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RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 MINISTÉRIO DAS CIDADES, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E AMBIENTE 1 FICHA TÉCNICA Título RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Autoria Instituto do Ambiente Capa Enclave Compilação e composição gráfica Instituto do Ambiente Edição Instituto do Ambiente Depósito legal 138 314/99 Data de edição Novembro 2003 2 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 ÍNDICE Introdução 7 Aspectos Territoriais 11 Alterações Climáticas 25 Qualidade do Ar 33 Água 45 Resíduos 53 Energia 61 Transportes 67 3 No contexto internacional, a Cimeira de Joanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável constituiu acontecimento proeminente do ano de 2002. Muito já foi escrito quanto aos resultados obtidos nessa Cimeira, ao seu balanço de expectativas e frustrações. Pouco é referido, em geral, quanto ao empenho posto por tanta gente nela envolvida na persistente procura de um consenso alargado sobre um conjunto de objectivos e metas que pudessem vir a balizar o desenvolvimento económico, as melhorias sociais e o desempenho ambiental, à escala global ou regional, a um prazo de 10 a 15 anos de vista. Um certo número desses objectivos viria a ser consignado na Declaração de Joanesburgo. Outros, infelizmente não passaram do mero plano das intenções. Assim foi que, correspondendo à actual fase do ciclo alternativo de afirmação dos valores ambientais, a Conferência tenha tratado mais do combate à pobreza e ao estimular do desenvolvimento económico e menos à protecção do ambiente, no sentido em que o entendemos, ou seja também como um motor de oportunidades ao próprio desenvolvimento económico e social. À escala interna e comunitária, as exigências postas na preparação da Conferência e a obrigação dos Estados Membros se apresentarem em Joanesburgo com uma folha de serviços "recomendável" tiveram, entre outros, o efeito mobilizador de impulsionarem a elaboração de Estratégias Nacionais para o Desenvolvimento Sustentável, a estarem concluídas a tempo do Conselho de Sevilha (Junho de 2002). Foi neste âmbito que, em 2002, surgiu em Portugal a motivação suficiente para que o Governo decidisse determinar a produção de uma proposta de Estratégia Nacional, a ENDS 2002, a qual viria a ser tornada pública, suscitando o seu debate pela sociedade civil, no quadro das comemorações do Dia Mundial do Ambiente, em 5 de Junho de 2002, em cerimónia que contou com a presença do Primeiro Ministro de Portugal. Poderemos lamentar que o excepcional "momentum" assim criado não tenha sido aproveitado para estimular uma maior mobilização da sociedade portuguesa para os valores do Ambiente e da Sustentabilidade. Não obstante, pensamos que ele possa ter ajudado a abrir passagem para uma melhor aceitação de outros Programas específicos em matéria de ambiente, elaborados ou concluídos em 2002. Destes, gostaríamos de destacar, pelo seu carácter transversal e interpretativo daquilo que é verdadeiramente uma perspectiva de integração, porque de compromisso colectivo, do ambiente nos diferentes sectores de actividade, o PNAC, Programa Nacional de Alterações Climáticas. Com efeito, já em 2002 viria a lume, após discussão pública, a chamada versão 2001 do PNAC, à qual se seguiu decisão do Governo no sentido de se arrancar de imediato para uma versão mais elaborada do programa, a concluir até finais de 2003. Esta decisão, inteiramente na linha da apresentação na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, em 31 de Maio de 2002, do instrumento de ratificação por Portugal e pela Comunidade Europeia do Protocolo de Quioto, marca uma etapa decisiva no assumir dos compromissos nacionais em matéria de combate às alterações climáticas. 4 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 O REA 2002, preparado como lhe compete pelo Instituto do Ambiente, e na linha das suas edições anteriores assenta, em termos de organização das matérias que desenvolve, nas Áreas Temáticas Aspectos Territoriais, Alterações Climáticas, Qualidade do Ar, Água, Resíduos, Energia e Transportes, e em cada uma delas, num conjunto de indicadores estruturais ou de topo ("headline"). Contribuindo para o alargamento da série de dados de base essenciais para habilitar estudos teóricos ou académicos, bem assim para justificar ou apoiar a tomada de decisões políticas, o REA 2002 constitui, assim, documento de referência em termos do registo necessário da evolução das políticas ambientais, em Portugal, na linha do que prescreve a Lei de Bases de 1987. Estamos convictos que 2002, essencialmente pelas razões atrás referidas, será por algum tempo lembrado como um ano de transição na afirmação do Ambiente como sector de referência, essencial ao desenvolvimento de Portugal na perspectiva da Sustentabilidade. E que acontecimentos como a Cimeira de Joanesburgo, a ratificação por Portugal do Protocolo de Quioto, a ENDS 2002 e o PNAC terão consequências marcantes na evolução futura do Estado do Ambiente em Portugal. João Gonçalves Presidente do IA 5 REA2002 > INTRODUÇÃO REA2002 INTRODUÇÃO >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Ao longo do ano 2002, marcado pela Cimeira Mundial de Desenvolvimento Sustentável (Joanesburgo, Agosto/Setembro de 2002) e pela discussão, a nível nacional, da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS), o Instituto do Ambiente deu continuidade à recolha e tratamento de informação que permita ilustrar, com indicadores, a situação e tendências relativas às três dimensões da sustentabilidade: a coesão social, o desenvolvimento económico e a protecção do ambiente. O presente relatório é um documento sintético e temático com base em indicadores. Sempre que possível recorre a comparações com metas ou compromissos estabelecidos quer ao nível nacional quer ao nível internacional, nomeadamente no contexto da União Europeia (UE) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Pelo facto da integração do ambiente nas restantes políticas sectoriais ser determinante para a consecução dos objectivos estabelecidos a nível internacional e assumidos a nível nacional, procurou fazer-se uma abordagem sumária mas específica dos sectores da energia e dos transportes, por se contarem entre aqueles que mais impacte têm nas matérias em análise. A agricultura e o turismo foram outros dois importantes sectores prioritários para a necessária integração de políticas, abordados no capítulo sobre aspectos territoriais. Apesar de, na maioria dos assuntos tratados, se optar por um referencial nacional (sempre que foi possível incluíram-se dados das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira), quando considerado pertinente, foi feita uma análise por região (NUTSII). São englobados nesta análise alguns dos “indicadores estruturais” aplicáveis em matéria de desenvolvimento sustentável, cobrindo os pilares social, económico e ambiental, tais como os representativos da evolução da demografia (população), da economia em geral (produto interno bruto), do consumo e da intensidade de utilização da energia primária e das emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Relativamente aos indicadores utilizados, a sua evolução é visualizada nos gráficos inclusos e toma como referência os valores conhecidos no último apuramento de informação certificada. Isto significa que não existe, muitas vezes, a possibilidade de utilizar a mesma base temporal, recomendando-se que, de forma generalizada, se aprecie a tendência de evolução nos últimos dois anos, assim como a correspondente à última década assinalada. Da análise das principais tendências evidencia-se a evolução favorável, a partir de 1999, da intensidade energética e da intensidade carbónica, mostrando as curvas correspondentes uma tendência para a estabilização. A maior penetração do gás natural e das energias renováveis, bem como a melhoria de qualidade dos combustíveis fósseis utilizados podem justificar, em parte, a evolução favorável desses indicadores. Índice (1990 = 100) 150 Consumo Energia Primária PIB a preços constantes de 1995 140 Emissões GEE 130 120 110 População Intensidade energética 100 Intensidade carbónica 90 80 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 1.1 Evolução do PIB e alguns impactes associados 9 REA2002 > ASPECTOS TERRITORIAIS REA2002 ASPECTOS TERRITORIAIS >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 De um modo global, o crescimento económico em Portugal - medido pelo PIB - continua a fazer-se à custa da utilização dos recursos naturais e consequentes pressões no ambiente - medida pelo consumo de energia e pelas emissões de gases com efeito de estufa, GEE. Apesar da intensidade energética e carbónica terem vindo a estabilizar, os indicadores de que se dispõe actualmente ainda não reflectem a desejável sustentabilidade pretendida para o desenvolvimento e advogada na proposta de Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (cfr. Figura 1.1). A dinâmica da evolução das sociedades, a que não escapa a sociedade portuguesa, gerou um fenómeno de forte e rápida concentração de pessoas e actividades nos centros urbanos e uma profunda transformação do mundo rural. O Censos de 2001 (INE) revelou que quase metade - cerca de 46% - da população portuguesa vive em concelhos com limite litoral, em urbanização crescente (cfr. REA 2001). Tal como afirmado no Programa do XV Governo Constitucional, "o diagnóstico dos graves problemas trazidos pela construção urbana está feito e é consensual: urbanização indisciplinada, irracional ocupação do solo, tendência para a especulação imobiliária, deficiências e insuficiências nas infraestruturas urbanas que deveriam suportar o crescimento das cidades, forte pressão para recuo dos limites de protecção das redes ecológicas fundamentais." A forte litoralização verificada, caracterizada por uma intensa urbanização, com a inerente concentração de tráfego e aumento de densidade populacional, é fruto de uma gestão do território que nem sempre coincide com as orientações expressas na legislação aplicável. Este facto reflecte-se numa redução dos níveis de qualidade de vida dos cidadãos, frequentemente associada ao incumprimento de valores limite estipulados na legislação, como por exemplo os existentes a nível da qualidade do ar, da qualidade da água e do ruído em zonas urbanas. USO DO SOLO O recurso solo encontra-se exposto a influências de diversos tipos (físicas, químicas e biológicas), e apesar de certas actividades agrícolas contribuírem para algumas das degradações observadas, a indústria, a urbanização, a construção de rodovias, os incêndios e, de um modo genérico, a multiplicidade das restantes actividades humanas tem também responsabilidades não desprezíveis. 2.1 Uso do Solo em Portugal Continental 13 > ASPECTOS TERRITORIAIS Segundo a 3ª revisão do Inventário Florestal Nacional (IFN - DGF, 2001), a superfície agrícola e florestal contabiliza uma área de 6.322.210 ha, ou seja, cerca de 71% da superfície continental. Os restantes usos do solo estão classificados como áreas sociais, áreas incultas e improdutivas, com 1 % ocupado pelas águas interiores. Improdutivos 2% Águas Interiores 1% Incultos 23% Agricultura 33% Social 3% Mais de um terço de Portugal está em risco de desertificação. No âmbito de um projecto que envolve vários países do Mediterrâneo no sentido de criar uma base de dados sobre a susceptibilidade dos solos à desertificação, foi construída uma carta onde se cruzaram dados sobre o clima, características da vegetação, tipo e uso do solo. Floresta 38% 2.2 Usos do Solo no Continente (IFN – 3ª revisão) Deste esforço, que teve início em Junho de 2001, resultou um levantamento aprofundado da situação do país, concluindo-se que, dos 35 % da área que corre riscos de desertificação, 28 % já apresentam problemas graves. 2.3 Carta de susceptibilidade à desertificação 14 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 AGRICULTURA Pastagens Permanentes 35% A superfície agrícola utilizada, SAU – englobando terras aráveis, culturas e pastagens permanentes - representa cerca de 42% da superfície territorial continental (RGA 1999, INE, 2001), predominando as terras aráveis e as pastagens permanentes. Terras Aráveis 46% A actividade agrícola é a maior utilizadora dos solos e a relação entre a agricultura e o ambiente tem um carácter muito particular. Se, por um lado, certos sistemas agrícolas exercem pressões prejudiciais sobre o ambiente e sobre a qualidade dos produtos alimentares - como por exemplo a acumulação de fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos no solo e na água, a erosão do solo ou o uso excessivo de água para rega -, por outro, o mundo rural é o resultado do trabalho dos agricultores, que dependem de sistemas agrícolas próprios e que contribuem para a preservação das paisagens e dos habitats, processos positivos para o ambiente. Culturas Permanentes 19% 2.4 Uso agrícola – Composição da SAU Com um peso de 4 % na formação do VAB em 2002 (juntamente com a silvicultura e pescas) e uma SAU que representa 42% da superfície territorial continental (2.972.883 ha), a agricultura é uma actividade onde, da análise de indicadores relevantes para a avaliação do desenvolvimento sustentável, ressalta a utilização crescente de produtos fitofarmacêuticos, com os consequentes impactes potenciais na saúde humana e no ambiente. Entre os pesticidas utilizados na agricultura em Portugal, cabe referir que os fungicidas são as substâncias mais vendidas. Índice (1990 = 100) 180 Venda de Pesticidas 160 PIB a preços constantes de 1995 140 120 SAU Emissões GEE da Agricultura 100 Consumo de energia final na Agricultura Consumo de Fertilizantes 80 60 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 2.5 Evolução do sector agrícola 15 > ASPECTOS TERRITORIAIS Nos últimos anos, a nível da União Europeia, o interesse crescente dos consumidores pelos problemas da segurança alimentar e pelas questões ambientais tem contribuído para o desenvolvimento da agricultura biológica. Embora representasse apenas cerca de 3% da SAU em 2000, constitui um dos mais dinâmicos sectores agrícolas na União Europeia. Entre 1993 e 1998, este sector cresceu a uma taxa anual de cerca de 25%. Área de produção (ha) 90.000 80.000 70.000 Trás-os-Montes 60.000 Região do Oeste Entre Douro e Minho Beira Litoral 50.000 40.000 Em Portugal a agricultura biológica representa, em 2002, cerca de 2,3% da SAU (85.912 ha), sendo o Alentejo e a Beira Interior as regiões que mais utilizam este modo de produção. Beira Interior 30.000 Algarve 20.000 Alentejo 10.000 0 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 2.6 Área de agricultura biológica em Portugal Continental Suécia Áustria Dinamarca Itália Finlândia Média UE 15 Reino Unido Alemanha Espanha Bélgica Holanda Portugal França Luxemburgo Irlanda Grécia 0 2 4 6 8 10 12 % 2.7 Agricultura biológica em relação à área agrícola na UE 15 em 2000 16 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 FLORESTA Área (1.000 ha) As florestas são um constituinte essencial das zonas rurais e um pilar fundamental da política de desenvolvimento rural integrado, nomeadamente pelo seu contributo para o rendimento e o emprego e pelo seu valor ecológico e social. A sua protecção e preservação integram-se em diversas políticas comunitárias, e também na política de ambiente, expressa em legislação e documentos tal como a estratégia da União Europeia em matéria de biodiversidade, a Rede Natura 2000 e a convenção sobre as alterações climáticas. 3.500 3.000 2.500 Outras espécies 2.000 Azinheira 1.500 Eucalipto Sobreiro 1.000 Pinheiro-bravo 500 0 De acordo com o último Inventário Florestal Nacional (3º IFN, DGF, 2001), o uso florestal dos solos representa cerca de 38% da superfície do continente, correspondendo a 3.349.327 ha, sendo predominantes as espécies folhosas. 2ª Rev. IFN 1ª Rev. IFN 3ª Rev. IFN 2.8 Área dos povoamentos florestais – Inventário Florestal Nacional Em 2002 a área ardida total em Portugal Continental foi de 124.411 hectares (mais 18.218 ha que a média verificada nos últimos cinco anos), sendo que cerca de 52% (65.546 ha) corresponderam a povoamentos florestais. A Região Agrária de Trás-os-Montes foi a mais afectada, com cerca de 28% (34.583 ha) do total nacional de área ardida. As espécies mais afectadas foram o Pinheiro Bravo (53%) e o Eucalipto (22%). Ocupação florestal (1.000 ha) 3.500 3.000 TOTAL 2.500 2.000 1.500 Montados Pinhal e resinosas 1.000 Eucalipto 500 Soutos e Carvalhais 0 1874 1902 1928 1956 1972 1978 1985 1995 1998 2.9 Ocupação Florestal em Portugal Continental Fogos (nº) Área ardida (ha) 40.000 200.000 35.000 180.000 160.000 30.000 140.000 25.000 120.000 20.000 100.000 15.000 80.000 60.000 10.000 40.000 5.000 20.000 0 0 80 81 82 83 Nº de Fogos 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 Área Ardida Total 2.10 Incêndios florestais 17 > ASPECTOS TERRITORIAIS ÁREAS PROTEGIDAS No "Relatório de Kiev", editado em 2003 pela Agência Europeia do Ambiente no âmbito do processo "Um Ambiente para a Europa", é afirmado que "para além da sua responsabilidade pela redução dos impactos ecológicos que causa no resto do mundo, a Europa tem também uma responsabilidade global de preservação das características dos seus variados ecossistemas e paisagens, de conservação das espécies migradoras que atravessam o continente e das espécies ameaçadas que nele habitam. Estas responsabilidades recaem no âmbito da Convenção sobre Biodiversidade das Nações Unidas e das Convenções de Berna e de Ramsar, bem como de várias convenções marítimas. (...) As tendências registadas na Europa em termos de populações das diferentes espécies são variáveis. Algumas espécies que anteriormente estavam ameaçadas começam agora a recuperar, ao passo que populações de outras espécies se continuam a reduzir a um ritmo alarmante, em consequência do desaparecimento ou da degradação dos seus habitats." Em Portugal a percentagem de Áreas Protegidas (AP) face ao território continental português é da ordem de 8%, já superior à meta para 2006 (7,5%). A Rede Natura 2000, que tem como objectivos fundamentais contribuir para assegurar a conservação dos habitats de espécies de aves considerados ameaçados ou significativos no espaço da UE (Resolução do Conselho de Ministros n.º 66/2001), ocupa uma área de cerca de 20% do território nacional. Os indicadores que reflectem a evolução e tendência verificadas em Portugal quanto à percentagem de Áreas Protegidas (AP) face ao todo territorial português, bem como, dentre elas, as que possuem Planos de Ordenamento (PO) e ainda as Zonas de Protecção Especial (ZPE) – que se referem à aplicação da directiva comunitária sobre Aves – e à Lista Nacional de Sítios (Directiva Habitats), não registaram alterações nos anos 2001 e 2002. % de AP em relação ao território de Portugal Continental 10 9 7,64% 8 7 6 5 4 3 2 1 0 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 2.11 Percentagem de Áreas Protegidas relativa ao território continental português 18 % de AP em relação ao território de Portugal Continental Meta Portugal 2006 (7,5%) >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Superfície (ha) AP cobertas com plano de ordenamento (% das AP total) 700.000 60 600.000 50 500.000 40 400.000 30 300.000 20 200.000 10 100.000 0 0 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 Superfície de AP % de AP cobertas com PO Superfície de AP com PO 2.12 Superfície de áreas protegidas com Plano de Ordenamento Áreas Protegidas (nº) Superfície (ha) e Habitantes (nº) 50 700.000 45 600.000 40 35 500.000 30 400.000 25 20 300.000 15 200.000 10 100.000 5 0 0 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 População residente acumulada nas AP (nº hab) Nº de AP acumulado Superfície acumulada (ha) 2.13 Superfície ocupada por áreas protegidas e população nela residente 19 > ASPECTOS TERRITORIAIS Quanto às Zonas de Protecção Especial, mantendo-se embora o número total de ZPE, merece referência a indicação de duas alterações verificadas em matéria de delimitação das áreas das ZPE do Tejo Internacional, Erges e Ponsul e ZPE de Moura, Mourão e Barrancos. Cabe assinalar que, nesta matéria, os indicadores apontam para um melhor desempenho em Portugal face à média dos 15 países da UE, manifestando o esforço efectuado nos últimos anos, nomeadamente na implementação das Directivas Habitats e Aves. Áreas classificadas existentes (nº) 140 120 100 Número de Sítios 80 Número de ZPE 60 Número de Áreas Protegidas 40 20 0 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 2.14 Áreas classificadas em Portugal Continental Espanha Holanda Grécia Dinamarca Portugal Áustria UE 15 Bélgica Itália Espanha Luxemburgo Portugal Suécia Finlândia Finlândia UE 15 Áustria Alemanha Irlanda Itália Reino Unido Luxemburgo Holanda Grécia Dinamarca Suécia Alemanha Reino Unido França Irlanda Bélgica França 0 5 10 15 20 % AP pertencentes à Directiva Habitats (2002) 2.15 Áreas protegidas pertencentes à Directiva Habitats 20 25 0 5 10 15 20 % AP pertencentes à Directiva Aves (2002) 2.16 Áreas protegidas pertencentes à Directiva Aves 25 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Apesar de serem os aspectos terrestres aqueles que habitualmente se encontram mais desenvolvidos nos REA anteriores, salienta-se que Portugal é responsável por uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) cerca de 18 vezes superior ao seu território continental e correspondente a cerca de 50% da ZEE europeia, sendo a quinta maior do mundo. Perante estes factos e na sequência de muitos anos de trabalho – no âmbito do qual foram sendo criadas algumas áreas marinhas protegidas -, já em 2003 foi criada a Comissão Estratégica para os Oceanos, cujo o principal objectivo consiste em "definir uma estratégia nacional para o oceano que, reforçando a associação de Portugal ao mar, assente no desenvolvimento e uso sustentável do oceano e seus recursos, e que potencie a gestão e exploração das áreas marítimas sobre jurisdição nacional". Áreas protegidas marinhas (nº) % da plataforma continental 5 1,8 1,6 4 1,4 1,2 3 1,0 0,8 2 0,6 0,4 1 0,2 0 0,0 94 95 96 97 98 Nº Áreas Protegidas 99 00 01 02 % da Plataforma Continental 2.17 Áreas Protegidas Marinhas % Com o objectivo de "conservar a natureza", surgiu a necessidade de se implementarem políticas e medidas específicas, com a designação de áreas que "obedecem a objectivos tanto de natureza biológica como paisagística, tendo em consideração critérios de raridade, valor estético, científico, cultural e/ou social". Surgem, assim, as Áreas Designadas para a Conservação da Natureza (ADCN), 21% do território nacional. A ocupação do solo das ADCN é predominantemente agro-florestal (cerca de 60%). 100 90 80 70 60 Social, Improdutivo e Águas Interiores 50 Incultos 40 Florestal 30 Agrícola 20 10 0 % do território continental *Áreas Designadas para a Conservação da Natureza em Portugal Continental % das ADCN* 2.18 Uso do solo nas áreas designadas para a Conservação da Natureza em Portugal Continental AP por vigilante da natureza (ha) Vigilantes da natureza (nº) Em 2002 o número de vigilantes da natureza é de 155, o que corresponde a 4.392 ha de Área Protegida por vigilante, valor que se mantém aproximadamente constante desde 2000. 200 28.800 175 25.200 150 21.600 125 18.000 100 14.400 75 10.800 50 7.200 25 3.600 0 0 88 89 90 91 92 93 94 95 96 Vigilantes da natureza 97 98 99 00 01 02 AP/Vigilante da natureza 2.19 Áreas Protegidas por vigilante da natureza 21 > ASPECTOS TERRITORIAIS TURISMO O turismo é uma actividade com um impacte crescente na economia nacional, havendo no entanto, características muito variáveis em termos regionais. As pressões no ambiente geradas pelo turismo fazem-se sentir, sobretudo, nas zonas costeiras. Índice (1997 = 100) 120 PIB pc 1995 115 Chegada de visitantes estrangeiros Nº de dormidas em estabelecimentos hoteleiros Capacidade de alojamento 110 105 100 95 90 85 80 97 98 99 00 01 02 2.20 Evolução do sector do turismo Visitantes estrangeiros (nº) A entrada de visitantes estrangeiros em Portugal tem registado uma evolução crescente. Considerando as vias de acesso, constata-se que a via terrestre é a mais utilizada e a via marítima a que contribui com menos entradas, tendo sofrido, inclusivé, uma ligeira redução em 2002. O mês de eleição continuou a ser o de Agosto, seguido do período da Páscoa. 30.000 25.000 Mar 20.000 Ar 15.000 Terra 10.000 5.000 0 95 90 96 97 98 99 00 01 02 2.21 Entradas de visitantes estrangeiros segundo as vias de acesso Visitantes estrangeiros (nº) 5.000.000 4.500.000 4.000.000 3.500.000 3.000.000 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun 2.22 Chegadas às fronteiras de visitantes estrangeiros 22 Jul Ago Set Out Nov Dez >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Capacidade de alojamento (103 camas) 120 100 80 60 40 20 0 Hotéis Hotéis - Apartamentos Apartamentos turísticos Aldeamentos turísticos Motéis Pousadas Estalagens Pensões Categorias dos estabelecimentos 1997 1996 1995 1994 1993 2001 2000 1999 1998 2.23 Capacidade de alojamento dos estabelecimentos hoteleiros Apesar de variações de região para região, a capacidade de alojamento dos estabelecimentos hoteleiros apresentou um ligeiro acréscimo na globalidade do País. No entanto as dormidas registaram uma variação negativa relativamente ao ano anterior, quer de visitantes estrangeiros, quer de visitantes nacionais. Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros (nº) 40.000.000 35.000.000 30.000.000 25.000.000 20.000.000 15.000.000 10.000.000 R.A. Madeira 5.000.000 0 96 R.A. Açores 97 98 99 00 01 2.24 Evolução do número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros Algarve Alentejo Lisboa e Vale do Tejo 2001 Centro 2000 1999 1998 Norte 16.000.000 14.000.000 12.000.000 10.000.000 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 1997 1996 Dormidas (nº) 2.25 Evolução do número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, por NUTS II 23 > ASPECTOS TERRITORIAIS O turismo no espaço rural é relativamente recente e tem vindo a crescer. Este tipo de turismo distribui-se por cinco modalidades: Turismo de Habitação, Turismo Rural, Agroturismo, Casa de Campo e Turismo de Aldeia (apenas começaram a ser inquiridos em 2003, pelo que ainda não há dados). Dormidas em unidades de turismo no espaço rural (nº) 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0 97 98 99 00 01 02 2.26 Evolução do número de dormidas em unidades de turismo no espaço rural Estimativa de dormidas (nº) 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 Turismo de habitação 1997 Turismo rural 1998 1999 Agroturismo 2000 Casas de campo 2001 2002 2.27 Evolução do número de dormidas em unidades de turismo no espaço rural por modalidade 24 REA2002 > ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS REA2002 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 A ocorrência, nos últimos períodos estivais e em várias regiões do globo, nomeadamente na Europa, de fenómenos meteorológicos extremos, dando origem a cheias, ondas de calor, fogos florestais e problemas relacionados com a saúde pública, tem produzido crescente sensibilização na opinião pública para a necessidade de se procurar combater o desafio das alterações climáticas. Muito particularmente após a publicação do 3º relatório de síntese dos trabalhos desenvolvidos pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) - entidade que congrega mais de 2.500 especialistas em todo o mundo -, têm vindo a ser reforçadas, em escala generalizada, as preocupações sobre os impactes associados a este fenómeno e adiantadas propostas tendentes a assegurar as respectivas mitigações, bem assim como a necessidade de garantir a aplicação de medidas de adaptação em áreas territoriais vulneráveis. Temperatura (°C) Precipitação (mm) 2 800 1,5 600 1 400 0,5 200 0 0 -0,5 -200 -1 -400 -1,5 32 35 38 41 44 47 50 53 56 59 62 65 68 71 74 77 80 83 86 89 92 95 98 01 Desvio em relação à média 1961-1990 3.1 Valores médios anuais da Temperatura 32 35 38 41 44 47 50 53 56 59 62 65 68 71 74 77 80 83 86 89 92 95 98 01 Desvio em relação à média 1961-1990 3.2 Valores médios anuais da Precipitação O desafio é global e a resposta deve também ser global, considerando-se, por isso, que o Protocolo de Quioto da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) - ratificado por Portugal em 2002 -, é um primeiro passo para fazer face a esta realidade. Nesta tarefa a UE, e com ela Portugal, têm-se empenhado num diálogo e esforço comum construtivo, procurando englobar todos os agentes envolvidos e procurando ser este um modo de integrar a protecção do ambiente nas restantes políticas sectoriais em direcção a um desenvolvimento sustentável. Esse caminho foi reafirmado pelos países presentes na Cimeira Mundial de Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo, em Setembro de 2002. 27 > ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Anualmente cada Parte da UNFCCC inventaria e reporta ao Secretariado as suas emissões antropogénicas por fontes e remoções por sumidouros de todos os gases responsáveis pelo efeito de estufa (GEE), tendo em consideração seis gases: CO2 (dióxido de carbono), CH4 (metano), N2O (óxido nitroso) e os compostos halogenados (hidrofluorocarbonos - HFCs, perfluorocarbonos - PFCs e hexafluoreto de enxofre - SF6). Estas emissões são ponderadas e agregadas através do denominado Potencial de Aquecimento Global – PAG (Global Warming Potential - GWP), medido em unidades de CO2 equivalente. Emissões de GEE (kt de CO2 equivalente) 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 90 95 00 05 10 90 01 90 01 Emissão total de GEE N2O Emissões Fugitivas Negociações de Quioto 2008-2012 CH4 Outros Linear (Negociações de Quioto 2008-2012) CO2 Instalações Pequena Dimensão Transportes Indústria Energia e Activ. de Transf. Resíduos Agricultura Uso de Solventes Processos Industriais 3.3 Emissões agregadas de GEE e compromissos para o período 2008-2012; desagregação por poluente e por sector de actividade Índice (1990 = 100) 140 135 130 125 120 115 110 105 100 95 90 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 10 Emissões de GEE Meta de Quioto 2008-2012 Linear (Meta de Quioto 2008-2012) 3.4 Evolução das emissões de GEE entre 1990 e 2001 e comparação definida no âmbito do Protocolo de Quioto 28 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 N2O 10% Tal como previsto no acordo de repartição diferenciada das responsabilidades assumidas por Portugal no âmbito da UE tendo em vista o cumprimento dos objectivos fixados pelo Protocolo de Quioto (acordo de "burden-sharing"), no nosso país tem-se verificado um aumento progressivo de GEE no período que se iniciou em 1990, reflectindo a evolução da economia e dos padrões de desenvolvimento social. Considerando apenas os principais gases contribuintes para as emissões de GEE (CO2, o CH4 e o N2O) e analisado o efeito de sumidouro atribuído à floresta, os indicadores que se apresentam – relativos ao inventário de 2001 – permitem verificar um aumento das emissões de GEE que se situa a níveis superiores ao limite negociado em Quioto: +36% em 2001 em relação aos valores de referência (1990), quando o negociado para o período 2008-2012 é de +27%. Apesar de alguma estabilização em 1999 e 2000, em 2001 foi verificada uma ligeira subida face ao ano anterior, não existindo uma explicação simples para esse facto, dada a multiplicidade das fontes contribuintes para o inventário realizado. O cenário macroeconómico a partir de 1999 terá certamente influenciado os níveis de emissões. CH4 13% CO2 77% 3.5 Emissões de GEE em 2001, repartidas pelos principais poluentes Emissões de GEE em 2001 (%) 100 90 80 Dos + 9% excedidos em 2001 por Portugal relativamente à percentagem negociada para 2008-2012 no "burden-sharing", há que referir que esse valor correspondeu a um aumento, entre 1990 e 2001, de 48% para o CO2, 7% para o CH4 e 8% para o N2O. Se analisarmos a origem destas emissões, verificamos que, num cenário global de crescimento da economia, e em particular do consumo energético em Portugal, foram os sectores dos transportes e da produção de energia os principais responsáveis por estes aumentos, cujas emissões cresceram, neste período de tempo, 81% e 36% respectivamente. 70 Resíduos 60 Agricultura 50 Uso de Solventes 40 Processos Industriais 30 20 Energia 10 0 CO2 CH4 N2 O 3.6 Emissões de GEE em 2001, repartidas por sector de actividade Ambos os sectores, mas particularmente o dos transportes (v. capítulo sobre transportes deste relatório), deverão ser alvo de medidas prioritárias que permitam obter resultados eficientes em termos de redução das emissões de GEE. Energia e Activ. de Transf. 26,3% Resíduos 6,3% Agricultura 14,0% Uso de Solventes 0,3% Processos Industriais 6,6% Indústria 13,7% Energia 70,1% Transportes 23,5% Instalações Peq. Dimensão 8,6% Outros 0,0% Emissões Fugitivas 0,7% 3.7 Emissões de GEE em 2001, repartidas pelos principais poluentes e por sector de actividade 29 > ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Luxemburgo N 2O CO2 Alemanha Poluentes CH4 Reino Unido Suécia UE Total França Dinamarca Agricultura Holanda Finlândia Energia e Activ. de Transf. Bélgica Indústria Resíduos Sectores Uso de Solventes Processos Industriais Itália Áustria Instalações Peq. Dimensão Grécia Transportes Irlanda Emissões Fugitivas Espanha Portugal -25 0 25 75 50 100 -60 125 -40 -20 3.8 Variação das emissões de GEE entre 1990 e 2001, por poluente e por sector de actividade 0 20 40 60 Variação das emissões de GEE (% de 2001 em relação a 1990) Variação das emissões de GEE 1990-2001 (% em relação a 1990) 3.9 Variação das emissões de GEE entre 1990 e 2001 em Portugal e nos vários países da UE A intensidade energética e a intensidade carbónica das actividades económicas - expressas em consumo de energia e emissões de GEE por unidade de PIB -, têm evoluído de modo diferente, como se pode observar nos indicadores respectivos da década em análise, constatando-se um abrandamento de ambas desde 1999, o que poderá traduzir uma ligeira melhoria da eficiência energética da economia portuguesa. Relacionado com esta análise há que referir que, desde 1999, diminui a produção de energia eléctrica em centrais termoeléctricas, tendo nessa data entrado em funcionamento a primeira central termoeléctrica de ciclo combinado a gás natural e começou também a registar-se um maior recurso à cogeração para a produção de energia, tecnologia que permite aumentar o rendimento das centrais. A este facto acrescem razões de melhoria de eficiência tecnológica e energética de alguns processos industriais, a melhoria da qualidade dos combustíveis e a introdução gradual e generalizada do gás natural, associados igualmente ao ciclo macroeconómico. Índice (1990 = 100) Índice (1990 = 100) 110 150 Consumo de energia primária 140 105 Consumo de energia primária por unidade de PIB Emissões de GEE por unidade de PIB 100 95 PIB a preços constantes 1995 Emissões de GEE (CO equivalente) 2 130 120 110 100 90 90 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 3.10 Intensidade energética e carbónica da economia portuguesa 30 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 3.11 Evolução relativa das emissões agregadas de GEE com o PIB e o consumo de energia primária >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Apesar do aumento líquido das emissões de GEE em Portugal, a capitação de CO2 no nosso País é ainda uma das mais baixas da União Europeia, o que em parte é explicado por padrões mais reduzidos de consumo de energia, nomeadamente em aquecimento nos edifícios. Quanto à intensidade carbónica do PIB, e apesar de haver uma melhoria, em termos absolutos, em 2000 e 2001 comparativamente a anos anteriores, Portugal (Estado Membro da UE com um baixo PIB per capita) é ainda um dos países cuja produção de riqueza está associado a elevadas emissões de GEE. Suécia Portugal França Itália Espanha Áustria UE 15 - média Reino Unido Alemanha Grécia Dinamarca Para fazer face a toda esta situação, Portugal adoptou a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas em 2001, que contém os princípios e objectivos que irão orientar as políticas a adoptar no âmbito da problemática das alterações climáticas e que levem ao cumprimento dos compromissos assumidos. Esta Estratégia reconhece a necessidade de implementar medidas adicionais, a serem adoptadas em todos os sectores de actividade, com particular incidência nos transportes, produção e consumo de energia, construção de edifícios, bem como o controlo das emissões da agricultura e florestas. Neste contexto Portugal tem vindo a desenvolver o Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), que mobiliza políticas, medidas e instrumentos que os mais diversos agentes económicos têm definido e disponibilizado para se alcançar a meta, exigente mas imperativa, de estabilizar os valores actuais das emissões nacionais de GEE até 2008-2012. O PNAC é o primeiro programa nacional desenvolvido com o objectivo específico de controlar e reduzir as emissões de GEE, de modo a respeitar os compromissos de Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto e da partilha de responsabilidades no seio da UE, bem como antecipar os impactes das alterações climáticas e propor as medidas de adaptação que visem reduzir os aspectos negativos desses impactes. Este programa deve constituir o instrumento privilegiado de combate às alterações climáticas e a primeira etapa dum longo processo, que envolve a sua regular revisão e adaptação às evoluções internacionais, comunitárias e nacionais. A implementação do PNAC é um dos objectivos da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) da quinta linha de orientação que aborda a política do ambiente numa perspectiva transversal e integrada. Holanda Luxemburgo Bélgica Finlândia Irlanda 0 5 10 15 20 Emissões de GEE per capita em 2001 (t CO2 equivalente por habitante) 3.12 Comparação entre Portugal e a União Europeia das capitações de GEE Suécia Luxemburgo França Áustria Dinamarca Itália Finlândia UE 15 - média Alemanha Reino Unido Holanda Bélgica Irlanda Portugal Grécia Espanha 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 Emissões de GEE per capita em 2001 (t CO2 equivalente por habitante) 3.13 Comparação entre Portugal e a União Europeia da ecoeficiência da economia 31 > ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Em termos concretos, o PNAC deve cumprir os seguintes objectivos: i) quantificar o esforço de redução para cumprimento dos compromissos assumidos; ii) identificar as responsabilidades sectoriais em termos de emissões de GEE; iii) apresentar o conjunto de PeM (Políticas e Medidas) (inter)sectoriais para controlo e redução de GEE, e respectivos instrumentos, no curto, médio e longo prazo, explicitando a sua eficácia ambiental, o esforço orçamental necessário para a sua implementação e, sempre que possível, os seus impactos micro e macro-económicos; iv) evidenciar os princípios e condições de política que promovam a sua implementação; v) identificar a participação do país nos mecanismos de flexibilidade preconizados no Protocolo de Quioto; vi) definir o seu sistema de monitorização e revisão. O PNAC foi iniciado em 2001, ano em que se produziu uma versão preliminar do Programa. Em 2002, foi feita uma revisão generalizada dos elementos que enformavam o cenário de referência permitindo, em consonância com a metodologia e os critérios definidos pela UNFCCC para os inventários nacionais, um ajustamento aos valores em causa. Foram também introduzidos dois cenários – alto e baixo – para efeitos de projecções referentes aos anos de período 2010 e 2020, delimitando de uma forma mais consistente as estimativas de valores que se obteriam no mesmo cenário de referência, na ausência de políticas e medidas adicionais. Dessa análise resulta que, em 2010, no cenário alto se alcançará uma emissão global de 96 mil toneladas de CO2 e no cenário baixo de 92,3 mil toneladas, contra um valor admissível (leia-se de acordo com Quioto) de 76,9 mil toneladas. Ou seja, estamos perante um esforço de redução de entre 14,9 e 19,1 mil toneladas de CO2 até 2010. Uma segunda tarefa desenvolvida em 2002 consistiu na quantificação das medidas constantes do PNAC, naquilo a que este plano designa por "situação de referência" e "medidas adicionais". A primeira diz respeito a medidas já aprovadas e em execução, como por exemplo novas linhas e estações de metro em Lisboa e Porto e o Programa de Eficiência Energética. A aplicação dessas medidas, porém, não garante o cumprimento de Quioto. Em 2003 os trabalhos irão prosseguir com base na preparação e consequente aprovação sectorial dos conjunto de políticas e medidas adicionais destinadas a cumprir Quioto e incluem: autoridades metropolitanas de transportes, novos investimentos em ferrovia e metropolitano, uma taxa sobre a emissão de carbono, o comércio europeu de emissões e o recurso aos instrumentos de mercado previstos no Protocolo de Quioto. O PNAC deverá centrar-se na internalização dos custos das emissões de GEE por toda a economia portuguesa, num horizonte de médio e longo prazo. Desenvolver-se-ão, paralelamente, os trabalhos de aplicação da Directiva europeia sobre comércio de emissões, sendo que da sua aplicação às empresas participantes resultarão ganhos de eficácia face à medidas e políticas adicionais. Estes trabalhos serão objecto de elaboração do PNALE, como atrás se referenciou. Com a aprovação da directiva comunitária sobre Comércio de Emissões, a ser aplicada no espaço europeu após 1 de Janeiro de 2005, será igualmente concebido o Plano Nacional sobre Atribuição de Licenças de Emissão (PNALE), que permitirá aos sectores industrial e de oferta de energia uma melhor eficácia económica na consecução dos objectivos do PNAC. 32 REA2002 > QUALIDADE DO AR REA2002 QUALIDADE DO AR >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR O Índice da Qualidade do Ar (IQar) é disponibilizado diariamente no portal Instituto Ambiente (http://www.qualar.org) com base em informação recolhida pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Este Índice abrange poluentes como o dióxido de azoto (NO2), o dióxido de enxofre (SO2) e o ozono (O3) – valores médios horários-, o monóxido de carbono (CO) – valores médios de 8 horas consecutivas – e partículas inaláveis (PM10) – médias diárias. No ano de 2002 foi revista a forma, o conteúdo e o método do seu cálculo. O IQar de uma determinada área varia entre "Muito Bom" e "Mau", de acordo com a média aritmética dos valores daqueles poluentes, medidos nas estações de monitorização da rede nacional que se incluem nessa área. Os valores assim determinados são comparados com as classes de concentrações associadas a uma escala de cores, tomando-se, para efeitos do IQar, o valor correspondente ao poluente que se apresenta como o mais desfavorável. Poluente em causa CO NO2 O3 Classificação Min Máx Min Máx Min Máx Mau 16.000 Fraco Médio Bom Muito Bom — 400 — 360 14.000 15.999 290 399 7.000 13.999 140 289 5.000 6.999 100 0 4.999 0 PM 10 SO2 Min Máx Min Máx — 125 — 500 — 180 359 70 124 470 499 120 179 30 69 210 469 139 60 119 20 29 140 209 99 0 59 0 19 0 139 Classes de concentração de cada poluente (µg/m3) associadas ao IQar Alentejo Litoral Para o cálculo do índice IQar de uma determinada zona terão de ser respeitados os seguintes requisitos mínimos: • todos os poluentes terão de ser medidos em pelo menos uma estação localizada na área; • cada poluente deverá ter pelo menos 75% de dados válidos relativos a um dado dia. Com base nos índices diários efectuou-se uma análise dos dados referentes ao ano 2002 para as zonas e aglomerações cujas medições de qualidade do ar respeitaram os requisitos mínimos. ZI Estarreja Faro/Olhão Setúbal AML Sul AML Norte Coimbra Porto Litoral O IQar calculado para as aglomerações de maior dimensão e para zonas com grandes indústrias permitiu dar a conhecer a qualidade do ar em praticamente todos os dias do ano de 2002. 0 50 100 150 200 250 300 350 Distribuição do IQAR no ano 2002 (nº de dias) M. Bom Bom Médio Fraco Mau 4.1 Índice de Qualidade do Ar – IQAr em 2002 35 > QUALIDADE DO AR A reformulação das redes de medição de qualidade do ar com instalação de novas estações (em curso), de acordo com os critérios definidos no "Plano de Acção para a Qualidade do Ar" (IA, 2000), irá permitir que, num futuro próximo, todas as zonas disponham do índice IQar. Com o objectivo de proteger a saúde humana, para além da aplicação do IQar a legislação contempla igualmente a necessidade de se cumprirem determinados valores-limite anuais da concentração de poluentes ao nível do solo. A análise da sua evolução nos últimos anos e verificação do cumprimento dos valores limite é exemplificada para o NO2 e para as partículas (PM10) com base nos registos automáticos de estações de medida. Seleccionaram-se várias estações, e para as partículas escolheram-se estações de tráfego e de fundo localizadas nos centros urbanos de Lisboa e do Porto. A consistência da evolução positiva em 2002 deverá ser validada com a monitorização que se venha a fazer nos próximos anos. NO2 (µg/m3) 100 80 60 Valor limite + MT (DL 111/2002) Lisboa-Entrecampos (Tráfego) 40 Maia-Vermoim (Tráfego) Barreiro/Seixal-Escavadeira (Industrial) Lisboa-Olivais (Fundo) Maia-VN Telha (Fundo) Porto-Fac. Engenharia (Tráfego) 20 Sines-Monte Velho (Rural) 0 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 4.2 Média aritmética anual de dióxido de azoto e comparação com os valores limite para protecção da saúde humana Partículas PM10 (µg/m3) 80 70 60 50 Lisboa-Entrecampos (Tráfego) Valor limite + MT (DL 111/2002) Maia-Vermoim (Tráfego) 40 Maia-VN Telha (Fundo) Lisboa-Olivais (Fundo) 30 20 10 0 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 4.3 Média aritmética anual de partículas e comparação com os valores limite para protecção da saúde humana 36 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Relativamente às concentrações de ozono troposférico, apresenta-se o número de dias em que se registaram ultrapassagens ao limiar de informação ao público (180 µg/m3) no período 1995-2002. Nesse mesmo período, não se registou qualquer ultrapassagem ao limiar de alerta de 360 µg/m3. Ultrapassagem do limiar de informação ao público – 180 µg/m3 (Nº dias) Há que referir a grande dependência deste indicador das condições climáticas do período estival, nomeadamente a persistência de valores elevados de temperaturas máximas diárias e de condições de elevada estabilidade atmosférica. Por esta razão os valores registados têm um carácter indicativo. 15 30 25 20 10 5 0 95 96 97 98 99 00 01 02 4.4 Número de dias em que se registaram ultrapassagens ao limiar de informação ao público ACIDIFICAÇÃO, EUTROFIZAÇÃO E PERCURSORES DO OZONO TROPOSFÉRICO A poluição atmosférica por substâncias que, transportadas a distâncias que podem chegar a ser consideráveis, ultrapassam as fronteiras dos Estados, pode ser responsável por fenómenos de acidificação e eutrofização, assim como pela formação de ozono troposférico. A verificação destes fenómenos induziu a necessidade da celebrar acordos de carácter internacional tendo em vista garantir a sua limitação a valores aceitáveis. Apesar de Portugal não contribuir de forma significativa em termos de emissões de substâncias acidificantes e eutrofizantes a nível europeu, comprometeu-se a cumprir, em 2010, os limites estabelecidos no Protocolo de Gotemburgo da Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça a Longa Distância (CLRTAP), da Comissão Económica para a Europa da Organização das Nações Unidas, e na Directiva Comunitária dos Tectos Nacionais (NECD). 37 > QUALIDADE DO AR EMISSÕES DE SUBSTÂNCIAS ACIDIFICANTES E EUTROFIZANTES Os principais indicadores que são utilizados para reflectir a evolução das emissões poluentes para a atmosfera responsáveis pelos fenómenos de acidificação e eutrofização – que podem afectar os usos do solo e condicionar o desenvolvimento de determinadas espécies de plantas e animais -, são as emissões de dióxido de enxofre (SO2), de óxidos de azoto (NOx) e de amoníaco (NH3). No seu conjunto e agrupando ainda os compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM) estes poluentes estão sujeitos a objectivos de limitação de emissões pela Directiva Comunitária dos tectos nacionais de emissão, que fixa metas nacionais para 2010, com base nos valores de referência de 1990. São agregados no indicador "Equivalente Acido", após afectação de cada poluente específico por determinados factores de ponderação. Os sectores da indústria, agricultura, transportes e da produção de energia são os que mais contribuem para a emissão destes gases. Emissões de substâncias acidificantes e eutrofizantes (kt de equivalente ácido) 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 90 01 90 01 Acidificação – equivalente ácido total NH3 Outros Metas do Protocolo Gotemburgo (CLRTAP) para 2010 NOx Emissões fugitivas Metas da Directiva UE (NECD) para 2010 SO2 Resíduos Agricultura Transportes Indústria Energia 4.5 Emissões agregadas de poluentes acidificantes e eutrofizantes, e metas a alcançar em 2010 Emissões fugitivas 3% NH3 26% SO2 39% Resíduos 2% Outros 6% Energia 33% Agricultura 20% NOx 35% 4.6 Contribuição, por poluente, para as substâncias acidificantes e eutrofizantes (2001) 38 Transportes 21% Indústria 15% 4.7 Contribuição, por sector, para as substâncias acidificantes e eutrofizantes (2001) >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 As emissões destes poluentes acidificantes e eutrofizantes registaram, de 1990 a 2001, um aumento de 12%. Fazendo a análise poluente a poluente, o maior aumento verifica-se no NOx (devido ao crescimento do sector dos transportes), enquanto que no SO2 se verificam oscilações, com tendência persistente à redução (devido à introdução do gás natural e à manutenção dos níveis de produção) e no NH3 os valores têm estabilizado. No cômputo global, há tendência de estabilização / redução da emissão destas substâncias no último ano de que se dispõe de dados consolidados, contrariando a tendência de agravamento que se vinha detectando, em particular no quadriénio 1996-1999. Índice (1990 = 100) 150 Consumo de energia primária Emissões de NOx 140 PIB a preços constantes 1995 130 120 Emissões de substâncias acidificantes 110 Emissões de SO2 100 Emissões de NH3 90 80 91 90 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 4.8 Evolução das substâncias acidificantes e eutrofizantes, do PIB e do consumo de combustíveis fósseis Emissões de NH3 (kt) Emissões de NOx (kt) 120 450 400 100 350 300 80 250 60 200 150 40 100 20 50 0 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 Metas do Protocolo Gotemburgo (CLRTAP) para 2010 Metas do Protocolo Gotemburgo (CLRTAP) para 2010 Metas da Directiva UE (NECD) para 2010 Metas da Directiva UE (NECD) para 2010 4.9 Variação das emissões de NH3 e metas a alcançar em 2010 00 01 4.10 Variação das emissões de NOx e metas a alcançar em 2010 39 > QUALIDADE DO AR Analisando os dados dos inventários nacionais de emissões e da evolução do Equivalente Ácido, conclui-se que em Portugal continua a verificar-se ausência de sinais de convergência em termos de valores das emissões poluentes face aos valores que corresponderiam a uma intensidade constante do esforço da redução ao longo do período 1990-2010, tomando como meta os compromissos assumidos em termos da Directiva NEC, do Protocolo de Gotemburgo, do Programa para os Tectos de Emissão Nacional (PTEN) e do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC). Emissões de SO2 (kt) 400 350 300 250 200 150 100 50 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 Metas do Protocolo Gotemburgo (CLRTAP) para 2010 Metas da Directiva UE (NECD) para 2010 NH3 SO2 NOx Poluentes 4.11 Variação das emissões de SO2 e metas a alcançar em 2010 Resíduos Agricultura Indústria Sectores Energia Outros* Transportes Emissões Fugitivas -25 0 25 50 75 100 125 150 Variação do Equivalente Ácido 1990-2001 (% em relação a 1990) * Outros = combustível não industrial 4.12 Variação do equivalente ácido entre 1990 e 2001 por poluente e por sector de actividade 40 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 EMISSÕES DE SUBSTÂNCIAS PERCURSORAS DE OZONO TROPOSFÉRICO No que se refere ao ozono troposférico, poluente que resulta de um conjunto de reacções fotoquímicas complexas que envolvem emissões de gases poluentes como os óxidos de azoto (NOx), os compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM), o monóxido de carbono (CO) e o metano (CH4), a sua evolução e tendência é determinada por via de um indicador específico, o "Potencial de Formação do Ozono Troposférico" (TOFP). O TOFP permite a agregação de diversas emissões dos referidos gases, após afectação de cada um deles por um factor de ponderação específico. É medido em massa de COVNM equivalente. A principal fonte de emissão de gases percursores do ozono troposférico é o sector dos transportes, seguido do sector industrial. Os poluentes com maior peso são o NOx e COVNM. Nos últimos anos a emissão de substâncias precursoras do ozono troposférico apresentou um aumento de cerca de 27%, havendo uma evolução diferenciada quando se analisam separadamente os três gases considerados. Assim os COVNM e o CH4 têm estabilizado e o CO tem reduzido. No último ano acerca do qual se dispõe de informação consistente apresenta-se uma tendência de estabilização / redução destas emissões, apesar de ainda estar acima do valor limite que é proposto atingir em 2010 pelas metas europeias, neste caso a já referida Directiva comunitária sobre os tectos de emissões nacionais. Emissões de substâncias precursoras do ozono troposférico, TOFP (kt de COVNM equivalente) 1.200 1.000 800 600 400 200 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 90 01 90 01 Precursores do Ozono – TOFP CH4 Outros Metas do Protocolo Gotemburgo (CLRTAP) para 2010 CO Emissões fugitivas Metas da Directiva UE (NECD) para 2010 COVNM Resíduos NOx Agricultura Transportes Indústria Energia 4.13 Emissões agregadas de substâncias precursoras do ozono troposférico e metas a alcançar em 2010 CO 11% CH4 1% Emissões fugitivas 6% Outros 11% Energia 9% Resíduos 1% NOx Agricultura 4% Indústria 27% 44% COVNM 44% 4.14 Contribuição, por poluente, para as substâncias precursoras do ozono troposférico Transportes 42% 4.15 Contribuição, por sector, para as substâncias precursoras do ozono troposférico 41 > QUALIDADE DO AR Índice (1990 = 100) 150 Consumo de energia primária 140 Emissões de NOx PIB a preços constantes 1995 130 Emissões subst. prec. ozono Emissões de COVNM 120 110 Emissões de CH4 100 Emissões de CO 90 80 91 90 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 4.16 Evolução relativa das substâncias precursoras do ozono troposférico com o PIB e com o consumo de combustíveis fósseis Emissões de COVNM (kt) 600 500 400 300 200 100 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 Metas do Protocolo Gotemburgo (CLRTAP) para 2010 Metas da Directiva UE (NECD) para 2010 4.17 Variação das emissões de COVNM e metas a alcançar em 2010 Emissões de CO (kt) Emissões de CH4 (kt) 1.300 8 1.250 7 1.200 6 1.150 5 1.100 4 1.050 3 1.000 2 1 950 90 91 92 93 4.18 Variação das emissões de CO 42 94 95 96 97 98 99 00 01 90 91 92 93 94 4.19 Variação das emissões de CH4 95 96 97 98 99 00 01 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 COVNM Poluentes CO CH4 NOx Agricultura Outros Energia Emissões fugitivas Sectores Os resultados obtidos no inventário nacional de emissões e o indicador TOFP evidenciam que as emissões actuais em Portugal são superiores aos limites estabelecidos para 2010, sendo necessário tomar medidas apropriadas nos diversos sectores tendo como objectivo as metas estabelecidas. Resíduos Indústria Transportes -25 0 25 50 75 100 125 150 Variação do TOFP 1990-2001 (% em relação a 1990) 4.20 Variação das emissões de substâncias precursoras de ozono troposférico entre 1990 e 2001 por poluente e por sector 43 REA2002 > ÁGUA REA2002 ÁGUA >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 A água é um recurso natural renovável indispensável à manutenção das actividades humanas e constitui um factor de desenvolvimento quando está disponível em quantidade e qualidade adequada. A disponibilização de informação relativa à sua quantidade e à avaliação da sua qualidade é, portanto, indispensável aos processos de tomada de decisão. Muitos dos indicadores seleccionados para a análise da evolução verificada traduzem a percentagem de cobertura da população do país com sistemas de abastecimento de água, sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais (ETAR); outros procuram avaliar a qualidade da água para as diferentes utilizações. Àqueles indicadores, e numa óptica de análise da qualidade do recurso água em situações de compatibilidade com outros usos da água - como é o caso da sua utilização na agricultura ou para fins recreativos -, são adicionados indicadores que, especificamente, se referem a essas preocupações. Em 2001 cerca de 90% da população portuguesa era abastecida com água ao domicílio. Os dados disponibilizados pelo INE permitem concluir que 47% da água abastecida é da responsabilidade das Câmaras Municipais e SMAS, sendo a maior parte (53%) fornecida por outras Entidades Gestoras. Da água captada pelas Câmaras Municipais e SMAS prevalece, na maioria das Regiões, a origem subterrânea, sendo a única excepção a Região Norte. Caudal captado para abastecimento (103 m3) Caudal captado pelas CM em 2001 (103 m3) 1.200.000 140.000 120.000 1.000.000 100.000 800.000 80.000 600.000 Caudal captado por outras entidades gestoras 400.000 Caudal captado pelas CM 200.000 60.000 Superficial 40.000 Subterrâneo 20.000 0 0 91 93 98 99 00 01 Norte Centro LVT Alentejo Algarve Açores Madeira NUTS II 5.1 Caudal captado para abastecimento público 5.2 Caudal captado para abastecimento público pelas Câmaras Municipais e SMAS, por NUTS II, em 2001 47 > ÁGUA Relativamente ao abastecimento domiciliário de água em Portugal, a meta do 3º Quadro Comunitário de Apoio (QCA 2002-2006) é de 95%, valor que, de acordo com a análise dos últimos dados disponíveis (INE, 2003), ainda não foi atingida a nível global do País. As Regiões Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Açores e Madeira já a alcançaram, mas a Região Norte (78,8%), seguida das Regiões do Algarve (90,7%) e do Alentejo (92,4%) estão ainda aquém desse objectivo. Há que realçar a existência de um número crescente de distribuidores de água e de população servida, associado a um melhor conhecimento da realidade nacional que, nos últimos anos, tem sido acompanhado por uma redução do resultado de análises que excedem as normas estabelecidas na legislação aplicável. População (% da população residente) População (% da população residente) 100 100 Meta QCA III (2000-2006) 95 90 90,4 89,7 88,6 87,5 90 80 85 70 80 60 75 50 70 40 65 30 60 20 55 10 50 98 99 00 0 01 Norte Centro Lisboa e Alentejo Vale do Tejo 5.3 População residente com abastecimento de água ao domicílio Distribuidores (nº) 10.000.000 50 275 9.000.000 45 8.000.000 40 225 7.000.000 35 175 6.000.000 30 150 5.000.000 25 125 4.000.000 20 100 3.000.000 15 2.000.000 10 1.000.000 5 0 0 75 50 25 0 94 95 96 Distribuidores 97 98 99 00 01 População servida 5.5 Número de distribuidores e população servida 48 Análises em falta (% do nº de análises regulamentares) 300 200 Açores Madeira 2001 5.4 População residente com abastecimento de água no domicílio, por NUTS II População servida (nº habitantes) 250 Algarve 2000 1999 1998 Análises em violação (% do nº de análises realizadas) 7 6 5 4 3 2 1 0 94 95 96 Análises em falta 97 98 99 00 01 Análises em violação 5.6 Conhecimento da qualidade da água distribuída e violações às normas de qualidade da água para consumo humano >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 A análise dos valores dos volumes anuais médios dos consumos de água disponibilizados pelo Plano Nacional da Água (INAG, 2001) relativos ao ano 1999 permite concluir que o consumo do sector agrícola representa cerca de 75% do consumo total nacional de água, o sector energético consome cerca de 14%, o abastecimento às populações não chega aos 7%, a indústria mobiliza cerca de 4% do consumo médio nacional e o sector do turismo não tem expressão percentual significativa. Turismo 0,4% Residencial 6,7% Indústria 4,4% Energia 14,0% Agricultura 74,4% 5.7 Distribuição sectorial dos consumos médios anuais Volumes produzidos (106 m3) 600 500 400 Industrial 300 A nível nacional tem-se verificado um acréscimo gradual da produção de águas residuais, consistente com o aumento das taxas de cobertura com redes de drenagem e respectivo tratamento. Em 2001 cerca de 71% da população portuguesa era servida por sistemas de drenagem de águas residuais; as Regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve são as que apresentam coberturas mais elevadas. Residencial e serviços 200 100 0 95 96 97 98 00 01 5.8 Produção de águas residuais por tipo de utilização População (% da população residente) População (% da população residente) 100 100 90 90 80 80 70 99 65,7 67,1 69,2 71,1 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 98 99 00 01 Norte Centro Lisboa e Alentejo Vale do Tejo 1998 5.9 População residente com sistemas de drenagem de águas residuais 1999 Algarve 2000 Açores Madeira 2001 5.10 População residente com sistemas de drenagem de águas residuais, por NUTS II 49 > ÁGUA No que diz respeito à população servida com tratamento adequado das águas residuais produzidas (nomeadamente em estações de tratamento de águas residuais, ETAR), embora se confirme, no último ano para o qual se dispõe de dados consolidados, a tendência positiva dos últimos anos, cabe assinalar não se ter atingido a meta estabelecida pelo 3º QCA de 90% de população servida. As Regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve são aquelas que mais beneficiam da ligação a esses sistemas, ficando longe da meta do 3º QCA as regiões do Centro e Norte, bem como as regiões autónomas. População (% da população residente) 100 Meta QCA III 90 80 70 60 50 45,5 49,9 54,9 99 00 01 40,1 40 30 20 10 Das águas residuais produzidas, os dados publicados pelo INE apontam para o valor de 76% do total serem objecto de tratamento específico, maioritariamente tratamento secundário. 0 98 5.11 População residente com sistemas de tratamento de águas residuais População (% da população residente) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Norte Centro Lisboa e Alentejo Vale do Tejo 1998 1999 Algarve 2000 Açores Madeira 2001 5.12 População residente com sistemas de tratamento de águas residuais, por NUTS II Preliminar 4% Não tratado 24% Terciário 17% Primário 8% Secundário 47% 5.13 Tipo de tratamento de águas residuais em 2001 50 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Quanto à concentração em nutrientes (fósforo total e nitratos) nas águas fluviais, resultantes não só de descargas de águas residuais (sobretudo urbanas) não tratadas, como da drenagem de terrenos agrícolas (de certo modo uma medida da evolução do efeito da aplicação de boas práticas agrícolas), verificou-se que, nos rios portugueses, a concentração de fósforo subiu ligeiramente no último ano analisado (2002), enquanto que a concentração de nitratos continuou a baixar. Nitratos (mg/l) Fósforo total (mg/l) 6 0,20 0,18 5 0,16 Mediana 4 0,14 3 0,10 0,12 Mediana 0,08 2 0,06 0,04 1 0,02 0 0,00 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 02 01 91 5.14 Concentração de Nitratos em rios portugueses 92 93 94 95 96 97 98 99 00 02 01 5.15 Concentração de Fósforo Total em rios portugueses No que diz respeito à qualidade das águas balneares, os indicadores utilizados mostram que tem havido uma evolução positiva - mais notória nas águas interiores -, reflectindo o esforço feito no sentido de garantir o cumprimento dos requisitos da legislação nacional e comunitária, e que essa evolução se acentuou em 2002. Esta melhoria deveu-se fundamentalmente a uma melhoria no controlo das fontes de poluição existentes nas áreas de drenagem, mas também ao tratamento sucessivamente mais vasto em capacidade e em objectivos de qualidade das águas residuais. Conformidade com o VMA (% do nº total de praias) Conformidade com o VMA (% do nº total de praias) 100 100 90 90 80 80 70 70 60 60 50 Não conforme 40 Conforme 50 Não conforme 40 Conforme 30 30 20 20 10 10 0 0 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 5.16 Evolução da conformidade das águas balneares interiores 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 5.17 Evolução da conformidade das águas balneares costeiras 51 > ÁGUA A Bandeira Azul é um galardão que traduz o respeito por critérios relativos a qualidade da água, informação e educação ambiental, gestão ambiental e equipamentos disponibilizados ao utente. Por esta razão o número de Bandeiras Azuis atribuídas a praias portuguesas, marítimas e fluviais, é também um indicador da qualidade do meio hídrico. Em 2002 verificou-se o acentuar da tendência de anos anteriores, podendo interpretar-se como um reflexo dos fortes investimentos que se têm vindo a fazer no domínio do saneamento básico e na resolução dos problemas inerentes aos recursos hídricos. Em 2003, foram 169 as praias de águas costeiras que receberam este galardão europeu de qualidade ambiental. Bandeiras Azuis (nº) 180 160 Madeira 140 Açores 120 Algarve 100 Alentejo 80 LVT 60 Centro 40 Norte 20 0 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 5.18 Bandeiras Azuis atribuídas a praias costeiras por NUTS II 52 REA2002 > RESÍDUOS REA2002 RESÍDUOS >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 A análise da evolução em matéria de gestão de resíduos pode ser traduzida por alguns indicadores, nomeadamente pela produção de resíduos sólidos urbanos, de resíduos industriais e de resíduos hospitalares, assim como pela valorização e eliminação de resíduos. No que respeita aos resíduos sólidos urbanos (RSU), tendo já sido aprovadas algumas directivas e metas específicas a nível da UE no sentido de incentivar a diminuição da sua produção, têm sido detectadas dificuldades genéricas na sua implementação. Uma das principais causas dessa insuficiência é o aumento dos consumos domésticos que, para além do aumento dos RSU produzidos, se reflecte também noutras áreas, tais como uma maior quantidade de águas residuais a tratar, um maior consumo de energia, etc. Os valores registados podem considerar-se "em linha" com a meta para 2005 do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU). Produção de RSU (milhões de t) Capitação de RSU (g/hab/dia) 1.400 5,0 4,5 1.200 4,0 3,5 1.000 3,0 800 2,5 2,0 600 1,5 400 1,0 200 0,5 0 0,0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 Produção de RSU 99 00 02 01 03 04 05 Capitação diária de RSU Linear (Metas PERSU para produção de RSU) 6.1 Produção e Capitação de RSU em Portugal Continental Apesar disso, Portugal mantém uma das mais baixas produções de RSU por habitante da União Europeia, ainda inferior à média comunitária. Suécia Grécia Portugal Finlândia Itália França Alemanha Bélgica Reino Unido Áustria Holanda Irlanda Luxemburgo Dinamarca Espanha Média UE 15 0 200 400 600 800 Produção de RSU per capita (kg/hab) em 2000 6.2 Produção de RSU per capita na EU 15 55 > RESÍDUOS Em termos regionais constata-se que as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte são aquelas onde se verificou a maior produção de RSU, facto directamente proporcional à maior densidade populacional aí registada. Produção de RSU (ton) 5.000.000 4.000.000 Açores 3.000.000 Madeira DRA Alentejo 2.000.000 DRA Algarve 1.000.000 DRA Norte DRA Centro DRA LVT 0 99 00 01 02 6.3 Produção de RSU por DRA Através da análise da composição física média dos RSU recolhidos, verifica-se que a fracção biodegradável, i.e. matéria orgânica e papel/cartão, corresponde a 60% do total. Este valor indicia a necessidade de dar prioridade à reciclagem, valorização orgânica (compostagem e digestão anaeróbia) e incineração com recuperação de energia, em detrimento da deposição em aterro. Da mesma forma, existem outras fracções, como o plástico, vidro, metal e madeira que poderão também ser encaminhadas para reciclagem. Madeira 0,3% Metal 2,4% Outros 5,7% Finos 11,9% Matéria orgânica 35,9% Têxteis 3,4% Vidro 5,6% Plástico 11,1% Papel / Cartão 23,7% 6.4 Caracterização dos RSU produzidos no continente em 2000 % No que diz respeito ao tratamento dos RSU, é de destacar que 2002 foi o primeiro ano em que não se verificou o recurso à sua deposição em lixeiras. Relativamente à compostagem, o encerramento de uma unidade (LIPOR) e a requalificação de outra (AMTRES), reflectiu-se na diminuição dos quantitativos de RSU submetidos a esta operação. No entanto, encontram-se em construção duas novas unidades de valorização orgânica (VALORSUL – Digestão Anaeróbia, e LIPOR – Compostagem) 100 80 60 Recolha Selectiva 40 Compostagem Incineração Aterro Sanitário Lixeira 20 0 94 O aumento de deposição de RSU em aterro resulta da situação descrita relativamente à compostagem, bem como ao encerramento de lixeiras. 56 95 96 97 98 99 00 01 02 Metas Metas PERSU PERSU 2000 2005 6.5 Tratamento e destino final de RSU em Portugal Continental >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 As fracções de RSU recolhidas selectivamente são submetidas a triagem e encaminhadas para Unidades de Reciclagem. Este encaminhamento é assegurado pela Sociedade Ponto Verde (SPV), através de cada uma das fileiras de material, que designam qual o Retomador que deverá proceder ao levantamento do material e entregá-lo numa Unidade de Reciclagem. As quantidades retomadas pela SPV têm vindo a aumentar anualmente, tendo-se atingido valores próximos das 200 toneladas em 2002. Quantidade retomada (t) 200.000 180.000 160.000 140.000 Madeira 120.000 Alumínio 100.000 Aço 80.000 Plástico 60.000 Papel e cartão 40.000 Vidro 20.000 0 99 00 01 02 6.6 Quantidades retomadas por material Taxa de reciclagem (%) As taxas de reciclagem, referenciadas pelos indicadores correspondentes aos resíduos de vidro e papel/cartão, obtidas junto das associações representativas dos sectores em questão (CELPA e AIVE), mostraram em 2002 uma tendência para a estabilização em valores da ordem dos 35 a 40%. 45 40 Vidro Papel/carvão 35 30 25 20 15 10 5 0 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 6.7 Taxas de reciclagem do papel/cartão e do vidro No que respeita à gestão de RSU, perspectivam-se alterações significativas para os próximos anos. Após a transposição da Directiva 1999/31/CE do Conselho, de 26 de Abril de 1999 (pelo Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de Maio), Portugal ficou obrigado a desenvolver uma estratégia que vise o cumprimento dos limites indicados na tabela abaixo, referentes à deposição de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB) em aterro e em relação aos quantitativos produzidos em 1995. Percentagem Admissível (%) Janeiro de 2006 Janeiro de 2009 Janeiro de 2016 75 50 35 Esta obrigatoriedade resulta da constatação de que a redução da quantidade dos RUB depositados em aterro tem reflexos positivos ao nível da composição e quantidade dos lixiviados aí produzidos, diminuindo a complexidade do seu tratamento, e também ao nível da quantidade do biogás produzido. Esta estratégia deverá contemplar a criação de mecanismos de recolha selectiva e triagem da fracção biodegradável dos RSU, privilegiando formas de tratamento alternativas para esses resíduos, nomeadamente os processos de reciclagem e de valorização orgânica, tais como a compostagem e a digestão anaeróbia, ou de incineração. 57 > RESÍDUOS No que respeita aos resíduos industriais, de acordo com o estudo de inventariação efectuado pelo Instituto dos Resíduos, o Instituto Nacional de Estatística e seis universidades portuguesas, concluiu-se que foram produzidas no território continental, no ano de 2001, cerca de 29 milhões de toneladas de resíduos industriais banais e cerca de 250 000 toneladas de resíduos industriais perigosos, ou seja, os resíduos industriais perigosos constituem cerca de 0,9% do total dos resíduos industriais produzidos. Resíduos Industriais (t) Resíduos Industriais Perigosos (t) 30.000.000 300.000 25.000.000 250.000 20.000.000 200.000 15.000.000 150.000 10.000.000 100.000 5.000.000 50.000 0 0 98 99 00 01 6.8 Produção, no continente, de Resíduos Industriais 97 98 99 00 01 6.9 Produção, no continente, de Resíduos Industriais Perigosos Resíduos Industiais (t) 10.000.000 Em termos regionais, é a zona de Lisboa e Vale do Tejo que apresenta maior produção de resíduos industriais perigosos, sendo a produção de resíduos industriais banais nesta zona praticamente equivalente à verificada na zona Norte. 1.000.000 100.000 Banais 10.000 Perigosos 1.000 100 10 1 Norte Centro LVT Alentejo Algarve 6.10 Produção regional de Resíduos Industriais em 2001, por NUTS II, representados em escala logarítmica 58 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 No que diz respeito à exportação, à semelhança do que se tem verificado em anos anteriores, a quantidade de resíduos enviados para eliminação tem sido bastante superior à de resíduos enviados para valorização e, no geral, o montante de resíduos exportados aumentou. Espanha foi, em 2002, o principal destino dos resíduos exportados, quer para valorização quer para eliminação, registando-se também movimentos transfronteiriços para França, Bélgica e Alemanha. Resíduos exportados (t) 120.000 100.000 80.000 60.000 Eliminação 40.000 Valorização 20.000 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 6.11 Resíduos exportados para valorização e eliminação Quantidade valorizada (t) 21.502 Quantidade eliminada (t) 12.128 100.845 10.000 10.000 8.000 8.000 6.000 6.000 4.000 4.000 2.000 2.000 0 0 Alemanha Espanha 1998 Bélgica França 2002 6.12 Volume de resíduos valorizados por país importador Alemanha Espanha Bélgica 1998 França R. Unido 2002 6.13 Volume de resíduos eliminados por país importador É expectável que se assista nos próximos anos à redução, quer da quantidade quer da perigosidade, dos resíduos industriais, por via da implementação do Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais (PNAPRI). Este Plano prevê a aplicação de medidas e tecnologias que permitam a prevenção da produção dos resíduos industriais e o incentivo à mudança de comportamento e atitude dos agentes económicos e dos consumidores. Dos resultados do estudo de inventariação dos resíduos industriais, ficou patente a necessidade de dotar o país de dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos perigosos - CIRVER. Estes centros incluirão, no mínimo, unidades de classificação e transferência, de inertização e estabilização, de tratamento de resíduos líquidos orgânicos, de tratamento físico-químico (neutralização, oxidação e redução), de recuperação de embalagens contaminadas, de descontaminação de solos e aterro de resíduos perigosos. Por forma a garantir o indispensável rigor e transparência de todo o processo que conduzirá à instalação dos CIRVER, será aprovado um regime jurídico destinado a regular a sua instalação e exploração. O processo de selecção e criação dos CIRVER será supervisionado por um observatório, de que farão parte representantes do Governo, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, da direcção Regional de Economia, da Autoridade de Concorrência, da Associação Nacional de Municípios, dos municípios, da Administração Regional de Saúde e por organizações não governamentais da área do ambiente. 59 > RESÍDUOS No que diz respeito aos resíduos hospitalares, a informação apresentada tem por base a compilação dos dados enviados à Direcção-Geral da Saúde (DGS) pelas Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde do Serviço Nacional de Saúde, por outras Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde e pelas Unidades de Tratamento de Resíduos Hospitalares. Resíduos Hospitalares (t) 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 Em 2002, registou-se um aumento acentuado da produção de resíduos hospitalares em relação aos anos anteriores, embora este facto se deva, essencialmente, a um aumento significativo do número de Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde, públicas e privadas, que reportaram os respectivos dados à DGS. Das cerca de 86 000 toneladas de resíduos hospitalares produzidos em 2002, apenas 18 000 toneladas correspondem a resíduos perigosos, pertencentes aos Grupos III (resíduos hospitalares contaminados biologicamente) e IV (resíduos hospitalares específicos). Dos resíduos hospitalares dos Grupo III e IV, declarados nos mapas de registo para 2002, 72% sofreram um tratamento por autoclavagem (resíduos do Grupo III) e 28% por incineração (resíduos do Grupo III e IV). Com o crescente desenvolvimento da triagem ao nível das Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde e da capacidade disponível para o tratamento dos resíduos do Grupo III por métodos alternativos à incineração (autoclavagem e desinfecção química), a tendência para a diminuição da incineração de resíduos hospitalares manter-se-à, ficando esta operação restrita aos resíduos hospitalares para os quais é obrigatória (Grupo IV). 60 40.000 30.000 20.000 10.000 0 99 00 01 02 6.14 Produção, no continente, de Resíduos Hospitalares Grupo IV 3% Grupo III 18% Grupo I + II 79% Grupo I – resíduos equiparados a urbanos Grupo II – resíduos hospitalares não perigosos Grupo III – resíduos hospitalares contaminados biologicamente Grupo IV – resíduos hospitalares específicos 6.15 Produção, no continente, de Resíduos Hospitalares por Grupos em 2002 REA2002 > ENERGIA REA2002 ENERGIA >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 O sector da Energia, nomeadamente a oferta de energia, a sua distribuição e uso por parte dos clientes industriais e domésticos, é crucial em termos de impactes ambientais. É o principal responsável pela emissão de GEE no nosso país: o Inventário Nacional de Emissões de Poluentes Atmosféricos para o ano de 2001 aponta para 26% a quota parte de GEE com origem em actividades do sector da energia e actividades de transformação . Este tipo de gases, assim como as emissões de substâncias acidificantes e precursoras do ozono, estão associadas ao ano hidrológico. Em anos com precipitação média anual elevada verifica-se uma diminuição nas emissões, uma vez que a produção de energia através da grande hídrica passa a ser relevante no contexto da produção doméstica de energia, evitando a produção a partir de combustíveis fósseis. Índice (1990 = 100) 160 Consumo de energia final 150 140 Emissões GEE pelo sector energético 130 120 Emissões Substâncias Precursoras do Ozono pelo sector energético 110 Emissões Substâncias Acidificantes pelo sector energético 100 90 80 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 7.1 Perfil do sector energético Intensidade energética (tep/106 Euros) 350 300 Consumo de energia primária por PIB 250 200 Consumo de energia final por PIB 150 100 50 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 7.2 Intensidade energética – energia primária e final Das estratégias assumidas para este sector, nas suas diferentes vertentes, decorrerão diversas consequências sobre os parâmetros ambientais. No plano internacional, o sector da energia tem também sido considerado como crucial para as estratégias de desenvolvimento sustentável, assim sendo desde a Cimeira do Rio (1992) mais uma vez destacado na Cimeira de Joanesburgo (2002). Já no plano nacional uma referência substantiva no Programa do XV Governo Constitucional é feita a este sector, onde se afirma que "Portugal é hoje um dos países europeus mais atrasados na liberalização e abertura dos mercados energéticos, com óbvios prejuízos para os consumidores e para a competitividade das empresas portuguesas. Por isso, a liberalização gradual do sector será um objectivo da política de energia, visando uma melhor afectação de recursos e consumos energéticos e a criação de um enquadramento conducente à melhoria das condições competitivas das empresas." 63 > ENERGIA Na proposta de Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, produzida em 2002, vem afirmado que "no sector da energia se deverá promover a racionalização e aumento de eficiência do consumo energético, reduzindo a intensidade energética do PIB, incrementar a utilização dos recursos energéticos endógenos, no respeito pelos recursos naturais e a biodiversidade, contribuindo assim (conjuntamente com a continuação do incremento do uso de combustíveis mais limpos) para uma diminuição das emissões atmosféricas." (ENDS, 2002) % da produção nacional no consumo de Energia Primária Produção nacional de Energia (Mtep) 4,5 20 4,0 18 3,5 16 3,0 14 12 2,5 10 2,0 8 1,5 6 1,0 4 0,5 2 0 0,0 85 86 87 88 89 90 91 92 93 Total de electricidade 94 95 96 97 98 99 00 01 % da produção nacional no consumo de EP Renováveis excluindo grande hídrica Carvão 7.3 Produção nacional de energia primária, por fonte e consumo de Energia Primária Consumo de Energia Primária por fonte (Mtep) O sector da energia é também objecto de análise detalhada no Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) que, como se referiu em capítulo próprio, "é o primeiro programa nacional desenvolvido com o objectivo específico de controlar e reduzir as emissões de GEE, de modo a respeitar os compromissos de Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto e da partilha de responsabilidades no seio da UE." 26 24 22 Renováveis sem grande hídrica 20 Gás Natural 18 Electricidade 16 Carvão 14 Petróleo 12 10 8 Um conjunto de medidas sectoriais, entretanto decididas no designado Programa E4 (Maio de 2001) integram, entre outros, a produção de electricidade a partir de fontes renováveis de energia (FRE) e a introdução de unidades de produção em ciclo combinado a gás natural, mais eficientes. A evolução da produção nacional de energia pode ser considerada pouco significativa, quando comparada com a energia consumida a nível nacional. Em 2001, cerca de 84% da energia consumida no país foi importada. As fontes de combustível, utilizadas em Portugal têm vindo a ser diversificadas, desde que, em 1997, foi introduzido o gás natural. Contudo, verifica-se que o petróleo continua a ser o combustível mais consumido. 6 4 2 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 7.4 Consumo de Energia Primária por fonte Consumo de Energia Final por Fonte (Mtep) 20 18 Renováveis sem grande hídrica 16 Calor 14 12 Gases e outros derivados Gás Natural 10 Electricidade Petróleo 8 Carvão 6 4 2 0 90 91 92 93 94 95 96 7.5 Consumo de Energia Final por fonte 64 97 98 99 00 01 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 O documento sobre a "Política Energética Portuguesa", recentemente objecto de resolução governamental, apresenta como principais objectivos em matéria de ambiente, a utilização racional da energia, a promoção de fontes renováveis de energia e a segurança e aprovisionamento e abastecimento de energia. Consumo de Energia Final por Sector (Mtep) 20 Outros sectores 18 Agricultura 16 Serviços 14 Doméstico 12 Transportes 10 Indústria 8 6 4 2 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 7.6 Consumo de Energia Final por sector Mini-Hídrica, Eólica e Geotérmica (GWh) Térmica e Grande Hídrica (GWh) 40.000 900 35.000 800 30.000 700 600 25.000 500 20.000 400 15.000 300 10.000 200 5.000 100 0 0 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 Térmica 99 00 01 Mini-hídrica Eólica Geotérmica Grande-hídrica 7.7 Produção Bruta de Energia Eléctrica, por principal fonte, em Portugal No que respeita às fontes renováveis de energia, as principais vantagens na sua utilização são o facto de permitirem a redução dos gases GEE e os impactes negativos serem, em geral, menores do que os causados pelas outras origens de energia eléctrica, nomeadamente fóssil, e, na maioria dos casos, de carácter local. Poderão, além disso, promover o investimento e emprego em zonas, que frequentemente se encontram entre as mais desfavorecidas. Desta forma as fontes de energia renováveis desempenham um papel importante na prossecução dos compromissos internacionais assumidos, designadamente o Protocolo de Quioto e as directivas comunitárias sobre energia. Energias renováveis (% da produção bruta total de energia eléctrica) 60 50 40 Meta 2010 Dir. Energias Renováveis (prod.en.el.c/origem en.ren.=39%) 30 % das renováveis em relação ao total produzido 20 10 % das renováveis (sem grande hídrica) em relação ao total produzido 0 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 7.8 Percentagem de produção de energia eléctrica com origem em energias renováveis, em relação ao total produzido e comparação com as metas para Portugal em 2010 da Directiva de Energias Renováveis 65 > ENERGIA É de assinalar, contudo, que a produção de energia eléctrica a partir das FRE é bastante irregular, dependendo das características do ano hidrológico (no caso da energia hídrica) e da estabilidade das condições aerológicas favoráveis (no caso da energia eólica). Contribuição das energias renováveis (Ktep) 4.000 Outras formas de energia renováveis* 3.500 3.000 Hídrica 2.500 Esta irreguralidade implica que não é possível ultrapassar uma dada percentagem da quota das FRE na oferta de energia global, sob risco de instabilidade ou ruptura no fornecimento de energia. Eólica 2.000 Lixos e Resíduos Industriais 1.500 Madeira e Resíduos Vegetais 1.000 500 Solar Térmica 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 *compreende solar fotovoltáica, geotérmica de baixa e alta entalpia, bombas de calor, biogás e carvão vegetal 7.9 Contribuição das energias renováveis para o balanço energético Comparando a percentagem de FRE no consumo de electricidade nos diversos países da UE15, Portugal é um dos países que mais utiliza FRE, em particular devido ao importante contributo da energia hídrica. Áustria Suécia Portugal Finlândia Dinamarca Itália Espanha França UE 15 Grécia Alemanha Irlanda Holanda Luxemburgo Reino Unido Bélgica 0 20 40 60 80 % FRE no consumo de electricidade em 2000 7.10 Percentagem de energias renováveis no consumo de energia eléctrica na UE 15 66 REA2002 > TRANSPORTES REA2002 TRANSPORTES >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 O sector dos transportes é um dos sectores que apresenta maiores pressões ambientais, não só em Portugal como nos restantes países da UE. O consumo de energia, as emissões de poluentes associadas aos transportes têm vindo a aumentar – o Inventário Nacional de Emissões de Poluentes Atmosféricos para o ano de 2001 aponta para 24% a quota parte de GEE com origem no sector dos transportes -, e a preferência, a nível individual, pela opção do uso do automóvel em detrimento dos serviços de transporte público, tem levado a uma menor eficiência do sector. Apresenta-se pois, como uma das áreas prioritárias de intervenção nas estratégias de desenvolvimento sustentável. Índice (1990 = 100) 190 Consumo de Energia Final no sector dos Transportes 180 Transporte de Passageiros (passg.km) 170 160 Emissões Substâncias Acidificantes pelo transporte rodoviário 150 Emissões Substâncias Precursoras do Ozono pelo transporte rodoviário 140 130 120 Transporte de Mercadorias por conta própria (t.km) Emissões GEE pelo transporte rodoviário 110 100 90 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 8.1 Perfil do sector dos transportes A estratégia do XV Governo para as obras públicas e transportes visa a adequação do sistema de transportes - nos seus diversos modos - às necessidades de movimento de pessoas e mercadorias, apoiando-se em avaliações socio-económicas consistentes e respeitando e apontando mais especificamente para as seguintes medidas estruturais. São objectivos desta estratégia: • • • • diminuição das assimetrias regionais do território nacional; aproximação de Portugal da Europa, acelerando o curso da convergência real; contribuição, através do investimento público em infra-estruturas, para o crescimento económico; e compatibilização dos grandes projectos de obras públicas com as linhas fundamentais da política de ordenamento do território, de salvaguarda dos valores ambientais e do património histórico-cultural. Os transportes rodoviários são os que consomem a maior parcela de energia, atingindo cerca de 90% do total deste sector. Analisando a variação no consumo de energia entre os anos 1990 e 2000 verifica-se que foi nos transportes rodoviários que se registou o maior acréscimo (96,3%), seguido de uma variação também elevada nos transportes aéreos (58,6%). Consumo de energia por PIB (tep/106 Euros) CO2 emitido por PIB (t/106 Euros) Consumo de Energia Final por modo de transporte (%) 1,0 250 80 70 200 60 50 150 40 0,8 Transportes Rodoviários 0,6 Transportes Ferroviários 100 30 0,4 20 Transportes Fluviais 50 10 0 0 90 91 92 93 94 95 Consumo de energia final no sector dos transportes por PIB 96 97 98 99 00 Transportes Aéreos Nacionais 0,2 01 Emissões de GEE por PIB 8.2 Consumo de energia por unidade de PIB, em Portugal, no sector dos transportes 0,0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 8.3 Consumo de Energia Final no sector dos transportes por modo de transporte 69 > TRANSPORTES Total 85,0 Transportes Rodoviários 96,3 Transportes Ferroviários -2,3 Transportes Fluviais -51,3 Transportes Aéreos Nacionais 58,6 -75 -50 -25 0 25 50 75 100 % 8.4 Variação no consumo de energia final por modo de transporte entre 1990 e 2000 A utilização de melhores tecnologias e combustíveis tem provocado a diminuição nas emissões de alguns poluentes. No entanto a qualidade do ar na maioria das grandes cidades europeias continua aquém do desejável. Portugal, bem como a Grécia, Irlanda e Republica Checa, são os países da futura UE a 25 onde se tem verificado o maior aumento nas emissões poluentes, não só devido ao grande aumento do transporte rodoviário, mas também devido à elevada idade média das frotas. Índice (1990=100) Idade dos veículos (nº de anos) 200 14 175 Irlanda Portugal 12 150 Espanha 10 125 Grécia UE 15 Pesados de passageiros Pesados de mercadorias Ligeiros de passageiros Comerciais ligeiros Motociclos > 50 cc. 8 100 6 75 4 50 2 25 0 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 92 00 8.5 Consumo de energia no sector dos transportes em alguns países da UE 93 94 95 96 97 98 99 00 01 8.6 Idade média dos veículos, por tipo de veículo, em Portugal Idade média (nº de anos) 12 Portugal Grécia 10 Espanha Dinamarca Média UE15 8 6 Luxemburgo 4 2 0 80 85 90 95 96 97 98 99 00 8.7 Idade média dos veículos, por tipo de veículo, em Portugal e em alguns países da UE 70 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 A internalização das externalidades no preço dos carburantes, bem como na utilização de infraestruturas, incluindo portagens e estacionamentos, deverão a ser consideradas na adopção de instrumentos, a fim de introduzir uma maior racionalidade económica e ambiental. O investimento em plataformas logísticas para o transporte de mercadorias e plataformas intermodais de transportes de passageiros favorecerá a alteração modal em favor do transporte ferroviário A progressiva substituição do actual parque automóvel, por viaturas com níveis de emissões mais reduzidos, assim como medidas de incentivo à utilização do transporte público, são indispensáveis ao controle das emissões provenientes deste sector. Índice (1990 = 100) 300 Transporte de mercadorias por conta de outrém (t.km) 250 Parque automóvel dos veículos ligeiros 200 150 PIB (pc 95) 100 Transporte de mercadorias por conta própria (t.km)* População 50 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 * Relativamente ao transporte de mercadorias é de referir a ausência de informação do parque de veículos por conta própria a partir do ano 2000, dado não ter sido possível o acesso, por parte do INE, às fontes administrativas anteriormente utilizadas, no sentido de obtenção do universo desse parque 8.8 Evolução do sector dos transportes Ligeiros de Passageiros e TT (nº de veículos) Comerciais Ligeiros e Pesados (nº de veículos) 4.500.000 1.200.000 4.000.000 1.000.000 3.500.000 3.000.000 Venda de veículos (nº) 300.000 250.000 Ligeiros de passageiros e TT 800.000 200.000 2.500.000 600.000 2.000.000 150.000 1.500.000 400.000 1.000.000 200.000 500.000 0 0 100.000 Comerciais ligeiros 50.000 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 Ligeiros de Passageiros e TT Comerciais ligeiros Pesados 8.9 Estimativa do número de veículos de passageiros em circulação no continente 0 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 Comerciais pesados 8.10 Venda de veículos em Portugal 71 > TRANSPORTES Da análise do volume de veículos em circulação em 2001, segundo estimativa da ACAP, verifica-se que o número de veículos pesados se tem mantido, os motociclos têm vindo a aumentar de uma forma mais acentuada e os veículos ligeiros quase duplicaram em relação a 1992. Grécia Irlanda Dinamarca Portugal Holanda Quanto à venda de veículos regista-se uma redução significativa a partir de 2000, motivada sobretudo pelo quadro macroeconómico. Finlândia Reino Unido Espanha Suécia No espaço europeu, em 2000 Portugal apresenta um dos mais baixos valores de capitação de veículos, indicador associado à performance económica do nosso país. Bélgica França Média UE 15 Áustria Alemanha Itália Luxemburgo 0 400 200 600 800 Veículos em 2000 (nº/1000 hab) 8.11 Capitação de veículos Passageiros transportados na UE (%) 100 Os indicadores habitualmente utilizados e que melhor expressam a pressão do sector dos transportes são o "passageiro/Km percorridos" e o "volume de mercadorias transportado". Em ambos se verifica uma clara supremaciado modo de transporte rodoviário face ao ferroviário. 90 80 Aéreo 70 Ferrovia 60 Metro 50 40 TPC 30 Veículos de passageiros 20 10 0 70 90 80 91 95 96 97 98 99 00 8.12 Transporte de passageiros por modo de transporte na UE Passageiros transportados em Portugal (%) 100 90 80 Aéreo 70 60 Marítimo e Fluvial 50 Ferrovia 40 Rodovia 30 20 10 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 8.13 Transporte público de passageiros em Portugal 72 00 01 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Mercadorias transportadas (%) 100 80 Aéreo Ferroviário 60 Rodoviário por conta de outrem Rodoviário por conta própria 40 20 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 Nota: Relativamente ao transporte de mercadorias é de referir a ausência de informação do parque de veículos por conta própria a partir do ano 2000, dado não ter sido possível o acesso, por parte do INE, às fontes administrativas anteriormente utilizadas 8.14 Transporte de mercadorias por modo de transporte Luxemburgo Dinamarca Portugal Finlândia Irlanda Grécia Holanda Áustria Bélgica Suécia Alemanha Média UE15 Reino Unido Outras Estradas Itália Estradas Secundárias Espanha EstradasNacionais Autoestrada França 0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 Km de vias 8.15 km de vias na UE 15 em 1999 73 > TRANSPORTES O aumento de tráfego, e o consequente congestionamento de vias, provocam o aumento do tempo médio das deslocações, o aumento no consumo de energia e aumento de poluição devido à maior quantidade de gases emitidos em baixas velocidades de circulação. As medidas implementadas no sector automóvel, como a introdução, em 1993, da legislação relativa à obrigatoriedade de utilização de catalisadores nos veículos a gasolina, bem como a redução do teor em enxofre e chumbo nos combustíveis, têm permitido reduzir ou estabilizar alguns dos impactes negativos no ambiente. Este facto é visível na análise das emissões dos principais gases emitidos neste sector, como a diminuição das emissões de CO e estabilização das emissões de COVNM. Contudo estas medidas não são suficientes para compensar a crescente intensidade de tráfego, tendência aliás verificada em toda a UE. Os impactes do sector dos transportes são especialmente significativos nos centros urbanos no que refere à qualidade do ar , pela emissão acentuada de poluentes resultantes do escape dos motores e no que se refere aos níveis de ruído atingidos. Os impactes resultantes da poluição atmosférica foram abordados no capítulo da qualidade do ar, sendo representativos como indicadores de poluição automóvel, o monóxido de carbono (CO), os óxidos de azoto (NOx) e as partículas. Estes poluentes são igualmente percursores do ozono em determinadas condições climáticas, com temperaturas elevadas e baixa circulação atmosférica, pelo que uma das medidas de emergência que é possível conceber para combater a existência de picos de ozono é a redução pontual de tráfego. 74 Emissões de CO, COVNM e NOx (t) Emissões de CO2 (kt) 1.000.000 25.000 800.000 20.000 600.000 15.000 400.000 10.000 200.000 5.000 0 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 CO CO2 NOx COVNM 8.16 Principais gases emitidos pelo sector dos transportes Índice (1990 = 100) 200 CO2 175 NOx 150 COVNM 125 100 CO 75 50 25 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 8.17 Principais gases emitidos pelo sector dos transportes 01 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 Os acidentes de viação são a primeira causa de morte nos países da UE, para a população com idade inferior a 45 anos Foi estabelecido o objectivo de reduzir este valor para metade no horizonte 2000-2010. Extensão de vias construídas (km) Passageiros transportados (103) 22.500 1.400.000 20.000 1.200.000 17.500 A sinistralidade automóvel tem custos humanos e económicos muito elevados. Justifica-se portanto que o nosso país incentive novas formas de combate à sinistralidade rodoviária. Nos últimos anos têm vindo a desenvolver-se esforços neste sentido, nomeadamente através de algumas medidas tais como: programas educativos, diminuição do limite máximo permitido de álcool no sangue, limitação de velocidade nas localidades, obrigatoriedade de utilização do cinto de segurança, etc. 1.000.000 15.000 12.500 800.000 10.000 600.000 7.500 400.000 5.000 200.000 2.500 0 0 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 Rodovia Em rodovia Ferrovia Em ferrovia 8.18 Extensão de rodovia e ferrovia e transporte de passageiros em rodovia e ferrovia Índice (1980 = 100) Índice de gravidade 400 8 350 7 300 6 250 5 200 4 150 3 100 2 50 1 0 0 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 Estimativa dos veículos em circulação Índice de gravidade Feridos Acidentes com vítimas Mortos 8.19 Sinistralidade 75 > TRANSPORTES Relativamente ao ambiente sonoro, os efeitos do tráfego são também expressivos, em ambiente urbano. A avaliação deste efeito pode, entre outros aspectos, ser feita pelo exercício correspondente à campanha anual do "Dia Europeu sem Carros". Valores médios de Laeq (dB(A)) 80 70 60 50 Na sua edição de 2002, realizada no dia 22 de Setembro, efectuou-se a monitorização do ruído em várias cidades participantes, precisamente com o objectivo de obter dados comparativos entre o ambiente sonoro da cidade no dia sem carros, relativamente a um dia considerado "típico", com a habitual circulação de veículos. 40 30 20 10 0 Foram seleccionados diversos pontos de medição que se pretendiam representativos dos seguintes tipos de Zonas: Zona 1 – zona sem tráfego rodoviário no dia 22 e habitualmente com tráfego; Zona 2 – zona apenas com circulação de transportes públicos no dia 22 e habitualmente com tráfego; Zona 3 – zona exterior à zona vedada sujeita a ruído de tráfego rodoviário. 2000 2001 Porto Aveiro 2002 Évora Portimão 8.20 Valores de ruído medidos na Zona 1 no dia de referência Valores médios de LAeq (dB(A)) 80 70 De uma forma geral, obtiveram-se reduções de ruído no "Dia sem Carros", mais marcadas nas Zonas 1 e 2. Na Zona 3 as reduções foram bastante menores dado serem pontos exteriores ao perímetro vedado e, como tal, sujeita ao ruído do tráfego rodoviário. Os resultados foram, genericamente, ao encontro do que era esperado, uma vez que o ruído do tráfego rodoviário é um dos principais responsáveis pela qualidade do ambiente sonoro nas nossas cidades. Nos gráficos relativos à variação do nível sonoro contínuo equivalente (LAeq), foram representados os valores de exposição sonora máxima, previstos no Regime Legal da Poluição Sonora (Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro), para as zonas mistas (65 dB(A)) (-) e para zonas sensíveis (55 dB(A)) (--) no período diurno. 60 50 40 30 20 10 0 2000 2001 Porto Aveiro 2002 Évora Portimão 8.21 Valores de ruído medidos na Zona 3 no dia de referência Redução da Intensidade do Ruído (%) 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Zona 1 Zona 2 2000 2001 Zona 3 2002 8.22 Média da redução de ruído por zonas para o dia 22, entre as várias cidades 76 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 > FONTES 1.1 INE, 2003; DGE, 2003; IA, 2003 4.4 DRAOT, 2003 2.1 DGF, 2002 4.5 Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 2.2 DGF, 2001 4.6 Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 2.3 MADRP, 2003 4.7 Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 2.4 RGA, 1999; INE, 2001 4.8 Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 2.5 Energia - DGE, 2003; PIB - INE, 2003; Fertilizantes FAO, 2003; Pesticidas - DGPC, 2003; SAU - 1990/94, AEA, 1999 E 1995/2000, MADRP, 2001 4.9 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 4.10 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 4.11 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 4.12 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 4.13 Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 4.14 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 4.15 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 DGF, 2003 4.16 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 2.11 ICN, 2003 4.17 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 2.12 ICN, 2003 4.18 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 ICN, 2003 4.19 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 ICN, 2003 4.20 Emissões - Inventários Corinair/EMEP, IA, 2003 2.6 DGDR, 2002 2.7 Signals, 2002; EEA, 2002 2.8 DGF, 2001 2.9 Plano de Desenvolvimento Sustentável da Floresta Portuguesa, DGF, 1999 2.10 2.13 2.14 Eurostat, 2003 5.1 INE, 2003 Eurostat, 2003 5.2 INE, 2003 ICN, 2003 5.3 INE, 2003 IFN, 95/98; DGF, 2001 5.4 INE, 2003 ICN, 2003 5.5 IA, 2002 2.20 INE, 2003; DGT, 2003 5.6 IA, 2002 2.21 DGT, 2003 5.7 Plano Nacional da Água, INAG, 2001 DGT, 2003 5.8 INE, 2003 INE, 2002 5.9 INE, 2003 INE, 2002 5.10 INE, 2003 INE, 2003 5.11 INE, 2003 DGT, 2003 5.12 INE, 2003 DGT, 2003 5.13 INE, 2003 IM, 2003 5.14 INAG, 2003 3.2 IM, 2003 5.15 INAG, 2003 3.3 Inventários IPCC, IA, 2003 5.16 INAG, 2003 IA, 2003 5.17 INAG, 2003 Inventários IPCC, IA, 2003 5.18 ABAE, 2003 Inventários IPCC, IA, 2003 6.1 INR, 2003 Inventários IPCC, IA, 2003 6.2 OCDE Environmental Data, 2002 Inventários IPCC, IA, 2003 6.3 INR, 2003 Annual European Community Greenhouse Gas Inventory 1990-2001 and Inventory Report 2003 – Submission to the UNFCCC Secretariat, Technical Report No. 95, EEA, 2003 6.4 INR, 2003 6.5 INR, 2003 6.6 SPV, 2003 6.7 INR, 2003 6.8 INR, 2003 Emissões - Inventários IPCC, IA, 2003; PIB - INE, 2003; Energia - Balanços Energéticos, DGE, 2003 6.9 INR, 2003 6.10 INR, 2003 IA, 2003; INE, 2003; AEA, 2002 6.11 INR, 2003 IA, 2003; INE, 2003; AEA, 2002 6.12 INR, 2003 DRAOT, 2003 6.13 INR, 2003 DRAOT, 2003 6.14 DGS, 2003 DRAOT, 2003 6.15 DGS, 2003 2.15 2.16 2.17 2.18 2.19 2.22 2.23 2.24 2.25 2.26 2.27 3.1 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 3.12 3.13 4.1 4.2 4.3 Emissões - Inventários IPCC, IA, 2003; PIB - INE, 2003; Energia - Balanços Energéticos, DGE, 2003 77 > FONTES 7.1 DGE, 2003; IA, 2003 7.2 DGE, 2003; INE, 2003 7.3 DGE, 2003 7.4 DGE, 2003 7.5 DGE, 2003 7.6 DGE, 2003 7.7 DGE, 2003 7.8 DGE, 2003 7.9 DGE, 2002 7.10 78 Eurostat, 2003 8.1 DGE, 2003; IA, 2003; DGTT, 2003 8.2 DGE, 2003; INE, 2003; IA, Inventários IPCC, 2003 8.3 DGE, 2003 8.4 DGE, 2003 8.5 Países da UE, Comissão Europeia, 2003; Portugal, DGE, 2003 8.6 ACAP, Eurostat, 2003 8.7 ACAP, Eurostat, 2003 8.8 INE e ACAP, 2003 8.9 ACAP, 2003 8.10 ACAP, 2003 8.11 Comissão Europeia, 2003 8.12 Comissão Europeia e INE, 2003 8.13 Comissão Europeia e INE, 2003 8.14 INE, 2003 8.15 Comissão Europeia, 2003 8.16 IA, 2003 8.17 IA, 2003 8.18 INE, IEP, 2003 8.19 DGV, 2003 8.20 IA, 2003 8.21 IA, 2003 8.22 IA, 2003 >RELATÓRIO DO ESTADO DO AMBIENTE 2002 > ACRÓNIMOS ABAE Associação Bandeira Azul da Europa ACAP Associação do Comércio Automóvel de Portugal GEE GMES Gases com Efeito de Estufa Global Monitoring for Environment and Security ACV Análise do Ciclo de Vida GWh Giga Watt hora AEA Agência Europeia do Ambiente GWP Global Warming Potencial ALV Aprendizagem ao Longo da Vida AP Áreas Protegidas CAD Comité para a Ajuda ao Desenvolvimento CEF Consumo de Energia Final CH4 Metano CLC2000 CLRTAP CNUAD CO CO2 Corine Land Cover 2000 Convention on Long-range Transboundary Air Pollution / Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça a Longa Distância Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Monóxido de carbono COVNM CPLP Compostos Orgânicos Voláteis Compostos Orgânicos Voláteis Não Metânicos Comunidade de Países de Língua Portuguesa Hidrocarbonetos Hidroclorofluorcarbonetos HFC Hidrofluorcarbonetos IA Instituto do Ambiente ICN IM INAG Instituto da Conservação da Natureza Instituto de Meteorologia Instituto Nacional da Água INE Instituto Nacional de Estatística INR Instituto Nacional de Resíduos INSPIRE IPCC Dióxido de Carbono CORINAIR Programa Corine (Coordination of Information on Environment) - Inventariação das Emissões Atmosféricas COV HC HCFC Infraestruture for Spatial Information in Europe Intergovernmental Panel for Climate Change / Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas IPP Política Integrada de Produto JAE Junta Autónoma das Estradas MADRP Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas MCOTA Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente CVP Ciclo de Vida do Produto MTD Melhores Tecnologias Disponíveis DGE Direcção Geral de Energia N2O Óxido nitroso DGPC Direcção Geral da Protecção das Culturas DGS Direcção Geral de Saúde DGT Direcção Geral do Turismo DGTT DGV DPP DRAOT E4 EDEC EDP EEA Direcção Geral de Transportes Terrestres NECD Amónia NOx Óxido de azoto NUTS Direcção Geral de Viação Departamento de Prospectiva e Planeamento Direcções Regionais de Ambiente e Ordenamento do Território Eficiência Energética e Energias Alternativas Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário National Emmissions Ceilings Directive NH3 O2 Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos na União Europeia Oxigénio OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ONG Organização Não Governamental ONGA Organização Não Governamental de Ambiente ONGD Organização Não Governamental de Desenvolvimento Electricidade de Portugal European Environment Agency ONU Organização das Nações Unidas EMAS Environment Management and Auditing System PAG Potencial de Aquecimento Global EMEP Environmental Monitoring and Evaluation of the Long Range Transmission of Air Pollutants in Europe PARSU ENCNB ESDI ETA ETAR Eurostat FAO FEDER FRE Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade PDR Plano de Acção para os Resíduos Sólidos Urbanos Plano de Desenvolvimento Regional PERAGRI Plano Estratégico de Resíduos Agro-Industriais PERH PERI Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares Plano Estratégico de Resíduos Industriais Environmental European Spatial Data Infraestruture (hoje designado INSPIRE ) PERSU Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos Estação de Tratamento de Águas PESGRI Planos Estratégico Sectorial de Gestão dos Resíduos Industriais Estação de Tratamento de Águas Residuais Serviço de Estatística das Comunidades Europeias PFC Perfluorcarbonetos Food and Agriculture Organization / Organização para a Alimentação e Agricultura PIB Produto Interno Bruto PM10 Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional Fontes Renováveis de Energia PME Particulate Matter (partículas) com diâmetro inferior a 10 _m Pequenas e Médias Empresas 79 > ACRÓNIMOS PNAC Programa Nacional para as Alterações Climáticas PNDES Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social PNTN PO POA Programa Operacional de Ambiente QCA Quadro Comunitário de Apoio RAN Reserva Agrícola Nacional REA REFER REN RH RSU s.a. SAU SF6 SISA Relatório do Estado do Ambiente Rede Ferroviária Nacional Reserva Ecológica Nacional Resíduos Hospitalares Resíduos Sólidos Urbanos Substância Activa Superfície Agrícola Utilizada Hexafluoreto de enxofre Sistema de Informação em Saúde Ambiental SO2 Dióxido de enxofre SPV Sociedade Ponto Verde tep tonelada equivalente de petróleo UE União Europeia UN UNFCCC 80 Programa Nacional de Turismo da Natureza Programas operacionais United Nations / Nações Unidas United Nations Framework Convention on Climate Change / Convenção Quadro sobre Alterações Climáticas VAB Valor Acrescentado Bruto VMA Valor Máximo Admissível VMR Valor Máximo Recomendável ZEC Zona Especial de Conservação ZEE Zona Económica Exclusiva ZPE Zona de Protecção Especial