Seleção de Obras – Evangelina Seiler
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Seleção de Obras – Evangelina Seiler
AMILCAR DE CASTRO na Silvia Cintra + Box4 A galeria Silvia Cintra + Box 4 encerra o ano de exposições com a mostra Amilcar de Castro, com obras do grande artista mineiro no Rio de Janeiro. De 14 de novembro a 10 de janeiro de 2014, serão expostos trabalhos que sempre estiveram no Instituto Amilcar de Castro em Nova Lima, Minas Gerais, como a série conhecida como Linhas (foram produzidas apenas 15 telas) e a série Envelope (apenas 8), todos desenhos sobre tela. “Criadas nos anos de 1990 estas séries são pinturas realizadas pelo artista como uma visita aos seus desenhos do período neoconcreto dos anos de 1950. A idéia era conseguir trazer para o Rio algumas obras inéditas como esculturas em madeira e desenhos atípicos, como um todo vermelho e uma enorme tela de 5 metros, onde Amilcar experimentava os vazios”, explica a galerista Silvia Cintra, marchande do artista há mais de 30 anos e, atualmente, responsável pelo espólio de sua obra no Rio de Janeiro. Ao todo serão 13 obras, sendo 8 esculturas em madeira, 2 de aço corten, 2 desenhos da série linhas e um da série envelope. “Decidi reunir grandes xodós do Amilcar. Trabalhos que ele terminava de fazer e me ligava para comemorar”, conta Silvia que, ao lado do Museu de Arte Moderna do Rio, organiza uma grande retrospectiva do artista no segundo semestre de 2014. Uma das maiores conhecedoras de Amílcar de Castro, Silvia lembra que o artista não se dizia pintor. “Pintores vêem o mundo através das cores. Sou escultor. Vejo o mundo através das linhas” - Amilcar de Castro SOBRE O ARTISTA - Famoso por suas esculturas feitas com chapas de aço e ferro recortadas em formato geométrico, Amilcar de Castro (1920 – 2002) é considerado um dos mais importantes artistas do Brasil e sua obra é parte indissociável dos períodos construtivista e neoconcreto brasileiro. Mineiro de Paraisópolis, região sul do estado, abandonou os estudos de Ciências Jurídicas ao cursar desenho e pintura com Alberto da Veiga Guignard. Trabalhou até o final dos seus dias, tem obras nos principais acervos do Brasil e virou referência para os artistas brasileiros e, especialmente, para seus alunos na Escola Guignard, em Belo Horizonte. Suas esculturas, fundadas quase exclusivamente em duas ações (corte e dobra, que nem sempre vem juntas) sobre ferro e madeira, impressionam pela economia de meios e pela lição que oferecem sobre a capacidade afirmativa do gesto e o fato de realizarem a passagem do plano para o volume.