filmes
Transcrição
filmes
ÍnDICE > antestreias - o melhor e mais recente do cinema francês 2 automnes, 3 hivers 5 caméras brisées Alceste à biciclette Au bout du conte *a madrinha / Paris no cinema Aux yeux de tous Berthe Morisot Camille redouble Cherchez Hortense Du vent dans mes mollets *a madrinha Grand central Henri Jeune et jolie Kinshasa kids L’écume des jours La Vierge, les Coptes et moi Le dernier des injustes *Claude Lanzmann Queen of Montreuil Quelques heures de printemps Thérèse Desqueyroux > agnès jaoui - a madrinha On connaît la chanson Du vent dans mes mollets *antestreias Au bout du conte *antestreias > paris no cinema Les 400 coups Paris vu par... Petit à petit Rendez-vous Les amants du Pont-Neuf Paris je t’aime Au bout du conte *antestreias 8 9 10 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 26 28 29 33 17 12 36 37 > claude lanzmann - retrospetiva Pourquoi Israël? Shoah Tsahal Un vivant qui passe Sobibor 14 octobre 1943, 16 heures Le rapport Karski Le dernier des injustes *antestreias 45 45 45 46 46 46 24 > universo da animação Kirikou et les hommes et les femmes Kirikou et la sorcière Princes et princesses Azur et Azmar Aya de Yopougon Ernest et Célestine Le jour des Corneilles 51 51 52 52 53 54 55 > um grande clássico - cópia restaurada Hiroshima mon amour > programa paralelo Concerto avant-première Masterclass Caroline Champetier Ciclo Cinema e Literatura Concerto Agnès Jaoui 59 63 63 65 67 38 39 40 > informações úteis 68-69 40 12 programa sujeito a alterações - filmes legendados em português É para mim uma honra e um imenso prazer apresentar a 14ª Festa do Cinema Francês. O rganizada pelo Institut Français du Portugal, a Festa do Cinema Francês tem crescido gradualmente, tornou-se na manifestação mais visível e emblemática de França em Portugal e é hoje, um evento marcante da vida cultural portuguesa. Organizada em Lisboa, no Porto, em Coimbra, Guimarães, Faro e Almada, o festival prolonga este ano a sua extensão geográfica abrangendo uma nova cidade: Beja. A sua presença no território nacional permite oferecer aos espectadores uma alternativa ao cinema hollywoodiano predominante nos ecrãs das salas portuguesas. A sua programação rica e eclética, e as trocas entre os artistas franceses e o público português, são uma prova de que a diversidade cultural está viva nos dois países. A madrinha desta edição da Festa do Cinema Francês será a admirável realizadora, atriz e cantora Agnès Jaoui. Apaixonada por Portugal, e já tendo obtido um enorme sucesso nos ecrãs portugueses com o seu filme Le Goût des Autres, vem apresentar o seu último filme E Viveram Felizes Para Sempre…? (Au bout du conte). Este filme fará também a abertura do ciclo “Paris no Cinema”. Concebido no contexto das comemorações do 15º aniversário do Tratado de Amizade entre Lisboa e Paris, este ciclo permite aos espectadores descobrir, ou rever, filmes emblemáticos com a cidade de Paris como tema ou cenário, dos anos 50 aos dias de hoje. A Festa do Cinema Francês terá ainda o prazer de acolher a talentosa atriz e realizadora Noémie Lvovsky, que inaugura esta 14ª edição do festival no dia 10 de Outubro, com a divertida comédia Camille Redouble, que já conquistou a crítica e o público francês. Serão apresentadas diversas antestreias, de vários géneros cinematográficos, documentários, filmes de animação, na qual fará parte a homenagem a Michel Ocelot, o célebre autor de Kirikou, ou ainda a incontornável obra-prima de Alain Resnais, Hiroshima mon amour, restaurada pela Fundação Groupama Gan e pela Fundação Technicolor. Esta edição conhece ainda um evento excecional, que assenta na vinda do realizador Claude Lanzmann, a propósito da primeira retrospetiva integral da sua obra em Portugal, na qual irá apresentar o seu último filme Le Dernier des Injustes. Esta retrospetiva do realizador do marcante Shoah terá lugar na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. É para mim também uma grande alegria ver que a Festa do Cinema Francês continua a sua ascensão, reforçando as relações culturais e amigáveis entre os nossos países. A sua grande dimensão deve muito ao apoio dos nossos parceiros, dos distribuidores e dos patrocinadores, a quem devemos particularmente agradecer. E viva a Festa do Cinema Francês! Jean-François Blarel Jean-François Blarel Embaixador de França em Portugal 2 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | 3 COMPETIÇÃO PRÉMIO DO PÚBLICO Groupama Gan Seguros Votar! Votar! Votar! O prémio do público, atribuído pelos espectadores da Festa do Cinema Francês aos filmes com distribuição garantida em Portugal, tem tido, anualmente, uma adesão entusiasta. Mais uma vez, fazemos apelo ao seu voto, para permitir que os filmes a concurso encontrem os seus espectadores nas salas de cinema. O prémio no valor de 2.500 Euros é oferecido pela Groupama Seguros e é destinado ao apoio, à promoção e divulgação do filme vencedor, por ocasião da sua estreia nas salas comerciais. Os filmes a concurso estão identificados na secção Antestreias com o selo Prémio do Público. Não deixe de os ver e vote! Filmes a concurso: TIÇÃO COMPE PRÉMIO DO PÚBLICO Alceste à Bicyclette (De bicicleta com Molière) de Philippe Le Guay Au bout du conte (E viveram felizes para sempre…?) de Agnès Jaoui Camille Redouble (A segunda vida de Camille) de Noémie Lvovsky du vent dans mes mollets (Dentes de leão) de Carine Tardieu Grand Central de Rebecca Zlotowski Jeune et Jolie (Jovem e bela) de François Ozon L’Écume des Jours (A espuma dos dias) de Michel Gondry Le Dernier des Injustes (O Último dos injustos) de Claude Lanzmann Thérèse Desqueyroux (Thérèse Desqueyroux) de Claude Miller 4 | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 ANTESTREIAS O MElHOR E MAIS RECENTE DO CINEMA FRANCÊS 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 5 A Unifrance Films, cuja missão, desde há mais de 60 anos, é a promoção do cinema francês pelo mundo, está feliz por renovar o seu apoio à 14ª Festa do Cinema Francês, um evento que, durante um mês, de 10 de outubro a 10 de novembro, porá 7 cidades portuguesas a viver ao ritmo do cinema francês. A relação privilegiada entre os nossos dois países expressar-se-á, muito particularmente este ano, com a celebração do 15º aniversário do Tratado de Amizade entre Paris e Lisboa. Agnès Jaoui apresentará alguns filmes do seu percurso enquanto atriz, mas também como argumentista e realizadora, sendo que dois deles serão apresentados em antestreia. No encerramento deste ciclo, a 17 de outubro, finalizam-se também as comemorações do aniversário do Tratado, onde Jaoui nos presenteará com um momento especial. Para além de uma vintena de filmes apresentados em antestreia, a 14ª Festa do Cinema Francês é também ocasião para fazer as suas homenagens. Primeiro, a Claude Lanzmann, cujo filme Le Dernier des Injustes foi apresentado na Selecção oficial – Fora de Competição e Un certain Regard do Festival de Cannes deste ano. Será a sua primeira retrospetiva em Portugal e decorrerá na Cinemateca Portuguesa. Claude Lanzmann estará presente. A outra homenagem será prestada a Michel Ocelot com um ciclo de cinema de animação. A Festa, na qual participam os profissionais portugueses, tem o prazer de apresentar o filme Camille Redouble na sessão de abertura no Cinema São Jorge, com a presença da sua realizadora e atriz Noémie Lvovsky. Relembramos que, foi por ocasião da abertura da Festa do ano passado que foi lançado Paulette de Jérôme Enrico, com Bernardette Lafont. Prémio do público da 13ª edição, o filme teve 70 000 espetadores nas salas de cinema (o equivalente a The Artist/O Artista, em 2012, em Portugal). Aproveitamos a ocasião para nos regozijar com o enorme sucesso que tem actualmente La Cage Dorée/A Gaiola Dourada, de Ruben Alves, em Portugal; o filme registou, em setembro, resultados fora-de-série nas salas de cinema (primeiro do box office local com 470 000 entradas nas primeiras 5 semanas, após a sua saída comercial) e é quase certo que se tornará no maior sucesso francês jamais recenseado pela Unifrance Films em salas portuguesas. Agradecendo a todos os distribuidores portugueses, desejamos ao público da Festa — com 29 594 espetadores em 2012 — uma bela 14ª edição. Esperamo-vos ainda mais numerosos! Jean-Paul Salomé Présidente da Unifrance Films 6 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 7 5 CAMÉRAS BRISÉES 2 automnes, 3 hivers de Emad Burnat e Guy Davidi | 2012 | Documentário | 1h30 de Sébastien Betbeder | 2012 | Comédia | 1h30 Com 33 anos, Armand decide mudar a sua vida. Começa a correr. Encontra Amélie, que também corre para mudar a sua vida. O primeiro encontro é um choque. O segundo será uma facada no coração. COM: O realizador Sébastien Betbeder realiza em 1999 La fragilité des Revenants, primeira longa-metragem, a que se seguirão Le Haut Mal (2000), Des voix alentour (2004), Nu Devant un Fantôme (2006). Em 2007, realiza Nuage, apresentado no Festival Internacional de Cinema de Locarno. Entre 2009 e 2010, realiza uma série de curtas-metragens e, em 2012, apresenta-nos Les Nuits avec Theodore, que obteve um enorme sucesso por parte da crítica e foi selecionado para diversos festivais de cinema internacionais, destacando-se Toronto Film Festival. Em 2013, realiza 2 Automnes, 3 hivers, comédia original, cheia de musicalidade e fantasia poética. FOTOGRAFIA: Sobre o filme “Leve e melancólica, sincera e emocionante, a voz de Sébastien Betbeder é claramente uma das mais singulares do novo cinema francês” Festival Paris Cinéma Vincent Macaigne, Maud Wyler ARGUMENTO: Sébastien Betbeder Sylvain Verdet SOM: Roman Dymny MONTAGEM: Julie Dupré PRODUÇÃO: Envie de Tempête Productions ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Alpha Violet ESTREIA EM FRANÇA: 30/10/2013 Presença em festivais - Acid - Festival de Cannes 2013 - Festival Paris-Cinéma 2013 Emad, camponês, vive em Bil’in, na Cisjordânia. Há cinco anos atrás, na aldeia, Israel construiu um muro de separação que expropria os 1700 habitantes de metade das terras, com o objetivo de proteger a colónia judaica de Modi’in Illit. Os habitantes de Bil’in decidem travar uma luta não violenta, para manter o direito a ficar nas suas terras e de coabitar, pacificamente, com os Israelitas. Desde o início do conflito, e durante cinco anos, Emad filma as ações manifestadas pelos habitantes de Bil’in. Com a sua câmara, comprada no nascimento do seu quarto filho, ele estabelece uma crónica íntima da vida da aldeia em ebulição, desenhando o retrato da sua família e amigos, e o modo como eles são afetados por este conflito sem fim. Os realizadores Emad Burnat é um camponês palestiniano, e o primeiro a ser nomeado para os Óscares. Apresenta, em 2013, o filme 5 Caméras Brisées, co-realizado com o israelita Guy Davidi, fotógrafo e realizador de filmes documentais. Davidi trabalhou em vários projetos artísticos, nomeadamente Hamza, Les Souvenantes, e Diary of an Orange para o France Canal 3, tal como o filme Turtle Time para o Israel’s Channel 2. Para além da nomeação aos Óscares para Melhor Filme Estrangeiro, 5 Caméras Brisées, foi o grande vencedor do World Cinema Directing Award, no festival Sundance em 2012, recebendo ainda o Prémio Especial Broadcaster IDFA Audience Award e o Prémio Especial do Júri no Festival Internacional de cinema documental de Amsterdão. MONTAGEM: Véronique Lagoarde-Ségot, Guy Davidi música: Le Trio Joubran PRODUÇÃO: Guy DVD Films, Alegria Productions, Burnat Films Palestine ORIGEM: França, Israel, Palestina VENDAS INTERNACIONAIS: Cat & Docs ESTREIA EM FRANÇA: 20/02/2013 Presença em festivais - Óscares (2012) - nomeação - Sundance Film Festival (2012) - International Documentary Film Festival Amsterdam (2012) - Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independente (2013) Sobre o filme “Um testemunho que vai muito para além do documentário, (…) graças à excelente montagem, entre raiva e fragilidade. Um grito de sobrevivência lúcido e raro.” Le Nouvel Observatoire (Xavier Leherpeur) 8 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 9 foto: Myriam Touzé Alceste À BICYClETTE de Philippe Le Guay | 2012 | Comédia dramática | 1h44 TIÇÃO COMPE De bicicleta com Molière Saturado do lado desleal e egoísta do mundo do espetáculo, Serge Tanner, decide abandonar a sua reconhecida carreira de ator e isolar-se na Ilha de Ré. Três anos mais tarde, Gauthier Valence, recente estrela da televisão, vai ao encontro de Serge para lhe propor um dos papéis mais exigentes e audaciosos do mundo do teatro, o de Alceste, de Le Misanthrope, escrito por Molière. Os dois atores entram numa disputa de egos, descobrindo e caminhando nos seus próprios territórios. O realizador A primeira longa-metragem de Philippe Le Guay, professor da Escola de Cinema La Femis, data de 1989: Les deux fragonard. Seguiram-se dois telefilmes, até realizar L’année juliette (1993) e Trois huit (1995). Em 2003, realiza Le coût de la vie (2003) e em 2006, Du jour au lendemain, mas foi com Les femmes du 6ème étage que obteve um enorme sucesso junto da crítica e do público. Alceste à bicyclette é um filme ambicioso que põe em confronto duas personagens de universos diferentes à volta da peça de Molière, Le Misanthrope. Sobre o filme “Um filme que se apresenta como uma paródia, para se revelar numa comédia mordaz, de uma discreta virtuosidade” Le Monde (Thomas Sotinel) “A cumplicidade de Fabrice Luchini e Lambert Wilson é contagiante, e a obra de Molière vigorosamente rejuvenescida.” PRÉMIO DO PÚBLICO COM: Fabrice Luchini, Lambert Wilson, Maya Sansa ARGUMENTO: Philippe Le Guay FOTOGRAFIA: Jean-Claude Larrieu SOM: Laurent Poirier, Vincent Guillon MONTAGEM: Monica Coleman PRODUÇÃO: Les Films des Tournelles ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Pathé Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 16/01/2013 Presença em festivais - Tribeca Film Festival 2013 - Rendez-vous du Cinéma Français à Paris 2013 - Festival du Film Français en Israel 2013 TéléCinéObs (Jean-Philippe Guerand) 10 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 11 AU BOUT DU CONTE de Agnès Jaoui | 2012 | Comédia | 1h52 ciclo E viveram felizes para sempre…? Era uma vez uma rapariga que acreditava no grande amor, no destino e nos sinais; uma mulher que sonhava ser atriz; um jovem que acreditava no seu enorme talento enquanto compositor, mas não acreditava nada nele próprio. Era uma vez uma menina que acreditava em Deus. E um homem que não acreditava em nada, até ao dia em que uma vidente o relembrou da data da sua morte e aí, contra tudo o que sempre defendeu, começou a acreditar. A realizadora Agnés Jaoui, e a dupla que forma com Jean-Pierre Bacri, ficou conhecida em Portugal com o imenso sucesso que realizou no ano de 2000, O Gosto dos Outros, a que se seguiu Olhem para Mim, de 2004. Mas a realizadora tinha já uma enorme carreira como dramaturga, argumentista e atriz, tendo trabalhado com Patrice Chéreau, Cédric Klapisch ou Alain Resnais, com quem obteve um César para Melhor Atriz Secundária em On connaît la chanson. O argumento deste filme, assim como o de Smoking, No Smoking, era de Jaoui e Bacri e os dois guiões obtiveram o César para Melhor Argumento. Em Parlez-moi de la pluie, de 2008, os argumentistas voltam a tomar papéis principais e retratar com humor situações do quotidiano, ajudados pela excelente representação de Jamel Debbouze e Mimouna Hadji. Com Au bout du Conte, a fórmula de Jaoui e Bacri permanece imutável: narrativa poética, diálogos sensíveis e, desta vez, com um toque de magia. Sobre o filme “Filme coral, agridoce e divertido.” Première (Isabelle Danel) “Acima de tudo, este cinema continua a revelar um prazer de diálogos e de atores, de causticidade e de sensibilidade.” agnèsi jaou TIÇÃO COMPE PRÉMIO DO PÚBLICO COM: Agnès Jaoui, Jean-Pierre Bacri, Agathe Bonitzer ARGUMENTO: Agnès Jaoui, Jean-Pierre Bacri FOTOGRAFIA: Lubomir Bakchev SOM: Jean-Pierre Duret MONTAGEM: Fabrice Rouaud PRODUÇÃO: Les Films A4 ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Memento Films International ESTREIA EM portugal: 17/10/2013 Presença em festivais - Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente 2013 - Festival du film Francophone de Vienne 2013 - Internationales Film Fest München 2013 AUX YEUX DE TOUS de Cédric Jimenez | 2011 | Thriller | 1h25 673.000 câmaras de segurança de webcams em França. Um hacker anónimo “pirateou” todas as câmaras de Paris e observa a cidade a partir de um clique. Ele vê tudo, até ao dia em que um atentado devasta a estação de Austerlitz. A polícia vai atrás de uma pista que envolve um grupo de satélites da Al Quaeda. O hacker, consegue encontrar as imagens da explosão e descobre quem foi o jovem casal que deitou a bomba. Sem saber, ele vai meter o dedo numa terrível engrenagem. o realizador A sua carreira cinematográfica começa em 2007, com a produção e escrita do argumento do filme Scorpion. Produz ainda os filmes Eden Log, também em 2007, e Bangkok renaissance. Em 2011, realiza, escreve e produz o filme Aux Yeux de Tous, thriller fascinante e assustador ao mesmo tempo. Sobre o filme “Magistral filme de Cédric Jimenez (...). O espetador de Aux Yeux de Tous deixa-se levar desde os primeiros planos de zoom por este thriller urbano e metodicamente construído.” Le Parisien (Hubert Lizé) “Cativante, vertiginoso, rico em adrenalina (...).” Télé 7 Jours (Julien Barcilon) COM: Mélanie Doutey, Olivier Barthelemy, Francis Renaud ARGUMENTO: Arnaud Duprey, Cédric Jimenez, Audrey Diwan FOTOGRAFIA: Léo Hinstin SOM: Julien Ripert música: Julien Jabre, Michael Tordjman MONTAGEM: Marie-Pierre Renaud, Nicolas Sarkissian PRODUÇÃO: Le Cercle ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Films Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 04/12/2013 Presença em festivais - Festival du film francophone de Tübingen (2012) Télérama (Louis Guichard) 12 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 13 BERTHE MORISOT CAMIllE REDOUBlE de Caroline Champetier | 2012 | Biopic | 1h40 1865. Aos 25 anos, Berthe Morisot sonha em viver da pintura, sem nunca se casar, e ficar para sempre ao lado da sua irmã Edma. No entanto, os seus pais não vêem o futuro do mesmo ponto de vista e concebem-lhe um destino que esteja de acordo com as normas da época. Berthe revolta-se e o seu encontro com Manet vai alterar a sua forma de pensar, a sua relação com a sua irmã, com a pintura e com o mundo. O destino de uma mulher que virá a ser a primeira pintora profissional e a primeira impressionista. a realizadora Formada em imagem e realização em 1976 pela Femis, Caroline Champetier integra a equipa de Wiliam Lubtchansky e trabalha durante nove anos com vários realizadores, nomeadamente Jacques Rivette, Claude Lanzmann, François Truffaut. Em 1981, filma Toute Une Nuit, a sua primeira longa-metragem enquanto diretora de fotografia, realizada por Chantal Akerman. Quatro anos mais tarde, inicia a sua longa colaboração com Jean-Luc Godard, com quem assina sete filmes, entre os quais King Lear e Histoire du Cinéma. Trabalha ainda com alguns dos melhores realizadores franceses: Jacques Doillon, Philippe Garrel, André Techiné. Foi professora na Femis, e tinha uma rúbrica na revista Cahiers du Cinéma, a que se seguiu a crónica Plan Séquence, numa emissão da France-Culture. Foi presidente da Associação Francesa dos diretores de fotografia cinematográfica de 2009 a 2011. Depois de filmar mais 65 longas-metragens, filma Des Hommes et des Dieux, realizada por Xavier Beauvois, com o qual recebe o Grande Prémio no Festival de Cannes em 2010. Em 2012, filma Sport de Filles e Holy Motors de Léos Carax, realiza Berthe Morisot e, entre 2012 e 2013, colabora novamente com Claude Lanzmann no filme Le Dernier des Injustes. Sobre o filme “Através do filme, descobrimos a complexidade das ligações entre a pintura, a família e o amor desta artista fascinante.” Iris Brey 14 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 de Noémie Lvovsky | 2011 | Comédia | 1h55 COM: Marine Delterme, Alice Butaud, Malik Zidi ARGUMENTO: Philippe Lasry, Sylvie Meyer FOTOGRAFIA: Caroline Champetier SOM: Annabel Acquaviva MONTAGEM: Jean-François Elie música: Éric Demarsan PRODUÇÃO: France 3 (FR 3), K’Ien Productions, Maybe Movies ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Doc & Film International ESTREIA EM FRANÇA: 06/02/2013 Presença em festivais - Festival International du Film de Cannes 2012 – Fora de Competição - Toronto Film Festival 2012 - San Francisco International Film Festival 2013 TIÇÃO COMPE A segunda vida de Camille PRÉMIO DO PÚBLICO Após 25 anos de casamento, Éric pede o divórcio a Camille. Na noite da passagem de ano, Camille regressa ao passado, aos seus 16 anos, à sua família, aos seus amigos, a Éric. Lá, revive as suas memórias, redescobrindo-as com a doçura e vivacidade da sua juventude. Um filme nostálgico, cheio de humor e fantasia. a realizadora Com o diploma da Escola de Cinema La Femis, Noémie Lvovsky realiza, em 1994, o seu primeiro filme, Oublie-moi. Em 1996, escreve, juntamente com Philippe Garel e Marc Cholodenco, o argumento do filme Le Cœur Fantôme de Philippe Garrel e, três anos mais tarde, realiza La vie ne me fait pas peur, nomeado para o Leopardo de Ouro do Festival de Locarno. Em 2001, começa o seu percurso de atriz com o filme de Yann Attal, Ma Femme est une actrice, a que se seguem Rois et Reine, de Arnaud Depleschain, L’Un reste, l’autre part, de Claude Berri, entre muitos outros. Volta à realização em 2003, com Les Sentiments, cujo enorme sucesso lhe valeu 4 nomeações ao César. Em 2007, assina o argumento do filme Actrices, com Valeria Bruni Tedeschi e Agnès de Sacy, vencedor do Prémio Especial do Júri na 60ª edição do Festival de Cannes, na secção Un Certain Regard. A partir de então, participa enquanto atriz em várias produções francesas, nomeadamente em Les Beaux Gosses, com o qual recebe a nomeação para melhor atriz no papel secundário. Em 2012, regressa à realização com Camille Redouble, comédia inventiva, comovente e divertida. Sobre o filme “Lvovsky é emocional, romântica : ela assume-o até ao extremo da idealização do passado.” Télérama (Louis Guichard) “Lvovsky faz ressoar no cinema independente, uma pequena música que não pertence senão a ela. Uma harmonia feliz da qual a discórdia será a chave.” Le Monde (Jacques Mandelbaum) COM: Noémie Lvovsky, Samir Guesmi, Judith Chemla ARGUMENTO: Noémie Lvovsky, Maud Ameline, Pierre-Olivier Mattei, Florence Seyvos FOTOGRAFIA: Jean-Marc Fabre SOM: Olivier Mauvezin, Sylvain Malbrant, Stéphane Thiébaut MONTAGEM: Annette Dutertre, Michel Klochendler PRODUÇÃO: F Comme Film, Ciné ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Gaumont ESTREIA EM FRANÇA: 12/9/2012 Presença em festivais - Cannes – Quinzaine des Réalisateurs 2012 - César du Cinéma Français 2013 - New York Film Festival 2012 - Festival del Film Locarno 2012 - Goteborg International Film Festival 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 15 DU VENT DANS MES MOLLETS cherchez hortense de Pascal Bonitzer | 2012 | Comédia | 1h40 Damien, professor de civilização chinesa, vive com a sua mulher, Iva, encenadora, e o filho de ambos, Noé. Aos poucos, a rotina foi apagando a intensidade da história de amor do casal. Para evitar que uma certa Zorica fosse explusa, Damien dá por si encurralado por Iva, que insiste para que ele peça ajuda ao seu pai, conselheiro de Estado, com o qual ele tem uma relação mais do que distante. Tal missão aventurosa fará Damien mergulhar numa espiral de acontecimentos que irão transformar a sua vida... o realizador Mestre em filosofia, torna-se crítico de cinema, em 1969, na revista Cahiers du Cinéma. Trabalha, desde 1975, como argumentista, tendo colaborado com alguns dos melhores realizadores franceses, dos quais se destacam Jacques Rivette, Chantal Akerman, André Techiné ou ainda Benoît Jacquot. Em 1986, é nomeado diretor do departamento de argumento da Femis. Realiza a sua primeira longa-metragem Encore, em 1996, a que se seguem, Rien sur Robert de 1999 e Petites Coupures, de 2003, Je Pense à vous, de 2006 e Le Grand Alibi, de 2008. Em 2013, estará presente na Festa do Cinema Francês para apresentar Cherchez Hortense, filme intrincado, pródigo em referências literárias que, simultaneamente, nos comovem e inquietam. Sobre o filme “(O filme) reúne qualidades que têm, por vezes, tendência a serem raras no cinema francês.” La Croix (Arnaud Schwartz) “O sexto filme de Pascal Bonitzer (...) é o mais circular, mais leve e mais rico.” Inrockuptibles (Jean-Baptiste Morain) 16 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 de Carine Tardieu | 2011 | Comédia | 1h29 COM: Jean-Pierre Bacri, Kristin Scott Thomas, Isabelle Carré ARGUMENTO: Pascal Bonitzer, Agnès de Sacy FOTOGRAFIA: Romain Winding SOM: Philippe Richard música original: Alexei Aigui MONTAGEM: Élise Fiévet PRODUÇÃO: SBS Productions ORIGEM: França Dentes de leão COM: A realizadora Nascida em 1973, Carine Tardieu frequenta a École supérieure de réalisation audiovisuelle, em Paris. Em 2000, assume o argumento da série televisiva Âge Sensible. Três anos depois, realiza a sua primeira curta-metragem Les Baisers des autres e em 2007, a sua primeira longa-metragem La Tête de maman, com Karin Viard no papel principal. Em 2012, apresenta-nos Du Vent dans Mes Mollets, apresentado em mais de 17 festivais internacionais de cinema. ARGUMENTO: Sobre o filme “Através de uma encenação inventiva e de atores excelentemente escolhidos, Carine Tardieu mistura tons infantis de um universo de casa de bonecas, com uma descrição muito pouco ingénua das relações familiares e amorosas.” Télérama (Frédéric Strauss) ESTREIA EM FRANÇA: “De rir até às lágrimas, esta comédia é o mais belo presente cinematográfico do verão... e da rentrée.” 05/09/2012 Presença em festivais - Mostra Internacional de Cinema de Veneza (2012) - Mostra Internacional de Cinema de Viena (2012) - César du Cinéma Français (2013) Paris Match (Alain Spira) COMPE agnèsi PRÉMIO DO jaou PÚBLICO Mimada pelos seus pais excessivamente zelosos, Rachel, de 9 anos, conta os minutos que a separam da liberdade. Até ao dia em que o seu caminho se irá cruzar com o da intrépida Valérie. VENDAS INTERNACIONAIS: SBS Productions TIÇÃO ciclo Agnès Jaoui, Dénis Podalydès, Isabelle Carré, Isabelle Rossellini Carine Tardieu, Raphaëlle Moussafir FOTOGRAFIA: Antoine Monod SOM: Ivan Dumas MONTAGEM: Sylvie Landra, Nathalie Hubert, Reynald Bertrand Música: Éric Slabiak PRODUÇÃO: Karé Productions ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Gaumont ESTREIA EM FRANÇA: 22/08/2012 Presença em festivais - Festival des films du monde de Montréal (2012) - Rendez-vous du cinéma français à Paris -Goteborg International Film Festival (2013) - Festival Internazionale del filmi di Roma (2013) 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 17 GRAND CENTRAl de Rebecca Zlotowski | 2013 | Drama/Romance | 1h34 HENRi TIÇÃO COMPE PRÉMIO DO PÚBLICO de Yolande Moreau | 2012 | Drama | 1h47 Gary é um jovem desamparado que é contratado para trabalhar numa central nuclear. Aqui, próximo dos reatores, encontra um ambiente familiar e estabilidade financeira, até ao aparecimento de Karole, noiva de Tony. O amor proibido que surge entre ambos e as doses radioativas começam a contaminar Gary, e os dias tornam-se cada vez mais ameaçadores. COM: A realizadorA Rebecca Zlotowski frequenta, em 2003, a Escola de Cinema La Femis e é com o projeto de final de curso que realiza a sua primeira longa-metragem Belle Épine, apresentada no festival de Cannes, no contexto da 49ª Semaine de la Critique. Recebe, em 2011, o prémio Louis-Delluc para Melhor Primeiro Filme, e vale a Léa Seydoux a nomeação para o César de Melhor Atriz Revelação Feminina. Em 2013, apresenta-nos o filme Grand Central e garante, mais uma vez, o seu lugar no festival de Cannes. Cédric Deloche, Gwennolé Le Borgne, Alexis Place, Marc Doisne Sobre o filme “O segundo filme de Rebecca Zlotowski revela-nos, fazendo jus aos mestres do realismo francês, uma paixão interdita no meio de uma central nuclear. Os atores (Léa Seydoux, Tahar Rahim, Oliver Gourmet...) estão excecionais.” Télérama (Aurélien Ferenczi) “Trata-se do grande sucesso de Rebecca Zlotowski, que celebra o improvável casamento entre originalidade de estilo e realismo social.” Tahar Rahim, Léa Seydoux, Olivier Gourmet ARGUMENTO: Rebecca Zlotowski, Gaëlle Macé FOTOGRAFIA: George Lechaptois SOM: MONTAGEM: Julien Lacheray PRODUÇÃO: Les Films Velvet ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Elle Driver ESTREIA EM FRANÇA: 28/08/2013 Presença em festivais - Festival de Cannes 2013 – Un Certain Regard Encontro entre dois seres humanos marginais, solitários. Henri, cinquentão, homem reservado, resignado e um pouco alcoólico, e Rosette, com uma ligeira deficiência mental, que sonha em amar, em sexualidade, em ser normal... a realizadora Tendo já três prémios César acumulados ao longo da sua carreira, (um para melhor primeiro filme e dois para melhor atriz), Yolande Moreau é considerada por muitos como uma das mais expressivas e versáteis atrizes do cinema francês. Trabalhou como atriz com Agnès Varda, Costa-Gavras, François Ozon e Benoît Delépine e Gustave Kevern. Com Quand la mer monte..., primeira longa-metragem, co-realizada com Gilles Porte, recebe ainda o prémio Louis-Delluc para melhor primeiro filme. Em 2013, apresenta na Quinzena de Realizadores, Henri, tragicomédia singular, delicada e luminosa. Sobre o filme “Basta ver como Yolande Moreau enquadra a deficiência de Rosette, para perceber que a realizadora, de enorme coração e inteligência, está atrás da câmara: a atriz Candy Ming, bela e luminosa.” Libération (Gérard Lefort) COM: Miss Ming, Pippo Delbono, Jackie Berroyer ARGUMENTO: Yolande Moreau som: Jean-Paul Bernard música: Wim Willaert MONTAGEM: Fabrice Rouaud PRODUÇÃO: Christmas in July ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Le Pacte ESTREIA EM FRANÇA: 04/12/2013 Presença em festivais - Festival de Cannes – Quinzena de Realizadores (2013) Les Inrocks (Romain Blondeau) 18 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 19 JEUNE ET JOlIE de François Ozon | 2012 | Drama | 1h34 KINSHASA KIDS TIÇÃO COMPE Jovem e bela PRÉMIO DO PÚBLICO de Marc-Henri Wajnberg | 2012 | Comédia dramática | 1h25 Jeune et Jolie mostra-nos, em quatro estações e quatro canções, as aspirações e motivações de uma jovem de 17 anos que a levam a prostituir-se, não pela falta recursos económicos, mas pelo prazer da descoberta da sexualidade e do jogo da sedução. COM: O realizador François Ozon estudou cinema, foi aluno de Éric Rohmer e fez uma tese final sobre Maurice Pialat, até que, em 1990, se tornou professor na Femis, prestigiada escola parisiense de Cinema. As suas primeiras curtas-metragens chamaram a atenção, tendo Une robe d’été sido premiada em Locarno em 1996. Sitcom, de 1998, é a sua primeira longa-metragem e nela continua a ressaltar um discurso pessoal que se aproxima do fantástico e que recorre, sem medo, à teatralidade. A partir de Les Amants Criminels, de 1999, sucedem-se várias longas-metragens bem acolhidas pelo público e pela crítica como Sob a Areia (2001), 8 Mulheres (2002), Swimming Pool (2003) ou O Tempo que Resta (2005), que surpreendem sempre pela mudança de registo e de temáticas. Em 2010, filma Le Refuge, onde volta a inovar pela delicadeza do tom e pela forma de agarrar as questões da toxicodependência e da perda. Com Jeune et Jolie, questiona o papel da sociedade face aos assuntos tabu da sexualidade, fomentando o diálogo entre pais e filhos. FOTOGRAFIA: Sobre o filme “Um filme misterioso e perturbante.” Évène (Olivier de Bruyn) “Uma viagem delicada que explora a nu os desejos e pulsões da adolescência. Com Jeune et Jolie, François Ozon volta ao seu cinema mais sensível.” Marine Vacth, Géraldine Pailhas, Frédéric Pierrot ARGUMENTO: François Ozon Pascal Marti SOM: Brigitte Taillandier MONTAGEM: Laure Gardette PRODUÇÃO: Mandarin Cinéma ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch ESTREIA EM FRANÇA: 21/08/2013 Presença em festivais - Festival de Cannes 2013 – Competição Oficial - Toronto Film Festival 2013 - Karlovy Vary International Film Festival 2013 Kinshasa, Congo. Oito crianças desamparadas, consideradas pelas suas famílias como bruxas, organizam um grupo musical como forma de renunciar o destino e recuperar o controlo das suas vidas. Apoiadas por Bebson, músico brilhante e manager improvisado, eles irão fazer vibrar a cidade! O realizador Nascido em 1953, estudou realização no Instituto Nacional Superior de Artes do Espetáculo e das Técnicas de Difusão (INSAS), em Bruxelas. Em 1973, escreve, produz e realiza a sua primeira curta-metragem Kak Of Geen Kak, De Pot Op e em 1995 realiza a sua primeira longa-metragem Just Friends. Durante toda a sua carreira, realiza mais de 2000 curtas-metragens, passando ainda pelo teatro e cinema como ator. Kinshasa Kids é a sua segunda longa-metragem. Sobre o filme “Cruzando dois géneros cinematográficos (ficção e documentário), o realizador consegue entrar pela vida quotidiana destas crianças de rua, com emoção e bom humor” COM: Emmanuel Fakoko, Gabi Bolenge, Gauthier Kiloko ARGUMENTO: Marc-Henri Wajnberg FOTOGRAFIA: Danny Elsen, Colin Houben SOM: Luc Cuveele, Cyril Mossé MONTAGEM: Marie-Hélène Dozo PRODUÇÃO: Crescendo Films, Wajnbrosse productions, RTBF - Radio Télévision Belge de la Communauté Française ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Le Journal du Dimanche (Maria Malagardis) Mk2 “Rejeitando a ingenuidade e o pathos, Kinshasa Kids, revela-nos um olhar curioso, divertido e muito atento sobre estas crianças.” 03/04/2013 Le Monde (Noémie Luciani) ESTREIA EM FRANÇA: Presença em festivais - BFI London Film Fest 2012 - Hof International Film Festival 2012 Télérama (Louis Guichard) 20 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 21 l’écume des jours A espuma dos dias de Michel Gondry | 2013 | Comédia dramática | 2h05 LA VIERGE, LES COPTES ET MOI TIÇÃO COMPE PRÉMIO DO PÚBLICO de Namir Abdel Messeeh | 2011 | Documentário | 1h31 História surreal e poética de um jovem idealista e inventivo, Colin, que se apaixona por Chloé, cuja beleza e delicadeza lhe soa a um blues de Duke Ellington. COM: O realizador Após tornar-se conhecido através da realização de vídeo-clips de artistas como Bjork, Massive Attack ou Chemical Brothers, Michel Gondry, realiza, em 2001, o filme Human Nature, com Charlie Kaufman no argumento. O realizador e o argumentista voltam a trabalhar juntos para, em 2005, apresentarem Eternal Sunshine of The Spotless Mind, que lhes valeu o Óscar de Melhor Argumento Original. Dois anos mais tarde, escreve e realiza La Science des Rêves, onde explora o universo da poética dos sonhos, dimensão abstrata e fantástica que acabará por marcar o imaginário da cinematografia do realizador. Entre 2009 e 2012, realiza Be Kind, Rewind com Jack Black no papel principal, o documentário estreado em Cannes L’Épine dans le cœur, The Green Hornet, filme de acção cómico e The We and The I, apresentando na Quinzaine des Réalisateurs de Cannes 2012. Em 2013, apresenta-nos L’Écume des Jours, adaptação cinematográfica da obra literária de Boris Vian. FOTOGRAFIA: Sobre o filme “Michel Gondry é, definitivamente, o cineasta ideal para adaptar o romance de Boris Vian: L’Écume des jours é uma pérola onírica, com um tom amargo e uma profunda melancolia.” Marine LeGohebel “A força do filme, fascinante e esquizofrénica, aproxima-nos de tal forma ao universo de Vian, que vai muito além do que poderíamos imaginar.” Cahiers du Cinéma (Thierry Méranger) 22 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 Romain Duris, Audrey Tautou, Gad Elmaleh ARGUMENTO: Michel Gondry, Luc Bossi Christophe Beaucarne SOM: Étienne Charry MONTAGEM: Marie-Charlotte Moreau PRODUÇÃO: Brio Filmes ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Studiocanal ESTREIA EM FRANÇA: 24/04/2013 Presença em festivais - Moscow Internacional Film Festival 2013 - Sydney Film Festival 2013 - Karlovy Vary Internacional Film Festival 2013 Namir parte para o Egito, o seu país de origem, para realizar um filme sobre as aparições miraculosas da Virgem, no seio da comunidade cristã. De acordo com a sua mãe “há pessoas que a vêem, e há pessoas que não a vêem. Há, certamente, uma mensagem nisso”. Rapidamente o inquérito serve-lhe de pretexto para rever a sua família e para reunir toda a aldeia numa rocambolesca encenação… Entre o documentário e a ficção, surge uma formidável comédia sobre as raízes, a crença… e o cinema. O realizador Nascido em 1974, obtém o diploma da Escola Femis em 2001. Em 2005, realiza duas curtas-metragens Oi, Waguih e Quelque chose de mal. Em 2012, apresenta-nos a sua primeira longa-metragem, que mistura diferentes géneros cinematográficos, entre o documentário e a ficção. Este filme recebeu boas críticas por parte da imprensa, tendo sido nomeado para Melhor ficção documental no Tribecca Film Festival. Obteve o 3º Prémio da secção Panorama Audience Award, na edição de 2012 da Berlinale. Sobre o filme “Filme ousado, divertido, emocionante, diz muito sobre a sociedade egípcia, as relações complexas entre cristãos e muçulmanos e o poder mágico, quase religioso, do cinema.” Le Nouvel Observateur (Jérôme Garcin) “Hesitando entre uma narrativa autobiográfica, evocando a comunidade cristã através de um inquérito, Messeeh encontra uma única saída para a sua narrativa, a de apresentar um falso milagre – mas um verdadeiro momento de cinema!” COM: Siham Abdel Messeeh, Namir Abdel Messeeh ARGUMENTO: Namir Abdel Messeeh, Nathalie Najem, Anne Paschetta FOTOGRAFIA: Nicolas Duchêne SOM: Julien Sicart MONTAGEM: Sébastien de Sainte Croix PRODUÇÃO: Oweda Films ORIGEM: Franca, Qatar, Egipto VENDAS INTERNACIONAIS: Doc & Film International ESTREIA EM FRANÇA: 29/08/2012 Presença em festivais -Berlinale (2012) - Tribecca Film Festival (2012) - Festival de Cannes (2012) - Sidney Film Festival (2012) Les Fiches du Cinéma (Thomas Fouet) 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 23 lE DERNIER DES INJUSTES Claude Lanzmann | 2012 | Documentário | 3h40 ciclo O Últimde Último dos injustos Último documentário do realizador Claude Lanzmann, apresentado na 66ª edição do Festival Internacional de Cannes, retrata o polémico e controverso papel de Benjamin Murmelstein nos campos de concentração de Theresienstadt. Confrontando três diferentes épocas, de Nisko a Theresienstadt e de Viena a Roma, Claude Lanzmann volta a denunciar a perversidade do nazismo, revelando a verdadeira face de Eichmann e o bárbaro sistema do Conselho de Judeus. O realizador Claude Lanzmann, formado em filosofia e jornalismo, é convidado por Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, — com quem acabaria por manter uma relação amorosa —, para trabalhar na revista Les Temps Modernes, fundada em 1945. Em 1973 realiza o seu primeiro filme, Pourquoi Israel, que mostra um conjunto de entrevistas inéditas e singulares, mas é em 1985 que Claude Lanzmann faz estremecer o público e a crítica ao apresentar o perturbante Shoah, incontornável obra-prima cinematográfica, com 9h30min de duração. O realizador retrata, com uma clareza e visceralidade impressionante, a tragédia do genocídio dos judeus europeus nos campos de concentração nazis. Em 1994 lança o polémico Tsahal e a partir de então os seus filmes são parcialmente realizados a partir de excertos de película não utilizada no documentário Shoah. Sobre o filme “Perturbante, vertiginoso, rancoroso e sardónico.” TIÇÃO clauden PRÉMIO DO lanzman PÚBLICO COMPE COM: Claude Lanzmann ARGUMENTO: Claude Lanzmann FOTOGRAFIA: Caroline Champetier, William Lubtchansky SOM: Antoine Bonfanti, Alexandre Koeller MONTAGEM: Chantal Hymans PRODUÇÃO: Synecdoche, Le Pacte ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Le Pacte ESTREIA EM FRANÇA: 13/11/2013 Presença em festivais - Festival de Cannes 2013 – Fora de Competição Le Monde (Jacques Mandelbaum) “Claude Lanzmann, 87 anos, regressa com Le Dernier des Injustes, um documentário magistral.” Público (Vasco Câmara) 24 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 25 QUEEN OF MONTREUIL de Solveig Anspach | 2011 | Comédia dramática | 1h27 Estamos no início do verão e Agathe está de regresso à sua casa em Montreuil. Ela deve avançar com o seu trabalho de realização mas, ao mesmo tempo, fazer o luto do seu marido, que acaba de morrer de forma brutal. Talvez conseguisse mais facilmente se deixasse de carregar a urna funerária sem saber o que fazer com as cinzas! A chegada imprevista, à sua casa, de um casal de Islandeses, de um otário e de um vizinho enamorado por ela, vão dar-lhe motivos para reconquistar a sua vida… COM: a realizadora Diplomada pela reconhecida escola de cinema em Paris Femis (Fondation Eurpéenne pour les métiers de l’image et du son) em 1989, na componente de realização, ela vive desde então em Montreuil, Paris. Em 1999, realiza Haut les Cœurs! e, em 2001, Made in USA, documentário sobre a pena de morte nos Estados Unidos da América, selecionado para a Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes, com o qual obtém o prémio François-Chalais. Em 2007, realiza a comédia dramática Back Soon, e em 2013, apresenta-nos Queen of Montreuil, filme poético, cheio de doçura, fantasia e humor. SOM: Sobre o filme “Solveig Anspach (...) realiza umas das comédias mais vivas e sedutoras do ano.” Positif (Stéphane Goudet) “Florence Loiret-Caille deambula na sua doce melancolia, na sua fragilidade e no seu pequeno grão de loucura, neste universo fantástico e surreal, cheio de humor e doçura.” Metro (Maryline Letertre) 26 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 Florence Loiret-Caille, Didda Jónsdóttir , Úlfur Ægisson, Éric Caruso, Samir Guesmi ARGUMENTO: Solveig Anspach, Jean-Luc Gaget FOTOGRAFIA: Isabelle Razavet Éric Boisteau, Jérôme Aghion MONTAGEM: Anne Riegel Música: Martin Wheeler PRODUÇÃO: agat films & Cie ex nihilo, Mikros Image ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Films Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 20/03/2013 Presença em festivais - Goteborg International Film Festival (2013) - Istanbul Film Festival (2013) - Venice Days (2012) - Roma Rendez-vous Nuovo Cinema Francese (2013) 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 27 foto: Williams Bonbon QUELQUES HEURES DE PRINTEMPS THÉRèSE DESQUEYROUX de Stéphane Brizé | 2012 | Drama | 1h48 Com 48 anos de idade, Alain Evard é obrigado a voltar a viver com a sua mãe, numa coabitação que faz ressurgir a violência da relação de ambos, anteriormente vivida. Ele descobre, no entanto, que a sua mãe está condenada a uma doença. Nos seus últimos meses de vida, serão eles capazes de se reencontrar? o realizador Nascido em 1966, Stéphane Brizé realiza a sua primeira curta-metragem, Bleu Dommage, em 1993, com a qual obtém, imediatamente, o grande prémio do Festival Cognac. O mesmo acontece com Le Bleu des villes, a sua primeira longa-metragem, realizada em 1999 e vencedora do prémio Michel d’Ornano na Quinzena de Realizadores. Seguem-se os filmes Je ne suis là pour être aimé, de 2005; Entre Adultes, de 2006 e Mademoiselle Chambon, de 2009. Recentemente, apresenta Quelques Heures de Printemps, um drama que parte de uma melancolia colérica que se revela, magistralmente, luminosa. Sobre o filme “Este filme, do qual saímos profundamente comovidos, mas também apaziguados, floresce graças à sua infinita delicadeza.” de Claude Miller | 2011 | Drama | 1h50 COM: Vincent Lindon, Hélène Vincent, Emmanuelle Seigner ARGUMENTO: Stéphane Brizé, Florence Vignon FOTOGRAFIA: Antoine Héberlé SOM: Frédéric de Ravignan música original: Nick Cave, Warren Ellis MONTAGEM: Anne Klotz PRODUÇÃO: TS Productions ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Rezo ESTREIA EM FRANÇA: Le Parisien (Pierre Vavasseur) 19/09/2012 “Vincent Lindon, aliado a uma fragilidade, melancolia e cólera, e Hélène Vincent, a uma Yvette rugosa e maníaca, interpretam com sobriedade dois seres encurralados, cujo rancor será apenas ultrapassado pela morte.” Presença em festivais La Croix (Corinne Renou-Nativel) - Toronto Film Festival (2012) - Festival Del Film Locarno (2012) - César du Cinéma Français (2013) TIÇÃO COMPE Thérèse Desqueyroux PRÉMIO DO PÚBLICO História de uma jovem mulher com ideias vanguardistas, que contesta e desafia os que a rodeiam, numa região altamente conservadora. Para se libertar de um destino que lhe é imposto, ela fará frente a tudo e todos, para conseguir viver uma vida independente. COM: O realizador Com o diploma do Instituto de Estudos Cinematográficos, Claude Miller inicia a sua carreira cinematográfica nos anos 60, como assistente de realização de Marcel Carné e Jean-Luc Godard. Pouco depois, realiza as suas primeiras curtas-metragens enquanto trabalha com François Truffaut, como diretor de produção do filme Les Deux Anglaises et le Continent. Realiza a sua primeira longa-metragem, La Meilleure Façon de Marcher mas é com o sucesso de Garde à Vue, em 1981, que obtém oito nomeações aos Prémios César du Cinéma Français, arrecadando quatro prémios, entre os quais, o prémio de Melhor Argumento. Seguem-se Mortelle Randonné, L’Effrontée e La Petite Vouleuse, cujo argumento é co-escrito por François Truffaut. Em 1992, adapta o romance de Nina Berberova, L’Accompagnatrice, e em 1994, realiza La Sourire, com Emannuelle Seigner no papel principal. Nos anos 2000, destacam-se os filmes La Petite Lili e Je suis heureux que ma mère soit vivante, co-realizado com o seu fillho, Nathan Miller. Em 2011, realiza Voyez comme ils dansent, vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival Internacional de Cinema de Roma. Thérèse Desqueyroux, é uma adaptação do romance de François Mauriac e foi apresentado no Festival de Cannes em 2012, logo após a sua morte em abril do mesmo ano. FOTOGRAFIA: Sobre o filme “O clima de ambiguidade que gira à volta do ambiente sombrio desta reclusão familiar, centra os dois personagens, magnificamente interpretados por Audrey Tautou, Thérèse frágil e determinada, inflexível, até aos limites da morte, e Gilles Lellouche, que encontra um papel à sua altura, interpretando-o com rudeza e subtileza.” Audrey Tautou, Gilles Lellouche, Anaïs Demoustier ARGUMENTO: Claude Miller, Natalie Carter Gérard de Battista SOM: Éric Rophé, Gwenolle Leborgne MONTAGEM: Véronique Lange PRODUÇÃO: Les films du 24, Ugc ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: TF1 International ESTREIA EM FRANÇA: 21/11/2012 Presença em festivais - Festival International du Film de Cannes 2012 – Fora de Competição - Toronto Film Festival 2012 - San Francisco International Film Festival 2013 La Croix (Jean-Claude Raspiengeas) 28 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 29 agnès jaoui a madrinha 30 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 31 agnÈs jaoui a madrinha Sandrine Bonnaire, Carole Bouquet, Maria de lização, com o filme O Gosto dos outros, venMedeiros e agora Agnès Jaoui. cedor de 14 prémios de cinema, entre os quais o rtista multifacetada, Jaoui é atriz, argu- César para Melhor Filme. A mentista, realizadora e cantora, e, sem dúvida, uma das grandes personalidades do cinema francês. A celebração dos seus 30 anos de carreira, que contam já 28 filmes e 21 prémios, e a ligação estreita que estabelece entre as cidades de Paris e Lisboa, são motivos mais do que suficientes para o convite a Agnès Jaoui para Madrinha da 14ª Festa do Cinema Francês. Agnès Jaoui continua a fazer um cinema sempre influenciado pelo teatro, nomeadamente pela insistência na utilização do plano-sequência para, como a própria admite, não impor um ponto de vista ao espectador. On connaît la chanson/É sempre a mesma cantiga (1997), um dos filmes de Alain Resnais escrito e representado por Jaoui e Bacri e preCom uma formação artística que teve início no miado com sete César, sendo um deles o de Meteatro, onde conheceu Patrice Chéreau, Jaoui de- lhor Argumento Original, será um dos filmes inpressa passa ao cinema, a convite do realizador, cluídos nesta secção. para integrar o elenco do filme Hôtel de Fran- Du vent dans mes mollets (2012), de Carine ce (1987). Tardieu, comédia adaptada da banda-desenhaMas é no teatro, no mesmo ano, na peça L’Anniversaire de Harold Pinter, que Jaoui conhece uma das pessoas que mais marcariam a sua carreira – Jean-Pierre Bacri. Depressa começam a escrever juntos Cuisine et dépendances (1991) que, com mais de 100.000 espectadores, arrecadou quatro prémios Méliès: Melhor Espectáculo Cómico, Melhor Espectáculo de Teatro Independente, Melhores Atores e Melhor Realização. A peça foi adaptada ao cinema em 1993, realização de Phillippe Muyl, com ambos no elenco. da de Raphaële Moussafir, sobre as questões da família, da educação e da relação entre pais e filhos, no qual Agnès Jaoui tem um papel de destaque, integra também esta secção e é apresentado em antestreia em Portugal. Au bout du conte/E viveram felizes para sempre…? (2013) é o seu último filme, cujo argumento assina com Bacri. Esta comédia, ao jeito de um conto de fadas tradicional, desconstrói a figura do príncipe encantado e de “final feliz”. O filme, que conta com a participação especial de Marcante também na sua carreira foi a colabo- Benjamin Biolay e Agathe Bonitzer, será apreração com o mestre do cinema Alain Resnais, a sentado em antestreia, e inaugurará a secção espartir de 1993, tanto como argumentista, como pecial “Paris no Cinema”. atriz. Essa colaboração marcou ainda o seu estilo Com dois albuns editados, a música assume e continua a ter uma influência significativa no também um papel de destaque na sua carreira e seu trabalho. os espectadores da Festa do Cinema Francês têm 2000 é o ano que marca a sua passagem à rea- a oportunidade de a ver em concerto. 32 | Agnès jaoui - a madrinha | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 on connaît la chanson de Alain Resnais | 1997 | Musical | 2h00 É sempre a mesma cantiga Simon ama secretamente Camille. Devido a um malentendido, esta apaixona-se por Marc Duveyrier, agente imobiliário e patrão de Simon. Marc tenta vender um apartamento a Odile Lalande, irmã de Camille. Odile está decidida a comprá-lo apesar da desaprovação silenciosa do marido, Claude. Este tem dificuldade em suportar o regresso, após longos anos de ausência, de Nicolas. Nicolas, velho amigo de Odile, torna-se confidente de Simon. Os diálogos são, em parte, excertos de êxitos da canção francesa, que se substituem às vozes dos atores. O realizador Alain Resnais, autor de obras-primas como Hiroshima mon amour e L’année dernière à Marienbad, realiza o seu primeiro filme com treze anos de idade. Mais tarde, realiza uma série de curtas e médias metragens e, em 1955, assina o documentário Nuit et brouillard, onde desenha um retrato da segunda guerra mundial, que lhe valeu o prémio Jean Vigo. Mas é, em 1959, que o seu nome ganha uma enorme visibilidade com a realização de Hiroshima, mon amour, com argumento de Margueritte Duras. Em 1997, realiza On Connaît la Chanson, comédia musical, com argumento de Agnès Jaoui e Jean-Pierre Bacri. O filme foi o grande vencedor do prémio César para Melhor Filme. Sobre o filme “On Connait la Chanson, retrata o jogo das aparências, da usura dos sentimentos, da depressão, da França nos dias de hoje. Mas com elegância: a sua melancolia está envolvida na delicadeza de uma comédia.” Les InRocks (Serge Kaganski) COM: Agnès Jaoui, Sabine Azema, Jean-Pierre Bacri, André Dussolier ARGUMENTO: Jean-Pierre Bacri, Agnès Jaoui FOTOGRAFIA: Renato Berta SOM: Pierre Lenoir Música: Bruno Fontaine MONTAGEM: Hervé de Luze PRODUÇÃO: Arena Films ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Pathé Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 12/11/1997 Presença em festivais - César du Cinéma Français (1998) - Berlinale (1998) - San Francisco International Film Festival (1999) >> DU VENT DANS MES MOLLETS | 2012 > ver SECÇÃO ANTESTREIAS pág.17 >> AU BOUT DU CONTE | 2013 > ver SECÇÃO ANTESTREIAS pág.12 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | Agnès jaoui - a madrinha | 33 paris no cinema 34 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 35 PARIS NO CINEMA O pacto de amizade, assinado há 15 anos atrás pelas cidades de Paris e Lisboa, é o mote para uma secção especial nesta 14ª edição da Festa do Cinema Francês. Um programa com 7 filmes emblemáticos, que têm como cenário a cidade de Paris, um por década desde os anos 50 aos dias de hoje, de realizadores como François Truffaut, Jean Rouch ou André Téchiné e também Au bout du Conte/E viveram felizes para sempre...?, o mais recente filme da nossa convidada especial, Agnès Jaoui, que nos honrará com a sua presença na abertura e encerramento deste programa, que se insere também no de Paris-Lisboa que decorre até dia 17 de Outubro e celebra a amizade entre as duas capitais. LES 400 COUPS 1959 Os 400 golpes de François Truffaut | 1959 | Comédia Dramática | 1h33 | com Jean-Perre Léaud, Claire Maurier Antoine Doinel tem catorze anos. Na escola, é irrequieto e arranja problemas com o professor, que o castiga por ter escrito nas paredes da sala de aula. Em casa, os pais são indiferentes à sua presença e não sabem o que fazer com ele durante as férias. Antoine faz gazeta à escola com o colega René e surpreende a mãe nos braços do seu amante. A vida do jovem Antoine parece que será vivida sob o signo da mentira e do desenrasque. O realizador Mestre incontornável do cinema francês, foi um dos fundadores da Nouvelle Vague e uma das figuras mais influentes do cinema. Em 1947, encontra o crítico francês André Bazin, com quem manterá uma relação muito próxima e convidá-lo-á, mais tarde, para se juntar à revista Cahiers du Cinéma. Em 1957, casa com Madeleine Morgenstern, filha de um importante distribuidor de filmes que financia a sua própria produtora: Les Films du Carrosse. Realiza, no mesmo ano, Les Mistons. Dois anos mais tarde, com Les 400 coups, obtém um enorme sucesso, marcando o início da Nouvelle Vague. Morre em 1984, com 52 anos, vítima de um tumor cerebral. A sua carreira cinematográfica conta com 26 filmes realizados ao longo de 25 anos. 36 | PARIS NO CINEMA | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 1965 Paris vu par... de Claude Chabrol, Jean Douchet, Jean-Luc Godard, Jean-Daniel Pollet, Éric Rohmer, Jean Rouch 1965 | Ficção | 1h32 | com Simon Srebnik, Michael Podchlebnik, Motke Zaidl Filme coletivo da Nouvelle Vague, composto por 6 segmentos que nos mostram Paris nos anos 60. Saint-Germain-de-Près, de Jean Douchet; Gare du Nord, de Jean Rouch; Rue Saint-Denis de Jean-Daniel Pollet, Place de l’Étoile de Éric Rohmer, Montparnasse e Levallois, de Jean-Luc Godard et La Muette de Claude Chabrol. Os realizadores Jean Douchet entra em 1957 na revista Cahiers du Cinéma, onde será responsável por notáveis análises e críticas a obras de Murnau, Mizoguchi, Minnelli, entre outros. Durante a sua carreira, realiza vários filmes direcionados, sobretudo para a TV. Jean Rouch, apaixonado por cinema e diplomado em engenharia, viria a inventar uma nova linguagem cinematográfica que influenciaria a geração da Nouvelle Vague: Cinema Direto. A sua filmografia compõe-se essencialmente de documentário etnográficos, sociológicos e ficções. Jean-Daniel Pollet realiza em 1958 a curta-metragem Pourvu qu’on ait l’ivresse… É autor de inúmeras longas-metragens, nomeadamente L’Amour c’est gai, l’amour c’est triste e L’Acrobate. Em 1989, é vítima de um acidente que acabaria por afetar gravemente a sua saúde. Éric Rohmer, realizador carismático e autor de uma obra singular, da qual fazem parte os prestigiados ciclos Os Seis Contos Morais, Contos das 4 Estações, Comédias e Provérbios. Jean-Luc Godard, figura incontornável da Nouvelle Vague em particular e do cinema em geral, autor de vários obras-primas, das quais se destaca À Bout de Souffle, Pierrot Le Fou, Le Mépris, entre outras. Claude Chabrol, realizador, ator e crítico de cinema, assina obras como La Femme Infidèle ou Une Affaire de Femmes. Morre em 2010, com mais de 50 anos de carreira. 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | PARIS NO CINEMA | 37 petit à petit 1971 de Jean Rouch | 1971 | Documentário | 1h36 | com Damouré Zika, Lam Ibrahima Dia, Illo Gaoudel Damouré, que dirige em Ayorou, com Lam e Illo, uma sociedade de importação–exportação chamada «Petit à Petit», decide construir um prédio e parte para Paris para ver “como é que se pode viver em casas com andares”. Na cidade, descobre as curiosas maneiras de viver e de pensar da tribo dos parisienses, que descreve nas cartas persas enviadas regularmente aos seus companheiros… O realizador Jean Rouch, formado em engenharia civil, descobre a etnografia no Níger. Rapidamente surgiria a sua paixão pelo cinema, que lhe fornece um novo método de estudo. Influenciado pelo Surrealismo, os trabalhos de Marcel Griaule em território Dogon, e seduzido pelas regras essenciais da inspiração e da intuição, capta e filma a evolução do continente africano e da sociedade francesa. A sua linguagem cinematográfica influenciará a geração de cineastas da Nouvelle Vague. Em 1960, classifica a sua maneira de filmar como Cinema Direto, seguindo o exemplo dos seus mestres Robert Flaherty e Dziga Vertov, e mais tarde Transe Criador. A sua obra, diversas vezes reconhecida em Veneza, Cannes e Berlim, compõe-se de documentários etnográficos (Maîtres fous; Sigui synthèse), sociológicos (Chronique d’un été) e ficções (Moi, un Noir; Cocorico Monsieur Poulet). Foi diretor da Cinemateca Francesa, diretor de pesquisa honorário no CNRS (Centro Nacional da Pesquisa Científica) e secretário-geral do Comité do Filme Etnográfico. 38 | PARIS NO CINEMA | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 1985 rendez-vous de André Téchiné | 1985 | Drama | 1h27 | com Juliette Binoche, Lambert Wilson, Jean-Louis Trintignant Nina (Juliette Binoche) chega a Paris com o propósito de se tornar atriz de teatro e vai consegui-lo, de uma estranha e intrincada forma. Quando vai a uma imobiliária para arranjar uma casa conhece Paulot (Wadeck Stanczak) e dá-lhe um bilhete para uma peça de teatro na qual tem um pequeno papel. Ele apaixona-se e, ao mesmo tempo, ela é despejada pelo ciumento Fred da casa onde vivia. Paulot propõe dar-lhe guarida, mas em sua casa também vive Quentin (Lambert Wilson), um tipo estranho e violento. Quentin também é ator e está a preparar o papel de Romeu em Romeu e Julieta. O realizador André Téchiné ocupa um lugar muito especial no cinema de autor. Herdeiro direto do impulso da Nouvelle Vague, crítico dos Cahiers du cinéma no final dos anos 60, inaugurou a partir do seu segundo filme Souvenirs d’en France (1975), uma nova relação com a narrativa, a representação e os atores. E os maiores atores respondem à sua chamada: Bulle Ogier, Jeanne Moreau e Marie-France Pisier, Gérard Depardieu e Isabelle Adjani, Isabelle Huppert, Patrick Dewaere, Juliette Binoche, Emmanuelle Béart, Daniel Auteuil, Sandrine Bonnaire, Michel Blanc e Sami Bouajila. Uma relação particular liga-o a Catherine Deneuve, que se torna não apenas sua intérprete de eleição, mas também uma interlocutora de longo curso em seis filmes, de Hôtel des Amériques (1981) a La Fille du RER (2009). Téchiné constrói uma obra flamejante e secreta, onde a progressão e a explosão de emoções iluminam as zonas mais íntimas da humanidade. Explorador audacioso, recebeu o apoio de grandes vedetas e continua a ser um inovador que desenvolve métodos de filmagem inéditos, como a utilização de duas câmaras e a renovação do seu estilo, confrontando-se com as possibilidades e os limites da filmagem com pequenas câmaras digitais. (Longe, 2001). Por Jean-Michel Frodon 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | PARIS NO CINEMA | 39 1991 les amants du pont-neuf de Leos Carax | 1991 | Comédia Dramática | 1h05 | com Juliette Binoche, Denis Lavant História de um amor arrebatador entre dois jovens, Alex, cuspidor de fogo, e Michèle, belle vagabonde, de 1989 a 1991, tendo como cenário a ponte mais antiga de Paris, a Pont-Neuf. O realizador Apaixonado por cinema desde a sua infância, Leos Carax realiza a sua primeira curta-metragem em 1980 intitulada Strangulation Blues, pouco antes de Boys Meets Girl, filme que lhe valeu a atenção da crítica e do público, apresentado na Semana da Critica do Festival de Cannes em 1984. Pouco depois, realiza Mauvais Sang, com Juliette Binoche ainda em princípio de carreira, Denis Lavant e Michel Piccoli. Les Amants du Pont-neuf, de 1991, é, até à altura, o seu projeto mais ambicioso, com um orçamento elevado. Independentemente das várias complicações de produção que ocorreram durante a rodagem do filme, o filme foi um sucesso por parte da crítica e do público, o que não viria acontecer com Pola X, de 1999. Em 2004, realiza o segmento Merde, que faz parte de um conjunto de três curtas-metragens intitulado Tokyo!, no qual participam também Michel Gondry e Bong Joo-ho. Em 2012, regressa com Holy Motors, considerado como um dos melhores filmes selecionados no Festival de Cannes. Ainda no mesmo ano, recebe o Leopardo de Ouro pela sua carreira. PARIS JE T’AIME 2006 de Colectivo de Relizadores | 2006 | Romance | 1h50 | com Natalie Portman, Fanny Ardant, Elijah Wood, Nick Nolte, Juliette Binoche e Steve Buscemi Paris vista pelos olhos de alguns dos mais aclamados cineastas do mundo, incluindo os Irmãos Cohen, Gus Van Sant, Isabel Coixet, Walter Salles, Alexander Payne e Sylvain Chomet. Cada realizador foi convidado a contar uma história ambientada num dos bairros da cidade. O resultado é um conjunto de histórias sobre alegria, separação, inesperados e estranhos encontros e sobretudo, sobre o amor. Os realizadores Olivier Assayas, Frédéric Auburtin, Sylvain Chomet, Alfonso Cuarón, Bruno Podalydès, Walter Salles, Christoffer Boe, Ethan Cohen, Joël Cohen, Wes Craven, Gérard Depardieu, Christopher Doyle, Richard La Gravenese, Vincenzo Natali, Alexander Payne, Oliver Schmitz, Nobuhiro Suwa, Tom Tykwer, Gus Van Sant, Gurinder Chadha, Isabel Coixet, Daniela Thomas, Emmanuel Benbihy. >> AU BOUT DU CONTE | 2013 > ver SECÇÃO ANTESTREIAS pág.12 40 | PARIS NO CINEMA | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 41 claude lanzmann retrospetiva 42 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 43 claude lanzmann C retrospetiva Em meados dos anos 60, Lanzmann colabora esporadica- mental Shoah (1985), é uma figura peculiar na liza algumas entrevistas e em 1970 colabora, pela primeira história do cinema, ao qual chegou muito tardiamente. Numa entrevista de 1998 aos Inrockuptibles, quando lhe perguntam como foi que se tornou cineasta, respondeu: “Nunca fui cinéfilo, embora o lamente”, explicando que se interessou a sério pelo cinema depois de fazer, em 1969, uma reportagem no Canal de Suez, que fez questão de montar pessoalmente: “Apaixonei-me pela montagem, é uma maneira de escrever”. vez, no cinema, como co-argumentista de Élise ou la Vraie Vie, de Michel Drach. Três anos depois, realiza o seu primei- ro filme, Pourquoi Israël, um documentário de três horas, composto por uma série de entrevistas, longínquo fruto da sua primeira viagem àquele país. A rodagem foi extremamente rápida, mas a montagem do filme estendeu-se du- rante dois anos. Mal terminou este primeiro filme, Lanzmann lançou-se no projeto de Shoah, que seria concluído doze anos mais tarde. Na mencionada entrevista aos In- idade), Lanzmann adere aos dezoito anos à Juventude Co- andar sozinho por Paris. Decidi então tomar todos os riscos, Regressa a Paris ao fim da guerra e faz estudos de Filosofia. ria”. A sua opção formal ao fazer Shoah foi excluir qualquer -Paul Sartre, que tem enorme impacto sobre ele. “Não sei não dar a ilusão de que este horror pode ter fim. Mais do que vro. Graças a ele, comecei a respirar melhor”. Em 1952, dá- me monumental é um ensaio e uma meditação. Em 1994, Israel. De regresso a Paris, aconselhado por Sartre, escreve causou grande polémica e que, na sua opinião, veio com- então, Lanzmann passa a fazer parte do círculo íntimo de A “questão judaica”, cuja formulação se alterou radical- da revista Les Temps Modernes, fundada em 1945, e dirigi- obra cinematográfica de Claude Lanzmann, como se pode ra em Paris e a sua mãe chegara à França aos três anos de rockuptibles, Lanzmann conta: “Passei uma noite inteira a munista e à resistência clandestina, em Clermont-Ferrand. abandonar a segurança material e só fazer aquilo que que- Em 1947, lê as Reflexões Sobre a Questão Judaica, de Jean- imagem do Holocausto, recusar-se a “ilustrar” o horror, para se teria permanecido em França se não tivesse lido este li- um documentário, no sentido tradicional do termo, este fil- -se outro acontecimento decisivo, a sua primeira viagem a Lanzmann realizou Tsahal, sobre o exército de Israel, que uma centena de páginas sobre esta experiência. A partir de pletar uma trilogia iniciada com os dois filmes anteriores. Sartre e Simone de Beauvoir e integra o comité de redação mente com a criação do Estado de Israel, está no cerne da to prestígio, como Raymond Aron, Michel Leiris, Merleau-Ponty, Francis Ponge, Nathalie Sarraute. A sua presença em Les Temps Modernes coloca Lanzmann no âmago da vida intelectual e política francesa e das suas polémicas, levando-o a tomar, publicamente, posição contra a guerra da Argélia e a pena de morte. Depois da morte de Simone de Beauvoir, em 1986, Lanzmann passará a dirigir a revista. 44 | retrospetiva claude lanzmann | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 Apresentado pela primeira vez no Festival de Nova Iorque no mesmo dia em que se inicia a guerra de Kippour, Pourquoi Israël? retrata, sem propaganda nem maniqueísmos, mas com empatia, profundidade, inteligência, humor e humanidade, as conquistas e contradições da nação israelita. Sobre o filme “(…) Riqueza de significações humanas que se juntam numa verdade histórica profunda, (…) troca de humor, de crueza e de delicadeza.” mente no programa de televisão Dim Dam Dom, onde rea- Nascido nas cercanias de Paris em 1925 (o seu pai nasce- da pelo filósofo, na qual colaboram intelectuais do mais al- de Claude Lanzmann | 1973 | Documentário | 3h10 com Schmuel Birger, Gad Granach, Claude Lanzmann Le Nouvel Observatoire (François Furet) laude Lanzmann, autor do mais célebre filme so- bre o extermínio dos judeus pelos nazis, o monu- pourquoi israël? verificar nos filmes que realizou desde Tsahal, a tal ponto que os aspectos formais da sua obra nem sempre são considerados com a importância que merecem. Mas foi preci- samente por não ter tido uma formação de cinéfilo e vir de dois mundos contraditórios – o jornalismo e a filosofia – que Claude Lanzmann reflectiu sobre a forma cinematográfica, sobre o que a imagem pode ou não pode mostrar. António Rodrigues shoah de Claude Lanzmann | 1985 | Documentário | 9h30 com Simon Srebnik, Michael Podchlebnik, Motke Zaidl Opus de nove horas de Claude Lanzmann, um dos mais importantes documentários de todos os tempos, um filme contra o esquecimento e sobre o impensável: a morte de mais de seis milhões de judeus pelos Nazis. Sem usar imagens de arquivo, Lanzmann foca-se nos testemunhos, na primeira pessoa, de sobreviventes, testemunhas e nazis, para erguer o maior monumento cinematográfico ao Holocausto. Sobre o filme “Quanto mais o tempo passa, mais Shoah, o filme mais possante alguma vez realizado contra o esquecimento, se inscreve profundamente na eternidade da obra-prima.” Jean-François Forges TSAHAL de Claude Lanzmann | 1994 | Documentário | 5h00 com Ehud Barak, Claude Lanzmann, Amos Oz, Ariel Sharon Sem Tsahal, a questão da paz entre Israel e os antigos inimigos não seria jamais colocada: Israel deixaria de existir. O filme de Claude Lanzmann mostra, como nunca anteriormente feito, os guerreiros, oficiais e soldados das Forças de Defesa de Israel. Sobre o filme “Tsahal é, como todos os filmes de Lanzmann, um lugar de questionamento, de aprofundamento e de pensamento.” Les InRocks (Serge Kaganski) 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | retrospetiva claude lanzmann | 45 un vivant qui passe de Claude Lanzmann | 1997 | Documentário | 1h05 com Maurice Rossel, Claude Lanzmann Entrevista com Maurice Rossel, realizada em 1979 durante a rodagem do filme Shoah. Durante a guerra, em Berlim, Rossel foi o único delegado do Comité Internacional da Cruz Vermelha a visitar Auschwitz desde 1943. Sobre o filme “Um filme sobre o antissemitismo vulgar, sobre a dificuldade de ser um testemunho da história quando já fomos vitima da sua própria cegueira.” Les InRocks (Paul Fontaines) SOBIBOR 14 OCTOBRE 1943, 16 HEURES Sobibor, 14 outubro 1943, 16 horas de Claude Lanzmann | 2001 | Documentário | 1h35 com Simon Srebnik, Michael Podchlebnik, Motke Zaidl O lugar, o dia, mês, ano e hora da única revolta bem sucedida num campo de exterminação nazi na Polónia: 365 prisioneiros conseguiram fugir, mas apenas 47 sobreviveram às agruras da guerra. Lanzmann encontra Yehuda Lerner durante a rodagem de Shoah. Neste documentário, Lerner dá o seu testemunho ao realizador. Sobre o filme “O resultado – instrutivo, fundamental e perturbador – mérito ao mesmo nível de Shoah. Para ser visto e revisto.” Le Point (Olivier de Bruyn) LE RAPPORT KARSKI de Claude Lanzmann | 2010 | Documentário | 49min. com Jan Karski, Claude Lanzmann Em 2009, Yannick Haenel publica um livro intitulado Jan Karski. Claude Lanzmann reagiu imediatamente contra a interpretação romântica de Yanick Haenel sobre a entrevista com Roosevelt, na terceira parte do livro, e decidiu realizar um documento a partir das suas próprias entrevistas com Karski. Sobre o filme “Duas prespectivas do mesmo homem, publicadas com 25 anos de distância.(…) Realizado a partir de excertos da entrevista de 1978, o filme pretende reimplantar a verdade histórica.” Boris Thislay (L’Express) >>LE DERNIER DES INJUSTES de Claude Lanzmann | 2013 > VER SECÇÃO ANTESTREIAS pág.24 46 | retrospetiva claude lanzmann | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 47 o universo da animação para miúdos e graúdos 48 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 49 universo da animaÇão Atenção famílias! Atenção amantes da Animação! O pequeno Kirikou e as suas aventuras estão de volta à Festa do Cinema Francês. Michel Ocelot, um dos mais criativos autores de Cinema de Animação, está em destaque num belo programa que nos traz Kirikou et la sorcière, a primeira aventura do pequeno herói africano que questiona o mundo em seu redor, inspirada num livro de contos populares da África Ocidental. O filme encantou pequenos e grandes e foi distinguido em mais de vinte festivais internacionais. Em antestreia, vamos descobrir o mais recente Kirikou et les hommes et les femmes. Mas outros heróis deste realizador e argumentista de excepção, vão aventurar-se por aqui. Nesta pequena homenagem a Ocelot, vamos ver ainda Princes et princesses e a obra-prima Azur et Asmar. Para descobrir, também em primeira mão, o encantador, inteligente e pleno de humor Ernest et Céléstine de Vincent Patar, Stéphane Aubier e Benjamin Renner, com argumento e diálogos de Daniel Pennac apresentado o ano passado na Quinzena dos Realizadores, em Cannes , e Aya de Yopougon de Marguerite Abouet, numa adaptação para cinema feita pelos autores da BD em seis volumes, já traduzida em 15 línguas: a realizadora e o desenhador Clément Oubrerie. Kirikou et les hommes et les femmes KIRIKOU ET lES HOMMES ET lES FEMMES Kirikou et la sorcière ciclo Michel ocelot 1/4 de Michel Ocelot | 2012 | Animação | 1h24 Na sua caverna azul, o avô conta-nos novas aventuras e confidências. Muitas histórias surpreendentes da infância de Kirikou ficaram por contar, nomeadamente, o momento em que Kirikou ajudou os homens e as mulheres da aldeia e arredores… Sobre o filme “Progredindo com intensidade à medida que as histórias se entrelaçam, o filme trata dois temas que atravessam toda a obra do cineasta: o acolhimento do estrangeiro e a transmissão pela leitura de contos.” La Croix (Arnaud Schwartz) michel ocelot Mestre incontornável do cinema de animação francês, Michel Ocelot é célebre em todo o mundo pela sua primeira longa-metragem, Kirikou et la Socière, de 1998. Orienta-se para a animação após frequentar a École des Beaux-Arts de Rouen, integrar Les Arts Décoratifs de Paris e passar pelo California Institute of Arts. Realiza, para o pequeno e grande ecrã, quase trinta curtas-metragens e séries televisivas (nomeadamente Les Aventures de Gédéon, a partir de Benjamin Rabier) e seis longas-metragens (Kirikou et la Sorcière, Princes et Princesses, Kirikou et les Bêtes Sauvages, Azur et Asmar, Les Contes de la 50 | O UNIVERSO DA ANIMACÃO | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 Nuit, e Kirikou et les hommes et les femmes). Já recebeu inúmeros prémios pelos seus filmes ; Bafta em 1979 pela sua primeira curta-metragem profissional Les Trois Inventeurs, Prémio Especial em 1981 pelo filme Les Filles de l’égalité, César Filme de Animação, por La Légende du pauvre bossu, em 1982. Estes filmes foram apresentados em diversos festivais internacionais de cinema. Ficam a faltar Azur et Asmar, selecionado pelo Festival de Cannes – Quinzena de Realizadores em 2006 e Les Contes de la Nuit, presente na secção competição da 61ª edição do Festival Internacional de Berlim (2011). KIRIKOU ET lA SORCIÈRE Romann Berrux, Awa Sène Sarr ARGUMENTO: Michel Ocelot, Bénédicte Galup, Susie Morgenstern, Cendrine Maubourgue SOM: Philippe Brun música original: Thibault Agyeman montagem: Patrick Ducruet PRODUÇÃO: Les Armateurs ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Celluloid Dreams ESTREIA EM FRANÇA: 03/10/2012 ciclo Michel ocelot 2/4 de Michel Ocelot | 1998 | Animação | 1h11 vozes de: Theo Sebeko, Antoinette Kellermann, Fezele Mpeka ARGUMENTO: O pequeno Kirikou nasce numa aldeia Africana, onde uma bruxa Karaba lançou um feitiço terrível: a fonte secou, os aldeões são resgatados e os homens são sequestrados e desaparecem misteriosamente. “Ela come-os” apoia os aldeões na sua obsessão. Karaba é uma mulher bonita e cruel, rodeada de fetiches. Mas Kirikou, mesmo fora do útero de sua mãe, quer entregar a vila de seu mau caminho e descobrir o segredo de sua maldade. Sobre o filme “Cheio de divertidas peripécias, o filme distingue-se pela sua originalidade.” Libération (Michel Roudevitch) vozes de: Michel Ocelot SOM: Paul Gagnon música original: Youssou N’Dour montagem: Dominique Lefever PRODUÇÃO: Trans Europe Film, Les Armateurs ORIGEM: França, Bélgica, Luxemburgo VENDAS INTERNACIONAIS: France Télévisions Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 09/12/1998 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | O UNIVERSO DA ANIMACÃO | 51 Princes et Princesses PRINCES ET PRINCESSES Azur et Azmar ciclo Michel ocelot 3/4 de Michel Ocelot | 2000 | Animação | 1h10 vozes de: Arlette Mirapeu, Philippe Cheytion, François Voisin ARGUMENTO: Um rapaz e uma menina encontram-se, todas as noites, num cinema antigo. Os jovens heróis fazem o que artistas fazem, e têm o melhor papel — imaginam, discutem, aprendem, devoram imagens, criam conjuntos de design e fantasias, vestem-se, e são os heróis que surpreendem o público. Sobre o filme “O encantamento renova-se a cada narrativa. A elegância das silhuetas, a luminosidade das cores de fundo, a originalidade de cada episódio canalizam a história para um final transbordante de inovação e humor.” Le Parisien (Éric Leguèbe) Michel Ocelot SOM: Philippe Brun música original: Christian Maire montagem: Dominique Lefever, Michèle Péju, Anita Vilfrid PRODUÇÃO: Les Armateurs , La Fabrique Production , Studio O ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Celluloid Dreams ESTREIA EM FRANÇA: 26/01/2000 azur et azmar ciclo Michel ocelot 4/4 de Michel Ocelot | 2006 | Animação | 1h39 Azur e Asmar foram criados pela mesma mulher, Jenane, uma ama-de-leite. Os dois rapazes cresceram juntos como se fossem irmãos, até ao dia em que Jenane partiu com o filho. Já adulto, Azur, ainda fascinado com as histórias sobre a lendária Fada dos Djins que a ama lhe contava, decide partir à sua procura, acompanhado pelo andarilho Crapoux. Na viagem por terras onde viveu em criança, Azur acaba por reencontrar Asmar, que também está em busca da fada. Agora como rivais, os dois irão viver aventuras cheias de perigos e feitiços, por terras mágicas onde apenas um alcançará o tão desejado objectivo... Sobre o filme “Estamos perante um humanismo vibrante, em defesa pela tolerância, exposta sem ambiguidades. Uma pérola, cada vez mais rara, quase extinta, tanto na animação, como no cinema em todos os seus géneros.” vozes de: Cyril Mourali, Hiam Abbass, Karim M’Riba, Patrick Timsit, Rayan Mahjoub ARGUMENTO: Michel Ocelot SOM: Cyril Holtz, Thomas Desjonquères AYA DE YOPOUGON Aya - aventuras num mundo inesperado de Clément Oubrerie e Marguerite Abouet | 2011 | Animação | 1h24 Fim dos anos 70. Costa do Marfim, Yopougon um bairro popular de Abidjan. É lá que vive Aya. Tem 19 anos, é uma rapariga séria que prefere ficar em casa em vez de sair com as amigas. Os seus dias passam-se entre a escola, a família e as suas duas melhores amigas: Adjoua et Bintou. As coisas complicam-se quando Adjoua engravida por descuido. Que fazer? os realizadores Nascida em 1971, Marguerite Aboue deixa a Costa do Marfim aos 12 anos para estudar em Paris. Escreve entretanto vários contos sem nunca encontrar editor. Enquanto trabalhava como assistente jurídica, escreve a banda desenhada Aya, em 2005, com o grafismo de Clément Oubrerie, seu marido. Agora, em 2013, apresentam a banda desenhada adaptada ao cinema. Sobre o filme “O charme do filme está (…) na sua doçura realista e sem complacência, no seu humor pontuado pela gíria de Abidjan, na sua maneira de abordar as mais graves temáticas, nas enormes gargalhadas que provoca.” Première (Pamela Pianezza) vozes de: Aïssa Maïga, Tatiana Rojo, Tella Kpomahou, Jacky Ido ARGUMENTO: Marguerite Abouet SOM: Alexandre Fleurant música original: Jean-François Azzopardi PRODUÇÃO: Autochenille Production, TF1 Droits Audiovisuels OBRA ORIGINAL DE: Marguerite Abouet, Clément Oubrerie ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: TF1 International ESTREIA EM FRANÇA: 17/07/2013 música: Gabriel Yared PRODUÇÃO: Nord-Ouest Films ORIGEM: França, Bélgica, Espanha, Itália VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch ESTREIA EM FRANÇA: 25/10/2006 Télérama (Cécile Mury) 52 | O UNIVERSO DA ANIMACÃO | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | O UNIVERSO DA ANIMACÃO | 53 ERNEST ET CÉlESTINE LE JOUR DES CORNEILLES Ernest & Celestine de Vincent Patar, Stéphane Aubier, Benjamin Renner | 2012 | Animação | 1h19 No mundo convencional dos ursos, fazer amizade com um rato é coisa mal vista. E, no entanto, Ernest, o urso marginal, palhaço e músico, vai acolher em casa a pequena Célestine, uma órfã que fugiu do subterrâneo mundo dos roedores. Os dois solitários vão apoiar-se, reconfortar-se e abalar a ordem estabelecida. os realizadores Stephane Aubier e Vincent Patar, frequentam o Instituto de Belas Artes de Saint-Luc, onde obtêm o seu diploma, em 1991. A “dupla” partilhará, durante a carreira, um universo comum ao realizar e assinar diversos filmes em conjunto. Em 1988, criam PicPic André Show e em 2001 realizam uma série de 20 episódios chamada Panique au Village que, em 2009, é adaptada ao cinema. O filme obteve um imenso sucesso por parte da crítica e foi selecionado para o Festival de Cannes, no mesmo ano. Benjamin Renner, após concluir o seu diploma em Banda Desenhada pela Escola de Belas Artes de Angoulême, frequenta a Escola de Animação La Poudrière, onde realiza as suas primeiras curtas-metragens de animação. Em 2012, realiza Ernest et Célestine. Sobre o filme “Através da doçura de tons pastel, realçados por uma larga paleta de ocres, descobrimos brincadeiras, rabugice e cumplicidade.” La Croix (Arnaud Schwartz) 54 | o universo da animacão | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 de Jean-Christophe Dessaint | 2011 | Animação | 1h36 vozes de: Lambert Wilson, Pauline Brunner, Anne-Marie Loop ARGUMENTO: Daniel Pennac música original: Vincent Courtois montagem: Fabienne Alvarez-Giro PRODUÇÃO: Les Armateurs, Studiocanal, Maybe Movies, France 3 Cinéma OBRA ORIGINAL DE: Gabrielle Vincent ORIGEM: França, Bélgica, Luxemburgo VENDAS INTERNACIONAIS: Studio Canal ESTREIA EM FRANÇA: 12/12/2012 O pequeno Courge vive no coração da floresta. Criado por um pai autoritário, que o proíbe de sair daquele território, ele irá ignorar toda as sociedades dos homens e tornar-se selvagem, tendo por únicos companheiros os fantasmas que assombram a floresta. Até ao dia em que ele é obrigado a aparecer na aldeia mais próxima, onde encontrará a jovem Manon... o realizador Formado em cinema pela École des Gobelins, trabalha como diretor de animação na série Oggy et les Cafards. Em 2007, integra a equipa do filme Tous à l’Ouest. Mais recentemente, assume a direção de animação do filme Le Chat du Rabbin, realizado por Joann Sfar. Em 2011, escreve e realiza o filme Le Jour des Corneilles, apresentado em mais de 14 festivais de cinema internacionais. Sobre o filme “O filme surpreendo-nos pela qualidade da sua escrita (...) dos décors — brilhantes numa série de efeitos, vibrantes e poéticos, de luz —, revelando-se uma beleza inesperada no cenário da animação francesa contemporânea.” Cahiers du Cinéma (Vincent Malausa) vozes de: Jean Reno, Lorànt Deutsch, Isabelle Carré, Claude Chabrol, Bruno Podalydès ARGUMENTO: Amandine Taffin fotografia: William Picot, Amandine Taffin música: Simon Leclerc montagem: Opportune Taffin PRODUÇÃO: Finalement ORIGEM: França, Luxemburgo, Canadá, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Le Pacte ESTREIA EM FRANÇA: 24/10/2012 Presença em festivais - Festival de San Sébastien (2012) - Festival international du film francophone de Namur (2012) - Rendez-Vous with French Cinema à New York (2013) 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | o universo da animacão | 55 um grande clássico cópia restaurada 56 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 57 um grande clássico cópia restaurada R estaurar um filme é um acto singular, que consiste em fazer renascer uma obra conhecida ou esquecida, sem, no entanto, trair a vontade do autor. O exercício é difícil e apaixonante, e é, sobretudo, uma lição de humildade. Este interfere com delicadeza na vida e no trabalho do autor, procurando descobrir as suas intenções e dúvidas, as suas dificuldades e intenções. Folhear os seus cadernos de rodagem, as suas notas, a sua correspondência, as suas fotos... Todo um caminho para compreender o filme, antes e durante a restauração, identificar a montagem original, reaprender a luz ou o grão da época, redescobrir o som, ou ainda, meter o dedo em certas imperfeições. Através da combinação de trabalhos fotoquímicos e numéricos, tudo se torna possível... Na condição de conhecer os limites no tempo certo para não desvirtuar a obra original. Um longo caminho com uma dupla finalidade: restaurar para mostrar o filme ao maior número de pessoas, e preservar os elementos originais (com um retorno à película) para lhes assegurar uma conservação num lugar adaptado. Pois estes originais são as únicas garantias da perenidade da obra, independentemente do futuro progresso do digital. É por todas estas razões que uma restauração é, necessariamente, o fruto de um trabalho coSéverine Wemaere Delegada Geral da Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma letivo, que permite avançar sobre um projeto de longa vida, assumindo as dúvidas e interrogações, que são também responsáveis pelo sabor desta experiência. A versão restaurada de Hiroshima mon amour, é o resultado de um encontro formidável entre a sociedade de produção do filme, duas fundações responsáveis no domínio do património, uma cinemateca de renome internacional, sem nunca esquecer o diretor de fotografia próximo do autor para vigiar este trabalho. Uma aventura que permite entrar no universo da primeira longa-metragem de Alain Resnais, com o objetivo de fazer renascer, a longo prazo, as imagens deterioradas pelo tempo. Hiroshima mon amour vai poder retomar o seu caminho no mundo inteiro. Primeira etapa, em Cannes em Maio de 2013, depois no Festival Il Cinema, em Bolonha, na Piazza Maggiore, no Festival de la Rochelle... entre outros. Igualmente importante, neste projeto, é a saída comercial do filme nas diversas salas do mundo, já estando prevista a estreia no dia 17 de Julho em França e em Itália no segundo semestre de 2013. Pois a ideia é fazer redescobrir Hiroshima mon amour a todos os que o amaram, mas também convidar novos espectadores, virgens nesta experiência. Gilles Duval Delegado Geral da Fondation Groupama Gan pour le Cinéma Um restauro de Argos Films, Fondation Groupama Gan, Fondation Technicolor e Cineteca di Bologna. Com o apoio do CNC - Centre national du cinéma et de l’Image animée. 58 | um grande clássico | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 HIROSHIMA MON AMOUR Hiroshima meu amor de: Alain Resnais | 1959 | Comédia Dramática | 1h30 com: Eiji Okada, Emmanuelle Riva, Stella Dassas argumento: Marguerite Duras fotografia: Sacha Vierny, Michio Takahashi som: Pierre Calvet montagem: Anne Sarraute, Jasmine Chasney, Henri Colpi produção: Como Film, Argos Films, Daiei origem: França Através do seu amor por um homem de outra raça, um japonês, uma atriz francesa evoca o passado, e outra paixão condenada: a relação com um oficial alemão durante a Ocupação. Viagem pelo tempo e pela memória, o desejo e a impossibilidade de esquecer, com argumento de Marguerite Duras. A audaciosa aventura de Nuit et Brouillard, filme controverso para a época, e um projeto documental sobre as atrocidades da guerra, aproxima Alain Resnais e Argo Filmes. A última, a partir de um acordo com uma produtora no Japão, propõe ao cineasta a realização de um filme sobre Hiroshima. Alain Resnais, hesitante em tratar um tema de uma grande tragédia do século XX, acaba por, não obstante, visionar vários documentários produzidos até à data sobre este tema. Conclui, assim, que a nova abordagem possível seria de evocar este tema através de um ângulo mais universal, filmando em todo o mundo, o que não era concebível pelos produtores. Poucos meses depois, surge uma nova ideia, a de que a realização do projeto documental se tornasse uma longa-metragem de ficção. Na procura de argumentistas, o realizador sugere Françoise Sagan (Otto Perminger acabava de rodar o filme Bonjour Tristesse), porém a autora não deu seguimento ao convite, e é então que Alain Resnais se encontra com Margueritte Duras (cuja obra Moderato Cantabile acabava de ser publicada), com o qual terá a sua primeira experiência cinematográfica. 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | um grande clássico | 59 programa paralelo 60 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 61 .:concerto avant-première:. 14ª Festa Cinema Francês lisboa - musicbox sexta-feira, 5 de outubro, a partir das 23h30 Em parceria com o site www.ruadebaixo.com, a Festa do Cinema Francês invade o Musicbox, numa noite que antecipa a 14º edição. No palco, um concerto da Orquestra Libertina de Lisboa, festeja-se com glamour e pronúncia francesa. Nos discos, The Toxic Avenger & Cherokee com uma mostra do que mais interessante se passa na cena electrónica francesa na primeira edição de The French Beat. .:masterclass:. Caroline Champetier lisboa - institut français du portugal sexta-feira, 11 de outubro, 15h00 Diretora de fotografia de Jean-Luc Godard, Claude Lanzmann, Benoît Jacquot, Jacques Doillon, Amos Gitaï, Philippe Garrel, Jacques Rivette, Arnaud Desplechin ou Nobuhiro Suwa, presidente da AFC (Association française des directeurs de la photographie cinématographique) de 2009 a 2011, nomeada para vários prémios e vencedora do César para Melhor Fotografia (2011) pela fotografia de Des hommes et des dieux de Xavier Beavois, Caroline Champetier é também atriz e realizadora. Vem apresentar este ano o seu filme Berthe Morisot e estará connosco à conversa sobre cinema. Dirigido, em particular, aos alunos de cinema. foto: Benoit Bouthors .:exposição fotográfica:. Cinema On-Set/Off-Set hotel sofitel lisboa - av. da liberdade até 14 de novembro. das 10h às 22h Da PolkaGalerie. Fotografias de Raymond Cauchetir, Alain Loison, Stefano de Luigi, Derek Hudson e Sébastien Micke. 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | PROGRAMA PARALELO | 63 .:ciclo:. Cinema e Literatura lisboa - reitoria da universidade 10 a 12 outubro seixal - auditório mun. fórum cultural 12, 15, 16, 18 e 19 outubro setúbal - auditório municipal charlot 22 a 27 outubro* *Programa sujeito a alterações L’Année Dernière à Marienbad O Último ano em Marienbad de: Alain Resnais | 1961 | 1h34 | Filme legendado em português Baseado na obra de Alain Robbe-Grillet, nome emblemático do nouveau roman. Um filme inclassificável, reflexão sobre o tempo e o espaço, que recusa todos os códigos clássicos (e reconhecíveis) da dramaturgia, e que, marca um dos momentos em que o cinema mais se aproximou da pura abstracção. peau d’âne A Princesa com pele de burro de: Jacques Demy | 1970 | 1h40 | Filme legendado em português Um conto de fadas sobre uma princesa, com quem o seu próprio pai quer casar-se. Ela fugirá de casa, fingirá ser camponesa e acabará por se casar com o seu príncipe encantado. O filme também é uma homenagem a um dos clássicos do cinema francês, La Belle et la Bête, de Jean Cocteau. E este conto de fadas é entremeado com variadas canções, que vão de um duo de amor a uma receita de bolos. La cérémonie A Cerimónia de: Claude Chabrol | 1995 | 1h42 | Filme legendado em português Uma família francesa de classe alta contrata uma nova criada, Sophie. Tudo corre bem até Sophie conhecer Jeanne, uma funcionária dos correios pouco equilibrada que partilha com ela segredos e memórias muito semelhantes aos seus... beau travail de: Claire Denis | 1999 | 1h30 | Filme legendado em português Este filme não é apenas a história sobre um grupo de legionários anacrónicos, perdido na memória do sargento Galoup. Claire Denis concentra-se nos corpos, filmando-os com sensualidade e é através deles que nos convida para a dança do filme. la belle endormie de: Catherine Breillat | 2010 | 1h30 | Filme legendado em português Uma jovem princesa é o tema de um cabo-de-guerra entre as bruxas, enquanto ambas lutam para encontrar o antídoto ideal para uma sentença de morte incutida por uma irmã maquiavélica. nous, princesses de clèves de: Régis Sauder | 2011 | 1h09 | Filme legendado em português A ação desenrola-se em 1558, na corte do rei Henrique II. Mademoiselle de Chartres, após tornar-se princesa de Clèves, conhece o duque de Nemours. Entre eles nasce um amor imediato e fogoso. Nos dias de hoje, em Marselha, os alunos do Lycée Diderot entram no universo de “A Princesa de Clèves”, para falar deles próprios. Aos 17 anos, amamos intensamente, dissimulamos, confessamos. Esta é a idade das primeiras escolhas e sacrifícios. 14ª Festa 14ª Festa do Cinema do Cinema Francês Francês 2013 |2013 | ANTESTREIAS PROGRAMA PARALELO | 65 .::concerto::. Agnès Jaoui ~dans mon pays~ lisboa - lux frágil quinta-feira, 17 de outubro, 23h00 É com enorme prazer que Agnès Jaoui volta a apresentar-se em concerto em Lisboa, desta vez com o seu El Quintet Oficial. Com um amor que já vem de longe pelas músicas cubanas, portuguesas, brasileiras, argentinas ou andaluzes e, como melómana que é, a música tem sido uma presença permanente na sua vida e o seu campo de escuta não tem fronteiras. A ligação afectiva de Agnès Jaoui à música portuguesa materializou-se em duetos com Mísia e Camané. Um sul sem fronteiras é o que nos traz a nossa Madrinha, com o seu Dans mon pays. >>> integrado no programa foto: Patrick Swirc 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | PROGRAMA PARALELO | 67 informações úteis salas 14 festa do cinema francês porto Auditório da Fundação Serralves (Rua D. João de Castro, 210, Porto) – Sessão inaugural Tel.: 226 156 500 Rivoli Teatro Municipal (Praça D. João I, Porto) Tel.: 223 392 200 | email: [email protected] tarifas regulares (*): Tarifa normal: 3,50 Euros Tarifas reduzidas (menos de 25 anos e mais de 65 anos): 3,00 Euros Cartões 5 entradas: 15,00 Euros Cartões 10 entradas: 25,00 Euros Sessões escolares: 1,00 Euro/aluno (10 alunos = 1 Professor grátis) * Preços variáveis nas diferentes salas. Bilhetes à venda nas salas, nos locais habituais, em www.bilheteiraonline.pt e www.ticketline.pt. Os cartões de 5 e 10 entradas só são válidos nos locais onde são adquiridos. lisboa Cinema São Jorge (Avenida da Liberdade, 175, Lisboa) Metro: Avenida Tel. Geral: 213 103 400/2 | email: [email protected] Institut Français du Portugal (Avenida Luís Bívar, 91, Lisboa) Metro: Saldanha, São Sebastião Tel.: 213 111 400 | email: [email protected] Cinemateca Portuguesa (Rua Barata Salgueiro, 39, Lisboa) Metro: Marquês de Pombal Tel.: 213 596 200 Preço: 3,20 Euros Preço estudantes, portadores de cartão jovem, maiores de 65 anos e reformados: 2,15 Euros Preço Amigos da Cinemateca, alunos de faculdades de cinema: 1,35 Euros Sala de Cinema Francês (Centro Comercial das Amoreiras, à Avenida Duarte Pacheco, Lisboa) Metro: Rato Tel.: 16996 | email: [email protected] almada Fórum Municipal Romeu Correia Auditório Fernando Lopes Graça (Praça da Liberdade, Almada) Tel.: 212 724 923/27 | email: [email protected] ª Festa do Cinema Francês 2013 Francês 2013 68 ||14 | 14ª Festa do Cinema ANTESTREIAS Auditório Parque Biológico Vila Nova de Gaia (Rua da Cunha, Avintes) Tel.: 227 833 583 | email: [email protected] guimarães Centro Cultural Vila Flor Tel.: 253 424 700/916 329 333 email: [email protected] (Avenida D. Afonso Henriques, 701, Guimarães) faroTeatro Municipal de Faro (Estrada Nacional 125, km 103, Faro) Tel.: 289 888 110 | Informações: Alliance Française do Algarve | Tel.: 289 828 881 coimbra Teatro Académico de Gil Vicente (Praça da República, Coimbra) Tel.: 239 855 630 Alliance Française de Coimbra | Tel.: 239 701 252 email: [email protected] [email protected] bejaPax Julia (Largo de S.João, Beja) Tel.: 284 315 090 | email: [email protected] > extensões >> * Todas as sessões do Ciclo Cinema e Literatura são de entrada gratuita Universidade Lisboa (Reitoria da Universidade de Lisboa, à Alameda da Universidade) Metro: Cidade Universitária Tel.: 217 967 624/210 113 400 | email: [email protected] Setúbal - Cinema Charlot Auditório Municipal de Setúbal (Rua Dr. António Manuel Gamito, 11, Setúbal) Tel.: 265 522 446 Seixal - Fórum Cultural do Seixal (Quinta dos Franceses, Seixal) Tel.: 210 976 103/915 635 090 14ª Festa do Cinema 2013 | 69 14ª Festa do Cinema Francês 2013 |Francês ANTESTREIAS Parceiros Patrocinadores Transportadora Oficial Restaurante Oficial Viatura Oficial ibis.com Parceiros Institucionais Parceiros Media Televisão Oficial Jornal Oficial Apoios Divulgação Rádio Oficial Revista Oficial Parceria Estratégica Co-Produção apoios à programação 70 | ANTESTREIAS | 14ª Festa do Cinema Francês 2013 Um Evento 14ª Festa do Cinema Francês 2013 | ANTESTREIAS | 71 Diretor(a) do Institut français du Portugal Diretor(a)-adjunto(a) do Institut français du Portugal Direção e Programação Programação e Acolhimento de Convidados Parcerias e Mecenato Direção de Comunicação e Assessoria de Imprensa Assistente de Assessoria de Imprensa Parcerias de Divulgação e Comunicação Gestão de cópias e Secretariado Técnico Audiovisual e Coordenação das sessões escolares Coordenação Porto Imagem gráfica da 14ªFesta, Catálogo e Spot Fotografia Modelo [sob cortesia] Revisão e conteúdos do catálogo Impressão do catálogo Execução do Spot Conteúdos vídeo Gestão do site Sophie Laszlo (até Agosto de 2013) Azouz Begag Jean-Pierre Courtiat (até Agosto 2013) Victoire di Rosa Jean-Chrétien Sibertin Blanc Sara Abrantes Diogo Ferreira Margarida A. Silva Joana Sousa Joana Reis Jocelyne Barreto José Neves Bernard Despomadères António Afonso e Rita Carmo [www.espantaespiritosdesign.com] Rita Carmo [www.ritacarmo.com] Carolina Portelinha Sara Abrantes Tipografia Belgráfica, Lda. Carlota Mendes Rita Quelhas e Kate Saragaço-Gomes Vincent Roye O Institut français du Portugal agradece às Câmaras Municipais das cidades de Lisboa, Almada, Coimbra, Beja, Faro, Guimarães e Porto, às salas de cinema que acolhem a Festa, à Alliance française, em particular às de Coimbra, Faro e Guimarães, ao Lycée français Charles Lepierre e ao Liceu francês do Porto. E ainda: Agnès Jaoui, Alfredo Amaral, Aluísio Neves, Ana Ferreira, Ana Jesus, Ana Ribeiro, Ana Rita Ramalhete, Ana Silva, Ana Soares, Anabela Afonso, Andreia Martins, Andreia Novais, António Gonçalves, António Magalhães, António Patrício, António Rodrigues, António Saraiva, António Victor, Arthur de Paiva e Pona, Audrey Cour, Béatrice Dupasquier, Benoît Sauvage, Bruno Faria, Carla Martins, Carla Silveira, Carla Veludo, Carlos Câmara, Carlos Garcia, Carlos Vaz Marques, Carolina Portelinha, Caroline Champetier, Chloé Pais, Chloé Siganos, Christine Houard, Claire Thibault, Claude Lanzmann, Cláudia Vieira, Corinne Tacchi, Cristina Avelino, Cristina Gonçalves, Cristina Santos, Cristina Torres, Custódia Domingues, David Fren-kel, Delphine Martin, Diane Detollenaere, Diogo Bívar, Dominique Arel, Dominique Hoff, Dora Nobre, Dora Sousa, Elisabete Cardoso, Elisabete Pires, Elisabeth de Paiva e Pona, Elsa Cavaco, Fátima Raña, Fernando Bessa, Fernando Guerreiro, Fernando Jorge Torres, Fernando Oliveira, Filipa Martins, Florence Charmasson, Francisco Barbosa, Francisco Marques, Gabriel Godói, Garance Plunier, Gil Silva, Gonçalo Cruz, Guilherme Moreira, Guive Chaffai, Hugo Lopes, Hugo Pinheiro, Inês Gonçalves, Inês Penalva, Isabel Tadeu, Jacques Mer, Joana Feiteira, Joana Rodrigues, Joana Silva, Joana Vi-nagre, João Almeida, João Araújo, João Fontes, João Nogueira, João Quintanilha, João Rodrigues, Jorge Pinto, José Barata, José Bastos, José Soares, JP Simões, Julie Salvador, Justino Romão, Kate Saragaço-Gomes, Laurent Zenier, Laurentina Pereira, Leonor Santos, Linda Pereira, Lúcia Azevedo, Luís Apolinário, Luís Bastos, Luís Miguel Oliveira, Luis Oliveira, Luís Soares, Luís Vilhena, Luísa Lopes, Luísa Silva, Luísa Sousa Ávila, Manuel Mendonça, Manuel Reis, Marco Ferro, Margarida Barata, Maria Dolores Iglesias, Maria João Bettencourt, Maria João Seixas, Maria Madureira, Maria Silva, Maria Sobral, Maria-João Seixas, Marina Uva, Mário Jorge Torres, Marisa Costa, Marisa Santos, Marta Castanheira, Marta Fernandes, Marta Ferreira, Mathilde Caillol, Michael de Oliveira, Miguel Clarinha, Nadine Gomes, Natália Ribeiro, Nathalie Julia, Noémie Lvovsky, Nuno Gonçalves, Nuno Marques, Nuno Pina, Nuno Poeira, Nuno Reis, Nuno Santos, Nuno Sena, Olivier Establet, Olivier Menucci, Paulo Conceição, Pascal Bonitzer, Pascale Bouillo, Patrícia Lima, Patrícia Roman, Paula Teixeira, Paulo Braga, Paula Vertic, Paulo Aveiro, Paulo Beito, Paulo Pinto, Paulo Rosa, Pedro Azevedo, Pedro Borges, Pedro Marques, Pedro Viegas, Penélope Clarinha, Philippe Carcassone, Pierre Primetens, Raquel Rodrigues, Raquel Sequeira, Ricardo Lopes, Ricardo Oliveira, Rita Côrte-real, Rita Quelhas, Rosa Maria Leitão, Rui de Sousa, Rui Medeiros, Rui Pêgo, Rui Pereira, Saad Ramdane, Sabrina Monteiro, Sandrine Boulet, Sara Afonso, Sara Manarte, Séverine Wemaere, Sílvia Sousa, Sofia Godinho, Sophie Hottat, Sylvie Oliveira, Tércio Borges, Teresa Bello, Themba Bhe-bhe, Thierry Peltreau, Thomas Legrand, Thomas Rosso, Tiago Andrade, Vincent Van de Winckel, Vinicius Magalhães, Xavier Lardoux, Zé Lencastre.