Revisão Bibliográfica
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Revisão Bibliográfica
Bacia cio Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto M01 CílWP ""i™— «•» »«r —^^ ^ Rubrico:. FUNC!AR rur**fia Caracterização Cartográfica e Estatística da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul Revisão Bibliográfica PRODUTO M01 CEIVAP Comité de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul AGEVAP Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul FUNCAB (elaboração) Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução de dados e de informações contidos nesta publicação, desde que citada a fonte. Jun/2012 Bacia do Rio Paraíba do Suí Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica- Produto MÓI Este relatório, elaborado pela FUNCAB - Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt, tem por objetivo apresentar revisão bibliográfica visando detalhar e levantar estudos anteriores sobre temas, conceitos e metodologias referenciados no projeto de pesquisa aplicada Caracterização Cartográfica e Estatística da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul e aprofundar aspectos específicos dos assuntos projeto em tela. abordados no Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibiiociráfica - Produto M01 (fIVAP AGEVAP KubricQ:,^....,fe FUNCAB SUMARIO 1. APRESENTAÇÃO 4 2. CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITUAÇÕES 4 3. SENSORIAMENTO REMOTO, GEOPROCESSAMENTO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 7 4. METODOLOGIAS E CONCEITOS CITADOS NO PROJETO DE PESQUISA RELACIONADOS À ELABORAÇÃO DE MAPAS 10 5. REFERENCIAS 21 Bacia do Rio Paraíba do Sui Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica --- Produto M01 CEIWP 1. Apresentação Este relatório apresenta a Revisão Bibliográfica relativa ao projeto de pesquisa aplicada Caracterização Cartográfica e Estatística da Bacia do Rio Paraíba do Sul, no âmbito do contrato firmado entre a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - AGEVAP e a Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt FUNCAB e, após aprovado, consistirá na entrega do produto M01 - Revisão Bibliográfica. Tem por objetivo levantar estudos anteriores sobre temas, conceitos e metodologias referenciados no projeto de pesquisa supracitado e aprofundar aspectos específicos dos assuntos abordados no projeto em tela. O presente projeto possui o potencial de gerar diversas informações geográficas, de modo que o Ceivap possa torná-las acessíveis à pesquisadores, gestores e comunidade em geral. Tem-se como objetivo gerar um "arcabouço cartográfico ímpar" para pesquisadores e gestores em busca da compreensão das complexas interações entre a ocupação antrópica, meio ambiente e suas relações com os recursos hídricos. Tal propositura possui aderência com o texto abaixo: "We have an unparalieled opportunity to turn a flood of raw data into understandable Information about our society and out planet. This data will include not only high-resolution satellite imagery of the planet, digital maps, and economic, social, and demographic Information. If we are successful, it will have broad societal and commercial benefits in áreas such as education, decision-making for a sustainable future, land-use planning, agricuitural, and crisis management. The Digital Earth project couid allow us to respond to manmade or natural disasters - or to collaborate on the long-term environmentalchallenges we face." hL GORE, 1998. 2. Contextualização e conceituações O presente projeto visa desenvolver um detalhamento dos aspectos físicos e antrópicos de toda a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, seguindo os preceitos da "bacia hidrográfica como unidade de planejamento e gestão" conforme Lei Federal n° 9433/1997, Resolução CERHI n° 06/2003, Lei Estadual RJ n° 3239/1999, entre outras. Neste sentido, diversos mapas serão gerados, sendo efetuado, para cada mapa, análise e interpretação dos resultados encontrados. Os mapas serão desenvolvidos em formato geotiff para dados matriciais (raster), e em formato shapefile para dados vetoriais, georeferenciados e sob o datum Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto M01 CflVAP AGEVAP SIRGAS2000. Como instrumentais disciplinares para a elaboração deste projeto de pesquisa aplicada serão utilizados o Sensoriamento Remoto e o Geoprocessamento. Mapas: são representações visuais de uma região, no todo ou em parte, em uma determinada escala e projeção, mostrando o tamanho relativo e a posição das feições. Os mapas temáticos: representam elementos específicos (temas) do espaço geográfico, como o uso e ocupação do solo, características da vegetação, etc. Para o desenvolvimento dos mapas serão utilizados dados das cartas topográficas do IBGE, dados de relevo mapeados pelos projetos Aster/GDEM (Global Digital Elevation Model) e SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), imagens de satélite entre 2009 e 2011 e dados de campo obtidos por meio de GPS. Dados matriciais e vetoriais: a estrutura matricial, também denominado de raster, é composta por uma matriz que definem células, denominadas como pixels. A figura 2 diferentes representações do formato matricial. Figura 2: Modelo de representação matricial. Fonte: FRANCISCO (2011) A estrutura vetorial é definida por um par de coordenadas e podem ser expressos pelas seguintes feições geométricas (Figura 1): Ponto único A6EVAP (EIVAP Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica- Produto M01 FUNCAB Linhai Única Polígono; Único / i Múltipla Mútpla Yr, Figura 1 - Representação geométrica dos elementos geográficos. Fonte: ESRI{2011) Arquivo de imagem GeoTIFF: é um padrão de metadados, ou seja conjunto de dados, de domínio público que permite embutir informações das Coordenadas geográficas em um arquivo TIFF. A informação adicional inclui projeções cartográficas, sistema de coordenadas, elipsóides, datums, e tudo mais necessário para estabelecer a referência espacial exata no arquivo. Por definição, a quantidade máxima de armazenamento deste arquivo é de 4 Gbytes. Caso o presente projeto ultrapasse esse limite, será realizado uma subdivisão da área de análise. Arquivo shapefile: é um formato de arquivos vetoriais padrão utilizado nos Sistemas de Informações Geográficas - SIG. Este formato se tornou um padrão de fato, amplamente utilizado por software de código aberto (MapServer, Grass, MapGuide OpenSource, GmapCreator, gvSIG ...) como para softwares proprietários, como, por exemplo, o Sistema ArcGis. Assim, o shapefile é um vetor digital (formato de armazenamento não-topológica) para armazenar a localização geométrica e informações de atributo associados. O SIG é um sistema de informação baseado em software e hardware que permite capturar, modelar, manipular, recuperar, consultar, analisar e apresentar dados geograficamente referenciados (Hara, 1997, apud Câmara Neto, 1995) O Shapefile contém todas as informações relacionadas à geometria dos objetos descritos, que podem ser pontos, linhas e polígonos. Sua extensão é convencionalmente .SHP, e está sempre acompanhado por dois outros arquivos com o mesmo nome e extensão: • .DBF, que contém o atributo de dados relacionados a objetos no shapefile. • .SHX arquivo, que armazena o índice da geometria. Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto M01 AGEVAP FUNCAB Georreferenciamento: O objetivo do georreferenciamento é tornar as coordenadas conhecidas num dado sistema de referência. Este processo inicia-se com a obtenção das coordenadas pertencentes ao sistema no qual se pretende georreferenciar, de pontos da imagem ou da imagem a ser georreferenciada. Este pontos, chamados pontos de controle, são locais que oferecem uma feição física perfeitamente identificável, tais como intersecções de estradas e de rios, represas, pistas de aeroportos, edifícios proeminentes, topos de montanha, entre outros. Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS1: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, O Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS) tem como objetivo compatibilizar os sistemas geodésicos dos países da América do Sul, promovendo a definição e o estabelecimento de um referencial único, com precisão compatível com a tecnologia atual de posicionamento geográfico, com auxílio de satélites e com a metodologia cartográfica com base na Geodésia. A adoção do Sirgas foi recomendada na 7a Conferência Cartográfica Regional das Nações Unidas para as Américas, realizada em Nova Iorque em 2001. A maioria dos países da América do Sul introduziu o Sirgas como sistema de referência nacional (IBGE, 2012) Datum: diz respeito ao modelo matemático teórico da representação da superfície da Terra ao nível do mar, que indica o ponto de referência a partir do qual a representação gráfica dos paralelos e meridianos está relacionado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, até 2014 o datum SIRGAS2000 será o único sistema geodésico de referência legalizado no país. Ele é a nova base para o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN). A utilização do datum SIRGAS2000 nos mapas propostos permitirá a utilização de outros dados neste mesmo referencial facilitando a aplicação dos projetos pelo CEIVAP e pela AGEVAP. 3. Sensoriamento remoto, Geoprocessamento e Sistema de Informações Geográficas O uso das tecnologias de sensoriamento remoto e geoprocessamento para o monitoramento ambiental possibilitam uma aplicação de uma cartografia moderna em termos de mapeamento. Neste contexto, os mapas gerados a partir do sensoriamento remoto fornecem informações importantes para uma análise estatística da Bacia, que viabilizará ações de políticas públicas de gestão da Bacia, principalmente as relacionadas à prevenção/mitigação de danos causados aos mananciais pelo uso e ocupação desordenados do solo e pelo assoreamento oriundo de deslizamentos de terra, além de Bacia do Rio Paraíba cio Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica- Produto M01 AGEVAP =^^^ ^, Rubrica: FlflUCAB viabilizar ações estruturantes de gestão das comunidades em risco de escorregamentos e inundações. a) Sensoriamento Remoto Consiste na obtenção de imagens e dados da superfície terrestre, à distância, por meio da captação e registro da energia refletida/emitida pela superfície sem que haja contato físico entre o sensor e a superfície a qual se quer obter a imagem. Devido a melhor relação custo-benefício, o satélite é o meio mais utilizado para obtenção de imagens em sensoriamento remoto. A imagem é obtida pelo sensor em formato digital e armazenada, normalmente, em dois arquivos: o header da imagem, que contém as informações de cabeçalho da imagem (identificação do satélite, do sensor, tamanho do pixel, etc.), e o arquivo imagem digital, que armazena os valores numéricos correspondentes aos pixels da imagem, correspondendo cada registro deste arquivo a uma linha da superfície terrestre. A resolução da imagem depende da capacidade de definição do tamanho do pixel de cada sistema sensor. Assim, a resolução espacial da imagem aumenta conforme a dimensão do pixel diminui. Neste projeto de caracterização cartográfica será utilizada resolução do pixel de 15m em todos os mapas produzidos. b) Geoprocessamento É "uma tecnologia transdisciplinar, que, através da axiomática da localização e do processamento de dados geográficos, integra várias disciplinas, equipamentos, programas, processos, entidades, dados, metodologias e pessoas para coleta, tratamento, análise e apresentação de informações associadas a mapas digitais georreferenciados." (ROCHA, 2000). È operacionalizado por meio de um conjunto de técnicas e tecnologias que manipulam dados georreferenciados. O termo geoprocessamento denota uma disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações geográficas. Nos países de grande dimensão e com carência de informações adequadas para tomada de decisões sobre problemas urbanos e ambientais, o geoprocessamento apresenta um enorme potencial, principalmente baseado em tecnologias de custo relativamente baixo, em que o conhecimento é adquirido localmente (CAMARÁ, 2006 apud OZEMOY, SMITH E SICHERMAN.1981). Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto M01 CEIVAP A obtenção de imagens de satélite, por meio do sensoriamento remoto, e o seu uso, por meio do geoprocessamento, possibilita o estudo e monitoramento tanto de fenómenos naturais dinâmicos do meio ambiente {erosão do solo, inundações, etc) como fenómenos antrópicos (extração de minerais, desmatamentos, uso e ocupação do solo, etc), sendo de grande importância para a elaboração de mapas temáticos, como por exemplo o mapa de altimetria.. Segundo XAVIER-DA-SILVA (1999) trata-se do desafio de gerar um "Mapa Digital de Altimetria", no qual seria possível navegar em busca de informações e, a partir delas, promover amplo desenvolvimento científico, permitido pelo melhor conhecimento da realidade. É o processo de varredura ambiental levado a escalas espaciais de "multiesolution, three-dimensional representation of the planet, into whith we can embed vast quantities of geo-referenced data" (AL GORE, 1998). Geoprocessamento é uma tecnologia formada pela confluência de outras tecnologias, a saber: Sistema de Posicionamento Global (GPS); Sensoriamento Remoto; Processamento Digital de Imagens (PDI); Cartografia Digital; Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD); Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Cada uma possui características que as singularizam, sendo, ainda, agrupadas entre as que permitem a aquisição de dados (Sensoriamento Remoto, Cartografia Digital e GPS), as que permitem a organização, o gerenciamento e a apresentação dos dados (SGBD, Cartografia Digitai e SIG) e as que permitem o processamento dos dados (PDI, SGBD e SIG). Algumas se enquadram em mais de um grupo devido às várias possibilidades de trabalho que permitem. Porém, todas convergem no SIG. (COUTO, 2012) O geoprocessamento tem como principal ferramenta o Sistema de Informações Geográficas. c) Sistema de Informações Geográficas • SIG O termo SIG é utilizado com dois significados distintos: representando o sistema como um todo, formado pelos equipamentos, softwares, recursos humanos, etc., e representando o software que recebe os dados, gerência e produz informações, sendo esta última a mais utilizada. Assim, conforme o enfoque adotado, podem ser encontradas várias definições: "Um sistema de base de dados onde a maior parte dos dados são indexados espacialmente e onde um conjunto de procedimentos são operados com o objetivo de responder a pesquisas sobre entidades espaciais da base de dados" (COWEN, 1988); "Um sistema de ferramentas poderoso que permite recolher, guardar, encontrar, pesquisar, transformar e visualizar dados espaciais do mundo real" (BURROUGH, 1986); "sistema de Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Biblioaráfíca - Produto M01 informação baseado em software e hardware que permite capturar, modelar, manipular, recuperar, consultar, analisar e apresentar dados geograficamente referenciados (Hara, 1997, apud Câmara Neto, 1995); "Um conjunto de funções automatizadas que dota os profissionais com avançadas capacidades para armazenar, capturar, manipular e vizualizar dados geograficamente localizados" (OZEMOY, SMITH E SICHERMAN ,1981); Um sistema de ferramentas poderoso que permite recolher, guardar, encontrar, pesquisar, transformar e visualizar dados espaciais do mundo real" (SMITH ET AL.,1987) Para Aronoff (1989), considerando o contexto de utilização, o SIG pode ser entendido como "Conjunto de procedimentos, manual ou automatizado, utilizados no sentido do armazenamento, e manipulação de informação georreferenciada.", e para Cowen (1988), considerando o problema a ser resolvido, o SIG pode ser entendido como "Sistema de apoio à decisão envolvendo integração de informação georreferenciada num ambiente de resolução de problemas". De acordo com Aronoff (op.cit), o SIG possibilita quatro tipos de capacidades de manipulação de dados georeferenciados: (1) entrada de dados; (2) gerenciamento de dados; (3) manipulação e análise; e (4) saída de dados. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) possibilitam a análise dos impactos ambientais provocados por contaminação e perdas do solo, visando identificar áreas com maiores riscos e danos do ponto de vista ambiental. Considerados como uma das principais ferramentas do geoprocessamento, os SIG permitem a obtenção qualitativa e quantitativa de dados computacionais geográficos possibilitando a gestão dos recursos e aplicação de técnicas otimizadas baseadas em diagnóstico georreferenciados. (CAVALLARI, TAMAE e. ROSA, 2007). Existem três grandes maneiras de se utilizar o SIG: Como ferramentas para produção de mapas; Como suporte para análise espacial de fenómenos; e Como banco de dados geográficos, com funções de armazenar, processar e recuperar informações espaciais. (CAVALLARI, TAMAE e. ROSA, op. Cit). 4. Metodologias e conceitos citados no projeto pesquisa relacionados à elaboração de mapas de 4.1 Com relação ao mapa de uso e ocupação do solo O Mapa de uso e ocupação do solo visa representar o espaço geográfico e como o mesmo está sendo utilizado, caracterizando as intervenções antrópicas por meio das áreas edificadas e áreas de cultivo. Este mapa representa também as informações naturais Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Biblioaráfica- Produto M01 (HW AGEVAP FUNCAB superficiais como matas, cursos d'água e afloramento rochoso. A interface direta deste mapa, com a gestão sustentável dos recursos hídricos está na identificação da intervenção antropica deletéria sobre a qualidade dos mananciais, bem como a identificação das áreas edificadas em risco de inundação/enchente. Neste contexto, é importante diferenciar enchente, inundação, alagamento e enchurrada: • Enchente: Elevação do nível de água de um rio, acima de sua vazão normal. Termo normalmente utilizado como sinónimo de inundação. (Fonte: Glossário de Defesa Civil) • Inundação: Transbordamento de água da calha normal de rios, mares, lagos e açudes, ou acumulação de água por drenagem deficiente, em áreas não habitualmente submersas. (Fonte: Glossário de Defesa Civil) • Alagamento: Água acumulada no leito das ruas e no perímetro urbano por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes. (Fonte: Glossário de Defesa Civil) • Enxurrada: Volume de água que escoa na superfície do terreno, com grande velocidade, resultante de fortes chuvas. (Fonte: Glossário de Defesa Civil). O Mapa de uso do solo, em síntese, pode ser obtido pelos métodos: a) Interpretação visual de fotografias aéreas/satélite, desenhando-se os polígonos de cada categoria (solo exposto, área edificada, corpos d'água etc). Trata-se de processo extremamente lento, visto que a área de avaliação é bastante extensa. Sendo, portanto não utilizado neste projeto. b) Classificação supervisionada: trata-se de um processo semi-automatizado onde a partir de uma seleção de uma categoria o aplicativo por analogia identifica categorias semelhantes em toda a área. c) Classificação não supervisionada: processo automatizado que a partir das informações extraídas das imagens pode classificar automaticamente as categorias de uso do solo das imagens. De acordo com Vasconcelos e Novo (2001) a classificação visual de fotografias aéreas e imagens de satélite, embora de grande utilidade para o mapeamento do uso e ocupação da terra, pode tornar-se inviável, quando aplicada a áreas muito extensas, pela grande demanda de tempo. A solução normalmente adotada para agilizar o processamento de imagens é a de utilizar procedimentos de cíassificação automática, dentre os quais se destaca a classificação por máxima verossimilhança (Maxver). Segundo Demarchi, Piroli e Zimback (2009) Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliogrática- Produto M01 (EIVAP O método mais comum de classificação supervisionada de imagens, do tipo pixel-pixel, que utiliza a informação espectral isoladamente de cada "pixel" para achar regiões homogéneas, é o da máxima verossimilhança (MAXVER). O referido método considera a ponderação das distâncias entre as médias dos níveis digitais das classes cujas amostras de treinamento são definidas pelo usuário, utilizando parâmetros estatísticos e ajuste segundo uma distribuição gaussiana. Para que esta classificação seja precisa o suficiente, é necessário um número razoavelmente elevado de "pixels" para cada amostra de treinamento. Este procedimento demanda, para cada classe a ser diferenciada na imagem classificada, a definição de um conjunto de amostras de treinamento, sendo cada uma destas constituída por um polígono que delimita uma região da imagem pertencente a uma determinada classe. Para cada classe é estimada uma função de probabilidade normal a partir das amostras de treinamento, as quais descrevem a probabilidade de se encontrar um pixel de uma determinada classe em uma determinada posição, sendo, posteriormente, cada pixel avaliado em função de uma regra de decisão, de forma que um determinado pixel pertencerá à classe com maior função de distribuição de probabilidade. Segundo Santos et ai ( 2007) índices relativos à confiabilidade e exatidão destes métodos de mapeamento devem ser adotados. Usualmente os índices adotados são: o índice Global (Gong & Howart, 1990), Kappa (Landis & Kock 1977) e Tau (Ma & Redmond, 1995), calculados por meio da montagem de matrizes de erro (também denominadas de confusão ou de contingência). Os índices são calculados a partir da comparação dos dados de referência (verdade terrestre) com os dados resultantes da classificação. Uma matriz de erro é um conjunto de números colocados na forma de matriz, em que as linhas normalmente correspondem aos dados de referência e as colunas aos resultados da identificação ou classificação. A diagonal principal indica os pontos concordantes entre verdade terrestre e os resultados da classificação (Story & Congalton, 1986). Face ao exposto, para a elaboração do Mapa de Uso e Ocupação do Solo será utilizada a técnica de Máxima Verossimilhança - Maxver, levando-se em consideração que a eficácia do Maxver depende, principalmente, de uma precisão razoável da estimativa do vetor médio e da matriz de covariância de toda classe espectral, o que depende da quantidade de pixels incluídos nas amostras de treinamento, pois, segundo Previdelli (2004) "o resultado do Maxver é tanto melhor quanto maior o número de pixels numa amostra de treinamento para implementá-los na matriz de covariância". Nas áreas de especial interesse hídrico poderá ser utilizado o método de classificação supervisionada. Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto MÓI (EIVAP 4.2 Com relação aos mapas de hierarquia fluvial Por meio da hierarquia fluvial é possível estabelecer a classificação de determinado curso de água com relação à bacia hidrográfica como um todo. Para o estabelecimento da hierarquia fluvial são utilizados, normalmente, o método de Straheler e o método de Shreve, sendo que em ambos a rede de canais pode ser subdividida em segmentos discretos, cada um composto por um ou mais segmentos de em função das regras de ordenação. De acordo com Santa Catarina (2011), as proposições de Strahler e de Shreve envolvem alguns conceitos que se torna necessário definir, empregados tanto para a análise morfométrica como para a análise topológica de bacias hidrográficas. Os conceitos são os seguintes: a) "Rede fluvial" ou "rede de canais" é o padrão inter-relacionado de drenagem formado por um conjunto de rios em determinada área, a partir de qualquer número de fontes até a desembocadura da referida rede. b) "Fonte" ou "nascente" de um rio é o lugar onde o canal se inicia, e "desembocadura" é o ponto final, a jusante, de toda a rede. c) "Confluência" ou "junção" é o lugar onde dois canais se encontram. Na análise morfométrica e topológica não são permitidas junções tríplices. d) "Segmento fluvial" é o trecho do rio ou do canal ao longo do qual a ordem (no sentido estabelecido por Strahler), que lhe é associada, permanece constante. e) "Ligamentos" ou "ligações" são trechos de/ou segmentos de canais que não recebem afluentes, estendendo-se entre uma fonte e a primeira confluência, a jusante, entre duas junções consecutivas, ou entre a desembocadura e a primeira junção, a montante. Os ligamentos que se estendem de uma nascente até a primeira confluência são denominados "ligamentos exteriores", enquanto os demais são denominados "ligamentos interiores". Em vista destas definições, o número de ligamentos exteriores será igual ao número de nascentes, ou de segmentos de primeira ordem, ou de magnitude da rede. O número de ligamentos interiores será igual ao número de nascentes (n) menos (n - 1), e o total dos ligamentos em determinada rede é igual a 2n - 1. 4.2.7 Mapa de Hierarquia Fluvial - STRAHLER Um sistema muito utilizado não só nos estudos geomorfológicos foi introduzido por Strahler (1952), em que os menores canais sem tributários são considerados como de primeira ordem, estendendo-se desde a nascente até a confluência; os canais de segunda ordem surgem da confluência de dois canais de primeira ordem e só recebem afluentes de primeira ordem; os canais de terceira ordem surgem da confluência de dois canais de Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica- Produto M01 (flWP AGEWIP segunda ordem, podendo receber afluentes de segunda e de primeira ordens; os canais de quarta ordem surgem da confluência de dois canais de terceira ordem, podendo receber tributários das ordens inferiores e assim sucessivamente. (COELHO, 2007) Segundo Horton (1945), os canais de primeira ordem são aqueles que não possuem tributários, ou seja, afluentes. Os canais de segunda ordem somente recebem afluentes de primeira ordem; os de terceira ordem podem receber um ou mais tributários de segunda ordem, mas também podem receber afluentes de primeira ordem; os de quarta ordem recebem tributários de terceira ordem e também, os de ordem inferior. E assim sucessivamente. Porém, na ordenação proposta por Horton (1945), o rio principal é consignado pelo mesmo número de ordem desde a sua nascente. A hierarquia da rede de drenagem proposta por Strahler (1994) denomina os menores canais, sem tributários como os de primeira ordem, desde sua nascente até a confluência. Os canais de segunda ordem surgem da confluência de dois canais de primeira ordem, e só recebem afluentes de primeira ordem. Quando existe o encontro entre dois canais de segunda ordem, surge um canal de terceira ordem, que pode receber tanto tributários de primeira como de segunda ordem. Ao encontrar-se com outro canal de terceira ordem, surge um canal de quarta ordem que poderá receber canais de ordem inferior, e assim sucessivamente. Figura 1 - Exemplo Análise de Hierarquia Fluvial desenvolvida pelo Método Strahler. Fonte: Horton, 1945 Quanto maior a hierarquia fluvial maior o fluxo acumulado. Este mapa a partir de um buffer permitirá identificar áreas com grande possibilidade de alagamento e que apresentam edificações. Optou-se pelo desenvolvimento das duas metodologias para identificar, por meio de um estudo estatístico, a técnica que mais se adéqua a bacia. M/1 Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica- Produto M01 com AOEVAP FUNCAB 4.2.2 Mapa de Hierarquia Fluvial (SHREVE) O Método de Shreve (1966) estabelece a magnitude de determinado ligamento ou de determinada bacia hidrográfica, A proposição introduzida por Strahler é a mais amplamente utilizada, em virtude do caráter descritivo e do relacionamento com as leis de composição de drenagem. Por outro lado, as proposições de Scheidegger e de Shreve são mais lógicas sob o aspecto hidrológico. Todavia, os diversos modos de ordenação são úteis porque propiciam maneira fácil e rápida de quantitativamente designar qualquer rio ou segmento fluvial em qualquer parte do mundo. Figura 5 - Exemplo Análise de Hierarquia Fluvial desenvolvida pelo Método Shreve. Fonte: Horton, 1945 A magnitude também envolve o ordenamento de canais, com a diferença de que todos os canais de cabeceira possuem a mesma ordem hierárquica. A ordem dos canais aumenta na medida em que são somadas as ordens dos canais a montante da confluência. O que distingue a hierarquia fluvial da magnitude é a consideração dos princípios hidrológicos na segunda, visto que a cada confluência as características dos canais são alteradas (CHRISTOFOLETTI, 1980). Quanto maior a hierarquia fluvial maior o fluxo acumulado. Para a elaboração dos Mapas de Hierarquia Fluvial será utilizada a metodologia de hierarquização dos canais fluviais definida por Strahler e a metodologia de Shreve, que estabelece a magnitude de determinado ligamento ou de determinada bacia hidrográfica. A proposição introduzida por Strahler é a mais amplamente utilizada, em virtude do caráter descritivo e do relacionamento com as leis de composição de drenagem, permitindo melhor analisar a morfometria da bacia. Por outro lado, as proposições de Shreve são mais lógicas sob o aspecto hidrológico. Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto MÓI CEIVAP AGEVAP FUNCAB Estes mapas permitirão a identificação de áreas com grande possibilidade de alagamento e que apresentam edificações. Optou-se pelo desenvolvimento das duas metodologias para identificar, por meio de um estudo estatístico, a técnica que mais se adéqua a bacia. 4.3 Com relação aos Mapas de susceptibilidade de risco No Brasil os principais eventos relacionados a desastres naturais são os escorregamentos de solo e as inundações, que estão associados a eventos de chuvas intensas e prolongadas. Apesar das inundações serem os processos que produzem as maiores perdas económicas e os impactos mais significativos na saúde pública, os deslizamentos de solo é que geram o maior número de vítimas fatais. (CARVALHO E GALVÃO, 2006) 4.3.1 Escorregamentos de solo Os escorregamentos de solo podem ser entendidos como um deslocamento finito ao longo de uma superfície de deslizamento definida, preexistente ou de neoformação. Os movimentos de massa, ou seja, escorregamentos e processos correlates, estão diretamente relacionados à dinâmica das vertentes. Augusto Filho (1992) classifica tais movimentos em quatro grandes grupos: rastejes (creep), escorregamentos stricto sensu (slides), quedas (falis) e corridas (flows). Os rastejes são deslocamentos lentos e progressivos do solo, induzidos pela alta declividade do terreno. Os escorregamentos são processos rápidos, que podem ser de formas diferentes em função do tipo de solo e rocha, do relevo, etc. Os tipos de escorregamentos são definidos em função de sua forma e tamanho, bem como o tipo de material (solo, rocha) que foi mobilizado. As formas mais comuns são os escorregamentos planares, os circulares e em cunha. As corridas são fenómenos catastróficos decorrentes de chuvas muito intensas, que provocam a mobilização de solo, rocha, detritos, etc. ao longo das drenagens. Grandes volumes de material são transportados como um líquido viscoso, podendo ter grandes deslocamentos com velocidade elevada. As quedas de blocos ocorrem nos paredões rochosos, deslocando lascas, blocos, placas, etc. com velocidades muito altas, mas, normalmente, o material removido tem pouco volume. Assim sendo, como já havia observado Cerrí (1993), a ficha de cadastro completa deve contemplar os seguintes aspectos: perfil do solo; condicionantes estruturais; tipologia dos taludes (natural, corte, aterro); declividades das encostas e taludes; ocorrência de Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto MÓI CfIMP fendas de tração nos terrenos e nas moradias; ocorrência de degraus de abatimento; ocorrência de árvores, postes ou muros inclinados ("embarrigados"); presença de lixo e entulho depositados; situação das águas servidas e esgotos; situação das águas pluviais; situação dos sistemas de drenagem e redes de abastecimento de água; tipologia da vegetação, inclusive cultivos; análise da proximidade das moradias em relação à base ao topo de taludes; análise da tipologia das construções. Dentre os processos de movimentos de massa, os mais frequentes na região sudeste do Brasil são os escorregamentos. (TOMINAGA, 2007) Em termos gerais, um escorregamento ocorre quando a relação entre a resistência ao cisalhamento do material e a tensão de cisalhamento na superfície potencial de movimentação decresce até atingir uma unidade, no momento do escorregamento. As rupturas por cisalhamento, ao longo de uma superfície de escorregamento, ocorrem quando há uma diminuição da resistência ao cisalhamento do material. Dessa forma, na primeira fase do escorregamento, a massa em movimento avança com velocidade acelerada, ao acontecer o escorregamento, diminuem as forças que determinaram o movimento e a massa vai se estabilizando. Assim o movimento cessa, ou assume caráter de rastejo (GUIDICINI&NIEBLE, 1984). Dentre os métodos que visam o mapeamento de áreas instáveis em escalas de bacias hidrográficas, destacam-se os modelos matemáticos em bases físicas, por reduzirem a subjetividade e fornecerem resultados mais precisos. Dentre esses modelos o SHALSTAB e o TRIGRS, são os que têm apresentado vantagens importantes no mapeamento da suscetibilidade a escorregamentos, pois, considerando o mesmo modelo de talude infinito, calculam a estabilidade na paisagem por meio da combinação de análises hidrológica e de estabilidade. A diferença principal entre eles é que, enquanto o SHALSTAB considera apenas o fluxo constante e paralelo à encosta, sob condições de equilíbrio (steady-state), para a análise hidrológica, o TRIGRS calcula a estabilidade para cada profundidade do solo, sob condições transientes, conforme o avanço da infiltração decorrente da intensidade e duração da chuva ao longo do tempo. Estes modelos produzem um mapa de susceptibilidade de uma dada área de estudo de forma heterogénea porque os escorregamentos dependem da topografia e de fatores de propriedades físico-químicas dos solos, e principalmente da quantidade e da distribuição espacial da descarga hidráulica. Vários trabalhos que utilizam esses modelos dão ênfase à análise de desempenho verificada a partir do grau de acerto entre as porções do relevo previstas como susceptíveis a ocorrência de escorregamentos com os mapeamentos de escorregamentos pretéritos. (GUIMARÃES, 2009) Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto M01 4.3.2 ÍEIVAP AGEVAP Inundações As águas das chuvas ao alcançar um curso d'água, causam o aumento no volume por certo período de tempo. Este acréscimo na descarga d'água, recebe o nome de cheia ou enchente. Por vezes, no período de enchente, as vazões atingem tal magnitude que podem superar a capacidade de descarga da calha do curso d'água e extravasar para áreas marginais habitualmente não ocupadas pelas águas. Esse extravasamento caracteriza uma inundação e a área marginal, que periodicamente recebe esses excessos de água, denomina- se leito maior, planície de inundação de um rio, ou ainda, várzea. Os condicionantes naturais climáticos, geológicos e geomorfológicos de um dado local são determinantes na ocorrência de processos de enchentes e inundações. Por outro lado, a frequência, magnitude e os fatores predisponentes dos acidentes de enchentes têm também, muitas vezes, uma profunda relação com a forma e intensidade das intervenções antrópicas realizadas no meio físico. Os processos de enchente e inundação apresentam diferentes características dinâmicas, as quais dependem muitas vezes das características do relevo e da conformação geológica e geomorfológica de uma dada bacia. São eles: inundações extensas em áreas de baixada; enchentes com alta energia de escoamento; enchentes com alta carga de material sólido. Ao longo de cursos d'água em vales encaixados ou espremidos pela ocupação marginal, enchentes violentas, com alta velocidade de escoamento podem produzir forças hidrodinâmicas capazes de causar acidentes destruindo moradias situadas no leito menor, junto aos barrancos dos rios, por ação díreta das águas, ou por erosão e consequente solapamento das margens dos rios. Enchentes com alta energia cinética e poder erosivo e de impacto, são processos ocorrentes principalmente nas áreas de domínio serrano e montanhoso, em bacias hidrográficas que permitem rápida concentração e altos valores de vazão. Em enchentes de alta energia cinética a água pode transportar elevada carga de material sólido (sedimentos de diferentes granulometrias e detritos vegetais) por saltação, suspensão, rolamento e arraste. São processos que ocorrem principalmente no ambiente de relevos montanhosos e, em razão da presença de muito material sólido, o fenómeno adquire poder destrutivo maior do que aquele descrito anteriormente. 4.3.3 Metodologias adotadas Para o desenvolvimento de mapas de susceptibilidade de risco serão utilizadas as metodologias TRIGRS, SHALSTAB e SAGA-UFRJ para a avaliação do risco de Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica- Produto M01 AGEVAP Rubrico:, FUNCAB escorregamento de solo e a metodologia SAGA-UFRJ para a avaliação do Risco de Inundação. a) Metodologia TRIGRS Em síntese, o Modelo TRIGRS calcula a estabilidade de encostas para cada profundidade do solo sob condições transientes, conforme o avanço da infiltração decorrente da intensidade e duração da chuva ao longo do tempo. Ressalta-se a importância deste tipo de análise face o transporte de solo para os cursos d'água e consequentemente assoreamento destes cursos. b) Metodologia SHALSTAB Segundo Tominaga (2007), o modelo SHALSTAB é um modelo matemático-determinístico baseado numa combinação da equação de vertente infinita e um componente hidrológico de fluxo subsuperficial raso. Voltado para definição dos locais mais suscetíveis à ocorrência de escorregamentos translacionais rasos, tem sido aplicado na região oeste dos Estados Unidos (MONTGOMERY, 1994; MONTGOMERY & DIETRICH, 1994; MONTGOMERY et ai ., 1998) e, mais recentemente no Brasil (GUIMARÃES et aí ., 1999; FERNANDES et ai ., 2001). Como destacado por Fernandes et ai . (2001), o diferencial deste m odeio é contemplar o papel desempenhado pela topografia quanto à declividade e área de contribuição, na deflagração de escorregamentos translacionais. A verificação do desempenho do modelo SHALSTAB para o clima tropical foi efetuada por Guimarães et ai. 2003 em duas bacias no maciço da Tijuca no Rio de Janeiro a partir de várias combinações de valores de propriedades do solo como ângulo de atrito, coesão e densidade e espessura do solo comparando os resultados com as cicatrizes dos escorregamentos decorrentes as intensas chuvas ocorridas em Fevereiro de 1996. Este modelo apresentou excelente desempenho em que quase a totalidade dos escorregamentos localizaram-se nas áreas de maior susceptibilidade definida no mapa resultante. (GUIMARÃES, 2009) Segundo GUIMARÃES (op. cit.) o modelo SHALSTAB vem sendo amplamente utilizado pela comunidade científica em regiões de clima temperado desde a metade da década de 1990 (Montgomery & Dietrich 1994). Guimarães et ai. 2003 verificaram o desempenho do modelo SHALSTAB, em clima tropical, em duas bacias no maciço da Tijuca no Rio de Janeiro a partir de várias combinações de valores de propriedades do solo como ângulo de atrito, coesão e densidade e espessura do solo comparando os resultados com as cicatrizes dos escorregamentos decorrentes as intensas chuvas ocorridas em Fevereiro de 1996. Este modelo apresentou excelente desempenho em que quase a totalidade dos escorregamentos localizaram-se nas áreas de maior susceptibilidade definida no mapa resultante. Bacia do Rio Paraíba do Sul Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto M01 XD, AGEVAP FUNCAB No contexto geral, o modelo SHALTAB considera apenas o fluxo constante e paralelo à encosta, sob condições de equilíbrio (steady-state). Por experiência dos pesquisadores envolvidos neste projeto de caracterização cartográfica, este modelo adequase mais as condições reais já observadas, sendo considerado um dos mais eficientes métodos de análises de susceptibilidade de risco. c) Metodologia SAGA-UFRJ O método de Avaliação Ambiental SAGA-UFRJ consiste na realização de estimativas sobre possíveis ocorrências de alterações ambientais, segundo diversas intensidades. Durante o procedimento são definidas a extensão destas estimativas e suas relações de proximidade e conexão (em outras palavras, prever o que ocorrerá, em que intensidade, em que extensão e próximo a quê). Sendo assim, as estimativas pressupõem um conhecimento prévio da área a ser analisada, que pode ser adquirida principalmente na etapa de levantamento dos dados ambientais, e por meio dos conhecimentos sistemáticos específicos detidos pelo usuário. Podem ser citados, como objetos de avaliações, as áreas problemáticas (quanto a potenciais e riscos específicos), potenciais conflitantes, áreas críticas, incongruências de uso, impactos ambientais, entre outros. O SAGA/UFRJ fornece as seguintes opções dos tipos de avaliações que podem ser realizadas: Avaliação simples com ou sem relatório e Avaliação estendida com ou sem relatório. A Avaliação quanto a ser estendida ou não, representa a utilização de intervalos de maior ou menor discretização, atribuindo-se notas de O a 10 para a "sem extensão", e de O a 100 para a "estendida". A Avaliação com relatório oferece a possibilidade de apresentação e impressão de toda a informação resultante da avaliação executada. Os relatórios gerados com a realização da Avaliação são: temas, classes, mapa final, frequências, bloqueios e combinações encontradas. Conforme mencionado acima, para cada classe encontrada em cada cartograma digital será atribuída uma "nota", em uma das seguintes escalas: "O a 10" (avaliação sem extensão) ou "O a 100" (avaliação estendida). Estas notas serão as coordenadas definidoras da posição de cada pixel no espaço classificador criado pelo algoritmo, devendo estas notas serem atribuídas em resposta à seguinte pergunta: "Quais as possibilidades, nas escalas de "O a 10"ou "O a 100", de que ocorram, num mesmo local, a alteração sendo estimada e a classe para a qual se está dando uma "nota"? Bacia do Rio Paraíba do Suí Caracterização Cartográfica e Estatística Revisão Bibliográfica - Produto MÓI A avaliação ambiental pode ser decomposta em avaliações diretas e complexas. As avaliações diretas (ou simples) são aquelas que resultam da combinação imediata dos dados originalmente inventariados, isto é, são os primeiros resultados avaliativos obtidos com a combinação dos dados originais, podendo estas combinações gerar alguns tipos de mapeamento, dentre os quais merecem destaque os de riscos e de potenciais ambientais. Já as avaliações complexas utilizam uma ou várias avaliações prévias como base para sua construção, podendo se referir ao cotejo de uma avaliação contra um dado básico, ou mesmo reproduzir o resultado do confronto entre as expressões territoriais de avaliações previamente elaboradas. Este método será utilizado para as áreas com susceptibilidade de escorregamento de solo e inundação. 5. Referências AL GORE. The Digital Earth: understanding our planet in the 21 st Century. 1998. Califórnia Science Center, Los Angeles. ARONOFF, S. Geographic Information systems: a management perspective. Ottawa: DL Publications, 1989. 249p. BURROUGH, P. A. 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