N°°42 - Movimento dei Focolari
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N°°42 - Movimento dei Focolari
N°42 Fevereiro 2008 ano 14 - n. 1 Caríssimas, Caríssimos Pedimos desculpa pelo nosso longo silêncio, mas ocorreram algumas mudanças no nosso centro do diálogo: estava por preencher um cargo importante no centro do Movimento e Arnaldo Diana parecia a pessoa mais indicada para o ocupar. Constatou-se, no entanto, que não seria possível assumir dois cargos com esta dimensão. Assim, o seu lugar foi ocupado por Franz Kronreif, até há pouco tempo responsável do Movimento na Áustria. Depois do encontro de setembro, reunimo-nos em Loppiano com um primeiro grupo de trabalho e, em Dezembro, com o grupo internacional, para delinear as primeiras idéias para o próximo curso de aprofundamento em 2009. O tema deste curso será uma continuação do curso de 2006 (Ver Boletim n. 39). Nessa ocasião aprofundamos o conhecimento de alguns elementos da espiritualidade que anima o Movimento e o valor laico correspondente. Continuaremos este aprofundamento com a arte de amar e o amor recíproco em correspondência com o valor laico: cultura do dar, solidariedade, reciprocidade, acompanhados por experiências de vida. Estamos abertos aos vossos contributos em idéias e sugestões. Ainda no mês de Janeiro realizamos em Castelgandolfo uma escola para formar ao diálogo pessoas nele interessadas que fazem parte do Movimento; na última tarde Piero Taiti e Moreno Orazi deram o seu precioso contributo. Passemos ao presente boletim; na primeira parte encontrarão uma mensagem de Chiara aos jovens para um mundo unido, verdadeiramente enriquecedora. Os restantes conteúdos referem-se a títulos que já vos são conhecidos. Evidencia-se também uma importante experiência de reciprocidade e intercâmbio feita no interior da Prisão de San Vittore em Milão. Encontrarão também notícias sobre as vossas ações de solidariedade com as famílias da Palestina. Renovamos os nossos votos para este novo ano. Sintam-nos perto de cada um de vocês. Claretta Dal Rì Franz Kronreif CHIARA LUBICH Mensagem para a semana Mundo Unido1, decorrida de 14 a 21 de Outubro de 2007. Rocca di Papa, 15 de Outubro de 2007 Caríssimos jovens, sei que também este ano esperam uma palavra minha para a vossa “Semana Mundo Unido 2007”, desde há algum tempo com uma dimensão planetária. Vocês estão ligados telefonicamente entre todos dos cinco continentes, e pela primeira vez também com o Nepal. E vocês, jovens, são os protagonistas. A minha alegria é grande! E penso que a vossa também o seja. 1 Encontro anual mundial dos jovens por um Mundo Unido, promotores de diversas iniciativas. Digo-vos então: “Estejam unidos! E para o alcançar ouçam-se reciprocamente e criem unidade onde quer que estejam.” É assim que testemunharão à sociedade atual, particularmente aos jovens de hoje, que o ideal de um “mundo unido” é já entre vocês uma esplêndida realidade. E isto é a confirmação de que, para além das diversas etnias, nacionalidades, culturas e religiões, pelo amor que vos une, é possível transformar a humanidade numa única grande família. Tenho plena confiança em vocês e acompanho-vos sempre. OBSERVATÓRIO A todos os amigos laicos, ou agnósticos, que que, como eu, se interrogam sobre aquilo que em cada dia consideram que existe de mais verdadeiro e mais justo, preconizando antes de qualquer outra coisa a idéia da liberdade, ofereço com todo o gosto esta poesia de Nazim Hikmet... A vida não é uma brincadeira. Leva-a a sério como faz o esquilo, por exemplo, sem esperar nada do lado de fora ou além. Não terás outra coisa a fazer senão viver. A vida não é uma brincadeira. Leva-a a sério, mas a tal ponto a sério que contra uma parede, por exemplo, com as mãos atadas, ou dentro de um laboratório com uma bata branca e grandes óculos, tu morras para que os homens vivam os homens de que não conhecerás a face, e morrerás sabendo que nada é mais belo, mais verdadeiro do que a vida. Leva-a a sério mas a tal ponto a sério que aos setenta anos, por exemplo, plantarás oliveiras não para que fiquem para os teus filhos mas porque não acreditarás na morte ainda que temendo-a, e a vida pesará mais sobre a balança. A todos os amigos, sem distinções, dou o que sou e o que posso. Porque sei que todos têm algo em comum: a esperança de que um dia, no mundo inteiro, reine a paz que conseguiremos construir através da nossa capacidade de amar (Nicola Cirocco). Consciência e conhecimento de si e dos outros, igualdade e justiça Excerto do contributo de Pasqualino Blundo, dos Castelos Romanos, sobre a Consciência. “Existe uma relação entre a consciência e o conhecimento de si e dos outros, a igualdade e a justiça, ingredientes essenciais da convivência civil. É necessário esclarecer as prioridades que regulam essa relação. É-me difícil falar de igualdade e justiça sem especificar o âmbito em que se movem. 2 O terreno de cultivo é a formação da consciência de cada um em relação com o conhecimento e a convivência com os outros. A convivência leva necessariamente, através da consciência de si e dos outros, à procura de normas éticas comuns e partilhadas. As normas que compõem a ética da convivência civil não são estáticas, como não são estáticos a vida e o costume das pessoas. A evolução comporta a adaptação de algumas regras que devem ser também, como se dizia antes, partilhadas se não quiserem ser ignoradas e/ou combatidas. Vivemos um momento histórico particular, contraditório, em que temos necessidade de soluções novas, diferentes não por moda mas por exigência de dar um sentido àquilo que fazemos. Se a memória histórica coletiva não engana, temos, em poucas palavras, necessidade de regras éticas partilhadas ainda antes das novas; as pessoas, heterogêneas por definição, querem contar com um mundo em que se sintam, com plena titularidade, não hóspedes mas da casa. As pessoas com quem se compacta todos os dias, por motivo diferentes, sentem a necessidade de novas agregações em relação a regras novas porque já não se sentem representadas por velhos esquemas que se baseiam em regras não partilhadas, impostas do alto e muitas vezes obsoletas. Este novo fermento, político e não partidário, alicerçado mais nos projetos, nos programas e nos objetivos comuns, deve ser inteiramente valorizado, ainda que com contradições fisiológicas, para além de todos os posicionamentos préconstituídos. A procura da igualdade e da justiça é uma conseqüência da partilha de regras estabelecidas. (...) As ações dos indivíduos devem ser relatadas aos outros com base nas normas éticas que determinam igualdade, respeito recíproco e justiça numa comunidade tão grande, hoje mais do que ontem, como é o mundo.” PÓS CONGRESSO Ancona - Jantar de solidariedade para a Palestina Depois do Congresso de Maio passado sobre “Consciência e pobreza”, no nosso grupo surgiu a exigência de colaborar com uma das muitas ações de solidariedade que nos foram apresentadas: foi escolhida a Palestina. Envolvemos a comunidade, que sentiu a iniciativa como sua, e alguns vieram ao jantar com alguns amigos de convicções diferentes. Éramos no total 80 pessoas, das quais umas quinze eram novas. Não estávamos à espera de uma tão grande participação. Houve também um toque internacional com a presença de 2 albaneses, 2 palestinos, 1 peruana. A cozinheira, para a ocasião uma ótima voluntária de Macerata ajudada pelo marido também voluntário, cozinha por hobby, mas com uma tal qualidade que o menu recebeu muitíssimos elogios. Paolo e Orsola, um jovem casal, contaram a sua experiência da viagem à Terra Santa, no passado mês de Julho, com outras famílias, e mostraram também fotografias muito significativas, tendo sido um momento forte. Havia uma grande alegria entre todos e, entre outras coisas, à medida que pagavam o seu contributo, muitos deixavam também o troco e não paravam de agradecer, perguntando quando é que ia haver outra iniciativa. Recolhemos 1.000,00 euros que enviamos ao Armando Romano de Treviso, amigo de convicções diferentes que se ocupa dos “projetos” em curso para a Palestina. (Grupo de diálogo de Ancona). 3 MariapolisGinetta (S. Paulo) – Um Congresso em construção Regressados do Congresso, programamos um aggiornamento para a cidadela e para outros nossos amigos que não puderam participar no evento de Roma. Quarta-feira, 1 de agosto encontramos com todos para contar a experiência da nossa viagem. Os “amigos” prepararam tudo. A Dra. Virginia tinha feito uma síntese do congresso, não esquecendo nada e tornando a sala partícipe de todos os momentos. A Dra. Mara contou o que mudou na sua vida. Dizia que, agora, trabalhar na clínica Ágape é para ela uma responsabilidade grande porque é um projeto que envolve todo o ser humano nos seus vários aspectos. Veio acompanhada pelo marido, também ele médico, e pela filha. Daniel, que no Congresso contou a sua experiência na Prisão de Sorocaba (ver boletim n. 41), animou a tarde e acendeu um fogo de alegria em todos. Rodrigo não pôde vir porque, como responsável do seu sector, devia estar presente na auditoria da empresa. Projetamos um power point do congresso e da viagem. Presentes no aggiornamento cerca de 150 pessoas entre famílias, as escolas da cidadela (dos focolarinos, Gen, etc), alguns outros amigos da clínica Agape. O Dr. Wilson Medina, presente com a mulher, disse alguma coisa do seu primeiro congresso em Roma, em que participou em 2004; foi ele o primeiro a abrir as portas a este novo diálogo na nossa zona. No dia seguinte, muitos vieram agradecer-nos porque não conheciam a fundo o dinamismo deste diálogo e esta realidade do Movimento. No dia 24 de Novembro nos encontramos em um almoço de trabalho numa estância turística, para avaliar a possibilidade de realizar o nosso primeiro congresso do diálogo naquele local. Os amigos querem preparar tudo: convites, programa segundo a linha do Congresso de Roma; alguém chegou mesmo a falar de um congresso para toda a América Latina, mas por agora começamos por S. Paulo (Adriana Valle e o grupo de diálogo). ENCONTROS E INICIATIVAS Milão – O Cenáculo em San Vittore Desde 1980 que o Cenáculo de Leonardo Da Vinci foi declarado Patrimônio da humanidade e registrado nos sites mundiais da Unesco; reproduzido, descrito, comentado infinitas vezes. Perguntamo-nos se esta pintura tão famosa, admirada por milhares de pessoas, seria de algum modo conhecida também no interior da prisão de San Vittore. Foi assinada uma convenção entre o Ministério dos Bens Culturais e a Superintendência dos Bens arquitetônicos e Paisagísticos de Milão, como uma possibilidade de dar a conhecer a obra de arte de Leonardo a mulheres reclusas e de lhes dar também a possibilidade de se aproximarem deste bem que é de todos. Os dois Ministérios assinaram esta convenção e deram ao Projeto Casina2 a possibilidade de fazer este laboratório. Começamos por mostrar a obra de Leonardo sem dar explicações e ouvindo o que estas mulheres viam nestas imagens. Havia mulheres crentes, não crentes, ciganas, pessoas que não sabiam o que queria dizer aquela cena, quem estava ali representado e o que estava a acontecer. Cada uma, olhando para aquela imagem, começou a refletir, a perguntar às outras e identificar-se com o que acontecia naquela 2 Projeto iniciado em 1991 por Antonella Ortelli, Luca Quartana e alguns artistas, como uma proposta original para construir dentro do Cárcere novos relacionamentos sem distinção entre artistas e as mulheres presas. O projeto se compõem do entrelaçamento de elementos artísticos, humanos e institucionais. 4 mesa porque todas entendiam que aquelas pessoas se encontravam a dialogar entre si, estava a acontecer algo de particular. A pessoa do meio era aquela que, diferente das outras, representava a calma e os outros estavam agitados: algo estava a acontecer. As diferenças de origem, de religião e de cultura tornaram-se elementos de riqueza comum. Através da utilização do desenho, da fotografia e do vídeo, as mulheres aproximaram-se conscientemente da sua própria imagem, postura, gestualidade, em relação e comunicação umas com as outras. Neste clima cultural, a pessoa não vive uma experiência solitária e individualista, mas encontra-se a fazer parte de uma dimensão coletiva de elaboração e reflexão. Desencadearam-se mecanismos de reflexão muito fortes entre elas até chegarem a compreender que se tratava de um diálogo e que estava a acontecer alguma coisa; que havia uma palavra no meio que unia, que movia as pessoas. Olhando para aquela imagem, estas mulheres olharam para si mesmas e decidiram também voltar a fazer-se ver, tendo nascido delas a idéia de refazer a cena, com uma dimensão feminina, com gestos diferentes dos apóstolos. Cada mulher escolheu um apóstolo, uma cor, uma palavra que a ligava a si própria e àquele apóstolo. A mesa foi realizada com uma vontade muito precisa por parte das mulheres de estarem todas à mesa, todas juntas, reunidas, mesmo se existiam grandes conflitos de uma com outra – havia tensões – mas decidiram deixar-se ver, e deixar que vissem o seu rosto. Tratou-se de um trabalho de gratuidade e um restituir à cidade uma obra de arte. Este trabalho desencadeou outras ligações com outras associações de Milão. Vivemos esta experiência como se fosse a continuação do congresso, porque se disse que a gratuidade é algo de muito importante dado que se tende sempre a dar valor aos bens materiais, e pelo contrário é precisamente a gratuidade que pode permitir uma abertura. Houve reciprocidade de intercâmbio. (Antonella Ortelli e grupo de diálogo de Milão). BARCELONA – Mariápolis em Teruel, um diálogo a 360° A Mariápolis foi preparada com um estilo moderno, breve, conciso, e com uma linguagem cuidada, dirigida aos jovens e a pessoas de convicções não religiosas. Tudo foi preparado para que cada um se sentisse cidadão activo deste evento. A nossa mesa redonda sobre o diálogo foi verdadeiramente um sucesso. Éramos Jordi e M.Àngels, Mayka e Marc, um casal jovem que participa muito activamente no grupo de Barcelona, Jesús e M.Carmen e eu. Apresentamos a primeira parte do DVD “Crentes e não crentes em diálogo”, depois a nossa experiência como grupo de diálogo de Barcelona, a experiência de Jordi e M. Àngels como casal composto por crente e não crente, e depois a ação “Levanta-te e anda” de Jesús e M. Carmen, e no fim diálogo aberto a todos os participantes, uns cinqüenta (porque não havia mais lugares). Foi um diálogo a 360º; a experiência de Jordi e M.Àngels tocou muito, a relação entre eles, a educação dos filhos…, viram o quanto são importantes os valores que podemos transmitir. Experimentaram que este diálogo é uma realidade e que talvez neste, como Movimento dos Focolares, temos esta força e a experiência para poder levá-lo para a frente e que não se pode fazer marcha atrás. A troca de testemunhos não terminava mais; tivemos de interromper pelo tempo, mas a sensação de todos nós foi, não apenas ver o quanto é válida esta experiência, mas que se consolidou a unidade entre nós, e se abriu um leque com a possibilidade de que outras cidades de Espanha possam começar este diálogo. Foi para todos uma surpreendente novidade e uma proposta de caminho para quem deseja aprofundar esta realidade. (Dolors Dinares e o Grupo de Barcelona). 5 Bélgica – Atelier sobre o diálogo No quadro do encontro internacional sobre a evangelização, a Igreja belga pediu aos responsáveis por este diálogo para animarem um “atelier” sobre o tema: “Como testemunhar e viver o Evangelho neste mundo que, não querendo saber de Deus, se orienta para pseudo valores?”. Preparamos o tema baseando-nos em diversos temas tratados durante os congressos do diálogo em Roma. Participaram no “atelier” mais de cem pessoas. Seguiu-se depois um rico diálogo. Muitos diziam que passaram a ter agora uma clarificação. Outros reviram o seu comportamento com os filhos, amigos, conhecidos, que se tinham afastado dos valores. Todos ficaram muito tocados com a realidade do “fazer-se um”3. Alguém exclamou: “Mas então somos nós os cristãos que devemos mudar a nossa atitude!” Um senhor no fim dizia: “Compreendi que nós cristãos devemos aprender a perder.” Foi um enriquecimento recíproco. Durante a preparação das Mariápolis, cuidou-se de cada particular, para que todos se sentissem inseridos. Um amigo de outras convicções que participou dizia: “Senti-me respeitado nas minhas convicções e quando alguma coisa me incomodava sentia que também, pela minha vez, devia ter respeito.” (Anne e Georges Lecoq.) França– Paris – O diálogo parece corresponder a uma profunda necessidade entre todos nesta zona fortemente secularizada e caracterizada pela presença massiva de pessoas não crentes nas diversas realidades sociais. Sente-se um grande interesse por parte das pessoas do Movimento que esperam ansiosamente por receber o Jornal do nosso diálogo. Três pontos principais caracterizaram 2007: o congresso em Castelgandolfo, as relações com os movimentos Famílias Novas e especialmente com Humanidade Nova, uma evolução dos intercâmbios no plano do diálogo entre nós. O encontro de Humanidade Nova foi a ocasião para identificar um campo a explorar: a aproximação das eleições presidenciais. Para tal constituiu-se um novo grupo de diálogo: tratava-se de um grupo de troca de idéias pela internet em torno da pergunta: "Que programa político para uma sociedade mais fraterna?" Este grupo, formado por uma dezena de pessoas cuja metade é não crente, funcionou regularmente e concluiu-se com a elaboração de uma grelha de leitura dos programas propostos pelos diferentes candidatos às presidenciais, com o olhar sobre a fraternidade. O resultado das discussões ficou também acessível através da Internet. Um blog (http://fraternite.blogspirit.com/) do diálogo nasceu para permitir troca de idéias sobre o tema da fraternidade, no espírito do Movimento, com todos os que desejarem. Foi criado no dia 25 de Fevereiro de 2007. Desde então foram publicadas 72 discussões. Houve mais de 3200 contactos e a média das visitas por dia está em crescimento. Aí encontram-se diversos temas (diálogo, política, etc.). Durante o Verão alguns universitários reencontraram-se numa casa de campo para um período de troca de idéias e de trabalho. Cada um convidou outros colegas, crentes e não crentes. Para além da vida em comum, é também uma ocasião para uma troca de idéias mais profunda, no clima específico da unidade. É sem dúvida um novo percurso para o diálogo no ambiente cultural dos “intelectuais” (Catherine Belzung e grupo de diálogo de Paris). 3 Colocar-se no lugar do outro. 6 Polónia – Uma saudação de Varsóvia “Uma saudação especial a todos os amigos do quarto encontro do nosso pequeno grupo de diálogo. Somos 9 pessoas. Depois de termos ouvido algumas das respostas de Chiara Lubich aos “amigos” de Loppiano, em 1995, debatemos entre nós e aprofundamos o tema da consciência. Ainda se fisicamente não pudemos estar convosco no último congresso, unimo-nos a todos e saudamos-vos calorosamente, no empenho de levar para a frente o nosso diálogo.” (Zofia Zwapisz e o grupo de Varsóvia). Bahia Blanca- Punta Alta (Argentina) Na cidade de Punta Alta os encontros realizaram-se todos os meses, indo mais em profundidade, sobretudo na leitura de alguns temas que chegam do Centro do Diálogo. Relemos o tema sobre o diálogo e também a resposta de Chiara sobre o não proselitismo. Aspecto este, que suscita sempre apreensão em quem ouve, provocando uma reflexão profunda. Uma característica deste grupo é fazer, de vez em quando, Cineforum para aprofundar temas sobre os valores. Projetamos o filme “Babel”, que foi muito apreciado por todos, sobretudo porque exprime claramente a crua realidade que hoje se vive pela falta de comunicação e as conseqüências dolorosas que isso comporta. Durante uma tarde aprofundamos o primeiro ponto da espiritualidade: “Acreditamos no amor”, de Claretta. Para todos foi muito forte evidenciar a importância dos valores fundamentais como a paz, os direitos do homem, a liberdade, a justiça, a igualdade, a solidariedade, etc. Um dos amigos, mesmo se convicto da importância deste diálogo, tinha medo de perder a sua liberdade e a própria identidade. A este ponto interviemos para ajudá-lo a compreender que a unidade não é uniformidade, mas sim, um enriquecer-se através dos diversos modos de pensar, e fruto de doar as idéias num clima de harmonia. Ele apreciou as nossas palavras, afirmando que sente que entre nós existe esta troca de idéias diferentes, valorizando e confirmando a premissa do diálogo, onde o proselitismo não existe. Existe em todos a certeza de que a fraternidade universal se constrói se conseguirmos viver estes fragmentos de reciprocidade no quotidiano: no trabalho, em casa, etc. Como a experiência de Marco, que organiza cursos de manutenção para aparelhos de refrigeração para pessoas sem trabalho e sem estudos. Entre estes havia um homem que tinha acabado de sair da prisão. Durante o curso, Marco acompanhou-o com cuidado e atenção e fez de tudo para inseri-lo na sociedade. Casado e com duas filhas, ele encontrou em Marco um apoio e a força para recomeçar a construir uma vida nova. Hoje está plenamente inserido na sociedade.” (Grupo de diálogo de Punta Alta – Argentina). AÇÃO PELA PALESTINA Também este ano, no período que antecedeu o Natal, graças ao contributo de muitos que fizeram suas as necessidades das famílias artesãs de Belém, apoiou-se em Itália a difusão dos seus objetos em madeira de oliveira. Realizaram-se mais bancas de venda: muitas na zona de Conegliano, depois em Mestre no bar do Angelo, em Spinea no contexto do “Mercadinho de Natal”, em Oriago, em Mirano no âmbito da "Jornada do Voluntariado", em Belluno no centro comercial, em Campolongo na praça (a -10 C°), em Noale, em Massanzago com o mercadinho missionário, em Vicenza e Cittadella, em Pádua, em Trieste durante três dias em pleno centro histórico, em Oderzo, encontrando amigos e conhecidos. 7 Tudo isto graças ao contributo de cada um: os que montaram a estrutura, os que prepararam a mesa, os que venderam, os que ofereceram alguma coisa de quente... todos suportaram o frio. Foi sempre uma ocasião para construir relações e ajudar-se reciprocamente com as várias iniciativas dos outros grupos locais: Associações de voluntariado, governantes locais, S. Vincenzo, iniciativas de crianças e de jovens... Muitas as pessoas que se aproximavam e que gostavam de saber o porquê da ação... e assim muitos deram um toque mais sóbrio e solidário aos seus presentes de Natal. Agradecemos a todas estas pessoas com este excerto de uma carta de Jordi recebida de Jerusalém, no dia 7 de Janeiro: “Escrevemos-vos depois da nossa viagem de dezembro a Treviso, Verona e Trieste, onde encontramos muitas pessoas solidárias com as gentes de Belém. Desde então permanece vivo em nós o vosso amor pelas famílias e as gentes deste lugar, além do interesse em conhecer melhor a sua difícil situação. Queremos fazer chegar a cada um que colaborou os nossos agradecimentos, dos que beneficiaram desta ação e das suas famílias.” (Armando Romano, grupo de Treviso e Associação AMU). NOTÍCIAS BREVES: "Comunicação e carácter relacional" – O congresso de Medicina "Comunicação e caráter relacional" é a chave para abrir novas perspectivas no agir médico diante dos desafios, apresentada no Congresso Internacional promovido pela Associação "Medicina – Diálogo – Comunhão". 640 os participantes, de 35 nações, presentes no Auditório do Policlínico Gemelli de Roma. ESA, a Agência Espacial Européia, permitiu a multiplicação dos trabalhos do congresso em várias partes do mundo, ligando via satélite 250 pontos de recepção: do Japão à Sibéria, da Tanzânia aos Estados Unidos, do Uruguai à China. Os relatores, com diversas competências e percursos formativos, empenhados nos diversos campos da medicina, eram provenientes de 17 países. A socióloga Vera Araújo delineou a perspectiva antropológica de referência, no âmbito do Movimento: "O ser humano é portanto um ser destinado a doar-se e esta sua qualidade transfere-se para todos os ligames e para todas as relações em que ele está envolvido. (…) Reciprocidade, dom, comunhão são alguns elementos que podem exprimir uma série de dinâmicas ligadas que enriquecem, dão unicidade e um ulterior sentido à própria relação.”. No decurso do congresso foram apresentados os resultados de alguns projetos significativos: um novo modelo cultural no tratamento do HIV/SIDA em África; a experiência de medicina da comunidade do Centro "Bukas Palad" de Manila; as colaborações no âmbito sanitário entre nações com um diferente modelo assistencial como o que se pratica no Brasil e em Fontem em África. O presente boletim é traduzido em Francês, Inglês, Espanhol, Português e Alemão. CENTRO DO DIÁLOGO - Via di Frascati, 306 00040 ROCCA DI PAPA (Roma) – Italia - Tel. 06-9497488 - Fax 06-94790205 e-mail: [email protected] para uso interno do Movimento dos Focolares 8