revista florescer de novembro em pdf
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ES Florescer CI PE AL a revista da Almeida Flores NOVEMBRO DE 2013 / EDIÇÃO DIGITAL Nº 3 Novembro: mês das noivas? Boa notícia: consumidor deve gastar 30% mais neste Natal Augusto Aki: ferramentas para colocar as ideias em prática em 2014 Especial: entrevista exclusiva com os irmãos Karina e Tanus Saab 3 Pág. 5 Pág. 6 Pág. 12 Coluna do Augusto Aki: implementando as ideias O Natal e o simbolismo das flores Tannus e Karina Saab: Arquitetos das flores Uma mensagem de Natal da Almeida Flores Pág. 22 Consumidor deve gastar 30% mais neste Natal Pág. 25 Afinal, qual é o mês das noivas? Ouvi dizer que o Natal perdeu seu significado... O NATAL Um poema de Augusto Branco Que deu lugar ao consumismo, árvores de Natal e papai Noel. Mas eu prefiro lembrar que neste Natal, por conta dos empregos temporários, muitas pessoas puderam resgatar um pouco de sua dignidade. E que por conta do dinheirinho extra que receberão muitos pais e mães de família poderão oferecer uma mesa mais farta aos seus filhos. Prefiro lembrar que por conta das campanhas de solidariedade feitas nesta época algumas crianças ganharão, sim, algum brinquedo. E que você... você poderá dar aquele abraço nas pessoas que você gosta mas que “por falta de motivo” pra abraçar ficou contido até agora... E, talvez, neste momento você perceba que, bem ou mal, no Natal, o amor está em toda parte! Mas, se ainda assim, você não quiser celebrar nesta data, não tem problema: quero te convidar a viver com o Espírito do Natal todos os teus dias! Pág. 28 Floristas da capital: Mário Paiva Desing Floral 4 5 Implementando as ideias “ COLUNA DO AUGUSTO AKI Todos os trabalhos de consultoria mostram que o segredo do sucesso na realização de inovações e mudanças nas empresas não está nas grandes ideias e sim na implementação das ideias. ” Todos os trabalhos de consultoria mostram que o segredo do sucesso na realização de inovações e mudanças nas empresas não está nas grandes ideias e sim na implementação das ideias. A maior parte patina aí. Para ajudar vocês trago algumas ferramentas que ajudam a realizar essa difícil tarefa – implementar ideias. O foco central sempre é o planejamento. O cenário é o ambiente atribulado e corrido em que vivemos. A receita é alimentar os dados dessas ferramentas e depois acompanhar sua evolução. Preparado? Vamos a elas. SISTEMA PDCA O PDCA é aplicado para planejar mudanças internas e apoiar a implantação de um plano de ação em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área ou departamento (vendas, compras, etc.). O ciclo começa pela fixação do objeto a ser implantado. Exemplo: reduzir o tempo de espera no caixa para no máximo três minutos. A partir daí é fixado o planejamento e em seguida a ação - ou conjunto de ações planejadas é executado, checa-se o que foi feito, se estava de acordo com o planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente) e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução. Para esse espaço não entrarei em um maior aprofundamento dessa ferramenta, mas você encontrará todo o conteúdo necessário na web. Outra ferramenta bacana é o Planeja Fácil, fornecido gratuitamente pelo SEBRAE-SP (www. sebraesp.com.br). Ela ajuda você a planejar os detalhes e a agenda de acompanhamento da implementação. Não são as grandes ideias que levam ao sucesso mas sim a capacidade de colocar as coisas em prática aí na empresa. A correria do dia a dia acaba com o patrimônio mais valioso da empresa, a motivação do proprietário. Se você se organizar melhor e usar as ferramentas de gestão adequadas, conseguirá driblar essa armadilha e mudar seu destino. Algumas frentes de mudança em que essas ferramentas podem ajudar: a) Inovação através de ideias vindas de programas de qualidade; b) Campanhas de venda ou promoções que precisam ser detalhadas; c) Uso das mídias sociais no marketing da loja; Você pode ver outros conteúdos sobre o tema em www.negocioscomflores.com.br Augusto Aki Consultor de foco no mercado www.negocioscomflores.com.br 7 Natal e o simbolismo das flores Da redação Uma bela decoração com flores pode transformar e preparar o ambiente para a celebração do Natal. Para estimular o espírito natalino, cada flor possui um significado próprio. A pessoa que presenteia pode não ter consciência da mensagem que está levando a quem recebe uma flor, ou aos convidados da ceia. Mas certamente, ela está lá, tácita, e será sentida em forma de harmonia e bem-estar. O simbolismo das flores é tão forte que em todo o mundo, nas mais variadas culturas, épocas, na arte e na religiosidade dos povos, lá estão elas, embelezando os prin- cipais momentos da vida. Na arte mexicana, por exemplo, as flores representavam a diversidade do universo e exprimiam a relação entre os deuses e os homens. Para os japoneses, com sua secular arte da ikebana, as flores representam a hierarquia das forças universais. Tanto que esse tipo de arranjo é composto de um galho superior, ligado ao céu, um galho médio, ligado ao homem, e um terceiro, mais curto, ligado à terra. Assim, o homem é o mediador entre o Céu e a Terra. E as flores representam seus mais profundos sentimentos, ainda que eles sejam inconscientes. Para ajudar os floristas a indicar a espécie certa para cada cliente, de acordo com a intenção relevada na hora da compra, separamos algumas das principais flores e seus significados. Alstroemeria: é um símbolo de ri- “ Na arte mexicana as flores representavam a diversidade do universo e exprimiam a relação entre os deuses e os homens. queza, prosperidade e fortuna. É também a flor da amizade. Antúrio: simboliza a hospitalidade. É também usado para indicar alegria e abundância. Aster: simboliza a paciência. Ele também simboliza elegância e delicadeza. Strelitzia: Alegria e magnificência. Pode ainda ser usada para antecipar um acontecimento emocionante e maravilhoso. Cravo: simboliza orgulho e beleza. Um cravo vermelho simboliza o amor, orgulho e admiração. Um cravo rosa simboliza o amor de uma mulher ou uma mãe. Cravos roxos simbolizam capricho, e os amarelos, o desprezo, a rejeição ou decepção. Já os brancos representam a inocência e amor puro. Um cravo listrado transmite recusa. Crisântemo: fidelidade, otimismo, alegria e vida longa. Um crisântemo vermelho transporta o amor, um crisântemo branco simboliza a verdade e o amor leal. Narciso: simboliza respeito e cavalheirismo. É indicativo de renascimento, novos começos e da vida eterna. Ele também simboliza o amor não correspondido. Um único narciso prediz um infortúnio enquanto um buquê de narcisos indica alegria e felicidade. Margarida: simboliza inocência e pureza. Ela transmite amor leal. Gérbera: pertence à família das margaridas e, portanto, assume o simbolismo associado com a mesma. A gérbera transmite especificamente alegria. Frésia: simboliza inocência e delicadeza. Gardênia: pureza e doçura. Indica ainda um amor secreto. Ela transmite alegria e diz ao receptor: “você é lindo”. Gladíolo: força de caráter, fidelidade e honra. Íris: eloquência. Íris de cor roxa é um símbolo de sabedoria e elo- 8 9 gios. Íris azul simboliza a fé e a esperança. A íris amarela simboliza a paixão, enquanto a branca simboliza pureza. Lírio: simboliza pureza e beleza refinadas. Lírio branco simboliza a modéstia e a castidade, lírio laranja simboliza paixão, lírio amarelo simboliza a alegria enquanto o lírio do vale simboliza doçura e pureza de coração. Já o lírio de Páscoa é um dos símbolos da Virgem Maria. Rosas: Vermelha: amor, paixão, respeito, devoção. Branca: pureza, castidade, inocência. Amarela: exuberância, alegria, bem -estar. Pink: admiração, alegria e gratidão. Laranja: paixão e energia. Lilás: encantamento, amor à primeira vista. Azul: mistério e comprometimento. “ Íris: eloquência. Íris de cor roxa é um símbolo de sabedoria e elogios. Íris azul simboliza a fé e a esperança. A íris amarela simboliza a paixão, enquanto a branca simboliza pureza. ” Fé florida Da redação “São João da Cruz faz da flor a imagem das virtudes da alma, e do ramalhete que as reúne, a perfeição espiritual”. A frase é citada pelo escritor Jean Chevallier em seu valioso “Dicionário de Símbolos”, que reconhece a flor como representação universal do amor e da harmonia que caracterizam a natureza primordial – a inocência e o “estado edênico”. Para o taoísmo, a floração é o resultado da alquimia interior, o retorno ao centro, o religare – ligar-se à essência divina que habita o coração do homem. Cristianismo, islamismo, budismo, judaísmo, confucionismo, xintoísmo... seja qual for a religião, há flores em seus altares, simbolizando virtudes e, em especial, a força feminina da criação - o Eterno Feminino de Deus. O site “The Flower Expert” reuniu vastas informações sobre o significado religioso das flores, a partir de fontes históricas e textos sagrados das mais variadas crenças. Leia a seguir: 10 CRISTIANISMO A flor arquetípica simbolizando a pureza é o lírio Madonna branco (Lilium candidum). A associação da flor com a Virgem Maria remonta ao início do cristianismo. Uma lenda diz que seu túmulo estava cheio de lírios após sua assunção aos céus. A rosa é utilizada na Itália durante todo o mês de maio. Todos os que podem, colocam-na em seu oratório ou sobre uma mesa. Tanto as rosas vermelhas como as brancas são emblemas da Virgem desde tempos muito antigos, e foram dedicadas a Vênus antes disso. Quando São Dominic instituiu a devoção do rosário, reconheceu este simbolismo e indicou as orações separadas como minúsculos botões. O mês de maio ou mês da Madonna - foi originalmente ligado a Flora, a deusa romana das flores e da primavera. As rosas também representavam as feridas de Cristo - o branco era a cor da pureza e o vermelho, de seu sangue sacrificial. HINDUÍSMO Tanto na adoração como em representações do divino, os hindus são apaixonado por flores. O próprio nome dado aos cultos rituais pujas, pode ser traduzido como “ato de flores.” O lótus é o símbolo mais importante de beleza, prosperidade e fertilidade. Ele representa a eternidade, pureza e divindade e é amplamente usado como um símbolo de vida, fertilidade, juventude que sempre se renova e descreve a beleza feminina, especialmente os olhos. No Bhagavad Gita, um texto sagrado hindu, o homem é conjurado a ser como o lótus - ele deve trabalhar sem apego, dedicando suas ações a Deus, intocado pelo pecado como a água sobre uma folha de lótus - o belo pé de flor acima da lama e da água. Nas posturas de Hatha Yoga, um ramo importante do Yoga, a posição de lótus – padmasana , é adotada por aqueles que lutam para alcançar o mais alto nível de consciência, que por si só é encontrado no chakra lótus de mil pétalas, no topo da cabeça. BUDISMO Para os budistas, lótus simboliza o estado mais sublime do homem - a sua cabeça erguida, pura e sem mácula, no sol, com os pés enraizados no mundo da experiência. Para o budista, a flor de lótus simboliza o Buda. Diz a lenda que a cada passo dado por ele, uma flor de lótus (símbolo do conhecimento) surgiu. RELIGIÕES CHINESAS No taoísmo e as outras religiões populares chinesas, as flores não representam apenas a beleza, mas também são os símbolos da vida, felicidade e fertilidade. Na cultura chinesa, flores brancas são o símbolo da morte, usadas apenas em funerais. O significado do vermelho nos casamentos chineses é profundo e poderoso. O vermelho é o símbolo do amor, prosperidade, felicidade e alegria suprema. Flores como peônias, orquídeas, lótus e narcisos são amplamente utilizadas em casamentos. OUTRAS RELIGIÕES As flores são comuns em quase todas as cerimônias de casamento. Elas também são usadas em todos os funerais, exceto no judaísmo. Há evidências que indicam o uso de flores durante os funerais dos neandertais que habitaram a Europa e partes da Ásia ocidental cerca de 230.000 anos atrás. 13 Tanus e Karina S aab: Arquitetos d as flores Cintia M. de Siqueira Irmãos, arquitetos, paisagistas e decoradores, Tanus e Karina Saab são a assinatura da arte floral brasileira. O sobrenome Saab figurou como marca do setor em 2013. Em parceria com a cooperativa Veiling Holambra, Karina inseriu a arte floral na cenografia da Rede Globo ao criar os arranjos e decorações de programas como o Big Brother Brasil e a novela Sangue Bom, que levou o universo das flores - do seu cultivo ao varejo - aos lares brasileiros. Tanus, com mais de mil projetos de decoração realizados, é um dos nomes mais requisitados do país em grandes eventos, onde une o paisagismo e a arquitetura à arte floral. Os dois vivem “arquitetando flores”, como eles mesmos gostam de dizer, e em 2013 estamparam seus nomes nas notícias, assinando decorações e estandes de sucesso em feiras como o Enflor, o que nos dá o direito de arquitetar um trocadilho: quem sabe, Saab. Atarefados, sempre correndo de uma reunião a outra, os irmãos Saab abriram uma brecha em sua agenda para conversar com a Revista Florescer. Ela, uma artista com jeito brincalhão de menina, ele, sério e gentil – ambos extremamen- te simpáticos, Tanus e Karina falam nesta entrevista especial sobre sua história, sua visão da arte floral e do mercado de decoração e sobre as tendências para 2014. FLORESCER: Tanus, na sua formação como arquiteto, quando decidiu partir para a decoração? TANUS SAAB: Na verdade, a minha relação com as flores começou antes da arquitetura porque minha mãe tinha uma floricultura quando eu tinha uns nove e a Karina uns dez anos de idade. Então a gente entrou no meio das flores. A cidade era pequena, Itatiba, cem mil habitantes, e a gente fazia jardins, fazia funeral, fazia formatura, fazia casamentos, então a floricultura atendia todos os ramos. Quan- do chegou a época de escolher a faculdade, era um momento que eu dedicava muito à parte de decoração, então a gente pensou que para fazer paisagismo e decoração era bom aprender uma formação e uma graduação, porque quando a gente fala em decoração de eventos, não existe uma faculdade específica para isso. Então arquitetura era a que mais dava base. KARINA SAAB: A Keka (mãe de Karina e Tanus) sempre botou a gente pra trabalhar. Mesmo crianças, ela dava para a gente o cargo de estar trabalhando. Pra qualquer coisa que a gente queria tinha que trabalhar um pouco. Então a gente não teve muita opção não...(risos) Ela meteu a gente na loja e então desde pequenos a gente está den- tro da floricultura atendendo os clientes. Minha mãe sempre comprou no Veiling, em Holambra, e sempre teve uma grande variedade de flores na floricultura e isso foi fazendo com que a gente fosse conhecendo muito toda a botânica. Eu, na verdade, gostava mais de ficar na parte de embalagens, porque a gente aqui em São Paulo faz muito arranjo com flores plantadas, vasos que a gente compõe na embalagem. E eu fui até criando um estilo meu por conta da floricultura, porque eu era a responsável por isso. Arte floral mesmo, em termos de fazer arranjo, eu confesso que relutei um pouco, até porque tinha o Tanus que fazia, então não precisava. Até que aí eu vendo que tinha estudos, escolas – a Escola Ibero-America- 15 na de Arte Floral, aí eu ingressei na escola. E foi quando eu realmente me assumi como artista floral e comecei a elaborar e atender de forma mais profissional, com técnicas e mecânicas. E ainda na floricultura e já estudando na escola de arte floral, fazendo projetos de paisagismo que a gente fazia, aí eu escolhi a carreira de arquitetura, para poder agregar à profissão nossa de florista. E enfim, na faculdade a gente foi descobrindo várias coisas: arquitetou flores, nós arquitetamos flores, porque não sei se você sabe, mas eu e o Tanus estudamos na mesma turma. Na verdade ele estudou comigo, porque eu sou mais velha. Ninguém acredita que ele é mais novo do que eu. (risos) TANUS: A faculdade nós fizemos juntos. A gente sempre andou em paralelo. Um tempo atrás até trabalhávamos juntos. Agora cada um tem sua empresa porque a gente mora em cidades diferentes. KARINA: Eu fiz cursinho, eu fui pra Europa no terceiro ano do “colegial”, como a gente chamava antigamente. Fiquei na Europa muito tempo e aí voltei deslumbrada com aquilo e vendo que as possibilidades eram muitas. Então fiz um ano de cursinho e acabou coincidindo de os dois entrarem na mesma faculdade. Já na faculdade a gente elaborava muito estande para floristas, para o Enflor, pro Veiling, e a gente foi ficando nisso, dando cursos e se assumiu como arquitetos das flores. TANUS: Quando a gente voltou da faculdade para assumir realmente o negócio com força, a gente viu que esse ramo de decoração crescia muito. Hoje é um dos nichos de mercado que mais envolve o consumo de flores. Nós brasileiros não temos o hábito de todo dia comprar uma flor para levar para casa ou para presentear com flores, nosso consumo nesse sentido ainda é pouco e tem muito a crescer. Mas quando a gente fala de fazer festas, fazer recepção, fazer uma decoração de casamento, a gente tem o hábito de fazer grandes eventos. E aí entra um grande consumo de flores. Então foi uma coisa que a gente viu que tinha mercado para crescer, uma coisa que a gente gostava, e ficamos. A minha mãe continua com floricultura. A Karina ainda hoje também tem floricultu- ra. Eu, não me sobra mais tempo, é só a parte de eventos mesmo. KARINA: A gente tem floricultura em Itatiba e em Jundiaí, São Paulo. Eu moro em Itatiba. E o Tanus em Jundiaí. O Tanus hoje cuida só da parte de eventos. Em Jundiaí ficam minha mãe e minha irmã cuidando das lojas de Jundiaí, e a minha irmã cuida do nosso ecommerce. As vendas no site são uma quarta loja. A Talita que fecha toda essa parte virtual. FLORESCER: Então vocês são a “Família Flores”? KARINA: (risos) A minha irmã Talita não põe a mão na flor, ela não faz arranjo, embora seja formada também pela Escola Ibero-Americana. Só que ela foi para esse lado mais administrativo. As nossas lojas lá em Jundiaí têm produtos que vendem muito e ela é quem administra isso tudo. Tem o e-commerce que ela faz. Ela entende muito de flor mas é triatleta profissional e achou uma alternativa de continuar com os treinos e ir trabalhando que é essa coisa meio virtual. Então ela cuida de site, blog, essas coisas. Mas o Tanus até pouco tempo ficava na floricultura também. Então nós temos três lojas, uma em Itatiba e duas em Jundiaí. E dois ateliers de decoração. O atelier de Itatiba e o Atelier de Jundiaí que é o Tanus que toma conta e que leva inclusive o nome dele. E eu fico aqui em Itatiba. FLORESCER: A mãe de vocês deve ficar bem orgulhosa. Em que ano ela começou? KARINA: Minha mãe começou vinte e quatro anos atrás, quando eu tinha doze anos. Agora estou com trinta e seis. O Tanus tinha de dez para onze, na verdade - a gente tem uma ano de diferença. Minha mãe abriu a floricultura no dia 31 de dezembro de 1988. No último dia do ano. Olha só... FLORESCER: Provavelmente foi vender a primeira flor em fevereiro ou depois do carnaval... (risos) KARINA: É... algo tipo: “não termino o ano sem ter aberto minha empresa”. (risos) Então começou aqui em Itatiba a floricultura e a gente abriu em Jundiaí depois, e como Jundiaí é uma cidade muito boa, acabou indo todo mundo para Jundiaí e eu fiquei aqui e segurei a onda em Itatiba. (risos) FLORESCER: Tanus, então você quase não faz mais projetos em arquitetura e paisagismo? TANUS: É uma grande paixão minha mas eu digo que acabo fazendo arquitetura e paisagismo dentro da decoração, porque realmente me dedicar a projetos de uma casa ou paisagismo mesmo não tá sobrando tempo, mas eu tento alinhar isso hoje no projeto. A gente faz grandes jardins, mas tudo o que vai ser montado para aquele momento e desmontado depois. Uma coisa bem efêmera. Porque tem crescido tanto o ramo de eventos que não está sobrando tempo para trabalhar com arquitetura e urbanismo dessa forma tradicional. FLORESCER: Karina, em que momento você se assumiu como artista floral, o que a empurrou para isso? KARINA: Eu tinha uns 15 anos, foi quando eu entrei na Escola Ibero-Americana de Arte Floral. Até então eu trabalhava na floricultura e fazia tudo muito intuitivamente. Via com a Keka, aí o Tanus começou a fazer a escola de arte floral, que ele fez antes do que eu. E eu comecei a perceber, vendo ele fazer os arranjos, vindo com técnicas, que eu também tinha que fazer, que não dava só para ficar no intuitivo. Foi quando eu resolvi entrar na escola Ibero-Americana de Arte Floral também. Eles tinham grupos com módulos aqui no Brasil. E eu comecei desde o primeiro módulo a ver que “epa, eu sou uma artista floral”. E aí comecei a estudar mesmo. Me formei na Escola Ibero-Americana e fui pra Europa estudar na Escola da Catalunha, na Espanha, e depois fui para a Itália. O ano de 2003 eu passei na Europa morando lá, trabalhando num escritório de arquitetura e trabalhando em floriculturas, fazendo bicos, fazendo todo um estudo de floriculturas europeias – espanholas, na verdade, porque eu estava na Espanha. Só que nessa mesma época o Tanus estava morando na Europa, ele estava na Inglaterra, trabalhando em floriculturas. Então eu fui lá com o Tanus, acompanhei o trabalho dele lá em Londres. E fiz todo um trabalho de floricultura europeia. Foi quando a gente criou alguns estilos 16 que até hoje nos cursos a gente ainda fala: “buquê europeu”, e a gente foi criando estilos nossos com essa vivência toda. FLORESCER: E assim como o brasileiro busca conhecimento lá fora, eles também buscam na arte brasileira, certo? KARINA: Exatamente. Em 2004 eu fui convidada para montar um estande na Itália de flores tropicais, daqui do Brasil, por uma empresa que exporta flores daqui do Brasil para a Itália. Era para se- rem quinze dias e eu acabei ficando quarenta e cinco, porque acabei ganhando bastante prêmio pelo estande e aí me fizeram o convite para eu ficar e participar de outras feiras como artista floral, fazer demonstrações. E aí eu aproveitei e fiquei nesses quarenta e cinco dias também estudando. Troquei meu trabalho por estudos lá. Fiz um intercâmbio com várias escolas italianas. E onde eu ganhei eles? Eu fiz lá o estande de flor tropical, e a flor tropical chama muita atenção, e eles queriam o seguinte: “Karina, você precisa ensinar a mecânica de como fazer arranjo com flor tropical, como é a arte floral com flor tropical”! E aí que eu descobri que realmente nós brasileiros tínhamos desenvolvido uma técnica que nem nós mesmos sabíamos que tínhamos. E eu acabei ficando por conta disso, pra passar pra eles como trabalhar a arte floral com flor tropical. Foi esse o grande encanto deles. FLORESCER: Vocês viveram o dia a dia dos floristas europeus? KARINA: Sim, o Tanus ficou como florista, depois ele assumiu até um cargo como florista-chefe de montagem. A gente sempre foi como floristas, mesmo o meu trabalho na Globo, eu trabalho junto com a equipe de produção de arte, onde acima de tudo eu sou uma florista e uma artista floral. TANUS: O que eu vejo é que nós brasileiros temos uma coisa, uma criatividade própria. Se você pegar a música, pegar as artes, a arquitetura, a gente vê que nós temos alguma coisa diferente. Eu vejo que outros países estão procurando a gente para aprender com a gente. Ou buscar essa coisa da criatividade que nós temos. Porque nessa parte de eventos, vamos pegar o carnaval – a gente tem uma coisa própria. Então eu acho que nós temos muito a aprender com eles, mas a gente tem muito conhecimento também. FLORESCER: O que contou para vocês conseguirem desenvolver um estilo próprio e tornaremse referência em decoração e na arte floral do Brasil? TANUS: Você tem que buscar cursos paralelos, tudo que envolve a decoração. Eu fiz curso de iluminação, cenografia, design de interiores, arquitetura, e me socializei lá fora com a parte floral. Então você buscando esses cursos paralelos, cria um relacionamento. Eu costumo viajar, tenho amigos em várias partes do país e vou aprendendo com eles. Então é uma busca, uma pesquisa, é ser um pouco autodidata também, de você acreditar que aquilo vai dar certo, ir lá e fazer. E é bacana que hoje todas essas oportunidades em cursos como o do Almeida Flores, que tem um curso de arte floral, ou da Escola de Arte Floral Alfredo Tilli, que tem aqui em Holambra, a gente vai dividindo esse conhecimento com outras pessoas. FLORESCER- Você falou, Karina, que cuidava das embalagens decorativas com vasos plantados, na infância. Isso de lidar com flor plantada influencia hoje os teus arranjos, os teus projetos de decoração? KARINA: Eu trago um pouco essa característica. Gosto muito de usar flor plantada. A gente - até o Tanus muitas vezes acaba usando a gente faz muita composição com flores plantadas em decoração também. Um estilo da gente. Hoje eu trabalho a arte floral com flor de corte e flor de vaso igualmente. Mas como foi uma paixão minha - nasci dessa coisa, eu acabo trabalhando muito isso, com composições de vasos em decoração também. Jardins com vasos... hoje a decoração aumentou muito e virou uma outra proposta, né. Minha mãe que fala: “antigamente a gente levava as florzinhas, hoje a gente tem que montar uma casa”. (risos) FLORESCER: Cada evento é um projeto... TANUS: É um projeto, que no mínimo é um ano de trabalho. Nesse ano de trabalho eu procuro entender a noiva, saber suas expectativas, fazer uma leitura do espaço, de como vai ser essa cerimônia, todo um projeto que vai proporcionar o levantamento de orçamentos aliando o que ela pode gastar com os desejos dela. Cada vez mais isso tem sido fechado com até mais de um ano de antecedência, porque as igrejas estão marcando com um ano de antecedência, os salões também, então a gente vê que nesse trabalho começa-se um ano antes. Depois é realmente ir alinhando escolhas que vão do papel do bem-casado, da cor da forminha dos doces, o buquê da noiva tem que combinar com o vestido... então hoje a gente tem que ter uma noção de arquitetura, de decoração, de iluminação, eu acho que até de moda porque a gente opina também no vestido, nas cores que vão ser usadas, nos tecidos e tudo o mais. Então cada vez mais esse profissional precisa ter um conhecimento mais amplo para ele ser um decorador de eventos de grandes proporções. KARINA: O que eu acho vantagem, eu , como profissional arquiteta e florista, acho que a gente consegue sempre trabalhar os dois juntos: flor e estrutura - móveis, lustre, todas essas coisas a gente consegue pensar junto. FLORESCER: Até paisagismo é utilizado então nas festas? Quer dizer que os noivos estão investindo mesmo? TANUS: É até um pouco cultural nosso: para um casamento a gente tem que guardar dinheiro, fazer um evento onde a gente vai receber os convidados bem, em que a gente vai servir uma boa comida, uma boa bebida, que é um momento especial que não volta mais, então isso leva a gente a dar um valor para esse momento que é legal. Lógico que hoje se você tem condições você vai fazer uma coisa muito maior, se você não tem, ainda assim você vai fazer até mais do que pode e investir muito nisso. É bacana ver como o brasileiro investe no seu casamento, no seu evento. FLORESCER: Ainda há hoje um mês das noivas ou maio já era? TANUS: Então... eu acho que dezembro tem muito casamento por conta de décimo terceiro, décimo quarto, ou do final do ano, de você começar o ano com novas perspectivas. Agora eu vou te falar... não existe mais mês que não tenha casamento ou evento. Maio é forte, mas se você pegar setembro é mais. E agosto - falam que dá azar casar em agosto, mas como setembro começou a ter muitos casamentos e não tem mais vagas, o pessoal começou a puxar para agosto. Se você falar que tem mês fraco, é no carnaval - a gente não trabalha, e na semana do Natal. No restante do ano, o pessoal está casando. Como tem uma procura 19 muito grande isso está diluído em todo o ano. Mas maio ainda é um mês forte, setembro é um mês forte, e no fim do ano – novembro e dezembro, mas não muito próximo a datas como o Natal, que daí já fica mais fraco. Mas não tem mês fraco hoje não. Aí no Sul tem o calor que impulsiona o fim de ano, casar em julho ou agosto deve ser uma tristeza...(risos) FLORESCER: Como vocês veem o setor de decoração no Brasil hoje? TANUS: Como esse mercado cresceu, e também a produção, os produtores tornaram-se muito profissionais, esse mercado é profissional hoje. E se eu comparar na América Latina, nós estamos à frente de outros países vizinhos nossos ou da mesma situação econômica. Argentina, Colômbia, México onde eu já fui palestrar, a gente ganha destaque. Mesmo eu venho de um curso agora na Europa e a gente vê que eles reconhecem o Brasil como o país que dita as regras na América Latina. KARINA: Nesses anos todos no setor de decoração eu senti uma evolução mito grande. Eu acho que como esse mercado de casamento começou a crescer muito, eu sinto que esse negócio de internet começou a dar muito mais acessibilidade para as noivas verem quais são as possibilidades do que se pode fazer num casamento. Antigamente você não tinha muita informação. Hoje uma noiva pira na internet. Você quer ganhar uma noiva, invista na internet. Elas passam noites e noites na internet. Essa mídia abriu muito mais as opções. Então você vai investindo, vai investindo, vai criando, vai criando. Cresceu muito e hoje outros profissionais enxergaram o casamento também como grande oportunidade. Você tem então arquitetos e decoradores entrando nesse meio e buscando daí floristas. Mas foi uma mudança mui- to grande estruturalmente em festa de casamento. E o consumo de flor também em floricultura mudou muito e a internet influenciou muito. Hoje você tem muito a venda e-commerce. Hoje a minha venda na loja é 50% e no e-commerce é 50%. Você veja... Então a internet veio tanto para facilitar a floricultura quanto para você ter um fluxo maior de saída de produtos, porque a pessoa não precisa perder tempo de parar aqui e ficar vendo. A internet ajudou no aumento de vendas na loja e também para as noivas sonharem, viajarem com o casamento delas. Eu considero que a internet mudou muito o mercado por conta das informações terem sido disseminadas. FLORESCER: Pontos positivos e negativos em 2013? TANUS: Eu vejo como ponto positivo que o mercado cresceu e se tornou profissional. Isso eu tenho visto na nossa escola em Holambra, onde eu sou um dos professores: cada vez mais gente procurando conhecimento. Porque eles notaram que o mercado é profissional e não dá para fazer como antigamente: “ah, eu sou decorador” - e querer fazer arranjos, querer fazer uma coisa amadora, não dá certo. A pessoa não vai arriscar o casamento dela, essa data única da vida dela, com alguém que não tenha experiência. Então o lado positivo é que as pessoas estão procurando profissionalização e o mercado cresceu. O negativo... que eu posso dizer? Eu acho que quando o mercado cresce muitas pessoas entram despreparadas. E é muito triste ver essas pessoas despreparadas terem grandes decepções, tanto para elas quanto para quem as contrata. Eu acho que a gente tem que ter muita responsabilidade quando assumir um momento que pode ser casamento, aniversário, batizado. A pessoa tem uma expectativa e você tem que atingir ou superar essa ex- pectativa. FLORESCER: Como foi a repercussão do trabalhado na novela Sangue Bom, da Rede Globo? KARINA: Eu fui dar um curso no Rio de Janeiro agora e fui dar um curso em Belém aqui no segundo semestre. Eu escutei muito, pelo menos dos nossos alunos que têm floricultura, que a novela sim, deu um estímulo pro pessoal. Eu posso falar que na minha floricultura, no Dia dos Pais, veio muita gente jovem, eu tive um movimento no Dia dos Pais esse ano que eu não tinha antigamente. E vieram muitos jovens, os meninos escolherem para os pais, perguntando sobre a novela, perguntando sobre os floristas. Eu tenho certeza que isso deu um estímulo. De quanto não sei te dizer, não sei mensurar. Mas que as pessoas começaram a enxergar o florista e a floricultura de uma forma melhor, sim. Meus alunos no Rio de Janeiro falavam: “Karina, sabe aquele negócio que você fez assim e assim na novela? Me pediram”. “E aquele outro arranjo? Me pediram”. E as floriculturas, mesmo no Enflor 2013, falaram que a novela deu uma aquecida no mercado. FLORESCER: Então por causa da novela você viu mais meninos entrando na floricultura? KARINA: Meninos, filhos comprando para os pais. Quebrou esse negócio de homem não entrar em floricultura. Eu até atendi um, porque deu movimento na floricultura e tive que atender, e teve um cliente que perguntou assim: “olha, Karina, eu quero três orquídeas porque nós somos três filhos e eu quero três orquídeas num vaso só, me ajude, quero arrumar, quero compor”. E eu montei o arranjo junto com ele, e ele curioso sobre os floristas: “mas ele faz arranjo também, né? Ah, legal fazer arranjo”. Então você ver garotos, em meio a uma questão cultural que a gente tem! Eu falo pro meu irmão: eu e o Tanus estamos há vinte anos trabalhando nisso e ainda somos os floristas jovens do Brasil! (risos) Não tem mais jovem! Porque ninguém vira florista por opção de profissão. Você vai numa escolinha infantil e pergunta: o que você vai ser quando crescer? Ninguém vai falar “quero ser florista”. Por não conhecer mesmo a profissão, o quanto é legal, o quanto você pode se realizar como artista floral. Então eu acho que a novela trouxe esse estímulo importante. A molecada reconhecendo o profissional. Eu senti isso. TANUS: Mesmo dentro da Globo eles viram a importância das flores e fizeram novas propostas para a Karina para outra novela. Então até a novela ficou mais bonita com a arte floral e isso incentivou as pessoas a investirem nas decorações também. FLORESCER: Tendências fortes para 2014? TANUS: Atualmente há uma procura muito grande por decorações em tons de azul - azul com rosa, azul com branco. O azul é uma cor que está muito forte, tanto o azul mais forte quanto o azul mais fraco. Outro destaque são os tons meio avermelhados e escuros como o rubro - isso está com muita força. Essa é uma tendência atual, de 2013, que deve durar até o meio do ano que vem. Mas quando a gente fala em casamento, é uma coisa muito personalizada, então a gente tem que fazer uma cor ou algo que tenha a cara do seu casamento, uma cara sua. Então, eu gosto de coisas clássicas – não importa se está se usando cadeira de cristal que é moderninho. Não, use móveis clássicos porque você tem opção. Seu eu quero algo moderno, hoje tem a opção de espelhos, tem acrílico, tem coisas supermodernas. O mercado está tão profissional que ele te dá várias opções de estilos e combinações. Então faça o seu estilo, porque você vai estar fazendo o que é seu, único e original. Então eu consigo trabalhar uma coisa clássica e moderna. Mas uma particularidade que tem no meu trabalho é um carinho especial com as flores. Toda a nossa decoração tem um carinho, uma técnica, 20 Na próxima edição você vai saber tudo sobre os bastidores do projeto de arte floral na novela Sangue Bom. Em dezembro! 21 Parceria Brasil - Europa e a horticultura Fonte: assessoria de imprensa da Coop. Veiling Holambra algo muito especial com as flores. Pra não ficar também só mobiliário e só cenografia. E é uma parte que hoje ainda tem muito para crescer esse conhecimento com as flores. KARINA: Uma tendência muito grande nas decorações é o paisagismo. A gente tem inserido tanta coisa nas decorações que até no Enflor 2013 eu fiz um estande para mostrar o paisagismo na decoração, com plantas de grande porte dentro da decoração. Naquele estande eu parti disso: vamos pensar em plantas de grande porte. E eu me dei de cara com aqueles crótons amarelos maravilhosos, tem o canarinho, tem um outro que eu até falo que é um cróton Saab, porque quando eu fui vê-lo, ele ainda não tinha nome e eu falei: é Saab. (risos). O produtor disse: “ah, o seu irmão também gostou desse cróton”. E eu falei: “Ah, então põe Saab” (risos). Então tem uma linha de amarelo muito legal e eu falei, putz, vamos trabalhar esses tons do amarelo e do marrom, porque também a gente ficou vindo de uma coisa muito rosinha, rosinha, rosinha em decorações, sabe? Então eu falei, vamos botar um amarelão aí mesmo, pra gente já se inspirar nesse ano-Copa. Mas enfim, eu diria que se tem uma tendência para agora, seria fazer garimpo de materiais. Mais ou menos o que eu fiz no estande, porque eu trabalhei materiais de demolição, trabalhei móvel colonial clássico com plantas de grande porte, médio e pequeno, e então eu diria que tem que garimpar. Fica muito legal. Em termos de móveis, você usar uma mesa com três, quatros tipos de cadeira, sabe? No salão todo, ter uma mesa quadrada, uma mesa redonda, uma mesa de madeira e outra de outro material, sabe? Misturar materiais. Claro que todos eles têm que ter uma linguagem, uma unidade – acho que esse é o desafio. Só que garimpando, tanto móveis, peças, o cervo, trabalhar um rústico e outro não, mas garimpar, você cria um ambiente mais intimista. Você vai receber alguém em casa, você não tem tudo igual para todo mundo, então é nesse intuito de criar ambientes mais intimistas garimpando peças, móveis, e de repente, também trazer essa coisa para os arranjos. Então eu não tenho um arranjo decorativo todo simétrico, igualzinho. Eu tenho um arranjo com agrupamento de flores, eu tenho um arranjo que é só de uma flor, outro arranjo que é com duas flores, brincar nos arranjos também com essa história do garimpo. Eu acho que essa é uma grande tendência na decoração. A Cooperativa Veiling Holambra realizou neste mês o seminário Inovação em Horticultura Holanda & Brasil. O evento foi idealizado em conjunto com a Universidade e Centro de Pesquisa de Wageningen, da Holanda, e reuniu empresários da indústria da horticultura, representantes de órgãos dos setores envolvidos, profissionais e estudantes da área. O tema foi a Inovação na Cadeia Hortícola e Redução de Desperdícios. O evento contou com a presença do Embaixador Geral do Reino dos Países Baixos, Sr. Kees Rade e Peter Zuurbier, diretor na América Latina e Caribe da Universidade holandesa. Atualmente a Universidade e Centro de Pesquisa de Wageningen é considerada a melhor universidade em agricultura da Europa e a segunda no mundo. Segundo a direção, Wageningen UR está estudando a possibilidade de implantar um Centro de Conhecimento no Brasil, especializado em culturas intensivas como hortaliças, fruticultura e floricultura. O seminário teve por objetivo promover a troca de conhecimentos e fortalecer relações entre profissionais dos dois países, a fim de estreitar a aproximação. 22 23 Brasileiro deve gastar quase 30% mais com presentes de Natal este ano E xpectativas do setor de flores Fabíola Glenia, do G1, em São Paulo O consumidor brasileiro deve comprar e gastar mais com os presentes de Natal este ano na comparação com o ano passado, indica pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgada no dia 19. O gasto médio por compra deve ser de R$ 111,39, valor 29% superior aos R$ 86,59 de 2012. A quantidade de presentes também será mais generosa: 4,4 por consumidor, ante 4,1 um ano atrás. A média de gasto com os presentes de Natal em 2013 será de R$ 490,12, sendo que as classes A e B devem gastar cerca de R$ 670,76, contra R$ 413,24 das classes C, D e E. “Apesar da diferença de renda ser alta, a diferença com o gasto médio é relativamente baixa. O Brasil que vai movimentar mesmo o Natal são as classes C, D e E”, disse Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL, durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo. De acordo com a pesquisa, a renda média bruta mensal por domicílio entre os entrevistados que afirmaram que vão presentear este ano é de R$ 960 nas classes D e E, e chega a R$ 6.540 entre aqueles da classe A. O otimismo se deve, em parte, ao fato de 57% dos entrevistados terem afirmado que a situação financeira pessoal melhorou de 2012 para cá. O estudo de Intenção de Compras para o Natal 2013 ouviu mais de 860 consumidores de todas as Cintia M. de Siqueira 27 capitais brasileiras, com mais de 18 anos, de diferentes classes econômicas, entre os dias 23 e 27 de outubro. De todas as pessoas ouvidas, 67% afirmaram que pretendem presentear parentes e amigos neste Natal, enquanto 15% disseram que não vão dar presentes. Entre estes últimos, 22% alegaram que não vão presentear pois têm que priorizar o pagamento de dívidas. Os 18% restantes dos entrevistados ainda não decidiram se vão presentear. A intenção de compras é de 76% entre as classes C, D e E, contra 52% entre as classes A e B. Entre as mulheres, 76% afirmarm que irão presentear, contra 58% dos homens. Quem mais vai abocanhar presentes no Natal serão os filhos, que são citados por 70% dos entrevistados; 47% vão dar algo para o marido ou esposa; e 41% citaram as mães. Só por curiosidade, sogro e sogra aparecem com 7% das respostas. Produtos Entre os produtos que o consumidor brasileiro pretende comprar, as roupas lideram, com 73% das respostas. Calçados aparecem na sequência (38%), seguidos de perfumes ou outros cosméticos (33%) e jogos e brinquedos em geral (33%). Em relação aos produtos que a pessoa gostaria de ganhar, 51% declaram computador, notebook ou tablet. Forma de pagamento Para 57% dos entrevistados, o dinheiro será a principal forma de pagamento na compra dos presentes, enquanto 16% usarão o cartão de crédito parcelado, 12% o cartão de débito, e 9% o cartão de crédito à vista.Mais da metade dos entrevistados (51%) pretende utilizar o 13% salário para realizar as compras. O período que vai de setembro até uma semana antes do Natal é de grande importância para os floristas. Não tanto em função de vendas para a festividade natalina em si, mas pela concentração de eventos, confraternizações e grandes festas como as de casamento, que ocorrem neste período do ano. Florescer conversou com toda a cadeia de flores para conferir a expectativa para este final de 2013. Veja os depoimentos de Kees Schoenmaker, presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura, de Wagner Almeida, proprietário da distribuidora Almeida Flores, e de Neiva Brendler, dona da floricultura Capim Limão. KEES SCHOENMAKER: “As pesquisas indicam que o consumidor está com vontade de gastar 30% mais em média do que no ano passado no Natal e em grande parte com pagamento à vista. É sinal de que o consumidor tem dinheiro e está confiante no futuro. Porque senão, não iria gastar. O ambiente está positivo. A gente vê dezembro como um mês muito importante até o Natal. Para o Ano Novo é mais as flores brancas que são procuradas. As pessoas saem e não adianta deixar as flores em casa e quem vai para a praia não as leva, então essa é a realidade no momento. É engraçado, mas o Natal em si, não tem uma influência significativa para as vendas. A flor ainda não faz parte em grande escala da festividade de Natal. Vende-se um pouquinho mais, mas não é muito significativo. Eu diria que 20% a mais do que na semana normal é o máximo. Depois do Natal, despenca a venda. A não ser de flores brancas para Iemanjá. É incrível que no mundo inteiro usa-se bastante flor para a noite de Natal. Isso quer dizer o quê? Que muito provavelmente a gente está falhando em alguma coisa em se comunicar com os consumidores para aumentar, para estimular o uso destas flores. Então a gente tem que encontrar a forma, como Ibraflor, de incentivar o uso, de mostrar como o ambiente pode ficar melhor com flores. Claro que tem determinadas cores, como o vermelho, que são mais procuradas: usam-se 20% a 25% a mais. Wagner Almeida: o melhor período do ano Depois despencam e nos últimos dez dias do ano vendem menos que nos dias normais. Mas novembro e o restante do mês de dezembro é muito bom. Vende muito bem. Nos últimos dez dias sentimos que o mercado já está aquecido. Está positivo. Constatamos algo que é uma enorme oportunidade para nós de melhorar, porque esse mercado existe - se não se usa, sinal que o mercado está aí para ser explorado”. WAGNER ALMEIDA: “O final de ano é sempre bom. De setembro a dezembro é o melhor período do comércio de flores. Neste período de fim de ano as vendas aumentam porque temos muito casamento, festas de 15 anos e empresariais. Os eventos empresariais crescem bastante por causa das comemorações de fim de ano, onde as empresas usam bastante flor. São quatro as espécies que mais saem nesse pe- ríodo: rosa, lisianthus, alstroeméria e lírio. O quarteto é o carro-chefe do fim de ano. Vende-se de tudo, mas essas são as que mais vendem. A venda dessas flores aumenta 80% em relação ao período normal. Dessas quatro, a que mais sai é a rosa, de todas as cores. Só a rosa cresce em torno de 50 a 60%. Na semana do Natal vende-se bastante também. Aumenta em torno de 20 a 30% o volume de vasos para Natal. As embalagens natalinas com desenhos específicos atraem o consumidor”. NEIVA BRENDLER: “Para nós aqui, o que a gente vende mais é produtos para jardim. As pessoas querem fazer um jardim bonito para o Natal, aquela coisa toda, arrumar, então os três últimos meses do ano, outubro, novembro e dezembro sempre a venda aumenta devido à parte de jardinagem. Todo mundo quer deixar o jardim bonito, e também para enfeitar a casa, para decoração interna, daí o pessoal aproveita. Então a gente vende mais a parte de corte e a parte de jardinagem. É natural, a época do ano, décimo terceiro no mercado, mais dinheiro girando, tudo isso influencia bastante. Vendemos mais ou menos uns 30% a mais até o Natal. A espécie que mais vende é a poinsétia, o Espírito Santo. Para o jardim são as plantas de verão: begônias, tagetes, alisson. Daí depois, janeiro morre. Janeiro tem material escolar, IPTU, os primeiros meses são difíceis, então a gente sempre tem que ter uma reserva do ano anterior para aguentar janeiro, fevereiro e março. Março já começa a melhorar. Volta às aulas, bastante gente na ruas, as pessoas voltam de férias. A maioria foi pra praia e deixou tudo abandonadinho, e quando eles voltam das férias que vão ver como o jardim está abandonado, aí têm que pegar jardineiro, tem que comprar novas flores, e o ciclo recomeça”. TENDÊNCIAS Maio? Novembro? Dezembro? Afinal, qual é o mês das noivas? Cintia M. de Siqueira Neiva Brendler: poinsétia é carro-chefe na Capim Limão A farmacêutica Andiara Cristina Bandeira sente um frio na barriga quando lembra que o casamento com Leonardo está chegando. A cerimônia foi marcada para sete de dezembro, em Curitiba. Faltam poucos dias. A noiva se prepara há um ano e meio para o evento. Desde meados de 2012, anda para lá e para cá com a agenda de compromissos cheia de anotações embaixo do braço. Ensaio fotográfico em Itapoá, reunião com o decorador para definir as flores, visita à floricultura para aprovar o arranjo, reunião com a banda para escolher as músicas, reunião para provar o vestido, reunião para escolher as toalhas do bufê. Reunião para definir os docinhos. Reunião...reunião... reunião... “É um empreendimento que a gente faz. São mais de trinta fornecedores. Porque é o bem-casado, daí a floricultura, o mobiliário, a foto, o bolo, o vídeo, o local o bufê, as bebidas, todo o staff, o cerimonial” – ufa! Com a festa para trezentos convidados, Andiara e o noivo calculam que o orçamento já passou dos 80 mil reais. Só a decoração Foto: Konrahd Karam comprometeu 15% dos gastos. E assim cresce o mercado de festas de casamento, que deve movimentar 16 bilhões de reais em 2013, segundo a Associação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Foto: Konrahd por ele mesmo... Andiara e Leandro no ensaio fotográfico em Itapoá Eventos Sociais (Abrafesta), de São Paulo. O incremento é de 8% em relação ao ano passado. Nesse montante entra a festa de Andiara, que contratou o fotógrafo Konrahd Karam. “Setembro, outubro e novembro são os meses mais cheios. Dezembro só perde estatisticamente porque tem o Natal, que ocupa um fim de semana. Agosto é fraco tradicionalmente para casamentos porque dizem que é mês de desgosto” - diz. Já o artista floral Tanus Saab, referência no país em decoração de grandes eventos, diz que o desgosto já passou: “Falam que dá azar casar em agosto, mas como setembro começou a ter muitos casamentos e não tem mais vagas, o pessoal começou a puxar para agosto. Se você falar que tem mês fraco, é no carnaval - a gente não trabalha, e na semana do Natal. No restante do ano, o pessoal está casando”. Mário Paiva, dono da Mário Paiva Designer Floral, em São José dos Pinhais, vai fornecer as toalhas do bufê de Andiara. Para ele, novembro é o mês mais forte em casamento. “Em novembro do ano passado nós fizemos 23 festas, contra sete ou oito nos outros meses”. Mas a nossa noiva escolheu... dezembro: “Para mim o que contou na escolha de dezembro foi o calor. Porque no frio está todo o mundo ali apertadinho, bem agasalhado. Então a gente queria um clima verão, mais aberto, mais receptivo. É fim de ano, já está todo o mundo no clima, né?” – explica. E ninguém elegeu maio: será que ele deixou mesmo de ser o mês das noivas? “Maio tinha esse folclore de que era o mês das noivas, mas o pessoal começou a fugir porque o vestido era mais caro, o buquê era Bruna em seu Making of mais caro, a temperatura não é tão agradável. Maio era mais caro para todo mundo” – diz Karam. Qual é então, o mês das noivas? Que respondam os números. A última pesquisa sobre nupcialidade no Brasil foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, em dezembro de 2012. A primeira observação sobre a evolução dos casamentos no país mostra que em 2011 foram registrados 1.026.736 casamentos. O número é 5% maior que o do ano anterior. Esse resultado fez com que a taxa nupcialidade legal se elevasse em relação a 2010, atingindo o valor de 7 casamentos para 1.000 habitantes com 15 anos de idade ou mais. Na década de 1970 essa taxa era bem mais elevada, atingindo 13 casamentos por 1.000 habitantes. Mas o universo de solteiros – potencial para o setor de decoração, ainda é imenso. Em números abso- lutos, o total de solteiros chega a 72 milhões, enquanto 59,7 milhões declararam-se casados. A pesquisa do IBGE mostra ainda quantos casamentos foram realizados em cada mês do ano de 2011. E a surpresa... maio realmente deixou de ser o mês das noivas, ocupando o sexto lugar na preferência nacional. Mês das noivas agora é dezembro, que leva uma pequena vantagem em relação a novembro. Mas isso na estatística do país, que é mantida no Paraná. Curitiba, porém, parece ter um comportamento próprio: as noivas daqui preferem o mês de novembro, líder em cerimônias. Que o diga a advogada Bruna de Oliveira Cordeiro Hanthorne, a noiva da capa desta edição de Florescer. Ela casou em novembro do ano passado. “Escolhi novembro porque é calor e os preços são mais baixos. Todo mundo tem dinheiro porque ainda não gastou com Foto: Paulo de Siqueira o Natal, é calor, os pacotes de lua de mel são favoráveis, festa e aluguel de mobiliário são mais baratos. É época boa de pedir dispensa no trabalho. Julho é muito frio”. A tabela abaixo confirma a preferência de Bruna: novembro de 2011 tem 1.107 casamentos, contra 1.001 em dezembro. Isso em Curitiba. No Paraná e no Brasil, a tendência é invertida: mais em dezembro, um pouco menos em novembro, que é seguido de outubro e setembro. Julho aparece com alta, vencendo maio, que em Curitiba perde para fevereiro, março e abril. “O pessoal que se preocupa, que vai ter que tirar férias na empresa, que vai ter que tirar lua de mel, acaba pegando o final do ano para ter uns diazinhos extras de férias, o décimo terceiro também ajuda e os padrinhos também têm décimo terceiro para dar presente.” – complementa Konrahd Karam, uma explicação possível para o curitibano trabalhador escolher o fim de ano para casar. Andiara, daqui a alguns dias, terá cumprido sua agenda. Estará com seu vestido branco no salão decorado com um caminho de bromélias. A cerimônia será gloriosa, literalmente: decorada com gloriosas, lírios e bocas-deleão. “Todo mundo concentrado ali na cerimônia, na energia, na vibração positiva”. Assim como Bruna a noiva da capa - ela estará linda como nunca. Feliz como nunca. Segurando o choro para não borrar a maquiagem. Novos dados sobre casamentos devem ser divulgados ainda este ano pelo IBGE. Confira nas próximas edições da Revista Florescer! CASAMENTOS CURITIBA PARANÁ BRASIL Janeiro: Fevereiro: Março: Abril: Maio: Junho: Julho: Agosto: Setembro: Outubro: Novembro: Dezembro 981 836 734 755 700 629 1044 601 843 1.017 1.107 1.001 4.937 4.258 3.665 4.363 4.638 3.607 4.383 3.227 4.990 5.339 6.094 7.226 78.365 69.262 68.132 70.683 82.684 73.422 90.894 60.319 96.005 96.505 99.185 123.666 TOTAL 10.412 58.307 1.026.736 Fonte: IBGE Andiara com sua agenda da noiva Foto: Paulo de Siqueira Mário Paiva: cactos, rosas e casamentos Paulo de Siqueira Mário Paiva atendia a noiva Andiara, que iria casar no dia sete de dezembro. Durante o atendimento, ela escolhia os objetos para usar em seu casamento. Tapetes, mesas, louças, tudo o que necessitava. — Esse tapete é lindo... esse móvel é fantástico, quero os dois. Quando o pacote estava montado e a noiva já estava satisfeita, ela pergunta: — Preciso te pagar. Tenho que te dar um cheque, né? — Não. Acerta tudo depois. — É... Mas não vai ter problema? — Não se preocupe. Te dou minha palavra, estou comprometido com o seu evento — A moça fica satisfeita e ele a acompanha até a porta de seu escritório, instalado no Bacacheri, em Curitiba. “Meu diferencial é o atendimento” – conta Mário. “Toda vez que atendo alguém eu quero transmitir confiança a ele, ao meu cliente. Acho que ele só contrata uma empresa de decoração se acreditar que no dia certo e na hora certa essa empresa vai estar no evento. Fotos: Paulo de Siqueira Essa segurança é importante nesse ramo. Se você não entregar a flor e os acessórios perde a credibilidade com o cliente e com o mercado”. Mário Paiva está no ramo de flores há dezoito anos, mas não começou organizando eventos. Começou plantando flores em São José dos Pinhais e em Garuva, na divisa com Santa Catarina. Plantava rosas, bocas-de-leão, lírios, gérberas, flores-do campo. Afirma que plantava quase de tudo... Quando criança, aos onze anos de idade, adorava colecionar cactos. Eles eram pequenos e estavam em vasinhos minúsculos, que o encantavam. Sua mãe Ivete, quando o via ali, constantemente falava. “um dia vou ter uma floricultura”. Esse era o mundo do menino Mário, e estava envolvido por um sonho regado a flores. Quando, aos vinte e seis anos de idade, na época em que já trabalhava, quando já se transformara em um homem de responsabilidades, tornou-se vendedor de profissão. Vendia cervejas, produtos alimentícios, material de segurança de trabalho, eram seis tipos de produtos diferentes. Um dia sua mãe recebeu um convite para participar da Associação de Produtores de Plantas em São José dos Pinhais. Ivete precisou da ajuda do filho. — Mário, eu queria plantar flor, mas gostaria que você me ajudasse. Vamos à reunião da associação comigo? —Tá bom mãe. Eu vou. Ele não foi. Fugiu da primeira reunião. A segunda foi na casa de Ivete e o rapaz não pode escapar. No encontro, quando começou a perceber as possibilidades que se lhe apresentavam, entendeu que plantar flores seria um bom negócio. Três meses depois, largou o emprego de vendedor e transformou-se em produtor de plantas. Em dois mil e cinco uma nova guinada aconteceu em sua vida. Na época, produzia rosas e em setembro daquele ano, iria casar-se com Adriana, sua noiva. O casal decidiu que decorariam, por conta própria, a igreja onde a cerimônia aconteceria. A entrada foi feita toda com botões de rosas. Depois do casamento, Adriana, agora esposa de Mário, procurou-o para informar uma decisão que tinha tomado. — Amor, quero trabalhar com decoração de eventos. Três anos passaram. Mário cuidava ainda da produção das flores enquanto Adriana e Ivete – a mãe de Mário- tocavam o negócio de decoração de eventos. Chegou o momento de novamente tomar decisões. Mário deixou de ser produtor para ficar só com a empresa de decoração de eventos e hoje mantém uma floricultura em São José dos Pinhais e um escritório em Curitiba, onde atende as noivas, assim como Andiara. Ivete realizou o sonho de ter uma floricultura. Os cactos, Mário os cultiva até hoje. Mas para ele o bom mesmo é atender sempre da melhor maneira possível, para deixar todos os seus clientes sempre felizes. Fotos da decoração do casamento de Mário e Adriana