v. 2 - Colégio Energia Rio do Sul
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v. 2 - Colégio Energia Rio do Sul
Língua Portuguesa A – 2ª série – Ensino Médio – v. 2 Exercícios Professor, lembramos que, principalmente em relação às questões discursivas/dissertativas, não pretendemos apresentar respostas únicas e definitivas; a intenção é tão somente contribuir com indicativos de interpretação, com possibilidades de sentido, com alternativas para a provocação de discussão a respeito do questionamento apresentado. Contamos com o enriquecimento de suas leituras e dos seus alunos na relação com o momento sócio-histórico em que o tema estiver sendo tratado. 01)Causas que contribuem para que a escola, em geral, confirme o caráter meritocrático: V–F–F–F–V 02)Afirmativas que apresentam linguagem conotativa: 01+ 02 + 08 + 16= 27 Expressões com sentido figurado: 01.Verdadeira. armadilhas, atores 02.Verdadeira. painel de desafios, mesa dos educadores 08.Verdadeira. muros da escola 16.Verdadeira. limites da escola pública, ferramenta de superação 03)A "escola para todos" amplia o acesso à educação aos adolescentes e jovens de classes desfavorecidas, colocando em competição alunos com níveis de desempenho bastante desiguais, já que as classes sociais são determinantes do sucesso ou fracasso escolar. Dessa forma, a escola mantém o modelo da pirâmide social reproduzindo a desigualdade. Para produzir justiça social, a escola precisa criar iguais condições de aprendizagem, para que também os originários das classes populares possam desenvolver habilidades necessárias ao aprendizado escolar. A escola privilegia os alunos de classes sociais mais elevadas, que, naturalmente, se sobressaem em um sistema de "competição livre", em um sistema de educação de caráter "meritocrático"; tem melhor desempenho quem teve mais acesso a informação, cultura, educação de qualidade, recursos tecnológicos etc. Não há como produzir justiça social em ambiente onde a competitividade determina as ações. 04)Regis Argüelles em sua resenha, mais do que descrever o filme, a história, preocupou-se em apresentar uma crítica em relação ao conteúdo abordado, procurando pontuar aspectos relativos à educação tratados no filme. O autor utiliza uma linguagem mais técnica e menos opinativa. Não entra em detalhes em relação à performance dos atores, à fotografia, à trilha sonora, entre outros aspectos. Professor, você poderá apresentar uma resenha publicada em blog (por exemplo, a apresentada a seguir) para que percebam as diferenças. Essa resenha poderá ser lida por você para a turma, xerocada ou disponibilizada no site. Observe as diferenças de linguagem, de vocabulário, os erros ortográficos e gramaticais, a crítica, os tópicos tratados etc. Resenha extraída de blog Filme – Anjos da Noite – Por Marcos Mazo (Disponível em: <http://marcos.mazo.com.br/ site/node/200>) Bem, amigos e companheiros... Depois de um longo tempo de abandono, o meu blog vai ser atualizados com os ultimos filmes dos quais eu tive o prazer (ou não) de assistir... Vamos começar com o Anjos da Noite - A Evolução... Bem, o filme começa aonde o anterior termina, após a Vampira Selene e seu namorado mais ou menos lobisomem Michael terem matado o ancião Vicktor. Este foi o menor dos problemas, pois um vampiro ancião, que estava adomercido desde a Idade Média, acorda e resolve despertar seu irmão lobisomem que tambem está dormindo desde essa época... LÍNGUA PORTUGUESA A Esse filme é o que se espera de um filme de ação... Nem mais, nem menos... Filmes de ações não tem histórias muito elaboradas, então não espere isso deste filme... As cenas de ação são boas, nada de espetacular, mas bem feitas... O unico problema do filme (pois o resto eu até não considero problema) é que tem momentos em que ele é totalmente previsivel... Quando ocorre alguma coisa, fica na cara que aqui mais para frente vai resultar em algo "espetacular", e que seria espetacular se ninguem descobrisse antes... Infelizmente isso não ocorre... Vale o ingresso, mas não compre pipoca para não ficar no prejuizo. Minha nota de 0 a 10: 7,5 (Esta foi a nota atribuída pelo autor ao filme resenhado.) 05)Espera-se que os alunos concluam que o autor se dirige a um público diretamente ligado à educação – estudantes e profissionais da área (alunos de Magistério, de cursos de licenciatura e Pedagogia, professores, pedagogos, psicólogos, psicopedagogos, críticos da educação etc). Outro indicativo: o autor é mestrando em Educação pelo PPGE/UFRJ, professor de História das redes municipais de Duque de Caxias (RJ) e Teresópolis (RJ), ex-pesquisador do TEMPO/UFRJ – o que serve naturalmente de indicativo para a caracterização da resenha. 06)Questões apontadas na própria resenha sobre problemas educacionais que vão além da realidade francesa: •O caráter meritocrático da educação; •O crescimento da população escolar e a expansão da escolaridade mínima obrigatória definem uma segunda questão: que valores a escola deve definir como fundamentais na formação do sujeito? Quais são os limites dessa educação escolar, considerandose origem de classe e família, dentre outros fatores? •Representações de racismo, sexismo, disputa entre identidades nacionais e preconceito de classe são comuns na sala de aula e em todas as instâncias da escola; LÍNGUA PORTUGUESA A •Perceber a dimensão conflitiva e contraditória da escola, na forma como é representada pelo filme, é de fundamental importância para se repensar o papel dessa instituição. 07)A intenção é que os alunos reflitam e se posicionem sobre a relação das desigualdades sociais e as desigualdades escolares, que, por sua vez, acabam levando os alunos pertencentes a classes menos favorecidas socialmente à dificuldade de melhor inserção no mercado de trabalho e social. 08)Educação de caráter meritocrático, exclusão social em função da desigualdade social, falta de qualificação e aperfeiçoamento dos professores, baixos salários, falta de incentivo à cultura, dificuldade de recursos materiais, didáticos e tecnológicos, participação efetiva da família, etc. 09)A consolidação de uma escola democrática e, acima de tudo, socialmente relevante, alicerçada em uma postura essencialmente historicizada e crítica. Ou seja, a instituição precisa organizar-se de modo que sejam consideradas as especificidades de origem, classe social, acesso à cultura e outros elementos que preservem os alunos garantindo um sistema de educação justo e que os prepare para a cidadania. 10)É importante que o professor contribua com a reflexão sobre cada um dos aspectos: racismo (preconceito racial – contra negro, índio, boliviano, etc.; mostrar que é diferente de preconceito ou discriminação que se estende a outros aspectos: doença, orientação sexual, obesidade, etc. ); sexismo (discriminação ou tratamento indigno a um determinado gênero, ou ainda a determinada identidade sexual e orientação sexual – "loura burra"; "só podia ser mulher"; "mulher no volante, perigo constante"); disputa entre identidades nacionais ("brasileiro é selvagem"; "se é americano, é bom"), preconceito de classe ("ele é incapaz pois é da favela"; "a mulher sabe tudo; é da alta sociedade"). Chamar a atenção para o fato de que, na história narrada no filme, os alunos eram imigrantes e, assim, contavam com bagagens culturais bastante distintas, o que contribuía para o surgimento de conflitos. 11)Escola tradicional x escola moderna •A escola tradicional priorizava a memorização do conteúdo, a reprodução. O professor "ensinava" e o aluno "aprendia". •A escola moderna prevê o maior envolvimento do aluno com o objeto do conhecimento, o objeto de aprendizagem. O professor organiza sua aula de modo que o aluno desenvolva habilidades tais como de análise, reflexão, raciocínio, interpretação. O que se tem no Brasil, no entanto, ainda são poucas iniciativas de escolas ou mesmo de professores isolados. 12)Embora a escola seja uma instituição, não deveria ser tão distinta do mundo existente fora dela. No entanto, o próprio homem descobriu que a educação é importante ferramenta para o desenvolvimento de uma população e que esse desenvolvimento poderia ser desfrutado apenas pela minoria dominante, bastando para isso que a escola ensinasse a repetir, a reproduzir, e desse modo a grande população seria manipulada mais facilmente. E assim tem sido feito há séculos. Mudar essa concepção não é fácil, nem rápido. Precisamos continuar lutando por um ensino igualitário, justo e que leve ao questionamento. 13)Produção textual Opção 1 Professor, é importante verificar com antecedência o acesso dos alunos aos livros indicados para o vestibular. Sugerimos que chame a atenção para a observação da estrutura (flexível) da resenha e não aceite cópia da internet e de outras fontes (o que poderá ser observado por meio da linguagem utilizada). Opção 2 Lembrar da estrutura (como orientação) do texto dissertativo-argumentativo. Auxiliar os alunos na elaboração de argumentos em relação ao tema (a escola massifica; a escola ensina a reproduzir; não leva o aluno a ser crítico, a criar, a raciocinar, etc.). •Outros textos que tratam de educação/realidade da sala de aula/conflitos provocados pelo disciplinamento, pelo sistema competitivo na escola, pela massificação. •O professor deve assistir aos filmes (Sociedade dos poe tas mortos, The wall) e ouvir as músicas (ler também as letras) para poder comentá-los com os alunos, fazendo relações com o filme Entre os muros da escola. Letras das músicas Outro tijolo na parede (Another brick in the wall) Papai voou do oceano Deixando só uma memória Uma foto no álbum de família Papai, o que mais você deixou pra mim? Papai, o que você deixou lá trás pra mim? De qualquer maneira era só um tijolo na parede De qualquer maneira era tudo só tijolos na parede Nós não precisamos de educação Nós não precisamos de controle de pensamento Sem sarcasmo sombrio na sala de aula Professores deixem as crianças em paz Hey professores! Deixem as crianças em paz De qualquer maneira você era só mais um tijolo na parede De qualquer maneira você é só mais um tijolo na parede Nós não precisamos de educação Nós não precisamos de controle de pensamento Sem sarcasmo sombrio na sala de aula Professores deixem as crianças em paz Hey professores! Deixem as crianças em paz LÍNGUA PORTUGUESA A De qualquer maneira você era só um tijolo na parede De qualquer maneira você é só outro tijolo na parede Não preciso de braços ao meu redor Não preciso de drogas pra me acalmar Eu vi as escrituras na parede Não acho que eu preciso de algo Não, não acho que eu preciso de de algo De qualquer maneira eram só mais tijolos na parede De qualquer maneira eram só mais tijolos na parede • Assista ao trailer do filme em: <http://www.youtube.com/watch?v=9EAdkrVbzjU>. Estudo errado – Gabriel O Pensador Eu tô aqui pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo Eu quero jogar botão, video game, bola de gude Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!" Então dessa vez eu vou estudar até decorar, cumpádi Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde Ou quem sabe aumentar minha mesada Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa, pirralhada!) A rua é perigosa então eu vejo televisão (Tá lá mais um corpo estendido no chão) Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação – Ué, não te ensinaram? – Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil Em vão, pouco interessantes, eu fico pu... Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!) Então eu fui relendo tudo até a prova começar Voltei louco pra contar: Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi LÍNGUA PORTUGUESA A Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos Desse jeito até história fica chato Mas os velhos me disseram que o "porquê" é o segredo Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente E sei que o estudo é uma coisa boa O problema é que sem motivação a gente enjoa O sistema bota um monte de abobrinha no programa Mas pra aprender a ser um ingonorante (...) Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir) Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste – O que é corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...) Vamos fugir dessa jaula! "Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?) Não. A aula Matei a aula porque num dava Eu não aguentava mais E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!) Íííh... Sujô (Hein?) O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!) Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar E me disseram que a escola era meu segundo lar E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano Não tenho outra saída Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida Discutindo e ensinando os problemas atuais E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais Com matérias das quais eles não lembram mais nada E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada Refrão Encarem as crianças com mais seriedade Pois na escola é onde formamos nossa personalidade Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios LÍNGUA PORTUGUESA A Quem devia lucrar só é prejudicado Assim vocês vão criar uma geração de revoltados Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio... Juquinha, você tá falando demais, assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio! Mas é só a verdade, professora! Eu sei, mas colabora senão eu perco o meu emprego. 14)Com o acesso de "todos" ao ensino, criaria-se a livre competição – mesmo que o ingresso pareça democrático (por permitir entrada a todos), a concorrência se mantém: permanece e vence quem tem melhores condições culturais e financeiras. Por um lado, os negros têm sua chance de ingresso, passando por um sistema que contempla apenas os que têm acesso a educação de qualidade, cultura etc. Por outro lado, nem todos os negros são pobres e muitos brancos estão em situação idêntica à dos negros em relação às condições de dificuldade de acesso aos bens culturais. É preciso pensar em segmento social, não em cotas raciais. 15)Professor, para contribuir com o exercício, é interessante provocar a discussão de ambos os textos com perguntas, como: O que significa ter direito a educação? Significa apenas ter direito a vaga? Mesmo que a escola se localize a quilômetros de distância, que não tenha carteiras, quadros de escrever, material didático, iluminação, computador, etc. adequados? Quando o aluno é vítima de bullying, quando é intimidado por colegas da escola, pode-se dizer que tem direito à educação? Quem é o responsável pela integridade física e psicológica do aluno na escola? Como orientar o aluno vítima de bullying? É o aluno ou o professor que provoca o bullying? O bullying está relacionado à classe social? Qual a relação do bullying com o desempenho escolar? 16)Certamente o autor quis dizer que a história é dinâmica, que demonstra todos os movimentos dos personagens em busca do desvendamento do código, que o livro dá conta LÍNGUA PORTUGUESA A de levar o leitor a criar imagens de ritmos e movimentos próprios de um filme. 17)Nesta questão deve-se salientar a estrutura desse gênero textual, destacando a importância de certas referências, que depende do objeto a ser resenhado. Nesse caso, por exemplo, a duração do filme é importante. O professor pode solicitar que os alunos façam uma consulta para verificar essa informação. 18) 04.Verdadeira. O autor generaliza. Nem todos se interessam pelo assunto tratado no filme; muitas pessoas não gostam de temas enigmáticos e de suspense, mesmo quando relacionados a fatos históricos e de cunho religioso, mais especificamente contra o catolicismo. Neste caso, é discutível até que ponto a generalização torna-se um problema. 19)Sugestões: a)Começou a procura anual dos blockbusters ("campeões de bilheteria"). b)O problema maior do filme foi sua préprodução. c)[...]ganhador do Oscar por "Uma Mente Brilhante", que é um cineasta comum [...] d)[...]fazerem uma descoberta, algo que não funciona no cinema e desvaloriza totalmente o filme[...] e)[...]escolhendo sempre o caminho mais ordinário, a banalização[...] f) [...]Mas com certeza quem ele acha que é menos inteligente é quem vai ver o filme [...] 20)Resposta pessoal. Provavelmente na tentativa de manter uma maior aproximação com o público que utiliza uma linguagem mais informal; os jovens, por exemplo. Cabe ao professor, obviamente, avaliar com a turma a adequação de cada uma das opiniões dadas. 21)Esta resenha, conforme tratado na questão de número 5, foi dirigida a um público diretamente ligado à educação – estudantes e profissionais da área –; assim, é natural que o autor, que também é profissional da educação, tenha optado por utilizar uma linguagem mais formal. A introdução da resenha é exemplo dessa linguagem. Ganhador da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2008, Entre os muros da escola, dirigido por Laurent Cantet, busca desvelar o dia a dia de uma escola francesa contemporânea. Fazendo uso de técnicas de documentário e de atores que são os próprios personagens na vida real, o filme mostra força ao tratar de forma contundente problemas educacionais que vão além da realidade francesa. Nesse sentido, o filme pode ser visto como importante painel de desafios colocados à mesa dos educadores de hoje. 22)Paralelo entre a crítica de Argüelles e de Vinícius Vieira. Entre os muros da escola – Argüelles O código Da Vinci – Vinícius Vieira Tema: O cotidiano de uma escola pública do subúrbio de Paris – desafios aos educadores de hoje. Crítica positiva – Voltada ao conteúdo temático tratado pelo filme. •o filme mostra força ao tratar de forma contundente problemas educacionais que vão além da realidade francesa; •o filme pode ser visto como importante painel de desafios colocados à mesa dos educadores de hoje; •pode ser visto como uma crítica, até certo ponto ácida, dirigida a professores, alunos e diretores, bem como ao sistema educacional francês.; •a denúncia feita [...] pode ser transplantada para outras realidades, como a brasileira. Tema: Desvendamento de um segredo que promete mudar a história do catolicismo e do mundo. Crítica negativa – Voltada à produção cinematográfica – filmagem, ângulo e movimento da câmera, elenco, direção, roteiro, textos/diálogos, final, etc. •o filme simplesmente não funciona (conforme crítica especializada de Cannes); •um cineasta comum, que escolheu o caminho mais ordinário, o famoso feijão com arroz; •Akiva Goldsman, o roteirista, "assassina o livro", [o filme] não funciona; •descaracteriza os personagens com frases feitas e totalmente idiotas; •Qualquer tipo de explicação a respeito dos mistérios da história, além de serem didaticamente narradas, mostradas em imagens e rabiscadas numa lousa, ainda são repetidas segundos depois por outro personagem. 23)Professor, o aluno deve apresentar uma crítica do livro que permita ao leitor de sua resenha informações relevantes (quanto ao tema, à abordagem literária, à linguagem utilizada, etc.) sobre a obra, motivando-se a lê-la. •Sugerimos que solicite a leitura de algumas resenhas, pelos próprios autores, para a turma. Após a leitura, o autor, os colegas ou o professor poderão tecer um comentário sobre os textos com o intuito de chamar a atenção para aspectos relevantes da resenha, além de questões relativas ao vocabulário, à coesão/coerência, à argumentação, etc. LÍNGUA PORTUGUESA A •Ou que recolha as resenhas e selecione uma, ou excertos de algumas, para análise de forma e conteúdo junto à turma (revisão coletiva). Para facilitar a análise, é interessante que os textos sejam digitados e apresentados em data show, quadro eletrônico. 24)Ambos os textos foram publicados em um jornal e se referem, respectivamente, à caracterização de uma mulher e de um homem, de alguma forma como se fossem produtos de compra, de aquisição, e não de venda, daí a semelhança com um anúncio. A linguagem utilizada nos dois textos é própria dos anúncios: clara, objetiva, específica e que realça as características do produto, no caso o homem descasado e a mulher que responde. 33)a)Pretendente – é o núcleo, a palavra mais importante do complemento verbal. b)Pretendente é substantivo. 34)Toda essa gente se engana (1ª oração)/ou então finge (2ª oração) que não vê (3ªoração)/ que eu nasci (4ª oração) para ser o superbacana (5ª oração). (Caetano Veloso) É importante chamar a atenção para o humor que marca ambos os textos e para o fato de que, embora tenham características de anúncio, conforme já visto, também se assemelham à crônica, que é um gênero previsto para ser publicado pela imprensa e se refere a fatos do cotidiano. 25)01 + 02 + 08 = 11 26)B 27)D 28)B 29)O paradoxo se dá pela simultaneidade entre o dia e a noite no momento do pôr do sol. Dia e noite/claro e escuro. 30)A imagem apresenta uma mulher obesa e uma magra, indicando uma antítese. Para haver paradoxo, seria necessário que pelo menos uma delas fosse ao mesmo tempo, de alguma forma, magra e gorda. 31)01 + 04 + 08 = 13 32)a)Exigir é verbo transitivo direto. b)que a pretendente tenha idade entre 28 e 40 anos – exerce a função sintática de objeto direto do verbo (exigir) da oração principal. LÍNGUA PORTUGUESA A a)Que não vê/que eu nasci b)Professor, identificar a oração principal das orações subordinadas destacadas no item anterior (que não vê/que eu nasci) pode ser um bom momento para discutir com os alunos a importância da compreensão dos enunciados que lemos e da clareza do que escrevemos. É preciso considerar que o significado ou o sentido das ideias expressas no período sobrepõem-se à mera classificação das orações que o formam, embora o conhecimento da estrutura sintática também possa auxiliar na compreensão do texto escrito. No período em estudo, a primeira e a segunda orações são coordenadas entre si (Toda essa gente se engana (1ª oração)/ou finge (2ª oração)). Mas, se o aluno orientasse sua análise exclusivamente pelo sentido, poderia apontar as três primeiras orações como principais, uma vez que eu nasci para ser o superbacana poderia ser compreendido como o motivo pelo qual toda essa gente se engana, ou aquilo que elas fingem não ver. Isso seria comum na linguagem coloquial. No entanto, a oração Toda essa gente se engana tem sua estrutura sintática completa, pois o verbo enganar nesse contexto tem o sentido de "cometer engano" ou "erro", por isso não poderia ser oração principal. A segunda oração, ou então finge, embora seja independente sintaticamente da primeira oração, não possui estrutura sintática completa. Finge o quê? O verbo fingir (VTD) está incompleto e a terceira oração, que não vê, completa-lhe o sentido. Assim, a segunda oração do período (ou então finge) é a oração principal de que não vê e esta terceira oração, por sua vez, é a oração principal da quarta oração (que eu nasci). O verbo ver (VTD) necessita de complemento (OD). c)Que não vê – oração subordinada substantiva objetiva direta. Que eu nasci – oração subordinada substantiva objetiva direta (completa o verbo transitivo direto vê) 35)Transforme os períodos simples em períodos compostos. a)Observou que a lenha verde agonizava. Oração subordinada substantiva objetiva direta. b)É aconselhável que você compareça na hora marcada. Oração subordinada substantiva subjetiva. c)Percebeu que os homens se aproximavam. Oração subordinada substantiva objetiva direta. d)Julieta ficou na janela na esperança de que Romeu voltasse. Oração subordinada substantiva completiva nominal. e)A preocupação de todos era que houvesse excesso de chuva. Oração subordinada substantiva predicativa. 36)a) oração subordinada objetiva direta b)oração subordinada substantiva subjetiva = função de sujeito c)oração subordinada completiva nominal d)oração subordinada objetiva direta e)oração subordinada apositiva 37)a)I – É conveniente uma alimentação saudá vel . II – Convém alimentarmo-nos de modo saudável. b)I – Nosso desejo é a possibilidade de uma vida confortável para todos. II – Nosso desejo é possibilitar a todos uma vida confortável. c)I – É importante a leitura integral das obras literárias. II – É importante ler integralmente as obras literárias. d)I – Percebi-os contrários aos nossos acordos. II – Percebi-os contrariando nossos acordos. e)I – A professora solicitou a leitura da obra Iracema, de José de Alencar. II – A professora solicitou-nos a leitura da obra Iracema, de José de Alencar. A professora solicitou lermos a obra Iracema, de José de Alencar. 38)Como em todo exercício de produção textual, o professor certamente promoverá a discussão sobre o tema a ser desenvolvido, com base nos textos de referência e nos outros textos já tratados, vistos na tevê, lidos em revistas e jornais, etc. de modo que o aluno tenha o que dizer em seu texto escrito. Também, provavelmente, acompanhará o trabalho dos alunos, orientando-os individuamente em relação às ideias e à escrita; e chamará a atenção para aspectos próprios da revisão textual (organização, desenvolvimento e fundamentação de ideias, pontuação, paragrafação, estrutura do texto, correção ortográfica, etc.). Professor, aproveite para caracterizar a função referencial da linguagem. Função referencial (ou denotativa): •Centralizada no referente; quando o emissor procura oferecer informações da realidade. •Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. •Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. (Disponível em: <http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_professor_virtual_perguntas_funcoes_linguagem.html) 39)E 40)Possíveis interpretações das definições de amor: a)O amor é bossa nova (o amor é mais suave, mais melodioso) [...] característica importante da bossa nova: a voz não precisava ser muito alta, nem muito forte. O João Gilberto, por exemplo, tem uma voz muito suave e baixinha, quase como um sussuro... mas mesmo assim ele consegue encher um ambiente de melodia! Nada parecido com os cantores de samba ou chorinho [...] (Disponível em: <http://www.canalkids. com.br/arte/musica/instrumento_ bo.htm>.) LÍNGUA PORTUGUESA A Sexo é carnaval (ritmo frenético, barulho, grito, percussão). b)O amor é um desejo de atingir a plenitude. Sexo é o desejo de se satisfazer com a finitude. O amor quer a continuidade, quer ser infinito, pleno. O sexo é imediatista, de satisfação imediata, finita. c)Amor é egoísta; sexo é altruísta. Este verso é contraditório em relação ao que o texto vinha defendendo. Quem ama pensa apenas em si mesmo? O sexo leva ao prazer do outro, leva a se pensar no bem do outro como que em ato de altruísmo, de filantropia? d)Amor é prosa; sexo é poesia. A princípio parece haver maior relação entre amor e poesia e entre sexo e prosa. Afinal, temos visto muito mais poetas "rimarem" amor com poesia do que com prosa. Mas, conhecendo a irreverência de Arnaldo Jabor, é fácil entender por que ele mudou a "ordem" dos versos, ou melhor, os conceitos. 41)D 42)A 43)B Levantar questionamentos: que características do texto podem ser relacionadas a amor? Que características do esporte podem ser relacionadas a sexo? Por que Jabor relacionou texto com esporte? 44)E Uso duvidoso das palavras (ou melhor, sugere outro sentido). 45)08 + 16 + 32 = 56 46)O latifúndio é visto pelos críticos sociais de forma negativa, uma vez que não produz uma sociedade democrática e justa, pois são poucos os proprietários e somente eles se beneficiam dos lucros dessas grandes extensões de terra. 10 LÍNGUA PORTUGUESA A Na letra da música, no entanto, os autores comparam o amor com o sonho por um romântico latifúndio, ressaltando assim, certamente, o romantismo ao lado da natureza, talvez, as românticas casas características das grandes fazendas, conforme a ilustração demonstra. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), de acordo com a imagem, é vibrante, demonstra agressividade, luta, ação. Esse espírito é utilizado como referência para a comparação com o sexo. 47)Concepção de amor e sexo subjacente ao texto: O amor é visto como um sentimento mais sublime, nobre, vinculado ao romantismo, à espiritualidade, à emoção. O sexo é prazer, é carnal, é pagão. 48)A interjeição Ah! remete ao encantamento, à alegria; já a interjeição Hum! remete ao prazer (hum, que gostoso, que delícia). 49)Ao dizerem que o amor é um, os autores o definem como um sentimento individual; alguém pode amar sozinho, ou seja, sem ser compartilhado. O sexo é dois, ou seja, para o sexo, segundo a definição dos autores, deve haver duas pessoas. 50)Ao dizer amor é cristão ou amor é divino, fazendo um contraponto com sexo é pagão, os autores ressaltam o aspecto da religiosidade, da espiritualidade no amor e do profano no sexo, que, segundo a letra da música, é mais relacionado ao corpo, à matéria, ao prazer carnal. A relação estabelecida entre "amor é divino" e "sexo é animal", parece ir na mesma direção, no entanto de forma mais contundente: divino x animal – divino x humano. Outra consideração que podemos fazer: a expressão animal tem sido utilizada informalmente para indicar "muito legal, muito interessante, muito prazeroso". 51)Paralelo entre os textos Amor é prosa, sexo é poesia e Amor e sexo Amor é prosa, sexo é poesia – Arnaldo Jabor Estrutura Crônica Texto escrito em prosa Uso de diálogo Amor e sexo Arnaldo Jabor, Rita Lee e Roberto de Carvalho Estrutura Letra de música Preocupação com a melodia, com a rima, o ritmo Linguagem Dissertativa Argumentação O autor cria uma circunstância de diálogo entre personagens para discutir o que é amor e o que é sexo. A argumentação tem por base a comparação entre amor (é isso) e sexo (é aquilo). Abordagem temática Em seu texto, Arnaldo Jabor, ao comparar amor e sexo, remete a questões políticas, sociais, culturais; utiliza citações, fazendo referência a Nelson Rodrigues e Proust. Linguagem Linguagem poética; uso de versos e rimas Argumentação Toda a letra da música caracteriza-se pela comparação entre amor e sexo. Abordagem temática As definições comparativas de amor e sexo são apresentadas de forma objetiva e sucinta. Nota-se que, em ambos os textos, o amor é visto como um sentimento mais sublime, nobre, vinculado ao romantismo, à espiritualidade, à emoção. O sexo é representado como um sentimento mais racional, carnal, pagão. Várias frases (como amor é prosa; sexo é poesia) são repetidas nos dois textos. E-mail e carta Professor, naturalmente você levará os alunos a compararem os dois textos apresentados como exemplos de cartas. Sugerimos questioná-los sobre a adequação da linguagem utilizada; chamar a atenção para o fato de terem sido eliminadas as frases de efeito (do tipo venho por meio desta), a linguagem muito rebuscada, o uso de termos esdrúxulos. Falar sobre a necessidade de se ir direto ao assunto, de forma clara e objetiva. A análise dessas cartas auxiliará na produção de texto a seguir. 52)a)Professor, os alunos devem caracterizar fatos do dia a dia que causam irritação de modo a sensibilizar os responsáveis para que providências sejam tomadas. É interessante que releiam as cartas apresentadas nos exemplos. b)Para que a definição de amor não se reduza a uma curta frase elaborada sem reflexão, é conveniente que se relacione o amor com aspectos sociais, culturais, religiosos, tal qual fizeram os autores dos textos que tratam desse tema. 53)C Chamar a atenção para o fato de que a generalização pode caracterizar um consenso (ideia com a qual "todos", de maneira geral, concordam), como é o caso do exemplo. Se o autor quisesse atenuar o sentido de generalização, poderia ter escrito: As pessoas detestam ficar presas no trânsito. Mas parece que, no caso, a intenção era mesmo a de intensificar e estender a "todo mundo" o sentimento provocado pelo congestionamento. Levar os alunos a analisar os demais exemplos, como o da alternativa a, que permite demonstrar maior conhecimento sobre o tema, evitando a generalização. LÍNGUA PORTUGUESA A 11 54)04 + 08 + 16 = 28 55)01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31 56)Espera-se que os alunos percebam, por exemplo, que na figura 1 as crianças estão utilizando o trenó para lazer. Assim, não estariam evitando o uso de um veículo automotivo. No entanto, quando utilizado como meio de transporte, o trenó torna-se favorável ao tráfego e ao meio ambiente, pois não depende da queima de combustível fóssil. Os elefantes (figura 2) são um meio alternativo de transporte de carga e de pessoas que também não queima combustível fóssil. Por outro lado, além de prejudicar o livre movimento dos veículos automotivos, os elefantes sujam os centros urbanos ao eliminar seus excrementos por onde passam, podendo causar danos materiais e acidentes com vítimas no trânsito. Atingem normalmente velocidades inferiores às dos automóveis e, embora adestrados, podem criar grandes transtornos no trânsito e fora dele. O triciclo, ilustrado na figura 3, demonstra criatividade, força e agilidade de um povo que precisa se deslocar em grupo. Esse meio de transporte é ecologicamente correto, no entanto acarreta grande risco para os que o utilizam, especialmente crianças e idosos. Os condutores desse tipo de veículo muito provavelmente desenvolvem problemas físicos, pois é necessário haver muita força para colocá-lo em movimento. A carroça (figura 4) é um antigo meio de transporte que, embora seu uso tenha diminuído significativamente, se mantém como alternativa às classes mais baixas da população. Como são puxadas por cavalos ou jegues, também sujam áreas públicas e atrapalham o tráfego. Há cidades que exigem o uso de "fraldões" para os animais e aplicam normas de trânsito específicas para esse meio de transporte. Vê-se que as crianças circulam soltas na carroça, sem cinto de segurança, em uma rua pavimentada onde certamente circulam veículos em alta velocidade. 12 LÍNGUA PORTUGUESA A 57)Figura 1 – Aparentemente (pelas roupas, pelos calçados e pelo trenó que usam) as pessoas pertencem à classe alta da população; o uso do meio de transporte parece ser para lazer. Figura 2 – Os elefantes transportam pessoas e também cargas. Pelo seu tamanho, esse animal parece pouco vantajoso como meio de transporte em relação ao volume da carga e ao pouco número de pessoas que pode carregar; além da pouca velocidade que atinge, da dificuldade de visibilidade dos motoristas dos automóveis e da dificuldade de controle de sua força e vontade. Figura 3 – O triciclo permite o transporte de um grande grupo. A família encontra uma maneira acessível financeiramente para poder se deslocar, seja a trabalho – mais provavelmente –, seja a lazer. Em área urbana, esse veículo torna-se uma alternativa das classes menos favorecidas. Figura 4 – A carroça (embora já tenha tido o seu período de glória, quando servia apenas os mais abastados) é um veículo alternativo para as classes menos favorecidas. Poucos veículos dessa natureza encontram-se em áreas urbanas, mas continuam a ser utilizadas como meio de transporte de carga e de pessoas. 58)O personagem relaciona os bens materiais com o ideal de vida das pessoas, seja dirigir a carteira cambial de um banco ou um realejo novo, um automóvel. Ele dividia a humanidade em duas castas, pedestres e rodantes (os que circulavam sobre quatro pneus). Os bens materiais, principalmente caracterizados pelo automóvel, garantiam status aos privilegiados economicamente. 59)Os termos utilizados (fonfonando, Bip! Bip! Fon! Fon!) são onomatopeias que imitam, no texto, a buzina de um automóvel. Foram bastante usados em décadas anteriores, como as de 1970 e 1980. No primeiro texto, o autor utiliza a expressão fonfonando para dizer que chegava buzinando. A expressão ajuda na descrição da alegria vivida pelo personagem. Em seu texto, Marilita Braga utiliza a expressão Bip! Bip! Fon! Fon! também em referência à buzina dos automóveis. Aqui, no entanto, a intenção é remeter à insistência dos motoristas que buzinam na esperança de fazer os veículos se movimentarem e para pressionarem os guardas de trânsito a dar passagem. Análise comparativa entre os dois textos. Bip! Bip! Fon! Fon! O Presidente Negro Tema Trânsito e congestionamento em grandes cidades. Tema Relação homem, casta (classe social) e automóvel. Vantagens ou desvantagens dos veículos Nesse texto, prioritariamente aparecem as desvantagens do automóvel – engarrafamento, atraso, perda de tempo, impaciência, poluição atmosférica, barulho das buzinas, barulho de sirenes, estacionamento em calçadas ou em faixas de pedestres, atropelamentos, mortes. Relação veículos e evolução da sociedade •Aumento rápido do número de veículos. •O comodismo e a falta de consciência ambiental levam ao uso desmedido de automóveis. •Falta de planejamento urbano – ruas estreitas, dificuldades de acesso, etc. –, ocasionando caos no trânsito Crítica social Em nome do progresso, procuramos "vencer o tempo", precisamos chegar rapidamente nos mais diversos lugares. O automóvel representa a possibilidade de acesso, de alcance, de resolução de muitos problemas. Desse modo, as pessoas poluem o ar, o som harmonioso da natureza, provocam acidentes, matam. Vantagens ou desvantagens dos veículos Vantagens: para o narrador-protagonista, o automóvel divide a humanidade em duas castas: pedestres e rodantes, como os batizei aos homens comuns e aos que circulavam sobre quatro pneus. •O automóvel livra o pedestre de ser forçado a gastar a sola das botinas, a suar em bicas nos dias quentes, a molharse nos dias de chuva e a operar prodígios para não ser amarrotado pelo orgulhoso e impassível rodante, o homem superior que não anda, mas desliza veloz. •Permite mudar de classe social, leva a aumento de salário. •Mesmo o que deveria ser considerado desvantagem, muda de sentido para o personagem: Paguei diversas multas, matei meia dúzia de cães e cheguei a atropelar um pobre surdo que não atendera ao meu insolente "Arreda!" Tornou-se-me o pedestre uma criatura odiosa, embaraçadora do meu direito à rapidez e à linha reta. Obs.: chamar a atenção para a linguagem utilizada na época. Relação veículos e evolução da sociedade Automóvel como sonho de consumo, realização plena, verdadeiro fascínio, supervalorização da máquina em detrimento das pessoas (pedestres). O automóvel/máquina sobrepõe-se às pessoas. Crítica social O mais importante é a superação da máquina, do automóvel sobre os homens. O homem, representado pelo pedestre, perde o direito a ir e vir, perde o direito ao espaço na rua, na calçada, no mundo. O personagem faz referência ao automóvel Ford, cujo sistema de produção criado pelo empresário responsável tornou-se modelo de fabricação em massa, de fragmentação do conhecimento do processo. (Leia mais sobre o fordismo em seguida.) LÍNGUA PORTUGUESA A 13 Fordismo O que é: fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford, cuja principal característica é a fabricação em massa. Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis, projetando um sistema baseado numa linha de montagem. Objetivo do sistema O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção, uma esteira rolante conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção. Também não era necessária utilização de mão de obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa dentro de sua etapa de produção. O fordismo foi o sistema de produção que mais se desenvolveu no século XX, sendo responsável pela produção em massa de mercadorias das mais diversas espécies. (Disponível em: http:<//www.suapesquisa.com/economia/fordismo.htm>. Acesso em: 7 abr. 2010) 60)Sugestões para uma produção mais efetiva: •Solicitar a inclusão de dados históricos (do fordismo, por exemplo); •Orientar para que façam referência à relação do automóvel com a classe social; •Sugerir que utilizem citação direta (cópia – entre aspas) ou indireta (ideias do autor usando outras palavras). 61)O homem tem criado os mais diversos meios de transporte desde os primórdios. Nos últimos séculos, mais comumente utilizam-se automóveis populares. Seja por tração animal (carroça, carro de boi), por combustível fóssil (automóvel, ônibus) ou por energia elétrica (trem, metrô), os meios de transporte, além de grandes utilitários, exercem grande fascínio sobre as pessoas. Muitos optam até mesmo por viver em casa alugada e ter o carro que mais lhes agrada na garagem ou comprometem quase a totalidade da renda familiar na compra de um carro que lhes proporcione maior status social. 14 LÍNGUA PORTUGUESA A Nas imagens apresentadas, encontramos relações de contradição e humor: I) O conhecido slogan se beber não dirija é apresentado de forma paradoxal no "bar móvel" que aparece nessa imagem. Contraditoriamente, o motorista dirige e bebe simultaneamente ao lado de outros companheiros de bar, que também bebem enquanto passeiam pelo trânsito da cidade. II)Essa imagem é pejorativa. Remete à fama de chatas atribuída às sogras. O criador da imagem simulou a propulsão de uma sogra sentada sobre uma cadeira como se fosse um foguete. A intenção, certamente, é levar o leitor à conclusão de "envio" da sogra para a lua (sem volta). III)O cartaz mantém relação intertextual com a campanha da Mastercard ([...] não tem preço). Com esse espírito ([...] não tem preço.), leva o leitor a concluir que poderá beber uma cerveja, que custa R$2,50, deixar de pagar uma multa de R$957,00 (por não dispor de dinheiro) e encontrar os amigos na delegacia, o que "não tem preço". O autor joga com a contradição entre as possibilidades de ser feliz, beber uma cerveja, pagar uma multa alta ou encontrar os amigos (que estariam cometendo a mesma falta) na delegacia. Além do texto verbal, linguístico, o texto não verbal (imagens, cores, movimentos, personagens, figurino, trilha sonora, etc.) contribui com os efeitos de contradição e humor pretendidos. No Youtube encontram-se inúmeros vídeos com a base temática desse texto: [...] não tem preço. Sugestão: <http://www.youtube.com/ watch?v=nKwtTiFkksE&feature=related>. (Acesso em: 7 abr. 2010) Embora os textos deixem clara a intenção do humor, fazem apologia ao preconceito (contra as sogras) e ao consumo irresponsável de bebida na relação com a direção. 62)Análise da fala de Manolito. a)Ao utilizar a expressão "duros de aprender", o personagem se referia a alunos com dificuldade de aprendizagem (disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH –Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Pode-se fazer referência a personagens de novelas (Duas caras – Clarissa, estudante universitária – e Tempos modernos – personagem Leal, protagonista) que caracterizam tais dificuldades. b)Round significa cada uma das etapas, ou fases, da luta de boxe. Como os pais costumavam dar uma grande surra quando os filhos não queriam ir para a aula, o personagem concluiu que a infância de seu pai teria sido um grande round, ou seja, uma grande fase de luta, deixando implícito que o pai nunca queria ir para a aula. 63)Com base no primeiro quadrinho: a)Meu pai contou/que quando ele ia à escola/o professor batia nos alunos/que eram duros de aprender. b)Meu pai contou e o professor batia nos alunos. Essa terceira oração do período é principal da oração anterior e principal de que eram duros de aprender. c)Na oração que eram duros de aprender o que é um pronome relativo que substitui a palavra alunos. d)A expressão duros de aprender qualifica alunos, portanto é uma locução adjetiva. 64)A oração em quem não queria ir para a aula é adjetiva. Nomenclatura completa: oração subordinada adjetiva restritiva. 65)a)Minha janela dava para um canal, onde (= em que, no qual) oscilava um barco. b)Para onde iam aquelas flores que o barco carregava? 66)a)Todos os homens têm seu preço e todos são facilmente corrompidos. b)Somente uma parte dos homens têm seu preço e somente tais homens são facilmente corrompidos. 67)a) Este projeto beneficia a todos. b)Jamais suportou as pessoas mentirosas. c)É preciso manusear ferramentas cortantes. d)A Embratel implantou, este ano, inúmeras estações receptoras e transmissoras de sinais. e)Precisamos de mulheres atuantes nas comunidades em que vivem. 68)a)O progresso a que me refiro com entusiasmo é sem dúvida o mais econômico. b)A responsabilidade da qual tanto precisamos é indispensável ao bom andamento do trabalho. c)Foi deprimente o concerto ao qual assistimos na noite passada. 69)Leitura da letra da música de Cartola O mundo é um moinho. Professor, procure motivar os alunos para a leitura do texto. Se possível, leve para a sala de aula a música em áudio ou vídeo. Ouça a música no site: <http://www.youtube. com/watch?v=ifklao6fKUA>. 70)Em não serás mais o que és, a palavra que é um pronome relativo e funciona como predicativo; em o rumo que irás[...], que é um pronome relativo e corresponde a o qual. Embora eu saiba o que és – que é conjunção integrante. 71)Reescritura da oração sem o pronome relativo que: Tu cavaste um abismo com teus pés. LÍNGUA PORTUGUESA A 15 72)Bebi o café que eu mesmo preparei – pronome relativo Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei. – pronome relativo. 75)01 + 02 + 04 + 16 = 23 É interessante levar os alunos a analisar as imagens a fim de identificar os recursos utilizados (formas, movimentos, cores, onomatopeias, etc.) pelo chargista para a atribuição de sentidos. Quando uma palavra assume sentidos distintos de acordo com o contexto em que está inserida, a denominamos de polissêmica. Há duplo sentido no uso da palavra batida o que permite que identifiquemos a função de polissemia dessa palavra: batida = choque; batida = um tipo de bebida alcoólica. Afirmativas em relação ao gráfico apresentado: 01.Incorreto. Esses valores se referem à soma total. Os dados são relativos aos "delitos escolhidos" – a omissão de socorro pode estar incluída na lesão provocada de acidente de trânsito, por exemplo; sendo contabilizada duas ou mais vezes, se coincidirem com outros itens. 02.Correto. Por exemplo, houve uma redução de 46,9% no número de homicídios dolosos – aqueles em que há a intenção de matar. 04.Incorreto. Não é possível afirmar que foi o investimento em política pública que diminuiu os delitos, uma vez que o texto introdutório e os gráficos não permitem tal conclusão. 08.Incorreto. De acordo com os dados apresentados pelo gráfico, o número de delitos ocorridos por omissão de socorro em 2008 no Rio de Janeiro não foi alto (20); especialmente se considerados os números de outros itens, como lesão provocada por acidente de trânsito (2. 177). 16.Correto. A Lei Seca influenciou, sem dúvida, a diminuição do número de homicídios em que há a intenção de matar. No entanto, maior diminuição ocorreu no número de mortes provocadas por acidente de trânsito, o que indica o sucesso da campanha nesse sentido. Outros exemplos de polissemia: Avião = aeronave; uso informal → mulher de corpo delineado, bonito. Manga = fruta; parte da camisa ou do vestido. Camisinha = preservativo; camisa infantil; camisa simples, de baixa qualidade (sentido pejorativo). 73)O número de veículos é limitado. Um número limitado de veículos pode trafegar numa via. 74)Professor, sugerimos a leitura do texto referente aos gráficos em análise no site: <http://www.comunidadesegura.org/ptbr/node/40025>. 16 LÍNGUA PORTUGUESA A 76)Os alunos precisam estar cientes do tema proposto para o exercício de produção escrita: a relação automóvel, meio de transporte, status social e vida urbana. Daí a importância de o grupo, orientado pelo professor, conversar a respeito. Texto: Meu sonho Brasil – Carlos Alberto Libânio Christo (Frei Betto). Professor, sugerimos que esse texto seja trabalhado junto com outros professores – de História, de Atualidades, de Sociologia, de Filosofia, etc. 77)Frei Betto se refere à pobreza material, que não permite vida digna, e à riqueza em relação ao território brasileiro, em relação às riquezas naturais. Parece que Deus foi injusto ao cumular esta Terra Brasilis de tantas bênçãos: nenhum furacão, nem vulcão ou deserto, uns raros tremorizinhos de terra pra ajeitar o fumo no cachimbo do sertanejo, nada de deserto ou geleira, neve só uns três dias por ano, em apenas dois municípios, para turista tirar fotos. Gigante pela própria natureza, como se ufana o nosso hino, inchando o nosso peito varonil, somos uma das dez maiores economias do mundo, o maior produtor mundial de frutas e o sexto de alimentos. Temos potencial para colher três safras por ano em 600 milhões de hectares agricultáveis. Apesar de haver tanta riqueza no País, a população é pobre por não haver igualdade na distribuição de renda. A riqueza brasileira se concentra nas mãos de poucos, de latifundiários, de grandes empresários que se beneficiam do que deveria caber a todos. Os pequenos agricultores não dão conta de pagar impostos e outros tributos aos bancos e acabam perdendo suas propriedades e seu sustento. 78)Esses valores não são suficientes para que se conclua que houve crescimento do poder aquisitivo do povo brasileiro, uma vez que, além de o aumento do salário mínimo não contemplar as perdas ocasionadas pela inflação, o próprio modo de vida moderno exige mais recursos financeiros, seja para o consumo de energia, de água, seja para educação, saúde, cultura, etc. 79)Argumentos para a questão: houve crescimento do poder aquisitivo dos brasileiros? •Caiu o índice de famílias que recebem até meio salário mínimo – de 54,3% para 41,3%. •O IBGE divulgou pesquisa que indica que na década de 1998 a 2008 houve melhora no poder aquisitivo, embora pouca. •Mas a situação de pobreza continua escandalosa, a desigualdade na distribuição de renda continua injusta, principalmente na região Nordeste. 80)Apesar das mudanças ocorridas nos últimos anos, o texto de Frei Betto serve para retratar o Brasil atual: um país que continua sofrendo com as desigualdades sociais, que mantém a proteção aos mais favorecidos economicamente. •Permanece a pirâmide social que coloca no topo uma minoria privilegiada, que detém grande parte das riquezas do País em con- traposição à grande maioria que possui o mínimo para a própria sobrevivência. •O Brasil se mantém atado à economia internacional; preso às grandes potências que continuam ditando as ordens. •Grande parte da população continua sem terra, sem emprego, sem acesso à rede de saúde, sem educação de qualidade; embora a área econômica apresente avanços, conforme excertos de textos apresentados na sequência. Brasil já é o terceiro maior exportador agrícola do mundo Raquel Landim, de O Estado de S. Paulo O Brasil ultrapassou o Canadá e se tornou o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo. Na última década, o País já havia deixado para trás Austrália e China. Hoje, apenas Estados Unidos e União Europeia vendem mais alimentos no planeta que os agricultores e pecuaristas brasileiros. (Disponível em: <http://www.estadao.com. br/noticias/economia,brasil-ja-e-o-terceiromaior-exportador-agricola-do-mundo,520500,0. htm>. Acesso em: 20 abr. 2010) Brasil é o terceiro maior produtor de frutas, atrás da China e Índia Os limites do custeio agrícola e do Empréstimo do Governo Federal (EGF) para o setor de ruticultura foram ampliados para R$600 milhões, o que representa aumento de 50%, em relação à safra passada. Além disso, incluiu-se como item financiável a possibilidade de adoção e recuperação de equipamentos e instalações para proteção de pomares contra granizo, por meio do Programa de incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra). Essas medidas, que fazem parte do Plano Agrícola e Pecuário (PAP 2009/2010), foram apresentadas na 20ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fruticultura, nesta quinta-feira (23), em Brasília. (Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/ politica/2840867/brasil-e-o-terceiro-maiorprodutor-de-frutas-atras-da-china-e-india Acesso em: 20 abr. 2010) LÍNGUA PORTUGUESA A 17 O Brasil é também o maior produtor mundial de etanol, com 14 bilhões de litros de álcool/ano, sendo o único país a utilizar o etanol em larga escala como combustível renovável e alternativo ao petróleo. Hoje o etanol é reconhecido mundialmente pelas suas vantagens ambientais, sociais e econômicas, e os países do primeiro mundo têm demonstrado interesse crescente na tecnologia desenvolvida no país. (Disponível em: <http://www.apta.sp.gov. br/cana/anexos/termo_referencia_melhoramento.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2010) 81)Os brasileiros precisam se organizar, conhecer os seus direitos, se envolver com as ações políticas e econômicas para impedir que o sistema de colonização global acabe escravizando o Brasil como tem ocorrido com a África. Alguns fragmentos de textos para contribuir com a reflexão junto à turma: Globalização ou Globocolonização? Há uma mundialização da economia. As nações-estados, economicamente autossuficientes, tendem a desaparecer. O presidente do Banco de Boston ou da Honda passa a ter mais importância – e poder – do que o presidente ou o primeiro-ministro de muitos países. Os executivos da esfera econômica acumulam mais poder do que os políticos do parlamento ou do Poder Executivo. Há também uma globalização da pobreza: os países industrializados do Norte do mundo abrigam menos de 1/4 da população mundial e consomem 70% da energia do mundo, 75% dos metais, 85% da madeira e 60% dos alimentos, segundo informa a ONU. Do outro lado do mundo, mais de 1 bilhão de pessoas sobrevivem com menos de 1 dólar por dia. (Frei Betto. Disponível em: <http://oespaconaopara.blogspot.com/2010/02/globalizacaoou-globocolonizacao.html>. Acesso em: 20 abr. 2010) 18 LÍNGUA PORTUGUESA A Africanização do Brasil [...] A africanização do Brasil caracteriza-se pela ocorrência simultânea dos seguintes fenômenos: desestabilização macroeconômica, desmonte do aparelho produtivo, esgarçamento do tecido social, deterioração política, degradação institucional e má governança. A vulnerabilidade externa do país tem significado a ocorrência de crises cambiais. A pergunta persiste: quando o Brasil será a ''bola da vez''? O governo reage com políticas econômicas que têm provocado o desempenho medíocre da economia a partir de 95. O crescimento da renda per capita foi inferior a 0,9% no período 95-2001. O rendimento médio real do brasileiro caiu 10% nos últimos três anos. O Estado brasileiro está quebrado, com a dívida pública crescendo exponencialmente. A dívida pública per capita cresceu de 1.000 reais, em 1995, para cerca de 4.000 reais em 2001. O desemprego continua elevado. A taxa de desemprego só não explode porque o desalento aumentou, isto é, as pessoas estão desistindo de procurar emprego. Tudo isto chama-se, tecnicamente, desestabilização macroeconômica. O desmonte do aparelho produtivo reflete-se não somente nas taxas medíocres de investimento e no desemprego, mas também nos resultados negativos da privatização. O racionamento de energia, o apagão e os telefones celulares mudos são exemplos recentíssimos. O nível de ociosidade na indústria e no comércio também expressa esse desmonte do lado real da economia. O movimento comercial no último Natal foi uma tristeza. O crescimento recente da inadimplência é outro sintoma. O esgarçamento do tecido social expressa-se não somente pelo aumento do desalento, mas também pela insegurança crescente, pela violência generalizada e pela falta de perspectiva. Sem contar a tragédia da área da saúde (no momento, a epidemia da dengue) e o desempenho medíocre na educação. A expansão do narcotráfico e da violência nas áreas pobres é evidente em todas as capitais. Não é privilégio de Campinas ou SP o crescimento exponencial da criminalidade. A degradação atinge instituições diversas, das escolas federais de ensino superior ao aparelho repressivo do Estado. A crise recente da UFRJ é exemplo. A incapacidade do aparelho repressivo de garantir a vida de presidiários é outro exemplo. Os escândalos recentes envolvendo senadores da República mostram a degradação de uma instituição-chave, o Congresso Nacional. A má governança completa o quadro de africanização. Depois de ter provocado uma significativa transferência de renda de trabalhadores para rentistas, de lograr resultados medíocres na economia e na área social, o governo alcança resultados pífios na reforma agrária (como foi destacado pela imprensa internacional). A degradação moral e ética é pouca disfarçada. Por que tanto esforço para barrar a CPI da Corrupção? As tragédias recentes não são fatos isolados. São o resultado de um modelo que fracassou. Vai consumir muito tempo consertar os estragos dos últimos anos. (Artigo de Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ. Artigo publicado no Jornal do Brasil. Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=347>. Acesso em: 20 abr. 2010) 82)A seguir apresentamos alguns dados e informações como auxílio ao trabalho do professor. Na pág. 32, você encontrará mais informações sobre o trabalho de Zilda Arns. Zilda Arns Médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Nasceu no dia 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Filha de Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo emérito de São Paulo. Viúva (1978), é mãe de cinco filhos: Rubens (Médico Veterinário), Nelson (Médico), Heloísa (Psicóloga), Rogério (Administrador de Empresas) e Silvia (Administradora de Empresas). Para chegar até a indicação ao Prêmio Nobel, Zilda Arns percorreu um longo e dedicado caminho. Sua formação começa em Forquilhinha, SC e em 1959 termina o curso de Medicina, em Curitiba. Parte então para suas especializações, que envolvem desde a Educação Física, a cursos de Pediatria Social, encaminhado-se então a outros cursos de aperfeiçoamento. Começa sua vida profissional como Médica Pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta – Curitiba/PR – 1955 a 1964 e em 1983 é a Fundadora e Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, até a presente data. Suas participações em eventos internacionais são diversas, de Angola a Indonésia, Estados Unidos e Europa, Zilda Arns representa a Pastoral, palestra, acompanha Comitivas Brasileiras a outros países e leva a Pastoral da Criança para o mundo. Participa ainda de outros tantos eventos latino-americanos, principalmente apresentando e divulgando o trabalho da Pastoral da Criança. Sua participação em eventos nacionais é praticamente incontável, desde 1994 são aproxima damente 27 eventos ligados à Pastoral da Criança e ainda inúmeros outros pela Pediatria. Tanta dedicação tem seu reconhecimento. Desde 1978, são diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária. E da mesma forma, a Pastoral da Criança já recebeu diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo feito desde a sua fundação. (Disponível em: <http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_1464.html>. Acesso em: 29 abr. 2010.) LÍNGUA PORTUGUESA A 19 O grande diferencial do trabalho de Zilda Arns surge a partir da noção da importância da prevenção. A metodologia empregada para tornar eficiente o trabalho dos voluntários é a sua transformação em agentes sanitários, que atuam nas próprias comunidades onde moram – prática recomendada pelos organismos internacionais voltados à saúde pública. Treinados, eles se tornam líderes comunitários aptos a pôr em prática ações básicas de saúde e a acompanhar constantemente as famílias que estão sob sua responsabilidade. O aumento da qualidade de vida evita que surjam doenças e problemas de saúde. Zilda Arns morreu em 12 de janeiro de 2010 em um terremoto no Haiti, onde iria ministrar uma palestra na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Os alunos deverão elaborar um texto de cerca de uma página sobre os objetivos e resultados desse projeto. É importante que constem do texto informações sobre a dimensão do trabalho de Zilda Arns (no Brasil e no exterior), faixa etária dos beneficiados, características do trabalho, resultados em números e qualidade, informações sucintas sobre Zilda Arns, etc. 83)Os alunos devem perceber que as ações individuais fazem diferença, sim. Foi com o trabalho de cada voluntário que Zilda Arns conseguiu melhorar a saúde e, por consequência, a vida de milhões de crianças. No entanto, para atender a esse grande número de crianças carentes, é necessária a união de muitas "andorinhas" para que o trabalho se realize. 84)Brasil – oligarquia ou democracia? Apesar dos avanços nas áreas econômica e social, o Brasil está longe de se tornar um país verdadeiramente democrático. Continuamos sendo governados por um grupo minoritário que centraliza as riquezas do País. Da mesma forma como ocorria no Brasil caracterizado por Frei Betto em 1999: somos governados por uma elite desprovida de sensibilidade social, interessada em manter o país atrelado aos interesses do capital estrangeiro. Contraímos dívidas para produzir, produzimos para exportar, importamos capital para pagar os juros e amortizar a dívida e(x)terna, que hoje alcança a fabulosa soma de US$ 231 bilhões. Só em 1999, remetemos para fora do país reduzindo gastos numa política de saúde, educação, combate ao desemprego etc. US$ 66 bilhões! Em 2000, cerca de R$ 65 bilhões. 20 LÍNGUA PORTUGUESA A O autor apresenta possibilidades de mudanças em relação ao regime governamental no período em que produziu o seu artigo crítico: São seis as esferas sociais capazes de mudar o Brasil: as pastorais das Igrejas; os movimentos populares; os sindicatos; os partidos políticos; as administrações municipais populares; os veículos culturais dotados de senso crítico. Nenhuma faz verão sozinha. Se articuladas, reviram o Brasil, pondo-o de pé, tirando-o dessa vergonhosa posição de manter-se ajoelhado frente ao FMI. Quem não participa de nenhuma dessas seis esferas ou é torcida desorganizada ou anda de braços cruzados, o que muito agrada a oligarquia. E corre o risco de pensar pela ótica de quem insiste em perpetuar a desordem estabelecida. O que é uma forma de torná-la também desordem consentida. Professor, sugerimos a leitura de textos que tratem de temas tais como "a democracia no Brasil", para melhor orientar a discussão do texto de Frei Betto. 85) •O termo avesso no texto significa uma realidade bastante distinta daquela à qual Frei Betto se referia, da realidade do Brasil do ano 2000 (quando o texto foi escrito). Para o autor, o país viraria pelo "avesso" à medida que cada cidadão tenha o seu prato de comida todos os dias; cada criança, seu lugar na escola; cada enfermo, seu tratamento digno. •Ao fazer tal afirmação, Frei Betto declara acreditar que a mudança se dará a longo prazo, uma vez que, segundo ele, já não espera participar da colheita, mas que quer morrer semente da revolução capaz de virar o Brasil pelo avesso. •Professor, a intenção não é expor um posicionamento político-partidário. A intenção é que os alunos revejam os dados apresentados por Frei Betto relativos ao ano 2000 e procurem perceber que, mesmo que tenha havido mudanças nas áreas social e econômica, o poder e os privilégios que dele se adquire se mantêm nas mãos de poucos. 86)01 + 02 + 04 + 08 + 32 = 47 Apenas a afirmativa do item 16 está incorreta, pois em 2004 o poder aquisitivo em relação à educação e ao vestuário foi pior que em 2003 e em 2005. 87)Predominância da cor verde no cartaz – relação com vegetais → alimentos → nutrição → combate à mortalidade infantil. Desenho do trigo – representa o pão, principal símbolo do alimento do corpo. Um homem e uma mulher adultos, atrás de uma criança – representação de homens e mulheres na posição de protetores, de responsáveis pela vida (física) das crianças – referência aos membros da Pastoral da Criança. Crianças representadas por um menino (masculino no sentido genérico). Cruz – símbolo da fé cristã → referência à pastoral → vínculo com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Professor, aproveite a análise do cartaz para fazer referência novamente ao trabalho de Zilda Arns. Apresentamos outras informações a seu respeito e sobre o seu principal trabalho, a Pastoral da Criança. A Pastoral da Criança foi fundada pela Dra. Zilda Arns, que faleceu em janeiro deste ano (2010), durante um terremoto no Haiti. O que você sabe sobre esta importante mulher e sobre o seu trabalho social? [...] Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns era fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, órgão de Ação Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A Pastoral estima que cerca de 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes sejam acompanhadas todos os meses pela entidade em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. Zilda Arns foi indicada por três vezes ao Prêmio Nobel da Paz. (Disponível em: <http://noticias.uol.com. br/ultnot/internacional/2010/01/13/ult1859u2192.jhtm>. Acesso em: 29 abr. 2010) No ano de 2003, foram acompanhadas 1.329.262 famílias, 83.993 gestantes e 1.815.572 crianças pobres menores de seis anos de idade, de 36.422 comunidades em 3.757 municípios de todos estados brasileiros. De todos os voluntários, 134.973 são líderes comunitários, pessoas simples, em sua maioria mulheres, que vivem nas próprias comunidades. Além dos líderes, 107.579 pessoas pertencem às equipes de apoio em serviço espalhadas por todo o país, somando 242.552 pessoas envolvidas. Os líderes orientam as mães, gestantes e as famílias sobre como cuidar bem da criança, com técnicas acessíveis de ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, além de estimular os laços familiares e comunitários. (http://www.pime.org.br/missaojovem/ mjcriancasrede.htm) LÍNGUA PORTUGUESA A 21 88)•Pastoral da Criança ... [para que todas as crianças tenham vida]. •Desenho da cruz = fé cristã ... [para que todas as crianças tenham vida]. •CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ... [para que todas as crianças tenham vida]. •Voluntários (homens e mulheres capacitados) ... [para que todas as crianças tenham vida]. 89)Como a Pastoral da Criança se define como uma instituição que busca combater a desnutrição e a mortalidade infantil, a palavra vida utilizada no cartaz se refere ao corpo, à sobrevivência; significa também bem-estar, já que a Pastoral também prevê uma vida de qualidade para as crianças e, como se trata de uma pastoral, vinculada, portanto, à Igreja (no caso, à Igreja Católica), vida também se refere à espiritualidade, à vida cristã. 90)C 91)a)Aborrecida com as crianças, xinguei-as. (6) (de particípio adverbial causal) b)Ela era tão valente que, estando malferida (2), (de gerúndio adverbial concessiva) continuou a lutar. (7) (de infinitivo adverbial consecutiva) c)Vocês vieram para colaborar (3) (de infinitivo adverbial final) ou vieram a fim de incomodar? (3) (de infinitivo adverbial final) d)Gritavam, cantavam, pulavam, para acordar todos os vizinhos. (3) (de infinitivo adverbial final) e)Há muitas pessoas reclamando da administração pública. (4) (de gerúndio adjetiva restritiva) f) Não dispondo de combustíveis, os países escandinavos utilizam energia elétrica em grande escala. (1) (de gerúndio adverbial causal) 92)Separe as orações dos períodos e classifiqueas: a)(1) Em alguns lugares, a areia é tão fofa/(2) que os animais ofegam de cansaço/(3) quando vencem aquele terreno incerto. 22 LÍNGUA PORTUGUESA A 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial consecutiva 3. Oração subordinada adverbial temporal b)(1) Ela falou de meu pai com tanto carinho/(2) que me cativou,/(3) embora eu ficasse enciumado. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial consecutiva 3. Oração subordinada adverbial concessiva c)(1) Depois que ela partiu,/(2) tão grandes foram as mudanças/(3) que terá surpresas quando voltar. 1. Subordinada adverbial temporal 2. Oração principal 3. Subordinada adverbial consecutiva d)(1) Quando a água arremessa sua fúria contra os homens/(2) a natureza reage furiosa. 1. Subordinada adverbial temporal 2. Oração principal. 93)Por um Brasil mais humano, justo e igual. O tema sugerido é recorrente. Políticos, profissionais ligados a áreas sociais e econômicas, religiosos e mesmo empresários têm se conscientizado da necessidade de suas ações se voltarem à maior justiça e igualdade social, garantindo assim o mínimo de dignidade humana para crianças e adolescentes. Ou voltam os olhos aos mais humildes, ou comprometem a segurança de todos, ficando sujeitos à violência que se cria como alternativa única de sobrevivência (tráfico de drogas e armas, contrabando, prostituição, etc.). •Apresentar parágrafo introdutório (lead) com argumentos a serem desenvolvidos na continuidade do texto. •Fazer referência aos textos trabalhados •Incluir outros dados, informações de que disponha sobre o tema. •Citar Frei Betto e Zilda Arns. Para refletir Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. (Guimarães Rosa) Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço. (Dave Weinbaum) A única maneira de ter amigos é ser amigo. (R. Waldo) Quem pensa pouco erra muito. (Leonardo da Vinci) O homem sábio cria mais oportunidades do que as encontra. (Francis Bacon) ARGÜELLES, Regis. Resenha. CANTET, Laurent. Entre os Muros da Escola, Rio de Janeiro: Revista Eletrônica Boletim do Tempo, Ano 4, n. 14, Rio, 2009 [ISSN 1981-3384]. BAGNO, Marcos. 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