Jornalzinho 2004 - Lar Espírita Caminheiros da Luz

Transcrição

Jornalzinho 2004 - Lar Espírita Caminheiros da Luz
INFORMAÇÕES GERAIS
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer aqui pela contribuição fornecida
às crianças do nosso lar
a)Ao mercado Arriel
b)Ao mercado Três Irmãos
d)Aos colaboradores anônimos de nosso Lar
e)Açougue Modelo
PARTICIPE DE NOSSAS ATIVIDADES
Segunda: 19:30 às 20:30 - Estudo sistematizado da doutrina Espírita
Quarta: 19:30 às 20:30 - Sessão Mediúnica (Restrita aos médiuns da casa)
Sexta: 19:30 às 20:30 - Palestra pública e Passe
Sábado: 16:15 às 17:15 - Evangelização Infantil I –(2 a 5 anos) Ministrado por Ivone e Lúcia
Evangelização Infantil II –(6 a 7anos) Ministrado por Sebastiana
Evangelização Infantil III –(8 a 10) Ministrado por Rose
Evangelização Infantil IV – (11 a 12) Ministrado por Henrique
Evangelização Juvenil e adultos – (13 a 18 ) Ministrado por Luis
Jorge
17:15 às 17:30 – Sopa, Passe, atendimento fraterno, assistência espiritual
CURSOS GRÁTIS:
Informática
Terças e Quintas – das 7 às 18 horas
Gestante
Quintas feiras - das 14 às 17 horas – Fone: 661-4437
Aux. de Escritório: Sábado – das 8 às 10 horas
Inglês:
Quarta – das 15 às 17 horas
Artesanato;
Sábado – das 14 às 16 horas
Evangelização
Sábado das 16:15 às 17:15 – Vários Professores
Os trabalhos com artesanato continuam. Faça um dos cursos abaixo: Tecelagem quadri
culada, abajur de canudinhos, pipas, carretilha, desenhos, dobraduras de papel, mosáico artístico,
porta-lápis, desenho, lembrancinhas de biscuit, Pondo cruz, tricô, crochê, pintura em tecidos, bonecas
de lá, pintura em emborrachados, flores de meia, casinhas de canudinhos, cerâmica, Pet (porta treco,
pulseiras, alças para bolsas, cintos, cortinas, vasinhos, flores e brevemente teremos: Pintura em tela,
fabricação de vela, vela gel, sabonetes,etc.
PUBLICAÇÃO MENSAL DO LAR ESPÍRITA “CAMINHEIROS DA
LUZ”
Presidente: Henrique Pompílio de Araújo
José Edgard Rita
o
1 .Secretário: Rosimeire Almeida Arantes
Suplente:
1o.Tesoureiro: Ivone Aparecida de Souza Araújo
Lúcia Matildes do Nascimento
2o Secretário: Ivetina Martins Alves
2o.Tesoureiro: Agostinho Alves Nascimento
DEPARTAMENTOS
Conselho Fiscal
Jornal: Henrique Pompílio de Araújo
Alimentação: Ivone - Rosimeire
Maria Luiza Silva de Oliveira
Artes: Henrique e Ivone
O CAMINHEIRO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
ANO II N. 18 JUNHO DE 2004
LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ
RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA
EDITORIAL
O mundo atual passa por sérias crises e
muita gente diz que a terra está muito pior que
antes. Temos que discordar disto por vários
motivos. O primeiro deles e no campo da
medicina. A ciência tem evoluído em passos
muito rápidos. Quantas vidas têm sido salvas
através da medicina atual? Quem imaginava que
um dia uma pessoa pudesse viver com o coração
de uma outra ou com um rim ou com um fígado?
Já é possível se criar um clone de alguém.
No campo da eletrônica o mundo
também evoluiu muito. Hoje podemos transmitir a
imagem e o som para quase todas as partes do
globo.
No setor educacional. Um professor pode
dar aula para diversos lugares ao mesmo tempo,
através da televisão ou das ondas ro rádio.
Mas dizem que quanto ao campo
evolutivo do homem, este piorou muito. Também
não estamos muito de acordo. As religiões
expandiram para todos os pontos. É claro que não
é aquilo que queremos ainda, mas percebemos
grandes mudanças atualmente. Quantas creches,
igrejas, escolas, orfanatos, asilos, albergues,
hospitais temos visto nascer de uma hora para
outra.
Percebemos a grande quantidade de casas
de apoio, de ajuda que nascem a cada dia. São
espíritos abnegados que vemos nascer a cada ano.
Por outro lado temos visto vários crimes
hediondos por aí, guerras, prostituição, suicídios,
latrocínios. Toda uma série de mediocridades
temos visto atualmente, mas isto não é só de
agora. Isto vem de muitos e muitos séculos e
ainda vamos agüentar por um pouco mais de
tempo estes males.
A terra está mudando sim, temos que
admitir isto, mas como nos diz a espiritualidade:
os piores elementos nascerão novamente nestes
séculos. É a última oportunidade deles e se não se
remediarem, serão expulsos deste planeta.
Sabemos disto, como também sabemos que
grandes espíritos, espíritos verdadeiramente
missionários já estão reencarnados e renascerão
brevemente para dar as últimas ajudas para que a
terra passe para um planeta de regeneração.
Estamos juntos nesta caminhada e também
estamos fazendo a nossa parte para que todos nós
progridamos sempre mais para juntos partirmos
para mundos muito melhores que o nosso. É o que
esperamos. Portanto não vamos esperar bonanças,
mas vamos arregaçar as mangas da camisa e
lutarmos todos juntos. Só assim venceremos todas
as barreiras e caminharemos mais rápidos para os
lugares que o Senhor mesmo nos preparou.
NOSSAS CRIANÇAS
Desde a época da fundação, nosso
objetivo maior é com as crianças. Foi por este
motivo que demos o nome de Lar Espírita. Temos
uma enorme responsabilidade para com as
crianças. Não são os adultos que vão dirigir o
mundo amanhã e sim as crianças. Se cuidarmos
bem das crianças hoje, amanhã teremos um
mundo melhor.
Jesus já se preocupava com as crianças
naquele tempo. Vivia rodeada delas e em algumas
passagens do evangelho dizia: “Para entrar no
reino dos céus é preciso ser como as crianças”. O
que isto quer dizer: ser simples, alegres,
sorridentes, não guardar ódio nem rancor de
ninguém. É o que observamos nas crianças. São
simples, alegres, sorridentes, brincalhonas, se a
gente briga com elas hoje, amanhã elas já estão de
bem com a gente. Os adultos por qualquer olhar
diferente se tornam inimigos. Nós adultos e
espíritas devemos olhar adiante e lutarmos para a
comunidade necessitada, não podemos parar por
qualquer motivo. Quem perde é nós mesmos que
temos uma conta enorme para saldar.
O livro dos espíritos nos mostra algumas
passagens sobre crianças: Questão 379: O
Espírito que anima o corpo de uma criança é
tão desenvolvido como o de um adulto? Pode
ser mais, se mais progrediu; não são senão os
órgãos imperfeitos que o impedem de se
manifestar. Ele age de acordo com o instrumento,
com a ajuda do qual pode se manifestar.
Questão 380: Em uma criança de tenra
idade, o espírito, pondo-se de lado o obstáculo
que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre
manifestação, ele pensa como uma criança ou
um adulto?
- 02 Quando ele é criança, é natural que os órgãos da
inteligência, não estando desenvolvidos, não
podem dar-lhe toda a intuição de um adulto. Ele
tem, com efeito, a inteligência muito limitada
enquanto a idade faz amadurecer sua razão. A
perturbação que acompanha a reencarnação não
cessa subitamente no momento de nascer; ela não
se dissipa senão gradualmente com o
desenvolvimento dos órgãos.
Questão 381: Morrendo a criança, o
Espírito retoma imediatamente seu vigor
anterior?
Ele o deve retomar, pois está
desembaraçado do seu envoltório carnal;
entretanto, não readquire sua lucidez anterior
senão quando a separação for completa, quer
dizer, quando não exista mais nenhum laço entre
o Espírito e o corpo.
Questão 382: Sofre o Espírito
encarnado, durante a infância, com o
constrangimento que lhe impõe à imperfeição
dos seus órgãos?
Não; esse estado é uma necessidade. É
natural e segundo as vistas da Providência: é um
tempo de repouso para o Espírito.
Questão 383: Qual é, para o Espírito, a
utilidade de passar pelo estado de infância?
O Espírito se encarnando para se
aperfeiçoar, é mais acessível, durante esse
período, às impressões que recebe e que podem
ajudar o seu adiantamento, para o qual devem
contribuir aqueles que estão encarregados da sua
educação.
Questão 384: Por que as primeiras
crises da crianças são de choro?
Para exercitar o interesse da mãe e
provocar as atenções que lhe são necessárias.
Não compreendes que se ele tivesse apenas crises
de alegria, quando ainda não sabe falar, pouco se
inquietarem com suas necessidades? Admirai em
tudo a sabedoria da Providência..
AOS TRABALHADORES
Que a paz do Senhor esteja sempre
convosco.
Aprender a ser humilde é a primeira
lição do Espírita. Enquanto houver orgulho, o
espírita não está preparado. Dedicar-se com
amor e carinho à causa espírita, eis um grande
mandamento. Trabalhar assiduamente é
responsabilidade de todos. Estudar sempre e
por em prática o que aprendeu é seguir as
pegadas do mestre. Dialogar francamente com
os colegas de trabalho já é ter grande
entendimento. Ajudar o colega de trabalho a
cumprir a sua missão é a maior das caridades.
Não há vitória sem luta, nem progresso sem
trabalho. A calma e a paciência são as mestras
de nossas vidas. A estrada é longa, mas só se
chegará ao fim se marcharem tenazmente. Se
ficarem observando os buracos da estrada, um
dia cairão neles. Olhem sempre para frente e
não para os lados. Sentir-se-ão felizes quando
atingirem o ponto final.
Irmã Zenilda
SER ESPÍRITA
Às vezes, me pego em silêncio,
reflexionando sobre o porque de também seguir a
filosofia Espírita para através de seus postulados
buscar a companhia do Mestre Jesus, quando
tantas outras maneiras de professar o mesmo
Cristianismo se apresentam bem menos difíceis,
com bem menor grau de responsabilidade e
dificuldade.
Digo isto, porque convivo com outros
tantos irmãos Cristãos, inclusive familiares,
seguidores de religiões que apresentam diversas
maneiras de salvação para seus seguidores com
maior facilidade uma em relação a outra,
carecendo em certos casos apenas que o Cristão
aceite Jesus em sua vida para obter a salvação
imediatamente, apagando daí em diante, todo o
seu passado, não interessando o que tenha feito de
mal ao seu semelhante.
Outros
seguidores
do
mesmo
Cristianismo, conseguem o privilégio da salvação
comparecendo à sua instituição religiosa
semanalmente, confessando ao representante de
Jesus na terra, fazendo algumas orações e
recebendo a hóstia sagrada, que tem o poder de
limpá-lo de todos os seus pecados, saindo o
indivíduo completamente limpo e renovado para
praticar logo a seguir todas as suas costumeiras
atitudes do dia a dia, bebedeira, injustiças,
“espertezas”, atitudes criminosas, desrespeito ao
seu semelhante, e por aí afora.
Após longa reflexão, desperto e
imediatamente agradeço a Deus, por ter
encontrado em minha vida a bênção da Doutrina
Espírita, para mais uma vez me esclarecer que não
posso mais me dar o direito de perder tempo com
reflexões descabidas, quando posso utilizá-la em
proveito próprio e de meus semelhantes,
procurando refletir de que modo posso ser útil a
esses mesmos irmãos ainda iludidos com a
facilidade de ter a seu bem prazer o reino do céu
e seus santos, à disposição de quando decidirem
por se salvar.
Já
tenho
convicção
da
minha
responsabilidade de co-criador deste universo do
qual faço parte, que tenho um papel importante
para desempenhar nessa sociedade que me abriga,
que tenho a meu favor todos os elementos de que
preciso dispor para através do trabalho lograr
êxito nesta minha atual passagem por este planeta,
que depende de cada um de seus habitantes para
também ascender na escala hierárquica dos
mundos, não prescindindo da minha ínfima
participação.
Por isso, meus irmãos e amigos,
tomemos da enxada e comecemos a arar o nosso
campo de atuação em todas as atividades que
desempenhamos na sociedade hodierna, na certeza
de que a verdadeira reflexão que devemos fazer
diariamente tem que levar em consideração a
nossa melhoria interior enfatizada no estudo do
espiritismo, que nos levará a prática da caridade
através da bênção do trabalho em prol do nosso
próximo mais próximo.
(Francisco Rebouças – Portal do Espírito)
O QUE SE ESTÁ FAZENDO COM A
MEDIUNIDADE?
(A respeito dos espetáculos de pintura
mediúnica)
Falsíssima
idéia
formaria
do
Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe
vem da prática das manifestações
-03materiais e que, portanto, obstando-se a tais
manifestações, se lhe terá minado a base. Sua
força está na sua filosofia, no apelo que dirige à
razão, ao bom-senso.
(Allan Kardec – O livro dos Espíritos)
Aos verdadeiros espíritas é indiscutível a
necessidade de observar-se sérios critérios para a
prática da mediunidade, dispensado-lhe o devido
respeito e dignificando-a com a possibilidade de
tornar-se útil ao próximo, quando então, e
somente então, recebe o qualificativo de espírita.
Dentre os critérios a serem observados,
tanto pelo médium como pela instituição a que
esteja ele vinculado nos seus labores, está a
magna questão da privacidade das reuniões
mediúnicas, exatamente como preconizou Allan
Kardec na Revista Espírita do mês de maio de
1861, ao afirmar:
“Certas pessoas criticam a severa
restrição à admissão dos ouvintes: dizem que, se
quisermos fazer prosélitos, é preciso esclarecer o
público e, por isso, abrir-lhes as portas de nossas
sessões, autorizar quaisquer perguntas e
interpelações: que, se não admitirmos senão
crentes, não teremos grande mérito em convencêlas.”
Tal raciocínio é especioso e se, abrindo
nossas portas a qualquer um, fosse alcançado o
resultado suposto, certamente erraríamos se não o
fizéssemos. Mas como o contrário é o que
acontece, não o fazemos.
Aliás, seria muito desagradável que a
propagação da doutrina se subordinasse à
publicidade de nossas sessões. Por mais numeroso
fosse o auditório, seria sempre muito restrito,
imperceptível, comparável à nossa população. Por
outro lado, sabemos, por experiência, que a
verdadeira convicção só se adquire pelo estudo,
pela reflexão e por uma observação contínua, e
não assistindo a uma ou duas sessões, por mais
interessantes que sejam. E isto é tão verdadeiro
que o número dos que crêem sem ter visto, mas
porque estudaram e compreenderam, é imenso.
Sem dúvida o desejo de ver é muito natural e
estamos longe de o censurar, mas queremos que
vejam em condições aproveitáveis. Eis porque
dizemos: “Estudai primeiro e vede depois, porque
compreendereis melhor”.
Outro critério é o da sua não
comercialização, trocando-a por bens, favores ou
destaques pessoais.
O codificador do Espiritismo, em seu “O
livro dos Médiuns”, cap. XVI, item 190, classifica
o médium pintor ou desenhista como um dos tipos
de mediunidade, não lhe conferindo qualquer
distinção das demais ou que deva ser tratada sob
regime de exceção. Aliás, ressalte-se que Kardec
assim conceituou o médium pintor ou desenhista:
“os que pintam ou desenham sob a influência dos
Espíritos. Falamos dos que obtém trabalhos sérios,
visto não se poder dar esse nome a certos médiuns
que espíritos zombeteiros levam a fazer coisas
grotescas, que desabonariam o mais atrasado
estudante.
Logo,
é
incompreensível
doutrinariamente tratando a questão, o que se vem
fazendo com a mediunidade de pintura. Começase por promover verdadeiros espetáculos públicos
e mundanos, qual se ali estivesse por se apresentar
um artista comum, pisoteando-se, assim, o critério
da privacidade para o trato com os Espíritos.
Depois, na quase totalidade das ocasiões, o
interesse comercial é o que está em jogo e acima
de tudo, ao se fazer uso dos trabalhos para
arrecadação de dinheiro para as instituições
promotoras do evento, levando por terra os
critérios da não comercialização. A seguir-se tal
modelo, dentro de pouco tempo estarão
acontecendo sorteios, leilões, rifas e outros, com
as demais obras do Espíritos em forma de poemas,
romances, contos, crônicas, ditados elucidativos
da ciência do mais além, pois que também deles
vêm.
É para comprovar-se a imortalidade da
alma, apressadamente justificam-se.Mas, o que
vem fazendo o movimento espírita em toda a sua
amplitude, se não é convocar o homem para que
abra seus olhos, enxergue a si próprio e descubra
o próximo, em nome da imortalidade e dos demais
fundamentos do Espiritismo? Estará a doutrina
Espírita dependente de espetáculos públicos e do
fenômeno em si, para ser divulgada e para tratar
da imortalidade? É para isto que se presta a
mediunidade? E mais, será que o que se está
produzindo de pintura mediúnica, na sua
generalidade, suportaria o crivo da razão, o exame
crítico de especialistas? Ou será que o desabonaria
o mais atrasado estudante?
Pautar-se na promoção de espetáculos
mediúnicos, dizendo-se espíritas que querem
divulgar a doutrina Espírita ao público é
demonstrar, tão somente, o desconhecimento do
Espiritismo, quando não, falta de respeito para
com a doutrina, para com o público, para com o
médium e para com a mediunidade. É, enfim,
prestar um contra-serviço ao Movimento Espírita.
(Jornal Mundo Espírita – Fev. 2001)
HABITAÇÕES EM JÚPITER
(Revista Espírita – Allan Kardec – Ano I n. 8 –
1857)
Para certas pessoas convencidas da
existência dos Espíritos – e aqui não cogito de
outras – deve ser motivo de espanto que, como
nós, os Espíritos tenham as suas habitações e as
suas cidades. Não me pouparam críticas: “Casas
de Espíritos em Júpiter!... Que piada!...
Piada – seja. Mas eu nada tenho com
isso. Se aqui, na verossimilança das explicações
não encontra o leitor uma prova suficiente de sua
veracidade; se, como nós, não se surpreende com
o perfeito acordo entre estas revelações dos
Espíritos e os dados mais positivos da
Astronomia; se, numa palavra, não vê mais que
hábil mistificação nos detalhes que se seguem e
no desenho que os acompanha, eu o convido a se
explicar com os espíritos, de quem apenas sou eco
fiel e instrumento. Que se evoquem Palissy ou
Mozart ou um outro habitante desse mundo feliz;
que sejam interrogados, que minhas asserções
sejam controladas pelas suas; que, enfim,
discutam com eles. Porque, quanto a mim, mais
não faço do que apresentar aquilo que me é dado e
repetir aquilo que me é dito; e, por esse papel,
absolutamente passivo, julgo-me ao abrigo da
censura, tanto quanto do elogio.
-04Feita esta ressalva e admitida a confiança
nos Espíritos, se se aceitar como verdadeira a
única doutrina realmente bela e sábia, até aqui
revelada pela evocação dos mortos, isto é, a
migração das almas de planeta a planeta, suas
encarnações sucessivas e seu progresso incessante
pelo trabalho, os habitantes de Júpiter não nos
devem mais causar admiração. Desde o momento
em que um Espírito se encarna num mundo como
o nosso, submetido a uma dupla revolução, isto é,
à alternativa dos dias e das noites e ao retorno
periódico das estações; desde que possui um
corpo, esse envoltório material, por mais frágil
que seja, não somente requer alimentação e
vestuário, mas um abrigo ou, pelo menos, um
lugar de repouso e, consequentemente, uma
habitação.
Eis exatamente o que nos foi dito. Como
nós, e melhor que nós, os habitantes de Júpiter
t~em seus lares comuns e suas famílias, grupos
harmoniosos de espíritos simpáticos, unidos no
triunfo, após o terem sido na luta. Daí as moradas
são espaçosas que merecem exatamente o nome
de palácios. Ainda como nós, os Espíritos têm as
suas festas, suas
cerimônias, suas reuniões
públicas; daí certos edifícios destinados
especialmente a essas finalidades. Devemos
esperar nessas regiões superiores o encontro com
toda a humanidade ativa e laboriosa como a nossa,
como nós submetida às suas leis, às suas
necessidades, aos seus deveres; apenas com a
diferença de que o progresso, rebelde aos nossos
esforços, torna-se fácil conquista para os
Espíritos, desprendidos como eles de nossos
vícios terrenos.
Eu não deveria ocupar-me aqui da
arquitetura de suas habitações. Mas, para a boa
compreensão dos detalhes que se seguem, não
será inútil uma palavra de explicação.
Se Júpiter só é habitável por bons
Espíritos, não se segue que sejam todos do mesmo
grau de excelência: entre a bondade do simples e a
do homem de gênio, podem contar-se muitas
nuanças. Ora, toda a organização social desse
mundo superior repousa precisamente sobre as
suas varidades de inteligência e de aptidões; e, por
efeito das leis de harmonia, cuja explicação aqui
seria muito longa, cabe aos Espíritos mais
elevados, mais depurados a alta direção de seu
planeta. Esta supremacia não pára aí: estende-se
até aos mundos inferiores, onde esses espíritos,
pos sua influência, favorecem e incessantemente
ativam o progresso religioso, gerador dos demais.
É preciso acrescentar que para esses espíritos
depurados não seria questão de trabalhos de
inteligência, pois suas atividades se exercem
apenas no campo do pensamento e eles já
adquiriram bastante domínio sobre a matéria para
não serem senão levemente entravados por ela ao
livre exercício de sua vontade. O corpo desses
espíritos como aliás de todos os habitantes de
Júpiter, é de tão pequena densidade que só pode
ser comparada à dos nossos
fluidos
imponderáveis: um pouco maior que o nosso
corpo, cuja forma reproduzem exatamente,
entretanto mais ela e mais pura, ele nos oferecia o
aspecto de um vapor – e aqui emprego contrafeito
um vocábulo que designa uma substância ainda
muito grosseira – de um vapor, dizia eu, imaterial
e luminoso... luminoso sobretudo nos contornos
do rosto e da cabeça; pois aí a inteligência e a vida
irradiam como um foco muito ardente; e é
exatamente este brilho magnético, entrevisto pelos
visionários cristãos, que os nossos pintores
traduziam pelo nimbo ou auréola dos santos.
Compreende-se que um tal corpo não
dificulta senão muito pouco as comunicações
extra-mundanas desses Espíritos e que lhes
permite, no seu próprio plano, um deslocamento
rápido e fácil. Ele se subtrai tão facilmente à
atração planetária, e sua densidade difere tão
pouco da densidade atmosférica, que nesta pode
agitar-se, ir e vir, subir e descer, ao capricho do
Espírito e sem outro esforço além da vontade.
Assim, algumas personagens que Palissy houve
por bem fazer-me desenhar são representadas
rasando o solo ou á superfície das águas ou ainda
muito elevadas no ar, com toda a liberdade de
ação e de movimento que nós atribuímos aos
anjos. Esta locomoção é tanto mais fácil quanto
mais depurado é o Espírito, o que se compreende
sem esforço. Assim, nada é mais fácil aos
habitantes do planeta do que conhecer, logo a
primeira vista, o valor de um Espírito que passa.
Dois sinais o delatam: a altura de seu vôo e a luz
mais ou menos brilhante de sua auréola.
Em Júpiter, como por toda parte os que
voam mais alto são os mais raros. Abaixo deles há
que contar várias camadas de Espíritos inferiores,
quer em virtude, quer em poder, mas naturalmente
livres de os igualar um dia, pelo aperfeiçoamento.
Escalonados e classificados segundo os seus
méritos, estes dedicam-se mais particularmente
aos trabalhos que interessam ao próprio planeta e
não exercem sobre os mundos inferiores a
autoridade todo-poderosa dos primeiros. É
verdade que respondem a uma evocação com
revelações sábias e boas; mas pela pressa que
demonstram em nos deixar, como pelo laconismo
de suas respostas, compreende-se facilmente que
têm alhures muito que fazer e que ainda não se
encontram suficientemente desembaraçados a fim
de poderem irradiar, simultaneamente, em dois
pontos tão distantes um do outro. Enfim, seguindo
os menos perfeitos desses Espíritos, mas dos
mesmos separados por um abismo, vêm os
animais que, como únicos criados e únicos
operários do planeta merecem referência muito
especial.
Se designamos pelo nome de animais os
seres bizarros que ocupam os limites inferiores da
escala, é que os próprios Espíritos admitiram o
uso e ainda porque a nossa linguagem não possui
um termo mais adequado. Esta designação os
degrada bastante; entretanto, chamá-los homens
seria eleva-los demais: são, na verdade, Espíritos
votados à animalidade, talvez por longo tempo,
talvez para sempre, pois sobre estes pontos os
Espíritos não estão todos de acordo e a solução do
problema parece pertencer a mundos mais
elevados que Júpiter. Contudo, seja qual for o seu
futuro, não há equívoco quanto ao seu passado:
tais espíritos, antes de ir para lá, emigraram,
seguidamente, em nossos mundos inferiores, do
corpo de um ao de outro animal, por uma
-05escala
de
aperfeiçoamento
perfeitamente
graduada. O estudo atento de nossos animais
terrestres, seus costumes, sem caracteres
individuais, sua ferocidade, longe do homem e sua
domesticação lenta, mas sempre possível, tudo
indica suficientemente a realidade desta ascenção
animal.
Assim, para qualquer lado que nos
voltemos, a harmonia do universo se resume
sempre numa lei única: o progresso por toda parte
e para todos, para o animal como para a planta,
para esta como para o mineral. A princípio, um
progresso puramente material, nas moléculas
insensíveis do metal ou do seixo e, cada vez mais
inteligente, à medida que subimos na escala dos
seres e que a individualidade tende a destacar-se
da massa, a se afirmar, a se conhecer.
Pensamento elevado e consolador como
jamais o houve; porque nos prova que nada é
sacrificado, que a recompensa é sempre
proporcional ao progresso realizado; por exemplo,
que o devotamento do cão que morre por seu dono
não é estéril para o seu Espírito, pois este terá seu
justo salário além deste mundo.
(Continua no próximo número)
ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
Tanley Delacy
Os escribas e os fariseus eram aqueles
que queriam mostrar que a lei mosaica tinha que
ser posta em prática.Faziam questão de mostrar
porque na realidade eles não cumpriam
absolutamente nada.
Segundo eles, as mulheres que fossem
pegas com o crime de adultério teriam que ser
apedrejadas até a morte.
E foi baseando neste lema que eles
quiseram por Jesus a prova.
O capitulo 8 de João diz que os escribas e fariseus
trouxeram uma mulher até Jesus. Colocaram a
mulher no meio da multidão e perguntaram ao
mestre Jesus: “Mestre, agora mesmo esta mulher
foi apanhada em adultério. Moisés mandou-nos na
lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu
a isso?”
Que provas eles queriam tirar de Jesus?
A) Se ele dissesse que apedrejassem a
mulher até a morte, eles acusariam-no de
impiedoso, não fazia jus ao que pregava,
pois ele só pregava amor.
B) Se Ele dissesse que não a apedrejassem,
estava compartilhando ou aprovando o
crime dela, portanto não fazia jus ao que
pregava.
De qualquer maneira eles queriam acusar Jesus, o
que eles não contavam é que o Mestre sabia muito
bem o que acontecia no coração deles e se saiu
muito bem quando disse:” Atire a primeira pedra
aquele que não tem pecado”. Nenhum deles atirou
nada, pois todos tinham muitos pecados. Deste
texto bíblico tiramos muitas conclusões: Que
todos têm pecados, todos somos imperfeitos; que
não podemos julgar ninguém, pois podemos ser
até pior que eles; que só Deus pode julgar, pois só
Deus conhece cada um de nós; que um juiz não
pode julgar sem conhecimento de causa; que não
podemos atacar a nenhuma religião; que cada um
olhe para dentro de si e veja os seus defeitos; que
é fácil ver os defeitos dos outros, o difícil é ver os
nossos e por último que todos nós devemos ter o
amor, a paz, a caridade e a compreensão.
POEMAS DO PROF. HENRIQUE
TER FÉ
Ter fé é um grande mandamento
Ninguém vive sem fé.
Fé que vai comprar aquela casa nova
Fé que ainda vai ser feliz na vida
Fé que todas as coisas se arranjarão.
É a fé que propulsiona o homem para frente
É ela que traz o progresso à humanidade.
Quem perdeu a fé já perdeu tudo
Não tem mais esperança em nada
Não acredita em nada
Não procura mais incentivo em nada.
É preciso ter força de vontade
Para não deixar morrer a fé
Com ela a vida já é difícil
Sem ela a vida termina.
Não há espiritualidade sem fé
Nem cura de doença alguma.
A fé é o remédio para todos os males
Fé no irmão
Fé no aprendizado
Fé na paz
Fé em Deus.
A fé remove montanhas
Já diziam os nossos antepassados
Sem fé não há progresso
Pelo contrário
Há muitas dores e sofrimentos.
Cristo quando veio ao mundo
Nos trouxe uma fé inabalável.
Dizia ele que o mundo
Era um paraíso para todos aqueles
Que acreditassem e cumprissem
O seu mandamento:
“Amar a Deus sobre todas as coisas
e ao próximo como a ti mesmo”.
Se as promessas de Cristo não se cumprirem
Terá sido em vão a nossa fé,
Mas Cristo era o filho de Deus vivo
E nos deu seu maior exemplo
Sofreu para nos redimir.
Cumpramos a nossa parte
E tenhamos toda a fé do mundo
Para sermos felizes para sempre.
MEU CRISTO
Ajoelho a teus pés, meu Cristo
E deponho todos os meus despojos,
Peço o meu castigo, porque errei,
Mas peço um cantinho pequenino
Para contemplar sempre o teu semblante.
Venho a ti, Cristo, como o peregrino ao pão
E peço e solicito e imploro
O teu perdão para hoje e sempre
E prometo não mais errar,
Mas preciso de uma faísca do teu amor.
Sem ti, Cristo, me destruo
Sem ti, me perco no mundo
E todo meu corpo impuro se acaba
E sem fé, sem paz, sem esperança, sem vida
Eu morrerei nas chamas do pecado.
-06Perdoa-me, Cristo, Senhor meu
Rogo-te a paz por todo o tempo
E a união celestial entre os homens
E só assim, meu Cristo, Senhor
Serei feliz para a vida eterna.
ONDE ESTÁ O AMOR?
Vi Caim matando Abel
O bezerro de ouro nascendo
Simão sendo morto pelos inimigos.
Pai, onde está o amor?
Por que os homens se matam?
Por que os homens se odeiam?
Sodoma vivia na farra
Nero foi um carrasco.
Vi Cristo pregado na cruz
E Pedro na cruz pregado.
Onde está, meu Pai, o amor?
Os bárbaros massacraram os homens
Vi cristãos nos circos sangrentos
Devorados pelos leões
Que sagacidade, que crueldade!
Meu Deus, onde está o amor?
Vi a inquisição queimando gente
Homens matando uns aos outros
Onde está o amor, meu Senhor?
Os tempos passaram, guerras vieram
Mísseis tenebrosos foram criados
E ainda aviões de alta potência
Caçadores, bombardeiros, massacradores,
Bombas atômicas para os homens
Milhões de mortos no chão
Enquanto outros sorriam.
Meu Deus, onde está o amor?
Vi cegos pedindo esmolas
Lepras e chagas por todos os lados
Guerras de ódio e de inveja
Roubos, suicídios e mortes
Onde está o amor, meu Deus?
Por que os homens são ingratos?
Por que vivem na angústia?
Na agonia, na tristeza e na morte?
São Perguntas, Senhor
Que só a consciência de cada um
Poderá responder.
O EXEMPLO
Quando o jovem Carpinteiro ensinou que
Deus é Pai, o único pai de todas as criaturas,
ensinou também que o Reino não é privativo de
ninguém, privilégio de nenhuma seita, de
nenhuma escola, de nenhuma raça. Pois se todos
são filhos de Deus, todos são herdeiros do Reino.
Para quebrar a dura cerviz dos Fariseus, disse ele
certa vez, diante da fé viva e ardente do centurião
romano Cornélius: “Em verdade vos afirmo que
não achei tamanha fé em Israel, e que virão
muitos do Oriente e do Ocidente para assentar-se
à Mesa com Abraão, Isac e Jacó no reino dos
Céus”. E acrescentou, com a dureza de uma
martelada na oficina de Nazaré: “Mas os filhos do
Reino serão lançados nas trevas exteriores em que
haverá choro e ranger de dentes!”
Assim se chamavam os hipócritas de
Israel: Filhos do Reino, porque se consideravam
mais puros que todos os outros e escolhidos por
Deus para julgarem os Goyn, os estrangeiros
impuros. O Jovem Carpinteiro ameaçava-os com
as trevas exteriores, com a cegueira da alma, que
sucede à cegueira da mente, produzida pelo
orgulho. E tomava o centurião romano, odiado
pelos filhos do reino, como o exemplo da fé,
como tomara o Bom Samaritano, em que o
Fariseu cuspia, como exemplo de amor. Filhos do
Reino são todos: o sábio e o idiota, o rico e o
pobre, o juiz e o ladrão, o santo e o malfeitor. E
todos podem passar pela porta estreita, desde que
abandonem os seus fardos imundos e pesados ao
longo do caminho que sobe em espiral até o portal
luminoso.
Proclamando o Reino entre os homens,
para todos, era necessário também implanta-lo. O
reino não começa por sinais exteriores, ensinara
ele, mas no coração de cada um. Entretanto, o
Reino se exterioriza na projeção da sua luz, que há
de inundar a Terra e transforma-la. O mundo é
feito pelos homens. Onde quer que os homens se
reúnam para viver, surge o mundo dos homens,
incrustrado no mundo de Deus. Porque criou o
mundo e criou os homens, mas deu a estes o poder
de também criarem o seu próprio mundo.
Podemos ver a harmonia e a beleza do mundo de
Deus no esplendor das coisas naturais. O mundo
dos homens, pelo contrário, reflete a desarmonia e
a impureza dos seus pequeninos criadores. Oh,
herdeiros incapazes, aprendizes inábeis! Mas
Deus espera paciente, como o pai que vê os filhos
crescerem. E como o pai que encaminha os filhos,
Deus põe no mundo dos homens os atalhos e os
caminhos do reino. O jovem carpinteiro veio
mostrar-nos o caminho pelo seu próprio exemplo.
Não se limitou a ensinar e apontar: eis ali o
caminho. Avançou ele mesmo pelas vias do reino,
convidando-nos a segui-lO.
O mensageiro do reino, procurou-me
numa tarde de meditação, sentou-se à minha
frente, à mesa de trabalho e sorrindo me disse:
-Fecha um pouco os olhos. Pára de bater essas
teclas inquietas. Pensa no Senhor e verás o
exemplo do Reino.
Assim fiz. O exemplo desenrolou-se ante
a minha visão interior. Enquanto isso, o
mensageiro desaparecia. Mas eis o que vi:
José e o filho entraram na oficina para
iniciar a faina no dia. Já haviam feito a prece e as
abluções matinais. Mas enquanto o velho parecia
arcar ao peso dos anos, o Jovem irradiava no olhar
e no rosto a esperança dos séculos. Ao transporem
a porta do humilde recinto de trabalho manual, a
túnica branca do Jovem carpinteiro tornou-se
luminosa como o lírio da alvorada que desabrocha
nos morros.
-Meu pai – disse ele – chegou o momento
que tu esperavas, tanto quanto eu. A voz de nosso
Pai ressoa no meu coração. Devo deixar-vos no
trabalho com meus irmãos, que não me
compreendem, e ir em busca daqueles que o Pai
supremo escolheu para o meu trabalho.
O velho o encarou com olhos tristes, mas
logo o seu rosto emaciado pareceu rejuvenescer,
tocado por um leve sorriso:
Compreendo, filho meu, e se o coração
humano chora no meu peito, minha alma se
regozija. Seja feita a vontade do Altíssimo.
-De hoje em diante – disse o Jovem –
estarei ao longo das estradas e na margem do
grande lago. Subirei aos montes e descerei às
planícies. Aliciarei corações para o reino e
levantarei contra mim os reinos dos homens,
começa para vós e minha mãe o ciclo da angústia,
para mim o ciclo da ação. Foi para isso que vim e
para isso que me recebestes.
Apagou-se o quadro e no mesmo
instante vi o jovem carpinteiro aliciando os seus
discípulos. Por toda parte as suas palavras atraíam
as criaturas, como as
-07sementes lançadas na estrada atraem as aves em
bandos sucessivos. E assim como o caçador
espreita, observa e escolhe, assim também o
pregador fazia. Vieram os pescadores, os que
aram a terra e os que guardam rebanhos, os
salteadores e as prostitutas, os doutores da lei e os
publicanos, os filhos da pureza e os goyn impuros.
De cada grupo ele escolheu os que achava dignos
ou capazes de se tornarem dignos. Pouco a pouco
atingiu o número de setenta, e dentre eles, como já
o haviam feito Moisés e os Profetas, separou os
que deviam ajudá-lo de mais perto. Foram doze os
escolhidos. Mas em torno dos doze a multidão
continuou a crescer.
-Mestre: que farei para seguir-vos?
Perguntavam todos.
E a resposta do mestre era sempre a
mesma:
Vende o que tens e dá-os aos pobres e
vem e segue-me. Não podes servir a Deus e às
riquezas, porque terás de aborrecer a este ou
àquelas. Ninguém pode servir a dois senhores.
E os olhos do interrogante sempre
baixavam, pesadas de sombras. O semblante
ansioso se fechava novamente nas rugas da rotina.
Os pés que pareciam asas afundavam de novo na
terra como garras.
Mas o Mestre não se importava e
continuava em seu caminho. Lançando as
sementes do semeador na terra e na rocha, sobre a
verdura dos campos e os espinheiros da beira da
estrada. Os ventos da Galiléia carregavam suas
palavras. Quem estendesse a mão poderia colhelas à distância, como flocos de paina flutuando no
ar.
Quantos colheram essas palavras na
palma da mão e as ouviram encantados! Eram tão
suaves e puras! Pousavam de leve, numa sensação
quase imperceptível. Mas logo depois começavam
arder, a inquietar. Que estranho ácido traziam
oculto na sua coe tessitura? Pois acabavam
queimando! Velhos cansados, jovens ambiciosos,
romanos dominadores e judeus rebeldes, todos se
interessavam por elas. Mas o interesse era quase
sempre passageiro, soprava e passava como a
brisa de Hebron.
Não andeis cuidadosos da vossa vida,
perguntando o que comereis, ou do vosso corpo,
perguntando o que vestireis. Não é mais a alma do
que a comida e o corpo mais do que a veste? Não
sois mais do que as aves do céu e do que os lírios
do campo, que vosso Pai alimenta e veste? Não
sois mais do que o feno, que nasce para ser
lançado ao forno e a que nada falta? Por que vos
inquietais?
Elas vinham no ar, como suave paina
carregando uma pequena semente. Pousavam na
mão e ficavam bailando. Bastaria um sopro e elas
voltariam a flutuar nos ventos. Mas os homens
retinham a painazinha brilhante na palma da mão,
de olhos esbugalhados e ouvidos atentos, até que
o leve ardor do início se transformasse no calor
queimante da brasa. Então assopravam com força,
esfregavam as mãos e voltavam correndo para os
afazeres do mundo. Era preciso ganhar dinheiro,
conquistar posições, perseguir os inimigos até
derrota-los ou mata-los, vingar a vaidade ou a
honra supostamente ofendidas, impor aos demais
a importância do seu ego, jeitosamente disfarçado
em personalidade, em dignidade racial.
Seria possível viver daquela maneira? O
mestre devia ser apenas um sonhador, um poeta,
um semeador de palavras. Não obstante, alguns
sonâmbulos
o
acompanhavam.
Mulheres
importantes como Joana de Cusa; homens graves,
como José de Arimatéia; famílias inteiras, como a
de Zebedeu, que soubera ganhar o mundo com
pulso de ferro; publicanos enriquecidos e ávidos
de mais dinheiro e maior poder; centuriões
romanos fascinados, que arriscavam a vida na
companhia de um louco judeu; toda uma multidão
o seguia. O filho de um rico vendedor de sedas de
Kerioth, magro e agitado como as varas secas do
deserto da Judéia, apegara-se ao grupo que
rodeava o Mestre e se tornara mesmo o
despenseiro da comunidade.
Sim, havia uma comunidade messiânica
que vivia segundo as regras malucas do Reino.
Era pequena, constituída de apenas cinquenta
pessoas, tendo um grupo central de doze, que
eram os ajudantes diretos do Mestre. Como
viviam? Os ricos teriam dado seu dinheiro aos
pobres? Mas, nesse caso, os pobres não se
tornaram ricos? E as propriedades? Teriam ficado
para o Mestre? Não, pois ele se recusava a possuir
qualquer coisa. Tinha horror à propriedade
privada, à posse de uma palha, de uma pena, de
uma simples semente. Judas de Kerioth, porém
carregava a bolsa sempre fornida, pronta a
entender às necessidades vitais da comunidade.
De onde vinham aqueles recursos?
O mestre explicava de maneira
enigmática:
Buscai primeiramente o Reino de Deus e
a sua Justiça, e tudo o mais vos será dado por
acréscimo. Não andeis inquietos pelo dia de
amanhã, porque ele a si mesmo trará o seu
cuidado. Basta a cada dia a sua própria aflição.
O mundo via, estarrecido, aquele
exemplo de vagabundagem sagrada. Simão Pedro
abandonar o barco. Agora só pescava corações
para o reino. Mas a família o acompanhava e ele
sustentava com palavras e preces a mulher e os
filhos. Ninguém arroteava a terra ou vendia
mercadorias, a moeda não circulava em função
reprodutora, ninguém fabricava tendas ou dava
dinheiro a juros. Todos se amavam e se ajudavam,
a dor de um era a dor de todos, o problema de um
a todos afetava, a fome de um faria a todos jejuar.
Um só pensamento pairava em todas as mentes:
Deus. Um só objetivo arrastava a todos: o Reino.
O Mestre devia ser o chefe, o Rei daquele
estranho reino ambulante, mas ele mesmo dizia:
O meu Reino ainda não é deste mundo.
No meu Reino, os que mandam são os que
servem. Os grandes são os que se humilham, pois
os que se exaltam são humilhados. Meu Reino é
um Reino de servidores. No meu reino não há
traficantes. Tudo o que recebemos vem do Pai. O
Pai dá tudo de graça aos filhos e estes devem dar
de graça o que assim receberam. No meu Reino
nada se toma, tudo se dá. Se queres pertencer a
ele, dá tudo o que tens e segue-me sem nada. Se
alguém quiser te levar a capa, dá-08lhe também a túnica. Se te batem numa face,
oferece-lhes a outra.
O Exemplo do reino era tão estranho
como um pesadelo. O mundo via, mas não
entendia. João, o evangelista, escreveria mais
tarde: “A luz resplandeceu nas trevas, mas as
trevas não a compreenderam”. Apesar disso, o
exemplo ali estava. Era possível viver no Reino,
em plena treva do Mundo. Multidões aflitas se
aproximavam do reino. O mestre ensinava e
curava. Cegos aleijados, leprosos, paralíticos,
ulcerosos com fluxos de sangue permanente,
todos recebiam o ensinamento e reviviam para a
saúde física e espiritual. Nenhuma moeda, romana
ou grega, judia ou fenícia podia pagar os
benefícios do Reino.
E os Grandes da Terra, ao ouvirem essas
notícias, davam de ombro e riam com desprezo.
Mas quando viam a realidade dos fatos, tremiam
de indignação e pavor. Então era possível permitir
que aquele mestre sonâmbulo roubasse aos
homens o gosto do poder, a volúpia do dinheiro, o
prazer dos sentidos, esse divino dom que Jeová
concedia aos judeus e os Deuses concediam aos
goyn? Não! O exemplo do reino era um mau
exemplo.
(O reino – J. Herculano Pires)
QUADRINHAS
Quando a morte nos alcança
Apagando-nos a vez,
É que nos dói na lembrança
Todo o bem que não se fez.
Lucano Reis
Dá o que tenhas a dar,
Não te faças desatento;
Na morte, é triste pensar
Em tricas de testamento
Jovino Guedes
É um sofrimento profundo
Lembrar, em plena agonia,
Que não se amou neste mundo
Tanto quanto se podia.
Quintino cunha
O CAMINHEIRO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
ANO II N. 19 JULHO DE 2004
LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ
RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA
EDITORIAL
Muitos espíritas não se deram conta da
grande missão que têm que desempenhar aqui na
terra. Tornam-se espíritas, mas não sabem por em
prática tudo aquilo que aprenderam. Muitos
acham que espiritismo é só estudar o espiritismo,
fazer encontros entre as cúpulas espíritas, passear
de uma cidade a outra fazendo cursos, se preparar
o máximo possível, entender tudo o que for de
espiritismo, mas na hora da prática, nada. Ele, um
grande espírita ir fazer uma campanha contra a
fome no bairro Pedra 90, jamais. Vai topar com
marginais, com perigo de vida a qualquer instante.
Fazer uma campanha de reciclagem no bairro
Novo Horizonte com a meninada, ensinando para
eles os bons costumes e que do lixo se pode retirar
alguma coisa? Imagina. Evangelizar uma turma de
crianças no bairro São Gonçalo uma vez por
semana? Impossível. Dar um curso de
Alfabetização para os adultos analfabetos no
bairro Sol Nascente – nem pensar. Fazer e
distribuir uma sopa somente para peregrinos, no
bairro do porto – onde já se viu.
Em qualquer lugar onde houver gente
pobre, humilde, maltrapilho mandar este espírita,
ele não vai. Agora se pedir para ele ir servir
cafezinho aos doutores espíritas do centro de
Cuiabá – ele irá, fazer uma campanha neste
mesmo grupo sobre as obras básicas, está com ele
mesmo. Fazer uma pequena palestra sobre
“caridade”num centro espírita no centro de
Cuiabá, ele estará lá.
E assim ele cultiva seu grande orgulho.
Está somente com os entendidos em espiritismo,
aqueles que não “erram muito”, cospem no povo
pobre, andam todos bem arrumadinhos, de carrões
zerados do ano. Será que Cristo fazia isto em seu
tempo? Por que estes espíritas não se baseiam no
Cristo, que andava de pés no chão, a pé,
evangelizando sempre cada vez mais longe, com
um povo ignorante, com pouca cultura.
Estes pobres espíritas precisam renascer e
recomeçar tudo de novo. Provavelmente eles
deverão nascer num dos bairros acima citados
para começar a aprender que Cristo quer que ele
sirva aos humildes de coração e não aos ricos e
aos que tem demais e já “sabem tudo’. Mas como
a vida é eterna, ele voltará e cumprirá sua missão.
Pode ser daqui a 2000 anos.
HABITAÇÕES EM JÚPITER
(Continuação do n. anterior)
É o caso dos Espíritos animais que
povoam Júpiter. Aperfeiçoaram-se ao mesmo
tempo que nós e com a nossa ajuda. A lei é ainda
mais admirável: de sua dedicação ao homem tão
bem faz a primeira condição de sua ascensão
planetária, que a vontade de um Espírito de
Júpiter pode chamar a si todo animal que, numa
de suas vidas anteriores lhe houver dado provas de
afeição. Estas simpatias, que lá no alto formam
famílias de Espíritos, também grupam em torno de
uma família todo um cortejo de animais
dedicados. Conseqüentemente, nosso apego aqui
em baixo por um animal, o cuidado que temos em
amansá-lo e humanizá-lo, tudo tem sua razão de
ser, tudo será pago: é um bom serviçal que
preparamos antecipadamente para um mundo
melhor.
Será assim um operário; pois aos seus
semelhantes fica reservado todo trabalho material,
todo esforço corporal: carga ou construção,
semeadura ou colheita. E para tudo isto a suprema
inteligência preparou um corpo que participa
simultaneamente das vantagens do animal e das
do homem. Podemos fazer uma idéia por um
esboço de Palissy, representando alguns desses
animais muito entretidos a jogar bola. A melhor
comparação que poderia fazer seria com os faunos
e os sátiros da Fábula. O corpo levemente peludo,
apruma-se como o nosso; nalguns, as patas
desapareceram, dando lugar a certas pernas que
lembram ainda a forma primitiva, os dois braços
robustos, singularmente implantados e terminados
por duas verdadeiras mãos, se considerarmos a
oposição dos polegares. Singularmente, a cabeça
não é tão aperfeiçoada quanto o rosto. Assim, a
fisionomia reflete bem algo de humano, mas o
crânio, o maxilar e, sobretudo a orelha, em nada
diferem, sensivelmente, daqueles dos animais
terrestres. É, pois, fácil distingui-los entre si: este
é um cão, aquele um leão. Adequadamente
vestidos de blusas e vestes muito semelhantes às
nossas, só lhes falta a palavra para se parecerem
com alguns
-02homens daqui: eis precisamente o que lhes falta e
aquilo que eles não poderiam fazer. Hábeis para
se entenderem entre si, por meio de uma
linguagem que nada tem da nossa, não mais se
enganam quanto às intenções dos Espíritos que os
dirigem: um olhar, um gesto lhes é bastante. A
certos impulsos magnéticos, cujo segredo já
conhecem os nossos domadores de feras, o animal
adivinha e obedece sem murmurar e, o que mais é,
voluntariamente, porque está fascinado. É assim
que lhe é imposta toda tarefa pesada e que, com
seu auxílio, tudo funciona regularmente, de um a
outro extremo da escala social: o Espírito elevado
pensa e delibera; o Espírito inferior age com a sua
própria iniciativa e o animal executa. Assim a
concepção, a execução e o fato se unem numa
mesma harmonia e levam todas as coisas a seu
fim mais rápido, pelos meios mais simples e mais
seguros.
Hão de perdoar-me esta digressão: ela
era indispensável ao assunto que agora podemos
abordar.
Enquanto
esperamos
os
mapas
prometidos, que facilitarão singularmente o estudo
de todo o planeta, podemos, pelas descrições
feitas pelos Espíritos, fazer uma idéia de sua
grande cidade, da cidade por excelência, desse
foco de luz e de atividade, que eles concordam em
chamar – coisa estranha! – pelo nome latino de
Julnius.
No maior de nossos continentes, diz
Palissy, num vale de setecentas e oitenta léguas de
largura, para contar como vós, um rio magnífico
desce das montanhas do norte e, aumentado por
uma porção de torrentes e ribeirões, forma em seu
percurso sete ou oito lagos dos quais o menor
mereceria entre vós o nome de mar. Foi sobre as
bordas do maior desses lagos, batizado com o
nome de a Pérola, que os nossos antepassados
lançaram os alicerces de Julnius. Esta cidade
primitiva ainda existe, venerada e guardada como
preciosa relíquia. Sua arquitetura muito difere da
nossa. Tudo isto eu te explicarei a seu tempo: sabe
apenas que a cidade moderna fica a algumas
centenas de metros da antiga. Apertado entre altas
montanhas, o lago se derrama no vale por oito
enormes cataratas, que formam outras tantas
correntes isoladas e dispersas em todos os
sentidos. Com o auxílio destas correntes nós
cavamos na planície uma porção de regatos, de
canais e de lagos, reservando o solo firme apenas
para as casas e os jardins. Daí resulta uma espécie
de cidade anfíbia, como a vossa Veneza e da qual,
à primeira vista, não se poderia dizer se construída
em terra, se sobre a água. Hoje nada te digo sobre
quatro edifícios sagrados construídos a montante
das cataratas, de modo que a água jorra em
catadupa de seus próprios pórticos. São estas
obras que vos pareceriam incríveis por sua
grandeza e por sua ousadia.
Aqui descrevo a cidade terrestre, de certo
modo material, cidade das ocupações, enfim
aquela a que chamamos a Cidade Baixa. Tem suas
ruas, ou melhor, os seus caminhos traçados para o
serviço interno; tem suas praças públicas, seus
pórticos e suas pontes, lançadas sobre os canais
para a passagem dos serviçais. Julnius enfim, não
deve ser procurada no solo: ela está no ar.
O corpo dos animais, incapazes de voar,
necessitam do solo; mas o nosso corpo fluídico e
luminoso exige um alojamento aéreo como ele
próprio, quase impalpável e móvel, à nossa
vontade. Nossa habilidade resolveu esse problema
com o auxílio
do tempo e das condições
privilegiadas que o Grande arquiteto nos havia
concedido. Bem compreendes que essa conquista
dos ares era indispensável a Espíritos como os
nossos. Nosso dia é de cinco horas e nossa noite
igualmente de cinco; mas tudo é relativo e, para
seres prontos a pensar e agir como nós, para
Espíritos que se compreendem pela linguagem dos
olhos e que sabem comunicar-se magneticamente,
á distância, nosso dia de cinco horas já igualaria
uma de vossas semanas. Parece-nos que ainda era
pouco: a imobilidade da morada, o ponto fixo do
lar eram um entrave para todas as grandes obras.
Hoje, pelo deslocamento portamos, assim como os
vossos, a este ou aquele lugar do planeta, à hora
que bem quisermos, nossa existência pelo menos
dobrou e, como ela, tudo quanto ela pode produzir
de útil e de grande.
(Revista Espírita Allanc Kardec – Ano I n. 8 –
1858)
(Continua no próximo número)
PACIÊNCIA E CARIDADE
Caridade sem paciência pode converterse em agressividade destrutiva.
Paciência
sem
caridade
pode
transformar-se em cálculo egoísta.
O prato de pão entregue ao necessitado
com frases de reprimenda, é semelhante a uma
fatia de bolo misturada de fel.
O gesto de calma sem amor assemelhase, muitas vezes, à atitude atenciosa de um felino,
aguardando o momento oportuno de saltar sobre a
presa.
O lavrador que conta com a bondade da
terra, aprende a esperar pela colheita.
O médico que provoca a reação benéfica
do organismo em tratamento, não prescinde do
concurso das horas para alcançar os objetivos da
cura.
Não ajuntes o veneno da irritação ou o
tóxico da desconfiança ao cálice da dádiva que
fizeres.
Não vistas o pensamento de dúvidas e
nem condiciones a palavra própria em lâminas de
violência se desejas conduzir algum coração
amigo ao templo da felicidade ou ao caminho
reto.
A caridade é, acima de tudo, filha dileta
da paciência nascida da boa vontade e da
compreensão.
Muitos jardineiros perdem flores que
seriam de prodigiosa beleza, simplesmente porque
não sabem tolerar os sacrifícios reclamados pela
planta no embrião.
Conquistemos a serenidade em nós, para
nós mesmos, a fim de construirmos novos
destinos, pela simpatia e pela fraternidade que o
Senhor nos ajudará a cultivar.
Semeia o bem e a luz, sem os riscos da
pressa, e com a passagem dos dias, atingirás a
messe bendita do amor e da
-03sabedoria que te iluminarão cada vez mais o
caminho.
Jamais nos esqueçamos de que o tempo é
a caridade de Deus, em nosso favor, porque
através das horas e dos séculos, Deus sabe,
pacientemente esperar.
( Emmanuel – Chico Xavier)
CANTINHO DE PSICOGRAFIA
Que a paz de deus esteja convosco,
meus irmãos:
É preciso entender que cada
trabalhador, trabalha para o Cristo e não para
o presidente do Centro. Todos fizeram um
compromisso de se dedicar aos trabalhos do
Cristo. Passar por problemas espirituais e
financeiros, todos passarão, tanto faz estiver
numa casa espírita ou em casa descansando.
Ser negligente com o Cristo agora é continuar
com os problemas no futuro. Não vejam o
espiritismo como mais uma religião. O
espiritismo é a religião.
Alguns trabalhadores têm alguns
obsesssores tentando afastá-los do centro. Eles
fazem de tudo par alcançar os objetivos
propostos. São inimigos do passado. Eles
procuram todos os meios de atingir o que
querem. Alguns trabalhadores vibram na
mesma sintonia.
É necessário que façam uma corrente
de oração. Todos juntos orem sempre, sempre
mais. Se ajudem, se amem mais. Dialoguem
mais. Procurem descobrir suas falhas e
consertar onde estiver errado. Esta casa tem
um trabalho sério e trabalhadores sérios. Sou
muito feliz em trabalhar aqui.
É preciso um maior entrosamento
entre os trabalhadores. É preciso ter uma
conduta espírita. Não dêem ouvidos aos que os
outros falam. Sigam o seu caminho.. É preciso
entender que todos somos imperfeitos e
estamos procurando este aperfeiçoamento,
onde é que vamos buscá-lo? Só através do
trabalho e da dedicação.
O trabalho de sábado é um trabalho
material. O espírita precisa trabalhar
espiritualmente. É através do trabalho
mediúnico que ele vai repor as energias,
receber o alimento espiritual.
A espiritualidade está aqui sempre,
mas o trabalhador espírita precisa fazer a sua
parte. Não é fugindo do trabalho do Cristo que
a pessoa vai se melhorar.
Preparem
uma
palestra
sobre
CONDUTA ESPÍRITA, meus irmãos, só entre
trabalhadores.
Somos uma família, procurem se
ajudar mutuamente, ver onde o irmão está
mais necessitado e juntos procurem encontrar
uma saída. É unidos que venceremos.
Aqui temos trabalhado sempre, meus
irmãos. Temos vibrado na casa de cada
trabalhador. Se todos trabalharem unidos,
vocês verão que as coisas se tornarão mais
fáceis.
Que a paz de Deus esteja sempre
convosco. Fiquem em paz.
Irmão Lázaro.
QUEM TUDO TEM, MAIS
ERROS COMETE:
Um viajante muito cansado, sentou-se à
sombra de uma árvore, sem saber que esta árvore
era mágica: “A árvore dos desejos.”
Sentado na terra dura, ele pensou que
seria muito agradável encontrar uma cama fofa.
No mesmo instante, essa cama apareceu ao lado
dele.
Surpreendido o homem deitou-se nela
dizendo que a maior felicidade seria que uma
jovem rapariga viesse lhe massajear as pernas
muito cansadas. Uma jovem rapariga apareceu e
massajeou-lhe as pernas com muita calma e
agradavelmente.
“Tenho fome, disse o homem e comer
agora seria uma delícia.” Uma mesa apareceu
carregada de comida suculenta.
O homem regalou-se, comeu e bebeu. A
cabeça estava um pouco atordoada. Os olhos, por
ação do vinho e do cansaço, fechavam-se.
Deixou-se ir e deitou-se na cama a pensar
nos acontecimentos maravilhosos desse dia
extraordinário.
“Vou dormir uma hora ou duas. O pior
seria se um tigre passasse por aqui durante o
tempo que estou a dormir e me comesse.
O homem dormiu e um tigre apareceu
logo e o comeu.
Todos temos uma árvore dos desejos que
realizam todos os nossos sonhos, mas conforme a
nossa ação, a realização desses desejos podem até
ser prejudiciais a nós mesmos. Quem sabe as
nossas necessidades não são para nos podar de
alguma coisa? Saibamos tirar proveito de nossos
sofrimentos, de nossas decepções para procurar
nos melhorar sempre.
Thérèse e Vérane www.clube-positivo.com.
MEDIUNIDADE E JUVENTUDE
Mauro Quintella
Na nossa avaliação, um dos capítulos
mais bonitos e simbólicos da história do
espiritismo é a participação de elementos jovens
no processo de codificação da Doutrina.
Como registram as pesquisas espíritas,
Allan Kardec contou com a colaboração especial
de 4 jovens sensitivas na confecção da primeira
edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
Segundo a tradição histórica, essas
corajosas
vanguardeiras
da
mediunidade
encontravam-se entre a adolescência e as
primeiras clarinadas da juventude e chamavam-se:
Julie Baudin, Caroline Baudin, Rut Japhet e
Aline Carlotti.
Aparentando muita preocupação com a
segurança (física, psicológica e espiritual) de suas
colaboradoras, Kardec sempre as deixou envoltas
em um véu de semi-anomiato, pois o preconceito
contra a mulher ainda era monstruoso naquela
época. Para se ter uma idéia dessa realidade, basta
lembrar que 129 operárias americanas foram
queimadas vivas dentro de uma fábrica, pelo
crime de reivindicarem salários iguais aos dos
homens, a apenas 41 dias do lançamento de O
livro dos Espíritos.
E, além de mulheres, as tuteladas do
Mestre Lyon ainda eram jovens e paranormais!
Um prato cheio para a mentalidade vitoriana dessa
época.
Essa acertada preservação, todavia, fez
com que pouquíssimos dados sobre as quatro
moças chegassem ao século XX.
-04Principalmente no que diz respeito as suas
histórias pessoais. No aspecto formal, suas
participações foram, sintaticamente, as seguintes:
Julie e Caroline Badin – Psicografaram
a quase totalidade das questões de O livro dos
Espíritos nas reuniões familiares dirigidas por
seus pais e assistidas pelo codificador.
Ruth Japhet foi a medianeira
responsável pela revisão competa do texto,
incluindo adições.
Aline Carlotti fez parte do grupo de
médiuns através do qual Kardec referendou as
questões mais espinhosas do livro, fazendo uso da
concordância dos ensinos.
Há cerca de três anos, foi editada uma
obra que nos permite conhecer alguns dados a
mais sobre a vida dessas moças. Seu nome é O
livro dos espíritos e sua tradição histórica e
lendária, escrita por Silvino Canuto de Abreu e
editada pelo Lar da Família Universal, através das
edições LFU de São Paulo.
Dentre outros importantes relatos da
epopéia Kardequiana, é nela que vamos encontrar
várias informações inéditas e especificadas sobre
nossas jovens e vanguardistas confreiras:
Suas idades exatas: Julie - 15 anos,
Caroline 18 anos, Ruth e Aline – 20 anos.
Canuto também conta detalhes acerca de
uma outra jovem muito importante para a história
do Espiritismo: Ermance Dufaux de apenas 16
anos. Natural de Fontainebleu e filha de um
triticultor e vinhateiro abastados. Ermance aos 12
anos, também foi vítima de uma nevropatia,
definida pelo médico Clever de Maldigny de
Versalhes, como “Mediunidade”, uma doença
contagiosa importada da América . Uma semana
depois do diagnóstico, a família Dufaux,
procurando a cura da mocinha, recebeu a visita do
magnetizador Marquês de Mirvile. Estimulada
pelo pesquisador, Ermance entrou em transe
mediúnico e recebeu sua primeira mensagem
psicográfica, assinada por Luís IX, Rei da França,
canonizado pela igreja em 1297.
Em 1855, aos 14 anos, já totalmente
reequilibrada e com a mediunidade integrada em
sua vida, Mille Dufaux publicou através do editor
Melu, de Paris, o livro; A HISTÓRIA DE
JOANNA D”ARC DITADA POR ELA MESMA,
de autoria do Espírito Joanna D”Arc. Segundo
Canuto, Ermance e seus pais, convidados e
trazidos por Me. De Plainemaison, conheceram
Kardec na noite de 18 de abril de 1857, ao
comparecerem á pequena recepção festiva
organizada pelo codificador em seu apartamento,
com a finalidade de comemorar o lançamento de
O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
No final dessa reunião, a jovem
paranormal recebeu bela página do Espírito São
Luís, que se tornaria, a partir de então, uma
espécie de supervisor espiritual dos trabalhos
experimentais de Allan Kardec. No final daquele
ano, a médium receberia outra importante
mensagem, estimulando o Mestre a prosseguir no
ideal de lançar um periódico espírita.
O jovem espírita deve receber estímulo e
atenção e não desconfiança e indiferença por
apresentar sintomatologia mediúnica. Aliás, nem
todos os adultos estão isentos dos mesmos
cuidados, pois segundo Kardec, há crianças de
doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a
algumas pessoas adultas.
Em o LIVRO DOS MÉDIUNS, os
espíritos superiores afirmaram que não há
idade precisa para o início da prática
mediúnica,
pois
tudo
depende
do
desenvolvimento físico e, mais ainda, do
desenvolvimento moral. Na atualidade Divaldo
P. Franco ousou ser mais pragmático: “Pareceme que, a partir dos quinze anos, aos dezesseis,
teremos uma idade, senão ideal, pelo menos
propiciatória para que o jovem, que participa
de nossas atividades doutrinárias no
movimento de sua idade, possa também
compartilhar das experiências mediúnicas.
Levando em consideração todos esses
fatores, o dirigente doutrinariamente preparado,
deve analisar cada caso, de maneira diferenciada.
É tudo uma questão de bom-senso e
acompanhamento.
Que, porém, jamais se esconda do jovem
que mediunidade é responsabilidade a mais em
suas vidas. Ou como disse o Espírito Ivan de
Albuquerque, pela psicografia do sensitivo Raul
Teixeira, que também se iniciou muito jovem na
tribuna espírita e na mediunidade: “Se, no estuário
da juventude, o apelo mediúnico te chega, não
lamentes a perda da folgança, suposta própria da
idade. Mantém –te alegre e prazenteiro,
guardando-te no bojo da responsável conduta que
não deixará que te percas pelos dédalos da loucura
que são próprias não da mocidade, porém de todos
os indivíduos estúrdios e irrefletidos, em qualquer
fase etária que esteja.
NOSSAS CRIANÇAS
Continuamos falando de nossas crianças
e revendo os capítulos de “O livro dos espíritos “
referentes às crianças. Nosso lar é abençoado pela
espiritualidade porque trabalhamos com crianças e
temos um grande lar espiritual por cima do nosso,
uma verdadeira escola espiritual. O espírito que
desencarnou em idade infantil, continuará com o
perispírito no mesmo formato até atingir a sua
formação.
Revendo a questão 385 de o livro dos
espíritos temos – Questão 385: De onde provém
a mudança que se opera no caráter a uma certa
idade, e particularmente ao sair da
adolescência? É o Espírito que se modifica?
É o espírito que retoma sua natureza e se
mostra como ele era. Vós não conheceis os
segredos que escondem as crianças em sua
inocência; vós não sabeis o que são, o que foram e
o que serão, e, todavia, vós os amais, os quereis
bem como se fossem uma parte de vós mesmos, a
tal ponto que o amor de uma mãe por seus filhos é
considerado o maior amor que um ser pode ter por
um outro ser. De onde vem essa doce afeição, essa
terna benevolência que mesmo os estranhos
experimentam para com uma criança? Vós sabeis?
Não; é isso que vou explicar-vos.
As crianças são os seres que Deus
enviam em novas existências e para que não lhe
possa impor uma severidade muito grande, dálhes todas as aparências da
-05inocência. Mesmo para uma criança naturalmente
má, cobre-se suas faltas com a não consciência
dos seus atos. Essa inocência não é uma
superioridade real sobre o que eram antes; não, é a
imagem do que elas deveriam ser, e se não o são,
é sobre elas somente que recai o castigo.
Mas, não é somente por elas que Deus
lhes dá esse aspecto, é também e sobretudo por
seus pais de cujo amor sua fraqueza necessita;
esse amor seria singularmente enfraquecido à
vista do caráter impertinente e rude, enquanto que
crendo seus filhos não têm mais necessidade dessa
proteção, dessa assistência, que lhes deram
durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e
individual reaparece em toda a sua nudez.
Conservam-se bons se eram fundamentalmente
bons, mas se revestem sempre de matizes que
estiveram ocultos pela primeira infância.
Vedes que os caminhos de Deus são
sempre os melhores e, quando se tem o coração
puro, a explicação é facilmente concebida.
Com efeito, imaginai que o Espírito das
crianças que nascem entre vós pode vir de um
mundo onde tomou hábitos muito diferentes;
como quereríeis que permanecesse em vosso meio
esse novo ser que vem com paixões diferentes das
que possuís, com inclinações e gostos
inteiramente opostos aos vossos? Como quereríeis
que ele se incorporasse em vossas fileiras de outra
forma que aquela que Deus quis, quer dizer, pela
peneira da infância? Aí se confundem todos os
pensamentos, todos os caracteres, todas as
variedades de seres engendrados
por essa
multidão de mundos nos quais crescem as
criaturas. Vós mesmos, morrendo, vos
encontrareis em uma espécie de infância entre
novos irmãos e na vossa nova existência nãoterrestre ignorais os hábitos, os costumes, as
relações desse novo mundo para vós. Manejareis
com dificuldade uma língua que não estais
habituados a falar, língua mais viva do que é hoje
o vosso pensamento. A infância tem, ainda, uma
outra utilidade; os Espíritos não entram na vida
corporal senão para se aperfeiçoar, se melhorar; a
fraqueza da pouca idade os torna flexíveis,
acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles
que os devem fazer progredir. É quando se pode
reformar seu caráter e reprimir suas más
inclinações; tal é o dever que Deus confiou aos
pais, missão sagrada pela qual deverão responder.
Por isso a infância não é somente útil, necessária,
indispensável, mas ainda ela é a conseqüência
natural das leis que Deus estabeleceu e que regem
o Universo.
( O livro dos Espíritos)
ESQUECIMENTO DO PASSADO
Henrique P. de Araújo
Prato cheio para os que não acreditam no
Espiritismo é não se lembrar nada do passado.
Dizem eles que se o espírito tivesse várias
reencarnações, se lembraria facilmente das
anteriores. O que eles não sabem é que muitos se
lembram realmente de algumas reencarnações.
Todas, seria totalmente impossível.
Será que essas mesmas pessoas se
lembrariam de tudo que fizeram em sua infância?
É claro que não. Imagine saber o que se passou há
2000 anos. O esquecimento é natural no ser
humano. Muitos que tomam dinheiro emprestado
esquecem de que tem que pagar.
Como
as
reencarnações
são
oportunidades que Deus nos dá para nosso
soerguimento, nossos acertos de contas, é claro
que não devemos saber que nosso pai poderia ter
sido nosso assassino numa vida passada. Seria o
caos se soubéssemos quem realmente foi o nosso
pai. Não haveria um reajuste, um acerto de contas,
não poderia mais haver amor. É exatamente por
isto que não podemos nos lembrar. Assim o pai de
agora, o assassino numa vida passada, vai receber
com muito amor, carinho e abnegação aquele filho
do qual tirou a vida no passado. Vai educa-lo,
orienta-lo, sofrer e até morrer por ele. Aí sim,
haverá um refazimento, um acerto de contas e os
dois espíritos se acertarão. Numa vida futura
poderão nascerem muito unidos. Revendo o Livro
dos Espíritos – questão 389 Temos: De que
maneira pode o homem ser responsável por
atos e resgatar faltas de que não se lembra?
Como pode ele aproveitar a experiência
adquirida
nas
existências
caídas
no
esquecimento?
Conceber-se-ia
que
as
tribulações da vida fossem uma lição para ele,
se ele se lembrasse do que as originou; mas do
momento que não se lembra, cada existência é
para ele como se fosse a primeira e está, assim,
sempre a recomeçar. Como conciliar isso com a
justiça de Deus?
A cada nova existência o homem tem
mais inteligência e pode melhor distinguir o
bem e o mal. Onde estaria o mérito se ele se
lembrasse de todo o passado? Quando o
Espírito volta à sua vida primitiva(a vida
espírita) toda a sua vida passada se desenrola
diante dele: ele vê as faltas que cometeu e que
são causa do seu sofrimento e o que o poderia
impedir de as cometer. Compreende que a
posição que lhe é dada é justa e procura, então,
a existência que poderá reparar aquela que
vem de se escoar. Procura provas análogas
àquelas pelas quais passou, ou lutas que crê
adequadas ao seu adiantamento, pedindo aos
Espíritos que lhe são superiores para ajuda-lo
nessa nova tarefa que empreende, porque sabe
que o Espírito que lhe será dado por guia nessa
nova existência procurará faze-lo reparar suas
faltas dando-lhe uma espécie de intuição das
que cometeu. Essa mesma intuição é o
pensamento, o desejo criminoso que vos vem
freqüentemente,
e
ao
qual
resistis
instintivamente, atribuindo no mais das vezes
vossa resistência aos princípios que recebestes
de vossos pais. Enquanto que é a voz da
consciência que vos fala, e essa voz é a
lembrança do passado, voz que vos adverte de
não recair nas faltas que já haveis cometido. O
Espírito entrado nessa nova existência se
suporta essas provas com coragem e, se resiste,
eleva-se e ascende na hierarquia dos Espíritos,
quando volta entre eles.
Haveria muitos inconvenientes se todos
nascessem com as lembranças das vidas
anteriores. Se uma pessoa foi um rei famoso na
vida anterior e cometeu muitos abusos e agora
nascesse em plena miséria não certa cometeria um
suicídio? Se reconhecesse todos os seus inimigos
do passado, na certa se veria
-06doido. Se alguém fosse muito pobre numa vida
anterior e agora nascesse rico, poderia se esnobar,
se exaltar e com isto cometer muitos absurdos.
Deus é justo e nos deu esta oportunidade
para avançarmos, portanto não devemos
desperdiçar esta oportunidade.
O que todos devem fazer é trabalhar
sempre para o bem, para a paz, o amor e a união
entre todos. Ele precisa fazer isto para melhorar o
seu estado evolutivo, se ele for pouco evoluído,
evoluirá bastante, se sua evolução já é boa, é uma
oportunidade de se melhorar ainda mais. Como
nós não temos possibilidades de saber o nosso
grau de evolução espiritual, o melhor que tem é
meter a mão na massa e cumprir a nossa parte.
Quem ganhará será mesmo a pessoa.
POEMASDO PROF. HENRIQUE
A PROCURA DE DEUS
Senhor, eu lhe procurei
Fui em palácios, visitei casebres
Estive em clubes, fui em feiras
Estive com mendigos e com governantes
Andei por terra, cortei o ar
Vi o sol e vi a lua,
Mas não pude lhe encontrar.
Perguntei ao rei, indaguei ao pobre
Entrei em igrejas, fui ao cemitério
Dei esmolas e beijei a cruz
Vi milagres, vi tormentos,
Mas não pude lhe encontrar.
O sol nasceu, o sol se pôs
A terra correu, o mundo girou
Eu dormi e acordei
Fui à cidade, andei no sertão,
Mas não pude lhe encontrar.
Continuei a sua procura,
E um dia me cansei.
Parei ao pé de uma árvore
O sol me queimava
O suor escorria
Abelhas me picavam
Formigas me mordiam
E então um velhinho, bem velhinho
No crepuscular dos anos
Veio, viu-me e disse;
“Filho, você não pode encontrar
Deus lá fora
Se primeiro não acha-lo em seu coração”.
Então eu abri os olhos
E o céu brilhou mais
O mar apareceu
E o mar era a ponte de Deus
Então eu vi Deus
E Ele estava dentro de mim.
MEU CRISTO
Ajoelho a teus pés, meu Cristo
E deponho todos os meus despojos,
Peço o meu castigo, porque errei,
Mas peço um cantinho pequenino
Para contemplar sempre teu semblante.
Venho a ti, Cristo, como o peregrino ao pão
E peço e solicito e imploro
O teu perdão para hoje e sempre
E prometo não mais errar,
Mas preciso de uma faísca do teu amor.
Sem ti, Cristo, me destruo
Sem ti, me perco no mundo
E todo meu corpo impuro se acaba
E sem fé, sem paz, sem esperança, sem vida
Eu morrerei nas chamas do pecado.
Perdoa-me, Cristo, Senhor meu
Rogo-te paz por todo o tempo
E a união celestial entre os homens
E só assim, meu Cristo Senhor
Serei feliz para a vida eterna.
ONDE ESTÁ O AMOR?
Vi Caim matando Abel
O bezerro de ouro nascendo
Simão sendo morto pelos inimigos.
Pai, onde está o amor?
Por que os homens se matam?
Por que os homens se odeiam?
Sodoma vivia na farra
Nero foi um carrasco.
Vi Cristo pregado na cruz
E Pedro na cruz pregado.
Onde está, meu Pai, o amor?
Os bárbaros massacraram os homens
Vi cristãos nos circos sangrentos
Devorados pelos leões
Que sagacidade, que crueldade!
Meu Deus, onde está o amor?
Os tempos passaram, guerras vieram
Mísseis tenebrosos foram criados
E ainda aviões de alta potência
Caçadores, bombardeiros, massacradores,
Bombas atômicas para os homens
Milhões de mortos no chão
Enquanto outros sorriam.
Meu Deus, onde está o amor?
Vi cegos pedindo esmolas
Lepras e chagas por todos os lados
Guerras de ódio e de inveja
Roubos, suicídios e mortes
Onde está o amor, meu Deus?
Por que os homens são ingratos?
Por que vivem na angústia?
POR QUE SER ESPÍRITA?
Admitamos que um rapaz de vinte anos
adquirisse a certeza de que iria morrer aos vinte e
cinco anos. Que é o que faria nesse lapso de cinco
anos que lhe restam? Trabalharia para o futuro?
Certo que não: procuraria gozar o mais possível,
pois acreditaria que fosse uma tolice sujeitar-se
sem proveito a fadigas e privações. Entretanto, se
tiver a certeza de viver até os oitenta anos, outro
será o seu procedimento, porque compreenderá
que necessita sacrificar alguns instantes do
repouso atual a fim de assegurar o repouso futuro
durante longos anos.
Dá-se o mesmo com os que têm certeza
da vida futura, aos gozos da vida presente e,
conseqüentemente, a ligar demasiada importância
aos bens materiais. A importância atribuída contra
os que têm muito. Da cobiça ao desejo de adquirir
a qualquer preço aquilo que o vizinho possui vai
apenas um passo. Daí os ódios, as disputas, os
processos e as guerras e todos os males gerados
pelo egoísmo.
Com a dúvida sobre o futuro e
acabrunhado pelo infortúnio e pelos desgostos
desta existência, somente na morte vê o homem
um termo aos seus padecimentos. Então, nada
esperando, considera racional abrevia-la pelo
suicídio. É natural que sem esperança no futuro, o
homem sofre e se desespera com as decepções
experimentadas. Os abalos violentos que sente
repercutem no seu cérebro e são a causa de muitos
casos de loucura.
Sem a vida futura a existência terrena se
converte para o homem em coisa capital, em
objeto exclusivo de suas preocupações e a ela tudo
se subordina. Por isso mesmo quer desfrutar, a
qualquer preço, não só todos os bens materiais,
como também
-07as honras. Deseja brilhar e elevar-se acima de
todos, ofuscar o próximo com seu luxo e posição.
Daí a desordenada ambição que liga aos títulos e a
todos os enfeites da vaidade, aos quais chega a
sacrificar a própria honra, de vez que nada
enxergue além disso.
A certeza da vida futura com todas as
suas conseqüências transforma completamente a
ordem de suas idéias, fazendo-lhe ver as coisas
por outro prisma: é um véu que se ergue e lhe
desvenda um horizonte imenso e esplêndido.
Diante da infinidade e da grandeza da
vida além da morte, a existência terrena
desaparece, como um segundo na contagem dos
séculos, como um grão de areia ao lado da
montanha. Tudo se torna pequeno e mesquinho e
nos admiramos por havermos dado tanta
importância às coisas efêmeras e infantis. Daí, em
meios às vicissitudes da existência, uma calma e
uma tranqüilidade que constituem uma felicidade,
comparados com as desordens e os tormentos a
que nos sujeitamos, ao buscarmos nos elevar
acima dos outros; daí, também, ante as
vicissitudes e as decepções, uma indiferença, que
tira quaisquer motivos de desespero, afasta os
mais númerosos casos de loucura e remove,
automaticamente, a idéia de suicídio.
O exemplo dos que viveram prova que a
soma de felicidade futura está na razão do
progresso realizado e do bem que se haja
praticado, enquanto que a soma de desventuras
está na razão dos vícios e das más ações. Isto
produz naqueles que estejam convictos desta
verdade uma tendência naturalíssima para fazer o
bem e evitar o mal.
Quando a maioria dos homens estiver
convencida desta verdade, quando professar estes
princípios e praticar o bem, o bem triunfará sobre
o mal aqui na Terra; os homens não mais se
molestarão reciprocamente; reorganizarão as suas
instituições sociais visando o bem geral e não o
proveito de uns poucos; numa palavra,
compreenderão que a lei da Caridade, ensinada
por Jesus Cristo, é a fonte da felicidade, já aqui na
Terra e basearão as leis civis sobre a lei da
caridade.
(Allan Kardec – O principiante Espírita –
Editora Pensamento)
A MEDIUNIDADE
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
Todos somos médiuns?
Todos somos portadores da mediunidade natural
que é o canal psíquico pelo qual recebemos as
influências boas ou ruins que estimulam as
experiências na vida Terrena. Porém, nem todos
somos médiuns, conforme denominou Allan
Kardec.
Então o que é um Médium?
Segundo Allan Kardec, médium é todo aquele
que sente a presença ostensiva dos Espíritos,
seria aquele que serviria de ponte entre o mundo
visível e o invisível. A prática da mediunidade é o
intercâmbio entre o mundo físico e o mundo
espiritual. A faculdade mediúnica liga-se a uma
disposição orgânica, porém o uso que se faz.
Como sabemos se somos médiuns? E se formos,
o que devemos fazer?
Kardec diz que todos somos mais ou menos
médiuns, pois todos possuem a mediunidade
natural, canal psíquico através do qual somos
estimulados ao crescimento. Entretanto, médiuns
propriamente ditos são aqueles que recebem
manifestações ostensivas dos Espíritos. A única
forma de sabermos se temos ou não mediunidade
ostensiva é nos colocando como servidores
sinceros da causa de Jesus. Ou seja, deveremos
primeiro fazer parte da equipe de trabalhadores
de uma casa espírita e lá, através dos estudos
sérios e da disciplina interior, procurarmos
entender antes as nuanças do contato com os
Espíritos. Allan Kardec diz em O Livro dos
Médiuns, que não se deve nunca iniciar um
trabalho de intercâmbio espiritual sem estudar a
mediunidade. Existem algumas pessoas que
sentem influências dos Espíritos, em diversos
graus de intensidade, e acham que, por isso,
estão prontas para trabalhar nesse campo.
Geralmente não aceitam a idéia de que precisam
se instruir mais e mais. Vão às casas espíritas
somente para trabalhar com mediunidade e se
não a aceitam naquela, buscam outra e assim
permanecem por toda a vida.
Existe a incorporação dos Espíritos?
No sentido semântico do termo não existe
incorporação, pois nenhum Espírito conseguiria
tomar o corpo de outra pessoa, assumindo o
lugar da sua alma. O que ocorre é que o médium
e o Espírito se comunicam de perispírito a
perispírito, ou seja mente a mente, dando a
impressão de que o médium está incorporado.
Na mediunidade equilibrada, o médium tem um
maior controle de sua faculdade e o fenômeno
mediúnico acontece mais a nível mental. Nos
processos obsessivos graves( doenças mórbidas
causadas por Espíritos inferiores), onde a
mediunidade está perturbada, podem ocorrer
crises nervosas. Observadores de pouco
conhecimento podem achar que um Espírito
mau apoderou-se do corpo do enfermo. Foi esse
fenômeno que deu origem às práticas de
exorcismo.
Devemos acreditar em tudo o que os Espíritos
dizem?
Os espíritos desencarnados são almas de homens
que já viveram na Terra. Portanto podem ser
portadores dos defeitos e qualidades que tinham
quando encarnados. Podemos acreditar nas
palavras dos homens bons, mas não devemos dar
crédito aos conselhos daqueles de má índole. Da
mesma forma deveremos proceder com o mundo
dos
espíritos.
Devemos
analisar
cada
comunicação dada pelos Espíritos, qualquer que
seja o nome que assinem. Os bons trazem
mensagem edificante e com algum fim útil e
querem sempre o bem da humanidade. Os
atrasados ou maus podem nos enganar com
palavras belas e melífluas, podendo tomar
emprestado nomes de pessoas conhecidas ou
Espíritos iluminados para nos impressionar.
Desses devemos nos precaver, conforme nos
ensina Allan kardec em O livro dos Médiuns.
Nos Centros espíritas só chegam espíritos
inferiores? Ou só espíritos superiores?
-08Quem nisso acreditar não conhece ainda a
doutrina espírita. Devemos exemplificar um
centro espírita a um hospital. Num hospital só
tem doentes? Ou só tem médicos? É claro que
num centro espírita chegam espíritos inferiores
que vem a procura de sua cura e espíritos
superiores que vem esclarecer e melhorar o
estado daqueles espíritos inferiores. Sem os
mentores uma casa espírita não funciona. Como
há os dirigentes encarnados, há também os
desencarnados e ambos precisam estar em
sintonia para que haja o socorro a muitos e
muitos encarnados como os desencarnados.
Alguém pode ser obrigado a desenvolver a
mediunidade?
Ninguém é obrigado a desenvolver a
mediunidade. É errada a idéia de que a
mediunidade é a causa de sofrimentos e
desajustes das pessoas. Geralmente sofre-se por
ignorância e por falta de cuidados com a vida no
plano material. Aqueles que quiserem dedicar-se
a tarefa mediúnica deverão trabalhar para
vencer suas imperfeições, além de ter que
estudar a Doutrina Espírita com seriedade e
disciplina. Um médium que não toma esses
cuidados, poderá permanecer sob a influência
dos Espíritos maus. Quem for médium e não
quiser praticar a mediunidade, deverá pelos
menos esforçar-se para sua melhoria moral,
procurando libertar-se dos vícios mais
grosseiros( cigarro, bebida e drogas). É
necessário lembrar que o médium ostensivo fez
um compromisso formal no mundo espiritual e
abandonar a tarefa e fugir dos seus deveres.
As cirurgias espirituais são realmente feitas
por espíritos? Nesse caso, como pode um
Espírito elevado ser antiético, exercendo
ilegalmente a medicina?
Sim, as cirurgias espirituais são feitas por
Espíritos de médicos que atuam no corpo
perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à
ciência médica, usando fluidos humanos e
espirituais, nada fazendo nesse campo que fira
as leis humanas. Um Espírito elevado jamais
transgride qualquer lei. As curas realizadas em
nome do Espiritismo praticado com seriedade,
são feitas utilizando apenas a fluidoterapia. As
cirurgias mediúnicas feitas com instrumentos
cortantes, podem ser feitas por Espíritos
superiores, mas não são considerados trabalhos
espíritas. Em alguns casos de cirurgias de corte,
como os de José Pedro de Freitas (Arigo) e
Edson Queiroz, existia uma missão a ser
cumprida e visava chamar a atenção da
comunidade científica para a realidade da vida
espiritual. E parece que conseguiu, porém sem
maiores conseqüências pelo próprio atraso do
homem para a compreensão das coisas do
Espírito. Pelo lado prático, no entanto, as
cirurgias
mediúnicas
com
instrumentos
cortantes não devem ser praticadas em centros
espíritas orientados pela doutrina de Allan
Kardec, justamente por ferir a legislação vigente
e não tratar-se de uma prática que possa ser
exercida por qualquer pessoa. As curas no
Espiritismo são feitas exclusivamente com a
imposição das mãos.
DIVALDO ABORDA O TEMA
DEPRESSÃO
A depressão, suas causas e terapias foi o
tema central das palestras e seminários de Divaldo
Pereira Franco durante sua jornada no leste da
Europa em maio deste ano. O roteiro, que iniciou
com o seminário sobre “Esquizofrenia, causa e
novas terapias”, abordou a visão espírita do
problema, discutindo ainda a depressão e outros
problemas psicológicos e espirituais da nossa
época.
Na sua habitual excelência e sabedoria,
Divaldo Franco faz um resumo histórico sobre a
melancolia e depressão desde a antiguidade até os
nossos dias. Aborda a depressão e esquizofrenia
sob o ponto de vista fisiológico, relacionando-os
com as doenças psíquicas e a visão espírita da
vida e salientando ainda algumas diretrizes
práticas para combater a depressão.
Ao discutir a depressão e esquizofrenia
sob o ponto de vista fisiológico, ressalta que,
como doenças causadas por distúrbios químicos
das células cerebrais, elas podem ser curadas
através do restabelecimento do equilíbrio
químico-biológico.
Enfatiza,
portanto,
a
necessidade
da
pessoa
depressiva
ou
esquizofrênica procurar acompanhamento e
tratamento médico especializado.
Quando aborda o tema sob o aspecto
psíquico e psicológico, relaciona estas doenças
com a visão espírita da vida. Sendo o ser humano
um ser espiritual, ao reencanar ele traz uma
bagagem psíquica oriunda de vidas anteriores.
As causas da depressão e da
esquizofrenia podem, portanto, estar localizadas
nesse passado remoto, seja devido a culpas e
remorsos anteriores a esta vida, ou sejam estes
originários na vida atual. Estas mesmas culpas e
remorsos levam o indivíduo a sintonizar-se
vibracionalmente com os companheiros daquele
passado remoto(ou não) e então vem a
desencadear-se o processo obsessivo. Assim,
exemplifica casos de obsessão – visão espírita, ou
de esquizofrenia – visão da medicina, através do
Evangelho e de outros fatos da vida cotidiana.
Ressalta, ainda que não há diferença
entre a depressão orgânica e a depressão
espiritual, pois os sintomas são os mesmos. E
mais, quando a depressão espiritual prolonga-se
por um largo período de tempo, produz distúrbios
nos neurônios cerebrais e o problema acaba
tornando-se também orgânico. Do mesmo modo, a
depressão orgânica, após um certo período, pode
vir a atrair espíritos que por afinidade vibratória
aumentam os sintomas depressivos, vindo esta a
tornar-se
então,
uma
depressão
espiritual(obsessão).
Assim, enfatiza a necessidade da terapia
espiritual
para
o
restabelecimento
do
espírito(através das transfusões de amor e de
passe) e da medicina tradicional para o
restabelecimento do equilíbrio orgânico.
As palestras e seminários de Divaldo
Pereira Franco sobre Depressão e Esquizofrenia
foram realizados em Viena, Áustria, na sede da
Verein Für Spiritische Studien Allan Kardec em
Budapeste, capital da Hungria e em Bratislava,
capital da Eslováquia. Em Viena e Brastislava
foram
-09organizados seminários sobre depressão.
Divaldo Franco também proferiu uma
palestra sobre “Terapia de amor para a paz
interior” na Society for Conscious Living na
Organização das nações Unidas em Viena.
(Revista Internacional de Espiritismo n. 07/
ORAÇÃO POR HUMILDADE
Senhor Jesus!
Quando eu voltar à Terra
E estiver de memória parcial
Qual o doente sob anestesia
Para sofrer bendita cirurgia
Que me livre do mal,
Não me deixes, a sós em meu passo imaturo...
A fim de construir
O meu próprio futuro
Não permitas, Senhor, que eu siga, às tontas,
Como quem sabe dirigir as próprias contas.
Embora reconheça a lei da liberdade
Se posso procurar o que te contraria
Não me deixes fazer aquilo que me agrade
Apaga em mim a vocação do mando,
E ensina-me, Senhor a obedecer,
Ajuda-me a encontrar,
Onde estiver vivendo ou trabalhando,
O prazer de servir
Como simples dever.
Se eu te pedir felicidade,
Nos erros e ilusões que outrora quis,
Não me faças feliz.
Se te requisitar destaque e brilho
Para comportamento frio e ingrato,
Não me tires o chão do anonimato.
Se eu te solicitar um corpo lindo
Para voltar, na sombra, a estaca zero
Não me deixes viver na forma que mais quero.
(Chico Xavier – Maria Dolores
Divulgação Espírita Cristã)
O CAMINHEIRO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
ANO II N. 20 AGOSTO DE 2004
LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ
RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA
EDITORIAL
Todos nós temos uma missão a cumprir
nesta terra. Não viemos aqui a passeio, muito
menos retirar férias. Estamos aqui a trabalho,
somos todos funcionários de Deus. Como
funcionários, temos que dar conta do nosso
trabalho, pois teremos que acertar as contas com o
chefe. Afinal recebemos o pagamento adiantado,
estamos em débito até os fios de cabelo.
Ganhamos um corpo, um espírito, a terra, a água,
o sol, o verdume da floresta, o oxigênio, a brisa,
as noites, tudo tudo recebemos para desempenhar
bem a nossa missão. Ai daqueles que fugirem de
suas obrigações. Terão que vir mais tarde para
recomeçar tudo de novo
Não é por esta ou aquela pessoa que
vamos fugir da tarefa que nós nos propusemos na
espiritualidade. Não é com esta ou aquela pessoa
que vamos acertar as contas quando estivermos do
outro lado. É com a espiritualidade. Lá não vão
nos perguntar quais as pessoas que não nos
deixaram prosseguir a jornada, mas vão nos
perguntar porque fugirmos. Se não der certo
trabalhar com esta ou aquela companhia,
partiremos para outras, mas deixar de cumprir
nossa missão é negligência e vamos arcar com as
conseqüências.
Precisamos por em mente que nós somos
trabalhadores de Cristo e não de outras pessoas.
Há muitas maneiras de servir a Cristo. Basta
seguir seu exemplo. Por acaso Cristo procurava
altas pessoas para cumprir sua missão? Não,
simplesmente aqueles necessitados.
Assim que eu encontrar o serviço, não
devo passar o tempo reclamando de cansaço, que
não agüenta mais, que não recebe nenhuma ajuda.
Não devo fazer o serviço pela metade. Devo
exercer minhas atividades com muito amor,
carinho e dedicação. Cristo proverá todas as
nossas necessidades e um dia partiremos melhores
do que quando aqui chegamos. Ninguém vai tapar
os buracos da estrada para eu passar. Somos nós
que temos de fazer isto.
CANTINHO DE PSICOGRAFIA
Onde existir fé, existe amor, perdão e
paz.
Não esmoreçam, não estão só, estou
com vocês sempre. Centelha de luz, centelha de
amor, haverá sempre entre vocês. O amor
vence.
Deixai nascer em cada coração a
semente lançada em solo fértil. O trabalho está
apenas no começo.
Um abraço
Irmão Joaquim
SEGUIR EM FRENTE
Ergam a vossa cabeça, sigam em
frente. Não perturbem o vosso coração, vós
estais no caminho certo. Tudo se resolverá com
o tempo. Confiem em Deus. Não se maculem
por pouca coisa. Pensem mais em vocês. Todos
deverão
encontrar o próprio caminho.
Procurem se ajudar, se orientar e que cada um
percorra o caminho que melhor lhe aprouver.
Cada um tem o seu livre arbítrio e cada um
responderá pelos seus próprios atos.
Todos fizeram uma programação antes
de reencarnar. Aqueles que não fizerem a sua
parte, sofrerão as conseqüências. Todos têm
possibilidades de levar adiante a sua tarefa,
basta querer e se esforçar. É preciso trabalhar
e trabalhar e muito. O trabalho é um longo
caminho. Quanto mais se caminha, mais se
chega perto do objetivo proposto. Aqueles que
pararem na estrada, vão demorar mais tempo
para chegar ao final.
Baseiem-se sempre no Cristo. A sua
longa jornada começou aos 30 anos, mas
quando começou não parou mais. A sua
caminhada é o melhor exemplo para todos nós.
A nossa vida é uma luta contínua. Não
devemos deixar esta luta por nada. Façamos
uma reforma íntima sempre e constantemente.
Somos um diamante bruto e precisamos nos
lapidar sempre. Deus nos quer transformados
numa obra prima, mas para isto cada um
deverá ir se lapidando, deixando aparecer a
parte brilhante e cristalina que surgirá entre
vós.
Que Deus esteja sempre no meio de
vós.
Um espírito amigo.
-02HABITAÇÕES EM JÚPITER
(Continuação do n. anterior)
Em certas épocas do ano, acrescenta o
Espírito, em certas festas, por exemplo, verás aqui
o céu obscurecido pela nuvem de habitações que
vêm de todos os pontos do horizonte. É um
curioso ajuntamento de moradias esbeltas,
graciosas, leves de todas as formas, de todas as
cores, equilibradas em diversas alturas e
continuamente em marcha, faz-se o vácuo pouco a
pouco e todos esses pássaros somem.
Nada falta a essas moradas flutuantes,
nem mesmo o encanto da verdura e das
flores.Falo de uma vegetação sem exemplo entre
vós, de planta e até de arbustos que, pela natureza
de seus órgãos vivem, respiram, alimentam-se e
reproduzem no ar.
Diz ainda o mesmo Espírito: Temos
esses tufos de flores enormes, cujas formas e
nuanças nem podeis imaginar, e de uma tecitura
tão
delicada,
que
os
torna
quase
transparentes.Balançando-se no ar, onde largas
folhas as sustêm, providas de gavinhas
semelhantes às da videira, reúnem-se em nuvens
de mil tons ou se dispersam à feição do vento e
oferecem um espetáculo encantador aos
transeuntes da Cidade Baixa... Imagina a graça
dessas jangadas de verdura, desses jardins
flutuantes que nossa vontade pode fazer e desfazer
e que por vezes duram toda uma estação! Longos
rastilhos de lianas e de ramos floridos se destacam
dessas alturas e descem até o solo; cachos
enormes se agitam, sacudindo o perfume nas
pétalas que se destacam... Os Espíritos que
atravessam o ar param à sua passagem: é um lugar
de repouso e de encontro e, se se quiser, um meio
de transporte para terminar uma viagem sem
fadigas e em companhia.
Um outro Espírito estava sentado sobre
uma destas flores no momento que o evoquei.
Disse-me ele:
Neste instante é noite em Julnius e me
acho sentado à distância numa dessas flores do ar
que só se abrem aqui à claridade de nossas luas. A
meus pés dormita toda a ciência Baixa: mas sobre
minha cabeça e em volta de mim, a perder de
vista, só há movimento e alegria no espaço.
Dormimos pouco: nossa alma é muito
desprendida, de modo que as necessidades do
corpo não a tiranizam;
E a noite é feita mais para os nossos
servos do que para nós. É a hora das visitas, das
conversas longas, dos passeios solitários, dos
devaneios, da música. Só vejo moradas aéreas
resplendentes de luz ou jangadas de folhas e de
flores carregadas de bandos alegres... a primeira
de nossas luas ilumina toda a cidadã Baixa: é uma
luz suave, comparável á dos vossos luares; mas,
da margem do lago eleva-se a segunda, a dos
reflexos esverdeados, que dão a todo o rio o
aspecto de um vasto gramado...
É sobre a margem direita desse rio, cuja
água, diz o Espírito, dar-te-ia a impressão da
consistência de um vapor muito leve, que está
construída a casa de Mozart, cujo desenho de
Palissy teve a bondade de me fazer reproduzir
sobre cobre. Apresento aqui apenas a fachada do
lado sul. A grande entrada fica à esquerda,
olhando a planície; à direita fica o rio; ao norte e
ao sul estão os jardins. Perguntei a Mozart quem
eram seus vizinhos. Do lado de cima e do de
baixo, dois Espíritos que não conheces; mas à
esquerda apenas um grande prato me separa do
jardim de Cervantes.
A casa tem quatro faces, como as nossas,
mas seria erro considerar isto como regra geral. É
construída com uma certa pedra que os animais
tiram das pedreiras do norte e cuja cor o Espírito
compara aos tons esverdeados que por vezes toma
o azul do céu, ao por do sol. Quanto a sua duração
pode-se fazer uma idéia por esta comparação de
Palissy: “que ela fundir-se-ia sob a pressão de
nossos dedos humanos com a rapidez de um floco
de neve, posto seja uma das matérias mais
resistentes daquele planeta! Nessas paredes os
Espíritos esculpiram ou incrustraram estranhos
arabescos, que o desenho procura reproduzir. Ou
são ornamentos gravados na pedra e a seguir
coloridos, ou incrustrações feitas na pedra verde
por um processo atualmente muito em voga e que
mantém toda a graça dos contornos dos vegetais,
toda a delicadeza de seus tecidos, toda a riqueza
de seu colorido. Uma descoberta, acrescentou o
Espírito, que fareis um dia e que entre vós mudará
muitas coisas.
A grande janela da direita apresenta
Um exemplo desse gênero de ornatos: um de seus
bordos mais não é que um enorme caniço, cujas
folhas foram conservadas. O mesmo ocorre no
coroamento da janela principal, que afeta a forma
da clave de sol: são plantas sarmentosas enlaçadas
e petrificados. É por tal processo que eles obtêm a
maior parte dos coroamentos dos edifícios, os
portões, as balaustradas, etc. Por vezes a planta é
colocada na parede com as raízes, e em condições
de crescer livremente. Cresce, desenvolve-se, suas
flores se espalham ao acaso, e o artista não as
petrifica no lugar senão quando adquiriram todo o
desenvolvimento desejado para a ornamentação
do edifício; a casa de Palissy é quase que
inteiramente decorada por esse processo.
Inicialmente destinados só aos móveis,
depois aos batentes das portas e das janelas, esse
gênero de ornamento aperfeiçoou-se pouco a
pouco e acabou por invadir toda a arquitetura.
Hoje não são petrificados apenas as flores e os
arbustos, mas as próprias árvores, da raiz até a
copa; e os palácios, como outros edifícios
praticamente não têm outras colunas.
Uma petrificação da mesma natureza
serve também à decoração das janelas. Flores ou
folhas muito grandes são habilmente despojadas
de sua parte carnuda: não resta mais que um feixe
de fibras, tão finas quanto à mais fina musselina.
Cristalizam-nas; e destas folhas reunidas com arte,
constroem toda a janela, que apenas filtra para o
interior uma luz muito suave; também as
impregnam de uma espécie de vidro líquido e
colorido de todas as nuanças, o qual endurece ao
ar e transforma a folha numa espécie de vidraça.
Do arranjo dessas folhas nas janelas resultam
encantadores ramos transparentes e luminosos.
Quanto as dimensões dessas aberturas e a
mil outros detalhes que, à
-03primeira vista, podem surpreender, vejo-me
obrigado a uma explicação: a história da
arquitetura em Júpiter exigiria um volume inteiro.
Também desisto de falar no mobiliário, para me
restringir, aqui, à disposição geral da casa.
A ALMA TAMBÉM
Casas de saúde espalham-se em todas as
direções com o objetivo de sanar as moléstias do
corpo e não faltam enfermos que lhes ocupem as
dependências.
Entretanto, as doenças da alma, não
menos complexas, escapam aos exames habituais
de laboratório e, por isso, ficam em nós,
requisitando a medicação, aplicável apenas por
nós mesmos.
Estimamos a imunização na patologia do
corpo.
Será ela menos importante nos achaques
do espírito?
Surpreendemos determinada verruga e
recorremos, de imediato, à cirurgia plástica,
frustrando calamidades orgânicas de extensão
imprevisível.
Reconhecendo uma tendência menos
feliz em nós próprios é preciso ponderar
igualmente que o capricho de hoje não extirpado
será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade
em futuro breve.
Esmeramo-nos
por
livrar-nos
da
neurastenia capaz de esgotar-nos as forças.
Tratemos também de nossa afeição
temperamental para que a impulsividade não nos
induza à ira fulminatória.
Tonificamos o coração, corrigindo a
pressão arterial ou ampliando os recursos das
coronárias a fim de melhorar o padrão de
longevidade. Apuremos, de igual modo, o
sentimento para que emoções desregradas não nos
precipitem nos desvãos passionais em que se
aniquilam tantas vidas preciosas.
Requintamo-nos, como é justo, em
assistência dentária na proteção indispensável.
Empenhemo-nos de semelhante maneira,
na triagem do verbo para que a nossa palavra não
se faça azorrague de sombra.
Defendemos o aparelho ocular contra a
catarata e o glaucoma. Purifiquemos igualmente o
modo de ver. Preservamos o engenho auditivo
contra a surdez.
No mesmo passo, eduquemos o ouvido
para que aprendamos a escutar ajudando.
A Doutrina Espírita é instituto de
redenção do ser para a vida triunfante. A morte
não existe.
Somos criaturas eternas. Se o corpo, em
verdade, não prescinde de remédio, a alma
também.
(Chico Xavier – André Luiz)
A MENTE ATRAI O QUE PENSAMOS
Edward de Bono, o mestre do
Pensamento Positivo, conta-nos a seguinte
anedota:
Ele esteve internado numa universidade.
Ele tinha uma grande liberdade, mas tinha regras.
Deveria regressar a horas senão a porta fechar-seia.
Uma noite, flertou uma bonita e jovem
moça e não deu pelas horas passarem. E logo que
repara nas horas, ele ficou horrorizado porque era
1 hora e meia da manhã.
Como iria entrar no seu quarto?
Teve uma idéia. Havia uma grande
árvore cujos arbustos passavam por cima do
primeiro muro. Ao subir a árvore, ele poderia,
sem dúvida passar, e depois encontrar outra
maneira de atingir o segundo muro.
Ele sobe à árvore, ao saltar o primeiro
muro cai brutalmente, rasga as roupas, fica com
arranhões nas pernas e com as mãos
ensangüentadas.
Veja os dois muros. Ele decidiu fazer
essa volta para encontrar um ponto com menos
resistência. Ele volta e volta, e chega perto da
entrada. Parece-lhe ver... não, não pode ser!
Portanto Sim: as portas estão abertas!
As portas estão abertas e sempre
estiveram. Naquela noite, esqueceram-se de as
fechar...
O pensamento negativo complica-nos
muitas vezes e consideravelmente a vida. Antes de
imaginar o pior, imagine... o melhor!
(www.clube-positivo.com)
O ANACORETA RESPONDE:
Uma boa equipe de médiuns resolve qualquer
problema de desobsessão?
Não. Se houver desobediência espiritual nesta
equipe, ela nada conseguirá. Tudo acontece pela
vontade de Deus.
O processo Jurídico de Jesus foi correto?
Não. Jesus era Judeu e jamais poderia ser
condenado pela Justiça romana, portanto mesmo
que Jesus estivesse errado, seus julgadores
abusaram do poder.
Existe a felicidade plena na terra?
Sim. Quando não se tem nenhum débito mais a
pagar, o ser adquire a felicidade plena, mesmo
encarnado. É o caso dos grandes missionários.
Qualquer pessoa pode começar uma vida
plenamente espiritual?
Não. Para uma vida plenamente espiritual é
necessário uma moral irrepreensível. O homem
precisa, primeiramente tratar de melhorar
plenamente sua parte moral.
Qual é a maior felicidade do casal?
Quando houver a realização dos filhos. Quando
virem seus filhos felizes.
Qual é o maior dos pecados?
O suicídio.
Haverá perdão para o suicídio?
Deus jamais condenou alguém. Nós é que nos
condenamos. O suicida voltará em uma outra
existência, talvez em piores situações para
superar o que fez e não falhar de novo.
O que nos diz do aborto?
A provocação do aborto é indigno ao ser
humano. Precisamos respeitar o nosso Deus.
Como é que vamos tirar a vida de um ser
totalmente indefeso? É a maior covardia na face
da terra.
Quando morrermos vamos direto para o céu?
Que fizestes de tão importante para ter enorme
regalia? Pensas que 100 anos de caridade, vai
cobrir os outros 1000 anos de farra?
Vamos direto para o inferno então?
Não fizestes nada de bom na terra? O
-04inferno só existe na cabeça de alguns medrosos.
Passarás por um mundo um pouco estranho,
mas não tão ruim assim. Estais na terra para
criar seu próprio caminho futuro, portanto
trabalhe mais e não se preocupe com o futuro.
Chegarás lá.
(Panfletário Anacoreta)
ABRAÇOS
É impressionante o que um abraço pode fazer,
Um abraço nos anima a continuar a viver,
Um abraço pode nos transmitir o amor de um
amigo
Ou dizer:”ainda que vás, estarei contigo”
Um abraço diz: que bom, você voltou!”
“Que bom te ver!”, “ por onde você andou?”
“Que saudades sinto de ti”, “podes contar
comigo”,
“Eu te amo”.
Um abraço consola uma criança chorar
É o arco-ires depois da chuva passar.
Um abraço , meu amigo, pode crer
Que sem ele ninguém poderia viver.
Como são animadores os abraços!
Abraços são ótimos para pais, mães e amigos,
São um ato de amor entre irmãos e irmãs.
E é bem capaz de que certas tias favoritas
Os considerem uma das coisas mais bonitas.
Gatinhos os implora, cachorrinhos os adoram.
E nem os chefes de estado os ignoram.
Um abraço quebra a barreira da linguagem
E compensa qualquer outra desvantagem.
Não se preocupe em poupar,
Quanto mais der mais vai ganhar.
Então olhe para alguém ao seu lado,
E dê-lhe um abraço bem apertado.
(Equipe da Gerência de Projetos de Atenção à
criança de 0 a 6 anos)
DIVALDO RESPONDE
PALESTRA PROMOVIDA
ESPIRITISMO
PELO
IRC-
Safiri - Senhor Divaldo, as pessoas
neste final de milênio, têm buscado uma
explicação para os caminhos que a vida
percorre, os efeitos que, sabemos, são causados
por nossas próprias ações, bem como o
bálsamo para as feridas, nas palavras
consoladoras do Espiritismo. Baseado nesses
fatores, como você vê a difusão do Espiritismo
através de um novo meio: a Internet?
Vivemos o momento da informática, que
vem diminuindo os espaços terrestres para tornar
o nosso planeta um campo de semeação para
todos. A Internet, neste momento, é um dos
veículos de maior significado para a divulgação
de tudo quanto constitui avanço do conhecimento.
O Espiritismo, obviamente, não pode ficar à
margem de uma conquista tão significativa. Para o
nosso movimento, a divulgação via Internet é de
superior qualidade. Portanto é de fundamental
importância.
Nadja – A figura do Cristo tem
causado uma certa polêmica no meio espírita e
alguns segmentos afirmam mesmo que Jesus é
um entrave à divulgação dos princípios
espíritas em outros países (principalmente os
de tradição não cristã, como os do oriente). O
que pensar disso?
É de surpreender que alguém que se
intitula espírita rejeite o modelo que Deus nos
ofereceu para servir-nos de guia, conforme consta
na questão 625 de “O livro dos Espíritos”. O
Espiritismo, conforme acentua Allan Kardec é o
revivescimento do pensamento cristão, conforme
foi apresentado e vivido por Jesus e por seus
discípulos. Se nos recordamos do capítulo 6 de “O
Evangelho segundo o Espiritismo”, “O Cristo
Consolador”, no item 5, poderemos sentir a
grandiosidade do sentido cristão do Espiritismo:
“Espíritas, amai-vos, este o primeiro ensinamento;
e instruí-vos, este o segundo. O Espiritismo possui
todas as verdades do Cristianismo, que nele se
encontra. Os erros são dos homens. O alémtúmulo que consideráveis o nada, faz com que
retornemos para dizer que Jesus é o vencedor do
mal, sede vós os vencedores da impiedade”.
Obviamente, se o Espiritismo perder o seu sentido
cristão, ele permanecerá uma bela doutrina de
confirmação científica, à semelhança da
metapsíquica e da parapsicologia, sem o grande
conteúdo moral que foi a base essencial da
proposta de Allan Kardec.
Luno – Também se questiona, no
movimento Espírita, se o Espiritismo é religião.
O Espiritismo é uma religião?
Segundo Allan Kardec, o Espiritismo não
é uma religião formal, porque não tem culto,
cerimonial, sacerdócio organizado, rituais e
símbolos. Do ponto de vista filosófico, o
espiritismo é religião, porque assenta suas bases
naquelas que constituem elementos essenciais de
todas as religiões: a crença em Deus, na justiça
divina, na intercessão através da oração. Portanto,
fundamentos de todas as doutrinas religiosas. Sob
esse aspecto o Espiritismo é religião e não
conforme o conceito ancestral de uma religião,
qual a ortodoxia dos nossos irmãos do passado
nos ofereceu. Portanto, o aspecto religioso do
Espiritismo está inserto na própria conduta de
Allan Kardec, que retornando de além-túmulo, nas
mensagens que deu na Sociedade Espírita de
Paris, asseverou o amor, a necessidade da oração,
da tolerância, portanto fundamentos de qualquer
proposta religiosa.
Luno – Neste final de milênio, onde
tanto se aplaude o cientificismo e a razão, o que
os espíritas devem privilegiar?
Em uma harmonia de conteúdos, o
mundo tem crescido graças à contribuição da
ciência e da tecnologia. Não obstante, a criatura
humana encontra-se vazia de paz, perturbada
pelos conflitos internos, aturdida no báratro da
insatisfação. O Espiritismo não é uma ciência
convencional. Como disse o Codificador: utilizase da metodologia quantitativo-qualitativa da
comunicação, mas tem características muito
especiais. Apresentando uma proposta filosófica
de conseqüências da harmonia do conjunto, do
conteúdo com que o codificador no-la ofereceu
para um melhor comportamento e maior plenitude
de nós todos.
Maria Sugiyama e Dirce
-05yamagishi – Somos um grupo que mora no
Japão e queremos fundar um grupo de
evangelização infantil. Podemos dar o nome de
Joanna de Angelis a esse grupo?
Acredito que a benfeitora se sentirá
profundamente sensibilizada por ter seu nome
evocado por um grupo de corações heróicos que,
nas terras abençoadas do sol nascente, está
tentando implantar a evangelização espírita
infanto-juvenil. Embora não possa responder por
ela, mas por conseqüência, face ao número de
instituições que lhe preserva o nome no
sentimento de amor e gratidão, acredito que seria
para ela um convite direto para que inspire e
colabore com nossos amigos em tão elevado
mister.
Nadja – Na divulgação do Espiritismo
no mundo, o que o espírita deve levar como
maior contribuição aos outros povos?
O exemplo. A conduta é de relevante
importância. Porquanto teorias belas, a
humanidade as tem em grande quantidade, mas
nem sempre foram capazes de transformar os seus
idealistas. O Espiritismo como doutrina é perfeito.
O espírita, entretanto, para demonstrar essa
excelência, deve viver de acordo com os
postulados estabelecidos, demonstrando a outrem
que não traz apenas uma idéia, mas um fato
consumado em sua vivência, que transformou sua
vida para melhor, tornando-o uma lâmpada acesa
na noite da atualidade.
Nadja – como apaziguar o coração
neste final de milênio, diante de tantas aflições:
a família que nos atormenta, as facilidades que
nos seduzem e as muitas dificuldades no campo
moral?
Através do auto-conhecimento. Aquela
questão 919 de “O livro dos Espíritos”: “Um sábio
da antiguidade já vo-lo disse: conhece-te a ti
mesmo. Se o indivíduo não realizar um mergulho
em seu mundo íntimo, para superar as paixões, os
adversários, e terminar por fruir de paz a
plenitude, naturalmente perder-se-á no tumulto
que o cerca. O Evangelho nos fala do amor a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo. Este auto-amor é fundamental para
compreender a família, para ter paciência. Não
impor, expor; lecionar pelo exemplo e
compreender que não poucas vezes a família é um
desafio reencarnacionista. E estamos diante de
uma proposta que devemos dignificar pelo
exemplo. A paz somente nos virá quando
realizarmos um auto-encontro para produzir o
encontro com Jesus. Está no Evangelho: de que
nos adianta conquistar todo o mundo e perder a
alma? A nossa preocupação de transformar os
outros, fazer os outros felizes, sem estar em paz, é
muito respeitável mas é improfícua.
POEMAS DO PROF. HENRIQUE
MENSAGEM DE ESPERANÇA
Ainda que seu corpo se torne em alimento
Ainda que sua alma tenha que retornar
Ainda que seja preciso viver em outro mundo
Vá, trabalhe e confie e reviverás
Nas alegrias para um ser que é...você.
Faça de você uma alma sublime e honesta
Humilde e de um coração nobre
Dê sempre de você, mesmo que não o receba.
Ame sempre, mesmo que não seja amado
Faça refletir em você a imagem de seu sorriso
Alegre-se na esperança de um melhor porvir.
Dê um sorriso a uma criança que chora
Faça a caridade que sempre puder
Comece a ensinar o pouco que aprendeu
Acautele-se na esperança da preservação.
Se não puder fazer o bem, não faça o mal
Se não puder dar um pão, não jogue uma pedra
Se for tirado do emprego, não se lastime
Vá em paz e você será outra vez admitido.
Você não tem sapatos? – Alguém não tem pés
Sua mão está fraca? – Alguém não tem mãos
A sua competência formará a sua pessoa.
MENSAGEM
Mensagem:
De paz e de amor a você que vive
De alegria e prazer a você que é triste
De sorrisos e encantos a você que chora.
Mensagem:
De fé, de esperança a você que é céptico
De força e coragem a você que trabalha
De força e vigor a você que luta.
Mensagem:
De esperança e compreensão a você que ama
De recompensas e gratificação a você que se
esforça
De lucro e ganhos a você que batalha.
Mensagem:
De carinho e amor a você que entende
De sorrisos e beleza a você que vive
De recompensa total a você que dá o máximo de
si.
Mensagem:
De prazer e alegria a você que trabalha
De gratidão a você que ajuda
De recompensa a você que ensina.
Mensagem:
De paz a você que ajuda
Que orienta, que enxuga lágrimas
De satisfação a você que conforta.
Mensagem:
De fé em um mundo melhor
Sem dores, sem sofrimento
Onde todos praticam e recebem o amor.
Mensagem:
De ter uma boa vida no outro mundo
Após ter cumprido a sua tarefa
De ter socorrido tantos perdidos.
Mensagem:
De viver contente com todos os irmãos
O mais forte ajudando o mais fraco
Para a grande luta que continua.
Mensagem:
-06De poder retornar e reparar os erros
A meta estabelecida pelo plano superior
E ajudar na espiritualidade de toda a humanidade.
PRECE CONFORTADORA
Oh! Deus do mais alto do céu!
Ouvi-nos neste momento
Consolai-nos, Senhor, no grande momento de
expiação
Fazei justiça, Senhor, a quem tem sede dela
Curai os enfermos dos hospitais, das celas
Dos hospícios e do mundo inteiro.
Daí, senhor, o bálsamo consolador a quem chora
A quem tem fome, Senhor, fortificai-o
A quem tem sede, Senhor, aliviai-o
Aos cépticos, Senhor, abri-lhes o coração.
Daí a paz, Senhor, a todos os seres viventes
Aos tristes daí, Senhor a alegria
Aos infelizes, daí, Senhor a felicidade.
Não deixeis privado do saber, Senhor
Ao homem que tem sede de sabedoria.
Aos que lutam para realizar seus sonhos
Fazei, Senhor, que alcancem seus ideais
Daí a paz, exterminai a guerra que nos massacram
Daí-nos a você atenção e misericórdia
Não nos abandoneis, Senhor
Não nos deixeis mergulhados nas chamas da
solidão
Iluminai-nos, senhor, na vossa santidade
Nós, prostrados perante vós, pedimo-nos, Senhor
Perdoai-nos e enchei-nos o coração
De alegria, paz e amor na vossa glória para
sempre.
A ESTRADA
Depois da labuta do dia-a-dia
Depois do sofrimento e do cansaço
Eis que vi o espírito que subia
Percorrendo muitas léguas no espaço.
Vagando pelas plagas tão distantes
Eis que me encontrei em outro lugar
Onde a vida que levo neste instante
Em nada se poderia assemelhar.
O lugar era de outra existência
Eu me lembro bem:havia uma estrada
Tortuosa, subia um morrinho.
Não mais havia estrada ou caminho
Para Deus, Gritando eu pedi clemência
E por que fui ali naquela estrada?
de 0,50 e todos os comes e bebes também estavam
nesta faixa.
A festa rendeu um total de R$ 703,00 e
serviu para cobrir um pouco da dívida que está
sendo aplicada na construção do lar.
Para o próximo ano a festa já está
programada para os primeiros dias de junho e
haverá uma programação bem maior. Uma coisa é
certa: a entrada será livre.
DESPESAS DE JULHO
Luz
55,00
Jornalzinho
25,00
Pedreiro/servente
517,00
Ferro/açofer
443,39
2 mil tijolos
400,00
Cimento/Cal
186,30
Areia
110,00
Tubos/fios
180,00
Conserto do monitor
120,00
Plástico – livros inf.
20,00
Fitilho
1,35
Interrutor/lixa
11,75
Copos/embalagens/pipoca
7,80
Material para artesanato
23,00
Cartucho
25,00
Tubo soldável
11,15
Prego
5,00
Sacos/balas
10,45
Resma de papel
11,00
Canetas
6,00
Papelaria Coxipó
26,00
2.295,19
ENTRADA
Mensalidade/Luz/Inform
Venda da TV velha
Rifa de 2 toalhas
II festa Julina
215,50
132,00
268,00
703,50
1 319,00
2 295,19 – 1 319,00 = 876,19
Saldo negativo = 876,19
NOSSA FESTA JULINA
Pelo 2o. ano realizamos a nossa festa
julina. Neste ano as coisas melhoraram um pouco.
Houve a participação de muita gente, muitos pais
que aqui nunca vieram. O espaço foi todo tomado
pelas crianças que estavam todos animados.
Houve de tudo um pouco em nossa
festança: Pescaria, caixinha de segredo, torpedo,
casamento, baile caipira, espetinhos, cachorro
quente, sarapatel, bolos diversos, pipoca,
refrigerante, picolés e outros.
A portaria foi cobrada ao preço mínimo
DESPESAS DE AGOSTO
Luz
55,00
Jornalzinho
30,00
Tábuas para mesa computador
13,00
Conserto da impressora
70,00
Compra de 2 cartuchos
85,00
Uma semana de pedreiro
150,00
Uma semana de servente
75,00
Uma semana de pedreiro
150,00
2 dias de servente
30,00
Cimento/cal
87,80
Cimento/cal
90,80
Arame/pré cozido
Carimbo
Bomba de bola
Bolo da Carla
Bolo da dona Ivete
Livraria renascer
5,50
10,00
12,00
7,00
7,00
116,00
994,10
ENTRADA
141,00
SALDO NEGATIVO DE 853,10
DOAÇÕES RECEBIDAS EM JULHO
74.Parquinho infantil
Jorge
75.Alguns livros
Rose
76.Alguns livros
Carlos
77.Um milheiro tijolo
Henrique
DOAÇÕES RECEBIDAS EM AGOSTO
78.60 kilos de peixes
FEEMA
79.Um milheiro tijolo
Henrique
80.Parquinho infantil
Jorge
81.3 gangorras
Nilson
82.Jogo de damas
Henrique
83.Jogo de botões
Henrique
84.Mesa de tênis
Henrique
- 07 85,Jogo de bimbolim
Henrique
86.Alguns livros
Shirlene
87.Jogo de 7 Marias
Henrique
88.Tapete dançante
Henrique
O NOSSO LAR
Quando fundamos o nosso lar tínhamos
um projeto para trabalhar com 30 crianças.
Completamos agora 2 anos de atividades e nossas
crianças triplicaram. Já aumentamos muito o
espaço e já está ficando pequeno de novo. Entre
todos os alunos de nosso lar temos:
Crianças de 2 a 5 anos
14
Crianças de 6 a 8
23
Crianças de 9 a 12 anos 35
Acima de 13 anos
15
Est. da doutrina Espírita 24
111
A nossa freqüência semanal fica em
torno de 90 alunos somando-se os evangelizandos
das 2as. Feiras.
Temos algumas dificuldades no campo
de trabalhadores. Por aqui já passaram muitos
trabalhadores, mas cada um vai pendendo para um
lado, de forma que temos falta neste lado, temos
apenas 17 trabalhadores. Novos pessoas estão
chegando e esperamos que continuem conosco por
um bom tempo.
O dia da criança será comemorado em
nosso lar a 16 de outubro próximo. Estaremos
inaugurando a primeira parte definitiva do lar: o
parque infanto-juvenil. Estão sendo instalados os
parquinhos, os brinquedos, os joguinhos, a área
está sendo construída. São 110 metros de área
coberta, livre do sol e da chuva, onde a criança e o
jovem pode se divertir a vontade com brincadeiras
saudáveis e próprias para a idade deles. Temos
lutado muito para esta construção. O espaço
também servirá para evangelização, já que não
temos salas suficientes. Estamos confiantes em
Deus e tudo vem dando certo até o momento. Que
o bom mestre nos ajude sempre!
O CAMINHEIRO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
ANO II N. 21 SETEMBRO DE 2004
LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ
RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA
EDITORIAL
A história se repete. O ser humano evolui
lentamente. Existem pessoas que têm a cabeça
dura e não conseguem se melhorar muito. Por
mais que estudem, trabalhem, sofram, continuam
suas mazelas de sempre. Em pleno século XXI
não era mais para existir guerras entre os homens,
mas se olharmos bem, as guerras existem e em
maiores quantidades. Quantas pessoas morrem no
Brasil todos os dias por causa das drogas,
latrocínios, violências diversas, bebedeiras. São as
mazelas que continuam a nos azucrinar as mentes.
Os templos religiosos quase sempre estão
vazios, mas se passarmos perto dos bares,
lanchonetes, danceterias, todos estão superlotados. Como é que o homem vai se melhorar se
não procura a melhora. Como é que o doente vai
se curar se não procurar se curar, nem tomar os
remédios necessários?
Cada ser humano deve analisar a si
mesmo e ver o que ele está fazendo para retirar a
parte imprestável do seu espírito. Será que
também estamos contribuindo para a lenta
evolução do mundo? Vamos abrir as nossas
mentes: já fiz uma fofoquinha, mesmo que seja
pequena? Já menti algumas vezes? Já gritei,
xinguei, disse alguns palavrões a algum membro
de minha família ou vizinhos? Já guardei aquele
troquinho a mais que me deram na quitando do
vizinho? Já tive algum orgulho? Já disse que
alguém estava fedendo, com roupa rasgada? Já
deixei de orientar alguém, esclarecer, mostrar um
caminho, fazer uma pequena caridade? Já fiquei
nervoso, agitado e chutei alguma coisa com raiva?
Já tive desejos por aquela moça, mulher, ou
homem que passou por mim? Quantas vezes faltei
com meus compromissos? Quantas vezes faltei
em meus cultos religiosos semanais? Quantas
vezes já orei por mês pedindo a bênção por mim,
por minha família e por todos aqueles que sofrem?
E assim se formos analisar Tim-tim por
Tim todas as nossas falhas iremos muito longe.
É preciso que todos nós lutemos muito,
muito mesmo para ir retirando todos os pontos
negativos de nossas vidas. Só assim estaremos
contribuindo para o nosso bem e para o bem de
todos que caminham conosco e um dia estaremos
todos reunidos numa mesma família: a família de
Cristo.
CANTINHO DAS PSICOGRAFIAS
Persistência, paz, abrigo, luz, isso
encontramos aqui. Sossego, silêncio, um
jardim, alegria, somos tão carentes desses
sentimentos, mesmo que seja apenas um com o
pensamento de amor, tudo se transforma para
o bem.
Não pense no dia de ontem, agradeça
pelo dia de hoje e abençoe o amanhã.
Irmão Leônidas – o amigo de sempre
Irmãos, boa noite a todos. Estou aqui
para informar a vocês que estão no caminho
certo. Deus abençoe vocês. Treinem mais,
treinem com freqüência. Não censurem e
evitem fazer críticas a qualquer membro do
centro. Quando precisarem chamar a atenção
de alguém, falem em particular. O caminho
está aberto para vocês. Continuem a se
aprimorar mais e Deus abençoe a todos. Boa
noite.
Aloísio Ribeiro Mattos.
Que a paz do Senhor esteja sempre
convosco, meus irmãos.
Aprender a ser humilde é a primeira
lição do Espírita. Enquanto houver orgulho, o
espírita não está preparado. Dedicar-se com
amor e carinho à causa espírita, eis um grande
mandamento. Trabalhar assiduamente é
responsabilidade de todos. Estudar sempre e
por em prática o que aprendeu é seguir as
pegadas do mestre. Dialogar francamente com
os colegas de trabalho já é ter grande
entendimento. Ajudar o colega de trabalho a
cumprir a sua missão é a maior das caridades.
Não há vitória sem luta, nem progresso sem
trabalho. A calma e a paciência são as mestras
de nossas vidas. A estrada é longa, mas só se
chegará ao fim se marcharem tenazmente. Se
ficarem observando os buracos da estrada, um
dia cairão neles. Olhem
- 02 sempre para frente e não para os lados. Sentirse-ão felizes quando atingirem o ponto final.
Irmã Zenilda
HABITAÇÕES EM JÚPITER
(Parte final)
Depois do que procede, o leitor deve ter
compreendido que a casa do continente não deve
ser para o Espírito mais que uma espécie de
pousada. A cidade Baixa quase que só é
freqüentada por Espíritos de segunda categoria,
encarregados dos interesses planetários, da
agricultura, por exemplo, ou das trocas e da boa
ordem que deve ser mantida entre os serviçais.
Assim, todas as casas que estão no solo,
geralmente dispõem do rés-do-chão e do
pavimento superior: um destinado aos Espíritos
que atuam sob a direção do senhor, e acessível aos
animais, o outro, reservado unicamente ao
Espírito, que aí apenas mora ocasionalmente. Eis
o que explica o fato de vermos nas diversas casas
de Júpiter, nesta, por exemplo, como na de
Zoroastro, uma escadaria e uma rampa. Aquele
que rasga a água, como a andorinha, ou que pode
correr sobre as hastes do trigo sem as curvar,
passa muito bem sem a escadaria e sem a rampa
para penetrar na sua casa; mas os espíritos
inferiores não têm o vôo tão fácil: só se elevam
aos solavancos e nem sempre a rampa lhes é
inútil. Enfim, a escadaria é de absoluta
necessidade para os animais serviçais, que apenas
andam como nós. Estes últimos também possuem
seus pavilhões, aliás muito de nossos edifícios
terrestres e das quais diferem inteiramente na
parte superior.
Esta se distingue por uma originalidade
que seríamos absolutamente incapazes de imitar.
É uma espécie de flecha aérea que se balança ao
alto do edifício, acima da grande janela e de seu
coroamento original. Este gávea delicada,
facilmente deslocável, destina-se entretanto, no
pensamento do artista, a não sair do lugar que lhe
é destinado porque, sem repousar em coisa
alguma no frontão, completa-lhe a decoração.
Lamentavelmente a dimensão da prancha não lhe
deu lugar.
Quanto à morada aérea de Mozart, cabe
aqui apenas constatar a sua existência: os limites
deste artigo não permitem que me estenda sobre o
assunto.
Não concluirei, entretanto, sem me
explicar, de passagem, sobre o gênero de
ornamentos que o grande artista escolheu para a
sua morada. É fácil encontrar-lhe a lembrança em
nossa música terrestre: a clave de sol é ali repetida
com freqüência e – coisa original – nunca a clave
de fá! Na decoração do rés-do-chão encontramos
um arco de violino, uma espécie de tiorba ou
bandolim, uma lira e uma pauta de música. Mais
acima há uma grande janela que lembra
vagamente a forma de um órgão; as outras têm a
aparência de grandes notas, mas as notas pequenas
são abundantes por toda a fachada.
Seria erro concluir que a música de
Júpiter seja comparável à nossa e que se
represente pelos mesmos sinais. Mozart explicou-
se sobre isto, de maneira a não deixar dúvidas:
mas, na decoração de suas casas, os Espíritos
lembram a missão terrestre que lhes deu o mérito
da encarnação em Júpiter e que resume
magnificamente a feição de sua inteligência.
Assim, na casa de Zoroastro são os astros e a
chama, todos os elementos decorativos.
Ainda mais, parece que esse simbolismo
tem suas regras, e seus segredos. Todos esses
ornamentos não se dispõem ao acaso: têm sua
ordem lógica e sua significação precisa: mas é
uma arte que os Espíritos de Júpiter renunciam a
nos fazer entender, ao menos até agora; e sobre
isto não se explicam de boa vontade. Nossos
velhos arquitetos também empregariam o
Simbolismo na decoração de suas catedrais. A
Torre de São Tiago é um poema hermético, se
dermos crédito à tradição. Nada há, pois, para nos
admirarmos da originalidade da decoração
arquitetônica em Júpiter: se ela contraria as nossas
idéias sobre a arte humana é que, na verdade
existe um abismo entre uma arquitetura que vive e
fala, e uma alvenaria como a nossa, que nada
exprime. Nisto, como em tudo o mais, a prudência
nos evita esse erro do relativo, que tudo quer
referir às proporções e aos hábitos do homem
terreno. Se os habitantes de Júpiter morassem
como nós, comessem, vivessem, dormissem e
andassem como nós, não haveria muita vantagem
em ir para lá. É porque o seu planeta difere muito
do nosso que desejamos conhece-lo e sonhamos
com ele como nossa futura morada.
Por mim, penso que não perdi o tempo e
seria muito feliz por me haverem os Espíritos
escolhido para seu intérprete, se os seus desenhos
e as suas descrições inspirarem a um só crente o
desejo de subir mais rapidamente para Júpiter e a
coragem de tudo fazer para o conseguir.
Victorien Sardou
O PAGAMENTO
Um grupo de 4 espíritos se reuniu no
espaço e resolveu nascer juntos para se acertarem
definitivamente e com isto pagarem seus débitos
do passado que vinham trazendo por longas
existências.
Um deles seria o pai e os outros três
filhos. Dessa vez fariam tudo certinho, de modo
que todos evoluiriam muito bem a ponto de um
não dever mais nada ao outro. Tudo pronto, tudo
resolvido, começaram então os nascimentos.
Veio primeiro o João. Nasceu numa
família boa, bem abastada, não lhe faltava nada,
teve boa educação, bons estudos e tudo de que
precisava para levar a vida para frente e ter uma
boa família.
Casou-se o nosso amigo João. Sua
mulher era também uma boa pessoa, estudada,
tinha uma boa educação. Estava tudo pronto para
levarem uma boa vida futura.
Começaram então as reencarnações dos
espíritos. Veio primeiro o Manoel. Nasceu forte,
sadio. Era o mimo da família. Começou a sua
educação. O menino crescia rapidamente. Parecia
que tinha uma calma muito grande. Se intertia
com tudo, brincava, sorria, fazia os pais ficarem
todos contentes. Os pais ficaram maravilhados
com os progressos do filho, já que tudo estava
bem, o casal se preparou para receber o segundo
filho. E veio o segundo. Nasceu forte, sadio.
Tornou-se o mimo da casa. O Manoel começou
com as encrencas. Vivia chorando,
resmungando, quebrava as coisas, fazia birra.
- 03 Procurava chamar a atenção de todos os modos.
Não gostava do irmãozinho José de jeito nenhum.
Parecia ter um verdadeiro ódio pelo irmãozinho.
Mas foram convivendo, todos admiravam as
crianças, diziam que aquilo era ciúme, que com o
tempo aquilo iria passar. Era questão de tempo.
Mas o tempo foi passando e as coisas foram
piorando cada vez mais. Procuraram um psicólogo
que encheu os pais de conselhos e acabaram não
resolvendo nada. As brigas continuaram. O
Manoel não gostava do José e assim foram
crescendo com as pequenas briguinhas de casa.
A mulher ficou grávida novamente. Veio
o 3o. filho, nasceu e cresceu forte e sadio. O
menino começou a crescer e receber todo o
carinho dos pais. As coisas se complicaram para o
Manoel. O ciúme dele aumentou ainda mais e as
brigas também. O José também partiu para o
ciúme e as coisas foram se complicando. O Bruno,
coitadinho, era o alvo das brigas dos dois.
Os pais procuraram todos os meios
possíveis de resolver aquelas maldades entre os
filhos. Era briga por todos os lados, de modo que
os pais não podiam fazer nada. Passavam o tempo
todo tomando conta dos filhos, caso contrário
poderiam até se matar.
O Manoel, o José e o Bruno não se
davam. Pareciam ser três inimigos. Aquele senso
de maldade e vingança imperava entre os três e
nada fazia com que eles mudassem de postura.
Manoel e José brigavam muito e o Bruno
como era o menor, passou a ser o fuxiqueiro.
Levava tudo o que os dois faziam para o pai e
acabavam apanhando dos dois maiores por isto.
As rixas foram continuando, sem uma solução.
Um dia mudou-se para perto deles uma
família. Veio junto uma moça muito bonita
chamada Joana. Manoel e José se apaixonaram
pela Joana, mas ela deu preferência a José.
Começou um namorinho entre eles, mas Manoel
dava em cima de Joana direto. Queria a moça de
qualquer forma.
Bruno acabou sendo o leva e traz das
fofocas. Uma hora ia a José e dizia coisas de
Joana, outra hora ia a Manoel e dizia coisas
também. Os pais ficavam desesperados porque as
brigas estavam crescendo a pontos críticos. Como
eles moravam na fazenda, temiam que poderia
acontecer alguma coisa mais grave. E acabou
acontecendo.
Um dia José foi para a casa de Joana e
estava lá namorando com ela. Bruno que estava
por perto foi contar a Manoel. Este não tolerando
mais, pegou um revólver e foi lá. Disse uma série
de verdades e começaram a lutar. Manoel acabou
atirando em José. O tiro pegou no estômago.
Assim mesmo José tomou o revólver de Manoel e
acabou matando-o ali mesmo. Indo ao hospital,
José também não resistiu. Os dois morreram.
Foi um desgosto para a família e o pai
perguntava o que ele tinha feito para merecer
aquilo.
O pai veio a falecer e lá na
espiritualidade começou a entender algumas
coisas. Não encontrou nenhum dos filhos e pediu
a Deus que lhe explicasse porque tudo aquilo
aconteceu com ele. Foi então lhe mostrado todos
os detalhes.
José foi Márcia na existência anterior.
Gostava de Jonas(Manoel). Jonas era apaixonado
por Márcia e tudo fazia por ela. Tratava-a sempre
com muito amor e carinho. Não lhe deixava faltar
nada. E como tudo parecia dar bem, acabou
casando com ela.
Bruno se chamava Felipe na existência
anterior. Era irmão de Márcia e não queria o
namoro, nem a amizade com os dois. Achava-os
pessoas muito ruins, péssima companhia, de modo
que ele ficava fazendo fofoca a seu grande amigo
Tadeu. E um dia ambos planejaram o fim dos
dois. E foi o que fizeram. Planejaram um passeio
entre os 4 e Tadeu com Felipe acabaram matando
Márcia(José) e Jonas(Manoel). Ali mesmo eles
enterraram os dois.
A existência futura era para os 4 se
acertarem, mas a história se repetiu e eles
fracassaram de novo.
As reencarnações são oportunidades que
Deus nos dá para crescermos, para pagarmos
nossas dívidas e não repetir os erros do passado.
Infelizmente muitos caem nestes erros de novo e
fracassam sempre. Cristo mesmo disse para nós
estarmos sempre vigilantes, pois as tentações são
muitas e há muita tentação no mundo que pode
atrapalhar a nossa jornada. Devemos cultivar o
máximo de amigos nesta existência, pois só assim
estaremos saldando nossas vidas.
É preciso cultivar sempre a lei do Cristo:
AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU
VOS AMEI.
POEMAS DO PROF. HENRIQUE
NO MEU MUNDO
No meu mundo tudo será diferente
Para todos serem iguais.
No meu mundo não haverá manhãs,
Não haverá tardes, nem noites
Muito menos, dias
Só haverá auroras.
No meu mundo os animais viverão em paz
E não serão assassinados
Pelos canibais famintos.
No meu mundo não haverá negros
Muito menos brancos
Haverá apenas irmãos.
O dinheiro será abolido definitivamente
E em seu lugar virá a moeda amor.
Não haverá ricos nem pobres
Nem gananciosos nem famintos
Nem marajás nem funcionários
Somente operários do eterno.
No meu mundo as crianças já nascerão
Com vinte e cinco anos de idade
E os velhos não passarão
De vinte e cinco anos de idade
Pois a idade será uma e eterna.
No meu mundo não haverá ignorantes
Nem analfabetos nem doutores
Somente os entendidos no amor.
A preguiça deixará de existir
O trabalho será leve
-04Será uma fonte de prazer.
Os palavrões deixarão de existir
Carinho – amor – afeto – compreensão
Serão os palavrões de todo dia.
Ninguém irá a uma igreja rezar
Nem igreja haverá mais,
Pois todos serão igreja
E o Deus também será só um.
O meu mundo... O meu mundo será diferente
Para todos serem iguais
O meu mundo... o meu mundo
O meu mundo... será no outro mundo.
OS HOMENS ANIMAIS
Mataram um homem ali no bar agorinha mesmo
Não vão lhe comer a carne
Não vão lhe tirar o couro
Simplesmente o mataram.
Ele não bateu em ninguém
Ele não matou ninguém
Ele não roubou
Ele não estuprou.
Simplesmente o mataram
Mataram... porque tinham um arma na mão,
Vejam só... e dizem que o homem
É o mais inteligente dos animais.
Em que habitat chegamos a ver
Um animal cometer um crime como este?
Já repararam no burro como ele é?
E o que dizer daquela vaca velha
Do cachorro rabugento
Da galinha piolhenta?
Os animais também têm defeitos,
Mas nenhum pune o irmão
Todos vivem em paz,
E se um mata o outro
É porque seu instinto diz
Que ele precisa se alimentar daquilo.
Os animais não olham defeitos
Somente as qualidades.
Os homens são exatamente o contrário
Nunca vêem uma qualidade no irmão
Vêem apenas uma série de defeitos
E é por um destes defeitos
Que ele mata o irmão
E isto pra dizer que o homem
“É o mais inteligente dos animais’.
O ENCONTRO FATAL
Toc toc Toc
Bateram na porta agora mesmo
Não tem ninguém na rua
Já é uma hora da madrugada
Minha mãe disse que não é para abrir
“pode ser a morte’.
Estava chovendo muito
Estava muito escuro
Ninguém soube quem bateu na porta
Não era deste mundo
Era do outro lado mesmo.
Ainda hoje reflito naquela passagem
Não da batida da porta,
Mas da mensagem da morte.
Todo mundo tem medo dela,
Porém todos vão ao encontro dela
E mais cedo ou mais tarde
Acabam encontrando-ª
Minhas irmãs tinham medo dela,
Mas já passaram por ela,
Minha mãe tinha medo dela,
Mas já passou pelos braços dela,
Meu pai tem medo dela
Também já está indo com ela
Eu tenho medo dela,
Mas não tenho outra saída.
Vivemos tranqüilamente
E nem pensamos na cuja,
Mas quando uma doença chega
A dita já vem na mente
E se houver um acidente
Não pensamos em outra coisa.
Para que ter tanto medo
De uma simples passagem da vida
Para um outro mundo
Que pode ser bem mais perfeito que este?
DOAÇÕES RECEBIDAS EM SETEMBRO
Mesa de computação
Henrique
Um milheiro tijolo
Jorge
Segundo jogo damas
Henrique
50 placas pré-moldado
Henrique
Dois balancinhos
Anônimo
Escorregador infantil
Anônimo
Dois porta refrigerantes
José Pompílio
Teclado computador
José Pompílio
Impressora Hp 610
Anderson
Impressora Xeror
Shirlene Luis Jorge
Freezer médio
Shirlene Luis Jorge
4 jogos de dardo
Henrique
2 jogos da velha
Henrique
Brinquedos masculinos
Anônimo
Brinquedos femininos
Anônimo
80 livros
Cardoso
20 livros
Rose
Brinquedos femininos
Henrique
DESPESAS DE SETEMBRO
Luz
55,00
Jornal
30,00
Vigas
528,00
Areia
110,00
3 estabilizadores
Cal/Cimento/Mat. Hidr
Pedreiro/servente
Som para a festa
Mat. De construção
Mat. Escolar
Brinquedos post-house
Pião
Aluguel dos cavaletes
Mat. Escolar
Bolas
Entrada
Mensal.de informática
Reciclagem de garrafas
Pedro
Jéssica
Mensalidade Henrique/Ivone
Ítalo
Yuri
Aktus/Max
Andrielli
121,80
360,60
711,50
30,00
210,40
155,40
67,00
27,00
70,00
57,10
40,40
2.517,10
143,50
20,00
62,00
5,00
5,00
14,00
2,50
15,00
10,00
10,00
143,50
2.517,10 – 143,50 =
Saldo Negativo de: 2.373,60
Tabela de despesas do ano 2004
Desp. Gerais Entrada Saldo negativo
Jan 228,20
74,25
153,95
Fev
270,19
140,00
130,19
Mar 371,60
105,00
256,60
Abr
519,80
101,00
429,80
Mai 1.271,80
102,00
1 169,80
Jun
212,80
84,25
128,55
Jul 2 295,19
1 319,00
876,10
Ago 994,10
141,00
853,10
Set 2 517,10
143,50
2 373,60
Total 8 588,78
2 210,00
6 279,98
- 05 DIVALDO RESPONDE
Caro Divaldo – Segundo algumas opiniões
espíritas, baseados na questão n. 853 que trata
da fatalidades se lê:
“Nada existe de fatal, na verdadeira acepção do
vocábulo, senão o instante da morte(...)”,
argumentam que no caso de um suicídio, o
momento da morte haveria de chegar de
qualquer forma. No entanto, o próprio Kardec
a um “rompimento prematuro” dos laços
perispirituais quando trata do suicídio em “O
céu e o Inferno” e no próprio “O livro dos
Espíritos”. No caso de suicídio, o momento da
morte determina uma fatalidade? A pessoa
desencarnaria de qualquer forma, de uma
maneira natural, naquele instante ou trata-se
de uma abreviação voluntária da vida? Como
entender essa aparente contradição?
Allan Kardec tem razão, porquanto no ato do
suicídio a morte tem o caráter biológico, sem que
isso signifique a desencarnação. Já que o espírito
fica vinculado aos despojos materiais por largo
período até que o fluído vital que o deveria manter
até o momento da morte natural irá diluindo-se
tranqüilamente ao tempo que propicia ao espírito
tormentos e dores inenarráveis. Eis porque a
antecipação pelo suicídio não tem este caráter da
fatalidade, nascer ou morrer, porque a pessoa
optou por antecipar este momento num ato de
rebeldia contra a vida.
Stone – Muitos afirmam que a reencarnação e
a pluralidade dos mundos habitados são idéias
que serão completamente aceitas depois de
uma grande e incontestável descoberta
científica, de uma forma que nem os mais
fanáticos detratores ou os mais ignorantes
poderão argumentar. Outros pensam que as
mudanças serão gradativas e a aceitação será
natural,
passando
até
quase
que
desapercebidas pelo crivo dos mais radicais.
Qual a sua visão e a da Espiritualidade maior
sobre o tema?
Os espíritos me têm dito que haverá
reencarnações coletivas de espíritos nobres que
irão significar agentes multiplicadores das
verdades espirituais. Eles estarão na ciência, na
tecnologia, no pensamento filosófico, na religião,
portanto, facultando campo para o entendimento
dos pilares da doutrina espírita que ainda sofrem
resistências acadêmicas e comportamentais. Desse
modo, a aceitação dos postulados da
reencaranação, como da pluralidade dos mundos
habitados se farão, naturalmente, pouco e pouco,
de acordo com o desenvolvimento da consciência
nos porvindouros dias da era nova.
Luno – O que mais nos resta fazer, quando
sabemos exatamente como devemos agir,
quando conhecemos com um sentimento
interior de desconforto e, muitas vezes, de
sofrimento intenso por coisas que, dentro da
nossa mente, segundo a nossa razão, já estão
entendidas e resolvidas de maneira lógica?
Porque nem sempre os nossos atos plenificam as
nossas emoções, conforme Allan Kardec. Há uma
predominância da natureza animal sobre a
espiritual, o que é resultado do nosso processo
evolutivo. Não obstante, esse vazio existencial
pode ser preenchido pelo exercício da
solidariedade que irá facultar-nos a libertação de
qualquer tipo de inquietude que permaneça em
nós.
Vera Cohim – Quando em processo de
gestação, poderá um espírito inferior
comunicar-se, inclusive ameaçando a futura
mãe que também não o aceita? Ou essa
permissão da comunicação só será possível aos
espíritos mais adiantados?
A comunicação espiritual pode dar-se em
qualquer período da vida fetal, sem que
caracterize estágio de evolução do Espírito. No
caso em tela, o adversário reencarnante pode
expandir as suas idéias perturbadoras que
lentamente irão sendo esquecidas, à medida em
que mergulham no corpo físico, o que está
perfeitamente expresso na antipatia que a futura
mãe externa em relação àquele que está
conhecendo. Por isso que o amor é o antídoto para
todos os males que afligem a criatura humana.
Piratespirita – O que acha do amor
incondicional? Algum espírito encarnado na
Terra pode amar incondicionalmente outro
espírito sendo tão imperfeito?
Sem dúvida. O amor incondicional é aquele que
aprendemos com Jesus e que tem norteado
incontáveis números de vidas. Encontramo-lo em
todos os campos do pensamento humano,
porquanto em toda parte o amor é alma da vida,
tornando-se incondicional quando se doa sem
pedir nada.
Aleph – Divaldo, como contemporizar a
doutrina espírita e a CUEE, em face das
divergências de entendimento da doutrina e
das práticas mediúnicas?
Quando uma informação seja dada por diferentes
médiuns que não se conheçam entre si em lugares
diversos e trouxerem o mesmo conteúdo
contemplamos a universalidade dos ensinos. Não
importa que as práticas sejam esdrúxulas e que as
reuniões mediúnicas tenham caráter nãodoutrinário, o importante é a informação em si
mesma, que provém de uma unica fonte geradora
quando, porém, as práticas mediúnicas
obedecerem ao delineamento apresentado pelo
codificador conforme exarado em “O livro dos
médiuns”, mais facilmente o CUEE se fará melhor
caracterizado.
Dourado – Divaldo – Existem as reencarnações
compulsórias? No caso dos xifópagos, podemos
entender como compulsórios ou como efeitos
das leis de ação e reação? Os espíritos
evoluídos podem auxiliar no cumprimento das
leis de ação e reação nos casos de reecarnações
de espíritos ainda pouco evoluídos?
Sem qualquer dúvida. Na xifopagia, no entanto,
defrontamos necessidades expiatórias em que o
ódio vincula dois seres um ao outro pelo
sentimento da vingança recíproca, renascendo
unidos fisicamente para melhor expungirem os
débitos, face á interdependência que vigerá entre
os dois.
Semeador – A “Sociedade espírita O
semeador” de Salvador-BA pergunta como
deve proceder a instituição para uma
divulgação ampla da doutrina espírita?
Allan Kardec é sempre o exemplo do divulgador
por excelência. Ao seu tempo utilizou-se da
imprensa, artigos com esclarecimentos e debates
através da Revista
-06Espírita, do livro, das conferências e, na
atualidade, graças às grandes conquistas da
comunicação, multiplicam-se os veículos que nos
facultam uma ampla divulgação do pensamento
doutrinário. Convém, no entanto, recordar que o
exemplo é o melhor veículo para este mister.
Brab – Embora tenhamos utilizado as
recomendações do Espírito Manoel Philomeno
de Miranda nos atendimentos às pessoas que
nos chegam necessitando de amparo e auxílio
pela Internet, sabemos que o próprio meio nos
impõe restrições de sensibilidade em relação à
problemática, pela falta do olhar, da entonação
da palavra articulada, etc. que tipo de
orientação seria possível para que se utilizasse
melhor a Internet como meio de atendimento
primeiro às pessoas que nos chegam, antes do
encaminhamento à Casa Espírita?
Quando nós pensamos emitimos ondas. Se o
fizermos com o sentimento de amor, enquanto
orientamos pela Internet, o consulente será
beneficiado pela nossa vibração, embora as
dificuldades emocionais que a Internet nos impõe.
Temos o exemplo em Jesus com o cervo do
Centurião, que foi atendido e curado sem a
presença física do Psicoterapeuta por excelência,
cuja onda mental direcionada à sua necessidade
alcançou e produziu o efeito desejado. Assim
também, se envolvermos o recurso técnico com a
nossa emotividade, aquele que nos pede a ajuda,
será atendido e beneficiado.
Brab – Caro Divaldo, em “O Livro dos
Espíritos”, na questão de número 600 lê-se:
“(...) Após a morte do corpo, o Espírito do
animal é classificado pelos espíritos, aos quais
incumbe essa tarefa, e utilizado quase que
imediatamente. Não lhe é dada a oportunidade
de pôr-se em contato com outras criaturas”. No
entanto, nos livros de André Luiz por vezes
vemos relatos sobre animais no Plano
Espiritual. Pesquisas realizadas pelo sr.
Ernesto Bozzano, colocadas no livro “Os
animais têm alma?” – dezenas delas – mostram
que animais muito provavelmente visitaram
seus donos e chamaram a sua atenção
exatamente no momento de sua desencarnação,
pediram socorro, etc. Há casos até mesmo de
aparições tangíveis envolvendo animais. Não
estariam as evidências e os relatos em
contradição com “O livro dos Espíritos”? Os
animais podem ou não podem por-se em
contato com outras criaturas, quando
desencarnados?
A mim me parece que a questão reside
exclusivamente na palavra “imediatamente”. Esse
“imediatamente” dos espíritos me parece que não
queria dizer necessariamente que seja ato
contínuo, porque se nós observarmos a revelação
em torno da volta de Allan Kardec, constataremos
que a visão dos espíritos em termos de tempo e
espaço não corresponde aos nossos limites do fuso
horário terrestre. É célebre toda a saga do
aparecimento dos animais na filosofia, na história,
na vida dos santos:São João Bosco era
acompanhado por um cão que o defendia. Em
“Memórias do Padre Germano” vamos encontrar
sultão, o cão desencarnado que acompanha o
venerando sacerdote. Nós mesmos, pessoalmente,
já tivemos várias experiências de ver “espíritos”
que mantém a mesma forma depois da
desencarnação. Dona Yvonne do Amaral Pereira,
no seu memorável “Memórias de um suicída”,
apresenta também os animais nas regiões
dolorosas. Então concluo que a única dificuldade
é a palavra “imediatamente’, que não quer dizer
logo depois, mas sim em um tempo próximo, que
difere do tempo que reencarnamos como criaturas
humanas ( que tanto podemos voltar em um
momento próximo como alguns séculos depois).
Nadja – o que pensar do divórcio? Se os
espíritos nos dizem que Deus não constrange a
viver infelizes, será lícito separar do cônjuge
quando nos sentimos infelizes?
Está em “O Evangelho segundo o Espiritismo”
que esta proposta da dissolubilidade do casamento
é apresentada por causa da dureza dos corações.
Allan Kardec estudou o problema, mostrando que
a monogamia foi uma grande conquista do
processo antropo-sócio-psicológico do ser, mas
que o vínculo real é o amor. E quando fatores
diferenciados fazem com que o amor perca aquele
sentido de união, o divórcio é o mecanismo legal
para desfazer o vínculo do matrimônio através do
estabelecido na sociedade. Desta maneira, separarse quando o amor já não vige é um ato de nobreza,
mesmo porque o constrangimento de continuar ao
lado dessa pessoa que não produz mais união,
sentimento de fraternidade, de fidelidade,
naturalmente irá caracterizar uma vida injusta. E
como não estamos na Terra para sofrer, mas para
regularizarmos débitos, através da edificação do
bem, não me parece justo manter vínculos que são
mais ataduras de algemas que sentimentos de
dignificação humana.
CURAS ESPIRITUAIS
Desde 1995. Elba Ramalho, 51 anos, é
freqüentadora do Centro Espírita de Frei Luiz, no
Rio. A cantora já fez diversos tratamentos. Numa
ocasião, sentiu pontadas estranhas na região do
fígado. Elba foi operada em uma sessão de
materialização – em que um espírito se
materializa, segundo a doutrina espírita. No Frei
Luiz, o principal médico a realizar esses trabalhos
é o espírito do doutor Frederick, um alemão
nazista que viria do além para limpar seu carma.
Ele abriu minha barriga inteira com seu dedo.
Jorrava sangue. Disse que eu tinha uma carga
muito grande nessa região, que poderia se
transformar em doença no futuro próximo,
recorda-se. Elba afirma que recorre ao centro não
apenas em busca de cura física e espiritual. “Frei
Luiz me dá proteção, equilíbrio e muita paz”, diz.
Lá os médicos também adotam uma
prática que ajudaria no tratamento. São as sessões
de
“desobsessão”,
reuniões
nas
quais
médiuns(pessoas por meio das quais os espíritos
se manifestariam) serviriam como instrumento
para que espíritos que estão atormentando o
doente se comunicassem e fossem convencidos a
deixa-lo em paz. “Quando isso acontece, o
paciente fica mais calmo e seu estado clínico
melhora”, garante
-07o psicólogo Mário Sérgio Silveira, da instituição.
O Hospital Espírita André Luiz, de Belo
Horizonte, também usa o tratamento de
“desobsessão”.
Em
casos
difíceis
de
esquizofrenia, por exemplo, fazemos essa
recomendação”, afirma Roberto Lúcio de Souza,
psiquiatra e diretor da instituição. Em nenhum
desses locais, no entanto, deixa-se a terapia
convencional de lado. “o tratamento espírita é
complementar e não alternativo. Quem passa pelo
atendimento, para qualquer doença, não pode
deixar de tomar os remédios”, alerta Marlene
Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita
do Brasil.
Além dos hospitais, outros lugares
bastante procurados para tratamento espiritual são
os centros espíritas. Uma das maiores referências
é o Lar de Frei Luiz, no Rio de Janeiro. A
instituição conta com 800 médiuns e recebe cerca
de quatro mil visitantes em cada um dos dias de
atendimento(quarta-feira e domingo). Há 12 anos,
essa média era de 800 pessoas. Todos buscam
curas físicas, espirituais ou algum consolo. Há
salas de cura, de “desobessão e de passes. Uma
das histórias mais incríveis relacionadas ao centro
foi a do compositor Tom Jobim(1927-1994).
Quando se submetia a tratamentos convencionais
para tratar um câncer de bexiga, Tom esteve duas
vezes no Frei Luiz. Na véspera de viajar para
Nova York, em 1994, quando morreu de parada
cardíaca no Hospital Mount Sinai, o músico
conversou com Ronaldo Gazolla, já falecido, na
época presidente do centro. Tom estava na dúvida
se viajava e quis saber a opinião de Gazolla. O
médico desconversou, não queria influenciar o
maestro, embora soubesse que os espíritos já o
consideravam curado. “Mas se fosse com você”?
Insistiu Tom. “Se fosse eu, não iria’, recomendou
Gazolla. Não se sabe o que teria acontecido ao
compositor se ele tivesse ouvido o conselho, mas
com certeza não teria morrido na mesa de
cirurgia. Ana Lontra Jobim, viúva do músico, fala
do assunto com reserva. “Quando esteve lá, ele
saiu mais aliviado”, conta. A farmacêutica Helena
Gazolla, viúva de Gazolla, que assumiu a
presidência da instituição, explica que se
ocorreram curas, são conseqüências do
merecimento dos doentes. “A pessoa se cura por
meio de sua fé. Os médiuns são apenas um canal
de energia para ajudar na recuperação de cada
um”, diz.
Um dos atendimentos mais importantes e
incomuns em centros espíritas, oferecido pelo Lar
de Frei Luiz, são as sessões de materialização, nas
quais os espíritos poderiam ser vistos. A matériaprima que daria forma física ao espírito chamada
de ectoplasma(substância que de acordo com o
espiritismo, seria liberada pelos médiuns para
possibilitar a materialização das almas). Nessas
reuniões, ocorrem também cirurgias espirituais,
feitas por espíritos desencarnados que usariam o
corpo do médium.
Em Leme, no interior de São Paulo, há
outro centro famoso pelas cirurgias. É a
instituição comandada pelo médium Waldemar
Coelho, 65 anos, que realiza essas operações há
quatro décadas. “Curamos o corpo quando o
problema é material e o espírito quando o
problema é uma carma”, garante. Dois espíritos se
manifestariam por meio de Waldermar – um
chinês e um médico austríaco. Seriam eles que,
sem nenhum corte ou sangue, operariam as
pessoas de câncer, diabete e dor nas costas, entre
outros males. Cerca de 300 pessoas são atendidas
por semana. A fila de espera é de um mês. O
procedimento é feito num quarto reservado, na
presença do médium e de seus ajudantes.
Na verdade, a cirurgia espiritual não é
consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que
a prática dá margem ao charlatanismo e não
deveria ser realizada. De qualquer forma, o
fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e
tem suscitado a realização de estudos. Um deles
foi feito no núcleo de Estudos de Problemas
Espirituais e Religiosos do hospital das Clínicas
de São Paulo, vinculando à Faculdade de
Medicina da USP.
Os cientistas acompanharam o trabalho de um
famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis
pacientes. Eles verificaram que, embora não
tivesse sido dada anestesia, praticamente não
houve queixa de dor. Também não havia assepsia,
mas nenhum doente teve infecção no período
observado (quatro dias). “Houve intervenção na
região afetada, mas não podemos garantir que
funcionou”, observa o psiquiatra Alexander
Almeida, coordenador do núcleo. Outro médico
que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio
Felipe de Oliveira, presidente da Associação
Médico-Espirita de São Paulo. “Há evidências
suficientes para que a ciência se interesse pelo
assunto. Na minha clínica, observo que quem
recebe atendimento médico e espiritual toma
menos remédios e adere melhor ao tratamento em
relação aos que só passam pela consulta, afirma.
Oliveira é um dos cientistas que
defendem o aprofundamento das investigações
sobre a medicina e a espiritualidade, até para que
seja possível encontrar a resposta para os casos
bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar
não só os efeitos das práticas espíritas, mas o
poder da oração e da fé, por exemplo. Essa
proposta já é seguida por instituições estrangeiras.
Alguns cientistas chegaram a conclusões
interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema
de defesa dos pacientes”, disse a ISTO É Harold
Koening, da Universidade de Duke. Porém, nem
sempre os tratamentos que unem medicina e
religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final
feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com
reservas essa relação. O psiquiatra Richard Sloan,
da Universidade de Columbia(EUA), é radical.
“Os estudos feitos até agora são fracos. Não
mostram evidências de que a espiritualidade pode
ajudar no tratamento”, disse a ISTO É. Para o
infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo, não
cabe ao médico entrar nessa área. “Ele deve se
ater àquilo que é comprovado pela ciência”,
defende. Já o Conselho Federal de Medicina não
critica os médicos que estimulam a prática
religiosa a seus pacientes. Mas somos contra as
pessoas que praticam a medicina sem ser médicos,
como as que realizam as cirurgias espirituais”,
avisa Luiz Salvador de Miranda Sá júnior,
primeiro secretário do CFM.
(REVISTA ISTO É 28/05/2003)
-08ONDE ESTÁ DEUS
Muita gente procura Deus por toda parte
e não o encontra. Há pessoas que procuram as
religiões, na tentativa de encontrar Deus, mas não
O encontram. Dizem estas pessoas que ninguém
nunca viu Deus, portanto Ele não existe. Para
encontrar Deus, primeiramente precisa saber se a
pessoa é merecedora deste encontro. Tem ódio no
coração? Vive mentindo a torto e a direito?
Procura fazer a caridade sem nem ter intenções de
adquirir nada em troca? É um fofoqueiro?
Cometeste adultério? Tem algum vício?
Cometeste algum crime? Tem roubado alguma
coisa? Tem provocado intrigas? É falso? É
violento? Tem alguma religiosidade? Tem
trabalhado adequadamente e vivido do próprio
suor? Tem o amor suficiente por todas as pessoas?
E assim iríamos muito longe. É preciso estar de
coração limpo para ter um encontro com Deus. Só
assim se verá que Deus está dentro do próprio
coração de quem vive NELE.
FESTA DA CRIANÇA EM NOSSO LAR
Convidamos as crianças do nosso lar
para a nossa segunda festinha do dia da
criança. Neste dia estaremos inaugurando o
parquinho com duas alas: a primeira para
crianças de 10 anos abaixo com balancinhos, 7
Marias, tapete dançante, jogo da velha,
gangorras, escorregadores, casinha de boneca,
carrinhos, jogo de dardos; a segunda ala para
crianças de 10 anos acima com: Mesa de Ping
Pong, Bimbolim, jogo de botão, jogo de dama,
bozó, Pião, dominó, jogo da velha, jogo de
dardo. Além disso teremos uma televisão com
filmes em DVDS.
A festa será no dia 16 de outubro das 2
às 6 horas da tarde. Venham e tragam seus
coleguinhas para brincarmos bastante, depois
comeremos aquela macarronada.
O CAMINHEIRO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
ANO II N. 22 OUTUBRO DE 2004
LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ
RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA
CARTA ABERTA
Quando fundamos o Lar Espírita
Caminheiros da Luz, reunimos aqui na biblioteca
de minha casa, um grupo de dez pessoas. Foi aqui
que traçamos os primeiros passos para a criação
do lar. Seria um centro pequeno para receber os
diversos trabalhadores espíritas e os trabalhadores
iniciantes. Foi uma luta muito difícil, pois alguns
trabalhadores ainda moravam longe, mas o
objetivo era maior, de modo que criamos o lar no
dia 28/06/2002. Precisávamos construir um local
para as reuniões. Onde? Como? Quando? Alguém
deu a sugestão de reformar aquela casinha de
tábua que eu tinha. Aceitei a idéia. Convoquei os
trabalhadores, pedi ajuda a um e outro. Consegui
um pouco de material velho e pus mãos a obra.
Gastei R$ 4.500,00 do meu bolso, pegando as
migalhas de um lado e outro, fazendo
empréstimos, ajudei a construir, pregando tábua
por tábua, cobrindo com telhas Eternit
remendadas, doente, com a Artéria Aorta
ascendente arrebentada, sem possibilidades de
fazer cirurgias, pois o risco é de 90%. Mesmo
assim não desisti, coloquei minha esposa para
pintar o chão, meus filhos um de 9 e outro de 3
para pintarem também. Tudo pronto faltava a
cozinha e a sala de passe. Novamente foi uma
correria para pedir material velho, usado, pagar
pedreiros e construir a obra. Novamente fui cavar
buracos, fincar vigas, pregar. Às vezes tinha que
parar de tanta dor, mas o ideal de servir a Cristo
era bem maior. Nenhum trabalhador veio ajudar a
lixar uma parede. Terminamos as obras, faltavam
as oficinas. Foi novamente outra correria, mas o
trabalho foi aparecendo, vencendo todas as
barreiras. Do mesmo modo eu tomava conta das
crianças aos sábados das 14 às 18 horas. Criamos
o lanche aos sábados com nossos próprios
recursos. Antes tínhamos só as segundas feiras
para os estudos. Criamos a mediunidade às
quartas feiras, a reunião pública às sextas feiras.
Eu, que fora proibido pelo médico de todas as
atividades, para poder ter uma sobrevida por um
pouquinho a mais, estava agora com a tarefa
quadruplicada.
Quando me propôs a trabalhar para o
Cristo, me entreguei de corpo e alma no serviço,
não fico por aí ouvindo conversa fiada, criticando
este ou aquele trabalhador. Faço tudo o que me for
possível, até sair por aí procurando garrafas pet
jogadas no lixo, tenho ido para ajudar nas
despesas do lar. Não tenho vergonha de procurar
ajuda para os mais necessitados.
Trabalhei durante 32 anos com crianças
de todas as faixas etárias. Fui considerado um
excelente professor em todas as escolas por onde
andei. Não tenho uma única sujeira em qualquer
das escolas. Pelo contrário, conquistei mais de 30
mil alunos e quando encontro alguns deles, é
aquela maior alegria. Infelizmente as crianças
crescem e eu não encontro mais as crianças, mas
sim cidadãos adultos que vêm me agradecer.
Trabalhei em escolas muito pequenas e em
escolas imensas como Coração de Jesus, São
Gonçalo, Liceu Cuiabano,Patronato, colégio
Máster e outros.
Trabalhei no Diário de Cuiabá, Diário de
Mato Grosso, Jornal Social Democrata, Banco do
Estado de Mato Grosso e só conquistei amigos.
Jamais tive um inimigo em minha vida e nem os
tenho. Se alguns se tornaram inimigos são por
livre e espontânea vontade, mas é por parte deles.
Moro no Bairro Nossa Senhora
Aparecida desde agosto de 1977, quando aqui era
uma fazenda velha abandonada. Não havia uma
única casa onde eu morava. O local onde hoje está
O Lar Espírita, foi a primeira casa construída aqui.
Jamais tive um inimigo aqui. Ajudei a muita gente
do bairro, tanto crianças como adultos.
Tenho a minha consciência tranqüila de
que estou fazendo um bom serviço para a
comunidade. Infelizmente recebemos pouca ajuda,
apesar de verem os bons resultados da casa. Lutei
ferozmente para conseguir os computadores para a
escolinha. Comprei computadores, pedi em todos
os lugares onde me foi possível. A professora
Jeane deu um computador ao lar, o nosso amigo
Jorge outro, o tribunal de Justiça outros, eu dei 3
computadores e assim conseguimos formar a
nossa escolinha. A escolinha está lotada com 44
alunos, trabalho direto todas as terças e quintas
feiras, das sete da manhã às 7 da noite. Jamais
reclamei do serviço. Já tivemos muitos alunos
aqui que já estão empregados. Passaram por aqui
93 alunos já.
Tenho verdadeiro amor por tudo aquilo
que faço e faço tudo com muito carinho e muita
dedicação. O meu maior prazer é estar ao lado das
crianças orientado-as, esclarecendo, incentivando
para uma vida pura e sadia. Eu luto de todos os
lados para conseguir recursos para aplicar no lar
em prol das crianças. Tenho tirado coisas de
minha própria casa, mas não reclamo e nem saio
por aí falando isto a ninguém. Deus sabe o que
estou fazendo.
Recebo todos os trabalhadores com muito
amor e carinho e agradeço a tudo que fazem pela
casa. Não guardo ódio, nem rancor de ninguém.
Se eu pudesse ajudar os mais necessitados, eu
faria com imenso prazer, mas a gente também tem
poucos recursos. Considero todos como
verdadeiros irmãos em cristo. Falo o que é
necessário, mas não critico a nenhum trabalhador,
jamais julguei alguém, jamais culpei a ninguém
por nada, pode é ter interpretado mal as
informações. As pessoas precisam é ver o coração
das pessoas e não meras palavras e interpreta-las a
seu grosso modo. Sou uma pessoa sincera,
honesta e não aceito um níquel que não tenha
trabalhado para adquiri-lo. Fiz empréstimos em
três bancos para fazer a construção que estou
fazendo no lar. Além das doações recebidas,
gastei no mês de setembro C$ 2.500,00 com a
obra. Todas as notas de despesas estão arquivadas
no centro e no mural.
Estamos terminando o recadastramento
de todos os evangelizandos do lar. Temos um total
de 87 crianças cadastradas, 24 adultos e 17
trabalhadores, 44 no curso de informática. Temos
uma responsabilidade muito grande para com
estas pessoas e para com Cristo. Apesar das
dificuldades, sentimo-nos bastantes felizes com as
nossas ações e com os resultados.
Se algum trabalhador estiver descontente
com tudo de bom que fazemos em prol das
crianças, em prol dos adultos necessitados, em
prol dos irmãzoainhos desencarnados que aqui
vêm em busca de socorro, em prol de todos os
trabalhadores; tem o seu livre arbítrio, mas
deturpar a imagem do lar, tentar destruir uma obra
de caridade – estas pessoas terão gravíssimas
conseqüências no futuro. Mesmo assim
continuamos orando para que estas pessoas
encontrem o caminho de que precisam para poder
acompanhar os outros e seguir em frente no
caminho da evolução. Que Deus ajude e
reconforte a todos nós que um dia estaremos todos
juntos, nas moradas que o senhor nos ordenar, de
acordo com o nosso merecimento do que fizemos
de bom neste Mundo. Que Deus abençoe a todos
nós.
A DEPRECIAÇÃO
É fato notório que em qualquer lugar
onde convivem muitas pessoas torna-se
impossível contentar a todas. Não há como atingir
tal objetivo, por maiores que sejam os esforços.
Aliás, nem mesmo Jesus, em sua luminosa
passagem pelo planeta, conseguiu agradar a todas
as pessoas, embora realizasse verdadeiros
“milagres”.
Na casa espírita não poderia ser diferente.
Se o centro conseguisse contentar todos aqueles
que a ele estão vinculados, aplainando as
divergências de idéias e realizando os caprichos e
desejos de cada um, sem que isso pudesse ferir a
outros, então, realizaria aquilo que nem mesmo o
Cristo conseguiu realizar.
As pessoas, sem exceção, trazem
experiências diversas, possuem patrimônio
cultural heterogêneo e não pensam da mesma
forma. Quando têm que conviver em um lugar
comum, é natural que essas diferenças venham à
tona.
Em conseqüência disso surgem, na
instituição, pequenas arestas de contrariedade e
descontentamento, motivadas mais por pontos de
vista diferentes e falta de estudo doutrinário do
que por perdas e danos, físicos ou morais,
propriamente falando; e, como na maioria das
vezes o aborrecimento leva a críticas de teor
destrutivo, o amargor se manifesta com toda a sua
carga de fel.
No desenrolar dessa situação, as atitudes
do dirigente passam a ser disfarçadamente
fiscalizadas, suas palavras são interpretadas de
acordo com determinadas conveniências e todos
os seus procedimentos são vistos com reserva
pelos descontentes.
Nesse estado íntimo, as pessoas
começam a exteriorizar, de forma sutil e discreta,
o seu desagrado frente a este ou àquele trabalho.
Não concordam mais com as normas que antes
enalteciam como sendo roteiro seguro para
desempenhar o serviço com acerto, e o programa
de atividades da instituição que – quando essas
mesmas pessoas chegaram à casa – lhes garantiu a
oportunidade de trabalho, de estudo e, em muitos
casos, o equilíbrio psíquico, não é mais
coincidente com os seus pontos de vista.
Se fosse eu – costuma-se dizer – faria
diferente. É claro que faria diferente. Isso é óbvio!
Qualquer um faria diferente, pelo simples
fato de não existirem pessoas iguais, com as
mesmas experiências, com o mesmo patrimônio
cultural e... moral.
Precisamos ressaltar que no seio de uma
mesma família as pessoas não pensam todas da
mesma maneira. E é de se notar que os pais se
casaram por afinidade e os filhos, que são “sangue
do seu sangue”, foram educados todos da mesma
forma. Contudo, os filhos pensam de modo
diferente dos pais, que raramente têm idéias
convergentes, e também de modo diferente entre
si.
Não é isso que independente da condição
moral, cultural e sócio-econômica, podemos
vislumbrar nas mais diferentes famílias?
Como, então, o indivíduo quer que o
Presidente da instituição espírita a dirija de modo
condizente com o seu ponto de vista, se nem
mesmo na sua casa ele consegue ter unidade de
pensamento? Nem a sua esposa e os filhos pensam
como ele? É impossível!
Se
várias
pessoas
resolvessem,
individualmente, fundar um grupo espírita, por
certo edificariam a estrutura física do mesmo
modo peculiar, atendendo às particularidades de
cada ponto de vista.
Se colocarmos uma casa espírita com
todas as suas atividades em andamento para ser
dirigida por essas mesmas pessoas, veremos que
cada uma irá dirigi-la de um modo diferente,
porque cada pessoa irá imprimir o seu ritmo e as
suas características na direção da casa. Isso só não
acontecerá
- 03 com aqueles que ocuparem o cargo de forma
decorativa.
Devemos frisar, no entanto, que o ritmo e
as características de cada um não poderão
adulterar a doutrina codificada por Allan Kardec.
Por ritmo e características devemos entender, no
caso, o modo de fazer o que se deve e não o que
se quer, como muitos supõem e almejam. Jesus,
na condição de Co-Criador com Deus, destacou a
Terra da nebulosa solar, realizou a sua escultura
geológica e estabeleceu o regulamento dos
fenômenos físicos que a caracterizam, mas teve
que faze-la redonda, atendendo às leis que
estabelecem o equilíbrio do Universo.
Talvez por desconhecer todas essas
particularidades, muitas pessoas que estão
descontentes com o programa de trabalho da
instituição espírita comecem inadvertidamente, a
depreciar o presidente do centro na frente dos
filhos... e para os filhos!
Na intimidade doméstica, ao invés de
valorizarem as oportunidades de trabalho, de
estudo e de aprimoramento que lhes são dadas,
passam a estimular comentários depreciativos por
uma simples questão de ponto de vista... E a
depreciação torna-se uma idéia fixa.
Como fica, então o relacionamento entre
pais e filhos, frente ao programa de evangelização
– ou atividades – na casa espírita? O
relacionamento fica difícil, porque muitos pais
atuam no centro demonstrando zelo para com as
suas responsabilidades e apreço pelos amigos do
grupo espírita. Mas, depois comportam-se de
maneira muito diferente nos comentários que
fazem na intimidade do lar, em se referindo aos
seus deveres doutrinários ou assistenciais da
instituição.
E querem porque querem que os filhos
participem das atividades espíritas. Assim é
difícil. Quando estes começam a se esquivar, por
razões óbvias, os pais passam a reclamar dizendo
que não sabem o que fazer para que os filhos
freqüentem o centro... Fica, realmente muito
difícil!.
Considerando estas colocações, podemos
observar que a solução para o impasse está na
predisposição das pessoas que se submeterem à
disciplina, frente às atividades doutrinárias ou
assistências da casa espírita e ao respeito de uns
para com os outros na estrada comum da própria
redenção e do serviço aos semelhantes.
No item 20 do capítulo X do livro O
evangelho segundo o Espiritismo, Allam Kardec
faz a seguinte pergunta ao Espírito São Luis: Será repreensível observar as imperfeições dos
outros, quando essa observação não se converta
em benefício para os mesmos e nem sejam
divulgadas?
Eis a resposta:
Tudo depende da intenção. Certamente
não é proibido ver o mal, quando o mal existe.
Seria mesmo inconveniente ver-se por toda parte
somente o bem; essa ilusão prejudicaria o
progresso. O erro está em fazer essa observação
em prejuízo do próximo, desacreditando-o sem
necessidade na opinião pública. Seria ainda
repreensível fazê-la com um sentimento de
malevolência e de satisfação por encontrar os
outros em falta. Mas, dá-se inteiramente o
contrário quando, lançando um véu sobre o mal,
para ocultá-lo do público, limitamo-nos a observalo para proveito pessoal, ou seja, para estuda-lo e
evitar aquilo que censuramos nos outros. Essa
observação, aliás, não é útil ao moralista? Como
descreveria ele as extravagâncias humanas, se não
estudasse os seus exemplos?
Quando o descontentamento deste ou
daquele confrade se acentua de forma muito
intensa e ele se mostra irredutível em seus pontos
de vista, acaba provocando o afastamento dele e
de toda a sua família da casa espírita. É um direito
que lhe cabe, mesmo porque ninguém deve ficar
de maneira forçada onde não se adapta ou está
descontente. É lógico que deve procurar outro
lugar.
Entretanto, temos observado alguns casos
– nas mais diferentes cidades e centros – em que,
profundamente aborrecidas ou melindradas, as
pessoas se afastaram e passaram a ficar totalmente
alheias à religião, afirmando que não precisam de
religião para viverem bem!.
Como devemos entender esse “viverem
bem”? Conhecemos pessoas que “vivem bem”,
mas têm que tomar remédios para dormir;
amargam crises depressivas contínuas; são
absolutamente inseguras quanto ao amanhã e
sofrem com isso; não têm condições psicológicas
de suportar os reveses da vida; desestruturam-se
com a falta de estrutura dos filhos e, por falta de
conhecimento, cometem atitudes que irão pesar na
sua economia moral, quando forem chamadas ao
exame de consciência que a morte estabelece para
todas as criaturas. Não obstante, “vivem bem”,
porque possuem mesa farta, cama confortável,
vestem roupas limpas, têm automóvel e dinheiro
suficiente para dar um passeio de vez em
quando...
Afinal, como devemos entender esse
“viver bem”? Ao vermos as pessoas afirmarem
que não precisam de religião para viverem bem,
ficamos a imaginar de onde tiraram essa idéia!
Num artigo publicado na revista Espírita,
em dezembro de 1864, com o título Da comunhão
do Pensamento, Allan Kardec é categórico ao
afirmar que “a maioria necessita de ensinamentos
diretos em matéria de religião e moral, como em
matéria da ciência”.
E Agora? E os nossos filhos? Ou melhor,
os filhos de Deus? Será que eles pertencem à
minoria dos que não necessitam de ensinamentos
diretos em matéria de religião e moral?
Você tem alguma segurança quanto a
isso? E você não precisa? Tem certeza? Mas tem
certeza mesmo?
Meditemos, então, vagarosamente sobre
estes questionamentos e lembremo-nos de que a
receita será invariavelmente – sempre a mesma:
“Procurai, primeiro, o Reino de Deus e a sua
Justiça e todas as coisas vos serão dadas por
acréscimo.
(QUEM É SEU FILHOS? – Pedro A Bonilha –
Editora Didier – SP)
MERCADORES EXPULSOS DO TEMPLO–
MEDIUNIDADE GRATUITA
Jesus expulsou do tempo os mercadores.
Condenou assim o tráfico das
- 04 coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende
a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no
reio dos céus. Não tem, pois o homem, o direito
de lhes estipular preço.
Os médiuns atuais – pois que também os
apóstolos tinham mediunidade – igualmente
receberam de Deus um dom gratuito: o de serem
intérpretes do Espíritos, para instrução dos
homens, para lhes mostrar o caminho do bem e
conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras
que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que
não são fruto de suas concepções, nem de suas
pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus
quer que a luz chegue a todos; não quer que o
mais pobre fique dela privado e possa dizer: não
tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o
consolo de receber os encorajamentos e os
testemunhos de afeição dos que pranteio, porque
sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não
constitui privilégio e se encontra por toda parte.
Faze-la paga seria, pois, desvia-la do seu
providencial objetivo.
Quem conhece as condições em que os
bons espíritos se comunicam, a repulsão que
sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e
sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles
se afastem, jamais poderá admitir que os espíritos
superiores estejam à disposição do primeiro que
apareça e os convoque a tanto por sessão. O
simples bom senso repele semelhante idéia. Não
seria também uma profanação evocarmos, por
dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são
caros? É fora de dúvida que se podem assim obter
manifestações; mas quem lhes poderia garantir a
sinceridade? Os espíritos levianos, mentirosos,
brincalhões e toda a caterva dos Espíritos
inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem,
prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem
se preocuparem com a verdade. Que, pois, deseje
comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las
seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza
das simpatias do médium com os seres do mundo
espiritual. Ora, a primeira condição para se
granjear a benevolência dos bons espíritos é a
humildade, o devotamente, a abnegação, o mais
absoluto desinteresse moral e material.
A par da questão moral, apresenta-se uma
consideração efetiva não menos importante, que
entende com a natureza mesma da faculdade. A
mediunidade séria não pode ser e não o será nunca
uma profissão, não só porque se desacreditaria
moralmente, identificada para logo com a dos
ledores da boa-sorte, como também porque um
obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma
faculdade essencialmente móvel, fugidia e
mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém
pode contar. Constituiria, portanto, para o
explorador, uma fonte absolutamente incerta das
receitas de natureza a poder faltar-lhe no
momento exato em que mais necessária lhe fosse.
Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo,
pelo trabalho e que, por essa razão mesma,
representa uma propriedade da qual naturalmente
lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A
mediunidade, porém, não é uma arte, nem um
talento, pelo que não pode tornar-se uma
profissão. Ela não existe sem o concurso dos
Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade.
Pode subsistir a aptidão, mas um único médium
capaz de garantir a obtenção de qualquer
fenômeno espírita em dado instante. Explorar
alguém a mediunidade é, conseguintemente,
dispor de uma coisa da qual não é realmente dono.
Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há
mais: não é de si próprio que o explorador dispõe;
é do concurso dos espíritos, das almas dos mortos,
que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa
instintiva repugnância. Foi esse tráfico,
degenerado
em
abuso,
explorado
pelo
charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e
pela superstição que motivou a proibição de
Moisés. O moderno Espiritismo, compreende o
lado sério da questão, pelo descrédito a que
lançou essa exploração, elevou a mediunidade á
categoria de missão.
A mediunidade é coisa santa, que deve
ser praticada santamente, religiosamente. Se há
um gênero de mediunidade que requeira essa
condição de modo ainda mais absoluto é a
mediunidade curadora. O médico dá o fruto de
seus estudos, feitos, muita vez, a custa de
sacrifícios penosos. O megnetizador dá o seu
próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem
por-lhes preço. O médium curador transmite o
fluido salutar dos bons espíritos; não tem o direito
de vende-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que
pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Procure, pois, aquele que carece do que
viver, recursos em qualquer parte, menos na
mediunidade; não lhe consagre, se assim for
preciso, senão o tempo de que materialmente
possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta do
devotamente e os sacrifícios, ao passo que se
afastam dos que esperam fazer deles uma escada
por onde subam.
(EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
– ALLAN KARDEC – FEB)
CANTINHO DA PSICOGRAFIAS
A FLOR
No topo da montanha existe uma flor
Todos a vêem de longe
Todos a querem pegar
Muitos se arriscam
Mas a montanha é muito íngreme
Os tropeços são quase intransponíveis
Todos desistem da jornada
Raros conseguem chegar lá
Estes chegam bem perto da flor
É linda, é grande, é perfumada
É tão bela que inebria a própria alma
Quem chega lá não quer mais voltar
Mas é preciso regressar
Para dar a notícia aos que ficaram
Para incentiva-los a prosseguir
E caminhar com toda gente
E nesta caminhada
Muitos desviam do caminho,
Mas a maioria prossegue
E é com essa maioria
Que a caminhada deve prosseguir.
Irmã Florinda
FESTA DA CRIANÇA
-05No dia 16 de outubro comemoramos a
festa do dia da criança. Não havíamos programado
nada antes, mas deu tudo certo e a festa foi muito
bonita e animada. Houve apresentações de
poemas, músicas, danças e teatro. Depois foi
inaugurado o parquinho infantil. Foi uma
verdadeira festa. A criançada não sabia em que
brinquedo permanecia. Por incrível que pareça o
brinquedo que mais chamou a atenção foi a
casinha das bonecas. A casinha é muito
semelhante a uma casa normal, tem quatro metros
quadrado e cabe dentro também alguns adultos.
Foram colocados os ingredientes de cozinha como
fogãozinho, panelinhas, filtro, relógio, telefone,
espelho e outros. A meninada adorou o
brinquedo.Para os meninos conseguimos alguns
carrinhos, tratores, aviõezinhos e outros.
Outros brinquedos que chamaram a
atenção foram: O pebolim, a mesa de tênis.
Graças a Deus conseguimos os
brinquedos e estamos lutando ainda para
conseguir equipar melhor o parquinho, mas
consideramos terminada a primeira etapa
definitiva do lar.
Tivemos a doação de 200 picolés, 100
geladinhos o que animou muito mais a festa das
crianças.
Às 5 horas foi servido a macarronada
com o peixe frito. A festa aí ficou ainda mais
animada. Tanto o macarrão como o peixe frito
estava uma delícia. Todos comeram muito até se
fartarem.
Houve a participação de 60 crianças e a
gente viu que saíram todos contentes e animados
do nosso lar. Graças a Deus estamos conseguindo
o nosso objetivo que é ajudar a todas estas
crianças que os políticos não ajudam.
Se houvesse a colaboração das próprias
pessoas dos bairros, as coisas melhorariam. Não
basta esperar somente pelos políticos. Todos
devíamos dar a nossa pequena contribuição. Essas
crianças terão um futuro melhor e terão um
caminho seguro para prosseguir.
AS DIFICULDADES
PORQUE PASSAM AS CASAS
ESPÍRITAS
Quem falar que uma casa espírita não
passa por nenhum problema, está muito enganado.
As dificuldades são maiores que qualquer outra
religião, já que o Espiritismo ainda sofre muito
com a discriminação.
Os problemas vêm dos dois lados
básicos: dos encarnados e dos desencarnados.
Problemas com encarnados são grandes. Faltam
trabalhadores, muitos não assumem os serviços
adequadamente, acham que estão fazendo favores
ao presidente da casa e muitos quando saem
começam a criticar negativamente a casa que até
então lhe servira de luz, de abrigo, de aconchego.
Alguns não têm piedade mesmo. Isto prova que
não eram espíritas verdadeiros ainda. Enquanto
isto os verdadeiros espíritas continuam orando e
pedindo aos bons espíritos que ajudem a estas
pessoas a encontrarem o caminho correto.
Problemas com desencarnados. Todos
nós temos alguns obsessores de vidas passadas.
São Espíritos vingativos que querem nos ver
sempre na desgraça. Não adianta alguém falar que
não tem nenhum porque tem. Nenhum espírita foi
santo no passado, que fique certo disso. E alguns
irmãozinhos continuam nos perseguindo por
algumas existências até que nossos débitos com
eles sejam ressarcidos. Por isto todos nós
precisamos orar e vigiar sempre, sempre todos os
dias de nossas vidas. Orar pelos nossos amigos e
inimigos. Pedir a Deus que nos perdoe sempre,
assim como nós perdoamos pelos erros que os
outros fizeram contra nós. Pedir que os espíritos
que foram nossas vítimas no passado, nos
perdoem, pois não tínhamos plena consciência de
nossos erros.
Os espíritos umbralinos procuram
desvirtuar todas as pessoas que estão se
melhorando nos centros espíritas. Não é vingança,
é que eles sentem inveja e não querem ver o
progresso evolutivo de ninguém. Quanto mais
atrasados para eles, melhor, pois eles usam as
pessoas como escravos deles, sugam-lhes toda a
energia e o espírito acaba cumprindo as ordens de
rebeldia que eles querem executar. É por isto que
afetam a saúde das pessoas, a situação financeira,
a situação social, faz a pessoa ficar rancorosa,
odiar a todo mundo, maltratar as pessoas. Não
devemos dar ouvidos a estes espíritos. Como?
Orando e trabalhando sempre para o bem.
Estes espíritos inferiores possuem muitos
meios de atacar uma instituição espírita, sempre
começando pelos pontos mais fracos da pessoa.
Eles querem evitar que uma pessoa vá ao centro.
Como? Fazendo com que uma visita qualquer
apareça sempre no momento em que a pessoa vai
para o centro. Deu certo? Então todo dia neste
horário ele terá esta visita. Não deu certo? Atacam
de outro modo? E assim eles vão procurando
todos os meios de ataques e vão retirando uma a
uma pessoa do centro.
O espírita verdadeiro precisa estar atento
e orar sempre todos os dias da vida em prol da
instituição e de si mesmo.
A OPINIÃO DOS OUTROS
Você se importa com a opinião que os
outros têm a seu respeito?
Se sua resposta for não, então você é uma
pessoa que sabe de si mesma. Que se conhece. É
auto-suficiente.
No entanto, se a opinião dos outros sobre
você é decisiva, vamos pensar um pouco sobre o
quando isso pode lhe ser prejudicial.
O primeiro sintoma de alguém que está
sob o jugo da opinião alheia, é a dependência de
elogios.
Se ninguém disser que o seu cabelo, a
sua roupa, ou outro detalhe qualquer está bem, a
pessoa não se sente segura.
Se alguém lhe diz que está com aparência
de doente, a pessoa se sente amolentada e logo
procura um médico.
Se ouve alguém dizer que está gorda,
desesperadamente tenta diminuir peso.
Mas se disserem que é bonita,
inteligente, esperta, ela também acredita.
Se lhe dizem que é feia, a pessoa se
desespera. Principalmente se não tem condições
de reparar a suposta feiúra com cirurgia plástica.
Existem pessoas que ficam o tempo
-06todo à procura de alguém que lhes diga algo que
as faças se sentir seguras, mesmo que esse alguém
não as conheça bem.
Há pessoas que dependem da opinião
alheia e se infelicitam na tentativa de agrada
sempre.
São mulheres que aumentam ou
diminuem seios, lábios, bochechas, nariz para
agradar seu pretendido. Como se isso fosse
garantir o seu amor.
São homens que fazem implante de
cabelo, modificam dentes, queixo, nariz, malham
até à exaustão, para impressionar a sua eleita.
E, quando essas pessoas, inseguras e
dependentes, não encontram ninguém que as
elogie, que lhes diga o que desejam ouvir, se
infelicitam e, não raro, caem em depressão.
Não se dão conta de que a opinião dos
outros é superficial e leviana, pois geralmente não
conhecem as pessoas das quais falam.
Para que você seja realmente feliz,
aprenda a se conhecer e a se aceitar como você é.
Não acredite em tudo o que falam a seu
respeito. Não se deixe impressionar com falsos
elogios, nem com críticas infundadas.
Seja você. Descubra o que tem de bom
em sua intimidade e valorize-se. Ninguém melhor
do que você para saber o que se passa na sua
alma.
Procure estar bem com a sua consciência,
sem neurose de querer agradar os outros, pois os
outros nem sempre dão valor aos seus esforços.
A meditação é excelente ferramenta de
auto-ajuda. Mergulhar nas profundezas da própria
alma em busca de si mesmo é arte que merece
atenção e dedicação.
Quando a pessoa se conhece, podem
emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela
não se deixa impressionar, nem iludir, pois sabe
de sua realidade.
Nesses dias em que as mídias tentam
criar protótipos de beleza física, e enaltecer a
juventude do corpo como único bem que merece
investimento, não se deixe iludir.
Você vale pelo que é, e não pelo que tem
ou pelo que aparenta ser. A verdadeira beleza é a
da alma. A eterna juventude é atributo do espírito
imortal.
O importante mesmo, é que você se
goste. Que você se respeite. Que se cuide e se
sinta bem.
A opinião de alguém só deve fazer
sentido e ter peso, se esse alguém estiver
realmente interessado na sua felicidade ou no seu
bem-estar.
Pense nisso!
Nenhuma opinião que emitam sobre
você, deve provocar tristeza ou alegria em
demasia.
Os elogios levianos não acrescentam
nada além do que você é, e as críticas negativas
não tornarão você pior.
Busque o autoconhecimento e aprenda a
desenvolver a auto-estima.
Mas lembre-se: seja exigente para
consigo e indulgente para com os outros.
Eis uma fórmula segura para que você
encontre a autoconfiança e a segurança
necessárias ao seu bem-estar efetivo.
E jamais esqueça que a verdadeira
elegância é a do caráter, que procede da alma justa
e nobre.
Pense nisso, e liberte-se do jugo da
opinião dos outros.
(JORNAL MUNDO ESPÍRITA – Fed. Esp. do
Paraná – Curitiba )
O MAQUINISTA E O TREM
Imagine um trem de ferro Se o
maquinista fizer algo errado, todos os vagões
tropeçarão. Neste caso o culpado é o maquinista.
Se o maquinista dirigir o trem com
cuidado, os vagões andarão corretamente no trilhe
e nada acontecerá.
Muitos passageiros podem admirar o
maquinista. Alguns lhe dão apoio, muitos porém,
não gostam do maquinista, mas continuam no
trem.
O maquinista tem muito cuidado para
dirigir o trem muito bem e sente dificuldade, pois
muitas vezes a máquina não funciona bem.
Se todos contribuírem com o maquinista,
todos chegarão bem ao final da viagem.
Se alguns passageiros não contribuírem
com sua parte, indo a cabine, xingando o
maquinista, gritando, fazendo algazarra, o
maquinista pode desequilibrar-se e não dirigir o
trem tão bem, podendo cometer um acidente grave
e todos virem a perecer.
Se o maquinista dirigir bem o trem, mas
um ou outro passageiro pular pela janela, eles
perecerão, ficarão no meio da estrada, enquanto os
outros seguem normalmente seu destino. Estes
passageiros não poderão culpar o maquinista pelas
suas desgraças, pois ele precisa estar de olho nos
trilhos e pensar na multidão que o trem carrega.
Reflita neste conto (Panfletário anacoreta)
POEMAS DO PROF. HENRIQUE
OFERTAS SINGELAS
Um dia andando pelo mundo
Vi um velhinho, bem velhinho
Ajoelhado, de mãos postas para o céu
Dizendo:
“Senhor, ofereço-te as pedras do meu caminho
o verdume da floresta
as flores dos campos
as águas dos rios
o cantar dos pássaros
a neblina, as estrelas, o firmamento.
Ofereço-te, Senhor
As montanhas muito altas
O horizonte azulado
Os caminhos tortuosos
Os animais das florestas
O barulho do dia
E o silêncio da noite.
Ofereço-te, Senhor
O calor do sol, o brilho das estrelas
O espaço infinito, a luz brilhante
O andar das formigas, o canto das aves
Os animais da terra, os peixes do mar.
Ofereço-te, Senhor
O sorriso dos povos, o chorar das crianças
A dor dos enfermos, as lágrimas das mães
A sombra dos prédios, a frescura do ar
O amor dos pobres e a ternura dos bons.
Sou feliz, Senhor
Feliz por ver a chuva cair
O vento ventar
A brisa correr
O rio nascer, a água florir
A pedra estática no mesmo lugar.
Sou feliz, Senhor
Feliz por sentir amor
Por esquecer as maldades
E todas as negativas humanas.
-07E se ninguém quiser agradecer
Eu ofereço, Senhor
Os meus braços cansados
O suor do meu rosto
As minhas lágrimas doloridas
Os meus cabelos tão brancos
Os meus pés dormentes
O meu curto andar
A minha visão de cego.
Eu te ofereço, Senhor
O meu corpo quase morto,
Mas faço tudo com bondade,
Pois sou feliz assim, Senhor.”
Mas seu não tivesse nada, Senhor
Ainda assim eu seria feliz
Feliz por ter o chão pra me deitar
Por ter o rio onde me banhar
Por ter o sol a me esquentar
O vento para me abanar
O tempo para me esquecer.
Tristonho e bastante magoado
Olhei o velhinho
E pus-me a pensar:
“Cristo, que era filho de Deus,
deu a vida para nos salvar,
nós, que não somos nada,
que fizemos para agradecer?”
DEUS
Pergunta-me o ancião se vi Deus
Sorri-me o ignorante: viste Deus?
Grita-me o doente: onde está Deus?
Diz-me o cientista: Por que Deus?
Fala-me o incrédulo: Deus?
Provoca-me o ateu: que Deus?
Explica-me o astronauta: não vi Deus.
Sou feliz, Senhor
Feliz por ter um pão pra comer
Um lugar pra dormir
Um país por pátria
Uma pátria onde viver
Uma casa pra morar.
SOU FELIZ
Sou feliz, sou muito feliz
Feliz por ver o sol brilhar,
O homem sorrir, o pássaro cantar
Por ver a terra, os rios e os campos floridos
Por ver a lua, as estrelas e o firmamento.
Olho pra dentro de mim: vejo Deus
Olho pra fora, ali está Deus
Diz-me a velhinha: Deus é bom
Canta o poeta: Deus é pai na imensidão
Sorri luma criança: sonha com Deus.
Sou feliz, Senhor
Feliz por ter estes braços que podem trabalhar
Que podem carregar uma criancinha
Que podem levar amor às pessoas
Que podem aliviar os necessitados.
Na mão do doente – vejo Deus
No sorriso da criança está Deus
Na oração do dia – falo com Deus
Vejo Deus nas alturas
Em todo canto, Deus está.
Sou feliz, Senhor
Feliz por ter olhos que podem ver
Os ouvidos que escutam
As mãos que escrevem
Os pés que carregam o corpo
As pernas que se movimentam
O corpo que paga pecados.
Paz para uns, consolo para outros
Vida dos povos, anseio das nações
Rei dos reis, pai dos pais
Eterno amor para todos nós.
DOAÇÕES EM OUTUBRO
Mesa de computação José P. Filho
8 Metros Forro
Anônimo
Duas calhas Lâmpada José Rita
Caibros para casinha Nilson/Hilda
Brinquedos/Roupas
Anônimo
Mesa computação
Henrique
200 picolés
Nilson/Edith
100 geladinhos
Ivonne
Brinquedos
Marco
Caixa Amplificada
Natalina
DESPESAS DE OUTUBRO
Luz
55,00
Jornal
30,00
Resma
12,00
Cal para pintura
5,00
CD jovens
20,00
Cimento
16,50
Tintas/Lâmpadas
153,00
Plástico para mesa
13,50
Plástico preto
10,50
Bolas/Sucos/Resma
30,00
Pregos
5,00
350,50
Entrada
116,50
Saldo Negativo 234,00
BEM AVENTURANÇAS
PARA O NOSSO TEMPO
Texto não informa o autor
Bem aventurados os que sabem rir
De si mesmos
Nunca cessarão de se divertir.
Bem aventurados os que sabem distinguir
Uma pedra de uma montanha
Evitarão tantos aborrecimentos.
Bem aventurados os que sabem ouvir e calar
Aprenderão muitas coisas novas.
Bem aventurados os que são atentos
Às necessidades dos outros
Serão dispensadores de alegria.
Bem aventurados serão vocês se souberem
Olhar com atenção as coisas pequenas
E serenamente as importantes
Vocês irão longe na vida.
Bem aventurados vocês se souberem
Valorizar um sorriso
E esquecer uma grosseria
O caminho de vocês será sempre cheio de sol
Bem aventurados vocês se souberem
Interpretar com benevolência
As atitudes dos outros,
Mesmo contra as aparências
Vocês serão julgados ingênuos
Mas esse é o preço do amor.
Bem aventurados os que pensam antes de agir
E que orem antes de pensar
Evitarão tantas bobagens.
Bem aventurados sobretudo vocês
Que sabem reconhecer o Senhor
Em todos os que encontram:
Vocês encontrarão a verdadeira luz
E a verdadeira paz.
MORRI, E AGORA?
A ENFERMEIRA
Estava atrasada. Levantei-me no horário
de costume. Como sempre, toda manhã em casa
era uma correria. Meus dois
-08filhos, um moço e uma adolescente acordavam
para ir à escola e meu marido para ir ao trabalho.
Naquela manhã, meu filho me pediu:
“Mamãe, por favor, pregue o botão na
minha camisa, quero ir à escola com ela”.
E la fui eu pregar o botão. Todos saíram,
eu me atrasei, não peguei o ônibus no horário
costumeiro, mas sim outro, dez minutos depois.
Atrasada, atravessei correndo a avenida em frente
ao hospital em que trabalhava e um carro me
atropelou. Senti o baque e me vi caída no chão.
Não senti dor, fiquei tonta e o que me aconteceu
depois, pareceu-me que sonhava.
Vi que me colocaram em uma maca,
entraram comigo no prédio do hospital, indo para
a sala de emergência. Não conseguia mover-me
nem falar. Reconheci os enfermeiros amigos ao
meu lado, olhando-me preocupados. Senti o
doutor Murilo me examinar e escutei:
“ O estado de Sônia é gravíssimo.”
Deu ordens que julguei serem certas.
“Não está adiantando!” Escutei e
reconheci a voz de Ivone, uma competente
enfermeira.
“Morreu!” – falou alguém.
“Sônia, infelizmente não resistiu, está
morta!” Expressou-se o doutor Murilo.
“Eu não!” – Pensei aflita – “O que está
acontece, meu Deus? Por que será que acham que
morri” Tenho de falar, reagir e mostrar a eles que
estou viva”.
“Calma, enfermeira Sônia! Tranqüilizese. Sabemos que você está viva. Durma!
Escutei e não identifiquei quem falou.
Uma mão quente fechou meus olhos com carinho.
Achei que me deram algum sedativo. Senti que
estava sendo medicada e dormi.
Mas não foi um sono tranqüilo. Às vezes
sentia que mexiam comigo. Tentava tranqüilizarme, achando que estava sendo operada ou que me
faziam curativos. Depois ouvi meus familiares
chorando, principalmente minha filha, mãe e irmã.
Pensei: “Eles já sabem e estão chorando
junto ao meu leito. Isso não é permitido. Será que
abriram exceção porque trabalho aqui?”
“Morreu tão jovem!”
“Coitada da Sônia, foi atropelada quando
ia para o trabalho.
Sentia um torpor e não conseguia
entender o que me acontecia. Concluí que era a
anestesia me fazendo delirar.
“Sônia – escutei uma voz forte falando
comigo – vamos leva-la para um local sossegado.
Acalme-se e tente descansar.
“Vou para a UTI” – Pensei.
E esforcei-me para ficar tranqüila. Senti
alguém mexer no meu corpo, mas não senti dor,
apenas aquele estado terrível de torpor. Parecia
que sonhava, queria acordar e não conseguia.
Senti que me levaram para outro local e
deitaram-me numa cama. Abri os olhos um
pouquinho e vi que estava numa enfermaria.
Pessoas de branco carinhosamente acomodaramme e uma delas falou:
“ Sônia, você irá dormir tranqüila”
Ainda escutava choros e lamentos: depois
dormi.
Acordei. Acabou aquele estranho torpor.
Olhei para o local onde estava, era uma
enfermaria bem arrumada, limpíssima e
silenciosa.
“Onde estou? – Ouvi minha voz indagar
e ressoar pelo quarto.
Duas senhoras me olharam. Ninguém
respondeu.
“Estou no hospital” – pensei. Que
pergunta boba a minha. Estou me lembrando. Fui
atropelada!”
Curiosa,. Levantei o lençol. Estava
vestida com uma camisola branca e pasmei:
nenhum ferimento. Movi-me com facilidade e
pensei:
“Aconteceu algo estranho! O que será
que houve? Talvez tenha batido somente a cabeça
e agora estou saindo de um coma. É isso” Mas por
que não estou na UTI? Por que não estou num
quarto particular? Temos convênio!”
Um senhor entrou no quarto lê uma das
senhoras que me olhou, falou:
“Doutor José Augusto, Sônia já
acordou!”
“Que bom!”Como está, garota? –
Perguntou ele me olhando e sorrindo.
Parecia que o conhecia, mas não me
lembrava de onde. Observei-o bem. Tive a certeza
de que ele não era médico do hospital.
“Será que fui transferida?” – Pensei.
Como não respondi, ele perguntou
novamente:
“ Sônia, como está se sentindo?”
“Não sei, acho que bem. Estou saindo do
coma?
“Não, você não estava em coma “ –
Respondeu o senhor gentilmente.
“Onde estou?”
“Na outra parte do hospital’.
“Que outra parte? – Indaguei curiosa.
“Na que fica do outro lado” – Respondeu
uma das senhoras, intrometendo-se na conversa.
“Lado?” Balbuciei.
“Do além” – ela falou rapidamente e
baixinho.
“Sônia – falou o senhor – você
compreenderá aos poucos o que lhe aconteceu. É
muito importante se esforçar para ficar calma e
tranqüila para se recuperar.
Uma senhora me trouxe um suco. Não
estava com vontade, não quis. O senhor afastouse, foi conversar com outra pessoa. Fiquei ali
aborrecida, sem compreender o que se passava.
Fingi dormir e quando o senhor se
afastou e tudo ficou quieto, levantei-me com
facilidade e saí escondida do quarto, passei por
um corredor e vi uma escada, desci e aliviada,
reconheci o hospital em que trabalhava. Estava
como sempre, lotado, pessoas indo e vindo. Voltei
para o quarto e deitei no meu leito.
“Deve haver uma explicação para estar
aqui” – pensei. Depois, por certo, aquele senhor
me dirá o que aconteceu. Certamente fizeram, de
algum setor do hospital, esse local mais tranqüilo,
onde me trouxeram para me recuperar”.
Dormi de novo. Acordei e pensei em
tudo o que me ocorreu e achei estranho,
principalmente porque escutei, sem compreender
como, minha filha chorando.
-09“Ela veio me visitar e chorou. Por que
não me acordou? Mas está chorando agora! Por
que a escute e não a vejo?”
Quando o senhor entrou no quarto,
chamei:
“Senhor, por favor, venha cá um
pouquinho. O senhor é enfermeiro ou médico?”
“Sou alguém que cuida de você”.
“Escutei essa senhora chama-lo de doutor
José Augusto. Não me lembro de ninguém com
esse nome na equipe médica. Bem, isso não tem
importância. Estava vindo trabalhar, atravessei a
avenida e um carro me atropelou; depois não me
lembro direito o que aconteceu. Escutei o doutor
Murilo dizer que me estado lera grave, entrei num
torpor, num sono estranho, com sonhos confusos.
O senhor pode me dizer o que houve?
“De fato, você foi atropelada – respondeu
ele, tentando me esclarecer sem me chocar – foi
conduzida para a sala de emergência. Sônia, você
sendo enfermeira, já viu muitas pessoas
morrerem, não é?
“Sim, já – respondei – trabalho com
doentes terminais. No começo ficava triste quando
uma pessoa morria, até orava por ela, depois isso
se tornou rotina, era meu trabalho, cuidava de
todos com carinho e a morte não me incomodou
mais.
“A morte do corpo físico é algo natural!
Você é religiosa? Perguntou ele.
“Sou, vou à igreja quando dá, gosto de
orar no sossego de um templo – respondi.
“E o que pensa da morte”?
“Não sei... respondi sacudindo os ombros
– por que está me perguntando isso?”
“Porque o corpo físico nasce e morre.
Nós o usamos para viver na Terra durante um
período. Você não pensa na morte, em morrer?
(CONTINUA NO PRÓXIMO NUMERO)
O CAMINHEIRO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
ANO II N. 23 NOVEMBRO DE 2004
LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ
RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA
EDITORIAL
Todos nós fazemos um projeto na
espiritualidade. A primeira coisa que nós
trabalhamos muito e somos muito orientados para
isto, é quanto a questão familiar. Aqui parece que
tudo acontece por acaso, mas não é bem assim.
Um homem mora no Amazonas e vai
passear no Rio Grande do sul. Lá conhece uma
moça e se casa com ela.. Nunca trocaram uma
carta, não se conheciam por nenhum processo de
comunicação conhecido. Por que foi ocorrer isto?
Claro, já estava programado na espiritualidade. Os
dois teriam que se conhecer de alguma forma e
constituir uma família, não importa a distância.
Começam então a vir os filhos. Um é
bonzinho, honesto, trabalhador; o outro é terrível,
desonesto, mentiroso, preguiçoso. Um é são o
outro é doente. Um tem os membros tudo
certinho, o outro é todo aleijado. Por que tantas
diferenças em uma família só? Para os reajustes. E
é por isto que todos nós precisamos ter muita
paciência com nossos familiares. Se pudermos
ajudar, devemos fazer isto e não reclamar.
Nasceram juntos para se reformularem
intimamente. Terão que se amar mutuamente,
terão que se melhorar intimamente para dar a
continuidade a vida eterna.
Se todos soubessem que teriam que fazer
este reajuste a cada vez que reencarna, o mundo
talvez seria muito melhor. O fato é que aqui ficam
intertido com probleminhas menores e acabam se
esquecendo dos problemas que precisam ser
resolvidos. Mas Deus não tem pressa, se não
resolverem agora, pode resolver daqui há dois mil
anos. A nossa evolução e aperfeiçoamento,
depende de nós mesmos. Se quisermos ficar aqui
mais tempo com nossos problemas, com nossos
sofrimentos, nada nos impede. Mas é bem melhor
nos melhorarmos agora para não estarmos
retornando em situações difíceis, enfrentando
mais e mais problemas. Esta é a finalidade do
espiritismo. Evoluirmos sempre.
A ENFERMEIRA(CONTINUAÇÃO)
“Eu não! Ainda mais agora que sobrevivi
daquele atropelamento em que ainda não me
recuperei. A pancada na cabeça me deixou
confusa, deve ter afetado meu cérebro.
Falei um tempão sobre o que sentia e
tinha explicação para tudo. Doutor José Augusto
me ouvia atento. Aproveitando que fiz uma pausa,
ele falou:
“Sônia, não esqueça que a morte do
corpo físico é para todos, e que somos
sobreviventes depois dessa ocorrência.
Mudei de assunto aceitando um suco e de
estar ali, achei muito estranho. Quando minhas
companheiras de quarto dormiram, levantei
devagarinho e saí do quarto. Uma senhora de
aparência agradável, aproximou-se quando estava
no corredor perto da escada.
“Sônia, aonde vai?” Está fugindo?
“ Saí somente para dar uma voltinha –
respondi
“Você pediu permissão? – indagou-me –
Não pode sair e andar por aí, pode ser perigoso.
Volte, por favor! Você está em recuperação e tem
de obedecer às normas do hospital. Como
enfermeira sabe disso, não é?
Fingi que ia voltar, mas corri e desci as
escadas. Passei correndo pelos corredores
movimentados do hospital. Entrei na ala reservada
ao corpo docente, no vestiário das enfermeiras.
Apressada troquei de roupa. Saí do prédio, parei
em frente da avenida, quis estar em casa. E, logo
estava. Aliviada, nem pensei como vim, achei que
estava esquecendo alguns detalhes.
Meu lar estava bagunçado. Tentei
arruma-lo e não consegui. Quis colocar objetos
nos seus lugares, mas eles continuavam onde
estavam. Cansada, sentei numa poltrona e
adormeci. Acordei com meus filhos chegando
com minha mãe. Corri para abraça-los, mas eles
não me deram atenção. Pareciam não me ver.
Escutei minha filha dizer:
“Estamos contentes, vovó, por estar aqui
nos ajudando”.
Conversaram sem me dar atenção.
“Acho” – pensei – que estão bravos
comigo porque fugi do hospital.
Meus dois filhos e minha mãe fizeram
uma faxina na casa. Ela foi embora, meu marido
chegou, estava abatido e triste. Também nem me
olhou. Chorei e minha filhinha chorou também.
Meu marido a
-02abraçou.
“Filha, não chore!” Estamos todos
sofrendo. Tente reagir, temos de continuar
vivendo.
“Sinto tanta falta dela”
“Será que minha filha está chorando
porque minha mãe, a avó dela, foi embora?
Pensei.
Os três se abraçaram. Foram dormir, nem
me deram atenção. Resolvi ir para o quarto. Deitei
na minha cama. Encostei-me no meu marido. Ele
se revirou, levantou e foi para a sala, ligou a
televisão. Fui também, disposta a conversar com
ele.
Falei por minutos que estava bem, por
isso saí do hospital e que eles não precisavam me
tratar assim. Meu esposo sempre fora muito
atencioso comigo, fingiu tão bem que parecia não
me escutar. Sentei-me no sofá e dormi.
Assim se passaram dias. Até que escutei
minha mãe e minha filha conversando. Diziam
que iam ao hospital pegar alguns objetos meus
que estavam lá.
“Bem” – pensei – Se estão me tratando
assim com desprezo porque fugi de lá, vou com
elas, assim me desculpam e fica tudo bem.”
Entrei com elas no carro. Pararam no
estacionamento do hospital, acompanhei-as e
entramos no prédio.
Fiquei olhando o movimento e quando
percebi as duas sumiram. Resolvi ir para a
enfermaria onde estive, mas não encontrei as
escadas. Fiquei andando pelo corredor, acabei
indo ao setor em que trabalhava, dos doentes em
estado grave. Fiquei num canto olhando. Vi um
senhor, que já conhecia, era um doente difícil,
exigente e abusado. Maltratava com palavras
rudes quem cuidava dele. Por duas vezes passara
as mãos em mim. Agora estava morrendo e,
morreu. Vi dois vultos escuros o pegarem pelo
braço, deram-lhe um puxão e ele se transformou
em dois. Um quieto, ali no leito, outro gritando e
desaparecendo com os vultos. Tremi de medo.
Logo em seguida, outra morte, uma senhora
tranqüila morreu orando e foi envolvida por uma
luz. Também se transformou em duas. Uma ficou
dormindo serenamente, e a outra foi embora com
a luminosidade.
Estava estupefata, então, vi aquela
senhora que tentou me impedir de fugir.
“oi, Sônia! Que bom ter voltado! Espero
que tenha compreendido o que ocorreu com você.
“Acho que estou louca!”
Ela me abraçou com ternura.
“Não, Sônia! Por favor, não se iluda
mais! Observe-nos! Somos, você e eu, diferentes
dessas enfermeiras e desses doentes. Você não
está louca! Quando foi atropelada, seu corpo
físico morreu, porém você continuou viva, porque
o espírito não morre.
“Morta eu?” E agora? – Perguntei aflita e
com medo.
“Aceite essa forma de viver. Venha, vou
leva-la para a parte do hospital onde abrigamos
desencarnados necessitados de orientação.
Pegou na minha mão e foi me puxando.
Ao passar pelo corredor principal, vi na parede
uma foto do doutor José Augusto, ele foi um dos
fundadores do hospital e morrera há muito tempo.
“O retrato do doutor José Augusto!
Exclamei – ele me ajudou. Via sempre essas fotos
quando trabalhava aqui, por isso que, ao vê-lo,
achei que o conhecia.
Aquela senhora me colocou no leito.
Chorei por horas com dó de mim e com medo.
Senti-me abraçada. Era o doutor José Augusto.
“Sônia – falou ele carinhosamente –
minha amiga, não chore mais! A vida continua.
Adormeci tranqüila.
Acordei sentindo-me bem. Compreendi
tudo. Minutos depois, o doutor José Augusto veio
me visitar e perguntei para ele:
“E agora?”
“Irá aprender a viver com esse corpo que
agora reveste, o perispírito, para depois continuar
sendo a boa enfermeira que sempre foi.
“Você, há oito meses e quinze dias, ao
atravessar a avenida, foi atropelada e desencarnou.
Foi trazida para cá e um dia fugiu.
“Parece que faz somente alguns dias que
fui atropelada! Exclamei.
“Porque ficou confusa e dormiu muito”.
“Foi por isso que ninguém em casa me
viu. Coitados!
“Não poderiam vê-la. Você, Sônia,
iludiu-se e não quis aceitar a situação. Via, em seu
trabalho, muitas pessoas desencarnarem, mas não
pensou que isso aconteceria com você.
“Como fui para minha casa”?
Como troquei de roupa? – quis saber curiosa.
“Nós, desencarnados, locomovemo-nos
com a força do pensamento, da vontade. Isso se
chama volitação. Para fazer esse processo
consciente necessitamos aprender. Alguns o
fazem sem saber, usam da vontade, como você
fez. Quanto à troca de roupas, podemos plasmar
vestimentas e objetos, também se faz conhecendo
e depois de um aprendizado, ou como você, que
usou a força mental, sem saber.
“Vi, na UTI, duas pessoas morrerem. Um
senhor foi levado por vultos escuros e uma
senhora por uma luz – falei, olhando para o doutor
José Augusto, esperando, esperando por uma
explicação.
“A desencarnação não é igual para
ninguém – ele me esclareceu gentilmente. Aquele
senhora infelizmente viveu fazendo maldades e
desencarnados que não o perdoaram, levaram seu
espírito para regiões trevosas a fim de se vingarem
dele. A senhora que viu com luz foi uma pessoa
bondosa e amigos vieram busca-la para leva-la a
locais de agradável moradia. Há também
desencarnes como o seu, em que o espírito
permanece junto ao corpo morto, vendo de forma
confusa arrumarem-no dentro do caixão e o
velório. Você foi desligada duas horas antes do
enterro. Outros, não querendo abandonar o
envoltório carnal, são enterrados junto.
Admirei-me
com
as
explicações
coerentes que aquele bondoso doutor me dava.
“Ainda bem que não me cremaram –
suspirei aliviada – meu marido quer ser cremado.
O que acontece com espíritos que têm o corpo
físico morto reduzido a cinzas
-03pela cremação?”
“Nos locais onde são cremados,
trabalham
equipes
de
socorristas
que,
independentemente de merecerem ou não,
desligam esses espíritos da matéria morta. Quem
fez por merecer um socorro é levado para casas de
auxílio; outros, que viveram imprudentemente ou
sem fazer o bem, somente são desligados – alguns
ficam a vagar e muitos retornam ao antigo lar.
“Existem então desencarnados, como o
senhor se refere aos que morrem, bons e maus?
Corri risco em ter saído daqui sem permissão?” –
Indaguei-º
“Há, no plano espiritual, espíritos bons,
maus e os que têm a intenção de se melhorar só
que não tiveram coragem o suficiente para se
dedicarem ao bem. Você, Sônia correu perigo, de
desencarnados maus a pegarem e faze-la escrava.
Nós sabíamos onde você estava e um socorrista ia
vê-la sempre, tínhamos notícias suas.
Agradeci-o pelo auxílio e pelas
explicações.
Dessa vez fui obediente, recuperei-me,
compreendi que fizera minha partida do plano
físico e como quem parte, chega, vim para o plano
espiritual. Fui transferida para uma colônia, onde
aprendi a viver desencarnada e ser útil.
Tinha sempre notícias dos meus
familiares, depois de anos, pude vê-los e estar
com eles nos momentos importantes.E foi uma
felicidade quando o doutor José Augusto me
convidou para servir como enfermeira, ser
socorrista no hospital em que trabalhei como
encarnada.
E a vida fantasticamente continua!
Sônia
(Da obra: Morri e Agora – Psicografado por
Vera Lúcia Mrinzeck de Carvalho – Editora
Petit – SP)
DESPESAS DE NOVEMBRO
Luz
60,00
Jornalzinho
30,00
Autenticação/docum.
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Fonte para impressora 43,00
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Curso de gesta/fitas
175,00
Material escolar
30,00
Brinquedos
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Entrada:
60,00
Saldo negativo
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DOAÇÕES DE NOVEMBRO
6 bolas de couro usadas Jeane
Roupas usadas
Jeane
Guarda roupa solteiro Mauricéia
Guarda roupa casal
Luiza
Roupas e calçados
Luíza
150 livros
Jeane
CANTINHO DAS
PSICOGRAFIAS
FLOR DE MINHA ALMA
Esperanças precisamos ter
A cada amanhecer
Olhar a vida florescer
Buscar motivo para crescer
Dentro de cada ser
Existe um amigo pra nascer
Sois pequenos deuses
Acrediteis em si próprios
E nenhuma situação
Permanecerá sem crescer.
Agradecei o que és
Deus Pai bondoso
Acredita em você.
Trabalhar é necessário
Não espere caminho
Sem espinhos.
Seja forte para retira-los
E continuar a crescer.
Irmã Dalila
Busque a fonte inesgotável de Deus.
Cada dia será um novo trabalho. Todos temos
compromissos com o Senhor do Universo. A
paciência é para ser usada nos momentos de
prova. O cálice do amor, quando absorvido
para o serviço ao próximo, faz imediata ação.
Uns amadurecem rápidos, outros
demoram, mas o bem traz cada vez no coração,
são poucos os verdadeiros, mas são
equilibrados na persistência.
Nos momentos de vacilo, penso nos
jardins e não nos abismos e continue a
trabalhar.
Irmã Meire
POEMAS DO PROF. HENRIQUE
A VOLTA
Nasci.
Tomei a minha cruz
E habitei entre os homens.
Vi fome, a peste, a guerra
E um milhão de tormentos tantos.
Não me assustei
Senti apenas muitas transformações
Entre o passado e o presente,
Porém senti-me regenerado e contente,
Pois no claustro dolorido da vida
Eu tinha que resgatar o débito do passado
Apagou-me a lembrança espinhosa do que fui
E um mundo maravilhoso
Abre as suas cortinas
E dão passagem
A um novo homem
Que no presente
Veio apagar o passado
Para iluminar o futuro.
VOCÊ
Sozinho e abandonado como fui
Você observava os meus passos.
Criei-me no árduo trabalho
E Você me incentivava.
Ajudei os pobres e necessitados
Você sorria quando eu assim fazia,
Porém, um dia, eu me perdi
E entrei no caminho do sexo depravado,
Esqueci-me de Você e muitas vezes dizia
Que você havia-me abandonado.
Conheci as bebidas e drogas
E envolvi-me completamente
No complexo material da vida.
Os meus amigos viraram-me as costas.
Meus pais me abandonaram.
Eu não podia contar com nenhum amigo
Só Você, mas eu não tinha coragem
E continuei com minha vida de amargura
Atolei-me em vômitos fétidos
Tive que caminhar em possas de sangue
Virei ladrão e depravado sexual,
Porém rejubilava-me na droga.
Era o único meio de fugir de um mundo
-04como este,
Porém as drogas acabam logo o efeito
Então eu caía bruscamente no mundo dos
espinhos,
Ah!Como eu chorei!
Chorei e todos sorriam de minhas lágrimas
Um dia não tolerei mais,
Amanheci com uma vontade firme de terminar
com a vida
Entrei cedo nas drogas
E saí a procura de um amigo para ambos
Passarmos para a outra vida.
E o mundo? Que importava o mundo?
Ia caminhando pelas estradas engarrafadas
Quando perdi o sentido,
O automatismo passou a governar o meu corpo
E conduziu-o a uma igreja
Onde encontrei um grupo de jovens.
Estavam em plena atividade,
Caindo e levantando
Consegui chegar à uma cadeira, mas desmaiei.
Foi então que os bondosos jovens
Vieram e me levaram para um quarto.
Confesso que dormi depois que eles fizeram
uma prece.
Eles não sabiam onde eu morava
E deixaram-me num banco do jardim.
Quando voltei ao normal, pouca coisa sabia.
Uma vontade louca de saber o que os jovens
faziam
Veio-me em minha mente.
Uma coisa eu não havia esquecido
A porta e a hora da reunião.
Voltei lá e fui recebido pelos jovens
Todos se alegraram com minha volta
E todos viviam ali como irmãos.
Mas eu me senti um depravado
Ia saindo rapidamente, pois ali não me servia,
Porém na porta veio um convite:
“Se nosso irmão, ficaremos muito felizes”.
Senti-me aliviado, aceitei o convite
Deixei as drogas e hoje sou um dos jovens
Então você – que jamais me esqueceu
Veio, me abraçou, ouvi sua voz:
“Tu és o meu filho pródigo,
mas jamais te esqueci”.
Eu fui e O abracei e digo
Que jamais O deixarei mais.
PEGADAS DO UMBRAL
No umbral há organizações perfeitas para
prejudicar as atividades dos encarnados.
No livro “Morri e agora” há algumas
descrições sobre estas organizações. Escolhemos
uma delas, porque é especial, pois é uma
organização que se especializou para prejudicar
espíritas, já que eles possuem um bom
conhecimento do mundo do além.
Para ser mais coerente com o texto
passaremos a reescreve-lo por inteiro:
“ Passei a fazer parte do terceiro. Nosso
aprendizado era mais sutil, iríamos enganar para
tentar levar divisão e confusão dentro da
Doutrina Espírita que era um campo fértil a eles
por ter muitos médiuns.
Para fazer isso, tivemos de ler muitos
livros espíritas. Compreendi o porquê de os
moradores do umbral quererem combater o
espiritismo. Os livros narravam o que acontecia
com as pessoas que tiveram o corpo físico morto.
Era desagradável ler tantas coisas sobre Jesus e
sobre o Evangelho. Mas o estudo era sério,
tínhamos de fa\ê-lo.
“Vocês têm de saber o que eles sabem.
Somente se engana com perfeição dominando o
assunto – dizia nosso orientador que não gostava
que o chamássemos de chefe.
Alguns dos que estudavam sumiram no
decorrer do curso.
“É o perigo que corremos – esclareceu o
orientador – Por mais que escolhemos nossos
trabalhadores, há desertores. Quero pessoas
capazes de enganar, odiar e camuflar esse ódio.
Quero os fingidos!
Terminamos o curso com a turma bem
menor. Mas os que concluíram estavam treinados,
com conhecimentos e vontade de atingir os
objetivos.
Nosso orientador não forçava ninguém e
não se importava com os que deserdavam.
“O trabalho é bem-feito quando se faz
espontaneamente – dizia ele.
Passamos a observar encarnados que
seriam, ou que queríamos que fossem, nossos
instrumentos.
“Agora vocês escolhem por quem
querem se passar. Leiam com atenção tudo o que
essa pessoa escreveu, imitem seu estilo, vão para
perto dos médiuns psicógrafos e boa sorte! –
Recomendou nosso orientador.
Todos
nós
escolhemos
nomes
importantes e conhecidos. Para enganar melhor,
modificávamos até nossos perispíritos. Não tem
graça nem como imitar desconhecidos. Nosso
grupo adquiriu a forma de pessoas respeitadas e
lá fomos nós colocar em prática o que
aprendemos. Fomos enganar.
Fui todo entusiasmado. Na primeira
tentativa me dei mal. Aproximei-me de um jovem
que começava a treinar a psicografia. Ditei a ele
uma mensagem bonita propondo um trabalho
sério para escrevemos um livro. Ele duvidou ser o
espírito que assinei. O moço deu a mensagem
para o pai, que era um espírita estudioso e
cauteloso, analisar. Descobriram a fraude e fui
repelido. Conforme soube depois, o mentor dele
permitiu que eu me aproximasse desse encarnado
e ficou feliz com a prudência de seu pupilo.
Aquele jovem não seria enganado.
Na segunda tentativa, fui melhor.
Aproximei-me de uma médium, fiquei observandoa; ela freqüentava um centro onde pouco se
estudava e achavam que dificilmente seriam
enganados. Quando escrevi por intermédio dela e
assinei um nome conhecido e respeitado, ela se
empolgou, sentiu-se importante, já se via dando
autógrafos e todos a respeitando. Mas era uma
preguiçosa, queria tudo pronto, não tinha tempo
para se dedicar ao trabalho de psicografia e dava
muitas desculpas. Desisti, não tive paciência de
enganar essa médium.
Alguns da minha turma estavam se
dando bem, outros não. Muitos encarnados não se
deixavam enganar, por não serem vaidosos, por
analisar e indagar o porquê de um espírito
conhecido escrever por ele. Como também davam
esses escritos para pessoas que entendiam de
literatura,
-05principalmente espírita, analisarem. Outros foram
enganados para a alegria de nosso orientador
que sabia que esse trabalho daria frutos de
separação e discórdia.
(Do livro – Morri e Agora?)
É assim que muitos espíritos maus
procuram enganar os próprios espíritas e
precisamos ter muito cuidado em todo tipo de
comunicação que recebemos. O “Orai e vigiai” de
Cristo não é uma frase para se ouvir, ler. É preciso
pó-la em prática sempre para não nos metermos
no mundo menor.
OS TRÊS CEGOS
Um homem rico e generosos, que é coisa
rara, encontrou em seu caminho três infelizes
cegos, exaustos de fome e de fadiga. Ofereceu a
cada um uma moeda de ouro. O primeiro, cego de
nascença, amargurado pela miséria, nem mesmo
abriu a mão. Jamais tinha visto, dizia ele,
oferecer-se ouro a um mendigo. Isto era
impossível.
O segundo estendeu maquinalmente a
mão, mas logo repeliu a oferta que lhe faziam.
Como seu amigo, considerava aquilo uma ilusão
ou uma brincadeira de mau gosto. Numa palavra,
para ele a moeda era falsa.
Ao contrário, o terceiro, cheio de fé em
Deus e de inteligência, em quem o fino tato havia
parcialmente substituído o sentido que lhe faltava,
tomou a moeda, apalpou-a, levantou-se, e,
abençoando o benfeitor, partiu para a cidade
vizinha, a fim de adquirir o que faltava à sua
existência.
Os homens são os cegos. O Espiritismo é
o ouro. Julgai a árvore por seus frutos.
(7 de setembro de 1859 – Médium Sr. Didier –
Esp. Luc – Revista Espírita de Allan Kardec n;
12 – 1859)
COLÔNIAS ESPIRITUAIS
RETIRO DOS GRADUADOS
Há uma infinidade de mundos em torno
da terra. Todos eles cheio de espíritos, todos em
busca de um mundo melhor. Através do livro:
“MAE,EU ESTOU VIVO” psicografado em
Cuiabá por Pedro Novis Neves, acabamos de ser
informado de uma colônia espiritual chamada de
RETIRO DOS GRADUADOS.
É um mundo espiritual também ligado ao
nosso planeta e habitado por seres de grande
pureza e autoridade incomum. A maioria deles é
constituída de jovens desencarnados, espíritos
brilhantes em outras vidas e que necessitam de um
lugar como este, para purgar as manchas das
impurezas adquiridas pelas circunstâncias
maléficas do meio em que viveram durante a sua
última encarnação, uma vez que a lei é progredir
sempre e não retroagir. O único espírito sem
pecados que transitou pela Terra foi Jesus.
Este lugar extraordinário foi batizado por
Apolônio de Tyana com o nome de “Retiro dos
Graduados”. Tal como nas Colônias existentes nas
proximidades da crosta terrestre, também aqui,
existe toda uma organização social para
administrar o “Retiro’.
A matéria, como a conhecemos, quase
não existe. A atmosfera é totalmente diferente da
terrestre, a água é vaporosa, as flores são tão vivas
e tem cores tão luminosas que não parecem
sólidas. Tudo ao nosso redor parece ter vida,
embora não seja espírito como nós, mas tem
inteligência e organização, e pode reagir à vontade
de Deus. Cada gota de orvalho possui sua própria
inteligência e finalidade.
As habitações do “Retiro” são
construídas com material resistente, leve e
transportável, porém, capaz de se fundir sob uma
simples pressão dos dedos humanos, como se
fosse neve. As vidraças são feitas por uma espécie
de vidro líquido e colorido que endurece ao tomar
contato com o ar. As construções são perfeitas;
cada linha, cada ângulo, cada detalhe é criado de
maneira a valorizar com perfeição toda a
estrutura, produzindo uma sensação de totalidade
ou inevitabilidade. Cada estrutura, cada criação é
uma obra de arte no mundo espiritual.
A locomoção do “Reino”, é obtida pelo
esforço da vontade. Podemos visitar as colônias, o
Umbral e até mesmo o nosso mundo encarnado,
viajando numa velocidade incrível rumo à
escuridão do espaço, onde melhor sentimos a
presença de Deus. Surgindo o desejo os
pensamentos dão poder à vontade e, se permitido,
realizamos longas viagens de peregrinação,
levando mensagens de amor e de paz, aos mais
necessitados. Não temos acesso, contudo, ao
mundo em que vivem os nossos instrutores no
“Retiro”. Ouvimos suas vozes, sentimos as suas
presenças, as suas vibrações ao som da
musicalidade universal que canta, suavemente,
uma melodia harmoniosa adaptada com letras que
nos transmitem conhecimento e saber.
Deste “Retiro dos Graduados”, sairemos
em condições de estender às mãos, àqueles que
imploram por ajuda para minimizar as dores dos
seus sofrimentos.
LIÇÕES DE VIDA
Espíritos evoluídos incitam-nos a sermos
prudentes e sóbrios na avaliação dos nossos
merecimentos. Não podemos nos esquecer que
aqueles a quem Deus dá mais talento e
oportunidades para o desenvolver, tem mais
responsabilidades do que outros que receberam
menos, e assim, cada qual será chamado a prestar
contas na medida do que recebeu.
A falta de amor divino e de preces tornanos frívolos e orgulhosos. O conhecimento
perfeito de Deus dá-nos um sentimento profundo
de submissão que tempera a nossa falsa
independência. O orgulho é filho da ignorância, a
humildade é o produto da sabedoria.
Um homem orgulhoso julga-se melhor do
que realmente é, e a crítica do seu semelhante é
tomada à conta da inveja ou da antipatia. O
homem humilde vê-se a si próprio tal qual é e
avalia-se como avalia o tempo ou, melhor ainda,
Deus é a sua Lei Moral – padrões elevados e
sublimes, perante os quais o ser humano é forçado
a reconhecer a sua infinita pequenez.
Plutarco, que era pagão, dizia: “As
virtudes dos grandes homens são o espelho no
qual eu procuro embelezar a minha própria vida.
Em face da Sabedoria Divina, tudo
quanto possuímos, tudo quanto somos ou
-06-
sabemos é uma molécula insignificante.
Aqueles que gozam de relativa
superioridade podem perguntar como São Paulo.
“O que é que possuís que não vos tenha sido
dado? E, se assim é, porque eu é que vos
orgulhais, como se nada houvésseis recebido.
Outra prova da necessidade da humildade
diz respeito ao conhecimento próprio. O guia
intelectual
assume
uma
tremenda
responsabilidade, e Deus não irá ficar satisfeito se
ele se servir do seu cargo para induzir os jovens
ao erro, aos falsos princípios e à vaidade.
Ao término desta primeira lição, seguida
de debates e esclarecimentos, pude observar
através de paredes transparentes, intelectuais
brilhantes, governantes, religiosos, profissionais
liberais competentes e famosos, rostos familiares
e conhecidos, jovens e adultos tentando,
desesperadamente, esconder a sua ignorância e
confusão gerada pelo desinteresse em prol do
conhecimento da verdade espiritual.
Isto não significa que a nossa geração
seja destituída do desejo de saber. Infelizmente,
uma humanidade materialista que nunca se
estudou tanto como agora, tenha deixado de lado
as realidades do Espírito. Por outro lado, as
religiões que não querem perder o seu poderio
sobre os chamados anti-cristãos e hereges, aqueles
que buscam o conhecimento inspirados pela
legião de incansáveis instrutores espirituais que
nos assistem.
Para adquirirmos a paz de espírito é
primordial que não se alardeie os seus
conhecimentos; nunca fale de si; nunca se
precipite para ser o primeiro a apanhar um lugar à
mesa; nunca se utilize dos outros em benefício
próprio, nem procure domina-los, como se lhes
fosse superior.
São estas as mais vulgares expressões da
virtude da humildade que não consiste, de fato,
tanto em humilhar-mo-nos perante o nosso
próximo, como em reconheceremos a nossa
pequenez, comparada com aquilo que deveríamos
ser.
(Do livro: Mãe, estou vivo.)
ESPÍRITAS
PRECISMOS NOS MELHORAR
Todos nós que nos dizemos espíritas
verdadeiros, precisamos fazer uma grande
reflexão sobre nós mesmos. Somos realmente
espíritas ou simpatizantes?
Para responder afirmativamente a esta
pergunta, o espírita precisa evitar o máximo
possível cometer alguns defeitos, precisamos fazer
realmente uma reforma íntima.
Orgulho – Será que não tenho mais
dentro de mim este terrível defeito? Vejamos.
Cumprimento todos que encontro numa festa,
ricos, pobres, mendigos, bem vestidos, mal
vestidos. Abraço a todos igualmente ou só os
“mais chegados”? Continuo querendo ser o foco
de atenção em todos os lugares em que vou? Digo
bom dia, boa tarde, boa noite a todos que
encontro? Quero ser aplaudido em público por
qualquer coisinha que eu fiz de bem, ou seja,
quero que saibam que estou fazendo esta ou
aquela caridade? Continuo firme numa casa
espírita rica, com pessoas fortes, sadias, bem
nutridas, doutores e abandono aquela casinha
pobre, com crianças passando fome, precisando de
evangelização, de alimentos, de conforto, de
carinho, de roupas. Quando eu lá compareço é só
pra falar mal, que isto e aquilo está errado, que
esta ou aquela pessoa não devia abrir a boca, por
mais que o pobre coitado estiver ajudando?
Críticas negativas – Continuo falando
mal de todo mundo? Esta ou aquela pessoa não
presta, erra demais, não acerta uma. A minha
língua é só para cuidar da vida dos outros,
esqueço que o maior defeituoso sou eu mesmo. Eu
não tenho nenhum defeito, imagine. Dou tudo de
mim. Vivo cansado, ninguém me ajuda.. Por que
será que os outros não cumprem o que prometem?
Vícios – Uma casa espírita tem a
finalidade de combater todo tipo de vício. E eu?
Deixei meus vícios de lado ou continuo com os
vícios e com a casa espírita? Será que ainda
freqüento os mesmos lugares que antes:
barzinhos, lanchonetes, quiosques, passando
noitadas com os amigos, tomando umas e outras,
claro não passo dos limites, indo aos finais de
semana tomar umas e outras com os colegas nas
praias, nos sítios; fumando de vez em quanto dois
ou três cigarros por dia, jogando algumas
partidinhas de sinuca e os vícios morais?
Continuo sem nenhuma mudança? Será que estou
mesmo fazendo uma reforma íntima ou estou
enganando a mim e a todos que me rodeiam?
Tenho um comportamento na casa espírita e outro
em minha casa ou em outros lugares. Preciso
refletir mais sobre isto.
Humildade – Será que sou mesmo
humilde? Sou simples? Debochei de alguém que
estava carregando aquele osso rapado que ganhou
no açougue porque não tem outra coisa para
comer? E daquele menino que estava na rua
catando latinhas, garrafas, será que eu disse para
ele deixar aquilo porque era lixo? É claro, eu dei a
ele os CR 100,00 reais que ele precisa por mês
para se manter. Eu não posso ver ninguém
catando lixo na rua, já vou dando a ele o dinheiro
de que ele precisa para se manter. Assim é que se
faz.
E mais, será que não sou exibido e quero
mostrar
grandes
conhecimentos,
grandes
possibilidades, falo demais, só ando nas rodinhas
de gente fina, namorado ou namorada só de
carrões. Visitar alguém humilde na favela, nem
pensar. É possível que eles vão me assaltar.
Doações – Gosto de fazer doações, mas
eu sempre dôo para instituições. Aqueles chinelos
velhos meus que não prestam mais, aquelas
roupas velhas que não tem mais nenhum tipo de
conserto. Aqueles móveis velhos que não há
possibilidades de recuperação. Aquela TV que
não dá mais nem sinal de vida. São ótimos para
doações para instituições de caridade. Lá eles
sabem o que fazer. Tem tanta gente precisando,
coitadinhos. Afinal de contas, quando eu morrer, é
isto que o Cristo pode me oferecer também. Foi
isto que eu doei a ele.
NOTÍCIAS
O programa Linha Direta da TV Globo
apresentou no dia 4/11 a reconstituição de um
caso judicial em que o
réu foi absolvido depois que o juiz aceitou nos
autos uma psicografia ditada pela vítima
-07ao médium Chico Xavier. Aproveitando a ocasião
informamos que a Revista das religiões, edição de
abril/superinteressante do mês de novembro
dedicou capa e matéria de 8 páginas a Allan
Kardec. A revista conhecer – fantástico”, que esta
em todas as bancas, apesar do nome, fez uma
edição bastante esclarecedora sobre o Espiritismo,
inclusive colocando o nome e o endereço de todas
as federativas estaduais para que os leitores
soubessem onde procurar informações sobre o
Espiritismo em seus respectivos Estados.
O Jornal do Brasil do dia 2 de novembro,
também trouxe o Espiritismo como tema, embora
o tom seja jocoso no início, o restante da matéria
está interessante. Em outubro, os jornais “O
Estado de São Paulo”, Diário do Nordeste
(Ceará)O liberal (Pará), o correio Braziliense
(Brasília) e o Popular (Goiás0 noticiaram o
bicentenário de Kardec e a emissão do selo em
homenagem ao codificador. Todos os jornais
trataram o assunto com muita seriedade e respeito.
Agência Estado distribuiu noticiário do congresso
de Paris e do bicentenário para mais de 500
jornais de todo o País.
Na próxima semana, a revista “Isto é”
deverá tratar do tempo Espiritismo. E na próxima
novela das 8 da Rede Globo – América – a autora
Glória Perez, vai tratar de experiência de Quase
Morte.
A HISTÓRIA DE HITLER
Johann Georg Hiedler, um moleiro
errante, conheceu em suas andanças uma mulher
solteira chamada Anna Schicklgruber, que tinha
um filho de nome Alois. Casando-se com ela,
assinou papéis em que declarou ser o pai de filho
de Anna. Entretanto, Alois não gostava de assinar
Hiedler e adaptou seu nome para Hitler.
E o tempo passou, demorado...
Aproximava-se a última década do século
XIX. Alois Hitler estava, então, com cinqüenta e
dois anos. Precisamente no dia 20 de abril de 1889
nasceu Adolf, o terceiro filho do seu terceiro
matrimônio. Casado com Klara Polzl – uma excamponesa de vinte e oito anos – moravam em
Braunau, uma pequena cidade austríaca situada à
beira do Rio Inn, na fronteira com a Alemanha,
onde desenvolvia atividades alfandegárias.
Logo depois o nascimento de Adolf,
Alois se aposentou e, juntamente com a família,
mudou-se para a região de Linz, a meio caminho
entre Braunau e Viena, a capital da Áustria.
Freqüentando a escola primária, o
pequeno Adolf demonstrou ser um bom aluno,
mas apresentou-se medíocre depois. Suas notas
baixas irritavam profundamente seu pai. Alois –
homem ríspido e de mau gênio – queria, de
qualquer maneira, que o filho estudasse para ser
funcionário do governo, assim como ele o havia
sido. Mas o menino queria ser artista e cantou,
durante certo período, num coro de igreja.
Alois Hitler morreu em 1903 e Adolf
abandou a escola em 1905, com a idade de
dezesseis anos. Klara Polzl, sua mãe, era pobre,
mas ele não trabalhava; passava o tempo em
devaneios, lendo e desenhando...
Procurando materializar seu anseio de
artista, Adolf Hitler foi para Viena. Fez exame
para ingressar na Academia de Belas Artes, mas
não conseguiu seu objetivo. Um ano depois Klara
Polzl morreu, enquanto seu filho era reprovado
pela segunda vez. Com a morte da mãe, ele
decidiu permanecer na capital da Áustria.
Evitando emprego fixo, o filho de klara e
Alois preferia tarefas ocasionais, como remover
neve ou carregar malas na estação ferroviária.
Ganhava um pouco de dinheiro fazendo cartazes
para os donos das lojas ou pintando paisagens de
Viena. Seus trabalhos eram mal realizados, mas
ele se considerava um grande artista.
Como muitos austríacos que falavam a
língua alemã, Adolf Hitler se considerava alemão,
orgulhoso de seus antepassados; e o ódio que
desde crianças nutria pelos judeus, eslavos e
membros de outras raças se acentuou nesse
período. Os homens que o conheceram em Viena
o descreveram como um tipo estranho,
melancólico e facilmente irritável.
Em 1913, o filho de Alois Hitler foi para
Munique, na Alemanha. Estava com vinte e
quatro anos. A primeira Guerra Mundial começou
no ano seguinte e Adolf se alistou como
voluntário no exército alemão; tomou parte em
algumas das batalhas mais sangrentas e foi duas
vezes condecorado por bravura. Ele amava o
exército e desprezava os soldados que odiavam a
guerra.
Um ano depois da primeira Grande
Guerra, Adolf Hitler iniciou sua escalada ao
poder. Em 1920, com o velho império alemão
derrotado e a economia do país arruinada, ele
passou a chefiar o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães, cujos membros eram
chamados nazistas. O neto de Anna Schicklgruber
acreditava que seria capaz de conquistar para a
Alemanha a sua glória passada.
Quando assumiu o cargo de chanceler
(primeiro ministro), Hitler tornou-se senhor do
governo; e aboliu os direitos constitucionais,
dissolveu o Parlamento e convocou novas
eleições. Desencadeou violenta onda de repressão
aos seus adversários e atingiu o seu objetivo. Na
sessão de reabertura, o Parlamento concedeu
plenos poderes a Adolf, o Chanceler da
República. Em 1934. a morte do Marechal
Hindenburg (reeleito Presidente em 1932), cedeu
lugar ao Terceiro Reich, ou Terceiro Império
alemão, do qual o Führer (líder Nazista) Adolf
Hitler tornou-se o ditador absoluto. Seus
discursos, pronunciados, numa voz aguda faziam
a multidão gritar: “Heil, Hitler”” (“Salve, Hitler”).
O filho de Klara e alois governou a
Alemanha como ditador de 1933 a 1945. Tinha
uma personalidade muito instável. Mas, ao mesmo
tempo, possuía uma visão clara do que queria e a
audácia para tenta-lo.
Transformou a Alemanha numa poderosa
máquina de combate e deu início à Segunda
Guerra Mundial em 1939.Não respeitou a opinião
de qualquer especialista em nenhum campo;
ignorou, de modo ostensivo, o conselho de seus
generais e seguiu unicamente a sua própria
opinião, conquistando a maior parte da Europa.
Adolf Hitler propagou a morte como
ninguém o fizera antes. A partir da concepção
racista de que o povo germânico era superior e
que devia conservar a sua
-08pureza, todos os elementos que pudessem
corrompe-lo deveriam ser eliminados. Mandou
executar ou prender todos os que se opunham a
ele. Artistas, cientistas, escritores e numerosas
personalidades de destaque buscaram refúgio no
exílio.
Odiando especialmente a raça semita,
ordenou o seu extermínio nos países por ele
dominados. Instalou campos de concentração
onde cerca de seis milhões de judeus, um milhão e
meio de ciganos, eslavos e indivíduos de outras
nacionalidades considerados. Instalou campos de
concentração onde cerca de seis milhões de
judeus, um milhão e meio de ciganos, eslavos e
indivíduos de outras nacionalidades consideradas
“inferiores” foram aprisionados e assassinados.
Muitas vítimas eram torturadas antes de serem
mortas. Outras morriam de fome, esqueléticas;
outras ainda, devoradas por enfermidades. Como
todos os valores morais da civilização foram
ignorados pelo fuher, além do extermínio em
massa, realizavam-se experiências médicas em
seres humanos.
O filho de Klara e Alois continuou
agindo assim mesmo quando a Alemanha estava
sendo derrotada. As tropas americanas, inglesas e
soviéticas já se avizinhavam do centro da
Alemanha, aproximando o fim da Segunda
Grande Guerra. Finalmente no dia 30 de abril de
1945, o Exército Vermelho entrou em Berlim.
Sentindo-se perdido, Adolf Hitler ter-seia suicidado, juntamente com Eva Braun, sua
antiga amante.
Quando Klara e Alois viram o pequeno
Adolf – que queria ser artista – cantando no coro
da igreja, jamais poderiam avaliar quem era, em
realidade, o pequeno Adolf...
E você... pode avaliar quem é o seu filho?
(Do livro: quem é seu filho?)
O CAMINHEIRO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
ANO II N. 24 DEZEMBRO DE 2004
LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ
RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA
Editorial
Chegamos a mais um final de ano. Festas
de um lado e outro. Todo mundo contente. Todo
mundo alegre.
Aqui no Lar também nós estamos todos
contentes. Este ano estamos muito contentes
porque tudo o que planejamos no ano anterior deu
certo neste ano e fizemos muito mais do que
aquilo que planejamos, graças ao bom Deus.
Graças aos bons espíritos conseguimos levar a
nossa mensagem, palavras de conforto e carinho a
todos que nos procuraram neste ano. Houve muito
serviço, houve muita luta, mas é assim mesmo.
Não pode haver vitória sem luta.
Agradecemos aqui a todos os nossos
trabalhadores por tudo que fizeram em prol de
todos que aqui vêm em busca de paz, de amor, de
compreensão, de solidariedade e também de
auxílio. Ganhamos trabalhadores novos, perdemos
alguns trabalhadores. Lamentamos pelos que
partiram, mas que eles consigam levar avante o
pouco que aprenderam aqui e possam encaminhar
novas pessoas ao bom caminho nos novos
caminhos pelos quais partiram. Cristo tem muitos
pontos de trabalhos espalhados por este mundo.
Devemos nos adaptar ao que melhor acharmos,
mas devemos sempre lutar para pescar mais almas
ao Cristo.
Também estamos muito felizes por
quadruplicar o número de crianças do nosso lar.
Fizemos o planejamento para 30 crianças, estamos
com 120, quase na sua capacidade máxima.
Para o ano que vem, novos cursos virão,
novos trabalhadores e novas batalhas teremos que
travar. Estamos preparados para mais uma luta e
mais uma vez venceremos com o Cristo do nosso
lado. Que Deus abençoe a todos nós para os novos
campos de trabalhos.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NESTE
ANO
EVANGELIZAÇÃO 1a..TURMA – Iniciamos o
ano com 30 alunos e terminamos com 118.
Dividimos os evangelizandos em 4 turmas. A
primeira turma vai de 2 a 5 anos de idade e ficou
com a Ivone e a Lúcia. Nesta fase eles brincam,
dançam, ouvem músicas, cantos, desenham,
ouvem historinhas. É uma classe especial e temos
todo o cuidado, pois tentamos inserir nestas
crianças o gosto pelo lado religioso. São as nossas
sementinhas futuras e temos muito cuidados com
eles, pois eles precisam tomar gosto pela
evangelização.
2a. TURMA – 6 a 8 anos ficou com a nossa Irmã
Rosimeire. Nesta faixa eles já sabem ler, portanto
são contadas historinhas religiosas, eles pintam,
escrevem, ouvem historinhas, participam das
brincadeiras e aqui já começamos a inserir os
conhecimentos espíritas em poucas pinceladas.
3a.Turma – 9 a 12 anos ficou com a nossa irmã
Natalina. Aqui está a maior turma, a turma mais
alegre. Aqui já começamos o trabalho com relação
ao Espiritismo. A idade é a ideal para que eles
aprendam os princípios de Kardec, portanto nesta
turma já trabalhamos mesmo com o espiritismo e
obtemos bons resultados. Como eles já sabem ler,
usamos técnicas variadas, desde questões
doutrinárias a trabalhos práticos, aproveitando os
exemplos da vida comum como: paz, amor,
paciência, fé etc.
4a. Turma – 13 anos acima ficou com o professor
Henrique. Nesta turma implantamos o ESDE –
Estudo sistematizado da doutrina Espírita. Aqui
ensinamos os princípios da doutrina espírita
baseada nas obras de Kardec. A turma é bastante
variada, pois temos jovens de 13 anos como
também temos alguns adultos. Não só
trabalhamos os princípios religiosos como
também estudamos o espiritismo mais a fundo.
ESTUDOS DE 2a.FEIRA – Nos estudos de
segunda feira também adotamos as apostilas do
ESDE. É o mesmo estudo que temos aos sábados
para a 4a. Turma. Veremos todas as apostilas do
ESDE e assim teremos uma boa noção do
Espiritismo. De modo que, quem perder o estudo
de sábado, pode recupera-lo no domingo e ter
assim um processo de continuidade. Ainda nos
estudos de segunda feira, vimos anteriormente, o
estudo de: O Evangelho segundo o Espiritismo e a
obra “Obsessão” de André Luiz.
-02REUNIÃO MEDIÚNICA – Nas quartas feiras é
realizada a sessão mediúnica. Temos orientado
muitos desencarnados nesta sessão, procurando
sempre encaminha-los para as escolas e os
hospitais da espiritualidade a fim de que estes
espíritos que não tiveram oportunidade de
conhecer o evangelho quando encarnados, que
encontrem as palavras do Evangelho na
espiritualidade e se melhorem, se aperfeiçoem,
perdoem e sejam perdoados, enfim que consigam
fazer uma reforma íntima, se preparando para uma
nova reencarnação.
Na reunião mediúnica estudamos a obra
“Obsessão” de André Luiz e terminando este
começamos com a obra “O livro dos Médiuns” de
Allan Kardec.
REUNIÃO DE 6A.FEIRA – Tudo correu bem
com as reuniões públicas durante o ano de 2004.
Graças a Deus tivemos bons palestrantes que
souberam levar um pouco de luz àqueles que
pouco conhecem sobre a doutrina do Cristo. O
nosso objetivo foi conseguido e Oxalá consigamos
melhorar o coração de algumas pessoas que ainda
não se encontraram.
Tivemos algumas dificuldades em trazer
palestrantes, mas tudo foi superado e conseguimos
colocar tudo em seus devidos lugares, de modo
que não ficou falha.
CURSOS EVANGELICOS – Graças ao bom
Deus conseguimos ministrar alguns cursos da área
religiosa aos nossos participantes.
Realizamos
um Curso de gestante com 9 participantes. O
curso foi realizado em 4 meses e no final do curso
foi distribuído um enxoval completo para o novo
bebê.
MEDIUNIDADE - Houve o 1o. curso de
Mediunidade para os novatos com a participação
de 10 pessoas que receberam as noções básicas de
mediunidade. Mais tarde estas pessoas deverão
fazer um curso mais aprofundado e depois de
muito estudo, vontade é que poderão participar
das sessões mediúnicas. Consideramos a
mediunidade uma coisa muito séria e não é para
qualquer pessoa.
PASSE – Como tínhamos necessidade de
passista, tivemos que proporcionar o 2o. curso de
passe ministrado em nosso lar. Também houve a
participação de 10 trabalhadores, alguns já
engajados dentro das atividades do lar. Outros
eram novatos e alguns já começam a se integrar
no lar.
MINI CURSO DE PRECE – Notamos a
grande dificuldade de os novatos começarem a
fazer as preces, por isto ministramos um mini
curso de preces a todos os interessados. Foram
treinados 15 pessoas em três fases diferentes e
graças a Deus já estamos colhendo os bons frutos.
A qualidade do trabalho já melhorou muito neste
lado, como nos dois acima.
CURSOS
NÃO-RELIGIOSOS
–
INFORMÁTICA - Proporcionamos também
alguns cursos que não são da área religiosa. O
maior deles é o curso de Informática. Tivemos um
total de 135 alunos matriculados neste ano. Houve
muita desistência, mas 17 já saíram diretos para o
emprego e 17 concluíram o curso e receberam o
certificado, totalizando 34. Muitos continuam
estudando. Entregaremos os certificados sempre
duas vezes ao ano: em julho e dezembro e neste
dia realizaremos sempre um encontro de pais e
uma festa especial. A informática será o nosso
curso carro chefe, pois sem informática em nossos
dias difícil será a conquista de um bom emprego.
Conseguimos os computadores, de modo que
teremos sempre a disposição este curso para os
nossos evangelizandos.
VIOLÃO – Criamos um curso de violão. A
primeira turma começou com 15 alunos, mas
infelizmente houve muita desistência apenas 2
terminaram o primeiro curso. Na segunda turma
houve apenas 7 matrículas e infelizmente não foi
para frente. Revimos o que estava errado e para o
ano vindouro novamente estaremos oferecendo o
curso e esperamos que desta vez teremos mais
progresso.
TECLADO – Houve um começo do curso de
teclado neste ano. Como o professor e o aluno são
novatos, as coisas estão ainda um pouco devagar,
mas prometemos trabalhar mais para também
oferecer um curso melhor de teclado aos nossos
alunos.
ARTESANATO – O curso que mais produziu foi
o de Artesanato. Tivemos muitos e muitos alunos
que aprenderam muitas obras artesanais e também
ensinaram bastante. Infelizmente não demos
continuidade por ficar um pouco caro os produtos
e não recebermos ajuda financeira. Fechamos o
curso ao público e criamos um parque infantojuvenil.
Mudamos
a
rota
de
nossos
evangelizandos. Mas os cursos virão no ano
vindouro, com cara e pessoas diferentes.
Com as peças fabricadas montamos uma
lojinha no lar e temos vendido algumas pequenas
peças, mas as obras são mais para amostragem do
que nós podemos fazer. Brevemente voltaremos a
estas atividades e criaremos uma associação.
ALIMENTAÇÃO
Uma de nossas grandes lutas é quanto a
alimentação. Fornecemos sopas todos os sábados
e é uma luta para conseguirmos os ingredientes
para uma boa sopa. A sopa é oferecida todos os
sábados às 17:30. Distribuímos um total de 100
pratos de sopa todas as semanas, somando-se o
ano inteiro dá um total de 4.800 pratos de sopa.
Fornecemos também 1 pão para acompanhar a
sopa totalizando também 4.800 pães por ano. Uma
determinada quantia de pães é oferecida pelo
Mercado Arriel, o mercado nossa Senhora
Aparecida também nos ajuda um pouco, o resto
comppletamos. O Mercado 3 irmãos nos fornece
uma determinada quantia de verduras para a sopa
e completamos o resto. O Açougue modelo nos
fornece os ossinhos e completamos o resto.
No último sábado de cada mês é
oferecida uma torta aos aniversariantes do mês.
Compramos os ingredientes e a Ivone e algumas
voluntárias fazem a torta. Todos os sucos de
sábado são oferecidos por nós mesmos.
Algumas
famílias
vêem
buscar
alimentação em nosso lar e todos voltam para casa
com alguma coisa.
-03ROUPAS E CALÇADOS
Temos recebido muitas roupas e calçados
e aqui são vários doadores. Do mesmo modo
recebemos também muitos calçados. Todos estes
produtos são distribuídos no decorrer do ano,
basta que nos procurem e desde que sejam pessoas
carentes. As roupas e os calçados têm chegado em
bom estado de conservação e isto serve para as
pessoas usarem ainda por um bom tempo.
Agradecemos de coração a todas as pessoas que
nos ajudam, pois só assim poderemos ajudar a
muita gente e todos nos irmanamos num mesmo
ideal: no amor de Cristo.
PARTICIPAÇÃO NA FEEMT
Dez trabalhadores nossos participaram
dos eventos promovidos pela Federação Espírita
do Estado de Mato Grosso. Fizemos cursos na
Área de Presidência, Evangelização Infantil,
Assistência Espiritual, Evangelização juvenil,
Estudo sistematizado da doutrina Espírita. Foram
muito bons os encontros e algumas das inovações
mostradas pusemos em prática em nosso lar e está
dando certo, graças a Deus.
ENCONTRO DE PAIS
Neste ano fizemos três encontros de pais
dos quatro propostos. No primeiro encontro o
tema foi EDUCAÇÃO DOS PAIS, onde foi
mostrado que a família também deve fazer a sua
parte em relação aos filhos. Todos os pais são
responsáveis pela religiosidade dos filhos, pela
criação do bom cidadão. Não adianta o Lar
Espírita dar as instruções e as crianças
encontrarem o inverso em casa.
No segundo encontro o tema foi
DROGAS onde foi falado sobre o perigo das
drogas entre as crianças e os adolescentes.
Demonstrado que todos nós corremos perigos com
este grande mal que afeta a humanidade atual.
No terceiro encontro o tema foi
RESPONSABILIDADE DOS PAIS, onde
tentamos mostrar que os pais precisam
acompanhar os filhos de perto para saber onde se
encontram, com quem estão e o que estão
fazendo. Os pais precisam participar da vida dos
filhos, pois eles fizeram um pacto na
espiritualidade de que iria cuidar bem dos filhos e
terá que responder por todos os atos que fizer aos
filhos.
O terceiro encontro foi um sucesso total
pois houve a participação de mais de 120 pessoas
uma vez que era também a entrega dos
certificados do 1o. curso de informática. Ficamos
muito contentes com a belíssima festinha
apresentada aos pais e aos nossos evangelizandos.
PARQUE INFANTO-JUVENIL
Tivemos muitas dificuldades em manter
o artesanato para os alunos. Nós sabemos que
precisamos de alguma coisa para chamar a
atenção dos alunos para a evangelização. Se não
tiver alguma coisa diferente, eles não virão só
para os estudos. Por isto criamos o artesanato.
Mas como tínhamos poucas pessoas para ajudar
neste setor e também as despesas que foram
aumentando muito, pensamos em mudar de
atividades e manter os alunos na evangelização.
Nem pensávamos em um parquinho infantil e foi a
própria espiritualidade quem nos intuiu a criação
deste parque. Começamos a trabalhar firme neste
ideal e logo começamos a arrecadar as peças
principais: Compramos uma mesa de ping pong,
um pebolim, uma mesa de botão, fizemos duas
mesas de dama, criamos três bozós, três dominós,
dois jogos da velha, 4 jogos de dardo, duas mesas
de pião, um campinho de voley, um campo de
peteca. Conseguimos o madeiramento do barracão
dos joguinhos com um doador, com outro
recebemos todas as telhas eternit.
Um doador deu 8 metros de forro e
conseguimos construir a casinha das bonecas,
outro doador deu 3 gangorras de ferro, outro deu
um parquinho completo e ganhamos brinquedos
de vários doadores. Construímos o parquinho para
a felicidade da criançada. Agora eles fazem
questão de virem para se divertirem e ainda
ganham grátis a evangelização e são
encaminhadas para Cristo.
Mas a luta não foi muito fácil. É preciso
lutar muito para conseguir levar adiante o ideal
que propusemos na espiritualidade. Temos
trabalhado muito, a espiritualidade tem nos
ajudado muito de modo que vamos vencendo
todas as barreiras e vamos levando o Evangelho
de Cristo adiante. Estamos conseguindo, graças a
Deus.
DESPESAS DE DEZEMBRO
Luz
60,00
Jornal
30,00
Brinquedos/sucos
48,45
Mouse
10,00
Tinta
101,90
Ripão
18,00
Madeira
40,00
Doce/Refresco
53,73
Brinquedos
170,49
Tinta metálica
10,00
Pião/doces
14,65
Revelação filme
57,00
Filme
6,00
Cal virgem
6,40
572,99
Entrada em dezembro 60,00
Saldo negativo de 512,99
Doações de dezembro
Brinquedos
2 mesas de pião
Roupas usadas
2 cartuchos Coloridos
2 monitores
1 caixa ampliada
1 mesa de bozó
6 refrigerantes
Roupas usadas
Brinq/roupas/calçados
Roupas usadas
Garrafas Pet/caixas
150 livros
200 livros infantis
l estante
Anônimo
Henrique
Dona Núria
Anônimo
Anônimo
Natalina
Henrique
Prof. Jeane
Prof. Jeane
Marco
Anônimo
Evanice
Prof. Jeane
Henrique
Henrique
DESPESAS DE 2004
Neste ano tivemos uma grande despesa
em virtude das construções que já começaram,
bem como algumas peças do parquinho que foram
compradas. Abaixo colocaremos um quadro das
despesas:
-04DESPEZAS DE 2004 Desp.gerais
Entrada Saldo negati
Jan. 228,20 74,25
153,95
Fev. 270,19 140,00
130,19
Mar. 371,60 105,00
256,60
Abr 519,80
101,00
429,80
Mai.1.271,80 102,00
1.169,80
Jun 212,80
84,25
128,55
Jul. 2.295,19 1.319,00
876,10
Ago 994,10
141,00
853,10
Set. 2.447,10 143,50
2.303,60
Out 350,50 116,50
234,00
Nov. 463,50
60,00
413,50
Dez. 572,99
60,00
512,99
9.906,77 2.446,50 7.369,96
FESTAS
Conforme fora programado, realizamos
quatro festinhas neste ano. A primeira festa foi o
dia das mães. Foi uma festinha simples realizada
no dia 15 de maio e tivemos a participação de
muitas mães. Foi bem animada com muitas
músicas, apresentação das crianças, comes e
bebes, brindes e o sorteio de 20 prêmios maiores.
As mães saíram contentes do nosso lar.
A segunda festa realizada foi a festa
julina. Houve uma grande participação de nossa
comunidade, com mais de 250 pessoas e uma
animação total. Aconteceu no dia 31 de julho,
último dia do mês. O ingresso foi vendido a um
preço simbólico de 0,50 para com isto vir uma
quantidade maior de pessoas. Houve comes e
bebes de diversos tipos, brincadeiras, pescaria,
joguinhos, torpedos, casamento, baile caipira,
caixinha de segredo, bolos diversos, refrigerantes,
picolés, pipocas e outros. A festa rendeu CR
703,00 e deu para fazer uma pequena cobertura
dos gastos que fizemos durante o ano.
No dia 16 de outubro realizamos também
a festa da crianças. Tivemos algumas
apresentações, esportes, joguinhos e no final uma
macarronada com peixe. Pela primeira vez
oferecemos
uma
peixada
aos
nossos
evangelizandos, graças a FEEMA que nos doou o
peixe. Foi uma animação total e uma participação
muito grande tanto de crianças quanto de adultos.
Todos adoraram a peixada. No ano que vem
estamos preparando um novo cardápio que deve
ser uma peixada novamente ou uma frangada,
depende dos doadores.
Mas a melhor festinha foi mesmo a do
natal. Desdobramos a festinha em duas partes: a
primeira no dia 17 de dezembro com o III
encontro de pais de 2004, a entrega dos
certificados à I turma de evangelizados e uma
apresentação das crianças. No final oferecemos
uma grande confraternização com salgadinhos e
sucos. Foi uma animação total e todos saíram
felizes no dia 17.
No dia 18 de dezembro a dose se repetiu.
Fizemos uma grande gingana esportiva com quase
todos os nossos joguinhos funcionando: Voley,
Peteca, Bozó, Pebolim, Ping Pong, Jogo da Velha,
Jogo de Dardos, Dama, Dominó. Foi uma
animação total. Mais tarde houve a apresentação
das crianças com músicas e dança rítmica. Mais
tarde houve a apresentação dos aniversariantes do
mês, cantado os parabéns a você e a distribuição
da torta e dos bolos. Todos saíram contagiados da
festinha. Foi também o nosso encerramento do
ano letivo. Um ano de muita luta, muito trabalho,
mas também de muita vitória. Graças a Deus tudo
deu certo e a nossa programação para o ano
vindouro
já
está
quase
toda
pronta.
Continuaremos com os sábados ainda, mas com
lazer para as crianças.
A perna, um veículo da morte
O coração, uma bomba de guerra
O corpo, um envoltório sexual, sensual,
Esfomeado das deturpações terrestres
O ESPÍRITO – O PAGADOR
PROMESSAS.
POEMAS DO PROF. HENRIQUE
Entristeci-me, perdi a vida
Revi o drama em que me fui
Entre fogo, fel e amargura
Entre salgema, ferro e atadura
Apodreci-me nos seios da imensidão.
O QUE MAIS PENSO NA VIDA
O que mais eu penso na vida
É a paz para toda a população
É o amor, o afeto, a fraternidade
A união total entre os homens
A evolução nos caminhos do Senhor
A salvação de toda a humanidade.
O que mais eu penso na vida
É como ajudar a pobreza a sair deste terror
Tratar dos doentes deste torrão
Alimentar aqueles que passam fome
Ensinar aqueles que não sabem
Evangelizar aqueles que estão perdidos.
O que mais eu penso na vida
É como melhorar a humanidade
Melhorando a mim mesmo
Retirando todos os trombolhos
Todos os empecilhos desta vida
Para caminhar nas estradas do Senhor.
DE
VIDA E MORTE
Revi o passado, cuspi lama
Chorei lágrimas de putrefação
Senti ódio, pavor, miséria
Vivi séculos inteiros em podridão
Correndo atrás de amores perdidos.
Não queria ouvir, cuspi meu sangue
Engoli veneno pelas veias
Saí decepado a correr o mundo
Jorrando sangue pelo vale afora
A procura de uma morte que não vem.
Entre fogos atômicos eu andei
Em gramas de desgostos me enterrei
-05Perdi o controle, passei o inferno
Onde pago pelos anos já passados
Em que cometi erros e por erros fui crivados.
Amei a vida com prazeres bestiais
Fiz tudo para não perder a calma
Entre álcool, mulheres e aventuras
Eu morri por um único dia de prazer
E hoje tenho vários séculos de amargura.
O que mais eu penso na vida
É como elevar o pensamento de cada um
Retirando de sua mente
Todas as maldades, as injustiças, as impurezas
Preparando todos os meus irmãos
Para os caminhos fraternos da casa do Pai.
REGREDINDO A MEMÓRIA
EIS O HOMEM
Eis o homem materialista
O olho, um antro de cobiça e inveja
O nariz, um faro de bestialidades mundanas
A boca, uma serpente devoradora
O rosto, um retrato de falsidade
A cabeça, um inferno na torre
O cérebro, um rio de correntes torpes
O braço, um arco de sucuri
Procuro observar minha presença
E me encontro não muito distante
Vejo meu trabalho tão humilde
E a minha grande ignorância.
Regresso a minha me memória no tempo
Vejo um lugar remoto
Uma pátria tão distante
Um povo diferente.
Em mim não havia amor
Eu era um imbecil
Matava pra sobreviver
Gastava tudo nas farras.
Fiz coisas inacreditáveis
Mas, agradeço a Deus
Que me permitiu voltar
Cumprir meus trabalhos
Solidificando as bases
Pra ser quem eu sou.
Foi um longo período de aprendizagem
Meu Deus, eu penso
Como avaliarei o dia de hoje
Quando eu me observar
Daqui a dois mil anos?
PERDOA-ME, SENHOR
Perdoa-me, Senhor, se errei
Se falei mal em lugar do bem
Se odiei quando podia amar
Se neguei quando podia dar
Se recuei quando podia avançar.
Perdoa-me, Senhor
Se fechei o rosto para alguém que sorriu
Se neguei quando podia ajudar
Se pedi sem precisar
Se dei pedra em lugar de pão.
Perdoa-me, Senhor
Se discuti tentando vencer o ignorante
Se bati num pobre coitado
Se explorei o menos afortunado
Se abusei da amizade do próximo.
Perdoa-me, Senhor
Se perdi meu tempo farreando
Se não plantei boas sementes
Se ignorei a meu lado os sofredores
Se deixei de ensinar o bom caminho.
Perdoa-me, Senhor
Se eu ainda não sei rezar
Se procurei ignorar o evangelho
Se tentei negar a vossa presença
Se fiz tudo, tudo errado.
Perdoa-me, senhor
Pois pretendo mudar de hoje em diante
Para caminhar no caminho certo
Ajudando a humanidade
A crescer com amor e paz.
ESTADIA NO UMBRAL
Quem não faz nada ao seu semelhante
nesta vida, vai passar uma longa temporada no
umbral. São poucos livros que trazem
informações sobre o umbral, mas existem alguns
livros que nos trazem boas informações. O
primeiro deles é a obra “Memórias de um suicida”
que nos fala de uma zona de sofrimento chamado
de Vale dos suicidas. Um outro livro importante
que fala sobre o umbral é a obra de André Luiz
“Nosso Lar” que vai descrever o lugar onde ele
foi parar devido ao seu orgulho de ser médico só
que quem podia pagá-lo.
Mas ultimamente outras obras se
destacam. Entre elas temos “Aconteceu na Casa
Espírita” de Emanuel Cristiano e também o livro
“O que encontrei do outro lado da vida” de Vera
Lúcia Marinzeck.
Baseando-se neste último livro e também
nos conhecimentos que obtemos de outras fontes
vamos dar algumas dicas.Primeiramente falamos
que o umbral é um estado de espírito dos espíritos
que não cumpriram seus deveres. Por isto eles
sofrem muito, mas existem alguns lugares
definidos onde eles passam algumas temporadas.
O sol é visto entre névoas, clareando
pouco e, caminhando pelo umbral, vai
escasseando a luz solar; à noite, a escuridão é
total.
A paisagem é triste, sem nenhuma
beleza. Todos os lugares se mostram com uma
intensa penumbra, como se tivesse tudo coberto
por uma fumaça. Temos uma idéia semelhante
quando começa a escurecer na terra. É bem
parecido com este aspecto. À medida que as
coisas vão ficando um pouco distante, não temos
noção do que é, vemos apenas um vulto.
O ar é fétido e o odor varia: há cheiro de
podridão, lama, mofo, carniça, tudo varia muito.
A vegetação é pouca, escasseando
conforme se adentra no umbral. Há várias árvores
ressecadas e torcidas embora as plantas lá,
também servem para a alimentação. Há em maior
número uma vegetação rasteira de cor escura, sem
beleza, não se vêem muitas espécies e não há
flores. Há muitas pedras, lugares lodosos, outros
arenosos, alguns pedaços secos. Aí não há
vegetação. Pequenos filetes de água correm
lentamente, há lugares em que a água é mais clara,
em outros é suja, misturada com barro. Há alguns
poucos animais de aspecto muito feio, mas não
atacam ninguém, alimentam-se de fluidos
nocivos. Há algumas aves, mas sem beleza, porém
são úteis no umbral.
Há muitos desencarnados que sofrem
muito no umbral, outros se adaptam. Como na
terra muitos não gostam de tomar banho, de
escovar os dentes, pentear os cabelos, fazer uma
boa higiene. Lá é assim.
Há muitos encarnados que transitam no
umbral, são os arruaceiros. Eles passam cantando
e gargalhando. Gostam muito de blasfêmias e
músicas eróticas. Andam todos sujos, enfeitados,
trazem pinturas picantes, armas e só andam em
bandos. Poucos andam solitários. Não existe na
terra nenhum tipo de sofrimento que possa se
igualar ao do umbral. Parecem enlouquecidos de
dor. Os orgulhosos são os que sofrem mais. Eles
vêem seu orgulho sendo ferido: são cuspidos,
gozados, pisoteados e o pior de tudo – são
escravizados pelos umbralinos. Há gemidos por
todo lado. Muitos se arrastam pelo chão, são
farrapos humanos. O sofrimento é tanto que uma
mãe não reconheceria seu próprio
-06filho ali.. Sofre-se de tudo ali: doenças, fome,
sede, frio, dores, calor, tristeza, humilhação,
desgosto, saudades. Quem praticou o mal,
encontrará as suas vítimas que virão cobrar a
dívida, através da vingança, da humilhação, da
escravização. Eles sofrem e fazem sofrer.
Há muitos buracos no umbral. E muitos
infelizes caem ali e não conseguem sair
facilmente. Cada buraco daquele se torna em
abismo e ali não há luz, é escuridão total
Muitos encarnados passarão pelo umbral,
pois muitos não valorizam as coisas religiosas,
não fazem o bem, não praticam a caridade, não
estão nenhum pouquinho preocupados com o lado
de lá. E não adianta conselhos, pois eles preferem
a vida fácil aqui da terra. Coitados! Não sabem o
que os esperam.
O VALOR DA PRECE
Quando uma pessoa está doente procura
remédios para sarar, mas antes esta mesma pessoa
esbanja a sua vida com bebidas, com cigarros,
com gorduras de todo tipo. Seria muito melhor se
esta pessoa se prevenisse, não abusasse, não
fizesse tudo em excesso. A prevenção é a melhor
coisa para se ter uma boa saúde. O mesmo
acontece com a prece. Ela é um grande remédio
para o nosso espírito, mas não devemos fazer
nossas preces somente quando não estamos bem.
É preciso ressaltar que a prece é uma conversa
com Deus, uma espécie de confissão onde vamos
falar dos nossos problemas ao Pai e pedir as
orientações necessárias para melhor nos
conduzirmos. Por isto esta conversa precisa ser
todos os dias, de preferência duas ou três vezes ao
dia. Assim fazendo criamos em torno de nós uma
Luz que nos protege de espíritos imperfeitos que
querem nos atacar, que querem nos atrapalhar. Por
outro lado é preciso ter muita fé para que a prece
surta os devidos efeitos.
MUDANÇAS NO NOVO ANO
Faremos algumas mudanças em nosso
Lar no novo ano. Implantaremos novos cursos,
teremos novos trabalhadores, começaremos
nossas construções.
Neste ano demos um pontapé inicial
construindo o muro de três metros de altura.
Como o Lar ficará fechado quando não tiver
funcionando, precisará ter sua própria segurança,
uma vez que não poderemos contratar guardas
para cuidar dele. Por outro lado as atividades
ficarão todas concentradas num só prédio, apenas
com salas diferentes. Atualmente fazemos
ginástica para abrigar a todos que nos procuram.
Construiremos em primeiro lugar as 3
salas iniciais. A primeira sala é a de informática.
Ela abrigará 12 computadores com seus
periféricos e servirá também como uma sala de
aula.
A segunda sala será a Biblioteca que
abrigará 10 mil volumes e servirá também como
sala de aula. Trata-se de uma biblioteca pública
onde não só os evangelizandos poderão utiliza-la,
mas todos que precisarem fazer pesquisas.
A terceira sala será a de Vídeo-som. Ela
constará de uma televisão, um DVD, um vídeocassete, instrumentos musicais bem como os
livros necessários para os cursos de música.
Servirá também como uma sala de aula.
O refeitório também será criado neste
novo ano e as mesas atuais passarão para lá e
servirão já para algumas turmas de evangelização.
Também serão construídos dois banheiros no
saguão.
No mês de setembro faremos uma grande
gincana no bairro. Nesta gincana serão
arrecadados Alimentos, livros, brinquedos,
roupas e calçados, garrafas plásticas, caixinhas
de leite, latinhas de alumínio e outros. Haverá
prêmios para as turmas vencedoras.
Aos sábados serão criados torneios
culturais e esportivos. Já temos todos os sábados
estipulados para os dois eventos.
TORNEIO CULTURAL
22/01 – Concurso de leitura
19/02 – Produção de um poema
19/03 – Produção historinha infantil
23/04 – Produção de um desenho
21/05 – Confecção de um quebra cabeça
18/06 – Frases de parachoques de carro
23/07 – Reescrever uma lenda/folclore
20/08 – Produção de um conto regional
17/09 – Produção de quadrinhas
22/10 – Produção de um gibizinho
19/11 – Construção de pensamentos
24/12 – Confecção de O que é o que é
TORNEIO ESPORTIVO
29/01 – Voley
26/02 – Pebolim
26/03 – Tênis de mesa
30/04 – Dama
28/05 – Pião
25/06 – Dominó
30/07 – Peteca
27/08 – Bozó
24/09 – Jogo da velha
29/10 – Bola no arco
26/11 – Bambolê
31/12 – Dardos
Esta tabela sofrerá algumas mudanças
para adaptação dos dias. Estes são os eventos e os
dias planejados, apenas os últimos dias sofrerão
algumas mudanças. Estamos confiantes que tudo
dará certo e teremos um ano bem mais animado
com a garotada. Todos os vencedores ganharão
prêmios.
Outra mudança que colocaremos é o
trabalho de Assistência Espiritual ou curas
espirituais. A equipe espiritual já está preparada e
a dos encarnados também, portanto a partir de
fevereiro ofereceremos também este serviço ao
público. É claro que para isto faremos algumas
entrevistas com os necessitados, uma triagem
durante o mês de janeiro, faremos o Atendimento
Fraterno e só então a pessoa fará o devido
tratamento. Não indicaremos nenhum tipo de
remédio, apenas a fluidoterapia. O trabalho será
aos domingos das 8 às 10 horas sempre com 4
trabalhadores a cada domingo: um dirigirá os
trabalhos, dois auxiliarão e um outro fará o
atendimento fraterno aos que ficarem no salão
além de controlar a entrada dos necessitados.
Outra mudança que faremos é quanto a
divulgação da casa e da Doutrina Espírita.
Visitaremos as escolas onde
-07levaremos os folhetos da FEB com explicações
sobre o Espiritismo e falaremos dos trabalhos da
casa, tanto no campo espiritual como no campo
cultural, destacando o curso de informática grátis.
Também faremos visitas aos lares dos
bairros periféricos ao Lar: Nossa Senhora
Aparecida, Vista Alegre, Comodoro, São José,
Mossoró, São Gonçalo. Não temos um horário
ainda combinado, mas provavelmente será aos
sábados ou domingos pela manhã.
O presidente participará dos trabalhos da
FEEMT todas as terças feiras e se encarregará das
comunicações entre o lar e a FEEMT, bem como
dos palestrantes que virão ao lar no próximo ano.
Também no próximo ano prepararemos
melhores nossos trabalhadores. Participaremos de
grande parte dos eventos da FEEMT numa
aproximação melhor da instituição. Levaremos
um bom número de trabalhadores ao terceiro
congresso Espírita de Mato Grosso.
Vamos criar também a Associação dos
Artesãos do Coxipó e para isto estaremos
disponibilizando um dia para os trabalhos com
artesanato. Serão todas as quartas feiras das 8 às
17 horas. Serão ministrados vários cursos de
artesanato. Quem sabe ensinará a quem não sabe e
nesta troca de experiências todos sairão ganhando,
já que 70% do dinheiro da obra vendida será de
quem a produziu e 30% ficará para o lar para
custeio e despesas gerais.
Estamos muito confiantes em nossos
trabalhos para o próximo ano. Tudo está sendo
bem planejado e com o apoio de Deus e dos bons
espíritos levaremos nosso trabalho para frente e
colheremos bons frutos. E é por isto que pedimos
o apoio da espiritualidade, dos encarnados para
que todos nós nos unamos nesta luta, nesta batalha
para levar mais longe a palavra de Deus e
ajudarmos a nós mesmos e a todos que nos
seguem, porque todos nós somos irmãos em
Cristo.