Mudança Linguística UFPR/SCH/DELLIN
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Mudança Linguística UFPR/SCH/DELLIN
Mudança Linguística Mudança Linguística A perspectiva dominante, do ponto de vista dos neogramáticos, era a de que as regras de mudança linguística (eles estudavam especificamente a mudança sonora) agiam de maneira mecânica: Toda transformação sonora, uma vez que age mecanicamente, consuma-se como uma lei que não admite exceções, i.e. o controle da mudança pertence a uma coletividade linguística, exceto no caso em que ocorre uma divisão dialetal, é sempre a mesma, e todas as palavras, nas quais os sons se apresentam sob as mesmas circunstancias em que age a mudança sonora, deverão apresentar a mudança prevista sem exceção. (Georg Curtius, 1876) Apesar de essa visão ter sido superada (como veremos a seguir), ela representa um avanço com relação a visões anteriores. Em primeiro lugar, ela rejeita a noção de que são alterações no “espírito da língua” que promovem as mudanças linguísticas, adotando a perspectiva de que as mudanças são causadas por interações entre os sons nos ambientes em que se encontram, entre outras circunstâncias. Em segundo lugar, ela representou a vitória de uma visão uniformitariana sobre a perspectiva não-uniformitariana que, apesar de seriamente contestada mesmo à época de Curtius, ainda era defendida por alguns linguistas. Na perspectiva uniformitariana, não existe a alternância de fases de estabilidade, em que não ocorrem mudanças sonoras, com fases em que ocorrem mudanças. O comportamento da língua com relação à mudança é uniforme, ou seja, as mudanças ocorrem o tempo todo, em todas as fases da história. Observe que essa uniformidade não implica que as mudanças ocorram sempre na mesma velocidade em todas as línguas, em todos os locais. A pesquisa histórica identificou uma série de fatores sociais que podem acelerar ou retardar a mudança linguística. Em geral o contato linguístico com línguas estrangeiras, o adensamento da população (sobretudo quando esse adensamento põe em contato falantes de variedades dialetais diferentes de uma língua) e períodos de enfraquecimento das instituições que veiculam na propagação da norma padrão (como a escola), são identificados como fatores que propiciam e/ou aceleram as mudanças linguísticas. Por outro lado, o isolamento (com relação a outras línguas), a baixa densidade demográfica, e a atuação de fatores que contribuem para a manutenção e a propagação da norma padrão, são fatores que retardam as mudanças linguísticas. O francês, por exemplo, vivenciou um período de contato mais forte com línguas germânicas, a partir das invasões bárbaras, do século IV em diante. Isso fez com que ele se alterasse mais profundamente do que as línguas ibéricas e os dialetos do centro e sul da Itália (entre eles, o italiano padrão): latim italiano espanhol/português amatus amata amato amata amado amada capra capra cabra casa casa casa chèz capu(t) capo insula isola cabo isla ilha capu- > cabo > chef insula > isla > isle > île UFPR/SCH/DELLIN - HL224 LINGUÍSTICA III francês amatus > amado > aimé amata > amada > aimée capra > cabra > chèvre Por outro lado, línguas como o irlandês e o sardo experimentaram grandes períodos de isolamento, o que contribuiu para o seu aspecto “arcaizante”. Observe-se que estamos falando de uma “tendência”, o que significa que essas línguas não se mantiveram totalmente inalteradas. Não se sabe de nenhuma língua natural que tenha permanecido inalterada durante séculos (ou mesmo décadas), sendo utilizada por seus falantes. LEI FONÉTICA – descreve os processos de mudança regulares e sistemáticos que ocorrem na passagem de um estágio mais antigo para um mais recente. Para os neogramáticos, "die Lautgesetze wirken blind, mit blinder Notwendigkeit" (Ostoff & Brugmann, 1878: 326) – "as leis sonoras agem cegamente, segundo uma necessidade cega". Os casos que não seguem as regras são formados por mutações anômalas, explicadas por analogia. Um exemplo de analogia na mudança fonética é o caso da palavra latina foresta (derivada da mesma raiz da palavra fora) que passou para floresta, por analogia com a palavra flor. Alguns exemplos mais típicos de analogia, constantes dos dicionários: contradança (< country-dance), ferrolho ( < verrŭc(ŭ)lŭ), golfinho (< delfinŭ) e chaminé (< chimney). Segundo Coutinho (:150-5), a analogia com leiteira poderia explicar o surgimento de um /t/ em cafeteira, bem como a analogia com caminho poderia explicar o surgimento de um /nh/ em caminhão. A palavra saudade (< soedade < solĭtate) teria o seu ditongo explicado pela analogia com saúde. Alguma motivação específica pode estar envolvida, como o eufemismo, em casos como vagalume (que vem de caga-lume). CRÍTICAS À NOÇÃO DE LEIS FONÉTICAS: A "cegueira" na ação das mudanças linguísticas foi questionada por vários linguístas desde que foi proposta pelos neogramáticos. Hugo Schuchardt (1885) observou que havia vários indícios de que as leis fonéticas agiam em alguns dialetos, mas não em outros: por exemplo, as oclusivas do proto-indo-europeu tiveram um resultado diferente no proto-germânico (em que as mudanças foram regidas pela Lei de Grimm-Verner) e no proto-itálico (as oclusivas surdas e sonoras se mantiveram; as oclusivas sonoras aspiradas evoluíram em oclusivas sonoras não-aspiradas, quando em meio de palavra, e na fricativa labio-dental surda [f] em início de palavra – cf. tabela). Da mesma forma, as leis fonéticas agem durante uma determinada época: por exemplo, no período mais antigo da evolução do latim para o português, as oclusivas surdas se sonorizaram quando em contexto intervocálico – lŭpŭ > lobo; sĭte > sede; lacŭ > lago. As palavras que entraram, a partir do latim, a partir da Idade Média, não sofreram essa alteração, conservando as oclusivas surdas originais: lapis > lápide, lápis; vitalis > vital (cf. vita > vida); localis > local (cf. localis > lugar). Com o advento da sociolinguística, alguns fenômenos de variação foram estudados mais detalhadamente, tendo como base dados empíricos levantados. A variação linguística pode ser entendida como um processo de mutação em curso – existe variação entre duas (ou mais) formas porque a mudança ainda não se estendeu. A mudança fonética, ao invés de se estender automaticamente – "cegamente" – para toda a língua parece mais se propagar pelo léxico, atingindo algumas palavras antes de outras. Um exemplo de variação que parece ser uma mudança em curso no português do Brasil é o da ditongação de vogais tônicas em vocábulos oxítonos terminados por /S/: caracteriza-se por pronúncias como "treis" para "três"; "puis" para "pus" e "faiz" para "faz", por exemplo. Em uma análise feita com dados do português falado na Região Metropolitana de Curitiba, Agostini et alii (2002) 2 observaram que não só a taxa de ditongação era diferente de falante para falante mas também de vogal para vogal. Além disso, para uma mesma vogal havia a ocorrência de formas ditongadas junto a formas não-ditongadas, às vezes para a mesma palavra produzida mais de uma vez pelo mesmo falante: Os autores observaram, ainda, que palavras com maior potencial de ocorrência (como três, mês, mas efaz) tinham maior possibilidade de terem as vogais ditongadas do que palavras com menos comuns, como inglês e capataz. Também observaram que a ditongação diminuía sensivelmente em situações de maior formalidade de fala. Um outro exemplo que pode ser citado envolve o segundo deslocamento – Zweite Lautverschiebung, que atingiu apenas alguns dialetos do alemão, entre eles o alemão padrão ou alto-alemão (Hochdeutsch). Por essa mudança fonética, as oclusivas surdas do alemão evoluíram: I. em africadas (quando em início de palavra, quando "geminadas" ou quando precedidas de outra consoante) ou II. em fricativas (depois de vogal): Mudança Antigo Alto Alemão pfunt apfuli ziohan setzen Alemão Holandês (Hochdeutsch) got. pund Pfund as. appel Apfel got. tiuhan ziehen t > (t)s I as. settian setzen as. wecchan wecken k>k wekkian mahhon machen as. makon as. opan offan offen p > ff as. slâpan slâffan schlafen as. fôt fuoz Fuß II t > ss as. water wazzar Wasser as. ik ih ich k> as. bok buoh Buch got. = gótico; as. = Altskandinavien (antigo escandinavo). p > pf pond appel trekken zetten Inglês pound apple sit maken wake make open slapen voet water ik boek open sleep foot water I book Fonte: http://neon.niederlandistik.fu-berlin.de/de/nedling/taalgeschiedenis/germaans/ Ocorre, porém, que essa mutação foi mais avassaladora nos dialetos alemães do sul, onde atingiu praticamente todas as palavras. Nos dialetos alemães do norte (o chamado baixo 3 alemão, Plattdeutsch ou Plattdüütsch), a mudança não ocorreu. Entre os dialetos do norte e os do sul, ocorre uma faixa intermediária em que o segundo deslocamento ocorreu em algumas palavras, mas não em outras, como se pode observar no mapa da próxima página. A conclusão a que se chegou é a de que as leis fonéticas não operam de maneira "cega", ou seja, independente de qualquer motivação externa – seja extralinguística (fatores históricos, sociais, geográficos, culturais) seja linguística (posição da palavra na sentença, por exemplo). Alternância entre formas que sofreram a mudança da Zweite Lautverschiebung (ao sul) e as que não sofreram (ao norte). Fonte: Gerdt. Impacto da Geografia Linguística. Os grandes precursores da geografia linguística foram os diealetologistas Georg Wenker (1852-1911) e Jules Gilliéon (1854-1926). O trabalho do alemão Georg Wenker é pioneiro, tendo inspirado a pesquisa de Gilliéron. Entre 1876 e 1880 ele enviou pelo correio questionários com 42 frase, a 40.736 escolas distribuidas por diferentes localidades em toda a Alemanha (nesta fase ele não trabalhou com outros países germanófonos), solicitando aos professores que traduzissem as frases para o dialeto falado naquela localidade. Ele obteve um total de 44.251 questionários respondidos (em algumas localidades, mais de um questionário foi respondido, por existirem mais de um dialeto falado. Já em 1877 ele iniciou a publicação de mapas linguísticos da região do Reno e do Mosa, que viriam fazer parte do Atlas linguístico da língua alemã [Deutscher Sprachatlas],cuja primeira edição foi publicada em 1887. 4 O questionário original encontra-se no Anexo ao final deste texto. Não está traduzido, mas é importante observar que o questionário tenta monitorar a pronúncia dos fonemas em que existe variação entre os diferentes dialetos. Veja, por exemplo, o item 3, do questionário: [3] Tu Kohlen in den Ofen, damit die Milch bald zu kochen anfängt. „Põe carvão no fogão, para o leite começar a cozinhar logo“ Os itens lexicais Ofen, Milch e kochen apresentam os fonemas fricativos /f/ e /x/, no alemão padrão (Hochdeutsch) e nos dialetos do Sul, que alternam com as oclusivas correspondente, nos dialetos do Norte: Aben, Milk e koken. Secundariamente, a pesquisa identificou variação em itens lexicais utilizados. Por exemplo, o item 4 [cf. Goosses, 1977] 4. Der gute alte Mann ist mit dem Pferd(e) auf dem Eis eingebrochen und in das kalte Wasser gefallen. „O bom e velho homem andava a cavalo sobre o gelo, quando esse quebrou e ele caiu na água fria” captura a variação lexical entre Pferd/Perd, Ross e Gaul para cavalo, como no mapa abaixo. [fonte: https://www.uni-marburg.de/fb09/dsa/publikationen/sprachdynamik_buch/medien_karten/karte03 ] Os resultados mostrados no mapa da página 3, que demonstram que a alternância, nos dialetos, entre formas que sofreram a segunda mudança consonantal e as que não sofreram, foi o resultado da pesquisa de Wenker que teve o impacto mais importante no contexto da concepção neogramática da Se os neogramáticos estivessem corretos a respeito das leis de mutação consonantal [2.Lautverschiebung], a fronteira entre os dialetos que alteraram as oclusivas surdas [p, t, k] para africadas ou fricativas correspondentes [pf/f, z, ch] seria observada de maneira bem definida. Analisando os dados obtidos, percebeu-se que os dialetos observavam graus variáveis de difusão dessa alternância no léxico: os dialetos mais ao norte conservavam as formas originais dos fonemas, sem mudança; os dialetos do sul apresentavam formas alteradas pela 2. Lautverschiebung de maneira também categórica. Entre eles apresentava-se uma linha de dialetos que apresentava a alteração consonantal de maneira gradual: presente em algumas palavras, mas não em todas. Ao invés de comprovar a teoria dos neogramáticos, os dados combinavam com um modelo de “dispersão”, em que uma determinada mudança sonora se dispersa de maneira 5 gradual e a velocidades diferentes, tanto pelo território ocupado pela língua como pelo próprio léxico da língua. Assim, algumas palavras “mudam” antes de outra. Através desse tipo de levantamento foi possível traçar os mapas dialetais do alemão e, posteriormente de outras línguas. O mapa acima [Fonte: Wikipedia] mostra a distribuição geográfica dos dialetos do alemão em 1910 (observe que certas regiões de fala alemã deixaram de sê-lo devido às evacuações após a II Guerra Mundial, sobretudo a leste). Observe que o holandês e o flamengo são representados como variedades dialetais do alemão, apesar de apresentarem, historicamente o estatuto de língua. Da mesma forma, há quem considere o conjunto de dialetos ao norte (Niederdeutsch, no mapa) como uma língua distinta do alemão, o chamado baixo-alemão (Plattdeutsch ou Plattdütsch). O suíço Jules Gilliéron é autor do Atlas Linguistique de la France, publicado entre 1902 e 1910. Ele selecionou 693 localidades na França, nas regiões francófonas da Suíça e Bélgica, e na Alsácia e Lorena (então pertencentes à Alemanha), onde cerca de 2.000 falantes foram submetidos a um questionário que cobria palavras e expressões idomáticas que se supunha variarem regionalmente. Esses questionários foram aplicados por Edmond Edmont (18491926), que percorreu todas as localidades aplicando os questionários, entre 1897 e 1901. Após o levantamento, os mapas mostrando a distribuição de formas alternativas foram confeccionados, os quais foram reunidos no Atlas. 6 Mapa do Atlas Linguistique, mostrando a alternância dos itens lexicais correspondentes ao francês padrão charger. Fonte: http://taban.canalblog.com/archives/2009/05/18/13770753.html Posteriormente, também o mapa dialetal da França foi confeccionado [ver na página 8]. Como no caso do alemão, os grupos dialetais do norte e do sul não raro são considerados línguas diferentes: o francês, ou Langue d’Oil, ao norte, e o Langue d’Oc, ao sul (que inclui o provençal). Uma terceira “língua” é reconhecida a sudeste, incluindo a área de Genebra, o franco-provençal, que inclui o oeste da Suíça e a região italiana do Val d’Aosta. O mapa abaixo também inclui territórios de outras línguas que se estendem para dentro do território francês, como o flamengo, o alemão, o bretão, o basco, o catalão e o corso. REFERÊNCIAS AGOSTINI, Basílio et alii. Aspectos da ditongação no falar da Região Metropolitana de Curitiba. In: RODRIGUEZ, Benito et alii. Anais do XV seminário do CELLIP. Curitiba: UFPR, 2002. CUR'I'IUS, G. 1876. Nachwort. Studien zur griechischen und lateinischen Grammatik (Curtius Studien), 9, 436. GOOSSENS, Jan. 1977. Deutsche Dialektologie. Berlin / New York: De Gruyter. OSTHOFF, H., BRUGMAN, K. 1878. Vorwort. Morphologische Untersuchungen, I: 111-xx. SCHUCHARDT, H. 1885. Ueber die Lautgesetze - Gegen die Junggrammatiker. Oppenheirn, Berlin. 7 [Zonas dialetais da França; fonte: Wikipedia] 8 APÊNDICE – O QUESTIONÁRIO DE WENKER Questionário de Wenker (1880), enviado para as escolas na Alemanha. 1. Im Winter fliegen die trockenen Blätter in der Luft herum. 2. Es hört gleich auf zu schneien, dann wird das Wetter wieder besser. 3. Tu Kohlen in den Ofen, damit die Milch bald zu kochen anfängt. 4. Der gute alte Mann ist mit dem Pferd(e) auf dem Eis eingebrochen und in das kalte Wasser gefallen. 5. Er ist vor vier oder sechs Wochen gestorben. 6. Das Feuer war zu heiß, die Kuchen sind ja unten ganz schwarz gebrannt. 7. Er isst die Eier immer ohne Salz und Pfeffer. 8. Die Füße tun mir (so sehr) weh, ich glaube, ich habe sie (mir) durchgelaufen. 9. Ich bin selber bei der Frau gewesen und habe es ihr gesagt, und sie sagte, sie wolle es auch ihrer Tochter sagen. 10. Ich will es auch nicht mehr wieder tun/machen. 11. Ich schlage dich gleich mit dem Kochlöffel um die Ohren, du Affe. 12. Wo gehst du (denn) hin? Sollen wir mitgehen (mit dir gehen)? 13. Das/es sind schlechte Zeiten. 14. Mein liebes Kind, bleib hier unten stehen, die bösen Gänse beißen dich tot. 15. Du hast heute am meisten gelernt und bist artig gewesen, du darfst früher nach Hause gehen als die anderen. 16. Du bist noch nicht groß genug, um eine Flasche Wein allein auszutrinken, du musst erst noch wachsen und größer werden. 17. Geh, sei so gut und sag deiner Schwester, sie soll die Kleider für eure Mutter fertig nähen und mit der Bürste rein machen. 18. Hättest du ihn gekannt! Dann wäre es anders gekommen, und es täte besser um ihn stehen. 19. Wer hat mir meinen Korb mit Fleisch gestohlen? 20. Er tat so, als hätten sie ihn zum Dreschen bestellt (; sie haben es aber selbst getan). 21. Wem hat er (denn) die neue Geschichte erzählt? 22. Man muss laut schreien, sonst versteht er uns nicht. 23. Wir sind müde und haben Durst. 24. Als wir gestern abend heim-/zurückkamen, da lagen die anderen schon im Bett und waren fest eingeschlafen / am Schlafen. 25. Der Schnee ist diese Nacht liegen geblieben, aber heute morgen ist er geschmolzen. 26. Hinter unserem Hause stehen drei schöne Apfelbäume / drei Apfelbäumchen mit roten Äpfeln/Äpfelchen. 9 27. Könnt ihr nicht noch einen Augenblick / ein Augenblickchen auf uns warten? Dann gehen wir mit (euch). 28. Ihr dürft nicht solche Kindereien treiben. 29. Unsere Berge sind nicht so (sehr) hoch, die euren sind viel höher. 30. Wie viel Pfund Wurst und wie viel Brot wollt ihr haben? 31. Ich verstehe euch nicht, ihr müsst ein bisschen lauter sprechen. 32. Habt ihr kein Stückchen weiße Seife auf meinem Tisch(e) gefunden? 33. Sein Bruder will sich zwei schöne neue Häuser in eurem Garten bauen. 34. Das Wort kam ihm von Herzen. 35. Das war recht von ihnen! 36. Was sitzen da für Vögelchen oben auf dem Mäuerchen? 37. Die Bauern hatten (fünf) Ochsen und (neun) Kühe und (zwölf) Schäfchen vor das Dorf gebracht, die wollten sie verkaufen. 38. Die Leute sind heute alle draußen auf dem Feld(e) und mähen. 39. Geh nur, der braune Hund tut dir nichts. 40. Ich bin mit den Leuten da hinten über die Wiese ins Korn gefahren. 10 A Gênese dos Dialetos O processo básico de gênese de dialetos é um processo de dispersão histórica. Como vimos na seção anterior, as mudanças linguísticas se processam Normas da geografia linguística. Provém da geografia linguística de Bàrtoli, Bonfate etc. Adrados dá conta delas no v. I, p. 84-5. Ver críticas de Austin (1945) e Hall 1945. 1. Norma da área isolada. As áreas isoladas costumam manter os estágios mais antigos de uma língua; os exemplos mais típicos são o sardo, no caso das línguas românicas, e o islandês, no caso das línguas germânicas. 2. Norma das áreas laterais. Se duas áreas laterais coincidem em uma situação ante/em contraposição à área central, então a situação das áreas laterais é a mais antiga, enquanto que a situação da área central é uma inovação. Assim, se o galego e o catalão apresentam ll onde o castelhano tem j, este último resultado é o mais recente. 3. Norma da área maior. A área maior costuma manter a situação mais antiga. 4. Norma da área atrasada. Se uma língua chega com atraso a uma determinada comunidade, as inovações chegam também com atraso. 5. Norma da fase desaparecida. O fenômeno desaparecido ou em vias de desaparecimento é mais antigo do que o que tende a se impor. Delimitação dos Dialetos REFERÊNCIAS GOOSSENS, Jan. 1977. Deutsche Dialektologie. Berlin / New York: De Gruyter. 11