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CES Publicação mensal do Nº 2/2002 Fevereiro de 2002 COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU Novo parecer sobre o acesso das pessoas com deficiência aos sítios Web públicos O CES critica as propostas da Comissão sobre a protecção dos trabalhadores contra os riscos de exposição ao amianto de sítios Web e de representantes dos utilizadores com deficiência. maioria. O relator foi T. ETTY, um membro holandês do Grupo dos Trabalhadores. Atendendo a que o fabrico de produtos contendo amianto está proibido na UE, o novo instrumento poderia ter-se concentrado nas medidas a tomar para proteger melhor os que continuam a correr riscos de exposição porque trabalham com produtos que contêm amianto no âmbito da sua actividade profissional. Exemplificando, trabalhos de demolição, reparação, manutenção, remoção, etc. Lamentavelmente, a proposta de directiva ainda contém elementos que se adequam mais a uma situação de produção. Para além disto, o CES considera preocupante que muitos Estados-Membros entendam que a introdução das modificações necessárias nos seus sítios Web públicos seria excessivamente dispendioso – um entendimento que, na opinião do CES, é simplesmente errado. Miguel Angel CABRA DE LUNA, relator Existem cerca de 37 milhões de pessoas com deficiências na UE e, para muitos deles, o acesso às páginas Web da Internet constitui um problema. Se os sítios Web – e, em especial, os serviços de administração pública em linha – não forem adaptados por forma a levarem em conta as suas necessidades especiais, corre-se um sério risco de exclusão social de uma grande percentagem da população. Na quarta-feira, 20 de Fevereiro, o CES Europeu adoptou um parecer sobre esta matéria sem votos contra e com apenas uma abstenção*. O relator, M. CABRA DE LUNA, para além de membro do Grupo de Interesses Diversos do CES é também director da instituição de caridade ONCE em Espanha. O CES considera que é necessário desenvolver actividades conjuntas de formação de programadores Entretanto, o CES compromete-se a tornar o seu sítio Web acessível aos cidadãos com necessidades especiais. O CES envidará esforços para levar a cabo esta iniciativa até 2003, o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência. De um ponto de vista técnico, não se trata de criar um sítio “paralelo” destinado aos deficientes, mas sim de tornar o sítio plenamente acessível para todos. Numa conferência de imprensa que teve lugar imediatamente antes da adopção do parecer, M. Cabra de LUNA sublinhou em especial a necessidade de uma directiva neste domínio. Acrescentou que “ o CES está consciente da necessidade de proporcionar os benefícios da sociedade da informação ao maior número possível de cidadãos”; neste particular, as empresas, as associações comerciais e a sociedade civil em geral desempenham um papel crucial. De um ponto de vista económico, também o sector privado teria interesse em tornar os seus sítios Web acessíveis às pessoas com deficiências. M. CABRA DE LUNA concluiu que: “Não interessa ao mundo empresarial excluir cerca de 10% da sua clientela potencial – e este é o risco que o mesmo corre se não seguir esta iniciativa.” Animado debate sobre o futuro dos subsídios ao tabaco na UE No primeiro dia da reunião plenária de Fevereiro do Comité (20/2) assistiu-se a um animado debate acerca do projecto de parecer do CES sobre a Proposta de regulamento do Conselho que fixa os prémios e os limiares de garantia para o tabaco em folha, por grupo de variedades e por Estado-Membro, para as colheitas de 2002, 2003 e 2004. O projecto de parecer, elaborado por N. LIOLIOS (Grupo de Interesses Diversos, Grécia), expõe as preocupações dos produtores de tabaco e a necessidade de manter os actuais níveis de subsídios. Na plenária, o relator fez notar que o sector do tabaco era dominado por pequenas unidades familiares e que, se os subsídios fossem parcialmente abolidos, o sustento de muitas mulheres, em particular, seria posto em causa. O cultivo do tabaco tinha ainda um carácter instrumental no tocante à preservação do território e à manutenção da viabilidade da agricultura em regiões da UE que, de outra forma, estariam despovoadas. No entanto, uma opinião contrária – veiculada, nomeadamente, pelo sector dos consumidores representado no Comité – considerava incorrecto e ilógico separar as questões de saúde pública relacionadas com o consumo de tabaco do cultivo do tabaco. Este documento, que apoiava plenamente a proposta da Comissão (comunicação imediata da intenção de eliminar gradualmente os subsídios ao tabaco) foi rejeitado por pequena margem pela maioria dos membros do CES. Foi adoptado um documento de compromisso baseado numa versão alterada do projecto original de N. LIOLIOS. Este documento dá o seu acordo de princípio às propostas da Comissão, mas, tendo em conta a importância do tabaco para várias regiões e a dimensão das unidades de produção em causa, solicita à Comissão que “procure por todos os meios arrancar já com os trabalhos de elaboração de propostas de alternativa”. O parecer, assim alterado, foi adoptado por 55 votos a favor, 34 contra e três abstenções. Tom ETTY, relator Na sua reunião plenária de Fevereiro, o CES adoptou um parecer sobre a protecção dos trabalhadores contra os riscos de exposição ao amianto por uma larga O Comité lamenta a ausência de disposições específicas para determinados aspectos como controlo sanitário, registo, informação e formação, riscos a que estão expostos os trabalhadores por conta própria e um mais adequado reconhecimento das doenças ligadas ao amianto como doenças profissionais. A UE e os países da América Latina e das Caraíbas Em 21 de Fevereiro o CES adoptou, por larga maioria dos votos expressos, um parecer de iniciativa sobre As relações entre a União Europeia e os países da América Latina e das Caraíbas. O relator foi J. I. GAFO FERNÁDEZ, um membro espanhol do Grupo dos Empregadores. Este parecer, que incide sobre uma zona muito vasta, procede a uma análise detalhada das relações entre a UE e o México, a América Central e as Caraíbas, a Comunidade Andina de Nações e o Mercosul e o Chile. O CES expõe ainda algumas ideias para debate no II Encontro da Sociedade Civil da UE, América Latina e Caraíbas (que terá lugar em Madrid, Espanha, de 17 a 19 de Abril de 2002). Nelas se incluem: • o apelo à UE e aos países da América Latina e Caraíbas para que desenvolvam políticas activas em áreas como a emigração, a educação geral e a formação de classes dirigentes, a aplicação de modelos de desenvolvimento sustentável ou a intensificação e a melhoria da transferência de tecnologias; • a necessidade de criar fórmulas que permitam o fortalecimento – sem interferir na sua liberdade de funcionamento – de todo o tipo de organizações da sociedade civil; e • a promoção da criação de conselhos económicos e sociais ou instituições similares. Notícias da Convenção Membros do CES sublinham a sua importância específica para a Convenção Europeia Jean-Luc DEHAENE, vice-presidente da Convenção, evoca os fortes laços do Comité com a base social dos países candidatos à adesão C E S - info -1- Falando perante a assembleia plenária do Comité Económico e Social Europeu, em 20 de Fevereiro de 2002, Jean-Luc DEHAENE afirmou que o CES está vocacionado para desempenhar “um papel muito importante como ponte entre a Convenção e a sociedade civil” e que, da parte da Convenção, “estão a ser desenvolvidos esforços para assegurar essa função”. Manifestou-se esperançado em que a Convenção venha a ser capaz de chegar a de pessoas activas na sociedade civil, em especial com vista a promover o estudo das iniciativas inovadoras da sociedade civil e dos projectos EU-Índia em curso. Apelou ainda à sociedade civil para que colabore com os meios de comunicação para dar divulgação às iniciativas inovadoras da sociedade civil, sobretudo nos domínios do desenvolvimento económico local, da protecção social e da cultura. Por outro lado, o direito à informação e o direito de acesso aos documentos da administração são essenciais às actividades da sociedade civil e dos media, em ordem à promoção da boa governação e ao controlo da actividade da administração pública, que a torne mais acessível à população. Göke FRERICHS, Presidente do CESE e Jean-Luc DEHAENE, Vice-presidente da Convenção consenso quanto a um projecto de novo tratado que “enuncie os objectivos da EU”. Seria menos positivo se a Convenção se limitasse a alinhar uma série de diferentes possibilidades de acção futura. Entre outros aspectos, salientou a importância da Internet como modo de conhecer as posições das partes interessadas em toda a Europa. No debate que se seguiu, vários membros do CES recordaram ao vice-presidente J.-L DEHAENE que a função central do Comité e o âmbito da sua actividade o tornariam um participante extremamente útil na Convenção. Henri MALOSSE, membro francês do Grupo dos Empregadores, expressou a opinião de que o CES “pode servir como caixa de ressonância e levar os grupos de interesses a compreender que a Convenção lhes diz respeito”. Quanto à ligação do CES aos países candidatos, afirmou: “Estes laços são muito diferentes dos que a Comissão mantém. O nosso Comité estabelece contactos ao nível da base e os nossos interlocutores, não estando envolvidos num processo de negociação formal, expressam livremente as suas posições”. Outros membros (como Robert PELLETIER, Grupo dos Empregadores, França) salientaram a necessidade de garantir o equilíbrio interinstitucional nas propostas para o futuro tratado e insistiram na importância da democracia participativa. Este ponto foi desenvolvido por E. de Paul de BARCHIFONTAINE (Grupo dos Interesses Diversos, Bélgica), que recordou a J.-L. DEHAENE a tradição do CES enquanto espaço de consenso, especialmente em questões relativas a algumas áreas de política. Jan OLSSON (Grupo dos Interesses Diversos, Suécia), por seu lado, referiu-se à longa experiência do Comité de estabelecer contactos ao nível da base através dos Conselhos Económicos e Sociais e instituições similares presentes na maioria dos Estados-Membros. Outros membros, como Ursula KONITZER (Grupo dos Trabalhadores, Alemanha), lamentaram a falta de transparência decorrente da multiplicidade de comités consultivos criados ao longo dos anos. “Há que introduzir uma nova perspectiva nesta matéria”, afirmou. Na sua resposta, Jean-Luc DEHAENE reconheceu a grande importância da função de “intermediário” do Comité em canalizar as posições da base social dos Estados-Membros para a Convenção, afirmando caber ao CES parte da responsabilidade por organizar o debate ao nível nacional. Mais genericamente, importaria que as instituições da EU estivessem plenamente preparadas para o alargamento e que os textos fundamentais da União fossem mais transparentes e legíveis. O presidente do CES, Göke FRERICHS, assegurou a J.-L. DEHAENE que todo o Comité estava empenhado em prestar atenção e apoio plenos aos trabalhos da Convenção e “disposto a desenvolver todos os esforços para fazer da Convenção um êxito”. Capital humano e problemas decorrentes da migração de trabalhadores especializados Se os Estados-Membros da UE pretendem atrair profissionais indianos, por exemplo no sector das tecnologias da informação, deverão examinar as suas políticas em matéria de regras de entrada e residência, duração das autorizações de trabalho e aquisição da nacionalidade. Para reduzir alguns dos efeitos negativos da imigração de trabalhadores especializados • procurem maximizar a utilização das remessas para fins de desenvolvimento e o retorno dos migrantes, encorajando projectos que criem emprego e proporcionem transferências de tecnologia, através de empréstimos complementares de financiamentos e de crédito bonificado; • examinem as barreiras que dificultam o investimento estrangeiro directo e os empreendimentos conjuntos, inclusive na área da investigação e desenvolvimento, para permitir às empresas europeias beneficiar da utilização do capital humano indiano, mas permitindo aos trabalhadores especializados em tecnologias da informação, por exemplo, permanecer na Índia e desenvolver a infraestrutura do país. A Mesa-Redonda recomenda ainda o reconhecimento mútuo das qualificações profissionais e académicas e o reforço da colaboração entre as universidades e instituições de ensino superior indianas e europeias. Ao mesmo tempo, a UE e a Índia deverão promover a circulação de estudantes nos dois sentidos. Pareceres adoptados na 388ª reunião plenária Acessibilidade dos sítios WEB (comunicação) Relator: M. CABRA DE LUNA (Gr.III – E) Prémios para o Tabaco Relator-Geral: LIOLIOS (Gr. III – EL) Riscos de Exposição ao amianto durante o trabalho Relator: T. ETTY (Gr. II – NL) As Relações entre a União Europeia e os países da América Latina e das Caraíbas (iniciativa) Relator: J. GAFO FERNÁNDEZ (Gr. I – E) Terceira reunião da Mesa –Redonda UE-Índia indianos na UE, a Mesa-Redonda sugere que a UE e a Índia: Biotecnologia (comunicação) Relator: A. BEDOSSA (Gr. III – F) Estratégia de Desenvolvimento Sustentável (Aditamento a parecer de iniciativa) Relator: CABRA DE LUNA (Gr.III – E) Regras de participação – 6º Programa-quadro IDT Relator: MALOSSE (Gr. I – F) Controlo e prevenção de zoonoses Relatora: A. DAVISON (Gr. III – UK) Protecção dos animais/fins experimentais Relator: J. JASCHICK (Gr. III – D) Frutas de casca rija (avelãs) Relator: J.M. de las HERAS CABAÑAS (Gr.III – E) N.B. Parecer sobre a Responsabilidade Social das Empresas: decidiu-se por maioria de votos adiar a adopção deste texto até à próxima reunião plenária. CES Redacção Nick FOSTER Assistente Hayet MARAOUB Mesa Redonda , Jaipur, Índia A Mesa-Redonda UE-Índia reuniu-se pela terceira vez em Jaipur, Índia, em 4 e 5 de Fevereiro de 2002, sob a presidência conjunta de N. N. VOHRA e Göke FRERICHS. Os participantes adoptaram um conjunto de recomendações a apresentar à próxima cimeira UE – Índia, a realizar em Copenhaga, nomeadamente: O papel dos meios de comunicação na construção e estruturação em rede da sociedade civil A Mesa-Redonda reconheceu a grave lacuna de comunicação e informação sobre as duas sociedades. Instou a Índia e a UE a intensificarem o intercâmbio de jornalistas e C E S - info -2- Endereço Comité Económico e Social Europeu Rue Ravenstein 2, B – 1000 Bruxelas Tel: (32-2)546.92.07 ou 546.93.93 Fax: (32-2)546.97.64 e-mail: [email protected] internet: http://www.esc.eu.int CES-Info é uma publicação gratuita do Serviço de Imprensa do Comité Económico e Social Europeu. Existente em 11 línguas, CES-Info divulga, todos os meses, o essencial da informação sobre as actividades recentes do CES. CES-Info não pode ser considerado como o relato oficial dos trabalhos do CES, que se encontra no Jornal Oficial das Comunidades Europeias e noutras publicações do Comité. A reprodução – com menção do CES-Info como fonte – é autorizada (mediante o envio de cópia ao redactor). Tiragem: 16.850 exemplares. O próximo número sairá em Março de 2002.
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