market research report
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MARKET RESEARCH REPORT Índice 1. Contexto e metodologia 2. Entrevistas 3. Definição do canal e atores relevantes 3.1. Processo de decisão. Canal 3.2. Critérios de decisão 3.3. Atores participantes no canal 4. Necessidades em urbanismo: valorização das soluções necessidades por descobrir 4.1. Pavimentos 4.2. Fachadas 4.3. Mobiliário urbano 5. Papel da cerâmica e materiais competitivos 5.1. Pavimentos 5.1.1. Principais inconvenientes (debilidades) 5.1.2. Principais ameaças 5.1.3. Principais vantagens e competitividade (pontos fortes) 5.1.4. Principais oportunidades 5.1.5. Exigências do mercado e elementos diferenciadores 5.2. Fachadas 5.2.1. Principais inconvenientes (debilidades) 5.2.2. Principais ameaças 5.2.3. Principais vantagens e competitividade (pontos fortes) 5.2.4. Principais oportunidades 5.2.5. Exigências do mercado e elementos diferenciadores 5.3. Mobiliário urbano 5.3.1. Principais inconvenientes (debilidades) 5.3.2. Principais ameaças 5.3.3. Principais vantagens e competitividade (pontos fortes) 5.3.4. Principais oportunidades 5.3.5. Exigências do mercado e elementos diferenciadores 6. Tendências para o futuro 7. Conclusões atuais e 1. Contexto e metodologia O projeto CERURBIS pretende obter desenvolvimentos industriais de novas linhas de negócio, o que significa trabalhar sobre o conceito de “Modelo de negócio”. Desenvolver diferentes "modelos de negócios", envolve a resposta a questões que vão além do protótipo/produto em si e abrangendo o público-alvo, marketing, ou de posicionamento, entre outros. Para conseguir responder a estas questões, a realização de pesquisa de mercado surge em países participantes no projeto SUDOE - CERURBIS. O mercado surge através de fontes primárias (especificamente usando como método a realização de entrevistas) e informações secundárias. A tabela a seguir apresenta informações sobre as necessidades de informação e os perfis genéricos entrevistados que são considerados para a investigação. ¿O quê? Conhecimento K2 Valorização das soluções atuais ¿Quem? Alvo Serviço Público Municipal (Câmara). Paridade entre cidades entre T1 50.000 e 200.000 habitantes e grandes cidades. Conselheiros de Planeamento Urbano Serviço Público Municipal (Câmara). Paridade entre cidades entre 50.000 e T2 200.000 habitantes e grandes cidades. Técnicos de urbanismo K3 Atores e papéis Empresas de construção com T3 uma grande e importante % de obra pública. Diretores de Obra K1 Necessidades ¿Quando? ¿Como? Metodologia S1 Entrevista S1 Entrevista S1 Entrevista S2 Entrevista S1 Entrevista K5 Critérios de eleição T4 Urbanistas de consultoras e/ou ateliers privados Consumidor. Grupos que T5 representam cidadãos incapacitados S1 Levantamento ou entrevista K6 Cerâmica. Vantagens e inconvenientes Consumidor. Cidadãos em geral T6 ou grupos representantes de cidadãos T7 S3 Entrevista K4 Canal / processo K7 Outros materiais / soluções. Vantagens e inconvenientes K8 Tendências para o futuro Fabricantes de cerâmica Além disso, dada a complexidade de investigar uma área complexa como é a cidade, os participantes do consórcio decidiram dividir a pesquisa em três espaços distintos: fachadas, pavimentos e mobiliário urbano. Os objetivos da pesquisa, finalmente, materializaram-se no seguinte: Determinar a estrutura de canal, os atores participantes, as regras e a importância relativa dos participantes. Determinar las vantagens e as desvantagens da aplicação da cerâmica no espaço urbano Encontrar padrões comuns nos grupos de participantes. Obter possíveis linhas de negócio que potenciem o desenvolvimento da indústria cerâmica (sendo o objetivo final da investigação). 2. Perfis entrevistados Na totalidade o número de entrevistas a partir das quais se têm tirado resultados são as seguintes e com os seguintes perfis: Código Tipo Nome Cargo Lugar T1 José Ribau Esteves Presidente Aveiro Gil Nadais Presidente Águeda Hélder Tércio Ex diretor do departamento de urbanismo Ex diretor do departamento de urbanismo Técnico de urbanismo Aveiro Diretor de Obra Assessor urbanista Aveiro Coimbra Diretora do grupo de pessoas com deficiência (CERCIAV) Consumidor geral Diretor (Revigrés) Aveiro Diretor (Recer) Diretor técnico Oliveira do Bairro Aveiro T1 T2 T2 T2 T3 T4 Conselheiro de planeamento urbano Conselheiro de planeamento urbano Técnicos de planeamento urbano Técnicos de planeamento urbano Técnicos de planeamento urbano Diretores de Obra Assessor urbanista T5 Grupos de cidadãos com incapacidades T6 T7 Cidadãos general Fabricantes de cerâmica Fabricantes de cerâmica Fabricantes de T7 T7 António Crespo Osório José Quintão Cristina Rito Jorge Carvalho Marília Martins Paula Seabra Ana Paula Roque Paula Ferreira Catarina Aveiro Aveiro Aveiro Águeda T1 T1 cerâmica Edil de urbanismo Duarte Bernard VAREILLE Claude BRANDY Bernard BEAUBREUIL (Lovetiles) Assistente Limoges Assistente Saint Junien Adjunto Saint Junien Jean-Marc LESCURE Christophe MATHIEU Responsável por vias Saint Junien Serviço de desenvolvimento urbano Serviço de desenvolvimento urbano Director de marketing STCL Serviço de desenvolvimento técnico Gerente de projectos(SEMAEST) FFTP Limoges T2 Planeamento urbano Planeamento de instalações desportivas Técnico T2 Técnico T2 Técnico T2 T2 Serviço de técnico adjunto Técnico T3 Diretor de obra T3 Diretor de obra T3 Diretor de obra T3 Diretor de obra T4 Desenhador / Projetista Desenhador / Projetista Frédéric VUILLAUME Emmanuel BOIS Jacques SENANT Mathilde ANDRAUD Daniel BERNARD Alain DENOIRJEAN Desenhador / Projetista Desenhador / Projetista Olivier NICOLLAS Régis COURTOUX T5 Grupo de cidadãos com incapacidades Michelle DENIS-GAY T6 Cidadãos em geral Michel TOULET T6 Cidadãos em geral 8 utilizadores comuns do espaço T1 T4 T4 T4 MarieAngélique BIGAS Vincent BOURGOIN David GERMANEAU Chefe da empresa COLAS Chefe das relações públicas COLAS Diretor da sociedade TCPP Investigador do centro europeu da cerâmica Arquiteto Diretor da sociedade FORMARE DESIGN et FUNE’ART CNISAM (Centro Nacional da Inovação Santé, Autonomia e Artesanato) Associação Renaissance du Vieux Limoges Limoges Limoges La Rochelle Paris (18ème) Région Limousin Condat sur Vienne Condat sur Vienne AZERABLES (23) Limoges Strasbourg Saint Priest Taurion (87) Limoges Limoges Limoges / La Rochelle público T7 Empresas produtoras de materiais Empresas produtoras de materiais Empresas produtoras de materiais Conselheiros de Planeamento Urbano José MONTINTIN Conselheiros de Planeamento Urbano Conselheiros de Planeamento Urbano Raúl Santos Técnicos de urbanismo Técnicos de urbanismo Técnicos de urbanismo Blas Jovells T2 Técnicos de urbanismo Luís Gómez T2 Técnicos de urbanismo Ricardo Vázquez T3 Diretor de Obra T4 Urbanistas de Ateliers privados Urbanista, perito em urbanismo José Manuel Díaz Carlos Guillamón Cristina Rodríguez T7 T7 T1 T1 T1 T2 T2 T2 T4 T7 Empresas produtoras de telhas cerâmicas Nicolas DELEURME Eve AIGUEPERSE Miguel Ángel Zorrilla Javier Vidal Carlos Navarro Ricardo Diez Josep Gimeno Coordenador da Associação CeramicsEnterprises Centro técnico dos materiais naturais de construção Sociedade IMERYS Rayonnement national Responsável pelo departamento de gestão de obra e serviços públicos municipais Tesoureiro do serviço público municipal Vila-Real Coordenador da área de desenvolvimento sustentável do municipio Arquiteto do município Arquiteto do município Responsável pelos projetos de viabilidade do município Técnico municipal da área de execução do planeamento municipal Técnico municipal (engenheiro) da área das infraestruturas do município Promotor privado Castellón Arquiteto Castellón Professora da Universidade Rey Juan Carlos Responsável pela área de Marketing (Rocersa) Madrid Limoges, rayonnement national Limoges Burriana Castellón Borriol Santander Sevilla Zaragoza Castellón Vila-Real T7 3. Empresas produtoras de telhas cerâmicas Javier Portolés Responsável pela área de inovação (TAU) Castellón Definição do canal e atores relevantes Antes de definir o canal adequado, dever-se-á fazer alguns esclarecimentos sobre as áreas de pesquisa a serem tratadas. Dentro das três áreas de pesquisa, o revestimento é a área mais desenvolvida e encontram-se inúmeros exemplos de aplicação, ao passo que a aplicação da cerâmica no mobiliário urbano é muito mais heterogénea e difícil de encontrar em projetos interessantes neste âmbito. No entanto, a cerâmica utilizada como material de pavimentação ou utilizada para outros projetos de maior envergadura, é ainda uma área onde poderá posicionar como uma das alternativas aos materializados mais usados hoje em dia. Na definição do canal, e, portanto, no processo de decisão, as etapas identificadas são similares nas diversas áreas de aplicação (fachada, mobiliário urbano e pavimentação). No entanto, dever-se-ão ter em conta algumas nuances, como se se trata de uma obra nova, uma obra de recuperação/reabilitação ou uma obra de manutenção/reposição. O esquema de soluções em que a cerâmica pode ser utilizada na cidade, serão: CERÂMICA URBANA Mobiliário Urbano Novos projetos Fachadas Reposição e Manutenção Reabilitação Edifício s privado s Novos projetos Edifícios públicos Edifícios privados Edifícios públicos Pavimentação Passeios Novos projetos Calçadas Reposição e manutenção Novos projetos Outras aplicações (praças, mercados, estações,…) Reposição e manutenção Novos projetos Reposição e manutenção 3.1 POCESSO DE DECISÃO. CANAL Antes de definir o processo, há que referir: 1- Que a substituição, manutenção ou reabilitação, é um processo muito curto e de rotina, enquanto que para os novos projetos o processo é mais longo e mais completo, e é necessário um grande volume de informações precisas e exaustivas, assim como estudos de diferentes alternativas para o risco percebido pelos decisores antes de possíveis problemas. 2- Dependendo do país, o processo tem certas variações regionais. No entanto, em França o processo encontra-se um pouco mais exaustivo adicionando ou incluindo mais intensidade em algumas das etapas aqui descritas. Portanto, o que aqui é apresentado é um modelo de processo de decisão, que de forma abrangente que caracterizará toda a área geográfica estudada. PRIMEIRO PASSO. Deteção da necessidade. A decisão do canal começa com uma decisão política, ratificada em reunião de câmara. Mas essa necessidade é bem identificada pelos serviços técnicos do próprio município, ou por iniciativa dos cidadãos, cabendo ao município proceder a uma decisão estratégica de trabalhar ou não sobre um manifesto ou petição dos cidadãos ou grupos, organizações ou associações. Novos projetos podem ser propostos por um promotor privado, que apresentará relatórios e/ou estudos relevantes para a Câmara Municipal proceder à a sua avaliação e ponderação em prol do beneficio do município. SEGUNDO PASSO: Análise do orçamento e prioridades. Quando se trata de substituição ou manutenção de materiais, o município geralmente tem uma rubrica orçamental específica e, após análise de prioridades, é lançado um concurso para implementar essas ações consideradas mais relevantes. Neste processo os materiais devem respeitar a linguagem urbana existente e, por essa razão, o município local pode exigir a utilização de um determinado material, sendo que já existe uma experiência anterior e as especificações do produto já se encontram estabelecidas. Face ao exposto, o processo de decisão é curto e de rotina. No caso de um novo projeto, a Câmara Municipal avalia as suas prioridades e analisa o orçamento para determinar a viabilidade do projeto para a sua implementação e execução. TERCEIRO PASSO: Criação de um grupo de trabalho, Diretor da criação de um grupo de trabalho e diretor de projeto Este passo surge essencialmente em França. Este grupo de trabalho pode ser composto por funcionários e especialistas técnicos para desenvolver projetos e realizar/analisar a viabilidade técnica. Estes técnicos devem ter informações sobre as soluções que existem no mercado e as necessidades que cobrem e têm em conta questões como conexões de comunicação, impactos ambientais, etc. Os projetos de planeamento urbano, em certas ocasiões utilizam software específico, que pode ser descarregado dos respetivos sites dos fornecedores, tais como qualidades, preços, etc. Entrega-se o projeto às especialidades, todos os requisitos do mesmo devem ser aprovados também pela administração técnica. Para decidir sobre os materiais a serem incluídos no projeto, o técnico que prescreve deve aplicar as normas e recomendações do Município para o qual está a projetar. Às vezes, são utilizados materiais mais estáveis, ou seja, materiais com os quais há uma experiência de trabalho e conhecimento acumulado e tradição. É difícil, portanto, fazer novas experiências com novos materiais. QUARTO PASSO: Fase de consulta aos cidadãos Este passo surge essencialmente em França. Esta fase é realizada somente quando se trata de uma mudança de uso do espaço público, ou construção ou reconstrução de uma zona ou bairro. A consulta não incide apenas sobre a escolha dos materiais, mas sim sobre questões práticas, tais como o uso do espaço. QUINTO PASSO: Realização do caderno de encargos O caderno de encargos é realizado por um técnico do município ou da equipa de trabalho, mas em estrita conformidade com as normas e requisitos estabelecidos pelo Município. Este caderno de encargos serve como base para o concurso público a ser lançado. SEXTO PASSO: Aprovação do Projeto Posteriormente, o projeto é aprovado, mas às vezes essa aprovação ultrapassa o nível local, e à necessidade de instituições nacionais ou regionais aprovarem tais projetos a serem realizados, tais como projetos em zonas históricas, entre outros. Se não for lançado concurso público, o projeto poderá ser adjudicado a um promotor que selecionará qual as empresa ou empresas que executarão a obra. SÉTIMO PASSO: Concurso público Portanto, se se tratar de uma atuação pública, a partir do caderno de encargos lançar-se-á o concurso público para selecionar o candidato que irá realizar a obra. No caderno de encargos estão contidos os critérios de seleção dos candidatos e o seu peso na tomada de decisão. OITAVO PASSO: Adjudicação A obra será adjudicada por uma comissão formada para esse efeito ao candidato selecionado. NONO PASSO: Formação de uma comissão de direção Esta fase realiza-se no caso de França, e diz respeito à constituição de uma “comitê” de direção envolvendo diferentes áreas técnicas de gestão e planeamento urbano que irão avaliar e validar no desenvolvimento da obra propostas de ajuste do projeto. Esta fase é frequente no caso da França e tem a ver com o estabelecimento de um comité de direção que envolve vários serviços técnicos, a gestão/direção e o planeamento urbano. Este comité valida as proposições sobre as quais o estudo incide. DÉCIMO PASSO: Fase preliminar. Esta fase realiza-se no caso de França, e diz respeito a uma fase de testes para determinar os materiais e cores na presença dos técnicos de planeamento urbano. DÉCIMO PRIMEIRO PASSO: Acompanhamento Acompanhamento da obra por de técnicos de urbanismo. 3.2 CRITÉRIOS DE DECISÃO Para cada área de pesquisa e, em especial, para as diferentes áreas de aplicação, foram identificados alguns critérios diferentes, mas em geral, os critérios mais visados são o custo, a estética e a facilidade de fornecimento. Em Portugal podemos adicionar durabilidade e segurança, dois dos aspetos mais citados. Deve também ter em conta as questões que têm a ver com a tradição e identidade cultural, assim como a integração no conjunto geral da obra ou da cidade. ESPAÇO DE INVESTIGAÇÃO: Pavimentação Passeios: o Aderência e conforto de marcha o o o o Uso e comportamento (especialmente em intempéries) Estética Resistência Custo que varia em função da localização do projeto (zona classificada, centro histórico, …). Calçadas: o Facilidade e rapidez de execução o Segurança, por exemplo: dar uma aparência brilhante que incentiva as pessoas a abrandar o passo o Custo o Ruído provocado pelo tráfego o Estética. Outras aplicações: o Aderência e conforto de marcha o Uso e comportamento (especialmente em intempéries) o Estética o Resistência o Custo que varia em função da localização do projeto (zona classificada, centro histórico, …). o Proveniência e origem dos materiais. EPAÇO DE INVESTIGAÇÃO: Fachadas Origem dos materiais: materiais que aportam identidade local ou regional Facilidade de fornecimento Integração no património arquitetónico Características técnicas como o isolamento Estética ESPAÇO DE INVESTIGAÇÃO: Mobiliário urbano Resistência (danos, desgaste, impacto, clima) Facilidade de reposição do material. Facilidade de fornecimento Manutenção das instalações Facilidade de implementação técnica Estética Custo Funcionalidade Adaptação para os utilizadores, incluindo os cidadãos com deficiência Integração na envolvente urbana. 3.3. ACTORES PARTICIPANTES NO CANAL Dentro do canal de decisão podemos distinguir dois grupos de atores, para fins de comunicação, devem ser considerados separadamente: aqueles que estão diretamente envolvidos no processo (microambiente) e aqueles que podem influenciá-lo (macroambiente). Microambiente Macroambiente Promotor (público/privado) Técnico (público/privado) Construtor Canal de distribuição Cidadãos Gerador de marcos normativos Associações de grupos com deficiências Os técnicos projetistas e os redatores do projeto (medidores/orçamentistas), que trabalhem para um promotor privado ou público, são atores “chave” neste processo. São eles que, finalmente, prescrevem o produto para usar ou estabelecem um padrão mínimo de qualidade. Por esta razão, é necessário enviar-lhes grande parte da comunicação. Por outro lado, o construtor tem algum espaço para "melhoria" ou "mudança de tipos de contrato", desde que essas mudanças sejam semelhantes em qualidade e preço. Os construtores fizeram uma coleção de materiais por um canal de distribuição tradicional, formado por diversas empresas. Para que o construtor se dirija ao fabricante de cerâmica é necessário incluir o uso deste material no projeto ou que se faça referência a um determinado requisito de qualidade, colocando a cerâmica como premissa em relação a outras alternativas. Nas especificações o Município/Câmara não pode especificar expressamente o material que se pretende instalar de uma empresa em concreto, mas podem exigir a instalação de cerâmica com propriedades ou características específicas. Finalmente, existem os utilizadores, que embora não estejam diretamente envolvidos no processo de decisão, mas atuam realimentando este processo agindo através de suas reclamações e petições para melhorar os espaços públicos. Junto a estes agentes, não se pode ignorar a presença de outros grupos, como os responsáveis pelo desenvolvimento de políticas e quadros, ou associações ou grupos com deficiência, como a ONCE em Espanha, por exemplo. O grau de conhecimento dos novos materiais irá determinar, sem sombra de dúvida, as recomendações para o uso. 4. Necessidades em urbanismo: valorização das soluções atuais e quais as necessidades por descobrir Na seguinte secção procura-se identificar as necessidades urbanas identificados pelos entrevistados em cada uma das áreas de pesquisa, tentando diferenciar na medida do possível as necessidades descobertas e as necessidades por descobrir na atualidade. 4.1 Pavimentação No espaço da pavimentação, como discutido acima, foram detetadas três áreas de atuação: passeios, calçadas e outras aplicações. Em geral, as necessidades identificadas podem apontar por um lado para necessidades estéticas de identidade cultural e, por outro lado necessidade de requisitos funcionais que incluem aspetos como durabilidade, sustentabilidade, acessibilidade, segurança e manutenção. Por conseguinte, assinalamos algumas das necessidades cobertas e descobertas em cada uma das três áreas: passeios, calçadas e outras aplicações. Passeios Necessidades descobertas Necessidade Como se determinam identificada as necessidades Sustentabilidade Limitação do impacto de dióxido de carbono Reciclagem Estética Unidade visual, integração na paisagem Acessibilidade Acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida Segurança para os utilizadores do espaço urbano Resistência a manchas Segurança Manutenção Exemplos de soluções utilizadas Utilização de produtos locais Determinação dos pavimentos que se podem reutilizar ou reparar Utilização de materiais facilmente disponíveis e similares esteticamente aos materiais já presentes na envolvente urbana Adaptação da altura dos passeios Passeios com o limite visível Materiais tais como o asfalto, Resistência ao desgaste Passeios Necessidades não descobertas Necessidade identificada Estética Acessibilidade Segurança Mobilidade Reposição Como se materializam as necessidades Os materiais utilizados convencionalmente não permitem pequenas variações de cor ou aspeto de superfície. Ajustes necessários nas leis relativas à acessibilidade para pessoas com deficiência. Delimitação de espaços para crianças idosos, cegos, carrinhos de bébé... Superfície aderente, mesmo contra as intempéries (por exemplo, cubos escorregadios na chuva). Falta de continuidade nos percursos pedonais, como nos cruzamentos e entre outros. É necessário garantir a existência de um “stock” de peças para se realizar a substituição de peças quando necessário. Os problemas de reposição limitam o uso de certos materiais. CALÇADAS Necessidade descobertas Necessidade Como se determinam identificada as necessidades Sustentabilidade Reduzir a energia e o impacto ambiental das obras rodoviárias. Limitação do impacto no meio ambiente Estética pedra de calçada,… Procura das camadas de recobrimento com aparência estéticas mais Exemplos de soluções utilizadas Em França existem projetos de investigação, tal como o projeto TRACC (Técnicas Rodoviárias adaptadas à mudança climática). Asfaltos vegetais, no entanto a sua resistência permanece como um fator a melhorar Investigação sobre a reciclagem dos componentes do asfalto. Camada de recobrimento em tons claros de forma a reduzir a iluminação pública necessária. Camadas de recobrimento em tons claros. Segurança Manutenção Variedade de usos Durabilidade Tradição natural. Controlar e reduzir o ruído Retardadores de velocidade Resistência às manchas Resistência ao choque Resistência à carga de veículos Marcação na calçada da utilização prevista entre os diversos utilizadores Procura de soluções duradoiras, de baixo custo e de aplicação massiva Identidade cultural e tradição numa determinada área CALÇADAS Necessidades não descobertas Necessidade identificada Sustentabilidade Estética Variedade de usos Segurança Mobilidade Reposição Existem soluções estéticas como o uso de pedras. “Calçada de alcatrón” Sinalização / materialização. Por exemplo utilizam-se com frequência pinturas nas vias cicláveis. Ladrilhos hidráulicos Pavimento em pedra. Por exemplo a calçada à portuguesa Como se materializam as necessidades Calçadas de origem fóssil são usados na maior parte das vezes. A resistência dos materiais vegetais ainda deve ser testada. A falta de escolha limitada à gama de cores, dadas as limitações técnicas de muitos materiais. Pouca originalidade Procura do valor estético e tradicional. A sinalização/materialização dos diferentes usos das vias tem de ser melhorada (vias para autocarros, bicicletas, …). Algumas tendências procuram diferenciar o uso do pavimento através de diferentes revestimentos. Por exemplo, a calçada à portuguesa não comporta grandes cargas e quando mal aplicada torna-se insegura e incómoda. Falta de continuidade nos percursos pedonais, como nos cruzamentos e entre outros. É necessário garantir a existência de um “stock” de peças para se realizar a substituição de peças quando necessário. Os problemas de reposição limitam o uso de certos materiais. OUTRAS APLICAÇÕES Necessidades descobertas Necessidade Como se determinam identificada as necessidades Sustentabilidade Reciclagem Estética Unidade visual, integração na paisagem Tornar agradáveis os espaços pedonais OUTRAS APLICAÇÕES Necessidades não descobertas Necessidade identificada Estética Mobilidade Acessibilidade Segurança Manutenção 4.2 Fachadas Exemplos de soluções utilizadas Determinados pavimentos são passíveis de serem reutilizados e ou reparados. Utilização de materiais facilmente disponíveis e semelhantes aos existentes na envolvente. Uso de materiais naturais, tal como o cubo de granito nos centros históricos, de modo a valorizar estas áreas. Como se materializam as necessidades Os materiais clássicos não permitem pequenas variações de cor ou aspeto da superfície. Promover zonas pedonais para melhorar e estimular o movimento na cidade. Ajustes necessários nas leis relativas à acessibilidade para pessoas com deficiência. Delimitação de espaços para crianças, idosos, cegos, carrinhos de bébé... Superfície aderente, mesmo contra as intempéries (por exemplo, cubos escorregadios na chuva). Os materiais utilizados em zonas pedonais são atrativos, mas requerem uma manutenção regular. Os cubos de granito desgastam-se ao longo do tempo porque são menos resistentes. Nesta área de atuação, tanto a zona de Limoges, como a zona de Castellón e a de Aveiro, contam com um vasto património, em grande parte ligado a azulejaria de tradição nas três regiões. Entre as necessidades atuais em que utiliza a cerâmica como revestimento de fachadas, destacam-se razões de ordem estética e funcionais tal como a durabilidade, resistência e manutenção. Refere-se em concreto as fachadas ventiladas em cerâmica como uma das soluções que apresentam uma grande melhoria na eficiência energética, e por conseguinte uma poupança de energia, impermeabilização e estanquidade de infiltrações nos edifícios. Necessidades descobertas Necessidade Como se determinam identificada as necessidades Sustentabilidade Limitação do impacto do dióxido de carbono Exemplos de soluções utilizadas Utilização de materiais locais Isolamento térmico pelo exterior, impermeabilização e estanquidade. Estética Melhoria da eficiência energética e poupança de energia. Manutenção/Reabilitação Desenvolvimento de mecanismos financeiros e de assessoramento aos proprietários para promover a reabilitação e a manutenção das fachadas. Coerência no espaço Uso tradicional de materiais locais Diversidade de produtos Gama de materiais utilizados na construção que permite uma ampla originalidade ou adaptação aos edifícios existentes de acordo com o objetivo do projeto. Promoção dos aspetos Aplicação de materiais como a culturais e históricos da pedra e a madeira que não cidade distorcem a imagem do espaço. Tradição da região Uso do azulejo respeitando a tradição na reabilitação ou em novas construções para promovem a imagem de conjunto da cidade. Diferenciação, marca de A fachada ventilada permite, identidade em concreto, dar uma imagem Manutenção Resistência à intempérie e ao desgaste Disponibilidade do produto Durabilidade Durabilidade dos materiais e dos edifícios Necessidades não descobertas Necessidade identificada Sustentabilidade Estética contemporânea e renovada, dando por vezes maior valor ao edifício. Possibilidade de limpeza da madeira ou cimento. No entanto, estes materiais respondem pior em termos de resistência que a pedra ou de vidro para esta necessidade. Utilização de materiais locais/regionais Fazer uso de materiais comuns Sistemas de fachada ventilada Como se materializam as necessidades Desenvolvimento em maior escala do isolamento térmico pelo exterior. Incrementar o uso de materiais nobres (como madeiras, cerâmica,) para dar qualidade às fachadas. A proliferação de muitas soluções criam uma heterogeneidade entre os edifícios que por vezes é difícil de ser aceitável sobre o ponto de vista estético. As fachadas cegas (na maioria entre as diferentes alturas dos edifícios) são um problema arquitetónico na reabilitação dos espaços urbanos e poderiam ser revestidas de material cerâmico tornando estas fachadas mais estéticas e duráveis. 4.3. Mobiliário urbano E quanto ao mobiliário urbano identificaram-se várias necessidades também, entre as quais se destacam as áreas de descanso, a acessibilidade e os aspetos sociais e funcionais. Neste ponto fica ainda uma longa jornada para a cerâmica. Necessidades descobertas Necessidade Como se determinam identificada as necessidades Sustentabilidade Limitação do impacto no Exemplos de soluções utilizadas Materiais recicláveis meio ambiente Utilização de recursos naturais Estética Unidade visual e integração na envolvente urbana. Descanso Tendo em conta o envelhecimento da população e o aumento das pessoas com mobilidade reduzida. Permitir que as pessoas com deficiências possam manter a sua independência e moverem-se livremente por entre o espaço urbano. Resistência do material ao vandalismo, estragos, roturas, desgaste, … Substituição regular de peças Acessibilidade Segurança Manutenção Necessidades não descobertas Necessidade identificada Sustentabilidade Estética Descanso Utilização de materiais facilmente disponíveis e que se integram no espaço urbano. Tal como, por exemplo, a coerência das cores utilizadas. Colocação de bancos nas zonas urbanas Incorporar no mobiliário urbano soluções com o foco em pessoas com deficiência (anúncios de voz, luzes, …) Materiais que recuperam a forma Mobiliário de fácil substituição. Como se materializam as necessidades Incrementar o uso de materiais reciclados ou de baixo impacto ambiental. Normalmente os materiais utilizados não permitem pequenas variações de cor ou de aspeto da superfície de forma a se tornarem mais adequados ao espaço urbano onde se inserem. Colocar um mobiliário mais original (luzes, integração da arte no espaço urbano, elementos decorativos, …). O mobiliário urbano pode promover o valor do património local. A integração dos e recursos e materiais locais pode aumentar. Tendo em conta o envelhecimento da população e o aumento das pessoas com mobilidade reduzida, o número de bancos e/ou outras soluções de descanso deve aumentar nas avenidas principais de forma a Aspetos sociais Acessibilidade Funcionalidade criar mais espaços de repouso. Desenvolver mais espaços verdes que permitam o encontro social. Desenvolver mobiliário urbano interativo. A ergonomia do mobiliário urbano deverá ser melhorada. Devem-se desenvolver novas soluções que conciliam pessoas com mobilidade reduzida, com incapacidade auditiva ou com incapacidade visual. Desenvolver mobiliário urbano mais moderno e inteligente (telas interativas para indicar horários de autocarros, ...) O mobiliário urbano pode integrar várias funções, como o uso estético e desportivo. Potencialidade para a aplicação na sinalética de toponímia. 5. Papel da cerâmica e materiais competitivos Para cada espaço de investigação Para cada área de pesquisa realiza-se uma análise SWOT, que inclui fraquezas, ameaças, pontos fortes e oportunidades, e é obtido a partir da avaliação de cerâmica e dos restantes materiais competitivos. Por último, estudam-se as exigências do mercado e os elementos diferenciadores. 5.1 Pavimentação Dever-se-á ter em conta que os habituais materiais competitivos considerados são: Normalmente aplicados em passeios: Pavimentos de betão e cimento onde se incluem: pavimentos contínuos, mosaicos, ladrilhos cerâmicos, etc. Pavimentos pétreos naturais onde se incluem: pavimentos de granito, etc. Normalmente aplicados em calçadas: Cubo. Especialmente em Portugal com a conhecida Calçada à Portuguesa, uma calçada em pedra de grande tradição neste país. 5.1.1 Principais inconvenientes (debilidades) CERÂMICA As principais debilidades extraídas são: Problemas de colocação: o Maior dificuldade/complexidade técnica de assentamento e colocação, por problemas resultantes de má aplicação e falta de informação técnica. o Necessidade da existência de peças especiais para problemas específicos, tais como os acessos às garagens, sarjetas/sumidouros, etc. Não existe um sistema de pavimentação completo que resolva todas as possíveis geometrias desenhadas, possíveis encontros em diferentes elementos, etc. o Profissionalidade do aplicador. Mesmo que alguns dos entrevistados referiram que existe confiança nos possíveis aplicadores, estes também manifestaram que é necessário um bom supervisionamento por parte do fabricante. Problemas técnicos: o A resistência ao impacto pode ser menor que muitos de outros materiais competitivos. o A cerâmica se não for tratada pode ser menos antideslizante que outros materiais competitivos. o Alguns materiais cerâmicos têm uma resistência ao desgaste muito pouco adequada para o espaço público. Estética: o A busca excessiva da imitação de outros materiais (normalmente através da impressão digital). Referem alguns entrevistados que a cerâmica não deveria imitar outros materiais, senão mesmo aceitar-se como é e potenciar a sua natureza. Problemas de reposição: o Linhas de produto rapidamente descontinuadas: é difícil garantir o stock para substituição de peças dada a descontinuidade frequente dos produtos. o Falta de homogeneidade na oferta. o “Standerização” de formatos. o Dependência a um único fornecedor. Preço: o A cerâmica é mais cara em relação a outros produtos: tanto o produto em si, como a sua colocação. Por exemplo, o seu preço é mais elevado que um pavimento hidráulico ou uma calçada à portuguesa. Então, adicionamos alguns comentários retirados das entrevistas que envolvem os pontos fracos dos materiais considerados competitivos em relação à cerâmica: “Calçada de alcatrón”: A temperatura de aplicação provoca emissões de substâncias nocivas, que têm impactos negativos no meio ambiente e na saúde. Cubos: O afloramento dos cubos com o tráfego. Pouco confortável para determinados usos como os carrinhos de passeio ou as cadeiras de rodas. O corte aumenta significativamente o seu preço.. Betão: Certos materiais impregnam no betão (tal como o óleo de motor) O uso de vernizes pode tornar o betão escorregadio. 5.1.2 Principais ameaças CERÂMICA As principais ameaças são: Desconhecimento do produto cerâmico: o Existe uma crença generalizada de que o produto não é suficientemente antideslizante e resistente. o Os casos de aplicação real de pavimento cerâmico no espaço urbano e os possíveis usos são pouco conhecidos, e os técnicos gostam de ver aplicações reais e comprovar o seu bom funcionamento. o Portanto, existe um desconhecimento geral sobre a cerâmica aplicada como sistema de pavimento urbano: durabilidade, manutenção, etc. Técnicos que especificam a utilização de produtos cerâmicos (arquitetos e outros técnicos) o Durante a fase de maior atividade no sector da construção, a indústria cerâmica não precisou de prescritores para vender, sendo por isso por negligenciada. o Os prescritores, devido à falta de conhecimento atualizado sobre cerâmica, desatualizaram-se sobre as novas potencialidades sa cerâmica. Resistência à mudança: o Inclinação por materiais que têm sido utilizados até à data, a fim de evitar novos problemas, aceitando-se assim as soluções e os tipos correntes. o A pedra natural é considerada um material nobre e adequado para espaços públicos mais representativos dos centros urbanos. o Existe o emprego generalizado da cor cinza no espaço urbano, seja por tradição, comodidade, facilidade de manutenção, limpeza, reposição e por se tratar de uma das cores que melhor envelhece com o tempo. Colocação: o Má aplicação e fraca qualidade das juntas que prejudica a qualidade estética e funcional global do produto. o Maior complexidade na colocação por força da natureza técnica do produto. Competências de outros materiais: o Colocação más rápida de outros pavimentos com outros materiais, como é o caso do pavimento contínuo de betão impresso. o O betão tem a vantagem de oferecer uma multiplicidade de cores e acabamentos. o Materiais competitivos como o pavimento hidráulico têm características técnicas e preços mais competitivos. o Questões culturais podem levar a opções por produtos naturais como a pedra, que é considerado um material genuíno. 5.1.3 Principais vantagens competitivas (pontos fortes) CERÂMICA As principais vantagens competitivas ou pontos fortes são: Estética: o Boa estética o Originalidade o A cerâmica pode produzir qualquer tipo de decoração conseguindo qualquer efeito esperado por um arquiteto ou projetista. Capacidade toral de costumização. Modularidade e formatos: o Nem todos os entrevistados estão de acordo neste sentido, no entanto a maioria considera uma vantagem as possibilidades de variedade de cores, combinações, acabamentos, texturas, etc., que potencializa a cerâmica em relação a outros materiais. o Em qualquer caso, nos espaços urbanos convencionais é preferencial o uso de pequenos formatos pela sua maior facilidade de modulação e menor tendência à rutura. o Não obstante, a cerâmica pode desenvolver-se em formatos maiores, desde que se demonstre a sua resistência e tomar uma nova oportunidade de inovação. o Contudo não se pode perder de vista que os grandes formatos são muito mais difíceis de serem aplicados dada a dificuldade de execução do pavimento. o Além do mais, os remates e a modulação do pavimento torna-se mais difícil quanto maior forem os formatos das peças. É de referir que com pequenos formatos é mais fácil adaptar-se às geometrias dos pavimentos e passeios, sem recorrer a cortar as peças. Aspetos técnicos: o A resistência ao deslizamento sem a necessidade de recorrer a outros elementos é considerada uma propriedade chave do pavimento. Em geral, esta resistência é considerada pelos técnicos como adequada, no entanto concordam que é uma propriedade com a possibilidade de melhoria no atual pavimentação. o A resistência mecânica (carga e impacto) foi citada pelos entrevistados como uma desvantagem. No entanto tem sido enfatizado que se este aspeto se consolide como uma vantagem sobre os restantes materiais, devendo para isso ser demonstrada a sua superioridade. o Durabilidade dos materiais cerâmicos em geral. o Resistência ao desgaste, absorção baixa e melhores propriedades finais. o Estabilidade, segurança. A cerâmica é adequada para o tráfego pedonal. Facilidade de limpeza e manutenção: o Quanto menor a porosidade menos se irá incrustar a sujidade nas peças cerâmicas, melhorando assim a limpeza das mesmas. Isto tem um grande impacto na melhor manutenção das suas propriedades. o Melhor resistência à abrasão, às manchas, aos produtos químicos, …, que a madeira e o PVC por exemplo. o Cerâmica com autolimpeza para hospitais e escolas. Azulejos antibacterianos. o Necessidade reduzida de manutenção. Contribuição para a acessibilidade: o Existe um consenso generalizado que a cerâmica pode contribuir para melhorar a acessibilidade. o As peças tácteis são facilmente exequíveis em cerâmica. Seguidamente deixamos alguns comentários extraídos das entrevistas que demonstram os pontos fortes de alguns materiais competitivos com a cerâmica: “Calçada de alcatrón”: Facilidade de aplicação Cubo: “Força” e dureza do produto Facilidade de colocação Homogeneidade na cor do produto É um produto indicado para áreas de proteção arquitetónica Possibilidade de diferentes tratamentos de superfície, como por exemplo polido. Betão: Conforto para os utilizadores Facilidade de colocação Material com grande durabilidade 5.1.4 Principais oportunidades CERÂMICA As principais oportunidades são: Problemas técnicos ou estéticos que se apresentam noutros materiais: o A cerâmica supera os problemas técnicos e estéticos de outros materiais. o A superfície da cerâmica pode ser decorada com novas técnicas de impressão e apresentar texturas e estéticas de outros materiais. o O pavimento continuo impresso torna-se problemático quando é necessário intervir sobre o mesmo após a sua instalação. o As lajetas de betão não apresentam uma elevada resistência mecânica. o Nem rodos os materiais existentes são suficientemente atrativos para serem aplicados em espaços públicos representativos. o Alguns pavimentos coloridos envelhecem com o tempo e a sua reposição torna-se difícil, uma vez que nota-se uma grande diferença de cor entre as peças novas e as peças pré-existentes. Estética: o Ilimitada gama de cores. o Simulação da aparência estética de outros materiais. o A cerâmica pode satisfazer a necessidade de execução de superfícies em tons claros. Aumento da sensibilização para as questões de acessibilidade: o Um pavimento deve cumprir os requisitos de acessibilidade impostos. Não obstante, os entrevistados valorizam positivamente a inclusão de características que podem aumentar os benefícios que este tipo de pavimento pode trazer nesta área. Capacidade de criar espaços funcionais: o Em termos de segurança, produção de energia, sinalética especial (para cegos ou indivíduos com mobilidade reduzida). Aumento da facilidade de limpeza e manutenção dos percursos: o A atual situação económica destaca o gasto excessivo que esta atividade requer. Possibilidade de associar a cerâmica às novas tecnologias. Dado que se trata de um material de grande qualidade, alguns entrevistados referem questões ou exemplos de como a cerâmica se poderia desenvolver para se associar a sua utilização às novas tecnologias. Por exemplo, um dos entrevistados comenta a possibilidade de “calefactar” os percursos de forma a reduzir o risco de queda. Vinculo com a sustentabilidade. A utilização de material cerâmica pode trazer novas vantagens no transporte. Por exemplo, um camião de transporte de material cerâmico a uma zona de obras terá menos viagens que outro que transporte material de maior volume. Neste sentido a redução do número de deslocações implica menor emissão de CO2. Em espaços públicos representativos a utilização de grandes formatos, retangulares e coloridos são preferenciais: o No entanto, as zonas históricas das cidades são um caso à parte, sendo nestas zonas a pedra natural a aposta e, pelas opiniões recolhidas, parece bastante difícil a sua substituição. 5.1.5 Exigências do mercado e elementos diferenciadores No estudo referiram-se, entre outros, os seguintes aspetos: Modularidade e formato das peças Facilidade de transporte e recolha Elevada resistência ao deslizamento sem relevos Resistência mecânica (carga e impacto) Facilidade de limpeza e manutenção Possibilidade de relevos tácteis e peças especiais De acordo com as conclusões obtidas podemos dizer que: A cerâmica apresenta uma perspetiva de custo-benefício positiva: melhor estética e técnica, mesmo que o custo continua a ser elevado em comparação com outros materiais. Modularidade e formato das peças: reconhece-se a importância mesmo que pareça um critério básico, pois os outros materiais também oferecem uma grande variedade de formatos. Conclui-se que os tamanhos pequenos têm mais vantagens de flexibilidade de aplicação e os grandes formatos permitem maior velocidade de colocação e uniformidade. A facilidade de transporte e o peso contribuem como vantagens competitivas, mesmo que não pareçam determinantes na decisão entre um e outro material. No que diz respeito à recolha, entendido como facilidade de suprimento pode ser uma limitação da cerâmica em relação a outros materiais dada o limitado fornecimento para pavimentar passeios que existe hoje em dia existem. Alta resistência a deslizamento sem relevos, sendo um elemento diferenciador. Um exemplo banal de preferência por áreas com baixa rugosidade ou relevo são as ciclovias ou outras áreas semelhantes, onde é comum ver-se as pessoas a utilizar a ciclovia como passeio. Resistência mecânica (carga e impacto): sempre que possível dever-se-á demonstrar a boa resistência do material cerâmico, como sendo também uma vantagem. Facilidade de limpeza: Pode-se gerar poupanças significativas nos custos, pois as soluções para limpar outras superfícies porosas são lentas e caras. Possibilidade de relevos táteis e peças especiais: aqui vem a questão da acessibilidade, mas deve ser estudada com cuidado, pois às vezes beneficiam-se aqueles que sofrem de uma deficiência, esquecendo-se do resto da população. Por exemplo, existem “pasos de peatones podotáctiles”, onde as soluções para pessoas com deficiência entra em conflito com a mobilidade dos restantes utilizadores. Abordagem dinâmica baseada na inovação e investigação. Diferenciandose dos produtos convencionais. O desenvolvimento do produto cerâmico requer mão-de-obra qualificada, tanto na produção como na colocação. Poder-se-ia trabalhar neste sentido. É necessário criar uma boa comunicação à volta do produto cerâmico para lutar contra as atuais barreiras psicológicas, sobretudo dos prescritores, relacionadas com aspetos como: noção apenas de porcelana, fragilidade, crença de que o produto não é antideslizante, a ignorância das aplicações possíveis... À luz de todas estas conclusões, considerou-se que os esforços no sentido de implementar o material cerâmico no espaço urbano necessitam por um lado de uma normalização, e por outro de homogeneidade de produtos e processos de colocação. Como normalização, não se entende apenas como criação de normas legais, mas sim como criação de guias de pré-normativas (com intenção que se convertam em normas) que contêm conselhos ou recomendações para garantir níveis de exigência mínima. Estes requisitos poderão contribuir para demonstrar a superioridade técnica da cerâmica e sua maior capacidade de evitar ou reduzir as despesas associadas com a sua posterior manutenção. Neste sentido, o ciclo de vida do produto também é uma variável de interesse. Após a finalização da obra, o seguimento de acompanhamento da mesma é limitada ou nula. Por este motivo, a estratégia poderá consistir em "defender" a ideia de que o custo de manter o produto cerâmico é menor, e seria compensado apesar de ser necessário um maior esforço económico na aquisição do material e na sua instalação. Os materiais devem cumprir com as questões técnicas (aderência, sustentabilidade, …) e seguir cada vez mais no sentido de uma constante inovação e pesquisa de novas funcionalidades nos produtos. Além disso, as amplas possibilidades em relação à acessibilidade também deveriam ser consideradas. Pode-se potenciar as vantagens da cerâmica em relação à cor, favorecendo as pessoas com visibilidade reduzida por exemplo, sem prejuízo para as pessoas que têm a mobilidade condicionada, já que os relevos poderiam ser menos pronunciados que com outros materiais no mercado. A comunicação do produto constitui outro dos grandes esforços a realizar para que se minimize o desconhecimento da cerâmica por parte dos prescritores no espaço urbano, para aumentar a confiança e romper com os “clichés” que existem em torno da utilização da mesma. A comunicação deverá ser feita apresentando bons exemplos de utilização e colocação. 5.2 Fachadas Deverá ter-se em conta que os materiais competitivos habitualmente considerados são, entre outros, os seguintes: madeira, pedra, gesso, pintura, vidro, plástico, betão, alumínio/metais. 5.2.1 Principais inconvenientes (debilidades) CERÂMICA As principais debilidades extraídas são: Conhecimento / Informação: o A ideia de que nas fachadas ventiladas existe uma grande complexidade técnica na fixação, o que mostra uma clara falta de informação técnica sobre os produtos atua. o Perceção negativa do material por desconhecimento. Aspetos técnicos: o Sensação de fragilidade ao impacto. o No caso das fachadas ventiladas não está comprovada a durabilidade destes sistemas porque não existe uma larga experiência no tempo, e é esperado que exijam uma certa manutenção (parafusos, substituição de peças…) o Processo de fabricação mais extenso. Estética: o Tem uma estética que pode ser muito adequado para arquitetos que buscam um design inovador, mas não tem características estéticas para o gosto de um outro tipo de arquitetos que procuram uma estética mais genuína, sem imitações, mais natural, mesmo que imperfeita, de forma a não parecerem "instalações sanitárias". o Aspeto muito frio das peças. Aplicação: o Encontrar mão-de-obra qualificada é fundamental para evitar problemas na aplicação. o A má aplicação dos materiais é considerada uma falha na cerâmica, mas também o é nos materiais competidores. Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que descrevem algumas das debilidades dos materiais competitivos à cerâmica: Madeira: o o o o É ideal para pequenas fachadas. Tem um preço elevado. Características técnicas inferiores. Detiora-se muito. Precisa de tratamentos que resistam à erosidade do salitre, da humidade e do sol. o Material com pouca durabilidade: empena e envelhece com o tempo. Pedra: o Não há variedade de escolha. o Material que pode ser afetado pela contaminação atmosférica. o Dimensionalmente imperfeito. Vidro: o Elevado peso. o Tem um preço elevado. o Dificuldade de controlar termicamente as construções. Muitas vezes requer alternar com outros sistemas, tais como o alumínio para suprir essas deficiências. o A sua colocação depende em larga medida da orientação da construção. o Processo de fabricação extenso. o Pouca funcionalidade em relação a outros materiais. Betão: o Antiestético. o Problemas de envelhecimento. Alumínio: o Tem um preço elevado. o Requer uma maior manutenção. o Estética está punida, pois já não resulta numa aparência “moderna”. o Limitação nos acabamentos. o Perde a cor com o tempo. o Fragilidade à fissuração. o Passível de manchar. 5.2.2 Principais ameaças CERÂMICA As principais ameaças extraídas são: Desconhecimento sobre o produto cerâmico: o Reticência ao uso por falta de conhecimento do material. o Má imagem atual sobre a utilização de produtos cerâmicos nas fachadas, dada a má aplicação no sistema de colagem de placas cerâmicas. É necessário uma melhoria nos sistemas de aplicação e na comunicação de importantes projetos/obras onde se tenha aplicado cerâmica em fachada com êxito. o Falta de conhecimento de soluções, sendo necessário investir numa boa divulgação aos prescritores. Concorrência de outros produtos. O custo é uma barreira para o uso, mesmo como já foi referido que existem outros materiais mais caros. 5.2.3 Principais vantagens competitivas (pontos fortes) CERÂMICA As principais vantagens competitivas ou pontes fortes são: Estética: o Boa estética. o Aspeto moderno. o Grande variedade de modelos, desenhos, acabamentos e formatos. o Versatilidade. o Permite a reprodução de texturas, apesar dos custos elevados para esse efeito. o Os materiais apresentam maior nobreza quando comparados com outras soluções competitivas como a chapa metálica ou o alumínio. o É uma boa solução para a reabilitação. Podem-se manter fachadas originais graças à possível impressão digital. Aspetos técnicos: o Sustentabilidade. o Elevada resistências às fissuras, grafitis… o Material durável. o Boas propriedades térmicas e de isolamento. o Magnificas prestações do material. o Material quase intemporal. As peças não se deteoram-se com o tempo. o Não “sofre” ataques atmosféricos. o As peças não são absorventes, que faz com que não envelheçam. o As peças suportam diferentes amplitudes térmicas. o Todas as peças têm que cumprir características técnicas standard normalizadas. o Contribuem para combater o desgaste das intempéries marítimas em construções próximas da orla marítima, como Aveiro e Castellón. o Apresenta vantagens em relação a outros materiais competitivos em termos de peso (por exemplo, a pedra). Manutenção e limpeza o Manutenção das peças quase nula. o Grande facilidade de substituição perante a rutura. o Material de fácil limpeza. Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que mostram alguns pontos fortes de materiais competitivos à cerâmica: Madeira: Apresenta conforto. Traz qualidade percetível ao projeto. A sua competitividade vê-se aumentada. Ecológica. Em determinadas regiões existe um uso generalizado da madeira incutido por valores culturais. Pedra: Estética tradicional (depende dos “gostos” do entrevistado). Material nobre. Material natural. Preço mais económico. Integridade dos materiais. Boas propriedades térmicas. Possíveis jogos de cores ou contrastes. Utilização da pedra em muitas regiões. Vidro: Propriedades térmicas. Material nobre. Estética. A transparência é uma qualidade intrínseca ao material. Betão: Fácil de fabricar. Económico. Oportunidade de trabalhar com betão ecológico. Gesso: Fácil de implementar. Funcional. Económico. Alumínio: Perceção de modernidade. Ligeireza. Fácil instalação. Não quebra por impacto. 5.2.4 Principais oportunidades CERÂMICA As principais oportunidades extraídas são: Reduzir a complexidade de informação para arquitetos, dando maior conhecimento dos sistemas. Industrializar mais os sistemas para “eliminar medos” aos arquitetos. Amplitude da gama de produtos (tipo de superfícies, cores, …). Comunicação sobre cerâmica em urbanismo. Oportunidades de aplicação de cerâmica na reabilitação de fachadas, especialmente em edifícios antigos. Azulejos fotocataliticos (auto-limpeza). Possibilidade de reabilitar o património através da cerâmica dada a sua qualidade como material tradicional (por exemplo, em muitos centros urbanos de Portugal). Possibilidade de aplicação em reabilitações de cerâmica em empenas não tratadas. Neste caso a cerâmica pode ter um importante papel estético por um lado, e por outro pode garantir a segurança e a durabilidade das construções. 5.2.5 Exigências de mercado e elementos diferenciadores De acordo com as conclusões obtidas podemos dizer que: O mercado exige soluções rápidas, seguras, duradoiras e de fácil limpeza ou inclusive autolimpeza. O produto cerâmico consegue satisfazer estas necessidades e prover-se de uma decoração ou efeitos estéticos interessantes a um preço muitas vezes competitivo se o compararmos com outras soluções alternativas. A estruturação do sector deve ser dinâmica e baseada na inovação. O desenvolvimento de uma gama de produtos cerâmicos requere mão-deobra qualificada tanto na produção como na colocação. Um dos principais obstáculos para o uso do revestimento cerâmico é a falta de comunicação do produto, sendo imprescindível esta comunicação para lutar contra as barreiras que existem sobretudo em relação aos prescritores. Trata-se de um sector hipercompetitivo onde a busca de redes de distribuição e a comunicação com o prescritor são os elementos chave. 5.3 Mobiliário urbano 5.3.1 Principais inconvenientes (debilidades) Deve ter-se em conta que os materiais competitivos no mobiliário urbano são muitos e de diversa índole. As aplicações neste âmbito vão desde murais a instalações sanitárias, de paragem de autocarros a bancos, de sinalética de toponímia de ruas e praças, assim como intervenções de natureza lúdica (jogos) ou artística (estátuas, obras de arte). Não obstante a este ponto, se apontarmos materiais como a madeira, a pedra, o betão ou o alumínio como possíveis competidores, sobre eles também se determinam pontos fortes e debilidade como materiais para o mobiliário urbano. CERÂMICA As principais debilidades extraídas são: Inexistência ou pouca disponibilidade no mercado de produtos de cerâmica para mobiliário urbano. Custo dos produtos mais elevado quando se compara a utilização da cerâmica com produtos competitivos tradicionais como as madeiras ou outros produtos naturais. Em certas ocasiões existe alguma confusão entre o conceito de cerâmica e de porcelana. Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que mostram algumas debilidades dos materiais competitivos da cerâmica: Madeira: o Menos solidez do material a longo prazo. o Durabilidade menor que a cerâmica. Pedra: o Material menos duradoiro e resistente que a cerâmica. Plástico: o Custo do produto pouco competitivo. 5.3.2 Principais ameaças CERÂMICA As principais ameaças extraídas são: Inexistência de uma cultura de utilização da cerâmica no mobiliário urbano A posição já adquirida por outros materiais que resolvem as necessidades no mobiliário urbano. Falta de comunicação sobre as propriedades e possíveis aplicações da cerâmica. Necessidade de adaptar os métodos de produção para otimizar os custos e tornar os produtos mais competitivos. Risco elevado na disponibilidade do produto por possíveis atrasos de fabricação. 5.3.3 Principais vantagens competitivas (pontos fortes) CERÂMICA As principais vantagens ou pontos fortes são: Propriedades do produto: durabilidade, facilidade de manutenção, de limpeza… em geral há uma diferenciação técnica. Sustentabilidade do produto. Resistência do material em comparação com o vidro ou o acrílico. Aspeto estético dos materiais cerâmicos. Facilidade de decoração, versatilidade (permite a impressão de qualquer motivo). Nos sanitários públicos é relevante a autolimpeza e as características antibacterianas da cerâmica. Em seguida apresentamos alguns comentários extraídos das entrevistas que mostram alguns pontos fortes dos materiais competitivos da cerâmica: Madeira: o Resistência do produto. o Custo competitivo. o Industria bem desenvolvida e estrutura para rapidamente aos de soluções para mobiliário urbano. responder Pedra: o Material à prova de agua. o Industria bem desenvolvida e estrutura para rapidamente aos de soluções para mobiliário urbano. responder Plástico: o Facilmente modulável para criar diversas formas de produtos (liberdade de expressão artística). o Novos tipos de plásticos feitos à base de fibras vegetais. o Existe um importante mercado de materiais reciclados que melhora a imagem do produto e a aceitação por parte dos potenciais clientes. Metal: o Material de grande dureza. o Propriedades do produto: resistência, ductilidade, facilidade de manutenção (limpeza…). o Custo competitivo. o Facilmente modulável para criar diversas formas de produtos (liberdade de expressão artística). o Facilidade de se adaptar dada a diversidade de produtos que se podem resultar deste material. o É o material mais habitual para ser usado no mobiliário exterior. Betão: o Propriedades do produto: resistência, fácil manutenção. 5.3.4 Principais oportunidades CERÂMICA As principais oportunidades extraídas são: Importante adaptabilidade dos produtos com um alto potencial estético. Material com uma ampla variedade de cores e formas. Desenvolvimento de produtos cerâmicos anti-graffiti e de fácil limpeza. Possibilidades de desenvolvimento de novos produtos em falta no mercado (por exemplo: instalações artísticas, bancos de jardim, fontes). Possibilidade de conferir à cerâmica mais resistência aos produtos de mobiliário urbano. A superioridade de muitas características técnicas da cerâmica é por si só uma oportunidade para entrar no mercado do mobiliário urbano. 5.3.5 Exigências do mercado e elementos diferenciadores As exigências do mercado ao nível do mobiliário urbano passa por aplicações atuais, mas existem algumas necessidades especiais que chamaram a atenção, tais como as referidas pelo perfil associado a grupos de consumidores com deficiência ou com mobilidade reduzida. Estes apontaram para a necessidade que tinham em existir indicações de locais e direções em pictogramas, sendo a cerâmica com o seu potencial para a variedade de decoração, um muito material interessante para o efeito. Outros aspetos importantes são as aplicações relacionadas com a transmissão de informação pública ou artística e a sua aplicação em quiosques ou paragens de autocarros. Algumas das dificuldades que o sector da cerâmica enfrenta é a adaptação do seu processo produtivo a este novo mercado, assim como na montagem de peças de mobiliário urbano. O custo da cerâmica continua a ser elevado em comparação com outros materiais. Desta forma, existe uma verdadeira necessidade de adaptar os métodos de produção para otimizar custos e fazer com que os produtos sejam mais competitivos no mercado do mobiliário urbano. Neste ponto volta-se a apontar a importância da comunicação para lutar contra as atuais barreiras psicológicas na utilização da cerâmica. Finalmente, um dos requisitos do mercado de mobiliário urbano é a rapidez necessária no período de substituição ou reposição. A cadeia de distribuição deve ser adequada e estar estruturada para abordar esta questão. 6. Tendências para o futuro As tendências para o futuro detetadas ao longo do estudo em cada âmbito ou espaço de investigação são: Em geral, podemos dizer que: A excessiva imitação que a cerâmica executa de outros materiais pode tornar a mesma menos autêntica. Sendo necessário no futuro entender as características intrínsecas do material e retirar-lhe o máximo de partido. A busca da multifuncionalidade dos produtos cerâmicos (sensitivos, antibacterianos, iluminados…). As crescentes preocupações ambientais e de sustentabilidade podem conduzir a uma busca de novos materiais cerâmicos. Os materiais naturais (pedra, madeira, etc) não podem continuar a ser utilizados de uma forma descriminada no futuro por questões de sustentabilidade. É necessário realizar ações de comunicação com os prescritores para que os produtos cerâmicos encontrem maior aceitação em qualquer dos três espaços investigados. Em suma para cada espaço: PAVIMENTO: Duas tendências parecem estar a surgir em paralelo, a funcionalidade e o desenvolvimento sustentável. A inovação é muito pertinente para desenvolver soluções funcionais, mas além disso, há uma consciência clara em direção a questões ambientais, o que leva por exemplo, a encontrar soluções mais limpas, como uma alternativa para o asfalto. Em termos de funcionalidade, esta destina-se principalmente para melhorar o conforto pedonal. Há uma verdadeira vontade de implementar soluções para os cidadãos portadores de deficiência, idosos, crianças… Por outro lado, a flexibilidade do planeamento urbano levou e vai levar para a utilização de materiais modulares com cada vez mais frequência, que são fáceis de instalar e substituir. FACHADA: A principal tendência é para o crescimento da aplicação de cerâmica em fachadas ventiladas, o que é uma das suas múltiplas em relação a outros materiais, como foi explicado ao longo do relatório. O problema do desenvolvimento sustentável é cada vez mais importante. Os padrões são cada vez mais rigorosos em termos de poupança de energia nos edifícios. Portanto, o isolamento e a eficiência energética são apontados como uma tendência nas fachadas. As fachadas ventiladas são vistas como soluções que proporcionam uma melhoria na eficiência do consumo de energia e, por consequência uma poupança de energia, cobrindo necessidades como impermeabilização e estanqueidade dos edifícios. A inovação é cada vez mais a busca da automação e gerenciamento do consumo de energia. Finalmente, no que diz respeito a questões de estética é importante a integração dos edifícios existentes na cidade. Procura-se a uniformidade. A fachada ventilada é um claro nicho na reabilitação de edifícios antigos nas cidades. MOBILIÁRIO URBANO: Observa-se uma vez mais, uma tendência para a funcionalidade, estética e mobiliário urbano. Esta tendência é ilustrada pelo refúgio da estação da Gare de Lyon, que inclui uma biblioteca, um design de mobiliário urbano, wifi ... O mobiliário urbano tornar-se cada vez mais interativo, ao nível dos transporte públicos, cidade, informações no momento, terminais de wifi…O planeamento urbano deve assimilar o fato de que o espaço urbano também é visto como um veículo de coesão social e de conexão. A aplicação de cerâmica na sinalização pode ser uma clara tendência para o futuro. Procura-se versatilidade do objeto (por exemplo, peças que se iluminam). O mobiliário urbano deve ser uma parte integral de um projeto global de reurbanização do espaço urbano. Também há uma grande tendência para a personalização, incluindo o desenvolvimento de peças de arte originais. O uso dos recursos locais é uma forma de responder a estes desenvolvimentos. 7. Conclusões No presente relatório, temos discutido as três áreas de estudo da cidade (pavimentação, fachada e mobiliário urbano), diferenciando-se em alguns casos de acordo com as suas potenciais aplicações. No que diz respeito ao processo de tomada de decisão, há que assinalar que se houver qualquer questão de reposição, manutenção ou reabilitação, o processo é muito mais curto e rotineiro, enquanto que para novos projetos, o processo é mais longo e mais complexo. No entanto, cada país tem as suas especificidades, e foi finalmente determinado que o processo consiste em onze fases que se cumprem em larga medida em cada um dos países, sendo elas: a deteção de uma necessidade ora por meio de uma decisão política, ora por contribuições feitas pelos cidadãos, ou por propostas de empresas de construção privadas; a análise do orçamento e prioridades; a criação de um grupo de trabalho e a nomeação de um diretor do projeto; a fase de consulta dos cidadãos (dependendo do tamanho do projeto); a redação do caderno de encargos; a própria aprovação do projeto em si e, finalmente, as fases do concurso público, a premiação, a criação de um “comité” de direção, a fase de teste, e o acompanhamento da obra. No que diz respeito aos critérios de decisão para cada área de investigação e, em concreto para as diferentes áreas de aplicação, foram identificados critérios distintos, embora em geral, os critérios mais apontados têm sido o custo, estética e facilidade de fornecimento. Em Portugal, a durabilidade e a segurança são alguns dos aspetos mais nomeadas. Deverão ter-se em conta também aspetos ou questões que têm a ver com a tradição e a identidade cultural, e aqueles a que se referem a integração no conjunto geral da obra e do contexto urbano. Se falarmos dos atores relevantes no processo de decisão, encontramos no microambiente os promotores e técnicos públicos ou privados, os construtores, o canal de distribuição e os próprios cidadãos. No macroambiente, encontrar-se-ão os geradores e marcos normativos, assim como associações de grupos de pessoas com deficiências. Nos pavimentos, em geral, entram as necessidades detestadas poderão se referir por um lado as necessidades estéticas ou identidade cultural, e por outro lado as necessidades funcionais que incluem aspetos como a durabilidade, a sustentabilidade, a acessibilidade, a segurança e a manutenção. Enquanto que nas fachadas, entre as necessidades atuais onde se utiliza cerâmica destacam-se as razões estéticas e as funcionais, tais como a durabilidade, a resistência ou a manutenção. Apontam-se em concreto as fachadas ventiladas como soluções que trazem uma melhor eficiência energética e consequentemente um aumento de energia. Finalmente, em relação ao mobiliário urbano verificam-se várias necessidades, entre as quais se destacam as áreas de descanso, a acessibilidade e os aspetos sociais e funcionais. No departamento das exigências de mercado e dos elementos diferenciadores, podemos concluir que no espaço da pavimentação os esforços que se têm feito para implementar o uso do material cerâmico nos espaços urbanos necessitam por um lado de uma normalização, e por outro de uma homogeneização de produtos e processos de colocação. O ciclo de vida do produto também é uma variante de interesse, no sentido de “defender” a ideia de que o custo de manutenção do produto cerâmico é inferior à generalidade de outros materiais, o que compensaria um maior esforço económico na aquisição do material cerâmico e na sua aplicação. Os materiais devem cumprir todas as questões técnicas que possam surgir, e conclui-se que os aspetos relacionados com a acessibilidade devem ser bastante considerados. Finalmente, a comunicação do produto constitui outro dos esforços a realizar para minimizar o desconhecimento dos prescritores face à cerâmica nos vários espaços. Nas fachadas o mercado exige soluções rápidas, seguras, duradoiras e de fácil limpeza ou inclusive autolimpeza, sendo muito importante o tema da aplicação. A comunicação com o prescritor e as redes de distribuição são muito relevantes para a comercialização de produtos cerâmicos para as fachadas. Por fim, os requisitos do mercado a nível do mobiliário urbano referem-se, essencialmente na atualidade, a grupos de consumidores com deficiência ou com mobilidade reduzida. Mas outros aspetos importantes a ter em conta referem-se às aplicações relacionadas com a transmissão de informação pública ou artística. Algumas das dificuldades com as que conta o setor cerâmico são a adaptação do seu processo produtivo a este novo mercado, a otimização de custos para poder competir com o mercado existente, e minimizar o período de fornecimento e reposição. A comunicação volta a ser a chave para poder entrar neste novo mercado. Assim, as tendências de futuro dos três multifuncionalidade, a sustentabilidade e a estética. espaços passam pela