Jornalzinho 2004 - Lar Espírita Caminheiros da Luz
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Jornalzinho 2004 - Lar Espírita Caminheiros da Luz
INFORMAÇÕES GERAIS AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer aqui pela contribuição fornecida às crianças do nosso lar a)Ao mercado Arriel b)Ao mercado Três Irmãos d)Aos colaboradores anônimos de nosso Lar e)Açougue Modelo PARTICIPE DE NOSSAS ATIVIDADES Segunda: 19:30 às 20:30 - Estudo sistematizado da doutrina Espírita Quarta: 19:30 às 20:30 - Sessão Mediúnica (Restrita aos médiuns da casa) Sexta: 19:30 às 20:30 - Palestra pública e Passe Sábado: 16:15 às 17:15 - Evangelização Infantil I –(2 a 5 anos) Ministrado por Ivone e Lúcia Evangelização Infantil II –(6 a 7anos) Ministrado por Sebastiana Evangelização Infantil III –(8 a 10) Ministrado por Rose Evangelização Infantil IV – (11 a 12) Ministrado por Henrique Evangelização Juvenil e adultos – (13 a 18 ) Ministrado por Luis Jorge 17:15 às 17:30 – Sopa, Passe, atendimento fraterno, assistência espiritual CURSOS GRÁTIS: Informática Terças e Quintas – das 7 às 18 horas Gestante Quintas feiras - das 14 às 17 horas – Fone: 661-4437 Aux. de Escritório: Sábado – das 8 às 10 horas Inglês: Quarta – das 15 às 17 horas Artesanato; Sábado – das 14 às 16 horas Evangelização Sábado das 16:15 às 17:15 – Vários Professores Os trabalhos com artesanato continuam. Faça um dos cursos abaixo: Tecelagem quadri culada, abajur de canudinhos, pipas, carretilha, desenhos, dobraduras de papel, mosáico artístico, porta-lápis, desenho, lembrancinhas de biscuit, Pondo cruz, tricô, crochê, pintura em tecidos, bonecas de lá, pintura em emborrachados, flores de meia, casinhas de canudinhos, cerâmica, Pet (porta treco, pulseiras, alças para bolsas, cintos, cortinas, vasinhos, flores e brevemente teremos: Pintura em tela, fabricação de vela, vela gel, sabonetes,etc. PUBLICAÇÃO MENSAL DO LAR ESPÍRITA “CAMINHEIROS DA LUZ” Presidente: Henrique Pompílio de Araújo José Edgard Rita o 1 .Secretário: Rosimeire Almeida Arantes Suplente: 1o.Tesoureiro: Ivone Aparecida de Souza Araújo Lúcia Matildes do Nascimento 2o Secretário: Ivetina Martins Alves 2o.Tesoureiro: Agostinho Alves Nascimento DEPARTAMENTOS Conselho Fiscal Jornal: Henrique Pompílio de Araújo Alimentação: Ivone - Rosimeire Maria Luiza Silva de Oliveira Artes: Henrique e Ivone O CAMINHEIRO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO ANO II N. 18 JUNHO DE 2004 LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA EDITORIAL O mundo atual passa por sérias crises e muita gente diz que a terra está muito pior que antes. Temos que discordar disto por vários motivos. O primeiro deles e no campo da medicina. A ciência tem evoluído em passos muito rápidos. Quantas vidas têm sido salvas através da medicina atual? Quem imaginava que um dia uma pessoa pudesse viver com o coração de uma outra ou com um rim ou com um fígado? Já é possível se criar um clone de alguém. No campo da eletrônica o mundo também evoluiu muito. Hoje podemos transmitir a imagem e o som para quase todas as partes do globo. No setor educacional. Um professor pode dar aula para diversos lugares ao mesmo tempo, através da televisão ou das ondas ro rádio. Mas dizem que quanto ao campo evolutivo do homem, este piorou muito. Também não estamos muito de acordo. As religiões expandiram para todos os pontos. É claro que não é aquilo que queremos ainda, mas percebemos grandes mudanças atualmente. Quantas creches, igrejas, escolas, orfanatos, asilos, albergues, hospitais temos visto nascer de uma hora para outra. Percebemos a grande quantidade de casas de apoio, de ajuda que nascem a cada dia. São espíritos abnegados que vemos nascer a cada ano. Por outro lado temos visto vários crimes hediondos por aí, guerras, prostituição, suicídios, latrocínios. Toda uma série de mediocridades temos visto atualmente, mas isto não é só de agora. Isto vem de muitos e muitos séculos e ainda vamos agüentar por um pouco mais de tempo estes males. A terra está mudando sim, temos que admitir isto, mas como nos diz a espiritualidade: os piores elementos nascerão novamente nestes séculos. É a última oportunidade deles e se não se remediarem, serão expulsos deste planeta. Sabemos disto, como também sabemos que grandes espíritos, espíritos verdadeiramente missionários já estão reencarnados e renascerão brevemente para dar as últimas ajudas para que a terra passe para um planeta de regeneração. Estamos juntos nesta caminhada e também estamos fazendo a nossa parte para que todos nós progridamos sempre mais para juntos partirmos para mundos muito melhores que o nosso. É o que esperamos. Portanto não vamos esperar bonanças, mas vamos arregaçar as mangas da camisa e lutarmos todos juntos. Só assim venceremos todas as barreiras e caminharemos mais rápidos para os lugares que o Senhor mesmo nos preparou. NOSSAS CRIANÇAS Desde a época da fundação, nosso objetivo maior é com as crianças. Foi por este motivo que demos o nome de Lar Espírita. Temos uma enorme responsabilidade para com as crianças. Não são os adultos que vão dirigir o mundo amanhã e sim as crianças. Se cuidarmos bem das crianças hoje, amanhã teremos um mundo melhor. Jesus já se preocupava com as crianças naquele tempo. Vivia rodeada delas e em algumas passagens do evangelho dizia: “Para entrar no reino dos céus é preciso ser como as crianças”. O que isto quer dizer: ser simples, alegres, sorridentes, não guardar ódio nem rancor de ninguém. É o que observamos nas crianças. São simples, alegres, sorridentes, brincalhonas, se a gente briga com elas hoje, amanhã elas já estão de bem com a gente. Os adultos por qualquer olhar diferente se tornam inimigos. Nós adultos e espíritas devemos olhar adiante e lutarmos para a comunidade necessitada, não podemos parar por qualquer motivo. Quem perde é nós mesmos que temos uma conta enorme para saldar. O livro dos espíritos nos mostra algumas passagens sobre crianças: Questão 379: O Espírito que anima o corpo de uma criança é tão desenvolvido como o de um adulto? Pode ser mais, se mais progrediu; não são senão os órgãos imperfeitos que o impedem de se manifestar. Ele age de acordo com o instrumento, com a ajuda do qual pode se manifestar. Questão 380: Em uma criança de tenra idade, o espírito, pondo-se de lado o obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, ele pensa como uma criança ou um adulto? - 02 Quando ele é criança, é natural que os órgãos da inteligência, não estando desenvolvidos, não podem dar-lhe toda a intuição de um adulto. Ele tem, com efeito, a inteligência muito limitada enquanto a idade faz amadurecer sua razão. A perturbação que acompanha a reencarnação não cessa subitamente no momento de nascer; ela não se dissipa senão gradualmente com o desenvolvimento dos órgãos. Questão 381: Morrendo a criança, o Espírito retoma imediatamente seu vigor anterior? Ele o deve retomar, pois está desembaraçado do seu envoltório carnal; entretanto, não readquire sua lucidez anterior senão quando a separação for completa, quer dizer, quando não exista mais nenhum laço entre o Espírito e o corpo. Questão 382: Sofre o Espírito encarnado, durante a infância, com o constrangimento que lhe impõe à imperfeição dos seus órgãos? Não; esse estado é uma necessidade. É natural e segundo as vistas da Providência: é um tempo de repouso para o Espírito. Questão 383: Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pelo estado de infância? O Espírito se encarnando para se aperfeiçoar, é mais acessível, durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados da sua educação. Questão 384: Por que as primeiras crises da crianças são de choro? Para exercitar o interesse da mãe e provocar as atenções que lhe são necessárias. Não compreendes que se ele tivesse apenas crises de alegria, quando ainda não sabe falar, pouco se inquietarem com suas necessidades? Admirai em tudo a sabedoria da Providência.. AOS TRABALHADORES Que a paz do Senhor esteja sempre convosco. Aprender a ser humilde é a primeira lição do Espírita. Enquanto houver orgulho, o espírita não está preparado. Dedicar-se com amor e carinho à causa espírita, eis um grande mandamento. Trabalhar assiduamente é responsabilidade de todos. Estudar sempre e por em prática o que aprendeu é seguir as pegadas do mestre. Dialogar francamente com os colegas de trabalho já é ter grande entendimento. Ajudar o colega de trabalho a cumprir a sua missão é a maior das caridades. Não há vitória sem luta, nem progresso sem trabalho. A calma e a paciência são as mestras de nossas vidas. A estrada é longa, mas só se chegará ao fim se marcharem tenazmente. Se ficarem observando os buracos da estrada, um dia cairão neles. Olhem sempre para frente e não para os lados. Sentir-se-ão felizes quando atingirem o ponto final. Irmã Zenilda SER ESPÍRITA Às vezes, me pego em silêncio, reflexionando sobre o porque de também seguir a filosofia Espírita para através de seus postulados buscar a companhia do Mestre Jesus, quando tantas outras maneiras de professar o mesmo Cristianismo se apresentam bem menos difíceis, com bem menor grau de responsabilidade e dificuldade. Digo isto, porque convivo com outros tantos irmãos Cristãos, inclusive familiares, seguidores de religiões que apresentam diversas maneiras de salvação para seus seguidores com maior facilidade uma em relação a outra, carecendo em certos casos apenas que o Cristão aceite Jesus em sua vida para obter a salvação imediatamente, apagando daí em diante, todo o seu passado, não interessando o que tenha feito de mal ao seu semelhante. Outros seguidores do mesmo Cristianismo, conseguem o privilégio da salvação comparecendo à sua instituição religiosa semanalmente, confessando ao representante de Jesus na terra, fazendo algumas orações e recebendo a hóstia sagrada, que tem o poder de limpá-lo de todos os seus pecados, saindo o indivíduo completamente limpo e renovado para praticar logo a seguir todas as suas costumeiras atitudes do dia a dia, bebedeira, injustiças, “espertezas”, atitudes criminosas, desrespeito ao seu semelhante, e por aí afora. Após longa reflexão, desperto e imediatamente agradeço a Deus, por ter encontrado em minha vida a bênção da Doutrina Espírita, para mais uma vez me esclarecer que não posso mais me dar o direito de perder tempo com reflexões descabidas, quando posso utilizá-la em proveito próprio e de meus semelhantes, procurando refletir de que modo posso ser útil a esses mesmos irmãos ainda iludidos com a facilidade de ter a seu bem prazer o reino do céu e seus santos, à disposição de quando decidirem por se salvar. Já tenho convicção da minha responsabilidade de co-criador deste universo do qual faço parte, que tenho um papel importante para desempenhar nessa sociedade que me abriga, que tenho a meu favor todos os elementos de que preciso dispor para através do trabalho lograr êxito nesta minha atual passagem por este planeta, que depende de cada um de seus habitantes para também ascender na escala hierárquica dos mundos, não prescindindo da minha ínfima participação. Por isso, meus irmãos e amigos, tomemos da enxada e comecemos a arar o nosso campo de atuação em todas as atividades que desempenhamos na sociedade hodierna, na certeza de que a verdadeira reflexão que devemos fazer diariamente tem que levar em consideração a nossa melhoria interior enfatizada no estudo do espiritismo, que nos levará a prática da caridade através da bênção do trabalho em prol do nosso próximo mais próximo. (Francisco Rebouças – Portal do Espírito) O QUE SE ESTÁ FAZENDO COM A MEDIUNIDADE? (A respeito dos espetáculos de pintura mediúnica) Falsíssima idéia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua força lhe vem da prática das manifestações -03materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestações, se lhe terá minado a base. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom-senso. (Allan Kardec – O livro dos Espíritos) Aos verdadeiros espíritas é indiscutível a necessidade de observar-se sérios critérios para a prática da mediunidade, dispensado-lhe o devido respeito e dignificando-a com a possibilidade de tornar-se útil ao próximo, quando então, e somente então, recebe o qualificativo de espírita. Dentre os critérios a serem observados, tanto pelo médium como pela instituição a que esteja ele vinculado nos seus labores, está a magna questão da privacidade das reuniões mediúnicas, exatamente como preconizou Allan Kardec na Revista Espírita do mês de maio de 1861, ao afirmar: “Certas pessoas criticam a severa restrição à admissão dos ouvintes: dizem que, se quisermos fazer prosélitos, é preciso esclarecer o público e, por isso, abrir-lhes as portas de nossas sessões, autorizar quaisquer perguntas e interpelações: que, se não admitirmos senão crentes, não teremos grande mérito em convencêlas.” Tal raciocínio é especioso e se, abrindo nossas portas a qualquer um, fosse alcançado o resultado suposto, certamente erraríamos se não o fizéssemos. Mas como o contrário é o que acontece, não o fazemos. Aliás, seria muito desagradável que a propagação da doutrina se subordinasse à publicidade de nossas sessões. Por mais numeroso fosse o auditório, seria sempre muito restrito, imperceptível, comparável à nossa população. Por outro lado, sabemos, por experiência, que a verdadeira convicção só se adquire pelo estudo, pela reflexão e por uma observação contínua, e não assistindo a uma ou duas sessões, por mais interessantes que sejam. E isto é tão verdadeiro que o número dos que crêem sem ter visto, mas porque estudaram e compreenderam, é imenso. Sem dúvida o desejo de ver é muito natural e estamos longe de o censurar, mas queremos que vejam em condições aproveitáveis. Eis porque dizemos: “Estudai primeiro e vede depois, porque compreendereis melhor”. Outro critério é o da sua não comercialização, trocando-a por bens, favores ou destaques pessoais. O codificador do Espiritismo, em seu “O livro dos Médiuns”, cap. XVI, item 190, classifica o médium pintor ou desenhista como um dos tipos de mediunidade, não lhe conferindo qualquer distinção das demais ou que deva ser tratada sob regime de exceção. Aliás, ressalte-se que Kardec assim conceituou o médium pintor ou desenhista: “os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos. Falamos dos que obtém trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atrasado estudante. Logo, é incompreensível doutrinariamente tratando a questão, o que se vem fazendo com a mediunidade de pintura. Começase por promover verdadeiros espetáculos públicos e mundanos, qual se ali estivesse por se apresentar um artista comum, pisoteando-se, assim, o critério da privacidade para o trato com os Espíritos. Depois, na quase totalidade das ocasiões, o interesse comercial é o que está em jogo e acima de tudo, ao se fazer uso dos trabalhos para arrecadação de dinheiro para as instituições promotoras do evento, levando por terra os critérios da não comercialização. A seguir-se tal modelo, dentro de pouco tempo estarão acontecendo sorteios, leilões, rifas e outros, com as demais obras do Espíritos em forma de poemas, romances, contos, crônicas, ditados elucidativos da ciência do mais além, pois que também deles vêm. É para comprovar-se a imortalidade da alma, apressadamente justificam-se.Mas, o que vem fazendo o movimento espírita em toda a sua amplitude, se não é convocar o homem para que abra seus olhos, enxergue a si próprio e descubra o próximo, em nome da imortalidade e dos demais fundamentos do Espiritismo? Estará a doutrina Espírita dependente de espetáculos públicos e do fenômeno em si, para ser divulgada e para tratar da imortalidade? É para isto que se presta a mediunidade? E mais, será que o que se está produzindo de pintura mediúnica, na sua generalidade, suportaria o crivo da razão, o exame crítico de especialistas? Ou será que o desabonaria o mais atrasado estudante? Pautar-se na promoção de espetáculos mediúnicos, dizendo-se espíritas que querem divulgar a doutrina Espírita ao público é demonstrar, tão somente, o desconhecimento do Espiritismo, quando não, falta de respeito para com a doutrina, para com o público, para com o médium e para com a mediunidade. É, enfim, prestar um contra-serviço ao Movimento Espírita. (Jornal Mundo Espírita – Fev. 2001) HABITAÇÕES EM JÚPITER (Revista Espírita – Allan Kardec – Ano I n. 8 – 1857) Para certas pessoas convencidas da existência dos Espíritos – e aqui não cogito de outras – deve ser motivo de espanto que, como nós, os Espíritos tenham as suas habitações e as suas cidades. Não me pouparam críticas: “Casas de Espíritos em Júpiter!... Que piada!... Piada – seja. Mas eu nada tenho com isso. Se aqui, na verossimilança das explicações não encontra o leitor uma prova suficiente de sua veracidade; se, como nós, não se surpreende com o perfeito acordo entre estas revelações dos Espíritos e os dados mais positivos da Astronomia; se, numa palavra, não vê mais que hábil mistificação nos detalhes que se seguem e no desenho que os acompanha, eu o convido a se explicar com os espíritos, de quem apenas sou eco fiel e instrumento. Que se evoquem Palissy ou Mozart ou um outro habitante desse mundo feliz; que sejam interrogados, que minhas asserções sejam controladas pelas suas; que, enfim, discutam com eles. Porque, quanto a mim, mais não faço do que apresentar aquilo que me é dado e repetir aquilo que me é dito; e, por esse papel, absolutamente passivo, julgo-me ao abrigo da censura, tanto quanto do elogio. -04Feita esta ressalva e admitida a confiança nos Espíritos, se se aceitar como verdadeira a única doutrina realmente bela e sábia, até aqui revelada pela evocação dos mortos, isto é, a migração das almas de planeta a planeta, suas encarnações sucessivas e seu progresso incessante pelo trabalho, os habitantes de Júpiter não nos devem mais causar admiração. Desde o momento em que um Espírito se encarna num mundo como o nosso, submetido a uma dupla revolução, isto é, à alternativa dos dias e das noites e ao retorno periódico das estações; desde que possui um corpo, esse envoltório material, por mais frágil que seja, não somente requer alimentação e vestuário, mas um abrigo ou, pelo menos, um lugar de repouso e, consequentemente, uma habitação. Eis exatamente o que nos foi dito. Como nós, e melhor que nós, os habitantes de Júpiter t~em seus lares comuns e suas famílias, grupos harmoniosos de espíritos simpáticos, unidos no triunfo, após o terem sido na luta. Daí as moradas são espaçosas que merecem exatamente o nome de palácios. Ainda como nós, os Espíritos têm as suas festas, suas cerimônias, suas reuniões públicas; daí certos edifícios destinados especialmente a essas finalidades. Devemos esperar nessas regiões superiores o encontro com toda a humanidade ativa e laboriosa como a nossa, como nós submetida às suas leis, às suas necessidades, aos seus deveres; apenas com a diferença de que o progresso, rebelde aos nossos esforços, torna-se fácil conquista para os Espíritos, desprendidos como eles de nossos vícios terrenos. Eu não deveria ocupar-me aqui da arquitetura de suas habitações. Mas, para a boa compreensão dos detalhes que se seguem, não será inútil uma palavra de explicação. Se Júpiter só é habitável por bons Espíritos, não se segue que sejam todos do mesmo grau de excelência: entre a bondade do simples e a do homem de gênio, podem contar-se muitas nuanças. Ora, toda a organização social desse mundo superior repousa precisamente sobre as suas varidades de inteligência e de aptidões; e, por efeito das leis de harmonia, cuja explicação aqui seria muito longa, cabe aos Espíritos mais elevados, mais depurados a alta direção de seu planeta. Esta supremacia não pára aí: estende-se até aos mundos inferiores, onde esses espíritos, pos sua influência, favorecem e incessantemente ativam o progresso religioso, gerador dos demais. É preciso acrescentar que para esses espíritos depurados não seria questão de trabalhos de inteligência, pois suas atividades se exercem apenas no campo do pensamento e eles já adquiriram bastante domínio sobre a matéria para não serem senão levemente entravados por ela ao livre exercício de sua vontade. O corpo desses espíritos como aliás de todos os habitantes de Júpiter, é de tão pequena densidade que só pode ser comparada à dos nossos fluidos imponderáveis: um pouco maior que o nosso corpo, cuja forma reproduzem exatamente, entretanto mais ela e mais pura, ele nos oferecia o aspecto de um vapor – e aqui emprego contrafeito um vocábulo que designa uma substância ainda muito grosseira – de um vapor, dizia eu, imaterial e luminoso... luminoso sobretudo nos contornos do rosto e da cabeça; pois aí a inteligência e a vida irradiam como um foco muito ardente; e é exatamente este brilho magnético, entrevisto pelos visionários cristãos, que os nossos pintores traduziam pelo nimbo ou auréola dos santos. Compreende-se que um tal corpo não dificulta senão muito pouco as comunicações extra-mundanas desses Espíritos e que lhes permite, no seu próprio plano, um deslocamento rápido e fácil. Ele se subtrai tão facilmente à atração planetária, e sua densidade difere tão pouco da densidade atmosférica, que nesta pode agitar-se, ir e vir, subir e descer, ao capricho do Espírito e sem outro esforço além da vontade. Assim, algumas personagens que Palissy houve por bem fazer-me desenhar são representadas rasando o solo ou á superfície das águas ou ainda muito elevadas no ar, com toda a liberdade de ação e de movimento que nós atribuímos aos anjos. Esta locomoção é tanto mais fácil quanto mais depurado é o Espírito, o que se compreende sem esforço. Assim, nada é mais fácil aos habitantes do planeta do que conhecer, logo a primeira vista, o valor de um Espírito que passa. Dois sinais o delatam: a altura de seu vôo e a luz mais ou menos brilhante de sua auréola. Em Júpiter, como por toda parte os que voam mais alto são os mais raros. Abaixo deles há que contar várias camadas de Espíritos inferiores, quer em virtude, quer em poder, mas naturalmente livres de os igualar um dia, pelo aperfeiçoamento. Escalonados e classificados segundo os seus méritos, estes dedicam-se mais particularmente aos trabalhos que interessam ao próprio planeta e não exercem sobre os mundos inferiores a autoridade todo-poderosa dos primeiros. É verdade que respondem a uma evocação com revelações sábias e boas; mas pela pressa que demonstram em nos deixar, como pelo laconismo de suas respostas, compreende-se facilmente que têm alhures muito que fazer e que ainda não se encontram suficientemente desembaraçados a fim de poderem irradiar, simultaneamente, em dois pontos tão distantes um do outro. Enfim, seguindo os menos perfeitos desses Espíritos, mas dos mesmos separados por um abismo, vêm os animais que, como únicos criados e únicos operários do planeta merecem referência muito especial. Se designamos pelo nome de animais os seres bizarros que ocupam os limites inferiores da escala, é que os próprios Espíritos admitiram o uso e ainda porque a nossa linguagem não possui um termo mais adequado. Esta designação os degrada bastante; entretanto, chamá-los homens seria eleva-los demais: são, na verdade, Espíritos votados à animalidade, talvez por longo tempo, talvez para sempre, pois sobre estes pontos os Espíritos não estão todos de acordo e a solução do problema parece pertencer a mundos mais elevados que Júpiter. Contudo, seja qual for o seu futuro, não há equívoco quanto ao seu passado: tais espíritos, antes de ir para lá, emigraram, seguidamente, em nossos mundos inferiores, do corpo de um ao de outro animal, por uma -05escala de aperfeiçoamento perfeitamente graduada. O estudo atento de nossos animais terrestres, seus costumes, sem caracteres individuais, sua ferocidade, longe do homem e sua domesticação lenta, mas sempre possível, tudo indica suficientemente a realidade desta ascenção animal. Assim, para qualquer lado que nos voltemos, a harmonia do universo se resume sempre numa lei única: o progresso por toda parte e para todos, para o animal como para a planta, para esta como para o mineral. A princípio, um progresso puramente material, nas moléculas insensíveis do metal ou do seixo e, cada vez mais inteligente, à medida que subimos na escala dos seres e que a individualidade tende a destacar-se da massa, a se afirmar, a se conhecer. Pensamento elevado e consolador como jamais o houve; porque nos prova que nada é sacrificado, que a recompensa é sempre proporcional ao progresso realizado; por exemplo, que o devotamento do cão que morre por seu dono não é estéril para o seu Espírito, pois este terá seu justo salário além deste mundo. (Continua no próximo número) ATIRE A PRIMEIRA PEDRA Tanley Delacy Os escribas e os fariseus eram aqueles que queriam mostrar que a lei mosaica tinha que ser posta em prática.Faziam questão de mostrar porque na realidade eles não cumpriam absolutamente nada. Segundo eles, as mulheres que fossem pegas com o crime de adultério teriam que ser apedrejadas até a morte. E foi baseando neste lema que eles quiseram por Jesus a prova. O capitulo 8 de João diz que os escribas e fariseus trouxeram uma mulher até Jesus. Colocaram a mulher no meio da multidão e perguntaram ao mestre Jesus: “Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?” Que provas eles queriam tirar de Jesus? A) Se ele dissesse que apedrejassem a mulher até a morte, eles acusariam-no de impiedoso, não fazia jus ao que pregava, pois ele só pregava amor. B) Se Ele dissesse que não a apedrejassem, estava compartilhando ou aprovando o crime dela, portanto não fazia jus ao que pregava. De qualquer maneira eles queriam acusar Jesus, o que eles não contavam é que o Mestre sabia muito bem o que acontecia no coração deles e se saiu muito bem quando disse:” Atire a primeira pedra aquele que não tem pecado”. Nenhum deles atirou nada, pois todos tinham muitos pecados. Deste texto bíblico tiramos muitas conclusões: Que todos têm pecados, todos somos imperfeitos; que não podemos julgar ninguém, pois podemos ser até pior que eles; que só Deus pode julgar, pois só Deus conhece cada um de nós; que um juiz não pode julgar sem conhecimento de causa; que não podemos atacar a nenhuma religião; que cada um olhe para dentro de si e veja os seus defeitos; que é fácil ver os defeitos dos outros, o difícil é ver os nossos e por último que todos nós devemos ter o amor, a paz, a caridade e a compreensão. POEMAS DO PROF. HENRIQUE TER FÉ Ter fé é um grande mandamento Ninguém vive sem fé. Fé que vai comprar aquela casa nova Fé que ainda vai ser feliz na vida Fé que todas as coisas se arranjarão. É a fé que propulsiona o homem para frente É ela que traz o progresso à humanidade. Quem perdeu a fé já perdeu tudo Não tem mais esperança em nada Não acredita em nada Não procura mais incentivo em nada. É preciso ter força de vontade Para não deixar morrer a fé Com ela a vida já é difícil Sem ela a vida termina. Não há espiritualidade sem fé Nem cura de doença alguma. A fé é o remédio para todos os males Fé no irmão Fé no aprendizado Fé na paz Fé em Deus. A fé remove montanhas Já diziam os nossos antepassados Sem fé não há progresso Pelo contrário Há muitas dores e sofrimentos. Cristo quando veio ao mundo Nos trouxe uma fé inabalável. Dizia ele que o mundo Era um paraíso para todos aqueles Que acreditassem e cumprissem O seu mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Se as promessas de Cristo não se cumprirem Terá sido em vão a nossa fé, Mas Cristo era o filho de Deus vivo E nos deu seu maior exemplo Sofreu para nos redimir. Cumpramos a nossa parte E tenhamos toda a fé do mundo Para sermos felizes para sempre. MEU CRISTO Ajoelho a teus pés, meu Cristo E deponho todos os meus despojos, Peço o meu castigo, porque errei, Mas peço um cantinho pequenino Para contemplar sempre o teu semblante. Venho a ti, Cristo, como o peregrino ao pão E peço e solicito e imploro O teu perdão para hoje e sempre E prometo não mais errar, Mas preciso de uma faísca do teu amor. Sem ti, Cristo, me destruo Sem ti, me perco no mundo E todo meu corpo impuro se acaba E sem fé, sem paz, sem esperança, sem vida Eu morrerei nas chamas do pecado. -06Perdoa-me, Cristo, Senhor meu Rogo-te a paz por todo o tempo E a união celestial entre os homens E só assim, meu Cristo, Senhor Serei feliz para a vida eterna. ONDE ESTÁ O AMOR? Vi Caim matando Abel O bezerro de ouro nascendo Simão sendo morto pelos inimigos. Pai, onde está o amor? Por que os homens se matam? Por que os homens se odeiam? Sodoma vivia na farra Nero foi um carrasco. Vi Cristo pregado na cruz E Pedro na cruz pregado. Onde está, meu Pai, o amor? Os bárbaros massacraram os homens Vi cristãos nos circos sangrentos Devorados pelos leões Que sagacidade, que crueldade! Meu Deus, onde está o amor? Vi a inquisição queimando gente Homens matando uns aos outros Onde está o amor, meu Senhor? Os tempos passaram, guerras vieram Mísseis tenebrosos foram criados E ainda aviões de alta potência Caçadores, bombardeiros, massacradores, Bombas atômicas para os homens Milhões de mortos no chão Enquanto outros sorriam. Meu Deus, onde está o amor? Vi cegos pedindo esmolas Lepras e chagas por todos os lados Guerras de ódio e de inveja Roubos, suicídios e mortes Onde está o amor, meu Deus? Por que os homens são ingratos? Por que vivem na angústia? Na agonia, na tristeza e na morte? São Perguntas, Senhor Que só a consciência de cada um Poderá responder. O EXEMPLO Quando o jovem Carpinteiro ensinou que Deus é Pai, o único pai de todas as criaturas, ensinou também que o Reino não é privativo de ninguém, privilégio de nenhuma seita, de nenhuma escola, de nenhuma raça. Pois se todos são filhos de Deus, todos são herdeiros do Reino. Para quebrar a dura cerviz dos Fariseus, disse ele certa vez, diante da fé viva e ardente do centurião romano Cornélius: “Em verdade vos afirmo que não achei tamanha fé em Israel, e que virão muitos do Oriente e do Ocidente para assentar-se à Mesa com Abraão, Isac e Jacó no reino dos Céus”. E acrescentou, com a dureza de uma martelada na oficina de Nazaré: “Mas os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores em que haverá choro e ranger de dentes!” Assim se chamavam os hipócritas de Israel: Filhos do Reino, porque se consideravam mais puros que todos os outros e escolhidos por Deus para julgarem os Goyn, os estrangeiros impuros. O Jovem Carpinteiro ameaçava-os com as trevas exteriores, com a cegueira da alma, que sucede à cegueira da mente, produzida pelo orgulho. E tomava o centurião romano, odiado pelos filhos do reino, como o exemplo da fé, como tomara o Bom Samaritano, em que o Fariseu cuspia, como exemplo de amor. Filhos do Reino são todos: o sábio e o idiota, o rico e o pobre, o juiz e o ladrão, o santo e o malfeitor. E todos podem passar pela porta estreita, desde que abandonem os seus fardos imundos e pesados ao longo do caminho que sobe em espiral até o portal luminoso. Proclamando o Reino entre os homens, para todos, era necessário também implanta-lo. O reino não começa por sinais exteriores, ensinara ele, mas no coração de cada um. Entretanto, o Reino se exterioriza na projeção da sua luz, que há de inundar a Terra e transforma-la. O mundo é feito pelos homens. Onde quer que os homens se reúnam para viver, surge o mundo dos homens, incrustrado no mundo de Deus. Porque criou o mundo e criou os homens, mas deu a estes o poder de também criarem o seu próprio mundo. Podemos ver a harmonia e a beleza do mundo de Deus no esplendor das coisas naturais. O mundo dos homens, pelo contrário, reflete a desarmonia e a impureza dos seus pequeninos criadores. Oh, herdeiros incapazes, aprendizes inábeis! Mas Deus espera paciente, como o pai que vê os filhos crescerem. E como o pai que encaminha os filhos, Deus põe no mundo dos homens os atalhos e os caminhos do reino. O jovem carpinteiro veio mostrar-nos o caminho pelo seu próprio exemplo. Não se limitou a ensinar e apontar: eis ali o caminho. Avançou ele mesmo pelas vias do reino, convidando-nos a segui-lO. O mensageiro do reino, procurou-me numa tarde de meditação, sentou-se à minha frente, à mesa de trabalho e sorrindo me disse: -Fecha um pouco os olhos. Pára de bater essas teclas inquietas. Pensa no Senhor e verás o exemplo do Reino. Assim fiz. O exemplo desenrolou-se ante a minha visão interior. Enquanto isso, o mensageiro desaparecia. Mas eis o que vi: José e o filho entraram na oficina para iniciar a faina no dia. Já haviam feito a prece e as abluções matinais. Mas enquanto o velho parecia arcar ao peso dos anos, o Jovem irradiava no olhar e no rosto a esperança dos séculos. Ao transporem a porta do humilde recinto de trabalho manual, a túnica branca do Jovem carpinteiro tornou-se luminosa como o lírio da alvorada que desabrocha nos morros. -Meu pai – disse ele – chegou o momento que tu esperavas, tanto quanto eu. A voz de nosso Pai ressoa no meu coração. Devo deixar-vos no trabalho com meus irmãos, que não me compreendem, e ir em busca daqueles que o Pai supremo escolheu para o meu trabalho. O velho o encarou com olhos tristes, mas logo o seu rosto emaciado pareceu rejuvenescer, tocado por um leve sorriso: Compreendo, filho meu, e se o coração humano chora no meu peito, minha alma se regozija. Seja feita a vontade do Altíssimo. -De hoje em diante – disse o Jovem – estarei ao longo das estradas e na margem do grande lago. Subirei aos montes e descerei às planícies. Aliciarei corações para o reino e levantarei contra mim os reinos dos homens, começa para vós e minha mãe o ciclo da angústia, para mim o ciclo da ação. Foi para isso que vim e para isso que me recebestes. Apagou-se o quadro e no mesmo instante vi o jovem carpinteiro aliciando os seus discípulos. Por toda parte as suas palavras atraíam as criaturas, como as -07sementes lançadas na estrada atraem as aves em bandos sucessivos. E assim como o caçador espreita, observa e escolhe, assim também o pregador fazia. Vieram os pescadores, os que aram a terra e os que guardam rebanhos, os salteadores e as prostitutas, os doutores da lei e os publicanos, os filhos da pureza e os goyn impuros. De cada grupo ele escolheu os que achava dignos ou capazes de se tornarem dignos. Pouco a pouco atingiu o número de setenta, e dentre eles, como já o haviam feito Moisés e os Profetas, separou os que deviam ajudá-lo de mais perto. Foram doze os escolhidos. Mas em torno dos doze a multidão continuou a crescer. -Mestre: que farei para seguir-vos? Perguntavam todos. E a resposta do mestre era sempre a mesma: Vende o que tens e dá-os aos pobres e vem e segue-me. Não podes servir a Deus e às riquezas, porque terás de aborrecer a este ou àquelas. Ninguém pode servir a dois senhores. E os olhos do interrogante sempre baixavam, pesadas de sombras. O semblante ansioso se fechava novamente nas rugas da rotina. Os pés que pareciam asas afundavam de novo na terra como garras. Mas o Mestre não se importava e continuava em seu caminho. Lançando as sementes do semeador na terra e na rocha, sobre a verdura dos campos e os espinheiros da beira da estrada. Os ventos da Galiléia carregavam suas palavras. Quem estendesse a mão poderia colhelas à distância, como flocos de paina flutuando no ar. Quantos colheram essas palavras na palma da mão e as ouviram encantados! Eram tão suaves e puras! Pousavam de leve, numa sensação quase imperceptível. Mas logo depois começavam arder, a inquietar. Que estranho ácido traziam oculto na sua coe tessitura? Pois acabavam queimando! Velhos cansados, jovens ambiciosos, romanos dominadores e judeus rebeldes, todos se interessavam por elas. Mas o interesse era quase sempre passageiro, soprava e passava como a brisa de Hebron. Não andeis cuidadosos da vossa vida, perguntando o que comereis, ou do vosso corpo, perguntando o que vestireis. Não é mais a alma do que a comida e o corpo mais do que a veste? Não sois mais do que as aves do céu e do que os lírios do campo, que vosso Pai alimenta e veste? Não sois mais do que o feno, que nasce para ser lançado ao forno e a que nada falta? Por que vos inquietais? Elas vinham no ar, como suave paina carregando uma pequena semente. Pousavam na mão e ficavam bailando. Bastaria um sopro e elas voltariam a flutuar nos ventos. Mas os homens retinham a painazinha brilhante na palma da mão, de olhos esbugalhados e ouvidos atentos, até que o leve ardor do início se transformasse no calor queimante da brasa. Então assopravam com força, esfregavam as mãos e voltavam correndo para os afazeres do mundo. Era preciso ganhar dinheiro, conquistar posições, perseguir os inimigos até derrota-los ou mata-los, vingar a vaidade ou a honra supostamente ofendidas, impor aos demais a importância do seu ego, jeitosamente disfarçado em personalidade, em dignidade racial. Seria possível viver daquela maneira? O mestre devia ser apenas um sonhador, um poeta, um semeador de palavras. Não obstante, alguns sonâmbulos o acompanhavam. Mulheres importantes como Joana de Cusa; homens graves, como José de Arimatéia; famílias inteiras, como a de Zebedeu, que soubera ganhar o mundo com pulso de ferro; publicanos enriquecidos e ávidos de mais dinheiro e maior poder; centuriões romanos fascinados, que arriscavam a vida na companhia de um louco judeu; toda uma multidão o seguia. O filho de um rico vendedor de sedas de Kerioth, magro e agitado como as varas secas do deserto da Judéia, apegara-se ao grupo que rodeava o Mestre e se tornara mesmo o despenseiro da comunidade. Sim, havia uma comunidade messiânica que vivia segundo as regras malucas do Reino. Era pequena, constituída de apenas cinquenta pessoas, tendo um grupo central de doze, que eram os ajudantes diretos do Mestre. Como viviam? Os ricos teriam dado seu dinheiro aos pobres? Mas, nesse caso, os pobres não se tornaram ricos? E as propriedades? Teriam ficado para o Mestre? Não, pois ele se recusava a possuir qualquer coisa. Tinha horror à propriedade privada, à posse de uma palha, de uma pena, de uma simples semente. Judas de Kerioth, porém carregava a bolsa sempre fornida, pronta a entender às necessidades vitais da comunidade. De onde vinham aqueles recursos? O mestre explicava de maneira enigmática: Buscai primeiramente o Reino de Deus e a sua Justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Não andeis inquietos pelo dia de amanhã, porque ele a si mesmo trará o seu cuidado. Basta a cada dia a sua própria aflição. O mundo via, estarrecido, aquele exemplo de vagabundagem sagrada. Simão Pedro abandonar o barco. Agora só pescava corações para o reino. Mas a família o acompanhava e ele sustentava com palavras e preces a mulher e os filhos. Ninguém arroteava a terra ou vendia mercadorias, a moeda não circulava em função reprodutora, ninguém fabricava tendas ou dava dinheiro a juros. Todos se amavam e se ajudavam, a dor de um era a dor de todos, o problema de um a todos afetava, a fome de um faria a todos jejuar. Um só pensamento pairava em todas as mentes: Deus. Um só objetivo arrastava a todos: o Reino. O Mestre devia ser o chefe, o Rei daquele estranho reino ambulante, mas ele mesmo dizia: O meu Reino ainda não é deste mundo. No meu Reino, os que mandam são os que servem. Os grandes são os que se humilham, pois os que se exaltam são humilhados. Meu Reino é um Reino de servidores. No meu reino não há traficantes. Tudo o que recebemos vem do Pai. O Pai dá tudo de graça aos filhos e estes devem dar de graça o que assim receberam. No meu Reino nada se toma, tudo se dá. Se queres pertencer a ele, dá tudo o que tens e segue-me sem nada. Se alguém quiser te levar a capa, dá-08lhe também a túnica. Se te batem numa face, oferece-lhes a outra. O Exemplo do reino era tão estranho como um pesadelo. O mundo via, mas não entendia. João, o evangelista, escreveria mais tarde: “A luz resplandeceu nas trevas, mas as trevas não a compreenderam”. Apesar disso, o exemplo ali estava. Era possível viver no Reino, em plena treva do Mundo. Multidões aflitas se aproximavam do reino. O mestre ensinava e curava. Cegos aleijados, leprosos, paralíticos, ulcerosos com fluxos de sangue permanente, todos recebiam o ensinamento e reviviam para a saúde física e espiritual. Nenhuma moeda, romana ou grega, judia ou fenícia podia pagar os benefícios do Reino. E os Grandes da Terra, ao ouvirem essas notícias, davam de ombro e riam com desprezo. Mas quando viam a realidade dos fatos, tremiam de indignação e pavor. Então era possível permitir que aquele mestre sonâmbulo roubasse aos homens o gosto do poder, a volúpia do dinheiro, o prazer dos sentidos, esse divino dom que Jeová concedia aos judeus e os Deuses concediam aos goyn? Não! O exemplo do reino era um mau exemplo. (O reino – J. Herculano Pires) QUADRINHAS Quando a morte nos alcança Apagando-nos a vez, É que nos dói na lembrança Todo o bem que não se fez. Lucano Reis Dá o que tenhas a dar, Não te faças desatento; Na morte, é triste pensar Em tricas de testamento Jovino Guedes É um sofrimento profundo Lembrar, em plena agonia, Que não se amou neste mundo Tanto quanto se podia. Quintino cunha O CAMINHEIRO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO ANO II N. 19 JULHO DE 2004 LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA EDITORIAL Muitos espíritas não se deram conta da grande missão que têm que desempenhar aqui na terra. Tornam-se espíritas, mas não sabem por em prática tudo aquilo que aprenderam. Muitos acham que espiritismo é só estudar o espiritismo, fazer encontros entre as cúpulas espíritas, passear de uma cidade a outra fazendo cursos, se preparar o máximo possível, entender tudo o que for de espiritismo, mas na hora da prática, nada. Ele, um grande espírita ir fazer uma campanha contra a fome no bairro Pedra 90, jamais. Vai topar com marginais, com perigo de vida a qualquer instante. Fazer uma campanha de reciclagem no bairro Novo Horizonte com a meninada, ensinando para eles os bons costumes e que do lixo se pode retirar alguma coisa? Imagina. Evangelizar uma turma de crianças no bairro São Gonçalo uma vez por semana? Impossível. Dar um curso de Alfabetização para os adultos analfabetos no bairro Sol Nascente – nem pensar. Fazer e distribuir uma sopa somente para peregrinos, no bairro do porto – onde já se viu. Em qualquer lugar onde houver gente pobre, humilde, maltrapilho mandar este espírita, ele não vai. Agora se pedir para ele ir servir cafezinho aos doutores espíritas do centro de Cuiabá – ele irá, fazer uma campanha neste mesmo grupo sobre as obras básicas, está com ele mesmo. Fazer uma pequena palestra sobre “caridade”num centro espírita no centro de Cuiabá, ele estará lá. E assim ele cultiva seu grande orgulho. Está somente com os entendidos em espiritismo, aqueles que não “erram muito”, cospem no povo pobre, andam todos bem arrumadinhos, de carrões zerados do ano. Será que Cristo fazia isto em seu tempo? Por que estes espíritas não se baseiam no Cristo, que andava de pés no chão, a pé, evangelizando sempre cada vez mais longe, com um povo ignorante, com pouca cultura. Estes pobres espíritas precisam renascer e recomeçar tudo de novo. Provavelmente eles deverão nascer num dos bairros acima citados para começar a aprender que Cristo quer que ele sirva aos humildes de coração e não aos ricos e aos que tem demais e já “sabem tudo’. Mas como a vida é eterna, ele voltará e cumprirá sua missão. Pode ser daqui a 2000 anos. HABITAÇÕES EM JÚPITER (Continuação do n. anterior) É o caso dos Espíritos animais que povoam Júpiter. Aperfeiçoaram-se ao mesmo tempo que nós e com a nossa ajuda. A lei é ainda mais admirável: de sua dedicação ao homem tão bem faz a primeira condição de sua ascensão planetária, que a vontade de um Espírito de Júpiter pode chamar a si todo animal que, numa de suas vidas anteriores lhe houver dado provas de afeição. Estas simpatias, que lá no alto formam famílias de Espíritos, também grupam em torno de uma família todo um cortejo de animais dedicados. Conseqüentemente, nosso apego aqui em baixo por um animal, o cuidado que temos em amansá-lo e humanizá-lo, tudo tem sua razão de ser, tudo será pago: é um bom serviçal que preparamos antecipadamente para um mundo melhor. Será assim um operário; pois aos seus semelhantes fica reservado todo trabalho material, todo esforço corporal: carga ou construção, semeadura ou colheita. E para tudo isto a suprema inteligência preparou um corpo que participa simultaneamente das vantagens do animal e das do homem. Podemos fazer uma idéia por um esboço de Palissy, representando alguns desses animais muito entretidos a jogar bola. A melhor comparação que poderia fazer seria com os faunos e os sátiros da Fábula. O corpo levemente peludo, apruma-se como o nosso; nalguns, as patas desapareceram, dando lugar a certas pernas que lembram ainda a forma primitiva, os dois braços robustos, singularmente implantados e terminados por duas verdadeiras mãos, se considerarmos a oposição dos polegares. Singularmente, a cabeça não é tão aperfeiçoada quanto o rosto. Assim, a fisionomia reflete bem algo de humano, mas o crânio, o maxilar e, sobretudo a orelha, em nada diferem, sensivelmente, daqueles dos animais terrestres. É, pois, fácil distingui-los entre si: este é um cão, aquele um leão. Adequadamente vestidos de blusas e vestes muito semelhantes às nossas, só lhes falta a palavra para se parecerem com alguns -02homens daqui: eis precisamente o que lhes falta e aquilo que eles não poderiam fazer. Hábeis para se entenderem entre si, por meio de uma linguagem que nada tem da nossa, não mais se enganam quanto às intenções dos Espíritos que os dirigem: um olhar, um gesto lhes é bastante. A certos impulsos magnéticos, cujo segredo já conhecem os nossos domadores de feras, o animal adivinha e obedece sem murmurar e, o que mais é, voluntariamente, porque está fascinado. É assim que lhe é imposta toda tarefa pesada e que, com seu auxílio, tudo funciona regularmente, de um a outro extremo da escala social: o Espírito elevado pensa e delibera; o Espírito inferior age com a sua própria iniciativa e o animal executa. Assim a concepção, a execução e o fato se unem numa mesma harmonia e levam todas as coisas a seu fim mais rápido, pelos meios mais simples e mais seguros. Hão de perdoar-me esta digressão: ela era indispensável ao assunto que agora podemos abordar. Enquanto esperamos os mapas prometidos, que facilitarão singularmente o estudo de todo o planeta, podemos, pelas descrições feitas pelos Espíritos, fazer uma idéia de sua grande cidade, da cidade por excelência, desse foco de luz e de atividade, que eles concordam em chamar – coisa estranha! – pelo nome latino de Julnius. No maior de nossos continentes, diz Palissy, num vale de setecentas e oitenta léguas de largura, para contar como vós, um rio magnífico desce das montanhas do norte e, aumentado por uma porção de torrentes e ribeirões, forma em seu percurso sete ou oito lagos dos quais o menor mereceria entre vós o nome de mar. Foi sobre as bordas do maior desses lagos, batizado com o nome de a Pérola, que os nossos antepassados lançaram os alicerces de Julnius. Esta cidade primitiva ainda existe, venerada e guardada como preciosa relíquia. Sua arquitetura muito difere da nossa. Tudo isto eu te explicarei a seu tempo: sabe apenas que a cidade moderna fica a algumas centenas de metros da antiga. Apertado entre altas montanhas, o lago se derrama no vale por oito enormes cataratas, que formam outras tantas correntes isoladas e dispersas em todos os sentidos. Com o auxílio destas correntes nós cavamos na planície uma porção de regatos, de canais e de lagos, reservando o solo firme apenas para as casas e os jardins. Daí resulta uma espécie de cidade anfíbia, como a vossa Veneza e da qual, à primeira vista, não se poderia dizer se construída em terra, se sobre a água. Hoje nada te digo sobre quatro edifícios sagrados construídos a montante das cataratas, de modo que a água jorra em catadupa de seus próprios pórticos. São estas obras que vos pareceriam incríveis por sua grandeza e por sua ousadia. Aqui descrevo a cidade terrestre, de certo modo material, cidade das ocupações, enfim aquela a que chamamos a Cidade Baixa. Tem suas ruas, ou melhor, os seus caminhos traçados para o serviço interno; tem suas praças públicas, seus pórticos e suas pontes, lançadas sobre os canais para a passagem dos serviçais. Julnius enfim, não deve ser procurada no solo: ela está no ar. O corpo dos animais, incapazes de voar, necessitam do solo; mas o nosso corpo fluídico e luminoso exige um alojamento aéreo como ele próprio, quase impalpável e móvel, à nossa vontade. Nossa habilidade resolveu esse problema com o auxílio do tempo e das condições privilegiadas que o Grande arquiteto nos havia concedido. Bem compreendes que essa conquista dos ares era indispensável a Espíritos como os nossos. Nosso dia é de cinco horas e nossa noite igualmente de cinco; mas tudo é relativo e, para seres prontos a pensar e agir como nós, para Espíritos que se compreendem pela linguagem dos olhos e que sabem comunicar-se magneticamente, á distância, nosso dia de cinco horas já igualaria uma de vossas semanas. Parece-nos que ainda era pouco: a imobilidade da morada, o ponto fixo do lar eram um entrave para todas as grandes obras. Hoje, pelo deslocamento portamos, assim como os vossos, a este ou aquele lugar do planeta, à hora que bem quisermos, nossa existência pelo menos dobrou e, como ela, tudo quanto ela pode produzir de útil e de grande. (Revista Espírita Allanc Kardec – Ano I n. 8 – 1858) (Continua no próximo número) PACIÊNCIA E CARIDADE Caridade sem paciência pode converterse em agressividade destrutiva. Paciência sem caridade pode transformar-se em cálculo egoísta. O prato de pão entregue ao necessitado com frases de reprimenda, é semelhante a uma fatia de bolo misturada de fel. O gesto de calma sem amor assemelhase, muitas vezes, à atitude atenciosa de um felino, aguardando o momento oportuno de saltar sobre a presa. O lavrador que conta com a bondade da terra, aprende a esperar pela colheita. O médico que provoca a reação benéfica do organismo em tratamento, não prescinde do concurso das horas para alcançar os objetivos da cura. Não ajuntes o veneno da irritação ou o tóxico da desconfiança ao cálice da dádiva que fizeres. Não vistas o pensamento de dúvidas e nem condiciones a palavra própria em lâminas de violência se desejas conduzir algum coração amigo ao templo da felicidade ou ao caminho reto. A caridade é, acima de tudo, filha dileta da paciência nascida da boa vontade e da compreensão. Muitos jardineiros perdem flores que seriam de prodigiosa beleza, simplesmente porque não sabem tolerar os sacrifícios reclamados pela planta no embrião. Conquistemos a serenidade em nós, para nós mesmos, a fim de construirmos novos destinos, pela simpatia e pela fraternidade que o Senhor nos ajudará a cultivar. Semeia o bem e a luz, sem os riscos da pressa, e com a passagem dos dias, atingirás a messe bendita do amor e da -03sabedoria que te iluminarão cada vez mais o caminho. Jamais nos esqueçamos de que o tempo é a caridade de Deus, em nosso favor, porque através das horas e dos séculos, Deus sabe, pacientemente esperar. ( Emmanuel – Chico Xavier) CANTINHO DE PSICOGRAFIA Que a paz de deus esteja convosco, meus irmãos: É preciso entender que cada trabalhador, trabalha para o Cristo e não para o presidente do Centro. Todos fizeram um compromisso de se dedicar aos trabalhos do Cristo. Passar por problemas espirituais e financeiros, todos passarão, tanto faz estiver numa casa espírita ou em casa descansando. Ser negligente com o Cristo agora é continuar com os problemas no futuro. Não vejam o espiritismo como mais uma religião. O espiritismo é a religião. Alguns trabalhadores têm alguns obsesssores tentando afastá-los do centro. Eles fazem de tudo par alcançar os objetivos propostos. São inimigos do passado. Eles procuram todos os meios de atingir o que querem. Alguns trabalhadores vibram na mesma sintonia. É necessário que façam uma corrente de oração. Todos juntos orem sempre, sempre mais. Se ajudem, se amem mais. Dialoguem mais. Procurem descobrir suas falhas e consertar onde estiver errado. Esta casa tem um trabalho sério e trabalhadores sérios. Sou muito feliz em trabalhar aqui. É preciso um maior entrosamento entre os trabalhadores. É preciso ter uma conduta espírita. Não dêem ouvidos aos que os outros falam. Sigam o seu caminho.. É preciso entender que todos somos imperfeitos e estamos procurando este aperfeiçoamento, onde é que vamos buscá-lo? Só através do trabalho e da dedicação. O trabalho de sábado é um trabalho material. O espírita precisa trabalhar espiritualmente. É através do trabalho mediúnico que ele vai repor as energias, receber o alimento espiritual. A espiritualidade está aqui sempre, mas o trabalhador espírita precisa fazer a sua parte. Não é fugindo do trabalho do Cristo que a pessoa vai se melhorar. Preparem uma palestra sobre CONDUTA ESPÍRITA, meus irmãos, só entre trabalhadores. Somos uma família, procurem se ajudar mutuamente, ver onde o irmão está mais necessitado e juntos procurem encontrar uma saída. É unidos que venceremos. Aqui temos trabalhado sempre, meus irmãos. Temos vibrado na casa de cada trabalhador. Se todos trabalharem unidos, vocês verão que as coisas se tornarão mais fáceis. Que a paz de Deus esteja sempre convosco. Fiquem em paz. Irmão Lázaro. QUEM TUDO TEM, MAIS ERROS COMETE: Um viajante muito cansado, sentou-se à sombra de uma árvore, sem saber que esta árvore era mágica: “A árvore dos desejos.” Sentado na terra dura, ele pensou que seria muito agradável encontrar uma cama fofa. No mesmo instante, essa cama apareceu ao lado dele. Surpreendido o homem deitou-se nela dizendo que a maior felicidade seria que uma jovem rapariga viesse lhe massajear as pernas muito cansadas. Uma jovem rapariga apareceu e massajeou-lhe as pernas com muita calma e agradavelmente. “Tenho fome, disse o homem e comer agora seria uma delícia.” Uma mesa apareceu carregada de comida suculenta. O homem regalou-se, comeu e bebeu. A cabeça estava um pouco atordoada. Os olhos, por ação do vinho e do cansaço, fechavam-se. Deixou-se ir e deitou-se na cama a pensar nos acontecimentos maravilhosos desse dia extraordinário. “Vou dormir uma hora ou duas. O pior seria se um tigre passasse por aqui durante o tempo que estou a dormir e me comesse. O homem dormiu e um tigre apareceu logo e o comeu. Todos temos uma árvore dos desejos que realizam todos os nossos sonhos, mas conforme a nossa ação, a realização desses desejos podem até ser prejudiciais a nós mesmos. Quem sabe as nossas necessidades não são para nos podar de alguma coisa? Saibamos tirar proveito de nossos sofrimentos, de nossas decepções para procurar nos melhorar sempre. Thérèse e Vérane www.clube-positivo.com. MEDIUNIDADE E JUVENTUDE Mauro Quintella Na nossa avaliação, um dos capítulos mais bonitos e simbólicos da história do espiritismo é a participação de elementos jovens no processo de codificação da Doutrina. Como registram as pesquisas espíritas, Allan Kardec contou com a colaboração especial de 4 jovens sensitivas na confecção da primeira edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Segundo a tradição histórica, essas corajosas vanguardeiras da mediunidade encontravam-se entre a adolescência e as primeiras clarinadas da juventude e chamavam-se: Julie Baudin, Caroline Baudin, Rut Japhet e Aline Carlotti. Aparentando muita preocupação com a segurança (física, psicológica e espiritual) de suas colaboradoras, Kardec sempre as deixou envoltas em um véu de semi-anomiato, pois o preconceito contra a mulher ainda era monstruoso naquela época. Para se ter uma idéia dessa realidade, basta lembrar que 129 operárias americanas foram queimadas vivas dentro de uma fábrica, pelo crime de reivindicarem salários iguais aos dos homens, a apenas 41 dias do lançamento de O livro dos Espíritos. E, além de mulheres, as tuteladas do Mestre Lyon ainda eram jovens e paranormais! Um prato cheio para a mentalidade vitoriana dessa época. Essa acertada preservação, todavia, fez com que pouquíssimos dados sobre as quatro moças chegassem ao século XX. -04Principalmente no que diz respeito as suas histórias pessoais. No aspecto formal, suas participações foram, sintaticamente, as seguintes: Julie e Caroline Badin – Psicografaram a quase totalidade das questões de O livro dos Espíritos nas reuniões familiares dirigidas por seus pais e assistidas pelo codificador. Ruth Japhet foi a medianeira responsável pela revisão competa do texto, incluindo adições. Aline Carlotti fez parte do grupo de médiuns através do qual Kardec referendou as questões mais espinhosas do livro, fazendo uso da concordância dos ensinos. Há cerca de três anos, foi editada uma obra que nos permite conhecer alguns dados a mais sobre a vida dessas moças. Seu nome é O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária, escrita por Silvino Canuto de Abreu e editada pelo Lar da Família Universal, através das edições LFU de São Paulo. Dentre outros importantes relatos da epopéia Kardequiana, é nela que vamos encontrar várias informações inéditas e especificadas sobre nossas jovens e vanguardistas confreiras: Suas idades exatas: Julie - 15 anos, Caroline 18 anos, Ruth e Aline – 20 anos. Canuto também conta detalhes acerca de uma outra jovem muito importante para a história do Espiritismo: Ermance Dufaux de apenas 16 anos. Natural de Fontainebleu e filha de um triticultor e vinhateiro abastados. Ermance aos 12 anos, também foi vítima de uma nevropatia, definida pelo médico Clever de Maldigny de Versalhes, como “Mediunidade”, uma doença contagiosa importada da América . Uma semana depois do diagnóstico, a família Dufaux, procurando a cura da mocinha, recebeu a visita do magnetizador Marquês de Mirvile. Estimulada pelo pesquisador, Ermance entrou em transe mediúnico e recebeu sua primeira mensagem psicográfica, assinada por Luís IX, Rei da França, canonizado pela igreja em 1297. Em 1855, aos 14 anos, já totalmente reequilibrada e com a mediunidade integrada em sua vida, Mille Dufaux publicou através do editor Melu, de Paris, o livro; A HISTÓRIA DE JOANNA D”ARC DITADA POR ELA MESMA, de autoria do Espírito Joanna D”Arc. Segundo Canuto, Ermance e seus pais, convidados e trazidos por Me. De Plainemaison, conheceram Kardec na noite de 18 de abril de 1857, ao comparecerem á pequena recepção festiva organizada pelo codificador em seu apartamento, com a finalidade de comemorar o lançamento de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. No final dessa reunião, a jovem paranormal recebeu bela página do Espírito São Luís, que se tornaria, a partir de então, uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos experimentais de Allan Kardec. No final daquele ano, a médium receberia outra importante mensagem, estimulando o Mestre a prosseguir no ideal de lançar um periódico espírita. O jovem espírita deve receber estímulo e atenção e não desconfiança e indiferença por apresentar sintomatologia mediúnica. Aliás, nem todos os adultos estão isentos dos mesmos cuidados, pois segundo Kardec, há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas adultas. Em o LIVRO DOS MÉDIUNS, os espíritos superiores afirmaram que não há idade precisa para o início da prática mediúnica, pois tudo depende do desenvolvimento físico e, mais ainda, do desenvolvimento moral. Na atualidade Divaldo P. Franco ousou ser mais pragmático: “Pareceme que, a partir dos quinze anos, aos dezesseis, teremos uma idade, senão ideal, pelo menos propiciatória para que o jovem, que participa de nossas atividades doutrinárias no movimento de sua idade, possa também compartilhar das experiências mediúnicas. Levando em consideração todos esses fatores, o dirigente doutrinariamente preparado, deve analisar cada caso, de maneira diferenciada. É tudo uma questão de bom-senso e acompanhamento. Que, porém, jamais se esconda do jovem que mediunidade é responsabilidade a mais em suas vidas. Ou como disse o Espírito Ivan de Albuquerque, pela psicografia do sensitivo Raul Teixeira, que também se iniciou muito jovem na tribuna espírita e na mediunidade: “Se, no estuário da juventude, o apelo mediúnico te chega, não lamentes a perda da folgança, suposta própria da idade. Mantém –te alegre e prazenteiro, guardando-te no bojo da responsável conduta que não deixará que te percas pelos dédalos da loucura que são próprias não da mocidade, porém de todos os indivíduos estúrdios e irrefletidos, em qualquer fase etária que esteja. NOSSAS CRIANÇAS Continuamos falando de nossas crianças e revendo os capítulos de “O livro dos espíritos “ referentes às crianças. Nosso lar é abençoado pela espiritualidade porque trabalhamos com crianças e temos um grande lar espiritual por cima do nosso, uma verdadeira escola espiritual. O espírito que desencarnou em idade infantil, continuará com o perispírito no mesmo formato até atingir a sua formação. Revendo a questão 385 de o livro dos espíritos temos – Questão 385: De onde provém a mudança que se opera no caráter a uma certa idade, e particularmente ao sair da adolescência? É o Espírito que se modifica? É o espírito que retoma sua natureza e se mostra como ele era. Vós não conheceis os segredos que escondem as crianças em sua inocência; vós não sabeis o que são, o que foram e o que serão, e, todavia, vós os amais, os quereis bem como se fossem uma parte de vós mesmos, a tal ponto que o amor de uma mãe por seus filhos é considerado o maior amor que um ser pode ter por um outro ser. De onde vem essa doce afeição, essa terna benevolência que mesmo os estranhos experimentam para com uma criança? Vós sabeis? Não; é isso que vou explicar-vos. As crianças são os seres que Deus enviam em novas existências e para que não lhe possa impor uma severidade muito grande, dálhes todas as aparências da -05inocência. Mesmo para uma criança naturalmente má, cobre-se suas faltas com a não consciência dos seus atos. Essa inocência não é uma superioridade real sobre o que eram antes; não, é a imagem do que elas deveriam ser, e se não o são, é sobre elas somente que recai o castigo. Mas, não é somente por elas que Deus lhes dá esse aspecto, é também e sobretudo por seus pais de cujo amor sua fraqueza necessita; esse amor seria singularmente enfraquecido à vista do caráter impertinente e rude, enquanto que crendo seus filhos não têm mais necessidade dessa proteção, dessa assistência, que lhes deram durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda a sua nudez. Conservam-se bons se eram fundamentalmente bons, mas se revestem sempre de matizes que estiveram ocultos pela primeira infância. Vedes que os caminhos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, a explicação é facilmente concebida. Com efeito, imaginai que o Espírito das crianças que nascem entre vós pode vir de um mundo onde tomou hábitos muito diferentes; como quereríeis que permanecesse em vosso meio esse novo ser que vem com paixões diferentes das que possuís, com inclinações e gostos inteiramente opostos aos vossos? Como quereríeis que ele se incorporasse em vossas fileiras de outra forma que aquela que Deus quis, quer dizer, pela peneira da infância? Aí se confundem todos os pensamentos, todos os caracteres, todas as variedades de seres engendrados por essa multidão de mundos nos quais crescem as criaturas. Vós mesmos, morrendo, vos encontrareis em uma espécie de infância entre novos irmãos e na vossa nova existência nãoterrestre ignorais os hábitos, os costumes, as relações desse novo mundo para vós. Manejareis com dificuldade uma língua que não estais habituados a falar, língua mais viva do que é hoje o vosso pensamento. A infância tem, ainda, uma outra utilidade; os Espíritos não entram na vida corporal senão para se aperfeiçoar, se melhorar; a fraqueza da pouca idade os torna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que os devem fazer progredir. É quando se pode reformar seu caráter e reprimir suas más inclinações; tal é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual deverão responder. Por isso a infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas ainda ela é a conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo. ( O livro dos Espíritos) ESQUECIMENTO DO PASSADO Henrique P. de Araújo Prato cheio para os que não acreditam no Espiritismo é não se lembrar nada do passado. Dizem eles que se o espírito tivesse várias reencarnações, se lembraria facilmente das anteriores. O que eles não sabem é que muitos se lembram realmente de algumas reencarnações. Todas, seria totalmente impossível. Será que essas mesmas pessoas se lembrariam de tudo que fizeram em sua infância? É claro que não. Imagine saber o que se passou há 2000 anos. O esquecimento é natural no ser humano. Muitos que tomam dinheiro emprestado esquecem de que tem que pagar. Como as reencarnações são oportunidades que Deus nos dá para nosso soerguimento, nossos acertos de contas, é claro que não devemos saber que nosso pai poderia ter sido nosso assassino numa vida passada. Seria o caos se soubéssemos quem realmente foi o nosso pai. Não haveria um reajuste, um acerto de contas, não poderia mais haver amor. É exatamente por isto que não podemos nos lembrar. Assim o pai de agora, o assassino numa vida passada, vai receber com muito amor, carinho e abnegação aquele filho do qual tirou a vida no passado. Vai educa-lo, orienta-lo, sofrer e até morrer por ele. Aí sim, haverá um refazimento, um acerto de contas e os dois espíritos se acertarão. Numa vida futura poderão nascerem muito unidos. Revendo o Livro dos Espíritos – questão 389 Temos: De que maneira pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que não se lembra? Como pode ele aproveitar a experiência adquirida nas existências caídas no esquecimento? Conceber-se-ia que as tribulações da vida fossem uma lição para ele, se ele se lembrasse do que as originou; mas do momento que não se lembra, cada existência é para ele como se fosse a primeira e está, assim, sempre a recomeçar. Como conciliar isso com a justiça de Deus? A cada nova existência o homem tem mais inteligência e pode melhor distinguir o bem e o mal. Onde estaria o mérito se ele se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à sua vida primitiva(a vida espírita) toda a sua vida passada se desenrola diante dele: ele vê as faltas que cometeu e que são causa do seu sofrimento e o que o poderia impedir de as cometer. Compreende que a posição que lhe é dada é justa e procura, então, a existência que poderá reparar aquela que vem de se escoar. Procura provas análogas àquelas pelas quais passou, ou lutas que crê adequadas ao seu adiantamento, pedindo aos Espíritos que lhe são superiores para ajuda-lo nessa nova tarefa que empreende, porque sabe que o Espírito que lhe será dado por guia nessa nova existência procurará faze-lo reparar suas faltas dando-lhe uma espécie de intuição das que cometeu. Essa mesma intuição é o pensamento, o desejo criminoso que vos vem freqüentemente, e ao qual resistis instintivamente, atribuindo no mais das vezes vossa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais. Enquanto que é a voz da consciência que vos fala, e essa voz é a lembrança do passado, voz que vos adverte de não recair nas faltas que já haveis cometido. O Espírito entrado nessa nova existência se suporta essas provas com coragem e, se resiste, eleva-se e ascende na hierarquia dos Espíritos, quando volta entre eles. Haveria muitos inconvenientes se todos nascessem com as lembranças das vidas anteriores. Se uma pessoa foi um rei famoso na vida anterior e cometeu muitos abusos e agora nascesse em plena miséria não certa cometeria um suicídio? Se reconhecesse todos os seus inimigos do passado, na certa se veria -06doido. Se alguém fosse muito pobre numa vida anterior e agora nascesse rico, poderia se esnobar, se exaltar e com isto cometer muitos absurdos. Deus é justo e nos deu esta oportunidade para avançarmos, portanto não devemos desperdiçar esta oportunidade. O que todos devem fazer é trabalhar sempre para o bem, para a paz, o amor e a união entre todos. Ele precisa fazer isto para melhorar o seu estado evolutivo, se ele for pouco evoluído, evoluirá bastante, se sua evolução já é boa, é uma oportunidade de se melhorar ainda mais. Como nós não temos possibilidades de saber o nosso grau de evolução espiritual, o melhor que tem é meter a mão na massa e cumprir a nossa parte. Quem ganhará será mesmo a pessoa. POEMASDO PROF. HENRIQUE A PROCURA DE DEUS Senhor, eu lhe procurei Fui em palácios, visitei casebres Estive em clubes, fui em feiras Estive com mendigos e com governantes Andei por terra, cortei o ar Vi o sol e vi a lua, Mas não pude lhe encontrar. Perguntei ao rei, indaguei ao pobre Entrei em igrejas, fui ao cemitério Dei esmolas e beijei a cruz Vi milagres, vi tormentos, Mas não pude lhe encontrar. O sol nasceu, o sol se pôs A terra correu, o mundo girou Eu dormi e acordei Fui à cidade, andei no sertão, Mas não pude lhe encontrar. Continuei a sua procura, E um dia me cansei. Parei ao pé de uma árvore O sol me queimava O suor escorria Abelhas me picavam Formigas me mordiam E então um velhinho, bem velhinho No crepuscular dos anos Veio, viu-me e disse; “Filho, você não pode encontrar Deus lá fora Se primeiro não acha-lo em seu coração”. Então eu abri os olhos E o céu brilhou mais O mar apareceu E o mar era a ponte de Deus Então eu vi Deus E Ele estava dentro de mim. MEU CRISTO Ajoelho a teus pés, meu Cristo E deponho todos os meus despojos, Peço o meu castigo, porque errei, Mas peço um cantinho pequenino Para contemplar sempre teu semblante. Venho a ti, Cristo, como o peregrino ao pão E peço e solicito e imploro O teu perdão para hoje e sempre E prometo não mais errar, Mas preciso de uma faísca do teu amor. Sem ti, Cristo, me destruo Sem ti, me perco no mundo E todo meu corpo impuro se acaba E sem fé, sem paz, sem esperança, sem vida Eu morrerei nas chamas do pecado. Perdoa-me, Cristo, Senhor meu Rogo-te paz por todo o tempo E a união celestial entre os homens E só assim, meu Cristo Senhor Serei feliz para a vida eterna. ONDE ESTÁ O AMOR? Vi Caim matando Abel O bezerro de ouro nascendo Simão sendo morto pelos inimigos. Pai, onde está o amor? Por que os homens se matam? Por que os homens se odeiam? Sodoma vivia na farra Nero foi um carrasco. Vi Cristo pregado na cruz E Pedro na cruz pregado. Onde está, meu Pai, o amor? Os bárbaros massacraram os homens Vi cristãos nos circos sangrentos Devorados pelos leões Que sagacidade, que crueldade! Meu Deus, onde está o amor? Os tempos passaram, guerras vieram Mísseis tenebrosos foram criados E ainda aviões de alta potência Caçadores, bombardeiros, massacradores, Bombas atômicas para os homens Milhões de mortos no chão Enquanto outros sorriam. Meu Deus, onde está o amor? Vi cegos pedindo esmolas Lepras e chagas por todos os lados Guerras de ódio e de inveja Roubos, suicídios e mortes Onde está o amor, meu Deus? Por que os homens são ingratos? Por que vivem na angústia? POR QUE SER ESPÍRITA? Admitamos que um rapaz de vinte anos adquirisse a certeza de que iria morrer aos vinte e cinco anos. Que é o que faria nesse lapso de cinco anos que lhe restam? Trabalharia para o futuro? Certo que não: procuraria gozar o mais possível, pois acreditaria que fosse uma tolice sujeitar-se sem proveito a fadigas e privações. Entretanto, se tiver a certeza de viver até os oitenta anos, outro será o seu procedimento, porque compreenderá que necessita sacrificar alguns instantes do repouso atual a fim de assegurar o repouso futuro durante longos anos. Dá-se o mesmo com os que têm certeza da vida futura, aos gozos da vida presente e, conseqüentemente, a ligar demasiada importância aos bens materiais. A importância atribuída contra os que têm muito. Da cobiça ao desejo de adquirir a qualquer preço aquilo que o vizinho possui vai apenas um passo. Daí os ódios, as disputas, os processos e as guerras e todos os males gerados pelo egoísmo. Com a dúvida sobre o futuro e acabrunhado pelo infortúnio e pelos desgostos desta existência, somente na morte vê o homem um termo aos seus padecimentos. Então, nada esperando, considera racional abrevia-la pelo suicídio. É natural que sem esperança no futuro, o homem sofre e se desespera com as decepções experimentadas. Os abalos violentos que sente repercutem no seu cérebro e são a causa de muitos casos de loucura. Sem a vida futura a existência terrena se converte para o homem em coisa capital, em objeto exclusivo de suas preocupações e a ela tudo se subordina. Por isso mesmo quer desfrutar, a qualquer preço, não só todos os bens materiais, como também -07as honras. Deseja brilhar e elevar-se acima de todos, ofuscar o próximo com seu luxo e posição. Daí a desordenada ambição que liga aos títulos e a todos os enfeites da vaidade, aos quais chega a sacrificar a própria honra, de vez que nada enxergue além disso. A certeza da vida futura com todas as suas conseqüências transforma completamente a ordem de suas idéias, fazendo-lhe ver as coisas por outro prisma: é um véu que se ergue e lhe desvenda um horizonte imenso e esplêndido. Diante da infinidade e da grandeza da vida além da morte, a existência terrena desaparece, como um segundo na contagem dos séculos, como um grão de areia ao lado da montanha. Tudo se torna pequeno e mesquinho e nos admiramos por havermos dado tanta importância às coisas efêmeras e infantis. Daí, em meios às vicissitudes da existência, uma calma e uma tranqüilidade que constituem uma felicidade, comparados com as desordens e os tormentos a que nos sujeitamos, ao buscarmos nos elevar acima dos outros; daí, também, ante as vicissitudes e as decepções, uma indiferença, que tira quaisquer motivos de desespero, afasta os mais númerosos casos de loucura e remove, automaticamente, a idéia de suicídio. O exemplo dos que viveram prova que a soma de felicidade futura está na razão do progresso realizado e do bem que se haja praticado, enquanto que a soma de desventuras está na razão dos vícios e das más ações. Isto produz naqueles que estejam convictos desta verdade uma tendência naturalíssima para fazer o bem e evitar o mal. Quando a maioria dos homens estiver convencida desta verdade, quando professar estes princípios e praticar o bem, o bem triunfará sobre o mal aqui na Terra; os homens não mais se molestarão reciprocamente; reorganizarão as suas instituições sociais visando o bem geral e não o proveito de uns poucos; numa palavra, compreenderão que a lei da Caridade, ensinada por Jesus Cristo, é a fonte da felicidade, já aqui na Terra e basearão as leis civis sobre a lei da caridade. (Allan Kardec – O principiante Espírita – Editora Pensamento) A MEDIUNIDADE Grupo Espírita Bezerra de Menezes Todos somos médiuns? Todos somos portadores da mediunidade natural que é o canal psíquico pelo qual recebemos as influências boas ou ruins que estimulam as experiências na vida Terrena. Porém, nem todos somos médiuns, conforme denominou Allan Kardec. Então o que é um Médium? Segundo Allan Kardec, médium é todo aquele que sente a presença ostensiva dos Espíritos, seria aquele que serviria de ponte entre o mundo visível e o invisível. A prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual. A faculdade mediúnica liga-se a uma disposição orgânica, porém o uso que se faz. Como sabemos se somos médiuns? E se formos, o que devemos fazer? Kardec diz que todos somos mais ou menos médiuns, pois todos possuem a mediunidade natural, canal psíquico através do qual somos estimulados ao crescimento. Entretanto, médiuns propriamente ditos são aqueles que recebem manifestações ostensivas dos Espíritos. A única forma de sabermos se temos ou não mediunidade ostensiva é nos colocando como servidores sinceros da causa de Jesus. Ou seja, deveremos primeiro fazer parte da equipe de trabalhadores de uma casa espírita e lá, através dos estudos sérios e da disciplina interior, procurarmos entender antes as nuanças do contato com os Espíritos. Allan Kardec diz em O Livro dos Médiuns, que não se deve nunca iniciar um trabalho de intercâmbio espiritual sem estudar a mediunidade. Existem algumas pessoas que sentem influências dos Espíritos, em diversos graus de intensidade, e acham que, por isso, estão prontas para trabalhar nesse campo. Geralmente não aceitam a idéia de que precisam se instruir mais e mais. Vão às casas espíritas somente para trabalhar com mediunidade e se não a aceitam naquela, buscam outra e assim permanecem por toda a vida. Existe a incorporação dos Espíritos? No sentido semântico do termo não existe incorporação, pois nenhum Espírito conseguiria tomar o corpo de outra pessoa, assumindo o lugar da sua alma. O que ocorre é que o médium e o Espírito se comunicam de perispírito a perispírito, ou seja mente a mente, dando a impressão de que o médium está incorporado. Na mediunidade equilibrada, o médium tem um maior controle de sua faculdade e o fenômeno mediúnico acontece mais a nível mental. Nos processos obsessivos graves( doenças mórbidas causadas por Espíritos inferiores), onde a mediunidade está perturbada, podem ocorrer crises nervosas. Observadores de pouco conhecimento podem achar que um Espírito mau apoderou-se do corpo do enfermo. Foi esse fenômeno que deu origem às práticas de exorcismo. Devemos acreditar em tudo o que os Espíritos dizem? Os espíritos desencarnados são almas de homens que já viveram na Terra. Portanto podem ser portadores dos defeitos e qualidades que tinham quando encarnados. Podemos acreditar nas palavras dos homens bons, mas não devemos dar crédito aos conselhos daqueles de má índole. Da mesma forma deveremos proceder com o mundo dos espíritos. Devemos analisar cada comunicação dada pelos Espíritos, qualquer que seja o nome que assinem. Os bons trazem mensagem edificante e com algum fim útil e querem sempre o bem da humanidade. Os atrasados ou maus podem nos enganar com palavras belas e melífluas, podendo tomar emprestado nomes de pessoas conhecidas ou Espíritos iluminados para nos impressionar. Desses devemos nos precaver, conforme nos ensina Allan kardec em O livro dos Médiuns. Nos Centros espíritas só chegam espíritos inferiores? Ou só espíritos superiores? -08Quem nisso acreditar não conhece ainda a doutrina espírita. Devemos exemplificar um centro espírita a um hospital. Num hospital só tem doentes? Ou só tem médicos? É claro que num centro espírita chegam espíritos inferiores que vem a procura de sua cura e espíritos superiores que vem esclarecer e melhorar o estado daqueles espíritos inferiores. Sem os mentores uma casa espírita não funciona. Como há os dirigentes encarnados, há também os desencarnados e ambos precisam estar em sintonia para que haja o socorro a muitos e muitos encarnados como os desencarnados. Alguém pode ser obrigado a desenvolver a mediunidade? Ninguém é obrigado a desenvolver a mediunidade. É errada a idéia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes das pessoas. Geralmente sofre-se por ignorância e por falta de cuidados com a vida no plano material. Aqueles que quiserem dedicar-se a tarefa mediúnica deverão trabalhar para vencer suas imperfeições, além de ter que estudar a Doutrina Espírita com seriedade e disciplina. Um médium que não toma esses cuidados, poderá permanecer sob a influência dos Espíritos maus. Quem for médium e não quiser praticar a mediunidade, deverá pelos menos esforçar-se para sua melhoria moral, procurando libertar-se dos vícios mais grosseiros( cigarro, bebida e drogas). É necessário lembrar que o médium ostensivo fez um compromisso formal no mundo espiritual e abandonar a tarefa e fugir dos seus deveres. As cirurgias espirituais são realmente feitas por espíritos? Nesse caso, como pode um Espírito elevado ser antiético, exercendo ilegalmente a medicina? Sim, as cirurgias espirituais são feitas por Espíritos de médicos que atuam no corpo perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à ciência médica, usando fluidos humanos e espirituais, nada fazendo nesse campo que fira as leis humanas. Um Espírito elevado jamais transgride qualquer lei. As curas realizadas em nome do Espiritismo praticado com seriedade, são feitas utilizando apenas a fluidoterapia. As cirurgias mediúnicas feitas com instrumentos cortantes, podem ser feitas por Espíritos superiores, mas não são considerados trabalhos espíritas. Em alguns casos de cirurgias de corte, como os de José Pedro de Freitas (Arigo) e Edson Queiroz, existia uma missão a ser cumprida e visava chamar a atenção da comunidade científica para a realidade da vida espiritual. E parece que conseguiu, porém sem maiores conseqüências pelo próprio atraso do homem para a compreensão das coisas do Espírito. Pelo lado prático, no entanto, as cirurgias mediúnicas com instrumentos cortantes não devem ser praticadas em centros espíritas orientados pela doutrina de Allan Kardec, justamente por ferir a legislação vigente e não tratar-se de uma prática que possa ser exercida por qualquer pessoa. As curas no Espiritismo são feitas exclusivamente com a imposição das mãos. DIVALDO ABORDA O TEMA DEPRESSÃO A depressão, suas causas e terapias foi o tema central das palestras e seminários de Divaldo Pereira Franco durante sua jornada no leste da Europa em maio deste ano. O roteiro, que iniciou com o seminário sobre “Esquizofrenia, causa e novas terapias”, abordou a visão espírita do problema, discutindo ainda a depressão e outros problemas psicológicos e espirituais da nossa época. Na sua habitual excelência e sabedoria, Divaldo Franco faz um resumo histórico sobre a melancolia e depressão desde a antiguidade até os nossos dias. Aborda a depressão e esquizofrenia sob o ponto de vista fisiológico, relacionando-os com as doenças psíquicas e a visão espírita da vida e salientando ainda algumas diretrizes práticas para combater a depressão. Ao discutir a depressão e esquizofrenia sob o ponto de vista fisiológico, ressalta que, como doenças causadas por distúrbios químicos das células cerebrais, elas podem ser curadas através do restabelecimento do equilíbrio químico-biológico. Enfatiza, portanto, a necessidade da pessoa depressiva ou esquizofrênica procurar acompanhamento e tratamento médico especializado. Quando aborda o tema sob o aspecto psíquico e psicológico, relaciona estas doenças com a visão espírita da vida. Sendo o ser humano um ser espiritual, ao reencanar ele traz uma bagagem psíquica oriunda de vidas anteriores. As causas da depressão e da esquizofrenia podem, portanto, estar localizadas nesse passado remoto, seja devido a culpas e remorsos anteriores a esta vida, ou sejam estes originários na vida atual. Estas mesmas culpas e remorsos levam o indivíduo a sintonizar-se vibracionalmente com os companheiros daquele passado remoto(ou não) e então vem a desencadear-se o processo obsessivo. Assim, exemplifica casos de obsessão – visão espírita, ou de esquizofrenia – visão da medicina, através do Evangelho e de outros fatos da vida cotidiana. Ressalta, ainda que não há diferença entre a depressão orgânica e a depressão espiritual, pois os sintomas são os mesmos. E mais, quando a depressão espiritual prolonga-se por um largo período de tempo, produz distúrbios nos neurônios cerebrais e o problema acaba tornando-se também orgânico. Do mesmo modo, a depressão orgânica, após um certo período, pode vir a atrair espíritos que por afinidade vibratória aumentam os sintomas depressivos, vindo esta a tornar-se então, uma depressão espiritual(obsessão). Assim, enfatiza a necessidade da terapia espiritual para o restabelecimento do espírito(através das transfusões de amor e de passe) e da medicina tradicional para o restabelecimento do equilíbrio orgânico. As palestras e seminários de Divaldo Pereira Franco sobre Depressão e Esquizofrenia foram realizados em Viena, Áustria, na sede da Verein Für Spiritische Studien Allan Kardec em Budapeste, capital da Hungria e em Bratislava, capital da Eslováquia. Em Viena e Brastislava foram -09organizados seminários sobre depressão. Divaldo Franco também proferiu uma palestra sobre “Terapia de amor para a paz interior” na Society for Conscious Living na Organização das nações Unidas em Viena. (Revista Internacional de Espiritismo n. 07/ ORAÇÃO POR HUMILDADE Senhor Jesus! Quando eu voltar à Terra E estiver de memória parcial Qual o doente sob anestesia Para sofrer bendita cirurgia Que me livre do mal, Não me deixes, a sós em meu passo imaturo... A fim de construir O meu próprio futuro Não permitas, Senhor, que eu siga, às tontas, Como quem sabe dirigir as próprias contas. Embora reconheça a lei da liberdade Se posso procurar o que te contraria Não me deixes fazer aquilo que me agrade Apaga em mim a vocação do mando, E ensina-me, Senhor a obedecer, Ajuda-me a encontrar, Onde estiver vivendo ou trabalhando, O prazer de servir Como simples dever. Se eu te pedir felicidade, Nos erros e ilusões que outrora quis, Não me faças feliz. Se te requisitar destaque e brilho Para comportamento frio e ingrato, Não me tires o chão do anonimato. Se eu te solicitar um corpo lindo Para voltar, na sombra, a estaca zero Não me deixes viver na forma que mais quero. (Chico Xavier – Maria Dolores Divulgação Espírita Cristã) O CAMINHEIRO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO ANO II N. 20 AGOSTO DE 2004 LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA EDITORIAL Todos nós temos uma missão a cumprir nesta terra. Não viemos aqui a passeio, muito menos retirar férias. Estamos aqui a trabalho, somos todos funcionários de Deus. Como funcionários, temos que dar conta do nosso trabalho, pois teremos que acertar as contas com o chefe. Afinal recebemos o pagamento adiantado, estamos em débito até os fios de cabelo. Ganhamos um corpo, um espírito, a terra, a água, o sol, o verdume da floresta, o oxigênio, a brisa, as noites, tudo tudo recebemos para desempenhar bem a nossa missão. Ai daqueles que fugirem de suas obrigações. Terão que vir mais tarde para recomeçar tudo de novo Não é por esta ou aquela pessoa que vamos fugir da tarefa que nós nos propusemos na espiritualidade. Não é com esta ou aquela pessoa que vamos acertar as contas quando estivermos do outro lado. É com a espiritualidade. Lá não vão nos perguntar quais as pessoas que não nos deixaram prosseguir a jornada, mas vão nos perguntar porque fugirmos. Se não der certo trabalhar com esta ou aquela companhia, partiremos para outras, mas deixar de cumprir nossa missão é negligência e vamos arcar com as conseqüências. Precisamos por em mente que nós somos trabalhadores de Cristo e não de outras pessoas. Há muitas maneiras de servir a Cristo. Basta seguir seu exemplo. Por acaso Cristo procurava altas pessoas para cumprir sua missão? Não, simplesmente aqueles necessitados. Assim que eu encontrar o serviço, não devo passar o tempo reclamando de cansaço, que não agüenta mais, que não recebe nenhuma ajuda. Não devo fazer o serviço pela metade. Devo exercer minhas atividades com muito amor, carinho e dedicação. Cristo proverá todas as nossas necessidades e um dia partiremos melhores do que quando aqui chegamos. Ninguém vai tapar os buracos da estrada para eu passar. Somos nós que temos de fazer isto. CANTINHO DE PSICOGRAFIA Onde existir fé, existe amor, perdão e paz. Não esmoreçam, não estão só, estou com vocês sempre. Centelha de luz, centelha de amor, haverá sempre entre vocês. O amor vence. Deixai nascer em cada coração a semente lançada em solo fértil. O trabalho está apenas no começo. Um abraço Irmão Joaquim SEGUIR EM FRENTE Ergam a vossa cabeça, sigam em frente. Não perturbem o vosso coração, vós estais no caminho certo. Tudo se resolverá com o tempo. Confiem em Deus. Não se maculem por pouca coisa. Pensem mais em vocês. Todos deverão encontrar o próprio caminho. Procurem se ajudar, se orientar e que cada um percorra o caminho que melhor lhe aprouver. Cada um tem o seu livre arbítrio e cada um responderá pelos seus próprios atos. Todos fizeram uma programação antes de reencarnar. Aqueles que não fizerem a sua parte, sofrerão as conseqüências. Todos têm possibilidades de levar adiante a sua tarefa, basta querer e se esforçar. É preciso trabalhar e trabalhar e muito. O trabalho é um longo caminho. Quanto mais se caminha, mais se chega perto do objetivo proposto. Aqueles que pararem na estrada, vão demorar mais tempo para chegar ao final. Baseiem-se sempre no Cristo. A sua longa jornada começou aos 30 anos, mas quando começou não parou mais. A sua caminhada é o melhor exemplo para todos nós. A nossa vida é uma luta contínua. Não devemos deixar esta luta por nada. Façamos uma reforma íntima sempre e constantemente. Somos um diamante bruto e precisamos nos lapidar sempre. Deus nos quer transformados numa obra prima, mas para isto cada um deverá ir se lapidando, deixando aparecer a parte brilhante e cristalina que surgirá entre vós. Que Deus esteja sempre no meio de vós. Um espírito amigo. -02HABITAÇÕES EM JÚPITER (Continuação do n. anterior) Em certas épocas do ano, acrescenta o Espírito, em certas festas, por exemplo, verás aqui o céu obscurecido pela nuvem de habitações que vêm de todos os pontos do horizonte. É um curioso ajuntamento de moradias esbeltas, graciosas, leves de todas as formas, de todas as cores, equilibradas em diversas alturas e continuamente em marcha, faz-se o vácuo pouco a pouco e todos esses pássaros somem. Nada falta a essas moradas flutuantes, nem mesmo o encanto da verdura e das flores.Falo de uma vegetação sem exemplo entre vós, de planta e até de arbustos que, pela natureza de seus órgãos vivem, respiram, alimentam-se e reproduzem no ar. Diz ainda o mesmo Espírito: Temos esses tufos de flores enormes, cujas formas e nuanças nem podeis imaginar, e de uma tecitura tão delicada, que os torna quase transparentes.Balançando-se no ar, onde largas folhas as sustêm, providas de gavinhas semelhantes às da videira, reúnem-se em nuvens de mil tons ou se dispersam à feição do vento e oferecem um espetáculo encantador aos transeuntes da Cidade Baixa... Imagina a graça dessas jangadas de verdura, desses jardins flutuantes que nossa vontade pode fazer e desfazer e que por vezes duram toda uma estação! Longos rastilhos de lianas e de ramos floridos se destacam dessas alturas e descem até o solo; cachos enormes se agitam, sacudindo o perfume nas pétalas que se destacam... Os Espíritos que atravessam o ar param à sua passagem: é um lugar de repouso e de encontro e, se se quiser, um meio de transporte para terminar uma viagem sem fadigas e em companhia. Um outro Espírito estava sentado sobre uma destas flores no momento que o evoquei. Disse-me ele: Neste instante é noite em Julnius e me acho sentado à distância numa dessas flores do ar que só se abrem aqui à claridade de nossas luas. A meus pés dormita toda a ciência Baixa: mas sobre minha cabeça e em volta de mim, a perder de vista, só há movimento e alegria no espaço. Dormimos pouco: nossa alma é muito desprendida, de modo que as necessidades do corpo não a tiranizam; E a noite é feita mais para os nossos servos do que para nós. É a hora das visitas, das conversas longas, dos passeios solitários, dos devaneios, da música. Só vejo moradas aéreas resplendentes de luz ou jangadas de folhas e de flores carregadas de bandos alegres... a primeira de nossas luas ilumina toda a cidadã Baixa: é uma luz suave, comparável á dos vossos luares; mas, da margem do lago eleva-se a segunda, a dos reflexos esverdeados, que dão a todo o rio o aspecto de um vasto gramado... É sobre a margem direita desse rio, cuja água, diz o Espírito, dar-te-ia a impressão da consistência de um vapor muito leve, que está construída a casa de Mozart, cujo desenho de Palissy teve a bondade de me fazer reproduzir sobre cobre. Apresento aqui apenas a fachada do lado sul. A grande entrada fica à esquerda, olhando a planície; à direita fica o rio; ao norte e ao sul estão os jardins. Perguntei a Mozart quem eram seus vizinhos. Do lado de cima e do de baixo, dois Espíritos que não conheces; mas à esquerda apenas um grande prato me separa do jardim de Cervantes. A casa tem quatro faces, como as nossas, mas seria erro considerar isto como regra geral. É construída com uma certa pedra que os animais tiram das pedreiras do norte e cuja cor o Espírito compara aos tons esverdeados que por vezes toma o azul do céu, ao por do sol. Quanto a sua duração pode-se fazer uma idéia por esta comparação de Palissy: “que ela fundir-se-ia sob a pressão de nossos dedos humanos com a rapidez de um floco de neve, posto seja uma das matérias mais resistentes daquele planeta! Nessas paredes os Espíritos esculpiram ou incrustraram estranhos arabescos, que o desenho procura reproduzir. Ou são ornamentos gravados na pedra e a seguir coloridos, ou incrustrações feitas na pedra verde por um processo atualmente muito em voga e que mantém toda a graça dos contornos dos vegetais, toda a delicadeza de seus tecidos, toda a riqueza de seu colorido. Uma descoberta, acrescentou o Espírito, que fareis um dia e que entre vós mudará muitas coisas. A grande janela da direita apresenta Um exemplo desse gênero de ornatos: um de seus bordos mais não é que um enorme caniço, cujas folhas foram conservadas. O mesmo ocorre no coroamento da janela principal, que afeta a forma da clave de sol: são plantas sarmentosas enlaçadas e petrificados. É por tal processo que eles obtêm a maior parte dos coroamentos dos edifícios, os portões, as balaustradas, etc. Por vezes a planta é colocada na parede com as raízes, e em condições de crescer livremente. Cresce, desenvolve-se, suas flores se espalham ao acaso, e o artista não as petrifica no lugar senão quando adquiriram todo o desenvolvimento desejado para a ornamentação do edifício; a casa de Palissy é quase que inteiramente decorada por esse processo. Inicialmente destinados só aos móveis, depois aos batentes das portas e das janelas, esse gênero de ornamento aperfeiçoou-se pouco a pouco e acabou por invadir toda a arquitetura. Hoje não são petrificados apenas as flores e os arbustos, mas as próprias árvores, da raiz até a copa; e os palácios, como outros edifícios praticamente não têm outras colunas. Uma petrificação da mesma natureza serve também à decoração das janelas. Flores ou folhas muito grandes são habilmente despojadas de sua parte carnuda: não resta mais que um feixe de fibras, tão finas quanto à mais fina musselina. Cristalizam-nas; e destas folhas reunidas com arte, constroem toda a janela, que apenas filtra para o interior uma luz muito suave; também as impregnam de uma espécie de vidro líquido e colorido de todas as nuanças, o qual endurece ao ar e transforma a folha numa espécie de vidraça. Do arranjo dessas folhas nas janelas resultam encantadores ramos transparentes e luminosos. Quanto as dimensões dessas aberturas e a mil outros detalhes que, à -03primeira vista, podem surpreender, vejo-me obrigado a uma explicação: a história da arquitetura em Júpiter exigiria um volume inteiro. Também desisto de falar no mobiliário, para me restringir, aqui, à disposição geral da casa. A ALMA TAMBÉM Casas de saúde espalham-se em todas as direções com o objetivo de sanar as moléstias do corpo e não faltam enfermos que lhes ocupem as dependências. Entretanto, as doenças da alma, não menos complexas, escapam aos exames habituais de laboratório e, por isso, ficam em nós, requisitando a medicação, aplicável apenas por nós mesmos. Estimamos a imunização na patologia do corpo. Será ela menos importante nos achaques do espírito? Surpreendemos determinada verruga e recorremos, de imediato, à cirurgia plástica, frustrando calamidades orgânicas de extensão imprevisível. Reconhecendo uma tendência menos feliz em nós próprios é preciso ponderar igualmente que o capricho de hoje não extirpado será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade em futuro breve. Esmeramo-nos por livrar-nos da neurastenia capaz de esgotar-nos as forças. Tratemos também de nossa afeição temperamental para que a impulsividade não nos induza à ira fulminatória. Tonificamos o coração, corrigindo a pressão arterial ou ampliando os recursos das coronárias a fim de melhorar o padrão de longevidade. Apuremos, de igual modo, o sentimento para que emoções desregradas não nos precipitem nos desvãos passionais em que se aniquilam tantas vidas preciosas. Requintamo-nos, como é justo, em assistência dentária na proteção indispensável. Empenhemo-nos de semelhante maneira, na triagem do verbo para que a nossa palavra não se faça azorrague de sombra. Defendemos o aparelho ocular contra a catarata e o glaucoma. Purifiquemos igualmente o modo de ver. Preservamos o engenho auditivo contra a surdez. No mesmo passo, eduquemos o ouvido para que aprendamos a escutar ajudando. A Doutrina Espírita é instituto de redenção do ser para a vida triunfante. A morte não existe. Somos criaturas eternas. Se o corpo, em verdade, não prescinde de remédio, a alma também. (Chico Xavier – André Luiz) A MENTE ATRAI O QUE PENSAMOS Edward de Bono, o mestre do Pensamento Positivo, conta-nos a seguinte anedota: Ele esteve internado numa universidade. Ele tinha uma grande liberdade, mas tinha regras. Deveria regressar a horas senão a porta fechar-seia. Uma noite, flertou uma bonita e jovem moça e não deu pelas horas passarem. E logo que repara nas horas, ele ficou horrorizado porque era 1 hora e meia da manhã. Como iria entrar no seu quarto? Teve uma idéia. Havia uma grande árvore cujos arbustos passavam por cima do primeiro muro. Ao subir a árvore, ele poderia, sem dúvida passar, e depois encontrar outra maneira de atingir o segundo muro. Ele sobe à árvore, ao saltar o primeiro muro cai brutalmente, rasga as roupas, fica com arranhões nas pernas e com as mãos ensangüentadas. Veja os dois muros. Ele decidiu fazer essa volta para encontrar um ponto com menos resistência. Ele volta e volta, e chega perto da entrada. Parece-lhe ver... não, não pode ser! Portanto Sim: as portas estão abertas! As portas estão abertas e sempre estiveram. Naquela noite, esqueceram-se de as fechar... O pensamento negativo complica-nos muitas vezes e consideravelmente a vida. Antes de imaginar o pior, imagine... o melhor! (www.clube-positivo.com) O ANACORETA RESPONDE: Uma boa equipe de médiuns resolve qualquer problema de desobsessão? Não. Se houver desobediência espiritual nesta equipe, ela nada conseguirá. Tudo acontece pela vontade de Deus. O processo Jurídico de Jesus foi correto? Não. Jesus era Judeu e jamais poderia ser condenado pela Justiça romana, portanto mesmo que Jesus estivesse errado, seus julgadores abusaram do poder. Existe a felicidade plena na terra? Sim. Quando não se tem nenhum débito mais a pagar, o ser adquire a felicidade plena, mesmo encarnado. É o caso dos grandes missionários. Qualquer pessoa pode começar uma vida plenamente espiritual? Não. Para uma vida plenamente espiritual é necessário uma moral irrepreensível. O homem precisa, primeiramente tratar de melhorar plenamente sua parte moral. Qual é a maior felicidade do casal? Quando houver a realização dos filhos. Quando virem seus filhos felizes. Qual é o maior dos pecados? O suicídio. Haverá perdão para o suicídio? Deus jamais condenou alguém. Nós é que nos condenamos. O suicida voltará em uma outra existência, talvez em piores situações para superar o que fez e não falhar de novo. O que nos diz do aborto? A provocação do aborto é indigno ao ser humano. Precisamos respeitar o nosso Deus. Como é que vamos tirar a vida de um ser totalmente indefeso? É a maior covardia na face da terra. Quando morrermos vamos direto para o céu? Que fizestes de tão importante para ter enorme regalia? Pensas que 100 anos de caridade, vai cobrir os outros 1000 anos de farra? Vamos direto para o inferno então? Não fizestes nada de bom na terra? O -04inferno só existe na cabeça de alguns medrosos. Passarás por um mundo um pouco estranho, mas não tão ruim assim. Estais na terra para criar seu próprio caminho futuro, portanto trabalhe mais e não se preocupe com o futuro. Chegarás lá. (Panfletário Anacoreta) ABRAÇOS É impressionante o que um abraço pode fazer, Um abraço nos anima a continuar a viver, Um abraço pode nos transmitir o amor de um amigo Ou dizer:”ainda que vás, estarei contigo” Um abraço diz: que bom, você voltou!” “Que bom te ver!”, “ por onde você andou?” “Que saudades sinto de ti”, “podes contar comigo”, “Eu te amo”. Um abraço consola uma criança chorar É o arco-ires depois da chuva passar. Um abraço , meu amigo, pode crer Que sem ele ninguém poderia viver. Como são animadores os abraços! Abraços são ótimos para pais, mães e amigos, São um ato de amor entre irmãos e irmãs. E é bem capaz de que certas tias favoritas Os considerem uma das coisas mais bonitas. Gatinhos os implora, cachorrinhos os adoram. E nem os chefes de estado os ignoram. Um abraço quebra a barreira da linguagem E compensa qualquer outra desvantagem. Não se preocupe em poupar, Quanto mais der mais vai ganhar. Então olhe para alguém ao seu lado, E dê-lhe um abraço bem apertado. (Equipe da Gerência de Projetos de Atenção à criança de 0 a 6 anos) DIVALDO RESPONDE PALESTRA PROMOVIDA ESPIRITISMO PELO IRC- Safiri - Senhor Divaldo, as pessoas neste final de milênio, têm buscado uma explicação para os caminhos que a vida percorre, os efeitos que, sabemos, são causados por nossas próprias ações, bem como o bálsamo para as feridas, nas palavras consoladoras do Espiritismo. Baseado nesses fatores, como você vê a difusão do Espiritismo através de um novo meio: a Internet? Vivemos o momento da informática, que vem diminuindo os espaços terrestres para tornar o nosso planeta um campo de semeação para todos. A Internet, neste momento, é um dos veículos de maior significado para a divulgação de tudo quanto constitui avanço do conhecimento. O Espiritismo, obviamente, não pode ficar à margem de uma conquista tão significativa. Para o nosso movimento, a divulgação via Internet é de superior qualidade. Portanto é de fundamental importância. Nadja – A figura do Cristo tem causado uma certa polêmica no meio espírita e alguns segmentos afirmam mesmo que Jesus é um entrave à divulgação dos princípios espíritas em outros países (principalmente os de tradição não cristã, como os do oriente). O que pensar disso? É de surpreender que alguém que se intitula espírita rejeite o modelo que Deus nos ofereceu para servir-nos de guia, conforme consta na questão 625 de “O livro dos Espíritos”. O Espiritismo, conforme acentua Allan Kardec é o revivescimento do pensamento cristão, conforme foi apresentado e vivido por Jesus e por seus discípulos. Se nos recordamos do capítulo 6 de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, “O Cristo Consolador”, no item 5, poderemos sentir a grandiosidade do sentido cristão do Espiritismo: “Espíritas, amai-vos, este o primeiro ensinamento; e instruí-vos, este o segundo. O Espiritismo possui todas as verdades do Cristianismo, que nele se encontra. Os erros são dos homens. O alémtúmulo que consideráveis o nada, faz com que retornemos para dizer que Jesus é o vencedor do mal, sede vós os vencedores da impiedade”. Obviamente, se o Espiritismo perder o seu sentido cristão, ele permanecerá uma bela doutrina de confirmação científica, à semelhança da metapsíquica e da parapsicologia, sem o grande conteúdo moral que foi a base essencial da proposta de Allan Kardec. Luno – Também se questiona, no movimento Espírita, se o Espiritismo é religião. O Espiritismo é uma religião? Segundo Allan Kardec, o Espiritismo não é uma religião formal, porque não tem culto, cerimonial, sacerdócio organizado, rituais e símbolos. Do ponto de vista filosófico, o espiritismo é religião, porque assenta suas bases naquelas que constituem elementos essenciais de todas as religiões: a crença em Deus, na justiça divina, na intercessão através da oração. Portanto, fundamentos de todas as doutrinas religiosas. Sob esse aspecto o Espiritismo é religião e não conforme o conceito ancestral de uma religião, qual a ortodoxia dos nossos irmãos do passado nos ofereceu. Portanto, o aspecto religioso do Espiritismo está inserto na própria conduta de Allan Kardec, que retornando de além-túmulo, nas mensagens que deu na Sociedade Espírita de Paris, asseverou o amor, a necessidade da oração, da tolerância, portanto fundamentos de qualquer proposta religiosa. Luno – Neste final de milênio, onde tanto se aplaude o cientificismo e a razão, o que os espíritas devem privilegiar? Em uma harmonia de conteúdos, o mundo tem crescido graças à contribuição da ciência e da tecnologia. Não obstante, a criatura humana encontra-se vazia de paz, perturbada pelos conflitos internos, aturdida no báratro da insatisfação. O Espiritismo não é uma ciência convencional. Como disse o Codificador: utilizase da metodologia quantitativo-qualitativa da comunicação, mas tem características muito especiais. Apresentando uma proposta filosófica de conseqüências da harmonia do conjunto, do conteúdo com que o codificador no-la ofereceu para um melhor comportamento e maior plenitude de nós todos. Maria Sugiyama e Dirce -05yamagishi – Somos um grupo que mora no Japão e queremos fundar um grupo de evangelização infantil. Podemos dar o nome de Joanna de Angelis a esse grupo? Acredito que a benfeitora se sentirá profundamente sensibilizada por ter seu nome evocado por um grupo de corações heróicos que, nas terras abençoadas do sol nascente, está tentando implantar a evangelização espírita infanto-juvenil. Embora não possa responder por ela, mas por conseqüência, face ao número de instituições que lhe preserva o nome no sentimento de amor e gratidão, acredito que seria para ela um convite direto para que inspire e colabore com nossos amigos em tão elevado mister. Nadja – Na divulgação do Espiritismo no mundo, o que o espírita deve levar como maior contribuição aos outros povos? O exemplo. A conduta é de relevante importância. Porquanto teorias belas, a humanidade as tem em grande quantidade, mas nem sempre foram capazes de transformar os seus idealistas. O Espiritismo como doutrina é perfeito. O espírita, entretanto, para demonstrar essa excelência, deve viver de acordo com os postulados estabelecidos, demonstrando a outrem que não traz apenas uma idéia, mas um fato consumado em sua vivência, que transformou sua vida para melhor, tornando-o uma lâmpada acesa na noite da atualidade. Nadja – como apaziguar o coração neste final de milênio, diante de tantas aflições: a família que nos atormenta, as facilidades que nos seduzem e as muitas dificuldades no campo moral? Através do auto-conhecimento. Aquela questão 919 de “O livro dos Espíritos”: “Um sábio da antiguidade já vo-lo disse: conhece-te a ti mesmo. Se o indivíduo não realizar um mergulho em seu mundo íntimo, para superar as paixões, os adversários, e terminar por fruir de paz a plenitude, naturalmente perder-se-á no tumulto que o cerca. O Evangelho nos fala do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Este auto-amor é fundamental para compreender a família, para ter paciência. Não impor, expor; lecionar pelo exemplo e compreender que não poucas vezes a família é um desafio reencarnacionista. E estamos diante de uma proposta que devemos dignificar pelo exemplo. A paz somente nos virá quando realizarmos um auto-encontro para produzir o encontro com Jesus. Está no Evangelho: de que nos adianta conquistar todo o mundo e perder a alma? A nossa preocupação de transformar os outros, fazer os outros felizes, sem estar em paz, é muito respeitável mas é improfícua. POEMAS DO PROF. HENRIQUE MENSAGEM DE ESPERANÇA Ainda que seu corpo se torne em alimento Ainda que sua alma tenha que retornar Ainda que seja preciso viver em outro mundo Vá, trabalhe e confie e reviverás Nas alegrias para um ser que é...você. Faça de você uma alma sublime e honesta Humilde e de um coração nobre Dê sempre de você, mesmo que não o receba. Ame sempre, mesmo que não seja amado Faça refletir em você a imagem de seu sorriso Alegre-se na esperança de um melhor porvir. Dê um sorriso a uma criança que chora Faça a caridade que sempre puder Comece a ensinar o pouco que aprendeu Acautele-se na esperança da preservação. Se não puder fazer o bem, não faça o mal Se não puder dar um pão, não jogue uma pedra Se for tirado do emprego, não se lastime Vá em paz e você será outra vez admitido. Você não tem sapatos? – Alguém não tem pés Sua mão está fraca? – Alguém não tem mãos A sua competência formará a sua pessoa. MENSAGEM Mensagem: De paz e de amor a você que vive De alegria e prazer a você que é triste De sorrisos e encantos a você que chora. Mensagem: De fé, de esperança a você que é céptico De força e coragem a você que trabalha De força e vigor a você que luta. Mensagem: De esperança e compreensão a você que ama De recompensas e gratificação a você que se esforça De lucro e ganhos a você que batalha. Mensagem: De carinho e amor a você que entende De sorrisos e beleza a você que vive De recompensa total a você que dá o máximo de si. Mensagem: De prazer e alegria a você que trabalha De gratidão a você que ajuda De recompensa a você que ensina. Mensagem: De paz a você que ajuda Que orienta, que enxuga lágrimas De satisfação a você que conforta. Mensagem: De fé em um mundo melhor Sem dores, sem sofrimento Onde todos praticam e recebem o amor. Mensagem: De ter uma boa vida no outro mundo Após ter cumprido a sua tarefa De ter socorrido tantos perdidos. Mensagem: De viver contente com todos os irmãos O mais forte ajudando o mais fraco Para a grande luta que continua. Mensagem: -06De poder retornar e reparar os erros A meta estabelecida pelo plano superior E ajudar na espiritualidade de toda a humanidade. PRECE CONFORTADORA Oh! Deus do mais alto do céu! Ouvi-nos neste momento Consolai-nos, Senhor, no grande momento de expiação Fazei justiça, Senhor, a quem tem sede dela Curai os enfermos dos hospitais, das celas Dos hospícios e do mundo inteiro. Daí, senhor, o bálsamo consolador a quem chora A quem tem fome, Senhor, fortificai-o A quem tem sede, Senhor, aliviai-o Aos cépticos, Senhor, abri-lhes o coração. Daí a paz, Senhor, a todos os seres viventes Aos tristes daí, Senhor a alegria Aos infelizes, daí, Senhor a felicidade. Não deixeis privado do saber, Senhor Ao homem que tem sede de sabedoria. Aos que lutam para realizar seus sonhos Fazei, Senhor, que alcancem seus ideais Daí a paz, exterminai a guerra que nos massacram Daí-nos a você atenção e misericórdia Não nos abandoneis, Senhor Não nos deixeis mergulhados nas chamas da solidão Iluminai-nos, senhor, na vossa santidade Nós, prostrados perante vós, pedimo-nos, Senhor Perdoai-nos e enchei-nos o coração De alegria, paz e amor na vossa glória para sempre. A ESTRADA Depois da labuta do dia-a-dia Depois do sofrimento e do cansaço Eis que vi o espírito que subia Percorrendo muitas léguas no espaço. Vagando pelas plagas tão distantes Eis que me encontrei em outro lugar Onde a vida que levo neste instante Em nada se poderia assemelhar. O lugar era de outra existência Eu me lembro bem:havia uma estrada Tortuosa, subia um morrinho. Não mais havia estrada ou caminho Para Deus, Gritando eu pedi clemência E por que fui ali naquela estrada? de 0,50 e todos os comes e bebes também estavam nesta faixa. A festa rendeu um total de R$ 703,00 e serviu para cobrir um pouco da dívida que está sendo aplicada na construção do lar. Para o próximo ano a festa já está programada para os primeiros dias de junho e haverá uma programação bem maior. Uma coisa é certa: a entrada será livre. DESPESAS DE JULHO Luz 55,00 Jornalzinho 25,00 Pedreiro/servente 517,00 Ferro/açofer 443,39 2 mil tijolos 400,00 Cimento/Cal 186,30 Areia 110,00 Tubos/fios 180,00 Conserto do monitor 120,00 Plástico – livros inf. 20,00 Fitilho 1,35 Interrutor/lixa 11,75 Copos/embalagens/pipoca 7,80 Material para artesanato 23,00 Cartucho 25,00 Tubo soldável 11,15 Prego 5,00 Sacos/balas 10,45 Resma de papel 11,00 Canetas 6,00 Papelaria Coxipó 26,00 2.295,19 ENTRADA Mensalidade/Luz/Inform Venda da TV velha Rifa de 2 toalhas II festa Julina 215,50 132,00 268,00 703,50 1 319,00 2 295,19 – 1 319,00 = 876,19 Saldo negativo = 876,19 NOSSA FESTA JULINA Pelo 2o. ano realizamos a nossa festa julina. Neste ano as coisas melhoraram um pouco. Houve a participação de muita gente, muitos pais que aqui nunca vieram. O espaço foi todo tomado pelas crianças que estavam todos animados. Houve de tudo um pouco em nossa festança: Pescaria, caixinha de segredo, torpedo, casamento, baile caipira, espetinhos, cachorro quente, sarapatel, bolos diversos, pipoca, refrigerante, picolés e outros. A portaria foi cobrada ao preço mínimo DESPESAS DE AGOSTO Luz 55,00 Jornalzinho 30,00 Tábuas para mesa computador 13,00 Conserto da impressora 70,00 Compra de 2 cartuchos 85,00 Uma semana de pedreiro 150,00 Uma semana de servente 75,00 Uma semana de pedreiro 150,00 2 dias de servente 30,00 Cimento/cal 87,80 Cimento/cal 90,80 Arame/pré cozido Carimbo Bomba de bola Bolo da Carla Bolo da dona Ivete Livraria renascer 5,50 10,00 12,00 7,00 7,00 116,00 994,10 ENTRADA 141,00 SALDO NEGATIVO DE 853,10 DOAÇÕES RECEBIDAS EM JULHO 74.Parquinho infantil Jorge 75.Alguns livros Rose 76.Alguns livros Carlos 77.Um milheiro tijolo Henrique DOAÇÕES RECEBIDAS EM AGOSTO 78.60 kilos de peixes FEEMA 79.Um milheiro tijolo Henrique 80.Parquinho infantil Jorge 81.3 gangorras Nilson 82.Jogo de damas Henrique 83.Jogo de botões Henrique 84.Mesa de tênis Henrique - 07 85,Jogo de bimbolim Henrique 86.Alguns livros Shirlene 87.Jogo de 7 Marias Henrique 88.Tapete dançante Henrique O NOSSO LAR Quando fundamos o nosso lar tínhamos um projeto para trabalhar com 30 crianças. Completamos agora 2 anos de atividades e nossas crianças triplicaram. Já aumentamos muito o espaço e já está ficando pequeno de novo. Entre todos os alunos de nosso lar temos: Crianças de 2 a 5 anos 14 Crianças de 6 a 8 23 Crianças de 9 a 12 anos 35 Acima de 13 anos 15 Est. da doutrina Espírita 24 111 A nossa freqüência semanal fica em torno de 90 alunos somando-se os evangelizandos das 2as. Feiras. Temos algumas dificuldades no campo de trabalhadores. Por aqui já passaram muitos trabalhadores, mas cada um vai pendendo para um lado, de forma que temos falta neste lado, temos apenas 17 trabalhadores. Novos pessoas estão chegando e esperamos que continuem conosco por um bom tempo. O dia da criança será comemorado em nosso lar a 16 de outubro próximo. Estaremos inaugurando a primeira parte definitiva do lar: o parque infanto-juvenil. Estão sendo instalados os parquinhos, os brinquedos, os joguinhos, a área está sendo construída. São 110 metros de área coberta, livre do sol e da chuva, onde a criança e o jovem pode se divertir a vontade com brincadeiras saudáveis e próprias para a idade deles. Temos lutado muito para esta construção. O espaço também servirá para evangelização, já que não temos salas suficientes. Estamos confiantes em Deus e tudo vem dando certo até o momento. Que o bom mestre nos ajude sempre! O CAMINHEIRO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO ANO II N. 21 SETEMBRO DE 2004 LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA EDITORIAL A história se repete. O ser humano evolui lentamente. Existem pessoas que têm a cabeça dura e não conseguem se melhorar muito. Por mais que estudem, trabalhem, sofram, continuam suas mazelas de sempre. Em pleno século XXI não era mais para existir guerras entre os homens, mas se olharmos bem, as guerras existem e em maiores quantidades. Quantas pessoas morrem no Brasil todos os dias por causa das drogas, latrocínios, violências diversas, bebedeiras. São as mazelas que continuam a nos azucrinar as mentes. Os templos religiosos quase sempre estão vazios, mas se passarmos perto dos bares, lanchonetes, danceterias, todos estão superlotados. Como é que o homem vai se melhorar se não procura a melhora. Como é que o doente vai se curar se não procurar se curar, nem tomar os remédios necessários? Cada ser humano deve analisar a si mesmo e ver o que ele está fazendo para retirar a parte imprestável do seu espírito. Será que também estamos contribuindo para a lenta evolução do mundo? Vamos abrir as nossas mentes: já fiz uma fofoquinha, mesmo que seja pequena? Já menti algumas vezes? Já gritei, xinguei, disse alguns palavrões a algum membro de minha família ou vizinhos? Já guardei aquele troquinho a mais que me deram na quitando do vizinho? Já tive algum orgulho? Já disse que alguém estava fedendo, com roupa rasgada? Já deixei de orientar alguém, esclarecer, mostrar um caminho, fazer uma pequena caridade? Já fiquei nervoso, agitado e chutei alguma coisa com raiva? Já tive desejos por aquela moça, mulher, ou homem que passou por mim? Quantas vezes faltei com meus compromissos? Quantas vezes faltei em meus cultos religiosos semanais? Quantas vezes já orei por mês pedindo a bênção por mim, por minha família e por todos aqueles que sofrem? E assim se formos analisar Tim-tim por Tim todas as nossas falhas iremos muito longe. É preciso que todos nós lutemos muito, muito mesmo para ir retirando todos os pontos negativos de nossas vidas. Só assim estaremos contribuindo para o nosso bem e para o bem de todos que caminham conosco e um dia estaremos todos reunidos numa mesma família: a família de Cristo. CANTINHO DAS PSICOGRAFIAS Persistência, paz, abrigo, luz, isso encontramos aqui. Sossego, silêncio, um jardim, alegria, somos tão carentes desses sentimentos, mesmo que seja apenas um com o pensamento de amor, tudo se transforma para o bem. Não pense no dia de ontem, agradeça pelo dia de hoje e abençoe o amanhã. Irmão Leônidas – o amigo de sempre Irmãos, boa noite a todos. Estou aqui para informar a vocês que estão no caminho certo. Deus abençoe vocês. Treinem mais, treinem com freqüência. Não censurem e evitem fazer críticas a qualquer membro do centro. Quando precisarem chamar a atenção de alguém, falem em particular. O caminho está aberto para vocês. Continuem a se aprimorar mais e Deus abençoe a todos. Boa noite. Aloísio Ribeiro Mattos. Que a paz do Senhor esteja sempre convosco, meus irmãos. Aprender a ser humilde é a primeira lição do Espírita. Enquanto houver orgulho, o espírita não está preparado. Dedicar-se com amor e carinho à causa espírita, eis um grande mandamento. Trabalhar assiduamente é responsabilidade de todos. Estudar sempre e por em prática o que aprendeu é seguir as pegadas do mestre. Dialogar francamente com os colegas de trabalho já é ter grande entendimento. Ajudar o colega de trabalho a cumprir a sua missão é a maior das caridades. Não há vitória sem luta, nem progresso sem trabalho. A calma e a paciência são as mestras de nossas vidas. A estrada é longa, mas só se chegará ao fim se marcharem tenazmente. Se ficarem observando os buracos da estrada, um dia cairão neles. Olhem - 02 sempre para frente e não para os lados. Sentirse-ão felizes quando atingirem o ponto final. Irmã Zenilda HABITAÇÕES EM JÚPITER (Parte final) Depois do que procede, o leitor deve ter compreendido que a casa do continente não deve ser para o Espírito mais que uma espécie de pousada. A cidade Baixa quase que só é freqüentada por Espíritos de segunda categoria, encarregados dos interesses planetários, da agricultura, por exemplo, ou das trocas e da boa ordem que deve ser mantida entre os serviçais. Assim, todas as casas que estão no solo, geralmente dispõem do rés-do-chão e do pavimento superior: um destinado aos Espíritos que atuam sob a direção do senhor, e acessível aos animais, o outro, reservado unicamente ao Espírito, que aí apenas mora ocasionalmente. Eis o que explica o fato de vermos nas diversas casas de Júpiter, nesta, por exemplo, como na de Zoroastro, uma escadaria e uma rampa. Aquele que rasga a água, como a andorinha, ou que pode correr sobre as hastes do trigo sem as curvar, passa muito bem sem a escadaria e sem a rampa para penetrar na sua casa; mas os espíritos inferiores não têm o vôo tão fácil: só se elevam aos solavancos e nem sempre a rampa lhes é inútil. Enfim, a escadaria é de absoluta necessidade para os animais serviçais, que apenas andam como nós. Estes últimos também possuem seus pavilhões, aliás muito de nossos edifícios terrestres e das quais diferem inteiramente na parte superior. Esta se distingue por uma originalidade que seríamos absolutamente incapazes de imitar. É uma espécie de flecha aérea que se balança ao alto do edifício, acima da grande janela e de seu coroamento original. Este gávea delicada, facilmente deslocável, destina-se entretanto, no pensamento do artista, a não sair do lugar que lhe é destinado porque, sem repousar em coisa alguma no frontão, completa-lhe a decoração. Lamentavelmente a dimensão da prancha não lhe deu lugar. Quanto à morada aérea de Mozart, cabe aqui apenas constatar a sua existência: os limites deste artigo não permitem que me estenda sobre o assunto. Não concluirei, entretanto, sem me explicar, de passagem, sobre o gênero de ornamentos que o grande artista escolheu para a sua morada. É fácil encontrar-lhe a lembrança em nossa música terrestre: a clave de sol é ali repetida com freqüência e – coisa original – nunca a clave de fá! Na decoração do rés-do-chão encontramos um arco de violino, uma espécie de tiorba ou bandolim, uma lira e uma pauta de música. Mais acima há uma grande janela que lembra vagamente a forma de um órgão; as outras têm a aparência de grandes notas, mas as notas pequenas são abundantes por toda a fachada. Seria erro concluir que a música de Júpiter seja comparável à nossa e que se represente pelos mesmos sinais. Mozart explicou- se sobre isto, de maneira a não deixar dúvidas: mas, na decoração de suas casas, os Espíritos lembram a missão terrestre que lhes deu o mérito da encarnação em Júpiter e que resume magnificamente a feição de sua inteligência. Assim, na casa de Zoroastro são os astros e a chama, todos os elementos decorativos. Ainda mais, parece que esse simbolismo tem suas regras, e seus segredos. Todos esses ornamentos não se dispõem ao acaso: têm sua ordem lógica e sua significação precisa: mas é uma arte que os Espíritos de Júpiter renunciam a nos fazer entender, ao menos até agora; e sobre isto não se explicam de boa vontade. Nossos velhos arquitetos também empregariam o Simbolismo na decoração de suas catedrais. A Torre de São Tiago é um poema hermético, se dermos crédito à tradição. Nada há, pois, para nos admirarmos da originalidade da decoração arquitetônica em Júpiter: se ela contraria as nossas idéias sobre a arte humana é que, na verdade existe um abismo entre uma arquitetura que vive e fala, e uma alvenaria como a nossa, que nada exprime. Nisto, como em tudo o mais, a prudência nos evita esse erro do relativo, que tudo quer referir às proporções e aos hábitos do homem terreno. Se os habitantes de Júpiter morassem como nós, comessem, vivessem, dormissem e andassem como nós, não haveria muita vantagem em ir para lá. É porque o seu planeta difere muito do nosso que desejamos conhece-lo e sonhamos com ele como nossa futura morada. Por mim, penso que não perdi o tempo e seria muito feliz por me haverem os Espíritos escolhido para seu intérprete, se os seus desenhos e as suas descrições inspirarem a um só crente o desejo de subir mais rapidamente para Júpiter e a coragem de tudo fazer para o conseguir. Victorien Sardou O PAGAMENTO Um grupo de 4 espíritos se reuniu no espaço e resolveu nascer juntos para se acertarem definitivamente e com isto pagarem seus débitos do passado que vinham trazendo por longas existências. Um deles seria o pai e os outros três filhos. Dessa vez fariam tudo certinho, de modo que todos evoluiriam muito bem a ponto de um não dever mais nada ao outro. Tudo pronto, tudo resolvido, começaram então os nascimentos. Veio primeiro o João. Nasceu numa família boa, bem abastada, não lhe faltava nada, teve boa educação, bons estudos e tudo de que precisava para levar a vida para frente e ter uma boa família. Casou-se o nosso amigo João. Sua mulher era também uma boa pessoa, estudada, tinha uma boa educação. Estava tudo pronto para levarem uma boa vida futura. Começaram então as reencarnações dos espíritos. Veio primeiro o Manoel. Nasceu forte, sadio. Era o mimo da família. Começou a sua educação. O menino crescia rapidamente. Parecia que tinha uma calma muito grande. Se intertia com tudo, brincava, sorria, fazia os pais ficarem todos contentes. Os pais ficaram maravilhados com os progressos do filho, já que tudo estava bem, o casal se preparou para receber o segundo filho. E veio o segundo. Nasceu forte, sadio. Tornou-se o mimo da casa. O Manoel começou com as encrencas. Vivia chorando, resmungando, quebrava as coisas, fazia birra. - 03 Procurava chamar a atenção de todos os modos. Não gostava do irmãozinho José de jeito nenhum. Parecia ter um verdadeiro ódio pelo irmãozinho. Mas foram convivendo, todos admiravam as crianças, diziam que aquilo era ciúme, que com o tempo aquilo iria passar. Era questão de tempo. Mas o tempo foi passando e as coisas foram piorando cada vez mais. Procuraram um psicólogo que encheu os pais de conselhos e acabaram não resolvendo nada. As brigas continuaram. O Manoel não gostava do José e assim foram crescendo com as pequenas briguinhas de casa. A mulher ficou grávida novamente. Veio o 3o. filho, nasceu e cresceu forte e sadio. O menino começou a crescer e receber todo o carinho dos pais. As coisas se complicaram para o Manoel. O ciúme dele aumentou ainda mais e as brigas também. O José também partiu para o ciúme e as coisas foram se complicando. O Bruno, coitadinho, era o alvo das brigas dos dois. Os pais procuraram todos os meios possíveis de resolver aquelas maldades entre os filhos. Era briga por todos os lados, de modo que os pais não podiam fazer nada. Passavam o tempo todo tomando conta dos filhos, caso contrário poderiam até se matar. O Manoel, o José e o Bruno não se davam. Pareciam ser três inimigos. Aquele senso de maldade e vingança imperava entre os três e nada fazia com que eles mudassem de postura. Manoel e José brigavam muito e o Bruno como era o menor, passou a ser o fuxiqueiro. Levava tudo o que os dois faziam para o pai e acabavam apanhando dos dois maiores por isto. As rixas foram continuando, sem uma solução. Um dia mudou-se para perto deles uma família. Veio junto uma moça muito bonita chamada Joana. Manoel e José se apaixonaram pela Joana, mas ela deu preferência a José. Começou um namorinho entre eles, mas Manoel dava em cima de Joana direto. Queria a moça de qualquer forma. Bruno acabou sendo o leva e traz das fofocas. Uma hora ia a José e dizia coisas de Joana, outra hora ia a Manoel e dizia coisas também. Os pais ficavam desesperados porque as brigas estavam crescendo a pontos críticos. Como eles moravam na fazenda, temiam que poderia acontecer alguma coisa mais grave. E acabou acontecendo. Um dia José foi para a casa de Joana e estava lá namorando com ela. Bruno que estava por perto foi contar a Manoel. Este não tolerando mais, pegou um revólver e foi lá. Disse uma série de verdades e começaram a lutar. Manoel acabou atirando em José. O tiro pegou no estômago. Assim mesmo José tomou o revólver de Manoel e acabou matando-o ali mesmo. Indo ao hospital, José também não resistiu. Os dois morreram. Foi um desgosto para a família e o pai perguntava o que ele tinha feito para merecer aquilo. O pai veio a falecer e lá na espiritualidade começou a entender algumas coisas. Não encontrou nenhum dos filhos e pediu a Deus que lhe explicasse porque tudo aquilo aconteceu com ele. Foi então lhe mostrado todos os detalhes. José foi Márcia na existência anterior. Gostava de Jonas(Manoel). Jonas era apaixonado por Márcia e tudo fazia por ela. Tratava-a sempre com muito amor e carinho. Não lhe deixava faltar nada. E como tudo parecia dar bem, acabou casando com ela. Bruno se chamava Felipe na existência anterior. Era irmão de Márcia e não queria o namoro, nem a amizade com os dois. Achava-os pessoas muito ruins, péssima companhia, de modo que ele ficava fazendo fofoca a seu grande amigo Tadeu. E um dia ambos planejaram o fim dos dois. E foi o que fizeram. Planejaram um passeio entre os 4 e Tadeu com Felipe acabaram matando Márcia(José) e Jonas(Manoel). Ali mesmo eles enterraram os dois. A existência futura era para os 4 se acertarem, mas a história se repetiu e eles fracassaram de novo. As reencarnações são oportunidades que Deus nos dá para crescermos, para pagarmos nossas dívidas e não repetir os erros do passado. Infelizmente muitos caem nestes erros de novo e fracassam sempre. Cristo mesmo disse para nós estarmos sempre vigilantes, pois as tentações são muitas e há muita tentação no mundo que pode atrapalhar a nossa jornada. Devemos cultivar o máximo de amigos nesta existência, pois só assim estaremos saldando nossas vidas. É preciso cultivar sempre a lei do Cristo: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI. POEMAS DO PROF. HENRIQUE NO MEU MUNDO No meu mundo tudo será diferente Para todos serem iguais. No meu mundo não haverá manhãs, Não haverá tardes, nem noites Muito menos, dias Só haverá auroras. No meu mundo os animais viverão em paz E não serão assassinados Pelos canibais famintos. No meu mundo não haverá negros Muito menos brancos Haverá apenas irmãos. O dinheiro será abolido definitivamente E em seu lugar virá a moeda amor. Não haverá ricos nem pobres Nem gananciosos nem famintos Nem marajás nem funcionários Somente operários do eterno. No meu mundo as crianças já nascerão Com vinte e cinco anos de idade E os velhos não passarão De vinte e cinco anos de idade Pois a idade será uma e eterna. No meu mundo não haverá ignorantes Nem analfabetos nem doutores Somente os entendidos no amor. A preguiça deixará de existir O trabalho será leve -04Será uma fonte de prazer. Os palavrões deixarão de existir Carinho – amor – afeto – compreensão Serão os palavrões de todo dia. Ninguém irá a uma igreja rezar Nem igreja haverá mais, Pois todos serão igreja E o Deus também será só um. O meu mundo... O meu mundo será diferente Para todos serem iguais O meu mundo... o meu mundo O meu mundo... será no outro mundo. OS HOMENS ANIMAIS Mataram um homem ali no bar agorinha mesmo Não vão lhe comer a carne Não vão lhe tirar o couro Simplesmente o mataram. Ele não bateu em ninguém Ele não matou ninguém Ele não roubou Ele não estuprou. Simplesmente o mataram Mataram... porque tinham um arma na mão, Vejam só... e dizem que o homem É o mais inteligente dos animais. Em que habitat chegamos a ver Um animal cometer um crime como este? Já repararam no burro como ele é? E o que dizer daquela vaca velha Do cachorro rabugento Da galinha piolhenta? Os animais também têm defeitos, Mas nenhum pune o irmão Todos vivem em paz, E se um mata o outro É porque seu instinto diz Que ele precisa se alimentar daquilo. Os animais não olham defeitos Somente as qualidades. Os homens são exatamente o contrário Nunca vêem uma qualidade no irmão Vêem apenas uma série de defeitos E é por um destes defeitos Que ele mata o irmão E isto pra dizer que o homem “É o mais inteligente dos animais’. O ENCONTRO FATAL Toc toc Toc Bateram na porta agora mesmo Não tem ninguém na rua Já é uma hora da madrugada Minha mãe disse que não é para abrir “pode ser a morte’. Estava chovendo muito Estava muito escuro Ninguém soube quem bateu na porta Não era deste mundo Era do outro lado mesmo. Ainda hoje reflito naquela passagem Não da batida da porta, Mas da mensagem da morte. Todo mundo tem medo dela, Porém todos vão ao encontro dela E mais cedo ou mais tarde Acabam encontrando-ª Minhas irmãs tinham medo dela, Mas já passaram por ela, Minha mãe tinha medo dela, Mas já passou pelos braços dela, Meu pai tem medo dela Também já está indo com ela Eu tenho medo dela, Mas não tenho outra saída. Vivemos tranqüilamente E nem pensamos na cuja, Mas quando uma doença chega A dita já vem na mente E se houver um acidente Não pensamos em outra coisa. Para que ter tanto medo De uma simples passagem da vida Para um outro mundo Que pode ser bem mais perfeito que este? DOAÇÕES RECEBIDAS EM SETEMBRO Mesa de computação Henrique Um milheiro tijolo Jorge Segundo jogo damas Henrique 50 placas pré-moldado Henrique Dois balancinhos Anônimo Escorregador infantil Anônimo Dois porta refrigerantes José Pompílio Teclado computador José Pompílio Impressora Hp 610 Anderson Impressora Xeror Shirlene Luis Jorge Freezer médio Shirlene Luis Jorge 4 jogos de dardo Henrique 2 jogos da velha Henrique Brinquedos masculinos Anônimo Brinquedos femininos Anônimo 80 livros Cardoso 20 livros Rose Brinquedos femininos Henrique DESPESAS DE SETEMBRO Luz 55,00 Jornal 30,00 Vigas 528,00 Areia 110,00 3 estabilizadores Cal/Cimento/Mat. Hidr Pedreiro/servente Som para a festa Mat. De construção Mat. Escolar Brinquedos post-house Pião Aluguel dos cavaletes Mat. Escolar Bolas Entrada Mensal.de informática Reciclagem de garrafas Pedro Jéssica Mensalidade Henrique/Ivone Ítalo Yuri Aktus/Max Andrielli 121,80 360,60 711,50 30,00 210,40 155,40 67,00 27,00 70,00 57,10 40,40 2.517,10 143,50 20,00 62,00 5,00 5,00 14,00 2,50 15,00 10,00 10,00 143,50 2.517,10 – 143,50 = Saldo Negativo de: 2.373,60 Tabela de despesas do ano 2004 Desp. Gerais Entrada Saldo negativo Jan 228,20 74,25 153,95 Fev 270,19 140,00 130,19 Mar 371,60 105,00 256,60 Abr 519,80 101,00 429,80 Mai 1.271,80 102,00 1 169,80 Jun 212,80 84,25 128,55 Jul 2 295,19 1 319,00 876,10 Ago 994,10 141,00 853,10 Set 2 517,10 143,50 2 373,60 Total 8 588,78 2 210,00 6 279,98 - 05 DIVALDO RESPONDE Caro Divaldo – Segundo algumas opiniões espíritas, baseados na questão n. 853 que trata da fatalidades se lê: “Nada existe de fatal, na verdadeira acepção do vocábulo, senão o instante da morte(...)”, argumentam que no caso de um suicídio, o momento da morte haveria de chegar de qualquer forma. No entanto, o próprio Kardec a um “rompimento prematuro” dos laços perispirituais quando trata do suicídio em “O céu e o Inferno” e no próprio “O livro dos Espíritos”. No caso de suicídio, o momento da morte determina uma fatalidade? A pessoa desencarnaria de qualquer forma, de uma maneira natural, naquele instante ou trata-se de uma abreviação voluntária da vida? Como entender essa aparente contradição? Allan Kardec tem razão, porquanto no ato do suicídio a morte tem o caráter biológico, sem que isso signifique a desencarnação. Já que o espírito fica vinculado aos despojos materiais por largo período até que o fluído vital que o deveria manter até o momento da morte natural irá diluindo-se tranqüilamente ao tempo que propicia ao espírito tormentos e dores inenarráveis. Eis porque a antecipação pelo suicídio não tem este caráter da fatalidade, nascer ou morrer, porque a pessoa optou por antecipar este momento num ato de rebeldia contra a vida. Stone – Muitos afirmam que a reencarnação e a pluralidade dos mundos habitados são idéias que serão completamente aceitas depois de uma grande e incontestável descoberta científica, de uma forma que nem os mais fanáticos detratores ou os mais ignorantes poderão argumentar. Outros pensam que as mudanças serão gradativas e a aceitação será natural, passando até quase que desapercebidas pelo crivo dos mais radicais. Qual a sua visão e a da Espiritualidade maior sobre o tema? Os espíritos me têm dito que haverá reencarnações coletivas de espíritos nobres que irão significar agentes multiplicadores das verdades espirituais. Eles estarão na ciência, na tecnologia, no pensamento filosófico, na religião, portanto, facultando campo para o entendimento dos pilares da doutrina espírita que ainda sofrem resistências acadêmicas e comportamentais. Desse modo, a aceitação dos postulados da reencaranação, como da pluralidade dos mundos habitados se farão, naturalmente, pouco e pouco, de acordo com o desenvolvimento da consciência nos porvindouros dias da era nova. Luno – O que mais nos resta fazer, quando sabemos exatamente como devemos agir, quando conhecemos com um sentimento interior de desconforto e, muitas vezes, de sofrimento intenso por coisas que, dentro da nossa mente, segundo a nossa razão, já estão entendidas e resolvidas de maneira lógica? Porque nem sempre os nossos atos plenificam as nossas emoções, conforme Allan Kardec. Há uma predominância da natureza animal sobre a espiritual, o que é resultado do nosso processo evolutivo. Não obstante, esse vazio existencial pode ser preenchido pelo exercício da solidariedade que irá facultar-nos a libertação de qualquer tipo de inquietude que permaneça em nós. Vera Cohim – Quando em processo de gestação, poderá um espírito inferior comunicar-se, inclusive ameaçando a futura mãe que também não o aceita? Ou essa permissão da comunicação só será possível aos espíritos mais adiantados? A comunicação espiritual pode dar-se em qualquer período da vida fetal, sem que caracterize estágio de evolução do Espírito. No caso em tela, o adversário reencarnante pode expandir as suas idéias perturbadoras que lentamente irão sendo esquecidas, à medida em que mergulham no corpo físico, o que está perfeitamente expresso na antipatia que a futura mãe externa em relação àquele que está conhecendo. Por isso que o amor é o antídoto para todos os males que afligem a criatura humana. Piratespirita – O que acha do amor incondicional? Algum espírito encarnado na Terra pode amar incondicionalmente outro espírito sendo tão imperfeito? Sem dúvida. O amor incondicional é aquele que aprendemos com Jesus e que tem norteado incontáveis números de vidas. Encontramo-lo em todos os campos do pensamento humano, porquanto em toda parte o amor é alma da vida, tornando-se incondicional quando se doa sem pedir nada. Aleph – Divaldo, como contemporizar a doutrina espírita e a CUEE, em face das divergências de entendimento da doutrina e das práticas mediúnicas? Quando uma informação seja dada por diferentes médiuns que não se conheçam entre si em lugares diversos e trouxerem o mesmo conteúdo contemplamos a universalidade dos ensinos. Não importa que as práticas sejam esdrúxulas e que as reuniões mediúnicas tenham caráter nãodoutrinário, o importante é a informação em si mesma, que provém de uma unica fonte geradora quando, porém, as práticas mediúnicas obedecerem ao delineamento apresentado pelo codificador conforme exarado em “O livro dos médiuns”, mais facilmente o CUEE se fará melhor caracterizado. Dourado – Divaldo – Existem as reencarnações compulsórias? No caso dos xifópagos, podemos entender como compulsórios ou como efeitos das leis de ação e reação? Os espíritos evoluídos podem auxiliar no cumprimento das leis de ação e reação nos casos de reecarnações de espíritos ainda pouco evoluídos? Sem qualquer dúvida. Na xifopagia, no entanto, defrontamos necessidades expiatórias em que o ódio vincula dois seres um ao outro pelo sentimento da vingança recíproca, renascendo unidos fisicamente para melhor expungirem os débitos, face á interdependência que vigerá entre os dois. Semeador – A “Sociedade espírita O semeador” de Salvador-BA pergunta como deve proceder a instituição para uma divulgação ampla da doutrina espírita? Allan Kardec é sempre o exemplo do divulgador por excelência. Ao seu tempo utilizou-se da imprensa, artigos com esclarecimentos e debates através da Revista -06Espírita, do livro, das conferências e, na atualidade, graças às grandes conquistas da comunicação, multiplicam-se os veículos que nos facultam uma ampla divulgação do pensamento doutrinário. Convém, no entanto, recordar que o exemplo é o melhor veículo para este mister. Brab – Embora tenhamos utilizado as recomendações do Espírito Manoel Philomeno de Miranda nos atendimentos às pessoas que nos chegam necessitando de amparo e auxílio pela Internet, sabemos que o próprio meio nos impõe restrições de sensibilidade em relação à problemática, pela falta do olhar, da entonação da palavra articulada, etc. que tipo de orientação seria possível para que se utilizasse melhor a Internet como meio de atendimento primeiro às pessoas que nos chegam, antes do encaminhamento à Casa Espírita? Quando nós pensamos emitimos ondas. Se o fizermos com o sentimento de amor, enquanto orientamos pela Internet, o consulente será beneficiado pela nossa vibração, embora as dificuldades emocionais que a Internet nos impõe. Temos o exemplo em Jesus com o cervo do Centurião, que foi atendido e curado sem a presença física do Psicoterapeuta por excelência, cuja onda mental direcionada à sua necessidade alcançou e produziu o efeito desejado. Assim também, se envolvermos o recurso técnico com a nossa emotividade, aquele que nos pede a ajuda, será atendido e beneficiado. Brab – Caro Divaldo, em “O Livro dos Espíritos”, na questão de número 600 lê-se: “(...) Após a morte do corpo, o Espírito do animal é classificado pelos espíritos, aos quais incumbe essa tarefa, e utilizado quase que imediatamente. Não lhe é dada a oportunidade de pôr-se em contato com outras criaturas”. No entanto, nos livros de André Luiz por vezes vemos relatos sobre animais no Plano Espiritual. Pesquisas realizadas pelo sr. Ernesto Bozzano, colocadas no livro “Os animais têm alma?” – dezenas delas – mostram que animais muito provavelmente visitaram seus donos e chamaram a sua atenção exatamente no momento de sua desencarnação, pediram socorro, etc. Há casos até mesmo de aparições tangíveis envolvendo animais. Não estariam as evidências e os relatos em contradição com “O livro dos Espíritos”? Os animais podem ou não podem por-se em contato com outras criaturas, quando desencarnados? A mim me parece que a questão reside exclusivamente na palavra “imediatamente”. Esse “imediatamente” dos espíritos me parece que não queria dizer necessariamente que seja ato contínuo, porque se nós observarmos a revelação em torno da volta de Allan Kardec, constataremos que a visão dos espíritos em termos de tempo e espaço não corresponde aos nossos limites do fuso horário terrestre. É célebre toda a saga do aparecimento dos animais na filosofia, na história, na vida dos santos:São João Bosco era acompanhado por um cão que o defendia. Em “Memórias do Padre Germano” vamos encontrar sultão, o cão desencarnado que acompanha o venerando sacerdote. Nós mesmos, pessoalmente, já tivemos várias experiências de ver “espíritos” que mantém a mesma forma depois da desencarnação. Dona Yvonne do Amaral Pereira, no seu memorável “Memórias de um suicída”, apresenta também os animais nas regiões dolorosas. Então concluo que a única dificuldade é a palavra “imediatamente’, que não quer dizer logo depois, mas sim em um tempo próximo, que difere do tempo que reencarnamos como criaturas humanas ( que tanto podemos voltar em um momento próximo como alguns séculos depois). Nadja – o que pensar do divórcio? Se os espíritos nos dizem que Deus não constrange a viver infelizes, será lícito separar do cônjuge quando nos sentimos infelizes? Está em “O Evangelho segundo o Espiritismo” que esta proposta da dissolubilidade do casamento é apresentada por causa da dureza dos corações. Allan Kardec estudou o problema, mostrando que a monogamia foi uma grande conquista do processo antropo-sócio-psicológico do ser, mas que o vínculo real é o amor. E quando fatores diferenciados fazem com que o amor perca aquele sentido de união, o divórcio é o mecanismo legal para desfazer o vínculo do matrimônio através do estabelecido na sociedade. Desta maneira, separarse quando o amor já não vige é um ato de nobreza, mesmo porque o constrangimento de continuar ao lado dessa pessoa que não produz mais união, sentimento de fraternidade, de fidelidade, naturalmente irá caracterizar uma vida injusta. E como não estamos na Terra para sofrer, mas para regularizarmos débitos, através da edificação do bem, não me parece justo manter vínculos que são mais ataduras de algemas que sentimentos de dignificação humana. CURAS ESPIRITUAIS Desde 1995. Elba Ramalho, 51 anos, é freqüentadora do Centro Espírita de Frei Luiz, no Rio. A cantora já fez diversos tratamentos. Numa ocasião, sentiu pontadas estranhas na região do fígado. Elba foi operada em uma sessão de materialização – em que um espírito se materializa, segundo a doutrina espírita. No Frei Luiz, o principal médico a realizar esses trabalhos é o espírito do doutor Frederick, um alemão nazista que viria do além para limpar seu carma. Ele abriu minha barriga inteira com seu dedo. Jorrava sangue. Disse que eu tinha uma carga muito grande nessa região, que poderia se transformar em doença no futuro próximo, recorda-se. Elba afirma que recorre ao centro não apenas em busca de cura física e espiritual. “Frei Luiz me dá proteção, equilíbrio e muita paz”, diz. Lá os médicos também adotam uma prática que ajudaria no tratamento. São as sessões de “desobsessão”, reuniões nas quais médiuns(pessoas por meio das quais os espíritos se manifestariam) serviriam como instrumento para que espíritos que estão atormentando o doente se comunicassem e fossem convencidos a deixa-lo em paz. “Quando isso acontece, o paciente fica mais calmo e seu estado clínico melhora”, garante -07o psicólogo Mário Sérgio Silveira, da instituição. O Hospital Espírita André Luiz, de Belo Horizonte, também usa o tratamento de “desobsessão”. Em casos difíceis de esquizofrenia, por exemplo, fazemos essa recomendação”, afirma Roberto Lúcio de Souza, psiquiatra e diretor da instituição. Em nenhum desses locais, no entanto, deixa-se a terapia convencional de lado. “o tratamento espírita é complementar e não alternativo. Quem passa pelo atendimento, para qualquer doença, não pode deixar de tomar os remédios”, alerta Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil. Além dos hospitais, outros lugares bastante procurados para tratamento espiritual são os centros espíritas. Uma das maiores referências é o Lar de Frei Luiz, no Rio de Janeiro. A instituição conta com 800 médiuns e recebe cerca de quatro mil visitantes em cada um dos dias de atendimento(quarta-feira e domingo). Há 12 anos, essa média era de 800 pessoas. Todos buscam curas físicas, espirituais ou algum consolo. Há salas de cura, de “desobessão e de passes. Uma das histórias mais incríveis relacionadas ao centro foi a do compositor Tom Jobim(1927-1994). Quando se submetia a tratamentos convencionais para tratar um câncer de bexiga, Tom esteve duas vezes no Frei Luiz. Na véspera de viajar para Nova York, em 1994, quando morreu de parada cardíaca no Hospital Mount Sinai, o músico conversou com Ronaldo Gazolla, já falecido, na época presidente do centro. Tom estava na dúvida se viajava e quis saber a opinião de Gazolla. O médico desconversou, não queria influenciar o maestro, embora soubesse que os espíritos já o consideravam curado. “Mas se fosse com você”? Insistiu Tom. “Se fosse eu, não iria’, recomendou Gazolla. Não se sabe o que teria acontecido ao compositor se ele tivesse ouvido o conselho, mas com certeza não teria morrido na mesa de cirurgia. Ana Lontra Jobim, viúva do músico, fala do assunto com reserva. “Quando esteve lá, ele saiu mais aliviado”, conta. A farmacêutica Helena Gazolla, viúva de Gazolla, que assumiu a presidência da instituição, explica que se ocorreram curas, são conseqüências do merecimento dos doentes. “A pessoa se cura por meio de sua fé. Os médiuns são apenas um canal de energia para ajudar na recuperação de cada um”, diz. Um dos atendimentos mais importantes e incomuns em centros espíritas, oferecido pelo Lar de Frei Luiz, são as sessões de materialização, nas quais os espíritos poderiam ser vistos. A matériaprima que daria forma física ao espírito chamada de ectoplasma(substância que de acordo com o espiritismo, seria liberada pelos médiuns para possibilitar a materialização das almas). Nessas reuniões, ocorrem também cirurgias espirituais, feitas por espíritos desencarnados que usariam o corpo do médium. Em Leme, no interior de São Paulo, há outro centro famoso pelas cirurgias. É a instituição comandada pelo médium Waldemar Coelho, 65 anos, que realiza essas operações há quatro décadas. “Curamos o corpo quando o problema é material e o espírito quando o problema é uma carma”, garante. Dois espíritos se manifestariam por meio de Waldermar – um chinês e um médico austríaco. Seriam eles que, sem nenhum corte ou sangue, operariam as pessoas de câncer, diabete e dor nas costas, entre outros males. Cerca de 300 pessoas são atendidas por semana. A fila de espera é de um mês. O procedimento é feito num quarto reservado, na presença do médium e de seus ajudantes. Na verdade, a cirurgia espiritual não é consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que a prática dá margem ao charlatanismo e não deveria ser realizada. De qualquer forma, o fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e tem suscitado a realização de estudos. Um deles foi feito no núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do hospital das Clínicas de São Paulo, vinculando à Faculdade de Medicina da USP. Os cientistas acompanharam o trabalho de um famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis pacientes. Eles verificaram que, embora não tivesse sido dada anestesia, praticamente não houve queixa de dor. Também não havia assepsia, mas nenhum doente teve infecção no período observado (quatro dias). “Houve intervenção na região afetada, mas não podemos garantir que funcionou”, observa o psiquiatra Alexander Almeida, coordenador do núcleo. Outro médico que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, presidente da Associação Médico-Espirita de São Paulo. “Há evidências suficientes para que a ciência se interesse pelo assunto. Na minha clínica, observo que quem recebe atendimento médico e espiritual toma menos remédios e adere melhor ao tratamento em relação aos que só passam pela consulta, afirma. Oliveira é um dos cientistas que defendem o aprofundamento das investigações sobre a medicina e a espiritualidade, até para que seja possível encontrar a resposta para os casos bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar não só os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé, por exemplo. Essa proposta já é seguida por instituições estrangeiras. Alguns cientistas chegaram a conclusões interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema de defesa dos pacientes”, disse a ISTO É Harold Koening, da Universidade de Duke. Porém, nem sempre os tratamentos que unem medicina e religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com reservas essa relação. O psiquiatra Richard Sloan, da Universidade de Columbia(EUA), é radical. “Os estudos feitos até agora são fracos. Não mostram evidências de que a espiritualidade pode ajudar no tratamento”, disse a ISTO É. Para o infectologista Caio Rosenthal, de São Paulo, não cabe ao médico entrar nessa área. “Ele deve se ater àquilo que é comprovado pela ciência”, defende. Já o Conselho Federal de Medicina não critica os médicos que estimulam a prática religiosa a seus pacientes. Mas somos contra as pessoas que praticam a medicina sem ser médicos, como as que realizam as cirurgias espirituais”, avisa Luiz Salvador de Miranda Sá júnior, primeiro secretário do CFM. (REVISTA ISTO É 28/05/2003) -08ONDE ESTÁ DEUS Muita gente procura Deus por toda parte e não o encontra. Há pessoas que procuram as religiões, na tentativa de encontrar Deus, mas não O encontram. Dizem estas pessoas que ninguém nunca viu Deus, portanto Ele não existe. Para encontrar Deus, primeiramente precisa saber se a pessoa é merecedora deste encontro. Tem ódio no coração? Vive mentindo a torto e a direito? Procura fazer a caridade sem nem ter intenções de adquirir nada em troca? É um fofoqueiro? Cometeste adultério? Tem algum vício? Cometeste algum crime? Tem roubado alguma coisa? Tem provocado intrigas? É falso? É violento? Tem alguma religiosidade? Tem trabalhado adequadamente e vivido do próprio suor? Tem o amor suficiente por todas as pessoas? E assim iríamos muito longe. É preciso estar de coração limpo para ter um encontro com Deus. Só assim se verá que Deus está dentro do próprio coração de quem vive NELE. FESTA DA CRIANÇA EM NOSSO LAR Convidamos as crianças do nosso lar para a nossa segunda festinha do dia da criança. Neste dia estaremos inaugurando o parquinho com duas alas: a primeira para crianças de 10 anos abaixo com balancinhos, 7 Marias, tapete dançante, jogo da velha, gangorras, escorregadores, casinha de boneca, carrinhos, jogo de dardos; a segunda ala para crianças de 10 anos acima com: Mesa de Ping Pong, Bimbolim, jogo de botão, jogo de dama, bozó, Pião, dominó, jogo da velha, jogo de dardo. Além disso teremos uma televisão com filmes em DVDS. A festa será no dia 16 de outubro das 2 às 6 horas da tarde. Venham e tragam seus coleguinhas para brincarmos bastante, depois comeremos aquela macarronada. O CAMINHEIRO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO ANO II N. 22 OUTUBRO DE 2004 LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA CARTA ABERTA Quando fundamos o Lar Espírita Caminheiros da Luz, reunimos aqui na biblioteca de minha casa, um grupo de dez pessoas. Foi aqui que traçamos os primeiros passos para a criação do lar. Seria um centro pequeno para receber os diversos trabalhadores espíritas e os trabalhadores iniciantes. Foi uma luta muito difícil, pois alguns trabalhadores ainda moravam longe, mas o objetivo era maior, de modo que criamos o lar no dia 28/06/2002. Precisávamos construir um local para as reuniões. Onde? Como? Quando? Alguém deu a sugestão de reformar aquela casinha de tábua que eu tinha. Aceitei a idéia. Convoquei os trabalhadores, pedi ajuda a um e outro. Consegui um pouco de material velho e pus mãos a obra. Gastei R$ 4.500,00 do meu bolso, pegando as migalhas de um lado e outro, fazendo empréstimos, ajudei a construir, pregando tábua por tábua, cobrindo com telhas Eternit remendadas, doente, com a Artéria Aorta ascendente arrebentada, sem possibilidades de fazer cirurgias, pois o risco é de 90%. Mesmo assim não desisti, coloquei minha esposa para pintar o chão, meus filhos um de 9 e outro de 3 para pintarem também. Tudo pronto faltava a cozinha e a sala de passe. Novamente foi uma correria para pedir material velho, usado, pagar pedreiros e construir a obra. Novamente fui cavar buracos, fincar vigas, pregar. Às vezes tinha que parar de tanta dor, mas o ideal de servir a Cristo era bem maior. Nenhum trabalhador veio ajudar a lixar uma parede. Terminamos as obras, faltavam as oficinas. Foi novamente outra correria, mas o trabalho foi aparecendo, vencendo todas as barreiras. Do mesmo modo eu tomava conta das crianças aos sábados das 14 às 18 horas. Criamos o lanche aos sábados com nossos próprios recursos. Antes tínhamos só as segundas feiras para os estudos. Criamos a mediunidade às quartas feiras, a reunião pública às sextas feiras. Eu, que fora proibido pelo médico de todas as atividades, para poder ter uma sobrevida por um pouquinho a mais, estava agora com a tarefa quadruplicada. Quando me propôs a trabalhar para o Cristo, me entreguei de corpo e alma no serviço, não fico por aí ouvindo conversa fiada, criticando este ou aquele trabalhador. Faço tudo o que me for possível, até sair por aí procurando garrafas pet jogadas no lixo, tenho ido para ajudar nas despesas do lar. Não tenho vergonha de procurar ajuda para os mais necessitados. Trabalhei durante 32 anos com crianças de todas as faixas etárias. Fui considerado um excelente professor em todas as escolas por onde andei. Não tenho uma única sujeira em qualquer das escolas. Pelo contrário, conquistei mais de 30 mil alunos e quando encontro alguns deles, é aquela maior alegria. Infelizmente as crianças crescem e eu não encontro mais as crianças, mas sim cidadãos adultos que vêm me agradecer. Trabalhei em escolas muito pequenas e em escolas imensas como Coração de Jesus, São Gonçalo, Liceu Cuiabano,Patronato, colégio Máster e outros. Trabalhei no Diário de Cuiabá, Diário de Mato Grosso, Jornal Social Democrata, Banco do Estado de Mato Grosso e só conquistei amigos. Jamais tive um inimigo em minha vida e nem os tenho. Se alguns se tornaram inimigos são por livre e espontânea vontade, mas é por parte deles. Moro no Bairro Nossa Senhora Aparecida desde agosto de 1977, quando aqui era uma fazenda velha abandonada. Não havia uma única casa onde eu morava. O local onde hoje está O Lar Espírita, foi a primeira casa construída aqui. Jamais tive um inimigo aqui. Ajudei a muita gente do bairro, tanto crianças como adultos. Tenho a minha consciência tranqüila de que estou fazendo um bom serviço para a comunidade. Infelizmente recebemos pouca ajuda, apesar de verem os bons resultados da casa. Lutei ferozmente para conseguir os computadores para a escolinha. Comprei computadores, pedi em todos os lugares onde me foi possível. A professora Jeane deu um computador ao lar, o nosso amigo Jorge outro, o tribunal de Justiça outros, eu dei 3 computadores e assim conseguimos formar a nossa escolinha. A escolinha está lotada com 44 alunos, trabalho direto todas as terças e quintas feiras, das sete da manhã às 7 da noite. Jamais reclamei do serviço. Já tivemos muitos alunos aqui que já estão empregados. Passaram por aqui 93 alunos já. Tenho verdadeiro amor por tudo aquilo que faço e faço tudo com muito carinho e muita dedicação. O meu maior prazer é estar ao lado das crianças orientado-as, esclarecendo, incentivando para uma vida pura e sadia. Eu luto de todos os lados para conseguir recursos para aplicar no lar em prol das crianças. Tenho tirado coisas de minha própria casa, mas não reclamo e nem saio por aí falando isto a ninguém. Deus sabe o que estou fazendo. Recebo todos os trabalhadores com muito amor e carinho e agradeço a tudo que fazem pela casa. Não guardo ódio, nem rancor de ninguém. Se eu pudesse ajudar os mais necessitados, eu faria com imenso prazer, mas a gente também tem poucos recursos. Considero todos como verdadeiros irmãos em cristo. Falo o que é necessário, mas não critico a nenhum trabalhador, jamais julguei alguém, jamais culpei a ninguém por nada, pode é ter interpretado mal as informações. As pessoas precisam é ver o coração das pessoas e não meras palavras e interpreta-las a seu grosso modo. Sou uma pessoa sincera, honesta e não aceito um níquel que não tenha trabalhado para adquiri-lo. Fiz empréstimos em três bancos para fazer a construção que estou fazendo no lar. Além das doações recebidas, gastei no mês de setembro C$ 2.500,00 com a obra. Todas as notas de despesas estão arquivadas no centro e no mural. Estamos terminando o recadastramento de todos os evangelizandos do lar. Temos um total de 87 crianças cadastradas, 24 adultos e 17 trabalhadores, 44 no curso de informática. Temos uma responsabilidade muito grande para com estas pessoas e para com Cristo. Apesar das dificuldades, sentimo-nos bastantes felizes com as nossas ações e com os resultados. Se algum trabalhador estiver descontente com tudo de bom que fazemos em prol das crianças, em prol dos adultos necessitados, em prol dos irmãzoainhos desencarnados que aqui vêm em busca de socorro, em prol de todos os trabalhadores; tem o seu livre arbítrio, mas deturpar a imagem do lar, tentar destruir uma obra de caridade – estas pessoas terão gravíssimas conseqüências no futuro. Mesmo assim continuamos orando para que estas pessoas encontrem o caminho de que precisam para poder acompanhar os outros e seguir em frente no caminho da evolução. Que Deus ajude e reconforte a todos nós que um dia estaremos todos juntos, nas moradas que o senhor nos ordenar, de acordo com o nosso merecimento do que fizemos de bom neste Mundo. Que Deus abençoe a todos nós. A DEPRECIAÇÃO É fato notório que em qualquer lugar onde convivem muitas pessoas torna-se impossível contentar a todas. Não há como atingir tal objetivo, por maiores que sejam os esforços. Aliás, nem mesmo Jesus, em sua luminosa passagem pelo planeta, conseguiu agradar a todas as pessoas, embora realizasse verdadeiros “milagres”. Na casa espírita não poderia ser diferente. Se o centro conseguisse contentar todos aqueles que a ele estão vinculados, aplainando as divergências de idéias e realizando os caprichos e desejos de cada um, sem que isso pudesse ferir a outros, então, realizaria aquilo que nem mesmo o Cristo conseguiu realizar. As pessoas, sem exceção, trazem experiências diversas, possuem patrimônio cultural heterogêneo e não pensam da mesma forma. Quando têm que conviver em um lugar comum, é natural que essas diferenças venham à tona. Em conseqüência disso surgem, na instituição, pequenas arestas de contrariedade e descontentamento, motivadas mais por pontos de vista diferentes e falta de estudo doutrinário do que por perdas e danos, físicos ou morais, propriamente falando; e, como na maioria das vezes o aborrecimento leva a críticas de teor destrutivo, o amargor se manifesta com toda a sua carga de fel. No desenrolar dessa situação, as atitudes do dirigente passam a ser disfarçadamente fiscalizadas, suas palavras são interpretadas de acordo com determinadas conveniências e todos os seus procedimentos são vistos com reserva pelos descontentes. Nesse estado íntimo, as pessoas começam a exteriorizar, de forma sutil e discreta, o seu desagrado frente a este ou àquele trabalho. Não concordam mais com as normas que antes enalteciam como sendo roteiro seguro para desempenhar o serviço com acerto, e o programa de atividades da instituição que – quando essas mesmas pessoas chegaram à casa – lhes garantiu a oportunidade de trabalho, de estudo e, em muitos casos, o equilíbrio psíquico, não é mais coincidente com os seus pontos de vista. Se fosse eu – costuma-se dizer – faria diferente. É claro que faria diferente. Isso é óbvio! Qualquer um faria diferente, pelo simples fato de não existirem pessoas iguais, com as mesmas experiências, com o mesmo patrimônio cultural e... moral. Precisamos ressaltar que no seio de uma mesma família as pessoas não pensam todas da mesma maneira. E é de se notar que os pais se casaram por afinidade e os filhos, que são “sangue do seu sangue”, foram educados todos da mesma forma. Contudo, os filhos pensam de modo diferente dos pais, que raramente têm idéias convergentes, e também de modo diferente entre si. Não é isso que independente da condição moral, cultural e sócio-econômica, podemos vislumbrar nas mais diferentes famílias? Como, então, o indivíduo quer que o Presidente da instituição espírita a dirija de modo condizente com o seu ponto de vista, se nem mesmo na sua casa ele consegue ter unidade de pensamento? Nem a sua esposa e os filhos pensam como ele? É impossível! Se várias pessoas resolvessem, individualmente, fundar um grupo espírita, por certo edificariam a estrutura física do mesmo modo peculiar, atendendo às particularidades de cada ponto de vista. Se colocarmos uma casa espírita com todas as suas atividades em andamento para ser dirigida por essas mesmas pessoas, veremos que cada uma irá dirigi-la de um modo diferente, porque cada pessoa irá imprimir o seu ritmo e as suas características na direção da casa. Isso só não acontecerá - 03 com aqueles que ocuparem o cargo de forma decorativa. Devemos frisar, no entanto, que o ritmo e as características de cada um não poderão adulterar a doutrina codificada por Allan Kardec. Por ritmo e características devemos entender, no caso, o modo de fazer o que se deve e não o que se quer, como muitos supõem e almejam. Jesus, na condição de Co-Criador com Deus, destacou a Terra da nebulosa solar, realizou a sua escultura geológica e estabeleceu o regulamento dos fenômenos físicos que a caracterizam, mas teve que faze-la redonda, atendendo às leis que estabelecem o equilíbrio do Universo. Talvez por desconhecer todas essas particularidades, muitas pessoas que estão descontentes com o programa de trabalho da instituição espírita comecem inadvertidamente, a depreciar o presidente do centro na frente dos filhos... e para os filhos! Na intimidade doméstica, ao invés de valorizarem as oportunidades de trabalho, de estudo e de aprimoramento que lhes são dadas, passam a estimular comentários depreciativos por uma simples questão de ponto de vista... E a depreciação torna-se uma idéia fixa. Como fica, então o relacionamento entre pais e filhos, frente ao programa de evangelização – ou atividades – na casa espírita? O relacionamento fica difícil, porque muitos pais atuam no centro demonstrando zelo para com as suas responsabilidades e apreço pelos amigos do grupo espírita. Mas, depois comportam-se de maneira muito diferente nos comentários que fazem na intimidade do lar, em se referindo aos seus deveres doutrinários ou assistenciais da instituição. E querem porque querem que os filhos participem das atividades espíritas. Assim é difícil. Quando estes começam a se esquivar, por razões óbvias, os pais passam a reclamar dizendo que não sabem o que fazer para que os filhos freqüentem o centro... Fica, realmente muito difícil!. Considerando estas colocações, podemos observar que a solução para o impasse está na predisposição das pessoas que se submeterem à disciplina, frente às atividades doutrinárias ou assistências da casa espírita e ao respeito de uns para com os outros na estrada comum da própria redenção e do serviço aos semelhantes. No item 20 do capítulo X do livro O evangelho segundo o Espiritismo, Allam Kardec faz a seguinte pergunta ao Espírito São Luis: Será repreensível observar as imperfeições dos outros, quando essa observação não se converta em benefício para os mesmos e nem sejam divulgadas? Eis a resposta: Tudo depende da intenção. Certamente não é proibido ver o mal, quando o mal existe. Seria mesmo inconveniente ver-se por toda parte somente o bem; essa ilusão prejudicaria o progresso. O erro está em fazer essa observação em prejuízo do próximo, desacreditando-o sem necessidade na opinião pública. Seria ainda repreensível fazê-la com um sentimento de malevolência e de satisfação por encontrar os outros em falta. Mas, dá-se inteiramente o contrário quando, lançando um véu sobre o mal, para ocultá-lo do público, limitamo-nos a observalo para proveito pessoal, ou seja, para estuda-lo e evitar aquilo que censuramos nos outros. Essa observação, aliás, não é útil ao moralista? Como descreveria ele as extravagâncias humanas, se não estudasse os seus exemplos? Quando o descontentamento deste ou daquele confrade se acentua de forma muito intensa e ele se mostra irredutível em seus pontos de vista, acaba provocando o afastamento dele e de toda a sua família da casa espírita. É um direito que lhe cabe, mesmo porque ninguém deve ficar de maneira forçada onde não se adapta ou está descontente. É lógico que deve procurar outro lugar. Entretanto, temos observado alguns casos – nas mais diferentes cidades e centros – em que, profundamente aborrecidas ou melindradas, as pessoas se afastaram e passaram a ficar totalmente alheias à religião, afirmando que não precisam de religião para viverem bem!. Como devemos entender esse “viverem bem”? Conhecemos pessoas que “vivem bem”, mas têm que tomar remédios para dormir; amargam crises depressivas contínuas; são absolutamente inseguras quanto ao amanhã e sofrem com isso; não têm condições psicológicas de suportar os reveses da vida; desestruturam-se com a falta de estrutura dos filhos e, por falta de conhecimento, cometem atitudes que irão pesar na sua economia moral, quando forem chamadas ao exame de consciência que a morte estabelece para todas as criaturas. Não obstante, “vivem bem”, porque possuem mesa farta, cama confortável, vestem roupas limpas, têm automóvel e dinheiro suficiente para dar um passeio de vez em quando... Afinal, como devemos entender esse “viver bem”? Ao vermos as pessoas afirmarem que não precisam de religião para viverem bem, ficamos a imaginar de onde tiraram essa idéia! Num artigo publicado na revista Espírita, em dezembro de 1864, com o título Da comunhão do Pensamento, Allan Kardec é categórico ao afirmar que “a maioria necessita de ensinamentos diretos em matéria de religião e moral, como em matéria da ciência”. E Agora? E os nossos filhos? Ou melhor, os filhos de Deus? Será que eles pertencem à minoria dos que não necessitam de ensinamentos diretos em matéria de religião e moral? Você tem alguma segurança quanto a isso? E você não precisa? Tem certeza? Mas tem certeza mesmo? Meditemos, então, vagarosamente sobre estes questionamentos e lembremo-nos de que a receita será invariavelmente – sempre a mesma: “Procurai, primeiro, o Reino de Deus e a sua Justiça e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo. (QUEM É SEU FILHOS? – Pedro A Bonilha – Editora Didier – SP) MERCADORES EXPULSOS DO TEMPLO– MEDIUNIDADE GRATUITA Jesus expulsou do tempo os mercadores. Condenou assim o tráfico das - 04 coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no reio dos céus. Não tem, pois o homem, o direito de lhes estipular preço. Os médiuns atuais – pois que também os apóstolos tinham mediunidade – igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes do Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Faze-la paga seria, pois, desvia-la do seu providencial objetivo. Quem conhece as condições em que os bons espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom senso repele semelhante idéia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? É fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Que, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons espíritos é a humildade, o devotamente, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material. A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta das receitas de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreende o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade á categoria de missão. A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, a custa de sacrifícios penosos. O megnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem por-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons espíritos; não tem o direito de vende-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam. Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta do devotamente e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam. (EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ALLAN KARDEC – FEB) CANTINHO DA PSICOGRAFIAS A FLOR No topo da montanha existe uma flor Todos a vêem de longe Todos a querem pegar Muitos se arriscam Mas a montanha é muito íngreme Os tropeços são quase intransponíveis Todos desistem da jornada Raros conseguem chegar lá Estes chegam bem perto da flor É linda, é grande, é perfumada É tão bela que inebria a própria alma Quem chega lá não quer mais voltar Mas é preciso regressar Para dar a notícia aos que ficaram Para incentiva-los a prosseguir E caminhar com toda gente E nesta caminhada Muitos desviam do caminho, Mas a maioria prossegue E é com essa maioria Que a caminhada deve prosseguir. Irmã Florinda FESTA DA CRIANÇA -05No dia 16 de outubro comemoramos a festa do dia da criança. Não havíamos programado nada antes, mas deu tudo certo e a festa foi muito bonita e animada. Houve apresentações de poemas, músicas, danças e teatro. Depois foi inaugurado o parquinho infantil. Foi uma verdadeira festa. A criançada não sabia em que brinquedo permanecia. Por incrível que pareça o brinquedo que mais chamou a atenção foi a casinha das bonecas. A casinha é muito semelhante a uma casa normal, tem quatro metros quadrado e cabe dentro também alguns adultos. Foram colocados os ingredientes de cozinha como fogãozinho, panelinhas, filtro, relógio, telefone, espelho e outros. A meninada adorou o brinquedo.Para os meninos conseguimos alguns carrinhos, tratores, aviõezinhos e outros. Outros brinquedos que chamaram a atenção foram: O pebolim, a mesa de tênis. Graças a Deus conseguimos os brinquedos e estamos lutando ainda para conseguir equipar melhor o parquinho, mas consideramos terminada a primeira etapa definitiva do lar. Tivemos a doação de 200 picolés, 100 geladinhos o que animou muito mais a festa das crianças. Às 5 horas foi servido a macarronada com o peixe frito. A festa aí ficou ainda mais animada. Tanto o macarrão como o peixe frito estava uma delícia. Todos comeram muito até se fartarem. Houve a participação de 60 crianças e a gente viu que saíram todos contentes e animados do nosso lar. Graças a Deus estamos conseguindo o nosso objetivo que é ajudar a todas estas crianças que os políticos não ajudam. Se houvesse a colaboração das próprias pessoas dos bairros, as coisas melhorariam. Não basta esperar somente pelos políticos. Todos devíamos dar a nossa pequena contribuição. Essas crianças terão um futuro melhor e terão um caminho seguro para prosseguir. AS DIFICULDADES PORQUE PASSAM AS CASAS ESPÍRITAS Quem falar que uma casa espírita não passa por nenhum problema, está muito enganado. As dificuldades são maiores que qualquer outra religião, já que o Espiritismo ainda sofre muito com a discriminação. Os problemas vêm dos dois lados básicos: dos encarnados e dos desencarnados. Problemas com encarnados são grandes. Faltam trabalhadores, muitos não assumem os serviços adequadamente, acham que estão fazendo favores ao presidente da casa e muitos quando saem começam a criticar negativamente a casa que até então lhe servira de luz, de abrigo, de aconchego. Alguns não têm piedade mesmo. Isto prova que não eram espíritas verdadeiros ainda. Enquanto isto os verdadeiros espíritas continuam orando e pedindo aos bons espíritos que ajudem a estas pessoas a encontrarem o caminho correto. Problemas com desencarnados. Todos nós temos alguns obsessores de vidas passadas. São Espíritos vingativos que querem nos ver sempre na desgraça. Não adianta alguém falar que não tem nenhum porque tem. Nenhum espírita foi santo no passado, que fique certo disso. E alguns irmãozinhos continuam nos perseguindo por algumas existências até que nossos débitos com eles sejam ressarcidos. Por isto todos nós precisamos orar e vigiar sempre, sempre todos os dias de nossas vidas. Orar pelos nossos amigos e inimigos. Pedir a Deus que nos perdoe sempre, assim como nós perdoamos pelos erros que os outros fizeram contra nós. Pedir que os espíritos que foram nossas vítimas no passado, nos perdoem, pois não tínhamos plena consciência de nossos erros. Os espíritos umbralinos procuram desvirtuar todas as pessoas que estão se melhorando nos centros espíritas. Não é vingança, é que eles sentem inveja e não querem ver o progresso evolutivo de ninguém. Quanto mais atrasados para eles, melhor, pois eles usam as pessoas como escravos deles, sugam-lhes toda a energia e o espírito acaba cumprindo as ordens de rebeldia que eles querem executar. É por isto que afetam a saúde das pessoas, a situação financeira, a situação social, faz a pessoa ficar rancorosa, odiar a todo mundo, maltratar as pessoas. Não devemos dar ouvidos a estes espíritos. Como? Orando e trabalhando sempre para o bem. Estes espíritos inferiores possuem muitos meios de atacar uma instituição espírita, sempre começando pelos pontos mais fracos da pessoa. Eles querem evitar que uma pessoa vá ao centro. Como? Fazendo com que uma visita qualquer apareça sempre no momento em que a pessoa vai para o centro. Deu certo? Então todo dia neste horário ele terá esta visita. Não deu certo? Atacam de outro modo? E assim eles vão procurando todos os meios de ataques e vão retirando uma a uma pessoa do centro. O espírita verdadeiro precisa estar atento e orar sempre todos os dias da vida em prol da instituição e de si mesmo. A OPINIÃO DOS OUTROS Você se importa com a opinião que os outros têm a seu respeito? Se sua resposta for não, então você é uma pessoa que sabe de si mesma. Que se conhece. É auto-suficiente. No entanto, se a opinião dos outros sobre você é decisiva, vamos pensar um pouco sobre o quando isso pode lhe ser prejudicial. O primeiro sintoma de alguém que está sob o jugo da opinião alheia, é a dependência de elogios. Se ninguém disser que o seu cabelo, a sua roupa, ou outro detalhe qualquer está bem, a pessoa não se sente segura. Se alguém lhe diz que está com aparência de doente, a pessoa se sente amolentada e logo procura um médico. Se ouve alguém dizer que está gorda, desesperadamente tenta diminuir peso. Mas se disserem que é bonita, inteligente, esperta, ela também acredita. Se lhe dizem que é feia, a pessoa se desespera. Principalmente se não tem condições de reparar a suposta feiúra com cirurgia plástica. Existem pessoas que ficam o tempo -06todo à procura de alguém que lhes diga algo que as faças se sentir seguras, mesmo que esse alguém não as conheça bem. Há pessoas que dependem da opinião alheia e se infelicitam na tentativa de agrada sempre. São mulheres que aumentam ou diminuem seios, lábios, bochechas, nariz para agradar seu pretendido. Como se isso fosse garantir o seu amor. São homens que fazem implante de cabelo, modificam dentes, queixo, nariz, malham até à exaustão, para impressionar a sua eleita. E, quando essas pessoas, inseguras e dependentes, não encontram ninguém que as elogie, que lhes diga o que desejam ouvir, se infelicitam e, não raro, caem em depressão. Não se dão conta de que a opinião dos outros é superficial e leviana, pois geralmente não conhecem as pessoas das quais falam. Para que você seja realmente feliz, aprenda a se conhecer e a se aceitar como você é. Não acredite em tudo o que falam a seu respeito. Não se deixe impressionar com falsos elogios, nem com críticas infundadas. Seja você. Descubra o que tem de bom em sua intimidade e valorize-se. Ninguém melhor do que você para saber o que se passa na sua alma. Procure estar bem com a sua consciência, sem neurose de querer agradar os outros, pois os outros nem sempre dão valor aos seus esforços. A meditação é excelente ferramenta de auto-ajuda. Mergulhar nas profundezas da própria alma em busca de si mesmo é arte que merece atenção e dedicação. Quando a pessoa se conhece, podem emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela não se deixa impressionar, nem iludir, pois sabe de sua realidade. Nesses dias em que as mídias tentam criar protótipos de beleza física, e enaltecer a juventude do corpo como único bem que merece investimento, não se deixe iludir. Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou pelo que aparenta ser. A verdadeira beleza é a da alma. A eterna juventude é atributo do espírito imortal. O importante mesmo, é que você se goste. Que você se respeite. Que se cuide e se sinta bem. A opinião de alguém só deve fazer sentido e ter peso, se esse alguém estiver realmente interessado na sua felicidade ou no seu bem-estar. Pense nisso! Nenhuma opinião que emitam sobre você, deve provocar tristeza ou alegria em demasia. Os elogios levianos não acrescentam nada além do que você é, e as críticas negativas não tornarão você pior. Busque o autoconhecimento e aprenda a desenvolver a auto-estima. Mas lembre-se: seja exigente para consigo e indulgente para com os outros. Eis uma fórmula segura para que você encontre a autoconfiança e a segurança necessárias ao seu bem-estar efetivo. E jamais esqueça que a verdadeira elegância é a do caráter, que procede da alma justa e nobre. Pense nisso, e liberte-se do jugo da opinião dos outros. (JORNAL MUNDO ESPÍRITA – Fed. Esp. do Paraná – Curitiba ) O MAQUINISTA E O TREM Imagine um trem de ferro Se o maquinista fizer algo errado, todos os vagões tropeçarão. Neste caso o culpado é o maquinista. Se o maquinista dirigir o trem com cuidado, os vagões andarão corretamente no trilhe e nada acontecerá. Muitos passageiros podem admirar o maquinista. Alguns lhe dão apoio, muitos porém, não gostam do maquinista, mas continuam no trem. O maquinista tem muito cuidado para dirigir o trem muito bem e sente dificuldade, pois muitas vezes a máquina não funciona bem. Se todos contribuírem com o maquinista, todos chegarão bem ao final da viagem. Se alguns passageiros não contribuírem com sua parte, indo a cabine, xingando o maquinista, gritando, fazendo algazarra, o maquinista pode desequilibrar-se e não dirigir o trem tão bem, podendo cometer um acidente grave e todos virem a perecer. Se o maquinista dirigir bem o trem, mas um ou outro passageiro pular pela janela, eles perecerão, ficarão no meio da estrada, enquanto os outros seguem normalmente seu destino. Estes passageiros não poderão culpar o maquinista pelas suas desgraças, pois ele precisa estar de olho nos trilhos e pensar na multidão que o trem carrega. Reflita neste conto (Panfletário anacoreta) POEMAS DO PROF. HENRIQUE OFERTAS SINGELAS Um dia andando pelo mundo Vi um velhinho, bem velhinho Ajoelhado, de mãos postas para o céu Dizendo: “Senhor, ofereço-te as pedras do meu caminho o verdume da floresta as flores dos campos as águas dos rios o cantar dos pássaros a neblina, as estrelas, o firmamento. Ofereço-te, Senhor As montanhas muito altas O horizonte azulado Os caminhos tortuosos Os animais das florestas O barulho do dia E o silêncio da noite. Ofereço-te, Senhor O calor do sol, o brilho das estrelas O espaço infinito, a luz brilhante O andar das formigas, o canto das aves Os animais da terra, os peixes do mar. Ofereço-te, Senhor O sorriso dos povos, o chorar das crianças A dor dos enfermos, as lágrimas das mães A sombra dos prédios, a frescura do ar O amor dos pobres e a ternura dos bons. Sou feliz, Senhor Feliz por ver a chuva cair O vento ventar A brisa correr O rio nascer, a água florir A pedra estática no mesmo lugar. Sou feliz, Senhor Feliz por sentir amor Por esquecer as maldades E todas as negativas humanas. -07E se ninguém quiser agradecer Eu ofereço, Senhor Os meus braços cansados O suor do meu rosto As minhas lágrimas doloridas Os meus cabelos tão brancos Os meus pés dormentes O meu curto andar A minha visão de cego. Eu te ofereço, Senhor O meu corpo quase morto, Mas faço tudo com bondade, Pois sou feliz assim, Senhor.” Mas seu não tivesse nada, Senhor Ainda assim eu seria feliz Feliz por ter o chão pra me deitar Por ter o rio onde me banhar Por ter o sol a me esquentar O vento para me abanar O tempo para me esquecer. Tristonho e bastante magoado Olhei o velhinho E pus-me a pensar: “Cristo, que era filho de Deus, deu a vida para nos salvar, nós, que não somos nada, que fizemos para agradecer?” DEUS Pergunta-me o ancião se vi Deus Sorri-me o ignorante: viste Deus? Grita-me o doente: onde está Deus? Diz-me o cientista: Por que Deus? Fala-me o incrédulo: Deus? Provoca-me o ateu: que Deus? Explica-me o astronauta: não vi Deus. Sou feliz, Senhor Feliz por ter um pão pra comer Um lugar pra dormir Um país por pátria Uma pátria onde viver Uma casa pra morar. SOU FELIZ Sou feliz, sou muito feliz Feliz por ver o sol brilhar, O homem sorrir, o pássaro cantar Por ver a terra, os rios e os campos floridos Por ver a lua, as estrelas e o firmamento. Olho pra dentro de mim: vejo Deus Olho pra fora, ali está Deus Diz-me a velhinha: Deus é bom Canta o poeta: Deus é pai na imensidão Sorri luma criança: sonha com Deus. Sou feliz, Senhor Feliz por ter estes braços que podem trabalhar Que podem carregar uma criancinha Que podem levar amor às pessoas Que podem aliviar os necessitados. Na mão do doente – vejo Deus No sorriso da criança está Deus Na oração do dia – falo com Deus Vejo Deus nas alturas Em todo canto, Deus está. Sou feliz, Senhor Feliz por ter olhos que podem ver Os ouvidos que escutam As mãos que escrevem Os pés que carregam o corpo As pernas que se movimentam O corpo que paga pecados. Paz para uns, consolo para outros Vida dos povos, anseio das nações Rei dos reis, pai dos pais Eterno amor para todos nós. DOAÇÕES EM OUTUBRO Mesa de computação José P. Filho 8 Metros Forro Anônimo Duas calhas Lâmpada José Rita Caibros para casinha Nilson/Hilda Brinquedos/Roupas Anônimo Mesa computação Henrique 200 picolés Nilson/Edith 100 geladinhos Ivonne Brinquedos Marco Caixa Amplificada Natalina DESPESAS DE OUTUBRO Luz 55,00 Jornal 30,00 Resma 12,00 Cal para pintura 5,00 CD jovens 20,00 Cimento 16,50 Tintas/Lâmpadas 153,00 Plástico para mesa 13,50 Plástico preto 10,50 Bolas/Sucos/Resma 30,00 Pregos 5,00 350,50 Entrada 116,50 Saldo Negativo 234,00 BEM AVENTURANÇAS PARA O NOSSO TEMPO Texto não informa o autor Bem aventurados os que sabem rir De si mesmos Nunca cessarão de se divertir. Bem aventurados os que sabem distinguir Uma pedra de uma montanha Evitarão tantos aborrecimentos. Bem aventurados os que sabem ouvir e calar Aprenderão muitas coisas novas. Bem aventurados os que são atentos Às necessidades dos outros Serão dispensadores de alegria. Bem aventurados serão vocês se souberem Olhar com atenção as coisas pequenas E serenamente as importantes Vocês irão longe na vida. Bem aventurados vocês se souberem Valorizar um sorriso E esquecer uma grosseria O caminho de vocês será sempre cheio de sol Bem aventurados vocês se souberem Interpretar com benevolência As atitudes dos outros, Mesmo contra as aparências Vocês serão julgados ingênuos Mas esse é o preço do amor. Bem aventurados os que pensam antes de agir E que orem antes de pensar Evitarão tantas bobagens. Bem aventurados sobretudo vocês Que sabem reconhecer o Senhor Em todos os que encontram: Vocês encontrarão a verdadeira luz E a verdadeira paz. MORRI, E AGORA? A ENFERMEIRA Estava atrasada. Levantei-me no horário de costume. Como sempre, toda manhã em casa era uma correria. Meus dois -08filhos, um moço e uma adolescente acordavam para ir à escola e meu marido para ir ao trabalho. Naquela manhã, meu filho me pediu: “Mamãe, por favor, pregue o botão na minha camisa, quero ir à escola com ela”. E la fui eu pregar o botão. Todos saíram, eu me atrasei, não peguei o ônibus no horário costumeiro, mas sim outro, dez minutos depois. Atrasada, atravessei correndo a avenida em frente ao hospital em que trabalhava e um carro me atropelou. Senti o baque e me vi caída no chão. Não senti dor, fiquei tonta e o que me aconteceu depois, pareceu-me que sonhava. Vi que me colocaram em uma maca, entraram comigo no prédio do hospital, indo para a sala de emergência. Não conseguia mover-me nem falar. Reconheci os enfermeiros amigos ao meu lado, olhando-me preocupados. Senti o doutor Murilo me examinar e escutei: “ O estado de Sônia é gravíssimo.” Deu ordens que julguei serem certas. “Não está adiantando!” Escutei e reconheci a voz de Ivone, uma competente enfermeira. “Morreu!” – falou alguém. “Sônia, infelizmente não resistiu, está morta!” Expressou-se o doutor Murilo. “Eu não!” – Pensei aflita – “O que está acontece, meu Deus? Por que será que acham que morri” Tenho de falar, reagir e mostrar a eles que estou viva”. “Calma, enfermeira Sônia! Tranqüilizese. Sabemos que você está viva. Durma! Escutei e não identifiquei quem falou. Uma mão quente fechou meus olhos com carinho. Achei que me deram algum sedativo. Senti que estava sendo medicada e dormi. Mas não foi um sono tranqüilo. Às vezes sentia que mexiam comigo. Tentava tranqüilizarme, achando que estava sendo operada ou que me faziam curativos. Depois ouvi meus familiares chorando, principalmente minha filha, mãe e irmã. Pensei: “Eles já sabem e estão chorando junto ao meu leito. Isso não é permitido. Será que abriram exceção porque trabalho aqui?” “Morreu tão jovem!” “Coitada da Sônia, foi atropelada quando ia para o trabalho. Sentia um torpor e não conseguia entender o que me acontecia. Concluí que era a anestesia me fazendo delirar. “Sônia – escutei uma voz forte falando comigo – vamos leva-la para um local sossegado. Acalme-se e tente descansar. “Vou para a UTI” – Pensei. E esforcei-me para ficar tranqüila. Senti alguém mexer no meu corpo, mas não senti dor, apenas aquele estado terrível de torpor. Parecia que sonhava, queria acordar e não conseguia. Senti que me levaram para outro local e deitaram-me numa cama. Abri os olhos um pouquinho e vi que estava numa enfermaria. Pessoas de branco carinhosamente acomodaramme e uma delas falou: “ Sônia, você irá dormir tranqüila” Ainda escutava choros e lamentos: depois dormi. Acordei. Acabou aquele estranho torpor. Olhei para o local onde estava, era uma enfermaria bem arrumada, limpíssima e silenciosa. “Onde estou? – Ouvi minha voz indagar e ressoar pelo quarto. Duas senhoras me olharam. Ninguém respondeu. “Estou no hospital” – pensei. Que pergunta boba a minha. Estou me lembrando. Fui atropelada!” Curiosa,. Levantei o lençol. Estava vestida com uma camisola branca e pasmei: nenhum ferimento. Movi-me com facilidade e pensei: “Aconteceu algo estranho! O que será que houve? Talvez tenha batido somente a cabeça e agora estou saindo de um coma. É isso” Mas por que não estou na UTI? Por que não estou num quarto particular? Temos convênio!” Um senhor entrou no quarto lê uma das senhoras que me olhou, falou: “Doutor José Augusto, Sônia já acordou!” “Que bom!”Como está, garota? – Perguntou ele me olhando e sorrindo. Parecia que o conhecia, mas não me lembrava de onde. Observei-o bem. Tive a certeza de que ele não era médico do hospital. “Será que fui transferida?” – Pensei. Como não respondi, ele perguntou novamente: “ Sônia, como está se sentindo?” “Não sei, acho que bem. Estou saindo do coma? “Não, você não estava em coma “ – Respondeu o senhor gentilmente. “Onde estou?” “Na outra parte do hospital’. “Que outra parte? – Indaguei curiosa. “Na que fica do outro lado” – Respondeu uma das senhoras, intrometendo-se na conversa. “Lado?” Balbuciei. “Do além” – ela falou rapidamente e baixinho. “Sônia – falou o senhor – você compreenderá aos poucos o que lhe aconteceu. É muito importante se esforçar para ficar calma e tranqüila para se recuperar. Uma senhora me trouxe um suco. Não estava com vontade, não quis. O senhor afastouse, foi conversar com outra pessoa. Fiquei ali aborrecida, sem compreender o que se passava. Fingi dormir e quando o senhor se afastou e tudo ficou quieto, levantei-me com facilidade e saí escondida do quarto, passei por um corredor e vi uma escada, desci e aliviada, reconheci o hospital em que trabalhava. Estava como sempre, lotado, pessoas indo e vindo. Voltei para o quarto e deitei no meu leito. “Deve haver uma explicação para estar aqui” – pensei. Depois, por certo, aquele senhor me dirá o que aconteceu. Certamente fizeram, de algum setor do hospital, esse local mais tranqüilo, onde me trouxeram para me recuperar”. Dormi de novo. Acordei e pensei em tudo o que me ocorreu e achei estranho, principalmente porque escutei, sem compreender como, minha filha chorando. -09“Ela veio me visitar e chorou. Por que não me acordou? Mas está chorando agora! Por que a escute e não a vejo?” Quando o senhor entrou no quarto, chamei: “Senhor, por favor, venha cá um pouquinho. O senhor é enfermeiro ou médico?” “Sou alguém que cuida de você”. “Escutei essa senhora chama-lo de doutor José Augusto. Não me lembro de ninguém com esse nome na equipe médica. Bem, isso não tem importância. Estava vindo trabalhar, atravessei a avenida e um carro me atropelou; depois não me lembro direito o que aconteceu. Escutei o doutor Murilo dizer que me estado lera grave, entrei num torpor, num sono estranho, com sonhos confusos. O senhor pode me dizer o que houve? “De fato, você foi atropelada – respondeu ele, tentando me esclarecer sem me chocar – foi conduzida para a sala de emergência. Sônia, você sendo enfermeira, já viu muitas pessoas morrerem, não é? “Sim, já – respondei – trabalho com doentes terminais. No começo ficava triste quando uma pessoa morria, até orava por ela, depois isso se tornou rotina, era meu trabalho, cuidava de todos com carinho e a morte não me incomodou mais. “A morte do corpo físico é algo natural! Você é religiosa? Perguntou ele. “Sou, vou à igreja quando dá, gosto de orar no sossego de um templo – respondi. “E o que pensa da morte”? “Não sei... respondi sacudindo os ombros – por que está me perguntando isso?” “Porque o corpo físico nasce e morre. Nós o usamos para viver na Terra durante um período. Você não pensa na morte, em morrer? (CONTINUA NO PRÓXIMO NUMERO) O CAMINHEIRO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO ANO II N. 23 NOVEMBRO DE 2004 LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA EDITORIAL Todos nós fazemos um projeto na espiritualidade. A primeira coisa que nós trabalhamos muito e somos muito orientados para isto, é quanto a questão familiar. Aqui parece que tudo acontece por acaso, mas não é bem assim. Um homem mora no Amazonas e vai passear no Rio Grande do sul. Lá conhece uma moça e se casa com ela.. Nunca trocaram uma carta, não se conheciam por nenhum processo de comunicação conhecido. Por que foi ocorrer isto? Claro, já estava programado na espiritualidade. Os dois teriam que se conhecer de alguma forma e constituir uma família, não importa a distância. Começam então a vir os filhos. Um é bonzinho, honesto, trabalhador; o outro é terrível, desonesto, mentiroso, preguiçoso. Um é são o outro é doente. Um tem os membros tudo certinho, o outro é todo aleijado. Por que tantas diferenças em uma família só? Para os reajustes. E é por isto que todos nós precisamos ter muita paciência com nossos familiares. Se pudermos ajudar, devemos fazer isto e não reclamar. Nasceram juntos para se reformularem intimamente. Terão que se amar mutuamente, terão que se melhorar intimamente para dar a continuidade a vida eterna. Se todos soubessem que teriam que fazer este reajuste a cada vez que reencarna, o mundo talvez seria muito melhor. O fato é que aqui ficam intertido com probleminhas menores e acabam se esquecendo dos problemas que precisam ser resolvidos. Mas Deus não tem pressa, se não resolverem agora, pode resolver daqui há dois mil anos. A nossa evolução e aperfeiçoamento, depende de nós mesmos. Se quisermos ficar aqui mais tempo com nossos problemas, com nossos sofrimentos, nada nos impede. Mas é bem melhor nos melhorarmos agora para não estarmos retornando em situações difíceis, enfrentando mais e mais problemas. Esta é a finalidade do espiritismo. Evoluirmos sempre. A ENFERMEIRA(CONTINUAÇÃO) “Eu não! Ainda mais agora que sobrevivi daquele atropelamento em que ainda não me recuperei. A pancada na cabeça me deixou confusa, deve ter afetado meu cérebro. Falei um tempão sobre o que sentia e tinha explicação para tudo. Doutor José Augusto me ouvia atento. Aproveitando que fiz uma pausa, ele falou: “Sônia, não esqueça que a morte do corpo físico é para todos, e que somos sobreviventes depois dessa ocorrência. Mudei de assunto aceitando um suco e de estar ali, achei muito estranho. Quando minhas companheiras de quarto dormiram, levantei devagarinho e saí do quarto. Uma senhora de aparência agradável, aproximou-se quando estava no corredor perto da escada. “Sônia, aonde vai?” Está fugindo? “ Saí somente para dar uma voltinha – respondi “Você pediu permissão? – indagou-me – Não pode sair e andar por aí, pode ser perigoso. Volte, por favor! Você está em recuperação e tem de obedecer às normas do hospital. Como enfermeira sabe disso, não é? Fingi que ia voltar, mas corri e desci as escadas. Passei correndo pelos corredores movimentados do hospital. Entrei na ala reservada ao corpo docente, no vestiário das enfermeiras. Apressada troquei de roupa. Saí do prédio, parei em frente da avenida, quis estar em casa. E, logo estava. Aliviada, nem pensei como vim, achei que estava esquecendo alguns detalhes. Meu lar estava bagunçado. Tentei arruma-lo e não consegui. Quis colocar objetos nos seus lugares, mas eles continuavam onde estavam. Cansada, sentei numa poltrona e adormeci. Acordei com meus filhos chegando com minha mãe. Corri para abraça-los, mas eles não me deram atenção. Pareciam não me ver. Escutei minha filha dizer: “Estamos contentes, vovó, por estar aqui nos ajudando”. Conversaram sem me dar atenção. “Acho” – pensei – que estão bravos comigo porque fugi do hospital. Meus dois filhos e minha mãe fizeram uma faxina na casa. Ela foi embora, meu marido chegou, estava abatido e triste. Também nem me olhou. Chorei e minha filhinha chorou também. Meu marido a -02abraçou. “Filha, não chore!” Estamos todos sofrendo. Tente reagir, temos de continuar vivendo. “Sinto tanta falta dela” “Será que minha filha está chorando porque minha mãe, a avó dela, foi embora? Pensei. Os três se abraçaram. Foram dormir, nem me deram atenção. Resolvi ir para o quarto. Deitei na minha cama. Encostei-me no meu marido. Ele se revirou, levantou e foi para a sala, ligou a televisão. Fui também, disposta a conversar com ele. Falei por minutos que estava bem, por isso saí do hospital e que eles não precisavam me tratar assim. Meu esposo sempre fora muito atencioso comigo, fingiu tão bem que parecia não me escutar. Sentei-me no sofá e dormi. Assim se passaram dias. Até que escutei minha mãe e minha filha conversando. Diziam que iam ao hospital pegar alguns objetos meus que estavam lá. “Bem” – pensei – Se estão me tratando assim com desprezo porque fugi de lá, vou com elas, assim me desculpam e fica tudo bem.” Entrei com elas no carro. Pararam no estacionamento do hospital, acompanhei-as e entramos no prédio. Fiquei olhando o movimento e quando percebi as duas sumiram. Resolvi ir para a enfermaria onde estive, mas não encontrei as escadas. Fiquei andando pelo corredor, acabei indo ao setor em que trabalhava, dos doentes em estado grave. Fiquei num canto olhando. Vi um senhor, que já conhecia, era um doente difícil, exigente e abusado. Maltratava com palavras rudes quem cuidava dele. Por duas vezes passara as mãos em mim. Agora estava morrendo e, morreu. Vi dois vultos escuros o pegarem pelo braço, deram-lhe um puxão e ele se transformou em dois. Um quieto, ali no leito, outro gritando e desaparecendo com os vultos. Tremi de medo. Logo em seguida, outra morte, uma senhora tranqüila morreu orando e foi envolvida por uma luz. Também se transformou em duas. Uma ficou dormindo serenamente, e a outra foi embora com a luminosidade. Estava estupefata, então, vi aquela senhora que tentou me impedir de fugir. “oi, Sônia! Que bom ter voltado! Espero que tenha compreendido o que ocorreu com você. “Acho que estou louca!” Ela me abraçou com ternura. “Não, Sônia! Por favor, não se iluda mais! Observe-nos! Somos, você e eu, diferentes dessas enfermeiras e desses doentes. Você não está louca! Quando foi atropelada, seu corpo físico morreu, porém você continuou viva, porque o espírito não morre. “Morta eu?” E agora? – Perguntei aflita e com medo. “Aceite essa forma de viver. Venha, vou leva-la para a parte do hospital onde abrigamos desencarnados necessitados de orientação. Pegou na minha mão e foi me puxando. Ao passar pelo corredor principal, vi na parede uma foto do doutor José Augusto, ele foi um dos fundadores do hospital e morrera há muito tempo. “O retrato do doutor José Augusto! Exclamei – ele me ajudou. Via sempre essas fotos quando trabalhava aqui, por isso que, ao vê-lo, achei que o conhecia. Aquela senhora me colocou no leito. Chorei por horas com dó de mim e com medo. Senti-me abraçada. Era o doutor José Augusto. “Sônia – falou ele carinhosamente – minha amiga, não chore mais! A vida continua. Adormeci tranqüila. Acordei sentindo-me bem. Compreendi tudo. Minutos depois, o doutor José Augusto veio me visitar e perguntei para ele: “E agora?” “Irá aprender a viver com esse corpo que agora reveste, o perispírito, para depois continuar sendo a boa enfermeira que sempre foi. “Você, há oito meses e quinze dias, ao atravessar a avenida, foi atropelada e desencarnou. Foi trazida para cá e um dia fugiu. “Parece que faz somente alguns dias que fui atropelada! Exclamei. “Porque ficou confusa e dormiu muito”. “Foi por isso que ninguém em casa me viu. Coitados! “Não poderiam vê-la. Você, Sônia, iludiu-se e não quis aceitar a situação. Via, em seu trabalho, muitas pessoas desencarnarem, mas não pensou que isso aconteceria com você. “Como fui para minha casa”? Como troquei de roupa? – quis saber curiosa. “Nós, desencarnados, locomovemo-nos com a força do pensamento, da vontade. Isso se chama volitação. Para fazer esse processo consciente necessitamos aprender. Alguns o fazem sem saber, usam da vontade, como você fez. Quanto à troca de roupas, podemos plasmar vestimentas e objetos, também se faz conhecendo e depois de um aprendizado, ou como você, que usou a força mental, sem saber. “Vi, na UTI, duas pessoas morrerem. Um senhor foi levado por vultos escuros e uma senhora por uma luz – falei, olhando para o doutor José Augusto, esperando, esperando por uma explicação. “A desencarnação não é igual para ninguém – ele me esclareceu gentilmente. Aquele senhora infelizmente viveu fazendo maldades e desencarnados que não o perdoaram, levaram seu espírito para regiões trevosas a fim de se vingarem dele. A senhora que viu com luz foi uma pessoa bondosa e amigos vieram busca-la para leva-la a locais de agradável moradia. Há também desencarnes como o seu, em que o espírito permanece junto ao corpo morto, vendo de forma confusa arrumarem-no dentro do caixão e o velório. Você foi desligada duas horas antes do enterro. Outros, não querendo abandonar o envoltório carnal, são enterrados junto. Admirei-me com as explicações coerentes que aquele bondoso doutor me dava. “Ainda bem que não me cremaram – suspirei aliviada – meu marido quer ser cremado. O que acontece com espíritos que têm o corpo físico morto reduzido a cinzas -03pela cremação?” “Nos locais onde são cremados, trabalham equipes de socorristas que, independentemente de merecerem ou não, desligam esses espíritos da matéria morta. Quem fez por merecer um socorro é levado para casas de auxílio; outros, que viveram imprudentemente ou sem fazer o bem, somente são desligados – alguns ficam a vagar e muitos retornam ao antigo lar. “Existem então desencarnados, como o senhor se refere aos que morrem, bons e maus? Corri risco em ter saído daqui sem permissão?” – Indaguei-º “Há, no plano espiritual, espíritos bons, maus e os que têm a intenção de se melhorar só que não tiveram coragem o suficiente para se dedicarem ao bem. Você, Sônia correu perigo, de desencarnados maus a pegarem e faze-la escrava. Nós sabíamos onde você estava e um socorrista ia vê-la sempre, tínhamos notícias suas. Agradeci-o pelo auxílio e pelas explicações. Dessa vez fui obediente, recuperei-me, compreendi que fizera minha partida do plano físico e como quem parte, chega, vim para o plano espiritual. Fui transferida para uma colônia, onde aprendi a viver desencarnada e ser útil. Tinha sempre notícias dos meus familiares, depois de anos, pude vê-los e estar com eles nos momentos importantes.E foi uma felicidade quando o doutor José Augusto me convidou para servir como enfermeira, ser socorrista no hospital em que trabalhei como encarnada. E a vida fantasticamente continua! Sônia (Da obra: Morri e Agora – Psicografado por Vera Lúcia Mrinzeck de Carvalho – Editora Petit – SP) DESPESAS DE NOVEMBRO Luz 60,00 Jornalzinho 30,00 Autenticação/docum. 10,50 Fonte para impressora 43,00 Cartucho 55,00 Material escolar 30,20 Curso de gesta/fitas 175,00 Material escolar 30,00 Brinquedos 39,80 473,50 Entrada: 60,00 Saldo negativo 413,50 DOAÇÕES DE NOVEMBRO 6 bolas de couro usadas Jeane Roupas usadas Jeane Guarda roupa solteiro Mauricéia Guarda roupa casal Luiza Roupas e calçados Luíza 150 livros Jeane CANTINHO DAS PSICOGRAFIAS FLOR DE MINHA ALMA Esperanças precisamos ter A cada amanhecer Olhar a vida florescer Buscar motivo para crescer Dentro de cada ser Existe um amigo pra nascer Sois pequenos deuses Acrediteis em si próprios E nenhuma situação Permanecerá sem crescer. Agradecei o que és Deus Pai bondoso Acredita em você. Trabalhar é necessário Não espere caminho Sem espinhos. Seja forte para retira-los E continuar a crescer. Irmã Dalila Busque a fonte inesgotável de Deus. Cada dia será um novo trabalho. Todos temos compromissos com o Senhor do Universo. A paciência é para ser usada nos momentos de prova. O cálice do amor, quando absorvido para o serviço ao próximo, faz imediata ação. Uns amadurecem rápidos, outros demoram, mas o bem traz cada vez no coração, são poucos os verdadeiros, mas são equilibrados na persistência. Nos momentos de vacilo, penso nos jardins e não nos abismos e continue a trabalhar. Irmã Meire POEMAS DO PROF. HENRIQUE A VOLTA Nasci. Tomei a minha cruz E habitei entre os homens. Vi fome, a peste, a guerra E um milhão de tormentos tantos. Não me assustei Senti apenas muitas transformações Entre o passado e o presente, Porém senti-me regenerado e contente, Pois no claustro dolorido da vida Eu tinha que resgatar o débito do passado Apagou-me a lembrança espinhosa do que fui E um mundo maravilhoso Abre as suas cortinas E dão passagem A um novo homem Que no presente Veio apagar o passado Para iluminar o futuro. VOCÊ Sozinho e abandonado como fui Você observava os meus passos. Criei-me no árduo trabalho E Você me incentivava. Ajudei os pobres e necessitados Você sorria quando eu assim fazia, Porém, um dia, eu me perdi E entrei no caminho do sexo depravado, Esqueci-me de Você e muitas vezes dizia Que você havia-me abandonado. Conheci as bebidas e drogas E envolvi-me completamente No complexo material da vida. Os meus amigos viraram-me as costas. Meus pais me abandonaram. Eu não podia contar com nenhum amigo Só Você, mas eu não tinha coragem E continuei com minha vida de amargura Atolei-me em vômitos fétidos Tive que caminhar em possas de sangue Virei ladrão e depravado sexual, Porém rejubilava-me na droga. Era o único meio de fugir de um mundo -04como este, Porém as drogas acabam logo o efeito Então eu caía bruscamente no mundo dos espinhos, Ah!Como eu chorei! Chorei e todos sorriam de minhas lágrimas Um dia não tolerei mais, Amanheci com uma vontade firme de terminar com a vida Entrei cedo nas drogas E saí a procura de um amigo para ambos Passarmos para a outra vida. E o mundo? Que importava o mundo? Ia caminhando pelas estradas engarrafadas Quando perdi o sentido, O automatismo passou a governar o meu corpo E conduziu-o a uma igreja Onde encontrei um grupo de jovens. Estavam em plena atividade, Caindo e levantando Consegui chegar à uma cadeira, mas desmaiei. Foi então que os bondosos jovens Vieram e me levaram para um quarto. Confesso que dormi depois que eles fizeram uma prece. Eles não sabiam onde eu morava E deixaram-me num banco do jardim. Quando voltei ao normal, pouca coisa sabia. Uma vontade louca de saber o que os jovens faziam Veio-me em minha mente. Uma coisa eu não havia esquecido A porta e a hora da reunião. Voltei lá e fui recebido pelos jovens Todos se alegraram com minha volta E todos viviam ali como irmãos. Mas eu me senti um depravado Ia saindo rapidamente, pois ali não me servia, Porém na porta veio um convite: “Se nosso irmão, ficaremos muito felizes”. Senti-me aliviado, aceitei o convite Deixei as drogas e hoje sou um dos jovens Então você – que jamais me esqueceu Veio, me abraçou, ouvi sua voz: “Tu és o meu filho pródigo, mas jamais te esqueci”. Eu fui e O abracei e digo Que jamais O deixarei mais. PEGADAS DO UMBRAL No umbral há organizações perfeitas para prejudicar as atividades dos encarnados. No livro “Morri e agora” há algumas descrições sobre estas organizações. Escolhemos uma delas, porque é especial, pois é uma organização que se especializou para prejudicar espíritas, já que eles possuem um bom conhecimento do mundo do além. Para ser mais coerente com o texto passaremos a reescreve-lo por inteiro: “ Passei a fazer parte do terceiro. Nosso aprendizado era mais sutil, iríamos enganar para tentar levar divisão e confusão dentro da Doutrina Espírita que era um campo fértil a eles por ter muitos médiuns. Para fazer isso, tivemos de ler muitos livros espíritas. Compreendi o porquê de os moradores do umbral quererem combater o espiritismo. Os livros narravam o que acontecia com as pessoas que tiveram o corpo físico morto. Era desagradável ler tantas coisas sobre Jesus e sobre o Evangelho. Mas o estudo era sério, tínhamos de fa\ê-lo. “Vocês têm de saber o que eles sabem. Somente se engana com perfeição dominando o assunto – dizia nosso orientador que não gostava que o chamássemos de chefe. Alguns dos que estudavam sumiram no decorrer do curso. “É o perigo que corremos – esclareceu o orientador – Por mais que escolhemos nossos trabalhadores, há desertores. Quero pessoas capazes de enganar, odiar e camuflar esse ódio. Quero os fingidos! Terminamos o curso com a turma bem menor. Mas os que concluíram estavam treinados, com conhecimentos e vontade de atingir os objetivos. Nosso orientador não forçava ninguém e não se importava com os que deserdavam. “O trabalho é bem-feito quando se faz espontaneamente – dizia ele. Passamos a observar encarnados que seriam, ou que queríamos que fossem, nossos instrumentos. “Agora vocês escolhem por quem querem se passar. Leiam com atenção tudo o que essa pessoa escreveu, imitem seu estilo, vão para perto dos médiuns psicógrafos e boa sorte! – Recomendou nosso orientador. Todos nós escolhemos nomes importantes e conhecidos. Para enganar melhor, modificávamos até nossos perispíritos. Não tem graça nem como imitar desconhecidos. Nosso grupo adquiriu a forma de pessoas respeitadas e lá fomos nós colocar em prática o que aprendemos. Fomos enganar. Fui todo entusiasmado. Na primeira tentativa me dei mal. Aproximei-me de um jovem que começava a treinar a psicografia. Ditei a ele uma mensagem bonita propondo um trabalho sério para escrevemos um livro. Ele duvidou ser o espírito que assinei. O moço deu a mensagem para o pai, que era um espírita estudioso e cauteloso, analisar. Descobriram a fraude e fui repelido. Conforme soube depois, o mentor dele permitiu que eu me aproximasse desse encarnado e ficou feliz com a prudência de seu pupilo. Aquele jovem não seria enganado. Na segunda tentativa, fui melhor. Aproximei-me de uma médium, fiquei observandoa; ela freqüentava um centro onde pouco se estudava e achavam que dificilmente seriam enganados. Quando escrevi por intermédio dela e assinei um nome conhecido e respeitado, ela se empolgou, sentiu-se importante, já se via dando autógrafos e todos a respeitando. Mas era uma preguiçosa, queria tudo pronto, não tinha tempo para se dedicar ao trabalho de psicografia e dava muitas desculpas. Desisti, não tive paciência de enganar essa médium. Alguns da minha turma estavam se dando bem, outros não. Muitos encarnados não se deixavam enganar, por não serem vaidosos, por analisar e indagar o porquê de um espírito conhecido escrever por ele. Como também davam esses escritos para pessoas que entendiam de literatura, -05principalmente espírita, analisarem. Outros foram enganados para a alegria de nosso orientador que sabia que esse trabalho daria frutos de separação e discórdia. (Do livro – Morri e Agora?) É assim que muitos espíritos maus procuram enganar os próprios espíritas e precisamos ter muito cuidado em todo tipo de comunicação que recebemos. O “Orai e vigiai” de Cristo não é uma frase para se ouvir, ler. É preciso pó-la em prática sempre para não nos metermos no mundo menor. OS TRÊS CEGOS Um homem rico e generosos, que é coisa rara, encontrou em seu caminho três infelizes cegos, exaustos de fome e de fadiga. Ofereceu a cada um uma moeda de ouro. O primeiro, cego de nascença, amargurado pela miséria, nem mesmo abriu a mão. Jamais tinha visto, dizia ele, oferecer-se ouro a um mendigo. Isto era impossível. O segundo estendeu maquinalmente a mão, mas logo repeliu a oferta que lhe faziam. Como seu amigo, considerava aquilo uma ilusão ou uma brincadeira de mau gosto. Numa palavra, para ele a moeda era falsa. Ao contrário, o terceiro, cheio de fé em Deus e de inteligência, em quem o fino tato havia parcialmente substituído o sentido que lhe faltava, tomou a moeda, apalpou-a, levantou-se, e, abençoando o benfeitor, partiu para a cidade vizinha, a fim de adquirir o que faltava à sua existência. Os homens são os cegos. O Espiritismo é o ouro. Julgai a árvore por seus frutos. (7 de setembro de 1859 – Médium Sr. Didier – Esp. Luc – Revista Espírita de Allan Kardec n; 12 – 1859) COLÔNIAS ESPIRITUAIS RETIRO DOS GRADUADOS Há uma infinidade de mundos em torno da terra. Todos eles cheio de espíritos, todos em busca de um mundo melhor. Através do livro: “MAE,EU ESTOU VIVO” psicografado em Cuiabá por Pedro Novis Neves, acabamos de ser informado de uma colônia espiritual chamada de RETIRO DOS GRADUADOS. É um mundo espiritual também ligado ao nosso planeta e habitado por seres de grande pureza e autoridade incomum. A maioria deles é constituída de jovens desencarnados, espíritos brilhantes em outras vidas e que necessitam de um lugar como este, para purgar as manchas das impurezas adquiridas pelas circunstâncias maléficas do meio em que viveram durante a sua última encarnação, uma vez que a lei é progredir sempre e não retroagir. O único espírito sem pecados que transitou pela Terra foi Jesus. Este lugar extraordinário foi batizado por Apolônio de Tyana com o nome de “Retiro dos Graduados”. Tal como nas Colônias existentes nas proximidades da crosta terrestre, também aqui, existe toda uma organização social para administrar o “Retiro’. A matéria, como a conhecemos, quase não existe. A atmosfera é totalmente diferente da terrestre, a água é vaporosa, as flores são tão vivas e tem cores tão luminosas que não parecem sólidas. Tudo ao nosso redor parece ter vida, embora não seja espírito como nós, mas tem inteligência e organização, e pode reagir à vontade de Deus. Cada gota de orvalho possui sua própria inteligência e finalidade. As habitações do “Retiro” são construídas com material resistente, leve e transportável, porém, capaz de se fundir sob uma simples pressão dos dedos humanos, como se fosse neve. As vidraças são feitas por uma espécie de vidro líquido e colorido que endurece ao tomar contato com o ar. As construções são perfeitas; cada linha, cada ângulo, cada detalhe é criado de maneira a valorizar com perfeição toda a estrutura, produzindo uma sensação de totalidade ou inevitabilidade. Cada estrutura, cada criação é uma obra de arte no mundo espiritual. A locomoção do “Reino”, é obtida pelo esforço da vontade. Podemos visitar as colônias, o Umbral e até mesmo o nosso mundo encarnado, viajando numa velocidade incrível rumo à escuridão do espaço, onde melhor sentimos a presença de Deus. Surgindo o desejo os pensamentos dão poder à vontade e, se permitido, realizamos longas viagens de peregrinação, levando mensagens de amor e de paz, aos mais necessitados. Não temos acesso, contudo, ao mundo em que vivem os nossos instrutores no “Retiro”. Ouvimos suas vozes, sentimos as suas presenças, as suas vibrações ao som da musicalidade universal que canta, suavemente, uma melodia harmoniosa adaptada com letras que nos transmitem conhecimento e saber. Deste “Retiro dos Graduados”, sairemos em condições de estender às mãos, àqueles que imploram por ajuda para minimizar as dores dos seus sofrimentos. LIÇÕES DE VIDA Espíritos evoluídos incitam-nos a sermos prudentes e sóbrios na avaliação dos nossos merecimentos. Não podemos nos esquecer que aqueles a quem Deus dá mais talento e oportunidades para o desenvolver, tem mais responsabilidades do que outros que receberam menos, e assim, cada qual será chamado a prestar contas na medida do que recebeu. A falta de amor divino e de preces tornanos frívolos e orgulhosos. O conhecimento perfeito de Deus dá-nos um sentimento profundo de submissão que tempera a nossa falsa independência. O orgulho é filho da ignorância, a humildade é o produto da sabedoria. Um homem orgulhoso julga-se melhor do que realmente é, e a crítica do seu semelhante é tomada à conta da inveja ou da antipatia. O homem humilde vê-se a si próprio tal qual é e avalia-se como avalia o tempo ou, melhor ainda, Deus é a sua Lei Moral – padrões elevados e sublimes, perante os quais o ser humano é forçado a reconhecer a sua infinita pequenez. Plutarco, que era pagão, dizia: “As virtudes dos grandes homens são o espelho no qual eu procuro embelezar a minha própria vida. Em face da Sabedoria Divina, tudo quanto possuímos, tudo quanto somos ou -06- sabemos é uma molécula insignificante. Aqueles que gozam de relativa superioridade podem perguntar como São Paulo. “O que é que possuís que não vos tenha sido dado? E, se assim é, porque eu é que vos orgulhais, como se nada houvésseis recebido. Outra prova da necessidade da humildade diz respeito ao conhecimento próprio. O guia intelectual assume uma tremenda responsabilidade, e Deus não irá ficar satisfeito se ele se servir do seu cargo para induzir os jovens ao erro, aos falsos princípios e à vaidade. Ao término desta primeira lição, seguida de debates e esclarecimentos, pude observar através de paredes transparentes, intelectuais brilhantes, governantes, religiosos, profissionais liberais competentes e famosos, rostos familiares e conhecidos, jovens e adultos tentando, desesperadamente, esconder a sua ignorância e confusão gerada pelo desinteresse em prol do conhecimento da verdade espiritual. Isto não significa que a nossa geração seja destituída do desejo de saber. Infelizmente, uma humanidade materialista que nunca se estudou tanto como agora, tenha deixado de lado as realidades do Espírito. Por outro lado, as religiões que não querem perder o seu poderio sobre os chamados anti-cristãos e hereges, aqueles que buscam o conhecimento inspirados pela legião de incansáveis instrutores espirituais que nos assistem. Para adquirirmos a paz de espírito é primordial que não se alardeie os seus conhecimentos; nunca fale de si; nunca se precipite para ser o primeiro a apanhar um lugar à mesa; nunca se utilize dos outros em benefício próprio, nem procure domina-los, como se lhes fosse superior. São estas as mais vulgares expressões da virtude da humildade que não consiste, de fato, tanto em humilhar-mo-nos perante o nosso próximo, como em reconheceremos a nossa pequenez, comparada com aquilo que deveríamos ser. (Do livro: Mãe, estou vivo.) ESPÍRITAS PRECISMOS NOS MELHORAR Todos nós que nos dizemos espíritas verdadeiros, precisamos fazer uma grande reflexão sobre nós mesmos. Somos realmente espíritas ou simpatizantes? Para responder afirmativamente a esta pergunta, o espírita precisa evitar o máximo possível cometer alguns defeitos, precisamos fazer realmente uma reforma íntima. Orgulho – Será que não tenho mais dentro de mim este terrível defeito? Vejamos. Cumprimento todos que encontro numa festa, ricos, pobres, mendigos, bem vestidos, mal vestidos. Abraço a todos igualmente ou só os “mais chegados”? Continuo querendo ser o foco de atenção em todos os lugares em que vou? Digo bom dia, boa tarde, boa noite a todos que encontro? Quero ser aplaudido em público por qualquer coisinha que eu fiz de bem, ou seja, quero que saibam que estou fazendo esta ou aquela caridade? Continuo firme numa casa espírita rica, com pessoas fortes, sadias, bem nutridas, doutores e abandono aquela casinha pobre, com crianças passando fome, precisando de evangelização, de alimentos, de conforto, de carinho, de roupas. Quando eu lá compareço é só pra falar mal, que isto e aquilo está errado, que esta ou aquela pessoa não devia abrir a boca, por mais que o pobre coitado estiver ajudando? Críticas negativas – Continuo falando mal de todo mundo? Esta ou aquela pessoa não presta, erra demais, não acerta uma. A minha língua é só para cuidar da vida dos outros, esqueço que o maior defeituoso sou eu mesmo. Eu não tenho nenhum defeito, imagine. Dou tudo de mim. Vivo cansado, ninguém me ajuda.. Por que será que os outros não cumprem o que prometem? Vícios – Uma casa espírita tem a finalidade de combater todo tipo de vício. E eu? Deixei meus vícios de lado ou continuo com os vícios e com a casa espírita? Será que ainda freqüento os mesmos lugares que antes: barzinhos, lanchonetes, quiosques, passando noitadas com os amigos, tomando umas e outras, claro não passo dos limites, indo aos finais de semana tomar umas e outras com os colegas nas praias, nos sítios; fumando de vez em quanto dois ou três cigarros por dia, jogando algumas partidinhas de sinuca e os vícios morais? Continuo sem nenhuma mudança? Será que estou mesmo fazendo uma reforma íntima ou estou enganando a mim e a todos que me rodeiam? Tenho um comportamento na casa espírita e outro em minha casa ou em outros lugares. Preciso refletir mais sobre isto. Humildade – Será que sou mesmo humilde? Sou simples? Debochei de alguém que estava carregando aquele osso rapado que ganhou no açougue porque não tem outra coisa para comer? E daquele menino que estava na rua catando latinhas, garrafas, será que eu disse para ele deixar aquilo porque era lixo? É claro, eu dei a ele os CR 100,00 reais que ele precisa por mês para se manter. Eu não posso ver ninguém catando lixo na rua, já vou dando a ele o dinheiro de que ele precisa para se manter. Assim é que se faz. E mais, será que não sou exibido e quero mostrar grandes conhecimentos, grandes possibilidades, falo demais, só ando nas rodinhas de gente fina, namorado ou namorada só de carrões. Visitar alguém humilde na favela, nem pensar. É possível que eles vão me assaltar. Doações – Gosto de fazer doações, mas eu sempre dôo para instituições. Aqueles chinelos velhos meus que não prestam mais, aquelas roupas velhas que não tem mais nenhum tipo de conserto. Aqueles móveis velhos que não há possibilidades de recuperação. Aquela TV que não dá mais nem sinal de vida. São ótimos para doações para instituições de caridade. Lá eles sabem o que fazer. Tem tanta gente precisando, coitadinhos. Afinal de contas, quando eu morrer, é isto que o Cristo pode me oferecer também. Foi isto que eu doei a ele. NOTÍCIAS O programa Linha Direta da TV Globo apresentou no dia 4/11 a reconstituição de um caso judicial em que o réu foi absolvido depois que o juiz aceitou nos autos uma psicografia ditada pela vítima -07ao médium Chico Xavier. Aproveitando a ocasião informamos que a Revista das religiões, edição de abril/superinteressante do mês de novembro dedicou capa e matéria de 8 páginas a Allan Kardec. A revista conhecer – fantástico”, que esta em todas as bancas, apesar do nome, fez uma edição bastante esclarecedora sobre o Espiritismo, inclusive colocando o nome e o endereço de todas as federativas estaduais para que os leitores soubessem onde procurar informações sobre o Espiritismo em seus respectivos Estados. O Jornal do Brasil do dia 2 de novembro, também trouxe o Espiritismo como tema, embora o tom seja jocoso no início, o restante da matéria está interessante. Em outubro, os jornais “O Estado de São Paulo”, Diário do Nordeste (Ceará)O liberal (Pará), o correio Braziliense (Brasília) e o Popular (Goiás0 noticiaram o bicentenário de Kardec e a emissão do selo em homenagem ao codificador. Todos os jornais trataram o assunto com muita seriedade e respeito. Agência Estado distribuiu noticiário do congresso de Paris e do bicentenário para mais de 500 jornais de todo o País. Na próxima semana, a revista “Isto é” deverá tratar do tempo Espiritismo. E na próxima novela das 8 da Rede Globo – América – a autora Glória Perez, vai tratar de experiência de Quase Morte. A HISTÓRIA DE HITLER Johann Georg Hiedler, um moleiro errante, conheceu em suas andanças uma mulher solteira chamada Anna Schicklgruber, que tinha um filho de nome Alois. Casando-se com ela, assinou papéis em que declarou ser o pai de filho de Anna. Entretanto, Alois não gostava de assinar Hiedler e adaptou seu nome para Hitler. E o tempo passou, demorado... Aproximava-se a última década do século XIX. Alois Hitler estava, então, com cinqüenta e dois anos. Precisamente no dia 20 de abril de 1889 nasceu Adolf, o terceiro filho do seu terceiro matrimônio. Casado com Klara Polzl – uma excamponesa de vinte e oito anos – moravam em Braunau, uma pequena cidade austríaca situada à beira do Rio Inn, na fronteira com a Alemanha, onde desenvolvia atividades alfandegárias. Logo depois o nascimento de Adolf, Alois se aposentou e, juntamente com a família, mudou-se para a região de Linz, a meio caminho entre Braunau e Viena, a capital da Áustria. Freqüentando a escola primária, o pequeno Adolf demonstrou ser um bom aluno, mas apresentou-se medíocre depois. Suas notas baixas irritavam profundamente seu pai. Alois – homem ríspido e de mau gênio – queria, de qualquer maneira, que o filho estudasse para ser funcionário do governo, assim como ele o havia sido. Mas o menino queria ser artista e cantou, durante certo período, num coro de igreja. Alois Hitler morreu em 1903 e Adolf abandou a escola em 1905, com a idade de dezesseis anos. Klara Polzl, sua mãe, era pobre, mas ele não trabalhava; passava o tempo em devaneios, lendo e desenhando... Procurando materializar seu anseio de artista, Adolf Hitler foi para Viena. Fez exame para ingressar na Academia de Belas Artes, mas não conseguiu seu objetivo. Um ano depois Klara Polzl morreu, enquanto seu filho era reprovado pela segunda vez. Com a morte da mãe, ele decidiu permanecer na capital da Áustria. Evitando emprego fixo, o filho de klara e Alois preferia tarefas ocasionais, como remover neve ou carregar malas na estação ferroviária. Ganhava um pouco de dinheiro fazendo cartazes para os donos das lojas ou pintando paisagens de Viena. Seus trabalhos eram mal realizados, mas ele se considerava um grande artista. Como muitos austríacos que falavam a língua alemã, Adolf Hitler se considerava alemão, orgulhoso de seus antepassados; e o ódio que desde crianças nutria pelos judeus, eslavos e membros de outras raças se acentuou nesse período. Os homens que o conheceram em Viena o descreveram como um tipo estranho, melancólico e facilmente irritável. Em 1913, o filho de Alois Hitler foi para Munique, na Alemanha. Estava com vinte e quatro anos. A primeira Guerra Mundial começou no ano seguinte e Adolf se alistou como voluntário no exército alemão; tomou parte em algumas das batalhas mais sangrentas e foi duas vezes condecorado por bravura. Ele amava o exército e desprezava os soldados que odiavam a guerra. Um ano depois da primeira Grande Guerra, Adolf Hitler iniciou sua escalada ao poder. Em 1920, com o velho império alemão derrotado e a economia do país arruinada, ele passou a chefiar o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, cujos membros eram chamados nazistas. O neto de Anna Schicklgruber acreditava que seria capaz de conquistar para a Alemanha a sua glória passada. Quando assumiu o cargo de chanceler (primeiro ministro), Hitler tornou-se senhor do governo; e aboliu os direitos constitucionais, dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições. Desencadeou violenta onda de repressão aos seus adversários e atingiu o seu objetivo. Na sessão de reabertura, o Parlamento concedeu plenos poderes a Adolf, o Chanceler da República. Em 1934. a morte do Marechal Hindenburg (reeleito Presidente em 1932), cedeu lugar ao Terceiro Reich, ou Terceiro Império alemão, do qual o Führer (líder Nazista) Adolf Hitler tornou-se o ditador absoluto. Seus discursos, pronunciados, numa voz aguda faziam a multidão gritar: “Heil, Hitler”” (“Salve, Hitler”). O filho de Klara e alois governou a Alemanha como ditador de 1933 a 1945. Tinha uma personalidade muito instável. Mas, ao mesmo tempo, possuía uma visão clara do que queria e a audácia para tenta-lo. Transformou a Alemanha numa poderosa máquina de combate e deu início à Segunda Guerra Mundial em 1939.Não respeitou a opinião de qualquer especialista em nenhum campo; ignorou, de modo ostensivo, o conselho de seus generais e seguiu unicamente a sua própria opinião, conquistando a maior parte da Europa. Adolf Hitler propagou a morte como ninguém o fizera antes. A partir da concepção racista de que o povo germânico era superior e que devia conservar a sua -08pureza, todos os elementos que pudessem corrompe-lo deveriam ser eliminados. Mandou executar ou prender todos os que se opunham a ele. Artistas, cientistas, escritores e numerosas personalidades de destaque buscaram refúgio no exílio. Odiando especialmente a raça semita, ordenou o seu extermínio nos países por ele dominados. Instalou campos de concentração onde cerca de seis milhões de judeus, um milhão e meio de ciganos, eslavos e indivíduos de outras nacionalidades considerados. Instalou campos de concentração onde cerca de seis milhões de judeus, um milhão e meio de ciganos, eslavos e indivíduos de outras nacionalidades consideradas “inferiores” foram aprisionados e assassinados. Muitas vítimas eram torturadas antes de serem mortas. Outras morriam de fome, esqueléticas; outras ainda, devoradas por enfermidades. Como todos os valores morais da civilização foram ignorados pelo fuher, além do extermínio em massa, realizavam-se experiências médicas em seres humanos. O filho de Klara e Alois continuou agindo assim mesmo quando a Alemanha estava sendo derrotada. As tropas americanas, inglesas e soviéticas já se avizinhavam do centro da Alemanha, aproximando o fim da Segunda Grande Guerra. Finalmente no dia 30 de abril de 1945, o Exército Vermelho entrou em Berlim. Sentindo-se perdido, Adolf Hitler ter-seia suicidado, juntamente com Eva Braun, sua antiga amante. Quando Klara e Alois viram o pequeno Adolf – que queria ser artista – cantando no coro da igreja, jamais poderiam avaliar quem era, em realidade, o pequeno Adolf... E você... pode avaliar quem é o seu filho? (Do livro: quem é seu filho?) O CAMINHEIRO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO ANO II N. 24 DEZEMBRO DE 2004 LAR ESPÍRITA CAMINHEIROS DA LUZ RUA 0-15 Q.32 N.381 N.s.APARECIDA Editorial Chegamos a mais um final de ano. Festas de um lado e outro. Todo mundo contente. Todo mundo alegre. Aqui no Lar também nós estamos todos contentes. Este ano estamos muito contentes porque tudo o que planejamos no ano anterior deu certo neste ano e fizemos muito mais do que aquilo que planejamos, graças ao bom Deus. Graças aos bons espíritos conseguimos levar a nossa mensagem, palavras de conforto e carinho a todos que nos procuraram neste ano. Houve muito serviço, houve muita luta, mas é assim mesmo. Não pode haver vitória sem luta. Agradecemos aqui a todos os nossos trabalhadores por tudo que fizeram em prol de todos que aqui vêm em busca de paz, de amor, de compreensão, de solidariedade e também de auxílio. Ganhamos trabalhadores novos, perdemos alguns trabalhadores. Lamentamos pelos que partiram, mas que eles consigam levar avante o pouco que aprenderam aqui e possam encaminhar novas pessoas ao bom caminho nos novos caminhos pelos quais partiram. Cristo tem muitos pontos de trabalhos espalhados por este mundo. Devemos nos adaptar ao que melhor acharmos, mas devemos sempre lutar para pescar mais almas ao Cristo. Também estamos muito felizes por quadruplicar o número de crianças do nosso lar. Fizemos o planejamento para 30 crianças, estamos com 120, quase na sua capacidade máxima. Para o ano que vem, novos cursos virão, novos trabalhadores e novas batalhas teremos que travar. Estamos preparados para mais uma luta e mais uma vez venceremos com o Cristo do nosso lado. Que Deus abençoe a todos nós para os novos campos de trabalhos. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NESTE ANO EVANGELIZAÇÃO 1a..TURMA – Iniciamos o ano com 30 alunos e terminamos com 118. Dividimos os evangelizandos em 4 turmas. A primeira turma vai de 2 a 5 anos de idade e ficou com a Ivone e a Lúcia. Nesta fase eles brincam, dançam, ouvem músicas, cantos, desenham, ouvem historinhas. É uma classe especial e temos todo o cuidado, pois tentamos inserir nestas crianças o gosto pelo lado religioso. São as nossas sementinhas futuras e temos muito cuidados com eles, pois eles precisam tomar gosto pela evangelização. 2a. TURMA – 6 a 8 anos ficou com a nossa Irmã Rosimeire. Nesta faixa eles já sabem ler, portanto são contadas historinhas religiosas, eles pintam, escrevem, ouvem historinhas, participam das brincadeiras e aqui já começamos a inserir os conhecimentos espíritas em poucas pinceladas. 3a.Turma – 9 a 12 anos ficou com a nossa irmã Natalina. Aqui está a maior turma, a turma mais alegre. Aqui já começamos o trabalho com relação ao Espiritismo. A idade é a ideal para que eles aprendam os princípios de Kardec, portanto nesta turma já trabalhamos mesmo com o espiritismo e obtemos bons resultados. Como eles já sabem ler, usamos técnicas variadas, desde questões doutrinárias a trabalhos práticos, aproveitando os exemplos da vida comum como: paz, amor, paciência, fé etc. 4a. Turma – 13 anos acima ficou com o professor Henrique. Nesta turma implantamos o ESDE – Estudo sistematizado da doutrina Espírita. Aqui ensinamos os princípios da doutrina espírita baseada nas obras de Kardec. A turma é bastante variada, pois temos jovens de 13 anos como também temos alguns adultos. Não só trabalhamos os princípios religiosos como também estudamos o espiritismo mais a fundo. ESTUDOS DE 2a.FEIRA – Nos estudos de segunda feira também adotamos as apostilas do ESDE. É o mesmo estudo que temos aos sábados para a 4a. Turma. Veremos todas as apostilas do ESDE e assim teremos uma boa noção do Espiritismo. De modo que, quem perder o estudo de sábado, pode recupera-lo no domingo e ter assim um processo de continuidade. Ainda nos estudos de segunda feira, vimos anteriormente, o estudo de: O Evangelho segundo o Espiritismo e a obra “Obsessão” de André Luiz. -02REUNIÃO MEDIÚNICA – Nas quartas feiras é realizada a sessão mediúnica. Temos orientado muitos desencarnados nesta sessão, procurando sempre encaminha-los para as escolas e os hospitais da espiritualidade a fim de que estes espíritos que não tiveram oportunidade de conhecer o evangelho quando encarnados, que encontrem as palavras do Evangelho na espiritualidade e se melhorem, se aperfeiçoem, perdoem e sejam perdoados, enfim que consigam fazer uma reforma íntima, se preparando para uma nova reencarnação. Na reunião mediúnica estudamos a obra “Obsessão” de André Luiz e terminando este começamos com a obra “O livro dos Médiuns” de Allan Kardec. REUNIÃO DE 6A.FEIRA – Tudo correu bem com as reuniões públicas durante o ano de 2004. Graças a Deus tivemos bons palestrantes que souberam levar um pouco de luz àqueles que pouco conhecem sobre a doutrina do Cristo. O nosso objetivo foi conseguido e Oxalá consigamos melhorar o coração de algumas pessoas que ainda não se encontraram. Tivemos algumas dificuldades em trazer palestrantes, mas tudo foi superado e conseguimos colocar tudo em seus devidos lugares, de modo que não ficou falha. CURSOS EVANGELICOS – Graças ao bom Deus conseguimos ministrar alguns cursos da área religiosa aos nossos participantes. Realizamos um Curso de gestante com 9 participantes. O curso foi realizado em 4 meses e no final do curso foi distribuído um enxoval completo para o novo bebê. MEDIUNIDADE - Houve o 1o. curso de Mediunidade para os novatos com a participação de 10 pessoas que receberam as noções básicas de mediunidade. Mais tarde estas pessoas deverão fazer um curso mais aprofundado e depois de muito estudo, vontade é que poderão participar das sessões mediúnicas. Consideramos a mediunidade uma coisa muito séria e não é para qualquer pessoa. PASSE – Como tínhamos necessidade de passista, tivemos que proporcionar o 2o. curso de passe ministrado em nosso lar. Também houve a participação de 10 trabalhadores, alguns já engajados dentro das atividades do lar. Outros eram novatos e alguns já começam a se integrar no lar. MINI CURSO DE PRECE – Notamos a grande dificuldade de os novatos começarem a fazer as preces, por isto ministramos um mini curso de preces a todos os interessados. Foram treinados 15 pessoas em três fases diferentes e graças a Deus já estamos colhendo os bons frutos. A qualidade do trabalho já melhorou muito neste lado, como nos dois acima. CURSOS NÃO-RELIGIOSOS – INFORMÁTICA - Proporcionamos também alguns cursos que não são da área religiosa. O maior deles é o curso de Informática. Tivemos um total de 135 alunos matriculados neste ano. Houve muita desistência, mas 17 já saíram diretos para o emprego e 17 concluíram o curso e receberam o certificado, totalizando 34. Muitos continuam estudando. Entregaremos os certificados sempre duas vezes ao ano: em julho e dezembro e neste dia realizaremos sempre um encontro de pais e uma festa especial. A informática será o nosso curso carro chefe, pois sem informática em nossos dias difícil será a conquista de um bom emprego. Conseguimos os computadores, de modo que teremos sempre a disposição este curso para os nossos evangelizandos. VIOLÃO – Criamos um curso de violão. A primeira turma começou com 15 alunos, mas infelizmente houve muita desistência apenas 2 terminaram o primeiro curso. Na segunda turma houve apenas 7 matrículas e infelizmente não foi para frente. Revimos o que estava errado e para o ano vindouro novamente estaremos oferecendo o curso e esperamos que desta vez teremos mais progresso. TECLADO – Houve um começo do curso de teclado neste ano. Como o professor e o aluno são novatos, as coisas estão ainda um pouco devagar, mas prometemos trabalhar mais para também oferecer um curso melhor de teclado aos nossos alunos. ARTESANATO – O curso que mais produziu foi o de Artesanato. Tivemos muitos e muitos alunos que aprenderam muitas obras artesanais e também ensinaram bastante. Infelizmente não demos continuidade por ficar um pouco caro os produtos e não recebermos ajuda financeira. Fechamos o curso ao público e criamos um parque infantojuvenil. Mudamos a rota de nossos evangelizandos. Mas os cursos virão no ano vindouro, com cara e pessoas diferentes. Com as peças fabricadas montamos uma lojinha no lar e temos vendido algumas pequenas peças, mas as obras são mais para amostragem do que nós podemos fazer. Brevemente voltaremos a estas atividades e criaremos uma associação. ALIMENTAÇÃO Uma de nossas grandes lutas é quanto a alimentação. Fornecemos sopas todos os sábados e é uma luta para conseguirmos os ingredientes para uma boa sopa. A sopa é oferecida todos os sábados às 17:30. Distribuímos um total de 100 pratos de sopa todas as semanas, somando-se o ano inteiro dá um total de 4.800 pratos de sopa. Fornecemos também 1 pão para acompanhar a sopa totalizando também 4.800 pães por ano. Uma determinada quantia de pães é oferecida pelo Mercado Arriel, o mercado nossa Senhora Aparecida também nos ajuda um pouco, o resto comppletamos. O Mercado 3 irmãos nos fornece uma determinada quantia de verduras para a sopa e completamos o resto. O Açougue modelo nos fornece os ossinhos e completamos o resto. No último sábado de cada mês é oferecida uma torta aos aniversariantes do mês. Compramos os ingredientes e a Ivone e algumas voluntárias fazem a torta. Todos os sucos de sábado são oferecidos por nós mesmos. Algumas famílias vêem buscar alimentação em nosso lar e todos voltam para casa com alguma coisa. -03ROUPAS E CALÇADOS Temos recebido muitas roupas e calçados e aqui são vários doadores. Do mesmo modo recebemos também muitos calçados. Todos estes produtos são distribuídos no decorrer do ano, basta que nos procurem e desde que sejam pessoas carentes. As roupas e os calçados têm chegado em bom estado de conservação e isto serve para as pessoas usarem ainda por um bom tempo. Agradecemos de coração a todas as pessoas que nos ajudam, pois só assim poderemos ajudar a muita gente e todos nos irmanamos num mesmo ideal: no amor de Cristo. PARTICIPAÇÃO NA FEEMT Dez trabalhadores nossos participaram dos eventos promovidos pela Federação Espírita do Estado de Mato Grosso. Fizemos cursos na Área de Presidência, Evangelização Infantil, Assistência Espiritual, Evangelização juvenil, Estudo sistematizado da doutrina Espírita. Foram muito bons os encontros e algumas das inovações mostradas pusemos em prática em nosso lar e está dando certo, graças a Deus. ENCONTRO DE PAIS Neste ano fizemos três encontros de pais dos quatro propostos. No primeiro encontro o tema foi EDUCAÇÃO DOS PAIS, onde foi mostrado que a família também deve fazer a sua parte em relação aos filhos. Todos os pais são responsáveis pela religiosidade dos filhos, pela criação do bom cidadão. Não adianta o Lar Espírita dar as instruções e as crianças encontrarem o inverso em casa. No segundo encontro o tema foi DROGAS onde foi falado sobre o perigo das drogas entre as crianças e os adolescentes. Demonstrado que todos nós corremos perigos com este grande mal que afeta a humanidade atual. No terceiro encontro o tema foi RESPONSABILIDADE DOS PAIS, onde tentamos mostrar que os pais precisam acompanhar os filhos de perto para saber onde se encontram, com quem estão e o que estão fazendo. Os pais precisam participar da vida dos filhos, pois eles fizeram um pacto na espiritualidade de que iria cuidar bem dos filhos e terá que responder por todos os atos que fizer aos filhos. O terceiro encontro foi um sucesso total pois houve a participação de mais de 120 pessoas uma vez que era também a entrega dos certificados do 1o. curso de informática. Ficamos muito contentes com a belíssima festinha apresentada aos pais e aos nossos evangelizandos. PARQUE INFANTO-JUVENIL Tivemos muitas dificuldades em manter o artesanato para os alunos. Nós sabemos que precisamos de alguma coisa para chamar a atenção dos alunos para a evangelização. Se não tiver alguma coisa diferente, eles não virão só para os estudos. Por isto criamos o artesanato. Mas como tínhamos poucas pessoas para ajudar neste setor e também as despesas que foram aumentando muito, pensamos em mudar de atividades e manter os alunos na evangelização. Nem pensávamos em um parquinho infantil e foi a própria espiritualidade quem nos intuiu a criação deste parque. Começamos a trabalhar firme neste ideal e logo começamos a arrecadar as peças principais: Compramos uma mesa de ping pong, um pebolim, uma mesa de botão, fizemos duas mesas de dama, criamos três bozós, três dominós, dois jogos da velha, 4 jogos de dardo, duas mesas de pião, um campinho de voley, um campo de peteca. Conseguimos o madeiramento do barracão dos joguinhos com um doador, com outro recebemos todas as telhas eternit. Um doador deu 8 metros de forro e conseguimos construir a casinha das bonecas, outro doador deu 3 gangorras de ferro, outro deu um parquinho completo e ganhamos brinquedos de vários doadores. Construímos o parquinho para a felicidade da criançada. Agora eles fazem questão de virem para se divertirem e ainda ganham grátis a evangelização e são encaminhadas para Cristo. Mas a luta não foi muito fácil. É preciso lutar muito para conseguir levar adiante o ideal que propusemos na espiritualidade. Temos trabalhado muito, a espiritualidade tem nos ajudado muito de modo que vamos vencendo todas as barreiras e vamos levando o Evangelho de Cristo adiante. Estamos conseguindo, graças a Deus. DESPESAS DE DEZEMBRO Luz 60,00 Jornal 30,00 Brinquedos/sucos 48,45 Mouse 10,00 Tinta 101,90 Ripão 18,00 Madeira 40,00 Doce/Refresco 53,73 Brinquedos 170,49 Tinta metálica 10,00 Pião/doces 14,65 Revelação filme 57,00 Filme 6,00 Cal virgem 6,40 572,99 Entrada em dezembro 60,00 Saldo negativo de 512,99 Doações de dezembro Brinquedos 2 mesas de pião Roupas usadas 2 cartuchos Coloridos 2 monitores 1 caixa ampliada 1 mesa de bozó 6 refrigerantes Roupas usadas Brinq/roupas/calçados Roupas usadas Garrafas Pet/caixas 150 livros 200 livros infantis l estante Anônimo Henrique Dona Núria Anônimo Anônimo Natalina Henrique Prof. Jeane Prof. Jeane Marco Anônimo Evanice Prof. Jeane Henrique Henrique DESPESAS DE 2004 Neste ano tivemos uma grande despesa em virtude das construções que já começaram, bem como algumas peças do parquinho que foram compradas. Abaixo colocaremos um quadro das despesas: -04DESPEZAS DE 2004 Desp.gerais Entrada Saldo negati Jan. 228,20 74,25 153,95 Fev. 270,19 140,00 130,19 Mar. 371,60 105,00 256,60 Abr 519,80 101,00 429,80 Mai.1.271,80 102,00 1.169,80 Jun 212,80 84,25 128,55 Jul. 2.295,19 1.319,00 876,10 Ago 994,10 141,00 853,10 Set. 2.447,10 143,50 2.303,60 Out 350,50 116,50 234,00 Nov. 463,50 60,00 413,50 Dez. 572,99 60,00 512,99 9.906,77 2.446,50 7.369,96 FESTAS Conforme fora programado, realizamos quatro festinhas neste ano. A primeira festa foi o dia das mães. Foi uma festinha simples realizada no dia 15 de maio e tivemos a participação de muitas mães. Foi bem animada com muitas músicas, apresentação das crianças, comes e bebes, brindes e o sorteio de 20 prêmios maiores. As mães saíram contentes do nosso lar. A segunda festa realizada foi a festa julina. Houve uma grande participação de nossa comunidade, com mais de 250 pessoas e uma animação total. Aconteceu no dia 31 de julho, último dia do mês. O ingresso foi vendido a um preço simbólico de 0,50 para com isto vir uma quantidade maior de pessoas. Houve comes e bebes de diversos tipos, brincadeiras, pescaria, joguinhos, torpedos, casamento, baile caipira, caixinha de segredo, bolos diversos, refrigerantes, picolés, pipocas e outros. A festa rendeu CR 703,00 e deu para fazer uma pequena cobertura dos gastos que fizemos durante o ano. No dia 16 de outubro realizamos também a festa da crianças. Tivemos algumas apresentações, esportes, joguinhos e no final uma macarronada com peixe. Pela primeira vez oferecemos uma peixada aos nossos evangelizandos, graças a FEEMA que nos doou o peixe. Foi uma animação total e uma participação muito grande tanto de crianças quanto de adultos. Todos adoraram a peixada. No ano que vem estamos preparando um novo cardápio que deve ser uma peixada novamente ou uma frangada, depende dos doadores. Mas a melhor festinha foi mesmo a do natal. Desdobramos a festinha em duas partes: a primeira no dia 17 de dezembro com o III encontro de pais de 2004, a entrega dos certificados à I turma de evangelizados e uma apresentação das crianças. No final oferecemos uma grande confraternização com salgadinhos e sucos. Foi uma animação total e todos saíram felizes no dia 17. No dia 18 de dezembro a dose se repetiu. Fizemos uma grande gingana esportiva com quase todos os nossos joguinhos funcionando: Voley, Peteca, Bozó, Pebolim, Ping Pong, Jogo da Velha, Jogo de Dardos, Dama, Dominó. Foi uma animação total. Mais tarde houve a apresentação das crianças com músicas e dança rítmica. Mais tarde houve a apresentação dos aniversariantes do mês, cantado os parabéns a você e a distribuição da torta e dos bolos. Todos saíram contagiados da festinha. Foi também o nosso encerramento do ano letivo. Um ano de muita luta, muito trabalho, mas também de muita vitória. Graças a Deus tudo deu certo e a nossa programação para o ano vindouro já está quase toda pronta. Continuaremos com os sábados ainda, mas com lazer para as crianças. A perna, um veículo da morte O coração, uma bomba de guerra O corpo, um envoltório sexual, sensual, Esfomeado das deturpações terrestres O ESPÍRITO – O PAGADOR PROMESSAS. POEMAS DO PROF. HENRIQUE Entristeci-me, perdi a vida Revi o drama em que me fui Entre fogo, fel e amargura Entre salgema, ferro e atadura Apodreci-me nos seios da imensidão. O QUE MAIS PENSO NA VIDA O que mais eu penso na vida É a paz para toda a população É o amor, o afeto, a fraternidade A união total entre os homens A evolução nos caminhos do Senhor A salvação de toda a humanidade. O que mais eu penso na vida É como ajudar a pobreza a sair deste terror Tratar dos doentes deste torrão Alimentar aqueles que passam fome Ensinar aqueles que não sabem Evangelizar aqueles que estão perdidos. O que mais eu penso na vida É como melhorar a humanidade Melhorando a mim mesmo Retirando todos os trombolhos Todos os empecilhos desta vida Para caminhar nas estradas do Senhor. DE VIDA E MORTE Revi o passado, cuspi lama Chorei lágrimas de putrefação Senti ódio, pavor, miséria Vivi séculos inteiros em podridão Correndo atrás de amores perdidos. Não queria ouvir, cuspi meu sangue Engoli veneno pelas veias Saí decepado a correr o mundo Jorrando sangue pelo vale afora A procura de uma morte que não vem. Entre fogos atômicos eu andei Em gramas de desgostos me enterrei -05Perdi o controle, passei o inferno Onde pago pelos anos já passados Em que cometi erros e por erros fui crivados. Amei a vida com prazeres bestiais Fiz tudo para não perder a calma Entre álcool, mulheres e aventuras Eu morri por um único dia de prazer E hoje tenho vários séculos de amargura. O que mais eu penso na vida É como elevar o pensamento de cada um Retirando de sua mente Todas as maldades, as injustiças, as impurezas Preparando todos os meus irmãos Para os caminhos fraternos da casa do Pai. REGREDINDO A MEMÓRIA EIS O HOMEM Eis o homem materialista O olho, um antro de cobiça e inveja O nariz, um faro de bestialidades mundanas A boca, uma serpente devoradora O rosto, um retrato de falsidade A cabeça, um inferno na torre O cérebro, um rio de correntes torpes O braço, um arco de sucuri Procuro observar minha presença E me encontro não muito distante Vejo meu trabalho tão humilde E a minha grande ignorância. Regresso a minha me memória no tempo Vejo um lugar remoto Uma pátria tão distante Um povo diferente. Em mim não havia amor Eu era um imbecil Matava pra sobreviver Gastava tudo nas farras. Fiz coisas inacreditáveis Mas, agradeço a Deus Que me permitiu voltar Cumprir meus trabalhos Solidificando as bases Pra ser quem eu sou. Foi um longo período de aprendizagem Meu Deus, eu penso Como avaliarei o dia de hoje Quando eu me observar Daqui a dois mil anos? PERDOA-ME, SENHOR Perdoa-me, Senhor, se errei Se falei mal em lugar do bem Se odiei quando podia amar Se neguei quando podia dar Se recuei quando podia avançar. Perdoa-me, Senhor Se fechei o rosto para alguém que sorriu Se neguei quando podia ajudar Se pedi sem precisar Se dei pedra em lugar de pão. Perdoa-me, Senhor Se discuti tentando vencer o ignorante Se bati num pobre coitado Se explorei o menos afortunado Se abusei da amizade do próximo. Perdoa-me, Senhor Se perdi meu tempo farreando Se não plantei boas sementes Se ignorei a meu lado os sofredores Se deixei de ensinar o bom caminho. Perdoa-me, Senhor Se eu ainda não sei rezar Se procurei ignorar o evangelho Se tentei negar a vossa presença Se fiz tudo, tudo errado. Perdoa-me, senhor Pois pretendo mudar de hoje em diante Para caminhar no caminho certo Ajudando a humanidade A crescer com amor e paz. ESTADIA NO UMBRAL Quem não faz nada ao seu semelhante nesta vida, vai passar uma longa temporada no umbral. São poucos livros que trazem informações sobre o umbral, mas existem alguns livros que nos trazem boas informações. O primeiro deles é a obra “Memórias de um suicida” que nos fala de uma zona de sofrimento chamado de Vale dos suicidas. Um outro livro importante que fala sobre o umbral é a obra de André Luiz “Nosso Lar” que vai descrever o lugar onde ele foi parar devido ao seu orgulho de ser médico só que quem podia pagá-lo. Mas ultimamente outras obras se destacam. Entre elas temos “Aconteceu na Casa Espírita” de Emanuel Cristiano e também o livro “O que encontrei do outro lado da vida” de Vera Lúcia Marinzeck. Baseando-se neste último livro e também nos conhecimentos que obtemos de outras fontes vamos dar algumas dicas.Primeiramente falamos que o umbral é um estado de espírito dos espíritos que não cumpriram seus deveres. Por isto eles sofrem muito, mas existem alguns lugares definidos onde eles passam algumas temporadas. O sol é visto entre névoas, clareando pouco e, caminhando pelo umbral, vai escasseando a luz solar; à noite, a escuridão é total. A paisagem é triste, sem nenhuma beleza. Todos os lugares se mostram com uma intensa penumbra, como se tivesse tudo coberto por uma fumaça. Temos uma idéia semelhante quando começa a escurecer na terra. É bem parecido com este aspecto. À medida que as coisas vão ficando um pouco distante, não temos noção do que é, vemos apenas um vulto. O ar é fétido e o odor varia: há cheiro de podridão, lama, mofo, carniça, tudo varia muito. A vegetação é pouca, escasseando conforme se adentra no umbral. Há várias árvores ressecadas e torcidas embora as plantas lá, também servem para a alimentação. Há em maior número uma vegetação rasteira de cor escura, sem beleza, não se vêem muitas espécies e não há flores. Há muitas pedras, lugares lodosos, outros arenosos, alguns pedaços secos. Aí não há vegetação. Pequenos filetes de água correm lentamente, há lugares em que a água é mais clara, em outros é suja, misturada com barro. Há alguns poucos animais de aspecto muito feio, mas não atacam ninguém, alimentam-se de fluidos nocivos. Há algumas aves, mas sem beleza, porém são úteis no umbral. Há muitos desencarnados que sofrem muito no umbral, outros se adaptam. Como na terra muitos não gostam de tomar banho, de escovar os dentes, pentear os cabelos, fazer uma boa higiene. Lá é assim. Há muitos encarnados que transitam no umbral, são os arruaceiros. Eles passam cantando e gargalhando. Gostam muito de blasfêmias e músicas eróticas. Andam todos sujos, enfeitados, trazem pinturas picantes, armas e só andam em bandos. Poucos andam solitários. Não existe na terra nenhum tipo de sofrimento que possa se igualar ao do umbral. Parecem enlouquecidos de dor. Os orgulhosos são os que sofrem mais. Eles vêem seu orgulho sendo ferido: são cuspidos, gozados, pisoteados e o pior de tudo – são escravizados pelos umbralinos. Há gemidos por todo lado. Muitos se arrastam pelo chão, são farrapos humanos. O sofrimento é tanto que uma mãe não reconheceria seu próprio -06filho ali.. Sofre-se de tudo ali: doenças, fome, sede, frio, dores, calor, tristeza, humilhação, desgosto, saudades. Quem praticou o mal, encontrará as suas vítimas que virão cobrar a dívida, através da vingança, da humilhação, da escravização. Eles sofrem e fazem sofrer. Há muitos buracos no umbral. E muitos infelizes caem ali e não conseguem sair facilmente. Cada buraco daquele se torna em abismo e ali não há luz, é escuridão total Muitos encarnados passarão pelo umbral, pois muitos não valorizam as coisas religiosas, não fazem o bem, não praticam a caridade, não estão nenhum pouquinho preocupados com o lado de lá. E não adianta conselhos, pois eles preferem a vida fácil aqui da terra. Coitados! Não sabem o que os esperam. O VALOR DA PRECE Quando uma pessoa está doente procura remédios para sarar, mas antes esta mesma pessoa esbanja a sua vida com bebidas, com cigarros, com gorduras de todo tipo. Seria muito melhor se esta pessoa se prevenisse, não abusasse, não fizesse tudo em excesso. A prevenção é a melhor coisa para se ter uma boa saúde. O mesmo acontece com a prece. Ela é um grande remédio para o nosso espírito, mas não devemos fazer nossas preces somente quando não estamos bem. É preciso ressaltar que a prece é uma conversa com Deus, uma espécie de confissão onde vamos falar dos nossos problemas ao Pai e pedir as orientações necessárias para melhor nos conduzirmos. Por isto esta conversa precisa ser todos os dias, de preferência duas ou três vezes ao dia. Assim fazendo criamos em torno de nós uma Luz que nos protege de espíritos imperfeitos que querem nos atacar, que querem nos atrapalhar. Por outro lado é preciso ter muita fé para que a prece surta os devidos efeitos. MUDANÇAS NO NOVO ANO Faremos algumas mudanças em nosso Lar no novo ano. Implantaremos novos cursos, teremos novos trabalhadores, começaremos nossas construções. Neste ano demos um pontapé inicial construindo o muro de três metros de altura. Como o Lar ficará fechado quando não tiver funcionando, precisará ter sua própria segurança, uma vez que não poderemos contratar guardas para cuidar dele. Por outro lado as atividades ficarão todas concentradas num só prédio, apenas com salas diferentes. Atualmente fazemos ginástica para abrigar a todos que nos procuram. Construiremos em primeiro lugar as 3 salas iniciais. A primeira sala é a de informática. Ela abrigará 12 computadores com seus periféricos e servirá também como uma sala de aula. A segunda sala será a Biblioteca que abrigará 10 mil volumes e servirá também como sala de aula. Trata-se de uma biblioteca pública onde não só os evangelizandos poderão utiliza-la, mas todos que precisarem fazer pesquisas. A terceira sala será a de Vídeo-som. Ela constará de uma televisão, um DVD, um vídeocassete, instrumentos musicais bem como os livros necessários para os cursos de música. Servirá também como uma sala de aula. O refeitório também será criado neste novo ano e as mesas atuais passarão para lá e servirão já para algumas turmas de evangelização. Também serão construídos dois banheiros no saguão. No mês de setembro faremos uma grande gincana no bairro. Nesta gincana serão arrecadados Alimentos, livros, brinquedos, roupas e calçados, garrafas plásticas, caixinhas de leite, latinhas de alumínio e outros. Haverá prêmios para as turmas vencedoras. Aos sábados serão criados torneios culturais e esportivos. Já temos todos os sábados estipulados para os dois eventos. TORNEIO CULTURAL 22/01 – Concurso de leitura 19/02 – Produção de um poema 19/03 – Produção historinha infantil 23/04 – Produção de um desenho 21/05 – Confecção de um quebra cabeça 18/06 – Frases de parachoques de carro 23/07 – Reescrever uma lenda/folclore 20/08 – Produção de um conto regional 17/09 – Produção de quadrinhas 22/10 – Produção de um gibizinho 19/11 – Construção de pensamentos 24/12 – Confecção de O que é o que é TORNEIO ESPORTIVO 29/01 – Voley 26/02 – Pebolim 26/03 – Tênis de mesa 30/04 – Dama 28/05 – Pião 25/06 – Dominó 30/07 – Peteca 27/08 – Bozó 24/09 – Jogo da velha 29/10 – Bola no arco 26/11 – Bambolê 31/12 – Dardos Esta tabela sofrerá algumas mudanças para adaptação dos dias. Estes são os eventos e os dias planejados, apenas os últimos dias sofrerão algumas mudanças. Estamos confiantes que tudo dará certo e teremos um ano bem mais animado com a garotada. Todos os vencedores ganharão prêmios. Outra mudança que colocaremos é o trabalho de Assistência Espiritual ou curas espirituais. A equipe espiritual já está preparada e a dos encarnados também, portanto a partir de fevereiro ofereceremos também este serviço ao público. É claro que para isto faremos algumas entrevistas com os necessitados, uma triagem durante o mês de janeiro, faremos o Atendimento Fraterno e só então a pessoa fará o devido tratamento. Não indicaremos nenhum tipo de remédio, apenas a fluidoterapia. O trabalho será aos domingos das 8 às 10 horas sempre com 4 trabalhadores a cada domingo: um dirigirá os trabalhos, dois auxiliarão e um outro fará o atendimento fraterno aos que ficarem no salão além de controlar a entrada dos necessitados. Outra mudança que faremos é quanto a divulgação da casa e da Doutrina Espírita. Visitaremos as escolas onde -07levaremos os folhetos da FEB com explicações sobre o Espiritismo e falaremos dos trabalhos da casa, tanto no campo espiritual como no campo cultural, destacando o curso de informática grátis. Também faremos visitas aos lares dos bairros periféricos ao Lar: Nossa Senhora Aparecida, Vista Alegre, Comodoro, São José, Mossoró, São Gonçalo. Não temos um horário ainda combinado, mas provavelmente será aos sábados ou domingos pela manhã. O presidente participará dos trabalhos da FEEMT todas as terças feiras e se encarregará das comunicações entre o lar e a FEEMT, bem como dos palestrantes que virão ao lar no próximo ano. Também no próximo ano prepararemos melhores nossos trabalhadores. Participaremos de grande parte dos eventos da FEEMT numa aproximação melhor da instituição. Levaremos um bom número de trabalhadores ao terceiro congresso Espírita de Mato Grosso. Vamos criar também a Associação dos Artesãos do Coxipó e para isto estaremos disponibilizando um dia para os trabalhos com artesanato. Serão todas as quartas feiras das 8 às 17 horas. Serão ministrados vários cursos de artesanato. Quem sabe ensinará a quem não sabe e nesta troca de experiências todos sairão ganhando, já que 70% do dinheiro da obra vendida será de quem a produziu e 30% ficará para o lar para custeio e despesas gerais. Estamos muito confiantes em nossos trabalhos para o próximo ano. Tudo está sendo bem planejado e com o apoio de Deus e dos bons espíritos levaremos nosso trabalho para frente e colheremos bons frutos. E é por isto que pedimos o apoio da espiritualidade, dos encarnados para que todos nós nos unamos nesta luta, nesta batalha para levar mais longe a palavra de Deus e ajudarmos a nós mesmos e a todos que nos seguem, porque todos nós somos irmãos em Cristo.