UM ESTUDO SOBRE BULLYING ENTRE ESCOLARES DE UM
Transcrição
UM ESTUDO SOBRE BULLYING ENTRE ESCOLARES DE UM
UM ESTUDO SOBRE BULLYING ENTRE ESCOLARES DE UM CENTRO EDUCACIONAL DO SESI Blessa, C. (Mestre em Psicologia Social, Psicóloga da Divisão de Saúde do SESI-SP), Duval, M. (Psicóloga da Divisão de Saúde do SESI-SP), Mattiello, C. (Psicóloga da Divisão de Saúde do SESI-SP), Kaneko, Y. (Médica, Coordenadora de Serviços Médicos do SESI-SP). [email protected] I. Introdução O presente trabalho refere-se a uma intervenção interdisciplinar sobre a qual se fez uma análise qualitativa e quantitativa das ações propostas. Este foi um projeto piloto, desenvolvido com escolares da 5ª a 8ª séries e do 1º ano do Ensino Médio, pais e educadores de uma escola do Centro de Atividades (CAT) do Serviço Social da Indústria (SESI) da Vila Leopoldina, São Paulo. O SESI é uma empresa presente em âmbito nacional. Foi fundada na década de 40 e tem como missão promover a qualidade de vida do trabalhador da indústria e seus dependentes, com foco em educação, saúde e lazer. No Estado de São Paulo, a atuação do SESI se dá principalmente em seus Centros de Atividades, onde existem recursos e profissionais para o desenvolvimento dos programas em todas as suas áreas de atuação. O projeto “Promoção da Diversidade Cultural: Prevenindo o Bullying na Escola”, foi desenvolvido no “CAT Gastão Vidigal”, localizado na Vila Leopoldina, zona oeste da cidade de São Paulo. Neste CAT funciona o Centro Educacional 414 (CE 414), com 1603 alunos distribuídos entre ensino regular de 1º ao 9º anos e ensino médio. Os escolares do 1º ao 5º anos permanecem em período integral na escola. Os alunos são incentivados a diversas atividades como, prática de esportes, matriculando-se nos cursos do Centro de Esporte e Lazer; participam de programas elaborados pelas Nutricionistas da Divisão de Alimentação, além de terem à disposição as instalações e atividades do Centro Cultural, tais como, biblioteca, gibiteca, exibição de filmes, contação de histórias e exposição fotográfica; configurando um cenário interdisciplinar. 2 O projeto começou a ser elaborado em julho de 2010, a partir da escuta da equipe de psicologia nos atendimentos e orientações psicológicas realizadas com os alunos e por solicitação da direção escolar. Nas orientações psicológicas individuais percebeu-se que muitos alunos, embora isoladamente, se queixavam de situações de maus-tratos entre os colegas, com repercussões limitadoras em suas vidas, pois muitos se sentiam desanimados ou desenvolveram fortes comportamentos evitativos, não querendo mais vir à escola. É claro que estes comportamentos também possuíam outros elementos envolvidos, como questões de dinâmica familiar, aspectos sócio-culturais e maneiras de cada jovem enfrentar situações de dificuldades. Mas entre tantos universos diferentes, a questão do bullying perpassava todos os discursos dos escolares atendidos. A partir do início da elaboração e consecução do projeto, a equipe de Psicologia, percebeu que outros setores do CAT também estavam preocupados com a ocorrência de bullying, incluindo-se episódios de depredação de bens da instituição. Desse modo, propôs-se um trabalho interdisciplinar com integração entre os setores. Foram estabelecidas parcerias junto à Divisão de Educação, Divisão Sócio-cultural, Divisão de Alimentação e Divisão de Esportes e Lazer. Dados da literatura nacional apontam que bullying tem sido um fenômeno recorrente no ambiente escolar; trazendo graves consequências para o desenvolvimento saudável de crianças e jovens que estejam direta ou indiretamente envolvidos (Malta et al., 2009; Francisco & Libório, 2009; Neme, Mello, Gazzola, & Justi, 2008). O fenômeno bullying tem sido entendido como uma forma de violência. Alguns autores descrevem-no como uma violência velada, que acaba por fomentar e retroalimentar a violência explícita, desse modo trazendo consequências individuais e sociais (Neme et al., 2008). Também tem sido descrito como maus-tratos entre os pares, por meio de perseguição e intimidação repetitiva e intencional de um aluno por um ou vários colegas, com a intenção clara de provocar-lhe sofrimentos (Francisco & Libório, 2009). Pessoas que são alvo de bullying, na maioria das vezes podem apresentar características tais como: pouca sociabilidade, insegurança, baixa auto-estima, embotamento afetivo e falta de reação aos atos de agressividade sofridos. Sabe-se que todos os participantes da situação de bullying, os que são alvo, os agressores e os que assistem a tais situações, necessitam de ajuda. Aqueles que são alvo sofrem de deterioração de sua auto-estima e do conceito que têm de si. Os agressores sofrem grave 3 deterioração de sua escala de valores e, portanto, de seu desenvolvimento afetivo e moral. (Lopes Neto, Monteiro Filho, & Saavedra, 2010; Francisco & Libório, 2009). A plateia, ou seja, aqueles que testemunham situações de bullying, tem uma participação importante no fenômeno e sofre também suas consequências. Ao ser conivente com quem pratica maus-tratos entre pares, reforça as atitudes agressivas destes. Ao achar engraçado um ato de humilhação, torna-se cúmplice. Há os que se sentem acuados ao presenciarem tal cena e também podem se inibir, temendo tornaremse os próximos a ser alvo de bullying. (Lopes Neto et al., 2009). Estudos médicos internacionais apontam para a associação entre bullying, desordens psiquiátricas e suicídio. Segundo Kim e Leventhal (2008), qualquer participação na situação de maus-tratos entre pares aumenta o risco de comportamentos ou de ideações suicidas. Para Kumpulainen (2008), o bullying é preditor de problemas psiquiátricos tanto no momento que ocorre quanto na vida adulta. Para este autor, entre os jovens essa vivência pode levar a déficit de hiperatividade e atenção, ansiedade e depressão e, para os homens que praticam bullying, a desordens de personalidade e ansiedade. Considera também que intervenções escolares baseadas no aumento de habilidades sociais e que promovam o relacionamento entre pares são indicadas para os envolvidos na situação de bullying e, recomenda que aqueles que estão expostos a problemas psiquiátricos sejam indicados para consulta e tratamento. Uma revisão bibliográfica da literatura psicológica nacional a respeito do bullying apontou que houve um aumento nos estudos e pesquisas sobre a problemática, mas ressalva que há falta de mais pesquisas sobre intervenções e suas avaliações para que haja melhor contribuição para a erradicação e prevenção dessa forma de violência (Neme et al., 2008). Como uma forma de enfrentamento da violência e de construção de uma sociedade mais harmoniosa, a garantia da expressão da diversidade cultural e o respeito às diferenças tem sido uma das respostas propostas para o desenvolvimento de uma cultura de paz e de tolerância, como aponta a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em sua Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (UNESCO, 2002, p.1): “... o respeito à diversidade das culturas, à tolerância, ao diálogo e à cooperação, em um clima de confiança e de 4 entendimento mútuos, estão entre as melhores garantias da paz e da segurança internacionais”. O Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-Violência (Diskin & Roizman, 2008), elencou seis pontos centrais para a educação para a paz: respeitar a vida; rejeitar a violência; ser generoso; ouvir para compreender; preservar o planeta e redescobrir a solidariedade. Cabe destacar que Diskin e Roizman (2008), consideram que é necessário construir uma cultura e educação para a paz, principalmente para as gerações mais jovens, tendo a Assembleia Geral das Nações Unidas, declarado: “Uma pessoa saudável e autoconfiante permite a expressão e incentiva a investigação do novo, do possível e desejável, mantendo uma atitude aberta para o encontro com a diversidade. Aprender a transitar pelo ‘universo das diferenças’ e levar os aprendizes conosco nessa viagem exige reconhecer a existência dos preconceitos e abrir mão deles, pois persistem arraigados, provocando injustiças sociais, econômicas e guerras, apesar da diversidade ser a raiz da vida e da cultura”. (Diskin & Roizman, 2008, p. 20). II. Objetivos Descrever e refletir sobre situações de bullying ocorridas no universo escolar, buscando ampliar o repertório de enfrentamento da comunidade escolar envolvida na situação, para o desenvolvimento de uma cultura de paz e de valorização à diversidade humana. Os objetivos específicos foram: Refletir sobre diversidade cultural, filosófica, étnica, religiosa, dentre outras, dos seres humanos. Levantar os recursos que os alunos têm para melhor agir perante as situações de violência ocorridas na escola. Integrar as ações sobre bullying na instituição, ampliando a efetividade das ações junto aos alunos. 5 Sensibilizar os professores para perceber situações diretas e indiretas de bullying, no cotidiano escolar. Refletir com os pais sobre a importância do papel da família na educação à diversidade cultural e no enfrentamento da situação de violência. III. Metodologia Este projeto teve como público alvo a comunidade escolar: alunos, pais e educadores. Neste artigo apresentaremos os dados do corpo discente, embora tenha sido contemplada uma parcela dos pais e educadores, que será analisada posteriormente. Os alunos participantes do projeto pertenciam ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, envolvendo cinco salas de aula da 5ª série, cinco salas de aula da 6ª série, seis salas de aula da 7ª série, cinco salas correspondente à 8ª série e três salas do 1º ano do Ensino Médio; totalizando 24 salas de aula trabalhadas. Abaixo citaremos as atividades desenvolvidas em todo o Projeto Bullying, para o conhecimento de todas as ações desenvolvidas, embora os dados que envolvam os pais e/ou responsáveis e os educadores ainda encontram-se em fase de análise. O quadro abaixo informa sobre todas as atividades desenvolvidas, a população atingida e o correspondente número de participantes atingidos. Quadro 1: Número de participantes por atividade desenvolvida e público alvo no Projeto Bullying Atividades desenvolvidas Público alvo Nº de participantes Escolares Pais/Responsáveis Educadores 678 301 37 Oficinas temáticas Escolares 867 Exibição e Discussão de Filme Escolares 867 Encontro com lideranças positivas Escolares 24 Bate papo com atletas Escolares 186 Aulas de Educação Nutricional Escolares 44 Reunião de pais Pais/Responsáveis * Encontro com pais – A família e a Pais/Responsáveis 23 Educadores 37 Aplicação de questionário prevenção do bullying Reunião Pedagógica 6 * Esta atividade foi dirigida para os pais de todas as séries contempladas pelo Projeto Bullying e que compareceram à reunião de pais prevista no calendário escolar, não sendo possível computar o número total de pais presentes em todas as salas de aula. Quanto aos procedimentos éticos, os pais e/ou responsáveis dos alunos das séries envolvidas, foram informados a respeito do Projeto em duas ocasiões: primeiramente na reunião de pais realizada pelo CE, onde o projeto foi divulgado, obtendo concordância de todos os pais e/ou responsáveis presentes. E um segundo momento houve a distribuição de um comunicado escrito sobre o Projeto, via alunos a ser entregue aos seus pais e/ou responsáveis. Esta é uma forma utilizada pelo CE para comunicar atividades realizadas junto ao seu corpo discente. Os pais que não concordassem com qualquer atividade, deveriam comunicar à escola a não participação de seu filho. Aplicação de questionário Foi utilizado um questionário auto-aplicado, com o objetivo de colher dados e informações que os alunos possuíam a respeito de bullying. O seu preenchimento fez parte das oficinas com os alunos e a sua aplicação foi acompanhada pelas coordenadoras. Foi utilizado em todas as oficinas, exceto em duas salas de aula da 5ª série, devido a dificuldades operacionais. As questões abertas, que exigiam respostas livres, foram compiladas e agrupadas em categorias de respostas semelhantes, segundo a técnica de análise de conteúdo desenvolvida por Bardin (1977). Os dados tratados neste artigo referem-se às respostas ao questionário de 678 alunos participantes do projeto. Deste total 330 são do sexo feminino e 348 são do sexo masculino. A idade dos alunos variou de 10 a 16 anos, sendo a maioria na faixa de 12 a 14 anos. Dados correspondentes aos questionários de duas salas de aula do 1º ano do ensino médio (58 questionários) ainda não foram compilados, encontrando-se de fora deste artigo. Oficinas Temáticas As oficinas foram realizadas com cada série, em suas salas de aula, durante o horário escolar, com a duração de três horas cada. Cada encontro foi acompanhado por duas psicólogas, sendo que uma ocupou o papel de coordenadora da atividade e a outra como ego-auxiliar. As oficinas foram intervenções grupais face a face, com utilização de jogos cooperativos e ações psicodramáticas. O objetivo destas era levantar e refletir 7 sobre as situações vividas de bullying, compartilhando afetos e buscando construir respostas saudáveis para situações de maus-tratos entre pares. A sala de aula foi reorganizada para a formação de um círculo central, configurando o espaço como de uma roda de conversa. Encontro com Lideranças Positivas Com o objetivo de fomentar o protagonismo juvenil, foi solicitado à coordenação pedagógica da escola que convidasse um aluno de cada série, que se destacasse como liderança positiva em sua respectiva turma. O objetivo consistiu em discutir sobre o tema com os líderes, ressaltando de que maneira os alunos poderiam contribuir para a prevenção do bullying na escola; levantando-se sugestões de possíveis intervenções a serem realizadas. Este encontro contou com a participação de uma psicóloga e de um agente do centro cultural, como mediadores do debate. Exibição e Discussão de Filme Foram realizadas várias sessões de exibição do filme “Nunca fui beijada” 1 , no Centro Cultural do CAT Vila Leopoldina. Cada sessão contou com a junção de duas turmas. Foram levantadas e discutidas sobre as situações de bullying sofridas pela personagem, bem como as consequências para sua vida. As exibições foram acompanhadas pelos professores de cada turma. A equipe de Psicologia contou com o apoio da equipe do centro cultural. Aulas de Educação Nutricional A partir da sugestão dos alunos no “Encontro com Lideranças Positivas”, foi estabelecida uma parceria com a Divisão de Alimentação, para a orientação alimentar, direcionada aos jovens que poderiam procurar as aulas espontaneamente. Além de questões nutricionais também foram abordadas noções sobre regras de convivência nos diferentes espaços sociais. Bate papo com atletas Esta atividade contou com a colaboração da Divisão de Esportes e Lazer. Considerando-se os jovens atletas como exemplos de identificação para crianças e 1 O filme apresentado aos alunos respeitou a classificação etária estabelecida. 8 adolescentes, a equipe de Psicologia achou interessante propor uma parceria. O técnico da equipe de base do voleibol disponibilizou três jovens atletas, com os quais foram realizadas reuniões, para apresentação e elaboração da proposta de trabalho. Esta atividade consistiu em um bate papo em sala de aula, onde os atletas abordavam temas e valores do esporte como: dedicação, disciplina, responsabilidade, respeito aos colegas, cooperação, trabalho em equipe. Após o bate papo foram sorteados alguns alunos para assinar uma bola de vôlei que seria utilizada nos treinos esportivos. A equipe de psicologia esteve presente em todos os encontros. IV. Resultados Análise do Questionário A aplicação do questionário foi a primeira atividade realizada nas oficinas com os alunos. Foram analisadas as seguintes questões: Promoção da Diversidade Cultural – Prevenindo o Bullying na Escola. Questionário para alunos(as). Sexo: ( ) Masculino ( )Feminino Idade: ______ Série: ______ Data: ___/___/_____ 1. Você já ouviu falar sobre bullying? ( ) Sim (continue a responder o questionário) ( ) Não (por favor, devolva o questionário) 2. O que você sabe sobre bullying? 3. Em qual local você obteve essas informações? ( ) Televisão ( ) Revista ( ) Jornal ( ) Palestra ( )Escola ( ) Outro. Qual? __________ 4. Você conhece alguém que tenha sofrido bullying na escola? O que aconteceu com ele(a)? 5. O que você acha que os(as) alunos(as) podem fazer para reduzir ou evitar as situações de bullying na escola? Quadro 2: Questionário utilizado pelos escolares no Projeto Bullying. Você já ouviu falar sobre bullying? 9 A grande maioria dos alunos, 98,2% já ouviu falar sobre bullying. Apenas 1,8% referiu nunca ter ouvido falar. O que você sabe sobre bullying? Verificou-se que os alunos compreendiam bullying como um tipo de agressão, distinguindo entre agressão em geral (zoar, violência, 31,6%), agressão verbal (xingar, falar mal, 34,5%), agressão física (bater, apanhar, 30,0%) e agressão psicológica (agressão moral, mental, 8,1%). Reconheciam bullying como uma prática que gera intimidação (amedrontar, humilhar, 15,2%) e sofrimento psíquico no outro (frustração, depressão, mágoa, 22,2%). O uso da Internet como meio de exposição do outro, cyberbullying, também foi citado por 2,2%. Entendiam também como bullying, entre outras coisas, a manifestação de preconceito (12,9%), de apelidos de mau gosto (11,6%) e que ocorria principalmente no espaço escolar (11,8%). Como algo repetitivo, acontece com alguém por muito tempo (2,7%). Um aluno associou bullying à morte. Outras categorias levantadas encontramse no quadro abaixo, Quadro 3: Porcentagem de respostas múltiplas categorizadas, para a questão: O que você sabe sobre bullying? É uma coisa ruim, algo feio de se fazer 3,9% Ação de um grupo contra uma pessoa 5,2% Zoar por características físicas ou psicológicas 9,0% Ato que fere a lei (roubo, vandalismo) 2,7% Produz exclusão 3,3% Forma do agressor mostrar superioridade 1,9% Destacamos algumas colocações dos alunos para exemplificar a maneira dos jovens expressarem sua compreensão a respeito. 10 “Bullying é quando uma pessoa sofre gozações todos os dias. Mas gozações ‘pesadas’ que fazem a pessoa ficar depressiva e também com medo dos outros”. (fem., 13a, 7ª série) “O bullying fala sobre preconceito que as pessoas têm pelos outros, apelidos que uns colocam nos outros que podem machucar, outros até aceitam; bater sem motivos, etc”. (fem., 12a, 6ª série) “É uma coisa que mexe com o emocional da pessoa, deixando ela triste, às vezes consigo mesma, pois ela pode ser gorda ou ter uma orelha grande e com isso os ‘amigos’ ficam zuando com ele, fazendo ele se sentir mal”.(masc., 13a, 7ª série) “O bullying é um tipo de agressão tanto psicológica quanto física. Quem sofre costuma se sentir sozinho e excluído da vida social”. (fem., 13a, 7ª série) “É uma forma dos alunos chamados de ‘populares’ oprimir os chamados ‘nerds’”. (masc., 13a, 6ª série). Em qual local você obteve essas informações? Quanto ao local onde obtiveram informações sobre bullying, 74,9% obtiveramnas na escola; 70,5% por meio da televisão; 11,7% através da Internet; 3,7% pelo vídeo game e apenas 3,3% através da família. Vale ressaltar que esta questão possibilitava a ocorrência de respostas múltiplas. 11 Quadro 4: Porcentagem de respostas múltiplas, quanto ao local de informação, em relação ao número de questionários respondidos Escola 74,9% TV 70,5% Revistas 32,7% Jornal 22,1% Palestra 11,4% Outros: Internet Vídeo game Casa e/ou Família Amigo Rua Livro Total: 21% 11,7% 3,7% 3,3% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,1% 0,1% Filme Rádio Experiência própria Você conhece alguém que tenha sofrido bullying na escola? O que aconteceu com ele(a)? Nesta questão, 74,8% relataram conhecer alguém que sofreu bullying, destes, 25,9% foram testemunha de situações que geraram sofrimento no outro. As respostas dadas pelos alunos são: “Ele não aguentou de tanto zoarem com ele”; “Ele ficou muito triste”; “Ficou com medo”; “Ficou bravo”; “Chorou muito”; “Ficou ofendido”; “Queria parar de comer”. Os educandos relataram que ser vítima de bullying faz com que este passe a se retrair e a se silenciar diante a situação: “O problema é que ele não quer falar com os pais, nem com ninguém, daí fica difícil ajudá-lo” (4,5%) e gera dificuldades alimentares (1,2%). 12 Quadro 5: Porcentagem de respostas múltiplas categorizadas, para a questão: O que aconteceu com ele(a)? Gerou sofrimento psíquico 25,9% Foi xingado, falou-se mal da pessoa 22,0% Humilhado por alguma característica física 17,0% Foi apelidado 16,8% Foi zoado 16,0% Ficou desmotivado para a escola 12,7% Sofreu agressão física 10,1% A seguir destacamos algumas respostas dadas pelos alunos a esta questão. “Ela saiu da escola, pois ficou muito depressiva e com vergonha”. (fem., 13a, 7ª série) “Sim, chamavam ele de gordinho, aí ele emagreceu, mas ficou com anorexia”. (fem., 15a, 8ª série) “Ele era muito agredido e sofria agressões verbais, acabou ficando violento e excluindo-se da turma”. (masc., 15a, 1º ens. médio) “Ela sofre até hoje. Ela parece não estar feliz nunca”. (masc., 12a, 6ª série) “Sim, ele é muito fechado, não fala com ninguém e agora ele se juntou com uma turma que ‘zoa’ os outros, para ele não ser ‘zoado’”. (masc., 13a, 7ª série) O que você acha que os(as) alunos(as) podem fazer para reduzir ou evitar as situações de bullying na escola? Nesta questão foram categorizadas as colocações dos escolares para o enfrentamento da violência entre pares, como vemos no quadro a seguir: 13 Quadro 6: Porcentagem de respostas múltiplas categorizadas, para a questão: O que você acha que os alunos(as) podem fazer para reduzir ou evitar as situações de bullying na escola?? Respeitar o outro 22,2% Não provocar os outros; não zoar 14,5% Aceitar as diferenças 9,4% Não agredir 8,4% Não xingar 8,1% Buscar figura de autoridade 6,3% Fomentar companheirismo 4,8% Outras sugestões dadas pelos alunos são: não se envolver com quem pratica (4,2%); ensinar a vítima a se defender (1,3%); colocar-se no lugar do outro (3,7%); buscar uma mudança em si mesmo, como não se irritar facilmente, perceber os seus próprios defeitos e ter cuidado com o que fala (4,3%). Acham que não é possível fazer nada 0,7%, e um aluno respondeu suicídio como a forma de evitar as situações de bullying. A seguir destacamos algumas respostas dadas pelos alunos a este questão. “Todos devem ter consciência de que tem que ter respeito um pelo outro”. (fem., 13a, 7ª série) “Devemos evitar o preconceito e ser mais calmos, pois aí evitaremos a violência”. (masc., 13a, 7ª série) “Em vez de brigar, resolva na conversa, se alguém te perturbar, vá para longe, se continuar a encher, fale ao professor”. (fem., 13a, 7ª série) “Ver que ninguém é igual a ninguém e as diferenças deixam mais cheia de vida a sociedade”. (fem.,10a, 5ª série) 14 “Acho que as brigas devem parar, esse negócio de colocar apelidos nos outros e não julgar antes de conhecer”. (fem., 12a, 6ª série) “Deveriam se colocar na posição de quem está sofrendo bullying”. (masc., 14a, 8ª série) Resultados da abordagem qualitativa Durante a divulgação deste trabalho na reunião de pais e/ou responsáveis, estes ressaltaram a importância desta atividade, apoiando a iniciativa. Houve boa receptividade em relação à proposta, e nenhum deles discordou do projeto. Oficinas Temáticas A proposta das oficinas com alunos foi a de permitir que entrassem em contato com os sentimentos despertados pela vivência de bullying, possibilitando a elaboração destes. Percebeu-se que estas são situações onde há dificuldades para se falar sobre, o que pode gerar prejuízo na vida emocional dos educandos. De forma geral, esta atividade possibilitou a promoção de uma reflexão e expressão do sentir na maioria dos alunos. Porém, em alguns momentos, os alunos pareciam mais envolvidos na culpabilização do outro, do que em refletir sobre sua coresponsabilidade nas ações de maus-tratos. Nestas salas, as discussões circulavam entre alguns alunos específicos, sugerindo o papel de bode-expiatório, que recebiam uma forte carga projetiva de emoções não simbolizadas pelos demais. Isto gerava um clima de disputa, intolerância e de ataque e defesa, o que prejudicava a reflexão sobre a opinião do outro que, muitas vezes, era rechaçada. Na maioria das classes, em que não havia uma liderança negativa dominante, os alunos falaram espontaneamente sobre seu sofrimento e manifestaram, com auxílio das dinâmicas de grupo realizadas, o desejo de reparação, por exemplo, através de um pedido de desculpas aos colegas agredidos e à sua classe. Constatamos, todavia, que alguns educandos, que se identificaram ou foram identificados como agressores, pareciam distantes dessa possibilidade de reparação, sentindo-se, inclusive, fortalecidos por esta posição. Nestes casos verificou-se a necessidade de uma maior compreensão 15 sobre a dinâmica das relações de violência, um acompanhamento mais próximo deste aluno e também o estabelecimento de limites a favor de um convívio mais harmonioso entre os pares. Outro importante elemento na dinâmica do bullying foi o grupo de alunos que se constituiu como espectador dos atos de maus-tratos (plateia). Este grupo reforçava o comportamento do agressor, através de risadas, gestos e palavras que compactuavam com a ação violenta. Foi interessante notar que na execução de algumas dramatizações, este grupo de espectadores se expressava fortemente, por meio de caretas e murmúrios, porém quando as coordenadoras solicitavam que expusessem sua opinião individualmente, estes pareciam acuados e não se responsabilizavam pelo fato de participar da situação de zombar e minimizar o outro. É necessário investigar melhor como se inscreve essa “força” somente constituída no fenômeno grupal, pois pareceu-nos que o indivíduo, quando constituinte da plateia, se escondia atrás desta, protegendo-se e diluindo-se na identidade grupal. Pudemos perceber de uma maneira geral que os alunos mais novos (5ª e 6ª séries), apresentavam uma mobilização de sentimentos expressa por choros e desabafos na forma de falas mais desorganizadas, enquanto que alunos mais velhos (a partir da 7ª série) argumentavam e discorriam a respeito de seus sentimentos, de forma mais elaborada. Pudemos perceber que as oficinas foram encontros permeados por reflexão e que, a partir dessa compreensão mais alargada das relações estabelecidas entre eles, foi possível transformar seus sentimentos, onde muitos expressaram o desejo de ser aceitos pelo grupo, e, emocionalmente implicados, pediram desculpas, possibilitando assim reconstruir vínculos e reparar afetos. Encontro com Lideranças Positivas Neste encontro os educandos discutiram sobre como os jovens poderiam contribuir para a prevenção do bullying e a construção de uma cultura de paz na escola. Foi um encontro bastante rico, onde alunos de diversas faixas etárias encontraram um espaço para expor seus pensamentos e sentimentos, percebendo que o fenômeno bullying perpassava todas as séries envolvidas. Os educandos também colocaram sobre a importância deste encontro, sentindo-se valorizados e respeitados em suas considerações sobre a temática. 16 Destacamos algumas considerações e sugestões dadas, como a importância em fomentar uma maior interação entre os alunos para que eles passem a se conhecer melhor, desfazendo “panelinhas”, percebidas por eles como contraproducentes para a integração de toda sala de aula. Alguns colocaram que a realização de gincanas entre os alunos possibilitaria maior entrosamento entre todos. Também sugeriram que houvesse um pic-nic entre os alunos e entre estes e os professores, para maior conhecimento e integração. Esta sugestão inspirou a realização da atividade “Aulas de Educação Nutricional”, descrita logo abaixo. Consideraram que, os agressores (aqueles que praticam bullying) precisavam, como estratégia para que não repitam mais esse comportamento, “ser levados para o outro lado da vida, ter música, artes, leitura. A escola dar oportunidades para as pessoas” (sic). Acreditavam que é importante que os jovens sejam ajudados a descobrir quais os seus interesses, de maneira a estimular a construção de projetos positivos de futuro. Também pontuaram sobre a valorização do bom aluno, que estuda e ajuda os demais, por exemplo, parecendo-lhes que os “bagunceiros” obtinham mais espaço, atenção e dedicação dos atores escolares. Alguns colocaram que, muitas vezes, sentiamse sem escuta junto aos educadores, pedindo que suas falas fossem levadas em consideração: “Às vezes a gente tem razão, mas é assim: é criança, e não liga para o que (ela) diz (sic)”. Relataram sobre a importância da alegria e do divertimento, de um modo saudável (sem ridicularizar o outro, por exemplo) que, como crianças e jovens que são, lhes é muito prazeroso e que, muitas vezes, sentem falta de momentos e atividades mais lúdicas. Destacaram, assim, a necessidade de se resgatar o sonhar e o brincar, como modos de se cultivar o encantamento de viver. Exibição e Discussão de Filme Foi exibido o filme “Nunca fui beijada” 2 , que tratou do tema de forma leve e envolvente. Os alunos mostraram-se interessados, discutindo suas percepções após a 2 Este é um filme norte-americano, do gênero comédia romântica, produzido pela Flower Films, cuja sinopse é: Aos 25 anos, Josie é uma redatora de um grande jornal. Ela inventa uma reportagem que pode ser sua grande chance para tornar-se repórter: disfarça-se como aluna de sua própria escola de segundo grau e tenta descobrir alguma grande história sobre a vida dos adolescentes. A reportagem acaba tornando-se uma espécie de chance de reviver sua própria adolescência. O que ninguém sabe é que ela nunca viveu um romance. Mas em sua volta à escola, tudo pode mudar. 17 exibição. Foram levantadas com eles as situações de bullying sofridas pela personagem, bem como as consequências para sua vida. As salas de 5ª série foram mais agitadas, que podemos consideramos ser devido à mudança de ambiente (da sala de aula para a sala de cinema do centro cultural) e de atividade (disciplinas em sala de aula para sessão de filme), por exemplo. Percebemos também que alguns professores ao acompanhar os alunos no Cine Clube, revelaram maior interesse pela proposta, participando da discussão com os educandos, já outros não se mostraram tão envolvidos; indicando a necessidade de maior sensibilização junto ao corpo docente. Aulas de Educação Nutricional Quanto a esta atividade, a nutricionista parceira do trabalho, retomou o assunto bullying com as turmas, estabelecendo regras de convivência entre os educandos e ministrando aulas de culinária em grupo. Os alunos fizeram receitas culinárias, que ao final, todos saborearam, permitindo que dividissem e compartilhassem o produto de seu próprio trabalho. Foram transmitidos conhecimentos sobre nutrição, hábitos alimentares saudáveis, e receitas apropriadas à idade dos participantes. Ao final das oficinas, entregou-se o livro “Guia de Alimentação: missão possível alimente-se bem infanto-juvenil”, editado pela Divisão de Alimentação do SESI de São Paulo (2009). Esta cartilha é destinada ao público jovem, contendo informações sobre os grupos alimentares, a importância da boa alimentação na adolescência (o papel da alimentação no crescimento, a alimentação como fator de aceitação pelo grupo, a influência dos padrões estéticos corporais e o fácil acesso ao consumo de fast food), bem como receitas voltadas para o público jovem. Estas aulas canalizaram a energia dos participantes para a descoberta de um novo saber: a Culinária. Bate papo com atletas Os jovens atletas apresentaram-se aos alunos e foi possível notar a admiração dos escolares por eles. O bate papo transcorreu sobre os valores associados ao esporte como responsabilidade, cooperação, respeito, disciplina e trabalho em equipe; estabelecendo-se um paralelo entre esses valores tanto para o time de vôlei como para a turma de alunos, visando o estabelecimento de uma convivência harmoniosa. 18 Foram encontros descontraídos, onde os atletas contaram um pouco de suas histórias escolares, o que os marcou e lhes fez bem. Os alunos estavam animados e participavam contando situações cotidianas da classe, onde mostravam que também conheciam os colegas. Em uma das salas era aniversário da professora e todos cantamos parabéns. O auge dos encontros, sem dúvida, era o sorteio para assinarem a bola de vôlei. Os atletas também colocaram que para se conquistar sonhos, implica em aprender a superar dificuldades e que o apoio de seus colegas é fundamental para enfrentar desafios. Alguns alunos colocaram que o clima de bagunça e desrespeito em sala de aula interfere na concentração e no aprendizado, também dificultando o professor em ministrar sua aula. Os atletas comentaram sobre situações de bullying e de discriminação que vivenciaram, aproximando-se das situações discutidas com os alunos durante as oficinas. Foram momentos de troca e consideramos que propiciou uma reflexão sobre modos mais positivos de se relacionarem. V. Discussão Percebemos que as situações de bullying estão presentes no universo escolar, entendidos pelos escolares como intimidar, apelidar, agredir, excluir, “zoar” e causar sofrimento, entre outros. A grande maioria conhecia alguém que já sofreu bullying e muitas vezes diziam espontaneamente terem sofrido. Podemos dizer que a maioria dos jovens convive com situações de agressão, de intimidação e preconceito. Verificamos que os alunos têm percepção das consequências negativas resultantes das situações de bullying, principalmente para as pessoas que sofrem agressão. Puderam perceber que vivenciavam algum tipo de sofrimento psicológico, que se tornaram desmotivadas para ir à escola, manifestavam depressão, isolamento social e dificuldades alimentares. Sobre o enfrentamento do bullying, consideraram que o exercício do respeito ao outro é um modo de se reduzir ou evitar os maus-tratos entre pares na escola, destacando a importância de se aprender a lidar com as diferenças e combater o 19 preconceito. A possibilidade de se ter atividades que favoreçam a integração e o conhecimento dos jovens foi destacada como um modo de se lidar com o bullying. Pudemos constatar que, após a atuação com cada sala de aula, havia um maior comprometimento dos alunos no sentido de cuidarem melhor das relações com os semelhantes. Também obtivemos um feedback dos parceiros do Centro Cultural, de que houve melhora na disciplina e no cuidado com o patrimônio da instituição. Chamou atenção que os educandos apontaram a escola como meio de obtenção de informação sobre bullying e poucos referiram à família, denotando o quanto a família pode não estar atenta ao fenômeno e às suas consequências. Levanta-se a questão em relação ao modo como os pais abrem espaço para o diálogo, a negociação de regras com os filhos e a resolução dos conflitos em casa, e qual o papel da escola enquanto agente de proteção do aluno no contexto onde a violência esteja presente. Acreditamos que isto possa ser melhor investigado quando forem analisados os dados coletados dos questionários e das atividades desenvolvidas com os familiares e educadores. Cabe aqui ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente considera as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos e dispõe claramente em seu Artigo 4º, das disposições preliminares, que: “É dever da família, da comunidade, da sociedade geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. A família e a escola devem ser espaços continentes e promotores do desenvolvimento saudável das futuras gerações. Cabe a essas instâncias, e a toda sociedade, coibir a violência, explícita ou simbólica, protegendo e ajudando a todos, quem pratica, quem sofre e quem testemunha. Para ser possível a construção de estratégias de prevenção e intervenção, é essencial a conscientização de todos os elementos envolvidos no contexto escolar. A metodologia empregada no presente trabalho, ao adotar uma intervenção interdisciplinar, abriu caminho no sentido de um questionamento amplo a respeito do tema e propôs algumas formas de se lidar com esta realidade. 20 Tendo em vista o compromisso da ação educativa para o desenvolvimento de uma sociedade que preserva valores tais como respeito à diversidade, tolerância, diálogo, cooperação, solidariedade, há que se avaliar a ocorrência de situações de violência entre escolares e propor formas de intervenções no sentido de difundir uma cultura de paz e não-violência. VI. Considerações finais Este trabalho visou uma sensibilização sobre o tema bullying, trabalhando-se o conceito e as consequências desses comportamentos entre todos os envolvidos. Propôsse atuar principalmente junto aos alunos, não deixando de envolver os pais e educadores. A expectativa não foi de que este tipo de comportamento fosse extinto, dada a complexidade que permeia as relações humanas. Faz-se necessário ampliar a investigação sobre causas e consequências do bullying para ser possível a construção de novas formas de enfrentar a situação e potencializar as ações de pais e educadores na prevenção da violência no âmbito escolar. Referências: Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70. Diskin, L., & Roizman, L.G. (2008). Paz, como se Faz? Semeando cultura de paz nas escolas. 4. ed. Brasília: UNESCO, Associação Palas Athena, Fundação Vale. Francisco, M. V., & Libório, R. M. C. (2009). Um estudo sobre Bullying entre escolares do ensino fundamental. Psicologia: Reflexão e Crítica, 22(2), 200-207. Kim, Y. S., & Leventhal, B. (2008). Bullying and suicide. A review. International Journal of Adolescent Medicine and Health, 20(2):133-54. Recuperado em 17 de abril de 2011 de http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online 21 Kumpulainen, K. (2008). Psychiatric conditions associated with bullying. Journal of Adolescent Medicine and Health, 20(2):121-32. Recuperado em 17 de abril de 2011 de http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (1990). Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, e dá outras providências. Brasília, DF. Lopes Neto, A. A., Monteiro Filho, L., & Saavedra, L. H. (2003). Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro: Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência – ABRAPIA. Recuperado em 19 de abril de 2011 de http://observatoriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-154.pdf Malta, D. C., Silva, M. A. I., Mello, F. C. M. de, Monteiro, R. A., Sardinha, L. M. V., Crespo, C., Carvalho, M. G. O. de, Silva, M. M. A. da & Porto, D. L. (2010) Bullying nas escolas brasileiras: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009. Ciência & Saúde Coletiva, 15 (Supl. 2), 3065-3076. Neme, C. M. B., Mello, L. C., Gazzola, R. A., & Justi, M. M. (2008). Fenômeno Bullying: análise de pesquisas em Psicologia publicadas no período de 2000 a 2006. Revista cibersaude. Recuperado em 07 de abril de 2011, de http://www.cibersaude.com.br/revisas.asp?id_materia=3914 Serviço Social da Indústria – São Paulo – SESI-SP. (2009). Guia de Alimentação: missão possível: alimente-se bem infanto-juvenil. São Paulo: SESI.