Aula 24_11 para web
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Genética e Melhoramento de Plantas 24/11/2005 Por: Augusto Peixe 2005-2006 Melhoramento em espécies multiplicadas vegetativamente -Dois tipos de plantas -As que podem também reproduzir-se sexualmente -Aquelas em que a reprodução sexual está anulada A descendência neste tipo de plantas origina, o que designamos por clone, indivíduo geneticamente idêntico ao progenitor. -Objectivo do melhoramento nestas espécies: obtenção do clone ideal. -Formas de o conseguir: -Selecção clonal -Qualquer outra técnica de melhoramento (cruzamento, mutação, engenharia genética etc…) O clone pode ser o produto final no programa de melhoramento ou ser utilizado numa etapa intermédia deste mesmo programa. 2005-2006 Bases de um programa de melhoramento nestas espécies O material de partida: -Alogamia -Heterozigocidade -Longo período improdutivo -Selecção continuada para características especificas -Acumulação de mutações, muitas vezes recessivas 2005-2006 Espécies auto-enraizadas -Selecção clonal -Mutagénese natural ou artificial -Cruzamentos naturais ou dirigidos -Engenharia genética 2005-2006 UM ESQUEMA DE SELECÇÃO CLONAL EM VIDEIRA FASES 1° Fase 2° Fase ESTADIOS Selecção Massal ANO 1 (-3) Pré-multiplicação (2-6) Candidato clone A Material parental ESQUEMA CAMPOS DE SELECÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 3° Fase Pré-multiplicação (7 - 11) Candidato clone B a) Material Pré-Base 3 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5 8 10 4° Fase Material Base 3 5 10 b) 8 10 5 3 (12-14) 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 Diversas Familias Sanitárias Comerci- Material certificado alização 15 Teste viroses (Planta "1" do clone) 14 diferentes soros Indexagem (4 index): - Complexo GFLV - Complexo GLRV - Complexo deformação l.r. - Marmoreado - Enações Agrobacterium tumefaciens 10 8 3 5 8 TESTES SANITARIOS Testes serológicos das principais viroses (eliminatório): - Planta (cabeça) original - Cand. clone no viveiro Plantação nas regiões viticolas de acordo com os encepamentos regionais. Retestagem planta por planta (ELISA 14 soros). Retestar (ELISA), todos 5 - 8 anos. Todos os 20 anos, renovar o "Material Base". Controlo no viveiro pelos serviços estatais. 2005-2006 Mutagénese SPOTS e SPURS 2005-2006 MUTAÇÃO DE UM MERISTEMA APICAL De forma simplificada, podemos dizer que o ápice meristemático de um gomo, é formado por duas camadas de células a que chamamos L1 e L2 capazes apenas de divisões anticlinais e por um centro, formado por uma massa de células a que chamas “corpus”, estas capazes de se dividir em qualquer direcção. •Da camada L1, derivam a epiderme das folhas e o epicarpo dos frutos. •Da camada L2, derivam os tecidos do mesófilo, entre os quais se encontram os órgãos sexuais e o mesocarpo dos frutos. •Finalmente do “corpus”, derivam os restantes tecidos. 2005-2006 Tipo e Extensão da Mutação Representação esquemática das possíveis quimeras resultantes da mutação de um meristema apical: Meristema normal (A) Mutação total (B) Mutação periclinal (C) Mutação mericlinal (D) Mutação sectorial (E) As mutações mais frequentes são as mericlinais (D) e as sectoriais (E). As suas descendências agâmicas, são normalmente instáveis, tendendo ou para o modelo genótipico e fenótipico de origem (A), (diz-se neste caso que ocorre regressão da mutação) ou, no caso das sectoriais, uma evolução para a mutação total (B) e no caso das mericlinais, uma evolução para a mutação periclinal (C). Saliente-se que, por não afectarem a camada L2, as mutações mericlinais e periclinais, não são transmissíveis por via sexual. 2005-2006 Cruzamentos Naturais e Dirigidos 2005-2006 Espécies enxertadas Melhoramento do porta-enxerto: -Melhorar para resistência a pragas e doenças transmitidas por microrganismos do solo, resistência a condições edáficas adversas, facilidade de enraizamento, vigor, compatibilidade com o enxerto. Melhoramento do enxerto: -Aqui interessa melhorar a quantidade e qualidade da produção (flores, frutos, etc…), aumentar a plasticidade da espécie, interferir ao nível do ciclo biológico. No primeiro caso o recurso ao cruzamento como forma de aumentar a variabilidade natural, se nela não encontrarmos a forma procurada é uma hipótese, já no segundo caso, não é recomendável, uma vez que se perde quase totalmente o tipo varietal que se deseja melhorar. 2005-2006 Espécies apomiticas Dois grandes grupos: -Viviparidade :Transformação dos orgãos reprodutores em vegetativos (Ex:alho). -Agamospermia: Falha no processo de reprodução sexual, formando-se sementes de origem assexual. -Embrionia adventicia: Para além do embrião sexual formam-se embriões somáticos idênticos ao progenitor feminino. (Ex. poliembrionia em citrinos). -Apomixia gametofitica -Aposporia. -Diplosporia Apomixia obrigatória vs. Apomixia facultativa 2005-2006 Exploração do Cruzamento em Apomixia Facultativa O grande interesse actual da apomixia: Introdução de genes de apomixia em plantas multiplicadas sexualmente. Ex: milho híbrido propagado pela sua própria semente. 2005-2006 Melhoramento por mutagénese ¾Mutações Modificações que afectam pontualmente o genoma conduzindo uma alteração na mensagem hereditária. ¾Origem da mutação ¾Naturais: 10-3 – 10-6 /gene/geração Vários Quimicas ¾Atificiais Fisicas Radiação Ionizante Ex.: 10.000 pares de alelos – Taxa de mutação 10-2 2x10000(genes)x0,01=200 mutações em outros tantos genes 2005-2006 Dosagem (rad): -Aplicação em doses crónicas (Ex. 100rad/dia) ou agudas (Ex. 100rad/seg.) -Utilização para altos vs. baixos níveis de radiação -Determinação da DL50 Factores que afectam a eficácia do agente mutante: -Internos; -O tipo de tecido -O ciclo de divisão -O número de cromossomas -O volume nuclear -O genótipo -Externos; -Temperatura -Conteúdo em água -Níveis de oxigénio Mutagénese dirigida: Transposões Hibridação em Vitis spp. Técnica e Problemas Hibridação em Vitis spp. Técnica e Problemas Castração das flores Isolamento dos cachos após castração e após a polinização Polinização Recolha de pólen Exemplo de polinizações efectuadas com o objectivo de obter plantas híbridas resistentes a fungos Nº cachos polinizados Nº médio de flores por cacho total de flores Nº sementes Obtidas Touriga Nacional x Regent 26 120 3120 234 Touriga Nacional x Rondo 15 120 1800 223 Regent x Touriga Nacional 33 70 2310 15 Aragonêz x Regent 19 55 1045 233 Aragonêz x Rondo 21 55 1155 84 Trincadeira Preta x Regent 24 110 2640 985 Trincadeira Preta x Rondo 20 110 2200 620 Vinhao x Regent 27 100 2700 1817 Total 185 16970 4211 Polinizaçoes Isolamento das sementes híbridas Desinfecção e escarificação das sementes com H2SO4 (1N) Preparação para a estratificação a 4ºC Estratificação durante 3-4 meses Selecção dos híbridos Selecção Clássica Vs. M.A.S. B04 Quantificação do DNA extraído CS25B G17 O05 O10 Q07 S01 Selecção de Primers neste caso procurando polimorfismos entre ‘Regent’ e Touriga Nacional’ Cont Reg Trinc TxR1 TxR2 TxR3 TxR4 TxR5 Primer P02 em híbridos de Tricadeira x Regent . No híbrido TxR2, aparece também a banda polimorfica para a casta ‘Regent’ (setas). Primer P02 em híbridos de Vinhão x Regent . Num dos híbridos das polinizações de 2002 aparece a banda polimorfica para a casta ‘Regent’ (setas).