Baixar - Fepese
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81,9(56,'$'(5(*,21$/'(%/80(1$8 &(1752'(&,Ç1&,$662&,$,6$3/,&$'$6 '(3$57$0(172'($'0,1,675$d2 &/867(580$$/7(51$7,9$'((675$7e*,$&203(7,7,9$ 3$5$26(*0(172'(&$0$0(6$(%$1+2'$ ,1'Ò675,$7Ç;7,/'(6$17$&$7$5,1$ Dissertação aprovada pelo Curso de Mestrado em Gestão Moderna de Negócios do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Regional de Blumenau, como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Administração. Prof. Leonel Cézar Rodrigues, PhD Coordenador do Mestrado em Administração: Gestão Moderna de Negócios. +e/,2&Æ1','2)(55(,5$ %OXPHQDX &/867(580$$/7(51$7,9$'((675$7e*,$&203(7,7,9$ 3$5$26(*0(172'(&$0$0(6$(%$1+2'$ ,1'Ò675,$7Ç;7,/'(6$17$&$7$5,1$ por +e/,2&Æ1','2)(55(,5$ Dissertação aprovada para obtenção do título de Mestre no Curso de Mestrado em Gestão Moderna de Negócios, pela Banca Examinadora, formada por: Presidente: ______________________________________________ Prof. Pedro Paulo Hugo Wilhelm, Dr. - Orientador Membro: ________________________________________________ Prof. Leonel Cezar Rodrigues, PhD Membro: ________________________________________________ Prof. Hoyêdo Nunes Lins, Dr. Blumenau, 28 de Novembro de 2000. $*5$'(&,0(1726 À Aninha, minha sobrinha, pela gentileza dos contatos junto à FIESC e à UFSC; Aos colegas, Professor Emardi Feijó Vieira e Professora Dra. Marly Célia Souza de Carvalho, pela atenção especial em fornecer-me material, muitas vezes consultado; Ao colega, Professor Ralf Marcos Ehmke, pelos correios eletrônicos enviados; LL Aos colegas, Professores Celso Lehmkuhl Meyer e Rubens Roepcke, pelo valoroso auxílio na tradução de textos de Porter; À Furb, por ter assumido os custos do meu curso; Aos dirigentes das empresas do setor CMB, pela colaboração das entrevistas; E, ao professor Pedro Paulo Hugo Wilhelm, pela dedicada orientação recebida. LLL '(',&$7Ï5,$ À Diva, Aos nossos filhos, Aos filhos de nossos filhos: a renovação da Vida. ³$QWHVWDUGHGRTXHQXQFD´ (uma dica do Word). LY 680È5,2 /,67$'(),*85$6 /,67$'(7$%(/$6 /,67$'(*5È),&26 5(6802 YLLL [ [L [LL $%675$&7 [LLL ,1752'8d2 1.1 O PROBLEMA ....................................................................................................................................... 03 1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................... 03 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................................. 03 1.5 RELEVÂNCIA........................................................................................................................................ 03 )81'$0(17$d27(Ï5,&$ 2.1 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................................................ 05 2.2 DESAFIOS DA COMPETITIVIDADE ................................................................................................. 07 2.3 FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA COMPETITIVA ......................................................................... 09 2.3.1 Forças Competitivas Básicas ................................................................................................................ 13 2.3.1.1 Entrantes potenciais .......................................................................................................................... 14 2.3.1.2 Produtos substitutos .......................................................................................................................... 18 2.3.1.3 Poder de negociação dos compradores ............................................................................................. 18 2.3.1.4 Poder de negociação dos fornecedores .............................................................................................. 20 2.3.1.5 Rivalidade entre empresas concorrentes ........................................................................................... 21 2.4 ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS ................................................................................. 25 2.4.1 Liderança no Custo Total ..................................................................................................................... 25 2.4.2 Diferenciação ....................................................................................................................................... 26 2.4.3 Enfoque ................................................................................................................................................ 27 2.4.4 Recursos e Habilidades Requerido ....................................................................................................... 28 2.4.5 Riscos das Estratégias Genéricas ......................................................................................................... 29 2.4.5.1 Riscos da liderança no custo total ..................................................................................................... 29 2.4.5.2 Riscos da diferenciação...................................................................................................................... 30 2.4.5.3 Riscos de enfoque ............................................................................................................................. 30 2.5 COMPETITIVIDADE SISTÊMICA....................................................................................................... 30 2.5.1 Concepção Cepalina da Competitividade Sistêmica ............................................................................ 31 2.5.2 Concepção de Competitividade Sistêmica do IAD ............................................................................... 33 2.5.3 Fatores que inibem a Competitividade Sistêmica no Brasil.................................................................. 35 2.5.3.1 Desarticulação entre o poder executivo e o legislativo ..................................................................... 36 Y 2.5.3.2 Estruturas corporativistas tradicionais .............................................................................................. 37 2.5.3.3 Falta de confiança no governo .......................................................................................................... 38 2.5.3.4 Precariedade do sistema de inovação ................................................................................................ 39 2.5.3.5 Elevado grau de desorganização da burocracia ................................................................................ 41 2.5.3.6 Dificuldades em desenvolver políticas criativas regionais ................................................................ 41 2.5.4 O Brasil no Ranking Mundial de Competitividade............................................................................... 42 2.5.5 Competitividade Sistêmica Catarinense................................................................................................ 44 2.6 CLUSTER................................................................................................................................................ 53 2.6.1 Conceito de Cluster .............................................................................................................................. 54 2.6.2 Visão Histórica do Cluster .................................................................................................................... 56 2.6.3 Como o Cluster Afeta a Competição .................................................................................................... 56 2.6.4 Identificação do Cluster ........................................................................................................................ 59 2.6.5 Desenvolvimento dos Clusters.............................................................................................................. 60 2.6.6 O Papel do Governo no Cluster ............................................................................................................ 61 2.6.7 O Papel do Governo no Aprimoramento do Cluster ............................................................................. 61 2.6.8 Características de Dois Clusters do Calçado de Couro ......................................................................... 62 2.6.9 O Cluster do Vale dos Sinos ................................................................................................................. 63 2.6.10 O Cluster Italiano do Calçado de Couro ............................................................................................. 65 2.6.11 Outros Exemplos de Cluster .............................................................................................................. 67 2.7 O SETOR CMB DE SANTA CATARINA E A PERSPECTIVA DA ESTRATÉGIA COMPETITIVA BASEADA NO CLUSTER................................................................ 71 0e72'2(0$7(5,$,6'(3(648,6$ 3.1 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 72 3.1.1 Tipo de Pesquisa, Método e Técnicas de Coleta de Dados .................................................................. 72 3.1.2 Elaboração e Uso do Formulário de Entrevista .................................................................................... 73 3.1.3 População da Pesquisa ......................................................................................................................... 76 3.1.4 Definição da Amostra .......................................................................................................................... 77 3.1.5 Coleta de Dados ................................................................................................................................... 78 3.2 SEGMENTO CMB DA INDÚSTRIA TÊXTIL ..................................................................................... 79 3.2.1 Concentração da Produção ................................................................................................................... 80 3.2.2 Evolução da Produção ......................................................................................................................... 81 3.2.3 Mercado Interno ................................................................................................................................... 85 3.2.4 Mercado Externo .................................................................................................................................. 86 3.2.5 Estratégias Empresariais ...................................................................................................................... 89 $35(6(17$d2($1È/,6('265(68/7$'26 4.1 RESULTADOS REFERENTES À ESTRATÉGIA COMPETITIVA .................................................... 93 4.1.1 Principais Observações dos Entrevistados sobre os Fatores Competitivos Internos ........................... 94 4.1.2 Principais Observações dos Entrevistados sobre os Fatores Competitivos Inter-empresas ......................................................................................................................... YL 97 4.2 RESULTADOS DA ENTREVISTA RERENTE À PERCEPÇÃO DO EMPRESÁRIO QUANTO AO “CLUSTER CMB” COMO OPÇÃO DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA........................ 98 4.3 RESULTADOS DA ENTREVISTA RELATIVA À VERIFICAÇÃO DA VIABILIDADE DA FORMAÇÃO DO “CLUSTER CMB” DE SANTA CATARINA DO PONTO DE VISTA DO EMPRESÁRIO ....................................................................................................................................... 101 4.4 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................................................ 103 4.4.1 Análise dos Dados Referentes aos Fatores de Estratégia Competitiva ................................................ 104 4.4.2 Análise dos Dados Referentes à Percepção do Entrevistado quanto ao Potencial do Setor CMB de Santa Catarina e ao Cluster como Opção de Estratégia Competitiva ............................................................................................................................. 105 &21&/86®(6(5(&20(1'$d®(6 5.1 CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 107 5.2 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................................................. 109 5()(5Ç1&,$6%,%/,2*5È),&$6 $1(;26 YLL /,67$'(),*85$6 Figura 1 – A Roda da Estratégia Competitiva ................................................................... 09 Figura 2 – Grau de Proficiência do Raciocínio Estratégico e do Planejamento Estratégico e Operacional ........................................................ 14 Figura 3 – Recursos e Habilidades Requeridos ................................................................. 31 Figura 4 – Fatores Determinantes da Competitividade Sistêmica ..................................... 37 Figura 5 – Dispêndio Nacional em Ciência e Tecnologia ................................................ 42 Figura 6 – Ranking Mundial da Competitividade 1998/99 ............................................... 45 Figura 7 – Cluster do Calçado de Couro do Vale dos Sinos .............................................. 66 Figura 8 – Cluster do Calçado do Couro Italiano ............................................................... 68 Figura 9 – Cluster de Produtos Florestais de Portugal........................................................ 69 Figura 10 – Cluster de Produtos Florestais da Suécia......................................................... 70 Figura 11 – Cluster Vinícula da Califórnia......................................................................... 71 Figura 12 – Cluster da Grande Pittsburgh........................................................................... 72 Figura 13 – Apresentação dos resultados da parte da entrevista sobre a prioridade dos fatores internos como estratégia competitiva das empresas do segmento CMB da indústria têxtil de Santa Catarina ................ 98 Figura 14 – Apresentação dos resultados da parte da entrevista sobre a prioridade dos fatores sitêmicos como estratégia competitiva das empresas do segmento CMB da indústria têxtil de Santa Catarina ................ 101 Figura 15 – Apresentação dos resultados sobre a visão do empresário quanto ao potencial da indústria têxtil, turismo e informática da região metropolitana de Blumenau ............................................................................ 103 Figura 16 – Apresentação dos resultados sobre a visão do empresário quanto ao potencial do segmento CMB para liderar um processo de crescimento econômico da região ................................................................... 104 Figura 17 – Apresentação dos resultados da entrevista para identificar a percepção dos empresários com relação ao cluster como opção de estratégia competitiva para o setor CMB de Santa Catarina ........................... Figura 18 – Apresentação dos resultados da parte da entrevista em que se procurou saber da disposição do empresário em participar de um YLLL 105 projeto de implantação do cluster CMB ......................................................... 106 Figura 19 – Apresentação dos resultados da parte da entrevista em que se procurou saber se o entrevistado concordava com Porter: a liderança de um projeto de formação de um cluster deve ser do próprio setor empresarial ...................................................................................................... 107 Figura 20 – Apresentação dos resultados da parte da entrevista em que se procurou saber se o entrevistado achava possível haver um encontro dos empresários do setor e se estaria disposto a liderar um movimento nesse sentido ................................................................................. 107 Figura 21 – Número de empresas por grau de prioridade dos fatores internos de estratégia competitiva ..................................................................................... 108 Figura 22 – Número de empresas por grau de prioridade dos fatores sistêmicos de estratégia competitiva ................................................................................ 109 Figura 23 – Número de empresas por visão do potencial da indústria têxtil, turismo e informática ...................................................................................... 109 Figura 24 – Número de empresas por visão do potencial do setor CMB da região de Blumenau ......................................................................................... 109 Figura 25 – Número de empresas por visão do cluster como opção de estratégia competitiva do setor CMB de Santa Catarina .................................................. 110 Figura 26 – Número de empresas por disposição em participar de um projeto de implantação do “ cluster CMB” de Santa Catarina .......................................... 110 Figura 27 – Número de empresas por concordância com liderança do setor num projeto de criação do “ cluster CMB” .............................................................. 110 Figura 28 – Número de empresas por visão da possibilidade de um encontro dos empresários do setor CMB e da disposição do empresário em liderar a criação do projeto “ cluster CMB” ................................................................ /,67$'(7$%(/$6 L[ 110 Tabela 1 – Principais Empresas do Segmento CMB da Indústria Têxtil Brasileira por Ordem de Receita Líquida - 1999 ........................................... 80 Tabela 2 – Amostra Probabilística Intencional................................................................ 81 Tabela 3 – Agendamento das Entrevistas ....................................................................... 82 Tabela 4 – 85 Tabela 5 – Produção Brasileira de Artigos de Cama, Mesa e Banho – em mil unidades ...................... Indicadores de Desempenho de Empresas do Segmento CMB do Estado de Santa Catarina - 1999 ....................................................................................................... [ 93 /,67$'(*5È),&26 Gráfico 1 – Segmento do Setor CMB em Santa Catarina ............................................................................. 84 Gráfico 2 – Evolução da Produção de Artigos de Cama, Mesa, Copa e Banho............................................ 85 Gráfico 3 – Evolução Mensal da Produção de Artigos de Cama, Mesa e Banho ......................................... 86 Gráfico 4 – Evolução dos Valores de Produção (US$/mil) .......................................................................... 86 Gráfico 5 – Evolução dos Preços Médios ..................................................................................................... 87 Gráfico 6 – Participação dos Artigos na Produção Física do Segmento - 1997............................................ 88 Gráfico 7 – Participação dos Artigos nos Valores da Produção - 1997 ........................................................ 88 Gráfico 8 – Consumo de Artigos de Cama, Mesa, Banho e Copa ................................................................ 89 Gráfico 9 – Evolução das Exportações – Cama, Mesa e Banho ................................................................... 91 Gráfico 10 – Principais Estados Exportadores de Roupas de Cama, Mesa e Banho - 1997 .......................... 91 Gráfico 11 – Evolução das Importações de Cama, Mesa e Banho................................................................. 92 Gráfico 12 – Origem das Importações de Artigos de Cama, Mesa e Banho - 1997....................................... 92 5(6802 O segmento cama, mesa e banho (CMB) da indústria têxtil brasileira caracteriza-se pelo alto grau de concentração de sua produção. Cerca de 70% desses artigos são produzidos por [L indústrias sediadas no Vale do Itajaí e 90% no Estado de Santa Catarina. A nova ordem econômica impõe a visão sistêmica na formulação da estratégia competitiva das empresas. O problema consiste na inexistência de ações das lideranças empresariais nessa direção. Esta pesquisa identificou a estratégia competitiva das principais empresas do setor CMB de Santa Catarina; verificou a percepção dos CEOs dessas empresas com relação às vantagens do modelo cluster; avaliou a possibilidade do desenvolvimento do “ cluster CMB” de Santa Catarina, como resultado de um projeto a ser elaborado e implementado pelas lideranças empresariais do setor. O estudo foi realizado através de uma pesquisa do tipo conclusiva descritiva, tendo como método a entrevista pessoal e individual; como técnica de coleta de dados utilizou-se um formulário estruturado não disfarçado. Conclusivamente, a pesquisa mostrou que a estratégia competitiva das empresas baseia-se em priorizar fatores internos : tecnologia, produto, marketing e recursos humanos. As relações inter-empresas, bem como aquelas com instituições e empresas de apoio e suporte, são episódicas e muito aquém do desejável e potencialmente possíveis para que o setor pudesse contar na sua estratégia com um fator de vantagem competitiva dinâmica. Os CEOs entrevistados mostraram clara percepção das vantagens competitivas que um “ cluster CMB” viria propiciar para o setor. A pesquisa mostrou contudo, que, no curto prazo, não há possibilidade do desencadeamento de ações, por parte das lideranças empresariais do setor, que levem à elaboração e implementação de um projeto visando ao desenvolvimento do “ cluster CMB” de Santa Catarina. [LL $%675$&7 The bed, bath and table segment of the Brazilian textile industry is characterized by a high degree of concentration of its products. About 70% of these articles are produced by industries headquartered in the Itajai Valley and 90% in the state of Santa Catarina. The new economic order imposes a systematic vision on the formulation of a company’s competitive strategy. The problem consists of the in-existence of business leadership actions in this direction. This research identified the competitive strategy of the principal companies in the bed, bath and table sector in Santa Catarina, verified the perceptions of the CEO’s of these companies in relation to the advantages of the cluster model, and evaluated the possibility of development of the “ bed, bath and table cluster” in Santa Catarina as a result of a project to be elaborated and implemented by business leaders of the sector. The study was realized through a type of conclusive, descriptive research, having as methodology personal and individual interviews; data collection was made using a structured and undisguised form. The research conclusively showed that the competitive strategy of companies is based on prioritizing internal factors: technology, product, marketing and human resources. Inter-company relations, as well as those with back-up and support institutions and businesses are episodic and fall far short of what is desirable and potentially possible than what the sector could count on with a dynamic competitive advantage. The CEO’s interviewed showed clear perception of the competitive advantages that a “ bed, bath and table cluster” would bring to the sector. Nevertheless, the research showed that, in the short term, there is no possibility of actions being unleashed by business leaders in the sector that take into account the elaboration and implementation of a project which looks to the development of the “ bed, bath and table cluster” in Santa Catarina. 1 INTRODUÇÃO As duas últimas décadas deste século representam um momento de inflexão das economias nacionais. Há consenso de que as razões básicas desse fenômeno encontram-se na globalização. Ainda não se construiu uma definição amplamente aceita de globalização. O economista Eduardo Gianetti da FONSECA (1997, p. 2) dá uma idéia didática de como ela surgiu: O fenômeno da globalização resulta da conjunção de três forças poderosas: 1) a terceira revolução tecnológica (tecnologias ligadas à busca, processamento, difusão e transmissão de informações; inteligência artificial; engenharia genética); 2) a formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos integrados (como o Mercosul, a União Européia e o Nafta); 3) a crescente interligação e interdependência dos mercados físicos e financeiros, em escala planetária. [LLL Um dos fenômenos mais notáveis que caraterizam as mudanças que vêm acontecendo nas economias nacionais é a quebra do paradigma da produção em massa, padronizada, inflexível e definida pela vontade da oferta, baseada no modelo taylorista/fordista. A nova ordem é a produção personalizada, flexível, computadorizada, baseada no sistema intensivo de informações e definida pela vontade da demanda. A economia brasileira como um todo e, de modo especial a indústria, passou a enfrentar uma crise em razão do programa de abertura comercial, iniciado em 1990. A adoção do programa de estabilização macroeconômica, vinculado ao Plano Real (1994), tornou a crise mais aguda, pelas restrições impostas pelas políticas fiscal, monetária e cambial. O protecionismo, que foi necessário na fase de instalação da capacidade produtiva, prolongou-se demasiadamente, trazendo acomodação e letargia empresarial. De súbito, os paradigmas da indústria brasileira tornam-se ultrapassados, em razão da inserção no novo cenário globalizado. Novos projetos, novas estratégias de competição, novos processos de produção, novos trabalhos de marketing, novos sistemas de comercialização se impuseram. A economia de Blumenau, fortemente ligada, por tradição, à indústria têxtil, sofreu de modo crucial, o impacto da nova ordem econômica. O presidente da ACIB dá um depoimento esclarecedor: “ É preciso dar a mão à palmatória: fomos pouco criativos. Colocamos todos os ovos em uma única cesta, concentrando nossas atividades no setor têxtil. Em seguida, quando este ramo de atividades estava num estágio de maturidade, foram poucos os empresários que anteveram VLF seu declínio natural.” (PRAYON, 1997, p. 59). A respeito da situação do setor têxtil de Blumenau, SASSE (1996, p. 2) ensina: 1º) o processo não é propriamente uma crise e sim uma nova ordem econômica que se estruturou de forma globalizada e da qual o Vale do Itajaí faz parte; 2º ) o setor têxtil é e deverá continuar sendo a atividade industrial básica de nossa economia, pois gera mais de 50% dos empregos industriais, e é uma especialização que se alicerçou em mais de um século de experiência de bons resultados; 3º) há necessidade de se estabelecer estratégias empresariais específicas que passam necessariamente pela união de esforços e cooperação do segmento têxtil regional; 4º) a mobilização em favor da manutenção e geração de emprego passa necessariamente pela sobrevivência e expansão das empresas que necessitam de novas tecnologias de administração e de produção. A terceira recomendação de SASSE (1996), acima, tem o reforço de uma autoridade na matéria, conforme constata RODRIGUES (1999, p. 3): “ A falta de estratégias é a verdadeira razão para a crise das empresas, diz Michael Porter, um dos maiores estrategistas da atualidade.” É justamente uma linha do pensamento recente de PORTER (1999, p. 250) que inspirou a presente pesquisa. Trata-se do que ele chama de “ Paradoxo da Localização” . Para ele, a geografia econômica, durante a era de competição global, envolve o seguinte paradoxo: por um lado, é amplamente reconhecido que as mudanças nas áreas de tecnologia e competição reduziram o papel da localização para o sucesso das empresas. Recursos de produção, capital financeiro, tecnologia e outros insumos podem, hoje, ser eficientemente supridos no mercado globalizado. Empresas podem ter acesso a insumos via corporações de rede internacional. Qualquer empresa, a qualquer hora, poderá conseguir qualquer coisa de qualquer lugar. Por outro lado, os clusters constituem modalidades surpreendentes para a economia de muitas nações, regiões e estados. Ao mesmo tempo em que velhas razões para a existência do cluster desapareceram com a globalização, novas influências dele na área de estratégia competitiva vêm-se manifestando na dinâmica econômica. O cluster representa um novo modo de pensar sobre a economia nacional, estadual e local, implicando em novos comportamentos das empresas, dos governantes e de outras instituições com vistas ao [LY aumento da produtividade. Para as empresas, a melhoria da competitividade tem sido uma conquista ligada a fatores internos da organização. Contudo, na concepção do cluster, o ponto essencial da vantagem competitiva está fora da empresa e fora até mesmo da indústria; está na localização das unidades de negócios. Isso cria importantes pontos de análise por parte dos dirigentes que raramente são reconhecidos. O vigor do cluster é essencial para o vigor das empresas. 1.1 O PROBLEMA A nova ordem econômica, imposta pelo novo cenário, tornou ultrapassados os fundamentos da indústria brasileira como um todo e, de modo especial, a indústria têxtil blumenauense. A pujança e mesmo a sobrevivência da atividade, que projetou a cidade nacionalmente, dependem da habilidade em encontrar novos caminhos. A complexidade das variáveis envolvidas e a premência do tempo tornam essa tarefa difícil. 1.2 OBJETIVO GERAL Avaliar a viabilidade do desenvolvimento do cluster CMB como estratégia competitiva desse setor da indústria têxtil de Santa Catarina. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Conhecer as estratégias competitivas das empresas do segmento CMB da indústria têxtil de Santa Catarina na nova ordem econômica; Identificar a percepção dos empresários catarinenses do segmento CMB em relação ao cluster como opção de estratégia competitiva; 1.4 RELEVÂNCIA Esta pesquisa está relacionada com a busca de soluções para dificuldades que um dos mais importantes setores da indústria catarinense – o segmento CMB – vem enfrentando e cujas conseqüências sócio-econômicas são graves. O pressuposto da pesquisa está na crença [Y de que o caminho mais adequado de uma estratégia competitiva para o referido setor está no desenvolvimento do cluster CMB. O tema cluster vem merecendo atenção muito especial dos mais notáveis estrategistas da atualidade, tendo em vista a seguinte constatação de PORTER (1999, p. 245): “ O desenvolvimento de aglomerados que funcionem bem é um dos passos essenciais na evolução para uma economia avançada.” O desenvolvimento do modelo depende, sobretudo, de ações dos empresários do setor que, apesar de competidores podem e devem ser também cooperadores. Apesar da importância estratégica que representa para uma série de países, o modelo cluster tem sido pouco estudado no meio acadêmico e empresarial de Blumenau. Se o presente trabalho motivar uma reflexão dos empresários entrevistados sobre a possibilidade e as vantagens da mútua cooperação, já terá contribuído para o desempenho industrial do referido setor em parâmetros requeridos pela nova ordem econômica. [YL )81'$0(17$d27(Ï5,&$ Este capítulo terá a preocupação básica de apresentar as teorias sobre estratégia competitiva e sobre o cluster como modelo de produção, formuladas por autores e pesquisadores, de notório conhecimento. A primeira parte da presente pesquisa consiste no levantamento bibliográfico das teorias mais recentes sobre a estratégia competitiva. Em Michael Porter procurou-se buscar o pano de fundo do estudo desenvolvido sobre o tema. Trata-se de um dos mais respeitados pesquisadores da área. Seus trabalhos na Harvard Business School, há tempo, vem se concentrando na investigação da estratégia empresarial, utilizando técnicas analíticas para a compreensão mais profunda da matéria. Exploraram-se também idéias de Michel Robert, criador do método do “ raciocínio estratégico” — para ele o fundamento da estratégia competitiva da empresa £, experimentado com sucesso em empresas americanas de renome internacional. A etapa seguinte trata da competitividade sistêmica. O desenvolvimento desse assunto baseou-se em duas concepções: i) a cepalina, exposta por Mariano de Matos Macedo e com abordagens de Coutinho & Ferraz em Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira; ii) a do Instituto Alemão de Desenvolvimento. No que se refere ao Brasil e especialmente à Santa Catarina deu-se destaque ao trabalho de Jörg Meyer-Stamer, autor de reconhecida competência que estudou exaustivamente a economia catarinense e em particular a de Blumenau. No estudo dos clusters retorna-se a Porter. Trata-se, sem dúvida, do estrategista que mais se tem dedicado ao tema que é reconhecido pelo próprio como sendo uma estratégia de sucesso para diversificadas indústrias de muitos países. &21&(,726%È6,&26 Dois conceitos devem ser inicialmente conhecidos: o de estratégia e o de estratégia competitiva. Segundo ROBERT (1998, p. 31), estratégia é uma palavra de origem militar que vem do grego “ strategía” e que significava escritório do general. Com o passar do tempo, essa expressão veio ter um significado mais amplo na linguagem bélica: “ a ciência ou arte do [YLL comando militar aplicado ao planejamento e execução global de operações de combate em larga escala” ou “ uma manobra militar destinada a derrotar ou surpreender um inimigo” . Nos dias de hoje, estratégia deixou de ser uma palavra exclusiva da linguagem militar, passando a significar “ a arte ou habilidade de usar estratagemas na política, nos negócios, nas seduções ou similar” . Em uma das acepções do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa para o verbete estratégia tem-se que é a “ arte de aplicar os meios disponíveis com vista à consecução de objetivos específicos” . Em PORTER (1986, p.16; 49), encontram-se dois conceitos de estratégia competitiva: “ i) é uma combinação dos fins (metas) que a empresa busca e dos meios (políticas) pelos quais ela está buscando atingir aqueles fins” ; ii) são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável em uma indústria para enfrentar com sucesso as cinco forças competitivas e, assim, obter um retorno sobre o investimento maior para a empresa.” O primeiro desses conceitos está ligado ao que afirma PORTER (1986, p. 5): “ o desenvolvimento de uma estratégia competitiva é, em essência, o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como uma empresa irá competir, quais devem ser suas metas e quais as políticas necessárias para levar-se a cabo estas metas” . A Figura 1 ilustra essa acepção. Ela pode ser denominada “ Roda da Estratégia Competitiva” . No centro estão as metas da empresa, isto é, a definição do modo de como ela resolveu competir, bem como os objetivos econômicos e não-econômicos, tais como, crescimento da rentabilidade, conquista de maior fatia do mercado, respostas a anseios da sociedade. Já os raios da roda são as políticas operacionais básicas com as quais a empresa procura atingir suas metas: marketing, linha de produtos, compras, mão-de-obra, vendas, pesquisa e desenvolvimento, por exemplo. O segundo conceito fica esclarecido na seção 2.3.1, onde são conhecidas as cinco forças competitivas. Para PENNA (1999, p. 28), a competitividade tem suas raízes na produtividade, que pode ser conceituada como sendo a relação, em unidades físicas ou monetárias, na unidade de tempo, entre a medida do produto adicionado e a soma das medidas dos gastos dos fatores de produção que o geraram: A competitividade pede parâmetros externos para a sua medição. Difere da produtividade, que pode ser medida e comparada internamente, conquanto receba influência externa e deva buscar aferições externas. A competitividade só adquire identidade com a relatividade externa. E a produtividade é buscada no campo dos custos, enquanto a competitividade é medida no campo dos preços. [YLLL FIGURA 1 - A RODA DA ESTRATÉGIA COMPETITIVA Linha de Produtos Finanças e Controle Pesquisa e Desenvolvimento Mercados-Alvo 0(7$6 Definição do modo como a empresa irá competir Objetivos para o crescimento da rentabilidade, parcela de mercado, resposta social etc. Compras Marketing Vendas Distribuição Mão-de-obra Fabricação FONTE: PORTER, M. E., (VWUDWpJLDFRPSHWLWLYD, Rio de Janeiro : Campus, 1986, p. 16. '(6$),26'$&203(7,7,9,'$'( As reflexões sobre a competitividade que encerraram a subseção anterior sinalizam o caminho pelo qual deverá ser conduzida a economia brasileira, por imposição da nova ordem econômica que, em âmbito mundial, passou a imperar a partir dos anos 80 e no Brasil, a partir da década seguinte. Anteriormente, com a produção interna protegida da concorrência externa, a sobrevivência da empresa nacional dependia, sobretudo da produtividade, conceito que leva em conta o desempenho das empresas nacionais sem confrontar-se com o desempenho das empresas do exterior. Com o atual nível de abertura e uma tendência de ampliação, a sobrevivência da empresa nacional passa a ser uma questão de competitividade, cuja medida leva em conta o desempenho internacional. A economia [L[ brasileira está no início de uma nova fase de sua evolução, com grandes desafios a serem enfrentados. De acordo com ROSSETTI (1997), um dos desafios com que as nações em desenvolvimento se deparam, nos dias de hoje, é a necessidade de conciliar as exigências de melhoria de competitividade das empresas com a necessidade de expansão do emprego. A produtividade tem-se expandido em alta velocidade nas últimas décadas, em razão do aumento da concorrência entre as empresas. Explica o autor que o aumento da competitividade tem causas diversas, destacando-se as seguintes: Multipolarização: a mudança do modelo geopolítico bipolar para o multipolar trouxe conseqüências na área da competitividade das empresas porque a supremacia econômica e do poder passaram a depender do domínio de tecnologias avançadas de todo o processo produtivo, objetivando tomar enormes espaços em mercados, agora liberalizados. Macroparcerias: a formação de blocos econômicos, sob dois enfoques, provocou o acirramento da rivalidade entre as empresas: i) a abertura das fronteiras entre os países-membros permitiu que os produtos e fatores de produção passassem a ter livre trânsito pelas economias do bloco; ii) o tamanho do mercado integrado passou a ser altamente atrativo para as empresas, dado o seu elevado poder de compra. A possibilidade de trânsito livre aos recursos de produção através das fronteiras dos países do bloco, levou empresas, especialmente as de tamanho grande, a produzir em parcerias, estimuladas pela sinergia criada pelo novo ambiente. A melhoria de produtividade desse processo fez aumentar a competição. Liberalização: A liberalização é um pressuposto da formação de blocos econômicos. Ela se processa ao longo do tempo, cumprindo metas prefixadas, permitindo uma acomodação das empresas dos países que integram o bloco. A União Européia já alcançou o estágio de plena liberalização de fronteiras entre os países-membros. Além da liberalização intrablocos, observa-se ainda tendência de queda de barreiras entre um bloco e outro. A partir do início dos anos 90, a economia brasileira vem reduzindo as barreiras alfandegárias por dois motivos especiais: a pressão do processo de globalização da economia e a integração econômica visando à constituição do Mercado Comum do Sul. O maior grau de exposição à concorrência vem forçando as empresas brasileiras a [[ melhorar sua eficiência, através de medidas que resultem em aumentos de produtividade. Global-localização: Tendo em vista o sistema multipolarizado e mais aberto, as grandes empresas procuram estar presentes em todos os blocos econômicos com projetos arrojados em termos de padrões tecnológicos, acirrando assim a competição nas diferentes indústrias. Inovação acelerada: Nos dias de hoje, o processo de inovações, a partir de invenções acelerou-se, consideravelmente, em razão da acumulação do conhecimento tecnológico e dos vultosos recursos destinados à pesquisa e ao desenvolvimento. Desse modo, assiste-se hoje à modificação de toda uma linha de produto num só ano, reduzindo o tempo para que um produto se torne obsoleto. As empresas têm por meta tornar seu produto obsoleto, antes que o concorrente o faça, para assim mantê-lo competitivo no mercado. Queda de barreiras de entrada: O mercado cativo não mais existe. Barreiras que havia no passado, tais como, financeiras, tecnológicas, de competências básicas, de regulamentações públicas e de acordos entre concorrentes estabelecidos, praticamente estão desaparecidos nos dias hoje. Empresas que em décadas passadas estavam tranqüilas pela proteção de tais barreiras de entrada, agora estão sujeitas a enfrentar concorrentes, se quiserem permanecer no mercado. Os fatores analisados mostram que não há como escapar desse processo que exige a competitividade das empresas. Ocorre, contudo, que ele é comandado por economias desenvolvidas e a melhoria de produtividade que se exige é baseada na assimilação de tecnologias avançadas, o que vai excluir a participação de ponderável contingente humano das nações mais pobres pela falta de qualificação profissional de que elas sofrem. 2.3 FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA COMPETITIVA PORTER (1986) esclarece que toda empresa possui uma estratégia competitiva. Ela tanto pode ser explicitamente elaborada, através de um planejamento específico, como pode estar sendo articulada implicitamente através de ações dos diversos departamentos da empresa. Neste caso, as ações de cada departamento serão conforme interesses e convicções [[L dos seus encarregados. A falta de um foco comum, nessa hipótese, fará com que o resultado final não seja tão bom quanto à estratégia resultante de um planejamento formal. Os benefícios advindos de um planejamento estratégico de competição, especialmente a coordenação em termos de políticas dos departamentos da empresa, visando a um conjunto de metas comuns, explicam a tendência, em âmbito mundial, da opção pela estratégia competitiva formal. Segundo PORTER (1986), para a formulação de uma estratégia competitiva, quatro fatores devem ser considerados: i) os pontos fortes e os pontos fracos da empresa. Relativamente à concorrência, são considerados aí os ativos da empresa, os recursos financeiros, os padrões de produção, o valor da marca em termos de aceitação no mercado; ii) os valores pessoais dos principais gestores da estratégia. O ponto relevante nesse caso é a motivação dos principais responsáveis pela colocação em prática da estratégia estabelecida; iii) as ameaças e as oportunidades da indústria. Consideram-se, nesse terceiro fator, os riscos envolvidos e as vantagens potenciais oferecidas pelo ambiente industrial em que a empresa compete; iv) as expectativas mais amplas da sociedade. Consideram-se aqui os reflexos da política econômica do governo, bem como as expectativas da sociedade sobre a empresa. Os quatro fatores estabelecem a fronteira até onde uma empresa, considerando os recursos de que dispõe, pode colocar seus objetivos. Os dois primeiros fatores dizem respeito aos recursos humanos e patrimoniais da empresa e definem o limite da estratégia competitiva que ela poderá formular, garantindo êxito. Os dois últimos definem os limites que estão fora do domínio da empresa e são inerentes à indústria, numa visão mais ampla do ambiente competitivo. Segundo ROBERT (1998), o ponto básico para que uma estratégia competitiva seja vencedora é a diferenciação. A empresa não deve fazer o jogo do concorrente, ou seja, copiar sua estratégia. Deve, isto sim, formular e implementar uma estratégia diferenciada que mude as regras do jogo a seu favor. Para esclarecer no que consiste uma estratégia diferenciada, tome-se o caso do setor de locação de automóveis na Alemanha. As empresas Hertz, Avis e Eurocar estão ligadas a fabricantes de automóveis. Assim, a oferta de automóveis, por parte dessas empresas, está restrita a determinadas marcas do interesse dos fabricantes. Uma empresa chamada Stixt usou uma estratégia diferenciada. Pelo fato de não ser de propriedade de nenhum fabricante, ela oferece maior variedade de automóveis, como Mercedes-Benz, BMW, Porsche, Jaguar, Harley-Davidson, além dos populares Volkswagen, Opel e Renault. O [[LL resultado é que ela lidera o mercado de locação da Alemanha com 20% de participação. Eurocar, Avis e Hertz participam, respectivamente com 14%, 10% e 9%. Esse exemplo torna claro que a estratégia utilizada pela Stixt baseou-se na dificuldade e mesmo inconveniência de ser imitada pelas citadas concorrentes, já que o ponto básico da estratégia destas empresas está na oferta de marcas do interesse de fabricantes e não do consumidor. Outro exemplo esclarecedor é o das emissoras de televisão nos Estados Unidos. Há cerca de quinze anos a CBS, NBC e ABC lideravam a audiência e não passaram por uma mudança expressiva na participação no mercado em três décadas, girando em torno de 23 a 26%. No entanto, a CNN teve um considerável crescimento de sua fatia de mercado nesse período. A explicação é que as três emissoras trabalhavam com estratégias idênticas, uma imitando a outra em programação variada. A CNN adotou uma estratégia diferenciada, com transmissão internacional de notícias por cabo e via satélite. O ponto básico desses dois exemplos está na dificuldade de a estratégia ser copiada no curto prazo, porque envolve mudanças radicais do modelo de funcionamento das empresas. Os ganhos significativos de mercado foram daqueles que descobriram uma estratégia de mudar as regras do jogo a seu favor, difícil de ser imitada pelos concorrentes. Por outro lado, quando todos em uma indústria seguem a mesma estratégias não há vencedor. Acontecem apenas mudanças marginais da participação no mercado. Segundo ROBERT (1998, p. 34), outro ponto fundamental na formulação da estratégia competitiva £ apesar do caráter de novidade da abordagem £ é o raciocínio estratégico, definido por aquele estrategista como sendo “ o processo de raciocínio que se dá na mente do presidente e das pessoas-chave que lhe são próximas que os ajuda a determinar a aparência da organização em determinado momento no futuro.” Dessa definição conclui-se que o raciocínio estratégico vai dar o esboço daquilo que o presidente concebe a empresa no futuro e isso é fundamental para a formulação também do esboço ou perfil da estratégia competitiva futura. Há portanto dois processos em andamento: o do raciocínio estratégico e o do perfil estratégico, sendo que este depende daquele. Desse modo, as decisões de departamentos da empresa que estão em sintonia com o raciocínio estratégico serão postas em prática e aquelas que não convergem para ele serão rejeitadas. Daí a necessidade de haver uma comunicação, de cima para baixo, conscientizando os diversos setores a respeito da visão da empresa no futuro, segundo a concepção do presidente, a fim de serem evitadas decisões departamentais que serão descartadas. [[LLL Outro ponto que aquele autor destaca é a necessidade de se diferenciar três tipos de ações: raciocínio estratégico, planejamento estratégico e planejamento operacional. O raciocínio estratégico define o “ que” a empresa deve ser no futuro. Vai dar a moldura para o planejamento estratégico e o planejamento operacional. Tanto este como aquele vão indicar “ como” , isto é, os procedimentos da empresa para que ela se transforme naquilo que o raciocínio estratégico de seu presidente definiu para o futuro. Desse modo, não basta que a empresa defina claramente o raciocínio estratégico, isto é, o seu perfil no futuro; em outras palavras, o que ela quer ser. É necessário também que a questão “ como” chegar lá tenha elevado grau de proficiência por parte dos planejamentos estratégico e operacional. Essas variáveis da estratégia competitiva podem ser representadas num eixo cartesiano ortogonal, conforme a Figura 2. Pode ocorrer uma diversidade de combinações, em razão da variação do grau de proficiência do raciocínio estratégico (o que) e do grau de proficiência dos planejamentos estratégico e operacional (como): O ponto “ A” representa elevado grau de proficiência nas duas variáveis. Assim, a visão do presidente da empresa, com relação ao seu perfil no futuro (o que), tem um perfil muito claro e explicitado às pessoas-chave que lhe são próximas e o gerenciamento dos planos estratégico e operacional é feito com sucesso (como); O ponto “ B” retrata uma situação de incompetência nas duas variáveis. A visão do presidente, em relação ao futuro, está incerta e o gerenciamento operacional não está sendo eficiente. Em outras palavras, a empresa apresenta fraco desempenho operacional e estratégico. FIGURA 2 - GRAU DE PROFICIÊNCIA DO RACIOCÍNIO ESTRATÉGICO E DOS PLANEJAMENTOS ESTRATÉGICO E OPERACIONAL + D A £ B C Operações (como) + £ Estratégia (o que) FONTE: ROBERT, M., (VWUDWpJLD, São Paulo : Negócio, 1998, p. 35. [[LY O ponto “ C” representa elevado grau de proficiência apenas na definição do raciocínio estratégico. O gerenciamento dos planos estratégico e operacional não está sendo competente; O ponto “ D” mostra uma situação inversa da anterior. A definição daquilo que a empresa quer ser no futuro não está bem delineada, está incerta. Há, contudo, um gerenciamento operacional competente. Segundo ROBERT (1998, p. 40), a maioria das empresas (70 a 80%) enquadra-se na situação descrita no ponto “ C” , isto é, são empresas “ [...] eficazes operacionalmente mas nem sempre sabem em que direção estão indo. São empresas da Escola de Administração de Cristóvão Colombo: quando ele partiu, não sabia para onde ia; quando chegou, não sabia onde estava; quando voltou, não sabia dizer onde esteve.” 3RXFDVHPSUHVDVORFDOL]DPVHQDSRVLomRGHVFULWDFRPRVHQGRRSRQWR³$´ LVWRpWrPXPDYLVmRHVWUDWpJLFDEHPGHILQLGDHVmRRSHUDFLRQDOPHQWHHILFD]HV )RUoDV&RPSHWLWLYDV%iVLFDV 3DUD3257(5DHVVrQFLDGDIRUPXODomRGHXPDHVWUDWpJLD FRPSHWLWLYDFRQVLVWHHPUHODFLRQDUDHPSUHVDFRPDLQG~VWULDQDTXDOFRPSHWHDSHVDU GHFRQFRUGDUFRPDLPSRUWkQFLDGHIRUoDVH[WHUQDVjLQG~VWULDGDGRTXHHODVDIHWDPGH PRGRDEUDQJHQWHWRGDVDVHPSUHVDVPDVDPDQHLUDGHOLGDUFRPHVVDVIRUoDVGLIHUHGH HPSUHVDSDUDHPSUHVD 'HQWURGHXPDGHWHUPLQDGDLQG~VWULDHQFRQWUDPVHFLQFRIRUoDV FRPSHWLWLYDVEiVLFDV (QWUDQWHVSRWHQFLDLV 3URGXWRVVXEVWLWXWRV 3RGHUGHQHJRFLDomRGRVFRPSUDGRUHV 3RGHUGHQHJRFLDomRGRVIRUQHFHGRUHV 5LYDOLGDGHHQWUHDVHPSUHVDVFRQFRUUHQWHV [[Y 8PDFRQFOXVmRLQLFLDOpTXHDFRQFRUUrQFLDHPXPDLQG~VWULDYDLDOpPGD VLPSOHVGLVSXWDGHPHUFDGRHQWUHDVHPSUHVDVHVWDEHOHFLGDV$VFLQFRIRUoDV VXSUDFLWDGDVPRVWUDPXPFDPSRGHOXWDPDLVFRPSOH[RHDLQIOXrQFLDGHFDGDXPD GHODVGHSHQGHGHFLUFXQVWkQFLDVSDUWLFXODUHV8PDHPSUHVDSRGHUiSRUH[HPSORHVWDU HPSRVLomRPXLWRFRQIRUWiYHOHPUHODomRDQRYRVHQWUDQWHVPDVSRGHUiVRIUHUIRUWH OLPLWDomRGROXFURHPGHFRUUrQFLDGHSURGXWRVVXEVWLWXWRV $VFLQFRIRUoDVFRPSHWLWLYDVEiVLFDVGHWHUPLQDPRSRWHQFLDOGHOXFURQDV GLIHUHQWHVLQG~VWULDV2QtYHOGHDSURIXQGDPHQWRGRFRQKHFLPHQWRGHFDGDXPDGHODV SRUSDUWHGDVHPSUHVDVpIXQGDPHQWDOSDUDDGRomRGDVHVWUDWpJLDVPDLVFRQYHQLHQWHV SDUDHQIUHQWDUHVVDVIRUoDVRXID]HUFRPTXHHODVMRJXHPDVHXIDYRU$DQiOLVH PLQXFLRVDGDDWXDomRGHVVDVIRUoDVYDLSHUPLWLUTXHDHPSUHVDFRQKHoDTXDLVVmRVHXV SRQWRVIRUWHVHVHXVSRQWRVIUDFRVGDQGRDVVLPXPDYLVmRGDVRSRUWXQLGDGHVTXHHOD WHPHGDVDPHDoDVTXHVRIUH $LQWHQomRGRHPSUHViULRDRLQYHVWLUQXPDLQG~VWULDpREWHUXPUHWRUQR VREUHRFDSLWDOLQYHVWLGRPDLRUGRTXHRUHQGLPHQWRGHWtWXORVGRJRYHUQRDORQJRSUD]R FXMRULVFRVHDFUHGLWDQmRH[LVWLU$FRQFRUUrQFLDDWXDQRVHQWLGRGHUHGX]LUDWD[DGH UHWRUQRGDVHPSUHVDVFXMROLPLWHpRUHWRUQRREWLGRQDKLSyWHVHGHXPDHVWUXWXUDGH PHUFDGRVREFRQFRUUrQFLDSHUIHLWDUHWRUQRHVVHDMXVWDGRSDUDPDLVHPUHODomRDR UHQGLPHQWRGHWtWXORVGRJRYHUQRWHQGRHPYLVWDRULVFRGRLQYHVWLPHQWRQDDWLYLGDGH SURGXWLYD$DWUDomRGRFDSLWDOHVWiUHODFLRQDGDDRDIDVWDPHQWRGDWD[DGHUHWRUQR SURSLFLDGRSHODLQG~VWULDHPUHODomRjWD[DGHUHWRUQRDXIHULGRHPPHUFDGR SHUIHLWDPHQWHFRPSHWLWLYRTXHpRFDVRH[WUHPRGDFRPSHWLomRHVWDEHOHFLGDQXPD LQG~VWULD$VFLQFRIRUoDVFRPSHWLWLYDVEiVLFDVQDPHGLGDHPTXHGHWHUPLQDPD LQWHQVLGDGHGDFRPSHWLomRQDLQG~VWULDGHWHUPLQDPWDPEpPDUHQWDELOLGDGHHPUD]mR GRTXHGLUHFLRQDPRVLQIOX[RVGHLQYHVWLPHQWRVQDVGLYHUVDVLQG~VWULDV 8PDVSHFWRUHOHYDQWHQDGHILQLomRGDHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDpDGLVWLQomR HQWUHIDWRUHVFRQMXQWXUDLVHRVHVWUXWXUDLVTXHH[HUFHPLQIOXrQFLDQDUHQWDELOLGDGHGD LQG~VWULD2VSULPHLURVVmRIDWRUHVGHFXUWRSUD]RSUySULRVGRVFLFORVHFRQ{PLFRV H[SDQVLYRVRXUHFHVVLYRVSRUH[HPSOR2VIDWRUHVHVWUXWXUDLVFDUDFWHUL]DPVHSHORORQJR SUD]RGHVXDLQIOXrQFLDHSHODGLILFXOGDGHGHVHUHPDOWHUDGRV$HVWUDWpJLDFRPSHWLWLYD GHYHWHUVHXPRGHOREDVHDGRQDDQiOLVHHVWUXWXUDOGDLQG~VWULDLVWRpQDLGHQWLILFDomR 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3DUDWHUDGLPHQVmRGRJUDXGDDPHDoDGRVHQWUDQWHVSRWHQFLDLVRWUDEDOKR GHHODERUDomRGDHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDGHYHOHYDUHPFRQWDDDWXDomRGHFDGDXPD GHVVDVEDUUHLUDVGHHQWUDGDQDLQG~VWULDHPTXHVWmR$VHJXLUDSUHVHQWDPVHRV SULQFLSDLVDVSHFWRVGDDWXDomRGDVEDUUHLUDVjVHPSUHVDVHQWUDQWHV a) Economias de Escala 6$1'521,FRQFHLWXDHFRQRPLDGHHVFDODFRPRVHQGRDSURGXomRGH EHQVHPODUJDHVFDODFRPYLVWDVDXPDFRQVLGHUiYHOUHGXomRGHFXVWRV([SOLFDPDLV 6$1'521,S³DVHFRQRPLDVGHHVFDODUHVXOWDPGDUDFLRQDOL]DomR LQWHQVLYDGDDWLYLGDGHSURGXWLYDJUDoDVDRHPSHQKRVLVWHPiWLFRGHQRYRVHQJHQKRV [[YLL WHFQROyJLFRVHGHSURFHVVRVDYDQoDGRVGHDXWRPDomRRUJDQL]DomRHHVSHFLDOL]DomRGR WUDEDOKR´ 2VHOHYDGRVUHFXUVRVGHTXHGLVS}HPDVHPSUHVDVTXHIXQFLRQDPjEDVHGH HFRQRPLDVGHHVFDODJDUDQWHPPHOKRUHVSURFHVVRVHPpWRGRVGHFRQWUROHGHTXDOLGDGH GDSURGXomRHPDLRUXQLIRUPLGDGHQDSDGURQL]DomRGRVSURGXWRVEHPFRPR SRVVLELOLWDPDYDQoRVQDiUHDGHSHVTXLVDHGHVHQYROYLPHQWRGHQRYRVSURGXWRV$ SURGXomRHPJUDQGHTXDQWLGDGHYDLWDPEpPWUD]HUYDQWDJHQVMXQWRDIRUQHFHGRUHVH 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FRPSUDGRUDQmRFRQVLGHUDURVSURGXWRVVXEVWLWXtYHLVHQWUHVL8PDYH]IL[DGDHVVD LPDJHPWRUQDVHSRVVtYHODIL[DomRGHSUHoRDFLPDGRVFRQFRUUHQWHVVHPSHUGDQDIDWLD GHPHUFDGR(VVDSUiWLFDSUHYDOHFHQDLQG~VWULDGHSURGXWRVSDUDEHErVDOLPHQWtFLRV IDUPDFrXWLFRVHOHWURGRPpVWLFRVHFRVPpWLFRV1DLQG~VWULDGHFHUYHMDHVVDWpFQLFDGH GLIHUHQFLDomRpIRUWDOHFLGDFRPDHFRQRPLDGHHVFDODQDSURGXomRPDUNHWLQJH GLVWULEXLomR c) Necessidades de Capital 4XDQGRDHQWUDGDQXPQHJyFLRH[LJHVRPDYXOWRVDGHUHFXUVRVILQDQFHLURVH HVWiDVVRFLDGDDHOHYDGRULVFRFRQILJXUDVHPDLVXPFDVRGHEDUUHLUDSDUDHQWUDQWHV$V [[YLLL GHVSHVDVFRPSXEOLFLGDGHLQLFLDORXDTXHODVUHIHUHQWHVD3'RQGHDVSHUGDVSRGHP WRUQDUVHLUUHFXSHUiYHLVFDUDFWHUL]DPHVVDEDUUHLUD d) Custos de Mudança 7UDWDVHGHFXVWRVGHFRUUHQWHVGDPXGDQoDGRIRUQHFHGRUGHXP GHWHUPLQDGRSURGXWR(VVHVFXVWRVSRGHPFRUUHUWDQWRSRUFRQWDGRIRUQHFHGRUFRPRGD HPSUHVDSURGXWRUDGHXPEHPRXVHUYLoR(OHVGHFRUUHPGHXPDVpULHPXLWRJUDQGHGH IDWRUHVGDQHFHVVLGDGHGHWUHLQDPHQWRGRVHPSUHJDGRVGDQHFHVVLGDGHGHQRYRV HTXLSDPHQWRVDX[LOLDUHVGRWHPSRSDUDWHVWDUQRYRVHTXLSDPHQWRVGDQHFHVVLGDGHGH FULDUQRYRSURMHWRGRSURGXWRSRUH[HPSOR e) Acesso aos Canais de Distribuição (VVDpXPDGLILFXOGDGHFDUDFWHUtVWLFDGHXPDHPSUHVDDLQGDVHPYtQFXORV FRPDUHGHGHVXSHUPHUFDGRVHPFXMDVSUDWHOHLUDVPXLWRGLVSXWDGDVSUHWHQGHFRORFDU XPQRYRSURGXWR2YDUHMLVWDYDLLPSRUXPDVpULHGHYDQWDJHQVFRPRGHVFRQWRYHUEDV SDUDFDPSDQKDGHSXEOLFLGDGHRXDPRVWUDVJUDWXLWDV+iFDVRVHPTXHHVVDEDUUHLUD REULJDDFULDUXPDUHGHGHGLVWULEXLomRSUySULDFRPRIRLRFDVRGDLQG~VWULDGHUHOyJLRV 7LPH[ f) Desvantagens de Custo Independentes de Escala +iXPDVpULHGHYDQWDJHQVTXHQmRSRGHPVHUQLYHODGDVSRUSRWHQFLDLV HQWUDQWHVLQGHSHQGHQWHPHQWHGHVHXWDPDQKRRXGDHVFDODGHSURGXomRSRVVtYHO6mR H[HPSORVGHVVDVYDQWDJHQV 7HFQRORJLDGHIDEULFDomRGRSURGXWRSDWHQWHDGD2GHWHQWRUGDSDWHQWHp R~QLFRDJHQWHTXHSRGHIDEULFDUXVDUYHQGHURXDXWRUL]DUDXWLOL]DomRGR LQYHQWRGXUDQWHXPGHWHUPLQDGRSHUtRGR1R%UDVLOHVVHSHUtRGRpGH TXLQ]HDQRVQRV(VWDGRV8QLGRVpGHGH]HVVHWHDQRV $FHVVRIDYRUiYHOjVPDWpULDVSULPDV7UDWDVHGRFDVRSRUH[HPSORGH XPDHPSUHVDTXHIDEULFDFKDSDVGHJUDQLWRHGHWpPDFRQFHVVmRGH H[SORUDUUHVHUYDVGDPDWpULDSULPDHPORFDOL]Do}HVSULYLOHJLDGDV /RFDOL]Do}HVIDYRUiYHLV(VVDEDUUHLUDSRGHUiSURWHJHUHPSUHVDVMi HVWDEHOHFLGDVTXHRFXSDUDPORFDOL]Do}HVIDYRUiYHLVDQWHULRUPHQWHj [[L[ HOHYDomRGRVSUHoRVSRUIRUoDGRPHUFDGRRTXHOKHVSURSLFLDERD PDUJHPGHUHQWDELOLGDGHSDUDHQIUHQWDUHPSUHVDVHQWUDQWHV 6XEVtGLRVRILFLDLV7UDWDVHGHYDQWDJHPTXHIDYRUHFHHPSUHVDVMi HVWDEHOHFLGDVSRUFRQWDUFRPVXEVtGLRVGRJRYHUQRHFRPDTXDOQmR SRGHUmRFRQWDUIXWXUDVHQWUDQWHV &XUYDGHDSUHQGL]DJHPRXGHH[SHULrQFLD+iLQG~VWULDVHPTXHRVFXVWRV XQLWiULRVGHSURGXomRGHFOLQDPHPUD]mRGDH[SHULrQFLDTXHDHPSUHVD YDLDGTXLULQGRDRORQJRGRWHPSR(VVDH[SHULrQFLDQmRVHOLPLWDj SURGXomRSURSULDPHQWHGLWD(ODSRGHDEUDQJHUGLYHUVDVIXQo}HVPDLV DSHUIHLoRDPHQWRGR³OD\RXW´GHVHQYROYLPHQWRGHHTXLSDPHQWRV PXGDQoDVQRSURMHWRGRSURGXWRWpFQLFDVGHPHGLomRFRQWUROHGH RSHUDo}HVPDUNHWLQJGLVWULEXLomRSRUH[HPSOR6HDHPSUHVDFRQVHJXH PDQWHURPRQRSyOLRGHVVDH[SHULrQFLDHGDGRDFRPSOH[LGDGHGHWRGDVDV IXQo}HVGHSURGXomRDUHGXomRGRFXVWRXQLWiULRGHSURGXomRDVVLP DOFDQoDGRYDLWUDGX]LUVHHPXPDEDUUHLUDSDUDSRVVtYHLVHQWUDQWHV g) Política Governamental )LQDOPHQWHRJRYHUQRSRGHUiLPSHGLUDHQWUDGDGHQRYDVHPSUHVDVQXPD LQG~VWULDDWUDYpVGDLPSRVLomRGHOLFHQoDVGHIXQFLRQDPHQWRRXOLPLWDQGRRDFHVVRD PDWpULDVSULPDV&RQWUROHVGRSDGUmRGHSROXLomRGRDURXGDiJXDHtQGLFHVGH VHJXUDQoDRXHILFLrQFLDGRSURGXWRSRGHUmRFRQVWLWXLUEDUUHLUDVSDUDHPSUHVDV HQWUDQWHVQDPHGLGDHPTXHHVVDVUHJXODPHQWDo}HVGRJRYHUQRSDVVHPDUHSUHVHQWDU DXPHQWRGHFXVWRGHSURGXomR 3URGXWRVVXEVWLWXWRV 3DUD3257(5RVSURGXWRVVXEVWLWXWRVSURYRFDPXPDUHGXomRGR OXFURGHXPDLQG~VWULDHPUD]mRGDDOWHUQDWLYDSUHoRGHVHPSHQKRSRUHOHVRIHUHFLGD 4XDQWRPDLVDWUDWLYDIRUHVVDDOWHUQDWLYDPDLRUVHUiDLQIOXrQFLDGRSURGXWRVXEVWLWXWR QDGHILQLomRGROXFURGDLQG~VWULD8PH[HPSORHVFODUHFHGRUGHVVDLQIOXrQFLDpR VXUJLPHQWRGRVGXFWRVGHPDWHULDOSOiVWLFRTXHSDVVDUDPDVHUODUJDPHQWHXWLOL]DGRVQD FRQVWUXomRFLYLOSRUDSUHVHQWDUHPXPDDWUDWLYDDOWHUQDWLYDSUHoRGHVHPSHQKRHP UHODomRDRVGXFWRVJDOYDQL]DGRV [[[ 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1tYHOPLFUR&RQVLGHUDPVHQHVVHQtYHODVDo}HVGDVHPSUHVDV EXVFDQGRHILFLrQFLDTXDOLGDGHIOH[LELOLGDGHHUDSLGH]GHUHDomRHP RXWUDVSDODYUDVFRQVLGHUDPVHQHVVHQtYHODVDo}HVGHVHQYROYLGDVSHOD HPSUHVDSDUDHQIUHQWDUDVFLQFRIRUoDVFRPSHWLWLYDVH[DPLQDGDVQD VHomR 1tYHOPHVR&RQVLGHUDVHDtDLPSOHPHQWDomRGHSROtWLFDV JRYHUQDPHQWDLVYLVDQGRDRIRUWDOHFLPHQWRGDVFRQGLo}HVGH FRPSHWLWLYLGDGHGDVHPSUHVDVGHXPDLQG~VWULDRXVHWRUHVHVFROKLGRV 6mRH[HPSORVGHDo}HVQHVVHQtYHODVSROtWLFDVGHLQIUDHVWUXWXUD UHJLRQDOHGXFDomRVD~GHTXDOLILFDomRSURILVVLRQDO 1tYHOPDFUR/RFDOL]DPVHQHVVHQtYHODVSROtWLFDVPDFURHFRQ{PLFDV TXHUHVXOWDPHPPHOKRULDGRGHVHPSHQKRGDVHPSUHVDV6mR H[HPSORVSROtWLFDGHFRQFRUUrQFLDSROtWLFDPRQHWiULDSROtWLFD FDPELDOSROtWLFDILVFDOSROtWLFDGHFRPpUFLRH[WHULRU 1tYHOPHWD1HVVHQtYHOHQFRQWUDPVHRVIDWRUHVVRFLRFXOWXUDLVDHVFDOD GHYDORUHVRVSDGU}HVEiVLFRVGDRUJDQL]DomRSROtWLFDMXUtGLFDH HFRQ{PLFDGDVRFLHGDGH$TXDOLILFDomRGHVVHQtYHOpGDGDSHODFRHVmR VRFLDOHSHORVYDORUHVYROWDGRVSDUDRVSURFHVVRVGHPXGDQoDH DSUHQGL]DGR 2SRQWRFHQWUDOGDFRQFHSomRGHFRPSHWLWLYLGDGHVLVWrPLFDSURSRVWDSRU $/7(1%85*HVWiQDFUHQoDGHTXHDFDSDFLGDGHGDHPSUHVDGHGLVSXWDU [OL[ PHUFDGRVpRUHVXOWDGRGRHVIRUoRGDVRFLHGDGHFRPRXPWRGRHQmRDSHQDVGDV XQLGDGHVGHSURGXomR(QILPDFRPSHWLWLYLGDGHpXPFRQFHLWRFRPSOH[RTXHVHUHDOL]D DWUDYpVGDLQWHUDomRGRVDJHQWHVHFRQ{PLFRVQRVTXDWURQtYHLVFRQVLGHUDGRVFRQIRUPH PRVWUDD)LJXUD8PERPGHVHPSHQKRQRVQtYHLVPLFURPDFURHPHVRGHSHQGHGH Do}HVGRHVWDGRQtYHOPHWDTXHYLVHPGRWDUDVRFLHGDGHGRVSDGU}HVEiVLFRVGH RUJDQL]DomRSROtWLFDMXUtGLFDHHFRQ{PLFDSDUDTXHHODVHMDLQWHJUDGDHVHPRELOL]H FULDWLYDPHQWH O ),*85$±)$725(6'(7(50,1$17(6'$(675$7e*,$ &203(7,7,9$6,67Ç0,&$ 1tYHO0HWD 1tY HO0DFUR Política orçamentária Política monetária Política fiscal Política de concorrência Fatores socioculturais Escala de valores Padrões básicos de organização política, jurídica e econômica Capacidade estratégica e política A competitividade realizase através da interação 1tYHO 0HVR Política de infra-estrutura Política educacional Política tecnológica Política de infra-estrutura industrial Política ambiental Política regional Política seletiva de importações 1tYHO0LFUR Capacidade de gestão Estratégias empresariais Gestão da inovação Melhores práticas no ciclo completo de produção (desenvolvimento, produção e comercialização) Integração em redes de cooperação tecnológica Logística empresarial Interação de provedores, produtores e usuários )217(0$&('20DULDQRGH0DWRV'LQkPLFDGHPRJUiILFDFRQGLo}HVVRFLDLVH FRPSHWLWLYLGDGH,Q3(11$-RmR&DPLORFRRUGEm busca do futuro: FRPSHWLWLYLGDGHQR%UDVLO5LRGH-DQHLUR&DPSXVS )DWRUHVTXH,QLEHPD&RPSHWLWLYLGDGH6LVWrPLFDQR%UDVLO 'HDFRUGRFRP0(<(567$0(5DDWXDOUHDOLGDGHEUDVLOHLUD DSUHVHQWDPXLWRVREVWiFXORVSDUDTXHDLQG~VWULDQDFLRQDODWLQMDQtYHLVVDWLVIDWyULRVGH &RPSHWLWLYLGDGH6LVWrPLFD2VSULQFLSDLVIDWRUHVTXHLQLEHPRDYDQoRSDUDXP GHVHPSHQKRPHOKRUVmR 'HVDUWLFXODomRHQWUHRSRGHUH[HFXWLYRHROHJLVODWLYR OL (VWUXWXUDVFRUSRUDWLYLVWDVWUDGLFLRQDLV )DOWDGHFRQILDQoDQRJRYHUQR 3UHFDULHGDGHGRVLVWHPDGHLQRYDo}HV (OHYDGRQtYHOGHGHVRUJDQL]DomRGDEXURFUDFLD 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DoRDYL}HVIHUWLOL]DQWHVH[WUDLUPLQpULRVHWFFRPRQRVHWRUGHSUHVWDomRGHVHUYLoRV HVSHFLDOPHQWHWHOHFRPXQLFDo}HVHQHUJLDVHJXURWUDQVSRUWHHVDQHDPHQWR (VVDVPXGDQoDVWURX[HUDPDOpPGDUHGXomRGDSUHVHQoDGR(VWDGRQD HFRQRPLDXPDFRQVLGHUiYHODOWHUDomRGDLQIOXrQFLDGDVFRUSRUDo}HVTXHUHSUHVHQWDYDP RLQWHUHVVHGRVIXQFLRQiULRVGDVHPSUHVDVHVWDWDLVSULYDWL]DGDVHVSHFLDOPHQWHDWUDYpV GDVFRQWULEXLo}HVDRVIXQGRVGHSUHYLGrQFLDSULYDGDHPYDORUHVIRUDGRVOLPLWHV HVWDEHOHFLGRVHPOHL1mRREVWDQWHRSRGHUGHVVDVFRUSRUDo}HVHVWDUHPVHUHGX]LQGRFRP RSURFHVVRGHUHGHILQLomRGRSDSHOGR(VWDGRQDHFRQRPLDRFRUSRUDWLYLVPRDLQGDHVWi SUHVHQWHHPGLYHUVRVVHWRUHVFRQIRUPHDUJ~L&$0326SDRFRPHQWDU LQIOXrQFLDGHDVVRFLDo}HVSURILVVLRQDLVQD5HIRUPDGH-XGLFLiULR OLLL $2UGHPGRV$GYRJDGRVGR%UDVLOD$VVRFLDomR1DFLRQDOGRV0DJLVWUDGRVGR7UDEDOKRH D$VVRFLDomRGRV0DJLVWUDGRV%UDVLOHLURVHVWmRGDQGRDRSDtVQHVWHPRPHQWRXP GRVSLRUHVHPHQRVGHIHQViYHLVH[HPSORVGHFRUSRUDWLYLVPRGDQRVRDRLQWHUHVVH JHUDO>@$2$%FRQVHJXLXDIDoDQKDGHVHUPHQFLRQDGDWUrVYH]HVQD&RQVWLWXLomR GHeWDOYH]R~QLFRFDVRQRPXQGRHPTXHXPFOXEHGHSURILVVLRQDLVFRQVHJXLX VDFUDOL]DomRQRWH[WRFRQVWLWXFLRQDO>@2-XGLFLiULRpKRMHQDXQDQLPLGDGHGR VHQWLPHQWRGRSDtVXPDGHQRVVDVPDLVLQHILFLHQWHVLQVWLWXLo}HV>@ As coisas, como estão hoje, conspiram perigosamente contra a expansão e o funcionamento ótimo da economia brasileira.JULIRQRVVR $UHGHILQLomRGRSDSHOGR(VWDGRWHPWUD]LGRWDPEpPSRUVHXWXUQRXPD GLILFXOGDGHQRUHODFLRQDPHQWRGRSRGHUS~EOLFRFRPRUJDQL]Do}HVFRUSRUDWLYDVTXHU SHODVLQGHILQLo}HVRXSRVLomRDPEtJXDHPUHODomRDGHWHUPLQDGDVSROtWLFDVGRJRYHUQR 'RODGRHPSUHVDULDOHQFRQWUDPVHVHWRUHVTXHWrPDFKDGRGLItFLOGHVHQYROYHUSRVLo}HV SROtWLFDVFODUDVWHQGRHPYLVWDGLYHUJrQFLDVGHLQWHUHVVHV+iHPSUHVDVTXHHVSHUDPVH EHQHILFLDUGDDEHUWXUDGRPHUFDGRDWUDYpVGDRIHUWDGHLQVXPRVGHTXDOLGDGHPHOKRUH SUHoRVPHQRUHV0DVKiWDPEpPDTXHODVTXHVHRS}HPUDGLFDOPHQWHDRSURFHVVRSRU WHPRUjFRQFRUUrQFLD'RODGRGRWUDEDOKDGRUD&87TXHUHSUHVHQWDFHUFDGHGRV HPSUHJDGRVQRVHWRUIRUPDOGDHFRQRPLDYrDHVWDELOL]DomRGDHFRQRPLD£TXH 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GHFRPSHWLWLYLGDGHLQWHUQDFLRQDO 1RVDQRVRFRUUHXUD]RiYHODXPHQWRQRVLQYHVWLPHQWRVHP3'SDVVDQGR GH86ELOK}HVHPSDUD86ELOK}HVGR3,%HP$SHVDUGHVVH VDOWRDGLIHUHQoDHPUHODomRDRHVIRUoRGHHFRQRPLDVPDLVDYDQoDGDVFRQWLQXDJUDQGH $VVHWHHFRQRPLDVPDLVGHVHQYROYLGDV(VWDGRV8QLGRV-DSmR$OHPDQKD)UDQoD5HLQR 8QLGR,WiOLDH&DQDGiWLYHUDPQRWULrQLRJDVWRVQDiUHDGHGHVHQYROYLPHQWR WHFQROyJLFRTXHVRPDUDP86ELOK}HVHTXLYDOHQWHVDGR3,% OYL FIGURA 5 – DISPÊNDIO NACIONAL EM C&T Anos 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 138. Governo 1,90 2,07 1,69 1,69 2,15 2,54 2,78 2,74 2,47 2,52 Dispêndios totais em US$ bilhões Estatais Emp.privadas Total 0,22 0,27 2,39 0,29 0,26 2,62 0,23 0,21 2,13 0,19 0,28 2,16 0,30 0,25 2,70 0,35 0,31 3,20 0,36 0,32 3,46 0,33 0,28 3,35 0,33 0,28 3,08 0,33 0,31 3,16 % do PIB 0,72 0,78 0,66 0,63 0,73 0,81 0,84 0,82 0,73 0,80 FONTE: ROSSETTI, José Paschoal. ,QWURGXomR j HFRQRPLD, São Paulo : Atlas, 1997, p. 20LQLVWpULRGD&LrQFLDH7HFQRORJLDGHXDSRLRLQVWLWXFLRQDODXP LPSRUWDQWHWUDEDOKRLQWLWXODGR(VWXGRGD&RPSHWLWLYLGDGHGD,QG~VWULD%UDVLOHLUD² (&,%UHDOL]DGRHPDWUDYpVGHFRQVyUFLRGHGLYHUVDVLQVWLWXLo}HVQDFLRQDLV 8QLYHUVLGDGH(VWDGXDOGH&DPSLQDV8QLYHUVLGDGH)HGHUDOGR5LRGH-DQHLUR)XQGDomR 'RP&DEUDO)XQGDomRGR&RPpUFLR([WHULRUHQWUHRXWUDV³2(&,%FRQVWLWXLVHQXP YDOLRVRLQVWUXPHQWRGHSROtWLFDHSODQHMDPHQWRSDUDRGHVHQYROYLPHQWRHFRQ{PLFR DSUHVHQWDQGRXPDPSORGLDJQyVWLFRGRVHWRULQGXVWULDOEUDVLOHLURVREDyWLFDGD FRPSHWLWLYLGDGHDOpPGHSURSRVWDVSDUDDo}HVIXWXUDVQDiUHDGDFLrQFLDHWHFQRORJLD´ 3(11$S &RQFOXVLYDPHQWHDSUHFDULHGDGHGHXPVLVWHPDGHLQRYDomRVHH[SOLFD DLQGDSHODVIUHTHQWHVGLILFXOGDGHVSRUTXHYHPSDVVDQGRDHFRQRPLDEUDVLOHLUD9LD GHUHJUDRHQFDPLQKDPHQWRGDVVROXo}HVGHVVDVGLILFXOGDGHVLPS}HFRUWHV RUoDPHQWiULRVGRJRYHUQR&RPRRVLQYHVWLPHQWRVQDiUHDGH&7H3'WrPXPORQJR SUD]RGHPDWXUDomRHVmRVRERSRQWRGHYLVWDGHUHIOH[RVVRFLDLVSRXFRSHUFHSWtYHLVH VRPDQGRVHDLVVRRSRXFRSRGHUGHSUHVVmRGRVVHWRUHVYLQFXODGRVjiUHDWRUQDPVH YHUEDVTXHHQFDEHoDPDUHODomRGRVFRUWHVRUoDPHQWiULRVDTXDOTXHUGLILFXOGDGH HFRQ{PLFDTXHLPSRQKDUHGXomRGHJDVWRVJRYHUQDPHQWDLV)RLFRPRVHDQDOLVRXRTXH DFRQWHFHXQDGpFDGDGHHRTXHYHPDFRQWHFHQGRSUHVHQWHPHQWHDSDUWLUGDFULVH FDPELDOGHMDQHLURGH (OHYDGRJUDXGHGHVRUJDQL]DomRGDEXURFUDFLD OYLL 2VHUYLoRS~EOLFREUDVLOHLURGHPRGRJHUDOpLQHILFLHQWHHWHPEDL[RJUDXGH UHVSRQVDELOLGDGH$IDOWDGHWUDQVSDUrQFLDQRVSURFHVVRVGHUHFUXWDPHQWRGH IXQFLRQiULRVDSUHYLVLELOLGDGHGDFDUUHLUDDHVWDELOLGDGHGRHPSUHJRVmRIDWRUHVTXH UHGX]HPRFRPSURPHWLPHQWRGRVHUYLGRUHSURYRFDPVXDDFRPRGDomR 'LILFXOGDGHVHPGHVHQYROYHUSROtWLFDVFULDWLYDVUHJLRQDLV 6HJXQGR0(<(567$0(5REVHUYDVHXPDWHQGrQFLDGHVXUJLPHQWR GHVHWRUHVLQGXVWULDLVHVSHFtILFRVHPGHWHUPLQDGDViUHDVJHRJUiILFDVGR%UDVLOeRFDVR SRUH[HPSORGDSURGXomRGHVDSDWRVIHPLQLQRVQR9DOHGR6LQRVQR5LR*UDQGHGR6XO GDSURGXomRGHVDSDWRVSDUDKRPHQVHFULDQoDVHP)UDQFDH%LULJLUHVSHFWLYDPHQWH (VWDGRGH6mR3DXORGDSURGXomRGHFHUkPLFDHP&ULFL~PD(VWDGRGH6DQWD &DWDULQDGDFRQFHQWUDomRGDLQG~VWULDDXWRPRELOtVWLFDHGHEHQVGHFDSLWDODRUHGRUGD FDSLWDOSDXOLVWDGDSURGXomRSHWURTXtPLFDHP&XEDWmR(VWDGRGH6mR3DXORH &DPDoDUL%DKLD 2TXHFDUDFWHUL]DHVVDVDWLYLGDGHVQmRVmRVRPHQWHDVDJORPHUDo}HVGH LQG~VWULDVQHVVDVUHJL}HVPDVWDPEpPRVXUJLPHQWRGHXPDUHGHGHUHODo}HVHQWUH DTXHODVHPSUHVDVHRVVXSULGRUHVGHPDWpULDVSULPDVHPSUHVDVIRUQHFHGRUDVGHEHQV GHFDSLWDORXGHVHUYLoRVHVSHFLDOL]DGRV$VSROtWLFDVLQGXVWULDLVQHVVHVFDVRVVXUJHPGH LQLFLDWLYDVGHLQWHUHVVHVOLJDGRVDHVVDVUHJL}HVHQmRGRJRYHUQRFHQWUDO6RERSRQWRGH YLVWDGDFRPSHWLWLYLGDGHVLVWrPLFDHVVDVLQG~VWULDVSRGHUmRHQIUHQWDUGLILFXOGDGHVSRU IDOWDGDVLQWRQLDFRPRJRYHUQRIHGHUDOTXHSRUYH]HVIRUPXODPHGLGDVTXHFRORFDPHP ULVFRDVREUHYLYrQFLDGHVVDVHPSUHVDVDH[HPSORGDDEUXSWDPXGDQoDGDSROtWLFDGH FRPpUFLRH[WHULRUGR3ODQR5HDO 2XWURSRQWRTXHGLILFXOWDDDGRomRGHPHGLGDVHPEHQHItFLRGHVVDVLQG~VWULDV pDULYDOLGDGHHQWUHDVGLYHUVDVIRUoDVSROtWLFDVUHJLRQDLVFRPDQGDGDVTXHVmRSRU ROLJDUTXLDV3RULVVRTXDOTXHULQLFLDWLYDYLVDQGRDEHQHILFLDUXPGHWHUPLQDGRVHWRU SRGHUiHQIUHQWDUREVWiFXORVSRUFRQWDGDSUHRFXSDomRTXHRSROtWLFRWHPHPHYLWDUR DXPHQWRGDLQIOXrQFLDUHJLRQDOGRVHXULYDO 2%UDVLOQR5DQNLQJ0XQGLDOGH&RPSHWLWLYLGDGH OYLLL $WHQGrQFLDGHJOREDOL]DomRGDVHFRQRPLDVQDFLRQDLVGHVWDFDDLPSRUWkQFLD GHXPUHODWyULRDQXDOTXHDSUHVHQWDDFODVVLILFDomRGRVSDtVHVHPIXQomRGD FRPSHWLWLYLGDGH7UDWDVHGRREMHWRGHHVWXGRGHGXDVFRQFHLWXDGDVLQVWLWXLo}HVR :RUOG(FRQRPLF)RUXP:()HR,QWHUQDWLRQDO,QVWLWXWHIRU0DQDJHPHQW 'HYHORSPHQW,0'$6HFUHWDULDGH'HVHQYROYLPHQWR7HFQROyJLFRGR0&7HP SDUFHULDFRPD)XQGDomR'RP&DEUDOFRPRSURSyVLWRGHPHOKRUDUDTXDOLGDGHGRV GDGRVHVWDWtVWLFRVQDFLRQDLVXWLOL]DGRVQDHODERUDomRGRUHIHULGRUHODWyULRHQJDMRXVH QHVVHWUDEDOKR$OpPGHVVHSURSyVLWRRXWURVMXVWLILFDPHVVHHQWURVDPHQWRFRPSUHHQGHU DPHWRGRORJLDXWLOL]DGDSHODVUHIHULGDVLQVWLWXLo}HVFDSDFLWDUUHFXUVRVKXPDQRVSDUD GHVHQYROYHUQRSDtVWUDEDOKRVVHPHOKDQWHVFRPXPHQIRTXHQDFLRQDORXUHJLRQDOGH PRGRDUHIOHWLUDUHDOLGDGHVRFLDOSROtWLFDHHFRQ{PLFD OL[ Figura 6 - Ranking Mundial da Competitividade 1998/99 Competitividade 1999 1998 SXUD &RQJ País PEXUJR GD GLD KD R XHOD WLQD GLD QKD =HOkQGLD D iOLD D JD 8QLGR Q Gi Índice 1998 RV8QLGRV Índice 1999 )217(7$&+,1$5',0DULD+HOHQD%UDVLOFDLQRUDQNLQJPXQGLDOGH FRPSHWLWLYLGDGHGazeta Mercantil6mR3DXOR&DG$MXOS 2UHODWyULRGR)yUXP(FRQ{PLFR0XQGLDOSXEOLFDGRHPMXOKRGH FRORFDR%UDVLOQROXJDUQRUDQNLQJPXQGLDOGHFRPSHWLWLYLGDGHFRQIRUPHD)LJXUD Para avaliar o grau de competitividade dos países, os analistas do Fórum, com sede em Davos, Suíça, contaram com a colaboração de dois importantes economistas, Jeffrey Sachs, do Centro para o Desenvolvimento Internacional de Harvard e Michael Porter, da O[ Harvard Business School. O levantamento dos índices leva em consideração uma diversidade de critérios: inflação, sofisticação dos mercados financeiros, investimentos privados em infraestrutura, uso da Internet, transferência de tecnologia, dias de trabalho perdidos devido a conflitos trabalhistas, taxa de desemprego, custos de disputas judiciais, controle de capitais, tarifas e cotas, barreiras disfarçadas à importação, volatilidade das taxas de câmbio, burocracia oficial, evasão fiscal, participação do setor privado nocrédito doméstico, taxa de juros, infra-estrutura financeira, estradas, serviço de telefonia internacional, telefones celulares, gastos empresariais com pesquisa e desenvolvimento, sofisticação tecnológica, anos de escolaridade, confiança em políticos honestos, pagamento de propinas, e eficiência da força policial. 2%UDVLOWHYHFODVVLILFDomRUXLPQRVTXHVLWRVWD[DGHPDWUtFXODQDHVFROD VHFXQGiULDHWD[DGHMXURVSRVLomR)RLFODVVLILFDGRHPOXJDUQRTXHVLWR DEHUWXUDHQROXJDUQRTXHVHUHIHUHDRJRYHUQROXJDUHPPDWpULDGHILQDQoDVH OXJDUHPLQIUDHVWUXWXUD2VTXHVLWRVHPTXHR%UDVLOWHYHPHOKRUFODVVLILFDomR IRUDPWHFQRORJLDHDGPLQLVWUDomR $PHOKRULDGDSRVLomRGR%UDVLOQRUDQNLQJPXQGLDOGDSURGXWLYLGDGH GHSHQGHGHVXDFDSDFLGDGHGHDYDQoDUUHODWLYDPHQWHDRXWURVSDtVHVQDLQFRUSRUDomR GHLQRYDo}HVWHFQROyJLFDVQDSURGXomRHQDSUHVWDomRGHVHUYLoRVWDUHIDTXHUHTXHU LQYHVWLPHQWRVQDiUHDGH3' &RPSHWLWLYLGDGH6LVWrPLFD&DWDULQHQVH $VGLILFXOGDGHVTXHJUDQGHQ~PHURGHLQG~VWULDVFDWDULQHQVHVSDVVDUDPD HQIUHQWDUHPGHFRUUrQFLDGDDGRomRGR3ODQR5HDOGHVSHUWDUDPQRkPELWRGD),(6& RLQWHUHVVHHPFRQKHFHUDWUDYpVGHXPWUDEDOKRWHFQLFDPHQWHSURILVVLRQDORQRYR DPELHQWHGHFRPSHWLomRGDVHPSUHVDVQDGLItFLOIDVHGHWUDQVLomRGHXPPRGHORGH GHVHQYROYLPHQWRLQGXVWULDOYROWDGRSDUDRPHUFDGRLQWHUQRSDUDXPPRGHORGH FRPSHWLomRLQWHUQDFLRQDO&RPHVVHREMHWLYRR,QVWLWXWR(XYDOGR/RGLSURPRYHXD HODERUDomRGHXPDSHVTXLVDFRRUGHQDGDSHOR'U-|UJ0(<(567$0(5GR ,QVWLWXWR$OHPmRGH'HVHQYROYLPHQWRYLVDQGRDFRQKHFHUDVLWXDomRGDVLQG~VWULDV FDWDULQHQVHVQRTXHGL]UHVSHLWRjFRPSHWLWLYLGDGHVLVWrPLFD $SUHVHQWDPVHDVHJXLUFRQVWDWDo}HVUHOHYDQWHVGRUHIHULGRWUDEDOKRQR FRQWH[WRGHVWDSHVTXLVD O[L D$VLQG~VWULDVFDWDULQHQVHVFDUDFWHUL]DPVHSRUIRUWHVHJPHQWDomRSyORV LQGXVWULDLVHDVHPSUHVDVQDVXDJUDQGHPDLRULDWrPVHGHORFDOp UHGX]LGRRQ~PHURGHHPSUHVDVHVWDWDLVRXHVWUDQJHLUDV'HVVHPRGRRV SROtWLFRVHDVDVVRFLDo}HVLQGXVWULDLVGDVGLYHUVDVUHJL}HVGHYHPDWXDUQR VHQWLGRGHIRUWDOHFHURSRWHQFLDOFRPSHWLWLYRDQtYHOORFDOHUHJLRQDO OHYDQGRHPFRQWDDVRSRUWXQLGDGHVHDVSUHVV}HVDILPGHHYLWDUTXHD FUHVFHQWHH[SRVLomRjFRPSHWLomRSRQKDHPULVFRDSURVSHULGDGHGDV UHJL}HVSyORVPXLWRGHSHQGHQWHTXHpGRGHVHPSHQKRLQGXVWULDO8P FRQVHQVRGRVSDUFHLURVSROtWLFRVHDVVRFLDo}HVLQGXVWULDLVQHVVDGLUHomR GHYHVHUPHQRVFRPSOH[RGRTXHDTXHOHGHUHJL}HVTXHVHFDUDFWHUL]DPSRU IRUWHKHWHURJHQHLGDGHGHLQG~VWULDV E2H[DPHSDUDDIHULUDFRPSHWLWLYLGDGHVLVWrPLFDGDLQG~VWULDFDWDULQHQVH OHYRXHPFRQWDRVIDWRUHVGHWHUPLQDQWHVDQDOLVDGRVQDVHomRRXVHMD QRQtYHOPLFURDVUHODo}HVLQWHUHLQWUDHPSUHVDQRQtYHOPHVRDV 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FRPPDLVIDFLOLGDGHGHSURGXWRVLPSRUWDGRVpDVLWXDomRGH³VDQGXtFKH´ O[LL HPTXHILFDPDVHPSUHVDVFDWDULQHQVHVVHPXPSRVLFLRQDPHQWR HVWUDWpJLFREHPHODERUDGRGHXPODGRRVHJPHQWRGHPHUFDGRGH SURGXomRHPPDVVDH[HUFHQGRDFRQFRUUrQFLDSHORSUHoRQRTXDODV HPSUHVDVFDWDULQHQVHVQmRWrPFRPRFRPSHWLUGHYLGRDIDWRUHVTXH H[HUFHPLPSDFWRQRVFXVWRVGHSURGXomRGHRXWURODGRRVHJPHQWRPDLV VRILVWLFDGRRGDPRGDTXHDWHQGHDJUXSRVGHFOLHQWHVVHOHFLRQDGRVFXMD H[LJrQFLDSRUHQTXDQWRHVWiDFLPDGDFDSDFLGDGHGHVDWLVIDomRSRUSDUWH GDLQG~VWULDFDWDULQHQVH6REUHHVVDVLWXDomRDUJ~L0(<(567$0(5 S >@XPDGHFLVmRSHODYDULDQWHGHFRPSHWLWLYLGDGHDVVLPFKDPDGDORZURDGPmRGH REUDEDUDWDHSURGXomRHPPDVVDQmRpPXLWRSURPLVVRUDSDUD6DQWD&DWDULQD SHORDOWRQtYHOGHVDOiULRMiDWLQJLGRQR(VWDGRHSHODQDWXUH]DGDVHPSUHVDVDTXL LQVWDODGDV3RURXWURODGRRVHWRUFDWDULQHQVHDLQGDQmRDWLQJLXRQtYHOTXHOKH JDUDQWDXPDFRPSHWLWLYLGDGHQDYDULDQWHKLJKURDGYDQWDJHQVFRPSHWLWLYDV GLQkPLFDVDWUDYpVGHIDWRUHVHVSHFtILFRVGLILFLOPHQWHUHSOLFiYHLVHPRXWURVORFDLV HSDUDDWLQJLUHVWHVQtYHLVGHFRPSHWLWLYLGDGHVmRQHFHVViULRVHVIRUoRV 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)RUPXODomRGHHVWUDWpJLDVLQGXVWULDLVFRQMXQWDVSDUDDVUHJL}HV YLVDQGRDGHVHQYROYHURHVStULWRGHFRRSHUDomR3URJUDPDVGH DOIDEHWL]DomRHTXDOLILFDomRGRVWUDEDOKDGRUHVHGHSURWHomRDPELHQWDO SRGHPVHUyWLPDVLQLFLDWLYDVQHVVHVHQWLGR (VSHFLILFDPHQWHSDUDRVHWRUWr[WLOHGRYHVWXiULRGR9DOHGR,WDMDtIRUDP VXJHULGDVDVVHJXLQWHVLQLFLDWLYDV &ULDomRGHXPSURJUDPDHGXFDWLYRSDUDRFRQVXPLGRUYLVDQGRDHQVLQi ORDID]HUDGLVWLQomRHQWUHURXSDGHDOWDHEDL[DTXDOLGDGH(VVHWUDEDOKR SRGHUiVHUIHLWRDWUDYpVGHPHLRVGHFRPXQLFDomRGHPDVVD$ FRQVFLHQWL]DomRGDTXDOLGDGHSRUSDUWHGRFRQVXPLGRUWRUQDVHDVVLP XPIDWRUSRVLWLYRGHFRQFRUUrQFLDXPDYH]TXHDVSURGXo}HVORFDLVVmR FRQVLGHUDGDVSHORVHVSHFLDOLVWDVGHDOWDTXDOLGDGH &ULDomRGHXPQ~FOHRRXLQVWLWXWRGHSHVTXLVDGHPHUFDGRQXPHVIRUoR FRQMXQWRGDVDVVRFLDo}HVGHHPSUHVDVGDUHJLmR%OXPHQDX%UXVTXHH -DUDJXiGR6XOYLVDQGRDID]HUXPDMXVWHPHOKRUHQWUHDRIHUWDHD GHPDQGD &ULDomRGHREVHUYDWyULRVGRVSULQFLSDLVPHUFDGRVWr[WHLVHGRYHVWXiULR HVWUDQJHLURVYLVDQGRDRDFRPSDQKDPHQWRGDVWHQGrQFLDVGHVVHV O[[ PHUFDGRVQRTXHGL]UHVSHLWRjVYHQGDVGHVLJQWHFQRORJLDGHIDEULFDomR HGHSURGXWR &ULDomRGR)yUXP³&RPpUFLR7r[WLO´FRPRREMHWLYRGHFRQVFLHQWL]DU RHPSUHViULRGDVSURYiYHLVPXGDQoDVTXHIDWDOPHQWHYmRRFRUUHUQD FRPHUFLDOL]DomRGHURXSDVQR%UDVLOHPUD]mRGDHQWUDGDQRPHUFDGRGH JUDQGHVFDGHLDVHVWUDQJHLUDVGHYHQGDV 0HOKRULDGDVSUiWLFDVJHUHQFLDLVDWUDYpVGHFXUVRVGHWUHLQDPHQWRVREUH JHUHQFLDPHQWRILQDQFHLURHGHFXVWRVEHPFRPRFXUVRVGHDWXDOL]DomR JHUHQFLDO &RQFOXVLYDPHQWHVHJXHPVXJHVW}HVHODERUDGDVSHODHTXLSHGRHVWUDWHJLVWD 0(<(567$0(5HPTXHD8QLYHUVLGDGH5HJLRQDOGH%OXPHQDXpFRQYRFDGDD SDUWLFLSDUHPSDSHOGHSURWDJRQLVWD &ULDomRGHXPODERUDWyULRSDUDDQiOLVHGHTXDOLGDGHQDWLQWXUDULD YLQFXODGRDR,QVWLWXWRGH3HVTXLVDV7HFQROyJLFDVGD)85%(VVDVXJHVWmR pPRWLYDGDSHORJUDQGHQ~PHURGHHPSUHVDVTXHVHTXHL[DPGDTXDOLGDGH GHFRUDQWHVHDSHVDUGLVVRQmRKiXPODERUDWyULRORFDOTXHSRVVDID]HUD DQiOLVHGHVVHSURGXWRVLVWHPDWLFDPHQWH &ULDomRGHXPFXUVRGHHQJHQKDULDWr[WLOQD)85%eFXULRVRTXHQXP HOHQFRHPWRUQRGHWULQWDFXUVRVD,QVWLWXLomRDLQGDQmRFRQWHFRPDTXHOH VXJHULGR-iKRXYHWHQWDWLYDVGHFULDomRGHFXUVRGDTXHODiUHDPDV LQH[SOLFDYHOPHQWHIUDFDVVDUDPeXPDLGpLDTXHGHYHUiQRYDPHQWHVHU FRJLWDGDHPyUJmRVFRPSHWHQWHVGDLQVWLWXLomRWHQGRHPYLVWDD LPSRUWkQFLDGDLQG~VWULDWr[WLOSDUDDHFRQRPLDEOXPHQDXHQVH &ULDomRGHXP)yUXPGH(VWUDWpJLDGD,QG~VWULD7r[WLO2VSUREOHPDVTXH DUHJLmRGR9DOHGR,WDMDtYHPHQIUHQWDQGRMiIRUDPH[SHULPHQWDGRVHP RXWUDVSDUWHVGRPXQGR$VVROXo}HVTXHRVGLYHUVRVSDtVHVHQFRQWUDUDP SDUDVXSHUiODVSRGHPID]HUOX]HVTXHLQGLFDUmRRFDPLQKRDVHUVHJXLGR SHODVHPSUHVDVORFDLV(VVH)yUXPGHYHUiHQYROYHUDDGPLQLVWUDomR PXQLFLSDODVVRFLDo}HVGHHPSUHVDVVLQGLFDWRVHD)85% O[[L &/867(5 'HQWUHDVPXGDQoDVSURYRFDGDVSHODUHYROXomRWHFQROyJLFDTXHQDV~OWLPDV GpFDGDVYHPWUDQVIRUPDQGRDEDVHWpFQLFDGHSURGXomRDWUDYpVHVSHFLDOPHQWHGD GLIXVmRGDVPiTXLQDVIHUUDPHQWDVIOH[tYHLVGHVWDFDVHDVXEVWLWXLomRGRPRGHOR ³WD\ORULVWDIRUGLVWD´£FHQWUDGRQDSURGXomRHPPDVVDGHSURGXWRVSDGURQL]DGRV£ SHORPRGHOREDVHDGRQD³HVSHFLDOL]DomRIOH[tYHO´TXHpFDSD]GHUHVSRQGHUPDLV IDFLOPHQWHjVPXGDQoDVLPSRVWDVSHORDFHOHUDGRULWPRGDVLQRYDo}HV A prevalência do novo modelo decorre das vantagens que ele oferece diante de desdobramentos da revolução tecnológica: alterações das relações intra e interfirmas, mudanças competitivas, diversificação das linhas de produtos, desintegração vertical, alterações nos tamanhos de plantas, novos ramos industriais, novas qualificações, alterações no perfil da demanda. A respeito, argúi SOUZA (1995, p. 61-62): $GLIXVmRGDVPiTXLQDVIHUUDPHQWDVIOH[tYHLVIDFLOLWRXDGLIHUHQFLDomRGHSURGXWRVH IDYRUHFHXXPDQRYDGLYLVmRGHWUDEDOKRHQWUHSODQWDVJUDQGHVHSHTXHQDV(QWUHDV JUDQGHVYHULILFRXVHXPDWHQGrQFLDDRGHVORFDPHQWRGDSURGXomRHPPDVVDSDUDD SURGXomRHPORWHVHHVSHFLDOL]DomRHPSRXFRVSURGXWRVHQWUHDVSHTXHQDV YHULILFRXVHXPDH[SDQVmRFRPRIRUQHFHGRUDVGDVJUDQGHV$FUHVFHQWHVHTXHDV UHODo}HVIRUQHFHGRUHVFOLHQWHVHYROXtUDPIUHTHQWHPHQWHSDUDUHODo}HVGH FRODERUDomRPDLVHVWUHLWDVREDIRUPDGHUHGHV &RQFHLWRGH&OXVWHU 2FRQFHLWRGHFOXVWHURXDJORPHUDGRVHJXQGR58$6>FD@WHPRULJHP HPWUDEDOKRSLRQHLURGH3LRUHH6DEHOQRTXDOVHFRQVWUXLXSHODSULPHLUDYH]DQRomR GHHVSHFLDOL]DomRIOH[tYHOFRPRHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDSDUDTXHDVHPSUHVDVSXGHVVHP DGDSWDUVHjVUiSLGDVPXGDQoDVFRPDVTXDLVRVDJHQWHVHFRQ{PLFRVSDVVDUDPDVH GHSDUDU3DUDHOHRFOXVWHUFRQVLVWHQXPFRQMXQWRGHILUPDVJHRJUDILFDPHQWH FRQFHQWUDGDVDWXDQGRQXPPHVPRVHJPHQWRLQGXVWULDODRQGHVLFSUHGRPLQDP SHTXHQDVHPpGLDVHPSUHVDVFXMDVFDUDFWHUtVWLFDVGHFRUUHPGDOyJLFDGDHVSHFLDOL]DomR IOH[tYHO(VVDVFDUDFWHUtVWLFDVVmR O[[LL (VSHFLDOL]DomRGDSURGXomRHQWUHILUPDVGLIHUHQWHVDRQtYHOGDGLYLVmR YHUWLFDOGDFDGHLDSURGXWLYDHQYROYHQGRSURGXWRUHVGHWRGRVRVWLSRV IRUQHFHGRUHVLQGXVWULDLVPDWpULDVSULPDVFRPSRQHQWHVPiTXLQDV IRUQHFHGRUHVGHVHUYLoRVFRPpUFLRH[SRUWDomRILQDQFLDPHQWRDSRLR WHFQROyJLFR *UDQGHIOH[LELOLGDGHGHTXDQWLGDGHHGLIHUHQFLDomR )LUPDVGLIHUHQWHVGLYLGHPDSURGXomRDRQtYHOKRUL]RQWDODWUDYpVGH VXEFRQWUDWDomRHFRPSOHPHQWDULGDGH 2VFRPSOH[RVGHPDLRUVXFHVVRFRQFRUUHPHPRXWUDVGLPHQV}HVDOpPGR SUHoR $VHPSUHVDVQmRFRQWDPFRPDSURWHomRDQRYRVHQWUDQWHVQRPHUFDGR $FHVVRDUHGHVGHLQIRUPDo}HVHGHVHUYLoRV 3257(5WHPXPDYLVmRPDLVDEUDQJHQWHGHFOXVWHU$OpPGD FRQFHQWUDomRGHHPSUHVDVLQWHUUHODFLRQDGDVRFOXVWHULQFOXLDPRQWDQWHVXSULGRUHV HVSHFLDOL]DGRVGHLQVXPRVWDLVFRPRFRPSRQHQWHVPDTXLQDULDVDOpPGHSURYHGRUHVGH VHUYLoRVHVSHFLDOL]DGRVGHLQIUDHVWUXWXUDDMXVDQWHLQFOXLGLVWULEXLGRUHVHFOLHQWHVH ODWHUDOPHQWHH[LVWHPOLJDo}HVFRPHPSUHVDVSURGXWRUDVGHEHQVFRPSOHPHQWDUHVRX HPSUHVDVTXHVHUHODFLRQDPHPUD]mRGDKDELOLGDGHWHFQRORJLDVRXLQVXPRVFRPXQV )LQDOPHQWHRFOXVWHULQFOXLWDPEpPRJRYHUQRLQVWLWXLo}HVFRPRXQLYHUVLGDGHV SURYHGRUHVGHWUHLQDPHQWRSURILVVLRQDOIRUQHFHGRUHVGHLQIRUPDo}HVHVSHFLDOL]DGDVH VXSRUWHWpFQLFRDOpPGHDVVRFLDo}HVFRPHUFLDLVHRXWUDVHQWLGDGHVDVVRFLDWLYDVGRVHWRU SULYDGRTXHDSRLDPVHXVSDUWLFLSDQWHV 3257(5SGHILQHFOXVWHURXDJORPHUDGRFRPRVHQGR³XP DJUXSDPHQWRJHRJUDILFDPHQWHFRQFHQWUDGRGHHPSUHVDVLQWHUUHODFLRQDGDVHLQVWLWXLo}HV FRUUHODWDVQXPDGHWHUPLQDGDiUHDYLQFXODGDVSRUHOHPHQWRVFRPXQVH FRPSOHPHQWDUHVFXMRWRGRpPDLRUGRTXHDVRPDGDVSDUWHV´ 6HJXQGR/,16SDVLQWHUUHODo}HVGDVHPSUHVDVSRGHPRFRUUHU SRUYtQFXORVYHUWLFDLVKRUL]RQWDLVHPXOWLODWHUDLV2VYHUWLFDLVSRGHPVHUOLJDo}HVSDUDD IUHQWHRXDPRQWDQWHFRPRpRFDVRGHIRUQHFHGRUHVHVXEFRQWUDWDGRVSRUH[HPSOR RXSDUDWUiVRXDMXVDQWHFRPRpRFDVRGHFRPSUDGRUHVHDJHQWHVGHFRPpUFLR H[WHULRU2PDUNHWLQJFRQMXQWRDTXLVLo}HVFROHWLYDVGHLQVXPRVXWLOL]DomRFRPXPGH LQVWDODo}HVPiTXLQDVHHTXLSDPHQWRVHVSHFLDOL]DGRVVmRH[HPSORVGHOLJDo}HV KRUL]RQWDLV2VYtQFXORVPXOWLODWHUDLVVmRDTXHOHVTXH³HQYROYHQGRSURGXWRUHVORFDLV O[[LLL QRUPDOPHQWHSRUPHLRGHLQVWLWXLo}HVFRPDEUDQJrQFLDVREUHRFOXVWHUFRPRXPWRGR FRORFDPODGRDODGRDVVRFLDo}HVHPSUHVDULDLVHDDGPLQLVWUDomRS~EOLFDORFDOHP FRODERUDomRGHWLSRS~EOLFRSULYDGD´ 6REUHHVVHVYtQFXORVHVFODUHFHDLQGD/,16S³6HXVHIHLWRVDVVLP FRPRRVGDVHFRQRPLDVH[WHUQDVSRGHPVHUestáticosFRPUHSHUFXVV}HVHPWHUPRVGH HILFLrQFLDHdinâmicosWUDGX]LGRVHPSURJUHVVRWpFQLFRHWHFQROyJLFRHHPFUHVFLPHQWR 4XDQGRFRPELQDGRVSURSRUFLRQDPPDLRUUDSLGH]QDLQRYDomRUHSUHVHQWDQGR LQFUHPHQWRGDFRPSHWLWLYLGDGHHPHOKRULDQDVSHUVSHFWLYDVGHFUHVFLPHQWR´ 2VFOXVWHUVID]HPKRMHSDUWHGRFHQiULRHFRQ{PLFRGHPXLWDVQDo}HVTXHU DYDQoDGDVRXHPGHVHQYROYLPHQWR0XQGLDOPHQWHRVH[HPSORVPDLVIDPRVRVGHOHVVmRR 9DOHGR6LOtFLRH+ROO\ZRRGQRV(VWDGRV8QLGRV2FOXVWHUGRFDOoDGRGHFRXURGR9DOH GRV6LQRVpRPDLVUHSUHVHQWDWLYRH[HPSOREUDVLOHLUR6HJXQGR3257(5S RVFOXVWHUV³RFRUUHPHPPXLWRVWLSRVGHVHWRUHVHPFDPSRVPDLRUHVHPHQRUHVHPHVPR HPDOJXQVQHJyFLRVORFDLVFRPRUHVWDXUDQWHVUHYHQGHGRUHVGHFDUURVHDQWLTXiULRV (VWmRSUHVHQWHVHPHFRQRPLDVJUDQGHVHSHTXHQDVHPiUHDVUXUDLVHXUEDQDVHHP YiULRVQtYHLVJHRJUiILFRVSDtVHVHVWDGRVUHJL}HVPHWURSROLWDQDVHFLGDGHV´ O[[LY 9LVmR+LVWyULFDGR&OXVWHU 3257(5HQVLQDTXHRVDJORPHUDGRVQXPDGLPHQVmRPHQRUGH LQIOXrQFLDKiVpFXORVID]HPSDUWHGDSDLVDJHPHFRQ{PLFDHPGHWHUPLQDGRVVHWRUHV$V HYROXo}HVWHFQROyJLFDVRDYDQoRGDFRPSHWLomRDFRPSOH[LGDGHHFRQ{PLFDHD JOREDOL]DomRVmRIDWRUHVTXHGHUDPDUHOHYkQFLDDWXDODHVVHPRGHORGHSURGXomR $OIUHG0DUVKDOOHP3ULQFLSOHVRI(FRQRPLFVMiDQDOLVDYDDVH[WHUQDOLGDGHVGDV ORFDOL]Do}HVLQGXVWULDLVHVSHFLDOL]DGDV 3257(5SDRPRVWUDURVDQWHFHGHQWHVKLVWyULFRVHLQWHOHFWXDLV GDWHRULDGRVDJORPHUDGRVDILUPDTXH³YiULRVWUDEDOKRVSXEOLFDGRVVREFHUWRVDVSHFWRV UHFRQKHFHUDPHODQoDUDPDOJXPDOX]VREUHSyORVGHFUHVFLPHQWRHHORVSDUDDIUHQWHH SDUDWUiVHFRQRPLDVGDVDJORPHUDo}HVJHRJUDILDHFRQ{PLFDHFRQRPLDXUEDQDH UHJLRQDOVLVWHPDVGHLQRYDomRQDFLRQDOFLrQFLDUHJLRQDOGLVWULWRVLQGXVWULDLVHUHGHV VRFLDLV´ +RMHRWHPDYHPUHFHEHQGRDWHQomRHVSHFLDOWDQWRSRUSDUWHGHHVWUDWHJLVWDV FRPRGHDFDGrPLFRVeRTXHVHFRQVWDWDQRILQDOGRFDStWXOR³$JORPHUDGRVH &RPSHWLomR´GH3257(5RQGHHVWmRUHODFLRQDGRVUHIHUrQFLDVELEOLRJUiILFDV VREUHRWHPDHUHODWyULRVHHVWXGRVGHFDVRVHQIRFDQGRFOXVWHUVGHXPDVpULHGH SDtVHV$TXHOHVQDVXDTXDVHWRWDOLGDGHHHVWHVQDVXDWRWDOLGDGHVmRWUDEDOKRVGRVDQRV &RPRR&OXVWHU$IHWDD&RPSHWLomR 3257(5SDUJ~LTXH³PDVVDVFUtWLFDVGHr[LWRFRPSHWLWLYR H[WUDRUGLQiULRHPGHWHUPLQDGDViUHDVGHQHJyFLRVRVDJORPHUDGRVVmRXPDVSHFWR LPSUHVVLRQDQWHGHTXDVHWRGDVDVHFRQRPLDVQDFLRQDLVUHJLRQDLVHVWDGXDLVHDWp PXQLFLSDLVVREUHWXGRQRVSDtVHVPDLVDYDQoDGRV´ $DQiOLVHTXHVHGHVHQYROYHDVHJXLUUHIHUHVHDRSDUDGR[RPRVWUDGRSRU 3257(5DRHVFODUHFHUDLPSRUWkQFLDGRFOXVWHUIUHQWHjVPXGDQoDVLPSRVWDV SHORVQRYRVSDGU}HVGHSURGXomRFRQIRUPHVHDOXGLXQDSDUWHLQWURGXWyULDGHVWD GLVVHUWDomR&RPHQWDRUHIHULGRHVWUDWHJLVWDTXHQDWHRULDRIDWRUORFDOL]DomRQmRp PDLVIRQWHGHYDQWDJHPFRPSHWLWLYDDDEHUWXUDLQWHUQDFLRQDOGRVPHUFDGRVDUDSLGH] FRPTXHRVWUDQVSRUWHVSRGHPVHUIHLWRVDYHORFLGDGHGDVFRPXQLFDo}HVSHUPLWHPTXH O[[Y TXDOTXHUHPSUHVDFRQVLJDREWHUTXDOTXHUFRLVDHPTXDOTXHUWHPSRGHTXDOTXHUOXJDU &RQWXGRQDSUiWLFDDORFDOL]DomRFRQWLQXDVHQGRRIDWRUFHQWUDOGDFRPSHWLomR1HVVH VHQWLGRHVFODUHFH3257(5S³0HVPRTXHRVYHOKRVPRWLYRVSDUDHOHV WHQKDPGLPLQXtGRGHLPSRUWkQFLDFRPDJOREDOL]DomRVHXVQRYRVSDSpLVQDFRPSHWLomR DVVXPLUDPLPSRUWkQFLDFUHVFHQWHQXPDHFRQRPLDFDGDYH]PDLVFRPSOH[DGLQkPLFDH EDVHDGDQRFRQKHFLPHQWR´ 3257(5H[SOLFDTXHRVFOXVWHUVLQIOXHQFLDPDFRPSHWLomRDWUDYpVGH WUrVFDPLQKRVLDXPHQWDDSURGXWLYLGDGHGDVHPSUHVDVORFDOL]DGDVQDiUHDGH DJORPHUDomRLLRULHQWDDGLUHomRHRULWPRGDVLQRYDo}HVLLLHVWLPXODDIRUPDomRGH QRYRVQHJyFLRVQDiUHDGHDJORPHUDomRLQGXVWULDO2VFOXVWHUVUHSUHVHQWDPXPD SUR[LPLGDGHJHRJUiILFDLGHQWLGDGHFXOWXUDOHLQVWLWXFLRQDOIDWRUHVHVWHVTXH SURSRUFLRQDPjVHPSUHVDVLQWHUOLJDGDVDFHVVRVHVSHFLDLVUHODFLRQDPHQWRVPDLV IHFKDGRVPHOKRUHVLQIRUPDo}HVLQFHQWLYRVPDLVIRUWHVDOpPGHRXWUDVYDQWDJHQVFRP DVTXDLVDVHPSUHVDVTXHQmRVHFRQILJXUDPQRPRGHORGHFRQFHQWUDomRJHRJUiILFDQmR SRGHPFRQWDU 3257(5HQIDWL]DRSDSHOGRFOXVWHUQDSURGXWLYLGDGHGDHPSUHVD (VFODUHFHTXHDFRPSHWLomRPRGHUQDGHSHQGHGDSURGXWLYLGDGHHHVWDEDVHLDVHQR PRGRFRPRDVHPSUHVDVFRPSHWHP$RID]HUSDUWHGHXPFOXVWHUXPDHPSUHVDSRGHUi RSHUDUFRPPDLVSURGXWLYLGDGHQRDFHVVRDLQVXPRVDLQIRUPDo}HVDWHFQRORJLDVHD VROXo}HVGHSUREOHPDVGHRUGHPLQVWLWXFLRQDOSRGHUiWHUIDFLOLGDGHQDFRRUGHQDomRGH UHODFLRQDPHQWRVFRPHPSUHVDVWHUiWDPEpPFRQGLo}HVIDYRUiYHLVQDPHQVXUDomRGH PHOKRUDPHQWRV$FUHVFHQWDDLQGDRUHIHULGRDXWRUFRPRDWULEXWRGRFOXVWHUQD PHOKRULDGDSURGXWLYLGDGHDIDFLOLGDGHGHDFHVVRDSURILVVLRQDLVHVSHFLDOL]DGRVFRP PHQRUHVFXVWRVGHUHFUXWDPHQWRHVHOHomR$FRPSOHPHQWDULGDGHpRXWURIDWRU LPSRUWDQWHGDPHOKRULDGDSURGXWLYLGDGH3257(5FLWDFRPRH[HPSORR WXULVPR$VDWLVIDomRGRWXULVWDQmRpUHVXOWDGRVRPHQWHGRDSHORRXDWUDomREHOH]DGH XPDSUDLDRXIDWRUKLVWyULFRGHXPOXJDUSRUH[HPSORPDVWDPEpPGDTXDOLGDGHGH KRWpLVUHVWDXUDQWHVFRPpUFLRFRQGLo}HVGHDHURSRUWRVPHLRVGHWUDQVSRUWHVFXVWRGH ORFDomRGHDXWRPyYHLV2VXFHVVRGHVVHFRQMXQWRGHDWLYLGDGHVTXHHQYROYHRFOXVWHUGR WXULVPRQRFDVRGHSHQGHGRERPGHVHPSHQKRGHFDGDXPDGDVSDUWHVTXHIRUPDPR FRQMXQWRDRFULDUYDORUSDUDRFRPSUDGRUGRVVHUYLoRVGHWXULVPRWRUQDQGRDVDVVLP PXWXDPHQWHGHSHQGHQWHV(VVDFRPSOHPHQWDULGDGHQmRHVWiSUHVHQWHVRPHQWHQD SUHVWDomRGHVHUYLoRPDVWDPEpPQDSURGXomRGHEHQVRQGHWRGDVDVHPSUHVDV SDUWLFLSDQWHVGRSURFHVVRGHYHPDSUHVHQWDUGHVHPSHQKRWDOTXHDJUHJXHYDORUDR O[[YL SURGXWRGHVGHRGHVLJQDWpRVVHUYLoRVSyVYHQGD2FOXVWHUDSUHVHQWDDLQGDYDQWDJHQV QDiUHDGHPDUNHWLQJHVHJXURVHPUD]mRGDUHGXomRGHVHXFXVWRSHORSRGHUGH EDUJDQKDTXHVHHVWDEHOHFHFRPDIRUPDomRGHEORFRVGHHPSUHVDVGRDJORPHUDGRTXH FRQWUDWDPWDLVVHUYLoRV$YDQWDJHPGRFOXVWHUWDPEpPVHWRUQDFODUDTXDQGRVXUJHD QHFHVVLGDGHGHPXGDQoDVGHSDGU}HVGHSURGXWRV$SUR[LPLGDGHGDVHPSUHVDVIDFLOLWD XPDVpULHGHWUDEDOKRVGHPDQGDGRVSHORSURFHVVRGHDGDSWDomRDQRYRVPRGHORV 3257(5HVFODUHFHDLQGDFRPUHODomRjSURGXWLYLGDGHTXHDHVWUXWXUDGR FOXVWHUGHVHPSHQKDXPSDSHOLPSRUWDQWHQDSHUIRUPDQFHGDVHPSUHVDV(PSULPHLUR OXJDUSRUTXHKiIRUWHSUHVVmRFRPSHWLWLYDGHQWURGRFOXVWHU(PVHJXQGROXJDUSRUTXH VHWRUQDIiFLOHVWDEHOHFHUFRPSDUDo}HVMiTXHRDPELHQWHHPSUHVDULDOpRPHVPRSDUD WRGDVDVHPSUHVDVTXHIRUPDPRDJORPHUDGR2RUJXOKRHRGHVHMRGHH[LELUVXFHVVRQD FRPXQLGDGHPRWLYDPDVHPSUHVDVDVHFRPSDUDUHPXPDVFRPDVRXWUDV 3DUD52'5,*8(6H7217,1,DSURGXWLYLGDGHSRGHVHUGHILQLGD SHODHTXDomR 2XWSXW 3URGXWLYLGDGH ,QSXW 2VRXWSXWVHRVLQSXWVVmRPHGLGRVHPYDORUHVILQDQFHLURVHQRFDVRGR FOXVWHURVLQSXWVFRUUHVSRQGHPDRVFXVWRVGDSURGXomRHRVRXWSXWVjUHFHLWDDXIHULGD SHORVHWRU$HTXDomRWRUQDFODURTXHVHDDFUpVFLPRVPDUJLQDLVGHLQSXWV FRUUHVSRQGHUHPDFUpVFLPRVPDUJLQDLVPDLRUHVGHRXWSXWVWHUVHiXPDXPHQWRGH SURGXWLYLGDGH$VHFRQRPLDVH[WHUQDVGRFOXVWHUHRVYtQFXORVTXHVHHVWDEHOHFHPHQWUH DVHPSUHVDVGHPRGRHVSHFLDORVKRUL]RQWDLVPDUNHWLQJFRQMXQWRGHSURGXWRV DTXLVLo}HVFROHWLYDVGHLQVXPRVXWLOL]DomRFRPXPGHLQVWDODo}HVPiTXLQDVH HTXLSDPHQWRVHVSHFLDOL]DGRVFRQWUROHFRPXPGHTXDOLGDGHUHSUHVHQWDPQDUHIHULGD HTXDomRDVUD]}HVEiVLFDVGRDXPHQWRGDSURGXWLYLGDGHGRFOXVWHUFRPRUHVXOWDGRGD ³SRXSDQoD´GHLQSXWV $LQGDDUHVSHLWRGDSURGXWLYLGDGH1$'9,DUJ~LTXHRVFOXVWHUV SRGHPVHUGHJUDQGHLPSRUWkQFLDSDUDDVSHTXHQDVHPSUHVDVGHSDtVHVHP GHVHQYROYLPHQWRRSHUDQGRHPDPELHQWHVVHPLQIUDHVWUXWXUDDGHTXDGDHPUD]mRGH O[[YLL HFRQRPLDVGHHVFDODDFHVVRDLQIRUPDo}HVHDUHFXUVRVGHSURGXomRREWHQomRGH FRQKHFLPHQWRVHVSHFtILFRVDOpPGHDOLDQoDVTXHUHGX]HPFXVWRVHDFHOHUDPD 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WLGDVFRPRVXESURGXWRLQFLGHQWDOGHVLWXDo}HVRXSURFHVVRVOLJDGRVjSUySULD H[LVWrQFLDGRFOXVWHUHDomRFRQMXQWDYROXQWiULDSURWDJRQL]DGDQRkPELWRGD DJORPHUDomRSURGXWLYDFRPYLVWDVDRDOFDQFHGHFHUWRVREMHWLYRVHPQtYHOGH FROHWLYLGDGHGHSURGXWRUHV2FRQFHLWRFKDYHSDUDDOXGLUDHVVDFRQMXQomRGHIDWRUHV pRGH³HILFLrQFLDFROHWLYD´TXHFDSWDRDVSHFWRHVVHQFLDOGRGHVHPSHQKRHFRQ{PLFR QRLQWHULRUGRFOXVWHU 1$'9,DSXG/,16SVXJHUH³GHVLJQDUDVHFRQRPLDV H[WHUQDVFRPRRHOHPHQWRSDVVLYRGDµHILFLrQFLDFROHWLYD¶HDDomRFRQMXQWDFRPRRVHX HOHPHQWRDWLYR´ ,GHQWLILFDomRGR&OXVWHU 3DUDVHLGHQWLILFDUDFRPSRVLomRGHXPFOXVWHU3257(5HQVLQDTXHR SRQWRGHSDUWLGDpDORFDOL]DomRGHVHXQ~FOHRXPDJUDQGHHPSUHVDRXXPD O[[YLLL FRQFHQWUDomRGHHPSUHVDVFXMRVSURGXWRVVHDVVHPHOKDP$SDUWLUGHVVDLGHQWLILFDomR H[DPLQDVHDFDGHLDYHUWLFDODMXVDQWHHDPRQWDQWHGHHPSUHVDVHLQVWLWXLo}HVTXHVH OLJDPDRQ~FOHR2SDVVRVHJXLQWHFRQVLVWHQRH[DPHGDVFDGHLDVKRUL]RQWDLVYLVDQGRD LGHQWLILFDUVHWRUHVTXHXWLOL]DPGLVWULEXLGRUHVRXIRUQHFHGRUHVGHSURGXWRVHSUHVWDGRUHV 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A rivalidade intensa entre as empresas estimula a melhoria da qualidade e o empreendedorismo, além de tornar maior e mais sofisticada a demanda interna. O ambiente, sendo favorável ao surgimento de novas empresas, vai propiciar o atendimento de uma série de exigências que o processo de desenvolvimento impõe. Os clusters caracterizam-se pelos elos de ligações entre as empresas, um dos fatores da vantagem competitiva dos clusters. É imperioso, por isso, que os instrumentos de associação das empresas componentes desempenhem eficazmente essa função. Quando um conjunto de empresas está amadurecendo para transformar-se em cluster, o processo poderá ser desencadeado pelo surgimento de fornecedores especializados, acúmulo de informações, treinamento especializado, pesquisas diversas, implantação de infraestrutura e regulamentações. Os agentes econômicos captam as oportunidades para negócios e há pressão para que barreiras que inibem o desenvolvimento sejam removidas. O processo de desenvolvimento do cluster poderá ser acelerado através da atração de profissionais de outros estados ou mesmo estrangeiros. O processo de globalização econômica facilita o ingresso de capitais estrangeiros na modalidade de empréstimos ou mesmo de risco. PORTER (1999, p. 256) argúi: Os aglomerados em formação também atraem — independentemente da procura ativa pelos próprios participantes — pessoas e idéias que intensificam seu desenvolvimento. Os aglomerados florescentes fascinam as pessoas qualificadas, em face da perspectivas de melhores oportunidades. Empreendedores e indivíduos criativos migram para eles vindos de outras localidades, na trilha dos indícios de maiores chances. Para PORTER (1999), o setor privado deve ter o papel de líder na constituição do cluster. A participação do governo deverá ser de forma induzida. Isso porque: i) as empresas identificam com mais objetividade os obstáculos e oportunidades do ambiente econômico; ii) reduz o conteúdo político (indesejável) da iniciativa; iii) o apartidarismo permite o envolvimento de partidos opositores, assim como dos detentores do poder; iv) a posse de um novo governo não acarreta prejuízo à continuidade dos projetos; v) o apartidarismo estimula o fluxo livre de informações £ essência do êxito das iniciativas em relação aos aglomerados. 2.6.6 O Papel do Governo no Cluster O[[[ Para PORTER (1999), o governo desempenha uma variedade de papéis na economia como um todo que se reflete no desempenho dos clusters. O mais elementar desses papéis consiste em assegurar a estabilidade macroeconômica e política. A solidez das instituições, o equilíbrio das finanças públicas, a estabilidade de preços, a harmonia das políticas econômicas são condições necessárias para tanto. Em segundo lugar, o governo deve investir na educação e infra-estrutura física para melhorar a capacidade de produção das empresas. O terceiro papel é estimular a produtividade através da definição de regras claras e permanentes que estimulem a competição empresarial. Inserem-se aí: i) um sistema tributário justo e eficiente; ii) proteção dos direitos do consumidor; iii) estímulo aos investimentos em P&D, evitando o congelamento do status quo. É, ainda, papel do governo formular e implementar programas de longo prazo que mobilizem a sociedade como um todo, visando à melhoria dos negócios, e, em especial o desempenho dos aglomerados. O progresso econômico defronta-se, sempre, com forças contrárias, em razão de interesses prejudicados de grupos que fatalmente as políticas econômicas envolvem. Por isso, é importante que o governo tenha condições de se impor às resistências de mudanças do status quo. 2.6.7 Papel do Governo no Aprimoramento do Cluster Relativamente ao aprimoramento do cluster, PORTER (1999) sugere importantes papéis do governo, através da atuação em quatro fatores determinantes do ambiente econômico no qual as empresas competem. Esses fatores são: 1. Condições de fatores de produção. Dizem respeito à posição do país com relação aos fatores de produção (por exemplo: trabalho especializado, infraestrutura), necessários à competição em determinada indústria. 2. Condições de demanda. Referem-se à natureza da demanda interna para os produtos ou serviços da indústria. 3. Indústrias correlatas e de apoio. Trata-se da presença ou não, no país, de indústrias abastecedoras e indústrias correlatas que sejam internacionalmente competitivas. O[[[L 4. Estratégia, estrutura e rivalidade das empresas. São as condições que, no país, governam a maneira pela qual as empresas são criadas, organizadas e dirigidas, mais a natureza da rivalidade interna. Apresentam-se, a seguir, as sugestões de iniciativas do governo propostas por PORTER (1999) para o aprimoramento do cluster, em cada um desses fatores. O governo poderá melhorar as condições dos fatores de produção 1) criando programas especializados de educação e treinamento da mão-de-obra; 2) implementando atividades de pesquisa, através da universidade local, sobre tecnologias relacionadas com o cluster; 3) apoiando o levantamento e a compilação de informações específicas sobre o cluster; ampliando a infra-estrutura especializada (transporte, comunicações e energia). Relativamente ao segundo fator, o governo poderá 1) criar normas regulamentares dinâmicas e que estimulem a inovação, relacionadas ao cluster; 2) patrocinar atividades independentes de testes, certificação e avaliação para os produtos e serviços do cluster; 3) atuar como comprador sofisticado dos produtos e serviços do cluster. O governo poderá atuar no terceiro fator, 1) patrocinando encontros para reunir os participantes do cluster; 2) encorajando esforços específicos do cluster para atrair fornecedores e prestadores de serviços de outras localidades; 3) estabelecendo zonas de livre comércio, parques industriais e parques de fornecedores relacionados com o clusters. Finalmente, com relação ao quarto fator, o governo poderá 1) eliminar barreiras à competição local; 2) organizar os órgãos governamentais pertinentes em torno dos aglomerados; 3) concentrar esforços para atrair investimentos externos nos clusters; 4) estimular as exportações dos produtos dos clusters. 2.6.8 Características de Dois Clusters do Calçado de Couro Examinam-se, a seguir, as características de dois clusters: o do Vale dos Sinos (o mais famoso e característico aglomerado brasileiro) e o cluster italiano do calçado de couro, ambos do mesmo ramo de atividades, o que permite comparações relativas às configurações estruturais e constatações de diferenças de ligações empresariais, decorrentes das peculiaridades do ambiente econômico em que cada um deles está inserido. O[[[LL 2.6.9 O Cluster do Vale dos Sinos O núcleo de produção do cluster, conforme se observa na Figura 7, conta com 480 empresas. Segundo NADVI (1995), 48,2% delas são de pequeno porte, 34,6% de médio porte e 17,2% de grande porte. Há, contudo, um dinamismo nessa composição. Atualmente existe uma tendência de reorganização da produção que leva as empresas de grande porte a promover uma redução de seu tamanho, repassando determinadas operações para as médias e pequenas empresas. Três fatores explicam o sucesso econômico do cluster do Vale dos Sinos: em primeiro lugar, existem importantes ligações a montante (para trás), que garantem suprimento de insumos, máquinas e prestadores de serviços; em segundo lugar, existem ligações a jusante (para frente) entre as empresas produtoras e agentes, que garantem a comercialização interna e externa do produto; em terceiro lugar, o cluster conta com instituições de suporte estratégico para direcionar a produção em função da sofisticação do mercado. O rebanho gaúcho, com cerca de 25 milhões de cabeças, garante o suprimento de couros. Dentro do próprio cluster são produzidos muitos insumos: gáspeas (parte superior do calçado), solas, saltos, canelas, cadarços, colas, pregos, ilhós, tintas, tudo isso com uma variedade de especificações técnicas. Além disso, a maioria das máquinas necessárias à confecção desses materiais são produzidas no local. O cluster conta com ampla cadeia de prestadores de serviços: designers, consultores técnicos e financeiros e transportadoras. Além disso o sistema de informações é feito com eficiência, através de dois jornais semanais e quatro revistas técnicas, de tiragem mensal, que tratam de assuntos especializados da indústria de calçados. No que diz respeito à comercialização dos calçados, o cluster gaúcho conta com importante participação de mais de 70 agentes de exportação, com conhecimentos especializados em diferentes mercados. Alguns deles dedicam-se ao acompanhamento das tendências do mercado varejista dos Estados Unidos, enquanto outros da Europa, assim como aqueles que acompanham a moda nacional. Trata-se de um mercado altamente competitivo e que se caracteriza por uma demanda sofisticada, especialmente os produtos femininos, inclusive os domésticos. Consequentemente, os agentes de exportação têm um papel de suma importância como orientadores da moda, inspirando novas idéias. O[[[LLL FIGURA 7 – CLUSTER DO CALÇADO DE COURO DO VALE DOS SINOS !""&')(* Produtos Quím icos e Colas Componentes Industriais: 223 unidades 2 8.000 trabalhadores Indústria da borracha 26 unidades 1.900 trabalhadores Estágios Especializados: 710 unidades 18.000 trabalhadores Prestadores de Serviços: Designers Consultores Técnicos Consultores Financeiros Transportes Jornais (2) Revistas (4) Criação de Gado Curtum es: 135 unidades 2 2.000 trabalhadores Indústria de Artigos de Couro: 52 unidades 4.900 trabalhadores Indústria de Calçados de Couro: 480 em presas 7 0.000 trabalhadores Indústria de Máquinas de Calçados de Couro: 45 unidades 3.600 trabalhadores Associação Industrial e Profissional (6 + 2) Associação Com ercial de Novo Hamburgo Outros: 80 unidades 3.000 trabalhadores Fed eração Nacional do Calçado Agentes de Com ércio Exterior: 70 unidades 2.000 trabalhadores SENAI (Orientado para Calçados) !"#%$ Centro T ecno lógico SEBRAE FONTE: NADVI, K., ,QGXVWULDOFOXVWHUVDQGQHWZRUNVcase studies of SME growth and innovation. United Nations Industrial Development Organization, 1995, p. 8. O suporte institucional do cluster, assim como as associações comerciais, têm um papel importante como facilitador do processo de mudanças técnicas e de habilidades impostas pelo mercado. São exemplos dessas instituições: Associação dos Fabricantes de Calçados (ABICALÇADOS), Associação dos Curtumes (AICSUL), Associação das Empresas Produtoras de Componentes (ASSINTECAL), Associação das Empresas Supridoras de Maquinarias (ABRAMEQ), Associação dos Agentes de Exportação (ABAEX), Associação Comercial e Industrial (ACI). Conta também com suporte institucional da FENAC para promoção de feiras do calçado, do SENAI na promoção da aprendizagem e treinamento nas mais diversas áreas demandadas pela indústria do calçado e conta ainda com o suporte do Centro Tecnológico da Indústria do Calçado (CTCCA), que desenvolve pesquisas que resultam em inovações no produto e nos processos de produção. O[[[LY NADVI (1995), citando Schmitz, destaca dois pontos de inflexão na trajetória de crescimento e organização estrutural do cluster gaúcho. O primeiro deles ocorreu nos anos 1968/69, início da fase expansiva do período militar (1968/74). O conglomerado industrial que até então vinha produzindo somente para o mercado interno, foi estimulado pelas políticas cambial, tributária e monetária a voltar-se para as exportações. O segundo ponto de inflexão ocorreu duas décadas após (1987/88). Ele foi provocado pelo “ choque chinês” . A concorrência chinesa, de um lado, pressionou as empresas do cluster gaúcho a buscarem mecanismos de redução de custos e aumento da eficiência (redução do estoque, melhoria da qualidade, aperfeiçoamento de controles); de outro lado ela despertou os empresários para outras alternativas de mercado além do norte-americano, dando ênfase para o da Europa Ocidental, cuja demanda é a mais sofisticada do mundo. Assim, o atendimento do mercado europeu obrigou o cluster gaúcho a avançar na gestão da qualidade. Para NADVI (1995), a estrutura da indústria fundamentada no modelo do cluster foi um dos fatores do sucesso da reestruturação imposta pelo mercado, ao facilitar a mudança do modelo fordista de produção em massa e padronizada para o modelo de produção baseada na especialização flexível. 2.6.10 O Cluster Italiano do Calçado de Couro A Figura 8 representa o cluster italiano do calçado e da moda. A “ core competence” dele é a produção de calçados de couro. O uso de insumos comuns e de tecnologias similares viabiliza a produção de outros tipos de calçados e botas, bem como outros artigos de couro (cinto, roupa, bolsas, luvas). No lado direito estão identificados os insumos, máquinas e equipamentos utilizados na produção. Associado a esse cluster está representado o cluster da moda em tecido, fruto dos múltiplos elos e sinergias entre as empresas. O[[[Y FIGURA 8 – CLUSTER DO CALÇADO DO COURO ITALIANO Equip amentos de curtimento Cintos de couro Roupas de couro Calçados para atletismo Calçados de materia l sin tétic o Cal çados Bolsas de couro Luvas de couro Aglomerado da moda em tecido Máquinas para calçados Curtumes Couro processado Máquinas de trabalhar couro Fôrmas Equip amentos de trabalhar plástico Serviços de criação Sistemas CAD para calçados de c ouro Botas de montanhismo Botas de esquiar Botas para depois de esquiar Máquin as de modelar por injeção Moldes Máquinas-ferramentas especializ adas Modelos Equip amentos de trabalhar madeira FONTE: PORTER, Michael E., &RPSHWLomR HVWUDWpJLDVFRPSHWLWLYDVHVVHQFLDLV. Rio de Janeiro: Campus, 1999, p. 213. As representações gráficas desses dois clusters do calçados de couro evidenciam a existência de diferenças estruturais e de produtos. Essas diferenças resultam das peculiaridades dos fatores comentados na seção 2.6.7 (Papel do Governo no Aprimoramento do Cluster). No que se refere às condições dos fatores, observa-se que o cluster gaúcho tem a vantagem de contar com a criação de gado do próprio Estado e de países vizinhos, para o fornecimento do couro. A diferença mais marcante entre esses dois clusters está na concentração da produção de um tipo de calçado no cluster brasileiro e na diversificação da produção (cintos, roupas, bolsas, luvas, calçados para atletismo, montanhismo, esqui) do cluster italiano. Os fatores que motivaram a diversificação do cluster italiano estão ligados às condições da demanda (poder aquisitivo dos consumidores europeus, prática de esportes O[[[YL característicos do inverno europeu), além da sofisticação que caracteriza a demanda européia. Outro ponto que os diferencia é a ligação dos clusters italianos do calçado e da moda em tecido, favorecidos que são pelas sinergias existentes entre as empresas dos dois setores. 2.6.11 Outros Exemplos de Cluster FIGURA 9 – CLUSTER DE PRODUTOS FLORESTAIS DE PORTUGAL Produtos quím icos para a fabricação de papel Consultoria em engenharia Prevenção de incêndios florestais Derrubada e corte de árvores +,- ./- 0"12, Lascas de madeira Máquinas e equipamentos para cel ulose e papel 345 ,6- Fraldas e produtos de higiene Máquinas de colheira Lâminas para serras industriais Máquinas para serrarias Sil vicultura +7028:9<; = 4 Serrarias >PO!Q ./; B 4 1 54 8 4 5 80 A ,11 4 GE,6B9#0 @ , A 028#9<; = 4 Recicl agem DE.980"1 5 8 0 @ .9F0"1 @ ,)G 4@ ,"; 8 4 >?4 9 ,"8 ; 4 ; 1 @ , A 02B1!9#8 ."= C0 Gráficas Papelão/ em balagens de papel Casas pré-fabricadas Móveis de madeira K - 0ML#8 4 A 0 H7,9I0282; B9:,68B 4 A ; 02B 4 - GE,"B9I, A 0/G 5 ,9#; 9#; J"0 K - 0NG%0 @ ,68 4!@ 0 K - 0ML#028 9, FONTE: PORTER, Michael E., &RPSHWLomR HVWUDWpJLDVFRPSHWLWLYDVHVVHQFLDLV. Rio de Janeiro: Campus, 1999, p. 247. O[[[YLL FIGURA 10 – CLUSTER DE PRODUTOS FLORESTAIS DA SUÉCIA R'STVU'W2XT7Y[Z'W \]_^ `2TY ab S bcbcdb'e S<^ ` b/f2g T Uih aba hkj Prevenção de incêndios florestais uh'SvSFW eb U b h `/T'S&XhsUih qS#wT'Sh7Y l ' T mYiWij X TSF^ b h6] hPmnihmio b S^ b l hj:WVj T7Y?h R ba hkj pyq/ZWi^ m b Y ab S b Y6hSvS b Sv^ b Y x b 6Y ` b Y Uih ] b Uih^#S b prqiZW?^ m b Ysh hiZ'WV^ ab ]Nhm2XT7Y ab S b `2hj:WVj T7Y?h h aba hPj x{6]_^#m b Y ab S b Y6hSFS b Y ^mU'W2Y2XISv^ b ^ Y Máquinas de colheira Fraldas e produtos de higiene z ^ j wi^ `'Wij XWiS b z hSvS b Sv^ b Y Cortiça Reciclagem | WXSTY a STiUW2XTY U hs] b UVh^:S b i p b XhS<^ b ^ Y Uih ` T'mY2XIS!W fig T V G ráficas R ba h'j g Tit h6] e b j b n/h'm6Y UVh aba hPj l b Y b Y a S }2~ d&be SF^:` b U b Y pwh^ Y[Uih ] b UVh^:S b %j T d S b `/T z hX&TSi^m2Xh'Svm b `^:T'm b j:]ch'mX<hs`2T?] a h X^ XI^ wT Ej:T]cTVUih'S b UVT Pj T d T'SXh FONTE: PORTER, Michael E., &RPSHWLomR HVWUDWpJLDVFRPSHWLWLYDVHVVHQFLDLV. Rio de Janeiro: Campus, 1999, p. 247. As Figuras 9 e 10 mostram que nas economias mais avançadas (Suécia no caso) os clusters são mais visíveis do que nas economias em desenvolvimento (Portugal no caso). Nos clusters de produtos florestais da Suécia há maior número de elos fortes entre os diversos setores. Esclarece PORTER (1999) que nas economias em desenvolvimento as empresas são mais verticalizadas, havendo casos em que necessitam suprir deficiências do Estado, implantando usinas de energia elétrica ou instalando escolas. O[[[YLLL FIGURA 11 – CLUSTER VINÍCULA DA CALIFÓRNIA Equipam entos de fabricação de vinho Barris Estoques de uvas Fertilizantes, pesticidas e herbicidas Órgãos do Governo Estadual (p. ex.: Comissão Mista sobre Produção de Vinho e Economia) Tampas e rolhas Equipam entos de colheita de uva Tecnologias de irrigação & v2 <v & < & & < Garrafas Rótulos Estabelecimentos vinícolas/ instalações de processamento Produtores/ vinhedos Organizações educacionais, de pesquisa e de comércio (p. ex.: Wine Institute, UC Davis, Institutos de Culinária) Relações públicas e propaganda Publicações especializadas (Wine Spectator, jornais de comércio) & <6 v< <":F " & <6 v< <!& & F FONTE: PORTER, Michael E., &RPSHWLomR HVWUDWpJLDVFRPSHWLWLYDVHVVHQFLDLV Rio de Janeiro: Campus, 1999, p. 213. A Figura 11 mostra que o aglomerado vinícola da Califórnia compreende um amplo complemento de setores de apoio, tanto para a produção do vinho como para o cultivo das uvas. Mostra ainda ligações com outros aglomerados da região: turismo e alimentação. O[[[L[ FIGURA 12 - CLUSTER DA GRANDE PITTSBURGH vv ! !&vF ¡ <¢&£ ¤&¥¦ ¡V§ ¢F¨ Utilidades Construção pesada ±2I£ ¢«ªvvv¥F¨ ¡ ¢ Engenharia Equipamentos de transporte industrial Equipamentos industriais Ligas ferrosas e outros metais Software industrial Aço (principalmente aços especiais) Equipamentos de laminação Máquinasferramentas e acessórios Mineração e perfuração Equipamentos de mineração e perfuração Mineração Equipamentos de Mineração § ¡ ¨¤<£ ¡ ¢®!¤&¯ ¬7 ° ¡ ¢ Consultoria e recuperação Instrumentação e dispositivos analíticos Empresas geradoras de energia Produtos de Materiais Avançados Automação industrial © ª ¥ ¡ ¢ «!¬? F£ v ¢ Equipam entos de transmissão e distribuição «¢¢& ¢&£ ²v°v ±³F¨ °F Produtos farmacêuticos Serviços médicos Produtos químicos industriais Produtos químicos especiais Produtos químicos para uso geral Instrumentos médicos e dispositivos para análise FONTE: PORTER, Michael E., &RPSHWLomR HVWUDWpJLDVFRPSHWLWLYDVHVVHQFLDLV Rio de Janeiro: Campus, 1999, p. 246. A Figura 12 mostra que numa única região metropolitana (a grande Pittsburgh) há diversos aglomerados com diversas especializações, mas que se complementam. [F 26(725&0%'(6$17$&$7$5,1$($3(563(&7,9$'$(675$7e*,$ &203(7,7,9$%$6($'$12&/867(5 Uma história de mais de 100 anos da indústria têxtil catarinense criou uma importante rede de relações industrias e formou uma cultura profissional que podem ser fatores críticos do sucesso na nova ordem econômica, com base na estratégia competitiva fundamentada no cluster. Conforme se concluiu na parte introdutória desta pesquisa, os problemas que o segmento CMB vem enfrentando decorrem, sobretudo, de falhas estratégicas das empresas. Num ambiente econômico com elevado nível de protecionismo, que até recentemente caracterizou a economia brasileira, as economias externas, designadas por NADVI (1997) como elemento passivo da eficiência coletiva, foram fatores importantes para a prosperidade do setor. Contudo, no novo ambiente econômico de concorrência internacional, esses extravasamentos perderam a relevância. Mister se faz que o setor desenvolva ações conjuntas, visando às vantagens do elemento ativo da eficiência coletiva que é a essência das vantagens competitivas do modelo cluster. É consensual entre os autores que tanto a concorrência como a cooperação são essenciais para o desenvolvimento de um cluster. Ações conjuntas no caso do setor CMB de Santa Catarina podem ocorrer formando vínculos horizontais entre as empresas, tais como utilização comum de instalações, máquinas e equipamentos especializados, marketing conjunto de produtos, aquisições coletivas de insumos, esforços comuns visando a inovações, controle conjunto da qualidade, entre outros. Ações nesse sentido podem fazer com que os efeitos dos vínculos tenham um caráter dinâmico, possibilitando o progresso tecnológico e o crescimento. Avançar para um estágio caracterizado pela eficiência coletiva é a questão chave para o desenvolvimento do cluster CMB de Santa Catarina, pois permite que as empresas contem com uma estratégia competitiva que dificilmente poderá ser reproduzida em outros locais, fator esse essencial para sustentar um processo de crescimento dinâmico da região. [FL 0e72'2(0$7(5,$,6'(3(648,6$ Esclarecem-se nesta seção: i) o tipo de pesquisa, ii) os métodos e iii) a técnica de coleta de dados (ou material de pesquisa utilizado) para atingir os objetivos geral e específicos, descritos no item 1 – INTRODUÇÃO. As fontes teóricas básicas das elaborações do presente capítulo foram GIL (1988) e MATTAR (1999). 3.1 TIPO DE PESQUISA, MÉTODO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS O estudo, visando ao conhecimento da economia do segmento CMB da indústria têxtil de Santa Catarina, foi desenvolvido através de pesquisa do WLSR exploratória, através do PpWRGR de levantamentos documentais. Como WpFQLFD de coleta de dados, os materiais utilizados foram de fontes secundárias, produzidos por instituições especializadas: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Sindicato da Indústria Têxtil de Blumenau (SINTEX) e Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE), além da edição Balanço Anual da Gazeta Mercantil, de julho de 2000. A pesquisa visando a i) conhecer as estratégias competitivas das empresas do segmento CMB da indústria têxtil de Santa Catarina na nova ordem econômica; ii) identificar a percepção dos empresários catarinenses do segmento CMB em relação ao cluster como opção de estratégia competitiva e iii) avaliar a viabilidade da formação do cluster do segmento CMB da indústria têxtil de Santa Catarina, do ponto de vista do empresário, foi do WLSR conclusiva descritiva, tendo como PpWRGR a entrevista pessoal e individual, utilizando-se como WpFQLFD de coleta de dados o formulário estruturado não disfarçado, isto é, as questões que foram respondidas pelos entrevistados já estavam previamente determinadas, em função dos objetivos acima descritos. As questões foram colocadas sempre da mesma forma e na mesma seqüência, para que as opções de respostas fossem as mesmas para todos os entrevistados. MATTAR (1999) destaca a característica de versatilidade como uma das vantagens desse método, além da possibilidade de verificação da sinceridade das respostas. [FLL 3.2 ELABORAÇÃO E USO DO FORMULÁRIO DE ENTREVISTA O formulário de entrevista é composto de duas partes distintas. Uma compreende um questionário, conforme descrito nos ANEXOS 1 e 2 e a outra informações sobre a economia do segmento CMB da indústria têxtil brasileira, além de esclarecimentos a respeito do cluster (conceito, funcionamento, importância como estratégia competitiva e exemplos), conforme os ANEXOS 3 e 4. A parte referente ao questionário preocupou-se, inicialmente, em conhecer as estratégias competitivas das empresas do segmento CMB da indústria têxtil de Santa Catarina, tendo em vista a nova ordem econômica (primeiro objetivo específico da pesquisa). Relacionaram-se fatores estratégicos, sobre os quais os entrevistados manifestaram o grau de prioridade em termos de investimento efetivo de esforços (tempo, recursos financeiros e humanos) para desenvolvê-los. O grau de prioridade de cada fator foi escalonado em três níveis: alta prioridade, média prioridade e baixa prioridade. Os fatores considerados foram os seguintes: Marca, tradição e experiência; Inovação e desenvolvimento de produtos; Tecnologia de produção: processos e equipamentos; Tecnologia de gestão; Gestão do capital humano; Tecnologia de informação: intranet, internet e comércio eletrônico; Desverticalização, terceirização e parcerias; Localização; Certificação de qualidade; Tecnologia de preservação do meio ambiente; Marketing estratégico e logística; Integração e cooperação com outras empresas do ramo, especialmente da região; Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de empresas de suporte locais: metrologia e ensaios, apoio tecnológico, financiamento, informação sobre mercados, assistência técnica, etc.; Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de empresas fornecedoras locais; [FLLL Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de instituições locais de desenvolvimento de tecnologias, pesquisa e ensino (Universidades, Senai, Fiesc, etc.); Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de associações de classe (feiras, fóruns, sindicatos, federações, etc.); Outras, se for o caso. Esses fatores permitiram conhecer os seguintes aspectos relacionados à estratégia competitiva das empresas: produção, imagem, gestão, capacitação de recursos humanos e visão sistêmica. A segunda parte do questionário preocupou-se em identificar a percepção dos empresários catarinenses do segmento CMB em relação ao cluster como opção de estratégia competitiva (segundo objetivo específico). Inicialmente, o entrevistado opinou a respeito da seguinte afirmação: Circulam opiniões sustentando que as perspectivas para a região metropolitana de Blumenau não são boas, pois a indústria têxtil, sua principal atividade econômica, está em forte decadência, com poucas chances de recuperar sua posição. Os setores que apresentam as melhores chances para ocupar o espaço do setor têxtil são os de turismo e de informática. Os casos de concordância do entrevistado com a afirmação acima foram considerados percepção incorreta do potencial da indústria têxtil catarinense, conforme se deduz das informações constantes no ANEXO. Os casos de discordância, isto é, a convicção do entrevistado de que o setor têxtil não está em decadência e não perderá sua posição na economia da região, foram considerados como percepção correta do potencial da indústria têxtil catarinense. Posteriormente, o entrevistado opinou a respeito da seguinte afirmação: O segmento CMB da indústria têxtil catarinense é o setor industrial que reúne as melhores condições para liderar o desenvolvimento econômico da região metropolitana de Blumenau. O objetivo de colher a opinião do entrevistado sobre essa afirmação foi focalizar o segmento CMB, sob o ponto de vista da percepção do entrevistado, no que diz respeito ao potencial econômico do segmento CMB da indústria têxtil catarinense, numa perspectiva de [FLY cluster. Contrariamente à afirmação anterior, a concordância neste caso foi considerada percepção correta e a discordância, percepção incorreta. O passo seguinte, neste ponto da entrevista, foi a utilização da outra parte do formulário, visando a dar ao entrevistado: i) o conhecimento da forte concentração do segmento CMB da indústria têxtil em Santa Catarina (Blumenau, Brusque e Joinville); ii) a visão do que significa um cluster (conceito, funcionamento, importância e exemplos); iii) a explicação da concepção de PORTER (1999) das vantagens competitivas dinâmicas, propiciadas pelo cluster, na nova ordem econômica. Dado esse passo, buscou-se a opinião do entrevistado sobre a seguinte afirmação: Uma opção concreta para criar vantagens competitivas dinâmicas para o setor CMB da indústria têxtil catarinense é transformá-lo num FOXVWHU, isto é, transformá-lo num aglomerado de empresas capaz de consolidar a sua posição no mercado global e atrair investimentos e novos empreendimentos. O empresário, nesse ponto da entrevista, já dominava as noções básicas do cluster. Sabia que o segmento CMB da indústria têxtil brasileira tem uma forte concentração em Santa Catarina, pois cerca de 90% da produção nacional desses artigos provêm de empresas sediadas em municípios vizinhos (Blumenau, Brusque e Joinville). Ele tinha, portanto, condições de opinar com base em fatos de seu conhecimento e não em pressupostos ou conjecturas. Se o entrevistado discordou da afirmação acima, a entrevista encerrava-se nesse ponto, procurando-se conhecer as alegações de seu posicionamento. Alternativamente, se o entrevistado concordou com a afirmação, a entrevista prosseguia com a seguinte pergunta: O senhor como empresário estaria disposto a participar da construção de um projeto de desenvolvimento de um FOXVWHU para o segmento CMB ? Se o entrevistado deu resposta negativa à pergunta, a entrevista encerrava-se nesse ponto, procurando-se contudo conhecer as alegações de seu posicionamento. Contrariamente, uma resposta positiva levava o entrevistado a opinar sobre a seguinte colocação: Desenvolver um FOXVWHU é uma ação de interesse das empresas do segmento, de fornecedores, empresas de suporte e entidades classistas e governamentais. A questão central reside em quem deve liderar o projeto. Michael PORTER (1999, p. 282) defende que: [...] As ações em relação ao aglomerado precisam ser motivadas pelo anseio de auferir resultados, em vez de induzidas por instituições acadêmicas, centros de altos estudos ou órgãos governamentais que encaram a pesquisa como um fim em si mesma. [...] A [FY liderança de empreendedores e o envolvimento de formadores de opinião caracterizam quase todas as iniciativas bem-sucedidas. Se a opinião do entrevistado fosse contrária à de PORTER (1999), julgando que não são os empresários do setor que devem liderar um projeto de formação do cluster, colher-se-ia, então, o parecer dele sobre como se deveria desencadear o processo. Finalmente, se a opinião do entrevistado foi em sintonia com PORTER (1999), propunha-se a seguinte indagação: Então um encontro das lideranças empresariais do segmento constitui-se num passo importante para iniciar o processo. O Senhor acha isso possível? O Senhor estaria disposto a liderar esse movimento? $UHVSRVWDDHVVDLQGDJDomRpDSDUWHHVVHQFLDOGDHQWUHYLVWDSRLVSHUPLWLD FRQKHFHUDSHUFHSomRGRHPSUHViULRVREUHDVSHFWRVUHOHYDQWHVGDIRUPDomRGHXP FOXVWHUSDUDRVHJPHQWR&0%GDLQG~VWULDWr[WLOGH6DQWD&DWDULQD 3.3 POPULAÇÃO DA PESQUISA A população alvo desta pesquisa foi constituída pelas principais empresas do segmento CMB da indústria têxtil brasileira, com base no Balanço Anual da Gazeta Mercantil, de julho de 2000. A Tabela 1 relaciona essas empresas por ordem de receita líquida conforme o balanço de 1999. As empresas de pequeno porte que integram o segmento CMB não foram consideradas na população alvo, tendo em vista que para o escopo da pesquisa elas não têm representatividade. [FYL TABELA 1 – PRINCIPAIS EMPRESAS DO SEGMENTO CMB DA INDÚSTRIA TÊXTIL BRASILEIRA POR ORDEM DE RECEITA LÍQUIDA - 1999 ORDEM EMPRESA SEDE RECEITA LÍQUIDA 50,/ 3$57,&,3$d2 1 7HND SC – Blumenau 314.083 30,4 2 Karsten SC – Blumenau 153.649 14,9 3 Döhler SC – Joinville 144.400 14,0 4 Artex SC – Blumenau 117.342 11,4 5 Buettner SC – Brusque 88.516 8,6 6 Lepper SC – Joinville 53.235 5,2 7 Altenburg SC – Blumenau 51.978 5,0 8 Toália PB 36.849 3,6 9 Sisa SE 29.300 2,8 10 São Carlos Tecelagem SP 20.987 2,0 11 Tognato SP 10.981 1,1 12 Romaria SP 10.505 1,0 1.031.825 100,0 Receita total FONTE: Balanço Anual. Artigo cama, mesa e banho. %DODQoR$QXDO. Ano XXIV, n. 24, p. 226. São Paulo, jul. 2000. 3.4 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA Um dos fatores que determinaram a extensão da amostra foi a localização das empresas. Tendo em vista os objetivos da pesquisa, as empresas que compuseram a amostra foram aquelas da Tabela 1, com sede no Estado de Santa Catarina. Foram elas: Teka, Karsten, Döhler, Artex, Buettner, Lepper e Altenburg, conforme mostra a Tabela 2. Tratou-se de uma amostragem do WLSRnão probabilística intencional, pois partiu-se da suposição de que, com bom julgamento e estratégia adequada, as empresas assim escolhidas para representar a população seriam satisfatórias para as necessidades da pesquisa (MATTAR, 1999). Das empresas que compõem a amostra, duas não foram entrevistadas: a Lepper, por não ter sido possível estabelecer contato com a sua diretoria e a Teka, por ter-se recusado a atender aos pedidos formulados. [FYLL TABELA 2 – AMOSTRA PROBABILÍSTICA INTENCIONAL ORDEM EMPRESA SEDE 3$57,&,3$d2 1 7HND Blumenau RECEITA LÍQUIDA 50,/ 314.083 2 Karsten Blumenau 153.649 16,6 3 Döhler Joinville 144.400 15,6 4 Artex Blumenau 117.342 12,7 5 Buettner Brusque 88.516 9,6 6 Lepper Joinville 53.235 5,8 7 Altenburg Blumenau 51.978 5,6 923.203 100,0 Receita Total 34,1 FONTE: Balanço Anual. Artigo cama, mesa e banho. %DODQoR$QXDO. Ano XXIV, n. 24, p. 226. São Paulo, jul. 2000. 3.5 COLETA DE DADOS Não obstante o reduzido número de empresas da amostragem, foram tomados cuidados especiais, visando à qualidade dos dados obtidos. De acordo com recomendação de MATTAR (1999), a tarefa de conduzir a entrevista ficou a cargo de uma pessoa (o professor orientador) e a tarefa de anotar as respostas ficou a cargo de outra pessoa (o pesquisador). Evitaram-se, assim, os inconvenientes de uma só pessoa ficar responsável pelas duas tarefas. Pôde-se, desse modo, manter o processo interessante para o entrevistado, sem quebra do desenvolvimento do raciocínio requerido na apresentação das questões constantes do formulário. Conforme recomenda GIL (1988), o início da entrevista consistiu em conversa amistosa com o entrevistado, explicando-lhe a finalidade da visita, o objetivo da pesquisa e, especialmente, a importância da colaboração pessoal dele para a execução do trabalho acadêmico. Assegurou-se ao entrevistado o caráter estritamente confidencial e que as informações prestadas permanecerão no anonimato. Ao término da entrevista, houve o comprometimento do pesquisador em fornecer um relatório da pesquisa aos entrevistados para apreciação das conclusões. O tempo médio de duração das entrevistas foi cerca de duas horas, havendo casos de a entrevista ter tido a duração de três horas, fato que mostra o interesse do empresário pelo assunto objeto da pesquisa. Tendo em vista o reduzido número de empresas a serem entrevistadas, não houve necessidade de montar um cronograma das atividades de coleta de dados. As entrevistas foram agendadas através da Fundação Fritz [FYLLL Müller, que mantém um bom nível de relacionamento com os empresários da região. TABELA 3 – AGENDAMENTO DAS ENTREVISTAS '$7$ EMPRESA DIRETOR SUPERINTENDENTE 18.10.2000 ALTENBURG Sr. Rui Altenburg 19.10.2000 KARSTEN Sr. Carlos Odebrecht 19.10.2000 ARTEX Sr. Sérgio Antônio Cordeiro de Oliveira 23.10.2000 DÖHLER Sr. Udo Döhler 30.10.2000 BUETTNER Sr. João Henrique Marchewsky TEKA Não entrevistada LEPPER Não entrevistada Os entrevistados eram informados, por ocasião do contato de agendamento, tratar-se de uma pesquisa relacionada a uma dissertação de Mestrado em Administração de Negócio da FURB, envolvendo o setor CMB de Santa Catarina. Tomou-se o cuidado de não se levar o tema da entrevista previamente ao conhecimento do empresário e, muito menos, o conteúdo do formulário para que a verificação da percepção dele, sobre os diversos questionamentos da entrevista, não ficasse prejudicada. 6(*0(172&0%'$,1'Ò675,$7Ç;7,/ A indústria têxtil compreende a fiação, tecelagem, malharia e confecções. No Brasil essa indústria conta com cerca de 22 mil empresas, sendo reduzido o número de empresas de grande porte. A cadeia industrial têxtil brasileira emprega, nos dias de hoje, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores; faturou, em 1999, em torno de US$ 23,7 bilhões, o que significa 4,3% do PIB. É no setor de confecções que está inserido o segmento cama, mesa e banho (CMB) dessa indústria, juntamente com o segmento do vestuário. Esse setor caracteriza-se por um alto grau de diferenciação no uso de matérias-primas, nos processos produtivos, padrões de concorrência e estratégias empresariais. O segmento do vestuário é o mais representativo do setor de confecções, com cerca de 80% do número de empresas e, também, com o mesmo percentual no número de mão-de-obra empregada. O segmento CMB representa, portanto, cerca de 20% do número de empresas e da mão-de-obra do setor. Os produtos usualmente classificados nesse seguimento são: edredons, colchas de cama, colchas de cobertura, fronhas e lençóis; centros de mesa, toalhas [FL[ de mesa, guardanapos e jogos americanos; tapetes, toalhas de banho, toalhas de rosto e roupões de saída de banho. Não há muitos produtores desses artigos no mundo. Além do Brasil, destacam-se os Estados Unidos, a Bélgica, a Itália, a Alemanha, a Índia e a Turquia. Segundo o BNDES (1998), os principais clientes desse segmento são o pequeno varejo tradicional, grandes lojas de departamento, hiper e supermercados, lojas especializadas, shopping centers, hotéis, hospitais e restaurantes. Conforme se aludiu na parte introdutória desta dissertação, a indústria brasileira, que vinha desfrutando das vantagens de um mercado protegido da concorrência externa, viu-se obrigada, a partir do início dos anos 90, a enfrentar uma série de dificuldades, por conta do programa de abertura comercial. A crise tornou-se mais aguda com a adoção do Plano Real, em razão da sobrevalorização da moeda que desmotivou as exportações. Esta seção tem o objetivo de dar uma visão do comportamento do segmento CMB nos anos 90, no que se refere à produção, comércio interno, comércio externo e estratégias empresariais, retratando assim os esforços das empresas para se adequarem ao novo ambiente econômico. &RQFHQWUDomRGD3URGXomR O Gráfico 1 mostra que a produção brasileira dos artigos de cama, mesa e banho está fortemente concentrada no Estado de Santa Catarina, responsável por 90,4% da produção, conforme dados de 1999. Verifica-se ainda que a produção catarinense desses artigos está fortemente concentrada em municípios vizinhos do Médio Vale do Itajaí £ Blumenau e Brusque £ que foram responsáveis por 71,0% do total produzido no país em 1999. F GRÁFICO 1 – SEGMENTAÇÃO DO SETOR CMB EM SANTA CATARINA 1 0 0 ,0 9 0 ,4 9 0 ,0 7 1 ,0 8 0 ,0 ¼ 6 2 ,4 7 0 ,0 º» 6 0 ,0 ´µ 4 0 ,0 ·µ¶ ¸¹ 5 0 ,0 3 0 ,0 2 0 ,0 3 ,6 1 0 ,0 0 ,0 SC PB 3 ,1 SP 2 ,9 SE B LU B L U -B R U FONTE: Balanço Anual. Artigo cama, mesa e banho. %DODQoR$QXDO. Ano XXIV, n. 24, p. 226. São Paulo, jul. 2000. (YROXomRGD3URGXomR A Tabela 4 e o Gráfico 2 mostram a evolução da produção brasileira dos artigos de cama, mesa e banho no período 1990/1997. Observa-se um aumento em 1994, a exemplo de outros setores da economia, em razão de o Plano Real ter provocado um aumento do consumo das classes C e D. A partir de então, a produção do segmento vemse mantendo no mesmo patamar. No período todo, verifica-se um aumento de 34% do total dos artigos produzidos. Os artigos de mesa foram os que tiveram maior aumento (38%). A produção brasileira, em 1997, de todo o segmento, foi em torno de 482 milhões de peças, representando um crescimento anual médio de 4% no período 1990/97. TABELA 4 – PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ARTIGOS DE CAMA, MESA E BANHO – EM MIL UNIDADES FL FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 7. De acordo com o Gráfico 3, no período fevereiro de 1997 a junho de 1998, a produção média mensal do segmento foi ligeiramente superior a 40.000 mil peças, destacando-se o mês de outubro de 1997 com o pico de produção do período, atingindo a casa de 50.000 mil peças. GRÁFICO 2 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ARTIGOS DE CMB p. 13. FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, FLL GRÁFICO 3 – EVOLUÇÃO MENSAL DA PRODUÇÃO DE ARTIGOS CMB FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDO Q, São Paulo, 1998, p. 2. Um fato a ser destacado é que, apesar do aumento verificado na quantidade produzida, os valores em dólar tiveram redução: caíram de US$ 1,6 bilhão em 1990 para US$ 1,3 bilhão em 1997. Esse movimento aconteceu com todos os artigos do segmento, conforme Gráfico 4. GRÁFICO 4 – EVOLUÇÃO DDOS VALORES DA PRODUÇÃO (US$ MIL) FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 3. A queda do preço médio dos artigos, de acordo com o BNDES (1998), deve-se: i) ao incremento de produtividade através de investimentos tecnológicos; ii) ao declínio das margens de lucro das empresas, devido ao aumento da concorrência; iii) à queda dos custos FLLL (redução do preço da matéria-prima, por exemplo); iv) ao aumento da participação de produtos populares. O Gráfico 5 ilustra o movimento de queda dos preços. Os preços dos artigos em tecido liso (cama e mesa) tiveram queda mais acentuada em razão da concorrência de produtos importados da Ásia, estimulada que foi pela queda de barreiras alfandegárias e política cambial. GRÁFICO 5 – EVOLUÇÃO DOS PREÇOS MÉDIOS p. 3. FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, Os artigos de banho representam, em termos de produção, o maior percentual do segmento, ao passo que os artigos de cama representam os de maior valor da produção do segmento, conforme se ilustra nos Gráficos 6 e 7. GRÁFICO 6 – PARTICIPAÇÃO DOS ARTIGOS CMB NA PRODUÇÃO FÍSICA DO SEGMENTOS - 1997 FLY p. 4. FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, GRÁFICO 7 – PARTICIPAÇÃO DOS ARTIGOS NOS VALORES DA PRODUÇÃO - 1997 FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 4. 0HUFDGR,QWHUQR O Gráfico 8 mostra que uma expressiva parcela da produção do segmento é destinada ao mercado interno. O consumo interno sofreu acentuado declínio no período de 1990 a 1997, caindo de US$ 1,5 bilhão para US$ 1,2 bilhão, numa média anual de 3%, segundo a FGV/IBRE (1999). O consumo do segmento está concentrado no público feminino da faixa etária entre 23 e 55 anos, na sua maioria proveniente das classes A, B e C, ou seja, a partir de 4 saláriosmínimos. Após a estabilização monetária, a classe C passou a ter uma participação mais acentuada no consumo. Outra característica desse mercado é a não influência da sazonalidade, contrariamente ao que ocorre no mercado externo. A renovação dos produtos é lenta, em razão da durabilidade média deles (em torno de um a três anos). Os artigos de mesa são os que apresentam maior durabilidade (em torno de 3 a 4 anos), enquanto que os artigos de banho duram de 7 a 12 meses e os de cama de 1,5 a 2 anos. Quanto à comercialização desses produtos, o pequeno varejo ainda representa uma participação de 34% do total das vendas, seguido das lojas de departamento, com 24%. As lojas de departamento trabalham com preços mais elevados, em razão de seus custos fixos, apresentando, por isso, uma tendência de perder espaço. Nos segmentos mais populares, o preço é fator decisivo de concorrência e o autoserviço é elemento importante da estratégia. Mesmo para esse FY segmento, vem-se fazendo um trabalho de conscientização da qualidade do produto, através da orientação aos vendedores e consumidores finais sobre os cuidados com a manutenção, a fim de evitar estragos que independem da qualidade mas afetam negativamente a imagem da marca. GRÁFICO 8 – CONSUMO DE ARTIGOS DE CMB 11. FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 0HUFDGR([WHUQR O Gráfico 9 mostra a evolução das exportações brasileiras do setor CMB no período 1990 a 1997. Segundo o relato nº 8 do BNDES, as vendas externas somaram em 1997 cerca de US$ 205 milhões. A balança comercial do segmento CMB apresenta uma posição superavitária e caracteriza-se pelo desempenho do Estado de Santa Catarina, responsável por 90% das exportações, conforme se deduz do Gráfico 10. O melhor desempenho dos anos 90 ocorreu em 1993, quando apresentou um saldo de US$ 230 milhões. A partir de então, o segmento passou a apresentar um desempenho histórico, na faixa de US$ 185 milhões. Os artigos de banho são os mais representativos, com cerca de US$ 140 milhões, o que significa 75% do saldo total do segmento. Os artigos de cama estão em segundo lugar, com US$ 27 milhões (15%) e em terceiro os de mesa, com US$ 18 milhões (10%). Em 1997, segundo o dados da Secex, 60% das exportações foram para a Argentina, vindo em segundo os Estados Unidos (21%) e em terceiro a Alemanha (13%). Apesar de o segmento ser internacionalmente competitivo, carece de um trabalho, visando a sedimentar uma marca nacional, conforme esclarece o BNDES (1998), ao comentar o desempenho do setor no mercado externo: FYL Os exportadores nacionais têm grande competitividade nesse mercado, já tendo conquistado reconhecimento entre os principais distribuidores externos pelos elevados padrões de qualidade. Não obstante, não há fortes marcas nacionais, que sejam reconhecidas pelo consumidor final, e é essa a principal desvantagem das nossas exportações, que ficam sujeitas a uma forte competição de preços nos seus principais mercados. Nesse aspecto, dependendo da capacidade de aquisição dos processos e da tecnologia de produção, os chineses podem se tornar uma ameaça, apesar de apresentarem padrão de qualidade muito inferior aos produtos brasileiros. GRÁFICO 9 – EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DOS ARTIGOS CMB FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 13. FYLL GRÁFICO 10 - PRINCIPAIS ESTADOS EXPORTADORES DE ARTIGOS CMB - 1997 FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 13. Quanto às importações, conforme se constata no Gráfico 11, apresentam um volume muito baixo. No período 1990/93 os valores estiveram sempre abaixo de US$ 5 milhões. GRÁFICO 11 – EVOLUÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DE ARTIGOS CMB FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 14. A partir do Plano Real (1994) teve início uma fase expansiva, representada por produtos provenientes sobretudo da China. O Gráfico 12 mostra as principais procedências no ano de 1997. FYLLL GRÁFICO 12 – ORIGEM DAS IMPORAÇÕES DE ARTIGOS CMB - 1997 FONTE: BNDES. O setor de cama, mesa e banho no Brasil. 5HODWR6HWRULDOQ, São Paulo, 1998, p. 15. (VWUDWpJLDV(PSUHVDULDLV Um recente trabalho da Gazeta Mercantil (Balanço Anual 2000) aponta um dos problemas mais críticos das empresas do segmento CMB. A Tabela 5 mostra indicadores de desempenho, referentes ao ano de 1999, das quatro empresas de maior porte desse segmento sediadas em Blumenau (Teka, Karsten, Artex e Altenburg), da principal delas sediada em Joinville (Döhler), bem como da principal delas sediada em Brusque (Buettner). O grau de endividamento das empresas é o problema mais crítico. Uma das conseqüências dessa situação é a dificuldade que as empresas enfrentam para buscar recursos de alavancagem no mercado secundário, com vistas ao financiamento de investimentos a custos mais reduzidos. Por isso, de acordo com a FGV/IBRE (1999), é necessário um esforço para quebrar o círculo vicioso do endividamento e então poder desfrutar do seguinte círculo virtuoso: geração de resultados, colocação de papéis em bolsa com bons preços, saneamento dos débitos e novos planos de investimentos. TABELA 5 – INDICADORES DE DESEMPENHO DE EMPRESAS DO SEGMENTO CMB DO ESTADO DE SANTA CATARINA - 1999 (035(6$ Teka 5(&/Ë45 /3/Ë450,/ 0,/ 314.083 (98.900) 'Ë9),15 0,/ 152.472 *5$8'((1' 94,8 Karsten 153.649 8.810 40.523 49,0 Artex 117.342 (46.712) 69.209 85,1 FL[ Altenburg Döhler Buettner 51.978 1.009 7.837 77,8 144.400 16.517 14.916 24,4 88.516 7.004 45.736 99,1 (*) relação percentual entre o passivo circulante somado ao exigível a longo prazo e o total do ativo. FONTE: Balanço Anual. Artigos CMB. %DODQoR$QXDO. Ano XXIV, n. 24, p. 226. São Paulo, jul. 2000. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas apresenta as principais estratégias utilizadas pelas empresas brasileiras do setor de confecções, visando a enfrentar os problemas trazidos pelo novo ambiente eonômico. Dentre elas destacam-se: Pesado investimento de modernização e incorporação de tecnologia de ponta; Reforma de gestão da empresa e reforma administrativa que resultaram em redução dos quadros funcionais; Busca de parcerias e fusão em grandes aglomerados, visando à escala, consolidação de posição competitiva no mercado nacional e nas exportações; Desativação de unidades fabris menos produtivas; Centralização da distribuição dos produtos em uma grande unidade gestora, através da criação de representantes regionais e vendedores treinados para seguir uma linha estratégica; Pressão dos empresários sobre o governo visando a impedir a competição desleal; Localização de unidades fabris em regiões onde os salários são mais baixos; Formação de lobby visando à flexibilização da política salarial e encargos trabalhistas. A FGV/IBRE (1999) apresenta as principais mudanças que as empresas brasileiras de confecções promoveram nos anos 90, visando a resolver problemas trazidos pelo novo ambiente econômico. Com relação às empresas blumenauenses do segmento CMB, o referido estudo destaca a Teka, Artex e Karsten. Eis as conclusões. A Teka participa com 1/3 do mercado brasileiro do segmento CMB, do qual é a maior empresa. Ela vem firmando contratos de produção de artigos licenciados de empresas do exterior, como forma de expandir suas exportações. Como se trata de uma atividade intensiva em mão-de-obra, o custo desse fator de produção torna-se relevante. Por isso, uma estratégia de redução de custos de produção, que vem sendo estudada pela empresa, refere-se à localização de fábricas em outras regiões, onde o custo da mãode-obra seja menor e a empresa possa contar com incentivos fiscais, ampliando assim a competitividade. A Artex é a segunda maior empresa do segmento. Associou-se à Coteminas para produzir roupas de cama de alta qualidade a preços competitivos. A estratégia para atingir esses objetivos é a produção em escala na unidade fabril da Coteminas, em Montes Claros (MG). A produção de toalhas para o mercado interno desloca-se para João Pessoa (PB), onde o grupo conta com a empresa Toália S.A. que tem mão-de-obra mais barata. Desse modo, a unidade F[ de Blumenau passa a concentrar sua produção em artigos para exportação, de maior valor agregado, para poder compensar o maior custo dos recursos humanos. Ainda segundo a FGV/IBRE (1999), a Karsten destaca-se pela exportação de toalhas de mesa e de banho. O novo cenário econômco levou a empresa a investir em tecnologia para poder reduzir seu quadro de funcionários. As máquinas, com mais de 20 anos de vida, foram substituídas por mais modernas. A empresa vem desenvolvendo novas linhas nos artigos de banho e de mesa, com estampas estrangeiras, especialmente Warner e Disney. O banco de horas foi uma forma pioneira de minimizar o problema do custo da mão-de-obra, posta em prática por empresas de Blumenau. Trata-se de acordo entre patrões e empregados que introduziu um maior grau de flexibilidade para a contratação, acabando com o piso salarial. Um dos problemas de competitividade, segundo alegações de empresas, são os elevados encargos trabalhistas e benefícios vinculados aos salários, se comparados com países com os quais o Brasil compete. Com relação aos efeitos do custo da mão-de-obra sobre a competitividade empresarial, a FVG/IBRE (1999) observa que esse custo no Brasil é quase sete vezes o da China e o da Índia, ou seja, US$ 3,84/hora no Brasil, US$ 0,58/hora na China e US$ 0,56/hora na Índia. Por outro lado, Taiwan tem um custo correspondente a uma vez e meia ao do Brasil (US$ 6,38/hora). Isso mostra que o custo da mão-de-obra pode ser um fator importante na questão da competitividade mas não é fator determinante. A FGV/IBRE (1999) comenta ainda que os altos encargos trabalhistas pesam muito para as empresas porque representam mais que 100% do valor pago ao trabalhador. Em razão do custo da mão-de-obra e do peso dos encargos trabalhistas, as empresas de confecção da Região Sul e Sudeste, onde o salário mensal é de US$ 400, estão migrando para regiões nordestinas do País, onde o salário mensal é inferior à metade (US$ 180). Visando à redução da desvantagem qualitativa da mão-de-obra nordestina, está havendo um empenho dos governos estaduais dessas regiões, em atuação conjunta com as empresas, buscando o treinamento adequado para os trabalhadores. A FGV/IBRE (1999) comenta ainda que empresas do setor de confecções estão buscando aumentar a competitividade através da redução de desperdícios. O uso do sistema CAD/CAM possibilita uma queda expressiva das perdas de matéria-prima (de 30% para 3%) e aumenta a flexibilidade de produção da empresa. Outro fator que deu destaque ao sistema é a violenta redução do tempo gasto na produção de arte dos artigos. Trabalhos que no sistema anterior ao CAD/CAM demoravam 45 dias, atualmente são realizados, com melhor qualidade, em apenas 2 dias. F[L F[LL $35(6(17$d2($1È/,6('265(68/7$'26 Este capítulo tem por objetivo apresentar os resultados da coleta de dados obtidos através das entrevistas realizadas junto aos empresários do setor CMB e posteriormente proceder à análise desses dados. Os resultados são apresentados em três subseções distintas. A primeira trata dos resultados referentes às estratégias competitivas adotadas pelas empresas entrevistadas. Foram considerados dois tipos de estratégias: um referente à utilização de fatores internos da empresa e outro à utilização de fatores externos à empresa. A segunda subseção apresenta os resultados da parte da entrevista em que se buscou: i) saber como o empresário via a indústria têxtil da região; ii) identificar a percepção do entrevistado com relação ao segmento CMB como indutor do desenvolvimento econômico da região; iii) identificar a percepção dos empresários a respeito do cluster como estratégia competitiva do setor CMB. Finalmente, a terceira subseção apresenta os resultados da entrevista em que se buscou avaliar a viabilidade da formação do “ Cluster CMB” da indústria têxtil de Santa Catarina com base num projeto liderado pelo próprio setor. 4.1 RESULTADOS REFERENTES À ESTRATÉGIA COMPETITIVA Esses resultados foram obtidos com a aplicação do formulário conforme descrita no ANEXO 1, que relaciona fatores de produção intra e inter-empresas. Sobre esses fatores verificou-se com que prioridade as empresas vinham investindo efetivos esforços, medidos em tempo, recursos financeiros e humanos para desenvolvê-los. Isto é, não se procurou saber se o entrevistado simplesmente achava estrategicamente importantes aqueles fatores, mas com que prioridade eles estavam sendo objeto de ações empresariais. Foram estabelecidos três níveis de qualificação de prioridade desses fatores: prioridade 1 (alta prioridade), prioridade 2 (média prioridade) e prioridade 3 (baixa prioridade). Os casos de ausência de qualquer iniciativa com relação ao fator questionado foram registrados como prioridade 0 (zero). Tendo em vista as restrições em nomear as empresas, elas foram aleatoriamente designadas por letras maiúsculas do alfabeto (empresa A, empresa B, empresa C etc.), sem nenhuma relação que pudesse identificá-las com a listagem apresentada. FIGURA 13 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PARTE DA ENTREVISTA SOBRE A PRIORIDADE DOS FATORES INTERNOS COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA DAS EMPRESAS DO SEGMENTO CMB DA INDÚSTRIA TÊXTIL DE SANTA CATARINA F[LLL FATORES INTERNOS DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA Marca, tradição e experiência Inovação e desenvolvimento de produtos Tecnologia de produção: processos e equipamentos Tecnologia de gestão Gestão do capital humano Tecnologia da inf.: intranet, internet, com. eletrônico Desverticalização, terceirização e parcerias Localização (*) Certificação de qualidade Tecnologia de preservação do meio ambiente Marketing estratégico e logística A Prioridade E M P R E S A S B C D Prioridade 1 2 3 1 2 3 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Prioridade 1 X Prioridade 2 3 X X 1 2 X X X X X X X X X X X X X X X X 3 X X E Prioridade 1 2 X X X X X X X X 3 X X (*) ver os esclarecimentos no item Localização da subseção 4.1.1. 4.1.1 Principais Observações dos Entrevistados sobre os Fatores Competitivos Internos 0DUFDWUDGLomRHH[SHULrQFLD Constatou-se interesse de algumas empresas em mudar o logotipo, visando à divulgação do nome da empresa e ao fortalecimento da marca no mercado interno. As empresas que têm grande parte da produção voltada para o mercado externo não priorizaram esse item. ,QRYDomRHGHVHQYROYLPHQWRGHSURGXWRV As empresas estão sempre atentas, especialmente às novidades que surgem no mercado das fibras sintéticas. Trata-se de uma área muito dinâmica e que afeta a agregação de valor aos produtos do setor. 7HFQRORJLDGDSURGXomRSURFHVVRVHHTXLSDPHQWRV As empresas trabalham com teares modernos. Na opinião dos entrevistados, esse fator está muito associado ao anterior. Uma das entrevistadas citou investimentos de US$ 10 milhões neste ano de 2000. F[LY 7HFQRORJLDGHJHVWmR Houve redução de diretorias. Há preocupação em mudar a cultura da empresa, tendo como princípio a prevalência do acionista. Houve modernização nessa área com aquisição de softwares específicos. Passou-se a dar ênfase ao planejamento estratégico. *HVWmRGRFDSLWDOKXPDQR Há preocupação com o ambiente de trabalho, procurando o engajamento do pessoal. Há investimentos visando à qualificação da mão-de-obra. O preenchimento de vagas é feito, de preferência, com o pessoal da casa. 7HFQRORJLDGDLQIRUPDomRLQWUDQHWLQWHUQHWHFRPpUFLRHOHWU{QLFR Esse fator vem merecendo especial atenção dos entrevistados. Os fornecedores estão conectados com a empresa. As amostras são trabalhadas com o sistema CAD. Há também preocupação com o uso indevido dos arquivos computadorizados (espionagem industrial) e da internet (acessos que nada têm a ver com o trabalho do funcionário). O policiamento, para inibir procedimentos indevidos, não é aconselhável, segundo os entrevistados que manifestaram a respeito. 'HVYHUWLFDOL]DomRWHUFHLUL]DomRHSDUFHULDV Há forte resistência à desverticalização. As razões básicas são a perda do controle da qualidade e o aumento da carga tributária. Há muita desconfiança com relação ao padrão de qualidade de terceiros. Com relação à terceirização e parcerias há posicionamentos divergentes. Aqueles que são contrários alegam que se os produtos/serviços terceirizados têm um custo menor ou é porque a empresa que terceirizou é incompetente ou os produtos/serviços terceirizados são de qualidade inferior. Por outro lado, houve posicionamentos favoráveis, sob o argumento da sazonalidade: estações do ano com reduzido consumo. De modo geral os serviços de segurança, refeições, limpeza e transporte são terceirizados. Para alguns entrevistados é necessário aguardar a reforma tributária para aprofundar mais na desverticalização, visando à terceirização e parcerias. /RFDOL]DomR De modo geral não há intenção em sair da região, apesar de algumas empresas terem estudado a alternativa, tendo em vista o diferencial do custo da mão-deobra. De modo geral, os entrevistados reconhecem a grande vantagem da qualidade da mão-de-obra da região onde estão sediadas as empresas. Há projetos em estudo para a produção de fios em locais mais próximos à oferta da matéria-prima por se tratar de uma commodity produzida com uso intensivo de máquinas e que não exige o nível de qualificação da mão-deobra requerido para a produção dos artigos de cama, mesa e banho. Entrevistados manifestaram-se contrários à idéia de buscar outras localizações pelo atrativo dos incentivos fiscais. F[Y Uma série de desvantagens pode anular os ganhos advindos da isenção fiscal. &HUWLILFDomRGHTXDOLGDGH De modo geral é baixo o interesse em investir na certificação da qualidade. Isso é justificado pela não exigência por parte dos mercados interno e externo. As empresas estão buscando a qualidade, sem a preocupação com a certificação. Os casos de investimento em certificação dizem respeito às ISO 9000 e 14000. 7HFQRORJLDGHSUHVHUYDomRGRPHLRDPELHQWH Os principais investimentos, visando à preservação do meio ambiente, são aqueles direcionados ao reflorestamento, tratamento dos efluentes e uso do gás natural que reduz a poluição. 0DUNHWLQJHVWUDWpJLFRHORJtVWLFD As empresas não priorizam o marketing como estratégia competitiva. Há investimento institucional e não no produto. A alegação básica é que o “ mundo” quer preço e qualidade: a marca é secundária. Quanto à logística, as empresas estão preocupadas com as grandes redes de distribuição (Wall Mart, Carrefour, C&A) que tendem a dominar os mercados interno e externo, impondo sua estratégia. Uma das alternativas pensadas para enfrentar o problema é investir na criação do sentimento de fidelidade do cliente, através de outlet e catálogo. Outra alternativa aventada foi a do enfoque: centralizar a produção naquilo em que é forte e renunciar à produção dos artigos em que as vantagens competitivas do concorrente são muito acentuadas. A idéia é não ficar no caminho do gigante. F[YL FIGURA 14-APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PARTE DA ENTREVISTA SOBRE A PRIORIDADE DOS FATORES SISTÊMICOS COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA DAS EMPRESAS DO SEGMENTO CMB DA INDÚSTRIA TÊXTIL DE SANTA CATARINA FATORES SISTÊMICOS DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA Integração e cooperação com outras empresas do ramo, especialmente da região. A prioridade E M P R E S A S C D prioridade Prioridade E Prioridade Prioridade 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0 X X X X X Cooperação e estímulo para desenvolvimento de empresas de suporte locais: :metrologia e ensaios, apoio tecnológico, financeiro, informações sobre mercados, assistência técnica etc. Cooperação e estímulo para desenvolvimento de empresas fornecedoras locais. Cooperação e estímulo para desenvolvimento de instituições locais de desenvolvimento de tecnologias, pesquisa e ensino (Universidade, Senai, Fiesc etc.) Cooperação e estímulo para desenvolvimento de associações de classe (feiras, sindicatos, federações). B X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 4.1.2 Principais Observações dos Entrevistados sobre os Fatores Competitivos Inter-empresas Integração e cooperação com outras empresas do ramos Experiências negativas colhidas no passado podem explicar a falta de interesse em priorizar esse fator. Há quem alegue que o isolamento advém da cultura alemã. Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de empresas de suporte As alegações da falta de interesse nesse área têm fundo cultural: espírito de auto-suficiência do alemão. &RRSHUDomRHHVWtPXORSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGHHPSUHVDVIRUQHFHGRUDV ORFDLV Tentou-se no passado com a criação de uma central de compras de algodão, mas não funcionou a contento. Outra alternativa fracassada foi a criação de empresa para fornecer o fio de algodão (Fiovale). F[YLL &RRSHUDomRHHVWtPXORSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGHLQVWLWXLo}HVORFDLV WHFQRORJLDSHVTXLVDHHQVLQR O interesse nessa área é pequeno em razão da frustração de tentativas passadas. A Fundação Blumenauense de Estudos Têxteis representa a mais importante ação coletiva das empresas da indústria têxtil de Blumenau, visando a estimular e desenvolver instituições locais voltadas para a área de pesquisa. Existe ainda algum relacionamento com a UFSC (projeto eco- goma), com o SENAI (treinamento do aprendiz nas instalações da empresa), IES local (custeio parcial do estudo do funcionário, cooperação na aquisição de equipamentos). Houve caso de cooperação em estudo sobre a competitividade e desenvolvimento da indústria têxtil brasileira, promovido pela Gherzi Textile Organization. &RRSHUDomRHHVWtPXORSDUDRGHVHQYROYLPHQWRGHDVVRFLDo}HVGHFODVVH IHLUDVIyUXQVVLQGLFDWRVIHGHUDo}HVHWF As empresas do setor deixaram de participar da FENIT (São Paulo), que era um evento onde prevaleciam empresas têxteis de Santa Catarina. Através do SINTEX - Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, foram criadas a FEBRATEX – Feira Brasileira para a Indústria Têxtil (1999) e a TEXFAIR DO BRASIL – Feira Industrial (2000). Está programada para 2001 a criação da FEMATEX – Feira Industrial de Materiais Têxteis. 4.2 RESULTADOS DA ENTREVISTA REFERENTE À PERCEPÇÃO DO EMPRESÁRIO QUANTO AO “ CLUSTER CMB” COMO OPÇÃO DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA A parte inicial dessa averiguação consistiu em saber se o entrevistado tinha uma idéia correta do potencial da indústria têxtil, turismo e informática da região metropolitana de Blumenau. Para tanto, ele se manifestou, ou concordando com a seguinte afirmação, ou discordando dela (item 1 do ANEXO 2): Circulam opiniões sustentando que as perspectivas para a região metropolitana de Blumenau não são boas, pois a indústria têxtil, sua principal atividade econômica, está em forte decadência, com poucas chances de recuperar sua posição. Os setores que apresentam as melhores chances para ocupar o espaço do setor têxtil são os de turismo e de informática. F[YLLL FIGURA 15 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS SOBRE A VISÃO DO EMPRESÁRIO QUANTO AO POTENCIAL DA INDÚSTRIA TÊXTIL, GTURISMO E INFORMÁTICA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BLUMENAU VISÃO Setor têxtil Concorda Discorda Turismo Concorda Discorda Informática Concorda Discorda A B X X E M P R E S A C D X X E X X X X X X X X X X X 3ULQFLSDLVREVHUYDo}HVGRVHQWUHYLVWDGRV De modo geral, os entrevistados discordaram do diagnóstico pessimista do futuro da indústria têxtil da região. Os entrevistados argumentaram tratar-se de um problema genérico da economia brasileira, em razão do ajuste macroeconômico. Em parte, a crise é ainda explicada por falhas de gestão das empresas de maior porte, pois as pequenas, de modo geral, não tiveram problemas. Com relação ao turismo, apenas um dos entrevistados viu boas chances. Contrariamente, as perspectivas com relação à informática foram otimistas, pois a região foi pioneira no País nesse setor. O segundo passo foi averiguar se o entrevistado tinha conhecimento do potencial do segmento CMB da indústria têxtil da região, como indutor do desenvolvimento econômico. Para tanto, propôs-se-lhe a seguinte afirmação, sobre a qual ele deveria concordar ou discordar, justificando seu ponto de vista (item 2 ao ANEXO 2): O segmento CMB da indústria têxtil catarinense é o setor industrial que reúne as melhores condições para liderar o desenvolvimento econômico da região metropolitana de Blumenau. F[L[ FIGURA 16 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA ENTREVISTA SOBRE A VISÃO DO EMPRESÁRIO QUANTO AO POTENCIAL DO SEGMENTO CMB PARA LIDERAR UM PROCESSO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO DA REGIÃO VISÃO E M P R E S A A Concorda X B C D E X X X X Discorda 3ULQFLSDLVREVHUYDo}HVGRVHQWUHYLVWDGRV A plena aceitação da visão de que o setor CMB poderá liderar o desenvolvimento econômico da região foi justificada com base na tradição centenária, na fidelidade dos consumidores e no elevado montante de recursos requeridos para a formação da capacidade produtiva instalada. Independentemente da opinião do entrevistado, o passo seguinte consistiu em mostrar-lhe dados constantes do ANEXO 4, que comprovam que o Estado de Santa Catarina é responsável por cerca de 90% da produção e das exportações brasileiras dos artigos de cama, mesa e banho. Outro ponto que se procurou destacar foi a concentração das empresas setor CMB. Num raio de apenas 100 km concentra-se cerca de 90% da produção brasileira desses artigos: Blumenau, com 62,4%, Brusque, com 8,6% e Joinville, com 19,4%, conforme mostra o Gráfico l. Esclarecidos os aspectos econômicos que mostram a liderança catarinense e a forte concentração do setor, avançou-se para o tema cluster. Para tanto foi utilizado o ANEXO 3, que apresenta a definição de cluster, mostra sua importância, o seu funcionamento e cita diversos exemplos. Esclareceu-se, finalmente, que o setor CMB é um dos mais fortes candidatos a cluster desenvolvido no Estado de Santa Catarina. O entrevistado detinha, nesse ponto da entrevista, o conhecimento do setor CMB de Santa Catarina, especialmente sua forte segmentação regional, a sua representatividade nas exportações, bem como do conceito de cluster, como ele funciona, sua importância na economia de diversas regiões. Finalmente, para identificar a percepção dos empresários quanto ao “ Cluster CMB” de Santa Catarina ser ou não uma opção de estratégia competitiva, formulou-se o seguinte questionamento (item 3 do ANEXO 2): Uma opção concreta para criar vantagens competitivas dinâmicas para o setor CMB da indústria têxtil catarinense é transformá-lo num FOXVWHUdesenvolvido, isto é, transformáF[[ lo num aglomerado de empresas capaz de consolidar a sua posição no mercado global e atrair investimentos e novos empreendimentos. Qual é a sua opinião a respeito? FIGURA 17 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA ENTREVISTA PARA IDENTIFICAR A PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS COM RELAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO CLUSTER COMO OPÇÃO DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA PARA O SETOR CMB DE SANTA CATARINA VISÃO E M P R E S A Concorda A B C X X X D E X X Discorda Concorda com reservas 3ULQFLSDLVREVHUYDo}HVGRVHQWUHYLVWDGRV Não houve consenso a respeito da opção de desenvolvimento do cluster como estratégia competitiva do segmento CMB. As justificativas de posicionamento contrário basearam-se, ou na percepção de que não é um processo fácil e demanda muito tempo, ou porque as empresas são de famílias e não se tem, por isso, uma visão mais ampla. 4.3 RESULTADOS DA ENTREVISTA RELATIVA À VERIFICAÇÃO DA VIABILIDADE DO DESENVOLVIMENTO DO “ CLUSTER CMB” DE SANTA CATARINA DO PONTO DE VISTA DO EMPRESÁRIO A parte inicial dessa avaliação consistiu em colher a resposta do entrevistado a respeito da pergunta constante do item 4, do ANEXO 2: O senhor, como empresário, estaria disposto a participar da construção de um projeto de desenvolvimento de um FOXVWHU para o segmento CMB ? FIGURA 18 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PARTE DA ENTREVISTA EM QUE SE PROCUROU SABER DA DISPOSIÇÃO DO EMPRESÁRIO EM PARTICIPAR DE UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO CLUSTER CMB VISÃO E M P R E S A A Sim B X C X X Não F[[L D E X X 3ULQFLSDLVREVHUYDo}HVGRVHQWUHYLVWDGRV A grande maioria dos entrevistados mostrou-se disposta a participar de um projeto “ Cluster CMB” . O entrevistado contrário à idéia alegou que para sua empresa esse momento já passou. Há seis meses, essa idéia seria estudada com interesse. Uma resposta negativa à indagação acima significava o encerramento da aplicação das questões do formulário, pois já se tinha o posicionamento do empresário com relação à formação do cluster. Contrariamente, uma resposta positiva levava à seguinte indagação, (item 5 do ANEXO 2): Desenvolver um FOXVWHU é uma ação de interesse das empresas do segmento, de fornecedores, empresas de suporte e entidades classistas e governamentais. A questão central reside em quem deve liderar o projeto. Michael PORTER (1999 p. 282) defende que: “ [...] As ações em relação ao aglomerado precisam ser motivadas pelo anseio de auferir resultados, em vez de induzidas por instituições acadêmicas, centros de altos estudos ou órgãos governamentais que encaram a pesquisa como um fim em si mesma.[...] A liderança de empreendedores e o envolvimento de formadores de opinião caracterizam quase todas as iniciativas bem-sucedidas.” Qual é a sua opinião? FIGURA 19 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PARTE DA ENTREVISTA EM QUE SE PROCUROU SABER SE O ENTREVISTADO CONCORDAVA COM PORTER: A LIDERANÇA DE UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE UM CLUSTER DEVE SER DO PRÓPRIO SETOR EMPRESARIAL VISÃO E M P R E S A A Concorda X B C D E X (*) X X Discorda (*) entrevista encerrada na questão anterior 3ULQFLSDLVREVHUYDo}HVGRVHQWUHYLVWDGRV Houve consenso na aceitação da idéia de Porter. A justificativa baseou-se na alegação de que são os empresários os conhecedores mais profundos das realidades do setor. Neste caso também, uma resposta negativa significava o encerramento da aplicação das questões do formulário, pois já se tinha o posicionamento do empresário com relação à formação do cluster. Finalmente, a uma resposta positiva seguia-se a indagação correspondente ao item 6 do ANEXO 2: F[[LL Então um encontro das lideranças empresariais do segmento constitui-se num passo importante para iniciar o processo. O Senhor acha isso possível? O Senhor estaria disposto a liderar um movimento nesse sentido? FIGURA 20 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PARTE DA ENTREVISTA EM QUE SE PROCUROU SABER SE O ENTREVISTADO ACHAVA POSSÍVEL HAVER UM ENCONTRO DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR E SE ESTARIA DISPOSTO A LIDERAR UM MOVIMENTO NESSE SENTIDO Estaria disposto a liderar o movimento? Não Não (*) Não Não (*) entrevista encerrada anteriormente. 3ULQFLSDLVREVHUYDo}HVGRVHQWUHYLVWDGRV Os entrevistados julgaram difícil haver um encontro dos empresários do setor para discutir a idéia do “ Cluster CMB” . Experiências malsucedidas no passado inibem ações nessa direção. Não há, entre os empresários, alguém que possa exercer uma liderança para motivar. Houve opiniões aventando a necessidade de convencimento dos empresários através de um F[[LLL projeto que mostre a possibilidade de resultados tangíveis. Houve entrevistado que afirmou não haver um líder no setor CMB, ao contrário do que acontece no setor de malhas. 4.4 ANÁLISE DOS DADOS A parte inicial desta subseção visa a dar informações sumarizadas dos dados obtidos nas entrevistas. O método utilizado foi o descritivo. 4.4.1 Análise dos Dados Referentes aos Fatores de Estratégia Competitiva FIGURA 21 – NÚMERO DE EMPRESAS POR GRAU DE PRIORIDADE DOS FATORES INTERNOS DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA COMPETITIVOS INTERNOS FATORES U DE PRIORIDADE DOS FATORES a, tradição e experiência ção e desenvolvimento de produto ologia de produção: processos e equipamentos ologia de gestão o do capital humano ogia da inf.: intranete, internet, comércio eletrônico erticalização, terceirização e parceria ização icação de qualidade nologia de preservação do meio ambiente keting estratégico e logística COMPETITIVOS 1 4 5 3 5 4 0 1 2 2 2 2 1 1 0 1 0 1 0 0 0 2 2 3 3 1 0 0 1 0 0 5 1 3 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 FIGURA 22 – NÚMERO DE EMPRESAS POR GRAU DE PRIORIDADE DOS FATORES SISTÊMICOS DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA FATORES SISTÊMICOS DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA Integração e cooperação com outras empresas do ramo, especialmente da região Cooperação e estímulo para desenvolvimento de empresas de suporte locais: metrologia, ensaios, apoio tecnológico, financeiro, informações sobre mercados, assistência técnica etc. Cooperação e estímulo para desenvolvimento de empresas fornecedoras locais Cooperação e estímulo para desenvolvimento de instituições locais de desenvolvimento de tecnologias, pesquisa, ensino (Universidades, Senai, Fiesc etc. F[[LY GRAU DE PRIORIDADE DOS FATORES 1 2 3 0 0 0 0 5 0 0 0 5 0 0 0 5 0 0 5 0 Cooperação e estímulo para desenvolvimento de associações de classe (feiras, sindicatos, federações) 0 5 0 4.4.2 Análise dos Dados Referentes à Percepção do Entrevistado quanto ao Potencial do Setor CMB de Santa Catarina e ao Cluster como Opção de Estratégia Competitiva FIGURA 23 – NÚMERO DE EMPRESAS POR VISÃO DO POTENCIAL DA INDÚSTRIA TÊXIL, TURISMO E INFORMÁTICA. Setor Indústria Têxtil Turismo Informática Visão Otimista Pessimista Otimista Pessimista Otimista Pessimista Número de empresas 4 1 1 4 5 0 FIGURA 24 – NÚMERO DE EMPRESAS POR VISÃO DO POTENCIAL DO SETOR CMB DA REGIÃO DE BLUMENAU Variável O setor CMB poderá liderar o desenvolvimento econômico da região de Blumenau F[[Y 0 FIGURA 25 – NÚMERO DE EMPRESAS POR VISÃO DO CLUSTER COMO OPÇÃO DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA DO SETOR CMB DE SANTA CATARINA Variável O cluster é uma opção de estratégia competitiv a para o setor CMB de Santa Catarina. FIGURA 26 – NÚMERO DE EMPRESAS POR DISPOSIÇÃO EM PARTICIPAR DE UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO “ CLUSTER CMB” DE SANTA CATARINA F[[YL Variável Empresas dispostas a participar de um projeto “ Cluster CMB” FIGURA 27– NÚMERO DE EMPRESAS POR CONCORDÂNCIA COM LIDERANÇA DO SETOR NUM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO “ CLUSTER CMB” Variável F[[YLL Um projeto “ Cluster CMB” deve ser liderado pelo próprio setor FIGURA 28 NÚMERO DE EMPRESAS POR VISÃO DA POSSIBILIDADE DE UM ENCONTRO DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR CMB E DA DISPOSIÇÃO DO EMPRESÁRIO EM LIDERAR A CRIAÇÃO DO PROJETO “ CLUSTER CMB” Variável É possível haver um encontro dos empresários do setor para discutir o projeto “ Cluster CMB” ? F[[YLLL O Senhor, como empresário, estaria disposto a liderar a criação do projeto “ Cluster CMB” ? F[[L[ &21&/86®(6(5(&20(1'$d®(6 5.1 CONCLUSÕES Quanto à estratégia competitiva das empresas do segmento CMB, a análise dos dados coletados através das entrevistas realizadas permitiu concluir que: a) As empresas baseiam a estratégia competitiva nos investimentos em fatores internos básicos, destacando-se as áreas de tecnologia da produção e gestão do capital humano; em segundo lugar vêm os investimentos em inovações, desenvolvimento de produtos e tecnologia da informação; em terceiro lugar estão os investimentos em marca e tecnologia da gestão. b) As empresas são muito resistentes à idéia da desverticalização. Conseqüentemente ficam prejudicadas no desenvolvimento de estratégias visando à agilidade e flexibilidade, fatores essenciais na nova ordem econômica. c) As empresas consideram a qualidade da mão-de-obra local e o capital instalado como fatores que pesam positivamente na decisão de permanecerem na região. d) As empresas não desenvolvem ações efetivas de cunho sistêmico, visando a vantagens competitivas. Confirmam-se, então, as conclusões do IAD, apresentadas na subseção 2.5.5, onde se constata que no nível meso a cooperação é mínima: faltam meso-instituições na área de pesquisa e de divulgação de informações tecnológicas, design e treinamento, apesar de haver muito espaço para atuar. Por outro lado, não se confirmou, entre os entrevistados, nenhuma adesão ao laboratório montado por várias empresas, juntamente com a FURB e a ACIB, filiado ao Laboratório Alemão, visando à certificação da fabricação em conformidade com as eco-normas, conforme relatado na referida subseção. Falta uma estrutura corporativa do setor, visando ao fortalecimento das condições de competitividade das empresas. F[[[ e) As ligações horizontais entre as empresas, fruto das muitas possibilidades de mútua cooperação, praticamente inexistem. A eficiência coletiva – essência da vantagem competitiva do modelo cluster – limita-se às economias externas que ocorrem em elos verticais. Esses elos, tanto a montante como a jusante, são fracos. Uma vez fortalecidos poderiam aumentar as vantagens sobre fornecedores por exemplo. f) A produtividade do setor, definida como relação output/input sofre restrições pelo emprego de inputs que poderiam ser “ poupados” em caso de ambiente de cooperação próprio do cluster. g) A estratégia competitiva das empresas não satisfaz a exigência da diferenciação de ROBERT (1998), podendo, por isso, ser replicada em outras regiões. h) A estratégia competitiva das empresas não está em sintonia com a visão de PORTER (1986) sobre as forças competitivas básicas, analisadas na seção 2.3.1, especialmente porque as empresas desprezam as possibilidades de tirar vantagem do ambiente criado na indústria. 4XDQWRjSHUFHSomRGRVHPSUHViULRVFDWDULQHQVHVGRVHJPHQWR&0%HP UHODomRDRFOXVWHUFRPRRSomRGHHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDDDQiOLVHGRVGDGRVGD HQWUHYLVWDSHUPLWLXFRQFOXLUTXH a) Há convicção, quase unânime, de que o setor CMB continuará sendo a principal atividade econômica da região. b) Inexistem ações visando às vantagens do elemento ativo da eficiência coletiva que é a essência do modelo cluster, mas é consensual a idéia de que elas deverão ser lideradas pelos próprios empresários do setor, no caso de ser desencadeado um esforço para desenvolver o cluster CMB. F[[[L c) Os empresários consideram possível um encontro para discutir a questão cluster, mas nenhum deles está disposto a liderar o movimento visando ao seu desenvolvimento. 4XDQWR j YLDELOLGDGH GH WUDQVIRUPDU R VHWRU &0% GD LQG~VWULD Wr[WLO GH 6DQWD&DWDULQDHPXPFOXVWHUGHVHQYROYLGRFRPRHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDVRERSRQWRGH YLVWDGRHPSUHViULRDDQiOLVHGRV GDGRV GD HQWUHYLVWD SHUPLWLX FRQFOXLU TXH QR FXUWR SUD]RDSUREDELOLGDGHpPXLWRUHGX]LGDHPUD]mRGDVVHJXLQWHVFRQVWDWDo}HV D )RUWHUHVLVWrQFLDjGHVYHUWLFDOL]DomR E)DOWDGHYLVmRVLVWrPLFDGRVHPSUHViULRV F ,QH[LVWrQFLDGHXPOtGHUGRVHWRU G0HQWDOLGDGHGDDXWRVXILFLrQFLD H &XOWXUDGRUHWRUQRILQDQFHLURLPHGLDWR I )DOWD GH SHUFHSomR GDV YDQWDJHQV EiVLFDV GR FOXVWHU IOH[LELOLGDGH DJLOLGDGH UHGXomR GH FXVWRV SURGXWLYLGDGH FRPSOHPHQWDULGDGH H GLILFXOGDGHGHRPRGHORVHUUHSOLFDGRSHORFRQFRUUHQWH )LQDOPHQWH REVHUYDVH TXH VH WLYHVVH VLGR SRVVtYHO D HQWUHYLVWD FRP D SULQFLSDOHPSUHVDGRVHWRUVRERSRQWRGHYLVWDGRYROXPHGHSURGXomRDVLQIRUPDo}HV VREUHDHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDWHULDPPHOKRUTXDOLGDGH&RQWXGRDVFRQFOXV}HVDTXH VHFKHJRXVREUHDRSomRGRPRGHORFOXVWHUFRPRHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDGDVHPSUHVDVGR VHJPHQWR&0%QmRILFDUDPSUHMXGLFDGDV$UHFXVDHP FRQFHGHUD HQWUHYLVWD SHUPLWH LQIHUrQFLDVTXHUHIRUoDPDTXHODVFRQFOXV}HV 5.2 RECOMENDAÇÕES 2WHPDFOXVWHUWHPVLGRSRXFRGHEDWLGRQRPHLRDFDGrPLFRGH%OXPHQDX FRQIRUPHFRPSURYRXDSHVTXLVDQRDFHUYRGDELEOLRWHFDORFDO $VFRQFOXV}HVGRSUHVHQWHWUDEDOKRSHUPLWHPVXJHULUDOJXQVHQIRTXHVFRP YLVWDVDRDSURIXQGDPHQWRGRWHPDGHVWDGLVVHUWDomR'LYHUVRVGHOHVGL]HPUHVSHLWRjV FRQVWDWDo}HVTXHH[SOLFDPDYLVmRSRXFRRWLPLVWDGRVHPSUHViULRVGRVHWRU&0%FRP UHODomRjRSomRFOXVWHU F[[[LL 6HPG~YLGDRHOHYDGRJUDXGHYHUWLFDOL]DomRpREVWiFXORWpFQLFRGHPDLV GLItFLOVXSHUDomR8PHVWXGRQRVHQWLGRGHPRVWUDUDVYDQWDJHQVHRVFDPLQKRVGD GHVPRQWDJHPGDDWXDOHVWUXWXUDSURGXWLYDGRVHWRU&0%WRUQDQGRRPDLViJLOH IOH[tYHOVHUiXPDFRQWULEXLomRTXHGDUiVXSRUWHjFRQVWUXomRGRSHQVDPHQWR³&OXVWHU &0%´GDUHJLmR 8PWUDEDOKRGHH[SORUDomRGDVYDQWDJHQVDGYLQGDVGHXPDYLVmRVLVWrPLFD SRUSDUWHGRVHPSUHViULRVGDUHJLmRSRGHUiFRQWULEXLUSDUDPXGDUDSRVWXUD LQWURYHUWLGDTXHFDUDFWHUL]DDHVWUDWpJLDFRPSHWLWLYDGRVHWRU 8PHVWXGRSURFXUDQGRPRVWUDURDWXDOHVWiJLRHPEULRQiULRGR³&OXVWHU &0%´DWUDYpVGDLGHQWLILFDomRGDVOLJDo}HVMiH[LVWHQWHVEHPDTXHODVSRVVtYHLVGH VHUHPFULDGDVSRGHUiIDFLOLWDURFRPSUHHQVmRGDLPSRUWkQFLDHVWUDWpJLFDGRPRGHORSRU SDUWHGRVHPSUHViULRV F[[[LLL REFERÊNCIAS ALTENBURG, Tilman; HILLEBRAND, Wolfgang; MEYER-STAMER, Jörg. %XLOGLQJ V\VWHPLFFRPSHWLWLYHQHVVConcept and Case Studies from Mexico, Brazil, Paraguay, Korea and Thailand. 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Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de empresas de suporte locais: metrologia e ensaios, apoio tecnológico, financiamento, informação sobre mercados, assistência técnica etc. Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de empresas com empresas fornecedoras locais. Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de instituições locais de desenvolvimento de tecnologia, pesquisa e ensino.(Universidades, Senai, Fiesc...). Cooperação e estímulo para o desenvolvimento de associações de classe (fóruns, sindicatos, federações etc) ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ______ F[[[YLLL $1(;2 )2508/È5,2'((175(9,67$'$6(035(6$6'26(725&0%'( 6$17$&$7$5,1$ 3(5&(3d2'26',5,*(17(6(05(/$d2¬)250$d2'2 &/867(5 F[[[L[ 1. Circulam opiniões sustentando que as perspectivas para a região metropolitana de Blumenau não são boas, pois seu principal setor (têxtil) está em forte decadência, com poucas chances de recuperar sua posição. Os setores que apresentam as melhores chances para ocupar o espaço do setor têxtil são os de Turismo e de Informática. Qual é a sua opinião? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____ 2. O segmento CMB da Região constitui-se como o setor industrial que reúne as melhores condições para liderar o desenvolvimento econômico da região. Qual é a sua opinião? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ____ 3. Uma opção concreta para criar vantagens competitivas dinâmicas é transformar o atual setor CMB num FOXVWHU, isto é, transformar o setor num DJORPHUDGR capaz de consolidar sua posição no mercado global e atrair investimentos e novos empreendimentos. Qual é a sua opinião? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ____ 4. A sua empresa estaria disposta a participar da construção de um projeto de desenvolvimento de um FOXVWHU para o segmento CMB? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____ 5. Desenvolver um FOXVWHU é uma ação de interesse das empresas do segmento, de fornecedores, empresas de suporte e entidades classistas e governamentais. A questão central reside em quem deve liderar o projeto. 0LFKDHO3RUWHU defende que: ...$VDo}HV HPUHODomRDRDJORPHUDGRSUHFLVDPVHUPRWLYDGDVSHORDQVHLRGHDXIHULUUHVXOWDGRVHP YH] GH LQGX]LGDV SRU LQVWLWXLo}HV DFDGrPLFDV FHQWURV GH DOWRV HVWXGRV RX yUJmRV JRYHUQDPHQWDLV $ OLGHUDQoD GH HPSUHHQGHGRUHV H R HQYROYLPHQWR GH IRUPDGRUHV GH RSLQLmRFDUDFWHUL]DPTXDVHWRGDVDVLQLFLDWLYDVEHPVXFHGLGDV. Qual é a sua opinião? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____ 6. Caso concorde com a opinião de Porter, então um encontro das lideranças empresarias do segmento constitui-se num passo importante. O Sr. acha isto possível? O Sr. estaria disposto a liderar esse movimento? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ____ F[O $1(;2 )2508/È5,2'((175(9,67$ $,03257Æ1&,$'2&/867(5 F[OL &/867(5 Aglomerado ou Distrito Industrial (definição e exemplos) PORTER define cluster ou aglomerado como sendo: um agrupamento geograficamente concentrado de empresas inter-relacionadas e instituições correlatas numa determinada área, vinculadas por elementos comuns e complementares, onde o todo é maior que a soma das partes” , ou ainda, “ massas críticas de êxito competitivo extraordinário em determinadas áreas de negócios, os aglomerados são um aspecto impressionante de quase todas as economias nacionais, regionais, estaduais e até municipais, sobretudo nos países mais avançados. $OpPGDFRQFHQWUDomRGHHPSUHVDVLQWHUUHODFLRQDGDVRFOXVWHULQFOXLD PRQWDQWHVXSULGRUHVHVSHFLDOL]DGRVGHLQVXPRVWDLVFRPRFRPSRQHQWHVPDTXLQDULDV DOpPGHSURYHGRUHVGHVHUYLoRVHVSHFLDOL]DGRVGHLQIUDHVWUXWXUDDMXVDQWHLQFOXL GLVWULEXLGRUHVHFOLHQWHVHODWHUDOPHQWHH[LVWHPOLJDo}HVFRPHPSUHVDVSURGXWRUDVGH EHQVFRPSOHPHQWDUHVRXHPSUHVDVTXHVHUHODFLRQDPHPUD]mRGDKDELOLGDGH WHFQRORJLDVRXLQVXPRVFRPXQV)LQDOPHQWHRFOXVWHULQFOXLWDPEpPRJRYHUQR LQVWLWXLo}HVFRPRXQLYHUVLGDGHVSURYHGRUHVGHWUHLQDPHQWRSURILVVLRQDOIRUQHFHGRUHV GHLQIRUPDo}HVHVSHFLDOL]DGDVHVXSRUWHWpFQLFRDOpPGHDVVRFLDo}HVFRPHUFLDLVHRXWUDV HQWLGDGHVDVVRFLDWLYDVGRVHWRUSULYDGRTXHDSRLDPVHXVSDUWLFLSDQWHV Olhando para os clusters catarinenses, percebe-se relativamente pouco esforço de criar vantagens ativas. O “ case” mais expressivo, na década de 90, foi o do cluster cerâmico de Criciúma. As empresas não só são muito envolvidas em associações empresariais com o sindicato e a Anfacer (associação nacional do setor), como também conseguiram a criação do Centro de Tecnologia em Cerâmica e de um curso de tecnólogo na universidade regional. Nos outros clusters, não há experiências desse tipo. Como clusters em potencial no Estado de Santa Catarina, os casos mais óbvios são os da indústria de roupa de cama, mesa e banho no Vale do Itajaí, o de vestuário de malha, também no Vale do Itajaí e o moveleiro de São Bento. Estes segmentos têm forte potencial para se transformarem em clusters desenvolvidos, pois apresentam um perfil de especialização muito claro, cujo peso econômico domina os respectivos municípios. Outro segmento que merece destaque, mas com um peso não tão dominante na economia regional, é o pólo eletro-metalmecânico de Joinville e Jaraguá do Sul. Além disto, estão surgindo novos pólos na área de software em Florianópolis, Blumenau e Joinville, cada um com características distintas. O aumento de eficiência produtiva nos sistemas industriais localizados tem sido largamente provado pelas experiências de alguns sistemas industriais específicos. Os mais freqüentemente citados são: F[OLL ,WiOLDà Emília-Romana: FDUURVGHFRUULGDFHUkPLFDVWr[WHLVHYHVWXiULR; $OHPDQKDà Baden Württemberg: Wr[WLOUHORMRHLURHPiTXLQDV; )UDQoDÃCholet: FDOoDGRV; (VWDGRV 8QLGRVà Vale do Silício: PLFURHOHWU{QLFD ELRWHFQRORJLD; Hollywood: &LQHPD; Las Vegas: OD]HU H GLYHUVmR; Califórnia: YLQtFXODV; Grand Rapids: 0yYHLV 3OiVWLFRVH$XWRSHoDV; Los Angeles: GHIHVDDHURHVSDFLDOHHQWUHWHQLPHQWR; %UDVLOà Vale dos Sinos: FDOoDGRV GH FRXUR; Gramado e Canela: WXULVPR H OD]HU; Campinas: ³9DOH GD 7HOHV´ WHOHFRPXQLFDo}HV LQIRUPiWLFD H PLFURHOHWU{QLFD; Criciúma: FHUkPLFD. F[OLLL $1(;2 )2508/È5,2'((175(9,67$ '(67$48('26(725&0%123$Ë6 F[OLY 26(725&$0$0(6$(%$1+212%5$6,/ O setor de confecções têxteis pode ser subdividido em vários segmentos: vestuário, roupas de cama, mesa e banho, artigos de decoração, artigos não-tecidos, entre outros. Os produtos usualmente classificados dentro do segmento de cama, mesa, banho e copa incluem: edredons, colchas de cama, colchas de cobertura, fronhas e lençóis; centros e toalhas de mesa, guardanapos e jogos americanos; tapetes e toalhas de banho e de rosto. O Brasil é um grande produtor desses artigos e os confecciona com qualidade e de forma bastante competitiva. Não há muitos produtores no mundo, entre eles, cabe destacar os Estados Unidos, Bélgica, Itália, Alemanha, Índia e Turquia, atuando especialmente na área de felpudos. Os atoalhados constituem um dos principais produtos das exportações têxteis nacionais, representando 70% das exportações do segmento de cama, mesa e banho, em 1997, conforme dados da SECEX. As principais empresas desse segmento em 1999, conforme Balanço Anual da Gazeta Mercantil de julho de 2000, segundo critério de faturamento, foram : Teka/SC (com faturamento na faixa de R$ 314 milhões em 1997), Karsten/SC (R$ 154 milhões), Dohler/SC (R$ 144 milhões), Artex/SC (R$ 117 milhões), Buettner/SC (R$ 88 milhões), Lepper/SC (R$ 53 milhões) e Altemburg/SC (R$52 milhões), Toália/PB (R$37 milhões), Sisa/SE (R$29 milhões), São Carlos Tecelagem/SP (R$21 milhões) e Tognato/SP (R$11 milhões). F[OY Ô"ÕÖ ×ØÖ ÙÚÖ ÛPÜÛ&Ý:ÚÞßÛPÜà!ÙßÕ Ý ÚÞßÕ ávÛÞáâß!ãÙÚvÛ Þá'äÚåiÚæç6ávÛÚ?ákè"Ú×éßPê ë<ì&ì&í US$ mil 200.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 Fonte: Secex 185.272 SC 11.458 5.425 SP PB 1.013 1.911 SE Outros ½¾"¿À ÁÂ&ÿkÄÅ&ÆP½ÇÈ¿É Ê ÅÂËÌÆkÍÎ&ÅÏEÅÐÏEÌÆÅ?Ì%ÑÅÒ!Ó¿ US$ mil 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 - 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 Cama Mesa Banho Total Fonte: Iemi Cama/Mesa/Banho Distribuição % da Receita Líquida das Principais empresas brasileiras. (G.M.: julho 2000) Blu+Bru Blu SE SP PB SC 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% F[OYL