações que permitam a compreensão da arte como campo do conhecimento, de modo que não seja reduzida a um meio de comunicação para destacar dons inatos ou a prática de entretenimento e terapia. Assim, o ensino de Arte deixará de ser coadjuvante no sistema educacional para se ocupar também do desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída historicamente e em constante transformação. 8.3.2.1.2 Importância da disciplina O estudo da arte favorece aos estudantes a análise, reflexão e troca de idéias sobre as práticas artísticas e a contextualização das mesmas, no mundo regional, nacional, e internacional tomando um posicionamento. Enfim, a Arte é desde o início, a comunicação visual de toda nossa história. Conhecer arte no Ensino Médio significa apropriarem-se de saberes culturais e estéticos inseridos na sociedade, nas práticas de produção e nas apreciações artísticas, que são fundamentais para a formação e desempenho social do cidadão. Por ser um conhecimento humano articulado no âmbito sensível-cognitivo, através da arte se manifestam significados, modos de criação e comunicação sobre o mundo da natureza e da cultura, essa dimensão social das manifestações artísticas revela modos de perceber, sentir e articular significados e valores que orientam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos da sociedade. A inovação e a inventividade são necessidades humanas, assim, o ensino de artes tem também a função de fazer a ponte para a aplicação do conhecimento das línguas artísticas, aliado a percepção de contexto e conhecimentos práticos próprios de cada individuo, para a criação artística e desenvolvimento da identidade do individuo. Busca analisar o espaço da arte a partir de uma perspectiva histórica, procurando desenvolver no estudante uma percepção ativa em relação à realidade. 112 8.3.2.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos Da Disciplina Conteúdos estruturantes são conhecimentos de grande amplitude, conceitos que se constituem em fundamentos para a compreensão de cada uma das áreas de Arte. Os conteúdos estruturantes são apresentados separadamente para um melhor entendimento dos mesmos, no entanto, metodologicamente devem ser trabalhados de forma articulada e indissociada um do outro. Os conteúdos estruturantes da disciplina de artes são: ÁREA ARTES VISUAIS Conteúdos Estruturantes Elementos Formais Composição Conteúdos Básicos − Ponto − Linha − Forma − Textura − Volume − Superfície − Volume − Cor − Luz − Bidimensional − Tridimensional − Figura e fundo − Figurativo − Perspectiva − Abstrato − Semelhanças − Contrastes − Ritmo Visual − Simetria − Deformação 113 − Estilização − Técnica: Pintura, desenho,modelagem, instalação, − performance, fotografia, gravura,e − esculturas, arquitetura, história em − quadrinhos... − Gênero: paisagem, natureza-morta, − Cenas do cotidiano, histórica, religiosa, da mitologia... Movimentos e períodos − Arte Ocidental − Arte Oriental − Arte Africana − Arte Brasileira − Arte Paranaense − Arte Popular − Arte de Vanguarda − Indústria Cultural − Arte Contemporânea − Arte Latino-Americana ÁREA MÚSICA Conteúdo Estruturante Elementos Formais Composição Conteúdos Básicos − Altura − Duração − Timbre − Intensidade − Densidade − Ritmo − Melodia − Harmonia − Escalas − Modal,Tonal e fusão de ambos − Gêneros: erudito,clássico, popular, étnico, 114 folclórico,pop... Movimentos e períodos • Música popular • Brasileira • Paranaense • Popular • Indústria Cultural • Engajada • Vanguarda • Ocidental • Oriental • Africana • Latino-Americana ÁREA TEATRO Conteúdos Estruturante Elementos Formais Conteúdos Básicos Personagem:expressões − corporais,vocais,gestuais e faciais Composição − Ação − Espaço − Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro-Fórum − Roteiro − Ensino-aprendizagem ação e leitura dramática − Gênero: Tragédia, comédia, drama e épico − Dramaturgia − Representação nas mídias − Caracterização − Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação − Direção − Produção 115 Movimentos e períodos • Teatro Greco-Romano • Teatro Medieval • Teatro Brasileiro • Teatro Paranaense • Teatro Popular • Indústria Cultural • Teatro Engajado • Teatro Dialético • Teatro Essencial • Teatro do Oprimido • Teatro Pobre • Teatro de Vanguarda • Teatro Renascentista • Teatro Latino- Americano • Teatro Realista • Teatro Simbolista ÁREA DANÇA Conteúdos Estruturantes Elementos Formais Composição Conteúdos Básicos − Movimento Corporal − Tempo − Espaço • Kinesfera • Fluxo • Peso • Eixo • Salto e queda • Giro • Rolamento • Movimentos articulares, lento, rápido e moderado • Aceleração • Níveis 116 • Deslocamento • Direções • Planos Improvisação • Coreografia • Gêneros: Espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão. Movimentos e períodos • Pré-história • Greco-Romana • Medieval • Renascimento • Dança Popular • Brasileira • Paranaense • Africana • Indígena • Hip Hop • Indústria Cultural • Dança Moderna • Dança Contemporânea 117 8.3.2.3 Metodologia da Disciplina A metodologia do ensino da Arte priorizará a interação da leitura da produção de arte com a familiarização cultural e com o exercício artístico. Buscar-se-á formas originais e interdisciplinares de expressar idéias com o grupo, promovendo observações, experimentações, discussões e análises para que se possa entrar em contato, não só com as formas e linguagens técnicas, mas também com ideias e reflexões, propostas pelas diferentes áreas artísticas, assim como, conhecer a importância da historia e cultura Afro-Brasileira e Indígena na formação da sociedade nacional, buscando resgatar as suas contribuições nas áreas social, histórica e artística para a formação cultural brasileira, rompendo com uma hegemonia cultural européia vigente. Também inserir no transcorrer do curso debates sobre temas contemporâneos, como à preservação do meio ambiente e violência escolar, expressos através de pinturas, músicas e teatro. Entende-se que aprender arte envolve não apenas uma atividade de produção artística pelos alunos, mas também compreender o que fazer e o que os outros fazem; pelo desenvolvimento da percepção estética, por contato com o fenômeno artístico, visto como objeto de cultura na história humana e como conjunto das relações. Sabe-se que ao fazer e conhecer arte, o aluno percorre os trajetos de aprendizagem que proporcionam conhecimentos específicos sobre a sua relação com o mundo. Além disso, desenvolvem potencialidades que podem contribuir para a consciência de seu lugar no mundo, e para compreensão de conteúdos das outras áreas do conhecimento. A criação de um clima de parceria e construção coletiva, o respeito e a valorização das ideias do aluno, facilitam a construção de uma relação interpessoal e comunicação construtiva, sendo um elemento de grande motivação para a aprendizagem. Também a utilização de toda forma de tecnologia presente na escola para auxiliar na absorção de conhecimento pelo aluno, através do uso de imagens, vídeos e filmes, buscando a memorização e construção de uma aprendizagem significativa. Hoje, a existência da rede de internet favorece infinitamente a pesquisa de qualquer tema, assim, é importante que os alunos tenham acesso a esta tecnologia, mas também se faz necessário o auxilio aos alunos para que façam a pesquisa da maneira mais correta e ágil. Na apresentação dos conteúdos serão 118 utilizados vários elementos para alcançar todos os meios de comunicação do aluno: como a escrita, mesmo que resumida, explicação verbal e debate sobre os temas, apresentação de imagens e vídeos, leitura de material, seja de imagens, textos, revistas ou jornais, maquetes ou modelos, também a produção de trabalhos práticos ou de pesquisa, tudo buscando contextualizar através da associação com temas contemporâneos ou do cotidiano dos alunos. De acordo com a Lei 11645/08-História e cultura dos povos Indígenas, Lei 10639/03-História e cultura Afro-brasileira e Africana e Lei 9795/99-Política nacional de Educação Ambiental e ainda a Educação no campo, a Educação fiscal, a inclusão, Drogas e álcool, estes itens serão incorporados aos conteúdos planejados na medida em que surgirem as oportunidades, independente a datas fixadas. 8.3.2.4 Avaliação A avaliação se dará de maneira processual e contínua, e deverá levar em conta as relações estabelecidas pelo aluno entre os conhecimentos em arte e a sua realidade, evidenciados tanto no processo, quanto na produção individual e coletiva, desenvolvidas a partir desse saberes, permitindo ao aluno posicionar-se em relação aos trabalhos artísticos estudados e produzidos. Quanto aos instrumentos de avaliação deverá ser composto por seminários, debates, trabalhos teóricos e práticos, individuais ou em grupos, discussões e pesquisas, provas com questões objetivas e dissertativas. O sistema da avaliação consistirá também na observação e registro dos caminhos percorridos pelo aluno em seu processo de aprendizagem, acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas criações/produções. O sistema de avaliação é bimestral e será composto da seguinte somatória: 5,0 (cinquenta, zero) referente a atividades diversificadas; 5,0 (cinquenta, zero) referente as provas escritas e/ou orais. A recuperação de estudos acontecerá de forma permanente e concomitante, contemplando os preceitos do Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar deste estabelecimento. 119 Para possibilitar essa avaliação individual, é necessário utilizar vários instrumentos de avaliação, como diagnóstico inicial, durante o percurso e final do aluno e do grupo, trabalhos artísticos, provas teóricas e práticas, auto-avaliação, atividades feitas no caderno. Aos alunos que ao final da avaliação não obtiverem a média máxima (10,0), poderão ser submetidos à Recuperação Bimestral de nota e conteúdos. A recuperação bimestral de nota terá o valor 10,0, possuindo valor substitutivo, valendo sempre a maior. Espera-se que com a avaliação em arte, o aluno seja capaz de: 7. Utilizar o conhecimento estético na compreensão das diversas manifestações culturais. 8. Observar as relações entre a arte e a realidade, investigando, indagando, exercitando a discussão, a sensibilidade, argumentando e apreciando a arte de modo criativo. 9. Ler o mundo de maneira mais crítica e eficiente nos seus posicionamentos e em suas tomadas de atitudes. 10. Entender o homem como um todo: razão e emoção, pensamento e percepção, imaginação e reflexão, possibilitando a compreensão da realidade e um modo de transformá-la. 11. Conhecer tanto o erudito como o popular, através dos movimentos artísticos, patrimoniais e seus precursores. 120 8.3.2.5 Referências NONELL, J. Bassegoda. Atlas de Historia da Arte. 3ª Edição, Barcelona: Ediciones Jover, 1980. MONTANER, Josep Maria. As Formas do Século XX. 2ª Edição, Barcelona: Gustavo Gili, 2002. BRIOCHI, Gabriela. Coleção Arte Hoje. 2ª Edição, São Paulo: FTD, 2003. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Arte, Curitiba: SEED-PR, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Livro Didático Público de Arte. 2ª Edição, Curitiba: SEED-PR, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo – Arte, Curitiba: SEED-PR, 2006. 121 8.3.3 Proposta Pedagógica Curricular de Biologia - Ensino Médio Docentes: Denise Rickli 8.3.3.1 Apresentação da Disciplina A Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno vida em toda a sua diversidade de manifestação. Ao longo da história a interpretação do fenômeno vida sofreu muitas mudanças sempre acompanhando a evolução e as necessidades da sociedade no momento histórico vivido. Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA, buscou-se, na história da ciência, os contextos históricos nos quais influências religiosas, econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa construção., ora um pensamento biológico descritivo, ora mecanicista ou evolutivo e mais recentemente o pensamento embasado nas manipulações genéticas. 8.3.3.1.1 Pensamento biológico descritivo Na antiguidade o filósofo Aristóteles deixou contribuições relevantes quanto à organização dos seres vivos, com interpretações filosóficas que buscavam, dentre outras, explicações para a compreensão da natureza. Na Idade Média, a concepção teocêntrica permeou as explicações sobre a natureza, somente nas universidades passou-se a discuti-la de maneira distinta do que ocorria nos centros religiosos. Com o rompimento da visão teocêntrica os conceitos sobre o ser humano passaram para o primeiro plano. Na Renascença, alguns naturalistas utilizaram o pensamento matemático como instrumento para interpretar a ordem mecânica da natureza; os botânicos tinham o enfoque descritivo, enquanto na zoologia, os animais eram analisados de forma comparativa. Em 1800, surgiram novos conhecimentos biológicos, como por 122 exemplo, a classificação dos seres vivos numa escala hierárquica envolvendo diferentes categorias e denominações. Lineu organizou a classificação dos seres vivos a partir de características estruturais, anatômicas e comportamentais. 8.3.3.1.2 Pensamento biológico mecanicista A zoologia, a botânica e a medicina trataram de explicar a natureza de forma descritiva, no contexto filosófico discutia-se a proposição de um método científico a ser adotado para compreender a natureza Descartes contrapõe-se ao pensamento baconiano considerando que a verdade: a razão humana Os embates teóricos tornaram-se mais evidentes com o questionamento sobre a origem da VIDA. As idéias sobre a geração espontânea, o pré-formismo versus a tese da epigênese. O pensamento mecanicista reafirmou-se com a invenção e o aperfeiçoamento de instrumentos que permitiram ampliar a visão anatômica e fisiológica. 8.3.3.1.3 Pensamento biológico evolutivo No fim do século XVIII e início do século XIX, a imutabilidade da VIDA foiquestionada com as evidências do processo evolutivo dos seres vivos. Ao se afirmar que todos os seres vivos, atuais e do passado, tiveram origem evolutiva e que o principal agente de modificação seria a ação da seleção natural a qual foi compreendida por poucos e aceita por uma minoria. Mas em 1865, Mendel apresentou sua pesquisa sobre a transmissão de características entre os seres vivos, mesmo que ainda não se conheciam os mecanismos de divisão celular e de transmissão de caracteres hereditário e com a proposição da teoria celular em que todas as coisas vivas – animais e vegetais – eram compostas por células, contribuiu para refutar a idéia da geração espontânea. 123 8.3.3.1.4 O pensamento biológico da manipulação genética A Biologia começou a ser vista como utilitária pela aplicação de seus conhecimentos na medicina, na agricultura e em outras áreas. Ao conhecer a estrutura e a função dos cromossomos foi possível desenvolver técnicas que permitiram intervir na estrutura do material genético e, assim, compreender, manipular e modificar a estrutura físico-química dos seres vivos e as conseqüentes alterações biológicas. Esses conhecimentos geram conflitos filosóficos, científicos e sociais e põem em discussão a manipulação genética e suas implicações sobre o fenômeno VIDA. Essas controvérsias contribuem para que um novo modelo explicativo se constitua como base para o desenvolvimento do pensamento biológico da manipulação genética. Organizar os conhecimentos biológicos construídos ao longo da história da humanidade e adequá-los ao sistema de ensino requer compreensão dos contextos em que a disciplina de Biologia é contemplada nos currículos escolares. No Brasil, a primeira tentativa de organização do ensino correspondente ao atual ensino médio foi a criação do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1838. Na década de 1930, com a criação dos cursos superiores de ciências naturais, os currículos escolares ampliaram a abordagem dos conhecimentos biológicos, considerando também os fatores sociais e econômicos. Em termos metodológicos, entretanto, manteve-se a ênfase no conteúdo, num ensino por natureza descritivo,livresco, teórico e memorístico. Na década de 1950, as aulas prática serviam como ilustração das aulas teóricas. Para promover a melhoria da formação científica dos alunos que ingressariam no ensino superior foi criado o IBECC. A tradicional divisão dos conteúdos em botânica e zoologia passou, então, do estudo sistemático das diferenças dos seres vivos para a análise dos fenômenos comuns entre eles, incluindo assuntos sobre constituição molecular, ecologia, genética e evolução. Ainda na década de 1960, surgiram os Centros de Ciências, com a finalidade de melhorar o ensino, treinar professores, produzir e distribuir textos didáticos e materiais de laboratório para as escolas de seus respectivos estados. O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a promulgação da Lei n. 5.692/71 que reformulou o ensino (básico) estruturando o 124 primeiro e segundo graus. Essa lei trazia, dentre outras alterações, o estabelecimento de um ensino tecnicista e a formação técnica compulsória para o segundo grau, visando atender o regime vigente, voltado para a ideologia do nacionalismo desenvolvimentista. A escola secundária deve servir à formação do trabalhador. Em meio à crise da década de 1980, foram feitas várias críticas às concepções que prevaleciam nos projetos para o ensino de ciências da década anterior. O ponto central dessas críticas estava relacionado à idéia de ciência positivista e à metodologia científica usada pelo aluno. Tais projetos eram permeados por uma concepção empírico-indutivista para o ensino de Biologia. Os conteúdos dessa disciplina eram aprendidos com base na observação, a partir da qual poderiam ser explicados por raciocínios lógicos comprovados pela experimentação, essa deveria garantir a revelação de novos fatos de forma que o ciclo se fechava. Nos anos de 1980, a redemocratização do Brasil colocou em pauta pesquisas sobre a aprendizagem dos conceitos científicos modelos de aprendizagem, a análise do processo de produção do conhecimento na ciência. Algumas dessas pesquisas consideravam os modelos de concepções alternativas, o conhecimento prévio do aluno sobre conceitos científicos. O ensino de ciências neste contexto passa a ser compreendido como um processo de transformação. No Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação propôs o Programa de Reestruturação do Ensino de Segundo Grau sob o referencial teórico da pedagogia histórico-crítica, na qual o conteúdo é visto como produção histórica e social, a educação escolar tem a obrigação de oferecer e o aluno tem o direito de conhecer. A abordagem desses conteúdos deve se dar na interação com a realidade concreta do aluno. Em 1998, foram promulgadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM – Resolução CNE/CEB n. 03/98), para normatizar a LDB n. 9.394/96. O ensino passou a ser organizado por áreas de conhecimento, ficando a Biologia disposta na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) enfatizaram o desenvolvimento de competências e habilidades em prejuízo de uma abordagem mais aprofundada dos conteúdos, direcionando o ensino para temas e desenvolvimento de projetos 125 considerados necessários para a vida do aluno. Baseados nas Diretrizes Curriculares o ensino de biologia se fundamenta na concepção histórica da ciência articulada aos princípios da filosofia da ciência. Ao partir da dimensão histórica da disciplina de Biologia, foi identificado os marcos conceituais da construção do pensamento biológico. A disciplina de Biologia para o Ensino Médio está dividida em quatro eixos ou conteúdos estruturantes que não resultam da apreensão contemplativa da natureza em si, mas dos modelos teóricos elaborados pelo ser humano, que evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais. Estes conteúdos devem ser trabalhados de forma interligada para garantir uma aprendizagem eficaz do fenômeno vida.São eles: 1.A organização dos seres vivos, 2. Os mecanismos biológicos, 3. Biodiversidade, 4.Manipulação Genética. . 126 8.3.3.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos de Biologia CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS - dos Classificação seres vivos; Deve-se ampliar a discussão para além da critérios taxônomicos e filogenéticos; comparação das características anatômicas e comportamentais dos seres, abordando a classificação dos seres vivos como uma - Sistemas biológicos: anatomia, tentativa de conhecer e compreender a fisiologia e morfologia diversidade biológica propiciando a compreensão sobre como o pensamento - Mecanismos do desenvolvimento humano, partindo da compreensão de embriológico; mundo imutável, chegou ao modelo de mundo em constante mudança - Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos; - Teorias evolutivas; - deve conhecimentos perspectiva características análise dos biológicos sob uma - fragmentada, pois este relações entre os seres vivos e basear-se na das hereditárias; MECANISMOS BIOLÓGICOS não Transmissão Dinâmica dos ecossistemas: conhecimento isoladamente, é insuficiente interdependência com o ambiente. para permitir ao aluno compreender as relações que se estabelecem entre os diversos mecanismos para manutenção da vida que constituem os diferentes grupos de seres vivos, como por exemplo, a - Organismos geneticamente locomoção, a digestão e a respiração, até o modificados. estudo dos componentes celulares e suas 127 respectivas funções. É importante considere o que o professor aprofundamento, a especialização, o conhecimento objetivo como ponto de partida para que se possa compreender os sistemas vivos como fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação deste sistema com os demais componentes do seu meio BIODIVERSIDADE Pretende-se caracterizar a diversidade da vida como um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou, ainda , de organismos no seu meio. Fundamenta-se na superação das concepções alternativas do aluno com concepções a aproximação científicas, das procurando compreender os conceitos da genética, da evolução e da ecologia, como forma de explicar a diversidade dos seres vivos MANIPULAÇÃO GENÉTICA o trabalho pedagógico, neste conteúdo estruturante, deve abordar os avanços da biologia molecular; as biotecnologias aplicadas e os aspectos bioéticos os avanços biotecnológicos que envolvem a manipulação genética, permitindo compreender a interferência do ser humano na diversidade biológica.Estes problemas 128 relacionam os conteúdos da Biologia ao cotidiano do aluno para ele busque compreender e atuar na sociedade de forma crítica. Assim como as demais ciências a Biologia não é um saber neutro, mas sim, um conjunto de fatos científicos socialmente produzidos numa sociedade historicamente determinada. Com crescente valorização do conhecimento e a capacidade de inovar exige pessoas capazes de aprender continuamente. Para tanto, a Biologia deve permitir a compreensão dos avanços tecnológicos, considerando a Bioética, a diversidade cultural, ética-racial e o desenvolvimento sustentável, visando bens coletivos priorizando a conservação da vida e do ambiente, usufruindo sem destruir 129 8.3.3.3 Metodologia da Disciplina de Biologia No ensino de Biologia, valoriza-se a construção histórica dos conhecimentos biológicos, articulados à cultura científica, socialmente valorizada a formação do sujeito crítico, reflexivo e analítico, em que o professor compartilha com os alunos a afirmação e a produção de saberes científicos a favor da compreensão do fenômeno VIDA. Críticos como Michael Apple (2006) e Henry Giroux (1983) propõem como alternativa o fortalecimento de lutas contra-hegemônicas e de currículos que partam das desigualdades e da diversidade, que valorizem e incorporem as culturas vividas pelos alunos, respeitando seus saberes e suas experiências, e que possam desconstruir as tradicionais fronteiras entre a cultura popular, a cultura erudita e a cultura de massa. Segundo GASPARIN (2002); e SAVIANI (1997); o ensino dos conteúdos específicos de Biologia apontam para as seguintes processo pedagógico: Prática social: caracteriza-se por ser o ponto de partida onde se observa o senso comum dos alunos a respeito do conteúdo a ser trabalhado. Problematização: fase de detecção e apontamento das questões que precisam ser resolvidas. Instrumentalização: e a apresentação sistematizada dos conteúdos. Catarse: é a fase em que o aluno confronta o conhecimento adquirido com o problema em questão. Retorno à prática social: É o retorno ao ponto de partida, mas agora com um saber concreto e pensado de maior clareza e compreensão voltado para o âmbito social. Dentro da metodologia proposta por GASPARIN, há possibilidade de trabalhar no cotidiano escolar a diversidade cultural, valorizando o modo de ser e viver das diversas culturas e etnias que formam o povo brasileiro. No contexto das diversas dimensões que um conteúdo apresenta, não é difícil contemplar os desafios educacionais contemporâneos e as peculiaridades da educação em cada região. Compreendendo a proposta dos Conteúdos Estruturantes o professor em suas aulas pode contemplar diversas metodologias tais como: Exposição oral feita pelo professor, acompanhado de discussões onde o aluno emita opiniões, levante hipóteses e construa novos conhecimentos. 130 Pesquisas, entrevistas, relatórios, resolução de atividades que explorem a interpretação de gráficos, mapas e charges. Debates em grupos e seminários Aulas práticas Visitas de estudo para buscar informações em outros ambientes TV multi-mídia Vídeos As aulas de Biologia devem propiciar ao educando a compreensão da prática social, pois revelam a realidade concreta de forma crítica e explicitam as possibilidades de atuação dos sujeitos no processo de transformação desta realidade. Dessa forma visa-se a formação de um cidadão crítico, reflexivo e atuante em seu meio. Também os jogos didáticos contribuem para gerar desafios com finalidade e desenvolver habilidades de resolução de problemas. A abordagem pedagógica sobre a história e cultura afro-brasileira e Africana, bem como, sobre a cultura indígena será desenvolvida por meio de análises que envolvam a constituição genética da população brasileira. Os conteúdos específicos a serem trabalhados serão relacionados tanto aos conteúdos estruturantes quanto aos conteúdos básicos da disciplina de forma contextualizada, favorecendo a compreensão da diversidade biológica e cultural. Quanto ao trabalho envolvendo a educação ambiental, em concordância com a Lei n. 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, este deverá ser uma prática educativa integrada, contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos. 131 8.3.3.4 Avaliação A avaliação é uma prática inerente ao processo ensino-aprendizagem tanto como meio de diagnóstico do processo quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica. Adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento analítico do processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de superarem os obstáculos existentes. Considera-se a avaliação em Biologia um instrumento de aprendizagem que forneça um feedback adequado para promover o avanço dos alunos, e não apenas uma classificação de quanto cada um sabe. No processo educativo, a avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica. Diversos instrumentos podem ser utilizados, entrevistas, pesquisas, debates, atividades diárias no decorrer dias letivos, simulados, provas escritas e orais, possibilitam o professor acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem, nos casos em que os resultados na aprendizagem forem insatisfatórios os alunos terão oportunidade de recuperar após retomada do conteúdo. Tomando uma dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. Desta forma, a avaliação assume seu verdadeiro papel que é acompanhar o desempenho de todos envolvidos no processo ensino aprendizagem, orientar novas possibilidades no desempenho futuro alterando a prática educativa para superar problemas. Espera-se que o aluno: • Identifique e compare as características dos diferentes grupos de seres vivos; • Estabeleça as características específicas dos micro-organismos, dos organismos vegetais e animais, e dos vírus; • Classifique os seres vivos quanto ao número de células (unicelular e pluricelular), tipo de organização celular (procarionte e eucarionte), forma de obtenção de energia (autótrofo e heterótrofo) e tipo de reprodução (sexuada e assexuada); 132 • Reconheça e compreenda a classificação filogenética (morfológica, estrutural e molecular) dos seres vivos; • Compreenda a anatomia, morfologia, fisiologia e embriologia dos sistemas biológicos (digestório, reprodutor, cardiovascular, respiratório, endócrino, muscular, esquelético, excretor, sensorial e nervoso); • Identifique a estrutura e o funcionamento das organelas citoplasmáticas; • Reconheça a importância e identifique os mecanismos bioquímicos e biofísicos que ocorrem no interior das células; • Compreenda os mecanismos de funcionamento de uma célula: digestão, reprodução, respiração, excreção, sensorial, transporte de substâncias; • Compare e estabeleça diferenças morfológicas entre os tipos celulares mais frequentes nos sistemas biológicos (histologia); • Reconheça e analise as diferentes teorias sobre a origem da vida e a evolução das espécies; • Reconheça a importância da estrutura genética para manutenção da diversidade dos seres vivos; • Compreenda o processo de transmissão das características hereditárias entre os seres vivos; • Identifique os fatores bióticos e abióticos que constituem os ecossistemas e as relações existentes entre estes; • Compreenda a importância e valorize a diversidade biológica para manutenção do equilíbrio dos ecossistemas; • Reconheça as relações de interdependência entre os seres vivos e destes com o meio em que vivem; • Identifique algumas técnicas de manipulação do material genético e os esultados decorrentes de sua aplicação/utilização; • Compreenda a evolução histórica da construção dos conhecimentos biotecnológicos aplicados à melhoria da qualidade de vida da população e à solução de problemas sócio-ambientais; • Relacione os conhecimentos biotecnológicos às alterações produzidas pelo homem na diversidade biológica; • Analise e discuta interesses econômicos, políticos, aspectos éticos e bioéticos da pesquisa científica que envolvem a manipulação genética. 133 8.3.3.5 Referências FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 1990. PAULINO,W.R. Biologia- novo Ensino Médio. Ática , São Paulo: 2003. MACHADO. S. Biologia – de olho no mundo do trabalho. Scipione. São Paulo, 2003 GASPARIN,J.L.Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2002. SANTOS, C.H.V. te all. Biologia: Ensino Médio. Curitiba: SEED-PR, 2006. SAVIANI, D. Pedagogia histórico- crítica: primeiras aproximações. Campinas/ SP: Autores Associados , 1997. SEED, GOVERNO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Biologia. Curitiba, 2008. SEED, GOVERNO DO PARANÁ. Como trabalhar a Lei nº 10639\2003 e as diretrizes Curriculares para a Educação das relações Étnico-raciais e História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Escola.Curitiba 2006. www.diadiaeducacao.pr.gov.br/diadia/diadia/modules/conteudo/conteudo.php?conteu do=98 134 8.3.4 Proposta Pedagógica Curricular de Ciências - Ensino Fundamental DOCENTE: Sandra Cristina Vogel Ilda Bassaco Mendonça 8.3.4.1 Apresentação Da Disciplina A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao Homem cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida. A Natureza legitima, então, o objeto de estudo das ciências naturais e da disciplina de Ciências. De acordo com Lopes (2007), denominar uma determinada ciência de natural é uma maneira de enunciar tal forma de legitimação. Chauí (2005) corrobora tal afirmação ao lembrar que no século XIX, sob influência dos filósofos franceses e alemães, dividiu-se o conhecimento científico a partir de critérios como: tipo de objeto estudado, tipo de método empregado e tipo de resultado obtido. Assim, as chamadas ciências naturais passaram a ser tomadas como um saber distinto das ciências matemáticas, das ciências sociais e das ciências aplicadas, bem como dos conhecimentos filosóficos, artísticos e do saber cotidiano. As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a Natureza ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a interferência do ser humano sobre a Natureza possibilita incorporar experiências, técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de dominar a Natureza, de compreendê-la e se apropriar dos seus recursos. Nesse sentido, refletir sobre a ciência implica em considerá-la como uma 135 construção coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num determinado contexto histórico, num cenário sócio-econômico, tecnológico, cultural, religioso, ético e político, evitando creditar seus resultados a supostos “cientistas geniais”. “[...] para concretizar este discurso sobre a Ciência [...] é necessário e imprescindível determiná-la no tempo e no contexto das realizações humanas, que também são historicamente determinadas” (RAMOS, 2003, p.16). Por isso, conceituar ciência exige cuidado epistemológico, pois para conhecer a real natureza da ciência faz-se necessário investigar a história da construção do conhecimento científico (KNELLER, 1980). A historicidade da ciência está ligada não somente ao conhecimento científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as apóiam (KNELLER, 1980). Nesses termos, analisar o passado da ciência e daqueles que a construíram, significa identificar as diferentes formas de pensar sobre a Natureza, interpretá-la e compreendê-la, nos diversos momentos históricos. Entretanto, diante da impossibilidade de compor uma análise totalmente abrangente a respeito da história da ciência optou-se, nestas diretrizes, por um recorte epistemológico dessa história que, de acordo com Ramos (2003), permite refletir sobre a gênese, o desenvolvimento, a articulação e a estruturação do conhecimento científico. O pensamento pré-científico representa, segundo Bachelard (1996), um período marcado pela construção racional e empírica do conhecimento científico. Este estado representa a busca da superação das explicações míticas, com base em sucessivas observações empíricas e descrições técnicas de fenômenos da natureza, além de intenso registro dos conhecimentos científicos desde a Antiguidade até fins do século XVIII. Dentre inúmeras publicações Corpus Aristotelicum, de Aristóteles; Almagesto, de Ptolomeu (1515); De Humani Corporis Fabrica, de Vesálius (1543); Systema Naturae, de Lineu (1735); podem representar este período. O século XIX foi, segundo Bachelard (1996), um período histórico marcado pelo estado científico, em que um único método científico é constituído para a compreensão da Natureza. Isto não significa que no período pré-científico os naturalistas não se utilizavam de métodos para a investigação da Natureza, porém, tal investigação reduzia-se ao uso de instrumentos e técnicas isolados. O método 136 científico, como estratégia de investigação, é constituído por procedimentos experimentais, levantamento e teste de hipóteses, e síntese em leis ou teorias. Isso produz um conhecimento (científico) a respeito de um determinado recorte da realidade, o que rompe com a forma de construção e divulgação do conhecimento feita no período pré-científico. O estado do novo espírito científico configura-se, também, como um período fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a necessidade de divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influências dos avanços científicos. Segundo Sevcenko (2001), mais de oitenta por cento dos avanços científicos e inovações técnicas ocorreram nos últimos cem anos, destes, mais de dois terços após a Segunda Guerra Mundial. Ainda, cerca de setenta por cento de todos os cientistas, engenheiros, técnicos e pesquisadores formados desde o início do século XX ainda estão vivos, continuam a contribuir com pesquisas e produzir conhecimento científico. Ressalta-se que, se o ensino de Ciências na atualidade representasse a superação dos estados pré-científicos e científicos, na mesma expressividade em que ocorre na atividade científica e tecnológica, o processo de produção do conhecimento científico seria mais bem vivenciado no âmbito escolar, possibilitando discussões acerca de como a ciência realmente funciona (DURANT, 2002). 8.3.4.1.1 O Ensino de Ciências no Brasil Segundo Marandino (2005), o processo de socialização do conhecimento científico caracteriza-se por grandes desafios e embates, principalmente no que se refere à polêmica estabelecida a respeito dos objetivos do ensino de Ciências. As necessidades de uma cultura científica a um público cada vez mais amplo, como instrumento de cidadania, se contrapõe ao perigo de que a divulgação científica possa assumir o papel de “manter o status daqueles envolvidos na produção do conhecimento, ou mesmo que a complexidade da ciência impossibilitaria seu domínio pelo público ‘não-iniciado’” (MARANDINO, 2005, p. 162). O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel reservado à educação na socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre 137 antigas e recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas sociedades contemporâneas, centradas na informação e no consumo” (MARANDINO, 2005, p. 162). 8.3.4. 2 Conteúdos Estruturantes / Básicos da Disciplina Astronomia − universo; − sistema solar; − movimentos celestes e terrestres; − astros; − origem e evolução do universo; − gravitação universal; Matéria 12. constituição da matéria; 13. propriedades da matéria; Sistemas biológicos níveis de organização; célula; morfologia e fisiologia dos seres vivos; mecanismos de herança genética; 138 Energia − formas de energia; − conversão de energia; − transmissão de energia; Biodiversidade − organização dos seres vivos; − ecossistema; − evolução dos seres vivos. 5ª série CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS ESTRUTURANTES ASTRONOMIA Universo Sistema solar Movimentos celestes Astros MATÉRIA Constituição da matéria SISTEMAS Níveis de organização celular BIOLÓGICOS 139 ENERGIA Formas de energia Conversão de energia Transmissão de energia BIODIVERSIDADE Organização dos seres vivos Ecossistema Evolução dos seres vivos 6ª série CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS ESTRUTURANTES Astros ASTRONOMIA Movimentos terrestres Movimentos celestes Constituição da matéria MATÉRIA Célula SISTEMAS BIOLÓGICOS Morfologia e fisiologia dos seres vivos Formas de energia ENERGIA Transmissão de energia 140 Origem da vida BIODIVERSIDADE Organização dos seres vivos Sistemática 7ª série CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Origem e evolução do universo ASTRONOMIA Constituição da matéria MATÉRIA Célula SISTEMAS BIOLÓGICOS Morfologia e fisiologia dos seres vivos Formas de energia ENERGIA Evolução dos seres vivos BIODIVERSIDADE 141 8ª série CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Astros ASTRONOMIA Gravitação universal Propriedades da matéria MATÉRIA Morfologia e fisiologia dos seres vivos SISTEMAS BIOLÓGICOS Mecanismos de herança genética Formas de energia ENERGIA Conservação de energia Interações ecológicas BIODIVERSIDADE 142 8.3.4.3 Metodologia da Disciplina Os conteúdos específicos da disciplina de Ciências devem ser abordados considerando aspectos essenciais: a história da ciência, a divulgação científica e as atividades experimentais. A abordagem desses conteúdos específicos deve contribuir para a formação de conceitos científicos escolares no processo ensino aprendizagem da disciplina de Ciências e de seu objeto de estudo (o conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza). Tendo em vista a inclusão, a História e Cultura afro-brasileira e Africana nos currículos da Educação contemplada com a lei 10.639/03 que garante os direitos dos cidadãos afro-brasileiros e seus descendentes bem como a lei 11645/08 da História e Cultura dos Povos Indígenas e a lei 9795/99 da Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção ao uso indevido de drogas, a disciplina de Ciências tem como proposta trazer estas temáticas para a realidade da sala de aula, pois, constitui um conjunto de conhecimentos necessários para compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo. Por isso, estabelece relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos, em cujos cenários estão os problemas reais, a prática social. Pode-se dizer que esse olhar para o objeto de estudo torna-se mais amplo e privilegia as relações e as realidades em estudo (SANTOS, 2005, p.58). O processo pedagógico deve partir do conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as idéias preconcebidas sobre o conhecimento de Ciências que deverá ser sistematizada em conhecimento científico. Para a integração dos diversos contextos que permeiam os conceitos científicos escolares devem estar presentes as problematizações, contextualizações e interdisciplinaridade, e sempre que possível contemplar as relações étnico-raciais da cultura brasileira e seus descendentes. O trabalho pedagógico pode-se lançar mão de fontes textuais (jornais, revistas, livros, internet); programas de televisão e vídeo; TV pendrive; saber vivencial de profissionais especialistas, por meio de palestras e entrevistas; aulas expositivas e dialogadas; trabalhos e dinâmicas em grupos; jogos, debates, dramatizações e atividades lúdicas; passeios ecológicos 143 vivenciais e informativos; painéis e mostras de trabalhos; pesquisas e leituras científicas; atividades experimentais; entre outros. No processo de ensino e aprendizagem é fundamental que os alunos possam compreender melhor os fenômenos e a natureza questionando conscientemente o meio em que vive e isso pode ser direcionado partindo da observação do próprio meio. As atividades experimentais serão estudadas e intercaladas durante os estudos dos conteúdos onde o aluno observará, acompanhará e/ou aplicará o experimento que poderá se seguir de um relatório a partir dos dados coletados relatando sua conclusão sobre os fatos observados. A utilização de textos pode partir do estudo do livro didático público que sugere formas de leitura e pesquisa, como também solicitação de textos de interesse trazidos pelos alunos com apresentação e discussão das questões. 8.3.4.4 Avaliação A avaliação não possui uma finalidade em si mesma, mas deve subsidiar e mesmo redirecionar as ações no processo ensino e aprendizagem tendo em vista garantir a qualidade do processo educacional. Sendo assim, diversas atividades vivenciadas podem tornar-se atividades de avaliação. Nesse entendimento, deve ser concebida de forma processual e formativa, devendo ser contínua, diagnóstica e diversificada nas suas formas de aplicação. Em Ciências o principal critério de avaliação é a formação de conceitos científicos. Valoriza-se, desta forma, uma ação pedagógica includente dos conhecimentos anteriores dos alunos e a interação da dinâmica dos fenômenos naturais por meio de conceitos científicos. No processo educativo, a avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica. Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. 144 Finalmente é necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem claros para os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo. A avaliação deve ser diagnóstica e ocorrer ao longo da aprendizagem, proporcionando ao aluno múltiplas possibilidades de expressar e aprofundar a sua visão do conteúdo trabalhado, não perdendo de vista o conhecimento apropriado pelo aluno e sendo coerente com a proposta pedagógica da escola e com a metodologia utilizada pelo professor. É um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos e fornecer informações sobre como está sendo realizado no processo de ensino e aprendizagem como um todo, tanto para o professor e a equipe pedagógica conhecer e analisar os resultados de seu trabalho, como para o aluno verificar seu desempenho. Portanto, para isto o professor deve utilizar-se de diversos instrumentos de avaliação, tais como: trabalhos, exercícios, provas individuais, prova com consulta e outros recursos. A avaliação também servirá para nortear novos encaminhamentos metodológicos do processo de recuperação dos conteúdos, sendo que de acordo com o artigo 24 da LDB nº 9.394/96, letra e, existe a “obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos”. A recuperação poderá ocorrer por meio de trabalhos, exercícios, provas individuais, prova com consulta e outros recursos. 8.3.4.5 Referências Diretriz Curricular da Rede Publica de Educação Básica do Estado do Paraná – SEED – 2009. Regimento Escolar – Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira – Ensino Fundamental e Médio Projeto Político Pedagogico - Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira – Ensino Fundamental e Médio 145 8.3.5 Proposta Pedagógica Curricular de Educação Física - Ensino Fundamental e Médio Docentes: Celestino Celso Medeiros Blaia 8.3.5.1 Apresentação da Disciplina A Educação física tem a função social de contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal e consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais, sempre em favor da formação humana. Tendo como objetivo formar a atitude crítica perante a Cultura Corporal. Sendo assim, tais conseqüências na prática pedagógica vão para além da preocupação com a aptidão, física, a aprendizagem motora, a desempenho esportivo, etc. A gênese da cultura corporal, referida acima, está relacionada à vida em sociedade, desenvolvendo-se, inicialmente, nas relações Homem-Natureza e Homem-Homem, isto é, pelas relações para a produção de bens e pelas relações de troca. Para garantir sua sobrevivência, reprodução e povoamento do Planeta, Nesse sentido, propõe-se a discussão a respeito da disciplina de Educação Física, levandose em conta que o trabalho é categoria fundante da relação ser humano/natureza e ser humano/ser humano, pois dá sentido à existência humana, e à materialidade corporal que constitui Compreender a Educação Física sob um contexto mais amplo significa entender que ela é composta por interações que se estabelecem nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos. 146 8.3.5.2 Conteúdos Estruturantes/Básicos Da Disciplina Conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais. A Educação Física e seu objeto de ensino/estudo, a Cultura Corporal, devem, ainda, ampliar a dimensão meramente motriz. Para isso, pode-se enriquecer os conteúdos com experiências corporais das mais diferentes culturas, priorizando as particularidades de cada comunidade. Cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado sob uma abordagem que contempla os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos, históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as diferenças, na formação social crítica e autônoma. Os Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação Básica são os seguintes, do Ensino Fundamental das séries de finais. 5ª SÉRIE /6º ANO Conteúdos Básicos Conteúdos Estruturantes Esporte Jogos e brincadeiras − Jogos Coletivos − Individuais Jogos e Brincadeiras populares Brincadeiras e cantiga de roda Jogos de Tabuleiros Jogos de Cooperativos Ginástica Dança − Ginástica rítmica − Ginásticas circense − Ginástica geral 14. Danças folclóricas 15. Danças de Rua 16. Danças Criativas Lutas − Luta de aproximação − Capoeira 147 6ª SÉRIE / 7º ANO Conteúdos Básicos Conteúdos Estruturantes Esporte Jogos e brincadeiras − Jogos Coletivos − Individuais Jogos e Brincadeiras populares Brincadeiras e cantiga de roda Jogos de Tabuleiros Jogos de Cooperativo Ginástica − Ginástica rítmica − Ginásticas circense − Ginástica geral Dança 17. Danças folclóricas 18. Danças de Rua 19. Danças Criativas 20. Danças Circulares Lutas − Luta de aproximação − Capoeira 7ª SÉRIE / 8º ANO Conteúdos Básicos Conteúdos Estruturantes Esporte Jogos e brincadeiras − Jogos Coletivos − Radicais Jogos e Brincadeiras populares Jogos de Tabuleiros Jogos de Cooperativos Jogos Dramáticos Ginástica Dança − Ginástica rítmica − Ginásticas circense − Ginástica geral 21. Danças Criativas 22. Danças Circulares Lutas − Capoeira − Luta com instrumente mediador 148 8ª SÉRIE / 9º ANO Conteúdos Básicos Conteúdos Estruturantes Esporte Jogos e brincadeiras − Jogos Coletivos − Radicais Jogos de Tabuleiros Jogos de Cooperativos Jogos Dramáticos Ginástica − Ginástica rítmica − Ginástica geral Dança 23. Danças Criativas 24. Danças Circulares Lutas − Capoeira − Luta com instrumente mediador Os Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação Básica, são os seguintes, do Ensino Médio. Conteúdos Básicos Conteúdos Estruturantes Esporte Jogos e brincadeiras − Jogos Coletivos − Individuais − Radicais Jogos de Tabuleiros Jogos de Cooperativos Jogos Dramáticos Ginástica Dança − Ginástica artística e olímpica − Ginásticas de condicionamento físico. − Ginástica geral 25. Danças folclóricas 26. Danças de Rua 27. Danças de Salão Lutas − Luta de aproximação − Luta que mantém a distancia − Capoeira − Luta com instrumente mediador 149 8.3.5.3 Metodologia da Disciplina Apresentar aos seus alunos diversas modalidades de jogo, com suas regras mais elementares, as possibilidades de apropriação e recriação, conforme a cultura local. Ao pensar o encaminhamento metodológico para as aulas de Educação Física na Educação Básica, é preciso levar em conta, inicialmente, aquilo que o aluno traz como referência acerca do conteúdo proposto, ou seja, é uma primeira leitura da realidade. Esse momento caracteriza-se como preparação e mobilização do aluno para a construção do conhecimento escolar. O professor apresentará aos alunos o conteúdo sistematizado,para que tenham condições de assimilação e recriação do mesmo, desenvolvendo,assim, as atividades relativas à apreensão do conhecimento através da prática corporal. Ainda neste momento, o professor realiza as intervenções pedagógicas necessárias, para que o jogo não se encaminhe desvinculado dos objetivos estabelecidos. Finalizando a aula, ou um conjunto de aulas, o professor pode solicitar aos alunos que criem outras variações de jogo, vivenciando-as. Neste momento, é possível também a efetivação de um diálogo que permite ao aluno avaliar o processo de ensino/aprendizagem, transformando-se intelectual e qualitativamente em relação à prática realizada. De acordo com a Lei 11645/08-História e cultura dos povos Indígenas, Lei 10639/03-História e cultura Afro-brasileira e Africana e Lei 9795/99-Política nacional de Educação Ambiental e ainda a Educação no campo, a Educação fiscal, a inclusão, Drogas e álcool, estes itens serão incorporados aos conteúdos planejados na medida em que surgirem as oportunidades, independente a datas fixadas. 150 8.3.5.4 Avaliação Falar de avaliação em Educação Física significa reconhecer a insuficiência das discussões e teorizações sobre esse tema no âmbito desta disciplina curricular no Brasil (COLETIVO DE AUTORES, 1992). No entanto, mesmo diante dessa realidade, é necessário assumir o compromisso pela busca constante de novas ferramentas e estratégias metodológicas que sirvam para garantir maior coerência com o par dialético objetivos-avaliação. Isto é, pensar formas de avaliar que sejam coerentes com os objetivos inicialmente definidos. A Educação Física, a partir da referência positivista e da esportivismo, procurou distinguir os melhores, mais habilidosos, daqueles piores, que não apresentavam a habilidade esperada, tudo isso considerando o entendimento do professor sobre o que seria certo ou errado. Essa concepção chegou ao ápice quando alguns professores de Educação Física se apropriaram de testes padronizados para selecionar estudantes das escolas públicas para comporem um grupo de “atletas”. Um dos primeiros aspectos que precisa ser garantido é a não exclusão, isto é, a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos. Nessa perspectiva, a avaliação era, e por muitas vezes continua a ser, aplicada como verificação físico-motora do rendimento dos alunos-atletas. Com efeito, os critérios para a avaliação devem ser estabelecidos, considerando a atitude, comprometimento e envolvimento dos alunos no processo pedagógico: • Comprometimento e envolvimento – se os alunos entregam as atividades propostas pelo professor; se houve assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos e regras; se o aluno consegue resolver, de maneira criativa, situações problemas sem desconsiderar a opinião do outro, respeitando o posicionamento do grupo e propondo soluções para as divergências; se o aluno se mostra envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades práticas ou realizando relatórios. Partindo-se desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como um processo contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB nº 9394/96, em que o professor organizará e reorganizará o seu trabalho, sustentado nas 151 diversas práticas corporais, como a ginástica, o esporte, os jogos e brincadeiras, a dança e a luta. CONTÍNUO: Pois a cada aula o aluno se depara com atividades propostas na qual deve ser realizada com envolvimento, não só respeitando o seu limite como também do grupo. PERMANENTE: Sua conduta, intenção, envolvimento, participação, comprometimento, realização, etc. São observadas, acompanhadas e registradas durante o período para posterior apreciação e apuração. CUMULATIVO: Pois a realização pessoal e coletiva do grupo no qual o indivíduo está inserido, estariam sendo observadas e registradas dia a dia, aula a aula, jogo a jogo, durante todo o período. A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno, então é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para que ele aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de retornar, de volta o conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos,para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Neste sentido, a recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdos. 8.3.5.5 Referências DCEs - Diretrizes curriculares da educação básica Educação física. PARANÁ 2008 versão atualizada on line. 152 8.3.6 Proposta Pedagógica Curricular de Ensino Religioso - Ensino Fundamental Docente: Suzi Mara Arnoni 8.3.6.1 Apresentação da Disciplina De um país oficialmente católico pela Constituição Imperial, nos fizemos laicos pela Magna Carta de1891 com o reconhecimento da liberdade de religião e de expressão religiosa. O ensino oficial, em qualquer nível de governo e da escolarização, tornou-se laico, ao contrário do Império em que a obrigatoriedade do ensino religioso se fazia presente. Desde a proibição do ensino religioso nas escolas oficiais em 1891, a Igreja católica se empenhou no restabelecimento desta disciplina ora no âmbito dos estados, ora no âmbito nacional. Tímidos retornos nos estados, forte na proposição da Revisão Constitucional de 1926, bem-sucedida por ocasião da reforma educacional do ministro Francisco Campos na década de trinta, a disciplina retornou às escolas públicas através de decreto, inicialmente fora do horário normal das outras disciplinas e depois dentro do mesmo horário. Com efeito, o ensino religioso aparece em todas as constituições federais desde 1934, sob a figura de matrícula facultativa. Após a promulgação da Constituição de 1988 e a LDB n. 9394/96, as discussões a respeito do Ensino Religioso não se esvaziaram e o passo seguinte foi elaborar uma concepção que superasse os preconceitos em relação a convivência entre grupos oportunidades diferentes, de portanto identificação, de o Ensino Religioso entendimento, de busca proporcionar conhecimento e de aprendizagem em relação as diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade. No Paraná o Conselho Estadual de Educação, em 2002, regulamentou o ensino religioso nas Escolas Públicas, que é parte integrante da formação do ser humano como pessoa e cidadão. Esse é um dos grandes desafios da escola que oferece seu espaço para a discussão do objeto de estudos do Ensino Religioso, o Sagrado. 153 8.3.6.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos da Disciplina O estudo da disciplina de Ensino Religioso marca o Sagrado e das relações que se estabelecem em decorrência dele, nas diferentes manifestações religiosas a serem tratadas. Que tem por objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, assim como de atitudes, posturas e valores que preparem os cidadãos para uma vida de fraternidade e partilha entre todos, sem barreiras estabelecidas por séculos de preconceitos. Os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os conhecimentos de grandes amplitudes que contribuem para compreender o sagrado. Por serem históricos os conteúdos estruturantes são frutos de uma construção que tem sentido social como conhecimento, existe uma porção de conhecimento que é o produto da cultura e que deve ser disponibilizado como conteúdo, para que seja apropriado dominado e usado. As tradições religiosas indígenas possuem diferentes crenças, com seus ritos, cantos, danças, símbolos, pinturas corporais e mitos dentro de suas maneiras particulares de celebrar os importantes momentos da vida e de expressar a religiosidade. A criação do mundo, à origem da nação indígena, é explicada por meio do mito. Os mais velhos buscam preservar as suas memórias para relembrar os acontecimentos e ensinamentos dos antepassados de várias gerações. Já as organizações religiosas afro-brasileiras nasceram das tradições culturais trazidas do continente africano para o Brasil na época da escravatura. Considerada feitiçaria pelos colonizadores portugueses, ela se transformou, pouco mais de um século depois da abolição da escravatura, numa das religiões mais populares do país. A Umbanda surgiu do sincretismo dos ritos africanos, crenças católicas, espíritas e pajelança indígena, entre outros. Em suas particularidades, as tradições religiosas têm características próprias e, cada uma possui um olhar próprio de compreensão e de busca do sagrado. 154 8.3.6.2.1 Conteúdos Estruturantes − A paisagem religiosa; − Universo simbólico religioso; − Texto sagrado. 8.3.6.2.2 Conteúdos Básicos 5ª série/6° ano 28. Organizações Religiosas; 29. Lugares sagrados; 30. Textos sagrados, orais ou escritos; 31. Símbolos religiosos. 6ª série/7° ano Temporalidade Sagrada; Festas religiosas; Ritos; Vida e morte. 155 8.3.6.3 Metodologia da Disciplina O professor de Ensino Religioso estabelecerá nessa disciplina uma metodologia pedagógica baseada na aula dialogada, o qual explica as diferentes faces da realidade e da experiência religiosa do aluno e de seus conhecimentos prévios. Essas interações podem se dar por recursos como leitura de textos e imagens científicos e não religiosos. Desenvolver atividades com diferentes fontes de informações como: filmes, sites, objetos, possibilitando ao educando conhecimento do sagrado e suas expressões coletivas. É importante o professor levantar questões ou problemas, para que os alunos identifiquem os quantos já conhecem a respeito do conteúdo a ser trabalhado. A abordagem de cada conteúdo pressupõe em seu contexto a construção do conhecimento à vida do educando, ou seja, que se estabeleçam relações entre o que ocorre na sociedade. Respeitando o direito à liberdade de consciência e a opção religiosa de cada um, levando a reflexão e analisando os conteúdos com valorização nos aspectos reconhecidos como pertinentes ao universo do Sagrado e da diversidade sociocultural. Propõe-se que para a efetividade do processo pedagógico na disciplina de Ensino Religioso, seja destacado o conhecimento das bases teóricas que compõem o universo das diferentes culturas, nas quais se firmam o Sagrado e suas expressões coletivas. De acordo com a Lei 11645/08-História e cultura dos povos Indígenas, Lei 10639/03-História e cultura Afro-brasileira e Africana e Lei 9795/99-Política nacional de Educação Ambiental e ainda a Educação no campo, a Educação fiscal, a inclusão, Drogas e álcool, estes itens serão incorporados aos conteúdos planejados na medida em que surgirem as oportunidades, independente a datas fixadas. 156 8.3.6.4 Avaliação O Ensino Religioso não constitui objeto de aprovação ou reprovação, nem terá registro de notas, por isso cabe ao professor implementar práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de aprovação de conhecimento pelo aluno e pela classe. As práticas avaliativas deve ser contínua, diagnóstica e diversificada nas suas formas de aplicação, dando ao professor elementos para planejar as necessárias intervenções no processo pedagógico ou a imediata reorganização do que já tinha trabalhado. Com o processo avaliativo, o que se busca é identificar em que medida os conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do Sagrado pelos alunos. Como reagem e aceitam as diferenças de credo ou de expressão de fé de cada grupo social. 157 8.3.6.5 Referências DCEs – Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná. BRASIL. Lei n° 10639/09 de janeiro de 2003. Parecer do Conselho Nacional de Educação. Cadernos Temáticos. História da Cultura Afro-brasileira e Africana. Ministério Nacional de Educação 2004. REZENDE, José. Diversidade religiosa e direitos humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica. Curitiba: 2008. BOWKER, John. Para entender as religiões. São Paulo: Ática, 1997. JUNQUEIRA, Sergio Rogério Azevedo. O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002. LOPES, Nei. Dicionário brasileiro da diáspora africana. Editora Selo Negro. BRASIL. Ministério da Educação. SECAD. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal n. 10.639/03. Brasília: SECAD. 158 8.3.7 Proposta Pedagógica Curricular de Filosofia - Ensino Médio DOCENTE: Francisco Ferreira dos Santos 8.3.7.1 Apresentação da Disciplina A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. É, antes de tudo, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência. Assim, ela pode se voltar para qualquer objeto. Neste sentido, pode pensar a ciência, seus valores, métodos, seus mitos; pode pensar a ética e a religião; a arte; a política; pode pensar o próprio homem em sua vida cotidiana. Diz-se que a filosofia incomoda certos indivíduos e instituições porque questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Isto é, questiona a prática política, cientifica, técnica, ética, econômica, cultural e artística. Desse modo, compreender a importância do ensino da filosofia no ensino médio é entendê-la como um conhecimento cuja especificidade contribui para a formação do aluno. Cabe a ela indagar a realidade, refletir sobre as questões que são fundamentais para os homens, em cada época. A filosofia torna possível ao homem compreender a significação do mundo, da cultura, da história: o sentido das criações humanas nas artes, na ciência, e na política. Possibilita uma compreensão do homem e do mundo que incita o indivíduo à não se deixar levar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos. Permite engendrar o abandono da ingenuidade e dos preconceitos do senso comum. Por isso, o ensino da filosofia não pode ser simplesmente ser considerado apenas na dimensão da transmissão de determinada ordem de conhecimentos. Quando se ensina filosofia, ensina-se a filosofar, a executar análise de conceitos e idéias (bem como recriá-los), dos métodos e das teorias, das doutrinas morais e políticas, a refletir sobre os princípios do conhecimento, as normas de ação e regras da criação; justamente para alcançar em cada um desses domínios, o grau do discernimento fundamental e fundamentado, como resultado crítico da reflexão. A partir da década de 1980, com o processo de abertura política e de redemocratização do país, as discussões e movimentos pelo retorno da Filosofia ao 159 Ensino Médio (à época, denominado Segundo Grau) ocorreram em vários estados do Brasil. Após anos de lutas e discussões, “Em agosto de 2006, o parecer CNE/CEB n. 38/2006, que tornou a Filosofia e a Sociologia disciplinas obrigatórias no Ensino Médio, foi homologado pelo Ministério da Educação pela Resolução n. 04 de 16 de agosto de 2006. No Estado do Paraná, foi aprovada a lei n. 15.228, em julho de 2006, tornando a Filosofia e a Sociologia obrigatórias na matriz curricular do Ensino Médio. (DCE, p. 47) A reflexão filosófica não é, pois, qualquer reflexão, mas rigorosa, sistemática e deve sempre pensar o problema em relação à totalidade, para alcançar a radicalidade do problema, isto é, ir à sua raiz. Esta é a preocupação ao se instituir a disciplina de filosofia no ensino médio: a busca pela reflexão filosófica, para que ao elaborar seus próprios conceitos, os alunos possam compreender e atuar em sua realidade. A reflexão filosófica dirige-se ao pensar, buscando o entendimento sobre a capacidade, a finalidade para conhecer e agir para não aceitar o que antes não tiver sido investigado e compreendido. Tendo a tarefa de reflexão e de crítica da estrutura social, a partir da tomada de consciência de nossos problemas e das principais questões elaboradas pela história do pensamento filosófico – mediante a linha condutora dos conteúdos estruturantes propostos na diretriz curricular de filosofia do estado do Paraná – é possível que filosofia cumpra seu papel de reflexão teórico-crítica de problemas que são colocados pelas próprias relações humanas com a natureza e com o momento histórico em que nos encontramos. Portanto, ao ser ensinado, com tempo e conteúdo adequado para fazê-lo, estará cumprindo sua função básica de sistematização do pensamento, principalmente como reflexão crítica do conhecimento, da moral, da política, das artes e outras áreas do saber humano, cuja base são conceitos e categorias de pensamento e não apenas idéias fragmentadas: “Um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase sempre de forma fragmentada, o estudante não pode prescindir de um saber que opere por 160 questionamentos, conceitos e categorias e que busque articular o espaço-temporal e sócio-histórico em que se dá o pensamento e a experiência humana. (...) Como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio, considera-se que a Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase sempre de forma fragmentada, o estudante não pode prescindir de um saber que opere por questionamentos, conceitos e categorias e que busque articular o espaçotemporal e sócio-histórico em que se dá o pensamento e a experiência humana.” (DCE. P.49) Mediante a prática do debate, do diálogo democrático, para além da reflexão solitária, pode-se tentar esperar alguma saída para a “crise” ético-politica em que estamos mergulhados – os “desafios contemporâneos” que surgem também no interior da escola. Questionar seus fundamentos, sua legitimidade é tarefa da reflexão filosófica, através de um debate respeitoso apoiado nos princípios éticos universais do respeito e da solidariedade. De que forma? Através de uma especificidade que se concretiza “na relação do estudante com os problemas suscitados, na busca de soluções nos textos filosóficos por meio da investigação, enfim, no trabalho em direção à criação de conceitos.” (DCE FILOSOFIA, P.18). − Assim, é necessário deixar claro que a filosofia enquanto disciplina curricular do ensino médio, deve se desenvolver sobre as bases de um conteúdo cuja especificidade não pode ser relegado a segundo plano, a saber, os conceitos e problemas historicamente desenvolvidos no corpo da própria filosofia, bem como a problematização, a investigação e a criação de conceitos. − Contribuir para a compreensão dos elementos que interferem no processo social através da busca do esclarecimento dos universos que tecem a existência humana: trabalho, relações sociais e cultura simbólica. − Promover a reflexão sobre a própria experiência possibilitando a formação de juízos de valor autônomos que subsidiem a conduta do sujeito dentro da escola e fora dela. − Desenvolver procedimentos próprios do pensamento crítico, apreensão, reelaboração e criação de conceitos, argumentação e problematização. 161 − Articular teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas científicos, tecnológicos éticos e políticos, sócio-culturais com as vivências pessoais. − Oportunizar momentos que facilitem o pensar e o pensar sobre o − Debater questões contemporâneas que facilitem a compreensão da pensar; realidade; − Realizar atividades que levem o aluno a perceber a multiplicidade de pontos de vista e articulações possíveis entre os mesmos: − Ler textos filosóficos de modo significativo; bem como ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros; − Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição em face de argumentos mais consistentes. − Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos das diversas áreas do conhecimento, e em outras produções culturais através da produção de conceitos. − Articular teorias filosóficas e o tratamento de temas e problemas científicos, tecnológicos éticos e políticos, sócio-culturais com as vivências pessoais. Neste sentido, o ensino de filosofia “não se dá no vazio, no indeterminado, na generalidade, na individualidade isolada, mas requer dos estudantes compromisso consigo mesmos, com o outro e com o mundo.” (DCE FILOSOFIA, 2008). 162 8.3.7.2 Conteúdos Básicos / Estruturantes da Disciplina CONTEÚDOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS MITO E FILOSOFIA Saber mítico; Mito e filosofia: o O mito como forma de Saber filosófico; nascimento da explicação da realidade Relação Mito e filosofia na Grécia O nascimento da Filosofia Filosofia; Mitos Cosmogonia e Atualidade do contemporâneos Cosmologia (filósofos pré mito; Do senso comum ao socráticos) O que é pensamento filosófico Filosofia? Os filósofos pré socráticos A filosofia e o conhecimento de si TEORIA DO Possibilidade do Senso comum Da possibilidade do CONHECIMENTO conhecimento; Senso critico conhecimento As formas de Mito, filosofia e O valor do conhecimento conhecimento; ciência A verdade O problema da Ideologia A extensão do verdade; Teoria do conhecimento A questão do Conhecimento entre Os pensadores modernos método; os Antigos (Sócrates, Conhecimento e Platão e Aristóteles) lógica. Descentração do ÉTICA Ética e moral; indivíduo e o Juízos de valor, juízos Pluralidade ética; reconhecimento do morais. Ética e violência; outro Moral e Ética Razão, desejo e Principais correntes As relações éticas: vontade; (antiga, medieval, autonomia e heteronomia moderna, Violência 163 Liberdade: contemporânea) Ética do Discurso e Ética autonomia do As várias dimensões do Desejo sujeito e a da Liberdade (ética, Questões necessidade das econômica, política) contemporâneas normas. Liberdade e determinismo Cidadania: os limites entre o público e o privado Ética e cidadania na sociedade tecnológica A bioética FILOSOFIA Relações entre A polis como espaço Poder e força / Estado e POLÍTICA comunidade e de discussão Poder poder; Principais teorias: A ágora e a assembléia: Liberdade e Platão, Aristóteles, igualdade nas leis e no igualdade Maquiavel, Marx. direito à palavra política; A atividade humana Democracia: formas Política e Trabalho e realização contemporâneas Ideologia; / Trabalho alienado possíveis de participação Esfera pública e da sociedade civil privada; Conseqüências da Os totalitarismos de Cidadania formal alienação na vida direita e esquerda e/ou participativa. social e individual Fundamentalismos Trabalho realizador e religiosos e a política Ócio na sociedade contemporânea contemporânea. Questões contemporâneas FILOSOFIA Concepções de DA CIÊNCIA ciência; Ciência e ideologia; científico A questão do Ciência e ética O mito da neutralidade método científico; A tecnologia a serviço cientifica Contribuições e de objetivos humanos A tecnologia a serviço de limites da ciência; e os riscos da objetivos humanos e os Ciência e tecnocracia riscos da tecnocracia Características do método ideologia; O progresso da ciência Ciência e ética. Kuhn, Popper e 164 Bachelard Questões contemporâneas ESTÉTICA Natureza da arte; A arte como forma de Criatividade Filosofia e arte; conhecer o mundo Os diversos tipos de valor Categorias Estética e sociedade e funções da arte estéticas – feio, Arte e ideologia Estética e belo, sublime, desenvolvimento da trágico, cômico, sensibilidade e da grotesco, gosto, imaginação etc.; Indústria Cultural e o Estética e declínio do Gosto sociedade. Foucault e a Estética de si 8.3.7.3 Metodologia Da Disciplina Tendo em vista os objetivos propostos para o Ensino Médio, a saber, a contribuição para a formação do caráter, do raciocínio crítico e criativo, cujo resultado é em ultima instância a cidadania participativa, as práticas pretendidas na disciplina de Filosofia ocorrerão no intuito de levar o aluno a questionar sua realidade, analisar, comparar, decidir, planejar e expor idéias, bem como ouvir e respeitar as de outrem. Dessa forma, as atividades nas aulas ocorrerão conforme o tema a ser tratado exigir: aulas expositivas (com abertura ao debate), estudo e reflexão de textos de caráter filosófico – ou que possam dar margem à reflexão de cunho filosófico – redação e apresentação de trabalhos, bem como atividades de pesquisa. Dessa forma, cremos estar caminhando em direção ao desenvolvimento de valores importantes para a formação do estudante do ensino médio: espírito crítico e criativo, solidariedade, responsabilidade e compromisso pessoal. • a mobilização para o conhecimento; • a problematização; • a investigação; • a criação de conceitos. 165 Tendo vista o processo qual está inserido o papel do na problematização é o mesmo que é apresentar um problema e em cima disso o aluno faz uma pesquisa dirigida fazendo a investigação, ou seja, uma pesquisa para construção de conceitos a cerca do problema pesquisado. A partir do conteúdo em discussão, a problematização ocorre quando professor e estudantes levantam questões, identificam problemas e investigam o conteúdo. Na busca da resolução do problema, haja preocupação também com uma análise da atualidade, com uma abordagem que remeta o estudante à sua própria realidade. DCE p.59 Devemos ressaltar a importância dos mecanismos dos quais o professor irá usar para instrumentalização contemporaneidade através de reflexões sobre o contexto atual e a Através da filosofia atuar indiretamente na realidade do educando nas áreas social econômica , político, cultural fazendo aluno pensar . 8.3.7.4 Avaliação Conforme a LDB n.9394/96, no seu artigo 24 avaliação deve ser concebida na sua função diagnostica e processual subsidiando no processo ensinoaprendizagem. a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; A avaliação ocorrerá no sentido de contribuir tanto para o professor, possibilitando avaliar a própria prática, como para o desenvolvimento do aluno; permitindo-lhe perceber seu próprio crescimento e sua contribuição para a coletividade, mediante a criação de conceitos. Será, portanto, de caráter processual, diagnóstico e somativo (em caráter de zero a dez, sendo 5,0 para avaliações diversas, e 5,0 para uma prova, conforme preconizado no Regimento Escolar e Projeto Político Pedagógico do estabelecimento), de acordo com o desempenho individual e/ou coletivo. 166 Assim, de acordo com as orientações da DCE Filosofia (p.49 -60), A avaliação de Filosofia se inicia com a mobilização para o conhecimento, por meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e do que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo.” Portanto, “torna-se relevante avaliar a capacidade do estudante do Ensino Médio de trabalhar e criar conceitos, sob os seguintes pressupostos: • qual discurso tinha antes; • qual conceito trabalhou; • qual discurso tem após; • qual conceito trabalhou. “ Serão adotados como instrumentos, além da auto-avaliação: 32. Textos produzidos pelos alunos; 33. Participação em sala de aula (debates, discussões, etc); 34. Atividades e exercícios realizados em classe ou extraclasse, pesquisa em laboratório de informática (Paraná Digital e PROINFO); 35. Testes escritos; 36. Apresentação dos temas (oral ou escrita) em estudo; 37. Registro das aulas, conforme a necessidade; 38. Recuperação será através de conteúdos bimestrais e específicos; 167 8.3.7.5 Referências ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. _________. História da Filosofia. Lisboa: Editorial Presença, 1970. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à filosofia. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1993. BUZZI, Arcângelo. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 1997. CHÂTELET, F. História da Filosofia, idéias e doutrinas – o século XX. Rio de Janeiro: Zahar, s/d, 8 vol. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995. COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2005. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992. (Coleção Trans). Educação. Departamento da educação básica. Diretrizes Curriculares de Filosofia para Educação Básica. Curitiba, 2008 168 FILOSOFIA. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 336 p. (Livro Didático Público) FOLSCHEID, Dominique; WUNEMBURGER, Jean-Jacques. Metodologia Filosófica. São Paulo: Martins Fontes, 1999. LALANDE, André. Vocabulário técnico e crítico de Filosofia. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. NOVA CULTURAL. Coleção Os Pensadores. São Paulo, 1999. PARANÁ. Diretriz Curricular de Filosofia. Curitiba: 2008 REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. Vol 1,2 e 3.São Paulo: Paulus, 2003. Documento eletrônico: http://www.filosofia.seed.pr.gov.br 169 8.3.8 Proposta Pedagógica Curricular de Física - Ensino Médio DOCENTE: José de Almeida 8.3.8.1 Apresentação Da Disciplina A Física representa uma produção cultural, construída pelas relações sociais e que está em constante evolução. É a parte da ciência que estuda os fenômenos da natureza, despertando o interesse do educando, levando-o a questionar, refletir e estudar o mundo que o rodeia, preparando-o para o exercício da cidadania. É uma ciência voltada ao desenvolvimento tecnológico e social, portanto torna-se indispensável a compreensão de suas leis e da sua história, para uma melhor compreensão do meio em que vivemos. O ensino da Física terá um significado real quando a aprendizagem partir das idéias e fenômenos que façam parte do contexto do aluno, possibilitando analisar o senso comum e fortalecer os conceitos científicos na sua experiência de vida. Também é preciso que o mesmo entenda a relação existente entre o desenvolvimento dessa ciência com o conseqüente progresso tecnológico. A Física deve estar voltada para a formação do educando, proporcionando-lhe conhecimento para a vida, independente da sua escolaridade futura. Deve possibilitar aos jovens adquirir instrumentos para a vida, para o raciocínio, para a compreensão das causas e razões das coisas, para exercer seus direitos, para cuidar da sua saúde, para participar das discussões em que estão envolvidos, para atuar, para transformar; enfim, para realizar-se, para viver. Sendo assim, uma educação para a cidadania. Esta disciplina, portanto, atua como um campo estruturado de conhecimentos que permite a compreensão dos fenômenos físicos que cercam o mundo macroscópico e microscópico. O universo em toda a sua complexidade é o objeto de estudo da Física, considerando sua evolução, suas transformações e as interações que se apresentam, devendo ser estudada como construção humana, nos aspectos de sua história e relações nos contextos cultural, social, ambiental, político e econômico. O estudo da física está relacionado à várias situações da nossa vida. Desde a 170 Grécia Antiga, o homem procura entender o funcionamento das coisas e buscou na ciência estas explicações. Hoje em dia, a física moderna atua em vários ramos da indústria, de tecnologia, de geração de energia entre outros. Está importante ciência está dividida em várias áreas: mecânica, termologia, óptica, ondas, eletricidade, eletrodinâmica, cinemática e física nuclear. A Física atua em parceria com outras áreas da ciência como, por exemplo, a matemática e a química. Muitos fenômenos físicos só podem ser explicados através de fórmulas matemáticas ou de reações químicas. O crescimento da física tem trazido não somente mudanças fundamentais nas idéias a cerca do mundo material, matemático e filosófico, mas também, através da tecnologia, de uma transformação da sociedade. A física é considerada um conjunto de conhecimentos e práticas que são construídas e transmitidas por ela. A revolução científica, iniciada em torno do ano 1600, é uma conveniente separação entre o pensamento antigo e a física clássica. O ano de 1900 marca o início de uma física mais moderna. Em nossos dias, a ciência não mostra sinal de completeza, tendo mais assuntos sendo levantados, como questões surgindo a respeito da idade do universo, a natureza do vácuo, a natureza primordial da propriedades das partículas subatômicas. A lista de problemas em aberto da física é grande. Desde a antiguidade, pessoas têm interesse em compreender o comportamento da matéria: porque objetos sem apoio caem para o chão, porque diferentes materiais têm diferentes propriedades, e assim por diante. Era também um mistério certos aspectos do Universo, tais como a forma da Terra e o comportamento doos objetos celestiais tais como o Sool e a Lua. Várias teorias foram propostas, a maioria delas estava errada, mas isto faz parte da natureza do empreendimento científico, e mesmo as teorias modeernas da mecânica quântica e da relatividade podem eventualmente ser invalidadas. Teorias físicas na antiguidade eram largamente formuladas em termos filosóficos, e raramente verificadas por testes experimentais sistemáticos. A Grecia teve grande contribuição para a Fisica, onde o comportamento e características do mundo foram explicados apelando-se para ações dos deuses. Por volta do século VII a.C., muitos filósofos gregos começaram a propor que o mundo poderia ser compreendido como resultado de processos naturais. Os atomistas tentavam caracterizar a natureza da matéria, a qual antecipa o 171 trabalho dos dias de hoje. Devido à falta de equipamentos experimentais avançados, tais como telescópios e mecanismos apurados de marcação do tempo, testes experimentais de muitas destas idéias era impossíveis ou impraticáveis. Houve exceções e havia anacronismos: por exemplo, o pensador grego Arquimedes deduziu muitas descrições corretas da hidrostática quando, como a história conta, ele notou que seu próprio corpo deslocava um volume de água enquanto ele estava tomando um banho um dia. Outro notável exemplo foi aquele de Eratóstenes, que deduziu que a Terra era uma esfera, e calculou apuradamente sua circunferência usando as sombras de bastões verticais para medir os ângulos entre dois pontos bastante separados na superfície da Terra. Matemáticos gregos também propuseram calcular o volume de objetos como esferas e cones pela a sua divisão em discos muito pequenos e somando-se o volume de cada disco – antecipando a invenção do cálculo integral em mais de dois milênios. O conhecimento moderno destas idéias iniciais na física, e a profundidade na qual elas podem ser experimentalmente comprovadas, é grosseira. A maioria de todos os registros diretos destas idéias foram perdidos quando a Biblioteca de Alexandria foi destruída, em cerca de 400 d.C. Talvez a mais notável idéia que nós conhecemos desta Era seja a teoria de Aristarco de Samos de que a Terra era um planeta que viajava em torno do Sol em um ano, e roda em torno de seu eixo em um dia (gerando-se as estações e os ciclos de dia e noite), e que as estrelas eram outros sóis muito distantes, os quais tinham os seus próprios planetas acompanhados (e possivelmente, formas de vidas sobre estes outros planetas). A descoberta da Máquina de Antikythera revela um detalhado conhecimento do movimento destes objetos astronômicos, como também um uso de engrenagens antes que qualquer outra civilização usasse engrenagens. O parafuso de Arquimedes é ainda usado, atualmente, para levantar água dos rios para irrigação de fazendas. As máquinas simples não foram assinaladas, com exceção da elegante prova de Arquimedes das leis da alavanca. Rampas foram usadas vários milênios antes de Arquimedes, para a construção das Pirâmides.amentavelmente, este período de indagação a respeito da natureza do mundo foi eventualmente asfixiado por uma tendência de aceitar as idéias de eminentes filósofos, ao invés de questionar e testar estas idéias. O próprio Pitágoras dizia para se suprimir o conhecimento da existência de 172 números irracionais, descobertos pela sua própria escola, porque eles não se adequavam ao seu misticismo numérico. O modelo de um universo centrado na Terra de Ptolomeu no qual os planetas eram entendidos como se movendo em pequenos círculos, chamados de epiciclos, o qual moves em ciclos, eram tidos como verdades absolutas. Seria difícil imaginar a física moderna sem um sistema de aritmética no qual um simples cálculo seja suficientemente fácil de ser realizado com grandes números. O sistema numérico posicional e o conceito do zero foram primeiramente desenvolvidos na Índia do Norte e de lá transmitidos para o mundo árabe. Na Idade Média a civilização dominada pelo Império Romano, muitos médicos gregos começaram a praticar medicina para elite de Roma, mas infelizmente as ciências físicas também não eram apoiadas ali. Seguindo o colapso do Império Romano, os europeus presenciaram o declínio do interesse na cultura clássica, fenômeno chamado por alguns de idade das trevas, embora escolásticos modernos não gostem de usar este termo, a maior parte da pesquisa científica se estagnou. O nascimento do cristianismo viu a supressão e destruição da maioria da filosofia clássica grega (juntamente com a arte grega e romana, literatura e iconografia religiosa) como da herética e da pagã. No Oriente Médio, contudo, muito filósofos de origem grega foram capazes de encontrar suporte para seu trabalho, e os escolásticos desenvolveram-se baseados nos seus trabalhos prévios em astronomia e matemática enquanto desenvolviam novos campos como a Alquimia que posteriormente originaria a química. Depois que os árabes conquistaram a Pérsia, cientistas surgiram entre a população persa. Eles reviveram a sabedoria grega, e ajudaram a preservá-la enquanto ela ofuscava-se na Europa. Um cientista persa, possivelmente Mohammed al-Fazari, inventou o astrolábio; al-Khwarizmi emprestou seu nome para aquilo que hoje conhecemos como algarismo, e desenvolveu a álgebra. No século XII, houve o nascimento da universidade medieval e a redescoberta dos trabalhos dos antigos filósofos através do contato com os árabes, durante o processo de Reconquista e das Cruzadas, iniciando uma revitalização da vida intelectual da Europa. Durante o século XII, os precursores do método científico moderno já podiam ser vistos no trabalho de Robert Grosseteste com ênfase na matemática, como por outro lado, na compreensão da natureza e na abordagem empírica admirada por Roger Bacon. Bacon conduziu experimentos no campo da 173 óptica, ainda que muito do seu trabalho seja similar àquilo que começava a ser feito no seu tempo por sábios Árabes. Ele deu a maior contribuição para o desenvolvimento da ciência européia medieval devido a sua correspondência para o Papa, para encorajá-lo no ensino das ciências naturais nos cursos universitários e na compilação de vários volumes de registros do conhecimento científico em vários campos do seu tempo; descreveu a possibilidade da construção de um telescópio, mas não existe nenhuma evidência forte de que ele tenha feito um; registrou a maneira pela qual conduzia seus experimentos em detalhes tão precisos que outros puderam reproduzi-los e testar seus resultados – uma pedra angular do método científico, e uma continuação do trabalho de pesquisadores como Al Battani. No século XIV, alguns escolásticos, tais como Jean Buridan e Nicole Oresme, iniciaram o questionamento da visão da mecânica de Aristóteles. Em particular, Buridan desenvolveu a teoria dos ímpetos, primeiro passo na direção do conceito moderno de inércia. Por sua vez, Nicole d'Oresme mostrou que o motivo proposto na física de Aristóteles contra o movimento da Terra não era válido e mostrava a simplicidade da teoria segundo a qual a Terra se move, e não os céus. Em todos os seus argumentos em favor do movimento da Terra, Oresme é ao mesmo tempo mais claro e explícito do que Copérnico viria a ser dois séculos mais tarde. Ele também foi o primeiro a afirmar que a cor e a luz são da mesma natureza e a descoberta do desvio da luz através da refração atmosférica; embora, atualmente, o crédito desta última descoberta seja dado a Robert Hooke. A chegada da peste negra, em 1348, põe fim a um breve período de desenvolvimento filosófico. A praga matou um terço das pessoas na Europa. A recorrência da praga e de outros desastres causaram um contínuo declínio da população por um século. A despeito desta paralisação, o século XV foi marcado pelo florescimento artístico da Renascença. A descoberta de textos antigos foi acelerada quando sábios de Bizâncio tiveram que procurar refúgio no oeste após a queda de Constantinopla em 1453. Enquanto isto, a invenção da imprensa levou à democratização do saber e permitiu uma rápida propagação de novas idéias. Tudo isto pavimentou o caminho para a revolução científica a qual deve ser entendida como uma retomada do método científico que havia sido interrompido no século XIV. A Física é uma das mais antigas disciplinas acadêmicas, talvez a mais velha de todas através da sua inclusão na astronomia. Ao longo dos dois últimos milênios, a física foi considerada sinônimo de filosofia, química e certos ramos da 174 matemática e biologia mas durante a Revolução Científica no século XVI, ela tornouse uma ciência única e moderna por mérito próprio. Contudo, em algumas áreas como a física matemática e a química quântica, as fronteiras da física mantêm-se difíceis de distinguir. A Física é tanto significante como influente, em parte porque os avanços na sua compreensão foram muitas vezes traduzidos em novas tecnologias, mas também porque as novas ideias na física muitas vezes ressoam com as outras ciências, matemáticas e filosóficas. Por exemplo, avanços na compreensão do eletromagnetismo influenciaram directamente o desenvolvimento de novos produtos que transformaram dramaticamente a sociedade moderna. (ex: televisão, computadores e eletrodomésticos); avanços na termodinâmica influenciaram o desenvolvimento do transporte motorizado; e avanços na mecânica inspiraram o desenvolvimento do cálculo. Como ciência, a Física faz uso do método científico. Baseia-se na Matemática e na Lógica para a formulação de seus conceitos. A revolução científica pode ser vista como o florescimento do Renascimento e uma porta para a civilização moderna. Foi, em parte, assentada devido à redescoberta de conhecimentos originários da Grécia Antiga, Índia, China e da cultura Islâmica preservados e posteriormente desenvolvidos pelo mundo Islâmico do século VIII até o século XV, e traduzidos por monges cristãos para o latim, tais como o Almagestro. Isto se iniciou com somente uns poucos pesquisadores, evoluindo em um empreendimento que continua até o dia de hoje. Iniciando-se com a astronomia, os princípios da filosofia natural se cristalizaram em leis da física fundamentais enunciadas e melhoradas nos séculos seguintes. Durante o século XIX, a ciência tinha se fragmentado em múltiplos campos com pesquisas especializadas e campos da física. No século XVI Nicolau Copérnico reviveu o modelo heliocêntrico do sistema solar antevisto por Aristarco de Samos (o qual é mencionado inicialmente em uma passagem de O arenário de Arquimedes). Quando este modelo foi publicado no fim de sua vida, ele tinha um prefácio de Andreas Osiander que humildemente indicava que se tratava apenas de uma conveniência matemática para calcular a posição dos planetas, e não uma explicação para a natureza verdadeira das órbitas planetárias. Na Inglaterra, William Gilbert (1544-1603) estudou o magnetismo e publicou o trabalho seminal, De Magnete (1600), o qual trazia presente seus numerosos resultados experimentais. No início do século XVII Johannes Kepler formulou um modelo do sistema solar 175 baseado nos cinco sólidos platônicos, milenar baseado na idéia de Ptolomeu de órbita circular "perfeita" para corpos celestes "perfeitos". Kepler então formulou suas três leis de movimento planetário. Ele também propôs o primeiro modelo conhecido de movimento planetário no qual uma força emanada do Sol deflete o planeta de seu movimento "natural", causando então uma órbita curva. Durante o início do século XVII, Galileu Galilei foi o pioneiro no uso de experimentos para validar as teorias físicas, idéia chave do método científico. O uso de experimentos por Galileu, e a insistência de Galileu e Kepler de que resultados experimentais devem ter precedência sobre resultados teóricos (o que segue os preceitos de Aristóteles, mas não suas práticas), acabando com a aceitação de dogmas, e dando início a uma era onde idéias científicas eram abertamente discutidas e rigorosamente testadas. Galileu formulou e testou com sucesso várias situações em cinemática, incluindo a lei correta do movimento acelerado, a trajetória parabólica, a relatividade do movimento não acelerado, e uma forma inicial da lei da inércia. Em 1687 Isaac Newton publicou o Principia Mathematica, detalhando duas teorias físicas genéricas e bem sucedidas: as leis do movimento de Newton, da qual surge a mecânica clássica; e a lei da gravitação de Newton, a qual descreve a força fundamental da gravidade. Ambas teorias concordam muito bem com os experimentos. A mecânica clássica foi exaustivamente estendida por Joseph-Louis de Lagrange, William Rowan Hamilton, e outros, que produziram novas formulações, princípios, e resultados. As leis da gravitação iniciam o campo da astrofísica, o qual descreve fenômenos astronômicos usando teorias físicas. A partir do século XVIII, o conceito de Termodinâmica seria desenvolvido por Robert Boyle, Thomas Young, e muitos outros, concorrentemente com o desenvolvimento da máquina a vapor, dando prosseguimento no próximo século. Em 1733, Daniel Bernoulli usou argumentos estatísticos juntamente com mecânica clássica para deduzir resultados termodinâmicos, iniciando o campo da mecânica estatística. Benjamin Franklin conduziu pesquisas a respeito da natureza da eletricidade em 1752. Em 1798, Benjamin Thompson demonstrou a conversão ilimitada de trabalho mecânico em calor; isto foi utilizado por James Prescott Joule para demonstrar a lei da conservação de energia no século seguinte. Em uma carta a Royal Society em 1800, Alessandro Volta descreveu a sua invenção da bateria elétrica, proporcionando pela primeira vez um meio para gerar uma corrente elétrica 176 constante, e abrindo um novo campo para investigação na física. Em 1847 James Prescott Joule estabeleceu a lei da conservação de energia, na forma do calor e da energia mecânica. Contudo, o princípio da conservação da energia teria sido sugerido ou enunciado em várias formas, por talvez, uma dúzia de alemães, franceses, britânicos e outros cientistas durante a primeira metade do século XIX. O comportamento da eletricidade e magnetismo foi estudado por Michael Faraday, Georg Ohm, e outros. Faraday, que iniciou sua carreira como químico trabalhando para Humphry Davy no Royal Institution, demonstrou que o fenômeno eletrostático, a ação da recentemente descoberta pilha elétrica ou bateria, o fenômeno eletroquímico, e o relâmpago são todos manifestações diferentes do fenômeno elétrico. Faraday, além disto, descobriu em 1821 que a eletricidade pode produzir movimento mecânico rotacional, e em 1831 descobriu o princípio da indução eletromagnética, pelo qual o movimento mecânico pode ser convertido em eletricidade. Por este motivo foi Faraday que estabeleceu as bases para o motor elétrico e o gerador elétrico. Em 1855, James Clerk Maxwell unificou os dois fenômenos em uma única teoria do eletromagnetismo, descrita pelas equações de Maxwell. Uma predição de suas teorias era que a luz é uma onda eletromagnética. Um tópico a parte das deduções de Maxwell foi que a velocidade da luz não depende do observador, um aviso do desenvolvimento da relatividade especial por Albert Einstein. Em dois trabalhos em 1876 e 1878, Josiah Willard Gibbs desenvolveu muito do formalismo teórico para a Termodinâmica, e uma década depois estabeleceu as leis para a fundação da mecânica estatística — esta também foi descoberta independentemente por Ludwig Boltzmann. Em 1887 o experimento MichelsonMorley é conduzido e é interpretado como um ponto contra a teoria amplamente aceita na época, que a Terra esta se movendo através de um "éter luminífero". Este desenvolvimento permitiu que mais tarde a teoria restrita da relatividade de Einstein promovesse uma explicação completa que não necessitava do éter, e fosse consistente com os resultado dos experimentos.Albert Abraham Michelson e Edward Morley não estavam convencidos da não existência do éter. Morley partiu para conduzir experimentos com Dayton Miller. Em 1887, Nikola Tesla investigou o Raio-X usando seus próprios aparelhos como também os tubos de Crookes. Em 1895, Wilhelm Conrad Röntgen observou e analisou os Raios-X, o qual o ajustou para ser uma radiação eletromagnética de alta-frequência. A radioatividade foi 177 descoberta em 1896 por Henri Becquerel, e depois foi estudada por Pierre e Marie Curie e outros. Isto iniciou o campo da física nuclear. Em 1897, J.J. Thomson estudou o elétron, a partícula elementar o qual carrega corrente elétrica no circuito. Ele deduziu que raios catódicos existiam e eram partículas "negativamente carregadas, o qual ele chamou corpúsculos". O início do século XX inaugurou uma série de revoluções na física. As teorias há muito aceitas de Newton não se mostraram suficientes para todas as circunstâncias. Não somente a mecânica quântica mostrava que as leis do movimento não se aplicam a escalas pequenas, mas o mais perturbador, a relatividade geral mostrou que o arcabouço do espaço-tempo, do qual a mecânica newtoniana e relatividade especial dependem, poderia não existir. Em 1904, Thomson propôs o primeiro modelo atômico, conhecido como o modelo do pudim de passas. (A existência do átomo foi proposta em 1808 por John Dalton). Em 1905, Einstein formulou a teoria da relatividade especial, unificando o espaço e tempo em uma única entidade, espaço-tempo. A teoria da relatividade prescreve uma transformação entre referenciais inerciais diferente da mecânica clássica, necessitando o desenvolvimento da mecânica relativística como um substituto para mecânica clássica. No regime de velocidade baixa (relativa), as duas teorias concordam. Em 1915, Einstein ampliou a relatividade restrita para explicar a gravidade com a teoria da relatividade geral, a qual substitui as leis de gravitação de Newton. Em situações de baixas massas e energias, as duas teorias concordam. Um dos principais resultados da relatividade geral é o colapso gravitacional em buracos negros, o qual tinha sido antecipado dois séculos antes, mas elucidado por Robert Oppenheimer. Oppenheimer foi o último diretor do Projeto Manhattan no Los Alamos. Importantes soluções exatas da equação de campo de Einstein formam encontradas por Karl Schwarzschild em 1915 e Roy Kerr somente em 1963. David Hilbert veio a obter as mesmas equações de Einstein para a relatividade geral em um período de poucas semanas, como Einstein, em novembro de 1915. A dificuldade principal, no que concerne a Hilbert, era que a lei de conservação da energia não abrangia uma região sujeita a um campo gravitacional. (note que algumas vezes os objetos que são necessários para definir uma quantidade conservada não era um tensor, mas um pseudo-tensor. Teorema de Noether permanece correto em alinhamento com os desenvolvimentos atuais. Em 1911, Ernest Rutherford deduziu a partir do 178 experimento de deflexão a existência de um compacto núcleo atômico, com cargas positivamente carregadas, denominado prótons. Nêutrons, o constituinte neutro do núcleo, foram descoberto em 1932 por James Chadwick. No início de 1900, Max Planck, Albert Einstein, Niels Bohr, entre outros, desenvolveram a teoria quântica para explicar várias anomalias pela introdução de níveis de energia discretos. Em 1925, Werner Heisenberg e Erwin Schrödinger formularam a mecânica quântica, a qual esclarecia a teoria quântica precedente. Na mecânica quântica, os resultados dos experimentos físicos eram de origem probabilística. A teoria descreve o cálculo destas probabilidades. Ela foi bem sucedida em descrever o comportamento da matéria em escala reduzida. O ano de 1905, ano milagroso de Einstein, foram expostos os trabalhos de Albert Einstein sobre a relatividade, que revolucionaram os conceitos da física. Em 2005 comemorou-se o centenário dos trabalhos de Einstein. A mecânica quântica também proveu uma ferramenta teórica para física da matéria condensada, a qual estuda o comportamento físico de sólidos e líquidos, incluindo fenômenos tais como estruturas cristalinas, semicondutores, e supercondutores. Os pioneiros da física da matéria condensada incluem Feliz Bloch, que aplicaram a mecânica quântica para descrever o comportamento dos elétrons em uma estrutura cristalina em 1928. Em 1929, Edwin Hubble publicou a sua descoberta de que a velocidade na qual as galáxias se afastam correlaciona-se diretamente com sua distância. Esta é a base para compreender que o universo está expandindo. Portanto, o universo deve ter sido muito menor e alem disto muito quente no seu passado. Por volta de 1940, pesquisadores como George Gamov propuseram a teoria do Big Bang, para a qual foram descobertas evidências em 1964; Enrico Fermi e Fred Hoyle estavam entre os que duvidavam entre 1940 e 1950. Hoyle havia denominado a teoria de Gamov Big Bang de forma a ridicularizá-la. No presente, ela é um dos principais resultados da cosmologia. Durante a Segunda Guerra Mundial, a física tornou-se o principal destino de fundos governamentais e pesquisa em ambos lados do conflito. Sua importância em tecnologias como o radar, foguetes, armas antiaéreas eram vistas como vantagens para esforço de guerra de ambos os lados. Embora a física tenha recebido alguns fundo mais depois da Primeira Guerra Mundial, isto foi uma mixaria comparado ao recebido somente algumas poucas décadas mais tarde. Em 1934, o físico Italiano Enrico Fermi descobriu um resultado estranho 179 quando bombardeou urânio com nêutrons, o que ele acreditava ser o primeiro elemento trans-urânico a ser criado. Em 1939, isto foi descoberto pelo químico Otto Hahn e a física Lise Meitner que imaginaram que o que estava acontecendo era o processo de fissão nuclear, pelo qual o núcleo do urânio era quebrado em dois pedaços, liberando uma considerável soma de energia no processo. A essa altura ficou claro para um número de cientistas independentes que este processo teria um potência na produção de uma grande soma de energia, que poderia ser usado como fonte de potencia para sociedade ou como uma arma. Os alemães e os americanos desenvolveram pesquisas em física nuclear para avaliar a capacidade para criar tais armas na guerra. O projeto alemão de energia nuclear, liderado por Heisenberg, foi mal sucedido, mas o Projeto Manhattan aliado atingiu seus objetivos. Na América, uma equipe liderada por Fermi alcançou a primeira reação em cadeia feita pelo homem em 1942 no primeiro reator nuclear do mundo, e em 1945, o primeiro explosivo nuclear do mundo foi detonado no Sitio Trinity, norte de Alamogordo, Novo México. Em agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Depois da guerra, as industrias do governo se tornaram o principal financiador da física. O cientista líder do projeto Aliado, o físico teórico Robert Oppenheimer, assinalou uma mudança das responsabilidades dos físicos quando ele assinalou em discurso que: "De uma forma concreta, na qual nenhuma vulgaridade, humor, exagero pode eximir, os físicos conheceram o pecado, e este é um conhecimento o qual eles não pode perder. " Os termos deste novo relacionamento com os militares serão fortemente marcados quando Oppenheimer teve seu passe de segurança revogado em uma audiência muito divulgada durante o auge da era McCarthy onde foram levantadas suspeitas a respeito de sua lealdade. Durante este processo deu-se a invenção do ciclotron por Ernest O. Lawrence em 1930. A física no período pós-guerra entrou em uma fase que os historiadores tem chamado de "grande ciência", requerendo enormes máquinas, construções, e laboratórios de forma a testar suas teorias e avançar para novas fronteiras. O financiador principal da física tornou-se o governo, que reconheceu que o suporte a pesquisa "básica" poderia freqüentemente levar a tecnologias úteis tanto para aplicações militares como industriais. A eletrodinâmica quântica, a qual descreve a 180 interação eletromagnética, formulada com o objectivo de estender a mecânica quântica de forma a se tornar consistente com a relatividade restrita por Dirac em 1928. A partir desta a teoria do campo quântico obtém a sua forma moderna no final de 1940 com o trabalho de Richard Feynman, Julian Schwinger, Sin-Itiro Tomonaga, e Freeman Dyson. A teoria do campo quântico proveu um arcabouço para a física de partículas moderna, a qual estuda forças fundamentais e partículas elementares. Em 1954 Yang Chen Ning e Robert Mills desenvolveram uma classe de teoria de gauge, a qual serviu de arcabouço para o modelo padrão. O modelo padrão, completado em 1970, descreve com sucesso a maior parte da partículas observadas até nossos dias. Em 2000 o Fermilab descobre o neutrino Tau. A única particula do modelo padrão que ainda não foi descoberta é o bosão de Higgs. O Grande Colisor de Hádrons que começou a funcionar no final de 2007 tem como missão principal encontrar esta particula. Em 2001 o Observatório de Neutrinos de Sudbury (Canadá) confirma a existência de oscilações de neutrinos. Em 2003 observações do espectro de anisotropia da radiação cósmica de fundo pelo satélite WMAP da NASA apresentam resultados importantes relacionados com a idade e a composição do universo. Segundo estas observações o universo tem 13,7 mil milhões de anos e apenas 4% da sua composição é matéria comum (96% será a chamada matéria escura de natureza desconhecida). Além disso estes resultados vêm a dar mais força ao modelo da inflação do universo, implicando que o universo continuará em expansão para sempre. Em 2005 é descoberto Éris na Cintura de Kuiper, este é um objecto astronómico maior que Plutão. Como consequência desta descoberta e de outras semelhantes surge um grande debate na comunidade de astrónomos a respeito da definição de planeta. Em 2006 os astrónomos redefinem este conceito e criam o novo conceito de planeta-anão. Além de Plutão (que deixa de ser um planeta), também Éris e Ceres são planetas-anões do sistema solar. Os planetas do sistema solar reduzem-se, segundo a nova definição, a oito: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. 181 8.3.8.2 Conteúdos Estruturantes/ Básicos da Disciplina O estudo da Física se baseia nas três teorias unificadoras, que estabelecem os conteúdos estruturantes: Movimento, Termodinâmica e Eletromagnetismo. Desses estruturantes derivam os conteúdos básicos a serem desenvolvidos de forma a garantir uma cultura científica o mais abrangente possível, do ponto de vista da Física. 8.3.8.2.1 Movimento Momentum (quantidade de movimento) e inércia; Conservação da quantidade de movimento; Variação da quantidade de movimento: impulso; 2ª Lei de Newton; 3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio; Energia e o Princípio da conservação de energia; Gravitação. 8.3.8.2.2 Termodinâmica Lei zero da termodinâmica; 1ª lei da termodinâmica; 2ª lei da termodinâmica. 8.3.8.2.3 Eletromagnetismo Carga, corrente elétrica e campo; Força eletromagnética; Equações de Maxwell: Lei de Coulomb, Lei de Ampère e Lei de Faraday; Ondas eletromagnéticas; A natureza da luz e suas propriedades. 182 8.3.8.3 Metodologia da Disciplina O planejamento do trabalho de sala de aula é a base da construção do processo de ensino-aprendizagem. Pois assim, tem-se a possibilidade de saber exatamente o ponto de partida e o de chegada para cada tema abordado em seu curso. É necessário considerar o mundo vivencial dos alunos, sua realidade próxima ou distante, os objetivos e fenômenos com que movem sua curiosidade. As metodologias de ensino têm sido influenciadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, que propõem estratégias didáticas baseadas principalmente nas concepções dos alunos, na experimentação, na contextualização do conhecimento físico. O processo pedagógico, no ensino de física, parte do conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções alternativas ou concepções espontâneas. O estudante desenvolve suas concepções espontâneas sobre os fenômenos físicos no dia-a-dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência e as traz para a escola quando inicia seu processo de aprendizagem. Cabe, então, ao professor levar o conhecimento científico socialmente construído e sistematizado ao aluno, para que este supere os limites do conhecimento vulgar; destacando que não há conhecimento definitivo. Porém, uma sala de aula é composta de pessoas com diferentes costumes, tradições, pré-conceitos e ideias que dependem de sua origem cultural e social e esse ponto de partida deve ser considerado. Nos últimos anos, no Brasil, vem se falando muito em qualidade na educação. Impossível falar em qualidade de educação, de ensino, sem falar da pratica pedagógica utilizada pelo professor. Na perspectiva de uma educação mais eficaz para todos, organizar e dirigir situações de aprendizagem deixou de ser uma maneira ao mesmo tempo banal e complicada de designar o que fazem espontaneamente todo o professores. Essa linguagem acentua a vontade de conhecer situações didáticas ótimas, inclusive e principalmente para os alunos que não aprendem ouvindo lições. As situações assim concebidas distanciam-se dos exercícios clássicos, que exigem apenas a operacionalização de um conhecimento. Permanecem úteis, mas não são mais o início e o fim do trabalho em aula, nem tampouco a aula magistral, limitada a funções precisas. O educador no seu ensinar, 183 está em permanente fazer, propondo atividades, encaminhando propostas aos seus alunos. Por essa razão, sua ação tem que ser pensada, refletida para que não caia no praticismo. Esta ação pensante, onde prática, teoria e consciência são gestadas é de fundamental importância em seu processo de formação. Contudo, não é todo educador que tem apropriado seus desejos, seu fazer, seu pensamento na construção consciente de sua prática e teoria. Para que se possa efetivamente alcançar os objetivos da prática docente, torna-se necessário a real valorização do ensino, além de erguer três alicerces sólidos: boa formação inicial, boa formação continuada e boas condições de trabalho, salário e carreira, permitindo maior segurança profissional, de modo que o docente ganhe base para pensar sua prática e aprimore sempre mais a qualidade do seu trabalho (LIBÂNEO, 1994). A prática docente contribui para melhorar a qualidade do ensino, pois, o professor que só transfere conhecimento está contribuindo muito pouco para a melhoria para a melhoria do ensino. O professor deverá ser um mediador do processo educativo, e assim, propiciar ao aluno uma aquisição de conhecimento, ou seja, o aluno participa do processo educativo adquirindo conhecimentos que lhe serão úteis. A prática pedagógica só será completa se houver educação, mas só há educação se houver construção e participação. Diante disso, podemos dizer que a qualidade da educação depende da prática pedagógica. Nesse contexto uma da praticas de ensino a ser utilizada no ensino de física, é o uso da TV pen drive e mais particularmente da internet, que faz parte de uma estratégia de ensino inovadora, mas devemos ter cuidado com esta ferramenta. Não basta apenas incluir a internet no ensino de física ou na proposta pedagógica sem que haja uma orientação e acompanhamento por parte do educador. É fácil para o aluno ter acesso a este conteúdo e reproduzi-lo com apenas alguns toques no teclado e não é o que desejamos. A internet deve ser um espaço para apropriação do conhecimento, conhecimento no mais amplo sentido da palavra. Deve ser uma ferramenta que permita a interação, que seja participativa e faça conexões com o cotidiano do aluno. No que diz respeito ao ensino de física, deve proporcionar em primeiro lugar acesso ao conhecimento científico tanto do conteúdo programático como também das mais avançadas pesquisas, claro que em uma linguagem de divulgação. Deve 184 também proporcionar a interação entre os vários indivíduos que a utilizam, possibilitando a troca de ideias, conhecimentos e experiências. Deve ser participativa, pois deve possibilitar a produção pessoal e intervenção do aluno. Os recursos que poderão ser utilizados são: aulas expositivas sobre temas centrais; aulas práticas e no laboratório; uso de vídeos; sites da internet; leituras de jornais com temas abordando notícias científicas e, também com caráter histórico, econômico, político e social; textos de divulgação científica ou literários que abordem questões científicas; interpretação de textos; resolução de situações problema. 8.3.8.4 Avaliação O resultado, a observância e a concepção do conhecimento devem ser diagnosticados na avaliação. A avaliação deve ser um processo contínuo e cumulativo, levando-se em conta os pressupostos teóricos da disciplina. Deve estar presente tanto como meio de diagnóstico do processo ensino e aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica. A avaliação se caracteriza como um processo que objetiva explicitar o grau de compreensão da realidade, emergentes na construção do conceito. Isso ocorre com o confronto de textos, trabalhos em grupos, avaliações escritas, experimentações, seminários, debates, etc. Como prática reflexiva, a avaliação direciona a recuperação de estudos que deverá ser contínua e paralela. A recuperação é o esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdo. No dicionário Aurélio, o significado da palavra critério está relacionado com aquilo que serve de base para comparação, julgamento ou apreciação; princípio que permite distinguir o erro da verdade; discernimento; modo de apreciar coisas e/ou pessoas. Quando o termo se refere a avaliação, ele está diretamente ligado a intencionalidade do ensino de um 185 determinado conteúdo, bem com o objetivo de acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos. Os critérios decorrem dos conteúdos, isto é, uma vez selecionados os conteúdos essenciais que serão sistematizados, cabe ao professor definir os critérios que serão utilizados para avaliar o conhecimento do aluno. Para tanto, eles devem ser pensados no momento da elaboração do plano de trabalho docente e devem acompanhar a prática pedagógica, desde os conceitos e os conteúdos que serão trabalhados até a forma metodológica e o momento em que forem valorados (peso) pelo respectivo sistema de avaliação. Ousa-se defini-lo como o detalhamento do conteúdo, ou seja, a essência do mesmo, que torna imprescindível para a compreensão do conhecimento na sua totalidade (Batista, 2008). Os critérios nesse sentido, também são a via para se acompanhar o processo de aprendizagem, devem servir de base para o julgamento do nível de aprendizagem dos alunos e, conseqüentemente, do ensino do professor. Portanto, o estabelecimento de critérios tem por finalidade auxiliar a prática pedagógica do professor, posto que seja necessária uma constante apreciação do processo de ensino e aprendizagem. (Batista, 2008). Quanto aos critérios de avaliação em Física, deve verificar: − A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e aprendizagem planejada; − A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos; − A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos − A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os conhecimentos da física. A escola deve oportunizar a construção do conhecimento pelos estudantes e desempenhar seu papel na democratização deste conhecimento como ato educativo. A avaliação potencializa o papel da escola quando cria condições reais para a condução do trabalho pedagógico. Para tanto, serão utilizados como instrumentos de avaliação: provas escritas, seminários, debates, trabalhos teóricos de pesquisa,uso da mídia web,simulados, etc.,oportunizando cada discente de obter os resultados justos pelo conhecimento adquirido. 186 8.3.8.5 Referências SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Física. 2009. GREF, Física 1, 2 e 3. Edusp: 1991. MÁXIMO Antonio. Curso de Física. São Paulo: Scipione, 1997. TOSCANO Carlos, FILHO Aurelio Gonçalves. Física. São Paulo, Scipione, 2008. PENTEADO Paulo Cesar M., TORRES Carlos Magno A. Física – Ciência e Tecnologia. São Paulo: Moderna, 2005. Secretaria do Estado do Paraná, Física ensino Médio, Curitiba, 2006. ROCHA, J. F. (Org.) Origens e evolução das idéias da Física. Salvador: EDUFRA, 2002. Revista Eletrônica de Ensino de Ciências. www.sbfísica.org.br/rbef/ www.fsc.ufsc.br/ccef/ www.ufsem.br/cienciaeambiente www.ifi.unicamp.br/~ghtc/ www.scielo.br 187 8.3.9 Proposta Pedagógica Curricular de Geografia - Ensino Fundamental e Médio Docentes: Jeferson Marcos Ferreira 8.3.9.1 Apresentação da Disciplina Atualmente verifica-se que o mundo sofreu uma profunda transformação tanto considerando a ação dos elementos naturais, como também a ação do homem que acelerou o processo de transformação do espaço geográfico. Em se tratando das transformações realizadas pelo homem é resultado dos questionamentos e aprimoramentos humanos em relação ao planeta, buscando assim compreendê-lo, tanto para garantir a sua sobrevivência, como também no sentido de desenvolver métodos e técnicas com o objetivo de explorá-lo. Dessa forma ao longo da história humana, desde a fase do homem primitivo, passando pela época das grandes navegações e das grandes descobertas, o homem ocupou e influenciou o espaço, estabelecendo assim, o seu domínio e muitas vezes, ignorando o processo natural dos elementos do planeta. Por meio da geografia é possível fazer uso de instrumentos essenciais que possibilitem a compreensão e intervenção na realidade social, nesse caso será mais fácil entender como as diferentes sociedades interagem com a natureza na construção de seu espaço, bem como as singularidades do lugar em que vivemos, e o que nos diferencia ou aproxima de outros lugares. A ciência Geográfica tem por objetivo estudar as relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem. Na busca dessa abordagem relacional, trabalha com diferentes noções espaciais e temporais, bem como os fenômenos sociais, culturais e naturais característicos de cada paisagem, para permitir uma compreensão processual e dinâmica de sua constituição, para identificar e relacionar aquilo que na paisagem representa as heranças das sucessivas relações no tempo entre a sociedade e a natureza em sua interação. 188 Os elementos naturais (rios, vegetação, relevo, clima), assim como os elementos artificiais (cidades, vias de transporte, etc.) resultado da ação humana, estão inseridos dentro do contexto do espaço geográficos objeto de estudo da geografia, isto se configura como uma das justificativas sobre a importância da disciplina de Geografia tanto no ensino fundamental, como também no médio, uma vez que é de sua responsabilidade ensino ensinar sobre os lugares, os espaços, as estruturas e conexões e todas as inter-relações que dizem respeito às sociedades humanas e a natureza. Também é importante que se lembre que a geografia é uma disciplina que desperta no aluno uma série de interrogações acerca da sua realidade sócio-econômica, no que se refere aos seus direitos básicos, como saúde, educação, segurança, perspectiva de trabalho, moradia, enfim, uma série de situações que vão caracterizar o cumprimento ou não dos seus direitos estabelecidos na constituição federal. O ensino de geografia cumpre um importante papel na grade curricular, pois, visa propiciar a ampliação das capacidades de observar, questionar e procurar conhecer os principais aspectos (físicos e sócio-econômicos) do espaço geográfico, desse modo desde os primeiros anos do ensino fundamental até o ensino médio é indispensável que o aluno saiba comparar e representar as características do lugar em que vive, considerando os elementos que formam as diferentes paisagens do espaço geográfico. Ainda que a geografia tenha como principal objetivo o estudo do espaço terrestre considerando os aspectos sociais e naturais, ou seja a interação do homem com a natureza, esta ciência oferece ao aluno uma grande oportunidade para que o mesmo, se torne um cidadão crítico, de modo que possa exercer seus direitos, bem como atuar coletivamente no sentido de contribuir para a construção de um mundo melhor. Portanto, para a compreensão desse espaço a ciência geográfica deve levar em consideração os conceitos de lugar, paisagem, território, redes, região, sociedade e natureza possibilitando a análise desses espaços sob diversas abordagens: natural, histórica, econômica, cultural e política em escala local, regional, nacional e mundial. 189 8.3.9.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos da Disciplina CONTEÚDO 5ª SÉRIE Dimensão econômica do espaço geográfico Formação e transformação das paisagens naturais e culturais A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re) organização do espaço geográfico. Dimensão política do espaço geográfico As diversas regionalizações do espaço geográfico As relações entre campo e cidade na sociedade capitalista Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais 190 CONTEÚDO 6ª SÉRIE Dimensão econômica do espaço geografico A distribuição espacial das atividades produtiva, a (re)organização do espaço geográfico. O espaço rural e a modernização da agricultura. Dimensão política do espaço geográfico (nacional) A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território do BRASIL. As diversas regionalizações do espaço brasileiro. Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. Movimentos migratórios e suas motivações. As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural. Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização. 191 CONTEÚDO 7ª SÉRIE Dimensão econômica do espaço geográfico O comércio em suas implicações sócio-espaciais A circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. Dimensão política do espaço geográfico As diversas regionalizações do espaço geográfico A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. Os movimentos migratórios e suas motivações. As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural. Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. A distribuição espacial das atividades produtivas a (re)organização do espaço geográfico. 192 CONTÉUDO 8ª SÉRIE Dimensão Econômica do espaço geográfico O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial. O comércio mundial e as implicações sócio-espaciais Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações O espaço em rede: produção, transporte, e comunicações na atual configuração territorial. Dimensão política do espaço geográfico As diversas regionalizações do espaço geográfico A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações As manifestações socioespaciais da diversidade cultural Dimensão socioambiental do espaço Geográfico A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re) organização do espaço geográfico. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. 193 CONTEÚDO 1º ANO Dimensão econômica do espaço geográfico Formação e transformação das paisagens naturais e culturais A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista Dimensão política do espaço geográfico Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços e a urbanização recente As diversas regionalizações do espaço geográfico Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente O espaço rural e a modernização da agricultura Os movimentos migratórios e suas motivações As manifestações socioespaciais da diversidade cultural Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico 194 A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais CONTEÚDO 2º ANO Dimensão econômica do espaço geográfico A distribuição espacial das atividades produtiva, a (re)organização do espaço geográfico. O espaço rural e a modernização da agricultura. Dimensão política do espaço geográfico (nacional) A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território do BRASIL. As diversas regionalizações do espaço brasileiro. Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. Movimentos migratórios e suas motivações. As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural. Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização. A formação e transformação das paisagens 195 CONTEÚDO 3º ANO Dimensão econômica do espaço geográfico O comércio em suas implicações sócio-espaciais As implicações sócias espaciais do processo de mundialização O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial Dimensão política do espaço geográfico As diversas regionalizações do espaço geográfico A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos da população. Os movimentos migratórios e suas motivações. As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural. Dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. A distribuição espacial das atividades produtivas a (re)organização do espaço geográfico. A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção O espaço rural e a modernização da agricultura. 196 8.3.9.3 Metodologia Da Disciplina A Geografia enquanto ciência do espaço geográfico, entendida como o espaço produzido e apropriado pela sociedade composta por objetos (naturais, culturais e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas), abre a possibilidade de pensar o homem, a sociedade e as suas interações e interrelações no mundo que os cerca. O ensino de Geografia deve possibilitar ao aluno o desenvolvimento do raciocínio crítico com relação aos elementos do espaço geográfico, de modo que se faça uma abordagem metodológica do conteúdo, partindo assim dos grandes temas da geografia até os conteúdos específicos que fazem parte do cotidiano do alunado. À medida que o aluno vai entendendo o papel da Geografia, uma série de temas se abre e desse modo o ensino de Geografia fornece subsídios aos alunos, favorecendo-os na construção do pensamento e impelindo-os a um agir racional, critico e humano buscando assim elementos que os permitam compreender e interpretar o espaço geográfico mundial do micro (local) para o macro (global). Com relação à atuação metodológica para o ensino da disciplina de geografia, o conteúdo será trabalhado de várias formas, ou seja através de aulas expositivas, onde o conteúdo teórico será discutido e debatido paralelamente com a contribuição dos alunos, visando-se principalmente levantar questões pertinentes ao tema de estudo.Outro aspecto metodológico será a visualização do conteúdo através do uso da TV pendrive, sites e filmes educativos com a utilização de DVDs, uso de computadores e também práticas ilustrativas e manuais através do estudo de mapas temáticos e maquetes que representam em menor escala o objeto de estudo. O principal objetivo da metodologia apresentada acima é possibilitar ao aluno o desenvolvimento do raciocínio crítico no sentido de que, realmente possa absorver os conhecimentos propostos, partindo assim dos grandes temas da geografia até os conteúdos específicos que fazem parte do cotidiano do alunado A tecnologia e a ciência sobressaem no mundo atual, e mostram novas maneiras de relacionamentos humanos, ampliando as fronteiras do conhecimento, neste enfoque o papel da Geografia é construir ou reconstruir as paisagens dos sistemas naturais, obedecendo a parâmetros que favoreçam a diversidade de estilos de vida, ou seja, sua identidade cultural. 197 É importante reiterar ainda que, é indispensável também a atualização do docente no que se refere à realidade de mundo, de modo que, o mesmo poderá ainda incrementar suas aulas através da utilização de mídias escritas (jornais, revistas científicas, formativas, etc) que possibilitem um momento de leitura para aquisição de conhecimentos e, sobretudo interpretação desse conhecimento através da mediação do professor. A Geografia, assim como as demais ciências humanas e sociais têm na escola e na comunidade o compromisso de contribuir para formação do homem , de modo a integrar os diferentes campos do conhecimento para que o aluno, através do desenvolvimento do seu potencial, tome consciência do seu papel na sociedade e tenha condições de atuar na mesa de forma crítica e participativa. De acordo com a Lei 11645/08- História e Cultura dos povos indígenas, Lei 10639/03-História e cultura Afro-brasileira e Africana, Lei 9795/99-Política Nacional de Educação Ambiental e ainda a Educação no Campo, a Educação Fscal, a inclusão, drogas e álcool, estes conteúdos serão incorporados ao plano de trabalho docente, na medida em que se fizerem necessários e que surgirem oportunidades para os mesmos. 8.3.9.4 Avaliação A avaliação deverá utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento do pleno desenvolvimento do aluno, evitando-se comparação dos mesmos. Para tanto a avaliação será, diagnóstica, cumulativa, somatória, processual, seguindo as orientações previstas no regimento do estabelecimento. Os critérios avaliativos descritos se concretizarão através de trabalhos e prova que somados terão Valor de 0 a 10.0, de modo que esta nota resultará de 5.0 pontos referentes a trabalhos orientados pelo professor e de uma prova escrita com valor 5.0 pontos totalizando os 10.0 pontos. O encaminhamento para a recuperação consistirá na retomada dos conteúdos não aprendidos e posteriormente se fará a aplicação de uma prova no valor de 10.0 pontos. O processo de avaliação adotado pelo professor, levando-se em conta o 198 regimento do estabelecimento, obedecerá aos seguintes pressupostos: 39. Reconhecer conceitos e categorias, tais como formação socioespacial, território, região, paisagem e lugar, e operar com eles, identificandoos com a área. 40. Saber utilizar procedimentos da pesquisa geográfica. 41. Saber fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação. 42. Saber utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos. 43. Saber desenvolver pesquisas sobre temáticas geográficas. 44. Construir, por meio da linguagem escrita e oral, um discurso articulado sobre as diferenças entre o seu lugar e a pluralidade de lugares que constituem o mundo. 45. Ler diferentes cartas em diferentes escalas, apropriando-se da representação cartográfica em seu cotidiano. 46. Agir e reagir diante de questões sociais, culturais e ambientais de modo propositivo e participativo. 47. Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a pluralidade cultural, reconhecendo-os como direitos dos povos e indivíduos e elementos de fortalecimentos da democracia. O professor deve explorar questões que envolvam conceitos e algoritmos de forma a permitir o questionamento e alargamento das ideias, oportunizando a fixação e automação de elementos já dominados. Portanto, para isto o professor deve utilizar-se de diversos instrumentos de avaliação, tais como: trabalhos, exercícios, provas individuais, prova com consulta e outros recursos. A avaliação também servirá para nortear novos encaminhamentos metodológicos do processo de recuperação dos conteúdos, sendo que de acordo com o artigo 24 da LDB nº 9.394/96, letra e, existe a “obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus 199 regimentos”. A recuperação poderá ocorrer por meio de trabalhos, exercícios, provas individuais, prova com consulta e outros recursos. 8.3.9.5 Referências LIVRO ADOTADO: GEOGRAFIA: a construção do mundo: geografia geral e do Brasil/ Magnoli,Demétrio.Araújo,Regina. Editora Moderna. São Paulo,2005. ANDRADE, M.C. de Geografia ciência da sociedade. São Paulo: Atlas. 1987. ASARI, Alice Y; ANTONELLO. I.T.; TSUKAMOTO. R.Y. (org). Múltiplas geografias: ensino-pesquisa-reflexão. Londrina. Edições humanidades, 2004. CHESNAY, François. A mundialização do Capital- Xamã- S. P. 1996. CHRSITOFOLETTI. A. (org.) Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1982. CORREA, R.L. Região e organização espacial. São Paulo. Ática, 1986. HARVEY, David. A Condição Pós-Moderna. Edições Loyola, 2ª edição. S.P. 1993 LUCCI, Elian Albi. Geografia- O homem no espaço global- Saraiva- 1999 MENDONÇA, F. Geografia sócio-ambiental. In: Revista Terra Livre, nº 16, AGB Nacional, 2001, p. 113. 200 PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. DCE Geografia. Curitiba, Memvavmem editora. 2008. SANTOS, Milton. A aceleração contemporânea: tempo mundo e espaço mundo, O Novo mapa do Mundo, Fim de Século e Globalização. Editora Hucitec- Anpur. São Paulo, 1994. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. Técnica e tempo. Razão e Emoção, São Paulo: Hucitec, 1996 SENE, Eustáquio. Espaço Geográfico e Globalização- Scipione. 1999. SP 201 8.3.10 Proposta Pedagógica Curricular de História - Ensino Fundamental Docentes: Suzi Mara Arnoni Marcos Rhay Codognotto Carmona 8.3.10.1 Apresentação da Disciplina A História representa todo o processo de desenvolvimento da humanidade relacionada a reflexões de aspectos políticos, econômicos, sociais e das relações entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico. A História passou a existir como disciplina escolar com a criação do Colégio Pedro II, em 1837. No mesmo ano, criou-se o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, onde professores que faziam parte desse instituto construíram os programas escolares e os manuais didáticos e orientações dos conteúdos que seriam ensinados. A narrativa histórica produzida justificava o modelo de nação brasileira, vista como extensão da História da Europa Ocidental. Em 1901 houve alteração no currículo do Colégio e a proposta era que a História do Brasil passasse a compor a cadeia universal. Durante o regime militar, o ensino de História manteve o seu caráter estritamente político, mantendo os grandes heróis como sujeitos da história narrada e tinha como prioridade ajustar o aluno ao cumprimento de seus deveres patrióticos. Na virada do século XX para o século XXI, surge o conflito entre diferentes correntes historiográficas que fundamentam as DCEs, as quais não são estanques, mas dialogam entre si. São elas a Nova História Cultural, que inclui alguns historiadores da Nova História e a Nova Esquerda Inglesa e também o cumprimento da Lei n. 13.331/01 que torna obrigatório no Estado o ensino de História do Paraná bem como a Lei 10.639/03 que inclui a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Cabe ao professor criar situações de aprendizagem de modo que o aluno pense mais criticamente sobre o mundo, reflita sobre as razões dos problemas 202 discuta aspectos socioeconômicos, políticos, culturais relativo à sociedade, fazendo com que o educando eleve a capacidade de compreender os fatos passados para melhor entender sua vida em sociedade, no presente e seja um cidadão consciente e participativo. 8.3.10.2 Conteúdos Estruturantes/ Básicos da Disciplina Os estudos da História apontam para as ações e relações humanas eu constituem o processo histórico, o qual é dinâmico. Nesse nível os conteúdos estruturantes assumem uma dimensão ampla, sendo aqueles saberes que identificam o campo de estudo da História, destacando: 5ª SÉRIE CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS ESTRUTURANTES - A experiência do ser humano ao longo do tempo. Relações de trabalho - As relações entre os diferentes sujeitos através do tempo; - A formação da cultura comum e as culturas locais; Relações de poder - Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade Relações culturais 6ª SÉRIE CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS ESTRUTURANTES - As relações de propriedade e dominação; Relações de trabalho - A constituição história do ambiente camponês e do ambiente urbano; Relações de poder - Conflitos e resistências/ mudanças e permanências no modo de produção entre campo/cidade. Relações culturais - Relações entre campo/cidade 203 7ª SÉRIE CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS ESTRUTURANTES Relações de trabalho Relações de poder Relações culturais - Relações históricas da humanidade com o trabalho; - O trabalho e a vida em sociedade; - O Trabalho na modernidade; - As conquistas e mudança na vida dos trabalhadores. - Relações campo/cidade 8ª SÉRIE CONTEÚDOS CONTEÚDOS BÁSICOS ESTRUTURANTES Relações de trabalho - A constituição das instituições sociais; - A formação do Estado; Relações de poder - Sujeitos, Guerras e revoluções; - Relações campo/cidade Relações culturais 8.3.10.3 Metodologia da Disciplina O processo pedagógico deve partir do conhecimento prévio dos alunos, no qual se incluem as idéias pré concebidas sobre o conhecimento da história, os as concepções espontâneas, a partir das quais será elaborado um conceito histórico. 204 Essas interações podem se dar através de recursos como leitura de textos diversificados (jornais, revistas, livro didático publico), como elementos de motivação para a aprendizagem da história contribuindo para a criação do hábito da leitura. Desenvolver atividades com diferentes fontes de informações e utilizar filmes, sites, fotografias, objetos, proporcionando aos alunos uma reflexão no reconhecimento a diversidade de documentos históricos como a lei n. 10.639/03, a Lei 13.331/01 e a Lei 11. 645/08, analisando e criando uma consciência critica a respeito da diversidade cultural, étnica, colocando em questão os movimentos migratórios europeus, asiáticos e africanos e juntamente com os indígenas formam a sociedade, bem como a formação e história do estado do Paraná. 8.3.10.4 Avaliação A avaliação não possui uma finalidade em si mesma, mas deve subsidiar e redirecionar as ações no processo ensino aprendizagem, tendo em vista garantir a qualidade do processo educacional. Diversas atividades vivenciadas podem tornar-se atividades de avaliação. Nesse entendimento, deve ser concebida de forma processual e formativa. Assim, deve ser contínua, diagnóstica e diversificada nas suas formas de aplicação. Em história, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos históricos. Por isso ao invés de avaliar apenas por meio de provas, cabe ao professor no processo avaliativo fazer uso de vários instrumentos de avaliação que contemplem diversas formas de expressão dos alunos, como: leitura e interpretação de textos, produção de textos, pesquisas bibliográficas, apresentação de seminários e outros. 205 8.3.10.5 Referências DCE. Diretrizes Curriculares da Rede Publica de Educação Básica do Estado do Paraná. HISTÓRIA – PROJETO ARARIBÁ. Obra Coletiva. Editora Moderna. São Paulo. 2006. NANDALIN, Sérgio Odilon. Paraná: Ocupação do Território, População e Migrações. Coleção História do Paraná. Curitiba. SEED 2001. CUNHA, Manuela Carneiro da. História dos índios no Brasil. Schwarcz, São Paulo, 1992. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Caderno Pedagógico de história do Paraná: Representações, memórias, Identidades. Curitiba. SEED, 2008. 206 8.3.11 Proposta Pedagógica Curricular de História - Ensino Médio Docente: Márcia Raquel Branco de Almeida 8.3.11.1 Apresentação da Disciplina Segundo as Diretrizes Curriculares a concepção de História refuta toda e qualquer verdade pronta e definitiva, porque o trabalho pedagógico deve dialogar com outras vertentes e recusar o ensino marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia. Recusam-se também as produções historiográficas que afirmam não existir objetividade possível em História e considerando todas as afirmativas igualmente válidas. Destaca-se que os consensos mínimos construídos nos debates entre as vertentes teóricas que não expressam meras opiniões, mas implicam em fundamentos do conhecimento histórico. Os critérios de validade do conhecimento histórico têm sido problematizados e organizados por alguns intelectuais, dentre os quais, destaca-se o alemão Jörn Rüsen, que propõem uma matriz curricular em história para que se compreenda a organização do pensamento histórico dos sujeitos. O Professor ao entender como se dá esta organização do pensamento poderá encaminhar suas aulas de maneira que o aprendizado seja significativo para os alunos. Assim a História tem como objeto de estudo os processos históricos relativos às ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem como a respectiva significação atribuída pelos sujeitos, tendo ou não consciência dessas ações. As relações humanas produzidas por essas ações podem ser definidas como estruturas sócio históricas, ou seja, são as formas de agir, pensar, sentir, representar, imaginar, instituir e de se relacionar social, cultural e politicamente. As relações humanas determinam os limites e as possibilidades das ações do sujeito de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem 207 espaços para escolhas e projetos de futuro. A investigação histórica voltada para descoberta das relações humanas busca compreenderem e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações. Fenômenos, processos, acontecimentos, relações ou sujeitos podem ser analisados a partir do conhecimento histórico construído. Ao confrontar ou comparar documentos entre si e com o contexto social e histórico que o construíram, a construção do conhecimento propicia validar, refutar ou complementar a produção historiográfica existente. Como resultado pode ainda contribuir para rever teorias, metodologias e técnicas na abordagem do objeto de estudo historiográfico. A finalidade da história é a busca da superação das carências humanas, fundamentada por meio de um conhecimento constituído por interpretações históricas. Estas interpretações são compostas por teorias que diagnosticam as necessidades dos sujeitos históricos e propõem ações no presente e projetos de futuro. Já a finalidade do ensino de História é a formação de um pensamento histórico a partir da produção do conhecimento. Esse conhecimento histórico é provisório configurado pela consciência histórica dos sujeitos. Esta provisoriedade significa a existência de várias explicações e interpretações para um mesmo fato. Algumas são mais aceitas, outras menos e também podem se modificar temporalmente, a partir de diferentes contextos espaços-temporais das diversas sociedades, que produzem suas próprias concepções de História. O conhecimento histórico possui formas diferentes de explicar seu objeto de investigação, a partir das experiências dos sujeitos e do contexto em que vivem. É o caso das correntes historiográficas que compõem as Diretrizes Curriculares, as quais dialogam entre si e trazem grandes contribuições para a formação de um pensamento histórico pautado em uma nova racionalidade histórica, apresentadas a seguir: Nova História: sua principal expressão é a história das mentalidades, inserese no contexto conturbado, da década de 1960, influenciada pelos acontecimentos de maio de 1968, em Paris, da Primavera de Praga, dos movimentos feministas, pelas lutas contra as desigualdades raciais nos Estados Unidos, entre outras. 208 Nova História Cultural: Despontou no final da década de 1980, a partir dos trabalhos reunidos pela historiadora Lynn Hunt, num livro de mesmo nome, com ensaios originalmente apresentados no seminário História franceses: textos e cultura, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, em 1987. Carlo Ginsburg abandonou a noção de mentalidade para propor conceitos de filtro cultural e de cultura popular. Sugere também uma abordagem de micro-análise, ou seja, a micro história, propondo a redução da escala de observação do historiador, com recortes que valorizam sujeitos como indivíduos, famílias, comunidades que sofrem e enfrentam os condicionamentos do processo histórico mais amplo. Nova Esquerda Inglesa: Surgiu em 1956, com historiadores britânicos vinculados ao Partido Comunista ingleses, que descontentes com o regime stalinista romperam com o partido e acabaram por influenciar fortemente a historiografia francesa. Disse movimento participaram: Raymond Willians, Eric Hobsbaw, Cristopher Hill, Perry Anderson, Maurice Dobb e Eduard Thompson, entre outros Na década de 1950, esses dissidentes do Partido Comunista passaram a reescrever a história britânica, de modo que contribuíram mais especificamente para os estudos da História Social. Fundaram a Revista New Left Review, em 1959, para divulgar suas idéias a partir de uma releitura crítica de vários conceitos marxistas. Todas estas correntes historiográficas são estruturadas por meio da matriz disciplinar da História proposta por Rüsen. Todas combatem a corrente metódica e a positivista, que constituíram a maneira de pensar historicamente, típica do ocidente no século XIX, cujos principais representantes foram o historiador prussiano Leopold Von Ranke e o s franceses Charles Seignobos e Charles Victor Langlois. Estas historiografias tinham por finalidade construir uma identidade nacional relacionada a uma história que apresentava uma temporalidade única e universal, baseada nas idéias de progresso ou de desenvolvimento contínuo da humanidade, possuindo uma racionalidade histórica linear. 209 8.3.11.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos da Disciplina Entende-se por Conteúdos Estruturantes os conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. Os Conteúdos Estruturantes da História constituem-se como a própria materialidade do pensamento histórico. Deles derivam os conteúdos básicos/temas históricos. Os conteúdos básicos são considerados aqui como sinônimos dos temas históricos, os quais problematizam as carências de orientação no tempo. Consideram-se Conteúdos Estruturantes da disciplina de História: • Relações de trabalho; • Relações de poder; • Relações culturais. Estes Conteúdos Estruturantes apontam para o estudo das ações e relações humanas que constituem o processo histórico, o qual é dinâmico. Por meio destes Conteúdos Estruturantes, o professor deve discorrer acerca de problemas contemporâneos que representam carências sociais concretas. Dentre elas, destacam-se, no Brasil, as temáticas da História local, História e Cultura AfroBrasileira, da História do Paraná e da História da cultura indígena, constituintes da história desse país, mas, até bem pouco tempo, negadas como conteúdos de ensino. 8.3.11.2.1 Relações de Trabalho Pelo trabalho expressam-se as relações que os seres humanos estabelecem entre si e com a natureza, seja no que se refere à produção material como à produção simbólica. As relações de trabalho permitem diversas formas de organização social. No mundo capitalista, o trabalho assumiu historicamente um estatuto muito qual seja, do emprego assalariado. Para entender como se formou este específico, modelo e 210 seus desdobramentos, faz-se necessário analisar alguns aspectos das Relações de Trabalho. Vale considerar as contribuições dos historiadores da Nova Esquerda Inglesa, como Eric J. Hobsbawm e Edward P. Thompson que, partindo da concepção materialista histórica dialética, reviram e superaram a abordagem economicista e determinista do processo histórico. Para Hobsbawm (1998, p. 178-179), o conceito de modo de produção se refere a um modelo que explica a maneira de produzir em um determinado contexto histórico. Esse modelo explicativo pretende abarcar uma leitura de todas as relações de trabalho possíveis e de suas características nos diversos contextos temporais. Assim, os modos de produção não devem ser espaço- analisados evolutivamente. Isso quer dizer que a escravidão pode coexistir e até surgir após um período de trabalho servil, porque um modo de produção predominante coexiste e interage com várias outras relações de produção em um mesmo contexto. 8.3.11.2.2 Relações de Poder Pode-se definir poder como “a capacidade ou possibilidade de agir ou de produzir efeitos” e “pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos” (BOBBIO in BOBBIO et. al., 2000, p. 993). O poder não apresenta forma de coisa ou de objeto, mas se manifesta como relações sociais e ideológicas estabelecidas entre aquele que exerce e aquele que se submete; portanto, o que existe são as relações de poder. O estudo das relações de poder geralmente remete à ideia de poder político. Entretanto, elas não se limitam somente ao âmbito político, mas também nas relações de trabalho e cultura. No campo acadêmico, a História política metódica sofreu duras críticas no século XX, tanto dos adeptos da escola dos Annales quanto dos marxistas, que denunciaram uma noção de política desvinculada da totalidade do processo histórico e do caráter voluntarista de uma História que se constrói de ideias e ações de uns poucos sujeitos, cujas narrativas históricas apresentam características cronológicas, lineares e factuais. 211 8.3.11.2.3 Relações Culturais Ao se propor as relações culturais como um dos Conteúdos Estruturantes para o estudo da História, entende-se a cultura como aquela que permite conhecer os conjuntos de significados que os homens conferiram à sua realidade para explicar o mundo. O conceito de cultura é polissêmico, tal a quantidade de contribuições e reinterpretações articuladas com as ciências sociais, ao longo dos séculos XIX e XX, as quais ampliaram e permitiram mudar um campo que se preocupava de modo exclusivo com a cultura das elites. Faz-se necessário lembrar como precursores de uma História cultural, no século XIX, os escritos de Burckhardt e Huizinga. Com as mudanças ocorridas nos últimos trinta anos, os modelos de explicação do passado têm sido questionados. Essa crise dos paradigmas explicativos ocasionou rupturas profundas na História e permitiu a inclusão de diferentes propostas e abordagens que incluíam a cultura como ponto de partida para a análise histórica. Raymond Williams (2003) afirma que a cultura é comum a todos os seres humanos, pelo fato de haver uma estrutura comum de modos de pensar, agir e perceber o mundo, que leva à constituição de organizações sociais diferentes. Isso ocorre devido às diversas interpretações construídas por esses grupos históricos. Para ele, a cultura tradicional é um patrimônio comum, uma herança comum, que a educação tem a tarefa de difundir, tornar acessível a todas as classes sociais, da mesma forma que a cultura popular. Entretanto, as sociedades contemporâneas não são tão diferentes em sua organização político-econômica, pois são poucas as que destoam do padrão cultural próprio do capitalismo contemporâneo. Para Thompson, a cultura comum dos trabalhadores urbanos e camponeses na Inglaterra do século XVIII “longe de ter a permanência rígida que a palavra ‘tradição’ sugere, o costume era um terreno de mudança e de conflito, um lugar onde interesses opostos formulavam reivindicações opostas” (1998, p. 16-17). 212 8.3.11.2.4 Objetivos Gerais O objetivo de ensino de História no Ensino Médio é fazer o aluno compreender e apreender as formas de produção desses conhecimentos através dos conteúdos críticos dessas disciplinas. Valorizando a amplitude da cultura brasileira, ressaltando valores da cultura afro, indígena e européia, tendo como ponto de partida os acontecimentos que cercam a sua realidade, para que possam perceber a sua inserção na História como sujeitos (no presente), herdeiros (do passado) e construtores (do futuro). Aprender história a partir da perspectiva da consciência histórica – condição da existência do pensamento humano. (Rüsen). 8.3.11.2.4.1 Objetivos Específicos 48. Construir a identidade social e individual e com as gerações passadas; 49. Apreender o tempo histórico como construção cultural e como duração; 50. Discernir os limites e possibilidades de atuação na permanência ou transformação; 51. Apreender o papel do indivíduo com sujeito e produto histórico em diferentes épocas e sociedades; 52. Reconhecer fontes documentais de natureza diversa; 53. Localizar os momentos históricos em seu processo de sucessão e em sua simultaneidade, e como duração; 54. Identificar os diferentes ritmos de duração temporais, ou as várias temporalidades (acontecimentos breves, conjunturais e estruturais); 55. Estabelecer as relações entre permanência e transformações no processo histórico; 56. Identificar os momentos históricos de crises e guerras e a nova ordem mundial. . 57. Estabelecer as relações de poder produzidas entre os sujeitos históricos nas diversas formações sociais e nas relações entre as sociedades por meio de sua ação política; 213 58. Compreender a diversidade das sociedades no tempo e no espaço e também da tradição cultural relativa à formação advinda da Paidéia (ligada à educação) e da cultura humanista. 59. Delimitar e contextualizar os temas e os conteúdos históricos específicos a serem problematizados. 60. Ressaltar a contribuição dos africanos e afro descendentes na constituição da nação brasileira, desmistificando algumas visões equivocadas sobre o negro e o continente africano. 61. Desenvolver as propostas referentes à Agenda XXI. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 1º SÉRIE A pré-história História Antiga História medieval A crise do feudalismo 2º SÉRIE A Europa no século XVII A expansão territorial e o ciclo minerador no Brasil Iluminismo e Liberalismo Revolução Industrial Conflitos na América Ibérica e independência dos Estados Unidos Revolução Francesa Independência da América Ibérica Questões políticas da Europa no século XIX Brasil Imperial Transição do Império para a República no Brasil A formação do proletariado e o pensamento socialista Cultura Afro-brasileira Agenda 21 214 3º SÉRIE Imperialismo Primeira Guerra Mundial Revolução Russa Brasil: conflitos sociais e crise da República Oligárquica Crise de 1929 e o Totalitarismo político Período Vargas Segunda Guerra e as questões do Oriente Médio Guerra Fria Fim do Estado Novo e o período de normalidade política América Latina no contexto da Guerra Fria Nova ordem internacional América Latina na nova ordem internacional Tendências do mundo atual Cultura Afro-brasileira Agenda 21 8.3.11.3 Metodologia da Disciplina As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná propõem uma metodologia de estudo para aprender história a partir da consciência histórica, a qual pode ser entendida como uma condição da existência do pensamento humano, pois nessa perspectiva os sujeitos históricos se constituem a partir de suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico, ou seja, a consciência histórica é inerente à condição humana em sua diversidade. Em outras palavras, as experiências históricas dos sujeitos se expressam em suas consciências (THOMPSON, 1978). Segundo Rüsen, a consciência histórica se caracteriza pela percepção das experiências do passado dos seres humanos, investigado por historiadores ou por 215 professores de história e seus alunos e realiza-se por interpretações feitas no presente a luz de uma expectativa de futuro. Nesse sentido as noções de tempo e espaço devem compor os procedimentos metodológicos, pois, articulados aos conteúdos estruturantes, possibilitam a delimitação e a contextualização das relações humanas a serem problematizadas. O procedimento metodológico ligado à categoria histórica tempo foi construído historicamente e modificou-se de acordo com o surgimento e a transformação das sociedades. Nas sociedades agrárias o tempo tinha um caráter cíclico e mítico, já nas sociedades industriais, tem uma marca cronológica e disciplinadora. A articulação entre as dimensões temporais se expressa nas relações de temporalidade, tais como: processos, mudanças, rupturas, permanências, simultaneidade, transformações, descontinuidades, deslocamentos e recorrências. O procedimento metodológico referente ao espaço também contextualiza e delimita os Conteúdos Estruturantes, pois o local onde os sujeitos históricos atuam definem as possibilidades de ação e compreensão do processo histórico. Os historiadores, os professores e os alunos estabelecem pela problematização o contexto temporal e espacial a ser estudado. Ainda em relação à metodologia em história, é importante também problematizar o conteúdo a ser trabalhado. Problematizar o conhecimento histórico “significa em primeiro lugar partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre o presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras sociedades e outras épocas” (CAINELLI & SCHIMIDT, 2004, p. 52). Algumas questões podem orientar uma abordagem problematizadora, tais como: “por quê?”, “como?”, “quando?”, “onde?”. Entretanto estas questões não são suficientes, pois, além delas, será necessário levantar hipóteses acerca dos conhecimentos do passado, recorrer a fontes históricas, preferencialmente partindo do cotidiano dos alunos e do professor, ou seja, “trabalhar conteúdos que dizem respeito à vida pública e privada, individual e coletiva” (CAINELLI & SCHIMIDT, 2004, p. 53). 216 Quanto à questão da periodização, deve se relativizar a importância dada a compartimentação da História em Antiga< Média, Moderna e Contemporânea, pois esta é uma divisão francesa que tem como marcos somente acontecimentos históricos europeus. O mesmo vale para a classificação periódica em Brasil colônia, Império e República. Para romper esta tradição à construção de um quadro sinótico, por exemplo, poderá levar os alunos a perceberem como se organiza a periodização histórica de outros povos, com marcos referenciais diferentes do europeu, tais como os indígenas africanos. Aborígines, polinésios e chineses. Outra possibilidade é o professor construir novas periodizações dos temas históricos para a identificação de mudanças e permanências nos hábitos, costumes, regimes políticos, e sistemas econômicos das sociedades estudadas. Por fim é possível propor o estudo de calendários de diferentes culturas. Assim a metodologia do Ensino Médio a ser utilizada no ensino da História, tem a finalidade de fazer o educando sentir-se o agente transformador da própria história. Através de questionamento, o professor poderá construir com o educando uma visão diferenciada de cada conteúdo trabalhando, utilizando as técnicas e recursos ofertados, tais como: vídeos, pesquisas em livros didáticos ou não, internet, CD-ROM, visita à biblioteca, jornais, revistas e até mesmo depoimentos a viva voz, como palestras, entrevistas e outras, aulas expositivas com o apoio do professor e aluno. Paralelamente serão desenvolvidos projetos interdisciplinares em conjunto com outros professores. 8.3.11.3.1 Educação no Campo O reconhecimento de que as pessoas que vivem no campo têm direito a uma educação diferenciada daquela oferecida a quem vive nas cidades é recente e inovador, e ganhou força a partir da instituição, pelo Conselho Nacional de Educação, das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (Resolução CNE/CEB nº 1, de 03/04/2002CADERNOS SECAD - ). Esse reconhecimento extrapola a noção de espaço geográfico e compreende as necessidades culturais, os direitos sociais e a formação integral desses indivíduos. 217 8.3.11.4 Avaliação Avaliação da aprendizagem está associada ao Projeto Político Pedagógico de cada escola. No entanto, entende-se como coerente, dentro desta concepção de Diretriz Curricular, que a avaliação seja colocada a serviço da aprendizagem, isto é, que venha a subsidiá-la e não constituí-la como um elemento externo. Em outras palavras, refutam-se aqui avaliações de caráter classificatório, autoritário e desvinculado dos conteúdos e concepções pedagógicas, em que a mesma venha retratar e consolidar um modelo excludente de escola e de sociedade, que se quer superar. Para que a avaliação tenha realmente um caráter diagnóstico, seguiremos os seguintes critérios: Verificar se os alunos reconhecem as relações entre a sociedade, à cultura e a natureza, no presente e no passado; constatar e reconhecer as diferenças e semelhanças entre as relações de trabalho construídas no presente e no passado; reconhecer a diversidade de documentos históricos. Segundo os critérios mencionados, a avaliação não só envolverá provas escritas e orais, mas também, pesquisas, atividades individuais ou em grupo, relatórios, sínteses, seminários, num processo contínuo e permanente, som ativo, cumulativo e diagnóstico, para que possa retratar com finalidade o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. 8.3.11.5 Referências BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Apologia da História, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. ________________. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: 218 Cortez, 2004. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. FREIRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. 47. Ed. [s.l.]: Global, 2003. FREITAS, Marcos C. Da Micro-História a História das Idéias. São Paulo: Cortez, 1999. GINSBURG, Carlo. A Micro-História e outros Ensaios. Rio de Janeiro RJ: DIFEL, 1989. ________________ O Queijo e os Vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. HOBSBAWM, Eric J. Sobre a História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. HOLANDA, Sérgio Buarque de Raízes do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez 2005. LEVI, Giovanni. Sobre a Micro – História. In: BURKE, Peter (org.). A Escrita da História: Novas Perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – História. 2006. PETER, Burke. O que é História Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. 219 RÜSEN, Jörn. História Viva: teoria da História III: formas e funções do conhecimento histórico. Tradução de Estevão de Rezende Martins. Brasília: UNB, 2007. RÜSEN, Jörn. A história entre a modernidade e a pós-modernidade. São Paulo: Cia. das Letras, 1987. SCMIDT. Maria Auxiliadora Moreira dos Santos; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004. (pensamento e ação no magistério) THOMPSON, Paul. A Voz do Passado: História Oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. Apostila COLÉGIO MAXI – História do Brasil – I e II Apostila COLÉGIO MAXI – História Geral I e II COTRIM, Gilberto – História do Brasil – Editora Saraiva, 1999. COTRIM, Gilberto – História Geral e do Brasil – Editora Saraiva, 1999 FIGUEIRA, Garcia Divalte. História – Série Novo Ensino Médio. Edição Compacta. Editora Ática, 2003. NICOLINA, Luiza de Petta e Eduardo A. B. Ojeda – História: Uma abordagem integrada – Volume único – Editora Moderna, 2ª Edição, 2002. História / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – p.400 .Volume único – Editora Moderna, 2ª Edição, 2002. 1. História. 2. Ensino médio. 3. Ensino de história. 4. Relações de trabalho. 5. Relações de poder. 6. Relações culturais. I. Folhas. II. Material de apoio pedagógico. III. Material de apoio teórico. IV. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. V. 220 8.3.12 Proposta Pedagógica Curricular de Língua Estrangeira Moderna Inglês - Ensino Fundamental e Médio Docente: Anamaria Gomes Gamero Osti Aila Pricila Rodrigues Salla Neeri Davanso 8.3.12.1 Apresentação da Disciplina As propostas curriculares e os métodos de ensino das Línguas Estrangeiras, no Brasil, têm sofrido mudanças ao longo do tempo, para atender às exigências decorrentes da organização social, política e econômica do país e obedecendo aos avanços dos estudos psicológicos e socio-linguísticos. O ensino de Línguas Estrangeiras teve início quando, em 1808, o rei D. João VI cria nas escolas as cadeiras de Inglês e Francês, para atender às demandas advindas da abertura dos portos e para melhorar a instrução pública no Reino Unido do Brasil. Em 1837, funda-se o Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil e referência curricular para outras instituições de ensino no país por décadas. Seu currículo, inspirado no modelo francês, estabelece sete anos de estudos de Francês, cinco de Inglês e três de Alemão. O Francês, representante, do modelo ideal de cultura e civilização, é o idioma priorizado, seguido do Inglês e do Alemão, línguas vivas que possibilitam o acesso a obras literárias importantes. De 1829 a 1831, o Italiano também faz parte do currículo. A abordagem pedagógica obedece ao Método de Tradução e Gramática, tradicional de raízes europeias. É a abordagem adotada pelos jesuítas para o ensino dos clássicos – Grego e Latim. A língua é vista como um conjunto de regras e o aluno, estudando essas regras – a Gramática – deveriam ter melhor desempenho na leitura e na escrita. As atividades são: tradução, versão, ditada e aprendizado de regras gramaticais, conteúdos também cobrados na avaliação. Esse método vigora 221 até princípios do Século XX. Em 1916, Ferdinand de Saussure publica seu Cours de Lingüistic General e leva os estudos da linguagem a assumirem, na Europa, um caráter científico. A obra de Saussure , estabelecendo a oposição entre langue (sistema lingüístico) e parole (uso desse sistema em contextos sociais), é um marco histórico e fornece elementos para a definição do objeto específico de estudo da Linguística : a língua. Os estudos de Saussure fundamentam o Estruturalismo, uma das principais correntes da Lingüística moderna. No início do Século XX, chegam ao Brasil imigrantes estrangeiros, em busca de melhores condições de vida . Estabelecem-se em colônias, de acordo com sua etnia. No Paraná, as maiores colônias são as de italianos, alemães, ucranianos, russos e japoneses. Muitos desses imigrantes têm filhos, alguns com escolarização já iniciada na Europa. Como o governo brasileiro não fornece escolas para todas as crianças, os imigrantes constroem e mantêm escolas para elas. O currículo, de maneira geral, prioriza o ensino da língua e da cultura do país de origem dos alunos. Em meados da década de 1910, a onda de nacionalismo que invade o país prioriza novos padrões culturais. A Educação recebe atenção especial, porque é através dela que os novos ideais serão assimilados pela juventude e solidificados nas futuras gerações. Em 1917, o Governo Federal fecha as escolas estrangeiras ou de imigrantes que funcionam, sobretudo, no sul do Brasil. São criadas, a partir de 1918, as Escolas Primárias subvencionadas com recursos responsabilidade dos Estados. Com essas medidas, o federais, sob a Governo Federal busca “impedir a desnacionalização da escola e da infância”. (NAGLE, 2001, p.301). Getúlio Vargas, em 1930, cria o Ministério da Educação e Saúde e as Secretarias de Educação nos Estados. Intelectuais, seguindo os ideais de modernidade e de construção de uma identidade nacional, iniciam estudos visando a uma reforma do Sistema de Ensino. A Reforma Francisco Campos, de 1931, centraliza no Governo Federal as decisões educacionais. O golpe de 1937 ratifica essa decisão,vendo na Educação um meio pelo qual o país atingiria a modernidade, segundo o modelo de industrialização e desenvolvimento dos Estados Unidos da América e da Europa. 222 A Reforma estabelece como método oficial de ensino de Língua Estrangeira o Método Direto. Esse método, surgido na Europa em fins do Século XIX e início do Século XX, em oposição ao Método de Tradução e Gramática, considera a língua o principal instrumento de comunicação. Baseia-se na Teoria Associacionista da Psicologia da Aprendizagem, que vê a associação como princípio básico da aprendizagem. Seguindo o Método Direto, a Língua Materna abandona seu papel de mediadora da Língua Estrangeira. O aluno deve aprender em contato constante com a língua em estudo, praticando perguntas e respostas sem auxílio da tradução. A comunicação em sala de aula utiliza exclusivamente a Língua Estrangeira. O aluno deve aprender a raciocinar nessa língua. Os significados são transmitidos com o auxílio de gestos, gravuras, fotos, simulações ou outro recurso qualquer que possa facilitar a compreensão. A gramática é aprendida de forma indutiva. Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial e o posicionamento do Brasil contra a Alemanha e os demais países do Eixo, as minorias étnicas, linguísticas e culturais do país passam a ser perseguidas como perigosas para a homogeneidade nacional. Em 1942, a Reforma Capanema divide o Ensino Secundário em dois níveis : o Ginasial, de quatro anos e o Colegial, de três. O Colegial é subdividido em duas modalidades, o Clássico e o Científico, preparatórias para a Universidade, e o Técnico-Profissional, para a formação de trabalhadores nas mais diversas áreas. O estudo de Línguas Estrangeiras é mantido no Curso Ginasial, com certa predominância do Francês sobre o Inglês. O Espanhol é apresentado como alternativa em lugar do Alemão, Japonês e Italiano. O Latim permanece, como Língua Clássica. Após o final da Segunda Guerra, a dependência econômica e cultural do Brasil em relação aos Estados Unidos aumenta, valorizando a necessidade da aprendizagem do Inglês. Na década de 1950 intensificam-se os estudos lingüísticos. Sob a influência da Psicologia da Escola Behaviorista de Skinner e Pavlov, a aprendizagem passa a ser vista como mudança de comportamento, o que afeta grandemente os métodos de ensino. A língua deixa de ser um conjunto de regras a serem memorizadas, passa a ser vista como um conjunto de hábitos automatizados. Sob essa perspectiva, adotam-se os Métodos Audiovisual e Áudio-Oral, criados nos Estados 223 Unidos para formar rapidamente pessoas falantes de outras línguas. O Método Áudio-Oral preconiza que uma pessoa falaria fluentemente outra língua se fosse submetida a uma repetição de modelos. O Método Audiovisual, com a mesma orientação, usa diálogos, não frases soltas, sem contexto. É o tempo dos recursos didáticos como gravadores, projetores de slides e laboratórios audiolinguais. A partir de 1960, surgem questionamentos a respeito da Teoria Behaviorista. Chomski (1965) retoma a discussão sobre língua e fala., com idéias opostas às de Saussure e reestrutura a visão de língua e de sua criação. Para ele, a língua, por ser dinâmica e criativa, não poderia reduzir-se a um conjunto de enunciados a serem memorizados e repetidos de forma automatizada em qualquer situação. Propõe a Teoria Inatista, segundo a qual o sujeito nasce com capacidades que serão desenvolvidas com o tempo. A língua que, desde o nascimento, possui determinadas é parte do sujeito um sistema lingüístico internalizado. Para Chomski, a língua é um sistema de comunicação com noções de falante e ouvinte .”É uma estrutura que faz a intermediação entre o sujeito e o mundo, é um elemento de ligação entre os dois” (KRAUSE- LEMKE, 2004). As novas teorias da aquisição da linguagem influenciam o ensino da Língua Estrangeira : usa-se a Língua Materna para verificar a compreensão dos conceitos; aprende-se a Gramática de forma dedutiva; valorizam-se os conceitos de motivação; explora-se o sentido social da linguagem, com destaque para as atividades em grupo. Na década de 1970, educadores brasileiros discutem as teorias de Piaget e a abordagem cognitiva e construtivista. A aquisição da linguagem passa a ser entendia como resultado de interações entre o organismo e o meio. Estudam-se as teorias de Vygotski, para quem o desenvolvimento da linguagem ocorre no sujeito em duas instâncias, a primeira externa e a segunda interna. A primeira acontece nas trocas sociais e a segunda num processo mental no qual as teorias sociais exercem um papel de interiorização. O Governo Militar, com a Lei nº 5692/71, atendendo a um suposto nacionalismo, argumenta que a Escola não deveria ser a porta de entrada de mecanismos de impregnação cultural estrangeira. Para evitar o aumento da dominação ideológica de outras sociedades e do colonialismo cultural do país, abandona a obrigatoriedade do ensino de Língua Estrangeira nas Escolas Públicas. 224 Essa medida torna o aprendizado de línguas um instrumento a mais das classes favorecidas para manter privilégios, pois a maioria dos alunos da Escola Pública não tem acesso a esse conhecimento. Em 1976, o ensino de Língua Estrangeira volta a ser obrigatório, mas apenas no Segundo Grau. A Escola de Primeiro Grau poderia oferecê-lo, dependendo de suas condições,. O Parecer nº 581/76 do Conselho Federal de Educação determina que a Língua Estrangeira seja ensinada por acréscimo, conforme as condições do Estabelecimento de Ensino. Muitas Escolas de Segundo Grau passam a ministrar a disciplina em um único ano, com apenas uma aula semanal. Os métodos audiolinguais, baseados na Teoria Estruturalista e no Behaviorismo de Skinner evidenciam-se e o Inglês tornou-se o idioma hegemônico, com finalidade estritamente instrumental, deixando de lado o ensino da língua e civilização estrangeiras. A insatisfação dos professores do Estado do Paraná com a reforma do ensino é grande. Visando hegemonia de manter o estudo das Línguas Estrangeiras e romper a um único idioma ensinado nas Escolas, o Colégio Estadual do Paraná (fundado em 1846) cria, no ano de 1982, o Centro de Línguas Estrangeiras, que oferece aos alunos, em contraturno, aulas de Inglês, Espanhol Francês e Alemão. No mesmo ano, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), inclui no exame vestibular Espanhol Italiano e Alemão, aumentando, com isso, a demanda por professores dessas línguas. Como resultado da mobilização dos professores para o retorno da oferta de Língua Estrangeira na Escola Pública, a Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná cria, em 5 de agosto de 1986, o Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM). Nesse contexto histórico, começa a ser discutida a Abordagem Comunicativa, método de ensino surgido na Europa desde 1970, que vê a língua como instrumento de interação social e concentra-se nos aspectos semânticos, não mais no código lingüístico. O professor é o mediador do processo pedagógico, deixa de ser o centro do ensino. O aluno deve assumir o papel de sujeito de sua aprendizagem. As atividades priorizam atividades diversas, como os jogos, as dramatizações, o desenho, a música e outras. O erro é visto como um estágio 225 provisório de interlíngua, um meio pelo qual o aluno pode testar as possibilidades do uso da língua. A Abordagem Comunicativa, a partir de 1990, começa a sofrer questionamentos por intelectuais adeptos da Pedagogia Crítica. Com a anistia, retornam ao Brasil intelectuais exilados, muitos dos quais, além dos estudos que realizaram no exterior, inspiram-se nas idéias de Paulo Freire. Começam então os lingüistas a referirem-se, conforme Cox e Peterson( 2001, p 14/15.) “à história, poder ideológico, política, classe social, consciência crítica, emancipação, nas discussões acerca da linguagem” . A Lei nº 9394/96, das Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional, em seu Art. 26, § 5º, determina a oferta obrigatória no Ensino Fundamental de, pelo menos, uma Língua Estrangeira Moderna, a partir da 5ª série. Essa língua seria escolhida pela comunidade escolar. No Ensino Médio, a Lei determina a inclusão de uma Língua Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória e uma segunda, em caráter optativo, dependendo das disponibilidades da Instituição Escolar. Em 1998, o MEC publica os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Estrangeira para o Ensino Fundamental, pautados na concepção de língua como prática social fundamentada na Abordagem Comunicativa. Recomenda que o trabalho pedagógico priorize a leitura, em detrimento da oralidade e escrita, com a justificativa de serem pequenas as oportunidades de uso efetivo da oralidade pelos alunos, em especial os da Rede Pública de Ensino. Em 1999, são publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Estrangeira para o Ensino Médio. Enfatiza a comunicação oral e escrita para atender à formação pessoal, acadêmica e profissional. A diferença de concepções de língua nos dois níveis de ensino influencia os resultados da aprendizagem da disciplina na Educação Básica. Para atender às demandas da sociedade brasileira, lingüistas continuam suas pesquisas aplicadas, na busca de novos referenciais teóricos capazes de contribuir para uma consciência crítica da aprendizagem, mais especificamente da Língua Estrangeira, cujas funções são analisadas com vistas a um ensino capaz de contribuir para a redução das desigualdades sociais e o desvelamento das relações de poder que as apoiam. Tais estudos e pesquisas vêm orientando as propostas mais recentes para o ensino da Língua Estrangeira no contexto 226 educacional brasileiro e sevem de subsídios para a elaboração das Diretrizes Curriculares. A Lei nº 1116, de agosto de 2005, torna obrigatória a oferta da Língua Espanhola no Ensino Médio, visando ao destaque do Brasil no MERCOSUL e ao atendimento dos interesses político-econômicos para melhorar as relações do Brasil com países de Língua Espanhola. A oferta da disciplina é obrigatória para a Escola e facultativa para o aluno. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná, para suprir a demanda prevista pela Lei, abre concurso para professores de Língua Espanhola, em 2004, amplia a oferta de cursos do CELEM, abre parcerias para formação e aprimoramento pedagógico dos professores, além de adquirir livros de fundamentação teórica de Língua Estrangeira para as escolas do Estado. A pluralidade da oferta de Línguas Estrangeiras é justificada com a argumentação de que essa sobre a língua como “discurso aprendizagem propicia um espaço de reflexão e prática social”, de forma a refletir os sentidos oferecidos pelas múltiplas culturas inseridas em cada sociedade. A contextualização do ensino da Língua Estrangeira permite uma reflexão sobre as questões que envolvem esse ensino, nos aspectos políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais e é base para os fundamentos teóricometodológicos que orientarão o ensino. A expansão de uma Língua Estrangeira é também a expansão de um conjunto de discursos ideológicos. Portanto, é fundamental que se observe se o ensino dessa segunda língua corrobora para a perpetuação de idéias de dominação ou enfatiza a emancipação. O ensino de uma Língua Estrangeira deve garantir que os alunos não se tornem consumidores passíveis de cultura e de conhecimento, mas sujeitos criadores ativos. Assim, a aprendizagem de uma Língua Estrangeira tem caráter político, como forma de ação para transformar o mundo. Nessa perspectiva, amplia-se a responsabilidade desse ensino e exige-se do educador uma reflexão ampla sobre o modo como se ensina e para que se está ensinando. Somente assim haverá uma apropriação crítica e histórica do conhecimento para uma maior compreensão da realidade sócio-cultural pelo aluno, tornando-o um agente transformador e democrático do seu ambiente de convívio. 227 8.3.12.1 1.1 Objetivos Gerais do Ensino Ensinar e aprender línguas é ensinar e aprender percepções do mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos, seja qual for o grau de proficiência atingido. As aulas de Língua Estrangeira devem ser espaços de interação entre professor e aluno e de representações e visões de mundo que se revelam no dia-adia. Os alunos devem analisar questões sócio-político-econômicas da nova ordem mundial, percebendo suas implicações. Devem desenvolver uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. O objetivo principal do ensino de Língua Estrangeira na Escola não é apenas linguístico Diferentemente do que se espera de uma Escola de Idiomas, do setor privado, cujos objetivos voltam-se para a proficiência lingüístico-comunicativa em situações de viagens, negócios e preparação para exames, a Escola Pública deve priorizar a formação de cidadãos críticos e transformadores da sociedade, através do trabalho com textos que permitam explorar as práticas da leitura, da escrita e da oralidade mas também incentivar a pesquisa e a reflexão. A língua estrangeira deve ser trabalhada de maneira a propiciar a inclusão social, o desenvolvimento da consciência do papel das línguas na sociedade; o reconhecimento da diversidade cultural e o processo de construção das identidades transformadoras. O contato com os diversos gêneros textuais, manifestados em forma de diferentes linguagens inseridas no mundo globalizado, objetiva ampliar a compreensão de várias culturas; ativar procedimentos interpretativos, tornando possível a construção de significados, aumentando as possibilidades de entendimento de mundo do aluno como um instrumento de comunicação universal para contribuir na transformação e crescimento do cidadão. Assim, espera-se que o aluno desenvolva capacidades de: * Usar a língua em situações de comunicação oral e escrita. * Vivenciar, nas aulas de Língua Estrangeira, formas de participação que lhe possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas. 228 * Compreender que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social. * Conscientizar-se do papel das línguas na sociedade, possibilitando o acesso à informação, ao conhecimento e o entendimento do mundo; * Reconhecer e compreender a diversidade lingüística e cultural, bem como seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país. * Avaliar as diferenças, similaridades e importância do mundo urbano e do mundo rural na formação integral da sociedade. 8.3.12.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos da Disciplina A língua, objeto de estudo desta disciplina, entendida como interação verbal e produtora de sentidos, marcada por relações pragmáticas e contextuais de poder, terá como conteúdo estruturante o “discurso como prática social”. O estudo será realizado através de atividades e práticas discursivas que envolvam a compreensão auditiva, a leitura de mundo, a escrita nas múltiplas formas e a interação verbal como processo comunicativo. Em suas origens, a palavra “discurso” Assim, a postura frente aos conceitos fixos, significa “ movimento, corrida”,. imutáveis, deve ser diferenciada. Bakhtin vê a linguagem como “ um contínuo processo de vir a ser”. A língua não é algo pronto, à disposição das pessoas. É um processo no qual o falante ingressa, “numa corrente móvel de comunicação verbal”. O sujeito só adquire consciência através da linguagem e é através dela que ele pode começar a intervir no real. Desse modo, o estudo da língua deve focar-se nos enunciados orais e escritos, uma vez que o discurso, produzido por um sujeito falante, só existe na forma de enunciados. O trabalho com diferentes gêneros textuais deve levar o aluno a perceber a gama de discursos existentes nos mais variados contextos, bem como as vozes que permeiam as relações sociais e as relações de poder. Os níveis de organização linguística devem contribuir para a compreensão da linguagem e a produção escrita, oral, verbal e não verbal. 229 Os conteúdos específicos serão desdobrados a partir de textos (verbais e não-verbais), considerando seus elementos lingüístico-discursivos (fonético- fonológicos, léxico-semânticos e sintáticos) manifestados nas práticas discursivas (leitura, escrita, oralidade). No discursivas trabalho com os textos serão feitas análises lingüístico- dos elementos não só de natureza lingüística, mas, principalmente, os de fins educativos, visando a abordagem de assuntos polêmicos, adequados à faixa etária, conforme os interesses dos alunos. Vale ressaltar a importância de se trabalharem diversos gêneros textuais, com diferentes graus de complexidade da estrutura lingüística. Os conteúdos específicos serão definidos a partir das escolhas textuais,enfatizando o conteúdo e não a forma. 8.3.12.2.1 Conteúdos a serem trabalhados a) Conteúdos Estruturantes O discurso como prática social b) Gêneros Textuais Cotidiano : álbuns de família, cantigas de roda,músicas, bilhetes, provérbios, quadrinhas, relato de experiências vividas, . Literário/Artístico : contos de fada, fábulas, memórias, poemas, narrativas de humor, narrativas míticas, relato de vidas de personalidades artísticas, culturais, políticas,biografias, poemas, fábulas contemporâneas,letras de músicas, crônicas. Científico : relato histórico, resumo, relatório. Escolar : cartazes, diálogo/discussão argumentativa, mapas, exposição oral, relato histórico, resenha, resumo. Imprensa : entrevista oral/escrita, horóscopo, fotos, mapas, notícia, resenha crítica, tiras.. Publicitária : músicas, publicidade comercial. 230 c) Conteúdos 1) Leitura Leitura de textos de diferentes gêneros,de acordo com o conhecimento prévio dos alunos. Identificação do tema. Intertextualidade. Intencionalidade. Vozes sociais presentes no texto. 2) Escrita Estímulo à produção textual a partir do tema, do interlocutor, do gênero e da finalidade do exercício. Uso adequado de palavras e expressões que estabeleçam a referência textual. Utilização adequada das partículas conectivas. Reescrita do texto, revisando os argumentos das idéias, dos elementos que compõem o gênero.. Coesão e coerência. Funções das classes gramaticais no texto. Elementos semânticos. Discurso direto e indireto. Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto. Recursos estilísticos (figuras de linguagem). Variedade lingüística. Marcas lingüísticas: particularidades da língua : pontuação; recursos gráficos como aspas,travessão, 3) Oralidade Elementos extralingüísticos : pausas, entonação, gestos, etc.. Vozes sociais presentes no texto. Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito. Adequação da fala ao contexto. Pronúncia.. 231 Apresentação de textos elaborados ou reelaborados, levando em consideração sua aceitabilidade, informatividade. Apresentação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se de recursos extralingüísticos como : entonação, expressão facial, gestos, pausas, etc.. 8.3.12.3 Metodologia da Disciplina Se não existissem as múltiplas linguagens e se não as dominássemos, tendo que criá-los pela primeira vez no processo da fala, a comunicação verbal seria quase impossível (Bakhtin, 1998). O estudo da língua deve focar-se nos enunciados orais e escritos. O discurso só existe na forma de enunciados (Rodrigues,2005). É produzido por um sujeito falante. Assim, é importante que o aluno compreenda que o texto é uma conversa entre o autor e o leitor. O aluno deve perceber a gama de discursos em contextos variados. Deve compreender também que não existe o conceito de superioridade entre as diferentes línguas faladas no mundo. Através dos textos pode-se apreciar a cultura, a formação e os valores das pessoas que empregam essa língua. Serão apresentados aos alunos textos de diferentes gêneros textuais. Será incentivada a leitura e a discussão das idéias gerais do texto, utilizando-se para isso a Língua Materna e também a Língua Inglesa, à medida em que os alunos estejam preparados para isso. O uso do texto é fundamental para o desenvolvimento da compreensão da leitura, da escrita e da oralidade. Serão trabalhados diversos gêneros textuais, com diferentes graus de complexidade da estrutura lingüística, sempre observando-se os diferentes níveis de aprendizagem e a bagagem de conteúdos dominados pelo aluno. Também será dada especial atenção ao Ensino Noturno, considerando suas peculiaridades. As reflexões discursivas e ideológicas dependem de uma interação primeira com o texto. Isso não representa privilegiar a prática da leitura em detrimento às 232 demais no trabalho em sala de aula, visto que na interação com o texto há uma simultânea utilização de todas as práticas discursivas: leitura, escrita e oralidade. É nessa abordagem que leitura, escrita e oralidade se interagem. Texto e leitura são indissociáveis. Referem-se às estratégias de compreensão, discussão, organização e produção de textos, bem como ao contexto social e aos papéis que leitores e escritores exercem em seus grupos sociais e seus propósitos. A proposta do estudo da Língua Estrangeira Moderna Inglês considera que a leitura proporciona a interação entre os múltiplos textos e ocorre na relação entre o leitor, texto, autor e outros leitores. Ancorada numa perspectiva crítica, promove a construção e a percepção de mundo do sujeito leitor, tornando-o capaz de criar significados e sentidos que contribuam para uma maior compreensão das idéias do texto. Esse processo de construção de sentido, apoiado na bagagem cultural e com acesso permanente à Língua Inglesa, é fundamental para a prática social do cidadão e interpretação dos discursos de sua comunidade. Os gêneros textuais cotidianos, publicitários, jornalísticos, literários, informativos, de opinião e outros serão estudados visando não só à compreensão lingüística, mas também à prática discursiva. Aprende-se a moldar a fala às formas textuais. Os textos literários serão apresentados de modo que provoquem reflexão e façam com que os alunos percebam como uma prática social em um determinado contexto socio-cultural particular. O estudo gramatical será sempre efetuado para o melhor entendimento do texto. Os conteúdos poderão ser retomados em cada série, com diferentes graus de profundidade, levando em conta o conhecimento já dominado pelo aluno. A escrita será essencialmente uma atividade sociointeracional, significativa, sempre com objetivos claros. O objetivo principal do estudo da Língua Inglesa será o de proporcionar ao aluno a possibilidade de interagir com a infinita variedade discursiva presente nas diversas práticas sociais. O ensino estará articulado com as demais disciplinas do currículo, objetivando relacionar os vários conhecimentos. É importante que o aluno perceba que conteúdos de disciplinas distintas podem, muitas vezes, estar relacionados entre si. Essa proposta metodológica apóia-se no uso de livros didáticos. Além desse material, serão utilizados dicionários, textos variados de revistas e jornais, DVDs, 233 fitas de áudio, Internet; TV Multimídia e outros materiais pedagógicos. Sempre que possível será promovida uma reflexão, juntamente com o aluno, de forma a desvendar os valores subjacentes aos textos, abordando criticamente uma leitura do mundo e, ao mesmo tempo, contemplando a diversidade regional e cultural do mundo, do seu país, do seu Estado e da sua comunidade. Atendendo à Lei nº 10.639/03, que trata das Relações Étnico-Raciais e História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na escola, serão desenvolvidas atividades que propiciem o contato com a cultura africana, dentro da Língua Inglesa: exposições de obras literárias de escritores negros, documentários, filmes com temáticas sobre o racismo e preconceito, costumes e hábitos africanos e de afrodescendentes, procurando destacar a contribuição da cultura dos povos negros falantes da Língua Inglesa. Será atendida igualmente a Lei 11645/08, com textos e discussões sobre os problemas que afligem os indígenas no Estado do Paraná e no Brasil, de modo geral. Em todas as oportunidades serão debatidos assuntos ligados à Política Nacional de Educação Ambiental ; Cidadania e Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenão ao Uso de Drogas. . O Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira – Ensino Fundamental e Médio situase em região rural. Assim, serão criadas oportunidades para que o aluno reflita sobre a importância do campo para as cidades e sobre as características da vida rural, em contraposição à vida urbana através de leituras que enfatizem aspectos da vida na cidade e no campo.. 8.3.12.4 Avaliação “A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o crescimento.” ( Luckesi, 1995,p.166). 234 Essa concepção de avaliação leva as intervenções pedagógicas a ultrapassarem os conteúdos trabalhados, de maneira a se alcançarem os objetivos de ensino propostos. Segundo Vygotsky (1090), é importante, nesse processo, que o professor organize o ambiente pedagógico, observe a participação dos alunos e considere que o engajamento discursivo na sala de aula se faz pela interação verbal, a partir da escolha de textos consistentes, e de diferentes formas : entre os alunos e o professor; entre os alunos na turma; na interação com o material didático; nas conversas em Língua Materna e Língua Estrangeira; no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao promover o desenvolvimento de idéias. As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná, versão 2008, definem o propósito primeiro do professor de Língua Estrangeira : a formação do leitor ativo, capaz de produzir sentidos na leitura, tais como inferir, valendo-se de conhecimentos prévios; levantar hipóteses a respeito da organização textual; perceber a intencionalidade do texto, enfim, aprofundar-se na apreciação do que leu. Como vários significados são possíveis e válidos, desde que apropriadamente justificados, verificar a construção dos significados nas interações com textos e nas produções textuais dos alunos é mais importante que testar conhecimentos lingüístico-discursivos do texto – gramaticais, de gêneros textuais e outros. A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino e, portanto, deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. É um elemento de reflexão contínua do professor sobre sua prática educativa e revela aos alunos suas dificuldades, progressos e possibilidades. Deve fornecer dados sobre o desenvolvimento das capacidades do educando e o grau de seu desenvolvimento intelectual, a aplicabilidade dos objetivos dos conhecimentos trabalhados, que orientarão os ajustes e intervenções pedagógicas visando à aprendizagem da forma mais adequada. Aprender uma língua é uma aquisição irreversível. O erro deve ser visto como fundamental para a produção de conhecimento pelo ser humano, como um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo que não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes pessoas. 235 A avaliação deve ser uma relação dialógica que conceba o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, um processo de ação – reflexão – ação que acontece na sala de aula através da interação professor/aluno, carregado de significados e de compreensão. Serão utilizados como instrumentos de avaliação : provas objetivas e discursivas; leitura de textos de diversos gêneros textuais; debates; interpretações de textos; diálogos orais e escritos; elaboração de narrações, dissertações, resumos, apresentação de poesias; trabalhos individuais e em grupos; cartazes; músicas; teatros; filmes, jogos e outras atividades. Para que aconteça com êxito, é necessário que a avaliação, segundo Luckesi (2005, p. 166) “ deixe de ser utilizada como recurso de autoridade e assuma papel de auxiliadora do crescimento”. 8.3.12.4.1 Critérios de Avaliação Oa alunos serão avaliados, nos quesitos leitura, escrita e oralidade, em aspectos como : a) Leitura * realização da leitura e compreensão do texto; * localização de informações explícitas e implícitas no texto; * percepção do ambiente no qual circula o gênero; * análise das intenções do autor; * dedução dos sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto; * compreensão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido denotativo e conotativo: * reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual. b) Escrita * expessão clara das idéias; 236 * elaboração/reelaboração de textos atendendo : - a situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade.); - à continuidade temática; - à diferenciação de contexto de uso de linguagem formal e informal; -ao uso de recursos textuais (coesão, coerência, informatividade, intertextualidade, etc); -ao uso de recursos lingüísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, etc.); - ao emprego de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo.bem como de expressões que indicam humor e ironia, em conformidade com o gênero proposto. c) Oralidade * apresentação de idéias com clareza; * pertinência do uso dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos; * utilização do discurso de acordo com a situaçãoformal ou informal de produção ; * participação ativa em diálogos, relatos, discussões, quando necessário em lingua materna; * compreensão de argumentos no discurso do outro; * exposição objetiva de argumentos; *.utilização consciente de expressões faciais, corporais e gestuais, de pausas e entonação nas exposições, entre outros elementos extralinguísticos. 8.3.12.4.2 Valores de Avaliação A cada bimestre será atribuído ao aluno : 237 a) 06 pontos através de dois trabalhos escritos, com o valor de 03 pontos cada um; b) 02 pontos através de prova objetiva ou discursiva; c) 02 pontos referentes ao desempenho em cada aula. Ao aluno que demonstrar deficiência de aprendizagem ou que perca a oportunidade de apresentação dos trabalhos propostos (desde que justificadas as razões apresentadas) serão ofertados trabalhos para recuperação dos conteúdos perdidos. Para que aconteça com êxito, é necessário que a avaliação, segundo Luckesi (2005, p. 166) “deixe de ser utilizada, como recurso de autoridade e assuma papel de auxiliadora do crescimento”. 8.3.12.5 Referências BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. COX, M. I. P.; ASSIS-PETERSON, A. A. O professor de Inglês : entre a alienação emancipação. Linguagem & Ensino, v.4, n. 1. p. 11-36, 2001. FARACO, C.A. (org.) Diálogos com Bakhtin, Curitiba, UFPR, 2001. PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para a Educação Básica, Secretaria do Estado do Paraná – Superintendência da Educação, Curitiba-Pr., 2008 GIMENEZ, T. Inovação educacional e o ensino de línguas estrangeiras 238 modernas: o caso do Paraná. Revista Signum, v.2, p. 169-183, 1999. GIMENEZ, T. Eles comem cornflakes, nóa comemos pão com manteiga : espaços para reflexão sobre cultura na aula de língua estrangeira. In ENCONTRO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, 9, Londrina, 2002. Anais. Londrina: APLIEPAR, 2002, p. 107-114. GIMENEZ, T. ; JORDÃO, C.M. ; ANDREOTTI. V. (org.) Perspectivas educacionais e ensino de inglês na escola pública. Pelotas : Educat, 2005. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo : Cortez, 1995. SARMENTO, S. MULLER, V. (orgs.) O Ensino de Inglês como Língua Estrangeira: Estudos e Reflexões. Porto Alegre : APIRS, 2004. WIDDOWSON,H.G.. Ensino de Línguas para a Comunicação. 2ª Edição. Campinas: Pontes, 2005. JORDÃO, C.M. A língua estrangeira na formação do indivíduo. Curitiba, 2994ª. Mimeo. MENDONÇA, M. R. S. Análise lingüística no ensino médio : Um novo olhar, um novo objeto. In : BUNZEN, C. (Org.) Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo : Parábola, 2006, p.207. 239 8.3.13 Proposta Pedagógica Curricular de Língua Portuguesa - Ensino Fundamental e Médio Docentes: Eva Maria Biazão Marcelo Rissato Milene Pires Rodrigues Barbosa Rejane Felismino Barbosa Sandra Márcia Ramos Duarte 8.3.13.1 Apresentação da Disciplina A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar passou a integrar os currículos brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX depois de já há muito organizado o sistema de ensino. Contudo a preocupação com a formação do professor desta disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX. Depois de institucionalizada como disciplina as primeiras práticas de ensino moldavam-se ao ensino do Latim, para os poucos que tinham acesso a uma escolarização mais prolongada. Tratava-se de um ensino eloqüente, retórico, imitativo, elitista e ornamental. Em meados do século XVIII, o Marques de Pombal torna obrigatório o ensino da Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil. Em 1837, o estudo da Língua Portuguesa foi incluído no currículo sob as formas das disciplinas Gramática, Retórica e Poética, abrangendo esta última, a Literatura. Somente no século XIX o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português e, em 1871 foi criado, no Brasil, por decreto imperial o cargo de Professor de Português, mantendo o ensino de Língua Portuguesa a sua característica elitista até meados do século XX, quando se iniciou, no Brasil, a partir de 1967. A Lei 5692/71 amplia e aprofunda esta vinculação dispondo que o ensino devia estar voltado a qualificação para o trabalho. Desse vínculo decorreu, para o ensino, a instituição de uma pedagogia tecnicista que, na Língua Portuguesa, estava pautada nas teorias da comunicação, com um viés mais pragmático e utilitário do que com o aprimoramento das capacidades lingüísticas do falante, passou então a denominar-se Comunicação e Expressão, nas quatro primeiras séries e 240 Comunicação em Língua Portuguesa, nas quatro últimas séries. Durante a década de 1970 e até os primeiros anos da década de 1980, o ensino de Língua Portuguesa pautava-se então, em exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento de habilidades de leitura. No que tange ao ensino da Literatura restringiu-se ao então segundo grau, com abordagens estruturalistas ou historiográficas do texto literário. O ensino de Língua Portuguesa e Literatura requerem novos posicionamentos em relação às práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos professores na construção de alternativas. 8.3.13.1.1 Objetivos Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso que se efetiva nas diferentes práticas sociais, o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de língua, busca: • empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante deles; • desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, além do contexto de produção; • analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando que o aluno amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos; • aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita; • aprimorar os conhecimentos lingüísticos, de maneira a propiciar acesso às 241 ferramentas de expressão e compreensão de processos discursivos, proporcionando ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais, propriando-se, também, da norma padrão. . Propiciar o contato com a cultura afro-brasileira ressaltando a contribuição dada à nação brasileira e a valorização da diversidade étnico-racial. 8.3.13.2 Conteúdos Estruturante/ Básicos da Disciplina 8.3.13.2.1 Discurso Como Prática Social Os conteúdos serão aplicados nas práticas da oralidade, leitura e escrita sendo que estas deverão ser trabalhadas juntas, já que uma atividade possibilita a outra e vice-versa, permeados pela análise linguística. 8.3.13.2.2 Educação No Campo A educação deve ser pensada de forma a abranger o contexto social e geográfico dos alunos. Como a escola está inserida em meio rural, esta proposta foi pensada de modo aos conteúdos estarem vinculados à sua cultura e as suas necessidades humanas e sociais. A Educação no Campo possui quatro eixos temáticos: • Trabalho: divisão social e territorial; • Cultura e identidade; • Independência campo – cidade, questão agrária e desenvolvimento sustentável; • organização politica, movimentos sociais. Valorizar as culturas dos povos do campo significa criar vínculos com 242 a comunidade e gerar um sentimento que pertença ao lugar e ao grupo social. Isso possibilita criar uma identidade sociocultural que leva o aluno a compreender o mundo e transformá-lo. GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM TRABALHADOS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA E - 5ª série ORALIDADE. - ANÁLISE LINGUÍSTICA − Tema do texto; 62. Adivinhas − Papel do locutor e interlocutor; 63. Anedotas − Finalidade do texto; 64. Bilhetes − Argumentos do texto; 65. Cantigas de roda − Elementos extralinguísticos: 66. Cartão 67. Convites 68. Aviso 69. Biografias 70. Autobiografia 71. Contos de fadas 72. Tirinhas 73. Lendas 74. Cartazes 75. Músicas 76. Piadas 77. Quadrinhas 78. Receitas 79. Trava-língua 80. Poemas 81. Cartum 82. entonação, pausas, gestos e outros; − Discurso direto e indireto; − Elementos composicionais do gênero; − Léxico; − Adequação do discurso ao gênero; − Turnos de fala. − Variações linguísticas; − Contexto de produção; − Informatividade; − Divisão do texto em parágrafo; − Processo de formação de palavras; − Acentuação gráfica/ortografia; Tiras − Concordância verbal/nominal; 83. Classificados − Marcas linguísticas: coesão, 84. Regras de jogo 85. Rótulos/embalagens 86. Fábulas 87. História em Quadrinho 88. Narrativas de Enigmas coerência, gírias, repetição, recursos semânticos, função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem. 243 GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM TRABALHADOS PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE. - 6ª série - ANÁLISE LINGUÍSTICA Narrativa de aventura/ fantásticas/mítica − Tema do texto; Narrativas de humor − Papel do locutor e interlocutor; Crônica de ficção − Finalidade do texto; Fábulas − Argumentos do texto; Músicas/Letras de Música − Intertextualidade; − Ambiguidade; − Informações explícitas e implícitas ; − Elementos extralinguísticos: entonação, Paródias Lendas Diário Exposição oral Debate pausas, gestos e outros; − Discurso direto e indireto; − Elementos composicionais do gênero; − Léxico; − Adequação do discurso ao gênero; − Turnos de fala; − Variações linguísticas; − Contexto de produção; − Informatividade; Classificados − Divisão do texto em parágrafo; Fotos − Processo de formação de palavras; Placas − Acentuação gráfica/ortografia; Pinturas − Concordância verbal/nominal; Propagandas/slogan − Marcas linguísticas: coesão, coerência, Causos Comunicado Provérbios Notícia Reportagem Horóscopo Manchete Manchete Histórias em quadrinhos repetição, gírias, recursos semânticos, Bulas função das classes gramaticais, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem. − Semântica. 244 GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM TRABALHADOS PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE. - 7ª série - ANÁLISE LINGUÍSTICA − Contos populares − Contéudo temático − Contos − Papel do locutor e interlocutor; − Memórias − Finalidade do texto; − Resumo − Argumentos do texto; − Debate − Intertextualidade; − Palestras − Vozes sociais presentes no texto; − Pesquisa − Ambiguidade; − Relatório − Informações explícitas e implícitas ; − Exposição oral − Elementos extralinguísticos: entonação, − Mesa redonda − Abaixo-assinado − Discurso direto e indireto; − Entrevista (oral e escrita) − Elementos composicionais do gênero; − Seminário − Relação de causa e consequência entre as − Carta ao leitor − Carta do leitor − Léxico; − Depoimento − Adequação do discurso ao gênero; − Artigo de opinião − Turnos de fala; − Cartum − Variações linguísticas; − Charge − Contexto de produção; − Classificados − Informatividade; − Anúncios − Divisão do texto em parágrafo; − Crônica jornalística − Processo de formação de palavras; − Diálogo/discussão − Acentuação gráfica/ortografia; − Concordância verbal/nominal; − Marcas linguísticas: coesão, coerência, argumentativa pausas, gestos e outros; partes e elementos do texto; − Cartazes − Comercial para TV repetição, gírias, recursos semânticos, − Filmes função das classes gramaticais, pontuação, − Resenha crítica recursos gráficos (como aspas, travessão, − Sinopses de filmes negrito), figuras de linguagem. − Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto. − Semântica. - operadores argumentativos; - ambiguidade; - sentido figurado; 245 - significado das palavras; - expressões que denotam ironia e humor no texto. GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM TRABALHADOS PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE. - 8ª série - ANÁLISE LINGUÍSTICA − Conteúdo temático • Crônicas de ficção − Papel do locutor e interlocutor; • Literatura de cordel − Intencionalidade do texto; • Memórias − Informatividade; • Pinturas − Argumentos do texto; • Romances − Conteúdo de produção; • Poesias − Intertextualidade; • Músicas − Discurso ideológico no texto; • Resumo − Vozes sociais presentes no texto; • Paródias − Elementos extralinguísticos: entonação, • Relatório • Cartazes − Discurso direto e indireto; • Resenha − Elementos composicionais do gênero; • Seminário − Léxico; • Texto de opinião − Adequação do discurso ao gênero; • Diálogo/discussão argumentativa − Turnos de fala. • Carta ao leitor − Variações linguísticas (lexicais, semânticas, • Editorial • Entrevista • Notícia/reportagem • E-mail − Partículas conectivas do texto; • Carta de reclamação − Progressão referencial do texto; • Carta de solicitação − Divisão do texto em parágrafo; • Depoimentos − Processo de formação de palavras; • Ofício − Acentuação gráfica/ortografia; • Procuração − Concordância verbal/nominal; • Leis − Sintaxe de regência; • Requerimento − Marcas linguísticas: coesão, coerência, pausas, gestos e outros; prosódias entre outras) − Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; gírias, repetição, recursos semânticos, 246 • Telejornal função das classes gramaticais, pontuação, • Telenovela recursos gráficos (como aspas, travessão, • Teatro negrito), figuras de linguagem. − Semântica - operadores argumentativos; - modalizadores; - polissemia − Adequação da fala ao contexto (uso de gírias, repetições, etc.); − Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito. GÊNEROS TEXTUAIS A SEREM TRABALHADOS PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA, ORALIDADE. NO ENSINO MÉDIO - ANÁLISE LINGUÍSTICA • Contos • Conteúdo temático • Crônicas • Papel do locutor e interlocutor; • Contos de fada contemporâneo • Intencionalidade do texto; • Textos dramáticos • Finalidade do texto; • Narrativas em Geral • Informatividade; • Romance • Referência textual; • Sinopses de Filmes • Argumentos do texto; • Charge • Conteúdo de produção; • Cartum • Intertextualidade; • Tiras • Discurso ideológico no texto; • Novela Fantástica • Vozes sociais presentes no texto; • Poemas • Elementos extralinguísticos: entonação, • Fábulas pausas, expressões facial, corporal e • Textos argumentativos gestual, entre outros; • Diários • Discurso direto e indireto; • Testemunhos • Elementos composicionais do gênero; • Biografia • Contexto de produção do texto literário • Artigos de opinião • Progressão referencial; • Carta de leitor • Léxico; • Carta ao leitor • Adequação do discurso ao gênero; • Reportagem/Notícia • Turnos de fala; • Manchete • Variações linguísticas (lexicais, semânticas, • Editorial • Letras de Música prosódias entre outras) • Relação de causa e consequência entre as 247 partes e elementos do texto; • Paródia • Propaganda/Slogan • Partículas conectivas do texto; • Carta de emprego • Progressão referencial do texto; • Carta de reclamação • Divisão do texto em parágrafo; • Carta de solicitação • Processo de formação de palavras; • Curriculum Vitae • Acentuação gráfica/ortografia; • Resumo • Concordância verbal/nominal; • Resenha • Sintaxe de regência; • Relatório Científico • Marcas linguísticas: coesão, coerência, • Debate regrado gírias, repetição, recursos semânticos, • Diálogo/discussão argumentativa função das classes gramaticais no texto, • Júri simulado conectores, pontuação, recursos gráficos • Telejornal (como aspas, travessão, negrito), figuras de • Teatro linguagem.; • Semântica - operadores argumentativos; - modalizadores; - polissemia * A partir de determinados gêneros, o professor irá trabalhar as Escolas Literárias. • Adequação da fala ao contexto (uso de gírias, repetições, conectivos, etc.); • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito; • Vícios de linguagem; • Elementos semânticos. A análise linguística será empregada de acordo com os textos estudados e ou produzidos pelos alunos considerando não somente a gramática normativa, mas também a descritiva e a internalizada no processo de Língua Portuguesa. A Lei nº 10.639/2003, que trata das Relações Étnico-Raciais e a História e Cultura Afro-Brasileira e Africanas na escola, será trabalhada por meio de ações que propiciem o contato com a cultura africana e afro-descendente, culminando em exposições de obras literárias de escritores negros que se destacam procurando ressaltar a contribuição do povo negro à cultura nacional. 248 8.3.13.3 Metodologia da Disciplina O ensino da Língua Portuguesa segue os princípios de interação, baseandose nas Diretrizes Curriculares apresentando maneiras possíveis de se trabalhar, atendendo assim, a uma perspectiva sociointeracionista. Dessa forma, busca-se trabalhar a clareza de objetivos dos seus conteúdos estruturantes e encaminhamentos necessários para uma prática contextualizada e significativa para o aluno, considerando que a sala de aula é um laboratório onde muitas coisas podem acontecer. A prática de ensino está baseada na oralidade, leitura e escrita e análise lingüística sendo necessário trabalhar com temas a partir de leituras e estudos de diferentes gêneros textuais, aproveitando o conhecimento intuitivo de maneira a despertar o interesse, utilizando assim estratégias com o propósito de atingir uma meta determinada visando à contextualização. A Literatura será trabalhada baseando-se na estética da Recepção e no método recepcional. 8.3.13.4 Avaliação A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino e, portanto, deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. É um elemento de reflexão continua do professor sobre sua prática educativa e revela aos alunos suas dificuldades, progressos e possibilidades. A avaliação deve fornecer dados sobre o desenvolvimento das capacidades do educando e o grau de desenvolvimento intelectual, aplicabilidade dos objetivos de conhecimentos ensinados que orientarão os ajustes e intervenções pedagógicas visando à aprendizagem da forma mais adequada para o aluno. A relevância e a adequação dos conteúdos estão atreladas, ainda, às características psicossociais dos alunos, capacidade para estabelecer relações entre os conteúdos, às necessidades de seu dia-a-dia e com o contexto cultural. Além disso, é importante nesse processo o feedback das avaliações aos 249 alunos com os devidos comentários, para que eles possam entender o processo de aprendizagem e, assim, buscar a superação das suas dificuldades. As informações obtidas através da avaliação devem revelar os resultados da aprendizagem para que essa possa fluir em bases consistentes, apoiando-se em conhecimentos teóricos que necessitam ser solidificados. O papel da avaliação é diagnosticar o avanço do conhecimento, caracterizando-se como um processo contínuo de comprometimento com o saber cientifico cultural e social. O processo de avaliação será contextualizado visando a expressão oral, escrita, leitura e interpretação textual, bem como as suas produções, análise linguística abrangendo a oralidade, a leitura e a escrita dentro de situações reais e/ou criadas em sala de aula. Serão avaliadas estas práticas da oralidade, onde se considerará o desempenho do aluno nos diálogos, relatos e discussões, e a clareza que ele mostrará ao expor suas ideias através da sua fluência. Na prática da leitura, o professor avaliará as estratégias que eles empregaram no decorrer da mesma, a compreensão dos textos e o seu posicionamento diante do tema. Em relação à escrita será importante ressaltar a qualidade e adequação de um texto, os elementos linguísticos utilizados nas produções do alunado e que precisam ser avaliados em uma prática reflexiva e contextualizadas. Considerando que alguns alunos apresentam dificuldades de aprendizagem acentuada poderão ser utilizados diferentes métodos avaliativos que respeitem seu ritmo e suas limitações. De acordo com a lei 10.436 de 24 de abril de 2002, em se tratando do aluno com deficiência auditiva, deve-se respeitar sua primeira língua (LIBRAS), que apresenta uma forma de funcionamento linguístico cognitivo diferenciado ou podendo também ser avaliado em LIBRAS, com o auxílio de intérprete. Ao que se refere ao aluno com deficiência visual, a avaliação deverá ser diferenciada quanto ao tempo necessário na realização das atividades, quantidade de exercícios, bem como oferecer a mesma de forma ampliada em Braille ou mesmo oralmente. Sendo assim, buscaremos em todas as oportunidades, instrumentos de avaliação que produzam a interação entre professor e aluno em relações de 250 crescimento e aquisição de conhecimentos que levem nossos educandos a transformar o meio em que vivem. Dessa forma a avaliação será cumulativa, periódica, diagnóstica e concomitante. 8.3.13.4.1 Instrumentos de Avaliação A língua é concebida como prática social e discursiva. A avaliação formativa, na sua condição contínua e diagnóstica deve ser privilegiada, a fim de promover a análise e reflexão no encaminhamento das intervenções pedagógicas. O processo de aprendizagem não é linear, não acontece da mesma forma e, ao mesmo tempo, para diferentes pessoas. Cabe ao professor, avaliar, priorizar o processo de crescimento do aluno e não apenas mensurar o conhecimento por ele alcançado. A avaliação servirá, além de aferir a aprendizagem do aluno, fazer com que o professor repense a sua metodologia e planeje as suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos. E, através dela, é possível perceber quais são os conhecimentos linguísticos, discursivos, sócio - pragmáticos ou culturais – e as práticas – leitura, escrita, oralidade e compreensão auditiva – que ainda não foram suficientemente trabalhadas e que precisam ser abordadas mais exaustivamente para garantir a efetiva interação do aluno. Assim, para a avaliação serão utilizadas as provas objetivas e discursivas: leitura de textos de diversos gêneros textuais, interpretações e produções de textos, músicas, filmes, simulados e outras atividades. 251 8.3.13.5 Referências AMARAL, Emília, Mauro Ferreira, Ricardo Leite e Severino Antonio – Novas Palavras – Ensino Médio . ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, Editorial, 2003. BAKHTIN, Michail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. de Michel Lahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1999. BARBOSA, Jaqueline Peixoto. Trabalhando com os gêneros do discurso: uma perspectiva enunciativa para o ensino da Língua Portuguesa. Tese (Doutorado em Linguística) Aplicada ao Ensino de Línguas, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2001. Cadernos Temáticos: inserção dos contéudos de historia e cultura afro-brasileira e africana nos curriculos escolares/ Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino Fundamental – Curitiba: SEED -PR, 2005 _____. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. MAGALHÃES, Tereza Cochar e William R. Cereja – Português e Linguagens.Ensino Fundamental. _____. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007. PARANÁ, Secretaria de Estado. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica- Curitiba, 2008. 252 8.3.14 Proposta Pedagógica Curricular de Matemática - Ensino Fundamental e Médio Professoras: - Sandra Mara Reinaldo da Costa. Flávia Cristina Guimaraes Gisele Sanguino Marcos Cesar Beneli 8.3.14.1 Apresentação da Disciplina A Ciência Matemática vem se desenvolvendo desde os tempos antigos juntamente com os processos econômicos e culturais, buscando acompanhar as necessidades de cada época. Assim também a própria disciplina sofre transformações para atender às exigências sociais. Pela Educação Matemática, busca-se um ensino que possibilite aos estudantes: análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de idéias. É uma área que abrange inúmeros saberes, sendo que o objeto de estudo desse conhecimento está ainda em construção, porém está centrado na prática pedagógica engloba as relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático. Envolve o estudo de processos que investigam como o estudante compreende e se apropria da própria matemática, “concebida com um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos, etc.”. Investiga também, como o aluno por intermédio do conhecimento matemático, desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando a sua formação integral como cidadão. Aborda o conhecimento matemático sob uma visão histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos e reconstruídos, influenciando na formação do pensamento do aluno. É fato inquestionável que a matemática está presente em nossas vidas, é reconhecida como uma disciplina útil que ajuda a organizar, compreender e explicar problemas da realidade. Hoje a Matemática é uma das mais importantes ferramentas da sociedade moderna, portanto é um direito do educando, apropriar-se dos conceitos e 253 procedimentos matemáticos básicos que contribuirão para a sua formação como cidadão crítico e atuante na realidade.. Para exercer plenamente a cidadania, e se engajar no mundo do trabalho, das relações sociais, culturais e políticas é preciso saber contar, comparar, medir, calcular, resolver problemas, construir estratégias, comprovar e justificar resultados, argumentar logicamente, conhecer formas geométricas, organizar, analisar e interpretar criticamente as informações, localizar, representar, etc. Perceber isso, é compreender o mundo à nossa volta e poder atuar nele. Podemos observar pelos motivos expostos acima que a Matemática contribui para a formação global do aluno, auxiliando-o na conquista de sua cidadania. 8.3.14.2 Conteúdos Estruturantes/ Básicos da Disciplina 8.3.14.2.1 Número e Álgebra Propõe-se o estudo dos números, tendo como meta primordial, no campo da aritmética, a resolução de problemas e a investigação de situações concretas relacionadas ao conceito de quantidade e com o cotidiano dos alunos. 8.3.14.2.2 Grandezas e Medidas Propõe-se o uso das medidas como elemento de ligação entre os conteúdos de numeração e os conteúdos de geometria; a idéia principal é a de que medir é comparar. 254 8.3.14.2.3 Geometrias Propõe-se a partir da realidade explorar o espaço para situar-se nele e analisa-lo, percebendo os objetos neste espaço para poder representá-los, através da construção de formas e medições. 8.3.14.2.4 Tratamento da Informação Propõe-se o uso de conceitos e métodos para coletar, organizar, interpretar e analisar dados, que permitem ler e compreender uma realidade, trabalhando temas atuais como cultura afro e meio ambiente. 5ª SÉRIE / 6º ANO Números e Álgebra: − Sistemas de numeração; − Números Naturais; − Múltiplos e divisores; − Potenciação e radiciação; − Números fracionários; − Números decimais. Grandezas e Medidas: − Medidas de comprimento; − Medidas de massa; − Medidas de área; 255 − Medidas de volume; − Medidas de tempo; − Medidas de ângulos; − Sistema monetário. Geometrias: − Geometria plana; − Geometria espacial. Tratamento de Informação: − Dados, tabelas e gráficos; − Porcentagem. 6ª SÉRIE /7º ANO Números e Álgebra: − Números Inteiros; − Equação e Inequação do 1ºgrau; − Razão e proporção; − Regra de três simples; − Números Racionais e Irracionais. Medidas: − Medidas de ângulos; − Medidas de temperatura. 256 Geometrias: − Geometria plana; − Geometria espacial; − Noções básicas de geometrias não-euclidianas. Tratamento da Informação: − Pesquisa Estatística; − Média Aritmética; − Moda e mediana; − Juros simples. 7ª SÉRIE/ 8º ANO Números e Álgebra: − Números Racionais e Irracionais; − Sistemas de Equações do 1º grau; − Monômios e Polinômios; − Produtos Notáveis; − Potência. Medidas: − Medidas de comprimento; − Medidas de área; − Medidas de volume; − Medidas de ângulos. − Geometrias: − Geometria plana; − Geometria espacial; − Geometria analítica; − Noções básicas de geometrias não-euclidianas. 257 Tratamento da Informação: − Gráfico e Informação; − População e amostra. 8ª SÉRIE/9º ANO. Números e Álgebra: − Números Reais; − Propriedades dos radicais; − Equação do 2º grau; − Teorema de Pitágoras; − Equações Irracionais; − Equações Biquadradas; − Regra de Três Composta. Grandezas e Medidas: − Relações Métricas no Triângulo Retângulo; − Trigonometria no Triângulo Retângulo. Funções: − Noção intuitiva de Função afim; − Noção intuitiva de Função quadrática. Geometrias: − Geometria plana; − Geometria espacial; − Geometria analítica; − Noções básicas de geometrias não-euclidianas. 258 Tratamento da Informação: − Noções de Análise Combinatória; − Noções de Probabilidade; − Estatística; − Juros Compostos. ENSINO MÉDIO NÚMEROS E ÁLGEBRA − Números Reais; − Números Complexos; − Sistemas lineares; − Matrizes e Determinantes; − Polinômios; − Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares. GRANDEZAS E MEDIDAS − Medidas de Área; − Medidas de Volume; − Medidas de Grandezas Vetoriais; − Medidas de Informática; − Medidas de Energia; − Trigonometria. FUNÇÕES − Função Afim; − Função Quadrática; − Função Polinomial; 259 − Função Exponencial; − Função Logarítmica; − Função Trigonométrica; − Função Modular; − Progressão Aritmética; − Progressão Geométrica GEOMETRIAS − Geometria Plana; − Geometria Espacial; − Geometria Analítica; − Geometrias não-euclidianas. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO − Análise Combinatória; − Binômio de Newton; − Estudo das Probabilidades; − Estatística; − Matemática Financeira. 260 8.3.14.3 Metodologia da Disciplina O homem faz uso da matemática independente do conhecimento escolar, nas mais diversas atividades humanas, isto é, utiliza-se da matemática não sistematizada. Nem sempre esta “matemática” permite solucionar e conhecer todos os problemas, sendo em muitas situações, necessários conhecimentos sistematizados. A construção de um conceito matemático deve ser iniciada valorizando os conhecimentos sincréticos do educando e a partir deste promover a aquisição do conhecimento científico, adquirindo assim o conhecimento sintético. É preciso que o conhecimento matemático seja selecionado, organizado e transformado em saber escolar, o qual deverá ser expresso pelos conteúdos. A definição dos conteúdos é considerada fator fundamental para que o conhecimento matemático, anteriormente fragmentado, seja agora, visto em sua totalidade. Daí, a necessidade do desenvolvimento conjunto e articulado das questões relativas aos números, operações, geometria, tratamento de informações e o papel que as medidas desempenham ao permitir uma maior aproximação entre matemática e a realidade. As atividades diárias deverão ser planejadas de forma a valorizar o trabalho em grupo, para que os alunos desenvolvam o hábito de discutir e validar resultados. O professor deve ter consciência de seu papel como mediador. Os conceitos básicos poderão ser desenvolvidos a partir das Tendências em Educação Matemática: resolução de problemas, etnomatemática, modelagem matemática, mídias tecnológicas, investigações matemáticas e história da matemática. Como forma de abordar os conteúdos, de modo a torná-los mais significativos e de importância sócio-cultural, poderão ser feitas contextualizações das atividades com os seguintes temas: Cidadania e Direitos Humanos, Educação Ambiental (Lei 9.795/99), Educação Fiscal, Prevenção ao uso Indevido de Drogas, Sexualidade, Enfrentamento da Violência na Escola, História e Cultura AfroBrasileira e Africana (Lei 10.639/03) e Cultura dos Povos Indígenas (Lei 11.645/08). Para que os alunos alcancem os objetivos, os recursos didáticos e as 261 estratégias de ensino visam multiplicar as oportunidades para os alunos construírem o conhecimento matemático e refletirem sobre o conhecimento adquirido. Os principais recursos que poderão ser utilizados para isso são: − diálogo e troca de idéias entre alunos e entre estes e o professor; − atividade de pesquisa; − jogos em sala de aula; − livro didático e paradidáticos; − vídeos, jornais e revistas; − quadro e giz; − trabalhos em grupo; − computador e calculadora; − TV multimídia e DVD. 8.3.14.4 Avaliação De acordo com o artigo 24 da LDB nº 9.394/96, letra a, “a avaliação deve ser contínua e cumulativa, em relação a aprendizagem do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. A avaliação deve ser diagnóstica e ocorrer ao longo da aprendizagem, proporcionando ao aluno múltiplas possibilidades de expressar e aprofundar a sua visão do conteúdo trabalhado, não perdendo de vista o conhecimento apropriado pelo aluno e sendo coerente com a proposta pedagógica da escola e com a metodologia utilizada pelo professor. É um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos e fornecer informações sobre como está sendo realizado no processo de ensino e aprendizagem como um todo, tanto para o professor e a equipe pedagógica conhecer e analisar os resultados de seu trabalho, como para o aluno verificar seu desempenho. O professor deve explorar questões que envolvam conceitos e algoritmos de forma a permitir o questionamento e alargamento das ideias, oportunizando a 262 fixação e automação de elementos já dominados. Portanto, para isto o professor deve utilizar-se de diversos instrumentos de avaliação, tais como: trabalhos, exercícios, provas individuais, prova com consulta e outros recursos. A avaliação também servirá para nortear novos encaminhamentos metodológicos do processo de recuperação dos conteúdos, sendo que de acordo com o artigo 24 da LDB nº 9.394/96, letra e, existe a “obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos”. A recuperação poderá ocorrer por meio de trabalhos, exercícios, provas individuais, prova com consulta e outros recursos. Alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas propostas pelo professor. Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno: • comunica-se matematicamente, oral ou por escrito; • compreende, por meio da leitura, o problema matemático; • elabora um plano que possibilite a solução do problema; • encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático; • realiza o retrospecto da solução de um problema. 8.3.14.5 REFERÊNCIAS - ANDRINI, Álvaro, Maria José Vasconcellos. Novo Praticando Matemática – 1ª edição – São Paulo: Ed. Do Brasil, 2006. - GIOVANNI, José Rui, Benedito Castruci, José Rui Giovanni Júnior. A Conquista da Matemática: A mais nova; São Paulo: FTD, 2002. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento da Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Matemática. Curitiba, 2008. Matemática – ensino médio. Curitiba, 2008. 263 8.3.15 Proposta Pedagógica Curricular de Química - Ensino Médio DOCENTE: Sebastião Pereira Santos 8.3.15.1 Apresentação da Disciplina A química esta presente em todo o processo de desenvolvimento das civilizações, a partir das primeiras necessidades humanas, tais como a comunicação, o domínio do fogo e posterior o conhecimento do processo de cozimento necessário a sobrevivência, bem como a fermentação, o tingimento e verificação entre outros. As discussões sobre a importância do ensino de Química, desta – se momentos marcantes sobre a historia do conhecimento químico. Os alquimistas buscavam o elixir da vida eterna e a pedra filosofal. Dedicavam-se a tarefa da experimentação, mas agiam em segredo, por acreditar tratar-se de bruxaria. Os alquimistas descobriram a extração, produção e tratamento de diversos metais, entre eles o cobre, ferro e o ouro. Na transição do século XV – XVI estudos desenvolvidos que possibilitou o nascimento da latroquimica, antecessora da Química. O emprego dos conhecimentos da latroquimica era naquele momento, apenas terapêutico, apropriando-se de metodologia deferente da ciência moderna. No século XVII ocorreu a Revolução Química com incorporação de alguns elementos empíricos da alquimia: o mágico deu lugar ao cientifico; a Química ascendeu ao fórum das ciências. O avanço da ciência química neste período está vinculado as investigações sobre a composição da matéria. O século XIX foi o período no qual a ciência moderna se considerou e passou a deixar marca na caminhada da humanidade. A matéria era constituída de pequenas partículas esféricas maciças individuais, denominadas átomos, as quais seriam reorganizadas pelas reações químicas (matéria e sua natureza). No final do século XX, a Química e todas as outras Ciências Naturais tiveram um grande desenvolvimento, em especial nos Estados Unidos e Inglaterra. Passadas a Segunda Guerra Mundial, as pesquisas sobre o átomo foram ainda mais descobertas que interferem no desenvolvimento da Química e em muitos casos, na vida do planeta como um todo. 264 No ensino de Química os conhecimentos foram incorporados a pratica dos professores e abordados conforme a necessidade dos alunos. Hoje a preocupação central é resgatar a especificidade da disciplina de Química, recuperando a importância de seu papel no curricular escolar. Por isso a ênfase dada na importância do estudo da historia da disciplina, em seus aspectos epistemológicos, buscando uma seleção de conteúdos de conhecimentos que se constitui historicamente nas relações políticas, econômicas, sociais e culturais das diferentes sociedades. O objetivo, formar alunos que se apropriam dos conhecimentos químicos e também que sejam capazes de refletir criticamente o período histórico atual. Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada a “construções/reconstruções de significados dos conceitos científicos” nos contextos de sala de aula. Esta proposta visa dar sentido aos conceitos químicos e para que ele concretize é de vital importância, a experimentação para a realização da atividade pedagógica. É clara a necessidade dos alunos se relacionarem com fenômenos sobre os quais se referem os conceitos a serem formados e significados no processo de ensino-aprendizagem. Na concepção aqui definida a Química será tratada com os alunos de modo a possibilitar a entendimento do mundo e a sua interação com ele. 8.3.15.2 Conteúdos Estruturantes/ Básicos da Disciplina Matéria e sua natureza Biogeoquímica Química sintética 8.3.15.2.1 Biogeoquímica Caracterizada pelas interações existem entre hidrosfera, litosfera e atmosfera. 265 8.3.15.2.2 Química sinética Caracteriza-se pela síntese de novos materiais: produtos aromatizantes, a indústria alimentícia (conservantes, acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), fertilizantes, agrotóxicos. Avanços tecnológicos, obtenção e produção de materiais artificiais que podem substituir os naturais. OBS: Os conteúdos estruturantes permeiam as três séries 1° Ano Propriedade da Matéria: estados físicos da matéria, transformação de estado físico ponto de fusão, ponto de ebulição, misturas homogêneas e heterogêneas, fenômenos físicos e químicos. Estudos do Átomo: modelo atômico atual, numero quântico principal, substancia, molécula e átomo. Características: propriedades dos elementos números atômico e numero de massa, massa atômica, isótopos, isóbaros e noções alotropia. Classificação Periódica: características dos elementos na tabela periódica, grupos e famílias, elementos de transição (metais, semi-metais e não metais) e propriedades periódicas e apareiódicas. Ligações Químicas: ligações iônicas, ligações covalentes e ligações metálicas Funções Inorgânicas 266 2° Ano Reações Quimicas: nox, equações químicas, balanceamento de equação, método da tentativa e oxi-redução. Eletroquímica Tipos de Reações Quimicas Cálculos Químicos Estequiometria Soluções: concentração, molaridade, titulo, densidade, diluição de soluções e mistura de soluções. Termoquímica: calor, reações endotérmicas e exotérmicas, entalpia e Lei de Hess. Cinética Química: velocidade das reações químicas e fatores que influem nas reações. Equilíbrio das Reações 3°Ano Radioatividades Ligações dos Átomos de Carbono: classificação das cadeias carbônicas Funções Orgânicas: hidrocarbonetos 267 Funções Orgânicas: álcool, fenol, ácidos carboxílicos derivados, aldeídos, cetona, amidas e aminas. Isomeria 8.3.15.3 Metodologia O processo ensino aprendizagem em química parte do conhecimento prévio dos estudantes onde se incluem as concepções alternativas ou espontâneas, a partir das quais será elaborado o conceito cientifico. As formulas matemáticas não será objetivo central, pois apenas representam modelos elaborados para entender determinados fenômenos ou envio químico. Serão desenvolvidas atividades como pesquisas, leituras de textos, filmes, praticas laboratoriais como ponto de partida para desenvolver a compreensão ou a percepção de sua relação com as idéias discutidas em aula, proporcionando aos estudantes uma reflexão sobre a teoria e a pratica. 8.3.15.4 Avaliação A avaliação é um instrumento fundamental para se obter informações sobre o processo ensino aprendizagem. Podem ser mobilizados vários recursos para tal, mas é importante que ela seja de maneira continua, ocorrendo varias vezes durante o processo ensino aprendizagem, e não apenas no final de cada bimestre. Sendo feita em intervalos regulares servindo como feedback, possibilitado reflexões e reformulações nos procedimentos e nas estratégias, visando o efetivo sucesso do aluno. Ela deve ser formativa, continua, diagnostica e processual, sendo feita através de provas escritas, projetos, seminários, uso de laboratório (relatórios), e também visitas extra-curricular (industrias), pesquisas através de vários meios viáveis. 268 8.3.15.5 Referências AXT, R. Opael da Experiência no ensino de ciências, n: Moreira, M.A. BRASIL, Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2006. SARDELLA, Antonio. Química: série Novo Ensino Médio. São Paulo: Editora Ática, 2003. “Introdução as Diretrizes Curriculares” – Profª. Drª. Ivelise Freitas de Souza Arcoverde. Azevedo, Eliane. Raça. São Paulo: Ática, 1997. Paulo: Publisher Brasil, 2000 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações etinico racionais e para o Ensino De Historia e Cultura Afro Brasileiras e Africanas. Diretrizes Curriculares para Educação Básica 2008. Diretrizes Curriculares para Educação do Campo do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares para Educação Especial para a Construção de Currículos inclusos. 269 8.3.16 Proposta Pedagógica Curricular de Sociologia - Ensino Médio Docentes: Maria Sídnei Giusti 8.3.16.1 Apresentação da Disciplina Como Ciência, a Sociologia delineou-se no rastro do pensamento positivista, vinculada à ordem das Ciências Naturais. O caráter científico, tão buscado e valorizado na época (século XIX), estava ligado à lógica das ciências ditas “experimentais”. Ou seja, para ascender ao estatuto de ciência, deveria atender a determinados pré-requisitos e seguir métodos “científicos” que pretendiam também a neutralidade e o estabelecimento de regras. É representante desse pensamento Augusto Comte (1798-1857), o primeiro a usar o termo Sociologia, relacionando-o com a ciência da sociedade, e Émile Durkheim (1858-1917) que adotou conceitos elaborados por Comte, especialmente o de ordem social, para delinear uma das correntes representativas do pensamento sociológico. Ambos os pensamentos tiveram em comum a busca de soluções para os graves problemas sociais gerados pelo modo de produção capitalista; isto é, a miséria, o desemprego e as conseqüentes greves e rebeliões operárias. Cada um desses sintomas sociais foram analisados por esses pensadores como desvios ou anomalias da sociedade, que poderiam ser corrigidos ou mesmo solucionados pelo resgate de valores morais – como a solidariedade – os quais restabeleceriam relações estáveis entre as pessoas, independentemente da classe social a que pertencessem. Um dos mecanismos responsáveis por essa tarefa seria a educação, capaz de adequar devidamente os indivíduos à nova sociedade. Apesar de sua origem conservadora e de sua proposta inicial conformista, a Sociologia desenvolveu também um olhar crítico e questionador sobre a sociedade. De acordo com o pensamento de Marx, não há soluções conciliadoras numa sociedade cujas relações se baseiem na exploração do trabalho e na crescente espoliação da maioria. Para Marx, a teoria apenas tem sentido se transformada em práxis, ou seja, em ação fundamentada 270 politicamente, para transformar as estruturas de poder vigente e construir novas relações sociais, fundadas na igualdade de condições a todos os indivíduos. Na realidade contemporânea, não há mais espaço para discussões pretensamente neutras, como se fazia no século XIX; pois, no presente, a Sociologia tem a função de ir além da leitura e da interpretação teórica da sociedade. De fato, tornou-se questionável explicar e compreender normas sociais e institucionais, pelo interesse de simplesmente adaptar sujeitos ao meio ou, mesmo, para que eles façam a mera crítica da sociedade. Espera-se da disciplina de Sociologia que ela contribua para que os sujeitos – nesse contexto, os envolvidos no processo pedagógico – tenham recursos para desconstruir e desnaturalizar conceitos tomados historicamente como irrefutáveis, de maneira que melhorem seu senso crítico e também possam transformar a realidade e conquistar mais participação ativa na sociedade. Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do acirramento das forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial desenfreado, entre outras causas, exigem sujeitos capazes de refutar a lógica neoliberal da destruição social e planetária. É tarefa inadiável da escola e da Sociologia a formação de novos valores, de uma nova ética e de novas práticas que indiquem a possibilidade de construção de novas relações sociais. O objeto de estudo da disciplina vem contemplar as relações sociais decorrentes das mudanças estruturais impostas pela formação do modo de produção capitalista. É a tarefa primordial de o conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sócias concretas e contextualizadas, desconstruindo pré-noções e pré-conceitos que sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e ações políticas direcionais à transformação social Proporcionar ao aluno o conhecimento sobre o que é a Sociologia, sua importância, as diferentes formas de explicação de sociedade, suas problemáticas, suas diferentes formas de organizações sociais, políticas, econômicas, culturais, institucionais, etc., vai oportunizar uma melhor compreensão da sociedade atual, para que desenvolva sua capacidade de reflexão, comunicação, observação e posicionamento, tornando-se dessa forma um cidadão consciente, responsável, dinâmico e que respeite as diferenças existentes na sociedade. 271 8.3.16.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos Da Disciplina 1º ANO ENSINO MÉDIO ESTRUTURANTES A Sociologia e as Teorias Sociológicas BÁSICOS O homem como ser social e individual; A sociologia e sua importância; O surgimento da Sociologia; As teorias sociológicas na compreensão do presente; A produção sociológico brasileira. Instituições Sociais na Formação do Indivíduo Processo de socialização; Definição de instituições sociais; Instituições familiares; Instituições escolares; Instituições religiosas; Instituições de reinserção. Trabalho Produção e Classes Sociais Conceito de trabalho; A questão do trabalho na perspectiva antropológica e histórica; Desigualdades sociais (castas, estamentos e classes sociais); O trabalho na sociedade capitalista e suas contradições. Trabalho Produção e Classes Sociais Globalização e neoliberalismo; O trabalho no Brasil. 272 2º ANO ENSINO MÉDIO ESTRUTURANTES A Sociologia e as Teorias Sociológicas BÁSICOS O homem como ser social e individual; A sociologia e sua importância; O surgimento da Sociologia; As teorias sociológicas na compreensão do presente; A produção sociológico brasileira. Poder, Política e Ideologia Conceito de poder, política e ideologia; Formação do Estado Moderno; Democracia, autoritarismo, totalitarismo; O Estado no Brasil: democrático e autoritário. Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais Conceito de Cidadania; Direitos Civis, políticos e sociais; Direitos humanos. Direitos, Cidadania e Movimentos sociais; Movimentos Sociais Movimentos sociais no Brasil; Movimentos ambientalistas; As ONG´s. 273 3º ANO ENSINO MÉDIO ESTRUTURANTES A Sociologia e as Teorias Sociológicas BÁSICOS O homem como ser social e individual; A sociologia e sua importância; O surgimento da Sociologia; As teorias sociológicas na compreensão do presente; A produção sociológico brasileira. Cultura e Indústria Cultural Conceito cultura; A cultura: etnocentrismo, etnicidade; Cultura popular e erudita; A diversidade da cultura brasileira. Cultura e Indústria Cultural Preconceitos, hierarquia e desigualdades; A construção social do gênero; A cultura afro-brasileira e a construção social da cor; Identidades e movimentos sociais: dominação, hegemonia e contramovimentos. Cultura e Indústria Cultural Indústria cultural; Meios de comunicação de massa; Sociedade de consumo. 274 8.3.16.3 Metodologia da Disciplina No ensino de Sociologia, é fundamental a adoção de múltiplos instrumentos metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo, os recursos áudio visuais, os grupos de estudos, textos suplementares, sistematização por meio de produção de um texto ou de outro meio de expressão visual, musical, literário, que compõe a atividade. O conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir pré-noções e preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação social. O ensino de Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como sujeito de se aprendizado; não importa que o encaminhamento seja a leitura, o debate, a pesquisa de campo ou a análise de filmes, mas importa que o aluno seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes. 275 8.3.16.4 Avaliação A avaliação é uma prática social presente em atitudes cotidianas, informalmente e em ações organizadas, normalizadas pela Instituição Social e Educacional. A avaliação deve ser diagnóstica e processual e não classificatória. Avaliar para detectar os problemas no processo educacional e para subsidiar uma possível intervenção. Assim, deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pela qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho,com a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos discentes, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir valor. Dessa forma, as atividades de avaliação podem ser processuais, ou seja, a cada conteúdo trabalhado, estabelecem-se quais práticas sociais quer se desenvolver no aluno para a aquisição do conhecimento. Deve-se diversificar as atividades de avaliação, utilizando-se de textos, filmes, letras de músicas, palestras, provas dissertativas e objetivas entre outras. Para tanto, alguns critérios básicos devem ser observados: a) A apreensão dos conceitos básicos da ciência articulado com a pratica social: b) A capacidade de argumentação fundamentada teoricamente; c) Clareza e a coerência na exposição das idéias sociológicas; d) mudanças na forma de olhar e compreender os problemas sociais( LUCKESI:2005). A recuperação de estudo será feita através de retomada de conteúdos, sendo utilizadas novas metodologias e atividades diversificadas para maior entendimento do conteúdo. As formas de avaliação em Sociologia, portanto, acompanham as próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos debates, que acompanham os textos ou filmes, seja a participação nas pesquisas de 276 campo, seja a produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, enfim várias podem ser as formas, desde se tenha como perspectiva ao selecioná-las a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo aluno. Por fim, entendemos que não só o aluno, mas também professores e a instituição escolar devem constantemente se auto-avaliarem em suas dimensões práticas e discursivas e principalmente em seus princípios políticos com a qualidade e a democracia. 8.3.16.5 Referências Revista Mundo Jovem. Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio / Sociologia, 2007. Livro Didático Público. Sociologia. Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Curitiba, 2009. MEUCCI, Simoni. A institucionalização da Sociologia no Brasil: os primeiros manuais e cursos. Ed. UNICAMP, Campinas, 2000. MORAES, Amaury César; GUIMARÃES, Elisabet da Fonseca; TOMAZI, Nelson. Orientações Curriculares do Ensino Médio/Sociologia. MEC-SEB-Departamento de Política de Ensino Médio, 2000. OLIVEIRA, Pérsio Santana. Introdução à Sociologia. Ed. Ática, São Paulo, 2000. 277 8.3.17 Proposta Pedagógica Curricular de CBA – 4ª Série - Ensino Fundamental Docente: Pâmela Jesus Ramos 8.3.17.1 Língua Portuguesa – Ensino Fundamental - 4º CBA 8.3.17.1.1 Apresentação da Disciplina A linguagem surgiu como necessidade para se organizar a experiência e o conhecimento humano. Perceber a natureza social da linguagem, enquanto produto de uma necessidade histórica do homem, leva-nos à compreensão do seu caráter dialógico e interacional. A tarefa da escola é possibilitar que os alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. É importante dar ênfase à linguagem viva, dialógica, em constante movimento, permanentemente reflexiva e produtiva. Oportunizar ao aluno o aprimoramento de sua competência lingüística, é garantir de forma ativa, suas vozes no contexto em que estiverem inseridos. 8.3.17.1.2 Conteúdos Estruturantes – Básicos Da Disciplina LEITURA - Tema do Texto; - Interlocutor; - Finalidade; - Argumentos do texto; - Discurso direto e indireto; - Elementos composicionais do gênero; - Léxico; - Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito). 278 ESCRITA - Contexto de produção; - Interlocutor; - Finalidade do texto; - Informatividade; - Argumentatividade; - Discurso direto e indireto; - Divisão do texto em parágrafos; - Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); - Processo de formação de palavras; - Acentuação gráfica; - Ortografia; - Concordância verbal e nominal. ORALIDADE - Tema do texto; - Finalidade; - Argumentos; - Papel do locutor e interlocutor; - Elementos extralinguíticos: entonação, pausas, gestos; -Adequação do discurso ao gênero; - Turnos da fala; - Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos. 8.3.17.1.3 Metodologia da Disciplina Os professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às praticas de linguagem imprescindíveis 279 ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitará que o aluno modifique, aprimore, reelabore sua visão de mundo e tenha voz na sociedade. A PRÁTICA DA LEITURA Ler é familializar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas sociais: cotidiana, midiática, literária, etc. No processo da leitura, também é preciso considerar as linguagens não verbais. A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano; sempre valorizando o conhecimento prévio do aluno. O professor atuará como mediador, levando os alunos a realizarem leituras significativas, dando condições para que os mesmos atribuam sentidos a sua leitura, visando a um sujeito crítico, atuante nas práticas de letramento da sociedade. Formular questionamentos e encaminhar discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade é tarefa constante do professor. Os temas devem estar relacionados com o contexto atual, oportunizando a socialização das idéias dos alunos sobre o texto. LITERATURA O leitor é visto como um sujeito ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. A utilização, na sala de aula, de livros de literatura infantil e infanto-juvenis, proporciona momentos de debates, reflexões, ampliando ao aluno à ampliação dos seus horizontes de expectativas. A Literatura, sendo suporte para todo conhecimento, em sua essência traz sabor saber. ESCRITA O exercício da escrita, leva em conta a relação entre o uso e o aprendizado da língua, sob a premissa de que o texto é um elo de interação social e os gêneros discursivos são construções coletivas. Assim, entende-se o texto como uma forma de atuar, de agir no mundo. Escreve-se e fala-se para convencer, vender, negar, instruir etc. 280 O aluno precisa compreender o funcionamento de um texto escrito, que se faz a partir de elementos como organização, unidade temática, coerência, coesão, intenções, interlocutor(es), dentre outros. É importante que o professor planeje a produção textual a ser trabalhada e acompanhe a produção da mesma. Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais, normativos e até sua criatividade e seu imaginário. PRÁTICA DA ORALIDADE As atividades orais precisam oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais: adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto, intenções); aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e, principalmente, praticar e aprender a convivência democrática que supõe o falar e ouvir. É através do aprimoramento lingüístico que o aluno será capaz de transitar pelas diferentes esferas sociais, usando adequadamente a linguagem tanto em suas relações cotidianas quanto nas relações mais complexas. As possibilidades de trabalho com os gêneros orais são diversas e apontam diferentes caminhos, como: histórias de família, da comunidade, um filme, um livro; depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo aluno ou pessoas de seu convívio, como: recado, contação de histórias, troca de opiniões e debates. O professor poderá preparar apresentações que explorem as marcas lingüísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal, e também selecionar discursos de outros para análise dos recursos da oralidade. ANÁLISE LINGUISTICA A analise lingüística é uma prática didática complementar às práticas de leitura, oralidade e escrita, faz parte do letramento escolar, visto que possibilita a reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais e textual-discursivos que perpassam os usos lingüísticos, seja no momento de ler/escutar, de produzir textos ou de refletir sobre esses mesmos usos da língua. O texto é a única forma de se usar a língua: “A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem e tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades textuais e 281 discursivas”. O professor selecionara o gênero que pretende trabalhar e, depois de discutir sobre o conteúdo temático e o contexto de produção/circulação, preparará atividades sobre a análise das marcas lingüístico-enunciativas, entre elas: Na ORALIDADE observara as variedades lingüísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso; - Os procedimentos e as marcas lingüísticas típicas da conversação; - As diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala formal e informal. Na LEITURA serão observados: - As particularidades do texto; - A repetição de palavras; - O efeito de uso das figuras de linguagem e de pensamento; - A progressão referencial do texto; Na ESCRITA, por meio do texto dos alunos, num trabalho de reescrita do texto ou de partes do texto, o professor pode selecionar atividades que reflitam e analisem os aspectos: - Discursivos, textuais, estruturais, normativos (ortografia, concordância verbal e nominal, sujeito e predicado); - Dos recursos gráficos e efeitos de uso; - Da pontuação; - Do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e seqüência do texto; - Do valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais em função dos propósitos do texto; - Da associação semântica entre as palavras; - Dos procedimentos de concordância verbal e nominal; - Da função dos adjetivos, das preposições e dos advérbios. O estudo do texto e da sua organização sintático-semântica permite ao professor explorar as categorias gramaticais, mas mesmo quando está se fazendo essa análise, o objeto de estudo é o texto. 282 8.3.17.1.4 Avaliação Para obter informações a respeito do processo de aprendizagem, se faz necessário usar uma diversidade de instrumentos, os quais respeitem e considerem que os alunos possuem ritmos diferentes de aprendizagem dando prioridade à qualidade e ao desempenho no decorrer do ano letivo. A observação diária e contínua permitirá apontar as dificuldades do aluno, possibilitando as devidas intervenções, quando se fizer necessário. A análise das informações obtidas deverá ser constante, valendo-se de que o conhecimento é construído gradativamente; assim o professor conduzirá o processo de forma dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos alunos para que sejam favorecidos na aprendizagem. O preenchimento de uma ficha de acompanhamento da aprendizagem e o demonstrativo da situação escolar do aluno, semestralmente, permitirá expor os conteúdos apreendidos, considerando os avanços de forma a contribuir para o desenvolvimento pessoal do aluno. Na ORALIDADE , o professor verificará a participação do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas idéias, a coerência e a argumentatividade. Na LEITURA, serão observadas as estratégias que os estudantes empregam para a compreensão do texto lido, como: - Identificação do tema e a idéia principal do texto; - Localização de informações explicitas no texto; - Ampliação de seu léxico; Assim estaremos avaliando o alargamento do horizonte de expectativas dos alunos, bem como seu posicionamento de argumentação. Na ESCRITA é preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de produção, nunca como produto final. - Espera-se que o texto escrito do aluno expresse as idéias com clareza; - Elabore e reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor; - Dê continuidade temático ao texto; - Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; - Use recursos textuais como coesão e coerência; 283 - Utilize adequadamente recursos lingüísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome, numeral, adjetivos, substantivos etc. Na ANÁLISE LINGUISTICA: é no texto oral e escrito que a língua se manifesta em todos os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Os elementos lingüísticos usados nos diferentes gêneros precisam ser avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem compreender esses elementos no interior do texto. 8.3.17.1.4 Referências - Tendências Metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa. - Kanashiro, Áurea Regina – Português Projeto Pitanguá – Editora Moderna. - Livros de Apoio – Diversos: coerentes com a concepção metodológica nas DCEs. 284 8.3.17.2 Matemática – Ensino Fundamental: 4 ª Série – 5 º Ano 8.3.17.2.1 Apresentação da Disciplina A aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias que possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir significado às idéias matemáticas de modo a tornar-se capaz de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. A ação do professor é articular o processo pedagógico, a visão de mundo do aluno, suas opções diante da vida, da historia e do cotidiano. É importante resgatar para o processo de ensino aprendizagem, a importância do conteúdo matemático e da disciplina Matemática. É imprescindível que o aluno se aproprie do conhecimento de forma que compreenda os conceitos e princípios matemáticos, raciocine claramente e comunique idéias matemáticas, reconheça suas aplicações e aborde problemas matemáticos com segurança. 8.3.17.2.2 Conteúdos Estruturantes/ Básicos da Disciplina NÚMEROS E ÁLGEBRA - Sistema de Numeração; - Números Naturais; - Números Fracionários; - Números Decimais; - Operações. GRANDEZAS E MEDIDAS - Medidas de Tempo; - Sistema Monetário; - Medidas de Comprimento; - Medidas de Massa; - Medidas de Capacidade. 285 GEOMETRIA - Geometria Plana; - Geometria Espacial. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO - Dados; - Tabelas; - Gráficos; - Porcentagem. 8.3.17.2.3 Metodologia da Disciplina Os Conteúdos Básicos deverão ser abordados de forma articulada, em relações de interdependências que enriqueçam o processo pedagógico e que possibilitem uma intercomunicação e complementação dos conceitos pertinentes à disciplina de Matemática. Considerações sobre as tendências metodológicas que compõem o campo de estudo da Educação Matemática, as quais têm grau de importância similar entre si e complementam-se uma às outras. Um dos desafios do ensino da Matemática é a abordagem de conteúdos para a resolução de problemas. Trata-se de uma metodologia pela qual o aluno tem oportunidade de aplicar conhecimentos matemáticos adquiridos em novas situações, de modo a resolver a questão proposta. Na Resolução de Problemas cabe ao professor assegurar um espaço de discussão no qual os alunos pensem sobre os problemas que irão resolver, elaborem uma estratégia, apresentem suas hipóteses e façam o registro da solução encontrada ou de recursos que utilizaram para chegarem ao resultado. Isso favorece a formação do pensamento matemático, livre do apego às regras. O aluno pode lançar mão de recursos como a oralidade, o desenho e outros, até se sentir à vontade para utilizar sinais matemáticos. A Etnomatemática é uma metodologia considerada importante fonte de investigação da Educação Matemática, por meio de um ensino que valoriza a 286 história dos estudantes pelo reconhecimento e respeito a suas raízes culturais: “reconhecer e respeitar as raízes de um indivíduo não significa ignorar e rejeitar as raízes do outro, mas num processo de síntese, reforçar suas próprias raízes”. O trabalho pedagógico deverá relacionar o conteúdo matemático com essa questão maior – o ambiente do individuo e suas manifestações culturais e relações de produção e trabalho. A Modelagem Matemática tem como pressuposto a problematização de situações do cotidiano. Ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no contexto social, procura levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de vida. Contribui para a formação crítica do aluno porque possibilita a intervenção do estudante nos problemas reais do meio social e cultural em que vive. Os ambientes gerados por aplicativos informáticos dinamizam os conteúdos curriculares e potencializam o processo pedagógico. A televisão, o software, a calculadora, os aplicativos da Internet, entre outros, têm favorecido as experimentações matemáticas e reforçado formas de resolução de problemas. O trabalho com as mídias tecnológicas insere diversas formas de ensinar e aprender, e valoriza o processo de produção de conhecimentos. A história da Matemática é um elemento orientador na elaboração de atividades, na criação das situações-problema, na busca de referências para compreender melhor os conceitos matemáticos. Possibilita ao aluno analisar e discutir razões para aceitação de determinados fatos, raciocínios e procedimentos. 8.3.17.2.4 Avaliação Para obter informações a respeito do processo de aprendizagem, é preciso usar uma diversidade de instrumentos, os quais respeitem e considerem que os alunos possuem rítmos diferentes nesse processo. A observação diária e contínua permitirá apontar as dificuldades do aluno, possibilitando as devidas intervenções, a todo momento que se fizer necessário. Deverá ser considerado que nesse processo o conhecimento é construído gradativamente. O professor conduzirá o processo de forma dialogada, considerando a mudança de atitude do aluno e alguns elementos que demonstrem êxito: a aprendizagem, a interpretação, a compreensão, o questionamento e a sua 287 participação. A análise das informações obtidas deverá ser constante, dando prioridade à qualidade e ao desempenho do aluno no decorrer do ano letivo. Deverá considerar nos registros escritos e nas manifestações orais dos alunos os erros de raciocínio e de cálculo, como parte do processo da aprendizagem, considerando a relação do aluno com o conteúdo trabalhado, o significado desse conteúdo e a compreensão alcançada por ele. Devendo também considerar as noções que o estudante traz, decorrentes da sua vivência, de modo a relacioná-las com os novos conhecimentos abordados nas aulas de Matemática. O preenchimento de uma ficha semestral de acompanhamento da aprendizagem e o demonstrativo da situação escolar do aluno permitirá expor os conteúdos apreendidos, considerando os avanços de forma a contribuir para desenvolvimento pessoal do aluno. 8.3.17.2.5 Referências -Tendências Metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de Matemática. - Bonjorno, José Roberto – Matemática Pode Contar Comigo: Editora-FTD. - Livros de Apoio – Diversos; coerentes com a concepção metodológica proposta nas DCEs. 288 8.3.17.3 História – Ensino Fundamental – 4 ª Série/5 º Ano 8.3.17.3.1 Apresentação da Disciplina Entende-se que a consciência histórica seja uma condição da existência do pensamento humano, pois sob essa perspectiva os sujeitos se constituem a partir de suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico, ou seja, a consciência histórica é inerente à condição humana em sua diversidade. Está articulada ao modo como a experiência do passado é vivenciada e interpretada de maneira a fornecer uma compreensão do presente e a construir projetos de futuro. Entende-se que o passado seja compreendido em relação ao processo de constituição das experiências sociais, culturais e políticas do Outro, no domínio próprio do conhecimento histórico. A narrativa histórica é a forma de apresentação desse conhecimento e se refere à comunicação entre os sujeitos. O narrar é um procedimento fundamental da aprendizagem histórica. As noções de tempo e espaço articulados possibilitam a delimitação e a contextualização das relações humanas a serem problematizadas. 8.3.17.3.2 Conteúdos Estruturantes /Básicos da Disciplina Os Conteúdos Estruturantes que organizam o ensino de História são as RELAÇÕES DE TRABALHO, RELAÇÕES DE PODER E RELAÇÕES CULTURAIS, no qual, permitem construir uma fundamentação histórica das abordagens relativas aos conteúdos básicos e históricos específicos. - Imigração européia e migrações internas. - Intensificação no povoamento do Paraná pelos imigrantes. - Os trabalhadores do Paraná, a luta por emprego e por terra. - Cidadania e Direitos Humanos. 289 - A população do Paraná e suas diferentes expressões culturais. - História e manifestações originárias da cultura Indígena. - História e manifestações originárias da cultura Afro- Brasileira. - História e manifestações originárias da cultura do Campo. - História do Paraná. 8.3.17.3.3 Metodologia da Disciplina O trabalho pedagógico tem como finalidade a formação do pensamento histórico dos estudantes. Faz-se necessário a utilização, em sala de aula, de pesquisas e métodos investigativos históricos articulados pelas narrativas históricas desses sujeitos. Assim, os alunos perceberão que a História está narrada em diferentes fontes. A interpretação de imagens, atividades orais e em grupo, a análise de poemas e letras de músicas, produção de desenhos e textos, gráficos, debates, observações, criatividade, debates com expressão de opiniões, atividades lúdicas, todos relativos ao conteúdo histórico, transformados são documentos que podem ser em materiais didáticos de grande valia na constituição do conhecimento histórico. Espera-se que o aluno entenda que as verdades são produzidas a partir de evidências que organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes diversas, promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização social, política e cultural em cada momento histórico. 8.3.17.3.4 Avaliação Para obter informações a respeito do processo de aprendizagem, é preciso usar uma diversidade de instrumentos, os quais respeitem e considerem que os alunos possuem ritmos diferentes nesse processo, considerando-se que o conhecimento é construído gradativamente. A observação diária e contínua permitirá apontar as dificuldades do aluno, possibilitando as devidas intervenções, a todo momento que se fizer necessário. 290 O professor conduzirá o processo de forma dialogada, considerando a mudança de atitude e alguns elementos que demonstrem o êxito: a aprendizagem, a interpretação, a compreensão, a produção, o questionamento e a sua participação. A análise das informações obtidas no processo ensino-aprendizagem deverá ser constante, dando prioridade à qualidade e ao desempenho do aluno ao longo do ano letivo. Deseja-se que os alunos tenham condições de identificar o processo histórico, reconhecer as relações de poder bem como intervirem no mundo histórico em que vivem de modo a se fazerem sujeitos da própria história. O preenchimento de uma ficha semestral de acompanhamento da aprendizagem e o demonstrativo da situação escolar do aluno permita expor os conteúdos apreendidos, considerando os avanços de forma a contribuir para o desenvolvimento pessoal do aluno. 8.3.17.3.5 Referências - Tendências Metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de História. - Melani, Maria Raquel Apolinário – História Projeto Pitanguá – Editora Moderna. - Livro de Apoio: Diversos – Coerentes com a concepção metodológica proposta nas DCEs. 291 8.3.17.4 Geografia – Ensino Fundamental – 4ª Série / 5 º ano 8.3.17.4.1 Apresentação da Disciplina O ensino da Geografia deverá contribuir para a formação de um aluno capaz de compreender o espaço geográfico, nas mais diversas escalas, e atuar de maneira crítica na produção sócio-espacial do seu lugar, território, região, enfim, de seu espaço. É importante que o professor levante questões e proporcione condições aos alunos para que eles compreendam que são sujeitos da história e agentes da transformação social. As bases críticas da Geografia entendem a sociedade em seus aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos e nas relações que ela estabelece com a natureza para produção do espaço geográfico, bem como no estudo de sua distribuição espacial. 8.3.17.4.2 Conteúdos Estruturantes/Básicos Da Disciplina DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO - Economia Paranaense; - Indústria e Comércio; - Transportes e Comunicação. DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO - O espaço paranaense na sua integração com outros espaços; - Inclusão do espaço do estado do Paraná ao espaço mundial. DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO - Educação Ambiental – Uma Política Nacional; - Espaço Natural do Paraná: Relevo, Clima, Vegetação e Rios. 292 DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO -A população do Paraná e suas diferentes expressões culturais. - Manifestações originárias da cultura Indígena; - Manifestações originárias da cultura Afro-Brasileira; - Manifestações originárias da cultura do Campo; - Enfrentamento à violência na escola. 8.3.17.4.3 Metodologia da Disciplina O estudo da Geografia deve permitir que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais e que compreendam o processo de produção e transformação do espaço geográfico. Os conteúdos deverão ser trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com a realidade próxima e distante dos alunos, devendo considerar o conhecimento espacial prévio dos alunos para relacioná-lo ao conhecimento cientifico no sentido de superar o senso comum. O professor poderá criar uma situação problema, instigante e provocativa. Essa problematização inicial tem por objetivo mobilizar o aluno para o conhecimento e por isso deve se constituir de questões que estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito do seu processo de aprendizagem. Contextualizar o conteúdo é fundamental, é mais do que relaciona-lo à realidade vivida do aluno, é principalmente, situá-lo historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais, em manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas geográficas. O processo de aprendizagem será conduzido de forma dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos alunos, podendo utilizar: a leitura de fotos, de imagens, de cartões postais, de gráficos e tabelas, a linguagem cartográfica, elaboração de textos e maquetes, histórias em quadrinhos, jogos, confecção de desenhos, reportagens exploradas por meio de interpretação e reflexão, debates, observação, descrição, atividades lúdicas entre outros. 293 8.3.17.4.4 Avaliação Para obter informações a respeito do processo de aprendizagem, se faz necessário usar uma diversidade de instrumentos, os quais, respeitem e considerem que os alunos possuem ritmos diferenciados nesse processo, valendo-se de que o conhecimento é construído gradativamente. A observação diária e contínua permitirá apontar as dificuldades do aluno, possibilitando as devidas intervenções, quando se fizer necessário. O professor conduzirá o processo de forma dialogada, considerando a mudança de atitude do aluno e alguns elementos que demonstrem o êxito: a aprendizagem, a interpretação, a compreensão, o questionamento e a sua participação. É importante observar se os alunos formaram conceitos geográficos e assimilaram as relações: Espaço _ Temporais e Sociedade _ Natureza para compreender o espaço nas diversas escalas geográficas. O preenchimento de uma ficha de acompanhamento da aprendizagem e o demonstrativo da situação escolar do aluno, permitirá expor os conteúdos apreendidos, considerando os avanços de forma a contribuir para o desenvolvimento pessoal do aluno. 8.3.17.4.5 Referências - Tendências Metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de História. - Danelli, Sonia Cunha de Souza – Geografia Projeto Pitanguá – Editora Moderna. - Livros Diversos – Coerentes com a concepção metodológica proposta nas DCEs. 294 8.3.17.5 Ciências - Ensino Fundamental – 4ª Série/5 º Ano 8.3.17.5.1 Apresentação da Disciplina Considera-se, que no processo de ensino-aprendizagem a construção de conceitos pelo estudante não difere, em nenhum aspecto, do desenvolvimento de conceitos não sistematizados que traz de sua vida cotidiana. Existe uma diferença entre o aprendizado anterior e o aprendizado escolar. O primeiro não é sistematizado, o segundo é, além disso, objetiva a aprendizagem do conhecimento científico e produz algo fundamentalmente novo no desenvolvimento do estudante. O educando, nos dias atuais, tem mais acesso a informações sobre o conhecimento científico, no entanto, constantemente reconstrói suas representações a partir do conhecimento cotidiano, formando as bases para a construção de conhecimentos alternativos, úteis na sua vida diária. O conhecimento científico mediado para o contexto escolar sofre um processo de didatização, mas não se confunde com o conhecimento cotidiano. Nesse sentido, os conhecimentos científicos escolares selecionados para serem ensinados na disciplina de Ciências têm origem nos modelos explicativos construídos a partir da investigação da Natureza. Pelo processo de mediação didática, o conhecimento científico sofre adequação para o ensino, na forma de conteúdos escolares, tanto em termos de especificidade conceitual como de linguagem. 8.3.17.5.2 Conteúdos Estruturantes/ Básicos da Disciplina ASTRONOMIA - O Sistema Solar; - Os planetas do Sistema Solar; - Movimentos da Terra. 295 MATÉRIA - Constituição da Matéria; - Propriedades da Matéria. SISTEMAS BIOLÓGICOS - Constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos como um todo integrado; - Alimentação – hábitos saudáveis e necessidades nutricionais; - Digestão; - Respiração; - Circulação; - Excreção; - Sustentação e Locomoção; - Coordenação; - Reprodução Humana; - Prevenção ao uso indevido de Drogas. ENERGIA - Formas de Energia; - Usos da Energia. BIODIVERSIDADE - Organização dos seres vivos; - Cadeia Alimentar; - Ecossistemas; - Desequilíbrio Ecológico. 8.3.17.5.3 Metodologia da Disciplina No ensino de Ciências, é importante a escolha de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos adequados à mediação pedagógica. A escolha adequada desses elementos contribui para que o estudante se aproprie de conceitos científicos de forma mais significativa. Além do aproveitamento das idéias e conceitos que os alunos já tem, o 296 processo ensino-aprendizagem pode ser melhor articulado com o uso de recursos pedagógicos/tecnológicos que enriquecem a prática docente, tais como: apresentar diversos tipos de textos, narrações, imagens, músicas, sistema biológico e modelo didático (torso, esqueleto), gráficos e tabelas para informações, desenhos, debates, trabalhos em grupo e atividades lúdicas. Elementos da prática pedagógica a serem valorizados no ensino de Ciências: a abordagem problematizadora, a relação contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a atividade de grupo, a observação, a atividade experimental, os recursos instrucionais e o lúdico, entre outros. 8.3.17.5.4 Avaliação Para obter informações relevantes a respeito do processo ensinoaprendizagem, se faz necessário uma diversidade de instrumentos que acompanhará permanentemente o ensino que o professor promove e o aprendizado que ocorre em cada aluno. A observação diária e contínua permitirá apontar as dificuldades do aluno, possibilitando as devidas intervenções, quando se fizer necessário. A análise das informações obtidas deverão ser constantes, valendo-se de que o conhecimento é um processo gradativo, os quais respeitem e considerem que os alunos possuem rítmos diferentes de aprendizagem.O professor conduzirá o processo de forma dialogada considerando a mudança de atitude e alguns elementos que demonstrem êxito: a aprendizagem, a interpretação, a compreensão, o questionamento e a participação. O preenchimento de uma ficha semestral de acompanhamento da aprendizagem e o demonstrativo da situação escolar do aluno permitirá expor os conteúdos apreendidos, considerando os avanços de forma a contribuir para o desenvolvimento pessoal do aluno. 297 8.3.17.5.5 Referências -Tendências Metodológicas apontadas nas Diretrizes Curriculares de Ciências. - Cruz, José Luiz Carvalho – Ciências – Projeto Pitanguá – Editora Moderna. - Material de Apoio – Diversos – Coerentes com a concepção metodológica proposta nas DCEs. 298 8.3.17.6 Proposta Pedagógica Curricular de Arte - 4ª Série DOCENTE: Cristiano Regis Barboza 8.3.17.6.1 Apresentação da Disciplina A disciplina de Arte no Ensino Fundamental deve envolver o contexto histórico-social e as manifestações culturais locais, nacionais e globais do aluno. Desempenhando um papel social na medida em que democratiza o conhecimento e intervêm na formação do individuo conhecedor da cultura da construção de sua nação. As manifestações artísticas revelam os modos de sentir, perceber e articular os significados e os valores que orientam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos da sociedade. O ensino da Arte visa estimular no educando a liberdade de expressão, a criatividade e espontaneidade e a apropriação do conhecimento científico. A inovação e a inventividade são necessidades humanas, assim, o ensino de artes tem também a função de fazer a ponte para a aplicação do conhecimento das línguas artísticas, aliado a percepção de contexto e conhecimentos práticos próprios de cada individuo, para a criação artística e desenvolvimento da identidade do individuo. Busca analisar o espaço da arte a partir de uma perspectiva histórica, procurando desenvolver no estudante uma percepção ativa em relação à realidade, proporcionando a aquisição de instrumentos necessários para compreensão dessa realidade expressa na Arte, bem como as possibilidades de expressão nas atividades artísticas tendo como elementos norteadores os quatro eixos do ensino da arte: artes visuais, dança, música e teatro. Objetivos: Analisar a relação entre a arte e a realidade, através da indagação, gerando interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade, criando argumentos e apreciando de modo criativo a arte; Estruturar seu conhecimento, através da percepção e consciência do mundo 299 ao seu redor, aliando o ver, o pensar, o criar, o transformar e o fazer; Perceber o homem como um todo: imaginação, razão, reflexão, emoção, buscando ajudá-lo a compreender e transformar a realidade; Buscar o desenvolvimento de um leitor de mundo, que tenha seus próprios posicionamentos e opiniões. Compreender as diversas manifestações culturais através da obtenção de um conjunto de saberes em arte, tanto do erudito, como do popular. 8.3.17.6.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos da Disciplina Conteúdos estruturantes são conhecimentos de grande amplitude, conceitos que se constituem em fundamentos para a compreensão de cada uma das áreas de Arte. Os conteúdos estruturantes são apresentados separadamente para um melhor entendimento dos mesmos, no entanto, metodologicamente devem ser trabalhados de forma articulada e indissociada um do outro. Os conteúdos estruturantes da disciplina de artes são: elementos formais; composição; Movimentos e períodos. Embora tempo e espaço tenha sido, inicialmente, considerado também conteúdo estruturante da disciplina, sua relação com os demais e com os conteúdos específicos de cada área de Arte revelou que ele é, antes, uma categoria que articula os conteúdos estruturantes das quatro áreas de Arte, além de ter um caráter social. Educação do Campo A educação deve ser pensada de forma a abranger o contexto social e geográfico dos alunos, como a escola esta inserida em meio rural, esta proposta foi pensada de modo aos conteudos estarem vinculadas à sua cultura e as suas necessidades humanas e sociais, a educação do Campo possui quatro eixos 300 temáticos: Trabalho: divisão social e territorial; Cultura e identidade; Interdependência campo-cidade, questão agrária e desenvolvimento sustentável; Organização política, movimentos sociais. Valorizar a cultura dos povos do campo significa criar vínculos com a comunidade e gerar um sentimento de pertença ao lugar e ao grupo social. Isso possibilita criar uma identidade sociocultural que leva o aluno a compreender o mundo e transformá-lo. 4ª SÉRIE ARTES VISUAIS Tipos de desenho (figurativo, geométrico, abstrato) Educação do Campo: O espaço Rural enquanto paisagem na historia da arte. A troca Cultural entre campo e cidade. Cores e texturas Arte pré-histórica HISTORIA DA ARTE Composição Plástica (bidimensional, tridimensional) Elementos visuais: ponto geométrico e linha Educação do Campo: Leitura das dinâmicas da vida no campo e na cidade, manifestações culturais e sociais. MÚSICA Percepção sonora Som Elementos formadores do som Instrumentos Musicais DANÇA Movimentos corporais 301 Danças Folclóricas Cultura afro-brasileira, africana e indígena. Educação do Campo: Manifestações artísticas e culturais do campo TEATRO Elementos da ação dramática: história, roteiro, enredo e personagem Expressão verbal e gestual Espaço cênico e jogos dramáticos Mímica e teatro com fantoches Educação do Campo: Cultura e identidade 8.3.17.6.3 Metodologia da Disciplina A metodologia do ensino da Arte priorizará a interação da leitura da produção de arte com a familiarização cultural e com o exercício artístico. Buscar-se-á formas originais e interdisciplinares de expressar idéias com o grupo, promovendo observações, experimentações, discussões e análises para que se possa entrar em contato, não só com as formas e linguagens técnicas, mas também com idéias e reflexões, propostas pelas diferentes linguagens artísticas. Entende-se que aprender arte envolve não apenas uma atividade de produção artística pelos alunos, mas também compreender o que fazer e o que os outros fazem; pelo desenvolvimento da percepção estética, por contato com o fenômeno artístico, visto como objeto de cultura na história humana e como conjunto das relações. Sabe-se que ao fazer e conhecer arte, o aluno percorre os trajetos de aprendizagem que proporcionam conhecimentos específicos sobre a sua relação com o mundo. Além disso, desenvolvem potencialidades que podem contribuir para a consciência de seu lugar no mundo, e para compreensão de conteúdos das outras áreas do conhecimento. 302 8.3.17.6.4 Avaliação A avaliação se dará de maneira processual e contínua, e deverá levar em conta as relações estabelecidas pelo aluno entre os conhecimentos em arte e a sua realidade, evidenciados tanto no processo, quanto na produção individual e coletiva, desenvolvidas a partir desse saberes, permitindo ao aluno posicionar-se em relação aos trabalhos artísticos estudados e produzidos. O sistema da avaliação consistirá também na observação e registro dos caminhos percorridos pelo aluno em seu processo de aprendizagem, acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas criações/produções. Para possibilitar essa avaliação individual, é necessário utilizar vários instrumentos de avaliação, como diagnóstico inicial, durante o percurso e final do aluno e do grupo, trabalhos artísticos, auto-avaliação, atividades feitas no caderno. 8.3.17.6.5 Referências NONELL, J. Bassegoda. Atlas de Historia da Arte, 3ª Edição, Barcelona: Ediciones Jover, 1980. MONTANER, Josep Maria As Formas do Século XX,. 2ª Edição, Barcelona: Gustavo Gili, 2002. BRIOCHI, Gabriela. Coleção Arte Hoje, 2ª Edição, São Paulo: FTD, 2003. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Arte, Curitiba: SEED-PR, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Livro Didático Público de Arte, 2ª Edição, Curitiba: SEED-PR, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares da Educação do Campo – Arte, Curitiba: SEED-PR, 2006. 303 8.3.17.7 Proposta Pedagógica Curricular de Educação Física - 4ª Série DOCENTE: Franciele Barrinovo Martins De Souza Glovask 8.3.17.7.1 Apresentação da Disciplina A Educação física tem a função social de contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal e consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais, sempre em favor da formação humana. Tendo como objetivo formar a atitude crítica perante a Cultura Corporal. Sendo assim, tais consequências na prática pedagógica vão para além da preocupação com a aptidão, física, a aprendizagem motora, o desempenho esportivo, etc. A gênese da cultura corporal, referida acima, está relacionada à vida em sociedade, desenvolvendo-se, inicialmente, nas relações Homem-Natureza e Homem-Homem, isto é, pelas relações para a produção de bens e pelas relações de troca. Para garantir sua sobrevivência, reprodução e povoamento do Planeta, Nesse sentido, propõe-se a discussão a respeito da disciplina de Educação Física, levandose em conta que o trabalho é categoria fundante da relação ser humano/natureza e ser humano/ser humano, pois dá sentido à existência humana,e à materialidade corporal que constitui Compreender a Educação Física sob um contexto mais amplo significa entender que ela é composta por interações que se estabelecem nas relações sociais, politicas, econômicas e culturais dos povos. 8.3.17.7.2 Conteúdos Básicos / Estruturantes Da Disciplina Conteúdos Conteúdos Abordagem Teórica Critérios de avaliação Estruturantes Básicos Metodológica esporte − Coletivos Pesquisar e discutir Espera-se que o aluno − Individuais questões conheça dos históricas dos esportes, esportes: como: sua • o surgimento de cada 304 origem, sua evolução, seu esporte com contexto suas primeiras regras; atual. • sua relação com jogos Propor a vivência de populares. atividades pré • seus movimentos básicos, desportivas no intuito de ou seja, seus possibilitar fundamentos. o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras. Jogos e − Jogos e Abordar e discutir a origem Conhecer o contexto brincadeiras brincadeiras e histórico em que populares histórico dos jogos, foram criados os diferentes − Brincadeiras e brinquedos e jogos, cantigas de roda brincadeiras. brinquedos e brincadeiras, − Jogos de tabuleiro Possibilitar a vivência e bem como − Jogos confecção apropriar-se efetivamente cooperativos de brinquedos, jogos e das diferentes brincadeiras formas de jogar; com e sem materiais Reconhecer as alternativos. possibilidades de vivenciar Ensinar a disposição e o lúdico a partir da movimentação básica dos construção de jogos de tabuleiro brinquedos com materiais alternativos. Dança − Dança folclórica Pesquisar e discutir a Conhecimento sobre a − Danças criativas. origem e origem e alguns histórico das danças. significados (místicos, Contextualizar a dança religiosos, entre Vivenciar movimentos em outros) das diferentes que danças; envolvam a expressão Criação e adaptação tanto corporal e o itmo. das cantigas de rodas quanto de diferentes seqüencias de movimentos. Ginástica − Ginástica geral Estudar a origem e Conhecer os aspectos 305 − Ginástica rítmica histórico históricos da − Ginástica circense da ginástica e suas ginástica e das práticas diferentes corporais manifestações. circenses; Aprender e vivenciar os Aprendizado dos Movimentos fundamentos básicos Básicos da ginástica (ex: da ginástica: saltos, • Saltar; rolamento, parada de mão, • Equilibrar; roda) • Rolar/Girar; Construção e • Trepar; experimentação de • Balançar/Embalar; materiais utilizados nas • Malabares. diferentes modalidades ginásticas. Pesquisar a Cultura do Circo. Estimular a ampliação da Consciência Corporal. 4° Serie • Históricos dos diferentes esportes; • Histórico e origem da ginástica; • Diferentes tipos de ginástica; • Atividades Físicas e saúde • Jogos cooperativos; • Jogos intelectuais - iniciação (dama, Xadrez...); • Dança como reflexos dos diversos aspectos culturais dos povos; • Noções de relaxamento e alongamento; • Danças contemporâneas; • Noções básicas de higiene e saúde; • Jogos e brincadeiras com e sem materiais; • Iniciação ao handebol e ao basquetebol; • Iniciação ao futebol, futsal e voleibol; • Tênis de mesa. 306 8.3.17.7.3 Metodologia da Disciplina A Educação Física procurando a integração com o trabalho desenvolvido na escola, coloca o seu programa curricular no mesmo patamar de seriedade e compromisso com a produção de conhecimento que conduzira o processo de ensino e aprendizagem. Este processo será caracterizado pela participação efetiva do aluno e professor como educador. O professor exercerá um papel de mediador levando mensagens e informações, sendo que os alunos também trarão questionamentos e assuntos relacionados ao tema desenvolvido. Será enfatizada a autonomia por parte dos alunos, sendo que a autonomia moral e intelectual é uma capacidade a ser desenvolvida pelos alunos, e seu desenvolvimento se da em função de uma pratica educativa exercida coerentemente com essa finalidade. O desenvolvimento da autonomia considera a atuação do aluno, valoriza suas experiências previas, buscando assencialmente a passagem progressiva de situações em que é dirigido por outras pessoas, a situações dirigidas pelo próprio aluno. A interação e cooperação seguem a autonomia, sendo que atividades serão elaboradas de forma a favorecer a fala e a escrita como meios de reorganizações e reconstruções de experiências compartilhadas pelos alunos. A realização de trabalhos em grupos para a realização de tarefas como fonte de desenvolvimento social, pessoal e intelectual. Elaborar projetos com os alunos na criação de jogos, brincadeiras populares, narração de fatos, pesquisas sobre saúde da comunidade com a integração de outras disciplinas 8.3.17.7.4 Avaliação O processo avaliativo será continuo incluindo o aluno como participante contribuindo para o desenvolvimento da responsabilidade e compreensão na construção do conhecimento. No decorrer do processo de ensino - aprendizagem, o conteúdo programático pode ser reavaliado a alterado para melhor aproveitamento. 307 Em relação às atividades relacionadas à cultura corporal, o procedimento avaliativo terá como ação cooperativa a integração grupal, atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade, respeito às características físicas de cada aluno, sem distinções, sexuais, raciais ou sociais. Pretende-se avaliar se o aluno consegue obter a apropriação dos limites e possibilidades do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com domínio e aplica-las na melhoria de sua aptidão física. Assim como a aplicação pratica na rotina de vida do aluno visando à promoção da saúde e da qualidade de vida. Recursos didáticos • Filmes • Internet • Jornais • Musica • Documentários • Revistas • TV multimídia • Livros de apoio e outros A avaliação será diagnóstica, levando em conta sua participação respeitando o nível em que a criança se encontra, os alunos serão observados diariamente (observação continuada). É esperado que os alunos sejam capazes de: • Aprofundar - se no conhecimento do funcionamento do organismo humano de forma a reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como recurso para melhoria de sua qualidade de vida. • Aprofundar as noções conceituais de esforço, intensidade e freqüência, elevando-se á condição de planejador de suas praticas corporais. • Buscar informações para o seu aprofundamento teórico de forma a construir e adaptar alguns sistemas de melhoria de suas aptidões físicas; • Refletir sobre as informações especifica da cultura corporal, sendo capaz de discerni-las e reinterpreta-las em base cientificas, adotando uma 308 postura autônoma na seleção de atividades e procedimentos para a manutenção ou aquisição da saúde; • Aprofundar-se no conhecimento e compreensão das diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressividade; • Perceber na convivência e praticas pacificas, maneiras eficazes de crescimento coletivo, dialogando, refletindo e adotando uma postura democrática, sobre os diferentes pontos de vista postos em debate. • Atentar para o surgimento das múltiplas variações da atividade física como objeto de pesquisa, área de grande interesse social e mercado de trabalho promissor; • Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, potencializando e canalizando as diferenças individuais para o beneficio e conquista do objetivo por todos. 8.3.17.7.5 Referências BRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física. Cadernos CEDES v19 n48. Campinas, 1999 PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola publica do Estado de Paraná. Curitiba - SEED, 1990 PARANÁ. Secretaria de estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Física para o Ensino Fundamental. 2008. Introdução às diretrizes curriculares. Profª. Yvelise F. S. Arco-verde (Org.) Curitiba-Pr. 309 8.4 PROGRAMAS 8.4.1 CELEM 8.4.1.1 Proposta Pedagógica Curricular de CELEM - L.E.M Espanhol Docentes: Aérton José Gouveia 8.4.1.1.1 Apresentação Da Disciplina O ensino de Línguas no Brasil passou a ter uma maior valorização, com a chegada da família Real no Brasil em 1808, quando foram necessárias transformações na infra-estrutura cultural para que a mesma se instalasse. Com a abertura dos portos, e o fato dos países europeus estarem estudando as línguas modernas francesas e inglesas, estas foram acrescentadas ao currículo escolar, justificadas pelo promissor comércio estrangeiro, através do Decreto de 13 de abril de 1808. A Reforma Capanema, de 1942, foi a grande responsável pela introdução do ensino do espanhol no currículo da escola pública brasileira. Pela lei, todos os alunos, desde o ginásio até o científico ou clássico, deveriam estudar latim, inglês, ou espanhol. Com a LDB de 1961, houve uma diminuição visível das ofertas de Espanhol e Latim, compensada pelo surgimento de outras línguas – como o Italiano, o Alemão e até o Japonês, de inegável importância cultural. Já nos anos 90, houve um substancial aumento na demanda pelo ensino da língua espanhola, fazendo com que ela passasse de uma língua que não necessitava ser estudada a um idioma de estudo necessário e imprescindível. A principal causa para essa mudança repentina no status da língua espanhola costuma ser atribuída à criação do MERCOSUL, embora haja uma série de fatores que tenham influenciado na demanda pelo ensino da língua. Também seriam fatores importantes nesse processo, o crescimento do poder econômico da Espanha e o crescente aumento do espanhol nos Estados Unidos. Esses fatos teriam influenciado na posição desse idioma como “língua veículo de comunicação”. 310 De fato, o Tratado de Assunção, de 26 de março de 1991, que abre as portas para a constituição de um Mercado Comum entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e seus posteriores Protocolos mudaram não só as relações econômicas entre os países membros do acordo, mas também a valorização do espanhol e do ensino dessa língua. Nesse cenário, a chegada de grandes empresas espanholas com fortes investimentos no Brasil contribuiu para essa supervalorização da língua espanhola. Fatores como o retorno latino-americano às formas democráticas e o aumento de circulação dos cidadãos e das migrações continentais, também teriam contribuído para uma maior aproximação entre Brasil e os povos de língua espanhola. Em 23 de março de 1991, o Brasil juntamente com Paraguai, Uruguai e Argentina assinam o Tratado Trienal da Educação, ressaltando a importância do ensino do ensino das Línguas Portuguesa e Espanhola. Em 1996, a nova LDB apenas menciona que seria “incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição”. Sendo o inglês uma língua de grande prestígio internacional, manteve garantida sua ocupação do primeiro posto e, consequentemente, a obrigatoriedade de seu ensino. O segundo posto poderia ter sido ocupado pelo espanhol em função de sua importância para o país, uma vez que o MERCOSUL já se encontrava em plena atividade. A possibilidade não se concretizou pelo seu “caráter optativo” e também pelas “disponibilidades da instituição”, para quem já custava muito oferecer uma única língua estrangeira. No dia 08 de agosto de 2005, depois de um longo processo que teve início em 1991, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva transforma na Lei nº 11.161 o Projeto de Lei 3.987, de 2000, de autoria do Deputado Átila Lira, a qual torna obrigatória a presença da língua espanhola no currículo de nível secundário das escolas públicas brasileiras, sendo-lhes facultado aos seus alunos fazer ou não a matrícula. A justificativa de leis, Tratados e Reformas que se fizeram em prol da necessidade e obrigatoriedade do ensino de uma língua estrangeira, e mais especificamente do espanhol, é que, o aluno, ao estudar outra língua, é conseqüentemente exposto a visões diferentes de sua própria cultura, ampliando o 311 seu conhecimento de mundo e tendo a oportunidade de interpretar o mundo de diferentes formas; é uma forma de ampliar o conhecimento do aluno no que se refere aos aspectos geográficos e históricos social. Neste contexto, a implantação se efetivaria de forma gradual desde o ano 2005 até 2010, tendo o Governo um prazo de exatamente cinco anos para fazê-lo. Atribuiu-se aos Conselhos Estaduais de Educação a responsabilidade pelas normas que possibilitem sua execução, de acordo com as condições e peculiaridades de cada região. A “reimplantação” progressiva do idioma espanhol nas escolas, vem conquistando um espaço cada vez maior, conhecimentos objetiva-se no a necessidade e a busca por novos estreitamento de nossas relações com os países vizinhos, com isso, o ensino do espanhol busca contribuir para que o aluno possa conhecer e utilizar adequada e competentemente o idioma como instrumento para desenvolver-se como cidadão, pois, hoje em dia, a língua espanhola não é mais complementaria, ela é necessária. Sabe-se que uma língua estrangeira pressupõe produtos culturais que mantém estreita relação com a realidade histórica que rodeia o indivíduo, e por isso, acredita-se que a aprendizagem de línguas estrangeiras é um passaporte individual para um novo mundo cultural. Com a aprendizagem de uma outra língua, o aluno terá condições de: − Interagir com pessoas diferentes, − Conhecer e interagir com outros países − Apropriar-se do conhecimento de culturas diferenciadas. Enriquecer seus conhecimentos e valorizar outras formas de cultura. Portanto o estudo de uma outra língua possibilita a abertura que o indivíduo necessita para descobrir outros mundos, ultrapassando fronteiras. Na aprendizagem de espanhol, há que se levar em conta a grande semelhança entre as línguas espanhola e portuguesa, e, ao mesmo tempo, a abundância de expressões comuns que escondem significados muito diferentes ou têm distintos usos em um idioma e outro. Com a oportunidade de ingressar no CELEM – espanhol, o aluno se apropriará do conhecimento desta e estas dúvidas certamente serão desvendadas através do aprendizado. Sendo a escola o espaço para a apropriação do saber sistematizado com a função social de formar para a cidadania, o ensino de Língua Estrangeira vem ao 312 encontro das expectativas e demandas sociais contemporâneas que oferta às novas gerações a aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos. A aprendizagem de uma língua estrangeira sempre é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional do ser humano, pois dá oportunidade ao indivíduo de compreender os valores sociais de outras culturas e propicia expandir seus conhecimentos acerca do desenvolvimento de outro país. A partir da aquisição de outra língua o aluno é capaz de analisar e valorizar outros modos de vida e de cultura, criando novos conceitos e novas perspectivas, mudando paradigmas anteriormente pré-estabelecidos. Os alunos do Colégio Estadual “Dr. Júlio Junqueira”, são provenientes de Aricanduva e do Assentamento Dorcelina Folador , distrito de Arapongas, portanto, é fundamental que este Colégio oferte a estes e à comunidade local a oportunidade de ampliar seus conhecimentos, desta forma oferecer o Curso de espanhol através do Celem, possibilitará aos alunos de uma localidade distante estar peto do aprendizado e conhecimento de outra cultura, fator este determinante no mundo globalizado. Com a implantação do CELEM – Centro Estrangeiro de Línguas Modernas no Colégio Estadual Júlio Junqueira, nossos alunos terão outras e novas condições para conquistarem oportunidades de crescimento pessoal e profissional através de um ensino gratuito e de qualidade, e assim se auto-afirmarem como cidadãos capacitados do conhecimento de uma outra cultura assim como profissionais no mundo globalizado em que estão inseridos. 8.4.1.1.1.1 OBJETIVO GERAL Oferecer aos alunos do município o ensino de língua estrangeira moderna de forma gratuita e de qualidade, esperando o retorno de que este seja capaz de entender, ler, escrever e interpretar em espanhol, além de desenvolver a representação, comunicação, investigação, compreensão e contextualização sociocultural. Harmonizar habilidades lingüísticas específicas com o objetivo de executar com êxito o processo de aprendizagem do idioma espanhol, interagindo com pessoas desta ou de outras culturas, conhecendo e valorizando-as. De posse deste aprendizado/conhecimento, espera-se que seu 313 currículo esteja mais rico e permita-lhe melhores condições de aceitação no mercado de trabalho. 8.4.1.1.1.2 Objetivos Específicos − Tornar acessível ao aluno da escola pública à aquisição de outros idiomas objetivando auxiliar a construção da cidadania inclusive a globalizada; − Viabilizar o acesso ao mundo de trabalho; − Vislumbrar a aquisição de novos conhecimentos; − Compreender que os significados de outras línguas são historicamente construídos e passíveis de transformação; − Intermediar a aprendizagem do aluno no que diz respeito aos processos comunicativos, gramaticais e interpretativos dos idiomas a partir de atividades que explorem a conversação, a escrita e a leitura de diversos gêneros textuais; − Abordar aspectos culturais de outros países. − Conscientizar sobre o papel das línguas na sociedade, possibilitando o acesso à informação e ao conhecimento; − Compreender a diversidade linguística cultural e mundial. 8.4.1.1.2 Conteúdos Estruturantes / Básicos Da Disciplina Conteúdo Estruturante Os conteúdos básicos de Língua Estrangeira Moderna a serem trabalhados na sala de aula são os conhecimentos fundamentais e necessários para cada série. Na disciplina de Língua Estrangeira Moderna, o Conteúdo Estruturante é o Discurso como prática social, a partir dele, advém os conteúdos básicos: os gêneros discursivos a serem trabalhados nas práticas discursivas, assim como os conteúdos básicos que pertencem às práticas da oralidade, leitura e escrita. 314 Conteúdos Básicos Os conteúdos básicos estão divididos em duas colunas: a primeira reservada aos gêneros discursivos; e a segunda apresenta os conteúdos das práticas de leitura, oralidade, escrita e da análise lingüística, para serem abordados a partir do gênero selecionado na tabela, conforme as esferas sociais de circulação: cotidiana, científica, escolar, imprensa, política, literária/artística, produção e consumo, publicitária, midiática, jurídica. Os textos serão selecionados mediante o critério de significação do mesmo ao trabalho pedagógico e que pertencerá a um gênero, não se prendendo à quantidade, mas sim, preocupando-se com a qualidade do encaminhamento, com a compreensão do uso do gênero e de sua esfera de circulação. Os gêneros serão retomados em diferentes momentos com um nível maior de complexidade, tendo em vista que a diferença significativa entre as séries está no grau de aprofundamento e da abordagem metodológica. Vale ressaltar que os gêneros indicados não se esgotam na proposta aqui apresentada, assim como a escolha dos gêneros não deve se ater exclusivamente a uma esfera. Para selecionar os conteúdos específicos, é fundamental considerar o objetivo pretendido e o gênero. Como exemplo: ora a história em quadrinho será levada para sala de aula a fim de discutir o conteúdo temático, a sua composição e suas marcas lingüísticas; ora aparecerá em outra série para um trabalho de intertextualidade; ora para fruição, ou seja, dependerá da intenção, do objetivo que se tem com esse gênero. Destaca-se, ainda, que ao escolher um gênero nem sempre todas as práticas serão abordadas, por exemplo: é possível levar a fábula contemporânea para trabalhar a prática de leitura, não sendo necessário que o aluno produza uma fábula. 1º ANO Gêneros Discursivos Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise lingüística, 315 serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. São eles: exposição oral; álbum de família, travalínguas, cartão postal, provérbios, músicas, convites, bilhetes, receitas, fotos, autobiografia, poemas, narrativas básicas, resumos, exposição oral, histórias em quadrinhos, artigo de opinião, charge, cartum, horóscopo, caricatura, reportagens, tiras, cartazes, sinopse de filmes, paródia, placas, entrevista, e-mail, torpedos, chat. Leitura • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Situacionalidade; • Intertextualidade; • Temporalidade; • Discurso direto e indireto; • Elementos composicionais do gênero; • Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto; • Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto; • Polissemia; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,negrito), figuras de linguagem); • Léxico. Escrita • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Situacionalidade; • Intertextualidade; 316 • Temporalidade; • Discurso direto e indireto; • Elementos composicionais do gênero; • Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto; • Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; • Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto; • Polissemia; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; • Processo de formação de palavras; • Acentuação gráfica; • Ortografia; • Concordância verbal/nominal. Oralidade • Conteúdo temático; • Finalidade; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Papel do locutor e interlocutor; • Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas...; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Variações linguísticas; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; • Semântica; • Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc); • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito. 317 2º ANO Gêneros Discursivos Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise lingüística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. São eles: carta pessoal, adivinhas, anedotas, diário, canções culturais, curriculum vitae, poemas, romances, textos de opinião, cartum, exposição oral, relatos, resenha, discussão argumentativa, classificados, carta ao leitor, carta do leitor, anúncios, folders, slogan, filmes. Leitura • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Situacionalidade; • Intertextualidade; • Temporalidade; • Referência textual; • Partículas conectivas do texto; • Discurso direto e indireto; • Elementos composicionais do gênero; • Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto; • Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto; • Polissemia; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; • Léxico. 318 Escrita • Tema do texto; • Interlocutor; • Finalidade do texto; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Situacionalidade; • Intertextualidade; • Temporalidade; • Referência textual; • Partículas conectivas do texto; • Discurso direto e indireto; • Elementos composicionais do gênero; • Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto; • Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto; • Polissemia. • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito). Oralidade • Conteúdo temático; • Finalidade; • Aceitabilidade do texto; • Informatividade; • Papel do locutor e interlocutor; • Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas...; • Adequação do discurso ao gênero; • Turnos de fala; • Variações linguísticas; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; 319 • Semântica; • Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc); • Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito. 8.4.1.1.3 Metodologia da Disciplina As aulas de Língua Espanhola serão trabalhadas a partir do entendimento de que a língua na sociedade não é apenas um instrumento de comunicação e um meio de acesso à informação, mas que, com ela, é possível entender o mundo, construir significados e transforma-los, onde os alunos terão espaço para a discussão de temáticas fundamentais para o desenvolvimento intelectual manifestado por um pensar e agir críticos, por uma prática cidadã com respeito às diferenças culturais, crenças e valores. As aulas de LEM deve ser um momento de discussão da linguagem oral, escrita e/ou visual a partir do texto lido, integrando todas as práticas discursivas nesse processo. Os alunos serão encorajados a levantar questionamentos durante as aulas e a ter uma posição crítica frente aos textos, aproveitando seus conhecimentos de mundo. Alguns questionamentos são: qual é o propósito dos textos e atividades?; como o autor compreende a realidade?; quais as implicações de sua posição e afirmação? É importante trabalhar a partir de textos de diferentes gêneros discursivos, com assuntos atuais presentes na mídia nacional e internacional, pois a língua deve ser entendida como prática sociocultural, sendo abordada como espaço de construção de significados, porque o aluno tem papel ativo na construção destes e na interação. Como o trabalho em sala será pautado no texto e seu contexto social, os itens gramaticais serão vistos para indicar a estrutura da língua e serão apresentadas em atividades diversificadas, tais como: comparação das unidades temáticas e linguísticas de um texto com outros textos; interpretação da estrutura de um texto a partir das reflexões da sala de aula; leitura e análise de textos da Hispanoamérica e os aspectos culturais que estes países veiculam; leitura e análise de textos publicados e suas abordagens; comparação das estruturas fonéticas bem como das formações sintática e morfológica da língua espanhola. 320 O conhecimento formal da gramática estará subordinado ao conhecimento discursivo, ou seja, as reflexões gramaticais devem ser trabalhadas necessidades específicas dos alunos a partir de a fim de que se expressem de maneira “correta” ou construam sentidos com os textos. É importante que os alunos percebam que os textos são construções sociais, os quais ele deve aceitar, rejeitar ou reconstruir, a partir das próprias conclusões. E para que haja interação com o texto, se faz necessário o conhecimento linguístico, possibilitando fazer uma relação com os conhecimentos já adquiridos. Dessa forma, será valorizado o espaço da sala de aula, o conhecimento prévio e as experiências que os alunos trazem, por meio de discussões dos temas abordados, como também dar subsídios para que eles se posicionem em relação ao texto, contemplando práticas discursivas, de modo a desenvolver o próprio sentido acerca do contexto que o perpassa. Os recursos didáticos a serem usados, dentre outros, serão: − ilustrações; − fotos; − diálogos; − atividades lúdicas; − músicas; − filmes; − prática oral, auditiva e escrita constante. 8.4.1.1.4 Avaliação A Avaliação deve subsidiar o diagnóstico da situação em que se encontra o indivíduo, oferecendo recursos para reorientá-lo a uma aprendizagem satisfatória, pois como cita Luckesi (1996, p.165)”Avaliar significa identificar impasses e buscar soluções”. Avaliar é refletir sobre uma determinada realidade, a partir de dados e informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de decisão. Não é o mesmo que medir, pois medir é apenas descrever uma realidade, ou seja, obter dados e informações sobre ela. 321 É a Avaliação que vai permitir que façamos sugestões, encaminhamentos e também a tomada de decisões coerentes. Segundo Vasconcelos: A Avaliação deve ser um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática no sentido de captar seus avanços e possibilitar uma tomada de decisões, acompanhando a pessoa em seu processo de crescimento (1998, p.43) A medida limita-se a constatar uma realidade, a obter dados e informações. Para se fazer uma Avaliação, dados e informações são importantes. Para obtê-los necessitamos de instrumentos de Avaliação que são recursos e meios que utilizamos para alcançar determinados objetivos. A escolha e a construção desses meios devem ser orientadas pelos objetivos que determinamos. A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna deve superar a concepção de mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos, visto que se configura como processual e, como tal, objetiva subsidiar discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções. De acordo com a Lei Nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), quando trata da Avaliação na Educação Básica no Artigo 24, inciso V diz: “A verificação do rendimento escolar observará o seguinte item: Dentro de todo o processo ensino e aprendizagem, a Avaliação pode ter a função Diagnóstica, Formativa ou Somativa − Avaliação Diagnóstica: antecede a elaboração de um projeto, de uma unidade ou de uma aula. Ela fornecerá dados sobre o contexto em que o trabalho pedagógico irá se realizar, bem como sobre os sujeitos que participarão desse trabalho e em que nível está os acontecimentos dos mesmos. − Avaliação Formativa: ajuda a captar os avanços e as dificuldades que forem se manifestando ao longo do processo, ainda em tempo de tomar providências para afastar as dificuldades percebidas. Sua função é a de informar sempre o que está acontecendo. Os resultados desse tipo de Avaliação nos mostram a necessidade de rever nossos planos, de fazer mudanças em algumas decisões tomadas anteriormente. − Avaliação Somativa: acontece ao final de um trabalho desenvolvido (unidaAs aulas de Língua Espanhola serão trabalhadas a partir do entendimento de que a 322 língua na sociedade não é apenas um instrumento de comunicação e um meio de acesso à informação, mas que, com ela, é possível entender o mundo, construir significados e transforma-los, onde os alunos terão espaço para a discussão de temáticas fundamentais para o desenvolvimento intelectual manifestado por um pensar e agir críticos, por uma prática cidadã com respeito às diferenças culturais, crenças e valores. A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos e dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem. A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados anotados em Livro Registro de Classe. Nos cursos do CELEM serão registradas médias por idioma cursado, que corresponderão às avaliações individuais realizadas através de diversos instrumentos avaliativos adotados, aos quais, obrigatoriamente, o aluno submeterse-á, respeitando o sistema de avaliação adotado pelo estabelecimento de ensino. Ao se observar que a Avaliação é o ponto de partida e o ponto de chegada de qualquer trabalho pedagógico, e tem-se nesse entremeio todo um caminho a ser percorrido, constata-se que não há como se prender a apenas a uma função da Avaliação. A Avaliação da Aprendizagem oferece suporte para a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, através da análise das ações em desenvolvimento e a necessidade de mudanças constantes. Entende-se a avaliação não como um fim em si mesmo, mas como um processo além da aprendizagem, pois adquire um caráter progressivo, constante e sistematizado, oferecendo ao aluno a oportunidade de melhorar ou perceber as dificuldades e ser feedback para o professor rever sua metoldologia. 323 8.4.1.1.5 Referências BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 2 ed.S.P.: Martins, Fontes,1997. LUCKESI, C.C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo, Cortez, 1995 VASCONCELOS, Celso dos S. Concepção Dialética-Libertadora do processo de Avaliação Escolar. São Paulo, Libertad, 1994. DB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Saraiva, 1996. INSTRUÇÃO Nº 019/2008 – Secretaria de Estado da Educação/ Superintendência da Educação DCEs – Diretrizes Curriculares da Língua Estrangeira Moderna para Educação Básica. Secretaria de Estado da Educação – Superintendência da Educação, Curitiba-Pr, 2008. 324 8.4.2 PROGRAMA VIVA ESCOLA 8.4.2.1 DANÇAS 1. DADOS GERAIS PROGRAMA VIVA A ESCOLA ESTABELECIMENTO DE ENSINO: COL EST. DR JÚLIO JUNQUEIRA - E F M NÚCLEO DE CONHECIMENTO: EXPRESSIVO-CORPORAL ATIVIDADE: DANÇAS DISCIPLINAS CONTEMPLADAS: EDUCAÇÃO FÍSICA 2. JUSTIFICATIVA Buscar uma prática pedagógica através da dança mais coerente consiste em possibilitar ao indivíduo expressar-se criativamente, sem exclusões, tornando esta linguagem corporal transformadora e não reprodutora. Ela pode ser considerada uma ferramenta preciosa para o aluno lidar com suas necessidades, desejos, expectativas e também servir como instrumento para seu desenvolvimento individual e social. A educação escolar tem privilegiado mais os valores intelectuais do que os valores corporais, por não conhecer os benefícios 325 que a dança apresenta, que vão desde a melhora da auto-estima, passando pelo combate ao estresse, depressão, até o enriquecimento das relações interpessoais. Um educando que participa de aulas de dança se adapta melhor aos colegas e encontra mais facilidade no processo de alfabetização. Ela é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola, pois engloba a sensibilização e conscientização dos alunos, tanto para suas posturas, atitudes, gestos e ações cotidianas, como para as necessidades de expressar, comunicar, criar, compartilhar e interatuar na sociedade. 3. OBJETIVO DA ATIVIDADE • Reconhecer a importância das diferentes manifestações culturais presentes na dança. • Conhecer a origem e o contexto histórico em que se desenvolveram os diferentes tipos de danças. • Criar e vivenciar atividades de dança, por intermédio da elaboração de composições coreográficas. • Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros, que identificam as diferentes danças. 326 4. CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO Poderão participar alunos do Ensino Fundamental e Médio, que estejam devidamente matriculados no C. E. Julio Junqueira, Ens. Fund. e Médio, e outros alunos da comunidade, que demonstrem efetivo interesse em participar do referido programa 327 8.4.2.2 JOGOS DE MATEMÁTICA 1. DADOS GERAIS PROGRAMA VIVA A ESCOLA ESTABELECIMENTO DE ENSINO: COL EST. DR JÚLIO JUNQUEIRA - E F M NÚCLEO DE CONHECIMENTO: EXPRESSIVO-CORPORAL ATIVIDADE: JOGOS DISCIPLINAS CONTEMPLADAS: MATEMÁTICA 2. JUSTIFICATIVA Diante da dificuldade na aprendizagem de matemática, em especial no entendimento de enunciados e resolução de problemas, propomos a presente atividade de jogos, por entender que eles são considerados uma atividade que proporciona o exercício da imaginação, ensina a obedecer a limites, a ceder, debater e entender. Possibilita uma discussão matemática, que conduz ao desenvolvimento de conhecimentos para enfrentar os desafios, elaborar a melhor estratégia para vencer, analisar os erros apresentados quando há fracasso, realizar mudanças de estratégias quando as regras são 328 3. OBJETIVO DA ATIVIDADE Proporcionar atividades onde o pensamento lógico, a capacidade de concentração e o senso de responsabilidade sejam desenvolvidos de forma a aprimorarem a cultura e a sua interação com os demais colegas de escola e da sociedade, ou seja, diminuir as desigualdades, aumentar a justiça social e melhorar o desempenho dos alunos na resolução de problemas, investigações de situações concretas, operações e demais conteúdos da disciplina de matemática. Nesta atividade pedagógica o objetivo é desenvolver jogos de raciocínio e de memória, pois contribuem de forma significativa para o desenvolvimento das capacidades intelectuais. 4. CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO As vagas da presente atividade, em número de vinte e cinco, serão destinadas a alunos regularmente matriculados na escola, no ensino fundamental, e que se encontram em vulnerabilidade social, ou com dificuldades e aprendizagem. 329 8.4.2.3 JORNAL MURAL 1. DADOS GERAIS PROGRAMA VIVA A ESCOLA ESTABELECIMENTO DE ENSINO: COL EST. DR JÚLIO JUNQUEIRA - E F M NÚCLEO DE CONHECIMENTO: CIENTÍFICO-CULTURAL ATIVIDADE: JORNAL MURAL: Informação e conhecimento DISCIPLINAS CONTEMPLADAS: LÍNGUA PORTUGUESA 2. JUSTIFICATIVA O colégio propõe atividades diferenciadas de informação, como a confecção do Jornal Mural, envolvendo diversas disciplinas, com metodologias que favorecem a leitura, a escrita, a oralidade e a análise lingüística. É um veículo interno de comunicação, democrático e acessível a todos, principalmente àqueles que não podem acessar terminais eletrônicos e nem dispor da leitura de materiais impressos, como jornais e revistas. Os assuntos apresentados serão relacionados a vida escolar, notícias variadas, biblioteca, alimentação, vida social, 330 curiosidades, sinopse de filmes, reportagens, entrevistas, classificados, propagandas, entre outros. Portanto, o que se pretende é que no espaço escolar, por intermédio do Jornal Mural, o aluno tenha mais um momento de ampliar seus conhecimentos. 3. OBJETIVO DA ATIVIDADE • Possibilitar a criação de espaços comunitários para a circulação de informações na escola. • Favorecer a leitura e escrita de diferentes tipos de textos. • Usar a leitura para obter informações. • Colocar os alunos em situação de uso da escrita, uma vez que seus textos se tornarão públicos. • Oferecer oportunidade aos alunos de lerem, discutirem e refletirem a respeito das diferentes notícias da atualidade. • Valorizar o trabalho em grupo. • Exercitar o uso da internet como fonte de pesquisa. 331 4. CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO As vagas da presente atividade, em número de vinte e cinco, serão destinadas a alunos regularmente matriculados no C. E. Dr. Julio Junqueira, que apresentem dificuldades na aprendizagem. 332 8.5 PROJETOS DESENVOLVIDOS NO COLÉGIO 8.5.1 Projeto Educação do Campo 8.5.1.1 Projeto Educação do Campo: Além dos Muros Escolares 8.5.1.1.1 Justificativa O Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira ensino fundamental e médio, desenvolve o projeto de Educação do Campo, por atender um número expressivo de alunos provenientes do campo, sendo, em sua maioria, pertencentes ao Assentamento Dorcelina Folador e proximidades. O colégio propicia atividades diversificadas para os educandos. Para que o campo não perca sua indenidade cultural, o projeto visa a integração entre os membros da comunidade escolar, e a real importância do trabalho que é realizado no campo. Com o projeto busca-se a quebra de paradigma, cujo objetivo é respeitar as especificidades dos indivíduos e comunidade, incluir e preservar as diferenças, realizando a diversidade na igualdade como fundamento primeiro do ato educativo. Assim, haverá a inclusão desse “Território de Cidadania” onde os arranjos educativos específicos promoverão o desenvolvimento humano de todos e de cada um, mudando a forma do olhar do educador e educando para o campo e do campo. O campo é um lugar de vida, onde as pessoas podem morar trabalhar, estudar com dignidade de quem tem o seu lugar. O campo não é só um lugar de produção agropecuária e agroindústrias, latifúndio e de grilagem de terra. O campo é o espaço e território dos camponeses, por isso é lugar de vida, sobretudo de educação. 333 8.5.1.1.2 Objetivos Possibilitar aos professores, alunos e comunidade escolar a melhor integração campo-cidade; Reconhecer novas realidades; Desenvolver ações integradas na educação do campo; Tornar viável a socialização entre os alunos; Ampliar os conhecimentos elencando teoria e prática; Garantir o direito a uma educação de qualidade; Valorizar o trabalho e tradições camponesas; 8.5.1.1.3 Metodologia Este projeto será desenvolvido durante o período letivo, culminando em um dia programado no calendário escolar. O público alvo serão os alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira. A programação das atividades será verificada com os representantes do Assentamento, para elaboração de um calendário específico na realização das oficinas práticas pedagógicas. Para um melhor aproveitamento das oficinas pedagógicas faz-se necessário estudo teórico de todas as atividades específicas para cada grupo direcionado, com a interdisciplinaridade entre as disciplinas (Ciências, Biologia, Sociologia, História e Geografia entre outras). Essas atividades teóricas serão desenvolvidas no Colégio, na responsabilidade dos professores, com acompanhamento da equipe pedagógica 334 e direção, e as atividades práticas serão realizadas no Assentamento Dorcelina Folador. No desenvolvimento das atividades haverá a divisão em grupos de no máximo 15 alunos. Sendo que, as atividades servirão para experienciar o cultivo de hortaliças, o processo da pecuária leiteira, o cultivo da cana de açúcar e a produção de melado e rapadura e o cultivo do bicho da seda. Haverá prazo determinado para a aquisição da prática das técnicas de manejo de cada atividade proposta com elaboração de um cronograma. Ao final do trabalho, cada grupo apresentará um seminário de sua aprendizagem e conhecimento adquirido. Na conclusão do ano letivo, far-se-á uma confraternização entre todos os envolvidos no Projeto Educação do campo. 8.5.1.1.4 Avaliação A avaliação dar-se a ao longo do processo do desenvolvimento do projeto, observando a participação e interação dos sujeitos e valorização das diferenças e do conhecimento individual. Ensinar exige pesquisa, paciência e respeito. A pesquisa é essencial para que se desvelem as relações sociais de produção, os saberes que estão presentes no cotidiano do trabalho. Valorizando esses saberes e partilhandoos, concretizando, assim, a verdadeira avaliação do processo cotidiano, nas relações sociais, afetivas e cognitivas. 335 8.5.1.1.5 Referências Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual Dr. Júlio Junqueira Diretrizes Curriculares da Educação do Campo www.diaadia.pr.gov.br/dedi: Material de apoio pedagógico: grupo de estudos .2008. Textos Educação do Campo Revista Carta Escola 336 8.5.2 Projeto Cultura Afro 8.5.2.1 Projeto Cultura Afro- Brasileira 8.5.2.1.1 Justificativa O período Escravagista brasileiro é uma das marcas mais trágicas da história de nosso país. Por quatro séculos, a população negra capturada na Africa e trazida para o Brasil em navios negreiros foi aqui subjugada e submetida a regimes de trabalho escravo, hoje impensáveis. Esse período sombrio de nossa história felizmente não impediu a miscigenação entre as culturas afro, indígena e portuguesa, estabelecendo aqui um resultado cultural dos mais ricos de todo o mundo. Conhecer esse período da história é um exercício precioso de compreensão da natureza humana e uma forma de valorizar cada vez mais os direitos humanos e a pluralidade cultural. Neste projeto didático a proposta é dividir as turmas em grupos que estudarão fases específicas do período escravagista sensibilizando-os sobre a conscientização étnico racial, levando-os a refletir sobre a contribuição do povo afro-descendente na formação da sociedade brasileira. No final os alunos apresentarão suas descobertas, através de momentos de reflexão, debates, cartazes e outros recursos, como: apresentação de slides, danças, músicas, capoeira, teatro e o desflile Beleza Negra com alunos do colégio. 8.5.2.1.1.1 Objetivo geral Proporcionar condições ao Afro-descendentes, promover a cidadania e igualdade racial, por meio de uma pedagogia multirracial. Proporcionar condições a alunos e professores de apropriarem-se de novos saberes sobre a cultura Afro-brasileira. Compreender os motivos da resistência dos escravos . Perceber o movimento abolicionista como uma luta para o fim da escravidão. Identificar traços da cultura negra no Brasil. 337 8.5.2.1.1.2 Objetivo específicos 89. Discutir e conhecer as personalidades negras que deixaram ou estão deixando sua contribuição nos diversos setores da sociedade, como expressões culturais, artísticas, musicas e religiosas. 90. Reconhecer o papel do negro na definição e na defesa do território. 91. Reconhecer que o Brasil foi o país que mais importou escravos negros. 92. Identificar tempo e espaço da origem dos grupos africanos que vieram para o Brasil. 93. Reconhecer que o tráfico humano foi uma atividade fundamental para o capitalismo mercantilista. 94. Promover a mudança de posturas ideológicas e conceituais na comunidade escolar. 8.5.2.1.2 Metodologia Este projeto será desenvolvido durante o período letivo, culminando na Semana da Cultura Afro no mês de novembro. O público alvo serão os alunos de 5ª às 8ª séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Colégio Estadual Drº Júlio Junqueira. As atividades a serem realizadas iniciarão: − Envolvendo todo o corpo Docente da Escola. − Montar grupos de danças e ritmos africanos com os alunos. − Realizar concursos de beleza negra, poesias paródias, focando as contribuições da cultura africana. − Montar painel fotográfico com negros em destaque no Brasil e no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. − Elaborar e apresentar peças teatrais focando vestuário, vocabulário e costumes africanos. − Montar painel através de cartazes sobre culinária e lendas africanas. − Degustação de comida tipica afro-descendente. 338 8.5.2.1.3 Avaliação O projeto será avaliado ao longo de seu desenvolvimento observando a participação e o envolvimento de todos os alunos. Será considerada satisfatória se todas as etapas dessas atividades forem desenvolvidas, de modo a aperfeiçoar a democracia e construir a consciência de igualdade. Esperam-se ao final do projeto, mudanças nas posturas ligadas as questões étnicas raciais. 8.5.2.1.Bibliografia História e Cultura Afro-Brasileira nos Currículos Escolares. A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003 LEI No 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008 Site Memorandum 9, out/2005 Belo Horizonte: UFMG; Ribeirão Preto: USP http://www.fafich.ufmg.br/memorandum/a09/silva01.htm 339 8.6 ANEXO DO PLANO DE ESTÁGIO DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO-ESTAGIÁRIO ESTAGIÁRIO:____________________________________________________________ CURSO:________________________________________________________PERÍODO:______ CRONOGRAMA DE ESTÁGIO: _____/_____/200____ A _____/_____/200_____ DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA CAMPO DE ESTÁGIO NOME DA ESCOLA:_____________________________________________________________ ENDEREÇO:___________________________________________________________________ TELEFONE: ______________ FAX: _________________ E-MAIL:________________________ NOME DO DIRETOR: ___________________________________________________________ ANEXO II FICHA DE AVALIAÇÃO – PARTE CONCEDENTE ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO 1. Identificação do Aluno ALUNO: CURSO: SÉRIE: EIXO TECNOLÓGICO: 3. Identificação do Local de Estágio PARTE CONCEDENTE: ENDEREÇO: MUNICÍPIO: CEP: UF: TELEFONE: FAX: E-mail: 4. Identificação do responsável pela supervisão no Local de Estágio NOME: FORMAÇÃO: CARGO/FUNÇÃO: 5. Período de execução Estágio realizado no período de ___/___/___ a ___/___/___ Carga horária de estágio cumprida: 6.Avaliação do aluno estagiário: Relatar desempenho, assiduidade, pontualidade, iniciativa, conhecimento, responsabilidade, cooperação e demais considerações que julgar pertinentes. Data/assinatura e carimbo do responsável pela supervisão no local do estágio 340 ANEXO III FICHA DE AVALIAÇÃO – ALUNO E PROFESSOR ORIENTADOR ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO 1. Identificação da instituição de ensino INSTITUIÇÃO ENDEREÇO: MUNICÍPIO: CEP: NRE: E-mail: TELEFONE: FAX: 2. Identificação do Aluno ALUNO: CURSO: SÉRIE: EIXO TECNOLÓGICO: 3. Identificação do Local de Estágio PARTE CONCEDENTE: ENDEREÇO: MUNICÍPIO: UF: CEP: TELEFONE: FAX: E-mail: 4. Identificação do responsável pela supervisão no Local de Estágio NOME: FORMAÇÃO: CARGO/FUNÇÃO: 5. Período de execução Estágio realizado no período de ___/___/___ a ___/___/___ Carga horária de estágio cumprida: 5.Estagiário 5.1 Indiquem as atividades que desenvolveu na parte concedente: 5.2 Receberam orientações e informação para as atividades que realiza? 5.3 O ambiente físico do local de estágio tem contribuído para a realização das atividades? Data: / / Assinatura do aluno: 341 ANEXO IV TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO No Aos de 2009, na cidade de /PR, em decorrência do Termo de Convênio no , firmado entre _____ e a ___________, neste ato representadas pelas partes a seguir nominadas: INSTITUIÇÃO DE ENSINO NOME DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO MUNICÍPIO: ENDEREÇO: TELEFONE/RAMAL: CNPJ: NÚMERO: FAX/RAMAL: COMPLEMENTO: E-MAIL: BAIRRO/DISTRITO: NOME: CEP: CARGO/FUNÇÃO: INSTITUIÇÃO CONCEDENTE MUNICÍPIO: NOME : CNPJ: ENDEREÇO: NÚMERO: TELEFONE/RAMAL: FAX/RAMAL: E-MAIL: NOME: COMPLEMENTO: CARGO/FUNÇÃO BAIRRO/DISTRITO: CEP: ESTAGIÁRIO NOME DO(A) ESTAGIÁRIO(A): RG: MUNICÍPIO: ENDEREÇO: CPF: DATA NASCIMENTO CURSO: NÚMERO: TELEFONE/RAMAL: COMPLEMENTO: BAIRRO/DISTRITO: FAX/RAMAL: / CELULAR SÉRIE/PERÍODO: E-MAIL: TURNO/TURMA: CEP: MATRÍCULA: 342