Plastia de Valva Mitral como Tratamento da Insuficiência Mitral
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Plastia de Valva Mitral como Tratamento da Insuficiência Mitral
Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(2): 116-120. Peixoto ECS. Novas Técnicas de Intervenção em Orovalvulopatias: Plastia de Valva Mitral como Tratamento da Insuficiência Mitral, Implante Percutâneo de Válvulas Aórtica e Tricúspide. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(2): 116-120. Artigo de Revisão Novas Técnicas de Intervenção em Orovalvulopatias: Plastia de Valva Mitral como Tratamento da Insuficiência Mitral, Implante Percutâneo de Válvulas Aórtica e Tricúspide Edison Carvalho Sandoval Peixoto1 RESUMO SUMMARY São revistos as novas técnicas de intervenção em orovalvulopatias para tratamento percutâneo da insuficiência mitral e o implante percutâneo de válvulas aórtica e tricúspide. A plastia percutânea da valva mitral como tratamento da insuficiência mitral baseia-se na técnica, originariamente cirúrgica, de Alfieri, criando um duplo orifício mitral pela sutura percutânea das partes médias das bordas dos dois folhetos mitrais, o que já é feito clinicamente. Atualmente, procurar-se criar técnicas de anuloplastia mitral percutânea, que já é feita experimentalmente por dispositivos implantados no seio coronário ou por plicaturas transventriculares na parede posterior do ventrículo esquerdo. A indicação principal seria para os pacientes em estado final de insuficiência cardíaca, com insuficiência mitral importante e disfunção ventricular esquerda grave. O implante percutâneo de válvula aórtica, realizado clinicamente desde 2002, está sendo feito por via anterógrada transeptal ou retrógrada, estando indicado nos pacientes com estenose aórtica importante calcificada, sem condições cirúrgicas pelo alto risco ou por comorbidades associadas e com disfunção ventricular esquerda grave, já havendo dois tipos de válvulas em uso clínico. O implante percutâneo de válvula tricúspide foi descrito em 2005, experimentalmente, para tratamento de insuficiência tricúspide. DESCRITORES: Estenose da valva aórtica. Insuficiência da valva mitral. Valva pulmonar. Implante de prótese de valva, métodos. Cateterismo cardíaco. Dilatação com balão. New Intervention Techniques for Valvuloplasty Mitral Valvuloplasty as Treatment for Mitral Regurgitation and Percutaneous Implantation of Aortic and Tricuspid Valves The new interventions in valve diseases to treat mitral regurgitation through percutaneous mitral valvuloplasty and the percutaneous implantation of aortic and tricuspid valve are reviewed. Mitral valvuloplasty as treatment of mitral regurgitation is based on Alfieri’s surgical technique that created double mitral orifice through percutaneous suture of median parts of the edges in mitral leaflets, which is already done clinically. Today, the aim is to create percutaneous mitral annuloplasty techniques, already being done experimentally through devices implanted in left ventricle. Major indication would be patients in final stage of heart failure, with severe mitral regurgitation, and severe left ventricular dysfunction. Percutaneous aortic valve implantation, clinically done since 2002, is being carried out in transeptal anterograde or retrograde position. Indication is for patients with severely calcified aortic stenosis who cannot be submitted to surgery due to high risk or associated comorbidities, with severe left ventricular dysfunction. There are two types of percutaneous aortic valve in clinical use. The percutaneous implantation of tricuspid valve was described in 2005, experimentally, for the treatment of tricuspid insufficiency. DESCRIPTORS: Aortic valve stenosis. Mitral valve insufficiency. Pulmonary valve. Heart valve prosthesis implantation, methods. Heart catheterization. Balloon dilatation. 1 Cinecor 4º Centenário e Universidade Federal Fluminense, RJ. Correspondência: Edison Carvalho Sandoval Peixoto. Av. Epitácio Pessoa, 4986 - Apto. 301 - Lagoa - Rio de Janeiro, RJ - CEP 22471-003 E-mail: [email protected] Recebido em: 11/12/2005 • Aceito em: 10/02/2006 116 SandovalPeixoto.p65 116 19/4/2006, 13:55 Peixoto ECS. Novas Técnicas de Intervenção em Orovalvulopatias: Plastia de Valva Mitral como Tratamento da Insuficiência Mitral, Implante Percutâneo de Válvulas Aórtica e Tricúspide. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(2): 116-120. E sse novo e fascinante tópico, implante percutâneo de válvulas cardíacas e novas plastias de valva mitral, tem origem em humanos há seis anos, quando o grupo de Bonhoeffer1,2 fez os primeiros relatos de implantes percutâneos de válvulas pulmonares, já com série significativa publicada em 2005 3. Expandindo esse novo campo, Cribier et al.4, em 2002, publicaram o primeiro caso de implante percutâneo de válvula aórtica em humanos. Passa-se, a seguir, a um novo degrau com a plastia percutânea da valva mitral, agora no tratamento da insuficiência mitral5, já com resultados em humanos publicados6,7. mitral importante, no prolapso de valva mitral, com bons resultados, no período de 1998 a 2004. Baseados nesses resultados, St Goar et al.5 desenvolveram um sistema capaz de suturar a porção média dos folhetos anterior e posterior da valva mitral, tornando-a com duplo orifício, por via transeptal e utilizando clips reversíveis (Figura 2). A seguir, Feldman et al.6,7, do mesmo grupo, publicaram, em 2005, a experiência clínica do estudo EVEREST, no qual se estuda a produção do duplo orifício na valva mitral, por via transeptal, para tratamento da insuficiência valvar, utilizando clips para coaptar pelas bordas, na sua porção média, os folhetos anterior e posterior da valva, formando o duplo orifício. Finalmente, surge, em 2005, o primeiro relato experimental do implante percutâneo de válvula tricúspide8. PLASTIA PERCUTÂNEA DA VALVA MITRAL PARA TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA MITRAL Em estágio avançado da evolução da insuficiência cardíaca pode ocorrer insuficiência mitral importante em pacientes com cardiomiopatia. A regurgitação mitral ocorre com maior ou menor grau de remodelamento do ventrículo dilatado9. Durante a década passada, procedimentos cirúrgicos de correção da regurgitação mitral sem troca valvar foram aplicados a ventrículos insuficientes e remodelados, com baixa mortalidade e impressionantes resultados clínicos imediatos10. Entretanto, não há estudo prospectivo controlado, randomizado, que tenha comparado a reconstrução mitral com o melhor tratamento médico disponível, o qual também pode reverter o remodelamento em pacientes com insuficiência cardíaca9. Assim, o papel da reconstrução da valva mitral no cenário do remodelamento e da insuficiência mitral é de alguma forma pouco claro e, no momento, deve estar restrito a casos de insuficiência mitral importante, com alguma preservação da função ventricular esquerda, com a fração de ejeção acima de 30%9. O grupo de Alfieri11,12 relatou e seguiu pacientes submetidos à técnica do reparo da valva mitral edge-toedge para tratamento da insuficiência valvar (Figura 1). Já em 200513, o mesmo grupo apresenta a evolução de longo prazo de 77 pacientes com cardiomiopatia operados com sua técnica, sendo 26 em estado final de cardiomiopatia idiopática e 51 em estado final de cardiomiopatia isquêmica, com um seguimento de 18,4±9,8 meses (1 mês a 5 anos), sendo realizada anuloplastia com algum anel na maioria dos casos (88,3%), com mortalidade hospitalar de 3,8%. Concluíram que, na cardiomiopatia em estado final, o reparo é factível, com baixa mortalidade hospitalar e importante melhora sintomática e que a técnica edge-to-edge associada à diminuição do anel mitral por anuloplastia pode melhorar significativamente a durabilidade do reparo13. Outros14 utilizaram a mesma técnica de plastia mitral com a técnica do reparo edge-to-edge associada à anuloplastia mitral, para tratamento da regurgitação Figura 1 - Técnica de Alfieri criando a valva mitral de duplo orifício. Visão do átrio esquerdo com o folheto posterior acima e o inferior abaixo (Reproduzido de St Goar et al.5). Figura 2 - Plastia percutânea da valva mitral. A: Passagem percutânea do dispositivo que libera os clips, que prendem as bordas dos folhetos da valva mitral, criando o orifício mitral duplo, já localizado dentro do ventrículo esquerdo. B: Detalhe do dispositivo que libera os clips reversíveis (Reproduzido de St Goar et al. 5). 117 SandovalPeixoto.p65 117 19/4/2006, 13:55 Peixoto ECS. Novas Técnicas de Intervenção em Orovalvulopatias: Plastia de Valva Mitral como Tratamento da Insuficiência Mitral, Implante Percutâneo de Válvulas Aórtica e Tricúspide. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(2): 116-120. Vinte e sete pacientes atingiram 6 meses de evolução, sendo os clips implantados em 24 deles; não houve complicações no procedimento e ocorreram quatro eventos maiores em 30 dias: descolamento parcial do clip em três pacientes e um acidente vascular cerebral pós-procedimento com resolução em um mês6. Três pacientes adicionais foram à cirurgia por não melhora da regurgitação mitral, ficando um total de 18 pacientes livres de cirurgia. Em 13 de 14 pacientes com redução da regurgitação mitral para 2+ ou menos, a redução estava mantida aos 6 meses de evolução, concluindo os autores que o reparo da valva mitral pela técnica edge-to-edge é seguro e que a redução da insuficiência mitral pode ser atingida em uma proporção significativa dos pacientes e mantida ao final de seis meses6. Os pacientes que foram à cirurgia foram encaminhados à mesma de forma eletiva para reparo ou troca6. Outra técnica, cujo objetivo é o mesmo, utiliza, ao invés de clips, agulhas para suturar as porções médias das bordas dos dois folhetos mitrais e foi apresentada em 2005, no EuroPCR, em abril, em Paris e no TCT, em outubro do mesmo ano, em Washington, pelo Dr. Maurice Buchbinder. Como as técnicas percutâneas acima citadas procuram seguir o modelo cirúrgico e se destinam, pelo menos em parte, a tratar pacientes com dilatação ventricular, e no modelo cirúrgico essas plastias ocorrem junto com a anuloplastia para diminuir o anel mitral, estão sendo desenvolvidas e testadas, experimentalmente, diversas formas de diminuição percutânea do anel mitral. A mais comum é a introdução de dispositivos pelo seio venoso, que propiciam a modificação e diminuição do anel mitral15-17 (Figura 3). Novas técnicas têm sido desenvolvidas experimentalmente18. Em outubro de 2005, durante o TCT2005, foi apresentada a técnica de plastia por plicaturas, realizadas por via endovascular transventricular, três plicaturas na parede posterior do ventrículo, abaixo da valva mitral, que aproximadas levam à diminuição da cavidade. Assim, estamos evoluindo para a plastia percutânea da valva mitral, com anuloplastia ou com plastia e diminuição da cavidade, para ser aplicada, sobretudo, naqueles pacientes com insuficiência mitral importante, na vigência de grave disfunção ventricular esquerda. IMPLANTE PERCUTÂNEO DE VÁLVULA TRICÚSPIDE Recentemente8, em 2005, foi descrito o implante experimental de válvula tricúspide. Em ovelhas, foram implantadas válvulas constituídas por dois largos discos, separados por um cilindro de 18 mm, sendo que uma válvula bovina de 18 mm foi montada na parte central do stent. Sete dos oito dispositivos foram liberados com sucesso na posição desejada. O implante de uma válvula semilunar em posição tricúspide foi possível em ovelhas e, na opinião dos autores, esse estudo abre novas perspectivas para a troca valvar tricúspide e mitral8. IMPLANTE PERCUTÂNEO DE VÁLVULA AÓRTICA Em 2002, Cribier et al.4 descreveram o primeiro implante percutâneo de válvula aórtica de pericárdio bovino montada em um stent balão-expansível (Figura 4), em um homem com estenose aórtica calcificada, em choque cardiogênico, isquemia subaguda de membros inferiores e outras comorbidades não-cardíacas. Neste paciente, a troca valvar aórtica cirúrgica foi afastada e a valvoplastia aórtica por balão não apresentou resultados mantidos, levando à indicação do implante percutâneo de válvula aórtica (Figura 5). O implante percutâneo da válvula aórtica apresentou resultados Figura 4 - Primeira válvula aórtica implantada por Alan Cribier, em 2002, montada no balão (Reproduzido de Cribier et al.4). Valva mitral Dispositivo de constrição do anel mitral Seio coronário Figura 3 - Dispositivo percutâneo de constrição do anel mitral, colocado no seio coronário com as âncoras proximal e distal para plastia do anel via seio coronário (Reproduzido de Kaye et al.15). Figura 5 - Primeiro implante de válvula aórtica via anterógrada transeptal por Alan Cribier, em 2002. A e B: Válvula implantada na valva aórtica calcificada, C: Aortografia mostrando a válvula aórtica implantada competente. PHV= Percutaneous heart valve. RCA= Right coronary artery. LCA= Left coronary artery (Reproduzido de Cribier et al. 4). 118 SandovalPeixoto.p65 118 19/4/2006, 13:55 Peixoto ECS. Novas Técnicas de Intervenção em Orovalvulopatias: Plastia de Valva Mitral como Tratamento da Insuficiência Mitral, Implante Percutâneo de Válvulas Aórtica e Tricúspide. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(2): 116-120. imediatos e, até quatro meses satisfatórios, vindo o paciente a falecer na 17ª semana por complicações não-cardíacas. O mesmo grupo19 volta a publicar sua experiência, relatando seis implantes, cinco com sucesso em pacientes não-cirúrgicos em estágio terminal de estenose aórtica calcificada e concluíram que esse procedimento poderia torna-se uma importante opção terapêutica para pacientes em estágio terminal da doença e que não pudessem ser submetidos à cirurgia de troca valvar mitral. Logo a seguir, mostraram a recuperação da função ventricular após o implante percutâneo da válvula aórtica20. Recentemente, em Paris, em maio de 2005, durante o EuroPCR 2005, Alan Cribier apresentou sua experiência com o implante percutâneo de válvula aórtica via anterógrada e retrógrada, com 41 pacientes selecionados a partir de abril de 2002. A válvula foi implantada em 29 pacientes, estando vivos 14 pacientes em abril de 2005. Em 12 pacientes não foi implantada a válvula: em seis, o procedimento foi cancelado por razões clínicas e, nos outros seis, o procedimento foi realizado, mas não se conseguiu implantar a válvula. Novo modelo de válvula aórtica, de maior diâmetro, de 26 mm, vem sendo implantado por Alan Cribier e por Webb et al.21, que publicaram a experiência com a nova CribierEdwards percutaneous aortic valve. Outro tipo de válvula aórtica de implante percutâneo foi relatado por Grube et al.22,23, que é implantado por via retrógrada, a CoreValve auto-expansível. Esta válvula já foi implantada em 12 pacientes, sendo que deles, cinco doentes tiveram alta hospitalar, não tendo apresentado eventos durante a evolução hospitalar e nos 14 dias subseqüentes à alta. Novos relatos de implantes percutâneos de válvula aórtica para tratamento da estenose aórtica importante têm sido apresentados24,25 por outros grupos, enquanto outros autores têm relatado o início de sua experiência experimental26. Tem sido relatado, a partir de 2003, experimentalmente27 e também em humanos28, a substituição valvar aórtica por modelos de válvulas percutâneas por via cirúrgica, permitindo cirurgias menos invasivas. Todos esses achados, aliados ao contínuo aumento da expectativa de vida, levando ao aumento dos casos de estenose aórtica grave calcificada, nos fazem crer que o procedimento de implante percutâneo de válvula aórtica entrará, em futuro próximo, para a lista de intervenções em pacientes de alto risco ou de idade muito elevada, nos quais o procedimento cirúrgico venha a ser descartado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Saliba Z, Bonhoeffer P, Aggoun Y, Iserin L, Butera G, Bonnet D et al. Treatment of obstruction of prosthetic conduct by percutaneous implantation of stents. Arch Mal Coeur Vaiss 1999;92:591-6. 2. Bonhoeffer P, Boudjemline Y, Saliba Z, Merckx J, Aggoun Y, Bonnet D et al. 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