controle da altura da tocha e abertura do arco elétrico para
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controle da altura da tocha e abertura do arco elétrico para
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO JULIO SCHONELL LADEMIR FERREIRA PRICILA CEREZOLLI CONTROLE DA ALTURA DA TOCHA E ABERTURA DO ARCO ELÉTRICO PARA SOLDAS TIG E MIG/MAG PROJETO INTEGRADOR IV CHAPECÓ 2014 CONTROLE DA ALTURA DA TOCHA E ABERTURA DO ARCO ELÉTRICO PARA SOLDAS TIG E MIG/MAG JULIO SCHONELL LADEMIR FERREIRA PRICILA CEREZOLLI Projeto apresentado à disciplina Projeto Integrador IV, como requisito parcial de avaliação. Professores Alfen Souza e Guilherme De Santana Weizenmann. Chapecó 2014 Introdução O curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSC, Campus Chapecó, apresenta em sua matriz curricular, disciplinas diferenciadas, a fim de tornar o curso mais próximo da realidade da região, e também de acordo com as diretrizes da Instituição. A unidade curricular do Projeto Integrador (PI) é um exemplo deste tipo de disciplina, onde permite aos acadêmicos envolvidos aplicar diferentes conhecimentos adquiridos ao longo do curso, possibilitando o desenvolvimento de produções significativas para o IFSC. As estratégias e orientações para a execução do Projeto Integrador são apresentadas em um manual escrito por professores com experiência na área, e revisado e aprovado pelo colegiado do curso. O manual prevê que o Projeto Integrador deve ser desenvolvido ao longo do semestre do curso, tendo como base o ementário bibliográfico e os objetivos ali determinados, as aulas devem estar relacionadas com o maior número possível de componentes curriculares do período, além de aplicar conhecimentos e conteúdos ministrados em semestres anteriores. Portanto, a proposta a ser desenvolvida no oitavo semestre do curso de Engenharia de Controle e Automação, deve contemplar o maior número de disciplinas ministradas no semestre, às quais incluem robótica, sistemas integrados de manufatura, automação da soldagem e acionamentos (hidrônica e pneutrônica). Pensando nisso, nos custos de projeto, no aproveitamento de materiais e projetos já existentes no IFSC, além da importância do controle e automação de sistemas a fim de obter melhor precisão, e proporcionar maior segurança aos operadores, foi apresentada a proposta para o controle de um sistema de soldagem já existente no IFSC. O projeto existente consiste em uma estrutura metálica, com um carro de deslocamento linear nos eixos x e y, e com um sistema de controle eletromecânico. Esta estrutura é responsável pelo posicionamento linear de uma tocha de soldagem. Como não há controle de altura da tocha (a regulagem de altura é fixa), a soldagem está susceptível à variações na peça a ser soldada que podem causar mudanças no cordão de solda, variando a profundidade e qualidade da solda, principalmente em processos sensíveis como o TIG (tungsten inert gas) e o plasma. A partir disso propõe-se o desenvolvimento de um controle sobre a altura da tocha até a peça a ser soldada, e da abertura do arco elétrico. Este controle será efetuado para obter-se uma largura adequada para o cordão de solda, e uma boa penetração na peça, tendo em vista que quanto maior a distância do eletrodo até a peça, maior área do metal base é aquecida, resultado em um cordão mais largo. Acredita-se que com o desenvolvimento desta proposta, os requisitos de ensino determinados serão atendidos. Os acadêmicos envolvidos na idealização e execução das atividades serão favorecidos, já que as etapas e processos para o desenvolvimento do projeto integram a maior parte das disciplinas ministradas no oitavo semestre do curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSC, além de conhecimentos repassados em períodos anteriores. Justificativa A soldagem é o mais importante processo de união de metais utilizado industrialmente (VILLANI, ET al., 2009). Este processo é amplamente utilizado na indústria, para fabricação de componentes de grande e pequeno porte, assim como para estruturas simples e de grande complexidade. A sua importância é evidenciada pela grande influência que um bom processo de soldagem apresenta para o desenvolvimento de produtos, diferentes ligas metálicas e novos tipos de aço. Atualmente, sabe-se da existência de cerca de 50 diferentes processos de soldagem utilizados nos mais diversos ramos industriais, sendo que esta tecnologia continua em constante desenvolvimento. Outro ponto relevante no que diz respeito à soldagem, é a segurança. Isso porque esta prática envolve diversos riscos ao operador, como a possibilidade de incêndios, choques elétricos, exposição à gases prejudiciais e explosões. Portanto, o controle e a automação de um processo de soldagem mostra-se uma proposta interessante à ser desenvolvida. Além de oferecer melhores condições de segurança, e proporcionar melhor acabamento e precisão no processo de soldagem, tal proposta contempla as determinações impostas pelo Projeto Integrador, disciplina na qual será desenvolvido este sistema. Outro fator determinante para o desenvolvimento deste projeto está relacionado à importância da execução de tal proposta na região em que está inserido. A partir do levantamento de informações sobre processos de controle e automação da soldagem já existentes no município de Chapecó e região, constatou-se que não há projeto semelhante ao proposto neste trabalho. Considera-se tal fator determinante para a justificativa de idealização deste projeto. Objetivo O presente projeto pretende efetuar o desenvolvimento do controle de um sistema de soldagem, onde serão controladas a altura da tocha de soldagem até a peça, e a abertura do arco elétrico da solda. O sistema que será desenvolvido deve atender às necessidades e requisitos dos clientes, os requisitos de projeto e especificação aqui elencadas. Ressalta-se, a importância da aplicação do maior número de unidades curriculares ministradas ao longo do semestre, além dos conhecimentos já repassados em períodos anteriores. Fundamentação Soldagem A soldagem, como já citado anteriormente, é o processo mais importante no que diz respeito a união dos metais. É utilizado amplamente na indústria, tanto para fabricação de materiais de grande e pequeno porte, como para componentes simples, e de grande precisão. O processo de soldagem pode ser definido como um processo de união de materiais, na sua maioria metais, sendo utilizado amplamente na fabricação e recuperação de peças, estruturas e equipamentos. Podemos identificar diversos tipos de soldagem, para diferentes aplicações, que devem ser devidamente selecionados conforme as necessidades requeridas. Podemos citar como exemplo de processo de soldagem, a fusão. Este inclui diversos tipos de processos como soldagem com eletrodo revestido, soldagem MIG/MAG, soldagem TIG, soldagem a plasma, a laser, a gás, entre outros. Os processos de maior importância para o desenvolvimento do presente trabalho são TIG e MIG/MAG, os quais serão tratados detalhadamente ao longo desta seção. Dentre as vantagens do processo de soldagem estão inclusas a grande gama de processos existentes, a aplicação à diversos tipos de materiais, a possibilidade de operação manual ou automática, a eficiência do processo tanto para peças pequenas como para componentes de grande porte, e a viabilidade econômica. A soldagem apresenta também algumas limitações, como o fato de não permitir a desmontagem de peças soldadas, o surgimento de defeitos mecânicos, tensões residuais, alterações na microestrutura do material, além de exigir a aplicação de diversos tratamentos térmicos para corrigir as inconformidades ocasionadas durante o processo. Outro fator importante no que diz respeito à soldagem é a segurança. Essa prática envolve diversos elementos de risco, que podem prejudicar a saúde pessoal dos operadores, e provocar danos em equipamentos. Os principais riscos envolvidos são a possibilidade de explosões e incêndios, exposição à radiação proveniente do arco elétrico, choque elétrico, e emissão de gases prejudiciais à saúde (VILLANI, ET al., 2009). Daí a importância de seguir rigorosamente orientações e recomendações dos fabricantes de equipamentos, e também as práticas de segurança determinadas pelas empresas. Arco elétrico O arco elétrico é um dos principais componentes analisados na soldagem por fusão, por apresentar boas características, como alta taxa de transferência de calor, concentração em uma pequena área, facilidade de controle e baixo custo do equipamento. Dadas essas características, é importante o estudo da física do arco elétrico. Um arco elétrico é formado quando dois condutores são colocados em contato e depois afastados. Esses condutores no caso do processo de soldagem são conhecidos como eletrodos. Quando existe uma tensão entre eles e são colocados em contato, a tensão tende a cair para próximo de zero volts, e a corrente sobe muito, tendendo ao infinito. Comumente para iniciar o processo de soldagem, se realiza o contato do eletrodo com a peça a ser soldada, e após iniciado, o arco elétrico se afasta um pouco. Dessa forma o arco elétrico aquece a peça a ser soldada, o eletrodo, e o gás ao redor do mesmo. O gás aquecido é ionizado, facilitando a passagem de corrente elétrica. Depois de estabelecido o arco elétrico, se mantém uma distância constante do eletrodo à peça. Como exemplo de processos que utilizam o arco elétrico como fonte de calor, pode-se citar: Soldagem com eletrodo revestido; Soldagem MIG/MAG; Soldagem TIG; Soldagem a plasma; O arco elétrico de soldagem tem como principal característica a alta transformação de energia elétrica em energia térmica. Isso gera altas temperaturas no processo de solda, como pode ser visto na figura a seguir: Figura 1 – Isotermas na soldagem TIG a 5mm de distancia Além das altas temperaturas, o arco elétrico também gera radiações eletromagnéticas de alta intensidade, nas faixas do infravermelho, luz visível e ultravioleta. Isso faz com que seja necessária a utilização de EPI’s para proteção visual e proteção da pele, apropriadas para cada tipo de soldagem. MIG/MAG A soldagem com arco elétrico e gás de proteção, sigla em inglês GMAW (Gas Metal Arc Welding), mais conhecida como soldagem MIG/MAG, é um processo de soldagem por arco elétrico entre a peça e o eletrodo consumível em forma de arame. O arco elétrico funde de forma contínua o arame à medida que é alimentado à poça de fusão. A poça de fusão é protegida da atmosfera por um fluxo de gás, ou mistura de gases, que pode ser inerte (MIG) ou ativo (MAG). As correntes comumente utilizadas são de 50A até 600A, e as tensões variam de 15V até 32V. O processo de solda MIG utiliza um gás inerte, tipicamente argônio ou hélio, que não tem nenhuma atividade física sobre a poça de fusão. Normalmente é utilizado com corrente contínua. Já o processo MAG utiliza gases ativos, como o CO2, que interage com a poça de fusão. Como vantagens do sistema de solda MIG/MAG, podemos citar: Não há a necessidade de remoção de escória; Não há perda de pontas como no eletrodo revestido; Alta taxa de deposição do metal de solda; Alta velocidade de solda, gerando menor distorção da peça soldada; Facilidade de automação da soldagem. TIG O processo de soldagem TIG (Tungsten Inert Gas), é um processo de soldagem a arco elétrico entre um eletrodo não consumível de tungstênio e a poça de fusão com proteção gasosa. A solda TIG pode ser feita com ou sem acréscimo de um metal de adição (autógena). Ao contrário do processo de solda MIG/MAG, no processo TIG são utilizados apenas gases inertes como gás de proteção da soldagem. Portanto, não existe um processo TAG. O processo TIG, é mais comum em soldagens de chapas finas de aço inoxidável e metais não ferrosos, como alumínio, magnésio e cooper alloys. São utilizados eletrodos de material de alto ponto de fusão e de alta emissão termiônica (o ponto de fusão do tungstênio é acima de 3.500 oC). Para solda de aço, cobre, níquel, titânio, etc, é utilizada corrente contínua com polaridade direta (eletrodo conectado ao terminal negativo) deteriorando menos o eletrodo se comparado com a polaridade inversa. O alumínio e suas ligas são normalmente soldados com corrente alternada. A corrente alternada fornece um arco que limpa a chapa no ciclo positivo (limpeza catódica), permitindo ao metal fluir facilmente. Na Figura 2 é possível visualizarmos os componentes do processo de soldagem TIG. Vantagens Controle maior do soldador Maior qualidade no acabamento Ausência de respingos Desvantagens Não é bom ser utilizado com correntes de ar É mais lento em comparação com outros processos Ineficaz em chapas maiores que 6mm Baixo aquecimento da soldagem Produz boas soldas autógenas Tabela 1 – Vantagens e desvantagens do processo TIG Figura 2 – Detalhamento dos componentes do processo de soldagem TIG Automação da soldagem Sistema automático é qualquer sistema ou conjunto de equipamentos eletrônicos ou mecânicos que controlam seu próprio funcionamento, com o mínimo de intervenção humana. Na soldagem, a necessidade em aumentar a produtividade, superar a escassez de trabalho qualificado e o aumento crescente das exigências de segurança elevaram a demanda pela automação, superando assim, muitos dos problemas do dia a dia da soldagem. A soldagem pode ser classificada em processos quanto ao tipo de operação necessária para a realização de uma solda: Abertura e manutenção de arco; Alimentação do material de adição; Controle do calor cedido e da penetração Deslocamento da tocha ao longo de uma junta com uma velocidade determinada; Procura e seguimento da junta; Direcionamento da tocha e do arco; Compensações e correções Um processo de soldagem é caracterizado como manual quando todas essas atividades são executadas e controladas pelo soldador. O processo de soldagem é classificado como automatizado quando todas essas atividades são executadas e controladas pela máquina. A automação também pode ser parcial com certas operações realizadas pelo soldador, esse tipo de processo é conhecido como semiautomático ou semimecanizado. A automação da soldagem, total ou parcial, tem como objetivo reduzir o custo de manufatura, aumentando a produtividade e melhorando a qualidade e confiabilidade do produto final. Isso é possível pela redução de erros humanos, diminuindo a participação direta do soldador no processo, o que também reduz o risco de acidentes relacionado à soldagem. O sistema de soldagem automatizado pode se fixo ou flexível, a automação fixa normalmente possui controles relativamente simples e não são fáceis de reprogramar. São projetados para reduzir os tempos de montagem e desmontagem, e tipicamente possuem uma plataforma de trabalho fixa onde o operador carrega e descarrega as peças em produção, normalmente esse tipo de automação é empregada quando se tem produção em grande escala de peças similares. A automação de soldagem flexível utiliza um programa computacional ou numérico para substituir o posicionamento físico. O sistema de soldagem automatizada flexível mais utilizado é um robô industrial. Sua operação pode ser bastante simples se as condições de soldagem são fixas e uma única sequência é utilizada em todas as operações, ou pode ser muito complexa se as condições são constantemente modificadas, exigindo inúmeros sensores para realimentar e corrigir o sistema. A automação flexível é empregada normalmente quando se tem uma grande diversidade de peças a serem produzidas ou também em locais onde, por algum motivo, o trabalho humano é insalubre. Estrutura do Projeto 1. PROJETO INFORMACIONAL O desenvolvimento do projeto informacional é baseado na definição do problema do projeto, onde é realizada uma pesquisa de informação, com o objetivo de compreender de forma clara o problema proposto. Além disso, a elaboração desta seção tem como finalidade a obtenção de uma lista de especificações de projeto, que será a base de orientação para a busca de princípios de soluções, que irão fundamentar o desenvolvimento das etapas posteriores do projeto. Diferentes tópicos serão abordados para a obtenção destas especificações. São eles: definição do problema do projeto; pesquisa de informações (benchmark); atributos do produto; clientes, suas necessidades e requisitos; requisitos de projeto, e finalmente as especificações. 1.1. Definição do problema do projeto O projeto à ser desenvolvido deve atender as especificações determinadas pela unidade curricular do Projeto Integrador IV, ministrada no oitavo semestre do curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSC Campus Chapecó. A proposta prevê o aproveitamento de uma estrutura para soldagem já existente no Campus, aonde será desenvolvido um sistema de controle sobre a altura da tocha de soldagem até o material base, e da abertura do arco elétrico. A elaboração deste sistema tem em vista suprir as necessidades dos acadêmicos em aplicar e integrar os conhecimentos adquiridos ao longo do semestre, e também de períodos anteriores. Outro fator relacionado é a melhoria das condições de segurança para o processo de soldagem, assim como da qualidade e precisão do cordão de solda. Além disso, a proposta mostra-se como uma inovação na região em que está inserida, já que Chapecó não apresenta um sistema semelhante ao apresentado neste projeto, sendo, portanto um sistema de grande interesse para indústria metalúrgica da região. 1.2. Pesquisa de informação 1.2.1. SPS – Sistemas e Processos de Soldagem Sistema automático de abertura e controle do comprimento do arco para os processos de soldagem TIG e Plasma O AVC é um equipamento que realiza o controle do comprimento do arco de maneira automática. Sua utilização é essencial quando se buscam aplicações automatizadas, de elevado desempenho e velocidade nos processos TIG e Plasma, já que a variação da distância eletrodo-peça nesses processos modifica de maneira acentuada as características do arco, podendo comprometer o resultado da soldagem. O equipamento possibilita ainda realizar a abertura do arco no processo TIG de maneira automática, possibilitando a aplicação desse processo em linha de produção robotizada. Descrição O AVC possui grande capacidade de adaptação em diferentes aplicações, sendo que a dinâmica de correção do comprimento do arco pode ser facilmente configurada de acordo com a utilização. O equipamento pode ser utilizado com corrente pulsada, corrente alternada, e também, em outras aplicações especiais. Automação O AVC pode funcionar como componente central do sistema de automação, integrando e controlando o funcionamento dos diferentes dispositivos. Componentes do sistema Atuador do sistema: O conjunto mecânico que realiza a movimentação da tocha de soldagem é construído em liga de alumínio de alta resistência, e os componentes principais como guias e fuso de esfera são de primeira linha, garantindo elevada durabilidade e resistência em condições extremas. Unidade de controle: O projeto eletrônico foi especialmente concebido para as operações de soldagem automatizadas, de modo que o sistema possui um total de 20 portas de comunicação (analógicas e digitais), permitindo grande capacidade de integração com fontes de soldagem, sensores, robôs, dispositivos de movimentação e CLP’s. Microcontrolador: A unidade de controle micro-processada utiliza o processador ARM A7 e possui uma interface homem máquina com display de LCD para configuração dos parâmetros. Figura 3 – Atuador do sistema Especificações técnicas Processos: Soldagem TIG e Plasma com corrente contínua, pulsada ou alternada. Corte a Plasma. Curso útil do eixo de movimentação: 80 mm. Leitura de tensão: ±80 V. Ajuste da tensão de referência: 0,1 a 50,0 V. Ajuste de sensibilidade (taxa de correção do comprimento do arco) Possibilidade de ajustar o comprimento do arco durante a soldagem. Possibilidade de salvar/ler os parâmetros do sistema em memória interna. Possibilidade de adaptar o software do controlador conforme a necessidade do cliente. 1.2.2. Bug-O Systems O sistema de controle de altura de solda da Bug-O Systems é um acessório compacto, projetado para manter uma altura de solda constante entre a tocha de solda e a peça a ser soldada. Esse controle pode ser usado nos processos de solda de arco submerso, Flux-Core a solda MIG. O sistema é constituído por uma caixa onde é realizado o controle e um sistema de deslizamento que pode ser fixado em qualquer sistema de soldagem da Bug-o Systems. Esse acessório pode ser utilizado em uma ampla variedade de processos, onde o controle de altura da tocha, ou controle de corrente são vitais para a qualidade da soldagem. Esse sistema requer uma fonte de alimentação CC para operação. Na figura abaixo é apresentado o modelo CAS-205 0, que pode ser usado com sistemas de solda linear ou com tecimento linear. Figura 4 – Equipamento modelo CAS-2050 Outro modelo desenvolvido pela Bug-o Systems é o CAS-2100 que pode ser intergrado ao sistema de soldagem convencional. Figura 5 – Equipamento modelo CAS-2100 A Bug-o Systems oferece soluções para controle de altura de soldagem em equipamentos de soldagem de tubos (Bug-O-Matic). Esse modelo opcionalmente vir instalado de fábrica. O modelo do equipamento é BUG-6553, conforme imagem abaixo: pode Figura 6 – Equipamento BUG-6553 Dados gerais técnicos dos equipamentos de controle de altura: Distância de trabalho: 2” (50,8mm) Capacidade de carga: 10lbs. (4,54kg) Variedade de operação: 60A a 500A Peso líquido: 14,5lbs (6,6kg) Vantagens O sistema da Bug-O`s pode ser instalado em qualquer aparelho de solda. Pode trabalhar com qualquer tensão tocha-peça. É compatível com sistemas de solda SAW, FCAW, GMAW. Se necessário, o operador pode desabilitar o sistema automático e realizar o controle de altura manualmente. 1.2.3. Hangil Autowelding O equipamento desenvolvido pela Hangil Autowelding realiza o mesmo controle de altura de arco já citado anteriormente. Esse equipamento é indicado para processos GTAW, solda plasma e corte a plasma. Figura 7 – Equipamento modelo AHC-01-A e AHC-01-A-1, respectivamente A empresa divulga dois modelos de equipamentos muito semelhantes. Ambos realizam o mesmo processo de controle de altura do arco através da medição de tensão. Ambos possuem a mesma capacidade de carga, velocidade de soldagem e são aplicados nos mesmos equipamentos. A diferença no modelo AHC-01-A-1 é a opção de armazenamento em memória das quatro últimas soldagens realizadas, o controle digital ao invés de analógico, e o controle de atraso no início da soldagem e controle de Stick-out (distância entre final da tocha e início da poça de fusão). O modelo AHC-01-A-1 é composto por uma caixa de controle, que recebe o sinal do sensor e atua sobre o motor, um atuador deslizante linear, e um sensor de tensão. 1.3. Atributos do produto A partir dos requisitos e especificações que o projeto necessita atender, são apresentadas as características do sistema a ser desenvolvido, o controle da altura da tocha de soldagem até a peça, e a abertura do arco elétrico da solda. Ao longo desta seção serão determinadas as especificações, restrições, funcionalidades e benefícios do produto final deste trabalho. 1.3.1. Robustez Os componentes a serem utilizados na fixação e movimentação da tocha devem ser robustos, pois estarão expostos a um ambiente de solda com altas temperaturas e contaminação por fumos de solda. Deve ser analisada a qualidade e os materiais a serem utilizados na construção, pois deverão suportar longos períodos de trabalho, a fim de terem um bom rendimento e poucas paradas para manutenção, tendo em vista indústrias que trabalham 24h/dia. 1.3.2. Segurança O controle da altura da tocha deve ser auto ajustável eliminando assim a necessidade do operador ter contato direto com a tocha durante o processo de solda, diminuindo o risco de acidente durante a soldagem. 1.3.3. Flexibilidade de programação O formato de programação para a execução do processo proposto, deve ser flexível a fim de tornar possíveis testes e implementação de diferentes formas de controle, como controle ON/OFF, ou controle PID (Proporcional, integral, derivativo), por exemplo. 1.3.4. Adaptável O controle de altura deve ser adaptável, ou seja, deve ser capaz de suportar a utilização de diferentes equipamentos de solda TIG ou MIG/MAG de fabricantes distintos. O equipamento deve permitir também o ajuste manual do ângulo da tocha de soldagem de acordo com as necessidades requeridas. 1.4. Clientes Os clientes do projeto são definidos a partir do manual dos Projetos Integradores, e também da ementa desta unidade curricular ministrada no oitavo semestre do curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSC, Campus Chapecó. Esta documentação, juntamente com informações levantadas sobre as necessidades da região, definem os interessados e favorecidos pelo desenvolvimento deste projeto. Então, podemos definir os clientes do projeto como: As Instituições de Ensino que demonstrem interesse em utilizar conhecimentos voltados à área de controle e automação da soldagem, além de desenvolvimento tecnológico; A ementa da unidade curricular do Projeto Integrador IV, além do manual dos Projetos Integradores. Estes preveem a integração e aplicação, do maior número de disciplinas ministradas ao longo do oitavo semestre do curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSC, Campus Chapecó, além da aplicação de conhecimentos adquiridos em períodos prévios; As empresas da região que trabalhem com soldagem, e apresentem interesse no projeto a ser desenvolvido para implantação do sistema em seus processos industriais, tal qual será desenvolvido, ou com as adaptações necessárias. Operadores, usuários, estudantes que mostrem interesse em conhecer, e aprender sobre processos de soldagem automatizados. 1.5. Necessidades dos clientes A determinação das necessidades dos clientes está baseada na ementa da unidade curricular do Projeto Integrador IV. As especificações seguem abaixo, e foram retiradas do projeto pedagógico do curso, aonde o maior número dos itens descritos devem ser aplicados ao longo do desenvolvimento do projeto: Aplicar os princípios e metodologias de soldagem automatizada de acordo com as necessidades requeridas; Aplicar robôs manipuladores na indústria com a base de conhecimentos necessária para sua especificação e análise; Integrar conhecimentos para otimização da manufatura; Além das especificações apresentadas acima, outras necessidades são identificadas, como segue abaixo: Sistema adaptável: Sistema que pode ser facilmente utilizado tanto para solda TIG quanto para Solda MIG/MAG, com mínimo possível de alterações; Robustez: Sistema de fixação e movimentação da tocha deve ser robusto o suficiente para resistir a altas temperaturas e possíveis respingos de solda; Os materiais a serem utilizados devem ser estudados, de modo que sejam utilizados aqueles que suportem longos períodos de trabalho, a fim de terem um bom rendimento e poucas paradas para manutenção; Segurança: o projeto deve realizar o controle automático da altura da tocha minimizando os riscos de acidentes relacionados à soldagem, pois elimina a necessidade do contato direto do soldador com a tocha durante a realização do processo; Flexibilidade de programação: o projeto deve ser aberto para possibilitar a implementação de diferentes formas de controle, para diferentes métodos de soldagem (TIG, MIG/MAG); 1.6. Requisitos dos clientes Os requisitos dos clientes são definidos a partir das necessidades dos clientes. Nele são descritos como as necessidades definidas anteriormente serão alcançadas. Essas informações seguem organizadas na tabela abaixo: NECESSIDADES DOS CLIENTES REQUISITOS DOS CLIENTES Ser capaz de operar com soldas MIG/MAG e Sistema adaptável TIG, realizando o mínimo possível de alterações no equipamento. Robustez Suportar longos períodos de trabalho ininterruptos, operando em ambiente industrial. Limitar ao máximo o contato do operador com Segurança a peça a ser soldada e reduzir o tempo de exposição à solda. Facilitar ao máximo a mudança na Flexibilidade de programação programação do controle, em caso de modificações no processo de solda. Tabela 2 – Necessidades dos clientes transformadas em requisitos dos clientes. 1.7. Requisitos do projeto Assim como as necessidades dos clientes, os requisitos dos clientes também devem ser transformados em requisitos de projeto. É necessário definir a forma como estes serão alcançados. A tabela abaixo apresenta estas informações: REQUISITOS DO CLIENTE REQUISITOS DO PROJETO Ser capaz de operar com soldas O manipulador deve ser capaz de fixar tanto MIG/MAG e TIG, realizando o tochas TIG como MIG/MAG de diversos mínimo possível de alterações no fabricantes. Para isso será desenvolvido um equipamento. sistema de fixação próprio. Suportar longos períodos de trabalho ininterruptos, operando em ambiente industrial. A escolha de materiais será feita de forma a se reduzir o número de paradas para manutenções, utilizando materiais com alta resistência. Limitar ao máximo o contato do O operador posicionará a peça no operador com a peça a ser equipamento e fará a configuração dos soldada e reduzir o tempo de parâmetros de soldagem através de um painel exposição à solda. externo. Facilitar ao máximo a mudança na programação do controle, em Será utilizado um conector para programação caso de modificações no do método de controle, sem ser necessária a desmontagem do equipamento. processo de solda. Tabela 3 – Definição dos requisitos do projeto, a partir dos requisitos dos clientes. 1.8. Especificações do projeto As especificações são definidas a partir dos requisitos de projeto. Dois itens devem ser desenvolvidos para que as especificações do projeto sejam caracterizadas. São eles, o sensor e as saídas desejadas. O sensor irá exercer a função de verificar se os requisitos, e especificações determinadas estão sendo efetivamente atendidos e executados. Por fim, as saídas desejadas, que indicam o que se pretende atingir com os requisitos do projeto. Abaixo segue a tabela com as especificações do projeto: REQUISITOS DO PROJETO SENSOR SAÍDAS DESEJÁVEIS Teste de Ser capaz de fixar tochas bancada TIG e MIG/MAG forma a se reduzir o número de Análise de Obter um sistema robusto paradas para manutenções, propriedades capaz de operar em escala utilizando materiais com alta no CAD industrial O manipulador deve ser capaz de fixar tanto tochas TIG como MIG/MAG de diversos fabricantes. Para isso será desenvolvido um sistema de fixação próprio. A escolha de materiais será feita de resistência. O operador posicionará a peça no equipamento e fará a configuração dos parâmetros de soldagem através de um painel externo. Limitar ao máximo o Visual contato do operador com o processo a ser executado Será utilizado um conector para programação do método de controle, sem ser necessária a desmontagem Favorecer a mudança da Visual programação do controle do equipamento. Tabela 4 – Especificações do projeto do sistema 2. CRONOGRAMA Semana Dias CRONOGRAMA Projeto Informacional Projeto conceitual Objetivos, Estrutura funcional (diagrama de Projeto Preliminar fundamentação, blocos), apresentação, escolha das Modelagem (esquemáticos e benchmark, requisitos, soluções, esboço funcional, desenhos de circuitos, especificações, meta, apresentação parcial mecanismos, etc..) cronograma (informacional+conceitual) Elaboração do projeto informacional Elaboração do projeto informacional Entrega do projeto informacional (escrito) Apresentação do projeto informacional 1ª 06/08 07/08 2ª 13/08 14/08 3ª 20/08 21/08 4ª 27/08 28/08 5ª 03/09 04/09 Entrega do projeto conceitual (escrito) 6ª 10/09 11/09 Apresentação do projeto conceitual 7ª 17/09 18/09 8ª 24/09 25/09 9ª 01/10 02/10 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª 16ª 17ª 18ª 19ª 20ª 08/10 15/10 22/10 29/10 05/11 12/11 19/11 26/11 03/12 10/12 17/12 09/10 16/10 23/10 30/10 06/11 13/11 20/11 27/11 04/12 11/12 - Projeto detalhado Modelagem final, testes, conclusões (especificações atingidas, sugestões de melhorias, etc...) Elaboração do projeto conceitual Elaboração do projeto conceitual Elaboração do projeto preliminar Elaboração do projeto preliminar Elaboração do projeto preliminar Elaboração do projeto preliminar Elaboração do projeto preliminar Elaboração do projeto detalhado Elaboração do projeto detalhado Elaboração do projeto detalhado Elaboração do projeto detalhado Elaboração do projeto detalhado Elaboração do projeto detalhado Elaboração do projeto detalhado Elaboração do projeto detalhado Entrega do projeto final Apresentação do projeto final Aula extra para possíveis imprevistos ao longo do semestre, ou recuperações, se necessário. Tabela 5 – Cronograma para o desenvolvimento 3. PROJETO CONCEITUAL Com a finalização do projeto informacional, onde foram obtidas as especificações para o desenvolvimento da proposta em questão, é possível dar início ao projeto conceitual. Nesta etapa, são definidos os princípios de soluções para atender as necessidades e requisitos impostos ao longo deste projeto. O primeiro item a ser abordado no projeto conceitual, é o desdobramento da função global. Nele, as principais etapas de funcionamento são descritas, a fim de obter-se uma visão geral do processo, e encontrar as soluções mais adequadas para cada necessidade. O método utilizado para a obtenção de diferentes princípios de solução, para posterior seleção dos que mais se adéquam, será o chamado Brainstorming. Esta técnica é realizada de tal modo que as ideias para solucionar os problemas de projeto são lançadas por cada membro do grupo, sem quaisquer restrições. Segundo Rozenfeld et al. (2006), está técnica é um ótimo caminho para o desenvolvimento de soluções criativas. A partir das ideias obtidas no Brainstorming, os princípios de soluções mais adequados à cada necessidade e requisito de projeto serão selecionados para o desenvolvimento do projeto proposto. 3.1. Desdobramento da função global Com objetivo de obter a visualização global e detalhada do processo de controle da altura da tocha e abertura do arco elétrico, e posteriormente buscar soluções que se encaixem melhor às necessidades do projeto, é apresentado o fluxograma com o desdobramento da função global, conforme Figura 8. Figura 8 – Desdobramento da função global 3.2. Matriz morfológica As soluções obtidas através do brainstorming são apresentadas na matriz morfológica. Nela estão organizados os processos e problemas que devem ser resolvidos, e posteriormente os diferentes princípios de solução propostas. Matriz morfológica - Brainstorming PRINCÍPIOS DE SOLUÇÃO FUNÇÃO 1 Ligar Botão com trava Dispositivo manual de controle Potenciômetro rotativo Setpoint altura IHM Iniciar processo Botão com trava Controle de altura Motor de passo Guia linear Conversor de movimento rotativo/linear Leitura da variável do processo Realimentação 2 Botão de emergência 3 Disjuntor 4 Chave seccionadora Botões de pulso IHM Joystick Potenciômetro rotativo Sistema supervisório Sistema supervisório Teclado numérico Sinal de IHM CLP Motor CC Servo-motor Motor pneumático Trilho e patins Eixo e rolamento linear Guia prismático de rolo cruzado Guia linear de rolete Atuador hidráulico proporcional Fuso esférico Fuso e porca convencionais Fuso trapezoidal Sensor infravermelho Sensor ultrassom Divisor de tensão Optoacoplador Medição de tensão do arco Conversor Buck Sensor de efeito Hall Amplificador isolador Tabela 6 – Matriz morfológica 3.3. Princípios de solução selecionados Após o desenvolvimento do projeto informacional, onde foram obtidos todos os requisitos e necessidades que o projeto deve atender, e com a conclusão da matriz morfológica, é possível realizar um estudo comparativo dos problemas abordados, e das soluções sugeridas. A partir disso, podemos avaliar e selecionar os princípios de soluções que mais se ajustam as necessidades apresentadas, conforme tabela abaixo. PRINCÍPIO DE SOLUÇÃO SELECIONADO JUSTIFICATIVA Ligar Botão com trava Princípio selecionado, pois o botão com trava permite desligar completamente o sistema, sem a necessidade de um standby. Apresenta menor custo se comparado com os demais princípios propostos. Dispositivo manual de controle Potenciômetro rotativo Fácil acesso ao componente. Em caso de defeito pode ser facilmente substituído. FUNÇÃO Setpoint altura Sistema supervisório Iniciar processo Sistema supervisório Controle de altura Motor de passo Guia linear Eixo e rolamento linear Conversor de movimento rotativo/linear Fuso trapezoidal Leitura da variável do processo Medição de tensão do arco Realimentação Amplificador isolador Para efetuar a integração deste projeto com o projeto de controle de velocidade e posicionamento do carro de soldagem, e outras inovações que possam ser implantadas no sistema, foi optado pela utilização do sistema supervisório, tendo em vista que o IFSC fornecerá um computador usado para a realização do projeto. Além disso, a utilização do sistema supervisório acarretara na compra de menos componentes, disponibilizando uma verba maior para o restante do projeto. Dois princípios de solução foram pré-selecionados, o motor de passo e o motor CC. A escolha do motor de passo se deu devido ao fato deste apresentar melhores características elétricas para a aplicação em questão. Além disso, o controle de rotação com a utilização de um drive é mais fácil comparada ao motor CC. Outro ponto analisado foi o Benchmark, pois a maior parte dos projetos já existentes utilizam esse principio. Baixo custo e acessibilidade de componentes. A opção, apesar de não apresentar as melhores características mecânicas para a aplicação, foi selecionada, em função da disponibilidade de recursos para a realização do projeto, já que apresenta menores custos. Essa opção restringe o projeto ao controle automático de altura para os processos TIG. Para o controle do processo MIG/MAG seria necessário a utilização de um sensor externo (sensor de efeito hall), com custo elevado, inviabilizando o projeto. Apresenta um “produto” específico já desenvolvido para esta proposta. O rendimento e o grau de isolação elétrica são elevados. Tabela 7 – Princípios de solução selecionados e justificativas 4. PROJETO PRELIMINAR Com a finalização do projeto conceitual, onde foram elencados os princípios de solução que mais se adéquam aos requisitos do projeto é possível iniciar o planejamento dos trabalhos a serem executados. Nesta seção é apresentada a modelagem do projeto desenvolvido, incluindo esquemáticos, diagramas, desenhos de circuitos elétricos, mecanismos e demais componentes que vão integrar o sistema. Através da utilização de softwares apropriados para a modelagem dos projetos mecânico e elétrico, é possível obter uma previsão do comportamento da estrutura física, e corrigir as possíveis falhas encontradas. Dessa forma a execução do projeto na prática apresentará menos erros, maior agilidade e eficiência. 4.1. Circuito elétrico Para o projeto do circuito elétrico, e para melhor visualização dos componentes que integram esse sistema, desenvolveu-se, em um primeiro momento, o diagrama de blocos elétrico do projeto, representado na Figura 9. Além disso, nele é possível obter uma visão global dos componentes elétricos, eletrônicos, e mecânicos que apresentem qualquer relação com o funcionamento da estrutura. Figura 9 – Diagrama de blocos para o sistema elétrico Conforme demonstrado na Figura 9, o sistema apresenta alimentação externa, responsável por fornecer energia ao supervisório, e para a fonte externa. Esta, por sua vez, alimenta o Arduíno e o drive que integram o sistema. O sistema supervisório foi desenvolvido através do software Elipse SCADA, e a sua interface final pode ser visualizada na Figura 10. Através dele podemos monitorar a tensão instantânea do arco, além de ser possível visualizar um gráfico do processo, comparando o valor da tensão no arco, e o setpoint do sistema. Os valores de tensão desejados podem ser definidos e o sistema realizar o controle automaticamente, ou ainda podemos controlar os valores de altura de forma manual. Figura 10 – Supervisório desenvolvido através do software Elipse SCADA Posteriormente, o Arduíno (modelo UNO) recebe a informação do supervisório com o setpoint da altura através de comunicação via MODBUS. Dois modos de transmissão serial para a rede MODBUS podem ser utilizados, são eles o modo ASCII (American Standard Code for Information Interchange), e o RTU (Remote Terminal Unit). O modo de transmissão define dentre outros parâmetros, qual é o conteúdo da mensagem, como ela será transmitida, empacotada, e desempacotada. Para o caso desta aplicação, utilizamos o modo MODBUS RTU, onde cada mensagem de 8 bits apresenta dois caracteres hexadecimais com 4 bits. Ao receber a informação do supervisório, o Arduíno processa os dados, e executa o código de controle, para o posicionamento da tocha conforme os dados recebidos. Em seguida, um sinal de comando é emitido do Arduíno para o Drive (A4988). O drive conectado ao motor de passo, ao receber o sinal do Arduíno, e a alimentação da fonte externa, é capaz de controlar o motor de forma adequada, através da limitação de corrente, e ajuste da potência necessária para o seu funcionamento coerente. Na Figura 11 é possível visualizar o diagrama das conexões do Drive ao motor de passo. Figura 11 – Esquemático das conexões para o controle do motor de passo (Fonte: http://www.pololu.com/product/1182) O motor de passo acoplado diretamente ao fuso trapezoidal, e este acoplado à tocha, permitem a movimentação da estrutura, posicionando a tocha à uma altura correspondente à tensão definida. Os mecanismos de acoplamento do sistema serão detalhados nas próximas secções. Por fim, temos a realimentação do sistema, realizada por meio de um filtro. O filtro desenvolvido é de primeira ordem, tendo como base uma retificação em onda completa da tensão de entrada, capacitor para reduzir tensão de ripple mantendo DC Link constante, um divisor resistivo para dividir a tensão em uma relação de dez para um, diodo zener de proteção do circuito de comando, e um amplificador operacional na configuração buffer (ganho unitário) para não drenar corrente do circuito de medição, ou seja, coletar amostras de medição sem interferir no circuito. Através da aplicação de valores discretos na entrada do filtro, e variando a tensão de 1V em 1V, obteve-se os dados de tensão na saída e gerou-se o gráfico conforme a Figura 12. A partir da amostragem de dois pontos aleatórios do gráfico foi possível calcular a função de transferência do filtro. Essa equação auxilia na programação do controlador, pois sabendo a tensão de entrada no microcontrolador pode-se calcular a tensão real no arco de soldagem. Tensão de Entrada X Tensão de Saída 70 60 50 40 30 F(x) = 11,322x - 0,7654 20 10 0 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 Figura 12 – Curva do filtro relacionando a tensão de entrada pela tensão de saída. E função de transferência obtida A partir disso foi possível definir com maior detalhamento os componentes necessários para a construção do circuito elétrico do sistema. Este é apresentado na Figura 13, cuja representação foi efetuada no software Proteus. Figura 13 – Circuito elétrico do sistema no software Proteus 4.2. Estrutura mecânica A estrutura mecânica desenvolvida consiste, basicamente, em um mecanismo de conversão de movimento rotativo para linear. O projeto dos componentes mecânicos foi elaborado com a finalidade de atender os requisitos de projeto, incluindo robustez, e segurança. Na Figura 14 é possível visualizar um croqui de algum dos mecanismos construídos. Figura 14 – Croqui do mecanismo de conversão de movimento rotativo para linear Conforme a Figura 14, podemos observar que o mecanismos responsável pelo curso da tocha entre 0mm e 264mm de altura, é constituído por quatro chapas de aço com aproximadamente 9mm, dois eixos, um fuso trapezoidal, quatro barras roscadas, e um conjunto de rolamentos. O alinhamento dos componentes, e fixação de maneira adequada permite o correto funcionamento do sistema, fazendo com que a estrutura atenda as necessidades requisitadas. Para a construção da estrutura de acoplamento da tocha ao mecanismo de conversão do movimento rotativo para linear, foram dobradas duas barras de ferro, e entre elas foi realizada a soldagem de uma terceira barra, conforme a Figura 15. A estrutura foi fixada na chapa de aço central, mecanismo responsável pela movimentação no eixo z. Figura 15 – Acoplamento do mecanismo de fixação da tocha, à estrutura responsável pela conversão do movimento rotativo para linear Na outra extremidade da estrutura, onde a tocha será efetivamente posicionada, foi acoplado um grampo no formato “u”. Assim, ela será posicionada de forma manual no grampo, e posteriormente presa por meio de parafusos, garantindo a fixação adequada, conforme a Figura 16. Figura 16 – Grampo “u”, e fixação do componente junto ao restante da estrutura mecânica Por fim, foi necessário efetuar o acoplamento do mecanismo de conversão de movimento rotativo para linear, e a estrutura de fixação da tocha ao carro de soldagem, responsável pela movimentação da tocha nos eixos x e y. Este acoplamento foi realizado por meio de um componente mecânico já utilizado pelo projeto existente no IFSC, conforme Figura 17. Este foi soldado à chapa de aço inferior do mecanismo de conversão do movimento rotativo para linear, e através de uma abertura encaixado ao carro de movimentação. Figura 17 – Fixação do mecanismo de conversão de movimento rotativo para linear ao carro de soldagem A maior parte dos componentes mecânicos referentes à esta estrutura foram projetados primeiramente em software específico para construção, e simulações de funcionamento. Os materiais utilizados incluem itens adquiridos a partir da verba disponível para o projeto, além de materiais disponíveis no IFSC, doações, e sucata. A construção dos componentes, furações e ajustes foram efetuados em laboratório da própria Instituição. 4.3. Controle do sistema O controle do sistema é realizado através do Arduíno. O controlador do sistema recebe as variáveis do processo através do supervisório, e com os valores de tensão definidos para a operação, em conjunto com as variáveis do sistema, executa a ação de controle, para o posicionamento da tocha na altura adequada para a realização da soldagem. A conexão entre o Arduíno e o supervisório foi realizada através da comunicação via Modbus RTU. Foi necessário anexar a biblioteca Modbus ao código de controle do Arduíno, e realizar um mapeamento para identificar quais os registradores responsáveis por acionar cada porta do Arduíno. O mapeamento final pode ser visualizado na Tabela 8. Esse procedimento auxiliou na definição das portas que deveriam ser acionadas para comandar a direção e sentido de movimentação do motor de passo. O sistema de controle desenvolvido para atender os requisitos de funcionamento do projeto foi um controle do tipo proporcional, ou seja, a ação que o controlador executa é proporcional ao erro do processo. Tabela 8 – Mapeamento para identificação dos registradores responsáveis por acionar cada porta do Arduíno 5. PROJETO DETALHADO Após a execução do projeto preliminar, onde foram definidas como seriam elaboradas cada etapa para o funcionamento da estrutura, foi possível integrar cada uma delas para o desenvolvimento da maior parte de um equipamento capaz de controlar a altura da solda TIG através da medição da tensão do arco elétrico. O funcionamento do sistema ocorre, basicamente, da seguinte forma: A aquisição dos dados é feita através de uma amostra da tensão do arco elétrico, e o sinal resultante é tratado em um filtro de primeira ordem, que tem como função retificar, eliminar ruídos, e reduzir o valor de tensão de 0V à 85V para um sinal de 0V à 5V, o qual é lido diretamente em uma entrada analógica do arduíno. O software aplica um controle proporcional, comparando o valor de leitura e o valor de Setpoint definido pelo usuário através de um supervisório desenvolvido no programa Elipse SCADA, calcula o erro e aplica a ação de controle para aproximar o erro a zero e estabilizar o sistema. O sistema também possui a opção de controle manual, através do supervisório, onde é possível movimentar a tocha manualmente, o que facilita o posicionamento do equipamento antes e depois da soldagem. Não foi possível finalizar o projeto por completo, conforme o planejamento, em função do grande tempo requerido para desenvolver o mecanismo de atuação linear do sistema. Além disso, problemas relacionados à construção do filtro, e a comunicação do Arduíno com o sistema supervisório demandaram grande tempo, interferindo no cumprimento do cronograma. As etapas que não puderam ser concluídas, e simuladas foram a comunicação por completo do sistema supervisório com o Arduíno, o sistema de abertura automática do arco após determinado tempo do início do processo, e a proteção mecânica do atuador linear. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A elaboração do presente trabalho permitiu o desenvolvimento de grande parte de um projeto de um sistema de soldagem, com controle de altura da tocha até a peça, e abertura do arco elétrico, utilizando uma estrutura já existente no IFSC, Campus Chapecó, tornando-se possível realizar o aproveitamento, valorização, e aprimoramento destes mecanismos. Apesar do projeto final não ter operado da maneira desejada, a maior parte das etapas de desenvolvimento foram concluídas, e os principais problemas identificados, permitindo que aperfeiçoamentos futuros possam ser realizados, com o estudo de diferentes métodos para o melhoramento do funcionamento do sistema de forma adequada. Dentre os problemas encontrados, que dificultaram o funcionamento adequado do sistema, estão incluídos problemas com a comunicação Modbus no Arduíno, problemas na construção do filtro, e nas conexões entre os diferentes circuitos eletrônicos, e componentes. Todas as etapas de desenvolvimento do projeto apresentaram importância significativa, desde a estrutura mecânica que deveria ser robusta o suficiente para suportar longos períodos de trabalho, e ao mesmo tempo segura para o operador responsável pelo acompanhamento do processo, até a parte elétrica e eletrônica, que deveriam ser bem projetadas para a obtenção da resposta correta do sistema. O filtro, por exemplo, atuaria como a realimentação do sistema, e o mesmo seria o responsável por enviar os dados ao controlador que realizaria a análise e comparação da variável do processo, com o setpoint definido, essas medições são imprescindíveis para o bom funcionamento do processo de soldagem, daí a importância de um circuito bem projetado. Com o desenvolvimento do projeto também foi possível entender a importância do planejamento das atividades a serem desenvolvidas, distribuição de tarefas entre os membros do grupo, elaboração de croquis dos componentes do projeto, e posteriormente simulação do funcionamento. Esses são alguns dos fatores que permitem a execução do projeto com maior agilidade, menos erros, desperdícios de materiais, tempo, e recursos. ANEXOS Anexo A Resumo expandido referente ao projeto já existente no IFSC, Campus Chapecó Anexo B Fotos do sistema já existente no IFSC, Campus Chapecó Fotos do sistema já existente no IFSC, Campus Chapecó Fotos do sistema já existente no IFSC, Campus Chapecó ANEXO C Tabela comparativa com as especificações do projeto, desde as necessidades dos clientes até os requisitos de projeto que devem ser atendidos. Necessidades Requisitos dos clientes dos clientes Ser capaz de operar com soldas MIG/MAG e TIG, Sistema realizando o mínimo adaptável possível de alterações no equipamento. Requisitos de projeto O manipulador deve ser capaz de fixar tanto tochas TIG como MIG/MAG de diversos fabricantes. Para isso será desenvolvido um sistema de fixação próprio. A escolha de materiais será feita de forma a se reduzir o número de paradas para manutenções, utilizando materiais com alta resistência. Sensor Saídas desejadas Teste de bancada Ser capaz de fixar tochas TIG e MIG/MAG Robustez Suportar longos períodos de trabalho ininterruptos, operando em ambiente industrial. Segurança Limitar ao máximo o contato do operador com a peça a ser soldada e reduzir o tempo de exposição à solda. O operador posicionará a peça no equipamento e fará a configuração dos parâmetros de soldagem através de um painel externo. Visual Flexibilidade de programação Facilitar ao máximo a mudança na programação do controle, em caso de modificações no processo de solda. Será utilizado um conector para programação do método de controle, sem ser necessária a desmontagem do equipamento. Visual Análise de propriedades no CAD Tabela - Especificações do projeto, desde as necessidades dos clientes Obter um sistema robusto capaz de operar em escala industrial Limitar ao máximo o contato do operador com o processo a ser executado Favorecer a mudança da programação do controle do sistema ANEXO D Fuso trapezoidal Eixos Barras roscadas Rolamentos e motor de passo Processo de eletroerosão para a realização das furações da abertura central das chapas Processo de furação das demais aberturas da fresadora Suporte do motor de passo Chapa central Montagem da estrutura Montagem da estrutura Montagem da estrutura Montagem da estrutura Estrutura de acoplamento da tocha de soldagem Estrutura de acoplamento da tocha de soldagem Componente de fixação da estrutura ao carro de movimentação no eixo x, e y Acoplamento da tocha de soldagem, e fixação da estrutura ao carro de movimentação no eixo x, e y Referências MARQUES, Paulo Villani; ET al. Soldagem: fundamentos e tecnologia. 3 ed. Belo Horizonte: editora UFMG, 2009. ROZENFELD, Henrique; ET al. Gestão de Desenvolvimento de Produtos: Uma referência para a melhoria do processo. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. “Soldagem MIG/MAG” Disponível em: < http://www.merkle.com.br/mig-mag.html> Acesso em: 13/08/2014. “Soldagem TIG” Disponível em: <http://www.merkle.com.br/tig.html> Acesso em: 13/08/2014. “Sistema automático de abertura e controle do comprimento do arco para os processos de soldagem TIG e Plasma” Disponível em: <http://www.spssoldagem.com.br/avc.php> Acesso em: 13/08/2014. “BUG-O Systems” Disponível em: <http://www.bugo.com> Acesso em: 13/08/2014. “ARC HEIGHT CONTROL (ARC VOLTAGE CONTROL)” Disponível em: <http://www.autowelding.com/AHC_AHC-01-A-1(E).pdf> Acesso em: 13/08/2014. “Microprocessadores II – Comunicação Serial (UART)” Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/demac/alex/disciplinas/microII/EMA864315-Serial.pdf> Acesso em: 22/10/2014. “A4988 Stepper Motor Driver Carrier” Disponível em: <http://www.pololu.com/product/1182> Acesso em: 22/10/2014 “O Protocolo Modbus” Disponível em: <http://www.cerne-tec.com.br/Modbus.pdf> Acesso em: 23/10/2014