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Novena em honra a Santa Teresa de Jesus (Autoria: Serva de Deus Madre Tereza Margarida “Nossa Mãe”) 1o dia da novena Amanhecia o dia 28 de março de 1515. Bimbalhavam os sinos de uma nova Igreja, de um novo convento que se levantava para a honra e louvor de Deus, na velha cidade de Ávila. Era o convento da Encarnação das Irmãs Carmelitas, fora dos muros. Nesta mesma hora nascia no coração da cidade, no lar de Dom Afonso e de Dona Beatriz, a meninazinha privilegiada, que seria mais tarde a grande Santa Teresa de Jesus. Esta criança, crescendo e chegando à plena mocidade, entraria neste convento da Encarnação inaugurado no mesmo dia em que ela nascia para a vida. Ó caminhos maravilhosos da Divina Providência! Aquela criança tão frágil seria um dia a glória do grande convento da Encarnação! Aí, ela entraria com 21 anos. Aí, ela passaria seu noviciado. Aí veria Deus fazer maravilhas por sua alma. Aí escreveria belas páginas, sobre a oração, sobre o amor de Deus e nossa união com Ele. Agradeçamos a Deus, que concedeu à Nossa Santa Madre o dom da vida. Glória... 2o Dia A pequena Teresa desabrocha-se para a vida, como a flor se abre suavemente num recanto de um jardim fechado. O amor de seu Pai, a ternura da mãe, a companhia dos irmãozinhos eram seiva, eram sol, eram orvalho para aquela frágil florinha, sedenta de vida, de sol, do azul do céu, de risos e alegrias. Alma privilegiada, Teresa pequenina ainda ouvia contar as história dos mártires, e desejava ser mártir também por amor ao Cristo. Outro sonho sucedeu-se a este: queria ser eremita. Ela o seria um dia no Carmelo Descalço reformado por ela. Por estes anseios de criança, percebe-se a grande alma de Teresa, que já se deixava levar por ideais elevados e nobres. Muito amada por Deus, muito bem dotada por Ele, Teresa crescia e já dominava o coração de seus pais e de seus irmãos. No quarto de sua Mãe havia um quadro representando o Mestre sentado junto ao poço e tendo o diálogo com a Samaritana. Lia-se sob a figura: Dai-me desta água. Teresa, por um impulso interior lia esta frase e dizia também: Dai-me desta água. A Providência Divina dispôs este detalhe na infância de Teresa como um sinal benfazejo de sua facilidade futura em aproveitar a imagem da água, para fazer tantas comparações com a vida de união a Deus, de íntima oração com Ele. Agradeçamos a Deus a infância maravilhosa, que Ele concedeu à Santa Teresa. Gloria... 3o dia Teresa sorria à vida e tudo em volta de si eram alegrias, sorrisos, perfumes, frescura de primavera. Chega a hora amarga da orfandade. Dona Beatriz, moça ainda, não tem mais forças para viver... morre nos braços de seu esposo deixando-lhe a saudade de uma grande felicidade terminada tão cedo e... nove órfãos para os quais ele teria que ser agora pai e mãe. Teresa não suportando a dor da orfandade, foi ajoelhar-se aos pés de uma estátua de Nossa Senhora e lhe pediu: “Maria, minha Nossa Senhora, tomai conta de mim, sêde Mãe extremosa para mim, no lugar de minha mãe que eu acabo de perder”. E Maria atendeu os rogos da criança. Velou sobre ela com especial carinho materno. Gloria... 4o dia A flor Teresa reanima-se para a vida, sob o olhar maternal da Virgem. A ternura do pai, a amizade dos irmãos, o aconchego do lar, tudo contribuía para embelezar mais a flor. O inimigo de todo bem velava, porém, e não perdia o ensejo de empanar o brilho de uma vida tão bela. Os galanteios e elogios dos primos conquistaram o coração de Teresa, e fizeram seus passos resvalar no caminho do bem. Mas seu pai velava. Percebendo o perigo, retirou Teresa deste meio de jovens amizades que a prejudicavam e levou-a para o convento das Agostinianas. Aí, sob o olhar de Maria, que nunca esquecia sua filha, Teresa voltou ao bom caminho certo e desabrochou-se para o bem. Estava feliz no meio das religiosas, quando caiu doente, assustando o pai que a veio buscar levando-a para casa. A boa semente, colocada no coração de Teresa ia germinar e produzir o trigo da santidade. Teresa sente o chamado de Deus. Quer ser religiosa. E entra no Convento das Carmelitas, convento da Encarnação entre 1535 a 1537. Nossa Senhora velava por sua filha. Gloria... 5o dia No jardim fechado do Carmelo - jardim amado de Maria, Teresa reencontrou seu fervor de criança: Seu ideal de querer morrer para ver a Deus aperfeiçoou-se. Quer agora morrer dia a dia para que a vida de Cristo nela se desabroche. Havia no convento da Encarnação, alguns pontos relaxados na sua observância. Mas havia aí também religiosas muito fiéis a Deus, e que apresentaram à noviça Teresa verdadeiros modelos de heroísmo. E Teresa tinha os olhos abertos para ver o bem e o coração generoso para abraçá-lo. Vieram as provações da doença. Teresa viu-se às portas da morte, e mesmo, julgada como morta. Deus queria que ela vivesse para abrir o caminho da oração a tantas almas, e por isto, ela volta à vida. Ainda convalescente, volta ao convento. São José acaba de curá-la. Com a saúde recobrada, Teresa encanta-se e deixa-se prender pelas ciladas dos elogios, por amizades não pecaminosas, mas muito vivas, que procuravam amortecer em sua alma a voz do Grande Amigo, o Cristo. Seu coração feito para amar, e amar muito, ainda não tinha se entregue ao Amor, ao Único Amor, capaz de fazê-la feliz. Teresa lutou, sofreu... Jesus a perseguia amorosamente com inspirações divinas, com repreensões interiores e até com uma visão amedrontadora, mas Teresa era fraca para vencer as ocasiões de infidelidade. Um dia, enfim, rezou, rezou com fervor, com lágrimas, e recebeu a graça de partir os laços das imperfeições e lançou-se totalmente nos braços do Cristo. Ajoelhou-se para rezar uma Teresa fraca. Surgiu a Teresa, que começava a ser a Teresa de Jesus esboçava-se a Santa Teresa, Doutora da Igreja, Mestra da oração. Ela tinha então 40 anos. Gloria... 6o dia Teresa voltou à oração com um fervor novo. Queria ver a Deus, queria ser santa, queria arrastar muitas almas ao céu, à visão de Deus, à santidade. Suas horas de oração eram nesta época, sem consolações, mas ela aí ficava atenta ao menor sopro do Espírito, à espera de uma gota d'água, que lhe viesse do céu. Deus recompensou sua fidelidade. Graças abundantes caíram sobre sua alma. Deus mostrou-lhe o inferno, e ela sentiu-se lá. Viu almas caírem aí, como caem as folhas de uma árvore num dia de vento. Viu tormentos das almas infiéis ao amor, e belezas daquelas almas que eram fiéis. Um zelo ardente consumia sua alma. Queria fazer algo por Deus. Nesta época surge-lhe a ideia de um pequeno convento onde se poderia observar a Regra Primitiva. O Carmelo Descalço nascia na alma de sua fundadora. Enfim, depois de muita luta, sofrimentos, orações, eis o Carmelo Descalço fundado, em Ávila mesmo, numa pequenina casa, no dia 24 de agosto de 1562. Eis o pombalzinho da Virgem, de onde sairiam os mil e tantos Carmelos que hoje se espalham pelo mundo inteiro. Gloria... 7o dia Teresa não só foi uma alma de oração, como teve o dom de levar os outros a ter sede de Deus ensinando-lhes os caminhos da oração. Ela dizia: “Oração é conversa de amizade com Deus. Oração é exercício de recolhimento no interior de nossas almas onde Deus está, nos chama, nos espera.” Ela ensinou os 4 graus de oração - água viva descida do céu. 1) Oração difícil, em que é preciso todo esforço para recolher-se comparada a uma pessoa, que tira água de um poço com um balde. É difícil, mas se a pessoa tem sede de Deus, procurará tirar esta água. Virá a recompensa. 2) Oração um pouco mais fácil, comparada a uma pessoa, que tira a água do poço, com o balde, mas já com o auxílio de uma manivela ou mola, que já faz descer ou subir o balde. A alma, já se repousa um pouco em Deus... mas tem ainda muito trabalho para beber um gole desta água viva, que é Deus. 3o) Oração já bem facilitada, comparada à pessoa, que rega o seu jardim com a água canalizada. Deus atendeu-lhe os rogos e a alma já goza de Deus. 4o) Oração de união com Deus. Este viu o esforço da alma, amou-a com predileção, e deu-lhe o dom gratuito da contemplação, a água que vem do céu, inundando a alma de alegria, de paz, de suavidade. Como a chuva cai do céu e refresca, e transborda rios, e enche vazios, assim a água descida do céu para a alma que Deus ama com predileção, aquela que o esperou desde cedo. Sentada à sua porta, a Sabedoria - o Verbo de Deusentrou e ceou com ela. Santa Teresa é verdadeiramente a Mestra de oração. Depois de cinco séculos, ela é atual, como foi em 1567 e como será até o dia eterno. A Deus ela deu sua vida. Gloria... 8o dia Teresa fez do Pater, do Pai Nosso, oração ensinada por Jesus, uma lição para a contemplação. Cada petição do Pai Nosso é estudada por ela à luz da contemplação. No primeiro Carmelinho de São José, dirigindo suas filhas no caminho da oração contemplativa ela lhes recomenda desprendimento dos laços da carne, do sangue, do mundo. Mas, pede-lhes ter em grande amor as duas virtudes: caridade e humildade. Estas duas irmãs andam sempre juntas. A humildade não existe e não é praticada sem a caridade. A caridade é sempre humilde, senão, não é caridade. A alma contemplativa tem os seus defeitos. Mas tem consciência deles, e quer extirpá-los. Uma carmelita tem que ser uma alma de oração, senão ela não é carmelita. Gloria... 9o dia Teresa estudou com o Mestre divino, o Espírito Santo, as profundidades imensas da alma humana. Perscrutando sua própria alma, recebendo confidências de pessoas amigas, ela pôde chegar a uma verdade: A sede que atormenta aqueles, que na vida despertaram do sono da mediocridade, o que sentem em si, inata, a inquietação do "absoluto", é a sede da fonte de água viva, borbulhando no fundo da alma, o desejo, o anseio do centro, que é Deus. Ela encontrou o seu centro; e teria ficado só, gozando de seu silencioso e saboroso santuário interior, se a obediência ao Frei Graciano não a obrigasse a colocar por escrito suas experiências místicas. Quer dizer, suas últimas experiências, porque o livro das Moradas, ou o Castelo Interior, que ela escreveu então, foi seu canto de Cisne. Escreveu-o em 1581. Em 1582, dia 4 de outubro, morre num ato de contrição, de compunção, de louvor e de amor. Gloria... Oração a Santa Teresa de Jesus Santa Teresa de Jesus! Tu te puseste totalmente ao serviço do amor: ensina-nos a caminhar com determinação e fidelidade no caminho da oração interior com a atenção posta no Senhor Deus Trindade no mais íntimo do nosso ser. Fortalece em nós o fundamento da verdadeira humildade de um renovado desprendimento, do amor fraterno incondicional, na escola de Maria, nossa Mãe. comunica-nos o teu ardente amor apostólico à Igreja. Que Jesus seja a nossa alegria, nossa esperança e nosso dinamismo, fonte inesgotável da mais profunda intimidade. Abençoa a nossa grande família carmelitana, ensina-nos a orar de todo o coração contigo: "Vossa sou, Senhor, para Vós nasci Que quereis fazer de mim?" Amém.