fabio alexandrini.cdr

Transcrição

fabio alexandrini.cdr
RECUPERAÇÃO DE INFORMAÇÕES MÉDICAS
DE LAUDOS EM PADRÃO TEXTO
Fábio Alexandrini
Alex Klehm
Lenilson Porath
Ricardo Wotzke
RESUMO
ABSTRACT
Este trabalho centra-se no estudo
de métodos de recuperação e
interpretação de laudos médicos em
padrão texto, utilizando-se de
técnicas de PLN (Processamento de
Linguagem Natural). Propõe-se
também a estruturação de laudos
médicos em formato texto utilizando-se adicionalmente a terminologia
SNOMED (Systematized Nomeclature of Medicine) permitindo
potencializar ainda mais o desempenho das técnicas de recuperação
das informações dos laudos em
formato textos. Seu objetivo central
é propor formas eficientes de
interpretação e recuperação de
Laudos Radiológicos proporcionando
informações que contribuam para
futuros trabalhos.
This paper centers in the study of
recovery methods and interpretation
of clinical reports in text format. The
main goal is the structuring of the
Clinical reports in text format using
the NLP techniques (Natural Language Processing), being based on
terminology SNOMED (Systematized Nomeclature of Medicine)
that allows to improve the techniques of recovering the information
from clinical reports in free texts. It
focus on forms of interpretation and
recovery of Radiological reports
providing information that contribute
for future works.
Key words: Clinical reports, Natural
Language Processing, information's
System.
Palavras chave: Laudos Médicos,
Processamento de linguagem Natural, Sistemas de Informação.
UNIDAVI
1
2
3
4
1 Professor Titular do
Curso de Bacharelado
em Sistemas de
Informação UNIDAVI,
Mestre em Engenharia
de Produção, Aluno do
Doutorado do Curso de
Engenharia de Produção
e Sistemas - Área de
Concentração
Inteligência Aplicada.
2 Graduandos do Curso
de Bacharel em Sistemas
de Informação da
UNIDAVI
51
INTRODUÇÃO
Durante as rotina os profissionais
de saúde fazem, habitualmente, todo
ou parte dos registros em papel,
filmes impressos e outros meios
físicos. Muitas instituições de saúde
buscam implementar sistemas de
registro clínico eletrônico visando
maior agilidade no acesso aos dados
de paciente, melhorando assim o
atendimento. Mas normalmente, por
força de mercados, os sistemas têm
enfoques mais administrativos e
financeiros do que preocupação com
as informações dos pacientes como
laudos e prescrições. Depois de vencida as resistências naturais do ser
humano para a cooperação e o uso
de sistemas informatizados surgem
outros problemas. A maioria dos
profissionais de saúde utiliza apenas
textos livres para o registro de
anamineses, laudos, prescrições e
outros.
Pois a escrita em textos livres é o
método mais comum e habitualmente usado na comunicação entre
qualquer pessoa, porém podem-se
utilizar inúmeros recursos de linguagem, palavras sinônimas, linguagem
figurada entre outros que vem a
dificultam a interpretação dos
mesmos e conduzem a erros e equívocos, principalmente quando se
utiliza esta técnica em computadores, reduzindo o texto livre a
apenas um conjunto de dados de
difícil manipulação e interpretação.
Apesar dos textos livres, na
medicina diferirem em parte de
textos livres comuns, pois se utilizando normalmente de escrita em forma
52
Caminhos
de síntese e vocabulários próprios da
medicina, sofrem dos mesmos
problemas em escalas de maior ou
menor intensidade, para a interpretação pelo computador.
A proposta de combinação de
diversas técnicas integradas a
sistemas de informações na área da
saúde seria uma solução viável que
permitiria o uso efetivo de sistemas
de registros médicas com técnicas de
recuperação de informações que
habitualmente ficam apenas armazenadas em bases de dados ou em
backup (cópia de segurança) sem
utilidade para o dia a dia.
Porém as informações dos casos
registrados até o momento, e que
estão em formato texto, são de
extrema importância no tratamento
dos pacientes, assim como para
comparações com casos de novos
pacientes. Mas para que estas possam ser recuperadas e utilizadas de
forma plena pelos profissionais da
área da Saúde, necessitam estar
ordenadas e padronizadas para
facilitar o entendimento principalmente para permitir e agilizar a sua
recuperação.
Diversas técnicas, ferramentas e
métodos foram estudados para
apoiar o desenvolvimento de um
protótipo, entre elas cita se: Orientação a Objeto (OO), Linguagens de
Programação (LP), Banco de dados
livres, Padrões Internacionais de
Armazenamento de laudos médicos,
Processamento de Linguagem Natural (PLN), Nomenclaturas na área de
Medicina.
ORIENTAÇÃO A OBJETOS
código mais limpo, o que facilita e
muito a sua manutenção e entendimento. A Orientação a Objetos
proporciona uma enorme reutilização do código fonte para outras
aplicações. Sempre lembrando que a
reutilização completa do código se da
quando não são mais feitas alterações
prévias.
A POO (Programação Orientada
a Objetos) pode ser facilmente
confundida com a POE (Programação Orientada a Eventos) principalmente por programadores sem
muita prática ou que estão começando agora. A Orientação a Objetos
atraiu muitos adeptos para a sua
utilização principalmente pela sua
pouca quantidade de código carregada na fonte como as linguagens
mais antigas, citando como exemplo
Clipper e Cobol duas linguagens
muito utilizadas nos anos 80 e 90.
As linguagens Orientadas a Objetos possuem alguns conceitos que
devem ser previamente entendidos
para a sua utilização entre elas
podem-se citar algumas que podem
ser visualizadas no quadro 1.
Essa pouca quantidade de código
utilizada tem como vantagem um
Atualmente possuem várias linguagens de programação que uti-
Quadro 1: Conceitos de Orientação a Objetos.
UNIDAVI
53
lizam conceitos de Orientação a
Objetos, mais somente uma linguagem pode se dizer que é puramente
Orientada a Objetos essa é o
Smalltalk que será vista a seguir.
Dentre as linguagens a que mais se
aproxima do Smalltalk e o Java, que
implementa tipos simples de dados
(integer, real, char) herdados do C,
mais o resto todo é Orientado a
Objetos. Outras linguagens como
Delphi, C++ e Peal, possuem características Orientadas a Objetos, mais
não as executam no seu todo.
LINGUAGEM DE
PROGRAMAÇÃO SMALLTALK
A linguagem de programação
Smalltalk existe a mais de 22 anos e
com o decorrer da evolução da tecnologia vem sendo a primeira
linguagem completamente orientada
a objetos. Essa linguagem de programação foi criada por volta de 1980
no Centro de Pesquisas de Palo Alto
(PARC) da XEROX onde anunciaram
uma linguagem totalmente orientada
a objetos e cujo nome no projeto
inicial denominava se Dynabook, essa
linguagem apresentada passou-se
posteriormente a chamar-se Smalltalk. Pode se dizer que Smalltalk é a
única linguagem realmente orientada
a objetos. É uma ótima linguagem
para a prototipação e estudos
acadêmicos educacionais. Uma ferramenta de programação muito utilizada para desenvolver aplicativos em
Smalltalk e o Visual Works, que é
uma ferramenta visual e de fácil
utilização desenvolvida pela CINCOM. Essa ferramenta trabalha com
54
Caminhos
um Browser que mostra todas as
Classes e métodos disponíveis para o
desenvolvimento. Existe uma vasta
gama de classes e métodos que já são
disponibilizados pela ferramenta,
mais nada impede que mais classes e
métodos sejam criados. Smalltalk é
uma linguagem interpretada e gera
um código chamado bytecode. Essa
linguagem também pode ser executada em várias plataformas de
sistemas operacionais, já que não
geram apenas arquivos executáveis
para uso de um determinado Sistema
Operacional. O Visual Works possui
uma ferramenta chamada de Work
Space, onde funciona como um bloco
de notas para desenvolvimento de
rotinas e partes do programa, sendo
que estas partes desenvolvidas podem ir sendo testadas de acordo com
o desenvolvimento, sem que se espere todo o projeto final. A facilidade
de desenvolvimento de interfaces
também é uma vantagem já que é
totalmente gráfica como a linguagem
de programação Delphi. Também
pode - se utilizar um banco de dados
para a inserção, manu-tenção,
exclusão de dados dos sistemas.
BANCO DE DADOS
Um sistema de Banco de Dados
pode-se dizer que é uma quantidade
de dados que são armazenados
dentro de um ambiente computadorizado, onde estes dados podem
ser recuperados e alterados, virando
informações que podem ser utilizadas em várias ocasiões. Pode-se
perceber melhor quando C. J. Date
diz que:
“[...] um sistema de banco de
dados é basicamente um sistema
computadorizado de armazenamento de registros; isto é, um sistema
computadorizado cujo propósito é
armazenar informações e permitir ao
usuário buscar e atualizar estas
informações, quando solicitado”.
(DATE, 2000, p. 4);
Para manipular e recuperar
informações armazenadas em um
banco de dados é necessário à
utilização da linguagem SQL
“[...] SQL é uma linguagem
padrão para se lidar com banco de
dados relacionais, e é aceita por
quase todos os produtos do mercado”.(DATE, 2000, p.71). O SQL foi
criado por volta da década de 70 pela
empresa IBM Research. Os comandos SQL não são case sensitive,
ou seja, ela não possui restrição no
uso de letras maiúsculas e letras
minúsculas. Um comando SQL pode
ter várias linhas e não importa onde
são quebrados, “A única exceção é a
quebra no meio de uma cadeia de
caracteres[...]”. (SONNINO, 2000,
p. 121).
A SQL inclui uma linguagem de
definição de dados (DDL, data
definition language) e um componente de manipulação de dados
(DML, data manipulation language).
A DML da SQL pode operar tanto no
nível externo (sobre visões) quanto
no nível conceitual (sobre tabelas
básicas). Do mesmo modo a DDL de
SQL pode ser usada para definir
objetos no nível externo (visões), no
nível conceitual (tabelas básicas), e
mesmo - na maioria dos sistemas
comerciais, embora não no padrão
em si - no nível interno (isto é, em
índices e outras estruturas físicas de
armazenamento). (DATE, 2000, p.
85).
O SQL também possui controles
de dados que na verdade não podem
ser classificados como DDL e nem
como DML, então é criada uma nova
linguagem de definição de dados o
DCL (data control language).
A linguagem DDL possui os
comandos create, alter e drop. A
linguagem DML possui os comandos
insert, delete, update, select. E por
ultima a linguagem DCL possui os
comandos Grant e revoke.
Dentre os diversos tipos de
Banco de Dados como Oracle, SQL
Server, Interbase, existe o banco de
dados MYSQL que é atualmente um
software gratuito, e segundo Soares
(2001, p.17) “é um gerenciador de
banco de dados mais utilizado no
mundo Linux [...]”, mais nada impede
que ele seja instalado na plataforma
Windows, além dele estar disponível
para várias plataformas operacionais.
Para que ele possa ser instalado,
corretamente e seja de fácil utilização
na plataforma Windows é preciso 3
arquivos: MYSQL para Windows,
Interface Gráfica para MYSQL e
Drive ODBC para MYSQL.
O MYSQL aceita dados do tipo
Numérico, Data / Hora (Temporais)
e String (Cadeia de Caracteres). As
datas são tratadas de diferentes
formas em bancos de dados. O
MYSQL as trata da seguinte forma
AAAA-MM-DD, ou seja, primeiro
vem o ano com quatro dígitos, depois
UNIDAVI
55
vem o mês com 2 dígitos e em seguida o dia também com 2 dígitos.
Este sistema de banco de dados
pode ser considerado de médio ou
intermediário porte se comparado a
outros modelos de Banco de Dados,
não é tão robusto quanto o Oracle,
mais também não deixa a desejar
como o Access. Soares (2000, p.31)
afirma a sua utilização é muito
simples, pois aceita comandos SQL
para a manipulação de dados e
dispõe de alguns comandos extras
para a manipulação do ambiente[...].
Ele possui um bom controle de
segurança no acesso aos dados por
usuários não autorizados. Na criação
de suas tabelas faz apenas referência
a chaves primárias e não a estrangeiras, em aplicações de até médio
porte não precisa se considerar isso
um problema, já que pode ser feito
via programação, e nas próximas
versões que estão para sair este
recurso será implantado.
O MYSQL e um banco de dados
leve e rápido funciona como monousuário (apenas um usuário acessando os dados) ou multiusuário
(mais que um usuário acessando os
dados) neste projeto que será
desenvolvido será utilizado o MYSQL
e ele poderá trabalhar tanto em
mono-usuário como em multiusuário, isso vai depender de quais os
módulos desenvolvidos será instalada
automação, e se terá servidor de
dados ou não. Alem de ferramentas
de softwares como linguagens de
programação e Sistemas de Banco de
Dados, são necessários padrões que
são utilizados em sistemas desenvolvidos nas áreas de saúde. Dentre
56
Caminhos
esses padrões pode-se citar alguns
padrões internacionais como PACS,
HL7 e DICOM.
PACs - Picture Archive and
Communication System.
Os grandes centros médicos e
hospitais de todo o mundo têm
procurado integrar as informações
de seus pacientes incluindo os
exames de imagens efetuados
(tomografia computadorizada,
tomografia por ressonância magnética, ultra-som, medicina nuclear,
etc.). Um sistema que integra as
imagens junto às informações
tradicionais é chamado de Sistema de
Arquivamento e Comunicação de
Imagens ou PACS. Os sistemas PACS
comerciais associam as imagens de
exames às informações de pacientes
através de chaves de consultas
textuais e numéricas, não suportando
consultas baseadas no conteúdo
pictórico das imagens. Entretanto,
muitas vezes o médico gostaria de
recuperar as imagens armazenadas
que fossem semelhantes (similares) a
uma determinada imagem de consulta. Por exemplo, seja a consulta:
"encontre as 10 imagens mais
semelhantes à imagem Raio-X - tórax
do João da Silva". Ao responder a
consultas desse tipo, o sistema
permite que o médico relembre
casos ocorridos anteriormente. Além
disso, o conhecimento já gerado de
exames e tratamentos anteriores
pode ser recuperado mais rapidamente do que utilizando apenas a
memória humana ou um sistema não
automático de recuperação de infor-
mações. Um sistema com a capacidade de recuperar imagens utilizando
o seu conteúdo pictórico é uma
ferramenta valiosa para o auxílio ao
diagnóstico médico. Esta tese apresenta a arquitetura de um PACS
atualmente em desenvolvimento.
HL7 - Health Level 7.
O Health Level 7(HL7) é um
comitê fundado em 1987 para desenvolver normas para o intercâmbio
eletrônico de informação clínica,
financeira e administrativa entre
serviços de saúde independentes
orientados por computador, como
sistemas de informação de hospitais,
sistemas de laboratórios clínicos, etc.
Em junho de 1994, HL7 foi
designado pelo Instituto da Associação Nacional Americana de Normas
(ANSI) como um fornecedor de normas para a mesma na área da saúde.
A norma atual define as transações
para transmitir dados sobre registro
de pacientes, admissão, descarte e
transferências, seguros, taxas e
contas a pagar, pedidos e resultados
para testes de laboratório, exames
de imagem, observações médicas e
de enfermagem, prescrições de
dieta, pedidos a farmácia, pedidos de
suprimentos, e arquivos.
O HL7 está atualmente desenvolvendo transações para a troca de
informações sobre marcação de
consultas, lista de problemas,
avaliações clinicas, permissões do
paciente, diretivas avançadas, e sinais
fisiológicos.
HL7 é uma norma reconhecida
internacionalmente para o intercâmbio eletrônico de dados na área
da saúde. Não se trata de um
software comercial, mas antes um
conjunto de regras para enviar
grupos de textos em caracteres que
representam a identificação do
paciente, a identificação dos clínicos,
resultados de análises laboratoriais,
resultados de testes e outros dados
administrativos e clínicos. Esta norma
permite a comunicação entre diferentes tipos de sistemas de
informação.
O sistema HL7 é atualmente
utilizado na maioria dos hospitais dos
E.U.A., sendo também usado na
Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá,
Finlândia, Alemanha, Holanda, Israel,
Japão, Nova Zelândia e Reino Unido.
De fato, alguns países formaram
mesmo organizações filiadas do HL7
como HL7 Canadá, HL7 Alemanha,
HL7 Nova Zelândia, HL7 Finlândia,
HL7 Holanda e HL7 Austrália.
DICOM - Digital and Communications in Medicine)
Surgiu em 1985, duas organizações norte-americanas, uma da
área médica (American College of
Radiology) e outra da área de
equipamentos médicos (National
Electrical Manufacturers Association)
desenvolveram conjuntamente um
padrão para o intercâmbio eletrônico
de imagens que não dependesse do
tipo de computador onde residem os
dados. Esse padrão recebeu o nome
de ACR-NEMA, e foi o primeiro a ser
adotado pelos fabricantes de aparelhos geradores de imagens
radiológicas, permitindo assim uma
UNIDAVI
57
conexão mais fácil a computadores
de uso geral. Posteriormente foi
criado, a partir dele, outro padrão, o
DICOM (Digital and Communications in Medicine), o qual foi adotado
muito mais amplamente, e que
governa também as informações de
texto (nome, número de registro do
paciente, laudo radiológico, etc.). O
DICOM define não somente como a
imagem é representada digitalmente
dentro do computador (formato de
imagem), bem como ele deve ser
arquivado. Cada objeto codifica
apenas informações semânticas, e
não contém informações sobre como
o documento representado pelo
objeto deve ser apresentado, ou
impresso. Portanto, cada implementação de prontuário eletrônico pode
ter um formato para apresentação
que lhe for mais adequado. Além
disso, objetos no padrão fazem uso
de terminologia controlada, o que
evita as ambigüidades da linguagem
natural, facilita o entendimento
automatizado do conteúdo, a busca
por informações específicas, e a
internacionalização do conteúdo. São
enormes os benefícios trazidos por
sistemas desse tipo, pois os programadores de software podem
simplesmente incorporar o padrão
em seus programas, ao invés de ter
que desenvolver um novo programa
a partir do zero. Além disso, eles não
precisam se preocupar com as
diferenças entre os vários modelos
de aparelhos de raios X, tomografia,
ultra-som, medicina nuclear, etc., ou
com os computadores onde rodam
os seus programas. Várias organizações, como o American College of
Cardiology e o American College of
58
Caminhos
Pathology estão adotando o DICOM
como padrão. Isso fará com que um
largo espectro de imagens médicas
sejam padronizadas e disponíveis
através de alguns comandos simples.
Existem vários sites na Internet onde
você pode achar software gratuito
que "entende" o DICOM e pode
visualizar imagens geradas segundo o
padrão. O padrão DICOM contempla também itens como comunicação
e troca de mensagens entre aplicações, serviços oferecidos, segurança de informação, etc., possibilitando a interface com outros
sistemas computacionais voltados
para a área médica, como os Sistemas de Informação Hospitalar, os
Sistemas de Automação de Leitos, os
Sistemas de Controle Laboratorial,
dentre outros.
A rápida adoção do padrão
DICOM pelas indústrias de imagem
médica irá também abrir novas
oportunidades para organizações de
cuidados à saúde para aumentar a
qualidade e a efetividade nos cuidados aos pacientes. O sistema DICOM
permite que informações sobre um
paciente viagem entre lugares diferentes do mundo via modem, o que é
mais barato e mais rápido do que
outros meios de transporte. Além
disso, as imagens não perdem a
definição e, consequentemente, a
interpretação das imagens pelas
entidades médicas é mantida, já que a
qualidade gráfica não se altera.
Sem uma dúvida, o DICOM é o
maior projeto de padrões de imagens
médicas empreendido por indústria e
sociedades profissionais. Ele é um
padrão complexo por causa do
tamanho de seu conteúdo, mas isto é
implementável e útil. O padrão oferece o balanço certo entre o suporte
de implementação rápida de objetivo
pragmático em produtos correntes e
uma fundação modular sólida que
assegura uma capacidade para desenvolver e responder a necessidades de futuras. A quantidade de
trabalhos feitos no DICOM é uma
parte da razão pelo interesse de
outros especialistas que usam imagens. Através do uso da perícia
disponível em sociedades profissionais, objetos de informação e
serviços podem ser definidos. Esta
pode fazer uso da estrutura do
DICOM para implementação.
DICOM STRUCTURE REPORT
O padrão DICOM SR estabelece
como devem ser formados objetos
compostos de informação que codificam dados a respeito de exames,
diagnósticos e, tratamentos, além de
informações de contexto, tais como
procedimentos que devem ser executados para o sucesso de um
tratamento, e dados sobre profissionais de saúde envolvidos.
Um objeto no padrão pode
conter referências embutidas a
imagens, eletrocardiogramas, e arquivos de áudio bem como a outros
documentos no mesmo padrão.
Desta forma um único objeto DICOM pode conter todas as informações referentes a um determinado tratamento.
Cada objeto codifica apenas
informações semânticas, e não con-
tém informações sobre como o
documento representado pelo objeto deve ser apresentado, ou
impresso. Portanto, cada implementação de prontuário eletrônico pode
ter um formato para apresentação
que lhe for mais adequado. Além
disso, objetos no padrão fazem uso
de terminologia controlada, o que
evita as ambigüidades da linguagem
natural, facilita o entendimento
automatizado do conteúdo, a busca
por informações específicas, e a
internacionalização do conteúdo.
São inúmeros os benefícios que
podem ser alcançados com a utilização de padrões para codificação,
armazenamento e transmissão de
registros clínicos eletrônicos. A
necessidade de se utilizar padrões se
torna mais evidente à medida que
mais instituições implementam sistemas de registro clinico eletrônico.
O padrão DICOM SR se destaca por
fazer parte de um padrão para dados
médicos, amplamente utilizado atualmente nos Estados Unidos e parte da
Europa, pela flexibilidade para
representação de informações, pelo
uso de terminologia controlada, e
pela possibilidade de embutir outros
objetos no padrão como imagens e
eletrocardiogramas.
NOMENCLATURAS MÉDICAS
INTERNACIONAIS
A classificação em Medicina tem
finalidades estatísticas e epidemiológicas, pesquisa clínica, indexação de
documentos e prestação de contas.
Os sistemas de classificação sur-
UNIDAVI
59
giram no sentido de permitir a
compreensão precisa e global dos
registos clínicos. Uma classificação é
um sistema ordenado de conceitos
dentro de um domínio, com princípios de sistematização e agrupamento implícitos ou explícitos. A
forma como os domínios são definidos depende da sua intenção de
uso. A classificação é baseada num
conhecimento primário e estabelece
a ligação para a extensão do conhecimento.
O propósito da classificação é,
por exemplo, estabelecer bases para
estatísticas médicas ou facilitar a
pesquisa.
Numa classificação, os conceitos
são ordenados de acordo com
relações genéricas. Isto significa, por
exemplo, pneumonia é um tipo de
doença do pulmão. Classificação
contém conceitos dentro de um
certo domínio. Exemplos de domínios são: o diagnóstico, procedimento médico, pesquisa científica e
administração de fármacos. A este
respeito, a Classificação internacional
de doenças, 9th edição (ICD-9) é
uma classificação de diagnósticos.
Na classificação de doenças são
importantes nomeadamente, os
seguintes aspectos: localização anatômica, etiologia, morfologia e disfunção. Estes aspectos correspondem a diferentes ordens de classificação, o que se denomina de axis.
Muito genericamente refere-se aos
sistemas de classificação que se
dividem em dois grupos: uniaxiais ou
unidimensionais e multiaxiais ou
multidimensionais. Nos primeiros a
60
Caminhos
distinção de conceitos é feita através
de um sistema de referência (ex:
CID), nos outros a distinção é feita e
estabelecida por mais do que um
sistema de referência (ex: SNOMED).
CID - Classificação
Internacional de Doenças.
Classificação Internacional de
Doenças (CID) é um gênero de
nomenclatura médica criada pela
Organização Mundial de Saúde
(OMS) que têm por objetivos promover comparabilidade internacional
na coleção, processamento, classificação e apresentação de estatísticas
de mortalidade. Isso inclui a indexação de dados hospitalares em
relação a doenças e procedimentos
cirúrgicos para que os mesmos sejam
armazenados e futuramente analisados.
CID-10 o nome completo é
“Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde” e simplificado
para CID-10. A CID-10 é uma Classificação Internacional de Doenças
que tem um código alfanumérico,
que permite a análise sistemática, a
interpretação e a comparação dos
dados de morbidade e mortalidade
coletados nos diferentes países, em
diferentes épocas. Ela também é
usada para traduzir diagnósticos de
doenças e outros problemas de
saúde a partir desta codificação
alfanumérica. Esta codificação facilita
o arquivamento, a recuperação e a
análise das informações, podendo ser
usada pela informática. Entre outras
utilidades como ensino, pesquisa,
propósitos epidemiológicos gerais
bem como, finalidades administrativas da saúde. Vale lembrar aqui
que os atestados de óbito e procedimentos médicos são codificados
pela CID.
NOMENCLATURA SNOMED
A padronização do vocabulário
médico é fundamental para reunir
informação clínica no cuidado ao
paciente, para recuperar informação
no manejo da doença ou para
pesquisa, assim como para conduzir a
análise de resultados. A SNOMED
“The Systematized Nomenclature of
Human Medicine” é uma nomenclatura multiaxial criada para indexar
o conjunto de registros médicos.
A SNOMED internacional foi
formada em setembro de 1993, mas
já havia sido traçada desde o início
dos anos 60 como a Systematized
N o m e n c l a t u r e f o r Pa t h o l o g y
(SNOP). Ela inclui sinais e sintomas,
diagnósticos e procedimentos; e seu
projeto único irá permitir a integração completa de todas as informações médicas, em um registro
médico eletrônico dentro de uma
estrutura única de dados.
A composição da nomenclatura
SNOMED possui alguns eixos para
distinção dos termos e facilidade de
localização dos mesmos, conforme a
figura 1.
O eixo topográfico ou anatômico
tem seus códigos iniciado com a letra
T indicando anatomia funcional para
medicina humana e veterinária pos-
suindo aproximadamente 13.165
registros.
No âmbito morfológico com a
letra M compreende as alterações
encontradas nas células, tecidos e
organismos com aproximadamente
5.898 registros e os diagnósticos
indicados pela letra D indicam a
classificação de condições reconhecidas clinicamente encontradas na
medicina humana e veterinária com
41.494 registros.
Os Procedimentos indicados pela
letra P são procedimentos administrativos, exames de todos os tipos,
diagnósticos e terapêuticos (n=
30.796 registros), e Funcional F, com
sinais e sintomas; fisiologia e fisiopatologia dos processos da doença
(n= 19.355 registros)
Organismos vivos L: organismos
com vida de etiologia significante na
doença humana e animal (n= 24.821
registros). Os produtos com a letra C
são os químicos, drogas, produtos
biológicos e manufaturados farmacêuticos. E os Agentes físicos, ações e
forças A: compêndio de ações físicas, perigos físicos, e forças da
natureza (n= 1601 registros).
Para Contexto social S: condições sociais e suas relações de
importância para a medicina (n=
1.070 registros) e as Ocupações J
são termos que descrevem a
ocupação. Existem ainda termos
gerais
G que são ligações,
descrições, e qualificações que se
associam ou que modificam os
termos contidos em cada eixo (n =
1594 registros).
UNIDAVI
61
Topografia (T)
Morfologia (M)
Organismo (L)
Doença (D)
Modificadores Gerais (F)
Função (F)
Procedimentos (P)
Agentes Químicos
Ocupação (J)
Agentes Físicos (A)
Contexto Social (S)
Figura 1: Modelo de Eixos da Nomenclatura SNOMED.
Fonte: SNOMED
A sua sistematização compreende uma combinação de alguns destes
eixos. Por exemplo, um diagnóstico
completo na SNOMED consiste em
um código topográfico, um código
morfológico, um código de organismo vivo e um código funcional.
Quando um diagnóstico é estabelecido. Por exemplo, a doença com o
código D-13510 (Pneumonia pneumocócica) é equivalente à combinação de: T-28000 (código topográfico
para pulmão); M-40000 (código
morfológico para inflamação) e L25116 (código Streptococcus Pneumoniae do eixo de organismos vivos).
Um outro exemplo é a doença
dermatite atópica com o código D10130 é composta pelos seguintes
eixos: T-01000 (código topográfico
para pele), M-4300 (código morfológico para inflamação crônica),
M01735 (código morfológico para
eritema papulovesicular), F-C3000
(código funcinal para reação de
hipersensibilidade alérgica) e FA2300 (código funcional para o sin-
62
Caminhos
toma coceira).
PROCESSAMENTO DE
LINGUAGEM NATURAL
O Processamento de Linguagem
Natural (NLP, sigla em inglês) é o
conjunto de métodos formais para
analisar textos e gerar frases escritas
em um idioma humano. Normalmente computadores estão aptos a
compreender instruções escritas em
linguagens de computação como o
Java, C, PERL, Basic, etc., mas possuem muita dificuldade em entender
comandos escritos em uma linguagem humana. Isso se deve ao fato das
linguagens de computação serem
extremamente precisas, contendo
regras fixas e estruturas lógicas bem
definidas que permitem o computador saber exatamente como deve
proceder a cada comando.
Em um idioma humano uma simples frase normalmente contém
ambigüidades, nuances e interpre-
tações que dependem do contexto,
do conhecimento do mundo, de
regras gramaticais, culturais e de
conceitos abstratos. Pois durante
milhões de anos o cérebro humano
foi desenvolvido e evoluiu para a
capacidade de comunicação social
através da linguagem. Atualmente os
computadores e equipamentos eletrônicos nos obrigam a aprender
formas não intuitivas de comunicação
com essas máquinas através de
comandos precisos, linguagens de
programação, menus, links e botões.
As interfaces entre as máquinas e
seres humanos estão ficando mais
sofisticadas e caminhando aos poucos
em direção às formas mais humanas
de comunicação. Muitas vezes ainda
precisa-se dar comandos do tipo
"copy c:\file.doc a:\" para copiar um
arquivo para o disquete, ou podemos
fazer isso de forma gráfica, mas estáse (ou melhor, estava-se) longe de
poder dizer "Computador, copie para
o disquete o texto acabei de salvar".
O objetivo final do Processamento de Linguagem Natural é fornecer
aos computadores a capacidade de
entender e compor textos. E "entender" um texto significa reconhecer o
contexto, fazer análise, sintática, semântica, léxica e morfológica, criar
resumos, extrair informação, interpretar os sentidos e até aprender
conceitos com os textos processados, conforme o quadro 2.
Quadro 2: Níveis de Processamento de Linguagem Natural.
CARACTERÍSTICAS DA
LINGUAGEM MÉDICA.
No universo da Medicina a Radiologia de forma geral é a que possui o
maior número de equipamentos
computadorizados e portanto, é inevitável o contato dos profissionais da
área com as tecnologias da área de
informática tornando-os assim mais
receptivos a sistemas de informática
de qualquer natureza. Dentre os
equipamentos na área radiológica
que utilizam amplamente tecnologias
da área de informática destacam-se
os Ultra-sonógrafos, Tomógrafos,
Aparelhos de Hemodinâmicas e de
Raios-X apenas os mais modernos.
UNIDAVI
63
Normalmente é a área que mais gera
textos como resul-tados dos exames
realizados, denominados laudos radiológicos.
Estes Laudos provem do resultado do processo entre médicos
especialistas nas mais diversas áreas
dentro da medicina e as clínicas
Radiológicas, conforme a Figura 2.
Inicialmente o médico especialista ao
realizar a Anaminese com o paciente
e através das queixas do mesmo
solicita diversos exames, entre eles
os radiológicos para documentar e
certificar-se das suspeitas que possui
acerca do diagnóstico correto. Estes
exames normalmente são requisitados por formulários próprios de
cada plano de saúde (público ou
privado) e possuem código e formalidades de preenchimentos específicos a cada um. As Clínicas
radiológicas onde são realizados os
procedimentos necessários à execução do exame e posterior análise
com a emissão de um Laudo acerca
dos achados que fogem aos padrões
convencionais de estrutura anatômicas em evidência assim como de
corpos estranhos sejam estes secreções, líquidos entre outros.
Figura 2: Diagrama das Fases de Atendimento e
Laudo sob a ótica Radiológica
Fonte: Grupo de Pesquisa de Recuperação de
Informações Médicas de Laudos em Padrão Texto.
64
Caminhos
Os laudos gerados através dos
exames, têm características e vocabulários próprios, seguindo uma
estruturação específica por tipo de
exame. Habitualmente são destacadas apenas as áreas anatômicas de
interesse do estudo. Por exemplo,
em uma tomografia da região do
tórax são destacadas regiões anatômicas como mediastino, Traquéia,
Brônquios, Pulmões Hilos e Pleuras
conforme exemplo da Figura 2.
Quadro 2: Exemplo de tomografia computadorizada do tórax.
Fonte: acervo dos autores.
Ao se fazer uma análise do laudo
radiológico do Quadro 2, encontram-se diversas frases que precisam
ser interpretadas conforme mostra o
Quadro 3. As informações foram extraídas do laudo baseando-se no livro
de radiologia alemão CT- und MRTNormalebefunde e no livro
SNOMED Systematisierte Nomenklatur der Medizin. A SNOMED, como descrito anteriormente, contém
deste as regiões anatômicas, ocupação, agentes químicos, fiscos, vírus,
além de possíveis doenças, tal como
inflamações, deformações e outros
achados significativos para os
especialistas médicos.
Nos textos dos laudos em
português empregam-se apenas
frases afirmativas ou negativas,
normalmente sem o emprego de
verbo, tornando a leitura objetiva e
rápida a cerca dos itens a serem
descritos. Por Exemplo: em uma tomografia do tórax, onde os pulmões
são o objeto de estudo algumas das
frases mais são:
• Transparência pulmonar normal
• Seios costo - frênicos livres
• Contornos regulares.
• Hilos anatômicos.
Este recurso empregado nos tex-
UNIDAVI
65
tos dos laudos foge as regras lingüísticas do idioma português, porém
trazem benefícios da eficiência e
rapidez na leitura e interpretação por
parte dos médicos especialistas a
quem se destinam os exames realizados, conforme proposta no quadro
3.
Quadro 3: Exemplo de análise de um laudo de uma tomografia computadorizada
do tórax convencional com contraste.
Fonte: acervo dos autores.
CARACTERISTICAS DOS
LAUDOS RADIOLÓGICOS
Os laudos destes exames radiológicos são compostos também pelas
imagens geradas durante os exames
que podem ser: radiografias convencionais, Tomografia Computadorizada Helicoidal, Mamográfias,
Ultrasonográfias, Densiometria Óssea, Dental Scan, Doppler Colorido,
Endoscopia Digestiva, Radiologia
Intervencionista, Ultra-sonografia
Computadorizada.
Para cada tipo de exame são
emitidos laudos pelos médicos espe-
66
Caminhos
cializados em dentro das diversas
especialidades, técnicas e aparelhos
de Radiologia.
Estes laudos se considerados
objetos normalmente possuem uma
estrutura compostas de outros
objetos que o compõem, como
Cabeçalho, Técnica e Título do Exame, Dados Clínicos, Achados,
Conclusão e Rodapé.
Cabeçalho: onde é feita a identificação do paciente e do médico
requisitante alem de constar evidentemente o tipo de exame realizado
com a respectiva região anatômica
ou topológica do corpo onde foi
realizado. As informações impor-
tantes neste cabeçalho estão nos
quadros de números 4, 5 e 6.
Quadro 4: Identificação do médico.
Fonte: acervo dos autores.
Nam*: Composto de Nome e Sobrenome que podem ser de 1 a n
Dat*: Data de Nascimento
Quadro 5: Identificação do paciente.
Fonte: acervo dos autores.
Quadro 6: Identificação do Título do exame.
Fonte: acervo dos autores.
Técnica do Exame: descreve o
tipo de técnica usado no exame,
normalmente citando ou não o uso
de Contrastes e seqüência de
imagens, a maioria dos termos pode
ser convertida em SNOMED tipo de
Procedimento. Nem todos os exames exigem estas especificações.
Ex: Realizado estudo do tórax em
modo [axial / helicoidal], durante e
após a administração endovenosa do
meio de contraste iodado.
Dados clínicos: contém Doenças
conhecidas e reclamações/queixas do
paciente. Descrito em algumas frases, que nem sempre poderão ser
traduzidas em SNOMED, a menos
quando definem patologias previamente conhecidas. Ex: Suspeita de
Pneumonia. Lesão pré-existente no
pulmão, etc.
Achados: descreve o que esta
sendo visto no exame realizado e
pode ser dividido em novos subobjetos, contêm apenas dados im-
UNIDAVI
67
portantes sobre a região Anatô-mica,
utiliza frases curtas com o emprego
de pouco ou nenhum verbo, citando
a região anatômica convertida em
SNOMED tipo Topolografia „TTopographie“, podendo existem uma
citação conjunto a posição dentro da
região anatômica: convertida em
SNOMED tipo posição „GA-Position“ como: direita, esquerda.
Normalmente este tipo de termo
está combinado com proposição de
lugar tais como: em, na / no, acima,
abaixo. Especifica problemas encontrados convertida em SNO-MED
tipo Morfologias „M-Morphologie“,
Doenças „D-Krankenheit“ ou Disfunções „F-Funktion/Disfunktion”“.
Qualifica esta região anatômica
e/ou os Problemas usar termos
qualificadores como: sem, ausente
indicando negação ou normal, intacto, anatômico, etc. que também
indicam a ausência de problemas. Ou
mínimo, leve, pouco, etc. que indicam pequenos problemas ou ainda
Quadro 7: Exemplo de laudo médico.
Fonte: acervo do autor.
68
Caminhos
forte, agudo, crônico, etc. que indicam um grau mais avançado do
problema.
O Parecer: descreve o que há de
mais importante visto no exame
realizado, normalmente repete as
frases contidas nos achados e,
portanto segue as mesmas regras do
mesmo.
Rodapé: onde é feita a identificação do médico radiologista responsável pelo laudo e as informações
encontradas nesta parte são o
pronome tratamento: Dr. Seu nome
completo e seu número de identificação no CRM - conselho regional de
medicina .Abaixo no quadro 7, está
um exemplo de um exame onde
foram, por questões éticas e de
responsabilidade, anonimizados os
nomes dos médicos e paciente do
exame, bem como endereços, datas
e outros dados que permitiriam
qualquer tipo identificação ou associação.
DESENVOLVIMENTO DO
PROTÓTIPO
Primeiramente estudou-se a linguagem de programação Smalltalk,uma vez que esta não é
ministrada no curso de Sistemas de
Informação. Mais por ter características específicas de Orientação a
Objeto e possuir versões para inúmeros sistemas operacionais, foi à
plataforma de desenvolvimento sugerida para o projeto, pois outros
softwares que já aviam sidos desenvolvidos até então por outras pessoas
ou grupos de pesquisa principalmente da Universidade Federal de
Santa Catarina, que se depuseram a
ajudar no entendimento da linguagem e que também tinham desenvolvidos seus projetos em Smalltalk.
Passada esta fase inicial de estudos
básicos da linguagem, passou-se a
estudar e desenvolver rotinas de
tratamento de textos, frases e palavras que nos auxiliassem futuramente
no projeto. Essas rotinas também
serviam como boas bases de exercícios para a utilização da linguagem.
Juntamente com o desenvolvimento dessas rotinas, necessitou-se a
leitura de arquivos de laudos radiológicos em diversos formatos, ou
seja, laudos originais nos padrões em
documentos .doc e transformá-los
para uma forma mais simples, onde
pudessem ser mais bem observados
e manipulados pelo sistema, então os
passando para o padrão texto (.txt).
Os padrões texto são bem mais
simples que os Documentos em si,
por que não carregam consigo
grandes cabeçalhos de padrões de
cores, tabelas, fontes entre outras
perfumarias visuais.
Durante o desenvolvimento de
algumas rotinas que auxiliassem nesta
conversão, observou se à complexidade do que estava sendo desenvolvido para esse projeto. Visando agilizar alguns processos e procurando não reinventar a roda fez-se
uso de uma ferramenta já pronta que
faz a conversão de vários arquivos
sendo uma delas de documento para
arquivo texto. Essa ferramenta é
conhecida como AntiWord que resolveu os problemas de conversão,
com a sua chamada durante a
execução do programa principal.
Também foi utilizada outra ferramenta já desenvolvida por terceiros,
que serve como um dicionário e
corretor ortográfico. Isto por que
alguns laudos podem conter alguns
erros, nos quais podem comprometer a análise léxica feita mais
adiante em cima desses textos médicos, causando erros indesejáveis.
Essa ferramenta chama-se Aspell e
encontra-se disponível em vários
idiomas e sistemas operacionais
como Linux e Windows. Vencida
mais esta etapa iniciou-se então o
estudo e desenvolvimento de uma
interface gráfica para o sistema, no
qual fosse simples, intuitiva e de fácil
acesso para os usuários médicos.
A escolha de um banco de dados
para o armazenamento das informações geradas se deu após o desenvolvimento de algumas rotinas e a
interface gráfica. Foi refeita a análise
do Sistema, sendo montado um
modelo de banco de dados com as
tabelas, entidades e relacionamentos.
UNIDAVI
69
tendo por fim criação das mesmas no
sistema gerenciador de banco de
dados MySQL, que não tem a robustez do famoso banco de dados
Oracle, mas atende as necessidades
primárias do projeto, alem de ser
gratuito e também pode ser utilizado
futuramente sob do Sistema Operacional Lixux, que tem seu código
aberto minimizando os custos finais
com Banco de dados e Sistema
Operacional, sem contar na sua
facilidade na utilização.
Também foram desenvolvidas
rotinas de cadastros de Médicos para
o armazenamento de dados dos
médicos responsáveis pelos laudos,
assim como rotinas de cadastros dos
pacientes em geral, visando saber
com exatidão a quem o laudo se
refere como paciente. Outras rotinas
de cadastros se fizeram necessárias,
como as de localidades, mas sem
uma grande importância especifica
para o funcionamento do sistema,
servindo somente como referência
para os cadastros de médicos e
usuários.
Figura 3: Tela de cadastro dos profissionais médicos
Fonte: acervo dos autores.
Foi necessária também a criação
de classificação das palavras encontradas nos laudos pela sua classe
gramatical conforme a tabela 1, cuja
70
Caminhos
finalidade e auxiliar na estruturação
das informações encontradas e vinculá-las aos respectivos código
SNOMED.
Tabela 1: Tabela de classificação de palavras.
Fonte: acervos dos autores.
Após os primeiros testes de
classificação encentraram-se uma
quantidade expressiva de adjetivos
que eram derivados de substantivos e
que por isso possuíam grande importância para a organização e interpretação das frases, necessitando
assim um tratamento especial com os
mesmos.
O sistema também possui uma
tela principal que é utilizada para o
tratamento e manuseio dos laudos
em si, com suas devidas transformações, correções ortográficas,
médico responsável pelo laudo,
paciente, número de laudo entre
outras coisas mais, para então a partir
daí ser feito de forma automática e
sucinta, sem que o usuário veja, toda
uma análise gramatical em cima do
texto para seu armazenamento de
forma estruturada de acordo com
regras e padrões internacionais. Tudo
isso visando futuramente à recuperação dos desses analisados por
outros profissionais médicos, tendo
então uma melhor base de conhecimento para tratamento de casos
similares.
UNIDAVI
71
Figura 4: Tela principal do sistema.
Fonte: acervo dos autores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
72
com os resultados parciais obtidos
em análise por médicos cujo objetivo
é a validação das informações
geradas pelo sistema, tem motivado
de forma especial à continuação dos
trabalhos em uma segunda etapa
visando o aperfeiçoamento do
protótipo e a inclusão de novas
facilidades sugeridas.
Durante o desenvolvimento
deste projeto surgiram varias situações e problemas, mas que com
empenho e dedicação durante o
decorrer do tempo também foram
sendo superados. Os maiores
problemas se criaram devido à falta
de literaturas para a pesquisa na
utilização de algumas ferramentas
para o seu desenvolvimento que não
possuam muita documentação.
Outra grande dificuldade é a análise
gramatical das palavras onde se
envolvem muitas regras e não são
fáceis de expressar na forma de
regras computacionais.
Apresentam-se, a seguir, algumas
recomendações que possam vir a
orientar futuras pesquisas e estudos a
respeito:
Mas até o presente momento,
• Continuar a pesquisa atual, efe-
Caminhos
RECOMENDAÇÃO DE
TRABALHOS FUTUROS
tuando as devidas modificações que
se fizerem necessárias e forem recomendadas pelos profissionais médicos.
• Utilizar padrões internacionais
para armazenamento de dados.
• Propor novos projetos visando
criar ferramentas de busca para auxiliar médicos.
UNIDAVI
73
REFERÊNCIAS
FALLER, Adolf Der Körper des Menschen: Einführung in Bau und Funktion
STUTTGART Thieme, 1999.
RUSSEL, Stuart J. e NORVIG, P. Artificial Intelligence: a modern approach.
Prentice-Hall, Inc., Upper Saddle River, N.J.
THEWS, Gerhard Pathophysiologie des Menschen
Wiss.Verl.Ges, 1999.
ZETKIN, Maxin Wörterbuch der Medizin
1980.
STUTTGART
BERLIM Verl.Gesundheit,
Camargo, Leoleli. Medicina na Rede; Jornal Zero Hora; 15/06/2002.
Dellani, Paulo Roberto. Desenvolvimento de um servidor de imagens
médicas digitais no padrão DICOM; [dissertação], Universidade Federal de
Santa Catarina.;2001.
Clunie, David A. DICOM Structured Reporting; 2000.
DICOM - Digital Imaging and Communications in Medicine. [On-Line]
available: http://medical.nema.org/
TELEMEDICINA 2000 I Seminário de Telemedicina do Alto Vale do
Itajaí UNIDAVI Rio do Sul - Maio-2000.
SOARES, Walace. MySQL Conceitos e Aplicações. 9ª ed. São Paulo, Èrica,
2001.
WANGENHEIM, Aldo Von, Conhecendo o Smalltalk. Santa Catarina,
Visual Books, 2002.
DATE, C.J, Introdução a Sistemas de Banco de Dados. 3ª ed. Rio de
Janeiro, Campus, 2000.
SONNINO, Bruno, Desenvolvendo Aplicações em Delphi 5, São Paulo,
Makron Books, 2000.
COAD, Peter. Análise baseada em objetos. Rio de Janeiro. Campus, 1998.
CHRISTODULAKES, Demtres - Natural language processing: 2th International Conforerence, Patras Greece: proceedings NLP BERLIM Springer,
2001.
BUENO, Josiane Maria, Suporte à recuperação de imagens médicas
baseadas em conteúdo através de Histogramas Métricos, Tese de
Doutorado, USP, 2001.
74
Caminhos
WINGERT, Friedrich, SNOMED Systematisierte Nomenklatur der
Medizin, Heidelberg: Springer-Verlag, 1984.
Clunie, David A. DICOM Structured Reporting; PixelMed Publishing; 2000.
MÖLLER, Torsten B, REIF, Emil, CT - Und MRT
Stuttgart, Thieme, 1998.
Normalebefunde,
GNU Aspell. Disponível em < http://www.gnu.org/software/aspell>.Acesso
em: 7 maio 2003.
MANNING,Christopher D., SCHÜTZE, Hinrich Friedrich, Foundations of
Statistical Natural Languange Processing, Londres: The MIT Press, 1999.
UNIDAVI
75
76
Caminhos