Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar
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Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar
Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 2 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 PORTUGAL Comité Português para o Ano Polar Internacional 2007-08 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 José C. Xavier (1), Gonçalo T. Vieira (2) and Adelino Canário (1) (1) Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, 8000-139 Faro (2) Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Alameda da Universidade, 1600-214 Lisboa 3 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 4 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 ÍNDICE SUMÁRIO................................................................................................................................................ 7 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 9 2. O ANO POLAR INTERNACIONAL E O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA POLAR PORTUGUESA ................................................................................................................................. 13 2.1 Momentos importantes na preparação do API- Portugal ................................................................ 13 2.2 Participação portuguesa nos projectos chave do Ano Polar Internacional..................................... 15 3. PLANOS CIENTÍFICOS PORTUGUESES PARA O ANO POLAR INTERNACIONAL .................. 19 3.1 Física da Atmosfera......................................................................................................................... 19 3.2 Ciências Biológicas ......................................................................................................................... 20 3.3 Criosfera e variações climáticas...................................................................................................... 22 3.4 Ciências Planetárias........................................................................................................................ 23 3.5 Astronomia ...................................................................................................................................... 24 4. DIRECTRIZES PARA A ESTRATÉGIA CIENTÍFICA PORTUGUESA ........................................... 25 ANEXOS................................................................................................................................................ 27 A. PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS POLARES DE INVESTIGADORES PORTUGUESES ................. 29 A.1 Artigos científicos em revistas internacionais e livros..................................................................... 29 A.2. Publicações em actas de congressos............................................................................................ 32 B. INSTITUIÇÕES PORTUGUESAS QUE PARTICIPAM NO API ...................................................... 37 C. COLABORAÇÕES INTERNACIONAIS........................................................................................... 39 D. INVESTIGADORES POLARES PORTUGUESES ENVOLVIDOS NO API .................................... 41 E. COMITÉ PORTUGUÊS PARA O API .............................................................................................. 45 F. CARTAS DE REFERÊNCIA DO COMITÉ INTERNACIONAL PARA O API ................................. 47 G. LISTA DE ACRÓNIMOS .................................................................................................................. 53 5 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 6 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 SUMÁRIO Portugal tem uma história rica em descobertas e explorações. Historicamente, foi um dos países envolvidos no início da exploração polar, logo no século XVI. Nos últimos 30 anos, um grupo de 8 investigadores portugueses desenvolveram estudos científicos na Antárctida, em colaborações com 7 países do Comité Científico de Investigação Antárctica (SCAR). No entanto, esses estudos têm sido desenvolvidos a título individual, sem estarem enquadrados num suporte científico nacional. Os cientistas O API é uma oportunidade única polares portugueses consideram o Ano Polar Internacional (API) como uma oportunidade única para a criação das bases de um programa português para as regiões polares. O suporte internacional ao nível colaborativo e logístico para as actividades portuguesas polares actuais (especialmente na investigação antárctica), torna o Ano Polar Internacional num momento chave para estabelecer as bases de um Programa Polar Português. O presente documento é um esforço colaborativo dos cientistas polares portugueses. Fornece uma avaliação crítica das investigações polares nacionais e apresenta as directrizes gerais para a ciência nacional durante o API e várias sugestões para os trabalhos futuros. O documento mostra, pela primeira vez, Portugal, como um parceiro activo nas investigações polares a realizar durante o API. As actividades portuguesas irão focar-se em 5 áreas científicas: ciências atmosféricas, ciências biológicas, ciências da Terra e criosfera, ciências planetárias e astronomia. Portugal está envolvido em 6 projectos chave (“core projects”) do -API, o que traduz o enquadramento internacional e a qualidade da investigação desenvolvida nas regiões polares (actividades nº 33, 50, 83, 92, 168 e 542). A Estratégia Portuguesa para o API consiste em: 1) consolidar e fortalecer o trabalho colaborativo em programas internacionais de investigação polar; 2) realizar ciência de excelência nas várias disciplinas em que cientistas portugueses estão envolvidos; 3) obter e desenvolver métodos e técnicas que poderão ser implementadas na gestão do Planeta, bem como directamente aplicáveis ao território português); 4) promover políticas integradas no Tratado da Antárctida e 5) desenvolver e educar uma nova geração de cientistas polares, e também obter o interesse do público sobre as questões polares Com projectos tão promisores, é imperativo que sejam disponibilizados os fundos necessários para a sua realização. Tal disponibilidade será determinante para a viabilidade e qualidade da ciência a produzir. Ainda mais relevante, será a elaboração de uma estratégia científica para além do API, de 7 Estratégia científica Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 modo a facilitar a elaboração de projectos multidisciplinares com parceiros internacionais e atingir níveis mais elevados de excelência científica, estabelecendo fortes fundações para um programa polar português. 8 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 1. INTRODUÇÃO Portugal irá participar no Ano Polar Internacional (API) pela primeira vez na sua história, embora os exploradores portugueses sejam regularmente citados em livros sobre a história da exploração polar. Por exemplo, Bartolomeu Dias, em 1488, foi o primeiro europeu a navegar nas águas austrais, dobrando o Cabo da Boa Esperança. Mais tarde, em Novembro de 1520, Fernão de Magalhães questionou-se se existiria a “Terra Australis”. Este navegador pretendia chegar à China velejando para Oeste, mesmo que tivesse de atravessar o Pólo Sul. Chegou ao Oceano Pacífico, através do Interesse histórico nas regiões polares Estreito que tem o seu nome, na Terra do Fogo. Estas descobertas levaram vários navegadores de diferentes nações, a explorar mais a Sul. Outro exemplo, relacionado com águas boreais, é o de João Vaz Corte-Real, um dos mais distinguidos navegadores dos séculos XV e XVI, e que descobriu a “Terra Nova”, no Canadá em 1472. Este navegador chegou à América 20 anos antes de Cristovão Colombo, e organizou outras expedições que o levaram à costa da América do Norte, incluindo a Península do Labrador. Com uma rica história de ciência, descobertas polares e exploração, Portugal deverá formalmente dedicar-se a fazer ciência nos Pólos. Mais, esta será uma oportunidade única para os cientistas portugueses participarem em projectos multidisciplinares internacionais. O API, a decorrer entre 1 de Março de 2007 e 1 de Março de 2009, celebra o 50º aniversário do Ano Geofísico Internacional 1957-58, um importante momento da ciência e investigação polares, que levou à redacção e assinatura do Tratado da Antárctida. Este será o quarto API, depois de 1882-83, 1932-33 e 1957-58, contando actualmente com mais de 50.000 participantes. É uma iniciativa sem Mais de 50.000 pessoas envolvidas precedentes, com equipas de investigação de mais de 60 países, realizando ciência de excelência, com o objectivo de avaliar processos ambientais e sociológicos no Árctico e na Antárctica. Cientistas vão avaliar as relações entre as regiões polares e o resto do Planeta: o Sistema Terra, a biodiversidade, os processos evolutivos e a capacidade de adaptação dos organismos polares. Este esforço internacional, multi-institucional e interdisciplinar irá melhorar a nossa capacidade de detectar mudanças regionais e globais, permitindo avaliar as suas consequências para a humanidade e para o nosso Planeta. O API é coordenado pelo Conselho Internacional para a Ciência (ICSU), pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e é apoiado por 27 organismos internacionais. As regiões polares têm um papel chave no nosso planeta e só nelas, algumas hipóteses científicas podem ser testadas. As regiões polares são 9 As regiões polares têm um papel chave no clima mundial Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 também componentes fundamentais no Sistema Terra, com consequências directas no sistema climático global, no nível do mar, nos ciclos biogeoquímicos e nos ecossistemas marinhos. As características únicas dos ambientes polares, como as plataformas de gelo, a neve, a banquisa e os icebergs, são variáveis numa grande gama de escalas. Além disso, as regiões polares respondem, amplificam e produzem mudanças no resto do nosso planeta. Por exemplo, as interacções entre os oceanos, atmosfera e a criosfera fazem das regiões polares, das áreas mais sensíveis para detectar variações climáticas. Similarmente, os ambientes Mudanças climáticas a várias escalas podem-se detectar inicialmente nas regiões polares marinhos bentónicos e subglaciários têm estado relativamente isolados e estáveis por longos períodos, e logo, estão mais vulneráveis a alterações ambientais/climáticas. O gelo polar, os sedimentos e as rochas representam reservatórios únicos de informação das condições paleoambientais do planeta, e têm fornecido novas leituras sobre o passado, com aplicações práticas para o futuro. Finalmente, as regiões polares são habitats de Elementos chave sobre a biologia e ecologia dos organismos polares organismos únicos, adaptados a ambientes exigentes fisiologicamente, e oferecem oportunidades únicas para compreender a biologia, a ecologia e a evolução nestes extremos do planeta, especialmente tendo acesso aos instrumentos modernos da biociência (ver também http://www.ipy.org). Os cientistas portugueses têm vindo a realizar investigações na região antárctica, especialmente nos últimos 30 anos, sempre como parte integrante de projectos colaborativos com vários países do SCAR, particularmente com a Bulgária, Espanha, Estados Unidos da América, 30 anos de investigação portuguesa na Antárctida França, Itália e Reino Unido. Os cientistas portugueses têm focado as suas investigações nas áreas das ciências biológicas, atmosféricas, planetárias e da Terra. Espera-se que os resultados a obter com o API conduzam a novas oportunidades para novos cientistas portugueses conduzirem investigações no Árctico e na Antárctida. O API irá alargar directamente o número de disciplinas a estudar por cientistas portugueses na Antárctida, como a paleoclimatologia, a modelação climática de meso-escala e a geofísica aplicada. O API constitui, O API e o alargamento da massa crítica portuguesa por isso, uma plataforma muito importante para o arranque da investigação polar portuguesa e a oportunidade ideal para o alargamento da massa crítica nacional nas ciências polares e na preparação de uma nova geração de cientistas polares. Além do esforço científico, os objectivos do API evidenciam a importância das ligações socio-culturais através de Programas de Educação e Extensão (E&O). O Comité Português para o API participará em mais de 30 actividades 10 Fazer o elo entre ciência e sociedade Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 de educação nesse âmbito. O objectivo é fazer uma ponte entre a ciência polar e a sociedade, divulgando temas relacionados com a investigação polar, tentando alcançar toda a comunidade estudantil, desde o pré-escolar até ao nível universitário, mas também o público em geral. Neste contexto, várias e fortes razões justificam Portugal realizar ciência polar: • Participar num movimento global que promove a cooperação internacional em áreas científicas chave; • Colaborar e contribuir para o esforço internacional de monitorização e conhecimento do nosso planeta; • Usar a infraestrutura polar para investigações espaciais e terrestres; • Colaborar e contribuir para produzir programas científicos usando Porque é que Portugal deverá realizar ciência polar? tecnologia de ponta; • Estudar as variações ambientais muito marcadas que ocorrem nas regiões polares, mas que mostram uma forte relação com mudanças que ocorrem em latitudes inferiores; • Fortalecer a massa crítica e desenvolver equipas de investigação de excelência em áreas científicas chave que têm carências de recursos humanos e logísticos (exemplo: solos permanentemente gelados da Antárctida); • Usar o API como uma plataforma para desenvolver uma nova geração de cientistas polares; • Testar produtos e tecnologias portuguesas em condições climáticas adversas (exemplo: industria têxtil, sistemas electrónicos e software); • Participar na decisão de processos científicos e políticos sobre as regiões polares (exemplo: SCAR, European Polar Board e Sistema Consultivo do Tratado da Antárctida); • Beneficiar do apoio logístico e tecnológico providenciado por países colaboradores na investigação polar, e que estão especialmente disponíveis durante o API (ex.: Brasil, Bulgária, França, Espanha, Itália e Reino Unido). Os principais objectivos deste documento são: • Providenciar uma plataforma de conhecimento sobre a história polar portuguesa na exploração polar e o seu envolvimento no API; • Identificar projectos de investigação em que Portugal está envolvido durante o API; • Elaborar um plano científico para Portugal em áreas científicas chave; 11 Objectivos Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 • Avaliar o papel de Portugal na investigação polar; • Explicar porque Portugal deve realizar investigações polares. 12 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 2. O ANO POLAR INTERNACIONAL E O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA POLAR PORTUGUESA 2.1 Momentos importantes na preparação do API em Portugal Portugal ficou envolvido no API depois da “SCAR Open Science Meeting” em Bremen (Alemanha), em Julho 2004. Nesse encontro o Professor Gonçalo Vieira (Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa) encetou os primeiros contactos com o Comité Internacional e evidenciou a importância do API para o desenvolvimento da ciência polar portuguesa, para a candidatura os 1 contactos com o Comité Internacional do API de Portugal ao SCAR, para o fortalecer das relações científicas com países que já realizam investigação polar, e para contribuir para a possivel assinatura do Tratado da Antárctida. Desta forma, Prof. G. Vieira ficou identificado como contacto nacional para o API, com o objectivo de reunir a comunidade científica polar portuguesa, de modo a formar um Comité Português para o API. Em Dezembro de 2004 foi criado um grupo de trabalho provisório e informal para a preparação das actividades portuguesas para o API. Este grupo foi coordenado pelos Professores Gonçalo Vieira e Adelino Canário (Centro de Grupo de trabalho nacional Ciências do Mar da Universidade do Algarve), e envolveu 17 participantes de diferentes áreas. Em Fevereiro 2005 em reunião com o Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Prof. Fernando Ramoa Ribeiro, foi apresentado o conceito do API e o grupo recebeu a promessa de apoios para o evento. Em Março 2005, a FCT apoiou financeiramente a participação de Gonçalo Vieira no 1º Fórum para o API que decorreu na UNESCO-OSC, em Paris, onde foi apresentado o plano geral para a implementação do API em Portugal, o 1 Fórum Internacional do API que recebeu o apoio do Comité Internacional do API . Também o Brasil e a Espanha mostraram toda a disponibilidade em ajudar Portugal a integrar-se em investigações na Antárctida. O primeiro encontro do pro-Comité Português para o API foi realizado no Centro de Estudos Geográficos em Abril de 2005 com a presença do Prof. Adelino Canário, Prof. Pedro Miranda, Doutor Pedro Soares, Com. Agostinho 13 Criação do proComité para o API Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 Ramos da Silva e Prof. Gonçalo Vieira. O grupo decidiu convidar o Professor Luís Mendes-Victor (Universidade de Lisboa) para Presidente do Comité Português para o API, devido às suas actividades reconhecidas internacionalmente na área da geofísica e pela sua participação no Ano Geofísico Internacional, em 1957. Um documento com a lista de membros do Comité Português para o API foi enviado, para aprovação ao Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, o Professor José Mariano Gago, em nome da Secção Portuguesa da União Internacional de Astronomia, Geodesia e Geofísica (SPUIAGG). O documento incluia os seguintes Aceitação do Comité Português para o API membros: Prof. Luís Mendes-Victor (Presidente), Prof. Luís Aires de Barros, Prof. Adelino Canário, Prof. Pedro Miranda, Doutor Pedro Viterbo, Doutor José Xavier, Prof. Gonçalo Vieira e Com. Agostinho Ramos da Silva (colaborador). O comité foi aprovado pelo governo em Março de 2006 com a inclusão de um representante da FCT e a indicação que o comité deveria estar receptivo a receber uma representação mais ampla de outras universidades do país. Como resultado, vieram a integrar o comité, a Professora Ana Maria Silva do Centro de Geofísica da Universidade de Évora e a Doutora Vera Assis Fernandes do Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra, em Março e Abril 2006, respectivamente. Em Julho de 2005, o Doutor José Xavier foi nomeado como representante nacional para o “Education & Outreach Sub-Committee” do API, cujos objectivos são educar e desenvolver uma nova geração de cientistas polares, Education & Outreach SubCommittee engenheiros, e líderes, e também obter o interesse do público e dos políticos. O 2º Forum para o API decorreu no Centro Polar Dinamarquês, em Copenhaga e Portugal foi representado pelo Prof. Gonçalo Vieira, financiado o 2 Fórum Internacional do API pelo Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa. Neste fórum, os desenvolvimentos das actividades Portuguesas foram apresentados aos restantes países membros do API. Em Novembro 2005, o Comité Português para o API organizou o I Workshop "Portugal e a Antárctida: oportunidades para investigação, ciência e promoção do Ano Polar Internacional 2007-08". O comité organizador foi formado pelo a 1 Workshop Portugal e a Antárctida Prof. Gonçalo Vieira, Doutor José Xavier e Prof. Mário Neves, e o evento teve lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, reunindo mais de 100 participantes. Em Dezembro de 2005, o Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMAR), com o apoio do Comité Português para o API e da Academia de Ciências de Lisboa (representante nacional da Conselho Internacional para a Ciência - ICSU), submeteu uma proposta para se tornar 14 Portugal torna-se membro do SCAR Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 membro associado do Comité Científico para a Investigação na Antárctica (SCAR). O CCMAR representará os interesses científicos portugueses em todas as áreas de investigação, e irá trabalhar directamente com o Comité Português para o API. Este foi um passo muito significativo para a comunidade cientifica polar portuguesa e pode ser considerado como um objectivo do API já alcançado. A proposta foi aceite por unanimidade a 19 de Julho de 2006 durante a reunião do SCAR em Hobart (Austrália), em que o Prof. Adelino Canário foi o representante português com financiamento da FCT e do CCMAR. Em Março 2006, após vários contactos com a European Polar Board (EPB), o Comité Português para o API propôs à Academia de Ciências de Lisboa que o Prof. Gonçalo Vieira fosse o representante nacional no processo de adesão ao EPB. O EPB actua como porta-voz e facilitador da cooperação entre agências nacionais de financiamento, institutos polares nacionais e Contactos com o European Polar Board organizações de investigação. Em Potsdam, em Março de 2006, teve lugar uma primeira reunião informal com o secretário executivo do EPB, Doutor Paul Eggerton, para trocar informações e discutir os passos necessários para avançar com a adesão de Portugal. Em Maio de 2006, o 2º Workshop "Portugal e o Ano Polar Internacional 200708", organizado pelo Comité Português para o API, Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, Centro de Ciências do Mar da 2º Workshop Portugal e o API Universidade do Algarve e pelo Oceanário de Lisboa teve lugar nesta última instituição. Este evento reuniu cerca de 40 participantes convidados e teve um papel fundamental na distribuição de tarefas relacionadas com a ciência, educação e promoção das actividades relacionadas com o Ano Polar Internacional em Portugal. 2.2 Participação portuguesa nos projectos chave do Ano Polar Internacional Portugal irá participar no API através de vários projectos científicos a nível nacional e internacional. Portugal em 6 projectos chave do API Portugal está envolvido em 6 projecto chave do API: 1) ICED-IPY – “Integrated analyses of circumpolar Climate interactions and Ecosystem Dynamics in the Southern Ocean – International Polar Year” (Actividade Nº 92; Contacto nacional: Doutor José Xavier) – Este projecto relaciona os ecossistemas e a biogeoquímica do Oceano Antárctico, 15 Clima e ecossistemas do Oceano Antárctico Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 incluindo o estudo dos processos climáticos circumpolares, o estudo dos efeitos do carbono orgânico atmosférico e poluentes nos oceanos polares, dos efeitos do CO2 na formação de CaCO3 e na produção primária, estudos sobre a “Experiência de Fertilização com Ferro” no Mar da Scotia, estudos da biogeoquímica do Oceano Antárctico através das interacções entre nutrientes, dinâmica e estrutura trófica e o estudo dos ecossistemas da banquisa. José Xavier está neste projecto em colaboração com o British Antarctic Survey (BAS). 2) CAML – “Census of Antarctic Marine Life” (Actividade Nº 83; Contacto nacional: Doutor José Xavier) – Esta proposta foi aceite pelo Comité Internacional da ICSU/WMO e foi considerada muito forte cientificamente, Census of Antarctic Marine Life obtendo apoio de um grande número de países. O projecto irá integrar informações de todas as regiões do Antárctico, habitats e áreas de estudo de modo a fortalecer o conhecimento da dinâmica dos ecossistemas a altas latitudes. Através de estudos científicos a várias escalas, o projecto irá contribuir para uma melhor compreensão da biodiversidade dos ecossistemas marinhos antárcticos. 3) TSP – “Permafrost Observatory Project: A Contribution to the Thermal State of Permafrost” (Actividade Nº 50; Contacto nacional: Professor Gonçalo Vieira) – Este projecto tem como objectivo a instalação de uma rede de monitorização das temperaturas do permafrost (solo permanentemente Estado térmico do Permafrost gelado, com temperaturas inferiores a 0ºC durante mais de 1 ano) nas regiões polares, de modo a providenciar uma caracterização detalhada do seu estado térmico. O TSP está integrado na “Global Terrestrial Network for Permafrost” (GTN-P - WMO/GCOS), A contribuição de Portugal para o TSP será conduzida na Antárctida, especialmente nas Ilhas Shetland do Sul, em colaboração com o Programa Antárctico Espanhol. 4) ANTPAS – “Antarctic and Sub-Antarctic Permafrost, Soils and Periglacial Environments” (Actividade Nº 33; Contacto nacional: Professor Gonçalo Vieira). O ANTPAS é um projecto da “International Permafrost Association” e do SCAR, e os seus objectivos são o estudo do permafrost e da camada activa, bem como da sua dinâmica. O projecto integra ainda o estudo detalhado dos solos antárcticos e uma importante componente ligada à gestão de dados. É um projecto interdisciplinar que visa assim, a análise integrada de dados novos e já existentes sobre a distribuição, espessura, idade, história, e propriedades físicas e geoquímicas do permafrost na Antárctida e nas ilhas sub-antárcticas. A contribuição de Portugal para o ANTPAS será conduzida nas Ilhas Shetlands do Sul em colaboração com os programas antárcticos Espanhol e Búlgaro. Prof. Gonçalo Vieira é membro da Comissão de 16 Permafrost antárctico e subantárctico e ambientes periglaciários Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 Coordenação deste projecto. 5) PO3L – “Polar Ozone Loss” (Actividade Nº 542; Contacto nacional: Doutor Daniele Bortoli) – O principal objectivo deste projecto é quantificar de forma rigorosa as percas de ozono polar em ambos os hemisférios e documentar a magnitude da redução do ozono antes da grande recuperação iniciada com a Diminuição do ozono polar aplicação do protocolo de Montreal. Estes estudos serão realizados através de campanhas internacionais, que colocarão centenas de sondas de ozono no Árctico e Antárctico. 6) IPY-YSC – “International Polar Year Youth Steering Committee” (Actividade Nº 168; Contactos nacionais: Doutor José Xavier e Prof. Gonçalo Vieira) – Esta proposta foi também aceite pelo Comité Internacional do ICSU/WMO que a considerou forte nos seus componentes educacional e de “International Youth Steering Committee” promoção científica, demonstrando um elevado nível de aderência aos objectivos do API. O Doutor José Xavier e o Prof. Gonçalo Vieira são membros do “Youth Steering Committee for the IPY (YSC)”, que tem como objectivo assegurar que a nova geração de cientistas polares é informada e envolvida nas actividades do API. Outro projecto importante para para Portugal no API, embora não seja um projecto chave, é o PYRN – “Permafrost Young Researchers Network” (Actividade Nº 1111; Contacto nacional: Raquel Melo) – Esta actividade internacional reune jovens investigadores interessados em permafrost durante o API, com o objectivo de criar uma rede internacional. 17 Rede de jovens investigadores em temas relacionados com o permafrost Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 18 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 3. PLANOS CIENTÍFICOS PORTUGUESES PARA O ANO POLAR INTERNACIONAL Apresenta-se uma introdução sobre os planos científicos dos cientistas Portugueses para o Ano Polar Internacional, os quais estão divididos em 5 áreas de investigação principais: física da atmosfera, ciências biológicas, criosfera e variações climáticas, ciências planetárias e astronomia. Em todas estas disciplinas, Portugal tem uma forte massa crítica, pelo que estas áreas foram identificadas, pelo Comité Português para o API, como as áreas-chave para o desenvolvimento da investigação Portuguesa no API. 3.1 Física da Atmosfera O Doutor Daniele Bortoli e a Prof.ª Ana Maria Almeida e Silva (Departamento de Física e Centro de Geofísica de Évora – Universidade de Évora) estarão envolvidos em medições de gases traçadores atmosféricos (“trace gases”) relacionados com a química do ozono estratosférico, nas regiões polares, em estudos relativos aos efeitos dos referidos gases nos aerossóis atmosféricos e no impacto destes no forçamento radiativo nas regiões polares. As medições de O3 e NO2 na estação Italiana Antárctica na baia de Terra Nova, iniciaram-se em 1996, e actualmente espera-se substituir o instrumento “Gas Analyzer Spectrometer Correlating Optical Differences (GASCOD)” pelo novo instrumento “Spectrometer for Atmospheric Tracers Monitoring (SPATRAM)”, desenvolvido recentemente pelos investigadores do CGE e em operação neste Centro desde Abril de 2004. O grande objectivo ao substituir o espectrofotómetro GASCOD é permitir a monotorização de outros gases atmosféricos, incluindo BrO e OclO, já que estes componentes estão relacionados com a química do ozono na estratosfera e na troposfera. A prioridade é continuar a recolher mais informação para a base de dados histórica de O3 e NO2, que permitirá a avaliação de tendências das concentrações destes gases nas regiões polares. Além disso, estes resultados poderão ser usados para a validação e comparação dos dados de satélite de diferentes sensores, incluindo dados do “Global Ozone Monitoring Experiment (GOME)”, do “Ozone Monitoring Instrument (OMI)” e do “Scanning Imaging Absorption Spectrometer for Atmospheric Chartography (SCIAMACHY)”. Durante o API, a estação Franco-Italiana DOME/Concordia, será também equipada pelo equipamento novo SPATRAM modificado para permitir medir a radiação solar difusa oriunda de direcções de zénite diferentes incluindo na direcção oposta ao Sol (também conhecido por “Off-Axis” geometry”), com o 19 Gases traçadores e aerossóis atmosféricos na Antárctida Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 objectivo de obter informação sobre o conteúdo colunar das espécies investigadas e sobre a sua distribuição vertical, particularmente dos componentes químicos gasosos muito absorventes. Esta última actividade irá ser realizada em colaboração com a equipa francesa a trabalhar na estação DOME/C. A intenção de começar tais medições com o novo equipamento SPATRAM irá melhorar o conhecimento sobre os processos químicos e físicos atmosféricos, particularmente em relação à recuperação dos níveis de ozono e à sua interacção no âmbito das variações climáticas na zona polar. 3.2 Ciências Biológicas A investigação Portuguesa irá incluir ambos os pólos, centrando-se no estudo das interacções predador-presa em relação a variações ambientais, modelação da distribuição de organismos marinhos e do seu habitat, conservação de aves marinhas, análise de genética de populações, estudos de adaptação fisiológica de organismos marinhos às variações climáticas, desenvolvimento de técnicas de dieta e de rastreio via satélite, oceanografia e impacto de infecções virais em organismos marinhos. Os organismos estudados incluem albatrozes, pinguins, renas, focas, cefalópodes, peixes e crustáceos. O Doutor Jöel Bried (Departmento de Oceanografia e Pescas, Universidade dos Açores) trabalha na conservação de aves marinhas em ilhas do Oceano Antárctico e sub-Antárctico (particularmente nas ilhas francesas do Oceano Conservação de aves marinhas Índico). Os seus estudos estão relacionados com a dinâmica e genética de populações do albatroz viajante e com a modelação do impacto de mamíferos nas populações reproductivas de aves marinhas. Contribuiu com um capítulo sobre Chionis minor na Encyclopedia of the Antarctic (editado pelo Prof. Beau Riffenburgh). O Professor Adelino V.M. Canário (Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve) irá investigar, em colaboração com o Doutor Melody Clark do British Antarctic Survey, as respostas adaptativas a variações ambientais. Será dada ênfase ao sistema endócrino de peixes e moluscos. Vários estudos reportam respostas inesperadas de stresse de organismos a baixas temperaturas, quer ao nível bioquímico, quer ao nível endócrino. Os estudos propostos focar-se-ão nas respostas à temperatura e na capacidade osmoreguladora ao lidar com stress, variações hormonais e regulação da transcrição genética. Presentemente, está envolvido na supervisão de um estudante de doutoramento, cujo projecto avalia as respostas de bivalves da 20 Respostas fisiológicas adaptativas em relação a variações climáticas Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 Antárctida quando sujeitos a stress de temperatura. O Doutor Paulo Catry (Unidade de Ecologia Comportamental, Instituto Superior de Psicologia Aplicada) centra o seu trabalho na ecologia comportamental de aves marinhas do Oceano Antárctico, particularmente nos albatrozes, incluindo estudos sobre a dinâmica de populações, ecologia e Ecologia comportamental de aves marinhas selecção de habitats. Presentemente, e durante o API, os trabalhos serão conduzidos em colaboração com o British Antarctic Survey. Parte das investigações realizada nas Ilhas Falklands é financiada pelo “British Foreign and Commonwealth Office”, através do “Overseas Territories Environment Program”. A Dr.ª Carla Freitas (Instituto Polar Norueguês/Universidade de Tromsø) é estudante de doutoramento e realiza os seus estudos no Árctico, sendo a sua tese intitulada “Habitat Utilization by Arctic Pinnipeds: the Biological and Mamíferos do Árctico Physical Environment”. A Carla estuda o comportamento de mamíferos marinhos (Pusa hispida e Odobenus rosmarus) em Svalbard, Noruega. Estes estudos também se focarão nos factores físicos que afectam o comportamento de duas espécies de focas do Árctico. O Dr. Carlos das Neves (Escola Norueguesa de Ciências Veterinárias, Tromsø) está a trabalhar no seu doutoramento em virologia na região Árctica. Os seus estudos focam-se nas infecções virais persistentes em renas em Virologia em veados e mamíferos marinhos no Árctico Finnmark e Svalbard. Participa em vários projectos no “Marine Research Institute”, em Tromsø, no Instituto Polar Norueguês e na Universidade de Tromsø. Esses estudos focam-se em várias espécies de focas e em Brucella (a variante marinha) em Svalbard e Gronelândia. O Doutor José Xavier (Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve) irá realizar estudos sobre interacções tróficas na cadeia alimentar no Oceano Antárctico condicionadas por variações ambientais e climáticas, em colaboração com o Reino Unido e a França. O projecto envolve estudos multidisciplinares sobre o tema interacções predador-presa, englobando um grande número de predadores (peixes de profundidade, demersais e pelágicos, bem como aves marinhas) e cefalópodes, de modo a testar hipóteses relacionadas com a estrutura trófica e ecologia destes últimos. A generalidade das hipóteses serão testadas em águas do Oceano Antárctico (Península Antárctica e Mar da Scotia). Com as várias instituições colaboradoras, desenvolver-se-ão novas técnicas e métodos relacionados com o estudos de ecologia alimentar e relações tróficas (exemplos: assinaturas de isótopos estáveis, Sistemas de Informação Geográfica e modelação ambiental). Os dados recolhidos irão permitir uma melhor 21 Interacções predador-presa e relação com as variações ambientais no Oceano Antárctico Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 compreensão dos efeitos das variações ambientais e climáticas nas relações tróficas no Oceano Antárctico, e analisar a importância dos cefalópodes nos ecossistemas marinhos, ao nível da ecologia e do seu potencial pesqueiro. Estes trabalhos serão realizados maioritariamente com o British Antarctic Survey. 3.3 Criosfera e variações climáticas As investigações portuguesas centrar-se-ão no estudo de ambientes periglaciários, e em particular, da influência das variações climáticas no permafrost. Equipas de investigação do Centro de Estudos Geográficos (Universidade de Lisboa), Centro de Geofísica (Universidade de Lisboa) e Centro de Geofísica (Universidade de Évora) estão a trabalhar conjuntamente num esforço coordenado para contribuir fortemente para os projectos chave Permafrost na Antárctida TSP e ANTPAS. O permafrost foi identificado como um elemento chave no sistema climático, pelo “World Climate Research Programme (WCRP/WMO)”, e é uma área central na estratégia científica Portuguesa no API. A colaboração é conduzida principalmente com os programas antárcticos espanhol e búlgaro, e novas colaborações estão em planeamento com a Argentina e Brasil. O Professor António Correia (Departmento de Física e Centro Geofísica de Évora – Universidade de Évora) trabalha em paleoclimatologia, variações climáticas e acomplamento solo-atmosfera. A sua investigação foca-se nas latitudes médias, mas as metodologias de análise, processamento e de interpretação dos dados são bem conhecidas e serão aplicadas em projectos da Antárctida. Estes projectos decorrerão em colaboração com o Centro de Estudos Geográficos e Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa. O Professor Gonçalo Vieira (Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa) conduz investigações sobre permafrost e a sua dinâmica em função das variações climáticas na Antárctida (http://gipca.geographus.com). O grupo de investigação inclui os Professores Mário Neves, José Luís Zêzere, a Doutora Carla Mora e os Drs. Alexandre Trindade e Vanessa Batista, bem como estudantes de licenciatura. Durante o API, a investigação centrar-se-á nas Ilhas Shetlands do Sul, principalmente em colaboração com os programas polares espanhol e búlgaros, com os seguintes objectivos: 1) instalar novos locais de monitorização do permafrost dentro do projecto GTNP; 2) instalar novos locais para a rede “Circumpolar Active Layer Monitoring (CALM-S)”; 3) prospecção geofísica do permafrost; 4) modelação da 22 Permafrost antárctico e variações climáticas Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 distribuição espacial do permafrost baseada em avaliação geomorfológica, monitorização das temperaturas do solo, cartografia da espessura da camada activa, modelação do balanço radiativo e da distribuição da neve; 5) estudar a evolução sazonal da neve e a sua relação com as características do permafrost e sua distribuição; 6) monitorização da dinâmica geomorfológica na Antárctida Marítima em relação com as variações climáticas e 7) avaliação de modelos atmosféricos de mesoescala usando dados de temperatura do solo. O Prof. Gonçalo Vieira é membro coordenador do projecto-chave ANTPAS. O Doutor Pedro Viterbo (Instituto de Meteorologia, Centro de Geofísica – Universidade de Lisboa e “European Centre for Medium Range Weather Forecast”) e o Professor Pedro Miranda (Centro de Geofísica – Universidade Permafrost e modelação climática de Lisboa) investigam a cobertura de neve e a sua relação com o permafrost e efectuam modelação climática de mesoescala. Serão efectuados estudos sobre as variações climáticas nas regiões austrais, baseado-se nas reanálises do ERA-40 (projecto financiado pela Comunidade Europeia, através do Programa de Energia, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). 3.4 Ciências Planetárias A Doutora Vera Fernandes (Universidade de Coimbra e Universidade de Manchester) foi a primeira portuguesa no Pólo Sul, e está a planear trabalhar novamente no projecto ANSMET, cujo objectivo é procurar meteoritos na Antárctida. O projecto, financiado pelo “Office of Polar Programs of the National Science Foundation (NSF, USA)” e o “National Aeronautics and Space Agency (NASA, USA)”, recolheu mais de 10.000 meteoritos nas Recolha de meteoritos na Antárctida Montanhas Transantárcticas e no Planalto Antárctico. Os meteoritos obtidos no ANSMET são a principal fonte de material macroscópico extraterreste. Este projecto tem aumentado o conhecimento sobre materiais extratrerrestres e permitiu demonstrar que alguns são de origem lunar e outros de diferentes locais do Sistema Solar. 3.5 Astronomia Os Doutores Jarle Brinchmann e Paulo Garcia (Centro de Astrofísica da Universidade do Porto) fazem investigação ligada à astronomia na estação científica Franco-Italiana Concordia, que levou ao estabelecimento de uma rede europeia de investigação para construção de um novo obervatório – a 23 Um dos melhores locais do Planeta para observações de astronomia Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 “ARENA network”. O Planalto Antárctico é um dos melhores locais do Planeta para observações de astronomia. O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto é um dos 23 membros desta rede e tem tido um pael importante na avaliação da estação Concordia para investigações extra-galácticas. Durante o API, um projecto será elaborado sobre esta temática e um workshop terá lugar no Porto. Estes projectos serão importantes para o estabelecimento da estação Concordia como centro de investigação ligado à astronomia nas próximas décadas. 24 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 4. DIRECTRIZES PARA A ESTRATÉGIA CIENTÍFICA PORTUGUESA Este é o primeiro documento que Portugal produziu sobre ciência polar. É dada ênfase à investigação efectuada por cientistas portugueses através de colaborações com vários países com programas polares. Portugal, através destes indivíduos, tem conduzido ciência polar desde há cerca de 30 anos. Contudo, até agora e devido à falta de um envolvimento das entidades oficiais 30 anos de investigação portuguesa não coordenada portuguesas nos processos de investigação, os resultados produzidos pelos cientistas portugueses não têm sido reconhecidos pela comunidade internacional como ciência portuguesa, sendo integrados dentro das actividades científicas de outros países. O movimento do Ano Polar Internacional e o apoio logístico oferecido por outros países às actividades polares portuguesas, como é o caso das As bases para um Programa Polar Português investigações na Antárctida, tornam o API numa oportunidade única para criar as bases de um Programa Polar Português. Para consolidar a ciência polar em Portugal no API, as directrizes para uma estratégia nacional são: • Consolidar e fortalecer os estudos colaborativos em programas de investigação internacionais, de modo aos resultados serem Directrizes da estratégia científica reconhecidos como de mérito português; • Conduzir ciência de excelência nas áreas de investigação onde investigadores Portugueses vão estar involvidos; • Obter e desenvolver métodos e técnicas que poderão ser implementados na gestão do Planeta (incluindo técnicas aplicáveis em território português); • Preparar a nova geração de cientistas polares; • Criar as raízes para o Programa Polar Português, de modo a que o esforço de investigação perdure para além do API; • Promover as políticas associadas ao Tratado da Antárctida Durante o API, Portugal fará importantes contribuições para as ciências biológicas e terrestres no Árctico e Antárctico. A ciência polar portuguesa irá estudar sistemas complexos e processos que transcendem os limites das disciplinas tradicionais, envolvendo colaborações entre diversos países. Para atingir estes objectivos, é imperativo ter uma fonte de financiamento sólida. Tal financiamento, irá determinar a qualidade da ciência obtida. Permitirá ainda a criação de uma nova plataforma científica que facilitará investigações 25 Portugal fará uma contribuição importante no API Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 multidisciplinares, novas colaborações com o objectivo de atingir elevados níveis de excelência científica, e estabelecerá as fundações para uma sólida Investigação Polar Portuguesa. 26 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 ANEXOS A. Publicações científicas polares de investigadores portugueses B. Institutos portugueses que participam no API C. Colaborações internacionais D. Investigadores portugueses envolvidos no API E. Comité Português para o API (lista preliminar de membros) F. Cartas de referência do Comité Internacional do API G. Lista de acrónimos 27 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 28 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 A. PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS POLARES DE INVESTIGADORES PORTUGUESES A.1 Artigos científicos em revistas internacionais e livros Arata, J. & Xavier, J. C. (2003). The diet of black-browed albatrosses at the Diego Ramirez Islands, Chile. Polar Biology 26 (10): 638-647 Arata, J., Robertson, G. Valencia, J., Xavier, J. C. & Moreno, C. (2003). The diet of grey-headed albatrosses at the Diego Ramirez Islands, Chile: ecological implications. Antarctic science 16 (3): 263275 Betts, A.K., and Viterbo, P. (2000). Hydrological budgets and surface energy balance of seven subbasins of the Mackenzie River from the ECMWF model. J. Hydrometeorol., 1, 47-60. Betts, A.K., P. Viterbo, A. Beljaars, and B. van den Hurk (2001). 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Active layer and permafrost monitoring in Livingston Island, Antarctic. First results from 2000 and 2001. Permafrost. Programme, abstracts and IPA reports, Eight International Conference on Permafrost, 21-25 July 2003, Zurich, Switzerland: 81. Ramos, M. & Vieira, G. (2005). Ground surface enthalpy balance during freeze and thaw seasons in Livingston Island, Antarctic. Geophysical Research Abstracts. Ramos, M. & Vieira, G. (2003). Variabilidad térmica de la capa activa y evaluación de la energía perdida por el suelo durante el proceso de congelacion en la Isla Livingston (Antártida). Inviernos de 2000, 2001 y 2002. Programa y resumenes de las comunicaciones, VI Reunión IPA-España, El periglaciarismo en relación com otros procesos, San Ildefonso – La Granja (Segovia - Espanha), 25 a 27 de Junho: 18-20: 36-39. Ramos, M.; Vieira, G.; Crespo, F. & Bretón, L. (2001). Seguimiento de la evolución temporal del gradiente térmico de capa activa en las proximidades de la B.A.E. 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II Congresso Nacional de Geomorfologia – “Geomorfologia: ciência e sociedade”, Coimbra, 11 e 12 de Novembro de 2004. Ramos, M.; Vieira, G.; García, J.A.; Hoelzle, M. & Gruber, S. (2004). Permafrost and active layer monitoring and modelling in Livingston and Deception Islands (South Shetlands, Antarctic) – Permamodel. Terra Nostra, SCAR Open Science Conference “Antarctica and the Southern Ocean in the Global System”, Abstract Volume: 336. Safanda, J.; Correia, A.; Majorowicz, J. and Rajver, D. (2002). Inverse method for reconstruction of ground surface temperature history from borehole temperatures. In: Geothermal / Dendrochronological Paleoclimate Reconstruction across Eastern Margin of Euroasia, Proceedings 2002 of the International Matsuyama Workshop (M. Yamano, T. Nagao and T. Sweda (eds.)), 163178. (Matsuayama, Japan, November 28-30). Strange, I.J. & Catry, P. (2006). Research and monitoring on albatrosses and petrels on New Island South, Falkland Islands. 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Predator-prey interactions in the Southern Ocean: identification of growth and post-spawning periods of Antarctic squids using albatross diets. “Cephalopods life-cycles: biology, management and conservation”, Cephalopod International Advisory Council (CIAC) conference, Hobart, Australia, 2-10 February Xavier, J. C. and Cherel, Y. (2006). Cephalopod beak guide for the Southern Ocean. Workshop Southern Ocean Cephalopods, in “Cephalopods life-cycles: biology, management and conservation”, Cephalopod International Advisory Council( CIAC) conference, Hobart, Australia 2-10 February Xavier, J. C. Croxall, J. P. , Trathan, P. N. and Wood, A. G. (2004). Contrasting feeding strategies and diets of breeding grey-headed and wandering albatrosses at South Georgia under abnormal oceanographic conditions. International Albatross and Petrel Conference, Uruguay, 21-27 August Xavier, J. C., Tarling, G. A., Croxall, J. P. and Rodhouse, P. G. (2003). Interpreting cephalopod distribution using predators foraging. Cephalopod International Advisory Council (CIAC) Symposium, Phuket, Thailand, 18-21 February Xavier, J. C., Croxall, J. P., Rodhouse, P. G., Reid, K. and Trathan, P. N. (2003). Can cephalopods be cephalopod dependent? International Symposium on Bio-logging science, Tokyo, Japan, 17-21 March Xavier, J. C., Phillips, R. A., Wood, A. G. and Croxall, J. P. (2002) Sexual segregation on wandering albatrosses: an important reason for high mortality in females? Sexual segregation workshop, Cambridge, England, 16-18 September Xavier, J. C., Croxall, J. P., Rodhouse, P. G., Reid, K. and Trathan, P. N. (2002). Can cephalopods be cephalopod dependent? Marine Biology Postgraduate workshop, Plymouth, England, 22-24 April Xavier, J. C., Rodhouse, P. G., Croxall, J. P., , Reid, K. and Trathan, P. N. (2002). Unusual presence of Illex argentinus (Ommastrephidae) in the diet of albatrosses breeding in Bird Island, South Georgia. Marine Biology Postgraduate workshop, Plymouth, England, 22-24 April Xavier, J. C., Wood, A. G., Croxall, J. P. and Rodhouse, P. G. (2001) New estimates of the Martialia hyadesi stock based on predator diet: implications for south Atlantic squid fisheries. International Council for the Exploration of the Sea (ICES) meeting, Oslo, Norway, 26-29 September Xavier, J. C., Croxall, J. P., Rodhouse, P. G., Reid, K. and Trathan, P. N. (2001). Can cephalopods be cephalopod dependent? Scientific Committee for Antarctic Research (SCAR) Conference, Amsterdam, Netherlands, 26 August- 1 September Xavier, J. C., Wood, A. G., Croxall, J. P. and Rodhouse, P. G. (2000). Unusual presence of Illex argentinus (Cephalopoda: ommastrephidae) in the diet of albatrosses breeding at Bird Island, South Georgia. Cephalopod International Advisory Council (CIAC) Symposium, Abeerden, Scotland, 3-7 July. 35 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 36 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 B. INSTITUIÇÕES PORTUGUESAS QUE PARTICIPAM NO API • Centro de Astrofísica, Universidade do Porto • Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve • Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa • Centro de Geofísica, Universidade de Évora • Centro de Geofísica, Universidade de Lisboa • Departamento de Oceanografia e Pescas, Universidade dos Açores • Instituto de Geofísica, Universidade de Coimbra • Instituto de Meteorologia, Lisboa • Instituto de Psicologia Aplicada, Lisboa 37 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 38 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 C. COLABORAÇÕES INTERNACIONAIS • British Antarctic Survey (Reino Unido) • Bulgarian Antarctic Institute (Bulgária) • Centre Nationale de la Recherche Scientifique (França) • Department of Geography, University of Valladolid (Espanha) • Department of Geography, University of Zurich (Suiça) • Department of Geology, Autonomous University of Madrid (Espanha) • Department of Physics, University of Alcalá de Henares (Espanha) • European Centre for Medium-Range Weather Forecasts, Reading (Reino Unido) • Institute for Atmospheric Sciences and Climate/National Council for the Research (Itália) • National Project for Antarctic Research (Itália) • Norwegian Polar Institute (Noruega) • Norwegian School of Veterinary Science, Tromsö (Noruega) • University of Karlsruhe (Alemanha) • University of Manchester (Reino Unido) • University of Tromsø (Noruega) 39 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 40 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 D. INVESTIGADORES PORTUGUESES ENVOLVIDOS NO API Adelino Canário Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente Campus de Gambelas 8000-139 Faro, Portugal Email:[email protected] Alexandre Trindade Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal Email: [email protected] Ana Maria Silva Centro de Geofísica de Évora, Universidade de Évora Rua Romão Ramalho 59 7000-671 Évora, Portugal E-Mails: [email protected]/[email protected] António Correia Departmento de Física e Centro de Geofísica de Évora, Universide de Évora Rua Romão Ramalho, 59 7000-671 Évora, Portugal E-mail: [email protected] António Pedro Viterbo Instituto de Metereologia Rua C do Aeroporto 1749-077 Lisboa, Portugal Email: [email protected] Carla Freitas Norwegian Polar Institute Polar Environmental Centre N-9296 Tromsø Noruega Email:[email protected] Carla Mora Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal Email: [email protected] Carlos das Neves, Norwegian School of Veterinary Science, Institute of Food Safety and Infection Biology, Section of Arctic Veterinary Medicine Stakkevollveien, 23b, Post Box 6204 NO 9292 Tromsø Noruega Email: [email protected] Daniele Bortoli Centro de Geofísica de Évora- Universidade de Évora Rua Romão Ramalho 59 7000-671 Évora, Portugal E-Mails: [email protected]/[email protected] 41 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 Gonçalo Vieira Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal Email: [email protected] Jarle Brinchmann Centro de Astrofísica, Universidade do Porto Rua das Estrelas 4150-762 Porto, Portugal Email: [email protected] José Luís Zêzere Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal Email: [email protected] Joël Bried Departmento de Oceanografia e Pescas, Universidade dos Açores IMAR 9901-862 Horta, Açores Email: [email protected] José Xavier Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente Campus de Gambelas 8000-139 Faro, Portugal Email:[email protected] Mário Neves Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal Email: [email protected] Paulo Catry Instituto de Psicologia Aplicada Rua Jardim do Tabaco 44 1100 Lisboa, Portugal Email: [email protected] Paulo Garcia Centro de Astrofísica, Universidade do Porto Rua das Estrelas 4150-762 Porto, Portugal Email: [email protected] Pedro Miranda Centro de Geofísica, Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências, Lisboa Email: [email protected] Vanessa Batista Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal Email: [email protected] 42 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 Vera Fernandes Instituto de Geofísica Rua Dr. Dias da Silva 3000-134 Coimbra, Portugal Email: [email protected] 43 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 44 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 E. COMITÉ PORTUGUÊS PARA O API (Lista preliminar de membros) • Luís Mendes-Victor, Centro de Geofísica, Universidade de Lisboa (Presidente) • Adelino Canário, Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve • Agostinho Ramos da Silva, Sociedade de Geografia de Lisboa • Ana Maria Silva, Centro de Geofísica, Universidade de Évora • António Pedro Viterbo, Instituto de Meteorologia • Gonçalo Vieira, Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa (Ponto de contacto nacional) • José Xavier, Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve • Luís Aires-Barros, Sociedade de Geografia de Lisboa • Pedro Miranda, Centro de Geofísica, Universidade de Lisboa • Vera Fernandes, Instituto de Geofísica, Universidade de Coimbra 45 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 46 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 F. CARTAS DE REFERÊNCIA DO COMITÉ INTERNACIONAL PARA O API “INTEGRATED ANALYSES OF CIRCUMPOLAR CLIMATE INTERACTIONS AND ECOSYSTEM DYNAMICS IN THE SOUTHERN OCEAN–INTERNATIONAL POLAR YEAR” 30 November 2005 Dear Prof Eugene Murphy On behalf of the ICSU/WMO Joint Committee for the International Polar Year 2007-2008 we wish to thank you for submitting a proposal entitled ‘Integrated analyses of circumpolar Climate interactions and Ecosystem Dynamics in the Southern Ocean–International Polar Year’ for consideration as an IPY activity. Success of the IPY depends fundamentally on excellent research and support and on a high level of international coordination, derived from the talents and energy of groups such as yours. At its November meeting in Geneva the Joint Committee completed evaluations of all proposals received up to 30 September 2005 for scientific or educational significance, for consistency with the IPY themes, regions and time frames, for evidence of international collaboration, and for development of effective management plans covering communications, operations, data, and education and outreach. In addition, the Joint Committee examined each proposal for evidence of involvement by scientists from non-polar nations, for indications of interdisciplinarity within the proposal and of linkages to other IPY activities, and for evidence that activities proposed would contribute to an IPY legacy. The Joint Committee evaluated more than 200 coordination proposals and expects to evaluate one additional set of coordination proposals submitted by 31 January 2006. The Joint Committee considers that your proposal as submitted includes very strong scientific, education and outreach components and demonstrates a high level of adherence to IPY themes and goals. The Joint Committee therefore endorses your proposal as a prominent and valued part of the IPY program. The Joint Committee intends that these endorsements will provide assistance as IPY participants seek funding for the work proposed. The IPY International Programme Office will shortly provide additional guidance for project coordinators and steering groups, including description of initial IPY information management processes. As part of that information exchange, we will expect project coordinators to keep the IPO informed about funding status of their projects and about substantial changes from the projects as proposed. In all cases, we wish you enormous success with your component of the IPY. Yours sincerely Co-chairs of Joint Committee Ian Allison Michel Béland cc: Prof Ulrich Bathmann 47 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 “A CENSUS OF ANTARCTIC MARINE LIFE” 30 November 2005 Dear Prof Michael Stoddart On behalf of the ICSU/WMO Joint Committee for the International Polar Year 20072008 we wish to thank you for submitting a proposal entitled ‘A Census of Antarctic Marine Life’ for consideration as an IPY activity. Success of the IPY depends fundamentally on excellent research and support and on a high level of international coordination, derived from the talents and energy of groups such as yours. At its November meeting in Geneva the Joint Committee completed evaluations of all proposals received up to 30 September 2005 for scientific or educational significance, for consistency with the IPY themes, regions and time frames, for evidence of international collaboration, and for development of effective management plans covering communications, operations, data, and education and outreach. In addition, the Joint Committee examined each proposal for evidence of involvement by scientists from non polar nations, for indications of interdisciplinarity within the proposal and of linkages to other IPY activities, and for evidence that activities proposed would contribute to an IPY legacy. The Joint Committee evaluated more than 200 coordination proposals and expects to evaluate one additional set of coordination proposals submitted by 31 January 2006. The Joint Committee considers that your proposal as submitted includes very strong scientific, education and outreach components and demonstrates a high level of adherence to IPY themes and goals. The Joint Committee therefore endorses your proposal as a prominent and valued part of the IPY program. The Joint Committee intends that these endorsements will provide assistance as IPY participants seek funding for the work proposed. The IPY International Programme Office will shortly provide additional guidance for project coordinators and steering groups, including description of initial IPY information management processes. As part of that information exchange, we will expect project coordinators to keep the IPO informed about funding status of their projects and about substantial changes from the projects as proposed. In all cases, we wish you enormous success with your component of the IPY. Yours sincerely Co-chairs of Joint Committee Ian Allison Michel Béland cc: Dr Victoria Wadley 48 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 “ANTARCTIC AND SUB-ANTARCTIC PERMAFROST, PERIGLACIAL AND SOIL ENVIRONMENTS” 30 November 2005 Dear Dr Jan Boelhouwers On behalf of the ICSU/WMO Joint Committee for the International Polar Year 2007-2008 we wish to thank you for submitting a proposal entitled ‘Antarctic and sub-Antarctic Permafrost, Periglacial and Soil Environments’ for consideration as an IPY activity. Success of the IPY depends fundamentally on excellent research and support and on a high level of international coordination, derived from the talents and energy of groups such as yours. At its November meeting in Geneva the Joint Committee completed evaluations of all proposals received up to 30 September 2005 for scientific or educational significance, for consistency with the IPY themes, regions and time frames, for evidence of international collaboration, and for development of effective management plans covering communications, operations, data, and education and outreach. In addition, the Joint Committee examined each proposal for evidence of involvement by scientists from non-polar nations, for indications of interdisciplinarity within the proposal and of linkages to other IPY activities, and for evidence that activities proposed would contribute to an IPY legacy. The Joint Committee evaluated more than 200 coordination proposals and expects to evaluate one additional set of coordination proposals submitted by 31 January 2006. The Joint Committee considers that your proposal as submitted includes very strong scientific, education and outreach components and demonstrates a high level of adherence to IPY themes and goals. The Joint Committee therefore endorses your proposal as a prominent and valued part of the IPY program. The Joint Committee intends that these endorsements will provide assistance as IPY participants seek funding for the work proposed. The IPY International Programme Office will shortly provide additional guidance for project coordinators and steering groups, including description of initial IPY information management processes. As part of that information exchange, we will expect project coordinators to keep the IPO informed about funding status of their projects and about substantial changes from the projects as proposed. In all cases, we wish you enormous success with your component of the IPY. Yours sincerely Co-chairs of Joint Committee Ian Allison Michel Béland cc: Dr Megan Balks 49 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 “PERMAFROST OBSERVATORY PROJECT: A CONTRIBUTION TO THE THERMAL STATE OF PERMAFROST (TSP-125)” 30 November 2005 Dear Dr Jerry Brown On behalf of the ICSU/WMO Joint Committee for the International Polar Year 2007-2008 we wish to thank you for submitting a proposal entitled ‘Permafrost Observatory Project: A Contribution to the Thermal State of Permafrost (TSP-125)’ for consideration as an IPY activity. Success of the IPY depends fundamentally on excellent research and support and on a high level of international coordination, derived from the talents and energy of groups such as yours. At its November meeting in Geneva the Joint Committee completed evaluations of all proposals received up to 30 September 2005 for scientific or educational significance, for consistency with the IPY themes, regions and time frames, for evidence of international collaboration, and for development of effective management plans covering communications, operations, data, and education and outreach. In addition, the Joint Committee examined each proposal for evidence of involvement by scientists from non-polar nations, for indications of interdisciplinarity within the proposal and of linkages to other IPY activities, and for evidence that activities proposed would contribute to an IPY legacy. The Joint Committee evaluated more than 200 coordination proposals and expects to evaluate one additional set of coordination proposals submitted by 31 January 2006. The Joint Committee considers that your proposal as submitted includes very strong scientific, education and outreach components and demonstrates a high level of adherence to IPY themes and goals. The Joint Committee therefore endorses your proposal as a prominent and valued part of the IPY program. The Joint Committee intends that these endorsements will provide assistance as IPY participants seek funding for the work proposed. The IPY International Programme Office will shortly provide additional guidance for project coordinators and steering groups, including description of initial IPY information management processes. As part of that information exchange, we will expect project coordinators to keep the IPO informed about funding status of their projects and about substantial changes from the projects as proposed. In all cases, we wish you enormous success with your component of the IPY. Yours sincerely Co-chairs of Joint Committee Ian Allison Michel Béland cc: Dr Hanne Christiansen 50 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 “INTERNATIONAL POLAR YEAR YOUTH STEERING COMMITTEE (IPY YSC)” 30 November 2005 Dear Ms Amber Church On behalf of the ICSU/WMO Joint Committee for the International Polar Year 2007-2008 we wish to thank you for submitting a proposal entitled ‘International Polar Year Youth Steering Committee (IPY YSC)’ for consideration as an IPY activity. Success of the IPY depends fundamentally on excellent research and support and on a high level of international coordination, derived from the talents and energy of groups such as yours. At its November meeting in Geneva the Joint Committee completed evaluations of all proposals received up to 30 September 2005 for scientific or educational significance, for consistency with the IPY themes, regions and time frames, for evidence of international collaboration, and for development of effective management plans covering communications, operations, data, and education and outreach. In addition, the Joint Committee examined each proposal for evidence of involvement by scientists from non-polar nations, for indications of interdisciplinarity within the proposal and of linkages to other IPY activities, and for evidence that activities proposed would contribute to an IPY legacy. The Joint Committee evaluated more than 200 coordination proposals and expects to evaluate one additional set of coordination proposals submitted by 31 January 2006. The Joint Committee considers that your proposal as submitted includes very strong scientific, education and outreach components and demonstrates a high level of adherence to IPY themes and goals. The Joint Committee therefore endorses your proposal as a prominent and valued part of the IPY program. The Joint Committee intends that these endorsements will provide assistance as IPY participants seek funding for the work proposed. The IPY International Programme Office will shortly provide additional guidance for project coordinators and steering groups, including description of initial IPY information management processes. As part of that information exchange, we will expect project coordinators to keep the IPO informed about funding status of their projects and about substantial changes from the projects as proposed. In all cases, we wish you enormous success with your component of the IPY. Yours sincerely Co-chairs of Joint Committee Ian Allison Michel Béland cc: Mr Tyler Kuhn 51 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 52 Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08 G. LISTA DE ACRÓNIMOS ANSMET – Antarctic search for meteorites ANTPAS – Antarctic and Sub-Antarctic Permafrost, Soils and Periglacial Environments BAS – British Antarctic Survey CAML – Census of Antarctic Marine Life CALM-S –Circum-polar Active Layer Monitoring network to the Antarctic region CCMAR – Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve ECMRWF – European Centre for Medium-Range Weather Forecasts EPB – European Polar Board FACC-FCT – Support Fund to the scientific community of the Portuguese Science Foundation FCT – Fundação Portuguesa para a Ciência e a Tecnologia GASCOD – Gas Analyzer Spectrometer Correlating Optical Differences GOME – Global Ozone Monitoring Experiment GTN-P - WMO/GCOS – Global Terrestrial Network for Permafrost, part of the World Meteorological Organization/Global Climate Observing System ICED -IPY – Integrated analyses of circumpolar Climate interactions and Ecosystem Dynamics in the Southern Ocean-International Polar Year ICSU – Conselho Internacional para a Ciência API – Ano Polar Internacional NASA – National Aeronautics and Space Agency NSF – National Science Foundation OMI – Ozone Monitoring Instrument PYRN – Permafrost Young Researchers Network TSP – Permafrost Observatory Project SCAR – Comité Científico de Investigação Antárctica (Scientific Committee for Antarctic Research) SCIAMACHY– Scanning Imaging Absorption Spectrometer for Atmospheric Chartography SPUIAGG – Portuguese Section of the International Union of Astronomy, Geodesy and Geophysics WCRP/WMO – World Climate Research Programme/World Meteorological Organization WMO – World Meteorological Organization UNESCO-OSC– Open Science Conference of the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization YSC – Youth Steering Committee for the International Polar Year SPATRAM – Spectrometer for Atmospheric Tracers Monitoring 53